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Geografia A

11º Ano
3. Os espaços organizados pela: áreas rurais e áreas
urbanas
3.1. As áreas rurais
Espaço rural
As áreas rurais ainda têm uma função económica importante, mas são,
principalmente, áreas de grande relevância social e ambiental, pelo papel que
desempenham como: Espaço agrário
• áreas produtoras de matérias-primas e de alimentos;
• espaços de contacto e interação com a Natureza e o património
paisagístico, cultural e de grande diversidade de tradições; Espaço agrícola

• áreas onde é imprescindível a preservação dos solos, dos recursos


hídricos e do equilíbrio das florestas e da biodiversidade.

O que distingue o espaço rural de espaço urbano?


Espaço rural Espaço urbano
• Baixa densidade populacional; • Elevada densidade populacional;
• Baixa densidade de edificação; • Elevada densidade de edificação;
• Predomina o setor primário. • Predomina o setor terciário.

Características das áreas rurais de Portugal


Pontos fracos Pontos fortes
• Baixo nível de qualificação • Património;
• Predomínio de explorações de pequena • Saber-fazer tradicional (valoriza os recursos
dimensão; naturais);
• Escassez de emprego; • Tendência para a melhoria das infraestruturas
• Abandono de terras (agrícolas e florestais); coletivas;
• Perda e envelhecimento da população; • Procura crescente de produtos de qualidade e
• Carência de equipamentos (serviços); atividade de lazer;
• Insuficiência de transportes; • Potencial para o aproveitamento das energias
• Baixo poder de compra. renováveis;
• Beleza e variedade paisagística;
• Baixos níveis de poluição;
• Elevado grau de preservação ambiental;
• Crescente preocupação com a preservação dos
recursos naturais e do ambiente.

Agricultura: Atividade económica complexa orientada no sentido da produção de bens destinados à alimentação e às
indústrias, através de plantas e animais, por meio de transformações biológicas e tecnológicas.

Pecuária: criação e tratamento de gado.

Silvicultura: Conjunto de conhecimentos e técnicas relativos à gestão e exploração de áreas florestais.

Espaço agrícola: Espaço ocupado pelos campos de cultivo, de produção agrícola vegetal e animal.

Espaço agrário: Engloba o espaço agrícola, superfície florestal, terrenos incultos, habitações, estufas, etc.
Espaço rural: Conjunto de espaços agrários cuja área envolvente é ocupada por elementos que não se relacionam
diretamente com a atividade agrícola (Ex: oficinas).

Região agrária: Tendo por base uma certa homogeneidade das características
naturais, da estrutura fundiária e do sistema de cultura dominante são criadas
estas regiões. Em Portugal existem 9 regiões agrárias: Açores, Madeira,
Algarve, Alentejo, Ribatejo e Oeste, Beira Interior, Beira Litoral, Trás-os-
Montes e Entre Douro e Minho.

Morfologia agrária: forma e dimensão das parcelas, rede de caminhos,


disposição dos campos, floresta e paisagens. A paisagem pode ser classificada
por campos fechados (parcelas vedadas/limitadas, normalmente de pequena
dimensão e servidas por uma rede de caminhos mais densa, associado a um
relevo mais acidentado) ou campos abertos (parcelas maiores e mais
geométricas, sem vedação e rede de caminhos pouca densa, sendo também
frequente em terreno plano).

Sistema de culturas: forma de utilização do solo agrícola que engloba a forma


como as espécies são cultivadas e as técnicas que são usadas. Destacam-se
conceitos como:

• Monocultura (um único produto cultivado); Em função das culturas


• Policultura (mais do que uma espécie cultivada);
• Sequeiro (cultura em terrenos com pouca água);
• Regadio (cultura em terrenos com água para rega); Em função da rega
• Agricultura intensiva (agricultura com principal objetivo a maximização do lucro);
Em função do objetivo
• Agricultura extensiva (agricultura com baixa produtividade).

Estrutura fundiária: dimensão das explorações (microfundios, minifúndios e latifúndios).

Povoamento rural: disperso ou aglomerado ou misto.

SAU: Superfície Agrícola Ocupada por culturas temporárias e permanentes, pastagens e hortas familiares.

Regiões agrárias ALE ALG RO BL


Regime Intensivo Extensivo Intensivo Extensivo
Estrutura fundiária Latifúndios Minifúndios Latifúndios Minifúndios
Sistema de cultura Sequeiro Regadio Regadio Regadio
Frutos Secos e Citrinos e Frutos
Culturas Arroz e Milho Arroz e Milho
Cereais Secos

Regiões agrárias BI TM EDM MAD ACO


Regime Extensivo Extensivo Extensivo Extensivo Extensivo
Estrutura fundiária Minifúndios Minifúndios Minifúndios Minifúndios Minifúndios

Sistema de cultura Sequeiro Sequeiro Regadio Regadio Regadio


Batata e
Culturas Leguminosas Vinha e Olival Horticultura Banana e Vinha
Pastagens
Superfície florestal: área destinada à silvicultura
Incultos: área ocupada com formações vegetais espontâneas e degradadas que estão abandonadas em termos de
explorações agrícola ou florestal.

Características das explorações agrícolas

Em Portugal, ainda predomina a pequena dimensão, sendo o Alentejo a única região com explorações
verdadeiramente de grande dimensão. Porém, tem-se registado:

• uma redução do número de explorações;


• uma manutenção da área de SAU total;
• um aumento da dimensão média das explorações (principalmente no Ribatejo e Oeste).

Fatores que influenciam a agricultura

Fatores naturais:

• Clima (luz solar, temperatura, precipitação);


• Relevo;
• Solo;
• Disponibilidade de água.

Fatores humanos:

• Densidade populacional e tipo de povoamento;


• Características da população agrícola;
• Tradições/Cultura;
• Grau de desenvolvimento económico e tecnológico (técnicas e meios usados);
• Objetivos da produção (autoconsumo, mercado/lucro, etc.).

Objetivos da produção

Quando a produção se destina ao autoconsumo, as explorações normalmente são de menor dimensão e onde
são utilizadas técnicas tradicionais (ex: Trás-os-Montes). Se o destino for o mercado, as explorações serão maiores e
utilizam técnicas mais modernas (ex: Alentejo).

