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e suas Tecnologias
COMPETÊNCIA
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Cidadania e
democracia
Competência de área 5
Utilizar os conhecimentos históricos para compreender e valorizar os fundamentos da cidadania e da democra-
cia, favorecendo uma atuação consciente do indivíduo na sociedade.
Nota:
Muito zelo e técnica foram empregados na edição desta obra. No entanto, por se tratarem de questões já utilizadas nas
provas do ENEM, podem ocorrer casos de erros gramaticais ou discussões quanto à exatidão das respostas e conceitos
empregados nas questões. Em qualquer das hipóteses, solicitamos a comunicação ao nosso Serviço de Atendimento ao
Cliente (errata@guiaenem.org.br), para que possamos esclarecer ou encaminhar cada caso.
Cidadania e Democracia
COMPETÊNCIA
5
Reprodução proibida. A cópia dessa distribuição das questões do ENEM por competência caracteriza dano ao direito autoral. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
mpetência :
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Utilizar os conhecimentos históricos para compreender e valorizar os fundamentos da cidadania e da democracia, favore-
cendo uma atuação consciente do indivíduo na sociedade.
Entenda a Competência
Aqui, é esperado que o aluno compreenda a cidadania e a democracia em sua evolução histórica e que valorize
esses dois aspectos, articulando-os com propostas de intervenção na sociedade.
Comece pelas ideias de democracia e cidadania na Antiguidade. Depois, como se configuraram durante o que se
convencionou chamar de Idade Moderna (1453 a 1789), com suas revoluções sociais e políticas. É necessário compreender
os conceitos de democracia direta, indireta e representativa. A atuação dos grupos sociais e as grandes revoluções do
século XX são muito frequentes na prova, portanto, dedique-se ao estudo da Revolução Bolchevique, Revolução Cubana,
entre outras. Aqui, o fascismo, a ditadura, o totalitarismo e o racismo aparecem como inimigos. As lutas pela independência
das Américas poderão ser lembradas, assim como os conflitos no Brasil imperial e construção da nação.
Costumam aparecer, com grande frequência, as lutas pela conquista de direitos no Brasil, ou seja, o direito ao voto, as
políticas de inclusão da mulher e das etnias e as leis trabalhistas. Procure se informar sobre a garantia desses direitos através
das constituições brasileiras, principalmente a de 1988, e sobre as políticas afirmativas das últimas décadas. A questão da
liberdade de imprensa também se torna importante.
Para o ENEM, os direitos não são dados ao povo, eles são conquistados através de lutas e reivindicações. Nesse
sentido, é preciso entender o papel dos sindicatos e conhecer as experiências do socialismo e comunismo. Atente-se aos
Estatutos como o da Criança e do Adolescente, o do Idoso (que já foi tema de uma proposta de redação do ENEM), o da
Igualdade Social e o da Cidade, além do Código de Defesa do Consumidor.
AS HABILIDADES
• Analisar as lutas sociais e conquistas obtidas no que se refere às mudanças nas legislações ou nas políticas públicas.
• Analisar a importância dos valores éticos na estruturação política das sociedades.
• Relacionar cidadania e democracia na organização das sociedades.
• Identificar estratégias que promovam formas de inclusão social.
DICAS
1. Conheça os movimentos, no Brasil e no mundo, em defesa dos direitos das mulheres, como a Marcha das Vadias e o One
Billion Rising. Procure notícias acerca da onda de protestos que se desencadearam a partir da manifestação ocorrida na
Índia contra atos de estupro e violência contra mulheres.
2. Conheça o Movimento dos Camponeses Cocaleros na Bolívia. Descubra quais suas reivindicações, sua forma de atuação e
como conseguiram eleger o presidente do país. O livro O Movimento Cocaleiro na Bolívia, de Vivian Urquidi, pode ajudá-lo.
3. O Sistema Único de Saúde (SUS) foi uma conquista de vários movimentos sociais no Brasil. Faça uma pesquisa sobre isso.
Depois assista ao documentário Sicko - SOS Saúde, do diretor Michael Moore, e compare nosso sistema de saúde com o
dos Estados Unidos.
4. Até que ponto a imprensa colabora para a democracia e até que ponto pode representar somente as classes dominantes?
Veja o documentário Muito Além do Cidadão Kane e pense a respeito.
5. Não é em todo lugar do mundo que existe liberdade de imprensa. Procure informações sobre a ONG Repórteres sem Frontei-
ras e conheça a sua atuação. Observe a lista anual que fazem sobre o nível de liberdade de imprensa em cada país. Relacio-
ne as características comuns entre os primeiros colocados da lista e também entre os últimos.
6. Leia o livro Capitalismo para Principiantes, de Carlos Eduardo Novaes.
PROPOSTA DE AULA
Vários países passaram, ou passam, por períodos em que a democracia e a cidadania são negadas à população. Em 1974,
a canção Grandola, Vila Morena foi uma das senhas utilizadas para o início da Revolução dos Cravos, que libertou Portugal da
ditadura. Promova um debate sobre a relação entre a letra da música e períodos ditatoriais do Brasil (de 1937 a 1945 e de 1964
a 1980). Quem quiser conhecer melhor a história, poderá procurar o filme Capitães de Abril, de Maria de Medeiros.
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Entre 2004 e 2008, pelo menos 8 mil brasileiros fo- 4
ram libertados de fazendas onde trabalhavam como se fos- A figura do coronel era muito comum durante os anos
sem escravos. O governo criou uma lista em que ficaram iniciais da República, principalmente nas regiões do interior do
expostos os nomes dos fazendeiros flagrados pela fisca- Brasil. Normalmente, tratava-se de grandes fazendeiros que uti-
lização. No Norte, Nordeste e Centro-Oeste, regiões que lizavam seu poder para formar uma rede de clientes políticos e
mais sofrem com a fraqueza do poder público, o bloqueio garantir resultados de eleições. Era usado o voto de cabresto, por
dos canais de financiamento agrícola para tais fazendeiros meio do qual o coronel obrigava os eleitores de seu “curral eleito-
tem sido a principal arma de combate a esse problema, ral” a votarem nos candidatos apoiados por ele. Como o voto era
mas os governos ainda sofrem com a falta de informações, aberto, os eleitores eram pressionados e fiscalizados por capan-
provocada pelas distâncias e pelo poder intimidador dos gas, para que votassem de acordo com os interesses do coronel.
