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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

DANIEL DE SOUZA SANTOS


FERNANDA LOUISE NEVES JAQUES PEREIRA
JÉSSICA APARECIDA FEDALTO
MAITÊ APARECIDA RAMIRES
RENATA ROBERTA FERREIRA

DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA DE 3 ANOS

CURITIBA
2017
DANIEL DE SOUZA SANTOS
FERNANDA LOUISE NEVES JAQUES PEREIRA
JÉSSICA APARECIDA FEDALTO
MAITÊ APARECIDA RAMIRES
RENATA ROBERTA FERREIRA

DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA DE 3 ANOS

Trabalho apresentado para obtenção de nota


parcial da Disciplina Desenvolvimento Humano
I, Setor de Ciências da Saúde da Universidade
Federal do Paraná.

Profª Adriana Hessel Dalagassa

CURITIBA
2017
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 3

2 PRIMEIRA INFÂNCIA............................................................................................ 4

3 PERSPECTIVA DAS TEORIAS DE DESENVOLVIMENTO NA 1ª INFÂNCIA .. 5

4 OBSERVAÇÃO DA REALIDADE DA CRIANÇA................................7

4.1 HABILIDADES MOTORAS....................................................................................7


4.2 HABILIDADES COGNITIVAS................................................................................7
4.3 HABILIDADES AFETIVOS SOCIAIS....................................................................7
4.4 HABILIDADES NA REALIZAÇÃO DE AVDS.......................................................7
4.5 SONO.....................................................................................................................8

5 CONCLUSÃO ........................................................................................................9

REFERÊNCIAS ....................................................................................................10

ANEXOS.............................................................................................................. 12
1 INTRODUÇÃO

Esse trabalho tem por objetivo ressaltar os marcos principais do


desenvolvimento de uma criança de três anos, a partir da observação de suas
habilidades – motora, cognitiva, afetiva social, atividades de vida diária e sono – e da
apresentação de um embasamento teórico das principais teorias do
desenvolvimento. Como metodologia de pesquisa foi realizado o levantamento da
bibliografia requerida de literatura narrativa. Neste trabalho foi observada a criança
com a autorização do responsável, e isso pôde gerar mais compreensão sobre o
desenvolvimento particular da criança.
2 PRIMEIRA INFÂNCIA

De acordo com Abrantes (2012) a idade de 3 anos se encontra no final da


primeira infância, iniciando a fase pré-escolar. É nesse momento que a criança
desenvolverá suas habilidades, aptidões e características. Essas modificações
ocorridas podem permanecer ao longo da vida e influenciarão na formação da sua
personalidade. Esse estágio é definido como:

[...] a base para as aprendizagens humanas está na primeira infância. Entre


o primeiro e o terceiro ano de idade a qualidade de vida de uma criança tem
muita influência em seu desenvolvimento futuro e ainda pode ser
determinante em relação às contribuições que, quando adulta, oferecerá à
sociedade. Caso esta fase ainda inclua suporte para os demais
desenvolvimentos, como habilidades motoras, adaptativas, crescimento
cognitivo, aspectos sócio emocionais e desenvolvimento da linguagem, as
relações sociais e a vida escolar da criança serão bem-sucedidas e
fortalecidas. (PICCININ, 2012, p. 38 citado por DUARTE; BATISTA, p. 294)

Em relação às características da criança nessa idade, observa-se uma


tendência a ampliação da autonomia, visto que ela adquire maior controle sobre
seus movimentos. O caminhar proporciona independência, uma vez que a criança
pode andar sem a ajuda de um adulto, permitindo explorar ambientes e interagindo
com objetos. Quanto a isso, a principal ação da criança na primeira infância é a
manipulação com objetos. No final dessa fase, a criança passa a entender as
funções especificas dos objetos, entendendo a finalidade de cada instrumento. É
comum a criança dar outras funções para o mesmo utensílio, porém, a importância
está na assimilação do significado permanente do objeto (DUARTE; BATISTA).
Através do contato com seu próprio corpo, com as coisas do seu ambiente,
bem como através da interação com outras crianças e adultos, as crianças vão
desenvolvendo a capacidade afetiva, a sensibilidade, a autoestima, o raciocínio, o
pensamento e a linguagem. A articulação entre os diferentes níveis de
desenvolvimento (motor, afetivo e cognitivo) não se dá de forma isolada, mas sim de
forma simultânea e integrada. (CRAIDY; KAERCHER, 2001). No contexto de
interação social, a criança de 3 anos, na primeira infância, ainda tenta resolver
conflitos com outras crianças na base dos empurrões e tapas. A criança após
aprender a realizar atividades com outras pessoas aprende a fazer sozinha,
incluindo lidar com problemas de forma não violenta (UNICEF, 2013).
3 PERSPECTIVAS DAS TEORIAS DE DESENVOLVIMENTO NA 1ª INFÂNCIA