Uso da SAU

• Culturas temporárias: cujo ciclo vegetativo não excede um ano (ex: milho);
• Culturas permanentes: cujo ciclo vegetativo excede um ano (ex: laranja);
• Pastagens permanentes: culturas que permanecem por períodos superiores a 5 anos e se destinam a pasto
para gado (ex: Açores);
• Hortas familiares: superfícies de pequena dimensão, onde cultivam produtos destinados ao autoconsumo.

Critérios de classificação das atividades agrícolas

A) Quanto ao destino de produção

• Agricultura de mercado ou de subsistência

B) Quanto ao grau de modernização

• Agricultura rudimentar ou mecanizada

C) Quanto ao regime

• Agricultura intensiva ou extensiva


Causas para o aumento da dependência externa

• Desajustamento entre a área cultivada e a sua aptidão para a agricultura. Em Portugal, apenas 26% do
território apresenta aptidão e apenas 46% do mesmo é utilizado.
• Desajustamento entre as características dos solos e as culturas praticadas;
• Vulnerabilidade dos solos face à erosão;
• Utilização de fertilizantes químicos.

Deficiências estruturais do sistema agrário

A) Fracas condições naturais Características da população


agrícola:
• Solos pobres;
• Fraca aptidão dos solos agrícolas para algumas culturas; • Envelhecida;
• Clima pouco favorável. • Pouco qualificada;
• Com
B) Insuficiências técnica-financeiras
plurirrendimentos.
• Inadequação de algumas culturas às características climáticas e dos solos;
• Reduzida dimensão das explorações (minifúndios);
• Excessiva fragmentação das explorações;
• População envelhecida e pouco qualificada;
• Fraca mecanização e pouca aplicação de tecnologia;
• Dificuldades de comercialização e promoção.

Rendimento agrícola= quantidade de produto / superfície utilizada Aumentam com o


emparcelamento
Produtividade agrícola= quantidade de produto /número de trabalhadores

3.1.1. PAC (Política Agrícola Comum)

PAC: conjunto de diretivas, normas e apoios definidos para o setor agrícola e espaço rural da União Europeia.

Anos da PAC: Princípios da PAC:


• 1962; • Mercado único;
• 1992; • Preferência comunitária;
• 2003; • Solidariedade financeira.
• 2014-2020.

PAC de 1962

Objetivos:

• Aumento da produtividade e rendimento agrícola;


• Melhoria do nível de vida dos agricultores;
• Estabilização do mercado e segurança do aprovisionamento;
• Proteger os produtos comunitários da concorrência estrangeira.

Instrumentos:

• FEOGA (Fundo Europeu de Orientação e Garantia Agrícola);


• Financiamento da PAC.
Garantias do FEOGA:

• Investimento na produtividade e rendimento agrícolas (máquinas, sistemas, etc.);


• Preço mínimo garantido;
• À produção (proporcional à quantidade produzida);
• Às exportações;

Consequências
Positivas Negativas
• Aumento da produção, modernização e • Criação de excedentes (com custos elevados no
autossuficiência europeia; armazenamento);
• Melhoria do nível de vida dos agricultores; • Custos elevados e pesados para o orçamento da UE;
• Aumento da produtividade e rendimento • Degradação ambiental;
agrícolas • Preços elevados nas exportações e acusações de
concorrência desleal (por parte da comunidade
internacional.

Reforma da PAC (1992)

Objetivos:

• Reduzir excedentes e custos de armazenamento;


• Diminuir impactos ambientais nos ecossistemas;
• Reduzir custos nos orçamentos da CEE;
• Controlar os preços dos produtos agrícolas.

Instrumentos:

• Quotas (quantidades máximas produzidas por país);


• Set-aside (retirada de 15% ou mais da área cultivada e receber um subsídio em troca);
• Retirada progressiva dos subsídios à produção (e do preço mínimo);
• Subsídio direto ao agricultor em função da área.

Nova PAC (2003)

Objetivos:

• Sustentabilidade financeira e ambiental;


• Desenvolvimento da qualidade;
• Desenvolvimento rural;
• Melhorar a competitividade;
• Diminuir a subsidiodependência.

Instrumentos:

• Eco condicionalidade (pagamento com condições ambientais para proteger a paisagem rural e o bem-estar
ambiental);
• Pagamento único por exploração, proporcional à área e independente da produção;
• Modulação (decréscimo dos subsídios de acordo com a dimensão: quanto menor a dimensão, maior o
subsídio);
• Apoio ao desenvolvimento rural e a atividades complementares
PAC (2014-2020)

Objetivos:

• Produção alimentar sustentável;


• Gestão sustentável dos recursos naturais e ação climática;
• Desenvolvimento territorial equilibrado.

Transformações do setor Agrário:

• Redimensionar as estruturas fundiárias (aumentar a sua superfície);


• Promover o associativismo (para representar e defender os agricultores);
• Incentivar a especialização produtiva (produzir de acordo com as características do território);
• Aumentar as qualificações dos agricultores (havendo adaptação às novas tecnologias);
• Rejuvenescimento da população através de apoios e incentivos;
• Modernização através do aumento da mecanização;
• Adequar a qualidade dos solos às culturas produzidas;
• Utilizar de forma equilibrada os fundos provenientes da União Europeia;
• Promover sistemas amigos do ambiente.

Consequências da PAC em Portugal

Consequências Positivas

• Modernização da agricultura (através de ajudas financeiras);


• Incentivos à diversificação de culturas e à Exploração da floresta;
• Diminuição do nº de explorações e aumento da sua dimensão (emparcelamento);
• Melhoria na quantidade e qualidade das infraestruturas de apoio;
• Melhoria na qualificação profissional.

Consequências negativas

• Imposição de limites à produção (quotas);


• Elevada aceitação do set-aside que levou ao abandono dos campos;
• Investimentos em projetos cofinanciados pelos fundos comunitários que levam ao endividamento dos
agricultores;
• O setor agrícola nacional desfavorecido pelo sistema de repartição dos apoios, quem produz mais é apoiado
mais.