proprietários. Mas recorria-se também a outras estratégias, como compra de
Organizações não governamentais e grupos como a Pastoral votos, eleitores-fantasma, troca de favores, fraudes na apuração
da Terra têm agido corajosamente, acionando as autoridades dos escrutínios e violência.
públicas e ministrando aulas sobre direitos sociais e traba- Disponível em: http://www.historiadobrasil.net/republica.
lhistas. Acesso em: 12 dez. 2008 (adaptado).
cialmente. Com efeito, alguns anos de escolaridade francamente uma tendência que se anunciava na área dos direitos civis
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Considerando-se a reflexão acima, um exemplo relacionado Negro, filho de escrava e fidalgo português, o baiano
a essa perspectiva de construção da cidadania é encontrado Luiz Gama fez da lei e das letras suas armas na luta pela li-
berdade. Foi vendido ilegalmente como escravo pelo seu pai
a) em D. Pedro I, que concedeu amplos direitos sociais aos para cobrir dívidas de jogo. Sabendo ler e escrever, aos 18
trabalhadores, posteriormente ampliados por Getúlio Var- anos de idade conseguiu provas de que havia nascido livre.
gas com a criação da Consolidação das Leis do Trabalho Autodidata, advogado sem diploma, fez do direito o seu ofício
(CLT). e transformou-se, em pouco tempo, em proeminente advoga-
b) na Independência, que abriu caminho para a democracia e do da causa abolicionista.
a liberdade, ampliando o direito político de votar aos cida-
AZEVEDO, E. O Orfeu de carapinha. In: Revista de História. Ano 1, nº3. Rio de
dãos brasileiros, inclusive às mulheres. Janeiro: Biblioteca Nacional, jan. 2004 (adaptado).
c) no fato de os direitos civis terem sido prejudicados pela
Constiuição de 1988, que desprezou os grandes avanços A conquista da liberdade pelos afro-brasileiros na segunda
que, nessa área, havia estabelecido a Constituição ante- metade do séc. XIX foi resultado de importantes lutas sociais
rior. condicionadas historicamente. A biografia de Luiz Gama
d) no Código de Defesa do Consumidor, ao pretender reforçar exemplifica a
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Anotações
sociedade escravocrata, mesmo sendo alfabetizado.
b) extrema dificuldade de projeção dos intelectuais negros nes-
se contexto e a utilização do Direito como canal de luta pela
liberdade.
c) rigidez de uma sociedade, assentada na escravidão, que in-
viabilizava os mecanismos de ascensão social.
d) possibilidade de ascensão social, viabilizada pelo apoio das
elites dominantes, a um mestiço filho de pai português.
e) troca de favores entre um representante negro e a elite agrá-
ria escravista que outorgara o direito advocatício ao mesmo.
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O artigo 402 do Código penal Brasileiro de 1890 dizia:
Fazer nas ruas e praças públicas exercícios de agilidade e
destreza corporal, conhecidos pela denominação de capoei-
ragem: andar em correrias, com armas ou instrumentos ca-
pazes de produzir uma lesão corporal, provocando tumulto ou
desordens. Pena: Prisão de dois a seis meses.
SOARES, C. E. L. A Negregada instituição: os capoeiras no Rio de Janeiro:
1850-1890. Rio de Janeiro: Secretaria Municipal de Cultura, 1994 (adaptado).
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“Pecado nefando” era expressão correntemente utiliza-
da pelos inquisidores para a sodomia. Nefandus: o que não pode
ser dito. A Assembleia de clérigos reunida em Salvador, em 1707,
considerou a sodomia “tão péssimo e horrendo crime”, tão con-
trário à lei da natureza, que “era indigno ser nomeado” e, por isso
mesmo, nefando.
NOVAIS, F. MELLO E SOUZA, L. História da Vida Privada no Brasil. V. 1. São Paulo:
Companhia das Letras, 1997 (adaptado).
A homofobia é a rejeição e menosprezo à orientação sexual do pelo amor à glória, a boa companhia pelas boas pessoas, a intri-
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outro e, muitas vezes, expressa-se sob a forma de comportamen- ga pelo mérito, o espirituoso pelo gênio, o brilho pela verdade, o
tos violentos. Os textos indicam que as condenações públicas, tédio da volúpia pelo encanto da felicidade, a mesquinharia dos
perseguições e assassinatos de homossexuais no país estão grandes pela grandeza do homem.
associadas
HUNT, L. Revolução Francesa e Vida Privada, in: PERROT, M. (Org). História da Vida
Privada: da Revolução Francesa à Primeira Guerra. Vol. 4. São Paulo: Companhia das
a) à baixa representatividade política de grupos organizados que Letras, 1991 (adaptado).
defendem os direitos de cidadania dos homossexuais.
b) à falência da democracia no país, que torna impeditiva a divul- O discurso de Robespierre, de 5 de fevereiro de 1794, do qual o
gação de estatísticas relacionadas à violência contra homos- trecho transcrito é parte, relaciona-se a qual dos grupos políti-
sexuais. co-sociais envolvidos na Revolução Francesa?
c) à Constituição de 1988, que exclui do tecido social os homos-
sexuais, além de impedi-los de exercer seus direitos políticos. a) À alta burguesia, que desejava participar do poder legislativo
d) a um passado histórico marcado pela demonização do corpo e francês como força política dominante.
por formas recorrentes de tabus e intolerância. b) Ao clero francês, que desejava justiça social e era ligado à
e) a uma política eugênica desenvolvida pelo Estado, justificada a alta burguesia.
partir dos posicionamentos de correntes filosófico-científicas. c) A militares oriundos da pequena e média burguesia, que der-
rotaram as potências rivais e queriam reorganizar a França
internamente.
d) À nobreza esclarecida, que, em função do seu contato com
11 os intelectuais iluministas, desejava extinguir o absolutismo
De março de 1931 a fevereiro de 1940, foram decretadas
mais de 150 leis novas de proteção social e de regulamentação francês.
do trabalho em todos os seus setores. Todas elas têm sido sim- e) Aos representantes da pequena e média burguesia e das
plesmente uma dádiva do governo. camadas populares, que desejavam justiça social e direitos
Desde aí, o trabalhador brasileiro encontra nos quadros gerais políticos.
do regime o seu verdadeiro lugar.
