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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO E CONTABILIDADE


DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO

A DÍADE GESTOR-SUBORDINADO: AS RELAÇÕES ENTRE A


COMPATIBILIDADE DOS VALORES HUMANOS E O ESTADO PESSOAL DE
QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO.

Fábio Alessandro Affonso Antonio

Orientadora: Profa. Dra. Ana Cristina Limongi-França

SÃO PAULO
2011
Prof. Dr. João Grandino Rodas
Reitor da Universidade de São Paulo

Prof. Dr. Reinaldo Guerreiro


Diretor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade

Prof. Dr. Adalberto Américo Fischmann


Chefe do Departamento de Administração

Prof. Dr. Lindolfo Galvão de Albuquerque


Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Administração
FÁBIO ALESSANDRO AFFONSO ANTONIO

A DÍADE GESTOR-SUBORDINADO: AS RELAÇÕES ENTRE A


COMPATIBILIDADE DOS VALORES HUMANOS E O ESTADO PESSOAL DE
QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO.

Dissertação apresentada ao Departamento de


Administração da Faculdade de Economia,
Administração e Contabilidade da
Universidade de São Paulo como requisito
para a obtenção do título de Mestre em
Administração.

Orientadora: Profa. Dra. Ana Cristina Limongi-França

SÃO PAULO
2011
FICHA CATALOGRÁFICA
Elaborada pela Seção de Processamento Técnico do SBD/FEA/USP

Antonio, Fábio Alessandro Affonso


A díade gestor-subordinado: as relações entre a compatibilidade
dos valores humanos e o estado pessoal de qualidade de vida no
trabalho / Fábio Alessandro Affonso Antonio. – São Paulo, 2011.
233 p.

Dissertação (Mestrado) – Universidade de São Paulo, 2011.


Orientador: Ana Cristina Limongi França.

1. Qualidade de vida no trabalho 2. Valores pessoais 3. Valores


sociais 4. Díades I. Universidade de São Paulo.Faculdade de Economia,
Administração e Contabilidade. II. Título.

CDD – 306.361
iii

Aos avós Milton (em memória)


e Carolina, por terem me ensinado
o verdadeiro significado dos
valores humanos.
!iv

AGRADECIMENTOS

Tentarei, em pouco espaço, agradecer a inefável contribuição de tantas pessoas que


iluminaram este árduo e enriquecedor caminho. Agradeço primeiramente a minha família pelo
apoio e compreensão por tantas noites e fins de semana nos quais tive de dedicar para este
trabalho. Ricardo, Henrique, Paulo, Aderlene, Lurdes, Luiz, Carolina, muito obrigado por
tudo.
Agradeço a minha orientadora e amiga, Profa. Dra. Ana Cristina Limongi França, pelas
discussões e orientações referentes a esta dissertação, mas sobretudo pela liberdade intelectual
que tive durante todo o processo. Essa liberdade foi essencial para meu crescimento
profissional como pesquisador.
Gostaria de congratular aos professores de todas as disciplinas que assisti nesse tempo de
mestrado. Cada um de vocês teve uma importância imensurável na construção do arcabouço
teórico e prático desta dissertação. Nesse sentido, muito obrigado aos professores Lindolfo
Albuquerque, Bernadete Marinho, Tânia Casado, José Mazzon, Eda Tassara e Gustavo
Massola. Além desses, um agradecimento especial aos professores Joel Dutra e Maria Luisa
que enriqueceram este trabalho não somente com as indagações durante as suas respectivas
disciplinas, mas também por fantásticas contribuições na banca de qualificação.
Não podia deixar de agradecer imensamente a grandes amigos que me incentivaram nesta
jornada científica e que foram grandes debatedores das ideias expostas neste trabalho. Aos
queridos Minoru Ueda, Victor Richarte, Marcos Blasi, Edgar Kenji, Ismael Rosário, Emerson
Mizuki, Thiago Kenji, Agnaldo Lima, Fábio Oliveira, Newton Campos e Rui Oliveira, muito
obrigado por todas as reflexões e apoio. Em especial, gostaria de agradecer ao grande amigo
João Vinícius cuja participação foi decisiva para o amadurecimento científico e estatístico
deste trabalho. Na realidade suas orientações superaram o limite desta dissertação,
contribuindo para uma nova visão sobre a importância, a prática e a responsabilidade de ser
um cientista.
Finalmente, gostaria de dizer a todos o meu muito obrigado por tudo.

v

“Ou o século XXI é dedicado aos valores humanos,


morais e éticos... ou de nada valeram
os avanços tecnológicos conquistados até aqui.”

Volpato (2000)
vi

RESUMO

A relação entre a compatibilidade de valores e o bem-estar subjetivo tem sido identificada em


alguns estudos. No entanto, menor atenção tem sido dada à compreensão da relação direta
entre conflito de valores e qualidade de vida no trabalho, principalmente na relação diática
entre gestores e subordinados. A teoria da troca entre líder e liderado prevê que o líder
diferencia seus subordinados e, consequentemente, estabelece relações de natureza distinta
com cada um deles. Para diferenciar os indivíduos da equipe o líder utiliza, dentre diversos
critérios possíveis, a compatibilidade de características. Líderes e liderados que compartilham
valores estabelecem interações de alta qualidade e essas interações geram resultados positivos
para cada um dos membros da díade. Nesse sentido, este estudo questionou como seu
problema fundamental: quais são as relações entre a compatibilidade diática dos valores dos
gestores e de seus subordinados e o estado pessoal de qualidade de vida no trabalho desses
gestores e subordinados? Pesquisar a relação da compatibilidade de valores e o estado pessoal
de qualidade de vida no trabalho das pessoas, principalmente no caso da díade entre gestor e
subordinado, pode promover uma melhor compreensão da dinâmica do comportamento
organizacional. Isso posto, este estudo teve como objetivos (a) investigar a associação entre a
compatibilidade dos valores pessoais dos subordinados e os valores sociais dos subordinados
com relação aos seus gestores (compatibilidade subjetiva) e o estado pessoal de qualidade de
vida no trabalho desses subordinados e (b) pesquisar a associação entre a compatibilidade dos
valores pessoais de gestores e dos subordinados (compatibilidade objetiva) e o estado pessoal
de qualidade de vida no trabalho desses gestores e subordinados. Para tanto, utilizou-se um
questionário eletrônico autoaplicado administrado aos egressos da Faculdade de Economia,
Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo. O questionário foi composto
pelos instrumentos PVQ-21 para delimitação dos valores humanos e o BPSO-96 para o estado
pessoal de qualidade de vida no trabalho de gestores e subordinados. A amostragem realizada
foi não-probabilística obtida por conveniência, limitando a capacidade de generalização do
estudo. Ademais, os dados foram analisados pela técnica de regressão polinomial para
determinação das associações entre a compatibilidade dos valores na díade gestor-
subordinado e as percepções sobre estado pessoal de qualidade de vida no trabalho. A partir
dos resultados, é possível considerar que a compatibilidade de valores entre os membros da
díade gestor-subordinado, seja pela ótica subjetiva ou objetiva, está associada à qualidade de
vida no trabalho de gestores e subordinados, principalmente no conflito das dimensões
autotranscendência e autopromoção da teoria de valores de Schwartz (1992). Finalmente, este
estudo propõe a utilização conjunta dos índices de compatibilidade algébricos, modulares e
quadráticos para a interpretação dos resultados de regressões sobre a compatibilidade de
valores e outras variáveis, diferentemente do que a literatura sobre o tema sugere. Pelos
resultados do estudo, os coeficientes dos três modelos não se contradisseram, de tal maneira
que suas magnitudes e sinais se conservaram nos três casos. Além disso, as variáveis que
entraram nos modelos foram semelhantes. Esse fato sinaliza para uma leitura conjunta dos
três modelos que deverão produzir interpretações mais informativas que a análise de um
modelo isolado.

Palavras-chave: valores pessoais, valores sociais, compatibilidade de valores, díade gestor-


subordinado, estado pessoal de qualidade de vida no trabalho.
vii

ABSTRACT

The relationship between the fit of values and subjective well-being has been identified in
past research. However, minor attention has been focused on understanding the direct
relationship between conflicting values and quality of work life, especially in the manager-
subordinate dyad. The theory of leader-member exchange predicts that the leader
differentiates his subordinates and thus establishes a distinctive relationship with each of
them. To discern between individuals from his team the leader uses, among several possible
criteria, the compatibility of features. Leaders and followers who share values establish high
quality interactions, generating positive results for each member of the dyad. In this sense,
this study questioned as its fundamental problem: what are the relationships between the
dyadic compatibility of values of managers and their subordinates and the personal state of
quality of work life of managers and subordinates? Studying this relationship, especially in
the case of the dyad between manager and subordinate, can promote a better understanding of
the dynamics of organizational behavior. That said, this study aimed to (a) investigate the
association between the compatibility of subordinates' personal values and social values
(subjective fit) and their personal state of quality of work life, and to (b) investigate the
association between the compatibility of the personal values of managers and subordinates
(objective fit) and their personal state of quality of work life. For this purpose, a self-
administered electronic survey was sent to the alumni database of the Faculty of Economics,
Administration and Accounting from the University of São Paulo. The questionnaire was
composed of the instruments PVQ-21 for the definition of human values and BPSO-96 to the
measurement of the perception of personal state of quality of work life of managers and
subordinates. Sampling was carried out non-probabilistically, obtained by convenience,
composing one of the limitations to the generalizability of the results of this study.
Furthermore, the data were analyzed using polynomial regression to determine the
associations between the compatibility of values in the manager-subordinate dyad and the
perceptions of personal state of quality of life at work. From the results, it is possible to
consider that the subjective and objective fit of values among members of the manager-
subordinate dyad is associated with their quality of work life, especially in the conflict
dimensions of self-transcendence and self-enhancement from the value theory of Schwartz
(1992). Finally, this study proposes the joint use of the algebraic, modular and quadratic
indexes of compatibility for the interpretation of the results of regressions on studies of the
compatibility of values and other variables, unlike the literature on the subject suggests. In
this study, the coefficients of the three models do not contradict. Their magnitudes and signs
were conserved in all three cases. In addition, the variables that entered the models were
similar. This fact points to a joint reading of the three models so that interpretations of results
should produce more informative scenarios than the analysis of an isolated model.

Keywords: personal values, social values. value fit, manager-subordinate dyad, personal state
of quality of work life.
SUMÁRIO

LISTA DE QUADROS...........................................................................................................3

LISTA DE TABELAS ............................................................................................................4

LISTA DE GRÁFICOS ..........................................................................................................6

LISTA DE FIGURAS.............................................................................................................7

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................9

1.1 Pressupostos teóricos do problema de pesquisa ........................................................15

1.2 Problema de pesquisa e objetivos ..............................................................................22

2. REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................................25

2.1 O estado pessoal de qualidade de vida no trabalho ...................................................25

2.2 A gestão de qualidade de vida no trabalho e a díade gestor-subordinado..................35

2.3 Valores humanos, comportamento organizacional e qualidade de vida no trabalho .40

2.4 A compatibilidade diática gestor-subordinado e a qualidade de vida no trabalho .....59

2.5 Operacionalização e medição da compatibilidade diática .........................................68

3. MÉTODO DE PESQUISA ..............................................................................................75

3.1 Problema de pesquisa, modelo teórico e hipóteses....................................................75

3.2 Delineamento da pesquisa .........................................................................................79

3.3 Plano amostral............................................................................................................81

3.4 Instrumento de pesquisa.............................................................................................82

3.5 Pré-teste do questionário............................................................................................91

3.6 Levantamento dos dados ...........................................................................................92

3.7 Processamento e análise dos dados ...........................................................................94

4. ANÁLISE DOS RESULTADOS ...................................................................................101

4.1 Caracterízação da amostra .......................................................................................102

4.2 Análise univariada das variáveis a serem utilizadas no modelo ..............................108


2

4.3 Análise bivariada......................................................................................................118

4.2 Análise das regressões .............................................................................................135

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS.........................................................................................151

5.1 Outras contribuições do estudo ...............................................................................153

5.2 Limitações do estudo ...............................................................................................155

5.3 Estudos futuros ........................................................................................................156

6. REFERÊNCIAS.............................................................................................................159

7. APÊNDICES..................................................................................................................201

1 - Questionário enviado aos gestores ...........................................................................202

2 - Questionário enviado aos subordinados ...................................................................208

3 - Tabela com a distribuição das frequências de respostas para o PVQ-21..................215

4 - Tabela com a distribuição das frequências de respostas para o BPSO-96 ...............221

5 - Categorização das expressões chave dos gestores no modelo BPSO-96 .................224

6 - Categorização das expressões chave dos subordinados no modelo BPSO-96 .........226

7 - Análise univariada da Escala de Estresse no Trabalho .............................................228

8 - Tabelas das correlações de Pearson entre os tipos motivacionais de gestores e


subordinados ............................................................................................................230

9 - Tabelas das correlações de Pearson entre o Estado Pessoal de Qualidade de Vida no


Trabalho e a Escara de Estresse no Trabalho ...........................................................232

10 - Tabelas das regressões pelo método Enter .............................................................233


3

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 ! Resumo de diferentes conceitos de qualidade de vida no trabalho. ...........26

Quadro 2 ! Descrição dos tipos motivacionais de valores. ...........................................46

Quadro 3 ! Assertivas do PVQ-21 e composição dos tipos e dimensões......................86

Quadro 4 ! Resumo do método da pesquisa..................................................................99


4

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 ! Distribuição das frequências das faixas etárias de gestores e subordinados.......102

Tabela 2 ! Distribuição das frequências do número de dependentes de gestores e


subordinados...........................................................................................................................103

Tabela 3 ! Distribuição das frequências de horas trabalhadas por semana por gestores e
subordinados...........................................................................................................................106

Tabela 4 ! Distribuição das frequências de áreas funcionais de gestores e subordinados. ..107

Tabela 5 ! Análise univariada de tipos motivacionais e dimensões bipolares dos gestores e


subordinados...........................................................................................................................110

Tabela 6 ! Análise univariada da qualidade de vida no trabalho de gestores e subordinados.


................................................................................................................................................113

Tabela 7 ! Distribuição de frequências e análise univariada da compatibilidade direta e da


influência na qualidade de vida no trabalho dos gestores. .....................................................115

Tabela 8 ! Distribuição de frequências e análise univariada da compatibilidade direta e da


influência na qualidade de vida no trabalho dos subordinados. .............................................116

Tabela 9 ! Correlações de Pearson para as dimensões bipolares de gestores, subordinados e


sociais. ....................................................................................................................................119

Tabela 10 ! Correlações de Spearman para as dimensões bipolares de gestores, subordinados


e sociais. .................................................................................................................................119

Tabela 11 ! Correlações de Pearson entre as dimensões bipolares de gestores e sociais.....120

Tabela 12 ! Correlações de Spearman entre as dimensões bipolares de gestores e sociais. 120

Tabela 13 ! Correlações de Pearson entre as dimensões bipolares de gestores e sociais. ...122

Tabela 14 ! Correlações de Spearman entre as dimensões bipolares de gestores e sociais. 122

Tabela 15 ! Correlações de Pearson entre as dimensões bipolares de gestores e sociais. ...123

Tabela 16 ! Correlações de Spearman entre as dimensões bipolares de gestores e sociais. 123

Tabela 17 ! Correlações de Pearson (!) e Spearman (r) entre a avaliação global e parcial de
qualidade de vida no trabalho.................................................................................................124

Tabela 18 ! Correlações de Pearson (!) e Spearman (r) entre a compatibilidade direta e


percepção de qualidade de vida no trabalho...........................................................................125
5

Tabela 19 ! Correlações de Pearson (!) e Spearman (r) entre as dimensões bipolares e a


qualidade de vida no trabalho.................................................................................................127

Tabela 20 ! Correlações de Pearson (!) e Spearman (r) entre as compatibilidades objetiva e


subjetiva e a qualidade de vida no trabalho............................................................................131

Tabela 21 ! Regressões lineares múltiplas da compatibilidade subjetiva e o estado pessoal de


qualidade de vida no trabalho de subordinados pelo método de seleção Stepwise................138

Tabela 22 ! Regressões lineares múltiplas da compatibilidade objetiva e o estado pessoal de


qualidade de vida no trabalho de gestores subordinados pelo método de seleção Stepwise. 142
6

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 ! Distribuição de frequências da escolaridade de gestores e subordinados. ........104

Gráfico 2 ! Porcentagem de gestores em relação ao tempo de empresa..............................105

Gráfico 3 ! Porcentagem de subordinados em relação ao tempo de empresa. ....................105

Gráfico 4 ! Distribuição de frequências de gestores e subordinados nas respectivas faixas


salariais. ..................................................................................................................................108

Gráfico 5 ! Distribuição de frequências de qualidade de vida no trabalho de gestores e


subordinados...........................................................................................................................112

Gráfico 6 ! Distribuição de frequências da categorização dos critérios de qualidade de vida


no trabalho de gestores e subordinados no modelo biopsicossocial e organizacional (BPSO).
................................................................................................................................................114

Gráfico 7 ! Distribuição de frequências sobre gostar do gestor. ..........................................117

Gráfico 8 ! Distribuição de tempo de relacionamento das díades da amostra. ....................118

Gráfico 9 ! Linearidade dos resíduos da regressão da qualidade de vida no trabalho de


subordinados com a compatibilidade subjetiva. .....................................................................141

Gráfico 10 ! Resíduos da regressão entre o estado pessoal de qualidade de vida no trabalho


dos gestores e a compatibilidade objetiva algébrica. .............................................................144

Gráfico 11 ! Resíduos da regressão entre o estado pessoal de qualidade de vida no trabalho


dos gestores e a compatibilidade objetiva modular. ...............................................................146

Gráfico 12 ! Resíduos da regressão entre o estado pessoal de qualidade de vida no trabalho


dos gestores e a compatibilidade objetiva quadrática. ...........................................................148

Gráfico 13 ! Gráfico de normalidade dos resíduos não padronizados. ................................149


7

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 ! Dinâmica da alteração do estado de equilíbrio do indivíduo. ...............................30

Figura 2 ! Transcrição do modelo teórico das relações entre os tipos motivacionais de


valores, tipos de valores de ordem superior e dimensões bipolares de valores. .......................47

Figura 3 ! Transcrição do modelo proposto da relação entre as prioridades de valores


pessoais e sociais, visão de mundo, ideologias e as decisões de comportamento e atitudes. ...55

Figura 4 ! Transcrição do modelo de análise de díades. ........................................................73

Figura 5 ! Modelo teórico da pesquisa. ..................................................................................78

Figura 6 ! Fluxograma das etapas do levantamento de dados................................................93

Figura 7 ! Escalas de compatibilidade. ................................................................................129


8
9

1. INTRODUÇÃO

O ser humano, inclusive no ambiente organizacional, estabelece relações interpessoais para


atingir objetivos (ARGANDOÑA, 2003). Dentre as diversas formas de interações possíveis
criam-se as díades. De acordo com Becker e Useem (1942), as díades são formadas pelo
desenvolvimento de relações significativas e relativamente duradouras entre duas pessoas por
um período de tempo suficiente para que ambas tenham condições de discernir e identificar ao
menos uma parte das características da personalidade da outra pessoa. Ainda segundo os
autores, as pessoas assumem essas relações diáticas, pois enxergam oportunidades para
satisfazer necessidades do ego nessa interação.

Cada pessoa assume e desempenha um papel na díade. Consequentemente, as características


individuais de seus membros influenciarão a qualidade da interação. Mas esses papéis
assumidos são influenciados pelo ambiente no qual a díade está inserida (BECKER; USEEM,
1942; ANDERSON, 1994). Ou seja, esse contexto explicará em parte o comportamento de
cada um de seus membros, bem como as reações deles ao comportamento do outro. Então,
compreender os mecanismos que subjazem as díades pode contribuir para o entendimento da
conduta das pessoas no ambiente social (BECKER; USEEM, 1942).

As díades podem ocorrer em quaisquer tipos de pares de pessoas, sejam elas colegas de
trabalho, casais, amigos, pais e filhos, dentre outros (BECKER; USEEM, 1942). Dessas
possíveis formas, a díade gestor-subordinado é largamente pesquisada na Administração, pois
alguns enfoques específicos explorados nessa relação mostraram-se relevantes para a
compreensão do comportamento organizacional e da gestão de pessoas nas organizações
(KRISTOF, 1996; VAN VIANEN, 2000; KRISTOF-BROWN; ZIMMERMAN; JOHNSON,
2005). Dentre esses enfoques podem-se citar como exemplos estudos que buscaram
compreender as relações entre: estilos cognitivos de líderes e liderados e a preferência pelo
tipo de líder (ALLINSON; ARMSTRONG; HAYES, 2001), a cordialidade dos gestores e o
desempenho de subordinados (CROUCH; YETTON, 1988), a personalidade do orientado e a
efetividade do processo de mentoria (TURBAN; DOUGHERTY, 1994) e o impacto da
10

similaridade entre avaliador e candidato nas decisões de contratação nos processos seletivos
(GRAVES; POWELL, 1995).

Uma das correntes que impulsionaram o estudo da díade gestor-subordinado na gestão de


pessoas é a teoria da troca entre líder e liderado (GRAEN; UHL-BIEN, 1995). Conforme a
revisão histórica de Graen e Uhl-Bien (1995), a teoria da troca entre líder e liderado
fundamentou-se em estudos anteriores sobre a socialização no trabalho (GRAEN; ORRIS;
JOHNSON, 1973; JOHNSON; GRAEN, 1973) e a ligação diática vertical (DANSEREAU;
GRAEN; HAGA, 1975; GRAEN; SCHIEMANN, 1978). A partir desses estudos foi possível
perceber que “[...] muitos dos processos administrativos nas organizações ocorriam com base
em uma díade, com gestores desenvolvendo relações diferenciadas entre os profissionais sob
sua supervisão.”1 (GRAEN; UHL-BIEN, 1995, p. 226, tradução nossa). Ainda segundo Graen
e Uhl-Bien (1995), uma série de estudos posteriores atestaram diversas relações entre os
líderes e seus liderados até Graen, Novak e Sommerkamp (1982) adotarem o termo “teoria da
troca entre líder e liderado”.

A teoria da troca entre líder e liderado prevê que o líder diferencia seus subordinados e
estabelece relações de natureza distinta com cada um deles (GRAEN; UHL-BIEN, 1995).
Essa afirmação baseia-se na teoria da ligação diática vertical de Dasenreau et al. (1975), para
a qual um líder não apresenta um comportamento médio para todos os seus liderados. Na
verdade, o gestor estabeleceria relações de liderança diferentes com cada um deles.

Ainda sob o ponto de vista da teoria da troca entre líder e liderado, o gestor cria dois grupos
distintos de subordinados: (a) o primeiro com as pessoas que estão no seu núcleo próximo !

o grupo de “dentro” ! e (b) o segundo com os excluídos do círculo ! o grupo de


“fora” (GRAEN; UHL-BIEN, 1995). Ao fazer isso, o líder estabelece relações mais afetivas
com parte da equipe (pertencente ao grupo de dentro) em detrimento dos outros membros.

As relações denominadas de alta qualidade (praticadas com os membros mais próximos) são
baseadas na confiança, lealdade, respeito e sentimento de obrigação entre as partes. Já as

1 “[...] many managerial processes in organizations were found to occur on a dyadic basis, with managers
developing differentiated relationships with professional direct reports.” (GRAEN; UHL-BIEN, 1995, p. 226).
11

relações de baixa qualidade são caracterizadas por interações distantes, com baixa confiança e
respeito, sendo que o convívio entre gestor e subordinado se sustenta apenas pelas atividades
determinadas no contrato formal de trabalho e nas atividades do cargo (DANSEREAU;
GRAEN; HAGA, 1975; GRAEN; UHL-BIEN, 1995).

As possíveis relações entre a qualidade das interações entre os gestores e os grupos distintos
de subordinados foram testadas empiricamente por Huang et al. (2010). Segundo os
resultados da pesquisa dos autores, os subordinados que pertencem às díades de alta qualidade
com o gestor recebem mais confiança, respeito, suporte emocional, recursos, recompensas e
acesso a informação dentro da empresa. Ou seja, o líder efetivamente trata seus subordinados
de forma diferente.

Para diferenciar os indivíduos da equipe o líder utiliza, dentre diversos critérios possíveis, a
compatibilidade de características (DUCHON; GREEN; TABER, 1986). Essa
compatibilidade abarcará tanto a questão da similaridade entre o gestor e o subordinado !

compatibilidade suplementar ! quanto a complementaridade entre esses entes, em um


sentido de que um deles preenche um requisito importante para o outro ! compatibilidade

complementar (KRISTOF-BROWN; ZIMMERMAN; JOHNSON, 2005).

O critério da similaridade usado pelo gestor tem como base o paradigma da atração pela
semelhança de Byrne (1962). Conforme o autor, as pessoas buscam afiliar-se a outras que
possuem crenças, atitudes ou outras características semelhantes às suas, pois ao fazerem isso
manifestam respostas afetivas positivas de identificação, sentindo-se recompensadas por
satisfazer suas necessidades de afiliação social. No caso em que se deparam com pessoas
diferentes, não conseguirão estabelecer a identificação ou reforço de suas crenças, atitudes ou
outras características e, por isso, tenderão a manifestar reações afetivas negativas.

Ademais, o critério da complementaridade se sustenta em teorias como a da


complementaridade de necessidades de Winch, Kstanes e Kstanes (1954). De acordo com os
autores, boas relações interpessoais podem resultar da satisfação mútua de necessidades entre
as partes mesmo que elas não sejam similares, pois elas podem ser complementares. Ou seja,
12

um indivíduo pode possuir uma característica diferente do outro membro da díade, no entanto
essa característica garante algum benefício que a pessoa sozinha não conseguiria obter e com
isso elas aceitam as relações com esse outro indivíduo diferente.

A compatibilidade na relação entre gestor e subordinado tem demonstrado sua contribuição


para o entendimento do comportamento organizacional sob diversos enfoques: congruência
percebida entre gestor e subordinado e a entrega de resultados dos subordinados (PULAKOS;
WEXLEY, 1983), congruência de atitudes dos integrantes da díade e satisfação no trabalho
(WEXLEY et al., 1980) ou similaridade entre gestor e subordinado e sua relação com o
burnout (WESOLOWSKI; MOSSHOLDER, 1997; HUANG et al., 2010).

Além desses, estudos sobre compatibilidade de diversos tipos também têm acrescentado
grandes contribuições para o estudo do comportamento organizacional e da congruência dos
indivíduos com a organização (TEIXEIRA; PEREIRA, 2008), indicando essa linha de
pesquisa como relevante para o avanço do conhecimento na área de gestão de pessoas.
Podem-se citar, por exemplo, Ng e Burke (2005), Billsberry (2007) e Backhaus (2003),
estudos que buscaram compreender a compatibilidade entre o indivíduo e a organização e
suas influências no processo de recrutamento e seleção ou Liden e Graen (1980) que
estudaram a relação entre a compatibilidade da díade e o turnover.

Ainda no campo da Administração, segundo os resultados da pesquisa de Huang et al. (2010),


os subordinados que pertencem às díades de alta qualidade com o gestor recebem mais
confiança, respeito, suporte emocional, recursos, recompensas e acesso a informação dentro
da empresa. Isso posto, pode-se supor que quanto maior é a compatibilidade entre os
membros da díade, melhor será a qualidade da relação entre eles (GRAEN; SCHIEMANN,
1978).

A compatibilidade na teoria da troca entre líder e liderado também pode ser estudada pela
ótica dos valores humanos (ENZ, 1988; WITT, 1998). “Um valor é um princípio analógico
implícito construído a partir do julgamento sobre a capacidade das coisas, pessoas, ações e
13

atividades de garantir a melhor forma de viver possível.”2 (ROHAN, 2000, p. 270, tradução
nossa, grifo da autora). Como os valores representam o que é importante na vida das pessoas,
persegui-los traz consequências psicológicas, sociais e práticas que podem conflitar com a
busca por satisfazer outros valores (BARDI; SCHWARTZ, 2003).

Assim sendo, de acordo com Bardi e Schwartz (2003) e Torelli e Kaikati (2009), a maneira
natural de um indivíduo perseguir um valor é comportar-se de formas pelas quais os interesses
que esses valores servem sejam promovidos e satisfeitos, pois essa expressão resultará em
recompensas ao indivíduo. Consequentemente, as pessoas tendem a exprimir sentimentos
positivos no momento em que seus valores podem ser expressos e negativos e agressivos para
proteger seus valores mais relevantes (SCHWARTZ, 2005b). Então, os valores manifestam no
indivíduo sentimentos positivos ou negativos, determinando sua preferência sobre algo em
relação às outras coisas (TAMAYO et al., 1998).

Considerando que nas relações diáticas de alta qualidade exista maior confiança, respeito,
suporte emocional, recursos, recompensas e acesso a informação dentro da empresa (HUANG
et al., 2010) e maior compatibilidade entre os indivíduos (GRAEN; SCHIEMANN, 1978),
seria possível indagar se a compatibilidade de valores entre os membros da díade gestor-
subordinado impactaria na percepção de qualidade de vida no trabalho desses membros.

Segundo Steiner (1988), Krishnan (2002) e Brown e Trevino (2009), líderes e liderados que
compartilham valores estabelecem interações de alta qualidade. Isso é possível na medida em
que os membros da díade inferem os valores do outro membro a partir da constante interação
entre eles (STEINER, 1988). Dessa inferência resulta o julgamento das pessoas sobre a
similaridade ou não com o parceiro (ROCCAS et al., 2002). Com isso, líderes colocarão as
pessoas com valores semelhantes no grupo de dentro.

A qualidade de vida no trabalho pode ser entendida como a condição experimentada por um
indivíduo resultante da comparação cognitiva entre sua posição atual de vida no trabalho e seu
padrão desejado, levando em conta o conjunto de escolhas de comportamento, metas e

2 “A value is an implicit analogical principle constructed from judgements about the capacity of things, people,
actions, and activities to enable best possible living.” (ROHAN, 2000, p. 270, grifo da autora).
14

estímulos do ambiente que esse indivíduo experimentou até um determinado ponto no tempo,
bem como suas expectativas futuras de resultados (RICE et al., 1985; WHOQOL-GROUP,
1995; DIENER et al., 1999; MARTEL; DUPUIS, 2006). Isso posto, os valores representariam
critérios utilizados na determinação da qualidade de vida no trabalho de uma pessoa.

Como a impossibilidade de expressão dos valores gera sentimentos afetivos negativos por
parte do indivíduo, é razoável supor que o conflito de valores na relação entre gestor e
subordinado afete a qualidade de vida dessas pessoas. Então, uma relação diática de alta
qualidade, na qual seus membros compartilhem valores, deve afetar positivamente a
percepção de qualidade de vida no trabalho de gestores e subordinados.

Embora ainda controversa (BERNARD; GEBAUER; MAIO, 2006), a relação entre a


compatibilidade de valores e o bem-estar subjetivo tem sido identificada em alguns estudos.
Pesquisas, como a de Sagiv e Schwartz (2000) sobre a relação entre a congruência de valores
pessoais e o bem-estar subjetivo, a de Bouckenooghe et al. (2005) quanto a predição de
estresse negativo pelo conflito de valores, a de Lönnqvist et al. (2009) sobre a relação entre a
compatibilidade de valores pessoais e do departamento acadêmico que estudantes escolheram
e o bem-estar subjetivo desses estudantes e a de Rohan e Maiden (2000) apud Rohan (2000)
sobre as associações entre a compatibilidade dos valores pessoais dos professores e de suas
percepções em relação aos valores da escola que trabalham e o estresse negativo desses
professores, têm apresentado evidências importantes que apontam para uma relação entre a
compatibilidade de valores e o estado pessoal de qualidade de vida no trabalho.

No entanto, menor atenção tem sido dada ao estudo da relação direta entre conflito de valores
e qualidade de vida no trabalho, principalmente na relação diática entre gestores e
subordinados.

Então, pesquisar a relação da compatibilidade de valores e o estado pessoal de qualidade de


vida no trabalho das pessoas, principalmente no caso da díade entre gestor e subordinado,
pode promover uma melhor compreensão da dinâmica do comportamento organizacional e do
relacionamento interpessoal entre gestor e subordinado. Ademais, pode suscitar futuras
indagações referentes ao impacto da compatibilidade de valores para a gestão da qualidade de
15

vida no trabalho, da promoção e remuneração, da liderança e da gestão de carreira.


Compreender essa relação, consequentemente, pode servir como base para a adoção de
políticas e estratégias de gestão de pessoas no ambiente organizacional. Essa ponderação é
mais relevante ao se levar em conta os resultados da pesquisa de Fischer et al. (2011), que
apontou como um dos grandes desafios da gestão de pessoas nas organizações o
desenvolvimento e a capacitação dos gestores.

1.1 Pressupostos teóricos do problema de pesquisa

Há uma aparente interdependência entre um indivíduo e o ambiente (tudo aquilo que cerca,
inclusive outras pessoas, e influencia esse indivíduo em qualquer sentido). “Vivemos em
sociedade, não como opção, mas como imposição, em virtude de nossa própria condição de
ser humano.” (LIMONGI-FRANÇA; RODRIGUES, 2007, p. 17). Os indivíduos
desenvolvem-se nesse meio, participam das características dele e constantemente dependem
desse ambiente (ASCH, 1960). Ou seja, os indivíduos de alguma forma são influenciados
pelas características do ambiente no qual estão inseridos.

Essa interação entre a pessoa e o ambiente pode ser observada empiricamente. Por exemplo,
Ogbonna e Harris (2000) identificaram que a relação entre o perfil dos líderes e a
performance organizacional é intermediada pela cultura organizacional e Borges et al. (2002)
reconheceram a influência dos valores organizacionais na síndrome de burnout dos
trabalhadores. Sob uma ótica diferente, Bech (2005) identificou a falta de suporte social
dentro das organizações como um fator preditor do estresse negativo e Edimansyah et al.
(2007) e Rusli, Edimansyah e Naing (2008) encontraram fortes evidencias do impacto do
suporte social na qualidade de vida no trabalho de funcionários.

No entanto, ainda que sofra influência do meio, cada pessoa é um indivíduo e não pode ser
considerada meramente como um resultado das determinações desse ambiente (BANDURA,
2001), pois “[...] possui propriedades próprias e até oferece oposição e resistência ao
ambiente.” (ASCH, 1960, p. 60). Ainda que realize trocas constantes com o meio no qual está
16

inserido, o indivíduo buscará sempre manter sua integridade, identidade e propriedades


(ASCH, 1960; ZAVALLONI, 1980).

Duas correntes teóricas defendem o indivíduo como alguém único: as teorias da personalidade
e da motivação humana. No primeiro caso, os teóricos da personalidade atribuem-na uma
condição de expressão da individualidade. Por exemplo, Allport (1951) define a personalidade
como a organização dos sistemas psico-físicos do indivíduo que determinarão seus ajustes
singulares ao ambiente. Essa singularidade seria influenciada pelos traços da personalidade,
características distintivas de uma pessoa que conduzem o comportamento desse indivíduo
para que se expresse de uma maneira particular (CLONINGER, 2003).

No segundo caso de corrente teórica, o da motivação humana, as teorias apontam que a


necessidade humana impulsiona e energiza o comportamento, motivando o indivíduo para a
ação (BERGAMINI, 1997). Com isso, a pessoa buscará dentre os diversos fatores de
satisfação disponíveis no ambiente àquele que melhor atender às suas necessidades
individualizadas. Nesse sentido, a motivação é intrínseca às necessidades humanas e não
deriva do ambiente externo ao indivíduo (ARCHER, 1997), apenas sofre influência dele
(MASLOW, 1943). Como as pessoas são motivadas por necessidades distintas, pode-se
considerar que seja pela ótica da personalidade ou da motivação humana, tem-se a condição
do indivíduo como um ser único.

