O mundo em que vivemos é constituído pelo meio ambiente e pelos seres vivos que
ocupam esse meio. Entre esses seres vivos, destacam-se os seres humanos. Assim,
no mundo que nos rodeia podemos constatar a existência de:
Ciências Sociais: têm por objeto o estudo da realidade social e do fenómenos que
resultam da vida em sociedade. As diferentes ciências sociais estudam a mesma
realidade social, sob prespetivas diferentes que se complementam umas às outras.
Cada uma das Ciências Sociais estuda de uma forma parcialmente diferente os
fenómenos sociais, valorizando a dimensão do fenómeno que lhe interessa estudar –
económica, sociológica, política, demográfica…
É uma ciência social e científica pois trabalha com rigor e através de métodos.
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Génese e objeto da Sociologia
E a Sociologia?
Neste novo contexto estavam criadas as condições para o aparecimento das Ciências
Sociais, pois estas, ao estudarem os fenómenos sociais de uma forma objetiva e
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sistemática (semelhante ao estudo dos fenómenos físicos e naturais), permitiam um
conhecimento da realidade social que facilitaria a intervenção social. Assim, a
Sociologia, ao tentar compreender, por exemplo, a forma como se organizavam as
sociedades ou como se desenrolavam os processos de mudança social, contribuía de
forma decisiva para um melhor entendimento da realidade social.
A palavra sociologia foi utilizada pela primeira vez por Augusto Comte, para designar o
“estudo positivo do conjunto das leis fundamentais próprias aos fenómenos sociais”.
Factos sociais
Factos sociais:
Exterioridade
Coercitividade
Relatividade
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Exterioridade: os indivíduos nascem numa sociedade já constituída que os condiciona,
tendo de aprender maneiras de agir, de pensar e de sentir que não foram por ele
criadas, isto é, são exteriores ao indivíduo.
A estrutura social estabelece limites ao que podemos fazer como indivíduos e impõe
constrangimentos à ação.
É preciso encontrar as causas sociais dos fenómenos sociais, por exemplo do suicídio.
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O suicídio repete se em diferentes sociedades, sendo explicado por causas e padrões
sociais. Existem 3 tipos de suicídio:
Altruísta: espaços rurais; feito em nome de causas em que as pessoas acreditam, ex:
camicase (II Guerra)
Individualismo
Esperança excessiva
Liberdade em excesso
Ateísmo
Enfraquecimento do Estado e da família
Pressões sociais sobre o indivíduo
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Max Weber estuda a estrutura social, bem como o modo como os indivíduos atuam no
interior dessa estrutura, ou seja, a ação social
Por exemplo, a ação social de um abraço, pode carregar uma infinidade de sentidos.
O autor da ação, ao realizá la, deseja que o seu interlocutor apreenda o sentido que
desejou implantar no seu ato, e não apenas que entenda o sentido genérico do ato de
abraçar.
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Alienação (socioeconómica)
Mais-valia
Consciência de classe e revolta do proletariado
Senso comum: baseia-se nas opiniões pessoais dos indivíduos que as emitem, tendo
em conta os seus julgamentos, as suas representações, etc., não correspondendo a
uma leitura científica da realidade.
O sociólogo utiliza as informações fornecidas pelo senso comum. Deste modo, para
construir o conhecimento científico, tem de romper com essas explicações.
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Conhecimento científico: tem de ser contruído, sendo necessário interrogar, formular
perguntas sobre a realidade social para obter respostas. Essas interrogações deverão
ter uma resposta, o que só será possível se existirem conceitos e teorias com
capacidade para as explicar. É necessário também recorrer a métodos e técnicas para
testar as hipóteses eplicativas que se formulam.
o senso comum;
a familiaridade com o social;
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a ilusão da transparência do social;
as explicações de tipo naturalista, individualista ou etnocentrista.
Senso comum
O sociólogo deve, assim, estar consciente dos condicionalismos que estão associados
às explicações do senso comum.
