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ÍNDICE:
1. REPRESENTAÇÃO DE VETORES
1
Andrés Esteban de la Plaza 2
1. REPRESENTAÇÃO DE VETORES
A posição de um ponto P no espaço pode ser definida por um vetor posição P com origem num
centro O de coordenadas ortogonais retangulares. Definindo nesta terna xyz, os versores
(vetores unitários) dos eixos, obtemos respectivamente: o versor i como versor da direção x, o
versor j como o versor da direção y, e o versor k como o versor da direção z. Assim, qualquer
vetor definido num destes eixos estará representado pelo produto de um escalar igual ao
módulo e do versor da direção X = X i = x i .
Portanto, podemos decompor o vetor P em
seus componentes ortogonais xP , yP e zP no
sistema de centro O: ( projeções de P nos
eixos
x, y, e z ) de forma que
P = xP + yP + zP = xP i + yP j + zP k . Também
podemos representar este vetor de forma
matricial:
x
P
P = yP
zP
r= P = ( x ) + ( y ) + ( z )
P
2
P
2
P
2
Porém esta não é única representação possível para o ponto P. Podemos imaginar um plano
que contém o vetor P e o centro O, de maneira que, embora ainda continuemos no espaço
tridimensional, a representação de P é feita num plano, entretanto, este plano será um plano
complexo ou seja, o eixo x será real, e o eixo y será imaginário, ou seja:
e como i i = j pois multiplicar por i equivale a girar i 90 :
r = i cos + j sen
de forma que:
P = r = r r = r e i i
que é a expressão do raio vetor em coordenadas polares.
2
Andrés Esteban de la Plaza 3
d n d (n) d d ( ie i ) d
i
n= = = = i 2 e i i = − e i i = − r
dt d dt d dt
logo: n = − r
Vamos calcular então a primeira derivada de r , ou seja r :
d r d (rr ) d r dr
r= = = r + r = r r + r n
dt dt dt dt
r = r r + r n
Vamos calcular agora a segunda derivada de r , ou seja r :
d r d r d ( r r + r n) d r
2
d r d r d d n
r= = = = r + r + n + r n + r =
d t2 d t dt dt dt dt dt dt
n + r ( − r ) =
= r r + r n + r n + r
= rr + 2r n + r n − r 2 r =
r = (r − r 2 )r + ( 2r + r
)n
r = (
r − r 2 )r + ( 2r + r
)n
onde:
aceler. radial : a r = r − r 2
aceler. normal: a n = 2r + r
aceler. total en coordenadas polares: a = a r r + a n n
3
Andrés Esteban de la Plaza 4
Inicialmente vamos deduzir as fórmulas que determinam as trajetórias dos corpos que se
encontram sujeitos à atração de forças centrais, no caso particular da a lei da gravitação
M m
universal, ou seja F = −G S2 r . De acordo com a figura 1 temos:
r
Onde o ponto m está submetido à força:
Mm
F = −G 2 r
r
r é o versor (vetor unitário) da direção de F e:
r = r( t )
= ( t )
t = tempo
MS = massa corpo central m = massa objeto
r = r( )
= ( t )
2
d r d2 r d 2
a=r= 2 = a rr + a nn onde r − r =
a r = 2
2 − r( )
dt dt dt
dr d d2
a n = 2r + r = 2 +r
dt dt d t2
Mas nos sistemas de forças centrais sabemos que a aceleração normal é nula an=0,
portanto a aceleração será:
2
d r
a = r = 2 = arr
dt
= d 2
r d 2
a r = r - r 2
− r ( )
d t2 dt
e lembrando que a equação diferencial geral do movimento central neste caso é:
4
Andrés Esteban de la Plaza 5
d2 r M Sm
m 2 = −G 2 r
dt r
M m
m(ar r + an n ) = − G s2 r e an = 0
r
temos então:
M sm Ms
mar = − G ar = −G
r2 r2
man= 0 an = 0 (pois m 0) [2]
então a equação diferencial que temos que resolver será:
d2 r d 2
ar = r − r =
2
2
− r( ) [1]
dt dt
porém não conhecemos as relações r = r( t ), = ( t) , mas lembrando da equação [2] obtemos
que:
an = 0
2r + r = 0
ou seja
dr d d2 dr dr d
2 +r 2 =0 entretanto = r = r
dt dt dt dt d dt
De 2r + r
= 0 , ou seja:
podemos obter
= − 2r
e como = d
r dt
= d = − 2r
mas r = r
dt r
2
= − 2r = − 2r e como r = d r
r r d
d dr 1
= −2 [2a]
dt d r
5
Andrés Esteban de la Plaza 6
d d r 2
d = −2
dt r
d r 2
d = −2
r
dr
d = −2
r
d dr
= −2 r [3]
d dr
integrando agora a [3]: = −2 r
ln = −2 ln r + constante
ln + 2 ln r = C1 = constante
ln + ln r 2 = C = constante
1
ln( r ) = C1 = const.
