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ICTERÍCIA NEONATAL CLARA AGUIAR - AES 23 P1

DEFINIÇÃO ➡ Metabolismo da bilirrubina

‣ É um dos sinais mais frequentes no período 1- A hemoglobina das hemácias vai ser
neonatal, se apresenta com a coloração degradada em Heme
amarelada da pele, esclera e mucosas,
indicando aumento da bilirrubina sérica com 2- Quando degradada, sofre a ação da heme
acúmulo de bilirrubina nos tecidos. oxigenase, gerando a biliverdina

‣ É decorrente do acúmulo de pigmento 3- A biliverdina vai sofrer ação da biliverdina


bilirrubínico não-conjugado, ou seja, redutase, e nalmente formar a - Bilirrubina
bilirrubina indireta - é um pigmento Indireta. Que vai estar presente na nossa
lipossolúvel e por isso pode ser impregnado circulação acoplada com a albumina
em outros sistemas, como nervoso, e causar
complicações Hb das hemácias - degradação em heme —>
heme oxigenase —> Biliverdina —> biliverdina
Vai ser manifestado quando tiver redutase —> Bilirrubina indireta
Bilirrubina indireta - BI >5mg/dL.
4- B.IND na circulação vai cair no fígado, vai ser
captada e separada da albumina
EPIDEMIOLOGIA

5- A B.IND vai para dentro do hepatócito, onde


—> Vão ter icterícia neonatal…
ela vai sofrer a ação da enzima UGT1A1 que vai
- 60% dos RN a termo juntar a B.IND com o ácido glucorônico e formar
- 80% RN prematuros tardio a Bilirrubina Direta - que vai poder ser excretada
- Praticamente 100% RN prematuros IG<35 pela via biliar e TGI

semanas
- Icterícia persistente em 10% dos RN em AME - 6- Na forma geral, a BD no TGI sofre ação de
bactérias, que geram o Urobilinogênio, esse vai
icterícia persistente = dura mais de 1/2
ser secretado pelos rins ou ser eliminado pelas
semanas de vida
fezes posteriormente.

FISIOPATOLOGIA
➡ Circulação entero-hepática

1- O RN sofre uma adaptação do metabolismo da


- Entretanto, quando a BD chega no TGI, ela
bilirrubina no período neonatal, isso porque:
pode sofrer mais uma vez a ação da enzima,
- No período fetal, o RN estava acostumado a que nesse momento vai separar a BD,
transformando ela em BI novamente, que vai
produzir Bilirrubina Indireta, que por ser
voltar para o fígado pra ser conjugada no
lipossolúvel, era eliminada pela placenta.
hepatócito novamente - Essa desconjugação e
volta, é a circulação entero-hepática
Feto —> BI —> Placenta

➡ No período neonatal, existem fatores que


2- No período neonatal ele vai sofrer adaptações,
implicam em uma maior chance de ter icterícia ,
isso porque:
especialmente pois vai decorrer de algumas
- Ele vai ser obrigado a produzir Bilirrubina falhas nesse mecanismo

Direta, que vai ser hidrossolúvel e eliminada


1- O RN vai ter uma maior carga de BI para o
pelo sistema biliar e TGI —> e justamente essa
hepatócito
adaptação que vai ser complicada e levar ao
aparecimento da Icterícia neonatal.
- Isso porque o RN tem um maior volume
eritrocitário, pois as suas hemácias vão ter uma

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meia-vida menor, então vão ser degradadas ‣ Para avaliar a causa da Hiperbilirrubinemia, é
mais frequentemente importante reconhecer os fatores de risco que
podem estar presentes para esse quadro.
2- O RN tem uma redução do clearance hepático
e entérico de bilirrubina

- Isso signi ca que o RN vai ter uma menor


capacidade de captar e conjugar no
hepatócito, isso tudo é resultado de uma
imaturidade do sistema enzimático do RN

3- O RN tem maior circulação entero-hepática

- Ao nascer, o RN tem o seu TGI estéril, então vai


ter uma redução da ora intestinal, permitindo
uma maior transformação em urobilinogênio e
também uma maior quantidade de beta-
glicuronidade ativa - pois vem do leite
materno- , provocando o aumento da
quantidade de BD que vai ser separada e
retornada para BI na circulação entero-hepática ✓ Sinais que mostram que a icterícia não é
siológica

