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Ministério da Educação

Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica Instituto Federal

Catarinense - Campus Avançado Sombrio

CURSO: Técnico em Hospedagem Integrado ao Ensino Médio

DISCIPLINA: História

PROFESSOR: Anderson Sartori

TURMA: 3° H
ALUNA: Amanda Pereira

Trabalho de História
Regimes Totalitários

A) Regimes Totalitários: Fascismo e Nazismo.

 Fascismo:
O Fascismo foi um movimento político e totalitário, que surgiu na Itália
de 1919 a 1945, liderado por Benito Mussolini. É entendido pelos
políticos e historiadores como uma forma de expressão radical da direita
conservadora classificar as diferentes posições políticas representadas
em uma determinada região, porém deve-se destacar que, a política
praticada pela direita conservadora não é apenas extremista como o
fascismo.
De modo geral, pode-se dizer que o fascismo é uma conduta política
extremamente autoritária, marcada pelo nacionalismo, pela militarização
dos conflitos, e ainda, pela preocupação com a decadência de uma
comunidade ou nação.
O Fascismo surgiu no contexto do fim da Primeira Guerra Mundial, em
um período que o governo do rei Vítor Emanuel III encontrava-se em
uma situação de grandes problemas, principalmente econômicos, o que
gerou complicações na ordem social, sobretudo com relação aos
trabalhadores do setor industrial.
Benito Mussolini, criou em 1919, uma organização chamada Fasci
Italiani di Combattimento (Combate de Fasci Italiano), o termo “Fasci”
significa “feixe” e faz referência ao feixe de hastes de madeira com um
machado no centro, símbolo da unidade do poder político na Roma
Antiga. Mussolini, que estava tentando se reintegrar no governo Italiano
após acontecimentos antigos que o afastaram do mesmo, realizou esse
movimento e a partir disso, surgiu o Partido Nacional Fascista, na qual o
grande objetivo era tomar o poder da Itália tanto por via eleitoral quanto
por meio de atos violentos contra opositores. A violência realizada pelos
Fascistas chegou a ser alvo de elogios por aquelas classes da
sociedade Italiana que viam a agressividade como uma forma de
enfraquecer os socialistas. Assim, ele conquistou o poder em 1922,
após ser realizada a Marcha sobre Roma, onde os Fascistas de toda a
Itália marcharam em direção a Roma para pressionar o rei Vitor
Emmanuel III a promover Benito Mussolini como seu chefe de estado e
primeiro-ministro, onde foi obtido sucesso.
Benito Mussolini pressionava pela expansão da população Italiana, pois
ele acreditava que uma população maior traria ascensão a potência
militar de classe mundial para a nação. Mussolini também era
extremamente racista e considerava os africanos e asiáticos inferiores,
por esse motivo que muitas vezes ele solicitou às mulheres brancas que
gerassem mais filhos, assim a sociedade teria cada vez mais indivíduos
brancos.

 Principais Características do Fascismo:

 Totalitarismo: o sistema fascista era antidemocrático e


concentrava seus poderes no domínio do líder de governo, na
qual ele possuía a autoridade de tomar qualquer tipo de decisão e
decretar leis sem precisar solicitar o consentimento dos demais
políticos e representantes da sociedade;
 Nacionalismo: a ideologia entre os Fascistas era baseada na ideia
de que, só o que pertence ao seu país possui valor, ou seja, uma
valorização extrema a sua própria cultura, considerando as outras
nações inferiores;

 Militarismo: eram realizados altos investimentos na produção de


armas, equipamentos de guerras e um fortalecimento nas forças
armadas com o objetivo de conquistar maior poder entre as outras
nações e obter expansão territorial através das guerras;

 Culto à força física: nos países Fascistas, desde jovens os


indivíduos da sociedade eram treinados e preparados fisicamente
para as possíveis guerras, pois o estado Fascista tinha o propósito
de que seus soldados fossem os mais fortes e saudáveis;

 Censura: Hitler e Mussolini utilizavam a prática de censura para


destituir as críticas realizadas aos seus governos, então nenhuma
notícia ou ideia contrária ao sistema poderia ser publicada nas
mídias sociais, e as pessoas que ousavam recriminar o governo
eram presas e condenadas à morte;

 Propaganda: os líderes Fascistas usufruíam das mídias sociais e


meios de comunicação para divulgarem suas ideologias, e assim,
os seus discursos eram transmitidos pelo rádio e desfiles militares
eram realizados para mostrar o poder bélico do governo;

 Violência contra as minorias: na Alemanha, por exemplo, os


nazistas perseguiram, enviaram para campos de concentração e
mataram milhões de judeus, ciganos, homossexuais e até mesmo
deficientes físicos;
 Anti-socialismo: os Fascistas eram completamente opositores do
partido socialista, eles defendiam e contavam com o apoio do
capitalismo;

 Sistema unipartidário ou monopartidário: apenas o próprio partido


Fascista tinha direito de atuar e representar o sistema político
nacional;

 Culto ao chefe/líder: O líder é a única pessoa capaz de guiar a


nação ao seu destino;

 Desprezo pelos valores liberais: Os Fascistas apoiavam as


liberdades individuais e a democracia representativa;

 Vitimização: Os Fascistas vitimizavam determinados grupos da


sociedade com o propósito de iniciar uma perseguição contra
aqueles que eram vistos como “Inimigos do povo”;