DANTAS, M. A força nacionalizadora do Estado Novo. Rio de Janeiro: DIP, 1942. Apud
BERCITO, S. R. Nos tempos de Getúlio: da revolução de 30 ao fim do Estado Novo. 13
São Paulo: Atual, 1990.
A ética precisa ser compreendida como um empreen-
dimento coletivo a ser constantemente retomado e rediscutido,
A adoção de novas políticas públicas e as mudanças jurídico-ins- porque é produto da relação interpessoal e social. A ética supõe
titucionais ocorridas no Brasil, com a ascensão de Getúlio Vargas ainda que cada grupo social se organize sentindo-se responsá-
ao poder, evidenciam o papel histórico de certas lideranças e a vel por todos e que crie condições para o exercício de um pen-
importância das lutas sociais na conquista da cidadania. Desse sar e agir autônomos. A relação entre ética e política é também
processo resultou a uma questão de educação e luta pela soberania dos povos. É
necessária uma ética renovada, que se construa a partir da
a) criação do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, que natureza dos valores sociais para organizar também uma nova
garantiu ao operariado autonomia para o exercício de ativida- prática política.
des sindicais.
CORDI et al. Para filosofar. São Paulo: Scipione, 2007 (adaptado).
b) legislação previdenciária, que proibiu migrantes de ocuparem
cargos de direção nos sindicatos.
O século XX teve de repensar a ética para enfrentar novos pro-
c) criação da Justiça do Trabalho, para coibir ideologias consi-
blemas oriundos de diferentes crises sociais, conflitos ideológi-
deradas perturbadoras da “harmonia social”.
cos e contradições da realidade. Sob esse enfoque e a partir do
d) legislação trabalhista que atendeu reivindicações dos operá-
texto, a ética pode ser compreendida como
rios, garantindo-lhes vários direitos e formas de proteção.
e) decretação da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que
a) instrumento de garantia da cidadania, porque através dela
impediu o controle estatal sobre as atividades políticas da
os cidadãos passam a pensar e agir de acordo com valores
classe operária.
coletivos.
b) mecanismo de criação de direitos humanos, porque é da natu-
reza do homem ser ético e virtuoso.
c) meio para resolver os conflitos sociais no cenário da globali-
12 zação, pois a partir do entendimento do que é efetivamente a
Em nosso país queremos substituir o egoísmo pela mo- ética, a política internacional se realiza.
ral, a honra pela probidade, os usos pelos princípios, as conve- d) parâmetro para assegurar o exercício político primando pelos
niências pelos deveres, a tirania da moda pelo império da razão, interesses e ação privada dos cidadãos.
o desprezo à desgraça pelo desprezo ao vício, a insolência pelo e) aceitação de valores universais implícitos numa sociedade
orgulho, a vaidade pela grandeza de alma, o amor ao dinheiro que busca dimensionar sua vinculação à outras sociedades.
JAPIASSÚ, H.; MARCONDES, D. Dicionário Básico de Filosofia. Rio de Janeiro: Zahar, 2006.
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Na ética contemporânea, o sujeito não é mais um sujei-
to substancial, soberano e absolutamente livre, nem um sujei-
to empírico puramente natural. Ele é simultaneamente os dois,
na medida em que é um sujeito histórico-social. Assim, a ética
adquire um dimensionamento político, uma vez que a ação do
sujeito não pode mais ser vista e avaliada fora da relação social
coletiva. Desse modo, a ética se entrelaça, necessariamente,
com a política, entendida esta como a área de avaliação dos
valores que atravessam as relações sociais e que interliga os
indivíduos entre si.
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A Convenção da ONU sobre Direitos das Pessoas com
Deficiências, realizadas, em 2006, em Nova York, teve como ob-
jetivo melhorar a vida da população de 650 milhões de pessoas
com deficiência em todo o mundo. Dessa convenção foi elabo-
rado e acordado, entre os países das Nações Unidas, um tratado d) fruto de um pacto social, uma vez que agradaria os agentes
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internacional para garantir mais direitos a esse público. históricos envolvidos na questão: fazendeiros, governo e es-
cravos.
Entidades ligadas aos direitos das pessoas com deficiência e) forma de inclusão social, uma vez que a abolição possibilitaria
acreditam que, para o Brasil, a ratificação do tratado pode signi- a concretização de direitos civis e sociais para os negros.
ficar avanços na implementação de leis no país.
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Anotações
religiosos relativos à justiça divina.
d) os sistemas políticos e seus processos consensuais e demo-
cráticos de formação de normas gerais.
e) os imperativos técnico-científicos, que determinam com exa-
tidão o grau de justiça das normas.
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O brasileiro tem noção clara dos comportamentos éticos
e morais adequados, mas vive sob o espectro da corrupção, re-
vela pesquisa. Se o país fosse resultado dos padrões morais que
as pessoas dizem aprovar, pareceria mais com a Escandinávia
do que com Bruzundanga (corrompida nação fictícia de Lima
Barreto).
porque as normas morais são e) a capacidade do regime militar em impedir que as manifesta-
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Anotações
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Art. 92. São excluídos de votar nas Assembleias Paro-
quiais:
V. Os que não tiverem de renda líquida anual cem mil réis por
bens de raiz, indústria, comércio ou empregos.
Constituição Política do Império do Brasil (1824). Disponível em: https://legislação.
planalto.gov.br. Acesso em: 27 abr. 2010 (adaptado).
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Completamente analfabeto, ou quase, sem assistência
médica, não lendo jornais, nem revistas, nas quais se limita a ver
as figuras, o trabalhador rural, a não ser em casos esporádicos,
tem o patrão na conta de benfeitor. No plano político, ele luta
com o “coronel”e pelo“coronel”. Aí estão os votos de cabresto,
que resultam, em grande parte, da nossa organização econômi-
ca rural.
O coronelismo, fenômeno político da Primeira República (1889- informações trazidas a público pela imprensa.