- Icterícia nas primeiras 24-36h de vida


- Nível de BT subindo rapidamente para >5mg/
dL em 24h
- Nível de BT >12 em RN termo ou 10-14 em
prematuros
- Icterícia persistente - >8 dias em RN termo e
>14 em pré-termo
CLASSIFICAÇÃO _____________________________________________
✓ ICTERÍCIA NEONATAL PRECOCE
‣ Pode ser classi cada conforme sua intensidade,
sendo: ‣ É toda icterícia que aparece nas primeiras 24h
de vida - e sempre que meu RN manifesta
- Signi cante: se a concentração de BT requer quadro ictérico nas primeiras 24h de vida, devo
tratamento com fototerapia, ou com níveis ≥12 ligar um alerta para as possibilidades de
mg/dL doença hemolítica

- Grave ou severa: se BT estiver próxima ao nível - Doença hemolítica - causa sobrecarga de


de exsanguineotransfusão nesse caso ≥20 mg/ bilirrubina no hepatócito - pois vai gerar
dL ou qualquer nível de BT associado à hemólise, aumento de bilirrubina - que vai
presença de sinais de encefalopatia sobrecarregar o máximo de captação e
bilirrubínica aguda em fase inicial conjugação hepática e causar icterícia
_____________________________________________
- Extrema: se BT ≥25 mg/dL ou qualquer valor 1- Incompatibilidade materno-fetal Rh
de BT associado a sinais de encefalopatia
bilirrubínica aguda inicial ou intermediária - Deve sempre ser levada em consideração,
quando o aparecimento da icterícia é nas
‣ Entretanto o ministério da saúde utiliza: primeiras 24-36h de vida. E quando falamos de
precoce, tardia e por aleitamento incompatibilidade Rh, devemos nos alertar para
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a possibilidade de doença hemolítica por PREVENÇÃO


anticorpos maternos
‣ Se a gente evitar que a mãe seja sensibilizada,
- Acomete 1:1000 nascidos vivos evito também que ela produza os anticorpos
anti-D, e evito toda essa manifestação
- Para que aconteça essa incompatibilidade,
preciso que a mã tenha antígeno D negativo - ‣ A prevenção é feita com o uso de
mesma coisa que fator Rh negativo imunoglobulina humana anti-D (Vacina Rogan)
nas primeiras 72h do contato com o sangue
- Essa mãe negativa, deu a luz a um RN com diferente caso tenha essas 2 situações:
antígeno D positivo - isso é fator Rh positivo
1- Mãe Rh negativo - não sensibilizada - ou seja,
- Na incompatibilidade Rh, a mã tem que ter sido tem coombs indireto negativo
previamente sensibilizada, para produzir os
anticorpos anti-D - logo a mãe faz essa 2- Mãe vai ter um RN com Rh positivo - não
incompatibilidade normalmente na 2a sensibilizado - ou seja com coombs direto
gestação, quando já teve uma sensibilização negativo
anterior
‣ É feita nas primeiras 72h:
FISIOPATOLOGIA
- Pós-parto - Pós-aborto - Gravidez ectópica
1- Quando o sangue da mãe, entra em contato - Pós-amniocentese
como sangue do bebê, vai passar a produzir - Pós sangramento na gestação
anticorpos anti-D maternos
- Durante a gestação entre 28-34 semanas - nas
2- Essas anticorpos, ao passarem para circulação mães em que o Rh é negativo, mas os pais é Rh
do feto, vai se ligar nas hemácias e gerar o positivo, pois vai ter a chance de dar a luz a um
Coombs direto positivo - ou seja, identi cou a bebê Rh positivo
presença de anticorpos ligados na hemácia
DIAGNÓSTICO
3- Esses anticorpos ligados na hemácia, vão gerar
uma resposta para o baço, que vai entender que - Mãe - deve ser realizado no pré-natal, através do
precisa remover todos esses anticorpos da Coombs indireto - vai detectar a presença de
circulação e vai provocar: anticorpos séricos anti-D

