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ELABORAÇÃO DE UMA FICHA DE AVALIAÇÃO DA 

FISIOTERAPIA DO PACIENTE NA UNIDADE DE 


TERAPIA INTENSIVA 

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A UTI deve ser lembrada como um ambiente formado por profissionais da
área da saúde que prestam uma vigilância de forma integrada para os
pacientes que necessitam de um maior monitoramento e cuidado.

A melhoria das condições de vida tem aumentado a longevidade da


população e, conseqüentemente, a quantidade de comorbidades que atingem
tais pacientes, expondo-os a um risco maior de serem vítimas de
emergências traumáticas ou não traumáticas, aumentando a chance de
internação em Unidade de Terapia Intensiva. A porcentagem de leitos de
Terapia Intensiva necessários varia de 7 a 15%, dependendo das
características próprias de cada hospital 1.

A equipe de atendimento numa UTI é multiprofissional e interdisciplinar,


constituída por Médicos, Enfermeiros, Fisioterapeutas, Nutricionistas,
Psicólogos, Fonoaudiólogos e Assistentes Sociais. Cada leito contém
monitores cardíacos, cama elétrica projetada, oximetria de pulso e rede de
gases 2.

O trabalho do profissional em fisioterapia tem se mostrado eficaz e


imprescindível, sendo considerado parte integrante da equipe responsável
pelos cuidados em pacientes de UTIs. Sua função varia consideravelmente
de uma unidade a outra, dependendo do país, da instituição, do nível de

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treinamento e da situação do paciente Em alguns países ou instituições o
fisioterapeuta tem a responsabilidade de avaliar todos os pacientes em UTIs,
sendo que, em outros locais, participam da equipe de cuidados quando o
médico responsável solicita sua participação 3,4.

Este trabalho tem o objetivo de elaborar uma ficha de avaliação


fisioterapêutica do paciente na UTI, constando os parâmetros necessários a
serem avaliados nestes pacientes que necessitam de uma maior vigilância.

METODOLOGIA

Este trabalho consiste na proposta de elaboração de uma ficha de avaliação


fisioterapêutica do paciente na UTI. A presente investigação científica é
classificada como sendo bibliográfica, de caráter qualitativo, já que tem como
propósito o levantamento da literatura publicada, com a finalidade de colocar
o pesquisador em contato com o que já foi documentado acerca do apontado
tema de interesse deste estudo. Foram utilizadas fontes secundarias como
livros, artigos e revistas cientificas e vivência em UTI`s. Esta pesquisa tem o
propósito de servir como instrumento facilitador, para acadêmicos e
profissionais da fisioterapia, para melhor avaliação e segurança dos dados
coletados sendo armazenados em um prontuário eletrônico.

1. AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA

A avaliação da fisioterapia tem como objetivo definir corretamente os


problemas dos pacientes, sendo impossível sem esta desenvolver um
tratamento apropriado. Deve ser realizada constantemente para identificar
alterações e se os objetivos estabelecidos estão sendo atingidos. É
necessário um conhecimento teórico para que o tratamento traçado seja
adequado 5.

A avaliação pode ser dividida em duas partes: a anamnese (questionário de


investigação do paciente), e o exame físico 6.

1.1. Anamnese

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A anamnese é uma coleta de dados que contém um breve resumo sobre o
paciente, obtida por meios de informações médicas juntamente com a
avaliação fisioterapêutica 5,6.

Dados de Identificação: nome, sexo, idade, data de admissão, diagnóstico,


encaminhamento médico e número de registro do hospital;

História da Doença Atual (HDA): resume os problemas atuais do paciente e


informações clínicas de relevância;

História da Doença Pregressa (HP): identifica afecções e cirurgias ocorridas


no passado que podem ou não ter relação com a doença atual;

História Social (HS): faz alusão aos hábitos, relata ocupação atual e passada
do paciente, bem como condições de higiene, tabagismo, etilismo e
habitação;

História Familiar (HF): doenças graves sofridas por familiares próximos do


paciente;

Queixa Principal (QP): transcrição exata do que o paciente relata.

1.2. Exame Físico

O exame físico é essencial para avaliação do problema e determinação dos


efeitos da terapia 7. Este se constitui de quatro etapas: inspeção estática,
inspeção dinâmica, palpação, e ausculta pulmonar 5.