Os serviços e equipamentos públicos contribuem para a igualdade de oportunidades e de direitos dos cidadãos.
Porém, em muitas áreas rurais portuguesas, persistem ainda carências nas redes ou na qualidade dos serviços. Nos
anos de crise económica, foram mesmo retirados muitos serviços de localidades do interior.

Para a sustentabilidade das áreas rurais é fundamental o desenvolvimento de serviços, no âmbito da política
de descentralização e coesão territorial, uma vez que estes serviços:

• Elevam a qualidade de vida, como no caso das redes de distribuição de água, eletricidade e telecomunicações,
da saúde, educação, cultura, apoio aos idosos, lazer, etc.;
• Criam emprego, proporcionando rendimentos e promovendo a fixação da população;
• Apoiam outras atividades económicas, como a agricultura, a indústria e o turismo - serviços bancários, seguros,
transportes, formação profissional, etc. que servem também a população.
Atividades para promover o desenvolvimento rural
-Agricultura -Aproveitamento e promoção de produtos locais;
-Agroindústria e indústria não poluidora; -Deslocalização de serviços para as áreas rurais;
-Silvicultura; -Turismo em Espaço Rural (TER).
-Produção de energia renovável;

Turismo em Espaço Rural (TER)-características:

• Situação em espaços cujo ambiente ou paisagem sejam rurais e/ou com forte ligação à agricultura;
• Implica a existência de serviços renumerados de hospedagem;
• Preserva as características arquitetónicas e dos materiais de construção típicos da região;
• Implica o acolhimento personalizado e de acordo com a tradição de bem receber da comunidade em que se
insere.

Modalidades de TER
• Agroturismo; • Turismo cultural; • Turismo termal;
• Casas de campo; • Turismo cinegético; • Hotéis rurais;
• Turismo de aldeia; • Turismo fluvial;
• Turismo ambiental; • Turismo gastronómico;

Agroturismo: Observação e participação em atividades agrícolas (ex: vindima, apanha de fruta, etc.).

Casas de campo: casas rusticas particulares, com arquitetura, matérias de construção, mobiliário e decoração
característicos da região. Geralmente são casa pequenas, onde também pode viver o proprietário.

Turismo de aldeia: um mínimo de 5 casa particulares, em aldeias que, no seu conjunto, mantém as características
tradicionais da região.

Turismo ambiental: Turismo com contacto com a natureza e atividades ao livre.

Turismo cultural: descoberta do património histórico e etnográfico local.

Turismo cinegético: turismo dedicado à caça turística e associativo.

Turismo fluvial: turismo com atividades de lazer e desporto em rios e albufeiras.

Turismo gastronómico: promoção da diversidade e qualidade da gastronomia regional.

Turismo termal: Associado às ocorrências de águas termais, conjuga-se com outras atividades turísticas e desportivas
que aproveitam os recursos e paisagens rurais

Hotéis rurais: estabelecimento hoteleiro em área rural fora da sede do município em que se insere. Ocupa a totalidade
de 1 ou mais edifícios com um mínimo de 10 quartos.

O turismo em espaço rural contribui para a fixação de população e para a sustentabilidade das comunidades rurais,
porque gera emprego e riqueza. Além disso, tem importantes efeitos multiplicadores – impactos positivos noutras
atividades económicas.

Desenvolvimento A produção de Conservação de Preservação da


de serviços produtos regionais património natureza
Capacidade de alojamento do TER:

• Maior capacidade no Norte e no Alentejo;


• Menor capacidade em Lisboa e no Algarve;
• Em Portugal, a forma de TER mais dominante é a Casa de Campo;
• O tipo de TER menos dominante é o Hotel Rural.

Ligação Entre Ações de Desenvolvimento da Economia Rural (Leader+)

Quais os principais aspetos do programa Leader+?

• Agilidade e eficiência dos apoios financeiros;


• Permite aumentar a oferta existente de TER;
• Criação de emprego nas áreas rurais;
• Apoia iniciativas inovadores e diversificadas enquadradas na sustentabilidade;
• Promoção, a nível local, de novas competências ao nível da organização, preparação e candidatura a novos
projetos.

Quais são as vantagens do sistema de certificação de produtos?


• Proteção dos produtos;
• Promove o interesse pelos produtos e da sua origem;
• Sensibilização para a conservação de modos de produção tradicionais.
3.2. As áreas urbanas

Espaço urbano: área com população e ocupação do solo de características urbanas.

Cidade: estatuto de um aglomerado populacional atribuído com base em critérios de caráter demográfico, funcional e
político-administrativo.

Plantas urbanas
Irregular Ortogonal Radiocêntrica

• Planta medieval; • Traçado geométrico regular; • Em cidades normalmente


• Crescimento desordenado; • Áreas planas sem limitações; muralhadas;
• Ruas estreitas com becos • Promovida pelo • A cidade cresce à volta do
com divisão desenvolvimento dos centro
• Escadarias e calçadas; transportes.
• Dificuldade na circulação do
veículo.

Fatores de Localização
Naturais Humanos
• Relevo; • Acessibilidade;
• Proximidade aos rios; • Decisão política.
• proximidade ao litoral;
• proximidade das Fontes de energia ou às
matérias-primas.
Relevo

É um fator que assume um papel importante nas cidades medievais. O principal objetivo era facilitar a defesa
do local, as cidades com castelos são exemplo disso. Exemplo: Lisboa, Silves, Marvão.

Proximidade aos rios

É um fator importante dado que os rios permitiam obter maior acessibilidade e maior disponibilidade de água
(por exemplo, para a agricultura). Exemplo: Coimbra, Santarém, Lisboa.

Proximidade ao litoral

Este fator influencia a localização das cidades devido às trocas comerciais que são feitas por via marítima.
Exemplo: Lisboa, Sines, Nova Iorque.

Proximidade das Fontes de energia ou às Fontes de matérias-primas

A raridade de uma matéria-prima ou a dificuldade em proceder ao seu transporte originou o surgimento e o


crescimento de cidades industriais. Exemplo: Prypiat, Belchatow.