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A análise da tabela permite identificar um intervalo de tempo O temor do radicalismo da luta negra no Haiti e das propostas
no qual uma alteração na proporção de eleitores inscritos re- das lideranças populares da Conjuração Baiana (1798) levaram
sultou de uma luta histórica de setores da sociedade brasileira. setores da elite colonial brasileira a novas posturas diante das
O intervalo de tempo e a conquista estão associados, respec- reivindicações populares. No período da Independência, parte
tivamente, em da elite participou ativamente do processo, no intuito de
a) 1940-1950 – direito de voto para os ex-escravos. a) instalar um partido nacional, sob sua liderança, garantindo
b) 1950-1960 – fim do voto secreto. participação controlada dos afro-brasileiros e inibindo novas
c) 1960-1970 – direito de voto para as mulheres. rebeliões de negros.
d) 1970-1980 – fim do voto obrigatório. b) atender aos clamores apresentados no movimento baiano, de
e) 1980-1996 – direito de voto para os analfabetos. modo a inviabilizar novas rebeliões, garantindo o controle da
situação.
c) firmar alianças com as lideranças escravas, permitindo a pro-
moção de mudanças exigidas pelo povo sem a profundidade
28 proposta inicialmente.
TEXTO I
d) impedir que o povo conferisse ao movimento um teor liber-
A ação democrática consiste em todos tomarem parte do pro- tário, o que terminaria por prejudicar seus interesses e seu
cesso decisório sobre aquilo que terá consequência na vida de projeto de nação.
toda coletividade. e) rebelar-se contra as representações metropolitanas, isolando
politicamente o Príncipe Regente, instalando um governo con-
GALLO, S. et al. Ética e Cidadania. Caminhos da Filosofia. servador para controlar o povo.
Campinas: Papirus, 1997 (adaptado).
TEXTO II 30
A consolidação do regime democrático no Brasil contra
É necessário que haja liberdade de expressão, fiscalização so- os extremismos da esquerda e da direita exige ação enérgica e
bre órgãos governamentais e acesso por parte da população às permanente no sentido do aprimoramento das instituições políti-
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Anotações
co, financeiro e social.
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Em meio às turbulências vividas na primeira metade
dos anos 1960, tinha-se a impressão de que as tendências de
esquerda estavam se fortalecendo na área cultural. O Centro
Popular de Cultura (CPC) da União Nacional dos Estudantes
(UNE) encenava peças de teatro que faziam agitação e pro-
paganda em favor da luta pelas reformas de base e satiriza-
vam o“imperialismo” e seus “aliados internos”.
32 tamentos.
e) à luta pelo acesso e permanência na terra, que passou da es-
fera nacional para a local.
34
O despotismo é o governo em que o chefe do Estado
executa arbitrariamente as leis que ele dá a si mesmo e em que
substitui a vontade pública por sua vontade particular.
33
Há 500 anos, desde a chegada do colonizador português,
começaram as lutas contra o cativeiro e consequentemente ALVES, E. Brasília: Ministério da Cultura; Secretaria da Identidade Cultural (SID), 2009.
Disponível em: http://www.minc.gov.br. Acesso em: 01 maio 2010.
contra o cativeiro da terra, contra a expulsão, que marcam as
lutas dos trabalhadores. Das lutas dos povos indígenas, dos
Texto II
escravos e dos trabalhadores livres e, desde o final do século
Em sentido antropológico, não falamos em Cultura, no singular,
passado, dos imigrantes, desenvolveram-se as lutas campone-
mas em culturas, no plural, pois a lei, os valores, as crenças, as
sas pela terra.
práticas, as instituições variam de formação social para forma-
FERNANDES, B. M. Brasil: 500 anos de luta pela terra. ção social. Além disso, uma mesma sociedade, por ser temporal
Revista de Cultura Vozes. Nº 2, 1999 (adaptado). e histórica, passa por transformações culturais amplas.
Os processos sociais e econômicos que deram origem e con- CHAUÍ, M. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 1995 (fragmento).
formaram a identidade do Movimento dos Trabalhadores Rurais
sem Terra (MST) têm em suas raízes mudanças relacionadas A concepção que perpassa a imagem e o texto parte da premis-
sa de que o respeito à diversidade cultural significa
a) à distribuição de terras expropriadas dos grupos multinacio-
nais e partilhadas entre os trabalhadores rurais. a) exaltar os elementos de uma cultura.
b) à política neoliberal, que proporcionou investimentos no campo b) proteger as minorias culturais.
e reduziu os conflitos fundiários. c) estimular as religiões monoteístas.
c) à migração de trabalhadores rurais brasileiros para o Paraguai, d) incentivar a divisão de classes.
com o objetivo de cultivar soja. e) promover a aceitação do outro.
a) indutivo.
b) dedutivo.
c) paradoxal.
d) metafórico.
e) analógico.
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Em Brasília, foram mais de cem mil pessoas saudando
os campeões. A seleção voou diretamente da Cidade do México
para Brasília. Na festa da vitória, Médici presenteou os jogado-
res com dinheiro e posou para os fotógrafos com a taça Jules
Rimet nas mãos. Até uma Assessoria Especial de Relações
Públicas (AERP) chegou a ser criada para mudar a imagem do
governo e cristalizar, junto à opinião pública, a imagem de um
país vitorioso, alavancando campanhas que criavam o mito do
“Brasil grande” que “vai para frente”. Todos os jogadores prin-
cipais da Copa de 70 foram usados como garotos-propaganda.
38
Escrevendo em jornais, entrando para a política, fugindo
para quilombos, montando pecúlios para comprar alforrias... Os
negros brasileiros não esperaram passivamente pela libertação.
Em vez disso, lutaram em diversas frentes contra a escravidão,
a ponto de conseguir que, à época em que a Lei Áurea foi assi-
nada, apenas uma pequena minoria continuasse formalmente a vestuário tão valorizadas entre aqueles que pouco tinham. Em
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a) Revisar as leis e o sistema político como mecanismo de ade- a) resulta em uma situação em que algumas pessoas possuem
quação às novas demandas éticas. mais direitos do que outras.
b) Propor modelos de conduta fundados na justiça, na liberdade b) diminui o poder de contestação dos movimentos sociais or-
e na diversidade humana. ganizados.
c) Criar novas leis éticas com a finalidade de punir os sujeitos c) favorece a impunidade e a corrupção por meio dos privilégios
racistas e intolerantes. de nascimento.
d) Instaurar um programa de reeducação ética fundado na pre- d) consagra a ideia de que as diferenças devem se basear na
venção da violência e na restrição da liberdade. capacidade de cada um.
e) Instituir princípios éticos que correspondam ao interesse de e) restringe o direito de voto a apenas uma parcela da sociedade
cada grupo social. civil.