A inspeção estática é a avaliação do paciente sem analisar os movimentos


respiratórios, começando pela observação do mesmo no leito. Neles constam:

1) Nível de Suporte Ventilatório: observar se o paciente esta respirando


espontaneamente (em ar ambiente), ou então:

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● Oxigênio suplementar (através de cateter nasal, máscara facial,
sistema de Venturi e as frações de oxigênio administradas);
● Ventilação não invasiva (VNI);
● Ventilação invasiva (VMI), assim como as interfaces da ventilação
(máscara, tubo traqueal, traqueostomia), modalidade e parâmetros
ventilatórios 5.

2) Avaliação do Nível de Consciência: nível de consciência é o grau de alerta


comportamental que o indivíduo apresenta, devido a isso nota-se uma grande
possibilidade de variação desse parâmetro. No cotidiano da equipe de saúde
se faz necessário a utilização de escalas que permitam a padronização da
linguagem utilizada para facilitar a comunicação oral e escrita dessas
informações, bem como, estabelecer um sólido sistema que seja capaz de
acompanhar a evolução do nível de consciência do paciente. Em nosso meio
vemos com freqüência a utilização da Escala de Coma de Glasgow (ECG),
como pode ser visto na tabela 1, que foi elaborada para propor consistente
avaliação clínica do nível de consciência dos pacientes com dano cerebral
8,26.

Um escore menor que 8 é comumente aceito como ponto crítico das


alterações do nível de consciência e como a pontuação que define um
indivíduo em estado de coma. A aplicação dessa escala é rápida, de fácil
compreensão e permite concordância entre avaliadores. Assim como a
aplicação da Escala de Sedação (tabela 2), utilizada para se definir o nível de
sedação e analgesia do paciente internado em ambientes de terapia
intensiva, seus valores variam de 0 à 6 8,26.

TABELA 1​: Escala de Glasgow

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FONTE:​ ​http://www.ee.usp.br/REEUSP/upload/html/417/img/02a3.gif

TABELA 2​: Escala de Sedação de Ramsay

Ansioso, agitado ou inquieto;

Tranqüilo, cooperativo, orientado;

Sedado, sonolento, porém responsivo a comandos;

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Sedado, dormindo, com resposta rápida à leve toque da glabela ou
estímulo auditivo alto;

Sedado, dormindo, responde lentamente a estímulo auditivo alto ou


toque da glabela;

Sedado, dormindo, não responsivo (coma farmacológico).

FONTE​: JACOBI, 2002.

3) Avaliação dos Sinais Vitais: compreende a temperatura corpórea, a


freqüência cardíaca, saturação de oxigênio e pressão arterial, são as
mensurações mais utilizadas por serem de fácil obtenção e fornecerem
informações úteis sobre a condição do paciente.

● A temperatura corpórea média nos adultos é de aproximadamente


37ºC. Esta é mantida através do equilíbrio entre a produção e a perda
de calor. Quando elevada pode ser resultante de uma doença (febre)
ou atividade normal como exercício 7.
● Na freqüência cardíaca (FC) devem ser avaliadas a freqüência, o rítimo
e a força do pulso periférico. A freqüência do pulso normal do adulto é
de 60 a 100 batimentos por minuto e com rítimo regular. Quando
ultrapassa 100 é denominada taquicardia e quando inferior a 60
bradicardia 5.
● A pressão arterial é a força exercida quanto à parede das artérias
quando o sangue se move através destas. A pressão arterial sistólica é
a força máxima exercida nas principais artérias durante a contração do
ventrículo esquerdo. Normalmente no adulto é de 90 a 140mmHg. A
pressão arterial diastólica é a força nas principais artérias que
permanecem apos o relaxamento dos ventrículos e normalmente é de
60 a 90mmHg 5.

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● A saturação parcial de oxigênio arterial (SpO2) é a porcentagem de
hemoglobina saturada com o oxigênio e sua normalidade está nos
valores acima de 90% 9.

