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FUNDAMENTOS DE MATEMÁTICA
ELEMENTAR
GUARULHOS – SP
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 4
2 FUNÇÃO ................................................................................................................. 5
6 FUNÇÃO EXPONENCIAL..................................................................................... 26
8 TRIGONOMETRIA ................................................................................................ 42
UNITÁRIO..................................................................................................................45
2
11.4 Operações sobre números complexos .............................................................. 67
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 74
3
1 INTRODUÇÃO
Prezado aluno!
Bons estudos!
4
2 FUNÇÃO
Fonte: https://www.superprof.com.br/
5
Basicamente, a função é uma relação entre dois elementos. Sejam dois
conjuntos, por exemplo, A e B; uma função é a relação que cada elemento de A
associa a um único elemento de B, indicadas por:
f: A → B
Uma função é sobrejetora se, e somente se, o seu conjunto imagem for
especificadamente igual ao contradomínio, Im = B. Ou seja, uma função f de A em B
é sobrejetora se, e somente se, para todo y pertencente a B existe um elemento x
pertencente a A tal que: f(x) = y (MURAKAMI, 2013).
Exemplos:
A função f de A = {1, 0, 1, 2} em B = {0, 1, 4} definida pela lei f(x) = x² é
sobrejetora, pois, para todo elemento y ∈ B, existe o elemento x ∈ A tal que y = x².
Observemos que para todo elemento de B converge pelo menos uma flecha.
7
Fonte: MURAKAMI, 2013
Exemplos:
A função f de A = {0, 1, 2, 3} em B = {1, 2, 3, 4} definida por f(x) = x + 1 é bijetora
... pois f é sobrejetora e injetora, isto é, para todo elemento y ∈ B, existe um único
elemento x ∈ A, tal que y = x + 1. Observemos que para cada elemento de B converge
uma só flecha.
8
2.4 Reconhecimento através de gráfico
2º). Se cada uma das retas cortar o gráfico em um ou mais pontos, então a
função é sobrejetora. (MURAKAMI, 2013).
Exemplos:
3º). Se cada uma dessas retas cortar o gráfico em um só ponto, então a função
é bijetora. (MURAKAMI, 2013).
9
Exemplos:
Resumo
Dada a função f de A em B, consideram-se as retas horizontais por (0, y) com
y ∈ B:
I) se nenhuma reta corta o gráfico mais de uma vez, então f é injetora.
II) se toda reta corta o gráfico, então f é sobrejetora.
III)se toda reta corta o gráfico em um só ponto, então f é bijetora.
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3.1 Função afim
Onde:
n = número inteiro positivo ou nulo, determina o grau do polinômio
x = variável
Exemplo:
Fonte: BaMic_illustrations/Shutterstock.com.
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3.4 Construção do gráfico
O gráfico de uma função pode ter formas variadas. A curva que descreve a
função está relacionada com o tipo de função. Observe que os pontos obtidos no
exemplo gráfico pertencem a uma mesma reta. Quanto mais pontos calcularmos,
melhor definiremos uma reta. De modo geral, o gráfico de uma função afim é uma
reta. (PAES, 2018).
13
O gráfico de qualquer função constante, do tipo y = 1, será uma reta
horizontal. Observe a Figura a seguir:
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Fonte: Adami, Dorneles Filho e Lorandi (2015).
Uma reta pode ser caracterizada como função crescente e decrescente. Uma
função é crescente quando o valor de x aumenta, o valor de y também aumenta
sempre (MATEMÁTICA DIDÁTICA, 2018). Uma função é dita decrescente quando,
aumentando o valor de x, o valor de y diminui.
Conhecendo a equação da reta, podemos identificar se uma reta é crescente
ou decrescente pelo sinal do coeficiente linear, que respeita a seguinte relação:
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4 FUNÇÕES LINEARES
Se x for igual a 2:
f(x) = 2x
f(x) = 2. 2
f(x) = 4
Ou seja, se x for igual a 1, y será igual a 2 ... se x for igual a 2, y será igual a 4
e assim por diante.
16
Essa é uma função linear que pode ser classificada como crescente, uma vez
que a = 2 > 0. (GONÇALVES, 2021).