 Uso da retórica: Eles faziam uso da retórica contra os métodos


políticos tradicionais, argumentando que estes sistemas eram
incapazes de combater as crises e de levar a nação à
prosperidade;

 Exaltação de valores: Exaltavam os valores “tradicionais” em


detrimento aos valores considerados “modernos”;

 Corporativismo: Eram reuniões, propostas por Mussolini, com


todos os profissionais de um mesmo ofício, agregando patrões e
trabalhadores, com representantes do governo fascista atuando
como juízes ou intermediários, evitando, assim, a luta de classes.
A organização dos Fascistas passou a ser executada com a formação
de esquadrões de veteranos de guerra, conhecidos como “Camisas
Negras”, e essa tropa era a linha de frente na batalha contra seus
opositores, membros de outros partidos políticos, principalmente
comunistas e socialistas. Em 1922, aconteceu uma espécie de protesto
em Roma, na qual os Camisas Negras foram em busca de exigir
mudanças políticas e declarar a lei marcial, norma implantada que
substitui as leis civis por leis militares. Entretanto, o rei da Itália, Victor
Emmanuel III, temendo uma guerra civil, solicitou a Mussolini que
construísse um novo governo. Porém, os Fascistas integravam-se em
pequena parte de seu governo original como primeiro-ministro, e sendo
assim, Mussolini coagiu a legislatura a conceder-lhe poderes ditatoriais
sobre o que os cidadãos tinham direito de fazer ou não, buscando unir o
estado com o partido Fascista. Em 1924, sua aliança nacional
conquistou quase dois terços dos votos.

- Fim do Fascismo:
Em 1930, quando a Segunda Guerra Mundial começou a revelar seus
primeiros indícios, Mussolini acreditava que a Grã-Bretanha e a França
estavam condenadas por possuírem baixa taxa de natalidade, e
inclusive, pela idade relativamente alta de suas populações. Além disso,
como os alemães sob o comando de Hitler conseguiram invadir
facilmente a Polônia em 1939, Mussolini chegou à conclusão de que a
Alemanha estava em uma posição predominante e que a Itália deveria
se unir a eles. Porém, os Italianos eram muito mais fracos do que a
Alemanha em relação ao poder de guerra, então em 1943, uma
sequência de batalhas deixou o exército Italiano em grande aflição. As
fábricas estavam com um nível muito baixo de produtividade e a
escassez de alimentos tomou conta da população. Em pouco tempo a
sociedade revoltou-se com Mussolini e as forças americanas e aliadas
começaram a bombardear Roma. Por fim, quando as tropas aliadas
invadiram a Itália em 1945, Mussolini foi preso por comunistas e
executado.
 Nazismo:

