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Superior Tribunal de Justiça

HABEAS CORPUS Nº 130.661 - MG (2009/0041579-1)


RELATORA : MINISTRA LAURITA VAZ
IMPETRANTE : TARGINO FLÁVIO DA SILVA
ADVOGADO : LEONARDO CARVALHO CARREIRA - DEFENSOR PÚBLICO
IMPETRADO : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS
PACIENTE : TARGINO FLÁVIO DA SILVA
EMENTA
HABEAS CORPUS. FURTO QUALIFICADO. PENA-BASE ACIMA
DO MÍNIMO LEGAL. AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO. ORDEM
CONCEDIDA. PENA QUE NÃO SUPERA DOIS ANOS. TRANSCURSO
DO LAPSO PRESCRICIONAL DE 4 ANOS. ART. 109 DO INCISO V,
CÓDIGO PENAL. PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA, NA
FORMA RETROATIVA.
1. A sentença condenatória, mantida pelo acórdão impugnado, fixou a
pena-base do Paciente um mês acima do mínimo legal, considerando
desfavoráveis as circunstâncias do crime, em função de o Paciente ter
subtraído bens cujo valor superou o valor de mil reais, evidenciando-se, assim,
fundamento inerente ao próprio tipo penal, já considerado pelo próprio
legislador quando da fixação da pena abstratamente cominada, não podendo,
justamente por isso, ser novamente valorado pelo julgador sob pena de
incorrer-se no vedado bis in idem.
2. Considerando que o recebimento da denúncia se deu em
03/12/2002 e a publicação da sentença em 21/01/2008, evidencia-se a
prescrição da pretensão punitiva, na forma retroativa, ante o transcurso do
lapso prescricional de 4 anos, nos termos do art. 109, inciso V, do Código
Penal.
3. Ordem concedida para, mantida a condenação, reformar a sentença
e o acórdão, fixando a pena do Paciente em 2 anos de reclusão, no regime
aberto, e 10 dias-multa, no piso. Habeas corpus concedido, de ofício, a fim de
reconhecer a prescrição da pretensão punitiva estatal e declarar extinta a
punibilidade quanto ao referido delito, nos termos dos fundamentos
explicitados no voto.
ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da QUINTA
TURMA do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e das notas
taquigráficas a seguir, por unanimidade, deferir o pedido e conceder "Habeas Corpus" de
ofício, nos termos do voto da Sra. Ministra Relatora. Os Srs. Ministros Napoleão Nunes Maia
Filho, Jorge Mussi, Honildo Amaral de Mello Castro (Desembargador convocado do TJ/AP)
e Gilson Dipp votaram com a Sra. Ministra Relatora.
Brasília (DF), 09 de novembro de 2010 (Data do Julgamento)
MINISTRA LAURITA VAZ
Relatora

Documento: 1020045 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 06/12/2010 Página 1 de 8
Superior Tribunal de Justiça
HABEAS CORPUS Nº 130.661 - MG (2009/0041579-1)

IMPETRANTE : TARGINO FLÁVIO DA SILVA


ADVOGADO : LEONARDO CARVALHO CARREIRA - DEFENSOR PÚBLICO
IMPETRADO : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS
PACIENTE : TARGINO FLÁVIO DA SILVA

RELATÓRIO

A EXMA. SRA. MINISTRA LAURITA VAZ:


