1) O filme descreve uma escola que perdeu prestígio após receber alunos de periferia envolvidos com gangues.
2) Uma professora nova tenta ensinar esses alunos desacreditados, lendo o diário de Anne Frank e incentivando seus alunos a escreverem os próprios.
3) Apesar de enfrentar preconceitos e falta de apoio, a professora muda a perspectiva dos alunos mostrando que a educação pode levá-los a um caminho melhor.
1) O filme descreve uma escola que perdeu prestígio após receber alunos de periferia envolvidos com gangues.
2) Uma professora nova tenta ensinar esses alunos desacreditados, lendo o diário de Anne Frank e incentivando seus alunos a escreverem os próprios.
3) Apesar de enfrentar preconceitos e falta de apoio, a professora muda a perspectiva dos alunos mostrando que a educação pode levá-los a um caminho melhor.
1) O filme descreve uma escola que perdeu prestígio após receber alunos de periferia envolvidos com gangues.
2) Uma professora nova tenta ensinar esses alunos desacreditados, lendo o diário de Anne Frank e incentivando seus alunos a escreverem os próprios.
3) Apesar de enfrentar preconceitos e falta de apoio, a professora muda a perspectiva dos alunos mostrando que a educação pode levá-los a um caminho melhor.
O filme Escritores da Liberdade tem como cenário principal uma escola
que era muito prestigiada em um tempo anterior ,mas devido a um projeto ,intitulado “Integração” da Secretaria de Educação que integrou estudantes de periferia na escola, a escola perdeu seu prestígio porque as notas caíram. Ameaças, brigas passaram a acontecer constantemente dentro da escola. Neste projeto de integração estavam incluídos alunos envolvidos em gangues, ou com tornozeleira eletrônica. Eles podiam escolher ir para o reformatório ou à escola. Essa situação, não era uma realidade apenas dentro da escola, no decorrer do filme, nós acompanhamos a vida de vários estudantes que estão divididos em grupos que possuem as mesmas característica física, étnica e racial. Há o grupo dos negros , dos asiáticos , latinos. Esses grupos são preconceituosos uns com os outros e estão constantemente lutando por áreas nos bairros. Por um olhar torto lançado a alguém corre-se o risco de ser baleado. Esse ódio e vivido e disseminado. Há limites territoriais que os asiáticos não podem passar pois pertence aos negros e limites territoriais pertencentes aos latinos que os demais grupos não podem ultrapassar e quando esses limites são ultrapassados, há morte, discussões e brigas. Cada um dos grupos possui suas gangues que protege seu grupo e mata os demais grupos por qualquer situação. Essas situações são balizadas pelo tráfico de drogas, constantes roubos e demais crimes. O ódio é nutrido neles dia após dia ,sem possibilidade de conciliação. Por conseguinte, essas situações de preconceito se repetem na escola. Nesse sentido, a sala 203 reúne esses estudantes provenientes dos bairros periféricos que têm uma relação muito forte com as gangues. Nesse contexto entra a senhora G, Erin,uma professora novata. Ela fica responsável por lecionar na sala do primeiro ano que é a 203 ,como é citado no filme “A sala dos burros”. No primeiro dia de aula ,a professora se depara com brigas.Os alunos não respondem nem ao menos seus comprimentos, eles a encaram e a ignoram. Por muitos dias essa cena se repete, ela passa os dias escrevendo conteúdo no quadro e não tem resposta e nem participação dos alunos, até que um dia algo muda neste cenário. Ela se depara ,durante a aula , com um papel que estava sendo passado de mesa em mesa, neste papel havia um desenho caricato de um dos alunos. Ela faz uma comparação com a discriminação sofrida pelos judeus na época do holocausto judeu. Ela toca no assunto mais comum para eles, as gangues, explicando o que são nazistas como se fossem uma gangue. A partir disso, ela consegue a atenção dos alunos. Conseguida essa atenção, ela se empenha para mantê-la. E então no filme é mostrado como se ela percebesse que o primeiro passo para que ela consiga dominar a sala e ter atenção do aluno, é compreender todas as especificidades que formam o aluno, pois antes de ele ser um aluno, ele é um ser humano e ela respeita a essência d cada um, e também o contexto social em que eles vivem. Assim como Paulo Freire diz em seu livro Pedagogia da Autonomia. Vemos nascer nela o desejo de ensinar esses alunos, de educá- los, de mostrar que é possível . Segundo aspecto do filme que nos é apresentado e a forma como instituições educativas e as autoridades veem e tratam esses alunos. Ela vai à biblioteca selecionar livros para distribuir entre os alunos, entretanto ela é barrada pois os livros não podem ser emprestados para a sala 203. Para a sala 2003 