- Hemólise neonatal intensa - anemia e aumento - Neonato - deve ser feito a tipagem sanguínea +
de reticulócitos como resposta medular Coombs direto logo após o nascimento - se o
Coombs direto vier + vai nos sugerir que aquelas
- Quando a destruição eritrocitária é muito hemácias estão cobertas com anticorpos
grande, vai ter o desenvolvimento de anemia e maternos
um rápido aumento da bilirrubinemia _____________________________________________
2- Incompatibilidade materno-fetal ABO
- 25% dos RN - hemólise leve - hiperbilirrubinemia
mínima + discreta anemia - Ocorre em 15% das gestações - mas só leva a
doença hemolítica em 4%
- Metade dos RN - anemia +
hepatoesplenomegalia + hiperbilirrubinemia - Para que ela aconteça preciso ter uma mãe do
precoce com possibilidade de encefalopatia grupo sanguíneo O - as pessoas desse grupo,
bilirrubínica aguda caso não seja tratada naturalmente já produzem anticorpos IgG anti-
adequadamente A e anti-B - por isso é uma incompatibilidade
que pode ocorrer já na primeira gestação, não
precisa de uma exposição

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- Essas mães vão ter um RN do grupo sanguíneo B) Hemolítica leve: a de ciência de G6PD vai
A ou B atuar como um polimor smo genético - ou seja,
vai levar a menor expressão da UGT1A1 - enzima
- Nesse caso, os anticorpos que a mãe ja que faz a conjugação hepática da bilirrubina
produziu, passam pela circulação fetal e se
ligam as hemácias do RN. Mas nesse tipo de - Logo, se eu tenho essa de ciência, vai ocorrer
incompatibilidade, a reação é mais fraca, então uma redução da conjugação da bilirrubina -
pode ou não gerar um coombs direto positivo - que leva a uma icterícia por hiperbilirrubinemia
nesse caso não contribui para o esclarecimento indireta patológica
do diagnóstico
DIAGNÓSTICO
- Nesse caso vamos ter o Eluato positivo -
detecção de anticorpos anti-A ou anti-B no - É feito pela dosagem de G6PD
sangue do cordão ou do RN, mostra que _____________________________________________
existem anticorpos acoplados às hemácia 4- Coleções sanguíneas extravasculares

- Mesmo que seja uma ligação mais fraca, vou ter ➡ Essas são mais frequentes em RN <35s
uma hemólise, considerada menos intensa, e
por conta dela pode ter esferocitose no sangue ✓ Cefalohematoma e equimoses - por parto
periférico traumático —> nesses casos, a icterícia aparece
após 48-72h e pode ser mais prolongada
CLÍNICA
—> Nestes, sempre deve ser realizada a
- Icterícia nas primeiras 24-36h de vida, ultrassonogra a transfontanelar.
evoluindo de forma gradual e persistente nas
duas primeiras semanas - pico de ✓ Policitemia - RN PIG, RN de DMG, Transfusão
hiperbilirrubinemia no 5° dia feto-fetal ou materno-fetal, clampeamento do
_____________________________________________ cordão umbilical tardio
3- De ciência de G6PD
✓ Aumento da circulação entero-hepática -
- É uma doença genética ligada ao cromossomo anomalias do TGI, jejum oral ou baixa oferta
x enteral
- Está presente em 7% da população mundial _____________________________________________
5- De ciência ou inibição da conjugação da
‣ G6PD = Glicose-6-fosfato-desidrogenase - é bilirrubina
uma enzima que reduz radicais livres de dentro
das hemácias —> logo, se eu tenho uma - Nesse caso, a principal hipótese diagnostica é
de ciência dessa enzima, vou ter um aumento o hipotireoidismo congênito
de radicais livres dentro da hemácia —> que vai
resultar em hemólise em situações de estresse ‣ O hormônio tireoidiano tem a função de ser um
oxidativo indutor de atividade da UGT1A1, então, sem o
hormônio vou ter uma pior conjugação
CLÍNICA hepática e pode ter o quadro ictérico