2
1
introduzindo a constante 1/ 2 ln( r 2 ) = C 2 = const.
2
1 2
portanto r = e c 2 = constante
2
que não é outra coisa senão a velocidade areolar do ponto m na sua trajetória, como podemos
observar na figura 2:
6
Andrés Esteban de la Plaza 7
“O raio vetor que une o planeta ao sol varre áreas iguais em tempos iguais”.
1
dA= rrd
2
1
d A = r2 d
2
L L L
= constante = r 2 = [3a]
m mr 2 m
podemos determinar agora a partir da [3a] o valor de r 2 pois
2
L
r 2 =
( r )
2 2
=
m
r3 r3
2
L
r = 2 3
2
[4]
mr
Logo, para resolver a equação diferencial [1], já temos o valor r 2 porém falta conhecermos o
valor de r . Para isto, e voltando agora à aceleração radial:
7
Andrés Esteban de la Plaza 8
M
r − r 2 = −G 2s [5]
r
observamos que:
dr dr d dr
r = = =
dt d dt d
dr L
=
d mr 2
dr L
= 2
r md
1 L
= −d
r md
L d 1
=−
m d r
logo
d r d r d
r = =
dt d dt
d r
=
d
d L d 1 L
= −
d m d r mr 2
L2 d 2 1
r = − [6]
m2r 2 d 2 r
Ms
r − r 2 = −G
r2
L2 d 2 1 L2 M
− 2 2 2 -r 2 4 = − G 2s
m r d r mr r
L2 d 1 1
2 + = GM s 2
m2 d r r
d 2 1 1 M sm2
ou seja + = G
d 2 r r L2
1
Fazendo z = e substituindo, chegamos a uma equação diferencial [7] de fácil resolução:
r
d 2 1 1 M sm2
+ = G
d 2 r r L2
d2 z M sm2
+ z = G
d 2 L2
8
Andrés Esteban de la Plaza 9
M sm 2
z + z = G [7]
L2
A solução geral da equação [7] compõe-se de duas soluções; a solução homogênea zh que
GM s m 2
provém de resolver z + z = 0 , e a solução particular zp = .
L2
• Solução homogênea:
Msm2
zp = G
L2
• Solução completa:
Msm2
z = zh + zp = Q cos( − 0 ) + G
L2
de forma que
1 M sm2
= Q cos( − 0 ) + G
r L2
operando chegamos a
L2 Q M sm2
1
r
= GM s m 2
cos( − 0 ) + 1G
L2
ou seja
9
Andrés Esteban de la Plaza 10
L2
GM s m 2 [8]
r=
L2 Q
1+ 2 cos( - 0 )
GM s m
que obviamente corresponde à equação de uma cônica (Figura 3), cuja fórmula geral é:
p
r=
1 + e cos( − 0 )
[8aa]
p = (1 + e ) f
ou seja, que:
(1 + e ) f = L
2
GM s m 2 [8 a]
10
Andrés Esteban de la Plaza 11
Figura 4
a: semieixo maior
b: semieixo menor
c=
e: excentricidade = c/a
f: distância focal = a( 1− e )
A: área da elipse = ab= a 2 1− e 2
T: período para uma revolução
( x + c )2 y 2 p b2
+ 2 =1 r= p= = a( 1 − e 2 )
a2 b 1 + e cos a
= d A = 1 r 2
A mas
1 2
r =
L
= constante
dt 2 2 2m
ou seja = L
A [9]
2m
se agora integramos a [9] no tempo T obteremos a superfície total A:
T T T
11
Andrés Esteban de la Plaza 12
LT
A = a 2
1− e =
2
2m
agora vamos isolar T:
2ma 2 1 − e 2
T=
L
L2
agora vamos calcular T2 lembrando que f ( 1 + e ) =
GM s m 2 , ou seja:
4 2 a 3
T =
2
[10]
GM s
porém para o sistema solar, Ms=massa solar, a=distância média do planeta ao sol, T=seu
4 2
período de revolução. Olhando a eq. [10] é óbvio que a quantidade
GM s é uma constante
T1 2 T22 4 2
para todos os planetas do sistema solar. Assim temos que = = onde os
a 1 3 a 32 GM s
subíndices 1,2, representam os diferentes planetas.
