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Ministério da Economia

Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil

Perguntas e Respostas
Pessoa Jurídica

2019
Perguntas e Respostas 2019*

Coordenador-Geral de Tributação – Cosit


Fernando Mombelli

Coordenador de Tributos sobre a Renda, Patrimônio e Operações Financeiras -


Cotir
Fábio Cembranel

Coordenador de Tributos sobre a Receita Bruta e Produtos Industrializados -


Cotri
Othoniel Lucas de Sousa Junior

Coordenador de Tributação Internacional - Cotin


Cláudia Lucia Pimentel Martins da Silva

Equipe Técnica:

Supervisor-Geral de Material
Alexandre Serra Barreto – Cosit

Supervisores de Material
Aluísio Bandeira de Mello da Cunha – Cosit
Andrea Costa Chaves – Cosit
Fabio Cembranel – Cosit
Othoniel Lucas de Sousa Junior – Cosit
Gustavo Salton Rotunno Abreu Lima da Rosa – Cosit

Revisores Colaboradores
Alexandre Serra Barreto – Cosit
George Alberto Ferreira Lopes – Cosit
Itamar Pedro da Silva – Cosit
Renata Maria de Castro Paranhos – Disit/06
Timotheo Garcia Pessoa - Cosit
Daniel Teixeira Prates - Cosit

*Permitida a Reprodução deste Perguntas e Respostas, desde que citada a fonte.

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Apresentação

É com grande satisfação que a Coordenação-Geral de Tributação (Cosit) apresenta a


edição 2019 do Perguntas e Respostas da Pessoa Jurídica, a qual, como realizado
anualmente, incorpora atualização do texto anterior. Nesta edição destaca-se a revogação
do antigo Regulamento do Imposto sobre a Renda - RIR, Decreto n.º 3.000, de 1999, pelo
Decreto n.º 9.580, de 22 de novembro de 2018, o qual atualizou a legislação e passa a
ser doravante denominado RIR/2018. Os temas abordados estão divididos em vinte e oito
capítulos, possibilitando uma maior facilidade de visualização e de consulta do material.
Esta edição está disponibilizada no sítio da Secretaria Especial da Receita Federal do
Brasil (RFB), na internet, podendo de ali seu conteúdo ser livremente acessado ou baixado
pelo público institucional e de contribuintes.

São oferecidas mais de novecentas perguntas e respostas elaboradas pela Cosit,


relacionadas às seguintes áreas de tributação da pessoa jurídica:

a) IRPJ e CSLL;

c) Simples Nacional;

d) Tratamento tributário das sociedades cooperativas;

e) Tributação da renda em operações internacionais (Tributação em Bases Universais,


Preços de Transferência e Juros Pagos a Vinculadas no Exterior);

f) IPI;

g) Contribuição para o para o PIS/Pasep e Cofins.

Trata-se de compilação de perguntas formuladas por contribuintes ao Plantão Fiscal, bem


como de abordagem de aspectos da legislação apresentados por servidores em exercício
na RFB. Inicialmente concebido para esclarecer dúvidas e subsidiar os servidores do
órgão na interpretação da legislação tributária, buscando a uniformização do
entendimento fiscal relativo às matérias focalizadas, desde que se tornou disponível na
internet para consultas por parte dos contribuintes, o Perguntas e Respostas tem ampliado
seu escopo, alcançando hoje um universo bastante diversificado de usuários, dentro e fora
da RFB. Ressaltamos que não há com esse trabalho a pretensão de substituir conceitos ou
disposições contidas na legislação em vigor. Busca-se, isto sim, esclarecer dúvidas e dar
subsídios àqueles que operam com a matéria tributária. Com vistas a um atendimento
sempre mais efetivo às demandas desse universo cada vez mais amplo de consulentes, a
Cosit não mede esforços para aperfeiçoar o material aqui apresentado. No entanto, é certo
que uma publicação desse porte será sempre passível de aperfeiçoamentos, pelo que,
desde já, agradecemos sugestões e críticas. Esta versão está atualizada até 31 de dezembro
de 2018.

Bom proveito.

A Equipe Técnica.

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Sumário
Capítulo I - Declarações da Pessoa Jurídica 2019 ........................................................... 5
Capítulo II - Contagem de Prazos 2019.......................................................................... 33
Capítulo III - Equiparações da Pessoa Física 2019 ........................................................ 35
Capítulo IV - Responsabilidade na Sucessão 2019 ........................................................ 54
Capítulo V - Simples 2019 ............................................................................................. 76
Capítulo VI - IRPJ - Lucro Real 2019 ............................................................................ 78
Capítulo VII - Escrituração 2019.................................................................................... 97
Capítulo VIII - Lucro Operacional 2019 ...................................................................... 132
Capítulo IX - Resultados não operacionais 2019 ......................................................... 238
Capítulo X - Compensação de Prejuízos 2019 ............................................................. 249
Capítulo XI – Aplicação do Imposto em Investimentos Regionais 2019..................... 255
Capítulo XII - Atividade Rural 2019 ............................................................................ 263
Capítulo XIII - IRPJ - Lucro Presumido 2019 ............................................................. 279
Capítulo XIV - Lucro Arbitrado 2019 .......................................................................... 317
Capítulo XV IRPJ - Pagamento 2019 ........................................................................... 340
Capítulo XVI - CSLL 2019 .......................................................................................... 359
Capítulo XVII - Sociedades Cooperativas 2019........................................................... 379
Capítulo XVIII - Acréscimos Legais 2019 ................................................................... 394
Capítulo XIX - IRPJ e CSLL - Operações Internacionais 2019 ................................... 404
Capítulo XX - IPI 2019 ................................................................................................ 476
Capítulo XXI - Disposições Gerais sobre a Contribuição para o PIS-Pasep e a Cofins
2019 .......................................................................................................................... 492
Capítulo XXII - Contribuição para o PIS-Pasep e Cofins incidentes sobre a Receita ou o
Faturamento 2019 ..................................................................................................... 495
Capítulo XXIII - Contribuição para o PIS-Pasep-Importação e a Cofins-Importação
2019 .......................................................................................................................... 612
Capítulo XXIV - Contribuição para o PIS-Pasep incidente sobre a Folha de Salários
2019 .......................................................................................................................... 625
Capítulo XXV - Contribuição para o PIS-Pasep incidente sobre Receitas
Governamentais 2019 ............................................................................................... 629
Capítulo XXVI - CIDE Combustíveis 2019 ................................................................. 633
Capítulo XXVII - EFD-Contribuições 2019 ................................................................ 643
Capítulo XXVIII - Efeitos tributários relacionados aos novos métodos e critérios
contábeis 2019 .......................................................................................................... 651
Índice Remissivo .......................................................................................................... 700

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ARQUIVO ATUALIZADO ATÉ 31/12/2018

Capítulo I - Declarações da Pessoa Jurídica 2019

Escrituração Contábil Fiscal (ECF)

001 Quem está obrigado a apresentar a Escrituração Contábil Fiscal (ECF)?

Todas as pessoas jurídicas de direito privado domiciliadas no País, registradas ou não,


sejam quais forem seus fins e nacionalidade, inclusive as a elas equiparadas, as filiais,
sucursais ou representações, no País, das pessoas jurídicas com sede no exterior, estejam
ou não sujeitas ao pagamento do imposto de renda.

Incluem-se também nesta obrigação: as sociedades em conta de participação, as


administradoras de consórcios para aquisição de bens, as instituições imunes e isentas, as
sociedades cooperativas, as empresas públicas e as sociedades de economia mista, bem
como suas subsidiárias, e o representante comercial que exerce atividades por conta
própria.

As pessoas jurídicas ficam dispensadas, em relação aos fatos ocorridos a partir de 1º de


janeiro de 2014, da escrituração do Livro de Apuração do Lucro Real (Lalur) em meio
físico e da entrega da Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica
(DIPJ).

O Manual de Orientação do Leiaute da ECF, contendo informações de leiaute do arquivo


de importação, regras de validação aplicáveis aos campos, registros e arquivos, tabelas de
códigos utilizadas e regras de retificação da ECF, será divulgado pela Coordenação-Geral
de Fiscalização (Cofis) por meio de Ato Declaratório Executivo publicado no Diário
Oficial da União (DOU).

Outras informações a respeito do leiaute e obtenção do validador da ECF podem ser


obtidas no sítio do Sped: < sped.rfb.gov.br >.

Notas:

Sociedade em conta de participação (SCP):


Compete ao sócio ostensivo a responsabilidade pela apuração dos resultados,
apresentação da ECF e recolhimento do imposto devido pela SCP. O lucro real ou o
lucro presumido da SCP (opção autorizada a partir de 1º/01/2001, conforme IN SRF
nº 31, de 2001, art. 1º, revogada pela IN RFB nº 1.700, de 2017) deve ser informado
na ECF da própria SCP.
Liquidação extrajudicial e falência:
As entidades submetidas aos regimes de liquidação extrajudicial e de falência (massa
falida) sujeitam-se às mesmas regras de incidência dos impostos e contribuições

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aplicáveis às pessoas jurídicas em geral, inclusive no que se refere à obrigatoriedade
de apresentação da ECF.
Fundos de investimento imobiliário:
O fundo que aplicar recursos em empreendimento imobiliário e que tenha como
incorporador, construtor ou sócio, quotista possuidor, isoladamente ou em conjunto
com pessoa a ele ligada, mais de 25% (vinte e cinco por cento) das quotas do Fundo,
por estar sujeito à tributação aplicável às demais pessoas jurídicas, deve apresentar
ECF com o número de inscrição no Cadastro Nacional das Pessoas Jurídicas (CNPJ)
próprio, vedada sua inclusão na ECF da administradora.
Optantes pelo Simples Nacional e Inativas:
As microempresas (ME) e as empresas de pequeno porte (EPP) optantes pela
sistemática do Simples Nacional e as pessoas jurídicas Inativas apresentarão
declarações específicas.

Normativo: Lei nº 9.430, de 1996, art. 60;


Lei nº 9.779, de 1999, art. 2º;
RIR/2018, arts. 158 a 162;
IN SRF nº 179, de 1987, itens 2 e 5;
IN RFB nº 1.700, de 2017, art. 6º e 246;
IN SRF Nº 1.422, de 2013, art. 1º, 4º e 5º;
PN CST nº 15, de 1986; e
AD SRF nº 2, de 2000.

002 Que pessoas jurídicas estão desobrigadas de apresentar a ECF?

Estão desobrigadas de apresentar a ECF:

I - as pessoas jurídicas optantes pelo Regime Especial Unificado de Arrecadação de


Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte,
instituído pela Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006 (Simples Nacional),
por estarem obrigadas à apresentação de Declaração Anual do Simples Nacional - DASN;

II - as pessoas jurídicas inativas, assim consideradas aquelas que não tenham efetuado
qualquer atividade operacional, não operacional, patrimonial ou financeira, inclusive
aplicação no mercado financeiro ou de capitais, durante todo o ano-calendário, as quais
deverão cumprir as obrigações acessórias previstas na legislação específica;
III - os órgãos públicos, as autarquias e as fundações públicas.

Atenção:

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A pessoa jurídica cuja exclusão do Simples Nacional produziu efeitos dentro do
ano-calendário fica obrigada a entregar duas declarações: a DASN, referente ao
período em que esteve enquadrada no Simples Nacional e a ECF, referente ao
período restante do ano-calendário.

Normativo: IN SRF Nº 1.422, de 2013, art. 1º, §2º;

003 Quem não deve apresentar a ECF?

Não devem apresentar a ECF, ainda que se encontrem inscritas no Cadastro Nacional da
Pessoa Jurídica (CNPJ) ou que tenham seus atos constitutivos registrados em Cartório ou
Juntas Comerciais:
a) o consórcio constituído na forma da Lei nº 6.404 de 1976, arts. 278 e 279;
b) a pessoa física que, individualmente, exerça profissão ou explore atividade sem
vínculo empregatício, prestando serviços profissionais, mesmo quando possua
estabelecimento em que desenvolva suas atividades e empregue auxiliares;
c) a pessoa física que explore, individualmente, contratos de empreitada unicamente de
mão-de-obra, sem o concurso de profissionais qualificados ou especializados;
d) a pessoa física que individualmente exerça atividade de recepção de apostas da
Loteria Esportiva e da Loteria de Números (Loto, Sena, Megasena, etc) credenciada
pela Caixa Econômica Federal, ainda que, para atender exigência do órgão
credenciador, esteja registrada como pessoa jurídica, desde que não explore, no
mesmo local, outra atividade comercial;
e) o condomínio de edificações;
f) os fundos em condomínio e clubes de investimento, exceto aqueles de investimento
imobiliário de que trata a Lei nº 9.779, de 1999, art. 2º;
g) as pessoas jurídicas domiciliadas no exterior que possuam no Brasil bens e direitos
sujeitos a registro público;
h) o representante comercial, corretor, leiloeiro, despachante etc, que exerça
exclusivamente a mediação para a realização de negócios mercantis, como definido
pela Lei nº 4.886, de 1965, art. 1º, desde que não a tenha praticado por conta própria;
i) as pessoas físicas que, individualmente, exerçam as profissões ou explorem
atividades, consoante os termos do RIR/2018, art. 162, § 2º, como por exemplo:
serventuário de justiça, tabelião.

Normativo: Lei nº 4.886, de 1965, art. 1º;


Lei nº 6.404 de 1976, arts. 278 e 279;
Lei nº 9.779, de 1999, art. 2º;
RIR/2018, art. 162, § 2º, I e III, e arts. 204;

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PN CST nº 76, de 1971;
PN CST nº 5, de 1976;
PN CST nº 25, de 1976;
PN CST nº 80, de 1976; e
ADN CST nº 25, de 1989.

004 Pessoa física que explora atividade de transporte de passageiros ou de carga é


considerada pessoa jurídica para efeito da legislação do imposto de renda,
estando obrigada a apresentar a ECF?

A caracterização dessa atividade como de pessoa jurídica depende das condições em que
são auferidos os rendimentos, independentemente do meio utilizado. Assim, se os
rendimentos auferidos forem provenientes do trabalho individual do transportador de
carga ou de passageiros, em veículo próprio ou locado, ainda que o mesmo contrate
empregados, como ajudantes ou auxiliares, tais rendimentos submetem-se à incidência do
imposto de renda na fonte quando prestados a pessoas jurídicas, ou estão sujeitos ao
recolhimento mensal obrigatório (carnê-leão) quando prestados a pessoas físicas,
mediante a utilização da tabela progressiva aplicável às pessoas físicas e estão sujeitos ao
ajuste na Declaração Anual da pessoa física.
Se, entretanto, for contratado profissional para dirigir o veículo descaracteriza-se a
exploração individual da atividade, ficando a pessoa física equiparada a pessoa jurídica.
O mesmo ocorre nos casos de exploração conjunta da atividade, haja ou não
copropriedade do veículo, porque passa de individual para social o exercício da atividade
econômica, devendo a "sociedade em comum" (antiga “sociedade de fato”) resultante ser
tributada como pessoa jurídica.
A aplicação dos critérios acima expostos, independe do veículo utilizado (caminhão,
ônibus, avião, barco etc).

Normativo: RIR/2018, arts. 39 e 162, § 1º, II; e


PN CST nº 122, de 1974.

005 Pessoa física que explora atividade de representante comercial, devidamente


cadastrado no CNPJ, está dispensada de apresentar a ECF?

O representante comercial que exerce individualmente a atividade por conta de terceiros


não se caracteriza como pessoa jurídica, não obstante ser inscrito no CNPJ, devendo seus
rendimentos ser tributados na pessoa física, ficando dispensado da apresentação da ECF.
Contudo, caso seja a atividade exercida por conta própria, na condição de empresário, ele
será considerado comerciante, ficando, desta forma, obrigado a apresentação da ECF.

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Normativo: ADN CST nº 25, de 1989.

006 As associações sem fins lucrativos, igrejas e partidos políticos deverão apresentar
a ECF, tendo em vista serem consideradas entidades isentas ou imunes?

As entidades consideradas como imunes e isentas estão obrigadas a apresentação da ECF.


Somente encontram-se desobrigadas de apresentação da ECF as entidades relacionadas
nas perguntas 002 e 003.

Veja ainda: Dispensa de apresentação da ECF: Pergunta 002 e 003 deste capítulo.

007 Os cartórios, cujos responsáveis são remunerados por meio de emolumentos e


que, por disposição legal, são inscritos no CNPJ, estão obrigados a apresentar a
ECF?

Não obstante serem inscritos no CNPJ, os cartórios não se caracterizam como pessoa
jurídica, devendo os emolumentos recebidos pelo seu responsável ser tributados na pessoa
física.

008 Os Conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas estão obrigados a


apresentar a ECF?

Tendo em vista que a mudança da natureza jurídica dessas entidades, de autarquias


dotadas de personalidade jurídica de direito público para pessoa jurídica de direito
privado, Lei nº 9.649, de 1998, art. 58, foi considerada inconstitucional pelo STF (ADI-
1717), essas entidades estão desobrigadas à apresentação da ECF.

Normativo: Lei nº 9.649, de 1998, art. 58.

Declaração da Pessoa Jurídica Inativa

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009 A partir de quando existe a obrigatoriedade de apresentação da DCTF pela
pessoa jurídica inativa?

As pessoas jurídicas e demais entidades obrigadas à DCTF mensal que estejam inativas
ou não tenham débitos a declarar não ficam dispensadas de apresentar a DCTF nas
seguintes hipóteses:
a) em relação ao mês de ocorrência do evento, nos casos de extinção, incorporação, fusão
e cisão parcial ou total;
b) em relação ao último mês de cada trimestre do ano-calendário, quando no trimestre
anterior tenha sido informado que o pagamento do Imposto sobre a Renda da Pessoa
Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) seria efetuado
em quotas;
c) em relação ao mês de janeiro de cada ano-calendário; e
d) em relação ao mês subsequente àquele em que se verificar elevada oscilação da taxa
de câmbio, na hipótese de alteração da opção pelo regime de competência para o regime
de caixa prevista no art. 5º da Instrução Normativa RFB nº 1.079, de 3 de novembro de
2010.
Excepcionalmente para o ano-calendário de 2016, as pessoas jurídicas e demais
entidades obrigadas à DCTF mensal que estejam inativas deverão apresentar a DCTF
relativa ao mês de janeiro de 2016, ainda que tenham apresentado a Declaração
Simplificada da Pessoa Jurídica (DSPJ) - Inativa 2016 de que trata o caput do art. 1º da
Instrução Normativa RFB nº 1.605, de 22 de dezembro de 2015.
O prazo de apresentação das DCTF relativas aos meses de janeiro a abril de 2017 das
pessoas jurídicas e demais entidades obrigadas a apresentá-las, que estejam inativas ou
não tenham débitos a declarar, fica prorrogado para até 21 de julho de 2017. Neste mesmo
prazo, os sócios ostensivos de SCP inscrita no CNPJ na condição de estabelecimento
matriz deverão retificar as DCTF relativas aos meses de dezembro de 2015 a fevereiro de
2016 para inclusão das informações relativas à SCP.

Normativo: IN RFB Nº 1.599, de 11 de dezembro de 2015;


IN RFB nº 1.605, de 2015;
IN RFB Nº 1.646, de 30 de maio de 2016.

010 Qual o conceito de inatividade adotado pela legislação tributária que obriga a
apresentação da DCTF?

Considera-se pessoa jurídica inativa, para fins da DCTF, aquela que não tenha efetuado
qualquer atividade operacional, não-operacional, patrimonial ou financeira, inclusive
aplicação no mercado financeiro ou de capitais, durante todo o mês-calendário.

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Notas:

O pagamento, no mês-calendário a que se referir a declaração, de tributo relativo


a meses-calendário anteriores e de multa pelo descumprimento de obrigação
acessória não descaracterizam a pessoa jurídica como inativa no mês-calendário.

Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais

011 Quem está obrigado a apresentar mensalmente a Declaração de Débitos e


Créditos Tributários Federais (DCTF)?

Deverão apresentar a Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais Mensal


(DCTF Mensal):

I - as pessoas jurídicas de direito privado em geral, inclusive as equiparadas, as


imunes e as isentas, de forma centralizada, pela matriz;
II - as unidades gestoras de orçamento das autarquias e fundações instituídas e
mantidas pela administração pública da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios e dos órgãos públicos dos Poderes Executivo, Legislativo e
Judiciário dos Estados e do Distrito Federal e dos Poderes Executivo e Legislativo
dos Municípios; e
Observação: Considera-se unidade gestora de orçamento aquela
autorizada a executar parcela do orçamento da União, dos Estados,
do Distrito Federal ou dos Municípios.
Em relação às autarquias e fundações públicas federais, fica
sobrestada a obrigatoriedade até ulterior deliberação, na forma do
art. 2º, parágrafo 2º, da Instrução Normativa RFB nº 1.599, de 11 de
dezembro de 2015.
III - os consórcios que realizem negócios jurídicos em nome próprio, inclusive na
contratação de pessoas jurídicas e físicas, com ou sem vínculo empregatício.
IV - as entidades de fiscalização do exercício profissional (conselhos federais e
regionais), inclusive a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB); e
V - os fundos especiais criados no âmbito de quaisquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como dos Ministérios Públicos
e dos Tribunais de Contas, quando dotados de personalidade jurídica sob a forma
de autarquia;
As pessoas jurídicas acima, deverão apresentar a DCTF Mensal, ainda que inativas ou
não tenham débitos a declarar:

a) em relação ao mês de ocorrência do evento, nos casos de extinção,


incorporação, fusão e cisão total ou parcial;
b) em relação ao último mês de cada trimestre do ano-calendário, quando no
trimestre anterior tenha sido informado que o pagamento de Imposto sobre a

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Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ) ou de Contribuição Social sobre o Lucro
Líquido (CSLL) foi dividido em quotas;
c) em relação ao mês de janeiro de cada ano-calendário; e
d) em relação ao mês subsequente àquele em que se verificar elevada oscilação da
taxa de câmbio, na hipótese de alteração da opção pelo regime de competência
para o regime de caixa prevista no art. 5º da Instrução Normativa RFB nº 1.079,
de 3 de novembro de 2010.
As pessoas jurídicas e demais entidades que estejam inativas ou não tenham débitos a
declarar poderão comunicar na DCTF, em relação ao mês de janeiro de cada ano-
calendário, se for o caso, a opção pelo regime (caixa ou competência) segundo o qual as
variações monetárias dos direitos de crédito e das obrigações do contribuinte, em função
da taxa de câmbio, serão consideradas para efeito de determinação da base de cálculo do
IRPJ, da CSLL, da Contribuição para o PIS/Pasep e da Contribuição para o
Financiamento da Seguridade Social (Cofins).

As informações relativas às Sociedades em Conta de Participação (SCP) devem ser


apresentadas pelo sócio ostensivo, em sua própria DCTF.

Notas:

Para a apresentação da DCTF, é obrigatória a assinatura digital da declaração


mediante utilização de certificado digital válido.

Veja ainda: Dispensa de apresentação da DCTF: Pergunta 012 deste capítulo.

Normativo: Instrução Normativa RFB nº 1.599, de 11 de dezembro de 2015;


Instrução Normativa RFB nº 1.079, de 3 de novembro de 2010;
Decreto nº 8.451, de 2015;
IN RFB Nº 1.787, de 07 de fevereiro de 2018.

012 Quem está dispensado de apresentar DCTF?

Estão dispensadas de apresentação da DCTF:


I - as Microempresas (ME) e as Empresas de Pequeno Porte (EPP) enquadradas
no Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições
devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Simples Nacional),
instituído pela Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006,
relativamente aos períodos abrangidos por esse Regime;
Observação: Não estão dispensadas da apresentação da DCTF:
a) - as ME e as EPP enquadradas no Simples Nacional que estejam
sujeitas ao pagamento da Contribuição Previdenciária sobre a

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Receita Bruta (CPRB), nos termos dos incisos IV e VII do caput do
art. 7º da Lei nº 12.546, de 14 de dezembro de 2011, enquanto não
obrigadas à entrega da Declaração de Débitos e Créditos
Tributários Federais Previdenciários e de Outras Entidades e
Fundos (DCTFWeb), na qual deverão informar os valores relativos
à referida CPRB e aos impostos e contribuições, devidos na
qualidade de contribuinte ou responsável, de que tratam os incisos I,
V, VI, XI e XII do § 1º do art. 13 da Lei Complementar nº 123, de
2006;
b) - as pessoas jurídicas excluídas do Simples Nacional, quanto às
DCTF relativas aos fatos geradores ocorridos a partir da data em
que a exclusão produzir efeitos;
II - os órgãos públicos da administração direta da União;
III - as pessoas jurídicas e demais entidades listadas como obrigadas mas em início
de atividades, referente ao período compreendido entre o mês em que forem
registrados seus atos constitutivos até o mês anterior àquele em que for efetivada
a inscrição no CNPJ; e
IV - as pessoas jurídicas e demais entidades que sejam obrigadas mas que estejam
inativas ou não tenham débitos a declarar, a partir do 2º (segundo) mês em que
permanecerem nessa condição, observado o disposto nos inciso III do § 2º, do art.
3º, da Instrução Normativa RFB nº 1.599, de 11 de dezembro de 2015.
Observação: Estas voltarão à condição de obrigadas à entrega da
DCTF a partir do mês em que tiverem débitos a declarar.
São também dispensadas de apresentação da DCTF, ainda que se encontrem inscritas no
Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) ou que tenham seus atos constitutivos
registrados em Cartório ou Juntas Comerciais:

I - os condomínios edilícios;
II - os grupos de sociedades, constituídos na forma do art. 265 da Lei nº 6.404, de
15 de dezembro de 1976;
III - os consórcios, desde que não realizem negócios jurídicos em nome próprio,
inclusive na contratação de pessoas jurídicas e físicas, com ou sem vínculo
empregatício;
IV - os clubes de investimento registrados em Bolsa de Valores, segundo as
normas fixadas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) ou pelo Banco
Central do Brasil (Bacen);
V - os fundos de investimento imobiliário, que não se enquadrem no disposto no
art. 2º da Lei nº 9.779, de 19 de janeiro de 1999;
VI - os fundos mútuos de investimento mobiliário, sujeitos às normas do Bacen
ou da CVM;
VII - as embaixadas, missões, delegações permanentes, consulados-gerais,
consulados, vice-consulados, consulados honorários e as unidades específicas do
governo brasileiro no exterior;
VIII - as representações permanentes de organizações internacionais;

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IX - os serviços notariais e registrais (cartórios), de que trata a Lei nº 6.015, de 31
de dezembro de 1973;
X - os fundos especiais de natureza contábil ou financeira, não dotados de
personalidade jurídica, criados no âmbito de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como dos Ministérios Públicos
e dos Tribunais de Contas;
XI - os candidatos a cargos políticos eletivos e os comitês financeiros dos partidos
políticos nos termos da legislação específica;
XII - as incorporações imobiliárias objeto de opção pelo Regime Especial de
Tributação (RET), de que trata a Lei nº 10.931, de 2 de agosto de 2004;
XIII - as empresas, fundações ou associações domiciliadas no exterior que
possuam no Brasil bens e direitos sujeitos a registro de propriedade ou posse
perante órgãos públicos, localizados ou utilizados no Brasil;
XIV - as comissões, sem personalidade jurídica, criadas por ato internacional
celebrado pela república Federativa do Brasil e um ou mais países, para fins
diversos; e
XV - as comissões de conciliação prévia de que trata o art. 1º da Lei nº 9.958, de
12 de janeiro de 2000.
XVI - os representantes comerciais, corretores, leiloeiros, despachantes e demais
pessoas físicas que exerçam exclusivamente a representação comercial autônoma
sem relação de emprego, e que desempenhem, em caráter não eventual por conta
de uma ou mais pessoas, a mediação para a realização de negócios mercantis, nos
termos do art. 1º da Lei nº 4.886, de 9 de dezembro de 1965, quando praticada por
conta de terceiros.

Notas:

Na hipótese de PJ excluída do Simples Nacional, não deverão ser informados na


DCTF os valores apurados pelo Simples Nacional.
As pessoas jurídicas que passarem a se enquadrar no Simples Nacional devem
apresentar as DCTF referentes aos períodos anteriores a sua inclusão.
Considera-se pessoa jurídica inativa aquela que não tenha efetuado qualquer
atividade operacional, não-operacional, patrimonial ou financeira, inclusive
aplicação no mercado financeiro ou de capitais, durante todo o mês-calendário.
O pagamento, no mês-calendário a que se referir a declaração, de tributo relativo a
meses-calendários anteriores e de multa pelo descumprimento de obrigação
acessória não descaracterizam a pessoa jurídica como inativa no mês-calendário.

Normativo: Instrução Normativa RFB nº 1.599, de 11 de dezembro de 2015.

14
013 Quais impostos e contribuições devem ser informados na DCTF?

A DCTF deve conter informações relativas aos valores devidos (débitos) e os respectivos
valores utilizados para sua quitação (créditos), dos seguintes impostos e contribuições
administrados pela RFB:

I - Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ);


II - Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF);
III - Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI);
IV - Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou Relativas a Títulos
ou Valores Mobiliários (IOF);
V - Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL);
VI - Contribuição para o PIS/Pasep;
VII - Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins);
VIII - Contribuição Provisória sobre Movimentação ou Transmissão de Valores e
de Créditos e Direitos de Natureza Financeira (CPMF), até 31 de dezembro de
2007;
IX - Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico incidente sobre a
importação e a comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus
derivados e álcool etílico combustível (Cide-Combustível);
X - Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico destinada a financiar o
Programa de Estímulo à Interação Universidade-Empresa para o Apoio à Inovação
(Cide-Remessa);
XI - Contribuição do Plano de Seguridade do Servidor Público (PSS); e
XII - Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta (CPRB), de que tratam os
arts. 7º e 8º da Lei nº 12.546, de 14 de dezembro de 2011. Não deverão ser
informados valores de CPRB na DCTF a partir do mês em que se tornar
obrigatória a entrega da DCTFWeb, de acordo com o cronograma estabelecido no
art. 13 da Instrução Normativa RFB nº 1.787, de 7 de fevereiro de 2018, conforme
o tipo de sujeito passivo.

Notas:

Quanto aos valores:


Não devem ser informados na DCTF os valores de impostos e contribuições exigidos
em lançamento de ofício.
Deverão ser informados, por estabelecimento, na DCTF apresentada pela matriz os
valores referentes ao IPI e à Cide-Combustível.
Devem ser informados na DCTF da pessoa jurídica incorporadora, por incorporação
imobiliária, no grupo RET/Pagamento Unificado de Tributos. Os valores relativos

15
ao IRPJ, à CSLL, à Contribuição para o PIS/Pasep e à Cofins pagos na forma do
caput do art. 4º da Lei nº 10.931, de 2004.
Devem ser informados na DCTF no grupo Contribuições Sociais Retidas na Fonte
(CSRF), os valores referentes à CSLL, à Cofins e à Contribuição para o PIS/Pasep
retidos na fonte pelas pessoas jurídicas de direito privado na forma do art. 30 da Lei
nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003, e os valores relativos à Cofins e à
Contribuição para o PIS/Pasep retidos na forma do § 3º do art. 3º da Lei nº 10.485,
de 3 de julho de 2002, alterado pelo art. 42 da Lei nº 11.196, de 21 de novembro de
2005.
Devem ser informados na DCTF no grupo Contribuições Sociais e Imposto de Renda
Retidos na Fonte (COSIRF), os valores referentes ao IRPJ, à CSLL, à Cofins e à
Contribuição para o PIS/Pasep retidos na fonte pelas empresas públicas, sociedades
de economia mista e demais entidades na forma do inciso III do art. 34 da Lei nº
10.833, de 2003.
Devem ser informados na DCTF no grupo COSIRF, os valores referentes à CSLL,
à Cofins e à Contribuição para o PIS/Pasep retidos pelos órgãos, autarquias e
fundações dos Estados, Distrito Federal e Municípios, que tenham celebrado
convênio com a RFB nos termos do art. 33 da Lei nº 10.833, de 2003.
Não devem ser informados na DCTF, os valores relativos ao IRRF incidente sobre
rendimentos pagos pelos Estados, Distrito Federal e Municípios, bem como por suas
Autarquias e Fundações, recolhidos nos códigos de receita 0561, 1889, 2063, 3533,
3540, 3562 e 5936.
Deverão ser informados na DCTF apresentada pelo administrador, os valores
referentes ao IRRF retido pelos fundos de investimento, que não se enquadrem no
disposto no art. 2º da Lei nº 9.779, de 1999.
Na hipótese de tornarem-se exigíveis tributos administrados pela RFB em
decorrência do descumprimento das condições que ensejaram a aquisição de bens e
serviços com isenção, suspensão, redução de alíquota ou não incidência, a pessoa
jurídica adquirente deverá retificar a DCTF referente ao período de aquisição dos
bens ou dos serviços no mercado interno para inclusão, na condição de responsável,
dos valores relativos aos tributos não pagos.
Na hipótese de tornarem-se exigíveis tributos administrados pela RFB em
decorrência do descumprimento das condições que ensejaram a importação de bens
e serviços com isenção, suspensão, redução de alíquota ou não incidência, a pessoa
jurídica importadora deverá retificar a DCTF referente ao período de importação dos
bens e serviços para inclusão dos valores relativos aos tributos não pagos.
Deverão ser informados na DCTF apresentada pelo estabelecimento matriz, os
valores referentes à CPRB, cujos recolhimentos deverão ser efetuados de forma
centralizada pelo estabelecimento matriz, nos mesmos moldes das demais
contribuições sociais incidentes sobre a receita bruta.

DCTF Retificadoras:
A alteração das informações prestadas em DCTF, nas hipóteses em que admitida,
será efetuada mediante apresentação de DCTF retificadora, elaborada com
observância das mesmas normas estabelecidas para a declaração retificada.

16
A DCTF retificadora terá a mesma natureza da declaração originariamente
apresentada e servirá para declarar novos débitos, aumentar ou reduzir os valores de
débitos já informados ou efetivar qualquer alteração nos créditos vinculados.
A retificação não produzirá efeitos quando tiver por objeto:
I - reduzir os débitos relativos a impostos e contribuições:
a) cujos saldos a pagar já tenham sido enviados à Procuradoria-Geral da Fazenda
Nacional (PGFN) para inscrição em DAU, nos casos em que importe alteração
desses saldos;
b) cujos valores apurados em procedimentos de auditoria interna, relativos às
informações indevidas ou não comprovadas prestadas na DCTF, sobre pagamento,
parcelamento, compensação ou suspensão de exigibilidade, já tenham sido enviados
à PGFN para inscrição em DAU; ou
c) que tenham sido objeto de exame em procedimento de fiscalização.
II - alterar os débitos de impostos e contribuições em relação aos quais a pessoa
jurídica tenha sido intimada de início de procedimento fiscal.
A retificação de valores informados na DCTF, que resulte em redução do montante
do débito já enviado à PGFN para inscrição em DAU ou do débito que tenha sido
objeto de exame em procedimento de fiscalização, somente poderá ser efetuada pela
RFB nos casos em que houver prova inequívoca da ocorrência de erro de fato no
preenchimento da declaração e enquanto não extinto o direito de a Fazenda Pública
constituir o crédito tributário correspondente àquela declaração.
Na hipótese de alterar débitos de impostos e contribuições em relação aos quais a
pessoa jurídica tenha sido intimada de início de procedimento fiscal, havendo
recolhimento anterior ao início do procedimento fiscal, em valor superior ao
declarado, a pessoa jurídica poderá apresentar declaração retificadora, em
atendimento a intimação fiscal e nos termos desta, para sanar erro de fato, sem
prejuízo das penalidades cabíveis.
O direito de o contribuinte pleitear a retificação da DCTF extingue-se em 5 (cinco)
anos contados a partir do 1º (primeiro) dia do exercício seguinte ao qual se refere a
declaração.
A pessoa jurídica que apresentar DCTF retificadora, alterando valores que tenham
sido informados:
I - na Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ),
deverá apresentar, também, DIPJ retificadora; e
II - no Demonstrativo de Apuração de Contribuições Sociais (Dacon), deverá
apresentar, também, Dacon retificador.
As DCTF retificadoras poderão ser retidas para análise com base na aplicação de
parâmetros internos estabelecidos pela RFB.
A pessoa jurídica ou o responsável pelo envio da DCTF retida para análise será
intimado a prestar esclarecimentos ou apresentar documentos sobre as possíveis
inconsistências ou indícios de irregularidade detectados, sem prejuízo das
penalidades cabíveis.

17
A intimação para o sujeito passivo prestar esclarecimentos ou apresentar
documentação comprobatória poderá ser efetuada de forma eletrônica, observada a
legislação específica, prescindindo, neste caso, de assinatura.
O não atendimento à intimação no prazo determinado ensejará a não homologação
da retificação.
Não produzirão efeitos as informações retificadas:
I - enquanto pendentes de análise; e
II - não homologadas.

É facultado ao sujeito passivo, no prazo de 30 (trinta) dias contado da data da ciência


da decisão que não homologou a DCTF retificadora, apresentar impugnação dirigida
à Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ) de sua jurisdição, nos
termos do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972.

Normativo: Instrução Normativa RFB nº 1.599, de 11 de dezembro de 2015.

014 Qual o prazo para apresentação da DCTF?

As pessoas jurídicas devem apresentar a DCTF até o 15º (décimo quinto) dia útil do 2º
(segundo) mês subsequente ao mês de ocorrência dos fatos geradores, inclusive nos casos
de extinção, incorporação, fusão e cisão total ou parcial. Essa obrigatoriedade de
apresentação não se aplica, para a incorporadora, nos casos em que as pessoas jurídicas,
incorporadora e incorporada, estejam sob o mesmo controle societário desde o ano-
calendário anterior ao do evento.

Notas:

No caso de exclusão do Simples Nacional, a pessoa jurídica fica obrigada a


apresentar as DCTF relativas aos fatos geradores ocorridos:
I - desde o início das atividades, no caso de ter ultrapassado, no ano-calendário de
início de atividade, em mais de 20% (vinte por cento), o limite de receita bruta
proporcional ao número de meses de funcionamento nesse ano-calendário, previsto
no § 2º do art. 3º da Lei Complementar nº 123, de 2006;
II - a partir do mês de ocorrência do evento excludente, na constatação das situações
previstas nos incisos II a XII do caput do art. 29 da Lei Complementar nº 123, de
2006;
III - a partir do mês seguinte à ocorrência do evento excludente:

18
a) no caso de ter ultrapassado, no ano-calendário, em mais de 20% (vinte por cento),
o limite de receita bruta anual previsto no inciso II do caput do art. 3º da Lei
Complementar nº 123, de 2006; ou
b) na constatação das situações previstas no § 4º do art. 3º ou nos incisos I a III e VI
a XVI do caput do art. 17 da Lei Complementar nº 123, de 2006;

IV - a partir de 1º (primeiro) de janeiro do ano-calendário subsequente à ocorrência


do evento excludente:
a) no caso de ter ultrapassado, no ano-calendário de início de atividade, em até 20%
(vinte por cento), o limite de receita bruta proporcional ao número de meses de
funcionamento nesse ano-calendário, previsto no § 2º do art. 3º da Lei
Complementar nº 123, de 2006; ou
b) no caso de ter ultrapassado, no ano-calendário, em até 20% (vinte por cento), o
limite de receita bruta anual previsto no inciso II do caput do art. 3º da Lei
Complementar nº 123, de 2006;
V - a partir do ano-calendário subsequente ao da ciência da comunicação da
exclusão, na constatação da situação prevista no inciso V do caput do art. 17 da Lei
Complementar nº 123, de 2006, exceto na hipótese prevista no § 2º do art. 31 da
referida Lei.
A ME ou EPP optante pelo Simples Nacional que se enquadrar no disposto no inciso
I e comunicar espontaneamente sua exclusão do regime deverá apresentar as DCTF,
relativas aos fatos geradores ocorridos a partir do início de atividade, até o último
dia útil do mês subsequente àquele em que for ultrapassado o limite de receita bruta.
No caso de comunicação de exclusão por opção da ME ou EPP optante pelo Simples
Nacional, a pessoa jurídica fica obrigada a apresentar as DCTF relativas aos fatos
geradores ocorridos a partir da data em que a exclusão produzir efeitos.

Normativo: Instrução Normativa RFB nº 1.599, de 11 de dezembro de 2015.

Período de Apuração do IRPJ, Prazos e Formas de Apresentação da ECF

015 O que se entende por período-base de apuração do imposto de renda?

É o período de tempo delimitado pela legislação tributária (trimestre ou ano),


compreendido em um ano-calendário, durante o qual são apurados os resultados das
pessoas jurídicas e calculados os impostos e contribuições.

Notas:

19
Ano-calendário é o período de doze meses consecutivos, contados de 1º de janeiro a
31 de dezembro.

016 A alteração pela pessoa jurídica da data do término do exercício social ou a


apuração dos resultados em período diferente do determinado pela legislação
fiscal pode provocar a não obrigatoriedade da apresentação da ECF em algum
período?

Não, pois, conforme o disposto na legislação fiscal, Lei nº 7.450, de 1985, art. 16, para
efeito de apuração do imposto de renda das pessoas jurídicas, o período-base (trimestral
ou anual) deve estar, necessariamente, compreendido no ano-calendário, assim entendido
o período de doze meses contados de 1º de janeiro a 31 de dezembro. A apuração dos
resultados será efetuada com observância da legislação vigente à época de ocorrência dos
respectivos fatos geradores.

Normativo: Lei nº 7.450, de 1985, art. 16; RIR/2018, arts. 217 e 218.

017 Atualmente, qual é o período de apuração do imposto de renda para as pessoas


jurídicas?

Para os fatos geradores ocorridos a partir de 1º de janeiro de 1997, o período de apuração


dos resultados da pessoa jurídica é trimestral (lucro real, presumido ou arbitrado).
Contudo, a pessoa jurídica que optar pelo pagamento mensal com base na estimativa,
balanço ou balancete de suspensão ou redução, fica sujeita à apuração pelo lucro real
anual, a ser feita em 31 de dezembro do ano-calendário, ou na data do evento, nos casos
de fusão, cisão, incorporação e extinção.

Normativo: RIR/2018, arts. 217 e 218.

018 O que se considera data do evento nas hipóteses de cisão, fusão, incorporação
ou extinção da pessoa jurídica?

Considera-se data do evento aquela em que houve a deliberação que aprovou a cisão,
incorporação ou fusão. No caso de extinção a data que ultimar a liquidação da pessoa
jurídica.

Notas:

Os Documentos devem ser registrados dentro de 30 (trinta) dias contados de sua


assinatura.

20
Normativo: Lei nº 8.934, de 1994, arts. 32 e 36

019 Qual a forma de apresentação da ECF e quais documentos devem ser anexados?

A partir de 1º/01/1999, ano-calendário de 1998, a declaração de rendimentos das pessoas


jurídicas, inclusive retificadora, deve ser apresentada à Secretaria da Receita Federal do
Brasil (RFB) exclusivamente em meio magnético.
A ECF, disponível na internet no endereço <http://idg.receita.fazenda.gov.br>, será
transmitida anualmente ao Sistema Público de Escrituração Digital (Sped) até o último
dia útil do mês de julho do ano seguinte ao ano-calendário a que se refira.
O sujeito passivo deverá informar, na ECF, todas as operações que influenciem a
composição da base de cálculo e o valor devido do Imposto sobre a Renda da Pessoa
Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), especialmente
quanto:
I - à recuperação do plano de contas contábil e saldos das contas, para pessoas
jurídicas obrigadas a entregar a Escrituração Contábil Digital (ECD) relativa ao
mesmo período da ECF;

II - à recuperação de saldos finais da ECF do período imediatamente anterior,


quando aplicável;

III - à associação das contas do plano de contas contábil recuperado da ECD com
plano de contas referencial, definido pela Coordenação-Geral de Fiscalização
(Cofis), por meio de Ato Declaratório Executivo (ADE);
IV - ao detalhamento dos ajustes do lucro líquido na apuração do Lucro Real, no
Livro Eletrônico de Apuração do Lucro Real (e-Lalur), mediante tabela de adições
e exclusões definida pela Cofis, por meio de Ato Declaratório Executivo;
V - ao detalhamento dos ajustes da base de cálculo da CSLL, no Livro Eletrônico
de Apuração da Base de Cálculo da CSLL (e-Lacs), mediante tabela de adições e
exclusões definida pela Cofis, por meio de Ato Declaratório Executivo;
VI - aos registros de controle de todos os valores a excluir, adicionar ou compensar
em exercícios subsequentes, inclusive prejuízo fiscal e base de cálculo negativa
da CSLL; e
VII - aos registros, lançamentos e ajustes que forem necessários para a
observância de preceitos da lei tributária relativos à determinação do lucro real e
da base de cálculo da CSLL, quando não devam, por sua natureza exclusivamente
fiscal, constar da escrituração comercial, ou sejam diferentes dos lançamentos
dessa escrituração.
VIII - à apresentação do Demonstrativo de Livro Caixa, a partir do ano-calendário
2016, para as pessoas jurídicas optantes pela sistemática do lucro presumido que
se utilizem da prerrogativa prevista no parágrafo único do art. 45 da Lei nº 8.981,

21
de 20 de janeiro 1995, e cuja receita bruta no ano seja superior a R$ 1.200.000,00
(um milhão e duzentos mil reais), ou proporcionalmente ao período a que se refere.
O Manual de Orientação do Leiaute da ECF, contendo informações de leiaute do arquivo
de importação, regras de validação aplicáveis aos campos, registros e arquivos, tabelas de
códigos utilizadas e regras de retificação da ECF, será divulgado pela Cofis por meio de
Ato Declaratório Executivo publicado no Diário Oficial da União (DOU).
O prazo para entrega da ECF será encerrado às 23h59min59s (vinte e três horas, cinquenta
e nove minutos e cinquenta e nove segundos), horário de Brasília, do último dia fixado
para entrega da escrituração.
A ECF deverá ser assinada digitalmente mediante utilização de certificado digital válido.
Nos casos de extinção, cisão parcial, cisão total, fusão ou incorporação, a ECF deverá ser
entregue pelas pessoas jurídicas extintas, cindidas, fusionadas, incorporadas e
incorporadoras, até o último dia útil do mês subsequente ao do evento. Quando este
ocorrer de janeiro a maio do ano-calendário, o prazo será até o último dia útil do mês de
junho do referido ano, mesmo prazo da ECF para situações normais relativas ao ano-
calendário anterior.
Na transmissão da ECF, que é feita por meio da Internet, o Recibo de Recepção é emitido
na conclusão do envio, podendo ser impresso pelo próprio contribuinte, como
comprovante da recepção.

RIR/2018, art. 971;


Normativo:
IN SRF Nº 1.422, de 2013.

020 De que formas serão apresentadas as declarações de exercícios anteriores?

As declarações de exercícios anteriores, quando apresentadas em atraso, devem ser


entregues de acordo com as regras fixadas para cada exercício, utilizando o programa
aplicável a cada exercício, disponibilizado pela RFB.

Retificação da ECF

021 Como proceder quando, após a entrega da ECF, a pessoa jurídica constatar que
houve falhas ou incorreções nos dados fornecidos?

A retificação de ECF anteriormente entregue dar-se-á mediante apresentação de nova


ECF, nas hipóteses em que admitida, independentemente de autorização da autoridade
administrativa e terá a mesma natureza da ECF originariamente
apresentada, substituindo-a integralmente para todos os fins e direitos, e passará a ser a
ativa na base de dados do Sped.
Caso a ECF retificadora altere os saldos das contas da parte B do e-Lalur ou do e-Lacs, a
pessoa jurídica deverá verificar a necessidade de retificar as ECF dos anos-calendário
posteriores.

22
A pessoa jurídica deverá entregar a ECF retificadora sempre que apresentar Escrituração
Contábil Digital (ECD) substituta que altere contas ou saldos contábeis recuperados na
ECF ativa na base de dados do Sped.

No caso de lançamentos extemporâneos em ECD que alterem a base de cálculo do IRPJ


ou da CSLL da ECF de ano-calendário anterior, a pessoa jurídica deverá efetuar o ajuste
por meio de ECF retificadora relativa ao respectivo ano-calendário, mediante adições ou
exclusões ao lucro líquido, ainda que a ECD recuperada na ECF retificada não tenha sido
alterada.

A pessoa jurídica que entregar ECF retificadora que altere valores de apuração do IRPJ
ou da CSLL que haviam sido informados na Declaração de Débitos e Créditos de Tributos
Federais (DCTF) deverá apresentar DCTF retificadora elaborada com observância das
normas específicas relativas a esta declaração.

Notas:

Para mais informações a respeito da retificação da ECF, consulte o Manual de


Orientação da ECF, disponível no sítio do Sped.

Veja ainda: Forma de apresentação da ECF:


Perguntas 19 e 20 deste capítulo.

Normativo: MP nº 2.189-49, de 2001, art.18; e


IN SRF nº 166, de 1999, arts. 1º e 4º.
Instrução Normativa RFB nº 1770, de 18 de dezembro de 2017.

022 Qual o prazo para retificação da ECF da pessoa jurídica?

O prazo é de 5 (cinco) anos, conforme os artigos 150 e 173 do CTN.

023 Em que hipóteses não será admitida a ECF retificadora?

Nas seguintes hipóteses:


a) quando iniciado procedimento de ofício; e

23
b) quando tiver por objetivo alterar o regime de tributação anteriormente adotado, salvo
nos casos determinados pela legislação, para fins de determinação do lucro arbitrado.

Normativo: RIR/2018, art. 894; e


IN SRF nº 166, de 1999, art. 4º.
Instrução Normativa RFB nº 1770, de 18 de dezembro de 2017.

024 Quais os efeitos tributários no caso de a ECF retificadora apresentar valores a


título de IRPJ e de CSLL diferentes daqueles inicialmente apresentados na ECF
retificada?

Quando a retificação da ECF apresentar imposto maior que o da ECF retificada, a


diferença apurada será devida com os acréscimos correspondentes.
Quando a retificação da ECF apresentar imposto menor que o da ECF retificada, a
diferença apurada, desde que paga, poderá ser compensada ou restituída.
Sobre o montante a ser compensado ou restituído incidirão juros equivalentes à taxa
referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic), acumulados até o mês
anterior ao da restituição ou compensação, adicionado de 1% (um por cento) no mês da
restituição ou compensação.

Normativo: IN SRF nº 166, de 1999, arts. 3º e 4º; e


IN RFB nº 1.717, de 2017, art. 142.

Entidades Imunes ou Isentas do Imposto de Renda

025 Quais pessoas imunes ao imposto de renda estão sujeitas à entrega da ECF?

São imunes ao imposto sobre a renda e estão obrigadas a ECF:


a) os templos de qualquer culto;
b) os partidos políticos, inclusive suas fundações, as entidades sindicais de
trabalhadores, as instituições de educação e as de assistência social, sem fins
lucrativos, desde que observados os requisitos da Lei.
Considera-se imune a instituição de educação ou de assistência social que preste os
serviços para os quais houver sido instituída e os coloque à disposição da população em
geral, em caráter complementar às atividades do Estado, sem fins lucrativos.
Define-se como entidade sem fins lucrativos, a instituição de educação e de assistência
social que não apresente superávit em suas contas ou, caso o apresente em determinado
exercício, destine referido resultado integralmente à manutenção e ao desenvolvimento
dos seus objetivos sociais.

24
Para o gozo da imunidade, as instituições citadas em “b” estão obrigadas a atender aos
seguintes requisitos:
a) não remunerar, por qualquer forma, seus dirigentes pelos serviços prestados;
c) manter escrituração completa de suas receitas e despesas em livros revestidos das
formalidades que assegurem a respectiva exatidão;
d) conservar em boa ordem, pelo prazo de cinco anos, contado da data da emissão,
os documentos que comprovem a origem de suas receitas e a efetivação de suas
despesas, bem assim a realização de quaisquer outros atos ou operações que
venham a modificar sua situação patrimonial;
e) apresentar, anualmente, a ECF, em conformidade com o disposto em ato da
Secretaria da Receita Federal do Brasil;
f) recolher os tributos retidos sobre os rendimentos por elas pagos ou creditados e a
contribuição para a seguridade social relativa aos empregados, bem assim cumprir
as obrigações acessórias daí decorrentes;
g) assegurar a destinação de seu patrimônio a outra instituição que atenda às
condições para gozo da imunidade, no caso de incorporação, fusão, cisão ou de
extinção da pessoa jurídica, ou a órgão público;
h) não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer
título;
i) outros requisitos, estabelecidos em lei específica, relacionados com o
funcionamento das entidades citadas.

Notas:

1) A vedação à remuneração dos dirigentes da instituição de educação e de


assistência social pelos serviços prestados, referida na letra "a", não alcança a
hipótese de remuneração de dirigente no caso de associações, fundações ou
organizações da sociedade civil, sem fins lucrativos, cujos dirigentes poderão ser
remunerados, desde que atuem efetivamente na gestão executiva e desde que
cumpridos os requisitos previstos nos arts. 3º e 16 da Lei nº 9.790, de 23 de março
de 1999, respeitados como limites máximos os valores praticados pelo mercado na
região correspondente à sua área de atuação, devendo seu valor ser fixado pelo órgão
de deliberação superior da entidade, registrado em ata, com comunicação ao
Ministério Público, no caso das fundações.
2) A exigência a que se refere o item 1 não impede:
a) a remuneração aos diretores não estatutários que tenham vínculo
empregatício; e
b) a remuneração aos dirigentes estatutários, desde que recebam remuneração
inferior, em seu valor bruto, setenta por cento do limite estabelecido para a
remuneração de servidores do Poder Executivo federal.
3) A remuneração dos dirigentes estatutários referidos no item 2 deverá obedecer
às seguintes condições:
a) nenhum dirigente remunerado poderá ser cônjuge ou parente até terceiro
grau, inclusive afim, de instituidores, sócios, diretores, conselheiros,

25
benfeitores ou equivalentes da instituição de educação ou de assistência
social, conforme o caso; e
b) o total pago a título de remuneração aos dirigentes, pelo exercício das
atribuições estatutárias, deve ser inferior a cinco vezes o valor correspondente
ao limite individual estabelecido na letra "b" do item 3.
4) O disposto nos itens 2 e 3 não impede a remuneração da pessoa do dirigente
estatutário ou diretor que, cumulativamente, tenha vínculo estatutário e
empregatício, exceto se houver incompatibilidade de jornadas de trabalho.
5) a vedação estabelecida no item 1 não alcança a hipótese de remuneração de
dirigente, em decorrência de vínculo empregatício, pelas Organizações da Sociedade
Civil de Interesse Público (Oscip), qualificadas segundo as normas estabelecidas na
Lei nº 9.790, de 23 de março de 1999, e pelas Organizações Sociais (OS),
qualificadas consoante os dispositivos da Lei nº 9.637, de 15 de maio de 1998, desde
que a referida remuneração não seja superior, em seu valor bruto, ao limite
estabelecido para a remuneração de servidores do Poder Executivo Federal.
6) A imunidade referida nesta questão é restrita aos resultados relacionados com as
finalidades essenciais das entidades nela mencionadas.
7) A imunidade referida nesta questão não exclui a atribuição, por lei, às entidades
nela referidas, da condição de responsáveis pelo imposto que lhes caiba reter na fonte
e não as dispensa da prática de atos, previstos em lei, assecuratórios do cumprimento
de obrigações tributárias por terceiros.
8) não permite pagamento, pela instituição imune, em favor de seus associados ou
dirigentes, ou, ainda, em favor de sócios, acionistas ou dirigentes de pessoa jurídica
a ela associada por qualquer forma, de despesas consideradas indedutíveis na
determinação da base de cálculo do imposto sobre a renda ou da contribuição social
sobre o lucro líquido.
9) O disposto anteriormente é extensivo às autarquias e às fundações instituídas e
mantidas pelo Poder Público, no que se refere aos resultados vinculados a suas
finalidades essenciais ou às delas decorrentes, não se aplicando aos resultados
relacionados com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas
aplicáveis a empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou
pagamento de preços ou tarifas pelo usuário.

Normativo: CF/1988, art. 150, VI, “b” e “c”; art. 170, IV, e 173, § 4º
CTN, arts. 9º , 12, 13 e 14;
Lei Complementar nº 104, de 2001;
Lei nº 9.532, de 1997, art. 12 e 13, parágrafo único;
Lei nº 9.637, de 1998;
Lei nº 9.790, de 1999;
Lei nº 10.637, de 2002, art. 34 e art. 68, III;
Lei nº 12.868, de 2013, art. 18;

26
Lei nº 13.204, de 2015, art. 4º.

026 Quais são as entidades isentas pela finalidade ou objeto?

Consideram-se isentas as instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural e


científico e as associações civis que prestem os serviços para os quais houverem sido
instituídas e os coloquem à disposição do grupo de pessoas a que se destinam, sem fins
lucrativos.
Considera-se entidade sem fins lucrativos a que não apresente superávit em suas contas
ou, caso o apresente em determinado exercício, destine referido resultado, integralmente,
à manutenção e ao desenvolvimento dos seus objetivos sociais.

Notas:

1) As associações de poupança e empréstimo estão isentas do imposto sobre a renda,


mas são contribuintes da CSLL.
2) As associações referidas no item 1 pagarão o imposto correspondente aos
rendimentos e ganhos líquidos auferidos em aplicações financeiras à alíquota de 15%
(quinze por cento), calculado sobre 28% (vinte e oito por cento) do valor dos
referidos rendimentos e ganhos líquidos. O imposto será considerado definitivo.
3) As entidades fechadas e abertas de previdência complementar sem fins
lucrativos estão isentas do imposto sobre a renda.
4) As entidades fechadas de previdência complementar passaram a estar isentas
também da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, relativamente aos fatos
geradores ocorridos a partir de 1º de janeiro de 2002..

Normativo: Lei nº 9.532, de 1997, caput do art. 15 e § 3º do art. 12;


RIR/2018, art. 188;
Lei nº 10.426, de 2002, art. 5º;
Lei Complementar nº 109, de 2001;
Decreto-Lei nº 2.065, de 1983, art. 6º; e
Lei nº 11.053, de 29 de dezembro de 2004, art. 7º).

027 Quais as condições determinadas pela legislação que devem ser observadas pelas
entidades enquadradas como isentas pela finalidade ou objeto?

As entidades consideradas isentas pela finalidade ou objeto deverão atender aos seguintes
requisitos:
a) não remunerar por qualquer forma seus dirigentes pelos serviços prestados;

27
b) aplicar integralmente seus recursos na manutenção e desenvolvimento dos objetivos
sociais;
c) manter escrituração completa de suas receitas e despesas em livros revestidos das
formalidades que assegurem a respectiva exatidão;
d) conservar em boa ordem, pelo prazo de cinco anos, contados da data da emissão, os
documentos que comprovem a origem de suas receitas e a efetivação de suas despesas,
bem assim a realização de quaisquer outros atos ou operações que venham a modificar
sua situação patrimonial;
e) apresentar, anualmente, ECF, em conformidade com o disposto em ato da Secretaria
da Receita Federal do Brasil;
f) a vedação à remuneração dos dirigentes da instituição de educação e de assistência
social pelos serviços prestados, referida na letra "a", não alcança a hipótese de
remuneração de dirigente no caso de associações, fundações ou organizações da
sociedade civil, sem fins lucrativos, cujos dirigentes poderão ser remunerados, desde
que atuem efetivamente na gestão executiva e desde que cumpridos os requisitos
previstos nos arts. 3º e 16 da Lei nº 9.790, de 23 de março de 1999, respeitados como
limites máximos os valores praticados pelo mercado na região correspondente à sua
área de atuação, devendo seu valor ser fixado pelo órgão de deliberação superior da
entidade, registrado em ata, com comunicação ao Ministério Público, no caso das
fundações.

Normativo: Lei nº 9.532, de 1997, art. 15, § 3º .

028 A imunidade e a isenção aplicam-se a toda renda obtida pelas entidades citadas?

Não. Estará fora do alcance da tributação somente o resultado relacionado com as


finalidades essenciais destas entidades.
Em relação a entidade imune:
O Supremo Tribunal Federal (STF) vem pacificando o seu entendimento na linha
de que as imunidades tributárias devem ser interpretadas finalisticamente. Segundo
esse tribunal, a imunidade prevista no art. 150, VI, alínea "c", abrange inclusive os
serviços que não se enquadrem nas finalidades essenciais da entidade de assistência
social. Nessa esteira de entendimento, foi editada a Súmula 724 do STF:
Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel
pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, c, da
Constituição, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades
essenciais de tais entidades.
A opção por uma interpretação teleológica da imunidade, todavia, não afasta, antes
exige, a averiguação das circunstâncias fáticas e jurídicas peculiares de cada
entidade, sob pena de se admitir a ocorrência de abusos no exercício do aludido
benefício constitucional. Mesmo aceitando a orientação finalista, não se pode
chegar ao extremo de acatar que toda e qualquer renda, advinda de outras atividades

28
não relacionadas com aquelas essenciais da entidade, estejam, indistintamente,
acobertadas pela imunidade apenas porque o seu produto é destinado à própria
instituição. Não se concebe que da imunidade resulte um favorecimento excessivo
à entidade, a ponto de ferir o princípio constitucional da livre concorrência em
relação às empresas que operam no mesmo ramo de atividade sem o benefício
tributário. Em outras palavras, deve-se analisar as peculiaridades de cada caso à luz
do princípio estatuído no art. 173, § 4º , da Constituição Federal.
Em relação a entidade isenta:
Por meio do Parecer Normativo CST nº 162, de 11 de setembro de 1974, a RFB
esclarece que para a fruição da isenção é necessária a observância dos requisitos
legais em sua totalidade, já que o descumprimento parcial das condições é
suficiente para a inaplicabilidade total da isenção, além disso, ressalta que a isenção
não pode ser reconhecida quando a entidade extrapola seus objetivos sociais e
exerce atividades de natureza econômico-financeira, já que, desse modo,
concorreria de forma desigual com organizações não alcançadas pela situação
beneficiada.
Não estão abrangidos pela isenção do imposto os rendimentos e ganhos de capital
auferidos em aplicações financeiras de renda fixa ou de renda variável.
O disposto no parágrafo anteriore não se aplica aos rendimentos e ganhos de capital
auferidos pela Academia Brasileira de Letras, pela Associação Brasileira de
Imprensa e pelo Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.

Normativo: CF/1988, art. 150, VI, “c”; art. 170, IV, e 173, § 4º;
Lei nº 9.532, de 1997, art. 15, §§ 2º e 5º;
PN CST nº 162, de 1974.

029 As instituições de educação e de assistência social (art. 150, inciso VI, alínea
“c”, da Constituição Federal) estão sujeitas à retenção do imposto de renda na
fonte sobre suas aplicações financeiras?

Apesar de o § 1º do art. 12 da Lei nº 9.532, de 1997, dispor que “não estão abrangidos
pela imunidade os rendimentos e ganhos de capital auferidos em aplicações financeiras
de renda fixa ou de renda variável” auferidos por essas instituições, o Supremo Tribunal
Federal (STF) suspendeu a vigência desse dispositivo, por meio de medida liminar
deferida na Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 1802-3 (em sessão de 27/8/1998).

Normativo: STF - Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 1802-3.

29
030 A prática de atos comuns às pessoas jurídicas com fins lucrativos descaracteriza
a isenção?

Não pode haver a convivência entre rendimentos decorrentes de atividade essencial,


portanto imunes, com os rendimentos que não estejam de acordo com a finalidade
essencial da entidade, rendimentos não imunes, sem descaracterizar a imunidade.
Da mesma forma, não é possível a convivência de rendimentos isentos com não isentos,
tendo em vista não ser possível o gozo de isenção pela metade, ou todos os rendimentos
são isentos, se cumpridos os requisitos da Lei nº 9.532, de 1997, ou todos são submetidos
à tributação, se descumpridos os requisitos.
Em relação a entidade imune:
O Supremo Tribunal Federal (STF) vem pacificando o seu entendimento na linha
de que as imunidades tributárias devem ser interpretadas finalisticamente. Segundo
esse tribunal, a imunidade prevista no art. 150, VI, alínea "c", abrange inclusive os
serviços que não se enquadrem nas finalidades essenciais da entidade de assistência
social. Nessa esteira de entendimento, foi editada a Súmula 724 do STF:
Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel
pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, c, da
Constituição, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades
essenciais de tais entidades.
A opção por uma interpretação teleológica da imunidade, todavia, não afasta, antes
exige, a averiguação das circunstâncias fáticas e jurídicas peculiares de cada
entidade, sob pena de se admitir a ocorrência de abusos no exercício do aludido
benefício constitucional. Mesmo aceitando a orientação finalista, não se pode
chegar ao extremo de acatar que toda e qualquer renda, advinda de outras atividades
não relacionadas com aquelas essenciais da entidade, estejam, indistintamente,
acobertadas pela imunidade apenas porque o seu produto é destinado à própria
instituição. Não se concebe que da imunidade resulte um favorecimento excessivo
à entidade, a ponto de ferir o princípio constitucional da livre concorrência em
relação às empresas que operam no mesmo ramo de atividade sem o benefício
tributário. Em outras palavras, deve-se analisar as peculiaridades de cada caso à luz
do princípio estatuído no art. 173, § 4º , da Constituição Federal.
Em relação a entidade isenta:
Por meio do Parecer Normativo CST nº 162, de 11 de setembro de 1974, a RFB
esclarece que para a fruição da isenção é necessária a observância dos requisitos
legais em sua totalidade, já que o descumprimento parcial das condições é
suficiente para a inaplicabilidade total da isenção, além disso, ressalta que a isenção
não pode ser reconhecida quando a entidade extrapola seus objetivos sociais e
exerce atividades de natureza econômico-financeira, já que, desse modo,
concorreria de forma desigual com organizações não alcançadas pela situação
beneficiada.
No entanto, o exercício atividades relacionadas com as finalidades institucionais da
entidade não prejudicaria o aproveitamento do benefício tributário desde que esta
prática consistisse apenas em um acessório para otimizar suas atividades.
Considerar, porém, que essa interpretação por assim dizer “extensiva da regra
instituidora do benefício em acatamento das finalidades da entidade, não tem o

30
condão de permitir a exploração de atividades econômicas pela entidade, as quais
se transformem em importantes fonte de receitas, de forma a desvirtuá-la dos seus
objetivos sociais. Também, não afasta, antes exige a averiguação das circunstâncias
fáticas e jurídicas peculiares das atividades por ela exploradas.

Normativo: Lei nº 9.532, de 1997; e


PN CST nº 162, de 1974.

031 No fornecimento de bens e serviços pelas entidades imunes e isentas a órgãos,


autarquias e fundações da administração pública federal, caberá retenção de
tributos e contribuições prevista no art. 64 da Lei nº 9.430, de 1996?

Não. O art. 4º da IN RFB nº 1.234, de 2012, relaciona as hipóteses de dispensa de


retenção, entre as quais encontram-se os casos de imunidade e isenção. A referida norma
dispõe que nos pagamentos a instituições de educação e de assistência social, bem como
a instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural, científico e associações de que
tratam respectivamente os art. 12 e 15 da Lei nº 9.532, de 1997, caberá a estas entidades
apresentar à unidade pagadora declaração na forma do modelo aprovado por aquela
Instrução Normativa (art.6º).

Normativo: Lei nº 9.532, de 1997, arts. 12 e 15; e


Instrução Normativa RFB nº 1.234, de 11 de janeiro de 2012, arts. 4º e 6º.

032 Quais as consequências tributárias imputadas às pessoas jurídicas que deixarem


de satisfazer às condições exigidas na legislação para o gozo da imunidade e da
isenção?

Sem prejuízo das demais penalidades previstas na lei, a Secretaria da Receita Federal do
Brasil suspenderá o gozo da isenção, relativamente aos anos-calendário em que a pessoa
jurídica houver praticado ou, por qualquer forma, houver contribuído para a prática de
ato que constitua infração a dispositivo da legislação tributária, especialmente no caso de
informar ou declarar falsamente, omitir ou simular o recebimento de doações em bens ou
em dinheiro, ou, de qualquer forma, cooperar para que terceiro sonegue tributos ou
pratique ilícitos fiscais.
Considera-se, também, infração a dispositivo da legislação tributária o pagamento, pela
instituição isenta, em favor de seus associados ou dirigentes, ou, ainda, em favor de
sócios, acionistas ou dirigentes de pessoa jurídica a ela associada por qualquer forma, de
despesas consideradas indedutíveis na determinação da base de cálculo do imposto sobre
a renda ou da CSLL.

Notas:

31
Os procedimentos a serem adotados pela fiscalização tributária nas hipóteses que
ensejem a suspensão da isenção encontram-se disciplinados na Lei nº 9.430, de 1996,
art. 32, sendo referido dispositivo aplicável também a fatos geradores ocorridos antes
da sua vigência, tendo em vista se tratar de norma de natureza meramente
instrumental.

Normativo: Lei nº 9.430, de 1996, art. 32; e


Lei nº 9.532, de 1997, art. 13, parágrafo único, art. 14 e art. 15, § 3º.

033 A isenção do IRPJ depende de prévio reconhecimento pela Secretaria da Receita


Federal do Brasil?

Não. O benefício da isenção do IRPJ independe do prévio reconhecimento pela Secretaria


da Receita Federal do Brasil.

Normativo: RIR/2018, art. 192.

32
Capítulo II - Contagem de Prazos 2019

001 Como se procede à contagem de prazos na legislação


tributária?

Os prazos da legislação tributária são contínuos (sem qualquer interrupção em sábados,


domingos ou feriados), excluindo-se na sua contagem o dia do início e incluindo-se o dia
do vencimento.
Os prazos só se iniciam ou vencem em dia de expediente normal no órgão em que corra
o processo ou deva ser praticado o ato.

Caso o termo inicial ou final do prazo ocorra em dia de sábado, domingo, feriado, ou em
que o expediente da repartição não seja normal, considera-se o prazo prorrogado para o
primeiro dia útil subsequente, ou em que a repartição funcione normalmente.

Notas:

Caso se trate de pagamento de tributos, deverá ser


levado em conta o funcionamento da rede bancária
local (e não o funcionamento da repartição).
Assim, vencendo o prazo para recolhimento de
tributo em uma quinta-feira, dia de ponto facultativo
nas repartições públicas federais, se as agências
bancárias estiverem funcionando normalmente, não
haverá prorrogação (o prazo para recolhimento se
encerra na própria quinta-feira).

Normativo: Lei nº 5.172, de 1966 (CTN), art. 210; Decreto


nº 70.235, de 1972 (PAF), art. 5º (c/ as alterações da
Lei nº 8.748, de 1993) reproduzido no Decreto nº
7.574, de 2011, art. 9º.

002 Quais os fatores que a legislação tributária leva em


consideração para contagem de prazos?

Os fatores que influenciam a contagem de prazo, de acordo com a legislação tributária,


são:

a) o dia do início do prazo: é o dia seguinte ao da notificação ou intimação para a prática


do ato (desde que neste o expediente seja normal);

33
b) o dia do vencimento do prazo (se não houver expediente no dia de vencimento,
prorroga-se para o primeiro dia útil);
c) não interrupção ou suspensão da contagem, uma vez iniciada, pois os prazos são
contínuos, conforme art. 210 do Código Tributário Nacional (CTN).

003 O que significa excluir o dia de início de contagem do


prazo?

Dia de início é o dia do fato ou da notificação ou intimação do contribuinte para praticar


determinado ato, como p.ex. recolher o tributo devido, prestar informações etc. Exclui-se
esse dia e começa a contagem do prazo a partir do dia seguinte.

Ex. Se a notificação ou intimação se der numa quinta-feira, o primeiro dia da contagem


será sexta-feira. Como os prazos só se iniciam em dias úteis, se a notificação ou intimação
ocorrer numa sexta-feira (ou no sábado, ou em véspera de feriado), o primeiro dia da
contagem será o dia útil seguinte.

34
Capítulo III - Equiparações da Pessoa Física 2019

Equiparação da Pessoa Física à Pessoa Jurídica

001 Quais as hipóteses em que a pessoa física é equiparada à pessoa


jurídica?

Para os efeitos do imposto de renda, as pessoas físicas caracterizadas como empresa


individual estão equiparadas à pessoa jurídica.

A legislação do imposto de renda caracteriza como empresa individual a pessoa física


que:

a) em nome individual, explorem, habitual e profissionalmente, qualquer atividade


econômica de natureza civil ou comercial, com o fim especulativo de lucro, mediante
venda a terceiro de bens ou serviços, quer se encontrem regularmente inscritas ou não
junto ao órgão do Registro de Comércio ou Registro Civil;
b) promoverem a incorporação de prédios em condomínio ou loteamento de terrenos.

Veja ainda: Atividades que não ensejam equiparação:


Pergunta 002 deste capítulo.

Normativo: RIR/2018, art. 162, § 1º, incisos I a III.

002 Quais as atividades exercidas por pessoas físicas que não


ensejam a sua equiparação à pessoa jurídica?

Não se caracterizam como empresa individual, ainda que, por exigência legal ou
contratual, encontrem-se cadastradas no CNPJ ou tenham seus atos constitutivos
registrados em Cartório ou Junta Comercial, entre outras:

a) as pessoas físicas que, individualmente, exerçam profissões ou explorem atividades


sem vínculo empregatício, prestando serviços profissionais, mesmo quando possuam
estabelecimento em que desenvolvam suas atividades e empreguem auxiliares;
b) a pessoa física que explore, individualmente, contratos de empreitada unicamente de
mão-de-obra, sem o concurso de profissionais qualificados ou especializados;
c) a pessoa física que explore individualmente atividade de recepção de apostas da
Loteria Esportiva e da Loteria de números (Lotofácil, Quina, Mega-sena etc)
credenciada pela Caixa Econômica Federal, ainda que, para atender exigência do

35
órgão credenciador, esteja registrada como pessoa jurídica, e desde que não explore,
no mesmo local, outra atividade comercial;
d) o representante comercial que exerça exclusivamente a mediação para a realização de
negócios mercantis, como definido pelo art. 1º da Lei nº 4.886, de 1965, uma vez que
não os tenha praticado por conta própria;
e) todas as pessoas físicas que, individualmente, exerçam profissões ou explorem
atividades consoante os termos do art. 162, § 2º, IV e V, do RIR/2018, como por
exemplo: serventuários de justiça, tabeliães, corretores, leiloeiros, despachantes etc;
f) pessoa física que faz o serviço de transporte de carga ou de passageiros em veículo
próprio ou locado, mesmo que ocorra a contratação de empregados, como ajudantes
ou auxiliares. Caso haja a contratação de profissional para dirigir o veículo,
descaracteriza-se a exploração individual da atividade, ficando a pessoa física
equiparada à pessoa jurídica, tendo em vista a exploração de atividade econômica
como firma individual. O mesmo ocorre nos casos de exploração conjunta, haja ou
não co-propriedade do veículo, quando o exercício da atividade econômica passa de
individual para social, devendo a “sociedade de fato” resultante ser tributada como
pessoa jurídica. Ressalte-se, ainda, que o importante para a caracterização é a forma
como é explorada a atividade econômica e não o meio utilizado, devendo-se aplicar
os critérios acima expostos, qualquer que seja o veículo utilizado;
g) pessoa física que explora exclusivamente a prestação pessoal de serviços de
lavanderia e tinturaria, de serviços de jornaleiro, de serviços de fotógrafo.

Veja ainda: Dispensa de apresentação da ECF:


Pergunta 003 do capítulo I.

Normativo: Lei nº 4.886, de 1965, art. 1º;


RIR/2018, arts. 39, 79, 122, art. 162, § 2º, incisos I, III,
IV, V e VI, arts. 204;
PN CST nº 122, de 1974;
PN CST nº 25, de 1976;
PN CST nº 28, de 1976;
PN CST nº 80, de 1976;
ADN CST nº 17, de 1976;
ADN CST nº 25, de 1989;
ADN COSIT nº 24, de 1999, Item 2.3.

36
003 Quais as obrigações acessórias a que está sujeita a pessoa física
equiparada à pessoa jurídica?

As pessoas físicas que, por determinação legal, sejam equiparadas a pessoas jurídicas
deverão adotar todos os procedimentos contábeis e fiscais aplicáveis às demais pessoas
jurídicas, estando especialmente obrigadas a:

a) inscrever-se no CNPJ, observadas as normas estabelecidas pela RFB;


b) manter escrituração contábil completa em livros registrados e autenticados, com
observância das leis comerciais e fiscais. A pessoa jurídica que tenha optado pelo
lucro presumido estará dispensada de manter a escrituração comercial caso
mantenha, no decorrer do ano-calendário, Livro Caixa, no qual deverá estar
escriturada toda a movimentação financeira, inclusive bancária. As microempresas e
empresas de pequeno porte optantes pelo Simples Nacional poderão, opcionalmente,
adotar contabilidade simplificada para os registros e controles das operações
realizadas, conforme regulamentação do Comitê Gestor;
c) manter sob sua guarda e responsabilidade os documentos comprobatórios das
operações relativas às atividades da empresa individual, pelos prazos previstos na
legislação;
d) apresentar Escrituração Contábil Fiscal (ECF) e a Declaração de Débitos e Créditos
Tributários Federais (DCTF), ou Declaração Anual do Simples Nacional (DASN), no
caso de optante pelo Simples Nacional;
e) efetuar as retenções e recolhimentos do imposto de renda na fonte (IRRF), com a
posterior entrega da DIRF.

Notas:

O fato de a pessoa física caracterizada como empresa


individual não se encontrar regularmente inscrita no CNPJ, ou
no competente órgão do registro civil ou de comércio, é
irrelevante para fins de pagamento do imposto de renda
pessoa jurídica.

Veja ainda: Dispensa de apresentação da ECF:


Pergunta 003 do capítulo I;

Normativo: Lei nº 9.779, de 1999, art. 16;


Lei Complementar nº 123, de 2006, arts. 25 e 27;
RIR/2018, arts. 172, 204 e 600, parágrafo único;

IN RFB nº 1.422, de 2013, art. 1º;

37
IN RFB nº 1.599, de 2015, art. 2º, inciso I;
IN RFB nº 1.671, de 2015
IN RFB nº 1.634, de 2016; art. 3º;
PN CST nº 80, de 1971 c/c PN CST nº 38, de 1975.

Equiparação de Pessoa Física à Pessoa Jurídica


por Prática de Operações Imobiliárias

004 Em que condições a pessoa física é equiparada à pessoa jurídica


pela prática de operações imobiliárias?

Consideram-se equiparadas à pessoa jurídica, pela prática de operações imobiliárias, as


pessoas físicas que promoverem incorporação imobiliária de prédios em condomínios ou
loteamentos de terrenos urbanos ou rurais, com ou sem construção.
A equiparação alcança, inclusive:

a) o proprietário ou titular de terrenos ou glebas de terra que, efetuando registro dos


documentos de incorporação ou loteamento, outorgar mandato a construtor ou
corretor de imóveis com poderes para alienação de frações ideais ou lotes de terreno,
quando o mandante se beneficiar do produto dessas alienações, ou assumir a iniciativa
ou responsabilidade da incorporação ou loteamento;
b) o proprietário ou titular de terrenos ou glebas de terra que, sem efetuar o registro dos
documentos de incorporação ou loteamento, neles promova a construção de prédio de
mais de duas unidades imobiliárias ou a execução de loteamento, se iniciar a alienação
das unidades imobiliárias ou dos lotes de terreno antes de corrido o prazo de 60 meses
contados da data da averbação, no Registro de Imóveis, da construção do prédio ou
da aceitação das obras de loteamento. Para os terrenos adquiridos até 30/06/1977 o
prazo é 36 meses;
c) a subdivisão ou desmembramento de imóvel rural, havido após 30/06/1977, em mais
de dez lotes, ou a alienação de mais de dez quinhões ou frações ideais desse imóvel,
tendo em vista que tal operação se equipara a loteamento, salvo se a subdivisão se der
por força de partilha amigável ou judicial, em decorrência de herança, legado, doação
como adiantamento da legítima, ou extinção de condomínio.

Normativo: Lei nº 4.591, de 1964, arts. 29 a 31 e art. 68;


Lei nº 6.766, de 1979;
Decreto-Lei nº 58, de 1937;
Decreto-Lei nº 271, de 1967;

38
Decreto-Lei nº 1974, arts. 1º e 3º, inciso III;
RIR/2018, arts. 163 a 165;
PN CST nº 6, de 1986.

005 Os condôminos na propriedade de imóveis estão sujeitos à


equiparação como pessoa jurídica?

Os condomínios na propriedade de imóveis não são considerados sociedades em comum


(antiga sociedade de fato), ainda que deles também façam parte pessoas jurídicas. Assim,
a cada condômino pessoa física serão aplicados os critérios de caracterização da empresa
individual e demais dispositivo legais, como se ele fosse o único titular da operação
imobiliária, nos limites da sua participação.

Normativo: RIR/2018, art. 167.

006 Quais os atos que caracterizam a aquisição e a alienação de


imóveis, para fins de equiparação da pessoa física à pessoa
jurídica, por prática de operações imobiliárias?

Caracterizam-se a aquisição e a alienação pelos atos de compra e venda, de permuta, da


transferência de domínio útil de imóveis foreiros, de cessão de direitos, de promessa de
qualquer uma dessas operações, de adjudicação ou arrematação em hasta pública, pela
procuração em causa própria, doação, ou por outros contratos afins em que ocorra a
transmissão de imóveis ou de direitos sobre imóveis.

Notas:

Considera-se ocorrida a aquisição ou alienação ainda que a


transmissão se dê mediante instrumento particular.

Normativo: RIR/2018, art. 166, caput e § 1º;


PN CST nº 152, de 1975.

007 Em que data se considera ocorrida a aquisição ou alienação e


quais as condições para que seja aceita?

Considera-se data da aquisição ou alienação aquela em que for celebrado o contrato


inicial, ainda que mediante instrumento particular.

39
Caso a transmissão se opere por meio de instrumento particular, a data de aquisição ou
alienação constante no respectivo instrumento, se favorável aos interesses da pessoa
física, somente será aceita pela autoridade fiscal quando atendida pelo menos uma das
seguintes condições:
a) o instrumento particular tiver sido registrado no Cartório do Registro Imobiliário, ou
no de Títulos e Documentos, no prazo de trinta dias, contados da data nele constante;
b) houver conformidade com cheque nominativo pago dentro do prazo de trinta dias,
contados da data do instrumento;
c) houver conformidade com lançamentos contábeis da pessoa jurídica, atendidos os
preceitos para escrituração em vigor;
d) houver menção expressa da operação nas declarações de bens da parte interessada,
apresentadas tempestivamente à repartição competente, juntamente com as
declarações de rendimentos.

Normativo: RIR/2018, art. 166, §§ 1º e 2º.

008 A equiparação de pessoa física à pessoa jurídica por prática


de operações imobiliárias torna obrigatório o registro no
CNPJ?

Sim, é obrigatório o registro no CNPJ da pessoa física equiparada à pessoa jurídica por
prática de operações imobiliárias.

Convém observar, entretanto, que, se a pessoa física já estiver equiparada à pessoa


jurídica em razão de exploração de outra atividade prevista no art. 162 do RIR/2018,
poderá optar por:

a) manter seu registro anterior no CNPJ, fazendo com que a escrituração contábil abranja
também os atos e fatos relativos às atividades imobiliárias, desde que haja
individualização nos lançamentos e registros contábeis, que permita apurar os
resultados em separado, apresentando, por fim, uma única declaração como pessoa
jurídica; ou
b) providenciar, no prazo de 90 dias da data da equiparação, novo registro no CNPJ,
específico para as atividades imobiliárias, sendo esta opção irrevogável enquanto
perdurar referida equiparação. Nesse caso, fará registrar e autenticar na repartição da
RFB da jurisdição do seu domicílio o Livro Diário e demais livros contábeis
obrigatórios, e estará obrigada a apresentar uma declaração de pessoa jurídica para
cada atividade explorada.

Normativo: RIR/2018, art. 162, e art. 172, inciso I e parágrafo único;


IN RFB nº 1.863, de 2018, art. 3º;
PN CST nº 97, de 1978.

40
009 Quando tem início a aplicação do regime fiscal das pessoas
jurídicas para as pessoas físicas equiparadas por prática de
operações imobiliárias?

A aplicação do regime fiscal das pessoas jurídicas às pessoas físicas a elas equiparadas
terá início na data em que se completarem as condições determinantes da equiparação,
consoante os arts. 168 e 170 do RIR/2018:

a) na data do arquivamento da documentação do empreendimento no Registro


Imobiliário;
b) na data da primeira alienação, no caso desta ocorrer antes de decorrido o prazo de
sessenta meses para imóveis havidos após 30/06/1977, e trinta e seis meses para
imóveis havidos até 30/06/1977, contados da data da averbação no Cartório do
Registro Imobiliário da construção de prédio com mais de duas unidades imobiliárias,
ou a execução de obras de loteamento;
c) na data em que ocorrer a subdivisão ou o desmembramento de imóvel rural em mais
de dez lotes, ou a alienação de mais de dez quinhões ou frações ideais desse imóvel.

Notas:

Não subsistirá a equiparação em relação às incorporações


imobiliárias ou loteamentos com ou sem construção, cuja
documentação seja arquivada no Cartório do Registro
Imobiliário se, na forma prevista no § 5º do art. 34 da Lei nº
4.591, de 1964, ou no art. 23 da Lei nº 6.766, de 1979 e, antes
de alienada qualquer unidade, o interessado promover a
averbação da desistência da incorporação ou o cancelamento
da inscrição do loteamento.

Normativo: Lei nº 4.591, de 1964, art. 34, § 5º;


Lei nº 6.766, de 1979, art. 23;
RIR/2018, arts. 168, 170 e 171.

010 A que espécie de escrituração e forma de tributação se


sujeitam as pessoas físicas equiparadas à pessoa jurídica por
prática de operações imobiliárias?

A forma de escrituração será a mesma adotada pelas demais pessoas jurídicas, de acordo
com o regime de tributação a que se submeterem.
Os regimes de tributação do imposto de renda pessoa jurídica são: lucro real, lucro
presumido e lucro arbitrado.

41
As pessoas jurídicas que se dediquem ao loteamento e à incorporação de imóveis não
podem optar pelo Simples Nacional.

Notas:

Até o ano de 1998, as pessoas jurídicas que se dedicassem às


atividades de incorporação ou loteamento ficavam obrigadas
à tributação com base no lucro real. A partir do ano de 1999
(Lei nº 9.718, de 1998), o lucro real deixa de ser obrigatório.
As pessoas jurídicas que vinham apurando o lucro real, só
poderão optar pelo lucro presumido após a conclusão das
operações imobiliárias para as quais tenham adotado custo
orçado.
Sobre os livros obrigatórios da escrituração, consulte o PN
CST nº 28, de 1978, IN SRF nº 28, de 1978 (Lalur), PN nº 30,
de 1978 (Registro de Inventário), e nº 97, de 1978 (Diário e
livros auxiliares).
Se já estiver equiparada à pessoa jurídica em face da
exploração de outra atividade, a pessoa física poderá efetuar
uma só escrituração para ambas as atividades, desde que haja
individualização nos lançamentos e registros contábeis de
modo a permitir a verificação dos resultados em separado.

Veja ainda: Tributação da pessoa jurídica:


Perguntas 001 e seguintes do capítulo VI (IRPJ-Lucro
Real);
Perguntas 001 e seguintes do capítulo XIII (IRPJ-
Lucro Presumido);
Perguntas 001 e seguintes do capítulo XIV (IRPJ-
Lucro Arbitrado); e
Perguntas 001 e seguintes do capítulo XVI (CSLL).

Normativo: Lei nº 9.718, de 1998;


LC nº 123, de 2006, art. 17, XIV;
IN SRF nº 28, de 1978 (Lalur);
IN SRF nº 84, de 1979 (alterada pela IN SRF nº 23, de
1983);
IN SRF nº 25, de 1999, art. 2º;
IN RFB nº 1.422, de 2013 (ECF).
PN CST nº 28, de 1978,
PN CST nº 30, de 1978 (Registro de Inventário);

42
PN CST nº 97, de 1978 (Diário e livros auxiliares).

011 Qual o quantitativo de operações imobiliárias necessário para


equiparação de pessoa física à pessoa jurídica, determinando o
início da tributação como pessoa jurídica?

A equiparação que leva em conta o quantitativo de unidades imobiliárias ocorre quando


o proprietário ou titular de terreno, sem efetuar o arquivamento dos documentos de
incorporação no Registro de Imóveis, promover a construção de prédio com mais de duas
unidades imobiliárias, ou realizar loteamento.

Tal equiparação se dará a partir da alienação da primeira unidade imobiliária ou do


primeiro lote antes de decorrido o prazo de 60 meses contados da averbação, no Registro
Imobiliário, da construção do prédio ou da aceitação das obras de loteamento. Para
terrenos adquiridos até 30/06/1977 o prazo é de 36 meses.

Notas:

Ocorre equiparação do condômino, se a esse forem destinadas


mais de duas unidades imobiliárias.
Equipara-se ainda à pessoa jurídica, a pessoa física que
promover o desmembramento de imóvel rural, adquirido após
30/06/1977, em mais de dez lotes, ou a alienação de mais de
dez frações ideais desse imóvel, salvo se a subdivisão se der
por força de partilha amigável ou judicial, em decorrência de
herança, legado, doação como adiantamento da legítima, ou
extinção de condomínio.

Normativo: RIR/2018, arts. 164 e 165.

012 O que se deve entender por incorporação de prédios em


condomínio?

Considera-se incorporação imobiliária a atividade exercida com o intuito de promover e


realizar a construção, para alienação total ou parcial, antes da conclusão das obras, de
edificações ou conjuntos de edificações compostas de unidades autônomas, nos termos
da Lei nº 4.591, de 1964, art. 28, parágrafo único.
O incorporador vende frações ideais do terreno, vinculadas às unidades autônomas
(apartamentos, salas, conjuntos etc) em construção ou a serem construídas, obtendo,
assim, os recursos necessários para a edificação.

43
Normativo: Lei nº 4.591, de 1964, art. 28, parágrafo único;
PN CST nº 77, de 1972.

013 Qual a legislação que rege as incorporações imobiliárias e


quais as construções abrangidas?

As edificações ou conjuntos de edificações, de um ou mais pavimentos, construídos sob


a forma de unidades isoladas entre si, destinadas a fins residenciais ou não-residenciais
(casa, loja etc), constituindo cada unidade propriedade autônoma, estão sujeitas ao
disciplinamento previsto na Lei nº 4.591, de 1964, que dispõe sobre o condomínio em
edificações e as incorporações imobiliárias. No aspecto fiscal, subordinam-se
especificamente às disposições dos Decretos-Lei nº 1.381, de 1974, nº 1.510, de 1976 e
nº 2.072, de 1983, matriz legal dos arts. 163 a 177 do RIR/2018 e a orientação normativa
das IN SRF nº 84, de 1979, IN SRF nº 23, de 1983, IN SRF nº 67, de 1988, IN SRF nº
107, de 1988 e IN RFB nº 1.435, de 30 de dezembro de 2013.

Notas:

A Lei nº 10.931, de 2 de agosto de 2004, alterada pela


Lei nº 11.196, de 21 de novembro de 2005, modificou a
Lei nº 4.591, de 1964, instituindo o patrimônio de afetação
nas incorporações imobiliárias, com reflexos tributários e
fiscais, como a imposição de escrituração contábil completa
(ainda que a empresa opte pelo lucro presumido), novas
definições de responsabilidade tributária, determinando ainda
que seja seguida a legislação do imposto de renda quanto ao
regime de reconhecimento de receitas para o cálculo de
PIS/Pasep e Cofins.

Normativo: Lei nº 4.591, de 1964;


Decreto-Lei nº 1.381, de 1974;
Decreto-Lei nº 1.510, de 1976;
Decreto-Lei nº 2.072, de 1983;
Lei nº 10.931, de 2004 (alterada pela Lei nº 11.196, de
2005);
RIR/2018, arts. 163 a 177;
IN SRF nº 84, de 1979;
IN SRF nº 23, de 1983;
IN SRF nº 67, de 1988;

44
IN SRF nº 107, de 1988;
IN RFB nº 1.435, de 2013.

014 Em caso de alteração das normas em vigor que disciplinam a


prática de operações imobiliárias por pessoas físicas, qual a
legislação que deverá prevalecer?

Ocorrendo alteração da legislação, a equiparação será determinada de acordo com as


normas legais e regulamentares em vigor na data do instrumento inicial de alienação das
unidades imobiliárias ou lotes de terreno (nos casos de incorporações ou loteamentos
irregulares), ou do arquivamento dos documentos da incorporação ou do loteamento,
quando regulares.

A posterior alteração dessas normas não atingirá as operações imobiliárias já realizadas


nem os empreendimentos cuja documentação já tenha sido arquivada no Registro
Imobiliário.

Normativo: RIR/2018, art. 169.

015 Quem é considerado “incorporador”?

Considera-se incorporador a pessoa física ou jurídica, comerciante ou não, que, embora


não efetuando a construção, se comprometa a vender ou efetive a venda de frações ideais
de terreno, objetivando a vinculação de tais frações a unidades autônomas, em edificações
a serem construídas ou em construção sob regime condominial, ou que meramente aceite
propostas para efetivação de tais transações, coordenando e levando a termo a
incorporação e responsabilizando-se, conforme o caso, pela entrega, a certo prazo, preço
e determinadas condições, das obras concluídas.

Estende-se a condição de incorporador aos proprietários e titulares de direitos aquisitivos


que contratem a construção de edifícios que se destinem à constituição em condomínio
sempre que iniciarem as alienações antes da conclusão das obras.
Tendo em vista as disposições da Lei nº 4.591, de 1964, especificamente os arts. 28 a 32
e 68, é irrelevante a forma da construção efetuada (vertical, horizontal, autônoma, isolada
etc) para que a pessoa física seja considerada incorporadora e se submeta ao regime
tributário da equiparação à pessoa jurídica, desde que existentes os demais pressupostos
fáticos previstos na legislação de regência.

Notas:

De acordo com o art. 68 da Lei nº 4.591, de 1964, os


proprietários ou titulares de direito aquisitivo sobre terras
rurais, ou sobre terrenos onde pretendam construir ou mandar
construir habitações isoladas, para aliená-las antes de

45
concluídas, mediante pagamento do preço a prazo, ficam
sujeitos ao regime instituído para os incorporadores, no que
lhes for aplicável.

Normativo: Lei nº 4.591, de 1964, arts. 28 a 32 e 68;


Lei nº 10.931, de 2004.

016 Qualquer parcelamento do solo é considerado loteamento?

Não. O parcelamento do solo rural ou urbano poderá ser feito mediante loteamento ou
desmembramento, observadas, para os loteamentos urbanos, as disposições da Lei
nº 6.766, de 1979, bem como as pertinentes às legislações estaduais e municipais.

Normativo: Lei nº 6.766, de 1979.

017 Qual a diferença entre desmembramento e loteamento de solo


urbano?

Considera-se loteamento de imóveis a subdivisão de área ou gleba em lotes destinados a


edificação de qualquer natureza, com abertura de novas vias de circulação, de logradouros
públicos ou prolongamentos, modificação ou ampliação das vias existentes.
Já o desmembramento de imóveis se constitui na subdivisão de áreas ou glebas em lotes
destinados a edificação, com aproveitamento do sistema viário existente, desde que não
implique a abertura de novas vias e logradouros públicos, nem o prolongamento,
modificação ou ampliação dos já existentes.

Notas:

A subdivisão ou desmembramento de imóvel rural, havido


após 30 de junho de 1977, em mais de dez lotes, ou a alienação
de mais de dez quinhões ou frações ideais desse imóvel, será
equiparada a loteamento para efeito de equiparação à pessoa
jurídica. Essa regra não se aplica aos casos em que a
subdivisão se efetive por força de partilha amigável ou
judicial em decorrência de herança, legado, doação como
adiantamento da legítima, ou extinção de condomínio.

Normativo: Decreto-Lei nº 271, de 1967, arts. 1º e 2º;


Lei nº 6.766, de 1979, art. 2º;

46
RIR/2018, art. 165;
PN CST nº 77, de 1972;
PN CST nº 6, de 1986.

018 O que deverá ser considerado como lucro da empresa


individual no caso de pessoa física equiparada à pessoa
jurídica por prática de operações imobiliárias?

O lucro da empresa individual relativo a operações imobiliárias que deverá ser apurado
em cada período de apuração, com observância dos arts. 481 a 485 do RIR/2018,
compreenderá:

a) o resultado da operação que determinar a equiparação;


b) o resultado de incorporações ou loteamentos promovidos pelo titular da empresa
individual a partir da data da equiparação, abrangendo o resultado das alienações de
todas as unidades imobiliárias ou de todos os lotes de terreno integrantes do
empreendimento;
c) as atualizações monetárias do preço das alienações de unidades residenciais ou não
residenciais, construídas ou em construção, e de terrenos ou lotes de terrenos, com ou
sem construção, integrantes do empreendimento, contratadas a partir da data da
equiparação, incidentes sobre as prestações, dívidas correspondentes a notas
promissórias, ou outros títulos equivalentes, ou valores exigidos no caso de atraso de
pagamento;
d) os juros convencionados sobre a parte financiada do preço das alienações contratados
a partir da data da equiparação, bem como juros e multas de mora recebidos por
atrasos de pagamentos.

Notas:

Nas operações de permuta de unidades imobiliárias, realizadas


entre a pessoa física equiparada à pessoa jurídica e pessoas
jurídicas ou físicas, deverão ser observados, para fins de apuração
de resultados e determinação dos valores de baixa e de aquisição
de bens, os procedimentos fiscais estabelecidos na IN SRF nº
107, de 1988.
Não serão computados como lucro da empresa individual os
rendimentos de locação, sublocação ou arrendamento de
quaisquer imóveis, percebidos pelo titular da empresa individual,
bem como os decorrentes da exploração econômica de imóveis
rurais, ainda que sejam imóveis cuja alienação acarrete a inclusão
do correspondente resultado no lucro da empresa individual; bem
como outros rendimentos percebidos pelo titular da empresa
individual.
Com o advento da Lei nº 9.718, de 1998, art. 14, a pessoa física
equiparada à pessoa jurídica por prática de operações imobiliárias

47
pode fazer a apuração do imposto com base no lucro presumido,
após a conclusão dos empreendimentos para os quais haja
registro de custo orçado.

Lei nº 9.718, de 1998, art. 14;


Normativo: RIR/2018, art. 174, e arts. 481 a 485;
IN SRF nº 107, de 1988;
IN SRF nº 25, de 1999, art. 2º.

019 Em que época deverão ser apurados os resultados da empresa


individual relativos à pessoa física equiparada a pessoa jurídica
por prática de operações imobiliárias?

O lucro da empresa individual deverá ser apurado ao término de cada período de


apuração, trimestral ou anual, e compreenderá o resultado de todas as operações
realizadas nesse período.

Normativo: Lei nº 9.430, de 1996.

020 Qual o valor que deve ser considerado a título de receita bruta
pela pessoa física equiparada à pessoa jurídica pela prática de
operações imobiliárias?

Para efeito de determinação do imposto com base no lucro presumido ou estimado, as


pessoas físicas equiparadas à pessoa jurídica pela prática de operações imobiliárias
deverão considerar como receita bruta o montante efetivamente recebido, relativo às
unidades imobiliárias vendidas.
A partir de 1º de janeiro de 2006, o percentual de presunção aplicável sobre a receita bruta
deverá também ser aplicado sobre a receita financeira da pessoa jurídica que explore
atividades imobiliárias relativas à loteamento de terrenos, incorporação imobiliária,
construção de prédios destinados à venda, bem como a venda de imóveis construídos ou
adquiridos para a revenda, quando decorrente da comercialização de imóveis e for
apurada por meio de índices ou coeficientes previstos em contrato.
A opção pelo lucro presumido pode ser feita após a conclusão dos empreendimentos para
os quais haja registro de custo orçado.

Normativo: Lei nº 8.981, de 1995, art. 30;


Lei nº 9.718, de 1998, art. 13, § 2º;
Lei nº 11.196, de 2005, art. 34;

48
IN SRF nº 25, de 1999, art. 2º;
IN RFB nº 1.700, de 2017 (para os optantes pelo fim do
RTT já para o ano-calendário de 2014, cf. art. 75 da Lei
nº 12.973, de 2014);
IN RFB nº 1.700, de 2017, art. 33, § 1º, II, c, art. 35.

021 Qual o tratamento tributário do lucro apurado pela pessoa física


equiparada à pessoa jurídica por prática de operações
imobiliárias?

O lucro apurado pela pessoa física equiparada à pessoa jurídica, depois de deduzida a
provisão para o IRPJ, será considerado, por disposição legal, como automaticamente
distribuído no período de apuração.

Saliente-se que os lucros e dividendos pagos ou creditados a sócios, acionistas ou titular


de empresa individual não estão sujeitos ao imposto de renda, quer na fonte, quer na
declaração de rendimentos de pessoa física.

Normativo: Lei nº 9.249, de 1995, art. 10;


RIR/2018, art. 176;
IN SRF nº 11, de 1996, art. 51.

022 O lucro apurado periodicamente pela pessoa física equiparada


à pessoa jurídica em razão de operações com imóveis pode ser
mantido como lucros suspensos na escrituração da pessoa
jurídica?

Não. Esse lucro, após a dedução da provisão para pagamento do IRPJ, sempre será
considerado como automaticamente distribuído no período de apuração em que for
apurado.

Normativo: RIR/2018, art. 176.

023 Qual será o tratamento do lucro apurado periodicamente pela


pessoa física equiparada à pessoa jurídica em razão de
operações com imóveis, quando esta não mantiver escrituração
regular, nos casos em que estiver obrigada?

Quando a pessoa física equiparada à pessoa jurídica não mantiver escrituração regular,
nos termos das leis comerciais e fiscais, sofrerá arbitramento, conforme o art. 603 do
RIR/2018.

49
O arbitramento, regra geral, é feito por meio de lançamento de ofício, entretanto, o
contribuinte poderá fazer o auto-arbitramento com base na receita bruta quando esta for
conhecida.

No caso específico de empresa imobiliária, para efeito de arbitramento do lucro será


deduzido do valor da receita bruta trimestral o custo do imóvel devidamente comprovado,
sendo tributado o lucro arbitrado na proporção da receita recebida ou cujo recebimento
esteja previsto para o próprio período.

Normativo: RIR/2018, arts. 603, 604 e 607.

024 Como calcular os rendimentos do titular da empresa


individual equiparada à pessoa jurídica por prática de
operações imobiliárias, quando esta sofrer arbitramento de
lucro?

De acordo com as regras aplicáveis às demais pessoas jurídicas que tiverem seus lucros
arbitrados, em conformidade com o RIR/2018, arts. 602 a 613.
Os rendimentos da pessoa física como titular da empresa individual terão o seguinte
tratamento:

1) o lucro arbitrado diminuído do IRPJ, inclusive adicional, da CSLL, da Cofins, e do


PIS/Pasep poderá ser distribuído ao titular da empresa individual, a título de lucros,
sem incidência do imposto; isento de tributação na pessoa física, quer na fonte, quer
na declaração de rendimentos. A parcela dos lucros ou dividendos que exceder a base
de cálculo do imposto, diminuída de todos os impostos e contribuições, também
poderá ser distribuída sem incidência do imposto, desde que a pessoa jurídica
demonstre, por meio de escrituração contábil feita com observância da lei comercial,
que o lucro efetivo é maior que o determinado, segundo as normas para apuração da
base de cálculo do imposto com base no lucro arbitrado;
2) a remuneração efetivamente recebida a título de pró-labore ou serviços prestados,
cujo valor sofre tributação com base na tabela progressiva mensal aplicável a todas as
pessoas físicas.

Normativo: Lei nº 9.249, de 1995, art. 10;


RIR/2018, arts. 602 a 613;
IN SRF nº 11, de 1996, art. 51, § 2º.

50
025 Em que data os imóveis serão considerados como integrantes
do patrimônio da empresa individual, no caso de equiparação
por prática de operações imobiliárias?

Os imóveis objeto das operações de incorporação ou loteamento serão considerados como


integrantes do ativo da empresa individual na data do arquivamento da documentação da
incorporação ou do loteamento no Registro Imobiliário.

A integração no ativo, quando a incorporação ou loteamento for realizado sem o


competente arquivamento a priori dos respectivos documentos, ocorrerá quando for
iniciada a venda, se esta se realizar antes de decorrido o prazo de trinta e seis meses, para
os imóveis havidos antes de 30/06/1977, ou sessenta meses para os imóveis havidos após
30/06/1977, contados da data da averbação no Registro Imobiliário da construção do
prédio com mais de duas unidades imobiliárias, ou da aceitação das obras de loteamento.
No caso de imóveis rurais havidos após 30/06/1977, na data em que ocorrer a subdivisão
ou desmembramento em mais de dez lotes, ou a alienação de mais de dez quinhões ou
frações ideais desses imóveis.

Normativo: RIR/2018, art. 175, parágrafo único.

026 Como se determina o valor do imóvel a integrar o patrimônio


da empresa individual, no caso de equiparação por prática de
operações imobiliárias?

Para efeito de determinação do valor de incorporação ao patrimônio da empresa


individual, poderão ser atualizados monetariamente, até 31/12/1995, o custo dos terrenos
ou glebas de terra em que sejam promovidos loteamentos ou incorporações, bem como
das construções e benfeitorias executadas, não se aplicando qualquer correção monetária
a partir dessa data.

Deverão ser observadas as regras relativas ao ganho de capital. Saliente-se que, a partir
de 1º/01/1996, as pessoas físicas podem transferir a pessoas jurídicas, a título de
integralização de capital, bens e direitos pelo valor constante da respectiva declaração de
bens ou pelo valor de mercado; se a transferência não se fizer pelo valor constante da
declaração de bens, a diferença a maior será tributável como ganho de capital.

Normativo: Lei nº 9.249, de 1995, art. 23;


RIR/2018, art. 175, caput.

51
027 Quando se considera ocorrido o término da equiparação caso a
pessoa jurídica não efetue nenhuma alienação das unidades
imobiliárias ou lotes de terreno?

A pessoa física que, após sua equiparação à pessoa jurídica, não promover nenhum dos
empreendimentos nem efetuar nenhuma das alienações de unidades imobiliárias ou lotes
de terrenos, durante o prazo de trinta e seis meses consecutivos, deixará de ser
considerada equiparada a partir do término deste prazo, salvo quanto aos efeitos
tributários das operações em andamento que terão o tratamento previsto no art. 177, § 1º,
do RIR/2018.

Normativo: RIR/2018, art. 177, caput e § 1º.

028 Qual o destino a ser dado aos imóveis integrantes do ativo


(patrimônio) da empresa individual quando, completado o
prazo de trinta e seis meses consecutivos sem promover
incorporações ou loteamentos, ocorrer o término da
equiparação à pessoa jurídica?

Permanecerão no ativo da empresa individual, para efeito de tributação como lucro da


pessoa jurídica:
a) as unidades imobiliárias e os lotes de terrenos integrantes de incorporações ou
loteamentos, até sua alienação e, após esta, o saldo a receber, até o recebimento total do
preço;

b) o saldo a receber do preço dos imóveis então alienados, até seu recebimento total.

Notas:

Ao término da equiparação, remanescendo unidades no


ativo da pessoa jurídica ou valores a receber, o
encerramento da empresa individual poderá se efetivar se
houver o recolhimento do imposto que seria devido se os
imóveis fossem alienados à vista ou se o saldo a receber
fosse integralmente recebido.

Normativo: RIR/2018, art. 177.

029 Como determinar o capital da empresa individual no caso de


pessoa física equiparada por prática de operações imobiliárias?

O capital, no caso de pessoa física equiparada à pessoa jurídica por prática de operações
imobiliárias, será determinado, em cada período de apuração, pelos recursos efetivamente
52
investidos, em qualquer época, pela pessoa física titular da empresa individual, nos
imóveis considerados como integrantes do seu ativo, deduzidos os custos relativos aos
imóveis alienados na parte do preço cujo valor tenha sido recebido.

Em outras palavras, o capital da empresa individual, no início de cada período de


apuração (trimestral ou anual), será representado pela soma dos valores dos imóveis
constantes do seu ativo com os valores a receber relativos ao custo dos imóveis já
vendidos em períodos de apuração anteriores.

Normativo: Decreto-Lei nº 1.381, de 1974, art. 9º, § 6º.

53
Capítulo IV - Responsabilidade na Sucessão 2019

001 O que se entende por extinção da pessoa jurídica?

A extinção da pessoa jurídica é o término da sua existência; é o perecimento da


organização ditada pela desvinculação dos elementos humanos e materiais que dela
faziam parte. Dessa despersonalização do ente jurídico decorre a baixa dos respectivos
registros, inscrições e matrículas nos órgãos competentes.
A extinção, precedida pelas fases de liquidação do patrimônio social e da partilha dos
lucros entre os sócios, dá-se com o ato final, executado em dado momento, no qual se tem
por cumprido todo o processo de liquidação.

Normativo: Código Civil - Lei nº 10.406, de 2002, arts. 44 e 51; e


PN CST nº 191, de 1972, item 6.

002 Quando se deve considerar efetivamente extinta a


pessoa jurídica?

Considera-se extinta a pessoa jurídica no momento do encerramento de sua liquidação,


assim entendida a total destinação do seu acervo líquido.

Normativo: Código Civil - Lei nº 10.406, de 2002, arts. 44 e 51; e


IN SRF nº 1.700, de 2017, art. 240

003 Quais as formas de extinção das pessoas jurídicas?

Extingue-se a pessoa jurídica:


I – pelo encerramento da liquidação. Pago o passivo e rateado o ativo remanescente, o
liquidante fará uma prestação de contas. Aprovadas estas, encerra-se a liquidação e a
pessoa jurídica se extingue;

II - pela incorporação, fusão ou cisão com versão de todo o patrimônio em outras


sociedades.

Normativo: Lei das S.A. - Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976,


arts. 216 e 219; e

54
Código Civil - Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002,
arts. 44 e 51;

004 O que se entende por dissolução da pessoa jurídica?

A dissolução da pessoa jurídica é o ato pelo qual se manifesta a vontade ou se constata a


obrigação de encerrar sua existência. Pode ser definido como o momento em que se
decide a sua extinção, passando-se, imediatamente, à fase de liquidação. Essa decisão
pode ser tomada por deliberação do titular, sócios ou acionistas, ou por imposição ou
determinação legal do poder público.

Normativo: Lei das S.A. - Lei nº 6.404, de 1976, art. 206; e


Código Civil - Lei nº 10.406, de 2002, arts. 1.033,
1.034 e 1.035.

005 Em que casos se dá a dissolução de uma pessoa jurídica?

A dissolução da pessoa jurídica é regulada pela Lei nº 6.404, de 1976 (Lei das S.A.), e
também pela Lei nº 10.406, de 2002 (Código Civil).
Dissolve-se a pessoa jurídica, nos termos do art. 206 da Lei das S.A.:
1) de pleno direito;
2) por decisão judicial;
3) por decisão da autoridade administrativa competente, nos casos e forma
previstos em lei especial.
O art. 1.033 do Código Civil de 2002 dispõe que as sociedades reputam-se dissolvidas
quando ocorrer:

1) o vencimento do prazo de duração, salvo se, vencido este e sem oposição de


sócio, não entrar a sociedade em liquidação, caso em que se prorrogará por
tempo indeterminado;
2) o consenso unânime dos sócios;
3) a deliberação dos sócios, por maioria absoluta, na sociedade de prazo
indeterminado;
4) a falta de pluralidade de sócios, não reconstituída no prazo de cento e oitenta
dias;
5) a extinção, na forma da lei, de autorização para funcionar.
Já o art. 1.034 do Código Civil de 2002 estabelece que a sociedade é dissolvida
judicialmente, a requerimento dos sócios, quando:
1) anulada a sua constituição;

55
2) exaurido o fim social, ou verificada a sua inexequibilidade.
Vale destacar que o contrato pode prever outras causas de dissolução, a serem verificadas
judicialmente quando contestadas (Código Civil, art. 1.035).

Normativo: Lei das S.A. - Lei nº 6.404, de 1976, art. 206; e


Código Civil - Lei nº 10.406, de 2002, arts. 1.033,
1.034 e 1.035.

006 Quais os efeitos da dissolução da pessoa jurídica?

Quanto aos efeitos da dissolução, disciplina o art. 207 da Lei das S.A.: “A pessoa jurídica
dissolvida conserva a personalidade até a extinção, com o fim de proceder à liquidação”.
A dissolução não extingue a personalidade jurídica de imediato, pois a pessoa jurídica
continua a existir até que se concluam as negociações pendentes, procedendo-se à
liquidação das ultimadas, conforme disposto no art. 51 do Código Civil.

Normativo: Lei das S.A. - Lei nº 6.404, de 1976, art. 207; e


Código Civil - Lei nº 10.406, de 2002, art. 51.

007 O que se entende por liquidação de uma pessoa jurídica?

A liquidação da pessoa jurídica é o conjunto de atos (preparatórios da extinção)


destinados a realizar o ativo, pagar o passivo e destinar o saldo que houver (líquido),
respectivamente, ao titular ou, mediante partilha, aos componentes da sociedade, na
forma da lei, do estatuto ou do contrato social.
Pode ser voluntária (amigável) ou forçada (judicial).
A liquidação corresponde ao período que antecede a extinção da pessoa jurídica, após
ocorrida a causa que deu origem à sua dissolução, fase em que ficam suspensas todas as
negociações que vinham sendo mantidas como atividade normal, continuando apenas as
já iniciadas para serem ultimadas.

Normativo: Lei das S.A. - Lei nº 6.404, de 1976, arts. 208 a 218;
Código Civil - Lei nº 10.406, de 2002, arts. 51, 1.102 a
1.112; e
PN CST nº 191, de 1972.

56
008 Quais os efeitos da liquidação de uma pessoa jurídica?

Durante a fase de liquidação:


a) subsistem a personalidade jurídica da sociedade e a equiparação da empresa
individual à pessoa jurídica;
b) não se interrompem ou modificam suas obrigações fiscais, qualquer que seja a causa
da liquidação.
Consequentemente, a pessoa jurídica será tributada até findar-se sua liquidação, ou seja,
embora interrompida a normalidade da vida empresarial pela paralisação das suas
atividades-fim, deve o liquidante manter a escrituração de suas operações, levantar
balanços periódicos, apresentar declarações, pagar os tributos exigidos e cumprir todas as
demais obrigações previstas na legislação tributária.

Normativo: Código Civil - Lei nº 10.406, de 2002, art. 51;


RIR/2018, arts. 234 e 235; e
PN CST nº 191, de 1972.

009 Como se conhecerá, na prática, uma pessoa jurídica em


processo de liquidação?

Em todos os atos ou operações necessárias à liquidação, o liquidante deverá usar a


denominação social seguida das palavras “em liquidação”.

Normativo: Lei das S.A. - Lei nº 6.404, de 1976, art. 212; e


Código Civil - Lei nº 10.406, de 2002, art. 1.103,
parágrafo único.

010 Como se processa a liquidação de uma pessoa jurídica?

Caso não conste dos atos constitutivos, compete à assembleia geral, no caso de
companhia, aos sócios ou ao titular, nas demais pessoas jurídicas, determinar o modo de
liquidação e nomear o liquidante que poderá ser destituído, a qualquer tempo, pelo órgão
que o tiver nomeado, em se tratando de dissolução de pessoa jurídica de pleno direito.
No caso de liquidação judicial será observado o disposto na lei processual, devendo o
liquidante ser nomeado pelo juiz. Além dos casos previstos no art. 206, inciso II, da Lei
das S.A., a liquidação será processada judicialmente:
1) a pedido de qualquer acionista, se os administradores ou a maioria de acionistas
deixarem de promover a liquidação, ou a ela se opuserem, nos casos do inciso I
do artigo 206;

57
2) a requerimento do Ministério Público, à vista de comunicação da autoridade
competente, se a companhia, nos 30 (trinta) dias subsequentes à dissolução, não
iniciar a liquidação ou, se após iniciá-la, a interromper por mais de 15 (quinze)
dias, no caso da alínea “e” do inciso I do artigo 301.

Normativo: Lei das S.A. - Lei nº 6.404, de 1976, arts. 206, 208 e
209; e
Código Civil - Lei nº 10.406, de 2002, art. 1.038, § 2º.

011 Quais as responsabilidades que permanecem na


liquidação de uma pessoa jurídica?

A responsabilidade durante o período de liquidação cabe ao liquidante, a quem compete,


exclusivamente, a administração da pessoa jurídica, acumulando as mesmas
responsabilidades do administrador. Os deveres e responsabilidades dos administradores,
conselheiros fiscais e acionistas (dirigentes, sócios ou titular) subsistirão até a extinção
da pessoa jurídica.
Os sócios, nos casos de liquidação de sociedade de pessoas, são pessoalmente
responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias, resultantes de atos
praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos.
Também na hipótese de liquidação de sociedade de pessoas e diante da impossibilidade
de exigência do cumprimento da obrigação principal pelo contribuinte (pessoa jurídica),
os sócios respondem solidariamente com este nos atos em que intervierem ou pelas
omissões de que forem responsáveis.

Normativo: Lei das S.A. – Lei nº 6.404, de 1976, art. 217;


Código Civil - Lei nº 10.406, de 2002, art. 1.104; e
RIR/2018, art. 200, inciso I e IV, e art. 201, inciso IV.

Transformação, Incorporação, Fusão, Cisão e Combinação de Negócios

012 O que é a transformação de uma pessoa jurídica?

Transformação é a operação pela qual a sociedade passa, independentemente de


dissolução e liquidação, de um tipo para outro. Ocorre, por exemplo, quando uma
sociedade por cotas Ltda. se transforma em sociedade anônima.

58
Normativo: Lei das S.A. - Lei nº 6.404, de 1976, art. 220; e
Código Civil - Lei nº 10.406, de 2002, art. 1.113.

013 Como se processa e quais os efeitos da transformação de


uma pessoa jurídica?

O ato de transformação obedecerá sempre às formalidades legais relativas à constituição


e registro do novo tipo a ser adotado pela sociedade.
Consoante o RIR/2018, art. 231, nos casos de transformação e de continuação da
atividade explorada pela sociedade ou firma extinta, por qualquer sócio remanescente ou
pelo espólio, sob a mesma ou nova razão social, ou firma individual, o imposto continuará
a ser pago como se não houvesse alteração das firmas ou sociedades.

Notas:

Não há transformação de firma individual. Caso as atividades


exercidas pela firma individual venham a ser exercidas por uma
nova sociedade, deverá ser providenciada a baixa no cadastro
CNPJ da firma individual e a inscrição da nova sociedade que
surge.
No caso de extinção de pessoa jurídica, sem sucessor, serão
considerados vencidos todos os prazos para pagamento.

Normativo: Lei das S.A. – Lei nº 6.404, de 1976, art. 220, parágrafo
único;
Código Civil - Lei nº 10.406, de 2002, art. 1.113; e
RIR/2018, arts. 231 e 929.

014 Como ficam os direitos dos credores diante da


transformação de uma sociedade?

A transformação não prejudicará, em caso algum, os direitos dos credores, que


continuarão, até o pagamento integral dos seus créditos, com as mesmas garantias que o
tipo anterior de sociedade lhes oferecia.
A falência da sociedade transformada somente produzirá efeitos em relação aos sócios
que, no tipo anterior, a eles estariam sujeitos, se o pedirem os titulares de créditos
anteriores à transformação, e somente a estes beneficiará.

59
Normativo: Lei das S.A. - Lei nº 6.404, de 1976, art. 222; e
Código Civil – Lei nº 10.406, de 2002, art. 1.115.

015 Qual a legislação fiscal e comercial que disciplina a


incorporação, fusão ou cisão?

Encontram-se em vigor para o ano-calendário 2018 os seguintes dispositivos:

· Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 5º;


· Lei nº 7.450, de 1985, art. 33;
· Lei nº 8.218, de 1991, art. 28;
· Lei nº 8.541, de 1992, art. 25, § 3º e art. 35;
· Lei nº 9.249, de 1995, arts. 2º, 21 e 36, V;
· Leinº 9.430, de 1996, art. 1º, §§ 1º e 2º, e art. 5º, § 4º;
· Lei nº 9.648, de 1998, art. 6º;
· Lei nº 9.959, de 2000, art. 5º;
· Lei nº 12.973, de 2014, art. 17, §§ 4º e 5º, Art. 18, §§ 2º e 3º, Arts. 20, 21, 22, 23,
24, 26, 38, Art. 39, §1º, Incs. I e II, Art. 65 e 90, §3º;
· IN SRF nº 77, de 1986, itens 5.1 e 5.4;
· IN DPRF nº 21, de 1992, art. 26;
· IN SRF nº 11, de 1996, arts. 58 e 59;
· IN RFB nº 1.700, de 2017, arts. 49, §3º; 110, §§ 10 e 11; 112, §§2º e 3º; 118; 185 a
197;239 a 241;
Também disciplinam a matéria os seguintes diplomas:

· RIR/2018, art. 196, III; e arts. 231; 232; 518; 519; 585; 924; 929;
· Lei das S.A. – Lei nº 6.404, de 1976, arts. 219 a 234 e 264, com as alterações
introduzidas pelas Leis nº 9.457, de 1997, nº 10.303, de 2001, nº 11.638, de 2007, e nº
11.941, de 2009;
· Código Civil – Lei nº 10.406, de 2002, arts. 1.116 a 1.122;
· Outros: AD Cotec/Cosit nº 1, de 1997; IN DREI nº 10, de 2013, com as alterações
introduzidas pelas IN DREI nº 21, de 2014 e nº 22, de 2014; Instrução CVM nº 319,
de 1999, com as alterações introduzidas pelas Instruções CVM nº 320, de 1999, nº 349,
de 2001 e nº 565, de 2015.

60
016 O que vem a ser a incorporação de pessoa jurídica?

A incorporação é a operação pela qual uma ou mais sociedades são absorvidas por outra,
que lhes sucede em todos os direitos e obrigações.
Desaparecem as sociedades incorporadas, permanecendo, porém, com a sua natureza
jurídica inalterada, a sociedade incorporadora.

Normativo: Lei das S.A. - Lei nº 6.404, de 1976, art. 227; e


Código Civil - Leinº 10.406, de 2002, art. 1.116.

017 Como se processa a incorporação e quais seus efeitos?

Para que se processe a incorporação deverão ser cumpridas as formalidades exigidas pelo
art. 227 da Lei das S.A.:
a) aprovação da operação pela incorporada e pela incorporadora (relativamente ao
aumento de capital a ser subscrito e realizado pela incorporada) por meio de reunião
dos sócios ou em assembleia geral dos acionistas (para as sociedades anônimas);
b) nomeação de peritos pela incorporadora;
c) aprovação dos laudos de avaliação pela incorporadora, cujos diretores deverão
promover o arquivamento e publicação dos atos de incorporação, após os sócios ou
acionistas da incorporada também aprovarem os laudos de avaliação e declararem
extinta a pessoa jurídica incorporada.
Para as sociedades que não são regidas pela Lei das S.A., valem as disposições dos arts.
1.116 a 1.118 do Código Civil.

Normativo: Lei das S.A. – Lei nº 6.404, de 1976, art. 227; e


Código Civil – Lei nº 10.406, de 2002, arts. 1.116 a
1.118.

018 O que vem a ser a fusão entre sociedades?

A fusão é a operação pela qual se unem duas ou mais sociedades para formar sociedade
nova, que lhes sucederá em todos os direitos e obrigações. Com a fusão, extinguem-se
todas as sociedades anteriores para dar lugar a uma só, na qual todas elas se fundem.

Normativo: Lei das S.A. - Lei nº 6.404, de 1976, art. 228; e


Código Civil -Lei nº 10.406, de 2002, art. 1.119.

61
019 Como se processa a fusão de sociedade?

Para que se processe a fusão, deverão ser cumpridas as formalidades exigidas pelos §§ 1º
e 2º do art. 228 da Lei das S.A.:
a) cada pessoa jurídica resolverá a fusão em reunião dos sócios ou em assembleia geral
dos acionistas e aprovará o projeto de estatuto e o plano de distribuição de ações,
nomeando os peritos para avaliação do patrimônio das sociedades que serão objetos
da fusão.
b) constituída a nova sociedade e eleitos os seus primeiros diretores, estes deverão
promover o arquivamento e a publicação de todos atos relativos à fusão, inclusive a
relação com a identificação de todos os sócios ou acionistas.
Para as sociedades que não são regidas pela Lei das S.A., valem as disposições dos arts.
1.120 a 1.122 do Código Civil.

Normativo: Lei das S.A. –Lei nº 6.404, de 1976, art. 228, §§ 1º e 2º;
e
Código Civil – Lei nº 10.406, de 2002, arts. 1120 e 1122.

020 O que vem a ser a cisão de uma sociedade?

A cisão é a operação pela qual a sociedade transfere todo ou somente uma parcela do seu
patrimônio para uma ou mais sociedades, constituídas para esse fim ou já existentes,
extinguindo-se a sociedade cindida - se houver versão de todo o seu patrimônio - ou
dividindo-se o seu capital - se parcial a versão.

Normativo: Lei das S.A. - Lei nº 6.404, de 1976, art. 229, com as
alterações da Lei nº 9.457, de 1997.

021 Como proceder no caso de versão de parcela de patrimônio


em sociedade já existente e nas constituídas para esse fim?

Quando houver versão de parcela de patrimônio em sociedade já existente, a cisão


obedecerá às disposições sobre incorporação, isto é, a sociedade que absorver parcela do
patrimônio da pessoa jurídica cindida suceder-lhe-á em todos os direitos e obrigações.
Nas operações em que houver criação de sociedade, serão observadas as normas
reguladoras da constituição das sociedades, conforme seu tipo.

62
Normativo: Lei das S.A. - Lei nº 6.404, de 1976, art. 223, e 229, §§
1º e 3º.

022 Como proceder com relação à sociedade cindida?

Efetivada a cisão com extinção da sociedade cindida, caberá aos administradores das
sociedades que tiverem absorvido parcelas do seu patrimônio promover o arquivamento
e publicação dos atos da operação.
Na cisão com versão parcial do patrimônio esta obrigação caberá aos administradores da
companhia cindida e da que absorver parcela do seu patrimônio.

Normativo: Lei das S.A. - Lei nº 6.404, de 1976, art. 229, § 4º.

023 Quais os tipos de sociedades que poderão proceder à


incorporação, fusão ou cisão?

A incorporação, fusão ou cisão podem ser operadas entre sociedades de tipos iguais ou
diferentes e deverão ser deliberadas na forma prevista para a alteração dos respectivos
estatutos ou contratos sociais.
Nas operações em que houver criação de sociedade serão observadas as normas
reguladoras da constituição das sociedades do seu tipo.
Se a incorporação, fusão ou cisão envolverem companhia aberta, as sociedades que a
sucederem serão também abertas.

Notas:

Com relação aos atos sujeitos a registro, não se aplicam às


firmas individuais os processos de incorporação, fusão ou
cisão das sociedades.

Normativo: Lei das S.A. – Lei nº 6.404, de 1976, art. 223, §§ 1º e 3º


;e
Código Civil – Lei nº 10.406, de 2002, arts. 1.113 e
1.122.

63
024 Como será formado o “novo” capital nas operações de
incorporação, fusão e cisão?

Nas operações de incorporação, as ações ou quotas de capital da sociedade a ser


incorporada que forem de propriedade da sociedade incorporadora poderão, conforme
dispuser o protocolo de incorporação, ser extintas ou substituídas por ações em tesouraria
da incorporadora, até o limite dos lucros acumulados e reservas, exceto a legal.
O mesmo procedimento aplicar-se-á aos casos de fusão quando uma das sociedades
fundidas for proprietária de ações ou quotas da outra, e aos casos de cisão com
incorporação, quando a sociedade que incorporar parcela do patrimônio da cindida for
proprietária de ações ou quotas do capital desta.

Notas:

Quando se tratar de sociedades coligadas ou controladas, é


vedada a participação recíproca, ressalvado o caso em que ao
menos uma delas participe de outra com observância das
condições em que a lei autoriza a aquisição das próprias ações.

Lei das S.A. - Lei nº 6.404, de 1976, art. 226, §§ 1º e


Normativo:
2º, e art. 244, caput e § 1º.

025 Qual o tratamento do ganho eventualmente obtido


na devolução da participação em uma sociedade?

O ganho do titular, sócio ou acionista, obtido em decorrência de devolução de


participação no ativo de pessoa jurídica não deve ser computado na base de cálculo do
imposto de renda, nem da CSLL.
Quanto ao ganho obtido pela pessoa jurídica que estiver efetuando a devolução, se a
devolução realizar-se pelo valor de mercado, a diferença entre este e o valor contábil dos
bens ou direitos entregues será considerada ganho de capital. O ganho de capital será
computado nos resultados da pessoa jurídica tributada com base no lucro real; ou na base
de cálculo do imposto de renda e da CSLL, se for o caso de pessoa jurídica tributada com
base no lucro presumido ou arbitrado.

Notas:

Os bens ou direitos recebidos em devolução de participação no


capital, serão registrados pelo valor contábil da participação ou

64
pelo valor de mercado, conforme critério de avaliação utilizado
pela pessoa jurídica que esteja devolvendo capital.

Normativo: Lei nº 9.249, de 1995, art. 22.

026 Qual a forma de tributação a ser adotada na ocorrência de


incorporação, fusão ou cisão?

O imposto de renda e a contribuição social sobre o lucro relativos ao ano-calendário do


evento podem ser calculados com base nas regras do lucro real ou, desde que atendidas
as condições necessárias à opção, com base no lucro presumido.

Notas:

Até 31/12/1995, as pessoas jurídicas incorporadas, fusionadas ou


cindidas estavam obrigadas à tributação dos seus resultados pelo
lucro real. A Lei nº 9.249, de 1995, art. 36, V, revogou, a partir
de 1º de janeiro de 1996, o parágrafo único do art. 36 da Lei nº
8.981, de 1995, que trata desta obrigatoriedade.

Normativo: Lei nº 9.249, de 1995, art. 36, V.

027 Quais os procedimentos a serem observados pelas pessoas


jurídicas incorporadas, fusionadas ou cindidas?

A legislação fiscal prevê as seguintes obrigações a serem cumpridas pelas pessoas


jurídicas na ocorrência de qualquer um desses eventos:
a) Levantar, até 30 dias antes do evento, balanço específico, no qual os bens e direitos
poderão ser avaliados pelo valor contábil ou de mercado (Lei nº 9.249, de 1995, art.
21, e Lei nº 9.430, de 1996, art. 1º, § 1º); Relativamente às pessoas jurídicas incluídas
em programas de privatização da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, o
balanço ora referido deverá ser levantado dentro do prazo de 90 dias que antecederem
a incorporação, fusão ou cisão (Lei nº 9.648, de 1998, art. 6º);
b) A partir do ano-calendário de 2015, as pessoas jurídicas incorporadas, fusionadas ou
cindidas deverão apresentar a Escrituração Contábil Fiscal (ECF) correspondente ao
período transcorrido durante o ano-calendário, em seu próprio nome, até o último dia
útil do terceiro mês subsequente ao do evento, salvo nos casos em que as pessoas
jurídicas incorporada e incorporadora, estejam sob o mesmo controle societário desde
o ano-calendário anterior ao do evento (Lei nº 9.249, de 1995, art. 21, § 4º);

65
c) Nos casos cisão parcial, cisão total, fusão ou incorporação, ocorrido de janeiro a
abril do ano-calendário, o prazo para a apresentação da ECF será até o último dia útil
do mês de junho do referido ano, mesmo prazo da ECF para situações normais
relativas ao ano-calendário anterior;
d) O prazo para a entrega da ECF será encerrado às 23h59min59s, horário de Brasília,
do último dia fixado para a entrega da escrituração;
e) A apuração da base de cálculo do imposto sobre a renda e da contribuição social
sobre o lucro líquido será efetuada na data do evento, ou seja, na data da deliberação
que aprovar a incorporação, fusão ou cisão, devendo ser computados os resultados até
essa data (Lei nº 9.430, de 1996, art 1º, §§ 1º e 2º);
f) No cálculo do imposto relativo ao período transcorrido entre o último período de
apuração e a data do evento, a parcela do lucro real, presumido ou arbitrado que
exceder ao valor resultante da multiplicação de R$ 20.000,00 pelo número de meses
do respectivo período de apuração, sujeita-se à incidência de adicional de imposto
sobre a renda à alíquota de 10%;
g) O imposto sobre a renda e a contribuição social sobre o lucro líquido apurados
deverão ser pagos, em quota única, até o último dia útil do mês subsequente ao do
evento;
h) A incorporadora também deverá apresentar ECF tendo por base balanço específico
levantado até 30 dias antes do evento, salvo nos casos em que as pessoas jurídicas,
incorporadora e incorporada, estivessem sob mesmo controle societário desde o ano-
calendário anterior ao do evento (Lei nº 9.959, de 2000, art. 5º);
i) Dar baixa da empresa extinta por incorporação, fusão ou cisão total, de acordo com
as regras dispostas na IN RFB nº 1.863, de 2018;
j) O período de apuração do IPI, da Cofins e da contribuição PIS/Pasep, será encerrado
na data do evento nos casos de incorporação, fusão e cisão ou na data da extinção da
pessoa jurídica, devendo ser pagos nos mesmos prazos originalmente previstos.

Veja ainda: Valores a serem tributados na data do evento,


compensação de prejuízo fiscal e base de cálculo
negativa da CSLL:

Notas 1 a 5 da pergunta 004 e perguntas 008 e 010 do


capítulo XVI.

Normativo: Lei nº 9.249, de 1995, art. 21, caput e § 4º;


Lei nº 9.430, de 1996, art. 1º, §§ 1º e 2º;
Lei nº 9.648, de 1998, art. 6º;
Lei nº 9.959, de 2000, art. 5º;
IN SRF nº 77, de 1986, item 5.6.1;
IN RFB nº 1.422, de 2013, art. 3º, §§ 2º a 4º;
IN RFB nº 1.863, de 2018;

66
IN RFB nº 1.700, de 2017, art. 239; e
IN RFB nº 1.524, de 2014.

028 O que se considera data do evento para fins da legislação


fiscal?

Considera-se ocorrido o evento na data da deliberação que aprovar a incorporação, fusão


ou cisão, feita na forma prevista para a alteração dos respectivos estatutos ou contratos
sociais.

Normativo: Lei das S.A. – Lei nº 6.404, de 1976, arts. 223 e 225; e
RIR/2018, art. 232, § 2º.

029 Como será efetuado o pagamento do imposto de renda e da


CSLL devidos e declarados em nome da pessoa jurídica
incorporada, fusionada ou cindida?

O imposto de renda e a CSLL devidos em função da incorporação, fusão ou cisão total,


tal como aqueles relativos ao período de incidência imediatamente anterior, e ainda não
recolhidos, serão pagos pela sucessora em nome da sucedida.
O imposto de renda e a CSLL relativos ao período encerrado em virtude do evento deverá
ser pago, em quota única, até o último dia útil do mês subsequente ao do evento. Até
31/12/1996, o pagamento deveria ser efetuado até o 10º dia subsequente ao da ocorrência
do evento.
Com relação ao imposto de renda e a CSLL apurados na ECF relativa ao ano calendário
anterior ao evento, poderão ser observados os prazos originalmente previstos para
pagamento.

Notas:

Os DARF serão preenchidos com o CNPJ da sucedida.

Normativo: Lei nº 9.430, de 1996, art. 5º, e


IN RFB nº 1.700, de 2017, art. 239.

67
030 Como serão avaliados os bens na incorporação, fusão e
cisão?

A pessoa jurídica que tiver parte ou todo o seu patrimônio absorvido em virtude de
incorporação, fusão ou cisão deverá levantar balanço específico para esse fim, observada
a legislação comercial.

Deverão ser considerados os métodos e critérios contábeis legalmente aceitos.

No caso de pessoa jurídica tributada com base no lucro presumido ou arbitrado, que optar
pela avaliação a valor de mercado, a diferença entre este e o custo de aquisição, diminuído
dos encargos de depreciação, amortização ou exaustão, será considerada ganho de capital,
que deverá ser adicionado à base de cálculo do imposto de renda devido e da contribuição
social sobre o lucro líquido. Os encargos serão considerados incorridos, ainda que não
tenham sido registrados contabilmente.

Normativo: Lei nº 9.249, de 1995, art. 21, caput.


Lei nº 12.973, de 2014, arts. 9º; 20; 21; 22; 23 e 50.

031 O que vem a ser combinação de negócios? E qual o


significado de negócio nesse contexto?

Combinação de negócios é a operação ou outro evento por meio do qual um adquirente


obtém o controle de um ou mais negócios, independentemente da forma jurídica da
operação.

Negócio é o conjunto integrado de atividades e ativos capaz de ser conduzido e


gerenciado para gerar retorno, na forma de dividendos, redução de custos ou outros
benefícios econômicos, diretamente a seus investidores ou outros proprietários, membros
ou participantes.

As disposições tributárias relativas a Combinação de Negócios estão relacionadas na Lei


nº 12.973, de 2014, e na IN RFB nº 1.700, de 2017.

Normativo: IN RFB nº 1.700, de 2017, arts. 178 a 197.

68
032 Qual o tratamento do ajuste a valor justo transferido para
a sucessora, no caso de incorporação, fusão e cisão?

Nos casos de incorporação, fusão ou cisão, os ganhos decorrentes de avaliação com base
no valor justo na sucedida não poderão ser considerados na sucessora como integrante do
custo do bem ou direito que lhe deu causa para efeito de determinação de ganho ou perda
de capital e do cômputo da depreciação, amortização ou exaustão.

Os ganhos e perdas evidenciados contabilmente em subconta vinculada ao ativo ou


passivo de que tratam os arts. 97 a 104 da IN RFB nº 1.700, de 2017, transferidos em
decorrência de incorporação, fusão ou cisão, terão, na sucessora, o mesmo tratamento
tributário que teriam na sucedida.

Normativo: Lei nº 12.973, de 2014, art. 13.


IN RFB nº 1.700, de 2017, art. 73, 97 a 104.

033 Qual o tratamento a ser dado às participações societárias,


no caso de incorporação, fusão e cisão?

O tratamento a ser dado às participações societárias, no caso de incorporação, fusão e


cisão, deve obedecer ao disposto nos arts. 185 a 193 da IN RFB nº 1.700, de 2017.

Normativo: IN RFB nº 1.700, de 2017, arts. 185 a 193.

034 Qual o tratamento a ser dado ao prejuízo fiscal da sucedida,


no caso de incorporação, fusão e cisão?

A pessoa jurídica sucessora por incorporação, fusão ou cisão não poderá compensar
prejuízos fiscais da sucedida.

No caso de cisão parcial, a pessoa jurídica cindida poderá compensar os seus próprios
prejuízos, proporcionalmente à parcela remanescente do patrimônio líquido.

Normativo: Decreto-Lei nº 2.341, de 1987, art. 33.


IN RFB nº 1.700, de 2017, art. 210.

Continuação da PJ

69
035 Quando ocorre sucessão empresarial para efeitos de
responsabilidade tributária perante a legislação do imposto
de renda?

Quando houver aquisição do patrimônio, constituído por estabelecimento comercial ou


fundo de comércio, assumindo o adquirente o ativo e o passivo de firma ou sociedade.

Normativo: CTN – Lei nº 5.172, de 1966, arts. 132 e 133; e


PN CST nº 20, de 1982.

036 O que se entende por estabelecimento comercial?

Considera-se estabelecimento todo complexo de bens organizado, para exercício da


empresa, por empresário, ou por sociedade empresária.

Normativo: Lei nº 10.406, de 2002, art. 1.142.

037 A sucessão empresarial pode ocorrer com empresa


individual equiparada à pessoa jurídica?

Sob o enfoque fiscal, sim. Nessas condições, o titular de firma individual pode transferir
o acervo líquido da empresa como forma de integralização de capital subscrito em
sociedade já existente, ou a ser constituída, a qual passará a ser sucessora nas obrigações
fiscais.
Da mesma forma, pode operar-se a sucessão mediante transferência para firma individual
de patrimônio líquido de sociedade.

Notas:

1) A sucessão empresarial pode ocorrer somente com firmas


individuais ou pessoas físicas que explorem, habitual e
profissionalmente, atividade econômica, com fim especulativo
de lucro, nos termos do RIR/1999, art. 150, § 1º, I e II;
2) Entretanto, a sucessão não ocorrerá em relação às pessoas
físicas equiparadas à empresa individual por prática de operações
imobiliárias (equiparação em relação à incorporação ou
loteamento de imóveis; RIR/1999, arts. 151 a 166). Tal
equiparação ocorre exclusivamente para os efeitos da legislação
do imposto de renda, que regula o seu início e término, bem como
a determinação do seu resultado até a tributação final que

70
abrangerá a alienação de todas as unidades integrantes do
empreendimento. Não se admite, quanto a pessoas físicas
equiparadas nessas condições à empresa individual, sua
incorporação por sociedades que tenham, para efeitos tributários,
tratamento diferente para os estoques de imóveis;
3) A utilização do acervo de firma individual para a composição
do capital de sociedade já existente implica cancelamento do
registro daquela. Referido cancelamento poderá ser realizado
concomitantemente com o processo de arquivamento do ato da
sociedade em constituição ou da alteração de contrato de
sociedade.

Normativo: PN CST nº 20, de 1982.

038 Como se procederá a baixa da inscrição da sucedida no


Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, quando ocorrer
sucessão?

A baixa da inscrição da sucedida no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) deverá


ser solicitada, até o quinto dia útil do segundo mês subsequente ao da ocorrência do
evento (ato deliberativo aprovando a incorporação, fusão ou cisão total), por intermédio
do Programa Gerador de Documentos (PGD CNPJ), disponível na página da RFB na
Internet, no endereço eletrônico <http://www.receita.fazenda.gov.br>, com o
preenchimento da Ficha Cadastral da Pessoa Jurídica (FCPJ) e posterior transmissão pela
internet.
Além da transmissão da FCPJ, o contribuinte deve entregar à unidade cadastradora de sua
jurisdição os documentos abaixo relacionados:

1) original do Documento Básico de Entrada (DBE), assinado pela pessoa física


responsável perante o CNPJ, preposto ou procurador. O mandato (procuração) poderá ser
outorgado pela pessoa física responsável perante o CNPJ ou por sócio
administrador/diretor com poderes de administração;

2) no caso de DBE assinado por procurador, cópia autenticada da procuração pública


(registrada em cartório) ou particular;

3) cópia autenticada do ato de extinção registrado no órgão competente, observado item


3.3 da tabela "Documentos e Orientações, constante do anexo VIII da IN RFB nº 1.863,
de 2018.

Fica dispensada a exigência de firma reconhecida nos documentos apresentados à RFB,


exceto quando houver dúvida fundada quanto à autenticidade da assinatura posta no
documento apresentado ou existir imposição legal.

71
Normativo: Lei nº 8.934, de 1994;
Portaria RFB nº 1.880, de 2013, art. 1º, e
IN RFB nº 1.863, de 2018, art. 27 e Anexo VIII.

039 Quem responde pelos tributos das pessoas jurídicas nos


casos de transformação, incorporação, fusão, extinção ou
cisão?

Respondem pelos tributos das pessoas jurídicas transformadas, incorporadas, fundidas,


extintas ou cindidas:
a) a pessoa jurídica resultante da transformação de outra;
b) a pessoa jurídica constituída pela fusão de outras, ou em decorrência de cisão de
sociedade;
c) a pessoa jurídica que incorporar outra, ou parcela do patrimônio de sociedade cindida;
d) a pessoa física sócia da pessoa jurídica extinta mediante liquidação, ou seu espólio,
que continuar a exploração da atividade social sob a mesma ou outra razão social, ou
sob firma individual;
e) os sócios, com poderes de administração, da pessoa jurídica que deixar de funcionar
sem proceder à liquidação, ou sem apresentar a declaração de encerramento da
liquidação.

Notas:

A responsabilidade aplica-se por igual aos créditos tributários


definitivamente constituídos ou em curso de constituição à
data dos atos nele referidos, e aos constituídos posteriormente
aos mesmos atos, desde que relativos a obrigações tributárias
surgidas até a referida data (CTN – Lei nº 5.172, de 1966, art.
129).

CTN – Lei nº 5.172, de 1966, arts. 129 e 132;


Normativo: Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 5º, caput; e
RIR/2018, art. 196.

040 Nas hipóteses previstas na pergunta 039 deste Capítulo há


também responsabilidade solidária?

Sim. Respondem solidariamente pelo imposto devido pela pessoa jurídica:

72
1) as sociedades que receberem parcelas do patrimônio da pessoa jurídica extinta por
cisão;
2) a sociedade cindida e a sociedade que absorver parcela do seu patrimônio, no caso de
cisão parcial;
3) os sócios, com poderes de administração, da pessoa jurídica extinta que deixar de
funcionar sem proceder à liquidação, ou deixar de apresentar a declaração de
encerramento da liquidação.

Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 5º, § 1º; e


Normativo:
RIR/2018, art. 196, parágrafo único.

041 Somente à pessoa jurídica pode ser atribuída


responsabilidade tributária nos casos de
sucessão/continuação?

Não. A pessoa física ou jurídica que adquirir de outra, por qualquer título, fundo de
comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e continuar a
respectiva exploração, sob a mesma ou outra razão social ou sob firma ou nome
individual, responde pelo tributo, relativo ao fundo ou estabelecimento adquirido, devido
até a data do ato.

CTN – Lei nº 5.172, de 1966, art. 133; e


Normativo:
RIR/2018, art. 197.

042 Até que limite a pessoa física ou jurídica responderá pelo


imposto de renda devido até aquela data pelo fundo ou
estabelecimento que vier a adquirir?

O adquirente do fundo ou estabelecimento responde pelo tributo devido até a data do ato
de aquisição das seguintes formas, a depender do caso:
1) integralmente, se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou atividade;
ou
2) subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir na exploração ou iniciar, dentro
de seis meses a contar da data da alienação, nova atividade no mesmo ou em outro
ramo de comércio, indústria ou profissão.

CTN – Lei nº 5.172, de 1966, art. 133; e


Normativo:
RIR/2018, art. 197.

73
043 O que significa responsabilidade solidária?

Significa que, quando duas ou mais pessoas se apresentam na condição de sujeito passivo
da obrigação tributária, cada uma responde pelo total da dívida.
A exigência do tributo pelo credor poderá ser feita, integralmente, a qualquer um ou a
todos coobrigados sem qualquer restrição ou preferência.
De acordo com o art. 124 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, (Código Tributário
Nacional – CTN), são solidários, perante o Fisco, os que tenham interesse comum na
situação que constitua o fato gerador da obrigação principal e os designados
expressamente pela lei.

Notas:

Responsabilidade solidária em matéria tributária somente se


aplica em relação ao sujeito passivo (solidariedade passiva) e
decorre sempre de lei, não podendo ser presumida ou resultar
de acordo das partes, nem comporta benefício de ordem.

Normativo: CTN – Lei nº 5.172, de 1966, art. 124.

044 O que é responsabilidade subsidiária?

Responsabilidade subsidiária é aquela que comporta benefício de ordem. Em outras


palavras, o Fisco exige, primeiramente, o cumprimento da obrigação principal do sujeito
passivo direto. Apenas na hipótese de impossibilidade dessa exigência é que recai a
obrigação sobre o responsável.

Essa espécie de responsabilidade pode ser vista no art. 134 do CTN, nos casos de
impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal pelo contribuinte,
quando passam a responder solidariamente com este, nos atos em que intervierem ou
pelas omissões de que forem responsáveis: os pais, pelos tributos devidos por seus filhos
menores; os tutores ou curadores, pelos tributos devidos pelos tutelados ou curatelados;
os administradores de bens de terceiros, pelos tributos devidos por estes; o inventariante,
pelos tributos devidos pelo espólio; o síndico e o comissário, pelos tributos devidos pela
massa falida ou pelo concordatário; os tabeliães, escrivães e demais serventuários de
ofício, pelos tributos devidos sobre os atos praticados por eles, ou perante eles, em razão
de seu ofício; os sócios, no caso de liquidação de sociedade de pessoas.

À responsabilidade subsidiária aqui exemplificada só se aplicam, em matéria de


penalidades, às de caráter moratório.

74
Normativo: CTN – Lei nº 5.172, de 1966, art. 134.

75
Capítulo V - Simples 2019

001 O que é o Simples?

O Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e


das Empresas de Pequeno Porte (Simples) é um regime tributário diferenciado,
simplificado e favorecido, aplicável às pessoas jurídicas consideradas como
microempresas (ME) e empresas de pequeno porte (EPP), nos termos definidos na
Lei nº 9.317, de 5 de dezembro de 1996, e alterações posteriores, estabelecido em
cumprimento ao que determina o disposto no art. 179 da Constituição Federal de 1988.
Constitui-se em uma forma simplificada e unificada de recolhimento de tributos, por meio
da aplicação de percentuais favorecidos e progressivos, incidentes sobre uma única base
de cálculo, a receita bruta.

Notas:

O Simples, previsto na Lei nº 9.317, de 1996, e alterações


posteriores, deixou de ser aplicado às ME e às EPP, sendo
revogado, a partir de 1° de julho de 2007, pela Lei
Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006.

002 O que é o Simples Nacional?

O Simples Nacional é um tratamento tributário favorecido e diferenciado previsto na Lei


Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, que institui o Estatuto Nacional da
Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte (também conhecido como “Lei Geral das
Microempresas”), estabelecendo normas gerais relativas às microempresas e às empresas
de pequeno porte no âmbito dos Poderes não só da União, como também dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios.
Essa Lei Complementar, no que se refere ao Simples Nacional, entrou em vigor em 1° de
julho de 2007. A partir de então, tornaram-se sem efeitos todos os regimes especiais de
tributação para microempresas e empresas de pequeno porte próprios da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
O Simples, previsto na Lei nº 9.317, de 5 de dezembro de 1996, portanto, deixou de ser
aplicado às ME e às EPP, sendo substituído pelo Simples Nacional, a partir de 1° de julho
de 2007.
A Lei complementar nº 147, de 7 de agosto de 2014, dentre outras providências,
alterou a Lei Complementar nº 123, de 2006, ampliando a gama de pessoas jurídicas que
podem optar pelo Simples Nacional. A Lei Complementar nº 155, de 27 de outubro de
2016, alterou a Lei Complementar no 123, de 2006, para reorganizar
e simplificar a metodologia de apuração do imposto devido por
optantes pelo Simples Nacional, além de ampliar a gama de pessoas jurídicas passíveis
de optar pelo Simples Nacional.

76
Notas:

Todo o acesso aos aplicativos de opção, cálculo do valor devido,


obrigações acessórias, manuais, legislação, perguntas e respostas,
consultas e outras funções pertinentes ao Simples Nacional, estão
disponibilizados no Portal do Simples Nacional, no endereço
eletrônico http://www8.receita.fazenda.gov.br/SimplesNacional/.

77
Capítulo VI - IRPJ - Lucro Real 2019

001 O que se entende por “lucro real” e “lucro tributável”?

Para fins da legislação do imposto de renda, a expressão “lucro real” significa o próprio
lucro tributável, e distingue-se do lucro líquido apurado contabilmente.
De acordo com o art. 258 do RIR/2018, lucro real é o lucro líquido do período de
apuração ajustado pelas adições, exclusões ou compensações prescritas ou autorizadas
pela legislação fiscal. A determinação do lucro real será precedida da apuração do lucro
líquido de cada período de apuração com observância das leis comerciais.

Normativo: RIR/2018, art. 258.

002 Quais são os contribuintes do imposto de renda da pessoa


jurídica?

São contribuintes e, portanto, estão sujeitas ao pagamento do imposto de renda da pessoa


jurídica as pessoas jurídicas e as pessoas físicas a elas equiparadas, domiciliadas no País.

Notas:

1) Para se constituir legalmente, a pessoa jurídica deve


registrar, no órgão competente do Registro de Comércio ou
no Registro Civil das Pessoas Jurídicas, seu estatuto, contrato
ou declaração de firma individual e se inscrever no Cadastro
Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ);
2) Para ser considerada contribuinte, e como tal sujeitar-se ao
pagamento do imposto de renda como pessoa jurídica, basta a
aquisição de disponibilidade econômica ou jurídica de renda,
esteja ou não devidamente legalizada.

Normativo: RIR/2018, art. 158, §§ 2º e 4º.

78
003 Qual é o período de apuração do imposto de renda da pessoa
jurídica?

As pessoas jurídicas poderão apurar o imposto de renda com base no lucro real, presumido
ou arbitrado, determinado por períodos de apuração trimestrais encerrados em 31 de
março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada ano-calendário.

A pessoa jurídica sujeita à tributação com base no lucro real poderá, opcionalmente, pagar
o imposto de renda mensalmente, determinado sobre base de cálculo estimada. Nessa
hipótese, deverá fazer a apuração anual do lucro real em 31 de dezembro de cada ano-
calendário. A opção será manifestada com o pagamento do imposto correspondente ao
mês de janeiro ou de início de atividade.

Veja ainda: Opção pela forma de pagamento do imposto:


Pergunta 003 do capítulo XIII (Lucro Presumido);
Pergunta 004 do capítulo XIV (Lucro Arbitrado);
Perguntas 009 e 010 do capítulo XV (IRPJ -
Pagamento).

Base de cálculo estimada:


Perguntas 12 e seguintes do capítulo XV (IRPJ -
Pagamento).

Período de apuração:
Pergunta 002 do capítulo XIII (Lucro Presumido);
Pergunta 009 do capítulo XIV (Lucro Arbitrado).

Normativo: RIR/2018, arts. 217 a 219.

004 Como se determina o lucro real?

O lucro real será determinado a partir do lucro líquido do período de apuração, obtido na
escrituração comercial (antes da provisão para o imposto de renda) e demonstrado no
Lalur, observando-se que:

1) serão adicionados ao lucro líquido:


a) os custos, despesas, encargos, perdas, provisões, participações e quaisquer outros
valores deduzidos na apuração do lucro líquido que, de acordo com a legislação
tributária, não sejam dedutíveis na determinação do lucro real (exemplos:

79
resultados negativos de equivalência patrimonial; custos e despesas não
dedutíveis);
b) os resultados, rendimentos, receitas e quaisquer outros valores não incluídos na
apuração do lucro líquido que, de acordo com a legislação tributária, devam ser
computados na determinação do lucro real (exemplos: ajustes decorrentes da
aplicação dos métodos dos preços de transferência; lucros auferidos por controladas
e coligadas domiciliadas no exterior);
2) poderão ser excluídos do lucro líquido:
a) os valores cuja dedução seja autorizada pela legislação tributária e que não tenham
sido computados na apuração do lucro líquido do período de apuração (exemplo:
depreciação acelerada incentivada);
b) os resultados, rendimentos, receitas e quaisquer outros valores incluídos na
apuração do lucro líquido que, de acordo com a legislação tributária, não sejam
computados na determinação do lucro real (exemplos: resultados positivos de
equivalência patrimonial; dividendos);
3) poderão ser compensados, total ou parcialmente, à opção do contribuinte, os
prejuízos fiscais de períodos de apuração anteriores, desde que observado o limite
máximo de trinta por cento do lucro líquido ajustado pelas adições e exclusões
previstas na legislação tributária. O prejuízo compensável é o apurado na
demonstração do lucro real de períodos anteriores e registrado no Lalur (Parte B).

Notas:

O montante positivo do lucro real, base para compensação de


prejuízos fiscais de períodos de apuração anteriores, poderá
ser determinado, também, a partir de prejuízo líquido do
próprio período de apuração, constante da escrituração
comercial.

Normativo: Lei nº 8.981, de 1995, art. 42; e


RIR/2018, arts. 260 e 261.

005 O que são “despesas incorridas”?

Despesas incorridas são aquelas de competência do período de apuração, relativas a bens


empregados ou a serviços consumidos nas transações ou operações exigidas pela
atividade da empresa, tenham sido pagas ou não.

De acordo com o PN CST nº 58, de 1977, a obrigação de pagar determinada despesa


(enquadrável como operacional) nasce quando, em face da relação jurídica que lhe deu
causa, já se verificaram todos os pressupostos materiais que a tornaram incondicional,
vale dizer, exigível independentemente de qualquer prestação por parte do respectivo
credor. Despesas incorridas são, portanto, aquelas decorrentes de bens empregados ou de

80
serviços consumidos nas transações ou operações exigidas pela atividade da empresa, em
relação às quais já tenha nascido a obrigação correspondente, ainda que o respectivo
pagamento venha a ocorrer em período subsequente.

Normativo: PN CST nº 58, de 1977.

006 Quando devem ser apropriadas as despesas pagas ou


incorridas?

Ressalvadas situações especiais, a apropriação das despesas pagas ou incorridas deverá


ser feita no período de apuração em que os bens forem empregados ou os serviços
consumidos, segundo o regime de competência, independentemente da época de seu
efetivo pagamento. Não se pode considerar como incorrida a despesa cuja realização
esteja condicionada à ocorrência de evento futuro.

007 O que são “despesas diferidas”?

Despesas diferidas são aquelas que, embora incorridas no período de apuração, devam ser
registradas em conta do ativo permanente, subgrupo diferido, para apropriação ou
amortização em períodos de apuração futuros. O diferimento de despesas é decorrência
do regime de competência, em razão do qual as despesas devem ser apropriadas
simultaneamente às receitas que gerarem. São exemplos de despesas diferidas: despesas
pré-operacionais, despesas pré-industriais etc.

Notas:

Com a edição da Lei nº 11.941, de 2009, art. 37, que alterou


o disposto no art. 178, § 1º, da Lei nº 6.404, de 1976, o
subgrupo do ativo permanente foi inserido no grupo do ativo
não circulante, sendo substituído pelos subgrupos de
investimentos, imobilizado e intangível (antigo ativo
diferido).

008 Despesas do período de apuração seguinte significa o mesmo


que despesas diferidas?

Não. Despesas do período de apuração seguinte são aquelas que, embora registradas no
período de apuração em curso, são de competência do período de apuração subsequente
e, como tal, classificáveis no ativo circulante.

Exemplo: Parte do prêmio do seguro correspondente ao período de apuração seguinte;


aluguéis antecipados nas mesmas condições etc.

81
Veja ainda: Despesas diferidas: Pergunta 007 deste capítulo.

009 O que são “despesas pré-operacionais”?

Despesas pré-operacionais são despesas registradas (pagas ou incorridas) durante o


período que antecede ao início das operações sociais da empresa, necessárias à sua
organização e implantação ou ampliação de seus empreendimentos.

010 Qual o tratamento tributário a ser dado às empresas que se


encontrem em fase pré-operacional?

Durante o período que anteceder ao início das operações sociais ou à implantação do


empreendimento inicial, a empresa submete-se às mesmas normas de tributação
aplicáveis às demais pessoa jurídicas, apurando seus resultados em obediência ao regime
tributário por ela adotado, de acordo com a legislação fiscal.

Notas:

As despesas pré-operacionais ou pré-industriais não serão


computadas no período de apuração em que incorridas, mas
poderão ser excluídas da apuração do lucro real, em quotas
fixas mensais e no prazo mínimo de 5 (cinco) anos, a partir do
início da operação ou da plena utilização das instalações.
Com a edição da Lei nº 11.941, de 2009, art. 37, que alterou
o disposto no art. 178, § 1º, da Lei nº 6.404, de 1976, o
subgrupo do ativo permanente foi inserido no grupo do ativo
não circulante, sendo substituído pelos subgrupos de
investimentos, imobilizado e intangível.

Normativo: Lei nº 12.973, de 2014, art. 11; e


IN nº 1.700, de 2017, art. 128.

011 Quais são os gastos com a implantação de uma indústria que


deverão ser considerados como “despesas pré-operacionais”?

Todas as despesas necessárias à organização e implantação ou ampliação de empresas,


inclusive aquelas de cunho administrativo, pagas ou incorridas até o início de suas
operações ou plena utilização das instalações, são pré-operacionais ou pré-industriais.

82
A empresa deverá imobilizar as aquisições de bens e direitos, classificáveis no ativo
permanente, e lançar em despesas pré-operacionais as despesas, respeitando, sempre, as
condições gerais de dedutibilidade e os limites estabelecidos pela legislação tributária, já
que estes limites são válidos tanto para as despesas operacionais quanto para as pré-
operacionais.

Notas:

Com a edição da Lei nº 11.941, de 2009, art. 37, que alterou


o disposto no art. 178, § 1º, da Lei nº 6.404, de 1976, o
subgrupo do ativo permanente foi inserido no grupo do ativo
não circulante, sendo substituído pelos subgrupos de
investimentos, imobilizado e intangível.

Normativo: PN CST nº 72, de 1975.

012 Os dispêndios com mão de obra empregada na construção de


imóvel da empresa (ativo permanente) constituem despesa
operacional dedutível?

Não. Deverão integrar o valor do imóvel destinado ao imobilizado.

Notas:

Com a edição da Lei nº 11.941, de 2009, art. 37, que alterou


o disposto no art. 178, § 1º, da Lei nº 6.404, de 1976, o
subgrupo do ativo permanente foi inserido no grupo do ativo
não circulante, sendo substituído pelos subgrupos de
investimentos, imobilizado e intangível.

013 Como as empresas não imobiliárias devem classificar a conta


representativa de “construções em andamento”?

Para as empresas que não explorem a atividade imobiliária, as aplicações que representem
construções em andamento devem ser classificadas em conta do ativo permanente
(imobilizado). No caso de empreendimento que envolva a construção de bens de
naturezas diversas, a empresa deverá fazer a distribuição contábil dos acréscimos de
maneira a permitir, ao término da construção, a correta identificação de cada bem,
segundo sua natureza e as taxas anuais de depreciação a eles aplicáveis.

Notas:

83
Com a edição da Lei nº 11.941, de 2009, art. 37, que alterou
o disposto no art. 178, § 1º, da Lei nº 6.404, de 1976, o
subgrupo do ativo permanente foi inserido no grupo do ativo
não circulante, sendo substituído pelos subgrupos de
investimentos, imobilizado e intangível.

Normativo: PN CST nº 2, de 1983.

014 Como devem ser classificadas as contas que registrem


recursos aplicados na aquisição de partes, peças, máquinas e
equipamentos de reposição de bens do ativo imobilizado,
enquanto mantidos em almoxarifado?

As contas que registram recursos aplicados para manutenção, em almoxarifado, de partes


e peças, máquinas e equipamentos de reposição, que têm por finalidade manter constante
o exercício normal das atividades da pessoa jurídica, devem ser classificadas no ativo
imobilizado sempre que sua utilização representar acréscimo de vida útil superior a um
ano ao bem no qual ocorrer a sua aplicação.

De acordo com o art. 354 do RIR/2018, a vida útil do bem é aquela prevista no ato de sua
aquisição. Nestas condições, serão agregadas ao valor do bem por ocasião de sua
utilização.

As demais partes e peças que não representem, quando aplicadas ao bem, acréscimo de
vida útil superior a um ano, são classificadas como estoques, sendo levadas a custos ou
despesas por ocasião de sua utilização.

Normativo: RIR/2018, arts. 313 e 354; e


PN CST nº 2, de 1984.

015 Como são apropriadas contabilmente as aplicações de partes


e peças na reparação e manutenção de bens do imobilizado das
quais resulte aumento de vida útil superior a um ano?

A vida útil do bem é aquela prevista no ato de sua aquisição conforme o art. 354 do
RIR/2018.

Os gastos com reparos, conservação ou substituição de partes e peças de bens do ativo


imobilizado, de que resulte aumento de vida útil superior a um ano, deverão ser
incorporados ao valor do bem, para servirem de base a futuras depreciações no novo prazo
de depreciação previsto para o bem recuperado.

84
Exemplo 1:

Bem adquirido em 1º/01/2011 100.000,00

Custo das partes e peças substituídas em julho de 2015, com


50.000,00
aumento de vida útil estimado em 2,0 anos

Depreciação registrada até 30/06/2015 = 54 meses = 4 anos e


45%
meio, à taxa de 10% a.a.

Prazo restante para depreciação do bem na data da reforma - 66


55%
meses = 5,5 anos, 10% a.a.

Com a transferência do valor da depreciação acumulada para a conta do valor


original do bem:

Novo valor contábil do bem = Valor residual + custo da reforma


105.000,00
(55.000,00 + 50.000,00)

Novo prazo de vida útil (66 meses + 24 meses) 90 meses

13,3333% ao ano,
Nova taxa de depreciação: (100% : 90 meses) ou 1,1111% ao
mês

Sem a transferência do valor da depreciação acumulada para a conta do valor


original do bem:

Novo valor do bem = Custo de aquisição anterior + custo da


150.000,00
reforma (100.000,00 + 50.000,00)

Novo prazo de vida útil (66 meses + 24 meses) 90 meses

Nova taxa de depreciação:


9,3337% ao ano
(105.000,00 / 150.000,00) x (100% / 90 meses) ou 0,7778% ao
Outra forma de cálculo: mês, sobre o valor
total, no caso
105.000,00 / 90 meses = 1.166,67
150.000,00
(1.166,67 / 150.000,00) x 100 = 0,7778% ao mês

Alternativamente, a pessoa jurídica poderá:

a) aplicar o percentual de depreciação correspondente à parte não depreciada do bem


sobre os custos de substituição das partes ou peças;

85
b) apurar a diferença entre o total dos custos de substituição e o valor determinado
conforme o item “a”;
c) escriturar o valor de “a” a débito das contas de resultado;
d) escriturar o valor de “b” a débito da conta do ativo imobilizado que registra o bem,
o qual terá novo valor contábil depreciável no novo prazo de vida útil previsto.
Não interfere, na fixação da nova taxa de depreciação a ser utilizada, o eventual saldo da
depreciação acelerada incentivada controlado na Parte B do Lalur.

Exemplo 2: (utilizando-se os mesmos dados do exemplo 1)

Bem adquirido em 1º/01/2011 100.000,00

Custo das partes e peças substituídas em julho de 2015, com


50.000,00
aumento de vida útil estimado em 2,0 anos

Depreciação registrada até 30/06/2015 = 54 meses = 4 anos e


45%
meio, à taxa de 10% a.a.

Prazo restante para depreciação do bem na data da reforma - 66


55%
meses = 5,5 anos, 10% a.a.

% da parte não depreciada do bem aplicado sobre o valor da


27.500,00
reforma a ser debitada no resultado (55%x 50.000,00)

Diferença a ser debitada no imobilizado:


22.500,00
(50.000,00 - 27.500,00)

Novo prazo de vida útil para o bem recuperado 5,5 anos + 2,0
90 meses
anos = 7,5 anos

Nova taxa de depreciação aplicável sobre o custo de aquisição


do bem registrado na contabilidade acrescido do custo de
reforma ativado: Residual contábil / Novo custo de aquisição 8,4348% ao ano
(77.500,00 / 122.500,00) x (100% / 90 meses) ou 0,7029% ao
mês, sobre o valor
Outra forma de cálculo pode ser a seguinte: total do bem, no
77.500,00 / 90 meses = 861,11 caso 122.500,00
(861,11 / 122.500,00) x 100 = 0,7029%

Notas:

Os gastos aqui referidos são os que se destinam a recuperar o


bem para recolocá-lo em condições de funcionamento,
mantendo as suas características. Não se aplica aos casos em
que ocorre mudança na configuração, na natureza ou no tipo

86
do bem (sobre os gastos que devam ou não ser capitalizados
ver o PN CST nº 2, de 1984).

Normativo: RIR/2018, art. 354, §§ 1º e 2º; e


PN CST nº 22, de 1987, subitem 3.2.

016 Como podem ser tratados os gastos com reparos, conservação


ou substituição de partes e peças de bens do ativo imobilizado
quando não resultem em aumento de sua vida útil?

Serão admitidas como custo ou despesa operacional as despesas com reparos e


conservação de bens e instalações destinadas a mantê-los em condições eficientes de
operação.

Somente serão admitidas como dedutíveis as despesas de manutenção, reparo,


conservação e quaisquer outros gastos com bens imóveis ou móveis, quando se
caracterizarem como intrinsecamente relacionadas com a produção ou comercialização
dos bens e serviços.

Notas:

A pessoa jurídica que, indevidamente, tiver incorporado ao


valor do bem os gastos com reparos nele efetuados poderá:
a) promover a regularização mediante lançamento de ajustes
de períodos de apuração anteriores; ou,
b) aplicar sobre o valor agregado taxa de depreciação
correspondente ao prazo restante de vida útil do bem, ou
ajustar a taxa de depreciação, a ser aplicada sobre o novo valor
do bem registrado no ativo, a fim de que ele se encontre
totalmente depreciado ao final do prazo restante de sua vida
útil prevista no ato de aquisição.

Exemplo: Tomemos um bem com prazo de vida útil de dez


anos e que se encontra, após cinco anos de utilização,
registrado no ativo por R$100.000,00, (depreciação
acumulada = R$50.000,00), no qual foram efetuados reparos
destinados, tão-somente, a mantê-lo em condições eficientes
de operação, no valor de R$40.000,00. Como lhe restam cinco
anos de vida útil, sobre o valor dos reparos efetuados poderá
ser aplicada a taxa de depreciação de vinte por cento a.a.,
aumentando a depreciação anual de dez por cento sobre o
valor do bem, R$10.000,00 em mais R$8.000,00, perfazendo
R$18.000,00 de depreciação anual. Por outro lado, esses
mesmos R$18.000,00 representam, em relação ao valor do

87
bem registrado no ativo, acrescido dos gastos com reparos
(R$140.000,00), uma taxa anual de depreciação de 12,86%.

Normativo: RIR/2018, art. 354.

017 Como são tributadas as operações efetuadas com ouro?

Segundo a natureza das transações, operações com ouro têm o seguinte tratamento
tributário:

a) as operações de mútuo e de compra vinculada à revenda, no mercado secundário,


tendo por objeto ouro, ativo financeiro, são equiparadas às operações de renda fixa
para fins de incidência do imposto de renda na fonte (RIR/2018, art. 797);
b) aplicam-se aos ganhos líquidos auferidos por qualquer beneficiário na alienação de
ouro, ativo financeiro, as regras relativas aos ganhos obtidos no mercado de renda
variável (RIR/2018, art. 839). Considera-se ganho líquido o resultado positivo
auferido nas operações realizadas em cada mês, admitida a dedução dos custos e
despesas incorridos, necessários à realização das operações, e a compensação das
perdas efetivas ocorridas no período, ou em períodos anteriores, decorrentes dessa
modalidade (RIR/2018, art. 841). O ganho líquido obtido na alienação do citado
ativo está sujeito à incidência mensal do imposto de renda, à alíquota de quinze por
cento (alíquota aplicável a partir de 1º/01/2005), sendo o cálculo e recolhimento do
imposto efetuado em separado dos demais rendimentos, pela própria pessoa
jurídica. O imposto recolhido em separado poderá ser compensado com aquele
apurado com base no lucro real, presumido e arbitrado. Os resultados decorrentes
das operações no mercado de renda variável integram a apuração do lucro real,
presumido e arbitrado, e a correspondente base de cálculo da CSLL.

Lei nº 11.033, de 2004, art. 2º; e


Normativo:
RIR/2018, arts. 797, 839 e 841.

018 Como deverão ser registrados, na contabilidade da pessoa


jurídica, os bens adquiridos por meio de consórcio?

A pessoa jurídica que adquirir bens por meio de consórcio poderá se defrontar com duas
fases distintas que refletem, necessariamente, procedimentos diversos: a primeira,
evidencia o período que antecede ao recebimento do bem, mas que implica desembolso
efetivo do consorciado; a segunda, surge com o recebimento do bem, mediante sorteio ou
antecipação de quotas (lance), remanescendo ou não saldo devedor.

Nestas condições, deverá registrar:


a) na primeira fase, os desembolsos iniciais como adiantamento a fornecedores, ou
seja, as parcelas pagas antes do efetivo recebimento do bem, em conta do ativo

88
imobilizado, sendo admissível, a critério exclusivo da pessoa jurídica, o registro no
circulante ou no realizável a longo prazo, considerando-se os princípios contábeis
recomendados para cada caso específico;
b) na segunda fase, por ocasião do recebimento do bem, em conta específica e
definitiva do ativo permanente, pelo valor constante na nota fiscal pela qual o bem
foi faturado.

Notas:

Com a edição da Lei nº 11.941, de 2009, art. 37, que alterou


o disposto no art. 178, § 1º, da Lei nº 6.404, de 1976, o
subgrupo do ativo permanente foi inserido no grupo do ativo
não circulante, sendo substituído pelos subgrupos de
investimentos, imobilizado e intangível.Da mesma forma, o
subgrupo do ativo realizável a longo prazo foi inserido no
grupo do ativo não circulante.

Veja ainda: Registro após o recebimento do bem em consórcio:


Pergunta 019 deste capítulo.

Normativo: PN CST nº 1, de 1983.

019 Sendo, normalmente, a contrapartida dos desembolsos da


primeira fase a conta que registra disponibilidade, qual a
contrapartida a ser utilizada na segunda fase, no caso de bem
adquirido mediante consórcio?

Por ocasião do recebimento do bem, a conta específica do ativo permanente que registrar
o valor do bem constante da nota fiscal terá como contrapartida:

a) conta do ativo que registrou as antecipações pagas, conforme o disposto no item


“a” da pergunta 018 deste capítulo;
b) conta do passivo que irá registrar o saldo devedor na época do recebimento do bem
(número de parcelas vincendas multiplicado pelo valor destas na data do
recebimento do bem).

Notas:

1) Com a edição da Lei nº 11.941, de 2009, art. 37, que alterou


o disposto no art. 178, § 1º, da Lei nº 6.404, de 1976, o
subgrupo do ativo permanente foi inserido no grupo do ativo
não circulante, sendo substituído pelos subgrupos de
investimentos, imobilizado e intangível;

89
2) A diferença, positiva ou negativa, resultante do somatório
dos valores consignados em “a” e “b”, em confronto com o
valor constante da nota fiscal, deverá ser tratada como
variação monetária ativa ou passiva, conforme o caso.

Veja ainda: Registro de bens adquiridos em consórcio:


Pergunta 018 deste capítulo.

Normativo: PN CST nº 1, de 1983.

020 Como deverão ser tratados os reajustes posteriores à época do


recebimento do bem adquirido por meio de consórcio?

As variações do saldo devedor que ocorrerem no futuro, decorrentes da modificação no


valor das prestações, serão refletidas nas contas que registram a obrigação, sendo sua
contrapartida considerada como variação monetária passiva (ou ativa).

Normativo: PN CST nº 1, de 1983.

021 Qual o tratamento tributário das operações de arrendamento


mercantil?

Na hipótese de operações de arrendamento mercantil que não estejam sujeitas ao


tratamento tributário previsto pela Lei nº 6.099, de 12 de setembro de 1974, as pessoas
jurídicas arrendadoras deverão reconhecer, para fins de apuração do lucro real, o resultado
relativo à operação de arrendamento mercantil proporcionalmente ao valor de cada
contraprestação durante o período de vigência do contrato.

Notas:

1) A pessoa jurídica deverá proceder, caso seja necessário,


aos ajustes ao lucro líquido para fins de apuração do lucro
real, no livro de que trata o inciso I do caput do art. 8º do
Decreto-Lei nº 1.598, de 26 de dezembro de 1977;
2) O disposto nesta pergunta aplica-se somente às operações
de arrendamento mercantil em que há transferência
substancial dos riscos e benefícios inerentes à propriedade do
ativo;
3) Para efeitos do disposto nesta pergunta, entende-se por
resultado a diferença entre o valor do contrato de

90
arrendamento e somatório dos custos diretos iniciais e o custo
de aquisição ou construção dos bens arrendados;
4) Na hipótese de a pessoa jurídica de que trata esta pergunta
ser tributada pelo lucro presumido ou arbitrado, o valor da
contraprestação deverá ser computado na determinação da
base de cálculo do imposto sobre a renda;
5) Poderão ser computadas na determinação do lucro real da
pessoa jurídica arrendatária as contraprestações pagas ou
creditadas por força de contrato de arrendamento mercantil,
referentes a bens móveis ou imóveis intrinsecamente
relacionados com a produção ou comercialização dos bens e
serviços, inclusive as despesas financeiras nelas consideradas;
6) São indedutíveis na determinação do lucro real as despesas
financeiras incorridas pela arrendatária em contratos de
arrendamento mercantil;
7) O disposto no item 6 também se aplica aos valores
decorrentes do ajuste a valor presente, de que trata o inciso III
do caput do art. 184 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de
1976.

Lei nº 12.973, de 2014, arts. 46 a 48.


Normativo:
Vide arts. 172 a 177 da IN RFB nº 1.700, de 2017.

022 Quando devem ser baixados os bens obsoletos, constantes do


Ativo Imobilizado da pessoa jurídica?

Quaisquer bens constantes do ativo imobilizado da pessoa jurídica, quer estejam


totalmente depreciados ou não, somente podem ser baixados da contabilidade e do
controle patrimonial concomitantemente à efetiva baixa física do bem.

Normativo: PN CST nº 146, de 1975.

023 O imposto ou contribuição que o contribuinte esteja discutindo


judicialmente poderá ser considerado como despesa dedutível
na determinação do lucro real?