Acessibilidade

A facilidade de acesso entre diversos locais e os desenvolvimentos realizados nos transportes o levam ao
desenvolvimento de cidades como é o caso das cidades satélite (nos subúrbios de grandes cidades). Exemplo: Almada,
Amadora.

Decisão política

Como “capricho” ou para promover desenvolvimento de algumas áreas são motivos para criar cidades sem ter
em conta os restantes fatores. Exemplo: Brasília, Dubai.

O que é uma cidade? Na realidade, não se sabe. Não existe uma definição universal para definir um aglomerado de
cidade e assim cada país é livre de adotar os seus critérios.

Critério demográfico Critério funcional


População absoluta e densidade populacional. Funções ou atividades desempenhadas na cidade.
Há ainda os critérios: histórico, paisagístico e modo de vida.

Quais são os critérios adotados por Portugal? Uma vila só pode ser elevada a cidade quando conta com um número
de eleitores superior a 8000 e possua pelo menos metade dos seguintes equipamentos:

a) instalações hospitalares com serviço de permanência; f) instalações de hotelaria;


b) farmácias; g) estabelecimentos de ensino, até ao nível secundário;
c) corporação de bombeiros; h) estabelecimentos de ensino pré-primário e
d) casa de espetáculos e centro cultural; infantários;
e) museu e biblioteca; i) transportes públicos urbanos e suburbanos;
j) parques ou jardins públicos.
Importantes razões de natureza histórica, cultural e arquitetónica podem justificar e levar uma vila a cidade.

Nas cidades, assim, são polos de grandes concentrações de população que grande parte da mesma vem das
áreas rurais (êxodo rural) atrair por fatores que a cidade pode oferecer (emprego, melhoria da qualidade de vida,
serviços, etc.).

Áreas funcionais: zonas espaciais homogéneas com características próprias.


Áreas terciárias (CBD)

Toda a cidade tem uma área central, que se distingue das restantes, devido às atividades que aí se concentram
(CBD ou “Baixa”). A elevada procura e a competição pelo espaço numa área restrita levam a:

• Aumento do preço do solo (renda locativa), levando ao zonamento vertical (construção em altura);
• Escassez do solo;
• Função terciária ganha peso (terciarização) ao contrário da residencial (habitações degradadas ao habitadas
por população idosa).

Pode acontecer uma deslocalização de algumas atividades para fora da cidade (exemplo: centros comerciais). este
tipo de situações pode ser causado por:

• Elevado congestionamento funcional;


• Escassez de espaço;
• Elevada intensidade de tráfego;
• Dificuldades de estacionamento;
• Falta de áreas agradáveis (jardins, parques, etc.).

Problemas das áreas terciárias (CBD):

• Congestionamento funcional e do tráfego;


• Escassez de espaço e renda locativa elevada;
• Despovoamento;
• População residente essencialmente envelhecida e com poucos recursos.

Áreas residenciais

Predominam no espaço urbano. A diversidade das formas e dos aspetos destas áreas acabam por refletir se os
seus residentes são ricos ou pobres, isto é, pertencerem a uma classe social baixa (exemplo: bairros sociais), classe
social média, classe social alta (exemplo: habitações de luxo):

Bairros sociais: normalmente localizados na periferia da cidade. Associados a extensos edifícios com
apartamentos de pequena dimensão e de pouca qualidade. Têm uma rede de transporte menos densa e renda locativa
mais baixa.

Habitações de luxo: localizadas em áreas de grande procura de gente rica. Têm boa acessibilidade, com espaços
aprazíveis (jardins ou parques), arquitetura de qualidade e moderna e possuem vigilância 24 horas e acesso restrito.

Áreas industriais

Que fatores justificam a preferência das indústrias pelas cidades, nomeadamente para a periferia?

• Desenvolvimento dos transportes;


• Maior número de consumidores;
• Capital disponível;
• Serviços de apoio diversificados (nomeadamente financeiros).

O que provoca a deslocalização das indústrias para fora das cidades?

• Elevada renda locativa;


• Trânsito caótico;
No centro (CBD)
• Poluição sonora e atmosférica;
• Necessidade de espaço;
Fase centrífuga
Fase centrípeta
Urbanização (fase centrípeta)

• As cidades atraem a população rural e atividades económicas;


• Como as cidades atraem população, é provocada a sua expansão demográfica e funcional pelos serviços e pela
melhoria das condições de vida;
• Resulta de um processo de industrialização e modernização da agricultura (causas do êxodo rural);
• Depende do desenvolvimento dos transportes.

Suburbanização (fase centrífuga)

• Expansão de uma cidade para os subúrbios (privilegiando as áreas com maior Acessibilidade),
o Expansão tentacular: expansão ao longo das principais vias de comunicação;
• A cidade dirige-se em direção à periferia ocupando terrenos outrora agrícolas;
• Surgem cidades-dormitório e cidades satélite (originando migrações pendulares);
• Impactos socioeconómicos e ambientais.

Periurbanização (fase centrífuga)

• Mistura de estruturas urbanas e rurais, sendo difícil estabelecer uma separação da cidade e do campo;
• Um abandono progressivo da agricultura em substituição pelo comércio e pelas indústrias.

Rurbanização (fase centrífuga)

• A expansão urbana é menos intensa;


• As atividades urbanas aparecem nestas áreas (normalmente ligadas ao teletrabalho), mas as atividades rurais
continuam a ser predominantes;
• As populações têm modos de vida e trabalhos urbanos, mas vão poucas vezes a cidade.

(Re) urbanização (fase centrípeta)

• As cidades voltam a atrair população para o centro fruto de melhorias na qualidade de vida no centro;
• Processos de reabilitação e requalificação urbana atraem população (normalmente jovens estrangeiros);
• Surgimento de novas atividades (culturais, de ensino, artísticas);
• Requalificação dos centros históricos

Rede urbana: conjunto de cidades de um território que estabelecem entre si relações de dependência ou
complementaridade. Uma rede urbana é caracterizada pela:

• Dimensão populacional das cidades;


• Distribuição espacial ou territorial;
• Importância e qualidade dos serviços e das funções que as cidades oferecem.