4) Avaliação da Pele: observa-se a coloração, hidratação e presença de


cicatrizes. A cianose é a coloração azulada da pele, a Cianose central é
devida a menor saturação arterial em função transporte insuficiente se
oxigênio ate o pulmão ou à presença de shunt cardíaco. A cianose periférica
ocorre devido a vasoconstrição podendo aparecer em varias condições como
o frio e baixo debito cardíaco 5,7. Úlceras de pressão são úlceras decorrentes
de isquemia tecidual local, provocadas pela alteração do reflexo de dor em
pacientes com lesão medular (tetraplégicos, paraplégicos ou hemiplégicos)
ou pacientes debilitados, idosos ou cronicamente doentes 10.

5) Avaliação de Edema Periférico: é um sinal de insuficiência cardíaca, mas


pode ser encontrado em pacientes com baixo nível de albumina, função
linfática ou venosa reduzida, ou com administração de altas doses de
esteróides 5.

6) Presença de Dreno Torácico: a drenagem é um procedimento cirúrgico


para a introdução de um dreno através da parede torácica na cavidade
pleural. Indicada para drenagem de líquidos e/ou ar. Observando o aspecto
do liquido drenado e a oscilação do mesmo 5.

7) O Teste de Força Muscular Manual destina-se a avaliar a capacidade de o


músculo desenvolver tensão contra uma resistência. É o método mais
amplamente utilizado no exame físico da avaliação clínica da força muscular
11.

O teste de Força Muscular se baseia em cinco graus para classificar o tipo de


força muscular que foi desenvolvida 12. Assim tem-se:

● Grau zero: nenhuma evidência de contração pela visão ou palpação;


● Grau 01: ligeira contração, nenhum movimento;
● Grau 02: movimento através da amplitude completa na posição com
gravidade eliminada;
● Grau 03: movimento através da amplitude completa contra a gravidade;

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● Grau 04: movimento através da amplitude completa contra a gravidade
e capaz de prosseguir contra uma resistência moderada;
● Grau 05: movimento através da amplitude completa contra a gravidade
e capaz de prosseguir contra uma resistência máxima.

8) Para os pacientes cooperativos, o ​Medical Research Council ​(MRC) escore


usado na avaliação da força muscular periférica demonstra-se bastante
reprodutível e com alto valor preditivo em vários estudos sobre disfunção
neuromuscular do paciente crítico. Somando os pontos de 6 músculos de
cada lado (deltóide, bíceps braquial, extensor do punho, íleo-psoas,
quadríceps e tibial anterior) 13.

A inspeção dinâmica ocorre quando avaliamos o comportamento torácico 5.


São avaliados: freqüência, tipos, ritmos e padrões respiratórios; sinais de
aumento de trabalho respiratório (cianose, dispnéia, tiragens), volume
corrente (VC) 14.

1) Freqüência Respiratória (FR): em um adulto normal pode ser mensurada


de 12 a 18 respirações por minuto (rpm). A taquipnéia é quando está
anormalmente elevada sendo associada ao esforço, febre, hipoxemia,
acidose metabólica, ansiedade e dor. A bradipnéia é quando a freqüência
respiratória está baixa, podendo ocorrem em pacientes com hipotermia. É
contada observando-se o movimento abdominal ou da parede torácica 7.

2) Tipo Respiratório: é determinado pelo segmento do tronco que predominar


durante os movimentos respiratórios. Na respiração normal tanto o abdome
como o tórax se elevam, mas pode haver predomínio desta elevação.
Podendo ser: abdominal ou diafragmática, torácica ou costal, mista,
paradoxal ou invertida (assincronismo entre abdome e tórax) 5.

3) Ritmo Respiratório: este nos dá informações adicionais sobre tipo e a


gravidade da doença. A respiração normal deve ser regular com freqüência
de 12 a 20 (rpm). A inspiração é ativa e a expiração é passiva, sendo a
relação I: E é de 1:2 5. A apnéia (ausência de respiração por mais de 15
segundos) pode refletir disfunção do sistema nervoso central ou fadiga
muscular, devido obstrução das vias áreas ou por distúrbio da condução
neural; respiração Cheyne-Stokes que consiste em uma fase em que os
movimentos respiratórios aumentam progressivamente de amplitude, após o

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qual diminuem até a apnéia, está clinicamente associada a lesões cerebrais
difusas ou nos hemisférios; respiração Biot caracterizada por irregularidade
imprevisível com inspirações profundas que ocorrem ao acaso, suas causas
pode ser lesão cerebral difusa, depressão do centro respiratório, lesão
medular e compressão do bulbo; e a respiração Kussmaul onde os
movimentos respiratórioos são rápidos e profundos, tendo como as principais
causas predisponentes a acidose metabólica, estados de coma e infarto
agudo do miocárdio, estes são alguns tipos de ritmos anormais 15.

