Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Disciplina de Cinesiologia I
Docente Responsável – Prof. Doutor João Páscoa Pinheiro
Contribuição de Prof. Doutor João Páscoa Pinheiro, Dra. Carla Gomes, Prof.ª Doutora
Beatriz Gomes e Mestre Pedro Figueiredo
2 – A coluna vertebral
2
- Arco posterior (pilar dinâmico): dois pedículos, duas apófises transversas, quatro apó-
fises articulares (duas superiores e duas inferiores), duas lâminas, uma apófise espinhosa,
dois orifícios de conjugação
- Orifício vertebral
A forma destas vértebras denota a sua pouca mobilidade e a capacidade de apoio que
proporcionam à caixa torácica; são elementos de sustentação do tronco, de protecção da
espinal-medula, de apoio das costelas e da grelha costal.
3
- Facetas articulares (articulações inter-apofisárias posteriores) cilíndricas, a superior
côncava e a inferior convexa (classificadas de trocoides, sinoviais com mobilidade “em
pivot”)
- Orifício vertebral relativamente pouco amplo, triangular de base anterior; no canal ver-
tebral lombar fica alojada a “cauda equina” (com início em D12 ou L1, com raízes lom-
bares e lombo-sagradas).
Atlas – primeira vértebra cervical (C1): duas massas laterais, arco anterior, arco pos-
terior
- Duas massas laterais: a superfície superior apresenta as cavidades glenoides que articu-
lam com os côndilos do occipital, a superfície inferior articula com o áxis, sendo côncava
transversalmente e de convexidade antero-posterior; apófises transversas bífidas e com
orifício transverso emergindo das faces laterais das massas laterais
- Arco anterior: apresenta na face posterior uma superfície articular para a apófise odon-
toide do áxis e na face anterior o tubérculo anterior
- Arco posterior: apresenta o tubérculo posterior
* O sacro
Situado na região posterior da pélvis, em cunha entre os ossos pélvicos, resulta da união
de 5 vértebras sagradas; tem um papel fundamental na sustentação da coluna vertebral e
do tronco.
4
- Na linha média, formada pelos corpos das cinco vértebras sagradas separados por linhas
transversais
- Orifícios sagrados anteriores (ramos anteriores dos nervos sagrados)
- Três bordos: um superior, dois laterais (direito e esquerdo)
Faces laterais:
- Faceta auricular (superfície que articula com faceta homóloga do osso coxal)
- Fossa crivosa
Vértice:
- Faceta articular (articula com a base do cóccix)
- Orifício inferior do canal sagrado
- Pontas do sacro
* Cóccix
Resulta da fusão de 4 a 5 vértebras coccígeas; é uma estrutura caudal e atrófica
- Articula-se com o sacro (articulação sacro-coccígea)
5
- Face anterior (côncava); face posterior (convexa); bordos laterais; base (apresenta uma
faceta articular para o sacro, as pequenas pontas do cóccix e as pontas laterais do cóccix);
vértice
6
* Evolução da coluna vertebral
Podem ser identificadas diferentes fases evolutivas adaptando a postura corporal às exi-
gências funcionais específicas.
- Com o envelhecimento do indivíduo verifica-se uma nova modificação das curvas sagi-
tais da coluna, nomeadamente com aumento da cifose dorsal; este facto é bem conhecido
na mulher pós-menopáusica, factor de dor, de agravamento da doença artrósica e de alte-
ração da imagem corporal.
As alterações da mineralização do osso podem contribuir para esta alteração da estática
vertebral (perda de densidade mineral do osso – síndromas osteopénicos e / ou osteoporó-
ticos).
Os corpos vertebrais estão ligados por resistentes discos intervertebrais, que desempe-
nham um papel importante nos movimentos entre as vértebras e na absorção de impactos.
7
As vértebras estão também conectadas entre si por articulações e por fortes ligamentos
(vertebrais comuns anteriores e posteriores). Estes estendem-se por toda a coluna verte-
bral e estão fixados nos corpos vertebrais e discos intervertebrais.