Podemos visualizar seu gráfico na imagem a seguir:
Exemplo 2: f(x) = – 2x
Se x for igual a 1:
f(x) = – 2x
f(x) = – 2. 1
f(x) = – 2
Se x for igual a 2:
f(x) = – 2x
f(x) = – 2. 2
f(x) = – 4
Ou seja, se x for igual a 1, y será igual a -2 ... se x for igual a 2, y será igual a
-4 e assim por diante.
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Essa também é uma função linear, pois seus coeficientes são a = – 2 e b = 0.
Podemos ainda dizer que essa função é decrescente, uma vez que a < 0.
(GONÇALVES, 2021).
5 FUNÇÕES QUADRÁTICAS
Vimos que a equação do segundo grau terá de zero até duas raízes reais e
pode ser escrita, de forma geral, como y = ax² + bx + c. Assim, para resolvê-la,
utilizamos a conhecida fórmula de Bhaskara, que nos permite encontrar as raízes da
função quadrática. Para isso, vamos relembrá-la:
Para resolver essa fórmula, olhamos para a forma geral da função quadrática
e buscamos seus elementos: a, b e c.
Friedrich e Manzini (2010) lembram que a expressão b² – 4ac é conhecida
como discriminante e pode ser representada pela letra grega ∆. Portanto, podemos
reescrever a fórmula de Bhaskara como:
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reais e a diferente de zero, é chamada de função quadrática ou função do segundo
grau”
Exemplos:
1. Dada a equação -x² -4x +5 = 0, podemos afirmar que o conjunto de soluções dessa
equação é...
Para calcular o valor de delta, temos que:
a = - 1 b = -4 e c = 5
Δ = (-4)² -4·(-1)·5
Δ = 16 + 4 ·5
Δ = 16 + 20
Δ = 36
Δ = (6)² -4·(1)·8
Δ = 36 - 4 ·8
Δ = 36 - 32
Δ=4
Logo,
x = - b ± √ Δ / 2.a
Exemplos:
21
1. Para entender vamos aplicar y: x² + x – 2, sendo a= 1; b = 1 e; c = -2
Δ = b² – 4ac
Δ = (1)² -4·1·(-2)
Δ=1+8
Δ=9
Logo,
x = - b ± √ Δ / 2.a
x = -1 ± √9 / 2
x = -1 ±3 / 2
x’ = -1 +3 / 2 x” = -1 – 3 / 2
x’ = 2 / 2 x” = - 4 / 2
x’ = 1 x” = -2
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2. Para entender vamos aplicar y: - x² - x + 2, sendo a= -1; b = -1 e; c = 2
Δ = b² – 4ac
Δ = (-1)² -4·(-1)·2
Δ=1+8
Δ=9
Logo,
x = - b ± √ Δ / 2.a
x = - (-1) ± √9 / -2
x = 1 ±3 / -2
x’ = 1 +3 / -2 x” = 1 – 3 / -2
x’ = 4 / -2 x” = - 2 / -2
x’ = -2 x” = 1
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5.4 Vértice da parábola
O vértice também pode ser o ponto que tem o maior valor de y entre todos os
pontos da curva. Por isso, é chamado também de ponto de máximo absoluto da
função, como mostra a figura abaixo:
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Vértice da parábola (com a < 0).
Fonte: Friedrich e Manzini (2010, p. 69).
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6 FUNÇÃO EXPONENCIAL
f(x) = a˟
f(x) = 8˟
f(3) = 8ᶟ = 8 × 8 × 8
f(3) = 512
f(x) = 8˟
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Se x = 1 → f(x) = f(1) = 8¹ ; logo, para x = 1 → f(1) = 8 ou y = 8.
Se x = 5 → f(x)= f(5) = 85 ; logo, para x = 5 → f(5) = 32.768 ou y = 32.768.
E assim por diante.
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– Potência de potência:
Exemplo:
– Expoentes negativos:
Exemplo:
– Raízes:
Exemplo:
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Gráficos de funções exponenciais, crescente e decrescente.
Fonte: Adaptada de Rogawski e Adams (2018, p. 41)
Colocando estes pares no plano cartesiano, você pode verificar na Figura a seguir:
Caso você se depare com funções do tipo f(x) = (3x + 2)x, o método de
resolução deverá seguir as regras básicas da matemática: substituir os valores de x,
resolver a expressões dentro dos parênteses e depois resolver a exponenciação.
Assim, f(3) = (3 × 3 + 2)ᶟ = 11ᶟ . (STEFANI, 2018).