Não. Neste caso, os tributos provisionados devem ser escriturados na Parte A do Lalur,
como adição ao lucro líquido para fins de apuração do lucro real, sendo controlados na
Parte B do mesmo livro até que ocorra o desfecho da ação. Sendo o resultado da ação:

91
a) desfavorável ao contribuinte, implicará a conversão do depósito judicial porventura
existente em renda da União, possibilitando o reconhecimento da dedutibilidade do
tributo ou contribuição, com a baixa do valor escriturado na Parte B do Lalur, e a
sua exclusão na Parte A no período de apuração correspondente;
b) favorável ao contribuinte, resultará no levantamento de eventuais depósitos
judiciais existentes, ocorrendo, então, a reversão para o resultado ou patrimônio
líquido dos valores da provisão, bem como a baixa na Parte B do Lalur, dos valores
ali controlados, e a sua exclusão na parte A no período de apuração correspondente,
esta, procedida unicamente naquela primeira hipótese (reversão para o resultado).

Notas:

As despesas relativas ao IRPJ e à CSLL não são dedutíveis


das bases de cálculo desses mesmos tributos.

024 A pessoa jurídica cedente poderá considerar dedutível a


despesa com depreciação dos bens cedidos em comodato?

A depreciação será deduzida somente pelo contribuinte que suportar o encargo


econômico do desgaste ou obsolescência, de acordo com as condições de propriedade,
posse ou uso do bem.
Não é admitida a dedutibilidade de quotas de depreciação de bens que não estejam sendo
utilizados na produção dos rendimentos, nem nos destinados à revenda.
Pelo exposto, se os bens cedidos em comodato estiverem intrinsecamente relacionados
com a produção ou comercialização dos bens ou serviços fornecidos pela cedente,
considera-se a depreciação reconhecida desses bens despesa necessária, usual e normal
naquele tipo de atividade, e, estando a relação entre as partes devidamente amparada por
documentação legal, hábil e suficiente, admite-se a dedutibilidade das quotas de
depreciação para estes bens.

Normativo: RIR/2018, art. 317.

025 O art. 4º, da Lei nº 9.959, de 2000, dispõe que a contrapartida


da reavaliação de quaisquer bens da pessoa jurídica somente
pode ser computada em conta de resultado ou na determinação
do lucro real e da base de cálculo da CSLL, quando ocorrer a
efetiva realização do bem reavaliado. Essa disposição ampliou
a possibilidade de constituição de reavaliação sobre outras
espécies de bens que não aqueles classificados no ativo
imobilizado da entidade?

Não. A possibilidade de constituição de reservas de reavaliação sobre outras espécies de


bens sempre existiu, uma vez que sua base legal era a Lei nº 6.404, de 1976, em seus
arts. 8º e 182, § 3º.

92
Ocorre que, antes do advento das disposições do art. 4º da Lei nº 9.959, de 2000, a
reavaliação de quaisquer bens que não fossem classificados no ativo imobilizado da
entidade deveria ser oferecida à tributação, porque, quando de sua constituição, não havia
previsão legal amparando o diferimento da contrapartida da reavaliação registrada no
patrimônio líquido ou no resultado.
Também era oferecida à tributação, por se considerar realizada a reserva de reavaliação
de bens classificados no imobilizado, quando de sua capitalização (exceto bens imóveis
e direitos de exploração de patentes).
Com as alterações introduzidas pela Lei nº 9.959, de 2000, art. 4º, a contrapartida da
reavaliação efetuada somente pode ser oferecida à tributação, quer pelo reconhecimento
em conta de resultado, quer pela adição ao lucro líquido para fins de apuração do lucro
real, por ocasião de sua efetiva realização. A efetiva realização do bem se dá no período
em que ocorrer:
a) alienação, sob qualquer forma;
b) depreciação, amortização ou exaustão; e
c) baixa por perecimento.

Notas:

1) O § 3º do art. 182 da Lei nº 6.404, de 1976, teve sua redação


alterada pela Lei nº 11.638, de 2007. Com essa alteração, a
empresa não mais poderá registrar valores na conta de reserva
de reavaliação. Em seu lugar, foi criada a conta de “ajustes de
avaliação patrimonial”;
2) Em face do contido no item anterior, o saldo existente na
conta de reserva de reavaliação deveria ser mantido até a sua
efetiva realização, ou estornado até 31 de dezembro de 2008.
3) As disposições contidas na legislação tributária sobre
reservas de reavaliação aplicam-se somente aos saldos
remanescentes na escrituração comercial em 31 de dezembro
de 2013, para os optantes conforme o art. 75 da Lei nº 12.973,
de 2014, ou em 31 de dezembro de 2014, para os não optantes,
e até a sua completa realização.

Normativo: Lei das S.A. - Lei nº 6.404, de 1976, arts. 8º e 182;


Lei nº 9.959, de 2000, art. 4º ;
Lei nº 12.973, de 2014, art. 60; e
Decreto-Lei nº 1.978, de 1982, art. 3º.

93
026 O que se entende por “lucro líquido do período de apuração”?

O lucro líquido do período de apuração é a soma algébrica do lucro operacional, dos


resultados não operacionais e das participações, e deverá ser determinado com
observância dos preceitos da lei comercial.

Ao fim de cada período de apuração do imposto (trimestral ou anual), o contribuinte


deverá apurar o lucro líquido, mediante elaboração do balanço patrimonial, da
demonstração do resultado do período de apuração e da demonstração dos lucros ou
prejuízos acumulados, com observância das disposições da lei comercial.

Notas:

Com a edição da Lei nº 11.941, de 2009, art. 37, que alterou


o disposto no art. 187, IV, da Lei nº 6.404, de 1976, a
designação “receitas e despesas não operacionais” foi
substituída pela denominação “outras receitas e outras
despesas”.

Normativo: RIR/2018, arts. 259 e 286, caput.

027 Como deverá ser apurado o lucro líquido do período de


apuração pelas pessoas jurídicas sujeitas à tributação com base
no lucro real?

O lucro líquido do período de apuração de qualquer pessoa jurídica, ainda que não
constituída sob a forma de sociedade por ações, deverá ser apurado com observância das
disposições da Lei nº 6.404, de 1976, e alterações posteriores, conforme o disposto no
RIR/2018, art. 286, § 1º.
Assim, a escrituração deverá ser mantida em registro permanente, em obediência aos
preceitos da legislação comercial, e aos Princípios Fundamentais de Contabilidade,
devendo observar métodos e critérios contábeis uniformes no tempo e registrar as
mutações patrimoniais segundo o regime de competência.

Normativo: Lei das S.A. - Lei nº 6.404, de 1976, arts. 191, 187, 189
e 190; e
RIR/2018, art. 286, § 1º.

94
028 Quais as alíquotas aplicáveis sobre o lucro, para determinar o
imposto de renda devido pela pessoa jurídica em cada período
de apuração?

A partir do ano-calendário de 1996, as pessoas jurídicas, independentemente da forma de


constituição e da natureza da atividade exercida, passaram a pagar o imposto de renda à
alíquota de quinze por cento, incidente sobre a base de cálculo apurada na forma do lucro
real, presumido ou arbitrado.

Normativo: Lei nº 9.249, de 1995, art. 3º.

029 Quando se considera devido o adicional do IRPJ e qual a


alíquota aplicável no seu cálculo?

Sobre a parcela do lucro real, presumido ou arbitrado que exceder o valor resultante da
multiplicação de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) pelo número de meses do respectivo
período de apuração, o adicional incidirá à alíquota de dez por cento. Aplica-se esse
adicional, inclusive, na exploração da atividade rural e, também, nas hipóteses de
incorporação, fusão e cisão.

Notas:

1) A alíquota do adicional é única para todas as pessoas


jurídicas, inclusive para as instituições financeiras, sociedades
seguradoras e assemelhadas;
2) Na apuração por estimativa, é também devido o adicional
sobre a parcela da base de cálculo que exceder a R$ 20.000,00
(vinte mil reais) mensais;
3) O valor do adicional deverá ser recolhido juntamente com
o IRPJ;
4) A sociedade em conta de participação (SCP) apura o
imposto e o adicional em separado do imposto e adicional do
sócio ostensivo.

Normativo: RIR/2018, arts. 225, parágrafo único.

95
030 Quais os valores que poderão ser deduzidos do adicional do
IRPJ?

Não serão permitidas quaisquer deduções do valor do adicional, o qual deverá ser
recolhido integralmente como receita da União.

Nota:

Essa vedação não alcança as isenções e reduções do imposto


apuradas com base no lucro da exploração (RIR/2018, art. 626
- isenções e reduções para empresas situadas nas áreas da
Sudene/Sudam), que também são calculadas sobre o valor do
adicional, exceto na hipótese de depósito para reinvestimento.

Normativo: RIR/2018, arts. 625 e 626; e


IN SRF nº 267, de 2002, art. 115, § 8º.

96
Capítulo VII - Escrituração 2019

Lalur

001 O que vem a ser o Livro de Apuração do Lucro Real (Lalur)?

O Livro de Apuração do Lucro Real, também conhecido pela sigla Lalur, é um livro de
escrituração de natureza eminentemente fiscal, criado pelo Decreto-Lei nº 1.598,
de 1977, conforme previsão do § 2º do art. 177 da Lei nº 6.404, de 1976, e alterações
posteriores, e destinado à apuração extra contábil do lucro real sujeito à tributação pelo
imposto de renda em cada período de apuração, à apuração do Imposto sobre a Renda
devido, com a discriminação das deduções, quando aplicáveis, e demais informações
econômico-fiscais da pessoa jurídica, contendo, ainda, elementos que poderão afetar os
resultados de períodos futuros e não constem na escrituração comercial.

O Lalur será entregue em meio digital (e-Lalur) e deve ser elaborado de forma integrada
às escriturações comercial e fiscal, completada a ocorrência de cada fato gerador do
imposto, devendo discriminar:

a) o lucro líquido do período de apuração;


b) os registros de ajuste do lucro líquido, com identificação das contas analíticas
do plano de contas e indicação discriminada por lançamento correspondente na
escrituração comercial, quando presentes;
c) o lucro real;
d) a apuração do Imposto sobre a Renda devido, com a discriminação das
deduções, quando aplicáveis; e
e) as demais informações econômico-fiscais da pessoa jurídica.
Relativamente à contribuição social sobre o lucro líquido devem ser informados no e-
Lacs:

I - os lançamentos de ajustes do lucro líquido do período, relativos a adições,


exclusões ou compensações prescritas ou autorizadas pela legislação tributária;
II - a demonstração da base de cálculo e o valor da contribuição social sobre o
lucro líquido devida com a discriminação das deduções, quando aplicáveis; e
III - os registros de controle de base de cálculo negativa da contribuição social
sobre o lucro líquido a compensar em períodos subsequentes, e demais valores
que devam influenciar a determinação da base de cálculo da contribuição social
sobre o lucro líquido de períodos futuros e não constem na escrituração comercial.
Para os contribuintes que apuram o imposto sobre a renda pela sistemática do lucro real,
a Escrituração Contábil Fiscal (ECF) é o Lalur. O Manual de Orientação do Leiaute da
ECF, contendo informações de leiaute do arquivo de importação, regras de validação
aplicáveis aos campos, registros e arquivos, tabelas de códigos utilizadas e regras de

97
retificação da ECF, será divulgado pela Coordenação-Geral de Fiscalização (Cofis) por
meio de Ato Declaratório Executivo publicado no Diário Oficial da União (DOU).

Notas:

1) A companhia observará exclusivamente no Lalur, sem


qualquer modificação da escrituração mercantil e das
demonstrações reguladas pela lei comercial (Lei nº 6.404, de
1976), as disposições da lei tributária que prescrevam,
conduzam ou incentivem a utilização de métodos ou critérios
contábeis diferentes ou determinem registros, lançamentos ou
ajustes;
2) A modificação ou a adoção de métodos e critérios
contábeis, por meio de atos administrativos emitidos com
base em competência atribuída em lei comercial, que sejam
posteriores a 12 de novembro de 2013, não terá implicação na
apuração dos tributos federais até que lei tributária regule a
matéria;
3) Para fins do disposto no item anterior, compete à
Secretaria da Receita Federal do Brasil, no âmbito de suas
atribuições, identificar os atos administrativos emitidos pelas
entidades contábeis e órgãos reguladores e dispor sobre os
procedimentos para anular os efeitos desses atos sobre a
apuração dos tributos federais;
4) A Coordenação Geral de Tributação da Secretaria da
Receita Federal do Brasil por meio de Ato Declaratório
Executivo identificará os atos administrativos que não
contemplem modificação ou adoção de métodos e critérios
contábeis, ou que tal modificação ou adoção não tenha efeito
na apuração dos tributos federais;
5) No Lalur, que será entregue em meio digital, ao Sistema
Público de Escrituração Digital – SPED, na forma da IN RFB
nº 1.422, de 2013, será transcrita a demonstração do lucro real
e a apuração do Imposto sobre a Renda;

Normativo: Lei das S.A. - Lei nº 6.404, de 1976, art. 177, § 2º, com
a alteração introduzida pela Lei nº 11.941, de 2009, arts.
37 e 38;
RIR/2018, art. 277;
Instrução Normativa RFB nº 1.422, de 19 de dezembro
de 2013, art. 4º;

98
Instrução Normativa RFB nº 1.700, de 14 de março de
2017, art. 310, §3º;
Decreto-lei nº 1.598, de 1977, art. 7º, §6º, incluído pela
Lei nº 12.973, de 2014, e art. 8º, I; e
Ato Declaratório Executivo COSIT nº 20, de 13 de
julho de 2015; nº 34, de 23 de dezembro de 2015; nº 22,
de 29 de julho de 2016; nº 32, de 12 de setembro de
2017; e nº 33, de 22 de setembro de 2017.

002 Quem está obrigado à escrituração do Lalur?

Estão obrigadas à escrituração do Lalur todas as pessoas jurídicas contribuintes do


imposto de renda com base no lucro real, inclusive aquelas que espontaneamente optarem
por esta forma de apuração.

As pessoas jurídicas ficam dispensadas, em relação aos fatos ocorridos a partir de 1º de


janeiro de 2014, da escrituração do Livro de Apuração do Lucro Real (Lalur) em meio
físico e da entrega da Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica
(DIPJ), tendo em vista a obrigatoriedade de envio da ECF.

Notas:

1) O sujeito passivo que deixar de apresentar Lalur, nos prazos


fixados em ato normativo da Secretaria da Receita Federal do
Brasil, ou que o apresentar com inexatidões, incorreções ou
omissões, fica sujeito às seguintes multas:
I - equivalente a 0,25% (vinte e cinco centésimos por cento),
por mês-calendário ou fração, do lucro líquido antes do
Imposto de Renda da pessoa jurídica e da Contribuição Social
sobre o Lucro Líquido, no período a que se refere a apuração,
limitada a 10% (dez por cento) relativamente às pessoas
jurídicas que deixarem de apresentar ou apresentarem em
atraso o livro; e
II - 3% (três por cento), não inferior a R$ 100,00 (cem reais),
do valor omitido, inexato ou incorreto;

2) A multa de que trata o inciso I da Nota 1 será limitada em:


I - R$ 100.000,00 (cem mil reais) para as pessoas jurídicas
que no ano-calendário anterior tiverem auferido receita bruta
total, igual ou inferior a R$ 3.600.000,00 (três milhões e
seiscentos mil reais);

99
II - R$ 5.000.000,00 (cinco milhões de reais) para as pessoas
jurídicas que não se enquadrarem na hipótese de que trata o
inciso I da Nota 1;

3) A multa de que trata o inciso I da Nota 1 será reduzida:


I - em 90% (noventa por cento), quando o livro for
apresentado em até 30 (trinta) dias após o prazo;
II - em 75% (setenta e cinco por cento), quando o livro for
apresentado em até 60 (sessenta) dias após o prazo;
III - à metade, quando o livro for apresentado depois do prazo,
mas antes de qualquer procedimento de ofício; e
IV - em 25% (vinte e cinco por cento), se houver a
apresentação do livro no prazo fixado em intimação;

4) A multa de que trata o inciso II da Nota 1:


I - não será devida se o sujeito passivo corrigir as inexatidões,
incorreções ou omissões antes de iniciado qualquer
procedimento de ofício; e
II - será reduzida em 50% (cinquenta por cento) se forem
corrigidas as inexatidões, incorreções ou omissões no prazo
fixado em intimação;

5) Na aplicação das multas, quando não houver lucro líquido,


antes do Imposto de Renda e da Contribuição Social, no
período de apuração a que se refere a escrituração, deverá ser
utilizado o lucro líquido, antes do Imposto de Renda e da
Contribuição Social do último período de apuração
informado, atualizado pela taxa referencial do Sistema
Especial de Liquidação e de Custódia - Selic, até o termo final
de encerramento do período a que se refere a escrituração;

6) Sem prejuízo das penalidades previstas, aplica-se o


disposto no art. 47 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995,
à pessoa jurídica que não escriturar o livro de que trata o inciso
I da Nota 1 de acordo com as disposições da legislação
tributária.

Decreto-lei nº 1.598, de 1977, art. 8ª-A, incluído pela


Normativo:
Lei nº 12.973, de 2014, art. 2º; e

100
Instrução Normativa RFB nº 1.422, de 19 de dezembro
de 2013, art. 5º.

003 Como é composto o Lalur?

Para fins de lançamento dos ajustes do lucro líquido do período de apuração, o Lalur será
dividido da seguinte forma:

I - Parte A, destinada aos lançamentos das adições, exclusões e compensações do período


de apuração; e

II - Parte B, destinada exclusivamente ao controle dos valores que não constem na


escrituração comercial da pessoa jurídica, mas que devam influenciar a determinação do
lucro real de períodos futuros.

Instrução Normativa RFB nº 1.700, de 14 de março de


Normativo:
2017, art. 310.

004 Como será feita a escrituração do Lalur?

A escrituração da Parte A deverá obedecer a ordem cronológica e os lançamentos de


adição, exclusão ou compensação deverão ser efetuados de forma clara e individualizada,
com a indicação da conta ou subconta em que os valores tenham sido registrados na
escrituração comercial, inclusive, se for o caso, com a referência do saldo constante na
Parte B.
Tratando-se de ajuste que não tenha registro correspondente na escrituração comercial,
no histórico do lançamento, além da natureza do ajuste, serão indicados os valores sobre
os quais a adição ou exclusão foi calculada.
Os saldos que devam ser escriturados na Parte B do e-Lalur e do e-Lacs da ECF de que
trata a Instrução Normativa RFB nº 1.422, de 2013, devem seguir as seguintes
orientações:

I - Créditos: Valores que constituirão adições ao lucro líquido de exercícios futuros, para
determinação do lucro real e do resultado ajustado respectivo e para baixa dos saldos
devedores;

II - Débitos: Valores que constituirão exclusões nos exercícios subsequentes e para baixa
dos saldos credores.

Instrução Normativa RFB nº 1.700, de 14 de março de


Normativo:
2017, art. 310.

101
005 O que deverá conter a Parte A do Lalur?

Na data de encerramento (seja trimestral ou anual), será transcrita a demonstração do


lucro real, no e-Lalur, que deverá conter:
a) o lucro ou prejuízo líquido constante da escrituração comercial, apurado no período
de apuração;
b) as adições ao lucro líquido, discriminadas item por item, agrupados os valores de
acordo com sua natureza, e a soma das adições;
c) as exclusões do lucro líquido, discriminadas item por item, agrupados os valores de
acordo com sua natureza, e a soma das exclusões;
d) subtotal, obtido pela soma algébrica do lucro ou prejuízo líquido do período com as
adições e exclusões;
e) as compensações que estejam sendo efetivadas no período, e cuja soma não poderá
exceder a trinta por cento do valor positivo do subitem "d"; e
f) o lucro real do período, ou o prejuízo fiscal do período compensável em períodos
subsequentes.

Na parte A do e-Lacs serão apresentadas as seguintes informações da demonstração da


base de cálculo da CSLL de que trata o inciso II do § 1º do art. 50 da Lei nº 12.973,
de 2014:
a) o lucro líquido do período de apuração;
b) registros de ajustes do lucro líquido, com idenficação das contas analíticas do plano de
contas e indicação discriminada por lançamento correspondente na escrituração
comercial, quando presentes; e
c) resultado ajustado.

Os registros de ajuste do lucro líquido do período serão feitos com individuação e clareza,
com identificação, quando for o caso:
a) das subcontas ou contas analíticas do plano de contas e indicação discriminada por
lançamento correspondente na escrituração comercial, quando presentes; ou
b) dos valores sobre os quais a adição ou a exclusão foi calculada, quando se tratar de
ajuste que não tenha registro correspondente na escrituração comercial;

A Coordenação-Geral de Fiscalização, por meio de Ato Declaratório Executivo, publicará


tabela de adições e exclusões referentes a Parte A do e-Lalur e do e-Lacs.

Instrução Normativa RFB nº 1.422, de 19 de dezembro


Normativo:
de 2013, art. 2º, IV;

102
Instrução Normativa RFB nº 1.700, de 14 de março de
2017, art. 310; e
IN SRF nº 28, de 1978.

006 O que deverá conter a Parte B do Lalur?

Na Parte B do e-Lalur serão mantidos os registros de controle de valores que, pelas suas
características, integrarão a tributação de períodos subsequentes, quer como adição, quer
como exclusão ou compensação. Como exemplos, podem ser citados:

a) adições: receitas de variações cambiais diferidas até o momento de sua realização,


ressaltando-se que essas receitas, apropriadas na contabilidade pelo regime de
competência, são inicialmente excluídas no Lalur e, quando realizadas, são
adicionadas nesse livro; receitas de deságios de investimentos avaliados por
equivalência patrimonial diferidos até a realização daqueles investimentos; e valores
relativos à depreciação acelerada incentivada;
b) exclusões: custos ou despesas não dedutíveis no período de apuração em decorrência
de disposições legais ou contratuais; despesas de variações cambiais diferidas até o
momento de sua realização; e despesas de ágios amortizados de investimentos
avaliados por equivalência patrimonial diferidos até a realização daqueles
investimentos; e
c) compensações: prejuízos fiscais de períodos de apuração anteriores, sejam
operacionais ou não operacionais, de períodos anuais ou trimestrais, segundo o
respectivo regime.
Embora não constituam valores a serem excluídos do lucro líquido, mas dedutíveis do
imposto devido, deverão ser mantidos controles dos valores excedentes, utilizáveis no
cálculo das deduções nos anos subsequentes, dos incentivos fiscais, tais como programas
de alimentação do trabalhador.

Na Parte B do e-Lacs serão mantidos os registros de controle de bases de cálculo negativas


da CSLL a compensar em períodos subsequentes e de outros valores que devam
influenciar a determinação do resultado de períodos futuros e não constem na escrituração
comercial.

Notas:

Com a edição da Lei nº 11.941, de 2009, art. 37, que alterou


o disposto no art. 187, IV, da Lei nº 6.404, de 1976, a
designação “receitas e despesas não operacionais” foi
substituída pela denominação “outras receitas e outras
despesas”.

103
Normativo: RIR/2018, art. 277;
IN SRF nº 28, de 1978; e
Instrução Normativa RFB nº 1.700, de 14 de março de
2017, art. 310.

007 Em que época devem ser feitos os lançamentos no Lalur?

Os lançamentos no Lalur devem ser feitos segundo o regime de apuração adotado pelo
contribuinte, como a seguir:

a) Lucro Real Trimestral: na Parte A, os ajustes ao lucro líquido do período serão


feitos no curso do trimestre, ou na data de encerramento deste, no momento da
determinação do lucro real. Na Parte B, concomitantemente com os lançamentos de
ajustes efetuados na Parte A, ou ao final do período de apuração.
b) Lucro Real Anual: se forem levantados balanços ou balancetes para fins de
suspensão ou redução do imposto de renda, as adições, exclusões e compensações
computadas na apuração do lucro real deverão constar, discriminadamente, na Parte
A, para elaboração da demonstração do lucro real do período em curso, não cabendo
nenhum registro na Parte B. Ao final do exercício, com o levantamento do Lucro Real
Anual, deverão ser efetuados todos os ajustes do lucro líquido do período na Parte A,
e os respectivos lançamentos na Parte B.

É admitida a escrituração do Lalur por sistema de


008
processamento eletrônico de dados?

Não. A partir da edição da Medida Provisória nº 627, de 2013, art. 99, inciso IV,
convertida na Lei nº 12.973, de 2014, está revogada essa possibilidade.
O Lalur será entregue em meio digital, ao Sistema Público de Escrituração Digital –
SPED, na forma da IN RFB nº 1.422, de 2013, mediante utilização de certificado digital
válido.

009 Em que repartição deve ser registrado o Lalur?

O Lalur será entregue em meio digital, ao Sistema Público de Escrituração Digital –


SPED, na forma da IN RFB nº 1.422, de 2013, mediante utilização de certificado digital
válido.

Normativo: IN SRF nº 28, de 1978, subitem 1.3.

104
010 O Lalur está dispensado de qualquer autenticação?

Não. O Lalur será entregue em meio digital, ao Sistema Público de Escrituração Digital
– SPED, na forma da IN RFB nº 1.422, de 2013, mediante utilização de certificado digital
válido.

011 Há necessidade de apresentar o Lalur juntamente com a ECF?

Para a pessoa jurídica tributada com base no lucro real, a ECF de que trata a Instrução
Normativa RFB nº 1.422, de 2013, é o Lalur de trata o caput do art. 310, inclusive na
aplicação de multas previstas nos arts. 311 e 312, todos da IN RFB nº 1.700/2017.

Para os contribuintes sujeitos ao lucro real é obrigatória a apresentação do e-Lalur e do e-


Lacs, registros específicos da ECF. Ressalta-se que considera-se não apoiada em
escrituração a declaração entregue sem que estejam discriminados, no Lalur, os ajustes
do lucro líquido, a demonstração do lucro real e do resultado ajustado e os registros
correspondentes.

O Lalur será entregue em meio digital, ao Sistema Público de Escrituração Digital –


SPED, na forma da IN RFB nº 1.422, de 2013, mediante utilização de certificado digital
válido.

Normativo: IN RFB nº 1.700, de 2017, art. 310, § 1º.

012 Como escriturar o prejuízo no Lalur? Qual sua correlação com


o prejuízo registrado na contabilidade? E a base de cálculo
negativa da CSLL?

Para melhor compreensão da questão, deve-se salientar que existem dois prejuízos
distintos: o prejuízo contábil, apurado pela contabilidade na demonstração do resultado
do exercício, e o prejuízo fiscal, apurado na demonstração do lucro real.

A absorção dos prejuízos contábeis segue as determinações da legislação societária,


enquanto as regras de compensação dos prejuízos fiscais são determinadas pela legislação
do Imposto sobre a Renda.

Logo, o prejuízo compensável, para efeito de tributação, é o que for apurado na


demonstração do lucro real de determinado período, obedecendo às normas da legislação
do Imposto sobre a Renda.

Esse prejuízo (fiscal) é o que será registrado na Parte B do e-Lalur, para compensação
nos períodos de apuração subsequentes, independentemente da compensação ou absorção

105
de prejuízo contábil. Seu controle será efetuado exclusivamente na Parte B, com
utilização de conta (folha) distinta para o prejuízo correspondente a cada período.

A utilização desse prejuízo (fiscal) para compensação com lucro real apurado
posteriormente em períodos de apuração subsequentes poderá ser efetuada, total ou
parcialmente, independentemente de prazo, devendo ser observado apenas, em cada
período de apuração, o limite de trinta por cento do respectivo lucro líquido ajustado
(lucro líquido do período + adições – exclusões). O valor utilizado é levado a débito na
conta de controle (Parte B) e transferido para a Parte A do livro, com vistas a ser
computado na demonstração do lucro real, na qual será registrado como compensação.

No que tange à CSLL, a base de cálculo negativa compensável, para efeito de tributação,
é a que for apurada na demonstração da base de cálculo da CSLL de determinado período,
obedecendo às normas da legislação.
A base de cálculo negativa será registrada e controlada na Parte B do e-Lacs, para
compensação nos períodos de apuração subsequentes, e sua utilização, em períodos de
apuração subsequentes, poderá ser efetuada, total ou parcialmente, devendo ser
observado, em cada período de apuração, o limite de trinta por cento do respectivo lucro
líquido ajustado (lucro líquido do período + adições – exclusões). O valor utilizado é
levado a débito na conta de controle (Parte B) e transferido para a Parte A do livro, com
vistas a ser computada na demonstração do resultado ajustado, na qual será registrada
como compensação.

Notas:

Para o correto preenchimento da ECF, verifique a


seção "Registro do Prejuízo Fiscal do Período na Pate B do e-
Lalur" no Manual de Orientação do Leiaute da ECF.

Normativo: IN RFB nº 1.700, de 2017, arts. 203 a 207.

013 Existe prazo para a compensação de prejuízos fiscais?

Não. De acordo com a legislação fiscal, não há prazo para a compensação de prejuízos
fiscais, mesmo relativamente àqueles apurados anteriormente à edição da Lei nº 8.981,
de 1995, com as alterações da Lei nº 9.065, de 1995. Entretanto, a compensação está
condicionada à manutenção dos livros e documentos exigidos pela legislação fiscal,
comprobatórios da existência do prejuízo fiscal utilizado.

Normativo: RIR/2018, art. 510.

106
Existe limite para a compensação de prejuízos fiscais e de
014
bases de cálculo negativas de CSLL?

Sim. Para efeito de determinar o lucro real e o resultado ajustado, o lucro líquido ajustado
pelas adições e exclusões previstas ou autorizadas pela legislação do Imposto sobre a
Renda e da CSLL só poderá ser reduzido em, no máximo, trinta por cento de seu valor.

Normativo: RIR/2018, art. 580.


Instrução Normativa RFB nº 1.700, de 2017, arts. 203 e
207.

015 A lei faz distinção entre a compensação de prejuízos


operacionais e não operacionais?

Sim. Apesar desta não ser a nomenclatura atualmente utilizada em virtude da edição da
Lei nº 11.941, de 2009, há restrições à compensação de prejuízos, os quais somente
poderão ser compensados com lucros de mesma natureza, observando-se o limite legal de
compensação.
Os prejuízos decorrentes da alienação de bens e direitos do ativo imobilizado,
investimento e intangível, ainda que reclassificados para o ativo circulante com intenção
de venda, poderão ser compensados, nos períodos de apuração subsequentes ao de sua
apuração, somente com lucros de mesma natureza, observado o limite previsto no art. 15
da Lei nº 9.065, de 20 de junho de 1995.

Esta compensação não se aplica em relação às perdas decorrentes de baixa de bens ou


direitos em virtude de terem se tornado imprestáveis ou obsoletos ou terem caído em
desuso, ainda que posteriormente venham a ser alienados como sucata.

Notas:

1) Os resultados de todas as alienações de bens e direitos do


ativo imobilizado, investimento e intangível ocorridas
durante o período deverão ser apurados englobadamente;
2) Com a edição da Lei nº 11.941, de 2009, art. 37, que alterou
o disposto no art. 187, IV, da Lei nº 6.404, de 1976, a
designação “receitas e despesas não operacionais” foi
substituída pela denominação “outras receitas e outras
despesas”;

Normativo: Lei das S.A. - Lei nº 6.404, de 1976, art. 187, IV, com
a alteração introduzida pela Lei nº 11.941, de 2009, art.
37;

107
RIR/2018, arts. 581 e 582;
IN SRF nº 11, de 1996, art. 36;
Lei nº 12.973, de 13 de maio de 2014, art. 43; e
Instrução Normativa RFB nº 1.700, de 2017, art. 205.

016 Em quais casos deve ser efetuada a segregação dos prejuízos


não operacionais para compensação com resultados positivos
não operacionais?

A separação em prejuízos não operacionais e em prejuízos das demais atividades somente


será exigida se, no período, forem verificados, cumulativamente, resultados não
operacionais negativos e prejuízo fiscal.

Notas:

Com a edição da Lei nº 11.941, de 2009, art. 37, que alterou


o disposto no art. 187, IV, da Lei nº 6.404, de 1976, a
designação “receitas e despesas não operacionais” foi
substituída pela denominação “outras receitas e outras
despesas”.

Normativo: Lei das S.A. - Lei nº 6.404, de 1976, art. 187, IV, com
a alteração introduzida pela Lei nº 11.941, de 2009, art.
37;
IN SRF nº 11, de 1996, art. 36, § 4º e Instrução
Normativa RFB nº 1.700, de 2017, art. 205, § 5º.

017 Para fins da legislação fiscal, o que se considera prejuízo não


operacional?

Para fins da legislação fiscal, considera-se prejuízo não operacional


aqueles decorrentes da alienação de bens e direitos do ativo imobilizado, investimento e
intangível, ainda que reclassificados para o ativo circulante com intenção de venda. O
resultado da alienação de bens do ativo não circulante corresponde à diferença entre o
valor pelo qual o bem ou direito houver sido alienado e o seu valor contábil.

Notas:

1) Com a edição da Lei nº 11.941, de 2009, art. 37, que alterou


o disposto no art. 178, § 1º, da Lei nº 6.404, de 1976, o
subgrupo do ativo permanente foi inserido no grupo do ativo

108
não circulante, sendo substituído pelos subgrupos de
investimentos, imobilizado e intangível;
2) Com a edição da Lei nº 11.941, de 2009, art. 37, que alterou
o disposto no art. 187, IV, da Lei nº 6.404, de 1976, a
designação “receitas e despesas não operacionais” foi
substituída pela denominação “outras receitas e outras
despesas”.

Normativo: Lei das S.A. - Lei nº 6.404, de 1976, arts. 178, § 1º, e
187, IV, com as alterações introduzidas pela Lei nº
11.941, de 2009, art. 37;
RIR/2018, art. 581;
IN SRF nº 11, de 1996, art. 36, §§ 1º e 2º; e
Instrução Normativa RFB nº 1.700, de 2017, art. 205,
§§ 1º e 2º.

018 Há alguma exceção à aplicação das regras relativas à


comparação e distinção entre os prejuízos fiscais das demais
atividades e os prejuízos fiscais não operacionais para efeito de
compensação?

Sim. Para fins de compensação de prejuízos fiscais, não poderão ser compensadas as
perdas decorrentes de baixa de bens ou direitos em virtude de se terem tornado
imprestáveis, obsoletos ou caído em desuso, ainda que posteriormente venham a ser
alienados como sucata.

Notas:

1) Com a edição da Lei nº 11.941, de 2009, art. 37, que alterou


o disposto no art. 178, § 1º, da Lei nº 6.404, de 1976, o
subgrupo do ativo permanente foi inserido no grupo do ativo
não circulante, sendo substituído pelos subgrupos de
investimentos, imobilizado e intangível.
2) Com a edição da Lei nº 11.941, de 2009, art. 37, que alterou
o disposto no art. 187, IV, da Lei nº 6.404, de 1976, a
designação “receitas e despesas não operacionais” foi
substituída pela denominação “outras receitas e outras
despesas”.

109
Normativo: Lei das S.A. - Lei nº 6.404, de 1976, arts. 178, § 1º, e
187, IV, com as alterações introduzidas pela Lei nº
11.941, de 2009, art. 37;
RIR/2018, art. 581, parágrafo único;
IN SRF nº 11, de 1996, art. 36, § 12; e
Instrução Normativa RFB nº 1.700, de 2017, art. 205, §
13º

Demonstrações Financeiras

019 Quais as demonstrações financeiras previstas pela Lei das


Sociedades por Ações?

A Lei das S.A. estabeleceu, em seu art. 176, que, ao fim de cada exercício social, a
diretoria fará elaborar, com base na escrituração mercantil da companhia, as seguintes
demonstrações financeiras, que deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio
da companhia e as mutações ocorridas no exercício:
1) balanço patrimonial;
2) demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados;
3) demonstração do resultado do exercício;
4) demonstração dos fluxos de caixa; e
5) demonstração do valor adicionado, se companhia aberta.
Essas demonstrações serão complementadas por notas explicativas e outros quadros
analíticos ou demonstrações contábeis necessários para esclarecimento da situação
patrimonial e do resultado do exercício.

Notas:

A companhia fechada com patrimônio líquido, na data do


balanço, inferior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais)
não será obrigada à elaboração e publicação da demonstração
dos fluxos de caixa.

Normativo: Lei das S.A. - Lei nº 6.404, de 1976, art. 176, § 6º, com
a alteração introduzida pela Lei nº 11.638, de 2007, art.
1º.

110
020 Quais as demonstrações financeiras obrigatórias para efeito da
legislação tributária?

Todas as pessoas jurídicas sujeitas à apuração do lucro real, seja qual for o tipo societário
adotado, estão obrigadas a elaborar, ao final de cada período de apuração do imposto de
renda (trimestral ou anual), com observância das leis comerciais (Lei das S.A.), as
seguintes demonstrações financeiras:
1) balanço patrimonial;
2) demonstração do resultado do período; e
3) demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados.

Normativo: Lei das S.A. - Lei nº 6.404, de 1976, art. 176, com a
alteração introduzida pela Lei nº 11.638, de 2007, art.
1º;
RIR/2018, art. 286; e
PN nº 34, de 1981.

021 Onde deverão ser transcritas as demonstrações financeiras e a


apuração do lucro real?

Ao final de cada período de apuração do imposto de renda (trimestral ou anual), deverão


ser transcritas:

a) no livro Diário e/ou no Lalur, as demonstrações financeiras; e


b) no Lalur, a demonstração do lucro real.

Normativo: RIR/2018, arts. 286, § 2º, e 287.

Sistema Escritural Eletrônico

022 É permitido que a escrituração seja feita por sistema de


processamento eletrônico de dados?

Sim. O livro Diário e os demais livros comerciais e fiscais poderão ser escriturados por
sistema de processamento eletrônico de dados, em formulários contínuos, cujas folhas
deverão ser numeradas em ordem sequencial, mecânica ou tipograficamente, e conterão
termos de abertura e de encerramento.

No caso do livro Diário, é obrigatória a autenticação no órgão competente. O Decreto nº


8.683, de 25 de fevereiro de 2016, estatuiu que a autenticação de livros contábeis das
empresas poderá ser feita por meio do Sistema Público de Escrituração Digital (Sped),

111
mediante a apresentação da Escrituração Contábil Digital (ECD), dispensando, neste
caso, a autenticação pelas juntas comerciais.

A Instrução Normativa RFB nº 787, de 19 de novembro de 2007 (ora revogada), institui


a Escrituração Contábil Digital (ECD), obrigando a sua adoção, nos termos do art. 2º do
Decreto nº 6.022, de 2007:

I - em relação aos fatos contábeis ocorridos a partir de 1º de janeiro de 2008, as


sociedades empresárias sujeitas a acompanhamento econômico-tributário
diferenciado, nos termos da Portaria RFB nº 11.211, de 7 de novembro de 2007, e
sujeitas à tributação do Imposto de Renda com base no Lucro Real;
II - em relação aos fatos contábeis ocorridos a partir de 1º de janeiro de 2009, as
demais sociedades empresárias sujeitas à tributação do Imposto de Renda com base
no Lucro Real.
Em relação aos fatos contábeis ocorridos a partir de 1º de janeiro de
2014, foram obrigadas a adotar a Escrituração Contábil Digital (ECD), nos termos
da Instrução Normativa RFB nº 1.420, de 19 de dezembro de 2013 (ora revogada):

I - as pessoas jurídicas sujeitas à tributação do Imposto sobre a Renda com base no


lucro real;
II - as pessoas jurídicas tributadas com base no lucro presumido, que distribuírem,
a título de lucros, sem incidência do Imposto sobre a Renda Retido na Fonte
(IRRF), parcela dos lucros ou dividendos superior ao valor da base de cálculo do
Imposto, diminuída de todos os impostos e contribuições a que estiver sujeita;
III - as pessoas jurídicas imunes e isentas que, em relação aos fatos ocorridos no
ano calendário, tenham sido obrigadas à apresentação da Escrituração Fiscal
Digital das Contribuições, nos termos da Instrução Normativa RFB nº 1.252, de 1º
de março de 2012, em relação aos fatos contábeis ocorridos até 31 de dezembro de
2015; e
IV – as Sociedades em Conta de Participação (SCP), como livros auxiliares do
sócio ostensivo, em relação aos fatos contábeis ocorridos até 31 de dezembro de
2015.
Além das hipóteses I e II acima, em relação aos fatos contábeis ocorridos a partir de 1º
de janeiro de 2016, ficam obrigadas a adotar a ECD:

I - as pessoas jurídicas imunes e isentas obrigadas a manter escrituração contábil,


nos termos da alínea “c” do § 2º do art. 12 e do § 3º do art. 15, ambos da Lei nº
9.532, de 10 de dezembro de 1997, quando:
a) apurarem Contribuição para o PIS/Pasep, Cofins, Contribuição
Previdenciária incidente sobre a Receita de que tratam os arts. 7º a 9º da Lei
nº 12.546, de 14 de dezembro de 2011, e Contribuição incidente sobre a
Folha de Salários, cuja soma seja superior a R$ 10.000,00 (dez mil reais) em
qualquer mês do anocalendário a que se refere a escrituração contábil; ou
b) auferirem receitas, doações, incentivos, subvenções, contribuições,
auxílios, convênios e ingressos assemelhados, cuja soma seja superior a R$
1.200.000,00 (um milhão e duzentos mil reais) no ano-calendário a que se
refere a escrituração contábil, ou proporcional ao período; e

112
II - as pessoas jurídicas tributadas com base no lucro presumido que não se utilizem
da prerrogativa prevista no parágrafo único do art. 45 da Lei nº 8.981, de 1995.
III - as sociedades em Conta de Participação (SCP), enquadradas em uma das
demais hipóteses de obrigatoriedade previstas, como livros próprios ou livros
auxiliares do sócio ostensivo.
A partir de 1º de janeiro de 2018, todas as pessoas jurídicas e equiparadas obrigadas a
manter escrituração contábil nos termos da legislação comercial, inclusive entidades
imunes e isentas, deverão apresentar a ECD. Esta obrigação não se aplica somente:

I - às pessoas jurídicas optantes pelo Regime Especial Unificado de Arrecadação


de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno
Porte (Simples Nacional);
II - aos órgãos públicos, às autarquias e às fundações públicas;
III - às pessoas jurídicas inativas, assim consideradas aquelas que não tenham
realizado, durante o ano-calendário, atividade operacional, não operacional,
patrimonial ou financeira, inclusive aplicação no mercado financeiro ou de capitais,
as quais devem cumprir as obrigações acessórias previstas na legislação específica;
IV - às pessoas jurídicas imunes e isentas que auferiram, no ano-calendário,
receitas, doações, incentivos, subvenções, contribuições, auxílios, convênios e
ingressos assemelhados cuja soma seja inferior a R$ 1.200.000,00 (um milhão e
duzentos mil reais) ou ao valor proporcional ao período a que se refere a
escrituração contábil; e
V - às pessoas jurídicas tributadas com base no lucro presumido que cumprirem o
disposto no parágrafo único do art. 45 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995.
Esta exceção não se aplica às pessoas jurídicas que distribuírem parcela de lucros
ou dividendos sem incidência do Imposto sobre a Renda Retido na Fonte (IRRF)
em montante superior ao valor da base de cálculo do imposto sobre a renda apurado
diminuída dos impostos e contribuições a que estiver sujeita.

Notas:

1) O contribuinte que utilizar sistema de processamento


eletrônico de dados para registrar negócios e atividades
econômicas ou financeiras, escriturar livros ou elaborar
documentos de natureza contábil ou fiscal, fica obrigado a
manter, à disposição da Secretaria da Receita Federal do
Brasil (RFB), os respectivos arquivos digitais e sistemas, pelo
prazo previsto na legislação tributária;
2) São passíveis de exame, pela autoridade tributária, os
documentos do contribuinte mantidos em arquivos
magnéticos ou assemelhados, encontrados no local da
verificação, que tenham relação direta ou indireta com a
atividade por ele exercida;

113
3) A obrigatoriedade de manutenção dos arquivos e meios
magnéticos, para fins de apresentação à RFB, não se aplica às
empresas optantes pelo Simples Nacional;

Normativo: Lei nº 8.218, de 1991, art. 11, § 2º;


Lei nº 9.430, de 1996, art. 34;
MP nº 2.158-35, de 2001, art. 72;
RIR/2018, arts. 279 e 280;
IN SRF nº 86, de 2001;
Instrução Normativa RFB nº 1.774, de 22 de dezembro
de 2017, art. 3º; e
Instrução Normativa DREI nº 11, de 5 de dezembro de
2013.

023 Quais as penalidades a que se sujeitam os contribuintes que


mantiverem sistema escritural eletrônico e deixarem de
apresentá-lo à autoridade fiscal no prazo de intimação, ou o
fizerem com erros ou omissões?

A esses contribuintes, serão aplicadas as seguintes penalidades:


a) quanto à forma de apresentação das informações:
multa equivalente a 0,5% (meio por cento) do valor da receita bruta da pessoa jurídica
no período a que se refere a escrituração aos que não atenderem aos requisitos para a
apresentação dos registros e respectivos arquivos;
b) quanto ao conteúdo das informações apresentadas:
multa equivalente a 5% (cinco por cento) sobre o valor da operação correspondente,
limitada a 1% (um por cento) do valor da receita bruta da pessoa jurídica no período
a que se refere a escrituração, aos que omitirem ou prestarem incorretamente as
informações referentes aos registros e respectivos arquivos;
c) quanto ao prazo para apresentação das informações:
multa equivalente a 0,02% (dois centésimos por cento) por dia de atraso, calculada
sobre a receita bruta da pessoa jurídica no período a que se refere a escrituração,
limitada a 1% (um por cento) desta, aos que não cumprirem o prazo estabelecido para
apresentação dos registros e respectivos arquivos;

Para as pessoas jurídicas que utilizarem o Sistema Público de Escrituração Digital, as


multas acima (letras "a", "b" e "c") serão reduzidas:

I - à metade, quando a obrigação for cumprida após o prazo, mas antes de qualquer
procedimento de ofício; e

114
II - a 75% (setenta e cinco por cento), se a obrigação for cumprida no prazo fixado
em intimação.

d) quanto à não apresentação das informações:


no lançamento de ofício serão aplicadas as seguintes multas, calculadas sobre a
totalidade ou diferença de tributo ou contribuição:
d.1) de 75% (setenta e cinco por cento);
d.2) de 150% (cento e cinquenta por cento), nos casos de evidente intuito de fraude,
definido nos arts. 71, 72 e 73 da Lei nº 4.502, de 1964, independentemente de outras
penalidades administrativas ou criminais cabíveis.

Os percentuais de multa a que se referem os itens "d.1" e "d.2" serão aumentados de


metade, nos casos de não atendimento pela sujeito passivo, no prazo marcado, de
intimação para prestar esclarecimentos, apresentar os arquivos ou sistemas de que tratam
os arts. 11 a 13 da Lei nº 8.218, de 29 de agosto de 1991 ou apresentar documentação
técnica.

Normativo: Lei nº 4.502, de 1964, arts. 71, 72 e 73;


Lei nº 8.218, de 1991, art. 12;
Lei nº 9.430, de 1996, arts. 38 e 44, § 2º;
Lei nº 9.532, de 1997, art. 70; e
MP nº 2.158-35, de 2001, art. 72.

Livro Diário

024 Onde deverá ser registrado e autenticado o livro Diário do


empresário e da sociedade empresária, para validade da
escrituração nele contida?

O livro Diário, para efeito de prova a favor do empresário e da sociedade empresária,


deverá conter, respectivamente, nas primeira e última páginas, termos de abertura e de
encerramento, e ser registrado e autenticado pelas Juntas Comerciais ou repartições
encarregadas do Registro do Comércio.

A autenticação de livros contábeis das empresas poderá ser feita por meio do Sistema
Público de Escrituração Digital - Sped de que trata o Decreto nº 6.022, de 22 de janeiro
de 2007, mediante a apresentação de escrituração contábil digital.

A autenticação dos livros e documentos que integram a ECD das empresas mercantis e
atividades afins, subordinadas às normas gerais prescritas na Lei nº 8.934, de 18 de

115
novembro de 1994, será comprovada pelo recibo de entrega da ECD emitido pelo Sped,
dispensada qualquer outra autenticação.

Notas:

As normas relativas à autenticação dos instrumentos de


escrituração dos empresários, sociedades empresárias,
leiloeiros e tradutores públicos e intérpretes comerciais estão
previstas na Instrução Normativa do Departamento de
Registro Empresarial e Integração (DREI) nº 11, de 2013.
Essa mesma Instrução Normativa dispõe, em seu art. 36, que
as Juntas Comerciais, fora de suas sedes, poderão delegar
competência a outra autoridade pública para autenticar
instrumentos de escrituração dos empresários e das
sociedades empresárias, excepcionados os livros digitais,
atendidas as conveniências do serviço.

Código Civil - Lei nº 10.406, de 2002, art. 1.181;


Normativo: Decreto nº 1.800, de 30 de janeiro de 1996;
Instrução Normativa RFB nº 1.774, de 22 de dezembro
de 2017, art. 6º; e
RIR/2018, art. 273, § 4º.

025 É válida a autenticação dos livros mercantis pelo Juiz de Direito


em cuja jurisdição estiver o contribuinte, quando fora do
Distrito Federal e das sedes das Juntas Comerciais ou de suas
Delegacias?

A autenticação por qualquer outra autoridade pública somente será válida nos casos em
que houver delegação de competência das Juntas Comerciais para autenticar instrumentos
de escrituração dos empresários e das sociedades empresárias, excepcionados os livros
digitais.

026 Onde deverá ser autenticado o livro Diário das sociedades


simples?

As sociedades simples deverão autenticar seu livro Diário no Registro Civil das Pessoas
Jurídicas, para que a escrituração nele mantida, com observância das disposições legais,
e comprovada por documentos hábeis faça prova a favor da pessoa jurídica.

116
A autenticação exigível para fins tributários de livros contábeis digitais das pessoas
jurídicas não sujeitas ao Registro do Comércio poderá ser feita pelo Sped por meio de
apresentação da Escrituração Contábil Digital (ECD). Esta autenticação será comprovada
pelo recibo de entrega emitido pelo Sped, dispensada qualquer outra forma de
autenticação, nos termos do Decreto nº 9.555, de 6 de novembro de 2018.

Normativo: Código Civil - Lei nº 10.406, de 2002, art. 982;


Decreto nº 9.555, de 6 de novembro de 2018;
Instrução Normativa RFB nº 1.774, de 22 de dezembro
de 2017, art. 6º-A; e
RIR/2018, art. 273, § 4º.

027 As empresas obrigadas a manter escrituração contábil poderão


efetuar lançamentos, no livro Diário, com data anterior ao seu
registro e autenticação?

Sim. Admite-se a autenticação do livro Diário em data posterior ao movimento das


operações nele lançadas, desde que o registro e a autenticação tenham sido promovidos
até a data da entrega tempestiva da declaração, correspondente ao respectivo período.
Entretanto, deve-se observar que a opção pela tributação com base no lucro real trimestral
obriga que, ao final de cada trimestre, a pessoa jurídica apure seus resultados, contábeis
e fiscais, com base em demonstrações financeiras transcritas no livro Diário, e com base
na demonstração do lucro real transcrita no Lalur, respectivamente.

Normativo: IN SRF nº 16, de 1984.

028 A forma de escriturar suas operações no Diário é de livre


escolha do contribuinte?

Sim, desde que a escrituração seja mantida em registros permanentes, com obediência aos
preceitos da legislação comercial e fiscal e aos Princípios Fundamentais de Contabilidade,
observando métodos ou critérios contábeis uniformes no tempo, e registrando as
mutações patrimoniais segundo o regime de competência.
No livro diário serão lançadas, com individuação, clareza e caracterização do documento,
dia a dia, todas as operações relativas ao exercício da pessoa jurídica.
Todavia, por força da legislação em vigor, as demonstrações financeiras deverão ser
elaboradas em conformidade com o que dispõe a Lei nº 6.404, de 1976, obrigação esta
estendida a todas as pessoas jurídicas sujeitas à tributação com base no lucro real,
conforme determinado pelo Decreto-Lei nº 1.598, de 1977.

117
Normativo: Lei das S.A. - Lei nº 6.404, de 1976;
Decreto-Lei nº 1.598, de 1977;
RIR/2018, art. 273 e 286.

029 O Livro Diário, de utilização obrigatória para as pessoas


jurídicas sujeitas ao lucro real, deverá ser necessariamente o
tradicional (livro encadernado) ou poderá ser substituído por
fichas?

Será permitida ao contribuinte que empregar escrituração mecanizada a utilização de


fichas numeradas tipograficamente, na forma estabelecida no Decreto nº 64.567, de 1969.
As fichas podem se apresentar da seguinte forma:
a) contínuas, em forma de sanfona, atendidas as prescrições do art. 8º do citado Decreto;
ou
b) soltas ou avulsas, obedecidas as determinações do art. 9º do mesmo Decreto.

Por outro lado, o livro diário deverá ser apresentado através da ECD por todas as pessoas
jurídicas e equiparadas obrigadas a manter escrituração contábil nos termos
da legislação comercial, inclusive entidades imunes e isentas.

Notas:

Sobre a substituição do livro Diário tradicional por fichas ou


formulários contínuos e a obrigatoriedade de adoção de livro
próprio para transcrição das demonstrações financeiras e
registro do plano de contas e/ou histórico codificado,
consultar o PN CST nº 11, de 1985, e a IN DREI nº 11,
de 2013.

Normativo: Decreto nº 64.567, de 1969, arts. 8º e 9º;


RIR/2018, art. 272 e 273; e
Instrução Normativa RFB nº 1.774, de 22 de dezembro
de 2017, art. 3º;

030 Como devem ser escrituradas as fichas quando utilizadas em


substituição ao livro Diário tradicional?

A utilização do sistema de fichas em substituição ao livro Diário tradicional não exclui a


pessoa jurídica de obediência aos demais requisitos intrínsecos previstos nas leis fiscal e

118
comercial para o livro Diário, especialmente os constantes dos arts. 2º e 5º do Decreto-
Lei nº 486, de 1969, e do Decreto nº 64.567, de 1969.
Dessa forma, a escrituração das fichas deve obedecer aos mesmos princípios que a do
livro Diário, isto é, conforme a ordem cronológica de dia, mês e ano, utilizando-se cada
ficha até seu total preenchimento, somente se passando para a ficha seguinte quando
esgotada a anterior, sem quaisquer espaços em branco, rasuras ou entrelinhas.
Procedimento diverso, por não atender às determinações legais, torna a escrituração
passível de desclassificação, inclusive a escrituração das fichas unicamente em forma de
Razão, ou seja, uma ficha para cada conta.

Normativo: Decreto-Lei nº 486, de 1969, arts. 2º e 5º;


Decreto nº 64.567, de 1969, arts. 8º e 9º; e
PN CST nº 127, de 1975.

031 É permitida a escrituração do livro Diário por sistema de


processamento eletrônico de dados?

Sim. O livro Diário poderá ser escriturado mediante a utilização de sistema de


processamento eletrônico de dados. As pessoas jurídicas que utilizarem sistemas de
processamento eletrônico de dados para registrar negócios e atividades econômicas ou
financeiras, escriturar livros ou elaborar documentos de natureza contábil ou fiscal ficam
obrigadas a manter à disposição da Secretaria da Receita Federal do Brasil do Ministério
da Fazenda os arquivos digitais e os sistemas, pelo prazo decadencial.

O sujeito passivo usuário de sistema de processamento de dados deverá manter


documentação técnica completa e atualizada do sistema, suficiente para possibilitar a sua
auditoria, facultada a manutenção em meio magnético, sem prejuízo da sua emissão
gráfica, quando solicitada

Normativo: RIR/2018, art. 279 e 281.

032 É permitida a escrituração resumida do Diário?

No Diário deverão ser lançados, dia a dia, os atos ou operações da atividade mercantil e
os que modifiquem ou possam vir a modificar a situação patrimonial do contribuinte.
Entretanto, relativamente a determinadas contas cujas operações sejam numerosas ou
realizadas fora da sede do estabelecimento, admite-se a escrituração do Diário por totais
que não excedam a um mês, desde que utilizados livros auxiliares para registro
individuado dessas operações, como, entre outros, os livros Caixa, Registro de Entradas
e de Saídas de Mercadorias, Registro de Duplicatas etc., os quais, nessa hipótese, tornam-
se obrigatórios.

119
Nesses casos, transportar-se-ão para o livro Diário somente os totais mensais, fazendo-se
referência às páginas em que as operações se encontrem lançadas nos livros auxiliares,
que deverão encontrar-se devidamente registrados, permanecendo a obrigação de serem
conservados os documentos que permitam sua perfeita verificação, observado, ainda, o
regime de competência.

Normativo: RIR/2018, art. 273, § 3º; e


PN CST nº 127, de 1975.

033 A pessoa jurídica é obrigada a conservar os livros e documentos


da escrituração?

Sim. A pessoa jurídica é obrigada a conservar em ordem, enquanto não prescritas


eventuais ações que lhes sejam pertinentes, os livros, documentos e papéis relativos a sua
atividade ou que se refiram a atos ou operações que modifiquem ou possam vir a
modificar sua situação patrimonial.

Normativo: RIR/2018, art. 278.

Livro Razão

034 É obrigatória a escrituração do livro Razão?

Sim. É obrigatória, para as pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real, a
escrituração e a manutenção do livro Razão ou fichas, utilizados para resumir e totalizar,
por conta ou subconta, os lançamentos efetuados no Diário, mantidas as demais
exigências e condições previstas na legislação.
A escrituração deverá ser individualizada, obedecendo-se à ordem cronológica das
operações.

Normativo: RIR/2018, art. 274.

035 É necessário o registro ou a autenticação do livro Razão?

Não. O livro Razão ou as respectivas fichas estão dispensados de registro ou autenticação


em qualquer órgão. Entretanto, na escrituração, deverão ser obedecidas as regras da
legislação comercial e fiscal aplicáveis, bem como deve ser transmitido ao Sped através
da ECD.

Normativo: RIR/2018, art. 274, § 3º.

120
036 Qual o tratamento tributário aplicável à pessoa jurídica que não
mantiver ou não apresentar o livro Razão quando solicitado?

A não manutenção do livro Razão ou fichas, nas condições determinadas na legislação,


implicará o arbitramento do lucro da pessoa jurídica.

Normativo: RIR/2018, art. 603, VII, e art. 274, § 2º.

Livro Registro de Inventário

037 Quando deverá ser escriturado o Livro Registro de Inventário?

As pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real deverão escriturar o Livro Registro
de Inventário ao final de cada período de apuração anual ou trimestral, conforme haja ou
não opção pelos recolhimentos mensais no curso do ano-calendário, com base na
estimativa.

No caso de utilização de balanço com vistas à suspensão ou redução do imposto devido


mensalmente com base em estimativa, a pessoa jurídica que possuir registro permanente
de estoques integrado e coordenado com o restante da escrituração somente estará
obrigada a ajustar os saldos contábeis, pelo confronto da contagem física, ao final do ano-
calendário ou no encerramento do período de apuração, nos casos de incorporação, fusão,
cisão ou extinção de atividade.

A adoção da Escrituração Fiscal Digital (EFD) instituída pelo Ajuste nº 2, de 3 de abril


de 2009, do Sistema Nacional Integrado de Informações Econômico-Fiscais (Sinief),
supre a elaboração, registro e autenticação de livros para registro de inventário e registro
de entradas em relação ao mesmo período, efetuados com base no caput e no § 7º do art.
2º e no art. 3º da Lei nº 154, de 25 de novembro de 1947, para fins do disposto no art. 48
da Lei nº 8.383, de 30 de dezembro de 1991, desde que informados na EFD na forma
prevista nos arts. 276 e 304 a 310 do Decreto nº 9.580, de 22 de novembro de 2018 -
Regulamento do Imposto sobre a Renda;

Normativo: RIR/2018, art. 276; e


Instrução Normativa RFB nº 1.700, de 2017, arts. 49, §§
2º e 3º, e 225, inciso II.
Instrução Normativa RFB nº 1.422, de 19 de dezembro
de 2013, art. 2º, parágrafo único, I.

121
038 A falta de escrituração do Livro de Registro de Inventário implica
a desclassificação da escrita, ainda que o montante de estoque
apurado no final do período de apuração esteja registrado no
balanço patrimonial?

Sim, pois as pessoas jurídicas sujeitas à tributação com base no lucro real devem
comprová-lo por meio da sua escrituração, na forma estabelecida pelas leis comerciais e
fiscais.

Notas:

1) A lei fiscal determina que, além dos livros de contabilidade


previstos em leis e regulamentos, as pessoas jurídicas devem
possuir um livro de registro de inventário das matérias-
primas, das mercadorias, dos produtos em fabricação, dos
bens em almoxarifado e dos produtos acabados existentes na
época do balanço;
2) Nessas condições, estará a autoridade tributária autorizada
a arbitrar o lucro da pessoa jurídica sujeita à tributação com
base no lucro real, quando esta não mantiver escrituração na
forma das leis comerciais e fiscais.

Normativo: RIR/2018, art. 603.

039 No encerramento do período de apuração, por quais valores devem


constar, no livro de inventário, os estoques, quando o contribuinte
não mantiver sistema de contabilidade de custo integrado e
coordenado com o restante da escrituração?

Os estoques, nessa hipótese, devem constar, no livro de inventário, pelo valor obtido
mediante avaliação, que deverá ser procedida da seguinte forma:

a) os estoques dos produtos acabados, em setenta por cento do maior preço de venda no
período de apuração; e
b) os estoques de materiais em processamento, em oitenta por cento do valor dos
produtos acabados, determinado na forma anterior, ou por uma vez e meia o maior
custo das matérias-primas adquiridas no período de apuração.

Notas:

1) Como maior preço de venda no período, deve ser


considerado o constante na nota fiscal - preço de venda - sem
exclusão do ICMS (PN CST nº 14, de 1981);

122
2) Quanto ao valor a ser atribuído às mercadorias e matérias-
primas existentes na data do balanço, ver item 3 do PN CST
nº 5, de 1986.

Veja ainda: Ausência de sistema de contabilidade de custo


integrado e coordenado com o restante da
escrituração:
Pergunta 014 do capítulo VIII.

Normativo: RIR/2018, art. 308;


IN SRF nº 81, de 1986;
PN CST nº 14, de 1981; e
PN CST nº 5, de 1986.

Contabilização do ICMS

040 Como deverá proceder a pessoa jurídica para a contabilização


do ICMS nas compras e nas vendas, evitando sua inclusão nos
estoques?

Nas compras, o ICMS deverá ser registrado em conta do ativo circulante.

Nas vendas, o ICMS destacado constituirá parcela da conta redutora da receita bruta,
como imposto incidente sobre vendas que é, para se chegar à receita líquida.

Em ambos os casos, a contrapartida deve guardar correspondência com os lançamentos


no livro de Registro de Apuração do ICMS.

Procedendo-se aos registros na forma aqui descrita, os estoques estarão sempre


escoimados do ICMS.

Como exemplos de contas (a nomenclatura adotada é meramente exemplificativa),


poderão ser utilizadas:

1) Na aquisição de mercadorias, com crédito de ICMS a doze por cento:

“Compras” .................... 880.000,00

“C/C ICMS” .................. 120.000,00

a “Caixa” ........................ 1.000.000,00

123
2) Nas vendas, com destaque de ICMS a dezessete por cento:

“Caixa” ........................... 1.300.000,00

a “Vendas” ..................... 1.300.000,00

“ICMS s/ vendas” ........... 221.000,00

a “C/C ICMS” ................. 221.000,00

3) Nos recolhimentos:

“C/C ICMS” .................. 101.000,00

a “Caixa” ........................ 101.000,00

4) Ocorrendo saldo credor no Registro de Apuração do ICMS ao final do período de


apuração, esse valor deverá estar registrado no balanço patrimonial da empresa, em conta
do ativo circulante. Ocorrendo saldo devedor, esse valor deverá estar registrado em conta
do passivo circulante.

Notas:

1) Lembrar que, na ausência de registro permanente de


estoques, o valor a ser atribuído às mercadorias, quando da
contagem física, será a importância pela qual elas foram
adquiridas nas compras mais recentes, como já registradas na
contabilidade, ou seja, livre do ICMS;
2) Igual procedimento deverá ser observado na apuração do
custo da mercadoria vendida: compras e estoque final livres
do ICMS.

Normativo: IN SRF nº 51, de 1978.

124
041 A contabilização do ICMS destacado nas notas fiscais de
compras e de vendas, a cada operação, é obrigatória ou
facultativa?

A pessoa jurídica está obrigada a excluir do custo de aquisição de mercadorias para


revenda e de matérias-primas o montante do ICMS recuperável, destacado na nota fiscal.

Como consequência, deverá registrar no balanço patrimonial o estoque inventariado pelo


seu valor líquido, isto é, livre de ICMS.

Por outro lado, o art. 208 do RIR/2018 determina que, para obtenção da receita líquida
de vendas deverá ser diminuído, da receita bruta, o ICMS incidente sobre as vendas.

Assim, verifica-se que a legislação fiscal exige o destaque do ICMS nas operações em
que haja a sua incidência, entretanto, não instituiu norma contábil a ser obrigatoriamente
seguida pelas pessoas jurídicas.

Nessa hipótese, há de ser admitido como válido o procedimento contábil adotado pela
pessoa jurídica, desde que o resultado final não seja diferente daquele que se chegaria
utilizando-se os critérios estabelecidos pela IN SRF nº 51, de 1978.

Normativo: RIR/2018, art. 208;


IN SRF nº 51, de 1978; e
PN CST nº 347, de 1970.

Inobservância do Regime de Competência (Postergação do Imposto)

042 Qualquer inobservância do regime de competência na


escrituração da pessoa jurídica constituirá fundamento para
lançamento por parte da autoridade fiscal?

Não. A inexatidão, no período de apuração, de escrituração de receita, rendimento, custo


ou dedução, ou do reconhecimento de lucro, somente constitui fundamento para
lançamento de imposto se dela resultar:
1) a postergação do pagamento do imposto para período posterior ao em que seria
devido; ou
2) a redução indevida do lucro real em qualquer período de apuração.

Normativo: RIR/2018, art. 285;


PN CST nº 57, de 1979; e
PN Cosit nº 2, de 1996.

125
043 Quando ocorre, em linhas gerais, a postergação do pagamento
do imposto ou a redução indevida do lucro real?

A postergação do pagamento do imposto para período posterior ao em que seria devido


ocorre quando se protela, para períodos subsequentes, a escrituração de receita,
rendimento ou reconhecimento de lucro, ou se antecipa a escrituração de custo, despesa
ou encargo correspondente a períodos subsequentes.

A redução indevida do lucro real ocorre quando não for adicionada ao lucro líquido
qualquer parcela tida como não dedutível, ou dele for excluída parcela não autorizada
pela legislação tributária.
Segundo a Súmula do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) nº 36,
publicada no DOU de 22 de dezembro de 2009, de observância obrigatória pela
Administração Pública Federal (Portaria MF nº 383, DOU de 14/07/2010), a
inobservância do limite legal de trinta por cento para compensação de prejuízos fiscais
ou bases de cálculo negativas de CSLL, quando comprovado pelo sujeito passivo que o
tributo que deixou de ser pago em razão dessas compensações o foi em período posterior,
caracteriza postergação do pagamento do IRPJ ou da CSLL, o que implica excluir da
exigência a parcela paga posteriormente.
Esclareça-se, portanto, que na situação prevista nessa Súmula, havendo o pagamento
espontâneo, em período posterior, antes da lavratura do auto de infração, trata-se de caso
de postergação de pagamento, e não de redução indevida do lucro real.

044 Em que outros casos a inobservância do regime de


competência na escrituração da pessoa jurídica constituirá
fundamento para lançamento por parte da autoridade fiscal?

Normalmente, o registro antecipado de receita, rendimento ou reconhecimento de lucro,


ou a contabilização posterior de custo ou dedução não provocam prejuízo para o Fisco,
quando então tais eventos não ocasionam efetivação de lançamento (caso a alíquota do
imposto e do adicional seja a mesma nos dois exercícios). Configuram meras inexatidões
contábeis, sem efeitos tributários.

Esses mesmos fatos, porém, adquirem relevância fiscal quando o contribuinte objetiva,
antecipando a receita, criar lucro necessário ao aproveitamento de prejuízo fiscal, cujo
direito à compensação caducaria se obedecido o regime de competência, consoante as
regras vigentes até 31/12/1994; ou, a partir de 1º/01/1995, quando o contribuinte procura
aumentar o lucro visando à compensação de valor maior do que o limite de trinta por
cento, previsto para a compensação de prejuízos fiscais, na forma da Lei nº 8.981,
de 1995, com as alterações da Lei nº 9.065, de 1995, art. 15.

126
045 Como deverá ser regularizada, na apuração do lucro real, a
inobservância do regime de competência, quando o
procedimento partir da autoridade fiscal?

Os valores que competirem a outro período de apuração e que, para efeito de


determinação do lucro real, forem adicionados ao lucro líquido do período, ou dele
excluídos, serão, na determinação do lucro real do período competente, excluídos do lucro
líquido ou a ele adicionados, respectivamente.
Assim, na hipótese de inobservância do regime de competência na escrituração, a
regularização do lucro real do período de apuração da contabilização implica, de modo
obrigatório, retificação do lucro real do período competente, a fim de que o regime
prescrito na lei seja observado em ambos os períodos de apuração, ou seja, quando a
autoridade fiscal se deparar com uma inexatidão quanto ao período de reconhecimento de
receita ou de apropriação de custo ou despesa deverá excluir a receita do lucro líquido
correspondente ao período de apuração indevido e adicioná-la ao lucro líquido do período
competente; em sentido contrário, deverá adicionar o custo ou a despesa ao lucro líquido
do período de apuração indevido e excluí-lo do lucro líquido do período de competência.
Ressalte-se que, para efeito da determinação do lucro real com vistas a ser caracterizada
a postergação, nos termos do art. 34 da IN SRF nº 11, de 1996, as exclusões do lucro
líquido em anos-calendário subsequentes àquele em que deveria ter sido procedido o
ajuste não poderão produzir efeito diverso do que seria obtido se realizadas na data
prevista.

Normativo: RIR/2018, art. 258, § 2º;


IN SRF nº 11, de 1996, art. 34; e
PN Cosit nº 2, de 1996, subitem 5.2.

046 Após a recomposição do lucro real (inobservância do regime


de competência), como deverá proceder a autoridade fiscal
quanto a eventuais diferenças verificadas na apuração do
resultado da pessoa jurídica?

Depois de recompor o lucro real dos dois períodos de apuração envolvidos, se a


autoridade fiscal verificar que o lucro real do período mais antigo, obtido após a
retificação, é menor que o anteriormente apurado pelo contribuinte, nada há a fazer se a
pessoa jurídica houver declarado imposto maior que o realmente devido.

Em caso contrário, a diferença entre o retificado e o anteriormente apurado, por ter gerado
postergação de pagamento do imposto, enseja que a autoridade fiscal efetue o lançamento
no período em que tenha havido indevida redução do lucro real, constituindo o crédito
tributário pelo valor líquido, isto é, depois de compensado o imposto se este já tiver sido
lançado em período posterior.

Nesta hipótese, ainda que já recolhido o imposto postergado, indevidamente lançado em


período posterior, serão cobrados multa e juros de mora, e correção monetária quando for

127
o caso (períodos de apuração encerrados até 31/12/1995), calculados sobre seu montante
e cobrados, se já não espontaneamente pagos ou lançados, mediante auto de infração.

Normativo: PN CST nº 57, de 1979, item 7.

047 Quais os procedimentos a serem seguidos para se apurar, com


exatidão, o valor considerado como imposto postergado e as
diferenças entre os valores pagos e os devidos?

Os comandos normativos são no sentido de que seja ajustado o lucro líquido para
determinação do lucro real, não se tratando, portanto, de simplesmente ajustar o lucro
real, mas que este resulte ajustado quando considerados os efeitos das exclusões e adições
procedidas no lucro líquido do exercício, devendo-se observar os seguintes
procedimentos:
a) tratando-se de receita, rendimento ou lucro postecipado: excluir o seu montante do
lucro líquido do período de apuração em que houver sido reconhecido e adicioná-lo
ao lucro líquido do período de competência;
b) tratando-se de custo ou despesa antecipado: adicionar o seu montante ao lucro líquido
do período de apuração em que houver ocorrido a dedução e excluí-lo do lucro líquido
do período de competência;
c) apurar o lucro real correto, correspondente ao período do início do prazo de
postergação e a respectiva diferença de imposto, inclusive adicional, e de contribuição
social sobre o lucro líquido;
d) efetuar a correção monetária, quando for o caso (períodos de apuração encerrados até
31/12/1995), dos valores acrescidos ao lucro líquido correspondente ao período do
início do prazo da postergação, e dos valores das diferenças do imposto e da
contribuição social, considerando seus efeitos em cada balanço de encerramento de
período subsequentes, até o período de término da postergação;
e) deduzir do lucro líquido de cada período de apuração subsequente, inclusive o de
término da postergação, o valor correspondente à correção monetária, quando for o
caso (períodos de apuração encerrados até 31/12/1995), dos valores mencionados na
alínea “d” anterior;
f) apurar o lucro real e a base de cálculo da contribuição social corretos, correspondentes
a cada período de apuração, inclusive o de término da postergação, considerando os
efeitos de todos os ajustes procedidos, inclusive o de correção quando for o caso
(períodos de apuração encerrados até 31/12/1995); e
g) apurar as diferenças entre os valores pagos e devidos, correspondentes ao imposto de
renda e à contribuição social sobre o lucro líquido.

Notas:

Caso o contribuinte já tenha efetuado, espontaneamente, em


período posterior, o pagamento dos valores do imposto ou da
contribuição social postergados, esse fato deve ser

128
considerado no momento do lançamento de ofício, devendo a
autoridade fiscal, em relação às parcelas que já houverem sido
pagas, exigir, exclusivamente, os acréscimos relativos a juros
e multa, caso o contribuinte não os tenha pago.

Normativo: PN Cosit nº 2, de 1996, subitens 5.3 e 6.2.

048 Quando se considera ocorrida a hipótese de postergação de


pagamento de imposto?

Considera-se postergada a parcela de imposto ou de contribuição social relativa a


determinado período de apuração, quando efetiva e espontaneamente paga em período
posterior àquele em que seria devido.
Nos casos em que, nos períodos subsequentes ao de início do prazo da postergação e até
o de término deste, a pessoa jurídica não houver apurado imposto e contribuição social
devidos, em virtude de prejuízo fiscal ou de base de cálculo negativa da contribuição
social sobre o lucro líquido, o lançamento deverá ser efetuado para exigir todo o imposto
e contribuição social apurados no período inicial, com os respectivos encargos legais,
tendo em vista que, segundo a legislação de regência, as perdas posteriores não podem
compensar ganhos anteriores.

Normativo: PN Cosit nº 2, de 1996, subitem 6.1 e item 9.

049 Como o contribuinte deverá proceder para regularizar, na


escrituração, falhas decorrentes da inobservância do regime de
competência que resultarem em diferença de imposto a pagar?

Na hipótese de inexatidão quanto ao período de apuração de reconhecimento de receita


ou de apropriação de custo ou despesa, caso haja diferença de imposto a pagar e o
contribuinte queira corrigir e regularizar espontaneamente a falta cometida, deverá
considerar a hipótese como de postergação de imposto e aplicar todos os procedimentos
previstos para o caso, como são adotados pela autoridade fiscal.

Consoante o subitem 5.2 do PN Cosit nº 2, de 1996, aplicam-se, tanto ao contribuinte


como ao fisco, os comandos relativos à inexatidão quanto ao período de reconhecimento
de receita ou de apropriação de custo ou despesa, como previsto no § 2º do art. 258 do
RIR/2018.
Isto é, quando o contribuinte se deparar com uma inexatidão quanto ao período de
reconhecimento de receita ou de apropriação de custo ou despesa deverá excluir a receita
do lucro líquido correspondente ao período de apuração indevido e adicioná-la ao lucro
líquido do período competente; em sentido contrário, deverá adicionar o custo ou despesa

129
ao lucro líquido do período de apuração indevido e excluí-lo do lucro líquido do período
de competência.
Ressalte-se que somente se configurará a hipótese de postergação do pagamento se a
parcela da diferença apurada a este título, do imposto ou contribuição social relativa a
determinado período de apuração, for efetiva e espontaneamente paga, com os respectivos
acréscimos legais (multa e juros de mora pelo prazo da postergação, e correção monetária,
nos períodos em que esta era cabível), antes de qualquer procedimento de ofício contra o
contribuinte.

Normativo: RIR/2018, art. 258, § 2º; e


PN Cosit nº 2, de 1996, subitens 5.2 e 6.1.

050 Como o contribuinte poderá proceder para regularizar, na


escrituração, falhas decorrentes da inobservância do regime de
competência, quando não resultarem em diferença de imposto a
pagar?

Desde que não ocorra postergação do pagamento do imposto para período posterior ao
em que seria devido, ou redução indevida do lucro real em qualquer período de apuração,
serão admitidas a retificação, a complementação ou a simples feitura de lançamento de
deduções, cujo valor, se dedutível ou tributável, afetará a determinação do lucro real do
período em que se justifique a regularização.

Nesse caso, contabilmente, será dado tratamento de ajustes de exercícios (períodos)


anteriores.

Normativo: Lei das S.A. - Lei nº 6.404, de 1976, art. 186, § 1º.

051 O que se deve considerar ajustes de exercícios (períodos)


anteriores?

Como ajustes de exercícios (períodos) anteriores serão consideradas apenas as


regularizações decorrentes de efeitos de mudança de critério contábil, ou de retificação
de erro imputável a determinado período anterior, e que não possam ser atribuídas a fatos
subsequentes.

Normativo: Lei das S.A. - Lei nº 6.404, de 1976, art. 186, § 1º.

130
052 Como a pessoa jurídica deverá proceder, no período em que foi
efetuado o ajuste, com relação às parcelas regularizadas
decorrentes da inobservância do regime de competência, quando a
legislação comercial determinar que a retificação seja considerada
como ajustes de exercícios (períodos) anteriores?

A regularização, como ajustes de exercícios (períodos) anteriores, não provoca qualquer


reflexo no resultado do período em que for efetuada sua escrituração (não afeta o lucro
líquido do período de apuração em curso).

Se, em decorrência da imputação a período de apuração anterior, resultar a apuração de


saldo de imposto a pagar, ou inexistindo diferença de saldo de imposto a pagar, as parcelas
regularizadas já terão sido consideradas na apuração do lucro real daqueles períodos e,
consequentemente, não poderão influenciar a apuração do lucro real no exercício em que
forem efetuados os lançamentos contábeis de regularização.

Entretanto, no caso em que não ocorra postergação de pagamento do imposto para


período posterior ao em que seria devido, ou redução indevida do lucro real em qualquer
período de apuração, e o contribuinte optar por efetuar a sua regularização em período
posterior, contabilmente deve ser dado tratamento de ajuste de exercícios (períodos)
anteriores.

No aspecto fiscal, caso se trate de parcela correspondente a despesa dedutível ou receita


tributável, para produzir efeito na determinação do lucro real, ela pode ser excluída ou
deve ser adicionada ao lucro líquido do período de apuração respectivo, ou seja, aquele a
que efetivamente se refere a despesa ou a receita.

053 Por que a regularização, como ajustes de exercícios (períodos)


anteriores, não provoca reflexo no resultado do período em que
ocorre a sua escrituração?

Porque não sendo de competência do período da escrituração em que ocorrer a


regularização, a despesa ou a receita não deve afetar o lucro líquido desse período de
apuração.

Assim, o ajuste lançado contra uma conta patrimonial do ativo ou passivo, mesmo que
indicando a fonte da despesa ou receita objeto da regularização, deverá ter como
contrapartida a conta de lucros ou prejuízos acumulados.

Normativo: Lei das S.A. - Lei nº 6.404, de 1976, art. 186, § 1º.

131
Capítulo VIII - Lucro Operacional 2019

001 O que constitui o lucro operacional?

Será considerado como lucro operacional o resultado das atividades, principais ou


acessórias, que constituam objeto da pessoa jurídica.

A escrituração do contribuinte cujas atividades compreendam a venda de bens ou serviços


deve discriminar o lucro bruto, as despesas operacionais e os demais resultados
operacionais.

Normativo: RIR/2018, art. 289.

002 O que se considera lucro bruto?

Será classificado como lucro bruto o resultado da atividade de venda de bens ou serviços
que constitua objeto da pessoa jurídica.

O lucro bruto corresponderá à diferença entre a receita líquida das vendas e serviços e o
custo dos bens e serviços vendidos.

Normativo: RIR/2018, art. 290.

Receita Bruta e Receita Líquida

003 O que se entende por receita bruta?

A receita bruta compreende o produto da venda de bens nas operações de conta própria,
o resultado auferido nas operações de conta alheia, o preço da prestação de serviços em
geral e as receitas da atividade ou objeto principal da pessoa jurídica não compreendidas
nos itens anteriores.

Na receita bruta não se incluem os impostos não cumulativos cobrados destacadamente


do comprador ou contratante pelo vendedor dos bens ou pelo prestador dos serviços na
condição de mero depositário.

Da mesma forma, para que a apuração dos resultados não sofra distorções, não se
computam, no custo de aquisição das mercadorias para revenda e das matérias-primas, os
impostos não cumulativos que devam ser recuperados (IPI, ICMS).

132
Na receita bruta incluem-se os tributos sobre ela incidentes e os valores decorrentes do
ajuste a valor presente, de que trata o inciso VIII do caput do art. 183 da Lei nº 6.404, de
15 de dezembro de 1976, observadas as não inclusões acima citadas.

O ICMS integra a receita bruta e é considerado parcela redutora para fins de apuração da
receita líquida.

Notas:

Deve ser adicionado à receita bruta, para cálculo da receita


líquida, o crédito-prêmio de IPI decorrente da exportação
incentivada - Befiex.

Normativo: RIR/2018, art. 208;


Lei nº 12.973, de 2014, art. 2º;
IN SRF nº 51, de 1978; e
ADN CST nº 19, de 1981.

004 O que vem a ser receita líquida?

Receita líquida é a receita bruta diminuída:

a) das devoluções e vendas canceladas;


b) dos descontos concedidos incondicionalmente;
c) dos tributos sobre ela incidentes; e
d) dos valores decorrentes do ajuste a valor presente, de que trata o inciso VIII do caput
do art. 183 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, das operações vinculadas à receita
bruta.

RIR/2018, art. 208; e


Normativo:
Lei nº 12.973, de 2014, art. 2º.

005 Qual o conceito de vendas canceladas?

Vendas canceladas correspondem à anulação de valores registrados como receita bruta de


vendas e serviços.

133
Eventuais perdas ou ganhos decorrentes de cancelamento de vendas ou de rescisão
contratual não devem afetar a receita líquida de vendas e serviços, mas ser computados
nos resultados operacionais.

Notas:

As perdas serão consideradas como despesas operacionais e


os ganhos, como outras receitas operacionais.

Normativo: IN SRF nº 51, de 1978.

006 O que são descontos incondicionais?

Somente são consideradas, como descontos incondicionais, as parcelas redutoras do preço


de venda quando constarem da nota fiscal de venda dos bens ou da fatura de serviços e
não dependerem, para sua concessão, de evento posterior à emissão desses documentos.

Normativo: IN SRF nº 51, de 1978.

007 Quais são os impostos incidentes sobre as vendas?

Reputam-se incidentes sobre as vendas os impostos que guardam proporcionalidade com


o preço da venda efetuada ou dos serviços prestados, mesmo que o respectivo montante
integre a base de cálculo, tais como o ICMS (imposto sobre circulação de mercadorias e
prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicações), o
ISS (imposto sobre serviços de qualquer natureza), o IE (imposto sobre exportação) etc.

Incluem-se também como incidentes sobre vendas:

a) a Cofins - Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social, inclusive nas


vendas de produtos sujeitos à incidência monofásica da contribuição;
b) a contribuição para o PIS - Programa de Integração Social, inclusive nas vendas de
produtos sujeitos à incidência monofásica da contribuição; e
c) as taxas que guardem proporcionalidade com o preço de venda.

Notas:

1) Como incidentes sobre as vendas, não se incluem o ICMS


pago na condição de contribuinte substituto e o PIS e a Cofins

134
pagos na condição de contribuinte substituto na venda de
cigarros e veículos;
2) Igualmente não se incluem as contribuições para o PIS e a
Cofins calculadas sobre receitas que não integram a receita
bruta de vendas;
3) O valor a ser considerado a título de ICMS corresponde ao
resultado da aplicação das alíquotas sobre as receitas de
vendas sujeitas a esse imposto, e não ao montante recolhido
durante o respectivo período de apuração pela pessoa jurídica.

Normativo: IN SRF nº 51, de 1978.

Custo

008 O que integra o custo de aquisição e o de produção dos bens ou


serviços?

O custo de aquisição de mercadorias destinadas à revenda inclui os gastos de transporte


e seguro até o estabelecimento do contribuinte e os tributos não recuperáveis devidos na
aquisição ou importação.

O custo da produção dos bens ou serviços compreende, obrigatoriamente:

a) o custo de aquisição de matérias-primas e quaisquer outros bens ou serviços aplicados


ou consumidos na produção, inclusive os de transporte e seguro até o estabelecimento
do contribuinte e os tributos não recuperáveis devidos na aquisição ou importação;
b) o custo do pessoal aplicado na produção, inclusive na supervisão direta, manutenção
e guarda das instalações de produção;
c) os custos de locação, manutenção e reparo e os encargos de depreciação dos bens
aplicados na produção;
d) os encargos de amortização, diretamente relacionados com a produção; e
e) os encargos de exaustão dos recursos naturais utilizados na produção.

Notas:

1) Os gastos com desembaraço aduaneiro integram o custo de


aquisição;
2) Não se incluem no custo de aquisição ou de produção os
impostos recuperáveis mediante créditos na escrita fiscal;
3) O disposto nas alíneas “c”, “d” e “e” acima não alcança os
encargos de depreciação, amortização e exaustão gerados por
bem objeto de arrendamento mercantil, na pessoa jurídica

135
arrendatária. Nesse caso, a pessoa jurídica deverá proceder ao
ajuste no lucro líquido para fins de apuração do lucro real, no
período de apuração em que o encargo de depreciação,
amortização ou exaustão for apropriado como custo de
produção.

Normativo: RIR/2018, arts. 301 e 302.

009 A aquisição de bens de consumo eventual poderá ser


considerada como custo? O que se considera como bem de
consumo eventual?

Sim. A aquisição de bens de consumo eventual, cujo valor não exceda a cinco por cento
do custo total dos produtos vendidos no período de apuração anterior, poderá ser
registrada diretamente como custo.

Considera-se como bem de consumo eventual aquele bem aplicável nas atividades
industriais ou no setor de prestação de serviços ocasionalmente, sem regularidade.

Normativo: RIR/2018, art. 302, §1º; e


PN CST nº 70, de 1979.

010 Qual o tratamento a ser adotado com relação às quebras e


perdas?

Consideram-se, como integrantes do custo, as perdas e quebras razoáveis, de acordo com


a natureza do bem e da atividade, ocorridas na fabricação, no transporte e no manuseio, e
as quebras e perdas de estoque por deterioração, obsolescência ou pela ocorrência de
riscos não cobertos por seguros, desde que comprovadas por laudos ou certificados
emitidos por autoridade competente (autoridade sanitária ou de segurança, corpo de
bombeiros, autoridade fiscal etc.) que especifiquem e identifiquem as quantidades
destruídas ou inutilizadas e as razões da providência.

Notas:

Entende-se por razoável aquilo que está conforme a razão,


com a prática corrente, comedido, sendo admissível a adoção
de uma média, levantada entre empresas que operam no
mesmo ramo.

136
Normativo: RIR/2018, art. 303.

011 Quando a pessoa jurídica deverá fazer o levantamento e a


avaliação dos seus estoques?

A pessoa jurídica deverá promover o levantamento e a avaliação dos seus estoques ao


final de cada período de apuração do imposto.

Assim, tendo em vista as disposições contidas na Lei nº 9.430, de 1996, que preveem a
apuração do lucro real, base de cálculo do imposto de renda, por períodos trimestrais ou,
por opção, em 31 de dezembro na hipótese de recolhimentos mensais com base na
estimativa, conclui-se que a pessoa jurídica estará obrigada a promover o levantamento e
a avaliação dos seus estoques com a seguinte periodicidade:

a) pessoas jurídicas que adotarem apuração trimestral: deverão fazer o levantamento e a


avaliação em 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro;
b) pessoas jurídicas que optarem pela apuração anual: farão o levantamento e a avaliação
anualmente em 31 de dezembro.

Notas:

1) A escrituração do livro de inventário deverá obedecer à


mesma periodicidade do levantamento físico dos estoques,
sendo que a data-limite para sua legalização, em cada período,
é aquela prevista para o pagamento do imposto do mesmo
período;
2) Na hipótese de suspensão ou redução do pagamento
mensal, para fins de recolhimento com base na estimativa, é
dada a opção à pessoa jurídica para que somente promova o
levantamento e a avaliação de seus estoques, segundo a
legislação específica, ao final de cada período anual, em 31 de
dezembro.

Normativo: RIR/2018, art. 304;

012 Como se determina o custo dos bens para apuração dos


resultados e avaliação dos estoques?

O custo das mercadorias revendidas e das matérias-primas utilizadas será determinado


com base em registro permanente de estoque ou no valor dos estoques existentes, de
acordo com o livro de inventário, no fim do período de apuração.

137
O valor dos bens existentes no encerramento do período de apuração poderá ser o custo
médio ou o dos bens adquiridos ou produzidos mais recentemente. Admite-se, ainda, a
avaliação com base no preço de venda, subtraída a margem de lucro.

O contribuinte que mantiver sistema de custo integrado e coordenado com o restante da


escrituração poderá utilizar os custos apurados para avaliação dos estoques de produtos
em fabricação e acabados.

Normativo: RIR/2018, arts. 301, 306, § 1º, e 307.

013 O que se considera sistema de contabilidade de custo integrado


e coordenado com o restante da escrituração?

Considera-se sistema de contabilidade de custo integrado e coordenado com o restante da


escrituração aquele:

a) apoiado em valores originados da escrituração contábil (matéria-prima, mão-de-obra


direta, custos gerais de fabricação);
b) que permite determinação contábil, ao fim de cada mês, do valor dos estoques de
matérias-primas e outros materiais, produtos em elaboração e produtos acabados;
c) apoiado em livros auxiliares, fichas, folhas contínuas, ou mapas de apropriação ou
rateio, tidos em boa guarda e de registros coincidentes com aqueles constantes da
escrituração principal; e

d) que permite avaliar os estoques existentes na data de encerramento do período de


apropriação de resultados segundo os custos efetivamente incorridos.

Normativo: RIR/2018, art. 306, § 2º.

014 Na ausência de sistema de contabilidade de custo integrado e


coordenado com o restante da escrituração, como o contribuinte
deverá proceder para apurar o custo?

Se a escrituração do contribuinte não possibilitar a apuração de custo com base no sistema


de contabilidade de custo integrado e coordenado com o restante da escrituração, os
estoques deverão ser avaliados de acordo com o seguinte critério:

a) os de materiais em processamento, por uma vez e meia o maior custo das matérias-
primas adquiridas no período, ou em oitenta por cento do valor dos produtos acabados,
determinado de acordo com a alínea “b” a seguir;
b) os dos produtos acabados, em setenta por cento do maior preço de venda no período
de apuração.

138
Para aplicação do disposto na alínea “b”, o valor dos produtos acabados deverá ser
determinado tomando por base o preço de venda, sem exclusão de qualquer parcela a
título de ICMS.

Notas:

1) Os estoques de produtos agrícolas, animais e extrativos


poderão ser avaliados pelos preços correntes de mercado,
conforme as práticas usuais em cada tipo de atividade
(RIR/2018, art. 309). Essa faculdade é aplicável aos
produtores, comerciantes e industriais que lidam com esses
produtos (PN CST nº 5, de 1986, subitem 3.3.1.2);
2) A contrapartida do aumento do ativo, em decorrência da
atualização do valor dos estoques de produtos agrícolas,
animais e extrativos destinados à venda, tanto em virtude do
registro no estoque de crias nascidas no período de apuração,
como pela avaliação do estoque a preço de mercado, constitui
receita operacional, que comporá a base de cálculo do imposto
sobre a renda no período de apuração em que ocorrer a venda
dos respectivos estoques. Nesse caso, a receita operacional
constituirá exclusão do lucro líquido e deverá ser controlada
na Parte B do Lalur. No período de apuração em que ocorrer
a venda dos estoques atualizados, ela deverá ser adicionada ao
lucro líquido para efeito de determinar o lucro real (IN SRF
nº 257, de 2002, art. 16).

Obs: A partir de 16/03/2017, o ganho e a perda decorrentes da


atualização do valor dos estoques de produtos agrícolas,
animais e extrativos destinados à venda, tanto em virtude do
registro no estoque de crias nascidas no período de apuração,
como pela avaliação do estoque a valor justo, obedecerão ao
disposto nos arts. 97, 98, 102 e 103 da IN RFB nº 1.700, de
2017

Veja ainda: Avaliação de estoques sem custo integrado:


Pergunta 039 do capítulo VII.

Normativo: RIR/2018, art. 308; e


IN RFB nº 1.700, de 2017.

139
015 O maior preço de venda no período de apuração para avaliação dos
estoques de produtos acabados e em fabricação, na ausência de
sistema de contabilidade de custo integrado e coordenado com o
restante da escrituração, deverá ser tomado excluindo-se a parcela do
ICMS?

Não. Tratando-se de avaliação que tenha por base o preço de venda, e considerando-se
que o próprio ICMS integra a base de cálculo desse imposto, constituindo seu destaque
mera indicação para fins de controle, o valor dos produtos acabados e em fabricação
deverá ser determinado tomando por base o maior preço de venda no período de apuração,
sem exclusão de qualquer parcela a título de ICMS.

Normativo: PN CST nº 14, de 1981.

016 Admitem-se ajustes na avaliação de estoques e a constituição


de provisão ao valor de mercado?

Não. Na avaliação dos estoques não serão admitidas:

a) reduções globais de valores inventariados ou formação de reservas ou provisões para


fazer face à sua desvalorização;

b) deduções de valor por depreciações estimadas ou mediante provisões para oscilações


de preços; e

c) manutenção de estoques “básicos” ou “normais” a preços constantes ou nominais.

Caso seja necessária a constituição de provisão para ajuste dos estoques ao valor de
mercado, quando este for menor, para atendimento aos Princípios Fundamentais de
Contabilidade e disposições do inciso II do art. 183 da Lei nº 6.404, de 1976, essa
provisão não será dedutível para fins de apuração do lucro real.

Avaliação a Valor Justo


Veja ainda:
Perguntas nº 155 e 156

Normativo: RIR/2018, art. 310.

Despesas Operacionais

017 Qual o conceito de despesas operacionais?

São operacionais as despesas não computadas nos custos, necessárias à atividade da


empresa e à manutenção da respectiva fonte produtora, entendendo-se como necessárias
as pagas ou incorridas para a realização das transações ou operações exigidas pela
atividade da empresa.

140
Normativo: RIR/2018, art. 311; e
PN CST nº 32, de 1981.

018 Podem ser consideradas como despesas operacionais as


aquisições de bens de pequeno valor?

Sim. Poderá ser deduzido, como despesa operacional, o custo de aquisição de bens do
ativo não circulante imobilizado e intangível cujo prazo de vida útil não seja superior a
um ano ou de valor unitário não superior a R$ 1.200,00 (mil e duzentos reais), desde que
atinja a utilidade funcional individualmente (não empregados em conjunto).

Notas:

Sobre bens em conjunto, vide os PN CST nº 100, de 1978, e


nº 20, de 1980.

Normativo: RIR/2018, art. 313; e


Lei nº 12.973, de 2014, art. 2º.

019 Podem ser consideradas, como custo ou despesa operacional,


as aquisições, por empresas que exploram serviços de hotelaria,
restaurantes e similares, de guarnições de cama, mesa e banho,
e louças?

Sim. Poderá ser computado, como custo ou despesa operacional, o valor da aquisição de
guarnições de cama, mesa e banho, e louça, utilizadas por empresas que exploram
serviços de hotelaria, restaurantes e atividades similares.

Normativo: IN SRF nº 122, de 1989.

020 Podem ser consideradas, como custo de produção da indústria


calçadista, as aquisições de formas para calçados e de facas e
matrizes (moldes), estas últimas utilizadas para confecção de
partes de calçados?

Sim. É admitido, como integrante do custo de produção da indústria calçadista o valor de


aquisição de formas para calçados e o de facas e matrizes (moldes), estas últimas
utilizadas para confecção de partes de calçados.

Normativo: IN SRF nº 104, de 1987.

141
021 Podem ser considerados, como despesas operacionais, os
dispêndios com viagens dos funcionários a serviço da empresa?

A pessoa jurídica poderá deduzir, na determinação do lucro real em cada período de


apuração, independentemente de comprovação, os gastos de alimentação no local do
desempenho da atividade, em viagem de seus empregados a seu serviço, desde que não
excedentes ao valor de R$ 16,57 (dezesseis reais e cinquenta e sete centavos) por dia de
viagem.

A viagem deverá ser comprovada por recibo de estabelecimento hoteleiro, ou bilhete de


passagem quando não incluir qualquer pernoite, que mencione o nome do funcionário a
serviço da pessoa jurídica.

O acima disposto não se aplica aos casos de gastos de viagem realizada por funcionários
em função de transferência definitiva para outro estabelecimento da pessoa jurídica, nem
com relação às despesas com alimentação de sócios, acionistas e diretores.

Normativo: Lei nº 9.249 de 1995, arts. 13, IV, e 30; e


Portaria MF nº 312, de 1995.

022 Quais são as despesas operacionais dedutíveis na determinação


do lucro real?

As despesas operacionais admitidas são as usuais ou normais no tipo de transações,


operações ou atividades da empresa, intrinsecamente relacionadas com a produção ou
comercialização dos bens e serviços.
Excluem-se desse conceito os dispêndios representativos de inversões ou aplicações de
capital e aqueles expressamente vedados pela legislação fiscal.
Essas despesas operacionais devem, ainda, estar devidamente suportadas por documentos
hábeis e idôneos a comprovarem a sua natureza, a identidade do beneficiário, a
quantidade, o valor da operação etc.

Normativo: Lei nº 9.249, de 1995, art. 13;


RIR/2018, art. 311; e
PN CST nº 58, de 1977, subitem 4.1.

023 Com relação às despesas, quais os documentos necessários à


sua comprovação?

As despesas cujos pagamentos sejam efetuados a pessoa jurídica deverão ser


comprovadas por Nota Fiscal ou Cupom emitidos por equipamentos ECF (Emissor de

142
Cupom Fiscal), observados os seguintes requisitos em relação à pessoa jurídica
compradora:
a) identificação, mediante indicação do respectivo CNPJ;
b) descrição dos bens ou serviços, objeto da operação;
c) a data e o valor da operação.
Qualquer outro meio de emissão de nota fiscal, inclusive o manual, depende de
autorização da Secretaria de Estado da Fazenda, com jurisdição sobre o domicílio fiscal
da empresa interessada.

Notas:

1) A Lei nº 9.430, de 1996, em seu art. 82, prevê a hipótese de


que não será considerado, como comprovado, o gasto ou a
despesa quando os documentos comprobatórios forem
emitidos por pessoa jurídica cuja inscrição no CNPJ tenha
sido considerada ou declarada inapta, não produzindo, tais
documentos, quaisquer efeitos tributários em favor de
terceiro, por caracterizar hipótese de inidoneidade;
2) Na hipótese do item anterior, a dedutibilidade será
admitida quando o adquirente de bens, direitos e mercadorias
ou o tomador de serviços comprovar a efetivação do
pagamento do preço respectivo e o recebimento dos bens,
direitos e mercadorias ou a utilização dos serviços.

Normativo: Lei nº 9.532, de 1997, arts. 61, § 1º, e 81, II.

024 Quais as despesas operacionais que a legislação fiscal


considera indedutíveis para fins de apuração do lucro real?

São vedadas as deduções das seguintes despesas operacionais, para efeito de apuração do
lucro real:
a) de qualquer provisão, com exceção apenas daquelas constituídas para: férias de
empregados e 13º salário; reservas técnicas das companhias de seguro e de
capitalização, das entidades de previdência privada e das operadoras de planos de
assistência à saúde, cuja constituição é exigida pela legislação especial a elas
aplicável; e para perdas de estoques, de que tratam os arts. 8º e 9º da Lei nº 10.753,
de 2003, com a redação do art. 85 da Lei nº 10.833, de 2003.
b) das contraprestações de arrendamento mercantil e do aluguel de bens móveis ou
imóveis, exceto quando relacionados intrinsecamente com a produção ou
comercialização dos bens e serviços;
c) de despesas de depreciação, amortização, manutenção, reparo, conservação,
impostos, taxas, seguros e quaisquer outros gastos com bens móveis e imóveis,
exceto se relacionados intrinsecamente com a produção ou comercialização dos

143
bens e serviços (sobre o conceito de bem intrinsecamente relacionado com a
produção ou comercialização dos bens e serviços, vide a IN SRF nº 11, de 1996,
art. 25);
d) das despesas com alimentação de sócios, acionistas e administradores;
e) das contribuições não compulsórias, exceto as destinadas a custear seguros e
planos de saúde e benefícios complementares assemelhados aos da Previdência
Social, instituídos em favor de empregados e dirigentes da pessoa jurídica;
f) de doações em geral, exceto aquelas cuja dedutibilidade esteja expressamente
autorizadas pela legislação; e
g) das despesas com brindes.

Notas:

1) A Lei nº 9.430, de 1996, arts. 9º e 14, revogou a


possibilidade de dedução do valor da provisão constituída
para créditos de liquidação duvidosa, passando a ser
dedutíveis as efetivas perdas no recebimento dos créditos
decorrentes da atividade da pessoa jurídica, observadas as
condições previstas naqueles dispositivos;
2) A Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) não
mais é considerada como despesa dedutível, para fins da
apuração do lucro real, devendo o respectivo valor ser
adicionado ao lucro líquido (Lei nº 9.316, de 1996, art. 1º);
3) Somente serão admitidas como dedutíveis as despesas com
alimentação quando esta for fornecida pela pessoa jurídica,
indistintamente, a todos os seus empregados;
4) As despesas computadas no lucro líquido e consideradas
indedutíveis pela lei fiscal deverão ser adicionadas para fins
de apuração do lucro real do respectivo período de apuração;
5) Para efeito de apuração do lucro real e da base de cálculo
da contribuição social sobre o lucro líquido, são vedadas,
independentemente do disposto no art. 47 da Lei nº 4.506, de
30 de novembro de 1964, as deduções,de despesas de
depreciação, amortização e exaustão geradas por bem objeto
de arrendamento mercantil pela arrendatária, na hipótese em
que esta reconheça contabilmente o encargo.

Normativo: Lei nº 9.249, de 1995, art. 13; e


IN SRF nº 11, de 1996.

144
025 Quando não cabe o direito de registrar o custo de aquisição de bens
do ativo imobilizado como despesas operacionais, mesmo que
individualmente situados dentro do limite de valor estabelecido para
cada ano-calendário?

Quando as atividades constitutivas do objeto da pessoa jurídica exigirem o emprego de


uma certa quantidade de bens que, embora individualmente cumpram a utilidade
funcional, somente atingem o objetivo da atividade explorada em razão da pluralidade de
seu uso.

Incluem-se nessa hipótese, por exemplo: carrinhos de supermercado; cadeiras ou


poltronas de empresas de diversões públicas empregadas em cinema ou teatro; botijões
utilizados por distribuidoras de gás liquefeito de petróleo; engradados, vasilhames, barris
etc., por empresas de bebidas; máquinas autenticadoras de instituições financeiras etc.

Assim, os bens da mesma natureza, embora individualmente de custo de aquisição abaixo


do limite admitido, quando necessários em quantidade, em razão de sua utilização pela
empresa, deverão ser registrados conjuntamente, sendo o encargo decorrente da
diminuição de seu valor apurado em função do custo de aquisição correspondente ao valor
total dos bens.

Veja Bens de Pequeno Valor, Dedutibilidade:


ainda: Pergunta 018 deste capítulo.

Normativo: PN CST nº 20, de 1980.

026 Como deve ser contado o prazo de um ano de vida útil de


duração do bem, para efeito de se permitir que seu custo de
aquisição seja admitido como despesa operacional?

A condição legal de dedutibilidade não exige que a vida útil do bem expire no mesmo
ano-calendário em que este é adquirido.
Assim, o prazo de um ano (doze meses) deve ser contado a partir da data de aquisição do
bem, ainda que esse prazo termine no ano seguinte.

Normativo: PN CST nº 20, de 1980, item 11.

027 Quais os dispêndios que configuram inversão ou aplicação de


capital?

Salvo disposições especiais, constituem inversão ou aplicação de capital os dispêndios


relativos ao custo dos bens adquiridos ou das melhorias realizadas, cuja vida útil
ultrapassar um ano, ou cujo valor unitário de aquisição for superior a R$ 1.200,00 (um
mil e duzentos reais).

145
Nesse caso, o valor despendido deverá ser ativado, para ser depreciado ou amortizado em
períodos de apuração futuros.

Normativo: RIR/1999, art. 313, e § 3º.

028 Quais os gastos de conservação de bens e instalações que são


admitidos como custos ou despesas operacionais, dedutíveis na
determinação do lucro real?

São admitidos como custos ou despesas operacionais, dedutíveis na determinação do


lucro real, os gastos com reparos e conservação de bens e instalações destinados, tão
somente, a mantê-los em condições eficientes de operação, e que não resultem em
aumento da vida útil do bem, prevista no ato de aquisição, superior a um ano.
Somente será admitida a dedutibilidade de despesas com reparos e conservação de bens
móveis e imóveis quando estes forem intrinsecamente relacionados com a produção ou
comercialização dos bens e serviços.

Notas:

1) Os gastos de desmontagem e retirada de item de ativo


imobilizado ou restauração do local em que está situado
somente serão dedutíveis quando efetivamente incorridos;

2) Caso constitua provisão para gastos de desmontagem e


retirada de item de ativo imobilizado ou restauração do local
em que está situado, a pessoa jurídica deverá proceder ao
ajuste no lucro líquido para fins de apuração do lucro real, no
período de apuração em que o imobilizado for realizado,
inclusive por depreciação, amortização, exaustão, alienação
ou baixa;

3) Eventuais efeitos contabilizados no resultado, provenientes


de ajustes na provisão de que trata o item anterior ou de
atualização de seu valor, não serão computados na
determinação do lucro real.

Normativo: Lei nº 9.249 de 1995, art. 13, III;


Lei nº 12.973, de 2014, art. 45;
RIR/2018, art. 354; e

146
IN SRF nº 11, de 1996, art. 25.

029 Quais são os gastos de conservação de bens e instalações não


aceitos como custos ou despesas operacionais dedutíveis no
próprio período de apuração de sua efetivação?

Não são aceitos, como custos ou despesas operacionais dedutíveis no próprio período de
apuração de sua efetivação, os gastos realizados com reparos, conservação ou substituição
de partes de que resultem aumento de vida útil superior a um ano, em relação à prevista
no ato de aquisição do respectivo bem.
Nesse caso, os gastos correspondentes deverão ser capitalizados, a fim de servirem de
base a depreciações futuras.

Normativo: RIR/2018, art. 354, § 1º;


Lei nº 12.973, de 2014, art. 45;
PN CST nº 2, de 1984; e
PN CST nº 22, de 1987.

030 Como deve ser computado o aumento de vida útil superior a um ano
de duração do bem, para efeito de não permitir a dedutibilidade dos
gastos com reparos, conservação ou substituição de partes no próprio
período de apuração de sua efetivação?

O aumento de vida útil superior a um ano deve ser computado a partir da data final de
utilização do bem, prevista no ato de aquisição, correspondendo ao período de
prolongamento de vida útil que se possa esperar em função dos gastos efetuados com
reparos, conservação ou substituição de partes.

Deverá representar, pelo menos, mais doze meses de condições eficientes de operação.

Multas

031 As multas por infrações fiscais são dedutíveis na determinação


do lucro real?

Não. As multas por infrações fiscais, como regra geral, não são dedutíveis na
determinação do lucro real, como custo ou despesa operacional.
Entretanto, poderão ser dedutíveis as multas de natureza compensatória e as impostas por
infrações de que não resultem falta ou insuficiência de pagamento de tributo.

Normativo: RIR/2018, art. 352, § 5º.

147
032 O que deve ser entendido por multas fiscais?

Consideram-se multas fiscais aquelas impostas pela lei tributária.

Quando decorrentes de falta ou insuficiência de pagamento de tributo e não sejam de


natureza compensatória, serão indedutíveis.

Normativo: PN CST nº 61, de 1979.

033 As multas não qualificadas como fiscais são dedutíveis?

Não. As multas decorrentes de infrações às normas de natureza não tributária, tais como
as decorrentes de leis administrativas, penais, trabalhistas etc. (como, por exemplo,
multas de trânsito, pesos e medidas, FGTS, INSS, CLT etc.), embora não se caracterizem
como fiscais, são indedutíveis na determinação do lucro real, por não se enquadrarem no
conceito de despesa operacional dedutível para fins do imposto de renda, e não atenderem
ao disposto no art. 311 do RIR/2018, que condiciona a dedutibilidade das despesas a que
elas sejam necessárias à atividade da empresa e à manutenção da respectiva fonte
produtora.

Normativo: RIR/2018, arts. 311 e 352, § 5º; e


PN CST nº 61, de 1979, item 6.

034 Como se pode identificar a multa de natureza compensatória


(dedutível)?

A multa de natureza compensatória destina-se a compensar o sujeito ativo da obrigação


tributária pelo prejuízo suportado em virtude do atraso no pagamento do que lhe era
devido.

É penalidade de caráter civil, posto que comparável à indenização prevista no direito civil.
Em decorrência disso, nem a própria denúncia espontânea é capaz de excluir a
responsabilidade por esses acréscimos, usualmente chamados moratórios.

Porém, nem todos os acréscimos moratórios previstos na legislação tributária podem ser
considerados compensatórios.
A multa moratória somente terá natureza compensatória quando, cumulativamente,
preencher as seguintes condições:
a) não ser excluída pela denúncia espontânea; e
b) guardar equivalência com a lesão provocada, o que é revelado pela própria lei ao fixar
o percentual em função do tempo de atraso (exemplo: 0,33% por dia de atraso até o
limite máximo de vinte por cento, fixado para imposição de multa moratória).

Normativo: Lei nº 9.430, de 1996, art. 61; e

148
PN CST nº 61, de 1979, item 4.

035 De forma geral, quais são as multas ou acréscimos moratórios


considerados de natureza compensatória (dedutíveis)?

As multas ou acréscimos moratórios, considerados de natureza compensatória


(dedutíveis), são os que decorram do recolhimento do tributo fora dos prazos legais.
A título de exemplo, mencionam-se:
a) os juros de mora de um por cento no mês do pagamento ou aqueles calculados
com base na taxa Selic, pelo prazo em que perdurar a inadimplência;
b) as multas moratórias por recolhimento espontâneo de tributo fora do prazo,
calculadas com base no percentual de 0,33% por dia de atraso até o limite máximo
de vinte por cento; e
c) a multa por apresentação espontânea de declaração fora do prazo.

Normativo: Lei nº 9.430, de 1996, art. 61; e


PN CST nº 61, de 1979, subitem 4.7, “a”.

036 Como se identificam as multas impostas por infrações de que


resultam falta ou insuficiência de pagamento de tributo
(indedutíveis)?

As multas impostas por infrações de que resultam falta ou insuficiência de pagamento de


tributo (indedutíveis) são as aplicadas por descumprimento de obrigação principal ou de
obrigação acessória cuja inadimplência resulte em infração da principal, ou seja, falta ou
insuficiência de pagamento de tributo.
Essas obrigações acessórias possuem tal efeito quando necessárias ao lançamento normal
do tributo.
Nessa condição se encontra, por exemplo, a obrigação de prestar informações quanto à
matéria de fato indispensável à constituição do crédito tributário.

Normativo: PN CST nº 61, de 1979.

037 Qual a distinção entre as multas por infrações fiscais de que


resultam falta ou insuficiência de pagamento de tributo
(indedutíveis) e as de natureza compensatória (dedutíveis)?

As multas fiscais são punitivas ou compensatórias, sendo que estas já foram objeto de
resposta em perguntas anteriores (perguntas 34 e 35).

149
A multa de natureza punitiva é aquela que se funda no interesse público de penalizar o
inadimplente; é a multa proposta por ocasião do lançamento de ofício pela autoridade
administrativa; é aquela cuja aplicação é excluída pela denúncia espontânea a que se
refere o art. 138 do Código Tributário Nacional, em que o arrependimento, oportuno e
formal, da prática da infração faz cessar o motivo de punir.
Como exemplos de multas punitivas, podemos citar:

a) as multas de lançamento de ofício aplicadas sobre a totalidade ou diferença do


imposto devido, nos casos de falta de declaração, de declaração inexata ou de evidente
intuito de fraude (RIR/1999, art. 957); e
b) a aplicada à fonte pagadora obrigada a reter tributo ou contribuição, no caso de falta
de retenção ou recolhimento, ou recolhimento após o prazo fixado, sem o acréscimo
de multa moratória (Lei nº 10.426, de 2002, art. 9º, com a redação dada pela Lei nº
11.488, de 2007).

Normativo: PN CST nº 61, de 1979.

038 Quais as infrações de que não resultam falta ou insuficiência de


pagamento de tributo (dedutíveis)?

As infrações de que não resultam falta ou insuficiência de pagamento de tributo


(dedutíveis) são aquelas relativas às obrigações acessórias não erigidas pela legislação
como indispensáveis ao lançamento normal do tributo.

Nesse caso, as multas a elas correspondentes são dedutíveis.

Como exemplo de multa dessa natureza cita-se a aplicada às pessoas jurídicas que
deixarem de fornecer aos beneficiários, no prazo legal, ou fornecerem com inexatidão, o
Comprovante Anual de Rendimentos Pagos ou Creditados e de Retenção de Imposto de
Renda na Fonte.

Normativo: PN CST nº 61, de 1979.

Receita de Exportação

039 Como é determinada a receita bruta de venda nas exportações


de produtos manufaturados nacionais?

A receita bruta de venda nas exportações de produtos manufaturados nacionais é


determinada pela conversão, em moeda nacional, de seu valor expresso em moeda
estrangeira à taxa de câmbio fixada no boletim de abertura pelo Banco Central do Brasil,
para compra, em vigor na data de embarque dos produtos para o exterior, assim entendida
a data averbada no Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex).

150
Notas:

1) O lucro oriundo de exportação de produtos manufaturados,


com exceção do lucro da exploração decorrente de exportação
incentivada - Befiex, sujeita-se à mesma tributação aplicável
às pessoas jurídicas em geral;
2) Deve ser adicionado à receita bruta o crédito-prêmio de IPI
decorrente da exportação incentivada - Befiex;
3) O lucro da exploração correspondente às receitas de
exportação incentivada de produtos - Befiex, cujos programas
tenham sido aprovados até 31/12/1987, está isento do imposto
de renda.

Normativo: Portaria MF nº 356, de 1988;


IN SRF nº 51, de 1978;
IN SRF nº 28, de 1994; e
ADN CST nº 19, de 1981.

040 Como é fixada a data de embarque para efeito de determinação


da receita bruta de vendas nas exportações de produtos
manufaturados nacionais?

Entende-se como data de embarque dos produtos para o exterior (momento da conversão
da moeda estrangeira) aquela averbada no Siscomex.

Normativo: Portaria MF nº 356, de 1988, subitem I.1; e


IN SRF nº 28, de 1994.

041 Como deverão ser consideradas as diferenças decorrentes de


alterações na taxa de câmbio ocorridas entre a data do
fechamento do contrato de câmbio e a data de embarque?

As diferenças decorrentes de alterações na taxa de câmbio ocorridas entre a data do


fechamento do contrato de câmbio e a data do embarque devem ser consideradas como
variações monetárias ativas ou passivas, conforme o caso.

Normativo: Portaria MF nº 356, de 1988.

151
042 O que vem a ser “prêmio sobre saque de exportação” e qual o
seu tratamento?

“Prêmio sobre saque de exportação” é a importância que for liberada pelo banco
interveniente na operação de câmbio, a favor do exportador, tendo por referência a
diferença correspondente à desvalorização estimada do Real entre a data do fechamento
do contrato de câmbio e a data da liquidação do saque, representando prêmio
complementar à taxa cambial, nos casos de venda de câmbio para entrega futura.

Assim, considera-se “prêmio sobre saque de exportação” a parcela da remuneração paga


ao exportador pelo banco interveniente nos contratos de câmbio que exceder o valor
contratado.

O prêmio sobre saque de exportação constitui receita financeira, para fins de


determinação do lucro real.

Normativo: Portaria MF nº 356, de 1988, item IV.

Depreciação de Bens do Ativo Imobilizado

043 Em que consiste a depreciação de bens do ativo imobilizado?

A depreciação de bens do ativo imobilizado corresponde à diminuição do valor dos


elementos nele classificáveis, resultante do desgaste pelo uso, ação da natureza ou
obsolescência normal.

Referida perda de valor dos ativos, que tem por objeto bens físicos do ativo imobilizado
das empresas, será registrada periodicamente em contas de custo ou despesa (encargos de
depreciação do período de apuração) que terão como contrapartida contas de registro da
depreciação acumulada, classificadas como contas retificadoras do ativo imobilizado.

Notas:

A partir de 1º/01/1996, tendo em vista o fim da correção


monetária das demonstrações financeiras, as quotas de
depreciação a serem registradas na escrituração, como custo
ou despesa, serão calculadas mediante a aplicação da taxa
anual de depreciação sobre o valor, em Reais, do custo de
aquisição registrado contabilmente.

152
Normativo: RIR/2018, art. 317.

044 Como deve ser fixada a taxa de depreciação?

Regra geral, a taxa de depreciação será fixada em função do prazo durante o qual se possa
esperar a utilização econômica do bem, pelo contribuinte, na produção dos seus
rendimentos.

A IN RFB nº 1.700, de 2017, estabelece que a quota de depreciação a ser registrada na


escrituração da pessoa jurídica, como custo ou despesa operacional, será determinada
com base nos prazos de vida útil e nas taxas de depreciação constantes do seu Anexo III,
conforme referência na Nomenclatura Comum do Mercosul - NCM.

Os prazos de vida útil admissíveis para fins de depreciação dos seguintes veículos
automotores, adquiridos novos, foram fixados em:

153
Bens Taxa de depreciação Prazo

Tratores 25% ao ano


(Anexo III da IN RFB nº 4 anos
1.700, de 2017, Posição 8701)

25% ao ano
Veículos automotores para transporte de 10
pessoas ou mais, incluído o motorista (Anexo III da IN RFB nº 4 anos
1.700, de 2017, Posição 8702)

Veículos de passageiros e outros veículos


automóveis principalmente concebidos 20% ao ano
para transporte de pessoas (exceto os da (Anexo III da IN RFB nº 5 anos
posição 8702), incluídos os veículos de uso 1.700, de 2017, Posição 8703)
misto e os automóveis de corrida

25% ao ano
Veículos automóveis para transporte de
mercadoria (Anexo III da IN RFB nº 4 anos
1.700, de 2017, Posição 8704)

25% ao ano
(Anexo III da IN RFB nº
1.700, de 2017, usa a
Caminhões fora-de-estrada expressão Veículos 4 anos
Automóveis Especiais
abrangendo os Caminhões
fora-de-estrada - Posição
8705)

25% ao ano
Motociclos (Anexo III da IN RFB nº 4 anos
1.700, de 2017, Posição 8711)

Foram também fixados em cinco anos, pela IN SRF nº 4, de 1985:


a) o prazo de vida útil para fins de depreciação de computadores e periféricos
(hardware), taxa de vinte por cento ao ano;
b) o prazo mínimo admissível para amortização de custos e despesas de aquisição e
desenvolvimento de logiciais (software), utilizados em processamento de dados, taxa
de vinte por cento ao ano.
A taxa de depreciação, aplicável a cada caso, é obtida mediante a divisão do percentual
de cem por cento pelo prazo de vida útil, em meses, trimestres ou anos, apurando-se,
assim, a taxa mensal, trimestral ou anual a ser utilizada.

Notas:

154
Caso a quota de depreciação registrada na contabilidade do
contribuinte seja menor do que aquela normalmente
admissível, a diferença poderá ser excluída do lucro líquido
na apuração do lucro real, observando-se que, em qualquer
hipótese, o montante acumulado, das cotas de depreciação não
poderá ultrapassar o custo de aquisição do bem. Nesse caso, a
partir do período de apuração em que o montante acumulado
das quotas de depreciação computado na determinação do
lucro real atingir o custo de aquisição do bem, o valor da
depreciação, registrado na escrituração comercial, deverá ser
adicionado ao lucro líquido para efeito de determinação do
lucro real.

Normativo: RIR/2018, art. 320;


Lei nº 12.973, de 2014, art. 40;
IN SRF nº 4, de 1985; e
IN RFB nº 1.700, de 2017.

045 Como será calculada a depreciação de bens adquiridos usados?

A taxa anual de depreciação de bens adquiridos usados será fixada tendo em vista o maior
dos seguintes prazos:
a) metade do prazo de vida útil admissível para o bem adquirido novo; ou
b) restante da vida útil do bem, considerada essa vida útil em relação à primeira
instalação ou utilização desse bem.

Normativo: RIR/2018, art. 322.

046 Qual a condição para que um caminhão possa ser considerado


“fora-de-estrada”, para fins de depreciação no prazo de quatro
anos?

Serão considerados “fora-de-estrada” os caminhões construídos especialmente para


serviços pesados, destinados ao transporte de minérios, pedras, terras com pedras e
materiais semelhantes, e utilizados dentro dos limites das obras ou minas.

155
047 Como proceder quando a taxa de depreciação efetivamente
suportada pelos bens da pessoa jurídica divergir da
normalmente admissível, tenha sido, ou não, fixada para efeitos
fiscais, pela RFB?

A legislação do imposto sobre a renda leva em consideração, na fixação do prazo de vida


útil admissível para cada espécie de bem, as condições normais ou médias de sua
utilização.
Fica, todavia, assegurado ao contribuinte o direito de computar a quota efetivamente
adequada às condições de depreciação de seus bens, desde que faça prova dessa
adequação sempre que adotar taxa superior à usualmente admitida, mediante laudo do
Instituto Nacional de Tecnologia (INT) ou de outra entidade oficial de pesquisa científica
ou tecnológica.

Notas:

Caso a quota de depreciação registrada na contabilidade do


contribuinte seja menor do que aquela normalmente
admissível, a diferença poderá ser excluída do lucro líquido
na apuração do lucro real, observando-se que, em qualquer
hipótese, o montante acumulado, das cotas de depreciação não
poderá ultrapassar o custo de aquisição do bem. Nesse caso, a
partir do período de apuração em que o montante acumulado
das quotas de depreciação computado na determinação do
lucro real atingir o custo de aquisição do bem, o valor da
depreciação, registrado na escrituração comercial, deverá ser
adicionado ao lucro líquido para efeito de determinação do
lucro real.

RIR/2018, art. 320, §§ 1º e 2º; e


Normativo:
Lei nº 12.973, de 2014, art. 40.

048 Quem poderá registrar o encargo da depreciação dos bens?

A depreciação dos bens será deduzida somente pelo contribuinte que suportar o encargo
econômico do desgaste ou obsolescência, de acordo com as condições de propriedade,
posse ou uso do bem.
O valor não depreciado dos bens sujeitos à depreciação e que se tornarem imprestáveis
ou caírem em desuso será computado, por ocasião da efetiva saída do bem do patrimônio
da empresa (baixa física), como despesa não operacional. Quando houver valor
econômico apurável, o montante da alienação será computado como receita não
operacional da empresa.

156
Notas:

1) Com a edição da Lei nº 11.941, de 2009, art. 37, que alterou


o disposto no art. 187, IV, da Lei nº 6.404, de 1976, a
designação “receitas e despesas não operacionais” foi
substituída pela denominação “outras receitas e outras
despesas”;
2) Não são admitidas quotas de depreciação, para fins da
apuração do lucro real, de bens destinados à revenda ou que
não estejam sendo utilizados na produção dos rendimentos.

Normativo: RIR/2018, art. 317, §§ 1º e 4º.

049 Quais bens podem ser depreciados?

Podem ser objeto de depreciação todos os bens físicos sujeitos a desgaste pelo uso, por
causas naturais, ou obsolescência normal, inclusive edifícios e construções, e projetos
florestais destinados à exploração dos respectivos frutos (para projetos florestais, vide
PN CST nº 18, de 1979).
A partir de 1º/01/1996, somente será admitida, para fins de apuração do lucro real, a
despesa de depreciação de bens móveis ou imóveis que estejam intrinsecamente
relacionados com a produção ou comercialização de bens e serviços objeto da atividade
empresarial.

Normativo: RIR/2018, arts. 317 e 318; e


PN CST nº 18, de 1979.

050 Quais bens não podem ser objeto de depreciação?

Não será admitida quota de depreciação relativamente a:


a) terrenos, salvo em relação aos melhoramentos ou construções;
b) prédios ou construções não alugados nem utilizados pela pessoa jurídica na produção
dos seus rendimentos, ou destinados à revenda;
c) bens que normalmente aumentam de valor com o tempo, como obras de arte e
antiguidades; e
d) bens para os quais seja registrada quota de exaustão.

157
Normativo: RIR/2018, art. 318.

051 A partir de que momento poderá a depreciação ser imputada no


resultado da pessoa jurídica?

Qualquer que seja a forma de registro desse encargo, na escrituração trimestral ou mesmo
anual, a quota de depreciação somente será dedutível, como custo ou despesa operacional,
a partir do mês em que o bem é instalado, posto em serviço ou em condições de produzir.

Normativo: RIR/2018, art. 317, § 2º.

052 Um bem que se encontra no depósito aguardando sua instalação


pode ser objeto de depreciação?

Não. O bem somente poderá ser depreciado depois de instalado, posto em serviço ou em
condições de produzir.

Normativo: RIR/2018, art. 317, § 2º.

053 Empresa que vinha utilizando, para determinado bem, taxas de


depreciação inferiores às admitidas como dedutíveis na
apuração do lucro real poderá utilizar taxas mais elevadas, a
fim de ajustar a depreciação acumulada à taxa normal?

Não. Será admitida quota acima da usualmente utilizada desde que o contribuinte prove
adequação das quotas adotadas em função da utilização do bem em condições adversas
em determinado período, e não decorrente de simples “recuperação”, respeitados os
limites mínimos de tempo e máximos de taxas, estabelecidos pela legislação fiscal.

Notas:

1) Caso a quota de depreciação registrada na contabilidade do


contribuinte seja menor do que aquela normalmente
admissível, a diferença poderá ser excluída do lucro líquido
na apuração do lucro real, observando-se que, em qualquer
hipótese, o montante acumulado, das cotas de depreciação não
poderá ultrapassar o custo de aquisição do bem. Nesse caso, a
partir do período de apuração em que o montante acumulado
das quotas de depreciação computado na determinação do
lucro real atingir o custo de aquisição do bem, o valor da
depreciação, registrado na escrituração comercial, deverá ser

158
adicionado ao lucro líquido para efeito de determinação do
lucro real;
2) Se o contribuinte deixar de deduzir a depreciação de um
bem depreciável do ativo imobilizado em determinado
período de apuração, não poderá fazê-lo acumuladamente fora
do período em que ocorreu a utilização desse bem, tampouco
os valores não deduzidos poderão ser recuperados
posteriormente através da utilização de taxas superiores às
máximas permitidas.

PN CST nº 79, de 1976;


Normativo: Lei nº 12.973, de 2014, art. 40, e
IN RFB nº 1.700, de 2017, art. 121, § 6º.

054 Como calcular a quota de depreciação de bens aplicados na


exploração mineral ou florestal, cujo período de exploração
total seja inferior ao tempo de vida útil desses bens?

A quota de depreciação registrável em cada período de apuração de bens aplicados


exclusivamente na exploração de minas, jazidas e florestas, cujo período de exploração
total seja inferior ao tempo de vida útil desses bens, poderá ser determinada,
opcionalmente, em função do prazo da concessão ou do contrato de exploração ou, ainda,
do volume da produção de cada período de apuração e sua relação com a possança
conhecida da mina ou com a dimensão da floresta explorada.

Normativo: RIR/2018, art. 319, § 3º.

055 Como calcular a taxa de depreciação em caso de conjunto de


instalação ou equipamentos sem especificação suficiente para
permitir aplicar as diferentes taxas de depreciação de acordo
com a natureza do bem?

Quando o registro do imobilizado for feito por conjunto de instalação ou equipamentos,


sem especificação suficiente para permitir aplicar as diferentes taxas de depreciação de
acordo com a natureza do bem, e o contribuinte não tiver elementos para justificar as
taxas médias adotadas para o conjunto, será obrigado a utilizar as taxas aplicáveis aos
bens de maior vida útil que integrem o conjunto.

Normativo: RIR/2018, art. 320, § 3º.

159
056 Sabendo-se que não é admitida quota de depreciação sobre
terrenos, como proceder quando o registro contábil de imóvel
construído agregar o valor da construção ao do terreno?

Quando o valor do terreno não estiver separado do valor da edificação que sobre ele
existir, deve ser providenciado o respectivo destaque, para que seja admitida a dedução
da depreciação do valor da construção ou edifício.
Para isso, o contribuinte poderá se basear em laudo pericial para determinar que parcela
do valor contabilizado corresponde ao valor do edifício ou construção, aplicando, sobre
essa parcela, o percentual de depreciação efetivamente suportado, limitado, para efeito
tributário, ao admitido para esse tipo de bem.

Notas:

Somente os edifícios e construções alugados ou utilizados


pela pessoa jurídica na produção dos seus rendimentos podem
ser objeto de depreciação.

Normativo: PN CST nº 14, de 1972.

Depreciação Acelerada

057 Quais as espécies de depreciação acelerada existentes?

Há duas espécies de depreciação acelerada:


a) a reconhecida e registrada contabilmente, relativa à depreciação acelerada dos bens
móveis, resultante do desgaste pelo uso em regime de operação superior ao normal,
calculada com base no número de horas diárias de operação (turnos de trabalho); e
 Em decorrência do advento do CPC 27, no qual não há o reconhecimento desta
hipótese de contabilização na escrituração comercial, a aceleração por turnos de
trabalho deve ser reconhecida apenas para fins fiscais, incidindo sob as quotas de
depreciação admitidas fiscalmente e deverão ser ajustadas no e-lalur, caso
necessário (na hipótese de divergirem da taxa contábil);
b) a relativa à depreciação acelerada incentivada, considerada como benefício fiscal e
reconhecida, apenas, pela legislação tributária, para fins da apuração do lucro real,
sendo registrada no Lalur, sem qualquer lançamento contábil.

Normativo: RIR/2018, arts. 323 e 324.

160
058 Qual o critério para aplicação da depreciação acelerada
contábil?

No que concerne aos bens móveis, poderão ser adotados, em função do número de horas
diárias de operação, os seguintes coeficientes de depreciação acelerada sobre as taxas
normalmente utilizáveis:
a) 1,0 – para um turno de oito horas de operação;
b) 1,5 – para dois turnos de oito horas de operação; e
c) 2,0 – para três turnos de oito horas de operação.
Nessas condições, um bem cuja taxa normal de depreciação é de dez por cento ao ano
poderá ser depreciado em quinze por cento ao ano se operar dezesseis horas por dia, ou
vinte por cento ao ano, se em regime de operação de 24 horas por dia.

Normativo: RIR/2018, art. 323.

059 É permitida a aplicação dos coeficientes de aceleração da


depreciação dos bens móveis do ativo imobilizado, em razão dos
turnos de operação, conjuntamente com os coeficientes
multiplicativos concedidos como incentivo fiscal a determinados
setores da atividade econômica?

Sim. Não existe impedimento a que os dois regimes sejam aplicados cumulativamente,
desde que atendidas as demais exigências previstas na legislação relativa a cada um deles,
pois, do contrário, haverá cerceamento de um dos dois direitos.
Ressalte-se, por oportuno, a regra geral impeditiva de que, em qualquer caso, o montante
acumulado das quotas de depreciação deduzidas na apuração do lucro real não pode
ultrapassar o custo de aquisição do bem registrado contabilmente.

Normativo: RIR/2018, art. 324, § 5º; e


PN CST nº 95, de 1975.

060 É necessária prévia autorização para que a pessoa jurídica possa


adotar o regime de depreciação acelerada contábil?

Não. Não é necessária prévia autorização para que a pessoa jurídica possa adotar esse
regime.
Entretanto, caso seja utilizada a depreciação acelerada contábil, o contribuinte poderá ser
solicitado, a qualquer tempo, a justificar convenientemente esse procedimento, sob pena
de ver glosado o excesso em relação à taxa normal, com a cobrança dos tributos e dos
acréscimos cabíveis.

161
Notas:

1) Os hotéis e pousadas que adotarem, em relação aos bens


móveis registrados em conta do ativo imobilizado, os
coeficientes de depreciação acelerada contábil deverão
comprovar o número de horas efetivas de utilização dos bens;
2) Na impossibilidade de comprovação do número de horas
diárias de operação dos bens intrinsecamente relacionados
com a atividade, a utilização dos coeficientes de aceleração
poderá ser efetuada na proporção da taxa média mensal de
ocupação da capacidade de hospedagem;
3) Para a utilização dos coeficientes, deve ser comprovada a
taxa de ocupação de sua capacidade de hospedagem.

Normativo: IN RFB nº 821, de 2008, art. 1º.

061 Quais os elementos de prova que podem justificar a aplicação


da depreciação acelerada contábil?

A comprovação, que deve reportar-se ao período em que foi utilizado o coeficiente de


depreciação acelerada contábil, deverá demonstrar que, efetivamente, determinado bem
móvel esteve em operação por dois ou três turnos de oito horas, conforme o caso,
dependendo, exclusivamente, do tipo de atividade exercida pelo contribuinte.
Como elementos de prova, visando a convencer a autoridade fiscal de sua adequada
utilização, poderão ser apresentados, entre outros: folhas de pagamento relativas a dois
ou três operadores diários para um mesmo equipamento que necessite de um único
operador durante o período de oito horas; produção condizente com o número de horas
de operação do equipamento; consumo de energia elétrica condizente com o regime de
horas de operação etc.

Depreciação Acelerada Incentivada

062 Quais as formas de depreciação acelerada incentivada, de


acordo com a legislação fiscal?

Bens utilizados na atividade rural:


Os bens do ativo imobilizado, exceto a terra nua, adquiridos por pessoa jurídica que
explore a atividade rural, para uso nessa atividade, poderão ser depreciados integralmente
no próprio ano da aquisição (MP nº 2.159-70, de 2001, art. 6º; e RIR/2018, art. 325).

162
Dispêndios Realizados com Pesquisa Tecnológica e Desenvolvimento de Inovação
Tecnológica de Produtos:
A partir de 2003, os valores relativos aos dispêndios incorridos em instalações fixas e na
aquisição de aparelhos, máquinas e equipamentos, destinados à utilização em projetos de
pesquisa e desenvolvimentos tecnológicos, metrologia, normalização técnica e avaliação
da conformidade, aplicáveis a produtos, processos, sistemas e pessoal, procedimentos de
autorização de registros, licenças, homologações e suas formas correlatas, e relativos a
procedimentos de proteção de propriedade intelectual, poderão ser depreciados na forma
da legislação vigente, podendo o saldo não depreciado ser excluído na determinação do
lucro real, no período de apuração em que concluída sua utilização (Lei nº 10.637,
de 2002, art. 39, § 2º; e Lei nº 11.196, de 2005, art. 20).
O valor do saldo excluído na forma do parágrafo anterior deverá ser controlado na Parte
B do Lalur e será adicionado, na determinação do lucro real, em cada período de apuração
posterior, pelo valor da depreciação normal que venha a ser contabilizada como despesa
operacional.
Para fins da dedução, os dispêndios deverão ser controlados contabilmente em contas
específicas, individualizadas por projeto realizado.
Sem prejuízo do disposto anteriormente, a pessoa jurídica poderá, ainda, excluir, na
determinação do lucro real, valor equivalente a cem por cento do dispêndio total de cada
projeto concluído com sucesso na vigência da Lei nº 10.637, de 2002, que venha a ser
transformado em depósito de patente até 31 de dezembro de 2005, devidamente
registrado no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), e, cumulativamente,
em pelo menos uma das seguintes entidades de exame reconhecidas pelo Tratado de
Cooperação sobre Patentes (Patent Cooperation Treaty - PCT): I – Departamento Europeu
de Patentes (European Patent Office); II – Departamento Japonês de Patentes (Japan
Patent Office); ou III – Departamento Norte-Americano de Patentes e Marcas (United
States Patent and Trade Mark Office). Para convalidar a adequação dos dispêndios
efetuados, com vistas ao gozo do benefício fiscal, os projetos de desenvolvimento de
inovação tecnológica deverão ser encaminhados às agências credenciadas pelo Ministério
da Ciência e Tecnologia (MCT) para análise e aprovação técnica, nos termos do disposto
no § 5º do art. 4º da Lei nº 8.661, de 1993 (Lei nº 10.637, de 2002, art. 42, caput; e
Lei nº 11.196, de 2005, art. 133, I, “d”).
O valor que servirá de base para a exclusão deverá ser controlado na Parte B do Lalur,
por projeto, até que sejam satisfeitas as exigências previstas na Lei nº 10.637, de 2002,
quando poderão ser excluídos na determinação do lucro real (Lei nº 10.637, de 2002,
art. 40, § 1º).
Os valores registrados deverão, a qualquer tempo, ser comprovados por documentação
idônea, que deverá estar à disposição da fiscalização da Secretaria da Receita Federal do
Brasil (Lei nº 10.637, de 2002, art. 40, § 2º).

Bens destinados à pesquisa tecnológica e desenvolvimento de inovação tecnológica,


adquiridos a partir de 1º/01/2006:
As pessoas jurídicas poderão deduzir a depreciação integral, no próprio ano da aquisição,
de máquinas, equipamentos, aparelhos e instrumentos, novos, destinados à utilização nas
atividades de pesquisa tecnológica e desenvolvimento de inovação tecnológica, para

163
efeito de apuração do IRPJ e da CSLL (Lei nº 11.196, de 2005, art. 17, III, com a redação
dada pela Lei nº 11.774, de 2008).

Bens adquiridos por empresas industriais fabricantes de veículos e de autopeças e


por pessoas jurídicas fabricantes de bens de capital, entre 1º de maio de 2008 e 31
de dezembro de 2010:
Para efeito de apuração do imposto de renda, as empresas industriais fabricantes de
veículos e de autopeças e as pessoas jurídicas fabricantes de bens de capital terão direito
à depreciação acelerada, calculada pela aplicação da taxa de depreciação usualmente
admitida, multiplicada por quatro, sem prejuízo da depreciação normal das máquinas,
equipamentos, aparelhos e instrumentos, novos, relacionados em regulamento (Decreto
nº 6.701, de 2008), adquiridos entre 1º de maio de 2008 e 31 de dezembro de 2010,
destinados ao ativo imobilizado e empregados em processo industrial do adquirente.
A depreciação acelerada de que trata este item deverá ser calculada antes da aplicação
dos coeficientes de depreciação acelerada previstos no art. 69 da Lei nº 3.470, de 1958
(Lei nº 11.774, de 2008, arts. 11 e 12).

Bens móveis integrantes do ativo imobilizado de pessoa jurídica que explore a


atividade de hotelaria, adquiridos entre 4 de janeiro de 2008 e 31 de dezembro de
2010:
Para efeito de apuração da base de cálculo do imposto de renda, a pessoa jurídica que
explore a atividade de hotelaria poderá utilizar depreciação acelerada incentivada de bens
móveis integrantes do ativo imobilizado, adquiridos a partir da data da publicação da
Medida Provisória nº 413, de 3 de janeiro de 2008, até 31 de dezembro de 2010, calculada
pela aplicação da taxa de depreciação admitida pela legislação tributária, sem prejuízo da
depreciação contábil (Lei nº 11.727, de 2008, art. 1º).

Empresas Concessionárias, Permissionárias e Autorizadas de Geração de Energia


Elétrica
A diferença entre o valor do encargo decorrente das taxas anuais de depreciação fixadas
pela Secretaria da Receita Federal do Brasil e o valor do encargo contabilizado decorrente
das taxas anuais de depreciação fixadas pela legislação específica aplicável aos bens do
ativo imobilizado, exceto terrenos, adquiridos ou construídos por empresas
concessionárias, permissionárias e autorizadas de geração de energia elétrica, poderá ser
excluída do lucro líquido para a apuração do lucro real (Lei nº 11.196, de 2005, art. 37).
O disposto aplica-se somente aos bens novos adquiridos ou construídos destinados a
empreendimentos cuja concessão, permissão ou autorização tenha sido outorgada a partir
da data da publicação desta Lei até 31 de dezembro de 2018 (Lei nº 11.196, de 2005, art.
37, § 1º, com a redação dada pela Lei nº 12.865, de 2013, art. 41).
A diferença entre os valores dos encargos será controlada no livro fiscal destinado à
apuração do lucro real (Lei nº 11.196, de 2005, art. 37, § 2º).
O total da depreciação acumulada, incluindo a contábil e a fiscal, não poderá ultrapassar
o custo do bem depreciado (Lei nº 11.196, de 2005, art. 37, § 3º).

164
Empresas de Desenvolvimento ou Produção de Bens e Serviços de Informática e
Automação:
As empresas de desenvolvimento ou produção de bens e serviços de informática e
automação que investirem em atividades de pesquisa e desenvolvimento em tecnologia
da informação poderão fazer jus ao benefício da depreciação acelerada, calculada pela
aplicação da taxa de depreciação usualmente admitida, multiplicada por dois, sem
prejuízo da depreciação normal das máquinas, equipamentos, aparelhos e instrumentos
novos destinados ao uso na produção industrial, incorporados ao ativo fixo e utilizados
no processo de produção (Lei nº 8.191, de 1991, art. 2º, Lei nº 8.248, de 1991, art. 4º, e
Lei nº 10.176, de 2001, art. 1º).
Para fazer jus ao benefício, as empresas deverão atender às condições estabelecidas no
art. 11 e parágrafos da Lei nº 8.248, de 1991, com redação dada pelas Leis nºs 10.176, de
2001, 10.664, de 2003, 11.077, de 2004, e 12.249, de 2010.
O benefício fiscal não pode ser usufruído cumulativamente com outro idêntico, salvo
quando expressamente autorizado em lei (Lei nº 8.191, de 1991, art. 5º).

Veículos automóveis para transporte de mercadorias, e vagões, locomotivas,


locotratores e tênderes, destinados ao ativo imobilizado da pessoa jurídica
adquirente, novos, adquiridos ou objeto de contrato de encomenda entre 1º de
setembro e 31 de dezembro de 2012:
Para efeito de apuração do imposto sobre a renda, a partir de 1º de janeiro de 2013, as
pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real terão direito à depreciação acelerada,
calculada pela aplicação da taxa de depreciação usualmente admitida multiplicada por
três, sem prejuízo da depreciação contábil (Lei nº 12.788, de 2013, art. 1º, I e II e § 2º,
III):
I - de veículos automóveis para transporte de mercadorias, destinados ao ativo
imobilizado da pessoa jurídica adquirente, classificados nas posições 87.04.21.10 (exceto
Ex 01), 87.04.21.20 (exceto Ex 01), 87.04.21.30 (exceto Ex 01), 87.04.21.90 (exceto Ex
01 e Ex 02), 87.04.22, 87.04.23, 87.04.31.10 Ex 01, 87.04.31.20 Ex 01, 87.04.31.30 Ex
01, 87.04.31.90 Ex 01, e 87.04.32, da Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos
Industrializados - TIPI, aprovada pelo Decreto nº 7.660, de 23 de dezembro de 2011; e
II - de vagões, locomotivas, locotratores e tênderes, destinados ao ativo imobilizado da
pessoa jurídica adquirente, classificados nas posições 86.01, 86.02 e 86.06 da TIPI.
O disposto neste item somente se aplica aos bens novos, que tenham sido adquiridos ou
objeto de contrato de encomenda entre 1º de setembro e 31 de dezembro de 2012 (Lei nº
12.788, de 2013, art. 1º, § 1º).
A depreciação acelerada de que trata este item deverá ser calculada antes da aplicação
dos coeficientes de depreciação acelerada a que faz referência o art. 69 da Lei nº 3.470,
de 28 de novembro de 1958 (Lei nº 12.788, de 2013, art. 1º, § 2º, II).
O total da depreciação acumulada, incluindo a contábil e a acelerada incentivada, não
poderá ultrapassar o custo de aquisição do bem (Lei nº 12.788, de 2013, art. 1º, § 3º)

Máquinas, equipamentos, aparelhos e instrumentos, novos, relacionados em


regulamento, adquiridos ou objeto de contrato de encomenda entre 16 de setembro
e 31 de dezembro de 2012, e destinados ao ativo imobilizado do adquirente:

165
Para efeito de apuração do imposto sobre a renda, a partir de 1º de janeiro de 2013, as
pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real terão direito à depreciação acelerada,
calculada pela aplicação adicional da taxa de depreciação usualmente admitida, sem
prejuízo da depreciação contábil das máquinas, equipamentos, aparelhos e instrumentos
(Lei nº 12.794, de 2013, art. 4º, e § 2º, III):
O disposto neste item se aplica aos bens novos, relacionados em regulamento, adquiridos
ou objeto de contrato de encomenda entre 16 de setembro e 31 de dezembro de 2012, e
destinados ao ativo imobilizado do adquirente(Lei nº 12.794, de 2013, art. 4º, § 1º).
Para fins de uso da depreciação acelerada, são consideradas as máquinas, equipamentos,
aparelhos e instrumentos classificados nos códigos da Tabela de Incidência do Imposto
sobre Produtos Industrializados - TIPI, aprovada pelo Decreto nº 7.660, de 23 de
dezembro de 2011 , conforme os códigos relacionados no Anexo ao Decreto nº 7.854, de
4 de dezembro de 2012 (Decreto nº 7.854, de 2012, art. 1º, § 5º).
A depreciação acelerada de que trata este item será calculada antes da aplicação dos
coeficientes de depreciação acelerada a que se refere o art. 69 da Lei no 3.470, de 28 de
novembro de 1958 (Lei nº 12.788, de 2013, art. 1º, § 2º, II).
O total da depreciação acumulada, incluindo a normal e a acelerada, não poderá
ultrapassar o custo de aquisição do bem (Decreto nº 7.854, de 2012, art. 1º, § 2º).

Notas:

A pessoa jurídica não poderá utilizar-se da depreciação


acelerada de que trata a Lei nº 8.661, de 1993, e a
Lei nº 11.196, de 2005, art. 17, III, com a redação dada pela
Lei nº 11.774, de 2008, em relação ao mesmo ativo, cujo saldo
ainda não depreciado será excluído para determinação do
lucro real no período de apuração em que concluída a
utilização de instalações fixas, aparelhos, máquinas e
equipamentos, destinados a projetos de pesquisa e
desenvolvimentos tecnológicos e desenvolvimento de
inovação tecnológica de produtos, de que tratam os arts. 39,
40, 42 e 43 da Lei nº 10.637, de 2002, e o art. 20 da
Lei nº 11.196, de 2005.

063 Como poderá ser utilizado o benefício fiscal da depreciação


acelerada incentivada?

O benefício fiscal da depreciação acelerada incentivada poderá ser utilizado da seguinte


forma:
a) será registrado, na escrituração comercial, o encargo de depreciação normal,
calculado pela aplicação da taxa usualmente admitida;
b) a quota de depreciação acelerada incentivada, correspondente ao benefício fiscal,
constituirá exclusão do lucro líquido na apuração do lucro real, devendo ser

166
escriturada diretamente como exclusão, na Parte A, e como controle, na Parte B do
Lalur;
c) o total da depreciação acumulada, incluindo a normal e a acelerada, não poderá
ultrapassar o custo de aquisição do bem registrado contabilmente; e
d) a partir do período de apuração em que a soma da depreciação contábil mais a
depreciação acelerada incentivada atingir a importância total do bem registrado
contabilmente (item “c” anterior), o valor da depreciação normal, registrado na
escrituração comercial, que continuar a ser reconhecido contabilmente, deverá ser
adicionado ao lucro líquido para efeito de determinação do lucro real, com a
concomitante baixa desse valor na conta de controle da Parte B do Lalur.

Notas:

1) As empresas que exerçam, simultaneamente, atividades


comerciais e industriais poderão utilizar o benefício em
relação aos bens destinados exclusivamente à atividade
industrial;
2) Salvo autorização expressa em lei, o benefício fiscal de
depreciação acelerada incentivada não poderá ser usufruído
cumulativamente com outros idênticos, exceto o da
depreciação acelerada em função dos turnos de trabalho.

Veja ainda: Formas de depreciação acelerada incentivada:


Pergunta 062 deste capítulo.

Normativo: RIR/2018, art. 324.

Amortização

064 Em que consiste a amortização de direitos, bens, custos e


despesas?

A amortização de direitos, bens, custos e despesas consiste na “recuperação contábil” do


capital aplicado na aquisição de direitos cuja existência ou exercício tenha duração
limitada, ou de bens cuja utilização pelo contribuinte tenha o prazo limitado por lei ou
contrato, e dos custos, encargos ou despesas, registrados no ativo diferido, que
contribuirão para a formação do resultado de mais de um período de apuração.

Notas:

Com a edição da Lei nº 11.941, de 2009, art. 37, que alterou


o disposto no art. 178, § 1º, da Lei nº 6.404, de 1976, o

167
subgrupo do ativo diferido foi inserido no grupo do ativo não
circulante, sendo substituído pelo subgrupo do intangível.

065 Como é efetuada essa “recuperação contábil” do capital


empregado?

Essa “recuperação contábil” do capital empregado é feita mediante o uso da faculdade,


estabelecida pela legislação, de se computar, em cada período de apuração, como custo
ou despesa operacional, o encargo de amortização, com a utilização de percentual que
traduza a recuperação do capital aplicado ou dos recursos aplicados em despesas que
contribuam para a formação do resultado de mais de um período de apuração.

Normativo: RIR/2018, art. 330.

066 Como será fixada a quota de amortização?

Período de apuração anual: a quota de amortização, dedutível em cada período de


apuração, será determinada pela aplicação da taxa anual de amortização sobre o valor
original do capital aplicado ou das despesas registradas no ativo diferido.
Período de apuração inferior a doze meses: se a amortização tiver início ou terminar no
curso do período de apuração anual, ou se este tiver duração inferior a doze meses, a taxa
anual será ajustada proporcionalmente ao período de amortização.

Notas:

1) Com a edição da Lei nº 11.941, de 2009, art. 37, que alterou


o disposto no art. 178, § 1º, da Lei nº 6.404, de 1976, o
subgrupo do ativo diferido foi inserido no grupo do ativo não
circulante, sendo substituído pelo subgrupo do intangível;
2) A taxa anual de amortização será fixada tendo em vista o
número de anos restantes de existência do direito e o número
de períodos de apuração em que deverão ser usufruídos os
benefícios decorrentes das despesas registradas no ativo
diferido.

Normativo: Lei nº 4.506, de 1964, art. 58, § 1º; e


RIR/2018, arts. 332 e 333.

168
067 Quais direitos ou bens poderão ser objeto de amortização?

Poderão ser amortizados os capitais aplicados na aquisição de direitos cuja existência ou


exercício tenha duração limitada ou de bens cuja utilização pelo contribuinte tenha o
prazo legal ou contratualmente limitado, tais como:
a) patentes de invenção, fórmulas e processos de fabricação, direitos autorais, licenças,
autorizações ou concessões;
b) custo de aquisição, prorrogação ou modificação de contratos e direitos de qualquer
natureza, inclusive de exploração de fundo de comércio;
c) custo das construções ou benfeitorias em bens locados ou arrendados, ou em bens de
terceiros, quando não houver direito ao recebimento de seu valor; e
d) o valor dos direitos contratuais de exploração de florestas por prazo determinado, na
forma do art. 334 do RIR/2018.

Notas:

1) A amortização de direitos classificados no ativo não


circulante intangível é considerada dedutível na determinação
do lucro real, observado o disposto no inciso III do caput do
art. 13 da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995;
2) Poderão ser excluídos, para fins de apuração do lucro real,
os gastos com desenvolvimento de inovação tecnológica
referidos no inciso I do caput e no § 2º do art. 17 da Lei nº
11.196, de 21 de novembro de 2005, quando registrados no
ativo não circulante intangível, no período de apuração em
que forem incorridos e observado o disposto nos arts. 22 a 24
da referida Lei;
3) O contribuinte que utilizar o benefício acima referido
deverá adicionar ao lucro líquido, para fins de apuração do
lucro real, o valor da realização do ativo intangível, inclusive
por amortização, alienação ou baixa.

RIR/2018, arts. 331 e 334, e


Normativo:
Lei nº 12.973, de 2014, arts. 41, 42 e 117, I.

068 Quais custos e despesas poderão ser objeto de amortização?

169
Para fins de determinação do lucro real, não serão computadas, no período de apuração
em que incorridas, as despesas:
I - de organização pré-operacionais ou pré-industriais, inclusive da fase inicial de
operação, quando a empresa utilizou apenas parcialmente o seu equipamento ou as suas
instalações; e
II - de expansão das atividades industriais.

As despesas acima referidas poderão ser excluídas para fins de determinação do lucro
real, em quotas fixas mensais e no prazo mínimo de 5 (cinco) anos, a partir:
a) - do início das operações ou da plena utilização das instalações, no caso do inciso I
acima; e
b) - do início das atividades das novas instalações, no caso do inciso II acima.

Notas:

1) Com a edição da Lei nº 11.941, de 2009, art. 37, que alterou


o disposto no art. 178, § 1º, da Lei nº 6.404, de 1976, o
subgrupo do ativo diferido foi inserido no grupo do ativo não
circulante, sendo substituído pelo subgrupo do intangível;
2) A partir de 1º/01/1996, somente será considerada, como
dedutível, a amortização de bens e direitos intrinsecamente
relacionados com a produção ou comercialização dos bens e
serviços;
3) A partir de 1º/01/2003, as despesas operacionais relativas
aos dispêndios com pesquisa tecnológica e desenvolvimento
de inovação tecnológica de produtos podem ser deduzidas
contabilmente no período de apuração da realização dos
dispêndios, isto é, não serão mais objeto de amortização,
conforme exposto nesta pergunta;
4) A partir de 1º/01/2006, poderão usufruir a amortização
acelerada, mediante dedução como custo ou despesa
operacional, no período de apuração em que forem efetuados,
os dispêndios relativos à aquisição de bens intangíveis,
vinculados exclusivamente às atividades de pesquisa
tecnológica e desenvolvimento de inovação tecnológica,
classificáveis no ativo diferido do beneficiário, para efeito de
apuração do IRPJ.

Normativo: Lei nº 9.249, de 1995, art. 13, III;


RIR/2018, arts. 330, 331 e 333;
Decreto nº 4.928, de 2003, art. 1º;
Lei nº 11.196, de 2005, art. 17, IV;

170
Lei nº 12.973, de 2014, arts. 2º, e 117, I, e III, “b”; e
Decreto nº 5.798, de 2006, art. 3º, V.

069 Há limites para a amortização?

Sim, pois, em qualquer hipótese, o montante acumulado das quotas de amortização não
poderá ultrapassar o custo de aquisição do direito ou bem, ou o total da despesa efetuada,
registrado contabilmente.

Normativo: RIR/2018, art. 330, § 1º.

070 Como proceder se a existência ou o exercício do direito, ou a


utilização do bem terminar antes da amortização integral?

Se a existência ou o exercício do direito, ou a utilização do bem terminar antes da


amortização integral de seu custo, o saldo não amortizado constituirá encargo no período
de apuração em que se extinguir o direito ou terminar a utilização do bem.

Normativo: RIR/2018, art. 330, § 3º.

071 Qual a diferença entre depreciação e amortização?

A principal distinção entre esses dois encargos é que, enquanto a depreciação incide sobre
os bens físicos de propriedade do próprio contribuinte, a amortização se relaciona com a
diminuição de valor de bens que, nos termos da lei ou contrato que regule a concessão de
serviço público, devem reverter ao poder concedente ao fim do prazo da concessão, sem
indenização; ou que, locados ou arrendados, ou em bens de terceiros, não houver direito
ao recebimento de seu valor; ou dos direitos (ou despesas diferidas) com prazo limitado
(legal ou contratualmente).

072 Quais as espécies de amortização acelerada existentes?

Bens destinados à pesquisa tecnológica e desenvolvimento de inovação tecnológica,


adquiridos a partir de 1º/01/2006:
Há apenas uma espécie de amortização acelerada, a aplicável aos bens intangíveis,
classificáveis no ativo diferido, adquiridos a partir de 1º de janeiro de 2006,
exclusivamente para a exploração em atividades de pesquisa tecnológica e
desenvolvimento de inovação tecnológica.

171
Tratamento do saldo não amortizado quando concluída a utilização dos bens
intangíveis:
Os valores relativos aos dispêndios incorridos a partir de 1º de janeiro de 2006, relativos
aos procedimentos de proteção de propriedade intelectual explorada exclusivamente em
atividades de pesquisa tecnológica e desenvolvimento de inovação tecnológica, poderão
ser amortizados na forma da legislação vigente, podendo o saldo não amortizado ser
excluído na determinação do lucro real, no período de apuração em que for concluída sua
utilização.
A propriedade intelectual, cujo dispêndio é amortizável na forma do parágrafo anterior,
refere-se às instalações fixas, aparelhos, máquinas e equipamentos, destinados à
utilização em projetos de pesquisa e desenvolvimento tecnológico, metrologia,
normalização técnica e avaliação da conformidade, aplicáveis a produtos, processos,
sistemas e pessoal, procedimentos de autorização de registros, licenças, homologações e
suas formas correlatas.
O valor do saldo excluído na forma dos parágrafos anteriores deverá ser controlado no
Lalur, e será adicionado, na determinação do lucro real, em cada período de apuração
posterior, pelo valor da amortização normal que venha a ser contabilizada como despesa
operacional.
A pessoa jurídica beneficiária de amortização acelerada de que trata o tópico anterior, não
poderá utilizar-se do benefício de exclusão do saldo não amortizado, de que trata este
tópico, relativamente aos mesmos bens intangíveis.

Notas:

1) Com a edição da Lei nº 11.941, de 2009, art. 37, que alterou


o disposto no art. 178, § 1º, da Lei nº 6.404, de 1976, o
subgrupo do ativo diferido foi inserido no grupo do ativo não
circulante, sendo substituído pelo subgrupo do intangível;
2) O montante acumulado das quotas de amortização não
poderá ultrapassar o custo de aquisição do bem registrado
contabilmente;
3) A amortização acelerada não se aplica em relação aos bens
intangíveis adquiridos de terceiros ou desenvolvidos
internamente na empresa, destinados à manutenção das
atividades da companhia e da empresa, os quais, por força da
Lei nº 6.404, de 1976, art. 179, IV, devem ser classificados no
ativo imobilizado.

Normativo: Lei nº 11.196, de 2005, arts. 17, IV, e 20; e


Lei nº 11.487, de 2007, art. 1º.

Exaustão

172
073 Em que consiste a exaustão, em termos contábeis?

Exaurir significa esgotar completamente.


Em termos contábeis, a exaustão se relaciona com a perda de valor dos bens ou direitos
do ativo, ao longo do tempo, decorrentes de sua exploração (extração ou aproveitamento).

074 Como serão apresentados no balanço os direitos sujeitos à


exaustão?

No balanço, os direitos serão classificados no ativo imobilizado e deverão ser avaliados


pelo custo de aquisição, deduzido do saldo da respectiva conta de exaustão acumulada.

Normativo: Lei das S.A. - Lei nº 6.404, de 1976, art. 183, V.

075 Quando cabe o registro nas contas de exaustão?

A diminuição de valor dos elementos do ativo imobilizado será registrada periodicamente


nas contas de exaustão, quando corresponder à perda do valor, decorrente da sua
exploração, de direitos cujo objeto sejam recursos minerais ou florestais, ou bens
aplicados nessa exploração.

Notas:

Sobre os procedimentos a serem observados no cálculo da


quota anual de exaustão, consultar os arts. 336 e 337 do
RIR/2018.

Normativo: Lei das S.A. - Lei nº 6.404, de 1976, art. 183, § 2º, “c”;
e
RIR/2018, arts 336 e 337.

076 Quais os elementos do ativo sujeitos à quota de exaustão?

Registra-se a quota de exaustão somente sobre o custo dos direitos à exploração


(aproveitamento) mineral ou florestal registrados no ativo.

Notas:

173
O valor dos direitos contratuais de exploração de florestas por
prazo determinado, na forma do art. 334 do RIR/2018, é
objeto de amortização e não de exaustão.

Veja ainda: Exaustão de recursos minerais:


Perguntas 077 a 088 deste capítulo.
Exaustão de recursos florestais:
Perguntas 089 a 092 deste capítulo.

Normativo: RIR/2018, art. 334.

Exaustão de Recursos Minerais

077 Quais modalidades de exaustão podem ser utilizadas pelas


empresas de mineração?

As empresas de mineração, relativamente às jazidas ou minas manifestadas ou


concedidas, poderão, em cada período de apuração, deduzir, como custo ou encargo,
quota de exaustão normal ou real, e/ou excluir do lucro líquido, na determinação do lucro
real, quota de exaustão incentivada, nos termos da legislação específica.
A dedução da quota de exaustão incentivada não será aplicada em relação às jazidas cuja
exploração tenha tido início a partir de 22/12/1987. O benefício é assegurado às empresas
que, em 24/03/1970, eram detentoras, a qualquer título, de direitos de decreto de lavra e
àquelas cujas jazidas tenham tido início de exploração a partir de 1º/01/1980, em relação
à receita bruta auferida nos dez primeiros anos de exploração de cada jazida.
A exclusão poderá ser realizada em períodos de apuração subsequentes ao encerrado em
31/12/1988, desde que observado o mesmo limite global de vinte por cento da receita
bruta auferida até o período de apuração encerrado em 31/12/1988.
É facultado à empresa de mineração excluir, em cada período de apuração, quota de
exaustão superior ou inferior a vinte por cento da receita bruta do período, desde que a
soma das deduções realizadas, até o período de apuração em causa, não ultrapasse vinte
por cento da receita bruta auferida desde o início da exploração, a partir do período de
apuração relativo ao exercício financeiro de 1971.
A exclusão poderá ser realizada em períodos de apuração subsequentes ao período inicial
de dez anos, desde que observado o mesmo limite global de vinte por cento da receita
bruta auferida nos dez primeiros anos de exploração.

Notas:

174
Não poderá ser objeto de exaustão a exploração de jazidas
minerais inesgotáveis ou de exaurimento indeterminável,
como as de água mineral.

Normativo: RIR/2018, arts. 336; e


PN CST nº 44, de 1977.

078 Como serão fixadas as quotas de exaustão de recursos minerais?

As quotas de exaustão de recursos minerais serão fixadas:


a) a quota normal de exaustão, tendo em vista o volume de produção no período e sua
relação com a possança conhecida da mina ou em função do prazo de concessão; e
b) a quota de exaustão incentivada, pela diferença entre o valor resultante da aplicação
do percentual de vinte por cento sobre a receita bruta e o valor da quota normal de
exaustão, encontrada na forma do item “a” anterior.

Normativo: RIR/1999, arts. 336, § 2º.

079 Como se obtém o valor da receita bruta para efeito de cálculo


da quota de exaustão incentivada de recursos minerais?

A receita bruta que servirá de base de cálculo da quota de exaustão incentivada


corresponderá ao valor de faturamento dos minerais.

Normativo: RIR/1999, art. 331, § 1º.

080 As empresas de mineração, em relação às atividades exercidas


mediante licenciamento ou como arrendatárias, fazem jus às
quotas de exaustão?

Não. As atividades extrativas sob licenciamento (minerais destinados ao aproveitamento


imediato e in natura) ou sob arrendamento não comportam nenhuma das formas de
exaustão, em face de não haver custo ativável de direitos minerais. Caberá, quando muito,
a apropriação normal de quotas de amortização ou das despesas operacionais, conforme
o caso.

175
081 Quais controles deverão ser mantidos pelas empresas de
mineração, com relação às quotas de exaustão dos recursos
minerais explorados?

As empresas de mineração deverão manter, em sua escrituração contábil, sob intitulação


própria, subcontas distintas (separadas), referentes a cada jazida ou mina.
Esse controle individualizado também será estendido à quota de exaustão mineral com
base no custo de aquisição (exaustão normal ou real).
A quota anual de exaustão incentivada poderá ser registrada e controlada na Parte B do
Lalur, na qual deverão ser discriminados os valores que serviram de base para apuração
desta, a saber: inicialmente, calcular vinte por cento da receita bruta; a seguir, como
parcela redutora, indicar o valor da exaustão apropriada contabilmente (exaustão normal
ou real) encontrando, assim, a diferença que representa o incentivo propriamente dito.

Normativo: RIR/1999, art. 331, § 6º.

082 Como será contabilizada a quota normal de exaustão?

A empresa de mineração apropriará, como custo ou encargo, a débito do resultado do


período de apuração e a crédito da conta de exaustão acumulada, o valor da quota de
exaustão com base no custo de obtenção ou aquisição dos direitos ao aproveitamento dos
recursos minerais, proporcionalmente à redução da possança da mina.

083 Como proceder para o aproveitamento da quota de exaustão


incentivada?

O incentivo utilizável será, na apuração do lucro real, registrado como exclusão do lucro
líquido do período de apuração, na Parte A do Lalur.
As empresas que optarem por manter controle de exaustão incentivada na Parte B do
Lalur deverão baixar do saldo dessa conta a parcela excluída na Parte A.

Normativo: RIR/1999, art. 331, § 6º.

084 Como deverá ser registrado, na contabilidade, o


aproveitamento da exaustão incentivada?

A quota anual de exaustão incentivada, na parte em que exceder à quota de exaustão


normal, será creditada à conta especial de reserva de lucros, que somente poderá ser
utilizada para absorção de prejuízos ou incorporação ao capital social.

176
Normativo: RIR/1999, art. 333.

085 Qual o limite anual de aproveitamento da exaustão


incentivada?

Sabendo-se que o valor do incentivo deve ser registrado na escrituração contábil a crédito
da conta especial de reserva de lucros, tendo como contrapartida o lucro líquido, a
exclusão a título de exaustão incentivada não poderá ter um valor maior que o lucro
líquido do período de apuração respectivo.

086 Como recuperar a quota de exaustão incentivada quando esta


não puder ser utilizada no período de apuração?

Por ser uma exaustão incentivada, a legislação faculta à empresa de mineração,


relativamente às jazidas ou minas objeto de manifesto ou concessão, excluir do lucro
líquido, para obtenção do lucro real, em cada período de apuração, quota de exaustão
incentivada superior ou inferior a vinte por cento da receita bruta do período de apuração
(diminuída do valor da quota de exaustão normal ou real apropriada contabilmente), desde
que a soma das deduções realizadas até o período em causa não ultrapasse a vinte por
cento da receita auferida desde o início da exploração, sempre condicionada à existência
de lucro líquido no período de apuração.
Permite, ainda, que a dedução seja realizada em períodos de apuração subsequentes ao
período inicial (dez anos), observado o mesmo limite global de vinte por cento da receita
nos dez primeiros anos de exploração.

Normativo: RIR/1999, art. 332.

087 A utilização da exaustão incentivada não poderá ter como


limite o lucro real em vez do lucro líquido do período de
apuração?

Não, já que a quota de exaustão incentivada utilizável deverá ser registrada, na


contabilidade, a crédito de conta especial de reserva de lucros, e isto só será possível
quando existir lucro líquido no período de apuração, e até o limite deste.
A exaustão incentivada não poderá ser aproveitada no caso de prejuízo contábil, mesmo
que subsista lucro real nesse período de apuração, por maior que este seja.

177
088 Como proceder para cálculo da exaustão incentivada no caso de
existirem simultaneamente várias jazidas ou minas?

Se várias forem as jazidas ou minas que tenham contribuído com parcelas maiores ou
menores na formação da receita bruta, o valor do incentivo corresponderá a vinte por
cento da soma dessas receitas, menos a soma das quotas de exaustão real contabilizadas.
Atentar que, em qualquer caso, o limite da exaustão incentivada de cada jazida,
individualmente considerada, não poderá ser ultrapassado.

Exaustão de Recursos Florestais

089 Qual a quota de exaustão aplicável aos recursos florestais?

Poderá ser computada, como custo ou encargo em cada período de apuração, a


importância correspondente à diminuição do valor de recursos florestais, resultante de sua
exploração.

Normativo: RIR/2018, art. 337.

090 Qual a base para cálculo da quota de exaustão florestal?

A quota de exaustão dos recursos florestais destinados a corte terá como base de cálculo
o valor original das florestas.

Normativo: Lei nº 9.249, de 1995, art. 4º; e


RIR/2018, art. 337, § 1º.

091 Quais os critérios a serem seguidos para o cálculo da quota de


exaustão florestal?

Para o cálculo do valor da quota de exaustão florestal, será observado o seguinte critério:
a) apurar-se-á, inicialmente, o percentual que o volume dos recursos florestais utilizados
ou a quantidade de árvores extraídas, durante o período de apuração, representa em
relação ao volume ou à quantidade de árvores que, no início do período de apuração,
compunham a floresta;
b) o percentual encontrado será aplicado sobre o valor contábil da floresta, registrado no
ativo, e o resultado será considerado como custo dos recursos florestais extraídos.

178
Normativo: RIR/2018, art. 337, § 2º.

092 Essa quota de exaustão será também registrada no caso de


direitos contratuais de exploração?

A resposta dada à pergunta anterior aplica-se também às florestas objeto de direitos


contratuais de exploração por prazo indeterminado, devendo as quotas de exaustão ser
contabilizadas pelo adquirente desses direitos, que tomará como valor da floresta o do
contrato.
Em se tratando de direitos contratuais de exploração por prazo determinado, não caberá
exaustão, mas sim amortização.

Normativo: RIR/2018, art. 334 e 337, § 3º.

Apropriação de Quotas

093 A partir de que momento o encargo de depreciação,


amortização ou exaustão poderá ser imputado no resultado da
pessoa jurídica?

a) a depreciação, somente a partir do mês em que o bem for instalado, posto em serviço
ou em condições de produzir;
b) a amortização, a partir da utilização do bem ou direito ou do início da atividade para
a qual contribuam despesas pré-operacionais a ela relativas, passíveis de amortização;
e
c) a exaustão, a partir do mês em que se iniciar o esgotamento dos direitos de exploração
mineral ou florestal registrados no ativo.

Notas:

Observar que esses encargos deverão ser calculados sempre


em razão de duodécimos, ou seja, número de meses restantes
até o final do período de apuração respectivo.

094 A quota anual de depreciação será sempre a mesma durante


todo o período de duração do bem?

Regra geral, sim. Entretanto, considerando-se que a taxa anual de depreciação tem como
base o período de doze meses consecutivos, a quota de depreciação deverá ser ajustada

179
proporcionalmente na hipótese de período de apuração inferior a doze meses, como no
caso de apuração do lucro real trimestral, e no período em que tiver início ou se completar
(atingir cem por cento) a depreciação dos bens.

095 Por que a legislação permite que os encargos de depreciação,


amortização e exaustão possam ser registrados como custo ou
despesa operacional, a critério do contribuinte?

Porque não se pode determinar, a priori, se o encargo a ser suportado pelo contribuinte,
a esse título, estará vinculado a custo ou a despesas operacionais.
Exemplos:
a) a depreciação de um caminhão comporá o custo de uma empresa de transporte se este
for empregado nessa atividade, mas poderá ser computada como despesa operacional
se utilizado numa empresa comercial para entrega de mercadoria vendida; e
b) a depreciação de computadores, normalmente considerada como despesa operacional
para a maioria dos contribuintes, será custo para uma escola de informática.
Assim sendo, caberá ao contribuinte, em cada caso, atendendo à sua atividade específica,
computar esse encargo, adequadamente, como custo ou despesa operacional, arcando, por
outro lado, com as possíveis consequências de uma classificação inadequada.

096 Em relação aos recursos florestais quando ocorre a depreciação,


a amortização ou a exaustão?

Os ativos da pessoa jurídica, representados por recursos florestais, podem ser


depreciados, amortizados ou exauridos, de acordo com as seguintes regras:
a) a depreciação é calculada sobre ativo representado por empreendimento próprio da
pessoa jurídica, do qual serão extraídos apenas os frutos. Nessa hipótese, o custo de
aquisição ou formação (excluído o solo) é depreciado em tantos anos quantos forem
os de produção dos frutos;
b) a amortização é calculada sobre ativo representado por aquisição de direitos de
exploração, por prazo determinado, sobre empreendimento de propriedade de
terceiros. Nesse caso, o custo de aquisição desses direitos é amortizado ao longo do
período de duração do contrato; e
c) a exaustão é calculada sobre ativo representado por floresta própria. Nesse caso, o
custo de aquisição ou formação (excluído o solo) será objeto de exaustão na medida
e na proporção em que os recursos forem sendo exauridos. No caso de a floresta ou o
vegetal plantado proporcionar à pessoa jurídica a possibilidade de um segundo ou
mesmo um terceiro corte, o custo de aquisição ou de formação deverá ser recuperado
através da exaustão calculada em função do volume extraído em cada período,
confrontado com a produção total esperada, englobando os diversos cortes.

Provisões

180
097 Em que consistem as provisões?

Provisões são expectativas de obrigações ou de perdas de ativos resultantes da aplicação


do princípio contábil da Prudência. São efetuadas com o objetivo de apropriar, no
resultado de um período de apuração, segundo o regime de competência, custos ou
despesas que provável ou certamente ocorrerão no futuro.
Para fins da legislação tributária federal, as referências a provisões alcançam as perdas
estimadas no valor de ativos, inclusive as decorrentes de redução ao valor recuperável.

098 O que fazer se a provisão não chegar a ser utilizada no período


de apuração seguinte?

Quando a provisão constituída não chegar a ser utilizada ou for utilizada só parcialmente,
o seu saldo, por ocasião da apuração dos resultados do período de apuração seguinte,
deverá ser revertido a crédito de resultado desse período de apuração e, se for o caso,
poderá ser constituída nova provisão para vigorar durante o período de apuração
subsequente.

099 Em que condições as provisões serão admitidas pela legislação


do Imposto de Renda?

Na determinação do lucro real, somente poderão ser deduzidas as provisões


expressamente autorizadas pela legislação tributária.

Normativo: RIR/2018, art. 339.

100 Quais são as provisões admitidas pela legislação do Imposto de


Renda?

A legislação do imposto de renda somente admite a constituição, como custo ou despesa


operacional, das seguintes provisões:
a) provisões constituídas para o pagamento de férias de empregados;
b) provisões para o pagamento de décimo-terceiro salário de empregados;
c) provisões técnicas das companhias de seguro e de capitalização, das entidades de
previdência privada complementar, e das operadoras de planos de assistência à
saúde, quando constituídas por exigência da legislação especial a elas aplicável;
d) provisões para perdas de estoques, de que tratam os arts. 8º e 9º da Lei nº 10.753, de
2003, com a redação do art. 85 da Lei nº 10.833, de 2003.

Veja ainda: Provisão para pagamento de férias de empregados:


Perguntas 103 a 107 deste capítulo.

181
Provisão para pagamento de décimo-terceiro
salário:
Pergunta 108 deste capítulo.

Normativo: Lei nº 9.249, de 1995, art. 13, I;


Medida Provisória nº 2.158-35/2001, art. 83;
Lei nº 10.753, de 2003, arts. 8º e 9º;
Lei nº 10.833, de 2003, art. 85; e
RIR/2018, arts. 339 a 343.

101 A pessoa jurídica ainda poderá constituir contabilmente as


provisões que não se encontrem expressamente previstas
como dedutíveis para fins da legislação do Imposto de Renda?

Sim. Além daquelas expressamente previstas na legislação do imposto de renda, a pessoa


jurídica poderá continuar a constituir contabilmente as provisões que entenda serem
necessárias à sua atividade ou aos seus interesses sociais.
Todavia, na hipótese de a provisão constituída na contabilidade ser considerada
indedutível para fins da legislação do imposto de renda, a pessoa jurídica deverá efetuar
no Lalur, Parte A, a adição do respectivo valor ao lucro líquido do período, para apuração
do lucro real.
No período em que a provisão for revertida contabilmente, ela poderá ser excluída do
lucro líquido, para fins de determinação do lucro real.

Veja ainda: Provisão para créditos de liquidação duvidosa:


Pergunta 102 deste capítulo.

102 Como proceder para baixar os créditos não recebidos oriundos


da atividade operacional, quando for constituída,
contabilmente, a provisão para créditos de liquidação duvidosa,
mesmo após a vedação da legislação fiscal?

As pessoas jurídicas que tenham constituído contabilmente a provisão para créditos de


liquidação duvidosa, mesmo após a vedação da legislação fiscal, deverão, no período de
constituição da provisão, adicionar o valor da referida provisão ao lucro líquido do
período, para apuração do lucro real.
No período em que contabilmente a provisão for revertida, ela poderá ser excluída do
lucro líquido para determinação do lucro real.
O registro contábil das perdas deverá ser efetuado de acordo com o disposto na
Lei nº 9.430, de 1996, art. 10.

182
Veja ainda: Perdas no recebimento de créditos:
Perguntas 120 a 127 deste capítulo.

Normativo: Lei nº 9.430 de 1996, art. 10.