Os ligamentos e articulações intervertebrais estabilização as vértebras (entre si e no seu
conjunto) reduzindo a mobilidade excessiva da coluna vertebral.
8
- Ligamento vertebral comum posterior (lig. longitudinal posterior): ligamento longitudi-
nal que se insere superiormente em torno do orifício magno do occipital e inferiormente
na região coccígea; adere à face posterior dos corpos e discos intervertebrais
* Meios de união:
- Cápsula articular, ligamento posterior (ligamento apenas presente na região dorsal e
lombar que reforça a cápsula articular)
9
2.5.3) União das lâminas vertebrais
- Ligamento amarelo ou flavum (direito e esquerdo), um pequeno ligamento de forma
quadrangular, com 4 bordos (anterior, posterior, interno e externo) e 2 faces (anterior e
posterior), resistente e elástico que promove a união de duas lâminas vertebrais justapos-
tas
- Região cervical, com um disco volumoso (2/5 da altura do corpo); articulações unco-
vertebrais (sinoviais); apófises articulares planas (artrodias) adaptadas ao deslizamento
- Região torácica, com disco estreito (1/5 da altura do corpo); apófises articulares planas
e pouco volumosas; a mobilidade deste segmento é reduzida permitindo às costelas uma
zona de apoio estável
- Região lombar, com disco volumoso (1/3 da altura do corpo); apófises articulares cilín-
dricas (trocoides)
10
2.5.7) Articulação lombo-sagrada (5ª vértebra lombar / 1ª vértebra sagrada)
- As superfícies articulares formam entre si um ângulo de 120º (ângulo lombo-sagrado)
- Ligamentos:
- Interósseos (semelhante a um disco, entre as duas superfícies articulares)
- Sacro-coccígeos anterior e posterior; sacro-coccígeos laterais
11
- Uma articulação funcional: occipito-axoideia
* A articulação occipito-atloideia, é uma articulação sinovial (diartrose) tipo condiliano:
- Superfícies articulares, dois côndilos occipitais e duas cavidades glenoides das massas
laterais do atlas
- Meios de união, 4 ligamentos (anterior, posterior e laterais) que reforçam a cápsula ar-
ticular
- Sinoviais, existindo uma sinovial para cada condilartrose (direita e esquerda)
- Superfícies articulares, a apófise odontoide do áxis (com duas facetas articulares, uma
anterior para o arco anterior do atlas e uma posterior para o ligamento transverso); anel
osteo-fibroso atloideu (arco anterior do atlas com superfície articular na sua face posterior
e ligamento transverso)
- Sinoviais, uma anterior para a articulação com o arco anterior do atlas e uma posterior
para o ligamento transverso
12
2.6) Tórax
Constituição geral – vértebras dorsais, costelas, cartilagens costais e esterno.
Faces laterais:
- Chanfraduras articulares (cartilagens costais);
- Chanfraduras não articulares.
* Costelas
Das doze vértebras do ráquis dorsal, separam-se vinte e quatro costelas, doze de cada
lado, reunindo-se na região média do tórax.
- Doze pares de costelas: 6 costelas verdadeiras (articulam-se directamente com o es-
terno); as 4 costelas seguintes articulam-se com o esterno através de uma cartilagem co-
mum; as restantes 2 costelas são flutuantes.
- Costela “tipo” possui na extremidade posterior cabeça, colo e tubérculo; a extremidade
anterior consiste numa cartilagem achatada.
13
2.7) Músculos paravertebrais ou músculos das goteiras vertebrais
* Dorsal longo, região superficial e interna da massa comum; constituído por feixes trans-
versos para as diferentes apófises transversas dorsais e feixes costais para as diferentes
costelas
14
* Enervação dos músculos paravertebrais, por ramos dos diversos nervos raquídeos
Nesta região existem diferentes músculos que são abordados no âmbito da descrição ana-
tómica da cintura escapular e membro superior (trapézio, grande dorsal (músc. latíssimus
dorsi), rombóide (músc. rhomboideus maior e menor) e angular da omoplata (músc. ele-
vador da escápula)); abordam-se os músculos pequenos dentados posteriores superior e
inferior (músc. serratus posterior superior e inferior) que se encontram na camada inter-
média da região posterior do tronco e o músculo quadrado dos lombos.