O Nazismo foi uma ideologia de extrema-direita e militarista que surgiu


na Alemanha, em 1920, após o período da Primeira Guerra Mundial,
liderado pelo austríaco Adolf Hitler.
Esse movimento foi manifestado através do Partido Nacional-Socialista
dos Trabalhadores Alemães. Defendia um nacionalismo extremado,
com postura antissemita, era contra a democracia e exaltava a guerra
como modo de viabilizar o progresso da nação.
Após a Alemanha ter sido derrotada na Primeira Guerra Mundial, foi
coagida a assinar o Tratado de Versalhes, em 1919, e enfrentou uma
série de dificuldades. O país perdeu grande parte de seu território, teve
restrições militares, foi proibido de criar uma indústria bélica, de solicitar
o serviço militar obrigatório e de dispor de um exército superior a cem
mil homens, e ainda, teve de pagar aos aliados uma dívida
correspondente a indenização pelos prejuízos causados pela batalha.
Os alemães estavam se sentindo humilhados e o país estava em uma
situação caótica. Essa crise prolongou-se de 1919 a 1933, quando
então, foi concebido o Nazismo, liderado por Hitler, que fortaleceu a
Alemanha novamente e fez com que fosse imposta uma ditadura
baseada em militarismo.
Outro fator importante também, é que após a Grande Depressão
Mundial de 1929, a economia da Alemanha entrou em decadência com
o enfraquecimento de produção de milhares de empresas, o que
resultou em 6 milhões de desempregados. Com isso, o país foi tomado
por desespero em razão da miséria e incerteza quanto ao futuro, e a
necessidade em que se encontravam de reconquistar a dignidade de
seu território após as humilhações que tiveram de passar.
E então, conhecido por sua grande capacidade de argumentação, o
führer - que significa “líder” e é como o chamavam - Adolf Hitler assumiu
o poder da Alemanha em 1933 e foi nomeado chanceler para a guerra e
primeiro-ministro do país, após realizar um discurso que conquistou
adeptos ao longo da década de 1920, que era um período em que a
Alemanha estava vivenciando uma intensa crise política, social e
econômica.
Por conta dos aspectos deixados pelos últimos acontecimentos, a nação
estava passando por um período em que eram facilmente influenciados
com soluções autoritárias, já que era uma fase de grandes problemas.
Os Nazistas conseguiram então, de forma rápida, dominar a mente dos
alemães.
Além da classe média, dos camponeses e operários que eram os
maiores prejudicados, e por isso, se sujeitaram a aceitar qualquer
imposição, as Forças Armadas se identificavam com as posições
nacionalistas de Hitler. Então, os grandes capitalistas alemães
enxergaram vantagem em financiar com os Nazistas, que poderiam ser
capazes de protegê-los da ameaça comunista. Com isso, o número de
deputados do Partido Nazista no Parlamento alemão passou de 170
para 230.
Nesse discurso do qual conquistou a todos, Hitler defendia a
superioridade do homem branco e ideias eugenistas, ou seja,
modificação da raça humana para que todos fossem “purificados”. O
racismo integrava um forte antissemitismo, discriminação contra os
judeus, que era comum na sociedade alemã desde o século XIX, e esse
preconceito foi responsável pela extinção dos judeus no holocausto
durante o período do movimento Nazista, que matou seis milhões de
pessoas.
Os Nazistas aclamavam Hitler através da expressão “Heil Hitler”, que
significa “Salve Hitler”. A saudação “Heil”, foi a adaptação de um outro
movimento de extrema-direita ocasionado na Alemanha, conhecido
como “Longe de Roma”.
Sua ideologia era autoritária e nacionalista, na qual a elite de Hitler
queria controlar os cidadãos, sendo assim, eles se declararam contra o
liberalismo, por conta do desprezo pelas democracias liberais, o que
englobava o modelo parlamentarista existente na Alemanha. Exaltavam
a raça ariana, os brancos, e consideravam que esse era o padrão do ser
humano, baseado em um caucasiano e de origem germânica. As
pessoas que os apoiavam, acreditavam que um império deveria ser
organizado, chamado de lebensraum, o espaço vital nazista, com a
finalidade de abrigar a raça ariana, exterminar os judeus e escravizar os
povos eslavos. Esse território constituiria o Terceiro Reich (Reino).
Os Nazistas tinham desprezo por tudo que fosse considerado moderno
na época, principalmente as artes, como música, cinema e teatro, e até
mesmo a modernidade na ciência. Por essa razão, eles procuravam
sempre abolir manifestações artísticas e culturais que fossem
modernas, e estudos modernos científicos, eram proibidos. E inclusive,
a educação da infância e da juventude, era arquitetada para que todos
tivessem um pensamento crítico formado de que, somente quem
pertencesse a raça ariana seria digno.
Outra oposição que fez parte da ideologia Nazista, foi o antimarxismo,
ou seja, a discordância com as ideias de Karl Marx, sendo sempre
evidenciada a aversão do Nazismo quanto ao socialismo, à União
Soviética e ao Bolchevismo – Sistema Político-Social Russo.
Em 6 de abril de 1920, Hitler anunciou que os judeus deveriam ser
exterminados, e afirmou ainda, que: “o bacilo que atingia a sociedade
alemã deveria ser aniquilado”, ameaça na qual já havia sido feita pelo
Nazista em vários outros momentos.
Hitler ordenou que fossem implementadas ações militaristas. Para
começar, foram criadas as SA ("Sturmapteilungen"), ou Divisões de
Assalto, uma espécie de milícia particular nazista. Esta era composta
por desempregados, ex-militares, desajustados de qualquer espécie, e
ainda, criminosos comuns, que espalhavam o terror junto a Elite de
Hitler, por meio da surra, da tortura e do assassinato. Por conta de o
grupo ter saído do controle dos líderes, foi necessário a criação de uma
nova instituição, a SS (Schutzstafell), ou Tropas de Proteção, um grupo
de elite que contava com homens selecionados e disciplinados.
A partir de 1929, a SS Armada obteve uma enorme expansão. Em
1939, passou a absorver a Gestapo, polícia secreta Nazista, juntamente
com a qual comandaria os campos de concentração e extermínio nos
países ocupados.
Então em um geral, suas principais características eram: o
antissemitismo, estado com poder absoluto, eugenia, proibição do livre
mercado, o desprezo à democracia liberal, a proibição da liberdade de
expressão, a exaltação de guerras e eugenia. E ainda:

 Nacionalismo: que colocava os interesses da nação como


primordiais;

 Militarismo: radicando na ação militar a solução para os


problemas econômicos e sociais do país, principalmente a
garantia da estabilidade da ordem social;

 Autoritarismo: restringindo a participação política e centrando o


poder na figura de um líder;

 Anticomunismo: apontando os comunistas como responsáveis


pelos problemas sociais;

 Idealismo e Romantismo: estimulando a irracionalidade como


meio de adesão às propostas políticas de solução dos problemas
nacionais.

Esse governo totalitário é considerado o principal motivo do início da


Segunda Guerra Mundial, por conta da revolta de Hitler contra a
Polônia, franceses e britânicos declararam que iniciariam uma guerra se
os povos germânicos os atacassem. A partir disso, a Alemanha invadiu
a Polônia e isso foi o grande marco da Segunda Guerra Mundial, conflito
que se estendeu até 1945, somente finalizado quando os alemães
anunciaram sua rendição, em maio de 1945. Antes disso acontecer,
Hitler cometeu suicídio.
O Nazismo perdeu muita força por conta de sua derrota com o fim da
guerra, mas ainda não foi abolido completamente. Atualmente é
conhecido como neonazismo, e vem sendo muito defendido em
discursos e protestos o tempo todo e em todo lugar.
B) Integralismo.