Se o sociólogo quiser a sua prática científica deverá tentar distanciar-se das relações
sociais em que está inserido romper com as ideias adquiridas sobre os fenómenos
sociais que vai analisar.
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Todos os indivíduos se acham com capacidade para explicar os fenómenos sociais,
mas a vida social deve ser explicada pelas causas profundas que escapam a essa
consciência.
Explicações de tipo
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A construção do objeto científico da Sociologia resulta, então, de um trabalho de
descoberta de relações entre fenómenos sociais, a partir do corpo de problemas, de
conceitos e de relações que constituem a matriz teórica da Sociologia.
As ações dos indivíduos não são tão imprevistas como parecem ser à primeira vista,
podendo, através da análise sociológica, encontrar-se regularidades no
comportamento dos indivíduos - regularidades sociais.
Uma disciplina científica caracteriza-se, assim, pelas interrogações que formula, pelo
conjunto de teorias que contrói e pelos métodos e técnicas que utiliza.
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dizer isto que terá de escolher uma estratégia de pesquisa adequada aos objetivos
que pretende alcançar.
Para recolher a informação que lhe permite verificar a validade das hipóteses e/ou das
explicações que formula sobre os fenómenos sociais, o sociólogo pode recorrer a um
conjunto de meios de investigação: os métodos e as técnicas.
As técnicas são selecionadas pelo método e são utilizadas para recolher e tratar a
informação sobre a realidade social.
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Reflexividade: é a capacidade de reflexão sobre o ocnhecimento, ou seja, os
resultados da pesquisa sociológica são amplamente examinados de uma forma crítica,
avaliando-se, nomeadamente, os seus limites e as suas potencialidades.
Unidade 2
Estratégias de investigação
O processo de investigação segue uma trajetória e obedece a uma estratégia que não
é escolhida ao acaso.
Tipos de estratégia:
intensiva;
extensiva;
investigação-ação.
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que o sociólogo pode recorrer a uma multiplicidade de técnicas que lhe permitam
estabelecer um contacto directo com a população em estudo.
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Investigação-ação
• Intensiva:
Profundidade de observação;
Valorização do quotidiano dos agentes sociais e das suas formas de expressão
no próprio momento em que se produzem;
Atenção à especificidade de cada caso.
• Extensiva:
• Investigação-ação:
• Intensiva:
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Dificuldades na generalização da informação recolhida;
Maior tendência para a empatia e identificação com os observados, podendo-
se perder objectividade.
• Extensiva:
• Investigação-ação:
Etapas de investigação
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Definição do problema – deve ser clara, exequível e pertinente;
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Técnicas documentais, baseadas na observação de documentos escritos e não
escritos, englobam a pesquisa documental e a análise de conteúdo;
Técnicas não documentais, que englobam a observação (participante e não
participante).
Técnicas documentais
Pesquisa documental
A pesquisa documental é uma técnica, de base qualitativa, que tem por base a
observação e a análise de documentos já existentes que se relacionem com os
fenómenos sociais em análise. Este tipo de pesquisa pode ser efectuado em
documentos escritos (livros, imprensa, revistas, estatísticas, publicidade, etc.) ou não-
escritos (imagem e som registados no cinema, televisão, rádio, gravações, etc.) e
possibilita a formulação das hipóteses de trabalho e a sua posterior verificação
empírica.
Análise de conteúdo
A análise de conteúdo é uma técnica, de base quantitativa, que permite analisar texto
a partir do agrupamento de significações (contando o número de vezes que certas
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palavras ocorrem num texto, por exemplo). Este tipo de técnica visa captar as
informações explícitas no texto e o contexto em que foram produzidas.
É frequente ser utilizada para analisar as significações das respostas abertas dos
inquéritos por questionário.
Observação
Observação participante;
Observação não participante.