As teorias do desenvolvimento humano são um conjunto de diversas teorias


propostas a explicar, pressupor e interpretar o desenvolvimento humano. As teorias
que abordam a fase final da primeira infância, apresentam hipóteses e interligam
fatos que podem ser observados ou não na criança de 3 anos. A teoria psicanalítica,
a da aprendizagem e a cognitiva apresentam: os processos inconscientes, o
ambiente e o intelecto. Por isso, proporcionam significativas contribuições para a
compreensão das atividades que podem ser realizadas e observadas pela pessoa
de 3 anos de idade (BERGER, 2003).
A perspectiva psicanalítica preocupa-se com as forças inconscientes que
motivam o comportamento humano. Sigmund Freud desenvolveu a psicanálise, com
a abordagem terapêutica. O teórico apresentou que a origem das perturbações
emocionais está nas experiências traumáticas reprimidas da primeira infância, o que
inclui os 3 anos de idade. Na psicanálise, Freud propôs que a personalidade se
formava nos primeiros anos de vida, momento em que as crianças passam por
conflitos inconscientes entre seus impulsos biológicos inatos e as exigências da
sociedade. As etapas de desenvolvimento, para Freud, são classificadas dentro dos
estágios psicossexuais e elas refletem várias zonas do corpo com as quais o
indivíduo busca satisfazer-se (GALLAHUE; OZMUN; GOODWAY, 2013).
No estágio psicossexual de Freud, o indivíduo de 3 anos está relacionado a
fase anal e a fase fálica. No final da fase anal, a criança tem como atividade
importante o uso do banheiro, visto que, ela na idade dos 3 anos, não tende mais a
utilizar fralda, entretanto o ânus nessa etapa continua sendo o foco das sensações
prazerosas retendo e expelindo fezes. No início da fase fálica de Freud, a zona de
gratificação transfere-se para a região genital da criança, e neste caso ela torna-se
apegada ao genitor do sexo oposto e posteriormente se identifica com o genitor do
mesmo sexo (PAPALIA, 2006).
Para o teórico Erik Erikson, as oito fases do desenvolvimento infantil,
caracterizadas por desafios, seriam mais abrangentes que as etapas que Freud
proporcionou. Sob a perspectiva neofreudiana, a cada estágio do desenvolvimento,
a criança se depara com um conflito central, isto é, uma crise normal e saudável a
ser ultrapassada. (SENNA; DESSEN, 2012). Para Erikson, a pessoa de 3 anos, no
contexto de desenvolvimento, está compreendida na fase psicossocial. Essa fase é
organizada em outras etapas: a etapa da autonomia, dúvida e vergonha, e na etapa
da iniciativa e da culpa. Para o teórico, a criança de 3 anos já é capaz de aprender
quais são as suas obrigações e limitações, e por isso há uma necessidade de
autocontrole e de aceitação do controle por parte das outras pessoas, sendo
possível desenvolver o senso de autonomia nessa idade. A etapa da iniciativa e da
culpa é caracterizada por uma crescente destreza e senso de responsabilidade que
fazem parte dos 3 anos. Nesta fase, a criança encontra-se nitidamente mais
avançada mais organizada tanto em nível físico como mental. É introduzida neste
estágio ao passo que inicia seu planejamento de tarefas e metas, tornando-se assim
efetivamente autônoma (CHIUZI; PEIXOTO; FUSARI, 2011).
A teoria da aprendizagem de John B. Watson é outro modelo que aborda
dentro do desenvolvimento humano, o estágio dos 3 anos. Essa teoria, descreve o
comportamento observado como uma resposta previsível a experiência. O ambiente
influencia comportamentos e eventos que ocorrem, mesmo na infância. Algumas
respostas do modelo de aprendizagem são definidas como automáticas, e isso seria
o reflexo, como, por exemplo, se alguém agitar subitamente a mão perto do rosto de
uma criança de 3 anos, ela irá piscar. Entretanto, a maioria das respostas para
Watson não ocorrem espontaneamente, portanto elas são aprendidas com o
ambiente. Na teoria da aprendizagem a criança pode ser condicionada a reagir com
uma determinada resposta através de estímulos (PAPALIA, 2006).
A teoria cognitiva teve como pioneiro o teórico Jean Piaget, e ela focaliza
como os processos intelectuais e o pensamento humano afetam as atitudes, crenças
e comportamentos. Piaget observou a sequência de desenvolvimento do
crescimento intelectual de crianças, e como isso pode influenciar no estudo das
principais características comuns da primeira infância, incluindo os 3 anos de idade.
O teórico define quatro etapas do desenvolvimento cognitivo, a primeira como
sensoriomotor, a segunda como pré-operacional, a terceira como operacional
concreta e o último como operacional formal (BERGER, 2003). Para Piaget, o
período de 3 anos está inserido na fase pré-operacional. Segundo o teórico, a
criança pré-operatória não conserva, necessariamente, durante uma conversa, as
definições que ela mesma deu e as afirmações que ela mesma fez, tornando-se
contraditória. A criança também tem extrema dificuldade em se colocar no ponto de
vista do outro, fato que impede de estabelecer relações de reciprocidade. Essas
duas características juntas representam o pensamento egocêntrico da idade infantil,
conforme Piaget (TAILLE; OLIVEIRA; DANTAS, 1992).