Constatações empíricas corroboram a ideia de que o indivíduo é único e possui


singularidades. Ao estudarem os estereótipos de gerações, Wong et al. (2008), concluem que
as diferenças individuais são mais significativas para a determinação da estratégia de gestão
de pessoas do que as características compartilhadas entre pessoas de uma geração. Além
disso, quanto à personalidade das pessoas, estudos evidenciaram diferenças individuais entre
os respondentes, como em Bolton (2010), Bensi et al. (2010), Chi (2009) e Mohammed
(2003).

Pela perspectiva dos valores humanos também é possível observar a idiossincrasia das
pessoas. Tamayo et al. (1998), Gandal et al. (2005) e Antonio et al. (2009) encontraram
diferenças ou particularidades nas prioridades axiológicas de indivíduos com profissões
17

distintas. Ademais, Fischer e Schwartz (2010) identificaram que a concordância de valores


das pessoas de um mesmo país é baixa.

Então, considerando os indivíduos como singulares e influenciados pelo ambiente no qual


estão inseridos, o que determinaria a ação humana? Essa relação entre indivíduo e ambiente
para a ação humana pode ser interpretada pela ótica do determinismo recíproco de Bandura
(1999). Segundo o autor, não somente o ambiente influencia a pessoa, mas também essa
pessoa, com suas características individuais, intervém no meio no qual está inserida de forma
inter-relacionada. Ou seja, os três elementos ! comportamento, fatores ambientais e

características do indivíduo ! agem de forma conjunta na determinação da ação humana.

“[...] o comportamento e as condições ambientais funcionam como determinantes que interagem


de forma recíproca. Os fatores pessoais internos (por exemplo, concepções, crenças, percepções
pessoais) e o comportamento também agem como determinantes recíprocos um dos
outros.” (BANDURA, 2008, p. 46).

Assim sendo, para entender a ação humana é necessário compreender as relações das pessoas
com o meio na qual estão inseridas, lembrando que outros indivíduos também fazem parte
desse ambiente.

De acordo com Asch (1960), cada ser humano busca seus objetivos no meio social e está
destinado a interagir com outras pessoas. Essa interação ocorrerá entre indivíduos congruentes
ou incongruentes entre si (pessoas que possuem metas, crenças, valores, necessidades, dentre
outras coisas, similares ou distintas em relação aos outros).

Essa multiplicidade de interações congruentes e incongruentes gera potenciais situações de


concordância ou discordância. As situações de concordância tendem a gerar reações positivas
nos indivíduos, pois as pessoas acreditam interagir com entidades semelhantes (AMIT;
ROCCAS; MEIDAN, 2010). Esse fenômeno, o da projeção social, é a tendência de um
indivíduo de estimar que outras pessoas pensam, sentem e se comportam de forma similar a
ele (MARKS; MILLER, 1987). As pessoas buscam a projeção social motivadas pela
necessidade de consistência cognitiva (CLEMENT; KRUEGER, 2002), pela necessidade de
reforçar a auto-estima (MARKS; MILLER, 1987) e pelas necessidades de pertencer a um
18

grupo, de sentir-se como normal e querido e de validação de seus pensamentos e opiniões


(AMES, 2004). Nesse sentido, concordar com outra pessoa significa satisfazer essas
necessidades, o que geraria resultados afetivos positivos para o indivíduo.

Ademais, a concordância gerando resultados positivos para os indivíduos também pode ser
explicada pelo paradigma da atração pela semelhança (BYRNE, 1962) e pela teria da
comparação social (FESTINGER, 1954). Segundo Byrne (1962), as pessoas afiliam-se a
outras que possuem crenças, atitudes ou outras características semelhantes, pois ao fazer isso
manifestam respostas afetivas positivas de identificação, sentindo-se recompensadas por
satisfazer suas necessidades de afiliação social. Para Festinger (1954), as pessoas são atraídas
por situações nas quais as outras pessoas envolvidas são semelhantes a elas em habilidades e
opiniões, pois isso reforça suas características individuais. Por ambas teorias, pode-se
identificar a concordância entre indivíduos como fator gerador de reações afetivas positivas.

Alguns estudos evidenciam uma relação positiva entre concordância das pessoas e as suas
reações afetivas positivas. Dineen, Ash e Noe (2002) observaram que a atração de pessoas foi
maior em processos de recrutamento pela internet que incluíram alguma ferramenta de
resposta comunicando a compatibilidade entre o interessado pela vaga e a empresa. Ademais,
Pulakos e Wexley (1983) concluem que a percepção de similaridade entre o empregado e seu
supervisor impulsionou o desempenho dos indivíduos. De acordo com Amit, Roccas e Meidan
(2010), as pessoas percebem que as políticas de seus partidos são consistentes com a sua visão
de política e por isso aderem a esses partidos. Knight (1980) identificou que participantes de
um jogo preferem interagir com outros participantes que adotam comportamentos
semelhantes a eles em vez de jogadores que poderiam maximizar seus resultados. Além
desses, Schaubroeck e Lam (2002) e Tsui e O’Reilly (1989) encontraram relações positivas
entre a similaridade de gestores e subordinados e o avanço na carreira desses subordinados.

De forma análoga, se similaridades e concordância geram reações positivas, diferenças e


discordância entre os indivíduos devem estimular reações negativas e conflitos, causando, por
conseguinte, estresse negativo e decréscimo do estado pessoal de qualidade de vida das
pessoas.
19

Pode-se inferir essa relação por meio da definição de conflito interpessoal. Os conflitos
interpessoais são “[...] um processo dinâmico que ocorre entre partes interdependentes ao
experimentarem reações de emoções negativas às percepções de discordância e interferência
na consecução de seus objetivos.”3 (BARKI; HARTWICK, 2004, p. 234, tradução nossa).
Empiricamente, por exemplo, Friedman et al. (2000) testaram a relação entre conflito e
estresse negativo em uma amostra de 82 membros de um departamento de clínica médica de
uma universidade americana e encontraram uma relação significativa entre as variáveis,
evidência corroborada por Tsuno et al. (2009) quanto aos conflitos intragrupo e intergrupo e
por Inoue e Kawakami (2010) que encontraram associações entre conflitos interpessoais e a
depressão.

Considerando o ambiente organizacional é possível supor que as relações de congruência e


incongruência também estão presentes. “[...] uma organização é um grupo de pessoas cujas
ações são coordenadas para que sejam atingidos certos resultados nos quais todos tenham
interesse, não necessariamente pelas mesmas razões.”4 (ARGANDOÑA, 2003, p. 19, grifo
do autor, tradução nossa). Assim sendo, a organização também pode servir como fonte de
desafios ao estado pessoal de qualidade de vida dos indivíduos (WALTON, 1973;
FERNANDES; GUTIERREZ, 1988; ALBUQUERQUE; LIMONGI-FRANÇA, 1998;
DIENER et al., 1999; GOULART; SAMPAIO, 2004; LIMONGI-FRANÇA; RODRIGUES,
2007; DEJOURS et al., 2009).

Por exemplo, o aumento da competitividade global e o desenvolvimento tecnológico acirram


a competição dos indivíduos por melhores cargos (ALBUQUERQUE; LIMONGI-FRANÇA,
1998). Essa competição induz a um “[...] maior tempo de vida trabalhando em atividades
produtivas, maior consciência do direito à saúde, apelos a novos hábitos e estilos
comportamentais [...]” (LIMONGI-FRANÇA, 2008, p. 22), criando novas demandas de
saúde.

3 “[...] a dynamic process that occurs between interdependent parties as they experience negative emotional
reactions to perceived disagreements and interference with the attainment of their goals.” (BARKI;
HARTWICK, 2004, p. 234).
4“[...] an organization is a group of people whose actions are coordinated in order to achieve certain results in
which they all have an interest, although not necessarily for the same reasons.” (ARGANDOÑA, 2003, p. 19,
grifo do autor).
20

Além dessas transformações, Meireles (2004) aponta que a sociedade globalizada da


informação e a era do conhecimento, ditadas socialmente como a “[...] condição inevitável de
sobrevivência.” (MEIRELES, 2004, p. 83), ao estimularem a miséria e a marginalidade,
fragmentam o tecido social e, assim sendo, criam condições anômicas. Ao não existir normas
compartilhadas, as relações interpessoais são pautadas pela insegurança, servindo como mais
uma fonte de conflitos interpessoais que causariam uma piora na qualidade de vida dos
indivíduos.

As práticas de gestão de pessoas têm, dentre outras finalidades, o objetivo da administração


dos conflitos interpessoais na organização ao tentar compatibilizar as expectativas das pessoas
que a compõe para que se possam atingir objetivos organizacionais (ARGANDOÑA, 2003;
DUTRA, 2009). Desde o recrutamento e seleção, busca-se a congruência entre os indivíduos e
a organização, pois essa congruência está ligada a atitudes de satisfação com o trabalho e
intenção de sair da empresa (CABLE; JUDGE, 1996). Em um passo subsequente ao
recrutamento, as táticas de socialização aumentam a homogeneidade dos indivíduos (DE
COOMAN et al., 2009) ao adequarem seus valores aos da empresa (CABLE; PARSONS,
2001), aumentando a percepção de compatibilidade entre indivíduo e a organização (KIM;
CABLE; KIM, 2005). Essa compatibilidade cria contextos éticos (VALENTINE; GODKIN;
LUCERO, 2002), que devem reduzir o impacto dos conflitos.

Como as organizações são compostas, dentre tantas outras coisas, de pessoas


(ARGANDOÑA, 2003) que podem ter perfis diferentes (ANTONIO et al., 2009), as
interações entre elas potencializam o conflito interpessoal (LIMONGI-FRANÇA;
RODRIGUES, 2007) conforme visto anteriormente. Portanto, pode-se considerar que tanto a
dinâmica das organizações quanto sua composição por pessoas congruentes e incongruentes
representam desafios à qualidade de vida dos indivíduos na medida em que potencializam ou
reduzem os efeitos dos conflitos interpessoais. Isso posto, qual seria o papel do gestor na
administração dessas relações?

Gestores são criadores ou modificadores da cultura organizacional (SCHEIN, 2009),


elaboram e implementam as políticas e práticas organizacionais (FISCHER;
ALBUQUERQUE, 2005), seus estilos de liderança têm impacto no desempenho de seus
21

subordinados (OGBONNA; HARRIS, 2000; MACIK-FREY et al., 2009) e suas


personalidades são mediadoras éticas de conflitos (CHI; FRIEDMAN; YANG, 2009). Por
todas essas condições, os gestores podem ser considerados como mediadores éticos de
conflitos (CHI; FRIEDMAN; YANG, 2009; KOONMEE et al., 2010), e, consequentemente,
suas decisões afetariam a qualidade de vida no trabalho de seus subordinados (QUICK et al.,
2007; KOONMEE et al., 2010).

De acordo com evidências empíricas de estudos, o apoio de supervisores ameniza as


consequências do humor deprimido no trabalho (STONER; PERREWÉ, 2007), melhora a
percepção de saúde dos subordinados (EDIMANSYAH et al., 2007) e funciona como redutor
da intenção de sair da empresa (KORUNKA; HOONAKKER; CARAYON, 2008).

Contudo, os gestores também podem ser importantes fontes de conflitos (FUJIWARA et al.,
2003) e estresse negativo (PASCHOAL; TAMAYO, 2004), tornando-os um fator crítico para
a qualidade de vida no trabalho nas organizações (LIMONGI-FRANÇA, 2008). Por exemplo,
de acordo com Bauer e Green (1996), os gestores priorizam subordinados que possuem mais
afinidades com eles em detrimento de quem é incompatível, representando uma grande fonte
de conflitos na equipe.

Então, se o gestor tem impacto nos conflitos interpessoais na organização e ele prioriza
indivíduos semelhantes em sua equipe, pode-se supor que a congruência de características
entre supervisores e subordinados influencie no estado pessoal de qualidade de vida desses
subordinados.

Portanto, a partir do que foi discutido, tem-se os seguintes pressupostos para o problema desta
pesquisa:

a) O indivíduo é um ser único, particularmente quanto a sua personalidade e valores, mas está
inserido em um meio social ! composto inclusive por outras pessoas semelhantes ou

diferentes a ele ! que exerce influência sobre esse indivíduo e que é transformado por ele
(BANDURA, 1999).
22

b) A incongruência entre as pessoas é uma fonte de conflitos interpessoais (BARKI;


HARTWICK, 2004). Esses conflitos geram emoções negativas, estresse negativo e
consequentemente declínio do estado pessoal de qualidade de vida (DREU;
DIERENDONCK; DIJKSTRA, 2004).
c) As organizações, por serem formadas por pessoas (ARGANDOÑA, 2003) provavelmente
incongruentes entre si (ANTONIO et al., 2009) em diversas características, são potenciais
geradoras de conflitos (ALBUQUERQUE; LIMONGI-FRANÇA, 1998).
d) Os gestores, além de serem mediadores dos conflitos interpessoais dentro da organização
por uma série de mecanismos (CHI; FRIEDMAN; YANG, 2009; KOONMEE et al., 2010),
também representam fontes de conflito e estresse negativo para seus subordinados
(FUJIWARA et al., 2003; PASCHOAL; TAMAYO, 2004) e, portanto, podem ser encarados
como um fator crítico para a qualidade de vida no trabalho de seus subordinados (LIMONGI-
FRANÇA, 2008).
e) Considerando que quanto menor for a quantidade de conflitos, melhor será a percepção de
bem-estar e consequentemente a de qualidade de vida no trabalho (DREU; DIERENDONCK;
DIJKSTRA, 2004).

1.2 Problema de pesquisa e objetivos

Tendo como base os pressupostos discutidos na seção anterior, chega-se ao problema


fundamental deste estudo: quais são as relações entre a compatibilidade diática dos valores
dos gestores e de seus subordinados e o estado pessoal de qualidade de vida no trabalho
desses gestores e subordinados? Buscar-se-á entender se a compatibilidade de valores entre
gestor e subordinado afeta o estado pessoal de qualidade de vida no trabalho dos membros
dessa díade.

Para responder o problema de pesquisa, este estudo perseguiu os seguintes objetivos: (a)
investigar a associação entre a compatibilidade dos valores pessoais dos subordinados e os
valores sociais dos subordinados com relação aos seus gestores (compatibilidade subjetiva) e
o estado pessoal de qualidade de vida no trabalho desses subordinados e (b) pesquisar a
associação entre a compatibilidade dos valores pessoais de gestores e dos subordinados
23

(compatibilidade objetiva) e o estado pessoal de qualidade de vida no trabalho desses gestores


e subordinados.

Decorrente dos objetivos primários, este estudo buscou destacar qual dos tipos de
compatibilidade (subjetiva e objetiva) teve mais efeito sobre o estado pessoal de qualidade de
vida no trabalho dos membros da díade, conforme recomendações de futuras pesquisas de
Schwartz (2011). Segundo indagação do autor: “O que é mais crítico: a compatibilidade com
os valores reais ou com os percebidos no ambiente? Será que a compatibilidade de alguns
valores tem mais impacto no bem-estar que a compatibilidade de outros?”5 (SCHWARTZ,
2011, p. 312, tradução nossa).

Finalmente, cabe ressaltar que as definições operacionais dos termos do problema de pesquisa
serão fundamentadas no referencial teórico deste trabalho e serão destacadas em seção
específica na parte do método de pesquisa.

5“What is more critical: the fit with the actual or with the perceived values in the environment? Does the fit on
some values have more impact on well-being than the fit on others?” (SCHWARTZ, 2011, p. 312).
24
25

2. REFERENCIAL TEÓRICO

No referencial teórico, serão discutidos primeiramente os conceitos de qualidade de vida no


trabalho, valores pessoais e valores sociais, bem como estudos que relacionam esses
conceitos. Posteriormente, partir-se-á para uma exploração da compatibilidade diática entre
gestores e subordinados e uma discussão sobre sua mensuração e operacionalização.

2.1 O estado pessoal de qualidade de vida no trabalho

Conforme Goulart e Sampaio (2004), o conceito de qualidade de vida no trabalho, sob a ótica
extremamente ampla da abordagem do senso comum, nasce com as primeiras mobilizações
das civilizações no sentido de reduzir o mal-estar e o excessivo esforço físico no trabalho. No
entanto, é apenas com a “[...] sistematização dos métodos de produção, nos séculos XVII e
XIX, que as condições de trabalho passaram a ser estudadas de forma científica [...]” (p.
26-27). Ainda segundo os autores, na abordagem científica os economistas liberais, seguidos
pelos administradores científicos e por pesquisadores da Escola das Relações Humanas,
desenvolveram estudos que apesar de não abordarem diretamente a qualidade de vida no
trabalho das pessoas criaram uma base de evidências suficientes para alavancar a pesquisa
sobre o tema no âmbito das organizações.

Dentre as abordagens científicas sobre o conceito de qualidade de vida no trabalho, percebe-


se uma grande pluralidade de definições (ALBUQUERQUE; LIMONGI-FRANÇA, 1998;
FERNANDES; GUTIERREZ, 1988; NADLER; LAWLER, 1983; KORUNKA;
HOONAKER; CARAYON, 2008; ELIZUR; SHYE, 1990; SIRGY et al., 2001). Essa
pluralidade pode ser observada nos trabalhos de Hsu e Kernohan (2006), Limongi-França
(1996), Kanikadan (2005) e Martel e Dupuis (2006), que apresentam tabelas resumo de
diversas definições de qualidade de vida no trabalho sob a ótica de distintas perspectivas.

Como resultado dessa pluralidade, Martel e Dupuis (2006), em pesquisa bibliométrica,


destacam que poucos artigos têm efetivamente avançado em contribuições teóricas que
26

circunscrevam adequadamente o fenômeno da qualidade de vida no trabalho. Aparentemente


essa pluralidade ainda existe, como pode ser observado no Quadro 1 a seguir.

Quadro 1 ! Resumo de diferentes conceitos de qualidade de vida no trabalho.

Referência Ênfase do conceito de qualidade de vida no trabalho

Qualidade de vida no trabalho é um conceito multidimensional e


Hannif, Burgess e Connell (2008) dinâmico que busca incorporar todas e quaisquer medidas
subjetivas e objetivas relacionadas à qualidade do emprego.

Qualidade de vida no trabalho pode ser representada pelas


Korunka, Hoonakker e Carayon (2008) dimensões satisfação no trabalho, envolvimento organizacional e
desgaste emocional.

Qualidade de vida no trabalho significa satisfazer as diversas


Cheung e Tang (2009) necessidades dos empregados.

Qualidade de vida no trabalho é representada pelas dimensões:


Kompier et al. (2009) carga de horas de trabalho, características psicossociais e carga
física do trabalho.

Qualidade de vida no trabalho significa estar satisfeito com o


Otto, Glaser e Dalbert (2009) trabalho.

A qualidade de vida no trabalho é o conjunto individual de escolhas


de bem-estar que gera resultados positivos ao ser humano, como
Limongi-França (2009)
por exemplo a autoestima positiva, hábitos saudáveis ou a
prontidão para o desempenho no trabalho.

Qualidade de vida no trabalho significa satisfazer as diversas


Koonmee et al. (2010) necessidades dos empregados.

FONTE: elaborado pelo pesquisador.

Nadler e Lawler (1983), ao revisarem a evolução dos estudos sobre a qualidade de vida no
trabalho, já manifestavam preocupações relativas a essa pluralidade. Para os autores, sendo o
conceito pouco claro, validado e aceito, pesquisadores incluem fatores extremamente
abrangentes e suas crenças pessoais em suas definições e operacionalizações de qualidade de
vida no trabalho. Ainda segundo os autores, essa inclusão desenfreada de fatores no conceito
pode incorrer em uma definição que ao tentar explicar tudo, acaba por não descrever nada.
Isso ocorre, pois não seria possível distinguir o que realmente é um componente do conceito
de algo que apenas o influencia (ELIZUR; SHYE, 1990). Ademais, Martel e Dupuis (2006)
27

acrescentam ainda que apenas incluir uma lista de componentes na definição de qualidade de
vida no trabalho pode submeter o conceito às idiossincrasias de cada amostra que é estudada.

Contudo, embora exista essa multiplicidade conceitual em qualidade de vida no trabalho,


Martel e Dupuis (2006), ao analisarem a produção científica sobre o tema, propõe que os
pesquisadores da área entram em consenso em relação a três elementos que podem
representar um direcionamento efetivo para a evolução da definição de qualidade de vida no
trabalho:

(a) o constructo de qualidade de vida no trabalho é subjetivo,


(b) aspectos individuais, sociais e organizacionais interagem entre si e devem estar presentes
na definição,
(c) existe uma inter-relação entre o constructo qualidade de vida e o de qualidade de vida no
trabalho.

A respeito da subjetividade do conceito, de acordo com Elizur e Shye (1990), a qualidade de


vida no trabalho é uma experimentação do indivíduo, assim como ocorre com a qualidade de
vida, e está relacionada ao aparelho cognitivo da pessoa e à sua subjetividade. O ambiente
pode afetar a qualidade de vida no trabalho de alguém (ELIZUR; SHYE, 1990). No entanto,
baseando-se no determinismo recíproco de Bandura (1999), pode-se considerar que há um
componente do indivíduo que determinará sua percepção em relação à qualidade de vida no
trabalho, dando um significado particular a essa experiência. Assim sendo, “[...] sob
condições objetivas específicas, a qualidade de vida no trabalho de um trabalhador pode ser
bem diferente da de outro trabalhador.”6 (MARTEL; DUPUIS, 2006, p. 342, tradução nossa).

A subjetividade do conceito de qualidade de vida no trabalho também pode ser percebida pela
sua relação com o estresse. Cada indivíduo reage positiva ou negativamente a estressores
organizacionais dependendo de sua percepção sobre esses estressores (JEX, 1998; TAMAYO,
2001; PASCHOAL; TAMAYO, 2005). Não basta apenas a existência do estressor, o indivíduo
precisa percebê-lo como tal para que o fenômeno do estresse negativo no trabalho ocorra

6 “[...] within the specific objective conditions, one worker’s QWL could be very different from another
worker’s.” (MARTEL; DUPUIS, 2006, p. 342).
28

(EDWARDS; COOPER, 1990; FORTES-FERREIRA et al., 2006). Por exemplo, no caso da


definição da sobrecarga de trabalho, o que para alguns representa fadiga e cansaço, para
outros simboliza um desafio estimulante (PASCHOAL; TAMAYO, 2004).

Sendo assim, “[...] as percepções dos indivíduos são mediadoras do impacto do ambiente de
trabalho sobre o indivíduo [...]” (PASCHOAL; TAMAYO, 2004, p. 46) e afetarão o grau do
estresse dessas pessoas. Como a qualidade de vida no trabalho se relaciona com o estresse
(LAWLER, 1975; NADLER; LAWLER, 1983; ALBUQUERQUE; LIMONGI-FRANÇA,
1998), pode-se supor que as percepções individuais também influenciam a avaliação da
qualidade de vida no trabalho.

Então, o aparelho cognitivo da pessoa desempenha papel fundamental em sua avaliação da


qualidade de vida no trabalho, pois determinará como o ambiente a influencia. Como a
percepção de cada indivíduo sobre o mundo é distinta, essas diferenças terão impacto na
avaliação de qualidade de vida no trabalho, caracterizando a subjetividade do conceito
(MARTEL; DUPUIS, 2006).

Além da subjetividade, o constructo qualidade de vida no trabalho deve integrar aspectos


individuais, sociais e organizacionais (MARTEL; DUPUIS, 2006). A necessidade dessa
integração pode ser percebida no conceito de pessoa de Lipowski (1984), que a define como
um organismo complexo composto pelas dimensões biológica, psicológica e social, sendo
cada uma delas referentes a características específicas da vida. A dimensão biológica abarca
as características físicas herdadas ou adquiridas durante a vida do indivíduo (LIMONGI-
FRANÇA, 1996). A psicológica refere-se às emoções, a cognição e outros elementos que
constituem a personalidade do indivíduo. A social inclui os valores culturais, as crenças e os
papéis do indivíduo no trabalho ou em qualquer outro grupo social do qual ele pertença. Pela
relevância do trabalho na vida dos indivíduos, Limongi-França (1996) destaca da social uma
nova dimensão, a organizacional, referente “[...] à cultura organizacional, porte da empresa,
tecnologia, segmento econômico em que atua e padrões de competitividade.” (LIMONGI-
FRANÇA, 2009, p. 258).
29

Para essa abordagem bio-psico-social e organizacional do ser humano (LIMONGI-FRANÇA,


1996), tanto os estímulos externos como as decisões de comportamento dos indivíduos geram
reações em todas as dimensões, transformando seu estado de equilíbrio. Além disso, essas
dimensões seriam inter-relacionadas e interdependentes, pois os aspectos psicossociais e
biológicos do ser humano são indissociáveis. Mas, por possuírem características únicas em
cada indivíduo, essas dimensões reagem de forma simultânea e distinta na interação da pessoa
com o ambiente (LIMONGI-FRANÇA; RODRIGUES, 2007).

A qualidade de vida no trabalho estaria associada, então, à interação entre o ambiente e as


dimensões do ser humano (LIMONGI-FRANÇA, 2009). Com isso, seja pela natureza humana
ou do trabalho, pode-se perceber que o indivíduo naturalmente interage com aspectos
relativos ao ambiente social e organizacional e, portanto, a definição de qualidade de vida no
trabalho deve considerar essa relação (MARTEL; DUPUIS, 2006).

Nesse sentido, a qualidade de vida no trabalho como uma experimentação humana (aspecto
individual) refere-se ao que ocorre com essa pessoa nas organizações (ELIZUR; SHYE,
1990). Com isso, ela se relaciona com aspectos sociais ! a experiência de trabalho de uma

pessoa influi na de outra (RICE et al., 1985) ! e com aspectos organizacionais ! por
exemplo: a institucionalização de comportamentos éticos está associado à melhor percepção
de qualidade de vida no trabalho (KOONMEE et al., 2010).

O último ponto de consenso destacado por Martel e Dupuis (2006) diz respeito à inter-relação
entre a qualidade de vida e a qualidade de vida no trabalho. O trabalho é um dos domínios da
vida (RICE et al., 1985) e seus aspectos têm relação com outras dimensões dela (SCHMITT;
BEDEIAN, 1982; CHEUNG; TANG, 2009). Nesse sentido, Elizur e Shye (1990) propõem a
qualidade de vida no trabalho como uma faceta inter-relacionada à qualidade de vida.

Partindo-se desses itens consensuais descritos por Martel e Dupuis (2006), buscar-se-á uma
definição de qualidade de vida no trabalho que será utilizada neste trabalho.

O ser humano, como destacado anteriormente, é um organismo complexo composto pelas


dimensões biológica, psicológica e social, cada uma referente a características específicas da
30

vida humana. Acrescentando a noção de Limongi-França (1996) sobre a importância do


trabalho na vida das pessoas, pode-se acrescer a dimensão organizacional ao conceito.
Segundo Limongi-França e Rodrigues (2007), as experimentações da vida da pessoa (seus
comportamentos e estímulos do ambiente) produzem reações distintas em cada uma das
dimensões do indivíduo, alterando seu estado pessoal de equilíbrio com relação ao estado
anterior à experimentação. A Figura 1 a seguir exemplifica essa dinâmica.

Figura 1 ! Dinâmica da alteração do estado de equilíbrio do indivíduo.


FONTE: elaborada pelo pesquisador, a partir do conceito BPSO de Limongi-França (1996).

A sucessão de escolhas de comportamentos e estímulos que o indivíduo tem na vida


implicará, em um determinado momento do tempo, em um estado pessoal de equilíbrio ou
desequilíbrio com resultados distintos em cada uma das dimensões da vida, de acordo com
Limongi-França (2009). No entanto, conforme visto anteriormente, apenas esse estado
pessoal de equilíbrio ou desequilíbrio não determinará a qualidade de vida do indivíduo;
também deve ser considerada sua avaliação sobre todo o processo, ou seja, sua subjetividade
(MARTEL; DUPUIS, 2006).

Para realizar essa avaliação a pessoa precisaria de algum critério ou padrão de


comparabilidade (RICE et al., 1985). Segundo Diener et al. (1999), as pessoas avaliam suas
condições amparando-se em suas expectativas futuras, valores e experiências passadas. A
31

partir desses padrões, o indivíduo estabelecerá um conjunto de crenças sobre um estado


pessoal ideal que serão utilizadas para balizar a comparação com o estado de equilíbrio real
(RICE et al., 1985). O resultado dessa comparação para o indivíduo é afetiva e significará
impacto no seu bem-estar (DIENER et al., 1999).

Assim sendo, a qualidade de vida de uma pessoa é “[...] o resultado, em parte, da avaliação
cognitiva da diferença entre os padrões de um indivíduo e suas percepções sobre os resultados
que esse indivíduo está recebendo, recebeu e prevê que receberá da vida.”7 (RICE et al., 1985,
p. 299, tradução nossa), ponderados pela valorização que esse indivíduo faz sobre esses
resultados. Conforme esses padrões são satisfeitos, ou seja, a discrepância entre o ideal e o
real tende a zero, reações afetivas positivas ocorrerão (WILSON, 1967).

Nessa linha da relação entre resultados e padrões, a Organização Mundial da Saúde, por
intermédio de seu grupo de pesquisadores de qualidade de vida, o WHOQOL Group, define
qualidade de vida como sendo “[...] a percepção do indivíduo de sua posição na vida no
contexto da cultura e sistema de valores no qual ele vive e em relação a suas metas,
expectativas, padrões e preocupações.”8 (THE WHOQOL GROUP, 1995, p. 1405, grifo do
autor, tradução nossa).

Então, sendo o trabalho um domínio particular inter-relacionado com a vida (RICE et al.,
1985; ELIZUR; SHYE, 1990), pode-se transpor essa noção de qualidade de vida para a do
trabalho, como foi sugerido por Martel e Dupuis (2006) e Sirgy et al. (2001).

Segundo Rice et al. (1985), a experiência de trabalho consiste nas ações do indivíduo ligadas
ao trabalho somadas a outros acontecimentos desse ambiente. Assim sendo, o indivíduo
confrontará os resultados passados, presentes e futuros que obtém com sua atividade e outros

7 “[...] is a result, in part, of a cognitive evaluation of the difference between one’s standards and perceptions of
the outcomes one currently is receiving from life, has received in the past, or anticipates receiving in the
future.” (RICE et al., 1985, p. 299).
8 “[...] individuals' perception of their position in life in the context of the culture and value systems in which they
live and in relation to their goals, expectations, standards and concerns.” (THE WHOQOL GROUP, 1995, p.
1405, grifo do autor).
32

estímulos do ambiente com seu padrão ideal ! ponderado pelo que valoriza como resultados

importantes ! para avaliar sua qualidade de vida no trabalho.

Especificamente no trabalho, os resultados esperados pelo indivíduo podem ser traduzidos por
metas (MARTEL; DUPUIS, 2006). Metas, de acordo com Austin e Vancouver (1996), são
representações internas ao ser humano relativas aos seus resultados, eventos e processos
desejados. Essas metas são hierarquicamente organizadas (POMAKI; KAROLY; MAES,
2009) e para estabelecer uma meta, o indivíduo precisa convencer-se de que ela tem origem
interna e que não entra em conflito com outras metas (INGLEDEW et al., 2005).

Ademais, as metas precisam ser desafiadoras (BANDURA, 2001), ser claramente definidas,
socialmente reconhecidas e a pessoa precisa acreditar que possui as habilidades, o controle e o
tempo necessários para atingi-las (INGLEDEW et al., 2005). Ou seja, a percepção do
indivíduo sobre a meta é tão importante quanto o conteúdo da meta em si (POMAKI;
KAROLY; MAES, 2009), inclusive para a sensação de bem-estar dessa pessoa (INGLEDEW
et al., 2005).

Segundo Ingledew et al. (2005) e Emmons (1986), as pessoas tendem a experimentar


sentimentos positivos quando valorizam uma meta e percebem que podem realizá-la, mas
sentem afetos negativos quando não esperam atingi-las. Ou seja, a percepção da possibilidade
de atingir uma meta é decisiva para o impacto positivo no bem-estar (MAIER; BRUNSTEIN,
2001). Assim sendo, conforme achados de Ingledew et al. (2005), Pomaki, Maes e Ter Doest
(2004) e Emmons (1986), as metas têm relação com o bem-estar do indivíduo.

Tendo como ponto de partida esse efeito da realização de uma meta no bem-estar do
indivíduo, Martel e Dupuis (2006) propõem a definição de qualidade de vida no trabalho, em
determinado momento do tempo, como sendo “[...] uma condição experimentada pelo
indivíduo na sua busca dinâmica por metas hierarquicamente organizadas relativas ao
domínio do trabalho [...]”9 (MARTEL; DUPUIS, 2006, p. 355, tradução nossa), sendo que

9 “[...] a condition experienced by the individual in his or her dynamic pursuit of his or her hierarchically
organized goals within work domains [...]” (MARTEL; DUPUIS, 2006, p. 355).
33

essa condição refletirá a distância entre a situação atual e a desejada. Assim sendo, quanto
maior for essa distância, pior será a qualidade de vida no trabalho do indivíduo.

Para este trabalho, o estado pessoal de qualidade de vida no trabalho será entendido como a
condição experimentada por um indivíduo resultante da comparação cognitiva entre sua
posição atual de vida no trabalho e seu padrão desejado, levando em conta o conjunto de
escolhas de comportamento, metas e estímulos do ambiente que esse indivíduo experimentou
até um determinado ponto no tempo, bem como suas expectativas futuras de resultados. Nesse
sentido, o indivíduo fará uma avaliação entre seu estado atual e o desejado e quanto maior for
a distância entre essas percepções, pior será seu julgamento de satisfação com a qualidade de
vida no trabalho. Esse estado desejado estará baseado nos valores, metas, expectativas,
experiências e preocupações referentes ao trabalho.

Considerando-se a definição de qualidade de vida no trabalho apresentada, vale a pena


destacar sua relação com outros constructos como o estresse negativo (PASCHOAL;
TAMAYO, 2004) e o bem-estar subjetivo (LIMONGI-FRANÇA, 2009).

Com relação ao estresse negativo, a teoria da dissonância cognitiva de Festinger (1975)


defende que uma percepção de discrepância gera ansiedade no indivíduo, que tentará eliminá-
la por diversos mecanismos. Entendendo-se a qualidade de vida no trabalho como a
discrepância entre o estado atual e o desejado, enquanto essa discrepância não for reduzida, a
ansiedade resultante dessa condição pode manifestar sintomas de estresse negativo.

Ademais, baseando-se no conceito de pessoa de Lipowski (1984) descrito anteriormente e


compreendendo estresse negativo como sendo o resultado do esforço de adaptação que pode
alterar a capacidade de resposta do organismo (LIMONGI-FRANÇA; RODRIGUES, 2007),
pode-se perceber que as escolhas do indivíduo e os estímulos do ambiente alteram seu estado
de equilíbrio, deixando-o estressado positiva ou negativamente.

“O estresse ocupacional é o resultado da interação das características do empregado com o


ambiente de trabalho, sendo que as exigências do trabalho excedem as habilidades do
empregado para enfrentá-las.” (TAMAYO, 2001, p. 129). Com isso, o estado de estresse
34

negativo será usado como critério para a avaliação de qualidade de vida no trabalho,
representando um mediador desse processo (RUSLI; EDIMANSYAH; NAING, 2008).

Além disso, se a qualidade de vida está associada à depressão (CHEN et al., 2006) e
ansiedade (QUILTY et al., 2003), fenômenos característicos do estresse negativo negativo
(PASCHOAL; TAMAYO, 2004), é factível supor que a qualidade de vida no trabalho esteja
relacionada com o estresse negativo (RUSLI; EDIMANSYAH; NAING, 2008).

Considerando o bem-estar subjetivo como sendo um fenômeno que inclui as “[...] reações
emocionais, satisfação com domínios e julgamentos globais de satisfação com a vida das
pessoas.”10 (DIENER et al., 1999, p. 277, tradução nossa), as reações emocionais
provenientes da diferença entre o estado atual do indivíduo e o desejado por ele servirão como
balisadoras do grau de satisfação dessa pessoa com sua vida no trabalho. Ou seja, esse bem-
estar subjetivo, fruto das escolhas que o indivíduo realiza durante a vida no trabalho e do que
recebe do ambiente, determinará um melhor estado pessoal de qualidade de vida no trabalho
do indivíduo, pois será utilizado na sua avaliação entre as condições desejadas e as reais.