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6.3 Modelos com funções exponenciais
30
Considere um capital de R$ 9.000,00 aplicado a uma taxa de 15% ao ano,
capitalizados mensalmente, durante seis anos. Ao final do período, considerando a
aplicação com juros compostos, o valor resultante gerado no período seria:
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Logo, no ano de 2030, 60 anos depois da nossa referência, a população será:
32
Para t = 0, temos:
Para t = 1, temos:
Para t = 3, temos:
33
6.6 Decrescimento exponencial
Pelo valor da base a, sendo 0 < a < 1, podemos concluir que é uma função
exponencial decrescente. Podemos determinar valores de tempo t para confirmar.
(PAES, 2018).
Veja:
Para t = 0, temos:
Para t = 8, temos:
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Repare que, quando o tempo aumenta, a porcentagem do radioisótopo diminui.
Isso é característico de uma função decrescente. Logo, essa função representa um
decrescimento exponencial. A Figura abaixo traz o gráfico dessa função, onde o eixo
vertical corresponde à quantidade de iodo-131 em porcentagem presente no paciente,
e o eixo horizontal corresponde ao tempo em dias.
7 FUNÇÃO LOGARÍTMICA
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Atualmente, o uso dos logaritmos como uma técnica de cálculo praticamente
desapareceu, mas o estudo das funções logarítmicas ainda é muito importante, em
razão das muitas aplicações existentes dessas funções.
Na concepção de um logaritmo, é importante destacar que a base a deve ser
sempre maior que 0 (a > 0) e diferente de 1 (a ≠ 1) para que essa dinâmica seja
possível. Safier (2011) denomina logaritmo de b na base a o expoente que se deve
dar à base a de modo que a potência obtida seja igual a b, ou seja:
Onde:
a = base do logaritmo
b = logaritmando
x = logaritmo
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Fonte: OLIVEIRA, 2018
De acordo com Iezzi, Dolce e Murakami (2013), uma função logarítmica pode
ser descrita como uma relação. Denotamos essa função por:
onde:
b = base
x = logaritmando
Assim:
Exemplos:
Classifique as funções logarítmicas em crescente ou decrescente:
a) f(x) log₉x
b) f(x) log₀¸₇₅x
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Para classificar uma função, é necessário identificar sua respectiva base e
enquadrá-la nas categorizações possíveis, logo:
Exemplos:
Estabeleça o domínio da função definida g(x) = logᴈ (2x – 4).
Uma das condições para a existência de um logaritmo é que o logaritmando
seja maior que 0, logo:
2x – 4 > 0
2x > 4 → x > 2
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7.1 Gráfico da função logarítmica
A representação gráfica de uma função logarítmica indicada por logₐ x com 0 <
a ≠ 1 tem as seguintes características:
localiza-se à direita do eixo das ordenadas (eixo y), ou seja, x > 0;
intersecta o eixo das abscissas no ponto (1,0), pois logₐ1 = 0;
é simétrico em relação à reta y = x do gráfico de g(x) = a˟ .
Exemplo:
Construa o gráfico da função:
Para delinear um gráfico, sugere-se recorrer a uma tabela onde serão inseridos
valores possíveis para x e calculado o respectivo valor de y:
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De posse desses pontos, basta encontrá-los no plano cartesiano, localizando
corretamente os valores de x e seu respectivo correspondente y (OLIVEIRA, 2018),
chegando-se à seguinte curva:
Observe que o par ordenado da tabela de f(x), por exemplo (1,3), quando
inserido na lei de formação de g(x), equivale a logᴈ 1 = 1, logo, origina o ponto (3,1).
Outra análise relevante é quanto à disposição das funções f(x) e g(x), bem
como a observação da propriedade simétrica referente à reta y = x, que corta os
quadrantes ímpares do plano cartesiano. É possível notar essa característica na
Figura abaixo, onde f(x) está indicado em vermelho, y = x, em verde, e g(x), em roxo.
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8 TRIGONOMETRIA
O triângulo é a figura geométrica mais simples, mas, ao mesmo, uma das mais
importantes. Tem propriedades e definições de acordo com o tamanho de seus lados
e com a medida dos ângulos internos, sendo classificados como acutângulo,
obtusângulo e retângulo.
Todo triângulo retângulo apresenta um ângulo reto e dois agudos. O triângulo
ABC, mostrado na Figura a seguir, é um retângulo em C.
Fonte: https://www.todamateria.com.br/
45
Já o conjunto da imagem da função seno corresponde ao intervalo real [-1, 1]:
-1 < sen x < 1.