Quanto menores forem os contrastes nestes 3 aspetos virgula mais equilibrada e rede urbana. No caso de Portugal,
a renda urbana é bastante desequilibrada.

Em Portugal, além das diferenças da dimensão demográfica, também se evidencia esse desequilíbrio na repartição
geográfica e a nível de funções.
Áreas metropolitanas: espaços fortemente urbanizados e interdependentes. Um desses centros urbanos assume um
papel determinante e estruturante.

Características das áreas metropolitanas:

• Potencial polarizador do território;


• Intensos fluxos de pessoas e bens;
• Expansão dos subúrbios (perda demográfica do centro);
• Descentralização de atividades ligadas aos sectores secundário e terciário.

As áreas metropolitanas surgiram a partir do processo de suburbanização das cidades de Lisboa e Porto. Foram
implementadas em 1991 pela influência da União Europeia. As áreas metropolitanas do Porto e de Lisboa
correspondem a 5% de todo o território nacional e nelas está concentrada cerca de 50% da população portuguesa.

Bipolarização: Concentração populacional em 2 polos urbanos. No caso de Portugal, são os casos de Lisboa e Porto.

Macrocefalia: Situação em que uma cidade domina a rede urbana. todas as restantes cidades desenvolvem-se em
função da cidade dominante. No caso de Portugal, a cidade dominante é Lisboa.

Consequências do desequilíbrio da rede urbana:

• Redução do dinamismo económico no interior;


• Limitação da competitividade nacional em contextos mundiais;
• Saturação das cidades com maiores populações, nomeadamente nas 2 áreas metropolitanas (deseconomias
de aglomeração);
• Limitação das relações de complementaridade entre os diferentes centros urbanos.

Por que razões há desequilíbrios na rede urbana nacional?

• Grande número de cidades de pequena dimensão;


• Número reduzido de cidades de média dimensão (o que reduz a coesão territorial e o dinamismo económico
entre as diversas regiões);
• 2 cidades de maior dimensão, mas com uma significativa diferença entre si: Lisboa tem um dobro populacional
do Porto.
Importância das cidades de média dimensão:

• Surgimento de economias de aglomeração;


• Fixação de atividades económicas;
• Fixação de população rural;
• Melhoria da qualidade de vida das populações;
• Justificação da existência de estações ferroviárias;
• Aumento da conectividade da rede viária;
• Valorização de recursos regionais

Vantagens da complementaridade mas entre centros urbanos:

• Coesão territorial;
• Dinamismo económico.

Dimensão demográfica-grande desequilíbrio

• Reduzido número de centros urbanos de grande e média dimensão;


• As maiores cidades estão a perder população para outras, no entanto estas encontram-se inseridas nas áreas
metropolitanas;
• Predomínio 200 urbanos de pequena dimensão;
• No interior do país tem apenas cidades de pequena dimensão.

Dimensão espacial-grande desequilíbrio

• Litoralização dos centros urbanos (eixo Viana do Castelo-Setúbal e o litoral sul da região do Algarve);
• Grande concentração dos centros urbanos nas 2 áreas metropolitanas (bipolarização);
• Reduzido número de velocidades no interior;
• Nas regiões autónomas, as cidades estão junto à costa.

Dimensão funcional-grande desequilíbrio

• Poucas cidades no topo da e hierarquia funcional (Lisboa e Porto têm áreas de influência suprarregionais);
• Poucas cidades de média dimensão que tenham um nível hierárquico funcional regional (áreas de influência à
escala distrital);
• Predomínio das cidades com nível hierárquico funcional mais baixo (com pequenas áreas de influência) e que
portanto não são também de grande nem média dimensão.

Tipos de rede urbana

Polarizada: quando as cidades se dispõem em torno de uma grande cidade.

Bipolar: quando existem 2 cidades de grande dimensão a dominar a rede urbana.

Articulada: quando existem várias cidades com níveis de importância próximos.

Linear: quando as cidades se alinham segundo uma orientação.

Polarizada articulada: quando existe polarização de centros importantes e articulação numa dada área.
Sistema urbano em Portugal

Norte litoral:

• Vai de Viana do Castelo a Aveiro;


• Porto é o centro polarizador;
• Lógica de valorização de complementaridade;
• Relacionamento transfronteiriço com a Galiza;
• Principal zona industrial do país;
• Polarizado.

Nordeste:

• Articulação entre o eixo Lamego-peso da régua-Vila Real-Chaves e o eixo Vila Real-Mirandela-Bragança;


• Fraca dimensão económica;
• Dependente do Douro vinhateiro e da proximidade a Espanha;
• Articulado.

Centro:

• Subsistema Policêntrico estruturado em Viseu e Coimbra;


• Tem ganho alguma dimensão devido ao turismo e ao ensino superior nomeadamente em Coimbra;
• Eixo Guarda-Covilhã-Castelo Branco como suporte social e económico de um meio rural em declínio;
• Articulado.

Lisboa e Vale do Tejo:

• É o subsistema mais importante do país em quase todos os aspetos;


• 1/3 da população vive aqui;
• Grande diversidade de atividades como investigação desenvolvimento, tecnologia, etc.
• Lisboa é o centro polarizador;
• Polarizado.

Alentejo:

• Enquadrado no meio rural, extenso, pouco denso e muito concentrado;


• Évora assume-se como cidade âncora devido à via Lisboa-Elvas-Badajoz.

Algarve:

• Subsistema de forma linear devido às cidades acompanharem o litoral. Além disso é polinucleado;
• As cidades estão bastante próximas umas das outras o que reforça o cruzamento interurbano;
• Apresenta características de internacionalização turística e de relacionamento transfronteiriço;
• É o que tem crescido mais, ou seja, ganho maior dimensão;
• Apresenta algumas semelhanças com o subsistema De Lisboa e vale do Tejo apesar de ter menor dimensão e
não ter um centro dominante;
• Polarizado articulado.
Regiões autónomas:

• Apresentam um modelo macrocéfalo: Ponta Delgada no caso da Região Autónoma dos Açores e Funchal no
caso da Região Autónoma da Madeira;
• Polarizado.