Tal é a 3a. Lei de Kepler: “Os quadrados dos períodos de revolução dos planetas são
diretamente proporcionais aos cubos de suas distâncias medias do sol”.
Até agora descobrimos a função r=r(), de forma que sabemos qual será o tipo de curva
descrita pelo ponto m porém, falta conhecermos qual a função que determina as variações de
em função do tempo t, isto é, a função =(t). Vamos desvendar o mistério...
Sabemos que para a elipse, em coordenadas polares, a posição do ponto de massa m está
definida pela relação r(), porém não conhecemos a dependência dos parâmetros r e em
função do tempo t. Vamos deduzi-las então:
a velocidade areolar é:
= d A = 1 r 2 = L
A
dt 2 2m
portanto, após ter descrito um ângulo na trajetória, em um tempo t, o ponto m terá varrido a
área A que será a resultante de integrarmos:
A t t t
L L L
A = d A = A d t = dt= d t = t
0 0 0
2 m 2 m 0
2 m
12
Andrés Esteban de la Plaza 13
= d A = 1 r 2 = 1 r 2 d
A
dt 2 2 dt
dA 1 2 d
ou seja = r
dt 2 dt
e eliminando d t :
1 2
dA= r d que agora podemos integrar
2
A
1 Lt
portanto A = d A = r2 d = [11]
0 0
2 2m
a( 1 − e 2 )
Substituindo r = na integral acima e multiplicando por 2, temos:
1 + e cos
L a 2 (1 − e 2 ) 2
t
m
= r
o
2
d = 0 (1 + e cos ) 2 d =
então
1
= a (1 − e )
2 2 2
(1 + e cos )
0
2 d
e sin 1
1
= a (1 − e ) 2
2 2 2
− 2 0 (1 + e cos ) =
d
( e − 1)(1 + e cos ) ( e − 1)
a 2 ( 1 − e 2 )2 e sin
1
= − d
( e 2 − 1) 1 + e cos 0 (1 + e cos )
1
porém para a elipse e < 1 e2 < 1 logo a solução da 0 (1 + ecos ) d será:
1 2 1− e
0 (1 + e cos ) d = 1 − e2
arctan
1 − e 2
tan
2
Logo
Lt a 2 ( 1 − e 2 ) 2 e sin
2 1− e
= − arctan tan =
m ( e 2 − 1) 1 + e cos
1− e2 1− e
2 2
13
Andrés Esteban de la Plaza 14
1− e
L
t = - a 2 (1 − e 2
m
e sin
)
1 + e cos
−
2
1− e 2
arctan
1 + e
tan
2
( ) [12]
Esta fórmula é muito bonita porém, o resultado obtido é o inverso que desejávamos, na
verdade nós queríamos = (t) e acabamos obtendo t = f(). É fácil observar que isolar nos
leva a uma equação muito complexa, ou seja, devemos encontrar outro método.