A palpação permite que as lesões superficiais e profundas sejam mais bem


examinadas quanto a sua forma, volume e consistência. A sensibilidade
superficial e profunda, a dor provocada e a espontânea ou qualquer outra
manifestação dolorosa relatadas pelo paciente devem ser avaliadas 5. É
utilizada em pacientes selecionados para confirmar ou descartar problemas
suspeitados sugeridos pelos dados da anamnese e do exame físico 7.

1) Enfisema Subcutâneo: existe uma característica de creptação da pele,


onde observa-se presença de ar nos tecidos subcutâneos do tórax, pescoço e
face 5.

A ausculta pulmonar é utilizada para identificar ruídos pulmonares normais e


anormais7. Murmúrio vesicular ou respiratório é um leve som murmurante
que durante a inspiração é mais longe e nítido e na expiração é mais curto,
fraco e menos nítido. O aumento ocorre em indivíduos com maior volume de
ar circulante e a diminuição sempre que houver redução do volume corrente.
Os ruídos adventícios são aqueles não audíveis em condições normais,
podendo ter sua origem na árvore brônquica, nos alvéolos ou no espaço
pleural. São classificados em secos (roncos e sibilos), úmidos (crepitantes e
subcrepitantes) e atrito pleural5.

1.3. Gasometria Arterial

A gasometria arterial é um exame invasivo onde é colhida uma amostra de


sangue através da artéria radial, braquial ou femoral com intuito de avaliar os
seguintes dados: concentração de hidrogênio dos líquidos corpóreos (pH),
pressão arterial de oxigênio (PaO2), pressão arterial de dióxido de carbono

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(PaCO2), excesso de base (BE), bicarbonato de sódio (HCO3) e a saturação
de oxigênio (SatO2) 16.

O pH determina se há uma acidose (a diminuição da concentração dos


líquidos corpóreos) ou uma alcalose(aumento da concentração desses
líquidos). Seus valores normais são: 7,35 a 7,45. A PaO2 indica a eficácia
das trocas de oxigênio entre alvéolos e capilares pulmonares. Os valores
normais variam entre 80 a 100 mmHg. A PaCO2 exprime a eficácia da
ventilação alveolar, com grande difusão deste gás. Seus valores oscilam
entre 35 a 45 mmHg. O BE corresponde ao excesso de base em que seus
valores normais encontram-se entre -2 a +2 mEq/L. O HCO3 demonstra a
concentração de bicarbonato no plasma sanguíneo. Os valores habituais
variam de 22 a 28 mEq/L. A saturação de oxigênio (SatO2) é a porcentagem
de hemoglobina saturada com o oxigênio e sua normalidade está nos valores
acima de 90% 9.

1.4 Capnografia

A Capnografia é a mensuração e o registro gráfico do dióxido de carbono


exalado no final da expiração (PETCO2). Além do PETCO2 são colhidas
também a FR e o capnigrama. A PETCO2 é o parâmetro de maior utilidade
clínica, pois quando analisado juntamente com a PaCO2, oferece
informações úteis sobre a ventilação alveolar, o gradiente P(a – ET) CO2 e o
comportamento do espaço morto. Deve ser monitorizado, quando disponível,
na rotina dos cuidados à pacientes com vias aéreas artificiais 17.

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1.5 Oxigenoterapia

Esse recurso consiste na administração de oxigênio em concentrações


maiores do que a encontrada em ar ambiente, com intuito de prevenir ou
tratar as manifestações clinicas da hipóxia para manter uma adequada
oxigenação tecidual e minimizar o trabalho que a hipoxemia gera ao sistema
cardiopulmonar 18.

