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Farmacologia Aplicada na Terapia Intensiva

Professora: Neiva Prestes


Farmacologia em UTI

• A busca pela excelência no cuidado nos motiva a incorporar novos


conhecimentos, aprimorando processos e procedimentos.
• A atuação da equipe multiprofissional é fundamental no que tange
ao uso seguro e racional de medicamentos.
• A terapia medicamentos é um trabalho que nunca se encerra, é um
“processo vivo” devendo ser realizado alterações conforme novas
diretrizes a protocolos.
Farmacologia em UTIs

Os recém-nascidos, crianças, adolescentes e adultos apresentam


características diferentes de absorção, distribuição,
metabolismo e excreção de drogas.

No entanto, cerca de 80% dos fármacos comercializados são


destinados a adultos, sendo que muitas dessas drogas são
utilizadas em crianças, incluindo recém-nascidos.
Farmacologia em UTIs

• Assegurar à pessoa, família e coletividade assistência de enfermagem livre de


danos decorrentes de imperícia, negligência ou imprudência.

• Não administrar medicamentos sem conhecer a ação da droga e sem


certificar‐se da possibilidade dos riscos.

• Recusar‐se a executar prescrição em caso de identificação de erro ou


elegibilidade, ou quando não constar a assinatura e o número de registro do
prescritor, exceto em situações de urgência e emergência.
(Resolução COFEN nº 564/2017)
Segurança na Terapia Medicamentosa

• É importante conhecer a legislação?

• A equipe que trabalha comigo está preparada?

• Eu estou preparado?

• A instituição me dá suporte?

• A instituição entende sobre, cultura da segurança?


Segurança na Terapia Medicamentosa
• Existe erro ou falha na assistência?
• Há quanto tempo reconhecemos nossos erros ou falhas na
assistência?
Segurança na Terapia Medicamentosa
• Administração não autorizada da medicação
• Atraso na administração
• Ausência de registro
• Diluição errada
• Dose errada
• Forma farmacêutica errada
Segurança na Terapia Medicamentosa
Deve iniciar pela alta liderança da instituição, entendendo,
apoiando e respaldando a equipe para desenvolver a cultura
da segurança.

Tríade da Segurança.
• Segurança institucional;
• Segurança da equipe assistencial;
• Segurança do paciente;
Farmacologia Aplicada na Assistência de
Enfermagem em Terapia Intensiva

• Farmacocinética é a área das ciências da saúde que estuda o


processo de metabolismo dos medicamentos.

• Faz parte desse estudo a análise dos processos de absorção,


biotransformação, biodisponibilidade e excreção dos
medicamentos.
Farmacologia Aplicada na Assistência de
Enfermagem em Terapia Intensiva

• Farmacodinâmica estuda o mecanismo de ação e os


efeitos fisiológicos provocados pelos princípios ativos
que compõem os fármacos no organismo.
Vasodilatadores
• Vasodilatadores de ação direta:
• Classificação:

• Venodilatadores (nitroglicerina)

• Arteriolodilatadores (hidralazina)

• Ação mista (nitroprussiato de sódio)


Vasodilatadores
Ação Musculatura Lisa
Relaxamento Vascular e
Vasodilatação

Reduz pré-carga e pós-carga

Diminui PA e demanda de O²
pelo miocárdio
Nitroglicerina (Tridil)
• Vasodilatador predominantemente venoso
• Diminui retorno venoso

• Diminui debito cardíaco

• Diminui o trabalho cardíaco

• Início da ação 1 a 2 minutos


Nitroglicerina (tridil) Indicação:

• hipertensão pré-operatória;

• controle de insuficiência cardíaca congestiva,

• infarto agudo do miocárdio,

• angina que não respondem à nitroglicerina sublingual

• indução de hipotensão intra-operatória.


Nitroglicerina (tridil) Contra- indicação:

• Alergia à nitroglicerina

• Traumatismo craniano

• Hipotensão ou Hipovolemia

• Tamponamento pericárdio

• Cardiomiopatia ou pericardite
Efeitos Adversos da Nitroglicerina
• Cefaléia
• Hipotensão postural
• Arritmias
• Tonturas
• Síncope
• Reações alérgica
Cuidados de enfermagem no uso da Nitroglicerina

• A nitroglicerina migra para o plástico (PVC)

• Monitorização constante

• Não pode ser misturado com outro fármaco

• Pode interferir com efeito anticoagulante da heparina


Nitroprussiato de Sódio (Nipride)