O Integralismo foi um movimento político conservador e de extrema-


direita, inspirado pelo Fascismo e pelo Nazismo, que surgiu no Brasil
em 1932, tendo como principal líder o Jornalista Plínio Salgado (1895-
1975) e foi fundado com o nome de Ação Integralista Brasileira (AIB).
A maior diferença entre esses movimentos, é que o Fascismo e o
Nazismo seguiam um caminho onde o racismo estava sempre presente
em suas perspectivas. Já o Integralismo não tinha uma intenção racista,
e ainda, era a favor da miscigenação formadora da sociedade brasileira.
O Integralismo era contra os princípios da democracia e defendia um
estado que obtivesse poder centralizado para proteger os interesses e
valores brasileiros, defendendo também a existência de somente um
partido, combatendo qualquer oposição política ao mesmo. Seu lema
era “Deus Pátria e Família”, e seus principais líderes eram além de
Plínio Salgado, Gustavo Barroso e Miguel Reale.
Dentre os conceitos do Integralismo, os principais são: o cristianismo, o
corporativismo político, unidade nacional, a abolição do
pluripartidarismo, a perseguição aos comunistas, o fim do capitalismo
especulativo e a ascensão de um forte líder político.
Baseia-se na idealização de um estado subordinado moralmente ao
catolicismo, tendo como lema “Deus, Pátria e Família”, e foi fundado
como forma de oposição ao liberalismo e ao socialismo. A palavra
“Deus”, era para indicar a influência religiosa cristã dos Integralistas,
estando em primeiro lugar porque acreditavam ser ele quem tinha poder
sobre o destino dos povos. A Pátria era pra significar “nosso lar”, com o
propósito de apresentar uma unidade população brasileira dentro do
território, para se opor à divisão de classes na sociedade, e com isso,
atingir essa unidade por intermédio da Constituição de um Estado
Integral, que desempenharia a função de tornar proporcional os
diferentes interesses contidos na sociedade. E então, o termo “Família”,
que representa o “início e fim de tudo”, ou seja, a segurança de
preservação da tradição da organização social do Integralismo.
É simbolizado pela letra grega sigma (∑), que significa o somatório de
termos infinitamente pequenos, ou seja, a partir da integração social
brasileira tendo uma menor instituição da sociedade e tendo o estado
forte para tomada do eixo, a sociedade se integraria e o Brasil se
fortaleceria. e essa ideia de somatório dos indivíduos sob sua doutrina é
a base do Integralismo.
Em relação as suas simbologias e a forma como se expressavam
politicamente, seus trajes possuíam características militares, eram da
cor verde-oliva, de punhos e colarinhos abotoados, a bandeira com a
letra grega sigma (∑) e uma saudação típica “anauê” do vocábulo tupi,
muito semelhante à do Nazismo, que significa “você é meu irmão”,
praticada com o braço direito estendido, que era uma expressão
utilizada como forma de cumprimento. Usavam a justificativa de que
indivíduos uniformizados deixam de ser evidentes as diferenças sociais
entre seus integrantes. E por conta dessa vestimenta com essas
características específicas que eles usavam, os fez ficarem conhecidos
como “camisas verdes”, ou ainda, por seus adversários, eram
chamados de “galinhas verdes”.
O Integralismo deve ser considerado uma ação social e relacionado
apenas com um movimento político, já que se difere de um partido
político. Existe essa diferença porque, um partido político é guiado por
um programa, ou seja, um projeto dos elementos que são desejados a
se realizar em um tempo determinado. Já o Integralismo é direcionado
por uma doutrina, que é um conjunto de princípios filosóficos, morais e
científicos, onde existe um sistema político por tempo indeterminado.
Os partidos políticos possuem interesses parciais de um grupo de
eleitores com base em um programa destinado à duração dos mandatos
daqueles que são eleitos. Já o Integralismo prioriza os desejos da nação
e é guiado por uma doutrina pregando uma renovação política,
econômica, financeira, cultural e moral. Seu objetivo era estruturar uma
grande Pátria dentro de uma Doutrina que se constituísse de
embasamentos estabelecidos desde as concepções do Mundo e do
Homem até às dos fatores materiais econômicos, e era contra o Brasil
ser dividido em partidos onde haveriam pessoas de torcidas de vários
lados, pois para esse movimento, a nação não deveria ser uma
comunidade unida apenas pela origem ou raça, e sim, deviam integrar-
se em uma associação de interesses iguais e possuindo os mesmos
propósitos.
Esse movimento era contra o comunismo, e ainda, o antissemitismo
(preconceito contra judeus) foi algo que também fez parte do movimento
Integralista, pois eles afirmavam que os judeus participavam de uma
conspiração de dominação global, e acreditavam nisso principalmente,
devido ao livro chamado “Os protocolos dos sábios de Sião”.
Havia uma constante discordância da parte do Integralismo, que
contestava o liberalismo, o anarquismo e o comunismo. Desse modo,
muitas disputas foram ocasionadas na década de 1930 entre
comunistas e integralistas. O governo de Vargas assemelha-se
inicialmente aos integralistas por ser nacionalista e autoritário, e durante
esse período o movimento realizou manifestações na qual obtiveram
sucesso e atingiram um grande número de pessoas, e foram elegidos
inclusive, muitos vereadores, prefeitos e deputados estaduais com um
total de 250 mil votos no ano de 1936.
Entretanto, com o golpe de estado de 1937 e o início da instituição do
Estado Novo, respectivamente ocorridos por Getúlio Vargas, o mesmo
passa a estabelecer uma certa repressão aos Integralistas e aos
Comunistas abolindo os dois partidos políticos e fazendo com que se
tornassem clandestinos. Com isso, foi realizado o “Levante Integralista
de 1938” ou também conhecido como “Intentona Integralista”, um
levante armado contra o governo de Vargas em 11 de maio de 1938,
porém seu resultado foi de insucesso e os integrantes da manifestação
foram presos.
Plínio Salgado, ainda que não tenha participado do ataque, foi exilado e
manteve-se em Portugal até 1946. E com isso, as prisões dos
integrantes da elite e o exílio de Plínio, foram algumas das principais
razões da decadência do Integralismo, que até hoje se encontra com
menor força e número de militantes. No Regresso ao Brasil, Plínio criou
o “Partido da Representação Popular (PRP), na qual ele foi eleito, em
1958, Deputado Federal pelo estado do Paraná.
A partir desse período, os Integralistas não obtiveram mais um número
considerável de apoio da sociedade. O movimento tentou incorporar-se
na sociedade atual do Brasil, com o nome de “Frente Integralista
Brasileira”, conservando os mesmos conceitos da “Ação Integralista
Brasileira” e ressaltando a integração social e a miscigenação das
raças, mas ainda com a tentativa prosseguir com a corporação
recentemente no Brasil, não conseguiram alcançar mais uma
quantidade relevante de adeptos.
C) Definições dos Conceitos Totalitários.