4 OBSERVAÇÃO DA REALIDADE DA CRIANÇA

4.1 HABILIDADES MOTORAS

Percebeu-se capacidade motora adequada na preensão do lápis, utilizando


os quatro dedos, para desenhar um círculo. Ela conseguiu abrir a torneira agilmente,
e com refinamento, abrindo a torneira na quantidade necessária de água para
enxaguar a escova utilizada. Sobre o caminhar, a criança evidencia bom equilíbrio
para correr e andar, adotando uma postura ereta e já consegue pedalar.

4.2 HABILIDADES COGNITIVAS

Ao analisar as atividades realizadas pela criança, observou-se que ao


brincar, no âmbito cognitivo, ela consegue fazer associações, visto que foi capaz de
copiar um círculo e relacionar a uma bola. Ao escovar os dentes, percebeu-se que a
criança escovou apenas os dentes que estavam no alcance da sua visão. A criança
já demonstra capacidade de escolha na preferência dos alimentos e durante a
realização dessa atividade, a criança dispersou-se involuntariamente devido ao
aparelho de televisão que estava ligado. A criança também demonstrou a
capacidade de “fazer de conta”, visto que buscou interagir com uma boneca de
forma fantasiosa, reproduzindo o que vivencia na creche.

4.3 HABILIDADES AFETIVOS SOCIAIS

A criança demonstra interesse em expor as atividades que realiza. Além


disso, demonstrou interesse em realizar sua higienização bucal junto à mãe. Ao
tentar escovar os dentes, aceita a ajuda da mãe para aplicar a pasta de dente na
escova e no ato de dobrar a manga da sua blusa. No momento da refeição destaca-
se um bicho de pelúcia, que fica ao seu lado o tempo todo durante essa ação.

4.4 HABILIDADES NA REALIZAÇÃO DE AVDS


Na hora da refeição, ela apresenta interesse ao se alimentar e exige a
utilização de um garfo, o qual maneja muito bem. Ainda consegue manusear o talher
ao comer sem derrubá-lo e demonstra satisfação no ato de se alimentar. Além disso,
demonstrou autonomia e independência na maior parte da sua higienização bucal,
porque ao tentar escovar os dentes, necessita da ajuda de um adulto, apenas, na
aplicação do creme dental na escova e no ato de dobrar a manga da sua blusa.