A rede urbana portuguesa num contexto europeu.

A pequena dimensão das cidades portuguesas e das 2 áreas metropolitanas, quando comparadas com áreas
metropolitanas de outros países, não lhes permita segurar um papel importante na rede urbana ibérica ou até mesmo
na rede europeia.

A rede urbana na Península Ibérica:

• A cidade de Madrid assume o papel de cidade mais importante na Península Ibérica;


• A rede urbana espanhola é mais equilibrada do que a portuguesa;
• Lisboa está ao nível de cidades como Barcelona, Sevilha, Valencia o Bilbao.

A afirmação Internacional das cidades portuguesas depende:

• Execução de funções de nível superior (como a ciência e a investigação);


• Total de população;
• Eventos de cariz Internacional (como os Jogos Olímpicos);
• Sedes de multinacionais;
• Funcionamento do território como porta da Europa atraindo investimentos, população e empresas.

Problemas das áreas urbanas

O que é a qualidade de vida?

Qualidade de vida é o conceito que abrange aspetos materiais e imateriais e aspetos objetivos e subjetivos. Mete-
se pelas:

• Condições ambientais;
• Condições sociais;
• Condições económicas;
• Condições materiais coletivas.

Quando não existe uma qualidade de vida mínima, existem problemas urbanos.

Problemas ambientais:

• Poluição (ar, sonora, luminosa, etc.);


• Resíduos urbanos (recolha e tratamento de esgotos e lixo);
• Consumo de água (qualidade e abastecimento);
• Destruição dos solos (nomeadamente a sua utilização).

Problemas urbanísticos:

• Parque habitacional (Qualidade, ordenamento e degradação);


• Congestionamentos no tráfego (infraestruturas e sistemas de transporte);
• Saturação de equipamentos, espaços e serviços coletivos.
Problemas sociais:

• Envelhecimento populacional;
• Exclusão social;
• Criminalidade.

Soluções para os problemas ambientais:

• Diminuir o tráfego nos centros, com taxas e restrições;


• Melhorar a rede de transportes públicos;
• Reservar corredores para os transportes públicos;
• Reservar ruas para a circulação pedonal, tirando a circulação de automóveis do centro das cidades;
• Construir parques de estacionamento;
• Construir vias periféricas para o desvio do trânsito;
• Sensibilização da população, por exemplo para a reciclagem;
• Colocação de ecopontos;
• Responsabilizar cidadãos pelos seus comportamentos;
• Construção de estações de tratamento de águas residuais;
• Colocação de filtros nos emissores de gases poluentes.

Soluções para os problemas sociais:

• Promover o acompanhamento e integração das minorias étnicas e também dos idosos;


• Criar centros de apoio social à população mais desfavorecida;
• Evitar a segregação social em bairros sociais;
• Valorização do idoso com atividades específicas para estes.

Soluções para os problemas urbanísticos:

• Proceder a um planeamento urbanístico seguindo normas de ordenamento do território;


• Reabilitar áreas e edifícios degradados através de programas urbanísticos;
• Promover a habitação jovem, de modo a repovoar os centros das cidades;
• Efetuar um planeamento urbano que estabeleça a construção e localização de equipamentos conforme as
necessidades.

Programas urbanísticos:

• PRID;
• PRAUD;
• POLIS;
• RECRIA;
• REHABITA;
• URBAN;
• REABILITA;
• PROSIUB.
Planeamento urbano
plano diretor municipal (PDM) plano de urbanização (PU) plano de pormenor (PP)
Plano que estabelece a estrutura de Plano de zonamento direcionado a plano definido com detalhe a
um município, classificação e uma parte urbana do município. concessão e a forma de ocupação de
qualificação do solo do mesmo uma determinada área.
(englobando áreas rurais e áreas
urbanas)
Economia de aglomeração: concentração de população e empresas que permite minimizar o custo unitário de serviços
e infraestruturas (transportes, comunicação, água, energia, etc.) e beneficiar da cooperação e complementaridade que
estabelecem entre si. As economias de aglomeração funcionam da mesma forma que as economias de escala.

Deseconomia de aglomeração: concentração excessiva que gera problemas de saturação de infraestruturas e serviços,
tornando as desvantagens da concentração maiores do que as vantagens. funcionam como as de economias de escala.

4. A população, como se movimenta e comunica


Principais redes de transporte utilizadas:

• Rede Rodoviária;
• Rede ferroviária;
• Rede marítima;
• Rede aérea.

Fatores que dependem ou influenciam a escolha de um transporte:

• Custo de transporte;
• Tipo de mercadoria a transportar;
• Distância a percorrer;
• Tempo gasto no percurso;
• Trajeto.

Em Portugal, no tráfego interno de mercadorias e passageiros, é utilizado principalmente o transporte


rodoviário. Nas trocas comerciais com o resto do mundo, é utilizado principalmente o transporte marítimo, no entanto
nas trocas com a União Europeia, o transporte rodoviário conquistou peso ao transporte marítimo.

Transporte rodoviário:

• Tem registado um aumento significativo, quer de veículos pesados quer de ligeiros devido à subida do nível
médio de vida da população, do desenvolvimento do comércio e das atividades produtivas;
• Vantagens: flexível os trajetos, adequado para o transporte porta a porta, rápido e cómodo, elevado grau de
especialização e elevada cobertura espacial.
• Desvantagens: elevado volume de tráfego, consumo de combustíveis fósseis, capacidade de carga limitada,
poluente atmosférica e sonoramente, consome muito espaço com infraestruturas, sinistralidade elevada.