Finalmente, considerando que os padrões individuais determinam a percepção de qualidade de


vida no trabalho das pessoas, pode-se supor que a personalidade de um indivíduo, assim como
no caso do bem-estar (DANNA; GRIFFIN, 1999), tem papel relevante na determinação do
seu estado pessoal de qualidade de vida no trabalho. Assim sendo, é interessante indagar
como os valores individuais impactam nesse estado.

Tendo as considerações sobre o fenômeno da qualidade de vida no trabalho sob a perspectiva


do indivíduo desta seção, buscar-se-á entender a seguir qual o papel do gestor de uma
organização ou equipe na qualidade de vida no trabalho de seus funcionários. Em outras
palavras, é possível que a qualidade de vida no trabalho de um indivíduo influencie na de
outro?

10 “[...] people’s emotional responses, domain satisfactions, and global judgments of life satisfaction.” (DIENER
et al., 1999, p. 277).
35

2.2 A gestão de qualidade de vida no trabalho e a díade gestor-subordinado

As pessoas devotam muito tempo de suas vidas para o trabalho (LOSCOCCO; ROSCHELLE,
1991), buscam satisfazer suas necessidades por meio dele (SIRGY et al., 2001) e esse trabalho
as adoece de diversas maneiras. Por exemplo, comportamentos morais implícitos e
institucionalizados nas organizações estão associados a uma melhor percepção de qualidade
de vida no trabalho das pessoas (KOONMEE et al., 2010), demandas excessivas de trabalho
estão ligadas ao estresse negativo, ansiedade e depressão (RUSLI; EDIMANSYAH; NAING,
2008), a insegurança no trabalho está associada a uma menor saúde física, psicológica e das
relações sociais (EDIMANSYAH et al., 2007), a falta de ambientes democráticos de trabalho
são estressores negativos (FERNANDES; DA ROCHA, 2009), desafios inerentes ao trabalho
estão associados ao esgotamento emocional (KORUNKA; HOONAKKER; CARAYON,
2008) e as recompensas do trabalho estão associadas ao estresse negativo no caso dos homens
(LOSCOCCO; SPITZE, 1990).

No Brasil, a abertura abrupta da economia, as reformas constitucionais, o controle monetário,


a globalização, o grande impacto do avanço tecnológico, os novos padrões de consumo, a
internalização das relações e do mercado de trabalho, dentre outras transformações sócio-
políticas e ambientais, pressionaram e modificaram os paradigmas de gestão
(ALBUQUERQUE; LIMONGI-FRANÇA, 1998; LIMONGI-FRANÇA, KANIKADAN,
2006).

Esse ambiente, conforme Limongi-França (2008), pressiona a organização do trabalho a


gerenciar o bem-estar. Perante essa nova realidade, algumas empresas abrem espaço para
discussão de formas de gestão alternativas que busquem a qualidade de vida no trabalho de
seus empregados (LIMONGI-FRANÇA, 2008) em conjunto com a elevação da produtividade
da empresa (FERNANDES; GUTIERREZ, 1988). Entretanto, a prioridade dada ao
materialismo pelos gestores atuais resulta na ênfase na produtividade e eficiência (DYCK;
SCHROEDER, 2005). Como, então, inserir o conceito de qualidade de vida no trabalho como
modelo de gestão?
36

Essa discussão, dentro do escopo organizacional, avança na medida em que as consequências


de ações, programas e práticas de qualidade de vida no trabalho são reconhecidas. Fernandes
e Gutierrez (1988), ao estudarem a experiência de qualidade de vida no trabalho em uma
organização gaúcha, elencaram como efeitos dos programas: melhoria da imagem da empresa,
desenvolvimento das pessoas, aperfeiçoamento da gerência, aumento dos índices
motivacionais, aumento do envolvimento no trabalho, redução do absenteísmo, decréscimo da
quantidade de reclamações, diminuição da rotatividade, redução do tempo ocioso, redução de
funções duplicadas, melhoria na satisfação com relação ao emprego e aumento da
produtividade. Além desses benefícios, Limongi-França e Arellano (2002) destacam os
impactos da gestão de qualidade de vida no trabalho no gerenciamento do estresse negativo.

Com isso, a gestão da qualidade de vida no trabalho pode ser entendida como:

“[...] o conjunto das ações, incluindo diagnóstico, implantação de melhorias e inovações


gerenciais, tecnológicas e estruturais no ambiente de trabalho alinhada e construída na cultura
organizacional, com prioridade absoluta para o bem-estar das pessoas da
organização.” (LIMONGI-FRANÇA, 2009, p. 260, grifo da autora).

Seu objetivo principal é “[...] a busca do equilíbrio psíquico, físico e social dos empregados,
dentro do contexto organizacional [...]” (ARELLANO, 2004, p. 146-147). Ou seja, gerir a
qualidade de vida no trabalho significa desenvolver e implantar práticas e políticas
organizacionais que viabilizem condições necessárias de trabalho para que os indivíduos que
atuam na organização reduzam a distância de suas percepções entre o desejado e o real, ou
seja, suas qualidades de vida no trabalho, conforme foi discutido na seção anterior.

Emergindo dessas considerações, nota-se que o gestor ou superior hierárquico direto ou


indireto pode representar um fator crítico nas questões de avaliação do estado pessoal de
qualidade de vida no trabalho de seus empregados e da empresa como um todo (LIMONGI-
FRANÇA, 2008). No ambiente organizacional, os subordinados não estão isolados ou são
autônomos, pois “[...] não possuem controle direto sobre sua condição social e praticas
institucionais que afetam sua vida diária.”11 (BANDURA, 2001, p. 13, tradução nossa). Assim
sendo, baseando-se em Bandura (2001), para que essas pessoas busquem seu bem-estar e

11“[...] people do not have direct control over the social conditions and institutional practices that affect their
everyday lives.” (BANDURA, 2001, p. 13).
37

resultados valorizados elas precisam agir em parceria com outros indivíduos que detenham
recursos, poder e influência para realizá-los. Nas organizações, esses indivíduos são os
gestores.

A qualidade das relações da díade gestor-subordinado e seus resultados dependem dos dois
membros. No entanto, há de se destacar que em muitos casos o gestor, por possuir mais poder
e autonomia, pode ter mais influencia sobre os resultados da díade. Assim sendo,
considerando o gestor como um indivíduo pertencente à vida organizacional, será que a
experiência de trabalho desse gestor ! o que ele faz e o que acontece com ele no ambiente de

trabalho (RICE et al., 1985) ! pode afetar o estado pessoal de qualidade de vida no trabalho
de seus subordinados? Diversas são as linhas de estudo que apresentam evidências dessa
relação.

Como visto anteriormente, gestores são criadores ou modificadores da cultura organizacional


(SCHEIN, 2009), estabelecem as metas que serão prioridade na vida da empresa (DIENER et
al., 1999), elaboram e implementam as políticas e práticas organizacionais que influenciaram
a demanda de trabalho (FISCHER; ALBUQUERQUE, 2005; RUSLI; EDIMANSYAH;
NAING, 2008) e seu estilo de liderança, mediado pela cultura organizacional, tem impacto no
desempenho dos subordinados (OGBONNA; HARRIS, 2000). Ou seja, os gestores
desempenham papel relevante nos resultados organizacionais por meio de seus papéis e
atribuições.

Visto que as práticas gerenciais estão associadas ao estresse negativo no trabalho, de acordo
com Mackie, Holahan e Gottlieb (2001), pode-se considerar que as decisões dos gestores
sobre as políticas e práticas organizacionais, inclusive as relacionadas com a gestão da
qualidade de vida no trabalho, direta ou indiretamente afetarão o estado pessoal de qualidade
de vida no trabalho de cada um desses empregados (NADLER; LAWLER, 1983).

Por exemplo, Carayon (2000), ao discutir a organização do trabalho de empresas do setor de


serviços e sua relação com os distúrbios osteomusculares, evidencia a forma de supervisão
como elemento do sistema de adoecimento no trabalho. Dejours (2000), também discursando
38

sobre o setor de serviços, atribui à ameaça de demissão, utilizada por alguns gestores, uma
carga de sofrimento para o trabalhador.

Além disso, Gatchel e Baum (2009) ao discutirem métodos para reduzir o estresse negativo
no trabalho, atribuem responsabilidades ao gestor nesse processo e Selye (1984) evidencia a
geração potencial de estresse negativo no caso do gestor promover subordinados que não
estão preparados ou que não desejam essa promoção. Finalmente, os gestores são
determinantes no estabelecimento de regras e padrões éticos de conduta nas organizações que
impactarão na qualidade de vida no trabalho de seus subordinados (KOONMEE et al., 2010),
seja de forma explícita em códigos de ética, manuais de políticas e sistemas de controle ou
implícita em comportamentos valorizados e políticas de remuneração e promoção
(BRENNER, 1992).

Ademais, pode-se perceber a influência dos gestores na qualidade de vida no trabalho de seus
subordinados sob a ótica do suporte social. O suporte social é a sensação que o indivíduo tem
ao perceber que é cuidado, estimado e valorizado como pessoa e que pertence a uma rede de
comunicação e de deveres (COBB, 1976; KAPLAN; ROBBINS; MARTIN, 1983;
MIROWSKY; ROSS, 1986). Esse suporte social está associado à manifestações de estresse
negativo negativo (BECH et al., 2005; RUSLI, EDIMANSYAH; NAING, 2008) e saúde
física (EDIMANSYAH et al., 2007). No ambiente organizacional, os gestores são um dos
representantes desse papel de suporte aos seus subordinados (KORUNKA; HOONAKKER;
CARAYON, 2008) e tal prática tem associações positivas com a satisfação no trabalho
(BARUCH-FELDMAN et al., 2002) e negativa com a intenção de sair da empresa
(KORUNKA; HOONAKKER; CARAYON, 2008). Ademais, segundo Iwata e Suzuki (1997),
o suporte social vindo de supervisores está associado negativamente com o estresse negativo
dos empregados. Com isso, aparentemente o apoio do gestor pode funcionar como um
mediador do estado pessoal de qualidade de vida no trabalho de seus subordinados.

Considerando o plano das relações interpessoais no trabalho e os conflitos inerentes a essa


dinâmica, pode-se perceber o gestor como um significativo estressor (COOPER;
CARTWRIGHT, 1994; PASCHOAL; TAMAYO, 2004). Segundo Sirgy et al. (2001) e
Loscocco e Spitze (1990), uma das necessidades básicas das pessoas no trabalho é a
39

satisfação com seus supervisores. Quanto mais satisfeito com essa relação, mais feliz será o
empregado. A insatisfação com o gestor, advinda de diversas fontes, pode ser um importante
estressor por gerar conflitos (FRIEDMAN et al., 2000; TSUNO et al., 2009). Ademais, Barki
e Hartwick (2004) afirmam que as pessoas experimentam emoções negativas e estresse
negativo perante incompatibilidades ou incongruências com outros indivíduos, sendo que
esses conflitos podem associar-se à depressão (INOUE; KAWAKAMI, 2010). Portanto, não
estar satisfeito com a gerência impacta no estado pessoal de qualidade de vida no trabalho dos
subordinados (LAYER; KARWOWSKI; FURR, 2009).

Além disso, um fenômeno atual também evidencia a influência dos gestores na qualidade de
vida de seus subordinados, a supervisão abusiva. Empregados que reportam sofrer de
supervisão abusiva identificam como manifestações desse fenômeno: serem ridicularizados
em público, culpados por erros que não cometeram ou serem ignorados pelo gestor (TEPPER,
2000; TEPPER; DUFFY; SHAW, 2001). A supervisão abusiva torna-se uma fonte de estresse
negativo interpessoal (TEPPER, 2000; YAGIL; BEN-ZUR; TAMIR, 2011) e está associada ao
esforço contínuo no trabalho (HARVEY et al., 2007), ao burnout (TEPPER, 2000; WU;
CHANGYA, 2009) e a baixa auto-estima dos subordinados (BURTON; HOOBLER, 2006).
Como a supervisão abusiva é arbitrária, o empregado pode perder a sensação de controle
sobre sua vida (DUFFY; GANSTER; PAGON, 2002) e, com isso, pode ter sua percepção de
qualidade de vida no trabalho afetada.

Nesse sentido, seja pelo convívio, pelas ações e pelo papel que exerce, é razoável supor que o
gestor é um fator crítico para determinação do estado pessoal de qualidade de vida no trabalho
de seus subordinados. Então, seria possível considerar que os valores dos gestores têm alguma
relação com a qualidade de vida no trabalho de seus subordinados?

Aparentemente, a personalidade dos gestores é considerada como mediador ético de conflitos


(CHI; FRIEDMAN; YANG, 2009) e é um preditor consistente de bem-estar (DIENER et al.,
1999; DANNA; GRIFFIN, 1999). Então, conforme a proposição de Diener et al. (1999) de
que diferentes metas das pessoas conduzem a distintas percepções de bem-estar, pode-se
indagar se os valores dos gestores impactam de alguma forma na percepção do estado pessoal
de qualidade de vida no trabalho de seus subordinados. Analogamente, se a experiência de
40

trabalho e a personalidade do gestor influenciam na qualidade de vida no trabalho de seus


subordinados, é razoável considerar que o inverso também pode acontecer.

A fim de compreender essas relações, visitar-se-ão alguns conceitos sobre valores e suas
relações com a qualidade de vida no trabalho, para em seguida aprofundar-se a discussão
levando em conta a influência da compatibilidade de valores na relação diática entre gestor e
subordinado e suas relações com a qualidade de vida no trabalho.

2.3 Valores humanos, comportamento organizacional e qualidade de vida no trabalho

O estudo dos valores humanos tem papel central para o entendimento de fenômenos
organizacionais (AGLE; CALDWELL, 1999; FERREIRA; FERNANDES; SILVA, 2009).
Segundo pesquisa bibliométrica realizada por Teixeira e Monteiro (2008), essa centralidade
reflete-se no aumento da produção acadêmica na área, saindo de 2 (dois) artigos na década de
1960 para 65 (sessenta e cinco) a partir dos anos 2000.

Diversos são os focos do estudo dos valores para a administração: escolhas de carreira
(VIGODA-GADOT; GRIMLAND, 2008), comprometimento no trabalho (COHEN, 2009),
segmentação de mercado (KAMAKURA; MAZZON, 1991), avaliação de marca pelos
consumidores (AÑAÑA; NIQUE, 2009), estresse negativo no trabalho (BOUCKENOOGHE
et al., 2005) ou liderança (EHRHART; KLEIN, 2001). Além desses, os valores humanos são
associados aos comportamentos das pessoas nas organizações. No entanto, antes de elucidar
essa relação, tentar-se-á delimitar o que são os valores. Ademais “[...] vem-se considerando
cada vez mais relevante o estudo dos valores dos dirigentes empresariais e da sua influência
nas opções estratégicas e na definição de políticas gerenciais das empresas.” (ALMEIDA;
SOBRAL, 2009, p. 103).

Assim como no caso do conceito de qualidade de vida no trabalho, há diversas definições de


valores (SCHWARTZ; BILSKY, 1987), pois seu discurso é naturalmente “[...] ambivalente e
polissêmico.” (GOUVÊA, 2008, p. 22) e permeia diversas ciências humanas e sociais, como a
Psicologia, a Antropologia, a Sociologia e a Administração (ROKEACH, 1973;
41

KLUCKHOHN, 1951) a aproximadamente mais de um século, conforme destaca Bilsky


(2009) ao citar o trabalho de Urban (1907) como um dos estudos precursores.

Gouvêa (2008) começa sua reflexão sobre o fenômeno “valor” questionando quais fatores
determinariam que algumas coisas sejam valorizadas enquanto outras não. Em outras
palavras, o autor questiona o que determinaria o ato humano de valorar. Essa valoração, ou
ato de atribuir valor a alguma coisa, é uma experimentação humana (BEM, 1973;
AADLAND, 2010) que “[...] pertence à dimensão pré-teórica e não racional que é prévia a
toda reflexão humana e, não obstante, é a realidade concreta que subjaz as nossas escolhas
mais autênticas [...]” (GOUVÊA, 2008, p. 22). Uma coisa só tem valor quando o tiver para
alguma pessoa, com isso, os valores são dependentes e inerentes à condição humana
(HESSEN, 2001).

Nesse sentido, os valores são o resultado de comportamentos valorativos (KLUCKHOHN,


1951). Isto é, as pessoas ao valorarem algo estão realizando escolhas fundamentais que
priorizam esse algo em detrimento de outras coisas, fatos, fenômenos (HOFSTEDE, 2001;
TAMAYO et al., 1998). Ao realizarem essa comparação, os indivíduos criam um contínuo de
aprovação-desaprovação que formariam os valores do indivíduo (GOUVÊA, 2008). Essa
priorização de coisas, fatos e fenômenos não dependem exclusivamente da racionalização !

ou seja, se relacionam também com os sentimentos e afetos humanos (FEATHER, 1995;


MAIO et al., 2001) ! e seu conteúdo determinará o engajamento e ação dos indivíduos
(GOUVÊA, 2008).

Sob essa perspectiva, o valor não estaria nos objetos em si como defendiam Thomas e
Znaniecki (1958), mas sim na subjetividade dos indivíduos e na intersubjetividade das
relações sociais (HESSEN, 2001; GOUVÊA, 2008). Então, os valores representariam critérios
de escolha relativamente duradouros dos indivíduos (KLUCKHOHN, 1951; SCHWARTZ;
BILSKY, 1987) que podem ser considerados como parte da personalidade das pessoas
(CANTRIL; ALLPORT, 1933).

Nesse sentido, um valor é “[...] uma concepção, explícita ou implícita, distintiva de um


indivíduo ou característica de um grupo, do desejável, que influencia a seleção de modos,
42

meios e fins de ações disponíveis.”12 (KLUCKHOHN, 1951, p. 395, grifo do autor, tradução
nossa). Para o autor, a pessoa confronta o que é desejado com o que é desejável (elementos
afetivos) e julga ou racionaliza essas partes (elemento cognitivo) na formação de uma
concepção de preferência sobre alguma coisa. Essa concepção instigará o indivíduo a agir
(elemento conativo) de uma determinada forma. Além disso, ainda segundo o autor, essas
concepções podem ser explícitas ou implícitas caso sejam ou não verbalizadas e representam
características que distinguem pessoas e grupos. Finalmente, Kluckhohn (1951) defende que a
disponibilidade dos modos, meios e fins das ações depende de uma série de variáveis, como
por exemplo as limitações impostas pelo ambiente, e que os valores se basearão nessa
disponibilidade.

Seguindo uma linha semelhante, Rokeach (1973) define valor como uma “[...] crença
duradoura de que um modo específico de conduta ou estado final de existência seja pessoal ou
socialmente preferível a um modo de conduta ou estado final de existência oposto ou
inverso.”13 (ROKEACH, 1973, p. 5, tradução nossa). Para Rokeach (1973), sendo o valor uma
crença, ele terá um componente cognitivo (o indivíduo sabe reconhecer o comportamento ou
estado final de existência preferível), afetivo (a pessoa tem um sensação inerente de
aprovação ou não do comportamento ou estado final de existência) e comportamental (ao ser
ativado o valor tenderá a influenciar o indivíduo para uma direção de comportamento).

Além disso, Rokeach (1973) assume a existência de dois tipos de valores, os instrumentais
ligados aos comportamentos socialmente ou individualmente preferíveis e os terminais que
representam os estados finais de existência preferenciais. Os valores instrumentais seriam
meios comportamentais para a concretização dos valores terminais. Cabe ressaltar, também,
que os valores segundo a definição de Rokeach (1973) são uma representação do que é
preferível social e pessoalmente, representando o desejado pelo indivíduo e o necessário para
a sociedade. Essa lógica serviria como base racional de mecanismos de defesa psíquicos ao
possibilitar que o indivíduo racionalize e justifique suas ações.

12“[...] a conception, explicit or implicit, distinctive of an individual or characteristic of a group, of the desirable
which influences the selection from available modes, means, and ends of action.” (KLUCKHOHN, 1951, p. 395,
grifo do autor).
13 “[...] an enduring belief that a specific mode of conduct or end-state of existence is personally or socially
preferable to an opposite or converse mode of conduct or end-state of existence.” (ROKEACH, 1973, p. 5).
43

Consequentemente, os valores teriam duas funções básicas: guiar a ação humana na vida
diária e expressar as necessidades básicas do indivíduo (ROKEACH, 1973). Os valores
seriam representações da motivação humana em busca de conquistar, manter, melhorar e
justificar a auto-estima das pessoas. Finalmente, Rokeach (1973) ressalta a organização dos
valores em um contínuo denominado de sistema de valores.

Tendo as considerações de Rokeach (1973) e Kluckhohn (1951) como base, pode-se indagar
qual seria a fonte dos valores humanos que, segundo Gouvêa (2008), subjazem as escolhas
das pessoas.

Partindo da premissa de que os valores são critérios que as “[...] pessoas usam para selecionar
e justificar ações e avaliar pessoas (incluindo a si mesmas) e eventos.”14 (SCHWARTZ, 1992,
p. 1, tradução nossa), Schwartz e Bilsky (1987) defendem que os valores são representações
cognitivas de três requisitos universais da condição humana: (a) as necessidades biológicas,
(b) os requisitos de coordenação social e (c) as demandas por instituições sociais que
promovam a sobrevivência e prosperidade do grupo social. Ou seja, essas necessidades
básicas do indivíduo seriam transformadas em metas cognitivas que guiam seu
comportamento (valores) para que as pessoas possam viver (KLUCKHOHN, 1951), desde
que essas metas garantam a continuidade da sociedade (ROKEACH, 1973).

De acordo Feather (1988), sob a lógica das necessidades universais pode-se esperar que os
valores tenham três facetas: (a) a idiossincrática, que deriva das experiências do indivíduo, (b)
a compartilhada pelo grupo ou cultura na qual o indivíduo está inserido (baseada no processo
de aprendizagem cultural) e (c) a universal, baseada na experimentação de problemas comuns
a todos os indivíduos.

Para lidar com a realidade, as pessoas precisam reconhecer, refletir e planejar ações que
possam satisfazer esses três requisitos (SCHWARTZ, 2005b). Para tanto, desenvolvem
critérios (valores) que servem como guias internalizados para a ação humana e que evitam a
obrigação de controle social contínuo (SCHWARTZ, 2005a).

14 “[...] people use to select and justify actions and to evaluate people (including the self) and
events.” (SCHWARTZ, 1992, p. 1).
44

“Os socializadores procuram, conscientemente ou não, perpetuar valores que promovam a


sobrevivência e prosperidade do grupo por meio de modelagem, reforçamento e ensino verbal
explícito.” (SCHWARTZ, 2005a, p. 66). Ou seja, pelo desenvolvimento cognitivo as pessoas
aprendem a representar os três requisitos humanos universais como metas ou valores e pela
socialização os indivíduos conhecem os termos culturalmente compartilhados que
possibilitam a comunicação desses valores (SCHWARTZ; BILSKY, 1987; SCHWARTZ,
2005a). Com isso, os valores cumpririam as funções de garantir as relações de cooperação
entre os membros do grupo, motivar os indivíduos a dedicarem tempo e esforços para resolver
problemas sociais e gratificar os desejos e necessidades das pessoas (SCHWARTZ, 2005b).

Assim sendo, os valores teriam como fonte as necessidades humanas básicas (SCHWARTZ;
BILSKY, 1987; FEATHER, 1988). Levando isso em consideração, um valor é um conceito do
indivíduo sobre uma meta transituacional que expressa seus interesses relativos às suas
dimensões motivacionais e que é avaliada em um parâmetro de importância como um
princípio guia para sua vida (SCHWARTZ; BILSKY, 1987).

Schwartz e Bilsky (1987) propõe que os valores apresentariam cinco características


importantes: “[...] valores são (a) conceitos ou crenças, (b) sobre estados finais ou
comportamentos desejáveis, (c) que transcendem situações específicas, (d) guiam a seleção ou
avaliação de comportamentos e eventos e (e) são ordenados por sua importância relativa.”15
(SCHWARTZ; BILSKY, 1987, p. 551, tradução nossa).

Em primeiro lugar, valores são crenças conectadas às emoções das pessoas (SCHWARTZ,
2005b). Os valores manifestam no indivíduo sentimentos positivos ou negativos sobre algo,
determinando sua preferência desse algo em relação às outras coisas (TAMAYO et al., 1998).
Nesse sentido, as pessoas tendem a exprimir sentimentos positivos quando seus valores
podem ser expressos ou negativos e agressivos para proteger seus valores mais relevantes que
não podem ser manifestados (SCHWARTZ, 2005b).

15 “[...] values are (a) concepts or beliefs, (b) about desirable end states or behaviors, (c) that transcend specific
situations, (d) guide selection or evaluation of behavior and events, and (e) are ordered by relative
importance.” (SCHWARTZ; BILSKY, 1987, p. 551).
45

Em segundo lugar, os valores são um constructo motivacional, pois “[...] se referem a


objetivos desejáveis que as pessoas se esforçam por obter.” (SCHWARTZ, 2005b, p. 23) e que
representariam estados finais ou comportamentos desejáveis segundo influências da
sociedade.

Ademais, valores transcendem situações e ações específicas, pois são objetivos abstratos
utilizados para diversas situações e que guiam a avaliação e seleção de ações, políticas,
pessoas ou eventos ao considerá-los “[...] bons ou maus, justificados ou ilegítimos, dignos de
aproximação ou de refutação, dependendo de se eles facilitam ou prejudicam a consecução de
valores.” (SCHWARTZ, 2005b, p. 23). Finalmente, os valores são distribuídos em sua
hierarquia segundo uma ordem de prioridades em cada pessoa (SCHWARTZ, 2005b).

Schwartz (1992) expande os achados de Schwartz e Bilsky (1987) e propõe uma teoria
integradora da motivação humana ao considerar os valores como manifestações cognitivas
das necessidades universais do ser humano. Então, “O que distingue um valor do outro é o
tipo de objetivo ou motivação que o valor expressa.” (SCHWARTZ, 2005b, p. 23).

Ao analisar a estrutura motivacional dos valores em 20 países, Schwartz (1992) propõe um


modelo de 10 tipos motivacionais universais. Esses tipos motivacionais (descritos no Quadro
2 a seguir) são compostos por um conjunto de valores que possuem objetivos semelhantes
(PORTO, 2005) e que emergem das necessidades do organismo, da coordenação da interação
social e da sobrevivência dos grupos (SCHWARTZ, 2006). Além disso, cada tipo
motivacional, por atender a objetivos específicos, serve interesses individuais, coletivos ou
mistos (TAMAYO et al., 1998).
46

Quadro 2 ! Descrição dos tipos motivacionais de valores.

Tipo Exemplo de Serve


Definição Fontes
Motivacional valores interesses

Poder social.
Status social sobre as pessoas Interação
Poder Autoridade. Individuais
e os recursos. Grupo
Riqueza.

Sucesso pessoal mediante a Bem-sucedido. Interação


Realização demonstração de competência, Individuais
Capaz. Ambicioso. Grupo
segundo critérios sociais.

Prazer e gratificação sensual Prazer. Desfrutar a


Hedonismo Organismo Individuais
para si mesmo. vida.

Audacioso. Uma
Entusiasmo, novidade e
Estimulação vida variada. Uma Organismo Individuais
desafio na vida.
vida excitante.

Pensamento independente e Criatividade. Organismo


Autodeterminação escolha da ação, criatividade, Individuais
Curioso. Liberdade Interação
exploração.

Compreensão, apreço, Tolerância. Justiça


tolerância e atenção com o social. Igualdade. Grupo
Universalismo Mistos
bem-estar de todas as pessoas Proteção do meio Organismo
e da natureza. ambiente.

Preservação ou intensificação Organismo


do bem-estar das pessoas com Ajuda. Honesto.
Benevolência Interação Coletivos
as quais se está em contato Não rancoroso. Grupo
pessoal frequente.

Respeito, compromisso e Humilde. Devoto.


aceitação dos costumes e
Tradição Aceitar minha Grupo Coletivos
idéias oferecidas pela cultura parte na vida.
tradicional ou a religião.

Restrição das ações,


tendências e impulsos que Polidez.
possam incomodar ou ferir os Obediente. Honra Interação
Conformidade Coletivos
outros e contrariar aos pais e pessoas Grupo
expectativas ou normas mais velhas.
sociais.

Segurança, harmonia e Segurança Organismo


Segurança estabilidade da sociedade, das nacional. Ordem Interação Mistos
relações e de si mesmo. social. Idôneo. Grupo
FONTE: adaptado de (SCHWARTZ, 2006, p. 58-59) e (TAMAYO et al., 1998, p.284-285).

Ademais, a estrutura teórica dos valores, apresentada na Figura 2 a seguir, representa a


organização das diferenças e similaridades do conjunto dos tipos motivacionais do indivíduo
(SCHWARTZ; BILSKY, 1987; SCHWARTZ, 1992). Essa estrutura está baseada na premissa
de que “[...] os interesses que os valores servem são aparentemente o princípio universal que
47

influencia as experiências de conflitos e compatibilidades de valores das pessoas.”16


(SCHWARTZ, 1992, p. 42, tradução nossa).

Figura 2 ! Transcrição do modelo teórico das relações entre os tipos motivacionais de valores, tipos de
valores de ordem superior e dimensões bipolares de valores.
FONTE: (SCHWARTZ, 1994, p. 24, tradução nossa).

Segundo essa estrutura, tentar exprimir um valor implica em entrar em conflito ou ser
congruente na busca de outros valores (SCHWARTZ, 2005b; PAKIZEH; GEBAUER; MAIO,
2007). Por exemplo, caso um indivíduo busque valores relacionados aos tipos hedonismo ou
estimulação, ele tende a ir contra ações relacionadas aos tipos conformidade, tradição ou
segurança. Analogamente, tipos motivacionais adjacentes como universalismo e
benevolência, por manifestarem objetivos semelhantes, possuem valores que podem ser
considerados congruentes (SCHWARTZ, 1992).

16 “[...] the interests that values serve are apparently one universal principle that influences people’s experiences
of value conflict and compatibility.” (SCHWARTZ, 1992, p. 42).
48

Cabe destacar que os tipos motivacionais posicionados em lados opostos da estrutura circular
da teoria de Schwartz (1992) não são antônimos (BARDI et al., 2009). A contradição entre
eles está baseada no conflito das metas motivacionais que os tipos representam. Portanto,
“Quanto mais próximos dois tipos motivacionais estão em qualquer uma das direções ao redor
do círculo, mais semelhantes são suas motivações subjacentes. Quanto mais distantes, mais
antagônicos são suas motivações subjacentes.” (SCHWARTZ, 2005b, p. 29, sic).

Conforme Schwartz (2005b), especificamente os tipos tradição e conformidade estão


localizados em uma região comum, pois eles tomam parte de um objetivo motivacional mais
amplo e único. Ou seja, o tipo motivacional tradição está localizado na periferia da estrutura e
é adjacente ao tipo motivacional conformidade, pois eles são empiricamente distintos mas
compartilham uma meta motivacional (LINDEMAN; VERKASALO, 2005). Por
conformidade localizar-se mais ao centro do círculo, ela tende a entrar em conflito com menor
intensidade com seus tipos opostos do que o de tradição (SCHWARTZ, 2005b).

As relações de oposição e adjacências parecem funcionar inclusive na relação dos valores


com outras variáveis. De acordo com Schwartz et al. (1997), uma variável externa se
relaciona positivamente com os tipos de valores do círculo que são adjacentes. Essas
associações tendem a decrescer monotonamente em ambas as direções ao redor da estrutura
circular de Schwartz (1992) saindo do mais positivamente associado para o menos
positivamente associado.

As oposições e adjacências entre os valores evidenciam a divisão dos tipos motivacionais em


duas dimensões bipolares ou valores de ordem superior que são opostas entre si
(SCHWARTZ, 1992), conforme pode ser observado na Figura 2. Essas dimensões são mais do
que descritivas, pois de fato representam uma forma de análise de dados válida (SCHWARTZ;
BOEHNKE, 2004). Isso é possível, pois, conforme Almeida e Sobral (2009), as dimensões
bipolares apresentam correlações negativas com suas opostas e positivas com suas adjacentes.

Para Schwartz (1992), a primeira dimensão contrasta valores que exprimem interesses
emocionais e intelectuais particulares por situações imprevisíveis e incertas (abertura à
mudança) e valores que representam motivações de preservação de práticas estáveis
49

(conservação). A segunda dimensão bipolar contrapõe tipos motivacionais que promovem


interesses individuais (autopromoção) com tipos que buscam transcender motivações egoístas
em prol da prosperidade de outros indivíduos e da natureza (autotranscendência). Segundo
Schwartz (2005b), apenas o tipo motivacional hedonismo tem elementos relacionados à duas
dimensões simultaneamente, as de abertura à mudança e autopromoção. No entanto, segundo
análise fatorial confirmatória realizada por Schwartz e Boehnke (2004), o tipo motivacional
hedonismo deve preferencialmente ser alocado na dimensão bipolar de abertura à mudança.

Ademais, Schwartz (2005b) destaca que os valores estão arranjados na estrutura em um


continuum, ou seja, os limites entre os tipos motivacionais não são discretos e bem definidos.
Assim sendo, os valores que os compõe podem relacionar-se com os interesses dos tipos
adjacentes, pois eles estão ligados entre si por lógica e significado. Além da estrutura de
compatibilidades, os valores são organizados em uma estrutura de importância denominada de
prioridades axiológicas ou hierarquia de valores (SCHWARTZ, 1992; 2005b), que formará o
sistema de valores da pessoa (SCHWARTZ; BILSKY, 1987).

Como os valores representam o que é importante na vida das pessoas, perseguir um valor traz
consequências psicológicas, sociais e práticas que podem conflitar com a busca por satisfazer
outros valores (BARDI; SCHWARTZ, 2003). Segundo a teoria de Schwartz (1992), as
pessoas tenderão a evitar exprimir ou reforçar em suas escolhas e comportamentos valores
conflitantes com suas prioridades. Assim sendo, para Bardi e Schwartz (2003) e Torelli e
Kaikati (2009), a maneira natural de um indivíduo perseguir um valor é comportar-se de
formas pelas quais os interesses que esses valores servem sejam promovidos e satisfeitos,
resultando em recompensas ao indivíduo por essa expressão. Por exemplo, conforme
apresentam Torelli e Kaikati (2009), pessoas que valorizam a igualdade e a justiça social se
sentirão recompensadas ao apresentarem comportamentos que promovam o bem-estar de
outros indivíduos.

Nesse sentido, a estrutura dos valores implica que “[...] qualquer comportamento que se
relaciona positivamente com valores de um lado do círculo (ex.: poder e realização) tende a
se relacionar negativamente com os valores do lado oposto do círculo (ex.: universalismo e
benevolência).” (SCHWARTZ, 2005a, p. 84), sendo que esses comportamentos serão
50

influenciados pela barganha entre os diversos valores do indivíduo. Ou seja, valores


adjacentes devem manifestar comportamentos congruentes para que se atinjam metas
compatíveis (BARDI; SCHWARTZ, 2003).

Contudo, empiricamente a relação entre valores e comportamento ainda é controversa e pouco


conhecida (VERPLANKEN; HOLLAND, 2002), pois os estudos dessa relação são
predominantemente correlacionais e não causais (BARDI; SCHWARTZ, 2003).

Achados que têm como base a teoria de Schwartz (1992) apresentam evidências que
sinalizam uma relação de influência entre valores e comportamentos. Por exemplo,
considerando os valores como princípios guia de vida ligados a objetivos considerados
legítimos e valiosos pelos indivíduos, Pozzebon e Ashton (2009) encontraram
correspondência entre os valores dos indivíduos e seus respectivos comportamentos
reportados. Tamayo et al. (2001) encontraram associações entre os valores de hedonismo,
autodeterminação e estimulação e o uso de preservativos. Schwartz (1996) evidenciou
relações entre as prioridades axiológicas dos indivíduos e suas intenções de votos em partidos
liberais ou conservadores.