Relaxamento Vascular e Vasodilatação

Vasodilatador
Misto Reduz pré-carga e pós-carga

Reduz a necessidade de O² pelo miocárdio


Indicação Nitroprussiato
• Crises hipertensivas

• Reduzir as necessidades de oxigênio do miocárdio

• Produzir hipotensão durante intervenções cirúrgicas

• Dissecção de aorta
Contra- Indicação do uso de Nitroprussiato

• Hipertensão compensatória

• Cirurgias com inadequado fluxo sanguíneo cerebral

• Hipersensibilidade
Efeitos Adversos do uso do Nitroprussiato

• Redução brusca da PA

• Arritmias, Rash cutâneo

• Metemoglobinemia (proteína da hemoglobina que em excesso


impede a ligação do oxigênio a hemoglobina)

• Irritação do local da infusão


Cuidados de Enfermagem no uso do Nitroprussiato

• Diluir em SG 5% validade 24 horas.


• Início da ação imediata
• Validade da infusão
• Administrar em BI
• Solução é levemente marrom, deve ser protegido da luz
• Não deve interromper subitamente a infusão, mas no espaço de tempo de
10 a 30 minutos, para evitar efeito rebote
Intoxicação com Nitroprussiato
• O cianeto liga-se ao ion férrico (Fe3 +), inibindo a enzima citocromo
mitocondrial. Quando a atividade desta enzima é bloqueada, ocorre
desvio do metabolismo na produção de ATP, e o organismo passa do
metabolismo aeróbio para o metabolismo anaeróbio.

• Esse leva a acidose metabólica com aumento do lactato. Apesar da oferta


normal de oxigênio para a célula, esta não consegue utiliza-lo por conta
desta hipoxia "citotóxica" ou funcional.
Intoxicação com Nitroprussiato
Sintomas Tratamento
• Aumenta FR • Interromper infusão de Nitroprussiato
• Vômitos e vertigem • Hidroxicobalamina durante 15min
• Elevação das concentrações de lactato (100mg em 100ml de SG)
na corrente sanguínea • Tiossulfato de Sódio por 15min (12,5g
• Acidose em de SG)
• Pupilas dilatadas a ausência de reflexo
Drogas Vaso Ativas

Drogas Vasoativas (DVA), substâncias que apresentam


efeitos vasculares periféricos, pulmonares ou cardíacos,
atuando em pequenas doses e com resposta dose
dependente, de efeito rápido e curto.
Drogas Vaso Ativas

• Dobutamina: Catecolamina sintética


• Correção do desequilíbrio hemodinâmico
• Estimula os receptores beta adrenérgicos do músculo
cardíaco aumenta a força de contração.
• Excreção é renal
Drogas Vaso Ativas Dobutamina
Indicação Contra-indicação
• Indicação Dobutamina: • Estenose aórtica
• Melhora a função ventricular • Estado de hipovolemia
• Choque cardiogênico e
insuficiência cardíaca
Efeitos adversos Dobutamina

• Aumenta a frequência cardíaca, pressão arterial e atividade


ectópica ventricular
• Reação no local da infusão
• Náusea, cefaleia, dor anginosa, dor torácica inespecífica e
respiração curta, erupção cutânea.
• Leve redução das concentração de séricas de potássio
Cuidados no Usos da Dobutamina

• Infusão em BI
• Administrar em AVC ou AVP calibroso.
• A interromper a medicação, as doses devem ser reduzidas
gradualmente, (interrupção rápida pode causar hipotensão).
• Cuidados com AVP, pois extravasamento, pode danificar os
tecidos e causar necrose.
Cuidados no Usos da Dobutamina

• Monitorar continuamente a PA, ECG e debito urinário.

• A dobutamina é incompatível com soluções alcalinas (bicarbonato


de sódio)

• Dobutamina também é incompatível: succinato sódico de


hidrocortisona, cefazolina, cefalotina, penicilina e heparina sódica.
Drogas Vaso Ativas Adrenalina

• Possui efeito vasoconstritor,

• Inotrópico Positivo (aumenta a força de contração do coração)

• Cronotrópicas positivo (promovem a abertura dos canais de


cálcio, e assim, a rápida despolarização e um aumento da
frequência cardíaca).
Indicação da Adrenalina

• PCR
• Choque cardiogênico
• Asma
• Choque anafilático
• Broncoespasmo
Contra-Indicação da Adrenalina

• Hipertensão
• Glaucoma
• Trabalho de parto
• Dilatação cardíaca
• Insuficiência coronariana
Efeitos Adversos da Adrenalina