Em relação à simetria, a função seno é uma função ímpar: sen(-x) = -sen(x).
O gráfico da função seno f(x) = sen x é uma curva chamada de senoide:
Fonte: https://www.todamateria.com.br/
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Além disso, no primeiro e segundo quadrantes a função f é decrescente. Já no
terceiro e quarto quadrantes a função f é crescente.
O domínio e o contradomínio da função cosseno são iguais a R. Ou seja, ela
está definida para todos os valores reais: Dom(cos)=R.
Já o conjunto da imagem da função cosseno corresponde ao intervalo real [-1,
1]: -1 < cos x < 1.
Em relação à simetria, a função cosseno é uma função par: cos(-x) = cos(x).
O gráfico da função cosseno f(x) = cos x é uma curva chamada de cossenoide:
Ambas as funções têm por conjunto imagem o intervalo [−1, 1]. Para todos os
valores de x ∈ R, tem-se que −1 ≤ sen x ≤ 1 e −1 ≤ cos x ≤ 1.
Sendo x o comprimento de um arco AB circunferência unitária, a ordenada e a
abcissa de B, sen x e cos x são, no máximo, 1 e, no mínimo, −1, qualquer que seja x,
como se constata examinando-se a Figura abaixo. (As funções seno e cosseno são
exemplos importantes de funções periódicas.)
Uma função f(x) é chamada de periódica quando satisfaz, para algum p, a
relação f(x) = f(x + p), qualquer que seja x ∈ Domf. O menor valor de p para o qual se
tem f(x + p) = f(x) para qualquer x ∈ R é chamado de período da função f.
As funções seno e cosseno são funções periódicas com período 2π. Isso
significa que, para todo x ∈ R, sen = (x + 2π) = sen x, cos(x + 2π) = cos x. (BENTO,
2018).
Essa propriedade segue da interpretação geométrica dessas funções.
Examinando o círculo trigonométrico, conclui-se que a extremidade C de um arco AC
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de comprimento x + 2π coincide com o ponto B do arco AB e, portanto, B e C têm as
mesmas coordenadas.
A função cosseno é uma função par. De fato, considere o arco AB de
comprimento x > 0, como indica a Figura, e o arco AC, medido no sentido anti-horário,
cujo comprimento é também –x (isto é, AC arco-x). Os pontos B e C, portanto, têm a
mesma abcissa, de modo que cos(−x) = cos x.
A função seno é uma função ímpar, isto é, sen(−x) = (−1) sen(x). (BENTO,
2018).
As funções sen x e cos x satisfazem algumas relações, chamadas de relações
trigonométricas. Em particular, aplicando o teorema de Pitágoras ao triângulo
retângulo Q0B, obtém-se a relação: cos² x + sen² x = 1.
Fonte: https://www.todamateria.com.br/
49
Além disso, a função f definida por f(x) = tg x é sempre crescente em todos os
quadrantes do círculo trigonométrico.
O domínio da função tangente é: Dom(tan)={x ∈ R│x ≠ de π/2 + kπ; K ∈ Z}.
Assim, não definimos tg x, se x = π/2 + kπ. Já o conjunto da imagem da
função tangente corresponde a R, ou seja, o conjunto dos números reais.
Em relação à simetria, a função tangente é uma função ímpar: tg(-x) = -tg(-x).
(BENTO, 2018).
O gráfico da função tangente f(x) = tg x é uma curva chamada de tangentoide:
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A função secante é uma função par e periódica com período 2π. Seu conjunto
imagem é Im(sec x) = (−∞, −1] ∪ [1, + ∞). (BENTO, 2018).
A função cossec x é uma função ímpar, periódica com período 2π. Seu conjunto
imagem é o conjunto: Im(cos sec x) = (−∞, −1] ∪ [1, ∞).(BENTO, 2018).
51
Gráfico da função cotangente.