Além desses, outros estudos relacionaram valores com: compra de produtos que não
prejudicam o ambiente (GRUNERT; JUHL, 1995), votação em partidos políticos
(CAPRARA et al., 2006), comportamento de participantes de processos de aconselhamento
profissional (SAGIV; SCHWARTZ, 2004) e escrita (BARDI; CALOGERO; MULLEN,
2008).

Porém, conforme já previa Rokeach (1973), os valores não explicam plenamente o


comportamento das pessoas. Eles são apenas um dos fatores que entram na dinâmica do
comportamento humano e, por esse motivo, pode-se esperar que a relação entre eles seja
moderada (TORELLI; KAIKATI, 2009; BARDI; SCHWARTZ, 2003). Ou seja, as relações
entre valores e comportamento tendem a ser moderadas por causa da influência de outras
variáveis da situação na qual essa relação se manifesta (MAIO et al., 2001).
51

Por exemplo, para um indivíduo, a atratividade de um comportamento será definida pela


avaliação de como os aspectos da situação viabilizam a expressão de seus valores
(VERPLANKEN; HOLLAND, 2002). Dessa forma, os valores induzem a atratividade de
objetos e situações ao estabelecer padrões do que é bom ou não para o indivíduo (FEATHER,
1995). Em outras palavras, os valores determinam a forma pela qual as pessoas interpretam o
ambiente e a situação, avaliando-os como atrativos ou não e, consequentemente, essa
avaliação impactará na escolha de comportamento da pessoa (SCHWARTZ, 2005a;
VERPLANKEN; HOLLAND, 2002).

Outro moderador reside na ativação dos valores. O indivíduo ativará seu sistema de valores
para analisar a atratividade da situação se o comportamento em questão possibilitar a
expressão de valores centrais ou se a situação os afrontar diretamente (VERPLANKEN;
HOLLAND, 2002). Ou seja, para que haja comportamento congruente com os valores,
primeiramente os valores precisam ser ativados, sendo que serão mais ativados aqueles
valores mais acessíveis ou importantes ao indivíduo.

Ademais, conforme Torelli e Kaikati (2009), os valores são constructos mentais altamente
abstratos, então a força da relação valores-comportamento dependerá da acessibilidade de
operações cognitivas que facilitem ou bloqueiem a interpretação da situação. Se facilitarem a
interpretação, a pessoa conseguirá se comportar conforme seus valores, caso contrário, ela
pode apresentar um comportamento dissonante. Segundo os experimentos realizados por
Torelli e Kaikati (2009), o nível de abstração de um indivíduo influenciou sua percepção
sobre a situação, afetando a expressão de valores relevantes em julgamentos e comportamento
congruentes. Ou seja, se uma pessoa tem alta capacidade de abstração, ela compreenderá a
situação na qual está inserida a partir de critérios mais abstratos e conseguirá se comportar de
acordo com valores mais importantes em sua hierarquia. Caso a pessoa raciocine de forma
predominantemente concreta, os critérios ligados a aspectos materiais serão utilizados para
determinar como o sujeito deve se comportar, reduzindo a probabilidade dele emitir
comportamentos que sejam congruentes com seus valores.

“As circunstâncias também podem impor barreiras para a expressão dos


valores.” (SCHWARTZ, 2005a, p. 69), pois nenhum adulto comporta-se totalmente alienado
52

das exigências imediatas da situação ou das necessidades biológicas e psicológicas do ator


(KLUCKHOHN, 1951). Por exemplo, Torelli e Kaikati (2009), por meio de seus
experimentos, afirmam que situações conhecidas aumentam a probabilidade de emissão de
comportamentos congruentes com os valores das pessoas, e Schwartz (2005a) exemplifica
que as pressões normativas podem afetar a expressão de valores em determinadas situações.

Pode-se supor também que existam mediadores na relação entre valores e comportamento.
Homer e Kahle (1988), por exemplo, assumem as atitudes humanas como mediadoras na
hierarquia valor-atitude-comportamento. As atitudes são organizações de diversas crenças
sobre um objeto ou situação específicos (ROKEACH, 1968; 1973), que ajudam as pessoas a
entender a realidade, posicionarem-se perante ela, orientar suas condutas e justificar suas
ações, sendo que algumas delas expressam os valores centrais do indivíduo (ROS, 2006).

Essas atitudes possuem três componentes: (a) o cognitivo faz referência ao quanto o indivíduo
conhece sobre o objeto, (b) o avaliativo está ligado à afetividade que a pessoa têm com
relação ao objeto e (c) o comportamental refere-se à intenção de comportamento que o
indivíduo têm dado o objeto (ROS, 2006). Ademais, elas se diferenciam dos valores, pois um
valor transcende situações, enquanto que a atitude é específica para uma determinada
situação, e os valores ocupam uma posição mais central na personalidade e no sistema
cognitivo do indivíduo do que as atitudes (ROKEACH, 1973). Assim sendo, pode-se supor
que os valores influenciam as atitudes e consequentemente os comportamentos, conforme
demonstram Homer e Kahle (1988). Com isso, as atitudes podem ser influenciadas por
diversos valores e, consequentemente, os comportamentos podem ser contraditórios.

Partindo da discussão sobre a relação dos valores com o comportamento, Rohan (2000)
propõe que inconsistências na definição de valores fizeram com que quatro constructos
tenham sido rotulados como valores na literatura, são eles: valores pessoais, valores sociais,
visão de mundo e ideologias. Essa confusão, segundo a autora, prejudica a interpretação da
relação entre valores e comportamento.

Assim sendo, para Rohan (2000) é preciso, primeiramente, separar o uso dos valores como
verbos ou substantivos. As pessoas usam valor como verbo para julgar uma entidade,
53

simbolizando que uma avaliação de alto grau é feita pelo sujeito. Ou seja, para Rohan (2000),
dizer que alguém valoriza alguma coisa implica em reconhecer que esse indivíduo avalia uma
entidade, pessoa, ação ou atividade como boa para si, baseando-se nos seus valores básicos
(uso como substantivos).

Valorar refere-se ao processo de atribuição do mérito de uma entidade com relação a um


sistema de valores e o valor (como um substantivo) ao resultado desse processo (ROHAN,
2000). Festinger (1954) dá suporte a essa perspectiva ao afirmar que as pessoas cronicamente
e sem maiores esforços engajam em definir se um estímulo do ambiente é bom ou ruim,
criando uma crença sobre ele (ROKEACH, 1981), processo que Feather (1996) defende como
sendo o confronto do desejável ou indesejável para a definição da bondade de algo.

Algo será bom se as pessoas o desejam e sentirem que devem desejá-lo (ROHAN, 2000).
Essa avaliação dos estímulos do ambiente é armazenada em uma estrutura cognitiva que será
organizada segundo a preferência do indivíduo e servirá como um princípio analógico para
avaliar e dar significado a futuros eventos e objetos encontrados pela pessoa (ROHAN, 2000).

Então, ao encontrar novas entidades, pessoas, ações, atividades, entre outras situações, ou
seus julgamentos existentes forem contestados, as pessoas usarão seus princípios analógicos
cognitivos como base para julgar a bondade dessas novas entidades, pessoas, ações,
atividades ou contestações. Assim sendo, para Rohan (2000), essas pessoas estabelecerão o
valor das entidades, pessoas, ações, atividades, entre outras situações, e as fixarão ou não
como as metas motivacionais de Schwartz e Bilsky (1987). Com isso,

“[...] as pessoas serão motivadas a se engajar em situações que são semelhantes a outras situações
que resultaram em sentimentos positivos (ou na ausência de sentimentos negativos), a estar com
pessoas que possibilitam sentimentos positivos (ou minimizam sentimentos negativos), e a
comportar-se de maneiras que produzam sentimentos positivos (ou reduzam sentimentos
negativos).”17 (ROHAN, 2000, p. 257, tradução nossa).

17 “[...] people will be motivated to engage in situations that are similar to other situations that resulted in
positive affect (or an absence of negative affect), to be with people who enable positive affect (or minimize
negative affect), and to behave in ways that will produce positive affect (or reduce negative affect).” (ROHAN,
2000, p. 257).
54

Consequentemente, “A importância relativa que as pessoas colocam em cada tipo de valor


reflete suas escolhas sobre o quanto estão preparadas a perder de algo para ganhar um pouco
mais de outra coisa.”18 (ROHAN, 2000, p. 262, tradução nossa).

Nesse sentido, Rohan (2000) levanta a discussão da natureza básica desses julgamentos. Ao se
considerar a função da determinação da bondade das coisas e as premissas de Schwartz e
Bilsky (1987) de que os valores são representações cognitivas de três necessidades básicas do
ser humano, pode-se supor que as pessoas usam os valores como uma ferramenta para
sobreviver no ambiente social.

No entanto, as pessoas não querem apenas sobreviver, pois em determinadas situações


preferem morrer à ir contra suas prioridades valorativas (ROHAN, 2000). Elas não buscam
apenas satisfazer suas necessidades básicas ou evitar a dor, elas almejam uma vida prazeirosa
e produtiva. Assim sendo, os indivíduos estabelecem suas prioridades de valor à partir da “[...]
organização dinâmica de julgamentos sobre a capacidade das entidades (isto é, coisas,
pessoas, ações, atividades) de garantir a melhor forma de viver possível.”19 (ROHAN, 2000,
p. 263, tradução nossa).

Portanto, “Um valor é um princípio analógico implícito construído a partir do julgamento


sobre a capacidade das coisas, pessoas, ações e atividades de garantir a melhor forma de viver
possível.”20 (ROHAN, 2000, p. 270, tradução nossa, grifo da autora). Ou seja, o valor é o
resultado do processo de valoração, ao se levar em consideração o quanto uma entidade
possibilita que a pessoa viva da forma que ela acredita ser a melhor possível. O conjunto
desses julgamentos formará o sistema de valores do indivíduo, que serão ordenados
dinamicamente segundo a importância dada a desejos e deveres que possibilitem mais ou
menos a melhor forma de viver construída pela pessoa (ROHAN, 2000). Os valores seriam

18“The relative importance people place on each value type reflects their choices about what they are prepared to
lose a little of to gain a little more of something else.” (ROHAN, 2000, p. 262).
19 “[...] the dynamic organization of judgments about the capacity of entities (i.e., things, people, actions,
activities) to enable best possible living.” (ROHAN, 2000, p. 263).
20“A value is an implicit analogical principle constructed from judgements about the capacity of things, people,
actions, and activities to enable best possible living.” (ROHAN, 2000, p. 270, grifo da autora).
55

uma capacidade humana de agir de forma racional para atingir objetivos que cumpram uma
visão de boa vida (RESCHER, 1969).

No entanto, ainda que as pessoas busquem viver da melhor forma possível, elas ainda estão
sujeitas à ação de uma série de variáveis pessoais e ambientais que podem fazer com que esse
indivíduo não se comporte de forma congruente com seus valores. Isso ocorre visto que,
embora os indivíduos compartilhem o ambiente, cada um deles terá uma visão do que seria a
melhor forma de viver possível (ROHAN, 2000). Assim sendo, Rohan (2000) propõe o
modelo da Figura 3 a seguir para explicar a relação entre os valores e o comportamento dos
indivíduos.

Figura 3 ! Transcrição do modelo proposto da relação entre as prioridades de valores pessoais e sociais,
visão de mundo, ideologias e as decisões de comportamento e atitudes.
FONTE: (ROHAN, 2000, p. 271, tradução nossa).
56

O sistema de valores sociais, assim como o sistema pessoal de valores, é um estrutura


cognitiva intrapsíquica que organiza “[...] a percepção das pessoas sobre o julgamento de
outras pessoas referente à capacidade dos entes de garantir a melhor forma de viver possível,
ou seja, as prioridades de valor de outros.”21 (ROHAN, 2000, p. 270, tradução nossa). Esses
outros, segundo Rohan (2000), podem ser pessoas, grupos, instituições ou culturas. Então, os
valores sociais representam a percepção de um indivíduo sobre os valores de outras pessoas,
grupos, instituições ou culturas com as quais ele interage, sendo que sua estrutura seguiria a
do sistema de valores pessoais definida por Schwartz (1992).

Ademais, a visão de mundo pode ser entendida como “[...] uma coleção de crenças
conscientes sobre como as coisas são ou deveriam ser.”22 (ROHAN, 2000, p. 270, tradução
nossa). Já a ideologia é uma representação retórica da associação entre as coisas e a melhor
maneira de viver possível. Ou seja, as pessoas se utilizam de construções linguísticas
baseadas em valores durante ou após o processo de tomada de decisões sobre
comportamentos para se justificar ou deliberar suas ações. As ideologias podem conter
associações implícitas ou explícitas com vários valores e elas serão mais apropriadas em
determinadas situações (ROHAN, 2000).

Assim sendo, conforme o modelo da Figura 3, os valores pessoais do indivíduo influenciam a


maneira pela qual ele enxerga e entende o mundo (visão de mundo). Na medida em que essa
pessoa interage com outras que possuem valores diferentes ou semelhantes, sua visão de
mundo e também seus valores pessoais, por consequência, podem ser alterados (ROHAN,
2000).

Caso a pessoa seja centrada em seus valores pessoais, a decisão de atitude ou comportamento
se concentrará na relação direta entre valores, visão de mundo e comportamento (ROHAN,
2000). No entanto, caso a pessoa seja imersa nas interações sociais, a decisão de
comportamento será influenciada por seu sistema de valores sociais .

21 “[...] people’s perceptions about others’ judgments concerning the capacity of entities to enable best possible
living, that is, others’ value priorities.” (ROHAN, 2000, p. 270).
22 “[...] a collection of conscious beliefs about how things are or should be.” (ROHAN, 2000, p. 270).
57

Além disso, para Rohan (2000), a pessoa pode se comportar, seja influenciada
predominantemente pelos valores pessoais como pelos sociais, por meio de suas ideologias
como mediadoras do processo. Para a autora, isso ocorrerá principalmente em situações nas
quais o indivíduo precisa tomar uma decisão consciente e complexa.

Ademais, a pessoa buscará justificar, explicar e promover essa decisão para si e para outras
pessoas com base em uma ideologia determinada como apropriada para a situação, seja ela
igual ou diferente da ideologia utilizada para a tomada da decisão (ROHAN, 2000). No caso
delas serem diferentes, o indivíduo poderá alterar a decisão final de comportamento.

Para Rohan (2000), tanto a decisão de atitude ou comportamento em si, como a justificação,
promoção e explicação da decisão podem alterar a visão de mundo do indivíduo e,
consequentemente, seus valores pessoais. Isso ocorreria, segundo a autora, no caso dessa
decisão transformar-se em conduta. Conduta, para Kluckhohn (1951), é a regularidade do
sistema motivação e ação para uma direção de comportamento. Mas, caso a pessoa comporte-
se dessa nova maneira de forma consistente no tempo, essa nova maneira pode alterar sua
visão de mundo e seus valores (ROHAN, 2000). Logo, os valores representariam uma
tendência de consistência do comportamento do indivíduo.

Cabe ressaltar que embora os comportamentos das pessoas possam ser ambíguos com relação
aos valores que expressam (BARDI; SCHWARTZ, 2003), segundo achados de Pozzebon e
Ashton (2009) as pessoas conseguem inferir os valores de seus pares de forma razoável. Ou
seja, assim como defende Porto (2005), a medição dos valores pode ser feita pela inferência
sobre o comportamento das pessoas. Isso possibilita ponderar-se que as pessoas inferem os
valores das outras atentando para suas condutas.

Ao assumir-se a relação entre os valores e o comportamento das pessoas de Rohan (2000),


pode-se supor que esses valores tenham impacto na qualidade de vida desses indivíduos
descrita em seção anterior. Analogamente, se os valores impactam no comportamento
organizacional, também determinarão de alguma forma a qualidade de vida no trabalho das
pessoas.
58

Empiricamente essa relação foi testada por meio do bem-estar e do estresse negativo.
Segundo Sagiv e Schwartz (2000) e Joshanloo e Ghaedi (2009), as prioridades de valores dos
indivíduos funcionaram como preditoras de aspectos do bem-estar, principalmente se as metas
motivacionais referentes aos valores forem alcançadas (SAGIV; SCHWARTZ, 2000).
Seguindo uma linha semelhante, Oishi et al. (1999) defendem os valores humanos como
moderadores do bem-estar subjetivo.

Sendo assim, “Atividades são satisfatórias na medida em que são congruentes com os valores
do indivíduo.”23 (OISHI et al., 1999, p. 172, tradução nossa). Ao praticá-las, eles melhoram
suas satisfações com a vida e, por conseguinte, elevam seu bem-estar. Ou seja, se uma pessoa
prioriza valores relacionados ao tipo motivacional poder, ela se sentirá mais satisfeita nas
atividades diárias se puder agir de forma congruente a esses valores e, assim sendo, avaliará
melhor seu bem-estar.

Com relação ao estresse negativo, Bouckenooghe et al. (2005) apresentam em seus achados
que trabalhadores de empresas de Flandres que possuem valores ligados à abertura à
mudança apresentam níveis menores de estresse negativo que trabalhadores que priorizam
conservação, autopromoção e autotranscendência.

Portanto, é factível supor que os valores têm relação com a qualidade de vida no trabalho das
pessoas, principalmente tendo como base constatações empíricas como a de Tamayo (2001),
nas quais os respondentes que apresentaram preferências pelos tipos realização e hedonismo
indicaram maior nível de estresse ocupacional negativo. De forma correspondente, quem
priorizou a dimensão da autopromoção também manifestou maior nível de estresse
ocupacional negativo.

Com isso, ao tomar-se como base a proposição de Rice et al. (1985) de que a experiência de
trabalho de uma pessoa afeta a qualidade de vida no trabalho de outra, pode-se imaginar que
os valores de um indivíduo afetem a qualidade de vida no trabalho de outro. Nesse sentido,
também pode-se supor que os valores de um gestor de alguma forma influenciarão a

23“Activities are satisfying to the extent that they are congruent with individuals’ values.” (OISHI et al., 1999, p.
172)
59

qualidade de vida no trabalho de seus subordinados. Então, na seção seguinte, buscar-se-á


entender a relação diática entre o gestor e seus subordinados sob o foco da compatibilidade ou
não de valores entre eles e seus impactos no estado pessoal de qualidade de vida no trabalho
dos envolvidos.

2.4 A compatibilidade diática gestor-subordinado e a qualidade de vida no trabalho

Nesta seção será aprofundado o foco do problema desta pesquisa, a relação entre a
compatibilidade de valores na relação diática gestor-subordinado e o estado pessoal de
qualidade de vida no trabalho dos membros da díade. Foi necessário discutir primeiramente o
que são valores e o estado pessoal de qualidade de vida no trabalho para que fosse possível
aprofundar a discussão desses temas na relação diática entre gestores e subordinados. Dessa
maneira, nessa seção buscar-se-á debater e delimitar as características dessa relação e como os
valores dos indivíduos poderiam afetar a qualidade de vida no trabalho dos outros. Mas antes
de se discutir sobre compatibilidade entre gestor e subordinado e a associação entre essa
interação e a qualidade de vida no trabalho de ambos, é preciso destacar as propriedades e
efeitos dessa relação diática na vida organizacional.

Conforme Becker e Useem (1942), as díades são formadas pelo desenvolvimento de relações
significativas entre duas pessoas por um período de tempo suficiente para que ambas tenham
condições de discernir sobre ao menos parte das características da personalidade da outra
pessoa. Essas relações significativas e relativamente duradouras, tanto de atração como de
repulsão entre os envolvidos, são as características principais para determinação da existência
de uma díade. Segundo os autores, as pessoas assumem relações diáticas, pois enxergam
oportunidades para satisfazer necessidades do ego nessa interação. Ou seja, as pessoas
aceitam participar de díades, pois reconhecem que ao satisfazerem as necessidades de outras
pessoas elas poderão satisfazer suas próprias expectativas e objetivos (GRAEN; UHL-BIEN,
1995).

Cada pessoa terá um papel definido nessa relação, que será influenciado pelo ambiente no
qual a díade está inserida (BECKER; USEEM, 1942; ANDERSON, 1994). Assim sendo, o
60

contexto da díade explicará em parte o comportamento de cada um de seus membros, bem


como as reações deles ao comportamento do outro.

Para Becker e Useem (1942) e Antonioni e Park (2001), as díades podem ocorrer com
quaisquer tipos de pares de pessoas, sejam elas colegas de trabalho, casais, amigos ou pais e
filhos. Especificamente para o objetivo deste estudo, a discussão ficará restrita à díade gestor-
subordinado, uma classificação de díade largamente pesquisada em administração (KRISTOF,
1996; VAN VIANEN, 2000; KRISTOF-BROWN; ZIMMERMAN; JOHNSON, 2005).

Uma das correntes que impulsionaram o estudo dessa díade é a teoria da troca entre líder e
liderado (GRAEN; UHL-BIEN, 1995). Conforme revisão de Graen e Uhl-Bien (1995), a
teoria da troca entre líder e liderado fundamentou-se em estudos anteriores sobre a
socialização no trabalho (GRAEN; ORRIS; JOHNSON, 1973; JOHNSON; GRAEN, 1973) e
a ligação diática vertical (DANSEREAU; GRAEN; HAGA, 1975; GRAEN; SCHIEMANN,
1978). A partir desses estudos foi possível perceber que “[...] muitos dos processos
administrativos nas organizações ocorriam com base em uma díade, com gestores
desenvolvendo relações diferenciadas entre os profissionais sob sua supervisão.”24 (GRAEN;
UHL-BIEN, 1995, p. 226, tradução nossa). Segundo Graen e Uhl-Bien (1995) uma série de
estudos posteriores atestaram diversas relações entre os líderes e seus liderados até que Graen,
Novak e Sommerkamp (1982) passam a adotar o termo teoria da troca entre líder e liderado.

A teoria da troca entre líder e liderado prevê que o líder diferencia seus subordinados criando
dois grupos distintos: (a) o primeiro com as pessoas que estão no seu núcleo próximo ! o

grupo de “dentro” ! e (b) o segundo com os excluídos do círculo ! o grupo de


“fora” (GRAEN; UHL-BIEN, 1995). Ao fazer isso, o líder estabelece relações mais afetivas
com parte da equipe em detrimento dos outros membros.

As relações denominadas de alta qualidade (praticadas com os membros mais próximos) são
baseadas na confiança, lealdade, respeito, senso de dever mútuo e sentimento de obrigação
entre as partes. As relações de baixa qualidade são caracterizadas por interações distantes,

24 “[...] many managerial processes in organizations were found to occur on a dyadic basis, with managers
developing differentiated relationships with professional direct reports.” (GRAEN; UHL-BIEN, 1995, p. 226).
61

com baixa confiança e respeito, sendo que o convívio entre gestor e subordinado se sustenta
apenas pelas atividades determinadas no contrato formal de trabalho e nas atividades do cargo
(DANSEREAU; GRAEN; HAGA, 1975; GRAEN; UHL-BIEN, 1995; HUANG et al., 2010).
Com isso, cada liderado apresentará uma descrição diferente de um mesmo gestor, pois
usaram como base para essa descrição as características da relação da díade da qual
pertencem (GRAEN; UHL-BIEN, 1995).

Então, as díades gestor-subordinado assumem duas classificações (DANSEREAU; GRAEN;


HAGA, 1975). Na primeira a relação da díade é denominada de supervisão e na segunda de
liderança. As díades fundamentadas na supervisão são mantidas pela relação formal de
contrato entre as partes e nesse sentido cabe ao subordinado o cumprimento das metas
estabelecidas pela hierarquia. No caso das díades de liderança sua manutenção depende de
critérios além do contrato formal, como por exemplo a qualidade das relações interpessoais, a
confiança, cumplicidade e honestidade dos membros, o compromisso com as necessidades
dos envolvidos, o apoio às decisões, o incentivo ao desenvolvimento das pessoas, dentre
outros fatores.

As relações entre a qualidade das interações entre os gestores e os grupos distintos de


subordinados foi testada empiricamente por Huang et al. (2010). Segundo os resultados da
pesquisa, os subordinados que pertencem às díades de alta qualidade recebem mais confiança,
respeito, suporte emocional, recursos, recompensas e acesso a informação dentro da empresa.
Ademais, Dansereau, Graen e Haga (1975) encontraram evidências de que o grupo de fora
apresentou maior número de reclamações por atenção do que o grupo de dentro e o pessoal do
grupo de dentro apresentou maior facilidade de lidar com o gestor. Essa diferença de
tratamento nas díades, segundo os autores, impacta na qualidade dos resultados dela. Ou seja,
o líder efetivamente trata seus subordinados de forma diferente e essa diferenciação terá
impactos inclusive no desempenho organizacional dos membros da díade (GRAEN et al.,
1982; SCANDURA; GRAEN, 1984; GRAEN; UHL-BIEN, 1995).

Nahrgang. Morgeson e Ilies (2009) evidenciam e consideram que os líderes efetivamente


diferenciam os tipos de relação entre seus diversos liderados e propõe que essas interações são
desenvolvidas em três estágios. No primeiro estágio, o da atribuição de papéis, o líder
62

monitora as reações do liderado a tarefas e papéis delegados por ele, buscando reconhecer as
motivações, talentos e limites desse liderado. No segundo estágio, o do reforço dos papéis,
tanto líder como liderado definirão a natureza da relação como de alta ou baixa qualidade
baseados na avaliação da repetição dos papéis. Finalmente no terceiro estágio, o da rotina, os
papéis, as reações e a qualidade da relação estão bem definidos, possibilitando mútuo
entendimento das expectativas e estabilização da relação.

Logo, quais seriam os critérios de diferenciação das relações entre gestores e subordinados?
Segundo Anderson (1994), três critérios determinam a relação diática: (a) a personalidade de
cada um dos membros, (b) a percepção que cada um dos membros têm sobre as características
do outro e (c) o julgamento sobre o resultado entre esforço-recompensa por participar da
díade. Esses critérios serviriam como base para que o gestor diferencie seus subordinados.

Em primeiro lugar, a relação entre o esforço-recompensa impactará nos resultados da díade


ao servir como referência para determinação da relação como de alta ou baixa qualidades
(ANDERSON, 1994). Segundo Nahrgang, Morgeson e Ilies (2009), líderes procuram
liderados com personalidade extrovertida para suas equipes, pois eles se expõe mais a
atribuições de tarefas, bem como apresentam potencial para liderança. Já os liderados
preferem gestores cooperativos e com ótima performance, pois assim conseguem projetar as
recompensas futuras que esse gestor poderá lhes proporcionar. Assim sendo, é possível supor
que os gestores diferenciam seus subordinados considerando a relação entre esforço e
recompensa.

Com relação à questão da personalidade dos membros da díade, aparentemente as pessoas


procuram interagir com outras semelhantes a elas. Segundo o paradigma da atração pela
semelhança de Byrne (1962), as pessoas buscam afiliar-se a outras que possuem crenças,
atitudes ou outras características semelhantes, pois ao fazer isso manifestam respostas afetivas
positivas de identificação, sentindo-se recompensadas por satisfazer suas necessidades de
afiliação social.

No caso em que se deparam com pessoas diferentes, não conseguirão estabelecer a


identificação ou reforço de suas crenças, atitudes ou outras características e, assim sendo,
63

manifestaram reações afetivas negativas (BYRNE, 1962). Por exemplo, caso uma pessoa
receba uma ação incongruente a suas crenças, ela tenderá a ter sentimentos negativos e ficará
insatisfeita com a relação (LOCKE; SADLER, 2007). Dessa maneira, quanto maior for a
concordância de comportamentos entre o líder e o subordinado, maior será a qualidade das
interações da díade (GRAEN; SCHIEMANN, 1978).

Rokeach (1981) reforça essa visão ao propor o princípio da congruência de crenças. Segundo
o autor,

“O princípio de congruência de crença afirma que tendemos a dar valor a uma dada crença,
subsistema ou sistema de crenças em proporção com seu grau de congruência com nosso próprio
sistema e, além disso, que tendemos a dar valor às pessoas na proporção em que elas exibam
valores, subsistemas ou sistema de crenças congruentes com o nosso próprio.” (ROKEACH, 1981,
p. 69-70).

No entanto, em algumas situações a similaridade não é decisiva para o resultado da interação


social, pois ela não permitirá que as necessidades das pessoas envolvidas sejam satisfeitas.
Segundo a teoria da complementaridade de necessidades de Winch, Kstanes e Kstanes (1954),
boas relações interpessoais podem resultar da satisfação mútua de necessidades entre as partes
mesmo que elas não sejam similares, pois elas podem ser complementares. Ser complementar
significaria que a satisfação da necessidade de uma pessoa implicaria na satisfação da
necessidade do outro indivíduo, ainda que essas necessidades sejam diferentes. Com isso, as
pessoas, ao emitirem um comportamento, esperam uma resposta complementar e congruente
a ele (KIESLER, 1983; HOROWITZ et al., 2006) e a partir dela avaliaram a relação diática
como de alta ou baixa qualidades (DANSEREAU; GRAEN; HAGA, 1975; NAHRGANG;
MORGESON; ILIES, 2009).

Esses estudos de similaridade e complementaridade fazem parte de uma linha de pesquisa


denominada de compatibilidade pessoa-ambiente (KRISTOF, 1996). De acordo com Kristof
(1996), as pesquisas nessa linha buscam entender em que medida um indivíduo é compatível
ao ambiente no qual está inserido ou relaciona-se (por exemplo, grupo, organização, vocação,
carreira, supervisor, dentre outros). A compatibilidade abarcará tanto a questão da
similaridade entre o indivíduo e o ambiente ! compatibilidade suplementar ! quanto a

complementaridade entre esses entes, em um sentido de que um deles preenche um requisito


64

importante para o outro ! compatibilidade complementar (KRISTOF-BROWN;

ZIMMERMAN; JOHNSON, 2005).

A compatibilidade da personalidade entre os indivíduos da díade tem efeitos em resultados da


interação entre seus membros. Segundo achados de Schaubroeck e Lam (2002), os gestores
tenderão a criar relações de confiança e comprometimento com seus subordinados caso os
percebam como similares em personalidade. Essa semelhança faz com que o gestor projete o
subordinado semelhante como alguém que reforçará eficientemente seus interesses pessoais,
afetando sua decisão de promoção desse subordinado, por exemplo. Também, Markham et al.
(2010) destacam em seus achados o compartilhamento de valores como algo decisivo para a
efetividade da liderança.

Ademais, segundo resultados de pesquisa de meta-análise de Kristof-Brown, Zimmerman e


Johnson (2005), a compatibilidade entre gestor e subordinado está associada a satisfação no
trabalho deles e a satisfação com o supervisor na perspectiva do subordinado. Para Bauer e
Green (1996) a similaridade de personalidade entre gestor e subordinado está relacionada com
o julgamento do líder sobre a performance do subordinado. De acordo com Turban e Jones
(1988) quanto mais semelhantes são as pessoas de uma díade, maior é a confiança mútua
entre os membros. Assim sendo, a compatibilidade de personalidade pode ser considerada um
critério de diferenciação do gestor para definição das díades com seus subordinados.

Além da percepção de esforço-recompensa e da compatibilidade de personalidade, a


percepção das pessoas sobre as características do outro membro da díade pode influenciar na
diferenciação entre gestor e subordinado (PULAKOS; WEXLEY, 1983; GERSTNER; DAY,
1997). Por exemplo, embora o efeito de critérios observáveis ou demográficos seja
controverso (GREEN; WHITTEN; MEDLIN, 2005), alguns achados contribuem para
ponderação de que a similaridade demográfica (nível de educação, gênero, dentre outros), em
alguns casos, pode influenciar resultados da díade. As diferenças de gênero, educação e raça
entre líderes e liderados comprometeram as avaliações de performance dos subordinados
(TSUI; O'REILLY, 1989). Achados de Waismel-Manor et al. (2010) mostram que as
similaridades demográficas promoveram comportamentos de cidadania organizacional. Além
disso, essas similaridades demográficas, segundo Tsui, Porter e Egan (2002), impulsionam as
65

pessoas a tratarem seus semelhantes de forma mais favorável, pois cria-se uma identidade
social que as partes procuram promover.

No entanto, Dienesch e Liden (1986) apontam que os gestores, com o passar do tempo, testam
os novos membros da equipe e não somente os avaliam pelo estereótipo inicial. Esse teste é
feito por meio da delegação de tarefas. Com isso, gestores avaliarão outras características
mais profundas de seus membros para delimitar a qualidade da interação diática.

A percepção de alguém sobre características mais profundas de outro indivíduo, como seus
valores ou sua personalidade, tem mais influência em resultados da díade do que
características como gênero ou raça (HARRISON; PRICE; BELL, 1998), pois conforme a
relação entre gestor e subordinado avança, o comportamento de cada um passa a ser decisivo
na avaliação da qualidade da relação (NAHRGANG; MORGESON; ILIES, 2009). Pode-se
destacar, por exemplo, estudo de Enz (1988) no qual a percepção de similaridade de valores
entre gestores e subordinados conferiu maior poder aos gestores dentro da organização do que
a similaridade real entre os valores.

Então, ao se considerar que (a) a díade é uma forma de interação social na qual seus membros
enxergam oportunidades para satisfazer necessidades do ego por meio dessa interação
(BECKER; USEEM, 1942), (b) que as pessoas têm uma necessidade básica de validar suas
crenças socialmente e assim buscam satisfazê-la por meio da interação com pessoas
semelhantes, experimentando sentimentos positivos ao satisfazerem essa necessidade
(FESTINGER, 1954; BYRNE, 1962), (c) que os valores, construídos a partir de julgamentos
dos indivíduos sobre como as coisas garantem a melhor forma de viver possível em relação às
suas necessidades (ROHAN, 2000), determinarão as metas motivacionais de cada pessoa
(SCHWARTZ, 1992), (d) que para alcançar essas metas o indivíduo precisa da cooperação de
outros (SCHWARTZ, 2005b) e (e) que as compatibilidades reais e percebidas entre pessoas
são importantes fatores mediadores dos resultados dessa díade, indaga-se quais seriam as
relações entre a compatibilidade diática de valores e a qualidade de vida no trabalho das
pessoas.
66

As pessoas possuem valores diferentes (KLUCKHOHN, 1951; FISCHER; SCHWARTZ,


2010) e conflitantes (SCHWARTZ, 1992), portanto, buscam satisfazer metas motivacionais
diferentes: “[...] os indivíduos e os grupos diferem substancialmente na importância relativa
que atribuem a seus valores. Isto é, os indivíduos e os grupos têm “prioridades” ou
“hierarquias” axiológicas diferentes.” (SCHWARTZ, 2005b, p. 22). No entanto, o bom
funcionamento das interações sociais depende das restrições de impulsos indomáveis e ações
inibidoras individuais que afetem os interesses das outras pessoas (SCHWARTZ; BILSKY,
1987).

Sendo assim, “Valores que colidem com o delicado funcionamento de grupos significantes ou
de sociedades maiores serão desestimulados por socializadores e agentes de controle
social.” (SCHWARTZ, 2005a, p. 66). Com isso, incompatibilidades de valores aumentarão a
probabilidade de conflitos entre os indivíduos e o estresse negativo vivenciado por eles
(FRIEDMAN et al., 2000), já que, conforme apresentado na introdução deste trabalho, os
conflitos interpessoais são “[...] um processo dinâmico que ocorre entre partes
interdependentes ao experimentarem reações de emoções negativas às percepções de
discordância e interferência na consecução de seus objetivos.”25 (BARKI; HARTWICK,
2004, p. 234, tradução nossa).