‣ Podemos ter 2 formas de manifestação DIAGNÓSTICO

A) Hemolítica aguda: quando o RN é exposto a - É feito pelo teste do pezinho - triagem neonatal
agentes oxidastes (medicamentos) esses _____________________________________________
agentes provocam uma hemólise muito ✓ ICTERÍCIA NEONATAL TARDIA
intensa —> causando uma rápida elevação de
BI ‣ Toda icterícia que aparece após as primeiras
24h de vida

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1- Icterícia siológica 3- Síndrome da icterícia pelo leite materno

‣ Vai ter uma diferença de evolução do RN a - Nesse caso, vamos ter uma predisposição
termo para o RN pré-termo genética a icterícia - as substâncias presentes
no leite materno, vão atuar ativando fenótipos
A TERMO A TERMO associados a uma menor capacidade de
conjugação hepática - que gera menor
- Se inicia após as - Se inicia nas primeiras atividade da UGT1A1 que atua na conjugação
primeiras 24h de vida 24h

- Pico de bilirrubina entre - Pico de bilirrubina entre


- O leite materno vai ser um modi cador
o 3° e 4* dia - máximo de 4° e 7° dia - máximo de ambiental para a expressão desses fenótipos
12mg/dL 15mg/dL
- É uma icterícia que se inicia após as primeiras
- Vai se normalizar até o - Pode demorar até 1
7° dia mês para voltar ao 24h de vida e persiste por 2-3 semanas
normal podendo chegar até 3 meses

- RN em BEG, bom ganho de peso


‣ Nesses casos é importantes veri car se tem a
presença de fatores de risco para desenvolver
—> Pode chegar a uma bilirrubina máxima de
hiperbilirrubinemia indireta (os mesmos lá do
10-30mg/dL
início)
_____________________________________________
DIAGNÓSTICO
2- Icterícia pelo aleitamento materno

- Vai se iniciar após as primeiras 24h de vida, ✓ Zonas de Kramer - vai correlacionar o nível de
icterícia, com o valor sérico aproximado de
podendo começar até o 7° dia de vida
bilirrubinas

‣ Vai ser decorrente de um de cit de ingestão,


- A icterícia por hiperbilirrubinemia indireta
então o RN pode estar com di culdade de
apresenta progressão céfalo-caudal, entretanto
sucção, ou a oferta do leite materno está baixa
a avaliação apenas visual não é tão con ável,
devido a ampla variabilidade de valores
‣ Nesse caso, podemos perceber que é o
encontrada em cada zona, essa variância nem
aleitamento que não está adequado, e
sempre mostra uma concordância entre a
justamente por isso o RN vai ter uma perda
avaliação clínica e os valores de bilirrubina
ponderal >10% e ainda evoluir com
sérica.
desidratação

- Vai ter um aumento da circulação entero-


hepática - vai levar a uma sobrecarga de
bilirrubina no hepatócito —> gerando um
aumento de BI —> pois o hepatócito ainda é
imaturo e não vai conseguir captar/conjugar
toda essa quantidade de bilirrubina que chega,
e vai acabar deixando os níveis carem
elevados e manifestar a icterícia

—> Pode alcançar níveis de BT >20mg/dL

Lembrar que a icterícia siológica pode ter um aumento de até


13 ou 15. Então se ao veri car a zona de Kramer e perceber que
o meu RN já esta em 2/3, preciso ligar um sinal de alerta para a
possibilidade desenvolver icterícia patológica

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- Apenas a estimativa visual não é su ciente para - Deve ser feita com micro método para evitar a
detectar RN com BI ≥12 mg/dL, sendo anemia espoliativa, ou medidas não invasivas.
recomendado a veri cação sérica da Bilirrubina

➡ Dosagem de Bilirrubina

- O valor da bilirrubina deve ser interpretado


com o intuito de auxiliar no seguimento do RN
ictérico, evitando grande número de exames.