40 42
Eleições, no Império, eram um acontecimento muito De março de 1931 a fevereiro de 1940, foram decreta-
especial. Nesses dias o mais modesto cidadão vestia sua me- das mais de 150 leis novas de proteção social e de regulamen-
lhor roupa, ou a menos surrada, e exibia até sapatos, peças do tação do trabalho em todos os setores. Todas elas têm sido
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Anotações
brasileiro encontra nos quadros gerais do regime o seu verda-
deiro lugar.
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Esclarecimento é a saída do homem de sua menoridade,
da qual ele próprio é culpado. A menoridade é a incapacidade de
fazer uso de seu entendimento sem a direção de outro indivíduo.
O homem é o próprio culpado dessa menoridade se a causa dela
não se encontra na falta de entendimento, mas na falta de decisão
e coragem de servir-se de si mesmo sem a direção de outrem. Tem
coragem de fazer uso de teu próprio entendimento, tal é o lema
do esclarecimento. A preguiça e a covardia são as causas pelas
quais uma tão grande parte dos homens, depois que a natureza
de há muito os libertou de uma condição estranha, continuem, no
entanto, de bom grado menores durante toda a vida.
KANT, I. Resposta à pergunta: o que é esclarecimento?
Petrópolis: Vozes, 1995 (adaptado).
45
Nós nos recusamos a acreditar que o banco da justiça
é falível. Nós nos recusamos a acreditar que há capitais insufi-
cientes de oportunidade nesta nação. Assim nós viemos trocar
este cheque, um cheque que nos dará o direito de reclamar as
riquezas de liberdade e a segurança da justiça.
KING Jr., M. L. Eu tenho sonho, 28 ago. 1963. Disponível em: www.palmares.gov.br. Acesso
em: 30 nov. 2011 (adaptado.) LORD WILLINGDON´S DILEMMA
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Anotações
b) o apoio da população hindu à prisão de Gandhi.
c) o caráter violento das manifestações hindus frente à ação
inglesa.
d) a impossibilidade de deter o movimento liderado por Gandhi.
e) a indiferença das autoridades britânicas frente ao apelo po-
pular hindu.
48
Na regulação de matérias culturalmente delicadas,
como, por exemplo, a linguagem oficial, os currículos da edu-
cação pública, o status das Igrejas e das comunidades re-
ligiosas, as normas do direito penal (por exemplo, quanto ao
aborto), mas também em assuntos menos chamativos, como,
por exemplo, a posição da família e dos consórcios seme-
lhantes ao matrimônio, a aceitação de normas de segurança
ou a delimitação das esferas pública e privada – em tudo isso
reflete-se amiúde apenas o autoentendimento ético-político de
uma cultura majoritária, dominante por motivos históricos. Por
causa de tais regras, implicitamente repressivas, mesmo den-
tro de uma comunidade republicana que garanta formalmente
a igualdade de direitos para todos, pode eclodir um conflito
cultural movido pelas minorias desprezadas contra a cultura
da maioria.
HABERMAS, J. A inclusão do outro: estudos de teoria política. São Paulo: Loyola, 2002.
49
Após o retorno de uma viagem a Minas Gerais, onde
Pedro I fora recebido com grande frieza, seus partidários pre-
pararam uma série de manifestações a favor do imperador no
Rio de Janeiro, armando fogueiras e luminárias na cidade. Con-
tudo, na noite de 11 de março, tiveram início os conflitos que
ficaram conhecidos como a Noite das Garrafadas, durante os b) à organização partidária da juventude comunista, visando o
Reprodução proibida. A cópia dessa distribuição das questões do ENEM por competência caracteriza dano ao direito autoral. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
a) e stímulos ao racismo. 51
b) a poio ao xenofobismo. Fugindo à luta de classes, a nossa organização sindical
c) críticas ao federalismo. tem sido um instrumento de harmonia e de cooperação entre
d) r epúdio ao republicanismo. o capital e o trabalho. Não se limitou a um sindicalismo pura-
e) q uestionamentos ao autoritarismo. mente ‘’operário’’, que conduziria certamente a luta contra o
‘’patrão’’, como aconteceu com outros povos.
52
Reprodução proibida. A cópia dessa distribuição das questões do ENEM por competência caracteriza dano ao direito autoral. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Anotações
b) grupos terroristas.
c) governos autoritários.
d) partidos oposicionistas.
e) intelectuais esquerdistas.
53
a) liberalismo.
b) despotismo.
c) socialismo.
d) anarquismo.
e) contratualismo.
54
Quanto à deliberação, deliberam as pessoas sobre
tudo? São todas as coisas objetos de possíveis deliberações?
Ou será a deliberação impossível no que tange a algumas coi-
sas? Ninguém delibera sobre coisas eternas e imutáveis, tais
como a ordem do universo; tampouco sobre coisas mutáveis
como os fenômenos dos solstícios e o nascer do sol, pois ne-
nhuma delas pode ser produzida por nossa ação.
56 a) igualdade jurídica.
“Enquanto houver um só assassino pelas ruas, nossos
filhos viverão para condená-lo por nossas bocas.” b) inclusão social.
c) participação política.
Hebe de Bonafini, líder das Mães da Praça de Maio, apud SOSNOWLKI, A. d) distribuição de renda.
O Estado de São Paulo, 27 maio 2000.
e) liberdade de expressão.