podem ser emprestados, apenas livros infantis . Ela questiona a decisão, pois os livros estão guardados sem serem usados na biblioteca Eles afirmas que é uma regra da escola, sendo assim não pode ser quebrada. Então, a professora compra os livros e distribui para os alunos. Depois, ela pede auxílio da secretaria de educação que demonstra resistência mas depois a concede autonomia para lecionar ,comprar livros e levar os alunos em viagens. Durante todo o filme, há uma série de embates entre a professora ,a diretoria da escola e a secretaria de educação. Questiona constantemente o fato de ser criada uma sala, um projeto de integração para esses alunos, porém sem os recursos necessários para que o ensino se efetive. Nesse sentido,há uma Norma no papel que não é realidade na prática. Erin distribui para eles exemplares do diário de Anne Frank, e eles se veem representados na história em que ela enfrenta as lutas, a guerra, o medo e o preconceito latente. Após a leitura do livro,a professora os incentiva a escrever seus próprios diários e se quisessem, permitissem que ela os lesse. Os alunos permitem, e ela o faz. Nesses diários são descritas suas percas, seus medos, conquistas e suas dores. Em um dos diários,uma aluna conta que viu seu pai ser preso injustamente,no outro o garoto mora com a mãe que não conversa com ele, por ele ser parecido com o pai morto, e seu irmão está preso, ele narra que ninguém o enxerga. O que ele faz ou deixa de fazer não é importante para ninguém. Em outro diário, um garoto é expulso de casa por entrar em uma gangue e agora mora em becos. Em outros diários há meninas que relatam as violências que elas sofreram de pais, namorados, homens. Entretanto para diretoria da escola esses assuntos devem ser deixados de fora da sala de aula e em sua opinião esses alunos não se importam com sua educação. A questão é eles nem sabem que isso é importante como eles vão se importar com algo que eles não entendem. Mas os empenhos da professora mudam suas perspectivas. Por meio da educação que eles recebem na escola eles percebem que há um outro caminho a seguir, que o mundo não se resume as vivências em seus bairros, em suas casas, então cada vez mais eles almejam essa liberdade e se esforçam no que aprendizagem pode os oferecer. Essa educação só é possível porque a professora vê e ensina embasada na perspectiva de construção do conhecimento. Interessante destacar que junto ao conhecimento científico é atrelada a afetividade, conforme recomenda Paulo Freire. A mudança de rumo que a vida dos estudantes toma se deve a proposta de mudança feita pela professora e também pelo aceite por parte doas alunos, “é uma via de mão dupla”. A situação vivida pela professora também é conflitante porque vemos que no início do filme ela leva uma vida confortável, morando com o seu esposo, tendo a profissão dos seus sonhos, que é ser professora vemos que é filha de um Pai Rico e mesmo assim ela percebe que é responsabilidade dela também auxiliar esses alunos, esses jovens. Mesmo vivendo de modo confortável ela consegue ser empática com os menos desfavorecidos. Seu pai questiona a escolha dessa profissão, diz que ela deveria considerar aquele trabalho apenas como “um trabalho”, “uma experiência”, mas no final do livro diz que se orgulha. Seu marido diz apoiar sua profissão e admirar o que ela vêm fazendo, os destaques e as notícias do jornal que vêm saindo sobre o desempenho daqueles alunos que “não sairiam do primeiro ano”, mas na pratica, ele não a apoia . Em um determinado momento ela diz para que ele a apoie nesse algo tão grande que ela vem realizando, assim como as esposas fazem com os seus maridos. Porém ,em uma declaração machista ele diz que “eu não posso ser sua esposa”, diferenciando, desse modo, os papeis de homem e de mulher no casamento. Ele não pode ser um espectador, participante do seu sucesso, pois esse sucesso é maior que o dele, as responsabilidades dela são maiores que as dele. Em um ápice de egoísmo, ele chega a pedir que ela escolha entre ele e o alunos. No fim do filme ele se divorciam. Ao longo de todo o filme ela se depara com frases machistas que desqualificam-na. Entretanto, ela enfrenta esse preconceito de gênero e se esforça em seu objetivo . Ela diz que ser professora e influenciar a vida dos alunos daquela forma tornava a vida dela completa. Uma das frases mais lindas em todo o filme, acontece no contexto em que o aluno que escreve em seu diário que sua mãe não o enxerga para de ir a escola por uma frustração e em uma autoavaliação ele se da um “0”, a professora o questiona dizendo que isso não é verdade, e não é essa nota que ele merece. Ela diz “eu enxergo você” e uma lágrima escorre dos olhos dele.