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RESOLUÇÃO Nº 5.

232, DE 03 DE OUTUBRO DE 2022

Regulamenta a concessão da Medalha Cruz de Sangue


aos integrantes da Polícia Militar de Minas Gerais.

O CORONEL PM COMANDANTE–GERAL DA POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS, no


uso das atribuições que lhe são conferidas pelo inciso III do § 1º do art. 93 da Constituição
do Estado de Minas Gerais, de 21 de setembro de 1989, c/c o art. 28 da Lei Delegada nº
174, de 26 de janeiro de 2007, e art. 1º- A, incisos II e III, do Decreto nº 48.437, de 09 de
junho de 2022, em conformidade com os incisos I, alínea “l”, e XI do art. 6º do R-100,
aprovado pelo Decreto Estadual nº 18.445, de 15 de abril de 1977,

RESOLVE:

Art. 1º – Fica instituída a Medalha Cruz de Sangue, destinada a condecorar os policiais


militares do Estado de Minas Gerais que, no desempenho da função ou em razão dela,
tenham sofrido lesões graves, gravíssimas ou falecido em virtude de lesões decorrentes de
atos excepcionais na prática de ação meritória.
Parágrafo único – Para a concessão serão considerados o desprendimento, a coragem, o
nível de risco, o grau das lesões e a voluntariedade na assunção do risco por parte dos
policiais militares.

Art. 2º – A Medalha Cruz de Sangue terá 3 (três) graus, sendo:


I – grau bronze: concedida aos policiais militares cujas lesões de que trata o art. 1º tenham
resultado em incapacidade temporária, por mais de trinta dias, para as ocupações habituais,
perigo de vida, debilidade permanente de membro, sentido ou função e aceleração de parto;
II – grau prata: concedida aos policiais militares cujas lesões de que trata o art. 1º tenham
resultado em perda ou inutilização do membro, sentido ou função, ou incapacidade definitiva
para o trabalho;
III – grau ouro: concedida post mortem aos policiais militares cujas lesões que trata o art. 1º
resultaram em morte.

Art. 3º – A medalha será outorgada pelo Comandante-Geral, precedida de deliberação da


Comissão Permanente de Medalhas (CPMed), mediante proposta do Comandante da
Unidade de Direção Intermediária (UDI) a que o militar indicado ao agraciamento da
comenda estiver subordinado ou do Chefe do Estado-Maior da Polícia Militar.
§ 1º – A proposta aludida no caput tem por finalidade a aferição das circunstâncias a que se
refere o art. 1º desta Resolução e será, obrigatoriamente, respaldada de apuração no
âmbito da Unidade de lotação dos policiais militares.
§ 2º – A autoridade competente para propositura da proposta, no prazo máximo de 15
(quinze) dias, após a solução do Atestado de Origem, determinará a instauração de
procedimento administrativo apuratório, o qual seguirá o rito do Manual de Processos e
Procedimentos Administrativos das Instituições Militares de Minas Gerais (MAPPA),
instituído pela Resolução Conjunta n. 4.220, de 28 de junho de 2012.
§ 3º – A proposta deverá ser instruída com cópia do Atestado de Origem, do Procedimento
Administrativo e de prévio parecer do Conselho de Ética e Disciplina Militar da Unidade
(CEDMU), cujos autos deverão ser remetidos à CPMed no prazo máximo de 15 (quinze)
dias após a solução do Procedimento Administrativo Apuratório.
§ 4º – Para a concessão da Medalha Cruz de Sangue não se aplica o art. 13 do Decreto nº
42.843, de 16 de agosto de 2002, e suas alterações.

Art. 4º – Caberá à CPMed emitir parecer constituído da aferição do mérito, amoldado ao


caso concreto e circunstâncias a que se refere o artigo 1° desta Resolução.
Parágrafo único – Para atestar o grau dos ferimentos, a Comissão Permanente de Medalha
poderá convocar, extraordinariamente, oficiais do Quadro de Oficiais de Saúde (QOS) para
compor a Comissão.

Art 5º – A entrega da medalha, barreta, roseta e diploma será efetuada pelo


Comandante-Geral, ou autoridade delegada por ele, em ato solene militar a ser realizado na
Unidade de lotação do policial militar.
§ 1º – A medalha concedida a título póstumo será entregue ao viúvo (a) ou aos herdeiros
legais do policial militar, pela ordem de sucessão, em ato solene a ser realizado pela última
Unidade de lotação do policial militar, na forma estipulada no caput.
§ 2º – Novas concessões no mesmo grau serão distinguidas com a afixação de outra cruz
na barreta da medalha, no limite de 03 (três) cruzes, e na proporção do espaço da barreta,
cabendo à autoridade concedente sua confecção com as respectivas distinções.
§ 3º – A Medalha Cruz de Sangue será numerada de forma sequencial e individualizada,
cujo controle será realizado pela Diretoria de Recursos Humanos (DRH) em registro próprio.

Art. 6° – A Medalha Cruz de Sangue será usada obrigatoriamente:


I – nos uniformes de gala;
II – nas paradas e desfiles das grandes datas cívicas, qualquer que seja o uniforme
determinado;
III – por ocasião de solenidades eventuais, se determinado pela autoridade competente.
§ 1° – A barreta será usada em substituição à Medalha, nos uniformes de cerimônia,
passeio e trânsito, conforme disciplina o Regulamento de Uniformes e Insígnias da Polícia
Militar de Minas Gerais.
§ 2° – Nos casos de concessões no mesmo grau, prevista no art. 5º, § 2º, fica restrita a
utilização da barreta correspondente à última concessão, sendo vedado o uso de duas
barretas do mesmo grau da comenda.
§ 3° – A roseta correspondente à Medalha de Cruz de Sangue será usada nas vestes civis,
a critério do agraciado, fixada na lapela esquerda do traje.