O movimento das Mães da Praça de Maio foi criado na Argen-
tina durante o período da Ditadura Militar (1976-1983). A decla-
ração resume o objetivo do movimento, demonstrando que sua
59
causa foi Seria até engraçado, se não fosse trágico, porque
na hora que a pessoa tem uma doença, ela fica se achando
a) a fuga dos artistas, provocada pela censura estatal. responsável por ter a doença. E se você pegar na história da
b) a escalada das mortes, provocada pela guerrilha urbana. medicina, sempre foi feito isso – os que tinham lepra eram
c) o aumento da violência, provocado pelo desemprego estru- considerados ímpios; tinham lepra porque não eram tementes
tural. a Deus, porque não eram homens e mulheres que tinham uma
d) o desaparecimento de cidadãos, provocado pela ação repres- vida religiosa. Os tuberculosos, no início do século, na epide-
sora. mia de tuberculose na Europa inteira, aqui em São Paulo, no
e) o aprofundamento da miséria, provocado pela política econô- Brasil todo, eram pessoas devassas, jovens devassos. Com a
mica. Aids nós vimos a mesma coisa. Quem tinha Aids, quem eram?
Eram os promíscuos e os viciados em drogas, não é?
Entrevista de Dráuzio Varella no programa Roda Viva em 30 ago. 2004. Disponível em:
57 www.rodaviva.fapesp.br. Acesso em: 30 jan. 2012 (adaptado).
De um ponto de vista político, achávamos que a dita-
dura militar era a antessala do socialismo e a última forma de Dráuzio Varella discute a associação entre doença e costumes
governo possível às classes dominantes no Brasil. Diante de cotidianos. De acordo com o argumento apresentado, essa as-
nossos olhos apocalípticos, ditadura e sistema capitalista cai- sociação indica
riam juntos num único e harmonioso movimento. A luta especi-
ficamente política estava esgotada. a) a culpabilização de hábitos considerados como desregrados,
GABEIRA, F. Carta sobre a anistia: a entrevista do Pasquim. adequando comportamentos.
Conversação sobre 1968. Rio de Janeiro: Ed. Codecri, 1980. b) o desejo de estender a qualidade de vida, controlando as po-
pulações mais jovens.
Compartilhando da avaliação presente no texto, vários gru- c) a classificação dos grupos de risco, buscando impedir o con-
pos de oposição ao Regime Militar, nos anos 1960 e 1970, tágio.
lançaram-se na luta política seguindo a estratégia de d) a diminuição da fé religiosa, na modernidade, rejeitando a vida
celibatária.
a) aliança com os sindicatos e incitação de greves. e) o desenvolvimento da medicina, propondo terapêuticas que
b) organização de guerrilhas no campo e na cidade. melhorem a vida do doente.
www.bpiropo.com.br/graficos/EM20051201b.jpg
Marcha em Araguaína-TO em
combate à escravidão em 14.05.2008
www.conexaotocantins.com.br/img/?id=1418&l=250
63
ticas públicas e mudanças estruturais para a inclusão dos traba- No Brasil, na complexidade de seu território, com muitas
lhadores. Por isso, os escravos modernos são herdeiros dos que diferenças regionais, ocorreu um fato marcante o cenário político
foram libertados em 13 de maio de 1888. nacional, capaz de mobilizar e aglutinar todos os segmentos da
sociedade. Esse fato, relacionado ao processo de redemocrati-
http://www.reporterbrasil.com.br/exibe.php?id=1346. Acesso em: 14/5/2009. zação, foi o movimento por eleições diretas, que ficou conhecido
como “Diretas Já”. Esse processo representava, na época, os
A análise das imagens e do texto acima reforça a ideia de que anseios de uma sociedade marcada por anos de regime militar.
a) até hoje, embora a abolição da escravidão tenha ocorrido em O movimento mencionado foi desencadeado
1888, a população luta para garantir amparo legal para por fim
neste regime no país. a) pela mobilização suprapartidária oriunda da região Sul do Bra-
b) é possível, apesar da abolição da escravidão, constatar-se nos sil.
dias de hoje, a exploração de trabalhadores submetidos a con- b) pelos trabalhadores sem-terra do Nordeste, com base nos mo-
dições semelhantes às do trabalho escravo. vimentos sociais oriundos do campo.
c) o fim da escravidão é apenas uma questão de tempo no Brasil, c) de acordo com os arranjos sociais e as lutas de classe dos
já que a população brasileira luta há mais de 120 anos por isso. trabalhadores vinculados ao setor petroleiro.
d) o movimento social e político pelo fim da escravidão no Brasil, d) a partir da articulação dos movimentos sociais e sindicais com
herdado do período imperial, garantiu implementação de políti- base sólida na região Sudeste do país.
cas públicas aos trabalhadores. e) pela união de diferentes segmentos sociais liderados pelos sin-
e) a abolição da escravatura promoveu políticas públicas de as- dicatos da região Centro-Oeste.
censão social e cidadania dos ex- escravos negros privilegian-
do este grupo frente aos demais trabalhadores.
64
62
Texto 1
CUNHA, Euclides. Os sertões. 9 ed. Rio de Janeiro: Record, 2007, p. 524 e 535.
Texto 2
66
Durante a realeza, e nos primeiros anos republicanos,
as leis eram transmitidas oralmente de uma geração para
outra. A ausência de uma legislação escrita permitia aos pa-
trícios manipular a justiça conforme seus interesses. Em 451
a.C., porém, os plebeus conseguiram eleger uma comissão
de dez pessoas – os decênviros – para escrever as leis. Dois
deles viajaram a Atenas, na Grécia, para estudar a legislação
de Sólon.
67
Tendo encarado a besta do passado olho no olho,
tendo pedido e recebido perdão e tendo feito correções, vi-
remos agora a página – não para esquecê-lo, mas para não
deixá-lo aprisionar-nos para sempre. Avancemos em dire-
ção a um futuro glorioso de uma nova sociedade sul-africana,
em que as pessoas valham não em razão de irrelevâncias
pessoas de valor infinito criadas à imagem de Deus. Ao longo das três últimas décadas, houve uma explo-
são de movimentos sociais pelo mundo. Essa diversidade de
Desmond Tutu, no encerramento da Comissão da Verdade na África do Sul. Disponível movimentos — que vão desde os movimentos por direitos civis
em: http://ld.camara.leg.br. Acesso em: 17 dez. 2012 (adaptado).
e os movimentos feministas dos anos de 1960 e 1970, até os
No texto, relaciona-se a consolidação da democracia na África movimentos antinucleares e ecológicos dos anos de 1980 e
do Sul à superação de um legado a campanha pelos direitos homossexuais da década de 1990
— é normalmente denominado pelos comentadores do tema
a) populista, que favorecia a cooptação de dissidentes políticos. como novos movimentos sociais.
b) totalitarista, que bloqueava o diálogo com os movimentos so-
ciais. GIDDENS, A. Sociologia. Porto Alegre: Artmed, 2005 (adaptado).
c) segregacionista, que impedia a universalização da cidadania.
d) estagnacionista, que disseminava a pauperização social. Uma explicação para a expansão dos chamados novos movi-
e) fundamentalista, que engendrava conflitos religiosos. mentos sociais nas últimas três décadas é a
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Anotações
sa, bem pronunciada, do Estado.