103 Qual o limite para constituição da provisão para pagamento de


remuneração correspondente a férias de seus empregados?

O limite para constituição da provisão para pagamento de remuneração correspondente a


férias de empregados será determinado com base na remuneração mensal do empregado
e no número de dias de férias a que já tiver direito na época do encerramento do período
de apuração. A faculdade de constituir essa provisão contempla a inclusão dos gastos já
incorridos com a remuneração de férias proporcionais e dos encargos sociais incidentes
sobre os valores que forem objeto de provisão, cujo ônus caiba à empresa.

Normativo: Lei nº 9.249, de 1995, art. 13, I;


RIR/2018, art. 342; e
PN CST nº 7, de 1980.

104 Como é feita a contagem de dias de férias a que já tiver direito


o empregado na época do balanço?

Essa contagem será efetuada da seguinte forma:


a) por períodos completos - após doze meses de vigência do contrato de trabalho, o
empregado terá direito a férias na seguinte proporção:
até 5 faltas no período aquisitivo, 30 dias corridos;
de 6 a 14 faltas, 24 dias corridos;
de 15 a 23 faltas, 18 dias corridos;
de 24 a 32 faltas, 12 dias corridos; e
mais de 32 faltas, o empregado perde o direito a férias.
b) por períodos incompletos - relativamente aos períodos inferiores a doze meses de
serviço, tomar-se-ão por base férias na proporção de 1/12 (um doze avos) de trinta
dias por mês de serviço ou fração superior a quatorze dias, na data de apuração do
balanço ou resultado (ou seja, 2,5 dias por mês ou fração superior a quatorze dias).

Notas:

183
Sempre que, nos termos da CLT, as férias forem devidas em
dobro, os dias de férias a que fizer jus o empregado, na forma
acima, serão contados observada essa circunstância.

Normativo: CLT - Decreto-Lei nº 2.452, de 1943, art. 130, com a


redação dada pelo Decreto-Lei nº 1.535 de 1977, art. 1º.

105 Como será efetuado o cálculo da provisão para pagamento de


férias?

O número de dias de férias por empregado, obtido na forma exposta na pergunta anterior,
será multiplicado por 1/30 (um trinta avos) da sua remuneração mensal, na época da
apuração do resultado ou balanço, majorada com um terço a mais do que o salário normal
(adicional de férias), podendo o referido valor ser acrescido dos encargos sociais cujo
ônus couber à empresa (INSS e FGTS).

Notas:

A pessoa jurídica deverá manter demonstrativo dos cálculos


efetuados.

Normativo: RIR/2018, art. 342, § 3º

106 Como proceder no período de apuração seguinte ao do


provisionamento de férias dos empregados?

As importâncias pagas serão debitadas à conta de provisão até o limite provisionado.


O saldo porventura remanescente, na data da apuração do resultado ou balanço seguinte,
será revertido e, se for o caso, poderá ser constituída nova provisão.

Normativo: RIR/2018, art. 342, § 2º.

184
107 Como deverá proceder a pessoa jurídica que não houver
constituído a provisão para pagamento de férias a seus
empregados?

A pessoa jurídica que não houver constituído a provisão para pagamento de férias aos
seus empregados poderá computar todo o valor pago ou creditado, a título de remuneração
de férias, no próprio período de apuração do pagamento ou crédito, ainda que tais férias
se iniciem nesse período e terminem no seguinte.

Normativo: PN CST nº 8, de 1985.

108 Qual o valor a ser provisionado para efeito de pagamento de


décimo-terceiro salário?

O valor a ser provisionado para efeito de pagamento de décimo-terceiro salário


corresponderá ao valor resultante da multiplicação de 1/12 (um doze avos) da
remuneração, acrescida dos encargos sociais cujo ônus cabe à empresa, pelo número de
meses de serviço relativos ao período de apuração.

Normativo: RIR/2018, art. 343, parágrafo único.

109 Quais as empresas que estão obrigadas a constituir a provisão


para pagamento do Imposto de Renda?

A constituição da provisão para pagamento do imposto de renda, em cada período de


apuração, é obrigatória para todas as pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real.
A citada provisão é considerada indedutível para fins do imposto de renda. Portanto, a
demonstração do lucro real deverá ser aberta com o lucro líquido do período, antes de
formada a provisão.
Somente haverá adição da provisão ao lucro líquido quando o imposto indedutível tenha
sido imputado diretamente à conta de resultados.

Normativo: RIR/2018, art. 344; e


PN CST nº 102, de 1978.

110 Qual a base para o cálculo da provisão para o IR?

A base para o cálculo da provisão para o IR é o lucro real.


Ou seja, o lucro líquido do período de apuração (trimestral ou anual) ajustado pelas
adições, exclusões ou compensações prescritas ou autorizadas pela legislação tributária.

185
111 Qual a classificação contábil da provisão para o IR?

A parcela da provisão relativa ao lucro real deverá figurar no passivo circulante; a relativa
ao imposto incidente sobre lucros diferidos para períodos de apuração subsequentes será
classificada no exigível a longo prazo.

Notas:

Com a edição da Lei nº 11.941, de 2009, art. 37, que alterou


o disposto no art. 178, § 1º, da Lei nº 6.404, de 1976, o
subgrupo do passivo exigível a longo prazo passou a
denominar-se passivo não circulante.

112 Como deverão proceder as pessoas jurídicas que gozarem de


isenção ou redução do imposto de renda em virtude de
incentivos regionais ou setoriais?

As subvenções para investimento, inclusive mediante isenção ou redução de impostos,


concedidas como estímulo à implantação ou expansão de empreendimentos econômicos
e as doações feitas pelo poder público não serão computadas na determinação do lucro
real, desde que seja registrada em reserva de lucros a que se refere o art. 195-A da Lei nº
6.404, de 15 de dezembro de 1976, que somente poderá ser utilizada para:

I - absorção de prejuízos, desde que anteriormente já tenham sido totalmente absorvidas


as demais Reservas de Lucros, com exceção da Reserva Legal; ou
II - aumento do capital social.

Notas:

1) Na hipótese do inciso I acima, a pessoa jurídica deverá


recompor a reserva à medida que forem apurados lucros nos
períodos subsequentes.
2) As doações e subvenções de que trata esta pergunta serão
tributadas caso não seja observado o disposto no item 1 ou
seja dada destinação diversa da que está prevista nesta
pergunta, inclusive nas hipóteses de:
I - capitalização do valor e posterior restituição de capital aos
sócios ou ao titular, mediante redução do capital social,
hipótese em que a base para a incidência será o valor

186
restituído, limitado ao valor total das exclusões decorrentes de
doações ou subvenções governamentais para investimentos;

II - restituição de capital aos sócios ou ao titular, mediante


redução do capital social, nos 5 (cinco) anos anteriores à data
da doação ou da subvenção, com posterior capitalização do
valor da doação ou da subvenção, hipótese em que a base para
a incidência será o valor restituído, limitada ao valor total das
exclusões decorrentes de doações ou de subvenções
governamentais para investimentos; ou
III - integração à base de cálculo dos dividendos obrigatórios.

3) Se, no período de apuração, a pessoa jurídica apurar


prejuízo contábil ou lucro líquido contábil inferior à parcela
decorrente de doações e de subvenções governamentais e,
nesse caso, não puder ser constituída como parcela de lucros
nos termos desta pergunta, esta deverá ocorrer à medida que
forem apurados lucros nos períodos subsequentes.

Normativo: Lei nº 12.973, de 2014, art. 30.

113 A provisão para o IR pode ser feita pelo valor líquido


destacando-se a dedução dos incentivos fiscais regionais?

Não. A provisão para o IR deve ser constituída obrigatoriamente pelo seu total, sem
dedução dos incentivos fiscais cuja fruição dependa do pagamento do imposto (Finor,
Finam etc.).
Como justificativa, temos que o benefício fiscal estará condicionado ao pagamento da
totalidade do imposto no prazo correspondente.
Tal entendimento é aplicável mesmo na hipótese de apuração trimestral da base de cálculo
do imposto, apesar de a aplicação nos citados incentivos fiscais ser feita em DARF
separado e nos mesmos prazos de recolhimentos trimestrais do imposto de renda, pois o
gozo do benefício também está condicionado ao total pagamento do imposto.

114 A constituição da provisão para o IR está limitada ao lucro


líquido do período de apuração?

Não. A provisão para o IR deve ser feita sempre pelo total do lucro real apurado.
Caso esse valor seja superior ao do lucro líquido do período, a sua constituição poderá,
inclusive, gerar prejuízo contábil.

187
Caso já exista prejuízo contábil, esse prejuízo será acrescido da provisão se, na apuração
do lucro real, houver resultado positivo.

115 O prejuízo contábil apurado nas atividades da pessoa jurídica


ou gerado pela constituição da provisão para o IR é
compensável na determinação do lucro real?

Não. O prejuízo compensável é o que for apurado na demonstração do lucro real,


trimestral ou anual, evidenciado na DIPJ entre parênteses, por ser negativo, e deverá ser
idêntico àquele que constar no Lalur ao final de cada período de apuração (Parte A), sendo
controlado na Parte B, para posterior compensação.

116 Qual a contrapartida da provisão para o IR nos casos de


existência de lucro líquido ou prejuízo contábil no período de
apuração?

A contrapartida será sempre a própria conta que demonstrar o resultado do período de


apuração que, recebendo a débito o valor da provisão, poderá passar, inclusive, de credora
a devedora.

117 Quais os efeitos fiscais da não constituição da provisão para o


IR?

A falta da constituição da provisão não acarreta qualquer influência para efeitos fiscais,
haja vista que o fato de o patrimônio líquido ficar indevidamente majorado, com o registro
a maior do lucro líquido sem o cômputo da provisão, não interfere na apuração do lucro
real.
Desse modo, os efeitos da não constituição da provisão são meramente contábeis, pois os
resultados e as demonstrações financeiras da empresa deverão demonstrar a sua real
situação, e a falta da constituição da provisão ensejará a apuração de um lucro líquido
maior, passível de ser distribuído ou destinado pela pessoa jurídica e, considerando-se
que a provisão para pagamento do imposto de renda se constitui em valor redutor do
patrimônio líquido, este ficará indevidamente majorado.

118 Como deve proceder o contribuinte que deixou de contabilizar


ou contabilizou a menor o valor da provisão para o Imposto
de Renda?

Deve, no curso do período de apuração seguinte, mediante lançamento de ajuste em


contas próprias, com efeitos retroativos ao início do período de apuração, regularizar sua
situação contábil pelo registro do valor da provisão (ou da diferença a menor apurada), a
débito de conta do patrimônio líquido (prejuízos acumulados).

188
119 Qual a solução para regularizar, mediante registro no período
de apuração seguinte, a provisão para o IR não constituída por
ocasião do encerramento do balanço, no caso de já ter sido
incorporada ao capital a totalidade das reservas?

Ainda que não possua nenhuma reserva, o ajuste deverá ser feito, já que, na prática, o
valor da provisão para o imposto de renda a débito da conta de prejuízos acumulados terá
o mesmo efeito da redução das reservas ou lucros acumulados, pois, igualmente, reduz o
patrimônio líquido, que passará a ser demonstrado pelo seu valor real.

Perdas no Recebimento de Créditos

120 Como a pessoa jurídica poderá considerar, na apuração do


lucro real, as perdas ocorridas com créditos decorrentes de suas
atividades?

Para fins da legislação fiscal, poderão ser registrados como perda, os créditos:
I - em relação aos quais tenha havido a declaração de insolvência do devedor, em sentença
emanada do Poder Judiciário;

II - sem garantia, de valor:

a) até R$ 15.000,00 (quinze mil reais), por operação, vencidos há mais de seis
meses, independentemente de iniciados os procedimentos judiciais para o seu
recebimento;
b) acima de R$ 15.000,00 (quinze mil reais) até R$ 100.000,00 (cem mil reais),
por operação, vencidos há mais de um ano, independentemente de iniciados os
procedimentos judiciais para o seu recebimento, mantida a cobrança
administrativa; e

c) superior a R$ 100.000,00 (cem mil reais), vencidos há mais de um ano, desde


que iniciados e mantidos os procedimentos judiciais para o seu recebimento;
III - com garantia, vencidos há mais de dois anos, de valor:

a) até R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), independentemente de iniciados os


procedimentos judiciais para o seu recebimento ou o arresto das garantias; e
b) superior a R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), desde que iniciados e mantidos
os procedimentos judiciais para o seu recebimento ou o arresto das garantias; e
IV - contra devedor declarado falido ou pessoa jurídica em concordata ou recuperação
judicial, relativamente à parcela que exceder o valor que esta tenha se comprometido a
pagar, observado o disposto no § 5º.

No caso de contrato de crédito em que o não pagamento de uma ou mais parcelas implique
o vencimento automático de todas as demais parcelas vincendas, os limites a que se

189
referem as alíneas “a” e “b” do inciso II acima serão considerados em relação ao total dos
créditos, por operação, com o mesmo devedor.

Notas:

1) Para os contratos inadimplidos até a data de publicação da


Medida Provisória nº 656, de 2014 (8 de outubro de 2014),
convertida na Lei nº 13.097, de 2015, poderão ser registrados
como perda os créditos:
a) em relação aos quais tenha havido a declaração de
insolvência do devedor, em sentença emanada do Poder
Judiciário;
b) sem garantia de valor:
b.1) até R$ 5.000,00 (cinco mil reais), por operação, vencidos
há mais de seis meses, independentemente de iniciados os
procedimentos judiciais para o seu recebimento;
b.2) acima de R$ 5.000,00 (cinco mil) até R$ 30.000,00 (trinta
mil reais), por operação, vencidos há mais de um ano,
independentemente de iniciados os procedimentos judiciais
para o seu recebimento, porém mantida a cobrança
administrativa;
b.3) acima de R$ 30.000,00 (trinta mil reais), vencidos há
mais de um ano, desde que iniciados e mantidos os
procedimentos judiciais para o seu recebimento;
c) com garantia, vencidos há mais de dois anos, desde que
iniciados e mantidos os procedimentos judiciais para o seu
recebimento ou o arresto das garantias; e
d) contra devedor declarado falido ou pessoa jurídica
declarada concordatária, relativamente à parcela que
exceder o valor que esta tenha se comprometido a pagar.
Caso a pessoa jurídica concordatária não honre o
compromisso do pagamento de parcela do crédito, esta
também poderá ser deduzida como perda, observadas as
condições gerais para dedução das perdas.

2) A partir de 8 de outubro de 2014, a referência feita a


empresa concordatária abrange também a empresa em
recuperação judicial (MP nº 656, de 2014, art. 2º, convertida
na Lei nº 13.097, de 2015).

3) O que se considera como operação:


Considera-se como operação a venda de bens, a prestação de
serviços, a cessão de direitos, ou a aplicação de recursos
financeiros em operações com títulos e valores mobiliários,

190
constante de um único contrato, no qual esteja prevista a
forma de pagamento do preço pactuado, ainda que a transação
seja realizada para pagamento em mais de uma parcela.
No caso de empresas mercantis, a operação será caracterizada
pela emissão da fatura, mesmo que englobe mais de uma nota
fiscal.
Os limites de que trata a legislação serão sempre calculados
sobre o valor total da operação, ainda que, tendo honrado uma
parte do débito, o devedor esteja inadimplente de um valor
correspondente a uma faixa abaixo da em que se encontra o
valor total da operação.

4) Crédito em que o não pagamento de uma parcela


acarreta o vencimento automático das demais parcelas:
No caso de contrato de crédito em que o não pagamento de
uma ou mais parcelas implique o vencimento automático de
todas as demais parcelas vincendas, os limites a que se
referem as alíneas b.1 e b.2 serão considerados em relação ao
total dos créditos, por operação, com o mesmo devedor.

5) Acréscimo de reajustes e encargos moratórios


contratados:
Para fins de efetuar o registro da perda, os créditos referidos
na alínea “b” serão considerados pelo seu valor original
acrescido de reajustes em virtude de contrato, inclusive juros
e outros encargos pelo financiamento da operação, e de
eventuais acréscimos moratórios em razão da sua não
liquidação, considerados até a data da baixa.

6) Registro de nova perda em uma mesma operação:


Para o registro de nova perda em uma mesma operação, as
condições prescritas na alínea “b” deverão ser observadas em
relação à soma da nova perda àquelas já registradas.

Exemplos:
Hipótese 1

Admitindo-se que a pessoa jurídica tenha realizado, no mês de abril de 2015, vendas de
mercadorias a um determinado cliente, cujas notas fiscais foram englobadas numa única
fatura (de nº 111), para pagamento nos seguintes prazos e condições:
a) valor e vencimento das duplicatas:
- duplicata nº 111-A, no valor de R$ 6.000,00, com venc. em 02/05/2015;
- duplicata nº 111-B, no valor de R$ 4.500,00, com venc. em 16/05/2015;
- duplicata nº 111-C, no valor de R$ 3.000,00, com venc. em 30/05/2015.

191
b) caso as duplicatas não sejam pagas no vencimento, os respectivos valores serão
acrescidos dos seguintes encargos, previstos contratualmente:
- juros (simples) de meio por cento ao mês, contados a partir do mês subsequente ao
do vencimento do título;
- multa de mora de dois por cento sobre o valor original do crédito.
Nesse caso, se em 31/12/2015 esses créditos ainda não tiverem sido liquidados, tem-se a
seguinte situação:

Valor total do crédito, acrescido dos encargos moratórios

A B C
Duplicata Vencimento Valor Valor dos juros Valor da Total do
nº original devidos até multa crédito
31/12/2015 (2% de A) (A+B+C)
(3,5% de A)

111-A 02/05/2015 6.000,00 210,00 120,00 6.330,00

111-B 16/05/2015 4.500,00 157,50 90,00 4.747,50

111-C 30/05/2015 3.000,00 105,00 60,00 3.165,00

Totais 13.500,00 472,5 270,00 14.242,50

Nesta hipótese, como o total do crédito relativo à operação, acrescido dos encargos
moratórios contratados, se enquadra no limite de R$ 15.000,00, a empresa poderá
proceder à sua baixa, no valor de R$ 14.242,50 (naturalmente, no pressuposto de que os
encargos moratórios foram contabilizados como receita), tendo em vista que esse crédito
está vencido há mais de seis meses.
Hipótese 2:

Considerando-se que a pessoa jurídica tenha crédito não liquidado relativo a vendas de
mercadorias feitas a outro cliente, representado por uma única fatura cujas duplicatas
venceram nas seguintes datas:
- duplicata nº 222-A, no valor de R$ 7.500,00, vencida em 30/01/2015;
- duplicata nº 222-B, no valor de R$ 6.900,00, vencida em 28/02/2015;

192
Admitindo-se que nessa operação também foram contratados encargos moratórios, para
o curso de não pagamento dentro do prazo, em 31/12/2014 temos:

A B C
Duplicata Vencimento Valor Valor dos juros Valor da Total do
nº original devidos até multa crédito
31/12/2014 (2% de A) (A+B+C)

% Valor

222-A 30/01/2015 7.500,00 5,5 412,50 150,00 8.062,50

222-B 28/02/2015 6.900,00 5,0 345,00 138,00 7.383,00

Totais 4.800,00 757,50 288,00 15.445,50

Nesse caso, como valor total do crédito (R$ 15.445,50) é superior ao limite de R$
15.000,00, a parcela referida à duplicata 222-A somente poderá ser baixada depois de
decorrido um ano do seu vencimento. O mesmo se aplica à duplicata 222-B.

Normativo: RIR/2018, art 347, § 1º; e


IN RFB nº 1.515, de 2014, art. 24 (a partir de
16/03/2017 vige a IN RFB nº 1.700, art. 71).

121 O que se entende por créditos com garantia, para efeito da


legislação fiscal?

Consideram-se créditos com garantia, para efeito da legislação fiscal, aqueles


provenientes de vendas com reserva de domínio, alienação fiduciária em garantia ou
operações com outras garantias reais.

Normativo: RIR/2018, art. 347, § 4º.

122 No caso de crédito com empresa em processo falimentar ou


de concordata, a partir de quando poderá ser considerada a
perda?

No caso de crédito com empresa em processo falimentar ou de concordata, a dedução da


perda será admitida a partir da data da decretação da falência ou da concessão da
concordata, relativamente à parcela que exceder o valor que esta tenha se comprometido
a pagar, desde que adotados os procedimentos judiciais necessários para o recebimento
do crédito.

193
A parcela do crédito cujo compromisso de pagar não houver sido honrado pela empresa
concordatária poderá ser, também, deduzida como perda, observadas as condições gerais
para dedução das perdas.
A partir de 8 de outubro de 2014, a referência feita a empresa concordatária abrange
também a empresa em recuperação judicial (MP nº 656, de 2014, art. 2º, convertida na
Lei nº 13.097, de 2015).

Normativo: RIR/2018, art. 347, §§ 5º e 6º.

123 Existe alguma vedação à dedução das perdas?

Sim. A legislação fiscal não admite a dedução, a título de perda no recebimento de


créditos, com pessoa jurídica que seja controladora, controlada, coligada ou interligada,
e com pessoa física que seja acionista controlador, sócio, titular ou administrador da
pessoa jurídica credora ou parente até o terceiro grau dessas pessoas físicas.

Normativo: RIR/1999, art. 347, § 7º.

124 Como será efetuado o registro contábil das perdas?

O registro contábil das perdas será efetuado a débito de conta de resultado e a crédito:

a) da conta que registra o crédito, quando este não tiver garantia e seu valor for de até
R$ 15.000,00 (quinze mil reais), por operação, e estiver vencido há mais de seis
meses, independentemente de iniciados os procedimentos judiciais para o seu
recebimento;
b) de conta redutora do crédito, nas demais hipóteses previstas na alínea “b” da Pergunta
120 deste capítulo.

Notas:

1) Ocorrendo a desistência da cobrança pela via judicial, antes


de decorridos cinco anos do vencimento do crédito, a perda
eventualmente registrada deverá ser estornada ou adicionada
ao lucro líquido para determinação do lucro real do período da
desistência, considerando-se postergado o imposto que deixar
de ser pago desde o período de apuração em que tenha sido
reconhecida a perda;
2) Os valores registrados na conta redutora do crédito, item “b”
retro, poderão ser baixados definitivamente em contrapartida à
conta que registre o crédito, a partir do período de apuração em
que se completarem cinco anos do vencimento do crédito, sem
que esse tenha sido liquidado pelo devedor.

194
3) Para os contratos inadimplidos até a data de publicação da
Medida Provisória nº 656, de 2014 (8 de outubro de 2014),
convertida na Lei nº 13.097, de 2015, o valor é de R$ 5.000,00.

Exemplo de registro da apropriação das perdas:

a) Duplicata a Receber vencida há mais de seis meses no valor de R$ 13.900,00:

Nome da conta D C

Perdas no Recebimento de Créditos


13.900,00
(DRE)

a Duplicatas a Receber 13.900,00

b) Duplicata a Receber vencida há mais de um ano no valor de R$ 20.000,00:

Nome da conta D C

Perdas no Recebimento de Créditos


20.000,00
(DRE)

a Duplicatas a Receber em Atraso


20.000,00
(retificadora do AC)

Normativo: Lei nº 9.430, de 1996, arts. 9º, § 1º, e 10; e


RIR/2018, art. 348.

125 Qual o tratamento fiscal a ser adotado pela empresa credora


para os encargos financeiros relativos aos créditos vencidos
que forem reconhecidos contabilmente pelo regime de
competência?

Os encargos financeiros incidentes sobre o crédito, contabilizados como receita, poderão


ser excluídos do lucro líquido na apuração do lucro real, Parte A do Lalur, após dois
meses do seu vencimento sem que tenha havido o recebimento, na hipótese em que a
pessoa jurídica houver tomado as providências de caráter judicial necessárias ao
recebimento do crédito, exceto para os créditos sem garantia de valor até R$ 30.000,00
(trinta mil reais) para os créditos inadimplidos até 8 de outubro de 2014 e R$100.000,00
para os créditos inadimplidos a partir de 8 de outubro de 2014.

Os valores excluídos do lucro líquido deverão ser mantidos na Parte B do Lalur, para
posterior adição na apuração do lucro real do período em que se tornarem disponíveis
para a pessoa jurídica credora ou em que for reconhecida a respectiva perda.
195
Exemplo:
Crédito vencido em 30/06/2014: R$ 10.000,00 (inadimplido antes da publicação da MP
nº 656, de 2014, art. 2º, convertida na Lei nº 13.097, de 2015).

Encargos financeiros: dois por cento ao mês


a) contabilização dos encargos em 31/12/2014:

Nome da contas D C

Créditos a Receber 1.200,00

a Receitas Financeiras (DRE) 1.200,00

A receita de R$ 1.200,00 poderá ser excluída do lucro líquido, para fins de determinação
do lucro real correspondente ao período de apuração encerrado em 31/12/2014, e será
controlada na Parte B do Lalur.
No ano seguinte, em 1º/07/2015 (um ano depois do vencimento), a empresa reconhece a
perda do crédito, acrescido dos encargos financeiros transcorridos de janeiro a junho
de 2015 (mais R$ 1.200,00 pelo período transcorrido).
b) contabilização dos encargos em 1º/07/2015:

Nome da contas D C

Créditos a Receber 1.200,00

a Receitas Financeiras (DRE) 1.200,00

c) registro das perdas em 1º/07/2015:

Nome da contas D C

Perdas no Recebimento de
12.400,00
Créditos (DRE)

a Créditos a Receber em Atraso


12.400,00
(retificadora do AC)

Notas:

1) O valor de R$ 1.200,00, controlado na Parte B do Lalur,


deverá ser adicionado para apuração do Lucro Real do ano de
2015.
2) O valor de R$ 30.000,00 passou a ser de R$ 100.000,00, a
partir de 8 de outubro de 2014 (MP nº 656, de 2014, art. 2º,
convertida na Lei nº 13.097, de 2015)

196
Normativo: RIR/2018, art. 349.

126 Com relação à pergunta anterior deste capítulo, qual o


tratamento fiscal a ser adotado pela empresa devedora
relativamente aos encargos financeiros registrados
contabilmente?

A pessoa jurídica devedora deverá adicionar ao lucro líquido, Parte A do Lalur, na


apuração do lucro real, o valor dos encargos financeiros incidentes sobre débito vencido
e não pago que tenham sido deduzidos como despesa ou custo, incorridos a partir da
citação judicial inicial para o seu pagamento.
Os valores adicionados deverão ser mantidos na Parte B do Lalur para posterior exclusão
no período de apuração em que ocorra a quitação do débito por qualquer forma.

Normativo: RIR/2018, art. 349, §§ 3º e 4º.

127 Como deverá proceder a pessoa jurídica na hipótese de


recuperar os créditos que tenha considerado como perda em
período anterior?

A pessoa jurídica que recuperar os créditos deduzidos, em qualquer época ou a qualquer


título, inclusive nos casos de novação da dívida ou de arresto dos bens recebidos em
garantia real, deverá computar, na determinação do lucro real do período de apuração em
que se der a recuperação, o montante dos créditos recuperados.

No caso de serem recebidos bens para quitação do débito, esses bens deverão ser
escriturados pelo valor do crédito ou avaliados pelo valor definido na decisão judicial que
tenha determinado a sua incorporação ao patrimônio do credor.

Nas operações de crédito realizadas por instituições autorizadas a funcionar pelo Banco
Central do Brasil, nos casos de renegociação de dívida, o reconhecimento da receita para
fins de incidência de imposto sobre a renda e da Contribuição Social sobre o Lucro
Líquido ocorrerá no momento do efetivo recebimento do crédito.

Normativo: RIR/2018, art. 350.


Lei nº 9.430, de 1996, art. 12, e §§ 1º e 2º, incluídos pela
Lei nº 12.431, de 2011

Remuneração e FGTS de Dirigentes e Conselheiros

197
128 Qual o critério adotado pela legislação fiscal para conceituar
o que sejam diretores ou administrador da pessoa jurídica?

De acordo com o entendimento da Administração Tributária, considera-se:

I - Diretor - a pessoa que dirige ou administra um negócio ou uma soma determinada de


serviços. Pessoa que exerce a direção mais elevada de uma instituição ou associação
civil, ou de uma companhia ou sociedade comercial, podendo ser, ou não, acionista ou
associado. Os diretores são, em princípio, escolhidos por eleição de assembleia, nos
períodos assinalados nos seus estatutos ou contratos sociais;
II - Administrador - a pessoa que pratica, com habitualidade, atos privativos de gerência
ou administração de negócios da empresa, e o faz por delegação ou designação de
assembleia, de diretoria ou de diretor; e
III - Conselho de Administração – órgão instituído pela Lei das Sociedades por Ações
cujos membros recebem, para os efeitos fiscais, o mesmo tratamento dado a diretores
ou administradores.

Notas:

São excluídos do conceito de administrador: (a) os


empregados que trabalham com exclusividade para uma
empresa, subordinados hierárquica e juridicamente e que,
como meros prepostos ou procuradores, mediante outorga de
instrumento de mandato, exercem essa função
cumulativamente com as de seus cargos efetivos, percebendo
remuneração ou salário constante do respectivo contrato de
trabalho, provado por carteira profissional; e (b) o assessor,
que é a pessoa que tenha subordinação direta e imediata ao
administrador, dirigente ou diretor e atividade funcional
ligada à própria atividade da pessoa assessorada.

Normativo: IN SRF nº 2, de 1969;


PN CST nº 48, de 1972; e
PN Cosit nº 11, de 1992.

129 Como deverão ser considerados, no resultado da pessoa


jurídica, os valores pagos ou creditados, mensalmente, ao
titular, sócios, diretores ou administradores das empresas, a
título de remuneração (retiradas pro labore)?

Os valores pagos ou creditados, mensalmente, ao titular, sócios, diretores ou


administradores das empresas, a título de remuneração (retiradas pro labore), fixados
livremente e correspondentes a efetiva prestação de serviços, poderão ser considerados

198
integralmente como custo ou despesa operacional no resultado da pessoa jurídica,
independentemente de qualquer restrição, condição ou limite de valor.

Normativo: Lei nº 9.430, de 1996, art. 88, XIII.

130 O que se entende por remuneração?

Remuneração é o montante mensal, nele computados, pelo valor bruto, todos os


pagamentos ou créditos pelos serviços efetivamente prestados à empresa, inclusive
retribuições ou benefícios recebidos em decorrência do exercício do cargo ou função,
como, por exemplo, o valor do aluguel de imóvel residencial ocupado por sócios ou
dirigentes pago pela empresa, e outros salários indiretos.
Incluem-se no conceito de remuneração, no caso de sócio, diretor ou administrador que
seja, concomitantemente, empregado da empresa, os rendimentos auferidos, seja a título
de remuneração como dirigente, seja como retribuição do trabalho assalariado.
Igualmente, esse entendimento se aplica ao dirigente ou administrador que for membro,
simultaneamente, da diretoria executiva e do conselho de administração da companhia.

Os salários indiretos, igualmente, incluem-se no conceito de remuneração, assim


consideradas as despesas particulares dos administradores, diretores, gerentes e seus
assessores, nelas incluídas, por exemplo, as despesas de supermercados e cartões de
crédito, inclusive cartões de incentivo ou de premiação, pagamento de anuidade de
colégios, clubes, associações etc.

Notas:

1) Os valores considerados como remuneração, inclusive os


salários indiretos, quando pagos ou creditados aos
administradores, diretores, gerentes e seus assessores
integram os rendimentos tributáveis dos beneficiários, no caso
de pessoas físicas;

2) Sujeitam-se, também, esses valores, à incidência do


imposto de renda na fonte, com base na tabela progressiva
mensal, sendo o imposto, que vier a ser retido pela fonte
pagadora, passível de compensação com o devido na
declaração de ajuste anual dos beneficiários;
3) Os valores pagos ou creditados a beneficiário não
identificado não serão dedutíveis como custo ou despesa da
pessoa jurídica, para fins de apuração do lucro real, e serão
tributados exclusivamente na fonte à alíquota de 35%
(RIR/1999, arts. 304, 622 e 674);

4) Para efeito de apuração do lucro real, é vedada a dedução


das despesas com alimentação, contraprestações de
arrendamento mercantil e do aluguel de bens móveis ou

199
imóveis, e de despesas de depreciação, amortização,
manutenção, reparo, conservação, impostos, taxas, seguros e
quaisquer outros gastos com bens móveis ou imóveis, exceto
quando intrinsecamente relacionados com a produção ou
comercialização dos bens e serviços. Entretanto, tais valores
poderão ser considerados como dedução quando se
enquadrarem como remuneração dos administradores,
diretores, gerentes e seus assessores, hipótese em que deverão
ser tributados pelo imposto de renda na pessoa física, estando
sujeitos à retenção na fonte e à inclusão na declaração de
ajuste anual (Lei nº 9.249, de 1995, art. 13, II, III e IV).

Normativo: RIR/2018, art. 369;


PN CST nº 18, de 1985; e
PN CST nº 11, de 1992.

131 Quais os pagamentos que, embora efetuados no período de


apuração, não serão considerados dedutíveis a título de
retiradas pro labore?

Não serão consideradas como dedutíveis, na determinação do lucro real, as retiradas não
debitadas em custos ou despesas operacionais, ou contas subsidiárias, e aquelas que,
mesmo escrituradas nessas contas, não correspondam a remuneração mensal fixa por
prestação de serviços.

Normativo: RIR/2018, art. 368, parágrafo único, I.

132 As empresas sujeitas ao regime da legislação trabalhista poderão,


facultativamente, estender a seus diretores não empregados o regime
de Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), nos termos do
art. 1º, e parágrafos, da Lei nº 6.919, de 1981. Assim procedendo,
qual o tratamento a ser dado a tais dispêndios na pessoa jurídica?

Os depósitos efetivados pela pessoa jurídica na forma da Lei nº 6.919, de 1981, a título
de fundo de garantia do tempo de serviço de seus diretores (no valor de oito por cento da
respectiva remuneração), constituem custos ou despesas operacionais dedutíveis,
independentemente de qualquer limite de remuneração.

Normativo: RIR/2018, art. 353, parágrafo único; e


PN CST nº 35, de 1981.

200
133 A remuneração do conselho fiscal e consultivo poderá ser
considerada dedutível, para fins do lucro real?

Sim. A remuneração do conselho fiscal e consultivo é totalmente dedutível como despesa


operacional, independentemente de qualquer limite de valor.

Normativo: RIR/2018, art. 368.

134 Quantos conselheiros fiscais poderão ter as sociedades por


ações?

A Lei nº 6.404, de 1976, no art. 161, § 1º, determina que o conselho fiscal será composto
de, no mínimo, três, e no máximo, cinco membros, e suplentes em igual número.

Normativo: Lei das S.A. – Lei nº 6.404, de 1976, art. 161, § 1º.

Despesas com Propaganda

135 Quais as condições para que as despesas com propaganda


possam ser deduzidas?

Somente serão admitidas, como dedução, as despesas de propaganda que estejam


diretamente relacionadas com a atividade explorada pela empresa, registradas segundo o
regime de competência, e que sejam relativas a gastos com :

I - rendimentos específicos pagos ou creditados a terceiros em contrapartida à prestação


de serviço com trabalho assalariado, autônomo ou profissional, e à aquisição de direitos
autorais de obra artística;
II - importâncias pagas ou creditadas a empresas jornalísticas, correspondentes a
anúncios ou publicações;
III - importâncias pagas ou creditadas a empresas de radiodifusão ou televisão,
correspondentes a anúncios, horas locadas ou programas;
IV - despesas pagas ou creditadas a quaisquer empresas, inclusive de propaganda;
V - o valor das amostras distribuídas gratuitamente por laboratórios químicos ou
farmacêuticos e por outras empresas que utilizem esse sistema de promoção de venda,
sendo indispensável que:
a) haja contabilização da distribuição, pelo preço de custo real;
b) que as saídas das amostras sejam documentadas com emissão de nota fiscal; e
c) que o valor das amostras distribuídas no ano-calendário não ultrapasse os limites
estabelecidos pela RFB, até o máximo de cinco por cento da receita líquida obtida na
venda dos produtos; e

201
VI - promoção e propaganda de seus produtos, com a participação em feiras, exposições
e certames semelhantes, com a manutenção de filiais, de escritórios e de depósitos
congêneres, efetuados no exterior por empresas exportadoras de produtos
manufaturados, inclusive cooperativas, consórcios de exportadores ou de produtores ou
entidades semelhantes, podendo os gastos ser imputados ao custo, destacadamente, para
apuração do lucro líquido, na forma, limite e condições determinadas pelo Ministro da
Fazenda (Portaria MF nº 70, de 1997).

Notas:

1) As importâncias pagas ou creditadas por pessoas jurídicas


a outras pessoas jurídicas a título de serviços de propaganda e
publicidade estão sujeitas à incidência do imposto de renda na
fonte à alíquota de 1,5% (PN CST nº 7, de 1986, e IN SRF
nº 123, de 1992);
2) Ver também o PN CST nº 8, de 1975 (item 3), que trata dos
gastos com promoções no exterior para captar recursos para
investimento no Brasil.

Normativo: RIR/2018, art. 380;


Portaria MF nº 70, de 1997;
PN CST nº 17, de 1976;
PN CST nº 21, de 1976; e
IN SRF nº 2, de 1969, itens 89 a 97.

136 Quaisquer despesas com propaganda registradas segundo o


regime de competência são dedutíveis?

Não, uma vez que a legislação tributária fixou normas mais rígidas para referidas despesas
serem admitidas como dedutíveis, tais como:
a) para a empresa que utilizar a dedução a título de despesas de propaganda:
a.1) as despesas devem estar diretamente relacionadas com a atividade explorada
pela empresa; e
a.2) deverá ser mantida escrituração das despesas em conta própria;
b) para a empresa prestadora do serviço de propaganda:
b.1) deverá estar registrada no CNPJ; e
b.2) deverá manter escrituração regular.

Normativo: RIR/2018, art. 380, §§ 2º e 3º.

202
137 A comprovação da efetiva prestação dos serviços de
propaganda é de responsabilidade exclusiva da pessoa jurídica
pagadora?

Não. A legislação tributária atribuiu à pessoa jurídica pagadora e à beneficiária


responsabilidade solidária pela comprovação da efetiva prestação de serviços de
propaganda.

Normativo: Lei nº 7.450, de 1985, art. 53, parágrafo único; e


IN SRF nº 123, de 1992, art. 2º, parágrafo único.

138 Poderão ser considerados como despesas operacionais,


dedutíveis para o imposto de renda, os brindes distribuídos
pelas pessoas jurídicas?

Não. É vedada a dedução de despesas com brindes, para fins da determinação da base de
cálculo do imposto de renda.
Entretanto, os gastos com a distribuição de objetos, desde que de diminuto valor e
diretamente relacionados com a atividade da empresa, poderão ser deduzidos a título de
despesas com propaganda, para efeitos do lucro real.

Normativo: Lei nº 9.249, de 1995, art. 13, VII;


RIR/2018, art. 311;
PN CST nº 15, de 1976; e
Solução de Consulta Cosit nº 4, de 2001.

Receitas e Despesas Financeiras

139 O que se consideram Receitas Financeiras e como devem ser


tratadas?

Os juros recebidos, os descontos obtidos, o lucro na operação de reporte, o prêmio de


resgate de títulos ou debêntures e os rendimentos nominais relativos a aplicações
financeiras de renda fixa, auferidos pelo contribuinte no período de apuração, compõem
as receitas financeiras e, assim, deverão ser incluídos no lucro operacional.

Quando referidas receitas forem derivadas de operações ou títulos com vencimento


posterior ao encerramento do período de apuração, poderão ser rateadas pelos períodos a
que competirem.

As variações monetárias dos direitos de crédito e das obrigações do contribuinte, em


função da taxa de câmbio ou de índices ou coeficientes aplicáveis por disposição legal ou

203
contratual, serão consideradas, para efeitos da legislação do imposto de renda, como
receitas financeiras, quando ativas.

Notas:

1) Devem ser observadas as regras referentes a Preços de


Transferência, quando se tratar de operações de contratação
de empréstimos realizados com pessoas físicas ou jurídicas
consideradas vinculadas ou, ainda que não vinculadas,
residentes ou domiciliadas em país ou territórios considerados
como de tributação favorecida ou cuja legislação interna
oponha sigilo à composição societária de pessoas jurídicas ou
à sua titularidade, decorrentes de contratos de empréstimos
não registrados no Banco Central do Brasil;
2) Devem ser observadas as regras referentes à tributação em
bases universais referentes aos lucros, rendimentos e ganhos
de capital auferidos no exterior.

Veja ainda: Preços de transferência:


Perguntas 001 a 069 do Capítulo XIX.
Tributação em bases universais:
Perguntas 76 a 110 do Capítulo XIX.

Normativo: Lei nº 9.718, de 1998, arts. 9º e 17, II; e


RIR/2018, art. 397.

140 O que se consideram Despesas Financeiras, e como devem ser


tratadas?

Consideram-se despesas financeiras os juros pagos ou incorridos, os quais serão


dedutíveis como custo ou despesa operacional, sem prejuízo do disposto no art. 13 da Lei
nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995, observadas as seguintes normas:

a) os juros pagos antecipadamente, os descontos de títulos de crédito, a correção


monetária prefixada e o deságio concedido na colocação de debêntures ou títulos de
crédito deverão ser apropriados, pro rata tempore, nos exercícios sociais a que
competirem; e
b) os juros e outros encargos, associados a empréstimos contraídos, especificamente ou
não, para financiar a aquisição, construção ou produção de bens classificados como
estoques de longa maturação, propriedade para investimentos, ativo imobilizado ou
ativo intangível, podem ser registrados como custo do ativo, desde que incorridos até
o momento em que os referidos bens estejam prontos para seu uso ou venda.

204
Considera-se como encargo associado a empréstimo aquele em que o tomador deve
necessariamente incorrer para fins de obtenção dos recursos.

Alternativamente, nas hipóteses a que se refere a alínea “b” acima, os juros e outros
encargos poderão ser excluídos na apuração do lucro real quando incorridos, devendo ser
adicionados quando o respectivo ativo for realizado, inclusive mediante depreciação,
amortização, exaustão, alienação ou baixa.

As variações monetárias dos direitos de créditos e das obrigações do contribuinte, em


função da taxa de câmbio ou de índices ou coeficientes aplicáveis por disposição legal ou
contratual, serão consideradas, para efeitos da legislação do imposto de renda, como
despesas financeiras, quando passivas.

Notas:

1) Com a edição da Lei nº 11.941, de 2009, art. 37, que alterou


o disposto no art. 178, § 1º, da Lei nº 6.404, de 1976, o
subgrupo do ativo diferido foi inserido no grupo do ativo não
circulante, sendo substituído pelo subgrupo do intangível;
2) Devem ser observadas as regras referentes a Preços de
Transferência, quando se tratar de operações de contratação
de empréstimos realizados com pessoas físicas ou jurídicas
consideradas vinculadas ou, ainda que não vinculadas,
residentes ou domiciliadas em país ou territórios considerados
como de tributação favorecida, ou cuja legislação interna
oponha sigilo à composição societária de pessoas jurídicas ou
à sua titularidade, decorrentes de contratos de empréstimos
não registrados no Banco Central do Brasil;
3) Devem ser observadas as regras referentes à tributação em
bases universais referentes aos lucros, rendimentos e ganhos
de capital auferidos no exterior, inclusive quanto à
dedutibilidade dos juros pagos ou creditados a empresas
controladas ou coligadas, domiciliadas no exterior, relativos a
empréstimos contraídos, quando, no balanço da coligada ou
controlada, constar a existência de lucros não disponibilizados
para a controladora ou coligada no Brasil.

Veja ainda: Preços de transferência:


Perguntas 001 a 069 do Capítulo XIX.
Juros pagos a pessoas vinculadas no exterior:
Perguntas 070 a 75 do Capítulo XIX.
Tributação em bases universais:
Perguntas 076 a 110 do Capítulo XIX.

Normativo: Lei nº 9.718, de 1998, arts. 9º e 17, II; e

205
Lei nº 12.973, de 2014, art. 2º;
RIR/2018, art. 398 a 400.

141 Como são tributados os ganhos obtidos na renegociação de


dívidas (empréstimos, financiamentos etc)?

O valor correspondente à redução de dívida objeto de renegociação (a exemplo da relativa


ao crédito rural) deve ser classificado como receita financeira e, assim, computado na
apuração do lucro real.

Normativo: AD SRF nº 85, de 1999, art. 2º.

142 O que se considera como pessoas vinculadas residentes ou


domiciliadas no exterior para fins de se caracterizar o
pagamento de juros?

Considera-se como pessoa vinculada à pessoa jurídica domiciliada no Brasil:


I - a matriz desta, quando domiciliada no exterior;

II - a sua filial ou sucursal, domiciliada no exterior;

III - a pessoa física ou jurídica, residente ou domiciliada no exterior, cuja participação


societária no seu capital social a caracterize como sua controladora ou coligada, na forma
definida nos §§ 1º, 2º, 4º e 5º do art. 243 da Lei nº 6.404, de 1976;
IV - a pessoa jurídica domiciliada no exterior que seja caracterizada como sua controlada
ou coligada, na forma definida nos §§ 1º, 2º, 4º e 5º do art. 243 da Lei nº 6.404, de 1976;
V - a pessoa jurídica domiciliada no exterior, quando esta e a empresa domiciliada no
Brasil estiverem sob controle societário ou administrativo comum ou quando pelo menos
dez por cento do capital social de cada uma pertencer a uma mesma pessoa física ou
jurídica;

VI - a pessoa física ou jurídica, residente ou domiciliada no exterior, que, em conjunto


com a pessoa jurídica domiciliada no Brasil, tiver participação societária no capital social
de uma terceira pessoa jurídica, cuja soma as caracterize como controladoras ou coligadas
desta, na forma definida nos §§ 1º, 2º, 4º e 5º do art. 243 da Lei nº 6.404, de 1976;
VII - a pessoa física ou jurídica, residente ou domiciliada no exterior, que seja sua
associada, na forma de consórcio ou condomínio, conforme definido na legislação
brasileira, em qualquer empreendimento;

VIII - a pessoa física residente no exterior que for parente ou afim até o terceiro grau,
cônjuge ou companheiro de qualquer de seus diretores ou de seu sócio ou acionista
controlador em participação direta ou indireta;

206
IX - a pessoa física ou jurídica, residente ou domiciliada no exterior, que goze de
exclusividade, como seu agente, distribuidor ou concessionário, para a compra e venda
de bens, serviços ou direitos; e

X - a pessoa física ou jurídica, residente ou domiciliada no exterior, em relação à qual a


pessoa jurídica domiciliada no Brasil goze de exclusividade, como agente, distribuidora
ou concessionária, para a compra e venda de bens, serviços ou direitos.

Notas:

As disposições relativas a preços, custos e taxas de juros,


constantes dos arts. 18 a 22 da Lei nº 9.430, de 1996, aplicam-
se, também, às operações efetuadas por pessoa física ou
jurídica residente ou domiciliada no Brasil, com qualquer
pessoa física ou jurídica, ainda que não vinculada, residente
ou domiciliada em país ou dependência cuja legislação interna
oponha sigilo relativo à composição societária de pessoas
jurídicas ou à sua titularidade (Lei nº 10.451, de 2002, art. 4º).

Veja ainda: Preços de transferência:


Perguntas 001 a 069 do Capítulo XIX.
Juros pagos a pessoas vinculadas no exterior:
Perguntas 070 a 75 do Capítulo XIX.

Normativo: Lei das S.A. - Lei nº 6.404, de 1976, art. 243, §§ 1º,
2º, 4º e 5º, com a redação da Lei nº 11.941, de 2009,
art. 37.
Lei nº 9.430, de 1996, art. 23; e
RIR/2018, art. 253.

143 O que se entende por Variações Monetárias?

Variações monetárias são as atualizações dos direitos de crédito e das obrigações do


contribuinte determinadas em função da taxa de câmbio ou de índices ou coeficientes
aplicáveis por disposição legal ou contratual (não prefixadas).

São exemplos de variações monetárias:


a) ativas - ganhos de câmbio, correção monetária pós-fixada e outras formas de
atualização não prefixadas; e
b) passivas - perdas de câmbio, correção monetária e outras atualizações não prefixadas.

207
Embora a correção monetária das demonstrações financeiras tenha sido revogada a partir
de 1º/01/1996, permanecem em vigor as normas aplicáveis às contrapartidas de variações
monetárias dos direitos de crédito e das obrigações da pessoa jurídica, em função da taxa
de câmbio ou de índices ou coeficientes aplicáveis por disposição legal ou contratual.

Taxa de câmbio - consideram-se variações monetárias, ativas ou passivas as diferenças


decorrentes de alteração na taxa de câmbio, ocorridas entre a data do fechamento do
contrato de câmbio e a data do embarque dos produtos manufaturados nacionais para o
exterior, esta entendida como a data averbada no Sistema Integrado de Comércio Exterior
- Siscomex (Portaria MF nº 356, de 1988; e IN SRF nº 28, de 1994).

A taxa de câmbio referente à data de embarque é a fixada no boletim de abertura


divulgado pelo Banco Central do Brasil, disponível no Sistema de Informações do Banco
Central (Sisbacen) e na Internet, no endereço “www.bcb.gov.br”.

Notas:

1) Devem ser observadas as regras referentes a Preços de


Transferência, quando se tratar de operações de contratação
de empréstimos realizados com pessoas físicas ou jurídicas
consideradas vinculadas, ou ainda que não vinculadas,
residentes ou domiciliadas em país ou territórios considerados
como de tributação favorecida, ou cuja legislação interna
oponha sigilo à composição societária de pessoas jurídicas ou
à sua titularidade, decorrentes de contratos de empréstimos
não registrados no Banco Central do Brasil;
2) Devem ser observadas as regras referentes à tributação em
bases universais referentes aos lucros, rendimentos e ganhos
de capital auferidos no exterior.

Veja ainda: Preços de transferência:


Perguntas 001 a 069 do Capítulo XIX.
Tributação em bases universais:
Perguntas 076 a 110 do Capítulo XIX.

Normativo: Lei nº 9.249, de 1995, arts. 4º e 8º; e


RIR/2018, arts. 405 a 409.

144 Qual o tratamento que deve ser dado às variações monetárias?

As variações monetárias dos direitos de crédito e das obrigações do contribuinte, em


função da taxa de câmbio ou de índices ou coeficientes aplicáveis por disposição legal ou

208
contratual serão consideradas, para efeitos da legislação do imposto de renda, como
receitas ou despesas financeiras, conforme o caso.
As variações monetárias em razão da taxa de câmbio referentes aos saldos de valores a
apropriar decorrentes de ajuste a valor presente não serão computadas na determinação
do lucro real.

Notas:

1) Desde 1º/01/2000, as variações monetárias dos direitos de


crédito e das obrigações do contribuinte, em função da taxa
de câmbio, são consideradas, para efeito de determinação da
base de cálculo do IRPJ e da apuração do lucro da exploração,
no momento da liquidação da correspondente operação;
2) À opção da pessoa jurídica, as variações monetárias
poderão ser consideradas na determinação das bases de
cálculo acima citadas segundo o regime de competência. Essa
opção será aplicada a todo o ano-calendário;
3) A partir do ano-calendário de 2011, o direito de efetuar a
opção pelo regime de competência, de que trata o item
anterior, somente poderá ser exercido no mês de janeiro;
4) O direito de alterar o regime adotado, no decorrer do ano-
calendário, é restrito aos casos em que ocorra elevada
oscilação da taxa de câmbio, considerada, como tal, aquela
superior a percentual determinado pelo Poder Executivo
(vide, a respeito, o item 6 abaixo);
5) A opção ou sua alteração deverá ser comunicada à
Secretaria da Receita Federal do Brasil, conforme por ela
disciplinado:
I - no mês de janeiro de cada ano-calendário, no caso do item
3;
II - no mês posterior ao de sua ocorrência, no caso do item 4.
6) Para efeito do disposto no § 5º do art. 30 da Medida
Provisória nº 2.158-35, de 24 de agosto de 2001, ocorre
elevada oscilação da taxa de câmbio quando, no período de
um mês-calendário, o valor do dólar dos Estados Unidos da
América para venda apurado pelo Banco Central do Brasil
sofrer variação, positiva ou negativa, superior a dez por cento.
Essa variação será determinada mediante a comparação entre
os valores do dólar no primeiro e no último dia do mês-
calendário para os quais exista cotação publicada pelo Banco
Central do Brasil.
Verificada essa hipótese, a alteração do regime para
reconhecimento das variações monetárias dos direitos de
crédito e das obrigações do contribuinte, em função da taxa
de câmbio, de que trata o inciso II do § 4º do art. 30 da Medida

209
Provisória nº 2.158-35, de 2001, poderá ser efetivada no mês-
calendário seguinte àquele em que ocorreu a elevada
oscilação da taxa de câmbio, na forma definida em ato da
Secretaria da Receita Federal do Brasil do Ministério da
Fazenda.

O novo regime adotado se aplicará a todo o ano-calendário,


observado que, a cada mês-calendário em que ocorrer elevada
oscilação da taxa de câmbio, corresponderá uma única
possibilidade de alteração do regime.

Na hipótese de ter ocorrido elevada oscilação da taxa de


câmbio nos meses de janeiro a maio de 2015, a alteração de
regime poderá ser efetivada no mês de junho de 2015.

Normativo: MP nº 2.158-35, de 2001, arts. 30 e 31, parágrafo


único;
Lei nº 12.249, de 2010, art. 137;
Lei nº 12.973, de 2014, art. 12; e
Decreto nº 8.451, de 2015, art. 1º.

145 Qual a diferença entre variação cambial e variação monetária?

Embora para efeitos contábeis e tributários ambas recebam o mesmo tratamento, a


primeira é a variação do valor da moeda nacional em relação às moedas estrangeiras, e a
última é a variação da moeda nacional em relação aos índices ou coeficientes aplicáveis
por disposição legal ou contratual.

146 Quais as variações cambiais que podem ser compreendidas


como variações monetárias?

Incluem-se como variações monetárias as variações cambiais apuradas mediante:

a) a compra ou venda de moeda ou valores expressos em moeda estrangeira, desde que


efetuada de acordo com a legislação sobre câmbio;
b) a conversão do crédito ou da obrigação para moeda nacional, ou novação dessa
obrigação, ou sua extinção, total ou parcial, em virtude de capitalização, dação em
pagamento, compensação, ou qualquer outro modo, desde que observadas as
condições fixadas pelo Banco Central do Brasil; e
210
c) a atualização dos créditos ou obrigações em moeda estrangeira, registrada em
qualquer data e apurada no encerramento do período de apuração em função da taxa
vigente.

Normativo: RIR/2018, art. 409.

147 Qual o tratamento tributário da variação cambial relativa a


empréstimo obtido no exterior por pessoa jurídica sediada no
País e repassado à pessoa ligada no Brasil?

As estipulações de pagamento de obrigações pecuniárias exequíveis no território nacional


deverão ser feitas em Real, pelo seu valor nominal. São vedadas, sob pena de nulidade,
quaisquer estipulações de pagamento expressas em, ou vinculadas a, ouro ou moeda
estrangeira, ressalvado o disposto nos arts. 2º e 3º do Decreto-Lei nº 857, de 1969, e na
parte final do art. 6º da Lei nº 8.880, de 1994.
De igual forma, é nula de pleno direito a contratação de reajuste vinculado à variação
cambial, exceto quando expressamente autorizado por lei federal e nos contratos de
arrendamento mercantil celebrados entre pessoas residentes e domiciliadas no País, com
base em captação de recursos provenientes do exterior.
Desse modo, para fins de determinação do lucro real, a operação terá o seguinte
tratamento:

a) no repasse do empréstimo à pessoa ligada (controlada, coligada ou controladora), se


a tomadora do empréstimo perante organismos internacionais é tributada pelo lucro
real, deverá reconhecer como encargo, no mínimo, o valor pactuado na operação
original, sob pena de sofrer a glosa da despesa relativa a essa operação. Nesse caso,
todo o rendimento auferido pelo repasse é considerado como receita de aplicação de
renda fixa, sujeito à retenção do imposto de renda na fonte à alíquota de vinte por
cento; e
b) a pessoa jurídica que recebe o empréstimo de pessoa ligada, se tributada com base no
lucro real, não poderá considerar como dedutível a parcela do encargo pactuada como
variação cambial, em face da restrição legal existente acerca dessa forma de
remuneração ou indexação.

Veja ainda: Juros pagos a pessoas vinculadas no exterior:


Perguntas 070 a 075 do Capítulo XIX.

Normativo: Decreto-Lei nº 857, de 1969, art. 1º;


Lei nº 8.880, de 1994, art. 6º; e
Lei nº 10.192, de 2001, art. 1º.

Juros sobre o Capital Próprio

211
148 Quais as condições para que a pessoa jurídica possa deduzir,
na apuração do lucro real, os juros pagos ou creditados a título
de remuneração do capital próprio?

A pessoa jurídica poderá deduzir, na determinação do lucro real, observado o regime de


competência, os juros pagos ou creditados individualizadamente a titular, sócios ou
acionistas, a título de remuneração do capital próprio, calculados sobre as contas do
patrimônio líquido e limitados à variação pro rata dia da Taxa de Juros de Longo Prazo
(TJLP).
O montante dos juros remuneratórios do capital passível de dedução como despesa
operacional limita-se ao maior dos seguintes valores:
a) cinquenta por cento do lucro líquido do período de apuração a que corresponder o
pagamento ou crédito dos juros, após a dedução da contribuição social sobre o lucro
líquido e antes da provisão para o imposto de renda e da dedução dos referidos juros;
ou
b) cinquenta por cento dos saldos de lucros acumulados e reservas de lucros de períodos
anteriores (as reservas de lucros somente foram incluídas, para efeito do limite da
dedutibilidade dos juros, a partir de 1º/01/1997).

Notas:

1) Para os anos-calendário de 2008 a 2014, para fins do


cálculo do limite, a pessoa jurídica poderá utilizar as contas
do patrimônio líquido mensurado de acordo com as
disposições da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976. No
cálculo da parcela a deduzir, não serão considerados os
valores relativos a ajustes de avaliação patrimonial a que se
refere o § 3º do art. 182 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro
de 1976;
2) No ano-calendário de 2014, a opção prevista no item
anterior ficará restrita aos não optantes das disposições
contidas nos arts. 1º e 2º e 4º a 70 da Lei nº 12.973, de 2014;

3) Para o ano-calendário de 2015, para fins de cálculo da


remuneração sobre o patrimônio líquido, serão consideradas
exclusivamente as seguintes contas do patrimônio líquido:
I - capital social;
II - reservas de capital;
III - reservas de lucros;
IV - ações em tesouraria; e
V - prejuízos acumulados.

212
O disposto neste item aplica-se à Contribuição Social sobre o
Lucro Líquido.
Para fins de cálculo da remuneração sobre o patrimônio
líquido, a conta capital social inclui todas as espécies de ações
previstas no art. 15 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de
1976, ainda que classificadas em contas de passivo na
escrituração comercial;
4) O § 3º do art. 182 da Lei nº 6.404, de 1976, teve sua redação
alterada pela Lei nº 11.638, de 2007. Com essa alteração, a
empresa não mais poderá registrar valores na conta de reserva
de reavaliação. Em seu lugar, foi criada a conta de “ajustes de
avaliação patrimonial”;
5) Em face do contido no item anterior, o saldo existente na
conta de reserva de reavaliação deveria ser mantido até a sua
efetiva realização, ou estornado até 31 de dezembro de 2008;
6) O valor dos juros pagos ou creditados poderá ser imputado
ao valor dos dividendos obrigatórios a que têm direito os
acionistas, na forma do art. 202 da Lei das S.A. -
Lei nº 6.404, de 1976, com a redação dada pela Lei nº 10.303,
de 2001, art. 2º, sem prejuízo da incidência do imposto de
renda na fonte;
7) Para efeito de apuração do lucro real, é vedada a dedução
de juros, a título de remuneração do capital próprio, que tome
como base de referência contas do patrimônio líquido
relativas a exercícios anteriores ao do seu efetivo
reconhecimento como despesa, por desatender ao regime de
competência. (Solução de Consulta Cosit nº 329, de 27 de
novembro de 2014).

Normativo: Lei das S.A. - Lei nº 6.404, de 1976, art. 202, com a
redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001, art. 2º;
Lei nº 9.249, de 1995, art. 9º;
Lei nº 9.430, de 1996, art. 78;
Lei nº 9.959, de 2000, art. 4º;
RIR/2018, art. 355;
IN SRF nº 11, de 1996, art. 30; e
IN RFB nº 1.515, de 2014, art. 28 (a partir de
16/03/2017 vige a IN RFB nº 1.700, de 2017, art. 75).

213
149 Como se dá a tributação dos juros sobre o capital próprio
pagos ou creditados aos beneficiários pessoas jurídicas ou
físicas?

Os juros sobre o capital próprio estão sujeitos à incidência do imposto de renda na fonte,
à alíquota de quinze por cento na data do pagamento ou crédito, os quais terão o seguinte
tratamento no beneficiário:

a) no caso de pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real, o valor dos juros deverá
ser considerado como receita financeira e o imposto retido pela fonte pagadora será
considerado como antecipação do devido no encerramento do período de apuração ou,
ainda, poderá ser compensado com aquele que houver retido, por ocasião do pagamento
ou crédito de juros a título de remuneração do capital próprio, ao seu titular, sócios ou
acionistas;
b) em se tratando de pessoas jurídicas tributadas pelo lucro presumido ou lucro arbitrado,
os juros recebidos integram a base de cálculo do imposto de renda e o valor do imposto
retido na fonte será considerado antecipação do devido no encerramento do período de
apuração; e
c) no caso de pessoas jurídicas não tributadas com base no lucro real, lucro presumido ou
arbitrado, inclusive isentas, e de pessoas físicas, os juros são considerados como
rendimento de tributação definitiva, ou seja, os respectivos valores não serão incluídos
nas declarações de rendimentos nem o imposto de renda que for retido na fonte poderá
ser objeto de qualquer compensação.

Notas:

1) No caso de pessoa jurídica imune não há incidência do


imposto de renda sobre o valor dos juros pagos ou creditados;
2) Aos juros e outros encargos pagos ou creditados pela
pessoa jurídica a seus sócios ou acionistas, calculados sobre
os juros remuneratórios do capital próprio e sobre os lucros e
dividendos por ela distribuídos, aplicam-se as normas
referentes aos rendimentos de aplicações financeiras de renda
fixa, inclusive quanto ao informe a ser fornecido pela pessoa
jurídica.

Normativo: Lei nº 9.249, de 1995, art. 9º, §§ 3º, II, e 4º;


Lei nº 9.430, de 1996, art. 51;
RIR/2018, arts. 355 e 726; e
IN SRF nº 12, de 1999, arts. 1º e 3º;
IN RFB nº 1.700, arts. 75 e 76.

214
150 Qual o tratamento tributário dos juros sobre o capital próprio
na hipótese de serem incorporados ao capital social?

No ano-calendário de 1996, foi dada a opção à pessoa jurídica de incorporar ao capital


social ou manter em conta de reserva destinada a aumento de capital o valor dos juros
sobre o capital próprio, garantida a sua dedutibilidade para fins do lucro real, desde que
a pessoa jurídica distribuidora assumisse o pagamento do imposto de renda na fonte.
O art. 88, XXVI, da Lei nº 9.430, de 1996, revogou esse dispositivo da Lei nº 9.249,
de 1995, art. 9º, § 9º, porém, o parágrafo único do art. 1º da IN SRF nº 41, de 1998,
dispõe que a utilização do valor creditado, líquido do imposto incidente na fonte, para
integralização de aumento de capital na empresa, não prejudica o direito à dedutibilidade
da despesa, para efeito do lucro real.

Lei nº 9.249, de 1995, art. 9º, § 9º.


Normativo:
IN SRF nº 41, de 1998, art. 1º, parágrafo único.

151 Para efeito de cálculo dos juros sobre o capital próprio


(aplicação da TJLP), pode ser considerado nas contas do
patrimônio líquido o lucro líquido do próprio período de
apuração em que se der o pagamento ou crédito dos juros?

A variação da TJLP deve corresponder ao tempo decorrido desde o início do período de


apuração até a data do pagamento ou crédito dos juros, e ser aplicada sobre o patrimônio
líquido no início desse período, com as alterações para mais ou para menos ocorridas no
seu curso.

Deve ser observado que o lucro do próprio período de apuração não deve ser computado
como integrante do patrimônio líquido desse período, haja vista que o objetivo dos juros
sobre o capital próprio é remunerar o capital pelo tempo em que este ficou à disposição
da empresa.

De acordo com o disposto no PN CST nº 20, de 1987, o lucro líquido que servirá de base
para determinação do lucro real de cada período deve ser apurado segundo os
procedimentos usuais da contabilidade, inclusive com o encerramento das contas de
resultado. Aduz o citado Parecer Normativo que a apuração do lucro líquido exige a
transferência dos saldos das contas de receitas, custos e despesas para uma conta única de
resultado, passando a integrar o patrimônio líquido, com o encerramento do período de
apuração, mediante lançamentos para contas de reservas e de lucros ou prejuízos
acumulados.

Portanto, no que diz respeito ao resultado do próprio período de apuração, este somente
será computado no patrimônio líquido que servirá de base de cálculo dos juros sobre o
capital próprio, após a sua transferência para as contas de reservas ou de lucros ou
prejuízos acumulados.

Assim, havendo opção pelo regime de lucro real mensal, o resultado de cada mês já pode
ser computado no patrimônio líquido inicial dos meses seguintes do mesmo ano; havendo

215
opção pelo regime de lucro real trimestral, o resultado de cada trimestre já pode ser
computado no patrimônio líquido inicial dos trimestres seguintes do mesmo ano; já se o
regime for de lucro real anual, o resultado do ano só poderá ser computado no patrimônio
líquido inicial do ano seguinte.

Normativo: PN CST nº 20, de 1987.

152 Além dos juros sobre o capital próprio, existem outras


hipóteses em que a legislação fiscal admite a dedução de juros
pagos ou creditados aos acionistas ou associados?

Sim. São também dedutíveis na apuração do lucro real:

a) a amortização dos juros pagos ou creditados aos acionistas durante o período que
anteceder o início das operações sociais, ou de implantação do empreendimento
inicial; e
b) os juros pagos pelas cooperativas a seus associados, de até doze por cento ao ano
sobre o capital integralizado.

Normativo: RIR/1999, arts. 357.

Ajuste a Valor Presente

153 Quando serão considerados, na determinação do lucro real, os


valores decorrentes do ajuste a valor presente, de que trata o
inciso VIII do caput do art. 183 da Lei nº 6.404, de 15 de
dezembro de 1976?

Os valores decorrentes do ajuste a valor presente, de que trata o inciso VIII do caput do
art. 183 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, relativos a cada operação, somente
serão considerados na determinação do lucro real no mesmo período de apuração em que
a receita ou resultado da operação deva ser oferecido à tributação.

Lei nº 12.973, de 2014, art. 4º.

Normativo: Venda a prazo – vide art. 35 da IN RFB nº 1.515, de


2014 (a partir de 16/03/2017 vige a IN RFB nº 1.700, de
2017, art. 91).

216
Demais operações – vide art. 36 da IN RFB nº 1.515, de
2014 (a partir de 16/03/2017 vige a IN RFB nº 1.700, de
2017, art. 92).

154 Quando serão considerados, na determinação do lucro real, os


valores decorrentes do ajuste a valor presente, de que trata o
inciso III do caput do art. 184 da Lei nº 6.404, de 15 de
dezembro de 1976?

Os valores decorrentes do ajuste a valor presente, de que trata o inciso III do caput do art.
184 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, relativos a cada operação, somente serão
considerados na determinação do lucro real no período de apuração em que:

I - o bem for revendido, no caso de aquisição a prazo de bem para revenda;

II - o bem for utilizado como insumo na produção de bens ou serviços, no caso de


aquisição a prazo de bem a ser utilizado como insumo na produção de bens ou serviços;

III - o ativo for realizado, inclusive mediante depreciação, amortização, exaustão,


alienação ou baixa, no caso de aquisição a prazo de ativo não classificável nos incisos I e
II acima;

IV - a despesa for incorrida, no caso de aquisição a prazo de bem ou serviço contabilizado


diretamente como despesa; e

V - o custo for incorrido, no caso de aquisição a prazo de bem ou serviço contabilizado


diretamente como custo de produção de bens ou serviços.

Notas:

1) Nas hipóteses previstas nos incisos I, II e III, os valores


decorrentes do ajuste a valor presente deverão ser
evidenciados contabilmente em subconta vinculada ao ativo;
2) Os valores decorrentes de ajuste a valor presente não
poderão ser considerados na determinação do lucro real:
I - na hipótese prevista no inciso III, caso o valor realizado,
inclusive mediante depreciação, amortização, exaustão,
alienação ou baixa não seja dedutível;
II - na hipótese prevista no inciso IV, caso a despesa não seja
dedutível; e
III - nas hipóteses previstas nos incisos I, II e III, caso os
valores decorrentes do ajuste a valor presente não tenham sido
evidenciados conforme disposto no item 1 acima;

217
3) A Secretaria da Receita Federal do Brasil irá disciplinar o
controle em subcontas previsto no item 1 (vide IN SRF nº
1.515, de 2014, art. 33).

Lei nº 12.973, de 2014, arts. 5º e 15.

Venda a prazo – vide art. 38 da IN RFB nº 1.515, de


2014 (a partir de 16/03/2017 vige a IN RFB nº 1.700, de
Normativo: 2017, art. 94).

Demais operações – vide art. 39 da IN RFB nº 1.515, de


2014 (a partir de 16/03/2017 vige a IN RFB nº 1.700, de
2017, art. 95).

Avaliação a Valor Justo

155 Como será computado, na determinação do lucro real, o ganho


decorrente de avaliação de ativo ou passivo com base no valor
justo?

O ganho decorrente de avaliação de ativo ou passivo com base no valor justo não será
computado na determinação do lucro real, desde que o respectivo aumento no valor do
ativo ou a redução no valor do passivo seja evidenciado contabilmente em subconta
vinculada ao ativo ou passivo.

Notas:

1) O ganho evidenciado por meio da subconta vinculada ao


ativo ou passivo de que trata esta pergunta será computado na
determinação do lucro real à medida que o ativo for realizado,
inclusive mediante depreciação, amortização, exaustão,
alienação ou baixa, ou quando o passivo for liquidado ou
baixado;
2) O ganho a que se refere o item anterior não será computado
na determinação do lucro real caso o valor realizado, inclusive
mediante depreciação, amortização, exaustão, alienação ou
baixa, seja indedutível;
3) Na hipótese de não ser evidenciado, por meio de subconta
na forma prevista nesta pergunta, o ganho será tributado;
4) Na hipótese de que trata o item 3, o ganho não poderá
acarretar redução de prejuízo fiscal do período, devendo,

218
neste caso, ser considerado em período de apuração seguinte
em que exista lucro real antes do cômputo do referido ganho;
5) O disposto nesta pergunta não se aplica aos ganhos no
reconhecimento inicial de ativos avaliados com base no valor
justo decorrentes de doações recebidas de terceiros;
6) No caso de operações de permuta que envolvam troca de
ativo ou passivo, o ganho decorrente da avaliação com base
no valor justo poderá ser computado na determinação do lucro
real na medida da realização do ativo ou passivo recebido na
permuta, de acordo com as hipóteses previstas nos itens 1 a 4;
7) A Secretaria da Receita Federal do Brasil irá disciplinar o
controle em subcontas previsto nesta pergunta 1 (vide IN SRF
nº 1.515, de 2014, art. 33).

Lei nº 12.973, de 2014, arts. 13 e 15.

Avaliação a valor justo de ativo – vide art. 42 da IN


RFB nº 1.515, de 2014 (a partir de 16/03/2017 vige a
IN RFB nº 1.700, de 2017, art. 98).

Avaliação a valor justo na permuta de ativos - vide art.


43 da IN RFB nº 1.515, de 2014 (a partir de 16/03/2017
vige a IN RFB nº 1.700, de 2017, art. 99).

Avaliação a valor justo de passivo - vide art. 44 da IN


RFB nº 1.515, de 2014 (a partir de 16/03/2017 vige a
Normativo: IN RFB nº 1.700, de 2017, arts. 100).

Avaliação a valor justo na permuta de passivos - vide


art. 45 da IN RFB nº 1.515, de 2014 (a partir de
16/03/2017 vige a IN RFB nº 1.700, de 2017, art. 101).

Avaliação a valor justo de títulos e valores mobiliários


- vide arts. 49 a 53 da IN RFB nº 1.515, de 2014 (a partir
de 16/03/2017 vige a IN RFB nº 1.700, de 2017, art.
105 a 109).

Avaliação a valor justo na subscrição de ações - vide


arts. 54 e 55 da IN RFB nº 1.515, de 2014 2014 (a partir

219
de 16/03/2017 vige a IN RFB nº 1.700, de 2017, art.
110 e 111).

Ajuste decorrente de avaliação a valor justo na


investida – vide arts. 58 e 59 da IN RFB nº 1.515, de
2014 (a partir de 16/03/2017 vige a IN RFB nº 1.700,
de 2017, art. 114 e 115).

Incorporação, Fusão e Cisão - AVJ Transferido para a


Sucessora – vide art. 62 da IN RFB nº 1.515, de 2014
(a partir de 16/03/2017 vige a IN RFB nº 1.700, de
2017, art. 118).

156 Como será computada, na determinação do lucro real, a perda


decorrente de avaliação de ativo ou passivo com base no valor
justo?

A perda decorrente de avaliação de ativo ou passivo com base no valor justo somente
poderá ser computada na determinação do lucro real à medida que o ativo for realizado,
inclusive mediante depreciação, amortização, exaustão, alienação ou baixa, ou quando o
passivo for liquidado ou baixado, e desde que a respectiva redução no valor do ativo ou
aumento no valor do passivo seja evidenciada contabilmente em subconta vinculada ao
ativo ou passivo.

Notas:

1) A perda a que se refere esta pergunta não será computada


na determinação do lucro real caso o valor realizado, inclusive
mediante depreciação, amortização, exaustão, alienação ou
baixa, seja indedutível;
2) Na hipótese de não ser evidenciada, por meio de subconta,
na forma prevista nesta pergunta, a perda será considerada
indedutível na apuração do lucro real;
3) A Secretaria da Receita Federal do Brasil irá disciplinar o
controle em subcontas previsto nesta pergunta 1 (vide IN SRF
nº 1.515, de 2014, art. 33).

220
Lei nº 12.973, de 2014, arts. 14 e 15.

Avaliação a valor justo de ativo – vide art. 47 da IN RFB


nº 1.515, de 2014 (a partir de 16/03/2017 vige a IN RFB
nº 1.700, de 2017, art. 103).

Avaliação a valor justo de passivo - vide art. 48 da IN


RFB nº 1.515, de 2014 (a partir de 16/03/2017 vige a IN
RFB nº 1.700, de 2017, art. 104).

Avaliação a valor justo de títulos e valores mobiliários -


vide arts. 49 a 53 da IN RFB nº 1.515, de 2014 (a partir
de 16/03/2017 vige a IN RFB nº 1.700, de 2017, art. 105
a 109).
Normativo:

Avaliação a valor justo na subscrição de ações - vide


arts. 56 e 57 da IN RFB nº 1.515, de 2014 (a partir de
16/03/2017 vige a IN RFB nº 1.700, de 2017, art. 112 e
113).

Ajuste decorrente de avaliação a valor justo na investida


– vide arts. 60 e 61 da IN RFB nº 1.515, de 2014 (a partir
de 16/03/2017 vige a IN RFB nº 1.700, de 2017, art. 116
e 117).

Incorporação, Fusão e Cisão - AVJ Transferido para a


Sucessora – vide art. 62 da IN RFB nº 1.515, de 2014 (a
partir de 16/03/2017 vige a IN RFB nº 1.700, de 2017,
art. 118).

157 Como deverá proceder a pessoa jurídica tributada pelo lucro


presumido que, em período de apuração imediatamente
posterior, passar a ser tributada pelo lucro real?

A pessoa jurídica tributada pelo lucro presumido que, em período de apuração


imediatamente posterior, passar a ser tributada pelo lucro real deverá incluir na base de
cálculo do imposto apurado pelo lucro presumido os ganhos decorrentes de avaliação com
base no valor justo, que façam parte do valor contábil, e na proporção deste, relativos aos
ativos constantes em seu patrimônio.

221
Notas:

1) A tributação dos ganhos poderá ser diferida para os


períodos de apuração em que a pessoa jurídica for tributada
pelo lucro real, desde que observados os procedimentos e
requisitos previstos na Pergunta 155;
2) As perdas verificadas nas condições desta pergunta
somente poderão ser computadas na determinação do lucro
real dos períodos de apuração posteriores se observados os
procedimentos e requisitos previstos na Pergunta 156;
3) O disposto nesta pergunta aplica-se, também, na hipótese
de avaliação com base no valor justo de passivos relacionados
a ativos ainda não totalmente realizados na data de transição
para o lucro real.

Normativo: Lei nº 12.973, de 2014, art. 16.

158 Como será computado, na determinação do lucro real, o ganho


decorrente de avaliação com base no valor justo de bem do
ativo incorporado ao patrimônio de outra pessoa jurídica, na
subscrição em bens de capital social, ou de valores mobiliários
emitidos por companhia?

O ganho decorrente de avaliação com base no valor justo de bem do ativo incorporado ao
patrimônio de outra pessoa jurídica, na subscrição em bens de capital social, ou de valores
mobiliários emitidos por companhia, não será computado na determinação do lucro real,
desde que o aumento no valor do bem do ativo seja evidenciado contabilmente em
subconta vinculada à participação societária ou aos valores mobiliários, com
discriminação do bem objeto de avaliação com base no valor justo, em condições de
permitir a determinação da parcela realizada em cada período.

Notas:

1) O ganho evidenciado por meio da subconta de que trata


esta pergunta será computado na determinação do lucro real:
I - na alienação ou na liquidação da participação societária ou
dos valores mobiliários, pelo montante realizado;
II - proporcionalmente ao valor realizado, no período-base em
que a pessoa jurídica que houver recebido o bem realizar seu
valor, inclusive mediante depreciação, amortização, exaustão,

222
alienação ou baixa, ou com ele integralizar capital de outra
pessoa jurídica; ou
III - na hipótese de bem não sujeito a realização por
depreciação, amortização ou exaustão que não tenha sido
alienado, baixado ou utilizado na integralização do capital de
outra pessoa jurídica, nos 5 (cinco) anos-calendário
subsequentes à subscrição em bens de capital social, ou de
valores mobiliários emitidos por companhia, à razão de 1/60
(um sessenta avos), no mínimo, para cada mês do período de
apuração;
2) Na hipótese de não ser evidenciado por meio de subconta
na forma prevista nesta pergunta, o ganho será tributado;
3) Na hipótese de que trata o item 2, o ganho não poderá
acarretar redução de prejuízo fiscal do período e deverá, nesse
caso, ser considerado em período de apuração seguinte em
que exista lucro real antes do cômputo do referido ganho;
4) Na hipótese de a subscrição de capital social de que trata
esta pergunta ser feita por meio da entrega de participação
societária, será considerada realização, nos termos do inciso
III do item 1, a absorção do patrimônio da investida, em
virtude de incorporação, fusão ou cisão, pela pessoa jurídica
que teve o capital social subscrito por meio do recebimento da
participação societária;
5) O disposto no item 4 aplica-se inclusive quando a investida
absorver, em virtude de incorporação, fusão ou cisão, o
patrimônio da pessoa jurídica que teve o capital social
subscrito por meio do recebimento da participação societária;
6) A Secretaria da Receita Federal do Brasil irá disciplinar o
controle em subcontas de que trata esta pergunta 1 (vide IN
SRF nº 1.515, de 2014, art. 33).

Normativo: Lei nº 12.973, de 2014, arts. 17 e 19.

159 Como será computada, na determinação do lucro real, a perda


decorrente de avaliação com base no valor justo de bem do
ativo incorporado ao patrimônio de outra pessoa jurídica, na
subscrição em bens de capital social, ou de valores mobiliários
emitidos por companhia?

A perda decorrente de avaliação com base no valor justo de bem do ativo incorporado ao
patrimônio de outra pessoa jurídica, na subscrição em bens de capital social, ou de valores
mobiliários emitidos por companhia, somente poderá ser computada na determinação do

223
lucro real caso a respectiva redução no valor do bem do ativo seja evidenciada
contabilmente em subconta vinculada à participação societária ou aos valores mobiliários,
com discriminação do bem objeto de avaliação com base no valor justo, em condições de
permitir a determinação da parcela realizada em cada período, e:

I - na alienação ou na liquidação da participação societária ou dos valores mobiliários,


pelo montante realizado;

II - proporcionalmente ao valor realizado, no período-base em que a pessoa jurídica que


houver recebido o bem realizar seu valor, inclusive mediante depreciação, amortização,
exaustão, alienação ou baixa, ou com ele integralizar capital de outra pessoa jurídica; ou

III - na hipótese de bem não sujeito a realização por depreciação, amortização ou exaustão
que não tenha sido alienado, baixado ou utilizado na integralização do capital de outra
pessoa jurídica, a perda poderá ser amortizada nos balanços correspondentes à apuração
de lucro real, levantados durante os 5 (cinco) anos-calendário subsequentes à subscrição
em bens de capital social, ou de valores mobiliários emitidos por companhia, à razão de
1/60 (um sessenta avos), no máximo, para cada mês do período de apuração.

Notas:

1) Na hipótese de não ser evidenciada por meio de subconta


na forma prevista nesta pergunta, a perda será considerada
indedutível na apuração do lucro real;
2) Na hipótese da subscrição de capital social de que trata esta
pergunta ser feita por meio da entrega de participação
societária, será considerada realização, nos termos do inciso
II, a absorção do patrimônio da investida, em virtude de
incorporação, fusão ou cisão pela pessoa jurídica que teve o
capital social subscrito por meio do recebimento da
participação societária;
3) O disposto no item 2 aplica-se inclusive quando a investida
absorver, em virtude de incorporação, fusão ou cisão, o
patrimônio da pessoa jurídica que teve o capital social
subscrito por meio do recebimento da participação societária;
4) A Secretaria da Receita Federal do Brasil irá disciplinar o
controle em subcontas de que trata esta pergunta 1 (vide IN
SRF nº 1.515, de 2014, art. 33).

Normativo: Lei nº 12.973, de 2014, arts. 18 e 19.

Incorporação, fusão ou cisão

224
160 A pessoa jurídica que absorver patrimônio de outra, em
virtude de incorporação, fusão ou cisão, na qual detinha
participação societária adquirida com ágio por rentabilidade
futura (goodwill) decorrente da aquisição de participação
societária entre partes não dependentes, apurado segundo o
disposto no inciso III do caput do art. 20 do Decreto-Lei nº
1.598, de 26 de dezembro de 1977, poderá excluir para fins de
apuração do lucro real dos períodos de apuração subsequentes
o saldo do referido ágio existente na contabilidade?

Sim, a pessoa jurídica que absorver patrimônio de outra, em virtude de incorporação,


fusão ou cisão, na qual detinha participação societária adquirida com ágio por
rentabilidade futura (goodwill) decorrente da aquisição de participação societária entre
partes não dependentes, apurado segundo o disposto no inciso III do caput do art. 20 do
Decreto-Lei nº 1.598, de 26 de dezembro de 1977, poderá excluir para fins de apuração
do lucro real dos períodos de apuração subsequentes o saldo do referido ágio existente na
contabilidade na data da aquisição da participação societária, à razão de 1/60 (um sessenta
avos), no máximo, para cada mês do período de apuração.

Notas:

1) O contribuinte não poderá utilizar o disposto neste artigo,


quando:
I - o laudo a que se refere o § 3º do art. 20 do Decreto-Lei no
1.598, de 26 de dezembro de 1977, não for elaborado e
tempestivamente protocolado ou registrado;
II - os valores que compõem o saldo do ágio por rentabilidade
futura (goodwill) não puderem ser identificados em
decorrência da não observância do disposto no § 3º do art. 37
ou no § 1º do art. 39 da Lei nº 12.973, de 2014;
2) O laudo de que trata o inciso I do item 1 será
desconsiderado na hipótese em que os dados nele constantes
apresentem comprovadamente vícios ou incorreções de
caráter relevante;
3) A vedação prevista no inciso I do item 1 não se aplica para
participações societárias adquiridas até 31 de dezembro de
2013, para os optantes conforme o art. 75, ou até 31 de
dezembro de 2014, para os não optantes;
4) O disposto nesta pergunta aplica-se inclusive quando a
empresa incorporada, fusionada ou cindida for aquela que
detinha a propriedade da participação societária;
5) Consideram-se partes dependentes quando:
I - o adquirente e o alienante são controlados, direta ou
indiretamente, pela mesma parte ou partes;
II - existir relação de controle entre o adquirente e o alienante;

225
III - o alienante for sócio, titular, conselheiro ou administrador
da pessoa jurídica adquirente;
IV - o alienante for parente ou afim até o terceiro grau,
cônjuge ou companheiro das pessoas relacionadas no inciso
III deste item; ou
V - em decorrência de outras relações não descritas nos
incisos I a IV deste item, em que fique comprovada a
dependência societária;
6) No caso de participação societária adquirida em estágios,
a relação de dependência entre o(s) alienante(s) e o(s)
adquirente(s) de que trata esta pergunta deve ser verificada
no ato da primeira aquisição, desde que as condições do
negócio estejam previstas no instrumento negocial.

Normativo: Lei nº 12.973, de 2014, arts. 22, 24 e 25.

161 A pessoa jurídica que absorver patrimônio de outra, em virtude de


incorporação, fusão ou cisão, na qual detinha participação societária
adquirida com ganho proveniente de compra vantajosa, conforme
definido no § 6º do art. 20 do Decreto-Lei no 1.598, de 26 de dezembro
de 1977, deverá computar o referido ganho na determinação do lucro
real dos períodos de apuração subsequentes à data do evento?

Sim, a pessoa jurídica que absorver patrimônio de outra, em virtude de incorporação,


fusão ou cisão, na qual detinha participação societária adquirida com ganho proveniente
de compra vantajosa, conforme definido no § 6º do art. 20 do Decreto-Lei no 1.598, de
26 de dezembro de 1977, deverá computar o referido ganho na determinação do lucro real
dos períodos de apuração subsequentes à data do evento, à razão de 1/60 (um sessenta
avos), no mínimo, para cada mês do período de apuração.

Notas:

O disposto nesta pergunta aplica-se inclusive quando a


empresa incorporada, fusionada ou cindida for aquela que
detinha a propriedade da participação societária.

Normativo: Lei nº 12.973, de 2014, arts. 23 e 24.

226
162 Nos casos de incorporação, fusão ou cisão, os ganhos
decorrentes de avaliação com base no valor justo na sucedida
poderão ser considerados na sucessora como integrante do
custo do bem ou direito que lhe deu causa para efeito de
determinação de ganho ou perda de capital e do cômputo da
depreciação, amortização ou exaustão?

Não, nos casos de incorporação, fusão ou cisão, os ganhos decorrentes de avaliação com
base no valor justo na sucedida não poderão ser considerados na sucessora como
integrante do custo do bem ou direito que lhe deu causa para efeito de determinação de
ganho ou perda de capital e do cômputo da depreciação, amortização ou exaustão.

Notas:

Os ganhos e perdas evidenciados nas subcontas de que tratam


as Perguntas 155 e 156 transferidos em decorrência de
incorporação, fusão ou cisão terão, na sucessora, o mesmo
tratamento tributário que teriam na sucedida.

Normativo: Lei nº 12.973, de 2014, art. 26.

Ganho por Compra Vantajosa

163 O ganho decorrente do excesso do valor líquido dos ativos


identificáveis adquiridos e dos passivos assumidos,
mensurados pelos respectivos valores justos, em relação à
contraprestação transferida, será computado na determinação
do lucro real?

Sim, o ganho decorrente do excesso do valor líquido dos ativos identificáveis adquiridos
e dos passivos assumidos, mensurados pelos respectivos valores justos, em relação à
contraprestação transferida, será computado na determinação do lucro real no período de
apuração relativo à data do evento e posteriores, à razão de 1/60 (um sessenta avos), no
mínimo, para cada mês do período de apuração.

Notas:

Quando o ganho proveniente de compra vantajosa se referir


ao valor de que trata o inciso II do § 5º do art. 20 do Decreto-
Lei nº 1.598, de 26 de dezembro de 1977, deverá ser
observado, conforme o caso, o disposto no § 6º do art. 20 do

227
mesmo Decreto-Lei ou o disposto no art. 22 da Lei nº 12.973,
de 2014.

Normativo: Lei nº 12.973, de 2014, art. 27.

Tratamento Tributário do Goodwill

164 A contrapartida da redução do ágio por rentabilidade futura


(goodwill), inclusive mediante redução ao valor recuperável,
será computada na determinação do lucro real?

Não, a contrapartida da redução do ágio por rentabilidade futura (goodwill), inclusive


mediante redução ao valor recuperável, não será computada na determinação do lucro
real.

Notas:

Quando a redução se referir ao valor de que trata o inciso III


do art. 20 do Decreto-Lei nº 1.598, de 26 de dezembro de
1977, deve ser observado o disposto no art. 25 do mesmo
Decreto-Lei.

Normativo: Lei nº 12.973, de 2014, art. 28.

Contratos de Longo Prazo

165 Na hipótese de a pessoa jurídica utilizar critério, para


determinação da porcentagem do contrato ou da produção
executada, distinto dos previstos no § 1º do art. 10 do Decreto-
Lei nº 1.598, de 26 de dezembro de 1977, que implique
resultado do período diferente daquele que seria apurado com
base nesses critérios, a diferença verificada deverá ser
adicionada ou excluída, conforme o caso, por ocasião da
apuração do lucro real?

Sim, na hipótese de a pessoa jurídica utilizar critério, para determinação da porcentagem


do contrato ou da produção executada, distinto dos previstos no § 1º do art. 10 do Decreto-
Lei nº 1.598, de 26 de dezembro de 1977, que implique resultado do período diferente
daquele que seria apurado com base nesses critérios, a diferença verificada deverá ser
adicionada ou excluída, conforme o caso, por ocasião da apuração do lucro real.

228
Lei nº 12.973, de 2014, art. 29.

Normativo: Vide arts. 79 e 80 da IN RFB nº 1.515, de 2014 (a partir


de 16/03/2017 vige a IN RFB nº 1.700, de 2017, art. 164
e 165).

Prêmio na Emissão de Debêntures

166 O prêmio na emissão de debêntures será computado na


determinação do lucro real?

Não, o prêmio na emissão de debêntures não será computado na determinação do lucro


real, desde que:

I - a titularidade da debênture não seja de sócio ou titular da pessoa jurídica emitente; e

II - seja registrado em reserva de lucros específica, que somente poderá ser utilizada para:

a) absorção de prejuízos, desde que anteriormente já tenham sido totalmente absorvidas


as demais Reservas de Lucros, com exceção da Reserva Legal; ou

b) aumento do capital social.

Notas:

1) Na hipótese da alínea “a” do inciso II desta pergunta, a


pessoa jurídica deverá recompor a reserva à medida que forem
apurados lucros nos períodos subsequentes;
2) O prêmio na emissão de debêntures de que trata esta
pergunta será tributado caso não seja observado o disposto no
item 1 ou seja dada destinação diversa da que está prevista
nesta pergunta, inclusive nas hipóteses de:
I - capitalização do valor e posterior restituição de capital aos
sócios ou ao titular, mediante redução do capital social,
hipótese em que a base para a incidência será o valor
restituído, limitado ao valor total das exclusões decorrentes do
prêmio na emissão de debêntures;
II - restituição de capital aos sócios ou ao titular, mediante
redução do capital social, nos 5 (cinco) anos anteriores à data
da emissão das debêntures, com posterior capitalização do
valor do prêmio na emissão de debêntures, hipótese em que a
base para a incidência será o valor restituído, limitada ao valor

229
total das exclusões decorrentes de prêmio na emissão de
debêntures; ou
III - integração à base de cálculo dos dividendos obrigatórios;
3) Se, no período de apuração, a pessoa jurídica apurar
prejuízo contábil ou lucro líquido contábil inferior à parcela
decorrente de prêmio na emissão de debêntures e, nesse caso,
não puder ser constituída como parcela de lucros nos termos
desta pergunta, esta deverá ocorrer à medida que forem
apurados lucros nos períodos subsequentes;
4) A reserva de lucros específica a que se refere o inciso II
desta pergunta, para fins do limite de que trata o art. 199 da
Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, terá o mesmo
tratamento dado à reserva de lucros prevista no art. 195-A da
referida Lei;
5) Para fins do disposto no inciso I desta pergunta, serão
considerados os sócios com participação igual ou superior a
10% (dez por cento) do capital social da pessoa jurídica
emitente.

Normativo: Lei nº 12.973, de 2014, art. 31.

Teste de Recuperabilidade

167 O contribuinte poderá reconhecer, na apuração do lucro real,


os valores contabilizados como redução ao valor recuperável
de ativos, quando ocorrer a alienação ou baixa do bem
correspondente?

Não, o contribuinte poderá reconhecer na apuração do lucro real somente os valores


contabilizados como redução ao valor recuperável de ativos que não tenham sido objeto
de reversão, quando ocorrer a alienação ou baixa do bem correspondente.

Notas:

No caso de alienação ou baixa de um ativo que compõe uma


unidade geradora de caixa, o valor a ser reconhecido na
apuração do lucro real deve ser proporcional à relação entre o
valor contábil desse ativo e o total da unidade geradora de
caixa à data em que foi realizado o teste de recuperabilidade.

230
Normativo: Lei nº 12.973, de 2014, art. 32.

Pagamento Baseado em Ações

168 O valor da remuneração dos serviços prestados por


empregados ou similares, efetuada por meio de acordo com
pagamento baseado em ações, é dedutível para fins de
apuração do lucro real?

Não, o valor da remuneração dos serviços prestados por empregados ou similares,


efetuada por meio de acordo com pagamento baseado em ações, deve ser adicionado ao
lucro líquido para fins de apuração do lucro real no período de apuração em que o custo
ou a despesa forem apropriados.

A remuneração será dedutível somente depois do pagamento, quando liquidados em caixa


ou outro ativo, ou depois da transferência da propriedade definitiva das ações ou opções,
quando liquidados com instrumentos patrimoniais. Para esse efeito, o valor a ser excluído
será:

I - o efetivamente pago, quando a liquidação baseada em ação for efetuada em caixa ou


outro ativo financeiro; ou

II - o reconhecido no patrimônio líquido nos termos da legislação comercial, quando a


liquidação for efetuada em instrumentos patrimoniais.

Notas:

As aquisições de serviços, na forma desta pergunta e


liquidadas com instrumentos patrimoniais, terão efeitos no
cálculo dos juros sobre o capital próprio de que trata o art. 9º
da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995, somente depois
da transferência definitiva da propriedade dos referidos
instrumentos patrimoniais.

Lei nº 12.973, de 2014, arts. 33 e 34.

Normativo:
Vide art. 76 da IN RFB nº 1.515, de 2014 (a partir de
16/03/2017 vige a IN RFB nº 1.700, de 2017, art. 161).

Contratos de Concessão

231
169 No caso de contrato de concessão de serviços públicos em que
a concessionária reconhece como receita o direito de
exploração recebido do poder concedente, o resultado
decorrente desse reconhecimento deverá ser computado no
lucro real?

Sim, no caso de contrato de concessão de serviços públicos em que a concessionária


reconhece como receita o direito de exploração recebido do poder concedente, o resultado
decorrente desse reconhecimento deverá ser computado no lucro real à medida que
ocorrer a realização do respectivo ativo intangível, inclusive mediante amortização,
alienação ou baixa.

Notas:

1) Para fins dos pagamentos mensais referidos no art. 2º da


Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, a receita
mencionada na pergunta não integrará a base de cálculo,
exceto na hipótese prevista no art. 35 da Lei nº 8.981, de 20
de janeiro de 1995;
2) No caso de contrato de concessão de serviços públicos, o
lucro decorrente da receita reconhecida pela construção,
recuperação, reforma, ampliação ou melhoramento da
infraestrutura, cuja contrapartida seja ativo financeiro
representativo de direito contratual incondicional de receber
caixa ou outro ativo financeiro, poderá ser tributado à medida
do efetivo recebimento;
3) No caso do item 2, para fins dos pagamentos mensais
determinados sobre a base de cálculo estimada de que trata o
art. 2º da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, a
concessionária poderá considerar como receita o montante
efetivamente recebido.

Lei nº 12.973, de 2014, arts. 35 e 36.

Normativo: Vide arts. 81 a 85 da IN RFB nº 1.515, de 2014 2014 (a


partir de 16/03/2017 vige a IN RFB nº 1.700, de 2017,
art. 166 a 170).

Aquisição de Participação Societária em Estágios

232
170 No caso de aquisição de controle de outra empresa na qual se
detinha participação societária anterior, o contribuinte deve
observar quais disposições?

No caso de aquisição de controle de outra empresa na qual se detinha participação


societária anterior, o contribuinte deve observar as seguintes disposições:

I - o ganho decorrente de avaliação da participação societária anterior com base no valor


justo, apurado na data da aquisição, poderá ser diferido, sendo reconhecido para fins de
apuração do lucro real por ocasião da alienação ou baixa do investimento;

II - a perda relacionada à avaliação da participação societária anterior com base no valor


justo, apurada na data da aquisição, poderá ser considerada na apuração do lucro real
somente por ocasião da alienação ou baixa do investimento; e

III - o ganho decorrente do excesso do valor justo dos ativos líquidos da investida, na
proporção da participação anterior, em relação ao valor dessa participação avaliada a
valor justo, também poderá ser diferido, sendo reconhecido para fins de apuração do lucro
real por ocasião da alienação ou baixa do investimento.

Notas:

1) Para fins do disposto nesta pergunta, a pessoa jurídica


deverá manter controle dos valores no livro de que trata o
inciso I do caput do art. 8º do Decreto-Lei nº 1.598, de 26 de
dezembro de 1977, que serão baixados quando do cômputo do
ganho ou perda na apuração do lucro real;
2) Os valores apurados em decorrência da operação, relativos
à participação societária anterior, que tenham a mesma
natureza das parcelas discriminadas nos incisos II e III do
caput do art. 20 do Decreto-Lei nº 1.598, de 26 de dezembro
de 1977, sujeitam-se ao mesmo disciplinamento tributário
dado a essas parcelas;
3) Deverão ser contabilizadas em subcontas distintas:
I - a mais ou menos-valia e o ágio por rentabilidade futura
(goodwill) relativos à participação societária anterior,
existente antes da aquisição do controle; e
II - as variações nos valores a que se refere o inciso I, em
decorrência da aquisição do controle;
4) O disposto nesta pergunta aplica-se aos demais casos em
que o contribuinte avalia a valor justo a participação societária
anterior no momento da aquisição da nova participação
societária;
5) Na hipótese tratada nesta pergunta, caso ocorra
incorporação, fusão ou cisão:

233
I - deve ocorrer a baixa dos valores controlados no livro de
que trata o inciso I do caput do art. 8º do Decreto-Lei nº 1.598,
de 26 de dezembro de 1977, a que se refere o item 1, sem
qualquer efeito na apuração do lucro real;
II - não deve ser computada na apuração do lucro real a
variação da mais-valia ou menos-valia de que trata o inciso II
do item 3, que venha a ser:
a) considerada contabilmente no custo do ativo ou no valor do
passivo que lhe deu causa; ou
b) baixada, na hipótese de o ativo ou o passivo que lhe deu
causa não integrar o patrimônio da sucessora; e
III - não poderá ser excluída na apuração do lucro real a
variação do ágio por rentabilidade futura (goodwill) de que
trata o inciso II do item 3;
6) Excetuadas as hipóteses previstas nos incisos II e III desta
pergunta, aplica-se ao saldo existente na contabilidade, na
data da aquisição da participação societária, referente a mais
ou menos-valia e ao ágio por rentabilidade futura (goodwill)
de que tratam os incisos II e III do caput do art. 20 do Decreto-
Lei nº 1.598, de 26 de dezembro de 1977, o disposto nos arts.
20 a 22 da Lei nº 12.973, de 2014;
7) Nas incorporações, fusões ou cisões de empresa não
controlada na qual se detinha participação societária anterior
que não se enquadrem nas situações previstas nos itens
anteriores, não terá efeito na apuração do lucro real:
I - o ganho ou perda decorrente de avaliação da participação
societária anterior com base no valor justo, apurado na data
do evento; e
II - o ganho decorrente do excesso do valor justo dos ativos
líquidos da investida, na proporção da participação anterior,
em relação ao valor dessa participação avaliada a valor justo;
8) No caso do item anterior, deverão ser contabilizadas em
subcontas distintas:
I - a mais ou menos-valia e o ágio por rentabilidade futura
(goodwill) relativos à participação societária anterior,
existentes antes da incorporação, fusão ou cisão; e
II - as variações nos valores a que se refere o inciso I, em
decorrência da incorporação, fusão ou cisão;
9) Não deve ser computada na apuração do lucro real a
variação da mais-valia ou menos-valia de que trata o inciso II
do item 8, que venha a ser:
I - considerada contabilmente no custo do ativo ou no valor
do passivo que lhe deu causa; ou

234
II - baixada, na hipótese de o ativo ou o passivo que lhe deu
causa não integrar o patrimônio da sucessora;
10) Não poderá ser excluída na apuração do lucro real a
variação do ágio por rentabilidade futura (goodwill) de que
trata o inciso II do item 8;
11) Excetuadas as hipóteses previstas nos itens 9 e 10, aplica-
se ao saldo existente na contabilidade, na data da aquisição da
participação societária, referente a mais ou menos-valia e ao
ágio por rentabilidade futura (goodwill) de que tratam os
incisos II e III do caput do art. 20 do Decreto-Lei nº 1.598, de
26 de dezembro de 1977, o disposto nos arts. 20 a 22 da Lei
nº 12.973, de 2014.

Normativo: Lei nº 12.973, de 2014, arts. 37 a 39.

Arrendamento Mercantil

171 Qual o tratamento tributário das operações de arrendamento


mercantil que não estejam sujeitas ao tratamento tributário
previsto pela Lei nº 6.099, de 12 de setembro de 1974?

Na hipótese de operações de arrendamento mercantil que não estejam sujeitas ao


tratamento tributário previsto pela Lei nº 6.099, de 12 de setembro de 1974, as pessoas
jurídicas arrendadoras deverão reconhecer, para fins de apuração do lucro real, o resultado
relativo à operação de arrendamento mercantil proporcionalmente ao valor de cada
contraprestação durante o período de vigência do contrato.

Notas:

1) A pessoa jurídica deverá proceder, caso seja necessário,


aos ajustes ao lucro líquido para fins de apuração do lucro
real, no livro de que trata o inciso I do caput do art. 8º do
Decreto-Lei nº 1.598, de 26 de dezembro de 1977;
2) O disposto nesta pergunta aplica-se somente às operações
de arrendamento mercantil em que há transferência
substancial dos riscos e benefícios inerentes à propriedade do
ativo;
3) Para efeitos do disposto nesta pergunta, entende-se por
resultado a diferença entre o valor do contrato de
arrendamento e somatório dos custos diretos iniciais e o custo
de aquisição ou construção dos bens arrendados;

235
4) Na hipótese de a pessoa jurídica de que trata esta pergunta
ser tributada pelo lucro presumido ou arbitrado, o valor da
contraprestação deverá ser computado na determinação da
base de cálculo do imposto sobre a renda;
5) Poderão ser computadas na determinação do lucro real da
pessoa jurídica arrendatária as contraprestações pagas ou
creditadas por força de contrato de arrendamento mercantil,
referentes a bens móveis ou imóveis intrinsecamente
relacionados com a produção ou comercialização dos bens e
serviços, inclusive as despesas financeiras nelas consideradas;
6) São indedutíveis na determinação do lucro real as despesas
financeiras incorridas pela arrendatária em contratos de
arrendamento mercantil;
7) O disposto no item 6 também se aplica aos valores
decorrentes do ajuste a valor presente, de que trata o inciso III
do caput do art. 184 da Lei no 6.404, de 15 de dezembro de
1976.

Lei nº 12.973, de 2014, arts. 46 a 48.

Normativo: Vide arts. 86 a 91 da IN RFB nº 1.515, de 2014 2014 (a


partir de 16/03/2017 vige a IN RFB nº 1.700, de 2017,
art. 172 a 177).

172 Aos contratos não tipificados como arrendamento mercantil


que contenham elementos contabilizados como arrendamento
mercantil por força de normas contábeis e da legislação
comercial serão aplicados quais dispositivos?

Aos contratos não tipificados como arrendamento mercantil que contenham elementos
contabilizados como arrendamento mercantil por força de normas contábeis e da
legislação comercial serão aplicados os dispositivos a seguir indicados:

I - inciso VIII do caput do art. 13 da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995, com a


redação dada pelo art. 9º da Lei nº 12.973, de 2014;

II - §§ 3º e 4º do art. 13 do Decreto-Lei nº 1.598, de 26 de dezembro de 1977, com a


redação dada pelo art. 2º da Lei nº 12.973, de 2014;

III - arts. 46, 47 e 48 da Lei nº 12.973, de 2014;

236
IV - § 18 do art. 3º da Lei nº 10.637, de 30 de dezembro de 2002, com a redação dada
pelo art. 54 da Lei nº 12.973, de 2014;

V - § 26 do art. 3º da Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003, com a redação dada pelo


art. 55 da Lei nº 12.973, de 2014; e

VI - § 14 do art. 15 da Lei nº 10.865, de 30 de abril de 2004, com a redação dada pelo art.
53 da Lei nº 12.973, de 2014.

Notas:

O disposto nesta pergunta restringe-se aos elementos do


contrato contabilizados em observância às normas contábeis
que tratam de arrendamento mercantil.

Normativo: Lei nº 12.973, de 2014, art. 49.

237
Capítulo IX - Resultados não operacionais 2019

001 O que se entende por receitas e despesas não operacionais?

Receitas e despesas não operacionais são aquelas decorrentes de transações não incluídas
nas atividades principais ou acessórias que constituam objeto da empresa.
Tratando da matéria, o RIR/2018 expressamente discrimina o que se considera como
resultados não operacionais, os quais se referem, basicamente, a transações com bens do
ativo permanente.

Notas:

1) Com a edição da Lei nº 11.941, de 2009, art. 37, que alterou


o disposto no art. 187, IV, da Lei nº 6.404, de 1976, a
designação “receitas e despesas não operacionais” foi
substituída pela denominação “outras receitas e outras
despesas”;
2) Com a edição da Lei nº 11.941, de 2009, art. 37, que alterou
o disposto no art. 178, § 1º, da Lei nº 6.404, de 1976, o
subgrupo do ativo permanente foi inserido no grupo do ativo
não circulante, sendo substituído pelos subgrupos de
investimentos, imobilizado e intangível;
3) Devem ser observadas as regras referentes aos Preços de
Transferência, quando se tratar de operações de aquisição ou
alienação de bens ou direitos classificáveis como não
operacionais, realizadas com pessoas físicas ou jurídicas
consideradas vinculadas ou, ainda que não vinculadas,
residentes ou domiciliadas em país ou territórios considerados
como de tributação favorecida, ou cuja legislação interna
oponha sigilo à composição societária de pessoas jurídicas ou
à sua titularidade;
4) Devem ser observadas as regras referentes à tributação em
bases universais referentes aos lucros, rendimentos e ganhos
de capital auferidos no exterior;

Veja ainda: Preços de transferência:


Capítulo XIX.
Tributação em bases universais:
Capítulo XIX.

Normativo: RIR/2018, arts. 501 a 525; e

238
IN SRF nº 11, de 1996, art. 36, § 1º

002 De acordo com a legislação fiscal, todos os resultados não


operacionais deverão ser computados na determinação do
lucro real?

Não. A legislação do imposto de renda prevê que, embora considerados contabilmente,


não deverão ser computados, para efeito da apuração do lucro real, os seguintes resultados
não operacionais (deverão ser adicionados ou excluídos do lucro líquido, conforme o
caso, quando tiverem sido contabilizados em conta de resultado):
a) as contribuições de subscritores de valores mobiliários recebidas a título de ágio na
emissão de ações por preço superior ao valor nominal, ou a parte do preço de emissão
de ações sem valor nominal destinadas à formação de reservas de capital; o valor da
alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição; e o lucro ou prejuízo na venda
de ações em tesouraria;
b) as subvenções para investimentos, inclusive mediante isenção ou redução de
impostos, concedidas como estímulo à implantação ou expansão de empreendimentos
econômicos e doações do Poder Público;
c) o capital das apólices de seguros ou pecúlios em favor da pessoa jurídica, recebidos
por morte de sócio; e
d) o acréscimo ou a diminuição do valor de patrimônio líquido de investimento,
decorrente de ganho ou perda por variação na percentagem de participação do
contribuinte no capital social da investida.

Notas:

1) Com a edição da Lei nº 11.941, de 2009, art. 37, que


alterou o disposto no art. 187, IV, da Lei nº 6.404, de
1976, a designação “receitas e despesas não
operacionais” foi substituída pela denominação “outras
receitas e outras despesas”;

Normativo: Lei nº 12.973, de 2014, arts. 30 e 31; e


RIR/2018, arts. 509, 520, 523 e 525.

003 O que são Ganhos ou Perdas de Capital?

São ganhos ou perdas de capital os resultados obtidos na alienação, inclusive por


desapropriação, na baixa por perecimento, extinção, desgaste, obsolescência ou exaustão,

239
ou na liquidação de bens ou direitos integrantes do ativo não circulante, classificados
como investimentos, imobilizado ou intangível.
Esses ganhos ou perdas serão computados na determinação do lucro real.
Nas vendas de bens do ativo não circulante classificados como investimentos,
imobilizado ou intangível, para recebimento do preço, no todo ou em parte, após o
término do exercício social seguinte ao da contratação, o contribuinte poderá, para efeito
de determinar o lucro real, reconhecer o lucro na proporção da parcela do preço recebida
em cada período de apuração.

Notas:

1) Com a edição da Lei nº 11.941, de 2009, art. 37, que alterou


o disposto no art. 178, § 1º, da Lei nº 6.404, de 1976, o
subgrupo do ativo permanente foi inserido no grupo do ativo
não circulante, sendo substituído pelos subgrupos de
investimentos, imobilizado e intangível (antigo diferido).

Normativo: RIR/2018, art. 501, caput; e


IN SRF nº 11, de 1996, art. 36.

004 Como se determina o Ganho ou a Perda de Capital?

O resultado não operacional, ressalvadas as disposições especiais, será igual à diferença,


positiva (ganho) ou negativa (perda/prejuízo), entre o valor pelo qual o bem ou direito
houver sido alienado ou baixado (baixa por alienação ou perecimento) e o seu valor
contábil.

Os resultados não operacionais de todas as alienações ocorridas durante o período de


apuração deverão ser computados englobadamente e, no respectivo período de
ocorrência, os resultados positivos ou negativos integrarão o lucro real.

Notas:

Com a edição da Lei nº 11.941, de 2009, art. 37, que alterou


o disposto no art. 187, IV, da Lei nº 6.404, de 1976, a
designação “receitas e despesas não operacionais” foi
substituída pela denominação “outras receitas e outras
despesas”.

Normativo: RIR/2018, art. 501, § 1º; e


IN SRF nº 11, de 1996, art. 36, §§ 2º a 4º.

240
005 O que se entende por valor contábil do bem?

Entende-se por valor contábil do bem aquele que estiver registrado na escrituração do
contribuinte, diminuído, se for o caso, da depreciação, amortização ou exaustão
acumulada e das perdas estimadas no valor de ativos.

Notas:

Devem ser observadas as regras referentes aos Preços de


Transferência, quando se tratar de operações de aquisição de
bens, serviços ou direitos, realizadas com pessoas físicas ou
jurídicas consideradas vinculadas ou, ainda que não
vinculadas, residentes ou domiciliadas em país ou territórios
considerados como de tributação favorecida, ou cuja
legislação interna oponha sigilo à composição societária de
pessoas jurídicas ou à sua titularidade (Lei nº 10.451,
de 2002, art. 4º).

Normativo: RIR/2018, art. 501, § 1º.

006 Como se obtém o valor dos encargos acumulados de


depreciação, amortização ou exaustão, diminuídos do valor
escriturado na apuração do valor contábil do bem?

O valor dos encargos acumulados de depreciação, amortização ou exaustão, que serão


diminuídos do valor do bem para se chegar ao saldo (custo ou valor contábil), é obtido
mediante a multiplicação dos percentuais acumulados desses encargos pelo valor do bem
constante do último balanço.

Ao montante assim apurado deverá ser acrescido, se for o caso, o valor dos encargos
registrados mensalmente no próprio período de apuração, até a data da baixa.

A parcela de depreciação anteriormente excluída do lucro líquido na apuração do lucro


real deverá ser adicionada na apuração do imposto no período de apuração em que ocorrer
a alienação ou baixa do ativo.

Notas:

1) Somente será permitida, para fins do lucro real, a


depreciação, amortização e exaustão de bens móveis ou
imóveis que estejam intrinsecamente relacionados com a
produção ou comercialização dos bens e serviços;

241
2) Na hipótese de baixa de bem para o qual haja registro no
Lalur, Parte B, de quotas de depreciação acelerada
incentivada a amortizar, o respectivo saldo deverá ser
adicionado ao lucro líquido, na apuração do lucro real do
período de apuração em que ocorrer a baixa;
3) Devem ser observadas as regras referentes aos Preços de
Transferência, quando se tratar de operações de aquisição ou
alienação de bens ou direitos classificáveis como não
operacionais, realizadas com pessoas físicas ou jurídicas
consideradas vinculadas ou, ainda que não vinculadas,
residentes ou domiciliadas em país ou territórios considerados
como de tributação favorecida, ou cuja legislação interna
oponha sigilo à composição societária de pessoas jurídicas ou
à sua titularidade, inclusive para cálculo dos encargos de
depreciação, exaustão ou amortização.

Veja ainda: Depreciação:


Perguntas 043 a 063 do capítulo VIII.
Amortização:
Perguntas 064 a 072 do capítulo VIII.
Exaustão: Perguntas 073 a 092 do capítulo VIII.

Normativo: Lei nº 9.249, de 1995, art. 13, III;


RIR/2018, art. 501, § 2º;
IN SRF nº 11, de 1996, art. 25, parágrafo único; e
IN RFB nº 1.312, de 2012, art. 4º, § 2º.

007 Como deverão ser considerados os resultados não operacionais


verificados no exterior por pessoa jurídica domiciliada no
Brasil?

A pessoa jurídica domiciliada no Brasil que tiver ganho de capital oriundo do exterior
está obrigada ao regime de tributação com base no lucro real, devendo os resultados não
operacionais ser considerados da seguinte forma:
a) os ganhos de capital auferidos no exterior deverão ser computados na determinação
do lucro real das pessoas jurídicas domiciliadas no Brasil, correspondente ao balanço
levantado em 31 de dezembro; e
b) os prejuízos e perdas de capital havidos no exterior não poderão ser compensados com
lucros auferidos no Brasil. A indedutibilidade da perda de capital aplica-se, inclusive,
em relação às alienações de filiais e sucursais, e de participações societárias em
pessoas jurídicas domiciliadas no exterior.

242
Notas:

1) Com a edição da Lei nº 11.941, de 2009, art. 37, que alterou


o disposto no art. 187, IV, da Lei nº 6.404, de 1976, a
designação “receitas e despesas não operacionais” foi
substituída pela denominação “outras receitas e outras
despesas”;
2) Os ganhos de capital auferidos no exterior serão
convertidos em Reais com base na taxa de câmbio, para venda,
na data em que forem contabilizados no Brasil. Caso a moeda
em que for auferido o ganho não tenha cotação no Brasil, será
ela convertida em dólares norte-americanos e, em seguida, em
Reais (Lei nº 9.249, de 1995, art. 25, § 1º, I e II);
3) O imposto de renda incidente no exterior sobre os ganhos
de capital computados no lucro real poderá ser compensado
até o limite do imposto de renda incidente no Brasil sobre os
referidos ganhos. Para fins do citado limite, o imposto
incidente no Brasil correspondente ao ganho será proporcional
ao total do imposto e adicional devidos pela pessoa jurídica no
Brasil. O imposto será convertido em Reais com base na taxa
de câmbio, para venda, na data em que for pago (Lei nº 9.249,
de 1995, art. 26);

4) Com a revogação do § 4º do art. 1º da Lei nº 9.532, de 1997,


e do art. 74 da MP nº 2.158-35, de 2001, a tributação de lucros
auferidos no exterior pelas coligadas e controladas está
praticamente regulada pela Lei nº 12.973, de 2014.
5) A compensação do imposto de renda pago no exterior
passou a ser disciplinada nos arts. 14 e 15 da IN SRF nº 213,
de 2002.

Veja ainda: Tributação em bases universais:


Capítulo XIX.

Normativo: Lei nº 9.249, de 1995, arts. 25 e 27; e


IN SRF nº 213, de 2002, art. 12.

008 Quais as regras aplicáveis aos ganhos de capital auferidos por


pessoa jurídica domiciliada no exterior?

Os ganhos de capital na alienação de bens e direitos e os ganhos líquidos auferidos em


operações realizadas em bolsas de valores, de mercadorias, de futuros e assemelhadas,

243
auferidos por pessoa jurídica domiciliada no exterior, serão apurados e tributados segundo
as mesmas regras aplicáveis aos residentes no Brasil.

Veja ainda: Tributação em bases universais:


Capítulo XIX.

Normativo: Lei nº 9.249, de 1995, art. 18;


RIR/2018, art. 745, § 3º;
IN SRF nº 11, de 1996, art. 56; e
IN SRF nº 208, de 2002, arts. 26 e 27.

009 Qual o tratamento a ser adotado no caso de devolução de


capital em bens ou direitos ao titular, sócio ou acionista da
pessoa jurídica?

Na hipótese de devolução de capital ao titular, sócio ou acionista da pessoa jurídica, os


bens ou direitos entregues poderão ser avaliados pelo valor contábil ou de mercado.
Quando a devolução realizar-se pelo valor de mercado, a diferença entre este e o valor
contábil dos bens e direitos entregues será considerada ganho de capital, o qual deverá
ser computado nos resultados da pessoa jurídica tributada com base no lucro real, ou na
base de cálculo do imposto de renda da pessoa jurídica submetida à tributação com base
no lucro presumido ou arbitrado.
Quando a devolução realizar-se pelo valor contábil do bem ou direito, não haverá
diferença a ser tributada, quer pela pessoa jurídica que estiver devolvendo o capital, quer
pelo titular, sócio ou acionista que estiver recebendo a devolução.

Notas:

O titular, sócio ou acionista, pessoa jurídica, que tiver


recebido a devolução da sua participação no capital, deverá
registrar o ingresso do bem ou direito pelo valor contábil ou
de mercado, conforme a avaliação da pessoa jurídica que
estiver devolvendo o capital. A diferença entre o valor de
mercado dos bens ou direitos e o valor contábil da
participação extinta não constituirá ganho de capital tributável
para fins do imposto de renda, podendo ser excluída na
determinação do lucro real ou não ser computada na base de
cálculo do lucro presumido ou arbitrado.

Normativo: Lei nº 9.249, de 1995, art. 22;


RIR/2018, art. 502; e

244
IN SRF nº 11, de 1996, art. 60.

010 Existe a possibilidade de serem deduzidas, para fins do


imposto de renda, as perdas havidas na alienação de
investimentos oriundos de incentivos fiscais?

Não. A legislação fiscal não admite a dedutibilidade, na apuração do lucro real, da perda
de capital decorrente de alienação ou baixa de investimentos adquiridos mediante
dedução do imposto de renda devido pela pessoa jurídica, como, por exemplo, os
incentivos fiscais para o Finor, Finam e Funres.
O valor da perda apurada contabilmente deverá ser adicionado ao lucro líquido, para fins
de determinação do lucro real, no Lalur, Parte A.

Normativo: RIR/2018, art. 510.

Incorporação, fusão ou cisão

011 Nos casos de incorporação, fusão ou cisão, o saldo existente


na contabilidade, na data da aquisição da participação
societária, referente à mais-valia de que trata o inciso II do
caput do art. 20 do Decreto-Lei nº 1.598, de 26 de dezembro
de 1977, decorrente da aquisição de participação societária
entre partes não dependentes, poderá ser considerado como
integrante do custo do bem ou direito que lhe deu causa, para
efeito de determinação de ganho ou perda de capital e do
cômputo da depreciação, amortização ou exaustão?

Sim, nos casos de incorporação, fusão ou cisão, o saldo existente na contabilidade, na


data da aquisição da participação societária, referente à mais-valia de que trata o inciso II
do caput do art. 20 do Decreto-Lei nº 1.598, de 26 de dezembro de 1977, decorrente da
aquisição de participação societária entre partes não dependentes, poderá ser considerado
como integrante do custo do bem ou direito que lhe deu causa, para efeito de determinação
de ganho ou perda de capital e do cômputo da depreciação, amortização ou exaustão.

Notas:

1) Se o bem ou direito que deu causa ao valor de que trata esta


pergunta não houver sido transferido, na hipótese de cisão, para
o patrimônio da sucessora, esta poderá, para efeitos de apuração
do lucro real, deduzir a referida importância em quotas fixas

245
mensais e no prazo mínimo de 5 (cinco) anos contados da data
do evento;
2) A dedutibilidade da despesa de depreciação, amortização ou
exaustão está condicionada ao cumprimento da condição
estabelecida no inciso III do caput do art. 13 da Lei nº 9.249, de
26 de dezembro de 1995;
3) O contribuinte não poderá utilizar o disposto neste artigo,
quando:
I - o laudo a que se refere o § 3º do art. 20 do Decreto-Lei nº
1.598, de 26 de dezembro de 1977, não for elaborado e
tempestivamente protocolado ou registrado; ou
II - os valores que compõem o saldo da mais-valia não puderem
ser identificados em decorrência da não observância do disposto
no § 3º do art. 37 ou no § 1º do art. 39 da Lei nº 12.973, de 2014;
4) O laudo de que trata o inciso I do item 3 será desconsiderado
na hipótese em que os dados nele constantes apresentem
comprovadamente vícios ou incorreções de caráter relevante;
5) A vedação prevista no inciso I do item 3 não se aplica para
participações societárias adquiridas até 31 de dezembro de
2013, para os optantes conforme o art. 75, ou até 31 de
dezembro de 2014, para os não optantes;
6) O disposto nesta pergunta aplica-se inclusive quando a
empresa incorporada, fusionada ou cindida for aquela que
detinha a propriedade da participação societária;
7) Consideram-se partes dependentes quando:
I - o adquirente e o alienante são controlados, direta ou
indiretamente, pela mesma parte ou partes;
II - existir relação de controle entre o adquirente e o alienante;
III - o alienante for sócio, titular, conselheiro ou administrador
da pessoa jurídica adquirente;
IV - o alienante for parente ou afim até o terceiro grau, cônjuge
ou companheiro das pessoas relacionadas no inciso III deste
item; ou
V - em decorrência de outras relações não descritas nos incisos
I a IV deste item, em que fique comprovada a dependência
societária;
8) No caso de participação societária adquirida em estágios, a
relação de dependência entre o(s) alienante(s) e o(s)
adquirente(s) de que trata esta pergunta deve ser verificada no
ato da primeira aquisição, desde que as condições do negócio
estejam previstas no instrumento negocial.

246
Normativo: Lei nº 12.973, de 2014, arts. 20, 24 e 25.

012 Nos casos de incorporação, fusão ou cisão, o saldo existente


na contabilidade, na data da aquisição da participação
societária, referente à menos-valia de que trata o inciso II do
caput do art. 20 do Decreto-Lei nº 1.598, de 26 de dezembro
de 1977, deverá ser considerado como integrante do custo do
bem ou direito que lhe deu causa para efeito de determinação
de ganho ou perda de capital e do cômputo da depreciação,
amortização ou exaustão?

Sim, nos casos de incorporação, fusão ou cisão, o saldo existente na contabilidade, na


data da aquisição da participação societária, referente à menos-valia de que trata o inciso
II do caput do art. 20 do Decreto-Lei nº 1.598, de 26 de dezembro de 1977, deverá ser
considerado como integrante do custo do bem ou direito que lhe deu causa para efeito de
determinação de ganho ou perda de capital e do cômputo da depreciação, amortização ou
exaustão.

Notas:

1) Se o bem ou direito que deu causa ao valor de que trata


esta pergunta não houver sido transferido, na hipótese de
cisão, para o patrimônio da sucessora, esta poderá, para
efeitos de apuração do lucro real, diferir o reconhecimento da
referida importância, oferecendo à tributação quotas fixas
mensais no prazo máximo de 5 (cinco) anos contados da data
do evento;
2) A dedutibilidade da despesa de depreciação, amortização
ou exaustão está condicionada ao cumprimento da condição
estabelecida no inciso III do caput do art. 13 da Lei nº 9.249,
de 26 de dezembro de 1995;
3) O valor de que trata o caput será considerado como
integrante do custo dos bens ou direitos que forem realizados
em menor prazo depois da data do evento, quando:
I - o laudo a que se refere o § 3º do art. 20 do Decreto-Lei nº
1.598, de 26 de dezembro de 1977, não for elaborado e
tempestivamente protocolado ou registrado; ou
II - os valores que compõem o saldo da menos-valia não
puderem ser identificados em decorrência da não observância
do disposto no § 3º do art. 37 ou no § 1º do art. 39 da Lei nº
12.973, de 2014;

247
4) O laudo de que trata o inciso I do item 3 será
desconsiderado na hipótese em que os dados nele constantes
apresentem comprovadamente vícios ou incorreções de
caráter relevante;
5) A vedação prevista no inciso I do item 3 não se aplica para
participações societárias adquiridas até 31 de dezembro de
2013, para os optantes conforme o art. 75, ou até 31 de
dezembro de 2014, para os não optantes;
6) O disposto nesta pergunta aplica-se inclusive quando a
empresa incorporada, fusionada ou cindida for aquela que
detinha a propriedade da participação societária.

Normativo: Lei nº 12.973, de 2014, arts. 21 e 24.

248
Capítulo X - Compensação de Prejuízos 2019

001 Quais as modalidades de prejuízos que podem ser apurados


pelas pessoas jurídicas?
Os prejuízos que podem ser apurados pela pessoa jurídica são de duas modalidades:
a) o apurado na Demonstração do Resultado do período de apuração, conforme
determinado pelo art. 187 da Lei nº 6.404, de 1976. O prejuízo apurado nessa
modalidade é conhecido como prejuízo contábil ou comercial, pois é obtido por meio
da escrituração comercial do contribuinte; e
b) o apurado na Demonstração do Lucro Real e registrado no Lalur (que parte do lucro
líquido contábil do período mais adições menos exclusões e compensações). O
prejuízo apurado nessa modalidade é conhecido como prejuízo fiscal, o qual é
compensável para fins da legislação do imposto de renda.

Notas:

A partir de 1º/01/1996, os prejuízos não operacionais


apurados pelas pessoas jurídicas somente poderão ser
compensados com os lucros da mesma natureza. Consideram-
se não operacionais os resultados decorrentes da alienação de
bens e direitos do ativo não circulante imobilizado,
investimento e intangível, ainda que reclassificados para o
ativo circulante com a intenção de venda.

RIR/2018, art. 581.


Normativo:
IN RFB nº 1.700, de 2017, art. 205, §1º.

002 Qual o tratamento tributário aplicável ao prejuízo fiscal


apurado por Sociedade em Conta de Participação (SCP)?
O prejuízo fiscal apurado por Sociedade em Conta de Participação (SCP), somente poderá
ser compensado com o lucro real decorrente da mesma SCP.
É vedada a compensação de prejuízos fiscais e lucros entre duas ou mais SCP, ou entre
estas e o sócio ostensivo.

Normativo: RIR/2018, art. 586.

249
003 Como são compensados os prejuízos fiscais?
Os prejuízos fiscais (compensáveis para fins do imposto de renda) poderão ser
compensados independentemente de qualquer prazo, observado em cada período de
apuração o limite de 30% (trinta por cento) do lucro líquido ajustado.
O citado limite de 30% (trinta por cento) não se aplica em relação aos prejuízos fiscais
decorrentes da exploração de atividades rurais.

Normativo: Lei nº 8.981, de 1995, art. 42;


Lei nº 9.065, de 1995, art. 15; e
IN SRF nº 11, de 1996.

004 Como são apurados, controlados e compensados os prejuízos


fiscais não operacionais?
Consideram-se prejuízos não operacionais os prejuízos decorrentes da alienação de bens
e direitos do ativo imobilizado, investimento e intangível, ainda que reclassificados para
o ativo circulante com intenção de venda.
Os prejuízos não operacionais poderão ser compensados, nos períodos de apuração
subsequentes ao de sua apuração (trimestral ou anual), somente com lucros de mesma
natureza, observado o limite de 30% (trinta por cento) do referido lucro.
Os resultados de todas as alienações de bens e direitos do ativo imobilizado, investimento
e intangível de um mesmo período de apuração deverão ser apurados englobadamente
entre si.
No período de apuração de ocorrência, de alienação de bens e direitos, os resultados não
operacionais, positivos ou negativos, integrarão o lucro real.
A separação em prejuízos não operacionais e em prejuízos das demais atividades somente
será exigida se, no período, forem verificados, cumulativamente, resultados não
operacionais negativos e lucro real negativo (prejuízo fiscal).
Verificada esta hipótese, a pessoa jurídica deverá comparar o prejuízo não operacional
com o prejuízo fiscal apurado na demonstração do lucro real, observado o seguinte:
a) se o prejuízo fiscal for maior, todo o resultado não operacional negativo será
considerado prejuízo fiscal não operacional e a parcela excedente será considerada,
prejuízo fiscal das demais atividades;
b) se todo o resultado não operacional negativo for maior ou igual ao prejuízo fiscal,
todo o prejuízo fiscal será considerado não operacional.
Os prejuízos não operacionais e os decorrentes das atividades operacionais da pessoa
jurídica deverão ser controlados de forma individualizada por espécie, na parte B do
Lalur, para compensação, com lucros da mesma natureza apurados nos períodos
subsequentes.
O valor do prejuízo fiscal não operacional a ser compensado em cada período-base
subseqüente não poderá exceder o total dos resultados não operacionais positivos
apurados no período de compensação.

250
A soma dos prejuízos fiscais não operacionais com os prejuízos decorrentes de outras
atividades da pessoa jurídica, a ser compensada, não poderá exceder o limite de 30%
(trinta por cento) do lucro líquido do período-base da compensação, ajustado pelas
adições e exclusões previstas ou autorizadas pela legislação do imposto de renda.
No período-base em que for apurado resultado não operacional positivo, todo o seu valor
poderá ser utilizado para compensar os prejuízos fiscais não operacionais de períodos
anteriores, ainda que a parcela do lucro real admitida para compensação não seja
suficiente ou que tenha sido apurado prejuízo fiscal. Neste caso, a parcela dos prejuízos
fiscais não operacionais compensados com os lucros não operacionais que não puder ser
compensada com o lucro real, seja em virtude do limite de 30% (trinta por cento) ou de
ter ocorrido prejuízo fiscal no período, passará a ser considerada prejuízo das demais
atividades, devendo ser promovidos os devidos ajustes na parte B do Lalur.
O saldo de prejuízos não operacionais de que tratava o art. 31 da Lei nº 9.249, de 1995,
existente em 1º de janeiro de 2015 somente poderá ser compensado com os lucros
decorrentes da alienação de bens e direitos do ativo imobilizado, investimento e intangível
do art. 43 da Lei nº 12.973, de 2014, observado o limite de 30%.
Exemplo:

Detalhes Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4

Resultado não-operacional -80,00 -80,00 50,00 40,00

Resultado operacional 150,00 -60,00 150,00 -240,00

Adições 0,00 10,00 10,00 0,00

Exclusões 0,00 50,00 10,00 10,00

Lucro real antes da compensação de


70,00 -180,00 200,00 -210,00
prejuízos

Compensação prejuízo não-operacional 0,00 0,00 50,00 0,00

Compensação prejuízo operacional (1) 10,00 0,00

Lucro real 70,00 -180,00 140,00 -210,00

Prejuízo fiscal não-operacional a ser


0,00 80,00 30,00 0,00
controlado no Lalur

Prejuízo fiscal operacional a ser


0,00 100,00 90,00 120,00
controlado no Lalur

(1) Observar que a soma dos prejuízos compensados não poderá ser maior do que 30%
(trinta por cento) do Lucro Real.

251
Em virtude de haver um saldo de prejuízos fiscais não operacionais, no Lalur, ainda a
compensar (no valor de -30,00), e o contribuinte ter apurado, simultaneamente, lucro não
operacional em valor superior (no valor de +40,00) e um prejuízo fiscal operacional no
valor de –240,00, o que impede a compensação efetiva do saldo de prejuízos não
operacionais existentes no Lalur (-30,00); o contribuinte poderá promover, no Lalur, a
reclassificação do saldo de prejuízos não operacionais, para prejuízos operacionais, pois,
neste caso, considera-se que ocorreu a compensação entre prejuízo fiscal não operacional
de anos anteriores e o lucro não operacional do período-base.

Normativo: Lei nº 12.973, de 2014, art. 43 e 70;


IN SRF nº 11, de 1996, art. 36.
IN RFB nº 1.700, de 2017, art. 205.

005 Que outras restrições existem à compensação de prejuízos


fiscais?
A pessoa jurídica não poderá compensar seus próprios prejuízos fiscais se entre a data da
apuração e o período da compensação houver ocorrido, cumulativamente, modificação
de seu controle societário e do ramo de atividade;
A pessoa jurídica sucessora por incorporação, fusão ou cisão não poderá compensar
prejuízos fiscais da sucedida. No caso de cisão parcial, a pessoa jurídica cindida poderá
compensar os seus próprios prejuízos, proporcionalmente à parcela remanescente do
patrimônio líquido. Os valores dos prejuízos fiscais da sucedida constantes na parte B do
Lalur, na data do evento, deverão ser baixados sem qualquer ajuste na parte A do Lalur;

Veja Prejuízo fiscal de SCP:


ainda: Pergunta 002, neste Capítulo.
Apuração, controle e compensação de prejuízos
fiscais:
Pergunta 004, neste Capítulo.
Prejuízos fiscais no exterior:
Pergunta 011, neste Capítulo.

Normativo: RIR/2018, arts. 584 e 585.

006 A existência na escrituração comercial do contribuinte de


lucro ou prejuízo contábil impede a compensação dos
prejuízos fiscais?
Não. O prejuízo a compensar é o apurado na demonstração do lucro real e será
compensado com o lucro líquido ajustado pelas adições, exclusões previstas na
legislação, observado o limite de 30% (trinta por cento); independe, portanto, da
existência de lucro ou prejuízo contábil na escrituração comercial do contribuinte.

252
007 A pessoa jurídica poderá deixar de pleitear, em algum
período, a compensação de prejuízo fiscal que esteja
controlando na Parte B do Lalur?
Sim. A compensação de prejuízo se constitui em uma faculdade que poderá ou não ser
utilizada pela pessoa jurídica, a seu livre critério.

008 Como será controlado, no Livro de Apuração do Lucro Real


(Lalur), o prejuízo a compensar?
O controle do valor dos prejuízos compensáveis, na forma da legislação vigente, deve ser
feito de forma individualizada por espécie, na Parte B do Lalur, por período de apuração
(anual ou trimestral).

RIR/2018, art. 579.


Normativo:
IN RFB nº 1.700, de 2017, art. 205.

009 A pessoa jurídica que tiver prejuízo fiscal de períodos de


apuração anteriores devidamente apurado e controlado no
Lalur, vindo a se submeter à tributação utilizando-se de outra
base que não a do lucro real, perderá o direito de compensar
este prejuízo?
O direito à compensação dos prejuízos fiscais, desde que estejam devidamente apurados
e controlados na parte B do Lalur, somente poderá ser exercido quando a pessoa jurídica
for tributada com base no lucro real, pois quando a forma de tributação for outra não há
que se falar em apurar ou compensar prejuízos fiscais.
Esse direito, entretanto, não será prejudicado ainda que o contribuinte possa, em algum
período de apuração, ter sido tributado com base no lucro presumido ou arbitrado.
Assim, no período-base em que retornar à tributação com base no lucro real poderá
compensar o prejuízo fiscal constante no Lalur, Parte B, observada a legislação vigente à
época da compensação.

Normativo: IN SRF nº 21, de 1992, art. 22.

010 A absorção na escrituração comercial de prejuízos contábeis


impede a compensação dos prejuízos fiscais?
A absorção na escrituração comercial de prejuízos contábeis apurados mediante débito à
conta de lucros acumulados, de reservas de lucros ou de capital, ao capital social, ou à
conta de sócios, matriz ou titular de empresa individual, não impede a compensação dos
prejuízos fiscais.

253
Normativo: PN CST nº 4, de 1981.

011 Os prejuízos fiscais incorridos no exterior são compensáveis


com o lucro real apurado no Brasil?
Não serão compensados com lucros auferidos no Brasil os prejuízos e perdas decorrentes
das operações ocorridas no exterior, a saber: prejuízos de filiais, sucursais, controladas
ou coligadas no exterior, e os prejuízos e as perdas de capital decorrentes de aplicações e
operações efetuadas no exterior pela própria empresa brasileira, inclusive em relação à
alienação de filiais e sucursais e de participações societárias em pessoas jurídicas
domiciliadas no exterior.

Normativo: Lei nº 9.249, de 1995, art. 25, § 5º;


IN SRF nº 213, de 2002, art. 4º.

254
Capítulo XI – Aplicação do Imposto em Investimentos
Regionais 2019

001 No que se constituem os incentivos fiscais de aplicação de


parte do imposto sobre a renda em investimentos regionais?

Constituem permissões dadas pela legislação para que a pessoa jurídica ou grupos de
empresas coligadas que, isolada ou conjuntamente, detenham, pelo menos, 51%
(cinquenta e um por cento) do capital votante de sociedade titular de projetos nas áreas
de atuação da Superintendência de Desenvolvimento do Amazônia (Sudam) e da
Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), aprovados, no órgão
competente, até dia 02/05/2001, enquadrados em setores da economia considerados, pelo
Poder Executivo, prioritários para o desenvolvimento regional, aplique parte do imposto
sobre a renda em investimentos regionais, por intermédio dos fundos Finor e Finam.

Notas:

1) A opção será manifestada no ato de transmissão da


Escrituração Contábil Fiscal (ECF) - até o último dia útil do
mês de julho do ano seguinte ao ano-calendário a que a ECF
se referir - ou no curso do ano-calendário, nas datas de
pagamento do imposto com base no lucro estimado, apurado
mensalmente, ou no lucro real, apurado trimestralmente;
2) A partir da data de publicação da Medida Provisória nº
628, de 28 de novembro de 2013, ficou extinto o direito à
aplicação no FUNRES e o Grupo Executivo para
Recuperação Econômica do Estado do Espírito Santo -
GERES (Medida Provisória nº 628, de 2013, art. 5º, e Lei nº
12.979, de 2014, arts. 4º e 8º).

Normativo: Lei nº 8.167, de 1991, art. 9º;


MP nº 2.156-5, de 2001, art. 32, inciso XVIII;
MP nº 2.157-5, de 2001, art. 32, inciso IV;
IN SRF nº 267, de 2002, art. 105.

255
002 Quais pessoas jurídicas podem optar pela aplicação de arte do
imposto sobre a renda nos Fundos de Investimentos
Regionais?

A aplicação nos Fundos de Investimentos Regionais (desde 03/05/2001) está restrita às


pessoas jurídicas ou grupos de empresas de que trata o art. 9º da Lei nº 8.167, de 1991,
detentoras de pelo menos 51% (cinquenta e um por cento) do capital votante de sociedade
titular de projetos com pleitos aprovados, no órgão competente, até dia 02/05/ 2001 e
enquadrados em setores da economia considerados, pelo Poder Executivo, prioritários
para o desenvolvimento regional, preservado o exercício do direito para os pleitos
protocolizados até essa mesma data e que venham a ser aprovados posteriormente.

Notas:

1) A opção pela aplicação de parte do imposto sobre a renda


nos Fundos de Investimentos Regionais (RIR/2018, art. 653,
§ 2º), se aplica às pessoas jurídicas ou grupo de empresas
localizadas em qualquer Estado do Brasil, inclusive àquelas
fora da área de atuação da Sudene e da Sudam, desde que se
enquadrem na situação societária acima descrita - 51%
(cinqüenta e um por cento) do capital votante de sociedade
titular de projetos nas áreas incentivadas.

003 Que percentuais do imposto sobre a renda poderão ser


destinados às aplicações nos Fundos de Investimentos
Regionais?
Sem prejuízo de limite específico para cada incentivo, o conjunto das aplicações não
poderá exceder a:

a) quanto aos Fundos Finor e Finam, incluída a parcela destinada ao PIN e ao Proterra:
- 10% a partir de janeiro de 2009 até dezembro de 2017.
b) quanto ao Funres:
- 9% a partir de janeiro de 2009 até 29 de novembro de 2013.

Normativo: Lei nº 8.167, de 1991, art. 9º;


Lei nº 12.995, de 2014, art. 2º;
MP nº 2.145, de 2001;
MP nº 2.156-5, de 2001, art. 32, inciso XVIII;
MP nº 2.157-5, de 2001, art. 32, inciso IV;
RIR/2018, art. 658; e
IN SRF nº 267, de 2002, art. 105.

256
004 Quais pessoas jurídicas não podem optar por aplicações do
imposto sobre a renda nos Fundos de Investimentos
Regionais?

Não poderão beneficiar-se da aplicação de parte do imposto sobre a renda nos Fundos de
Investimentos Regionais as pessoas jurídicas abaixo discriminadas:

a) pessoas jurídicas ou grupos de empresas coligadas, mesmo tributados com base


no lucro real, que não sejam detentores, isolada ou conjuntamente, de pelo menos, 51%
(cinqüenta e um por cento) do capital votante de sociedade titular de projeto nas áreas de
atuação das Sudam e Sudene;

b) tributadas com base no lucro presumido ou arbitrado;

c) microempresas (ME) e empresas de pequeno porte (EPP), optantes pelo Regime


Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas
Microempresas e Empresas de Pequeno Porte - Simples Nacional;

d) pessoas jurídicas com existência de débitos de tributos e contribuições federais no


Cadastro Informativo de Créditos não Quitados do Setor Público Federal (Cadin) (Lei nº
10.522, de 2002, art. 6º).

Notas:

1) A prática de atos que configurem crimes contra a ordem


tributária (Lei nº 8.137, de 1990) acarretará à pessoa jurídica
infratora a perda, no ano-calendário correspondente, dos
incentivos e benefícios de redução ou isenção previstos na
legislação tributária;
2) A concessão ou reconhecimento de qualquer incentivo
fiscal relativo a tributos administrados pela Secretaria da
Receita Federal do Brasil fica condicionado à comprovação
pelo contribuinte da quitação de tributos federais (Lei nº
9.069, de 1995, art. 59 e 60);
3) A partir de 1º/01/1996, foi estendido às empresas rurais,
submetidas à tributação com base no lucro real, o direito à
aplicação em incentivos fiscais. No caso aqui em questão,
entretanto, desde que tais empresas rurais se enquadrem na
situação societária acima descrita - 51% (cinquenta e um por
cento) do capital votante de sociedade titular de projetos nas
áreas incentivadas (Lei nº 9.249, de 1995, art. 36, III).

257
Normativo: Lei nº 8.137, de 1990;
Lei nº 9.069, de 1995, art. 59 e 60;
Lei nº 9.249, de 1995, art. 36, III;.
Lei Complementar nº 123, de 2006, art. 24;
Lei nº 10.522, de 2002, art. 6º; e
RIR/2018, art. 658 .

005 Como é feita a opção pela aplicação de parte do imposto sobre


a renda nos Fundos de Investimentos Regionais?

As pessoas jurídicas que se enquadrem na situação societária de 51% (cinquenta e um por


cento) do capital votante de sociedade titular de projetos nas áreas incentivadas poderão
manifestar a opção pela aplicação de parte do imposto sobre a renda nos Fundos de
Investimentos Regionais no ato de apresentação da Escrituração Contábil Fiscal (ECF) -
até o último dia útil do mês de julho do ano seguinte ao ano-calendário a que se referir a
ECF - ou no curso do ano-calendário, nas datas de pagamento do imposto com base no
lucro estimado, apurado mensalmente, ou no lucro real, apurado trimestralmente.

Sem prejuízo do limite conjunto das aplicações, a opção efetivada no curso do ano-
calendário será manifestada mediante o recolhimento de parte do imposto sobre a renda,
no valor equivalente a 6% ( seis por cento) para o Finor e o Finam, por meio de
Documento de Arrecadação de Receitas Federais (Darf) específico.

006 Como é feita e qual o momento da contabilização dos


incentivos fiscais de aplicação de parte do imposto sobre a
renda em Investimentos Regionais?

A contabilização dos incentivos fiscais, relativos às aplicações nos Fundos de


Investimentos Regionais, será feita no Ativo Não Circulante, no subgrupo Investimentos,
no momento em que a pessoa jurídica transmitir a Escrituração Contábil Fiscal (ECF) ao
Sistema Público de Escrituração Digital (Sped) ou no momento dos pagamentos
efetuados em DARF específico destinados aos fundos, em contrapartida à conta de
resultado pelo regime de competência, inclusive com observância das determinações
constantes das normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários, no uso da
competência conferida pelo § 3º do art. 177 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976,
no caso de companhias abertas e de outras que optem pela sua observância.

O valor do imposto que deixar de ser pago em virtude das aplicações nos Fundos de
Investimentos Regionais não poderá ser distribuído aos sócios e constituirá reserva de
incentivos fiscais de que trata o art. 195-A da Lei nº 6.404, de 1976, que poderá ser
utilizada somente para:

258
a) absorção de prejuízos, desde que já tenham sido totalmente absorvidas as demais
Reservas de Lucro, com exceção da Reserva Legal; e,

b) aumento de capital social.

Na hipótese da letra "a" anterior, a pessoa jurídica deverá recompor a reserva à medida
em que forem apurados lucros nos períodos subsequentes.

As aplicações nos Fundos de Investimentos Regionais serão tributadas caso a pessoa


jurídica não recomponha a reserva à medida em que forem apurados lucros nos períodos
subsequentes nos, no caso de que tenha sido usada para absorção de prejuízos, ou seja
dada destinação diversa da constituição da reserva de incentivos fiscais de que trata o art.
195-A da Lei nº 6.404, de 1976, inclusive nas hipóteses:

a) de capitalização do valor e posterior restituição de capital aos sócios ou ao titular,


mediante redução do capital social, hipótese em que a base de cálculo para a incidência
do imposto será o valor restituído, limitado ao valor total das exclusões de corrente das
aplicações nos Fundos de Investimentos Regionais;

b) restituição de capital aos sócios ou ao titular, mediante redução do capital social, nos
cinco anos anteriores à data das aplicações nos Fundos de Investimentos Regionais, com
posterior capitalização do valor das aplicações nos Fundos de Investimentos Regionais,
hipótese em que a base de cálculo para a incidência do imposto será o valor restituído,
limitado ao valor total das exclusões de corrente das aplicações nos Fundos de
Investimentos Regionais; ou,

c) integração à base de cálculo de dividendos obrigatórios.

Caso no período de apuração, a pessoa jurídica apurar prejuízo contábil ou lucro líquido
contábil inferior à parcela decorrente das aplicações nos Fundos de Investimentos
Regionais e nesse caso, não poder ser constituída a reserva como parcela de lucros, esta
deverá ocorrer à medida em que forem apurados lucros nos períodos subsequentes.

O valor que constituir exclusão na Parte A do Livro Eletrônico de Apuração do Lucro


Real (e-Lalur), em decorrência das aplicações na reserva de lucros a que se refere o art.
195-A da Lei nº 6.404, de 1976, será registrado na Parte B do Livro Eletrônico de
Apuração do Lucro Real (e-Lalur), e será baixado:

a) no momento de utilização da reserva para aumento do capital social; ou

b) no momento em que for adicionado no e-Lalur, na Parte A, nas hipóteses:

a) de capitalização do valor e posterior restituição de capital aos sócios ou ao titular,


mediante redução do capital social, hipótese em que a base de cálculo para a incidência
do imposto será o valor restituído, limitado ao valor total das exclusões de corrente das
aplicações nos Fundos de Investimentos Regionais;

b) restituição de capital aos sócios ou ao titular, mediante redução do capital social, nos
cinco anos anteriores à data das aplicações nos Fundos de Investimentos Regionais, com
posterior capitalização do valor das aplicações nos Fundos de Investimentos Regionais,

259
hipótese em que a base de cálculo para a incidência do imposto será o valor restituído,
limitado ao valor total das exclusões de corrente das aplicações nos Fundos de
Investimentos Regionais; ou,

c) integração à base de cálculo de dividendos obrigatórios.

Normativos: Decreto Lei nº 1.598, de 1977, art. 19, §§ 3º a 5º


IN RFB 1.700, de 2017, art. 198.

007 Qual o prazo em que a pessoa jurídica deverá manter as


aplicações em incentivos fiscais decorrentes de opções
efetuadas?

As quotas dos fundos de Investimento Regionais, correspondentes aos certificados


emitidos, serão nominativas e poderão ser negociadas livremente pelo seu titular, ou por
mandatário especial.

Normativo: RIR/2018, art. 662, § 2º.

008 Uma vez manifestada a opção por aplicar parte do imposto


sobre a renda em Investimentos Regionais será sempre
assegurado à pessoa jurídica o direito ao incentivo?

Não. A confirmação das opções fica subordinada à regularidade do cálculo do incentivo


e à regularidade fiscal dos contribuintes optantes, em relação aos tributos federais.

Quando for o caso, os optantes serão notificados sobre as razões que motivaram a redução
do incentivo ou sobre a existência, na data do processamento de suas declarações ou do
processamento de suas Escriturações Contábeis Fiscal, de irregularidade fiscal em relação
aos tributos federais, impeditiva de sua fruição.

Além disso, os incentivos de aplicações de parte do imposto sobre a renda em


Investimentos Regionais, bem assim reinvestimento, não se aplicam ao imposto lançado
de ofício, suplementar, ou correspondente a lucros, rendimentos e ganhos de capital
oriundos do exterior.

Notas:

Reverterão para os fundos de investimentos os valores das


ordens de emissão cujos títulos pertinentes não forem
procurados, pelas pessoas jurídicas optantes, até o dia 30 de

260
setembro do terceiro ano subsequente ao ano-calendário a que
corresponder à opção.

Normativo: RIR/2018, art. 662, § 4º.

009 Quais as hipóteses em que há restrição ou poderá ocorrer a


perda do direito ao incentivo fiscal de aplicação de parte do
imposto sobre a renda em Investimentos Regionais?

Não poderão usufruir do incentivo fiscal de aplicação de parte do imposto sobre a renda
em Investimentos Regionais ou perderão o direito à sua utilização as seguintes pessoas
jurídicas:

I - que estejam em débito com a seguridade social, de acordo com o art. 195, § 3º da
Constituição Federal;

II - que gozarem do benefício fiscal da redução por reinvestimento relativamente à parcela


da base de cálculo absorvida por este incentivo;

III - em mora contumaz no pagamento de salários;

IV - que não cumprirem as medidas necessárias à prevenção ou correção dos


inconvenientes e prejuízos da poluição do meio-ambiente;

V - que sejam tributadas com base no lucro presumido ou arbitrado;

VI - microempresas (ME) e empresas de pequeno porte (EPP), optantes pelo Regime


Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas
Microempresas e Empresas de Pequeno Porte - Simples Nacional;

VII - as pessoas jurídicas com a existência de débitos de tributos e contribuições federais


no Cadastro Informativo de Créditos não Quitados do Setor Público Federal (Cadin);

VIII - as pessoas jurídicas ou grupos de empresas coligadas, mesmo tributados com base
no lucro real, que não sejam detentores, isolada ou conjuntamente, de pelo menos, 51%
(cinqüenta e um por cento) do capital votante de sociedade titular de projeto nas áreas das
Sudam e Sudene que tenha optado por aplicar parte do imposto sobre a renda no Finor
ou Finam.

Notas:

1) Não fará jus à opção para aplicação em incentivos fiscais,


mesmo com imposto parcial ou totalmente recolhido relativo
ao ano-calendário correspondente, a pessoa jurídica que
261
apresentar DIPJ retificadora ou ECF retificadora fora do
exercício de competência - último dia útil do mês de julho do
ano seguinte ao ano-calendário a que a ECF se referir -, nos
casos em que os valores das aplicações nos Fundos de
Investimentos apurados para essa ECF divergirem dos valores
das aplicações apurados para a última ECF entregue até do
exercício de competência - último dia útil do mês de setembro
do ano seguinte ao ano-calendário a que a ECF se referir.
2) Para que haja o reconhecimento ou a concessão de qualquer
incentivo fiscal, a pessoa jurídica deverá comprovar a
quitação de tributos e contribuições federais (Lei nº 9.069, de
1995, art. 60);
3) Se os valores destinados para os Fundos excederem o total
a que a pessoa jurídica tiver direito, apurado na ECF, a parcela
excedente será considerada como recursos próprios aplicados
no respectivo projeto;

4) Na hipótese de pagamento a menor de imposto em virtude


de excesso de valor destinado para os fundos, a diferença
deverá ser paga com acréscimo de multa e juros, calculados
de conformidade com a legislação do imposto sobre a renda;
5) A pessoa jurídica deve ser notificada, por intermédio de
auto de infração, a pagar os excedentes acrescidos de juros e
multa de ofício;
6) A prática de crimes contra a ordem tributária (Lei nº 8.137,
de 1990), inclusive a falta de emissão de nota fiscal (Lei nº
8.846, de 1994), acarretará à empresa infratora a perda, no
ano-calendário correspondente, dos incentivos e benefícios de
redução ou isenção do imposto de renda.

Normativo: Lei nº 8.167, de 1991, art. 9º;


Lei Complementar nº 123, de 2006, art. 24;
Lei nº 10.522, de 2002, art. 6º,
MP nº 2.156-5, de 2001, art. 32, inciso XVIII;
MP nº 2.157-5, de 2001, art. 32, inciso IV, e
RIR/2018, arts. 653, 655, 656 e 673;
IN SRF nº 267, de 2002, art. 105; e
ADN COSIT nº 26, de 1985.

262
Capítulo XII - Atividade Rural 2019

001 O que se considera como atividade rural, nos termos da


legislação tributária?

Consideram-se como atividade rural a exploração das atividades agrícolas, pecuárias, a


extração e a exploração vegetal e animal, a exploração da apicultura, avicultura,
suinocultura, sericicultura, piscicultura (pesca artesanal de captura do pescado in natura)
e outras de pequenos animais; a transformação de produtos agrícolas ou pecuários, sem
que sejam alteradas a composição e as características do produto in natura, realizada pelo
próprio agricultor ou criador, com equipamentos e utensílios usualmente empregados nas
atividades rurais, utilizando-se exclusivamente matéria-prima produzida na área
explorada, tais como descasque de arroz, conserva de frutas, moagem de trigo e milho,
pasteurização e o acondicionamento do leite, assim como o mel e o suco de laranja,
acondicionados em embalagem de apresentação, produção de carvão vegetal, produção
de embriões de rebanho em geral (independentemente de sua destinação: comercial ou
reprodução).
Também é considerada atividade rural o cultivo de florestas que se destinem ao corte para
comercialização, consumo ou industrialização.
Não se considera atividade rural o beneficiamento ou a industrialização de pescado in
natura; a industrialização de produtos, tais como bebidas alcoólicas em geral, óleos
essenciais, arroz beneficiado em máquinas industriais, o beneficiamento de café (por
implicar a alteração da composição e característica do produto); a intermediação de
negócios com animais e produtos agrícolas (comercialização de produtos rurais de
terceiros); a compra e venda de rebanho com permanência em poder do contribuinte em
prazo inferior a 52 (cinqüenta e dois) dias, quando em regime de confinamento, ou 138
(cento e trinta e oito) dias, nos demais casos (o período considerado pela lei tem em vista
o tempo suficiente para descaracterizar a simples intermediação, pois o período de
permanência inferior àquele estabelecido legalmente configura simples comércio de
animais); compra e venda de sementes; revenda de pintos de um dia e de animais
destinados ao corte; o arrendamento ou aluguel de bens empregados na atividade rural
(máquinas, equipamentos agrícolas, pastagens); prestação de serviços de transporte de
produtos de terceiros etc.

Normativo: Lei nº 8.023, de 1990, art. 2º, alterada pela da Lei nº


9.250, de 1995, art. 17;
Lei nº 9.430, de 1996, art. 59;
IN RFB nº 1.700, de 2017, arts. 248 a 250.

263
002 Como é tributado o lucro das pessoas jurídicas que tenham por
objeto a exploração de atividade rural?

São tributadas com base nas mesmas regras aplicáveis às demais pessoas jurídicas
tributadas com base no lucro real, presumido ou arbitrado, inclusive sujeitando-se ao
adicional do imposto de renda à alíquota de 10% (dez por cento).
Na hipótese em que os agricultores e trabalhadores rurais optem por constituir uma
sociedade, em forma consorcial ou condominial, nos termos do art. 14 da Lei nº 4.504,
de 1964, a referida sociedade estará sujeita às regras aplicáveis as demais pessoas
jurídicas rurais.

Veja ainda: Tributação da pessoa jurídica:


Pergunta 001 e seguintes do capítulo VI (IRPJ-Lucro
Real);
Pergunta 001 e seguintes do capítulo XIII (IRPJ-Lucro
Presumido);
Pergunta 001 e seguintes do capítulo XIV (IRPJ-Lucro
Arbitrado); e
Pergunta 001 e seguintes do capítulo XVI (CSLL).

Normativos: Lei nº 4.504, de 1964, art. 14 (c/redação dada pelo art.


2º da MP nº 2.183-56, de 2001);
Lei nº 9.249, de 1995, art. 3º, §3º;
Lei nº 8.981, de 1995, art. 57;
RIR/2018, art. 477;
IN RFB nº 1.700, de 2017, art. 248.

003 Para a pessoa jurídica usufruir dos benefícios fiscais na


tributação dos resultados da atividade rural, como ela deve
apurar o lucro?

A pessoa jurídica que desejar aproveitar o benefício fiscal concedido à atividade rural,
deve apurar o lucro real e o resultado ajustado (base de cálculo da CSLL) em
conformidade com as leis comerciais e fiscais, inclusive com a manutenção do Livro
Eletrônico de Apuração do Lucro Real (e-Lalur) e do Livro Eletrônico de Apuração da
Base de Cálculo da CSLL (e-Lacs), segregando contabilmente as receitas, os custos e as
despesas referentes à atividade rural das demais atividades, tendo em vista que somente
por meio da tributação pelo lucro real se poderá proceder à correta determinação dos
resultados da atividade rural, com vistas à utilização dos incentivos.

A pessoa jurídica deverá ratear, proporcionalmente à percentagem que a receita líquida


de cada atividade representar em relação à receita líquida total: os custos e as despesas

264
comuns a todas as atividades; os custos e despesas não dedutíveis, comuns a todas as
atividades, a serem adicionados ao lucro líquido na determinação do lucro real; os demais
valores, comuns a todas as atividades, que devam ser computados no lucro real e no
resultado ajustado (base de cálculo da CSLL).

Lei nº 8.981, de 1995, art. 57;


RIR/2018, arts. 477;
Normativos:
IN RFB nº 1.700, de 2017, arts. 248 e 251, parágrafo
único, e art. 254.

004 Quais os incentivos fiscais concedidos às pessoas jurídicas que


exploram atividade rural?

São admitidos os seguintes incentivos fiscais:


a) os bens do ativo não circulante imobilizado (máquinas e implementos agrícolas,
veículos de cargas e utilitários rurais, reprodutores e matrizes etc), exceto a terra nua,
quando destinados à produção, podem ser depreciados, integralmente, no próprio ano-
calendário de aquisição;
b) à compensação dos prejuízos fiscais e das bases de cálculo negativas da CSLL,
decorrentes da atividade rural, com o lucro da mesma atividade, não se aplica o limite
de 30% (trinta por cento) de que trata os arts. 15 e 16 da Lei nº 9.065, de 1995.

Notas:

Não fará jus ao benefício da depreciação, a pessoa jurídica


rural que direcionar a utilização do bem exclusivamente para
outras atividades estranhas à atividade rural própria.

Veja ainda: Depreciação - bens do imobilizado (utilizados na


atividade rural):
Pergunta 005 deste capítulo (escrituração);
Perguntas 007 a 009 deste capítulo (IRPJ - mudanças
de regime);
Pergunta 024 deste capítulo, Item b (culturas
permanentes);
Pergunta 006, item c, do Capítulo VII (e-Lalur , Parte
B)

Compensação prejuízos fiscais:


Perguntas 010 e 011 deste capítulo;

265
Pergunta 004, Item 3, do Capítulo VI, Perguntas 013,
014 e 018 do Capítulo VII e
Perguntas 001 e seguintes do capítulo X;
Pergunta 044 do Capítulo VII (postergação do
imposto).

Normativo: Lei nº 8.023, de 1990, art. 14;


Lei nº 9.065, de 1995, art. 15;
MP nº 2.158-35, de 2001, art. 41;
Lei nº 10.522, de 2002, art. 6º;
Lei nº 8.981, de 1995, art. 57;
RIR/2018 arts. 325 e 583;
IN RFB nº 1.700, de 2017, arts. 263.

005 Como ocorrerá a fruição do benefício da pessoa jurídica com


relação à escrituração do valor dos bens do ativo não circulante
imobilizado considerados como integralmente depreciados no
período de apuração da aquisição?

No ano-calendário de aquisição, a depreciação dos bens do ativo não circulante


imobilizado mediante a aplicação da taxa normal será registrada na escrituração
comercial, e o complemento, para atingir o valor integral do bem, constituirá exclusão
para fins de determinação da base de cálculo do imposto correspondente à atividade rural.
O valor da depreciação excluído do lucro líquido, na determinação do lucro real, deverá
ser controlado na Parte B do e-Lalur e na Parte B do e-Lacs, e adicionado ao lucro líquido
da atividade rural, no mesmo valor da depreciação que vier a ser registrada a partir do
período de apuração seguinte ao da aquisição, na escrituração comercial. Na alienação de
bens do ativo imobilizado, o saldo da depreciação, existente na Parte B do Lalur e na
Parte B do e-Lacs, será adicionado ao lucro líquido da atividade rural.

Exemplo:

Uma pessoa jurídica que explora atividade rural adquiriu em 1º/01/2015 um utilitário
rural por R$10.000,00 (dez mil reais) para uso exclusivo em transporte dos produtos
agrícolas colhidos. Considerando-se que a taxa de depreciação do utilitário rural é 20%
(vinte por cento), e que a empresa optou pelo pagamento de Imposto sobre a Renda e da
CSLL por estimativa (balanço anual), o valor do incentivo fiscal de redução do lucro
líquido para determinação do lucro real da atividade será determinado da seguinte forma:

266
Depreciação acelerada dos bens do Ativo Não Circulante -
Imobilizado

Utilitário rural (veículos): valor R$10.000,00 e taxa dep.


20% a.a.

Escrituração Fiscal
ECD / Livro Diário
e-Lalur/e-Lacs

Ano Despesas de Depreciação Exclusão Adição


depreciação acumulada

1º R$2.000,00 R$2.000,00 R$8.000,00 -

2º R$2.000,00 R$4.000,00 - R$2.000,00

3º R$2.000,00 R$6.000,00 - R$2.000,00

4º R$2.000,00 R$8.000,00 - R$2.000,00

5º R$2.000,00 R$10.000,00 - R$2.000,00

Total R$10.000,00 - R$8.000,00 R$8.000,00

O valor excluído de R$8.000,00 (oito mil reais) deverá ser controlado na Parte B do e-
Lalur e na Parte B do e-Lacs.

O valor de R$2.000,00 (dois mil reais), correspondente à depreciação registrada na


escrituração comercial a partir do período de apuração seguinte ao de aquisição do
utilitário, deverá ser adicionado ao lucro líquido para determinação do lucro real.

Na apuração da base de cálculo da CSLL deverá ser observado o mesmo procedimento


adotado em relação à apuração da base de cálculo do imposto de renda da pessoa jurídica.

Normativo: RIR/2018, art. 325;


IN RFB nº 1.700, de 2017, arts. 260 e 261.

006 A pessoa jurídica que utilizar os bens depreciados em outras


atividades, além da atividade rural, fará jus ao benefício fiscal
da depreciação acelerada incentivada?

267
Sim. O benefício fiscal não está condicionado a que a utilização do bem seja
exclusivamente na atividade rural. Contudo, não fará jus ao benefício a pessoa jurídica
que não direcionar a utilização do bem para atividade rural.

Ressalte-se ainda que, no período de apuração em que o bem já totalmente depreciado,


em virtude da depreciação incentivada, for desviado exclusivamente para outras
atividades, a pessoa jurídica deverá adicionar ao resultado líquido da atividade rural o
saldo da depreciação complementar existente na Parte B do e-Lalur e na Parte B do e-
Lacs .

Retornando o bem a ser utilizado na produção rural própria da pessoa jurídica, esta poderá
voltar a fazer jus ao benefício da depreciação incentivada, excluindo do resultado líquido
da atividade rural no período a diferença entre o custo de aquisição do bem e a depreciação
acumulada até a época, fazendo os devidos registros na Parte B do e-Lalur e na Parte B
do e-Lacs.

Normativo: IN RFB nº 1.700, de 2017, arts. 260, §§ 7º e 8º.

007 A pessoa jurídica que explora atividade rural e que tenha


utilizado o benefício fiscal da depreciação incentivada, ao
mudar para o regime de tributação do lucro presumido ou
arbitrado deve adicionar à base de cálculo do imposto de renda
o saldo dessa depreciação?

Não. A reversão da depreciação incentivada que deve ser adicionado ao lucro líquido para
determinação do lucro real e controlada na Parte B do e-Lalur e na Parte B do e-Lacs, não
é a decorrente de tributação diferida, uma vez que a adição impõe-se em virtude de anular
os efeitos decorrentes da depreciação normal consignada na escrituração comercial da
pessoa jurídica rural.
No regime de tributação do lucro presumido ou arbitrado, prescinde-se da escrita regular,
e, em consequência, não há o aludido efeito de depreciação normal a ser compensado pela
adição.

Normativo: IN RFB nº 1.700, de 2017, art. 265.

008 Pessoa jurídica que retornar ao lucro real poderá fazer jus à
depreciação acelerada incentivada?

Sim. Retornando à tributação com base no lucro real a pessoa jurídica deverá adicionar o
encargo de depreciação normal registrado na escrituração comercial, relativo a bens já
totalmente depreciados, ao resultado da atividade rural, efetuando a baixa do respectivo
valor no saldo da depreciação incentivada controlado na Parte B do e-Lalur e do e-Lacs..

268
Normativo: IN RFB nº 1.700, de 2017, arts. 260, § 8º.

009 Como deverá proceder a pessoa jurídica que explora atividade


rural com tributação pelo lucro real e, posteriormente, venha a
optar pela tributação com base no lucro presumido ou arbitrado,
e vier a alienar o bem depreciado com o incentivo fiscal?

A pessoa jurídica rural que tiver usufruído o benefício fiscal da depreciação acelerada
incentivada, vindo, posteriormente, a ser tributada pelo lucro presumido ou arbitrado,
caso aliene o bem depreciado com o incentivo durante a permanência nesses regimes,
deverá adicionar à base de cálculo para determinação do lucro presumido ou arbitrado o
saldo remanescente da depreciação não realizada.

Normativo: IN RFB nº 1.700, de 2017, art. 266.

010 Como se dá a compensação de prejuízos fiscais e de base de


cálculo negativa de CSLL ocorridos na atividade rural?

O prejuízo fiscal e a base de cálculo negativa de CSLL da atividade rural a serem


compensados são os apurados nas determinações do lucro real e do resultado ajustado,
demonstrado no e-Lalur e no e-Lacs.
Não se aplica o limite de 30% (trinta por cento) à compensação dos prejuízos fiscais nem
à compensação das bases de cálculo negativas da CSLL decorrentes da atividade rural,
com lucro real e resultado ajustado positivo da mesma atividade.

O prejuízo fiscal da atividade rural apurado no período de apuração poderá ser


compensado, sem limite, com o lucro real das demais atividades, apurado no mesmo
período de apuração.
Da mesma forma, a base de cálculo negativa da CSLL da atividade rural determinada no
período de apuração poderá ser compensada com o resultado ajustado positivo das demais
atividades, apurado no mesmo período, sem limite
Entretanto, na compensação dos prejuízos fiscais das demais atividades, assim como os
da atividade rural com lucro real de outra atividade, apurado em período de apuração
subsequente, aplica-se a limitação de compensação em 30% (trinta por cento) do lucro
líquido ajustado, bem como os dispositivos relativos à restrição da compensação de
prejuízos não operacionais a resultados da mesma natureza obtidos em períodos
posteriores, consoante os arts. 205 e 206 da IN RFB nº 1.700, de 2017.
Também na compensação das bases de cálculo negativas da CSLL das demais atividades,
assim como os da atividade rural com resultado ajustado positivo de outra atividade,
apurado em período de apuração subsequente, aplica-se a limitação de compensação em
30% (trinta por cento) do lucro líquido ajustado.

269
Ressalte-se que é vedada a compensação do prejuízo fiscal da atividade rural apurado no
exterior com o lucro real obtido no Brasil, seja este oriundo da atividade rural ou não.

Normativo: Lei nº 8.023, de 1990, art. 14;


Lei nº 8.981, de 1995, art. 57;
RIR/2018, arts. 579 e 583;
IN RFB nº 1.700, de 2017, arts. 203 a 208.

011 Existe prazo para a compensação de prejuízos fiscais da


atividade rural?

Não existe qualquer prazo para compensação de prejuízos fiscais da atividade rural.

Normativo: Lei nº 8.023, de 1990, art. 14;


Lei nº 8.981, de 1995, art. 57;
RIR/2018, art. 583;
IN RFB nº 1.700, de 2017, art. 263.

012 Como deverá ser feita a escrituração das operações relativas a


atividade rural?

A forma de escrituração das operações é de livre escolha da pessoa jurídica rural, desde
que mantenha registros permanentes com obediência aos preceitos da legislação
comercial e fiscal, e aos princípios de contabilidade geralmente aceitos, devendo observar
métodos ou critérios contábeis uniformes no tempo e registrar as mutações patrimoniais
segundo o regime de competência, sendo obrigatória a manutenção do e-Lalur para a
apuração do lucro real e do e-Lacs para apuração resultado ajustado.

A escrituração deverá ser entregue em meio digital ao Sistema Público de Escrituração


Digital (SPED) (DL 1.598, de 1977, art. 7º, § 6º, com redação dada pela Lei nº 12.973,
de 2014, art. 2º)

Veja Livros fiscais:


ainda: Perguntas 001 a 018 (e-Lalur), 024 a 033 (ECD - Livro
Diário e seus livros auxiliares, se houver) e 034 a 036
(ECD - Livro Razão e seus livros auxiliares, se houver)
do Capítulo VII.

Normativo: RIR/2018, arts. 265 a 287;

270
IN RFB nº 1.700, de 2017, art. 248, 267 e 268.

013 Como deverá proceder a pessoa jurídica que, além da atividade


rural, explore outras atividades?

No caso de a pessoa jurídica que explora a atividade rural também desenvolver outras de
natureza diversa e desejar beneficiar-se dos incentivos fiscais próprios concedidos à
atividade rural, deverá manter escrituração da atividade rural em separado das demais
atividades com o fim de segregar as receitas, os custos e as despesas referentes à atividade
rural de modo a permitir a determinação da receita líquida e a demonstração, no e-Lalur
e no e-Lacs, do lucro ou prejuízo contábil e do lucro ou prejuízo fiscal ou base de cálculo
negativa da atividade rural, separados dos das demais atividades.

Veja ainda: Exploração de outras atividades, além da atividade


rural:
Nota à Pergunta 004 deste capítulo (utilização do bem
em outras atividades);
Pergunta 015 deste capítulo (depreciação integral de
bens do imobilizado);
Pergunta 025 deste capítulo, Item b (reserva de
reavaliação - aumento de valor de bens do
imobilizado);
Pergunta 026 deste capítulo (fraude – imputação à
atividade rural de outras receitas).

Normativo: IN RFB nº 1.700, de 2017, arts. 248 e 254.

014 O que se deve entender por receitas operacionais decorrentes


da exploração de atividade rural?

O conceito é homólogo ao conceito geral de receita operacional.

Receitas operacionais são as provenientes do giro normal da pessoa jurídica, no caso,


decorrentes da exploração das atividades consideradas como rurais.

O RIR/2018, art. 289, define como lucro operacional o resultado das atividades principais
ou acessórias que constituam objeto da pessoa jurídica.

A pessoa jurídica que tem como atividades principais a produção e venda dos produtos
agropecuários por ela produzidos, e como atividades acessórias as receitas e despesas
decorrentes de aplicações financeiras; as variações monetárias ativas e passivas não
vinculadas a atividade rural; o aluguel ou arrendamento; os dividendos de investimentos

271
avaliados pelo custo de aquisição; a compra e venda de mercadorias, a prestação de
serviços etc.

Desse modo, não são alcançadas pelo conceito de atividade rural as receitas provenientes
de: atividades mercantis (compra e venda, ainda que de produtos agropastoris); a
transformação de produtos e subprodutos que impliquem a transformação e a alteração
da composição e características do produto in natura, com utilização de maquinários ou
instrumentos sofisticados diferentes dos que usualmente são empregados nas atividades
rurais (não artesanais e que configurem industrialização), como também, por meio da
utilização de matéria-prima que não seja produzida na área rural explorada; receitas
provenientes de aluguel ou arrendamento, receitas de aplicações financeiras e todas
aquelas que não possam ser enquadradas no conceito de atividade rural consoante o
disposto na legislação fiscal.

Normativo: Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 11;


Lei nº 8.981, de 1995, art. 57;
RIR/2018, art. 289;
IN RFB nº 1.700, de 2017, arts. 248 a 250;
PN CST nº 7, de 1982.

015 Quais os valores integrantes da receita bruta da pessoa jurídica


que explora atividade rural?

Além das receitas citadas na Pergunta 014 deste capítulo, deverá integrar a receita bruta
da atividade rural:

a) os valores recebidos de órgãos públicos, tais como auxílios, subvenções, subsídios,


Aquisições do Governo Federal (AGF) e as indenizações recebidas do Programa de
Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro);
b) o valor da entrega de produtos agrícolas, pela permuta com outros bens ou pela dação
em pagamento;
c) as sobras líquidas da destinação para constituição do fundo de Reserva e do Fundo
de Assistência Técnica, Educacional e Social, previstos no art. 28 da Lei nº 5.764,
de 1971, quando creditadas, distribuídas ou capitalizadas à pessoa jurídica rural
cooperada.

Veja ainda: Resultado da atividade rural:


Pergunta 009 deste capítulo.

Normativo: IN RFB nº 1.700, de 2017, arts. 251 a 253.

272
016 A venda de reprodutores ou matrizes é considerada receita da
atividade rural?

Sim. Devido à sua peculiaridade, a receita proveniente da venda de reprodutores ou


matrizes, bem como do rebanho de renda, será admitida à atividade própria das pessoas
jurídicas que se dediquem à criação de animais.

O resultado dessa operação, qualquer que seja o seu montante, será considerado como
parte da atividade rural.

Normativo: Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 11;


Lei nº 8.023, de 1990, arts. 2º e 3º;
Lei nº 8.981, de 1995, art. 57;
RIR/2018, art. 289;
IN RFB nº 1.700, de 2017, arts. 248 a 250;
PN CST nº 7, de 1982.

017 Quais os valores integrantes do resultado da atividade rural da


pessoa jurídica?

Considera-se resultado da atividade rural a diferença entre o valor da receita bruta


auferida e das despesas incorridas no período de apuração, correspondente a todas
unidades rurais.
Integram o resultado da atividade rural:
a) o resultado na alienação de bens exclusivamente utilizados na produção rural;
b) a realização da contrapartida da reavaliação dos bens utilizados exclusivamente na
atividade rural.

Notas:

Lei nº 12.973, de 2014.


Art. 60. As disposições contidas na legislação tributária sobre
reservas de reavaliação aplicam-se somente aos saldos
remanescentes na escrituração comercial em 31 de dezembro
de 2013, para os contribuintes optantes conforme o art. 75, ou
em 31 de dezembro de 2014, para os não optantes, e até a sua
completa realização.

273
Lei nº 6.404, art. 187;
Lei nº 8.023, de 1990, art. 4º;
Normativo: Lei nº 8.981, de 1995, art. 57;
Lei nº 12.973, de 2014;
IN RFB nº 1.700, de 2017, art. 257.

018 O que se considera como custos ou despesas de custeio e


investimentos na atividade rural?

As despesas de custeio são os gastos necessários à percepção dos rendimentos e à


manutenção da fonte produtora, relacionados diretamente com a natureza da atividade
exercida.
Por outro lado, investimento é a aplicação de recursos financeiros que visem ao
desenvolvimento da atividade rural para a expansão da produção e melhoria da
produtividade.

Normativo: Lei 8.023, de 1990, art. 6º;


Lei nº 8.981, de 1995, art. 57;
IN RFB nº 1.700, de 2017, art. 255;
PN CST nº 32, de 1981.