Trata-se de habeas corpus , sem pedido de liminar, impetrado em favor de
TARGINO FLÁVIO DA SILVA, em face de acórdão do Tribunal de Justiça do Estado de
Minas Gerais.
Consta dos autos que o Paciente foi condenado como incurso no art. 155, § 4.º,
inciso IV, do Código Penal, às penas de 02 (dois) anos e 01 (um) mês de reclusão, no regime
aberto, e 15 (quinze) dias-multa, no valor mínimo, porque, no dia 19/11/2001, subtraiu para
si, juntamente com o menor D.B. e outro indivíduo não identificado, diversos objetos de
propriedade de LUIZ ROBERTO DE BARROS, evadindo-se em seguida. A pena privativa de
liberdade foi substituída por duas restritivas de direitos, consistentes em prestação de serviços
à comunidade, pelo período da condenação, durante uma hora por dia; e prestação pecuniária,
no valor de R$ 400,00 (quatrocentos reais).
Irresignado, o Paciente interpôs a apelação n.º 1.0525.01.006605-4/001,
pugnando pela absolvição, sob o fundamento de insuficiência probatória da autoria delituosa.
Alternativamente, requereu a desclassificação do furto para sua modalidade tentada,
argumentando que não teve, em momento algum, a posse mansa e pacífica da res furtivae.
Pediu, por fim, o decote da qualificadora do concurso de pessoas, a redução da pena-base para
o mínimo legal.
A 2.ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais
negou provimento ao recurso, nos seguintes termos:
"APELAÇÃO CRIMINAL. ARTIGO 155, § 4.º, IV, DO CÓDIGO
PENAL. AUTORIA E MATERIALIDADE COMPROVADAS. CONDENAÇÃO
MANTIDA. DESCLASSIFICAÇÃO PARA A MODALIDADE TENTADA DO
FURTO. IMPOSSIBILIDADE. QUALIFICADORA DO CONCURSO DE
PESSOAS. MANUTENÇÃO. DOSIMETRIA. CRITÉRIO TRIFÁSICO
OBSERVADO. CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS DEVIDAMENTE
ANALISADAS. PENAS CONFIRMADAS.- Havendo prova cabal da
materialidade e da autoria do crime de furto descrito na denúncia,
consubstanciada no depoimento judicial do militar responsável pela prisão,
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juntamente com demais elementos de convicção colhidos sob o crivo do
contraditório, resulta inviabilizada a súplica absolutória.- Não há que se falar
em desclassificação do furto, para sua modalidade tentada, se o réu teve a
posse mansa e pacífica da res furtiva, ainda que por exíguo lapso temporal,
sendo detido em razão de buscas efetuadas pela Polícia Militar.- Demonstrada
a presença de outros indivíduos na prática delituosa, não há como se afastar a
qualificadora do concurso de pessoas.- Revela-se acertada a cominação de
penas-base ligeiramente superiores ao mínimo legal na hipótese em que as
circunstâncias judiciais não foram consideradas inteiramente favoráveis ao
acusado. " (fl. 44)

Contra esse acórdão, foi impetrado o presente writ, pugnando-se pela fixação
da pena-base no mínimo legal.
Foram solicitadas as informações do Tribunal a quo, prestadas à fl. 43.
O Ministério Público Federal manifestou-se às fls. 54/55, opinando pela
denegação da ordem.
É o relatório.

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HABEAS CORPUS Nº 130.661 - MG (2009/0041579-1)

EMENTA

HABEAS CORPUS. FURTO QUALIFICADO. PENA-BASE ACIMA


DO MÍNIMO LEGAL. AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO. ORDEM
CONCEDIDA. PENA QUE NÃO SUPERA DOIS ANOS. TRANSCURSO
DO LAPSO PRESCRICIONAL DE 4 ANOS. ART. 109 DO INCISO V,
CÓDIGO PENAL. PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA, NA
FORMA RETROATIVA.
1. A sentença condenatória, mantida pelo acórdão impugnado, fixou a
pena-base do Paciente um mês acima do mínimo legal, considerando
desfavoráveis as circunstâncias do crime, em função de o Paciente ter
subtraído bens cujo valor superou o valor de mil reais, evidenciando-se, assim,
fundamento inerente ao próprio tipo penal, já considerado pelo próprio
legislador quando da fixação da pena abstratamente cominada, não podendo,
justamente por isso, ser novamente valorado pelo julgador sob pena de
incorrer-se no vedado bis in idem.
2. Considerando que o recebimento da denúncia se deu em
03/12/2002 e a publicação da sentença em 21/01/2008, evidencia-se a
prescrição da pretensão punitiva, na forma retroativa, ante o transcurso do
lapso prescricional de 4 anos, nos termos do art. 109, inciso V, do Código
Penal.
3. Ordem concedida para, mantida a condenação, reformar a sentença
e o acórdão, fixando a pena do Paciente em 2 anos de reclusão, no regime
aberto, e 10 dias-multa, no piso. Habeas corpus concedido, de ofício, a fim de
reconhecer a prescrição da pretensão punitiva estatal e declarar extinta a
punibilidade quanto ao referido delito, nos termos dos fundamentos
explicitados no voto.