 Populismo: foi um termo utilizado pelos historiadores para


explicar fenômenos políticos que ocorreram, sobretudo na
América Latina. Ocorreu durante boa parte do século XX e foi
criado pelo Pisistratus, no Império Romano;

 Totalitarismo: foi um regime político baseado no controle dos


indivíduos de uma sociedade, da vida pública e privada, no
nacionalismo e no forte militarismo, tendo ocorrido em alguns
países da Europa. Surgiu na Itália, século XX e foi criado por
Benito Mussolini;

 Comunismo: é uma ideologia política, social e econômica que


defende uma sociedade com direitos iguais, opositora ao
capitalismo, que tem como maior objetivo, o lucro. Surgiu no
século XIX e foi criado por Karl Marx, na França;

 Liberalismo: é um conjunto de pensamentos conceituais políticos


e uma doutrina econômica que defendem a liberdade individual
como princípio básico, ou seja, era contra a intervenção do estado
na economia. Surgiu no século XVIII e foi criado por John Locke;

 Fascismo: é entendido pelos políticos e historiadores como uma


forma de expressão radical da direita conservadora classificar as
diferentes posições políticas representadas em uma determinada
região. Surgiu no século XX, criado por Benito Mussolini, na Itália;
 Nazismo: o Nazismo foi uma ideologia de extrema-direita e
militarista que surgiu na Alemanha, em 1920, após o período da
Primeira Guerra Mundial, liderado pelo austríaco Adolf Hitler;

 Socialismo: o Socialismo é um sistema político que propõe a


igualdade para toda a sociedade. Defende distribuição igualitária
de renda, extinção da propriedade privada, socialização dos meios
de produção, economia planificada e, além disso, a tomada do
poder por parte do proletariado. Surgiu na Europa, século XVIII, e
foi criado por Karl Marx e Friedrich Engels;

 Anarquismo: é um sistema político, filosófico e ideológico que


defende a inexistência de governo e de qualquer autoridade,
incluindo o fim do capitalismo. Surgiu na França, no século XIX,
criado por Pierre-Joseph Proudhon.

D) Gêneros/Movimentos Musicais.

 Beethoven:

O Nazismo se apropriou sistematicamente diante da música de


Beethoven para fins de seu partido político. Após o período da guerra,
ditadores e ativistas usaram as obras do gênio musical.
Em 1945, a ópera “Fidelio”, de Ludwig Van Beethoven, foi ouvida em
Viena como simbologia de libertação. Os opositores da Alemanha
Nazista, haviam obtido sucesso ao vencer a guerra. Sete anos antes, a
“ópera da vitória” havia sido celebrada pela elite de Hitler.
A música de Ludwig Van Beethoven adaptou-se a trajetória de vários
ditadores e lutadores pela liberdade em todo o mundo, e serviu para
estes, para confirmar suas respectivas visões políticas.
O regime Nazista usou “Beethoven” como propaganda sistemática.
Hitler estava interessado nos atributos concedidos pelo compositor e à
pessoa Ludwig Van Beethoven, considerado um herói que tinha
superado sua surdez, e claro, um grande músico alemão. A música
representava ainda, valores da Revolução Francesa, como liberdade,
igualdade e fraternidade, e isso não influenciou na escolha do regime
Nazista de propagar seu sistema político através da música.
O Nazismo, decidiu se vincular, no aspecto musical, a antigas tradições:
com carros-chefe como Beethoven e Wagner. O Ministro de
Propaganda do Nazismo, Joseph Goebbels, fundou a Câmara de
Cultura do Reich, e seu primeiro presidente foi o compositor Richard
Strauss, que foi uma figura cultural para ditadura.
Com a criação do Reich, em 1871, o imperador Guilherme 1° destinou o
caminho para o uso da cultura e da música para fins do governo, e
desfez a visão de que música e política são fatores distantes, sendo que
o reconhecimento internacional de compositores aliados ao Nazismo,
favoreceram as ideologias do imperador.
A música alemã era ainda, transmitida nas colônias na África e na
China, com o principal propósito de convencer as culturas estrangeiras
sobre o valor da cultura alemã.
O regime Nazista continuou prosseguindo com essa tradição e passou a
ser parte de seu sistema político. As músicas alemãs começaram a ser
tocadas também no exterior, Brasil, Chile, e eram divulgadas como
“Orquestra de Reich”, sempre com o intuito de popularizar o Nazismo e
o sistema político da Alemanha para os povos serem influenciados de
forma a pensar que o poder supremo estava concentrado nessa elite.
Maestros como Wilhelm Furtwangler e Herbert Von Karajan levaram as
obras orquestrais de Beethoven para os grandes concertos do mundo.
Durante a Segunda Guerra Mundial, pianistas como Elly Ney, Wilhelm
Kempff e Walter Gieseking ofertaram concertos de propaganda e
fortaleceram a resistência das tropas na frente de batalha com as
sonatas para piano de Beethoven.
Com isso, as nações estavam culturalmente divididas, pois por um lado,
rejeitavam as sinfonias alemãs na batalha, mas por outro, tocavam
exatamente essa música nos protestos.
Após o fim da Segunda Guerra Mundial, houve uma disputa entre a
Alemanha Ocidental e a Alemanha Oriental em relação ao direito de
apropriar-se da canção de Beethoven. Na Alemanha que possuía
regime comunista, Beethoven era visto como um pioneiro do socialismo.
Já a Alemanha Ocidental preocupava-se com a desnazificação, na qual
o maestro Wilhelm Furtwangler assumiu sua responsabilidade.
Após o período de Guerra, a Nona sinfonia de Beethoven foi adequada
politicamente em todo o mundo. Os governantes do antigo regime de
apartheid da Rodésia, atual Zimbáue, usaram o quarto movimento como
hino nacional na década de 1970. Durante o período da ditadura militar
mulheres se manifestaram com a “Ode à Alegria” Pela libertação de
presos políticos. Em junho de 1989 estudantes da China Cantaram a
“Ode” durante seus protestos na praça da Paz Celestial. Leonard
Bernstein conduziu a “Nona” em 1989, quando caiu o muro de Berlim.
Na esteira da reunificação os políticos cantaram a “Ode”. A nona
sinfonia de Beethoven é também o hino nacional da união europeia,
com os seus valores de paz, liberdade e solidariedade.