• Hipertensão;
• Arritmias;
• Taquipnéia;
• Excitação, ansiedade, cefaléia, tremores, náusea;
• Aumento da resistência vascular pulmonar.
Cuidados na administração da Adrenalina

• Monitorar PA, FC, padrão respiratório;

• Controle do débito urinário;

• Realizar ECG;

• Avaliar cuidadosamente a dose, concentração e via da administração da droga;

• Observar possíveis interações medicamentosas (Hipoglicemiantes orais,


antidepressivos, anti-histamínicos, digitálicos e hormônios da tireoidianos)
Atropina

• Indicação: Bradicardia
• Ação: Aumenta a condução do estimulo elétrico e
consequentemente a FC.
• Efeito colateral: Calor, rubor, taquicardia e palpitações.
Noradrenalina

• Norepinefrina, é uma das monoaminas ou catecolaminas que mais


influencia o humor, ansiedade, sono e alimentação.
• Suas principais ações no sistema cardiovascular estão relacionadas
ao aumento do influxo celular de cálcio e a manter a pressão
sanguínea em níveis normais.
• Desenvolvendo vasoconstrição e aumento da resistência vascular
sistêmica, o que leva a consequente aumento da pressão arterial.
Drogas Vaso Ativas Noradrenalina

• Aumento do volume sistólico

• Diminuição a FC

• Importante vasoconstrição periférica

• Aumento da PA
Indicação Noradrenalina

• Hipotensão aguda;
• Primeira escolha em hipotensos que não responderam à infusão de
líquidos.
• Choque séptico.
• Choque cardiogênico
Contra Indicação:
• Hipotensão causada por hipovolemia
Efeitos adversos da Noradrenalina

• Lesões isquêmicas devidas à potente ação vasocontritora e


hipóxia tissular;

• Bradicardia reflexa a doses elevadas;

• Ansiendade e cefaleia;

• Insuficiência renal.
Noradrenalina: Cuidados de Enfermagem

• Monitorar PA, FC, padrão respiratório e debito urinário;


• Monitorar PA a cada 5min, durante ajuste de dose;
• Realizar ECG;
• Administrar em veia central;
• Avaliar cuidadosamente dose, concentração e via de administração;
• Avaliar constantemente a perfusão tissular periférica.
Drogas Vaso Ativas Dopamina
• Estimula os receptores adrenérgicos do sistema nervoso simpático.
• Também atua sobre os receptores dopaminérgicos nos leitos
vasculares renais, mesentéricos, coronarianos e intracerebrais,
produzindo vasodilatação e aumentando o fluxo sanguíneo;
• Efeito inotrópico positivo, aumento da contratilidade do miocárdio
e do volume de ejeção;
• Com doses mais elevadas produzindo um aumento da resistência
periférica e vasoconstrição renal. Aumenta a PA e a resistência
periférica.
Dopamina
Indicação:
• Estado de choque de qualquer natureza
Contra indicação:
• Taquicardia ventricular ou supraventricular
Efeitos adversos:
• Náuseas, vômitos, arritmias, dor precordial, dispneia, cefaleia e
vasoconstrição;
• Hipertensão associada a superdosagem.
Cuidados de Enfermagem
• Monitorar hemodinâmica;
• Uso de BI, fotossensível;
• Nunca utilizar em solução alcalinas. (sódio, potássio, magnésio,
cálcio).
• Diluir em SG5%.
Alteplase Trombolítico
Indicação:
• TEP, IAM e AVE I
• Ação:
• Dissolução ou lise do trombo
Efeitos adversos:
• arritmias, sangramento e hipotensão
Diazepam (benzodiazepínico)
Indicação:
• Sedação, crise convulsiva, miorrelaxante e ansiolítico.
• Ação:
• Age no SNC
Efeitos adversos:
• Diplopia, tontura e amnésia
ANESTÉSICOS GERAIS:

• Cetamina 100mg/2ml amp (Ketalar®)


• Etomidato 2mg/ml amp 10ml
• Propofol 10mg/ml amp 20ml (Fresofol®, Lipuro®)
• Propofol 1% seringa 50ml (Diprivan®)
SEDATIVOS MODERADOS

• Midazolam 15mg/3ml amp (Dormonid®)


• Midazolam 50mg/10ml amp (Dormonid®)
ANTAGONISTAS ADRENÉRGICOS:

• Metoprolol 1mg/ml amp (Seloken®)