VOTO
A EXMA. SRA. MINISTRA LAURITA VAZ (Relatora):
A sentença fixou a pena-base acima do mínimo legal com base na seguinte
motivação:
"Diante de todo o exposto, julgo procedente a denúncia e condeno
nas penas do artigo 155, § 4.º, inciso IV, do Código Penal.
[...]
As circunstâncias do crime são desfavoráveis ao réu, diante do
grande volume de bens subtraídos e seu valor, conforme auto de fl. 65,
superior a R$ 1.000,00 à época do fato, o que evidencia a ousadia do réu.
Atento às circunstâncias judiciais, fixo a pena-base em 2 anos e 1 mês
de reclusão.
Não há circunstâncias atenuantes nem agravantes.
Também não incidem causas de diminuição ou aumento de pena.
Fixo a pena de multa em 15 dias-multa, valor que é definitivo.
Assim, são totais e definitivas as penas de dois anos e um mês de
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reclusão e o pagamento de 15 dias-multa, cujo valor unitário fixo no mínimo
legal.
O regime inicial de cumprimento será o aberto e o réu poderá
recorrer em liberdade.
Substituo a pena privativa de liberdade por duas penas restritivas de
direitos, consistentes na prestação pecuniária e na prestação de serviços à
comunidade. [...]" (fl. 15)

O acórdão impugnado foi fundamentado nos seguintes termos:


"Quanto ao decote da qualificadora do concurso de pessoas, restou
sobejamente comprovado que o acusado agiu em companhia de outros dois
indivíduos, consoante declarações de fl. 06 e fl. 110, sendo certo que todos
foram surpreendidos com a res furtiva, momento em que empreenderam fuga.
Assim, constatado que a ação delituosa foi levada a efeito por mais
de um agente, deve ser mantida a qualificadora prevista no art. 155, §4º, IV,
do Código Penal. Nesse sentido, colaciono o seguinte julgado:
"Para a configuração do concurso de pessoas, o que se exige é a
demonstração do envolvimento de duas ou mais pessoas, sendo desnecessário
sejam elas identificadas. Demonstrada a presença de outros indivíduos na
prática delituosa, potencialmente perigosa para intimidar a vítima, não há
como se afastar referida qualificadora" (TJSP - AC - Rel. Passos de Freitas -
RT 704/348).
Também não merece guarida o pleito recursal que busca a redução
das reprimendas, vez que foram devidamente aplicadas, em estrita
observância do critério trifásico. As circunstâncias judiciais, por sua vez,
foram corretamente analisadas.
As penas-base foram cominadas em valor muito próximo ao mínimo
legal, sendo certo que a pequena elevação se justifica em razão das
"circunstâncias do crime", consideradas desfavoráveis.
Finalmente, verifico que a substituição de penas pleiteada nesta
instância revisora já foi concedida pelo Juízo a quo, que substituiu a pena
privativa de liberdade por duas restritivas de direitos, consistentes em
prestação pecuniária e prestação de serviços à comunidade.
Logo, rechaçadas todas as teses defensivas, impõe-se a confirmação
da respeitável sentença fustigada, em consonância com o judicioso parecer
ministerial.
Face ao exposto, NEGO PROVIMENTO AO RECURSO. " (fls. 45/52)

Como se vê, a sentença condenatória, mantida pelo acórdão impugnado, fixou


a pena-base do Paciente 1 mês acima do mínimo legal, considerando desfavoráveis as
circunstâncias do crime, em função de o Paciente ter subtraído bens cujo valor superou o
valor de R$ 1000,00, evidenciando-se, assim, fundamento inerente ao próprio tipo penal, já
considerado pelo próprio legislador quando da fixação da pena abstratamente cominada, não
podendo, justamente por isso, ser novamente valorado pelo julgador sob pena de incorrer-se

