Você está na página 1de 4

ISAAC ELIAS

Psicólogo
Neuropsicólogo Fac. Medicina USP
Especialista em Psicologia Clínica Fac. Medicina USP
Especialista em Reabilitação Neuropsicológica Fac. de Medicina USP
Especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental Fac. Medicina USP
Colaborador Setor Doenças Desmielinizastes Esc. Pta Med. Unifesp.
Pós-graduado em Administração de Empresas FAAP
Pós-graduado em Psicologia do Trânsito
CRP06/12209
CÉREBRO - CENTRO CLINICO DE PSICOLOGIA E NEUROPSICOLOGIA LTDA
Al. Joaquim Eugênio de Lima, 187 Cj 71 / 72.
São Paulo – SP – CEP 01403-001
Telefones: (11) 2872 2159 / (11) 3541-3200 / (11) 99132 6136
Email: isaacelias@hotmail.com
isaacelias@isaacelias.com.br

Caminhar pode ajudar o cérebro a funcionar melhor, diz estudo


Participantes tiveram massa branca renovada após praticar atividade física por seis meses

10.jun.2022 às 10h00

Gretchen Reynolds

THE NEW YORK TIMES (FOLHA DE SÃO PAULO – CADERNO EQUILIBRIO)

O exercício físico pode refrescar e renovar a massa cerebral branca,


potencialmente melhorando a memória e a capacidade de pensamento quando
envelhecemos, revelou um novo estudo sobre caminhada, dança e saúde
cerebral.

O estudo mostra que a massa branca, que conecta e sustenta nossas células
cerebrais, se remodela quando as pessoas ficam mais fisicamente ativas. Já no
caso das pessoas que permanecem sedentárias, a massa branca tende a
encolher e se desgastar.

As descobertas ressaltam o dinamismo do cérebro e como ele se transforma


constantemente, para melhor ou para pior, em resposta a como vivemos e nos
movemos.

A ideia de que o cérebro adulto possa ser maleável é uma descoberta mais ou
menos recente, em termos científicos.

Até o final dos anos 1990, a maioria dos pesquisadores considerava que o
cérebro humano era fisicamente fixo e inflexível a partir da primeira infância. A
ideia comum era que nascemos com a maior parte das células cerebrais que
jamais teremos, e não podemos produzir mais. Nesse cenário, a estrutura e
função do cérebro só se enfraqueceriam com a idade.

Mas a ciência avançou, felizmente, e reconsiderou esse prognóstico sombrio.

Estudos complexos usando pigmentos especializados para identificar células


recém-nascidas indicaram que algumas partes do cérebro criam neurônios
mesmo em fase adiantada da idade adulta, num processo conhecido como
neurogênese.

1
ISAAC ELIAS
Psicólogo
Neuropsicólogo Fac. Medicina USP
Especialista em Psicologia Clínica Fac. Medicina USP
Especialista em Reabilitação Neuropsicológica Fac. de Medicina USP
Especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental Fac. Medicina USP
Colaborador Setor Doenças Desmielinizastes Esc. Pta Med. Unifesp.
Pós-graduado em Administração de Empresas FAAP
Pós-graduado em Psicologia do Trânsito
CRP06/12209
CÉREBRO - CENTRO CLINICO DE PSICOLOGIA E NEUROPSICOLOGIA LTDA
Al. Joaquim Eugênio de Lima, 187 Cj 71 / 72.
São Paulo – SP – CEP 01403-001
Telefones: (11) 2872 2159 / (11) 3541-3200 / (11) 99132 6136
Email: isaacelias@hotmail.com
isaacelias@isaacelias.com.br

Estudos posteriores constataram que o exercício físico amplifica a


neurogênese. Quando roedores correm, por exemplo, eles geram de três a
quatro vezes mais células cerebrais novas do que fazem animais sedentários.

E entre os humanos, iniciar um programa de exercício físico regular leva ao


aumento do volume cerebral. Essencialmente, o estudo demonstra que o
cérebro humano conserva sua plasticidade por toda a vida, alterando-se à
medida que nós mudamos, incluindo em resposta a como nos exercitamos.

Mas a maioria dos estudos passados de plasticidade cerebral enfocou a massa


cinzenta, que contém as célebres pequenas células cinzentas, ou neurônios,
que nos permitem e criam pensamentos e memórias.

A massa branca, que forma a "fiação" do cérebro, foi menos pesquisada.


Composta principalmente de fibras nervosas envoltas em gordura e conhecidas
como axônios, a massa branca conecta os neurônios e é essencial para a
saúde cerebral. Mas ela pode ser frágil, ficar rala e começar a apresentar
pequenas lesões quando envelhecemos.

Essas dilapidações podem ser precursoras do declínio cognitive: um fato


preocupante.

A massa branca também tem sido vista como sendo relativamente estática,
dotada de pouca plasticidade ou capacidade de adaptar-se às alterações das
nossas vidas.

Mas Agnieszka Burzynska, professora de neurociência e desenvolvimento


humano na Colorado State University em Fort Collins, pensou que a ciência
podia estar subestimando a massa branca.

"Ela tem sido vista como uma meia-irmã feia e desprezada" da massa cinzenta,
ela disse, sendo ignorada e mal julgada. Burzynska considerava provável que a
massa branca possuísse tanta plasticidade quanto a cinzenta e fosse capaz de
se remodelar, especialmente se as pessoas começassem a se mexer.