Introduzimos agora uma quantidade auxiliar E denominada anomalia excêntrica, que cumpre
a seguinte condição:
( )
tan E 2 =
1− e
1+ e
tan 2 ( ) [12a]
L e s en
t = - a 2 (1 − e 2 )
E
− [13]
m 1 + e cos 1 − e2
1 − e2
sen E = sen
1 + e cos
sen E sen
de forma que =
1 − e2 1 + e cos
L e sen E
t = − a 2 (1 − e2 ) − =
m 1 + e cos 1 − e2
L e sen E E a 2 (1 − e2 )
t = − a (1 − e )
2 2
− =− e sen E − E
m 1− e
2
1 − e2 1 − e2
Logo
L
t = a 2 1 − e 2 ( E − sen E) [14]
m
14
Andrés Esteban de la Plaza 15
L 2ab 2a 2 1 − e 2
= = constante = [15]
m T T
−3
a t3 Tt2 1 a t3 a − 3 a 2
= = = [16]
a3 T2 T TT2 TT
−3
L 2 1 − e 2 a 2 a 2
e substituindo a [16] na [15] obtemos: =
m TT
−3
2 1 − e 2 a 2 a 2
t = a 2 1 − e 2 (E − e sen E)
TT
−3
2
2a
t = E − e sen E
TT [17]
15
Andrés Esteban de la Plaza 16
−3
2
2a
n = movimento diurno médio = [radianos/dia]
TT
−3 2 radianos -2
n =k. a 2
onde k=constante de Gauss = ua 3 [18a]
365.256 dia
Nota: Normalmente o tempo da passagem T0 está dado em dias Julianos JD, de forma que a
data de calcula também está em dias julianos e o cálculo de t se reduz apenas a encontrar a
diferença (em dias julianos) entre T e T0.
16
Andrés Esteban de la Plaza 17
a = 5.208174 ua ; e = 0.049284
T = 2450896.510556 dj =24 Março 1998
T0 = 2446966.84378 dj =24 Junho 1987 (periélio)
t = 3929.666776 dj
n = 0.00144728573606
M = n t = 5.687350672374 radianos ( =325.861190138)
E=M= 5.687350672374
E1=M+e senE= 5.659692503366
17
Andrés Esteban de la Plaza 18
E1-E= -0.0276581690088
E=E1= 5.659692503366
E1=M+e senE=5.658575010
E1-E=-0.001117493
E=E1=5.658575010
E1=M+e senE=5.658530316
E1-E=-0.000044694
E=E1=5.688530316
E1=M+e senE=5.658528529
E1-E=-0.000001787
E=E1=5.658528529
e como senE =
( )
2 tan E 2
=-0.584818898 <0 estamos no IV quadrante!
( )
1 + tan 2 E 2
1+ e
0 = 2Arctan
1− e
( )
tan E 2 = -0.654082984
= 2 + 0 = 2 + (-0.654082984) = 5.629102324 radianos = 322.5238
a( 1 − e 2 )
logo r= = a( 1 − e cos E1 ) = 4.999964739 ua
1 + e cos
Segundo a efemérides, para a data 24/03/1998, a anomalia média vale 3253335 , a distância
ao sol é 5.00079 ua. Comparando com nossos valores, nossa anomalia média foi 3255140, e
a distância 4.999964739 ua (uma diferença de 0.016%). Vale a pena lembrar que na data da
passagem pelo periélio existia uma imprecisão quanto a hora, se a tivéssemos sabido, a
diferença seria ainda menor! Também, se considerarmos que Júpiter dá uma volta em 11.86
anos, desde o periélio até a data de cálculo passaram-se 10.758 anos, ou seja um pouquinho
menos de 1 revolução, o que concorda com nossos cálculos.