Ainda de acordo com o autor supraciatado, podem ser usados de quatro


formas: sistemas de baixo (cânula nasal, cateter nasal e cateter
transtraqueal), sistemas com reservatório (cânula nasal com reservatório e
circuito de não-reinalação com reservatório), sistemas de alto fluxo
(arrastamento de ar, misturadores de ar) e os sistemas cercados (tendas de
oxigênio, capacetes e incubadoras) 19.

1.6 Monitorização da Mecânica Respiratória

Em pacientes submetidos a suporte ventilatório prolongado, é importante a


mensuração de suas condições de força muscular, drive respiratório e da
mecânica torácica para que ocorra o desmame adequado destes casos 20.

1.7 Suporte Ventilatório

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A assistência ventilatória pode ser entendida como a manutenção da
oxigenação e/ou ventilação dos pacientes de maneira artificial até que estes
estejam capacitados a reassumi-las. Esta assistência torna-se importante
para os pacientes submetidos à anestesia geral e para aqueles internados
nas unidades de terapia intensiva com insuficiência respiratória 17,26.

1) Modo: A primeira escolha deve ser sempre o modo ser ventilatório,


mantendo-se limites de volumes ou pressões. A distensão alveolar rápida e
abrupta é fator predominante na lesão alveolar, deve-se estar atento a
restrições de volumes de 7 a 8 ml/kg que podem ser suficientes para uma boa
manutenção das trocas gasosas, todavia o critério de peso é discutível,
devendo observar estados de hipo ou hiperventilação vendo, ouvindo e
sentindo. Após trinta minutos de ventilação está indicada a gasometria
arterial, mantendo controle diário, a cada 24 horas. No modo pressórico,
manter níveis que proporcionem a manutenção do Volume Minuto maior que
5 a 6 l/minuto, na dependência do peso, com níveis médios de pico em torno
de 22 a 25 cm/h2O 17.

2) Modalidade: É fundamental reconhecer o nível de dependência do VM. De


modo geral o ciclo ventilatório é passivo (controlado – do Ventilador) e ativo
(Assistido – do paciente) com ciclos A/C respectivamente. Denominações
modernas foram ampliadas:

● Controladas: VCV (Ventilação Controlada a Volume) e PCV (Ventilação


Controlada a Pressão).
● Assistidas: SIMV (Ventilação Mandatória Intermitente Sincronizada ),
sendo a Volume ( SIMV/V) ou Pressão (SIMV/P).

Todas outras modalidades derivam da A/C 17.

3) FiO2: Interfere na oxigenação alveolar e arterial, corrigindo a hipoxemia e,


eventualmente, a acidose metabólica. Deve-se mensurar a saturação de
oxigênio através do oxímetro de pulso. A FiO2 deve ser controlada de acordo
com o estado clínico de cada paciente. A FiO2 a 100% sendo utilizada por
tempo prolongado deixa o paciente susceptível ao risco de toxidade pelo
oxigênio 17.

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4) PEEP: Designada de Pressão Expiratória Final Positiva, é responsável
para manutenção da distensão alveolar no final da expiração, evitando o
colabamento e atelectasias. A PEEP ideal fisiológica não é consensual,
trabalhos recentes demonstram níveis médios entre 5 a 8 cm/H2O. É
consensual a utilização de 5cm/H2O. Distúrbios hemodinâmicos podem
ocorrer com níveis de PEEP maiores que 12 cm/ H2O ou menos 17.

5) Pressão de Suporte: A pressão de suporte é uma forma de ventilação


assistida, que pode ser utilizada durante o desmame e é liberada quando
uma variação de pressão abaixo da linha de base é detectada (geralmente
25%), ou seja, se o paciente inspirou e não conseguiu atingir o volume
corrente preestabelecido, a pressão de suporte será liberada para adequar o
volume corrente estabelecido. Ajustar o fluxo inspiratório de maneira a que o
pico de pressão inspiratória (PIP) seja atingido no primeiro terço do Tinsp.
Desta forma, esse modo ventilatório é ciclado em tempo e limitado pela
pressão. Lembrando que o paciente para usar esse modo tem que ter drive
respiratório 17.