Fonte: Costa; Guerra (2009, documento on-line)
10 CONJUNTOS NUMÉRICOS
52
10.1 Notação
Para conjuntos com número de elementos muito grandes, a notação acima não
seria a mais indicada, pois geraria imensas listas. Assim, uma maneira de se
descrever os conjuntos é utilizar uma letra, como x. Por exemplo:
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10.2 Subconjuntos
54
A partir dessa descrição, podemos pensar N como uma parte de Z, Z como
uma parte de Q e Q como uma parte de R. Em Q, equações do tipo x2 – 3 = 0 ou o
cálculo da área do círculo, por exemplo, não podem ser resolvidas. Temos então um
novo conjunto, os irracionais e esse conjunto I pode ser entendido como uma parte de
R. No entanto, alguns problemas não podem ser resolvidos apenas em R, o que
motivou o desenvolvimento dos números complexos. Por exemplo, a equação x² + 1
= 0 não tem solução em R, mas, em C, veremos que ela tem solução.
55
Conjunto A, seus elementos e os elementos não pertencentes a esse conjunto.
56
Exemplo 1:
Seja A = {a, b, c, d} e B = {a, b, c}, então, A ∪ B = {a, b, c, d} ∪ {a, b, c} = {a, b,
c, d}
Exemplo 2:
Seja A = {a, b} e B = {c, d, e, f, g}, então, A ∪ B = {a, b} ∪ {c, d, e, f, g} = {a, b,
c, d, e, f, g}
Exemplo 3:
Seja A = {∅} o conjunto vazio e B = {c, d, e, f, g}, então, A ∪ B = ∅} ∪ {c, d, e, f,
g} = {c, d, e, f, g}
A ∩ B = {x|x ∈ A e x ∈ B}
Exemplo 1:
Seja A = {a, b} e B = {b, c, d}, então, A ∩ B = {a, b} ∪ {b, c, d} = {b}
Exemplo 2:
Seja A = {a, b} e B = {a, b, c, d}, então, A ∩ B = {a, b} ∪ {a, b, c, d} = {a, b}
Exemplo 3:
Seja A = {a, b} e B = {c, d}, então, A ∩ B = {a, b} ∪ {c, d} = ∅ A operação de
interseção entre os conjuntos A e B também pode ser representada por meio da área
hachurada do diagrama de Venn, como é mostrado pela Figura abaixo:
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Considerando os conjuntos A, B e C, e seja U o conjunto universo, que consiste
naquele que contém todos os elementos de um dado assunto, valem as seguintes
propriedades, de acordo com Iezzi e Murakami (2013):
1. A ∩ A = A (idempotente)
2. A ∩ U = A (elemento neutro)
3. A ∩ B = B ∩ A (comutativa)
4. (A ∩ B) ∩ C = A ∩ (B ∩ C) (associativa)
Além das operações entre conjuntos vistas até aqui, tem-se ainda a operação
de diferença entre os conjuntos e de complementar, as quais serão vistas nessa
ordem. A fim de compreender a diferença entre conjuntos, considere, inicialmente, o
conjunto A e o conjunto B quaisquer. A diferença entre o conjunto A e o conjunto B
consiste em todos os elementos do conjunto A que não pertencem a B, sendo
matematicamente denotada por: A – B = {x|x ∈ A ou x ∉ B}
Exemplo 1:
Seja A = {a, b} e B = {b, c, d}, então, A – B = {a, b} – {b, c, d} = {a}
Exemplo 2:
Seja A = {a, b, c} e B = {b, d}, então, A – B = {a, b, c} – {b, d} = {a, c}
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Exemplo 3:
Seja A = {a, b, c} e B = {a, b, c}, então, A – B = {a, b, c} – {a, b, c} = ∅
Por fim, a última operação entre conjuntos estudada neste tópico será a
operação de complementaridade. Considere dois conjuntos A e B.
O complementar do conjunto B, contido no conjunto A, consiste no conjunto
formado pelos elementos pertencentes A e que não pertencem. (IEZZI; MURAKAMI,
2019). Nesse caso, é importante observar que o conjunto B está contido em A.
Matematicamente, essa operação é denotada por:
Exemplo 1:
Seja A = {a, b, c, d, e, f} e B = {a, b}, então, CA B = A – B = {c, d, e, f}
Exemplo 2:
Seja A = {a, b, c, d, e, f} e B = {g, h}, então, CA B = A – B = {a, b, c, d, e, f} A
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Complementar do conjunto B em relação ao conjunto A.
Tem-se:
61
Logo, as raízes seriam:
O resultado obtido indica que a equação não possui raízes no conjunto dos
números reais, já que não existe um número real associado à solução de uma raiz
com radicando negativo e índice par.