 Bossa Nova:

Foi um movimento musical que ocorreu no final dos anos 50, com forte
influência do samba carioca e do jazz norte-americano.
A bossa nova surgiu na fase do processo de urbanização e
industrialização no Brasil, no governo de Juscelino Kubitschek (1902-
1976). Nessa época, estavam em ênfase o Plano de Metas e a Política
Desenvolvimentista, realçados pelo lema "cinquenta anos em cinco",
que tinha o objetivo de crescimento econômico no país. Os envolvidos
nesse movimento eram jovens da classe média carioca, que tinham o
propósito de experimentar e inovar nas composições.
Um dos maiores representantes de Bossa Nova era João Gilberto, que
faz um lançamento em 1958 na qual o estilo musical é consolidado.
O movimento terminou em 1966 e posteriormente surgiu o estilo de
MPB (Música Popular Brasileira), que se baseava no Bossa Nova.
Porém o término do movimento não denota o fim da criação musical, e
inclusive, muitos compositores e músicos nos dias atuais fazem
referência do Bossa Nova em suas canções, buscando unir os tons
melódicos e o samba brasileiro.
O termo “Bossa” era uma expressão de sentido figurado para se referir
a um “jeito de fazer as coisas”, e assim, os artistas passaram a utilizar o
termo “bossa nova” para indicar que estavam compondo e cantando de
uma nova forma.

 Principais Características de Bossa Nova:

 Tom coloquial na voz;


 Temas cotidianos;
 Voz mais baixa, quase como sussurros;
 Harmonias de samba;
 Invenções melódicas de jazz.

Dentre as músicas correspondentes a esse movimento, as principais


eram “Garota de Ipanema”, composta por Vinícius de Moraes e Antônio
Carlos Jobim em 1962. “Chega de Saudade”, composta pela dupla Tom
e Vinícius. E a música que marcou o fim do movimento, “Arrastão”, de
Vinícius de Moraes e Edu Lobo.

Entre outras que também fizeram parte do movimento:


Eu Sei Que Vou Te Amar, Se Todos Fossem Iguais a Você, Águas de
março, Samba de uma nota só, O barquinho, Desafinado, Outra Vez,
Coisa mais linda, Corcovado, Insensatez, Maria Ninguém, O Pato, Lobo
Bobo, Saudade fez um Samba, dentre outras.
Dentre os músicos e compositores que pertenceram ao movimento, os
principais são:
 Dorival Caymmi
 Edu Lobo
 Francis Hime
 Marcus Valle
 Paulo Valle
 Carlos Lyra
 Ronaldo Bôscoli
 Nara Leão
 Bebel Gilberto
 Baden Powell
 Nelson Motta
 Wilson Simonal

- Curiosidades sobre o movimento Bossa Nova:


 Em 2005, a música Garota de Ipanema foi considerada, pela
Biblioteca do Congresso norte-americano, como uma das 50
grandes obras musicais da humanidade;
 O Dia Nacional da Bossa Nova é comemorado em 25 de janeiro,
data de aniversário de Tom Jobim;
 Tom Jobim foi considerado o maior expoente de todos os tempos
da música brasileira pela revista Rolling Stone.
E) Semana de Arte Moderna.