- Temos dois métodos que podem ser usados ‣ Avaliação de hemoglobina e hematócrito - pois
para determinar o nível de BT, um invasivo, e a icterícia pode ser causada por destruição de
um não invasivo hemácias, hemólise - doenças hemolíticas,
então precisamos ver se o RN tem anemia
1- Invasivo: é a dosagem sérica da Bilirrubina associado
(padrão ouro)
‣ Contagem de reticulócitos - como a medula
‣ Vai depender de instrumentos e técnicas está respondendo a destruição das hemácias
realizadas com proteção do frasco ou capilar
envolvido por papel alumínio para evitar a ‣ Tipagem sanguínea mãe e do RN - justamente
degradação da bilirrubina pela exposição da apara avaliar as causas mais comuns -
luz. incompatibilidade sanguínea, fator Rh - que
levam a doenças hemofílicas que causam a
‣ O micro capilar permite realizar a análise da icterícia neonatal
BT com apenas 0,5 ml de sangue, com leitura
do plasma, após a centrifugação. Também ‣ Coombs direto - vai detectar se as hemácias
permite a leitura do hematócrito. estão cobertas com o anticorpo materno

2- Não invasivo: a mensuração de bilirrubinas é


feita transcutânea na pele do RN

‣ É realizada no esterno do RN com


equipamentos importados de custo elevado.

‣ Em casos de icterícia prolongada é importante


diferenciar se é por aumento de bilirrubina
direta ou indireta. Assim, na investigação, além
de avaliar níveis séricos de bilirrubina, temos
que veri car também a coloração das fezes e
da urina

‣ Durante a internação, avaliar os fatores de


risco clínico-epidemiológicos, e examinar o
RN a cada 8-12 horas são estratégias
importantes para prever o desenvolvimento
de hiperbilirrubinemia signi cante

‣ RN ≤35 semanas não está bem estabelecido,


mas recomenda-se em geral a primeira
dosagem entre 24 e 36 horas de vida,
seguindo avaliação a cada 24 horas até a
estabilidade dos níveis séricos de bilirrubina

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✓ Normograma de Bhutani TRATAMENTO DA ICTERÍCIA NEONATAL

‣ Foi desenvolvido para o acompanhamento da 1- Fototerapia


hiperbilirrubinemia do RN ≥ 35 semanas, com
os percentis 40, 75 e 95 de acordo com os - É a principal medida de tratamento da icterícia,
níveis de BT e as horas de vida do RN. e vai depender da dosagem de BT, IG/peso de
nascimento (RN pré-maturo), Idade pós-natal,
‣ Com base nos percentis, o RN é avaliado presença de fatores de risco para lesão
quanto ao risco de evoluir para bilirrubina neuronal
sérica > 17,5 mg/dL.
➡ Quando tratar em RN >35 semanas
‣ Nos percentis acima de 75, há maior
probabilidade de fototerapia, nesse caso, o RN
deve ser avaliado e/ou tratado.

- RN com BT >Percentil 95 apresenta risco de


40% de atingir 17,5 de BT

- Enquanto RN entre os percentis 75 e 95, o risco


é de 13%.
➡ Quando tratar em RN <35 semanas- considerar
- RN entre percentis 40 e 75, o risco cai para 2%
peso de nascimento para tratar

- RN abaixo do percentil 40, o risco é


praticamente inexistente, mas não é nulo.

‣ A fototerapia vai funcionar da seguinte


maneira:

1- BI na pele vai sofrer ação da luz azul presente


na fototerapia - que é a chamada
fotoisomerização

- Fotoisomerização - quando eu transformo a BI


em um isômero mais solúvel, mais facilmente
excretado pela bile

2- Além disso, a fototerapia vai levar a formação


de um isômero geométrico chamado Lumirrubina
- que vai ser facilmente excretada pela urina

‣ Ou seja, a luz azul da fototerapia, vai ajudar a


excretar a BI mais facilmente do que se eu fosse
esperar o corpo do bebê resolver sozinho.

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‣ E cácia vai depender: ‣ Vai funcionar da seguinte maneira:

- Comprimento de onda da luz - lâmpada azul/ - Vai bloquear os receptores Fc - que são
verde receptores de captação de macrófagos - que
- Irradiância espectral - intensiva - quando a são justamente os receptores que identi cam o
irradiância é >30 anticorpo ligado ao antígeno na hemácia
- Distância entre as luzes e o RN
- Superfície de pele exposta - quanto mais pele —> Então, fazendo esse bloqueio, vai impedir a
exposta, mais e caz e pelo maior tempo destruição das hemácias - hemólise -
possível mais e caz consequentemente o aumento de BI

➡ Cuidados com a fototerapia ‣ Indicações:

- Temperatura do RN - pois ele ca sem roupa no - Elevação contÍnua da BT mesmo em fototerapia


berço fazendo a fototerapia intensiva
- Oferta hídrica - a lâmpada esquenta, e aumenta - BT de 2-3mg/dL do nível de
perdas insensíveis, precisa mamar exsanguineotransfusão
- Proteção ocular radiopaca por causa da _____________________________________________
intensidade da luz 3- Exsanguineotransfusão

➡ Reavaliar BT e frações a cada 4-8h para ver se ‣ Também vai ser usada principalmente na
está em queda doença hemolítica grave por
➡ Suspender FT quando BT<8-10 incompatibilidade de Rh - já que é uma
situação de hemólise intensa
‣ O tempo de aplicação depende da etiologia da
icterícia, da idade gestacional, da idade pós-natal e
‣ Pode ser realizada logo após o nascimento,
do equipamento utilizado.
quando BT >4 mg/dL e/ou hemoglobina <12
g/dL em sangue de cordão. Além disso, a BT é
- RN ≥35 semanas sem doença hemolítica
determinada a cada 6-8 horas
permanece em fototerapia em torno de 24 a 36
horas
‣ Os objetivos são diminuir os níveis de
- RN <35 semanas em cuidados intensivos bilirrubina e reduzir o risco de encefalopatia
permanecem em fototerapia cerca de 50 horas bilirrubínica.

_____________________________________________ ‣ Indicação: Elevação de BT>0,5-1,0 mg/dL/


2- Imunoglobulina hora nas primeiras 36 horas de vida

‣ Vai ser mais usada em caso de doença ‣ Indicação imediata: RN com sinais
hemolítica - Rh/ABO - e geralmente neurológicos: letargia, choro agudo, hipotonia
combinada com a fototerapia e má sucção

‣ O uso da imunoglobulina reduz a necessidade Nesse momento, é indicado colocar o RN em fototerapia para
de exsanguineotransfusão, reduz a duração da que os níveos de BT possam ir caindo, ou que a bilirrubina
possa começar a ser fragilizada, enquanto arrumo o material
fototerapia e também o tempo de
e ambiente para realizar o procedimento de troca sanguínea
hospitalização

‣ Vai ocorrer a remoção das hemácias com


Imunoglobulina polivalente, IV - 0,5 a 1g/kg em 2
horas —> pode repetir em 12 horas caso necessário anticorpos ligados e/ou circulantes, redução da
bilirrubina e correção da anemia.
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‣ O procedimento necessita de um acesso - No RN pré-termo, em especial os de muito


preferencialmente central, que infunda e re ua baixo peso, a prevenção e o tratamento da
bem. Geralmente a veia umbilical é um acesso hiperbilirrubinemia indireta dependem da
fácil e ideal, no entanto, o coto umbilical avaliação periódica da BT
necessita estar em boas condições e assepsia
criteriosa. ✓ CRITÉRIO DE ALTA
‣ É feito com sangue fresco reconstituído - Icterícia em zona de risco intermediário baixo
(170-200ml/kg) - vai ser feito 5-10ml/kg em 3 ou somente baixo
min - Após 48h de vida sem icterícia, ou icterícia
zona I
‣ Precisamos monitorar: FC, PA, FR, Sato2,
temperatura ➡ Sempre orientar retorno ambulatorial em
48-72h - para ver se o RN não está fazendo uma
‣ Atualmente é considerada um evento icterícia tardia
indesejado no atendimento neonatal
______________________________________ Sempre que houver fatores de risco para hiperbilirrubinemia
signi cante deve-se ponderar o risco e o benefício da alta
✓ Seguimento neonatal hospitalar, tendo como principal objetivo evitar a re-internação e
o risco de neurotoxicidade decorrente da progressão da icterícia

- O pediatra deve realizar a primeira consulta


após a saída da maternidade, no máximo, até o
5° dia de vida, para avaliar as condições de
amamentação, além da icterícia e outras
possíveis intercorrências.

- O acompanhamento ambulatorial é necessário


até que se tenha segurança do declínio da BT e
do estabelecimento da amamentação com
ganho de peso adequado.