Assim:
18
Andrés Esteban de la Plaza 19
• O movimento diurno médio n = k a-1.5 pode ser expressado tanto em [ radianos / dia ] como
em [ / dia]. Ou seja, a constante de Gauss k, pode ser expressada em:
M M M M
M calculo radianos = − IP 2 M calculo = − IP 360
2 2
360 360
19
Andrés Esteban de la Plaza 20
Aelipse = ab = a 2 1 − e 2
L
t = 2At (sendo At a área varrida até o instante t )
m
resulta que a equação [14] equivale a:
A elipse
2A t = M [20a]
que encontramos foi a expressão do dobro da área orbital varrida em um tempo t desde o
periélio. Por outro lado, se na eq. [20a] isolamos M obtemos a eq. [20aa], logo podemos
deduzir a eq. [20aaa]:
At t
M = 2 [20aa] A t = A elipse [20aaa]
A elipse T
At
Prestando atenção na equação [20aa] vemos que o quociente não é outra coisa
A elipse
senão a expressão em forma de % da área varrida respeito da área total; porém, M é um
ângulo dependente do tempo t, de forma que o produto 2.% dá um ângulo proporcional à área
varrida, ou seja ao tempo t. Isto faz pensar num movimento circular. Na eq. [20aaa] verificamos
a proporcionalidade entre o tempo t do movimento circular e a área varrida At (pois a
velocidade angular é constante na circunferência), ou seja, se falamos de um setor circular
varrido em um tempo t igual a 25% do período T obtemos 25% da área do círculo, então o
ângulo do setor será 25%.2 = /4 radianos ou 25%.360 = 90. Estas considerações levam a
pensar que talvez M esteja relacionado com algum tipo de circunferência auxiliar; ou seja, a
órbita e circular e a velocidade angular é constante. Quando tratarmos da Equação de Kepler
veremos que esta ideia é absolutamente válida.
20
Andrés Esteban de la Plaza 21
Examinando agora a equação de Kepler, seja na sua forma dada pela equação [17], segundo a
2
qual: a − 3 2 t = E − e sen E , ou na sua forma dada pela equação [20],
TT
segundo a qual: M = E - sen(E) , vemos que não existe fator dimensional, exceto o valor 2,
que está expressado em radianos, ou como já vimos antes, em graus sexagesimais (não
esquecer que para operar no lado direito da expressão devemos trabalhar em radianos!).
L
Vamos igualar a eq. [14]: t = a 2 1 − e2 ( E − sen E) , com a [20]: n t = E - sen(E),
m
para isto tomamos a eq. [14] e isolamos E - sen(E), de modo que agora temos:
L
E - sen(E) = 2 m t
a 1− e 2
L
m −3
t = n t = k a 2
t
a 2 1 − e2
ou seja:
L
m −3
= n = k a 2
[21]
a 2 1 − e2
L
então: = GMS a (1 + e 2 ) , de forma que introduzindo este valor na equação [21] temos:
m
a 1 − e2 GM S −3
= n = k a 2
a2 1 − e2
−3 −3
a 2
GM S = n = k a 2
[22]
GM S = k [23]
21
Andrés Esteban de la Plaza 22
4 2a 3 2 a
3
3
a 2
do qual: k = GM S = 2 [25]
T
2
k = GM S = [26]
TT
Calculemos então o valor de k segundo a eq. [23], para isto devemos passar as unidades de
[G]
m3 ua 3 m3 -11
m3
={ } para { }, ou seja que se G [ ] = 6.67 10 então:
kg s2 kg dia 2 kg s2 kg s2
ua 3 -11
m3 11 m)3 (86400 s/dia)2 =
G[ 2 ] = 6.67 10 2 (1ua/1.495979 10
kg dia kg s
3
ua -34
ua 3
G[ ] = 1.4872 10
kg dia 2 kg dia 2
Resumindo:
• O movimento diurno médio (n) não é senão uma expressão da velocidade angular média
do planeta ( ), que resulta de imaginar a sua órbita circular, de forma que = 2 T .
A anomalia média (M), dá a ideia do ângulo do setor circular varrido até o instante t, se a
órbita fosse circular.
• A constante de Gauss (k) é um valor constante para o sistema solar, portanto de igual valor
para todos os planetas. Digamos que k quantifica a “grandeza gravitacional” do sol, pois k =
22
Andrés Esteban de la Plaza 23
• A EQUAÇÃO DE KEPLER
Quando resolvemos a equação [12], introduzimos o parâmetro E tal que se cumpria a relação
( )
dada pela equação [12a] : tan E 2 =
1− e
1+ e
( )
tan 2 . Resta perguntar agora o que a eq. [12a]
significa.