Ou seja, embora a relação ainda seja controversa (BERNARD; GEBAUER; MAIO, 2006), a
compatibilidade de valores entre o ambiente e a pessoa seria um requisito básico do bem-estar
(SAGIV; SCHWARTZ, 2000). “Pessoas são mais propensas a experimentar um bem-estar
positivo quando podem expressar e consumar seus valores e então alcançar suas metas.”26
(SAGIV; SCHWARTZ, 2000, p. 186, tradução nossa). Pautados em dados empíricos, Sagiv e
Schwartz (2000) concluem que a congruência de valores entre pessoa e ambiente explicou
parte da satisfação com a vida e o bem-estar. O indivíduo pode manifestar seus valores e por
conseguinte atingir suas metas motivacionais, independentemente de quais valores essa
pessoa prioriza. Ademais, para Bouckenooghe et al. (2005) o conflito de valores entre pessoa

25 “[...] a dynamic process that occurs between interdependent parties as they experience negative emotional
reactions to perceived disagreements and interference with the attainment of their goals.” (BARKI;
HARTWICK, 2004, p. 234).
26 “People are more likely to experience positive well-being when they can express and fulfill their values and
thus attain their goals.” (SAGIV; SCHWARTZ, 2000, p. 186).
67

e organização foi um importante preditor do estresse negativo no trabalho em homens e


mulheres. Finalmente, o estudo de Rohan e Maiden (2000) apud Rohan (2000) destacou que a
compatibilidade entre os valores pessoais de professores de uma escola e a percepção deles
sobre os valores da escola (valores sociais) conseguiu prever o estresse negativo desses
professores.

Nesse sentido, como fica a relação gestor e subordinado e a qualidade de vida no trabalho
deles? Gestores e seus subordinados são “[...] dois grupos organizacionais com interesses
conflitantes, mas que têm entre si uma relação de interdependência e que buscam seus
próprios mecanismos de defesa e de mútuo monitoramento.” (TEIXEIRA, 2004, p. 362).
Sendo assim, pode-se supor que os gestores e subordinados priorizam valores diferentes e,
portanto, estarão sujeitos a conflitos, visto que perseguirão metas motivacionais diferentes.
Com isso, aumenta-se a probabilidade de que os envolvidos tenham uma piora em suas
qualidades de vida no trabalho.

Ademais, os indivíduos da díade gestor-subordinado inferem os valores do outro membro a


partir da interação (STEINER, 1988). Dessa inferência nascerá o julgamento das pessoas
sobre a similaridade ou não com o parceiro (STEINER, 1988; ROCCAS et al., 2002). essa
percepção de similaridade ou diferença, conforme discutido anteriormente, poderá aumentar a
probabilidade de conflitos entre gestor e subordinado e, consequentemente, influenciar a
percepção de qualidade de vida no trabalho de gestores e subordinados.

Antonio e Teixeira (2010), ao pesquisarem egressos de uma única faculdade, encontraram


evidências de que quanto mais se percebe um gestor como benevolente, melhor a avaliação de
qualidade de vida no trabalho dos subordinados. Esses resultados condizem com a teoria de
Schwartz (1992), pois a benevolência é um valor que deriva da necessidade orgânica de
filiação entre as pessoas (SCHWARTZ, 2005b). Sendo assim, chefes benevolentes devem ser
mais amigáveis e preocupados com o bem-estar de seus subordinados, criando as condições
necessárias para que aumente a probabilidade de que a pessoa tenha uma boa qualidade de
vida no trabalho. Em outro estudo, Tamayo (2000) observou que os valores da dimensão
conservação estão relacionados com a satisfação com o chefe.
68

Partindo dessa discussão, quais serão as relações entre a compatibilidade de valores da díade
gestor-subordinado e o estado pessoal de qualidade de vida no trabalho de seus membros? O
presente estudo buscará entender o impacto dessa compatibilidade na qualidade de vida no
trabalho, analisando a compatibilidade real e percebida por meio dos valores pessoais e
sociais de Schwartz (1992) e Rohan (2000), respectivamente. No entanto, antes de aprofundar
o método de pesquisa para estudar essa relação, discutir-se-ão, na próxima seção, as formas de
medida da compatibilidade. Esse assunto têm impacto direto na escolha do método de análise
dos dados e, por esse motivo, precisam ser discutidas nesta parte do trabalho.

2.5 Operacionalização e medição da compatibilidade diática

Como medir a compatibilidade entre dois agentes na relação pessoa-pessoa ou pessoa-


ambiente? Qual critério deve-se estabelecer para considerar que uma coisa é compatível com
outra? As respostas a essas perguntas ainda apresentam abordagens controversas (O'REILLY;
CHATMAN; CALDWELL, 1991; KRISTOF, 1996; TEIXEIRA; PEREIRA, 2008). Além
disso, o funcionamento das inter-relações de uma díade é característico e deve ser levado em
conta para a medição e operacionalização da compatibilidade entre os entes (ANDERSON,
1994). Nesse sentido, buscar-se-á esclarecer os pontos relevantes a serem considerados para
mensuração da compatibilidade diática.

De acordo com Kristof (1996), para a medição da compatibilidade entre duas entidades, a
primeira questão a ser considerada diz respeito à comensurabilidade das medidas. Ou seja, as
medidas de cada ente devem ser comparáveis. Essa questão é controversa, já que alguns
autores defendem que a comensurabilidade não representa uma limitação para as medidas de
compatibilidade, conforme Patsfall e Feimer (1985) apud Teixeira e Pereira (2008).

Para que sejam comensuráveis, as medidas devem possuir características similares em


diferentes níveis (KRISTOF, 1996). Em outras palavras, elas precisam medir dimensões de
mesmo conteúdo dos entes em questão (TEIXEIRA; PEREIRA, 2008). Então, deve-se
comparar valores com valores, objetivos com objetivos (medidas de mesma natureza) ou
necessidades e suprimentos (medidas que compartilham níveis de conteúdo).
69

Definida a comensurabilidade das medidas, a questão se volta para a representatividade da


compatibilidade. Segundo Kristof (1996), duas abordagens têm predominado no
entendimento de qual medida representa a compatibilidade. Na primeira delas, pouco
utilizada na literatura (KRISTOF, 1996), calcula-se um termo de produto que representa o
efeito moderador de uma das entidades do sistema na relação entre a outra entidade e a
variável dependente que está sendo estudada.

Na segunda abordagem, a pré-condição da compatibilidade corresponde à proximidade das


entidades em uma determinada variável (KRISTOF-BROWN; ZIMMERMAN; JOHNSON,
2005). Ou seja, a compatibilidade passa a ser entendida como uma medida de distância. A
partir disso, de acordo com Kristof (1996), a compatibilidade é medida pela redução das
características das entidades em um índice único que a representará. Nessa abordagem são
utilizados índices de congruência bivariada ou escores de diferença ! exemplos: algébrica

(X-Y), absoluta (|X-Y|) ou diferenças quadráticas (X-Y)2 ! ou índices de perfis de


similaridade, utilizados para múltiplos preditores com o intuito de medir a similaridade no
ordenamento de elementos ! exemplos: soma das diferenças algébricas (D1), soma das

diferenças absolutas (|D|), soma das diferenças quadráticas (D2), a distância Euclidiana (D) ou
a correlação de dois perfis (Q) (EDWARDS, 1993; EDWARDS; PARRY, 1993).

Apesar do grande uso dessa segunda abordagem nas pesquisas e de sua capacidade de
capturar uma visão geral da compatibilidade (KRISTOF-BROWN; ZIMMERMAN;
JOHNSON, 2005), medidas como os escores de diferença ou os índices de perfis de
similaridade possuem diversas críticas (NUNNALLY, 1962; EDWARDS, 1993; 1994).

A primeira compete à ambiguidade conceitual inerente à inabilidade desses índices de “[...]


identificar claramente o constructo subjacente à medida.”27 (EDWARDS, 1993, p. 644,
tradução nossa). Essa ambiguidade conceitual resulta de duas fontes principais, de acordo
com Edwards (1993). No primeiro caso, ao combinar medidas conceitualmente distintas em
um único índice, compromete-se a interpretação do resultado, já que a contribuição individual
de cada elemento para o escore final é mascarada. Isso ocorre, pois atribui-se um peso igual a

27 “[...] clearly identify the construct underlying a measure.” (EDWARDS, 1993, p. 644).
70

cada elemento na construção do índice, sendo que possivelmente esse peso possa ser diferente
ou que a contribuição de cada elemento dependa mais de suas variâncias e covariâncias e não
de uma determinação de peso (EDWARDS, 1993). No segundo caso, a ambiguidade pode
advir diretamente do uso de duas entidades conceitualmente heterogêneas, ou por
representarem constructos distintos ou por serem de fontes diferentes (EDWARDS, 1993).

Outra crítica para escores de diferença ou índices de perfis de similaridade encontra-se no


descarte de informações sobre a magnitude e direção da congruência entre as duas entidades
(EDWARDS, 1993; 1994). Segundo Edwards (1993), estudos de compatibilidade baseiam-se
nas premissas de que a diferença entre as entidades é simétrica e que um resultado dessa
compatibilidade é constante independentemente do nível das entidades. Essas premissas
exigem a medição do valor absoluto dessas entidades e a direção do efeito da diferença.
Contudo, essas duas informações são perdidas ao se adotar os escores de diferença ou índices
de perfis de similaridade, impossibilitando que seja reconhecida a compatibilidade ou
incompatibilidade das entidades (EDWARDS, 1993; 1994).

Uma terceira crítica é limitada aos índices de perfis de similaridade. Conforme Kristof (1996),
esses índices não capturam a variabilidade dos elementos que podem impactar nas diferenças
das entidades envolvidas na compatibilidade. Ademais, essa abordagem, de acordo com
Edwards (1993), não leva em consideração fatores psicológicos dos respondentes que podem
resultar em diferentes interpretações e atribuições de significados às medidas,
comprometendo o resultado que será analisado.

Ademais, outras duas críticas são ponderadas aos escores de diferença e índices de perfis de
similaridade. Uma delas consiste nas restrições de magnitude e sinal impostas aos coeficientes
da compatibilidade (KRISTOF, 1996), resultantes da atribuição de uma magnitude ou peso
semelhantes aos efeitos de cada elemento que influenciam a relação das entidades
(EDWARDS, 1993). A outra reside na perda de qualidade de análise causada pela
transformação de um estudo bivariado ou multivariado em univariado. Ao transformar uma
relação entre duas variáveis em um índice, perde-se, por exemplo, a capacidade de utilizar
técnicas multivariadas para tentar explicar os efeitos conjuntos entre elas em uma outra
variável dependente (EDWARDS, 1995).
71

Partindo dessas críticas, Edwards (1993; 1994) e Edwards e Parry (1993) propõe o uso da
regressão polinomial como alternativa para superar as limitações dos escores de diferença e
índices de perfis de similaridade. Essa técnica baseia-se na premissa de que “[...] As restrições
contidas nos índices tradicionais de compatibilidade devem ser consideradas como hipóteses a
serem testadas e sustentadas para dar credibilidade ao modelo proposto.”28 (KRISTOF, 1996,
p. 16, tradução nossa).

Conforme discutem Kristof-Brown, Zimmerman e Johnson (2005), essa técnica busca tratar
as variáveis do modelo de forma a não as comprimir em uma única medida, passando a
considerar o efeito de todas elas no resultado da compatibilidade, evitando as limitações das
outras abordagens. Contudo, novas limitações devem ser consideradas no uso dessa técnica.
Segundo Kristof (1996), a expansão de equações restritas para irrestritas, como previsto no
modelo, conduz à multicolineariedade, e a técnica exige um determinado número de amostra
e poder por causa do alto número de graus de liberdade utilizado. Ademais, a regressão
polinomial pode medir uma coisa distinta dos escores de diferença, o que acaba exigindo uma
boa argumentação teórica que sustente seu uso (KRISTOF, 1996).

Somado à comensurabilidade das medidas e à representatividade da compatibilidade, outro


ponto relevante para a mensuração da compatibilidade encontra-se na operacionalização dos
instrumentos de medição.

Em primeiro lugar, como propõe Kristof (1996) e Kristof-Brown, Zimmerman e Johnson


(2005), a compatibilidade pode ser medida direta ou indiretamente. As medidas diretas
referem-se ao uso de perguntas explícitas sobre a existência ou não da compatibilidade para
os respondentes. Segundo os autores, devem ser usadas em investigações que precisão de um
julgamento do respondente sobre a compatibilidade para comparação com outra variável.
Entretanto, as medidas diretas são muito criticadas (KRISTOF, 1996), pois (a) confundem a
comensurabilidade dos constructos usados para a resposta, (b) impedem a medida dos efeitos
independentes de cada variável em questão e (c) adicionam um viés de consistência na
variável dependente da compatibilidade. Já as medidas indiretas se traduzem na comparação

28“[...] The contraints implied by traditional fit indices should be considered as hypotheses that can be tested and
supported to lend credibility to the proposed model.” (KRISTOF, 1996, p. 16, tradução nossa).
72

de resultados de fontes diferentes por meio da criação de índices de compatibilidade ! as

medidas de interação, escores de diferenças, perfis de similaridade e regressão polinomial


descritas anteriormente (KRISTOF, 1996).

Ademais, a compatibilidade pode ser obtida por uma fonte subjetiva ou objetiva (KRISTOF-
BROWN; ZIMMERMAN; JOHNSON, 2005). Na subjetiva, a compatibilidade é obtida pela
comparação de variáveis das entidades por meio do questionamento a apenas uma delas.
Nesse caso, a pessoa responderá perguntas sobre as características dela e da outra ou sobre a
percepção dela sobre as características do ambiente ou de outra pessoa. No caso da objetiva, a
compatibilidade é obtida pela comparação de variáveis da pessoa e do ambiente por meio do
questionamento a diferentes fontes de dados (KRISTOF-BROWN; ZIMMERMAN;
JOHNSON, 2005).

Nesse sentido, Edwards et al. (2006) propõe um modelo de operacionalização para


entendimento da fenomenologia relativa à compatibilidade. Esse modelo possui três
abordagens da compatibilidade entre pessoa-ambiente:

a) atomista: mede a percepção da pessoa e do ambiente separadamente para então combiná-


los.
b) molecular: mede diretamente a discrepância da percepção entre a pessoa e o ambiente. Por
exemplo, as pessoas respondem se uma coisa excede ou não suas expectativas.
c) molar: mede diretamente a compatibilidade ou similaridade entre a pessoa e o ambiente.
Nesse caso os respondentes assinalam a proporção da compatibilidade entre eles e o
ambiente.

Especificamente sobre as díades, as fontes de dados podem ser três (ANDERSON, 1994): (a)
o indivíduo, (b) o outro e (c) os dois membros respondendo de forma única e conjunta. Essas
fontes determinaram o uso de dados de primeira e segunda ordens para análise dos dados. De
acordo com Anderson (1994), os dados obtidos diretamente de qualquer uma das três fontes
são denominados de primeira ordem, já os dados obtidos por inferências ou transformações
(como os escores de diferença, os índices de similaridade e a regressão polinomial) dos dados
de primeira ordem são denominados de segunda ordem.
73

Ao se combinar as fontes de dados com os tipos deles criam-se diversas combinações de


resultados que podem ser usados a priori para a definição da pesquisa. Por exemplo, deve-se
usar informantes individuais caso o objetivo seja decifrar experiências subjetivas na díade e,
analogamente, buscar-se-ão informantes duplos caso o objetivo seja conhecer a validação
objetiva ou as características da relação na experiência de uma díade. Assim sendo, Anderson
(1994) propõe o modelo da Figura 4 a seguir para análise de díades.

Figura 4 ! Transcrição do modelo de análise de díades.


FONTE: (ANDERSON, 1994, p. 460, tradução nossa).

A partir de todas as discussões realizadas no referencial teórico, a próxima seção deste


trabalho buscará explicitar o modelo teórico e o método de pesquisa que foram utilizados na
busca pelo entendimento das relações entre a compatibilidade diática dos valores de gestores
e subordinados e o estado pessoal de qualidade de vida no trabalho deles.
74
75

3. MÉTODO DE PESQUISA

Discutidos os conceitos relevantes para a fundamentação teórica das variáveis em questão


neste estudo, esta seção do trabalho apresentará o método de pesquisa que foi utilizado para a
discussão do problema apresentado na introdução. Antes da apresentação do método utilizado,
serão detalhados novamente o problema de pesquisa, o modelo teórico e as hipóteses a serem
testadas conforme proposto no início deste trabalho.

3.1 Problema de pesquisa, modelo teórico e hipóteses

O problema fundamental deste estudo, conforme apresentado na seção de introdução,


questiona quais seriam as relações entre a compatibilidade diática dos valores dos gestores e
de seus subordinados e o estado pessoal de qualidade de vida no trabalho desses gestores e
subordinados.

Segundo a discussão teórica sobre compatibilidade diática, essa relação pode ser obtida por
uma fonte subjetiva ou objetiva (ANDERSON, 1994; KRISTOF-BROWN; ZIMMERMAN;
JOHNSON, 2005). Como teoricamente as duas formas de compatibilidade apresentam
relações com outras variáveis, este estudo teve como objetivos principais:

(a) investigar a associação entre a compatibilidade dos valores pessoais dos subordinados e os
valores sociais dos subordinados com relação aos seus gestores (compatibilidade
subjetiva) e o estado pessoal de qualidade de vida no trabalho desses subordinados,
(b) pesquisar a associação entre a compatibilidade dos valores pessoais de gestores e dos
subordinados (compatibilidade objetiva) e o estado pessoal de qualidade de vida no
trabalho desses gestores e subordinados.

Decorrente dos objetivos primários, este estudo buscou destacar qual dos tipos de
compatibilidade ! subjetiva e objetiva ! teve mais efeito sobre o estado pessoal de

qualidade de vida no trabalho dos membros da díade, conforme recomendações de futuras


76

pesquisas de Schwartz (2011). Segundo questionamento do autor: “O que é mais crítico: a


compatibilidade com os valores reais ou com os percebidos no ambiente? Será que a
compatibilidade de alguns valores tem mais impacto no bem-estar que a compatibilidade de
outros?”29 (SCHWARTZ, 2011, p. 312, tradução nossa). No entanto, faz-se importante
destacar que por limitações operacionais deste estudo não foi pesquisada a influência da
compatibilidade subjetiva na perspectiva dos gestores.

Para esta pesquisa, conforme discutido no referencial teórico deste trabalho, entende-se
valores pessoais dos subordinados ou dos gestores como “[...] um princípio analógico
implícito construído a partir do julgamento sobre a capacidade das coisas, pessoas, ações e
atividades de garantir a melhor forma de viver possível.”30 (ROHAN, 2000, p. 270, tradução
nossa). Esses valores representam direcionadores motivacionais pessoais, que orientam
escolhas, decisões, comportamentos, ações, e que são organizados em torno dos seguintes
tipos motivacionais: hedonismo, realização, poder, autodeterminação, estimulação,
conformidade, realização, benevolência, segurança, universalismo (SCHWARTZ, 1992;
2005b). As oposições e adjacências entre os valores evidenciam a divisão dos tipos
motivacionais em duas dimensões bipolares ou valores de ordem superior que são opostas
entre si: abertura à mudança-conservação e autopromoção-autotranscendência
(SCHWARTZ, 1992).

Os valores sociais dos subordinados com relação aos seus gestores foram entendidos como a
percepção desses subordinados sobre os valores pessoais de seus gestores. Esta abordagem
baseia-se na definição de Rohan (2000) sobre o sistema de valores sociais: “Sistemas de
valores sociais representa a percepção das pessoas sobre o julgamento dos outros quanto a
capacidade dos entes de possibilitarem a melhor forma de viver possível, sendo isso os
valores prioritários dos outros.”31 (ROHAN, 2000, p. 270, grifo da autora, tradução nossa).

29“What is more critical: the fit with the actual or with the perceived values in the environment? Does the fit on
some values have more impact on well-being than the fit on others?” (SCHWARTZ, 2011, p. 312).
30“A value is an implicit analogical principle constructed from judgements about the capacity of things, people,
actions, and activities to enable best possible living.” (ROHAN, 2000, p. 270, grifo da autora).
31 “Social value systems concern people’s perception about others’ judgments concerning the capacity of entities
to enable best possible living, that is, others’ value priorities.” (ROHAN, 2000, p. 270, grifo da autora).
77

Segundo a autora, esse classificação de valor deve seguir a mesma estrutura dos valores
pessoais de Schwartz (1992).

O estado pessoal de qualidade de vida no trabalho, para este trabalho, baseou-se nos estudos
de Limongi-França (1996; 2009), Martel e Dupuis (2006), Rice et al. (1985) e Paschoal e
Tamayo (2004) e é entendido como a condição experimentada por um indivíduo resultante da
comparação cognitiva entre sua posição atual de vida no trabalho e seu padrão desejado,
levando em conta o conjunto de escolhas de comportamento, metas e estímulos do ambiente
que esse indivíduo experimentou até um determinado ponto no tempo, bem como suas
expectativas futuras de resultados.

Ademais, a compatibilidade diática de valores entre gestores e subordinados foi compreendida


como a congruência dos tipos de valores descritos anteriormente na relação diática entre
gestor e subordinado. Conforme discutido no referencial teórico, essa compatibilidade
compreende as dimensões da similaridade (compatibilidade suplementar) e da
complementaridade (compatibilidade complementar) entre o indivíduo e seu gestor
(KRISTOF-BROWN; ZIMMERMAN; JOHNSON, 2005).

O modelo teórico da regressão polinomial utilizado neste estudo é apresentado na Equação 1


abaixo:

Zi = !0 + !1di1 + !2di2 + ... + !kdik + ei, (1)

em que:
- Zi = estado pessoal de qualidade de vida no trabalho do i-ésimo indivíduo;
- dip = a distância das p-ésima questão de valores para o i-ésimo indivíduo;
- ei ~ N(0, !2), independentes.

Vale destacar que dip pode representar as distâncias algébrica (X-Y), absoluta (|X-Y|) ou
quadráticas (X-Y)2. Assim sendo, o conceito de compatibilidade como a distância entre duas
variáveis (KRISTOF-BROWN; ZIMMERMAN; JOHNSON, 2005) ainda é considerado para
a medição da compatibilidade. No entanto, pelas limitações apresentadas anteriormente, é
78

necessário alocar essa medida em um outro contexto, o da regressão polinomial, a fim de


melhor representar o fenômeno.

O problema da pesquisa pode ser visualizado no modelo teórico proposto na Figura 5 a seguir.

Figura 5 ! Modelo teórico da pesquisa.


FONTE: elaborada pelo pesquisador.

Decorrentes do modelo e dos objetivos da pesquisa, três hipóteses foram testadas neste
estudo. No primeiro caso (H1), baseando-se nas associações entre compatibilidade subjetiva
de valores e estresse negativo de Bouckenooghe (2005) e Rohan e Maiden (2000) apud Rohan
(2000), admitiu-se que quanto maior fosse a compatibilidade diática subjetiva dos valores,
maior seria a avaliação do estado pessoal de qualidade de vida no trabalho dos subordinados.
Analogamente, no segundo e terceiro casos (H2 e H3), baseada nos achados das associações
79

entre compatibilidade objetiva de valores e o bem-estar de Sagiv e Schwartz (2000), também


adotou-se que quanto maior fosse a compatibilidade diática objetiva dos valores, maior seria a
avaliação do estado pessoal de qualidade de vida no trabalho dos membros da díade.

Finalmente, com relação ao objetivo secundário desta pesquisa, tomou-se como base estudos
anteriores como o de Enz (1988), Rohan e Maiden (2000) apud Rohan (2000) e Harrison,
Price e Bell (1998), para se admitir que a compatibilidade subjetiva de valores tenha maior
associação com o estado pessoal de qualidade de vida no trabalho do que a compatibilidade
objetiva de valores.

3.2 Delineamento da pesquisa

O delineamento do estudo consiste na fase posterior à definição do problema e das hipóteses


de pesquisa, sendo estreitamente dependente de sua etapa anterior, visto que ele representa a
delimitação lógica dos passos a serem seguidos para que as hipóteses sejam verificadas (GIL,
2008). Esse delineamento, portanto, pode ser entendido como o “[...] planejamento da
pesquisa em sua dimensão mais ampla [...]” (GIL, 2008, p. 49), no qual serão expostas as
determinações gerais a serem realizadas para que o problema de pesquisa seja verificado.

Ademais, a partir desse delineamento, podem-se atribuir diversas tipologias ao estudo. A


classificação decorrente de cada tipologia terá distintos enfoques possíveis, dependendo do
autor dessa classificação (MARCONI; LAKATOS, 2010). Por exemplo, podem-se usar como
critérios para classificação a natureza dos dados, a generalização dos resultados, dentre
outros. Assim sendo, é relevante delimitar a fonte da classificação da pesquisa para um
correto delineamento.

Pelos objetivos delimitados a partir do problema proposto neste trabalho, encontrar


associações entre variáveis, este estudo foi definido como descritivo de acordo com Gil
(2008), visto que seu campo de estudo não é pouco explorado (pesquisa exploratória) e não
buscará entender relações de causa e efeito (pesquisa explicativa).
80

Além disso, a natureza do problema abriria possibilidade para estudos com múltiplas
configurações na dimensão de tempo ! longitudinal ou transversal (COOPER;

SCHINDLER, 2002). Pelas restrições de prazo do programa de pós-graduação no qual este


trabalho está inserido e de orçamento disponível, optou-se por um estudo transversal que foi
realizado apenas uma única vez no tempo. Esse tipo de estudo se baseia em uma
representação momentânea do fenômeno, de acordo com Cooper e Schindler (2002).

Pela natureza do problema, admitir-se-iam diversas abordagens de métodos distintas, como a


experimental, estudo de caso, ex-post-facto (GIL, 2008). No entanto, optou-se pelo
levantamento ou survey (GIL, 2008; COZBY, 2009; MARCONI; LAKATOS, 2010) por meio
de um questionário eletrônico autoaplicado (GIL, 2008), cujo conteúdo será discutido nas
próximas seções deste trabalho.

O questionário foi escolhido como ferramenta desta pesquisa por três razões. Em primeiro
lugar, ele permite a obtenção de informações de uma grande quantidade de indivíduos para o
estudo de relações entre variáveis (COZBY, 2009) ao utilizar um agrupamento ordenado de
perguntas que pode ser enviado eletronicamente (GIL, 2008). Com isso é possível uma grande
redução de custos, pois pode-se abranger uma área geográfica mais ampla sem a necessidade
de treinamento de pesquisadores ou entrevistadores (LAKATOS; MARCONI, 2010).

Ademais, o questionário se adequa às restrições de tempo e custo levantadas anteriormente,


pois conforme destaca Dillman (2007), a facilidade da operacionalização de questionários
eletrônicos é um fator de redução do tempo de implantação da pesquisa e do custo marginal
de adicionar mais um caso à amostra.

Finalmente, segundo as considerações sobre a operacionalização da compatibilidade diática


explicitadas no referencial teórico deste trabalho, esta pesquisa buscou os dados diretamente
dos dois membros da díade para que sejam definidos os índices de compatibilidade para a
análise (ANDERSON, 1994). Os dados foram obtidos de forma indireta por meio de uma
operacionalização objetiva e subjetiva (KRISTOF, 1996; KRISTOF-BROWN;
ZIMMERMAN; JOHNSON, 2005).
81

3.3 Plano amostral

Amostra pode ser definida como uma parte da população a partir da qual é possível inferir as
propriedades ou parâmetros dessa população (BUSSAB; MORETTIN, 2002; FREUND,
2006). Utiliza-se uma amostra para casos em que o censo de toda população é
demasiadamente custoso ou difícil de ser atingido (FREUND, 2006; COZBY, 2009). Então,
opta-se por uma amostra para que se possam realizar inferências e generalizações para a
população (COOPER; SCHINDLER, 2002).

Da definição de amostra destaca-se a relevância do processo de amostragem em uma pesquisa


científica, visto que esse procedimento impacta na capacidade de generalização dos resultados
(MARCONI; LAKATOS, 2010) e na diminuição dos erros e enviesamento resultantes do
processo de pesquisa (HAIR et al., 2009).

O universo de pesquisa escolhido para este estudo corresponde aos egressos dos cursos de
Administração, Contabilidade, Economia e Ciências Atuariais da Faculdade de Economia,
Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo que fazem parte do programa
de relacionamento com egressos da FEA-USP, o Feamais. No momento da realização da
coleta de dados para esta pesquisa o universo total de ex-alunos cadastrados no programa
Feamais totalizava 5.461 indivíduos. Esse banco de dados é composto por egressos da
graduação, mestrado e doutorado dos quatro cursos da FEA-USP.

Pelas restrições de custo e tempo já apresentadas, decidiu-se por uma técnica de amostragem
não-probabilística do tipo conveniência ou intencional (GIL, 2008; COZBY, 2009;
MARCONI; LAKATOS, 2010). Para Freitas et al. (2000), essa técnica de amostragem prevê a
escolha dos elementos por um determinado critério no qual todos esses elementos da
população não possuem igual probabilidade de serem selecionados. Essa técnica não permite
o cálculo do erro amostral (MARCONI; LAKATOS, 2010), tornando improvável a
generalização dos resultados (GIL, 2008).

Ainda que tenha essa limitação, as amostras não-probabilísticas são mais baratas de serem
obtidas e podem ser formadas em menor tempo (COZBY, 2009). Ademais, esse tipo de
82

amostragem ganha espaço nas pesquisas acadêmicas na medida em que pesquisadores do


comportamento humano estão mais interessados em compreender as relações entre variáveis
em vez de determinar “[...] acuradamente valores da população.” (COZBY, 2009, p. 155).

Nesse sentido, os resultados provenientes deste trabalho, pela técnica de amostragem definida
a priori, não podem ser generalizados para a população do Feamais ou para qualquer outra
população, constituindo uma das limitações do estudo.

Finalmente, cabe ressaltar que, para a composição da amostra, os egressos foram contatados e
estimulados a encaminhar o questionário a sua lista de contatos no intuito de potencializar o
número final de respondentes.

3.4 Instrumento de pesquisa

Para investigar as hipóteses propostas neste estudo foram utilizados dois questionários
eletrônicos autoaplicáveis administrados aos membros da díade gestor-subordinado, conforme
podem ser observados nos Apêndices 1 e 2 deste trabalho. Um dos questionários foi enviado
para o gestor e o outro para seu subordinado direto, sendo que cada um deles pôde responder
o respectivo questionário em momentos diferentes e de forma independente.

Nos dois casos, antes do início do preenchimento, os respondentes eram instruídos a ler
atentamente a um termo de consentimento livre. O conteúdo do termo, conforme pode ser
observado nos Apêndices 1 e 2, buscou detalhar os objetivos e etapas do estudo, bem como
garantir o tratamento profissional e sigiloso dos dados. Ademais, procurou garantir formas de
contato entre os respondentes e o pesquisador caso fosse necessário. Ao final, os respondentes
podiam optar ou não pelo aceite dos termos propostos. Caso os termos não fossem aceitos a
pesquisa era interrompida imediatamente.

O questionário administrado ao subordinado foi composto de quatro blocos de indagações


agrupados por similaridade de questões conforme recomendam Alreck e Settle (1994). O
primeiro bloco de perguntas teve como objetivo a mensuração dos valores pessoais do
83

subordinado. Para isso, utilizou-se o instrumento PVQ-21 desenvolvido por Schwartz (2010)
para a ESS ! European Social Survey (ESS, 2009) e traduzido e validado para o Brasil por

Lombardi et al. (2010).

Schwartz (1992) desenvolveu o SVS ! Schwartz Value Survey. O SVS (ou Inventário de
Valores de Schwartz) na versão revisada de 1994 (SCHWARTZ, 1994) apresenta 57 itens que
representam os valores que compõe cada tipo motivacional. Cada item é acompanhado de
uma breve descrição do valor. Os respondentes avaliam cada um dos itens como princípios
orientadores de suas vidas por meio de uma escala ipsativa que varia de -1 a 7, sendo que o
“-1” representa que o item é totalmente oposto aos princípios orientadores da vida e que no
“7” ele é de extrema importância para a pessoa. Segundo Schwartz (2005b), o SVS já foi
traduzido para 46 línguas e testado em amostras de 67 países, apresentando resultados
consistentes.

Considerando dificuldades operacionais e com o intuito de validar sua teoria (SCHWARTZ,


2005b), Shalom H. Schwartz e outros desenvolvem o PVQ-40 ou Portrait Value
Questionnaire 40 (SCHWARTZ et al., 2001). O PVQ-40 inclui 40 assertivas que descrevem
“[...] objetivos, aspirações ou desejos que implicitamente apontam para a importância de um
tipo motivacional.” (SCHWARTZ, 2005a, p. 57). Os respondentes são instruídos a
estabeleceram uma relação com cada uma das assertivas seguindo a escala de “Se parece
muito comigo”, “Se parece comigo”, “Se parece mais ou menos comigo”, “Se parece pouco
comigo”, “Não se parece comigo“ e “Não se parece nada comigo”. Segundo Schwartz
(2005a), a estrutura de valores obtida pelo SVS se mantém nos resultados advindos do
PVQ-40.

O PVQ-21 é uma versão parcimoniosa do Portrait Value Questionnaire 40 ou PVQ-40 de


Schwartz et al. (2001). Esses instrumentos se diferenciam na quantidade de assertivas totais,
sendo quarenta para o PVQ-40 e vinte e uma para o PVQ-21, e na posição dos tipos
motivacionais de valores na estrutura teórica (LOMBARDI et al., 2010). No entanto, ambos
revelam a estrutura dos tipos motivacionais previstos na teoria de valores de Schwartz (1992),
de acordo com Lombardi et al. (2010). Assim sendo, os dados obtidos pelo PVQ-40 ou o
PVQ-21 são comparáveis aos resultados do SVS (LOMBARDI et al., 2010).
84

Ademais, tanto o PVQ-40 quanto o PVQ-21 são indicados para questionários eletrônicos pela
facilidade e rapidez de preenchimento (SCHWARTZ, 2005a). Assim sendo, optou-se pelo uso
do PVQ-21 para este estudo pela parcimônia no número de questões (ESS, 2009) e pela
garantia de estimativas bastante similares ao PVQ-40 (LOMBARDI et al., 2010) e
consequentemente ao Schwartz Value Survey (SCHWARTZ, 2005a).

Cabe ainda ressaltar que, embora os resultados provenientes do Schwartz Value Survey sejam
comparáveis entre culturas e tenham mais validade (SCHWARTZ, 2005a), preferiu-se por não
utilizar o SVS como instrumento desta pesquisa, pois ele requer um alto grau de abstração por
parte do respondente para seu preenchimento, já que apresenta os valores fora de um contexto
específico (BILSKY, 2009). Nesse sentido, seria muito complicado para que uma pessoa
estimasse os valores de outro indivíduo com esse instrumento conforme a proposta de estudo
deste trabalho.

Dessa maneira, o SVS compromete a parcimônia exigida para questionários eletrônicos (GIL,
2008), pois na versão brasileira de Tamayo e Schwartz (1993), validada por Gouveia et al.
(2001), são utilizados 61 itens para medir os valores. Como outro ponto de ponderação, o
PVQ-40 e o PVQ-21 são instrumentos menos suscetíveis aos efeitos da desejabilidade social,
pois não há necessidade da abertura do tema da pesquisa na introdução do instrumento
(SCHWARTZ, 2005a). Ao levar todos esses pontos em consideração, torna-se mais adequado
o uso do PVQ-21 para uma pesquisa eletrônica.

O PVQ-21 visa medir a similaridade do respondente com assertivas descritivas de uma pessoa
hipotética. No PVQ-21 original existe uma versão do questionário para homens e outra para
mulheres (DAVIDOV, 2010). Contudo, por questões culturais a versão brasileira optou por
apenas uma forma de abordagem para ambos os gêneros (LOMBARDI et al., 2010).

No PVQ-21 o respondente utiliza uma escala do tipo Likert invertida de 6 (seis) pontos,
conforme recomendação do ESS ! European Social Survey (ESS, 2009), para identificar se

essa pessoa hipotética é parecida com ele ou não. As respostas variam de “Se parece muito
comigo”, “Se parece comigo” e “Se parece mais ou menos comigo” a “Se parece pouco
comigo”, “Não se parece comigo“ e “Não se parece nada comigo”.
85

Para o PVQ-21, as médias de um conjunto de assertivas específicas, segundo a validação de


Lombardi et al. (2010), revelarão a estrutura dos tipos motivacionais de valores do indivíduo.
Esse mesmo procedimento pode ser utilizado para o cálculo das dimensões bipolares. Cada
tipo motivacional é coberto por duas assertivas, sendo que apenas o tipo motivacional
universalismo possui três por causa de sua complexidade de representação (SCHWARTZ,
2010). A seguir, no Quadro 3, são apresentadas as assertivas do instrumento de Lombardi et
al. (2010) e suas composições em tipos motivacionais e dimensões bipolares.
86

Quadro 3 ! Assertivas do PVQ-21 e composição dos tipos e dimensões.