* Músculo serratus posterior superior (na região posterior do tronco; profundidade in-
termédia)
- Inserção superior, apófises espinhosas de C7, D1, D2 e D3
- Orientação, oblíqua para baixo e para fora
- Inserção inferior, face postero-externa da 2ª, 3ª, 4ª e 5ª costelas
- Enervação, ramos posteriores dos nervos intercostais vizinhos
- Acção muscular: músculo inspiratório, eleva as costelas
* Músculo serratus posterior inferior (na região posterior do tronco; profundidade in-
termédia)
15
- Inserção inferior: apófises espinhosas de D11, D12, L1, L2 e L3
- Orientação: oblíqua para cima e para fora
- Inserção superior: face postero-externa da 9ª, 10ª, 11ª e 12ª costelas
- Enervação: ramos posteriores dos nervos intercostais
- Acção muscular: músculo inspiratório, estabiliza as costelas para a contracção do
diafragma
16
- Forma o plano superficial ou plano do esplénio
- É um músculo largo, colocado imediatamente por baixo do plano do trapézio
- Inserção inferior: apófises espinhosas de C7, D1, D2, D3 e D4/D5; ligamentos inter-
espinhosos correspondentes e 1/3 inferior do ligamento cervical posterior
- Inserção superior: linha curva occipital superior e apófise mastóide (esplénio capitis),
vértice das apófises transversas de C1 e C2 (esplénio colli)
- Enervação: nervos cervicais; grande nervo occipital
- Acção: extensão, flexão lateral (inclinação) e rotação lateral para o lado da con-
tracção
17
a) Plano superficial: platisma ou cutâneo do pescoço
* Esternocleidomastoideu
- Músculo volumoso triangular, do plano lateral médio
- Inserção inferior: 1/3 interno da clavícula e manúbrio esternal
- Inserção superior: linha curva occipital superior, apófise mastóide
- Enervação: nervo espinhal
- Acção: flexão, flexão (inclinação) homolateral e rotação contra-lateral
* Escaleno anterior
- Inserções: tubérculo anterior das apófises transversas de C3 a C6; tubérculo de Lisfranc
(na região interna da face superior da primeira costela)
* Escaleno médio
- Inserções: tubérculo anterior das apófises transversas de C2 a C7; face superior da pri-
meira costela
* Escaleno posterior
18
- Inserções: tubérculo posterior das apófises transversas de C4 a C6; bordo superior e face
externa da segunda costela
19
Em suma, a amplitude de movimento dos vários segmentos do ráquis é tanto maior
quanto:
- maior a relação entre a espessura do disco intervertebral e a espessura do corpo ver-
tebral;
- mais horizontais forem as apófises espinhosas;
- maior número de vértebras envolvidas no movimento.
20
da inclinação. A amplitude total deste movimento é de aproximadamente 75º, estando
dependente da mobilidade dos diferentes segmentos da coluna vertebral. A região cervi-
cal é a mais móvel, permitindo movimentos para a esquerda e para a direita da ordem dos
35º. As regiões dorsal e lombar possibilitam movimentos com amplitude aproximada de
20º, para cada um dos segmentos.
* No movimento de rotação do tronco podemos atingir uma amplitude para a esquerda e
para a direita de valores próximos dos 90º. A região cervical permite movimentos de
rotação na ordem dos 50º, sendo para a região dorsal de 35º e para a região lombar de 5º.
21
2.11.3) Músculos do esqueleto axial
Os músculos do esqueleto axial podem ser organizados em duas categorias: tronco e re-
gião cervical.
22
Os músculos da região cervical posterior são fundamentalmente extensores e flexo-
res (inclinadores) laterais:
* No plano superficial podemos encontrar o músculo esplénio que quando contraído bi-
lateralmente faz extensão da cabeça sobre o tronco, já em contracção unilateral executa
a flexão lateral e rotação para o lado da contracção.
23