019 Quais os custos ou despesas que podem ser atribuídos à


atividade rural?

Podem ser incluídos como custo ou despesa da atividade rural: o custo de demarcação de
terrenos, cercas, muros ou valas; de construção ou de manutenção de escolas primárias e
vocacionais; de dependências recreativas; de hospitais e ambulatórios para seus
empregados; as despesas com obras de conservação e utilização do solo e das águas; de
estradas de acesso e de circulação, de saneamento e de distribuição de água; as despesas
de compra, transporte e aplicação de fertilizantes e corretivos do solo; o custo de
construção de casas de trabalhadores; as despesas com eletrificação rural; o custo das
novas instalações indispensáveis ao desenvolvimento da atividade rural e relacionados
com a expansão da produção e melhoria da atividade.

Normativo: Lei nº 4.506, de 1964, art. 65;


Lei nº 8.981, de 1995, art. 57;
IN RFB nº 1.700, de 2017, art. 257;
Portaria MF-GB nº 1, de 1971, item V.

274
020 Quais os investimentos que podem ser atribuídos à atividade
rural?

Podem ser incluídos como investimento da atividade rural e imobilizados: benfeitorias


resultantes de construção, instalações, melhoramentos, culturas permanentes, essências
florestais e pastagens artificiais; aquisição de tratores, implementos e equipamentos,
máquinas, motores, veículos de carga ou utilitários, utensílios e bens de duração superior
a um ano e animais de trabalho, de produção e de engorda; serviços técnicos
especializados, devidamente contratados, visando a elevar a eficiência do uso dos
recursos da propriedade ou da exploração rural; insumos que contribuam destacadamente
para a elevação da produtividade, tais como reprodutores, sementes e mudas selecionadas,
corretivos do solo, fertilizantes, vacinas e defensivos vegetais e animais; atividades que
visem especificamente à elevação socioeconômica do trabalhador rural, prédios e galpões
para atividades recreativas, educacionais e de saúde; estradas que facilitem o acesso ou a
circulação na propriedade; instalação de aparelhagem de comunicação e de energia
elétrica; bolsas para a formação de técnicos em atividades rurais, inclusive gerentes de
estabelecimento e contabilistas.

Normativo: Lei nº 8.023, de 1990, arts. 6º e 4º, § 2º;


Lei nº 8.981, de 1995, art. 57;
RIR/2018, art. 55, § 2º;
IN RFB nº 1.700, de 2017, art. 257;
PN CST nº 57, de 1976.

021 Como deverão ser comprovadas as receitas e as despesas de


custeio, gastos e investimentos da atividade rural?

A receita bruta da atividade rural decorrente da comercialização dos produtos deverá ser
sempre comprovada por documentos usualmente utilizados nesta atividade, tais como
nota fiscal de produtores, nota fiscal de entrada, nota promissória rural vinculada à nota
fiscal do produtor, e demais documentos reconhecidos pelas fiscalizações estaduais.
As despesas de custeio e os investimentos serão comprovados por meio de documentos
idôneos, tais como nota fiscal, fatura, duplicata, recibo, contrato de prestação de serviços,
laudo de vistoria de órgão financiador e folha de pagamentos de empregados, de modo
que possa ser identificada a destinação dos recursos.
Ressalte-se que, de acordo com as regras da legislação fiscal que regem a dedutibilidade
de despesas e custos, todos os gastos e dispêndios efetuados pela pessoa jurídica deverão,
obrigatoriamente, encontrar-se lastreados e comprovados por documentos hábeis e
idôneos, sob pena de serem considerados indedutíveis, na determinação do lucro real,
para fins da apuração do IRPJ.

275
Normativo: Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 9º, §1º;
Lei nº 8.981, de 1995, art. 57;
RIR/2018, arts. 53, §1º; 54, §5º;
IN RFB nº 1.700, de 2017, art. 251 a 256;
PN CST nº 7, de 1976;
PN CST nº 58, de 1977;
PN CST nº 32, de 1981.

022 Como são classificadas as atividades pecuárias?

a) Cria: a atividade principal é a produção de bezerros que são vendidos após o


desmame (período igual ou inferior a 12 meses);
b) Recria: a partir do bezerro (período de 13 a 23 meses), produzir e vender o novilho
magro para engorda;
c) Engorda: é a atividade denominada de invernista, que, a partir do novilho magro,
produz o novilho gordo para vendê-lo (o processo normalmente ocorre no período
de 24 a 36 meses).

023 Como é classificado o rebanho existente?

a) Rebanho Reprodutor: indicativa do rebanho bovino, suíno, equino, ovino etc,


destinado à reprodução, inclusive, por inseminação artificial;
b) Rebanho de Renda: representando bovinos, suínos, ovinos e equinos que a
empresa explora para produção de bens que constituem objeto de suas atividades;
c) Animais de Trabalho: compreendendo equinos, bovinos, muares, asininos
destinados a trabalhos agrícolas, sela e transporte.

024 Como é classificada a formação das culturas agrícolas?

a) Culturas Temporárias: são aquelas sujeitas ao replantio após cada colheita, como
milho, trigo, arroz, feijão etc. Nesse caso, os custos devem ser registrados em conta
própria do ativo circulante, cujo saldo será baixado contra a conta de Resultado do
Exercício por ocasião da comercialização do produto agrícola.
b) Culturas Permanentes: são aquelas não sujeitas a replantio após cada colheita.
Exemplos: cultivo da laranja, café, pêssego, uva etc. Nessa hipótese, os custos pagos
ou incorridos na formação dessa cultura serão contabilizados em conta do ativo não
circulante imobilizado, sendo permitida a depreciação ou exaustão em quotas
compatíveis com o tempo de vida útil.

276
025 Qual o tratamento tributário da reserva de reavaliação,
constituída em decorrência das contrapartidas de aumentos de
valor atribuídos aos bens do ativo imobilizado da empresa
rural, em virtude da avaliação baseada em laudos nos termos
do art. 8º da Lei nº 6.404, de 1976?

Será tributada na sua realização, que normalmente ocorre na alienação, depreciação,


amortização, ou exaustão do bem.

O valor realizado terá dois tratamentos distintos em relação à apuração do lucro real:

a) se os bens do ativo não circulante imobilizado reavaliados forem de uso exclusivo


na exploração da atividade rural, o valor realizado da reserva de reavaliação será
adicionado ao lucro líquido para determinação do lucro real da Atividade Rural;
b) se os bens do ativo imobilizado reavaliados forem utilizados também na exploração
de outras atividades, além da rural, deverá ocorrer o rateio do valor realizado, nos
termos dos arts. 257, 308 e 309 da IN RFB nº 1.700, de 2017, que será adicionado aos
lucros líquidos para determinação do lucro real da atividade rural e das outras
atividades.

Notas:

Lei nº 6.404, de 1976.


Art. 182. A conta do capital social discriminará o montante
subscrito e, por dedução, a parcela ainda não realizada.
(...)
§ 3º Serão classificadas como ajustes de avaliação
patrimonial, enquanto não computadas no resultado do
exercício em obediência ao regime de competência, as
contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor
atribuídos a elementos do ativo e do passivo, em decorrência
da sua avaliação a valor justo, nos casos previstos nesta Lei
ou, em normas expedidas pela Comissão de Valores
Mobiliários, com base na competência conferida pelo § 3º do
art. 177 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)
Lei nº 12.973, de 2014.
Art. 60. As disposições contidas na legislação tributária sobre
reservas de reavaliação aplicam-se somente aos saldos
remanescentes na escrituração comercial em 31 de dezembro
de 2013, para os optantes conforme o art. 75, ou em 31 de
dezembro de 2014, para os não optantes, e até a sua completa
realização.

277
Normativo: Lei nº 9.959, de 2000, art. 4º;
Lei nº 6.404, art. 182, § 3º;
Lei nº 12.973, de 2014, art. 60;
RIR/2018, art. 519;
IN RFB nº 1.700, de 2017, arts. 257, 308 e 309.

026 Quais as consequências do ato de classificar como atividade


rural os resultados obtidos em outras atividades?

A imputação deliberada, na receita da pessoa jurídica que se dedique às atividades rurais,


de rendimentos auferidos em outras atividades, com o objetivo de desfrutar de incentivos
fiscais, configura, para efeito de aplicação de penalidade, evidente intuito de fraude,
caracterizando-se como crime contra a ordem tributária, nos termos da Lei nº 8.137, de
1990.

278
Capítulo XIII - IRPJ - Lucro Presumido 2019

001 Qual a legislação atualmente em vigor que rege a tributação


pelo lucro presumido?

· Lei nº 8.383, de 1991, art. 65, §§ 1º e 2º;


· Lei nº 8.981, de 1995, arts. 27 e 45;
· Lei nº 9.065, de 1995, art. 1º;
· Lei nº 9.249, de 1995, art. 1º, art. 9º, art. 10, art. 11, arts. 15 e 17, art. 21, art. 22, § 1º,
arts. 27, 29 e 30 e art. 36, inciso V;
· Lei nº 9.250, de 1995, art. 40;
· Lei nº 9.393, de 1996, art. 19;
· Lei nº 9.430, de 1996, arts. 1º, 4º, 5º, 7º e 8º, art. 19, § 7º, art. 22, § 3º, arts. 24 a 26,
51 a 54, 58, 70 e art. 88, inciso XXVI;
· Lei nº 9.532, de 1997, art. 1º;
· Lei nº 9.716, de 1998, art. 5º;
· Lei nº 9.718, de 1998, arts. 13 e 14;
· MP nº 2.158-35, de 2001, arts. 20, 30 e 31;
· Lei nº 10.637, de 2002, art. 46 e art. 68, inciso III;
· Lei nº 10.684, de 2003, art. 22 e art. 29, inciso III;
· Lei nº 10.833, de 2003, arts. 30 a 33, 35, 36 e 93;
· Lei nº 11.033, de 2004, art. 8º;
· Lei nº 11.051, de 2004, arts. 1º e 32;
· Lei nº 11.196, de 2005, art. 34;
· Lei nº 11.491, de 2009, art. 15, §§ 1º a 3º e art. 20, §§ 1º a 3º ;
· Lei nº 11.941, de 2009, art. 20; e
· Lei nº 12.249, de 2010, art. 22
· Lei nº 12.814, de 2013, art. 7º.
· Lei nº 12.973, de 2014.
· RIR/2018, arts. 587 a 601.

279
002 Qual é o período de apuração do lucro presumido?

O imposto de renda com base no lucro presumido é determinado por períodos de apuração
trimestrais, encerrados em 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro
de cada ano-calendário.

Veja ainda: Período de apuração (lucro real):


Pergunta 003 do capítulo VI.
Período de apuração (lucro arbitrado):
Pergunta 009 do capítulo XIV.
Período de apuração (lucro real-estimativa):
Pergunta 011 do capítulo XV.

Normativo: Lei nº 9.430, de 1996;


RIR/2018, art. 588; e
IN RFB nº 1.700, de 2017, art. 31.

003 Como deve ser exercida, pela pessoa jurídica, a opção pela
tributação com base no lucro presumido?

Via de regra, a opção é manifestada com o pagamento da primeira quota ou quota única
do imposto devido correspondente ao primeiro período de apuração de cada ano-
calendário, sendo considerada definitiva para todo o ano-calendário.
As pessoas jurídicas que tenham iniciado suas atividades a partir do segundo trimestre do
ano-calendário manifestarão a sua opção por meio do pagamento da primeira ou única
quota do imposto devido relativa ao período de apuração do início de atividade.

Não poderá optar pelo regime de tributação com base no lucro presumido as pessoas
jurídicas resultantes de evento de incorporação ou fusão enquadradas nas disposições
contidas no art. 59 da IN RFB nº 1.700, de 2017, ainda que qualquer incorporada ou
fusionada fizesse jus ao referido regime antes da ocorrência do evento, não se lhes
aplicando o disposto no art. 4º da Lei nº 9.964, de 10 de abril de 2.000, salvo no caso em
que a incorporadora estivesse submetida ao Programa de Recuperação Fiscal (Refis) antes
do evento de incorporação.

Notas:

Excepcionalmente, em relação ao 3º (terceiro) e ao 4º (quarto)


trimestres-calendário de 2004, a pessoa jurídica submetida ao
lucro presumido poderia apurar o Imposto de Renda com base
no lucro real trimestral, sendo definitiva a tributação pelo
lucro presumido relativa aos 2 (dois) primeiros trimestres
(Lei nº 11.033, de 2004, art. 8º).

280
Veja ainda: Momento da opção pelo regime de apuração do
IRPJ:
Pergunta 004 do capítulo XIV (Lucro Arbitrado) e
Pergunta 009 do capítulo XV (Lucro Real-Estimativa).

Normativo: RIR/2018, art. 587, §§ 1º e 4º e art. 590; e


IN RFB nº 1.700, de 2017, art. 214.

004 Quais as pessoas jurídicas que podem optar pelo ingresso no


regime do lucro presumido?

Podem optar as pessoas jurídicas:

a) cuja receita total no ano-calendário anterior tenha sido igual ou inferior a R$


78.000.000,00 (setenta e oito milhões de reais) ou a R$ 6.500.000,00 (seis milhões e
quinhentos mil reais) multiplicado pelo número de meses em atividade no ano-
calendário anterior, quando inferior a 12 (doze) meses.
b) que não estejam obrigadas à tributação pelo lucro real em função da atividade
exercida ou da sua constituição societária ou natureza jurídica.

Notas:

Durante o período em que estiverem submetidas ao Programa


de Recuperação Fiscal (Refis), as pessoas jurídicas obrigadas
ao lucro real, exceto Instituições Financeiras (inclusive as
equiparadas e as empresas de factoring), poderão optar pelo
lucro presumido (Lei nº 9.718, de 1998, art. 14, inciso II; e
Lei nº 9.964, de 2000, art. 4º).
A partir de 1º/01/2001, as sociedades em conta de participação
(SCP) ficaram autorizadas a optar pelo lucro presumido,
exceto aquelas com atividades imobiliárias, enquanto
mantiverem registro de custo orçado (IN SRF nº 31, de 2001).
Até 31/12/2013 o limite anual era de R$48.000.000,00
(quarenta e oito milhões de reais) (Lei nº 10.637, de 2002,
art. 46; RIR/1999, art. 516).
As pessoas jurídicas optantes pelo lucro presumido poderão
fazer também opção pelo Regime Tributário de Transição –
RTT de que trata o art. 15 da Lei nº 11.941, de 2009 (Lei nº
11.941, de 27 de maio de 2009, art. 15 e §§ 1º a 3º).

281
A opção pelo RTT é aplicável a todos os trimestres nos anos-
calendário de 2008 e de 2009, inclusive nos trimestres já
transcorridos do ano-calendário de 2008.
A eventual diferença entre o valor do imposto devido com
base na opção pelo RTT e o valor antes apurado deverá ser
recolhida até o último dia útil do mês de janeiro de 2009, sem
acréscimos, ou compensada, conforme o caso (Lei nº 11.941,
de 2009, art. 20 e §§ 1º a 3º).
O RTT será obrigatório a partir do ano-calendário de 2010,
inclusive para a apuração do imposto sobre a renda com base
no lucro presumido (Lei nº 11.941, de 2009, art. 15, § 3º).
O dispositivo legal que obrigava as pessoas jurídicas a opção
pelo RTT foi revogado pelo inciso X, do art. 117 da Lei nº
12.973, de 2014. Portanto, a partir de 1º de janeiro de 2015 o
RTT foi extinto.

Veja ainda: Exercício da opção por regime de apuração do


IRPJ:
Pergunta 003 do capítulo XIV, Item 2 e Pergunta 004
do capítulo XIV (Lucro Arbitrado); e
Pergunta 008 do capítulo XV (Lucro Real-Estimado).
Composição da receita (aferição do limite para
adesão ao Lucro Presumido):
Pergunta 006 deste capítulo.

Normativo: Lei nº 10.637, de 2002, art. 46;


Lei nº 12.814, de 2013, art. 7º;
RIR/2018, art. 587; e
IN RFB nº 1.700, de 2017, art. 214.

005 Como deverá proceder para regularizar sua situação a pessoa


jurídica que, embora preenchendo as condições exigidas para
o lucro presumido, não tenha efetuado o respectivo pagamento
da primeira quota ou quota única em tempo hábil, com vistas
à opção? Nessa hipótese, estará ela impedida de adotar essa
forma de tributação?

Atendidos os requisitos elencados na Pergunta 007 deste capítulo, a pessoa jurídica


poderá optar pelo lucro presumido, se ainda não tiver efetuado o pagamento do imposto
com base em outro tipo de tributação naquele ano-calendário e desde que faça o
282
pagamento do imposto e respectivos acréscimos legais (multa e juros de mora) incidentes
em razão do atraso no recolhimento do imposto.

Notas:

A pessoa jurídica não poderá optar fora do prazo para


pagamento, caso tenha sido iniciado qualquer procedimento
fiscal de ofício contra ela.
A opção pelo lucro presumido deverá ser informada na
DCTF.

Veja ainda: Pessoas jurídicas obrigadas à apuração do


lucro real:
Pergunta 009 deste capítulo.

006 Quais receitas deverão ser consideradas para efeito da


verificação do limite de R$78.000.000,00, em relação à
receita total do ano-calendário anterior?

Para efeito da verificação do limite, considera-se receita total o somatório:

I) da receita bruta mensal;


II) dos ganhos líquidos obtidos em operações realizadas em bolsa de valores, de
mercadorias e futuros e em mercado de balcão organizado;
III) dos rendimentos produzidos por aplicações financeiras de renda fixa e de renda
variável;
IV) das demais receitas e ganhos de capital;
V) das parcelas de receitas auferidas nas exportações às pessoas vinculadas ou aos
países com tributação favorecida que excederem o valor já apropriado na
escrituração da empresa, na forma prevista na Instrução Normativa RFB nº 1.312,
de 28 de dezembro de 2012; e
VI) dos juros sobre o capital próprio que não tenham sido contabilizados como
receita, conforme disposto no parágrafo único do art. 76, da Instrução Normativa
RFB nº 1.700, de 2017.

Para os fins do inciso I acima, considera-se como receita bruta:

I) o produto da venda de bens nas operações de conta própria;


II) o preço da prestação de serviços em geral:
III) o resultado auferido nas operações de conta alheia; e

283
IV) as receitas da atividade ou objeto principal da pessoa jurídica não
compreendidas nos itens I a III.

Na receita bruta incluem-se os tributos sobre ela incidentes e o ajuste a valor presente de
que trata o inciso VIII do caput do art. 183 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976,
das operações vinculas à receita bruta. Serão acrescidas a receita bruta as demais receitas
relacionadas no item 2 da Pergunta 14.

Notas:

A receita líquida será a receita bruta diminuída de:


I) devoluções e vendas canceladas;
II) descontos concedidos incondicionalmente;
III) tributos sobre ela incidentes; e
IV) valores decorrentes do ajuste a valor presente, de que
trata o inciso VIII do caput do art. 183 da Lei. n.º 6.404, de
15 de dezembro de 1976, das operações vinculadas à
receita bruta.
Na receita bruta não se incluem os tributos não cumulativos
cobrados, destacadamente, do comprador ou contratante pelo
vendedor dos bens ou pelo prestador dos serviços na condição
de mero depositário.
A partir de 1º/01/2015 ou a contar de 1º /01/2014, nos termos
do art. 75 da Lei nº 12.973, de 2014, a base de cálculo do
imposto de renda sobre o lucro presumido será apurada a partir
da receita bruta apurada de acordo com o art. 2º da Lei nº
12.973, de 2014, e IN RFB nº 1.700, de 2017, art. 26.

Veja ainda: Quem pode optar pelo lucro presumido:


Pergunta 004 deste capítulo.

Normativo: RIR/2018, arts. 591, 592 e 595;


Dec. Lei nº 1.598 de 26 de dezembro de 1977, art. 12;
Lei nº 12.973, de 13 de maio de 2014, art. 2º; e
IN RFB nº 1.700, de 2017, art. 26, 59, §1º, e 214.

284
007 Qual o limite da receita total a ser considerado para as pessoas
jurídicas que iniciaram suas atividades no curso do ano-
calendário anterior e que desejarem ingressar ou continuar no
regime de tributação pelo lucro presumido?

Nos casos em que a Pessoa Jurídica iniciou as atividades durante o curso do ano-
calendário anterior, o limite a ser considerado será proporcional ao número de meses em
que esteve em funcionamento no referido período, isto é, deverá ser multiplicado o valor
de R$6.500.000,00 (seis milhões e quinhentos mil reais) pelo número de meses em que
esteve em atividade, para efeito de verificação do limite em relação à receita total.

Veja ainda: Quem pode optar pelo lucro presumido:


Pergunta 004 deste capítulo.

Normativo: Lei nº 10.637, de 2002, art. 46 e Lei nº 12.814, de 16.


5.2013, art. 7º e IN RFB no 1.700, de 2017, art. 214.

008 A pessoa jurídica que no curso do ano-calendário ultrapassar


o limite da receita total de R$ 78.000.000,00 estará obrigada à
apuração do lucro real dentro deste mesmo ano?

Não, tendo em vista que o limite para opção pelo lucro presumido é verificado em relação
à receita total do ano-calendário anterior.

Quando a pessoa jurídica ultrapassar o limite legal em algum período de apuração dentro
do próprio ano-calendário, tal fato não implica necessariamente mudança do regime de
tributação, podendo continuar sendo tributada com base no lucro presumido dentro deste
mesmo ano.

Contudo, automaticamente, estará obrigada à apuração do lucro real no ano-calendário


subsequente, independentemente do valor da receita total que for auferida naquele ano.

Daí por diante, para que a pessoa jurídica possa retornar à opção pelo lucro presumido
deverá observar as regras de opção vigentes à época.

009 Quem não pode optar pelo regime do lucro presumido, ainda
que preenchendo o requisito relativo ao limite máximo de
receita total?

Aquelas pessoas jurídicas que, por determinação legal, estão obrigadas à apuração do
lucro real, a seguir:

285
a) cuja receita total, no ano-calendário anterior, tenha excedido o limite de R$
78.000.000,00 (setenta e oito milhões de reais) ou de R$ 6.500.000,00 (seis milhões e
quinhentos mil reais) multiplicado pelo número de meses do período, quando inferior
a 12 (doze) meses.
b) cujas atividades sejam de bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de
desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e
investimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras de títulos e
valores mobiliários, empresas de arrendamento mercantil, cooperativas de crédito,
empresas de seguro privado e de capitalização e entidades de previdência privada
aberta;
c) que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior;
d) que, autorizadas pela legislação tributária, queiram usufruam de benefícios fiscais
relativos à isenção ou redução do imposto de renda;
e) que, no decorrer do ano-calendário, tenham efetuado o recolhimento mensal pelo
regime de estimativa, na forma prevista no art. 32 da IN RFB nº 1.700, de 2017;
f) que explorem as atividades de prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria
creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas
a pagar e a receber, compras de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a
prazo ou de prestação de serviços (factoring);
g) que explorem as atividades de securitização de créditos imobiliários, financeiros e do
agronegócio; e
h) as pessoas jurídicas que explorem as atividades de compra de direitos creditórios, ainda
que se destinem à formação de lastro de valores mobiliários (securitização)

Notas:

A obrigatoriedade a que se refere o item “c” acima não se


aplica à pessoa jurídica que auferir receita de exportação de
mercadorias e da prestação direta de serviços no exterior. Não
se considera direta a prestação de serviços realizada no
exterior por intermédio de filiais, sucursais, agências,
representações, coligadas, controladas e outras unidades
descentralizadas da pessoa jurídica que lhes sejam
assemelhadas.
A pessoa jurídica que houver pago o imposto com base no
lucro presumido e que, em relação ao mesmo ano-calendário,
incorrer em situação de obrigatoriedade de apuração pelo
lucro real por ter auferido lucros, rendimentos ou ganhos de
capital oriundos do exterior, deverá apurar o IRPJ e a CSLL
sob o regime de apuração pelo lucro real trimestral a partir,
inclusive, do trimestre da ocorrência do fato.
Também, não poderão optar pelo regime do lucro presumido:
a) as microempresas e empresas de pequeno porte do Simples
Nacional constituídas como Sociedade de Propósito

286
Específica - SPE, nos termos do artigo 56 da Lei
Complementar nº 123/2006;
b) as pessoas jurídicas que exerçam as atividades de
construção, incorporação, compra e venda de imóveis,
enquanto não concluídas as operações imobiliárias para as
quais haja registro de custo orçado;
c) as pessoas jurídicas resultantes de eventos de incorporação
ou fusão enquadradas nas disposições contidas no art. 59 da
IN RFB nº 1.700, de 2017, ainda que qualquer incorporada ou
fusionada fizesse jus ao referido regime antes da ocorrência
do evento, não se lhes aplicando o art. 4º da Lei nº 9.964, de
10 de abril de 2.000.
d) o disposto na alínea "c" não se aplica no caso em que a
incorporadora estivesse submetida ao Programa de
Recuperação Fiscal (Refis) antes do evento de incorporação.

Normativo: Lei nº 9.718, de 1998, art. 14;


RIR/2018, art. 257;
IN SRF nº 025, de 1999, art. 2º;
Lei nº 12.249, de 2010, art. 22;
ADI SRF nº 5, de 2001; e
IN RFB nº 1.700, de 2017, art. 59 e art. 214, §§ 4º e 5º.

010 Poderá haver mudança da opção para o contribuinte que já


efetuou o recolhimento da primeira quota ou de quota única
com base no lucro presumido?

Como regra, não há a possibilidade de mudança.


A opção pela tributação com base no lucro presumido será definitiva em relação a todo o
ano-calendário.
Todavia, abre-se exceção quando ocorrer qualquer das hipóteses de arbitramento
previstas na legislação tributária, situação em que a pessoa jurídica poderá, desde que
conhecida a receita bruta, determinar o lucro tributável segundo as regras relativas ao
regime de tributação com base no lucro arbitrado.

Notas:

Não é permitido REDARF para alterar o código de receita


identificador da opção manifestada.

287
Excepcionalmente, em relação ao 4º trimestre de 2003, as
pessoas jurídicas submetidas ao lucro presumido puderam
optar pelo regime de tributação com base no lucro real
trimestral, tomando, nesta hipótese, como definitiva a
tributação com base no lucro presumido relativa aos 3 (três)
primeiros trimestres (Lei nº 9.249, de 1995, art. 20, parágrafo
único, acrescentado pelo art. 22 da Lei nº 10.684, de 2003).

Veja ainda: Mudança de regime durante o ano-calendário:


Pergunta 012 deste capítulo (Lucro Presumido,
impossibilidade);
Perguntas 005 e 006 do capítulo XIV (Lucro
Arbitrado);
Pergunta 010 do capítulo XV (Lucro Real-Estimado).
Retorno ao lucro real:
Pergunta 013 e 039 deste capítulo.
Hipóteses de arbitramento:
Pergunta 008 do capítulo XIV.

Normativo: RIR/2018, art. 587, § 1º.

011 A pessoa jurídica que optar pelo lucro presumido poderá em


algum período de apuração trimestral ser tributada com base
no lucro real?

Sim. Na hipótese de haver pago o imposto com base no lucro presumido e, em relação ao
mesmo ano-calendário, incorrer em situação de obrigatoriedade de apuração pelo lucro
real por ter auferido lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior, deverá
apurar o IRPJ e a CSLL sob o regime de apuração pelo lucro real trimestral a partir,
inclusive, do trimestre da ocorrência do fato.
Tal situação também é possível de ocorrer na hipótese de exclusão do Refis de empresa
incluída neste programa como sendo do lucro presumido, embora obrigada ao lucro real.

Normativo: ADI SRF nº 5, de 2001.

288
012 Pessoa Jurídica que apresentou declaração com base no lucro
presumido poderá, após a entrega, pedir retificação para efeito
de declarar pelo lucro real?

Após a entrega da declaração de informações com base no lucro presumido, não há mais
como o contribuinte alterar a sua opção.
Entretanto, será admitida a retificação da declaração quando o contribuinte comprovar ter
exercido irregularmente a opção pelo lucro presumido, na hipótese em que a legislação
fiscal expressamente torne obrigatória a sua tributação com base no lucro real; ou, ainda,
quando for constatado tal fato por meio de procedimento de ofício, o qual poderá adotar
a tributação com base no lucro real quando exigido por lei, ou o lucro arbitrado,
dependendo do caso.

Veja ainda: Mudança de regime durante o ano-calendário:


Pergunta 010 deste capítulo (Lucro Presumido x Lucro
Arbitrado);
Perguntas 005 e 006 do capítulo XIV (Lucro
Arbitrado);
Pergunta 010 do capítulo XV (Lucro Real-Estimado).

Normativo: IN SRF nº 166, de 1999, art. 4º.

013 Quando poderá sair desse regime, voltando à tributação pelo


lucro real, a pessoa jurídica que tenha optado em determinado
ano-calendário pela tributação com base no lucro presumido?

Em qualquer ano-calendário subsequente ao da opção, a pessoa jurídica poderá retirar-se,


voluntariamente, desse regime mediante o pagamento do imposto de renda com base no
lucro real correspondente ao primeiro período de apuração (trimestral ou mensal no caso
da estimativa) do ano-calendário seguinte.

Veja ainda: Mudança de opção durante o ano-calendário (após


o recolhimento):
Pergunta 010 deste capítulo.

014 Como se obtém a base de cálculo para tributação das pessoas


jurídicas que optarem pelo lucro presumido?

A base de cálculo do imposto e adicional no regime do lucro presumido será o montante


determinado pela soma das seguintes parcelas:

289
1) valor resultante da aplicação dos percentuais de que trata o art. 33 da IN RFB 1.700,
de 2017, sobre a receita bruta definida no art. 26 desta mesma instrução normativa,
relativa a cada atividade, auferida nos trimestres encerrados em 31 de março, 30 de
junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada ano calendário, deduzida das
devoluções e vendas canceladas e dos descontos incondicionais concedidos.
2) ao resultado obtido na forma do item 1, anterior, deverão ser acrescidos:
1. os ganhos de capital, demais receitas e resultados positivos decorrentes de
receitas não abrangidas pelo item 1, auferidos no mesmo período;
2. os rendimentos e ganhos líquidos auferidos em aplicações financeiras de renda
fixa e renda variável;
3.os juros sobre o capital próprio auferidos;
4.os valores recuperados, correspondentes a custos e despesas, inclusive com
perdas no recebimento de crédito, salvo se a pessoa jurídica comprovar não os
ter deduzido em período anterior no qual tenha se submetido ao regime de
tributação com base no lucro real ou que se refiram a período no qual tenha se
submetido ao regime de tributação com base no lucro presumido ou
arbitrado;
5. o valor resultante da aplicação dos percentuais de que trata o art. 33 da IN RFB
1.700, de 2017, sobre a parcela das receitas auferidas em cada atividade, no
respectivo período de apuração, nas exportações às pessoas vinculadas ou aos
países com tributação favorecida que exceder ao valor já apropriado na
escrituração da empresa, na forma prevista na IN RFB nº 1.312, de 2012;
6. a diferença de receita financeira, calculada conforme o disposto no Capítulo V
e art. 58 da Instrução Normativa RFB nº 1.312, de 2012; e
7. as multas ou qualquer outra vantagem paga ou creditada por pessoa jurídica,
ainda que a título de indenização, em virtude de rescisão de contrato, observado
o disposto nos §§ 1º e 2º do art. 79 da IN RFB 1.700, de 2017.

Notas:

1) Incluem-se ainda na Receita Bruta a que se refere o item 1)


os valores decorrentes do ajuste a valor presente de que trata
o inciso VIII do caput do art. 183 da Le nº 6.404, de 1976.
2) Os valores decorrentes do ajuste a valor presente de que
trata o inciso VIII do caput do art. 183 da Lei nº 6.404, de
1976, apropriados como receitas financeiras no mesmo
período de apuração do reconhecimento da receita bruta, ou
em outro período de apuração, não serão incluídos na base de
cálculo do lucro presumido.
3) Os valores decorrentes do ajuste a valor presente de que
trata o inciso VIII do caput do art. 183 da Lei 6.404, de 1976,
incluem-se nas receitas relativas aos incisos I a VIII do §3º do
art. 215, da IN RFB 1.700, de 2007, independentemente da
forma como estas receitas tenham sido contabilizadas.

290
4) Os valores decorrentes do ajuste a valor presente de que
trata a Nota 30, acima, apropriados como receitas financeiras
no mesmo período de apuração do reconhecimento das
receitas relativas aos incisos I a VIII do §3º do art. 215, da IN
RFB nº 1.700, de 2017, ou em outro período de apuração, não
serão incluídos na base de cálculo do lucro presumido.
5) No caso de pessoa jurídica que explore contratos de
concessão de serviços públicos:
a) exclui-se da receita bruta a que se refere o caput do art.
215 da IN RFB n° 1.700, de 2017, a receita reconhecida
pela construção, recuperação, reforma, ampliação ou
melhoramento da infraestrutura, cuja contrapartida seja
ativo intangível representativo de direito de exploração;
e
b) integram a receita bruta a que se refere o caput do art.
215 da IN RFB nº 1.700, de 2017, em conformidade com
o art. 26 da mesma IN, os ajustes de valor presente de que
trata o inciso VIII do caput do art. 183 da Lei nº 6.404,
de 1976, vinculados aos ativos financeiros a receber pela
prestação dos serviços de construção, recuperação,
reforma, ampliação ou melhoramento da infraestrutura.
No último trimestre de cada ano-calendário, a pessoa jurídica
poderá ter ainda que proceder aos seguintes cálculos na
apuração dos impostos e contribuições na sistemática do lucro
presumido:

a) o valor dos encargos suportados pela mutuária que


exceder o limite calculado com base na taxa Libor, para
depósitos em dólares dos Estados Unidos da América,
pelo prazo de seis meses, acrescido de três por cento
anuais a título de spread, proporcionalizados em função
do período a que se referirem os juros, quando pagos ou
creditados a pessoa vinculada no exterior e o contrato não
for registrado no Banco Central do Brasil;

b) a diferença de receita, auferida pela mutuante,


correspondente ao valor calculado com base na taxa a que
se refere o inciso anterior e o valor contratado, quando
este for inferior, caso o contrato, não registrado no Banco
Central do Brasil, seja realizado com mutuária definida
como pessoa vinculada domiciliada no exterior.
Os rendimentos auferidos em aplicações financeiras serão
adicionados ao lucro presumido ou arbitrado somente por
ocasião da alienação, resgate ou cessão do título ou aplicação
– regime de caixa.

291
Veja ainda: Base de cálculo das pessoas jurídicas que executam
obras de construção civil:
Pergunta 019 deste capítulo.
Base de cálculo do lucro real por estimativa:
Pergunta 12 do capítulo XV.
Base de cálculo do lucro arbitrado:
Perguntas 011 do capítulo XIV (receita conhecida) e
019 do capítulo XIV (receita não conhecida).

Pessoas vinculadas e países com tributação


favorecida:
Perguntas 004 e 005 do capítulo XIX.
Juros pagos a pessoas vinculadas no exterior:
Perguntas 070 e seguintes do capítulo XIX.

Normativo: RIR/2018, art. 591, art. 592, caput e §§ 1º ao 5º, e


art. 595, § 9º;
Lei nº 12.973, de 2014, art. 2º; e
IN RFB nº 1.700, de 2017, arts. 26, 33 e 215.

015 Quais os percentuais aplicáveis de presunção de lucro sobre a


receita bruta para compor a base de cálculo do Lucro
Presumido?

Os percentuais a serem aplicados sobre a receita bruta são os abaixo discriminados:

292
Atividades Percentuais (%)

Atividades em geral (RIR/2018, art. 591) 8,0

Revenda, para consumo, de combustível derivado de petróleo,


1,6
álcool etílico carburante e gás natural,

Serviços de transporte (exceto o de carga) 16,0

Serviços de transporte de cargas 8,0

Prestação de Serviços em geral (exceto serviços hospitalares) 32,0

Serviços hospitalares e de auxílio diagnóstico e terapia,


fisioterapia e terapia ocupacional, fonoaudiologia, patologia
clínica, imagenologia, radiologia, anatomia patológica e
citopatológia, medicina nuclear e análises e patologias clínicas,
exames por métodos gráficos, procedimentos endoscópicos,
radioterapia, quimioterapia, diálise e oxigenoterapia hiperbárica,
desde que a prestadora desses serviços seja organizada sob a forma
de sociedade empresária e atendas as normas da Anvisa. (Vide
Nota 5) 8,0
Atividades imobiliárias relativas a loteamento de terrenos,
incorporação imobiliária, construção de prédios destinados à
venda, bem como a venda de imóveis construídos ou adquiridos
para a revenda.
Atividade de construção por empreitada com emprego de todos os
materiais indispensáveis à sua execução, sendo tais materiais
incorporados à obra.

Atividades desenvolvidas por bancos comerciais, bancos de


investimentos, bancos de desenvolvimento, agências de fomento,
caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e
investimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades
16,0
corretoras de títulos, valores mobiliários e câmbio, distribuidoras
de títulos e valores mobiliários, empresas de arrendamento
mercantil, cooperativas de crédito, empresas de seguros privados
e de capitalização e entidades de previdência privada aberta

293
Prestação de serviços relativos ao exercício de profissões 32,0
regulamentadas.
Intermediação de negócios.
Administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis e
direitos de qualquer natureza.
Construção por administração ou por empreitada unicamente de
mão de obra ou com emprego parcial de materiais.
Construção, recuperação, reforma, ampliação ou melhoramento
de infraestrutura, no caso de concessão de serviços públicos,
independentemente do emprego parcial ou total de materiais.
Prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria
creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção de riscos,
administração de contas a pagar e a receber, compras de direitos
creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de
prestação de serviços (factoring).
Coleta e transporte de resíduos até aterros sanitários ou local de
descarte.
Prestação de qualquer outra espécie de serviço não mencionados
acima.

Notas:

1) Para as pessoas jurídicas exclusivamente prestadoras de


serviços em geral, mencionados nas alíneas “b”, “c”, “d”, “f”,
“g” e “h” do inciso IV do § 1º do art. 33 IN RFB nº 1.700, de
2017, cuja receita bruta anual seja até R$120.000,00 (cento e
vinte mil reais), poderão utilizar, na determinação da parcela
da base de cálculo do imposto sobre a renda de que trata o § 1º
deste mesmo artigo, o percentual de 16% (dezesseis por
cento) (IN RFB nº 1.700, de 2017, art. 33, §7º).
2) A pessoa jurídica que houver utilizado o percentual
reduzido mencionado na Nota 1), cuja a receita bruta
acumulada até determinado mês do ano-calendário exceder o
limite de R$120.000,00 (cento e vinte mil) ficará sujeita ao
pagamento da diferença do imposto postergado, apurada em
relação a cada mês transcorrido, até o último dia útil do mês
subsequente aquele em que ocorreu o excesso, sem acréscimos
(RIR/2018, art. 592, §§ 5º e 6º) e (IN RFB nº 1.700, de 2017,
art. 33, §§ 8º, 9º e 10)

3) O exercício de profissões legalmente regulamentadas, como


as escolas, inclusive as creches, mesmo com receita bruta
anual de até R$120.000,00 (cento e vinte mil reais), não

294
podem aplicar o percentual de 16% (dezesseis por cento) sobre
a receita bruta para fins de determinação do lucro presumido,
devendo, portanto, aplicar o percentual de 32% (trinta e dois
por cento) (ADN Cosit nº 22, de 2000).

4) O percentual de 8 % (oito por cento) também será aplicado


sobre a receita financeira da pessoa jurídica que explore
atividades imobiliárias relativas a loteamento de terrenos,
incorporação imobiliária, construção de prédios destinados à
venda, bem como a venda de imóveis construídos ou
adquiridos para a revenda, quando decorrente da
comercialização de imóveis e for apurada por meio de índices
ou coeficientes previstos em contrato (Lei nº 9.249, de 1995,
art. 15, § 4º, inserido pelo art. 34 da Lei nº 11.196, de 2005).
5) Para fins de aplicação do percentual de 8 % (oito por cento),
entende-se como atendimento às normas da Anvisa , entre
outras, a prestação de serviços em ambientes desenvolvidos de
acordo com o item 3 - Dimensionamento, Quantificação e
Instalações Prediais dos Ambientes da Parte II - Programação
Físico-Funcional dos Estabelecimentos Assistenciais de
Saúde da Resolução RDC nº 50, de 21 de fevereiro de2002,
cuja comprovação deve ser feita mediante alvará da vigilância
sanitária estadual ou municipal.
6) O percentual de 8% (oito por cento) relativo aos serviços
hospitalares e médicos listados na tabela acima não se aplica:
a) à pessoa jurídica organizada sob a forma de sociedade
simples;
b) aos serviços prestados com utilização de ambientes de
terceiros; e
c) à pessoa jurídica prestadora de serviço médico
ambulatorial com recursos para realização de exames
complementares e serviços médicos prestados em
residência, sejam eles coletivos ou particulares (home
care).
7) A receita bruta auferida pela pessoa jurídica decorrente da
prestação de serviços em geral, como limpeza e locação de
mão de obra, ainda que sejam fornecidos os materiais, está
sujeita à aplicação do percentual de 32% (trinta e dois por
cento).

295
Veja ainda: Percentuais aplicáveis à receita para obtenção da
base de cálculo:
Perguntas 012 e 013 do capítulo XIV (Lucro Arbitrado
- receita conhecida);
Pergunta 013 do capítulo XV (Lucro Real-Estimativa).

Normativo: RIR/2018, art. 220; Lei nº 11.727, de 23 de junho de


2008, art. 29 e 41, VI; IN RFB nº 1.234, de 2012, art.
31 parágrafo único; e IN RFB nº 1.700, de 2017, arts.
33, 35, 36 e 38.

016 Qual o percentual a ser considerado no caso de a pessoa


jurídica explorar atividades diversificadas?

No caso de a pessoa jurídica explorar atividades diversificadas deverá ser aplicado


especificamente, para cada uma delas, o respectivo percentual previsto na legislação,
devendo as receitas serem apuradas separadamente.

Veja ainda: Percentuais aplicáveis à receita para obtenção da


base de cálculo, quando a PJ explorar atividades
diversificadas:
Pergunta 014 do capítulo XIV (Lucro Arbitrado -
receita conhecida);
Pergunta 014 do capítulo XV (Lucro Real-Estimativa).

Normativo: RIR/2018, arts. 220, § 3º; e


IN RFB nº 1.700, de 2017, art. 38.

017 Qual o percentual a ser considerado pelas sociedades


cooperativas de consumo?

As sociedades cooperativas de consumo bem como as demais cooperativas quanto aos


atos não cooperados utilizam percentual de presunção de lucro de acordo com a natureza
de suas atividades.

296
018 A atividade gráfica configura-se como indústria, comércio ou
prestação de serviços e qual o percentual de presunção de
lucro aplicável?

É possível qualquer uma das três condições dependendo das atividades por elas
desenvolvidas, podendo ocorrer as situações seguintes:
1) Considera-se como prestação de serviços as operações de industrialização por
encomenda quando na composição do custo total dos insumos do produto
industrializado por encomenda houver a preponderância dos custos dos insumos
fornecidos pelo encomendante, aplicando-se a alíquota de 32%. Tais atividades estão
excluídas do conceito de industrialização do RIPI, que oferece, para tal efeito, as
seguintes definições:
a) oficina é o estabelecimento que empregar, no máximo, 5 (cinco) operários e, caso
utilize força motriz, não dispuser de potência superior a 5 (cinco) quilowatts;
b) trabalho preponderante é o que contribui no preparo do produto, para formação
de seu valor, a título de mão-de-obra, no mínimo com 60% (sessenta por cento).
2) Quando atuar nas áreas comercial e industrial, a alíquota aplicável será de 8%.

Notas:

A partir de 25 de abril de 2008, foi revogado o ADI RFB nº


20, de 2007, que admitia a atividade gráfica como prestação
de serviço, passando a viger novo conceito de
industrialização, qual seja: considera-se industrialização as
operações definidas no art. 4º do Decreto nº 7.212, de 2010,
observadas as disposições do art. 5º c/c o art. 7º do referido
decreto (Ato Declaratório Interpretativo RFB nº 26, de 25 de
abril de 2008, art. 1º).

Normativo: Decreto nº 7.212, de 2010, art. 5º, inciso V, c/c art. 7º,
inciso II;
ADI RFB nº 20, de 13 de dezembro de 2007; e
ADI RFB nº 26, de 25 de abril de 2008.

019 Qual a base de cálculo para as empresas que executam obras


de construção civil e optam pelo lucro presumido?

O percentual a ser aplicado sobre a receita bruta para apuração da base de cálculo do lucro
presumido na atividade de prestação de serviço de construção civil é de 32% (trinta e dois
por cento) quando houver emprego unicamente de mão-de-obra, e de 8% (oito por cento)

297
quando se tratar de contratação por empreitada de construção civil, na modalidade total,
fornecendo o empreiteiro todos os materiais indispensáveis à sua execução, sendo tais
materiais incorporados à obra.

Notas:

As pessoas jurídicas que exerçam as atividades de compra e


venda, loteamento, incorporação e construção de imóveis não
poderão optar pelo lucro presumido enquanto não concluídas
as operações imobiliárias para as quais haja registro de custo
orçado (IN SRF nº 25, de 1999, art. 2º;).
Não serão considerados como materiais incorporados à obra,
os instrumentos de trabalho utilizados e os materiais
consumidos na execução da obra. (IN RFB nº 1.234, de 2012,
art. 2º, § 9º) IN RFB nº 1.700, de 2017, art. 33.

Veja ainda: Possibilidade de opção quando da adesão ao Refis:


Nota à pergunta 004 deste capítulo.
Base de cálculo das optantes pelo lucro presumido:
Pergunta 014 deste capítulo.

Normativo: IN RFB nº 1.234, de 2012, art. 2º, § 7º, II e art. 38, II; e
IN RFB nº 1.700, art. 33.

020 As concessionárias ou subconcessionárias de serviços


públicos deverão adotar qual percentual de presunção de
lucro?

Estas pessoas jurídicas deverão adotar o percentual de 32% (trinta e dois por cento) se
prestam serviços de suprimento de água tratada, a coleta e tratamento de esgotos,
cobrados diretamente dos usuários dos serviços, ou se exploram rodovias mediante
cobrança de preço dos usuários. Também deverão adotar o percentual de 32% (trinta e
dois por cento) as atividades de construção, recuperação, ampliação ou melhoramento de
infraestrutura, no caso de concessão de serviços públicos, independentemente do emprego
parcial ou total de materiais.

ADN Cosit nº 16, de 2000; e


Normativo:
IN RFB Nº 1.700, de 2017, art. 33.

298
021 Qual o conceito de receita bruta para fins do lucro presumido?

Compreende-se no conceito de receita bruta:

a) o produto da venda de bens nas operações de conta própria;


b) o preço da prestação de serviços em geral;
c) o resultado auferido nas operações de conta alheia; e
d) as receitas da atividade ou objeto principal da pessoa jurídica não compreendida
nas alíneas anteriores.
Na receita bruta incluem-se os tributos sobre elas incidentes e os valores decorrentes do
ajuste a valor presente, de que trata o inciso VIII do caput do art. 183 da Lei n.º 6.404, de
1976, e deverão ser excluídas: as devoluções e vendas canceladas; os descontos
incondicionais concedidos; os tributos sobre ela incidentes; e os valores decorrentes do
ajuste a valor presente de que trata o inciso VIII do caput do art. 183 da Lei nº 6.404, de
1976, das operações vinculadas à receita bruta, bem como os tributos não cumulativos
cobrados, destacadamente, do comprador ou contratante pelo vendedor dos bens ou pelo
prestador dos serviços na condição de mero depositário.

Notas:

1) A pessoa jurídica, optante pelo regime de tributação com


base no lucro presumido, poderá determiná-lo pelo regime de
caixa ou de competência (§ 9º do art. 215 da IN RFB nº 1.700,
de 2017).
2) As empresas de compra e venda de veículos usados, com
este objeto social declarado em seus atos constitutivos, podem
adotar desde 30/10/1998, na determinação da base de cálculo
do imposto de renda, o regime aplicável às operações de
consignação, computando a diferença entre o valor pelo qual
o veículo usado houver sido alienado, constante da nota fiscal
de venda, e o seu custo de aquisição, constante da nota fiscal
de entrada (Lei nº 9.716, de 1998, art. 5º; e IN RFB nº 1.700,
de 2017, art. 242).

299
Veja ainda: Conceito de receita bruta:
Pergunta 006 deste capítulo (aferição do limite para
adesão ao Lucro Presumido)
Pergunta 017 do capítulo XIV (Lucro Arbitrado); e
Perguntas 015 e 017 do capítulo XV (Lucro Real-
Estimativa).

Normativo: Dec. Lei nº 1.598 de 26 de dezembro de 1977, art. 12;


IN RFB nº 1.700, de 2017, art. 26.

022 No caso de tributação com base no lucro presumido o


ICMS poderá ser deduzido para obtenção da receita bruta
operacional?

Não, visto que o ICMS integra o preço de venda, e que o percentual para obtenção do
lucro presumido se aplica sobre o valor total da venda de bens (receita bruta), conforme
disposto no § 3º do art. 26 da IN RFB nº 1.700, de 2017.

023 O que se considera ganho de capital para fins de tributação pelo


lucro presumido?

Nas alienações de bens classificáveis no ativo não circulante, investimentos,


imobilizados, intangíveis e de ouro não considerado ativo financeiro, corresponderá à
diferença positiva verificada entre o valor da alienação e o respectivo custo contábil.

Notas:

1) Na alienação de ativo intangível a que se refere o inciso I


do § 8º do art. 215 da IN RFB nº 1.700, de 2017, o ganho de
capital corresponderá à diferença positiva entre o valor da
alienação e o valor dos custos incorridos na sua obtenção,
deduzido da correspondente amortização.
2) A não comprovação dos custos pela pessoa jurídica
implicará a adição integral da receita à base de cálculo do
lucro presumido.
3) Caso na alienação de bem ou direito seja verificada perda
essa não será computada para fins do lucro presumido.
4) Na apuração de ganho de capital, os valores acrescidos em
virtude de reavaliação somente poderão ser computados como
parte integrante dos custos de aquisição dos bens e direitos se
a pessoa jurídica comprovar que os valores acrescidos foram

300
computados na determinação da base de cálculo do imposto
(RIR/2018, art. 595, § 10º).
5) O ganho de capital auferido na venda de ativos não
circulante investimentos, imobilizados e intangíveis para
recebimento do preço, no todo ou em parte, após o término do
ano-calendário seguinte ao da contratação deverá integrar a
base de cálculo do imposto sobre a renda mensal, podendo ser
computado na proporção da parcela do preço recebida em
cada mês.
6) Na apuração dos ganhos de capital a que se refere os incisos
II e III, do art. 215 da IN RFB nº 1.700, de 2017, o aumento
ou redução no valor do ativo registrado em contrapartida a
ganho ou perda decorrente de sua avaliação com base no valor
justo não será considerado como parte integrante do valor
contábil.
7) O disposto na Nota 6 não se aplica caso o ganho relativo ao
aumento no valor do ativo tenha sido anteriormente
computado na base de cálculo do imposto.

Veja ainda: Ganhos de capital para efeitos de tributação:


Pergunta 018 do capítulo XIV (Lucro Arbitrado -
receita conhecida); e
Pergunta 016 do capítulo XV (Lucro Real-Estimativa).

Normativo: RIR/2018, art. 595 e 596; e


IN RFB nº 1.700, de 2017, arts. 39, I, e §3º, art. 215,
§§ 14, 20 e 21 e art. 217.

024 O que vem a ser custo ou valor contábil de bens e direitos, para
efeitos de cálculo dos ganhos de capital?

Para fins de apuração dos ganhos de capital, considera-se custo ou valor contábil de bens
e direitos o que estiver registrado na escrituração contábil do contribuinte, diminuído, se
for o caso, da depreciação, amortização ou exaustão acumulada e das perdas estimadas
no valor dos ativos.

1) o valor contábil no caso de investimentos permanentes em participações societárias


avaliado pelo valor de patrimônio Líquido será a soma algébrica dos seguintes valores:
a) valor de patrimônio líquido pelo qual o investimento estiver registrado na
contabilidade do contribuinte;
b) mais ou menos-valia, que corresponde a diferença entre o valor justo dos ativos
líquidos da investida, na proporção da porcentagem da participação adquirida, e o

301
valor do patrimônio líquido na época da aquisição, determinado de acordo com o
art. 21 do Decreto-lei nº 1.598, de 1977;
c) ágio por rentabilidade futura (goodwill) que corresponde a diferença entre o
custo de aquisição do investimento e o somatório dos valores de que tratam os
incisos I e II do art. 20 Decreto-lei nº 1.598, de 1977;
2) no caso das aplicações em ouro, não considerado ativo financeiro, o valor de aquisição;
3) no caso de outros bens e direitos não classificados no ativo não circulante, considera-
se valor contábil o custo de aquisição;
4) para imóveis adquiridos a partir de 1º/01/1997, considera-se custo de aquisição do
imóvel rural, o VTN – Valor da Terra Nua constante da DIAT - Documento de
Informação e Apuração do ITR, no ano de sua aquisição (o VTN é também considerado
valor de venda do imóvel rural, no ano de sua alienação.

Notas:

1) Para fins de determinação do Ganho de capital, poderão ser


considerados no valor contábil, e na proporção deste, os
respectivos valores decorrentes dos efeitos do ajuste a valor
presente de que trata o inciso III do caput do art. 184 da Lei
nº 6.404, de 1976.
2) Para obter a parcela a ser considerada no valor contábil do
ativo conforme a Nota 1), a pessoa jurídica terá que calcular
inicialmente o quociente entre: (1) o valor contábil do ativo
na data da alienação, e (2) o valor do mesmo ativo sem
considerar eventuais realizações anteriores, inclusive
mediante depreciação, amortização ou exaustão, e a perda
estimada por redução ao valor recuperável.
3) A parcela a ser considerada no valor contábil do ativo
conforme a nota 1) corresponderá ao produto: (1) dos valores
decorrentes do ajuste a valor presente com (2) o quociente de
que trata a Nota 2.
4) Para fins de determinação do ganho de capital é vedado o
cômputo de qualquer parcela a título de encargos associados
a empréstimos, registrados como custo nos termos do inciso
II do art. 145 da IN RFB nº 1.700, de 2017.
5) Para fins da neutralidade tributária a que se refere o art. 292
da IN RFB nº 1.700, de 2017, deverá ser considerado no valor
contábil eventual diferença entre o valor do ativo na
contabilidade societária e o valor do ativo mensurado de
acordo com os métodos e critérios contábeis vigentes em 31
de dezembro de 2007 observada na data da adoção inicial de
que trata o art. 291 da IN RFB nº 1.700, de 2017.

302
6) Para imóveis rurais adquiridos anteriormente a 1º/01/1997,
considera-se custo de aquisição o valor constante da escritura
pública (RIR/2018, art. 596, parágrafo único).
7) Para fins de apuração do ganho de capital as pessoas
jurídicas deverão considerar, quanto aos bens e direitos
adquiridos até o final de 1995 (RIR/1999, art. 522, I):
a) se do ativo não circulante imobilizados, investimentos
e intangíveis, o valor de aquisição, corrigido
monetariamente até 31/12/1995, diminuído dos encargos
de depreciação, amortização ou exaustão acumulada;
b) se, embora não classificados no ativo não circulante
imobilizados, investimentos e intangíveis, sujeitos à
correção monetária até 31/12/1995, o valor de aquisição
corrigido até essa data.

RIR/2018, arts. 596;


Decreto-lei 1.598, de 26/12/1977, art. 31, § 1º e art. 33,
Normativo:
inc. I e II; e
IN RFB nº 1.700, de 2017, art. 215, §3º, I e §§ 11 a 19.

025 Qual a alíquota do imposto e qual o adicional a que estão


sujeitas as pessoas jurídicas que optarem pelo lucro
presumido?

A alíquota do imposto de renda que incidirá sobre a base de cálculo é de 15% (quinze por
cento).

O adicional do imposto de renda devido pelas pessoas jurídicas tributadas com base no
lucro presumido será calculado mediante a aplicação do percentual de 10% (dez por
cento) sobre a parcela do lucro presumido que exceder ao valor da multiplicação de R$
20.000,00 (vinte mil reais) pelo número de meses do respectivo período de apuração,
sujeita-se a incidência de adicional de imposto sobre a renda à alíquota de 10% (dez por
cento).

O valor do adicional deverá ser recolhido integralmente, não sendo admitidas quaisquer
deduções.

Normativo: RIR/2018, art. 623 e IN RFB nº 1.700, de 2017, arts.


29 e 221.

303
026 As pessoas jurídicas optantes pelo lucro presumido estão
obrigadas à escrituração contábil ou à manutenção de livros
fiscais?

A pessoa jurídica tributada com base no lucro presumido fica obrigada a adotar a
Escrituração Contábil Digital - ECD, nos termos do Decreto nº 6.022, de 2007, em relação
aos fatos contábeis ocorridos a partir de 1º de janeiro de 2014, se distribuírem, a título de
lucro, sem incidência do Imposto sobre a Renda Retido na Fonte, parcelas do lucro ou
dividendos superiores ao valor da base de cálculo do Imposto, diminuída de todos os
impostos e contribuições a que estiver sujeita. Além disto, em relação aos fatos contábeis
ocorridos a partir de 1º de janeiro de 2016, passar a ser também obrigatório o envio da
ECD caso a pessoa jurídica optante pelo lucro presumido não se utilize da prerrogativa
prevista no parágrafo único do art. 45 da Lei nº 8.981, de 1995.

As pessoas jurídicas não obrigadas a ECD deverão:

a) manter escrituração contábil nos termos da legislação comercial. Para efeitos


fiscais, é dispensável a escrituração quando a pessoa jurídica mantiver Livro
Caixa, devidamente escriturado, contendo toda a movimentação financeira,
inclusive bancária;
b) manter o Livro Registro de Inventário, no qual deverão constar registrados os
estoques existentes no término do ano-calendário abrangido pela tributação
simplificada; e
c) manter em boa guarda e ordem, enquanto não decorrido o prazo decadencial e
prescritas eventuais ações que lhes sejam pertinentes, todos os livros de
escrituração obrigatórios determinados pela legislação fiscal específica, bem
assim os documentos e demais papéis que servirem de base para escrituração
comercial e fiscal (Decreto-Lei nº 486, de 1969, art. 4º);

A partir do ano-calendário de 2014, as pessoas optantes pelo lucro presumido deverão


apresentar a Escrituração Contábil Fiscal - ECF.
A não apresentação da ECF pelos contribuintes que apuram o Imposto de Renda Pessoa
Jurídica, por qualquer sistemática que não seja o lucro real, nos prazos fixados no art. 2º
da IN RFB nº 1.422, de 2014, ou a sua apresentação com incorreções ou omissões,
acarretará a aplicação ao infrator, das multas previstas no art. 57 da Medida Provisória nº
2.158-35 de 24 de agosto de 2001.

Notas:

Na hipótese de incorporação submetida ao regime de afetação,


incumbe ao incorporador manter escrituração contábil
completa, ainda que optante pela tributação com base no lucro
presumido (Lei nº 10.931, de 2004, art. 31-D, inc. VIII).

304
A Pessoa Jurídica optante pelo lucro presumido, que adotar o
critério de reconhecimento de suas receitas de bens e direitos
ou de pagamento de serviços com pagamento a prazo ou em
parcelas na medida do seu recebimento e mantiver escrituração
do livro caixa deverá:
a) emitir a nota fiscal quando da entrega do bem ou direito ou
da conclusão do serviço;
b) indicar, no livro caixa, em registro individual, a nota fiscal a
que corresponder cada recebimento.

Normativo: Decreto-Lei nº 486, de 1969, art. 4º; RIR/2018,


art. 600;
IN RFB nº 1.700, de 2017, art. 225.
Instrução Normativa RFB nº 1.774, de 2017, art. 3º.

027 Tendo ingressado no regime tributário do lucro presumido, que


a desobriga perante o fisco federal, caso escriture o livro caixa,
da escrituração contábil, a pessoa jurídica que permaneça
nesse sistema por tempo indeterminado, afasta,
definitivamente, a hipótese de voltar a manter escrituração
contábil?

Se a receita total da pessoa jurídica em determinado ano-calendário for superior a


R$78.000.000,00 (setenta e oito milhões de reais), a pessoa jurídica estará
automaticamente excluída do regime para o ano-calendário seguinte, quando deverá
adotar a tributação com base no lucro real.

Se não estiver mantendo escrituração regular, escriturando apenas o livro caixa, deverá
obrigatoriamente realizar, no dia 1º de janeiro do respectivo ano-calendário,
levantamento patrimonial a fim de elaborar balanço de abertura e iniciar escrituração
contábil.

028 A pessoa jurídica optante pelo lucro presumido que mantiver


escrituração regular e apurar lucro contábil poderá utilizá-lo
como reserva livre para aumento de capital, sem ônus
tributário (voltando ou não à tributação pelo lucro real)?

Na hipótese de apuração de lucro contábil a pessoa jurídica poderá utilizar o montante


desse lucro como reserva livre para aumento de capital.

305
Entretanto, não poderá utilizar a esse título todo o montante do lucro contábil, devendo
dele diminuir o valor do imposto de renda apurado com base no lucro presumido,
inclusive adicional, o valor das contribuições (CSLL, Cofins e PIS/Pasep), bem assim os
valores que forem distribuídos a título de lucros ao seu titular, sócio ou acionista.

Normativo: ADN Cosit nº 4, de 1996.

029 Como se dará a distribuição do lucro presumido ao titular,


sócio ou acionista da pessoa jurídica, e sua respectiva
tributação?

Poderá ser distribuído a título de lucros, sem incidência de imposto de renda (dispensada,
portanto, a retenção na fonte), ao titular, sócio ou acionista da pessoa jurídica, o valor
correspondente ao lucro presumido, diminuído de todos os impostos e contribuições
(inclusive adicional do IR, CSLL, Cofins, PIS/Pasep) a que estiver sujeita a pessoa
jurídica.
Acima desse valor, a pessoa jurídica poderá distribuir, sem incidência do imposto de
renda, até o limite do lucro contábil efetivo, desde que ela demonstre, via escrituração
contábil feita de acordo com as leis comerciais, que esse último é maior que o lucro
presumido.
Todavia, se houver qualquer distribuição de valor a título de lucros, superior àquele
apurado contabilmente, deverá ser imputada à conta de lucros acumulados ou de reservas
de lucros de exercícios anteriores. Na distribuição incidirá o imposto de renda com base
na legislação vigente nos respectivos períodos (correspondentes aos exercícios
anteriores), com acréscimos legais.

Notas:

Inexistindo lucros acumulados ou reservas de lucros em


montante suficiente, bem assim quando se tratar de lucro que
não tenha sido apurado em balanço, a parcela excedente será
submetida à tributação, que, no caso de beneficiário pessoa
física, dar-se-á com base na tabela progressiva mensal.

Veja ainda: Distribuição de lucros (lucro arbitrado):


Pergunta 025 do capítulo XIV.

Normativo: Lei nº 9.249, de 1995, art. 10;


IN RFBnº 1.700, de 2017, art. 238.

306
ADN Cosit nº 4, de 1996.

030 A isenção de imposto de renda para os lucros distribuídos pela


pessoa jurídica tributada com base no lucro presumido
abrange os demais valores por ela pagos ao titular, sócio ou
acionista?

Não. A isenção somente abrange os lucros distribuídos, não alcançando valores pagos a
outros títulos como por exemplo: pró-labore, aluguéis e serviços prestados, os quais se
submeterão à tributação, conforme a legislação que rege a matéria.
No caso desses rendimentos serem percebidos por pessoas físicas serão submetidos à
tributação com base na tabela progressiva; no caso de pessoas jurídicas serão
considerados como receita operacional, sendo passíveis ou não de tributação na fonte,
conforme a hipótese.

Veja ainda: Valores não compreendidos na distribuição de


lucros (lucro arbitrado):
Pergunta 026 do capítulo XIV.

Normativo: IN SRF nº 1.700, de 2017, art. 238, § 5º.

031 Como proceder, no que se refere aos valores a se consignar no


balanço de abertura, caso a pessoa jurídica que vinha optando
pelo lucro presumido pretenda retornar à forma de apuração
do imposto pelo lucro real?

No balanço de abertura a ser procedido na data do início do período de apuração


(trimestral ou anual com recolhimentos mensais com base na estimativa), cujos resultados
serão submetidos à tributação com base no lucro real, a pessoa jurídica deverá adotar o
seguinte tratamento com relação às situações a seguir descritas:
1) A pessoa jurídica que nunca manteve escrituração contábil para fins de imposto de
renda deverá tomar como base, para determinar o valor a ser registrado, o custo de
aquisição dos bens do ativo imobilizado e dos investimentos, bem como o valor do capital
social, corrigidos monetariamente até 31/12/1995, quando se tratar de valores já
existentes até essa data, e para os bens e direitos adquiridos posteriormente, ou no caso
da pessoa jurídica que iniciou suas atividades após essa data, deverá ser considerado o
custo de aquisição sem qualquer correção monetária, nos termos da legislação aplicável;

2) A pessoa jurídica que abandonou a escrituração ao optar pelo lucro presumido, se


possuir a escrituração anterior, deverá considerar no balanço de abertura:

307
a) para os bens já existentes em 31/12/1995, que foram objeto de correção monetária
anteriormente, o valor corrigido monetariamente desde o último período em que foi
objeto de correção monetária até a data de 31/12/1995;
b) para os bens da pessoa jurídica que nunca foram objeto de correção, se adquiridos até
31/12/1995, deverão ser corrigidos até essa data; e para os adquiridos posteriormente,
ou para as pessoas jurídicas que iniciaram suas atividades após tal data, considerar o
custo de aquisição sem qualquer correção monetária;
c) em quaisquer das situações dos itens “a” ou “b” anteriores, a diferença entre o Ativo
e o Passivo será classificada como lucros ou prejuízos acumulados, sendo não
compensável na apuração do lucro real o prejuízo assim obtido, tendo em vista tratar-
se de prejuízo meramente contábil.
3) A pessoa jurídica que, embora desobrigada, tendo mantido escrituração regular deverá
montar o balanço de abertura com a simples transposição dos valores expressos no último
balanço patrimonial levantado, se correspondente a 31 de dezembro do ano-calendário
anterior, ou no balancete de verificação que se transformará em balanço patrimonial para
consolidar os resultados ali registrados (31 de dezembro).

Notas:

No balanço de abertura deverão ser consideradas como


utilizadas as quotas de depreciação, amortização e exaustão,
que seriam cabíveis nos períodos de apuração anteriores ao do
referido balanço de abertura, em que se submeteram ao lucro
presumido.
Esse procedimento deverá ser observado por todas as pessoas
jurídicas que se retirarem (ou forem excluídas) do regime de
tributação com base no lucro presumido, tenham ou não
mantido escrituração contábil nesse período.
No caso de ter mantido escrituração e não ter lançado os
encargos, o ajuste contábil será feito contra a conta de lucros
ou prejuízos acumulados, não afetando o resultado do período
de apuração.
Ver também art. 119 da IN RFB nº 1.700, de 2017.

Normativo: PN CST nº 33, de 1978; e


IN RFB nº 1.700, de 2017, art. 119.

032 De quais incentivos fiscais do IRPJ as empresas que optarem


pelo lucro presumido poderão se utilizar?

308
Do imposto apurado com base no lucro presumido não é permitida qualquer dedução a
título de incentivo fiscal.

Veja ainda: Incentivos fiscais:


Pergunta 027 do capítulo XIV (Lucro Arbitrado); e
Perguntas 021 e 022 do capítulo XV (Lucro Real-
Estimativa).

Normativo: RIR/2018, art. 599.

033 Qual o tratamento a ser dado pela pessoa jurídica que optar
pela tributação com base no lucro presumido quando
anteriormente vinha sendo tributada com base no lucro real,
com relação aos valores cuja tributação vinha sendo diferida
na Parte B do Lalur?

A pessoa jurídica que até o ano-calendário anterior houver sido tributada com base no
lucro real deverá adicionar à base de cálculo do imposto, correspondente ao primeiro
período de apuração em que fizer a opção pelo lucro presumido, os saldos dos valores
cuja tributação havia sido diferida e estejam sendo controlados na Parte B do Lalur,
independentemente da necessidade de controle na Parte B do Lalur.
O disposto acima aplica-se inclusive aos valores controlados por meio de subcontas
referentes:

a) as diferenças na adoção inicial dos arts. 1º, 2º, 4º a 71 da Lei nº 12.973, de 2014, de
que trata a IN RFB nº 1.700, de 2017; e

b) a avaliação de ativos ou passivos com base no valor justo de que tratam os arts. 97 a
101 da IN RFB nº 1.700, de 2017.

Veja ainda: Valores diferidos, controlados na Parte B do Lalur:


Pergunta 021 do capítulo XIV (Lucro Arbitrado); e
Pergunta 018 do capítulo XV (Lucro Real-Estimativa).

Normativo: RIR/2018, art. 593 e IN RFB nº 1.700, de 2017, art.


219.

309
034 Como poderá ser compensado o imposto pago a maior no
período de apuração?

No caso em que o valor retido na fonte ou já pago pelo contribuinte for maior que o
imposto devido no período de apuração trimestral, a diferença a maior poderá ser
compensada com o imposto relativo aos períodos de apuração subsequentes.

Notas:

O imposto de renda retido na fonte maior que o imposto de


renda apurado no período trimestral será compensável como
“imposto de renda negativo de períodos anteriores”.

Veja ainda: Compensação de imposto retido ou pago a maior:


Pergunta 028 do capítulo XIV (Lucro Arbitrado); e
Pergunta 024 do capítulo XV (Lucro Real-Estimativa).

Normativo: RIR/2018, art. 599, parágrafo único.

035 A pessoa jurídica que faz a opção pelo lucro presumido perde
o direito à compensação dos prejuízos fiscais verificados em
período anterior em que foi tributada com base no lucro real,
os quais estão controlados na Parte B do Lalur?

Não. Observe-se que o regime de tributação com base no lucro presumido não prevê a
hipótese de compensação de prejuízos fiscais apurados em períodos anteriores nos quais
a pessoa jurídica tenha sido tributada com base no lucro real.

Entretanto, tendo em vista que não existe mais prazo para a compensação de prejuízos
fiscais, caso a pessoa jurídica retorne ao sistema de tributação com base no lucro real
poderá nesse período compensar, desde que continue a manter o controle desses valores
no Lalur, Parte B, os prejuízos fiscais anteriores, gerados nos períodos em que havia sido
tributada com base no lucro real, obedecidas as regras vigentes no período de
compensação.

Veja ainda: Prejuízos fiscais de exercícios anteriores:


Pergunta 029 do capítulo XIV (Lucro Arbitrado).

310
036 Qual o tratamento a ser dado pelo fisco às pessoas jurídicas
que optarem pela tributação com base no lucro presumido no
caso de ser constatada receita bruta (operacional ou não)
maior que a oferecida à tributação (omissão de receita)?

Constatada, mediante procedimento de ofício, a ocorrência de omissão de receitas, esta


será tributada de acordo com o regime a que estiver submetida a pessoa jurídica no ano-
calendário.
Para fins de cálculo do lucro presumido, serão aplicados os respectivos percentuais de
presunção, estando o lucro calculado sujeito ao adicional do imposto (se for o caso),
conforme legislação vigente no período correspondente ao da omissão, devendo o
montante omitido ser computado para determinação da base de cálculo do imposto de
renda e do adicional.

Notas:

Igual procedimento será adotado para a determinação da


CSLL, da Cofins e do PIS/Pasep.

A receita assim tributada, será considerada distribuída ao titular, sócio ou acionista, e não
mais sofrerá tributação, seja na fonte, seja na declaração.

Entretanto, podem ocorrer algumas situações que demandam procedimentos distintos,


adequados a cada caso, a saber:

a) Quando a omissão de receita for detectada em pessoa jurídica que no ano-calendário


anterior auferiu receita total dentro do limite de R$78.000.000,00 e preenche as demais
condições para a opção pelo lucro presumido no ano seguinte, ano em que está sendo
realizado o procedimento de ofício, deverá ser respeitada e mantida a opção da pessoa
jurídica.
b) Se no ano em que se estiver procedendo a fiscalização, somando-se a receita já
tributada pela pessoa jurídica com aquela apurada como omitida for verificado um
total superior ao limite fixado legalmente, deverá ser observado que, para o ano
subsequente àquele em que a pessoa jurídica está sendo fiscalizada, ela deixou de
atender ao requisito para opção pelo lucro presumido, em relação ao limite da
receita total (nesse caso, a pessoa jurídica estará excluída do lucro presumido);
c) Quando a omissão de receita for detectada em pessoa jurídica que está ingressando no
regime, não havendo auferido receita bruta no ano-calendário anterior (ano de início
de atividades), no ano da omissão deverá ser mantida a opção pelo lucro presumido,
mesmo que a soma das receitas auferidas e omitidas tenha ultrapassado o limite.
Entretanto, deverá ser observado o entendimento exposto no item anterior com relação
à manutenção ou não do lucro presumido para o ano subsequente.

311
Notas:

No caso da pessoa jurídica com atividades diversificadas


tributadas com base no lucro presumido, não sendo possível a
identificação da atividade a que se refere a receita omitida,
esta será adicionada àquela que corresponder o percentual
mais elevado (RIR/2018, art. 601, parágrafo único).

Veja ainda: Omissão de receitas:


Pergunta 030 do capítulo XIV (Lucro Arbitrado);
Pergunta 029 do capítulo XV (Lucro Real-Estimativa).

Normativo: RIR/2018, art. 601.

037 O que poderá acontecer à pessoa jurídica que optar


indevidamente ou deixar de cumprir alguma das condições
estabelecidas para opção pelo lucro presumido?

Inicialmente será verificada a possibilidade de apuração da base de cálculo do imposto de


renda pelo lucro real, caso a empresa mantenha escrituração regular com base nas leis
comerciais e fiscais.

Na impossibilidade de adoção de tal procedimento, deverá ser arbitrado o lucro da pessoa


jurídica no respectivo período de apuração.

Normativo: RIR/2018, art. 603, inciso V.

038 Qual o regime de reconhecimento de receitas quando a pessoa


jurídica opta pelo lucro presumido?

O lucro presumido será determinado pelo regime de competência ou de caixa.


Contudo, a pessoa jurídica, optante pelo regime de tributação com base no lucro
presumido que adotar o critério de reconhecimento de suas receitas das vendas de bens ou
direitos ou de prestação de serviços com pagamento a prazo ou em parcelas na medida
dos recebimentos e mantiver a escrituração do livro Caixa, deverá: a) emitir a nota fiscal
quando da entrega do bem ou direito ou da conclusão do serviço; b) indicar, no livro
Caixa, em registro individual, a nota fiscal a que corresponder cada recebimento.
Na hipótese de a pessoa jurídica optante pelo lucro presumido, mantiver escrituração
contábil, na forma da legislação comercial, deverá controlar os recebimentos de suas

312
receitas em conta específica, na qual, em cada lançamento, será indicada a nota fiscal a
que corresponder o recebimento.
Os valores recebidos adiantadamente, por conta de venda de bens ou direitos ou da
prestação de serviços, serão computados como receita do mês em que se der o
faturamento, a entrega do bem ou do direito ou a conclusão dos serviços, o que ocorrer
primeiro. Os valores recebidos, a qualquer título, do adquirente do bem ou direito ou do
contratante dos serviços serão considerados como recebimento do preço ou de parte deste,
até o seu limite.
O cômputo da receita em período de apuração posterior ao do recebimento sujeitará a
pessoa jurídica ao pagamento do imposto com o acréscimo de juros de mora e de multa,
de mora ou de ofício, conforme o caso, calculados na forma da legislação vigente.

Notas:

1) As variações monetárias dos direitos de crédito e das


obrigações do contribuinte, em função da taxa de câmbio,
serão consideradas, para efeito de determinação da base de
cálculo do IRPJ e da CSLL, bem como da determinação do
lucro da exploração, quando da liquidação da correspondente
operação, segundo o regime de caixa.
2) À opção da Pessoa jurídica, as variações monetárias
poderão ser consideradas na determinação dos tributos
referidos na Nota 1, segundo o regime de competência. Nesse
caso, a opção aplicar-se-á, de forma simultânea, a todo o ano
calendário e a todos os tributos a que se refere a Nota 1.
3) A partir do ano-calendário de 2011, o direito de optar pelo
regime de competência somente poderá ser exercido no mês
de janeiro ou no mês do início de atividades. A opção deverá
ser comunicada à Secretaria da Receita Federal do Brasil
(RFB) por intermédio da Declaração de Débitos e Créditos
Tributários Federais (DCTF) relativa ao mês de adoção do
regime, não sendo admitida DCTF retificadora, fora do prazo
de sua entrega, para a comunicação.
4) Procedida a opção pelo regime de competência, o direito
de sua alteração para o regime de caixa, no decorrer do ano-
calendário, é restrito aos casos em que ocorra elevada
oscilação da taxa de câmbio comunicada mediante a edição
de Portaria do Ministro de Estado da Fazenda, devendo
tal alteração ser informada à RFB por intermédio da DCTF
relativa ao mês subsequente ao da publicação da Portaria
Ministerial que comunicar a oscilação da taxa de câmbio.

313
Veja ainda: Reconhecimento de receitas:
Pergunta 020 do capítulo XIV (Lucro Arbitrado).

Normativo: IN RFB nº 1.700, de 2017, arts. 152, 215 § 9º e art. 223.


IN RFB nº 1.079, de 2010, arts. 2º a 5º.

039 A pessoa jurídica optante pelo lucro presumido que estiver


adotando o critério de reconhecimento de suas receitas à
medida do recebimento, se alterar a forma de tributação para
o lucro real, como deverá proceder em relação aos valores
ainda não recebidos?

A adoção do lucro real, quer por opção ou por obrigatoriedade, leva ao critério de
reconhecimento de receitas segundo o regime de competência, e nesta condição, a pessoa
jurídica deverá reconhecer no mês de dezembro do ano-calendário anterior àquele em que
ocorrer a mudança de regime, as receitas auferidas e ainda não recebidas.

Se a obrigatoriedade ao lucro real ocorrer no curso do ano-calendário, a pessoa jurídica


deverá oferecer à tributação as receitas auferidas e ainda não recebidas, no período de
apuração anterior àquele em que ocorrer a mudança do regime de tributação, recalculando
o imposto e as contribuições (CSLL, Cofins e PIS/Pasep) correspondentes ao período.

A diferença apurada, após compensação do tributo pago, poderá ser recolhida, sem multa
e sem juros moratórios, até o último dia útil do mês subsequente àquele em que incorreu
na situação de obrigatoriedade ao lucro real.

Ressalte-se que os custos e despesas associados às receitas incorridas e não recebidas


após a mudança do regime de tributação não poderão ser deduzidos da base de cálculo do
IRPJ nem da base de cálculo da CSLL.

Veja ainda: Alteração da forma de tributação para o lucro real:


Perguntas 010, 011 e 012 deste capítulo.
Normativo: IN SRF nº 345, de 2003 arts. 1º e §§ 2º
a 5º.

040 A pessoa jurídica optante pelo lucro presumido está obrigada


a opção pelo Regime Tributário de Transição - RTT?

Sim. Embora para os anos-calendário de 2008 e de 2009 a opção pelo RTT foi optativa,
esta será aplicável também à apuração do Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas -
IRPJ com base no lucro presumido.

314
A opção pelo RTT é aplicável a todos os trimestres nos anos-calendário de 2008 e de
2009.

Nos trimestres já transcorridos do ano-calendário de 2008, a eventual diferença entre o


valor do imposto devido com base na opção pelo RTT e o valor antes apurado deverá ser
compensada ou recolhida até o último dia útil do primeiro mês subsequente ao de
publicação da Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009, conforme o caso.

Quando paga até o último dia útil do primeiro mês subsequente ao de publicação da Lei
nº 11.941, de 27 de maio de 2009, a diferença apurada será recolhida sem acréscimos.

A partir do ano-calendário 2010, o RTT é obrigatório, e o lucro presumido deverá ser


apurado de acordo com a legislação de regência do tributo, com utilização dos métodos e
critérios contábeis a que se referem os arts. 2º a 6º da IN RFB nº 949, de 2009,
independentemente da forma de contabilização determinada pelas alterações da
legislação societária decorrentes da Lei nº 11.638, de 2007, da Lei nº 11.941, de 2009, e
da respectiva regulamentação, devendo para fins de apuração da base de cálculo,
proceder-se aos seguintes ajustes:

1 - exclusão de valores referentes à receita auferida cuja tributação poderá ser


diferida para períodos subsequentes, em decorrência de diferenças de métodos e
critérios contábeis determinados pela legislação societária, em relação àqueles
aplicáveis à legislação tributária;
2 - adição de valores não incluídos na receita auferida cuja tributação fora diferida
de períodos anteriores, em decorrência de diferenças de métodos e critérios
contábeis determinados pela legislação societária, em relação àqueles aplicáveis à
legislação tributária.
Para fins de apuração da base de cálculo o contribuinte deverá manter memória de cálculo
que permita identificar o valor da receita auferida em cada período; bem como controlar
os montantes das respectivas exclusões e adições à base de cálculo.

Notas:

A partir de 1º de janeiro de 2013, as pessoas jurídicas sujeitas


a tributação do Imposto sobre a Renda com base no Lucro
presumido ficaram obrigadas a adotar e escriturar a EFD-
Contribuições, em relação à Contribuição para o PIS/Pasep e
à Cofins, referentes aos fatos geradores ocorridos, a partir de
1º de janeiro de 2013 (Instrução Normativa RFB nº 1.252, de
1º de março de 2012, art. 4º, II).
A partir do ano-calendário de 2014, todas as pessoas jurídicas,
inclusive as equiparadas, deverão apresentar a Escrituração
Contábil Fiscal (ECF) de forma centralizada pela matriz.
(Instrução Normativa RFB nº 1.422, de 19 de dezembro de
2013, art. 1º).
O dispositivo legal que obrigava as pessoas jurídicas a opção
pelo RTT foi revogado pelo inc. X do art. 117 da Lei nº

315
12.973, de 2014. Portanto, a partir de 1º de janeiro de 2015 o
RTT foi extinto.

Normativo: Lei nº 11.941, de 2009, art. 20;


IN RFB nº 949, de 16 de junho de 2009, arts 10 e 11; e
Lei nº 12.973, de 2014, art. 117, inc. X.

316
Capítulo XIV - Lucro Arbitrado 2019

001 O que é lucro arbitrado?

É uma forma de apuração da base de cálculo do imposto de renda utilizada pela autoridade
tributária ou pelo contribuinte.

É aplicável pela autoridade tributária quando a pessoa jurídica deixar de cumprir as


obrigações acessórias relativas à determinação do lucro real ou presumido, conforme o
caso.

Quando conhecida a receita bruta, e, desde que ocorrida qualquer das hipóteses de
arbitramento previstas na legislação fiscal, o contribuinte poderá efetuar o pagamento do
imposto de renda correspondente com base nas regras do lucro arbitrado.

002 Qual a legislação que atualmente disciplina as regras


aplicáveis ao arbitramento?

· Lei nº 8.981, de 1995, art. 47 e seguintes;


· Lei nº 9.064, de 1995, art. 2º, 3º e 5º;
· Leis nº 9.065, de 1995, art. 1º;
· Lei nº 9.249, de 1995, arts. 2º, 3º, 16 e 24;
· Lei nº 9.430, de 1996, arts. 1º, 4º, 27, 48 e 51 a 54;
· Lei nº 9.779, de 1999, art.22;
· Lei nº 11.941, de 27.05.2009, art.40;
. Lei 12.973, de 13 de maio de 2014, art. 2º, 7º, 8º, 10, 44;
· RIR/2018, arts. 602 a 612; e
. IN RFB nº 1.700, de 2017, arts. 226 a 237.

003 A quem cabe a aplicação do arbitramento de lucro?

Ocorridas quaisquer das hipóteses que ensejam o arbitramento de lucro, previstas na


legislação fiscal, poderá o arbitramento:

1) ser aplicado pela autoridade fiscal, em qualquer dos casos previstos na legislação do
imposto de renda;
2) ser adotado pelo próprio contribuinte, quando conhecida a sua receita bruta.

317
Veja ainda: Opção por regime de apuração do IRPJ:
Perguntas 004 e 009 do capítulo XIII (Lucro
Presumido); e
Pergunta 008 do capítulo XV (Lucro Real-Estimado).
Hipóteses de arbitramento previstas na legislação:
Pergunta 008 deste capítulo.

Normativo: RIR/2018, arts. 603 e 604.

004 Como será exercida pelo contribuinte a tributação com base


no lucro arbitrado?

A tributação com base no lucro arbitrado será manifestada mediante o pagamento da


primeira quota ou da quota única do imposto devido, correspondente ao período de
apuração trimestral em que o contribuinte, pelas razões determinantes na legislação, se
encontrar em condições de proceder ao arbitramento do seu lucro.

Veja ainda: Momento da opção pelo regime de apuração do IRPJ:


Pergunta 003 do capítulo XIII (Lucro Presumido);
Pergunta 009 do capítulo XV (Lucro Real-Estimativa).

005 Poderá haver mudança do regime de tributação durante o ano-


calendário para o contribuinte que já efetuou o recolhimento
com base no lucro arbitrado?

A pessoa jurídica que, em qualquer trimestre do ano-calendário, tiver seu lucro arbitrado
poderá optar pela tributação com base no lucro presumido nos demais trimestres, desde
que não esteja obrigada à apuração pelo lucro real.

Notas:

Mudança de regime durante o ano-calendário:


Perguntas 010 e 012 do capítulo XIII (Lucro Presumido);
Pergunta 006 deste capítulo (Lucro Arbitrado); e
Pergunta 010 do capítulo XV (Lucro Real-Estimado).

318
RIR/2018, art. 604, inciso I, e IN RFB nº 1.700, de
Normativo:
2017, art. 236.

006 A pessoa jurídica que tenha adotado o regime de tributação


com base no lucro real poderá mudar a forma de tributação
para o lucro arbitrado no curso do mesmo ano-calendário?

A adoção do regime de tributação com base no lucro arbitrado só é cabível na ocorrência


de qualquer das hipóteses de arbitramento previstas na legislação tributária.
Ocorrendo tal situação e conhecida a receita bruta, o contribuinte poderá arbitrar o lucro
tributável do respectivo ano-calendário, ou somente de um trimestre, sendo-lhe
assegurado o direito de permanecer no regime do lucro real nos demais períodos de
apuração trimestrais.

Veja ainda: Mudança de regime de apuração do IRPJ:


Perguntas 010 e 012 do capítulo XIII (Lucro
Presumido);
Pergunta 005 deste capítulo (Lucro Arbitrado); e
Pergunta 010 do capítulo XV (Lucro Real-Estimado).

Normativo: RIR/2018, art. 604, inciso I, e IN RFB nº 1.700, de


2017, art. 236.

007 Em caso de arbitramento de lucro ficam as pessoas jurídicas


liberadas da comprovação da origem das receitas recebidas e da
aplicação de penalidades?

Não. Mesmo sendo tributadas com base no lucro arbitrado persiste a obrigatoriedade de
comprovação das receitas efetivamente recebidas ou auferidas.
O arbitramento de lucro em si por não ser uma sanção, mas uma forma de apuração da
base de cálculo do imposto, não exclui a aplicação das penalidades cabíveis.

Normativo: RIR/2018, art. 611.

008 Quais as hipóteses de arbitramento do lucro previstas na


legislação tributária?

O imposto de renda devido trimestralmente será determinado com base nos critérios do
lucro arbitrado quando:

319
1) o contribuinte, obrigado à tributação com base no lucro real, não mantiver
escrituração na forma das leis comerciais e fiscais ou deixar de elaborar as
demonstrações financeiras exigidas pela legislação fiscal;
2) a escrituração a que estiver obrigado o contribuinte revelar evidentes indícios de
fraudes ou contiver vícios, erros ou deficiências que a tornem imprestável para:
a) identificar a efetiva movimentação financeira, inclusive bancária; ou
b) determinar o lucro real;
3) o contribuinte, não obrigado à tributação com base no lucro real, deixar de apresentar
à autoridade tributária os livros e documentos da escrituração comercial e fiscal, ou o
Livro Caixa, nos quais deverá estar escriturada toda a movimentação financeira,
inclusive bancária;
4) o contribuinte optar indevidamente pela tributação com base no lucro presumido;
5) o comissário ou representante da pessoa jurídica estrangeira deixar de cumprir o
disposto no § 1º do art. 76 da Lei nº 3.470, de 28 de novembro de 1958;
6) o contribuinte não mantiver, em boa ordem e segundo as normas contábeis
recomendadas, Livro Razão ou fichas utilizadas para resumir e totalizar, por conta ou
subconta, os lançamentos efetuados no Diário;
7) o contribuinte não escriturar ou deixar de apresentar à autoridade tributária as
informações necessárias para gerar o FCONT por meio do Programa Validador e
Assinador da Entrada de Dados para o FCONT de que trata a Instrução Normativa
RFB nº 967, de 15 de outubro de 2009, no caso de pessoas jurídicas sujeitas ao RTT;
8) o contribuinte não escriturar ou deixar de apresentar à autoridade tributária a ECF.

Notas:

A partir de 1º/01/2015 ou a contar de 1º /01/2014, nos termos


do art. 75 da Lei nº 12.973, de 2014, vide IN RFB nº 1.700,
de 2017, art. 226.

RIR/2018, art. 603 e IN RFB nº 1.700, de 2017, art.


Normativo:
226.

009 Qual é o período de apuração do lucro arbitrado?

O imposto de renda com base no lucro arbitrado é determinado por períodos de apuração
trimestrais encerrados em 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de
cada ano-calendário.

320
Veja ainda: Período de apuração (Lucro Presumido):
Pergunta 002 do capítulo XIII.

Normativo: Lei nº 9.430, de 1996, art. 1º; e


RIR/2018, art. 217 e 603 e IN RFB nº 1.700, de 2017,
art. 31.

010 Qual o critério a ser utilizado para apuração do lucro


arbitrado?

O lucro arbitrado será apurado mediante a aplicação de percentuais:

a) sobre a receita bruta quando conhecida, segundo a natureza da atividade econômica


explorada;
b) quando desconhecida a receita bruta, sobre valores (bases) expressamente fixados
pela legislação fiscal.
A apuração do imposto sobre a renda com base no lucro arbitrado abrangerá todos os
trimestres do ano-calendário, assegurada a tributação com base no lucro real relativa aos
trimestres não submetidos ao arbitramento, se a pessoas jurídica dispuser de escrituração
exigida pela legislação comercial e fiscal que demonstre o lucro real dos períodos não
abrangidos por aquela modalidade de tributação.

A pessoa jurídica que, em qualquer trimestre do ano-calendário, tiver seu lucro arbitrado,
poderá optar pela tributação com base no lucro presumido relativamente aos demais
trimestres desse ano-calendário, desde que não obrigada à apuração do lucro real.

Veja ainda: Percentuais aplicáveis à receita para obtenção da


base de cálculo:
Pergunta 012 deste capítulo (Lucro Arbitrado - receita
conhecida).

Normativo: RIR/2018, arts. 605 e 608 e IN RFB n° 1.700, de


2017, arts. 235 e 236.

011 Como se obtém a base de cálculo para tributação das pessoas


jurídicas pelo lucro arbitrado, quando conhecida a receita
bruta?

A base de cálculo do lucro arbitrado será o montante determinado pela soma das seguintes
parcelas:

1) o valor resultante da aplicação dos percentuais relacionados na Pergunta 012 sobre a


receita bruta definida na Pergunta 017, de cada atividade, auferida em cada período
321
de apuração trimestral, deduzida das devoluções e vendas canceladas e dos descontos
incondicionais concedidos;
2) os ganhos de capital, demais receitas e resultados positivos decorrentes de receitas
não abrangidas pelo caput do art. 227 da IN RFB nº1.700, de 2017, auferidos no
mesmo período;
3) os rendimentos e ganhos líquidos auferidos em aplicações financeiras de renda fixa e
renda variável;
4) os juros sobre o capital próprio auferidos;
5) os valores recuperados, correspondentes a custos e despesas, inclusive com perdas no
recebimento de créditos, salvo se a pessoa jurídica comprovar não os ter deduzido em
período anterior no qual tenha se submetido ao regime de tributação com base no
lucro real ou que se refiram a período no qual tenha se submetido ao regime de
tributação com base no lucro presumido ou arbitrado;
6) o valor resultante da aplicação dos percentuais relacionados na pergunta 012 sobre a
parcela das receitas auferidas em cada atividade, no respectivo período de apuração,
nas exportações às pessoas vinculadas ou aos países com tributação favorecida que
exceder ao valor já apropriado na escrituração da empresa, na forma prevista na
Instrução Normativa RFB nº 1.312, de 2012;
7) a diferença de receita financeira calculada conforme disposto no Capítulo V e art. 58
da Instrução Normativa RFB nº 1.312, de 2012; e
8) as multas ou qualquer outra vantagem paga ou creditada por pessoa jurídica, ainda
que a título de indenização, em virtude de rescisão de contrato, observado o disposto
nos §§ 1º e 2º do art. 79 da IN RFB nº 1.700, de 2017.

Notas:

1) Os lucros, rendimentos e ganhos de capital oriundos do


exterior serão adicionados ao lucro arbitrado para
determinação da base de cálculo do imposto (RIR/2018,
art. 609, § 14).
2) A parcela das receitas, apurada segundo o disposto na
Instrução Normativa RFB nº 1.312, de 22 de dezembro de
2012, que exceder ao valor já apropriado na escrituração da
empresa deverá ser adicionada ao lucro líquido, para fins de
determinação do lucro real e da base de cálculo da CSLL, bem
assim ser computada na determinação do lucro presumido ou
arbitrado (IN RFB 1.312/2012, art. 28).
3) O Regime Tributário de Transição – RTT de que trata o art.
15 da Lei nº 11.941, de 2009, será obrigatório a partir do ano-
calendário de 2010, inclusive para a apuração do imposto
sobre a renda com base no lucro arbitrado (Lei nº 11.941, de
27 de maio de 2009, art. 15, § 3º).
4) Os rendimentos auferidos em aplicações de renda fixa e os
ganhos líquidos auferidos em aplicações de renda variável
serão adicionados à base de cálculo do lucro presumido ou

322
arbitrado somente por ocasião da alienação, resgate ou cessão
do título ou aplicação – regime de caixa.
5) Os valores decorrentes do ajuste a valor presente de que
trata o § 5º do art. 227 da IN RFB nº 1.700, de 2017,
apropriados como receita financeira no mesmo período de
apuração do reconhecimento da receita bruta, ou em outro
período de apuração, não serão incluídos na base de cálculo
do lucro arbitrado.
6) As receitas financeiras relativas às variações monetárias
dos direitos de crédito e das obrigações do contribuinte, em
função da taxa de câmbio, originadas dos saldos de juros a
apropriar, decorrentes de ajuste a valor presente não
integrarão a base de cálculo do lucro arbitrado.
7) Os valores de que tratam os itens 6 e 7 da resposta da
pergunta 011 serão apurados anualmente e acrescidos à base
de cálculo do último trimestre do ano-calendário, para efeito
de se determinar o imposto devido.
8) Os valores decorrentes do ajuste a valor presente de que
trata o inciso VIII do caput do art. 183 da Lei nº 6.404, de
1976, incluem-se nas receitas relativas aos itens 2 a 8 da
resposta da pergunta 011, independentemente da forma como
estas receitas tenham sido contabilizadas.
9) Os valores decorrentes do ajuste a valor presente de que
trata a Nota 8, apropriados como receita financeira no mesmo
período de apuração do reconhecimento das receitas relativas
aos itens 2 a 8 da resposta da pergunta 011, ou em outro
período de apuração, não serão incluídos na base de cálculo
do lucro arbitrado.
10) No caso de contratos de concessão de serviços públicos:
a) exclui-se da receita bruta a que se refere o caput do art. 227
da IN RFB nº 1.700, de 2017, a receita reconhecida pela
construção, recuperação, reforma, ampliação ou
melhoramento da infraestrutura, cuja contrapartida seja ativo
intangível representativo de direito de exploração; e
b) integram a receita bruta a que se refere o caput do art. 227
da IN RFB nº 1.700, de 2017, em conformidade com o
disposto no art. 26, desta mesma IN, os valores decorrentes do
ajuste a valor presente de que trata o inciso VIII do art. 183 da
Lei nº 6.404, de 1976, vinculados aos ativos financeiros a
receber pela prestação dos serviços de construção,
recuperação, reforma, ampliação ou melhoramento da
infraestrutura.

323
Veja ainda: Base de cálculo:
Pergunta 014 do capítulo XIII (Lucro Presumido); e
Pergunta 012 do capítulo XV (Lucro Real-Estimado).
Percentuais aplicáveis sobre outros valores,
p/cálculo do Lucro Arbitrado (receita não-
conhecida):
Pergunta 019 deste capítulo.

Normativo: RIR/2018, art. 605 e 609;


Lei nº 9.430, de 1996, art. 27;
IN RFB nº 1.312, de 2012, art. 28;
Instrução Normativa n° 1.585, de 2015, inc. II, § 9º, art.
70; e
IN RFB 1.700, de 2017, art. 227.

012 Conhecida a receita bruta de uma pessoa jurídica quais os


percentuais que devem ser aplicados para apuração do lucro
arbitrado?

Os percentuais a serem aplicados sobre a receita bruta, quando conhecida, são os mesmos
aplicáveis para o cálculo da estimativa mensal e do lucro presumido, acrescidos de 20%,
exceto quanto ao fixado para as instituições financeiras, conforme tabela a seguir:

324
Atividades Percentuais

Atividades em geral (RIR/2018, art. 605) 9,6%

Revenda de combustíveis 1,92%

Serviços de transporte (exceto transporte de carga) 19,2%

Serviços de transporte de cargas;


Atividades imobiliárias relativas a loteamento de terrenos,
incorporação imobiliária, construção de prédios destinados à venda,
bem como a venda de imóveis construídos ou adquiridos para
9,6%
revenda; e
Atividade de construção por empreitada com emprego de todos os
materiais indispensáveis à sua execução, sendo tais materiais
incorporados à obra.

Prestação de qualquer outra espécie de serviço não mencionada no §


38,4%
4º do art. 227, da IN RFB 1.700, de 2017.

Prestação de serviços hospitalares e de auxílio diagnóstico e terapia,


patologia clínica, imagenologia, anatomia patológica e citopatologia,
medicina nuclear e análises e patologias clínicas, exames por
métodos gráficos, procedimentos endoscópicos, radioterapia,
9,6%
quimioterapia, diálise e oxigenoterapia hiperbárica, desde que a
prestadora destes serviços seja organizada sob a forma de sociedade
empresária e atenda às normas da Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa);

325
Intermediação de negócios; e
Prestação de serviços relativos ao exercício de profissão legalmente 38,4%
regulamentadas.

Administração, locação ou cessão de bens e direitos de qualquer


natureza;
Construção por administração ou por empreitada unicamente de mão
de obra ou com emprego parcial de materiais; e
38,4%
Construção, recuperação, reforma, ampliação ou melhoramento de
infraestrutura, no caso de contratos de concessão de serviços
públicos, independentemente do emprego parcial ou total de
materiais;

Prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia,


mercadológica, gestão de crédito, seleção de riscos, administração de
contas a pagar e a receber, compra de direitos creditórios resultantes
38,4%
de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring);
coleta e transporte de resíduos até aterros sanitários ou lugar de
descarte;

Nas atividades desenvolvidas por bancos comerciais, bancos de


investimentos, bancos de desenvolvimento, agências de fomento,
caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e
investimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades
45%
corretoras de títulos, valores mobiliários e câmbio, distribuidoras de
títulos e valores mobiliários, empresas de arrendamento mercantil,
cooperativas de crédito, empresas de seguros privados e de
capitalização e entidades de previdência privada aberta,

Veja ainda: Percentuais aplicáveis à receita, p/ obtenção da base


de cálculo:
Pergunta 015 do capítulo XIII (Lucro Presumido);
Pergunta 013 e 014 do capítulo XV (Lucro Real-
Estimativa).
Percentuais aplicáveis sobre outros valores, p/
cálculo do Lucro Arbitrado (receita não-
conhecida):
Pergunta 019 deste capítulo.

Normativo: RIR/2018, arts. 605 e 606; e


IN RFB nº 1.700, de 2017, art. 227, §§ 4º e 26.

326
013 Os percentuais serão sempre os mesmos ainda que a pessoa
jurídica venha a ser tributada reiteradamente através do
arbitramento de lucro em mais de um período de apuração?

Sim. Inexiste previsão legal para se agravarem os percentuais de arbitramento.

014 Como deverá ser apurado o lucro arbitrado da pessoa jurídica


com várias atividades como, por exemplo, posto de gasolina que
além de revender combustíveis derivados de petróleo, obtém
receita de mercadorias adquiridas para revenda e de prestação
de serviços?

Quando se tratar de pessoa jurídica com atividades diversificadas serão adotados os


percentuais específicos para cada uma das atividades econômicas, cujas receitas deverão
ser apuradas separadamente.

Veja ainda: Percentuais aplicáveis à receita, p/obtenção da base


de cálculo (PJ com atividades diversificadas):
Pergunta 016 do capítulo XIII (Lucro Presumido);
Pergunta 014 do capítulo XV (Lucro Real-Estimativa).

Normativo: RIR/2018, art. 220, § 3º; e


IN RFB nº 1.700, de 2017, art. 227, §2º.

015 Como deverá ser apurado o lucro arbitrado das pessoas


jurídicas que exercem atividades imobiliárias?

As pessoas jurídicas que se dediquem à venda de imóveis, construídos ou adquiridos para


revenda, loteamentos e/ou incorporação de prédios em condomínio terão seus lucros
arbitrados deduzindo-se da receita total o valor do custo do imóvel devidamente
comprovado.

O lucro arbitrado será tributado na proporção da receita recebida ou cujo recebimento


esteja previsto para o próprio trimestre.

RIR/2018, art. 607; e


Normativo:
IN RFB nº 1.700, de 2017, art. 227, §27.

327
016 As empresas exclusivamente prestadoras de serviços podem
usufruir a redução do percentual de arbitramento, assim como
acontece com a estimativa e o lucro presumido já que os
percentuais para cálculo do lucro são os mesmos?

Sim. Para as pessoas jurídicas exclusivamente prestadoras de serviço em geral,


mencionadas nas alínea “b”, “c”, “d”, “f”, “g” e “h” do inciso IV do § 4º do art. 227 da
IN RFB nº 1.700, de 2017, cuja receita bruta anual seja de R$120.000,00, o percentual
será de 19,2% (dezenove inteiros e dois décimos por cento).
A pessoa jurídica que utilizar esse percentual para pagamento trimestral do imposto, cuja
receita bruta acumulada até um determinado trimestre do ano-calendário exceder o limite
informado no parágrafo anterior, ficará sujeita ao pagamento da diferença do imposto
postergado, apurada em relação a cada trimestre transcorrido, que deverá ser paga em
quota única, sem acréscimo, até o último dia útil do mês subsequente ao trimestre em que
ocorrer o excesso.

Notas:

Tal prerrogativa não se aplica às pessoas jurídicas que prestam


serviços hospitalares e transporte, bem como às sociedades
prestadoras de serviço de profissões legalmente
regulamentadas.

Veja ainda: Redução de percentuais, PJ exclusivamente


prestadora de serviços:
Notas à Pergunta 015 do capítulo XIII (Lucro
Presumido).

Normativo: Lei nº 9.250, de 1995, art. 40; e


IN RFB nº 1.700, de 2017, art. 227, §§ 22 ao 25.

017 Qual o conceito de receita bruta para fins do lucro arbitrado?

Compreende-se no conceito de receita bruta:

1) o produto da venda de bens nas operações de conta própria;


2) o preço da prestação de serviços em geral;
3) o resultado auferido nas operações de conta alheia; e
4) as receitas da atividade ou objeto principal da pessoa jurídica não compreendida
nos itens 1 a 3.

328
A receita líquida será a receita bruta diminuída de:

1) devoluções e vendas canceladas;


2) descontos concedidos incondicionalmente;
3) tributos sobre ela incidentes; e

4) valores decorrentes do ajuste a valor presente, de que trata o inciso VIII do


caput do art. 183 da Lei nº 6.404, de 1976, das operações vinculadas a receita bruta.

Na receita bruta não se incluem os tributos não cumulativos cobrados, destacadamente,


do comprador ou contratante pelo vendedor dos bens ou pelo prestador dos serviços na
condição de mero depositário.
Na receita bruta incluem-se os tributos sobre ela incidentes e os valores decorrentes do
ajuste a valor presente, de que trata o inciso VIII do caput do art. 183 da Lei nº 6.404, de
1976, das operações previstas no caput do artigo 26 da IN RFB nº 1.700, de 2017,
observado o disposto no § 2º do mesmo artigo.

Veja ainda: Conceito de receita bruta:


Pergunta 006 do capítulo XIII (verificação do limite
para Lucro Presumido);
Pergunta 021 do capítulo XIII (base de cálculo do
Lucro Presumido); e
Pergunta 015 do capítulo XV (base de cálculo do Lucro
Real-Estimativa).

Normativo: Instrução Normativa RFB nº 1.700, de 2017, art. 26.

018 O que se considera ganho de capital para fins de tributação


pelo lucro arbitrado?

O ganho de capital nas alienações de ativos não circulantes classificados como


investimentos, imobilizados ou intangíveis, ainda que reclassificados para o ativo
circulante com a intenção de venda, corresponderá à diferença positiva entre o valor da
alienação e o respectivo valor contábil estabelecido no § 1º do art. 200 da IN RFB nº
1.700, de 2017.

329
1) Na apuração do ganho de capital, os valores acrescidos em virtude de reavaliação
somente poderão ser computados como parte integrante dos custos de aquisição dos bens
e direitos se a empresa comprovar que os valores acrescidos foram computados na
determinação das bases de cálculo do IRPJ e da CSLL.

2) Ressalvadas as disposições especiais, a determinação do ganho ou da perda de capital


terá por base o valor contábil do bem, assim entendido o que estiver registrado na
escrituração do contribuinte, diminuído, se for o caso, da depreciação, amortização ou
exaustão acumulada e das perdas estimadas no valor de ativos.

Notas:

No caso de não haver comprovação dos custos pela pessoa


jurídica implicará a adição integral da receita à base de
cálculo do lucro arbitrado.
Para fins de apuração do ganho de capital as pessoas
jurídicas deverão considerar, quanto aos bens e direitos
adquiridos até o final de 1995 (RIR/1999, art. 536, § 6º):
a) se do ativo permanente, o valor de aquisição, corrigido
monetariamente até 31/12/1995, diminuído dos encargos de
depreciação, amortização ou exaustão acumulada;
b) se, embora não classificados no ativo permanente, sujeitos
à correção monetária até 31/12/1995, o valor de aquisição
corrigido até essa data.
Caso na alienação de bem ou direito seja verificada perda, esta
não será computada para fins do lucro arbitrado.
Na apuração de ganho de capital, os valores acrescidos em
virtude de reavaliação somente poderão ser computados como
parte integrante dos custos de aquisição dos bens e direitos se
a pessoa jurídica comprovar que os valores acrescidos foram
computados na determinação da base de cálculo do imposto
sobre a renda.

Veja ainda: Custo ou valor contábil de bens e direitos, para


apuração de ganhos de capital:
Pergunta 024 do capítulo XIII.
Ganhos de capital para efeitos de tributação:
Perguntas 023 e 024 do capítulo XIII (Lucro
Presumido);
Pergunta 016 do capítulo XV (Lucro Real-Estimativa).

330
Normativo: IN RFB nº 1.700, de 2017, art. 227, §§11 e 17.

019 Quais os coeficientes aplicáveis com vistas a apuração do


lucro arbitrado, quando não for conhecida a receita bruta?

O lucro arbitrado das pessoas jurídicas, quando não conhecida a receita bruta, será
determinado por meio de procedimento de ofício, mediante a utilização de uma das
seguintes alternativas de cálculo:

Bases Alternativas Coeficiente

- Lucro real referente ao último período em que a pessoa jurídica manteve


1,5
escrituração de acordo com as leis comerciais e fiscais.

- Soma dos valores do ativo circulante e do ativo não circulante realizável


a longo prazo, investimentos, imobilizado e intangível, existentes no 0,12
último balanço patrimonial conhecido.

- Valor do capital, inclusive correção monetária contabilizada como


reserva de capital, constante do último balanço patrimonial conhecido ou 0,21
registrado nos atos de constituição ou alteração da sociedade.

- Valor do patrimônio líquido constante do último balanço patrimonial


0,15
conhecido.

- Valor das compras de mercadorias efetuadas no trimestre 0,4

- Soma, em cada trimestre, dos valores da folha de pagamento dos


empregados e das compras de matérias-primas, produtos intermediários e 0,4
materiais de embalagem

- Soma dos valores devidos no trimestre a empregados 0,8

- Valor do aluguel devido no trimestre 0,9

Notas:

1) O art. 608, § 1º, do RIR/2018 e o art. 232 da IN RFB nº


1.700, de 2017, estabelecem que, a critério da autoridade
lançadora, poderão ser adotados limites na aplicação dos
percentuais, levando em consideração a atividade da empresa:

331
a) atividade industrial – soma, em cada trimestre, da folha de
pagamento

dos empregados, das compras de matérias-primas, produtos


intermediários e materiais de embalagem;
b) atividade comercial - valor das compras de mercadorias
efetuadas no trimestre;
c) atividade de prestação de serviço - soma dos valores
devidos aos empregados no trimestre.
2) De acordo com a IN RFB nº 1.700, de 2017, art. 232 §§ 2º,
3º e 4º:
a) para os efeitos da aplicação do disposto no inciso I do caput
do art. 232, quando o lucro real e o resultado ajustado forem
decorrentes de período-base anual, os valores que servirão de
base ao arbitramento serão proporcionais ao número de meses
do período de apuração considerado;
b) nas alternativas previstas nos incisos V e VI do caput do
art. 232, as compras serão consideradas pelos valores totais
das operações, devendo ser incluídos os valores decorrentes
do ajuste a valor presente de que trata o inciso III do art. 184
da Lei nº 6.404, de 1976;
c) à parcela apurada conforme o caput do art. 232 serão
adicionados, para efeitos de se determinar o lucro arbitrado e
o resultado arbitrado, os valores mencionados nos incisos I a
VII do § 3º do art. 227 e no art. 231 da IN RFB nº 1.700, de
2017.

Veja ainda: Base de cálculo do Lucro Arbitrado:


Pergunta 011 deste capítulo (receita conhecida).
Percentuais aplicáveis à receita, p/obtenção da base
de cálculo do Lucro Arbitrado:
Pergunta 012 deste capítulo (receita conhecida).

Normativo: RIR/2018, art. 608, § 1º; e


IN RFB nº 1.700, de 2017, art. 232.

332
020 Qual o regime de reconhecimento de receitas quando a pessoa
jurídica opta pelo lucro arbitrado?

O lucro arbitrado será determinado pelo regimento de competência, sendo exceção os


rendimentos auferidos em aplicações de renda fixa e os ganhos líquidos auferidos em
aplicações de renda variável, os quais devem ser acrescidos à base de cálculo do lucro
arbitrado por ocasião da alienação, resgate ou cessão do título ou aplicação.

Notas:

1) Também constitui exceção à regra geral (regime de


competência), os lucros derivados nas atividades de venda de
imóveis construídos ou adquiridos para revenda, de
loteamento, de terrenos e de incorporação de prédios em
condomínio, os quais serão tributados na proporção da receita
recebida ou cujo recebimento esteja previsto para o próprio
trimestre;

2) Relativamente aos ganhos líquidos auferidos em aplicações


de renda variável, o imposto de renda sobre os resultados
positivos mensais apurados em cada um dos 2 (dois) meses
imediatamente anteriores ao do encerramento do período de
apuração será determinado e pago em separado, nos termos da
legislação específica, dispensado o recolhimento em separado
relativamente ao terceiro mês do período de apuração. O
imposto pago em separado será considerado antecipação,
compensável com o imposto de renda devido no encerramento
do período de apuração;

Veja ainda: Reconhecimento de receitas:


Pergunta 038 do capítulo XIII (Lucro Presumido).

Normativo: MP nº 2.158-35, de 2001, art. 31; e


IN RFB nº 1.700, de 2017, art. 227, §10 e art. 228.

021 Qual o procedimento a ser adotado na hipótese de


arbitramento quando até o ano-calendário anterior a pessoa
jurídica pagou imposto de renda com base no lucro real e tinha
valores diferidos controlados na Parte B do Lalur?

A pessoa jurídica deverá adicionar à base de cálculo do imposto sobre a renda,


correspondente ao primeiro período de apuração no qual for tributada com base no lucro

333
arbitrado, os saldos dos valores cuja tributação havia diferido, independentemente da
necessidade do controle na Parte B do Lalur.
Deverá ainda ser adicionado à base de cálculo do imposto sobre a renda, correspondente
ao primeiro período de apuração no qual for tributada com base no lucro arbitrado os
valores controlados por meio de subcontas referentes:
a) às diferenças na adoção inicial dos arts. 1º, 2º, 4º a 71 da Lei nº 12.973, de 2014,
de que tratam os arts. 294 a 296, da IN RFB nº 1.700, de 2017, e
b) à avaliação de ativos ou passivos com base no valor justo de que tratam os arts. 97
a 101 da IN RFB nº 1.700, de 2017.

Notas:

Valores diferidos, controlados na Parte B do Lalur:


Pergunta 033 do capítulo XIII (Lucro Presumido); e
Pergunta 018 do capítulo XV (Lucro Real-Estimativa).

RIR/2018, art. 609, §13; e


Normativo:
IN RFB n° 1.700, de 2017, art. 231.

022 Qual a alíquota de imposto e qual o adicional a que estão


sujeitas as pessoas jurídicas tributadas com base no lucro
arbitrado?

A alíquota do imposto de renda que incidirá sobre a base de cálculo arbitrada é de 15%.

O adicional do imposto de renda devido pelas pessoas jurídicas tributadas com base no
lucro arbitrado será calculado mediante a aplicação do percentual de 10% sobre a parcela
do lucro que exceder ao valor de R$60.000,00 em cada trimestre. O valor do adicional
deverá ser recolhido integralmente, não sendo admitida quaisquer deduções. Na hipótese
de período de apuração trimestral inferior a três meses (início de atividade, por exemplo),
deverá ser considerado, para fins do adicional, o valor de R$20.000,00 multiplicado pelo
número de meses do período.

Veja ainda: Alíquota aplicável e adicional:


Perguntas 028 e 029 do capítulo VI (Lucro Real);
Pergunta 025 do capítulo XIII (Lucro Presumido);
Pergunta 019 do capítulo XV (Lucro Real-Estimativa).

Normativo: RIR/2018, arts. 623, 624 e 625; e

334
IN RFB 1.700, art. 233.

023 As pessoas jurídicas que optarem pela tributação com base no


lucro arbitrado estão obrigadas a apresentar a DIPJ?

Não. A DIPJ foi substituída pela Escrituração Contábil Fiscal - ECF.


A partir de 2014, todas as pessoas jurídicas, inclusive as equiparadas, deverão apresentar
a ECF.

Notas:

A não apresentação da ECF pelos contribuintes que apuram o


Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica, por qualquer
sistemática que não o Lucro Real, nos prazos fixados no art.
3º, ou a sua apresentação com incorreções ou omissões,
acarretará a aplicação, ao infrator, das multas previstas no art.
57 da Medida Provisória nº 2.158-35, de 24 de agosto de
2001(IN SRF nº 1.422, de 2014, art. 6º, § 2º).

Normativo: IN SRF nº 1.422, de 2014, arts. 1º e 6º.

024 Qual o tratamento tributário aplicável aos lucros, rendimentos


e ganhos de capital oriundos do exterior, no caso de pessoa
jurídica submetida ao regime de tributação com base no lucro
arbitrado ?

Os lucros, rendimentos e ganhos de capital oriundos do exterior serão adicionados ao


lucro arbitrado para determinação da base de cálculo do imposto.

Normativo: IN SRF nº 213, de 2002, art. 1º.

025 Como se dará a distribuição do lucro arbitrado ao titular, sócio


ou acionista da pessoa jurídica e sua respectiva tributação?

Poderá ser distribuído a título de lucros, sem incidência do imposto de renda (dispensada,
portanto, a retenção na fonte), ao titular, sócio ou acionista da pessoa jurídica, o valor
correspondente ao lucro arbitrado, diminuído de todos os impostos e contribuições
(inclusive adicional do IR, CSLL, Cofins, PIS/Pasep) a que estiver sujeita a pessoa
jurídica.

335
Acima desse valor citado no parágrafo anterior, a pessoa jurídica poderá distribuir, sem
incidência do imposto de renda, até o limite do lucro contábil efetivo, desde que ela
demonstre, via escrituração contábil feita de acordo com as leis comerciais, que esse lucro
efetivo é maior que o lucro arbitrado.
Todavia, se houver qualquer distribuição de valor a título de lucros, superior àquele
apurado contabilmente, deverá ser imputada à conta de lucros acumulados ou de reservas
de lucros de exercícios anteriores. Na distribuição incidirá o imposto de renda com base
na legislação vigente nos respectivos períodos (correspondentes aos exercícios
anteriores), com acréscimos legais. Entretanto, tal situação não abrange a distribuição de
lucro arbitrado após o encerramento do trimestre correspondente.

Notas:

Inexistindo lucros acumulados ou reservas de lucros em


montante suficiente, bem assim quando se tratar de lucro que
não tenha sido apurado em balanço, a parcela excedente será
submetida à tributação nos termos dos incisos I a IV do
parágrafo único do art. 28 da Instrução Normativa RFB nº
1.397, de 2013.
Ressalvado o disposto no inciso I do § 2º do art. 238 da
IN RFB n° 1.700, de 2017, a distribuição de rendimentos a
título de lucros ou dividendos que não tenham sido apurados
em balanço sujeita-se à incidência do imposto sobre a renda
na forma prevista no § 4º do mesmo art. da IN RFB nº 1.700,
de 2017.
A isenção de que trata o art. 238 da IN RFB nº 1.700, de 2017,
inclui os lucros ou dividendos pagos ou creditados a
beneficiários de todas as espécies de ações previstas no art.
15 da Lei nº 6.404, de 1976, ainda que a ação seja classificada
em conta de passivo ou que a remuneração seja classificada
como despesa financeira na escrituração comercial.

Veja ainda: Distribuição de lucros (Lucro Presumido):


Pergunta 029 do capítulo XIII.

Normativo: Lei nº 9.249, de 1995, art. 10;


IN RFB nº 1.700, de 2017, art. 238, §§ 2º ao 4º, 6º ao
9º; e
ADN Cosit nº 4, de 1996.

336
026 A isenção do imposto de renda para os lucros distribuídos pela
pessoa jurídica tributada com base no lucro arbitrado abrange
os demais valores por ela pagos ao titular, sócio ou acionista?

Não. A isenção somente abrange os lucros distribuídos, não alcançando valores pagos a
outros títulos, como por exemplo: pró-labore, aluguéis e serviços prestados, os quais se
submeterão à tributação conforme a legislação que rege a matéria.
No caso desses rendimentos serem percebidos por pessoas físicas serão submetidos à
tributação com base na tabela progressiva; no caso de beneficiários pessoas jurídicas
serão considerados como receita operacional, sendo passíveis ou não de tributação na
fonte, conforme a hipótese.

Veja Valores não compreendidos na distribuição de


ainda: lucros:
Pergunta 030 do capítulo XIII (Lucro Presumido).

Normativo: IN RFB nº 1.700, de 2017, art. 238, § 5º

027 Quais os incentivos fiscais ou deduções do imposto de renda


que as empresas que optarem pelo lucro arbitrado poderão
utilizar?

Do imposto apurado com base no lucro arbitrado não será permitida qualquer dedução a
título de incentivo fiscal.

Entretanto, poderá ser deduzido, do imposto apurado em cada trimestre:


1) o imposto de renda pago ou retido na fonte sobre receitas que integraram a base de
cálculo do imposto devido, desde que pago ou retido até o encerramento do
correspondente período de apuração;
2) o imposto de renda pago indevidamente em períodos anteriores.

Veja ainda: Incentivos ou deduções:


Pergunta 032 do capítulo XIII (Lucro Presumido);
Pergunta 021 e 022 do capítulo XV (Lucro Real-
Estimativa).

Normativo: RIR/2018, art. 613, 669, II e 940; e


IN RFB nº 1.700, de 2017, art. 233.

337
028 Como poderá ser compensado o imposto pago a maior no
período de apuração?

No caso em que o valor retido na fonte ou já pago pelo contribuinte for maior que o
imposto a ser pago no período de apuração trimestral, a diferença a maior poderá ser
compensada com o imposto relativo aos períodos de apuração subsequentes.

Notas:

O imposto de renda retido na fonte maior que o imposto de


renda apurado no período trimestral compensável como
“imposto de renda negativo de períodos anteriores”.

Veja ainda: Compensação de imposto retido ou pago a maior:


Pergunta 034 do capítulo XIII (Lucro Presumido); e
Pergunta 024 do capítulo XV (Lucro Real-Estimativa).

029 A pessoa jurídica que for tributada com base no lucro


arbitrado em algum período de apuração perde o direito à
compensação dos prejuízos fiscais verificados em período
anterior?

Não. Observe-se que o regime de tributação com base no lucro arbitrado não prevê a
hipótese de compensar prejuízos fiscais apurados em períodos de apuração anteriores nos
quais a pessoa jurídica tenha sido tributada com base no lucro real.

Entretanto, tendo em vista que não existe mais prazo para a compensação de prejuízos
fiscais, caso a pessoa jurídica retorne ao sistema de tributação com base no lucro real
poderá nesse período compensar, desde que mantenha o controle desses valores no Lalur,
Parte B, os prejuízos fiscais anteriores, obedecidas as regras vigentes no período de
compensação.

Veja ainda: Prejuízos fiscais de exercícios anteriores:


Pergunta 035 do capítulo XIII (Lucro Presumido).

Normativo: RIR/2018, art. 604 c/c art. 579, parágrafo 1º; e


IN RFB nº 1.700, de 2017, art. 236 c/c art. 203.

338
030 Qual o tratamento a ser dado pelo fisco às pessoas jurídicas
que optarem pela tributação com base no lucro arbitrado, no
caso de ser constatada receita bruta (operacional ou não) não
oferecida à tributação (omissão de receita)?

Os valores apurados em procedimento de ofício serão tributados de acordo com o regime


de tributação a que estiver submetida a pessoa jurídica no período de apuração
correspondente ao da omissão, devendo o montante omitido ser computado para
determinação da base de cálculo do imposto de renda e do adicional, bem como da CSSL,
PIS e Cofins.
Desse modo, no caso de ser apurada omissão de receita em pessoa jurídica que no período
de apuração fiscalizado houver adotado a forma de tributação com base no lucro
arbitrado, a autoridade fiscal deverá recompor a respectiva base de cálculo, incluindo o
montante omitido.

A receita assim tributada, considerada distribuída ao titular, sócio ou acionista, não mais
sofrerá tributação, seja na fonte, seja na declaração.

No caso de pessoa jurídica com atividades diversificadas, não sendo possível a


identificação da atividade a que se refere a receita omitida, esta será adicionada àquela
que corresponder o percentual mais elevado.

Veja ainda: Omissão de receitas:


Pergunta 036 do capítulo XIII (Lucro Presumido); e
Pergunta 029 do capítulo XV (Lucro Real-Estimativa).

Normativo: RIR/2018, art. 610.

339
Capítulo XV IRPJ - Pagamento 2019

Pagamento do Imposto

001 Como e quando deve ser pago o imposto apurado pela pessoa
jurídica?

1) Para as pessoas jurídicas que optarem pela apuração trimestral do imposto (lucro real,
presumido ou arbitrado), o prazo de recolhimento será:
a) para pagamento em quota única até o último dia útil do mês subsequente ao do
encerramento do período de apuração (períodos de apuração encerrados em 31 de
março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro);
b) à opção da pessoa jurídica, o imposto devido pode ser pago em até 3 (três) quotas
mensais, iguais e sucessivas, vencíveis até o último dia útil dos 3 (três) meses
subsequentes ao do encerramento do período de apuração a que corresponder. As
quotas do imposto serão acrescidas de juros equivalentes à taxa do Sistema Especial
de Liquidação e Custódia para títulos federais (Selic), acumulada mensalmente a
partir do 1º dia do 2º mês subsequente ao do encerramento do período de apuração até
o último dia do mês anterior ao de pagamento; e, no mês do pagamento, os juros serão
de 1% sobre o valor a ser pago, sendo que a primeira quota quando paga até o
vencimento não sofrerá acréscimos.
2) Para as pessoas jurídicas que optarem pela apuração mensal da base de cálculo do
imposto pela estimativa e determinação do lucro real em 31 de dezembro:
a) o imposto devido mensalmente de janeiro a dezembro de cada ano calendário (com
base na estimativa), deverá ser pago até o último dia útil do mês subsequente àquele
a que se referir;
b) o saldo do imposto apurado em 31 de dezembro do ano calendário, obtido do
confronto entre o valor do imposto devido com base no lucro real anual e das
estimativas pagas no decorrer do período:
b.1) se positivo, será pago em quota única, até o último dia útil do mês de março do
ano subsequente. O saldo do imposto será acrescido de juros equivalentes à taxa
Selic, acumulada mensalmente, a partir de 1º de fevereiro até o último dia do mês
anterior ao do pagamento e de 1% (um por cento) no mês do pagamento;
b.2) se negativo, poderá ser objeto de restituição ou de compensação nos termos do
art. 74 da Lei nº 9.430, de 1996, observando-se o seguinte:
b.2.1) os valores pagos, nos vencimentos estipulados na legislação específica,
com base na receita bruta e acréscimos ou em balanço ou balancete de
suspensão ou redução nos meses de janeiro a novembro, que excederem ao
valor devido anualmente, serão atualizados pelos juros equivalentes à taxa
Selic, acumulada mensalmente, a partir de 1º janeiro do ano-calendário
subsequente àquele que se referir o ajuste anual até o mês anterior ao da
compensação e de 1% relativamente ao mês da compensação que estiver
sendo efetuada;

340
b.2.2) o valor pago, no vencimento estipulado em legislação específica, com base
na receita bruta e acréscimos ou em balanço ou balancete de suspensão ou
redução relativo ao mês de dezembro, que exceder ao valor devido
anualmente, será acrescido dos juros equivalentes à taxa Selic, acumulada
mensalmente, a partir 1º de fevereiro até o mês anterior ao da compensação e
de 1% relativamente ao mês em que a compensação estiver sendo efetuada.

Veja ainda: Apuração da base de cálculo:


Pergunta 014 do capítulo XIII (Lucro Presumido);
Pergunta 012 e 017 deste capítulo (Lucro Real-
Estimativa);
Pergunta 011 do capítulo XIV (Lucro Arbitrado,
receita conhecida); e
Pergunta 019 do capítulo XIV (Lucro Arbitrado,
receita não conhecida).

Normativo: Lei nº 9.430, de 1996, arts. 5º 6º, e 74;


RIR/2018, art. 919 e 921; e
AD SRF nº 3, de 2000.

002 Existe um valor mínimo estabelecido com relação ao


pagamento do imposto em quotas?

Sim. Nenhuma quota poderá ser inferior a R$1.000,00 (um mil reais), e o imposto de
valor inferior a R$2.000,00 (dois mil reais) deverá ser pago em quota única, até o último
dia útil do mês subsequente ao do encerramento do período de apuração.

Normativo: Lei nº 9.430, de 1996, art. 5º, §2º.

003 Quais os códigos a serem utilizados no preenchimento do


DARF, quando do pagamento do imposto de renda?

Os códigos a serem utilizados no DARF para pagamento das quotas e do imposto devido
mensalmente (estimativa) são os seguintes:
a) Lucro real:
a.1) Pessoas jurídicas obrigadas ao Lucro Real:
• estimativa mensal, 2362
• apuração trimestral, 0220
• ajuste anual, 2430
a.2) Instituições Financeiras:

341
• estimativa mensal, 2319
• apuração trimestral, 1599
• ajuste anual, 2390
a.3) Pessoas jurídicas optantes do Lucro Real:
• estimativa mensal, 5993
• apuração trimestral, 3373
• ajuste anual, 2456
b) Lucro presumido: 2089
c) Lucro arbitrado: 5625

004 Para efeito de compensação, o valor do imposto que for retido


na fonte, bem assim o que for apurado com base nos
recolhimentos mensais pela estimativa, poderá ser corrigido
monetariamente?

Não. O valor do imposto retido na fonte ou aquele recolhido mensalmente com base na
Receita Bruta mais acréscimos ou com Balanço de Suspensão ou Redução, a ser
compensado com o apurado no encerramento do período de apuração ou com o saldo
apurado em 31 de dezembro (no caso da estimativa mensal), não será corrigido
monetariamente.

Veja ainda: Compensação de imposto retido ou pago a maior:


Pergunta 034 do capítulo XIII (Lucro Presumido);
Pergunta 028 do capítulo XIV (Lucro Arbitrado); e
Pergunta 024 deste capítulo (Lucro Real-Estimativa).

Normativo: Lei nº 9.249, de 1995, arts. 1º e 4º; e


Lei nº 9.430, de 1996, art. 75.

005 Existe valor mínimo de imposto de renda cujo recolhimento é


dispensado?

Não há uma dispensa de recolhimento de imposto de renda e sim uma prorrogação do


momento de seu recolhimento, pois, tendo em vista ser vedada a utilização de DARF para
pagamento de imposto de valor inferior a R$10,00 (dez reais), o valor apurado como
devido que for inferior a essa quantia não deve ser recolhido no respectivo prazo;
entretanto, deve ser adicionado ao imposto de mesmo código, correspondente a
recolhimentos de períodos subseqüentes, até que o total acumulado seja igual ou superior
a R$10,00 (dez reais), quando, então, deve ser pago ou recolhido no prazo estabelecido
na legislação para esse último período de apuração.

342
Normativo: Lei nº 9.430, de 1996, art. 68, §1º.

006 Quando deve ser pago o imposto apurado nos casos de


incorporação, fusão, cisão, encerramento de atividade ou de
extinção da pessoa jurídica pelo encerramento da liquidação?

O imposto devido deve ser pago até o último dia útil do mês subseqüente ao do evento,
sendo vedado o pagamento em quotas .

Normativo: RIR/2018, art. 924.

007 Em que hipóteses ocorre o vencimento antecipado do prazo


para pagamento do imposto?

No caso de falência consideram-se vencidos todos os prazos para pagamento do imposto,


devendo ser providenciada a imediata cobrança judicial da dívida.

No caso de extinção da pessoa jurídica, sem sucessor, serão considerados vencidos todos
os prazos para pagamento.

Ressalvados os casos especiais previstos em lei, quando a importância do tributo for


exigível parceladamente, vencida uma prestação e não paga até o vencimento da seguinte,
considerar-se-á vencida a dívida global .

RIR/2018, art. 928, 929 e .


Normativo:
Lei nº 4.357, de 1964, art. 10.

Pagamento Mensal (Com Base em Estimativa)

008 Quais as pessoas jurídicas que poderão optar pelo


recolhimento do imposto de renda calculado com base em
estimativa de lucro mensal?

Poderão optar pelo recolhimento mensal do imposto de renda, calculado com base nas
regras de estimativa mensal, as pessoas jurídicas sujeitas ao regime de tributação com
base no lucro real anual, a ser apurado em 31 de dezembro.

Notas:

343
A regra geral, estabelecida pela legislação fiscal, é a apuração
trimestral dos resultados da pessoa jurídica.

Veja ainda: Exercício da opção por regime de apuração do


IRPJ:
Perguntas 003, 004 e 009 do capítulo XIII (Lucro
Presumido); e
Pergunta 003, Item 2 e Pergunta 004 do capítulo XIV
(Lucro Arbitrado).

Normativo: Lei nº 9.430, de 1996, art. 1º e 2º.

009 Em que momento a pessoa jurídica deve fazer a opção pelo


recolhimento do imposto de renda com base em estimativa
mensal?

A opção por esse tipo de recolhimento deve ser manifestada com o pagamento do imposto
de renda correspondente ao mês de janeiro ou de início de atividade e será considerada
irretratável para todo o ano-calendário.

Veja ainda: Momento da opção pelo regime de apuração do


IRPJ:
Pergunta 003 do capítulo XIII (Lucro Presumido); e
Pergunta 004 do capítulo XIV (Lucro Arbitrado).

Normativo: RIR/2018, art. 219.

010 Poderá haver mudança da opção para o contribuinte que já


efetuou o recolhimento do imposto com base na estimativa
mensal?

Não. A opção pelo recolhimento com base em estimativa, efetuada com o pagamento do
imposto correspondente ao mês de janeiro ou de início de atividade, é irretratável para
todo o ano-calendário.

344
Veja ainda: Mudança de regime de apuração do IRPJ:
Perguntas 010 e 012 do capítulo XIII (Lucro
Presumido);
Perguntas 005 e 006 do capítulo XIV (Lucro
Arbitrado).

Normativo: RIR/2018, art. 229.

011 No caso de a pessoa jurídica optar pela estimativa mensal, em


que momento deve apurar o lucro real?

O lucro real deve ser apurado em 31 de dezembro de cada ano, abrangendo o resultado
de todo o ano-calendário.

Normativo: RIR/2018, art. 218.

012 Como se obtém a base de cálculo para o recolhimento do


imposto pela estimativa mensal (calculada com base na
Receita bruta mais acréscimos)?

A base para o cálculo da estimativa mensal será o montante determinado pela soma das
seguintes parcelas:

1) do valor resultante da aplicação dos percentuais fixados na lei, variáveis conforme o


tipo de atividade explorada, sobre a receita bruta auferida mensalmente;
2) dos ganhos de capital, das demais receitas e dos resultados positivos decorrentes de
receitas não compreendidas na atividade, inclusive:
a) dos rendimentos auferidos nas operações de mútuo realizadas entre pessoas
jurídicas controladoras, controladas, coligadas ou interligadas, exceto se a
mutuária for instituição autorizada a funcionar pelo Banco Central do Brasil;
b) dos ganhos de capital auferidos na alienação de participações societárias
permanentes em sociedades coligadas e controladas, e de participações societárias
que permaneceram no ativo da pessoa jurídica até o término do ano-calendário
seguinte ao de suas aquisições;
c) dos ganhos auferidos em operações de cobertura (hedge), realizados em bolsas de
valores, de mercadorias e de futuros ou no mercado de balcão;
d) da receita de locação de imóvel, quando não for este o objeto social da pessoa
jurídica, deduzida dos encargos necessários à sua percepção;
e) dos juros relativos a impostos e contribuições a serem restituídos ou compensados;
f) das variações monetárias ativas;

345
g) da diferença entre o valor em dinheiro ou o valor dos bens e direitos recebidos de
instituição isenta, a título de devolução de patrimônio, e o valor em dinheiro ou o
valor dos bens e direitos que tenha sido entregue para a formação do referido
patrimônio (Lei nº 9.532, de 1997, art. 17, §3º, e 81, II);
h) dos ganhos de capital auferidos na devolução de capital em bens e direitos (IN
RFB nº 1.700, de 2017, art. 39, VII).

Notas:

1) Integram, também, a base de cálculo do imposto calculado


por estimativa 1/120, no mínimo, do saldo do lucro
inflacionário acumulado existente em 31/12/1995 e, ainda, os
rendimentos e ganhos líquidos produzidos por aplicações
financeiras de renda fixa e de renda variável quando não
houverem sido submetidos à incidência na fonte ou ao
recolhimento mensal previstos nas regras específicas de
tributação a que estão sujeitos.

2) Quanto ao item “f”, a partir de 1º/01/2000, as variações


monetárias dos direitos de crédito e das obrigações do
contribuinte, em função da taxa de câmbio, serão
consideradas, para efeito de determinação da base de cálculo
do lucro real, quando da liquidação da correspondente
operação. À opção da pessoa jurídica, as variações monetárias
poderão ser consideradas na determinação da base de cálculo
pelo regime de competência, sendo que a opção aplica-se a
todo ano-calendário (MP nº 2.158-35, de 2001, art. 30).
3) A base de cálculo para o recolhimento do imposto pela
estimativa mensal corresponderá ao respectivo percentual
correspondente à atividade aplicável sobre a receita bruta
definida pelo art. 12 do Decreto-Lei no 1.598, de 26 de
dezembro de 1977, com a redação dada pela Lei nº 12.973, de
13 de maio de 2014, auferida no período, deduzida das
devoluções, vendas canceladas e dos descontos
incondicionais concedidos.
(Disposição aplicável, a partir de 1º de janeiro de 2014, aos
contribuintes que fizerem a opção prevista no art. 75 da Lei nº
12.973, de 2014).

346
Veja ainda: Base de cálculo:
Pergunta 014 do capítulo XIII (Lucro Presumido); e
Pergunta 011 do capítulo XIV (Lucro Arbitrado,
receita conhecida).

Normativo: Lei nº 9.532, de 1997, art. 17, § 3º e 81, II;


MP nº 2.158-35, de 2001, art. 30;
RIR/2018, arts. 220 e 222; e
IN RFB nº 1.700, de 2017, art. 39, VII

013 Quais os percentuais a serem aplicados sobre a receita bruta,


para fins de determinação da base de cálculo estimada?

Os percentuais a serem aplicados sobre a receita bruta, para fins de determinação da base
de cálculo estimada, são os abaixo discriminados:

347
Atividades Percentuais

Atividades em geral (RIR/2018, art. 591) 8%

Revenda de combustíveis 1,6%

Serviços de transporte (exceto transporte de carga) 16%

Serviços de transporte de cargas 8%

Serviços em geral (exceto serviços hospitalares) 32%

Serviços hospitalares e de auxílio diagnóstico e terapia, patologia clínica,


imagenologia, anatomia patológica e citopatologia, medicina nuclear e
análises e patologias clínicas, desde que a prestadora destes serviços seja 8%
organizada sob a forma de sociedade empresária e atenda às normas da
Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa

Intermediação de negócios 32%

Administração, locação ou cessão de bens e direitos de qualquer natureza


32%
(inclusive imóveis)

Instituições financeiras, bancos e assemelhados 16%

Factoring 32%

Notas:

As pessoas jurídicas exclusivamente prestadoras de serviços


(exceto as que prestam serviços hospitalares e de auxílio
diagnóstico e terapia, patologia clínica, imagenologia,
anatomia patológica e citopatologia, medicina nuclear e
análises e patologias clínicas, serviços de transporte e as
sociedades civis prestadoras de serviços de profissão
legalmente regulamentada), cuja receita bruta anual não
ultrapassar R$120.000,00 (cento e vinte mil reais), poderão
utilizar-se do percentual de 16% (dezesseis por cento) sobre a
receita bruta de cada mês.

Caso a receita bruta auferida ultrapasse o mencionado limite


deverá ser aplicado o percentual de 32% (trinta e dois por
cento), sobre a receita de todo o ano calendário, ficando a
pessoa jurídica sujeita ao pagamento da diferença do imposto
postergado em relação aos meses transcorridos no ano-
calendário, até o último dia útil do mês subseqüente àquele

348
em que ocorrer o excesso, não incidindo acréscimos legais
caso o recolhimento seja efetuado até essa data.

Veja ainda: Percentuais aplicáveis à receita, para obtenção da


base de cálculo:
Pergunta 015 do capítulo XIII (Lucro Presumido); e
Pergunta 012 do capítulo XIV (Lucro Arbitrado,
receita conhecida).
Percentuais aplicáveis sobre outros valores, para
obtenção da base de cálculo:
Pergunta 019 do capítulo XIV (Lucro Arbitrado,
receita não conhecida).

Normativo: RIR/2018, art. 220.


Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995;
Lei nº 11.727, de 23 de junho de 2008.

014 Qual o percentual a ser utilizado para o cálculo da estimativa


quando a pessoa jurídica explorar atividades sujeitas a
percentuais diferentes?

No caso de atividades diversificadas, será aplicado o percentual correspondente a cada


atividade. Neste caso a receita bruta da empresa deverá ser apurada separadamente.

Veja ainda: Atividades da pessoa jurídica sujeitas a percentuais


diversos:
Pergunta 016 do capítulo XIII (Lucro Presumido); e
Pergunta 014 do capítulo XIV (Lucro Arbitrado,
receita conhecida).

Normativo: RIR/2018, art. 220, § 3º.

015 Qual o conceito de receita bruta para fins de determinação da


estimativa mensal?

Considera-se receita bruta auferida na atividade:

1. O produto da venda de bens nas operações de conta própria;


2. O preço da prestação de serviços em geral;

349
3. O resultado auferido nas operações de conta alheia e;
4. As receitas da atividade ou objeto principal da pessoa jurídica não compreendidas
nos itens 1 a 3.
A receita líquida será a receita bruta diminuída de:

1. Devoluções e vendas canceladas;


2. Descontos concedidos incondicionalmente;
3. Tributos sobre ela incidentes e;
4. Valores decorrentes do ajuste a valor presentes, de que trata o inciso VIII do caput
do art. 183 da Lei nº 6.404, de 1976, das operações vinculadas à receita bruta.
Na receita bruta não se incluem os tributos não cumulativos cobrados, destacadamente,
do comprador ou contratante pelo vendedor de bens ou pelo prestador dos serviços na
condição de mero depositário.

Na receita bruta incluem-se os tributos sobre ela incidentes e os valores decorrentes do


ajuste a valor presente, de que trata o inciso VIII do art. 183 da Lei nº 6.404, de 15 de
dezembro de 1976, das operações previstas no caput, do art. 12, do Decreto-Lei nº
1.598/77, observado o disposto no § 4º do mesmo artigo.

Notas:

A base de cálculo para o recolhimento do imposto pela


estimativa mensal corresponderá ao respectivo percentual
correspondente à atividade aplicável sobre a receita bruta
definida pelo art. 12 do Decreto-Lei no 1.598, de 26 de
dezembro de 1977, com a redação dada pela Lei nº 12.973, de
13 de maio de 2014, auferida no período, deduzida das
devoluções, vendas canceladas e dos descontos
incondicionais concedidos e acrescida dos ganhos de capital,
das demais receitas e dos resultados positivos decorrentes de
receitas não compreendidas na atividade.
(Disposição aplicável, a partir de 1º de janeiro de 2014, aos
contribuintes que fizerem a opção prevista no art. 75 da Lei nº
12.973, de 2014).

350
Veja ainda: Conceito de receita bruta:
Pergunta 006 do capítulo XIII (Lucro Presumido,
aferição do limite para adesão);
Pergunta 021 do capítulo XIII (Lucro Presumido, base
de cálculo);
Pergunta 017 do capítulo XIV (Lucro Arbitrado, base
de cálculo).

Normativo: Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 12.

016 O que se considera ganho de capital para fins de determinação


da estimativa mensal?

Nas alienações do ativo imobilizado, investimento, intangível e de aplicações em ouro


não tributadas como renda variável, o ganho de capital corresponde à diferença positiva
verificada entre o valor da alienação e o respectivo custo contábil.

O custo de bens e direitos adquiridos até 31/12/1995, pode ser corrigido monetariamente
até essa data, com base na UFIR de 1º/01/1996 (R$0,8287), não mais se lhe aplicando
qualquer correção a partir dessa data.

Notas:

1) Considera-se custo ou valor contábil de bens e direitos (IN


SRF nº 51, de 1995, art. 4º, §2º):
a) do ativo imobilizado, investimento e intangível, o valor de
aquisição, corrigido monetariamente até 31/12/1995,
diminuído dos encargos de depreciação, amortização ou
exaustão acumulada;
b) não classificados no ativo imobilizado, investimento e
intangível, sujeitos à correção monetária até 31/12/1995, o
valor de aquisição corrigido até essa data.

2) A não comprovação dos custos pela empresa implica a


adição integral da receita à base de cálculo.
3) A perda apurada na alienação de bem ou direito não deve
ser computada na determinação da estimativa mensal
calculada com base na Receita Bruta mais Acréscimos, sendo
considerada, no entanto, como resultado não operacional na
determinação do lucro real em 31 de dezembro.

351
Veja ainda: Ganhos de capital para efeitos de tributação:
Perguntas 023 e 024 do capítulo XIII (Lucro
Presumido); e
Pergunta 018 do capítulo XIV (Lucro Arbitrado).

017 Quais os valores que não integram a base de cálculo


determinada com base na Receita Bruta e Acréscimos?

1) Os rendimentos e ganhos líquidos produzidos por aplicação financeira de renda fixa e


de renda variável, exceto nos casos de instituições financeiras;
2) as receitas provenientes de atividades incentivadas, na proporção do benefício de
isenção ou redução do imposto a que a pessoa jurídica submetida ao regime de
tributação com base no lucro real fizer jus;
3) as recuperações de créditos que não representem ingressos de novas receitas;
4) a reversão do saldo de provisões anteriormente constituídas;
5) os lucros e dividendos decorrentes de participações societárias avaliadas pelo custo de
aquisição e a contrapartida do ajuste por aumento do valor de investimentos avaliados
pelo método da equivalência patrimonial;
6) o imposto não cumulativo cobrado destacadamente do comprador ou contratante, do
qual o vendedor dos bens seja mero depositário (exemplo: IPI);
7) os juros sobre o capital próprio.

Notas:

Os rendimentos e ganhos a que se refere o item 1 desta


resposta devem ser considerados na determinação da base de
cálculo do imposto de renda mensal quando não houverem
sido submetidos à incidência na fonte ou ao recolhimento
mensal previstos nas regras específicas de tributação a que
estão sujeitos.

Veja ainda: Conceito de Receita Bruta para fins determinação


da estimativa:
Pergunta 015 deste capítulo.

Normativo: Lei nº 8.981, de 1995, arts. 65 a 75;


RIR/2018, arts. 220, §6º.
IN RFB nº 1.700, de 2017, art. 40.

352
018 Qual o tratamento que deve ser dado ao saldo do lucro
inflacionário acumulado em 31/12/1995 constante na Parte B
do Lalur, nos recolhimentos mensais da estimativa?

Deve também integrar a base de cálculo do imposto por estimativa, em cada mês, no
mínimo, o valor correspondente a 1/120 do saldo do lucro inflacionário acumulado a
tributar, existente em 31/12/1995, que estiver sendo controlado na Parte B do Lalur.

Veja ainda: Valores diferidos, controlados na Parte B do Lalur:


Pergunta 033 do capítulo XIII (Lucro Presumido); e
Pergunta 021 do capítulo XIV (Lucro Arbitrado).

Normativo: Lei nº 9.065, de 1995, art. 8º; e


Lei nº 9.430, de 1996, arts. 1º e 2º.

019 Qual a alíquota de imposto e do adicional a que estão sujeitas


as pessoas jurídicas que optarem pela estimativa mensal?

A alíquota do imposto de renda que incidirá sobre a base de cálculo é de 15%.

O adicional do imposto de renda devido pelas pessoas jurídicas que optarem pelo
pagamento do imposto apurado com base na estimativa mensal deve ser calculado
mediante aplicação do percentual de 10% (dez por cento) sobre a parcela da base de
cálculo que exceder ao valor de R$20.000,00 (vinte mil reais) em cada período-base
mensal.

O valor do adicional deve ser recolhido integralmente, não sendo admitidas quaisquer
deduções.

Veja ainda: Alíquota aplicável e adicional:


Perguntas 028 e 029 do capítulo VI (Lucro Real);
Pergunta 025 do capítulo XIII (Lucro Presumido); e
Pergunta 022 do capítulo XIV (Lucro Arbitrado).

Normativo: RIR/2018, art. 225.

353
020 Qual o prazo de recolhimento do imposto de renda apurado
com base na estimativa mensal?

O imposto apurado, juntamente com o adicional (se for o caso), deve ser recolhido até o
último dia útil do mês subsequente ao da apuração.

Veja ainda: Prazo para recolhimento do imposto:


Pergunta 001 deste capítulo.

Normativo: RIR/2018, art. 921.

021 Do imposto devido em cada mês, determinado sobre base de


cálculo estimada, poderá ser deduzido algum incentivo fiscal?

Sim. Poderão ser deduzidos do imposto devido, apurado mensalmente com base na receita
bruta e acréscimos, os seguintes incentivos fiscais: a) Operações de Caráter Cultural e
Artístico; b) Programa de Alimentação do Trabalhador; c) Desenvolvimento Tecnológico
Industrial / Agropecuário; d) Atividade Audiovisual, incluindo as aplicações no Funcines;
e) Doações aos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente; f) Doações aos Fundos
dos Direitos do Idoso; g) Atividades de Caráter Desportivo; h) Programa Nacional de
Apoio à Atenção Oncológica (PRONON); i) Programa Nacional de Apoio à Atenção da
Saúde da Pessoa com Deficiência (PRONAS/PCD); e, j) Remuneração da Prorrogação
da Licença-Maternidade, Observados os limites e prazos para esses incentivos.

Atenção:

Do imposto devido, apurado com base em balanço de suspensão ou redução, além dos
incentivos mencionados acima, também poderão ser deduzidos os incentivos fiscais
relativos a Desenvolvimento Tecnológico Industrial/Agropecuário, aprovados até 31 de
dezembro de 2005, ao Desenvolvimento Regional de Redução e/ou Isenção do Imposto,
e de Redução por Reinvestimento.

Veja ainda: Incentivos fiscais:


Pergunta 032 do capítulo XIII (Lucro Presumido);
Pergunta 027 do capítulo XIV (Lucro Arbitrado);
Pergunta 022 deste capítulo (Lucro Real-Estimativa).

354
022 Na determinação da base de cálculo estimada qual o
tratamento aplicável às receitas provenientes de atividades
incentivadas (isenção ou redução)?

A pessoa jurídica que gozar de incentivos fiscais calculados com base no lucro da
exploração poderá excluir da receita bruta total, para fins de determinação da base de
cálculo estimada, o valor da receita bruta proveniente da atividade incentivada, na
proporção do benefício de isenção ou redução a que tiver direito.
O valor efetivo do benefício de isenção ou redução calculado com base no lucro da
exploração será determinado em 31 de dezembro de cada ano.

Veja ainda: Incentivos fiscais:


Pergunta 032 do capítulo XIII (Lucro Presumido);
Pergunta 027 do capítulo XIV (Lucro Arbitrado);
Pergunta 021 deste capítulo (Lucro Real-Estimativa).

Normativo: RIR/2018, art. 220, § 6º.

023 A pessoa jurídica que opta pela estimativa mensal poderá ser
tributada no curso do mesmo ano-calendário com base no
lucro arbitrado?

Sim. Na ocorrência de qualquer das hipóteses de arbitramento, previstas na legislação


tributária, a pessoa jurídica poderá, desde que conhecida a receita bruta, determinar o
lucro tributável segundo as regras relativas ao regime de tributação com base no lucro
arbitrado.

Veja ainda: Opção irretratável pelo pagamento no regime de


estimativa:
Pergunta 010 deste capítulo .

024 Como pode ser compensada a parcela do imposto pago ou


retido na fonte excedente ao apurado com base na estimativa
no respectivo mês?

A pessoa jurídica que sofrer retenção indevida ou a maior de imposto de renda ou de


CSLL sobre rendimentos que integram a base de cálculo do imposto ou da contribuição,
bem assim a pessoa jurídica que efetuar pagamento indevido ou a maior de imposto de
renda ou de CSLL a título de estimativa mensal, somente poderá utilizar o valor pago ou
retido na dedução do IRPJ ou da CSLL devida ao final do período de apuração em que

355
houve a retenção ou pagamento indevido ou para compor o saldo negativo de IRPJ ou de
CSLL do período.

Veja ainda: Compensação de imposto retido ou pago a maior:


Pergunta 034 do capítulo XIII (Lucro Presumido); e
Pergunta 028 do capítulo XIV (Lucro Arbitrado).

Normativo: Art. 23 da Instrução Normativa SRF nº 1.717, de 2017

025 Como deve ser feita a contabilização dos valores pagos com
base na estimativa no curso do ano-calendário?

Os valores recolhidos com base na estimativa (tanto o IR como a CSLL), que são
compensados com o imposto de renda apurado com base no lucro real em 31 de dezembro
(e com a CSLL), devem ser contabilizados, durante o curso do ano-calendário, em conta
do ativo circulante representativa do valor antecipado (por exemplo na subconta
antecipações de imposto de renda).

026 Qual o procedimento a ser adotado pela pessoa jurídica que


queira suspender ou reduzir em algum período de apuração
mensal o pagamento do imposto apurado pela estimativa?

A legislação dispõe que nessa hipótese a pessoa jurídica deve, obrigatoriamente, levantar
balanços ou balancetes de suspensão ou redução, os quais devem ser transcritos no Livro
Diário com o fim de demonstrar que o valor já pago no curso do ano-calendário excede o
valor do imposto, inclusive o adicional, calculado com base no lucro real do mesmo
período.

Os balanços ou balancetes devem abranger os resultados apurados no ano-calendário,


compreendendo todo o período entre o mês de janeiro (ou do início de atividade) e o mês
em que se deseja suspender ou reduzir o valor a ser pago, determinado sobre base de
cálculo estimada. Tais balanços ou balancetes somente se destinam a este fim. Saliente-
se, ainda, que a cada suspensão ou redução deve ser levantado novo balanço ou balancete
abrangendo esse novo período.

Normativo: RIR/2018, art. 227.

356
027 Qual a penalidade aplicável à pessoa jurídica que deixou de
pagar, ou fez com insuficiência, o valor do imposto apurado
com base na estimativa mensal?

A falta de recolhimento do imposto mensal calculado com base nas regras da estimativa
ou do apurado com base em balanços ou balancetes mensais de suspensão ou redução,
ainda que a pessoa jurídica venha a apurar prejuízo no balanço encerrado em 31 de
dezembro do ano-calendário, ou na data de encerramento das suas atividades, sujeitará a
pessoa jurídica à multa de 75% (setenta e cinco por cento), aplicada isoladamente,
calculada sobre o montante das parcelas do imposto não recolhido ou da insuficiência
apurada.

Normativo: RIR/2018, art. 998, inciso I e inciso II, alínea "b".

028 A pessoa jurídica que apura, mediante o levantamento de


balanço, prejuízo fiscal em 31 de dezembro, ainda assim
estará obrigada ao pagamento do imposto de renda apurado
com base na estimativa relativamente ao mês de dezembro?

No caso do levantamento do balanço até a data prevista para o pagamento da estimativa,


este balanço poderá servir para suspender o pagamento da estimativa calculada com base
na receita bruta.

Se, ao contrário, este balanço não estiver levantado até a data prevista para o pagamento
da estimativa cabe o pagamento da antecipação.

Normativo: RIR/2018, art. 227.

029 Como deverá proceder a autoridade fiscal na hipótese de ser


verificada omissão de receita ou dedução indevida da base de
cálculo, no curso do ano-calendário de ocorrência do fato
gerador, relativamente às pessoas jurídicas que tenham optado
por recolhimentos do imposto de renda com base na
estimativa?

Em qualquer caso será observada a forma de tributação adotada pela pessoa jurídica.

A autoridade fiscal deverá apurar a base de cálculo estimada, relativa ao mês em que se
verificou a omissão de receita ou a dedução indevida da base de cálculo, e exigir o
respectivo imposto acrescido de multa de ofício e juros de mora.

357
Veja ainda: Omissão de receitas:
Pergunta 036 do capítulo XIII (Lucro Presumido); e
Pergunta 030 do capítulo XIV (Lucro Arbitrado).

Normativo: RIR/2018, art. 300.

358
Capítulo XVI - CSLL 2019

001 Quais são as pessoas jurídicas contribuintes da CSLL?

Todas as pessoas jurídicas domiciliadas no País e as que lhes são equiparadas pela
legislação do imposto sobre a renda.

Notas:

1) Estão sujeitas à CSLL as entidades sem fins lucrativos de


que trata o inciso I do art. 12 do Decreto nº 3.048, de 1999,
que não se enquadrem na imunidade ou isenção da Lei nº
9.532, de 1997;
2) São contribuintes da CSLL as associações de poupança e
empréstimo, embora estejam isentas do imposto sobre a
renda;

3) Sujeitam-se ao pagamento da CSLL devida pelas pessoas


jurídicas de direito privado e ao cumprimento de todas as
obrigações acessórias por elas devidas, os fundos de
investimento imobiliário, de que trata a Lei nº 8.668, de 1993,
que aplicarem recursos em empreendimento imobiliário que
tenha como incorporador, construtor ou sócio, quotista que
possua, isoladamente ou em conjunto com pessoa a ele ligada,
mais de vinte e cinco por cento das quotas do fundo (Lei nº
9.779, de 1999, art. 2º);

4) São isentas da CSLL as entidades fechadas de previdência


complementar (Lei nº 10.426, de 2002, art. 5º);
5) A entidade beneficente de assistência social certificada na
forma do Capítulo II da Lei nº 12.101, de 27 de novembro de
2009, fará jus à isenção do pagamento da CSLL, desde que
atenda, cumulativamente, aos requisitos do art. 29 da Lei nº
12.101, de 27 de novembro de 2009;
6) A CSLL não incide sobre os resultados apurados pela
entidade binacional Itaipu;

7) A partir de 1º de janeiro de 2005, as sociedades


cooperativas que obedecerem ao disposto na legislação
específica, relativamente aos atos cooperativos, ficam isentas
da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL (arts
39 e 48 da Lei nº 10.865, de 2004);
8) A isenção de que trata o art. 39 da Lei nº 10.865, de 2004,
não se aplica às sociedades cooperativas de consumo de que

359
trata o art.69 da Lei nº 9.532, de 10 de dezembro de 1997
(parágrafo único do art. 39 da Lei nº 10.865, de 2004).

Veja ainda: Contribuintes do IRPJ:


Pergunta 002 do Capítulo VI.

Normativo: Lei nº 7.689, de 1988, art. 4º.

002 Quais são as normas aplicáveis à CSLL?

Aplicam-se à CSLL as mesmas normas de apuração e de pagamento estabelecidas para o


Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ) e, no que couberem, as referentes à
administração, ao lançamento, à consulta, à cobrança, às penalidades, às garantias e ao
processo administrativo, observadas, quanto à base de cálculo e as alíquotas, as normas
específicas previstas na legislação da referida contribuição, em especial:

· Decreto-Lei nº 2.341, de 1987, arts. 32 e 33;


· Lei nº 7.689, de 1988;
· Lei nº 8.003, de 1990, art. 3º;
· Lei nº 8.034, de 1990, art. 2º;
· Lei nº 8.200, de 1991, art. 2º;
· Lei nº 8.981, de 1995;
· Lei nº 9.065, de 1995;
· Lei nº 9.249, de 1995;
· Lei nº 9.316, de 1996;
· Lei nº 9.430, de 1996, arts. 28 a 30;
· Lei nº 9.532, de 1997, arts 1º e 60;
· Lei nº 9.779, de 1999;
· Lei nº 9.959, de 2000;
· Lei nº 10.426, de 2002, art. 5º;
· Lei nº 10.637, de 2002, arts. 34, 35, 38 e 45;
· Lei nº 10.684, de 2003, art. 22;
· Lei nº 10.931, de 2004, arts. 3º e 4º;
· Lei nº 11.051, de 2004, art. 1º;
· Lei nº 11.196, de 2005, arts. 17 a 26, 36 e 37;
· Lei nº 11.487, de 2007;
· Lei nº 11.452, de 2007, art. 14;

360
· MP nº 2.158-35, de 2001, arts. 6º, 7º, 21, 22, 23, 30, 34, 41, e 83;
· Lei nº 11.727, de 2008;
· Lei nº 11.774, de 2008, art. 10;
· Lei nº 11.941, de 2009;
· Lei nº 12.973, de 2014;
. Lei nº 13.169, de 2015.

003 Qual é a alíquota da CSLL?

A CSLL será determinada mediante a aplicação da alíquota sobre o resultado ajustado,


presumido ou arbitrado.

A referida alíquota será de:


I - 20% (vinte por cento), no período compreendido entre 1º de setembro de 2015 e 31 de
dezembro de 2018, e 15% (quinze por cento) a partir de 1º de janeiro de 2019, no caso
das pessoas jurídicas de seguros privados, das de capitalização e das referidas nos incisos
I a VII e X do § 1º do art. 1º da Lei Complementar nº 105, de 10 de janeiro de
2001; (Redação dada pela Lei nº 13.169, de 2015)
II - 17% (dezessete por cento), no período compreendido entre 1º de outubro de 2015 e
31 de dezembro de 2018, e 15% (quinze por cento) a partir de 1º de janeiro de 2019, no
caso das pessoas jurídicas referidas no inciso IX do § 1º do art. 1º da Lei Complementar
nº 105, de 10 de janeiro de 2001; (Redação dada pela Lei nº 13.169, de 2015)
III - 9% (nove por cento), no caso das demais pessoas jurídicas.

Veja ainda: Alíquotas e adicional do IRPJ:


Perguntas 028 a 030 do Capítulo VI.

Normativo: Lei nº 7.689, de 1988;


Lei nº 13.169, de 6 de outubro de 2015, art. 1º;
IN RFB nº 1.591, de 5 de novembro de 2015

004 Qual a base de cálculo da CSLL para as pessoas jurídicas


sujeitas à apuração do IRPJ pelo lucro real?

A base de cálculo da CSLL é o lucro líquido do período de apuração antes da provisão


para o IRPJ, ajustado por:

361
1) Adições, tais como:
a) o valor de qualquer provisão, exceto as para o pagamento de férias e décimo-terceiro
salário de empregados, para perdas de estoques, de que trata o art. 8º da Lei nº 10.753,
de 31 de outubro de 2003, e as provisões técnicas das companhias de seguro e de
capitalização, das entidades de previdência complementar e das operadoras de planos
de assistência à saúde, quando constituídas por exigência da legislação especial a elas
aplicável (Lei nº 7.689, de 1988, art. 2º, § 1º, “c”, 3, Lei nº 8.034, de 1990, art. 2º, Lei
nº 9.249, de 1995, art. 13, inciso I, MP nº 2.158-35, de 2001, art. 83, Lei nº 10.753, de
2003, arts. 8º e 9º e Lei nº 10.833, de 2003, art. 85);
b) o valor da contrapartida da reavaliação de quaisquer bens, no montante do aumento
do valor dos bens reavaliados que tenha sido efetivamente realizado no período de
apuração, se não computado em conta de resultado (Lei nº 8.034, de 1990, art. 2º);
c) o ajuste por diminuição do valor dos investimentos avaliados pelo patrimônio líquido
(Lei nº 8.034, de 1990, art. 2º);
d) a parcela dos lucros, anteriormente excluídos, de contratos de construção por
empreitada ou de fornecimento, a preço predeterminado, de bens ou serviços,
celebrados com pessoa jurídica de direito público ou empresa sob o seu controle,
empresa pública, sociedade de economia mista ou sua subsidiária, recebida no período
de apuração, inclusive mediante resgate ou alienação sob qualquer forma de títulos
públicos ou Certificados de Securitização, emitidos especificamente para quitação
desses créditos, observado o disposto em normas específicas (Lei nº 8.003, de 1990,
art. 3º);
e) a parcela da reserva especial, mesmo que incorporada ao capital, proporcionalmente à
realização dos bens ou direitos mediante alienação, depreciação, amortização,
exaustão ou baixa a qualquer título (Lei nº 8.200, de 1991, art. 2º);
f) os juros sobre o capital próprio, em relação aos valores excedentes aos limites de
dedução estabelecidos na legislação (Lei nº 9.779, de 1999, art. 14, e Medida
Provisória nº 2.158-35, de 2001, art. 93, II, “h”);
g) as despesas não dedutíveis (Lei nº 9.249, de 1995, art. 13);
h) os prejuízos e perdas incorridos no exterior e computados no resultado (MP nº 2.158-
35, de 2001, art. 21);
i) os valores excedentes aos limites estabelecidos para o Preço de Transferência (Lei nº
9.430, de 1996, arts. 18 a 24, e Instrução Normativa RFB nº 1.312, de 28 de dezembro
de 2012, com as alterações introduzidas pela Instrução Normativa RFB nº 1.322, de
16 de janeiro de 2013, pela Instrução Normativa RFB nº 1.395, de 13 de setembro de
2013, pela Instrução Normativa RFB nº 1.431, de 24 de dezembro de 2013, pela
Instrução Normativa RFB nº 1.458, de 18 de março de 2014, e pela Instrução
Normativa RFB nº 1.498, de 14 de outubro de 2014).);
j) o valor dos lucros distribuídos disfarçadamente (Lei nº 9.532, de 1997, art. 60);
k) os lucros auferidos no exterior, por intermédio de filiais, sucursais, controladas ou
coligadas, que tiverem sido disponibilizados para a pessoa jurídica domiciliada no
Brasil no curso do ano-calendário (Lei nº 9.532, de 1997, art. 1º);
l) os juros, relativos a empréstimos, pagos ou creditados a empresa controlada ou
coligada, independente do local de seu domicílio, incidentes sobre valor equivalente

362
aos lucros não disponibilizados por empresas controladas, domiciliadas no exterior
(Lei nº 9.532, de 1997, art. 1º, §3º, com a redação dada pela MP nº 2.158-35, de 2001);
m) os rendimentos e ganhos de capital auferidos no exterior, os quais devem ser
considerados pelos seus valores antes de descontado tributo pago no país de origem
(IN SRF nº 213, de 2002, art. 1º, §7º);
n) o valor das variações monetárias passivas das obrigações e direitos de crédito, em
função das taxas de câmbio, ainda não liquidados, tendo havido a opção pelo seu
reconhecimento quando da correspondente liquidação (MP nº 2.158-35, de 2001, art.
30);
o) o valor das variações monetárias ativas das obrigações e direitos de crédito, em função
das taxas de câmbio, quando da correspondente liquidação, tendo havido a opção pelo
seu reconhecimento nesse momento (MP nº 2.158-35, de 1999, art. 30);
p) as perdas de créditos nos valores excedentes ao legalmente permitido (Lei nº 9.430,
de 1996, art. 9º, combinado com art. 28).

2) Exclusões, tais como:


a) o valor da reversão dos saldos das provisões não dedutíveis, baixadas no período de
apuração, seja por utilização da provisão ou por reversão, e anteriormente adicionadas
(Lei nº 8.034, de 1990, art. 2º);
b) exclusão dos lucros e dividendos derivados de participações societárias em pessoas
jurídicas domiciliadas no Brasil que tenham sido computados como receita (Lei nº
12.973, de 2014, art. 51);
c) o ajuste por aumento no valor de investimentos avaliados pelo patrimônio líquido (Lei
nº 8.034, de 1990, art. 2º);
d) a parcela dos lucros de contratos de construção por empreitada ou de fornecimento, a
preço predeterminado, de bens ou serviços, celebrados com pessoa jurídica de direito
público ou empresa sob o seu controle, empresa pública, sociedade de economia mista
ou sua subsidiária, computada no lucro líquido, proporcional à receita dessas
operações considerada nesse resultado e não recebida até a data do balanço de
encerramento do período de apuração, inclusive quando quitados mediante
recebimento de títulos públicos ou Certificados de Securitização, emitidos
especificamente para essa finalidade, observado o disposto em normas específicas
(Lei nº 8.003, de 1990, art. 3º, e ADN CST nº 5, de 1991);
e) o valor ainda não liquidado correspondente a variações monetárias ativas das
obrigações e direitos de crédito registradas no período (em função das taxas de
câmbio), tendo havido a opção pelo seu reconhecimento quando da correspondente
liquidação (MP nº 2.158-35, de 2001, art. 30);
f) o valor liquidado no período correspondente a variações monetárias passivas das
obrigações e direitos de crédito (em função das taxas de câmbio), tendo havido a
opção pelo seu reconhecimento nesse momento (MP nº 2.158-35, de 2001, art. 30).

Notas:

363
1) Os lucros auferidos no exterior serão computados para fins
de determinação da base de cálculo da CSLL no balanço
levantado em 31 de dezembro do ano-calendário em que
tiverem sido disponibilizados para a pessoa jurídica
domiciliada no Brasil.
2) os rendimentos e ganhos de capital auferidos no exterior,
decorrentes de aplicações ou operações efetuadas diretamente
pela pessoa jurídica domiciliada no Brasil, serão computados
nos resultados correspondentes ao balanço levantado em 31
de dezembro do ano-calendário em que auferidos;

3) Os resultados decorrentes de aplicações financeiras de


renda variável no exterior, em um mesmo país, poderão ser
consolidados, para efeito de cômputo do ganho, na
determinação na base de cálculo da CSLL;
4) Nos casos de cisão, fusão, incorporação ou extinção da
pessoa jurídica, ocorridos durante o ano-calendário, deverá
ser tributado, na data do evento, o valor correspondente a
esses ganhos que foram excluídos nos períodos anteriores;

5) O valor da CSLL não poderá ser deduzido, para efeito de


determinação de sua própria base de cálculo;
6) As entidades sujeitas à planificação contábil própria
apurarão a CSLL de acordo com essa planificação;
7) As sociedades cooperativas calcularão a CSLL sobre o
resultado do período de apuração, decorrente de operações
com não-cooperados.

Veja ainda: Base de cálculo da CSLL:


Pergunta 006 deste capítulo (Lucro Real-Estimativa); e
Pergunta 016 deste capítulo (Lucro
Presumido/Arbitrado).
Compensação de base de cálculo negativa da CSLL:
Perguntas 001, 008, 009 e Notas à Pergunta 010 deste
capítulo.

Normativo: Lei nº 7.689, de 1988, art. 4º;


Lei nº 8.003, de 1990, art. 3º;
Lei nº 8.034, de 1990, art. 2º;
Lei nº 8.200, de 1991, art. 2º;

364
Lei nº 9.249, de 1995, art. 13;
Lei nº 9.316, de 1996, art. 1º;
Lei nº 9.430, de 1996, art. 9º, arts. 18 a 24 e art. 28;
Lei nº 9.532, de 1997, arts. 1º e art. 60;
MP nº 2.158-35, de 2001, arts. 21, 30 e 74;
Lei nº 12.973, de 2014;
IN RFB nº 1.700, de 2017;
IN SRF nº 213, de 2002, art. 1º, §7º, e art. 9º;
Instrução Normativa RFB nº 1.312, de 2012;
ADN CST nº 5, de 1991.

005 A pessoa jurídica que optar pela apuração do imposto sobre a


renda com base no lucro real anual deverá pagar a CSLL,
mensalmente, determinada sobre uma base de cálculo
estimada?

Sim, as pessoas jurídicas optantes pelo lucro real anual deverão pagar a CSLL,
mensalmente, sobre uma base de cálculo estimada.

Os valores de CSLL efetivamente pagos, calculados sobre a base de cálculo estimada


mensalmente, no transcorrer do ano-calendário, poderão ser deduzidos do valor de CSLL
apurado no ajuste anual.

006 Qual a base de cálculo da CSLL devida por estimativa?

Nas atividades desenvolvidas por pessoas jurídicas de natureza comercial, industrial ou


de prestação de serviços, a base de cálculo da CSLL apurada por estimativa será a soma
dos valores discriminados nos itens 1, 2 e 3 a seguir:

1) o percentual da receita bruta mensal, deduzida das devoluções, vendas canceladas e


dos descontos incondicionais concedidos, correspondente a:
a) 12% (doze por cento), para as pessoas jurídicas em geral: ou
b) 32% (trinta e dois por cento), para as pessoas jurídicas que desenvolvam as seguintes
atividades):
· prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares e de auxílio
diagnóstico e terapia, patologia clínica, imagenologia, anatomia patológica
e citopatologia, medicina nuclear e análises e patologias clínicas, desde que
a prestadora destes serviços seja organizada sob a forma de sociedade

365
empresária e atenda às normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária
– Anvisa;
· intermediação de negócios;
· administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis e direitos de
qualquer natureza;
· prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia,
mercadológica, gestão de crédito, seleção de riscos, administração de contas
a pagar e a receber, compra de direitos creditórios resultantes de vendas
mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring).

Notas:

No caso de atividades diversificadas será aplicado o


percentual correspondente a cada atividade (Lei nº 9.249, de
1995, art. 20, c/c art. 15).

2) os ganhos de capital, as demais receitas e os resultados positivos decorrentes de receitas


não compreendidas na atividade, inclusive:
a) os rendimentos auferidos nas operações de mútuo realizadas entre pessoas jurídicas
ou entre pessoa jurídica e pessoa física;
b) os ganhos de capital auferidos na alienação de participações societárias permanentes
em sociedades coligadas e controladas, e de participações societárias que
permaneceram no ativo da pessoa jurídica até o término do ano-calendário seguinte
ao de suas aquisições;
c) os ganhos auferidos em operações de cobertura (hedge) realizadas em bolsas de
valores, de mercadorias e de futuros ou no mercado de balcão;
d) a receita de locação de imóvel, quando não for este o objeto social da pessoa jurídica,
deduzida dos encargos necessários à sua percepção;
e) os juros equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia
(Selic), para títulos federais, acumulada mensalmente, relativos a impostos e
contribuições a serem restituídos ou compensados;
f) as receitas financeiras decorrentes das variações monetárias dos direitos de crédito e
das obrigações do contribuinte, em função de índices ou coeficientes aplicáveis por
disposição legal ou contratual;
g) os ganhos de capital auferidos na devolução de capital em bens e direitos;
h) a diferença entre o valor em dinheiro ou o valor dos bens e direitos recebido de
instituição isenta, a título de devolução de patrimônio, e o valor em dinheiro ou o
valor dos bens e direitos entregue para a formação do referido patrimônio.
3) os rendimentos e ganhos líquidos auferidos em aplicações financeiras de renda fixa e
renda variável.

366
Notas:

Não integram a base de cálculo estimada da CSLL:


a) as recuperações de créditos que não representem ingressos

de novas receitas;
b) a reversão de saldo de provisões anteriormente
constituídas, salvo no caso das provisões:
I - técnicas das companhias de seguro e de capitalização, das
entidades de previdência privada complementar e das
operadoras de planos de assistência à saúde, quando
constituídas por exigência da legislação especial a elas
aplicável;
II - para perdas de estoques de livros de que trata o art. 8º da
Lei nº 10.753, de 30 de outubro de 2003;
III - para o pagamento de férias de empregados; e
IV - para o pagamento de décimo-terceiro salário de
empregados.
c) os lucros e dividendos decorrentes de participações
societárias avaliadas pelo custo de aquisição e a contrapartida
do ajuste por aumento do valor de investimentos avaliados
pelo método da equivalência patrimonial;
d) os impostos não cumulativos cobrados destacadamente do
comprador ou contratante, além do preço do bem ou serviço,
e dos quais o vendedor dos bens ou o prestador dos serviços
seja mero depositário;
e) os juros sobre o capital próprio auferidos.

Notas:

A receita bruta a ser considerada para a base de cálculo da


Contribuição Social sobre o Lucro Líquido devida pelas
pessoas jurídicas que apurarem a CSLL devida por estimativa
é a receita bruta definida pelo art. 12 do Decreto-Lei no 1.598,
de 26 de dezembro de 1977, com a redação dada pela Lei nº
12.973, de 13 de maio de 2014, auferida no período, deduzida
das devoluções, vendas canceladas e dos descontos
incondicionais concedidos.

367
Veja ainda: Bases de cálculo da CSLL (Lucros Presumido e
Arbitrado):
Pergunta 016 deste capítulo.

Normativo: Lei nº 9.249, de 1995, art. 15 e art. 20 (c/red. dada pela


Lei nº 10.684, de 2003, art. 22);
Lei 9.430, de 1996, arts. 29 e 30;
Lei nº 9.532, de 1997, art. 17, § 4º, “a”;
Lei nº 12.973, de 2014;
IN RFB nº 1.700, de 2017.

007 Como deverá proceder a pessoa jurídica que, sujeita aos


recolhimentos mensais da CSLL com base na estimativa,
pretender suspender ou reduzir os pagamentos no curso do
ano-calendário?

A pessoa jurídica poderá suspender ou reduzir a CSLL devida mensalmente, mediante


levantamento de balanço ou balancete de suspensão ou redução. Nesse caso, pagará a
CSLL relativa ao período em curso com base nesse balanço ou balancete, podendo:

1) suspender o pagamento da CSLL, desde que demonstre que o valor da CSLL devida,
calculado com base no resultado ajustado do período em curso, é igual ou inferior à
soma da CSLL devida, correspondente aos meses do mesmo ano-calendário, anteriores
àquele em que se desejar suspender o pagamento;
2) reduzir o valor da CSLL ao montante correspondente à diferença positiva entre a
CSLL devida no período em curso e a soma da CSLL devida, correspondente aos
meses do mesmo ano-calendário, anteriores àquele em que se desejar reduzir o
pagamento.

Notas:

1) Considera-se:
a) período em curso, aquele compreendido entre 1º de janeiro
ou o dia de início de atividade e o último dia do mês em que
se deseja suspender ou reduzir o pagamento;
b) CSLL devida no período em curso, o valor resultante da
aplicação da alíquota da CSLL sobre o resultado ajustado
correspondente a esse período;
c) soma da CSLL devida, o somatório dos valores devidos
correspondentes à CSLL dos meses (do período em curso)
anteriores ao mês em que se deseja reduzir ou suspender o
pagamento, apurados com base na receita bruta e acréscimos

368
e/ou com base em saldos obtidos em balanços ou balancetes
de redução;
d) Para efeito do disposto na letra “c”, considera-se saldo
obtido em balanço ou balancete de redução, a diferença entre
a CSLL devida no período em curso (letra “b”) e a CSLL
devida em meses anteriores (letra “c”).