4.5 SONO

Em relação ao sono, ela não apresenta resistência para dormir, porém desperta-se
facilmente.
5 CONCLUSÃO

Considera-se que o desenvolvimento da criança é um fator relevante em


todos os aspectos, pois se integra com todas as áreas de conhecimento. Visto que,
no presente trabalho, a criança de três anos começa a explorar seus sentidos, tem
maior autonomia nos seus movimentos e também se sente independente. Porém
observa-se que cada criança se desenvolve no seu ritmo. Por isso, é importante
sempre estimular a criança, pois ela necessita ampliar seu mundo e conhecimento
social. Elas aprendem através de experiências, adquirem conhecimento a cada
instante e estes são levados para o resto da sua vida. Para finalizar é importante
ressaltar o quanto os estudos contribuíram para a compreensão das diferentes fases
do desenvolvimento da criança de três anos. São de extrema relevância as ideias de
todos os autores abordados neste trabalho.
REFERÊNCIAS

BERGER, K. A época de brincar: O desenvolvimento biossocial. In: BERGER, K. O


Desenvolvimento da Pessoa - Da Infância À Terceira Idade Tradução: Dalton
Conde de Alencar. 5. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2013. p. 148-149.

BUJES, M. Educação Infantil: Pra que te quero? In: CRAIDY, C.; KAERCHER, G.
(Org.). Educação Infantil: Pra que te quero? Porto Alegre: Artmed, 2007. p. 13-22.

CHIUZI, R. PEIXOTO, B. FUSARI, G. Conflito de gerações nas organizações: um


fenômeno social interpretado a partir da teoria de Erik Erikson. Temas psicol.,
Ribeirão Preto, v. 19, n. 2, dez. 2011. Disponível em:
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-
389X2011000200018>. Acesso em: 06 de junho de 2017.

DUARTE, B. BATISA, C. DESENVOLVIMENTO INFANTIL: Importância das


Atividades Operacionais na Educação Infantil. XVI Semana da Educação e VI
Simpósio de Pesquisa e Pós-graduação em Educação do Departamento de
Educação – UEL, Londrina. Disponível em:
<http://www.uel.br/eventos/semanaeducacao/pages/arquivos/ANAIS/ARTIGO/
SABERES%20E%20PRATICAS/DESENVOLVIMENTO%20INFANTIL.pdf>. Acesso
em: 06 de junho de 2017.

GALLAHUE, D.; OZMUN, J.; GOODWAY, J. Compreendendo o desenvolvimento


motor: bebês, crianças, adolescentes e adultos. 7.ed. Porto Alegre: AMGH, 2013.
p

PAPALIA, D. FELDMAN, R. MARTORELL, G. Desenvolvimento Humano. 12. Ed.


Porto Alegre: AMGH, 2014.

SENNA, S. Contribuições das Teorias do Desenvolvimento Humano para a


Concepção Contemporânea da Adolescência. Psicologia: Teoria e Pesquisa,
Brasília, v. 28, n. 1, pp. 101-108, Jan-Mar 2012. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/ptp/v28n1/13>. Acesso em: 06 de junho de 2017.

TAILLE, Y.; OLIVEIRA, M.; DANTAS, H. Teorias Psicogenéticas em Discussão.


BUZATO, A. A crise de oposição dos 3 anos de idade e possibilidades de
enfrentamento pedagógico segundo a abordagem walloniana. Disponível em:
<http://www.dfe.uem.br/TCC-2014/Aline_Aparecida_buzato.pdf>. Acesso em: 06 de
junho de 2017.

Como é a crianca de 1 a 2 anos? Psicologia do Esporte na iniciação esportiva


infantil. Disponível em:
<https://www.unicef.org/brazil/pt/br_kit_fbf_album4_2013.pdf>. Acesso em: 3 junho
de 2017
ANEXOS

TERMO DE ESCLARECIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Eu, _________________________________ li esse termo de consentimento e


compreendi a natureza e objetivo do estudo do qual concordei em participar. A
explicação que recebi menciona os riscos e benefícios. Eu entendi que sou livre para
interromper minha participação a qualquer momento sem justificar minha decisão e
sem que esta decisão afete meu tratamento. Eu entendi o que não posso fazer
durante a pesquisa e fui informado que serei atendido sem custos para mim se eu
apresentar algum problema dos relacionados nos itens.

Eu concordo voluntariamente em participar deste estudo.

_________________________________

(Assinatura do responsável legal da criança)

Local e data:

_________________________________

Assinatura do Pesquisador/Acadêmico

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