Transporte ferroviário:

• Já foi o transporte mais importante para o desenvolvimento, tendo perdido competitividade com o transporte
rodoviário, Devido à questão da flexibilidade. Atualmente ganha outra vez protagonismo devido ao fraco
impacto ambiental.
• Vantagens: adequado para médias e longas distâncias, elevada capacidade de carga, pouco poluente, consome
pouca energia, forte especialização, fraca sinistralidade e impacto ambiental reduzido.
• Desvantagens: pouco flexível no trajeto, existe transbordo, apresenta custos elevados na manutenção.
Transporte marítimo:

• Cerca de 80% do comércio Internacional, em Portugal, é realizado por via marítima;


• O transporte marítimo sempre potencializou a localização geográfica de Portugal, estando o país no
cruzamento de grandes rotas comerciais entre a Europa e os continentes americano e africano;
• Vantagens: adequado para longas distâncias, grande capacidade de carga, adaptado a vários tipos de carga,
elevada especialização e adequado para trajetos intercontinentais.
• Desvantagens: existe transbordo, pouco veloz, exige elevados investimentos.
• Com a adesão de Portugal à União Europeia o comércio externo nacional começou a ser feito por via terrestre
pelo facto de os principais parceiros comerciais estarem localizados no continente.
• Tem vindo a ganhar novamente protagonismo como resultado do aumento da sua competitividade,
impulsionada pela inovação tecnológica e pela PCT.

Transporte aéreo:

• Tem vindo a aumentar em Portugal devido às rotas internacionais. Os voos domésticos não têm grande
expressão em Portugal pelo facto de o território ser de pequena dimensão;
• Diminui o fator insularidade por causa dos voos entre o continente e as regiões autónomas;
• Vantagens: rápido e cómodo, seguro, elevada competitividade para médias e longas distâncias e adequado
para mercadorias leves e de elevado valor.
• Desvantagens: consumo elevado de combustíveis fósseis, forte impacto ambiental, elevados custos na
construção e manutenção (por exemplo aeroportos), consome muito espaço e tem tempos de embarque e
desembarque demorados.

Transporte multimodal:

• O transporte multimodal é uma solução para atenuar os problemas ambientais e encargos económicos por
parte do Estado, devido à utilização excessiva do transporte rodoviário.
• É um sistema combinado de vários modos de transporte.
• Vantagens: Diminui o trânsito rodoviário, reduz a poluição e o consumo de
energia além do tempo de deslocação (distância-tempo).

A distribuição espacial das redes de transporte

Rede Rodoviária nacional:

• No conjunto dos países da União Europeia, é uma rede pouco densa e


irregular; nós a linha é mais densa no litoral e no norte do país, onde há mais
população e maior dinamismo económico;
• Menos densa no sul interior do país por serem regiões com pouca população
e fraco dinamismo económico;
• Após a adesão de Portugal à União Europeia, tem sido feito um esforço para
melhorar a rede nomeadamente na passagem de algumas estradas para
autoestradas.

Rede Rodoviária nacional


rede nacional fundamental rede nacional complementar estradas regionais
Constituída por itinerários principais (IP’s) Constituída por itinerários Estradas que estabelecem
que são todas as vias de comunicação que complementares (IC’s) que ligam a ligações com interesse
ligam as capitais de distrito com os rede nacional fundamental a supramunicipal e
principais portos e aeroportos. concelhos com alguma influência. complementam a rede.
Rede ferroviária nacional

• Registou um declínio devido à falta de investimento no setor o que


também provocou uma falta de qualidade no mesmo;
• Tem havido um investimento na melhoria do transporte com vista a
inverter a situação;
• O investimento incide mais na linha do Norte, nas linhas suburbanas das
áreas metropolitanas e na linha da Beira Alta (principal ligação
ferroviária à Europa);
• A duplicação de linhas, eletrificação de linhas e o aumento do conforto
e segurança do transporte são exemplos de melhorias nas redes;
• É uma rede pouco densa e irregular, sendo concentrada na linha do
Norte e nas linhas suburbanas;
• No transporte de passageiros, as linhas suburbanas são as mais
utilizadas destacando-se as linhas das áreas metropolitanas;
• No transporte de mercadorias, no transporte ferroviário é pouco
relevante.

Rede ferroviária nacional


rede principal rede complementar Rede secundária
constituída por linhas rentáveis que constituída por linhas consideradas constituída por linhas de interesse
podem ser privatizadas. de utilidade pública, mas pouco regional, cuja manutenção é
rentáveis, cuja manutenção é competência das autarquias.
competência do Estado.
Rede nacional de portos de mar

• Os portos portugueses têm grande potencial devido à localização geográfica do território e por alguns deles
serem de águas profundas (ex: Sines);
• Têm vindo a ser algo de investimento, aumentando a sua eficiência e assim ganhando protagonismo na rede
de portos internacional como o porto de Sines.

Portos marítimos nacionais


principais secundários
Leixões; Viana do Castelo;
Aveiro; Figueira da Foz;
Lisboa; Faro;
Sines; Portimão.
Setúbal.
Porto de Lisboa:

• Porto português mais importante devido ao valor e volume das mercadorias;


• Um dos principais a nível europeu devido à proximidade de grandes rotas;
• É bastante utilizado pelos navios de Cruzeiro.

Porto de Sines:

• O mais recente Porto que recebe produtos petrolíferos, carboníferos e carga geral;
• É considerado um dos melhores por ser um Porto natural de águas profundas;
• Está prevista uma ligação ferroviária com Espanha para a sua importância ser mais valorizada
economicamente.
Porto de Leixões:

• Insere-se numa região com forte dinamismo industrial;


• É o terceiro porto mais importante a nível nacional.

Porto de Setúbal:

• É utilizado principalmente para a exportação automóvel (navios Ro-Ro), por ser próximo da AutoEuropa;
• É uma alternativa ao Porto de Lisboa por este estar congestionado;
• Tem condições naturais e possibilidades de expansão.

Rede nacional de aeroportos:

• Servem essencialmente o tráfego Internacional de passageiros (Principalmente pelas companhias low cost) e
de cargas;
• Em questão de tráfego interno, tem pouca expressão tendo maior no tráfego entre o continente e as ilhas.

Aeroporto Humberto Delgado (Lisboa):

• É o maior e mais importante no tráfego de passageiros e


mercadorias;
• Têm muitos problemas relacionados com a capacidade das
infraestruturas de modo a responder ao aumento do tráfego de
passageiros e de mercadorias. Para resolver este problema, está
previsto um aeroporto no Montijo.

Aeroporto Francisco Sá Carneiro (Porto):

• É o segundo mais importante do país;


• Serve a região Norte e a Galiza.