2) O resultado do período em curso deverá ser ajustado por


todas as adições determinadas e exclusões e compensações
admitidas pela legislação da CSLL, excetuadas, quanto aos
balanços ou balancetes levantados de janeiro a novembro, as
seguintes adições:
a) os lucros disponibilizados e os rendimentos e ganhos de
capital auferidos no exterior;
b) as parcelas a que se referem o art. 18, § 7º, art. 19, § 7º, e
art. 22, § 3º, da Lei nº 9.430, de 1996; e Instrução Normativa
RFB nº 1.312, de 2012 (Preços de Transferência);

3) Saliente-se que a cada suspensão ou redução deverão ser


levantados novos balanços ou balancetes abrangendo o
período em curso, e que a diferença paga a maior no período
abrangido pelo balanço de suspensão não poderá ser utilizada
para reduzir o montante da CSLL devida em meses
subsequentes do mesmo ano-calendário, calculada com base
na estimativa.

008 A base de cálculo negativa da CSLL poderá ser compensada


com resultados apurados em períodos subsequentes?

Sim. A base de cálculo da CSLL, quando negativa, poderá ser compensada até o limite
de 30% dos resultados apurados em períodos subsequentes, ajustados pelas adições e
exclusões previstas na legislação.

Notas:

1) A base de cálculo negativa da CSLL apurada por SCP


somente poderá ser compensada com o resultado ajustado
positivo decorrente da mesma SCP.
2) Caso a pessoa jurídica optante pela apuração da CSLL com
base no resultado presumido retorne ao regime de incidência
pelo resultado ajustado, o saldo de bases de cálculo negativas,
remanescente deste regime e não utilizado, poderá ser

369
compensado, observados os prazos e normas pertinentes à
compensação.

Veja ainda: Compensação de base de cálculo negativa da CSLL,


em casos de sucessão da PJ (incorporação, fusão ou
cisão):
Notas à pergunta 010 deste capítulo.

Normativo: Lei nº 9.065, de 1995, art.16.

009 Pessoa jurídica que exerce atividade rural também está sujeita
ao limite de 30% dos resultados para compensação da base de
cálculo negativa da CSLL?

Não. A base de cálculo da CSLL da atividade rural, quando negativa, poderá ser
compensada com o resultado dessa mesma atividade, apurado em períodos de apuração
subsequentes, ajustado pelas adições e exclusões previstas na legislação, sem o limite
máximo de redução de trinta por cento.

Notas:

1) A base de cálculo da CSLL da atividade rural, quando


negativa, poderá ser compensada com o resultado ajustado das
atividades em geral, apurado no mesmo período;
2) É vedada a compensação da base de cálculo negativa da
atividade rural apurada no exterior com o resultado ajustado
obtido no Brasil, seja este oriundo da atividade rural ou não.

Atividade Rural:
Veja ainda:
Perguntas 001 a 036 do capítulo XII.

Normativo: MP nº 2.158-35, de 2001, art. 41.

370
010 Nos casos de incorporação, fusão, cisão ou extinção da pessoa
jurídica, quais serão as datas de apuração da base de cálculo e
o prazo para pagamento da CSLL, qualquer que seja o regime
de tributação?

A data de apuração da base de cálculo, nos casos de incorporação, fusão, cisão ou extinção
da pessoa jurídica é a data da ocorrência desses eventos.

Prazo para pagamento: até o último dia útil do mês subsequente ao do evento, em quota
única.

Notas:

1) A pessoa jurídica não poderá compensar sua própria base


de cálculo negativa da CSLL se, entre as datas da apuração e
da compensação, houver ocorrido, cumulativamente,
modificação de seu controle societário e do ramo de atividade;
2) A pessoa jurídica sucessora por incorporação, fusão ou
cisão não poderá compensar bases de cálculo negativas da
CSLL da sucedida;
3) Excepcionalmente, no caso de cisão parcial, a pessoa
jurídica cindida poderá compensar as suas próprias bases de
cálculo negativas, proporcionalmente à parcela remanescente
do patrimônio líquido.

Normativo: Decreto-Lei nº 2.341, de 1987, arts. 32 e 33;


MP nº 2.158-35, de 2001, art. 22.

011 Quais os procedimentos a serem observados na apuração da


base de cálculo da CSLL, nos casos de contratos de construção
por empreitada ou de fornecimento, a preço predeterminado,
de bens ou serviços, celebrados com pessoa jurídica de direito
público, ou empresa sob seu controle, empresa pública,
sociedade de economia mista ou sua subsidiária?

A pessoa jurídica poderá excluir do resultado do período, para efeito de apuração da base
de cálculo da CSLL, parcela do lucro da empreitada ou fornecimento proporcional à
receita dessas operações, computada no resultado do período e não recebida até a data do

371
balanço de encerramento, inclusive quando quitados mediante recebimento de títulos
públicos ou Certificados de Securitização, emitidos especificamente para essa finalidade.

A parcela excluída deverá ser adicionada ao resultado do período em que a receita for
recebida.

Notas:

Se a pessoa jurídica subcontratar parte da empreitada ou


fornecimento, o direito ao diferimento de que trata este artigo
caberá a ambos, na proporção da sua participação na receita a
receber (Lei nº 8.003, de 1990, art. 3º).

Normativo: Lei nº 8.003, de 1990, art. 3º.

Veja ainda: Sobre contratos de empreitada ou fornecimento


com empresas públicas:
Pergunta 004 deste capítulo, Itens 1, d e 2, d.

012 Os rendimentos e ganhos de capital auferidos no exterior


sujeitam-se à incidência da CSLL?

Sim. O art. 21 da MP nº 2.158-35, de 2001, determina que os lucros, rendimentos e


ganhos de capital auferidos no exterior ficam sujeitos à incidência da CSLL, observadas
as normas de tributação universal.
O parágrafo único do mencionado artigo, por seu turno, preconiza que o saldo do imposto
de renda pago no exterior, que exceder o valor compensável com o IRPJ devido no Brasil,
poderá ser compensado com a CSLL devida em virtude da adição, à sua base de cálculo,
dos lucros oriundos do exterior, até o limite acrescido em decorrência dessa adição.

Veja ainda: Tributação em Bases Universais:


Perguntas 076 a 110 do capítulo XIX.

Normativo: MP nº 2.158-35, de 2001, art 21.

372
013 O registro da CSLL como despesa afetará o cálculo do lucro
da exploração?

A CSLL será adicionada ao lucro líquido do período de apuração, antes da provisão para
o imposto de renda, para efeito de determinação do lucro da exploração, que servirá de
base de cálculo de incentivos fiscais.

Normativo: MP nº 2.158-35, de 2001, art. 23, II.

014 O valor correspondente à CSLL será considerado como


despesa dedutível, para efeito de determinação do lucro real?

Não. O valor da CSLL não pode ser deduzido para efeito da determinação do lucro real,
nem da sua própria base de cálculo.
O valor da CSLL que for considerado como custo ou despesa deverá ser adicionado ao
lucro líquido para efeito de determinação do lucro real.

Normativo: Lei nº 9.316, de 1996, art. 1º.

015 Quais os códigos de recolhimento da CSLL a serem utilizados


no preenchimento do DARF?

O pagamento será feito mediante a utilização do Documento de Arrecadação de Receitas


Federais (DARF), sob os seguintes códigos:

· 2484 - Pessoas Jurídicas não Financeiras - Lucro Real - Estimativa Mensal;


· 2469 - Entidades Financeiras - Estimativa Mensal;
· 6012 - Pessoas Jurídicas não Financeiras - Lucro Real - Apuração Trimestral;
· 2030 - Entidades Financeiras - Apuração Trimestral;
· 6773 - Pessoas Jurídicas não Financeiras - Lucro Real - Ajuste Anual;
· 6758 - Entidades Financeiras - Lucro Real - Ajuste Anual;
· 2372 - Pessoas Jurídicas Tributadas pelo Lucro Presumido ou Arbitrado.

Lucro Presumido ou Arbitrado

373
016 Qual a base de cálculo da CSLL para as pessoas jurídicas
sujeitas à apuração do lucro presumido ou arbitrado?

As pessoas jurídicas que optarem pela apuração e pagamento do IRPJ com base no lucro
presumido ou que pagarem o IRPJ com base no lucro arbitrado determinarão a base de
cálculo da CSLL trimestralmente, conforme esses regimes de incidência.

O resultado presumido ou arbitrado (a base de cálculo da CSLL) será a soma dos seguintes
valores:
1) o percentual da receita bruta auferida no trimestre, excluídas as vendas canceladas, as
devoluções de vendas, os descontos incondicionais concedidos e os impostos não
cumulativos cobrados destacadamente do comprador dos quais o vendedor dos bens
ou prestador de serviços seja mero depositário, correspondente a:
a) 12% (doze por cento), para as pessoas jurídicas em geral; ou
b) 32% (trinta e dois por cento), para as pessoas jurídicas que desenvolvam as seguintes
atividades:
· prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares e de auxílio
diagnóstico e terapia, patologia clínica, imagenologia, anatomia patológica e
citopatologia, medicina nuclear e análises e patologias clínicas, desde que a
prestadora destes serviços seja organizada sob a forma de sociedade empresária e
atenda às normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa;;
· intermediação de negócios;
· administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis e direitos de qualquer
natureza;
· prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia,
mercadológica, gestão de crédito, seleção de riscos, administração de contas a
pagar e a receber, compra de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis
a prazo ou de prestação de serviços (factoring);
· prestação de serviços de construção, recuperação, reforma, ampliação ou
melhoramento de infraestrutura vinculados a contrato de concessão de serviço
público.

Notas:

No caso de atividades diversificadas será aplicado o


percentual correspondente a cada atividade.

2) o percentual (correspondente à atividade, fixado conforme Item 1) das receitas


auferidas no respectivo período de apuração, nas exportações a pessoas vinculadas ou
para países com tributação favorecida, que exceder ao valor já apropriado na
escrituração da empresa, na forma da IN SRF nº 1.312, de 2012;
3) os ganhos de capital, os rendimentos e ganhos líquidos auferidos em aplicações
financeiras, as demais receitas, os resultados positivos decorrentes de receitas não

374
abrangidas pelo inciso I do caput, com os respectivos valores decorrentes do ajuste a
valor presente de que trata o inciso VIII do caput do art. 183 da Lei nº 6.404, de 15 de
dezembro de 1976, auferidos no mesmo período de apuração, inclusive:
a) os ganhos de capital nas alienações de bens e direitos, inclusive de aplicações em
ouro não caracterizado como ativo financeiro. O ganho corresponderá à diferença
positiva verificada, no mês, entre o valor da alienação e o respectivo custo de
aquisição diminuído dos encargos de depreciação, amortização ou exaustão
acumulada;
b) os ganhos de capital auferidos na alienação de participações societárias permanentes
em sociedades coligadas e controladas, e de participações societárias que
permanecerem no ativo da pessoa jurídica até o término do ano-calendário seguinte
ao de suas aquisições;
c) os ganhos de capital auferidos na devolução de capital em bens ou direitos;
d) os rendimentos auferidos nas operações de mútuo realizadas entre pessoas jurídicas
ou entre pessoa jurídica e pessoa física;
e) os ganhos auferidos em operações de cobertura (hedge) realizadas em bolsas de
valores, de mercadorias e de futuros ou no mercado de balcão;
f) a receita de locação de imóvel, quando não for este o objeto social da pessoa jurídica,
deduzida dos encargos necessários à sua percepção;
g) os juros equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e
Custódia (Selic), para títulos federais, acumulada mensalmente, relativos a impostos
e contribuições a serem restituídos ou compensados;
h) as variações monetárias ativas dos direitos de crédito e das obrigações do
contribuinte, em função da taxa de câmbio ou de índices ou coeficientes aplicáveis
por disposição legal ou contratual;
i) os rendimentos e ganhos líquidos auferidos em aplicações financeiras de renda fixa
e de renda variável;
j) os juros sobre o capital próprio auferidos;
k) os valores recuperados correspondentes a custos e despesas, inclusive com perdas
no recebimento de créditos, salvo se a pessoa jurídica comprovar não os ter deduzido
em período anterior no qual tenha se submetido ao regime de incidência da CSLL
com base no resultado ajustado, ou que se refiram a período no qual tenha se
submetido ao regime de incidência da CSLL com base no resultado presumido ou
arbitrado;
l) o valor dos encargos suportados pela mutuária que exceder ao limite calculado com
base na taxa Libor, para depósitos em dólares dos Estados Unidos da América, pelo
prazo de seis meses, acrescido de três por cento anuais a título de spread,
proporcionalizados em função do período a que se referirem os juros, quando pagos
ou creditados a pessoa vinculada no exterior e o contrato não for registrado no Banco
Central do Brasil;
m) a diferença de receita, auferida pela mutuante, correspondente ao valor calculado
com base na taxa a que se refere a alínea anterior e o valor contratado, quando este
for inferior, caso o contrato, não registrado no Banco Central do Brasil, seja realizado
com mutuaria definida como pessoa vinculada domiciliada no exterior;

375
n) as multas ou qualquer outra vantagem recebida ou creditada, ainda que a título de
indenização, em virtude de rescisão de contrato;
o) o valor em dinheiro ou o valor dos bens e direitos recebidos de instituição isenta, a
título de devolução de patrimônio;
p) o valor correspondente aos lucros auferidos no exterior, por intermédio de filiais,
sucursais, controladas ou coligadas, no trimestre em que tais lucros tiverem sido
disponibilizados (no caso de lucro arbitrado).

Notas:

1) A partir da publicação da IN 104/98, as empresas optantes


pelo lucro presumido poderão apurar a CSLL com base no
regime de caixa ;
2) Para as empresas submetidas ao regime de competência,
excetuam-se desse regime os rendimentos auferidos em
aplicações de renda fixa e os ganhos líquidos obtidos em
aplicações de renda variável, que serão acrescidos à base de
cálculo da CSLL por ocasião da alienação, resgate ou cessão
do título ou aplicação;
3) A pessoa jurídica que, em qualquer trimestre do ano-
calendário, tiver seu resultado arbitrado, poderá optar pela
incidência da CSLL com base no resultado presumido
relativamente aos demais trimestres desse ano-calendário,
desde que não obrigada à apuração do lucro real;

4) A pessoa jurídica que optar pelo regime de tributação com


base no lucro presumido, durante o período em que submetida
ao Refis, deve acrescer à base de cálculo o valor
correspondente aos lucros, rendimentos e ganhos de capital
oriundos do exterior, no trimestre em que forem
disponibilizados os citados lucros e auferidos os rendimentos
e ganhos, nos termos do art. 2º da IN SRF nº 16, de 2001.

Notas:

A receita bruta a ser considerada para a base de cálculo da


Contribuição Social sobre o Lucro Líquido devida pelas
pessoas jurídicas sujeitas à apuração do lucro presumido ou
arbitrado é a receita bruta definida pelo art. 12 do Decreto-Lei
no 1.598, de 26 de dezembro de 1977, com a redação dada
pela Lei nº 12.973, de 13 de maio de 2014, auferida no
período, deduzida das devoluções, vendas canceladas e dos
descontos incondicionais concedidos.

376
Veja ainda: Base de cálculo da CSLL (Lucro Real-Estimativa):
Pergunta 006 deste capítulo.

Normativo: Lei nº 9.249, de 1995, art. 20 (c/red. dada pela Lei nº


12.973, de 2014, art. 9º, e Lei nº 11.196, de 2005, art.
34);
Lei nº 9.430, de 1996, art. 29;
Lei nº 9.532, de 1997, art. 1º, § 1º;
IN RFB nº 1.700, de 2017;
Instrução Normativa RFB nº 1.312, de 28 de dezembro
de 2012.

017 A pessoa jurídica optante pelo regime de incidência da CSLL


com base no resultado presumido poderá reconhecer as
receitas de venda de bens ou direitos ou de prestação de
serviços pelo regime de caixa?

Sim , desde que adote esse mesmo regime para apurar o IRPJ com base no lucro
presumido, devendo:

a) emitir a nota fiscal quando da entrega do bem ou direito ou da conclusão do serviço;


b) indicar, no livro Caixa, em registro individualizado, a nota fiscal a que corresponder
cada recebimento.

Notas:

1) Na hipótese da opção pelo critério descrito acima, a


pessoa jurídica que mantiver escrituração contábil, na
forma da legislação comercial, deverá controlar os
recebimentos de suas receitas em conta específica, na qual,
em cada lançamento, será indicada a nota fiscal a que
corresponder o recebimento.
2) Os valores recebidos adiantadamente, por conta de venda
de bens ou direitos ou da prestação de serviços, serão
computados como receita do mês em que se der o
faturamento, a entrega do bem ou do direito ou a conclusão
dos serviços, o que primeiro ocorrer.

377
3) Os valores recebidos, a qualquer título, do adquirente do
bem ou direito ou do contratante dos serviços serão
considerados como recebimento do preço ou de parte deste,
até o seu limite.
4) O cômputo da receita em período de apuração posterior
ao do recebimento sujeitará a pessoa jurídica ao pagamento
da CSLL com o acréscimo de juros de mora e de multa, de
mora ou de ofício, conforme o caso, calculados na forma da
legislação vigente.

Veja ainda: Regime de reconhecimento de receitas no lucro


presumido.
Pergunta 038 do capítulo XIII.

020 O que é a Escrituração Contábil Fiscal (ECF)? Ela se


aplica à tributação e apuração da CSLL? A partir de qual
ano-calendário?

A Escrituração Contábil Fiscal (ECF) é uma escrituração na qual o sujeito passivo deverá
informar todas as operações que influenciem a composição da base de cálculo e o valor
devido do Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social
sobre o Lucro Líquido (CSLL).
A partir do ano-calendário de 2014, todas as pessoas jurídicas, inclusive as equiparadas,
deverão apresentar a Escrituração Contábil Fiscal (ECF) de forma centralizada pela
matriz.
A ECF será transmitida anualmente ao Sistema Público de Escrituração Digital (Sped)
até o último dia útil do mês de julho do ano seguinte ao ano-calendário a que se refira.
As pessoas jurídicas ficam dispensadas, em relação aos fatos ocorridos a partir de 1º de
janeiro de 2014, da escrituração do Livro de Apuração do Lucro Real (Lalur) em meio
físico e da entrega da Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica
(DIPJ).

Normativo: Instrução Normativa RFB nº 1.422, de 19 de dezembro


de 2013.

378
Capítulo XVII - Sociedades Cooperativas 2019

Natureza e Requisitos

001 O que são sociedades cooperativas?

As sociedades cooperativas em geral estão reguladas pela Lei nº 5.764, de 1971 que
definiu a Política Nacional de Cooperativismo e instituiu o regime jurídico das
cooperativas.
São sociedades de pessoas de natureza civil, com forma jurídica própria, constituídas para
prestar serviços aos associados e que se distinguem das demais sociedades pelas seguintes
características:
a) adesão voluntária, com número ilimitado de associados, salvo
impossibilidade técnica de prestação de serviços;
b) variabilidade do capital social, representado por cotas-partes;
c) limitação do número de cotas-partes para cada associado, facultado, porém,
o estabelecimento de critérios de proporcionalidade;
d) inacessibilidade das quotas partes do capital à terceiros, estranhos à
sociedade;
e) retorno das sobras liquidas do exercício, proporcionalmente às operações
realizadas pelo associado, salvo deliberação em contrário da assembleia geral;
f) quórum para o funcionamento e deliberação da assembleia geral baseado no
número de associados e não no capital;
g) indivisibilidade dos fundos de reserva e de assistência técnica educacional e
social;
h) neutralidade política e indiscriminação religiosa, racial e social;
i) prestação de assistência aos associados, e, quando previsto nos estatutos, aos
empregados da cooperativa;
j) área de admissão de associados limitada às possibilidades de reunião,
controle, operações e prestação de serviços.

Alerte-se que os arts. 1.094 e 1095 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002, Código
Civil, dispõem também sobre características das sociedades cooperativas.
A Lei Complementar nº 130, de 17 de abril de 2009, veio dispor sobre o Sistema Nacional
de Crédito Cooperativo.
A LC nº 130, de 2009 estabelece que as instituições financeiras constituídas sob a forma
de cooperativas de crédito submetem-se:

a) à referida Lei Complementar, bem como à legislação do Sistema Financeiro


Nacional - SFN e das sociedades cooperativas; e

379
b) as competências legais do Conselho Monetário Nacional - CMN e do Banco
Central do Brasil em relação às instituições financeiras aplicam-se às
cooperativas de crédito.
As cooperativas de crédito destinam-se, precipuamente, a prover, por meio da
mutualidade, a prestação de serviços financeiros a seus associados, sendo-lhes assegurado
o acesso aos instrumentos do mercado financeiro.
As cooperativas de crédito podem atuar em nome e por conta de outras instituições, com
vistas à prestação de serviços financeiros e afins a associados e a não associados.

O quadro social das cooperativas de crédito, composto de pessoas físicas e jurídicas, é


definido pela assembleia geral, com previsão no estatuto social.

O mandato dos membros do conselho fiscal das cooperativas de crédito terá duração de
até 3 (três) anos, observada a renovação de, ao menos, 2 (dois) membros a cada eleição,
sendo 1 (um) efetivo e 1 (um) suplente.

É vedado distribuir qualquer espécie de benefício às quotas-parte do capital, excetuando-


se remuneração anual limitada ao valor da taxa referencial do Sistema Especial de
Liquidação e de Custódia - Selic para títulos federais.

A LC 130, de 2009, revogou os arts. 40 e 41 da Lei no 4.595, de 31 de dezembro de 1964,


e o § 3º do art. 10, o § 10 do art. 18, o parágrafo único do art. 86 e o art. 84 da Lei no
5.764, de 16 de dezembro de 1971.

A Lei nº 12.690, de 19 de julho de 2012, veio dispor sobre a organização e o


funcionamento das Cooperativas de Trabalho; institui o Programa Nacional de Fomento
às Cooperativas de Trabalho - PRONACOOP.

O art. 1º estabelece que a Cooperativa de Trabalho é regulada por esta Lei e, no que com
ela não colidir, pelas Leis nos 5.764, de 16 de dezembro de 1971, e 10.406, de 10 de
janeiro de 2002 -Código Civil.

O Parágrafo único excluiu da Lei:

I - as cooperativas de assistência à saúde na forma da legislação de saúde


suplementar;
II - as cooperativas que atuam no setor de transporte regulamentado pelo poder
público e que detenham, por si ou por seus sócios, a qualquer título, os meios de
trabalho;
III - as cooperativas de profissionais liberais cujos sócios exerçam as atividades em
seus próprios estabelecimentos; e
IV - as cooperativas de médicos cujos honorários sejam pagos por procedimento.
O Art. 6º dispõe, diferentemente da Lei Geral que a Cooperativa de Trabalho poderá ser
constituída com número mínimo de 7 (sete) sócios.

O art. 27 estabelece que a Cooperativa de Trabalho constituída antes da vigência desta


Lei terá prazo de 12 (doze) meses, contado de sua publicação, para adequar seus estatutos
às disposições nela previstas.
380
Notas:

A sociedade cooperativa deverá também (Princípios


Cooperativos):
a) ser constituída pelo número mínimo de associados,
conforme previsto no art. 6º da Lei nº 5.764, de 1971,
ressaltando-se que as cooperativas singulares não podem ser
constituídas exclusivamente por pessoas jurídicas, nem,
tampouco, por pessoa jurídica com fins lucrativos ou com
objeto diverso das atividades econômicas da pessoa física;
b) não distribuir qualquer espécie de benefício às quotas-
partes do capital ou estabelecer outras vantagens ou
privilégios, financeiros ou não, em favor de quaisquer
associados ou terceiros, excetuados os juros até o máximo de
doze por cento ao ano atribuídos ao capital integralizado, e no
caso das cooperativas de crédito, a remuneração anual
limitada ao valor da taxa referencial do Sistema Especial de
Liquidação e de Custódia - Selic para títulos federais
(Lei nº 5.764, de 1971, art. 24, § 3º, RIR/2018, art. 193, § 1º;
e art. 7º da LC nº 130, de 2009)
c) permitir o livre ingresso a todos os que desejarem utilizar
os serviços prestados pela sociedade, exceto aos comerciantes
e empresários que operam no mesmo campo econômico da
sociedade, cujo ingresso é vedado (Lei nº 5.764, de 1971,
art. 29 e §§);
d) permitir a cada associado, nas assembleias gerais, o direito
a um voto, qualquer que seja o número de suas quotas-partes
(Lei nº 5.764, de 1971, art. 42).

Veja ainda: Classificação das cooperativas:


Pergunta 002 deste capítulo.

Normativo: Lei nº 5.764, de 1971 arts. 4º e 6º, art. 24, § 3º, arts. 29
e 42;
RIR/2018, art. 193, § 1º. e art. 7º da LC nº 130, de
2009.
Lei nº 12.690, de 19 de julho de 2012.

381
002 Como se classificam as sociedades cooperativas?

Nos termos do art. 6º da Lei nº 5.764, de 1971, as sociedades cooperativas são


consideradas:
1) singulares, as constituídas pelo número mínimo de 20 (vinte) pessoas físicas, sendo
excepcionalmente permitida a admissão de pessoas jurídicas que tenham por objeto
as mesmas ou correlatas atividades econômicas das pessoas físicas ou, ainda, aquelas
sem fins lucrativos;
2) cooperativas centrais ou federações de cooperativas, as constituídas de, no mínimo, 3
(três) singulares, podendo, excepcionalmente, admitir associados individuais;
3) confederações de cooperativas, as constituídas, pelo menos, de 3 (três) federações de
cooperativas ou cooperativas centrais, da mesma ou de diferentes modalidades.

Notas:

As cooperativas singulares se caracterizam pela prestação


direta de serviços aos associados.

Normativo: Lei nº 5.764, de 1971, arts. 6º e 7º.

003 Quais os objetivos sociais de uma sociedade cooperativa?

Estas sociedades poderão, com o fim de viabilizar a atividade de seus associados, adotar
qualquer objeto, respeitadas as limitações legais no sentido de não exercerem atividades
ilícitas ou proibidas em lei.

Os objetivos sociais mais utilizados em sociedades cooperativas são: cooperativas de


produtores; cooperativas de consumo; cooperativas de crédito; cooperativas de trabalho;
cooperativas habitacionais; cooperativas sociais.

004 Qualquer pessoa jurídica poderá ingressar nas sociedades


cooperativas?

Não. Somente excepcionalmente é permitida a admissão de pessoas jurídicas como


associadas de cooperativas.

Para ingressar em uma cooperativa, a pessoa jurídica deverá ter por objeto as mesmas
atividades econômicas que os demais associados pessoas físicas (ou atividades
correlatas).

São também admitidas nas cooperativas as pessoas jurídicas sem fins lucrativos.

Relativamente às cooperativas de crédito, o quadro social poderá ser composto de pessoas


físicas e jurídicas, desde que definido pela assembleia geral, com previsão no estatuto
382
social, e não são admitidas pessoas jurídicas que possam exercer concorrência com a
própria sociedade cooperativa, nem a união, os Estados e os Municípios, bem como, suas
respectivas autarquias, fundações e empresas estatais dependentes.

Lei nº 5.764, de 1971, art. 6º. e art 4º e parágrafo único


Normativo:
da LC nº 130, de 2009)

005 Quais as pessoas jurídicas que têm seu ingresso permitido nas
sociedades cooperativas?

Em situações específicas é possível o ingresso de pessoa jurídica nas sociedades


cooperativas de pescas e nas cooperativas constituídas por produtores rurais ou
extrativistas que pratiquem as mesmas atividades econômicas das pessoas físicas
associadas.

Exemplo:

As microempresas rurais, os clubes de jovens rurais e os consórcios e condomínios


agropecuários que praticarem agricultura, pecuária ou extração, desde que não operem no
mesmo campo econômico das cooperativas.

Ressalte-se que nas cooperativas de eletrificação, irrigação e telecomunicações, poderão


ingressar as pessoas jurídicas que se localizem na respectiva área de operações.

Veja ainda a Pergunta 004 deste capítulo em relação às sociedades cooperativas de


crédito.

Normativo: Lei nº 5.764, de 1971, art. 29, §§ 2º e 3º.

006 Quais as formalidades exigidas para se constituir uma


sociedade cooperativa?

As formalidades de constituição não diferem, quanto aos procedimentos, daqueles que se


adotam para outros tipos de pessoas jurídicas.

A constituição será deliberada por assembleia geral dos fundadores, que se


instrumentalizará por intermédio de uma ata (instrumento particular) ou por escritura
pública, neste caso lavrada em Cartório de Notas ou Documentos.
Na prática, as sociedades cooperativas são constituídas por ata da assembleia geral de
constituição, transcritas no “livro de atas” que, depois da ata de fundação, servirá como
livro de atas das demais assembleias gerais convocadas pela sociedade.

Normativo: Lei nº 5.764, de 1971, arts. 14 e 15.

383
007 As sociedades cooperativas dependem de autorização para
funcionamento?

Não. Dispõe o art. 5º, inciso XVII, da Constituição Federal, que a criação de associações
e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo vedada a
interferência estatal em seu funcionamento.
Relativamente as sociedades cooperativas de crédito o art. 12 da LC 130, de 2009, dispõe
que o CMN, no exercício da competência que lhe são atribuídas pela legislação que rege
o SFN, poderá dispor, inclusive, sobre as seguintes matérias:

a) requisitos a serem atendidos previamente à constituição ou transformação das


cooperativas de crédito, com vistas ao respectivo processo de autorização a cargo
do Banco Central do Brasil;
b) condições a serem observadas na formação do quadro de associados e na
celebração de contratos com outras instituições;
c) tipos de atividades a serem desenvolvidas e de instrumentos financeiros passíveis
de utilização;
d) fundos garantidores, inclusive a vinculação de cooperativas de crédito a tais
fundos;
e) atividades realizadas por entidades de qualquer natureza, que tenham por objeto
exercer, com relação a um grupo de cooperativas de crédito, supervisão, controle,
auditoria, gestão ou execução em maior escala de suas funções operacionais;
f) vinculação a entidades que exerçam, na forma da regulamentação, atividades de
supervisão, controle e auditoria de cooperativas de crédito;
g) condições de participação societária em outras entidades, inclusive de natureza
não cooperativa, com vistas ao atendimento de propósitos complementares, no
interesse do quadro social;
h) requisitos adicionais ao exercício da faculdade de que trata o art. 9o da Lei
Complementar no 130, de 2009.

Constituição Federal, art. 5º, inciso XVII e art. 12 da LC


Normativo:
nº 130, de 2009

008 Quais são os livros comerciais e fiscais exigidos das


Sociedades Cooperativas?

Estando as sociedades cooperativas sujeitas à tributação pelo IRPJ quando auferirem


resultados positivos em atos não cooperativos e, devendo destacar em sua escrituração
contábil as receitas, os custos, despesas e encargos relativos a esses atos - operações
realizadas com não associados, conclui-se que, nestes casos, as cooperativas deverão
possuir todos os livros contábeis e fiscais exigidos das outras pessoas jurídicas.

384
Além disso, a sociedade cooperativa também deverá possuir os seguintes livros: a)
Matrícula; b) Atas das Assembleias Gerais; c) Atas dos Órgãos de Administração; d) Atas
do Conselho Fiscal; e) Presença do Associados nas Assembleias Gerais.

Normativo: Lei nº 5.764, de 1971, art. 22;


RIR/2018, art. 193.

009 Como será formado o capital social da sociedade cooperativa?

O capital social será subdividido em quotas-partes e subscrição pode ser proporcional ao


movimento de cada sócio.
Para a formação do capital social poder-se-á estipular que o pagamento das quotas-partes
seja realizado mediante prestações periódicas, independentemente de chamada, em
moeda corrente nacional ou bens.

A legislação cooperativista prevê que a integralização das quotas-partes e o aumento do


capital social poderão ser feitos com bens avaliados previamente e após homologação em
Assembleia Geral ou mediante retenção de determinado porcentagem do valor do
movimento financeiro de cada sócio.
Por outro lado, o art. 1.094 do Código Civil estabelece que capital social, será variável,
a medida do ingresso e da retirada dos sócios, independentemente de qualquer
formalidade homologatória, ou seja, basta que o interessado em se associar se apresente,
comprove sua afinidade ao escopo da sociedade cooperativa e comprometa-se a pagar o
valor das quotas-partes que subscrever, nas condições que lhe forem oferecidas.

Na saída, é suficiente que se apresente como retirante e receba o valor de suas quotas e o
que mais tiver de direito, consoante às regras vigentes na entidade.

O Código Civil traz como novidade a dispensa da sociedade cooperativa de formar o


capital social inicial com quotas-partes dos sócios, ou seja, o início da atividade
econômica da sociedade poderá ocorrer sem lhe seja oferecido qualquer recurso inicial.

Normativo: Lei nº 5.764, de 1971, art. 24;


Código Civil - Lei nº 10.406, de 2002, art. 1.094.

010 As quotas-partes subscritas e integralizadas na sociedade


cooperativa são transferíveis?

O Código Civil determina, inovando, que as quotas são intransferíveis a terceiros


estranhos à sociedade cooperativa, ainda que por herança.

A transferência é possível ao herdeiro se este for também associado, visto que a operação
de transferência entre associados é permitida.

385
Normativo: Código Civil - Lei nº 10.406, de 2002, art. 1.094, IV.

011 O que são atos cooperativos?

Denominam-se atos cooperativos aqueles praticados entre a cooperativa e seus


associados, entre estes e aquelas e pelas cooperativas entre si quando associados, para
consecução dos objetivos sociais.
O ato cooperativo não implica operação de mercado, nem contrato de compra e venda de
produto ou mercadoria.

Assim, podemos citar como exemplos de atos cooperativos, dentre outros, os seguintes:

1) a entrega de produtos dos associados à cooperativa, para comercialização, bem como


os repasses efetuados pela cooperativa a eles, decorrentes dessa comercialização, nas
cooperativas de produção agropecuárias;
2) o fornecimento de bens e mercadorias a associados, desde que vinculadas à atividade
econômica do associado e que sejam objeto da cooperativa nas cooperativas de
produção agropecuárias;
3) as operações de beneficiamento, armazenamento e industrialização de produto do
associado nas cooperativas de produção agropecuárias;
4) atos de cessão ou usos de casas, nas cooperativas de habitação;
5) prover, por meio da mutualidade, a prestação de serviços financeiros a seus
associados, sendo-lhes assegurado o acesso aos instrumentos do mercado financeiro,
no caso das sociedades cooperativas de crédito.
6) nas cooperativa de trabalho, inclusive cooperativas médicas, considera-se atos
cooperados os serviços prestados pelas cooperativas diretamente aos associados na
organização e administração dos interesses comuns ligados à atividade profissional,
tais como os que buscam a captação de clientela; a oferta pública ou particular dos
serviços dos associados; a cobrança e recebimento de honorários; o registro, controle
e distribuição periódica dos honorários recebidos; a apuração e cobrança das despesas
da sociedade, mediante rateio na proporção direta da fruição dos serviços pelos
associados; cobertura de eventuais prejuízos com recursos provenientes do Fundo de
Reserva (art. 28 , I) e, supletivamente, mediante rateio, entre os associados, na razão
direta dos serviços usufruídos (art. 89 )

Notas:

O Superior Tribunal de Justiça - STJ, no Recurso Especial nº


1.081.747 - PR (2008/0179707-7), tendo como recorrente a
Procuradoria Geral da Fazenda Nacional e recorrido a
Unimed Guarapuava Cooperativa de Trabalho Médico, tendo
como Relatora a Exma. Ministra Eliana Calmon, assim
concluiu:

386
1) equivocados a doutrina e os precedentes do STJ que
entendem como ato cooperativo, indistintamente, todo aquele
que atende às finalidades institucionais da cooperativa;
2) constitui-se ato cooperativo típico ou próprio, nos termos
do art. 79 da Lei 5.764/71, o serviço prestado pela cooperativa
diretamente ao cooperado, quando:
a) a cooperativa estabelece, em nome e no interesse dos
associados, relação jurídica com terceiros (não-cooperados)
para viabilizar o funcionamento da própria cooperativa (com
a locação ou a aquisição de máquinas e equipamentos,
contratação de empregados para atuarem na área-meio, por
exemplo) visando à concretização do objetivo social da
cooperativa; e
b) a cooperativa recebe valores de terceiros (não-cooperados)
em razão da comercialização de produtos e mercadorias ou da
prestação de serviços por seus associados e a eles repassa.
3) estão excluídos do conceito de atos cooperativos a
prestação de serviços por não-associado (pessoa física ou
jurídica) através da cooperativa a terceiros, ainda que
necessários ao bom desempenho da atividade-fim ou, ainda, a
prestação de serviços estranhos ao seu objeto social; e
4) os atos cooperativos denominados "auxiliares", quando a
cooperativa necessita realizar gastos com terceiros, como
hospitais, laboratórios e outros - mesmo que decorrentes do
atendimento médico cooperado, não se inserem no conceito
de ato cooperativo típico ou próprio

Lei nº 5.764, de 1971, art. 79 e art. 2º da LC nº 130, de


Normativo: 2009; Parecer Normativo CST nº 38 de 01.11.1980, item
3.1.

012 O que são atos não cooperativos?

Os atos não-cooperativos são aqueles que importam em operação com terceiros não
associados. São exemplos, dentre outros, os seguintes:
1) a comercialização ou industrialização, pelas cooperativas agropecuárias ou de pesca,
de produtos adquiridos de não associados, agricultores, pecuaristas ou pescadores,
para completar lotes destinados ao cumprimento de contratos ou para suprir
capacidade ociosa de suas instalações industriais;
2) de fornecimento de bens ou serviços a não associados, para atender aos objetivos
sociais;
3) de participação em sociedades não cooperativas, públicas ou privadas, para
atendimento de objetivos acessórios ou complementares;

387
4) as aplicações financeiras;
5) a contratação de bens e serviços de terceiros não associados.

Normativo: Lei nº 5.764, de 1971, arts. 85, 86 e 88.

013 Como deverão ser contabilizadas as operações realizadas com


não associados?

As sociedades cooperativas devem contabilizar em separado os resultados das operações


com não associados, de forma a permitir o cálculo de tributos.
Outrossim, a MP nº 2.158-35, de 2001, em seu art. 15, § 2º, dispõe que os valores
excluídos da base de cálculo do PIS e da COFINS, relativos às operações com os
associados, deverão ser contabilizados destacadamente, pela cooperativa, devendo tais
operações ser comprovadas mediante documentação hábil e idônea, com identificação do
adquirente, de seu valor, da espécie de bem ou mercadoria e das quantidades vendidas.

Normativo: Lei nº 5.764, de 1971, art. 87;


MP nº 2.158-35, de 2001, art. 15, § 2;
PN CST nº 73, de 1975; e
PN CST nº 38, de 1980.

IRPJ das Sociedades Cooperativas

014 Há incidência do imposto de renda nas atividades


desenvolvidas pelas sociedades cooperativas?

Sim. As cooperativas pagarão o imposto de renda sobre o resultado positivo das operações
e das atividades estranhas a sua finalidade (ato não cooperativo), isto é, serão
considerados como renda tributável os resultados positivos obtidos pelas cooperativas nas
operações de que tratam os arts. 85, 86 e 88 da Lei nº 5.761, de 1971.

Os resultados das operações com não associados serão levados à conta do Fundo de
Assistência Técnica, Educacional e Social e serão contabilizados em separado, de modo
a permitir cálculo para incidência de tributos.

Além disso, as sociedades cooperativas de consumo, que tenham por objeto a compra e
fornecimento de bens aos consumidores, sujeitam-se às mesmas normas de incidência dos
impostos e contribuições de competência da União, aplicáveis às demais pessoas
jurídicas.

Por outro lado, as sociedades cooperativas que obedecerem ao disposto na legislação


específica não terão incidência do imposto de renda sobre suas atividades econômicas, de
proveito comum, sem objetivo de lucro.

388
Normativo: Lei nº 5.764, de 1971, arts. 85 a 88 e art. 111;
Lei nº 9.430, de 1996, arts. 1º e 2º;
Lei nº 9.532, de 1997, art. 69; e
RIR/2018, arts. 193 a 195.

015 Nas sociedades cooperativas, os resultados auferidos em


aplicações financeiras também estão fora do campo de incidência
do imposto sobre a renda?

Não. O resultado das aplicações financeiras, em qualquer de suas modalidades, efetuadas


por sociedades cooperativas, inclusive as de crédito e as que mantenham seção de crédito,
não está abrangido pela não incidência de que gozam tais sociedades, ficando sujeito à
retenção, bem como à regra geral que rege o imposto de renda das pessoas jurídicas.
O art. 65 da Lei nº 8.981, de 1995, e o art. 35 da Lei nº 9.532, de 1997, estabelecem regras
de incidência do imposto sobre o rendimento produzido por aplicação de renda fixa,
auferido por qualquer beneficiário, inclusive pessoa jurídica imune ou isenta.

Notas:

A 1ª Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) aprovou, em


25/04/2002, por unanimidade, a edição da Súmula nº 262,
com o seguinte teor:
“Incide o imposto de renda sobre o resultado das aplicações
financeiras realizadas pelas cooperativas”.

Normativo: Lei nº 8.981, de 1995, art. 65;


Lei nº 9.532, de 1997, art. 35;
PN CST nº 4, de 1986.

016 Qual o alcance da expressão “que obedecerem ao disposto na


legislação específica”, inserida no art. 193 do RIR/2018?

As sociedades cooperativas devem se constituir conforme as disposições da Lei nº 5.764,


de 1971, especialmente seu art. 3º, observado ainda o disposto nos arts. 1.093 a 1.096 do
Código Civil.

É vedada a distribuição de qualquer espécie de benefício às quotas-partes do capital ou


estabelecer outras vantagens ou privilégios, financeiros ou não, em favor de quaisquer
389
associados ou terceiros. Exceção é admitida em relação a juros, até o máximo de doze por
cento ao ano, atribuídos ao capital integralizado.

A inobservância da vedação à distribuição de benefícios, vantagens ou privilégios a


associados ou não, importará na tributação dos resultados.

Normativo: Lei nº 5.764, de 1971, arts. 3º e art. 24, § 3º;


Código Civil - Lei nº 10.406, de 2002, arts 1.093 a
1.096;
RIR/2018, art. 193.

017 Qual o regime de tributação a que estão sujeitas as sociedades


cooperativas?

As sociedades cooperativas, desde que não se enquadrem nas condições de


obrigatoriedade de apuração do lucro real, também poderão optar pela tributação com
base no lucro presumido.
A opção por esse regime de tributação deverá ser manifestada com o pagamento da
primeira ou única quota do imposto devido, correspondente ao primeiro período de
apuração de cada ano-calendário, e será definitiva em relação a todo o ano-calendário.

Notas:

As sociedades cooperativas não poderão optar pelo Sistema


Integrado de Pagamento de Imposto e Contribuições das
Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Simples),
porque são regidas por lei própria que estabelece tratamento
especial perante a legislação do imposto de renda.
As sociedades cooperativas (exceto as de consumo) não
poderão aderir ao Simples Nacional.
As cooperativas de crédito, cuja atividade está sob controle do
Banco Central do Brasil, são obrigatoriamente tributadas pelo
Lucro Real, conforme Lei nº 9.718, art. 14, II.

Veja ainda: Exercício da opção por regime de apuração do


IRPJ:
Perguntas 003 a 006 do capítulo XIII; e
Perguntas 008 a 011 do capítulo XIV.

Normativo: Lei nº 9.430, de 1996, art. 26, § 1º ;

390
Lei nº 9.718, de 1998, arts. 13, § 1º e 14.
LC 123/2006, art. 3º, § 4º, inc. VI

018 Como será determinada a base de cálculo do imposto de renda


pessoa jurídica das sociedades cooperativas com regime de
tributação pelo lucro real?

A base de cálculo será determinada segundo a escrituração que apresente destaque das
receitas tributáveis e dos correspondentes custos, despesas e encargos.

Na falta de escrituração adequada, o lucro será arbitrado conforme regras aplicáveis às


demais pessoas jurídicas.

No cálculo do Lucro Real deverão ser adotados os seguintes procedimentos:


a) apuram-se as receitas das atividades das cooperativas e as receitas derivadas das
operações com não-associados, separadamente;
b) apuram-se, também separadamente, os custos diretos e imputam-se esses custos às
receitas com as quais tenham correlação;
c) apropriam-se os custos indiretos e as despesas e encargos comuns às duas espécies
de receitas, proporcionalmente ao valor de cada uma, desde que seja impossível
separar objetivamente, o que pertence a cada espécie de receita.
Exemplo:

Receitas:
Provenientes de atos cooperativos........................ R$8.600.000,00
Provenientes de operações com não associados.. R$5.400.000,00
Total........................................................................ R$14.000.000,00

Custos diretos:
Das receitas de atos cooperativos.......................... R$4.200.000,00
Das receitas de operações com não associados.... R$2.200.000,00
Total....................................................................... R$6.400.000,00

Custos indiretos, despesas e encargos comuns..... R$4.400.000,00

Partindo desses dados, temos:

1) Rateio proporcional dos custos indiretos, despesas e encargos comuns às duas


espécies de receita:
parcela proporcional às receitas de atos cooperativos:
(R$4.400.000,00 x R$5.400.000,00) / R$14.000.000,00 = R$1.697.142,86
parcela proporcional às receitas de operações com não associados:

391
(R$4.400.000,00 x R$8.600.000,00) / R$14.000.000,00 = R$2.702.857,14
2) Apuração do resultado operacional correspondente aos atos cooperativos:

R$8.600.000,00
Receitas de atos cooperativos................................
(-) Custos diretos das receitas de atos
cooperativos.................................
(R$4.200.000,00)
(-) Custos indiretos, despesas e encargos comuns
(R$2.702.857,14)

= Lucro operacional (atos cooperativos) R$1.697.142,86

3) Apuração do resultado operacional correspondente às operações com não associados:

Receitas de operações com não associados.......... R$5.400.000,00


(-) Custos diretos dessas receitas........................... (R$2.200.000,00)
(-) Custos indiretos, despesas e encargos comuns (R$1.697.142,86)

= Lucro operacional (não associados) R$1.502.857,14

Normativo: RIR/2018, art. 602 e segs;


PN CST nº 73, de 1975.

019 Qual a diferença entre sobras líquidas e resultado do exercício


apurados pelas sociedades cooperativas?

Na linguagem cooperativa, o termo sobras líquidas designa o próprio lucro líquido, ou


lucro apurado em balanço, que deve ser distribuído sob a rubrica de retorno ou como
bonificação aos associados, não em razão das quotas-parte de capital, mas em
consequência das operações ou negócios por eles realizados na cooperativa.

Na linguagem comercial, o resultado positivo do exercício é o lucro, o provento ou o


ganho obtido em um negócio. É, assim, o que proveio das operações mercantis ou das
atividades comerciais.

Por resultado, em sentido propriamente contábil, entende-se a conclusão a que se chegou


na verificação de uma conta ou no levantamento de um balanço (lucro ou prejuízo). Em
relação às contas, refere-se ao saldo da Demonstração do Resultado do Exercício, que
tanto pode ser credor como devedor.

O fato de a lei do cooperativismo denominar a mais valia de “sobra” não tem o intuito de
excluí-la do conceito de lucro, mas permitir um disciplinamento específico da destinação

392
desses resultados (sobras), cujo parâmetro é o volume de operações de cada associado,
enquanto o lucro deve guardar relação com a contribuição do capital.

Normativo: Lei nº 6.404, de 1976, art. 187.

020 Há incidência da CSLL nas atividades desenvolvidas pelas


sociedades cooperativas?

A partir de 1º de janeiro de 2005, as sociedades cooperativas que obedecerem ao disposto


na legislação específica, relativamente aos atos cooperativos, ficaram isentas da
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL.

Tal isenção não se aplica, porém, às cooperativas de consumo de que trata o art. 69 da
Lei nº 9.532, de 10 de dezembro de 1997

Normativo: Lei nº 10.865, de 2004, arts. 39 e 48.

393
Capítulo XVIII - Acréscimos Legais 2019

Recolhimento Espontâneo

001 Em caso de pagamento de tributo em atraso espontaneamente,


isto é, sem que a empresa tenha sido notificada ou
intimada, quais serão os acréscimos legais devidos?

Tributos pagos em atraso, espontaneamente, isto é, sem que a a empresa tenha sido
notificada ou intimada a fazê-lo, relativos a fatos geradores ocorridos a partir de 1 de
janeiro de 1997, serão acrescidos de:
a) multa de mora de 0,33% ao dia (limitada a 20%). Para se calcular a
multa multiplica-se a quantidade de dias em atraso por 0,33, até o limite de 20%.
Contam-se os dias em atraso a partir do primeiro dia subsequente ao do vencimento
até o dia em que ocorrer o pagamento;
b) juros de mora à taxa Selic. Para se calcular os juros de mora toma-se o valor do débito
sem o acréscimo da multa de mora de 0,33% ao dia, e sobre ele aplica-se a taxa
Selic acumulada mensalmente a partir do primeiro dia do mês subsequente ao do
vencimento do prazo até o mês anterior ao do pagamento, e de 1% no mês do
pagamento.

Notas:

1) O pagamento efetuado até o 20º dia subsequente à data de


recebimento do termo de início de fiscalização é considerado
pagamento espontâneo para fins de cálculo dos acréscimos.
2) Os juros de mora são calculados sobre o valor nominal do
débito, isto é, sem o acréscimo correspondente à multa de
mora.

Normativo: Lei nº 9.430, de 1996, art. 61;


Lei nº 8.212, de 1991, art. 35, com a redação dada pelo
art. 26 da Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009;
ADN Cosit nº 1, de 1997; e
RIR/2018, art. 997, § 2º.

394
002 No caso de postergação do pagamento do tributo, haverá
incidência de acréscimos legais?

Postergar o pagamento não equivale a atrasar o pagamento. A postergação que ocorre por
motivos alheios à vontade do contribuinte não é punível com multa de mora. Porém, os
juros de mora incidirão normalmente, até a data do pagamento.

003 Em caso de crédito com exigibilidade suspensa por força de


medida liminar ou tutela antecipada, haverá incidência de
acréscimos legais?

Os incisos IV e V do art. 151 do CTN preveem a suspensão da exigibilidade do crédito


tributário em decorrência de medida liminar ou tutela antecipada concedida em ação
judicial. Se a medida que suspende a exigibilidade do crédito for concedida antes do início
de qualquer procedimento de ofício a ele relativo, o lançamento de ofício efetuado com a
finalidade de prevenir decadência poderá incluir juros de mora, mas não poderá aplicar
a multa de mora. Porém, uma vez julgada a ação e o tributo for considerado devido, o
pagamento deve ser efetuado em até 30 dias após a data de publicação da respectiva
decisão, sob pena de incidência da multa.

Notas:

1) A medida liminar ou tutela antecipada suspende a


exigibilidade do crédito e, desde que concedida antes do início
do procedimento fiscal relativo ao crédito, afasta a incidência
da multa de mora, mas não dos juros de mora.
2) O valor do tributo devido, cujo pagamento deve
ser efetuado em até 30 dias após a publicação da respectiva
decisão, será acrescido de juros de mora calculados à taxa
Selic, acumulada mensalmente a partir do primeiro dia do mês
subsequente ao do vencimento, até o mês anterior ao do
pagamento, e de 1% no mês do pagamento.

Normativo: CTN, art. 151, IV e V;


Lei nº 9.430, de 1996, art. 63;
Decreto-Lei nº 1.736, de 1979, art. 5º, e
RIR/2018, art. 995 e 1.001.

395
004 Durante o período em que a cobrança do crédito tributário
estiver suspensa por decisão administrativa ou judicial,
haverá incidência de acréscimos legais?

Suspensão da cobrança equivale à suspensão da exigibilidade prevista no art. 151, III, IV


e V do CTN. Durante esse período incidirão juros de mora equivalentes à variação da taxa
Selic para títulos federais, acumulada mensalmente a partir do 1º dia do mês subsequente
ao do vencimento do prazo até o mês anterior ao do pagamento, e de 1% no mês de
pagamento. Por outro lado, se houver depósito do montante integral (CTN, art. 151, II) e
o valor depositado seja suficiente para saldar o débito considerado devido, não haverá
incidência de juros de mora. Não sendo suficiente, incidirão juros de mora sobre a
diferença.

RIR/2018, art. 997, § 3º, e


Normativo:
Decreto-Lei nº 1.736, de 1979, art. 5º

Lançamento de Ofício

005 Qual a forma de apuração da base de cálculo do imposto de


renda a ser adotada pela autoridade fiscal na hipótese de
lançamento de ofício no curso do ano-calendário?

Na hipótese de lançamento de ofício no curso do ano-calendário será observada a forma


de apuração da base de cálculo do imposto que for adotada pela pessoa jurídica para o
respectivo período, recompondo-se a correspondente base de cálculo: lucro real trimestral
ou anual (com recolhimentos mensais com base na estimativa), lucro presumido ou
arbitrado. De acordo com o art. 33 da Instrução Normativa RFB nº 1.700, de 14 de
março de 2017, a base de cálculo do imposto de renda, em cada mês, será determinada
mediante aplicação de 8% sobre a receita bruta.

Notas:

1) A pessoa jurídica deverá informar à autoridade fiscal a


forma de apuração da base de cálculo do imposto por ela
adotada.
2) Se a pessoa jurídica mantiver escrituração contábil de
acordo com a legislação comercial e fiscal, inclusive a
escrituração do LALUR, demonstrando a base de cálculo do
imposto relativa a cada trimestre, o lançamento será efetuado
com base nas regras do lucro real trimestral.

Normativo: Lei nº 8.981, de 1995, art. 97, parágrafo único; e

396
Instrução Normativa RFB nº 1.700, de 2017, arts.
33, 47, 51, §§ 1º e 2º, e 58.

Nos casos de lançamento de ofício haverá incidência de


006
multas? (ver resposta às perguntas 12 e 13)

Haverá incidência de multa de ofício, mas não de multa de mora. Incidirão também os
juros de mora calculados à taxa Selic. Os percentuais da multa de ofício são estes:
I - 75% sobre o valor total do débito (ou sobre a diferença não recolhida) nos casos de
falta de pagamento ou recolhimento, falta de declaração e nos de declaração inexata. Esse
percentual será duplicado se se constatar sonegação, fraude ou conluio (Lei 4.502/64, arts.
71, 72 e 73), independentemente de outras penalidades cabíveis. Esse percentual será
aumentado em 50% (ainda que tenha sido duplicado) se o sujeito passivo não atender, no
prazo estipulado, à intimação para prestar esclarecimentos, apresentar arquivos
magnéticos e digitais e sistemas de processamento eletrônico de dados ou a
documentação técnica a que se refere o art. 38 da Lei 9.430/96, na forma da Lei 8.218/91,
art. 11;
II - 50% sobre o valor do pagamento mensal por estimativa que deixar de ser efetuado,
exigida isoladamente, ainda que tenha sido apurado prejuízo fiscal ou base de cálculo
negativa para a contribuição social sobre o lucro líquido no ano-calendário
correspondente.
Esses percentuais (de 75% e 50%) podem ser reduzidos, ainda que tenham sido majorados
pelos motivos mencionados a depender da resposta do sujeito passivo à notificação para
pagamento do débito: i) em 50% se o sujeito pagar ou compensar o débito em até 30 dias
da notificação; ii) em 40% se requerer o parcelamento em até 30 dias da notificação; iii)
em 30% se pagar ou compensar o débito em até 30 dias da notificação da decisão
administrativa de 1ª instância; e iv) em 20% se requerer o parcelamento em até 30 dias
da notificação da decisão administrativa de 1ª instância.
Os percentuais de multa, sua majoração e as reduções previstas aplicam-se também na
hipótese de lançamento de ofício efetuado em razão de ressarcimento indevido de tributo,
proveniente de incentivo ou benefício fiscal (Lei 9.430/96, art. 44, § 4º).

Notas:

1) No lançamento de ofício incidirão, além da multa de


ofício, juros de mora sobre os valores devidos, calculados à
taxa Selic.
2) No lançamento de ofício não incidirá multa de mora.
3) A duplicação da multa de ofício ou sua majoração em 50%
só se aplica à que consta do item I (de 75%). Porém, as
reduções em caso de pagamento ou parcelamento nos prazos
previstos aplicam-se à do item I (ainda que duplicada ou
majorada) e à do item II.

397
Normativo: Lei nº 9.430, de 1996, art. 38, art. 44, §§ 1º, 2º e 4º, e
art. 61, § 3º.
Lei nº 8.218, de 1991, art. 6º, com a redação dada pela
Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009.

007 Se o sujeito passivo não atender, no prazo estipulado, à


intimação para prestar esclarecimentos, apresentar os arquivos
ou sistemas de que tratam os arts. 11 a 13 da Lei 8.218/91 ou
a documentação técnica de que trata o art. 38 da Lei 9.430/96,
quais são os percentuais de multa a serem aplicados?

Nesse caso caberá multa de ofício de 112,5% se o sujeito, além de não ter atendido à
intimação, não pagou o débito ou não apresentou declaração. Ou de 225% se o sujeito,
além dos motivos que ensejariam a aplicação da multa de 112,5%, incorrer também em
crime contra a ordem tributária, de sonegação, fraude ou conluio. Esses percentuais
correspondem à multa de 75% (Lei 9.430, art. 44, I) aumentada de 50% (75% x 1,5 =
112,5%), ou à multa de 150% (Lei 9.430, art. 44, § 1º) aumentada de 50% (150% x 1,5 =
225%).

Normativo: Lei nº 9.430, de 1996, art. 44, I, § 1º e § 2º, I, II e III.

008 Se o contribuinte der causa a ressarcimento indevido de


tributo cujo crédito tenha originado de incentivo ou benefício
fiscal, qual multa deve ser aplicada?

Aos contribuintes que derem causa a ressarcimento indevido de tributo ou contribuição


decorrente de qualquer incentivo ou benefício fiscal aplicam-se as multas de ofício
previstas no art. 44 da Lei 9.430/96, com as majorações previstas nos §§ 1º e 2º e
as reduções previstas no § 3º e no art. 6º da Lei 8.218/91.

Normativo: Lei nº 9.430, de 1996, art. 44, § 4º.

009 Se a fonte pagadora não fizer as retenções devidas de tributo


ou não recolher o montante retido no prazo que a lei
determina, qual será a multa aplicável?

A multa será a prevista no inciso I do art. 44 da Lei 9.430/96, de 75% no caso de falta de
retenção ou recolhimento, independentemente de outras penalidades administrativas ou
criminais cabíveis, ou de 150% se a fonte pagadora incorrer em crime contra a ordem
tributária previsto no art. 71, no 72 ou no 73 da Lei 4.502/64.

Nota:

398
As multas serão calculadas sobre a totalidade ou diferença de
tributo ou contribuição que deixar de ser retida ou recolhida,
ou que for recolhida após o prazo fixado.

Normativo: Lei nº 10.426, de 2002, art. 9º.


Lei nº 9.430, de 1996, art. 44, I e § 1º.

010 Se a compensação for considerada não declarada por motivo


enumerado pelo inciso II do § 12 do art. 74 da Lei 9.430/96,
qual será a multa aplicável?

O inciso II do § 12 do art. 74 da Lei 9.430 enumera seis hipóteses em que a compensação


é considerada não declarada: i) quando se refira a crédito de terceiros; ii) quando se
refira a crédito prêmio; iii) quando se refira a título público; iv) quando se refira a tributo
não administrado pela RFB; v) quando decorra de decisão judicial não definitiva; e vi)
quando tiver como fundamento alegação de inconstitucionalidade da lei. Considerar a
compensação como não declarada equivale a considerá-la indevida ou vedada, portanto
o valor compensado indevidamente passa a ser crédito exigível.
A multa aplicável, na hipótese, é a multa isolada prevista no § 4º do art. 18 da Lei
10.833/2003, no percentual de 75%, que pode ser duplicado (150%) se o fato
(compensação indevida de crédito) estiver relacionado a crime contra a ordem tributária
ou for dele decorrente (sonegação, fraude ou conluio). Esses percentuais (de 75% e de
150%) podem ser aumentados de 50%, podendo chegar a 112,5% ou 225%, conforme a
hipótese, se o contribuinte não atender à intimação para prestar esclarecimentos, para
apresentar os arquivos ou sistemas de que tratam os arts. 11 a 13 da Lei 8.218/91 ou se não
apresentar a documentação técnica de que trata o art. 38 da Lei 9.430/96.
Nota: não se aplicam as reduções previstas no art. 6º da Lei 8.218, de 1991.

Normativo: Lei nº 10.833, de 2003, art. 18, §§ 4º e 5º;


Lei 9.430, de 27 de dezembro de 1996

011 Em caso de compensação não homologada, qual será a multa


aplicável?

Compensação não homologada não se confunde com compensação não declarada. A


compensação considerada não declarada é a compensação vedada (pelos motivos do
inciso II do § 12 do art. 74 da Lei 9.430/96), por isso não é recepcionada e nem é
submetida a análise. A compensação não homologada é recepcionada e tramita
regularmente segundo o rito estabelecido pelo Decreto 70.235, de 1972. A compensação
pode ser considerada "não declarada" mas não "não homologada". A compensação

399
declarada é homologada ou não homologada. O ato de não homologação pode ser
discutido na via administrativa ou judicial. O recurso terá o efeito de suspender a
exigibilidade do crédito, por força do art. 151, III, do Código Tributário Nacional.
De acordo com o § 1º do art. 74 da Instrução Normativa RFB nº 1.717, de 17 de julho de
2017, "sem prejuízo do disposto no caput, será exigida do sujeito passivo, mediante
lançamento de ofício, multa isolada, nos seguintes percentuais [...]". Portanto, o tributo
objeto de compensação não homologada será exigido com os acréscimos legais (multa de
mora de 0,33% ao dia e juros Selic) e com a multa isolada de 50% sobre o valor do
crédito objeto de declaração de compensação não homologada, ou de 150% sobre o valor
total do débito indevidamente compensado, quando se comprove falsidade da declaração
apresentada pelo sujeito passivo.

Notas:

1. Na hipótese de compensação não homologada será aplicada


multa isolada de 50%.
2. Se for constatada falsidade da declaração de compensação
apresentada, a multa isolada será de 150%, podendo chegar a
225% se o contribuinte não atender à intimação para prestar
esclarecimentos, para apresentar os arquivos ou sistemas de que
tratam os arts. 11 a 13 da Lei 8.218/91 ou se não apresentar a
documentação técnica de que trata o art. 38 da Lei 9.430/96.

Normativo: Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, art. 74, § 17,


e art. 61, §§ 1º, 2º e 3º;
Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003, art. 18, §§
1º, 2º e 5º; e
Instrução Normativa RFB nº 1.717, de 17 de julho de
2017, art. 74, § 1º, I e II.

Em caso de lançamento de ofício, como são aplicadas as


012
multas? (ver resposta à pergunta 6)

As multas de lançamento de ofício são aplicadas:


i) nos casos de falta de pagamento ou de recolhimento, falta de declaração ou declaração
inexata, sobre o total do débito ou a diferença não paga;
ii) isoladamente:
(a) sobre o valor do pagamento mensal por estimativa quando o contribuinte deixar de
fazê-lo, ainda que tenha sido apurado prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa para
a CSLL no ano-calendário correspondente;
(b) sobre o valor total da retenção ou do recolhimento que não tenha sido efetuado pela
fonte pagadora;

400
(c) sobre o valor total do débito indevidamente compensado em decorrência de
compensação considerada não declarada por motivo constante do inciso II do § 12 do art.
74 da Lei 9.430/96, ou em decorrência de declaração de compensação não homologada
(Lei 9.430, art. 74, § 17);
(d) sobre o valor total do pedido de ressarcimento indevido ou indeferido.

Lei nº 9.430/1996, arts. 44 e 74, § 17;


Normativo: Lei nº 10.426/2002, art. 9º; e
Lei nº 10.833/2003, art. 18, §§ 2º e 4º.

013 Quais as reduções previstas para a penalidade aplicada em


decorrência de lançamento de ofício? (ver resposta à pergunta
6)

As multas aplicadas em lançamento de ofício podem ser reduzidas se o sujeito passivo,


notificado, efetuar o pagamento, realizar a compensação ou celebrar acordo de
parcelamento do débito. As reduções serão proporcionais ao prazo de resposta do sujeito
passivo à notificação. Assim, a redução da multa será:
i) de 50% se o pagamento ou a compensação do débito for feito em até 30 dias
da notificação do lançamento;
ii) de 40% se for celebrado acordo de parcelamento em até 30 dias da notificação do
lançamento;
iii) de 30% se o pagamento ou a compensação do débito for feito em até 30 da notificação
da decisão administrativa de primeira instância;
iv) de 20% se for celebrado acordo de parcelamento em até 30 dias da notificação da
decisão administrativa de primeira instância.

Notas:
1. o prazo de 30 dias corresponde ao prazo para impugnação ou
para recurso, conforme a hipótese, previstos nos arts. 15 e 33,
respectivamente, do Decreto 70.235, de 1972.
2. De acordo com o § 2º do art. 6º da Lei 8.218/91, se o
parcelamento for rescindido em razão de descumprimento de
norma que o regule, o valor da multa será restabelecido
proporcionalmente ao valor das parcelas não pagas.

Lei nº 8.218/1991, art. 6º, incisos I a IV e §§ 1º, 2º e 3º;


Normativo:
Lei nº 9.430/1996, art. 44, § 3º.

Falta de Apresentação de Declaração no Prazo Fixado


401
014 Se a pessoa jurídica deixar de apresentar Declaração de
Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ),
Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais
(DCTF), Declaração Simplificada da Pessoa Jurídica,
Declaração de Imposto de Renda Retido na Fonte (Dirf) ou
Demonstrativo de Apuração de contribuições Sociais (Dacon)
nos prazos fixados ou os apresentar com incorreções ou
omissões - quais serão as multas aplicáveis?

Apresentar declaração de interesse da RFB é obrigação acessória cujo cumprimento é


fundamental para que a RFB cumpra sua missão institucional. Se a pessoa jurídica não
apresentar a declaração, apresentá-la fora do prazo ou apresentá-la com incorreções ou
omissões será intimada a fazê-lo ou a prestar esclarecimentos. Sujeitar-se-á também ao ao
pagamento da multa de 2% sobre o valor do tributo informado na declaração, ainda que
integralmente pago (se deixar de entregar a declaração ou entregá-la fora do prazo),
limitada a 20%, observado o valor mínimo de R$ 200,00 (se pessoa jurídica inativa ou
optante pelo Simples) ou de R$ 500,00 nos demais casos, e ao pagamento da multa de
R$ 20,00 para cada grupo de 10 (dez) informações incorretas ou omitidas.

Notas:

1. De acordo com o § 1º do art. 7º da Lei 10.426/2002, para


efeito de aplicação da multa de 2% sobre o valor do tributo,
será considerado como termo inicial o dia seguinte ao
término do prazo fixado para a entrega da declaração e como
termo final a data da efetiva entrega ou, no caso de não
apresentação, da lavratura do auto de infração.
2. Observado o valor mínimo de R$ 200,00 ou R$ 500,00, a
multa de 2% e a de R$ 20,00 por grupo podem ser reduzidas:
i) de 50%, se a declaração for apresentada antes de qualquer
procedimento de ofício, embora fora do prazo; ii) de 25% se
a declaração for apresentada no prazo fixado na intimação.
3. A declaração que não atender às especificações técnicas
estabelecidas pela RFB será considerada não entregue. Nesse
caso o sujeito passivo será intimado a apresentar nova
declaração no prazo de 10 dias, sujeitando-se às multas de 2%
e/ou R$ 20,00 por grupo, conforme a hipótese.
4. No caso de a Dacon ter periodicidade semestral a multa de
2% será calculada com base nos valores da Cofins ou da
contribuição para o PIS/Pasep informada nos demonstrativos
mensais informados após o prazo.
5. O pagamento da multa, em qualquer hipótese, deve ser feito
no prazo estipulado pela RFB na notificação correspondente.

402
Normativo: Lei nº 10.426, de 2002, art. 7º.

015 Sobre o valor da multa aplicada em razão de entrega de


declaração fora do prazo, ou de entrega de declaração com
incorreções ou omissões, incidirão juros de mora?

As multas aplicadas pelo descumprimento da legislação tributária constituem crédito


tributário como qualquer outro. Uma vez aplicada, a multa deve ser paga no prazo
estipulado no respectivo lançamento (auto de infração ou notificação). O pagamento de
multa fora do prazo é sujeito à incidência de juros de mora, calculados à taxa Selic
acumulada mensalmente a partir do primeiro dia do mês subsequente ao do vencimento
do prazo até o mês anterior ao do pagamento, e de 1% no mês do pagamento.

CTN, art. 161;


Normativo:
Lei nº 9.430, de 1996, art. 61, § 3º.

403
Capítulo XIX - IRPJ e CSLL - Operações
Internacionais 2019

PREÇO DE TRANSFERÊNCIA

001 Qual o significado do termo “preço de transferência”?

O termo “preço de transferência” tem sido utilizado para identificar os controles a que
estão sujeitas as operações comerciais ou financeiras realizadas entre pessoas vinculadas,
sediadas em diferentes jurisdições tributárias, ou quando uma das partes está sediada
em país ou dependência com tributação favorecida ou goze de regime fiscal privilegiado.
Em razão das circunstâncias peculiares existentes nas operações realizadas entre essas
pessoas, o preço praticado nessas operações pode ser artificialmente estipulado e,
consequentemente, divergir do preço negociado entre partes independentes, em
condições semelhantes - preço com base no princípio arm’s length.

Veja ainda: País ou dependência com tributação favorecida:


Pergunta 005 deste capítulo.
Regime fiscal privilegiado:
Pergunta 006 deste capítulo.
Preço praticado:
Pergunta 011 deste capítulo.

002 Por que o preço de transferência deve ser controlado pelas


administrações tributárias?

O controle fiscal dos preços de transferência se impõe em função da necessidade de se


evitar a perda de receitas fiscais. Essa redução se verifica em face da facilidade na
alocação artificial de receitas e despesas nas operações com venda de bens, direitos ou
serviços, entre pessoas situadas em diferentes jurisdições tributárias, quando existe
vinculação entre elas, ou ainda que não sejam vinculadas, mas desde que uma delas esteja
situada em país ou dependência com tributação favorecida ou goze de regime fiscal
privilegiado.

Diversos países instituíram este controle como medida de salvaguarda de seus interesses
fiscais, haja vista a constatação de manipulação dos preços por empresas interdependentes
em transações internacionais.

404
Veja ainda: Pessoa vinculada:
Pergunta 004 deste capítulo.
País ou dependência com tributação favorecida:
Pergunta 005 deste capítulo.
Regime fiscal privilegiado:
Pergunta 006 deste capítulo.
Preço praticado:
Pergunta 011 deste capítulo.

003 Quem está obrigado pela legislação brasileira à observância


das regras de preços de transferência?

Estão obrigados pela legislação brasileira à observância das regras de preços de


transferência:

a) as pessoas físicas ou jurídicas residentes ou domiciliadas no Brasil que praticarem


operações com pessoas físicas ou jurídicas, residentes ou domiciliadas no exterior,
consideradas vinculadas, mesmo que por intermédio de interposta pessoa.
b) as pessoas físicas ou jurídicas residentes ou domiciliadas no Brasil que realizem
operações com qualquer pessoa física ou jurídica, ainda que não vinculada, residente
ou domiciliada em país ou dependência com tributação favorecida.
c) as pessoas físicas ou jurídicas residentes ou domiciliadas no Brasil que realizem
operações com qualquer pessoa física ou jurídica, ainda que não vinculada, residente
ou domiciliada no exterior, e que goze, nos termos da legislação em vigor, de regime
fiscal privilegiado.

Veja ainda: Pessoa vinculada:


Pergunta 004 deste capítulo.
País ou dependência com tributação favorecida:
Pergunta 005 deste capítulo.
Regime fiscal privilegiado:
Pergunta 006 deste capítulo.

004 O que é pessoa vinculada, nos termos da legislação de preços


de transferência?

Será considerada vinculada à pessoa jurídica domiciliada no Brasil:


1) a matriz desta, quando domiciliada no exterior;

405
2) a sua filial ou sucursal, domiciliada no exterior;
3) a pessoa física ou jurídica, residente ou domiciliada no exterior, cuja participação
societária no seu capital social a caracterize como sua controladora ou coligada, na
forma definida nos §§ 1º e 2º, art. 243 da Lei das S.A.;
4) a pessoa jurídica domiciliada no exterior que seja caracterizada como sua controlada
ou coligada, na forma definida nos §§ 1º e 2º, art. 243 da Lei das S.A.;
5) a pessoa jurídica domiciliada no exterior, quando esta e a empresa domiciliada no
Brasil estiverem sob controle societário ou administrativo comum ou quando pelo
menos 10% (dez por cento) do capital social de cada uma pertencer a uma mesma
pessoa física ou jurídica;
6) a pessoa física ou jurídica, residente ou domiciliada no exterior, que, em conjunto com
a pessoa jurídica domiciliada no Brasil, tiver participação societária no capital social
de uma terceira pessoa jurídica, cuja soma as caracterizem como controladoras ou
coligadas desta, na forma definida nos §§ 1º e 2º, art. 243 da Lei das S.A.;
7) a pessoa física ou jurídica, residente ou domiciliada no exterior, que seja sua associada,
na forma de consórcio ou condomínio, conforme definido na legislação brasileira, em
qualquer empreendimento;
8) a pessoa física residente no exterior que for parente ou afim até o terceiro grau, cônjuge
ou companheiro de qualquer de seus diretores ou de seu sócio ou acionista controlador
em participação direta ou indireta;
9) a pessoa física ou jurídica, residente ou domiciliada no exterior, que goze de
exclusividade, como seu agente, distribuidor ou concessionário, para a compra e
venda de bens, serviços ou direitos;
10) a pessoa física ou jurídica, residente ou domiciliada no exterior, em relação à qual a
pessoa jurídica domiciliada no Brasil goze de exclusividade, como agente,
distribuidora ou concessionária, para a compra e venda de bens, serviços ou direitos.

Notas:

Para efeito do item 5, considera-se que a empresa domiciliada


no exterior e a pessoa jurídica domiciliada no Brasil estão sob
controle:
a) societário comum, quando uma mesma pessoa física ou
jurídica, independentemente da localidade de sua residência
ou domicílio, seja titular de direitos de sócio em cada uma das
referidas empresas, que lhe assegurem, de modo permanente,
preponderância nas deliberações sociais daquelas e o poder de
eleger a maioria dos seus administradores;
b) administrativo comum, quando:
b.1) cargo de presidente do conselho de administração ou de
diretor-presidente de ambas tenha por titular a mesma pessoa;
b.2) cargo de presidente do conselho de administração de uma
e o de diretor-presidente de outra sejam exercidos pela mesma
pessoa;

406
b.3) uma mesma pessoa exercer cargo de direção, com poder
de decisão, em ambas as empresas.
Na hipótese do item 7, as empresas serão consideradas
vinculadas somente durante o período de duração do
consórcio ou condomínio no qual ocorrer a associação.
Para efeito do item 8, considera-se companheiro de diretor,
sócio ou acionista controlador da empresa domiciliada no
Brasil, a pessoa que com ele conviva em caráter conjugal,
conforme o disposto na Lei nº 9.278, de 1996.
Nas hipóteses dos itens 9 e 10:
a) a vinculação somente se aplica em relação às operações
com os bens, serviços ou direitos para o quais se constatar a
exclusividade;
b) será considerado distribuidor ou concessionário exclusivo,
a pessoa física ou jurídica titular desse direito relativamente a
uma parte ou a todo o território do país, inclusive do Brasil;
c) a exclusividade será constatada por meio de contrato escrito
ou, na inexistência deste, pela prática de operações
comerciais, relacionadas a um tipo de bem, serviço ou direito,
efetuadas exclusivamente entre as duas empresas ou
exclusivamente por intermédio de uma delas.

Normativo: Lei das S.A. - Lei nº 6.404, 1976, art. 243;


Lei nº 9.430, de 1996, art. 23; Instrução Normativa
RFB nº 1.312, de 28 de dezembro de 2012, art. 2º.

005 O que é país ou dependência com tributação favorecida?

País ou dependência com tributação favorecida é aquele(a):


a) que não tribute a renda ou que a tribute à alíquota inferior a 20% (vinte por cento).
Devendo ser considerada a legislação tributária do referido país, aplicável às pessoas
físicas ou às pessoas jurídicas, conforme a natureza do ente com o qual houver sido
praticada a operação, considerando-se separadamente a tributação do trabalho e do
capital, bem como as dependências do país de residência ou domicílio, ou
b) cuja legislação não permita o acesso a informações relativas à composição societária
de pessoas jurídicas, à sua titularidade ou à identificação do beneficiário efetivo de
rendimentos atribuídos a não residentes.
A caracterização de uma determinada jurisdição como país ou dependência com
tributação favorecida é realizada tomando por base a alíquota nominal prevista na
respectiva legislação tributária.

407
A Portaria MF nº 488, de 28 de novembro de 2014, reduziu para 17% (dezessete por
cento) o percentual do item a para os países que estejam alinhados com os padrões
internacionais de transparência fiscal, nos termos definidos pela Secretaria da Receita
Federal do Brasil. A Instrução Normativa RFB nº 1.530, de 2014, disciplinou o conceito
de padrões internacionais de transparência fiscal, para os fins da Portaria MF nº 488, de
2014, e o pedido de revisão de enquadramento como país ou dependência com tributação
favorecida ou detentor de regime fiscal privilegiado.

Normativo: Lei nº 9.430, de 1996, art. 24;


Lei nº 10.451 de 2002 art. 4º;
Portaria MF nº 488, de 2014; e
Instrução Normativa RFB nº 1.530, de 2014.

006 O que é um regime fiscal privilegiado?

É aquele que apresente uma ou mais das seguintes características:


I – não tribute a renda ou a tribute à alíquota máxima inferior a 20% (vinte por cento);
II – conceda vantagem de natureza fiscal a pessoa física ou jurídica não residente:
a) sem exigência de realização de atividade econômica substantiva no país ou
dependência;
b) condicionada ao não exercício de atividade econômica substantiva no país ou
dependência;
III – não tribute, ou o faça em alíquota máxima inferior a 20% (vinte por cento), os
rendimentos auferidos fora de seu território;
IV – não permita o acesso a informações relativas à composição societária, titularidade
de bens ou direitos ou às operações econômicas realizadas.
Há de salientar que o conceito de “regime fiscal privilegiado” foi concebido com o intuito
de ensejar a aplicação dos controles de preços de transferência a operações com entidades
que gozam de um regime fiscal mais benéfico e que, potencialmente, pode conduzir à
redução da base tributável brasileira, ainda que previsto de forma excepcional na
legislação do país ou dependência em que residente ou domiciliado o beneficiário.
A Portaria MF nº 488, de 28 de novembro de 2014, reduziu para 17% (dezessete por
cento) o percentual dos itens I e III para os países que estejam alinhados com os padrões
internacionais de transparência fiscal, nos termos definidos pela Secretaria da Receita
Federal do Brasil. A Instrução Normativa RFB nº 1.530, de 2014, disciplinou o conceito
de padrões internacionais de transparência fiscal, para os fins da Portaria MF nº 488, de
2014, e o pedido de revisão de enquadramento como país ou dependência com tributação
favorecida ou detentor de regime fiscal privilegiado.

Normativo: Lei nº 10.451 de 2002 art. 4º;


Lei nº 9.430, de 1996, art. 24-Aº;

408
Portaria MF nº 488, de 2014; e
Instrução Normativa RFB nº 1.530, de 2014.

007 No caso de importação por "encomenda", quem será


responsável pela apuração das regras de preços de
transferência?

Nos casos de importação por "encomenda":


a) tanto o importador quanto o encomendante serão responsáveis pela apuração das regras
de preços de transferência quando a pessoa física ou jurídica exportadora for vinculada
ao importador e ao encomendante;
b) nos casos em que a pessoa física ou jurídica exportadora for vinculada ao
encomendante ou ao importador, apenas a parte vinculada será responsável pela apuração
das regras de preços de transferência;
c) nos casos em que a importação for proveniente de operação com pessoa física ou
jurídica residente ou domiciliada em país ou dependência com tributação favorecida ou
beneficiada por regime fiscal privilegiado, tanto o importador quanto o encomendante
serão responsáveis pela apuração das regras de preços de transferência,
independentemente de haver vinculação entre as partes.

Veja ainda: Pessoa vinculada:


Pergunta 004 deste capítulo.

Normativo: IN RFB nº 1.312, de 2012, art. 2º. Solução de Consulta


COSIT nº 01, de 29 de março de 2012.

008 No caso de importação por "conta e ordem", quem será


responsável pela apuração das regras de preços de
transferência?

Nos casos de importação "por conta e ordem de terceiros", somente a empresa adquirente
- e não o importador contratado - será responsável pela apuração de preços de
transferência quando:
a) o exportador for pessoa vinculada à empresa adquirente;
b) o exportador for pessoa jurídica residente ou domiciliada em país ou dependência com
tributação favorecida ou beneficiada por regime fiscal privilegiado, independentemente
de o exportador ser ou não pessoa vinculada à empresa adquirente.

Veja ainda: Pessoa vinculada:


Pergunta 004 deste capítulo.

Normativo: IN RFB nº 1.312, de 2012, art. 2º.

409
Solução de Consulta COSIT nº 01, de 29 de março de
2012.

009 A que tributos ou contribuições se aplica a legislação de preços


de transferência?

Ao imposto sobre a renda e à contribuição social sobre o lucro líquido.

Normativo: Lei nº 9.430, de 1996, arts. 18, 19, 22, 24 e 28; e


IN RFB nº 1.312, de 2012.

010 Quais as operações praticadas por pessoa jurídica residente ou


domiciliada no Brasil, que estão sujeitas à apuração de preços
parâmetros?

As operações abaixo relacionadas estarão sujeitas ao controle de preço de


transferência, quando realizadas com pessoas físicas ou jurídicas residentes ou
domiciliadas no exterior, consideradas como vinculadas, ou, ainda que não vinculadas,
sejam residentes ou domiciliadas em países ou dependências de tributação favorecida
ou que gozem de regime fiscal privilegiado:
a) as importações de bens, serviços e direitos;
b) as exportações de bens, serviços e direitos;
c) os juros pagos ou creditados em operações financeiras;
d) os juros auferidos em operações financeiras.
Há que se salientar que os controles em questão aplicar-se-ão às operações citadas,
ainda quando empreendidas por meio de interpostas pessoas.

Veja ainda: Pessoa vinculada:


Pergunta 004 deste capítulo.
País ou dependência com tributação favorecida:
Pergunta 005 deste capítulo.
Regime fiscal privilegiado:
Pergunta 006 deste capítulo.
Preço parâmetro:
Pergunta 011 deste capítulo.

410
011 Qual a diferença entre preço praticado pela empresa e preço
parâmetro?

O preço praticado corresponde aos preços pelos quais a empresa efetivamente comprou
ou vendeu o bem, direito ou serviço da pessoa vinculada. O cálculo do preço praticado
deve ser efetuado produto por produto.

Para cada produto importado/exportado de/para pessoa vinculada, o


contribuinte deverá apurar um único preço praticado médio ponderado.

Esse preço praticado médio ponderado será calculado por meio da multiplicação dos
preços praticados em cada operação de importação ou exportação por suas respectivas
quantidades e os resultados apurados serão somados e divididos pela quantidade total.
A apuração do preço praticado médio ponderado deve ser efetuada considerando as
quantidades e os valores correspondentes a todas as operações realizadas durante o
período de apuração sob exame. No caso de opção pelo método PRL, o preço praticado
médio ponderado será apurado computando as aquisições realizadas no período de
apuração, os saldos de estoques existentes no início do período e expurgando os valores
e as quantidades remanescentes em seu encerramento.

Na hipótese de um mesmo item ser importado de fornecedores distintos, o contribuinte


deverá calcular um único preço praticado médio ponderado para o item importado, sem
segregação por fornecedor.

Já o preço parâmetro corresponde ao preço calculado por meio de um dos métodos de


cálculo previstos na legislação, ou seja, método PIC, PRL, CPL, PCI, PVex, PVA, PVV,
CAP ou Pecex (preço arm's length). A apuração do preço parâmetro também deve ser
efetuada obrigatoriamente produto a produto.

Para cada produto importado/exportado de pessoa vinculada, o contribuinte deverá apurar


um único preço parâmetro médio ponderado.

O preço parâmetro médio ponderado será calculado por meio da multiplicação dos preços
parâmetros apurados por suas respectivas quantidades e os resultados apurados serão
então somados e divididos pela quantidade total. Para o cálculo do preço parâmetro médio
ponderado devem ser consideradas as quantidades e os valores correspodentes a todas as
operações realizadas durante o o período de apuração sob exame.

Calculados o preço praticado médio ponderado e o preço parâmetro médio ponderado,


esse serão comparados entre si, verificando-se então a necessidade de ajustes à base de
cálculo do IRPJ e da CSLL.

Deve ser destacado que a regra de apuração "produto a produto" acima


mencionada, aplicável ao cálculo do preço praticado e do preço parâmetro, não se aplica
no caso de utilização dos métodos PCI e Pecex (operações com commodities). Na hipótese
de adoção desses métodos, o contribuinte deverá calcular um preço praticado e um preço
parâmetro para cada operação com commodity realizada. Isso significa que, para os
métodos PCI e Pecex, os cálculos dos preços praticados e parâmetros serão efetuados

411
"transação por transação". Ou seja, haverá tantos preços parâmetros e praticados quantas
forem as transações realizadas pelo contribuinte com uma determinada commodity.

Normativo Lei nº 9.430, de 1996, arts. 18, 18-A, 19, 19-A


Instrução Normativa RFB nº 1.312, de 2012, arts. 1º, 3º,
4º, 6º, 8º, 12, 15, 16, 30, 32, 32, 33 e 34.
Solução de Consulta Interna Cosit nº 17, de 2018.

012 Quais são os métodos de apuração de preços parâmetros?

Métodos de apuração de preços parâmetros:

Na importação:
1) Método dos Preços Independentes Comparados (PIC);
2) Método do Preço de Revenda Menos Lucro (PRL Revenda), com margem de lucro de
20% (vinte por cento), 30% (trinta por cento) e 40% (quarenta por cento), que serão
aplicadas de acordo com o setor da atividade econômica da pessoa jurídica brasileira
sujeita aos controles de preços de transferência;
3) Método do Custo de Produção Mais Lucro (CPL), com margem de 20% (vinte por
cento); e
4) Método do Preço sob Cotação na Importação (PCI).
Na exportação:
1) Método do Preço de Venda nas Exportações (PVEx);
2) Método do Preço de Venda Por Atacado no País de Destino Diminuído do Lucro
(PVA), com margem de 15% (quinze por cento);
3) Método do Preço de Venda a Varejo no País de Destino, Diminuído do Lucro (PVV),
com margem de 30% (trinta por cento);
4) Método do Custo de Aquisição ou de Produção Mais Tributos e Lucro (CAP), com
margem de 15% (quinze por cento); e
5) Método do Preço sob Cotação na Exportação (Pecex).
Para os contratos de mútuo serão aplicados as seguintes taxas, acrescida de margem
percentual a título de spread, a ser definida por ato do Ministro de Estado da Fazenda com
base na média de mercado, proporcionalizados em função do período a que se referirem
os juros:
I - de mercado dos títulos soberanos da República Federativa do Brasil emitidos no
mercado externo em dólares dos Estados Unidos da América, na hipótese de operações
em dólares dos Estados Unidos da América com taxa prefixada;

412
II - de mercado dos títulos soberanos da República Federativa do Brasil emitidos no
mercado externo em reais, na hipótese de operações em reais no exterior com taxa
prefixada; e
III - London Interbank Offered Rate - LIBOR pelo prazo de 6 (seis) meses, nos demais
casos.
Conforme estabelece a Portaria MF nº 427, de 30 de julho de 2013, no caso operações de
mútuo, em que a mutuante é a pessoa vinculada no exterior, deverá ser utilizado o spread
de 3,5% (três e meio por cento) para fins de cálculo dos preços de transferência. Por outro
lado, para os contratos de mútuo, em que a mutuante é a pessoa física ou jurídica
domiciliada no Brasil, deverá ser utilizado o spread de 2,5% (dois e meio por cento).

Veja ainda: Preço parâmetro:


Pergunta 011 deste capítulo.

013 Como efetuar a tributação da diferença apurada entre o preço


parâmetro e o preço praticado na operação de importação ou
de exportação?

Após apurar o preço praticado médio ponderado e o preço parâmetro médio ponderado,
o contribuinte deverá comparar esses valores. Resultando diferença, o contribuinte
procederá conforme a seguir:

Exportação: Quando o preço parâmetro, apurado pelos métodos de exportação, for


superior ao preço praticado na exportação, significa que o contribuinte reconheceu uma
receita a menor, portanto a diferença que exceder ao valor já apropriado na escrituração
da empresa, deverá ser adicionada ao lucro líquido, para determinação do lucro real, bem
como ser computada na determinação do lucro presumido ou arbitrado e na base de
cálculo da CSLL. A parcela a ser adicionada ao lucro da exploração deve ser computada
no valor das respectivas receitas, incentivadas ou não (IN RFB nº 1.312, de 2012, art. 28,
parágrafo único).

Importação: Se o preço praticado na aquisição for superior àquele utilizado como


parâmetro, significa que o contribuinte reconheceu como custo ou despesa um valor
maior que o devido. Nesse caso, o valor resultante do excesso de custo, despesa ou
encargos será considerado não dedutível na determinação do lucro real e da base de
cálculo da CSLL e deverá ser adicionado às bases de cálculo no ano-calendário em que o
bem, serviço ou direito tiver sido realizado, por alienação ou baixa a qualquer título.

Além da adição a ser realizada nas bases de cálculo do IRPJ e da CSLL, o contribuinte
deverá ajustar a base de cálculo dos juros sobre o capital próprio - JCP, de que trata o art.
9º da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995. Para isso, para fins de determinação da

413
base de cálculo do JCP, o valor total do excesso apurado com base nos métodos PIC, CPL
ou PCI deverá ser excluído do patrimônio líquido no período de apuração em que o bem,
serviço ou direito tiver sido importado. No caso de adoção do método PRL, o valor do
excesso será excluído do patrimônio líquido no período de apuração em que o bem,
serviço ou direito importado tiver sido baixado dos estoques para resultado.

Alternativamente ao mecanismo de adição, o contribuinte poderá optar por tributar o


ajuste de preços de transferência apurado para as operações de importação,
contabilizando, no período de apuração de aquisição, o valor resultante do excesso de
custos, despesas ou encargos, mediante lançamento a débito de conta de resultados
acumulados do patrimônio líquido e a crédito de:

(i) conta do ativo onde foi contabilizada a aquisição dos bens, direitos ou serviços e que
permanecerem ali registrados ao final do período de apuração; ou

(ii) conta própria de custo ou de despesa do período de apuração, que registre o valor dos
bens, direitos ou serviços, no caso de já terem sido baixados da conta de ativo que tenha
registrado a sua aquisição.

No caso de bens classificáveis no ativo não circulante e que tenham gerado quotas de
depreciação, amortização ou exaustão, no ano calendário da importação, o valor do
excesso de preço de aquisição na importação deverá ser contabilizado conforme o
disposto no item "ii".

Optando-se pelo mecanismo de contabilização, não haverá necessidade de se efetuar


ajustes adicionais na base de cálculo do JCP, pois, nesse caso, a sua apuração partirá de
um valor de patrimônio líquido já afetado pelos registros contábeis mencionados acima.
Ressalte-se que a alternativa da contabilização não se aplica na hipótese de adoção do
método PRL.

Normativo: IN RFB nº 1.312, de 2012, art. 4º, 5º e 5º-A.

014 Em que momento deve calculado o preço parâmetro no caso


de importação de bens, direitos ou serviços?

No caso de adoção dos métodos PIC, CPL ou PCI, o cálculo do preço parâmetro deverá
ser efetuado no ano-calendário em que o bem, serviço ou direito for importado.

Por outro lado, optando-se pelo método PRL, o preço parâmetro deverá ser calculado no
momento que o bem, direito ou serviço importado tiver sido baixado dos estoques para
resultado.

Deve ser destacado que, independente do método adotado, a adição do ajuste de preços
de transferência ocorre no ano-calendário em que o bem, serviço ou direito tiver sido
baixado dos estoques para o resultado.

414
Normativo: IN RFB nº 1.312, de 2012, art. 4º, § 3º e art. 12, § 2º-A.

015 Qual o período a ser considerado para fins de cálculo dos


preços parâmetros e do eventual ajuste?

Será considerado sempre o período anual, encerrado em 31 de dezembro (ainda que a


empresa apure o lucro real trimestral) ou o período compreendido entre o início do ano-
calendário e a data de encerramento de atividades.

O eventual ajuste será, em consequência, efetuado em 31 de dezembro ou na data de


encerramento das atividades, exceto nos casos de suspeita de fraude.

Veja ainda: Preço parâmetro:


Pergunta 012 deste capítulo.

016 Na Escrituração Contábil Fiscal (ECF), as operações de


importação ou exportação de bens, serviços ou direitos devem
ser agrupadas por produtos idênticos ou similares, ou pela
Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM), se for o caso?

Considerando que, como regra, o cálculo do preço praticado, é efetuado "produto a


produto", na ECF, deverão ser agrupadas as transações cujos bens, serviços ou direitos
negociados apresentem as mesmas especificações no campo “Descrição” (ou seja,
transações com bens, serviços ou direitos de uma mesma natureza). Este campo é
preenchido com a descrição de cada grupo de transações de modo a permitir a sua perfeita
identificação, inclusive com informações relativas à marca, tipo, modelo, espécie, etc.
No que diz respeito às transações com commodities, como o cálculo é efetuado "transação
por transação" (calcula-se um preço praticado e um preço parâmetro para cada operação
de exportação/importação realizada), não se permite o agrupamento acima referido. Nesse
caso, para cada operação de exportação/importação de bem considerado commodity
deverá ser preenchido um registro X300/X320 específico.

017 Considerando a possibilidade de significativa flutuação da


taxa do Dólar americano em relação ao Real no mesmo
período-base, tais diferenças também poderão ser ajustadas?

Não, eventuais variações cambiais ocorridas no mesmo período-base não podem ser
ajustadas, uma vez que a variação cambial influencia igualmente o preço parâmetro e o
preço praticado. Considerando-se que para cálculo do preço praticado na operação de
importação ou de exportação devem ser consideradas todas as operações realizadas no

415
ano calendário, se, no cálculo do preço parâmetro, forem consideradas também as
operações efetuadas pelas empresas independentes, ocorridas ao longo do mesmo ano
calendário, a variação cambial terá influenciado da mesma forma ambos os preços a
serem comparados.

No que diz respeito aos ajustes cambiais decorrentes de comparação com operações
realizadas em períodos anteriores ou posteriores, a legislação prevê mecanismos de ajuste
para o método PIC e para operações de exportação (arts. 11 e 25 da IN RFB nº 1.312, de
2012).

Especificamente em relação às operações de exportação, deve-se esclarecer que, a partir


da publicação da Lei nº 11.196, de 21 de novembro de 2005, art. 36, fica o Ministro da
Fazenda autorizado a instituir, por prazo certo, mecanismo de ajuste para fins de
determinação de preços de transferência, relativamente ao que dispõe o caput do art. 19
da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, bem como aos métodos de cálculo que
especificar, aplicáveis à exportação, de forma a reduzir impactos relativos à apreciação
da moeda nacional em relação a outras moedas.

018 Qual a data correta a ser utilizada para a conversão dos valores
expressos em moeda estrangeira, constantes das operações de
exportação de bens serviços ou direitos?

A receita de vendas de exportação de bens, serviços e direitos será determinada pela


conversão em reais à taxa de câmbio de compra, fixada no boletim de abertura do Banco
Central do Brasil, em vigor na data:

a) de embarque averbada no Sistema de Comércio Exterior (Siscomex), no caso de bens;


b) da efetiva prestação do serviço, em observância ao regime de competência, no caso de
serviços prestados ao exterior;
c) da efetiva transferência do direito, em observância ao regime de competência.

Normativo: IN RFB nº 1.312, de 2012, art. 29.

019 Qual a data correta a ser utilizada para a conversão dos valores
expressos em moeda estrangeira, constantes das operações de
importação de bens serviços ou direitos?

O valor expresso em moeda estrangeira na importação de bens, serviços e direitos será


convertido em reais pela taxa de câmbio de venda, para a moeda, correspondente ao
segundo dia útil imediatamente anterior ao da ocorrência dos seguintes fatos:

a) do registro da declaração de importação de mercadoria submetida a despacho para


consumo, no caso de bens;

416
b) do reconhecimento do custo ou despesa correspondente à prestação do serviço ou à
aquisição do direito, em observância ao regime de competência.

Normativo: IN RFB nº 1.312, de 2012, art. 7º.

020 Qual a data correta a ser utilizada para a conversão dos valores
expressos em moeda estrangeira, constantes das operações
utilizadas para apuração dos preços parâmetros?

Quando for possível identificar as datas em que ocorreram as operações, deve-se utilizar
a taxa de câmbio das respectivas datas, conforme explicitado nas duas perguntas
anteriores; caso não seja possível, utilizar a taxa de câmbio média para o ano calendário,
divulgada pela Receita Federal.
Por exemplo: na aplicação do método PIC – Preços Independentes Comparados, se for
utilizada operações de importações de bens realizadas por empresas independentes (IN
RFB nº 1.312, de 2012, art. 8º, parágrafo único, inciso III), deve-se utilizar a taxa de
câmbio de venda do segundo dia útil imediatamente anterior à data do registro da
declaração de importação da mercadoria. Caso seja utilizado o método CPL – Custo de
Produção mais Lucro para apuração do preço parâmetro, considerando-se que os valores
que o compõem foram formados ao longo do ano calendário, deve-se utilizar a taxa de
câmbio média do ano. Para apuração do preço parâmetro com base no método PVA –
Preço de Venda no Atacado no País de Destino, deve-se utilizar as taxas de câmbio das
datas em que ocorreram as respectivas vendas. Para os métodos PCI e Pecex, a cotação
da Bolsa de Valores utilizada como base para o cálculo do preço parâmetro deve ser
convertida para reais com base na taxa de câmbio da mesma data utilizada para converter
o respectivo preço praticado.

Veja ainda: Preço parâmetro:


Pergunta 011 deste capítulo.
Métodos de apuração:
Pergunta 012 deste capítulo.

021 No caso dos países com os quais o Brasil possui acordo para
evitar a dupla tributação, seria aceitável a comprovação dos
preços parâmetros, para fins da legislação de preços de
transferência, por intermédio dos métodos previstos pela
OCDE?

Não. Os métodos a serem aplicados restringem-se àqueles previstos na legislação


brasileira.

417
Veja ainda: Preço parâmetro:
Pergunta 011 deste capítulo.
Métodos de apuração:
Pergunta 012 deste capítulo.

022 Os percentuais estabelecidos nos métodos de apuração do


preço parâmetro de importação e de exportação e do limite de
noventa por cento previsto no art. 20 da IN RFB nº 1.312, de
2012, podem ser alterados?

Sim. Os percentuais de que tratam os métodos PRL (margens de 20%, 30% e 40%), CPL,
PVA, PVV e CAP e o previsto no art. 20 da IN RFB nº 1.312, de 2012, podem ser
alterados de ofício ou em atendimento à solicitação de entidade de classe ou da própria
empresa interessada.
Os pedidos serão efetuados de acordo com as normas previstas na Portaria MF nº 222, de
24 de setembro de 2008, e serão instruídos com demonstrativos e documentos que deem
suporte ao pleito, conforme o método cuja margem se queira alterar.

Veja ainda: Preço parâmetro:


Pergunta 011 deste capítulo.
Métodos de apuração:
Pergunta 012 deste capítulo.

Normativo: Portaria MF nº 222, de 2008; e


IN RFB nº 1.312, de 2012, arts. 45 a 47.

023 Qual o principal aspecto a destacar acerca da regulamentação


atinente a pedidos de alteração de margens de lucro para fins
de cálculo de preços parâmetros (Portaria MF nº 222, de
2008)?

De acordo com a Portaria MF nº 222, de 2008, independentemente do método escolhido


- PRL e CPL para importações, ou PVV, PVA ou CAP para exportações - há a
necessidade de apresentação de demonstrativos que permitam ao Fisco verificar a
margem de lucro que tenha sido alcançada, exclusivamente, em operações com
independentes.
A adoção desta metodologia se deve ao fato de que os métodos de cálculo de preços
parâmetros em questão prestam-se ao papel de reconstruir, ainda que de maneira indireta,
o valor da importação ou exportação alcançável segundo as condições de mercado, razão
pela qual quaisquer alterações das margens de lucro neles previstas devem estar

418
embasadas, exclusivamente, em operações com independentes, não localizadas em países
ou dependências de tributação favorecida, ou que gozem de regime fiscal privilegiado.

Na medida em que referidos métodos visam a corrigir valores de importações ou


exportações junto a vinculadas, a serem admitidas, respectivamente, como dedutíveis ou
tributáveis nas bases de cálculo do IRPJ ou da CSLL, o embasamento do pleito com base
em operações com vinculadas ou com entidades residentes ou domiciliadas em países ou
dependências de tributação favorecida inviabilizaria o atingimento de um dos principais
objetivos da legislação de preços de transferência: - corrigir as bases de cálculo dos
citados tributos - na medida em que as margens auferidas nestas operações poderiam estar
manipuladas.

Na hipótese de a própria interessada não empreender operações com independentes,


poderá ela embasar seu pleito com dados advindos de operações empreendidas por
terceiros que atendam, representativamente, à condição em questão.

Veja ainda: Pessoa vinculada:


Pergunta 004 deste capítulo.
País ou dependência com tributação favorecida:
Pergunta 005 deste capítulo.
Regime fiscal privilegiado:
Pergunta 006 deste capítulo.
Preço parâmetro:
Pergunta 011 deste capítulo.
Métodos de apuração:
Pergunta 012 deste capítulo.

Normativo: Art. 20 da Lei nº 9.430, de 1996; e


Portaria MF nº 222, de 2008.

024 Quando a pessoa jurídica sujeita aos controles de preços de


transferência importar diferentes bens, direitos ou serviços,
haverá a possibilidade de cálculo de um único preço
parâmetro representativo de todas as importações?

Não, na hipótese em questão, o preço parâmetro e o preço praticado deverão ser apurados
por tipo de bem, direito ou serviço importado ("produto a produto").
Exemplificativamente, se uma pessoa jurídica tiver comprado, de vinculada domiciliada
no exterior, em dado ano-calendário, os bens “A”, “B” e “C”; o bem “A” em três
diferentes ocasiões, o bem “B” em quatro ocasiões, e o bem “C” em cinco ocasiões, ela
deverá efetuar três controles distintos, sendo:

419
- um cálculo do preço praticado médio ponderado para o produto A, considerando as três
aquisições realizadas no ano-calendário, e um cálculo do preço parâmetro médio
ponderado, com base em um dos métodos de cálculo previstos na legislação;
- um cálculo do preço praticado médio ponderado para o produto B, considerando
as quatro aquisições realizadas no ano-calendário, e um cálculo do preço parâmetro
médio ponderado, com base em um dos métodos de cálculo previstos na legislação;e
- um cálculo do preço praticado médio ponderado para o produto C, considerando as cinco
aquisições realizadas no ano-calendário, e um cálculo do preço parâmetro médio
ponderado, com base em um dos métodos de cálculo previstos na legislação.
Consequentemente, os ajustes deverão ser feitos de forma individualizada quanto aos
bens “A”, “B” e “C”, não se admitindo que a pessoa jurídica sujeita aos controles de
preços de transferência proceda a quaisquer compensações de valores, e potenciais
ajustes, com base em valores atinentes a diferentes bens, direitos ou serviços que tenham
sido importados de vinculadas.
Ressalte-se que, no caso dos métodos PCI ou Pecex (cuja adoção é obrigatória para
operações com commodities), a regra de apuração "produto a produto" acima mencionada
não é aplicável. Para esses métodos, os cálculos dos preços praticados e parâmetros serão
efetuados "transação por transação". Ou seja, haverá tantos preços parâmetros e
praticados quantas forem as transações realizadas pelo contribuinte com uma determinada
commodity. Com isso, na situação hipotética acima, assumindo que o produto A seja uma
commodity, o contribuinte deverá:
- calcular um preço praticado para a primeira aquisição e um respectivo preço parâmetro;
- calcular um preço praticado para a segunda aquisição e um respectivo preço parâmetro;e
- calcular um preço praticado para a terceira aquisição e um respectivo preço parâmetro.

Veja ainda: Pessoa vinculada:


Pergunta 004 deste capítulo.
Preço parâmetro:
Pergunta 011 deste capítulo.

Normativo: IN RFB 1.312, de 2012, art. 4º, § 1º, e art. 27, parágrafo
único.

025 No caso de aplicação do método PIC, qual a amostra das


operações realizadas no mercado brasileiro ou no exterior
passível de ser aceita como aferidora do preço parâmetro?

Na hipótese em que os dados utilizados para fins de cálculo do preço parâmetro digam
respeito às próprias operações realizadas pelo contribuinte, a amostra utilizadas para fins
de cálculo deverá respresentar, ao menos, 5% do valor das operações de importação
sujeitas ao controle de preços de transferência, empreendidas pela pessoa jurídica, no
período de apuração, quanto ao tipo de bem, direito ou serviço importado.

420
Não havendo operações que representem 5% do valor das importações sujeitas ao
controle de preços de transferência no período de apuração, o percentual poderá ser
complementado com as importações efetuadas no ano-calendário imediatamente anterior,
ajustado pela variação cambial do período.

Nos demais casos, assim como na hipótese de aplicação de outros métodos, embora não
exista um valor/percentual mínimo tal qual o mencionado acima, deverá ser utilizada uma
amostra que seja consistente e permita a formação da convicção do Auditor-Fiscal
encarregado da verificação quanto à robustez e regularidade do preço parâmetro
calculado.

Veja ainda: Preço parâmetro:


Pergunta 011 deste capítulo.
Preço praticado:
Pergunta 011 deste capítulo.

026 Há situações em que a assistência técnica, os serviços


administrativos e os royalties, por utilização de direitos
artísticos não relacionados com propriedade industrial
registrada no INPI, são recebidos e pagos por entidades
brasileiras. É correto o entendimento segundo o qual estas
transações necessitam de documentação sobre preços de
transferência?

A prestação de serviços técnicos, de assistência técnica e serviços administrativos que


não envolvam a transferência de tecnologia ou processos, assim como os rendimentos
percebidos pelo autor ou criador do bem ou da obra (direitos autorais), estão sujeitos às
regras de preços de transferência.
Por outro lado, os pagamentos de assistência técnica, científica, administrativa que
envolvam transferência de tecnologia (referidos nos arts. 362 a 365 do RIR/2018) e de
royalties, segundo as definições do art. 22 da Lei nº 4.506, de 1964, não se submetem aos
controles de preços de transferência, devendo, no entanto, observar os limites de
dedutibilidade previstos na legislação do imposto de renda.

Normativo: Lei nº 4.506, de 1964, art. 22;


RIR/2018, arts. 361 a 365; e
IN RFB nº 1.312, de 2012, art. 55.

421
027 Para o cálculo do preço parâmetro, admite-se a utilização de
transações de anos-calendário distintos do ano de importação
do bem, serviço ou direito?

Como regra, devem ser utilizadas, na composição do preço parâmetro, transações do


mesmo ano-calendário da importação do item sujeito ao controle de preços de
transferência.

Excepcionalmente, para o método PIC, não havendo preço independente no ano-


calendário da importação, permite-se que seja utilizado preço independente relativo à
operação efetuada no ano-calendário imediatamente anterior ao da importação, ajustado
pela variação cambial do período.

No que diz respeito ao método PRL, o cálculo do preço parâmetro deve ser efetuado no
ano-calendário em que o bem, serviço ou direito importado tiver sido baixado dos
estoques para resultado, considerando os preços das operações de venda a varejo e no
atacado, no mercado interno, realizadas pela própria pessoa jurídica com compradores
não vinculados.

Normativo: Lei nº 9.430, de 1996, §10;e


IN RFB nº 1.312, de 2012, art. 11, inciso II.

028 Podemos comparar, para efeito de aplicação do método PIC,


o preço médio dos produtos classificados em uma mesma
NCM?

O cálculo do preço parâmetro com base no método PIC exige que os preços dos bens,
serviços ou direitos adquiridos de pessoa vinculada sejam comparados com os preços dos
bens, serviços ou direitos, idênticos ou similares.
O fato de dois bens possuírem a mesma classificação NCM não é, por si só,
condição suficiente para que sejam comparáveis. Não basta que possuam o mesmo NCM,
os produtos devem ser idênticos ou similares.
Caso os itens sejam considerados similares, o preço parâmetro deverá sofrer ajustes, para
fins de comparação, em função das diferenças de natureza física e de conteúdo existentes
entre o bem adquirido de parte vinculada e aquele cujo preço foi utilizado como base para
apuração do preço parâmetro (art. 10 da IN RFB nº 1.312, de 2012).

Veja ainda: Métodos de apuração:


Pergunta 012 deste capítulo.

Normativo IN RFB nº 1.312, de 2012, art. 10.

422
029 No cálculo do PIC, como deverá ser apurado o preço
parâmetro médio ponderado, calculado com base nas
transações realizadas com não vinculadas?

O preço parâmetro médio ponderado deve ser calculado segundo as disposições do art. 6º
da IN RFB nº 1.312, de 2012. Ou seja, os preços obtidos a partir de transações realizadas
entre pessoas não vinculadas serão multiplicados pelas quantidades relativas à respectiva
operação e os resultados apurados serão somados e divididos pela quantidade total,
encontrando-se, assim, o preço parâmetro médio ponderado do bem, direito ou serviço
importado.
Para a composição do preço parâmetro, poderão ser utilizados preços de bens, serviços
ou direitos, idênticos ou similares:
(i) vendidos pela mesma pessoa jurídica exportadora, a pessoas jurídicas não vinculadas,
residentes ou não-residentes;
(ii) adquiridos pela mesma importadora, de pessoas jurídicas não vinculadas, residentes
ou não-residentes;e
(iii) em operações de compra e venda praticadas entre terceiros não vinculados entre si,
residentes ou não residentes (inclusive, operações de compra e venda realizadas por outras
empresas do grupo, que não a exportadora, junto a terceiros não vinculados).

Veja ainda: Pessoa vinculada:


Pergunta 004 deste capítulo.
Preço parâmetro:
Pergunta 011 deste capítulo.
Métodos de apuração:
Pergunta 012 deste capítulo.
Preço praticado:
Pergunta 011 deste capítulo.

Normativo: IN RFB nº 1.312, de 2012, art. 6º.

030 Na apuração de preços de transferência na importação, um dos


métodos é o CPL. Se o fornecedor externo não é o fabricante,
mas adquiriu os produtos de terceiros, o método em questão
não se aplica? O contribuinte deverá escolher outro método
aplicável?

O § 4º do art. 15 da IN RFB nº 1.312, de 2012, permite a utilização de dados relativos à


unidades produtoras de outras empresas localizadas no país de origem do bem, serviço
ou direito, nas hipóteses em que não seja necessariamente o seu fornecedor. Assim,
poderá ser aplicado o CPL também nesse caso, desde que a outra unidade produtora
autorize a abertura de dados de custos.

423
Veja ainda: Métodos de apuração:
Pergunta 012 deste capítulo.

Normativo: IN RFB nº 1.312, de 2012, § 4º do art. 15.

031 Na aplicação do método CPL, o custo de produção no país de


origem do produto deve ser apurado conforme a legislação
brasileira ou pode ser considerado, para este fim, o custo
computado conforme as regras do país de origem do produto?

A apuração do custo de produção deve ser efetuada respeitando-se os princípios contábeis


geralmente aceitos e de acordo com as disposições da legislação brasileira, desde que
enquadrados nas situações previstas no § 5º do art. 15 da IN RFB nº 1.312, de 2012.

Veja ainda: Métodos de apuração:


Pergunta 012 deste capítulo.

Normativo: IN RFB nº 1.312, de 2012, § 5º do art. 15.

032 É possível a alocação de frete e seguros, proporcionalmente,


por produto?

Sim. Caso a pessoa jurídica não disponha de informações sobre o frete e o seguro,
discriminados por produto, é possível o seu rateio por produto, conforme a metodologia
utilizada na contabilidade de custos da empresa.

033 Para converter o valor dos preços do mercado externo para a


moeda nacional, deverá ser utilizado o valor da cotação média
anual da moeda correspondente ou ser utilizado o valor da
cotação da moeda na data de cada importação?

Para converter o valor dos preços do mercado externo para a moeda nacional deverá ser
utilizado o valor da cotação da moeda correspondente ao segundo dia útil imediatamente
anterior ao do registro da declaração de importação de mercadoria submetida a despacho
para consumo.

Normativo: IN RFB nº 1.312, de 2012, art. 7º, inciso I.

424
034 São aplicáveis as regras de preços de transferência para bens
importados sem cobertura cambial e sem pagamento em
Reais, destinados a retorno, como no caso dos protótipos?

Não, desde que a importação do bem não implique custos ou despesas que possam ser
dedutíveis para fins de tributação do lucro real e da CSLL.

Frisa-se que deve ser observada a obrigatoriedade do retorno do bem, conforme


previamente estabelecido, não se admitindo seu uso para outros fins além do que foi
inicialmente ajustado entre as partes.

035 Quais os ajustes admitidos nos preços de importação dos bens,


serviços e direitos idênticos, quando for utilizado o Método
PIC?

No caso de importação de bens, serviços e direitos idênticos, somente será permitida a


efetivação de ajustes relacionados a:

a) prazo para pagamento;


b) quantidades negociadas;
c) obrigação por garantia de funcionamento do bem ou da aplicabilidade do serviço ou
direito;
d) obrigação pela promoção, junto ao público, do bem, serviço ou direito, por meio de
propaganda e publicidade;
e) obrigação pelos custos de fiscalização de qualidade, do padrão dos serviços e das
condições de higiene;
f) custos de intermediação, nas operações de compra e venda, praticadas pelas empresas
não vinculadas, consideradas para efeito de comparação dos preços;
g) acondicionamento;
h) frete e seguro; e
i) custos de desembarque no porto, de transporte interno, de armazenagem e de
desembaraço aduaneiro incluídos os impostos e taxas de importação, todos no mercado
de destino do bem.

Veja ainda: Métodos de apuração:


Pergunta 012 deste capítulo.

Normativo: IN RFB nº 1.312, de 2012, art. 9º.

425
036 Na hipótese de bem importado diretamente pela própria
empresa, com o fim de revenda, exclui-se o valor do IPI
incidente na venda, para fins de aplicação do método “Preço
de Revenda menos Lucro” (PRL)?

Não se incluem na composição da receita bruta os impostos não-cumulativos (tais como


o IPI), cobrados do comprador ou contratante, dos quais o vendedor dos bens ou o
prestador dos serviços sejam meros depositários. Imposto não-cumulativo é aquele em
que se abate, em cada operação, o montante de imposto cobrado nas operações anteriores.

Igualmente, não deve ser computado no custo de aquisição das mercadorias e das
matérias-primas o IPI que vai ser recuperado em operação de venda posterior.
Portanto, na apuração do preço parâmetro - com base no Método do Preço de Revenda
menos Lucro (PRL), não se inclui o IPI, quando da saída da mercadoria, por não compor
a Receita Bruta.

Dessa forma, na comparação do preço parâmetro com o preço praticado na importação,


deve-se excluir o IPI do preço de aquisição.

Veja ainda: Preço parâmetro:


Pergunta 011 deste capítulo.
Métodos de apuração:
Pergunta 012 deste capítulo.
Preço praticado:
Pergunta 011 deste capítulo.

037 Na comprovação dos preços de bens importados pelo método


CPL será aceito demonstrativo elaborado pelo fabricante no
exterior e apresentado de forma genérica por item de custo,
indicando os custos de que trata o § 5º do art. 15 da IN RFB
nº 1.312, de 2012?

Não. O demonstrativo deverá observar todas as disposições estabelecidas pelo art. 15 da


IN RFB nº 1.312, de 2012.

Veja ainda: Métodos de apuração:


Pergunta 012 deste capítulo.

Normativo: IN RFB nº 1.312, de 2012, art. 15.

426
038 Quais seriam os documentos hábeis para a comprovação dos
custos de produção dos bens e serviços importados, segundo
o Método do Custo de Produção mais Lucro (CPL), fornecidos
por pessoa jurídica vinculada, domiciliada no exterior?

Os documentos hábeis para a comprovação dos custos de produção dos bens e serviços
importados poderão ser as cópias dos documentos que embasaram os registros constantes
dos livros contábeis, tais como faturas comerciais de aquisição das matérias-primas e
outros bens ou serviços utilizados na produção, planilhas de rateio do custo de mão-de-
obra e cópias das folhas de pagamentos, comprovantes de custos com locação,
manutenção e reparo dos equipamentos aplicados na produção, demonstrativos dos
percentuais e dos encargos de depreciação, amortização ou exaustão utilizados e das
quebras e perdas alocadas, observando-se o disposto no § 5º do art. 15 da IN RFB nº
1.312, de 2012. Deve ser também apresentada a cópia da declaração do imposto sobre a
renda entregue ao fisco do outro país, equivalente a ECF do Brasil.
Alternativamente, admite-se a apresentação de relatório de auditores externos
independentes, em que for observado que o valor do custo de aquisição das mercadorias
foi registrado de acordo com a legislação brasileira, juntamente com relatório
enumerativo das faturas comerciais de aquisição dos produtos pela empresa fornecedora
vinculada. Ressalte-se que a apresentação do relatório de auditores externos
independentes para fins de comprovação de preços não afasta a possibilidade de serem
requeridos, durante procedimento de fiscalização, quaisquer outros documentos, tais
como faturas comerciais de entrada de mercadorias, previstos pela legislação brasileira.
Esclarece-se, outrossim, que os documentos de procedência estrangeira não abrangidos
pela Convenção sobre a Eliminação da Exigência de Legalização de Documentos
Públicos Estrangeiros, firmada pela República Federativa do Brasil, em Haia, para
produzir efeitos legais no País e para valer contra terceiros e em repartições da União, dos
Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios ou em qualquer instância,
juízo ou tribunal, devem ser traduzidos, notarizados, consularizados e registrados em
Cartório de Registro de Títulos e Documentos.

Normativo: Código Civil - Lei nº 10.406, de 2002, art. 224;


Código de Processo Civil - Lei nº 13.105, de 2015, art.
192; e
Lei nº 6.015, de 1973, art. 148.
Solução de Consulta COSIT nº 13, de 16 de setembro
de 2013

039 Na importação de bens usados para o ativo permanente, deve


ser feita avaliação por peritos independentes para a
constatação do preço/custo de aquisição?

Como regra geral, deve ser feita avaliação de acordo com os métodos de preços de
transferência.

427
Subsidiariamente, o inciso II do art. 21 da Lei nº 9.430, de 1996 prevê a possibilidade de
uso de pesquisas efetuadas por empresa ou instituição de notório conhecimento técnico
para comprovação de preços, sendo também considerados os documentos emitidos
normalmente pelas empresas nas operações de compra.

Veja ainda: Métodos de apuração:


Pergunta 012 deste capítulo.

Normativo: Lei nº 9.430, de 1996, inciso II do art. 21.

040 Quais são as margens de lucro aplicáveis ao Método do Preço


de Revenda menos Lucro – PRL desde 1º de janeiro de 2013?

As margens de lucro para previstas para o método PRL devem ser aplicadas de acordo
com o setor da atividade econômica da pessoa jurídica brasileira sujeita aos controles de
preços de transferência e incidirão, independentemente de submissão a processo
produtivo ou não no Brasil, nos seguintes percentuais:

I - 40% (quarenta por cento), para os setores de:

a) produtos farmoquímicos e farmacêuticos;

b) produtos do fumo;

c) equipamentos e instrumentos ópticos, fotográficos e cinematográficos;

d) máquinas, aparelhos e equipamentos para uso odontomédico-hospitalar;

e) extração de petróleo e gás natural; e

f) produtos derivados do petróleo;

II - 30% (trinta por cento) para os setores de:

a) produtos químicos;

b) vidros e de produtos do vidro;

c) celulose, papel e produtos de papel; e

d) metalurgia; e

III - 20% (vinte por cento) para os demais setores.

Ressalte-se que, para a identificação da margem de lucro a ser utilizada, o fator


determinante deve ser a análise da atividade econômica desenvolvida pelo próprio

428
contribuinte, observando especial atenção para as definições das atividade econômicas
contidas no CNAE.

Com isso, são critérios pouco relevantes para a definição da margem de lucratividade a
ser utilizada na fórmula de cálculo do PRL, o setor de atividade econômica do qual se
adquire o produto importado bem como o setor de atividade econômica para o qual o
produto é vendido.

Para ilustrar o exposto, toma-se, como exemplo, a situação de contribuinte que importa
determinados fios metálicos, não listados como commodity no anexo I da Instrução
Normativa RFB nº 1.312, de 2012, de pessoa vinculada no exterior, que realiza atividades
de metalurgia. O produto importado pelo contribuinte brasileiro é vendido no mercado
interno para cliente que atua no setor de extração de petróleo e gás. Previamente à venda,
o contribuinte efetua cortes no produto importado para atender às especificações do
cliente.

Nesse exemplo, caso a atividade do contribuinte não se enquadre como metalurgia (vide
definições contidas no CNAE), deverá ser utilizada a margem de lucratividade de 20%
para fins de cálculo do PRL. É irrelevante para a definição da margem de lucratividade o
setor de atividade econômica do qual se adquire o produto importado (metalurgia) bem
como o setor de atividade econômica para o qual o produto é vendido (extração de
petróleo e gás).

Veja ainda: Métodos de apuração:


Pergunta 012 deste capítulo.

Normativo: Lei nº 9.430, de 1996, art. 18, § 12.


Solução de Consulta Cosit nº 95, de 17 de agosto de
2018.

041 No caso de utilização do método PRL, a data a ser considerada


do preço de venda do preço parâmetro será a data de
importação do bem importado ou do período em que o bem
for baixado do estoque?

No caso de ser utilizado o método PRL, o preço parâmetro deve ser apurado
considerando-se os preços de venda no período em que os produtos forem baixados dos
estoques para resultado.

Veja ainda: Métodos de apuração:


Pergunta 012 deste Capítulo

429
Normativo: Lei nº 9.430, de 1996, art. 18, § 15.
Instrução Normativa RFB nº 1.312, de 2013, art. 12, §
2º-A.

042 Quando a pessoa jurídica, sujeita aos controles de preços de


transferência, importar determinado bem e utilizá-lo para
revenda e em processo produtivo de um ou mais produtos,
aplicando-se o PRL, com margem de lucro de 20%, 30% e
40%, simultaneamente, como deve ser calculado o preço
parâmetro final?

Ao se eleger o método de cálculo PRL, nos casos em que o insumo importado de pessoas
vinculadas for revendido e aplicado na produção de um ou mais produtos, ou na hipótese
de o bem importado ser submetido a diferentes processos produtivos no Brasil, devem ser
calculados, de forma individual, de acordo com suas respectivas destinações, os seguintes
valores:

I - o custo médio ponderado de venda;

II - o percentual de participação dos bens, direitos ou serviços importados no custo total


do bem, direito ou serviço vendido, nos termos do inciso II do art. 12 da IN RFB nº 1.312,
de 2012;

III - a participação dos bens, direitos ou serviços importados no preço de venda do bem,
direito ou serviço vendido, nos termos do inciso III do art. 12 da IN RFB nº 1.312, de
2012;

IV - o valor da margem de lucro, nos termos do inciso IV do art. 12 da IN RFB nº 1.312,


de 2012; e

V - o preço parâmetro, nos termos do inciso V do art. 12 da IN RFB nº 1.312, de 2012.

Os preços parâmetros apurados serão multiplicados pelas quantidades do bem importado


consumidas nas respectivas destinações e levadas ao resultado do exercício, e os
resultados serão somados e divididos pela quantidade total, de modo a determinar o preço
parâmetro médio ponderado do bem, serviço ou direito importado.

Veja ainda: Preço parâmetro:


Pergunta 011 deste capítulo.
Métodos de apuração:
Pergunta 012 deste capítulo.

Normativo: Instrução Normativa RFB nº 1.312, de 2013, art. 13.

430
043 Podem ser aplicados métodos diferentes para um mesmo bem
que seja objeto de transações com países distintos, ou seja,
aplicar um método para cada país?

Não. Deverá ser utilizado o mesmo método para cada bem, serviço ou direito importado,
independentemente do país objeto da transação e de o item ser importado de fornecedores
distintos.

Veja ainda: Métodos de apuração:


Pergunta 012 deste capítulo.

Normativo: Solução de Consulta Interna Cosit nº 17, de 17 de


dezembro de 2018.

044 A importação de bens para o ativo permanente que não tenham


similar nacional, também está sujeita às regras de preços de
transferência?

Sim, desde que a importação tenha sido efetuada de pessoa vinculada, mesmo que por
intermédio de interposta pessoa, ou de residente em país ou dependência com tributação
favorecida, ou que goze de regime fiscal privilegiado.

045 São aplicáveis as regras de preços de transferência quando


uma pessoa considerada vinculada no exterior compra bens
produzidos por terceiros e os revende para a vinculada
domiciliada no Brasil, não repassando margem de lucro?

Sim. Qualquer operação de importação de bens efetuada com pessoa vinculada


domiciliada no exterior; com residente ou domiciliado em país ou dependência com
tributação favorecida, ou que goze de regime fiscal privilegiado, deverá submeter-se à
legislação de preços de transferência.

431
046 O cálculo do preço parâmetro, com base no método de Preços
Independentes Comparados (PIC) pode ser efetuado com a
utilização de lista de preços elaborada pela empresa
controladora e baseada nos preços praticados entre as
empresas do mesmo grupo?

Não. Para o cálculo do preço parâmetro, com base no método PIC, somente serão
considerados, sem ordem de prioridade, os preços dos bens, serviços ou direitos, idênticos
ou similares:
a) vendidos pela mesma empresa exportadora, a pessoas jurídicas não vinculadas,
residentes ou não residentes;
b) adquiridos pela mesma importadora, de pessoas jurídicas não vinculadas, residentes ou
não residentes;
c) em operações de compra e venda praticadas entre terceiros não vinculados entre si,
residentes ou não residentes (inclusive, operações de compra e venda realizadas por
outras empresas do grupo, que não a exportadora, junto a terceiros não vinculados).

Veja ainda: Preço parâmetro:


Pergunta 012 deste capítulo.
Métodos de apuração:
Pergunta 014 deste capítulo.
Preço praticado:
Pergunta 016 deste capítulo.

Normativo: IN RFB nº 1.312, de 2012, art. 8º, parágrafo único.

047 Os rendimentos, decorrentes da prestação de serviços de


consultoria técnica, pagos por pessoa jurídica domiciliada no
Brasil a sua matriz no exterior estão sujeitos à legislação de
preços de transferência?

Em primeiro lugar, há que distinguir se a prestação dos serviços no Brasil implicou


transferência de tecnologia.
Na hipótese de ficar comprovada a transferência de tecnologia, com a anuência do
Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), a transação não estará sujeita às
regras de preços de transferência consoante o estabelecido pelo art. 55 da IN RFB nº
1.312, de 2012. Nessa hipótese, a dedução de tais despesas está sujeita aos limites
estabelecidos pelos arts. 362 a 365 do RIR/2018.
Caso inexista transferência de tecnologia, esses serviços passam a se submeter às regras
de preços de transferência.

432
Normativo: Lei nº 9.430, de 1996;
RIR/2018, arts. 362 a 365; e
IN RFB nº 1.312, de 2012, art. 55.

048 Como deve ser apurado o preço parâmetro para fins de cálculo
do método PRL?

No caso do Método PRL, o preço parâmetro dos bens, serviços ou direitos importados
será apurado de acordo com a metodologia a seguir:

a) preço líquido de venda: a média aritmética ponderada dos preços de venda do bem,
direito ou serviço vendido, diminuídos dos descontos incondicionais concedidos, dos
impostos e contribuições sobre as vendas e das comissões e corretagens pagas;

b) percentual de participação dos bens, serviços ou direitos importados no custo total


do bem produzido: a relação percentual entre o custo médio ponderado do bem, direito
ou serviço importado e o custo total médio ponderado do bem, direito ou serviço vendido,
calculado em conformidade com a planilha de custos da pessoa jurídica;

c) participação dos bens, serviços ou direitos importados no preço de venda do bem


produzido: a aplicação do percentual de participação do bem, serviço ou direito
importado no custo total, apurado conforme o item “b”, sobre o preço líquido de venda
calculado de acordo com o item “a”;

d) margem de lucro: a aplicação dos percentuais de 20%, 30% ou 40%, conforme setor
de atividade econômica da pessoa jurídica sujeita ao controle de preços de transferência,
sobre a “participação do bem, serviço ou direito importado no preço de venda do bem
produzido”, calculado de acordo com o item “c”;

e) preço parâmetro: a diferença entre o valor da “participação do bem, serviço ou direito


importado no preço de venda do bem produzido ou vendido”, calculado conforme o item
“c”, e a margem de lucro, calculada de acordo com o item “d”.

Exemplo:
a) cálculo do Preço Líquido de Venda

Preço Médio de Venda 30.000,00

Desconto Concedido 2.000,00

Imposto s/venda 6.000,00

Preço Líquido 22.000,00

433
b) cálculo do Percentual de Participação

Custo Total, apurado conforme


20.000,00 100%
Planilha de Custo

Custo do insumo importado,


apurado conforme §§ 3º B, 15 e
2.000,00 10%
17 do art. 12, da IN RFB nº 1.312,
de 2012

Demais custos agregados,


apurados conforme planilha de 18.000,00 90%
custo

c) aplicação do percentual de participação sobre o Preço Líquido de Venda(item b/a)

Participação (10% de 22.000) 2.200,00

d) cálculo da Margem de Lucro

Margem (30% de 2.200) 660,00

e) cálculo do Preço Parâmetro Médio Ponderado

Receita Líquida - Proporcional 2.200,00

(-) Margem de Lucro 660,00

(=) Preço Parâmetro Médio


1.540,00
Ponderado

f) cálculo do ajuste unitário

Preço Praticado Médio


2.000,00
Pondereado

(-) Preço Parâmetro Médio


1.540,00
Ponderado

(=) Valor do Ajuste Unitário 460,00

434
Ressalte-se que, para o cálculo do preço parâmetro, devem ser consideradas apenas as
operações de vendas realizadas para terceiros no mercado interno. Com isso, não devem
ser computadas no cálculo do preço parâmetro (i) as operações de exportação; e (ii) as
operações de venda no mercado interno para compradores vinculados.

Isto não significa dizer que os bens importados de vinculadas que tiverem sido destinados
pelo importador brasileiro à exportação estarão fora do controle de preços de
transferência. Na hipótese de adoção do método PRL, o preço parâmetro médio apurado
para este bem, calculado exclusivamente com base nas vendas realizadas no mercado
interno, será utilizado também para os itens que tiverem sido destinados à exportação.
Apura-se um único preço parâmetro médio ponderado para o bem importado, com base
exclusivamente nas vendas realizadas no mercado interno, e esse preço parâmetro deve
ser utilizado para comparação com o preço praticado médio ponderado do bem
importado.

Preço Praticado Médio Ponderado 2.000,00

(-) Preço Parâmetro Médio Ponderado* 1.540,00

(=) Valor do Ajuste Unitário 460,00

Quantidade Total Consumida** 10,00

Ajuste Total 4.600,00

* Calculado considerando apenas as vendas realizadas no merc. interno

** Sem distinção se o produto final será destinado à exportação ou à venda no mercado


interno

Veja Preço parâmetro:


ainda: Pergunta 011 deste capítulo.
Métodos de apuração:
Pergunta 012 deste capítulo.

Normativo: Lei nº 9.430, de 1996, art. 18, inciso II; e


IN RFB nº 1.312, de 2012, art. 12.
Solução de Consulta Interna Cosit nº 17, de 12
dezembro de 2018.

435
049 Como será calculado o percentual de participação utilizado na
fórmula de cálculo do método PRL?

O percentual de participação é determinado por meio da divisão entre o custo médio


ponderado do bem, direito ou serviço importado (numerador da fração) e o custo total
médio ponderado do bem, direito ou serviço vendido, calculado em conformidade com a
planilha de custos da pessoa jurídica (denominador da fração).

O custo médio ponderado do bem, direito ou serviço importado (numerador da fração)


corresponde ao preço praticado do bem, direito ou serviço importado.

Na composição do custo médio ponderado, serão incluídos os gastos com frete e seguros,
desde que essas rubricas componham o Incoterm utilizado na importação ou, caso
contrário, constituindo encargo do importador, desde que contratados de pessoa
vinculada, residente ou domiciliada em países ou dependências de tributação favorecida,
ou que esteja amparada por regimes fiscais privilegiados.

Nesse sentido, no caso de operações contratadas mediante o Incoterm:

(i) CIF, CPT, CIP, DDP, DAT e DAP, o frete e o seguro, por consistirem em ônus
suportado pelo exportador e, por conseguinte, parte do preço de aquisição da
mercadoria, deverão compor o custo do bem, direito ou serviço importado para
efeitos do cálculo do percentual de participação;
(ii) CFR, o frete, por consistir ônus suportado pelo exportador e, logo, parte do
preço de aquisição da mercadoria, deverá compor o custo do bem importado para
efeitos do cálculo do percentual de participação. Outros gastos incorridos para
realizar a importação, como, por exemplo, o seguro, somente deverão compor o
cálculo do percentual de participação se contratados pelo importador brasileiro com
pessoa vinculada, residente ou domiciliada em país ou dependência de tributação
favorecida, ou que esteja amparada por regime fiscal privilegiado;
(iii) EXW, FCA, FAS, FOB, o frete e o seguro, por consistirem ônus do importador,
somente comporão o custo do bem importado para efeitos do cálculo do percentual
de participação se contratados de pessoa vinculada, residente ou domiciliada em
países ou dependências de tributação favorecida, ou que esteja amparada por
regimes fiscais privilegiados.
Já o custo total médio ponderado do bem, direito ou serviço vendido deve ser calculado
considerando todos os encargos necessários à sua composição, inclusive o valor do frete,
do seguro, dos tributos incidentes na importação e gastos com desembaraço aduaneiro.

Destaca-se que a determinação do referido percentual de participação é exigida mesmo


nos casos de bens adquiridos para simples revenda - não há previsão na Lei que afaste a
necessidade de seu cálculo para itens que sejam revendidos diretamente, sem ter sido
submetidos à processo produtivo.

Normativo: Lei nº 9.430, de 1996, art. 18, inciso II, §§ 6º e 6º-A..

436
IN RFB nº 1.312, de 2012, art. 12, inciso II, art. 12, §§
3º-B e 4º.

050 No cálculo do método PRL, qual o tratamento deve


ser conferido ao frete e ao seguro na importação?

A inclusão dos gastos com frete e seguro no preço praticado médio ponderado e no custo
médio ponderado do bem, direito ou serviço importado, previsto no percentual de
participação da fórmula do preço parâmetro do PRL, exige que se faça uma análise do
Incoterm utilizado na operação de importação para se determinar se tais dispêndios
constituem ou não ônus do importador.

Nesse sentido, no caso de operações contratadas mediante o Incoterm:

(i) CIF, CPT, CIP, DDP, DAT e DAP, o frete e o seguro, por consistirem em ônus
suportado pelo exportador e, por conseguinte, parte do preço de aquisição da
mercadoria, deverão compor o custo do bem, direito ou serviço importado para
efeitos do cálculo do percentual de participação e o preço praticado médio
ponderado;
(ii) CFR, o frete, por consistir ônus suportado pelo exportador e, logo, parte do
preço de aquisição da mercadoria, deverá compor o custo do bem importado para
efeitos do cálculo do percentual de participação e o preço praticado médio
ponderado. Outros gastos incorridos para realizar a importação, como, por
exemplo, o seguro, somente deverão compor o cálculo do percentual de
participação e o preço praticado médio ponderado se contratados pelo importador
brasileiro com pessoa vinculada, residente ou domiciliada em país ou dependência
de tributação favorecida, ou que esteja amparada por regime fiscal privilegiado;
(iii) EXW, FCA, FAS, FOB, o frete e o seguro, por consistirem ônus do importador,
somente comporão o custo do bem importado para efeitos do cálculo do percentual
de participação e o preço praticado médio ponderado se contratados de pessoa
vinculada, residente ou domiciliada em países ou dependências de tributação
favorecida, ou que esteja amparada por regimes fiscais privilegiados.

Veja ainda: Preço parâmetro - PRL:


Pergunta 048 deste capítulo.
Percentual de Participação:
Pergunta 049 deste capítulo.
Preço Praticado:
Pergunta 053 deste capítulo.

Normativo: Lei nº 9.430, de 1996, art. 18, inciso II, §§ 6º e 6º-A..

437
IN RFB nº 1.312, de 2012, art. 12, inciso II, art. 12, §§
3º-B, 4º, 15, 16 e 17.
Solução de Consulta Interna Cosit nº 17, de 12
dezembro de 2018.

051 No cálculo do preço de venda líquido previsto na fórmula do


método PRL, é permitido deixar de subtrair o valor do PIS e
Cofins incidente sobre a venda de produtos farmacêuticos,
sujeitos ao regime especial de crédito presumido (art. 3º da Lei
nº 10.147, de 21 de dezembro de 2000)?

A legislação exige que o preço líquido de venda seja determinado por meio da média
aritmética ponderada dos preços de venda do bem, direito ou serviço vendido, diminuídos
dos descontos incondicionais concedidos, dos impostos e contribuições sobre as vendas
e das comissões e corretagens pagas. Consideram-se "impostos e contribuições sobre as
vendas" os tributos incidentes sobre a venda, que se incluem na composição da receita
bruta do contribuinte.

Como exemplo, a legislação cita o caso do ICMS, PIS, Cofins e ISS. Além desses, que se
encontram previstos expressamente pela legislação, pode ser incluída, ainda, a CPRB.

Deve ser destacado que o fato de o contribuinte não suportar o ônus financeiro relativo
ao recolhimento desses tributos, seja em função da existência de uma alíquota zero, saldo
credor acumulado ou, por exemplo, da existência de um crédito presumido tal qual o
previsto no art. 3º da Lei nº. 10.147, de 2000, não afasta a necessidade de se apurar o
preço de venda líquido, descontando de seu valor os tributos que incidiram sobre a
operação de venda do produto. A legislação não contém qualquer dispensa nesse sentido,
razão pela qual, no cálculo do preço de venda líquido previsto na fórmula do método PRL,
deve ser descontado o PIS e Cofins incidente sobre a venda de produtos farmacêuticos,
sujeitos ao regime especial de crédito presumido (art. 3º da Lei nº 10.147, de 21 de
dezembro de 2000).

Veja ainda: Preço parâmetro:


Pergunta 048 deste capítulo.
Métodos de apuração:
Pergunta 014 deste capítulo.

Normativo: Lei nº 9.430, de 1996, art. 18, inciso II;


Lei nº 10.147, de 2000, art. 3º;e
IN RFB nº 1.312, de 2012, art. 12, inciso I, e §9º.

438
052 Em qual momento deve ser efetuada a apuração do preço
parâmetro na hipótese de opção pelo método PRL?

No caso de opção pelo método PRL, o preço parâmetro deverá ser apurado no ano-
calendário em que o bem, serviço ou direito importado tiver sido baixado dos estoques
para resultado. Para os demais métodos previstos para a importação, o preço parâmetro
será apurado no ano-calendário em que o item tiver sido importado (métodos PIC, CPL e
PCI).

Veja ainda: Preço parâmetro:


Pergunta 011 deste capítulo.
Métodos de apuração:
Pergunta 012 deste capítulo.

Normativo: Lei nº 9.430, de 1996, art. 18, inciso II;


IN RFB nº 1.312, de 2012, art. 12, § 2º-A.

053 Como se dá a apuração do preço praticado médio ponderado


na hipótese de adoção do método PRL?

O contribuinte deverá calcular o preço praticado médio ponderado computando as


aquisições realizadas no período de apuração, os saldos de estoques existentes no início
do período e expurgando os valores e as quantidades remanescentes em seu encerramento.

No que diz respeito à necessidade de inclusão dos gastos com frete e seguro no preço
praticado médio ponderado, deve ser efetuada uma análise do Incoterm utilizado na
operação de importação para se determinar se tais dispêndios constituem ou não ônus do
importador. Nesse sentido, no caso de operações contratadas mediante o Incoterm:

(i) CIF, CPT, CIP, DDP, DAT e DAP, o frete e o seguro, por consistirem em ônus
suportado pelo exportador e, por conseguinte, parte do preço de aquisição da mercadoria,
deverão compor o preço praticado médio ponderado;

(ii) CFR, o frete, por consistir ônus suportado pelo exportador e, logo, parte do preço de
aquisição da mercadoria, deverá compor o preço praticado médio ponderado. Outros
gastos incorridos para realizar a importação, como, por exemplo, o seguro, somente
deverão compor o preço praticado médio ponderado se contratados pelo importador
brasileiro com pessoa vinculada, residente ou domiciliada em país ou dependência de
tributação favorecida, ou que esteja amparada por regime fiscal privilegiado;

(iii) EXW, FCA, FAS, FOB, o frete e o seguro, por consistirem ônus do importador,
somente comporão o preço praticado médio ponderado se contratados de pessoa

439
vinculada, residente ou domiciliada em países ou dependências de tributação favorecida,
ou que esteja amparada por regimes fiscais privilegiados.

Veja ainda: Preço parâmetro:


Pergunta 048 deste capítulo.

Normativo: IN RFB nº 1.312, de 2012, art. 12, §§ 15, 16 e 17.

054 Qual procedimento deverá ser adotado pelo contribuinte caso


seja alterada a metodologia de cálculo de preço parâmetro de
um ano-calendário para o outro e remanescer saldo
em estoques entre os períodos?

A legislação de preços de transferência determina que, no caso de adoção dos métodos


PIC, CPL ou PCI, o cálculo do preço parâmetro deverá ser efetuado no ano-calendário
em que o bem, serviço ou direito for importado. Por outro lado, optando-se pelo método
PRL, o preço parâmetro deverá ser calculado no momento que o bem, direito ou serviço
importado tiver sido baixado dos estoques para resultado. Além disso, a legislação fixa
que, independentemente do método adotado, a adição do ajuste de preços de transferência
ocorre necessariamente no ano-calendário em que o bem, serviço ou direito tiver sido
realizado e exige que a utilização do método de cálculo de preço parâmetro eleito pelo
contribuinte seja consistente por bem, serviço ou direito, para todo o ano-calendário.

Partindo dessas premissas, alterando-se a metodologia de cálculo de preço parâmetro de


um ano-calendário para o outro e remanescendo saldo em estoques entre os períodos, o
contribuinte deverá adotar os seguintes procedimentos:

(i) Alteração do PIC/CPL para o CPL/PIC:

No caso de adoção do método PIC ou CPL, o contribuinte deverá apurar, no ano-


calendário da importação, o preço praticado médio ponderado, o preço parâmetro médio
ponderado e o eventual ajuste de preços de transferência para o item importado.

O ajuste de preços de transferência calculado servirá para ajustar a totalidade das


quantidades do item importado no referido ano-calendário. No entanto, a sua adição à
base de cálculo do IRPJ e da CSLL ocorrerá na medida em que o bem, serviço ou direito
importado tiver sido baixado dos estoques para o resultado do exercício, ainda que tal
baixa ocorra em anos-calendário subsequentes. Sendo assim, em uma situação hipotética
em que:

- no ano-calendário X1, o contribuinte tenha importado 100 unidades de um determinado


item de vinculada e vendido 80, remanescendo um saldo em estoque de 20 unidades; e

440
- no ano-calendário X2, sejam adquiridas 50 novas unidades do mesmo produto de
vinculada e ocorra a venda da totalidade dos itens importados (ou seja, 70 unidades, sendo
20 adquiridas no ano-calendário X1 e 50 no ano-calendário X2),.

O contribuinte deverá calcular, no ano da importação (ano-calendário X1), adotando o


método PIC ou CPL, o preço praticado médio ponderado, o preço parâmetro médio
ponderado e o eventual ajuste de preços de transferência. O eventual ajuste de preços de
transferência apurado no ano-calendário X1 com base no método PIC ou CPL será
oferecido à tributação à medida que houver a baixa dos itens importados para o resultado.
Logo, no ano-calendário X1, o contribuinte adicionará o ajuste correspondente às 80
unidades vendidas e, em X2, o ajuste correspondente as 20 unidades importadas em X1,
porém vendidas no ano-calendário subsequente.

Caso, no ano-calendário X2, o contribuinte altere a sua metodologia de cálculo do PIC


para CPL ou do CPL para PIC, o novo método eleito será aplicável para as importações
realizadas no referido período (ou seja, 50 unidades). Para esses novos itens, o
contribuinte deverá calcular um novo preço praticado médio ponderado, preço parâmetro
médio ponderado e eventual ajuste de preços de transferência.

O preço praticado médio ponderado será calculado considerando as quantidades e valores


correspondentes a todas as operações de compra de vinculadas realizadas durante o ano-
calendário X2 (ou seja, para fins de determinação do preço praticado médio ponderado,
serão consideradas exclusivamente as aquisições realizadas no ano-calendário X2 - ou
seja, 50 unidades). O preço parâmetro médio ponderado será calculado observando as
regras previstas na legislação aplicáveis ao método adotado. Com isso, sendo adotado o
método PIC no ano-calendário X2, o contribuinte deverá, a título de exemplo, calcular o
seu preço parâmetro utilizando operações comparáveis referentes ao mesmo ano-
calendário das respectivas operações de importações sujeitas ao controle de preços de
transferência (ou seja, operações realizadas por pessoas não vinculadas, realizadas no
ano-calendário X2) e, não havendo, poderá ser utilizado preço independente relativo à
operação efetuada no ano-calendário imediatamente anterior ao da importação (ano-
calendário X1), ajustado pela variação cambial do período.

(ii) Alteração do PIC/CPL para o PRL:

Na hipótese de alteração, no ano-calendário X2, para o método PRL, o contribuinte não


deverá considerar, na fórmula de cálculo do preço praticado médio ponderado, o estoque
inicial referente aos produtos importados no ano-calendário X1, os quais foram
submetidos aos cálculos de preços de transferência em tal ano-calendário com base no
método PIC ou CPL (ou seja, no exemplo as 20 unidades do exemplo hipotético). As
unidades do estoque inicial serão ajustadas com base no ajuste calculado no ano-
calendário X1 por meio do método PIC ou CPL. Após essas unidades do estoque inicial
serem baixadas e seus respectivos ajustes serem adicionados às bases de cálculo do IRPJ
e da CSLL, o contribuinte aplicará o método PRL ao saldo de estoque restante.

(iii) Alteração do PRL para o PIC/CPL:

Caso o contribuinte adote o método PRL no ano-calendário X1, deverá ser calculado o
preço praticado médio ponderado computando as aquisições realizadas no período de
apuração (100 unidades), os saldos de estoques existentes no início do período (zero) e

441
expurgando os valores e as quantidades remanescentes em seu encerramento (20
unidades). O contribuinte deverá calcular o preço parâmetro com base nas vendas
realizadas no ano-calendário X1, apurando o preço parâmetro médio ponderado com base
nas quantidades de produto importado de vinculada comercializadas ou consumidas nas
unidades vendidas. O ajuste apurado no ano-calendário X1 com base no método PRL será
adicionado à medida que houver a baixa do bem importado contra o resultado. Logo, no
ano-calendário X1, considerando a venda de 80 unidades, o contribuinte deverá adicionar
à base de cálculo do IRPJ e da CSLL desse período o ajuste correspondente a essas
unidades alienadas.

No ano-calendário X2, alterando-se a metodologia de cálculo do método PRL para o PIC


ou CPL, o contribuinte deverá calcular, com base na nova metodologia escolhida (PIC ou
PRL), o preço praticado médio ponderado, o preço parâmetro médio ponderado e o
eventual ajuste para as novas unidades adquiridas de vinculadas no ano-calendário X2
(50 unidades); e também o preço praticado médio ponderado, o preço parâmetro médio
ponderado e o eventual ajuste para as unidades adquiridas de vinculadas no ano-
calendário X1 e que se encontram no saldo de estoque inicial do ano-calendário X2 (20
unidades).

Desse modo, o ajuste calculado no ano-calendário X1 com base no método PRL não será
aplicado ao saldo de estoque inicial do ano-calendário X2, uma vez que a metodologia de
cálculo do PRL exige que o preço parâmetro e, por conseguinte, o ajuste sejam apurados
quando da venda do item importado. Além disso, como o contribuinte, no ano-calendário
X2, optou por uma nova metodologia de cálculo (PIC ou CPL), e tendo em vista que a
legislação exige que o método de cálculo de preço parâmetro seja consistente por bem,
serviço ou direito para todo o ano-calendário, o novo método eleito deverá ser aplicado
para os itens presentes no estoque inicial e também para aqueles adquiridos no ano-
calendário X2.

Sendo assim, se o contribuinte optar, por exemplo, pelo método PIC para o ano-calendário
X2, deverá ser apurado, para os itens do estoque inicial, o preço praticado médio
ponderado considerando o preço médio das aquisições realizadas no ano-calendário X1,
em linha com o disposto no artigo 6º, parágrafo 1º da IN RFB nº 1.312, de 2012. No que
diz respeito ao preço parâmetro, o contribuinte deverá calculá-lo utilizando operações
comparáveis referentes ao mesmo ano-calendário das respectivas operações de
importações (ou seja, operações realizadas por pessoas não vinculadas, realizadas no ano-
calendário X1). Não havendo operações comparáveis realizadas no mesmo ano-
calendário das importações, poderá ser utilizado preço independente relativo à operação
efetuada no ano-calendário imediatamente anterior ao da importação ou posterior (ano-
calendário X2).

055 Qual o método a ser adotado no caso de importação de


commodities?

O contribuinte deverá utilizar para cálculo do preço parâmetro obrigatoriamente o


método Preço sob cotação na Importação (PCI), que é definido como os valores médios

442
diários da cotação de bens ou direitos sujeitos a preços públicos em bolsas de mercadorias
e futuros internacionalmente reconhecidas.

Veja ainda: Preço parâmetro:


Pergunta 011 deste capítulo.
Métodos de apuração:
Pergunta 012 deste capítulo.

Normativo: Lei nº 9.430, de 1996, art. 18-A; e


IN RFB Nº 1.312, de 2012, art. 16, §1º.

056 Quais produtos são considerados commodities para fins de


aplicação dos Métodos PCI e Pecex?

Para fins de aplicação dos Métodos PCI e Pecex, são considerados como commodities os
produtos listados no Anexo I da Instrução Normativa RFB nº 1.312, de 2012, e que
simultaneamente estejam sujeitos a:
(i) preços públicos em bolsas de mercadorias e futuros listadas no Anexo II; ou
(ii) a preços públicos nas instituições de pesquisas setorias internacionalmente
reconhecidas listadas no Anexo III.

Veja ainda: Métodos de apuração:


Pergunta 012 deste capítulo.

Normativo: IN RFB nº 1.312, de 2012, art. 16, §3º, art. 34, § 3º


e Anexos I, II e III.

057 Quais as bolsas de mercadorias e futuros devem ser utilizadas


para fins de aplicação dos Métodos PCI e Pecex?

Para fins de aplicação dos Métodos PCI e Pecex, deve-se observar a cotação das Bolsas
de Valores listadas no Anexo II da Instrução Normativa RFB nº 1.312, de 2012. As Bolsas
de Valores relacionadas no referido Anexo são:
I. ChicagoBoard of Trade (CBOT) - Chicago - EUA;

II. Chicago Mercantile Exchange (CME) - Chicago - EUA;

III. New York Mercantile Exchange (NYMEX) - Nova York - EUA;

IV. Commodity Exchange (COMEX) - Nova York - EUA;

443
V. Intercontinental Exchange (ICE US) - Atlanta - EUA;

VI. Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) - São Paulo - Brasil;

VII. Life NYSE Euronext (LIFFE) - Londres - Reino Unido;

VIII. London Metal Exchange (LME) - Londres - Reino Unido;

IX. Intercontinental Exchange (ICE Europe) - Londres - Reino Unido;

X. Tokio Commodity Exchange (TOCOM) - Tóquio - Japão;

XI. Tokio Grain Exchange (TGE) - Tóquio - Japão;

XII. Singapore Commodity Exchange (SICOM) - Cidade de Cingapura - Cingapura;

XIII. Hong Kong Commodity Exchange (HKE) - Hong Kong – China;

XIV. Multi Commodity Exchange (MCX) - Bombain - Índia;

XV. National Commodity & Derivatives Exchange Limited (NCDEX) - Bombain - Índia;

XVI. Agricultural Futures Exchange of Thailand (AFET) - Bangkok - Tailândia;

XVII. Australian Securities Exchange (ASX) - Sidney - Austrália;

XVIII. JSE Safex APD (SAFEX) – Johannesburg - África do Sul;

XIX. Korea Exchange (KRX) - Busan - Coréia do Sul;

XX. China Beijing International Mining Exchange, (CBMX);

XXI. GlobalORE;

XXII. London Bullion Market Association (LBMA);

XXIII. Beijing Iron Ore Trading Center Corporation (COREX). (Incluído pela IN RFB
nº 1.870/2019)

Veja ainda: Métodos de apuração:


Pergunta 012 deste capítulo.

Normativo: IN RFB Nº 1.312, de 2012, Anexo II.

444
058 Qual o significado da expressão “consistentemente, por bem,
serviço ou direito” contida na IN RFB nº 1.312, de 2012, art.
4º, § 1º? No caso de bens, como aplicar a referida consistência
de métodos?

Considera-se a expressão “consistentemente por bem, serviço ou direito” o impedimento


de uso de mais de um método na hipótese de o bem possuir as mesmas especificações (ou
seja, não é possível aplicar mais de um método para o mesmo item importado). Essa
consistência não é exigida se as especificações forem diferentes.

Por exemplo, para encontrar o preço parâmetro relativo a um veículo marca “X”, motor
2.0, 4 portas, pode ser utilizado um método; para um veículo com especificações
semelhantes, porém com 2 portas, poderá ser utilizado outro método.

Veja ainda: Preço parâmetro:


Pergunta 011 deste capítulo.
Métodos de apuração:
Pergunta 012 deste capítulo.

Normativo: IN RFB nº 1.312, de 2012, art. 4º, § 1º.

059 Qual o significado do termo “arbitramento”, adotado pela


legislação de preços de transferência?

O termo “arbitramento”, contido no art. 20 da IN RFB nº 1.312, de 2012, expressa a


obrigatoriedade de submeter as receitas auferidas nas operações de exportação sujeitas ao
controle de preço de transferência, ao cálculo do preço parâmetro, de acordo com os
métodos estabelecidos pela legislação de preços de transferência.

Veja ainda: Preço parâmetro:


Pergunta 011 deste capítulo.
Métodos de apuração:
Pergunta 012 deste capítulo.

Normativo: IN RFB nº 1.312, de 2012, art. 20.

445
060 Se o próprio contribuinte exportador houver vendido apenas
bens similares no mercado brasileiro, poderá utilizar o valor
dessas operações como parâmetro, para fins do art. 20 da IN
RFB nº 1.312, de 2012?

Sim, o art. 20 da IN RFB nº 1.312, de 2012, prevê a utilização dos preços de venda dos
bens, serviços ou direitos, idênticos ou similares, no mercado brasileiro, durante o mesmo
período, em condições de pagamento semelhantes, devendo submeter-se aos ajustes de
similaridade, previsto no art. 24 da IN RFB nº 1.312, de 2012.

Veja ainda: Preço parâmetro:


Pergunta 011 deste capítulo.
Preço praticado:
Pergunta 011 deste capítulo.

Normativo: IN RFB nº 1.312, de 2012, art. 20 e 24.

061 Os métodos de arbitramento das receitas de exportações


devem ser aplicados consistentemente por bem, serviço ou
direito durante todo o período de apuração ou podem ser
utilizados métodos distintos para um mesmo bem exportado?

Os métodos de cálculo dos preços parâmetros devem ser aplicados consistentemente por
bem, serviço ou direito, não sendo admitida a utilização de mais de um método na
determinação do preço parâmetro para um mesmo bem, serviço ou direito.

Veja ainda: Preço parâmetro:


Pergunta 011 deste capítulo.
Métodos de apuração:
Pergunta 012 deste capítulo.

062 Em que hipóteses as operações de exportação não estão


sujeitas à determinação do preço parâmetro?

As operações de exportação não estão sujeitas à determinação do preço parâmetro


quando:

a) a pessoa jurídica que comprovar haver apurado lucro líquido antes da provisão do
imposto sobre a renda e da CSLL decorrente das receitas de vendas nas exportações
para pessoas jurídicas vinculadas, em valor equivalente a, no mínimo, 10% (dez por

446
cento) do total dessas receitas, considerando-se a média anual do período de apuração
e dos 2 (dois) anos precedentes, desde que a receita líquida de exportação para pessoas
jurídicas vinculadas não ultrapassar 20% (vinte por cento) do total da receita líquida
de exportação;
b) a receita líquida das exportações não exceder a 5% (cinco por cento) do total da receita
líquida no mesmo período;
c) o preço médio de venda dos bens, serviços ou direitos exportados, durante o respectivo
período de apuração da base de cálculo do imposto de renda, for igual ou superior a
noventa por cento do preço médio praticado na venda dos mesmos bens, serviços ou
direitos, no mercado brasileiro, durante o mesmo período, em condições de pagamento
semelhantes.
Esclareça-se que o valor das receitas reconhecidas com base no preço praticado nas
hipóteses a e b, não implica a aceitação definitiva, podendo ser impugnado, se
inadequado, em procedimento de ofício, pela Secretaria da Receita Federal do Brasil.
No cálculo do percentual de 10% (dez por cento) da hipótese do item “a”, pode-se excluir
as operações de venda de bens, serviços ou direitos cujas margens de lucro dos métodos
de exportação, previstas nos arts. 31, 32 e 33 da IN RFB nº 1.312, de 2012, tenham sido
alteradas por determinação do Ministro da Fazenda, nos termos dos arts. 45, 46 e 47 da
IN RFB nº 1.312, de 2012.
Ainda com relação à hipótese do item “a”, esclareça-se que deverá ser considerada a
média ponderada dos três anos mencionados.
Os benefícios das hipóteses dos itens “a”e “b” não se aplicam (i) às vendas efetuadas para
empresas vinculadas domiciliadas em países com tributação favorecida ou cuja legislação
oponha sigilo, conforme definido no art. 52 da IN RFB nº 1.312, de 2012; e (ii) à hipótese
de exportação de commodities sujeitas à cotação em bolsas de mercadorias e futuros
internacionalmente reconhecidas, quando deverá ser utilizado o método do Preço sob
Cotação na Exportação (Pecex).

Veja ainda: Pessoa vinculada:


Pergunta 004 deste capítulo.
País ou dependência com tributação favorecida:
Pergunta 005 deste capítulo.
Métodos de apuração:
Pergunta 012 deste capítulo.
Preço praticado:
Pergunta 011 deste capítulo.

Normativo: IN RFB nº 1.312, de 2012, arts. 20, 48, 49 e 50, I e II.

447
063 Quando se exporta um bem semiacabado, produzido de acordo
com desenhos e especificações próprias e que só tenha
mercado no país de destino após ser beneficiado pelo
adquirente, é aplicável somente o método CAP?

A legislação brasileira sobre preços de transferência permite a livre escolha do método.


Não há restrição para aplicação dos métodos PVEX, PVA e PVV, observadas as
condições estipuladas para a utilização de cada método.

Na impossibilidade de aplicação de outros métodos previstos na legislação, por falta de


mercado que pratique preços independentes, que permita a avaliação de preços
consistentes, o método CAP seria o recomendado.

Veja ainda: Métodos de apuração:


Pergunta 012 deste capítulo.

064 Na apuração do PVA ou PVV podem ser utilizadas, como


prova, cópias das faturas de venda a terceiros, realizadas pela
pessoa vinculada domiciliada no exterior?

Sim. Para fins de determinação do preço parâmetro com base no PVA ou PVV, o
importante é obter a comprovação do preço no mercado atacadista ou varejista.
Frise-se, no entanto, que, na falta de provas consideradas suficientes ou úteis, o Fisco
poderá determinar a apresentação de outros documentos ou, ainda, desqualificar o método
utilizado, situação esta em que deverá ser intimado o sujeito passivo para, no prazo de 30
dias, apresentar novo cálculo com qualquer outro método previsto na legislação.

Veja ainda: Pessoa vinculada:


Pergunta 004 deste capítulo.
Métodos de apuração:
Pergunta 012 deste capítulo.
Preço praticado:
Pergunta 011 deste capítulo.

Normativo: IN RFB nº 1.312, de 2012, arts. 31, 32 e 40.

448
065 No caso de exportação para pessoa vinculada que exerça
apenas papel de intermediária ou centralizadora, quando o
destinatário final do bem for residente em país diverso, deve
ser considerado “país de destino” o de domicílio da pessoa
vinculada ou o de destino efetivo do bem, na apuração do PVA
ou PVV?

O “país de destino” a ser considerado é o de destino final do bem.

Veja ainda: Pessoa vinculada:


Pergunta 004 deste capítulo.

066 Qual o método a ser adotado no caso de exportação de


commodities?

O contribuinte deverá utilizar para cálculo do preço parâmetro obrigatoriamente o método


Preço sob cotação na Exportação (Pecex), que é definido como os valores médios diários
da cotação de bens ou direitos sujeitos a preços públicos em bolsas de mercadorias e
futuros internacionalmente reconhecidas.

Veja ainda: Métodos de apuração:


Pergunta 012 deste capítulo.
Preço parâmetro:
Pergunta 011 deste capítulo.

Normativo: Lei nº 9.430, de 1996, art.19-A; e


IN SRF Nº 1.312, de 2012, art. 34, §1º.

067 As regras de preços de transferência são aplicáveis a vendas


de participações societárias?

Sim. As ações, quotas e outras participações societárias são bens cujas transações de
compra e venda com elas realizadas estão sujeitas às regras de preços de transferência se
efetuadas junto:

a) à pessoa vinculada, residente ou domiciliada no exterior;ou

b) à pessoa residente ou domiciliada em país ou dependência com tributação favorecida


ou que goze de regime fiscal privilegiado, ainda que não vinculada.

449
Veja ainda: Pessoa vinculada:
Pergunta 004 deste capítulo.
País ou dependência com tributação favorecida:
Pergunta 005 deste capítulo.
Regime fiscal privilegiado:
Pergunta 006 deste capítulo.

Normativo: IN RFB nº 1.312, de 2012, art. 2º.

068 A margem de divergência de que trata o art. 51 da IN RFB nº


1.312, de 2012, se aplica à dispensa de comprovação, objeto
dos seus arts. 48 e 49?

Não. A margem de divergência não se aplica às dispensas de comprovação. A margem


de divergência de até 5% permitida pela RFB aplica-se exlcusivamente quando da
comparação do preço parâmetro médio ponderado com o preço praticado médio
ponderado.
Desde a Instrução Normativa SRF nº 38, de 30 de abril de 1997, a legislação brasileira de
preços de transferência prevê a chamada margem de divergência. Trata-se de um intervalo
de tolerância em que, em um determinado caso concreto, ainda que exista uma diferença
entre o valor do preço parâmetro e do preço praticado, a legislação afasta a
obrigatoriedade de se realizar ajustes de preços de transferência às bases de cálculo do
IRPJ e da CSLL.
O intervalo de discrepância entre o preço parâmetro e o preço praticado admitido pela
legislação de preços de transferência é de 5% ou, no caso de adoção dos métodos PCI e
Pecex, 3%.
Até 31 de dezembro de 2018, o cálculo da margem de divergência deve ser efetuado, de
tal forma que, na fração utilizada para sua apuração, utilize-se, em seu denominador, o
preço praticado pelo contribuinte. Ou seja, a margem será apurada com base na seguinte
fórmula de cálculo.
Margem de divergência (até 31/12/2018) = Preço Praticado - Preço Parâmetro
Preço Praticado
A partir de 1° de janeiro de 2019, a margem de divergência deverá ser calculada com o
preço parâmetro no denominador da fração:
Margem de divergência (a partir de 01/01/2019) = Preço Praticado - Preço Parâmetro
Preço Parâmetro

450
Veja ainda: Métodos de apuração:
Pergunta 012 deste capítulo.

Normativo: IN RFB nº 1.312, de 2012, arts. 48, 49, 51 e 51-A.

069 Como tratar o custo financeiro, quando incluído nas


exportações a prazo?

O encargo financeiro incluído nas vendas a prazo poderá ser ajustado de forma a
minimizar os efeitos provocados sobre os preços a serem comparados, conforme dispõem
os §§ 1º e 2º do art. 22 da IN RFB nº 1.312, de 2012.

Veja ainda: Pessoa vinculada:


Pergunta 004 deste capítulo.
País ou dependência com tributação favorecida:
Pergunta 005 deste capítulo.
Regime fiscal privilegiado:
Pergunta 006 deste capítulo.

Normativo: IN RFB nº 1.312, de 2012, art. 22, §§ 1º e 2º.

070 De que forma poderão ser deduzidos, para fins de apuração do


lucro real, os juros pagos ou creditados a pessoa vinculada,
residente ou domiciliada no exterior, por pessoa jurídica
domiciliada no Brasil?

Os juros pagos ou creditados por pessoa jurídica domiciliada no Brasil a pessoa


vinculada, residente ou domiciliada no exterior, ou a pessoa física ou jurídica, ainda que
não vinculada, residente ou domiciliada em país ou dependência com tributação
favorecida ou que goze de regime fiscal privilegiado, somente serão dedutíveis para fins
de determinação do lucro real e da base de cálculo da CSLL até o montante que não
exceda ao valor calculado com base nas seguintes taxas, acrescidas de margem percentual
a título de spread, a ser definida por ato do Ministro de Estado da Fazenda com base na
média de mercado, proporcionalizados em função do período a que se referirem os juros:

a) de mercado dos títulos soberanos da República Federativa do Brasil emitidos no


mercado externo em dólares dos Estados Unidos da América, na hipótese de
operações em dólares dos Estados Unidos da América com taxa prefixada;

451
b) de mercado dos títulos soberanos da República Federativa do Brasil emitidos no
mercado externo em reais, na hipótese de operações em reais no exterior com taxa
prefixada; e
c) London Interbank Offered Rate – LIBOR pelo prazo de 6 (seis) meses, nas demais
hipóteses,
Para as operações efetuadas em outras moedas nas quais não seja divulgada taxa Libor
própria, deverá ser utilizado o valor da taxa Libor para depósitos em dólares dos Estados
Unidos da América.
Conforme estabelece a Portaria MF nº 427, de 2013, no caso operações de mútuo, em que
a mutuante é a pessoa vinculada no exterior, deverá ser utilizado o spread de 3,5% (três e
meio por cento) para fins de cálculo dos preços de transferência.
Acrescente-se, ainda, que não serão dedutíveis na determinação do lucro real e da base
de cálculo da CSLL os juros, pagos ou creditados a empresas controladas ou coligadas
domiciliadas no exterior, relativos a empréstimos contraídos, quando, no balanço da
coligada ou controlada, constar a existência de lucros não disponibilizados para a
controladora ou coligada no Brasil.

Veja ainda: Pessoa vinculada:


Pergunta 004 deste capítulo.
País ou dependência com tributação favorecida:
Pergunta 005 deste capítulo.
Regime fiscal privilegiado:
Pergunta 006 deste capítulo.

Normativo: Lei nº 9.430, de 1996, arts. 22 e 24;


Lei nº 9.532, de 1997, art. 1º, § 3º;
Lei nº 10.451, de 2002, art. 4º; e
IN RFB Nº 1.312, de 2012, art. 38-A.
Portaria MF nº 427, de 2013

071 No caso de haver contrato de mútuo entre pessoa jurídica


domiciliada no Brasil e pessoa vinculada, residente ou
domiciliada no exterior, que valor deverá ser considerado
como receita financeira para efeito de cálculo do lucro real?

A pessoa jurídica mutuante, domiciliada no Brasil, deverá reconhecer, como receita


financeira correspondente ao valor mutuado à pessoa vinculada, residente ou domiciliada
no exterior, ou, ainda que não vinculada, residente ou domiciliada em país ou dependência
com tributação favorecida ou que goze de regime fiscal privilegiado, no mínimo, o valor
calculado com base nas seguintes taxas, acrescidas de margem percentual a título de

452
spread, a ser definida por ato do Ministro de Estado da Fazenda com base na média de
mercado, proporcionalizados em função do período a que se referirem os juros:

a) de mercado dos títulos soberanos da República Federativa do Brasil emitidos no


mercado externo em dólares dos Estados Unidos da América, na hipótese de operações
em dólares dos Estados Unidos da América com taxa prefixada;

b) de mercado dos títulos soberanos da República Federativa do Brasil emitidos no


mercado externo em reais, na hipótese de operações em reais no exterior com taxa
prefixada; e

c) London Interbank Offered Rate – LIBOR pelo prazo de 6 (seis) meses, nas demais
hipóteses.

Conforme estabelece a Portaria MF nº 427, de 2013, para os contratos de mútuo, em que


a mutuante é a pessoa física ou jurídica domiciliada no Brasil, deverá ser utilizado o
spread de 2,5% (dois e meio por cento).

Veja ainda: Pessoa vinculada:


Pergunta 004 deste capítulo.
País ou dependência com tributação favorecida:
Pergunta 005 deste capítulo.
Regime fiscal privilegiado:
Pergunta 006 deste capítulo.

Normativo: Lei nº 9.430, de 1996, art. 22, §1º; e

IN RFB Nº 1.312, de 2012, art. 38-A, §1º.

072 Em qual momento deve ser efetuado o cálculo de preço de


transferência sobre operações financeiras?

A verificação do limite de dedutibilidade será efetuada na data da contratação da


operação. Para esses fins, a novação e a repactuação são consideradas novos contratos.

Normativo: IN RFB Nº 1.312, de 2012, art. 38-A, §10 e § 11.

453
073 Seria possível a aplicação de laudos técnicos de avaliação para
a fundamentação de operações de venda de participação
societária?

O inciso II do art. 21 da Lei nº 9.430, de 1996, prevê a possibilidade de uso de pesquisas


efetuadas por empresa ou instituição de notório conhecimento técnico para comprovação
de preços, desde que observadas as disposições contidas no art. 43 da IN RFB nº 1.312,
de 2012:
a) que se especifique o setor, o período, as empresas pesquisadas e a margem encontrada,
bem assim identifique, por empresa, os dados coletados e trabalhados;
b) que sejam realizadas com observância de critérios de avaliação contábil
internacionalmente aceitos e se refiram a período contemporâneo ao de apuração da
base de cálculo do imposto de renda da empresa brasileira, e
c) no caso de pesquisa relativa a período diferente daquele a que se referir o preço
praticado pela empresa, o valor determinado será ajustado em função de eventual
variação na taxa de câmbio da moeda de referência, ocorrida entre os dois períodos.
As publicações técnicas, pesquisas e relatórios a que se refere o art. 43 da IN RFB nº
1.312, de 2012, poderão ser desqualificados por ato do Secretário da Receita Federal do
Brasil, quando considerados inidôneos ou inconsistentes.

Veja ainda: Preço praticado:


Pergunta 011 deste capítulo.
Venda de participações societárias:
Pergunta 067 deste capítulo.

Normativo: Lei nº 9.430, de 1996, art. 21, inciso II; e

IN RFB nº 1.312, de 2012, art. 43.

074 É obrigatória a tradução de declarações, demonstrativos e


documentos elaborados em idioma estrangeiro?

Sim. Qualquer documento redigido em língua estrangeira, para produzir efeitos legais no
País e para valer contra terceiros e em repartições da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, ou em qualquer instância, juízo ou tribunal, deve ser traduzido
para o português.

Veja ainda: Outras questões envolvendo "tradução de


documentos":
Pergunta 038 deste capítulo.

454
Normativo: Código Civil - Lei nº 10.406, de 2002, art. 224;
Código de Processo Civil - Lei nº 13.105, de 2015, art.
192;
Lei nº 6.015, de 1973, art. 148; e
Decreto nº 13.609, de 1943, art. 18;

075 É permitida a alteração da metodologia de cálculo do preço


parâmetro durante o transcurso do processo administrativo no
âmbito da Administração Pública Federal

Não. A legislação não admite em hipótese alguma a alteração de método no transcurso


do processo administrativo.
No que diz respeito à alteração durante o procedimento de fiscalização, com a edição da
Lei nº 12.715, de 2012, que inseriu o art. 20-A na Lei nº. 9.430, de 1996, passou-se a
permitir que o contribuinte altere a sua metodologia de cálculo na hipótese
excepcional prevista no referido dispositivo.
Com efeito, de acordo com o art. 20-A da Lei nº. 9.430, de 1996, a opção por um dos
métodos de cálculo será efetuada para o ano-calendário, através da ECF, e não poderá ser
alterada pelo contribuinte uma vez iniciado o procedimento fiscal, salvo quando, em seu
curso, o método ou algum de seus critérios de cálculo venha a ser desqualificado pela
fiscalização, situação esta em que o contribuinte deverá ser intimado para, no prazo de 30
dias, apresentar novo cálculo de acordo com qualquer outro método previsto na
legislação.
Após decorrido o prazo de 30 dias, a autoridade fiscal poderá determinar o preço
parâmetro com base nos documentos de que dispuser e aplicar um dos métodos previstos
na legislação quando o contribuinte:
(i) não apresentar os documentos que deem suporte à determinação do preço praticado
nem às respectivas memórias de cálculo para apuração do preço parâmetro, segundo o
método escolhido;
(ii) apresentar documentos imprestáveis ou insuficientes para demonstrar a correção do
cálculo do preço parâmetro pelo método escolhido;
(iii) deixar de oferecer quaisquer elementos úteis à verificação dos cálculos para apuração
do preço parâmetro, pelo método escolhido, quando solicitados pela autoridade
fiscal.

Veja ainda: Métodos de apuração:


Pergunta 012 deste capítulo.
Preço parâmetro:
Pergunta 011 deste capítulo.

455
Normativo: Lei nº 9.430, de 1996, art. 20-A; e
IN RFB Nº 1.312, de 2012, art. 40.

TRIBUTAÇÃO EM BASES UNIVERSAIS

076 São tributados no Brasil os lucros, rendimentos e ganhos de


capital auferidos no exterior por pessoa jurídica domiciliada no
Brasil?

Sim, o Brasil adota o Regime de Tributação em Bases Universais da renda da pessoa


jurídica, desde 1996 com o advento da Lei no 9.249, de 26 de dezembro de 1995. Tal
tributação se faz mediante adição dos resultados auferidos a esse título no exterior ao
lucro líquido para fins de determinação do lucro real, e à base de cálculo da CSLL.
Em relação aos lucros auferidos no exterior, a Lei no 12.973, de 13 de maio de 2014,
alterou a aplicação do Regime de Tributação em Bases Universais para pessoas jurídicas
domiciliadas no Brasil controladoras, e equiparadas a controladoras de empresas no
exterior, bem como para aquelas coligadas a empresas no exterior.

Lei nº 9.249, de 1995, art. 25; e


Normativo:
Lei nº 12.973, de 2014, arts. 76 a 92.

077 Qual o regime de tributação da pessoa jurídica que auferir


lucros, rendimentos e ganhos de capital do exterior?

A pessoa jurídica que auferir lucros, rendimentos ou ganhos de capital do exterior fica
obrigada à tributação com base no lucro real, a partir, inclusive, do trimestre de sua
ocorrência.

Normativo: Lei nº 9.718, de 1998, art. 14, inciso III.

078 Quais os lucros auferidos no exterior por pessoas jurídicas


domiciliadas no Brasil que são alcançados pela tributação no
Brasil?

Os lucros alcançados pela tributação no Brasil são os auferidos no exterior, apurados por
filiais e sucursais da pessoa jurídica domiciliada no Brasil, e os decorrentes de

456
participações societárias inclusive em controladas, diretas e indiretas, e coligadas
domiciliadas no exterior.

IN RFB nº 213, de 2002, art. 1º, §1º; e


Normativo:
IN RFB nº 1.520, de 2014.

079 Quais os rendimentos e ganhos de capital auferidos no exterior


por pessoas jurídicas domiciliadas no Brasil que devem ser
tributados no Brasil?

Os rendimentos e ganhos de capital auferidos no exterior sujeitos à tributação no Brasil


são aqueles auferidos diretamente pela pessoa jurídica domiciliada no Brasil.
São exemplos de rendimentos auferidos diretamente no exterior, os obtidos com a
remuneração de ativos tais como: os juros, os aluguéis, os demais resultados positivos de
aplicações financeiras. Considera-se como ganho de capital o valor recebido pela
alienação do bem diminuído de seu custo de aquisição.

IN RFB nº 213, de 2002, art. 1º, §2º; e


Normativo:
Lei nº 9.249, de 1995, art. 25.