Tipo Dimensão
Questão
Motivacional Bipolar

1) Pensar em novas ideias e ser criativa é importante para ela. Ela gosta de fazer as
coisas de maneira própria e original.
Auto-
determinação
11) É importante para ela tomar suas próprias decisões sobre o que faz. Ela gosta de ser
livre e não depender dos outros.

10) Aproveitar os prazeres da vida é importante para ela. Ela gosta de se mimar.
Abertura à
Hedonismo mudança
21) Ela procura todas as oportunidades para se divertir. É importante para ela fazer
coisas que lhe tragam prazer.

6) Ela gosta de surpresas e está sempre procurando coisas novas para fazer. Ela acha ser
importante fazer muitas coisas diferentes na vida.
Estimulação
15) Ela procura por aventuras e gosta de correr riscos. Ela quer ter uma vida excitante.

5) É importante para ela viver em um ambiente seguro. Ela evita qualquer coisa que
possa colocar sua segurança em risco.
Segurança
14) É importante para ela que o governo garanta sua segurança contra todas as
ameaças. Ela deseja que o Estado seja forte para poder defender seus cidadãos.

9) É importante para ela ser humilde e modesta. Ela tenta não chamar atenção para si.
Tradição Conservação
20) Tradição é importante para ela. Ela procura seguir os costumes transmitidos por sua
religião ou pela sua família.

7) Ela acredita que as pessoas deveriam fazer o que lhes é ordenado. Ela acredita que as
pessoas deveriam sempre seguir as regras, mesmo quando ninguém está observando.
Confor-
midade
16) É importante para ela sempre se comportar de modo adequado. Ela quer evitar fazer
qualquer coisa que as pessoas possam dizer que é errado.

2) Ser rica é importante para ela. Ela quer ter muito dinheiro e possuir coisas caras.
Poder
17) É importante para ela ter o respeito dos outros. Ela deseja que as pessoas façam o
que ela diz.
Auto-
4) É muito importante para ela demonstrar suas habilidades. Ela quer que as pessoas promoção
admirem o que ela faz.
Realização
13) Ser muito bem-sucedida é importante para ela. Ela espera que as pessoas
reconheçam suas realizações.

3) Ela acredita que é importante que todas as pessoas do mundo sejam tratadas
igualmente. Ela acredita que todos deveriam ter oportunidades iguais na vida.

8) É importante para ela ouvir as pessoas que são diferentes dela. Mesmo quando não Univer-
concorda com elas, ainda quer entendê-las. salismo

19) Ela acredita firmemente que as pessoas deveriam preservar a natureza. Cuidar do Autotrans-
meio ambiente é importante para ela. cendência

12) É muito importante para ela ajudar as pessoas ao seu redor. Ela quer cuidar do bem-
estar delas.
Benevolência
18) É importante para ela ser leal a seus amigos. Ela quer se dedicar às pessoas
próximas a ela.

FONTE: elaborado pelo pesquisador com base em Lombardi et al. (2010), Almeida e Sobral (2009) e Davidov
(2010).
87

Além da escala de valores pessoais, os subordinados foram indagados sobre suas percepções
da escala de valores de seus gestores imediatos. Para tanto, no segundo bloco do questionário,
adaptou-se a instrução inicial e a escala do instrumento PVQ-21 (LOMBARDI et al., 2010)
no sentido de que o respondente delimite o quanto as assertivas referentes a um indivíduo
hipotético se parecem com seu gestor(a) imediato(a).

Usou-se uma escala que variou de “Se parece muito com meu(minha) gestor(a) imediato(a)”,
“Se parece com meu(minha) gestor(a) imediato(a)” e “Se parece mais ou menos com meu
(minha) gestor(a) imediato(a)” a “Se parece pouco com meu(minha) gestor(a) imediato(a)”,
“Não se parece com meu(minha) gestor(a) imediato(a)” e “Não se parece nada com meu
(minha) gestor(a) imediato(a)”. Essa escala já foi utilizada em Antonio e Teixeira (2010) para
o estudo da associação de valores sociais dos subordinados com relação a seus gestores e o
estado pessoal de qualidade de vida no trabalho desses subordinados. Ademais, como esse
tipo de valor também pode ser obtido na dimensão individual (PORTO, 2005), pode-se
esperar que sua estrutura seja semelhante a dos valores pessoais (ROHAN, 2000). Por esse
motivo, utilizaram-se as mesmas assertivas do PVQ-21, conforme apresentado no Quadro 3.

Ainda no segundo bloco do questionário do subordinado, os respondentes foram indagados


sobre o estabelecimento da díade, suas percepções diretas de compatibilidade de valores com
o gestor, a influência do perfil desse gestor na sua qualidade de vida e uma qualificação da
díade.

No primeiro caso, a concretização da díade foi medida pelo tempo de trabalho em conjunto
entre o gestor e o subordinado por meio de uma questão direta. A percepção da
compatibilidade de valores também foi medida por uma questão direta com escala semelhante
a do PVQ-21, sendo que a instrução propõe ao respondente que avalie o quanto ele considera
que seus valores e os de seu gestor são semelhantes. A influência do perfil do gestor na
qualidade de vida no trabalho foi medida por uma questão direta utilizando uma escala que
variou de “Influencia muito” a “Não influencia”. Finalmente, para determinar a qualidade da
díade, o respondente foi indagado sobre o quanto gosta e admira seu gestor. Para tanto, foram
utilizadas escalas que variavam: (a) gostar do gestor ! “Não gosto” a “Gosto muito”; (b)

admirar o gestor ! “Não admiro” a “Admiro muito”.


88

No terceiro bloco estão as assertivas relativas à mensuração do estado pessoal de qualidade de


vida no trabalho do subordinado. O bloco começa com uma pergunta aberta para que o
respondente defina qualidade de vida no trabalho sobre sua ótica. A seguir, para a medição do
estado pessoal de qualidade de vida no trabalho, utilizou-se a seção específica desse tema do
instrumento BPSO-96 de Limongi-França (1996).

Conforme Limongi-França (1996), o respondente determina seu estado pessoal de qualidade


de vida no trabalho por meio de uma questão direta que instruiu o respondente a atribuir uma
nota geral para sua qualidade de vida no trabalho considerando os últimos doze meses. No
caso, o respondente utiliza uma escala de 0 (insatisfação total) a 10 (satisfação total) pontos
para definir seu grau de satisfação com seu estado pessoal de qualidade de vida no trabalho.

Optou-se pelo instrumento de Limongi-França (1996), pois ele mescla medidas globais e
parciais de qualidade de vida no trabalho em um único instrumento. Segundo Scarpello e
Campbell (1983), medidas globais e parciais de um constructo possuem funções diferentes: a
primeira serve como uma medida resumo para comparações gerais da variável com outras, já
a segunda possibilita uma exploração mais detalhada dos elementos que compõe o fenômeno
em questão. A medida global utiliza um único item para mensurar um constructo. A medida
parcial incorpora o conceito de facetas e mede o constructo por uma série de variáveis que
juntas irão compor o conteúdo desse constructo (SCARPELLO; CAMPBELL, 1983).

Contudo, mensurar um constructo por medidas parciais de dimensões ou facetas é


questionável se o conjunto de itens utilizados não tiver validade de conteúdo (SCARPELLO;
CAMPBELL, 1983). Em outras palavras, se o conjunto de variáveis utilizadas para medir um
constructo não for suficientemente amplo para capturar a maior parte de sua variabilidade,
então não seria adequado desenvolver um índice global a partir das medidas parciais e afirmar
que esse índice global representaria o constructo. Para Scarpello e Campbell (1983), caso isso
ocorra, recomenda-se que a pesquisa utilize uma medida global direta.

Com isso tem-se que as medidas globais e parciais devem capturar conceitos diferentes
(HIGHHOUSE; BECKER, 1993; WU; YAO, 2007). Essa relação foi encontrada para
conceitos amplos e de difícil circunscrição de seu conteúdo: auto-estima (HOGE;
89

MACCARTHY, 1984), atitudes (STONE; STONE; GUEUTAL, 1990) e satisfação com o


trabalho (SCARPELLO; CAMPBELL, 1983; HIGHHOUSE; BECKER, 1993).

Nesse último caso, Scarpello e Campbell (1983) argumentam que medir a satisfação do
trabalhador com relação ao seu trabalho por meio de um único item global é confiável e
captura melhor a variância do fenômeno em comparação com a medida parcial por facetas da
satisfação. Os mesmos autores defendem que a medida por facetas possui baixa validade de
conteúdo e impossibilita o uso de uma média dos itens do questionário para determinar uma
medida global. Essa diferença ocorre pela falta de capacidade das medidas parciais de
captarem toda a gama de variáveis que podem influenciar na medida global. Com isso, os
autores concluem que, para a medição da satisfação com o trabalho, não é adequado utilizar
uma abordagem de medida parcial do conceito, pois essa medida parcial não incorpora todos
os elementos que seriam utilizados para avaliar uma medida global de satisfação. Nesse caso,
a medida global de satisfação com apenas um item foi a que melhor capturou o fenômeno,
pois conseguiu incorporar melhor sua complexidade.

Na pesquisa sobre qualidade de vida no trabalho utilizam-se as duas formas de mensuração do


conceito: a global e a parcial (WU; YAO, 2007). Como a qualidade de vida no trabalho é um
termo de conteúdo amplo (WU; YAO, 2007) e complexo, instrumentos que medem as facetas
de qualidade de vida no trabalho são demasiadamente longos e podem não capturar todo o
conteúdo referente ao conceito. Nesse sentido, as avaliações globais e parciais de qualidade
de vida no trabalho medem complexidades diferentes (WU; YAO, 2007).

Como a parcimônia do questionário foi necessária, como o conteúdo do estado pessoal de


qualidade de vida no trabalho é complexo e devido ao fato de o interesse da pesquisa não
residir em uma exploração mais detalhada dos elementos que compõem o conceito de
qualidade de vida no trabalho, optou-se pela utilização da avaliação global do instrumento de
Limongi-França (1996) como variável referência para análise do estado pessoal de qualidade
de vida no trabalho dos indivíduos.

Dessa maneira, pelos motivos apresentados, a medida global é mais indicada em estudos que
utilizaram esse índice como uma variável dependente para a comparação com outras variáveis
90

(HIGHHOUSE; BECKER, 1993), como é o caso da técnica de regressão que será utilizada
neste trabalho.

Após a avaliação global, os respondentes foram indagados sobre aspectos da qualidade de


vida no trabalho utilizando uma escala semelhante a da avaliação geral. Foram avaliados os
seguintes itens: “Sensação de bem-estar no trabalho”, "Estado geral de tensão negativo
(distress) pessoal no trabalho”, "Satisfação com o seu modo próprio de viver o dia a dia (estilo
de vida)”, "Adequação das Ações de QVT da sua empresa” e "Importância da QVT para o
resultado do seu trabalho”.

Ainda no terceiro bloco foi utilizada a Escala de Estresse Negativo no Trabalho de Paschoal e
Tamayo (2004) para medição do nível de estresse ocupacional negativo do respondente. O
instrumento completo é composto por 23 itens dispostos aleatoriamente que visam medir os
fatores estressores do trabalho (PASCHOAL; TAMAYO, 2004). Cada assertiva é avaliada
segundo uma escala do tipo Likert de 5 (cinco) pontos, variando de “Discordo totalmente” a
“Concordo totalmente”. Optou-se pela mensuração do estresse ocupacional negativo como
complemento de análise devido a sua associação com a qualidade de vida no trabalho
(ALBUQUERQUE; LIMONGI-FRANÇA, 1998).

O quarto e último bloco do questionário para os subordinados foi composto por questões
sócio-ocupacionais que foram utilizadas para caracterização da amostra pesquisada. Foram
questionados a idade, o gênero, o estado civil, o número de dependentes, a escolaridade, as
horas trabalhadas e de descanso, o tempo de trabalho na empresa atual, a área de atuação e a
faixa salarial.

O segundo tipo de questionário foi administrado ao gestor imediato de cada subordinado da


díade com 3 (três) blocos semelhantes aos do primeiro questionário. Seu primeiro bloco
conteve o instrumento PVQ-21 de Lombardi et al. (2010) para mensuração dos valores
pessoais do gestor, a pergunta direta de compatibilidade entre seus valores e de seus
subordinados utilizando a mesma escala descrita para o caso do questionário dos
subordinados, além de uma pergunta sobre a influência do perfil de seus subordinados na sua
qualidade de vida no trabalho (também utilizando a mesma escala do respectivo caso do
91

primeiro questionário). O segundo bloco referiu-se à medição de qualidade de vida no


trabalho e usou as mesmas escalas e perguntas do questionário administrado aos
subordinados, incluindo os instrumentos de Limongi-França (1996) e Paschoal e Tamayo
(2004). O terceiro bloco, assim como no caso anterior, conteve perguntas sobre dados sócio-
ocupacionais dos gestores para caracterização da amostra.

3.5 Pré-teste do questionário

Os instrumentos foram submetidos a um pré-teste com 5 trabalhadores de um hotel de luxo na


cidade de São Paulo, sendo 2 deles gestores e 3 subordinados. Utilizou-se o respectivo grupo
de pessoas para o pré-teste pela conveniência de contato com empresas por parte do
pesquisador.

Como os instrumentos utilizados foram previamente validados em pesquisas anteriores


(LIMONGI-FRANÇA, 1996; PASCHOAL; TAMAYO, 2004; LOMBARDI et al., 2010), o
pré-teste teve como principais objetivos a averiguação de adaptação da linguagem para a
população-alvo, a mensuração do tempo médio de preenchimento, avaliação de
inconsistências nas medidas, o uso de perguntas supérfluas e a formatação do questionário,
conforme sugerem Marconi e Lakatos (2010) e Martins e Theóphilo (2007).

O pré-teste foi realizado presencialmente no hotel em questão pelo próprio pesquisador. Foi
disponibilizada uma sala especial na qual cada respondente preencheu seu questionário
eletrônico individualmente após as instruções iniciais do pesquisador (instruções essas que
correspondiam às que foram utilizadas no e-mail convite da pesquisa). Após a conclusão do
preenchimento, cada respondente foi entrevistado pelo pesquisador para a obtenção das
informações relativas aos objetivos do pré-teste.

O tempo médio de preenchimento do questionário foi de 19 minutos para o dos gestores e 20


minutos para o dos subordinados. Há de ser observado que durante o pré-teste a internet sem
fio do hotel estava com problemas de lentidão, fato manifestado por 4 dos 5 respondentes e
que pode ter influenciado no tempo total de preenchimento.
92

Tanto durante o preenchimento do questionário como na entrevista posterior não foram


elencados problemas com relação à adaptação da linguagem, inconsistências nas medidas e
uso de perguntas supérfluas. O único problema identificado foi com relação à formatação do
questionário. Aparentemente os instrumentos de captação dos valores e do estresse
ocupacional, por possuírem muitos itens, tiveram sua visualização e preenchimento
prejudicadas. Os respondentes reclamaram que a escala das questões não aparecia na tela do
computador no final do questionário. Nesse sentido, para o levantamento final, os
instrumentos de valores e do estresse ocupacional foram separados em duas questões para que
coubessem na tela sem a necessidade de rolar a barra lateral da janela do navegador.

3.6 Levantamento dos dados

Conforme explicitado anteriormente, este estudo propôs o uso do questionário eletrônico


autoaplicado (DILLMAN, 2007; GIL, 2008) que foi construído na ferramenta QuestionPro
Survey Software Professional Edition (2010).

O levantamento de dados por meio eletrônico apresenta uma série de vantagens previamente
apresentadas: permite a obtenção de informações de uma grande quantidade de indivíduos
para o estudo de relações entre variáveis (COZBY, 2009), com uma grande redução de custo e
tempo de implantação (GIL, 2008; MARCONI; LAKATOS, 2010), possibilita uma
abrangência geográfica mais ampla sem a necessidade de treinamento de pesquisadores ou
entrevistadores (LAKATOS; MARCONI, 2010) e reduz gastos com papel, correio e
digitalização dos dados (DILLMAN, 2007).

Contudo, a técnica eletrônica apresenta limitações operacionais e metodológicas que precisam


ser reconhecidas. Com relação às operacionais, o questionário eletrônico: (a) pode sofrer
baixo coeficiente de resposta em relação ao número de envios, (b) exclui pessoas analfabetas
ou que não saibam utilizar computadores da amostra a ser estudada, (c) impossibilita auxílio
imediato aos respondentes que não entenderam alguma pergunta e (d) exige um número
moderado de perguntas para que se evite desistências ou questionários incompletos (GIL,
2008; MARCONI; LAKATOS, 2010).
93

As etapas do levantamento dos dados realizadas podem ser observadas na Figura 6 a seguir.

Figura 6 ! Fluxograma das etapas do levantamento de dados.


FONTE: elaborada pelo pesquisador.

Após contato inicial, apresentação e autorização para o levantamento da pesquisa, foi enviado
um e-mail convite a todos os egressos integrantes do banco de dados do Feamais para o
preenchimento da pesquisa. Optou-se por encaminhar o questionário dos subordinados para o
banco do Feamais. Ao final desse questionário o respondente era solicitado a disponibilizar o
e-mail de seu gestor(a) imediato(a). No caso positivo, o questionário de gestor foi enviado aos
respectivos gestores dos respondentes do Feamais. Periodicamente, o banco de dados do
Feamais e os gestores participantes eram relembrados de preencher a pesquisa por meio de
novo convite até a finalização do prazo da pesquisa (46 dias de duração).

Ademais, conforme recomenda Dillman (2007), buscou-se um desenho agradável para o


questionário a fim de facilitar seu entendimento e preenchimento. Todos esses procedimentos
tiveram como objetivo aumentar a taxa de resposta.
94

Sobre as limitações operacionais de questionários eletrônicos, para mitigar a falta de auxilio


aos respondentes, foi disponibilizado um e-mail para contato direto com o pesquisador. Além
disso, o número de questões foi o mais parcimonioso possível, pois o questionário utilizou
uma versão reduzida de um instrumento de valores conforme recomendado pela ESS !

European Social Survey (ESS, 2009). Para evitar a existência de perguntas sem resposta, o
QuestionPro Survey Software Professional Edition (2010) possui ferramenta específica para
que o questionário não seja concluído caso haja respostas faltantes. Como a amostra não tem
natureza probabilísticas, os casos de questionários incompletos foram eliminados da análise.
Finalmente, o problema de pessoas analfabetas não foi relevante, pois sendo uma amostra por
conveniência, foram enviados questionários apenas para indivíduos com nível superior. Esse
procedimento caracteriza um viés de seleção da amostra e uma limitação do estudo.

Além das questões operacionais descritas acima, pode-se destacar como limitações dos
questionários eletrônicos: (a) nesse tipo de coleta é muito complicado o controle de quem está
respondendo, bem como das condições do preenchimento e (b) a objetividade das respostas
pode ser comprometida visto que cada respondente pode interpretar as questões de forma
idiossincrática (GIL, 2008; MARCONI; LAKATOS, 2010). Essas limitações podem ser
classificadas como erros não-amostrais desta pesquisa.

Para mitigar esses efeitos, o questionário foi composto por instrumentos previamente
validados para o Brasil e o levantamento da pesquisa foi feito por intermédio de um grupo de
pessoas que possuem formação semelhante (viés de seleção), buscando garantir a idoneidade
dos respondentes. Finalmente, faz-se importante destacar que os resultados desta pesquisa não
são generalizáveis, visto que optou-se por um método de amostragem não-probabilísticas.

3.7 Processamento e análise dos dados

Para análise dos dados foi utilizado o software estatístico SPSS versão 17.0 para Windows
para processamento das estatísticas descritivas e para o uso da técnica da regressão
polinomial. Ademais, foi utilizado o programa Microsoft Excel para Macintosh versão 2008
para a preparação dos dados que foram transferidos para o SPSS.
95

Como preparação dos dados para análise, após a eliminação dos questionários incompletos,
conforme descrito na seção anterior, a ESS ! European Social Survey (ESS, 2009) e

Schwartz (2010) sugerem que seja feita uma análise da repetição de resposta de cada
respondente. Para o PVQ-21, um indivíduo que repetir 76,2% de respostas iguais em seu
questionário deve ser eliminado da amostra, pois isso sinaliza que ele não dedicou esforços
necessários para o preenchimento do instrumento (ESS, 2009; SCHWARTZ, 2010).

Após a limpeza do banco a ESS ! European Social Survey (ESS, 2009) recomenda a
inversão da escala do PVQ-21 para que a codificação da escala represente a ordem crescente.
Assim sendo, a codificação para análise deve variar de 1 (um) para “Não se parece nada
comigo” a 6 (seis) quando se referir a “Se parece muito comigo”. Deve-se reverter a escala do
PVQ-21 para que a análise seja mais lógica. Assim, quanto maior for o número maior é a
semelhança do indivíduo com o item do instrumento (VERKASALO et al., 2009).

Esses procedimentos foram aplicados para os resultados dos valores pessoais e sociais do
subordinado e para o valores pessoais dos gestores. Também cabe ressaltar que a análise foi
feita na dimensão de cada díade, utilizando os dados obtidos de gestores e subordinados.

Para a análise das hipóteses, foi utilizada a técnica da regressão polinomial, conforme
sugerem Edwards (1993; 1994) e Edwards e Parry (1993), seguindo o modelo teórico a
seguir, já proposto em seção anterior conforme a Equação 1. Essa técnica, de acordo com
Kristof-Brown, Zimmerman e Johnson (2005), busca tratar as variáveis do modelo de forma a
considerar o efeito de todas elas no resultado da compatibilidade.

Neste sentido, a variável dependente ou resposta do modelo será o estado pessoal de


qualidade de vida no trabalho do indivíduo, que dependerá das variáveis preditoras que
medem a compatibilidade entre os valores pessoais e sociais ou pessoais e pessoais.

De acordo com Hair et al. (2009), a técnica de regressão exige o teste de seus pressupostos.
São eles: a linearidade do fenômeno, a variância constante do erro, a independência dos erros
e normalidade dos erros. A variância constante do erro, ou homocedasticidade, será testada
pela técnica de Breusch-Pagan (1979). Ademais, a independência dos resíduos será analisada
96

pelo teste de Durbin-Watson (MONTGOMERY; PECK; VINNING, 2001) e sua normalidade


pela técnica de Shapiro-Wilks (SHAPIRO; WILK, 1965; CONOVER, 1999). A linearidade do
fenômeno será observada pela análise gráfica dos resíduos, pois não há testes diretos de
linearidade (HAIR et al., 2009). Caso os pressupostos anteriores sejam satisfeitos, pode-se
inferir que o modelo linear seja o mais adequado para explicar a relação.

Outro cuidado a ser considerado no uso desta técnica reside na questão da multicolinearidade
(HAIR et al., 2009). A multicolinearidade representa a existência de relações entre as
variáveis preditoras ou explicativas da equação da regressão. Assim sendo, a suposição de
independência entre as variáveis explicativas não é satisfeita e, portanto, a estimativa dos
coeficientes da regressão pode ser prejudicada.

Ademais, pode-se inferir que para o caso dos valores a multicolinearidade existirá a priori,
por definição. Segundo Schwartz (1992; 2005b), os valores estão arranjados numa estrutura
em um continuum, ou seja, os limites entre os tipos motivacionais e as dimensões bipolares
não são discretos e bem definidos. Assim sendo, os valores que os compõem podem
relacionar-se com os interesses dos tipos adjacentes, pois eles estão ligados entre si por lógica
e significado.

Com isso, há sobreposição conceitual teórica entre os valores e, consequentemente, pode-se


esperar que os tipos motivacionais e dimensões possuam correlações entre eles.
Empiricamente, por exemplo, Schwartz e Boehnke (2004) e Almeida e Sobral (2009)
evidenciaram as correlações intrínsecas ao modelo de valores de Schwartz (1992). Sendo
assim, é razoável esperar que a multicolinearidade afetará de algum modo o modelo de
regressão adotado.

Isto posto, optou-se por dois procedimentos para eliminação da multicolinearidade. Em


primeiro lugar, no processo de estimação dos parâmetros da regressão será utilizado o método
Stepwise para eliminação do efeito da multicolinearidade. Segundo Hair et al. (2009), o
Stepwise busca maximizar o poder preditivo das variáveis independentes escolhendo apenas o
conjunto de variáveis que expliquem melhor o fenômeno. Caso duas variáveis independentes
sejam altamente correlacionadas, apenas a variável com maior poder de previsão será usada
97

para o cálculo da equação de regressão. Com isso, o efeito da multicolinearidade não


aparecerá na equação final do modelo.

Além disso, serão utilizadas como variáveis preditoras apenas as dimensões bipolares da
teoria de Schwartz (1992), pois ao se fazer isso será reduzida a quantidade de variáveis e,
consequentemente, diminuirá a probabilidade de efeitos de dependência entre elas.

Conforme explicitado em seção anterior, as oposições e adjacências entre os valores


evidenciam a divisão dos tipos motivacionais em duas dimensões bipolares ou valores de
ordem superior que são opostas entre si (SCHWARTZ, 1992). Para Schwartz (1992), a
primeira dimensão contrasta valores que exprimem interesses emocionais e intelectuais
particulares por situações imprevisíveis e incertas (abertura à mudança) e valores que
representam motivações de preservação de práticas estáveis (conservação). Já a segunda
dimensão bipolar contrapõe tipos motivacionais que promovem interesses individuais
(autopromoção) com tipos que buscam transcender motivações egoístas em prol da
prosperidade de outros indivíduos e da natureza (autotranscendência). Segundo Schwartz
(2005b), apenas o tipo motivacional hedonismo tem elementos relacionados à duas dimensões
simultaneamente, as de abertura à mudança e autopromoção. Então, a compatibilidade na
díade gestor-subordinado foi verificada nas dimensões autotranscendência-autopromoção e
abertura à mudança-conservação.

O uso das dimensões bipolares como forma de análise de dados para estudos da relação entre
valores e outras variáveis já se mostrou útil no passado, inclusive no Brasil (TAMAYO;
SCHWARTZ, 1993; SCHWARTZ, 1994; ROS; SCHWARTZ; SURKISS, 1999; TAMAYO,
2000; HRUBES; AJZEN; DAIGLE, 2001; SAROGLOU; DELPIERRE; DERNELLE, 2004).
Essas dimensões são mais do que descritivas, pois de fato representam uma forma de análise
de dados válida (SCHWARTZ; BOEHNKE, 2004). Isso é possível, pois, conforme Almeida e
Sobral (2009), as dimensões bipolares apresentarão correlações negativas com suas opostas e
positivas com suas adjacentes.

Embora exista perda de informação no poder de predição da variância de uma outra variável
externa quando se adotam as dimensões bipolares ao invés dos tipos motivacionais como
98

forma de análise do fenômeno, é possível derivar o cálculo das dimensões pelo instrumento
PVQ-21 e o uso dessa abordagem é satisfatório ao apresentar coeficientes de confiança (0,70)
adequados (VERKASALO, 2009). Ademais, o uso das dimensões bipolares facilita a
representação gráfica da relação que será estudada e traz benefícios para técnicas de análise
como a regressão ao reduzir a probabilidade da multicolinearidade (VERKASALO, 2009).

As dimensões, de acordo com Lombardi et al. (2010) e Almeida e Sobral (2009), devem ser
calculadas como o escore médio dos tipos motivacionais seguindo a configuração:

a) Autotranscendência: universalismo e benevolência;


b) Autopromoção: realização e poder;
c) Conservação: conformidade, tradição e segurança, e;
d) Abertura à mudança: hedonismo, autodeterminação e estimulação.

Essa configuração está apresentada, também, no Quadro 3 na seção anterior. Cabe ressaltar,
novamente, que segundo análise fatorial confirmatória realizada por Schwartz e Boehnke
(2004), o tipo motivacional hedonismo deve preferencialmente ser alocado na dimensão
bipolar de abertura à mudança.

Considerando todos os pontos discutidos neste capítulo e com o intuito de facilitar o


entendimento da configuração da pesquisa, apresenta-se um resumo de seus pontos mais
relevantes no Quadro 4 a seguir.
99

Quadro 4 ! Resumo do método da pesquisa.

Quais são as relações entre a compatibilidade diática dos valores dos gestores e de seus
Problema de subordinados e o estado pessoal de qualidade de vida no trabalho desses gestores e
pesquisa
subordinados?

Modelo
teórico

- (a) investigar a associação entre a - (b) pesquisar a associação entre a


compatibilidade dos valores pessoais dos compatibilidade dos valores pessoais de
subordinados e os valores sociais dos gestores e dos subordinados
Objetivos da Pesquisa subordinados com relação aos seus (compatibilidade objetiva) e o estado
gestores (compatibilidade subjetiva) e o pessoal de qualidade de vida no trabalho
estado pessoal de qualidade de vida no desses gestores e subordinados.
trabalho desses subordinados.

- H1: quanto maior for a compatibilidade - H2 e H3: quanto maior for a


diática subjetiva dos valores, maior será a compatibilidade diática objetiva dos
Hipóteses da avaliação do estado pessoal de qualidade valores, maior será a avaliação do estado
pesquisa de vida no trabalho dos subordinados. pessoal de qualidade de vida no trabalho
dos membros da díade gestor-
subordinado.

- valores sociais dos subordinados: - valores pessoais dos gestores:


questionário do subordinado, Bloco B. questionário do gestor, Bloco A.
- valores pessoais dos subordinados: - valores pessoais dos subordinados:
questionário do subordinado, Bloco A. questionário do subordinado, Bloco A.
Levantamento dos - estado pessoal de qualidade de vida no - estado pessoal de qualidade de vida no
dados trabalho dos subordinados: questionário trabalho dos subordinados: questionário
do subordinado, Bloco C. do subordinado, Bloco C.
- estado pessoal de qualidade de vida no
trabalho dos gestores: questionário do
gestor, Bloco B.

- Caracterízação da amostra
Análise dos dados - Análise descritiva uni e bivariadas.
- Análise de regressão polinomial.

FONTE: elaborado pelo pesquisador.


100
101

4. ANÁLISE DOS RESULTADOS

O período de coleta de dados referentes ao banco de dados dos egressos da FEA-USP foi
realizado de 16/05/2011 a 30/06/2011 (46 dias). Nesse período, o contato inicial com os 5.461
egressos possibilitou o acréscimo de 2.038 e-mails referentes ao banco de dados do Núcleo de
Pesquisa em Gestão da Qualidade de Vida no Trabalho FEA-USP (NEPGQVT - FEAUSP),
compondo um universo estimado de pesquisa de 7.499 indivíduos. Esse acréscimo foi
possível, pois, como delimitado na seção de Método de Pesquisa, o questionário podia ser
repassado para outras pessoas com o intuito de potencializar o número final da amostra.

Por opção operacional, a esse universo de 7.499 indivíduos foi encaminhado o questionário
referente aos subordinados, conforme explicitado em seção anterior deste trabalho. Desse
universo retornaram 246 respondentes (3,28%) que disponibilizaram o contato de seus
gestores(as). Após convite aos gestores, conseguiu-se 54 díades de gestor-subordinado. Após
análises de repetições de respostas do PVQ-21, conforme recomendam a ESS ! European

Social Survey (ESS, 2009) e Schwartz (2010), foram excluídas 3 díades.

Então, ao final do período de coleta, foram utilizadas um total de 51 díades para análise do
problema de pesquisa. Essas 51 díades foram formadas por 44 gestores e 51 subordinados
diferentes. Essa diferença de número ocorreu, pois em alguns casos mais de um subordinado
de um único gestor respondeu à pesquisa. Por essa peculiaridade na seção seguinte serão
detalhadas as características gerais dos respondentes “gestores” e “subordinados”
separadamente.

Cabe destacar que o tempo médio de preenchimento do questionário dos gestores foi de 17
minutos (19 minutos no pré-teste) com um desvio padrão de 15 minutos, enquanto que os
subordinados responderam as questões em uma média de 25 minutos (20 minutos no pré-
teste) com um desvio padrão de 16 minutos.

Finalmente, os questionários apresentaram uma consistência interna adequada: o questionário


dos gestores apresentou um Alpha de Cronbach de 0,845 e o dos subordinados de 0,647. O
102

instrumento utilizado para os subordinados apresentou um valor de Alpha de Cronbach


menor, pois a amostra total inclui um número menor de indivíduos do que perguntas no
questionário. Nesse sentido, as questões de ambos os questionários mediram variáveis
distintas e, consequentemente, potencializaram a quantidade de informações obtidas.

4.1 Caracterízação da amostra

Dos respondentes válidos, 68,2% dos gestores eram do gênero masculino e 31,8% do
feminino. No caso dos subordinados, 58,8% eram do gênero masculino e 41,2% do feminino.
A média de idade dos gestores foi de 42 anos, enquanto que a dos subordinados foi de 38
anos. A distribuição das frequências das faixas etárias dos respondentes por papel na díade
pode ser observada na Tabela 1 a seguir.

Tabela 1 ! Distribuição das frequências das faixas etárias de gestores e subordinados.

Gestores Subordinados
Faixa etária
Frequência Frequência Frequência Frequência
Absoluta Relativa Absoluta Relativa

Menos de 20 anos 1 2,27% 0 0,00%

De 20 a 29 anos 5 11,36% 18 35,29%

De 30 a 39 anos 11 25,00% 13 25,49%

De 40 a 49 anos 12 27,27% 7 13,73%

De 50 a 59 anos 11 25,00% 11 21,57%

De 60 a 69 anos 3 6,83% 2 3,92%

De 70 a 79 anos 1 2,27% 0 0,00%

Total 44 100,00% 51 100,00%


FONTE: elaborada pelo pesquisador.

A faixa etária de gestores se concentrou entre 30 e 59 anos (77,27% do total de gestores que
responderam a pesquisa). Já os subordinados predominaram na faixa entre 20 e 49 anos, que
representou 74,51% do total de subordinados que responderam ao questionário. Ademais, a
alta concentração de subordinados na faixa entre 50 e 59 anos pode ser explicada pela
quantidade de respondentes docentes, pesquisadores e pertencentes às áreas de gestão
103

estratégica e projetos, funções essas que admitem pessoas com idade mais avançada - dos 11
componentes dessa faixa, 6 deles pertencem às áreas citadas.

Dentre os gestores 54,55% eram casados, 29,55% solteiros, 9,09% divorciados e 6,81%
classificaram-se como “Outros”. No caso dos subordinados, 56,87% eram solteiros, 37,25%
casados, 1,96% divorciados e 3,92% assinalaram a opção “Outros”. A distribuição dos estados
civis apresentados acompanha a distribuição das faixas etárias da amostra, como é possível
observar na Tabela 2 a seguir.

Tabela 2 ! Distribuição das frequências do número de dependentes de gestores e subordinados.

Gestores Subordinados
Número de dependentes
Frequência Frequência Frequência Frequência
Absoluta Relativa Absoluta Relativa

Nenhum dependente 18 40,91% 35 68,63%

1 dependente 10 22,73% 4 7,84%

2 dependentes 10 22,73% 7 13,73%

3 dependentes 5 11,36% 2 3,92%

4 dependentes 0 0,00% 1 1,96%

5 dependentes 0 0,00% 0 0,00%

Mais de 5 dependentes 1 2,27% 2 3,92%

Total 44 100,00% 51 100,00%


FONTE: elaborada pelo pesquisador.

Os dados da Tabela 2 mostram a predominância de indivíduos com dois dependentes ou


menos. Essa concentração pode ser explicada pela distribuição de idade e pelo nível de
escolaridade da amostra.

O Gráfico 1 a seguir apresenta a distribuição de frequências da escolaridade dos respondentes.