6) Freqüência Respiratória e Sensibilidade: Deve ser mantida entre 10 a 14


ciclos por minuto. Para manutenção, o controle da sedação e analgesia é
fundamental, evitando-se retenções ou altas liberações de CO2 da corrente
sanguínea. Freqüências altas podem também gerar o auto-peep. A
sensibilidade é medida em valores de pressão negativa, ou seja, na pressão
necessária efetuada pelo paciente na inspiração para disparo do ciclo
ventilatório. Determina quando será liberado o fluxo inspiratório. Isto ocorre
por pressão (aproximadamente – 2cm/ H2O), 2 cm/ H2O no display, ou
através do sistema de fluxo de demanda 17,26.

7) Fluxos, relação I:E: Depende de vários fatores relacionados e interativos.


O fluxo deverá ser mantido entre 40 a 60 l/min, ou 5 vezes o Volume Minuto.
A relação I:E fisiológica é de 1:2, na dependência da dinâmica ventilatória
(VC, FR, Fluxo insp. e pausa insp). Cuidado com a relação 1:1 que pode levar
a auto-peep 17.

3. Avaliação Motora

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A observação dos dados da avaliação osteomioarticular contribui para
estabelecer o diagnóstico e prognóstico, objetivos de tratamento e resultados
almejados e para desenvolver e implementar o plano de assistência. É
também importante para se estimar os resultados no tratamento, tanto
periodicamente quanto durante o processo de tratamento, e na conclusão da
terapia. Os propósitos ao se realizar uma avaliação incluem: determinar a
presença ou ausência de comprometimento envolvendo músculos, ossos e
estruturas articulares relacionadas e identificar os tecidos específicos que
estão causando o comprometimento 21.

A amplitude de movimento articular e a flexibilidade de tecidos moles são


elementos importantes do movimento funcional. As limitações restringem a
ação normal dos músculos e alteram o alinhamento biomecânico dos
seguimentos do corpo e da postura. A imobilização prolongada causa
contratura, uma resistência fixa resultante da fibrose dos tecidos em torno de
uma articulação 25.

É importante a avaliação motora na unidade de terapia intensiva – UTI com


intuito de saber as reais condições que se encontra o sistema
musculoesquelético do paciente e desde cedo iniciar o tratamento visando
principalmente à prevenção de úlceras de decúbitos, contraturas,
deformidades e conseqüente perda da funcionalidade 25.

O prontuário do paciente tem por objetivo fornecer informações com maior


qualidade e de fácil interpretação, onde estas informações estão relacionadas
com o passado, presente ou futuro da saúde e condições físicas e mentais do
indivíduo 22.

O uso de sistemas eletrônicos pode ser recomendado para melhorar sistemas


de armazenamento e conseqüentemente os resultados dos tratamentos
fisioterapêuticos, a efetividade do serviço de fisioterapia e reduzir os custos
evitando a repetição de procedimentos 23.

A falta de sistemas de armazenamento, recuperação e organização de


prontuários podem comprometer o desenvolvimento de sistemas de

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informação e, em conseqüência, a qualidade do atendimento fisioterapêutico
24.

Sem evidências documentadas, a efetividade de tratamentos fisioterapêuticos


não pode ser demonstrada e, possíveis processos legais por negligência ou
por mau tratamento, mau gerenciamento dos recursos e escassez de
processos administrativos não podem ser defendidos 23.

A fisioterapia possui importância fundamental nos cuidados de pacientes


internados em unidades de terapia intensiva, entretanto a utilização de
prontuários eletrônicos é uma pratica incomum na atuação do fisioterapeuta.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este artigo teve como propósito a elaboração de uma ficha de avaliação


fisioterapêutica em pacientes na UTI, onde foram explicados todos os tópicos
da ficha, que se fazem necessário, pra se avaliar pacientes que necessitam
de uma monitorização contínua.

Uma das principais necessidades de uma unidade de terapia intensiva é o


armazenamento organizado dos dados, no sentido de documentar a atenção
a cada paciente atendido na UTI e facilitar a recuperação das informações.

A coleta de dados contém informações resumidas e aquelas obtidas pelo


fisioterapeuta. Na primeira parte deve conter os dados iniciais do paciente,
como nome, idade, endereço, número de registro do hospital e
encaminhamento médico, além do diagnóstico e da razão de
encaminhamento. A segunda parte resume a história clínica e a avaliação
fisioterapêutica.