080 Exportações efetuadas por pessoas jurídicas domiciliadas no


Brasil são consideradas como rendimentos obtidos do exterior
para fins da obrigatoriedade ao regime de tributação do IRPJ
com base no lucro real?

Não. Exportações efetuadas por pessoas jurídicas domiciliadas no Brasil não são
consideradas como rendimentos obtidos no exterior para fins da obrigatoriedade ao
regime de tributação do IRPJ com base no lucro real, uma vez que o lucro auferido na
transação é decorrente da atividade da pessoa jurídica no Brasil.

ADI SRF nº 5, de 31 de outubro de 2001; e


Normativo:
IN RFB nº 1.515, de 2014, art. 22, § 2º.

081 Prestações de serviços efetuadas diretamente no exterior são


consideradas como rendimentos obtidos do exterior para fins
da obrigatoriedade ao regime de tributação do IRPJ com base
no lucro real?

Não. As prestações de serviços efetuadas diretamente no exterior não se consideram


como rendimentos obtidos do exterior para fins da obrigatoriedade ao regime de
tributação do IRPJ com base no lucro real.

Normativo: ADI SRF nº 5, de 31 de outubro de 2001; e

457
IN RFB nº 1.515, de 2014, art. 22, § 2º.

082 Em qual caso a prestação de serviços não se considera como


efetuada diretamente no exterior para fins da obrigatoriedade
ao regime de tributação do IRPJ com base no lucro real?

Não se considera prestação direta de serviços aquela realizada no exterior por intermédio
de filiais, sucursais, agências, representações, coligadas, controladas e outras unidades
descentralizadas da pessoa jurídica que lhes sejam assemelhadas. Assim, são obrigadas
ao regime de tributação do IRPJ com base no lucro real a pessoa jurídica domiciliada no
Brasil que prestar serviço no exterior por intermédio de filiais, sucursais, agências,
representações, coligadas, controladas e outras unidades descentralizadas de pessoa
jurídica que lhes sejam assemelhadas.

ADI SRF nº 5, de 2001, art.1º, parágrafo único; e


Normativo:
IN RFB nº 1.515, de 2014, art. 22, § 3º.

083 Se o contribuinte for optante do lucro presumido e, em algum


período auferir lucros, rendimentos e ganhos de capital do
exterior?

A pessoa jurídica que houver pago o imposto com base no lucro presumido e que, em
relação ao mesmo ano-calendário, incorrer em situação de obrigatoriedade de apuração
pelo lucro real por ter auferido lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do
exterior, deverá apurar o imposto sobre a renda de pessoa jurídica (IRPJ) e a contribuição
social sobre o lucro líquido (CSLL) sob o regime de apuração pelo lucro real trimestral a
partir, inclusive, do trimestre da ocorrência do fato.

Normativo: ADI SRF nº 5, de 2001, art.2º.

084 Como serão tributados no Brasil os lucros auferidos no exterior


por intermédio de filiais e sucursais da pessoa jurídica no
Brasil?

Para fins de apuração do lucro real e da base de cálculo da CSLL, os lucros auferidos por
filiais e sucursais no exterior serão adicionados integralmente ao lucro líquido da pessoa
jurídica no Brasil em 31 de dezembro do ano-calendário em que tiverem sido
disponibilizados.

Normativo: IN RFB 1.520, de 2014, art. 8º.

458
085 Quando se consideram disponibilizados os lucros auferidos no
exterior por intermédio filiais e sucursais da pessoa jurídica?

Consideram-se disponibilizados na data do balanço no qual tiverem sido apurados.

Normativo: Lei nº 9.532, de 1997, art. 1º, § 1º, letra a.

086 Como eram tributados no Brasil os lucros auferidos no exterior até


31/12/2001 por intermédio de controladas ou coligadas da pessoa
jurídica e quando se consideravam disponibilizados tais lucros ?

Até 31/12/2001, para fins de apuração do lucro real e da base de cálculo da CSLL, os
lucros auferidos por intermédio de controladas ou coligadas no exterior eram adicionados
proporcionalmente à participação da investidora ao lucro líquido da pessoa jurídica no
Brasil em 31 de dezembro do ano em que tiverem sido disponibilizados.
Consideravam-se disponibilizados na data do pagamento ou do crédito em conta
representativa de obrigação da empresa no exterior.
Nestas condições, considerava-se:

a) creditado o lucro, quando ocorresse a transferência do registro de seu valor para


qualquer conta representativa de passivo exigível da controlada ou coligada
domiciliada no exterior;
b) pago o lucro quando ocorresse:
- o crédito do valor em conta bancária, em favor da controladora ou coligada no Brasil;
- a entrega, a qualquer título, a representante da beneficiária;
- a remessa, em favor da beneficiária, para o Brasil ou para qualquer outra praça;
- o emprego do valor, em favor da beneficiária em qualquer praça, inclusive no
aumento de capital da controlada ou coligada, domiciliada no exterior;
- a contratação de operações de mútuo, se a mutuante, coligada ou controlada, possuir
lucros ou reservas de lucros; ou
- o adiantamento de recursos, efetuado pela controlada ou coligada, por conta de venda
futura, cuja liquidação, pela remessa do bem ou serviço vendido, ocorra em prazo
superior ao ciclo de produção do bem ou serviço.

Normativo: Lei nº. 9.532, de 1.997, art. 1º; caput, alínea “b” do §
1º (revogada pela Lei nº 12.973, de 2014), e § 2º
(revogado pela Lei nº 12.973, de 2014)

459
087 Como eram considerados, para fins de apuração do lucro real,
os lucros auferidos por intermédio de controladas ou coligadas
sediadas no exterior no período de 1º de janeiro de 2002 até
31 de dezembro de 2014?

No período de 1º/01/2002 a 31/12/2014, os lucros auferidos por intermédio de controlada


ou coligada no exterior eram considerados disponibilizados para a controladora ou
coligada no Brasil na data do balanço em que tiverem sido apurados.

Normativo: MP 2.158-35, de 2001, art. 74.

088 Qual o tratamento fiscal da contrapartida do ajuste do valor do


investimento avaliado pelo método da equivalência
patrimonial?

Os resultados positivos e negativos decorrentes da aplicação do método da equivalência


patrimonial deverão, respectivamente, ser excluídos do ou adicionados ao lucro líquido
para fins de determinação do lucro real trimestral ou anual e da base de cálculo da CSLL,
inclusive no levantamento dos balanços de suspensão e/ou redução do imposto de renda
e da CSLL, relativo ao mês de dezembro.

Normativo: Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 23, parágrafo


único.

089 Como deverão ser tributados os lucros auferidos por


intermédio de controladas domiciliadas no exterior a partir de
2015?

A partir de 1º de janeiro de 2015, a parcela do ajuste do valor do investimento em


controlada, direta ou indireta, domiciliada no exterior equivalente aos lucros por ela
auferidos antes do imposto de renda, excetuando a variação cambial, deverá ser
computada na determinação do lucro real e da base de cálculo da CSLL no balanço
levantado em 31 de dezembro do ano-calendário em que tiverem sido disponibilizados
para a pessoa jurídica domiciliada no Brasil.
A parcela do ajuste compreende apenas os lucros auferidos no período, não alcançando
as demais parcelas que influenciaram o patrimônio líquido da controlada, direta ou
indireta, domiciliada no exterior.
A investidora no Brasil deve computar na base de cálculo do IRPJ e da CSLL a parcela
positiva do ajuste de cada controlada, direta e indireta, de forma individualizada.
A parcela do ajuste deve ser apurada segundo as normas da legislação comercial do país
de domicílio da controlada, direta ou indireta, e antes da tributação no exterior sobre o
lucro. Nos casos de inexistência de normas expressas que regulem a elaboração de
demonstrações financeiras no país de domicílio da controlada, esta deverão ser elaboradas
com observância dos princípios contábeis geralmente aceitos, segundo as normas da
legislação brasileira.

460
IN RFB 1.520, de 2014, art. 8º, caput, § 1º , § 2º ; art.9º;
Normativo:
e art.14.

090 As parcelas positivas e negativas do ajuste do valor do


investimento em controlada, direta ou indireta, domiciliada no
exterior equivalente aos lucros podem ser consolidados pela
controladora no Brasil?

Até 2022, as parcelas positivas e negativas do ajuste do valor do investimento em


controlada, direta ou indireta, domiciliada no exterior equivalente aos lucros por ela
auferidos antes do imposto sobre a renda, excetuando a variação cambial, poderão ser
consolidadas pela controladora no Brasil.
Não poderão ser consolidadas as parcelas referentes às pessoas jurídicas investidas que
se encontrem em pelo menos uma das seguintes situações:
I - estejam situadas em país com o qual o Brasil não mantenha tratado ou ato com cláusula
específica para troca de informações para fins tributários;
II - estejam localizadas em país ou dependência com tributação favorecida, ou sejam
beneficiárias de regime fiscal privilegiado, de que tratam os arts. 24 e 24-A da Lei nº
9.430, de 27 de dezembro de 1996;
III - estejam submetidas a regime de subtributação;
IV - sejam controladas, direta ou indiretamente, por pessoa jurídica submetida a
tratamento tributário previsto nos incisos II e III; ou
V - tenham renda ativa própria inferior a 80% (oitenta por cento) da renda total.
Considera-se renda ativa própria aquela obtida diretamente pela pessoa jurídica mediante
a exploração de atividade econômica própria, excluídas as receitas decorrentes de:
a) royalties;

b) juros;

c) dividendos;

d) participações societárias (juros sobre capital próprio, partes beneficiárias, debêntures,


resultado positivo da equivalência, variação cambial);

e) aluguéis;

f) ganhos de capital, salvo na alienação de ativos de caráter permanente ou participações


societárias adquiridas há mais de 2 (dois) anos;

g) aplicações financeiras; e

h) intermediação financeira;

461
Considera-se renda total o somatório das receitas operacionais e não operacionais,
conforme definido na legislação comercial do país de domicílio da investida; e

Considera-se regime de subtributação aquele que tributa os lucros da pessoa jurídica


domiciliada no exterior à alíquota nominal inferior a 20% (vinte por cento). Os países ou
dependências com tributação favorecida e os regimes privilegiados, de que tratam os
arts.24 e 24-A da Lei n 9.430, de 1996, estão incluídos no conceito de subtributação.

Veja ainda: País ou dependência com tributação favorecida:


Pergunta 005 deste capítulo.
Regime fiscal privilegiado:
Pergunta 006 deste capítulo.

Normativo: IN RFB 1.520, de 2014, art. 11; art.21, incisos I, II e


II, § 3º.

091 Os prejuízos de controladas e coligadas no exterior podem ser


compensados entre si, ou com os lucros da pessoa jurídica
domiciliada no Brasil?

Não. É vedada a compensação dos prejuízos de controladas e coligadas com o lucro da


pessoa jurídica domiciliada no Brasil.
Os prejuízos apurados por uma controlada ou coligada, no exterior, somente poderão ser
compensados com lucros dessa mesma controlada ou coligada, desde que sejam
informados no Demonstrativo de Prejuízos Acumulados no Exterior, não se aplicando,
nesse caso, a restrição (compensação limitada a 30% do lucro líquido ajustado pelas
adições e exclusões previstas na legislação do imposto de renda e da CSLL) de que trata
o art. 15 da Lei nº 9.065, de 1995.
Contudo, não poderá ser utilizado na consolidação o prejuízo auferido no exterior por
controlada, direta ou indireta, ou coligada correspondente às atividades de afretamento
por tempo ou casco nu, arrendamento mercantil operacional, aluguel, empréstimo de bens
ou prestação de serviços diretamente relacionados à prospecção e exploração de petróleo
e gás, em território brasileiro.

Normativo: IN RFB nº 1.520, de 2014, art. 11,§ 4º e § 6º ; art. 12;


art.14, inciso II; art. 19, inciso II; art.19-A; e art. 20.

092 Os resultados auferidos por filiais e sucursais podem ser


consolidados?

Desde que as filiais e sucursais sejam domiciliadas num mesmo país, e, tendo a matriz no
Brasil indicado uma dessas filiais ou sucursais como entidade líder, os resultados poderão

462
ser consolidados por país, e os prejuízos de uma poderão ser compensados com os lucros
da outra.

Normativo: IN SRF nº 213, de 2002, art. 4º, § 5º.

093 Como deverão ser convertidos os lucros auferidos no exterior


por intermédio de filiais, sucursais, controladas ou coligadas?

Os lucros auferidos no exterior por intermédio de filiais, sucursais, controladas ou


coligadas serão convertidos em Reais pela taxa de câmbio, para venda, do dia das
demonstrações financeiras em que tenham sido apurados os correspondentes lucros.

Normativo: IN RFB nº 1.520, de 2014, art. 7º.

094 O imposto retido na fonte sobre rendimentos pagos ou


creditados à filial, sucursal, controlada ou coligada de pessoa
jurídica domiciliada no Brasil, não compensado em virtude de
a beneficiária ser domiciliada em país enquadrado nas
disposições do art. 24 da Lei nº 9.430, de 1996, poderá ser
compensado com o imposto devido sobre o lucro real da
matriz, controladora ou coligada no Brasil quando os
resultados da filial, sucursal, controlada ou coligada, que
contenham os referidos rendimentos, forem computados na
determinação do lucro real da pessoa jurídica no Brasil?

Sim, a pessoa jurídica domiciliada no Brasil poderá compensar o imposto retido na fonte
sobre tais redimentos até o limite do imposto de renda incidente, no Brasil, sobre o lucro
real decorrente do cômputo desses rendimentos. Para efeito de determinação do referido
limite, o imposto incidente, no Brasil, correspondente a tais rendimentos será
proporcional ao total do imposto e adicional devidos pela pessoa jurídica no Brasil.
Adicionalmente, o imposto de renda a ser compensado será convertido em quantidade de
Reais, de acordo com a taxa de câmbio, para venda, na data em que o imposto foi pago;
caso a moeda em que o imposto foi pago não tiver cotação no Brasil, será ela convertida
em dólares note-americanos e, em seguida, em Reais.

Normativo: Lei nº 9.249, de 1995, art. 26; e


MP 2158-35, de 2001, art. 9º.

095 Como deve ser apurado o limite admitido de compensação do


tributo pago no exterior sobre lucros auferidos por meio de
controladas, coligadas, filiais ou sucursais?

A pessoa jurídica deverá calcular o valor:

463
a) do imposto pago no exterior, correspondente aos lucros de cada filial, sucursal,
controlada ou coligada, bem assim aos rendimentos e ganhos de capital, que foram
computados na determinação do lucro real;
b) do imposto sobre a renda e CSLL devidos sobre o lucro real antes e após a inclusão
dos lucros auferidos no exterior.
O imposto, passível de compensação, não poderá exceder o valor determinado na letra
“a” anterior, nem à diferença positiva entre os valores calculados sobre o lucro real com
e sem a inclusão dos referidos lucros, rendimentos ou ganhos de capital auferidos no
exterior e referidos na letra “b”.

Normativo: IN RFB nº 1.520, de 2014, art. 30, §§ 8º a 11.

096 O saldo do imposto de renda pago no exterior, não compensado


no Brasil, poderá ser compensado com a CSLL devida?

Sim. O saldo de imposto de renda pago no exterior sobre lucros auferidos por filiais,
sucursais, controladas e coligadas que exceder o valor compensável com o imposto de
renda devido pela pessoa jurídica no Brasil, poderá ser compensado com a CSLL devida,
exclusivamente, até o limite do acréscimo decorrente da adição, à sua base de cálculo,
dos lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior.

Normativo: MP 2.158-35, de 2001, art. 21, parágrafo único, e


IN RFB nº 1.520, de 2014, art. 30, § 13.

097 Se o imposto pago no exterior não puder ser compensado no


Brasil, poderá ocorrer a compensação em anos posteriores?
Como calcular?

O tributo pago sobre lucros auferidos no exterior, que não puder ser compensado em
virtude de a pessoa jurídica, no Brasil, no respectivo ano calendário, não ter apurado lucro
real positivo, ou tê-lo apurado em valor inferior ao total dos lucros adicionados ao lucro
real, poderá ser compensado com o que for devido nos anos calendários subsequentes.
O valor do imposto a ser compensado nos anos-calendário subsequentes será calculado
da seguinte forma:
a) no caso de inexistência de lucro real positivo, deve-se apurar o somatório dos lucros
auferidos no exterior e nele computados, considerados individualmente por filial,
sucursal, coligada ou controlada, o qual será multiplicado pela alíquota de 15%, se o
valor computado não exceder o limite de isenção do adicional, ou 25%, se for excedido
tal limite. Em ambos os casos o valor do imposto a ser compensado não poderá exceder
o valor do imposto pago no exterior;
b) na hipótese de apuração de lucro real positivo em valor inferior ao total dos lucros
auferidos no exterior, e nele computados, deve-se apurar a diferença entre aquele total
e o lucro real correspondente, a qual será multiplicada pela alíquota de 15%, se o valor
computado não exceder o limite de isenção do adicional, ou 25%, se for excedido tal

464
limite. O somatório do valor do imposto a ser compensado com o montante já
compensado no próprio ano-calendário não poderá exceder o valor do imposto pago
no exterior.
Em ambos os cálculos, o valor assim determinado será escriturado na Parte B do Lalur,
para fins de controle de sua utilização em anos-calendário subsequentes.

Normativo: IN RFB nº 1.520, de 2014, art. 30, §§ 14 a 17.

098 Como serão convertidos os rendimentos e ganhos de capital


auferidos no exterior, para fins de cômputo na apuração do
lucro líquido?

Os rendimentos e ganhos de capital serão convertidos em Reais de acordo com a taxa de


câmbio, para venda, na data em que forem contabilizados no Brasil.
Caso a moeda em que for auferido o rendimento ou ganho de capital não tiver cotação no
Brasil, será ela convertida em dólares norte-americanos e, em seguida, em Reais.

Normativo: Lei nº 9.249, de 1995, art. 25, § 1º, incisos I e II.

99 O saldo do tributo pago no exterior e devidamente controlado


no LALUR, não compensado com o devido no Brasil por
insuficiência de lucro tributável, pode ser atualizado pela taxa
SELIC até sua compensação futura?

Não há previsão legal para a aplicação da taxa SELIC sobre o tributo pago exterior nem
autorização para pedido de restituição do saldo controlado no LALUR.

Normativo: Lei nº 9.249, de 1995, art. 25, § 1º, incisos I e II.

100 Em que momento deve ser tributado o lucro gerado por uma
empresa estrangeira, classificada pela legislação brasileira
como coligada ou porfólio de investimento sem influência
nem relevância, cuja participação societária seja detida por
uma por controlada direta ou indireta da controladora
brasileira?

Os lucros gerados por empresas tidas como coligadas das controladas diretas ou indiretas
ou como participações em empresas de portfólio, detidas por controlada direta ou indireta
domiciliadas no exterior, serão tributados pela controladora brasileira quando forem
reconhecidos no balanço da controlada direta ou indireta, segundo a legislação comercial
de sua jurisdição.

465
Normativo: IN RFB nº 1.520, de 2014, art. 19, § 1º.

101 Para que seja admitida a consolidação, a escrituração contábil


digital, exigida de controlada domiciliada em país sem tratado
para troca de informações com o Brasil, terá a mesma
abrangência e completude da ECD?

Não. A escrituração que se refere o art. 13 da IN 1.520/14 será definido através de ato da
COFIS, o qual estabelecerá a forma de apresentação do arquivo digital.

Normativo: IN RFB nº 1.520, de 2014, art. 13, § 2º.

102 Como tratar os créditos relativos ao imposto pago no exterior


no caso de alienação do investimento durante o exercício, uma
vez que a empresa brasileira dificilmente terá acesso aos
documentos fiscais que suportam o pagamento?

A empresa deve possuir o documento relativo ao IR e deve ser reconhecido pelo


respectivo órgão arrecadador e pelo Consulado da Embaixada Brasileira no país em que
for devido o imposto.

Normativo: Lei nº 12.973, de 2014, art. 87, § 9º.

103 A variação cambial acrescida aos juros calculados com base


na taxa LIBOR são considerados dedutíveis na apuração do
lucro real?

Sim, uma vez que a referida variação cambial é um componente dos juros para o
pagamento do imposto de renda diferido relativo aos lucros auferidos no exterior.

Normativo: IN RFB nº 1.520, de 2014, art. 32, §§ 3º e 4º.

104 Deve ser aberta subconta para a filial em pais distinto da


jurisdição da sua matriz de controlada direta ou indireta no
exterior, como se fosse empresa distinta?

O imposto pago no exterior que seja passível de dedução pela investidora no Brasil deve
ser apurado de forma individualizada por filial, sucursal, coligada, controlada, direta ou
indireta. Para este efeito, cabe o controle do lucro a ser tributado de cada entidade e deve

466
ser aberta subconta distinta para a filial cuja matriz, controlada no exterior, tenha em
jurisdição distinta.

Normativo: IN RFB nº 1.520, de 2014, art. 30, § 6º.

105 Há países que, atendidas certas condições, permitem a eleição


de moeda funcional distinta da moeda corrente do país. Assim,
o balanço levantado em moeda funcional, que atenda as
normas da legislação comercial do país de domicilio, poderá
ser utilizado para efeitos brasileiros da TBU, convertendo-se
os saldos para reais pela taxa cambial fixada pelo Banco
Central do Brasil para esta moeda funcional?

A determinação legal requer que os resultados da controlada direta ou indireta sejam


apurados segundo as normas da legislação comercial do país de domicilio. O balanço em
moeda funcional distinta da moeda corrente do pais poderá ser utilizado desde que atenda
à legislação comercial do país de domicílio, sem necessidade de reconversão para a
moeda corrente do pais de domicilio.

Normativo: Lei nº 9.249, de 1995, art. 25, § 7º.

106 O prejuízo apurado por controlada no exterior que, após a sua


geração e antes da apuração de lucro em exercícios
subsequentes pela mesma entidade, seja absorvido contra o
capital social ou contra lucros retidos e reservas de lucros
anteriores, continua passível de compensação?

Sim, uma vez que a legislação não prevê esta condicionante. Importante observar que, via
de regra, o prejuízo que é transferido para conta no patrimônio líquido é o prejuízo final
do exercício, após tributos, portanto, distinto do prejuízo contábil antes dos tributos sobre
lucros e do resultado de participações em outras empresas.

107 O que deve ser entendido como montante de "prejuízos


acumulados" de períodos anteriores a 2015, a que se refere o
artigo Art. 38 da IN 1.520/14?

O prejuízo acumulado de períodos anteriores a 2015 a que se refere o Art. 38 da IN nº


1.520/14 deve ser entendido como sendo o montante que resulta da soma dos prejuízos
contábeis apurados segundo a legislação comercial local, antes dos tributos corrente e
diferido sobre os lucros e antes dos resultados de participações em outras sociedades sob
controle direto e indireto da controladora brasileira, em cada balanço do exercício social
individualizado por filial, sucursal, controlada direta ou indireta domiciliada no exterior,
que não tenham sido absorvidos por lucros apurados pela mesma entidade em exercícios
seguintes até dezembro de 2014.
467
Normativo: IN RFB nº 1.520, de 2014, arts. 2º, § 2º, 10, 30 § 6º e 38.

108 Dos resultados das controladas diretas ou indiretas no exterior


não devem constar os resultados auferidos por outra pessoa
jurídica sobre a qual a controladora brasileira mantenha o
controle direto ou indireto. Esta regra se aplica também para a
apuração do estoque de prejuízos anteriores a 01/01/2015,
passiveis de compensação com lucros futuros para efeitos de
tributação no Brasil?

Em obediência à uniformidade de critério, na falta de ressalva em Lei, dos prejuízos


contábeis anteriores a 2015 não devem constar resultados (lucros ou prejuízos) originados
da participação em outra pessoa jurídica sobre a qual a controladora brasileira mantenha
controle direto ou indireto.

Normativo: IN RFB nº 1.520, de 2014, art. 2º, § 2º.

109 O controle das subcontas dos investimentos no exterior pode


ser realizado através da utilização de "contas espelho", aquelas
entendidas como uma duplicação da conta principal, na qual
seria feito os controles fiscais em subcontas exigidos em
contrapartida a uma conta redutora, ocasionando um saldo
zero, da mesma forma como funcionavam as contas de
compensação?

O texto legal não prevê a utilização das chamadas "contas-espelho", sendo necessário a
utilização de subcontas vinculadas à conta de investimentos.

Normativo: IN RFB nº 1.520, de 2014, art. 3º.

110 Qual é o valor da parcela do investimento referente ao lucro


ou prejuízo de investimento no exterior que deve ser
registrada na subconta de investimento?

O valor a ser registrado na subconta de investimento é o equivalente aos lucros ou


prejuízos antes da tributação no exterior sobre tais lucros ou prejuízos, assim entendido
como o lucro ou prejuízo antes dos tributos sobre a renda, sejam correntes e/ou diferidos.

Normativo: IN RFB nº 1.520, de 2014, art. 2º, § 1º.

468
111 Ao fazer o registro individualizado, quais informações devem
ser incluídas nas subcontas e qual norma contábil deve ser
considerada?

Deve ser informada a parcela do ajuste do investimento equivalentes aos lucros auferidos
antes da tributação no exterior sobre o lucro, na proporção da participação na controlada.
Deve existir uma subconta para cada controlada direta e cada controlada indireta,
vinculada conta do investimento em controlada direta no exterior. O valor do resultado
positivo (lucro) a ser registrado deverá ser contabilizado a débito na subconta em
contrapartida à conta de ativo representativa do investimento. O valor do resultado
negativo (prejuízo) deverá ser contabilizado a crédito na subconta em contrapartida à
conta de ativo representativa do investimento. O resultado auferido no exterior deve ser
apurado segundo as normas da legislação comercial do país de domicílio e antes da
tributação no exterior sobre o lucro. No caso de inexistir normas expressas que regulem
a elaboração de demonstrações financeiras no país de domicílio da investida, estas
deverão ser elaboradas segundo as normas da legislação brasileira.

Normativo: IN RFB nº 1.520, de 2014, arts. 2º, 3º e 8º, §§ 1º e 2º.

112 No caso de ajuste de preço de transferência a maior feito pelo


Fisco, a diferença entre o valor adicionado pelo contribuinte e
o valor do ajuste determinado pelo fisco poderá ser deduzido
do lucro real e da base de cálculo da CSLL nos termos do
artigo 86?

Apenas o valor do ajuste de preço de transferência feito pelo contribuinte anteriormente


a qualquer fiscalização é considerado dedutível. Assim, qualquer ajuste exigido por
iniciativa do Fisco não será considerado espontâneo e, portanto, não será passível de
dedução.

Normativo: Lei nº 12.973, de 2014, art. 86.

113 Nos casos em que, dentro de um mesmo exercício, a apuração


de IRPJ/CSLL compreenda tanto lucros auferidos por
controlada no exterior quanto ajuste de preços de transferência
e/ou subcapitalização relativo a operações com referida
controlada, como operacionalizar a dedução do ajuste se um
dos requisitos para isso é o recolhimento do imposto sobre
ele?

Neste caso, o ajuste é dedutível mesmo que não haja efetivo recolhimento de imposto
previamente à respectiva dedução, uma vez que o intuito da dedução é evitar a dupla
tributação deste valor.

469
114 Nos casos em que o ajuste de preço de
transferência/subcapitalização é maior que o valor do lucro
auferidos no exterior, será possível “carregar” para os anos
subsequentes o valor residual do ajuste que não foi deduzido
da base de IR/CSLL no ano que foi apurado? Em caso
negativo, como remover o efeito de "dupla tributação" sobre
a parcela do ajuste que excede o valor dos lucros?

A dedução é limitada ao valor do lucro auferido no exterior pela controlada, não havendo
previsão legal, para o aproveitamento de excedente em anos posteriores.

Normativo: IN RFB nº 1.520, de 2014, art. 23, § 2º, III.

SUBCAPITALIZAÇÃO

115 O que é subcapitalização?

Do ponto de vista fiscal, ocorre subcapitalização ou capitalização insuficiente (thin


capitalization) quando há utilização de endividamento junto a entidades vinculadas não
residentes ou entidades residentes em países de tributação favorecida ou beneficiárias de
regime fiscal privilegiado como meio de redução do lucro tributável das empresas para
efeitos do Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas e da Contribuição Social sobre o Lucro
Líquido.

Veja ainda: Pessoa vinculada:


Pergunta 004 deste capítulo.
País ou dependência com tributação favorecida:
Pergunta 005 deste capítulo.
Regime fiscal privilegiado:
Pergunta 006 deste capítulo.

Normativo: Lei nº 12.249, de 2010, art. 24 e 25.

Como a legislação brasileira tenta evitar a utilização da


116
subcapitalização?

A legislação brasileira evita a utilização da subcapitalização mediante a previsão legal de


coeficientes de endividamento, considerados usuais para a generalidade das empresas,
para fins de fixação de limites de dedutibilidade de despesas de juros em operações de

470
mútuo com pessoa vinculada, residente ou domiciliada no exterior, não constituída em
país ou dependência com tributação favorecida ou sob regime fiscal privilegiado.

Veja ainda: Pessoa vinculada:


Pergunta 004 deste capítulo.
País ou dependência com tributação favorecida:
Pergunta 005 deste capítulo.
Regime fiscal privilegiado:
Pergunta 006 deste capítulo.

Normativo: Lei nº 12.249, de 2010, art. 24 e 25.

Quais são os coeficientes, utilizados pela legislação brasileira,


117 no caso de endividamento entre pessoa vinculada residente no
exterior e pessoa jurídica domiciliada no Brasil?

1 - Pessoa jurídica vinculada com participação societária.

No caso de endividamento com pessoa jurídica vinculada, residente no exterior, que tenha
participação societária na pessoa jurídica domiciliada no Brasil, observam-se os seguintes
limites:

a) como limite individual, o valor do endividamento não deve ser superior a duas
vezes o valor da participação da vinculada no patrimônio líquido da pessoa
jurídica residente no Brasil;
b) como limite global, o valor do somatório dos endividamentos com pessoas
vinculadas no exterior não deve ser superior a duas vezes o valor do somatório
das participações de todas vinculadas no patrimônio líquido da pessoa jurídica
residente o Brasil.
2 - Pessoa jurídica vinculada sem participação societária.

No caso de endividamento com pessoa jurídica vinculada no exterior, mas sem detenção
de participação societária na pessoa jurídica domiciliada no Brasil, tanto o limite
individual quanto o limite global do endividamento são fixados em duas vezes o valor do
patrimônio líquido da pessoa jurídica residente no Brasil.

Veja ainda: Pessoa vinculada:


Pergunta 004 deste capítulo.

471
Normativo: Lei nº 12.249, de 2010, art. 24, incisos I, II e III, §§ 5°
e 6°.

Qual o limite global aplicável quando houver,


simultaneamente, endividamento com pessoa vinculada com
118 participação e endividamento com pessoa vinculada sem
participação acionária na pessoa jurídica domiciliada no
Brasil?

Havendo pluralidade de credores, deve-se identificar:

a) a hipótese em que o endividamento ocorre exclusivamente com pessoas vinculadas


sem participação societária - caso em que o limite global será de duas vezes o
valor do patrimônio líquido da pessoa jurídica residente no Brasil;
b) a hipótese de ocorrência simultânea de endividamento com pessoa vinculada com
participação e de endividamento com pessoa vinculada sem participação acionária
na pessoa jurídica domiciliada no Brasil - caso em que o limite global será de duas
vezes o valor do somatório das participações de todas as vinculadas no patrimônio
líquido da pessoa jurídica residente no Brasil.

Normativo: Lei nº 12.249, de 2010, art. 24, incisos I, II e III, §§ 5°


e 6°.

Quais os limites aplicáveis, para a pessoa jurídica domiciliada


no Brasil, nos casos de endividamento quando o credor for
119 pessoa física ou jurídica residente, domiciliada ou constituída
no exterior, em país ou dependência com tributação favorecida
ou sob regime fiscal privilegiado?

No caso de credor, pessoa física ou jurídica, residente, domiciliada ou constituída no


exterior, em país ou dependência com tributação favorecida ou sob regime fiscal
privilegiado, tanto o limite individual quanto o limite global de endividamento (somatório
dos endividamentos com todas as entidades situadas naqueles países) estão limitados a
30% do valor do patrimônio líquido da pessoa jurídica residente no Brasil.

472
Veja ainda: Pessoa vinculada:
Pergunta 004, deste capítulo.
País ou dependência de tributação favorecida:
Pergunta 005, deste capítulo.
Regime fiscal privilegiado:
Pergunta 006, deste capítulo.

Normativo: Lei nº 12.249, de 2010, art. 25.

Para efeito do cálculo total de endividamento serão


120 considerados apenas os que possuírem registro do contrato no
Banco Central do Brasil?

Não, para efeito do cálculo total de endividamento, serão consideradas todas as formas e
prazos de financiamento, independentemente de registro do contrato no Banco Central do
Brasil.

Normativo: Lei nº 12.249, de 2010, art. 24, §1° e 25, §1°.

O que ocorre caso a operação de endividamento, mesmo não


sendo entre vinculadas ou residentes em países de tributação
favorecida ou beneficiárias de regime fiscal privilegiado,
121 possua avalista, fiador, procurador ou qualquer interveniente
pessoa vinculada ou residente ou constituída em país de
dependência com tributação favorecida ou sob regime fiscal
privilegiado?

Tais operações também serão consideradas para efeito de cálculo de limite de


dedutibilidade, aplicando-se os limites previstos na legislação em cada caso.

Normativo: Lei nº 12.249, de 2010, art. 24, §2° e 25, §2°.

DA DEDUTIBILIDADE DOS VALORES REMETIDOS A QUALQUER TÍTULO


À PESSOA CONSTITUÍDA EM PAÍS COM TRIBUTAÇÃO FAVORECIDA OU
SUBMETIDA A REGIME FISCAL PRIVILEGIADO

473
As importâncias pagas, creditadas, entregues, empregadas ou
remetidas a qualquer título, direta ou indiretamente, a pessoas
físicas ou jurídicas residentes ou constituídas no exterior e
122
submetidas a um tratamento de país ou dependência com
tributação favorecida ou sob regime fiscal privilegiado são
dedutíveis para fins de IRPJ e CSLL?

Tais despesas somente serão consideradas dedutíveis, para fins do IRPJ e CSLL, quando
os seguintes requisitos ocorrerem cumulativamente:

1) Quando houver a identificação do efetivo beneficiário das importâncias, sob a condição


de não ter sido constituído com o único ou principal objetivo de economia tributária, e
desde que tenha auferido esses valores por sua própria conta, e não como agente,
administrador fiduciário ou mandatário por conta de terceiro.

2) Quando houver comprovação da capacidade operacional da pessoa física ou entidade


no exterior que realizar a operação.

3) Quando houver comprovação documental do pagamento do preço respectivo e do


recebimento dos bens e direitos ou da utilização de serviço.

Veja ainda: Pessoa vinculada:


Pergunta 004, deste capítulo.
País ou dependência de tributação favorecida:
Pergunta 005, deste capítulo.
Regime fiscal privilegiado:
Pergunta 006, deste capítulo

Normativo: Lei nº 12.249, de 2010, art. 26.

O pagamento de juros sobre o capital próprio de que trata o art.


9° da Lei n° 9.249, de 26 de dezembro de 1995, deve observar
123
a mesma regra de dedutibilidade do art. 26 da Lei n° 12.249,
de 2010?

A despesa com pagamento de juros sobre o capital próprio de que trata o art. 9° da Lei n°
9.249, de 26 de dezembro de 1995, não deve observar a mesma regra de dedutibilidade
do art. 26 da Lei n° 12.249, de 2010.

Normativo: Lei nº 12.249, de 2010, art. 26, §2°.

474
Em que hipótese fica dispensada a comprovação da capacidade
124 operacional da pessoa física ou entidade no exterior de realizar
a operação?

A comprovação da capacidade operacional é dispensada no caso de operações:

a) que não tenham sido efetuadas com o único e principal objetivo de economia
tributária; e
b) em que a beneficiária das importâncias pagas, exclusivamente, a título de juros seja
subsidiária integral, filial ou sucursal de pessoa jurídica remetente, domiciliada no
Brasil e tenha seus lucros tributados na forma do art. 74 da Medida Provisória n°
2.158-35, de 24 de agosto de 2001.

Normativo: Lei nº 12.249, de 2010, art. 26, §3°.

475
Capítulo XX - IPI 2019

001 Estão sujeitos ao IPI os produtos resultantes de


operações caracterizadas como industrialização,
quando essas são também consideradas serviços
sujeitos ao ISS, relacionados na lista anexa à
Lei Complementar nº 116, de 2003?

Sim. O fato de operações caracterizadas como industrialização, pela legislação do IPI, se


identificarem com quaisquer dos serviços relacionados na lista anexa à LC nº 116,
de 2003, sujeitos ao ISS, não impede a incidência do IPI sobre os produtos resultantes
dessas industrializações.

Normativo: Lei Complementar nº 116, de 2003 (Lista Anexa); e


Ripi/2010 - Decreto nº 7.212, de 2010, art.4º.

002 Quando der saída a produtos tributados à alíquota zero, isentos


ou imunes, pode o estabelecimento industrial que adquire
matérias-primas (MP), produtos intermediários (PI) e material
de embalagem (ME) de comerciante atacadista não-
contribuinte do IPI creditar-se do imposto a eles relativo,
calculado mediante aplicação da alíquota a que estiver sujeito
o produto, sobre cinquenta por cento do seu valor, constante
da respectiva nota fiscal de aquisição (art. 227, do Ripi/2010)?

Sim. O direito ao crédito de IPI na hipótese de que se trata existe, ainda que as MP, PI e
ME tenham sido utilizados em produtos isentos ou que tenham sua alíquota reduzida a
zero. Nesse aspecto, o art. 11 da Lei nº 9.779, de 1999, não interferiu na aplicação do
art. 227 do Ripi/2010.

Quanto aos produtos imunes, não há direito de crédito de MP, PI e ME que tenham sido
neles utilizados, exceto na hipótese de produtos tributados que tenham sido destinados à
exportação para o exterior.

Normativo: Lei nº 9.779, de 1999, art. 11; e


Ripi/2010 - Decreto nº 7.212, de 2010, art. 227, art.
238 e art.256, § 2º.
ADI SRF nº 5, de 2006.

476
003 Tendo um estabelecimento saldo credor acumulado ao final de
um trimestre pode transferir este saldo para outro
estabelecimento filial? Se admitida a transferência, como
efetuar a operação?

Os saldos credores do IPI, apurados na escrita fiscal, não podem ser transferidos, salvo
determinação específica. As quatro hipóteses de transferência atualmente em vigor, todas
entre estabelecimentos da mesma empresa, estão enumeradas no art. 39 da IN RFB
nº 1.717, de 2017, devendo a operação de transferência ser efetuada de acordo com o
disposto nos §§ 1º a §5º do mesmo artigo.

Veja Saldo credor:


ainda: Pergunta 004 deste Capítulo.

Normativo: Ripi/2010 - Decreto nº 7.212, de 2010, art. 407, inciso


XIV; e
IN RFB nº 1.717, de 2017, art. 39 e §§.

004 A utilização dos créditos do IPI para abatimento dos débitos


desse imposto pode ser considerado pagamento?

Sim. Segundo o regulamento, a dedução dos débitos pelos créditos do imposto é


considerado pagamento, mesmo que não haja saldo devedor a recolher.

Veja ainda: Transferência de saldo credor:


Pergunta 003 deste Capítulo.

Normativo: Ripi/2010 - Decreto nº 7.212, de 2010, art. 183,


parágrafo único, inciso III.

005 Estabelecimento industrial ou equiparado a industrial que


mudar de endereço, ao transferir todo o estoque de produtos
existentes para o novo local, estará obrigado ao destaque e
recolhimento do IPI sobre todo o estoque transferido?

Não. A transferência de todo o estoque de produtos, juntamente com o estabelecimento,


por motivo de mudança de endereço, não constitui fato gerador do IPI.

Ripi/2010 - Decreto nº 7.212, de 2010, art. 38, inciso


Normativo:
IV.

477
006 No desmembramento de estabelecimento industrial, com a
criação de um novo estabelecimento industrial, é necessária a
emissão de nota fiscal, na transferência de propriedade de bens
(ativos, estoques de insumos etc)?

Se os bens não forem movimentados fisicamente, permanecendo no mesmo local, é


desnecessária a emissão de nota fiscal para documentar a referida transferência, uma vez
que não ocorrerá fato gerador do imposto. Caso haja movimentação física, deverá ser
emitida nota fiscal correspondente à operação.

Veja ainda: Nota fiscal:


Pergunta 035 deste Capítulo.

Normativo: Ripi/2010 - Decreto nº 7.212, de 2010, art. 35, inciso


II, e art. 407.

007 Para fins de cálculo do crédito presumido do IPI como


ressarcimento do PIS/Pasep e Cofins, a empresa produtora e
exportadora deve emitir nota fiscal para registrar a variação
cambial ocorrida entre a data de saída dos produtos do
estabelecimento industrial e a data do efetivo embarque do
produto? Esta variação cambial compõe a receita de
exportação para efeito de cálculo do referido crédito?

Não para ambas as questões. O valor da nota fiscal em reais é o preço da operação no
momento da ocorrência do fato gerador, que se dá na saída dos produtos do
estabelecimento industrial; não devendo compor a receita de exportação a eventual
variação cambial.

Veja ainda: Variação cambial:


Pergunta 008 deste Capítulo.
Receita de exportação:
Perguntas 008 e 009 deste Capítulo.
Apuração do crédito presumido:
Perguntas 008, 009 e 014 a 017 deste Capítulo.

478
008 Empresa considera, para fins de registro contábil, como valor
de receita de exportação o apurado na data de efetivo
embarque do produto. Nesta situação, por estar levando em
conta a variação cambial, haverá divergência entre o valor de
receita de exportação, registrado contabilmente, e o registrado
com base nas notas fiscais emitidas na saída dos produtos do
estabelecimento. Qual o valor de exportação que deverá ser
utilizado para cálculo do crédito presumido?

O valor em Reais registrado nas notas fiscais emitidas nas saídas dos produtos do
estabelecimento industrial. A receita de exportação será o correspondente ao somatório
anual dos valores escriturados no Livro Registro de Apuração do IPI, código 7.101,
excluídas as saídas para exportação que não foram efetivamente realizadas e acrescido
das saídas para comercial exportadora com o fim específico de exportação.

Notas:

No código 7.101 do Livro Registro de Apuração do IPI


escrituram-se as vendas para o exterior de produtos
industrializados no estabelecimento.

Veja ainda: Variação cambial:


Pergunta 007 deste Capítulo.
Receita de exportação:
Perguntas 007 e 009 deste Capítulo.
Apuração do crédito presumido:
Perguntas 007, 009 e 014 a 017 deste Capítulo.

Normativo: IN SRF nº 419, de 2004, art.17; e


IN SRF nº 420, de 2004, art. 21.

009 No caso de a empresa exportar produtos tributados e produtos


não tributados – NT, deverá ser excluído da receita de
exportação o valor referente às exportações de produtos NT,
para fins de apuração do crédito presumido do IPI ?

Sim, os produtos NT estão fora do campo de incidência do tributo, logo não geram direito
ao crédito presumido. Porém, no caso de exportações de produtos isentos ou tributados à

479
alíquota zero, os produtos, permanecem no campo de incidência do imposto e geram
direito ao crédito presumido do IPI.

Veja ainda: Receita de exportação:


Perguntas 007 e 008 deste Capítulo.
Apuração do crédito presumido:
Perguntas 007, 008 e 014 a 017 deste Capítulo.

Normativo: Ripi/2010 - Decreto nº 7.212, de 2010, art. 2º,


parágrafo único;
IN SRF nº 419, de 2004, art. 17, § 1º; e
IN SRF nº 420, de 2004, art. 21, § 1º.

010 É assegurado ao produtor/exportador o direito à utilização do


crédito presumido do IPI como ressarcimento do PIS/Pasep e
Cofins, quando os insumos empregados na industrialização de
produtos exportados forem adquiridos de não contribuintes
daquelas contribuições?

Não. Só fará jus ao crédito presumido o produtor/exportador que adquirir insumos de


fornecedores que efetivamente pagarem as contribuições do PIS/Pasep e da Cofins.

Veja ainda: Direito à utilização do crédito presumido:


Perguntas 011 e 013 deste Capítulo.

Normativo: IN SRF nº 419, de 2004, art. 3º; e


IN SRF nº 420, de 2004, art. 6º.
Parecer PGFN/CAT nº 3.092, de 2002, item 46.

011 Empresa produtora/exportadora de produtos industrializados,


que adquire matérias-primas, produtos intermediários e
material de embalagem de empresas optantes pelo Simples,
tem direito ao crédito presumido do IPI como ressarcimento
do PIS/Pasep e da Cofins?

Sim. Não há vedação na legislação do Crédito Presumido de IPI para o aproveitamento


do benefício com relação às aquisições de insumos de empresas inscritas no Simples.

480
Veja ainda: Direito à utilização do crédito presumido:
Perguntas 010 e 013 deste Capítulo.
Optantes pelo Simples:
Perguntas 021 a 023 deste Capítulo.

Normativo: Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006.

012 Empresa que apura crédito presumido do IPI, com base na Lei
nº 9.363, de 1996, pode, durante o ano-calendário, alterar a
forma de apuração a fim de adotar o regime alternativo
previsto na Lei nº 10.276, de 2001, através de retificação do
DCP (Demonstrativo do Crédito Presumido)?

Não. A opção pelo regime de apuração do crédito presumido do IPI é anual e é definitiva
para cada ano-calendário, não se admitindo retificação do demonstrativo em que se tenha
sido formalizada a opção com objetivo de alteração do regime de apuração.

Normativo: IN SRF nº 419, de 2004, art. 12; e


IN SRF nº 420, de 2004, art. 16.

Notas:

A Ficha Novo Demonstrativo do Programa DCP, versão 1.2,


nas Instruções de Preenchimento, esclarece que não será
admitida mudança de opção durante o ano-calendário.

013 Empresa que não utilizou na época própria o crédito presumido a


que fazia jus pode aproveitá-lo a qualquer tempo?

Sendo o crédito presumido um direito a que a empresa faz jus, o crédito não utilizado
pode ser aproveitado a qualquer tempo, respeitado o prazo prescricional de cinco anos,
assim como as regras que vigoravam à época em que o direito foi constituído.

481
Veja ainda: Direito à utilização do crédito presumido:
Perguntas 010 e 011 deste Capítulo.

014 O ICMS, o frete e o seguro integram o valor das matérias-


primas (MP), produtos intermediários (PI) e material de
embalagem (ME) utilizados na produção para efeito da
apuração do crédito presumido do IPI de que tratam a
Lei nº 9.363, de 1996, e a Lei nº 10.276, de 2001?

As despesas acessórias, inclusive frete, somente integram a base de cálculo do benefício


se forem cobradas do adquirente, ou seja, se estiverem incluídas no preço do produto.
Com relação ao ICMS, este integra o custo de aquisição.

No caso das transferências entre estabelecimentos da mesma empresa, o frete e as


despesas acessórias nunca integrarão a base de cálculo do crédito presumido, nem quando
forem decorrentes de remessa para industrialização fora do estabelecimento - hipóteses
que não configuram aquisição de MP, PI, e ME, mas, meramente, custo de produção.

No caso das aquisições, as despesas acessórias e o frete somente integram a base de


cálculo do crédito presumido quando cobradas do adquirente, ou seja, quando estiverem
incluídas no preço do produto.

Contudo, no caso de frete pago a terceiros (compra FOB, por exemplo), em que o
transporte for efetuado por pessoa jurídica (contribuinte de PIS/Pasep e Cofins), com o
Conhecimento de Transporte vinculado única e exclusivamente à nota fiscal de aquisição,
admite-se que o frete integre a base de cálculo do crédito presumido.

Veja ainda: Apuração do crédito presumido:


Perguntas 007 a 009 e 015 a 017 deste Capítulo.

Normativo: IN SRF nº 419, de 2004, art. 14;


IN SRF nº 420, de 2004, art. 18.

482
015 No caso de industrialização encomendada a outra
empresa, de produtos intermediários (ou seja, de produtos
que sofrerão ainda algum processo de industrialização no
estabelecimento encomendante), com remessa de todos os
insumos pelo encomendante (produtor exportador), qual o
valor a ser considerado para fins do crédito presumido?

O valor a ser considerado para efeito do cálculo do crédito presumido com base na
Lei nº 9.363, de 1996, é o valor dos insumos remetidos, e, na hipótese de opção pela
forma alternativa de cálculo do crédito presumido de que trata a Lei nº 10.276, de 2001,
é o valor total da operação, constante da nota fiscal, ou seja, o valor dos insumos enviados
pelo encomendante, mais o custo da industrialização propriamente dita cobrado pelo
executor da encomenda.

Veja ainda: Apuração do crédito presumido:


Perguntas 007 a 009, 014, 016 e 017 deste Capítulo.

Normativo: IN SRF nº 419, de 2004, art. 3º; e


IN SRF nº 420, de 2004, art. 6º.

016 Tendo em vista que o índice de 5,37%, utilizado para cálculo


do benefício, corresponde a duas operações sucessivas
sujeitas ao pagamento de PIS/Pasep e Cofins, e ocorrendo a
hipótese de mercadorias fornecidas na segunda operação
terem sido adquiridas de não contribuintes daquelas
contribuições, ou seja, tendo havido apenas uma operação
com pagamento de PIS/Pasep e Cofins, qual o procedimento
a adotar para corrigir o aumento indevido no montante do
benefício?

Não há nenhum procedimento específico a ser adotado em função do número de etapas


anteriores.

Na hipótese de opção pelo crédito presumido previsto na Lei nº 9.363, de 1996, o índice
a ser utilizado será o de 5,37%, sendo irrelevante o número de operações envolvidas no
processo.

Caso o insumo seja fornecido por pessoa jurídica não sujeita ao PIS/Pasep e Cofins, ou
diretamente por pessoa física, não há direito ao crédito presumido destes insumos (ainda
que em etapas anteriores tenha havido incidência das contribuições).

Normativo: Lei nº 9.363, de 1996, art. 2º, § 1º; e

483
Decreto nº 7.212, de 2010, art. 242.
IN SRF nº 419, de 2004, art. 3º

017 Energia elétrica, combustíveis (gasolina, diesel etc), água e


gás são considerados insumos para efeito de compor a base de
cálculo do crédito presumido?

Somente a partir da MP nº 2.002, de 2001, posteriormente convertida na Lei nº 10.276,


de 2001, é que foi admitida a inclusão dos valores relativos a combustíveis e energia
elétrica, na base de cálculo do crédito presumido, desde que o contribuinte opte pela
sistemática do regime alternativo e observe o disposto na IN SRF nº 420, de 2004, com
alteração da IN SRF nº 441, de 2004.

Veja ainda: Apuração do crédito presumido:


Perguntas 007 a 009 e 014 a 016 deste Capítulo.

Normativo: Lei nº 10.276, de 2001, art. 1º, § 1º;


Decreto nº 7.212, de 2010, art. 243, § 1º;
IN SRF nº 420. de 2004; e
IN SRF nº 441, de 2004.

018 A quem compete o despacho decisório nos processos relativos


a pedidos de ressarcimento do IPI: à autoridade que
jurisdiciona o estabelecimento matriz da empresa ou da que
jurisdiciona o estabelecimento que efetivamente apurou o
crédito?

A autoridade competente para proferir despacho decisório em processos de ressarcimento


de IPI é o titular da unidade que, à data do reconhecimento do direito ao ressarcimento,
tenha jurisdição sobre o domicílio do estabelecimento industrial ou equiparado a
industrial que efetivamente apurou o crédito, em face do princípio da autonomia dos
estabelecimentos, previsto na legislação do IPI e da competência disposta na IN RFB
nº 1.717, de 2017. A exceção ocorre quando se tratar de pedido de crédito presumido de
IPI cuja apuração, por força da Lei nº 9.779, de 1999, é obrigatoriamente centralizada na
matriz, caso em que a autoridade competente para proferir o citado despacho é a que
jurisdiciona o estabelecimento matriz.

484
Normativo: Lei nº 9.779, de 1999, art. 15, inciso II;
Ripi/2010 - Decreto nº 7.212, de 2010, art. 24,
parágrafo único c/c art. 384 e art.609, inciso IV; e
IN RFB nº 1.717, de 2017, art.117 e ss.

019 É legítimo o aproveitamento de créditos do imposto, como se


devido fosse, relativo a insumos isentos, tributados à alíquota
zero e não tributados, entrados no estabelecimento industrial,
para emprego na industrialização de produtos tributados?

Não. Tendo em vista que a não-cumulatividade do imposto é efetivada pelo sistema


de crédito atribuído ao contribuinte, do imposto relativo a produtos entrados no seu
estabelecimento, para ser abatido do que for devido pelos produtos dele saídos, e que
não há, nas três hipóteses mencionadas, imposto pago (CTN, art. 49), não é legítimo
o referido aproveitamento. Excepcionam-se deste entendimento os créditos como
incentivo, quando há expressa previsão legal (por exemplo, os produtos adquiridos da
Amazônia Ocidental, beneficiados com isenção do inciso III do art. 95 do Ripi/2010).

Normativo: CTN - Lei nº 5.172, de 1966, art. 49; e


Ripi/2010 - Decreto nº 7.212, de 2010, art. 225 e
art. 226, inciso I.

020 Partes e peças de máquinas geram direito a crédito de IPI?

Não. As partes e peças de máquinas, adquiridas para reposição ou restauração, mesmo


que não sejam incorporadas ao ativo imobilizado e se desgastem no processo de
industrialização não geram direito a crédito de IPI.

Veja ainda: Aproveitamento de créditos:


Pergunta 019 deste Capítulo.

Normativo: Ripi/2010 - Decreto nº 7.212, de 2010, art. 226, inciso


I.
PN CST nº 181, de 1974
PN CST nº 65, de 1979
PN COSIT/RFB Nº 3, de 2018

485
021 Empresa optante pelo Simples pode adquirir produtos com a
suspensão do IPI prevista no art. 29 da

Lei nº 10.637, de 2002?

Não. O regime de suspensão do IPI de que trata o art. 29 da Lei nº 10.637, de 2002, não
se aplica às empresas optantes pelo Simples, seja em relação às aquisições que efetuar de
seus fornecedores, seja em relação às saídas de produtos que promover.

Veja ainda: Optante pelo Simples:


Perguntas 011, 023 e 024 deste Capítulo.

Normativo: Lei nº 10.637, de 2002, art. 29; e


IN RFB nº 948, de 2009, art.27, inciso I.
Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006.

022 Estabelecimento importador, contribuinte do IPI, optante pelo


Simples, pode se creditar do IPI pago no desembaraço
aduaneiro?

Não. O estabelecimento não poderá aproveitar qualquer tipo de crédito de IPI, uma vez
que a inscrição no Simples veda a apropriação ou a transferência do crédito relativo ao
imposto.

Veja ainda: Optante pelo Simples:


Perguntas 011, 021 e 023 deste Capítulo.

Normativo: Ripi/2010 - Decreto nº 7.212, de 2010, art. 178.


Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006.

023 Empresa importadora, contribuinte do IPI, optante pelo


Simples, está sujeita ao pagamento do IPI devido na
importação?

Sim. Por ocasião do desembaraço aduaneiro o estabelecimento importador, contribuinte


do IPI, optante pelo Simples, deverá pagar o IPI normalmente.

486
Veja ainda: Optante pelo Simples:
Perguntas 011, 021 e 022 deste Capítulo.

Normativo: Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006.


Ripi/2010 - Decreto nº 7.212, de 2010, art. 24, inciso
I.

024 Pode o estabelecimento industrial que importa brindes


promocionais e os coloca no interior das embalagens dos
produtos por ele industrializados, destinados à exportação,
usufruir da imunidade de que trata o § 3º do art. 153 da
Constituição Federal (CF/88), e manter o crédito relativo ao
IPI pago no desembaraço aduaneiro?

Sim, os brindes acondicionados juntamente com os produtos destinados à exportação não


estão sujeitos à incidência do IPI, podendo o estabelecimento industrial usufruir do
crédito relativo ao IPI pago no desembaraço dos brindes, na forma do inciso V do art. 226
do Ripi/2010.

Normativo: CF/88, art. 153, § 3º, inciso III;


Ripi/2010 - Decreto nº 7.212, de 2010, art. 18, inciso
II, e art. 226, inciso V.

025 Estabelecimento importador que não efetuar qualquer


industrialização nos produtos que importou ficará sujeito à
incidência do IPI quando revender estes produtos no mercado
interno, mesmo já tendo pago o IPI na importação?

Sim. Na importação de produtos estrangeiros, a legislação do IPI prevê dois momentos


de incidência do imposto: o primeiro momento ocorre no desembaraço aduaneiro (IPI
vinculado); o segundo acontece quando o importador promove a saída do produto
importado no mercado nacional (IPI interno), isto porque neste momento o
estabelecimento importador é equiparado a industrial.

Ripi/2010 - Decreto nº 7.212, de 2010, art.9º, inciso I,


Normativo:
e art. 35.

487
026 É possível compensar créditos de IPI registrados na escrita
fiscal com tributos incidentes na importação (no ato de
registro da DI)?

Não. Os créditos de IPI não podem ser compensados para quitar o débito apurado no
momento de registro da DI. Os tributos incidentes na importação têm características
próprias quanto à compensação e ao pagamento, o qual se dá por débito automático em
conta corrente bancária, por meio de DARF eletrônico , não podendo ser objeto de
compensação.

Normativo: IN SRF nº 680, de 2006, art. 11; e


IN RFB nº 1.717, de 2017, art. 76, inciso I.

027 Empresa industrial que possui diversos estabelecimentos


filiais, contribuintes do IPI, pode recolher o imposto em
uma única agência bancária, situada no município da matriz,
desde que preencha um DARF individualizado para cada
estabelecimento, com os respectivos CNPJ e valor a ser
pago?

Sim. Em consonância com o princípio da autonomia dos estabelecimentos, cada


estabelecimento industrial ou equiparado deve apurar o imposto e efetuar o seu
recolhimento através de DARF emitido para esse fim. Não é permitido o recolhimento
centralizado pela matriz, entretanto nada obsta que o recolhimento dos valores referentes
aos DARF de cada filial seja realizado em uma única agência bancária, mesmo que as
filiais estejam situadas em municípios diferentes.

Normativo: Lei nº 9.779, de 1999, art.15; e


Ripi/2010 - Decreto nº 7.212, de 2010, art. 24,
parágrafo único c/c art. 384 e art.609, inciso IV.

028 Empresa “B” incorpora empresa “A” e esta passa a ser sua
filial. “A” é estabelecimento industrial e antes da incorporação
tinha direito de utilizar o saldo credor do IPI, por força do
art. 11 da Lei nº 9.779, de 1999. Após a incorporação:
permanece o direito para a filial resultante da incorporação de
utilizar o saldo credor do IPI?

Considerando que a incorporação é a operação pela qual uma ou mais sociedades são
absorvidas por outra, que lhes sucede em todos os seus direitos e obrigações (Lei nº 6.404,
de 1976, art.227), e em face do princípio da autonomia dos estabelecimentos, previsto na
legislação do IPI, a empresa “B”, na figura de seu estabelecimento filial resultante da

488
incorporação, tem o direito de utilizar o saldo credor do IPI pertencente à incorporada
(“A”), observadas as normas constantes da IN RFB nº 1.717, de 2017.

Normativo: Ripi/2010 - Decreto nº 7.212, de 2010: art. 24,


parágrafo único, c/c art. 384 e art. 609, inciso IV;
IN RFB nº 1.717, de 2017

029 Tendo em vista a alínea “a” do inciso V do art. 43 do


Ripi/2010, a suspensão do IPI prevista para produtos saídos
do estabelecimento industrial com destino à exportação é
aplicável a todas as empresas comerciais que operam no
comércio exterior ou somente às Trading Companies?

A suspensão do IPI aplica-se a todas as empresas comerciais exportadoras que adquirirem


produtos com o fim específico de exportação, aí incluídas as empresas comerciais
exportadoras de que trata o Decreto-Lei nº 1.248, de 1972. Consideram-se adquiridos
com o fim específico de exportação os produtos remetidos diretamente do
estabelecimento industrial para embarque de exportação ou para recintos alfandegados,
por conta e ordem da empresa comercial exportadora.

Normativo: Ripi/2010 - Decreto nº 7.212, de 2010, art. 43, inciso


V, alínea a, e § 1º.

030 Estabelecimento equiparado a industrial pode promover


saídas de matérias-primas (MP), produtos intermediários (PI)
e material de embalagem (ME) com a suspensão de que trata
o art. 29 da Lei nº 10.637, de 2002, na redação dada pelo
art. 25 da Lei nº 10.684, de 2003?

Não. A suspensão do IPI de que trata o art. 29 da Lei nº 10.637, de 2002, na redação dada
pelo art. 25 da Lei nº 10.684, de 2003, somente se aplica às saídas promovidas por
estabelecimentos industriais, fabricantes das MP, PI e ME.

Veja ainda: Suspensão do art.29 da Lei nº 10.637, de 2002:


Perguntas 031 a 033 deste Capítulo.

Normativo: Lei nº 10.637, de 2002, art. 29;


Lei nº 10.684, de 2003, art 25; e
IN RFB nº 948, de 2009, art. 27, inciso II.

489
031 Pode o estabelecimento industrial, que atenda ao critério da
preponderância, efetuar a totalidade de suas aquisições de
matérias-primas (MP), produtos intermediários (PI) e material
de embalagem (ME) com suspensão do IPI,
independentemente da destinação dada a esses insumos pelo
adquirente?

Sim. O estabelecimento industrial, que atenda ao critério da preponderância, efetuar a


totalidade de suas aquisições de MP, PI e ME com suspensão do IPI, desde que os
insumos sejam utilizados no processo produtivo dos respectivos estabelecimentos.

Veja ainda: Suspensão do art. 29 da Lei nº 10.637, de 2002:


Perguntas 031, 032 e 034 deste Capítulo.

Normativo: Lei nº 10.637, de 2002, art. 29;


Lei nº 10.684, de 2003, art 25; e
IN RFB nº 948, de 2009, art. 24.

032 O comprador deverá preencher algum modelo específico


para declarar que atende a todos os requisitos estabelecidos
para a suspensão do IPI de que trata o art. 29 da
Lei nº 10.637, de 2002?

Não existe modelo específico para a declaração prevista no inciso II do § 7º do art. 29 da


Lei nº 10.637, de 2002. O adquirente deverá declarar ao vendedor, de forma expressa e
sob as penas da lei, que atende a todos os requisitos estabelecidos para a fruição da
suspensão do IPI.

No caso de ser o adquirente pessoa jurídica preponderantemente exportadora deverá


informar também o número do Ato Declaratório Executivo (ADE) que lhe concedeu o
direito à suspensão do IPI.

Veja ainda: Declaração do comprador (atendimento de


requisitos):
Pergunta 033 deste Capítulo.

Normativo: Lei nº 10.637, de 2002, art. 29, § 7º, inciso II; e


IN RFB nº 948, de 2009, art. 5º, parágrafo único,
art. 11, § 1º, art. 19 e art. 21,§ 1º;

490
033 Com qual periodicidade deve ser renovada a declaração
formal do comprador, prevista no inciso II do § 7º do art. 29
da Lei nº 10.637, de 2002, atestando o atendimento a todos
os requisitos estabelecidos para aquisição dos produtos com
suspensão do IPI ?

A legislação do IPI não prescreve que a declaração seja apresentada em períodos


determinados.

Enquanto não ocorrerem modificações que prejudiquem a veracidade das informações


prestadas, a declaração permanece válida.

Veja ainda: Declaração do comprador (atendimento de


requisitos):
Pergunta 032 deste Capítulo.

034 Estabelecimento industrial ou equiparado a industrial quando


efetuar vendas a varejo a consumidores não contribuintes do
imposto deverá emitir nota fiscal na saída do produto?

Sim. O estabelecimento industrial ou equiparado a industrial, enquanto contribuinte do


IPI, deverá emitir, quando da saída de produto tributado (ainda que isento) ou imune, nota
fiscal, mesmo quando efetuar vendas a varejo, inclusive se destinadas a consumidores,
não contribuintes.

Veja ainda: Nota fiscal:


Pergunta 006 deste Capítulo.

Normativo: Ripi/2010 - Decreto nº 7.212, de 2010, art.407, inciso


I.

491
Capítulo XXI - Disposições Gerais sobre a
Contribuição para o PIS-Pasep e a Cofins 2019

001 Qual a legislação que disciplina a Contribuição para o


PIS/Pasep e a Cofins?

Os principais dispositivos legais que disciplinam a Contribuição para o PIS/Pasep e a


Cofins são:

Constituição Federal, arts. 149 e 195

Leis Ordinárias:

 Lei nº 9.715, de 1998, arts. 2º, III, 7º e 15 (Receitas Governamentais)


 Lei nº 9.718, de 1998, arts. 2º a 8º-B (Regime de Apuração Cumulativa,
Instituições Financeiras, Combustíveis, Álcool)
 Lei nº 10.637, de 2002, arts. 1º a 12 (Regime de Apuração Não Cumulativa)
 Lei nº 10.833, de 2003, 1º a 16 (Regime de Apuração Não Cumulativa)
 Lei nº 10.865, de 2004, arts. 1º a 20 (Incidência na Importação)
 Lei nº 10.147, de 2000 (Incidência Concentrada - produtos farmacêuticos, de
perfumaria, toucador ou higiene pessoal)
 Lei nº 10.485, de 2002 (Incidência Concentrada - veículos, autopeças, pneus e
câmaras-de-ar)
 Lei nº 10.560, de 2002, art. 2º (Incidência Concentrada - querosene de aviação)
 Lei nº 13.097, de 2015, arts. 24 a 34 (Incidência Concentrada - bebidas frias)
 Lei nº 9.718, de 1998, art. 4º; Lei nº 10.865, de 2004, arts. 23 (Incidência
Concentrada - combustíveis)
 Lei nº 11.116, de 2005, arts. 3º a 8º (Incidência Concentrada - biodiesel)
 Lei 10.865, de 2004, art. 28 (Redução de alíquotas a zero)
 Lei nº 10.925, art. 1º (Redução de alíquotas a zero)
 Lei nº 9.715, de 1998, art. 5º; Lei nº 10.865, de 2004, art. 29; e Lei nº 11.196, de
2005, art. 62; Lei nº 12.402, de 2011, art. 6º (Substituição Tributária - Cigarros e
Cigarrilhas)
Medida Provisória:

 MP nº 2.158-35, de 2001, arts. 13 a 17 (Entidades sem fins lucrativos, isenções,


cooperativas)
 MP nº 2.158-35, de 2001, art. 43; c/c Lei nº 10.485, de 2002, art. 1º (Substituição
Tributária - veículos dos códigos 8432.30 e 87.11 da Tipi)
Decreto:

492
 Decreto nº 4.524, de 2002 (Regulamento)
Além desses, uma série de outros atos (Instruções Normativas, Atos Declaratórios,
Soluções de Consulta e Soluções de Divergência) exarados pela Secretaria da Receita
Federal do Brasil (RFB), disponíveis em seu sítio na Internet (sítio da RFB),
regulamentam e interpretam a legislação da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins.

002 Quais são as formas de incidência da Contribuição para o


PIS/Pasep e da Cofins ?

São quatro formas de incidência:

a) Contribuição para o PIS/Pasep e Cofins, incidentes sobre a receita ou o faturamento;


b) Contribuição para o PIS/Pasep-Importação e Cofins-Importação;
c) Contribuição para o PIS/Pasep, incidente sobre a folha de salários;
d) Contribuição para o PIS/Pasep, incidente sobre Receitas Governamentais.

003 Qual o prazo de decadência para constituição de créditos da


Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins?

O prazo para a constituição de créditos da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins


extingue-se após 5 (cinco) anos, contados:
a) do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o crédito poderia ter sido
constituído; ou
b) da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado por vício formal
o lançamento do crédito tributário anteriormente efetuado.

Normativo: Lei nº 5.172, de 1966, art. 173; e


Súmula Vinculante nº 8, de 2008, do Supremo Tribunal
Federal

004 Qual o prazo de prescrição da ação para cobrança de


créditos da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins?

A ação para a cobrança de crédito da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins


prescreve em 5 (cinco) anos contados da data da constituição definitiva do crédito.

Normativo: Decreto-Lei nº 2.052, de 1983, art. 10; e

493
Súmula Vinculante nº 8, de 2008, do Supremo Tribunal
Federal.

494
Capítulo XXII - Contribuição para o PIS-Pasep e
Cofins incidentes sobre a Receita ou o Faturamento
2019

001 Quais são os contribuintes da Contribuição para o PIS/Pasep


e da Cofins incidentes sobre a receita ou o faturamento?

São as pessoas jurídicas de direito privado e as que lhes são equiparadas pela legislação
do imposto de renda, inclusive as empresas públicas, as sociedades de economia mista e
suas subsidiárias, as sociedades civis de profissões legalmente regulamentadas, bem
como as sociedades cooperativas.

São também contribuintes:

· as entidades submetidas aos regimes de liquidação extrajudicial e de falência,


em relação às operações efetuadas durante o período em que perdurarem os
procedimentos para a realização do seu ativo e o pagamento do passivo; e
· as sociedades em conta de participação, devendo o sócio ostensivo efetuar a
escrituração digital e o pagamento das contribuições incidentes sobre a receita do
empreendimento, não sendo permitida a exclusão de valores devidos a sócios
participantes.
Obs: As entidades listadas no art. 13 da MP nº 2.158-35, de 2001, são contribuintes apenas
da Cofins em relação às receitas não decorrentes de suas atividades próprias, além de
serem contribuintes da Contribuição para o PIS/Pasep incidente sobre a folha de salários.
Não são contribuintes da Cofins em relação as receitas decorrentes de suas atividades
próprias.

Normativo: Lei Complementar nº 70, de 1991, art. 1º;


Lei nº 9.430, de 1996, art. 60;
Lei nº 9.715, de 1998, art. 2º, I;
Lei nº 9.718, de 1998, art. 2º;
Decreto-Lei nº 2.303, de 1986, art. 7º
MP nº 2.158-35, de 2001, art. 14, X;
Lei nº 10.637, de 2002, art. 4º c/c art. 1º;
Lei nº 10.833, de 2003, art. 5º c/c art. 1º;
Lei nº 10.406, de 2002, arts. 991 a 996
IN SRF nº 247, de 2002, art. 3º, art. 47 e art.60, caput;
IN SRF nº 404, de 2004, art.2º; e
IN SRF nº 635, de 2006, art 2º, caput.

495
002 Qual o tratamento relativo à Contribuição para o PIS/Pasep e à
Cofins aplicável às pessoas jurídicas submetidas ao regime de
liquidação extrajudicial ou de falência?

As entidades submetidas aos regimes de liquidação extrajudicial e de falência sujeitam-


se às mesmas normas da legislação tributária aplicáveis às pessoas jurídicas ativas,
relativamente a essas contribuições, nas operações praticadas durante o período em que
perdurarem os procedimentos para a realização de seu ativo e o pagamento do passivo.

Normativo: Lei nº 9.430, de 1996, art. 60; e


AD SRF nº 97, de 1999.

003 Quais entidades não são contribuintes da Contribuição para o


PIS/Pasep incidente sobre a receita ou o faturamento?

Não são contribuintes da Contribuição para o PIS/Pasep incidente sobre a receita ou o


faturamento as entidades listadas no art. 13 da MP nº 2.158, de 2001, quais sejam:
a) templos de qualquer culto;
b) partidos políticos;
c) instituições de educação e de assistência social que preencham as condições e
requisitos do art. 12 da Lei nº 9.532, de 10 de dezembro de 1997;
d) instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural, científico e as associações,
que preencham as condições e requisitos do art. 15 da Lei nº 9.532, de 1997;
e) sindicatos, federações e confederações;
f) serviços sociais autônomos, criados ou autorizados por lei;
g) conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas;
h) fundações de direito privado;
i) fundações públicas instituídas ou mantidas pelo Poder Público;
j) condomínios de proprietários de imóveis residenciais ou comerciais; e
k) a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB);
l) as Organizações Estaduais de Cooperativas previstas no art. 105 e seu § 1º da Lei
nº 5.764, de 1971.

496
Notas:

1) São isentas da COFINS as receitas decorrentes das atividades


próprias das entidades relacionadas nas alíneas “a” a “l”.
2) As entidades beneficentes certificadas na forma da Lei nº
12.101, de 2009, e que atendam aos requisitos previstos no
caput do art. 29 daquela Lei farão jus à isenção da Contribuição
para o PIS/PASEP e da COFINS sobre a totalidade de sua
receita.
3) A isenção de que trata o item 2 acima não se estende à
entidade com personalidade jurídica própria constituída e
mantida pela entidade à qual a isenção foi concedida.
4) As pessoas jurídicas listadas nas alíneas “a” a “l” são
contribuintes da Contribuição para o PIS/Pasep incidente sobre
a folha de salários.
5) As entidades que desatenderem as condições e requisitos
previstos nas letras “c” e “d” ficam obrigadas ao pagamento da
Contribuição para o PIS/Pasep incidente sobre a receita,
deixando de apurar a Contribuição para o PIS/Pasep incidente
sobre a folha de salários.

Veja ainda: Contribuintes da Contribuição para o PIS/Pasep


incidente sobre a folha de salários:
Pergunta 001 do Capítulo XXIV

Normativo: MP nº 2.158-35, de 2001, art. 13;


Lei nº 12.101, de 2009, arts. 29 a 31; e
Lei nº 12.350, de 2010, arts. 8º e 9º;
IN SRF nº 247, de 2002, arts. 3º, caput, 9º e 47, I,.

003-A As entidades beneficentes são isentas da Contribuição para o


PIS/Pasep e da Cofins incidentes sobre a receita ou o
faturamento?

Trata-se na verdade de imunidade, pois prevista no § 7º do art. 195 da Constituição


Federal. As entidades beneficentes certificadas na forma da Lei nº 12.101, de 2009,
fazem jus à isenção (imunidade) da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins sobre a
totalidade de suas receitas, desde que atendam aos requisitos previstos no caput do art.
29 daquela Lei.

497
Nota:

As entidades beneficentes de saúde, de educação e de assistência


social certificadas e que atendam aos requisitos do caput do art. 29 da
Lei nº 12.101, de 2009, mesmo que constem do art. 13 da MP nº 2.158,
de 2001, são isentas do PIS/Pasep e da Cofins sobre a totalidade de
sua receita.

Normativo: Lei nº 12.101, de 2009, art. 29.

004 Incide a Cofins sobre as receitas das entidades listadas no art. 13


da MP nº 2.158, de 2001?

Sim, mas somente em relação às receitas oriundas de atividades não próprias. As receitas
provenientes das atividades próprias das entidades listadas no art. 13 da MP nº 2.158, de
2001, são isentas da Cofins.
Consideram-se receitas derivadas das atividades próprias somente aquelas decorrentes de
contribuições, doações, anuidades ou mensalidades fixadas por lei, assembleia ou
estatuto, recebidas de associados ou mantenedores, sem caráter contraprestacional direto,
destinadas ao seu custeio e ao desenvolvimento dos seus objetivos sociais.

A isenção não alcança as receitas que são próprias de atividades de natureza econômico-
financeira ou empresarial. Por isso, não estão isentas da Cofins, por exemplo, as receitas
auferidas com exploração de estacionamento de veículos, aluguel de imóveis, sorteio e
exploração do jogo de bingo, comissões sobre prêmios de seguros, prestação de serviços
e/ou venda de mercadoria, mesmo que exclusivamente para associados, aluguel ou taxa
cobrada pela utilização de salões, auditórios, quadras, piscinas, campos esportivos,
dependências e instalações; venda de ingressos para eventos promovidos pelas entidades;
e receitas financeiras.
Notas:

1) As entidades imunes ao imposto de renda, que estão relacionadas


entre as exceções ao regime de apuração não cumulativa,
deverão apurar a Cofins sobre as receitas que não lhe são
próprias, segundo o regime de apuração cumulativa.
2) As entidades relacionadas no art. 13 da MP nº 2.158-35, de 2001,
que não são imunes ao imposto de renda, deverão apurar a
Cofins sobre as receitas que não lhe são próprias, segundo o
regime de apuração não cumulativa ou cumulativa, a depender
da forma de tributação do imposto de renda.

498
3) As instituições de educação e de assistência social, as
instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural,
científico e as associações de que tratam os incisos III e IV do
art. 13 da MP nº 2.158-35, de 2001, que desatenderem
respectivamente as condições e requisitos previstos nos arts. 12
e 15 da Lei nº 9.532, de 1997, ficam também obrigadas ao
pagamento da Cofins incidente sobre suas receitas próprias.
4) O conceito de “receitas derivadas das atividades próprias” foi
ampliado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) em virtude do
Recurso Especial nº 1.353.111-RS, submetido à sistemática do
art. 543-C (repercussão geral) do Código de Processo Civil de
1973. A decisão do STJ incluiu, entre as receitas derivadas de
atividades próprias das instituições de ensino que preencham as
condições e requisitos do art. 12 da Lei nº 9.532, de 1997, as
receitas auferidas a título de mensalidade dos alunos como
contraprestação de serviços educacionais.

Normativo: Lei nº 9.718, de 1998, arts. 2º e 3º;


MP nº 2.158-35, de 2001, arts. 13, e 14, X; e
IN SRF nº 247, de 2002, art. 47, § 2º.

005 Existem isenções ou não incidências da Contribuição para o


PIS/Pasep e da Cofins incidentes sobre receitas específicas?

Sim, não incidem ou são isentas da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins as receitas
decorrentes ou provenientes de:
a) exportação de mercadorias para o exterior;
b) serviços prestados a pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no exterior
cujo pagamento represente ingresso de divisas;
c) vendas realizadas pelo produtor-vendedor às empresas comerciais exportadoras
com o fim específico de exportação para o exterior;
d) vendas de querosene de aviação a distribuidora, efetuada por importador ou
produtor, quando o produto for destinado a consumo por aeronave em tráfego
internacional;
e) vendas de querosene de aviação, quando auferida, a partir de 10 de dezembro de
2002, por pessoa jurídica não enquadrada na condição de importadora ou
produtora;
f) vendas de biodiesel, quando auferidas por pessoa jurídica não enquadrada na
condição de importadora ou produtora;

499
g) vendas de materiais e equipamentos, bem assim da prestação de serviços
decorrentes dessas operações, efetuadas diretamente a Itaipu Binacional ;
h) recebimento, a título de repasse, dos recursos oriundos do Orçamento Geral da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, pelas empresas públicas
e sociedades de economia mista;
j) atividades de construção, conservação, modernização, conversão e reparo de
embarcações pré-registradas ou registradas no Registro Especial Brasileiro - REB,
instituído pela Lei nº 9.432, de 8 de janeiro de 1997, auferidas pelos estaleiros
navais brasileiros;
k) fornecimento de mercadorias ou serviços para uso ou consumo de bordo em
embarcações e aeronaves em tráfego internacional, quando o pagamento for
efetuado em moeda conversível;
l) transporte internacional de cargas ou passageiros, quando contratado por pessoa
física ou jurídica, residente ou domiciliada no País;
m) frete de mercadorias transportadas entre o País e o exterior por embarcações
registradas no REB, de que trata o art. 11 da Lei nº 9.432, de 1997;
n) vendas de energia elétrica pela Itaipu Binacional;
o) realização de atividades de ensino superior, proveniente de cursos de graduação ou
cursos seqüenciais de formação específica, pelas instituições privadas de ensino
superior, com fins lucrativos ou sem fins lucrativos não beneficente, que aderirem
ao Programa Universidade para Todos (Prouni), no período de vigência do termo
de adesão;
p) serviços de telecomunicações prestados por meio das subfaixas de radiofrequência
de 451 MHz a 458 MHz e de 461 MHz a 468 MHz, assim como por meio de
estações terrenas satelitais de pequeno porte que contribuam com os objetivos de
implantação do Programa Nacional de Banda Larga - PNBL, incidentes sobre o
seu faturamento até 31 de dezembro de 2018, nos termos definidos em
regulamento; e
q) vendas a varejo dos componentes e equipamentos de rede, terminais e transceptores
definidos em regulamento que sejam dedicados aos serviços de telecomunicações
prestados por meio das subfaixas de radiofrequência de 451 MHz a 458 MHz e de
461 MHz a 468 MHz, assim como por meio de estações terrenas satelitais de
pequeno porte que contribuam com os objetivos de implantação do PNBL,
auferidos até 31 de dezembro de 2018.

Notas:

1) Não se considera “exterior”, para fins das não incidências


tratadas nas alíneas “a” e “b”, o envio de mercadorias para ou
prestação de serviços a:
a) empresa estabelecida na Amazônia Ocidental, na Zona
Franca de Manaus ou em área de livre comércio;
b) empresa estabelecida em zona de processamento de
exportação.

500
2) As isenções previstas nas alíneas “a” a “d”, e “i” a “m” não
alcançam as receitas de vendas efetuadas a estabelecimento
industrial, para industrialização de produtos destinados a
exportação, ao amparo do art. 3º da Lei nº 8.402, de 8 de
janeiro de 1992.
3) A partir de 10 de dezembro de 2002, o disposto na letra “k”
não se aplica à hipótese de fornecimento de querosene de
aviação;
4) A aplicação do disposto na alínea "b" independe do efetivo
ingresso de divisas, na hipótese de a pessoa jurídica manter os
recursos no exterior na forma prevista no art. 1º da Lei nº
11.371, de 28 de novembro de 2006.

Normativo: Decreto Legislativo nº 23, de 1973, art. XII;


Decreto nº 72.707, de 1973;
MP nº 2.158-35, de 2001, art. 14;
Lei nº 10.560, de 2002, art 2º e 3º
Lei nº 10.637, de 2002, art. 5º;
Lei nº 10.833, de 2003, art. 6º;
Lei nº 10.925, de 2004, art. 14;
Lei nº 11.096, de 2005, art.8º;
Lei nº 11.116, de 2005, art. 3º;
Lei nº 11.371, de 2006, art. 10;
Lei nº 12.715, de 2012, arts. 35 e 37
Decreto nº 4.524, de 2002, arts. 43 a 45;
Decreto nº 72.707, de 1973;
IN SRF nº 247, de 2002, arts. 44 a 46 ;
IN SRF nº 404, de 2004, art. 6º; e
Ato Declaratório SRF nº 074, de 1999.

006 Qual a abrangência da expressão “recursos recebidos a título


de repasse” a que se refere o art. 14, I, da MP nº 2.158-35,
de 2001, relativamente à isenção da Contribuição para o
PIS/Pasep e da Cofins?

O dispositivo abrange todas as transferências correntes e de capital recebidas por


empresas públicas e sociedades de economia mista, desde que incluídas no Orçamento

501
Geral do respectivo ente repassador, seja ele União, Estados, Distrito Federal ou
Municípios.

Normativo: MP nº 2.158-35, de 2001, art. 14, inciso I e § 1º; e


IN nº 247, de 2002, art. 46, I.

007 O que se entende por aquisição com o “fim específico de


exportação para o exterior”, a que se referem os incisos VIII e
IX do art. 14 da MP nº 2.158-35, de 2001, o inciso III do art. 5º
da Lei nº 10.637, de 2002 e o inciso III do art. 6º da
Lei nº 10.833, de 2003?

Consideram-se adquiridos com o fim específico de exportação os produtos remetidos, por


conta e ordem da empresa comercial expotadora, diretamente do estabelecimento
industrial:

a) para embarque de exportação ou para recintos alfandegados; ou

b) embarque de exportação ou para depósito em entreposto sob regime aduaneiro


extraordinário de exportação, no caso de ECE de que trata o Decreto-Lei nº 1.248, de 29
de novembro de 1972.

Decorrência da não exportação de produtos


Veja ainda: adquiridos com fim específico de exportação:
Pergunta 008

Normativo: MP nº 2.158-35, de 2001, art. 14, incisos VIII e IX e § 1º;


Decreto-Lei nº 1.248, de 1972, art. 1º, parágrafo único;
Lei nº 9.532, de 1997, art. 39, § 2º
Lei nº 10.637, de 2002, art. 5º, inciso III;
Lei nº 10.833, de 2003, art. 6º, inciso III;
IN nº 247, de 2002, art. 46, § 1º; e
IN nº 1.152, de 2011, art. 4º.

502
008 Qual o tratamento a ser dado no caso de a empresa comercial
exportadora não efetuar a exportação das mercadorias
adquiridas com o fim específico de exportação a que se
referem os incisos VIII e IX do art. 14 da MP nº 2.158-35,
de 2001, o inciso III do art. 5º da Lei nº 10.637, de 2002, e o
inciso III do art. 6º da Lei nº 10.833, de 2003?

A não incidência condicionada, concedida à empresa que vender para uma empresa
comercial exportadora resta desconfigurada nos seguintes casos (o que ocorrer primeiro):
a) a comercial exportadora não destina ao exterior no prazo de 180 dias as mercadorias
adquiridas; e b) a comercial exportadora revende no mercado interno as mercadorias
adquiridas. Nessas condições, passa a comercial exportadora que adquiriu as mercadorias
desoneradas a ser responsável pelas contribuições que deixaram de ser pagas em virtude
da não incidência.
Assim, a empresa comercial exportadora que utilizar ou revender no mercado interno,
produtos adquiridos com o fim específico de exportação, ou que no prazo de 180 (cento
e oitenta) dias, contados da data da emissão da nota fiscal de venda pela empresa
vendedora, não efetuar a exportação dos referidos produtos para o exterior, fica obrigada
ao pagamento:
a) da Contribuição para o PIS/Pasep incidente sobre a receita não recolhida pela
empresa vendedora em decorrência do disposto no § 1º do art. 14 da MP nº 2.158-
35, de 2001 (cumulatividade), ou no inciso III do art. 5º da Lei nº 10.637, de 2002
(não cumulatividade);
b) da Cofins incidente sobre a receita não recolhida pela empresa vendedora em
decorrência do disposto nos incisos VIII e IX do caput do art. 14 da MP nº 2.158-
35, de 2001 (cumulatividade), ou no inciso III do art. 6º da Lei nº 10.833, de 2003
(não cumulatividade);
c) das contribuições incidentes sobre a receita, na hipótese de revenda no mercado
interno; e
d) do valor correspondente ao ressarcimento do crédito presumido de IPI atribuído
à empresa produtora vendedora, se for o caso.

Notas:

1) As contribuições a que se referem as letras “a” e “b” passam a


ser de responsabilidade da empresa comercial exportadora
desde o momento em que vender no mercado interno os
produtos adquiridos com o fim específico de exportação, ou
após o transcurso de 180 dias, contados da data da emissão da
nota fiscal de venda pela empresa vendedora, sem comprovação
do embarque para exportação, o que ocorrer primeiro.
2) Para as contribuições devidas de acordo com as letras “a” e “b”,
a base de cálculo é o valor das mercadorias não exportadas,
praticado na operação em que a empresa comercial exportadora
os adquiriu.

503
3) Os pagamentos envolvidos na situação descrita nesta pergunta
devem ser efetuados com os acréscimos de juros de mora e
multa, de mora ou de ofício, calculados na forma da legislação
que rege a cobrança das contribuições não pagas.
4) Para as contribuições devidas de acordo com as letras “a” e “b”,
a multa e os juros de que trata a nota anterior devem ser
calculados a partir da data em que a empresa vendedora deveria
efetuar o pagamento das contribuições, caso a venda para a
empresa comercial exportadora não houvesse sido realizada
com o fim específico de exportação.

5) No pagamento das contribuições devidas de acordo com as


letras “a” e “b”, a empresa comercial exportadora deverá utilizar
as alíquotas que a empresa vendedora utilizaria, caso a venda
para a empresa comercial exportadora não houvesse sido
realizada com o fim específico de exportação.
6) Na apuração das contribuições incidentes sobre a receita,
devidas na hipótese da letra “c”, a empresa comercial
exportadora deverá observar a legislação vigente, inclusive, se
for o caso, para o cálculo dos créditos a que tenha direito.

Veja ainda: Tratamento de crédito da não cumulatividade


envolvendo a situação de desconfiguração do fim
específico de exportação:
Pergunta 046
Isenções ou não incidências da Contribuição para o
PIS/Pasep e da Cofins incidentes sobre a receita:
Pergunta 005

Normativo: Lei nº 9.363, de 1996, art. 2º, §§4º ao 7º;


Lei nº 10.637, de 2002, art 7º;
Lei nº 10.833, de 2003, art 9º;
IN nº 247, de 2002, arts. 73 e 98; e
IN nº 404, de 2004, art. 25.

009 Quais são as hipóteses de alíquota zero da Contribuição para o


PIS/Pasep e da Cofins incidentes sobre a receita ou o
faturamento auferida nas vendas no mercado interno?

504
Salvo disposições em leis espaçadas, as alíquotas reduzidas a zero da Contribuição para
o PIS/Pasep e da Cofins estão previstas no art. 28 da Lei nº 10.865, de 2004, e no art. 1º
da Lei nº 10.925, de 2004.

Assim, observados os limites legais, entre outros produtos e serviços, estão reduzidas a
zero as alíquotas incidentes na venda de livros e papéis, combustíveis para geração de
energia elétrica, veículos e embarcações do Programa Caminho da Escola, comissões na
intemediação na venda de veículos novos pelas concessionárias, aeronaves e suas partes
e serviços relacionados, bens de informática incluídos no Programa de Inclusão Digital,
material de emprego militar, equipamentos destinados aos portadores de necessidades
especiais, produtos utilizados na área de saúde, adubos ou fertilizantes, defensivos
agropecuários, sementes e mudas, corretivo de solo de origem mineral, inoculantes
agrícolas, feijão, arroz, vacinas para medicina veterinária, farinha, grumo, sêmolas e
grãos de milho, pintos de um dia, leites, queijos, soro de leite, trigo e farinha de trigo, pre-
misturas para fabricação de pão comum, produtos hortícolas, frutas, ovos, sêmens e
embriões, massas, carnes bovina, suína, caprina e de aves, peixes e carnes de peixes, café,
açúcar, óleos vegetais, manteiga e margarina.

Normativo: Lei nº 10.865, de 2004, art. 28;


Lei nº 10.925, de 2004, art. 1º.

010 As receitas financeiras são tributadas pela Contribuição para o


PIS/Pasep e pela Cofins?

Para empresas sujeitas à sistemática não cumulativa, as alíquotas da Contribuição para o


PIS/Pasep e da Cofins incidentes sobre as receitas financeiras foram reduzidas a:
a) 0 (zero), para os fatos geradores ocorridos até junho de 2015.
b) 0,65% e 4,00%, respectivamente, para os fatos geradores ocorridos a partir de julho de
2015.
Mas essas reduções não se aplicam aos juros sobre o capital, sobre os quais, no regime
de apuração não cumulativa, ficam mantidas as alíquotas em 1,65% e 7,6%.
Ficam mantidas em zero, mesmo em relação a fatos geradores ocorridos a partir de julho
de 2015, as alíquotas das contribuições incidentes sobre receitas financeiras decorrentes
de variações monetárias, em função da taxa de câmbio, de:

1) operações de exportação de bens e serviços para o exterior; e

2) obrigações contraídas pela pessoa jurídica, inclusive empréstimos e financiamentos.

Ficam também mantidas em zero, mesmo em relação a fatos geradores ocorridos a partir
de julho de 2015, as alíquotas das contribuições incidentes sobre receitas financeiras
decorrentes de operações de cobertura (hedge) realizadas em bolsa de valores, de
mercadorias e de futuros ou no mercado de balcão organizado destinadas exclusivamente

505
à proteção contra riscos inerentes às oscilações de preço ou de taxas quando,
cumulativamente, o objeto do contrato negociado: estiver relacionado com as atividades
operacionais da pessoa jurídica; e destinar-se à proteção de direitos ou obrigações da
pessoa jurídica.

Para as empresas submetidas à sistemática cumulativa, não incidem as contribuições


sobre as receitas financeiras exceto quando estas forem oriundas do exercício da atividade
empresarial.

A Contribuição sobre o PIS/Pasep e a Cofins incidem sobre a receita financeira decorrente


do ajuste a valor presente de que trata o inciso VIII do caput do art. 183 da Lei nº 6.404,
de 1976, tanto do regime de apuração cumulativa quanto não cumulativa.

Veja ainda: Base de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep e


da Cofins incidentes sobre a receita no regime de
apuração não cumulativa:
Pergunta 011
Base de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep e
da Cofins incidentes sobre o faturamento no regime
de apuração cumulativa:
Pergunta 028

Normativo: Lei nº 10.865, de 2004, art. 27, §§ 2º e 3º;


Lei nº 9.718, de 1998, art. 3º;
Lei nº 11.941, de 2009, art. 79, XII;
Decreto nº 5.442, de 2005
Decreto nº 8.426, de 2015.

011 Qual é a base de cálculo da Cofins e da Contribuição para o


PIS/Pasep incidentes sobre a receita ou o faturamento?

Para as pessoas jurídicas sujeitas ao regime de apuração não cumulativa, a base de


cálculo é a totalidade das receitas auferidas no mês, independentemente de sua
denominação ou classificação contábil, que compreende a receita bruta de que trata o art.
12 do Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, e todas as demais receitas auferidas pela pessoa
jurídica, com os seus respectivos valores decorrentes do ajuste a valor presente de que
trata o inciso VIII do caput do art. 183 da Lei nº 6.404, de 1976.
Para as pessoas jurídicas sujeitas à cumulatividade, a base de cálculo é o faturamento
mensal, que compreende a receita bruta de que trata o art. 12 do Decreto-Lei nº 1.598, de
1977.

506
Veja ainda: Base de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep e
da Cofins incidentes sobre o faturamento no regime
de apuração cumulativa:
Pergunta 028
Base de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep-
Importação e da Cofins-Importação:
Pergunta 006 do Capítulo XXIII
Base de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep
incidente sobre a folha de salários:
Pergunta 002 do Capítulo XXIV
Base de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep
incidente sobre Receitas Governamentais:
Pergunta 002 do Capítulo XXV
Exclusões da base de cálculo:
Perguntas 017 a 022

Normativo: Lei no 9.718, de 1998, arts. 2º e 3º;


Lei nº 10.637, de 2002, art. 1º;
Lei nº 10.833, de 2003, art. 1º.

012 Como são calculadas a Contribuição para o PIS/Pasep e a Cofins


incidentes sobre a receita nas operações envolvendo mercadorias
importadas por conta e ordem de terceiros?

Na hipótese de mercadorias importadas através de pessoa jurídica importadora, por conta


e ordem de terceiros, a base de cálculo das referidas contribuições corresponde:
a) no caso da pessoa jurídica importadora contratada: ao valor dos serviços prestados ao
adquirente; e
b) no caso do adquirente (encomendante da importação): ao valor da receita auferida
com a comercialização da mercadoria importada.
Notas:

1) Relativamente à receita decorrente da venda da mercadoria


importada por sua conta e ordem, o adquirente se sujeita às
normas de incidência da Contribuição para o PIS/Pasep e da

507
Cofins aplicáveis à receita de importador, inclusive nas
hipóteses de alíquotas diferenciadas;.
2) Entende-se por importador por conta e ordem de terceiros a
pessoa jurídica que promover, em seu nome, o despacho
aduaneiro de importação de mercadoria adquirida por outra, em
razão de contrato previamente firmado, que poderá
compreender, ainda, a prestação de outros serviços
relacionados com a transação comercial, como a realização de
cotação de preços e a intermediação comercial;
3) Entende-se por adquirente a pessoa jurídica encomendante da
mercadoria importada; e
4) A operação de comércio exterior realizada mediante utilização
de recursos de terceiros presume-se por conta e ordem deste.

Normativo: MP nº 2.158-35, de 2001, art. 81;


Lei nº 10.637, de 2002, art. 27; e
IN SRF nº 247, de 2002, arts. 12 e 86.

013 Qual o tratamento aplicável às receitas das pessoas jurídicas


concessionárias ou permissionárias do serviço público de
transporte urbano de passageiros, subordinadas ao Sistema de
Compensação Tarifária aprovado pelo Poder Público, quanto à
Contribuição para o PIS/Pasep e à Cofins?

Os valores repassados a outras empresas do mesmo ramo, por meio de fundos de


compensação tarifária, não integram a receita bruta, para fins das mencionadas
contribuições. Os valores auferidos a título de repasse do fundo de compensação tarifária
integram a receita da pessoa jurídica beneficiária, devendo ser considerados na
determinação da base de cálculo das contribuições.

Normativo: Lei nº 9.718, de 1998, arts. 2º e 3º;


Decreto nº 4.524, de 2002, arts. 11 e 33;
IN SRF nº 247, de 2002, arts. 11 e 34; e
AD SRF nº 007, de 2000.

508
014 Como devem ser computadas as variações monetárias ativas na
base de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep e da
Cofins incidentes sobre a receita?

As variações monetárias ativas dos direitos de crédito e das obrigações do contribuinte,


em função da taxa de câmbio ou de índices ou coeficientes aplicáveis por disposição legal
ou contratual, são consideradas, para efeitos destas contribuições, como receitas
financeiras.

Veja ainda: Tributação das Variações Monetárias Cambiais:


Pergunta 015

Normativo: Lei nº 9.718, de 1998, art. 9º;


IN SRF nº 247, de 2002, art. 13; e
AD SRF nº 73, de 1999.

015 Quando devem ser computadas as variações monetárias, em


função da taxa de câmbio, para efeito da determinação da base
de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins
incidentes sobre a receita?

As variações monetárias ativas dos direitos de crédito e das obrigações do contribuinte,


em função da taxa de câmbio, devem ser consideradas, para efeito de determinação da
base de cálculo dessas contribuições, quando da liquidação da correspondente operação.

Opcionalmente, e para todo o ano calendário, as variações monetárias poderão ser


consideradas na determinação da base de cálculo das contribuições segundo o regime de
competência. O direito de efetuar a opção pelo regime de competência somente poderá
ser exercido no mês de janeiro. Adotada a opção pelo regime de competência, o direito
de sua alteração para o regime de caixa, no decorrer do ano-calendário, é restrito aos casos
em que ocorra elevada oscilação da taxa de câmbio comunicada mediante a edição de
Portaria do Ministro de Estado da Fazenda.

O critério de reconhecimento das variações monetárias adotado deve ser aplicado, de


forma simultânea, à Contribuição para o PIS/Pasep, à Cofins, ao IRPJ e à CSLL.

Nota:

Na hipótese de alteração do critério de reconhecimento das variações


monetárias pelo regime de caixa para o critério de reconhecimento das
variações monetárias pelo regime de competência, deverão ser
computadas na base de cálculo do IRPJ, da CSLL, da Contribuição para
o PIS/PASEP e da Cofins, em 31 de dezembro do período de

509
encerramento do ano precedente ao da opção, as variações monetárias
dos direitos de crédito e das obrigações incorridas até essa data,
inclusive as de períodos anteriores ainda não tributadas.
Na hipótese de alteração do critério de reconhecimento das variações
monetárias pelo regime de competência para o critério de
reconhecimento das variações monetárias pelo regime de caixa, no
período de apuração em que ocorrer a liquidação da operação, deverão
ser computadas na base de cálculo do IRPJ, da CSLL, da Contribuição
para o PIS/PASEP e da Cofins as variações monetárias dos direitos de
crédito e das obrigações relativas ao período de 1º de janeiro do ano-
calendário da opção até a data da liquidação.

Na hipótese de alteração do critério de reconhecimento das variações


monetárias pelo regime de competência para o critério de
reconhecimento das variações monetárias pelo regime de caixa no
decorrer do ano-calendário, em decorrência de elevada oscilação na
taxa de câmbio, no momento da liquidação da operação, deverão ser
computadas na base de cálculo do IRPJ, da CSLL, da Contribuição para
o PIS/PASEP e da Cofins as variações monetárias dos direitos de
crédito e das obrigações relativas ao período de 1º de janeiro do ano-
calendário da alteração da opção até a data da liquidação.

Veja ainda: Tratamento das variações monetárias ativas:


Pergunta 014

Normativo: MP nº 2.158-35, de 2001, art. 30; e


IN RFB nº 1.079, de 2010.

016 Como ocorre a incidência da Contribuição para o PIS/Pasep e da


Cofins sobre a receita auferida na venda de bens imóveis, para as
pessoas jurídicas que explorem atividades imobiliárias?

Na determinação da base de cálculo dessas contribuições, deverá ser adotado o regime de


reconhecimento de receitas previsto na legislação do Imposto sobre a Renda, inclusive
em relação ao valor dos juros e das variações monetárias, em função da taxa de câmbio
ou de índice ou coeficiente aplicáveis por disposição legal ou contratual, que venham a
integrar os valores efetivamente recebidos pela venda de unidades imobiliárias.
A atualização monetária, nas vendas contratadas com cláusula de atualização monetária
do saldo credor do preço, integra a base de cálculo das contribuições à medida do efetivo
recebimento

510
Nota:

Entende-se como atividades imobiliárias aquelas relativas a


desmembramento ou loteamento de terrenos, incorporação
imobiliária, construção de prédios destinados à venda e aquisição
de imóveis para venda.

Veja ainda: Tratamento a ser dado em caso de devolução de


venda de unidade imobiliária:
Pergunta 048

Normativo: Lei nº 11.051, de 2004, art. 7º; e


IN SRF nº 458, de 2004.

017 Quais exclusões são admitidas para efeito de apuração da base


de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins?

Não integram a base de cálculo das contribuições os valores referentes:


a) ao IPI;
b) ao ICMS, somente quando destacado em nota fiscal e cobrado pelo vendedor dos bens
ou prestador dos serviços na condição de substituto tributário;
c) a receitas imunes, isentas e não alcançadas pela incidência das contribuições, ou
sujeitas à alíquota 0 (zero).
Sem prejuízo das exclusões específicas, que dependem do ramo de atividade da empresa,
para efeito da apuração da base de cálculo das contribuições podem ser excluídos da
receita, quando a tenham integrado, os seguintes valores:
a) vendas canceladas;
b) devoluções de vendas, na hipótese do regime de apuração cumulativa;
c) descontos incondicionais concedidos;
d) reversões de provisões, que não representem ingresso de novas receitas;
e) recuperações de créditos baixados como perdas, que não representem ingresso de novas
receitas;
f) resultados positivos da avaliação de investimentos pelo valor do patrimônio líquido;
g) lucros e dividendos derivados de investimentos avaliados pelo custo de aquisição, que
tenham sido computados como receita;
h) venda de bens classificados no ativo não circulante;

511
i) receitas auferidas pela pessoa jurídica revendedora, na revenda de mercadorias em
relação às quais a contribuição seja exigida da empresa vendedora, na condição de
substituta tributária;
j) receita decorrente da transferência onerosa a outros contribuintes do ICMS de créditos
de ICMS originados de operações de exportação, conforme o disposto no inciso II do §
1º do art. 25 da Lei Complementar nº 87, de 13 de setembro de 1996;
k) receita reconhecida pela construção, recuperação, ampliação ou melhoramento da
infraestrutura, cuja contrapartida seja ativo intangível representativo de direito de
exploração, no caso de contratos de concessão de serviços públicos;
l) ganhos decorrentes de avaliação do ativo e passivo com base no valor justo;
m) subvenções para investimento, inclusive mediante isenção ou redução de impostos,
concedidas como estímulo à implantação ou expansão de empreendimentos econômicos
e de doações feitas pelo poder público;
n) receitas reconhecidas pela construção, recuperação, reforma, ampliação ou
melhoramento da infraestrutura, cuja contrapartida seja ativo intangível representativo de
direito de exploração, no caso de contratos de concessão de serviços públicos; e
o) prêmio na emissão de debêntures.

Notas:

1) No regime de apuração cumulativa, as devoluções de vendas têm


o mesmo tratamento das vendas canceladas, constituindo, assim,
exclusões da base de cálculo.
2) No regime de apuração cumulativa, na hipótese de o valor das
vendas canceladas superar o valor da receita bruta do mês, o
saldo poderá ser deduzido da base de cálculo das contribuições
nos meses subsequentes.
3) As devoluções de mercadorias, cujas receitas de venda tenham
integrado o faturamento, geram crédito no regime de apuração
não cumulativa, não constituindo exclusão da base de cálculo.

512
Veja ainda: Devolução de mercadorias no regime de apuração não
cumulativa:
Pergunta 038
Exclusões da base de cálculo para os contribuintes
substituídos:
Perguntas 069 e 073
ICMS cobrado pelo substituto desse imposto:
Pergunta 074
Exclusões da base de cálculo permitidas às
sociedades cooperativas:
Pergunta 090

Normativo: Lei nº 9.715, de 1998, art. 2º, § 4º;


Lei nº 9.718, de 1998, art. 3º, § 2º;
Lei nº 10.637, de 2002, art. 1º, §3º;
Lei nº 10.833, de 2003, art. 1º, §3º;
IN SRF nº 247, de 2002, arts. 19, 23 e 24;
IN SRF nº 404, de 2004, art. 4º, §1º e 2º; e
ADI SRF nº 1, de 2004.

018 As bonificações concedidas em mercadorias compõem a base de


cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins?

Os valores referentes às bonificações concedidas em mercadorias serão excluídos da


receita bruta para fins de determinação da base de cálculo da Contribuição para o
PIS/Pasep e da Cofins somente quando se caracterizarem como descontos incondicionais
concedidos.
Descontos incondicionais, de acordo com a IN SRF nº 51, de 1978, são as parcelas
redutoras do preço de venda, quando constarem da nota fiscal de venda dos bens e não
dependerem de evento posterior à emissão desse documento.
Portanto, neste caso, as bonificações em mercadoria, para serem consideradas como
descontos incondicionais e, consequentemente, excluídas da base de cálculo das
contribuições, devem ser transformadas em parcelas redutoras do preço de venda,
constarem da nota fiscal de venda dos bens e não dependerem de evento posterior à
emissão desse documento.

513
019 Quais são as exclusões específicas da base de cálculo da
Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins das entidades de
previdência complementar?

Da base de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, apuradas pelas


entidades abertas e fechadas de previdência complementar, são admitidas as seguintes
exclusões:
a) da parcela das contribuições destinada à constituição de provisões ou reservas técnicas;

b) dos rendimentos auferidos nas aplicações financeiras de recursos destinados ao


pagamento de benefícios de aposentadoria, pensão, pecúlio e de resgates.

Notas:

1) A exclusão prevista na alínea “b” desta pergunta:


a) restringe-se aos rendimentos de aplicações financeiras
proporcionados pelos ativos garantidores das provisões
técnicas, limitados esses ativos ao montante das referidas
provisões; e
b) aplica-se também aos rendimentos dos ativos financeiros
garantidores das provisões técnicas de empresas de seguros
privados destinadas exclusivamente a planos de benefícios de
caráter previdenciário e a seguros de vida com cláusula de
cobertura por sobrevivência.
2) Para efeito da nota anterior, consideram-se rendimentos de
aplicações financeiras os auferidos em operações realizadas nos
mercados de renda fixa e de renda variável, inclusive mútuos de
recursos financeiros, e em outras operações tributadas pelo
imposto de renda como operações de renda fixa.

Veja ainda: Exclusões específicas da base de cálculo da


Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins apuradas
por entidades fechadas de previdência
complementar:
Pergunta 020

Normativo: Lei nº 9.701, de 1998, art. 1º, V;


Lei nº 9.718, de 1998, art. 3º, §5º e §6º, III; e

514
IN SRF 247, de 2002, art. 29, caput e §§1º e 2º.

020 Existem exclusões da base de cálculo da Contribuição para o


PIS/Pasep e da Cofins permitidas apenas a entidades fechadas de
previdência complementar?

Sim, as entidades de previdência complementar fechadas, além das exclusões listadas na


Pergunta 019, também podem excluir da base de cálculo da Contribuição para o
PIS/Pasep e da Cofins os valores referentes a:

a) rendimentos relativos a receitas de aluguel destinados ao pagamento de benefícios de


aposentadoria, pensão, pecúlio e resgates;
b) receita decorrente da venda de bens imóveis destinada ao pagamento de benefícios de
aposentadoria, pensão, pecúlio e resgates; e
c) resultado positivo auferido na reavaliação da carteira de investimentos imobiliários
referida nas letras “a” e “b” acima.

Veja ainda: Exclusões específicas da base de cálculo da


Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins apuradas
por entidades de previdência complementar:
Pergunta 019

Normativo: Lei nº 10.637, de 2002, art. 32.

021 As empresas de propaganda e publicidade podem excluir da base


de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins as
importâncias pagas ou transferidas a outras empresas pela
veiculação de mídia (rádios, televisões, jornais etc)?

Sim. As empresas de propaganda e publicidade podem excluir da base de cálculo das


mencionadas contribuições os valores pagos diretamente ou repassados a empresas de
rádio, televisão, jornais e revistas, referentes aos serviços de propaganda e publicidade. É
atribuída à pessoa jurídica pagadora e à beneficiária responsabilidade solidária pela
comprovação da efetiva realização dos serviços.

515
Nota:

Na hipótese de exclusão da base de cálculo da Contribuição para o


PIS/Pasep e da Cofins, apurada pelas empresas de propaganda e
publicidade, referente a valores repassados a empresas de rádio,
televisão, jornais e revistas, é vedado o aproveitamento do crédito
em relação às parcelas excluídas.

Lei nº 10.925, de 2004, art. 13, c/c Lei nº 7.450, de


Normativo:
1985, art. 53, parágrafo único.

022 Existe alguma exclusão específica da base de cálculo da


Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins apuradas pelo
fabricante ou importador dos veículos classificados nas posições
87.03 (automóveis de transporte de pessoas) e 87.04 (automóveis
para transporte de mercadorias) da TIPI?

Sim. Nas vendas de veículos classificados nas posições 87.03 (automóveis para transporte
de pessoas) e 87.04 (automóveis para transporte de mercadorias) da TIPI, diretamente ao
consumidor final, por conta e ordem dos concessionários de que trata a Lei nº 6.729, de
28 de novembro de 1979, o fabricante ou o importador poderá excluir da base de cálculo
da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins os valores:
a) repassados aos concessionários pela intermediação ou entrega dos veículos; e
b) o ICMS incidente sobre os valores da alínea “a” anterior, nos termos estabelecidos nos
respectivos contratos de concessão.

Notas:

1) Na hipótese de o fabricante ou importador dos veículos


classificados nas posições 87.03 e 87.04 da TIPI efetuar a
exclusão da base de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep e
da Cofins de que trata esta pergunta, é vedado o aproveitamento
do crédito em relação às parcelas excluídas.
2) O fabricante ou o importador de veículos ou produtos listados
nos incisos do §2º do art. 1º da Lei 10.485, de 2002, não poderá
efetuar a exclusão de que trata esta pergunta.
3) Os valores excluídos, de que trata esta pergunta, não poderão
exceder a 9% (nove por cento) do valor total da operação.
4) Os valores excluídos, de que trata esta pergunta, serão
tributados, para fins de incidência das contribuições para o

516
PIS/Pasep e da Cofins, à alíquota de 0% (zero por cento) pelos
referidos concessionários.

Veja ainda: Tributação monofásica sobre máquinas e veículos:


Pergunta 082

Normativo: Lei nº 10.485, de 2002, art. 2º.

023 Como as pessoas jurídicas que se dedicam a compra e venda de


veículos automotores usados devem apurar a base de cálculo da
Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins?

A pessoa jurídica que tenha como objeto social, declarado em seus atos constitutivos, a
compra e venda de veículos automotores, nas operações de venda de veículos usados
adquiridos para revenda, inclusive quando recebidos como parte do pagamento do preço
de venda de veículos novos ou usados, deve apurar o valor da base de cálculo computando
a diferença entre o valor pelo qual o veículo usado houver sido alienado, constante da
nota fiscal de venda, e o seu custo de aquisição, constante da nota fiscal de entrada.

Nota:

A base tributável da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins


referente a operações de venda de veículos automotores usados
sujeita-se ao Regime de Apuração Cumulativa.

Veja ainda: Receitas excluídas do regime de apuração não


cumulativa:
Pergunta 035

Normativo: Lei nº 9.716, de 1998, art. 5º;


Lei nº 10.637, de 2002, art. 8º, VII, alínea “c”;
Lei nº 10.833, de 2003, art. 10º, VII, alínea “c”; e
IN SRF nº 247, de 2002, art. 10, §§ 4º a 6º.

024 Qual é a base de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep e da


Cofins das empresas de fomento mercantil (factoring)?

517
A base de cálculo apurada pelas empresas de fomento mercantil (factoring) é a totalidade
das receitas, incluindo-se, entre outras, as auferidas com:
a) a prestação de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito,
seleção de riscos;
b) a prestação de serviços de administração de contas a pagar e a receber; e
c) a aquisição de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de
prestação de serviços.
Nota:

1) As receitas decorrentes da aquisição de direitos creditórios


resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de
serviços, a serem computadas na base de cálculo da
Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, correspondem à
diferença entre o valor de face do título ou direito creditório
adquirido e o valor de aquisição.
2) As empresas de fomento mercantil (factoring) estão obrigadas
ao lucro real e, portanto, estão sujeitas à não cumulatividade,
devendo apurar a Contribuição para o PIS/Pasep com a
aplicação da alíquota de 1,65% e a Cofins com a aplicação da
alíquota de 7,6%.

Normativo: Lei nº 9.718, de 1998, art. 14, VI;


IN SRF nº 247, de 2002, art. 10, § 3º.

025 Como classificar as alíquotas da Contribuição para o PIS/Pasep


e da Cofins, incidentes sobre a receita ou o faturamento?

Muito embora a legislação tributária das contribuições sobre a receita não tenha adotado
rigor na utilização de nomenclatura, é importante e útil sistematizar as diversas alíquotas
da seguinte forma:

1 Alíquotas Gerais
1.1 no regime de apuração cumulativa, com incidência sobre o faturamento
1.1.1 pessoas jurídicas em geral
1.1.2 entidades financeiras e outras
1.2 no regime de apuração não cumulativa, com incidência sobre a receita
2 Alíquotas Diferenciadas

518
2.1 dos produtos sujeitos à tributação concentrada
2.1.1 alíquotas concentradas
2.1.1.1 ad valorem
2.1.1.2 específicas (por unidade de produto)
2.1.2 alíquotas reduzidas a zero
2.2 aplicáveis em algumas transações envolvendo a Zona Franca de Manaus e nas Áreas
de Livre Comércio
2.3 aplicáveis ao papel imune (apenas no regime de apuração não cumulativa)
2.4 alíquotas zero

Veja ainda: Alíquotas da Contribuição para o PIS/Pasep e da


Cofins no regime de apuração cumulativa:
Pergunta 030
Alíquotas da Contribuição para o PIS/Pasep e da
Cofins no regime de apuração não cumulativa:
Pergunta 036
Alíquotas dos produtos sujeitos à tributação
concentrada (concentradas e reduzidas a zero):
Perguntas 085 e 086
Gás Natural Veicular:
Pergunta 087
Alíquotas aplicáveis a algumas transações envolvendo
a Zona Franca de Manaus:
Perguntas 101 a 104
Alíquotas Zero:
Perguntas 009
Alíquotas da Contribuição para o PIS/Pasep-
Importação e da Cofins-Importação:
Pergunta 009 do Capítulo XXIII

Veja ainda: Alíquota da Contribuição para o PIS/Pasep incidente


sobre a folha de salários:
Pergunta 003 do Capítulo XXIV
Alíquota da Contribuição para o PIS/Pasep incidente
sobre Receitas Governamentais:
Pergunta 003 do Capítulo XXV

519
026 Quais são as alíquotas da Contribuição para o PIS/Pasep e da
Cofins a serem aplicadas sobre a receita auferida pela pessoa
jurídica executora de industrialização por encomenda dos
produtos sujeitos à tributação concentrada?

A Contribuição para o PIS/Pasep e a Cofins incidem sobre a receita auferida pela pessoa
jurídica executora da encomenda às alíquotas de 1,65% (um inteiro e sessenta e cinco
centésimos por cento) e de 7,6% (sete inteiros e seis décimos por cento), na
industrialização dos seguintes produtos sujeitos à tributação concentrada:
a) gasolina e suas correntes, exceto gasolina de aviação, e nafta petroquímica destinada à
produção ou formulação de óleo diesel ou gasolina;

b) óleo dieses e suas correntes, e nafta petroquímica destinada à produção ou formulação


exclusivamente de óleo dieses;

c) gás liquefeito de petróleo - GLP derivado de petróleo e de gás natural;

d) querosene de aviação;

e) máquinas e veículos classificados nos códigos 73.09, 7310.29, 7612.90.12, 8424.81,


84.29, 8430.69.90, 84.32, 84.33, 84.34, 84.35, 84.36, 84.37, 87.01, 87.02, 87.03, 87.04,
87.05, 87.06 e 8716.20.00 da TIPI;

f) autopeças relacionadas nos anexos I e II da Lei nº 10.485, de 2002;

g) produtos classificados nas posições 40.11 (pneus novos de borracha) e 40.13 (câmaras
de ar de borracha) da TIPI;

h) bebidas frias relacionadas no art. 14 da Lei nº 13.097, de 2015.

As alíquotas dessas contribuições estão reduzidas a 0 (zero) em relação a receita auferida


pela pessoa jurídica executora da encomenda, na industrialização dos produtos
farmacêuticos e produtos de perfumaria, de toucador ou de higiene pessoal relacionados
no art. 1º da Lei nº 10.147, de 2000.

Notas:

1) O disposto nesta pergunta é aplicável independentemente do


regime de apuração a que esteja sujeita a pessoa jurídica executora
da encomenda, se regime de apuração cumulativa, ou regime de
apuração não cumulativa.
2) A pessoa jurídica encomendante sujeita-se às alíquotas
concentradas.
3) Aplicam-se os conceitos de industrialização por encomenda do
Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI.

520
Veja ainda: Alíquotas na industrialização por encomenda:
Pergunta 088

Normativo: Lei nº 11.051, de 2004, art. 10, §§ 2º e 3º;


Lei nº 10.833, de 2003, art. 25;
Lei nº 13.097, de 2015, art. 25, § 3º.

027 Quais são os contribuintes da Contribuição para o PIS/Pasep


e da Cofins incidentes sobre a receita ou o faturamento no
regime de apuração cumulativa?

São as pessoas jurídicas de direito privado e as que lhes são equiparadas pela legislação
do imposto de renda tributadas pelo referido imposto com base no lucro presumido ou
arbitrado, inclusive as empresas públicas, as sociedades de economia mista e suas
subsidiárias.
Independentemente da forma de apuração do lucro pelo Imposto de Renda, também são
contribuintes da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins no regime de apuração
cumulativa:
a) bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de desenvolvimento,
agências de fomento, caixas econômicas;
b) sociedades de crédito, financiamento e investimento, sociedades de crédito
imobiliário, e sociedades corretoras, distribuidoras de títulos e valores
mobiliários;
c) empresas de arrendamento mercantil;
d) cooperativas de crédito;
e) empresas de seguros privados e de capitalização, agentes autônomos de seguros
privados e de crédito;
f) entidades de previdência complementar privada, abertas e fechadas (sendo
irrelevante a forma de constituição);
g) associações de poupança e empréstimo;
h) pessoas jurídicas que tenham por objeto a securitização de créditos: imobiliários,
nos termos da Lei nº 9.514, de 1997; financeiros, observada regulamentação
editada pelo Conselho Monetário Nacional; ou agrícolas, conforme ato do
Conselho Monetário Nacional;
i) operadoras de planos de assistência à saúde;
j) empresas particulares que exploram serviços de vigilância e de transporte de
valores, referidas na Lei nº 7.102, de 1983;
k) sociedades cooperativas, exceto as de produção agropecuária e as de consumo.
Ainda que a pessoa jurídica esteja no regime de apuração não cumulativa da Contribuição
para o PIS/Pasep e da Cofins, sobre as receitas listadas nos incisos VII a XXX do art. 10

521
da Lei nº 10.833, de 2003, devem ser aplicadas as regras do regime de apuração
cumulativa.

São contribuintes da Cofins, em relação às receitas não decorrentes de suas atividades


próprias, no regime de apuração cumulativa, as seguintes pessoas jurídicas:

a) templos de qualquer culto;


b) partidos políticos;
c) entidades sindicais dos trabalhadores;
d) instituições de educação e de assistência social a que se refere o art. 12 da Lei nº
9.532, de 10 de dezembro de 1997
e) fundações públicas instituídas e mantidas pelo poder público.

Veja ainda: Contribuintes da Contribuição para o PIS/Pasep e da


Cofins, incidentes sobre a receita ou o faturamento:
Pergunta 001
Contribuintes da Contribuição para o PIS/Pasep e da
Cofins, incidentes sobre a receita ou o faturamento,
no Regime de Apuração Não cumulativa:
Pergunta 033
Operações submetidas ao regime de apuração
cumulativa, mesmo pelos contribuintes sujeitos ao
regime de apuração não cumulativa:
Pergunta 036
Cooperativas:
Pergunta 089

Normativo: Lei nº 9.718, de 1998, art 3º, §§ 6º, 8º e 9º c/c Lei nº


8.212, de 1991, art. 22, § 1ºº;
MP nº 2.158-35, de 2001, art. 14, inciso X e art.15, caput;
Lei nº 10.637, de 2002, art. 8º;
Lei nº 10.833, de 2003, art. 10 e art.15, inciso V;
Lei nº 12.715, de 2012, art. 70
Decreto nº 3.048, de 1999, art. 201, § 6º
ADI SRF nº 21, de 2003

522
028 Qual é a base de cálculo da Cofins e da Contribuição para o
PIS/Pasep incidentes sobre a receita no regime de apuração
cumulativa?

A base de cálculo é o faturamento, ou receita bruta, entendido como o produto da venda


de bens nas operações de conta própria, o preço da prestação de serviços em geral, o
resultado auferido nas operações de conta alheia, e as demais receitas da atividade ou
objeto principal da pessoa jurídica.

Notas:

1) Na receita bruta não se incluem os tributos não cumulativos


cobrados, destacadamente, do comprador ou contratante pelo
vendedor dos bens ou pelo prestador dos serviços na condição de
mero depositário.
2) Na receita bruta incluem-se os tributos sobre ela incidentes e os
valores decorrentes do ajuste a valor presente, de que trata o inciso
VIII do caput do art. 183 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de
1976, das operações citadas na resposta.

Veja ainda: Exclusões da base de cálculo permitidas pela legislação:


Pergunta 017
Base de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep e da
Cofins:
Pergunta 011

Normativo: Lei no 9.718, de 1998, arts. 2º e 3º;


Decreto-Lei nº 1.598, de 1977.

029 Em que casos a Contribuição para o PIS/Pasep e a Cofins são


apuradas pelo regime de caixa?

As pessoas jurídicas optantes pelo regime de tributação do Imposto sobre a Renda com
base no lucro presumido, e consequentemente submetidas ao regime de apuração
cumulativa da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS, poderão adotar o regime
de caixa para fins da incidência das referidas contribuições, desde que adotem o mesmo
critério em relação ao Imposto sobre a Renda e à Contribuição Social sobre o Lucro
Líquido – CSLL.
523
Notas:

No caso de contrato de concessão de serviços públicos, a receita


decorrente da construção, recuperação, reforma, ampliação ou
melhoramento da infraestrutura, cuja contrapartida seja ativo
financeiro representativo de direito contratual incondicional de
receber caixa ou outro ativo financeiro, integrará a base de cálculo da
contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS à medida do efetivo
recebimento

Normativo: MP nº 2.158-35, de 2001, art. 20;

Lei nº 12.973, de 2014, art. 56.

030 Quais são as alíquotas vigentes da Contribuição para o PIS/Pasep


e da Cofins no regime de apuração cumulativa?

Ressalvadas as disposições específicas, a Contribuição para o PIS/PASEP e a COFINS,


devidas no regime de apuração cumulativa, serão calculadas mediante aplicação das
alíquotas de 0,65% (sessenta e cinco centésimos por cento) e 3% (três por cento),
respectivamente.

Nota:

A legislação das contribuições estabelece também alíquotas


concentradas (ad valorem ou específicas - por unidade de produto) a
serem aplicadas sobre a receita da venda de determinados produtos,
não se aplicando as alíquotas mencionadas nesta pergunta.

524
Veja ainda: Alíquotas da Contribuição para o PIS/Pasep e da
Cofins incidentes sobre a receita ou o faturamento:
Pergunta 025
Alíquotas da Contribuição para o PIS/Pasep e da
Cofins, no regime de apuração não cumulativa:
Pergunta 037
Alíquotas dos produtos sujeitos à tributação
monofásica (concentradas e reduzidas a zero):
Perguntas 085 e 086
Gás Natural Veicular:
Pergunta 087
Alíquotas aplicáveis a algumas transações
envolvendo a Zona Franca de Manaus:
Perguntas 101 a 104
Alíquotas Zero:
Pergunta 009

Normativo: Lei nº 9.715, de 1998, art. 8º, inciso I;


Lei nº 9.718, de 1998, art. 8º;

031 Quais são as alíquotas ad valorem da Contribuição para o


PIS/Pasep e da Cofins incidentes sobre a receita decorrente da
venda de álcool?

A Contribuição para o PIS/PASEP e a COFINS incidem sobre a receita auferida na venda


de álcool, inclusive para fins carburantes, independentemente de o regime de apuração
ser cumulativa ou não cumulativa, às seguintes alíquotas, devidas pelos:

Produtores e Importadores:

a) 1,5% (um inteiro e cinco décimos por cento) para a Contribuição para o PIS/PASEP;
e

b) 6,9% (seis inteiros e nove décimos por cento) para a COFINS.

Distribuidores:

a) 3,75% (três inteiros e setenta e cinco centésimos por cento) para a Contribuição para o
PIS/PASEP; e

525
b) 17,25% (dezessete inteiros e vinte e cinco centésimos por cento) para a COFINS.

Estão reduzidas a 0 (zero) as alíquotas dessas contribuições incidentes sobre a receita


bruta de venda de álcool, inclusive para fins carburantes, quando auferidas:

a) por comerciante varejista;

b) por distribuidor, no caso de venda de álcool anidro adicionado à gasolina;

c) nas operações realizadas em bolsa de mercadorias e futuros, exceto nas operações em


que ocorra a liquidação física do contrato.

Nota:

As demais pessoas jurídicas que comerciem álcool não


enquadradas como produtor, importador, distribuidor ou varejista
ficam sujeitas às alíquotas aplicáveis aos distribuidores.

Normativo: Lei nº 9.718, de 1998, art. 5º

032 Os produtores, importadores e distribuidores de álcool podem


optar por regime especial e apuração e pagamento da
Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, com incidência de
alíquotas específicas?

Sim, e as alíquotas atualmente vigentes, considerados os coeficientes de redução


fixados pelo Poder Executivo, são:

Produtores e Importadores:

a) R$ 23,38 por metro cúbico para a Contribuição para o PIS/Pasep;

b) R$ 107,52 por metro cúbico para a Cofins.

Distribuidores:

a) R$ 19,81 por metro cúbico para a Contribuição para o PIS/Pasep;

b) R$ 91,10 por metro cúbico para a Cofins.

Normativo: Lei nº 9.718, de 1998, art. 5º, §§ 4º a 12.


Decreto nº 6.573, de 2008

526
033 Quais são os contribuintes da Contribuição para o PIS/Pasep
e da Cofins incidentes sobre a receita, no regime de apuração
não cumulativa, nos termos da Lei nº 10.637, de 2002 e da
Lei nº 10.833, de 2003?

São as pessoas jurídicas que apuram o imposto de renda com base no lucro real, exceto:
a) bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de desenvolvimento, agências de
fomento, caixas econômicas;

b) sociedades de crédito, financiamento e investimento, sociedades de crédito imobiliário,


e sociedades corretoras, distribuidoras de títulos e valores mobiliários;

c) empresas de arrendamento mercantil;

d) cooperativas de crédito;

e) empresas de seguros privados e de capitalização, agentes autônomos de seguros


privados e de crédito;

f) entidades de previdência complementar privada, abertas e fechadas (sendo irrelevante


a forma de constituição);

g) associações de poupança e empréstimo;

h) pessoas jurídicas que tenham por objeto a securitização de créditos: imobiliários, nos
termos da Lei nº 9.514, de 1997; financeiros, observada regulamentação editada pelo
Conselho Monetário Nacional; ou agrícolas, conforme ato do Conselho Monetário
Nacional;

i) operadoras de planos de assistência à saúde;

j) empresas particulares que exploram serviços de vigilância e de transporte de valores,


referidas na Lei nº 7.102, de 1983;

k) sociedades cooperativas, exceto as de produção agropecuária e as de consumo.

Nota:

Ainda que a pessoa jurídica esteja no regime de apuração não


cumulativa da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, sobre as
receitas listadas nos incisos VII a XXX do art. 10 da Lei nº 10.833, de
2003, devem ser aplicadas as regras do regime de apuração
cumulativa.

527
Veja ainda: Contribuintes da Contribuição para o PIS/Pasep e da
Cofins, incidentes sobre a receita ou o faturamento:
Pergunta 001
Contribuintes da Contribuição para o PIS/Pasep e
da Cofins, incidentes sobre a receita ou o
faturamento, no Regime de Apuração Cumulativa:
Pergunta 027
Cooperativas
Pergunta 089

Normativo: Lei nº 10.637, de 2002, arts. 1º e 8º;


Lei nº 10.833, de 2003, arts. 1º, 10 e 15, inciso V;
Lei nº 12.715, de 2012, art. 70
Decreto nº 3.048, de 1999, art. 201, § 6º
ADI SRF nº 21, de 2003.

034 Quais são as alíquotas vigentes da Contribuição para o PIS/Pasep


e da Cofins aplicáveis à tributação das pessoas jurídicas
autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil (BACEN),
pela Superintendência de Seguros Privados ou pela
Superintendência Nacional de Previdência Complementar
(Previc)?

Os bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de desenvolvimento, agências de


fomento, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e investimento,
sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras, distribuidoras de títulos e
valores mobiliários, empresas de arrendamento mercantil, cooperativas de crédito,
associações de poupança e empréstimo, empresas de seguros privados e de capitalização,
agentes autônomos de seguros privados e de crédito e entidades de previdência
complementar abertas e fechadas serão tributados pela Contribuição para o PIS/PASEP e
pela COFINS mediante aplicação a aplicação das alíquotas de 0,65% (sessenta e cinco
centésimos por cento) e de 4% (quatro por cento), respectivamente.

Veja ainda: Contribuintes da Contribuição para o PIS/Pasep e da


Cofins, incidentes sobre a receita ou o faturamento, no
Regime de Apuração Cumulativa:
Pergunta 027

528
Normativo: Medida Provisória nº 2.158-35, de 2001, art. 1º;
Lei nº 10.684, de 2003, art. 18; e
Lei nº 12.715, de 2012, art. 70
Decreto nº 3.048, de 1999, art. 201, § 6º
ADI SRF nº 21, de 2003

035 Como se calcula a Contribuição para o PIS/Pasep não cumulativa


e a Cofins não cumulativa incidentes sobre as receitas
decorrentes de contratos, com prazo de execução superior a 1
(um) ano, de construção por empreitada ou de fornecimento, a
preço predeterminado, de bens ou serviços a serem produzidos?

As contribuições serão calculadas sobre a receita apurada de acordo com os critérios de


reconhecimento adotados pela legislação do imposto de renda, previstos para a espécie
de operação.
A pessoa jurídica, contratada ou subcontratada, deve computar em cada período de
apuração parte do preço total da empreitada, ou dos bens ou serviços a serem fornecidos,
determinada mediante aplicação, sobre esse preço total, da percentagem do contrato ou
da produção executada no período de apuração.
A percentagem do contrato ou da produção do período de apuração pode ser determinada:

a) com base na relação entre os custos incorridos no período de apuração e o custo


total estimado da execução da empreitada ou da produção; ou
b) com base em laudo técnico de profissional habilitado, segundo a natureza da
empreitada ou dos bens ou serviços, que certifique a percentagem executada em função
do progresso físico da empreitada ou produção.

Veja ainda: Reconhecimento tempestivo dos créditos:


Pergunta 044.

Normativo: Lei nº 10.833, de 2003, art. 8º e art. 15º, IV; e


IN SRF nº 404, de 2004, art.5º.

036 Quais as receitas que permanecem sujeitas ao regime de


apuração cumulativa da Contribuição para o PIS/Pasep e da
Cofins independentemente de as pessoas jurídicas que as
auferem estarem sujeitas ao regime de apuração não cumulativa?

529
Continuam sujeitas ao regime de apuração cumulativa da Contribuição para o PIS/Pasep
e da Cofins as receitas decorrentes das seguintes operações:

a) venda de veículos usados, adquiridos para revenda, quando auferidas por pessoas
jurídicas que tenham como objeto social, declarado em seus atos constitutivos, a compra
e venda de veículos automotores;

b) prestação de serviços de telecomunicações;

c) vendas de jornais e periódicos e de prestação de serviços das empresas jornalísticas e


de radiodifusão sonora e de sons e imagens;

d) submetidas ao regime especial de tributação de que trata o art. 47 da Lei nº 10.637, de


2002, quando auferidas por pessoas jurídicas integrantes da Câmara de Comercialização
de Energia Elétrica - CCEE, instituída pela Lei nº 10.848, de 2004, sucessora do Mercado
Atacadista de Energia Elétrica - MAE, instituído pela Lei nº 10.433, de 24 de abril de
2002;

e) relativas a contratos firmados antes de 31 de outubro de 2003:

- com prazo de duração superior a 1(um) ano, de administradoras de planos de consórcios


de bens móveis e imóveis, regularmente autorizadas a funcionar pelo Banco Central;

- com prazo superior a 1 (um) ano, de construção por empreitada ou de fornecimento, a


preço predeterminado, de bens ou serviços;

- de construção por empreitada ou de fornecimento, a preço predeterminado, de bens ou


serviços contratados com pessoa jurídica de direito público, empresa pública, sociedade
de economia mista ou suas subsidiárias, bem como os contratos posteriormente firmados
decorrentes de propostas apresentadas, em processo licitatório, até aquela data;

f) prestação de serviços de transporte coletivo rodoviário, metroviário, ferroviário e


aquaviário de passageiros;

g) prestação de serviço de transporte coletivo de passageiros, efetuado por empresas


regulares de linhas aéreas domésticas, e as decorrentes da prestação de serviço de
transporte de pessoas por empresas de táxi aéreo;

h) prestação de serviços por hospital, pronto-socorro, clínica médica, odontológica, de


fisioterapia e de fonoaudiologia, e laboratório de anatomia patológica, citológica ou de
análises clínicas;

i) prestação de serviços de diálise, raios X, radiodiagnóstico e radioterapia, quimioterapia


e de banco de sangue;

j) prestação de serviços de educação infantil, ensinos fundamental e médio e educação


superior;

k) comercialização de pedra britada, de areia para construção civil e de areia de brita,

530
l) vendas de mercadoria nacional ou estrangeira a passageiros de viagens internacionais,
efetuadas por lojas francas instaladas na zona primária de portos ou aeroportos na forma
do art. 15 do Decreto-Lei nº 1.455, de 7 de abril de 1976;

m) edição de periódicos e de informações neles contidas, que sejam relativas aos


assinantes dos serviços públicos de telefonia;

n) prestação de serviços com aeronaves de uso agrícola inscritas no Registro Aeronáutico


Brasileiro - RAB;

o) prestação de serviços das empresas de call center, telemarketing, telecobrança e de


teleatendimento em geral;

p) execução por administração, empreitada ou subempreitada, de obras de construção


civil;

q) relativas às atividades de revenda de imóveis, desmembramento ou loteamento de


terrenos, incorporação imobiliária e construção de prédio destinado à venda, quando
decorrentes de contratos de longo prazo firmados antes de 31 de outubro de 2003;

r) parques temáticos, serviços de hotelaria e de organização de feiras e eventos, conforme


ato conjunto dos Ministérios da Fazenda e do Turismo;

s) prestação de serviços postais e telegráficos prestados pela Empresa Brasileira de


Correios e Telégrafos;

t) prestação de serviços públicos de concessionárias operadoras de rodovias;

u) prestação de serviços das agências de viagem e de viagens e turismo;

w) auferidas por empresas de serviços de informática, decorrentes das atividades de


desenvolvimento de software e o seu licenciamento ou cessão de direito de uso, bem
como de análise, programação, instalação, configuração, assessoria, consultoria, suporte
técnico e manutenção ou atualização de software, compreendidas ainda como softwares
as páginas eletrônicas;

x) venda, pelo contribuinte substituto, de produtos para os quais se tenha adotado a


substituição tributária da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS;
y) alienação de participações societárias.

Normativo: Lei nº 10.637, de 2002, art. 8º, incisos VII a XIII; e


Lei nº 10.833, de 2003, art. 10, incisos VII a XXX, e art.
15, inciso V.

531
037 Quais são as alíquotas vigentes da Contribuição para o PIS/Pasep
e da Cofins no regime de apuração não cumulativa?

Ressalvadas as disposições específicas, a Contribuição para o PIS/PASEP e a COFINS,


devidas no regime de apuração não cumulativa, serão calculadas mediante aplicação das
alíquotas de 1,65% (um inteiro e sessenta e cinco centésimos por cento) e 7,6% (sete
inteiros e seis décimos por cento), respectivamente.

Veja ainda: Alíquotas da Contribuição para o PIS/Pasep e da


Cofins, incidentes sobre a receita ou o faturamento:
Pergunta 025
Alíquotas da Contribuição para o PIS/Pasep e da
Cofins no regime de apuração cumulativa:
Pergunta 030
Alíquotas dos produtos sujeitos à tributação
monofásica (concentradas e reduzidas a zero):
Perguntas 085 e 086
Gás Natural Veicular:
Pergunta 087
Alíquotas aplicáveis a algumas transações
envolvendo a Zona Franca de Manaus:
Perguntas 101 a 104
Alíquotas Zero:
Pergunta 009

Normativo: Lei nº 10.637, de 2002, art. 2º, caput e §2º;


Lei nº 10.833, de 2003, art. 2º, caput e §2º.

038 Como devem ser calculados os créditos da Contribuição para o


PIS/Pasep e da Cofins de que tratam o art. 3º da Lei nº 10.637,
de 2002, e o art. 3º da Lei nº 10.833, de 2003?

Os créditos da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, regra geral, observados os


limites e vedações tratados na pergunta 039, devem ser determinados mediante a
aplicação dos percentuais de 1,65% e 7,6%, respectivamente, sobre os valores:

1) das aquisições efetuadas no mês de pessoas jurídicas domiciliadas no país:

a) de bens para revenda, exceto:


a.1.1) produtos sujeitos à tributação concentrada (Pergunta 077); e

532
a.1.2) produtos em relação aos quais a Contribuição para o PIS/Pasep e a Cofins
foram pagas por substituição tributária, como por exemplo, cigarros e veículos
dos códigos 8432.30 e 87.11 Tipi;
b) de bens e serviços, utilizados como insumo na prestação de serviços e na fabricação
ou produção de bens ou produtos destinados à venda, inclusive combustíveis e
lubrificantes, exceto em relação ao pagamento de que trata o art. 2º da Lei nº 10.485,
de 2002, devido pelo fabricante ou importador, ao concessionário, pela intermediação
ou entrega dos veículos classificados nas posições 87.03 e 87.04 da Tipi.
2) das despesas e custos incorridos no mês, pagos ou creditados a pessoas jurídicas
domiciliadas no país, relativos a:

a) energia elétrica e energia térmica, inclusive sob a forma de vapor, consumida nos
estabelecimentos da pessoa jurídica;
b) aluguéis de prédios, máquinas e equipamentos, utilizados nas atividades da
empresa;
c) o valor das contraprestações de operações de arrendamento mercantil de pessoas
jurídicas, exceto daquelas optantes pelo Simples Nacional;
d) armazenagem de mercadoria e frete na operação de venda (bens para revenda e
produtos destinados à venda), quando o ônus for suportado pelo vendedor;
e) vale-transporte, vale-refeição ou vale-alimentação, fardamento ou uniforme
fornecidos aos empregados por pessoa jurídica que explore as atividades de prestação
de serviços de limpeza, conservação e manutenção.
3) dos encargos de depreciação e amortização, incorridos no mês, determinados mediante
a aplicação da taxa de depreciação fixada pela RFB em função do prazo de vida útil do
bem, relativos a:

a) máquinas, equipamentos e outros bens incorporados ao ativo imobilizado,


adquiridos ou fabricados a partir de maio de 2004, para utilização na produção de
bens destinados à venda, para utilização na prestação de serviços, ou para locação a
terceiros;
(Alternativamente, este crédito, relativo à aquisição de máquinas e equipamentos
novos destinados ao ativo imobilizado, pode ser apropriado de forma imediata,
mediante a aplicação dos percentuais sobre o custo de aquisição do bem.)
b) edificações e benfeitorias em imóveis próprios ou de terceiros, adquiridas ou
construídas a partir de maio de 2004, utilizados nas atividades da empresa;
(Na hipótese de edificações incorporadas ao ativo imobilizado, adquiridas ou
construídas para utilização na produção de bens destinados à venda ou na prestação
de serviços, este créditos pode ser descontado no prazo de 24 meses, mediante a
aplicação, a cada mês, dos percentuais referidos no art. 139, sobre o valor
correspondente a 1/24 do custo de aquisição ou de construção da edificação.)
c) bens incorporados ao ativo intangível, adquiridos para utilização na produção de
bens destinados a venda ou na prestação de serviços.
4) dos bens recebidos em devolução, no mês, cuja receita de venda tenha integrado o
faturamento do mês ou de mês anterior, e tenha sido tributada conforme o disposto na Lei
nº 10.637, de 2002, arts. 1º ao 6º, e na Lei nº 10.833, de 2003, art. 1º ao 9º.

533
Notas:

1) Observadas as vedações previstas e demais disposições da


legislação aplicável, as pessoas jurídicas sujeitas ao regime de
apuração não cumulativa podem apurar créditos em relação às
aquisições de bens e serviços de pessoa jurídica optante pelo
Simples Nacional
2) O crédito não aproveitado em determinado mês pode ser utilizado
nos meses subsequentes.
2) O direito de utilizar os créditos prescreve em 5 (cinco) anos
contados da data da sua constituição.
3) O aproveitamento dos créditos deve ser efetuado sem atualização
monetária ou incidência de juros.
4) As pessoas jurídicas submetidas ao regime de apuração não
cumulativa deverão apurar e registrar os créditos de forma
segregada, discriminando-os em função da natureza, origem e
vinculação.
5) As vendas efetuadas com suspensão, isenção, alíquota 0 (zero) ou
não incidência da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins não
impedem a manutenção, pelo vendedor, dos créditos vinculados
a essas operações.
6) O valor dos créditos apurados não constitui receita da pessoa
jurídica, servindo somente para desconto do valor apurado da
contribuição.
7) Considera-se aquisição, para fins da apuração de créditos no
regime de apuração não cumulativa, a versão de bens e direitos
nele referidos, em decorrência de fusão, incorporação e cisão de
pessoa jurídica domiciliada no País, somente nas hipóteses em
que seria admitido o desconto do crédito pela pessoa jurídica
fusionada, incorporada, ou cindida.
8) O seguro e o frete pagos na aquisição, quando suportados pelo
comprador, consideram-se incluídos no valor de aquisição dos
bens a serem utilizados como insumo, adquiridos para revenda
ou destinados ao ativo imobilizado.
9) O IPI incidente na aquisição, quando não recuperável, integra o
valor de aquisição dos bens.
10) O ICMS integra o valor de aquisição de bens e serviços, exceto
quando cobrado pelo vendedor na condição de substituto
tributário.

534
Veja ainda: Créditos da Não Cumulatividade. Limites e
Vedações:
Pergunta 039
Créditos da Não Cumulatividade. Insumos:
Pergunta 040
Crédito decorrente de devolução de mercadorias:
Pergunta 041
Créditos na atividade imobiliária:
Pergunta 046
Reconhecimento tempestivo dos créditos:
Pergunta 045
Créditos de Embalagens para Bebidas
Pergunta 065
Diferimento de crédito:
Pergunta 109.

Normativo: Lei nº 10.637, de 2002, art. 3º; e


Lei nº 10.833, de 2003, art. 3º, 13 e art. 15;
Lei nº 10.865, de 2004, arts. 30 e 31;
Lei nº 11.033, de 2004, art. 17;
Lei nº 11.488, de 2007, art. 6º;
Lei nº 11.727, de 2008, art. 24, § 2º
Lei nº 11.774, de 2008, art. 1º;
Lei 12.058, de 2009, art. 35;
ADI RFB nº 15, de 26 de setembro de 2007;
ADI RFB nº 4, de 3 de abril de 2007; e
ADI RFB nº 3, de 29 de março de 2007.

039 Quais são os principais limites e vedações legais ao


aproveitamento dos créditos básicos da Contribuição para o
PIS/Pasep e da Cofins nos termos do art. 3º da Lei nº 10.637, de
2002, e do art. 3º da Lei nº 10.833, de 2003, respectivamente?

1) Não dão direito à crédito os valores:

535
a) de aquisições de bens ou serviços não sujeitos ao pagamento das contribuições,
nas hipóteses de não incidência, alíquota zero e suspensão do pagamento;
b) de aquisição de bens ou serviços com isenção das contribuições, quando as
aquisições se vincularem a receitas isentas, não alcançadas pelas contribuições ou
sujeitas à alíquota zero;
c) de custos, despesas e encargos vinculados à receitas sujeitas ao regime de
apuração cumulativa;
d) de aquisição para revenda de bens submetidos à tributação concentrada ou
substituição tributária.
2) Os créditos só podem ser utilizados para desconto dos valores da Contribuição para o
PIS/Pasep e da Cofins apurados sobre as receitas sujeitas ao regime de apuração não
cumulativa.

3) Salvo expressa disposição legal, como nas hipóteses previstas no art. 16 da Lei nº
11.116, de 2005, os créditos da não cumulatividade não ensejam compensação ou
ressarcimento, nem dão direito a correção monetária ou juros.

4) Deverá ser estornado o crédito relativo a bens, adquiridos para revenda ou utilizados
como insumos, que tenham sido furtados ou roubados, inutilizados ou deteriorados,
destruídos em sinistro ou , ainda, empregados em outros produtos que tenham tido a
mesma destinação.

5) Não dão direito à apuração de créditos, entre outros, os valores:

a) dos encargos de exaustão;

b) de taxas de administração pagas a administradoras de cartões de crédito ou débito;

Veja ainda: Créditos da Não Cumulatividade:


Pergunta 038

Normativo: Lei nº 10.637, de 2002, art. 3º, § 2º; e


Lei nº 10.833, de 2003, art. 3º , § 2º; e art. 15, inciso IV;
Lei nº 10.925, de 2004, art. 13.
ADI RFB nº 35, de 2011
ADI RFB nº 36, de 2011

536
040 Para efeitos de utilização dos créditos da Contribuição para o
PIS/Pasep e da Cofins de que tratam o art. 3º, inciso II, da Lei nº
10.637, de 2002, e o art. 3º, inciso II, da Lei nº 10.833, de 2003,
o que pode ser considerado insumo?

1) Consideram-se insumos:

a) bens utilizados, aplicados ou consumidos na prestação de serviços ou na


produção ou fabricação de bens destinados à venda;
b) serviços utilizados ou aplicados na prestação de serviços ou na produção ou
fabricação de bens destinados à venda;
c) bens e serviços utilizados, aplicados ou consumidos na produção ou
fabricação dos insumos de que trata o inciso I do caput.
d) serviços de manutenção necessários ao funcionamento de máquinas e
equipamentos utilizados na prestação de serviços ou na produção de bens
destinados à venda;
e) bens de reposição necessários ao funcionamento de máquinas e equipamentos
utilizados na prestação de serviços ou na produção de bens destinados à venda;
f) combustíveis e lubrificantes utilizados ou consumidos na prestação de serviços
ou na produção de bens destinados à venda; e
g) serviços de transporte de produtos em elaboração realizados em ou entre
estabelecimentos da pessoa jurídica e os custos ou despesas a eles relacionados.
(?)

2) Não são considerados insumos, entre outros:

a) bens incluídos no ativo imobilizado;


b) serviços de transporte de produtos acabados realizados em ou entre
estabelecimentos da pessoa jurídica e os custos ou despesas a eles relacionados;
c) bens e serviços utilizados, aplicados ou consumidos em operações comerciais;
d) bens e serviços utilizados, aplicados ou consumidos nas atividades
administrativas da pessoa jurídica.

Veja ainda: Vedações e limites à apuração de créditos:


Pergunta 039

Normativo: Lei nº 10.637, de 2002, art. 3º , inciso II; e


Lei nº 10.833, de 2003, art. 3º, inciso II e alterações.
Decreto nº 3.000, de 1999, art. 289;
ADI RFB nº 4, de 3 de abril de 2007; e
ADI RFB nº 3, de 29 de março de 2007.

537
041 Qual o tratamento dado às devoluções de mercadorias, no regime
de apuração não cumulativa das contribuições?

As devoluções de mercadorias compõem a base de cálculo dos créditos, caso as


respectivas receitas de venda tenham integrado a base de cálculo também submetida ao
regime de apuração não cumulativa, do próprio mês ou de mês anterior.

No caso de devolução de vendas de períodos anteriores, o crédito será calculado mediante


aplicação da alíquota incidente na venda e apropriado no mês do recebimento da
devolução.

Normativo: Lei nº 10.637, de 2002, art. 3º, VIII; e


Lei nº 10.833, de 2003, art. 3º, VIII e §18, e art. 15, II.

042 Na hipótese de a pessoa jurídica sujeitar-se à apuração não


cumulativa da Contribuição para o PIS/Pasep e da
Cofins incidentes sobre a receita, em relação a apenas parte de
suas receitas, como devem ser apurados/contabilizados os
créditos a descontar das contribuições devidas?

Nessa hipótese, a pessoa jurídica deve calcular créditos somente em relação aos custos,
despesas e encargos vinculados à receita sujeita a apuração não cumulativa da
Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins.

No caso de custos, despesas e encargos comuns (vinculados tanto às receitas sujeitas ao


regime de apuração não cumulativa quanto ás receitas sujeitas ao regime de apuração
cumulativa), o crédito, a cada mês, será determinado, a critério da pessoa jurídica, pelo
método de:
a) apropriação direta, inclusive em relação aos custos, por meio de sistema de
contabilidade de custos integrado e coordenado com a escrituração; ou
b) rateio proporcional, aplicando-se aos custos, despesas e encargos comuns a relação
percentual existente entre a receita bruta sujeita à apuração não cumulativa e a receita
bruta total, auferida em cada mês.

Nota:

1) O método eleito pela pessoa jurídica para determinação do


crédito deve ser aplicado consistentemente por todo o
anocalendário e, igualmente, adotado tanto na apuração do crédito
relativo à contribuição para o PIS/Pasep e à Cofins.

538
2) Não é possível o cálculo de crédito em relação a custos,
despesas e encargos vinculados exclusivamente a receita sujeita
ao regime de apuração cumulativa.
3) Para o cálculo de crédito em relação a custos, despesas e
encargos vinculados exclusivamente a receita sujeita ao regime de
apuração não cumulativa, não há necessidade de aplicação dos
métodos citados nos itens a e b acima.

Normativo: Lei nº 10.637, de 2002, art. 1º, § 1º e art. 3º, §§ 7º, 8º e


9º;
Lei nº 10.833, de 2003, art. 3º, §§ 7º, 8º e 9º; e
IN SRF nº 247, de 2002, art. 100;
IN SRF nº 404, de 2004, art. 21;
IN SRF nº 594, de 2005, art. 40; e
IN SRF nº 658, de 2006, art. 6º.

043 Para efeito de cálculo dos créditos da Contribuição para o


PIS/Pasep e da Cofins nos termos do art. 3º da Lei nº 10.637, de
2002 e do art. 3º da Lei nº 10.833, de 2003, o ICMS e o IPI
integram os valores das aquisições de bens para revenda e de
bens e serviços utilizados como insumos na produção ou
fabricação de produtos destinados à venda ou na prestação de
serviços?

O IPI, quando não recuperável, e o ICMS, exceto quando cobrado pelo vendedor na
condição de substituto tributário, integram o valor de aquisição de bens e serviços, para
efeito de cálculo dos créditos básicos da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins.

Normativo: Lei nº 10.637, de 2002, art. 3º, §§ 8º a 10;


Lei Nº 10.833, de 2003, art. 3º, §§ 8º a 10;
IN SRF nº 247, de 2002, art. 66, §3º; e
IN SRF nº 404, de 2004, art. 8º, §3º.

539
044 Quando podem ser utilizados, no regime de apuração não
cumulativa, os créditos da Contribuição para o PIS/Pasep não
cumulativa e da Cofins não cumulativa pelas pessoas jurídicas
contratadas ou subcontratadas, no caso de contratos com prazo
de execução superior a 1 (um) ano, de construção por empreitada
ou de fornecimento, a preço predeterminado, de bens ou serviços
a serem produzidos?

Os créditos da não cumulatividade da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS


vinculados a receitas decorrentes de contratos com prazo de execução superior a 1 (um)
ano, de construção por empreitada ou de fornecimento, a preço predeterminado, de bens
ou serviços a serem produzidos, poderão ser utilizados somente na proporção das receitas
reconhecidas no período.

Veja ainda: Reconhecimento tempestivo das contribuições:


Pergunta 035.

Normativo: Lei nº 10.833, de 2003, art. 8º, parágrafo único, e art. 15,
inciso IV; e
IN SRF nº 404, de 2004, art. 15.

045 A partir de quando podem ser utilizados, pelas pessoas jurídicas


que exerçam atividades imobiliárias, os créditos da não
cumulatividade da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins
referentes aos custos vinculados à unidade construída ou em
construção?

A pessoa jurídica que adquirir imóvel para venda ou promover empreendimento de


desmembramento ou loteamento de terrenos, incorporação imobiliária ou construção de
prédio destinado à venda poderá utilizar crédito referente aos custos vinculados à unidade
construída ou em construção somente a partir da efetivação da venda. O crédito apurado
deve ser utilizado na proporção da receita relativa à venda da unidade imobiliária, à
medida do recebimento.

Notas:

1) Considera-se efetivada ou realizada a venda de unidade


imobiliária quando contratada a operação de compra e venda,
ainda que mediante instrumento de promessa, carta de reserva
com princípio de pagamento ou qualquer outro documento

540
representativo de compromisso, ou quando implementada a
condição suspensiva a que estiver sujeita essa venda.
2) As despesas com vendas, as despesas financeiras, as despesas
gerais e administrativas e quaisquer outras, operacionais e não
operacionais, não integram o custo dos imóveis vendidos.
3) O aproveitamento dos créditos referidos nesta pergunta não
enseja a atualização monetária ou incidência de juros sobre os
respectivos valores.

Veja ainda: Créditos da Atividade Imobiliária, Unidade não


concluída, Custo Orçado:
Pergunta 046
Créditos da Atividade Imobiliária, Diferença entre
Custo Orçado e Efetivamente Realizado:
Pergunta 047

Normativo: Lei nº 10.833, de 2003, art. 4º, art. 13, art. 15, inciso VI
e art. 16; e
IN SRF nº 458, de 2004, arts. 5º e 19.

046 Na hipótese de venda de unidade imobiliária não concluída, a


pessoa jurídica vendedora pode utilizar créditos da Contribuição
para o PIS/Pasep e da Cofins calculados em relação ao custo
orçado de que trata a legislação do Imposto de Renda?

Sim, no caso de venda de unidade imobiliária não concluída, a pessoa jurídica pode
utilizar créditos presumidos, calculados mediante a aplicação das alíquotas 1,65%
(crédito da Contribuição para o PIS/Pasep não cumulativa) e 7,6% (crédito da Cofins não
cumulativa) sobre o valor do custo orçado para conclusão da obra ou melhoramento,
ajustado pela exclusão dos valores a serem pagos a pessoa física, encargos trabalhistas,
sociais e previdenciários, e dos bens e serviços, acrescidos dos tributos incidentes na
importação, adquiridos de pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no exterior.
O crédito apurado deve ser utilizado na proporção da receita relativa à venda da unidade
imobiliária, à medida do recebimento.
Notas:

1) Considera-se custo orçado aquele baseado nos custos usuais


para cada tipo de empreendimento imobiliário, a preços
correntes de mercado na data em que a pessoa jurídica optar por
ele, e corresponde à diferença entre o custo total previsto e os
custos pagos, incorridos ou contratados até a mencionada data.

541
2) Ocorrendo modificação do valor do custo orçado, antes do
término da obra ou melhoramento, nas hipóteses previstas na
legislação do imposto de renda, o novo valor do custo orçado
deverá ser considerado a partir do mês da modificação, no
cálculo dos créditos presumidos.
3) Tratando-se de modificação do valor do custo orçado para mais,
antes do término da obra ou melhoramento, as diferenças do
custo orçado correspondentes à parte do preço de venda já
recebida da unidade imobiliária poderão ser computadas como
custo adicional do período em que se verificar a modificação do
custo orçado, sem direito a qualquer atualização monetária ou
juros.
4) O aproveitamento dos créditos referidos nesta pergunta não
enseja a atualização monetária ou incidência de juros sobre os
respectivos valores.

Veja ainda: Créditos da Atividade Imobiliária, Unidade


Construída ou em Construção:
Pergunta 045
Créditos da Atividade Imobiliária, Diferença entre
Custo Orçado e Efetivamente Realizado:
Pergunta 047

Normativo: Lei nº 10.833, de 2003, art. 4º, §§ 1º ao 4º, art. 13, art. 15,
inciso VI, e art. 16; e
IN SRF nº 458, de 2004, arts. 8º, 9º e 19.

047 Como serão tratadas as diferenças eventualmente verificadas


entre o custo orçado e o efetivamente realizado após a conclusão
da obra, pela pessoa jurídica que tenha utilizado o crédito
presumido de que trata o § 1º do art. 4º da Lei nº 10.833, de 2003,
referente à unidade imobiliária vendida antes de sua conclusão?

A pessoa jurídica deve determinar, na data da conclusão da obra ou melhoramento, a


diferença entre o custo orçado e o efetivamente realizado, apurados na forma da legislação
do imposto de renda, com os ajustes descritos na pergunta anterior, observado que:
a) se o custo realizado for inferior ao custo orçado, em mais de 15% (quinze por cento)
deste, considerar-se-ão como postergadas as contribuições incidentes sobre a
diferença;
b) se o custo realizado for inferior ao custo orçado, em até 15% (quinze por cento) deste,
as contribuições incidentes sobre a diferença serão devidas a partir da data da
conclusão, sem acréscimos legais;
542
c) se o custo realizado for superior ao custo orçado, a pessoa jurídica terá direito ao
crédito correspondente à diferença, no período de apuração em que ocorrer a
conclusão, sem acréscimos.
Notas:

1) No período de apuração em que ocorrer a conclusão da obra ou


melhoramento, a diferença de custo deve ser adicionada ou
subtraída, conforme o caso, no cálculo do crédito a ser
descontado das contribuições.
2) Em relação à contribuição considerada postergada, devem ser
recolhidos os acréscimos referentes a juros de mora e multa, de
mora ou de ofício, calculados na forma da legislação que rege a
cobrança das contribuições não pagas.
3) As diferenças entre o custo orçado e o realizado serão apuradas,
extra contabilmente, ao término da obra, mediante a aplicação
do procedimento descrito no §7º do art. 9º da IN SRF nº 458 de
2004, a todos os períodos de apuração em que houver ocorrido
reconhecimento, sob o regime de apuração não cumulativa, de
receita de venda da unidade imobiliária.
4) A atualização monetária, nas vendas contratadas com cláusula
de atualização monetária do saldo credor do preço, integra a
base de cálculo das contribuições à medida do efetivo
recebimento.

Veja ainda: Créditos da Atividade Imobiliária, unidade


construída ou em construção:
Pergunta 045
Créditos da Atividade Imobiliária, Unidade não
concluída, Custo Orçado:
Pergunta 046

Normativo: Lei nº 10.833, de 2003, art. 4º, §§ 5º e 6º, e art. 16; e


IN SRF nº 458, de 2004, arts. 9º e 10º.

048 Como deve proceder a pessoa jurídica vendedora na apuração


não cumulativa da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins no
caso de devolução de venda de unidade imobiliária?

A pessoa jurídica vendedora deve estornar, na data do desfazimento do negócio, os


créditos referentes a unidades imobiliárias recebidas em devolução.

543
Normativo: Lei nº 10.833, de 2003, art. 4º, § 9º; e art. 16; e
IN SRF nº 458, de 2004, art.9º, §10º.

049 Em quais hipóteses as importações efetuadas com incidência da


Contribuição para o PIS/Pasep-Importação e da Cofins-
Importação podem originar créditos a serem utilizados no
desconto da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins devidas
no regime de apuração não cumulativa?

A pessoa jurídica sujeita ao regime de apuração não cumulativa, pode descontar da


Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, créditos calculados sobre os valores:

1) das importações, efetuadas no mês, de bens para revenda;

2) das importações, efetuadas no mês, de bens e serviços utilizados como insumo:

a) na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda;


b) na prestação de serviços.
3) dos encargos de depreciação, incorridos no mês, determinados mediante a taxa de
depreciação fixada pela RFB em função do prazo de vida útil do bem, relativos a
máquinas, equipamentos e outros bens importados, desde que incorporados ao ativo
imobilizado para:

a) utilização na produção de bens destinados à venda;


b) utilização na prestação de serviços; ou
c) locação a terceiros.
(Alternativamente, este crédito, relativo à aquisição de máquinas e equipamentos novos
destinados ao ativo imobilizado, pode ser apropriado de forma imediata, mediante a
aplicação das alíquotas sobre o custo de aquisição do bem.)

4) de energia elétrica consumida nos estabelecimentos da pessoa jurídica; e

5) de aluguéis e de contraprestação de operações de arrendamento mercantil de prédios,


máquinas e equipamentos, embarcações e aeronaves, utilizados na atividade da empresa.

Regra geral, as alíquotas para cálculo dos créditos são:

a) na importação de bens: 2,1%, para a Contribuição para o PIS/Pasep; e 9,65%, para a


Cofins;

544
b) na importação de serviços: 1,65%, para a Contribuição para o PIS/Pasep; e 7,6%, para
a Cofins

Na importação de bens submetidos à tributação no mercado interno com base em


alíquotas concentradas ou reduzidas, não se aplica a regra geral, devendo os créditos
serem determinados com base nas aliquotas relacionadas no art. 8º da Lei nº 10.865, de
2004.

Notas:

1) Os créditos de que trata esta pergunta são calculados sobre o valor


que serviu de base de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep-
Importação e da Cofins-Importação.
2) O IPI vinculado à importação, quando integrante do custo de
aquisição da mercadoria importada, poderá ser incluído no cálculo dos
créditos tratados nesta pergunta.
3) O direito a esse crédito aplica-se apenas em relação às contribuições
efetivamente pagas na importação.
4) Não darão direito à apuração dos créditos tratados nesta pergunta, os
valores das importações de bens e serviços vinculados a receitas
sujeitas ao regime de apuração cumulativa das contribuições.
5) Não darão direito à apuração dos créditos tratados nesta pergunta,
os valores das importações de bens e serviços isentos da Contribuição
para o PIS/Pasep-Importação e da Cofins-Importação na hipótese
dessas importações serem vinculadas a receitas isentas, não alcançadas
pelas contribuições ou sujeitas à alíquota 0 (zero) dessas contribuições
no mercado interno.
6) O crédito não aproveitado em determinado mês poderá sê-lo nos
meses subsequentes.
7) A hipótese de crédito de que trata o item 2 (insumos) alcança os
direitos autorais pagos pela indústria fonográfica desde que esses
direitos tenham se sujeitado ao pagamento da Contribuição para o
Pis/Pasep-Importação e da Cofins-Importação.
9) Os gastos com desembaraço aduaneiro na importação não gera
direito ao crédito de que trata esta pergunta.

Veja ainda: Créditos da Não Cumulatividade. Ressarcimento e


Compensação:
Pergunta 055

Normativo: Lei nº 10.833, de 2003, § 15 do art. 58-J;

545
Lei nº 10.865, de 2003, arts. 15 a 17; e § 23 do art. 8º;
Lei nº 11.116, de 2005, art. 8º;
Lei nº 11.196, de 2005, arts. 56 a 57-A;
Lei nº 11.774, de 2008, art. 1º e;
Decreto nº 6.707, de 2008.

050 A pessoa jurídica que presta serviço de transporte rodoviário de


carga, submetida ao regime de apuração não cumulativa, faz jus
a crédito da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins
decorrente de subcontratação de pessoa jurídica optante de
Simples Nacional ou de transportador autônomo pessoa física?

Sim. A empresa de serviço de transporte rodoviário de carga que subcontratar serviço de


transporte de carga prestado por pessoa física transportador autônomo, ou pessoa jurídica
transportadora optante pelo Simples Nacional, poderá descontar da Contribuição para o
PIS/Pasep e da Cofins devida em cada período de apuração, crédito calculado sobre o
valor dos pagamentos efetuados por esses serviços.
Nota:

O montante de crédito de que trata esta pergunta deve ser determinado


mediante a multiplicação do valor dos mencionados pagamentos por
1,2375% (75% de 1,65%), para o crédito da Contribuição para o
PIS/Pasep, e 5,7% (75% de 7,6%), para o crédito da Cofins.

Normativo: Lei nº 10.833, de 2004, art. 3º, §§ 19 e 20, e art. 15, inciso
II.

051 Quais créditos da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins no


regime de apuração não cumulativa, vinculados a receita de
exportação, poderão ser utilizados pela pessoa jurídica não
cumulativa para descontar do devido dessas contribuições
decorrentes de receitas auferidas no mercado interno?

A pessoa jurídica que aufere receitas de exportação nos termos dos incisos I a III do art.
5º da Lei nº 10.637, de 2002, e dos incisos I a III do art. 6º da Lei nº 10.833, de 2003,
poderá utilizar os créditos da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins apurados nos
termos do art. 3º da Lei nº 10.637, de 2002, e do art. 3º da Lei nº 10.833, de 2003,
respectivamente, vinculados a referidas exportações, para descontar do devido dessas
contribuições decorrente de receitas auferidas no mercado interno no regime não

546
cumulativo, observados os limites e as vedações contidos em referidos artigos e na
legislação pertinente.

Nota:

1) O direito de utilizar o crédito de que trata esta pergunta não


beneficia a empresa comercial exportadora que tenha adquirido
mercadorias com o fim específico de exportação, ficando vedada,
nesta hipótese, a apuração de créditos vinculados à receita de
exportação.
2) Os créditos apurados em relação a custos, despesas e encargos
vinculados à receita de exportação de que trata esta pergunta deve
observar os métodos de apropriação direta ou rateio proporcional,
conforme o caso, de que trata a pergunta 042.

Veja ainda: Créditos da Não Cumulatividade:


Pergunta 038
Créditos da Não Cumulatividade. Pessoa Jurídica
com Receitas Parcialmente sujeitas à Não
Cumulatividade:
Pergunta 042

Normativo: Lei nº 10.637, de 2002, art. 5º, § 1º;


Lei nº 10.833, de 2003, art. 6º, § 1º e 4º; e
Lei nº 11.033, de 2004, art. 17.

052 Os créditos da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins


vinculados à receita de exportação de que tratam o art. 5º da Lei
nº 10.637, de 2002, e o art. 6º da Lei nº 10.833, de 2003,
respectivamente, podem ser objeto de ressarcimento ou
compensação?

Sim.
1) A pessoa jurídica sujeita ao regime de incidência não cumulativa poderá utilizar o saldo
de créditos apurado nos termos do art. 3º da Lei nº 10.637, de 2002, e do art. 3º da Lei nº
10.833, de 2003, decorrentes de custos, despesas e encargos vinculados às receitas
resultantes das operações de exportação de que tratam o art. 5º da Lei nº 10.637, de 2002,
e o art. 6º da Lei nº 10.833, de 2003, para fins de desconto do valor da Contribuição para
o PIS/Pasep e da Cofins a recolher, decorrente das demais operações no mercado interno.

547
2) Referidos créditos, que não puderem ser utilizados no desconto de débitos das
respectivas contribuições, poderão sê-lo na compensação de débitos próprios, vencidos
ou vincendos, relativos a tributos e contribuições administrados pela RFB, observada a
legislação específica aplicável à matéria.
3) A pessoa jurídica que, até o final de cada trimestre do ano civil, não conseguir utilizar
o crédito por qualquer das formas previstas nos itens 1 e 2 acima, poderá solicitar o seu
ressarcimento, observada a legislação específica aplicável à matéria.

Notas:

1) O disposto nesta pergunta não se aplica a custos, despesas e


encargos vinculados às receitas de exportação de produtos ou de
prestação de serviços, nas hipóteses previstas no art. 8º da Lei
nº 10.637, de 2002, e no art. 10 da Lei nº 10.833, de 2003
(regime cumulativo).
2) O direito de utilização de crédito, na forma desta pergunta, não
beneficia a empresa comercial exportadora que tenha adquirido
mercadorias com o fim específico de exportação. Nesta
hipótese, é vedada a apuração de créditos vinculados à receita
de exportação.
3) O direito de utilização de crédito de que trata esta pergunta
aplica-se somente aos créditos apurados em relação a custos,
despesas e encargos vinculados à receita de exportação,
observado o disposto nos §§ 8º e 9º do art. 3º da Lei 10.833, de
2003, e nos §§ 8º e 9º do art. 3º da Lei 10.637, de 2002.
4) Os créditos da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins de
que trata esta pergunta, remanescentes do desconto de débitos
dessas contribuições em um mês de apuração, embora não sejam
passíveis de ressarcimento antes de encerrado o trimestre do
ano-calendário a que se refere o crédito, podem ser utilizados na
compensação.
5) O disposto nesta pergunta não se aplica às exportações realizadas
pela sociedade de propósito específico de que trata o art. 56 da
Lei Complementar nº 123, de 2006.

Veja ainda: Créditos da Não Cumulatividade:


Pergunta 038
Créditos da Não Cumulatividade. Limites e Vedações:
Pergunta 039
Créditos da Não Cumulatividade. Créditos
Vinculados à Exportação:
Pergunta 052

548
Normativo: Lei Complementar nº 123, de 2006, art. 56, § 3º;
Lei nº 10.637, de 2002, art.5º;
Lei nº 10.833, de 2003, art. 6º;
IN SRF nº 247, de 2002, arts. 78 e 79; e
IN RFB nº 1.300, de 2012, art. 27, inciso I do caput e §§
1º, 2º e 6º, e art. 49, inciso I do caput e §§ 1º a 3º, 10 a 15.

053 Como considerar os créditos na apuração da Contribuição para


o PIS/Pasep e da Cofins incidentes sobre a receita na hipótese
de a empresa comercial exportadora não efetuar a exportação
das mercadorias adquiridas com o fim específico de exportação
a que se referem os incisos VIII e IX do art. 14 da MP nº 2.158-
35, de 2001, o inciso III do art. 5º da Lei nº 10.637, de 2002 e o
inciso III do art. 6º da Lei nº 10.833, de 2003?

A empresa comercial exportadora que utilizar ou revender no mercado interno, produtos


adquiridos com o fim específico de exportação, ou que no prazo de 180 (cento e oitenta)
dias, contados da data da emissão da nota fiscal de venda pela empresa vendedora, não
comprovar o embarque das mercadorias para o exterior, fica obrigada ao pagamento:
a) da Contribuição para o PIS/Pasep incidente sobre a receita, não recolhida pela
empresa vendedora em decorrência do disposto no § 1º do art. 14 da MP nº 2.158-
35, de 2001, (cumulatividade), ou no inciso III do art. 5º da Lei nº 10.637, de 2002
(Não Cumulatividade);
b) da Cofins, incidente sobre a receita, não recolhida pela empresa vendedora em
decorrência do disposto nos incisos VIII e IX do caput do art. 14 da MP nº 2.158-
35, de 2001, (cumulatividade), ou no inciso III do art. 6º da Lei nº 10.833, de 2003
(Não Cumulatividade);
c) das contribuições incidentes sobre o seu faturamento, na hipótese de revenda no
mercado interno; e
d) do valor correspondente ao ressarcimento do crédito presumido de IPI atribuído
à empresa produtora vendedora, se for o caso.
Notas:

1) Para as contribuições devidas de acordo com as letras “a” e “b”,


a base de cálculo é o valor das mercadorias não exportadas,
praticado na operação em que a empresa comercial exportadora
os adquiriu.
2) No pagamento das contribuições devidas de acordo com as letras
“a” e “b”, a empresa comercial exportadora não pode efetuar
qualquer dedução de créditos.
3) No pagamento das contribuições devidas de acordo com as letras
“a” e “b”, a empresa comercial exportadora deverá utilizar as
alíquotas que a empresa vendedora utilizaria, em função desta
549
última estar submetida ao regime de apuração cumulativa ou não
cumulativa, caso a venda para a empresa comercial exportadora
não houvesse sido realizada com o fim específico de exportação.
4) Na apuração das contribuições incidentes sobre o seu
faturamento, devidas na hipótese da letra “c”, a empresa
comercial exportadora deverá observar a legislação vigente,
inclusive, se for o caso, para o cálculo dos créditos a que tenha
direito.