Observação participante
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Deste tipo de observação fazem parte as técnicas de inquérito, das quais se
destacam:
Vantagens
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Para além disso, as entrevistas permitem também uma grande flexibilidade, na medida
em que o contacto directo permite que o entrevistador, no decorrer da entrevista, vá
alterando e explicando melhor as perguntas de acordo com os objetivos que pretende
atingir e, por sua vez, o entrevistado vá respondendo de uma forma mais clara às
mesmas.
Desvantagens
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amostra representativa do universo em estudo e porque os dados obtidos
podem ser tratados quantitativamente, possibilitando uma generalização para o
universo em estudo.
Nos inquéritos por questionário não se pode improvisar. Deste modo, existem várias
fases no processo de realização dos inquéritos por questionário:
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Os métodods de selação da amostra são vários, podendo, no entanto, ser
agrupados em dois tipos: métodos de amostragem causal (probabilísticos) e
métodos de amostragem não causal (não probabilísticos).
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Questões semSemiabertas: combinação das questões abertas e fechadas.
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constituição de uma equipa de entrevistadores. Assim, é nesta fase que se dá
formação aos elementos da equipa através da organização de sessões de
preparação com vista a que os mesmos comuniquem claramente com os
inquiridos, informando-os sobre os objetivos do estudo e formulem
corretamente as diferentes perguntas que o compõem. Uma vez constituída e
preparada a equipa de entrevistadores, passa-se à realização material do
inquérito.
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da amostra, tipo de perguntas utilizadas, métodos utilizados na recolha de
dados e no tratamento da informação), os resultados obtidos e as conclusões
do inquérito por questionário.
Amostra: subgrupo da população em estudo que deverá ser uma cópia fiel do
universo, em termos de características e composição. Se tal não acontecer, não se
poderão generalizar as conclusões ao universo em estudo.
→ Estratificada
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existentes no estrato. Evidentemente, a amostragem estratificada uniforme será, em
geral, recomendável se os estratos da população forem pelo menos aproximadamente
do mesmo tamanho; caso contrário, será em geral preferível a estratificação
proporcional, por fornecer uma amostra mais representativa da população. A
amostragem estratificada ótima, por sua vez, toma, em cada estrato, um número de
elementos proporcional ao número de elementos do estrato e também à variação da
variável de interesse no estrato, medida pelo seu desvio padrão. Pretende-se assim
otimizar a obtenção de informações sobre a população, com base no princípio de que,
onde a variação é menor, menos elementos são necessários para bem caracterizar o
comportamento da variável. Detsa forma, com um menor número total de elementos
na amostra, conseguir-se-ia uma quantidade de informação equivalente à obtida nos
demais casos. As principais dificuldades para a utilização detse tipo de amostragem
residem nas complicações teóricas relacionadas com a análise dos dados e em que,
muitas vezes, não podemos avaliar de antemão o desvio-padrão da variável nos
diversos estratos. Constituem exemplos em que uma amostragem estratificada parece
ser recomendável a estratificação de uma cidade em bairros, quando se deseja
investigar alguma variável relacionada à renda familiar; a estratificação de uma
população humana em homens e mulheres, ou por faixas etárias; a estratificação de
uma população de estudantes conforme as suas especializações, entre outros.
→ Por conglomerados
→ Aleatória simples
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→ aleatória sistemática
Assim, por exemplo, numa linha de produção, podemos, a cada dez itens produzidos,
retirar um para pertencer a uma amostra da produção diária.
→ De voluntários
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Escolhem-se voluntários e estes indicam "conhecidos" com o mesmo perfil para
responder a entrevistas ou a questionários e assim sucessivamente. Formam-se redes
de referência.
→ Por quotas
Quando o pesquisador procura na população uma parte dela que interessa, ou seja,
os participantes são escolhidos por terem uma ou mais características específicas.
→ Acidental
Trata-se de uma amostra formada por aqueles elementos que vão aparecendo, que
são possíveis de se obter até completar o número de elementos da amostra.
Geralmente utilizada em pesquisas de opinião, em que os entrevistados são
acidentalmente escolhidos.
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