Aeroporto Gago Coutinho (Faro):

• É o terceiro mais importante;


• Serve o Algarve e o Alentejo;
• Está destinado a voos internacionais que trazem turistas para o Algarve;
• O tráfego de mercadorias é pouco significativo.

Redes de distribuição de energia:

Eletricidade:

• A rede elétrica nacional (REN) cobre todo o território nacional;


• a rede é mais densa no litoral português dado que os principais centros de
consumo estão localizados no litoral.

Gás natural:

• Inicialmente o gás natural era apenas proveniente da Argélia entrando em


Portugal através de um gasoduto (Magrebe-Europa), entrando inicialmente
em campo maior e, mais tarde, em Valença do Minho;
• Atualmente, Portugal importa gás de outras origens, nomeadamente da
Nigéria, chegando a território nacional por via marítima no Porto de Sines
onde é gaseificado pois este chega a Portugal na forma liquefeita. Após a regaseificação é injetado na rede.
Petróleo:

• Chegava a Portugal por via marítima pelos portos de leixões e Sines para ser refinado nas refinarias de
Matosinhos e cenas respetivamente;
• Atualmente só chega ao Porto de Sines onde também é refinado devido ao encerramento da refinaria em
Matosinhos.

Redes de telecomunicações:

• Tem havido progressos significativos na criação de infraestruturas;


• Mais densa no litoral devido a uma maior concentração populacional;
• Todo o território é coberto pelas redes de telecomunicações;
• Portugal está ligado às regiões autónomas e ao mundo por cabos submarinos.

O papel das TIC no dinamismo dos espaços geográficos:

• Permitem o telecomércio e o teletrabalho, evitando deslocações;


• Permitem um aumento de serviços através da Internet, aumentando a sua acessibilidade, dinamizando a sua
utilização, reduzindo custos e aumentando a sua rentabilidade.

As TIC-fator de aproximação e de desigualdade:

• Os jovens são os que mais utilizam;


• Os homens usam mais do que as mulheres;
• A população mais qualificada é a que utiliza mais.

Para diminuir estas desigualdades:

• Criaram-se lugares de uso de Internet grátis;


• Ligaram se todas as escolas públicas à rede de Internet;
• Inclui o se a utilização das TIC nos novos currículos.

Efeitos positivos das TIC:

• Os cidadãos com necessidades especiais conseguem entrar mais facilmente no mercado de trabalho;
• Crescente adesão ao teletrabalho que reduz as deslocações pendulares pode permitir a mudança de residência
para as áreas rurais, revitalizando-as e povoando-as;
• Pode promover o processo de Rurbanização (Fase centrífuga).

Efeitos negativos:

• Perigos para a saúde humana, como radiações;


• Perigo de fraude, no caso do comércio;
• Insegurança relativamente à privacidade provocada por vírus;
• Falta de atenção a aspetos de caráter ético.

As políticas de transporte

• As políticas de transportes permitem que a construção de infraestruturas seja mais barata e rápida;
• O transporte ferroviário em Portugal constitui um modo de transporte estruturante apesar de ser um modo
esquecido. No entanto, tem sido requerido em termos territoriais pelas políticas de transporte adotadas.
Plano estratégico de transportes (PET):

• Principal instrumento de financiamento e planeamento para


inserir Portugal na política europeia de transportes.
• Objetivo principal: criar um sistema de transportes que visa
coesão territorial e social, amigo do ambiente,
energeticamente eficiente e que contribua para uma
economia nacional robusta.
• As 4 linhas de ação são:
o Portugal integrado nas cadeias europeias e mundiais
de transporte;
o Melhor articulação entre os vários centros urbanos;
o Mobilidade urbana compatível com uma melhor
qualidade de vida;
o Melhores governância, qualidade e segurança.

Política comum de transportes da União Europeia

Razões:

• Alargamentos que a União Europeia veio a sofrer ao longo dos tempos;


• Preocupação com um ambiente, nomeadamente o impacto ambiental que os transportes têm;
• Espaço Schengen.
Objetivos:

1. Criação de uma rede transeuropeia. Rede que liga as redes dos diferentes modos de transporte, ligando assim
os principais centros urbanos.
2. Articulação. Articular as diferentes redes, de modo que todas funcionem de forma uniforme, por exemplo
aplicação da mesma bitola em todos os países pertencentes à União Europeia.
3. Melhoria das ligações. melhorar as ligações das regiões periféricas às regiões centrais.
4. Reduzir congestionamentos causados pelo transporte rodoviário. Investindo em alternativas como o
transporte marítimo, principalmente para cargas e ferroviário para passageiros.
5. Reduzir a poluição provocada pela circulação dos transportes.

Estratégias:

• Reequilíbrio dos diferentes modos de transporte. De modo que a circulação de passageiros e mercadorias não
esteja dependente de um só modo de transporte (como o rodoviário).
• Fomentar a intermodalidade. Rentabilização dos vários modos de transporte.

PCT (2014-2020)

Objetivos:

1. Revitalizar o caminho de ferro através da rede transeuropeia de TGV.


2. Reforçar a qualidade das vias de comunicação rodoviárias (mais seguras e rápidas).
3. Promover o uso do transporte marítimo para o transporte de cargas.
4. Promover o transporte intermodal.
5. Conciliar o transporte aéreo (muito poluente) com o ambiente.
6. Reforçar a segurança Rodoviária (com regras que as viaturas obedeçam).
7. Tornar os transportes públicos mais baratos.
8. Desenvolver uma oferta de transportes urbanos apta para fazer face à procura podendo criar economias de
aglomeração.
9. Desenvolver investigação tecnológica referente aos transportes (maior segurança e menos poluição).
10. Estabelecer um enquadramento legislativo compatível com a globalização.

Benefícios para Portugal:

• Diminuição das assimetrias de desenvolvimento relativamente à União Europeia.


• Maior mobilidade, aumentando a articulação com os principais centros urbanos.
• Melhorias na qualidade e segurança da mobilidade.
• Aumento das trocas comerciais extra-UE fazendo com que seja a porta de entrada Atlântica do sudoeste
europeu.

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