Exemplo 1 – Vendedora e comercial exportadora no regime de apuração não


cumulativa:
A Empresa “A”, em 22/02/2013, vende produtos acabados para a Empresa “B” por R$
100.000,00. Por sua vez, em 27/04/2013, a Empresa B vende os mesmos produtos para a
Empresa “C”, com fim específico de exportação, por R$ 200.000,00. Dados adicionais:
a) As Empresas “B” e “C” fizeram opção pela tributação do Imposto de renda pelo lucro
real e estão submetidas ao regime de apuração não cumulativa, com alíquotas de 1,65%
para a Contribuição para o PIS/Pasep, e 7,6% para a Cofins;
b) Empresa “A” fez opção pela tributação do Imposto de renda pelo lucro presumido e,
portanto, submete-se ao regime de apuração cumulativa da Contribuição para o PIS/Pasep
e da Cofins, com alíquotas de 0,65% para a Contribuição para o PIS/Pasep, e 3,0% para
a Cofins;
c) a venda de “B” para “C” se deu com o benefício da não-incidência da Contribuição
para o PIS/Pasep, previsto no inciso III do art. 5º da Lei nº 10.637, de 2002, e da Cofins,
previsto no inciso III do art. 6º da Lei nº 10.833, de 2003.
Cálculos:

Contribuições devidas pela Empresa “A” em razão da venda para a Empresa “B”:
PIS/Pasep: R$ 100.000,00 x 0,65% = R$ 650,00
Cofins: R$ 100.000,00 x 3,00% = R$ 3.000,00 seus próprios créditos
apurados na aquisição das mercadorias junto à Empresa “B”, ou relativos a qualquer outra
operação.
Exemplo 2 – Vendedora no regime de apuração cumulativa e comercial exportadora
no regime de apuração não cumulativa:
A Empresa “A”, em 22/02/2013, vende produtos acabados para a Empresa “B” por R$
100.000,00. Por sua vez, em 27/04/2013, a Empresa B vende os mesmos produtos para
a Empresa “C”, com fim específico de exportação, por R$ 200.000,00. Dados
adicionais:
a) Empresa “B” fez opção pela tributação do Imposto de renda pelo lucro presumido e,
portanto, é submetida ao regime de apuração cumulativa, com alíquotas de 0,65% para
a Contribuição para o PIS/Pasep, e 3,0% para a Cofins;
b) Empresa “C”, a comercial exportadora, fez opção pela tributação do Imposto de renda
pelo lucro real e está submetida ao regime de apuração não cumulativa, com alíquotas
de 1,65% para a Contribuição para o PIS/Pasep, e 7,6% pa

550
Créditos apurados pela Empresa “B” na operação de aquisição de produtos junto à
Empresa “A”:
PIS/Pasep: R$ 100.000,00 x 1,65% = R$ 1.650,00

Cofins: R$ 100.000,00 x 7,60% = R$ 7.600,00


Contribuições devidas pela Empresa “B” em razão da venda para a Empresa “C”, com
o fim específico de exportação:

PIS/Pasep: zero (inciso III do art. 5º da Lei nº 10.637, de 2002)

(sem direito a qualquer crédito para a empresa “C” - Art. 3º, § 2º, inciso II, da
Lei nº10.637, de 2002)
Cofins: zero (inciso III do art. 6º da Lei nº 10.833, de 2003)

(sem direito a qualquer crédito para a empresa “C” – Art. 3º, § 2º, inciso II,
da Lei nº10.833, de 2003)
Suponha agora que, em 15/08/2013 (anterior a 180 dias), por R$ 250.000,00, a Empresa
“C” vendeu no mercado interno os produtos adquiridos junto a “B”, beneficiados com
a não-incidência vinculada ao fim específico de exportação.
Cálculo das contribuições devidas pela Empresa “C”, pela desconfiguração do fim
específico de exportação (contribuições que deixaram de ser recolhidas pela Empresa
“B”):
PIS/Pasep: R$ 200.000,00 x 1,65% = R$ 3.300,00 (Art. 7º, caput, da Lei nº10.637, de
2002)
(sem direito a utilização de qualquer crédito – Art. 7º, § 2º da Lei nº
10.637, de 2002)
adicionados de multa e juros, devidos desde 25/05/2013, data de
vencimento da obrigação de “B”, caso a venda a “C” não houvesse sido
realizada com o fim específico de exportação. (Art. 7º, § 1º da Lei nº
10.637, de 2002)
Cofins: R$ 200.000,00 x 7,60% = R$ 15.200,00 (Art. 9º, caput, da Lei nº 10.637, de
2002)
(sem direito a utilização de qualquer crédito – Art. 9º, § 2º da Lei nº
10.833, de 2003)
adicionados de multa e juros, devidos desde 25/05/2013, data de
vencimento da obrigação de “B”, caso a venda a “C” não houvesse sido
realizada com o fim específico de exportação. (Art. 9º, § 1º da Lei nº
10.833, de 2003)
Créditos apurados pela Empresa “C” na operação de aquisição de produtos junto à
Empresa “B”:
PIS/Pasep: R$ 200.000,00 x 1,65% = R$ 3.300,00
Cofins: R$ 200.000,00 x 7,60% = R$ 15.200,00
Nota: Estes créditos somente são apurados em razão do pagamento, por “C”, das
contribuições que deixaram de ser pagas por “B”.
551
Contribuições devidas pela Empresa “C” em razão da venda no mercado interno
realizada em 15/08/2013:
PIS/Pasep apurado: R$ 250.000,00 x 1,65% = R$ 4.125,00
Créditos: (R$ 3.300,00)
PIS/Pasep devido: R$ 825,00
data de vencimento – 25/09/2013
Cofins apurado: R$ 250.000,00 x 7,60% = R$ 19.000,00

Créditos: (R$ 15.200,00)


data de vencimento – 25/09/2013
Observações acerca do exemplo 1:
1. A Empresa “B”, mesmo tendo vendido as mercadorias a “C” com o benefício da não-
incidência, mantém os créditos da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins apurados
na aquisição junto à Empresa “A”, respectivamente de R$ 1.650,00 e R$ 7.600,00.
2. Quando a Empresa “C”, ao pagar as contribuições que deixaram de ser recolhidas por
“B”, passa a ter direito de apurar créditos decorrentes da aquisição das mercadorias
junto à empresa “B”.
3. O valor dos juros e da multa, recolhidos por “C”, incidentes sobre o valor das
contribuições que deixaram de ser recolhidas por “B”, não lhe dá direito a crédito da
Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins.
4. Quando a Empresa “C” calcula as contribuições que deixaram de ser recolhidas por
“B”, não pode utilizar nenhum valor a título de crédito da Contribuição para o PIS/Pasep
e da Cofins, nem os apurados por “B” quando da aquisição das mercadorias junto à
Empresa “A”;
c) Empresa “A” fez opção pela tributação do Imposto de renda pelo lucro presumido e,
portanto, submete-se ao regime de apuração cumulativa para apuração da Contribuição
para o PIS/Pasep e da Cofins, com alíquotas de 0,65% para a Contribuição para o
PIS/Pasep, e 3,0% para a Cofins;
d) a venda de “B” para “C” se deu com o benefício da isenção da Contribuição para o
PIS/Pasep, previsto no §1º do art. 14 da MP º 2.158-35, de 2001, e da Cofins, previsto
nos incisos VIII e IX do art. 14 da MP º 2.158-35, de 2001.
Cálculos:
Contribuições devidas pela Empresa “A” em razão da venda para a Empresa “B”:
PIS/Pasep: R$ 100.000,00 x 0,65% = R$ 650,00
Cofins: R$ 100.000,00 x 3,00% = R$ 3.000,00
Contribuições devidas pela Empresa “B” em razão da venda para a Empresa “C”, com o
fim específico de exportação:
PIS/Pasep: zero (§1º do art. 14 da MP º 2.158-35, de 2001)

(sem direito a qualquer crédito para a empresa “C” - Art. 3º, § 2º, inciso II, da
Lei nº 10.637, de 2002)
Cofins: zero (incisos VIII e IX do art. 14 da MP º 2.158-35, de 2001)
552
(sem direito a qualquer crédito para a empresa “C” – Art. 3º, § 2º, inciso II,
da Lei nº 10.833, de 2003)
Suponha agora que, em 15/08/2013 (anterior a 180 dias), por R$ 250.000,00, a Empresa
“C” vendeu no mercado interno os produtos adquiridos junto a “B”, beneficiados com a
isenção vinculada ao fim específico de exportação.
Cálculo das contribuições devidas pela Empresa “C”, pela desconfiguração do fim
específico de exportação (contribuições que deixaram de ser recolhidas pela Empresa
“B”):
PIS/Pasep: R$ 200.000,00 x 0,65% = R$ 1.300,00 (Art. 2º, § 4º da Lei nº 9.363, de
1996)
(sem direito a utilização de qualquer crédito – Art. 7º, § 2º da Lei nº
10.637, de 2002)
adicionados de multa e juros, devidos desde 25/05/2013, data de
vencimento da obrigação de “B”, caso a venda a “C” não houvesse sido
realizada com o fim específico de exportação. (Art. 2º, § 7º da Lei nº 9.363,
de 1996)
Cofins: R$ 200.000,00 x 3,0% = R$ 6.000,00 (Art. 2º, § 4º da Lei nº 9.363, de
1996)
(sem direito a utilização de qualquer crédito – Art. 9º, § 2º da Lei nº
10.833, de 2003)
adicionados de multa e juros, devidos desde 25/05/2013, data de
vencimento da obrigação de “B”, caso a venda a “C” não houvesse sido
realizada com o fim específico de exportação. (Art. 2º, § 7º da Lei nº 9.363,
de 1996)
Créditos apurados pela Empresa “C” na operação de aquisição de produtos junto à
Empresa “B”:
PIS/Pasep: R$ 200.000,00 x 1,65% = R$ 3.300,00
Cofins: R$ 200.000,00 x 7,60% = R$ 15.200,00
Nota: Estes créditos somente são apurados em razão do pagamento, por “C”, das
contribuições que deixaram de ser pagas por “B”.
Contribuições devidas pela Empresa “C” em razão da venda no mercado interno
realizada em 15/08/2013:
PIS/Pasep apurado: R$ 250.000,00 x 1,65% = R$ 4.125,00
Créditos: (R$ 3.300,00)
PIS/Pasep devido: R$ 825,00
data de vencimento – 25/09/2013
Cofins apurado: R$ 250.000,00 x 7,60% = R$ 19.000,00
Créditos: (R$ 15.200,00)
Cofins devida: R$ 3.800,00
data de vencimento – 25/09/2013
Observações acerca do exemplo 2:

553
1. Quando a Empresa “C” paga as contribuições que deixaram de ser recolhidas por “B”,
passa a ter direito de apurar créditos decorrentes da aquisição das mercadorias junto à
empresa “B”.
2. O valor dos juros e da multa, recolhidos por “C”, incidentes sobre o valor das
contribuições que deixaram de ser recolhidas por “B”, não lhe dá direito a crédito da
Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins.
3. Quando a Empresa “C” calcula as contribuições que deixaram de ser recolhidas por
“B”, não pode utilizar nenhum valor a título de crédito da Contribuição para o PIS/Pasep
e da Cofins, nem os apurados na aquisição das mercadorias junto à Empresa “B”,
tampouco os relativos a qualquer outra operação.
Exemplo 3 – Vendedora no regime de apuração não cumulativa e comercial
exportadora no regime de apuração cumulativa:
A Empresa “A”, em 22/02/2013, vende produtos acabados para a Empresa “B” por R$
100.000,00. Por sua vez, em 27/04/2013, a Empresa B vende os mesmos produtos para a
Empresa “C”, com fim específico de exportação, por R$ 200.000,00. Dados adicionais:
a) Empresa “B” fez opção pela tributação do Imposto de renda pelo lucro real e está
submetida ao regime de apuração não cumulativa, com alíquotas de 1,65% para a
Contribuição para o PIS/Pasep, e 7,6% para a Cofins;
b) Empresa “C”, a comercial exportadora, fez opção pela tributação do Imposto de renda
pelo lucro presumido e, portanto, é submetida ao regime de apuração cumulativa, com
alíquotas de 0,65% para a Contribuição para o PIS/Pasep, e 3,0% para a Cofins;
c) Empresa “A” fez opção pela tributação do Imposto de renda pelo lucro presumido e,
portanto, submete-se ao regime de apuração cumulativa da Contribuição para o PIS/Pasep
e da Cofins, com alíquotas de 0,65% para a Contribuição para o PIS/Pasep, e 3,0% para
a Cofins;
d) a venda de “B” para “C” se deu com o benefício da não-incidência da Contribuição
para o PIS/Pasep, previsto no inciso III do art. 5º da Lei nº 10.637, de 2002, e da Cofins,
previsto no inciso III do art. 6º da Lei nº 10.833, de 2003.
Cálculos:
Contribuições devidas pela Empresa “A” em razão da venda para a Empresa “B”:
PIS/Pasep: R$ 100.000,00 x 0,65% = R$ 650,00
Cofins: R$ 100.000,00 x 3,00% = R$ 3.000,00
Créditos apurados pela Empresa “B” na operação de aquisição de produtos junto à
Empresa “A”:

PIS/Pasep: R$ 100.000,00 x 1,65% = R$ 1.650,00


Cofins: R$ 100.000,00 x 7,60% = R$ 7.600,00
Contribuições devidas pela Empresa “B” em razão da venda para a Empresa “C”, com o
fim específico de exportação:

PIS/Pasep: zero (inciso III do art. 5º da Lei nº 10.637, de 2002)

(não há que se falar em crédito para a empresa adquirente, pois “C” está
submetida ao regime de apuração cumulativa)

554
Cofins: zero (inciso III do art. 6º da Lei nº 10.833, de 2003)

(não há que se falar em crédito para a empresa adquirente, pois “C” está
submetida ao regime de apuração cumulativa)
Suponha agora que, em 15/08/2013 (anterior a 180 dias), por R$ 250.000,00, a Empresa
“C” vendeu no mercado interno os produtos adquiridos junto a “B”, beneficiados com a
não-incidência vinculada ao fim específico de exportação.

Cálculo das contribuições devidas pela Empresa “C”, pela desconfiguração do fim
específico de exportação (contribuições que deixaram de ser recolhidas pela Empresa
“B”):

PIS/Pasep: R$ 200.000,00 x 1,65% = R$ 3.300,00 (Art. 7º, caput, da Lei nº 10.637,


de 2002)
(sem direito a utilização de qualquer crédito – Art. 7º, § 2º da Lei nº
10.637, de 2002)
adicionados de multa e juros, devidos desde 25/05/2013, data de
vencimento da obrigação de “B”, caso a venda a “C” não houvesse sido
realizada com o fim específico de exportação. (Art. 7º, § 1º da Lei nº
10.637, de 2002)
Cofins: R$ 200.000,00 x 7,6% = R$ 15.200,00 (Art. 9º, caput, da Lei nº10.637,
de 2002)
(sem direito a utilização de qualquer crédito – Art. 9º, § 2º da Lei nº
10.833, de 2003)
adicionados de multa e juros, devidos desde 25/05/2013, data de
vencimento da obrigação de “B”, caso a venda a “C” não houvesse sido
realizada com o fim específico de exportação. (Art. 9º, § 1º da Lei nº
10.833, de 2003)
Contribuições devidas pela Empresa “C” em razão da venda no mercado interno realizada
em 15/08/2013:
PIS/Pasep devido: R$ 250.000,00 x 0,65% = R$ 1.625,00

data de vencimento – 25/09/2013


Cofins devida: R$ 250.000,00 x 3,00% = R$ 7.500,00

data de vencimento – 25/09/2013

Observações acerca do exemplo 3:


1. Mesmo quando a Empresa “C” paga as contribuições que deixaram de ser recolhidas
por “B”, segundo as regras do regime a que “B” está sujeita (de apuração não cumulativa),
não adquire direito de apurar créditos decorrentes da aquisição das mercadorias junto à
empresa “B”, pois está no regime de apuração cumulativo.
2. Quando a Empresa “C” calcula as contribuições que deixaram de ser recolhidas por
“B”, não pode utilizar nenhum valor a título de crédito da Contribuição para o PIS/Pasep

555
e da Cofins, nem os apurados por “B” quando da aquisição das mercadorias junto à
Empresa “A”, tampouco os relativos a qualquer outra operação.

Veja ainda: Desconfiguração do fim específico de exportação:


Pergunta 008
Isenções ou não incidências da Contribuição para o
PIS/Pasep e da Cofins incidentes sobre a receita:
Pergunta 005

Normativo: Lei nº 9.363, de 1996, art. 2º, §§4º ao 7º;


Lei nº 10.637, de 2002, art 7º;
Lei nº 10.833, de 2003, art 9º;
IN nº 247, de 2002, arts. 73 e 98; e
IN nº 404, de 2004, art. 25.

054 Como podem ser utilizados os créditos apurados nos termos do


art. 3º da Lei nº 10.637, de 2002, do art. 3º da Lei nº 10.833, de
2003, decorrentes de aquisição no mercado interno, e do art. 15
da Lei nº 10.865, de 2004, decorrentes de importações,
acumulados em virtude de vendas efetuadas com suspensão,
isenção, alíquota zero ou não-incidência das contribuições?

Os créditos da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, vinculados às vendas com


suspensão, isenção, alíquota zero ou não incidência, acumulados ao final de cada
trimestre-calendário em virtude das citadas operações, apurados nos termos do art. 3º da
Lei nº 10.637, de 2002, do art. 3º da Lei nº 10.833, de 2003, e do art. 15 da Lei nº 10.865,
de 2004, podem ser objeto de:

a) compensação com débitos próprios, vencidos ou vincendos, relativos a tributos e


contribuições administrados pela RFB, observada a legislação específica aplicável à
matéria; ou
b) pedido de ressarcimento, observada a legislação específica aplicável à matéria.
Nota:

A pessoa jurídica que tem o direito de utilizar o saldo de créditos


nos termos desta pergunta é a que aufere a receita de vendas com
suspensão, isenção, alíquota 0 (zero) ou não incidência de que trata
o art. 17 da Lei nº 11.033, de 2004.

556
Veja ainda: Créditos da Não Cumulatividade:
Pergunta 038
Créditos da Não Cumulatividade. Limites e Vedações:
Pergunta 039
Créditos da Não Cumulatividade. Pessoa Jurídica
com Receitas Parcialmente sujeitas à Não
Cumulatividade:
Pergunta 042
Créditos da Não Cumulatividade. Importação:
Pergunta 049

Normativo: Lei nº 10.637, de 2002, art. 3º;


Lei nº 10.833, de 2003, art. 3º;
Lei nº 10.865, de 2004, art. 15;
Lei nº 11.033, de 2004, art. 17;
Lei nº 11.116, de 2005, art. 16; e
IN RFB nº 1.300, de 2012, art. 27, inciso II do caput, e §§
3º a 5º, e art. 49, inciso II do caput, e §§.1º, 4º a 6º. e 8º a
14.

055 Os créditos da Contribuição para o PIS/Pasep e Cofins relativos


à aquisição ou à importação de nafta petroquímica e de outros
hidrocarbonetos apurados nos termos do art. 57, e do caput e §
2º do art. 57-A da Lei nº 11.196, de 2005, podem ser objeto de
compensação ou ressarcimento?

Sim.

Somente depois do encerramento do trimestre-calendário, os créditos da Contribuição


para o PIS/Pasep e da Cofins apurados nos termos do art. 57 e do caput e § 2º do art. 57-
A da Lei nº 11.196, de 2005, que não puderem ser utilizados no desconto de débitos das
respectivas Contribuições, poderão ser objeto de compensação com débitos próprios,
vencidos ou vincendos, relativos a impostos e contribuições administrados pela Secretaria
da Receita Federal do Brasil, ou de ressarcimento, nos termos de legislação específica
aplicável à matéria, se decorrentes:

1) de aquisição ou importação de nafta petroquímica pelas centrais petroquímicas;

2) de aquisição de etano, propano, butano, condensado e correntes gasosas de refinaria -


HLR - hidrocarbonetos leves de refino pelas centrais petroquímicas para serem utilizados

557
como insumo na produção de eteno, propeno, buteno, butadieno, orto-xileno, benzeno,
tolueno, isopreno e paraxileno; e

3) de aquisição de eteno, propeno, buteno, butadieno, orto-xileno, benzeno, tolueno,


isopreno e paraxileno pelas indústrias químicas para serem utilizados como insumo
produtivo.

Normativo: Lei nº 11.196, de 2005, arts. 57 e 57-A; e


IN RFB nº 1.300, de 2012, arts. 27-A e 49-A.

056 O saldo credor da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins


decorrentes de créditos apurados nos termos do art. 3º da Lei nº
10.637, de 2002, do art. 3º da Lei nº 10.833, de 2003, e do art. 15
da Lei nº 10.865, de 2004, em relação a custos, despesas e
encargos vinculados à produção e à comercialização de álcool,
podem ser objeto de compensação ou de ressarcimento?

Sim. Ao final do encerramento do trimestre-calendário, o saldo de créditos da


Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins remanescente, após descontados dessas
contribuições apuradas no regime não cumulativo, se decorrentes de custos, despesas e
encargos vinculados às receitas decorrentes da venda de álcool, poderá nos termos do §
7º do art. 1º da Lei nº 12.859, de 2013, ser objeto de:

1) compensação com débitos próprios, vencidos ou vincendos, relativos a tributos e


contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, observada a
legislação específica aplicável à matéria; ou

2) pedido de ressarcimento, observada a legislação específica aplicável à matéria.

Nota:

1) O disposto nesta pergunta aplica-se exclusivamente aos créditos


apurados entre 11 de setembro de 2013 e 31 de dezembro de
2016.
2) A compensação a que se refere esta pergunta deverá ser precedida
de pedido de ressarcimento.
3) Os créditos utilizados na compensação ou no ressarcimento de
que trata esta pergunta, deverá estar vinculado ao saldo credor
apurado em um único trimestre-calendário.

Veja ainda: Créditos da Não Cumulatividade:


Pergunta 038

558
Créditos da Não Cumulatividade. Limites e Vedações:

Pergunta 039
Créditos da Não Cumulatividade. Importação:
Pergunta 049

Normativo: Lei nº 12.859, de 2013, art. 1º, § 7º; e


IN RFB nº 1.300, de 2012, art. 27, inciso III do caput e §§
3º e 7º, e art. 49, inciso IV do caput e §§ 1º, 4º, 6º, 10 a
14.

057 Quais são os contribuintes que podem pleitear o regime especial


de utilização de crédito presumido da Contribuição para o
PIS/Pasep e Cofins, de que trata o art. 3º da Lei nº 10.147, de
2000?

O regime especial de utilização de crédito presumido é concedido às pessoas jurídicas


que procedam à industrialização ou à importação de medicamentos submetidos às
alíquotas concentradas da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, sujeitos à
prescrição médica e identificados por tarja vermelha ou preta, e que, visando assegurar a
repercussão nos preços da redução da carga tributária:

1) tenham firmado com a União, compromisso de ajustamento de conduta, nos termos do


§ 6º do art. 5º da Lei nº 7.347, de 1985; ou

2) cumpram a sistemática estabelecida pela Câmara de Regulação do Mercado de


Medicamentos - CMED para utilização do crédito presumido na forma determinada pela
Lei nº 10.742, de 6 de outubro de 2003.

Nota:

1) A concessão do regime especial depende de habilitação perante a


CMED e a RFB, na forma regulamentar.
2) O crédito presumido é determinado mediante a aplicação das
alíquotas concentradas sobre a receita decorrente da venda dos
medicamentos no mercado interno, o que configura verdadeira
desoneração das contribuições.

559
Veja ainda: Alíquotas diferenciadas (fármacos):
Pergunta 080 e 085.
Utilização do crédito presumido (fármacos):
Pergunta 059.
Créditos Presumidos. Compensação e Ressarcimento:
Pergunta 063.

Normativo: Lei nº 10.147, de 2000, art. 3º;


Lei nº 10.833, de 2003, art. 25;
Decreto nº 3.803, de 2001; e
IN SRF nº 247, de 2002, art. 62.

058 Como pode ser utilizado o crédito presumido da Contribuição


para o PIS/Pasep e da Cofins de que trata o art. 3º da Lei nº
10.147, de 2000?

O crédito presumido só pode ser utilizado para dedução do montante devido à título da
Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins no período em que a pessoa jurídica estiver
submetida ao regime especial. É vedada qualquer outra forma de utilização ou
compensação do crédito presumido de que trata este artigo, bem como de sua restituição.

O saldo credor da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins apurado pelas pessoas


jurídicas beneficiárias do regime especial, na forma do art. 3o da Lei no 10.637, de 30 de
dezembro de 2002, do art. 3o da Lei no 10.833, de 29 de dezembro de 2003, e do art. 15
da Lei no 10.865, de 30 de abril de 2004, em relação a custos, despesas e encargos
vinculados à produção e à comercialização beneficiada pela apuração dos créditos
presumidos, acumulado ao final de cada trimestre do ano-calendário, poderá ser objeto
de:

1) compensação com débitos próprios, vencidos ou vincendos, relativos a tributos e


contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, observada
a legislação específica aplicável à matéria; ou
2) pedido de ressarcimento em espécie, observada a legislação específica aplicável à
matéria.

560
Veja ainda: Contribuintes que podem pleitear o crédito presumido
de fármacos:
Pergunta 057
Créditos Presumidos. Compensação e Ressarcimento:
Pergunta 062

Normativo: Lei nº 10.147, de 2000, art. 3º; e


Decreto nº 3.803, de 2001.

059 Existe a possibilidade de utilização de créditos presumidos da


Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins relativos ao setor
agropecuário e da agroindústria?

Sim.

Pode-se citar como exemplos, os créditos presumidos da Contribuição para o PIS/Pasep


e da Cofins, apurados nos termos e limites do:

1) art. 8º da Lei nº 10.925, de 2004, relativo à aquisição ou recebimento de insumos de


pessoas física ou cooperado pessoas físicas, ou de pessoa jurídica com suspensão das
contribuições, utilizados na produção de mercadorias de origem animal ou vegetal
destinadas à alimentação humana ou animal;

2) art. 15 da Lei nº 10.925, de 2004, relativo à aquisição ou recebimento de insumos de


pessoa física ou cooperado pessoa física, ou de pessoa jurídica com suspensão das
contribuições, utilizados na produção de vinhos;

3) art. 33 da Lei nº 12.058, de 2009, relativo à aquisição ou recebimento de bovinos,


ovinos e caprinos vivos, de pessoa física ou cooperado pessoa física, ou de pessoa
jurídica com suspensão das contribuições, utilizados como insumos na fabricação de
produtos destinados à exportação;

4) art. 34 da Lei nº 12.058, de 2009, relativo à aquisição de produtos de origem bovina,


ovina e caprina com alíquota 0 (zero) da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins,
utilizados como insumos na industrialização de mercadorias submetidas à incidência
das contribuições no mercado interno ou destinadas à exportação;

5) art. 55 da Lei nº 12.350, de 2010, relativo à aquisição de produtos para utilização


como insumo na produção de carnes e miudezas comestíveis de suínos ou de aves,
destinadas à exportação;

6) art. 56 da Lei nº 12.350, de 2010, relativo à aquisição dos produtos de origem bovina,
suína, ovina, caprina e aviária com alíquota 0 (zero) da Contribuição para o PIS/Pasep

561
e da Cofins, utilizados como insumos em industrialização de mercadorias submetidas à
incidência das contribuições no mercado interno ou destinadas à exportação;

7) art. 5º da Lei nº 12.599, de 2012, relativo à exportação de café não torrado;

8) art. 6º da Lei nº 12.599, de 2012, relativo à aquisição de café não torrado para
utilização na elaboração de café torrado, extratos, essências e preparações de café
destinados à exportação;

9) art. 15 da Lei nº 12.794, de 2013, relativo à aquisição de laranja para a


industrialização de suco (sumo) de laranja destinado à exportação;

10) art. 1º da Lei nº 12.859, de 2013, relativo à venda de álcool no mercado interno; e

11) art. 31 da Lei nº 12.865, de 2013, relativo à exportação ou venda no mercado interno
de produtos derivados de soja.

Notas:

1) Fazem jus aos créditos presumidos tratados nesta pergunta,


somente as pessoas jurídicas sujeitas ao regime não-cumulativo
da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins.
2) Os créditos presumidos de que trata esta pergunta somente
poderão ser apropriados e utilizados se observados os limites e as
vedações contidos nos citados artigos e na legislação pertinente.

Veja ainda: Créditos Presumidos do Setor Agropecuário e da


Agroindústria, Saldo Acumulado, Ressarcimento e
Compensação:
Pergunta 060
Créditos Presumidos. Compensação e
Ressarcimento:
Pergunta 062

Normativo: Lei nº 10.925, de 2004, arts. 8º e 15;


Lei nº 12.058, de 2009, arts. 33 e 34;
Lei nº 12.350, de 2010, arts. 55, 56;
Lei nº 12.599, de 2012, arts. 5º e 6º;
Lei nº 12.794, de 2013, art. 15;
Lei nº 12.859, de 2013, art. 1º; e
Lei nº 12.865, de 2013, art. 31.

562
060 Existe alguma hipótese na qual o crédito presumido da
Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins de que trata o art. 8º
da Lei nº 10.925, de 2004, pode ser objeto de ressarcimento ou
de compensação?

Regra geral, o crédito presumido de que trata o § 3º do art. 8º da Lei nº 10.925, de 2004,
não é passível de ressarcimento ou de compensação.

Entretanto, a legislação permitiu o ressarcimento ou a compensação do saldo


acumulado, em alguns casos excepcionais, como por exemplo:

1) o saldo de créditos presumidos, existentes em 14 de outubro de 2009, em relação a


bois vivos, carnes e miudezas bovinas, vinculados à receita de exportação (Lei nº
12.058, de 2009, art. 36);

2) o saldo de créditos presumidos, existentes em 21 de setembro de 2012, em relação à


aquisição de laranja, vinculada à receita de exportação (Lei nº 12.794, de 2013, art. 16)

3) o saldo de créditos presumidos, existentes em 8 de março de 2013, em relação a animais


vivos, carnes e miudezas das espécies ovina e caprina, vinculadas à receita de exportação
(Lei nº 12.839, de 2013, art. 8º);

4) o saldo de créditos presumidos, existentes em 1º de janeiro de 2012, em relação à


aquisição de café in natura (Lei nº 12.599, de 2012, art. 7º-A);

5) o saldo de créditos presumidos, existente em 21 de dezembro de 2010, relativos aos


produtos de que tratam os incisos I, II e IV do caput do art. 54 da Lei nº 12.350, de
2010, que tenham sido apurados em relação a custos, despesas e encargos vinculados a
receita de exportação (Lei nº 12.350, de 2010, art. 56-A);

Notas:

1) A compensação do saldo de créditos presumidos de que trata


esta pergunta deve ser precedida de pedido de ressarcimento.
2) O ressarcimento ou a compensação do saldo de créditos
presumidos de que trata esta pergunta poderá ser solicitado ou
declarada somente para créditos apurados até 5 (cinco) anos
anteriores, contados da data do pedido de ressarcimento.

563
Veja ainda: Créditos da Não Cumulatividade. Créditos
Presumidos do Setor Agropecuário e da
Agroindústria:
Pergunta 059
Créditos Presumidos. Ressarcimento e
Compensação: Pergunta 062

Normativo: Lei nº 10.925, de 2004, arts. 8º;


Lei nº 12.058, de 2009, arts. 36;
Lei nº 12.350, de 2010, arts. 56-A;
Lei nº 12.794, de 2013, art. 16;
Lei nº 12.839, de 2013, art. 8º;
IN RFB nº 977, de 2009, art. 18.
IN RFB nº 1.157, de 2011, art. 18; e
IN RFB nº 1.300, de 2012, arts. 29 a 30 e 51 a 52.

061 Em quais hipóteses existe a possibilidade de apropriação


de créditos presumidos da Contribuição para o PIS/Pasep e da
Cofins relativos a selo de controle e equipamentos de controle de
produção?

As pessoas jurídicas obrigadas pela RFB à utilização do selo de controle de que trata o
art. 46 da Lei nº 4.502, de 30 de novembro de 1964; e dos equipamentos contadores de
produção de que tratam os arts. 27 a 30 da Lei nº 11.488, de 2007, e o art. 58-T da Lei nº
10.833, de 2003, poderão deduzir da Contribuição para o PIS/PASEP ou da COFINS
devidas em cada período de apuração, crédito presumido correspondente à taxa de que
trata o art. 13 da Lei nº 12.995, de 2014, efetivamente paga no mesmo período

Veja ainda: Créditos Presumidos. Ressarcimento e Compensação:


Pergunta 062

Normativo: Lei 12.995, de 2014, art. 13, §3º.

564
062 Quais tipos de créditos presumidos da Contribuição para o
PIS/Pasep e da Cofins podem e não podem ser objeto de
ressarcimento e de compensação?

Depois do encerramento de cada trimestre-calendário, poderão ser objeto de


ressarcimento ou de compensação com débitos próprios, vencidos ou vincendos,
relativos a impostos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal
do Brasil, os créditos presumidos da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins
previstos:

1) no art. 33 da Lei nº 12.058, de 2009, vinculados a exportação, nos termos do seu § 7º;
2) no art. 34 da Lei nº 12.058, de 2009;
3) no art. 55 da Lei nº 12.350, de 2010, vinculados a exportação, nos termos do seu § 8º;
4) no art. 56-B da Lei nº 12.350, de 2010;
5) no art. 5º da Lei nº 12.599, de 2012;
6) no art. 6º da Lei nº 12.599, de 2012, vinculados a exportação;
7) no art. 15 da Lei nº 12.794, de 2013, vinculados a exportação;
8) no art. 31 da Lei nº 12.865, de 2013.
É vedado, dentre outros, o ressarcimento ou a compensação dos seguintes créditos
presumidos:
1) apurados na forma dos arts. 8º e 15 da Lei nº 10.925, de 2004, exceto nos casos
permitidos em lei (Ver Pergunta 61 – Créditos Presumidos do Setor Agropecuário e da
Agroindústria, Saldo Acumulado, Ressarcimento e Compensação);
2) apurados na forma do art. 56 da Lei nº 12.350, de 2010;
3) apurados na forma do art. 3º da Lei nº 10.147, de 2000; e
4) de que trata o art. 1º da Lei nº 12.859, de 2013.

Notas:

A compensação de créditos de que trata esta pergunta, quando


permitida, deverá ser precedida do pedido de ressarcimento.

565
Veja ainda: Contribuintes que podem pleitear o crédito presumido
de fármacos:
Pergunta 057
Créditos presumidos do Setor Agropecuário e da
Agroindústria:
Pergunta 059
Créditos Presumidos do Setor Agropecuário e da
Agroindústria, Saldo Acumulado, Ressarcimento e
Compensação:
Pergunta 060
Créditos Presumidos. Equipamentos Contadores de
Produção:
Pergunta 061

Normativo: Lei nº 10.147, de 2002, art. 3º, § 3º;


Lei nº 10.833, de 2003, art. 58-R;
Lei nº 10.925, de 2004, art. 8º e 15;
Lei nº 12.058, de 2009, arts. 33 e 34;
Lei nº 12.350, de 2010, art. 55, 56 e 56-B;
Lei nº 12.599, de 2012, art. 5º, § 3º, e art. 6º, § 4º;
Lei nº 12.794, de 2013, art. 15, § 4º;
Lei nº 12.859, de 2013, art. 1º ;
Lei nº 12.865, de 2013, art. 31, § 6º; e
IN RFB nº 1.300, de 2012, arts. 28, 31, 50 e 54.

063 De que forma devem ser apurados e registrados os créditos do


art. 3º da Lei nº 10.637, de 2002, do art. 3º da Lei nº 10.833, de
2003, e do arts. 15 e 17 da Lei nº 10.865, de 2004, e os demais
créditos presumidos da Contribuição para o PIS/Pasep e da
Cofins?

As pessoas jurídicas submetidas ao regime de apuração não cumulativa deverão apurar


e registrar, de forma segregada, os créditos de que tratam o art. 3º da Lei nº 10.637, de
2002, o art. 3º da Lei nº 10.833, de 2003, e os arts. 15 e 17 da Lei nº 10.865, de 2004, e
os créditos presumidos previstos nas Leis da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins,
discriminando-os em função da natureza, origem e vinculação desses créditos,
observadas as normas editadas pela Secretaria da Receita Federal do Brasil.
566
Notas:

Aplicam-se ao disposto nesta pergunta, no que couber, as


disposições previstas nos §§ 8º e 9º do art. 3º da Lei nº 10.637,
de 2002, e nos §§ 8º e 9º do art. 3º da Lei nº 10.833, de 2003.

Veja ainda: Créditos da Não Cumulatividade:


Pergunta 038
Créditos da Não Cumulatividade. Limites e
Vedações:
Pergunta 039
Créditos da Não Cumulatividade. Importação:
Pergunta 049
Contribuintes que podem pleitear o crédito
presumido de fármacos:
Pergunta 057.
Créditos presumidos do Setor Agropecuário e da
Agroindústria:
Pergunta 059
Créditos Presumidos. Equipamentos Contadores de
Produção:
Pergunta 061

Normativo: Lei nº 12.058, de 2009, arts. 35.

064 As disposições da legislação da Contribuição para o PIS/Pasep e


da Cofins, de que trata este Perguntas e Respostas, são aplicáveis
às pessoas jurídicas optantes pelo Simples Nacional?

Não. O Simples Nacional é um regime especial de recolhimento de tributos e


contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte. Embora a
Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins estejam incluídos no recolhimento do Simples
Nacional, este é determinado (base de cálculo, alíquotas, benefícios, etc.) pelo disposto
na Lei Complementar nº 123, de 2003, e legislação correlata, não sendo possível aplicar
as normas relativas ao cálculo e pagamento da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins.

Normativo: Lei Complementar nº 123, de 2003, arts. 18, 23 e 24.

567
065 A pessoa jurídica submetida à apuração da Contribuição para o
PIS/Pasep e da Cofins no regime de apuração não cumulativa faz
jus a crédito presumido do Imposto sobre Produtos Industrializados
(IPI), como ressarcimento da Contribuição para o PIS/Pasep e da
Cofins, de que tratam a Lei nº 9.363, de 1996, e a Lei nº 10.276, de
2001?

Não. Estas pessoas jurídicas não fazem jus ao crédito presumido do IPI, como
ressarcimento dos valores da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, em relação às
receitas sujeitas aos regimes de apuração não cumulativas. Logo, o disposto nas Leis nº
9.363, de 1996, e nº 10.276, de 2001, não se aplica à pessoa jurídica submetida à apuração
do valor devido na forma dos arts. 2º e 3º da Lei nº 10.833, de 2003, e dos arts. 2º e 3º da
Lei nº 10.637, de 2002.

Normativo: Lei nº 10.833, de 2003, art. 14; e


ADI SRF nº 13, de 2004.

066 A que regime de apuração da Contribuição para o PIS/Pasep e da


Cofins incidentes sobre a receita se enquadram as receitas
decorrentes das operações sujeitas à substituição tributária
dessas contribuições?

Permanecem sujeitas ao regime de apuração cumulativa da Contribuição para o PIS/Pasep


e da Cofins as receitas decorrentes de operações sujeitas à substituição tributária das
contribuições, não se lhes aplicando as disposições do regime de apuração não
cumulativa.

Veja ainda: Receitas sujeitas ao regime de apuração cumulativa:


Pergunta 035

Normativo: Lei nº 10.637, de 2002, art. 8º, VII, “b”; e


Lei nº 10.833, de 2003, art. 10, VII, “b”.

568
067 Quais são os responsáveis e como ocorre a substituição da
Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins na comercialização
de cigarros e cigarrilhas?

Os fabricantes e os importadores de cigarros e cigarrilhas estão sujeitos ao recolhimento


dessas contribuições, na condição de contribuintes e substitutos dos comerciantes
atacadistas e varejistas desse produto.
As bases de cálculos da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, devidas pelos
fabricantes e importadores na condição de contribuintes e substitutos dos comerciantes
atacadistas e varejistas, são os valores obtidos pela aplicação ao preço de venda do
produto no varejo, multiplicado pela quantidade total de produtos vendidos, e em seguida
por:
1) 3,42 para a Contribuição para o PIS/Pasep; e
2) 2,9169 para a Cofins.
Sobre as bases de cálculos assim obtidas, são aplicadas as alíquotas de 0,65%, para a
Contribuição para o PIS/Pasep, e de 3%, para a Cofins.

Normativo: LC nº 70, de 1991, art. 3º;


Lei nº 9.532, de 1997, art. 53;
Lei 9.715, de 1998, art. 5;
Lei nº 10.865, de 2004, art. 29;
Lei nº 11.196, de 2005, art. 62;
Lei nº 12.402, de 2011, art. 6º;
Lei nº 10.637, de 2002, art. 8º, VII, b;
Lei nº 10.833, de 2003, art. 10, VII, b.

068 De acordo com a legislação da Contribuição para o PIS/Pasep e da


Cofins, o comerciante atacadista de cigarros e cigarrilhas enquadra-
se na condição de substituído?

Sim, a partir de 1º de maio de 2004, a substituição tributária de que trata o art 3º da Lei
Complementar nº 70, de 1991, o art. 5º da Lei nº 9.715, de 1998, e o art. 53 da
Lei nº 9.532, de 1997, alcança também o comerciante atacadista de cigarros.

E, a partir de 1º de setembro de 2011, os fabricantes e importadores de cigarrilhas estão


sujeitos às mesmas normas aplicáveis aos fabricantes e importadores de cigarros.

Lei nº 10.865, de 2004, art. 29: e


Normativo:
Lei nº 12.402, de 2011, art. 6º.

569
069 Os comerciantes varejistas e atacadistas de cigarros e cigarrilhas, no
caso de terem sido substituídos pelos fabricantes ou importadores,
podem excluir da receita bruta o valor das vendas desses produtos,
para efeito de apuração da base de cálculo das contribuições?

Os comerciantes atacadistas e varejistas de cigarros e cigarrilhas, para efeito da apuração


da base de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, podem excluir da receita
bruta o valor das vendas desse produto, desde que a substituição tenha ocorrido na
operação de aquisição.

Veja ainda: Exclusões gerais da base de cálculo:


Pergunta 028
Venda de cigarros e cigarrilhas à comerciante optante
pelo Simples Nacional:
Pergunta 075

Normativo: Lei nº 10.637, de 2002, art. 1º, §3º, inciso III;


Lei nº 10.833, de 2003, art. 1º, §3º, inciso III;
Lei nº 9.317, de 1996, art. 5º, §5º;
Decreto nº 4.524, de 2002, art. 37; e
IN SRF nº 247, de 2002, art. 38.

070 Quais veículos se sujeitam a sistemática de substituição tributária


da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins?

Apenas as motocicletas (código 87.11 da TIPI) e os semeadores, plantadores e


transplantadores (código 8432.30 da TIPI) sujeitam-se à substituição tributária de que
trata o art. 43 da MP nº 2.158-35, de 2001.

Nota:

A partir de 1º de novembro de 2002, os demais produtos


mencionados no art. 43 da MP nº 2.158-35, de 2001, passaram
a sujeitar-se à incidência com alíquotas diferenciadas, de acordo
com o disposto na Lei nº 10.485, de 2002

Normativo: MP nº 2.158-35, de 2001, art. 43;


Lei nº 10.637, de 2002, art. 64;

570
Lei nº 10.485, de 2002, art. 1º; e
IN SRF nº 247, de 2002, arts. 5º.

071 Quais são os responsáveis e como ocorre a substituição da


Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins na comercialização
dos veículos classificados nos códigos 8432.30 e 87.11, da TIPI?

Os fabricantes e os importadores dos veículos classificados nos códigos 8432.30 e 87.11


da TIPI (motocicletas, semeadores, plantadores e transplantadores) são responsáveis, na
condição de substitutos, pelo recolhimento das contribuições devidas pelos comerciantes
varejistas.
A base de cálculo da substituição corresponde ao preço de venda do fabricante ou
importador de veículos. Considera-se preço de venda o valor do produto acrescido do IPI
incidente na operação.

Sobre as bases de cálculos assim obtidas, são aplicadas as alíquotas de 0,65%, para a
Contribuição para o PIS/Pasep, e de 3%, para a Cofins.

Os valores das contribuições objeto de substituição não integram a receita bruta do


fabricante ou importador.

Notas:

1) A substituição de que trata esta pergunta não exime o


fabricante ou importador da obrigação do pagamento das
contribuições na condição de contribuinte.
2) A substituição de que trata esta pergunta não se aplica às
vendas efetuadas a comerciantes atacadistas de veículos,
hipótese em que as contribuições são devidas em cada uma das
sucessivas operações de venda do produto.
3) Os valores das contribuições recolhidas no regime de
substituição pelos fabricantes e importadores de veículos
devem ser informados, juntamente com as respectivas bases de
cálculo, na correspondente nota fiscal de venda.
4) Os valores das contribuições, objeto de substituição pelos
fabricantes e importadores de veículos, serão cobrados do
comerciante varejista por meio de nota fiscal de venda, fatura,
duplicata ou documento específico distinto.

Normativo: MP nº 2.158-35, de 2001, art. 43;

571
Lei nº 10.637, de 2002, art. 8º, VII, b;
Lei nº 10.833, de 2003, art. 10, VII, b;
Decreto nº 4.524, de 2002, arts. 5º, 48 e 88;
IN SRF nº 247, de 2002, arts. 5º, 49, 84 e 89; e
AD SRF nº 44, de 2000.

072 Os comerciantes varejistas de veículos, no caso de terem sido


substituídos pelos fabricantes ou importadores, podem excluir da
receita bruta o valor das vendas desses produtos, para efeito de
apuração da base de cálculo das contribuições?

Os comerciantes varejistas de veículos sujeitos ao regime de substituição, para efeito da


apuração da base de cálculo das contribuições, podem excluir da receita bruta o valor das
vendas desses produtos, desde que a substituição tenha ocorrido na operação de aquisição.

Nota:

O valor a ser excluído da base cálculo não compreende o preço de


vendas das peças, acessórios e serviços incorporados aos produtos
pelo comerciante varejista.

Veja ainda: Exclusões gerais da base de cálculo:


Pergunta 028

Normativo: Lei nº 10.637, de 2002, art. 1º, §3º, inciso III;


Lei nº 10.833, de 2003, art. 1º, §3º, inciso III;
Lei nº 9.317, de 1996, art. 5º, §5º;
Decreto nº 4.524, de 2002, art. 38; e
IN SRF nº 247, de 2002, art. 39.

572
073 Como deve proceder o comerciante varejista diante da
impossibilidade de ocorrência do fato gerador presumido da
Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins dos veículos
autopropulsados classificados nos códigos 8432.30 e 87.11, da
TIPI, objeto da substituição tributária de que trata o art. 43 da
MP nº 2.158-35, de 2001?

Será assegurada, ao comerciante varejista, a imediata e preferencial compensação ou


restituição do valor das contribuições cobradas e recolhidas pelo fabricante ou
importador, quando comprovada a impossibilidade de ocorrência do fato gerador
presumido, na hipótese do regime de substituição de que trata a pergunta, em decorrência
de:
a) incorporação do bem ao ativo permanente do comerciante varejista; ou

b) furto, roubo ou destruição de bem, que não seja objeto de indenização.

Nota:

Os demais produtos mencionados no art. 43 da MP nº 2.158-35,


de 2001, a partir de 1º/11/2002, ficaram sujeitos à incidência de
alíquotas diferenciadas, de acordo com o disposto na Lei nº 10.485,
de 2002. Neste caso, não há que se falar em compensação ou
restituição por inocorrência do fato gerador presumido, já que as
alíquotas aplicáveis sobre a receita de sua venda efetuadas pelo
comerciante varejista foram reduzidas a zero.

Normativo: MP nº 2.158-35, de 2001;


Lei nº 10.637, de 2002, art. 64; e
IN SRF nº 247, de 2002, art. 82.

074 O valor do ICMS cobrado pela pessoa jurídica, na condição de


substituto desse imposto, integra a base de cálculo da
Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins?

Não. Quando conhecido o valor do ICMS cobrado no regime de substituição tributária,


este não integra a base de cálculo das contribuições devidas pelo contribuinte substituto,
porque o montante do referido imposto não compõe o valor da receita auferida na
operação. Seu destaque em documentos fiscais constitui mera indicação, para efeitos de
cobrança e recolhimento daquele imposto, dada pelo contribuinte substituto.

Normativo: Lei nº 9.718, de 1998, art. 3º, § 2º, I; e


PN CST nº 77, de 1986.

573
075 Como deve proceder o fabricante e o importador de cigarros,
cigarrilhas, ou veículos dos códigos 8432.20 e 87.11 da TIPI, nas
vendas desses produtos, submetidos ao regime de substituição
tributária das contribuições, à pessoa jurídica optante pelo
Simples Nacional?

O fabricante e o importador de cigarros, cigarrilhas ou dos veículos classificados nos


códigos 8432.30 (Semeadores, plantadores e transplantadores) e 87.11 (motocicletas) da
TIPI são obrigados a cobrar e a recolher, na condição de contribuintes substitutos, a
Contribuição para o PIS/Pasep e a Cofins devidas pelos comerciantes varejistas, na forma
da legislação aplicável à matéria, mesmo que os adquirentes sejam optantes pelo Simples.

Normativo: MP nº 2.158-35, de 2001, art. 43;


Lei nº 10.485, de 2002, art. 1º; e
IN SRF nº 247, de 2002, arts. 4º e 5º.

076 Em que consiste o sistema de tributação concentrada?

É um tratamento tributário próprio e específico que a legislação veio dar à Contribuição


para o PIS/Pasep e à Cofins decorrente da venda de determinados produtos, a fim de
concentrar a tributação nas etapas de produção e importação, e em alguns casos no
atacadista, desonerando as etapas subsequentes de comercialização.
A concentração da tributação ocorre com a aplicação de alíquotas maiores que as
usualmente aplicadas na tributação das demais receitas, unicamente na pessoa jurídica do
produtor, fabricante ou importador, e atacadista (se for o caso) e a consequente
desoneração de tributação das etapas posteriores de comercialização dos referidos
produtos.
O sistema de tributação concentrada (também chamado de tributação monofásica) não se
confunde com os regimes de apuração cumulativa e não cumulativa das contribuições. As
regras do sistema de tributação concentrada devem ser aplicadas independentemente do
regime de apuração (cumulativa ou não cumulativa) a que a pessoa jurídica esteja
submetida.

Normativo: Constituição Federal, art. 149, § 4º.

574
077 Quais os produtos sujeitos à sistemática de tributação
concentrada?

São sujeitos à tributação concentrada da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins os


seguintes produtos:

a) gasolinas e suas correntes, exceto gasolina de aviação;


b) óleo diesel e suas correntes;
c) gás liquefeito de petróleo (GLP), derivado de petróleo e de gás natural;
d) querosene de aviação;
e) biodiesel;
f) nafta petroquímica destinada à produção ou formulação de óleo diesel ou gasolina;
g) nafta petroquímica destinada à produção ou formulação exclusivamente de óleo
diesel;
h) álcool, inclusive para fins carburantes;
i) produtos farmacêuticos de que trata o art. 1º, I, a da Lei nº 10.147, de 2000;
j) produtos de perfumaria, de toucador ou de higiene pessoal, de que trata o art. 1º,
I, b da Lei nº 10.147, de 2000;
k) máquinas e veículos de que trata o art. 1º da Lei nº 10.485, de 2002;
l) pneus novos de borracha e câmaras-de-ar de borracha;
m) autopeças relacionadas nos Anexos I e II da Lei nº 10.485, de 2002, e alterações
posteriores;
n) bebidas frias relacionadas no art. 14 da Lei nº 13.097, de 2015 (água, refrigerantes,
extratos concentrados para preparação de refrigerantes, chás, refrescos, cerveja,
cerveja sem álcool, repositores eletrolíticos, bebidas energéticas, compostos
líquidos prontos para o consumo).

Normativo: Lei nº 9.718, de 1998, art. 4º a 6º;


MP nº 2.158-35, de 2001, art. 42;
Lei nº 10.147, de 2000, art. 1º;
Lei nº 10.336, de 2001, art. 14;
Lei nº 10.485, de 2002, arts. 1º, 3º e 5º;
Lei nº 10.560, de 2002, art. 2º;
Lei nº 11.196, de 2005, art. 3º;
Lei nº 11.196, de 2005, art. 56; e
Lei nº 13.097, de 2015, arts 14, e 24 a 34;
IN SRF nº 594, art. 1º.

575
078 Como são calculadas a Contribuição para o PIS/Pasep e a Cofins
na comercialização de derivados de petróleo?

A receita auferida com a venda de derivados de petróleo, pelas pessoas jurídicas que não
optaram pelo regime especial de apuração e pagamento das contribuições, previsto no
art. 23 da Lei nº 10.865, de 2004 (tributação por volume do produto), está sujeita à
tributação concentrada ad valorem da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins.
Assim sendo, a Contribuição para o PIS/Pasep e a Cofins devidas pelos importadores,
produtores e encomendantes, no caso de industrialização por encomenda, serão
calculadas, respectivamente, com base nas seguintes alíquotas:
1) 5,08% e 23,44%, incidentes sobre a receita da venda de gasolinas e suas correntes,
exceto gasolina de aviação, e de nafta petroquímica destinada à produção ou formulação
de gasolina e óleo diesel ou exclusivamente de gasolina;
2) 4,21% e 19,42%, incidentes sobre a receita da venda de óleo diesel e suas correntes, e
de nafta petroquímica destinada à produção ou formulação exclusivamente de óleo diesel;
3) 10,2% e 47,4%, incidentes sobre a receita da venda de gás liquefeito de petróleo (GLP)
derivado de petróleo e de gás natural;
4) 5% e 23,2%, incidentes sobre a receita da venda de querosene de aviação; e
As alíquotas da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins incidentes sobre a receita da
venda desses produtos, auferidas por distribuidores e comerciantes varejistas, estão
reduzidas à zero.

Notas:

1) A Contribuição para o PIS/Pasep e a Cofins não incidem sobre


a receita bruta auferida nas operações de venda de querosene
de aviação por pessoa jurídica não sujeita à tributação
concentrada, ou auferida pelo produtor ou importador na venda
à pessoa jurídica distribuidora, quando o produto for destinado
ao consumo por aeronave em tráfego internacional

Veja ainda: Alíquotas aplicáveis à pessoa jurídica executora da


encomenda, na industrialização por encomenda de
produtos sujeitos à tributação concentrada:
Pergunta 26
Alíquotas Concentradas Ad Valorem:
Pergunta 085.

Normativo: Lei nº 9.718, de 1998, art. 4º;


MP nº 2.158-35, de 2001, art.42;

576
Lei nº 10.336, de 2001, art. 14;
Lei nº 10.560, de 2002, art. 2º;
Lei nº 11.051, de 2004, art. 10;
Lei nº 11.196, de 2005, art. 56; e
IN SRF nº 594, de 2005, art. 9º.

079 Como são calculadas a Contribuição para o PIS/Pasep e a


Cofins na comercialização de biodiesel?

A receita auferida com a venda de biodiesel está sujeita à tributação concentrada com
base em alíquotas incidentes sobre o valor da venda do produto (alíquotas ad valorem),
ou, mediante opção por regime especial de apuração e pagamento das contribuições, com
base no volume do produto vendido (alíquotas ad rem).
Assim sendo, a Contribuição para o PIS/Pasep e a Cofins devidas pelas pessoas jurídicas
produtoras e pelos importadores de biodiesel, incidentes sobre a receita da venda desse
produto, serão calculadas, respectivamente, com base nas alíquotas de 6,15% e 28,32%,
para os contribuintes que não optaram pelo regime especial com base em alíquotas ad
rem.

Notas:

A Contribuição para o PIS/Pasep e a Cofins não incidem sobre a


receita bruta auferida nas operações de venda de biodiesel por pessoa
jurídica não enquadrada na condição de industrial ou importador.

Veja ainda: Alíquotas Concentradas Ad Valorem:


Pergunta 085.

Normativo: Lei nº 11.116, de 2005, art. 3º, e


IN SRF nº 594, de 2005, art. 9º.

080 Como são calculados a Contribuição para o PIS/Pasep e a


Cofins na comercialização dos produtos farmacêuticos de que
trata a Lei nº 10.147, de 2000?

577
A receita auferida com a venda dos produtos farmacêuticos relacionados no art. 1º, I, a,
da Lei nº 10.147, de 2000, está sujeita à tributação concentrada das contribuições.
Assim sendo, a Contribuição para o PIS/Pasep e a Cofins devidas pelos importadores,
produtores e encomendantes, no caso de industrialização por encomenda, serão
calculadas, respectivamente, com base nas alíquotas de 2,1% e 9,9%, incidentes sobre a
receita da venda desses produtos.
As alíquotas da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins incidentes sobre a receita da
venda desses produtos, auferidas por pessoas jurídicas não sujeitas à tributação
concentrada, estão reduzidas à zero.

Notas:

1) A receita bruta auferida pelo importador, encomendante ou


fabricante com outras atividades não abrangidas pelo regime de
incidência monofásica, está sujeita às alíquotas do respectivo regime
de apuração a que esteja obrigado.
2) O crédito presumido de que trata o art. 3º da Lei nº 10.147,
de 2000, quando for o caso, deve ser atribuído à pessoa jurídica
encomendante.

Veja ainda: Alíquotas aplicáveis à pessoa jurídica executora da


encomenda, na industrialização por encomenda de
produtos sujeitos à tributação concentrada:
Pergunta 26
Alíquotas Concentradas Ad Valorem:
Pergunta 085.

Normativo: Lei nº 10.147, de 2000, art. 1º, I, “a”, art. 2º e art. 3º;
Lei nº 10.833, de 2003, art. 25; e
IN SRF nº 594, de 2005, art. 12.

081 Como são calculadas a Contribuição para o PIS/Pasep e a Cofins


na comercialização de produtos de perfumaria, toucador ou de
higiene pessoal de que trata a Lei nº 10.147, de 2000?

A receita auferida com a venda dos produtos de perfumaria, de toucador ou de higiene


pessoal, relacionados no art. 1º, I, b, da Lei nº 10.147, de 2000, está sujeita à tributação
concentrada da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins.
Assim sendo, a Contribuição para o PIS/Pasep e a Cofins devidas pelos importadores,
produtores e encomendantes, no caso de industrialização por encomenda, serão

578
calculadas, respectivamente, com base nas alíquotas de 2,2% e 10,3%, incidentes sobre a
receita da venda desses produtos
As alíquotas da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins incidentes sobre a receita da
venda desses produtos, auferidas por pessoas jurídicas não sujeitas à tributação
concentrada, estão reduzidas à zero.

Veja ainda: Alíquotas aplicáveis à pessoa jurídica executora da


encomenda, na industrialização por encomenda de
produtos sujeitos à tributação concentrada:
Pergunta 26
Alíquotas Concentradas Ad Valorem:
Pergunta 085.

Normativo: Lei nº 10.147, de 2000, art. 1º, I, “b”;


Lei nº 10.833, de 2003, art. 25; e
IN SRF nº 594, de 2005, art. 13.

082 Como são calculadas a Contribuição para o PIS/Pasep e a Cofins


na comercialização de máquinas, implementos e veículos novos?

A receita auferida com a venda de máquinas, implementos e veículos, relacionados no


art. 1º da Lei nº 10.485, de 2002, está sujeita à tributação concentrada das contribuições.
Assim sendo, a Contribuição para o PIS/Pasep e a Cofins devidas pelos importadores,
fabricantes, encomendantes, e atacadista equiparado a industrial pelo art. 17, § 5º da MP
nº 2.189, de 2001, serão calculadas, respectivamente, com base nas alíquotas de 2% e
9,6%, incidentes sobre a receita da venda desses produtos.
As alíquotas da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins incidentes sobre a receita da
venda desses produtos, auferidas por pessoas jurídicas não sujeitas à tributação
concentrada, estão reduzidas à zero.

Notas:

1) A base de cálculo das contribuições na venda das máquinas,


implementos e veículos relacionados no §2º da Lei nº 10.485,
de 2002, fica reduzida em 30,2% e 48,1%, conforme o caso.
2) Poderão ser excluídos da base de cálculo das contribuições os
valores recebidos pelo fabricante ou importador nas vendas
diretas ao consumidor final, devidos aos concessionários pela
intermediação ou entrega dos veículos, de acordo com o art. 2º
da Lei nº 10.485, de 2002.

579
Veja ainda: Alíquotas aplicáveis à pessoa jurídica executora da
encomenda, na industrialização por encomenda de
produtos sujeitos à tributação concentrada:
Pergunta 26
Alíquotas Concentradas Ad Valorem:
Pergunta 085.

Normativo: Lei nº 10.485, de 2002, arts. 1º e 2º;


Lei nº 11.051, de 2004, art. 10; e
IN SRF nº 594, de 2005, art. 14.

083 Como são calculadas a Contribuição para o PIS/Pasep e a Cofins


na comercialização dos produtos listados nos Anexos I e II
(autopeças) à Lei nº 10.485, de 2002?

A receita auferida com a venda das autopeças relacionadas nos Anexos I e II da


Lei nº 10.485, de 2002, está sujeita à tributação concentrada das contribuições.
Assim sendo, a Contribuição para o PIS/Pasep e a Cofins devidas pelos importadores,
produtores e encomendantes, no caso de industrialização por encomenda, serão
calculadas, respectivamente, com base nas seguintes alíquotas:
1) 2,3% e 10,8%, nas vendas para comerciante atacadista ou varejista ou para
consumidores; e
2) 1,65% e 7,6%, nas vendas para fabricante.
As alíquotas da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins incidentes sobre a receita da
venda desses produtos, auferidas por pessoas jurídicas não sujeitas à tributação
concentrada, estão reduzidas à zero.

Alíquotas aplicáveis à pessoa jurídica executora da


encomenda, na industrialização por encomenda de
produtos sujeitos à tributação concentrada:
Veja ainda:
Pergunta 26
Alíquotas Concentradas Ad Valorem:
Pergunta 085
Retenção na fonte na aquisição de autopeças:
Pergunta 108

580
Normativo: Lei nº 10.485, de 2002, art. 3º, e alterações;
Lei nº 11.051, de 2004, art.10; e
IN SRF nº 594, de 2005, art. 16.

084 Como são calculados a Contribuição para o PIS/Pasep e a Cofins


na comercialização de pneus novos e câmaras de ar de borracha?

A receita auferida com a venda de pneus novos e câmaras de ar de borracha, está sujeita
à tributação concentrada das contribuições.
Assim sendo, a Contribuição para o PIS/Pasep e a Cofins devidas pelos importadores,
fabricantes e encomendantes, no caso de industrialização por encomenda, serão
calculadas, respectivamente, com base nas alíquotas de 2% e 9,5%, incidentes sobre a
receita de venda desses produtos.
As alíquotas da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins incidentes sobre a receita da
venda desses produtos, auferidas por pessoas jurídicas não sujeitas à tributação
concentrada, estão reduzidas à zero.

Veja ainda: Alíquotas aplicáveis à pessoa jurídica executora da


encomenda, na industrialização por encomenda de
produtos sujeitos à tributação concentrada:
Pergunta 26
Alíquotas Concentradas Ad Valorem:
Pergunta 085.

Normativo: Lei nº 10.485, de 2002, art. 5º;


Lei nº 11.051, de 2004, art. 10; e
IN SRF nº 594, de 2005, art. 15.

085 Quais são as alíquotas concentradas ad valorem da


Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins decorrente da venda
dos produtos sujeitos à tributação concentrada?

As alíquotas aplicáveis sobre a receita bruta auferida pelas pessoas jurídicas produtoras e
importadoras de combustíveis, fármacos, perfumaria, veículos, máquinas, autopeças,
distribuidoras de álcool para fins carburantes, e pelas pessoas jurídicas produtoras,
importadoras e atacadistas de bebidas, com a venda dos produtos abaixo relacionados,
são:

581
01 - DERIVADOS DO PETRÓLEO (Ver Nota 4)

Descrição do Produto Alíquota Alíquota


PIS Cofins
(%) (%)

Gasolinas, Exceto Gasolina de Aviação 5,08 23,44

Óleo Diesel 4,21 19,42

Gás Liquefeito de Petróleo – GLP 10,20 47,40

Querosene de Aviação 5,00 23,20

Correntes Destinadas à Formulação de Gasolinas 5,08 23,44

Correntes Destinadas à Formulação de Óleo Diesel 4,21 19,42

Nafta Petroquímica Destinada à Formulação de 5,08 23,44


Gasolina ou de Óleo Diesel

Nafta Petroquímica Destinada à Formulação 4,21 19,42


Exclusivamente de Óleo Diesel

02 - ÁLCOOL, INCLUSIVE PARA FINS CARBURANTES (Ver Nota 3)

Alíquota Alíquota
Descrição do Produto PIS Cofins
(%) (%)

Álcool, inclusive para Fins Carburantes,


3,75 17,25
exceto álcool anidro adicionado à gasolina

03 - BIODIESEL (Ver Nota 5)

Alíquota Alíquota
Descrição do Produto PIS Cofins
(%) (%)

Biodiesel 6,15 28,32

582
04 – BEBIDAS

Alíquota Alíquota
Descrição do Produto PIS Cofins
(%) (%)

Águas, refrigerantes, concentrados, chás,


refrescos, cervejas, repositores hidroelétricos,
bebidas energéticas e compostos líquidos 2,32 10,68
prontos para o consumo, relacionados no art.
14 da Lei nº 13.097, de 2015

A Lei nº 13.097, de 2015, prevê reduções das alíquotas nas seguintes


situações: redução temporária até o ano calendário de 2017 (art. 34);
redução nas vendas para varejista ou consumidor final (art. 25, § 1º);
redução nas vendas de cervejas especiais (art. 26). Além disso, as
receitas de vendas de pessoa jurídica varejista têm as alíquotas
reduzidas a zero.

05 – FÁRMACOS E PERFUMARIAS

Alíquota Alíquota
Descrição do Produto PIS Cofins
%) (%)

Produtos farmacêuticos relacionados no


2,10 9,90
art. 1º, I, a da Lei nº 10.147, de 2000.

Produtos de perfumaria, de toucador, ou de


higiene pessoal relacionados no art. 1º, I, b da 2,20 10,30
Lei nº 10.147, de 2000.

583
06 – VEÍCULOS, MÁQUINAS, IMPLEMENTOS, AUTOPEÇAS, PNEUS E
CÂMARAS DE AR

Descrição do Produto Alíquota Alíquota


PIS Cofins
(%) (%)

Veículos, máquinas e implementos


relacionados no art. 1º da Lei nº 10.485, de 2,00 9,60
2002.

Autopeças relacionadas nos Anexos I e II da


Lei nº 10.485, de 2002 - vendas para 2,30 10,80
atacadistas, varejistas e consumidores.

Autopeças relacionadas nos Anexos I e II da


Lei nº 10.485, de 2002 - vendas para
1,65 7,60
fabricantes de veículos, de máquinas e de
autopeças.

Pneus novos e câmaras de ar. 2,00 9,50

Notas:

1) As receitas auferidas pelos comerciantes varejistas com a venda


dos produtos sujeitos à sistemática de tributação monofásica,
estão sujeitas às alíquotas de 0% (zero por cento).
2) A Contribuição para o PIS/Pasep e a Cofins devidas pelos
produtores ou importadores de álcool, inclusive para fins
carburantes, serão calculadas com base nas alíquotas de 1,5% e
6,9%, respectivamente.
3) O produtor, o importador e o distribuidor de álcool, inclusive para
fins carburantes, podem optar por regime especial de tributação
com base em alíquotas por volume do produto (ad rem), na forma
do Decreto nº 6.573, de 2008.
4) O produtor, o importador e o encomendante de derivados do
petróleo podem optar por regime especial de tributação com base
em alíquotas por volume do produto (ad rem), na forma do
Decreto nº 5.059, de 2004 .
5) O produtor, o importador e o encomendante de biodiesel podem
optar por regime especial de tributação com base em alíquotas por
volume do produto (ad rem), na forma do Decreto nº 5.297, de
2004.

584
Veja ainda: Alíquotas da Contribuição para o PIS/Pasep e da
Cofins, incidentes sobre a receita ou o faturamento:
Pergunta 036
Alíquotas concentradas específicas (por unidade de
produto):
Pergunta 086

Normativo: Lei nº 9.718, de 1998, arts. 4º e 5º;


MP nº 2.158-35, de 2001, art.42;
Lei nº 10.147, de 2000, art. 1º;
Lei nº 10.336, de 2001, art. 14;
Lei nº 10.485, de 2002, arts, 1º, 3º e 5º;
Lei nº 10.560 de 2002, art. 2º;
Lei nº 11.116, de 2005, art. 3º;
Lei nº 11.196, de 2005, art. 56;
Lei nº 13.097, de 2015, art. 14, e arts. 24 a 34.

086 Quais são as alíquotas específicas (por volume de produto) da


Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins incidentes sobre a
receita decorrente da venda de alguns produtos sujeitos à
tributação concentrada?

As pessoas jurídicas que optarem pelos regimes especiais de apuração e pagamento da


Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, previstos no art. 5º, § 4º da Lei nº 9.718, de
1998, no art. 23 da Lei nº 10.865, de 2004, e no art. 4º e 5º da Lei nº 11.116, de 2005,
estão sujeitas aos seguintes valores das contribuições fixados por volume de produto,
respectivamente, em:

585
01 – DERIVADOS DO PETRÓLEO

Descrição do Produto Valor PIS Valor


(R$/m3) Cofins
(R$/m3)

Gasolinas, Exceto Gasolina de Aviação 141,10 651,40

Óleo Diesel 62,61 288,89

Querosene de Aviação 12,69 58,51

Correntes Destinadas à Formulação de Gasolinas 67,94 313,66

Correntes Destinadas à Formulação de Óleo Diesel 141,10 651,40

Nafta Petroquímica Destinada à Formulação de


141,10 651,40
Gasolina ou de Óleo Diesel

Nafta Petroquímica Destinada à Formulação


62,61 288,89
Exclusivamente de Óleo Diesel

01.1 - GÁS LIQUEFEITO DE PETRÓLEO (GLP)

Descrição do Produto Valor PIS Valor


(R$/ton) Cofins
(R$/ton)

GLP 29,85 137,85

02 - ÁLCOOL

Descrição do Produto Valor PIS Valor


Cofins
(R$/m3)
(R$/m3)

Álcool - venda realizada por produtor ou importador 23,38 107,52

Álcool - venda realizada por distribuidor 19,81 91,10

03- BIOSIESEL

586
Descrição do Produto Valor PIS Valor
(R$/m3) Cofins
(R$/m3)

Biodiesel 26,41 121,59

Biodiesel - a partir de mamona ou fruto, caroço ou


amêndoa de palma produzidos nas regiões N e NE e no 22,48 103,51
semiárido.

Biodiesel - a partir de matérias-primas adquiridas de


10,39 47,85
agricultor familiar enquadrado no Pronaf.

Biodiesel - a partir de matérias-primas produzidas nas


regiões N, NE e no semi-árido, adquiridas de agricultor 0,00 0,00
familiar enquadrado no Pronaf.

Nota:

Na tributação concentrada de bebidas frias, com base em alíquotas ad


valorem, há previsão de alíquotas específicas mínimas no art. 33 da
Lei nº 13.097, de 2015, regulamentado pelo art. 30 do Decreto nº
8.442, de 2015.

Veja ainda: Alíquotas da Contribuição para o PIS/Pasep e da


Cofins, incidentes sobre a receita ou o faturamento:
Pergunta 036
Alíquotas da Contribuição para o PIS/Pasep e da
Cofins no regime de apuração cumulativa:
Pergunta 042
Alíquotas da Contribuição para o PIS/Pasep e da
Cofins no regime de apuração não cumulativa:
Pergunta 036
Alíquotas concentradas ad valorem:
Pergunta 085

Normativo: Lei nº 9.718, de 1998;


Lei nº 10.336, de 2001, art. 14;

587
Lei nº 10.865, de 2004, art. 23;
Lei nº 11.116, de 2005, arts. 4º e 5º;
Decreto nº 5.059, de 2004;
Decreto nº 5.297, de 2004
Decreto nº 6.573, de 2008.

087 Quais são as alíquotas da Contribuição para o PIS/Pasep e da


Cofins aplicáveis sobre as receitas de vendas de Gás Natural
Veicular (GNV)?

A receita de venda de gás natural veicular (GNV) segue a regra geral de incidência, não
sendo aplicável, nesse caso, alíquotas diferenciadas.
Desta forma, sobre as receitas de vendas de GNV incidirá a Contribuição para o
PIS/Pasep, à alíquota de 0,65% ou 1,65%, e Cofins, à alíquota de 3% ou 7,6%, conforme
o caso, tendo em vista o correto enquadramento, da pessoa jurídica vendedora, no regime
de apuração cumulativa ou não cumulativa das contribuições.

Veja ainda: Alíquotas da Contribuição para o PIS/Pasep e da


Cofins, incidentes sobre a receita ou o faturamento:
Pergunta 036
Alíquotas da Contribuição para o PIS/Pasep e da
Cofins no regime de apuração cumulativa:
Pergunta 042
Alíquotas da Contribuição para o PIS/Pasep e da
Cofins no regime de apuração não cumulativa:
Pergunta 036
Alíquotas concentradas ad valorem:
Pergunta 085

Normativo: Lei nº 9.715, de 1998, art. 8º, I;


Lei nº 9.718, de 1998, art. 8º;
Lei nº 10.637, de 2002, art. 2º; e
Lei nº 10.833, de 2003, arts. 2º e 23.

588
088 Quais são as alíquotas da Contribuição para o PIS/Pasep e da
Cofins a serem aplicadas sobre a receita auferida pela pessoa
jurídica encomendante de industrialização por encomenda dos
produtos sujeitos à tributação concentrada?

A pessoa jurídica encomendante, no caso de industrialização por encomenda de produtos


sujeitos à tributação concentrada, apura a Contribuição para o PIS/Pasep e a Cofins com
base nas alíquotas concentradas ad valorem relacionadas na Pergunta 085, podendo optar
pelos regimes especiais de apuração com base em alíquotas específicas citados na
Pergunta 086.

Veja ainda: Alíquotas aplicáveis à pessoa jurídica executora da


encomenda, na industrialização por encomenda de
produtos sujeitos à tributação concentrada:
Pergunta 26
Alíquotas Concentradas Ad Valorem:
Pergunta 085.
Alíquotas Concentradas Específicas:
Pergunta 086

Normativo: Lei nº 11.051, de 2004, art. 10; e


Lei nº 10.833, de 2003, art. 25

089 As sociedades cooperativas estão submetidas à incidência da


Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, incidentes sobre
a receita ou o faturamento?

Sim, as sociedades cooperativas são contribuintes da Contribuição para o PIS/Pasep e da


Cofins, incidentes sobre a receita ou o faturamento.

As sociedades cooperativas em geral estão submetidas ao regime de apuração cumulativa,


com incidência sobre o faturamento, com exceção das sociedades cooperativas de
produção agropecuária e de consumo, que estão submetidas ao regime de apuração não
cumulativa, com incidência sobre a receita.

589
Veja ainda: Hipótese de responsabilidade por retenção:
Pergunta 109
Contribuintes da Contribuição para o PIS/Pasep e
da Cofins, incidentes sobre a receita ou o
faturamento:
Pergunta 001
Contribuintes da Contribuição para o PIS/Pasep e
da Cofins no regime de apuração não cumulativa:
Pergunta 042

Normativo: Lei nº 10.833, de 2003, art. 10, inciso VI;


MP nº 2.158-35, de 2001, art.15, caput, art.93, inciso II,
alínea a; e
IN SRF nº 635, de 2006, art 2º, caput, e art. 23, caput.

090 É permitido às sociedades cooperativas realizar as mesmas


exclusões da base de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep e
da Cofins permitidas às pessoas jurídicas em geral.

Sim, as exclusões gerais tratadas na Pergunta 017 também são permitidas às sociedades
cooperativas.

Veja ainda: Outras exclusões da base de cálculo permitidas às


sociedades cooperativas:
Perguntas 091 e 092
Exclusões da base de cálculo em função da atividade
exercida pela sociedade cooperativa:
Perguntas 093 a 098

Normativo: IN SRF nº 635, art. 9º

590
091 Existem outras exclusões da base de cálculo permitidas às
sociedades cooperativas, além das autorizadas às pessoas
jurídicas em geral?

Sim, às sociedades cooperativas em geral também é permitido excluir da base de cálculo


da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, incidentes sobre a receita:
1) os valores repassados aos associados, decorrentes da comercialização de produto por
eles entregue à cooperativa;
2) as receitas de venda de bens e mercadorias a associados decorrentes da venda de bens
e mercadorias vinculados diretamente à atividade econômica desenvolvida pelo associado
e que seja objeto da cooperativa;

3) as receitas decorrentes da prestação, aos associados, de serviços especializados,


aplicáveis na atividade rural, relativos a assistência técnica, extensão rural, formação
profissional e assemelhadas;

4) as receitas decorrentes do beneficiamento, armazenamento e industrialização de


produção do associado;

5) as receitas financeiras decorrentes de repasse de empréstimos rurais contraídos junto a


instituições financeiras, até o limite dos encargos a estas devidos;

6) sobras apuradas na Demonstração do Resultado do Exercício, antes da destinação para


a constituição do Fundo de Reserva e do Fundo de Assistência Técnica, Educacional e
Social, previstos no art. 28 da Lei nº 5.764, de 1971.

Nota:

As sociedades cooperativas de consumo podem efetuar somente as


exclusões gerais de que trata a pergunta anterior, não se lhes
aplicando a exclusão prevista nesta pergunta, pois se sujeitam às
mesmas normas de incidência dos impostos e contribuições de
competência da União, aplicáveis às demais pessoas jurídicas.

591
Veja ainda: Incidência da Contribuição do PIS/Pasep e da Cofins
sobre a folha de salários das sociedades cooperativas:
Pergunta 099
Exclusões da base de cálculo permitidas às sociedades
cooperativas:
Perguntas 090
Exclusões da base de cálculo em função da atividade
exercida pela sociedade cooperativa:
Perguntas 092 a 098

Normativo: MP nº 2.158-35, de 2001, art. 15;


Lei nº 9.532, de 1997, art. 69;
Lei nº 10.676, de 2003, art. 1º.

092 Existem exclusões da base de cálculo da Contribuição para o


PIS/Pasep e da Cofins, incidentes sobre a receita, específicas em
função da atividade exercida pela sociedade cooperativa?

Sim, têm exclusões específicas previstas em lei:


a) as cooperativas de produção agropecuária,
b) as cooperativas de crédito
c) as cooperativas de eletrificação rural,
d) as cooperativas de transporte rodoviário de cargas,
e) as cooperativas de radiotáxi,
f) as cooperativas cujos cooperados se dediquem a serviços relacionados a atividades
culturais, de música, de cinema, de letras, de artes cênicas e de artes plásticas.

Veja ainda: Exclusões da base de cálculo permitidas às


sociedades cooperativas:
Perguntas 090 e 091
Exclusões da base de cálculo em função da atividade
exercida pela sociedade cooperativa:
Perguntas 093 a 098

Normativo: Lei nº 10.684,de 2003, art. 17;


Lei nº 11.051, de 2004, art. 30 e 30-A.

592
093 Quais as exclusões admitidas para efeito de apuração da base
de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins
devidas pelas sociedades cooperativas de eletrificação rural?

Além das exclusões admitidas para as sociedades cooperativas em geral, as sociedades


cooperativas de eletrificação rural podem ainda excluir da base de cálculo os valores dos
serviços prestados pelas cooperativas de eletrificação rural a seus associados.
Notas:

1) Considera-se sociedade cooperativa de eletrificação rural aquela


que realiza a transmissão, manutenção, distribuição e
comercialização de energia elétrica de produção própria ou
adquirida de concessionárias, com o objetivo de atender à
demanda de seus associados, pessoas físicas ou jurídicas.
2) Os custos dos serviços prestados pela cooperativa de
eletrificação rural abrangem os gastos de geração, transmissão,
manutenção, distribuição e comercialização de energia elétrica,
quando repassados aos associados.

Incidência da Contribuição para o PIS/Pasep e da


Cofins sobre a receita das sociedades cooperativas:
Pergunta 089
Veja ainda:
Exclusões da base de cálculo permitidas às
sociedades cooperativas:
Perguntas 090 e 091

Normativo: Lei nº 10.684, de 2003, art. 17; e


IN SRF nº 635, de 2006, arts. 12 a 14.

593
094 Quais as deduções e exclusões admitidas para efeito de apuração
da base de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins
devidas pelas sociedades cooperativas de crédito?

Além das exclusões admitidas para as sociedades cooperativas em geral, as sociedades


cooperativas de crédito podem ainda excluir da base de cálculo o valor dos ingressos
decorrentes de ato cooperativo.

Veja ainda: Incidência da Contribuição para o PIS/Pasep e da


Cofins sobre a receita das sociedades cooperativas:
Pergunta 089
Exclusões da base de cálculo permitidas às sociedades
cooperativas:
Perguntas 090 e 091

Normativo: Lei nº 11.051, de 2004, art. 30.

095 Quais as exclusões admitidas para efeito de apuração da base de


cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins devidas
pelas sociedades cooperativas de transporte rodoviário de
cargas?

Além das exclusões admitidas para as sociedades cooperativas em geral, as sociedades


cooperativas de transporte rodoviário de cargas podem ainda excluir da base de cálculo o
valor dos ingressos decorrentes do ato cooperativo.

Veja ainda: Incidência da Contribuição para PIS/Pasep e da


Cofins sobre a receita das sociedades cooperativas:
Pergunta 089
Exclusões da base de cálculo permitidas às sociedades
cooperativas:
Perguntas 090 e 091

Normativo: Lei nº 11.051, de 2004, art. 30; e


IN SRF nº 635, de 2006, art. 16.

594
096 Quais as exclusões admitidas para efeito de apuração da base de
cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins devidas
pelas sociedades cooperativas de rádio táxi?

Além das exclusões admitidas para as sociedades cooperativas em geral, as sociedades


cooperativas de rádio táxi podem ainda excluir da base de cálculo:
1) os valores repassados aos associados pessoas físicas decorrentes de serviços por eles
prestados em nome da cooperativa;
2) as receitas de vendas de bens, mercadorias e serviços a associados, quando adquiridos
de pessoas físicas não associadas; e

3) as receitas financeiras decorrentes de repasses de empréstimos a associados, contraídos


de instituições financeiras, até o limite dos encargos a estas devidos.

Nota:

Também têm direito a essas exclusões da base de cálculo as


cooperativas cujos cooperados se dediquem a atividades culturais,
de música, de letras, de artes cênicas e de artes plásticas.

Veja ainda: Incidência da Contribuição para o PIS/Pasep e da


Cofins sobre a folha de salários das sociedades
cooperativas:
Pergunta 099
Incidência da Contribuição do PIS/Pasep e da Cofins
sobre a receita das sociedades cooperativas:
Pergunta 089
Exclusões da base de cálculo permitidas às sociedades
cooperativas:
Perguntas 090 e 091

Normativo: Lei nº 11.051, de 2004, art. 30-A.

595
097 As receitas auferidas pelas sociedades cooperativas de trabalho
em geral, em decorrência de serviços executados por seus
cooperados, podem ser excluídas da base de cálculo da
Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, com fundamento no
art. 15, I, da MP nº 2.158-35, de 2001?

Não, pois não há previsão legal de excluir da base de cálculo da Contribuição para o
PIS/Pasep e da Cofins, incidentes sobre a receita, valores referentes a serviços executados
por seus cooperados.

A exclusão prevista no art. 15, I, da MP nº 2.158-35, de 2001, refere-se a produto


(mercadoria) entregue à cooperativa para ser comercializado, não abrangendo, portanto,
serviços.

098 Quais as exclusões admitidas para efeito de apuração da base de


cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins devidas
pelas sociedades cooperativas de produção agropecuária?

Além das exclusões admitidas para as sociedades cooperativas em geral, as sociedades


cooperativas de produção agropecuária podem ainda excluir da base de cálculo os custos
agregados ao produto agropecuário dos associados comercializado pela cooperativa.

Veja ainda: Incidência da Contribuição para o PIS/Pasep e da


Cofins sobre a receita das sociedades cooperativas:
Pergunta 089
Exclusões da base de cálculo permitidas às sociedades
cooperativas:
Perguntas 090 e 091

Normativo: Lei nº 10.684, de 2003, art. 17.

099 Quais sociedades cooperativas estão sujeitas ao recolhimento da


Contribuição para o PIS/Pasep incidente sobre a folha de
salários?

A sociedade cooperativa, no mês em que fizer uso de quaisquer das exclusões previstas
na MP nº 2.158-35, de 2001, art. 15, I a V, ou na Lei nº 11.051, de 2004, art. 30-A, I a III,
deverá também efetuar o pagamento da Contribuição para o PIS/Pasep incidente sobre a
folha de salários.

596
Veja ainda: Contribuintes da Contribuição para o PIS/Pasep
incidente sobre a folha de salários:
Pergunta 001 do Capítulo XXIV

Normativo: MP nº 2.158-35, de 2001, art. 15, § 2º, I; e


Lei nº 11.051, de 2004, art. 30-A, parágrafo único

100 Quais os casos de suspensão da exigência da


Contribuição para o PIS/Pasep-Importação e à Cofins-
Importação aplicáveis às importações sob regimes
aduaneiros especiais por pessoa jurídica localizada na
Zona Franca de Manaus – ZFM?

As normas referentes à suspensão do pagamento do Imposto de Importação (II) ou do IPI


vinculado à importação, relativas às importações sob regimes aduaneiros especiais
efetuadas por pessoa jurídica localizada na Zona Franca de Manaus – ZFM, aplicam-se
também à Contribuição para o PIS/Pasep-Importação e à Cofins-Importação.

As empresas localizadas na ZFM poderão importar, com suspensão do pagamento da


Contribuição para o PIS/Pasep-Importação e da Cofins-Importação:
a) bens (insumos) a serem empregados, pelo importador, na elaboração de matérias-
primas, produtos intermediários e materiais de embalagem;
b) matérias-primas, produtos intermediários e materiais de embalagem; e
c) máquinas, aparelhos, instrumentos e equipamentos, novos, relacionados no Anexo do
Decreto Nº 5.691, de 2006, para incorporação ao ativo imobilizado da pessoa jurídica
importadora.

Notas:

1) A suspensão da exigibilidade de que tratam os itens “a” e “b”


será convertida em alíquota zero quando esses bens forem
utilizados na elaboração de matérias-primas, produtos
intermediários e materiais de embalagem, no caso do item “a”,
ou como matérias-primas, produtos intermediários e materiais de
embalagem, no caso do item “b”, destinados a emprego em
processo de industrialização por estabelecimentos industriais
instalados na ZFM e consoante projetos aprovados pelo
Conselho de Administração da Suframa.
2) A suspensão da exigibilidade de que trata o item “a” será
concedida somente à empresa previamente habilitada pela

597
Secretaria da Receita Federal, conforme disposições previstas na
Instrução Normativa SRF nº 424, de 19 de maio de 2004.
3) A suspensão da exigibilidade de que trata o item “c” somente se
aplica quando a pessoa jurídica utilizar as máquinas, aparelhos,
instrumentos e equipamentos na produção de matérias-primas,
produtos intermediários e materiais de embalagem destinados ao
emprego em processo de industrialização por pessoa jurídica que
esteja instalada na ZFM e que possua projeto aprovado pelo
Conselho de Administração da Suframa.

4) A suspensão da exigibilidade de que trata o item “c” converte-


se em alíquota 0 (zero) após decorridos 18 (dezoito) meses da
incorporação do bem ao ativo imobilizado da pessoa jurídica
importadora.
5) Ainda em relação à suspensão da exigibilidade de que trata o
item “c”, a pessoa jurídica importadora que não incorporar o bem
ao seu ativo imobilizado ou revender o bem antes do prazo de
que trata a nota 3 recolherá a Contribuição para o PIS/Pasep-
Importação e a Cofins-Importação, acrescidas de juros e multa
de mora, na forma da lei, contados a partir do registro da
Declaração de Importação (DI).
6) Na hipótese de não ser efetuado o recolhimento na forma da nota
‘5’, caberá lançamento de ofício das contribuições, acrescidas de
juros e da multa de que trata o caput do art. 44 da Lei nº 9.430,
de 27 de dezembro de 1996.

Normativo: Lei nº 10.865, de 2004, arts. 14 e 14-A;


Lei nº 11.051, de 2004; art. 8º;
Lei nº 11.196, de 2005; art. 50;
Decreto Nº 5.691, de 2006; e
IN SRF nº 424, de 2004.

101 Existem operações envolvendo especificamente a Zona Franca


de Manaus, em que as alíquotas da Contribuição para o
PIS/Pasep e da Cofins estão reduzidas a zero?

Sim. Estão reduzidas a 0% (zero por cento) as alíquotas das referidas contribuições
decorrente da venda:

598
a) de matérias-primas, produtos intermediários e materiais de embalagem, produzidos na
Zona Franca de Manaus para emprego em processo de industrialização por
estabelecimentos industriais ali instalados e consoante projetos aprovados pelo Conselho
de Administração da Superintendência da Zona Franca de Manaus - Suframa;
b) de mercadorias destinadas ao consumo ou à industrialização na Zona Franca de
Manaus, por pessoa jurídica estabelecida fora da ZFM, exceto em relação às vendas das
bebidas de que trata o art. 14 da Lei nº 13.097, de 2015.
Notas:

1) Para os efeitos do disposto na letra “b” desta pergunta,


entende-se por mercadorias de consumo na Zona Franca de
Manaus (ZFM) as que sejam destinadas a pessoas jurídicas que
com elas realizem comércio, por atacado ou a varejo, ou que
as utilizem diretamente.
2) As operações realizadas com a redução das alíquotas a zero,
nos termos desta pergunta, não geram direito a créditos da não
cumulatividade para o adquirente.

Veja ainda: Alíquotas da Contribuição para o PIS/Pasep e da


Cofins, incidentes sobre a receita ou o faturamento:
Pergunta 036
Alíquotas da Contribuição para o PIS/Pasep e da
Cofins, no regime de apuração cumulativa:
Pergunta 042
Alíquotas da Contribuição para o PIS/Pasep e da
Cofins, no regime de apuração não cumulativa:
Pergunta 049
Alíquotas Zero relativa à tributação monofásica na
Zona Franca de Manaus:
Pergunta 103

Normativo: Lei nº 10.637, de 2002, art.5ºA;


Lei nº 10.996, de 2004, art.2º; e
IN SRF nº 546, de 2005, art. 10.

599
102 Qual o tratamento tributário da Contribuição para o PIS/Pasep e
da Cofins aplicável às vendas de álcool, inclusive para fins
carburantes, efetuadas por pessoa jurídica fora da Zona Franca
de Manaus – ZFM, destinadas ao consumo ou à industrialização
na ZFM?

Estão reduzidas a 0 (zero) as alíquotas incidentes sobre as vendas de álcool, inclusive


para fins carburantes, destinado ao consumo ou à industrialização na ZFM, efetuadas por
produtor, importador ou distribuidor, estabelecido fora da ZFM, em conformidade com o
disposto no art. 2º da Lei nº 10.996, de 15 de dezembro de 2004.
O adquirente de álcool, inclusive para fins carburantes, destinado ao consumo ou à
industrialização na ZFM, fica sujeito à incidência da Contribuição para o PIS/PASEP e
da COFINS na revenda do referido produto, calculadas mediante a aplicação das
alíquotas específicas de que trata a Pergunta 032.
Entretanto, a pessoa jurídica que adquire, de produtor, importador, ou distribuidor
estabelecido fora da ZFM, o álcool destinado ao consumo ou à industrialização na ZFM,
está dispensada de efetuar o pagamento das contribuições incidentes sobre a sua receita
de revenda do produto, em virtude do disposto no art. 64, § 2º, da Lei nº 11.196, de 2005.
Esse dispositivo legal prevê que o produtor, importador, ou distribuidor estabelecido fora
da ZFM (que efetuou a primeira venda) é que está obrigado a cobrar e recolher, na
condição de contribuinte substituto, a Contribuição para o PIS/Pasep e a Cofins devidas
pela pessoa jurídica adquirente estabelecida na ZFM, mediante a aplicação das alíquotas
específicas tratadas na Pergunta 032 sobre o volume vendido.

Nota:

A pessoa jurídica domiciliada na ZFM que utilizar como insumo


álcool para fins carburantes adquirido com substituição tributária,
na forma descrita nesta pergunta, poderá abater da Contribuição
para o PIS/Pasep e da Cofins, incidentes sobre seu faturamento, o
valor dessas contribuições recolhidas pelo substituto tributário.

Normativo: Lei nº 11.196, de 2005; art. 64; e


Lei nº 10.996, de 2004, art. 2º.

600
103 Qual o tratamento tributário da Contribuição para o PIS/Pasep e
da Cofins aplicável às vendas dos demais produtos sujeitos à
tributação concentrada efetuadas por pessoa jurídica
estabelecida fora da Zona Franca de Manaus – ZFM, destinadas
ao consumo ou à industrialização na ZFM?

Estão reduzidas a 0 (zero) as alíquotas incidentes sobre as vendas efetuadas por produtor,
fabricante ou importador estabelecido fora da ZFM, destinadas ao consumo ou
industrialização na ZFM, dos produtos sujeitos à tributação concentrada, exceto as
bebidas frias de que trata o art. 14 da Lei nº 13.097, de 2015.
Quando a pessoa jurídica estabelecida na ZFM, adquirente, efetuar a revenda dos
produtos, incidirá sobre esta operação as alíquotas concentradas previstas:
1) no art. 23 da Lei nº 10.865, de 2004 (alíquotas específicas de derivados do petróleo);
2) no art. 1º, I, b, da Lei nº 10.147, de 2000 (alíquotas proporcionais de produtos de
perfumaria, de toucador ou de higiene);
3) no art. 1º da Lei nº 10.485, de 2002 (alíquotas proporcionais de máquinas, veículos e
implementos);
4) no art. 5º da Lei nº 10.485, de 2002 (alíquotas proporcionais de pneus e câmaras de
ar);
5) no art. 3º da Lei nº 10.485, de 2002 (alíquotas proporcionais de autopeças)

Entretanto, a pessoa jurídica que adquire, de produtor, fabricante ou importador


estabelecido fora da ZFM, produtos sujeitos à tributação concentrada destinados ao
consumo ou à industrialização na ZFM (listados nos itens 1 a 5), está dispensada de
efetuar o pagamento das contribuições incidentes sobre essa operação, em virtude do
disposto no art. 65, § 2º, da Lei nº 11.196, de 2005. Este dispositivo legal prevê que o
produtor, fabricante ou importador estabelecido fora da ZFM (que efetuou a primeira
venda) é que está obrigado a cobrar e recolher, na condição de contribuinte substituto, a
Contribuição para o PIS/Pasep e a Cofins devidas pela pessoa jurídica adquirente
estabelecida na ZFM, mediante a aplicação das alíquotas concentradas proporcionais
sobre o seu preço de venda (itens 2 a 5), ou mediante a aplicação das alíquotas específicas
sobre o volume vendido (item 1).
Notas:

1) A substituição tributária nas vendas para a ZFM constante desta


pergunta não se aplica aos produtos farmacêuticos classificados
nas posições 30.01, 30.03, 30.04, nos itens 3002.10.1,
3002.10.2, 3002.10.3, 3002.20.1, 3002.20.2, 3006.30.1 e
3006.30.2 e nos códigos 3002.90.20, 3002.90.92, 3002.90.99,
3005.10.10, 3006.60.00, todos da Tipi.
2) A substituição tributária nas vendas para a ZFM constante desta
pergunta também não se aplica no caso de venda de autopeças e
de pneus novos de borracha e de câmaras-de-ar de borracha para
montadoras de veículos.

601
3) A pessoa jurídica domiciliada na ZFM que utilizar como insumo
ou incorporar ao seu ativo permanente produtos adquiridos com
substituição tributária, na forma descrita nesta pergunta, poderá
abater da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins incidentes
sobre seu faturamento o valor dessas contribuições recolhidas
pelo substituto tributário.

Veja ainda: Alíquotas da Contribuição para o PIS/Pasep e da


Cofins, incidentes sobre a receita ou o faturamento:
Pergunta 036
Alíquotas da Contribuição para o PIS/Pasep e da
Cofins no regime de apuração cumulativa:
Pergunta 042
Alíquotas da Contribuição para o PIS/Pasep e da
Cofins no regime de apuração não cumulativa:
Pergunta 049
Tributação concentrada:
Pergunta 072 a 080.

Normativo: Lei nº 11.196, de 2005; art. 65; e


Lei nº 10.996, de 2004, art. 2º.

104 Quais são as alíquotas da Contribuição para o PIS/Pasep e da


Cofins, incidentes sobre a receita auferida por pessoa jurídica
estabelecida na Zona Franca de Manaus submetida ao regime de
apuração não cumulativa?

A pessoa jurídica estabelecida na Zona Franca de Manaus, submetida ao regime de


apuração não cumulativa, deve calcular a Contribuição para o PIS/Pasep e a Cofins
incidentes sobre a receita decorrente da venda de produção própria, consoante projeto
aprovado pelo Conselho de Administração da Superintendência da Zona Franca de
Manaus (Suframa), mediante a aplicação das alíquotas de:
I - 0,65% e 3%, respectivamente, no caso de venda efetuada a pessoa jurídica
estabelecida:
a) na ZFM;
b) fora da ZFM, que apure a Contribuição para o PIS/Pasep e a Cofins no regime de
apuração não cumulativa;
II - 1,3% e 6%, respectivamente, no caso de venda efetuada a:
a) pessoa jurídica estabelecida fora da ZFM, que apure o imposto de renda com base
no lucro presumido;
602
b) pessoa jurídica estabelecida fora da ZFM, que apure o imposto de renda com base no
lucro real e que tenha sua receita, total ou parcialmente, excluída do regime de apuração
não cumulativa da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins;
c) pessoa jurídica estabelecida fora da Zona Franca de Manaus e que seja optante pelo
Simples Nacional;
d) órgãos da administração federal, estadual, distrital e municipal;
III - 1,65% e 7,6%, respectivamente, no caso de venda efetuada a pessoa física.
Notas:

1) Para os efeitos desta pergunta, o termo “fora da ZFM” refere-


se à localização do estabelecimento da pessoa jurídica
destinatária da mercadoria.
2) Para efeitos da incidência da Contribuição para o PIS/Pasep e
da Cofins na forma desta pergunta, a pessoa jurídica
adquirente, localizada fora da ZFM, deverá preencher e
fornecer à pessoa jurídica estabelecida na ZFM a Declaração:
a) do Anexo I da IN SRF nº 546, de 2006, no caso de vendas
sujeitas à incidência das contribuições com as alíquotas de
que trata o item I desta pergunta;
b) do Anexo II da IN SRF nº 546, de 2006, no caso de vendas
sujeitas à incidência das contribuições com as alíquotas de
que trata item II desta pergunta, destinadas às pessoas
jurídicas referidas nas alíneas “a” e “b” do mesmo item; ou
c) do Anexo III da IN SRF nº 546, de 2006, no caso de vendas
sujeitas à incidência das contribuições com as alíquotas de
que trata o item II desta pergunta, destinadas à pessoa
jurídica referida na letra “c” do mesmo item.
3) A pessoa jurídica industrial estabelecida na ZFM deverá
manter a Declaração de que trata a nota ‘2’, a disposição da
Secretaria da Receita Federal (SRF), pelo prazo de 10 (dez)
anos, contado da data de ocorrência do fato gerador.
4) Na hipótese de a pessoa jurídica situada na ZFM apenas
transferir os produtos para outro estabelecimento da mesma
pessoa jurídica localizada fora da ZFM, não se aplicam as
alíquotas de que trata esta pergunta.
5) O disposto nesta pergunta não se aplica nas operações
envolvendo produtos sujeitos à tributação concentrada.

Veja ainda: Alíquotas da Contribuição para o PIS/Pasep e da


Cofins, incidentes sobre a receita ou o faturamento:
Pergunta 036

603
Alíquotas da Contribuição para o PIS/Pasep e da
Cofins no regime de apuração cumulativa:
Pergunta 042
Alíquotas da Contribuição para o PIS/Pasep e da
Cofins no regime de apuração não cumulativa:
Pergunta 049
Apuração de créditos envolvendo algumas
operações na Zona Franca de Manaus:
Pergunta 101
Alíquotas dos produtos sujeitos à tributação
concentrada:
Perguntas 081 e 082

Normativo: Lei nº 10.637, de 2002, art. 2º, § 4º;


Lei nº 10.833, de 2003, art. 2º, § 5º; e
IN SRF nº 546, de 2005, arts. 1º a 4º.

105 Como devem ser calculados os créditos da não cumulatividade


da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, nas aquisições
de mercadoria produzida por pessoa jurídica estabelecida na
Zona Franca de Manaus e que apure as referidas contribuições
mediante a aplicação das alíquotas de que trata a Pergunta 104?

Nas aquisições de mercadoria produzida por pessoa jurídica estabelecida na Zona Franca
de Manaus e que apure a Contribuição para o PIS/Pasep e a Cofins com as alíquotas da
pergunta 104, a pessoa jurídica adquirente, desde que submetida ao regime de apuração
não cumulativa, deve calcular créditos deste regime mediante a aplicação das alíquotas
de:
a) 1% e 4,6%, respectivamente; ou
b) 1,65% e 7,6%, respectivamente, na hipótese de pessoa jurídica adquirente estabelecida
fora da Zona Franca de Manaus, que apure o imposto de renda com base no lucro real e
que tenha sua receita, total ou parcialmente, excluída do regime de apuração não
cumulativa da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, obedecidas as regras de
apuração de créditos tratadas na Pergunta 042.
Nota:

O disposto nesta pergunta:


a) não se aplica nas hipóteses em que a lei desautoriza a apuração
de créditos;
b) não se aplica nas operações envolvendo produtos sujeitos à
tributação concentrada.

604
Veja ainda: Créditos da Não Cumulatividade:
Pergunta 050

Normativo: Lei nº 10.637, de 2002, art. 3º, § 12; e


Lei nº 10.833, de 2003, art. 3º, § 17.

106 Os órgãos e entidades da administração pública federal estão


obrigados a reter na fonte a Contribuição para o PIS/Pasep e a
Cofins incidente sobre os pagamentos que efetuarem a pessoas
jurídicas pelo fornecimento de bens e prestação de serviços?

Sim. Estão obrigados a efetuar a retenção na fonte de tributos, entre os quais a


Contribuição para o PIS/Pasep e a Cofins, sobre os pagamentos que efetuarem às pessoas
jurídicas, pelo fornecimento de bens ou prestação de serviços em geral, inclusive obras,
os seguintes órgãos e entidades da administração pública federal:
1) os órgãos da administração pública federal direta;

2) as autarquias;

3) as fundações federais;

4) as empresas públicas;

5) as sociedades de economia mista; e

6) as demais entidades em que a União, direta ou indiretamente detenha a maioria do


capital social sujeito a voto, e que recebam recursos do Tesouro Nacional e estejam
obrigadas a registrar sua execução orçamentária e financeira no Sistema Integrado de
Administração Financeira do Governo Federal (Siafi).
A retenção na fonte de tributos a ser efetuada pelas entidades citadas deve ser feita de
acordo com o disposto na Instrução Normativa RFB nº 1.234, de 2012.

Normativo: Lei nº 9.430, de 1996, art. 64;


Lei nº 10.833, de 2003, art. 34 e art. 35;
Lei nº 10.865, de 2004, art. 21
Lei nº 11.196, de 2005, art. 29;
Decreto 5.602, de 2005, art. 3º; e
IN SRF nº 1.234, de 2012.

605
107 Quando ocorre a retenção na fonte da Contribuição para o
PIS/Pasep e da Cofins nos pagamentos efetuados por pessoas
jurídicas a outras pessoas jurídicas de direito privado?

Ocorre retenção na fonte destas contribuições e da Contribuição Social sobre o Lucro


Líquido no caso de pagamentos efetuados pelas pessoas jurídicas a outras pessoas
jurídicas de direito privado, pela prestação de serviços de limpeza, conservação,
manutenção, segurança, vigilância, transporte de valores e locação de mão-de-obra, pela
prestação de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção
e riscos, administração de contas a pagar e a receber, bem como pela remuneração de
serviços profissionais.
A retenção das contribuições será efetuada de acordo com o disposto nos arts. 30, 31, 32,
35 e 36 da Lei nº 10.833, de 2002.

Veja ainda: Tratamento a ser dado a valores retidos na fonte:


Pergunta 110.

Normativo: Lei nº 10.833, de 2003, arts. 30, 31, 32, 35 e 36; e


IN SRF nº 459, de 2004.

108 As pessoas jurídicas fabricantes de autopeças, máquinas e


veículos estão obrigadas a efetuar a retenção na fonte da
Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins nos pagamentos
referentes a aquisição dos produtos relacionados nos Anexos I
e II da Lei nº 10.485, de 2002?

Sim. São responsáveis pela retenção e recolhimento da Contribuição para o PIS/Pasep e


da Cofins decorrentes das aquisições das autopeças constantes nos Anexos I e II da Lei
nº 10.485, de 2002, exceto pneumáticos, as pessoas jurídicas fabricantes:

a) de peças, componentes ou conjuntos destinados às máquinas e veículos sujeitos à


tributação concentrada relacionados na Pergunta 082; ou

b) de máquinas e veículos sujeitos à tributação concentrada relacionados na Pergunta 082

O valor da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins a ser retido é determinado mediante


a aplicação dos percentuais de 0,1% e 0,5%, respectivamente, sobre o valor das autopeças
adquiridas.

606
Notas:

1) A retenção não é exigida na hipótese de pagamentos efetuados


a pessoas jurídicas optantes pelo Simples Nacional e a
comerciante atacadista ou varejista.
2) A retenção alcança também os pagamentos efetuados por
serviço de industrialização, no caso de industrialização por
encomenda.
3) O IPI incidente sobre as autopeças, devido ou sujeito ao regime
de suspensão, não compõe a base de cálculo da retenção.

Veja ainda: Tratamento a ser dado a valores retidos na fonte:


Pergunta 110.
Cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep e da
Cofins, na comercialização de máquinas e veículos:
Pergunta 082.
Cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep e da
Cofins, na comercialização de autopeças:
Pergunta 083.

Normativo: Lei nº 10.485, de 2002, art. 3º; e


IN SRF nº 594, de 2005, art. 45.

109 Em que hipótese a sociedade cooperativa é também sujeito


passivo na condição de responsável pelo recolhimento da
Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins?

A sociedade cooperativa que realizar repasse de valores a pessoas jurídicas associadas,


decorrente da comercialização de produtos que lhe foram entregues, é responsável pelo
recolhimento da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins.

A sociedade cooperativa continua responsável pelo recolhimento das contribuições


devidas por suas associadas pessoas jurídicas quando entregar a produção destas
associadas à central de cooperativas para revenda.

O valor da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins recolhido pelas sociedades


cooperativas relativo às operações descritas deve ser por elas informado às suas
associadas, de maneira individualizada, juntamente com o montante do faturamento

607
atribuído a cada uma delas pela venda em comum dos produtos entregues, com vistas a
atender aos procedimentos contábeis exigidos pela legislação tributária.

Veja ainda: Incidência da Contribuição do PIS/Pasep e da Cofins


das sociedades cooperativas:
Pergunta 089
Tratamento a ser dado a valores retidos na fonte:
Pergunta 110.

Normativo: Lei nº 9.430, de 1996, art. 66;


MP nº 2.158-35, de 2001, art. 16; e
IN SRF nº 635, de 2006, art. 3º.

110 Como deve proceder a pessoa jurídica que sofrer retenção na


fonte da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins nos
pagamentos realizados por órgãos públicos federais, pelas
cooperativas ou por outras pessoas jurídicas?

Os valores da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins retidos na fonte por órgãos ou


entidades da administração pública federal, pelas cooperativas e por outras pessoas
jurídicas serão considerados como antecipação das contribuições devidas pela pessoa
jurídica beneficiária dos pagamentos no encerramento do respectivo período de apuração.
A pessoa jurídica beneficiária pode deduzir os valores retidos do valor da Contribuição
para o PIS/Pasep e da Cofins devidas.

Os valores retidos na fonte a título da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, quando


não for possível sua dedução dos valores a pagar das respectivas contribuições no mês de
apuração, poderão ser restituídos ou compensados com débitos relativos a outros tributos
e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, observada a
legislação específica aplicável à matéria.

Fica configurada a impossibilidade da dedução de que trata o caput deste artigo quando
o montante retido no mês exceder o valor da respectiva contribuição a pagar no mesmo
mês.

Para efeito da determinação do excesso, considera-se contribuição a pagar no mês da


retenção o valor da contribuição devida descontada dos créditos apurados naquele mês.

A restituição poderá ser requerida à RFB a partir do mês subsequente àquele em que ficar
caracterizada a impossibilidade de dedução.

608
Veja ainda: Retenção na fonte da Contribuição para o PIS/Pasep
e da Cofins:
Perguntas 106, 107 e 108.
Cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep e da
Cofins, na comercialização de máquinas e veículos:
Pergunta 082.
Cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep e da
Cofins, na comercialização de autopeças:
Pergunta 083.

Normativo: Lei nº 9.430, de 1996, art. 64, § 3º;


Lei nº 10.485, de 2002, art. 3º, § 4º;
Lei nº 10.833, de 2003, art. 36; e
Lei nº 11.727, de 2008, art. 5º.

111 Qual a data de vencimento da Contribuição para o PIS/Pasep e


da Cofins, incidentes sobre a receita ou o faturamento?

O pagamento da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, incidentes sobre a receita ou


o faturamento, deve ser realizado até o até o 25º (vigésimo quinto) dia do mês subsequente
ao de ocorrência do fato gerador.

O prazo de recolhimento para as instituições financeiras referidas no § 1º do art. 22 da


Lei nº 8.212, de 1991, é o 20º (vigésimo) dia do mês subsequente ao de ocorrência do fato
gerador.

Se o dia do vencimento não for dia útil, considerar-se-á antecipado o prazo para o
primeiro dia útil que o anteceder.

Nota:

No caso de importação de cigarros e cigarrilhas, o pagamento da


Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins incidentes sobre a
receita, devidas pelo importador na condição de contribuinte e de
responsável por substituição dos comerciantes atacadistas e
varejistas, deve ser efetuado na data de registro da declaração de
importação no Sistema de Comércio Exterior – Siscomex,
conjuntamente com o pagamento da Contribuição para o
PIS/Pasep-Importação e da Cofins-Importação.

609
Normativo: Lei nº 9.532, de 1997, arts. 53 e 54;
MP nº 2.158-35, de 2001, art. 18;
Lei nº 10.637, de 2002, art. 10;
Lei nº 10.833, de 2003, arts. 11 e 57.

112 Quais os casos em que o pagamento da Contribuição para o


PIS/Pasep e a Cofins, incidentes sobre a receita ou o faturamento,
pode ser diferido?

As pessoas jurídicas que auferirem receitas decorrentes de construção por empreitada ou


de fornecimento a preço predeterminado de bens ou serviços, contratados por pessoas
jurídicas de direito público, empresa pública, sociedade de economia mista ou suas
subsidiárias, poderão diferir o pagamento destas contribuições até a data do recebimento
do preço.
É facultado idêntico tratamento ao subempreiteiro ou subcontratado, na hipótese de
subcontratação parcial ou total da empreitada ou do fornecimento.

Notas:

1) As receitas decorrentes de construção por empreitada ou de


fornecimento a preço predeterminado de bens ou serviços,
contratados por pessoas jurídicas de direito público, empresa
pública, sociedade de economia mista ou suas subsidiárias,
compõem a base de cálculo do período de apuração a que se
referirem.
2) A parcela das contribuições, proporcional às receitas de que
trata a nota ‘1’, poderá ser diferida até a data do efetivo
recebimento das receitas que lhes deram origem.

Veja ainda: Utilização dos créditos da Contribuição para o


PIS/Pasep e da Cofins, no caso de diferimento do
pagamento dessas contribuições:
Pergunta 113.

Normativo: Lei nº 9.718, de 1998, art. 7º, e


IN SRF nº 247, de 2002, arts. 15 e 25.

610
113 Como devem ser utilizados os créditos da Contribuição para o
PIS/Pasep não cumulativa e da Cofins não cumulativa pelas
pessoas jurídicas optantes pelo regime de diferimento de
tributação, contratadas ou subcontratadas por pessoa jurídica de
direito público, empresa pública, sociedade de economia mista ou
suas subsidiárias, por meio de contratos de construção por
empreitada ou de fornecimento a preço predeterminado de bens
ou serviços?

A pessoa jurídica que optar pelo diferimento do pagamento das contribuições somente
poderá utilizar os créditos calculados na proporção das receitas efetivamente recebidas.

Nota:

Pessoa jurídica, contratada ou subcontratada nas condições da


pergunta, sujeita ao regime de apuração cumulativa da
Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, pode optar pelo
diferimento do pagamento (vide Pergunta 112) das
contribuições, mas não pode descontar créditos, pois não há a
sistemática de desconto de créditos para receitas submetidas ao
regime de apuração cumulativa.

Lei nº 10.833, de 2003, art. 7º; e


Normativo:
IN SRF nº 404, de 2004, art. 14.

611
Capítulo XXIII - Contribuição para o PIS-Pasep-
Importação e a Cofins-Importação 2019

001 Quais são os fatos geradores da Contribuição para o PIS/Pasep-


Importação e da Cofins-Importação?

Os fatos geradores da Contribuição para o PIS/PASEP-Importação e da Cofins-


Importação são:

a) a entrada de bens estrangeiros no território nacional, no caso de importação de


bens; ou
b) o pagamento, o crédito, a entrega, o emprego ou a remessa de valores a residentes
ou domiciliados no exterior como contraprestação por serviço prestado, no caso
de importação de serviços.

Normativo: Lei nº 10.865, de 2004, art. 3º.

002 Qual o tratamento dado pela legislação da Contribuição para o


PIS/Pasep-Importação e da Cofins-Importação aos bens
importados que forem extraviados?

Consideram-se entrados no território nacional os bens que constem como tendo sido
importados (através da Declaração de Importação – DI, de manifesto ou de outras
declarações de efeito equivalente) e cujo extravio venha a ser apurado pela administração
aduaneira.

Entretanto, não se considera passível de cobrança dessas contribuições os extravios:

a) de malas e de remessas postais internacionais; e


b) de mercadoria importada a granel que, por sua natureza ou condições de manuseio
na descarga, esteja sujeita a quebra ou a decréscimo, desde que o extravio não seja
superior a 1% (um por cento).
Na hipótese de ocorrer quebra ou decréscimo em percentual superior a 1% (um por cento),
serão exigidas as contribuições somente em relação ao que exceder esse percentual.

Normativo: Lei nº 10.865, de 2004, art. 3º, §§ 1º a 3º.

612
003 Para efeito do cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep-
Importação e da Cofins-Importação, quando se considera
ocorrido o fato gerador?

Considera-se ocorrido o fato gerador:

a) na data do registro da declaração de importação de bens submetidos a despacho


para consumo, ainda que sob regime suspensivo de tributação do imposto de
importação;
b) no dia do lançamento do correspondente crédito tributário, quando se tratar de
bens constantes de manifesto ou de outras declarações de efeito equivalente, cujo
extravio ou avaria for apurado pela autoridade aduaneira;
c) na data do vencimento do prazo de permanência dos bens em recinto alfandegado,
na hipótese de mercadora considerada abandonada por decurso do prazo, se
iniciado o respectivo despacho aduaneiro antes de aplicada a pena de perdimento,
mediante o cumprimento das formalidades exigidas e o pagamento dos tributos
incidentes na importação, acrescidos dos juros e da multa e das despesas
decorrentes da permanência da mercadoria em recinto alfandegado; e
d) na data do pagamento, do crédito, da entrega, do emprego ou da remessa de
valores no caso de importação de serviços.

Normativo: Lei nº 10.865, de 2004, art. 4º e § único; e


Lei nº 9.779, de 1999, art. 18.

004 Quais são os contribuintes da Contribuição para o PIS/Pasep-


Importação e da Cofins-Importação?

São contribuintes da Contribuição para o PIS/Pasep-Importação e da Cofins-Importação:


a) o importador, assim considerada a pessoa física ou jurídica que promova a entrada
de bens estrangeiros no território nacional;
b) a pessoa física ou jurídica contratante de serviços de residente ou domiciliado no
exterior; e
c) o beneficiário do serviço, na hipótese em que o contratante também seja residente
ou domiciliado no exterior.
Equiparam-se ao importador o destinatário de remessa postal internacional indicado pelo
respectivo remetente e o adquirente de mercadoria entrepostada.
Nota:

Exemplo relativo a alínea “c”:


Fábrica de veículos A domiciliada no País B, contrata escritório
de desenho domiciliado no País C para projetar novo modelo de

613
veículo que será produzido pela fábrica D no Brasil. Neste caso, o
contribuinte será a fábrica D e o fato gerador será o pagamento, o
crédito, a entrega, o emprego ou a remessa de valores para o
pagamento do escritório de desenho.

Veja ainda: Contribuintes da Contribuição para o PIS/Pasep e da


Cofins, incidentes sobre a receita:
Pergunta 001 do Capítulo XXII
Contribuintes da Contribuição para o PIS/Pasep,
incidente sobre a folha de salário:
Pergunta 001 do Capítulo XXIV
Contribuintes da Contribuição para o PIS/Pasep,
incidente sobre Receitas Governamentais:
Pergunta 001 do Capítulo XXV

Normativo: Lei nº 10.865, de 2004, art. 5º

005 A legislação da Contribuição para o PIS/Pasep-Importação e da


Cofins-Importação prevê algum tipo de responsabilidade
solidária pelo pagamento dessas contribuições?

Sim. São responsáveis solidários:


a) o adquirente de bens estrangeiros, no caso de importação realizada por sua conta
e ordem, por intermédio de pessoa jurídica importadora;
b) o transportador, quando transportar bens procedentes do exterior ou sob controle
aduaneiro, inclusive em percurso interno;
c) o representante, no País, do transportador estrangeiro;
d) o depositário, assim considerado qualquer pessoa incumbida da custódia de bem
sob controle aduaneiro; e
e) o expedidor, o operador de transporte multimodal ou qualquer subcontratado para
a realização do transporte multimodal.

Normativo: Lei nº 10.865, de 2004, art. 6º

614
006 Qual é a base de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep-
Importação e da Cofins-Importação?
A base de cálculo dessas contribuições é:
a) o valor aduaneiro, na hipótese da importação de bens; ou
b) o valor pago, creditado, entregue, empregado ou remetido para o exterior, antes
da retenção do imposto de renda, acrescido do ISS e do valor das próprias
contribuições, na hipótese de importação de serviços.

Veja ainda: Base de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep e


da Cofins, incidentes sobre a receita ou o
faturamento:
Pergunta 022 do Capítulo XXII
Base de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep,
incidente sobre a folha de salário:
Pergunta 002 do Capítulo XXIV
Base de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep,
incidente sobre Receitas Governamentais:
Pergunta 002 do Capítulo XXV

Normativo: Lei nº 10.865, de 2004, art. 7º

007 Qual é a base de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep-


Importação e da Cofins-Importação incidentes sobre prêmios de
resseguro cedidos ao exterior?

A base de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep-Importação e da Cofins-Importação


incidentes sobre prêmios de resseguro cedidos ao exterior é de 15% (quinze por cento)
do valor pago, creditado, entregue, empregado ou remetido.

Essa base de cálculo aplica-se somente aos prêmios de seguros não incluídos no custo do
transporte internacional e de outros serviços computados no valor aduaneiro que serviu
de base de cálculo da contribuição.

Normativo: Lei nº 10.865, de 2004, art. 7º, §§ 1º e 2º.

615
008 Há casos de redução de base de cálculo da Contribuição para o
PIS/Pasep-Importação e da Cofins-Importação?

Sim. A Lei nº 10.865, de 2004, prevê que a base de cálculo da Contribuição para o
PIS/Pasep-Importação e da Cofins-Importação fica reduzida:

a) em 30,2% (trinta inteiros e dois décimos por cento), no caso de importação, para
revenda, de caminhões chassi com carga útil igual ou superior a 1.800 kg (mil e
oitocentos quilogramas) e caminhão monobloco com carga útil igual ou superior
a 1.500 kg (mil e quinhentos quilogramas), classificados na posição 87.04 da
Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados (Tipi),
observadas as especificações estabelecidas pela Secretaria da Receita Federal; e
b) em 48,1% (quarenta e oito inteiros e um décimo por cento), no caso de
importação, para revenda, de máquinas e veículos classificados nos seguintes
códigos e posições da Tipi: 84.29, 8432.40.00, 8432.80.00, 8433.20, 8433.30.00,
8433.40.00, 8433.5, 87.01, 8702.10.00 Ex 02, 8702.90.90 Ex 02, 8704.10.00,
87.05 e 8706.00.10 Ex 01 (somente os destinados aos produtos classificados nos
Ex 02 dos códigos 8702.10.00 e 8702.90.90).

Normativo: Lei nº 10.865, de 2004, art. 7º, § 3º.

009 Quais são as alíquotas vigentes da Contribuição para o


PIS/Pasep-Importação e da Cofins-Importação?

As alíquotas gerais vigentes são:


1) Na hipótese de importação de bens:
a) 2,1% para a Contribuição para o PIS/Pasep-Importação; e
b) 9,65% para a Cofins-Importação.

2) Na hipótese de importação de serviços:


a) 1,65% para a Contribuição para o PIS/Pasep-Importação; e
b) 7,6% para a Cofins-Importação.

Nota: As alíquotas da Cofins-Importação ficam acrescidas de um ponto


percentual na hipótese de importação dos bens relacionados no Anexo I
da Lei nº 12.546, de 2011, mesmo nas situações em que as alíquotas
básicas tenham sido reduzidas a zero.

616
Veja ainda: Alíquotas da Contribuição para o PIS/Pasep e da
Cofins, incidentes sobre a receita ou o faturamento:
Pergunta 036 do Capítulo XXII
Alíquotas da Contribuição para o PIS/Pasep e da
Cofins, incidentes sobre o faturamento, no regime de
apuração cumulativa:
Pergunta 042 do Capítulo XXII
Alíquotas da Contribuição para o PIS/Pasep e da
Cofins, incidentes sobre a receita, no regime de
apuração não-cumulativa:
Pergunta 049 do Capítulo XXII
Alíquota da Contribuição para o PIS/Pasep,
incidente sobre a folha de salários:
Pergunta 003 do Capítulo XXIV
Alíquota da Contribuição para o PIS/Pasep,
incidente sobre Receitas Governamentais:
Pergunta 003 do Capítulo XXV

Normativo: Lei nº 10.865, de 2004, art. 8º, caput e incisos I e II, e §


21

010 A legislação da Contribuição para o PIS/Pasep-Importação e da


Cofins-Importação prevê alguma alíquota diferente das alíquotas
gerais aplicáveis a essas contribuições?

Sim. A Lei nº 10.865, de 2004, em seu art. 8º, e a Lei nº 13.097, de 2015, em seu art. 24,
preveem alíquotas diferentes nos mesmos casos em que as alíquotas das contribuições
aplicáveis no mercado interno são diferentes. Ou seja, há previsão de alíquotas
diferenciadas, específicas (ad rem) ou proporcionais (ad valorem), nas importações
de derivados de petróleo, álcool, bebidas frias, produtos farmacêuticos, produtos de
perfumaria, toucador ou de higiene pessoal, máquinas e veículos, autopeças, pneus novos
de borracha, câmaras-de-ar de borracha e papel imune a impostos.

Normativo: Lei nº 10.865, de 2004, arts. 8º, §§ 1º a 10; e


Lei nº 13.097, de 2015, art. 24.

617
011 A legislação da Contribuição para o PIS/Pasep-Importação e da
Cofins-Importação prevê regulamentação para o § 10 do art. 8º
da Lei nº 10.865, de 2004 (importação de papel imune a
impostos)?

Sim. O § 13 do art. 8º da Lei nº 10.865, de 2004, preconizou que o Poder Executivo


regulamentaria tal dispositivo, o que foi efetuado através do Decreto nº 5.171, de 6 de
agosto de 2004. Por sua vez, a Instrução Normativa RFB nº 976, de 7 de dezembro de
2009, disciplinou o Registro Especial para estabelecimentos que realizem operações com
papel destinado à impressão de livros, jornais e periódicos, e a apresentação da
Declaração Especial de Informações Relativas ao Controle de Papel Imune (DIF-Papel
Imune).

Normativo: Lei nº 10.865, de 2004, art. 8º, §13;


Decreto nº 5.171, de 2004; e
Instrução Normativa RFB nº 976, de 2009

012 Em relação à importação de quais produtos as alíquotas da


Contribuição para o PIS/Pasep-Importação e da Cofins-
Importação estão reduzidas a 0 (zero)?

Normalmente, há previsão de redução a 0 (zero) das alíquotas da Contribuição para o


PIS/Pasep-Importação e da Cofins-Importação em relação aos mesmos produtos em que
há previsão de redução a 0 (zero) das alíquotas incidentes no mercado interno. Salvo
disposições em leis espaçadas, as alíquotas reduzidas a zero da Contribuição para o
PIS/Pasep-Importação e da Cofins-Importação estão previstas no art. 12, §§ 11 a 14, da
Lei nº 10.865, de 2004, e no art. 1º da Lei nº 10.925, de 2004.

Assim, observados os limites legais, entre outros produtos e serviços, estão reduzidas a
zero as alíquotas incidentes na venda de livros e papéis, gás natural para geração de
energia elétrica, aeronaves e suas partes e serviços relacionados, material de emprego
militar, equipamentos destinados aos portadores de necessidades especiais, produtos
utilizados na área de saúde, adubos ou fertilizantes, defensivos agropecuários, sementes
e mudas, corretivo de solo de origem mineral, inoculantes agrícolas, feijão, arroz, vacinas
para medicina veterinária, farinha, grumo, sêmolas e grãos de milho, pintos de um dia,
leites, queijos, soro de leite, trigo e farinha de trigo, pre-misturas para fabricação de pão
comum, produtos hortícolas, frutas, ovos, sêmens e embriões, massas, carnes bovina,
suína, caprina e de aves, peixes e carnes de peixes, café, açúcar, óleos vegetais, manteiga
e margarina.

618
Estão também reduzidas a 0 (zero) as alíquotas das contribuições incidentes sobre o valor
pago, creditado, entregue, empregado ou remetido à pessoa física ou jurídica residente ou
domiciliada no exterior, referente a aluguéis e contraprestações de arrendamento
mercantil de máquinas e equipamentos, embarcações e aeronaves utilizados na atividade
da empresa.

Veja ainda: Casos de alíquota zero da Contribuição do PIS/Pasep


e da Cofins, incidentes sobre a receita ou o
faturamento, no mercado interno
Pergunta 009.

Normativo: Lei nº 10.865, de 2004, art. 8º; §§ 11 a 14;


Lei nº 10.925, de 2004, art. 1º;
Decreto nº 5.171, de 2004;
Decreto nº 5.268, de 2004;
Decreto nº 5.630, de 2005; e
Decreto nº 6.426, de 2008

013 Como devem ser calculados os créditos decorrentes das


operações de importação em geral?

As pessoas jurídicas importadoras poderão apurar créditos decorrentes de importação


sujeita ao pagamento da Contribuição para o PIS/Pasep-Importação e da Cofins-
Importação, desde que elas estejam submetidas ao regime de apuração não cumulativa
dessas contribuições no mercado interno.
Esses créditos poderão ser descontados do montante apurado da Contribuição para o
PIS/Pasep e da Cofins, incidentes sobre a receita (mercado interno). Os créditos
decorrentes de importação não podem ser descontados do valor apurado da Contribuição
para o PIS/Pasep-Importação e da Cofins-Importação.
Dão direito a créditos as importações de:
a) bens adquiridos para revenda;
b) bens e serviços utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção ou
fabricação de bens ou produtos destinados à venda, inclusive combustível e
lubrificantes;
c) energia elétrica consumida nos estabelecimentos da pessoa jurídica;
d) aluguéis e contraprestações de arrendamento mercantil de prédios, máquinas e
equipamentos, embarcações e aeronaves, utilizados na atividade da empresa; e

619
e) máquinas, equipamentos e outros bens incorporados ao ativo imobilizado,
adquiridos para locação a terceiros ou para utilização na produção de bens
destinados à venda ou na prestação de serviços.
O crédito será apurado mediante a aplicação das alíquotas previstas no art. 8o da Lei nº
10.865, de 2004, sobre o valor que serviu de base de cálculo das contribuições, na forma
do art. 7o da referida lei, acrescido do valor do IPI vinculado à importação, quando
integrante do custo de aquisição

Notas:

1) O direito aos créditos da importação aplica-se em relação às


contribuições efetivamente pagas na importação de bens e
serviços.
2) O valor da Cofins-Importação pago em decorrência do
adicional de alíquota de que trata o §21 do art. 8º da Lei nº
10.865, de 2004 (Ver Nota à Pergunta 009), não gera direito
ao desconto de crédito.
3) O frete dos produtos desembaraçados até o local no
território nacional a que se destinam não gera direto a
créditos da importação.
4) O crédito da importação não aproveitado em determinado
mês poderá sê-lo nos meses subsequentes.
5) No caso de importação por conta e ordem de terceiros, os
créditos da importação serão aproveitados pelo adquirente
da mercadoria importada.
6) O crédito decorrente da importação de bens e serviços
utilizados como insumo, de que trata o item “b”, alcança os
direitos autorais pagos pela indústria fonográfica desde que
esses direitos tenham se sujeitado ao pagamento da
Contribuição para o PIS/Pasep-Importação e da Cofins-
Importação.
7) É vedada a utilização (apuração) de créditos:
a) pelas pessoas jurídicas sujeitas ao regime de apuração
cumulativa da Contribuição para o PIS/Pasep e da
Cofins;
b) em relação às importações de produtos sujeitos à
substituição tributária destas contribuições; e
8) Gera direito a créditos a importação de produtos com
isenção, quando tais produtos forem utilizados como
insumo em produtos ou serviços sujeitos ao pagamento das
contribuições.

Normativo: Lei nº 10.865, de 2004, arts. 15 e 16.

620
014 Como devem ser calculados os créditos diferenciados
decorrentes das operações de importação de produtos sujeitos à
tributação concentrada de que trata o art. 17 da Lei nº 10.865,
de 2004?

As pessoas jurídicas, sujeitas ao regime de apuração não cumulativa, importadoras de


produtos sujeitos à tributação concentrada, poderão descontar créditos diferenciados, para
fins de determinação da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, em relação à
importação desses produtos para revenda.
Na importação de derivados de petróleo de que trata o art. 8º, § 8º, da Lei nº 10.865, de
2004, é possível apurar crédito diferenciados em relação aos produtos destinados à
revenda, ainda que ocorra fase intermediária de mistura.

Na importação de autopeças, relacionadas nos Anexos I e II da Lei no 10.485, de 2002,


exceto quando efetuada pela pessoa jurídica fabricante de máquinas e veículos
relacionados no seu art. 1º, é possível apurar créditos diferenciados em relação aos
produtos destinados à revenda ou à utilização como insumo na produção de autopeças,
relacionadas nos Anexos I e II da Lei no 10.485, de 2002

Em geral, o valor do crédito diferenciado é apurado mediante a aplicação das alíquotas


da Contribuição para o PIS/Pasep-Importação e da Cofins-Importação previstas para os
respectivos produtos sobre o valor aduaneiro, acrescido do valor do IPI vinculado á
importação, quando integrante do custo de aquisição. Entretanto, o valor do crédito
apurado na importação das bebidas frias de que trata o art. 14 da Lei nº 13.097, de 2015,
é igual aos valores da Contribuição para o PIS/Pasep-Importação e da Cofins-Importação
efetivamente pagos.

Notas:

1) O direito aos créditos da importação aplica-se em relação às


contribuições efetivamente pagas na importação de bens e
serviços.
2) O valor da Cofins-Importação pago em decorrência do
adicional de alíquota de que trata o §21 do art. 8º da Lei nº
10.865, de 2004 (Ver Nota à Pergunta 009), não gera direito
ao desconto de crédito.
3) O frete dos produtos desembaraçados até o local no território
nacional a que se destinam não gera direto a créditos da
importação.
4) O crédito da importação não aproveitado em determinado mês
poderá sê-lo nos meses subsequentes.
5) No caso de importação por conta e ordem de terceiros, os
créditos da importação serão aproveitados pelo encomendante.

621
6) É vedada a apuração desses créditos pelas pessoas jurídicas
sujeitas ao regime de apuração cumulativa da Contribuição para
o PIS/Pasep e da Cofins.
7) Gera direito a créditos a importação de produtos com
isenção, quando tais produtos forem utilizados como
insumo em produtos ou serviços sujeitos ao pagamento das
contribuições.
8) No caso de importação de autopeças, relacionadas nos Anexos
I e II da Lei nº 10.485, de 2002, efetuada por montadora de
máquinas ou veículos relacionados no art. 1º da Lei nº 10.485,
de 3 de julho de 2002, os créditos poderão ser apurados
mediante a aplicação dos percentuais de 2,1% (Contribuição
para o PIS/Pasep) e 9,65% (Cofins) sobre a base de cálculo das
contribuições, com base no art. 15 da Lei nº 10.865, de 2004
(Pergunta 013).

Normativo: Lei nº 10.865, de 2004, arts. 17, 18 e 23; e


Lei nº 13.097, art. 30, § 3º.

015 Há hipóteses de isenção da Contribuição para o PIS/Pasep-


Importação e da Cofins-Importação?

Sim. Gozam de isenção da Contribuição para o PIS/Pasep-Importação e da Cofins-


Importação:
1) as importações realizadas:
a) pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, suas autarquias e fundações
instituídas e mantidas pelo poder público;
b) pelas Missões Diplomáticas e Repartições Consulares de caráter permanente e pelos
respectivos integrantes;
c) pelas representações de organismos internacionais de caráter permanente, inclusive os
de âmbito regional, dos quais o Brasil seja membro, e pelos respectivos integrantes;
2) as hipóteses de:
a) amostras e remessas postais internacionais, sem valor comercial;
b) remessas postais e encomendas aéreas internacionais, destinadas a pessoa física;
c) bagagem de viajantes procedentes do exterior e bens importados a que se apliquem
os regimes de tributação simplificada ou especial;
d) bens adquiridos em loja franca no País;

622
e) bens trazidos do exterior, no comércio característico das cidades situadas nas
fronteiras terrestres, destinados à subsistência da unidade familiar de residentes nas
cidades fronteiriças brasileiras;
f) bens importados sob o regime aduaneiro especial de drawback, na modalidade de
isenção;
g) objetos de arte, classificados nas posições 97.01, 97.02, 97.03 e 97.06 da NCM,
recebidos em doação, por museus instituídos e mantidos pelo poder público ou por
outras entidades culturais reconhecidas como de utilidade pública; e
h) máquinas, equipamentos, aparelhos e instrumentos, e suas partes e peças de
reposição, acessórios, matérias-primas e produtos intermediários, importados por
instituições científicas e tecnológicas e por cientistas e pesquisadores, conforme o
disposto na Lei nº 8.010, de 29 de março de 1990.
As isenções acima somente serão concedidas se satisfeitos os requisitos e condições
exigidos para o reconhecimento de isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados -
IPI.
Notas:

1) Quando a isenção for vinculada à qualidade do importador, a


transferência de propriedade ou a cessão de uso dos bens, a
qualquer título, obriga ao prévio pagamento das contribuições
de que trata a Lei nº 10.865, de 2004.
2) O disposto no item 1 não se aplica aos bens transferidos ou
cedidos:
a) a pessoa ou a entidade que goze de igual tratamento
tributário, mediante prévia decisão da autoridade
administrativa da Secretaria da Receita Federal do Brasil;
b) após o decurso do prazo de 3 (três) anos, contado da data do
registro da Declaração de Importação (DI); e
c) a entidades beneficentes, reconhecidas como de utilidade
pública, para serem vendidos em feiras, bazares e eventos
semelhantes, desde que recebidos em doação de
representações diplomáticas estrangeiras sediadas no País.

3) A isenção das contribuições, quando vinculada à destinação dos


bens, ficará condicionada à comprovação posterior do seu
efetivo emprego nas finalidades que motivaram a concessão.
4) Desde que mantidas as finalidades que motivaram a concessão
e mediante prévia decisão da autoridade administrativa da
Secretaria da Receita Federal do Brasil, poderá ser transferida a
propriedade ou cedido o uso dos bens antes de decorrido o prazo
de 3 (três) anos a que se refere o item “b” da Nota 2, contado da
data do registro da correspondente DI.

623
Normativo: Lei nº 10.865, de 2004, arts. 9º a 12.

016 Qual o tratamento, em relação à Contribuição para o PIS/Pasep-


Importação e à Cofins-Importação, a ser dado aos produtos
importados sob regimes aduaneiros especiais?

As normas relativas à suspensão do pagamento do Imposto de Importação (II) ou do IPI


vinculado à importação, relativas aos regimes aduaneiros especiais, aplicam-se também
à Contribuição para o PIS/Pasep-Importação e à Cofins-Importação.

Normativo: Lei nº 10.865, de 2004, art. 14.

017 Qual a data de vencimento da Contribuição para o PIS/Pasep-


Importação e da Cofins-Importação ?

A Contribuição para o PIS/Pasep-Importação e a Cofins-Importação serão pagas:


a) na data do registro da declaração de importação, na hipótese da importação de
bens;
b) na data do pagamento, crédito, entrega, emprego ou remessa de valores a residentes
ou domiciliados no exterior, na hipótese da importação de serviços; ou
c) na data do vencimento do prazo de permanência do bem no recinto alfandegado, na
hipótese de mercadora considerada abandonada por decurso do prazo, se iniciado o
respectivo despacho aduaneiro antes de aplicada a pena de perdimento.

Normativo: Lei nº 10.865, de 2004, art. 13

624
Capítulo XXIV - Contribuição para o PIS-Pasep
incidente sobre a Folha de Salários 2019

001 Quais são os contribuintes da Contribuição para o PIS/Pasep,


incidente sobre a folha de salários?

As seguintes entidades são contribuintes da Contribuição para o PIS/Pasep, incidente


sobre a folha de salários:
a) templos de qualquer culto;
b) partidos políticos;
c) instituições de educação e de assistência social que preencham as condições e
requisitos do art. 12 da Lei nº 9.532, de 10 de dezembro de 1997;
d) instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural, científico e as associações,
que preencham as condições e requisitos do art. 15 da Lei nº 9.532, de 1997;
e) sindicatos, federações e confederações;
f) serviços sociais autônomos, criados ou autorizados por lei;
g) conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas;
h) fundações de direito privado;
i) fundações públicas instituídas ou mantidas pelo Poder Público;
j) condomínios de proprietários de imóveis residenciais ou comerciais; e
k) a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB);
l) as Organizações Estaduais de Cooperativas previstas no art. 105 e seu § 1º da Lei
nº 5.764, de 1971;

Notas:

1) As entidades listadas nas letras “a” a “l” estão isentas da Cofins


sobre as receitas relativas às suas atividades próprias.
2) As sociedades cooperativas são contribuintes da Contribuição
para o PIS/Pasep e da Cofins incidentes sobre a receita ou o
faturamento. Mas a sociedade cooperativa, no mês em que fizer
uso de quaisquer das exclusões previstas no art. 15, I a V, da MP
nº 2.158-35. de 2001, ou no art. 30-A, I a III, da Lei nº 11.051,
de 2004, deverá também efetuar o pagamento da Contribuição
para o PIS/Pasep incidente sobre a folha de salários..

625
Veja ainda: Contribuintes da Contribuição para o PIS/Pasep e da
Cofins, incidentes sobre a receita ou o faturamento:
Pergunta 001 do Capítulo XXII
Isenção da Contribuição para o PIS/Pasep, incidente
sobre a receita ou o faturamento:
Pergunta 003 do Capítulo XXII
Isenção da Cofins sobre as receitas relativas a
atividades próprias:
Pergunta 004 do Capítulo XXII
Contribuintes da Contribuição para o PIS/Pasep-
Importação e da Cofins-Importação:
Pergunta 004 do Capítulo XXIII
Contribuintes da Contribuição para o PIS/Pasep,
incidente sobre receitas governamentais:
Pergunta 001 do Capítulo XXV
Incidência da Contribuição do PIS/Pasep e da Cofins
sobre a receita ou o faturamento das sociedades
cooperativas:
Pergunta 089 do Capítulo XXII
Incidência da Contribuição do PIS/Pasep e da Cofins
sobre a folha de salários das sociedades cooperativas:
Pergunta 099 do Capítulo XXII
Exclusões da base de cálculo em função da atividade
exercida pela sociedade cooperativa:
Perguntas 093 a 095 e 098 do Capítulo XXII

Normativo: MP nº 2.158-35, de 2001, art. 13 e 15, §2º, I; e


Lei nº 11.051, de 2004, art. 30-A, parágrafo único.

002 Qual a base de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep


incidente sobre a folha de salários?

A base de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep incidente sobre a folha de salários


mensal corresponde ao total das remunerações pagas, devidas ou creditadas a
qualquer título, durante o mês, aos empregados e trabalhadores avulsos, destinadas a
retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos
habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial,
quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador
ou tomador de serviços, nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou

626
acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa, inclusive gratificações, comissões,
adicional de função, aviso prévio trabalhado, adicional de férias, quinquênios, adicional
noturno, horas extras, 13º salário, repouso semanal remunerado, e o total das diárias
pagas, quando excedente a cinquenta por cento da remuneração mensal.

Nota: Não integram a base de cálculo os valores de que trata o § 9º


do art. 28 da Lei nº 8.212, de 1991, entre os quais: o salário
família, o tíquete alimentação, o vale transporte, o aviso
prévio indenizado, as férias e licença-prêmio indenizadas, o
incentivo pago em decorrência de adesão a Plano de Demissão
Voluntária – PDV, o FGTS pago diretamente ao empregado
decorrente de rescisão contratual e outras indenizações por
dispensa, desde que dentro dos limites legais.

Veja ainda: Base de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep e


da Cofins, incidentes sobre a receita ou o
faturamento:
Pergunta 011 do Capítulo XXII
Base de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep-
Importação e da Cofins-Importação:
Pergunta 006 do Capítulo XXIII
Base de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep,
incidente sobre receitas governamentais:
Pergunta 002 do Capítulo XXV

Normativo: MP nº 2.158, de 2001, art. 13, caput;


Lei nº 8.212, de 1991, art. 22, I, e art. 28, §§ 8º e 9º..

003 Qual a alíquota da Contribuição para o PIS/Pasep, incidente


sobre a folha de salários?

A Contribuição para o PIS/PASEP incidente sobre a folha de salários será calculada sobre
a base de cálculo de que a Pergunta 002, mediante aplicação da alíquota de 1% (um por
cento).

627
Veja ainda: Alíquotas da Contribuição para o PIS/Pasep e da
Cofins, incidentes sobre a receita ou o faturamento,
no regime de apuração cumulativa:
Pergunta 030 do Capítulo XXII
Alíquotas da Contribuição para o PIS/Pasep e da
Cofins, incidentes sobre a receita ou o faturamento,
no regime de apuração não-cumulativa:
Pergunta 037 do Capítulo XXII
Alíquotas da Contribuição para o PIS/Pasep-
Importação e da Cofins-Importação:
Pergunta 009 do Capítulo XXIII
Alíquota da Contribuição para o PIS/Pasep,
incidente sobre receitas governamentais:
Pergunta 003 do Capítulo XXV

Normativo: MP nº 2.158-35, de 2001, art. 13, caput.

004 Qual a data de vencimento da Contribuição para o PIS/Pasep,


incidente sobre a folha de salários?

O 25º (vigésimo quinto) dia do mês subsequente ao mês de ocorrência dos fatos
geradores. Se o dia do vencimento não for dia útil, será considerado antecipado o prazo
para o primeiro dia útil que o anteceder.

Normativo: MP nº 2.158-35, de 2001, art. 18.

628
Capítulo XXV - Contribuição para o PIS-Pasep
incidente sobre Receitas Governamentais 2019

001 Quais são os contribuintes da Contribuição para o PIS/Pasep


incidente sobre receitas governamentais?

São contribuintes da Contribuição para o PIS/Pasep incidente sobre receitas


governamentais as pessoas jurídicas de direito público interno, assim entendidas:

a) a União;
b) os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;
c) os Municípios;
d) as autarquias, inclusive as associações públicas;
e) as demais entidades de caráter público criadas por lei.
A contribuição é obrigatória e independe de ato de adesão ao Programa de Integração
Social (PIS) ou ao Programa de Formação do Patrimônio de Servidor Público (PASEP).

Notas:

1) As fundações públicas instituídas ou mantidas pelo Poder


Público, diferentemente das demais pessoas jurídicas de
direito público interno, apuram a Contribuição para o
PIS/Pasep incidente sobre a folha de salários e não sobre as
receitas governamentais.
2) As empresas públicas e sociedade de economia mista e suas
subsidiárias, mesmo na condição de dependentes nos termos
do inciso II do art. 2º da Lei Complementar nº 101, de 2000,
são contribuintes da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins
incidentes sobre a receita ou o faturamento.

Veja ainda: Contribuintes da Contribuição para o PIS/Pasep e da


Cofins incidentes sobre a receita ou o faturamento:
Pergunta 001 do Capítulo XXII
Contribuintes da Contribuição para o PIS/Pasep-
Importação e da Cofins-Importação:
Pergunta 004 do Capítulo XXIII
Contribuintes da Contribuição para o PIS/Pasep
incidente sobre a folha de salários:
Pergunta 001 do Capítulo XXIV

629
Normativo: Lei Complementar nº 101, de 2000, art. 1º, § 3º.
Lei nº 9.715, de 1998, art. 2º, incisos I e III;
MP nº 2.158-35, de 2001, art. 13, inciso VIII;
Lei nº 10.406, de 2002, art. 41; e
Decreto nº 4.524, de 2002, art. 67 e 69.

002 Qual a base de cálculo da Contribuição para o


PIS/PASEP incidente sobre receitas governamentais?

A base de cálculo é o montante mensal:

a) das receitas correntes arrecadadas; e


b) das transferências correntes e de capital recebidas de outras pessoas jurídicas de
direito público interno.

Notas:

1) Nas receitas correntes serão incluídas quaisquer receitas


tributárias, ainda que arrecadadas, no todo ou em parte, por
outra entidade da Administração Pública, e deduzidas as
transferências efetuadas a outras entidades de direito público
interno também contribuintes da Contribuição para o
PIS/Pasep incidente sobre as receitas governamentais.
2) Para determinação da base de cálculo, não se incluem, entre
as receitas das autarquias, os recursos classificados como
receitas do Tesouro Nacional nos Orçamentos Fiscal e da
Seguridade Social da União.
3) Excluem-se da base de cálculo de que trata esta pergunta, os
valores de transferências decorrentes de convênio, contrato de
repasse ou instrumento congênere com objeto definido.
4) O Banco Central do Brasil deve apurar a Contribuição para o
PIS/Pasep com base no total das receitas correntes arrecadadas
e consideradas como fonte para atender às suas dotações
constantes do Orçamento Fiscal da União.

630
Veja ainda: Base de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep e da
Cofins incidentes sobre a receita ou o faturamento:
Pergunta 011 do Capítulo XXII
Base de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep-
Importação e da Cofins-Importação:
Pergunta 006 do Capítulo XXIII
Base de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep
incidente sobre a folha de salários:
Pergunta 002 do Capítulo XXIV

Normativo: Lei nº 9.715, de 1998, art. 2º, inciso III e §§ 3º a 7º, e arts.
7º e 15; e
Decreto nº 4.524, de 2002, art. 68, parágrafo único, e arts.
70 e 71.

003 Qual a alíquota da Contribuição para o PIS/Pasep incidente sobre


Receitas Governamentais?

A alíquota é de 1% (um por cento) a ser aplicada sobre a base de cálculo da Contribuição
para o PIS/Pasep incidente sobre Receitas Governamentais.

Veja ainda: Alíquotas da Contribuição para o PIS/Pasep e da


Cofins incidentes sobre o faturamento no regime de
apuração cumulativa:
Pergunta 030 do Capítulo XXII
Alíquotas da Contribuição para o PIS/Pasep e da
Cofins incidentes sobre a receita no regime de
apuração não cumulativa:
Pergunta 037 do Capítulo XXII
Alíquotas da Contribuição para o PIS/Pasep-
Importação e da Cofins-Importação:
Pergunta 009 do Capítulo XXIII
Alíquota da Contribuição para o PIS/Pasep incidente
sobre a folha de salários:
Pergunta 003 do Capítulo XXIV

631
Normativo: Lei nº 9.715, de 1998, art. 8º, inciso III;
Decreto nº 4.524, de 2002, art. 73; e
Lei Complementar nº 101, de 2000, art. 1º, § 3º.

004 Quem é responsável pela retenção sobre as transferências


correntes e de capital da Contribuição para o
PIS/Pasep incidente sobre receitas governamentais?

A Secretaria do Tesouro Nacional efetuará a retenção da Contribuição para o PIS/Pasep


devida sobre o valor das transferências correntes e de capital. O valor da retenção constitui
antecipação da Contribuição para o PIS/Pasep incidente sobre receitas governamentais
devida pela pessoa jurídica de direito público interna destinatária da transferência.

Normativo: Lei nº 9.715, de 1998, art. 2º, §6º; e


Decreto nº 4.524, de 2002, art. 68, caput.

632
Capítulo XXVI - CIDE Combustíveis 2019

001 Qual a legislação que disciplina a Contribuição de Intervenção


no Domínio Econômico incidente sobre a importação e a
comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus
derivados, e álcool etílico combustível (Cide-Combustíveis)?

Constituição Federal, de 1988, arts. 149 e 177, § 4º (§ 4º incluído pela Emenda


Constitucional nº 33, de 2001), e os seguintes dispositivos:
Leis Ordinárias:

· Lei nº 10.336, de 2001;

· Lei nº 10.833, de 2003, arts. 22, 23, 87, 88 e 94;

Decretos:

· Decreto nº 4.940, de 2003;

· Decreto nº 5.060, de 2004;

· Decreto nº 5.987, de 2006; e

Instrução Normativa:

· IN SRF nº 422, de 2004.

Parecer Normativo:

· Parecer Normativo Cosit nº 1, de 2015.

Atos Declaratórios Interpretativos:

· ADI SRF nº 6, de 2003; e

· ADI SRF nº 34, de 2004.

002 Quais são os fatos geradores da Cide-Combustíveis?

A Cide-Combustíveis tem como fatos geradores as operações de importação e de


comercialização no mercado interno dos seguintes produtos:
a) gasolina e suas correntes;

633
b) diesel e suas correntes;
c) querosene de aviação e outros querosenes;
d) óleos combustíveis (fuel-oil);
e) gás liqüefeito de petróleo, inclusive o derivado de gás natural e de nafta; e
f) álcool etílico combustível.

Notas:

1) Consideram-se correntes os hidrocarbonetos líquidos derivados


de petróleo e os hidrocarbonetos líquidos derivados de gás
natural utilizados em mistura mecânica para a produção de
gasolinas ou de diesel, de conformidade com as normas
estabelecidas pela ANP.
2) A receita de comercialização dos gases propano, classificado no
código 2711.12, butano, classificado no código 2711.13, todos da
NCM, e a mistura desses gases, quando destinados à utilização
como propelentes em embalagem tipo aerosol, não estão sujeitos à
incidência da Cide-Combustíveis até o limite quantitativo
autorizado pela ANP e nas condições estabelecidas pela Secretaria
da Receita Federal.
3) A operação de importação ou de comercialização do butano de
pureza igual ou superior a 95% em n-butano ou isobutano não está
sujeita à incidência da à incidência da Cide-Combustíveis, pois deve
ser classificado na Posição 29.01 da NCM, e não como gás
liquefeito de petróleo da Posição 27.11.

Normativo: Lei nº 10.336, de 2001, art. 3º; e


ADI SRF nº 6, de 2003

003 Quais são os contribuintes da Cide-Combustíveis?

São contribuintes da Cide-Combustíveis o produtor, o formulador e o importador, pessoa


física ou jurídica, de gasolina e suas correntes, de diesel e suas correntes, de querosene
de aviação, de outros querosenes, de óleos combustíveis (fuel-oil), de álcool etílico
combustível, de gás liquefeito de petróleo, inclusive o derivado de gás natural e de nafta.

Nota:

Considera-se formulador de combustível líquido, derivados de petróleo


e derivados de gás natural, a pessoa jurídica, conforme definido pela

634
Agência Nacional de Petróleo (ANP) a exercer, em Plantas de
Formulação de Combustíveis as seguintes atividades:
a) aquisição de correntes de hidrocarbonetos líquidos;
b) mistura mecânica de correntes de hidrocarbonetos líquidos, com o
objetivo de obter gasolinas e diesel;
c) armazenamento de matérias-primas, de correntes intermediárias e de
combustíveis formulados;
d) comercialização de gasolinas e de diesel; e
e) comercialização de sobras de correntes.

Normativo: Lei nº 10.336, de 2001, art. 2º; e


Resolução ANP nº 5, de 2012.

Quais são os casos de responsabilidade na legislação da Cide-


004
Combustíveis?

a) É responsável solidário pelo pagamento da Cide-Combustíveis o adquirente de


mercadoria de procedência estrangeira, no caso de importação realizada por sua
conta e ordem, por intermédio de pessoa jurídica importadora.
b) Respondem pela infração, conjunta ou isoladamente, relativamente à Cide-
Combustíveis, o adquirente de mercadoria de procedência estrangeira, no caso de
importação realizada por sua conta e ordem, por intermédio de pessoa jurídica
importadora.
c) As sociedades cooperativas que se dedicam a vendas em comum, e que recebam
para comercialização a produção de seus associados, são responsáveis pelo
recolhimento da Cide incidente sobre a comercialização de álcool etílico
combustível.

Normativo: Lei nº 10.336, de 2001, arts. 11 e 12;


Lei nº 10.833, de 2003, art. 22; e
IN SRF nº 422, de 2004, arts. 4º e 20.

005 Há incidência da Cide-Combustíveis sobre as correntes de


hidrocarbonetos líquidos??

635
Sim. E são aplicadas as mesmas alíquotas fixadas para o diesel, no caso de correntes de
hidrocarbonetos líquidos que possam ser utilizadas exclusivamente para a formulação de
diesel, e as mesmas alíquotas fixadas para a gasolina, nos demais casos.

Estão reduzidas a zero as alíquotas da Cide-Combustíveis incidente na importação e na


comercialização de correntes de hidrocarbonetos líquidos não destinadas à formulação de
gasolina ou diesel, observados os termos, limites e condições do Decreto nº 4.940, de
2003.

A pessoa jurídica que adquirir no mercado interno ou importar correntes de


hidrocarbonetos líquidos, e utilizar esses produtos como insumo na fabricação de outros
produtos (que não gasolina ou diesel), poderá deduzir o valor da Cide-Combustíveis, pago
pelo vendedor ou pago na importação, dos valores de tributos ou contribuições
administradas pela Receita Federal do Brasil, nos termos, limites e condições
estabelecidos no Decreto nº 5.987, de 2006.

Normativo: Lei nº 10.336, de 2001, art. 5º, §§ 1º a 4º, e art. 8º A;


Decreto nº 4.940, de 2003;
Decreto nº 5.987, de 2006; e
Parecer Normativo Cosit nº 1, de 2015.

006 Qual é a base de cálculo da Cide-Combustíveis?

A base de cálculo da Cide-Combustíveis é a quantidade dos produtos, importados ou


comercializados no mercado interno, expressa nas unidades de medida constantes dos
Anexos I e II da IN RFB nº 422, de 2004.

Nota:

Os produtos constantes dos Anexos I e II que possam servir à


formulação de gasolina, de gasolina e diesel ou de diesel, cujas
unidades de medida estatística sejam o metro cúbico ou "kg
líquido" serão sempre calculadas tomando-se como referencial a
temperatura de 20ºC e pressão atmosférica de 1 atmosfera (atm)

Normativo: Lei nº 10.336, de 2001, arts. 4º, e


IN SRF nº 422, de 2004, art. 5º.

636
007 Quais são as alíquotas da Cide-Combustíveis devidas na
importação e na comercialização no mercado interno?

As alíquotas específicas da Cide, na importação e na comercialização no mercado interno,


são as seguintes:

a) gasolina e suas correntes, R$ 860,00 por m³;

b) diesel e suas correntes, R$ 390,00 por m³;

c) querosene de aviação, R$ 92,10 por m³;

d) outros querosenes, R$ 92,10 por m³;

e) óleos combustíveis com alto teor de enxofre, R$ 40,90 por t;

f) óleos combustíveis com baixo teor de enxofre, R$ 40,90 por t;

g) gás liquefeito de petróleo, inclusive o derivado de gás natural e da nafta, R$ 250,00


por t;

h) álcool etílico combustível, R$ 37,20 por m³.

Mas, com base no art. 9º da Lei nº 10.336, de 2001, as alíquotas estão reduzidas para:

a) gasolina e suas correntes, R$ 100,00 por m³;

b) diesel e suas correntes, zero;

c) querosene de aviação, zero;

d) outros querosenes, zero;

e) óleos combustíveis com alto teor de enxofre, zero;

f) óleos combustíveis com baixo teor de enxofre, zero;

g) gás liquefeito de petróleo, inclusive o derivado de gás natural e da nafta, zero;

h) álcool etílico combustível, zero.

Normativo: Lei nº 10.336, de 2001, art. 5º e 9º; e


Decreto 5.060, de 2004, art. 1º.

637
008 Qual o prazo de pagamento da Cide-Combustíveis?

O pagamento da Cide-Combustíveis deve ser efetuado:

a) até o último dia útil da primeira quinzena do mês subsequente ao de ocorrência do


fato gerador, no caso de comercialização no mercado interno; e
b) na data de registro da Declaração de Importação (DI), no caso de importação.
Lei nº 10.336, de 2001, art. 6º; e
Normativo:
IN SRF nº 422, de 2004, art. 12.

009 A legislação admite deduções do valor da Cide-Combustíveis


devida na comercialização no mercado interno?

Sim. O valor da Cide-Combustíveis pago na importação ou incidente na aquisição no


mercado interno de outro contribuinte, dos produtos relacionados no art. 3º da
Lei nº 10.336, de 2001, pode ser deduzido do valor da Cide devida na comercialização
dos respectivos produtos no mercado interno.
A dedução é efetuada pelo valor da Cide pago na importação ou incidente na aquisição
dos produtos no mercado interno, considerando-se o conjunto de produtos importados e
comercializados, sendo desnecessária a segregação por espécie de produto.

Lei nº 10.336, de 2001, art. 7º; e


Normativo:
IN SRF nº 422, de 2004, art. 14.

010 A Cide-Combustíveis pode ser utilizada para reduzir o valor a


pagar da contribuição para a Contribuição para o PIS/Pasep e da
Cofins?

Não. Porque os limites de dedução da contribuição para a Contribuição para o PIS/Pasep


e da Cofins, de que trata o art. 8º da Lei nº 10.336, de 2001, estão reduzidos a zero.
Lei nº 10.366, de 2001, art. 9º, § 1º;
Normativo: Decreto nº 5.060, de 2004, art. 2º; e
IN SRF nº 422, de 2004, art.15.

638
011 Há casos de não-incidência da Cide-Combustíveis?

Sim. A não-incidência da Cide-Combustíveis ocorre nos seguintes casos:

a) receita decorrente de exportação para o exterior de gasolinas e suas correntes, de


diesel e suas correntes, de querosene de aviação, de outros querosenes, de óleos
combustíveis (fuel-oil), de álcool etílico combustível, de gás liquefeito de petróleo,
inclusive o derivado de gás natural e de nafta.
b) receita de comercialização dos gases propano, classificado no código 2711.12,
butano, classificado no código 2711.13, todos da NCM, e a mistura desses gases,
quando destinados à utilização como propelentes em embalagem tipo aerossol, até
o limite quantitativo autorizado pela ANP.

Veja ainda: Alíquotas da Cide-Combustíveis devidas na


importação e na comercialização no mercado interno:
Pergunta 007

Normativo: Lei nº 10.336, de 2001, art. 3º, §§ 2º e 3º, e


IN SRF nº 422, de 2004, arts. 7º e 9º.

012 O gás natural está sujeito à incidência da Cide-Combustíveis?

Não, a Cide-Combustíveis incidente sobre os gases liquefeitos de petróleo, classificados


na subposição 2711.1 da NCM, não alcança o gás natural, classificado no código
2711.11.00.

Normativo: Lei nº 10.833, de 2003, art. 23; e


IN SRF nº 422, de 2002, art. 2º, inciso V.

013 O Biodiesel está sujeito à incidência da Cide-Combustíveis?

Não. Não há previsão de incidência da Cide-combustíveis sobre o biodiesel.

Normativo: Constituição Federal de 1988, art. 177, § 4º; e


Lei nº 10.336, de 2001, art. 1º.

639
014 Há incidência da Cide-Combustíveis nas operações de vendas de
álcool etílico combustível efetuadas pelas cooperativas de
vendas em comum, em relação a este produto, quando adquiridos
de usinas produtoras não associadas, para completar lote de
venda?

Não. O art. 22 da Lei nº 10.833, de 2003, estabelece responsabilidade pelo recolhimento


da Cide-Combustíveis apenas em relação à comercialização de álcool etílico combustível
recebido de seus associados.

A incidência da Cide-Combustíveis ocorre quando o produtor (usina não associada)


efetua a venda desse tipo de álcool à cooperativa. Como não ocorre incidência da Cide na
venda pela cooperativa de produto adquirido de usina não associada, também não é
possível deduzir o valor incidente na aquisição na forma do art. 7º da Lei nº 10.336, de
2001.

Normativo: Lei nº 10.833, de 2003, art. 22; e


Lei nº 10.336, de 2001, art. 7º.

015 Há casos de isenção da Cide-Combustíveis?

Sim. Estão isentas da Cide-Combustíveis as receitas de vendas de gasolinas e suas


correntes, de diesel e suas correntes, de querosene de aviação, de outros querosenes, de
óleos combustíveis (fuel-oil), de álcool etílico combustível, de gás liqüefeito de petróleo,
inclusive o derivado de gás natural e de nafta, quando efetuadas a empresa comercial
exportadora, com o fim específico de exportação para o exterior.

Veja ainda: Alíquotas da Cide-Combustíveis devidas na


importação e na comercialização no mercado interno:
Pergunta 007

Normativo: Lei nº 10.336, de 2001, art. 10, e


IN SRF nº 422, de 2004, art. 6º, inciso II.

016 Há prazo para a empresa comercial exportadora efetuar a


exportação dos produtos adquiridos com isenção da Cide-
Combustíveis?

640
Sim. A empresa comercial exportadora que no prazo de 180 dias contados da aquisição,
não tiver efetuado a exportação dos produtos para o exterior, fica obrigada ao pagamento
da Cide-Combustíveis em relação aos produtos adquiridos e não exportados. Neste caso,
o pagamento deverá ser efetuado até o décimo dia subsequente ao do vencimento do prazo
estabelecido para a empresa comercial exportadora efetivar a exportação, acrescido de:

a) multa de mora, apurada na forma do caput do art. 10 da Lei nº 10.336, de 2001, e do


§ 2º do art. 61 da Lei nº 9.430, de 1996, calculada a partir do primeiro dia do mês
subsequente ao de aquisição dos produtos; e
b) juros equivalentes à taxa Selic, para títulos federais, acumulada mensalmente,
calculados a partir do primeiro dia do mês subsequente ao de aquisição dos produtos,
até o último dia do mês anterior ao do pagamento, e de 1% (um por cento) no mês do
pagamento.

Veja ainda: Alíquotas da Cide-Combustíveis devidas na


importação e na comercialização no mercado interno:
Pergunta 007

Lei nº 10.336, de 2001, art. 10, §§ 1º a 3º; e


Normativo:
IN SRF nº 422, de 2004, art. 17.

017 Quais os procedimentos que devem ser adotados pela empresa


comercial exportadora, quando alterar a destinação dos produtos
adquiridos com o fim específico de exportação?

A empresa comercial exportadora que alterar a destinação dos produtos adquiridos com
o fim específico de exportação, deverá efetuar o pagamento da Cide-Combustíveis, objeto
da isenção na aquisição, que deverá ocorrer até o ultimo dia da primeira quinzena do mês
subsequente ao da revenda no mercado interno, acrescido de:
a) multa de mora, apurada na forma do caput do art. 10º da Lei nº 10.336, de 2001, e
do § 2º do art. 61 da Lei nº 9.430, de 1996, calculada a partir do primeiro dia do
mês subsequente ao de aquisição do produto pela empresa comercial exportadora;
e
b) juros equivalentes à taxa Selic, para títulos federais, acumulada mensalmente,
calculados a partir do primeiro dia do mês subsequente ao de aquisição dos
produtos pela empresa comercial exportadora, até o último dia do mês anterior ao
do pagamento, e de 1% (um por cento) no mês do pagamento.

641
Veja ainda: Alíquotas da Cide-Combustíveis devidas na
importação e na comercialização no mercado interno:
Pergunta 007

Lei nº 10.336, de 2001, art. 10, §§ 4º e 5º;


Normativo:
IN SRF nº 422, de 2004, art. 17.

642
Capítulo XXVII - EFD-Contribuições 2019

001 O que é a EFD-Contribuições?

A EFD-Contribuições é a Escrituração Fiscal Digital da Contribuição para o PIS/Pasep,


da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e da Contribuição
Previdenciária sobre a Receita Bruta (CPRB). Trata-se de arquivo digital instituído pelo
Sistema Público de Escrituração Digital – SPED, a ser utilizado pelas pessoas jurídicas
de direito privado na escrituração da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, nos
regimes de apuração não-cumulativo e/ou cumulativo, com base no conjunto de
documentos e operações representativos das receitas auferidas, bem como dos custos,
despesas, encargos e aquisições geradores de créditos da não-cumulatividade.

Com o advento da Lei nº 12.546/2011, arts. 7º e 8º, a EFD-Contribuições passou a


contemplar também a escrituração digital da Contribuição Previdenciária sobre a Receita
Bruta (CPRB), incidente nos setores de serviço, indústria e do comércio varejista, com
base na receita bruta auferida em cada período mensal.

Os documentos e operações da escrituração representativos de receitas auferidas e de


aquisições, custos, despesas e encargos incorridos, serão relacionadas no arquivo da EFD-
Contribuições em relação a cada estabelecimento da pessoa jurídica. A escrituração das
contribuições sociais e dos créditos, bem como da Contribuição Previdenciária sobre a
Receita Bruta, será efetuada de forma centralizada, pelo estabelecimento matriz da pessoa
jurídica.

O arquivo da EFD-Contribuições deverá ser validado, assinado digitalmente e


transmitido, via Internet, ao ambiente do Sped.

A escrituração da Contribuição Previdenciária sobre a


Receita Bruta (CPRB) migrou para a EFD-REINF a partir
Nota:
dos prazos de obrigatoriedade estabelecidos para esta
última escrituração.

Normativo: IN RFB nº 1.252, de 2012, arts. 1º e 2º.

002 Qual o prazo de entrega da EFD-Contribuições?

A EFD-Contribuições será transmitida mensalmente ao Sped até o 10º (décimo) dia útil
do 2º (segundo) mês subsequente ao mês a que se refere a escrituração, inclusive nos
casos de extinção, incorporação, fusão e cisão total ou parcial.

643
O prazo para entrega da EFD-Contribuições será encerrado às 23h59min59s (vinte e três
horas, cinquenta e nove minutos e cinquenta e nove segundos), horário de Brasília, do dia
fixado para entrega da escrituração.

Normativo: IN RFB nº 1.252, de 2012, art. 7º.

003 Quem está obrigado à entrega da EFD-Contribuições?

Estão obrigadas à escrituração fiscal digital em referência:

I - em relação à Contribuição para o PIS/Pasep e à Cofins, referentes aos fatos geradores


ocorridos a partir de 1º de janeiro de 2012, as pessoas jurídicas sujeitas à tributação do
Imposto sobre a Renda com base no Lucro Real;

II - em relação à Contribuição para o PIS/Pasep e à Cofins, referentes aos fatos geradores


ocorridos a partir de 1º de janeiro de 2013, as demais pessoas jurídicas sujeitas à
tributação do Imposto sobre a Renda com base no Lucro Presumido ou Arbitrado;

III - em relação à Contribuição para o PIS/Pasep e à Cofins, referentes aos fatos geradores
ocorridos a partir de 1º de janeiro de 2014, as pessoas jurídicas referidas nos §§ 6º, 8º e
9º do art. 3º da Lei nº 9.718, de 27 de novembro de 1998, e na Lei nº 7.102, de 20 de
junho de 1983;

IV - em relação à Contribuição Previdenciária sobre a Receita, referente aos fatos


geradores ocorridos a partir de 1º de março de 2012, as pessoas jurídicas que desenvolvam
as atividades relacionadas nos arts. 7º e 8º da Medida Provisória nº 540, de 2 de agosto
de 2011, convertida na Lei nº 12.546, de 2011 (ver Nota da questão 001);

V - em relação à Contribuição Previdenciária sobre a Receita, referente aos fatos


geradores ocorridos a partir de 1º de abril de 2012, as pessoas jurídicas que desenvolvam
as demais atividades relacionadas nos arts. 7º e 8º, e no Anexo II, todos da Lei nº 12.546,
de 2011 (Ver Nota da questão 001).

IN RFB nº 1.252, de 2012, art. 4º, com redação dada pela


Normativo: IN RFB nº 1.280, de 2012 e pela IN RFB nº 1.387, de
2013

004 Quem está dispensado da entrega da EFD-Contribuições?

Estão dispensados da entrega da escrituração fiscal digital:

I - as Microempresas (ME) e as Empresas de Pequeno Porte (EPP) enquadradas no


Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas
Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Simples Nacional), instituído pela Lei

644
Complementar n º 123, de 14 de dezembro de 2006, relativamente aos períodos
abrangidos por esse Regime;
II - as pessoas jurídicas imunes e isentas do Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica
(IRPJ), cuja soma dos valores mensais das contribuições apuradas sobre receitas, objeto
de escrituração nos termos desta Instrução Normativa, seja igual ou inferior a R$
10.000,00 (dez mil reais), observado o disposto no § 5º ; Não se considera neste limite
mensal, a Contribuição para o PIS/Pasep sobre a Folha, conforme Solução de Consulta
Cosit nº 175, de 2015.
III - as pessoas jurídicas que se mantiveram inativas desde o início do ano-calendário ou
desde a data de início de atividades, relativamente às escriturações correspondentes aos
meses em que se encontravam nessa condição. Considera-se que a pessoa jurídica está
inativa a partir do mês em que não realizar qualquer atividade operacional, não
operacional, patrimonial ou financeira, inclusive aplicação no mercado financeiro ou de
capitais.
IV - os órgãos públicos;
V - as autarquias e as fundações públicas; e
VI - as pessoas jurídicas ainda não inscritas no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica
(CNPJ), desde o mês em que foram registrados seus atos constitutivos até o mês anterior
àquele em que foi efetivada a inscrição.
São também dispensados de apresentação da EFD-Contribuições, ainda que se encontrem
inscritos no CNPJ ou que tenham seus atos constitutivos registrados em Cartório ou
Juntas Comerciais:
I - os condomínios edilícios;
II - os consórcios e grupos de sociedades, constituídos na forma dos arts. 265, 278 e 279
da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976;
III - os consórcios de empregadores;
IV - os clubes de investimento registrados em Bolsa de Valores, segundo as normas
fixadas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) ou pelo Banco Central do Brasil
(Bacen);
V - os fundos de investimento imobiliário, que não se enquadrem no disposto no art. 2º
da Lei nº 9.779, de 1999;
VI - os fundos mútuos de investimento mobiliário, sujeitos às normas do Bacen ou da
CVM;
VII - as embaixadas, missões, delegações permanentes, consulados-gerais, consulados,
vice-consulados, consulados honorários e as unidades específicas do governo brasileiro
no exterior;
VIII - as representações permanentes de organizações internacionais;
IX - os serviços notariais e registrais (cartórios), de que trata a Lei nº 6.015, de 31 de
dezembro de 1973;
X - os fundos especiais de natureza contábil ou financeira, não dotados de personalidade
jurídica, criados no âmbito de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, bem como dos Ministérios Públicos e dos Tribunais de Contas;

645
XI - os candidatos a cargos políticos eletivos e os comitês financeiros dos partidos
políticos, nos termos da legislação específica;
XII - as incorporações imobiliárias sujeitas ao pagamento unificado de tributos de que
trata a Lei nº 10.931, de 2 de agosto de 2004, recaindo a obrigatoriedade da apresentação
da EFD-Contribuições à pessoa jurídica incorporadora, em relação a cada incorporação
submetida ao regime especial de tributação;
XIII - as empresas, fundações ou associações domiciliadas no exterior que possuam no
Brasil bens e direitos sujeitos a registro de propriedade ou posse perante órgãos públicos,
localizados ou utilizados no Brasil;
XIV - as comissões, sem personalidade jurídica, criadas por ato internacional celebrado
pela República Federativa do Brasil e um ou mais países, para fins diversos; e
XV - as comissões de conciliação prévia de que trata o art. 1º da Lei nº 9.958, de 12 de
janeiro de 2000.

Normativo: IN RFB nº 1.252, de 2012, art. 5º.

As pessoas jurídicas obrigadas à entrega da EFD-Contribuições


005 devem apresentá-la ainda que, naquele mês, não tenham auferido
receitas?

A pessoa jurídica sujeita à tributação do Imposto sobre a Renda com base no Lucro Real
ou Presumido ficará dispensada da apresentação da EFD-Contribuições em relação aos
correspondentes meses do ano-calendário, em que:
I - não tenha auferido ou recebido receita bruta da venda de bens e serviços, ou de outra
natureza, sujeita ou não ao pagamento das contribuições, inclusive no caso de isenção,
não incidência, suspensão ou alíquota zero;
II - não tenha realizado ou praticado operações sujeitas a apuração de créditos da não
cumulatividade do PIS/Pasep e da Cofins, inclusive referentes a operações de importação.
A dispensa de entrega da EFD-Contribuições, nesse caso, não alcança o mês de dezembro
do ano-calendário correspondente, devendo a pessoa jurídica, em relação a esse mês,
proceder à entrega regular da escrituração digital, na qual deverá indicar, no Registro
"0120 - Identificação dos Períodos Dispensados da Escrituração Digital", os meses do
ano-calendário em que não auferiu receitas e não realizou operações geradoras de crédito.

Normativo: IN RFB nº 1.252, de 2012, art. 5º, §§ 7º e 8º.

É possível retificar uma EFD-Contribuições devidamente


006
entregue?

A EFD-Contribuições poderá ser retificada, mediante transmissão de novo arquivo digital


validado e assinado, para inclusão, alteração ou exclusão de documentos ou operações da
escrituração fiscal, ou para efetivação de alteração nos registros representativos de
créditos e contribuições e outros valores apurados.

646
Todavia, a EFD-Contribuições retificadora não produzirá efeitos quanto aos elementos
da escrituração, quando tiver por objeto:
I - reduzir débitos de Contribuição:
a) cujos saldos a pagar já tenham sido enviados à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional
(PGFN) para inscrição em Dívida Ativa da União (DAU), nos casos em que importe
alteração desses saldos;

b) cujos valores apurados em procedimentos de auditoria interna, relativos às informações


indevidas ou não comprovadas prestadas na escrituração retificada, já tenham sido
enviados à PGFN para inscrição em DAU; ou

c) cujos valores já tenham sido objeto de exame em procedimento de fiscalização;

II - alterar débitos de Contribuição em relação aos quais a pessoa jurídica tenha sido
intimada de início de procedimento fiscal; e

III - alterar créditos de Contribuição objeto de exame em procedimento de fiscalização


ou de reconhecimento de direito creditório de valores objeto de Pedido de Ressarcimento
ou de Declaração de Compensação.

O direito de o contribuinte pleitear a retificação da EFD-Contribuições extingue-se em 5


(cinco) anos contados do 1º (primeiro) dia do exercício seguinte àquele a que se refere a
escrituração substituída.

Normativo: IN RFB nº 1.252, de 2012, art. 11.

Qual a multa devida pela não apresentação, ou pela apresentação


007
em atraso, da EFD-Contribuições?

A não apresentação da EFD-Contribuições no prazo fixado no art. 7º da IN RFB nº 1.252,


de 2012, ou a sua apresentação com incorreções ou omissões, acarretará aplicação, ao
infrator, das multas previstas no art. 12 da Lei nº 8.218, de 1991, sem prejuízo das sanções
administrativas, cíveis e criminais cabíveis, inclusive aos responsáveis legais.
A multa prevista no inciso I será reduzida à metade quando a obrigação acessória for
cumprida antes de qualquer procedimento de ofício.

Lei nº 8.218, de 1991, art. 12;


Normativo: IN RFB nº 1.252, de 2012, art. 10, com redação dada pela
IN RFB nº 1.876, de 2019.

647
008 A EFD-Contribuições substituiu o Dacon?

Sim. Todas as informações anteriormente prestadas no Demonstrativo de Apuração de


Contribuições Sociais (Dacon), passaram a ser prestadas, em nível mais detalhado e
analítico, na EFD-Contribuições.
O Dacon relativo aos fatos geradores ocorridos a partir de 1º de janeiro de 2014, foi
extinto pela IN RFB nº 1.441, de 2014, para todas as pessoas jurídicas. A apresentação
de Dacon, original ou retificador, relativo a fatos geradores ocorridos até 31 de dezembro
de 2013, deverá ser efetuada com a utilização das versões anteriores do programa gerador,
conforme o caso. A extinção do demonstrativo aplica-se também aos casos de extinção,
incorporação, fusão, cisão parcial ou cisão total que ocorrerem a partir de 1º de janeiro de
2014.
Contudo, a IN RFB nº 1.305, de 2012, já havia dispensado a entrega do Dacon relativo a
fatos geradores ocorridos a partir 1º de janeiro de 2013 para as pessoas jurídicas tributadas
pelo imposto sobre a renda, no ano-calendário de 2013, com base no lucro presumido ou
arbitrado.
IN RFB nº 1.305, de 2012, art. 1º.
Normativo:
IN RFB nº 1.441, de 2014.

Considerando que todas as informações de interesse do fisco


estão disponíveis no SPED, a empresa vai poder eliminar os
009
documentos físicos (em papel) que serviram de base para a
escrituração contábil e fiscal?

Todos os documentos em papel (notas fiscais, contratos, recibos, etc.) que dão suporte
aos respectivos lançamentos contábeis e fiscais devem ser mantidos pelo prazo previsto
nas legislações comercial e fiscal.

Normativo: IN RFB nº 1.252, de 2012, art. 9º, §1º.

No arquivo da EFD-Contribuições, no que diz respeito às notas


fiscais de entradas (aquisições), devemos informar somente
010 aquelas notas fiscais que geram crédito do PIS e COFINS, ou
seja, não é obrigatório informar as notas fiscais que a pessoa
jurídica não irá se creditar destas contribuições. Correto?

No tocante às aquisições do período, só precisam ser escriturados os documentos


referentes a operações geradoras de crédito (CST 50 a 56, no caso de créditos básicos; e
CST 60 a 66, no caso de créditos presumidos). As operações de aquisição de bens e
serviços que não geram direito a crédito da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins,
não precisam constar na EFD-Contribuições.

648
Guia Prático da EFD-Contribuições;
Normativo: Perguntas Frequentes do sítio do Sped na internet
(http://receita.economia.gov.br).

No arquivo da EFD-Contribuições, devemos informar, por


exemplo, as notas fiscais de saída referente a transferências de
produção própria ou terceiros (CFOP 5.151/6.151, 5.152/6.152);
remessa para industrialização por encomenda (CFOP
011
5.901/6.901), remessa para conserto (CFOP 5.915/6.9150),
remessa de vasilhame ou sacaria (CFOP 5.920/6.920); etc., ou
seja, aquelas remessas que não caracterizam transação
comercial?

No tocante às notas fiscais de saída e/ou de entrada de mercadorias, só precisam ser


relacionados os documentos fiscais representativos de receitas (saídas) ou de aquisições
(entradas) com direito a crédito. Os documentos fiscais representativos de transferência
de mercadorias e produtos entre estabelecimentos da pessoa jurídica, bem como outras
operações que não se caracterizam transações comerciais (geradores de receitas ou de
créditos) não precisam ser escrituradas.

Guia Prático da EFD-Contribuições;


Normativo: Perguntas Frequentes do sítio do Sped na internet
(http://receita.economia.gov.br).

Na EFD-Contribuições, qual é estrutura e conteúdo das


012
informações que compõem o arquivo digital?

O arquivo digital da EFD-Contribuições é constituído por blocos de registros, referindo-


se cada bloco a um agrupamento de registros para a pessoa jurídica informar as operações,
geradoras de contribuição ou de créditos, de uma mesma natureza (por tipo de documento
fiscal, por exemplo). Todas as informações prestadas no arquivo digital devem estar
lastreadas ou referenciadas com documentos (notas fiscais, contratos, lançamentos
contábeis, etc.), que repercutem no campo de incidência do PIS/Pasep, da Cofins e da
CPRB. Os Blocos da EFD-Contribuições contemplam as informações de acordo com o
quadro a seguir.