A Semana de Arte Moderna foi uma manifestação artístico-cultural que


ocorreu no Theatro Municipal de São Paulo entre os dias 13 a 18 de
fevereiro de 1922.
O evento reuniu diversas apresentações de dança, música, recital de
poesias, exposição de obras - pintura e escultura - e palestras.
O objetivo dos artistas que participaram dessa exposição, era propor
uma nova visão de arte, a partir de uma estética inovadora inspirada
nas vanguardas europeias, e romper os parâmetros que vigoravam nas
artes em geral. O evento impressionou muitas pessoas e atingiu a
finalidade de expor essa diferente visão quanto aos processos artísticos,
outras maneiras de sentir, ver e fruir a arte, trazendo também uma
apresentação típica “mais brasileira”. Ocorreu uma ruptura com a arte
acadêmica, o que contribuiu para uma mudança estética e para o
Movimento Modernista no Brasil.
Mário de Andrade foi uma das principais figuras e o principal articulador
da Semana de Arte Moderna, tendo como os outros dois organizadores,
Oswald de Andrade e o artista plástico Di Cavalcanti.

- As principais características da Semana de Arte Moderna foram:


 Ausência de formalismo;
 Ruptura com academicismo e tradicionalismo;
 Crítica ao modelo parnasiano;
 Influência das vanguardas artísticas europeias (futurismo,
cubismo, dadaísmo, surrealismo, expressionismo);
 Valorização da identidade e cultura brasileira;
 Fusão de influências externas aos elementos brasileiros;
 Experimentações estéticas;
 Liberdade de expressão;
 Aproximação da linguagem oral, com utilização da linguagem
coloquial e vulgar;
 Temáticas nacionalistas e cotidianas.
Em 1922, no período em que a independência do Brasil estava
completando cem anos, o país estava vivenciando diversas
modificações sociais, políticas e econômicas (advento da
industrialização, fim da Primeira Guerra Mundial). Com isso, surgiu a
necessidade de instituir uma nova estética dentro da sociedade, e então
foi criada a “Semana de Arte Moderna”.
A maioria dos artistas integrados na manifestação eram descendentes
das oligarquias cafeeiras de São Paulo, que junto aos fazendeiros de
Minas, formavam uma política que ficou conhecida como “Café com
Leite”. Essa foi uma razão que influenciou e motivou muito para a
realização do evento, visto que, obteve apoio do governo de
Washington Luís, que na época era governador do Estado de São
Paulo. Inclusive, muitos dos artistas envolvidos, que já haviam viajado
ou estudado na Europa, trouxeram para o Brasil diversas tendências
artísticas daquela cultura, que era inovadora para o país, o que
correspondia aos objetivos do movimento de transparecer artes
diferenciadas. Assim foi se formando o movimento modernista no Brasil.
Dessa forma, São Paulo revelava, em confronto com o Rio de Janeiro,
novos horizontes e uma imagem de protagonismo na cena cultural
brasileira.

Para Di Cavalcante, a semana de arte:


“Seria uma semana de escândalos literários e artísticos, de meter os
estribos na barriga da burguesiazinha paulista”.

Então, diante de todo esse cenário, durante os dias 13, 15 e 17 de


fevereiro de 1922, foi realizada essa manifestação artística, política e
cultural que reuniu jovens artistas irreverentes e contestadores.
O evento foi inaugurado por intermédio de uma palestra ministrada pelo
escritor Graça Aranha: “A emoção estética da Arte Moderna”, onde
ocorreram na sequência, uma série de apresentações musicais e
exposições artísticas. O evento obteve uma grande quantidade de
pessoas que foram prestigia-lo.
No segundo dia de evento, ocorreu uma apresentação musical e uma
palestra ministrada pelo escritor e artista plástico Menotti del Picchia.
Houve também a leitura de um poema de Manuel Bandeira, chamado
“Os Sapos”, porém quem realizou a leitura foi o poeta e político
brasileiro Ronald de Carvalho, pois Bandeira encontrava-se em uma
crise de tuberculose. Esse poema retratava a crítica à poesia
parnasiana, o que gerou uma indignação do público e resultou em
muitas vaias, sons de latidos e relinchos.
No terceiro e último dia de evento, o teatro estava mais vazio em
comparação aos outros dias. Houve uma apresentação musical com
mistura de instrumentos. A apresentação foi exibida pelo carioca Villa
Lobos, que subiu ao palco vestindo casaca e calçando em um pé
sapato e no outro um chinelo. Resultou também em vaias e indignação,
por razão de que o público interpretou aquilo como se fosse uma
afronta, entretanto após isso, foi explicado que o artista estava com um
calo no pé e por isso estava trajado daquela maneira.

- Principais artistas da Semana de Arte Moderna:

 Arquitetos: Antonio Moya e Georg Przyrembel;

 Escritores: Afonso Schmidt, Agenor Barbosa, Álvaro Moreyra,


Elysio de Carvalho, Graça Aranha, Guilherme de Almeida, Luiz
Aranha, Mario de Andrade, Menotti del Picchia, Oswald de
Andrade, Ronald de Carvalho, Sérgio Millet, Tácito de Almeida;

 Escultores: Wilhelm Haarberg, Hildegardo Leão Velloso, Victor


Brecheret;

 Músicos: Alfredo Gomes, Ernani Braga, Fructuoso Viana,


Guiomar Novais, Heitor Villa-Lobos, Lucília Guimarães, Paulina de
Ambrósio;
 Pintores: Anita Malfatti, Antonio Paim Vieira, Emiliano Di
Cavalcanti, Ferrignac, John Graz, Vicente do Rego Monteiro, Yan
de Almeida Prado, Zina Aita.