Conforme lecionam Anton e Bubsy (2006), os matemáticos do século XVIII
inventaram um artifício algébrico para resolver essa questão: foi introduzida na
matemática uma “unidade imaginária”, denotada i, com várias propriedades que
permitem o cálculo de raízes que possuem radicando negativo e índice par. Com isso,
uma nova categoria de números estava nascendo: os chamados números
imaginários.
De acordo com Lipschutz e Lipson (2011), define-se a unidade imaginária i
como possuindo as seguintes propriedades:
i = √ -1;
i² = –1.
Um número imaginário sempre aparece descrito com valores junto à unidade
imaginária i. Pode-se criar infinitos números imaginários, como: 3i, –2i, i√3. De forma
simplificada, um número imaginário possui a forma bi, onde b é um número real
diferente de zero.
Calcular a potência de números imaginários pode dar uma boa noção da sua
relação com o cálculo de raízes de índice par e radicando negativo. A potência de um
número imaginário é uma construção indutiva, como exemplificado a seguir.
62
Observa-se que um padrão de quatro valores possíveis se repete infinitamente
a partir das quatro primeiras potências. Assim, para calcular qualquer potência não
negativa de i, tem-se o seguinte algoritmo: divide-se o valor do expoente por 4; o resto
encontrado fica entre 0 e 3, que é a potência correspondente dos quatro primeiros
resultados (1, i, –1, –i). (MACHADO, 2018).
Agora, realizando a potência de dois de um número imaginário qualquer, temos
uma relação com a raiz quadrada de um número real negativo. Por exemplo,
calculando o quadrado de 5i:
(5i)² = 5² ∙ i² = 25 ∙ i² = 25 ∙ -1 = - 25
63
O conjunto de todos os números complexos é denotado por ℂ. A Figura 1 traz
uma representação da relação de contingência entre o conjunto ℂ e os demais
conjuntos numéricos usuais. Um número complexo cuja parte imaginária é zero
corresponde a um número real; já um número complexo cuja parte real é zero
corresponde a um número imaginário. (MACHADO, 2018). Assim:
o número real a é identificado com o número complexo (a, 0);
o número imaginário bi é identificado com o número complexo (0, b).
z = a + bi
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A forma algébrica é importante, pois facilita a definição das operações de soma,
subtração e multiplicação entre dois números complexos, mas não é a única. Já que
um número complexo é um par (a, b), pode-se construir uma forma trigonométrica e
apresentar uma interpretação do número complexo sobre um plano cartesiano.
(MACHADO, 2018).
65
Representação de números complexos no plano complexo.
Fonte: Nicholson (2006, p. 104).
e
b = |z| sin ϕ
z = |z|(cos ϕ + i sin ϕ)
66
11.4 Operações sobre números complexos
Diz-se que z = w se, e somente se, ambos possuem as mesmas partes reais e
imaginárias, ou seja, se Re(z) = Re(w) e Im(z) = Im(w). De outra forma, a = c e b = d.
Para somar ou subtrair números complexos, somam-se ou subtraem-se distintamente
a parte real e a parte complexa:
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Sejam os números complexos z₁ = a + bi e z₂ = c + di.
A adição e subtração são feitas entre as partes reais e as partes imaginárias
separadamente. (SILVEIRA, 2018). Dessa forma, temos:
11.4.2 Multiplicação
68
11.4.3 Divisão
69
O produto de um número complexo pelo seu conjugado é um número real não
negativo.
que é um
número real positivo. O produto de um número complexo pelo seu conjugado é
denominado norma de um número complexo. Portanto, dizemos que um número
complexo z = a + bi foi normalizado, se ele foi escrito na forma: a² + b².
Sejam dois números complexos z₁ e z₂, sendo z₂ ≠ 0. Obter o quociente da
divisão de z₁ por z₂ significa encontrar um número complexo zᴈ. Dessa forma,
escrevendo zᴈ na sua forma algébrica, temos:
Veja o exemplo abaixo.
71
12.1 A educação matemática em seu contexto interdisciplinar
Fonte: https://www.coc.com.br/
73
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRAFIA BÁSICA:
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
74
FERREIRA, R. H. da S.; FERRAZ, M. S. A. Conjuntos numéricos. Soluções
Educacionais Integradas – SAGAH, 2018.
LIPSCHUTZ, S.; LIPSON, M. Álgebra Linear. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2011.
(Coleção Schaum). NICHOLSON, W. K. Álgebra Linear. 2. ed. Porto Alegre: AMGH,
2006.
75