Bloco Descrição das Informações que compõem o Bloco

Identificação da pessoa jurídica, forma de apuração das contribuições, tabelas


0
informações cadastrais (estabelecimentos, itens, contas contábeis, etc.)

A Documentos Fiscais Geradores de Contribuição ou Crédito - Serviços (ISS)

649
Documentos Fiscais Geradores de Contribuição ou Crédito – Mercadorias
C
(ICMS/IPI)

Documentos Fiscais Geradores de Contribuição ou Crédito – Serviços de


D
Transporte e Comunicações (ICMS)

F Demais Documentos e Operações Geradores de Contribuição ou Crédito

Operações das Instituições Financeiras e Assemelhadas, Seguradoras, Entidades


I
de Previdência Privada e Operadoras de Planos de Assistência à Saúde

M Apuração da Contribuição e Crédito de PIS/PASEP e da COFINS

P Apuração da Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta

Complemento da Escrituração – Controle de Saldos de Créditos e de Retenções,


1
Relação de processos judiciais ou administrativos, RET e Outras Informações

Guia Prático da EFD-Contribuições;


Normativo: Perguntas Frequentes do sítio do Sped na internet
(http://receita.economia.gov.br).

650
Capítulo XXVIII - Efeitos tributários relacionados aos
novos métodos e critérios contábeis 2019

Adoção de Novos Métodos e Critérios Contábeis por meio de Atos Administrativos

Qual o tratamento fiscal a ser dispensado pelo contribuinte


para os reflexos decorrentes de atos administrativos
001
emitidos com base em competência atribuída em lei
comercial (e.g. CPCs) após 12 de novembro de 2013?

A modificação ou adoção de métodos e critérios contábeis por meio de atos


administrativos emitidos após 12 de novembro de 2013 com base em competência
atribuída em lei comercial não terá implicação na apuração dos tributos federais até que
lei tributária regule a matéria.

Art. 58 da Lei n° 12.973/14;


Normativo:
Art. 283 da Instrução Normativa RFB n° 1.700, de 2017;

A quem compete a identificação de atos administrativos


emitidos com base em competência atribuída em lei
002 comercial após 12 de novembro de 2013 que disponham
sobre a modificação ou adoção de métodos e critérios
contábeis?

Compete à Secretaria da Receita Federal do Brasil identificar os atos administrativos que


disponham sobre modificação ou adoção de métodos ou critérios contábeis bem como
dispor sobre os procedimentos para anular os efeitos desses atos sobre a apuração dos
tributos federais.

Art. 58, § único da Lei n° 12.973/14;


Normativo: Art. 283, §1º da Instrução Normativa RFB n° 1.700, de
2017;

A Secretaria da Receita Federal do Brasil já identificou


atos administrativos que não contemplam modificação ou
003 adoção de novos métodos ou critérios contábeis, ou que tal
modificação ou adoção não tenha efeito na apuração dos
tributos federais?

651
A Coordenação-Geral de Tributação da Secretaria da Receita Federal do Brasil, por meio
dos Atos Declaratórios Executivos COSIT nºs 20/2015, 34/2015, 22/2016,
32/2017, 33/2017, 01/2018, 13/2018 e 14/2018, identificou os documentos emitidos pelo
Comitê de Pronunciamentos Contábeis – CPC e pelo Conselho Monetário Nacional
- CMN que não contemplam modificação ou adoção de novos métodos ou critérios
contábeis, ou tal modificação ou adoção não tem efeito na apuração dos tributos federais.

Art. 58, § único da Lei n° 12.973/14;


Art. 283, §2º da Instrução Normativa RFB n° 1.700, de
2017;
Normativo:
Atos Declaratórios Executivos COSIT n°s 20/2015,
34/2015, 22/2016 32/2017, 33/2017, 01/2018, 13/2018 e
14/2018.

Na ocorrência da adoção de novo método ou critério


contábil, os contribuintes já estão autorizados a fazer os
referidos ajustes na apuração do lucro real, da base de
004
cálculo da CSLL, da COFINS e do PIS, até que a lei
tributária regule a matéria? Ou o contribuinte precisa de
uma norma da RFB autorizando efetuar tais ajustes?

Não. Quando houver modificação ou adoção de novo método ou critério contábil por
meio de ato administrativo emitido com base em competência atribuída em lei comercial,
a Secretaria da Receita Federal do Brasil irá dispor sobre os procedimentos para anular
os efeitos desses atos.

Normativo: Art. 283 da Instrução Normativa RFB nº 1.700, de 2017

Adoção Inicial
O controle por subcontas na adoção inicial se aplica aos
ativos e passivos relativos aos contratos de arrendamento
005 mercantil nos quais haja transferência substancial dos
riscos e benefícios inerentes à propriedade do bem em
curso na data da adoção inicial?

Não. Para os ativos e passivos relativos aos contratos de arrendamento mercantil em curso
na data da adoção inicial, nos quais haja transferência substancial dos riscos e benefícios
inerentes à propriedade do bem arrendado, não se aplica o controle por subcontas de que
tratam os arts. 294 a 300.
O disposto acima aplica-se, inclusive, aos contratos não tipificados como arrendamento
mercantil que contenham elementos contabilizados como arrendamento mercantil por
força de normas contábeis e da legislação comercial.

A partir da data da adoção inicial, deverá ser observado o tratamento tributário previsto
nos arts. 172 a 177 da Instrução Normativa RFB n° 1.700, de 2017.
652
Normativo: Art. 303 da Instrução Normativa RFB n° 1.700, de 2017

O contribuinte pode efetuar a exclusão da diferença


006 negativa entre o saldo do ativo diferido registrado na
contabilidade societária e no FCONT?

A diferença negativa verificada na data da adoção inicial entre o valor de ativo diferido
na contabilidade societária e no FCONT somente poderá ser excluída se o contribuinte
evidenciar essa diferença em subconta vinculada ao ativo.
A diferença poderá ser controlada de duas formas:
1) por meio da utilização de uma única subconta, sendo o lançamento a crédito na
subconta e a débito na conta de ativo diferido;
2) por meio da utilização de 2 (duas) subcontas, sendo o lançamento a crédito na subconta
vinculada ao ativo diferido e a débito em uma subconta auxiliar à subconta vinculada ao
ativo.
A diferença poderá ser excluída em cada período de apuração proporcionalmente à
parcela equivalente à amortização do ativo diferido de acordo com as normas e critérios
tributários vigentes em 31 de dezembro de 2007.

No caso de ativo diferido não reconhecido na data da adoção inicial na contabilidade


societária, mas reconhecido no FCONT, a diferença deverá ser controlada na Parte B do
e-Lalur e do e-Lacs.

Normativo: Art. 302 da Instrução Normativa RFB n° 1.700, de 2017

Qual deve ser o procedimento adotado pelo contribuinte


007 no caso de contrato de concessão de serviços públicos na
adoção inicial?

No caso de contrato de concessão de serviços públicos, o contribuinte deverá:


1) calcular o resultado tributável do contrato de concessão acumulado até a data da adoção
inicial, considerando os métodos e critérios vigentes em 31 de dezembro de 2007;
2) calcular o resultado tributável do contrato de concessão acumulado até a data da adoção
inicial, considerando as disposições da Instrução Normativa nº 1.700/2017 e da Lei nº
6.404, de 1976;
3) calcular a diferença entre os valores referidos nos incisos I e II acima, que deverá ser
controlada na Parte B do e-Lalur e do e-Lacs; e
4) adicionar, se negativa, ou excluir, se positiva, a diferença referida no inciso III acima
na apuração do lucro real e do resultado ajustado em quotas fixas mensais durante o prazo
restante de vigência do contrato.

653
O contribuinte deverá conservar os documentos comprobatórios da diferença enquanto os
períodos de apuração abrangidos pelo contrato estiverem sujeitos a verificação por parte
da Secretaria da Receita Federal do Brasil.

Normativo: Art. 305 da Instrução Normativa RFB n° 1.700, de 2017

Como deve ser evidenciado contabilmente em subcontas


008 o ágio cujo valor societário é maior que o valor do ágio
fiscal na adoção inicial?

SITUAÇÃO 1 – Ágio relativo a uma participação societária: Eventuais diferenças na data


da adoção inicial entre o valor da participação societária na contabilidade societária e no
FCONT não serão adicionadas ou excluídas na determinação do lucro real e do resultado
ajustado não sendo necessário, portanto, implementar o controle por meio de subcontas.
SITUAÇÃO 2 – Ágio isolado (oriundo, por exemplo, de uma incorporação da investida
pela investidora): O goodwill classificado no intangível da contabilidade societária
representará uma diferença positiva a ser adicionada na determinação do lucro real. Como
este ativo não está reconhecido do FCONT (no FCONT não existe o subgrupo ativo não
circulante intangível), a subconta poderá ser a própria conta representativa do goodwill
(ou ágio).
O ágio classificado no ativo diferido do FCONT representará uma diferença negativa que
poderá ser excluída em cada período de apuração proporcionalmente à parcela
equivalente à amortização do ativo diferido de acordo com as normas e critérios
tributários vigentes em 31 de dezembro de 2007. Como este ativo não está reconhecido
na contabilidade societária, deverá haver controle na parte B do Lalur e do e-Lacs.

SITUAÇÃO 1:
Art. 64, parágrafo único, da Lei n° 12.973, de 2014;
Arts. 304 e 306, § 1º, inciso VI, alínea “d”; da Instrução
Normativa RFB n° 1.700, de 2017
Normativo:
SITUAÇÃO 2:
Arts 64, 66 e 67 da Lei nº 12.973, de 2014;
Arts. 291 a 300 e 302 da Instrução Normativa RFB n°
1.700, de 2017.

A diferença positiva verificada na data da adoção inicial


entre o valor de intangível na contabilidade societária e no
009 FCONT será adicionada na determinação do lucro real e
da base de cálculo da contribuição social sobre o lucro
líquido (CSLL)?

654
Sim, a diferença positiva verificada na data da adoção inicial entre o valor de intangível
na contabilidade societária e no FCONT deve ser adicionada na determinação do lucro
real e na base de cálculo da CSLL na data da adoção inicial.

Se o contribuinte evidenciar contabilmente essa diferença em subconta vinculada ao


intangível, a adição pode ser feita à medida de sua realização, inclusive mediante
amortização ou baixa.

Art. 294, 295 e 300 da Instrução Normativa RFB nº 1.700,


Normativo:
de 2017

Quais são os níveis de detalhamento e as características


010
das subcontas?

As subcontas serão analíticas e registrarão os lançamentos contábeis das diferenças em


último nível.
Cada subconta deve se referir a apenas uma única conta de ativo ou passivo, e cada conta
de ativo ou passivo referir-se-á a apenas uma subconta.

O conjunto de contas formado pela conta analítica do ativo ou passivo e as subcontas


correlatas receberá identificação única, que não poderá ser alterada até o encerramento
contábil das subcontas.

Arts. 300, caput e §§ 9° e 10 da Instrução Normativa RFB


Normativo:
n° 1.700, de 2017

O saldo apresentado na subconta deve representar o saldo


011
do FCONT de determinado ativo ou passivo?

Não, as subcontas registrarão as diferenças verificadas na data da adoção inicial entre o


valor de ativo ou passivo verificado na contabilidade societária e no FCONT.

A soma do saldo da subconta com o saldo da conta do ativo ou passivo a que a subconta
está vinculada resultará no valor do ativo ou passivo mensurado de acordo com as
disposições da Lei nº 6.404, de 1976, exceto se o contribuinte optar pela utilização de
subcontas auxiliares, conforme previsto nos §§ 6° e 7° do art. 295, §§ 4° e 5° do art. 296,
§§ 6° e 7° do art. 298 e §§ 4° e 5° do art. 299.

Arts. 294 a 300 da Instrução Normativa RFB n° 1.700, de


Normativo:
2017

655
No caso de ativo ou passivo reconhecido na contabilidade
012 societária, mas não reconhecido no FCONT, é necessária
a criação de subconta?

Não, a subconta poderá ser a própria conta representativa do ativo ou passivo que já
evidencia a diferença, sem a necessidade da criação de nova conta contábil.

O mesmo se aplica para o caso de ativo ou passivo representado por mais de uma conta,
caso uma dessas contas conste na data da adoção inicial na contabilidade societária, mas
não conste no FCONT (ex: na perda estimada por redução ao valor recuperável de ativo,
a subconta poderá ser a própria conta que já evidencia a diferença).

Estas situações deverão ser informadas no Demonstrativo das Diferenças na Adoção


Inicial de que trata o art. 306, e não se aplicam na hipótese do contribuinte optar pela
utilização de subcontas auxiliares, conforme previsto nos §§ 6° e 7° do art. 295, §§ 4° e
5° do art. 296, §§ 6° e 7° do art. 298 e §§ 4° e 5° do art. 299 da IN RFB nº 1.700/2017.

Art. 300, §§ 3°, 4° e 11, e art. 306 da Instrução Normativa


Normativo:
RFB n° 1.700, de 2017

Como deve ser o controle em subcontas para ativo ou


013 passivo não reconhecido na data da adoção inicial na
contabilidade societária, mas reconhecido no FCONT?

No caso de ativo ou passivo não reconhecido na data da adoção inicial na contabilidade


societária, mas reconhecido no FCONT, a diferença deverá ser controlada na Parte B do
e-Lalur e do e-Lacs.
Note-se que o controle por meio de subcontas dispensa o controle dos mesmos valores na
Parte B do e-Lalur e do e-Lacs.
Estas situações deverão ser informadas no Demonstrativo das Diferenças na Adoção
Inicial de que trata o art. 306 da IN RFB nº 1.700/2017.

Arts. 300, §§ 5° e 7° e 306 da Instrução Normativa RFB


Normativo:
n° 1.700, de 2017

Qual deve ser o procedimento adotado na criação de


014 subcontas no caso de ativos ou passivos representados por
mais de uma conta?

No caso de ativos ou passivos representados por mais de uma conta (ex: bens
depreciáveis), o controle das diferenças deverá ser feito com a utilização de uma subconta
para cada conta, exceto se o contribuinte optar pela utilização de subcontas auxiliares,
conforme previsto nos §§ 6° e 7° do art. 295, §§ 4° e 5° do art. 296, §§ 6° e 7° do art. 298

656
e §§ 4° e 5° do art. 299 da IN RFB nº 1.700/2017, hipótese em que haverá somente uma
subconta vinculada ao ativo acompanhada de uma subconta auxiliar.

Art. 300, §§ 2° e 11 da Instrução Normativa RFB n° 1.700,


Normativo:
de 2017

Quais controles adicionais devem ser criados no caso de


015
contas que se refiram a grupo de ativos ou passivos?

No caso de conta que se refira a grupo de ativos ou passivos, de acordo com a natureza
desses, a subconta poderá se referir ao mesmo grupo de ativos ou passivos, desde que
haja livro razão auxiliar que demonstre o detalhamento individualizado por ativo ou
passivo.
As exigências relativas à apresentação do razão auxiliar podem ser encontradas no item
“1.23. Razão Auxiliar das Subcontas (RAS)” do Manual de Orientação do Leiaute da
ECD, aprovado pelo Ato Declaratório Executivo Cofis nº 83/2018.

Art. 300, §§ 6° e 10 da Instrução Normativa RFB n°


Normativo: 1.700, de 2017
Ato Declaratório Executivo Cofis n° 83/18

É vedado o controle na Parte B do e-Lalur e do e-Lacs das


diferenças verificadas na data da adoção inicial entre o
016
valor de ativo ou passivo verificado na contabilidade
societária e no Fcont?

A regra geral é de se controlar as diferenças em subcontas vinculadas ao ativo ou passivo.


Estas diferenças não podem ser controladas na Parte B do e-Lalur e do e-Lacs.

Arts. 291 a 300 da Instrução Normativa RFB n° 1.700, de


Normativo:
2017

O controle em subcontas na adoção inicial pode ser


efetuado por meio de contas de "compensação", conforme
abaixo?
Conta Principal: XXX - Veículos 1.200
017
Subconta: XXX.1 - Custo Aquis 1.000
Subconta: XXX.2 - Mais-Valia 200
Subconta: XXX.3 - Compensação (1.200)

Não. O controle em subcontas deve ser feito de acordo com os arts. 294 a 300 da Instrução
Normativa RFB nº 1.700, de 2017.

657
No exemplo mencionado, existem duas possibilidades:

1º Possibilidade (§ 1º do art. 295 da Instrução Normativa RFB nº 1.700, de 2017):

Conta relativa ao ativo: XXX – Veículos 1.000

Subconta vinculada ao ativo: XXY – Subconta Veículos 200

2ª Possibilidade (§ 6º do art. 295 da Instrução Normativa RFB nº 1.700, de 2017):

Conta relativa ao ativo: XXX – Veículos 1.200

Subconta vinculada ao ativo: XXY – Subconta Veículos 200

Subconta auxiliar: XXZ – Subconta Veículos Auxiliar (200)

Arts. 294 a 300 da Instrução Normativa RFB nº 1.700, de


Normativo:
2017

Adoção inicial: A partir de quando devem ser


considerados os dispositivos contidos nos arts. 1°, 2°, 4° a
018
71 e incisos I a VI, VIII e X do art. 117 da Lei n°
12.973/14?

Os dispositivos contidos nos arts. 1°, 2°, 4° a 71 e incisos I a VI, VIII e X do art. 117 da
Lei n° 12.973/14 devem ser considerados a partir de 1° de janeiro de 2015.

No entanto, a pessoa jurídica pôde optar pela aplicação antecipada desses dispositivos a
partir de 1° de janeiro de 2014.
Assim, as pessoas jurídicas que decidiram pela aplicação antecipada (OPTANTES)
consideraram os efeitos da Lei n° 12.973/14 a partir de 1° de janeiro de 2014. As demais
pessoas jurídicas (NÃO OPTANTES) passaram a adotar a Lei n° 12.973/14 a partir de 1°
de janeiro de 2015.

Art. 75 da Lei n° 12.973/14;


Normativo:
Art. 291 da Instrução Normativa RFB n° 1.700, de 2017

Qual o tratamento fiscal a ser dispensado para a diferença


019 positiva verificada na data da adoção inicial entre o valor
de ativo na contabilidade societária e no FCONT?

658
A diferença positiva verificada na data da adoção inicial entre o valor de ativo na
contabilidade societária e no FCONT deve ser adicionada na determinação do lucro real
e na base de cálculo da contribuição social na data da adoção inicial.

Se o contribuinte evidenciar contabilmente essa diferença em subconta vinculada ao


ativo, a adição pode ser feita à medida de sua realização, inclusive mediante depreciação,
amortização, exaustão, alienação ou baixa.

Art. 66 da Lei n° 12.973/14;


Normativo:
Art. 294 da Instrução Normativa RFB n° 1.700, de 2017

Quais os requisitos para que o contribuinte possa diferir a


adição da diferença positiva verificada na data da adoção
020
inicial entre o valor de ativo na contabilidade societária e
no FCONT?

A tributação da diferença positiva verificada na data da adoção inicial entre o valor de


ativo na contabilidade societária e no FCONT poderá ser diferida desde que o contribuinte
evidencie essa diferença em subconta vinculada ao ativo.
A diferença poderá ser controlada de duas formas:
1) por meio da utilização de uma única subconta, sendo o lançamento a débito na subconta
e a crédito na conta de ativo;
2) por meio da utilização de 2 (duas) subcontas, sendo o lançamento a débito na subconta
vinculada ao ativo e a crédito em uma subconta auxiliar à subconta vinculada ao ativo.
O valor registrado na subconta será baixado e adicionado ao lucro líquido na
determinação do lucro real e base de cálculo da contribuição social sobre o lucro líquido
à medida que o ativo for realizado, inclusive mediante depreciação, amortização,
exaustão, alienação ou baixa.

Art. 66 da Lei n° 12.973/14;


Normativo:
Art. 295 da Instrução Normativa RFB n° 1.700, de 2017

Qual o tratamento fiscal a ser dispensado para diferença


021 negativa verificada na data da adoção inicial entre o valor
de passivo na contabilidade societária e no FCONT?

A diferença negativa verificada na data da adoção inicial entre o valor de passivo na


contabilidade societária e no FCONT deve ser adicionada na determinação do lucro real
e na base de cálculo da contribuição social na data da adoção inicial.

Se o contribuinte evidenciar contabilmente essa diferença em subconta vinculada ao


passivo, a adição pode ser feita à medida da baixa ou liquidação.

659
Art. 66, § único da Lei n° 12.973/14;
Normativo: Art. 294, § único da Instrução Normativa RFB n° 1.700,
de 2017

Quais os requisitos para que o contribuinte possa diferir a


adição da diferença negativa verificada na data da adoção
022
inicial entre o valor de passivo na contabilidade societária
e no FCONT?

A tributação da diferença negativa verificada na data da adoção inicial entre o valor de


passivo na contabilidade societária e no FCONT poderá ser diferida desde que o
contribuinte evidencie essa diferença em subconta vinculada ao passivo.

A diferença poderá ser controlada de duas formas:


1) por meio da utilização de uma única subconta, sendo o lançamento a débito na subconta
e a crédito na conta de passivo;
2) por meio da utilização de 2 (duas) subcontas, sendo o lançamento a débito na subconta
vinculada ao passivo e a crédito em uma subconta auxiliar à subconta vinculada ao
passivo.
O valor registrado na subconta será baixado e adicionado ao lucro líquido na
determinação do lucro real e base de cálculo da contribuição social sobre o lucro líquido
à medida que o passivo for baixado ou liquidado.

Art. 66, § único da Lei n° 12.973/14;


Normativo:
Art. 296 da Instrução Normativa RFB n° 1.700, de 2017

Qual o tratamento fiscal a ser dispensado para diferença


023 negativa verificada na data da adoção inicial entre o valor
de ativo na contabilidade societária e no FCONT?

A diferença negativa verificada na data da adoção inicial entre o valor de ativo na


contabilidade societária e no FCONT não poderá ser excluída na determinação do lucro
real e na base de cálculo da contribuição social.
Se o contribuinte evidenciar contabilmente essa diferença em subconta vinculada ao
ativo, a exclusão poderá ser feita à medida de sua realização, inclusive mediante
depreciação, amortização, exaustão, alienação ou baixa.

Art. 67 da Lei n° 12.973/14;


Normativo:
Art. 297 da Instrução Normativa RFB n° 1.700, de 2017

660
Quais os requisitos para que o contribuinte possa excluir
a diferença negativa verificada na data da adoção inicial
024
entre o valor de ativo na contabilidade societária e no
FCONT?

A diferença negativa verificada na data da adoção inicial entre o valor de ativo na


contabilidade societária e no FCONT somente poderá ser excluída se o contribuinte
evidenciar essa diferença em subconta vinculada ao ativo.
A diferença poderá ser controlada de duas formas:
1) por meio da utilização de uma única subconta, sendo o lançamento a crédito na
subconta e a débito na conta de ativo;
2) por meio da utilização de 2 (duas) subcontas, sendo o lançamento a crédito na subconta
vinculada ao ativo e a débito em uma subconta auxiliar à subconta vinculada ao ativo.
O valor registrado na subconta será baixado e, caso o valor realizado do ativo seja
dedutível, poderá ser excluído do lucro líquido na determinação do lucro real e base de
cálculo da contribuição social sobre o lucro líquido à medida que o ativo for realizado,
inclusive mediante depreciação, amortização, exaustão, alienação ou baixa.

Art. 67 da Lei n° 12.973/14;


Normativo:
Art. 298 da Instrução Normativa RFB n° 1.700, de 2017

Qual o tratamento fiscal a ser dispensado para diferença


025 positiva verificada na data da adoção inicial entre o valor
de passivo na contabilidade societária e no FCONT?

A diferença positiva verificada na data da adoção inicial entre o valor de passivo na


contabilidade societária e no FCONT não pode ser excluída na determinação do lucro real
e na base de cálculo da contribuição social na data da adoção inicial.

Se o contribuinte evidenciar contabilmente essa diferença em subconta vinculada ao


passivo, a exclusão pode ser feita à medida da baixa ou liquidação.

Art. 67, § único da Lei n° 12.973/14;


Normativo: Art. 297, § único da Instrução Normativa RFB n° 1.700,
de 2017

Quais os requisitos para que o contribuinte possa excluir


a diferença positiva verificada na data da adoção inicial
026
entre o valor de passivo na contabilidade societária e no
FCONT?

661
A diferença positiva verificada na data da adoção inicial entre o valor de passivo na
contabilidade societária e no FCONT somente será excluída se o contribuinte evidenciar
essa diferença em subconta vinculada ao passivo.
A diferença poderá ser controlada de duas formas:
1) por meio da utilização de uma única subconta, sendo o lançamento a crédito na
subconta e a débito na conta de passivo;
2) por meio da utilização de 2 (duas) subcontas, sendo o lançamento a crédito na subconta
vinculada ao passivo e a débito em uma subconta auxiliar à subconta vinculada ao
passivo.
O valor registrado na subconta será baixado e poderá ser excluído do lucro líquido na
determinação do lucro real e base de cálculo da contribuição social sobre o lucro líquido
à medida que o passivo for baixado ou liquidado.

Art. 67, § único da Lei n° 12.973/14;


Normativo:
Art. 299 da Instrução Normativa RFB n° 1.700, de 2017

O que deve ser entendido por contabilidade societária e


027
como ela é apresentada?

A contabilidade societária é apresentada por meio da Escrituração Contábil Digital (ECD)


no caso de pessoa jurídica que a tenha adotado nos termos da Instrução Normativa RFB
nº 1.774, de 22 de dezembro de 2017.
Na contabilidade societária, os ativos e passivos estarão mensurados de acordo com as
disposições da Lei nº 6.404, de 1976, considerando as alterações introduzidas pela Lei n°
11.638/07 e pela Lei n° 11.941/09.

Normativo: Art. 293 da Instrução Normativa RFB n° 1.700, de 2017

Onde estavam representados os ativos e passivos


mensurados de acordo com os métodos e critérios vigentes
028
em 31 de dezembro de 2007 durante a vigência do RTT?
Como era gerado o FCONT?

Esses ativos e passivos estavam no Controle Fiscal Contábil de Transição (FCONT) de


que tratam os arts. 7º e 8º da Instrução Normativa RFB nº 949, de 2009.
O FCONT era gerado a partir da contabilidade societária, expurgando e inserindo os
lançamentos informados no Programa Validador e Assinador da Entrada de Dados para
o Controle Fiscal Contábil de Transição de que trata a Instrução Normativa RFB nº 967,
de 2009 (e alterações).

Normativo: Art. 293 da Instrução Normativa RFB n° 1.700, de 2017

662
Até quando as empresas eram obrigadas a apresentar o
029
FCONT na adoção inicial?

Até o ano-calendário de 2014, era obrigatória a entrega das informações necessárias para
gerar o Controle Fiscal Contábil de Transição (FCONT) de que tratam os arts. 7º e 8º da
Instrução Normativa RFB nº 949, de 16 de junho de 2009, por meio do Programa
Validador e Assinador da Entrada de Dados para o Controle Fiscal Contábil de Transição,
conforme disposto na Instrução Normativa RFB nº 967, de 15 de outubro de 2009, para
as pessoas jurídicas sujeitas ao RTT.
Assim, os OPTANTES pela antecipação da aplicação dos arts. 1°, 2°, 4° a 71 e incisos I
a VI, VIII e X do art. 117 da Lei n° 12.973/14 estavam obrigadas a apresentar o FCONT
até o ano-calendário de 2013. Os NÃO-OPTANTES, por sua vez, estavam obrigados a
apresentar o FCONT até o ano calendário de 2014.

Art. 6° da Instrução Normativa RFB n° 1.397/13 com


Normativo:
alteração da Instrução Normativa RFB n° 1.492/14.

Que tratamento tributário será dado às operações de


incorporação, fusão ou cisão, ocorridas até 31 de
030
dezembro de 2017, cuja participação societária tenha sido
adquirida até 31 de dezembro de 2014?

As disposições contidas nos arts. 7° e 8° da Lei n° 9.532/97 e nos arts. 35 e 37 do Decreto-


Lei n° 1.598/77, continuam a ser aplicadas somente às operações de incorporação, fusão
e cisão, ocorridas até 31 de dezembro de 2017, cuja participação societária tenha sido
adquirida até 31 de dezembro de 2014.
No caso de aquisições de participações societárias que dependam da aprovação de órgãos
reguladores e fiscalizadores para a sua efetivação, o prazo para incorporação de que trata
o caput poderá ser até 12 (doze) meses da data da aprovação da operação.

Normativo: Art. 65 da Lei n° 12.973/14

Como devem ser avaliadas as participações societárias de


031
caráter permanente na adoção inicial?

As participações societárias serão avaliadas de acordo com a Lei n° 6.404/76.

Eventuais diferenças na adoção inicial entre o valor da participação societária na


contabilidade societária e no FCONT não serão adicionadas nem excluídas na
determinação do lucro real e da base de cálculo da contribuição social sobre o lucro
líquido.

O disposto no art. 178 da Instrução Normativa RFB n° 1.700, de 2017, com exceção dos
§§ 2° ao 8°, deverá ser observado no caso de participação societária avaliada pelo valor
de patrimônio líquido.

663
Art. 64, § único da Lei n° 12.973/14;
Normativo: Art. 304 c/c art. 178 da Instrução Normativa RFB n°
1.700, de 2017

Como deve ser feita a tributação do valor registrado na


conta de resultados de exercícios futuros na data da
032
adoção inicial no FCONT, relativo ao lucro bruto na venda
de unidades imobiliárias?

O saldo de lucro bruto, decorrente da venda a prazo, ou em prestações, de que trata o art.
29 do Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, registrado em conta específica de resultados de
exercícios futuros na data da adoção inicial no FCONT, deverá ser computado na
determinação do lucro real e do resultado ajustado dos períodos de apuração
subsequentes, proporcionalmente à receita recebida, observado o disposto no referido
artigo.

O saldo de lucro bruto verificado no FCONT na data da adoção inicial deverá ser
controlado na Parte B do e-Lalur e do e-Lacs.

Normativo: Art. 301 da Instrução Normativa RFB n° 1.700, de 2017

A adição dos saldos da diferença de depreciação dos bens


do ativo e dos valores do ativo intangível é uma faculdade
033 para o contribuinte, a exemplo da faculdade prevista nos
arts. 40 e 42 da Lei nº 12.973/14, independentemente de o
contribuinte ter constituído ou não as subcontas?

O controle por subcontas na adoção inicial não é obrigatório.


No entanto, caso o contribuinte não o adote, a diferença positiva verificada na data da
adoção inicial entre o valor de ativo na contabilidade societária e no FCONT deverá ser
adicionada na determinação do lucro real e na base de cálculo da contribuição social na
data da adoção inicial.
Se o contribuinte evidenciar contabilmente essa diferença em subconta, a adição poderá
ser feita à medida da realização do ativo, inclusive mediante depreciação, amortização,
exaustão, alienação ou baixa.
Por outro lado, caso o contribuinte não adote o controle por subcontas, a diferença
negativa verificada na data da adoção inicial entre o valor de ativo na contabilidade
societária e no FCONT não poderá ser excluída na determinação do lucro real e na base
de cálculo da contribuição social.
Se o contribuinte evidenciar contabilmente essa diferença em subconta, e caso o valor
realizado do ativo seja dedutível, a exclusão poderá ser feita à medida da realização do
ativo, inclusive mediante depreciação, amortização, exaustão, alienação ou baixa.

664
Art. 294 a 300 da Instrução Normativa RFB nº 1.700, de
Normativo:
2017

Ágio - Regras de Transição


As disposições contidas na Instrução Normativa SRF nº
11, de 10 de fevereiro de 1999, continuam a ser aplicadas
somente às operações de incorporação, fusão e cisão,
ocorridas até 31 de dezembro de 2017, cuja participação
034
societária tenha sido adquirida até 31 de dezembro de
2014, desde que o processo de aquisição tenha sido
iniciado até 31 de dezembro de 2014. Neste sentido, o que
pode ser entendido como início do processo de aquisição?

O pedido de aprovação da aquisição junto ao órgão regulador ou fiscalizador deve ter sido
protocolizado até 31 de dezembro de 2014.

Art. 192, § 2º, Instrução Normativa RFB nº 1.700, de


Normativo:
2017

No caso de aquisição de participação societária com ágio


até 31 de dezembro de 2007, cuja incorporação não
035 dependa de aprovação por órgão regulador e que ocorra
após 31 de dezembro de 2017, qual o tratamento fiscal a
ser observado para dedução do ágio para fins tributários?

Veja Pergunta nº 08 deste Capítulo.

Arts. 178, 185 a 190 e 304 da Instrução Normativa RFB


Normativo:
nº 1.700, de 2017

O prazo previsto no §1º do art. 192 da IN RFB nº 1.700,


de 2017, se aplica nos casos em que há necessidade de
036
aprovação de órgãos reguladores do processo de
incorporação, fusão ou cisão?

O § 1º do art. 192 da Instrução Normativa RFB nº 1.700, de 2017, trata do prazo para a
incorporação, fusão ou cisão cuja aquisição anterior de participação societária tenha
dependido de aprovação em órgãos reguladores e fiscalizadores. O dispositivo não trata
do caso em que a incorporação necessita de aprovação.

Conclui-se, então, que, mesmo que a incorporação dependa de aprovação, ela deverá estar
concluída até 31/12/2017 ou até 12 meses após a aprovação da aquisição da participação
societária, desde que esta tenha sido iniciada até 31/12/2014.
665
§1º do art. 192 da Instrução Normativa RFB nº 1.700, de
Normativo:
2017.

Ajuste a Valor Justo - Transferido para a sucessora por incorporação, fusão e cisão
Em quais situações de incorporação, fusão e cisão se
037 aplicam as disposições do art. 118 da IN RFB nº 1.700, de
2017?

As disposições do caput do art. 118 aplicam-se a qualquer operação de incorporação,


fusão ou cisão, e independentemente de haver participação anterior de uma pessoa
jurídica em outra e da forma de tributação adotada por elas.
O parágrafo único do art. 118 trata de uma situação específica, onde sucessora e sucedida
são tributadas pelo lucro real e adotaram o controle por subcontas de que tratam os arts.
97 a 104 da IN RFB nº 1.700, de 2017.

Normativo: Art. 118 da Instrução Normativa RFB nº 1.700, de 2017

Ajuste a Valor Presente


A empresa que reconhecer ajuste a valor presente (AVP)
em ativo poderá, alternativamente, controlar tal ajuste na
038
escrituração contábil em bases globais e não por
transação?

No caso de AVP em elemento do ativo, o controle de adições e exclusões não será feito
na escrituração contábil por meio de subcontas. Será feito na Parte B do e- Lalur e do e-
Lacs, e a empresa deverá seguir o nível de detalhamento exigido por este livro.

Arts. 90 a 92 da Instrução Normativa RFB nº 1.700, de


Normativo:
2017

A empresa que reconhecer ajuste a valor presente (AVP)


em passivo poderá, alternativamente, controlar tal ajuste
039
na escrituração contábil em bases globais e não por
transação?

No caso de AVP em elemento do passivo, há duas situações:


a) aquisição a prazo de ativo, ou outra operação sujeita a AVP relacionada a um ativo, ou
b) aquisição a prazo de bem ou serviço registrado diretamente como despesa ou custo de
produção, ou outra operação sujeita a AVP relacionada a uma despesa ou custo de
produção.

666
Na situação “a” as adições e exclusões serão controladas por meio de subconta vinculada
ao ativo. No caso de conta que se refira a grupo de ativos, de acordo com a natureza
desses, a subconta poderá se referir ao mesmo grupo de ativos, desde que haja livro razão
auxiliar que demonstre o detalhamento individualizado por ativo.
Na situação “b” o controle de adições e exclusões não será feito na escrituração contábil
por meio de subcontas. Será feito na Parte B do e-Lalur e do e-Lacs, e a empresa deverá
seguir o nível de detalhamento exigido por este livro.

Arts. 89 e 93 a 95 da Instrução Normativa RFB nº 1.700,


Normativo:
de 2017

Amortização do Intangível
Os encargos com amortização de direitos classificados no
040 ativo não circulante intangível podem ser considerados
dedutíveis na determinação do lucro real?

Sim, a amortização de direitos classificados no ativo não circulante intangível, registrada


com observância das normas contábeis, é dedutível na determinação do lucro real, desde
que o direito seja intrinsecamente relacionado com a produção ou comercialização dos
bens e serviços.
O mesmo tratamento deve ser dispensado na apuração da Contribuição Social sobre o
Lucro Líquido.

Art. 41 da Lei n° 12.973/14;


Normativo: Art. 50 da Lei n° 12.973/14;
Art. 126 da Instrução Normativa RFB n° 1.700, de 2017

Qual o tratamento tributário a ser dado a gastos com


desenvolvimento de inovação tecnológica, objeto de
041
incentivo fiscal, classificados no ativo não circulante
intangível, quando de sua realização?

Poderão ser excluídos, para fins de apuração do lucro real e do resultado ajustado, os
gastos com desenvolvimento de inovação tecnológica referidos no inciso I do caput e no
§ 2º do art. 17 da Lei nº 11.196, de 21 de novembro de 2005, quando registrados no ativo
não circulante intangível, no período de apuração em que forem incorridos e observado o
disposto nos arts. 22 a 24 da referida Lei.
O contribuinte que utilizar este benefício deverá adicionar ao lucro líquido, para fins de
apuração do lucro real e do resultado ajustado, o valor da realização do ativo intangível,
inclusive por amortização, alienação ou baixa.

667
Art. 42 da Lei n° 12.973/14;
Normativo: Art. 17 da Lei nº 11.196, de 21 de novembro de 2005;
Art. 127 da Instrução Normativa RFB n° 1.700, de 2017.

Aquisição em estágios
Considerando alteração do percentual de participação na
042 investida, a cada aquisição será necessário elaborar um
novo laudo de avaliação antes da aquisição do controle?

Para fins de aproveitamento fiscal da mais-valia e do goodwill conforme arts. 20 e 22 da


Lei nº 12.973, de 2014, o laudo será necessário nas aquisições em que for exigido, pelas
normas contábeis, o reconhecimento segregado da mais-valia e do goodwill.

Art. 20 do DL 1598, de 1977, alterado pela Lei nº 12.973,


Normativo: de 2014; Art. 178 da Instrução Normativa RFB nº 1.700,
de 2017.

As variações ocorridas na valorização da participação


043 societária anterior em razão de novas aquisições, poderão
ser controladas no e-Lalur e no e-Lacs ou em subcontas?

O art. 37 da Lei nº 12.973, de 2014, determina que os ganhos ou perdas decorrentes da


avaliação a valor justo da participação anterior deverão ser controlados no e-Lalur e no
e-Lacs e que a mais ou menos-valia e o goodwill da participação anterior e a sua variação,
decorrente da aquisição do controle, também sejam controlados em subcontas vinculadas
ao investimento, de maneira distinta, ou seja, subcontas que contenham os valores da
participação anterior e subcontas que contenham os valores da variação decorrente da
aquisição do controle.

§§ 1º e 3 do art. 37 da Lei nº 12.973, de 2014 e §§ 1º e 3º


Normativo: do art. 183 da Instrução Normativa RFB nº 1.700, de
2017.

Arrendamento Mercantil
No caso de operação de arrendamento mercantil na qual
044 haja transferência substancial dos riscos e benefícios
inerentes à propriedade do ativo, o valor da
contraprestação de arrendamento mercantil deve ser

668
computado na determinação da base de cálculo do lucro
presumido ou arbitrado na pessoa jurídica arrendadora?

A pessoa jurídica arrendadora que realize operações em que haja transferência substancial
dos riscos e benefícios inerentes à propriedade do ativo e que não esteja sujeita ao
tratamento tributário disciplinado pela Lei nº 6.099, de 1974, deverá computar o valor da
contraprestação na determinação da base de cálculo do lucro e resultado presumido ou
arbitrado, desde que não esteja obrigada ao lucro real.
Nota: O disposto acima também se aplica aos contratos não tipificados como
arrendamento mercantil que contenham elementos contabilizados como arrendamento
mercantil por força de normas contábeis e da legislação comercial.

Arts. 218 e 230 da Instrução Normativa RFB nº 1.700, de


Normativo:
2017.

Qual será o resultado tributável quando da alienação de


bem objeto de arrendamento mercantil, na hipótese em
que o valor contábil do bem já tiver sido computado na
045
determinação do lucro real e do resultado ajustado pela
arrendatária a título de contraprestação de arrendamento
mercantil?

Quando o valor contábil do bem já tiver sido computado na determinação do lucro real e
do resultado ajustado pela arrendatária, a título de contraprestação de arrendamento
mercantil, o resultado tributável na alienação de bem ou direito corresponderá ao
respectivo valor da alienação.

Art. 177, §§ 1º e 2º da Instrução Normativa RFB nº 1.700,


Normativo:
de 2017

Qual o tratamento aplicável, em relação ao ganho de


capital, aos contratos não tipificados como arrendamento
046 mercantil e que contenham elementos contabilizados
como arrendamento mercantil por força de normas
contábeis e da legislação comercial?

Em relação aos contratos não tipificados como arrendamento mercantil que contenham
elementos contabilizados como arrendamento mercantil por força de normas contábeis e
da legislação comercial, a determinação do ganho ou perda de capital de bens ou direitos
que tenham sido objeto de arrendamento mercantil terá por base o valor contábil do bem,
assim entendido o que estiver registrado na escrituração do contribuinte, diminuído, se
for o caso, da depreciação, amortização ou exaustão acumulada e das perdas estimadas
no valor de ativos.
O disposto acima não se aplica quando o valor contábil do bem já tiver sido computado
na determinação do lucro real e do resultado ajustado pela arrendatária, a título de

669
contraprestação de arrendamento mercantil. Neste caso, o resultado tributável da
alienação corresponderá ao respectivo valor da alienação.

Normativo: Art. 177 da Instrução Normativa RFB nº 1.700, de 2017

Qual o tratamento aplicável para a pessoa jurídica


arrendatária, na determinação do lucro real e do resultado
ajustado, aos contratos não tipificados como
047
arrendamento mercantil e que contenham elementos
contabilizados como arrendamento mercantil por força de
normas contábeis e da legislação comercial?

O disposto no art. 175 da Instrução Normativa RFB nº 1.700/2017 também se aplica aos
contratos não tipificados como arrendamento mercantil que contenham elementos
contabilizados como arrendamento mercantil por força de normas contábeis e da
legislação comercial.
Deste modo, na apuração do lucro real e do resultado ajustado da pessoa jurídica
arrendatária:
1) poderão ser computadas as contraprestações pagas ou creditadas por força de contrato
de arrendamento mercantil, referentes a bens móveis ou imóveis intrinsecamente
relacionados com a produção ou comercialização dos bens e serviços, inclusive as
despesas financeiras nelas consideradas;
2) são indedutíveis as despesas financeiras incorridas pela arrendatária em contratos de
arrendamento mercantil, inclusive os valores decorrentes do ajuste a valor presente, de
que trata o inciso III do caput do art. 184 da Lei nº 6.404, de 1976;
3) são vedadas as deduções de despesas de depreciação, amortização e exaustão geradas
por bem objeto de arrendamento mercantil, na hipótese em que a arrendatária reconheça
contabilmente o encargo, inclusive após o prazo de encerramento do contrato.

Nota: Em relação ao item 3, não comporá o custo de produção dos bens ou serviços os
encargos de depreciação, amortização e exaustão, gerados por bem objeto de
arrendamento mercantil. Adicionalmente, a pessoa jurídica deverá proceder ao ajuste no
lucro líquido para fins de apuração do lucro real, no período de apuração em que o encargo
de depreciação, amortização ou exaustão for apropriado como custo de produção.

Art. 175 caput, I a IV e § 3º da Instrução Normativa RFB


Normativo:
nº 1.700, de 2017

O que deve ser considerado como "contraprestações


048
creditadas"?

Para efeito do disposto no art. 175 da Instrução Normativa RFB nº 1.700, de 2017,
consideram-se contraprestações creditadas as contraprestações vencidas.

670
Art. 175, § 4º da Instrução Normativa RFB nº 1.700, de
Normativo:
2017

O que é “despesa financeira” considerada nas


049 contraprestações pagas ou creditadas, a que se refere o
inciso I do art. 175 da IN RFB nº 1.700, de 2017?

São os encargos financeiros, incluindo-se os juros decorrentes do ajuste a valor presente.

Art. 175, § 5º da Instrução Normativa RFB nº 1.700, de


Normativo:
2017

Como ficará a dedutibilidade dos juros no caso de


050
inadimplemento da contraprestação?

No caso de inadimplemento da contraprestação, a dedutibilidade dos juros observará o


disposto nos §§ 4º e 5º do art. 73 da IN RFB nº 1.700, de 2017, os quais determinam que
a partir da citação inicial para o pagamento do débito, a pessoa jurídica devedora deverá
adicionar ao lucro líquido, para determinação do lucro real e do resultado ajustado, os
encargos incidentes sobre o débito vencido e não pago que tenham sido deduzidos como
despesa ou custo, incorridos a partir daquela data. Tais valores somente poderão ser
excluídos do lucro líquido, para determinação do lucro real e do resultado ajustado, no
período de apuração em que ocorra a quitação do débito por qualquer forma.

Art. 175, § 6º e art. 73, §§ 4º e 5º, da Instrução Normativa


Normativo:
RFB nº 1.700, de 2017

Em relação às operações de arrendamento mercantil, é


051
necessária evidenciação em subconta?

No caso de bem objeto de arrendamento mercantil financeiro não é necessário que a


arrendatária evidencie em subconta vinculada ao bem arrendado os juros decorrentes do
ajuste a valor presente relativo ao contrato de arrendamento mercantil.

Art. 175, § 7º da Instrução Normativa RFB nº 1.700, de


Normativo:
2017

Em que hipótese as operações de arrendamento mercantil


deverão ser consideradas operação de compra e venda a
052
prestação, tendo, portanto, descaracterizada a operação de
arrendamento mercantil?

671
A aquisição pelo arrendatário de bens arrendados em desacordo com as disposições
contidas na Lei nº 6.099, de 1974, nas operações em que seja obrigatória a sua
observância, será considerada operação de compra e venda a prestação.

Art. 11, §§ 1º a 4º. da Lei nº 6.099, de 1974


Normativo: Art. 176, caput, da Instrução Normativa RFB nº 1.700, de
2017

Descaracterizada a operação de arrendamento mercantil


053 financeiro, como será determinado o preço de compra e
venda?

O preço de compra e venda será o total das contraprestações pagas durante a vigência do
arrendamento, acrescido da parcela paga a título de preço de aquisição.

Art. 176, § 1º, da Instrução Normativa RFB nº 1.700, de


Normativo:
2017

Como deverão ser tratados os custos ou despesas


operacionais pela adquirente, na hipótese de
054 descaracterização da operação de arrendamento
mercantil? Adicionalmente, como deverão ser tratados os
eventuais tributos não recolhidos?

As importâncias já deduzidas, como custo ou despesa operacional pela adquirente,


acrescerão ao lucro tributável, no período de apuração correspondente à respectiva
dedução. Adicionalmente, os tributos não recolhidos serão devidos com acréscimos
previstos na legislação vigente.

Art. 176, §§ 2º e 3º, da Instrução Normativa RFB nº 1.700,


Normativo:
de 2017

Quais valores devem ser computados na determinação da


055 base de cálculo do PIS e da COFINS, em operação de
arrendamento mercantil, na pessoa jurídica arrendadora?

A pessoa jurídica arrendadora deverá computar na apuração da base de cálculo da


Contribuição para o PIS/Pasep e da COFINS, o valor da contraprestação de arrendamento
mercantil, independentemente de na operação haver transferência substancial dos riscos
e benefícios inerentes à propriedade do ativo.

672
Normativo: Art. 277 da Instrução Normativa RFB nº 1.700, de 2017

É possível a apropriação de créditos de PIS e de COFINS,


em operação de arrendamento mercantil, na pessoa
056
jurídica arrendadora? Em caso afirmativo, sobre qual base
de cálculo é realizada essa apropriação?

As pessoas jurídicas sujeitas ao regime de tributação não-cumulativo de que tratam a Lei


nº 10.637, de 2002, e a Lei nº 10.833, de 2003, poderão descontar créditos calculados
sobre o valor do custo de aquisição ou construção dos bens arrendados proporcionalmente
ao valor de cada contraprestação durante o período de vigência do contrato.

Art. 277, § 1º, da Instrução Normativa RFB nº 1.700, de


Normativo:
2017

Em relação a contratos não tipificados como


arrendamento mercantil que contenham elementos
contabilizados como arrendamento mercantil por força de
057
normas contábeis e da legislação comercial, qual o
tratamento tributário a ser adotado em relação às
contribuições para o PIS e para a COFINS?

Em relação aos contratos não tipificados como arrendamento mercantil que contenham
elementos contabilizados como arrendamento mercantil por força de normas contábeis e
da legislação comercial, a pessoa jurídica que efetua as contabilizações como se fosse a
arrendadora deverá computar na apuração da base de cálculo da Contribuição para o
PIS/Pasep e da COFINS, o valor equivalente à contraprestação de arrendamento
mercantil, independentemente de na operação haver transferência substancial dos riscos
e benefícios inerentes à propriedade do ativo.

Adicionalmente, no que tange aos créditos de PIS e de COFINS, as pessoas jurídicas


sujeitas ao regime de tributação não-cumulativo de que tratam a Lei nº 10.637, de 2002,
e a Lei nº 10.833, de 2003, poderão descontar créditos calculados sobre o valor do custo
de aquisição ou construção dos bens objeto do contrato proporcionalmente ao valor
equivalente à contraprestação recebida durante o período de vigência do contrato.

Art. 277, caput e § 2º, da Instrução Normativa RFB nº


Normativo:
1.700, de 2017

Do ponto de vista da arrendatária, nas operações de


058 arrendamento mercantil financeiro, o valor a ser deduzido
na apuração do lucro real e do resultado ajustado é aquele

673
pago a título de contraprestação, incluindo as despesas
financeiras e a variação cambial?

Sim. A contraprestação paga ou creditada referente a bens intrinsecamente relacionados


com a produção ou comercialização de bens ou serviços é dedutível, e inclui os juros
relativos ao ajuste a valor presente e eventual variação cambial.

Desta forma, as despesas financeiras apropriadas em cada período de apuração relativas


ao ajuste a valor presente e variação cambial devem ser adicionadas ao lucro líquido para
fins de apuração do lucro real e do resultado ajustado, e eventual receita financeira
apropriada em cada período de apuração relativamente à variação cambial pode ser
excluída.

Normativo: Lei nº 12.973/2014, arts. 47, 48 e 50.

Do ponto de vista da arrendatária no Brasil, em contratos


de arrendamento mercantil financeiro celebrados com
entidades sediadas no exterior e sujeitos à variação
059 cambial, qual o tratamento tributário a ser observado na
determinação do lucro real das variações cambiais, outras
despesas financeiras e despesas de depreciação
relacionadas a tais contratos?

As variações cambiais, outras despesas financeiras e as despesas de depreciação de bens


arrendados em contratos de arrendamento mercantil financeiro reconhecidas em
observação ao inciso IV do art. 179 da Lei nº 6.404 devem ser desconsideradas da
apuração do lucro real, nos contratos de arrendamento mercantil. Em contrapartida, as
contraprestações de arrendamento mercantil pagas ou creditadas podem ser excluídas na
apuração do lucro real.

Art. 13, inciso VIII, da Lei nº 9.249/1995, e art. 13, §§ 3º


Normativo:
e 4º, do DL nº 1.598/1977

É possível apropriação de créditos de PIS e de COFINS


em operação de arrendamento mercantil na pessoa jurídica
060
arrendatária? Há alguma situação em que não haverá
direito a esse crédito?

Na apuração da Contribuição para o PIS/Pasep e da COFINS pelo regime não-cumulativo


de que tratam a Lei nº 10.637, de 2002, e a Lei nº 10.833, de 2003, a pessoa jurídica
arrendatária poderá descontar créditos calculados em relação ao valor das
contraprestações de operações de arrendamento mercantil de pessoa jurídica, exceto de
optante pelo Simples Nacional.

674
Não terá direito a crédito correspondente aos encargos de depreciação e amortização
gerados por bem objeto de arrendamento mercantil, na hipótese em que reconheça
contabilmente o encargo.

Art. 278, caput, I e II, da Instrução Normativa RFB nº


Normativo:
1.700, de 2017

Em relação às operações de importação, como devem ser


061
tratados os créditos de PIS e de COFINS?

A pessoa jurídica arrendatária poderá descontar créditos calculados em relação ao valor


das contraprestações de operações de arrendamento mercantil decorrentes de operações
de importação, quando sujeitas ao pagamento das contribuições, de que trata a Lei nº
10.865, de 2004.
Não terá direito a crédito correspondente aos encargos de depreciação e amortização
gerados por bem objeto de arrendamento mercantil, na hipótese em que reconheça
contabilmente o encargo.

Art. 278, caput, I, II e § 1º, da Instrução Normativa RFB


Normativo:
nº 1.700, de 2017

Em relação a contratos não tipificados como


arrendamento mercantil que contenham elementos
contabilizados como arrendamento mercantil por força de
062
normas contábeis e da legislação comercial, é possível a
apuração de créditos das contribuições para o PIS e para a
COFINS?

No que se refere aos contratos não tipificados como arrendamento mercantil que
contenham elementos contabilizados como arrendamento mercantil por força de normas
contábeis e da legislação comercial, a pessoa jurídica que efetua as contabilizações como
se fosse a arrendatária, na apuração da Contribuição para o PIS/Pasep e da COFINS pelo
regime não-cumulativo de que tratam a Lei nº 10.637, de 2002, e a Lei nº 10.833, de 2003,
poderá descontar créditos calculados em relação ao valor equivalente às contraprestações
de operações de arrendamento mercantil, contudo, não terá direito a crédito
correspondente aos encargos de depreciação e amortização gerados pelo bem objeto do
contrato.

Art. 278, caput e § 2º, da Instrução Normativa RFB nº


Normativo:
1.700, de 2017

Ativo não circulante mantido para venda

675
Qual o tratamento tributário dispensado à receita
decorrente da venda de bens classificados no grupo de
063
"ativo não circulante mantido para venda", quando pessoa
jurídica sujeita ao regime não cumulativo?

Não integram a base de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep e da COFINS apurados


no regime de incidência não-cumulativa a que se referem a Lei nº 10.637, de 2002, e a
Lei nº 10.833, de 2003, as outras receitas, decorrentes da venda de bens do ativo não
circulante, classificado como investimento, imobilizado ou intangível.

Tal disposição se aplica inclusive no caso do bem ter sido reclassificado para o Ativo
Circulante com intenção de venda, por força das normas contábeis e da legislação
comercial.

Normativo: Art. 279 da Instrução Normativa RFB nº 1.700, de 2017

Avaliação a Valor Justo


A subconta relativa ao ajuste decorrente de avaliação pelo
valor justo de ativo ou passivo da investida deverá
064
corresponder a exata proporção da participação societária
na investida?

Sim, e será considerada pelo valor líquido de eventual valor de IRPJ/CSLL diferidos
contabilizado na investida, em função do ajuste decorrente de avaliação a valor justo.

Normativo: Arts. 114 a 117 da IN RFB 1.700, de 2017

O ganho decorrente de avaliação de ativo com base no


065 valor justo integrará a base de cálculo estimada do IRPJ e
da CSLL?

Não. A contrapartida do aumento no valor do ativo decorrente de avaliação com base no


valor justo não integrará a base de cálculo estimada do IRPJ e da CSLL.

Normativo: Art. 41 da Instrução Normativa RFB nº 1.700, de 2017

Na apuração do ganho de capital na alienação de


investimento, imobilizado ou intangível a ser acrescido à
066 base de cálculo estimada, o aumento no valor do ativo
decorrente de avaliação com base no valor justo pode ser
considerado como parte integrante do valor contábil?

676
Não, exceto se o ganho relativo à avaliação com base no valor justo tenha sido
anteriormente computado na base de cálculo do IRPJ e da CSLL.

Normativo: Art. 41º da Instrução Normativa RFB nº 1.700, de 2017

O ganho decorrente de avaliação de ativo com base no


067 valor justo integrará a base de cálculo do lucro e resultado
presumido?

Não. A contrapartida do aumento no valor do ativo decorrente de avaliação com base no


valor justo não integrará a base de cálculo do lucro e resultado presumido no período de
apuração:

I - relativo à avaliação com base no valor justo, caso seja registrado diretamente em conta
de receita; ou

II - em que seja reclassificado como receita, caso seja inicialmente registrado em conta
de patrimônio líquido.

Normativo: Art. 217 da Instrução Normativa RFB nº 1.700, de 2017

Na apuração do ganho de capital na alienação de


investimento, imobilizado ou intangível a ser acrescido à
base de cálculo do lucro e resultado presumido, o aumento
068
no valor do ativo decorrente de avaliação com base no
valor justo pode ser considerado como parte integrante do
valor contábil?

Não, exceto se o ganho relativo à avaliação com base no valor justo tenha sido
anteriormente computado na base de cálculo do tributo.

Normativo: Art. 217 da Instrução Normativa RFB nº 1.700, de 2017

O ganho decorrente de avaliação de ativo com base no


069 valor justo integrará a base de cálculo do lucro e resultado
arbitrado?

Não. A contrapartida do aumento no valor do ativo decorrente de avaliação com base no


valor justo não integrará as bases de cálculo do lucro e do resultado arbitrados no período
de apuração:

I - relativo à avaliação com base no valor justo, caso seja registrado diretamente em conta
de receita; ou

677
II - em que seja reclassificado como receita, caso seja inicialmente registrado em conta
de patrimônio líquido.

Normativo: Art. 229 da Instrução Normativa RFB nº 1.700, de 2017

Na apuração do ganho de capital na alienação de


investimento, imobilizado ou intangível a ser acrescido à
base de cálculo do lucro e do resultado arbitrado, o
070
aumento no valor do ativo decorrente de avaliação com
base no valor justo pode ser considerado como parte
integrante do valor contábil?

Não, exceto se o ganho relativo à avaliação com base no valor justo tenha sido
anteriormente computado na base de cálculo do tributo.

Normativo: Art. 229 da Instrução Normativa RFB nº 1.700, de 2017

O ganho ou perda decorrente de avaliação a valor justo na


subscrição em bens de capital social ou de valores
mobiliários emitidos por companhia, de que tratam os arts.
110 a 113 da IN RFB 1.700, de 2017, se aplica a todas às
071
empresas, independentemente de seu tipo societário?

Sim, no caso de "subscrição em bens do capital social". No caso de "subscrição de valores


mobiliários", a regra se aplica apenas às sociedades por ações.

Arts. 110 a 113 da Instrução Normativa RFB nº 1.700, de


Normativo:
2017

No caso de diferença na data da adoção inicial relativa a


ajuste a valor justo reconhecida durante a vigência do
072 Regime Tributário de Transição - RTT, a tributação ou
dedução seguirá as disposições contidas nos arts. 97 a
104 da IN RFB 1.700, de 2017?

Não. As diferenças na data da adoção inicial seguirão as regras estabelecidas nos arts. 291
a 309 da Instrução Normativa RFB nº 1.700, de 2017.
É interessante observar que, nos casos mais comuns, as regras da adoção inicial não se
preocupam com as causas que acarretaram as diferenças. As regras da adoção inicial

678
simplesmente estabelecem as condições, os momentos e os valores das adições/exclusões
a serem feitas.

Arts. 97 a 104 e 291 a 309 da Instrução Normativa RFB


Normativo:
nº 1.700, de 2017

As regras contidas nos art. 114 a 117 da IN RFB nº 1.700,


de 2017, se aplicam, inclusive, quando o ativo da investida
073
for uma participação societária que já tenha efeito reflexo
de valor justo de sua investida?

Sim, as regras contidas nos artigos 114 a 117 se aplicam a todos os ativos e passivos da
investida, inclusive participações societárias avaliadas pelo método da equivalência
patrimonial.

Arts. 114 a 117 da Instrução Normativa RFB nº 1.700, de


Normativo:
2017

A restrição prevista no § 4º do art. 97 da IN RFB nº 1.700,


de 2017 se aplica também ao ganho de valor justo
074
verificado na data da adoção inicial da Lei nº 12.973, de
2014?

Não. As diferenças na data da adoção inicial seguirão as regras estabelecidas nos arts. 291
a 309 da Instrução Normativa RFB nº 1.700, de 2017.

Art. 97, §4º, e arts 291 a 309 da Instrução Normativa RFB


Normativo:
nº 1.700, de 2017

Avaliação do Investimento - Coligadas e Controladas


Em que prazo poderá ser excluído o saldo existente na
contabilidade da data da aquisição do investimento, nos
075
casos de bens 100% depreciados/amortizados/exauridos à
data da incorporação?

O valor da mais valia poderá ser excluído do lucro líquido para apuração do lucro real e
do resultado ajustado quando o bem for baixado ou alienado.

Arts. 20 e 21 da Lei nº 12.973/2014; Arts. 185 a 187 da


Normativo:
Instrução Normativa RFB nº 1.700, de 2017.

679
Concessão de Serviços Públicos
O que deve ser considerado como resultado tributável da
concessão? Seriam todos os ajustes relativos ao Regime
076
Tributário de Transição "RTT" ou apenas determinados
ajustes? Neste caso, quais seriam tais ajustes?

A partir da data da adoção inicial os contratos de concessão serão tributados conforme


determinado pela Lei nº 6.404, de 1976, Lei nº 12.973, de 2014 e IN nº 1.700, de 2017.
Desta forma, para manter a neutralidade tributária, a concessionária terá que: (1) calcular
a diferença entre o resultado que foi tributado até a data da adoção inicial e o resultado
que seria tributado caso fossem observadas a Lei nº 6.404, de 1976, a Lei nº 12.973, de
2014 e a IN nº 1.700, de 2017, desde o início do contrato de concessão, e (2) adicionar,
se negativa, ou excluir, se positiva, a diferença na apuração do lucro real em quotas fixas
mensais durante o prazo restante do contrato.

Normativo: Art. 69 da Lei nº 12.973, de 2014

Para o cálculo do resultado tributável acumulado nos


contratos de concessão, deverá ser considerado desde o
077
início da concessão, mesmo que tenha sido iniciada antes
da adoção das normas contábeis previstas no ICPC 01?

O resultado tributável acumulado a que se referem os arts. 69 da Lei nº 12.973, de 2014, e


305 da IN RFB nº 1700, de 2017, deverá ser calculado desde o início da execução do
contrato de concessão.

Art. 69 da Lei nº 12.973, de 2014


Normativo:
Art. 305 da Instrução Normativa RFB nº 1.700, de 2017

Após a adoção inicial, os valores decorrentes de avaliação


a valor justo e ajuste a valor presente sobre os saldos dos
078 ativos vinculados aos contratos de concessão de serviço
público seguirão o tratamento previsto pela Lei nº 12.973,
de 2014, para tais ajustes?

Sim, para os casos em que o contribuinte registrar valores decorrentes de avaliação a valor
justo e ajustes a valor presente, inclusive sobre os saldos dos ativos e passivos vinculados
a concessão de serviço público. A partir da data da adoção inicial, o resultado tributável
de todos os contratos de concessão de serviços públicos será determinado consideradas
as disposições da Lei nº 12.973/14, da Instrução Normativa RFB nº 1.700, de 2017 e da
Lei no 6.404/76.

680
§1º do art. 69 da Lei nº 12.973/14 e §1º do art. 305 da
Normativo:
Instrução Normativa RFB nº 1.700, de 2017.

A Lei nº 12.973, de 2014, estabelece que, na execução de


contratos de concessão de serviços públicos, os créditos de
PIS e COFINS gerados pelos serviços relacionados a
infraestrutura somente poderão ser aproveitados ao longo
da amortização do intangível ou, no caso de ativo
financeiro, à medida do seu recebimento. Para as empresas
079
que possuem contratos de concessão de serviços públicos
não será mais facultado o aproveitamento na razão de 1/48
avos conforme disposto no §14 do art. 3º da Lei nº 10.833,
de 2003, bem como a possibilidade de aproveitamento
integral conforme prescrito no inciso XII do art. 1º da Lei
nº 11.774, de 2008?

Os créditos gerados pelos serviços de construção, inclusive pela aquisição de bens


reversíveis, somente poderão ser aproveitados, no caso do ativo intangível (art. 35 da Lei
nº 12.973/14), à medida que este for amortizado e, no caso do ativo financeiro (art. 36),
na proporção de seu recebimento. Observe-se que os dispêndios com aquisição de
máquinas e equipamentos que se enquadrem como bens reversíveis integram o custo dos
serviços de construção da infraestrutura da concessão.

Tratando-se de máquinas e equipamentos destinados à produção de bens ou à prestação


de serviços (ativo imobilizado da concessionária), os créditos poderão ser aproveitados
na forma do § 14 do art. 3º da Lei nº 10.833, de 2003, ou na forma do inciso XII do art.
1º da Lei nº 11.774, de 2008.

§ 2º do art. 282 da Instrução Normativa RFB nº 1.700, de


Normativo:
2017.

Contraprestações Contingentes
Na composição do custo de aquisição de ativos, podem
existir parcelas contingentes. Enquanto não comprovada a
efetividade destas parcelas contingentes, as mesmas não
080 poderão ser consideradas dedutíveis para fins tributários. As
despesas financeiras geradas por estas parcelas
contingentes seriam dedutíveis na determinação do Lucro
Real e da base de cálculo da CSLL?

As despesas financeiras geradas por um passivo de contraprestação contingente serão


dedutíveis na apuração do lucro real e do resultado ajustado a partir do implemento da
condição suspensiva (IN RFB nº 1.700, de 2017, art. 196, inciso I), ou seja, no período
de apuração em que o passivo deixar de ser contingente.

681
Arts. 196 a 197 da Instrução Normativa RFB nº 1.700, de
Normativo:
2017.

Contratos de Longo Prazo


Na hipótese de a pessoa jurídica utilizar critério, para
determinação da porcentagem do contrato ou da produção
executada, distinto dos previstos no § 1º do art. 10 do
081 Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, que implique resultado do
período diferente daquele que seria apurado com base
nesses critérios, qual o procedimento fiscal o contribuinte
deve adotar?

O § 1º do art. 10 do Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, prevê os seguintes critérios para


determinar a porcentagem do contrato ou da produção executada:

(a) com base na relação entre os custos incorridos no período de apuração e o custo total
estimado da execução da empreitada ou da produção; ou

(b) com base em laudo técnico de profissional habilitado, segundo a natureza da


empreitada ou dos bens ou serviços, que certifique a porcentagem executada em função
do progresso físico da empreitada ou produção.

Caso a pessoa jurídica utilize critério divergente dos acima mencionados, a diferença
verificada no resultado do período deverá ser adicionada ou excluída, conforme o caso,
na apuração do lucro real e do resultado ajustado. O procedimento é o seguinte:

(I) A pessoa jurídica irá apurar a diferença entre o resultado obtido por meio do
critério utilizado para fins da escrituração comercial e o resultado apurado
conforme o disposto na Instrução Normativa SRF 21/79; e
(II) ajustar, na Parte A do e-Lalur e do e-Lacs, o lucro líquido do período pela
diferença de que trata o item I:
a) se positiva, a diferença poderá ser excluída;
b) se negativa, a diferença deverá ser adicionada.

Arts. 164 a 165 da Instrução Normativa RFB nº 1.700, de


Normativo:
2017, e art. 29 da Lei nº 12.973/2014

Qual o tratamento tributário decorrente do reconhecimento


082 contábil imediato no resultado de prejuízo do projeto,
independentemente da realização completa do trabalho?

A dedutibilidade da perda apenas será reconhecida conforme a realização dos trabalhos.

682
Normativo: IN SRF nº 21, de 1979, e art. 29 da Lei nº 12.973, de 2014

Qual o tratamento tributário na hipótese de a pessoa jurídica


ficar vedada a apropriar o resultado positivo do projeto na
083
hipótese do contrato de construção não puder ser estimado
com confiabilidade?

O resultado positivo deve ser considerado para fins tributários independentemente de


indefinição do prazo de conclusão do contrato de construção.

Item 2.2 da IN SRF 21, de 1979, e art. 29 da Lei nº 12.973,


Normativo:
de 2014

Qual o tratamento tributário dos ajustes de custos em


084 decorrência da normalização de margem, cujo objetivo é
evitar estouros no orçamento?

A IN SRF nº 21, de 1979, prevê que os reajustes de custos são aqueles decorrentes de:

(a) modificação na quantidade da construção, produção ou dos serviços contratados,


constante de aditamento contratual, com a correspondente alteração do preço total; ou

(b) de reajustes por variações de preços. Se a natureza da normalização da margem não


seguir os critérios acima, a referida normalização não deveria ser computada na
determinação do lucro real e do resultado ajustado.

IN SRF nº 21, de 1979, e arts. 29 e 50 da Lei nº 12.973, de


Normativo:
2014

Qual o tratamento tributário na hipótese de a pessoa jurídica


085 modificar o critério de mensuração das receitas e custos no
decorrer do prazo do contrato?

A Legislação tributária dispõe que a opção pelo critério de avaliação de andamento da


execução é exercida em relação a cada contrato, mas o critério escolhido deverá ser
praticado uniformemente durante toda a execução do contrato.

Item 5.1 da IN SRF nº 21, de 1979, e art. 29 da Lei nº


Normativo:
12.973, de 2014

683
Controles em Subcontas
O controle por subcontas poderá ser implementado em
contas analíticas, com a manutenção de contas sintéticas
apresentando o valor conforme determina a legislação
societária?
086
Ex: 1.1 - Ações 12
1.1.1 – Ações - Custo Aquisição 10
1.1.2 – Ações – Subconta AVJ 2

Sim, desde que observados os requisitos previstos nos arts. 89 a 119 da Instrução
Normativa RFB nº 1.700, de 2017.

Arts. 89 a 119 da Instrução Normativa RFB nº 1.700, de


Normativo:
2017

Se o saldo da subconta é igual ao da conta principal, é


087
necessário repetir este saldo?

Depende. Como regra geral, no caso de ativo ou passivo reconhecido na contabilidade


societária, mas não reconhecido no FCONT, na data da adoção inicial, a subconta poderá
ser a própria conta representativa do ativo ou passivo que já evidencia a diferença.
Mas se o contribuinte optar pela utilização de subcontas auxiliares, conforme previsto nos
§§ 6° e 7° do art. 295, §§ 4° e 5° do art. 296, §§ 6° e 7° do art. 298 e §§ 4° e 5° do art.
299 da IN RFB nº 1.700, de 2017, deverá haver uma subconta vinculada ao ativo ou
passivo e a subconta auxiliar com o saldo mencionado.

Normativo: Art. 300 da Instrução Normativa RFB nº 1.700, de 2017.

A subconta de Ajuste a Valor Justo deve ser registrada pelo


valor do ativo/passivo bruto de quaisquer tributos diferidos
088
associados àquele ativo/passivo, isto é, antes da dedução
dos tributos diferidos?

Sim. Tanto o ativo/passivo objeto de avaliação com base no valor justo quanto a subconta
são registrados pelos valores brutos.

Normativo: Art. 13 da Lei nº 12.973/14.

De forma geral, as subcontas (exemplo: AVJ e AVP) podem


089 ou devem ser reconhecidas por empresas optantes pelo
lucro presumido?

684
O controle por subcontas no AVP e na AVJ é aplicável somente às pessoas jurídicas
tributadas pelo lucro real.
Entretanto, a pessoa jurídica tributada pelo lucro presumido, se assim desejar, poderá
utilizar as subcontas em sua escrituração contábil, mas elas não terão quaisquer efeitos
tributários.
Na mudança de tributação do lucro presumido para o lucro real a que se refere o art.
119 da Instrução Normativa RFB nº 1.700, de 2017, o diferimento da tributação dos
ganhos na avaliação com base no valor justo e o reconhecimento das perdas depende da
utilização de subcontas nos períodos de apuração em que a pessoa jurídica estiver sendo
tributada pelo lucro real.

Arts. 89 a 119 da Instrução Normativa RFB nº 1.700, de


Normativo:
2017.

Nas situações em que há um ativo cujo saldo para fins


fiscais é maior do que o saldo constante na contabilidade
090
societária, como devem ser apresentadas a conta e a
subconta?

Nesses casos, há uma diferença negativa entre o valor da contabilidade societária e o valor
no FCONT. Para tanto, essa diferença deve ser evidenciada por meio de subconta
vinculada ao ativo para ser computada na determinação do lucro real. O valor da diferença
negativa deve ser registrado a crédito na subconta em contrapartida à conta representativa
do ativo. Alternativamente, podem ser utilizadas duas subcontas, sendo uma subconta
vinculada à conta do ativo e a outra uma subconta auxiliar. A diferença negativa será
registrada a crédito na subconta vinculada ao ativo e a débito na subconta auxiliar.

Normativo: Art. 298 da Instrução Normativa RFB nº 1.700, de 2017.

Como efetuar o registro em subcontas de ágio gerado


anteriormente a 2008, fundamentado em rentabilidade
futura e já totalmente amortizado para fins fiscais antes da
091 adoção inicial, mas com registro na contabilidade
societária, no grupo intangível, haja visto que este ágio não
é mais amortizado de acordo com as novas regras
contábeis?

Neste caso, como não há saldo no FCONT, a conta contábil com o saldo remanescente
do ágio será a própria subconta.
VIDE PERGUNTA 8

§ 3º do art. 300 da Instrução Normativa RFB nº 1.700, de


Normativo:
2017.

685
Como efetuar o registro em subcontas de ágio gerado
anteriormente a 2008, fundamentado em rentabilidade
futura e ainda não totalmente amortizado para fins fiscais
092
na adoção inicial e com registro de saldo na contabilidade
societária, no grupo intangível, haja visto que este ágio não
é mais amortizado de acordo com as novas regras contábeis.

Neste caso, é necessário o controle em subconta pela diferença entre os saldos do FCONT
e da contabilidade societária, na seguinte forma:
D - Ágio rentab. Futura - Investimento AAA (Subconta)
C - Ágio rentab. Futura - Investimento AAA
Alternativamente, o controle pode ser feito através de uma subconta vinculada ao ativo e
outra subconta auxiliar à subconta vinculada ao ativo, sendo que a diferença é registrada
a crédito na subconta vinculada ao ativo e a débito na subconta auxiliar.

Veja ainda: Pergunta nº 08 deste Capítulo.

§§1º e 11 do art. 300 e art. 298 da Instrução Normativa RFB


Normativo:
nº 1.700, de 2017.

Como efetuar o registro em subcontas de ágio gerado


posteriormente a 2008, fundamentado, para fins fiscais, em
rentabilidade futura, totalmente amortizado para fins fiscais
093
na adoção inicial, e com registro de saldo na contabilidade
societária mediante PPA, o qual não é amortizado, de
acordo com as novas regras contábeis?

Neste caso, não há controle em subcontas.


Veja ainda: Pergunta nº 08 deste Capítulo.

Alínea "d", inciso VI do §1º do art. 306 da Instrução


Normativo:
Normativa RFB nº 1.700, de 2017.

Como efetuar o registro em subcontas de ágio gerado


posteriormente a 2008, fundamentado, para fins fiscais, em
rentabilidade futura, ainda não totalmente amortizado para
094
fins fiscais na adoção inicial, e com registro de saldo na
contabilidade societária mediante PPA, o qual não é
amortizado, de acordo com as novas regras contábeis?

686
Neste caso, como o ágio para fins fiscais não está refletido na contabilidade societária, na
medida em esta registra o PPA, o saldo do ágio a ser amortizado para fins fiscais a partir
da adoção inicial deve ser registrado e controlado na Parte B do e-Lalur e do e-Lacs.

Veja ainda: Pergunta nº 08 deste Capítulo.

§5º do art. 300 da Instrução Normativa RFB nº 1.700, de


Normativo:
2017.

Custos de Empréstimos
Qual o tratamento tributário aplicável aos juros e/ou outros
095
encargos registrados como custo do ativo?

Os juros e outros encargos registrados como custo do ativo poderão ser excluídos na
determinação do lucro real e do resultado ajustado do período de apuração em que forem
incorridos, devendo a exclusão ser feita na Parte A do e-Lalur e do e-Lacs e controlada,
de forma individualizada para cada bem ou grupo de bens de mesma natureza e uso, na
Parte B.

Os valores excluídos deverão ser adicionados, na Parte A do e-Lalur e do e-Lacs, à medida


que o ativo for realizado, inclusive mediante depreciação, amortização, exaustão,
alienação ou baixa.

Instrução Normativa RFB nº 1.700, de 2017, art. 145, §§ 3º


Normativo:
e 4º

Depreciação de bens do ativo imobilizado


Como é determinada a taxa de depreciação para fins de
096
dedutibilidade das bases tributáveis do IRPJ e CSLL?

A taxa anual de depreciação será fixada em função do prazo durante o qual se possa
esperar a utilização econômica do bem pelo contribuinte, na produção dos seus
rendimentos. O prazo de vida útil admissível é aquele estabelecido no Anexo III da
Instrução Normativa RFB nº 1.700, de 2017, ficando assegurado ao contribuinte o direito
de computar a quota efetivamente adequada às condições de depreciação dos seus bens,
desde que faça prova dessa adequação, quando adotar taxa diferente.
Caso a quota de depreciação registrada na contabilidade do contribuinte seja menor do
que a constante no Anexo III da IN RFB nº 1.700, de 2017, a diferença poderá ser
excluída do lucro líquido na apuração do lucro real e da base de cálculo da CSLL.

687
Normativo: Lei nº 4.506, de 1964, art. 57

O controle das diferenças entre a taxa de depreciação


utilizada na escrituração comercial e a utilizada na apuração
097
do IRPJ e da CSLL deverá ser efetuada em subcontas ou
poderá ser controlada na Parte B do Lalur?

Caso a quota de depreciação registrada na contabilidade do contribuinte seja menor do


que aquela calculada com base no § 1º do art. 124 da IN RFB nº 1.700, de 2017, a
diferença poderá ser excluída do lucro líquido na apuração do lucro real e do resultado
ajustado com registro na Parte B do e-Lalur e do e-Lacs do valor excluído. Não há
controle por subcontas.

Normativo: Art. 124 da Instrução Normativa RFB nº 1.700, de 2017

O saldo acumulado decorrente da diferença entre a


098 depreciação contábil e a depreciação fiscal existente na data
da adoção inicial deverá ser controlado em subcontas?

Sim, o saldo acumulado decorrente da diferença entre a depreciação contábil e a


depreciação fiscal existente na data da adoção inicial deverá ser controlado em subcontas.

Normativo: Arts. 66 a 68 da Lei nº 12.973, de 2014

Como calcular a taxa de depreciação em caso de conjunto


de instalação ou equipamentos sem especificação suficiente
099
para permitir aplicar as diferentes taxas de depreciação de
acordo com a natureza do bem?

Na hipótese do registro do bem for feito por conjunto de instalação ou equipamentos, sem
especificação suficiente para permitir aplicar as diferentes taxas de depreciação de acordo
com a natureza do bem, e o contribuinte não tiver elementos para justificar as taxas
médias adotadas para o conjunto, será obrigado a utilizar as taxas aplicáveis aos bens de
maior vida útil que integrem o conjunto.

Normativo: Lei nº 4.506, de 1964, art. 57, §12

Como deve ser o tratamento tributário dos encargos e


100 despesas de depreciação registrados na contabilidade
societária após o montante acumulado das quotas de
depreciação computado na determinação do lucro real e do

688
resultado ajustado atingir o valor do custo de aquisição do
ativo?

Nessa hipótese, o valor da depreciação registrado na escrituração comercial deverá ser


adicionado ao lucro líquido para efeito de determinação do lucro real e do resultado
ajustado com a respectiva baixa na Parte B do e-Lalur e do e-Lacs.

Lei nº 4.506, de 1964, art. 57, § 16, e Lei nº 12.973, de 2014,


Normativo:
art. 40

Qual é a taxa de depreciação a ser considerada na apuração


do crédito de PIS e COFINS com base no regime não-
cumulativo? O crédito de PIS e COFINS seria calculado
101
com base na taxa de depreciação utilizada para cômputo dos
encargos ou despesas de depreciação contábil ou com base
na taxa de depreciação utilizadas para fins fiscais?

É permitido o desconto de créditos de PIS e COFINS sobre encargos de depreciação e


amortização dos ativos incorridos no mês. Portanto, o desconto de créditos se dá baseado
na depreciação societária (contábil).

Art. 3º, §1º, III, Lei nº 10.833 de 2003, e art. 3º, §1º, III, Lei
Normativo:
nº 10.637, de 2002

Nos casos de diferenças de taxas de depreciação (societária


102 e fiscal), a diferença de valor residual dos ativos precisa ser
registrada em subconta distinta?

Não. Caso a quota de depreciação registrada na contabilidade do contribuinte seja menor


do que aquela calculada com base no § 1º do art. 124 da IN RFB nº 1.700, de 2017, a
diferença poderá ser excluída do lucro líquido na apuração do lucro real e do resultado
ajustado com registro na Parte B do e-Lalur e do e-Lacs do valor excluído.

Normativo: Art. 124 da Instrução Normativa RFB nº 1.700, de 2017

Despesas Pré-Operacionais ou Pré-Industriais


Qual o tratamento tributário a ser dispensado às despesas
pré-operacionais ou pré-industriais na apuração do Lucro
103 Real e da base de cálculo da CSLL? De que modo deve ser
realizado o controle dos saldos adicionados na
determinação do lucro real e do resultado ajustado?

689
Os valores não computados no lucro real e no resultado ajustado deverão ser adicionados
na Parte A do e-Lalur e do e-Lacs e registrados na Parte B para controle de sua utilização
por meio de exclusão em quotas fixas mensais e no prazo mínimo de 5 (cinco) anos, a
partir:
I - do início das operações ou da plena utilização das instalações, no caso de
despesas de organização pré-operacionais ou pré-industriais, inclusive da fase
inicial de operação, quando a empresa utilizou apenas parcialmente o seu
equipamento ou as suas instalações; e
II - do início das atividades das novas instalações, no caso de despesas de expansão
das atividades industriais.

§ 2º do art. 128 da Instrução Normativa RFB nº 1.700, de


Normativo:
2017

Escrituração das Instituições Financeiras


Os ajustes no valor de mercado dos títulos e valores
mobiliários e derivativos das Instituições Financeiras
104 continuam sendo indedutíveis/não tributados até sua
realização? A propósito, o valor de mercado é igual ao valor
justo?

Sim, continuam os mesmos procedimentos fiscais para os tributos federais, conforme


disposto no art. 35 da Lei nº 10.637, de 2002 e art. 110 da Lei nº 11.196, de 2005. Valor
de mercado é uma das maneiras de mensurar o valor justo.

Art. 71 da Lei nº 12.973, de 2014, e art. 105 da Instrução


Normativo:
Normativa RFB nº 1.700, de 2017.

Como o BACEN não aprovou o CPC 12, os bancos devem


105 considerar dedutíveis as despesas provenientes de AVP ou
tributáveis as receitas provenientes do AVP?

Apesar do BACEN não ter aprovado o CPC, caso as Instituições Financeiras apliquem os
procedimentos contábeis do AVP, os ajustes previstos nos arts. 4º e 5º da Lei nº 12.973,
de 2014, devem ser efetuados.

Normativo: Arts. 4º e 5º da Lei nº 12.973/14.

Como deve ser a escrituração contábil das Instituições


106
Financeiras e das Seguradoras?

690
A escrituração das Instituições Financeiras deve seguir as normas contábeis emanadas
pelo CMN e BACEN. Já a escrituração das seguradoras deve seguir as normas
contábeis emanadas do CNSP e SUSEP. No entanto, as exigências contidas na Lei nº
12.973, de 2014, relacionadas às subcontas devem ser observadas por tais pessoas
jurídicas.
Para as instituições financeiras, no caso de participação societária avaliada pelo valor do
patrimônio líquido e de instrumentos financeiros classificados no ativo circulante
avaliados com base no valor justo, as subcontas poderão ser dispensadas desde que a
pessoa jurídica mantenha controle auxiliar que evidencie, conforme o caso, o
desdobramento do custo de aquisição da participação societária avaliada pelo valor do
patrimônio líquido e as variações do valor justo dos instrumentos financeiros.

Art. 71 da Lei nº 12.973, de 2014, e arts. 289 e 290 da


Normativo:
Instrução Normativa RFB nº 1.700, de 2017

Como o BACEN não aprovou todos os CPCs, as


Instituições Financeiras devem atender a Lei nº 12.973, de
107 2014? Um exemplo é o goodwill (ágio), tratado no CPC 15,
em que as Instituições Financeiras fazem sua amortização
contábil - como ficaria fiscalmente nesse caso?

Sim, as Instituições Financeiras devem atender integralmente a Lei nº 12.973, de 2014.


No exemplo citado, o desdobramento do custo de aquisição conforme o caput do art. 20
do Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, deve ser obrigatoriamente aplicado, podendo o controle
ser feito à parte da contabilidade, controle auxiliar, e os ajustes ao lucro líquido serão
feitos no e-Lalur e no e-Lacs.

Inciso I do §1º e §2º do art. 289 da Instrução Normativa


Normativo:
RFB nº 1.700, de 2017.

Na hipótese em que o Banco Central do Brasil venha a


modificar ou incorporar novos dispositivos contábeis a
108 serem aplicados pelas instituições financeiras e demais
entidades autorizadas a funcionar, como os impactos
tributários devem ser avaliados?

A modificação ou a adoção de métodos e critérios contábeis pelo Banco Central do Brasil


não terá implicação na apuração dos tributos federais até que lei tributária regule a
matéria, observado o disposto no art. 283 da Instrução Normativa RFB n° 1.700, de 2017.

Normativo: art. 290 da Instrução Normativa RFB nº 1.700, de 2017.

691
JCP
Nos casos de instrumentos patrimoniais que venham a ser
classificados contabilmente no passivo, qual o valor a ser
acrescido à base de cálculo dos juros sobre o capital próprio,
109
nos casos em que o saldo na contabilidade for diferente do
preço de emissão em razão, por exemplo, da marcação a
mercado do instrumento no passivo?

O § 12 do art. 9º da Lei nº 9.249, de 1995, dispõe que a conta capital social inclui inclusive
ações classificadas no passivo. Este dispositivo legal foi incluído na Lei 9.249, de 1995,
para que a empresa não fosse prejudicada ao classificar, por determinação da legislação
comercial, determinadas ações emitidas no passivo. Mas o dispositivo não prevê que
variações no valor justo das ações afete o limite de dedutibilidade dos JCP. Ademais, caso
estas ações fossem classificadas normalmente no patrimônio líquido, não haveria
aumento em seu valor.

Desta forma, aumentos ou diminuições no valor das ações classificadas no passivo não
devem ser considerados para efeito de se calcular o limite de dedutibilidade dos JCP.

Art. 9º da Lei nº 12.973, de 2014, e art. 75 da Instrução


Normativo:
Normativa RFB nº 1.700, de 2017

Laudo de Mais-Valia
O laudo de avaliação deve ter por objeto apenas o valor
justo dos ativos e passivos? Em outras palavras, o valor
110 residual que corresponde ao ágio por rentabilidade futura
(goodwill) ou ganho por compra vantajosa não precisa estar
justificado no laudo?

Sim. O laudo de avaliação tem por objeto a avaliação do valor justo dos ativos líquidos
da investida.

Inciso II do caput e § 3º do art. 20 do Decreto-Lei nº 1.598,


Normativo:
de 1977.

No caso da pessoa jurídica optante pela adoção antecipada


dos efeitos da Lei para o ano-calendário de 2014 e que
111 adquire participação societária em 2014, qual o tratamento
a ser dado ao laudo de mais ou menos valia dos ativos
líquidos?

Neste caso, o laudo de mais ou menos valia de ativos líquidos, elaborado por perito
independente, deverá ser protocolado na RFB ou seu sumário deverá ser registrado em
Cartório de Registro de Títulos e Documentos, até o último dia útil do 13º (décimo

692
terceiro) mês subsequente ao da aquisição da participação, conforme disposto nos §§ 2º
a 7º do art. 178 da Instrução Normativa RFB nº 1.700, de 2017.

Art. 20, § 3º do Decreto-Lei nº 1.598, de 1977.


Normativo: Arts. 178, 186 a 188 e 291 da Instrução Normativa RFB nº
1.700, de 2017

Moeda Funcional
No caso das pessoas jurídicas que utilizam para fins
societários moeda funcional diferente da moeda nacional,
112
de que maneira os impactos deverão ser mensurados para
fins tributários?

A pessoa jurídica deverá, para fins tributários, reconhecer e mensurar os seus ativos,
passivos, receitas, custos, despesas, ganhos, perdas e rendimentos com base na moeda
nacional. A pessoa jurídica que no período de apuração adotar, para fins societários,
moeda funcional diferente da moeda nacional deverá elaborar, para fins tributários,
escrituração contábil com base na moeda nacional.

Art. 286 e 287 da Instrução Normativa RFB nº 1.700, de


Normativo:
2017

No que tange a elaboração escrituração contábil citada na


questão anterior, quais requisitos deverão ser observados?
113
Como tal escrituração será formalizada para fins de
fiscalização?

A escrituração contábil elaborada para atendimento à legislação tributária deverá conter


todos os fatos contábeis do período de apuração, devendo ser elaborada em forma contábil
e com a utilização do plano de contas da escrituração comercial. Os lançamentos
realizados nesta escrituração contábil deverão, nos casos em que couber, manter
correspondência com aqueles efetuados na escrituração comercial, inclusive no que se
refere aos históricos. A escrituração contábil será transmitida ao Sped.

§1°, 2° e 3° do art. 287 da Instrução Normativa RFB nº


Normativo:
1.700, de 2017

Uma vez que as pessoas jurídicas que utilizam para fins


114 societários moeda funcional diferente da moeda nacional
necessitam elaborar escrituração contábil específica para
atendimento à legislação tributária, qual o lucro contábil a

693
ser considerado na determinação do lucro real e da base de
cálculo da CSLL?

Na hipótese em que a pessoa jurídica no período de apuração adotar, para fins societários,
moeda funcional diferente da moeda nacional, o lucro líquido do exercício para efeito da
determinação do lucro real e da base de cálculo da contribuição social, deverá ser obtido
com base na escrituração contábil elaborada em moeda nacional de que trata o caput do
art. 287 da Instrução Normativa RFB n° 1.700, de 2017.

§4° do art. 287 da Instrução Normativa RFB nº 1.700, de


Normativo:
2017

Em relação às Companhias que utilizam moeda funcional


diferente da nacional, como os valores que impactam as
115
apurações do IRPJ e da CSLL como adições, exclusões ou
compensações deverão ser mensurados?

Os ajustes de adição, exclusão ou compensação, prescritos ou autorizados pela legislação


tributária para a determinação do lucro real e da base de cálculo da contribuição social
sobre o lucro líquido, deverão ser realizados com base nos valores reconhecidos e
mensurados na moeda nacional, constantes na escrituração contábil elaborada para
atendimento à legislação tributária, de que trata o caput do art. 287 da Instrução
Normativa RFB n° 1.700, de 2017.

§5° do art. 287 da Instrução Normativa RFB nº 1.700, de


Normativo:
2017

No caso das Companhias que utilizam para fins societários


116 moeda funcional diferente da nacional, como deverá ser
mensurada a base de cálculo do PIS e da COFINS?

A pessoa jurídica deverá, para fins tributários, reconhecer e mensurar os seus ativos,
passivos, receitas, custos, despesas, ganhos, perdas e rendimentos com base na moeda
nacional. A pessoa jurídica que no período de apuração adotar, para fins societários,
moeda funcional diferente da moeda nacional deverá elaborar, para fins tributários,
escrituração contábil com base na moeda nacional. Salvo disposição em contrário, a
apuração da Contribuição para o PIS/Pasep e da COFINS tomará como base os valores
registrados na escrituração contábil elaborada para fins tributários de que trata o caput do
art. 287 da Instrução Normativa RFB n° 1.700, de 2017.

Normativo: art. 288 da Instrução Normativa RFB nº 1.700, de 2017

Operações realizadas para fins de hedge

694
Como deverão ser computadas, para fins de apuração do
imposto sobre a renda e da contribuição social sobre o lucro
líquido, as variações no valor justo do instrumento de hedge
e do item objeto de hedge, quando o item objeto e o
instrumento de hedge forem realizados em períodos de
apuração diferentes?
117

E no caso de hedge cujas contrapartidas das variações no


valor justo tanto do instrumento quanto do item objeto de
hedge são reconhecidas diretamente contra contas do
Patrimônio Líquido?

De acordo com o art. 107, § 4º da Instrução Normativa RFB nº 1.700, de 2017, as


variações no valor justo do instrumento de hedge e do item objeto de hedge, para fins de
apuração do Imposto sobre a Renda e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido,
devem ser computadas no mesmo período de apuração, observado o disposto no art. 105,
que dispõe que o ganho ou a perda decorrente da avaliação a valor justo de títulos e
valores mobiliários somente serão computados na base do Imposto sobre a Renda e da
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido quando de sua alienação ou baixa. Assim, as
variações no valor justo, ao longo da vida do hedge, deverão ser ajustadas nas bases de
cálculo via adição e exclusão, de modo que somente serão efetivamente computadas na
apuração dos tributos no período de apuração em que ocorrer a alienação ou baixa do item
objeto de hedge e do instrumento de hedge.

No caso de hedge cujas contrapartidas das variações no valor justo tanto do instrumento
quanto do item objeto de hedge são reconhecidas diretamente contra contas do Patrimônio
Líquido, as variações no valor justo, ao longo da vida do hedge, não serão objeto de
ajustes via adição e exclusão, no entanto, deverão ser computadas na apuração dos
tributos no período de apuração em que ocorrer a liquidação do instrumento de hedge.
Neste caso, os ajustes de reclassificação efetuados na contabilidade deverão ser objeto de
ajustes via adição e exclusão, na hipótese de divergirem no valor e/ou no momento dos
valores considerados na tributação.

§ 4º do art. 107 da Instrução Normativa RFB nº 1.700, de


Normativo:
2017

Pagamento Baseado em Ações


Qual deve ser o tratamento tributário, para fins de
determinação do lucro real e do resultado ajustado, para
118 pagamento baseado em ações? Em que momento o
pagamento baseado em ações poderá ser considerado
dedutível?

695
O valor da remuneração dos serviços prestados por empregados ou similares, efetuada
por meio de acordo com pagamento baseado em ações, deve ser adicionado ao lucro
líquido para fins de apuração do lucro real e do resultado ajustado no período de apuração
em que o custo ou a despesa forem apropriados. A remuneração dos serviços prestados
por empregados ou similares, efetuada por meio de acordo com pagamento baseado em
ações, será dedutível somente depois do pagamento, quando liquidados em caixa ou outro
ativo, ou depois da transferência da propriedade definitiva das ações ou opções de ações,
quando liquidados com instrumentos patrimoniais.

Art. 161, caput e § 1º, da Instrução Normativa RFB nº


Normativo:
1.700, de 2017

Qual o valor que deverá ser considerado para fins de


119 exclusão na determinação do lucro real e do resultado
ajustado?

O valor a ser excluído será:

I - o efetivamente pago, quando a liquidação baseada em ação for efetuada em caixa ou


outro ativo financeiro; ou

II - o reconhecido no patrimônio líquido nos termos da legislação comercial, quando a


liquidação for efetuada em instrumentos patrimoniais.

1. O valor reconhecido no patrimônio líquido nos termos da


legislação comercial a ser excluído é o valor que teve como
contrapartida contábil a remuneração registrada em custo
ou despesa.
Notas:
2. Não são dedutíveis os valores de remuneração dos
serviços prestados por pessoas físicas que não estejam
previstas no § 3º do art. 161 da Instrução Normativa RFB
nº 1.700/2017, cujo pagamento seja efetuado por meio de
acordo com pagamento baseado em ações.

Art. 161, §§ 2º, 5º e 7º da Instrução Normativa RFB nº


Normativo:
1.700, de 2017

Nos casos de pagamento baseado em ações, qual o valor a


120 ser considerado para fins de dedutibilidade da despesa
quando liquidados com instrumentos patrimoniais? É
aquele reconhecido como despesa durante o período

696
aquisitivo do direito (também conhecido como vesting),
mensurado de acordo com métodos estatísticos?

O valor a ser considerado, no caso de pagamento liquidado com instrumentos


patrimoniais, é o valor efetivo reconhecido no patrimônio líquido nos termos da
legislação comercial.

Inciso II, §2º do art. 161 da Instrução Normativa RFB nº


Normativo:
1.700, de 2017

Quem é considerado empregado ou similar para fins de


atendimento à regra de pagamento baseado em ações de que
121
trata o caput do art. 161 da Instrução Normativa RFB nº
1.700, de 2017?

Os empregados e similares são indivíduos que prestam serviços personalizados à entidade


e também:
I - são considerados como empregados para fins legais ou tributários;
II - trabalham para a entidade sob sua direção, da mesma forma que os indivíduos que são
considerados como empregados para fins legais ou tributários; ou
III - cujos serviços prestados são similares àqueles prestados pelos empregados, tais como
o pessoal da administração que têm autoridade e responsabilidade para planejamento,
direção e controle das atividades da entidade, incluindo diretores não executivos.

Incluem-se no conceito de diretores não executivos os


Nota:
membros de conselhos da entidade.

Art. 161, §§ 3º, 4º e 7º, da Instrução Normativa RFB nº


Normativo:
1.700, de 2017

A regra tributária para o pagamento baseado em ações de


que trata o art. 161 da Instrução Normativa RFB nº 1.700,
122
de 2017, é aplicável na hipótese de empregado ou similar
ser detentor de instrumentos patrimoniais da Sociedade?

O disposto no art. 161 da Instrução Normativa RFB nº 1.700/2017 é aplicável mesmo nas
situações em que o empregado ou os similares já sejam detentores de instrumentos
patrimoniais da Sociedade.

Art. 161, § 6º, da Instrução Normativa RFB nº 1.700, de


Normativo:
2017

697
Prêmio na Emissão de Debêntures
Como deverá ser feito o controle do valor do prêmio na
123 emissão de debêntures excluído na parte A do e-Lalur e do
e-Lacs, na forma do art. 199 da IN RFB 1.700, de 2017?

O valor excluído na Parte A do e-Lalur e do e-Lacs, conforme caput do art. 199 da IN


RFB nº 1.700, de 2017, será registrado na Parte B e baixado no momento de sua utilização
para aumento do capital social, na hipótese da alínea “b” do inciso II do caput do mesmo
artigo, ou no momento em que for adicionado no e-Lalur e no e-Lacs, na parte A, nas
hipóteses do § 2º.

Normativo: Art. 199 da Instrução Normativa RFB nº 1.700, de 2017

Receita Bruta
124 Qual o conceito de receita bruta?

A receita bruta compreende a venda de bens nas operações de conta própria, o preço da
prestação de serviços em geral, o resultado auferido nas operações de conta alheia e as
receitas da atividade ou objeto principal da pessoa jurídica, não compreendidas nos itens
anteriores.
Na receita bruta não se incluem os tributos não cumulativos cobrados, destacadamente,
do comprador ou contratante pelo vendedor dos bens ou pelo prestador dos serviços na
condição de mero depositário, tais como o IPI, no entanto, incluem-se os tributos sobre
ela incidentes, tais como o ICMS, e os valores decorrentes do ajuste a valor presente, de
que trata o inciso VIII do caput do art. 183 da Lei nº 6.404, de 1976, relativas as operações
que se enquadram no conceito de receita bruta.

Art. 26 da Instrução Normativa RFB nº 1.700, de 2017 e art.


Normativo:
12 do DL 1.598/1977.

125 Qual o conceito de receita líquida?

A receita líquida será a receita bruta diminuída das devoluções e vendas canceladas; dos
descontos concedidos incondicionalmente; dos tributos sobre ela incidentes; e dos valores
decorrentes do ajuste a valor presente, de que trata o inciso VIII do caput do art. 183 da
Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, das operações vinculadas à receita bruta.

Art. 26 da Instrução Normativa RFB nº 1.700, de 2017 e


Normativo:
art. 12 do DL 1.598/1977.

698
Teste de Recuperabilidade
Em que momento o contribuinte poderá reconhecer na
apuração do lucro real e do resultado ajustado os valores
126
contabilizados como redução ao valor recuperável de ativos
que não tenham sido objeto de reversão?

Quando ocorrer a alienação ou baixa do bem correspondente.

Normativo: Lei nº 12.973, de 2014, art. 32 c/c art. 50

Como devem ser reconhecidos na apuração do lucro real e


do resultado ajustado os valores contabilizados como
127 redução ao valor recuperável de ativos na hipótese de
alienação ou baixa de um ativo que compõe uma unidade
geradora de caixa?

O valor a ser reconhecido na apuração do lucro real e do resultado ajustado deve ser
proporcional à relação entre o valor contábil desse ativo e o total da unidade geradora de
caixa à data em que foi realizado o teste de recuperabilidade.

Normativo: Lei nº 12.973, de 2014, Art. 32, parágrafo único c/c art. 50

Como devem ser feitos os ajustes na determinação do lucro


128 real e do resultado ajustado no reconhecimento e na
reversão da perda estimada do valor de ativos?

A perda estimada deverá ser adicionada na Parte A do e-Lalur e do e-Lacs no período de


apuração em que for reconhecida, e registrada na Parte B para ser excluída quando da
alienação ou baixa do ativo correspondente, ou na reversão contábil.

Art. 129, § 3º, da Instrução Normativa RFB nº 1.700, de


Normativo:
2017

Qual o tratamento tributário da reversão contábil da perda


129
estimada no valor do ativo?

As reversões das perdas por desvalorização de bens que foram objeto de redução ao valor
recuperável de ativos não são computadas na apuração do lucro real e do resultado
ajustado.

Normativo: Art. 130 da Instrução Normativa RFB nº 1.700, de 2017

699
Índice Remissivo

Declarações da Pessoa Jurídica (Capítulo I)

DCTF

Impostos e Contribuições Informados [Pergunta 013]

Pessoas Jurídicas Dispensadas de Apresentar DCTF [Pergunta 012]

Pessoas Jurídicas Obrigadas a Apresentar DCTF [Pergunta 011]

Prazo (Apresentação) [Pergunta 014]

Declaração da Pessoa Jurídica Inativa

Obrigação de Apresentar [Pergunta 009]

PJ Inativa, Conceito [Pergunta 010]

ECF

Cartórios, Ausência de Personalidade Jurídica [Pergunta 007]

Conselhos de Fiscalização de Profissões Regulamentadas [Pergunta 008]

Entidades sem Fins Lucrativos [Pergunta 006]

Pessoas Jurídicas Desobrigadas a Apresentar ECF [Pergunta 002]

Pessoas Jurídicas Obrigadas a Apresentar ECF [Pergunta 001]

Pessoas Jurídicas que Não Devem Apresentar ECF [Pergunta 003]

Representante Comercial, Pessoa Física [Pergunta 005]

Transportador, Pessoa Física [Pergunta 004]

700
Entidades Imunes ou Isentas do IRPJ

Alcance da Imunidade e da Isenção [Pergunta 028]

Conceitos

PJ Imune [Pergunta 025]

PJ Isenta [Pergunta 026]

Condições para Isenção

Perda da Isenção, Efeitos [Pergunta 032]

Reconhecimento Prévio pela RFB, Desnecessidade [Pergunta 033]

Requisitos [Pergunta 027]

Prática de Atos em Desacordo com a Finalidade (Perda da Isenção) [Pergunta 030]

Recebimento de Órgãos Públicos, Dispensa de Retenção na Fonte [Pergunta 031]

Rendimentos e Ganhos em Aplicações Financeiras

Instituições de Educação e de Assistência (STF ADIn 1.802-3)

Retenção na Fonte [Pergunta 029]

Período de apuração do IRPJ vs. ECF [Perguntas 015 a 017]

Prazos e Forma de apresentação das Declarações

Forma de Apresentação

Declarações de Exercícios Anteriores [Pergunta 020]

Meio Magnético [Pergunta 019]

Sucessão da PJ, Data do Evento [Pergunta 018]

701
Retificação da ECF [Perguntas 021 a 024]

Contagem de Prazos (Capítulo II)

Contagem

Norma Geral [Perguntas 001 e 002]

Termos de Início e de Fim [Perguntas 001 e 003]

Equiparações da Pessoa Física (Capítulo III)

Equiparação da PF à Empresa Individual - Operações Imobiliárias [Perguntas 004 a 029]

Apuração de Resultados [Perguntas 018 e 019]

Apuração de Resultados, Permuta de Unidades [Notas à Pergunta 018]

Aquisição e Alienação de Imóveis (Caracterização) [Pergunta 006]

Aquisição e Alienação de Imóveis, Data de Ocorrência, Requisitos [Pergunta 007]

Arbitramento, Falta de Escrituração Regular [Perguntas 023 e 024]

CNPJ, Obrigatoriedade [Pergunta 008]

Condomínios de Imóveis, Não Ensejam a Equiparação [Pergunta 005]

Distribuição Automática dos Lucros Apurados [Perguntas 021 e 022]

Escrituração [Pergunta 010]

Formação do Capital da Empresa Individual [Pergunta 029]

Incorporação Imobiliária, Conceito [Pergunta 012]

Incorporação Imobiliária, Legislação Aplicável [Perguntas 013 e 014]

Incorporador, Conceito [Pergunta 015]

702
Início da Equiparação [Perguntas 009]

Integração dos Imóveis ao Patrimônio, Data de [Pergunta 025]

Integração dos Imóveis ao Patrimônio, Valor [Pergunta 026]

Lucros Suspensos, Inadmissibilidade [Pergunta 022]

Obrigações Acessórias [Perguntas 008 e 010]

Operações que Ensejam a Equiparação [Pergunta 004]

Parcelamento do Solo, Loteamento e Desmembramento [Perguntas 016 e 017]

Quantidade de Operações para Equiparação [Pergunta 011]

Receita Bruta, Caracterização [Pergunta 020]

Regime de Tributação, Opção [Pergunta 010]

Término da Equiparação, Imóveis Não Alienados [Perguntas 027 e 028]

Equiparação da PF à Pessoa Jurídica

[Perguntas 001 a 003]

Atividades que Ensejam a Equiparação [Pergunta 001]

Atividades que Não Ensejam a Equiparação [Pergunta 002]

Obrigações Acessórias [Pergunta 003]

Responsabilidade na Sucessão (Capítulo IV)

Continuação da PJ (Sucessão)

Baixa da Inscrição da Sucedida

Procedimentos [Pergunta 038]

Da Equiparada [Pergunta 037]

Estabelecimento Comercial, Conceito [Pergunta 036]

703
Quando Ocorre [Pergunta 035]

Responsabilidade Tributária

Quem Responde [Pergunta 039]

Responsabilidade da pessoa Física [Perguntas 041 e 042]

Responsabilidade Solidária, Conceito [Perguntas 043]

Responsabilidade Solidária, Ocorrência [Pergunta 040]

Responsabilidade Subsidiária, Conceito [Perguntas 044]

Dissolução, Liquidação e Extinção da PJ

Dissolução

Conceito [Pergunta 004]

Efeitos [Pergunta 006]

Hipóteses [Pergunta 005]

Extinção

Conceito [Pergunta 001]

Hipóteses [Pergunta 003]

Momento [Pergunta 002]

Liquidação

Conceito [Pergunta 007]

Efeitos [Pergunta 008]

Identificação da PJ em Liquidação [Pergunta 009]

Procedimentos [Pergunta 010]

704
Responsabilidades [Pergunta 011]

Transformação, Incorporação, Fusão e Cisão

Cisão

Conceito [Pergunta 020]

Procedimentos, Sociedade Cindida [Pergunta 022]

Versão Parcial de Patrimônio (Cisão Parcial) [Pergunta 021]

Firma/Empresa Individual

Impossibilidade de Transformação [Notas à Pergunta 013]

Fusão

Conceito [Pergunta 018]

Procedimentos [Pergunta 019]

Incorporação

Conceito [Pergunta 016]

Efeitos e Procedimentos [Pergunta 017]

Incorporação, Fusão e Cisão

Ajuste a Valor Justo [Pergunta 032]

Avaliação de bens [Pergunta 030]

Capital da Sucessora, Formação [Pergunta 024]

Data do Evento, Efeitos Fiscais [Pergunta 028]

Empresa Individual, Ganho na Devolução de sua Participação [Pergunta 025]

705
Legislação Fiscal e Comercial [Pergunta 015]

Participações Societárias [Pergunta 033]

Prejuízo Fiscal [Pergunta 034]

Procedimentos Obrigatórios [Pergunta 027]

Sociedades Aptas [Pergunta 023]

Tributação no Ano-Calendário do Evento [Pergunta 026]

Tributação, Pagamento (IRPJ e CSLL) [Pergunta 029]

Combinação de Negócios

Conceito [Pergunta 031]

Transformação

Conceito [Pergunta 012]

Direitos dos Credores [Pergunta 014]

Efeitos e Procedimentos [Pergunta 013]

Simples (Capítulo V)

O que é o Simples [Pergunta 001]

O que é o Simples Nacional [Pergunta 002]

IRPJ - Lucro Real (Capítulo VI)

Adições e Exclusões [Pergunta 004]

Alíquotas

706
Adicional [Pergunta 029]

Adicional, Deduções (Inadmissibilidade) [Pergunta 030]

Regra Geral [Pergunta 028]

Bens Adquiridos em Consórcio

Registro Contábil [Perguntas 018 a 020]

Bens do Imobilizado [Perguntas 012 a 016]

Bens Obsoletos, Baixa do Imobilizado [Pergunta 022]

Contribuintes [Pergunta 002]

Despesas

Bens do Imobilizado Mantidos em Almoxarifado [Pergunta 014]

Bens do Imobilizado, Aumento de Vida Útil (Apropriação de Despesas) [Pergunta 015]

Bens do Imobilizado, Sem Aumento de Vida Útil (Custos ou Despesas) [Pergunta 016]

Bens em Comodato, Cedente [Pergunta 024]

Construções em Andamento, Empresa Não Imobiliárias [Pergunta 013]

Contrapartida de Reavaliação, Bens Não Imobilizados [Pergunta 025]

Despesas do Período de Apuração Seguinte vs. Diferidas [Pergunta 008]

Diferidas, Conceito [Pergunta 007]

Incorridas, Conceito [Pergunta 005]

Mão-de-Obra, Construção de Imóvel da Empresa [Pergunta 012]

Pagas ou Incorridas, Momento da Apropriação [Pergunta 006]

Pré-Operacionais, Conceito [Pergunta 009]

Pré-Operacionais, Implantação de Indústria [Pergunta 011]

Tributos Provisionados, Ação Judicial (Tratamento Tributário) [Pergunta 023]

Determinação do Lucro Real [Pergunta 004]

Empresa em Fase Pré-Operacional

707
Tratamento Tributário [Pergunta 010]

Lucro Líquido do Período, Apuração [Pergunta 027]

Lucro Líquido do Período, Conceito [Pergunta 026]

Lucro Real/Lucro Tributável, Conceito [Pergunta 001]

Operações com Ouro

Tributação [Pergunta 017]

Período de Apuração [Pergunta 003]

IRPJ – Escrituração (Capítulo VII)

Ajustes de Exercícios Anteriores

Conceito [Pergunta 051]

Regularização do IRPJ [Pergunta 052]

Resultado do Período da Escrituração [Pergunta 053]

Antecipação da Receita, Relevância [Pergunta 044]

Imposto Lançado

Diferenças Apuradas [Pergunta 046]

Recomposição do Lucro Real [Pergunta 045]

Imposto Postergado ou Reduzido

Acerto sem Autuação, IRPJ a Pagar [Pergunta 049]

Acerto sem Autuação, Sem IRPJ a Pagar [Pergunta 050]

Apuração do Valor [Pergunta 047]

Ocorrência [Pergunta 048]

708
Postergação ou Redução, Conceitos [Pergunta 043]

Lançamento pela Autoridade Fiscal, Hipóteses [Pergunta 042]

Contabilização do ICMS

Contabilização de Estoques, Dedução do ICMS [Pergunta 040]

Metodologia, Livre Escolha [Pergunta 041]

Demonstrações Financeiras

Demonstrações Exigidas pela Legislação Tributária [Pergunta 020]

Demonstrações Exigidas pela Lei das S.A. [Pergunta 019]

Transcrição (Lalur ou Diário) [Pergunta 021]

Lalur

Autenticação, Exigência [Pergunta 010]

Compensação de Prejuízos Fiscais

Limite [Pergunta 014]

Prazo, Inexistência [Pergunta 013]

Prejuízo Não operacional, Conceito [Pergunta 017]

Prejuízo Não Operacional, Segregação [Pergunta 016]

Prejuízo Operacional vs. Não operacional, Distinção [Pergunta 015]

Prejuízo Operacional vs. Não operacional, Exceção à Regra [Pergunta 018]

Conceito

Pergunta [001]

709
Conteúdo

Composição (Partes A e B) [Pergunta 003]

Parte A [Pergunta 005]

Parte B [Pergunta 006]

Declaração da PJ vs. Lalur [Pergunta 011]

Escrituração

Lançamentos, Época [Pergunta 007]

Prejuízo, Registro [Pergunta 012]

Procedimentos [Pergunta 004]

Sistema Eletrônico, Admissibilidade [Pergunta 008]

Quem Está Obrigado

Pergunta [002]

Registro na Repartição, Dispensa [Pergunta 009]

Livro Diário

Escrituração

Fichas Numeradas, Escrituração Mecanizada [Pergunta 029]

Fichas Numeradas, Requisitos [Pergunta 030]

Forma de Escrituração, Livre Escolha [Pergunta 028]

Guarda da Documentação, Obrigatoriedade [Pergunta 033]

Resumida, Possibilidade [Pergunta 032]

Sistema Eletrônico, Admissibilidade [Pergunta 031]

710
Registro e Autenticação

Juiz de Direito, Delegação [Pergunta 025]

Junta Comercial ou Registro do Comércio, Obrigatoriedade [Pergunta 024]

Lançamento Anterior ao Registro, Possibilidade [Pergunta 027]

Sociedade Simples, Registro Civil [Pergunta 026]

Livro Razão

Inexistência ou Não Apresentação, Arbitramento do Lucro [Pergunta 036]

Obrigatoriedade [Pergunta 034]

Registro ou Autenticação, Dispensa [Pergunta 035]

Livro Registro de Inventário

Contabilização de Estoques, Valor [Pergunta 039]

Falta de Escrituração, Desclassificação da Escrita [Pergunta 038]

Obrigação de Escriturar [Pergunta 037]

Livros e Documentos, Conservação

Obrigatoriedade [Pergunta 033]

Sistema Escritural Eletrônico

Diário Eletrônico, Autenticação [Pergunta 022]

Penalidades, Falta de Apresentação [Pergunta 023]

Possibilidade [Pergunta 022]

711
IRPJ - Lucro Operacional (Capítulo VIII)

Amortização

Amortização Acelerada, Hipóteses [Pergunta 072]

Amortização vs. Depreciação, Distinção [Pergunta 071]

Custos ou Despesas Passíveis de Amortização [Pergunta 068]

De Bens, Custos e Despesas, Conceito [Pergunta 064]

Dedução do Encargo, Recuperação do Capital [Pergunta 065]

Direitos ou Bens Passíveis de Amortização [Pergunta 067]

Extinção de Direitos ou Bens antes do Término da Amortização, Procedimento [Pergunta


070]

Fixação da Quota, Procedimento [Pergunta 066]

Limite, Despesa Total ou Custo de Aquisição [Pergunta 069]

Apropriação de Quotas

Custo ou Despesa, Critério do Contribuinte [Pergunta 095]

Início da Apropriação [Pergunta 093]

Período de Duração do Bem, Uniformidade do Valor [Pergunta 094]

Recursos Florestais, Critérios [Pergunta 096]

Conceitos

Amortização de Bens, Custos e Despesas [Pergunta 064]

Créditos com Garantia [Pergunta 121]

Depreciação de Bens do Imobilizado [Pergunta 043]

Descontos Incondicionais [Pergunta 006]

Despesas Financeiras [Pergunta 140]

712
Despesas Operacionais [Pergunta 017]

Exaustão [Pergunta 073]

Lucro Bruto [Pergunta 002]

Lucro Operacional [Pergunta 001]

Multas Fiscais [Pergunta 032]

Pessoas Vinculadas no Exterior [Pergunta 142]

Provisões [Pergunta 097]

Receita Bruta [Pergunta 003]

Receita Líquida [Pergunta 004]

Receitas Financeiras [Pergunta 139]

Remuneração [Pergunta 130]

Variações Monetárias [Pergunta 143]

Vendas Canceladas [Pergunta 005]

Custo

Avaliação de Estoques, Momento [Pergunta 011]

Bens de Consumo Eventual, Limite [Pergunta 009]

Bens de Pequeno Valor Necessários no Conjunto [Pergunta 025]

De Bens ou Serviços, Na Aquisição e Produção [Pergunta 008]

De Bens, Apuração de Resultados (Procedimento) [Pergunta 012]

De Bens, Contabilidade Não Integrada [Pergunta 014]

ICMS, Contabilidade Não Integrada [Pergunta 015]

Quebras e Perdas, Tratamento [Pergunta 010]

Sistema de Contabilidade de Custo Integrado e Coordenado, Conceito [Pergunta 013]

Valor de Mercado, Provisão para Ajuste (Indedutibilidade) [Pergunta 016]

713
Depreciação

Acelerada

Adequação de Critérios, Comprovação [Pergunta 061]

Autorização Prévia, Desnecessidade [Pergunta 060]

Critério de Incentivo Concomitante com Horas Diárias, Possibilidade [Pergunta 059]

Em Função de Horas Diárias em Operação, Critérios [Pergunta 058]

Hipóteses [Pergunta 057]

Acelerada Incentivada

Forma de Utilização do Benefício [Pergunta 063]

Bens do Imobilizado

Adquiridos Usados, Cálculo da Depreciação [Pergunta 045]

Conceito [Pergunta 043]

Depreciação Efetivamente Suportada, Divergência (Prova de Adequação) [Perguntas 047


e 053]

Em Condições de Operar, Início da Dedutibilidade [Perguntas 051 e 052]

Exploração Mineral ou Florestal, Depreciação no Prazo da Concessão (Possibilidade)


[Pergunta 054]

Fora de Estrada (Caminhões), Depreciação em Quatro Anos [Pergunta 046]

Imóveis, Valor do Terreno (Segregação) [Pergunta 056]

Instalações ou Equipamentos (Bens Agrupados), Maior Vida Útil [Pergunta 055]

Não Passíveis de Depreciação [Pergunta 050]

Passíveis de Depreciação [Pergunta 049]

Quem Pode Deduzir, Encargo Econômico Suportado [Pergunta 048]

714
Taxa Anual de Depreciação, Fixação [Pergunta 044]

Despesas com Propaganda

Brindes Distribuídos, Indedutibilidade [Pergunta 138]

Comprovação dos Serviços, Responsabilidade Solidária [Pergunta 137]

Requisitos para Dedutibilidade [Perguntas 135 e 136]

Despesas Operacionais

Aumento da Vida Útil Maior que 12 Meses, Efeitos [Pergunta 030]

Bens de Pequeno Valor Necessários no Conjunto, Indedutibilidade [Pergunta 025]

Bens de Pequeno Valor, Dedutibilidade [Pergunta 018]

Comprovação de Despesas, Documentação [Pergunta 023]

Conceito [Pergunta 017]

Despesas Operacionais Indedutíveis [Pergunta 024]

Formas para Calçados, Facas e Matrizes (Moldes), Indústria Calçadista [Pergunta 020]

Gastos com Conservação de Bens e Instalações, Dedutibilidade [Pergunta 028]

Gastos com Conservação de Bens e Instalações, Indedutibilidade [Pergunta 029]

Gastos Necessários à Produção ou Comercialização [Pergunta 022]

Guarnições e Louças, Hotelaria e Restaurantes [Pergunta 019]

Inversão ou Aplicação de Capital, Custos a Serem Ativados [Pergunta 027]

Viagens a Serviço [Pergunta 021]

Vida Útil de 12 Meses, Regra de Dedutibilidade [Pergunta 026]

Exaustão

Conceito

715
Bens Passíveis de Exaustão [Pergunta 076]

Conta de Exaustão, Dedução do Saldo (do Valor do Imobilizado) [Pergunta 074]

Conta de Exaustão, Utilização [Pergunta 075]

Exaustão [Pergunta 073]

De Recursos Florestais

Cálculo da Quota, Critérios [Pergunta 091]

Cálculo da Quota, Valor Original das Florestas [Pergunta 090]

Direitos de Exploração, Prazo Indeterminado vs. Prazo Determinado [Pergunta 092]

Fixação da Quota, Procedimento [Pergunta 089]

De Recursos Minerais

Arrendatárias ou Licenciadas, Aproveitamento das Quotas (Impossibilidade) [Pergunta


080]

Cálculo da Quota, Diversas Jazidas ou Minas [Pergunta 088]

Cálculo da Quota, Receita com Minerais [Pergunta 079]

Escrituração, Quota Incentivada [Pergunta 084]

Escrituração, Quota Normal de Exaustão [Pergunta 082]

Escrituração, Subcontas por Jazida ou Mina [Pergunta 081]

Exaustão Incentivada, Aproveitamento em Períodos de Apuração Subseqüentes


[Pergunta 086]

Exaustão Incentivada, Limite Anual [Perguntas 085 e 087]

Fixação da Quota, Procedimento [Pergunta 078]

Lalur, Aproveitamento da Quota Incentivada [Pergunta 083]

Modalidades [Pergunta 077]

716
Juros sobre o Capital Social

Pagos a Acionistas ou Associados (Outras Hipóteses), Dedutibilidade [Pergunta 152]

Sobre o Capital Próprio vs. Lucro Líquido do Período [Pergunta 151]

Sobre o Capital Próprio, Dedutibilidade (Condições) [Pergunta 148]

Sobre o Capital Próprio, Incorporados ao Capital Social [Pergunta 150]

Sobre o Capital Próprio, Tributação nos Beneficiários [Pergunta 149]

Multas

Compensatórias, Natureza [Pergunta 034]

Fiscais, Conceito [Pergunta 032]

Infrações que Não Resultam em Falta ou Insuficiência de Pagamento, Dedutibilidade


[Pergunta 038]

Infrações que Resultam em Falta ou Insuficiência de Pagamento [Pergunta 036]

Multas ou Acréscimo Moratórios, Dedutibilidade [Pergunta 035]

Por Infrações Fiscais, Tratamento Tributário [Pergunta 031]

Punitivas vs. Compensatórias, Distinção [Pergunta 037]

Perdas no Recebimento de Créditos

Apuração do Lucro Real, Procedimentos [Pergunta 120]

Créditos com Garantia, Conceito [Pergunta 121]

Encargos Reconhecidos (Competência), Adição no Lalur (Devedor) [Pergunta 126]

Encargos Reconhecidos (Competência), Exclusão no Lalur (Credor) [Pergunta 125]

Pessoas Vinculadas, Indedutibilidade [Pergunta 123]

Reconhecimento, Devedor em Falência ou Concordata [Pergunta 122]

Recuperação de Créditos Considerados como Perda, Procedimentos [Pergunta 127]

Registro Contábil, Procedimentos [Pergunta 124]

717
Provisões

Admissibilidade, IRPJ [Pergunta 099]

Conceito [Pergunta 097]

Décimo Terceiro Salário [Pergunta 108]

Dedutíveis do IRPJ, Hipóteses [Pergunta 100]

Férias de Empregados

Cálculo do Provisionamento [Perguntas 104 e 105]

Limites de Provisionamento [Pergunta 103]

Valores Não Provisionados [Pergunta 107]

Indedutíveis do IRPJ, Adição no Lalur [Pergunta 101]

Liquidação Duvidosa, Baixa de Créditos Provisionados [Pergunta 102]

Para Pagamento do IRPJ

Base de Cálculo [Pergunta 110]

Classificação Contábil [Pergunta 111]

Contrapartida, Lucro ou Prejuízo Contábil [Pergunta 116]

Dedução de Incentivos Regionais (Impossibilidade) [Pergunta 113]

Empresas Obrigadas a Provisionar [Pergunta 109]

Lucro Real, Limite [Pergunta 114]

Não Constituída, Efeitos Fiscais (Inexistência) [Pergunta 117]

Não Constituída, Reservas Incorporadas [Pergunta 119]

Não Contabilizada ou a Menor, Procedimentos [Pergunta 118]

Prejuízo Gerado pela Provisão [Pergunta 115]

718
Reserva de Capital, Incentivos Regionais ou Setoriais [Pergunta 112]

Saldo, Reversão [Perguntas 098 e 106]

Receita Bruta e Receita Líquida

Descontos Incondicionais, Conceito [Pergunta 006]

Impostos Incidentes sobre as Vendas [Pergunta 007]

Receita Bruta, Conceito [Pergunta 003]

Receita Líquida, Conceito [Pergunta 004]

Vendas Canceladas, Conceito [Pergunta 005]

Receita de Exportação

Data de Embarque, Fixação [Pergunta 040]

Prêmio sobre Saque de Exportação, Tratamento [Pergunta 042]

Receita Bruta de Exportações [Pergunta 039]

Taxa de Câmbio, Variações Monetárias [Pergunta 041]

Receitas e Despesas Financeiras

Despesas Financeiras, Conceito e Tratamento [Pergunta 140]

Ganhos na Renegociação de Dívidas, Tratamento [Pergunta 141]

Pessoas Vinculadas no Exterior, Conceito [Pergunta 142]

Receitas Financeiras, Conceito e Tratamento [Pergunta 139]

Variações Monetárias

Cambiais (Empréstimos no Exterior), Repasse entre Vinculadas no País [Pergunta 147]

Cambiais, Hipóteses [Pergunta 146]

719
Conceito [Pergunta 143]

Tratamento [Pergunta 144]

Vs. Cambiais, Distinção [Pergunta 145]

Remuneração e FGTS de Dirigentes e Conselheiros

Conselheiros, Número Admitido [Pergunta 134]

Depósitos para o FGTS, Dedutibilidade (Limite) [Pergunta 132]

Dirigentes e Conselheiros, Conceito [Pergunta 128]

Remuneração de Conselheiros, Tratamento Fiscal [Pergunta 133]

Remuneração de Dirigentes, Tratamento Fiscal [Pergunta 129]

Remuneração, Conceito [Pergunta 130]

Valores Indedutíveis [Pergunta 131]

IRPJ - Resultados Não Operacionais (Capítulo IX)

Conceitos

Ganhos ou Perdas de Capital [Pergunta 003]

Receitas e Despesas Não Operacionais [Pergunta 001]

Valor Contábil do Bem [Pergunta 005]

Determinação do Lucro Real

Valores Não Computáveis [Pergunta 002]

Devolução de Capital a Titular, Sócio ou Acionista

Tratamento [Pergunta 009]

720
Ganhos ou Perdas de Capital

Apurados no exterior, Normas [Perguntas 007 e 008]

Conceito [Pergunta 003]

Determinação [Pergunta 004]

Investimentos Oriundos de Incentivos

Perdas na Alienação [Pergunta 010]

Valor Contábil do Bem

Conceito [Pergunta 005]

Encargos (depreciação, etc.), Diminuídos do Valor escriturado [Pergunta 006]

IRPJ - Compensação de Prejuízos (Capítulo X)

Conceitos
Prejuízo Contábil [Pergunta 001]
Prejuízo Fiscal [Pergunta 001]

Prejuízos Fiscais
A Compensar, Parte B do Lalur [Pergunta 008]
Compensação Independente dos Resultados Contábeis [Perguntas 006 e 010]
Compensação, Caráter Facultativo [Pergunta 007]
Compensação, Forma [Pergunta 003]
Compensação, Incorridos no Exterior vs. Lucro no Brasil (Vedação) [Pergunta 011]
Compensação, Restrições [Pergunta 005]
Compensação, Somente com Lucro Real [Pergunta 009]
Não-Operacionais (Apuração, Controle e Compensação) [Pergunta 004]
Sociedades em Conta de Participação (SCP) [Pergunta 002]

721
IRPJ - Aplicação em Investimentos Regionais (Capítulo XI)

Incentivos Fiscais de Aplicação em Investimentos Regionais

Limites à Aplicação [Pergunta 003]

O que São Fundos de Aplicação (Finor e Finam) [Pergunta 001]

Opção pela Aplicação, Como Fazer [Pergunta 005]

Pessoas Jurídicas Impedidas [Pergunta 004]

Pessoas Jurídicas que Podem Aplicar [Pergunta 002]

Quotas de Aplicação, Negociação (Possibilidade) [Pergunta 007]

Registro Contábil, Procedimento [Pergunta 006]

Requisitos para Aplicação, Regularidade Fiscal e do Incentivo [Pergunta 008]

Restrição ou Perda do Direito ao Incentivo, Hipóteses [Pergunta 009]

Atividade Rural (Capítulo XII)

Conceitos

Atividades Consideradas Rurais [Pergunta 001]

Atividades Não Consideradas Rurais [Pergunta 001]

Classificação de Atividades (Cria, Recria e Engorda) [Pergunta 022]

Classificação do Rebanho [Pergunta 023]

Culturas Agrícolas (Temporárias e Permanentes) [Pergunta 024]

Custos ou Despesas de Custeio da Atividade [Pergunta 018]

Investimentos na Atividade [Pergunta 020]

Receita Bruta da Atividade [Pergunta 015]

Receitas Operacionais da Atividade Rural [Pergunta 014]

722
Exploração de Atividades Rurais

Custos ou Despesas de Custeio Atribuíveis à Atividade [Pergunta 018]

Escrituração das Operações da Atividade [Pergunta 012]

Imputação Indevida de Resultado a Título de Atividade Rural, Crime Contra a Ordem


Tributária [Pergunta 026]

Investimentos Atribuíveis à Atividade [Pergunta 020]

Receitas e Despesas da Atividade, Comprovação [Pergunta 021]

Tributação do Lucro [Pergunta 002]

Incentivos Fiscais

Apuração dos Resultados (Forma) [Pergunta 003]

Depreciação Incentivada

Depreciação Integral no Período de Aquisição [Pergunta 005]

Mudança Para Lucro Presumido ou Arbitrado [Perguntas 007 e 009]

Retorno ao Lucro Real [Pergunta 008]

Exploração Concomitante de Outras Atividades [Pergunta 013]

Incentivos Fiscais Admitidos [Pergunta 004]

Resultado da Atividade

Compensação de Prejuízos Fiscais Ocorridos na Atividade [Perguntas 010 e 011]

Reserva de Reavaliação, Realização (Uso Exclusivo ou Não Exclusivo na Atividade)


[Pergunta 025]

Valores Integrantes do Resultado [Pergunta 017]

Venda de Reprodutores ou Matrizes, Receita Operacional vs. Imobilizado (Exceção)


[Pergunta 016]

723
IRPJ - Lucro Presumido (Capítulo XIII)

Alíquota e Adicional [Pergunta 025]

Base de Cálculo

Apuração [Pergunta 014]

Construção Civil [Pergunta 019]

Custo ou Valor Contábil (Ganhos de Capital), Conceito [Pergunta 024]

Ganhos de Capital, Conceitos [Pergunta 023]

Receita Bruta, Conceito [Pergunta 021]

Receita Bruta, ICMS [Pergunta 022]

Compensação do Imposto

Prejuízo Fiscal Acumulado (Lalur), Compensação no Retorno ao Lucro Real [Pergunta


035]

Retido ou Pago a Maior [Pergunta 034]

Conceitos

Ganhos de Capital [Pergunta 023]

Ganhos de Capital, Custo ou Valor Contábil (Bens e Direitos) [Pergunta 024]

Receita Bruta [Pergunta 021]

Incentivos Fiscais

Dedução (Proveito) [Pergunta 032]

724
Legislação Aplicável [Pergunta 001]

Lucro Apurado

Distribuição a Titular/Sócio/Acionista, Dispensa de Retenção na Fonte [Pergunta 029]

Escrituração Regular, Reserva Livre para Aumento de Capital [Pergunta 028]

Outros Valores Pagos a Titular/Sócio/Acionista, Retenção na Fonte [Pergunta 030]

Obrigações Acessórias

Escrituração, (Apuração de Lucro Contábil), Reserva para Aumento de Capital [Pergunta


028]

Escrituração, Livros Fiscais [Pergunta 026]

Opção pelo Livro Caixa, Retorno ao Lucro Real [Pergunta 027]

Omissão de Receitas

Tratamento [Pergunta 036]

Opção

Aferição do Limite para Adesão, Receita (Composição) [Pergunta 006]

Definitiva no Ano-Calendário, Mudança para Lucro Arbitrado (Exceção) [Pergunta 010]

Definitiva no Ano-Calendário, Mudança para Lucro Real (Exceção) [Pergunta 011]

Exercício, Quem Não Pode Optar [Pergunta 009]

Exercício, quem Pode Optar [Pergunta 004]

Indevida, Apuração do Lucro Real ou Arbitrado [Pergunta 037]

Indevida, Retificação de Declaração [Pergunta 012]

Início de Atividade, Limite para Adesão [Pergunta 007]

Momento, Como Optar [Pergunta 003]

725
Pagamento da Quota em Atraso (Primeira ou Única), Regularização [Pergunta 005]

Tributação Diferida (Lucro Real), Adição dos Valores Controlados na Parte B do


Lalur [Pergunta 033]

Percentuais de Presunção

Aplicáveis Conforme a Atividade Exercida [Pergunta 015]

Atividade Gráfica [Pergunta 018]

Atividades Diversificadas [Pergunta 016]

Cooperativas (de Consumo e Outras) [Pergunta 017]

Serviço Público, Concessionárias e Subconcessionárias [Pergunta 020]

Período de Apuração [Pergunta 002]

Receita Anual, Limite para Adesão

Composição da Receita, Aferição do Limite [Pergunta 006]

Exercício, quem Pode Optar [Pergunta 004]

Início de Atividade, Número de Meses em Atividade (Proporção) [Pergunta 007]

Limite Ultrapassado, Retorno ao Lucro Real [Pergunta 008]

Regime de Reconhecimento de Receitas

Regra Geral [Pergunta 038]

Retorno ao Lucro Real

Balanço de Abertura, Valores a Consignar [Pergunta 031]

Possibilidade, Ano-Calendário Subseqüente à Opção [Pergunta 013]

Valores Não Recebidos (Regime de Caixa), Tributação Imediata [Pergunta 039]

726
Regime Tributário de Transição - RTT

Obrigatoriedade de opção, Aplicação a todos os trimestres nos anos-calendário de 2008


e de 2009, Compensação ou recolhimento de diferença de trimestres já transcorridos do
ano-calendário de 2008, Prazo para recolhimento [Pergunta 040]

IRPJ - Lucro Arbitrado (Capítulo XIV)

Alíquota e Adicional [Pergunta 022]

Arbitramento

A Quem Cabe Arbitrar [Pergunta 003]

Exercício da Forma de Apuração (pelo Contribuinte) [Pergunta 004]

Exercício pelo Contribuinte (Cabimento), Adoção Anterior de Outro Regime [Pergunta


006]

Hipóteses [Pergunta 008]

Regime de Reconhecimento de Receitas [Pergunta 020]

Retorno ao Lucro Real ou Presumido, Mesmo Ano-Calendário (Trimestre Subseqüente)


[Pergunta 005]

Tributação Diferida (Lucro Real), Adição dos Valores Controlados na Parte B do Lalur
[Pergunta 021]

Base de Cálculo

Apuração Critérios [Pergunta 010]

Apuração, Montante (Valores) [Pergunta 011]

Atividades Imobiliárias [Pergunta 015]

Ganhos de Capital [Pergunta 018]

Receita Bruta [Pergunta 017]

727
Compensação do Imposto

Prejuízo Fiscal Acumulado (Lalur), Compensação no Retorno ao Lucro Real [Pergunta


029]

Retido ou Pago a Maior [Pergunta 028]

Conceitos

Ganhos de Capital [Pergunta 018]

Lucro Arbitrado [Pergunta 001]

Receita Bruta [Pergunta 017]

Incentivos Fiscais

Dedução (Proveito), Impossibilidade [Pergunta 027]

Legislação Aplicável [Pergunta 002]

Lucro Apurado

Distribuição a Titular/Sócio/Acionista, Dispensa de Retenção na Fonte [Pergunta 025]

Outros Valores Pagos a Titular/Sócio/Acionista, Retenção na Fonte [Pergunta 026]

Obrigações Acessórias

Apresentação da DIPJ, Obrigatoriedade [Pergunta 023]

Comprovação de Receitas, Obrigatoriedade [Pergunta 007]

Omissão de Receitas

Tratamento [Pergunta 030]

728
Percentuais Aplicáveis, Receita Conhecida

Atividades Diversificadas [Pergunta 014]

Conforme a Atividade Exercida [Pergunta 012]

Redução, PJ Exclusivamente Prestadora de Serviços [Pergunta 016]

Reiteração do Arbitramento, Agravamento (Inexistência) [Pergunta 013]

Percentuais Aplicáveis, Receita Não Conhecida

Alternativas de Cálculo (Coeficientes), Procedimento de Ofício [Pergunta 019]

Período de Apuração [Pergunta 009]

Resultados no Exterior [Pergunta 024]

IRPJ – Pagamento (Capítulo XV)

Compensação do Imposto

Retido ou Pago a Maior [Pergunta 024]

Mensal (Com Base em Estimativa), Alíquota e Adicional [Pergunta 019]

Mensal (Com Base em Estimativa), Apuração do Lucro Real

Base de Cálculo da Estimativa {Pergunta 012]

Ganhos de Capital, Conceito (Estimativa) [Pergunta 016]

Incentivos Fiscais (Proveito), Possibilidade [Pergunta 021]

729
Incentivos Fiscais, Lucro da Exploração (Tratamento) [Pergunta 022]

Lucro Inflacionário Realizado, Lalur (Parte B) [Pergunta 018]

Momento da Apuração, Abrangência [Pergunta 011]

Percentuais da Estimativa, Aplicáveis Conforme a Atividade Exercida [Pergunta 013]

Percentuais da Estimativa, Atividades Diversificadas [Pergunta 014]

Receita Bruta, Conceito (Estimativa) [Pergunta 015]

Receita Bruta, Valores que Não Integram (Estimativa) [Pergunta 017]

Mensal (Com Base em Estimativa), Escrituração

Balanço/Balancete de Suspensão (ou Redução), Demonstração do Excesso Pago


[Pergunta 026]

Valores Pagos, Antecipações [Pergunta 025]

Mensal (Com Base em Estimativa), Omissão de Receitas

Tratamento [Pergunta 029]

Mensal (Com Base em Estimativa), Opção

Definitiva no Ano-Calendário, Mudança para Lucro Arbitrado (Exceção) [Pergunta 023]

Definitiva no Ano-Calendário, Regra [Pergunta 010]

Momento, Como Optar [Pergunta 009]

Quem Pode Optar [Pergunta 008]

Recolhimento, Prazo [Pergunta 020]

Pagamento do Imposto (Regra Geral)

A Menor ou Inexistente, Penalidades [Pergunta 027]

Apuração Trimestral vs. Apuração Mensal, Prazos e Formas [Pergunta 001]

730
Correção Monetária (Vedação), Valores Antecipados (Fonte ou Estimativa) [Pergunta
004]

DARF, Códigos de Recolhimento [Pergunta 003]

Dezembro (Dispensa), Prejuízo Fiscal (Balanço) [Pergunta 028]

Dispensa de Recolhimento (Inocorrência), Prorrogação (Valor Inferior ao Mínimo)


[Pergunta 005]

Quotas, Valor Mínimo [Pergunta 002]

Sucessão ou Encerramento da PJ, Prazos e Formas [Pergunta 006]

Vencimento Antecipado, Hipóteses [Pergunta 007]

CSLL - Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (Capítulo XVI)

Alíquota [Pergunta 003]

Apuração (Período) e Pagamento

DARF Códigos de Recolhimento [Pergunta 015]

Mensal (Com Base em Estimativa), Apuração do Lucro Real

Apuração Mensal do IRPJ, Obrigatoriedade para CSLL [Pergunta 005]

Base de Cálculo da Estimativa [Pergunta 006]

Mensal (Com Base em Estimativa), Escrituração

Balanço/Balancete de Suspensão (ou Redução), Demonstração do Excesso Pago


[Pergunta 007]

Regime de Caixa

Opção [Pergunta 017]

731
Base de Cálculo

Contratos com Entidades Governamentais [Pergunta 011]

Incentivos Fiscais, Lucro da Exploração

Adição da CSLL [Pergunta 013]

Lucro Presumido e Arbitrado [Pergunta 016]

Lucro Real (Apuração)

Adição da CSLL, Indedutibilidade [Pergunta 014]

Lucro Real [Pergunta 004]

Resultados no Exterior

Lucros, Rendimentos e Ganhos de Capital [Pergunta 012]

Compensação

Base de Cálculo Negativa

Atividade Rural, Inexistência de Limite [Pergunta 009]

Possibilidade de Compensar, Limite 30% [Pergunta 008]

Contribuintes [Pergunta 001]

Legislação Aplicável [Pergunta 002]

Sucessão

732
Incorporação, Fusão ou Cisão

Antecipação do Vencimento, Data do Evento [Pergunta 010]

Sociedades Cooperativas (Capítulo XVII)

CSLL das Cooperativas

Incidência [Pergunta 020]

IRPJ das Cooperativas

Base de Cálculo

Lucro Real [Pergunta 018]

Incidência

Aplicações Financeiras [Pergunta 015]

Perda da Isenção, Inobservância da Legislação Específica [Pergunta 016]

Sobre o Resultado, Atividades Estranhas à Finalidade [Pergunta 014]

Regimes de Tributação

Opção [Pergunta 017]

Simples [Notas à Pergunta 017]

Sobras Líquidas (Lucros Líquidos), Resultado

Distinção, Tratamento [Pergunta 019]

Natureza e Requisitos

733
Autorização Para Funcionar

Dispensa [Pergunta 007]

Capital Social

Formação [Pergunta 009]

Transferência de Quotas-Parte, Terceiros Estranhos (Vedação) [Pergunta 010]

Classificação

Tipos de Cooperativas, Singulares etc. [Pergunta 002]

Conceitos

Atos Cooperativos [Pergunta 011]

Atos Não-Cooperativos [Pergunta 012]

Sociedades Cooperativas [Pergunta 001]

Constituição

Formalidades [Pergunta 006]

Objetivos Sociais [Pergunta 003]

Pessoa Jurídica, Associada PJ (Condições Para Ingresso) [Perguntas 004 e 005]

Escrituração

Atos com Não-Associados, Contabilização em Separado [Pergunta 013; V. Ainda:


Pergunta 014]

Contábil e Fiscal (Livros), Obrigatoriedade [Pergunta 008]

Acréscimos Legais (Capítulo XVIII)

734
Falta de apresentação de declaração; declaração em atraso; declaração com incorreções
ou omissões,

Atraso no pagamento de multa [Perguntas 014 e 015]

Tributos em atraso - acréscimos legais cabíveis em caso de pagamento espontâneo


[Pergunta 001]

Postergação do pagamento de tributo [Pergunta 002]

Crédito com exigibilidade suspensa - acréscimos legais aplicáveis [Perguntas 003 e 004]

Apuração da base de cálculo do Imposto de Renda no lançamento de ofício efetuado no


curso do ano calendário [Pergunta 005]

Lançamento de ofício - como são aplicadas as multas e as reduções [Perguntas 006, 012
e 013]

Sujeito passivo que não atende à intimação para prestar esclarecimentos ou cumprir
exigência [Pergunta 007]

Ressarcimento indevido de crédito - multa aplicável [Pergunta 008]

Fonte pagadora não faz as retenções devidas - penalidades aplicáveis [Pergunta 009]

Compensação considerada não declarada; compensação não homologada [Perguntas 010


e 011]

IRPJ & CSLL, Operações Internacionais (Capítulo XIX)

Juros Pagos a Pessoa Vinculada no Exterior [Consulte também: IRPJ - Lucro


Operacional/Receitas e Despesas Financeiras]

Documentos em Idioma Estrangeiro

Tradução (Obrigatoriedade), Legalização na Origem [Pergunta 074]

Juros Pagos

Dedução (Critérios), Lucro Real [Pergunta 070]

735
Juros Recebidos

Reconhecimento da Receita Financeira (Critérios), Lucro Real [Pergunta 071]

Participação Societária, Venda

Avaliação, Laudos Técnicos (Possibilidade) [Pergunta 073]

Pessoas Vinculadas Residentes ou Domiciliadas no Exterior

Conceito [Pergunta 004]

Preços de Transferência, Cálculo

Libor, Taxa Vigente no Termo de Início do Contrato [Pergunta 072]

Preço de Transferência

Ajustes [Consulte tb.: Preço Parâmetro]

Ajuste por Operação [Pergunta 013]

Ativo Permanente

Importação de Bens Usados, Avaliação (Perícia) [Pergunta 039]

Bens Importados sem Cobertura Cambial

Não Aplicação, Condição [Pergunta 034]

Conceitos

Arbitramento de Preço de Transferência, Exportações [Pergunta 059]

Métodos de Apuração, Preço Parâmetro [Pergunta 012]

736
País ou Dependência com Tributação Favorecida [Pergunta 005]

Pessoa Vinculada [Pergunta 004]

Preço de Transferência, Objetivos [Pergunta 001]

Preço Parâmetro [Pergunta 011]

Preço Praticado [Pergunta 011]

Conversão de Valores em Moeda Nacional

Cotação da Data ou Valor da Média Anual, Importação [Pergunta 033]

Data, Exportação dos Bens ou Serviços [Pergunta 018]

Data, Importação dos Bens ou Serviços [Pergunta 019]

Data, Operações Utilizadas para Apurar Preços Parâmetros [Pergunta 020]

ECF

Agrupamento de Informações [Pergunta 018]

Estoque Final, Importações

Excesso de Custo [Pergunta 013]

Frete e Seguros, Alocação

Proporcional, Por Produto [Pergunta 032]

Margens de Lucro, Alteração (Possibilidade, Ofício ou a Pedido)

Métodos de Apuração, Preço Parâmetro [Pergunta 022 e 023]

Métodos de Apuração de Preço Parâmetro [Consulte tb.: Preço Parâmetro]

737
Método Único para Idênticos ou Similares, Origens Diversas (Países) [Pergunta 057]

Método Único para Idênticos ou Similares, Origens Diversas (Países) [Pergunta 047]

Método Único para Idênticos ou Similares, Origens Diversas (Países) [Perguntas 046,
053 e 060]

Métodos de Apuração, Conceito [Pergunta 012]

Métodos OCDE, Não Aplicação [Pergunta 021]

Na Exportação, Custo de Aquisição ou de Produção (CAP) [Pergunta 063]

Na Importação, Custo de Produção Mais Lucro (CPL) [Perguntas 011, 012, 014, 020,
030, 037, 038 e 054]

Na Importação, Preço de Revenda Menos Lucro (PRL) [Pergunta 011, 012, 014, 036,
040, 041, 042, 048, 049, 050, 051, 052, 053, 054]

Na Importação, Preço Independente Comparado (PIC) [Perguntas 011, 012, 014, 020,
025, 027, 028, 029, 035, 046 e 054]

Países ou Dependência com Tributação Favorecida

Alíquota Efetiva de 20% [Pergunta 005]

Conceito [Pergunta 005]

Pessoas Vinculadas

Conceito, Hipóteses [Pergunta 004]

Preço Parâmetro [Consulte tb.: Métodos de Apuração de Preço Parâmetro]

Amostragem, Cálculo da Média [Pergunta 025]

Conversão de Valores em Moeda Nacional, Data (Operações Utilizadas para Apurar)


[Perguntas 018, 019 e 020]

E Eventual Ajuste, Período (Data) de Apuração [Pergunta 013]

E Preço Praticado, Diferença (Conceitos) [Pergunta 011]

E Variação Cambial, Ajuste (Impossibilidade) [Pergunta 019]

738
Exportação, Demonstrativos e Comprovação de Operações [Pergunta 063]

Exportação, Demonstrativos e Comprovação de Operações [Pergunta 064]

Exportação, Operações do Exportador no Mercado Interno (Parâmetro, Possibilidade)


[Pergunta 060]

Exportação, Operações Não-Sujeitas à Apuração [Pergunta 062]

Exportação, País de Destino [Pergunta 065]

Margem de Divergência, Não Dispensa Comprovação [Pergunta 068]

Operações Sujeitas à Apuração [Perguntas 010]

Quem Está Obrigado

Regime Fiscal Privilegiado [Pergunta 006]

Royalties e Assistência (Técnica etc.)

Aplicação, Critérios [Perguntas 026]

Seguros e Frete, Alocação

Proporcional, Por Produto [Pergunta 032]

Trading Company, [Pergunta 007 e 008]

Tributos e Contribuições Abrangidos

IRPJ e CSLL [Pergunta 009]

Variação Cambial

E Preço Parâmetro, Ajuste (Impossibilidade) [Pergunta 017]

739
Subcapitalização

Conceito [Pergunta 115]

Tributação em Bases Universais

Exportação de Produtos Nacionais

Rendimentos Obtidos no Exterior, Não Compreende Receita de Exportação [Pergunta


080]

Lucros Auferidos no Exterior

Lucro Presumido (Optante), Apuração Obrigatória do Lucro Real [Pergunta 083]

Tributação a Partir de 2002, Controladas ou Coligadas [Perguntas 084]

Tributação a Partir de 2002, Equivalência Patrimonial [Perguntas 088]

Tributação até 2001, Controladas ou Coligadas [Pergunta 086]

Tributação, Disponibilização de Lucros (Momento) [Pergunta 085]

Tributação, Filiais e Sucursais (Adição ao Lucro no Brasil) [Pergunta 084]

Lucros, Rendimentos e Ganhos Auferidos no Exterior

Tributação, IRPJ & CSLL [Pergunta 076]

Tributação, Lucros (Alcance) [Pergunta 078]

Tributação, Regime [Pergunta 077]

Tributação, Rendimentos e Ganhos de Capital (Alcance) [Pergunta 079]

Participações no Exterior, Localizadas em País com Tributação Favorecida

Resultados Adicionados ao Lucro no Brasil, Compensação com Fonte em Remessa à


Filial, Sucursal etc. [Pergunta 94]

740
Participações no Exterior, Resultados

Auferidos por Filiais e Sucursais, Consolidação por País (Possibilidade) [Pergunta 092]

Compensação do Imposto Pago no Exterior, Possibilidade (IRPJ & CSLL) [Pergunta 95]

Conversão dos Valores em Real, Câmbio da Data da Apuração [Pergunta 98]

Conversão dos Valores em Real, Câmbio da Data da Apuração [Pergunta 93]

Prejuízos de Controladas ou Coligadas, Compensação com Lucros no Brasil [Pergunta


091]

Tributo ou Imposto Pago no Exterior, Compensação do Excedente Com a CSLL


[Pergunta 096]

Tributo ou Imposto Pago no Exterior, Compensação do Excedente em Período Posterior


[Pergunta 97]

Tributo ou Imposto Pago no Exterior, Limite para Compensação [Pergunta 95]

Prestação Direta de Serviços no Exterior [Pergunta 082]

IPI - Imposto Sobre Produtos Industrializados (Capítulo XX)

Crédito do Imposto

Aquisição de Não-Contribuinte (Comerciante Atacadista)

Crédito 50%, Ripi/2010, Art. 227 (Saída Alíquota Zero, Isentos ou Imunes) [Pergunta
002]

Aquisição de Parte e Peças de Máquinas [Pergunta 020]

Insumos Isentos, Tributados à Alíquota Zero ou Não-Tributados (NT)

Aquisição sem Imposto, Não Gera Crédito [Pergunta 019]

Crédito Presumido do IPI, Ressarcimento de Pis/Pasep e de Cofins

Aquisição de Não Contribuinte de Pis/Pasep e de Cofins

741
Não Gera Direito ao Crédito [Pergunta 010]

Aquisição de Optantes pelo Simples

Direito ao Crédito [Pergunta 011]

Base de Cálculo (Crédito)

Energia Elétrica, Combustíveis, Água e Gás [Pergunta 017]

ICMS, Frete e Seguro [Pergunta 014]

Índice a ser utilizado

Independe do Número de Contribuintes (Pis/Pasep e Cofins) nas Etapas Anteriores


[Pergunta 016]

Industrialização por Encomenda

Valor para Cálculo [Pergunta 015]

Não Utilizado na Época Própria

Aproveitamento [Pergunta 013]

Receita de Exportação

Produto NT, Não Gera Direito ao Crédito Presumido [Pergunta 009]

Variação Cambial (Dispensa Emissão de NF), Não Integra o Valor da Exportação


[Pergunta 007]

Variação Cambial (Não Compõe o Crédito), Valor Efetivo da Exportação [Pergunta 008]

Regime de Apuração , Opção [Pergunta 012]

742
Estabelecimento Importador

Bens Destinados à Exportação, Imunidade

Brindes Importados [Pergunta 024]

Compensação com Créditos do IPI

Vedação [Pergunta 026]

Produtos Importados

Revenda (Sem Industrialização), Equiparação [Pergunta 025]

IPI vs. ISS

Incidência, Concomitante [Pergunta 001]

Obrigações Acessórias

Emissão de Nota Fiscal, Obrigatoriedade

Nas Vendas a Varejo [Pergunta 035]

Optantes pelo Simples

Aquisição com Suspensão, Impossibilidade

Lei 10.637/2002, Art. 29 [Pergunta 021]

Crédito do IPI

Na Importação, Vedação [Pergunta 022]

Incidência do IPI na Importação

743
Obrigação de Pagar no Desembaraço [Pergunta 023]

Pagamento do Imposto

Centralizado (Agência Bancária Única)

Recolhimento Individualizado por Estabelecimento [Pergunta 027]

Utilização dos créditos do IPI para abatimento de débitos [Pergunta 004]

Refrigerantes

Redução do Imposto, Regime Especial de Tributação

NC (22-1) da Tipi (Ripi/2010, Art. 223) [Pergunta 028]

Ressarcimento

Pedido

Autoridade Competente para Decidir [Pergunta 018]

Saída

Mudança de Endereço

Inocorrência do Fato Gerador, Transferência de Estoque de Produtos [Pergunta 005], 3

Saldo Credor

Transferência para Filial [Pergunta 003]

Utilização na Incorporação

Filial Resultante, Proveito [Pergunta 029]

744
Sucessão

Desmembramento de Estabelecimento Industrial

Nota Fiscal de Transferência, Dispensa [Pergunta 006]

Incorporação, Filial Resultante

Direito de Utilizar o Saldo Credor [Pergunta 030]

Suspensão do Imposto

Comerciais Exportadoras

Trading Companies e Demais [Pergunta 030]

Lei 10.637/2002, Art. 29

Critérios de Preponderância [Pergunta 032]

Estabelecimento Equiparado a Industrial, Impossibilidade [Pergunta 031]

Modelo de Declaração, Inexistência [Pergunta 033]

Renovação da Declaração, Periodicidade (Inexistência) [Pergunta 034]

Contribuição para o PIS/Pasep e Cofins - Disposições gerais (Capítulo XXI)

Disposições gerais

Decadência [Pergunta 003]

Formas de incidência [Pergunta 002]

Legislação [Pergunta 001]

Prescrição [Pergunta 004]

Contribuição para o PIS/Pasep e Cofins, incidentes sobre a receita ou o faturamento


(Capítulo XXII)

745
Alíquota Zero

Receitas Financeiras [Pergunta 010]

Zona Franca de Manaus [Pergunta 101]

Insumos e produtos agropecuários [Pergunta 009]

Alíquotas

Tributação Monofásica, Alíquotas concentradas ad valorem [Pergunta 085]

Tributação Monofásica, Alíquotas concentradas específicas (por unidade de produto)


[Pergunta 086]

Tributação Monofásica, Industrialização por encomenda [Pergunta 088]

Álcool para fins carburantes [Pergunta 030]

Alíquotas diferenciadas, Zona Franca de Manaus [Pergunta 104]

Entidades Financeiras [Pergunta 030]

Gás Natural Veicular [Pergunta 087]

Industrialização por encomenda [Pergunta 026]

Regime de apuração cumulativa [Pergunta 030]

Regime de Apuração Não cumulativa [Pergunta 037]

Regime de Apuração Não cumulativa, Papel imune a impostos [Pergunta 037]

Base de Cálculo

Atividades imobiliárias, momento de determinação [Pergunta 016]

Bases específicas, Compra e venda de veículos usados [Pergunta 023]

Bases específicas, Fomento comercial (Factoring) [Pergunta 024]

Conceito [Pergunta 011]

746
Exclusões da Base de Cálculo, Comerciantes varejistas de carros novos, optantes pelo
Simples [Pergunta 079]

Exclusões da Base de Cálculo, Comerciantes varejistas de veículos [Pergunta 072]

Exclusões da Base de Cálculo, Comerciantes varejistas e atacadistas de cigarros [Pergunta


069]

Exclusões da Base de Cálculo, Cooperativas, Sobras destinadas ao Fates [Pergunta 091]

Exclusões da Base de Cálculo, Empresas de propaganda e publicidade [Pergunta 021]

Exclusões da Base de Cálculo, Entidades de previdência complementar [Pergunta 019]

Exclusões da Base de Cálculo, Entidades fechadas de previdência complementar


[Pergunta 020]

Exclusões da Base de Cálculo, Fabricante ou importador de veículos [Pergunta 022]

Exclusões específicas das cooperativas de crédito [Pergunta 094]

Exclusões específicas das cooperativas de eletrificação rural [Pergunta 093]

Exclusões específicas das cooperativas de médicos que operem plano de assistência à


saúde [Pergunta 086]

Exclusões específicas das cooperativas de produção agropecuária [Pergunta 098]

Exclusões específicas das cooperativas de trabalho [Pergunta 097]

Exclusões específicas das cooperativas de transporte rodoviário de cargas [Pergunta 095]

Exclusões específicas em função do tipo de Cooperativa [Pergunta 092]

Exclusões Gerais da Base de Cálculo [Pergunta 017]

Exclusões Gerais da Base de Cálculo, bonificações [Pergunta 018]

Exclusões Gerais da Base de Cálculo, Cooperativas [Pergunta 090]

ICMS cobrado na condição de substituto [Pergunta 074]

Importação por conta e ordem de terceiros [Pergunta 012]

Regime de Apuração Cumulativa [Pergunta 028]

Regime de Apuração Não cumulativa, Contratos de longo prazo com preço


predeterminado [Pergunta 035]

747
Regime de Apuração Não cumulativa, Receitas excluídas do regime de apuração não
cumulativa [Pergunta 036]

Sistema de Compensação Tarifária [Pergunta 013]

Substituição, Comercialização de cigarro [Pergunta 067]

Substituição, Comercialização de veículos [Pergunta 071]

Variações Monetárias Ativas [Pergunta 014]

Variações Monetárias Ativas, momento de determinação [Pergunta 015]

Contribuintes

Abrangência [Pergunta 001]

Empresas públicas e Sociedades de economia mista [Pergunta 001]

Entidades abertas e fechadas de previdência complementar [Pergunta 001]

Factoring [Pergunta 001]

Liquidação extrajudicial ou falência [Pergunta 002]

Pessoas jurídicas imunes a impostos [Pergunta 001]

Regime de Apuração Cumulativa [Pergunta 027]

Regime de Apuração Não cumulativa [Pergunta 043]

Sociedades civis de prestação de serviços de profissão legalmente regulamentada


[Pergunta 001]

Sociedades cooperativas [Pergunta 001]

Sociedades cooperativas, Regimes de Apuração [Perguntas 001 e 089]

Sociedades cooperativas, Regimes de Apuração [Perguntas 001 e 093]

Cooperativas

Contribuintes [Pergunta 001]

Contribuintes, Regimes de Apuração [Perguntas 001 e 089]

748
Contribuintes, Regimes de Apuração [Perguntas 001 e 093]

Exclusões da Base de Cálculo, específicas das cooperativas de crédito [Pergunta 094]

Cooperativas

Exclusões da Base de Cálculo, específicas das cooperativas de eletrificação rural


[Pergunta 093]

Exclusões da Base de Cálculo, específicas das cooperativas de médicos que operem plano
de assistência à saúde [Pergunta 096]

Exclusões da Base de Cálculo, específicas das cooperativas de produção agropecuária


[Pergunta 098]

Exclusões da Base de Cálculo, específicas das cooperativas de trabalho [Pergunta 097]

Exclusões da Base de Cálculo, específicas das cooperativas de transporte rodoviário de


cargas [Pergunta 095]

Exclusões da Base de Cálculo, específicas em função do tipo de Cooperativa [Pergunta


092]

Exclusões da Base de Cálculo, Sobras destinadas ao Fates [Pergunta 091]

Exclusões Gerais da Base de Cálculo [Pergunta 090]

Hipótese de responsabilidade tributária [Pergunta 109]

Créditos da Na Cumulatividade

Créditos do Álcool [Pergunta 056]

Créditos da Não Cumulatividade

Aquisições efetuadas no mês [Pergunta 038]

Atividade Imobiliária [Pergunta 045]

Atividade Imobiliária, Diferenças entre custo orçado e realizado [Pergunta 047]

Atividade Imobiliária, Unidade não concluída, Custo Orçado [Pergunta 046]

Contratos com prazo de execução superior a um ano [Pergunta 044]

749
Crédito Presumido do IPI [Pergunta 065]

Crédito presumido, Regime especial de medicamentos [Perguntas 057 e 058]

Crédito Presumido, Regime especial de medicamentos [Perguntas 057 e 058]

Créditos da Importação [Pergunta 049]

Créditos da Nafta Petroquímica e Outros Hidrocarbonetos [Pergunta 055]

Créditos Presumidos do Setor Agropecuário e Agroindústria [Pergunta 059]

Créditos Presumidos do Setor Agropecuário e da Agroindústria, Saldo Acumulado,


Ressarcimento e Compensação [Pergunta 060]

Créditos Presumidos, Equipamentos de Controle de Produção [Pergunta 061]

Créditos Presumidos, Ressarcimento e Compensação [Pergunta 062]

Créditos Vinculados à Exportação [Pergunta 051]

Créditos Vinculados à Exportação, Ressarcimento e Compensação [Pergunta 052]

Desatendimento do fim específico de exportação, Tratamento dos créditos [Pergunta 053]

Despesas e custos incorridos no mês [Pergunta 038]

Devolução de mercadorias [Perguntas 038 e 041]

Encargos de depreciação e amortização [Pergunta 038]

ICMS e IPI, Valor de aquisição [Pergunta 043]

Insumos [Pergunta 040]

Limites e Vedações [Pergunta 039]

Modos de Apuração e Registro [Pergunta 063]

Pessoa Jurídica com receitas parcialmente sujeitas à não cumulatividade [Pergunta 042]

Regras de cálculo [Pergunta 038]

Ressarcimento e Compensação, Créditos vinculados a vendas efetuadas com suspensão,


isenção, alíquota zero ou não-incidência [Pergunta 054]

Transporte rodoviário de cargas [Pergunta 050]

Utilização na hipótese de contribuições diferidas [Pergunta 113]

750
Zona Franca de Manaus [Pergunta 105]

Créditos das Embalagens de Bebidas [Pergunta 064]

Isenções

Entidades Isentas do PIS/Pasep incidente sobre a receita ou o faturamento [Perguntas 003


e 004]

Fim específico de exportação - desatendimento [Pergunta 008]

Fim específico de exportação [Pergunta 007]

Isenção de Cofins sobre receitas oriundas de atividades próprias [Pergunta 004]

Receitas isentas [Pergunta 005]

Repasses recebidos por empresa pública e sociedade de economia mista [Pergunta 006]

Não-Incidência

Fim específico de exportação - desatendimento [Pergunta 009]

Fim específico de exportação [Pergunta 008]

Receitas não alcançadas pela incidência [Pergunta 006]

Prazo de Pagamento

Contribuições diferidas [Pergunta 112]

Prazo normal [Pergunta 111]

Regimes de Apuração Cumulativa

Alíquotas [Pergunta 030]

Alíquotas, Álcool para fins carburantes [Pergunta 0302]

Alíquotas, Entidades Financeiras [Pergunta 030]

Base de Cálculo [Pergunta 028]

751
Contribuintes [Pergunta 027]

Regime de caixa [Pergunta 029]

Regimes de Apuração Não cumulativa

Alíquotas [Pergunta 037]

Alíquotas, Papel imune a impostos [Pergunta 037]

Base de Cálculo, Contratos de longo prazo com preço predeterminado [Pergunta 035]

Base de Cálculo, Receitas excluídas do regime de apuração não cumulativa [Pergunta


036]

Contribuintes [Pergunta 033]

Créditos da , Créditos Vinculados à Exportação, Ressarcimento e Compensação


[Pergunta 052]

Créditos da Não Cumulatividade, Aquisições efetuadas no mês [Pergunta 038]

Créditos da não cumulatividade, Contratos com prazo de execução superior a um ano


[Pergunta 044]

Créditos da Não Cumulatividade, Crédito Presumido do IPI [Pergunta 065]

Créditos da Não Cumulatividade, Crédito presumido, Regime especial de medicamentos


[Perguntas 057 e 058]

Créditos da Não Cumulatividade, Crédito Presumido, Regime especial de medicamentos


[Perguntas 057 e 058]

Créditos da Não Cumulatividade, Créditos da Importação [Pergunta 049]

Créditos da não cumulatividade, Créditos da Nafta Petroquímica e Outros


Hidrocarbonetos [Pergunta 055]

Créditos da Não Cumulatividade, Créditos Presumidos do Setor Agropecuário e


Agroindústria [Pergunta 059]

Créditos da Não Cumulatividade, Créditos Presumidos, Equipamentos de Controle de


Produção [Pergunta 061]

Créditos da Não Cumulatividade, Créditos Presumidos, Ressarcimento e Compensação


[Pergunta 062]

Créditos da Não Cumulatividade, Créditos Vinculados à Exportação [Pergunta 051]

752
Créditos da Não Cumulatividade, Despesas e custos incorridos no mês [Pergunta 050]

Créditos da Não Cumulatividade, Devolução de mercadorias [Perguntas 038 e 041]

Créditos da Não Cumulatividade, Encargos de depreciação e amortização [Pergunta 038]

Créditos da não cumulatividade, ICMS e IPI, Valor de aquisição [Pergunta 043]

Créditos da Não Cumulatividade, Insumos [Pergunta 040]

Créditos da Não Cumulatividade, Limites e Vedações [Pergunta 039]

Créditos da Não Cumulatividade, Regras de cálculo [Pergunta 038]

Créditos da Não Cumulatividade, Ressarcimento e Compensação, Créditos vinculados a


vendas efetuadas com suspensão, isenção, alíquota zero ou não-incidência [Pergunta 054]

Créditos da Não Cumulatividade, Transporte rodoviário de cargas [Pergunta 050]

Regimes de Apuração Não Cumulativa

Atividade Imobiliária, Devolução de venda [Pergunta 048]

Créditos da não cumulatividade, Atividade Imobiliária [Pergunta 045]

Créditos da não cumulatividade, Atividade Imobiliária, Devolução de venda [Pergunta


048]

Créditos da não cumulatividade, Atividade Imobiliária, Diferenças entre custo orçado e


realizado [Pergunta 047]

Créditos da não cumulatividade, Atividade Imobiliária, Unidade não concluída, Custo


Orçado [Pergunta 046]

Créditos da não cumulatividade, Créditos do Álcool [Pergunta 056]

Créditos da não cumulatividade, Créditos Presumidos do Setor Agropecuário e da


Agroindústria, Saldos Acumulados, Ressarcimento e Compensação [Pergunta 060]

Créditos da não cumulatividade, Desatendimento do fim específico de exportação,


Tratamento dos créditos [Pergunta 053]

Créditos da Não Cumulatividade, Devolução de mercadorias [Perguntas 038 e 041]

Créditos da não cumulatividade, Modos de Apuração e Registro [Pergunta 063]

Créditos da não cumulatividade, Pessoa Jurídica com receitas parcialmente sujeitas à não
cumulatividade [Pergunta 042]

753
Créditos das Embalagens de Bebidas [Pergunta 064]

Retenção na Fonte

Pagamentos efetuados por fabricantes de autopeças, máquinas e veículos [Pergunta 108]

Pagamentos efetuados por órgãos públicos e outras entidades [Pergunta 106]

Pagamentos efetuados por pessoas jurídicas de direito privado [Pergunta 107]

Procedimentos para utilização do valor retido [Pergunta 110]

Substituição Tributária

Base de cálculo, Comerciantes varejistas de cigarros, optantes pelo Simples [Pergunta


075]

Base de cálculo, Comerciantes varejistas de veículos [Pergunta 072]

Base de cálculo, Comerciantes varejistas de veículos novos, optantes pelo Simples


[Pergunta 075]

Base de cálculo, Comerciantes varejistas e atacadistas de cigarros [Pergunta 069]

Base de cálculo, Fabricantes ou importadores de cigarro [Pergunta 067]

Base de cálculo, Fabricantes ou importadores de veículos [Pergunta 071]

Base de cálculo, ICMS cobrado na condição de substituto [Pergunta 074]

Comerciante atacadista de cigarros [Pergunta 068]

Inocorrência de fato gerador [Pergunta 073]

Receitas decorrentes de operações sujeitas à substituição tributária, Regime de apuração


[Pergunta 066]

Veículos abrangidos [Pergunta 070]

Zona Franca de Manaus [Pergunta 102]

Tributação Monofásica

Alíquotas concentradas ad valorem, Quadro de alíquotas [Pergunta 085]

754
Alíquotas específicas (por unidade de produto), Quadro de alíquotas [Pergunta 086]

Autopeças [Pergunta 083]

Biodiesel [Pergunta 079]

Conceito [Pergunta 076]

Derivados de petróleo [Pergunta 078]

Industrialização por encomenda [Pergunta 088]

Máquinas e veículos [Pergunta 082]

Pneus novos e câmaras-de-ar de borracha [Pergunta 084]

Produtos de perfumaria, toucador ou de higiene pessoal [Pergunta 081]

Produtos farmacêuticos [Pergunta 080]

Produtos sujeitos à tributação monofásica [Pergunta 077]

Zona Franca de Manaus [Pergunta 103]

Zona Franca de Manaus

Alíquota Zero [Pergunta 101]

Alíquotas diferenciadas [Pergunta 104]

Créditos da Não Cumulatividade [Pergunta 105]

Substituição Tributária [Pergunta 102]

Tributação Monofásica [Pergunta 103]

Suspensão da exigibilidade [Pergunta 100]

Contribuição para o PIS/Pasep e Cofins, incidentes sobre a Importação

(Capítulo XXIII)

Alíquotas

755
Alíquotas específicas (ad rem) [Pergunta 010]

Alíquotas gerais [Pergunta 009]

Alíquotas Reduzidas a Zero [Pergunta 012]

Papel imune a impostos [Pergunta 011]

Base de Cálculo

Importação de Bens [Pergunta 006]

Importação de Serviços [Pergunta 006]

Prêmios de resseguro cedidos ao exterior [Pergunta 007]

Redução da base de cálculo [Pergunta 008]

Contribuintes e Responsáveis

Abrangência [Pergunta 004]

Hipóteses de responsabilidade solidária [Pergunta 005]

Fato Gerador

Conceito [Pergunta 001]

Extravio de bens [Pergunta 002]

Ocorrência [Pergunta 003]

Isenções [Pergunta 015]

Prazo de pagamento [Pergunta 017]

Regimes Aduaneiros Especiais [Pergunta 016]

Contribuição para o PIS/Pasep, incidentes sobre Folha de Salários (Capítulo XXIV)

756
Alíquota [Pergunta 003]

Base de Cálculo [Pergunta 002]

Contribuintes [Pergunta 001]

Prazo de pagamento [Pergunta 004]

Contribuição para o PIS/Pasep, incidente sobre Receitas Governamentais (Capítulo


XXV)

Alíquotas [Pergunta 003]

Base de Cálculo [Pergunta 002]

Contribuintes [Pergunta 001]

Retenção [Pergunta 004]

Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico - Cide-Combustíveis (Capítulo


XXVI)

Alíquotas [Pergunta 007]

Base de Cálculo [Pergunta 006]

Incidência sobre correntes de hidrocarbonetos líquidos [Pergunta 005]

Comercial Exportadora

Alteração de destino dos produtos a exportar, Procedimentos [Pergunta 017]

Prazo para exportar sem pagamento [Pergunta 016]

Contribuintes [Pergunta 003]

Dedução

757
Etapas Anteriores [Pergunta 009]

Pagamento das contribuições, Impossibilidade, Limites reduzidos a zero [Pergunta 010]

Fatos Geradores [Pergunta 002]

Isenção

Vendas a Comercial Exportadora [Pergunta 015]

Legislação Aplicável [Pergunta 001]

Não-Incidência

Biodiesel [Pergunta 013]

Exportação de Combustíveis [Pergunta 011]

Gás Natural [Pergunta 012]

Gás Propano utilizado como Propelente [Pergunta 011]

Revenda de Álcool Etílico, Cooperativas de venda em comum [Pergunta 014]

Pagamento da Contribuição [Pergunta 008]

Responsáveis [Pergunta 004]

EFD-Contribuições (Capítulo XXVII)

Ausência de Receita Auferida [Pergunta 005]

Conceito [Pergunta 001]

Dispensa de Apresentação [Pergunta 004]

Documentos de Suporte à Escrituração [Pergunta 009]

Escrituração de Notas Fiscais

758
Transferências de Mercadorias e Produtos [Pergunta 011]

Escrituração de Notas Fiscais [Pergunta 010]

Extinção do Dacon [Pergunta 008]

Multas Aplicáveis [Pergunta 007]

Obrigatoriedade [Pergunta 003]

Prazo de Entrega [Pergunta 002]

Retificação [Pergunta 006]

Efeitos tributários relacionados a novos métodos e critérios contábeis

(Capítulo XXVIII)

Adoção de Novos Métodos e Critérios Contábeis por Meio de Atos Administrativos

[Pergunta 1 a 4]

Adoção Inicial

Arrendamento mercantil [Pergunta 5]

Ativo Diferido [Pergunta 6]

Contrato de Concessão [Pergunta 7]

Controle em subcontas [Pergunta 8 a 17]

Data da Adoção Inicial [Pergunta 18]

Diferença a ser adicionada – ATIVO [Pergunta 19 a 20]

Diferença a ser adicionada – PASSIVO [Pergunta 21 a 22]

Diferença a ser excluída – ATIVO [Pergunta 23 a 24]

Diferença a ser excluída – PASSIVO [Pergunta 25 a 26]

759
Fcont [Pergunta 27 a 29]

Incorporação, fusão e cisão [Pergunta 30]

Participações em Coligadas em Controladas [Pergunta 31]

Venda a prazo ou em prestações de unidades imobiliárias [Pergunta 32]

[Pergunta 33]

Ágio - Regras de Transição

[Pergunta 34 a 36]

Ajuste a Valor Justo - Transferido para a sucessora por incorporação, fusão e cisão

[Pergunta 37]

Ajuste a Valor Presente

AVP de Ativo [Pergunta 38]

AVP de Passivo [Pergunta 39]

Amortização do Intangível

[Pergunta 40 a 41]

Aquisição em estágios

[Pergunta 42 a 43]

Arrendamento Mercantil

Lucro Presumido - PJ Arrendadora [Pergunta 44]

Lucro Real - Ganho de Capital [Pergunta 45 a 46]

Lucro Real - PJ Arrendatária [Pergunta 47 a 51]

760
Lucro Real - PJ Arrendatária - Descaracterização da operação de arrendamento mercantil
[Pergunta 52 a 54]

Pessoa Jurídica Arrendadora [Pergunta 55 a 57]

Pessoa Jurídica Arrendatária [Pergunta 58 a 62]

Ativo não circulante mantido para venda

[Pergunta 63]

Avaliação a Valor Justo

AVJ na Investida [Pergunta 64 e 73]

AVJ na Subscrição de Ações [Pergunta 71]

AVJ x Adoção Inicial [Pergunta 72]

Lucro Arbitrado [Pergunta 69 e 70]

Lucro Presumido [Pergunta 67 e 68]

Pagamento por Estimativa [Pergunta 65 a 66]

[Pergunta 74]

Avaliação do Investimento - Coligadas e Controladas

[Pergunta 75]

Concessão de Serviços Públicos

Adoção inicial [Pergunta 76 e 77]

[Pergunta 78 e 79]

Contraprestações Contingentes

[Pergunta 80]

761
Contratos de Longo Prazo

[Pergunta 81 a 85]

Controles em Subcontas

[Pergunta 86 a 94]

Custos de Empréstimos

[Pergunta 95]

Depreciação de bens do ativo imobilizado

[Pergunta 96 a 102]

Despesas Pré-Operacionais ou Pré-Industriais

[Pergunta 103]

Escrituração das Instituições Financeiras

Ajuste ao Valor justo [Pergunta 104]

Ajuste ao Valor presente [Pergunta 105]

[Pergunta 106 a 108]

JCP

[Pergunta 109]

Laudo de Mais-Valia

762
[Pergunta 110 e 111]

Moeda Funcional

[Pergunta 112 a 116]

Operações realizadas para fins de hedge

[Pergunta 117]

Pagamento Baseado em Ações

[Pergunta 118 a 122]

Prêmio na Emissão de Debêntures

[Pergunta 123]

Receita

[Pergunta 124 a 125]

Teste de Recuperabilidade

[Pergunta 126 a 129]

763

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