Art. 7º – Perderá o direito ao uso, devendo restituí–la, os policiais militares que tenham
praticado ou venham a praticar qualquer ato contrário à dignidade ou ao espírito da
comenda.
§ 1º – Na situação prevista no caput, o fato deverá ser comunicado à CPMed para fins de
análise e deliberação, devendo emitir parecer ao Comandante-Geral.
§ 2º – Compete ao Comandante-Geral decidir sobre a perda do direito ao uso, casos em
que a administração militar determinará a restituição da comenda, devendo o policial militar
devolver a medalha, bem como a barreta, a roseta e o diploma à administração da Unidade
em que estiver lotado.
§ 3º – As medalhas devolvidas à administração da UDI deverão ser encaminhadas à DRH
da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), as quais constituirão peça do acervo relativo à
condecoração.

Art. 8º – A Medalha Cruz de Sangue, a fita, a barreta e a roseta terão as seguintes


especificações:
I – a Medalha, cunhada em metal nobre de cor ouro velho, com 3 mm de espessura, será
composta pelos seguintes desenhos:
a) anverso: uma cruz templária esmaltada na cor dourada (R:212 G:175 B:55), com 50mm
de largura por 50mm de altura, sobreposta por outra cruz na cor vermelha metálica (R:255
G:0 B:0), com detalhes em circunferências na cor preta, com 47,5mm de largura por
47,5mm de altura;
b) a cruz será sobreposta a um conjunto estilizado de ramos de louro, do tipo três folhas
entrelaçadas, na cor dourada, o qual circundará os quatro braços da cruz, na dimensão de
37mm de largura por 31mm de altura;
c) sobreposto à cruz, haverá três círculos na cor dourada, com 25mm, 24mm e 22mm de
diâmetro, respectivamente, com detalhes em alto relevo e borda na cor dourada. Sobreposto
a esses, haverá outro círculo, também na cor dourada, com 20,5mm de diâmetro, inserido
sobre este a efígie do Alferes Tiradentes e um triângulo equilátero na cor prata (R:192 G:192
B:192), em referência ao patrono da PMMG e ao Estado de Minas Gerais. Nas dimensões
de 13mm de largura por 13mm de altura, este conjunto está ladeado pelas inscrições “CRUZ
DE SANGUE” e “POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS”, em fonte Franklin Gothic Heavy,
tamanho 5pt, e por duas estrelas também na cor prata, cada uma com 1,6mm de largura por
1,5mm de altura;
d) o verso da medalha receberá numeração sequencial e individualizada, e terá grafado o
trecho do juramento do PMMG que representa o espírito da comenda, qual seja: “MESMO
COM O SACRIFÍCIO DA PRÓPRIA VIDA.”
II – a fita da medalha será confeccionada em tecido gorgurão, com 50mm de comprimento,
composta por três listras verticais, nas cores vermelha e preta, sendo a listra central mais
larga em relação às listras laterais. A listra central, na cor vermelha, terá 20mm de largura, e
as duas listras das extremidades, na cor preta, medirão 7,5mm cada uma, perfazendo
35mm de largura total. Na parte superior da fita haverá um retângulo de metal, com 35mm
de largura por 7mm de altura, nas cores dourada, prateada ou brônzeo, que representarão
os graus da comenda.
III – a barreta será composta nas cores e disposições da fita, confeccionada em latão,
recoberta em tecido com aplique, com 35mm de comprimento por 10mm de altura, tendo ao
centro uma listra vermelha com 20mm de largura e duas listras pretas com 7,5mm em cada
uma das extremidades. No centro da barreta será afixada uma cruz com características
similares à cruz da medalha. A barreta será circundada por uma borda nas cores dourada,
prateada ou brônzeo, que representarão os graus da comenda.
IV – a roseta, confeccionada em formato circular, com dimensões de 11 mm de diâmetro,
nas cores vermelha e preta, obedecerá as mesmas características da fita da medalha,
sendo a parte central mais larga em relação às extremidades.
V – o estojo, na cor preta, com tamanho de 10cm de largura por 15 cm de comprimento,
com fundo móvel, onde ficarão a roseta, a barreta e a alça para içamento da medalha.
Parágrafo único – Os desenhos estilizados, suas disposições e medidas para a medalha,
barreta e roseta, bem como modelo do diploma estão constantes do Anexo Único desta
Resolução.

Art. 9º – Todo o acervo relativo à condecoração, compreendendo controle da numeração


sequencial e individualizada, as medalhas não distribuídas, devolvidas, material de
impressão e cunhagem, constituirá patrimônio a ser conferido à guarda, controle e
responsabilidade da DRH.
Art. 10 – Os casos omissos serão resolvidos pelo Comandante-Geral.

Art. 11 – Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

Belo Horizonte, 03 de outubro de 2022.

RODRIGO SOUSA RODRIGUES, CORONEL PM


COMANDANTE–GERAL
ANEXO ÚNICO
(a que se refere o parágrafo único do art. 8º da Resolução nº 5.232, de 03 de outubro de 2022)

I – Medalha, oseta e barreta:


Tamanho nominal:

Frente: Roseta e barreta:


II – Diploma:

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