Assim, para o novo estudo, que foi publicado online em junho na NeuroImage,
ela, sua aluna de pós-graduação Andrea Mendez Colmenares e outros colegas
se propuseram a reformar a massa branca de algumas pessoas.

Eles começaram reunindo quase 250 homens e mulheres idosos que eram

2
ISAAC ELIAS
Psicólogo
Neuropsicólogo Fac. Medicina USP
Especialista em Psicologia Clínica Fac. Medicina USP
Especialista em Reabilitação Neuropsicológica Fac. de Medicina USP
Especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental Fac. Medicina USP
Colaborador Setor Doenças Desmielinizastes Esc. Pta Med. Unifesp.
Pós-graduado em Administração de Empresas FAAP
Pós-graduado em Psicologia do Trânsito
CRP06/12209
CÉREBRO - CENTRO CLINICO DE PSICOLOGIA E NEUROPSICOLOGIA LTDA
Al. Joaquim Eugênio de Lima, 187 Cj 71 / 72.
São Paulo – SP – CEP 01403-001
Telefones: (11) 2872 2159 / (11) 3541-3200 / (11) 99132 6136
Email: isaacelias@hotmail.com
isaacelias@isaacelias.com.br

sedentários, mas de outro modo saudáveis. Testaram em laboratório a aptidão


aeróbica e as habilidades cognitivas desses voluntários e também mediram a
saúde e função de sua massa branca, usando uma forma sofisticada de
ressonância magnética.

Em seguida, dividiram os voluntários em grupos, um dos quais iniciou um


programa supervisionado de alongamentos e treino de equilíbrio três vezes por
semana, para servir de controle ativo. Outro grupo começou a fazer
caminhadas em passo rápido juntos três vezes por semana, por cerca de 40
minutos cada vez. E o grupo final começou a dançar, reunindo-se três vezes
por semana para aprender e treinar "line dancing" e coreografias em grupo.

Todos os grupos treinaram por seis meses e depois voltaram ao laboratório


para repetir os testes feitos no início do estudo.

Os cientistas constataram que o corpo e cérebro de muitos dos participantes


havia se alterado. Os caminhantes e dançarinos haviam aumentado sua
aptidão aeróbica, conforme o que previsto. Mais importante ainda, sua massa
branca parecia renovada. Nas novas ressonâncias magnéticas, as fibras
nervosas de determinadas partes de seus cérebros pareciam maiores e
quaisquer lesões haviam encolhido.

Essas alterações desejáveis foram mais prevalentes entre os caminhantes, que


também estavam tendo resultados melhores nos testes de memória. O mesmo
não aconteceu com os dançarinos, de modo geral.

Enquanto isso, a saúde da massa branca dos membros do grupo de controle,


que não haviam feito exercício aeróbico, declinara após os seis meses, com
afinamento maior, mais desgaste dos axônios e escores cognitivos mais
baixos.

Essas descobertas são muito promissoras para quem pratica exercício físico,
disse a dra. Burzynska. Eles nos dizem que a massa branca permanece
plástica e ativa, seja qual for nossa idade, e que algumas caminhadas
aceleradas por semana podem ser o bastante para polir o tecido e desacelerar
ou afastar o declínio da memória.

É claro que as alterações cerebrais foram sutis e um tanto inconsistentes.


Burzynska e seus colegas haviam previsto, por exemplo, que a dança geraria
mais alterações na massa branca e melhorias cognitivas que a caminhada, já

3
ISAAC ELIAS
Psicólogo
Neuropsicólogo Fac. Medicina USP
Especialista em Psicologia Clínica Fac. Medicina USP
Especialista em Reabilitação Neuropsicológica Fac. de Medicina USP
Especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental Fac. Medicina USP
Colaborador Setor Doenças Desmielinizastes Esc. Pta Med. Unifesp.
Pós-graduado em Administração de Empresas FAAP
Pós-graduado em Psicologia do Trânsito
CRP06/12209
CÉREBRO - CENTRO CLINICO DE PSICOLOGIA E NEUROPSICOLOGIA LTDA
Al. Joaquim Eugênio de Lima, 187 Cj 71 / 72.
São Paulo – SP – CEP 01403-001
Telefones: (11) 2872 2159 / (11) 3541-3200 / (11) 99132 6136
Email: isaacelias@hotmail.com
isaacelias@isaacelias.com.br

que a dança implica em mais aprendizado e treino. Mas caminhar se mostrou


mais potente, sugerindo que o próprio exercício aeróbico é o mais importante
para a saúde da massa branca.

"Os dançarinos passaram algum tempo em cada sessão observando os


instrutores, sem se mexer muito", disse Burzynska. "Isso deve ter afetado seus
resultados."

Os participantes no estudo tinham mais de 60 anos, eram inativos e se


exercitaram por apenas seis meses. Ainda não está claro se o cérebro de
pessoas mais jovens e em melhor forma física também se beneficiaria, ou se a
prática de mais longo prazo de exercícios aeróbicos poderia resultar em
melhorias maiores da memória e do pensamento. Mas, por enquanto, diz
Burzynska, os resultados já constituem "um argumento convincente para as
pessoas se levantarem e mexerem". Pelo bem de sua massa branca.

Você também pode gostar