• Esmolol 10mg/ml fr-amp (Brevibloc®)
ANTIARRÍTIMICOS

• Amiodarona 50 mg/ml amp 3ml (Atlansil ou ancoron)


• Indicação: Arritmia supraventricular e ventricular
• Ação: Age na excitabilidade e condutividade de estímulo
elétrico
• Efeitos colaterais: Bradicardia
ANTIARRÍTIMICOS

• Adenosina 6mg/2ml amp (Adenocard)


• Indicação: Taquiarritmia supraventricular
• Ação: Age na excitabilidade e condutividade de estimulo
elétrico
• Efeitos colaterais: Dor torácica, rush facial e cefaléia.
ANTÍDOTOS

• Flumazenil 0,5mg/5ml amp (Lanexat®) - para benzodiazepínicos


• Naloxona 0,4mg/ml amp (Narcan®) - para opióides
• Protamina (Sulfato de protamina) - Antagonista da heparina
Neonatologia

• Indometacina (Inocid) - Fechamento do canal arterial nos


prematuros
• Ibuprofeno - Promover fechamento do PCA
• Prostaglandina E (Prostin) - Promove dilatação do canal arterial
BLOQUEADORES NEUROMUSCULARES

• Atracúrio 10mg/ml amp 5ml (Tracur®)


• Pancurônio 4mg/2ml amp (Pavulon®)
• Rocurônio 10mg/ml fr-amp (Esmeron®)
• Succinilcolina 100mg fr-amp (Quelicin®)
• Succinilcolina 500mg fr-amp (Quelicin®)
ELETRÓLITOS CONCENTRADOS

• Bicarbonato de sódio 8,4% amp 10ml (solução alcalina)


• Indicação: Correção de acidose metabólica
• Ação: Neutraliza o meio ácido.
• Efeitos colaterais: Excesso pode causar alcalose metabólica
ELETRÓLITOS CONCENTRADOS

• Cálcio, Gluconato 10% amp 10ml


• Glicose 50% ampola 10ml
• Magnésio, sulfato 10% e 50% amp 10ml
• Potássio, Cloreto 10% e 19,1% amp 10ml
• Sódio, Bicarbonato 8,4% amp 10ml
• Sódio, Cloreto 20% amp 10ml
Gestão da cadeia de terapia medicamentosa
• Fármacos de alta vigilância;
• Fármacos potencialmente perigosos;
• Protocolo de preveção;
• Notificação de eventos;
• Protocolos Institucionais que garantam segurança em todas as
etapas do processo.
• Protocolos específicos para drogas de alto risco.
• Prescrição medica legível, contendo nome do paciente, nome do
medicamento, dose, via e frequência.
Gestão da cadeia de terapia medicamentosa

• Treinar as equipe
• Supervisionar a administração de medicamentos
• Suprir duvidas diárias
• Discutir casos clínicos, envolvendo terapia medicamentosa
• Conversar com a equipe sobre erro
Referências
• AMERICAN HEART ASSOCIATION. Atualizações específicas das Diretrizes de 2017 para Suporte
Básico de Vida em Pediatria e para Adultos e Qualidade da Ressuscitação Cardiopulmonar.Guidelines:
2017.
• BARRETO, Sergio Saldanha Menna; VIEIRA, Silvia Rios; pinheiro, Cleovaldo Tadeu dos Santos. Rotinas
em Terapia Intensiva. 3 ed. Porto Alegre: Artmed, 2001.
• KNOBEL, Elias. Condutas em paciente grave. São Paulo: Atheneu, 2006.v1 e v2, 2010.
• WONG, Donna L.; HOCKENBERRY, Marilyn J; WILSON, David (Ed). Wong fundamentos de enfermagem
pediátrica. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.
• WILSON, David; HOCKENBERRY, Marilyn J. Wong, manual clínico de enfermagem pediátrica. 2.ed. Rio
de Janeiro: Elsevier; 2012.
• FONSECA, Ariadne da Silva (org). Enfermagem pediátrica. São Paulo: Martinari, 2013. SABATÉS, Ana
Llonch; ALMEIDA, Fabiane de Amorim. Enfermagem pediátrica: a criança, o adolescente e sua família
no hospital. Barueri, SP: Manole, 2007.
• http://medicalsuite.einstein.br/diretrizes/farmacia/ManualFarm11.pdf(ManualFarmacoterapêutic
o do Hospital Israelita Albert Einstein 2011-2012) e Drug Information Handbook, 7a Edição.

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