A Semana de Arte Moderna trouxe grande repercussão e críticas ao


movimento, por motivo de que algumas apresentações causaram
desconfortos ou não foram bem claras de qual proposta queriam
expressar. Os artistas envolvidos chegaram a ser comparados com
doentes mentais e loucos. Com isso, ficou evidente que faltavam alguns
aspectos e uma melhor preparação para que a apresentação dos
modelos artísticos fosse interpretada da maneira correta.
Monteiro Lobato foi um dos escritores que atacou com bastante
empenho as ações da Semana de 22. Inclusive, já havia sido publicado
por ele, um artigo realizando uma crítica as obras de Anita Malfatti em
uma exposição dela, exibida em 1917:

“Há duas espécies de artistas. Uma composta dos que vêem


normalmente as coisas (..) A outra espécie é formada pelos que vêem
anormalmente a natureza e interpretam-na à luz de teorias efêmeras,
sob a sugestão estrábica de escolas rebeldes, surgidas cá e lá como
furúnculos da cultura excessiva. (...) Embora eles se dêem como novos,
precursores de uma arte a vir, nada é mais velho do que a arte anormal
ou teratológica: nasceu com a paranóia e com a mistificação(...) Essas
considerações são provocadas pela exposição da senhora Malfatti onde
se notam acentuadíssimas tendências para uma atitude estética forçada
no sentido das extravagâncias de Picasso e companhia.”

Após a Semana de Arte Moderna, período que ficou conceituado como


um dos marcos mais importantes da história cultural do Brasil, foram
criadas inúmeras revistas, movimentos e manifestos.
Vários grupos de artistas se uniram com o propósito de exteriorizar esse
novo modelo. Dentre eles, os principais foram:
 Revista Klaxon (1922)
 Revista Estética (1924)
 Movimento Pau-Brasil (1924)
 Movimento Verde-Amarelo (1924)
 A Revista (1925)
 Manifesto Regionalista (1926)
 Terra Roxa (1927)
 Outras Terras (1927)
 Revista de Antropofagia (1928)
 Movimento Antropofágico (1928)

Em relação as influências da Semana de Arte Moderna para Santa


Catarina, esses reflexos do movimento no estado não foram imediatos,
levaram cerca de 30 anos. O historiador Rodrigo Rosa, da FCC
(Fundação Catarinense de Cultura), conta que o Estado era
considerado referência nas artes no final do século 19. Na literatura,
escritores como Virgílio Várzea, Luís Delfino e Cruz e Sousa, eram
figuras nacionais, assim como Vitor Meirelles, nas artes plásticas.
Porém, segundo Rosa: “Santa Catarina era um Estado provinciano e
pouco aberto a novidades”.
Durante as duas primeiras décadas do século XX existia uma elite
intelectualizada devota às linguagens clássicas, que controlava a
entrada de novas ideias em Santa Catarina.
“O grupo era fechado a movimentos que pudessem romper com o
classicismo. Sendo assim, a Semana de 1922 não repercute em Santa
Catarina. São nomes como Altino Flores e Othon Gama d’Eça”,
esclarece Rodrigo.
A Semana de 1922 não influencia de forma instantânea em Santa
Catarina, entretanto, por volta da década de 1950, surge uma nova
geração que traz maior relevância cultural e intelectual ao Estado.
As ideias publicadas na Semana da Arte Moderna, chegam em Santa
Catarina na década de 1950, por intermédio do “Grupo Sul”. O grupo
era formado por jovens entre 25 e 30 anos, a maioria sem formação
acadêmica, com o intuito de modificar os parâmetros tradicionalistas das
artes. Algumas das pessoas que faziam parte do grupo eram Salim
Miguel, Eglê Malheiros, Armando Carreirão, Silveira de Souza, Ody
Fraga, Walmor Cardoso da Silva e Aníbal Nunes Pires. E em um
segundo momento, os artistas Martinho de Haro e o escritor Guido
Wilmar Sassi, Silveira de Souza e Adolfo Boos Júnior.
“Eles adotam uma linguagem mais popular e vão dialogar com os
conceitos do eixo Rio-São Paulo”, diz Rosa. O grupo contribuiu,
inclusive, para a criação do Museu de Arte Moderna de Santa Catarina,
hoje chamado Masc (Museu de Arte de Santa Catarina).
Em uma entrevista realizada com Salim Miguel, o escritor constatou que
“na época da Semana de 1922, Florianópolis era muito bonita, mas
culturalmente estava parada no tempo”.
“Os efeitos da Semana foram sentidos imediatamente no Rio de Janeiro
e em Minas Gerais, mas levou muito tempo para que as ideias
chegassem a Santa Catarina.”
Para Salim, a Semana de Arte Moderna foi um movimento
revolucionário não apenas no meio artístico, mas também impactou o
meio político do Brasil da época.
A ação do Grupo Sul em Santa Catarina foi ocasionada em vários
aspectos artísticos. No teatro, com a montagem de peças de George
Bernard Shaw, Pirandello e Sartre. Nas artes plásticas, com exposições
de arte moderna em Florianópolis. No cinema, com a criação do Clube
do Cinema de Florianópolis, que incentivaria a produção do chamado
primeiro longa-metragem catarinense, o “Preço da Ilusão”, de 1958. E,
principalmente, na Literatura, com a publicação da “Revista Sul”, que
teve mais de 20 edições.
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