Com a ausência de evidências documentadas sobre a efetividade de


tratamentos fisioterapêuticos fica comprometida sem o arquivamento dos
procedimentos realizados e efeitos alcançados com a conduta da fisioterapia.
Com o prontuário eletrônico existi uma maior facilidade de encontrar esses

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dados e documentar em trabalhos científicos e na literatura sobre a
efetividade da Fisioterapia.

UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA – ADULTO

FICHA DE ADMISSÃO FISIOTERAPÊUTICA

——————————————————

Leito: ___________ Data da Admissão: ______/______/______


Hora:______:_______

Nome:_________________________________________________________
_____________

Idade:___________ Sexo:_________ Peso:________ Altura:________


Estado Civil:__________

Cor:____________ Profissão:____________________
Procedência:_______________________

Plantonista Fisioterapeuta:_____________________
Médico:____________________________

Diagnostico:____________________________________________________
_____________

Motivo da Admissão –
HDA:___________________________________________________

Doenças
Anteriores:_____________________________________________________
______

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Fumo ( ) , Álcool ( ) , Bronquite ( ) , Asma ( ) , Diabetes ( ) , HAS ( ) ,
Emagrecimento ( ) ,

Alergias ( ) a: _________________________
Outras:__________________________________

Cirurgias
Anteriores:_____________________________________________________
____

Observações:___________________________________________________
_____________

EXAME FISICO

Sinais Vitais : FC: ________ bpm FR:_____irpm PA ______x______ mmHg


Tax: ______º C

Estado Nutricional:__________________________
Abdome:__________________________

Curativos / Feridas:_________________________Drenos / Sondas


:____________________

Cianose : ____________________________
Edema:________________________________

Sudorese: __________________________ Úlceras de


Decúbito:_______________________

Fraturas: _____________________ Luxações:


______________Deformidades: __________

AVALIAÇÃO RESPIRATÓRIA

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Dispineia: Sim ( ) Não ( ) Tipo: _________________ Tipo de
Tórax:___________________

Padrão Ventilatório: ____________________ Ritmo


Respiratório:_____________________

Expansibilidade:
_____________________Deformidades:____________________________

Simetria Torácica: _______________________ Percussão Torácica


:________________

Tiragens: Sim ( ) Não ( ) _____________________


Esforço:______________________

Tosse: ______________________________________ Enfisema


Subcutâneo: Sim ( ) Não ( )

Secreção:___________________Ausculta Respiratória:
______________________________

Imagem
Radiológica:____________________________________________________
______

DADOS GASOMÉTRICOS

pH _____(7,35 a 7,45) – PaO2 ________( 80 a 100 mmHg) – PaC02


_______ ( 35 a 45 mmHg)

HCO3 ________ ( 22 a 26 molEq) – BE _____ ( +2 a -2) Resutado:


____________________

SUPORTE VENTILATORIO

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Oxigenioterapia: _________________Vent. Não Invasiva: ___________;
_______LO2/min

Ventilador Mecânico: Modelo:


__________________________________________________

Vent. Mecânica: Modo: _______ TOT( ), TQT( ) Numero: _______ Posição


:______ Pressão do Cuff:______Parâmetros: VC ______ FR ____ Fluxo
_____ Peep_____FiO2 ______ PIP________PS________ I:E______
Sens______ SpO2 _______PMVA_______________

AVALIAÇÃO NEUROLÓGICA E MOTORA

Nível de Consciência: ___________ Escala de Sedação de Ramsay:


____________________

Pupilas: _______________________
Face:_______________________________________

Fala: ____________________________________________Mobilidade: Ativa


( ), Passiva ( )

Tônus Muscular:______________________ Força


Muscular:__________________________ ADM:
__________MRC:_______________________Sensibilidade:_____________
_______

Outras Informações:
__________________________________________________________

OBSERVAÇÕES
FINAIS:____________________________________________________

ESCALA DE GLASGOW Total:_______________

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ATENDIMENTO
INICIAL:___________________________________________________

Instituição, ______ de _____________________ de _____________ as


_______:_______ horas.

____________________________________________

Fisioterapeuta

REFERÊNCIAS

1. PEREIRA JÚNIOR, G.A; et al. ​O papel da unidade de terapia intensiva


no manejo do trauma​. Medicina. 1999.

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