73
Compreende-se assim o alcance de uma reivindicação
que surge desde o nascimento da cidade na Grécia antiga: a re-
dação das leis. Ao escrevê-las, não se faz mais que assegurar-
-lhes permanência e fixidez. As leis tornam-se bem comum, re-
gra geral, suscetível de ser aplicada a todos da mesma maneira.
74
Panayiotis Zavos “quebrou” o último tabu da clonagem
humana — transferiu embriões para o útero de mulheres, que os
gerariam. Esse procedimento é crime em inúmeros países. Apa-
rentemente, o médico possuía um laboratório secreto, no qual
fazia seus experimentos. “Não tenho nenhuma dúvida de que
uma criança clonada irá aparecer em breve. Posso não ser eu o
médico que irá criá-la, mas vai acontecer”, declarou Zavos. “Se
nos esforçarmos, podemos ter um bebê clonado daqui a um ano,
ou dois, mas não sei se é o caso. Não sofremos pressão para
entregar um bebê clonado ao mundo. Sofremos pressão para
entregar um bebê clonado saudável ao mundo.”
76 a) prestígio social.
b) acúmulo de riqueza.
c) participação política.
d) local de nascimento.
e) grupo de parentesco.
78
Estatuto da Frente Negra Brasileira (FNB)
PAIVA, M. Disponível em: www.redes.unb.br. Acesso em: 25 maio 2014.
Art. 1º - Fica fundada nesta cidade de São Paulo, para se irradiar
por todo o Brasil, a Frente Negra Brasileira, união política e social
da Gente Negra Nacional, para a afirmação dos direitos históricos
A discussão levantada na charge, publicada logo após a pro- da mesma, em virtude, da sua atividade material e moral no passa-
mulgação da Constituição de 1988, faz referência ao seguinte do e para reivindicação de seus direitos sociais e políticos, atuais,
conjunto de direitos: na Comunhão Brasileira.
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Anotações
conduzida a partir de São Paulo.
e) internacionalista, ligada à exaltação da identidade das popula-
ções africanas em situação de diáspora.
79
A Comissão Nacional da Verdade (CNV) reuniu repre-
sentantes de comissões estaduais e de várias instituições para
apresentar um balanço dos trabalhos feitos e assinar termos de
cooperação com quatro organizações. O coordenador da CNV
estima que, até o momento, a comissão examinou, “por baixo”,
cerca de 30 milhões de páginas de documentos e fez centenas
de entrevistas.
80
Em 1879, cerca de cinco mil pessoas reuniram-se para
solicitar a D. Pedro II a revogação de uma taxa de 20 réis, um vin-
tém, sobre o transporte urbano. O vintém era a moeda de menor
valor da época. A polícia não permitiu que a multidão se aproxi-
masse do palácio. Ao grito de “Fora o vintém!”, os manifestantes
espancaram condutores, esfaquearam mulas, viraram bondes e
arrancaram trilhos. Um oficial ordenou fogo contra a multidão. As
estatísticas de mortos e feridos são imprecisas. Muitos interesses
se fundiram nessa revolta, de grandes e de políticos, de gente mi-
úda e de simples cidadãos. Desmoralizado, o ministério caiu. Uma
grande explosão social, detonada por um pobre vintém.
81
TEXTO I a) mudanças decorrentes da entrada da mulher no mercado
de trabalho.
O presidente do jornal de maior circulação do país destacava tam- b) formas de ameaça doméstica que se restringem à violên-
bém os avanços econômicos obtidos naqueles vinte anos, mas, cia física.
ao justificar sua adesão aos militares em 1964, deixava clara sua c) relações de gênero socialmente construídas ao longo da
crença de que a intervenção fora imprescindível para a manuten- história.
ção da democracia. d) violência doméstica contra a mulher relacionada à pobreza.
e) ingestão excessiva de álcool pelos homens.
Disponível em: http://oglobo.globo.com. Acesso em: 1 set. 2013 (adaptado).
TEXTO II
83
Nada pode ser colocado em compensação à perda das liberda- Sempre teceremos panos de seda
des individuais. Não existe nada de bom quando se aceita uma E nem por isso vestiremos melhor
solução autoritária. Seremos sempre pobres e nuas
E teremos sempre fome e sede
FICO, C. A educação e o golpe de 1964. Disponível em: www.brasilrecente.com. Nunca seremos capazes de ganhar tanto
Acesso em: 4 abr. 2014 (adaptado). Que possamos ter melhor comida
Embora enfatizem a defesa da democracia, as visões do movimen- CHRÉTIEN DE TROYES. Yvain ou le chevalier au lion (1177-1181). Apud MACEDO, J. R.
to político-militar de 1964 divergem ao focarem, respectivamente: A mulher na Idade Média. São Paulo: Contexto, 1992 (adaptado).
a) Razões de Estado — Soberania popular. O tema do trabalho feminino vem sendo abordado pelos estudos
b) Ordenação da Nação — Prerrogativas religiosas. históricos mais recentes. Algumas fontes são importantes para
c) Imposição das Forças Armadas — Deveres sociais. essa abordagem, tal como o poema apresentado, que alude à
d) Normatização do Poder Judiciário — Regras morais.
e) Contestação do sistema de governo — Tradições culturais. a) inserção das mulheres em atividades tradicionalmente masculinas.
b) ambição das mulheres em ocupar lugar preponderante na
sociedade.
c) possibilidade de mobilidade social das mulheres na indústria
82
têxtil medieval.
Maria da Penha d) exploração das mulheres nas manufaturas têxteis no mundo
urbano medieval.
Você não vai ter sossego na vida, seu moço e) servidão feminina como tipo de mão de obra vigente nas tece-
Se me der um tapa lagens europeias.