104

0
Ensino fundamental (completo ou incompleto)
0

1
Nível médio (completo ou incompleto)
1

9
Nível superior (completo ou incompleto)
22

34
Pós-graduação (completa ou incompleta)
28

0 10 20 30 40

Gestores Subordinados

Gráfico 1 ! Distribuição de frequências da escolaridade de gestores e subordinados.


FONTE: elaborado pelo pesquisador.

Pela característica natural da população-alvo inicial, houve predominância de indivíduos,


tanto gestores como subordinados, que possuem no mínimo nível superior. A única exceção
foi proveniente da indicação da pesquisa feita por um egresso do banco de dados do Feamais
a uma pessoa que não cursou ensino superior.

Os gestores e subordinados pesquisados, em sua maioria, trabalham há mais de 1 ano na


empresa em que formaram a díade, conforme os dados apresentado nos Gráficos 2 e 3 a
seguir.
105

22.73%

4.55%

72.73%

Menos de 1 ano De 1 a 5 anos Mais de 5 anos

Gráfico 2 ! Porcentagem de gestores em relação ao tempo de empresa.


FONTE: elaborado pelo pesquisador.

19.61% 43.14%

37.25%

Menos de 1 ano De 1 a 5 anos Mais de 5 anos

Gráfico 3 ! Porcentagem de subordinados em relação ao tempo de empresa.


FONTE: elaborado pelo pesquisador.

A partir dos Gráficos 2 e 3, pôde-se perceber a tendência de permanência dos gestores e


subordinados na empresa. Essa característica pode contribuir para que os membros das díades
tenham tido mais oportunidade para identificarem as características dos outros.
106

A Tabela 3 a seguir apresenta a distribuição de frequências de horas trabalhadas por semana


por gestores e subordinados.

Tabela 3 ! Distribuição das frequências de horas trabalhadas por semana por gestores e subordinados.

Gestores Subordinados
Horas trabalhadas por semana
Frequência Frequência Frequência Frequência
Absoluta Relativa Absoluta Relativa

Média de 20 horas 0 0,00% 2 3,92%

Média de 30 horas 1 2,27% 4 7,84%

Média de 40 horas 19 43,18% 20 39,22%

Média de 50 horas 17 38,64% 13 25,49%

Média de 60 horas 3 6,82% 7 13,73%

Média maior do que 60 horas 4 9,09% 5 9,80%

Total 44 100,00% 51 100,00%


FONTE: elaborada pelo pesquisador.

A partir dos dados da Tabela 3 é possível afirmar que os respondentes da amostra em sua
maioria apresentam jornadas de trabalho superiores a quarenta horas semanais. No caso dos
gestores aproximadamente 98% dos indivíduos trabalham 40 horas ou mais. Para os
subordinados a porcentagem é menor que a dos gestores, no entanto a quantidade de pessoas
ainda é alta (88,24%). Os respondentes que assinalaram trabalhar em média 20 ou 30 horas
atuam nas áreas de docência, consultoria e pesquisa, funções que possibilitam o desempenho
dessa quantidade de horas de trabalho por semana.

A Tabela 4 apresenta a distribuição das frequências das áreas funcionais nas quais os
respondentes trabalham.
107

Tabela 4 ! Distribuição das frequências de áreas funcionais de gestores e subordinados.

Gestores Subordinados
Área funcional
Frequência Frequência Frequência Frequência
Absoluta Relativa Absoluta Relativa

Gestão Estratégica 11 25,00% 7 13,73%

Marketing/Vendas 1 2,27% 7 13,73%

Recursos Humanos 4 9,09% 4 7,84%

Finanças/Controladoria 7 15,91% 10 19,61%

Pesquisa e Desenvolvimento 6 13,64% 3 5,88%

Projetos 2 4,55% 3 5,88%

Docência 4 9,09% 6 11,76%

Recepção 2 4,55% 4 7,84%

Consultoria 2 4,55% 2 3,92%

Outra 5 11,36% 5 9,80%

Total 44 100,00% 51 100,00%


FONTE: elaborada pelo pesquisador.

A partir dos resultados da tabela, para essa amostra, é possível observar a prevalência de
gestores e subordinados que atuam nas áreas de Finanças/Controladoria, Pesquisa/
Desenvolvimento, Gestão Estratégica e Docência. Essas áreas conjuntamente correspondem a
63,64% do total dos gestores respondentes e 50,98% do total dos subordinados. As
discrepâncias entre o número de gestores e subordinados em uma única área funcional pode
ser explicada por três fatos: (a) 2 ou mais subordinados de um único gestor de uma área
responderam a pesquisa (b) ocorreram díades nas quais os subordinados eram
hierarquicamente gestores de uma área e seus gestores declararam pertencer à área de Gestão
Estratégica e (c) gestores de docentes assinalaram pertencer à área de pesquisa e
desenvolvimento.

Finalmente, o Gráfico 4 a seguir apresenta a distribuição de frequências de gestores e


subordinados em cada faixa salarial.
108

até R$ 1.000,00 1
3

de R$ 1.001,00 a R$ 1.500,00 0
4

de R$ 1.501,00 a R$ 2.000,00 0
2

de R$ 2.001,00 a R$ 2.500,00 0
2

de R$ 2.501,00 a R$ 3.000,00 1
2

de R$ 3.001,00 a R$ 4.000,00 2
2

de R$ 4.001,00 a R$ 5.000,00 2
5

de R$ 5.001,00 a R$ 6.000,00 4
1

R$ 6.001,00 ou mais 34
30
0 10 20 30 40

Gestores Subordinados

Gráfico 4 ! Distribuição de frequências de gestores e subordinados nas respectivas faixas salariais.


FONTE: elaborado pelo pesquisador.

A partir do gráfico é possível destacar a forte concentração de renda dos membros da díade da
amostra na faixa salarial de mais de R$ 6.000,00, sendo que essa faixa concentra
isoladamente 77,27% dos gestores e 58,82% dos subordinados.

4.2 Análise univariada das variáveis a serem utilizadas no modelo

Assim como na seção anterior, para fins da análise univariada os dados dos 44 gestores e 51
subordinados foram analisados separadamente. Ademais, no decorrer desta análise deve-se ter
em mente que para algumas variáveis utilizou-se a denominação “social” para destacar as
características do gestor na percepção do subordinado.

O Apêndice 3 deste trabalho apresenta a distribuição das frequências das respostas de gestores
(valores pessoais) e subordinados (valores pessoais e sociais) para o instrumento de valores
109

PVQ-21 (LOMBARDI et al., 2010; SCHWARTZ, 2010). Para os respondentes da amostra


(gestor, subordinado e social) pôde-se observar uma tendência de concentração das respostas
nas alternativas “Se parece muito comigo”, “Se parece comigo” e “Se parece mais ou menos
comigo”.

Contudo, algumas questões apresentaram maior dispersão de respostas nos pontos da escala,
representando um nível maior de discordância da amostra: para os gestores nas questões 10
(“Aproveitar os prazeres da vida é importante para ela. Ela gosta de se mimar.”) e 20
(“Tradição é importante para ela. Ela procura seguir os costumes transmitidos por sua religião
ou pela sua família.”), para os subordinados nas questões 2 (“Ser rica é importante para ela.
Ela quer ter muito dinheiro e possuir coisas caras.”) e 20 e no caso “social” nas questões 14
(“É importante para ela que o governo garanta sua segurança contra todas as ameaças. Ela
deseja que o Estado seja forte para poder defender seus cidadãos.”) e 15 (“Ela procura por
aventuras e gosta de correr riscos. Ela quer ter uma vida excitante.”). Ademais, na questão 2
do instrumento PVQ-21, os dados da amostra de gestores e subordinados se concentraram no
ponto “Não se parece comigo“ e na questão 15 no ponto “Se parece pouco comigo”.

A concentração de respostas pode ter advindo da desejabilidade social, fenômeno presente no


estudo dos valores (SCHWARTZ et al., 1997). Segundo Schwartz et al. (1997) e Verkasalo et
al. (2009), nesse caso torna-se possível a correção desse efeito pela subtração da média das
respostas de um indivíduo de cada questão. Com isso, seria compensada a tendência de
algumas pessoas de responder na parte superior da escala e outras na inferior. Contudo, para
este estudo optou-se por não realizar esse procedimento, visto que a desejabilidade social dos
valores pode ser um indício de compatibilidade entre os indivíduos. Assim sendo, caso o
procedimento fosse realizado esse efeito seria eliminado. Ademais, este estudo buscou
comparar dois indivíduos a partir de um índice comum. Ao se subtrair a média de cada
resposta, os sinais dos tipos e dimensões bipolares poderiam ser invertidos. Essa mudança de
sinal poderia impactar no cálculo do índice de compatibilidade e, assim sendo, modificar a
análise final. Dessa maneira, optou-se por manter os dados como foram obtidos.

A Tabela 5 a seguir apresenta os resultados da análise estatística univariada dos tipos


motivacionais e dimensões bipolares de gestores e subordinados.
110

Tabela 5 ! Análise univariada de tipos motivacionais e dimensões bipolares dos gestores e subordinados.

Tipos Gestor Subordinado Social


motivacionais e
Dimensões
Bipolares x ! d. p. 1o Q 2o Q 3o Q x ! d. p. 1o Q 2o Q 3o Q x ! d. p. 1o Q 2o Q 3o Q

Benevolência 5,05 0,71 4,50 5,00 5,50 5,13 0,75 4,50 5,50 5,50 4,59 0,92 4,00 5,00 5,50

Universalismo
! 4,96 0,65 4,67 5,00
! 5,33 5,04 0.66 4.67 5,00! 5,33 4,33 0,81 4,00 4,33 5,00
Realização 4,48 1,02 3,63 4,50 5,00 4,71 1,04 4,00 5,00 5,50 4,84 1,00 4,50 5,00 5,50

Poder 3,70 0,92 3,13 3,50 4,50 3,62 0,89 3,00 3,50 4,50 4,33 0,93 3,50 4,50 5,00

Conformidade 4,43 1,04 4,00 4,50 5,00 4,06 1,00 3,50 4,00 4,50 4,38 1,08 4,00 4,50 5,00

Tradição 4,25 1,04 3,50 4,50 5,00 4,21 1,11 3,50 4,50 5,00 4,02 1,10 3,00 4,00 5,00

Segurança 4,07 1,04 3,50 4,00 5,00 4,04 1,07 3,50 4,00 5,00 4,28 1,05 3,50 4,50 5,00

Autodeterminação 5,06 0,70 4,50 5,00 5,50 5,08 0,80 4,50 5,00 6,00 4,80 0,97 4,50 5,00 5,50

Hedonismo 4,23 1,12 3,50 4,50 5,00 4,35 1,05 3,50 4,50 5,00 4,36 1,17 3,50 4,50 5,00

Estimulação 3,85 1,03 3,00 4,00 4,50 4,08 0,90 3,50 4,00 4,50 3,91 1,11 3,00 4,00 5,00

Autotranscendência 5,00 0,61 4,71 5,04 5,42 5,08 0,58 4,58 5,17 5,50 4,46 0,78 3,92 4,50 5,08

Autopromoção 4,09 0,83 3,5 4,25 4,69 4,16 0,82 3,75 4,25 4,50 4,59 0,86 4,00 4,75 5,25

Conservação 4,25 0,84 3,67 4,50 5,00 4,10 0,83 3,67 4,17 4,83 4,23 0,88 3,67 4,33 5,00

Abertura à mudança 4,38 0,71 4,00 4,33 4,83 4,50 0,64 4,17 4,67 5,00 4,36 0,86 3,83 4,50 5,00

FONTE: elaborada pelo pesquisador.

Pelos dados da Tabela 5, pôde-se observar que a concentração de respostas a cada questão
refletiu nos resultados dos tipos motivacionais e dimensões bipolares, visto que os desvios-
padrões dos tipos e dimensões para gestores, subordinados e sociais variaram de 0,58 (menor)
a 1,17 (maior). A tendência para as respostas ligadas às alternativas “Se parece muito
comigo”, “Se parece comigo” e “Se parece mais ou menos comigo” também pôde ser
visualizada pelo resultado da análise da diferença dos primeiro e terceiro quartis e pelos altos
valores das medianas. Nos dois casos a maioria desses índices encontra-se entre 4,5 e 5,5, seja
para gestores, subordinados e sociais. Ademais, é possível observar que os dados estão
distribuídos simetricamente, visto que a média e a mediana (2o Q) possuem valores muito
próximos (diferenças abaixo de |0,5|), para todos os casos. Essa simetria simboliza um indício
de normalidade para a distribuição de frequências (BUSSAB; MORETTIN, 2002).

Ainda segundo os dados da Tabela 5, os gestores, em média, atribuíram maior importância aos
tipos motivacionais benevolência (5,05) e autodeterminação (5,06) e à dimensão bipolar da
111

autotranscendência (5,05). Com isso, os gestores da amostra valorizam o bem-estar das


pessoas com as quais têm contato pessoal frequente e o pensamento independente, a
criatividade, a exploração e o foco em interesses coletivos.

Em média os subordinados também atribuíram maior importância à benevolência (5,13), à


autodeterminação (5,08) e à autotranscendência (5,08), portanto, valorizam metas
semelhantes aos gestores. Contudo, os subordinados da amostra perceberam seus gestores
como realizadores (4,84), autodeterminados (4,80) e autopromotores (4,59). Nesse sentido, os
subordinados enxergam seus gestores como pessoas que valorizam o sucesso pessoal
mediante a demonstração de competência, o pensamento independente, a criatividade, a
exploração e o foco em interesses individuais.

O Apêndice 4, ao final deste trabalho, apresenta a distribuição das frequências de respostas


para o instrumento BPSO-96 (LIMONGI-FRANÇA, 1996). A seguir, o Gráfico 5 apresenta a
distribuição das frequências de respostas para a questão global sobre o estado pessoal de
qualidade de vida no trabalho de gestores e subordinados.
112

(0) Insatisfação total 0


1

(1) 0
0

(2) 1
0

(3) 1
1

(4) 0
3

(5) Neutra 1
8

(6) 10
3

(7) 15
14

(8) 9
13

(9) 7
6

(10) Satisfação total 0


2
0 3.75 7.5 11.25 15

Gestores Subordinados

Gráfico 5 ! Distribuição de frequências de qualidade de vida no trabalho de gestores e subordinados.


FONTE: elaborado pelo pesquisador.

A partir do Gráfico 5 é possível destacar a concentração de respostas de gestores (93,18%) e


subordinados (74,5%) nos valores mais altos da escala de qualidade de vida no trabalho.
Desse dado pôde-se inferir que os gestores e subordinados da amostra deste estudo estão
satisfeitos com seus estados pessoais de qualidade de vida no trabalho. Além disso,
proporcionalmente mais subordinados (9,8%) estão insatisfeitos com a qualidade de vida no
trabalho que gestores (4,5%). Essa tendência se repete nas facetas da qualidade de vida no
trabalho do instrumento BPSO-96, como pode ser observado no Apêndice 4.

A seguir, a Tabela 6 apresenta a análise univariada do instrumento BPSO-96 para gestores e


subordinados.
113

Tabela 6 ! Análise univariada da qualidade de vida no trabalho de gestores e subordinados.

Gestor Subordinado
Qualidade de Vida no trabalho
x! d. p. 1o Q 2o Q 3o Q x! d. p. 1o Q 2o Q 3o Q

Estado pessoal de qualidade de vida no


7,05 1,46 6,00 7,00 8,00 6,84 1,90 5,00 7,00 8,00
trabalho
! !
Sensação de bem-estar no trabalho. 7,50 1,55 7,00 8,00 8,75 7,06 1,95 6,00 7,00 8,00

Estado geral de tensão negativo


5,82 2,13 4,00 6,00 7,00 6,02 2,24 4,00 6,00 8,00
(distress) pessoal no trabalho.

Satisfação com o seu modo próprio de


7,20 1,44 6,00 7,00 8,00 6,76 2,14 5,00 7,00 8,00
viver o dia a dia (estilo de vida).

Adequação das Ações de QVT da sua


5,77 2,21 5,00 6,00 7,00 5,86 2,34 5,00 6,00 8,00
empresa.

Importância da QVT para o resultado


7,34 1,78 7,00 7,50 8,75 7,31 2,05 6,00 8,00 9,00
do seu trabalho.

FONTE: elaborada pelo pesquisador.

Assim como no caso dos valores, a concentração das respostas foi observada pelos baixos
desvios-padrões (de 1,44 a 2,34 aos se considerar os casos de gestores e subordinados). A
tendência de respostas para a satisfação com a qualidade de vida no trabalho também aparece
ao se observarem os quartis e a mediana. A simetria das respostas também esteve abaixo de
|0,5| (média-mediana) para todos os casos, indicando normalidade na distribuição das
respostas. Além disso, em média, gestores e subordinados apresentam percepções semelhantes
quanto às avaliações globais e parciais de qualidade de vida no trabalho.

Além de avaliar o estado pessoal de qualidade de vida no trabalho, os respondentes eram


solicitados a indicar uma expressão chave que transmitisse seus significados de qualidade de
vida no trabalho. Em seguida, apresenta-se no Gráfico 6 a distribuição de frequências da
categorização dos critérios de qualidade de vida no trabalho de gestores e subordinados no
modelo biopsicossocial e organizacional (BPSO) de Limongi-França (1996). Para tanto, foi
comparado o critério do indivíduo com a definição de cada dimensão do modelo.
114

30

25
24

22.5

16
15

10
9
8
7.5

2
1
0
Biológico Psicológico Social Organizacional

Gestores Subordinados

Gráfico 6 ! Distribuição de frequências da categorização dos critérios de qualidade de vida no trabalho


de gestores e subordinados no modelo biopsicossocial e organizacional (BPSO).
FONTE: elaborado pelo pesquisador.

Tendo como base o Gráfico 6, é possível observar a predominância de importância de


gestores e subordinados da amostra a fatores psicológicos (como as emoções, a cognição e
outros elementos que constituem a personalidade do indivíduo) como critério essencial de
qualidade de vida no trabalho. Em seguida, apresentam-se os critérios sociais (valores
culturais, as crenças e os papéis do indivíduo no trabalho ou em qualquer outro grupo social
do qual ele pertença) como prioritários para a qualidade de vida no trabalho de gestores e
subordinados. Para maiores informações, as categorizações das expressões chave podem ser
visualizadas nos Apêndice 5 e 6 deste trabalho.

A avaliação positiva sobre a qualidade de vida no trabalho também se manifestou nos


resultados da Escala de Estresse no Trabalho (PASCHOAL; TAMAYO, 2004). Conforme
pode ser observado no Apêndice 7, as médias das respostas para todos os itens do instrumento
não ultrapassou 3,02, evidenciando que os respondentes em geral não concordam com os
115

fatores de estresse elencados por Paschoal e Tamayo (2004) ! cabe lembrar que a escala

desse instrumento varia de “Discordo totalmente” (1) à “Concordo totalmente” (5).

Em seguida, apresentam-se as distribuições de frequências e análise univariada das


percepções de compatibilidade direta e da influência dessa compatibilidade na qualidade de
vida no trabalho de gestores e subordinados (Tabelas 7 e 8). De acordo com Anderson (1994),
essas questões obtiveram dados de forma direta e foram utilizadas nesse estudo como forma
de destacar a percepção dos respondentes sobre o problema de pesquisa.

Tabela 7 ! Distribuição de frequências e análise univariada da compatibilidade direta e da influência na


qualidade de vida no trabalho dos gestores.
Questão Gestor

Valores de meus subordinados. N % x! d. p. 1o Q 2o Q 3o Q

(1) Não se parecem em nada com meus valores 0 0,00

(2) Não se parecem com meus valores 0


!0,00
(3) Se parecem pouco com meus valores 2 4,50

(4) Se parecem mais ou menos com meus valores 23 52,40 4,43 0,66 4,00 4,00 5,00

(5) Se parecem com meus valores 17 38,60

(6) Se parecem muito com meus valores 2 4,50

Total 44 100,00

Influência do perfil de valores da equipe na minha qualidade de


vida no trabalho. N % x! d. p. 1o Q 2o Q 3o Q

(1) Não Influencia 0 0,00

(2) Influencia pouco 1 !2,30


(3) Influencia mais ou menos 8 18,20
4,00 0,72 4,00 4,00 4,00
(4) Influencia 25 56,80

(5) Influencia muito 10 22,70

Total 44 100,00

FONTE: elaborada pelo pesquisador.


116

Tabela 8 ! Distribuição de frequências e análise univariada da compatibilidade direta e da influência na


qualidade de vida no trabalho dos subordinados.
Questão Subordinado

Os valores do meu(minha) gestor(a) imediato(a). N % x! d. p. 1o Q 2o Q 3o Q

(1) Não se parecem em nada com meus valores 1 2,00

(2) Não se parecem com meus valores 1


!2,00
(3) Se parecem pouco com meus valores 5 9,80

(4) Se parecem mais ou menos com meus valores 19 37,30 4,37 0,98 4,00 4,00 5,00

(5) Se parecem com meus valores 21 41,20

(6) Se parecem muito com meus valores 4 7,70

Total 51 100,00

Influencia do perfil de valores do meu(minha) gestor(a) na minha


qualidade de vida no trabalho. N % x! d. p. 1o Q 2o Q 3o Q

(1) Não Influencia 1 2,00

(2) Influencia pouco 6 !11,80


(3) Influencia mais ou menos 13 25,50
3,67 1,01 3,00 4,00 4,00
(4) Influencia 20 39,10

(5) Influencia muito 11 21,60

Total 51 100,00

FONTE: elaborada pelo pesquisador.

Segundo os dados das Tabelas 7 e 8, os valores dos gestores e subordinados são percebidos de
forma relativamente semelhante entre si, porque a concentração das frequências de respostas
residiu, nos dois casos, ao redor das respostas “Se parecem mais ou menos com meus valores”
e “Se parecem com meus valores” (91% para os gestores e 78,5% para os subordinados) e
suas médias são próximas (4,43 nos gestores e 4,37 nos subordinados). Há baixa dispersão
dessas respostas na amostra para a compatibilidade direta (0,66 no caso dos gestores e 0,98 no
dos subordinados) e suas distribuições parecem ser simétricas e normais.

Ademais, para a influência da compatibilidade dos valores na qualidade de vida no trabalho,


gestores e subordinados atribuíram uma relação positiva das variáveis. Nos dois casos houve
concentração nas resposta “Influencia” e Influencia muito”. No entanto, em média, gestores
(4,00) percebem a relação com mais influência que subordinados (3,67). Assim como no caso
anterior essa questão também apresentou baixa dispersão e simetria. Pela ótica direta da
117

opinião dos respondentes, aparentemente há relação da compatibilidade de valores de gestores


e subordinados em seus estados pessoais de qualidade de vida no trabalho.

Complementarmente, o Gráfico 7 mostra a distribuição de frequências de questão solicitada


aos subordinados para a atribuição da percepção sobre gostar ou não do respectivo gestor.

30

23
22.5 21

15

7.5

3
2 2

0
Não gosto Gosto pouco Não gosto nem desgosto Gosto Gosto muito

Subordinados

Gráfico 7 ! Distribuição de frequências sobre gostar do gestor.


FONTE: elaborado pelo pesquisador.

Segundo os dados do Gráfico 7, os subordinados explicitaram gostar ou gostar muito de seus


gestores (86,27% dos respondentes). Esse resultado está alinhado à percepção de qualidade de
vida no trabalho e de compatibilidade direta de valores, representando indícios de que essa
compatibilidade pode afetar o julgamento do indivíduo sobre gostar ou não do gestor e vice-
versa, o que pode simbolizar uma relação entre a compatibilidade e a qualidade de vida no
trabalho. Essa relação será investigada em maiores detalhes e profundidade nas próximas
seções deste trabalho.
118

Finalmente, o Gráfico 8 expõe o tempo de relacionamento direto das díades da amostra.

27.45%

13.73%

58.82%

De 1 a 6 meses De 6 meses a 1 ano Mais de 1 ano

Gráfico 8 ! Distribuição de tempo de relacionamento das díades da amostra.


FONTE: elaborado pelo pesquisador.

Conforme os dados do Gráfico 8 a grande maioria das díades (86,27%) se formaram há mais
de 6 meses. Com isso, é razoável supor que os respondentes tiveram tempo suficiente para
conhecer algumas características do outro membro da díade. A análise bivariada das
percepções de valores poderá apresentar evidências mais claras desse fenômeno ao comparar
os valores dos gestores com os valores sociais dos subordinados em relação a esses gestores.

4.3 Análise bivariada

A função desta seção será a de analisar a interação das variáveis envolvidas no problema de
pesquisa deste trabalho duas a duas. A partir do que for discutido nesta seção será possível
captar indícios de possíveis resultados da regressão que serão discutidos na próxima seção.

Conforme previsto na seção de método de pesquisa deste estudo, foram captadas correlações
moderadas e fracas entre os tipos motivacionais para a amostra (ver Apêndice 8). Conforme o
modelo teórico de Schwartz (1992; 2005b), os tipos motivacionais não possuem fronteiras
119

perfeitamente definidas. Consequentemente, os tipos motivacionais apresentaram correlações


entre si. Assim sendo, conforme previamente exposto, optou-se por utilizar apenas as
dimensões bipolares como forma de análise deste ponto em diante.

As Tabelas 9 e 10 apresentam as correlações de Pearson e Spearman (BUSSAB; MORETTIN,


2002) entre as dimensões bipolares para o caso dos gestores, dos subordinados e do social.

Tabela 9 ! Correlações de Pearson para as dimensões bipolares de gestores, subordinados e sociais.


Gestor Subordinado Social

AT AP CO AM AT AP CO AM AT AP CO AM

AT 1,00 1,00 1,00

AP -0,26 1,00 0,07 1,00 -0,12 1,00

CO 0,50** 0,07 1,00 0,37** 0,31* 1,00 0,27 0,23 1,00

AM 0,48** 0,06 -0,09 1,00 0,33* 0,42** -0,01 1,00 0,34* 0,38** -0,21 1,00

Legenda: AT - Autotranscendência; AP - Autopromoção; CO - Conservação; AM - Abertura à mudança.


** Significante a 1%.
* Significante a 5%.
FONTE: elaborada pelo pesquisador.

Tabela 10 ! Correlações de Spearman para as dimensões bipolares de gestores, subordinados e sociais.


Gestor Subordinado Social

AT AP CO AM AT AP CO AM AT AP CO AM

AT 1,00 1,00 1,00

AP -0,10 1,00 0,14 1,00 -0,21 1,00

CO 0,52** 0,14 1,00 0,46** 0,32* 1,00 0,29* 0,25 1,00

AM 0,43** 0,08 -0,04 1,00 0,38** 0,43** 0,04 1,00 0,21 0,35* -0,15 1,00

Legenda: AT - Autotranscendência; AP - Autopromoção; CO - Conservação; AM - Abertura à mudança.


** Significante a 1%.
* Significante a 5%.
FONTE: elaborada pelo pesquisador.

Para a amostra em questão, foram encontradas associações significantes, ainda que moderadas
e fracas entre as dimensões bipolares de gestores, subordinados e sociais. As correlações entre
as dimensões estão alinhadas à estrutura teórica do modelo de Schwartz (1992; 2005b) e a
resultados empíricos de Almeida e Sobral (2009), mas não emergiram correlações
significantes entre as dimensões bipolares opostas, elas apenas seguiram o sinal previsto
(negativo com opostas e positivos com adjacentes). Nesse caso, conforme previsto
120

anteriormente, pela existência de correlações entre as dimensões bipolares será necessária a


utilização da técnica Stepwise (HAIR et al., 2009) para a obtenção da equação de regressão.
Ademais, a partir das correlações observadas, é possível esperar que nem todas as dimensões
bipolares e suas compatibilidades se relacionarão com a qualidade de vida no trabalho de
gestores e subordinados na equação final do modelo.

Ainda a respeito das dimensões bipolares, buscou-se compreender a correlação entre os


valores pessoais de gestores e os valores sociais dos subordinados com relação a seus
gestores, como forma de captar indícios da capacidade dos subordinados perceberem os
valores de seus gestores de forma coerente com a autodeclaração dos gestores. As Tabelas 11
e 12 apresentam as correlações de Pearson e Spearman das dimensões bipolares de gestores e
as sociais dos subordinados.

Tabela 11 ! Correlações de Pearson entre as dimensões bipolares de gestores e sociais.


SOCIAL

Abertura à
Autotranscendência Autopromoção Conservação
mudança

Autotranscendência 0,22 -0,14 0,39** -0,21


G
E Autopromoção -0,17 0,12 -0,13 0,22
S
T Conservação 0,20 -0,15 0,32* -0,25
O
R
Abertura à
0,12 0,18 0,09 0,32*
mudança
** Significante a 1%., * Significante a 5%.
FONTE: elaborada pelo pesquisador.

Tabela 12 ! Correlações de Spearman entre as dimensões bipolares de gestores e sociais.


SOCIAL

Abertura à
Autotranscendência Autopromoção Conservação
mudança

Autotranscendência 0,28* -0,10 0,40** -0,13


G
E Autopromoção -0,15 0,16 -0,06 0,33*
S
T Conservação 0,22 -0,12 0,37** -0,23
O
R
Abertura à
0,09 0,12 0,06 0,32*
mudança
** Significante a 1%., * Significante a 5%.
FONTE: elaborada pelo pesquisador.
121

Segundo os dados das Tabelas 11 e 12, as dimensões de gestores são associadas positiva e
fracamente às dimensões sociais dos subordinados. Assim sendo, é possível inferir que os
subordinados da amostra não percebem plenamente os valores de seus gestores. Com isso, é
razoável esperar que haja diferença nas compatibilidades objetivas e subjetivas propostas
neste estudo. As dimensões de conservação e abertura à mudança apresentaram as maiores
correlações, indicando uma adequação maior da percepção do subordinado sobre as
características dos gestores. Além disso, a dimensão autopromoção do gestor não apresentou
correlação com a autopromoção social. Isso indica que os subordinados não perceberam seus
gestores como autopromotores. O motivo dessa falta de correlação merece ser investigado em
futuros estudos.

Ainda segundo as Tabelas 11 e 12, pôde-se observar que a dimensão de conservação do social
apresentou correlação moderada e positiva com a dimensão de autotranscendência dos
gestores. Com isso, pode-se inferir que essa relação seja um sinal de que os subordinados
percebem as ações autotranscendentes (que buscam transcender motivações egoístas em prol
da prosperidade de outros indivíduos e da natureza) de seus gestores como sendo atitudes
conservadoras (motivadas à preservação de práticas estáveis). Essa relação é possível na
medida em que os tipos motivacionais dessas dimensões são adjacentes. Isso significa,
segundo a teoria de Schwartz (1992), que os valores pertencentes a cada tipo buscam
satisfazer metas e interesses semelhantes. Assim sendo, é esperado que haja alguma diferença
na interpretação dos objetivos dos comportamentos nessa fronteira. Para o caso em questão,
os subordinados da amostra perceberam comportamentos benevolentes dos gestores como
sendo tradicionais (0,33*) e seguros (0,38**) e os comportamentos universalistas dos gestores
como seguros (0,28*).

Por lógica semelhante, a correlação significante, apesar de fraca, entre a dimensão de


abertura à mudança do social e a de autopromoção dos gestores sugere que os subordinados
da amostra percebem os comportamentos individualistas de seus gestores como imprevisíveis
e incertos. Assim como no caso anterior essa interação é esperada para essas dimensões, que
possuem fronteiras imprecisas. Essas relações reforçam a previsão da diferença entre a
compatibilidade objetiva e subjetiva comentada anteriormente, bem como indicam a
dimensão autotranscendência-autopromoção como prováveis fontes desses conflitos.
122

A seguir, as Tabelas 13 e 14 apresentam as correlações de Pearson e Spearman para as


dimensões de subordinados e as sociais. O objetivo de interpretar essas correlações foi o de
identificar a associação entre os valores do subordinados e os valores sociais que eles
atribuíram aos seus gestores.

Tabela 13 ! Correlações de Pearson entre as dimensões bipolares de gestores e sociais.


SOCIAL

Abertura à
Autotranscendência Autopromoção Conservação
mudança

S Autotranscendência 0,29* 0,16 0,30* 0,14


U
B
Autopromoção 0,11 0,39** 0,36** 0,04
O
R
D Conservação 0,18 0,21 0,47** 0,06
I
N
Abertura à
D 0,11 0,26 0,20 0,21
mudança
O

** Significante a 1%.
* Significante a 5%.
FONTE: elaborada pelo pesquisador.

Tabela 14 ! Correlações de Spearman entre as dimensões bipolares de gestores e sociais.


SOCIAL

Abertura à
Autotranscendência Autopromoção Conservação
mudança

S Autotranscendência 0,28* 0,10 0,29* 0,07


U
B
Autopromoção 0,14 0,43** 0,32* 0,11
O
R
D Conservação 0,14 0,27 0,54** -0,03
I
N
Abertura à
D 0,09 0,25 0,19 0,24
mudança
O

** Significante a 1%.
* Significante a 5%.
FONTE: elaborada pelo pesquisador.

De acordo com os dados das Tabelas 13 e 14, em geral, na medida em que os subordinados da
amostra atribuíram importância a uma dimensão, também assinalaram perceber seus gestores
como valorizando essa dimensão. Isso pode ser observado pelas associações significantes
entre as dimensões autotranscendência, autopromoção e abertura à mudança sociais e do
subordinado destacadas nas tabelas. Isso posto, pode-se inferir que os subordinados
123

perceberam seus gestores como semelhantes a eles de alguma forma. É possível observar,
também, que ocorreram associações significantes, apesar de fracas, entre as dimensões
autotranscendência e autopromoção de subordinados e a conservação social. Essas relações
são possíveis pela estrutura de adjacência das dimensões segundo a teoria de Schwartz (1992).

Em seguida, são apresentadas as correlações de Pearson e Spearman entre as dimensões


bipolares de gestores e subordinados (Tabelas 15 e 16).

Tabela 15 ! Correlações de Pearson entre as dimensões bipolares de gestores e sociais.


GESTOR

Abertura à
Autotranscendência Autopromoção Conservação
mudança

S Autotranscendência 0,09 -0,17 0,15 0,11


U
B
Autopromoção 0,21 0,12 0,22 0,15
O
R
D Conservação 0,18 0,09 0,17 0,12
I
N
Abertura à
D 0,26 0,08 0,23 0,28*
mudança
O

** Significante a 1%.
* Significante a 5%.
FONTE: elaborada pelo pesquisador.

Tabela 16 ! Correlações de Spearman entre as dimensões bipolares de gestores e sociais.


GESTOR

Abertura à
Autotranscendência Autopromoção Conservação
mudança

S Autotranscendência 0,10 -.0,11 0,20 0,06


U
B
Autopromoção 0,15 0,21 0,22 0,12
O
R
D Conservação 0,14 0,11 0,18 0,08
I
N
Abertura à
D 0,28* 0,07 0,18 0,26
mudança
O

** Significante a 1%.
* Significante a 5%.
FONTE: elaborada pelo pesquisador.

As Tabelas 15 e 16 indicam associações significantes, positivas e fracas entre nas dimensões


de abertura à mudança de gestores e subordinados e entre a dimensão de autotranscendência
124

do gestor e abertura à mudança do subordinado. Com isso, pode-se inferir que, para a
amostra, o fato de um subordinado valorizar a abertura à mudança está associado à
valorização dessa dimensão pelo gestor. Nesse sentido, espera-se uma compatibilidade entre
gestores e subordinados no quesito abertura à mudança. Ademais, a correlação entre a
autotranscendência de gestores e a abertura à mudança de subordinados no caso não
paramétrico foi causada pela adjacência das dimensões na teoria de valores utilizada neste
estudo (SCHWARTZ, 1992).

Deslocando o foco de análise para a variável dependente da regressão, o estado pessoal de


qualidade de vida no trabalho, a Tabela 17 a seguir apresenta as correlações entre a avaliação
global e parcial de qualidade de vida no trabalho de gestores e subordinados.