_____________________________________________
✓ Avaliação da icterícia neonatal COMPLICAÇÃO - ENCEFALOPATIA
BILIRRUBÍNICA
- Avaliar fatores de risco
- Examinar RN a cada 8-12 horas ‣ É a lesão cerebral causada pela bilirrubina
indireta, caracterizada pela coloração
- Icterícia precoce - colher exames + fototerapia amarelada dos gânglios da base - denominada
Kernicterus
- Icterícia tardia - se <zona 2 - observação clínica a
cada 8/12h ‣ Quanto maior o nível sérico de bilirrubina
indireta, maior a chance do RN evoluir para
- Icterícia tardia >2 - colher exames - depois de encefalopatia bilirrubínica aguda
colher BT colocar no normograma - se no
normograma aparece em nível alto isso é >p75 ETIOLOGIA
—> faz fototerapia
- A encefalopatia na maioria das vezes está
- Caso o normograma aponte baixo risco, manter relacionada com a presença das doenças
em observação clinica, não precisa entrar com hemolíticas - incompatibilidade Rh e ABO -
medida de tratamento

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- Mas atualmente também está relacionada com - Progredindo em três a quatro dias: hipertonia,
RN nascidos entre 35-36 semanas, e também opistótono, hipertermia, convulsões e choro
aqueles que nasceram entre 37-41 semanas, agudo.
que recebam alta antes de 48h de vida, sem
acompanhamento adequado ➡ Nessa fase, mais da metade dos casos
evoluem para óbito
FATORES DE RISCO
- Nos sobreviventes, ocorre melhora aparente
‣ Em todo RN ictérico, devemos investigar os até que, em período variável, aparecem as
fatores de risco para a complicação, sendo os sequelas neurológicas: paralisia cerebral
seguintes: espástica, movimentos atetoides, distúrbios de
deglutição e fonação, de ciência auditiva grave
- IG <36 - barreira hemato-encefálica frágil, que. e mental leve a moderada
permite maior passagem da BI
KERNICTERUS SUTIL
- Prematuros submetidos aos cuidados
intensivos, podem apresentar associação de - É uma outra forma de manifestação que não o
fatores facilitadores da impregnação quadro clássico
bilirrubínica cerebral, que incluem as xia,
instabilidade na temperatura, sepse, acidose e ‣ Se apresenta com alterações sutis do
hipoalbuminemia <2,5g/dL neurodesenvolvimento, cujo diagnóstico é
retrospectivo, com história de
- Doença hemolítica - carga de BI muito alta, hiperbilirrubinemia neonatal e avaliação clínica
destruição de hemácias e gera muita BI de criteriosa, com achados característicos na
forma que o metabolismo hepático não da ressonância, descartando-se outras possíveis
conta etiologias

- De ciência de G6PD DIAGNÓSTICO


- As xia
- Sepse - comprometimento da barreira hemato - A encefalopatia não exibe um padrão clínico
encefálica característico, o que di culta o seu diagnóstico.
- Acidose - comprometimento da barreira
hemato encefálica - Além disso, é difícil diferenciar a lesão do
sistema nervoso central induzida pela
- Albumina <3g/ dL - se eu tenho albumina bilirrubina dos outros fatores que contribuem
baixa, vou ter mais BI livre que pode passar a para tal lesão nessa faixa de idade gestacional
barreira hemato encefálica e levar a
neurotoxicidade - O diagnóstico de encefalopatia bilirrubínica,
muitas vezes, é retrospectivo, com achados
FISIOPATOLOGIA especí cos na ressonância nuclear magnética

1- A bilirrubina indireta lipossolúvel vai penetrar PREVENÇÃO


no sistema nervoso central e vai atacar os
gânglios da base
‣ É uma doença que pode ser prevenida, e sua
prevenção é dividida em 2 etapas
CLÍNICA

1- requer o conhecimento dos fatores de risco e o


- Se apresenta em RN de 35 semanas ou mais de
manejo adequado da hiperbilirrubinemia na
idade gestacional
primeira semana de vida

- Inicialmente: hipotonia e sucção débil


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2— requer a rápida atuação terapêutica com foto-


terapia intensiva na maior superfície corpórea
imediatamente após a suspeita da
hiperbilirrubinemia signi cante
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