Da dona “Maria da Penha”
Você não escapa
O bicho pegou, não tem mais a banca 84
Quem acompanhasse os debates na Câmara dos Deputa-
De dar cesta básica, amor dos em 1884 poderia ouvir a leitura de uma moção de fazendeiros
Vacilou, tá na tranca do Rio de Janeiro: “Ninguém no Brasil sustenta a escravidão pela
Respeito, afinal, é bom e eu gosto escravidão, mas não há um só brasileiro que não se oponha aos
[...] perigos da desorganização do atual sistema de trabalho”. Livres os
Não vem que eu não sou negros, as cidades seriam invadidas por “turbas ignaras”, “gen-
Mulher de ficar escutando esculacho te refratária ao trabalho e ávida de ociosidade”. A produção seria
Aqui o buraco é mais embaixo destruída e a segurança das famílias estaria ameaçada. Veio a
A nossa paixão já foi tarde Abolição, o Apocalipse ficou para depois e o Brasil melhorou (ou
[...] será que alguém duvida?). Passados dez anos do início do debate
Se quer um conselho, não venha em torno das ações afirmativas e do recurso às cotas para facilitar
Com essa arrogância ferrenha o acesso dos negros às universidades públicas brasileiras, feliz-
Vai dar com a cara mente é possível conferir a consistência dos argumentos apresen-
Bem na mão da “Maria da Penha” tados contra essa iniciativa. De saída, veio a advertência de que as
cotas exacerbariam a questão racial. Essa ameaça vai completar
ALCIONE. De tudo o que eu gosto. Rio de Janeiro: Indie; Warner, 2007
18 anos e não se registraram casos significativos de exacerbação.
A letra da canção faz referência a uma iniciativa destinada a GASPARI, E. As cotas e a urucubaca. Folha de S. Paulo, 3 jun. 2009.
combater um tipo de desrespeito e exclusão social associa-
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Anotações
cotas raciais são
a) politicamente ignoradas.
b) socialmente justificadas.
c) culturalmente qualificadas.
d) historicamente equivocadas.
e) economicamente fundamentadas.
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Ao falar do caráter de um homem não dizemos que ele
é sábio ou que possui entendimento, mas que é calmo ou tem-
perante. No entanto, louvamos também o sábio, referindo-se ao
hábito; e aos hábitos dignos de louvor chamamos virtude.
86
No sistema democrático de Schumpeter, os únicos parti-
cipantes plenos são os membros de elites políticas em partidos e
em instituições públicas. O papel dos cidadãos ordinários é não
apenas altamente limitado, mas frequentemente retratado como
uma intrusão indesejada no funcionamento tranquilo do proces-
so “público” de tomada de decisões.
87
Em dezembro de 1945, começou uma greve de dois me-
ses no principal porto da África Ocidental Francesa, Dacar. As
autoridades só conseguiram levar os grevistas de volta ao tra-
balho com grandes aumentos de salário e, o que é ainda mais
importante, pondo em prática todo o aparato de relações indus-
triais usado na França - em resumo, agindo como se os grevistas
fossem modernos operários industriais. c) à crise no sindicalismo no Brasil, tal como ocorria em diversos
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91
Segundo o texto, os primeiros anos após a abolição da escravi- Para o sociólogo Don Slater, as pessoas compram a ver-
dão no Brasil tiveram como característica o(a) são mais cara de um produto não porque tem maior valor de uso
do que a versão mais barata, mas porque significa status e ex-
a) caráter organizativo do movimento negro. clusividade; e, claro, esses status provavelmente será indicado
b) equiparação racial no mercado de trabalho. pela etiqueta de um designer ou de uma loja de departamentos.
c) busca pelo reconhecimento do exercício da cidadania.
d) estabelecimento do salário mínimo por projeto legislativo. BITTENCURT, R. Sedução para o consumo. Revista Filosofia, n.66, ano VI, dez. 2011.
e) entusiasmo com a extinção das péssimas condições de trabalho.
Os meios de comunicação, utilizados pelas empresas como
forma de vender seus produtos, fazem parte do cotidiano so-
cial e têm por um de seus objetivos induzir as pessoas a um(a)
89
a) vida livre de ideologias.
b) pensamento reflexivo e crítico.
c) consumo desprovido de modismos.
d) atitude consumista massificadora.
e) postura despreocupada com estilos.
92
DIEESE; CNM. Relatório de pesquisa: perfil das plantas automobilísticas: 2000. Tecnocracia e democracia são antitéticas: se o protago-
nista da sociedade industrial é o especialista, impossível que ve-
As razões da intensificação da ação grevista exercida pelos nha a ser o cidadão qualquer. A democracia sustenta-se sobre a
trabalhadores, durante a segunda metade da década de 1980, hipótese de que todos podem decidir a respeito de tudo. A tecno-
deveram-se cracia, ao contrário, pretende que sejam convocados para decidir
apenas aqueles poucos que detêm conhecimentos específicos.
a) ao avanço das políticas neoliberais no país, que promoveu a
liberalização dos mercados e privatizações. BOBBIO, N. O futuro da democracia. São Paulo: Paz e Terra, 2000.
b) ao plano Collor, que congelou os preços, com vistas a barrar a
elevada inflação no país.
Reprodução proibida. A cópia dessa distribuição das questões do ENEM por competência caracteriza dano ao direito autoral. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Anotações
ser a mais ampla possível. De acordo com o texto, o exercício
pleno da democracia pressupõe
93
TEXTO I
Código Civil, 1916. Disponível em: www.dji.com.br. Acesso em: 02 out. 2011.
TEXTO II
Art. 5°
II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade
formada por indivíduos que são ou se consideram aparentados,
unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expres-
sa; Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste ar-
tigo independem de orientação sexual.
94
95
Numa época de revisão geral, em que valores são con-
testados, reavaliados, substituídos e muitas vezes recriados, a
crítica tem papel preponderante. Essa, de fato, é uma das prin-
cipais características das Luzes, que, recusando as verdades
ditadas por autoridades, submetem tudo ao crivo da crítica.
KANT, I. O julgamento da razão. In: ABRÃO, B. S. (Org.) História da Filosofia. São Paulo:
Nova Cultura, 1999.
37
Humanas
Um projeto:
Editora