A posição do planeta P em
coordenadas polares de centro S está definida pela anomalia verdadeira (), e o raio vetor
(r). A posição do planeta P em coordenadas polares de centro O (excêntrico respeito de S)
está definida pela anomalia excêntrica (E), e o raio vetor (a).
Vamos demonstrar agora a correspondência entre as posições de P e P’ tal como mostradas
na Figura 6. Analisando a figura observamos que a componente horizontal do raio vetor a de
P’, vale acosE. Este valor é igual à distância c + x, mas c = ae, e x = rcos. Lembrando que r
a(1 − e2 )
vale (elipse com o centro de coordenadas polares centrado no foco direito), então
1 + e cos
a(1 − e2 ) cos
podemos dizer que: a cos E = ae + . Após operarmos nesta igualdade
1 + e cos
podemos encontrar o valor de cosE, ou seja:
e + cos
cos E = [27]
1 + e cos
23
Andrés Esteban de la Plaza 24
(1 − e)(1 − cos )
( )
tan E 2 =
1 − cos E
1 + cos E
=
1 + e cos − e − cos
1 + e cos + e + cos
=
(1 + e)(1 + cos )
=
1 − e 1 − cos
1 + e 1 + cos
mas
1 − cos
1 + cos
( )
= tan 2 assim: ( )
tan E 2 =
1− e
1+ e
( )
tan 2
que é precisamente a equação [12a], tal como queríamos demonstrar. Agora sabemos o real
significado do conceito anomalia excêntrica.
Quando chegamos à equação [8aa] que nos dava a fórmula geral da cônica, continuamos
nosso raciocínio assumindo que 0 < e < 1, logo, para chegar até a equação de Kepler,
introduzimos o valor de r no cálculo da integral dada pela equação [11]. Para o caso das
órbitas parabólicas, sabemos que e = 1, porém vamos refazer a integração da [11]
considerando a equação da parábola (que resulta de introduzir e=1 na eq. [8aa]).
Vejamos a Figura 7: a distância focal SQ do sol à passagem pelo periélio, foi chamada de f; a
excentricidade da elipse vale e = 1, assim colocando estes dados na equação [8aa]:
(1 + e)f 2f
r= , chegamos a equação da órbita parabólica: r = . Agora, apenas por
1 + e cos 1 + cos
uma questão de nomenclatura, denominamos à distância focal f de q, ou seja q = f.
Portanto a equação da parábola é:
2q
r= [28]
1 + cos
Agora vamos fazer a integração: 2 A = t =
L
m r
o
2
d , introduzindo o valor de r dado pela
eq. [28].
( ) ( )
L 4q 2 1 1
t = r 2
d = (1 + cos ) d = 4q 2 tan 2 + tan 3 2
m o 0
2
2 6
( ) 1
( )
= 2q 2 tan 2 + tan 3 2
3
porém como
24
Andrés Esteban de la Plaza 25
L
= GM S (1 + e)f e na parabola e = 1 e f = q resulta que:
m
L 1
= GM S 2 q 2
m
então:
L
1
t = 2q 2 tan 2 + tan 3 2
m 3
( ) ( )
1
GM S 2 q 2 t = 2q 2 tan 2 + tan 3 2
1
3
( ) ( )
isolando agora o termo das tangentes:
1 −3
( )
( ) 2 q 2 2
1 3 q
tan 2 + 3 tan 2 = GM S
2 q2
t = GM S
2
t
ou seja, que:
−3
( ) ( )
2
1 q
tan 2 + tan 3 2 = GM S t [29]
3 2
Neste caso temos que resolver uma equação cúbica em tan(/2). Pode-se demonstrar que
esta equação tem uma raiz real (a que nos interessa) e duas imaginárias. Existem bastantes
métodos de resolução. Propomos o Método de Newton, que diz: Se x0 é um valor
aproximado da raiz da função f(x)=0 então como aproximação mais exata se toma
f (x0 )
x1 = x 0 − Substituindo agora x1 por x0 obtemos uma melhor aproximação x2.