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no vedado bis in idem.
Como é cediço, o julgador deve, ao individualizar a pena, examinar com
acuidade os elementos que dizem respeito ao fato, obedecidos e sopesados todos os critérios
estabelecidos no art. 59, do Código Penal, para aplicar, de forma justa e fundamentada, a
reprimenda que seja, proporcionalmente, necessária e suficiente para reprovação do crime.
Especialmente, quando considerar desfavoráveis as circunstâncias judiciais,
deve o magistrado declinar, motivadamente, as suas razões, pois a inobservância dessa regra
implica em ofensa ao preceito contido no art. 93, inc. IX, da Constituição Federal.
Ilustrativamente:
"HABEAS CORPUS. FURTO. SUBSTITUIÇÃO DA PENA
PRIVATIVA DE LIBERDADE POR RESTRITIVA DE DIREITOS.
POSSIBILIDADE. PENA-BASE ACIMA DO MÍNIMO LEGAL. AUSÊNCIA
DE FUNDAMENTAÇÃO. ORDEM CONCEDIDA. HABEAS CORPUS DE
OFÍCIO PARA RECALCULAR A PENA.
[...]
3. Esta Corte de Justiça já se posicionou no sentido de que a
personalidade do criminoso não pode ser valorada negativamente se não
existem, nos autos, elementos suficientes para sua efetiva e segura aferição
pelo julgador.
4. A sentença, no que foi ratificada pelo acórdão impugnado,
considerou como negativas as circunstâncias referentes à conduta social, à
culpabilidade, aos motivos e às consequências do crime com fundamentos
inerentes ao próprio tipo penal, já consideradas pelo próprio legislador
quando da fixação da pena abstratamente cominada, não podendo, justamente
por isso, serem novamente valoradas pelo julgador sob pena de incorrer-se no
vedado bis in idem.
5. Ordem concedida para, de ofício, redimensionar a pena imposta do
ora Paciente, nos termos do voto, e, acolhendo o pedido deduzido na
impetração, substituir a pena privativa de liberdade por pena restritiva de
direitos, conforme as condições a serem estabelecidas pelo Juízo das
Execuções Criminais. " (HC 111204/MG, 5.ª Turma, Rel. Min. LAURITA
VAZ, DJe 13/09/2010.)

Passo a readequação da pena.


Ante a fixação da pena-base no mínimo legal – 2 anos – e considerando que a
sentença, ratificada in totum pelo acórdão objurgado, consignou a inexistência de
circunstâncias atenuantes e agravantes, bem como de causas de diminuição ou aumento de
pena, fixo as penas em 2 anos de reclusão, no regime aberto, e 10 dias-multa, no piso.
Considerando que o recebimento da denúncia se deu em 03/12/2002 e a
publicação da sentença em 21/01/2008, conforme informado pelo acórdão impugnado,

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evidencia-se a prescrição da pretensão punitiva estatal, na forma retroativa, ante o transcurso
do lapso prescricional de 4 anos, nos termos do art. 109, inciso V, do Código Penal.
Ante o exposto, CONCEDO a ordem para, mantida a condenação, reformar a
sentença e o acórdão, fixando a pena do Paciente em 2 anos de reclusão e 10 dias-multa, no
piso. CONCEDO habeas corpus , de ofício, a fim de reconhecer a prescrição da pretensão
punitiva estatal e declarar extinta a punibilidade quanto ao referido delito, nos termos dos
fundamentos explicitados no voto.
É o voto.

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CERTIDÃO DE JULGAMENTO
QUINTA TURMA

Número Registro: 2009/0041579-1 HC 130.661 / MG


MATÉRIA CRIMINAL

Números Origem: 10372001 10525010066054 525010066054


EM MESA JULGADO: 09/11/2010

Relatora
Exma. Sra. Ministra LAURITA VAZ
Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro JORGE MUSSI
Subprocurador-Geral da República
Exmo. Sr. Dr. FRANCISCO XAVIER PINHEIRO FILHO
Secretário
Bel. LAURO ROCHA REIS
AUTUAÇÃO
IMPETRANTE : TARGINO FLÁVIO DA SILVA
ADVOGADO : LEONARDO CARVALHO CARREIRA - DEFENSOR PÚBLICO
IMPETRADO : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS
PACIENTE : TARGINO FLÁVIO DA SILVA
ASSUNTO: DIREITO PENAL - Crimes contra o Patrimônio - Furto Qualificado

CERTIDÃO
Certifico que a egrégia QUINTA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão
realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
" A Turma, por unanimidade, deferiu o pedido e concedeu "Habeas Corpus" de ofício, nos
termos do voto da Sra. Ministra Relatora."
Os Srs. Ministros Napoleão Nunes Maia Filho, Jorge Mussi, Honildo Amaral de Mello
Castro (Desembargador convocado do TJ/AP) e Gilson Dipp votaram com a Sra. Ministra Relatora.

Brasília, 09 de novembro de 2010

LAURO ROCHA REIS


Secretário

Documento: 1020045 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 06/12/2010 Página 8 de 8

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