f (x0 )
f ( E ) = 3E 2 + 3 = 3( E 2 + 1)
f (E 0 )
E1 = E 0 − e como f ( E ) = 0 f ( E ) = E 3 + 3E − M = 0
f (E 0 )
E0 3 + 3E0 − M 3E0 (E0 2 + 1) − (E0 3 + 3E0 − M ) 3E30 + 3E0 − E02 − 3E0 + M 2E30 + M
logo: E1 = E0 − = = =
3(E0 2 + 1) 3(E0 2 + 1) 3(E0 2 + 1) 3(E0 2 + 1)
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Andrés Esteban de la Plaza 26
2E i3 + M
ou seja [29a]
3(E i2 + 1)
E i +1 =
Este valor será iterado até que f( Ei ) 0 , por exemplo até que f( Ei ) ≤ 10-8.
10 M = nt
20 E=0
30 E1 = 2E3 + M / [3(E2 + 1)]
40 IF E1 3 + 3E1 - M > 10-8 THEN
50 E = E1 : GOTO 30
60 END IF
70 = 2 . Atan ( E )
2
L e sen d
t = a 2 ( e 2 − 1) 2
1
− (1 + e cos )
m ( e − 1)(1 + e cos )
( e − 1)
2
0
então:
L
t = a ( e − 1)
e sen
−
1
( e − 1) tan
( )
2 + e2 − 1
[30]
2 2
( )
ln
m (1 + e cos ) − 1 ( e − 1) tan
2 − e 2 − 1
e2
( )
(e − 1) tan 2 + e 2 − 1
e −1
tan( 2 ) + 1
(e − 1) tan( 2 ) −
=
e +1
e se
e −1
( )
tan 2 > 1
e −1 e −1
( 2 ) − 1 e+1
2
tan
e +1
e −1
( 2) + 1
tan
ln
e +1
= 2 Arctanh
e −1
( )
tan 2
e −1
e +1
( 2) − 1
tan
e +1
( ( ))
= 2 Arctanh tanh E 2 = E
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Andrés Esteban de la Plaza 27
logo chamando a
e -1
e +1
( )
tan 2 = tanh E 2 ( )
e
e
−1
+1
( )
tan 2 + 1
resulta que: ln =E [31]
e
e
−1
+1
( )
tan 2 − 1
senh( E) =
( ) =2
2 tanh E 2
( )
2
e − 1 sen 2 ( e + 1) cos 2
=
( )
e2 − 1 sen
( 2)
1 − tanh 2 E e + 1 cos ( )
2
(1 + e cos) 1 + e cos
sin 1
logo se deduz que = senh E [32]
1 + e cos e −1
2
L
t = a ( e − 1) e
sen
−
1
( e − 1) tan
2 + ( ) e2 − 1
2 2
( )
ln
m (1 + e cos ) − 1 ( e − 1) tan
2 − e 2 − 1
e2
L senh E (e 2
− 1)
t = a 2 ( e 2 − 1) e
1
m
− E = a 2 e senh E − E
e − 1
− 1 −1
2 2 2
e e
L
t = a 2 e2 − 1 (e senh( E) − E) [33]
m
lembrando agora que na equação geral das cônicas [8], o numerador representa o parâmetro p
que vale (1+e)f, então, de acordo com a eq. [8a] obtemos, como princípio geral para as órbitas
cônicas:
L
= GM s (1 + e) f e tinhamos feito f = q entao
m
L
= GM s (1 + e) q
m
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= GM s (1 + e) q = GM s a( e2 − 1)
L
m
= GM s ( e2 − 1)a
L
[34]
m
L
t = a2 e 2 − 1 (e senh( E) − E) [33]
m
GM s a e2 − 1 t = a 2 e 2 − 1(e senh( E) − E)
−3
GM s a 2
t = e senh( E) − E [35]
−3
2
q
GM s −3 t = e senh( E) − E [36]
( e − 1) 2
Equação parecida a obtida no cálculo das órbitas elípticas, neste caso a resolução da eq. [36] é
idêntico ao da equação [17] ou [20], ou seja:
E = e . senh(E) - M
M = n.t
−3
2
q
n= k −3 onde k = GM S
( e − 1) 2
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