Tabela 17 ! Correlações de Pearson (!) e Spearman (r) entre a avaliação global e parcial de qualidade de
vida no trabalho.
EPQVT - Gestor EPQVT - Subordinado
Facetas de QVT do modelo BPSO-96
! r ! r

Sensação de bem-estar no trabalho. 0,87** 0,71** 0,85** 0,83**

Estado geral de tensão negativo (distress) pessoal no trabalho. 0,36** 0,40** 0,67** 0,63**

Satisfação com o seu modo próprio de viver o dia a dia (estilo de


0,62** 0,56** 0,55** 0,54**
vida).

Adequação das Ações de QVT da sua empresa. 0,69** 0,70** 0,56** 0,63**

Importância da QVT para o resultado do seu trabalho. 0,14 0,15 0,47** 0,39**

Legenda: EPQVT - Estado Pessoal de Qualidade de Vida no Trabalho.


** Significante a 1%.
* Significante a 5%.
FONTE: elaborada pelo pesquisador.

A partir da Tabela 17, observaram-se fortes e moderadas correlações entre a avaliação global e
a parcial tanto no caso de gestores como de subordinados. Somando essa constatação às
justificativas apresentadas anteriormente na seção “Instrumento de Pesquisa”, optou-se pela
utilização da medida global como variável dependente da regressão, pois conforme
recomendam Scarpello e Campbell (1983) as medidas globais são mais adequadas para
comparações da variável com outras. Esse raciocínio também foi utilizado para abandonar a
utilização da Escala de Estresse no Trabalho (PASCHOAL; TAMAYO, 2004) como aspectos
125

da variável dependente da regressão (consultar Apêndice 9 para as correlações entre o estado


pessoal de qualidade de vida no trabalho e os aspectos do estresse ocupacional).

Ainda segundo a Tabela 17, ressalta-se a inexistência de correlações significativas entre o


estado pessoal de qualidade de vida no trabalho de gestores e a faceta relativa a importância
da qualidade de vida no trabalho para o resultado desses gestores. Com isso, para a amostra
deste estudo, quanto maior a pontuação de qualidade de vida no trabalho geral atribuída pelos
gestores, não se observou uma co-variação nessa faceta. Esse resultado pode ser interpretado
como a percepção do gestor de que a qualidade de vida no trabalho é apenas uma das
variáveis dentre tantas que impacta em seu resultado. No entanto, estudos mais aprofundados
seriam necessários para entender melhor essa relação.

Além disso, a qualidade de vida no trabalho de gestores e subordinados não apresentaram


correlações significativas entre si (Pearson - 0,12; Spearman - 0,21). Por esse resultado,
aparentemente o estado pessoal de qualidade de vida no trabalho dos gestores independeria do
estado dos subordinados para a amostra deste estudo.

Em seguida, a Tabela 18 apresenta as correlações entre a percepção direta de compatibilidade


com o estado pessoal de qualidade de vida no trabalho de gestores e subordinados.

Tabela 18 ! Correlações de Pearson (!) e Spearman (r) entre a compatibilidade direta e percepção de
qualidade de vida no trabalho.
EPQVT - Gestor EPQVT - Subordinado

! r ! r

Percepção de compatibilidade direta do gestor 0,30* 0,30* 0,01 0,04

Percepção de compatibilidade direta do subordinado 0,32* 0,30* 0,22 0,25

Legenda: EPQVT - Estado Pessoal de Qualidade de Vida no Trabalho.


** Significante a 1%.
* Significante a 5%.
FONTE: elaborada pelo pesquisador.

Segundo resultados da Tabela 18, a percepção de compatibilidade de valores na perspectiva


dos gestores está associada positiva, apesar de fracamente, à sua qualidade de vida no
trabalho. Assim sendo, tem-se indícios de que a compatibilidade seja importante para a
qualidade de vida no trabalho dos gestores. No entanto, não só a compatibilidade é
126

importante, mas aparentemente a percepção de compatibilidade dos subordinados também é


relevante para o estado pessoal de qualidade de vida no trabalho. Essa relação tem suporte da
teoria da troca entre líder e liderado (GRAEN; UHL-BIEN, 1995). Os gestores distinguem
seus subordinados quanto à compatibilidade, mas o subordinado também precisa aceitar essa
distinção para que o gestor tire proveito dessa distinção. Assim sendo, seria importante para o
gestor saber que o subordinado também sente ser compatível com ele. Contudo, essa
afirmação dependeria de estudos mais profundos e que não estão no escopo deste trabalho.

Por lógica semelhante, a compatibilidade na percepção dos subordinados não está associada à
qualidade de vida no trabalho deles. Ao se comparar esse resultado com a avaliação direta do
impacto da compatibilidade na qualidade de vida no trabalho na perspectiva dos subordinados
apresentada na seção anterior (subordinados, em média, alegaram que a compatibilidade tem
uma influencia média nos seus estados pessoais de qualidade de vida no trabalho) encontra-se
uma discrepância. Aparentemente, embora percebam a relação entre compatibilidade e
qualidade de vida no trabalho como importante, objetivamente essa relação parece não ter
influência para a amostra. Contudo, buscar-se-á aprofundar essa questão nos resultados da
análise de regressão.

Ainda sobre os dados da Tabela 18, a percepção da compatibilidade para os gestores também
não teve associação significativa com a qualidade de vida dos subordinados. Para os
subordinados da amostra em questão, a compatibilidade parece não ter relação com a sua
determinação do estado pessoal de qualidade de vida no trabalho. Isso posto, levanta-se a
questão do motivo pelo qual a compatibilidade parece ter sido mais relevante para a qualidade
de vida no trabalho de gestores do que subordinados. Buscar-se-á discutir essa relação com
maior profundidade a partir dos resultados da regressão.

A Tabela 19 apresenta as correlações entre as dimensões bipolares e o estado pessoal de


qualidade de vida no trabalho de gestores e subordinados. Foram testadas essas associações
para os casos das dimensões do gestor, do subordinado e do social. Essa tabela é de suma
importância para o estudo na medida em que tem como objetivo evidenciar as dimensões que
provavelmente terão maior impacto na análise de regressão a ser realizada.
127

Tabela 19 ! Correlações de Pearson (!) e Spearman (r) entre as dimensões bipolares e a qualidade de
vida no trabalho.
EPQVT - Gestor EPQVT - Subordinado

! r ! r

Autotranscendência 0,47** 0,11 -0,27 -0,29*

Autopromoção -0,34* -0,20 0,12 0,08


Gestor
Conservação 0,18 0,18 -0,11 -0,09

Abertura à mudança 0,23 0,14 -0,03 -0,05

Autotranscendência 0,02 -0,02 -0,21 -0,15

Autopromoção 0,12 0,07 -0,20 -0,24


Subordinado
Conservação 0,10 0,06 -0,13 -0,11

Abertura à mudança 0,16 0,09 -0,06 -0,11

Autotranscendência 0,17 0,17 0,15 0,19

Autopromoção -0,10 -0,07 -0,15 -0,15


Social
Conservação 0,15 -0,01 -0,13 -0,09

Abertura à mudança -0,02 0,05 0,18 0,23

Legenda: EPQVT - Estado Pessoal de Qualidade de Vida no Trabalho.


** Significante a 1%.
* Significante a 5%.
FONTE: elaborada pelo pesquisador.

Segundo os resultados expostos na Tabela 19, a qualidade de vida no trabalho de gestores está
associada positiva e moderadamente (ambos são |"|>0,30) com suas dimensões de
autotranscendência e negativa e moderadamente com as de autopromoção. Nesse sentido,
quanto mais os gestores se percebem como autotranscendentes, melhor avaliaram suas
qualidades de vida no trabalho. O inverso ocorre com a dimensão de autopromoção. Assim
sendo, é possível esperar que, para a qualidade de vida no trabalho dos gestores, a
compatibilidade nas dimensões de autopromoção e autotranscendência seja relevante.

Para os subordinados, apenas a autotranscendência do gestor apresentou correlação negativa


e fraca com o estado pessoal de qualidade de vida no trabalho. Aparentemente, para os
subordinados da amostra, quanto maior a pontuação dada por gestores na dimensão
autotranscendência, menor deve ser sua percepção de qualidade de vida no trabalho. Esse
ocorreu, pois em média subordinados são mais autopromotores (média de 4,09 para gestores e
4,16 para subordinados) e autotranscendentes do que os gestores (média de 5,00 para gestores
128

e 5,08 para subordinados). Com isso, perante as metas motivacionais dos tipos que compõem
a dimensão autopromoção, seria razoável esperar a relação negativa pelo fato de gestores
serem autotranscendentes.

Ademais, é interessante comparar esse resultado com o de Antonio e Teixeira (2010).


Segundo resultado de pesquisa dos autores, a qualidade de vida no trabalho de subordinados
relacionou-se positivamente com o fato de subordinados perceberem seus gestores como
benevolentes (tipo motivacional pertencente à dimensão de autotranscendência). Com isso,
tem-se que, objetivamente, a dimensão de autotranscendência do gestor está negativamente
relacionada ao estado pessoal de qualidade de vida no trabalho do subordinado, mas
subjetivamente a autotranscendência está associada positivamente. Com isso, estudos futuros
podem tentar identificar as possíveis causas desse fenômeno.

Finalmente, foram analisadas as correlações entre os índices de compatibilidade que serão


utilizados na regressão e o estado pessoal de qualidade de vida no trabalho de gestores e
subordinados. Contudo, antes de se aprofundar essa análise é necessário discutir algumas
características dos índices algébricos, modulares e quadráticos utilizados.

Em primeiro lugar, todos os cálculos dos índices consideraram a característica do gestor


menos a característica do subordinado. Nesse sentido, para a compatibilidade objetiva,
subtraíram-se os valores de cada dimensão bipolar do gestor das dimensões dos subordinados.
Para o caso da compatibilidade subjetiva, extraíram-se as dimensões sociais das dimensões
dos subordinados. Ademais, cabe lembrar que após a inversão da escala proposta em seção
anterior, as dimensões bipolares variam de “1” (Não se parece nada comigo) a “6” (Se parece
muito comigo) em suas respostas.

Isso posto, pode-se inferir que a interpretação das correlações e regressões irão variar perante
cada um dos índices obtidos. Essas diferenças ocorrerão pelas funções inerentes a cada
método de cálculo. No cálculo algébrico, por exemplo, o sinal simbolizará a direção da
incompatibilidade, ilustrando se é o gestor ou o subordinado que valoriza mais uma
determinada dimensão bipolar. Essa direção não será encontrada nos índices modulares e
quadráticos, pois nos processos de cálculo desses índices o sinal será eliminado. Portanto, no
129

caso do módulo ou do quadrado será possível apenas determinar se existe ou não a


compatibilidade entre os indivíduos. Especificamente no caso quadrático, as distâncias da
incompatibilidade serão maiores que no caso modular.

A Figura 7 a seguir apresenta as diferenças nas escalas de compatibilidade que resultarão do


cálculo dos índices algébricos, modulares e quadráticos.

Figura 7 ! Escalas de compatibilidade.


FONTE: elaborada pelo pesquisador.

Para o caso do índice algébrico, a escala variará de “-5” a “5”. Tanto o “-5” quanto o “5”
representariam a incompatibilidade completa. Contudo, o “-5” representa a hipótese do
subordinado não valorizar uma dimensão (sua resposta seria 1) e o gestor valorizar essa
dimensão (sua resposta seria 6). Analogamente, se o subordinado valorizar uma dimensão e o
gestor não, ao se subtrair a resposta 1 de 6 (cálculo 6-1), tem-se a situação hipotética
representada pelo “5”. Com isso, tem-se que o sinal será uma fonte importante de informação
para a interpretação dos coeficientes de correlação e os betas da regressão. Nos casos
130

modulares e quadráticos, a incompatibilidade completa ocorrerá no “5” e “25”,


respectivamente. Assim sendo, será possível determinar apenas se a compatibilidade existiria
ou não. Ademais, para todos os casos, a compatibilidade perfeita ocorre no “0”, que
representaria que tanto gestores como subordinados valorizam ou não uma dimensão de forma
conjunta e igual.

Como impactos na interpretação da correlação e dos coeficientes beta da regressão, tomando


como base o modelo teórico e as hipóteses do estudo, pode-se esperar uma correlação ou um
beta negativos na relação entre as compatibilidades modulares e quadráticas e o estado
pessoal de qualidade de vida no trabalho de gestores e subordinados. Isso simboliza que
quanto maior a compatibilidade (ou seja, menores os valores numéricos desses índices), maior
será a percepção de qualidade de vida no trabalho de gestores e subordinados (ou seja,
maiores serão os valores numéricos das respostas de qualidade de vida no trabalho).

Para o caso algébrico, espera-se que os sinais dos coeficientes da correlação e dos betas da
regressão em uma dimensão devem ser invertidos nos casos de gestores ou subordinados. Isso
ocorre, pois, quanto maior o valor da compatibilidade, pior fica para o gestor e melhor para o
subordinado e, com isso, espera-se que a qualidade de vida no trabalho de um ou de outro
varie em direções opostas. Assim sendo, este estudo analisará as correlações e betas da
regressão para todos os casos (algébricos, modulares e quadráticos), pois aparentemente pode-
se maximizar a qualidade de informações ao se abordar cada um dos casos.

A Tabela 20 a seguir apresenta as correlações entre o estado pessoal de qualidade de vida no


trabalho de gestores e subordinados e os índices de compatibilidade obtidos para a utilização
no cálculo da equação de regressão, conforme proposto em seção anterior. Assim como no
caso da Tabela 19, essa tabela também é de suma importância porque seus resultados servem
como fortes indícios de quais dimensões serão consideradas na determinação da equação de
regressão, pois o beta da regressão carrega as correlações (HAIR et al., 2009).
131

Tabela 20 ! Correlações de Pearson (!) e Spearman (r) entre as compatibilidades objetiva e subjetiva e a
qualidade de vida no trabalho.
EPQVT -
EPQVT - Gestor
Método de cálculo do índice Subordinado
Compatibilidade Dimensões bipolares
de compatibilidade
! r ! r

Autotranscendência -0,37** -0,20 0,08 0,09

Valor algébrico Autopromoção 0,35* 0,22 -0,24 -0,29*

Fit = Subordinado-Gestor Conservação -0,07 -0,10 -0,01 -0,01

Abertura à mudança -0.10 -0,06 -0,01 -0,05

Autotranscendência -0,28* -0,05 0,26 0,29*

Valor em módulo Autopromoção -0,33* -0,27 -0,01 -0,11


Objetiva
Fit = |Subordinado-Gestor| Conservação 0,30* 0,21 -0,07 -0,13

Abertura à mudança -0,20 -0,35* -0,17 -0,34*

Autotranscendência -0,33* -0,05 0,19 0,29*


Valor ao quadrado Autopromoção -0,33* -0,27 0,04 -0,11
Fit = (Subordinado-
Conservação 0,19 0,21 0,04 -0,13
Gestor)2
Abertura à mudança -0,11 -0,35* -0,07 -0,34*

Autotranscendência -0,15 -0,10 -0,29* -0,32*

Valor algébrico Autopromoção 0,19 0,13 -0,04 -0,04

Fit = Subordinado-Gestor Conservação -0,05 -0,06 0,01 0,05

Abertura à mudança 0,12 0,03 -0,20 -0,28*

Autotranscendência -0,01 0,06 -0,14 -0,17

Valor em módulo Autopromoção -0,04 0,02 0,14 0,09


Subjetiva
Fit = |Subordinado-Gestor| Conservação -0,04 0,00 -0,01 0,07

Abertura à mudança -0,24 -0,23 0,05 -0,01

Autotranscendência -0,13 0,06 -0,13 -0,17


Valor ao quadrado Autopromoção -0,07 0,02 0,17 0,09
Fit = (Subordinado-
Conservação -0,07 0,00 0,00 0,07
Gestor)2
Abertura à mudança -0,18 -0,23 0,05 -0,01

Legenda: EPQVT - Estado Pessoal de Qualidade de Vida no Trabalho.


** Significante a 1%.
* Significante a 5%.
FONTE: elaborada pelo pesquisador.

Conforme previsto anteriormente, encontrou-se prioritariamente correlações negativas entre a


qualidade de vida no trabalho de gestores e subordinados e os casos modulares e quadráticos.
132

Além disso, para o caso algébrico objetivo as relações opostas de gestores e subordinados nas
mesmas dimensões também foi observado. Essa relação só não aconteceu para o caso da
compatiblidade subjetiva algébrica da dimensão autotranscendência.

Perante os dados da Tabela 20, percebeu-se que o estado pessoal de qualidade de vida no
trabalho dos gestores da amostra associou-se de forma fraca ou moderada mas significativa
com os índices de compatibilidade objetiva algébricos, modulares e quadráticos referentes às
dimensões de autotranscendência e autopromoção. No caso do módulo, também foi
encontrada associação significativa e moderada com a dimensão conservação e abertura à
mudança e no caso quadrático com a dimensão de abertura à mudança.

Nesse sentido, para os gestores da amostra, o caso da compatibilidade algébrica aponta para
uma relação de que quanto mais um gestor não valorizar a dimensão autotranscendência e o
subordinado valorizá-la, menor será a qualidade de vida no trabalho do gestor. Ou seja, uma
incompatibilidade nessa dimensão estaria associada a uma piora na qualidade de vida no
trabalho dos gestores. Analogamente, quanto mais autopromotor for o subordinado e menos
for o gestor, maior deve ser a qualidade de vida no trabalho do gestor. Para essa dimensão, a
incompatibilidade estaria associada a uma melhora na qualidade de vida no trabalho dos
gestores.

Esses resultados são relevantes ao indicarem a importância do sinal para a análise das
regressões. O fato de um gestor valorizar uma dimensão e seus subordinados não a
valorizarem é diferente desse gestor não valorizar e seus subordinados sim. Além disso, a
análise dos resultados suscitam a questão de que a incompatibilidade em alguns valores ou
dimensões pode ser benéfica para um dos membros da díade. Por exemplo, um gestor que não
é autopromotor pode ter sua qualidade de vida no trabalho melhorada por um subordinado
autopromotor. Esse subordinado autopromotor buscará demonstrar suas competências (tipo
motivacional de realização) entregando resultados que agregarão valor à organização. Ao
fazer isso, o subordinado contribuiria para o desenvolvimento da sua equipe e geraria menos
problemas para o gestor, fato que pode melhorar a qualidade de vida no trabalho desse gestor.
133

Para o caso modular, as correlações negativas significativas da compatibilidade nas


dimensões autotranscendência, autopromoção e abertura à mudança simbolizam que quanto
maior for a incompatibilidade entre gestores e subordinados, pior deverá ser a qualidade de
vida no trabalho de gestores. Ainda no caso modular, a correlação significativa positiva com a
dimensão de conservação aponta para a relação de que, quanto maior for a incompatibilidade
dos indivíduos, melhor será a qualidade de vida no trabalho dos gestores. O caso quadrático
apresentou resultados semelhantes ao modular, extraindo o caso da dimensão conservação.

Assim como no caso algébrico, os resultados apontam para a relação da compatibilidade ou


incompatibilidade com uma melhor ou pior percepção da qualidade de vida no trabalho de
gestores. Esses resultados, então, indicam que a associação entre a compatibilidade ou
incompatibilidade deve estar associada à qualidade de vida no trabalho das pessoas e,
consequentemente, merece maiores investigações.

Ademais, a alteração no sentido da associação algébrica e modular para a dimensão


autopromoção alerta para o fato da ponderação do sinal na análise da regressão.
Provavelmente o sinal da compatibilidade tenha efeito relevante na análise da equação de
regressão.

Não foram encontradas evidências de associação entre o estado pessoal de qualidade de vida
no trabalho de gestores e a compatibilidade subjetiva (comparação entre os valores pessoais e
sociais dos subordinados), dado contrastante aos resultados da Tabela 18 apresentados
anteriormente. Nesse sentido, reforça-se a necessidade de estudos mais aprofundados para
identificar se a compatibilidade subjetiva de subordinados está relacionada à qualidade de
vida no trabalho de gestores.

Quanto aos subordinados, os dados da Tabela 20 indicam correlações significativas, embora


fracas, de suas percepções de qualidade de vida no trabalho com as dimensões de
autotranscendência, autopromoção e abertura à mudança. Primeiramente no caso da
compatibilidade objetiva, a compatibilidade algébrica na dimensão autopromoção apresentou
uma correlação negativa, fraca e significante com o estado pessoal de qualidade de vida no
trabalho dos subordinados da amostra. Isso significa que quanto mais um gestor não valoriza
134

a dimensão e o subordinado valoriza, menor foi a pontuação para a qualidade de vida no


trabalho dos subordinados. Objetivamente falando, os subordinados prefeririam gestores
autopromotores. Esse resultado pode representar a percepção de alguns subordinados de que
um gestor autopromotor competente traria benefícios para sua carreira e desenvolvimento
profissional, critérios que melhorariam a percepção de qualidade de vida no trabalho desses
subordinados.

Nas compatibilidades objetivas modulares e quadráticas o resultado foi semelhante. Nos dois
casos foram encontradas associações significantes positivas com autotranscendência e
negativas com abertura à mudança. Por essa lógica, quanto maior foi a compatibilidade dos
indivíduos na autotranscendência (ou seja, mais próximo do zero foi a resposta) menor foi a
qualidade de vida no trabalho dos subordinados. Além disso, quanto maior foi a
compatibilidade dos indivíduos na dimensão abertura à mudança, maior foi a pontuação
atribuída à qualidade de vida no trabalho pelos subordinados da amostra.

Na compatibilidade subjetiva, foram encontradas correlações significantes e negativas das


dimensões autotranscendência e abertura à mudança com a qualidade de vida no trabalho de
subordinados apenas no caso algébrico. Nessas condições, pode-se inferir que quanto menos
os gestores valorizam e, conjuntamente, mais os subordinados priorizam as dimensões
autotranscendência e abertura à mudança, menor foi a pontuação de qualidade de vida no
trabalho dos subordinados.

Ou seja, os subordinados, subjetivamente falando, prefeririam que seus gestores valorizassem


a autotranscendência e a abertura à mudança, dados corroborados por Antonio e Teixeira
(2010). Essa relação parece lógica na medida em que os subordinados deveriam preferir
gestores que cuidassem do bem-estar dos mais próximos para que pudessem ter uma melhor
qualidade de vida no trabalho.

Então, é interessante observar que, subjetivamente, os subordinados preferem gestores


autotranscendentes, mas objetivamente esses gestores teriam comportamentos
autopromotores. Com isso, os subordinados podem perceber comportamentos autopromotores
como autotranscendentes. Essa relação será observada de forma mais completa na análise da
135

regressão neste trabalho. Contudo, outros estudos podem ser realizados para tentar
compreender se esse fenômeno é comum e qual é o impacto disso para a compatibilidade e a
qualidade de vida no trabalho das pessoas.

Assim sendo, aparentemente a compatibilidade entre as dimensões bipolares e o estado


pessoal de qualidade de vida no trabalho de gestores e subordinados possui alguma relação
que merece aprofundamento. As dimensões de autotranscendência e autopromoção, perante
os dados da Tabela 20, devem ser críticas na determinação do impacto da compatibilidade de
valores e a qualidade de vida no trabalho de gestores e subordinados da amostra.

Essa suposição tem fundamento na teoria de Schwartz (1992), visto que a oposição dessas
dimensões evidencia o conflito de indivíduos que priorizam satisfazer os próprios interesses
com outros que se preocupam com o bem-estar dos próximos. Nesse sentido, as diferenças
das metas que essas dimensões representam estão intimamente ligadas ao objetivo da
formação das díades: satisfazer necessidades do ego nessa interação (BECKER; USEEM,
1942). O conflito de interesses próprios e sociais deve, portanto, impactar na busca individual
de metas e, consequentemente, pode impactar no estado pessoal de qualidade de vida no
trabalho das pessoas.

Além disso, pode-se esperar que para essa amostra a compatibilidade terá mais efeito na
qualidade de vida no trabalho de gestores que subordinados. Na seção seguinte, conforme
discutido na parte de método de pesquisa, utilizar-se-á da técnica de regressão polinomial para
testar de forma mais profunda as hipóteses deste estudo.

4.2 Análise das regressões

Nesta seção do trabalho serão testadas as hipóteses do estudo com o intuito de responder o
problema da pesquisa (quais são as relações entre a compatibilidade diática dos valores dos
gestores e de seus subordinados e o estado pessoal de qualidade de vida no trabalho desses
gestores e subordinados?).
136

Nesse sentido, a regressão polinomial terá como objetivos:


(a) investigar a associação entre a compatibilidade dos valores pessoais dos subordinados e os
valores sociais dos subordinados com relação aos seus gestores (compatibilidade
subjetiva) e o estado pessoal de qualidade de vida no trabalho desses subordinados e;
(b) pesquisar a associação entre a compatibilidade dos valores pessoais de gestores e dos
subordinados (compatibilidade objetiva) e o estado pessoal de qualidade de vida no
trabalho desses gestores e subordinados.

Ademais, decorrente dos objetivos primários, este estudo busca destacar qual dos tipos de
compatibilidade (subjetiva e objetiva) teve mais efeito sobre o estado pessoal de qualidade de
vida no trabalho dos membros da díade, conforme recomendações de futuras pesquisas de
Schwartz (2011).

Isso posto, três hipóteses serão testadas nesta seção. No primeiro caso (H1), baseando-se nas
associações entre compatibilidade subjetiva de valores e estresse negativo de Bouckenooghe
(2005) e Rohan e Maiden (2000) apud Rohan (2000), admitiu-se que quanto maior fosse a
compatibilidade diática subjetiva dos valores, maior seria a avaliação do estado pessoal de
qualidade de vida no trabalho dos subordinados. Analogamente, no segundo caso (H2 e H3),
baseada nos achados das associações entre compatibilidade objetiva de valores e o bem-estar
de Sagiv e Schwartz (2000), também adotou-se que quanto maior fosse a compatibilidade
diática objetiva dos valores, maior seria a avaliação do estado pessoal de qualidade de vida no
trabalho dos membros da díade.

Para a análise das hipóteses deste estudo, como explicitado anteriormente, foi utilizada a
técnica da regressão polinomial, conforme sugerem Edwards (1993; 1994) e Edwards e Parry
(1993), seguindo o modelo teórico apresentado na Equação 1. A variável dependente ou
resposta do modelo será o estado pessoal de qualidade de vida no trabalho do indivíduo
(gestor ou subordinado), que dependerá da variável preditora compatibilidade entre os valores
pessoais e sociais ou pessoais e pessoais.
137

De acordo com a seção anterior, a compatibilidade entre gestores e subordinados foi


determinada por três índices: as distâncias algébrica (X-Y), absoluta (|X-Y|) ou quadráticas (X-
Y)2.

Todos os cálculos dos índices de compatibilidade consideraram a característica do


subordinado menos a característica do gestor. Nesse sentido, para a compatibilidade objetiva,
subtraíram-se os valores de cada dimensão bipolar do gestor das dimensões dos subordinados.
Para o caso da compatibilidade subjetiva, extraíram-se as dimensões sociais das dimensões
dos subordinados.

Esses índices foram inseridos como variáveis preditoras no modelo. Devido à


multicolinearidade inerente ao modelo teórico de valores de Schwartz (1992), em todas as
regressões utilizar-se-á o método Stepwise, conforme exposto anteriormente. O método
Stepwise usou como critério padrão de entrada a estatística F menor ou igual a 0,05 (F<=0,05)
e de saída uma estatística F maior ou igual a 0,1 (F>=0,1) em todos os casos. Foram testadas
as regressões para cada um dos casos seguindo a ordem das hipóteses do estudo.

Primeiramente, a Tabela 21 a seguir apresenta os resultados das regressões lineares utilizadas


para o teste da hipótese H1 (quanto maior for a compatibilidade diática subjetiva dos valores,
maior será a avaliação do estado pessoal de qualidade de vida no trabalho dos subordinados).
138

Tabela 21 ! Regressões lineares múltiplas da compatibilidade subjetiva e o estado pessoal de qualidade


de vida no trabalho de subordinados pelo método de seleção Stepwise.
Variável-resposta
Compatibilidade Método de cálculo do índice de compatibilidade Dimensões bipolares
EPQVT -
Subordinado

7,258**
Intercepto
(0,323)

-0,667*
Autotranscendência
(0,315)
Valor algébrico
Variável excluída do
Autopromoção
modelo
Fit = Subordinado-Gestor
Variável excluída do
Conservação
modelo

Variável excluída do
Abertura à mudança
modelo

Intercepto
Subjetiva Autotranscendência
Valor em módulo
Nenhuma variável
Autopromoção
entrou no modelo.
Fit = |Subordinado-Gestor|
Conservação

Abertura à mudança

Intercepto

Autotranscendência
Valor ao quadrado
Nenhuma variável
Autopromoção
entrou no modelo.
Fit = (Subordinado-Gestor)2
Conservação

Abertura à mudança

Legenda: EPQVT - Estado Pessoal de Qualidade de Vida no Trabalho.


** Significante a 1%. * Significante a 5%.
Erro padrão entre parênteses.
FONTE: elaborada pelo pesquisador.

A partir dos dados da Tabela 21, pôde-se notar que das três regressões realizadas para o teste
da hipótese 1 deste estudo, apenas a compatibilidade subjetiva algébrica apresentou resultados
significantes. Nas regressões do estado pessoal de qualidade de vida dos subordinados com as
compatibilidades subjetivas modulares e quadráticas, nenhuma compatibilidade de dimensões
entrou na equação do modelo. A razão desse fenômeno pode ser observada nas tabelas
respectivas do Apêndice 10 ao final deste trabalho. Utilizando a técnica Enter para a
determinação do modelo de regressão, foi possível observar um nível de significância maior
que 0,05 para todos os betas de todas as dimensões da compatibilidade. Isso simboliza que os
betas de fato são iguais a zero e, por isso, nenhuma variável deveria entrar no modelo. Assim
139

sendo, será analisada apenas a compatibilidade subjetiva algébrica no estudo da hipótese 1


deste trabalho.

Conforme a Tabela 21, o coeficiente da variável compatibilidade subjetiva da dimensão


autotranscendência mostrou-se significativo para explicar a qualidade de vida no trabalho dos
subordinados. Ademais, seu valor foi negativo. Com isso, para a amostra deste estudo, a
variação positiva em uma unidade da compatibilidade subjetiva na dimensão
autotranscendência leva a uma variação negativa de 0,667 na qualidade de vida no trabalho
dos subordinados. Isso é equivalente a se dizer que, quanto maior o índice algébrico da
compatibilidade (ou seja, quanto mais um subordinado valoriza e menos o gestor valoriza),
pior será a percepção de qualidade de vida no trabalho dos subordinados. O sentido contrário
também é representativo, quanto mais o gestor valoriza a dimensão autotranscendência e o
subordinado não valoriza, melhor será a percepção de qualidade de vida no trabalho do
subordinado.

Dessa maneira, há duas situações distintas a serem analisadas. No primeiro caso,


subordinados que valorizam a dimensão autotranscendência esperariam essa postura de seus
gestores, caso não encontrem essa situação, terão uma piora na percepção de qualidade de
vida no trabalho. No segundo caso, se os gestores valorizarem a autotranscendência, mas os
subordinados não valorizarem, a qualidade de vida desses últimos tende a melhorar, pois
gestores autotranscendentes se preocupariam em cuidar do bem-estar de seus subordinados,
independentemente dos valores desses subordinados. Assim sendo, para o subordinado a
situação seria confortável e sua qualidade de vida no trabalho tenderia a ser positiva. Esses
resultados apontam indícios semelhantes aos estudos de Rohan e Maiden (2000) apud Rohan
(2000) e Antonio e Teixeira (2010), nos quais a compatibilidade subjetiva teve impactos no
estresse negativo e qualidade de vida no trabalho, respectivamente.

Contudo, a análise desses resultados apenas levanta indícios de que a compatibilidade


subjetiva afete o estado pessoal de qualidade de vida no trabalho dos subordinados, pois o
modelo algébrico tem limitações. Partindo-se do “-5” ao se acrescer uma unidade no índice
algébrico, pelos resultados da regressão estudada, caminha-se para a compatibilidade perfeita
até o zero e o impacto na qualidade de vida no trabalho é negativo. Entretanto, ao se acrescer
140

uma unidade a partir do zero caminha-se para a incompatibilidade perfeita e mesmo assim a
qualidade de vida no trabalho continua decrescendo.

Isso posto, não é possível afirmar claramente que a compatibilidade subjetiva influencia na
qualidade de vida no trabalho dos subordinados. Para isso, seria necessário analisar os
resultados da compatibilidade modular ou quadrática, que não consideram o sinal, mas
apontam específica e dicotomicamente para a compatibilidade ou incompatibilidade. Perante
essas considerações, como nos modelos modular e quadrático nenhuma variável foi
considerada, não se pode afirmar que a hipótese H1 deste estudo tenha sido plenamente
confirmada. Entretanto, pelos resultados da compatibilidade algébrica faz sentido considerar
que a compatibilidade subjetiva da dimensão de autotranscendência tenha relação com a
qualidade de vida no trabalho de subordinados. Assim sendo, gestores autotranscendentes
devem melhorar a percepção de qualidade de vida no trabalho de seus subordinados.

Ademais, o modelo obtido explicou um pequeno percentual da variabilidade do estado


pessoal de qualidade de vida no trabalho dos subordinados (R2=0,084). Esse fenômeno é
esperado tendo em vista a complexidade da determinação do conceito de qualidade de vida no
trabalho, pois muitas variáveis poderiam explicar sua variância (ALBUQUERQUE;
LIMONGI-FRANÇA, 1998; FERNANDES; GUTIERREZ, 1988; NADLER; LAWLER,
1983; KORUNKA; HOONAKER; CARAYON, 2008; ELIZUR; SHYE, 1990; SIRGY et al.,
2001, MARTEL; DUPUIS, 2006). A multicolinearidade foi expurgada do modelo, pois a
estatística VIF foi igual a 1 (HAIR et al., 2009).

Os diagnósticos dos pressupostos da regressão demonstraram a linearidade como a forma


mais adequada para explicar a relação. Segundo o teste Durbin-Watson (2,023) os resíduos
são independentes com um nível de significância de 1% (dL=1,206; dU=1,537). O teste
Breusch-Pagan (p-valor=0,617) indicou que os erros são homocedásticos. Além disso, embora
o teste Shapiro-Wilk (p-valor=0,005) tenha apontado para uma conclusão de não-normalidade
na distribuição dos resíduos, optou-se pela manutenção da regressão linear como forma de
explicação da relação, pois o teste equivalente e não paramétrico de Kolmogorov-Smirnov
(SIEGEL, 1956) apontou para a normalidade dos resíduos (p-valor de 0,200). Ademais, a
linearidade do fenômeno pode ser observada no Gráfico 9 a seguir.
141

Gráfico 9 ! Linearidade dos resíduos da regressão da qualidade de vida no trabalho de subordinados


com a compatibilidade subjetiva.
FONTE: elaborado pelo pesquisador.

O Gráfico 9 apresenta uma distribuição uniforme dos resíduos, visto que aproximadamente
95% dos resultados se concentram na faixa entre [-2, 2]. Isso significa um indício da
linearidade dos resíduos. De acordo com Hair et al. (2009), se os resíduos são lineares, é
plausível considerar que a relação da regressão também o seja. Como as suposições do
modelo foram satisfeitas para o caso da relação entre a qualidade de vida no trabalho de
subordinados e a compatibilidade subjetiva, pode-se inferir que a hipótese 1 do estudo é
melhor representada por um modelo linear.

A seguir, serão testadas as hipóteses 2 e 3 desse estudo (quanto maior for a compatibilidade
diática objetiva dos valores, maior seria a avaliação do estado pessoal de qualidade de vida no
trabalho de gestores - H2 - e subordinados - H3). A Tabela 22 a seguir apresenta os resultados
das regressões realizadas para cada índice de compatibilidade e o estado pessoal de qualidade
de vida no trabalho de gestores e subordinados.
142

Tabela 22 ! Regressões lineares múltiplas da compatibilidade objetiva e o estado pessoal de qualidade de


vida no trabalho de gestores subordinados pelo método de seleção Stepwise.
Variável-resposta
Método de cálculo do índice
Compatibilidade Dimensões bipolares
de compatibilidade EPQVT -
EPQVT - Gestor
Subordinado

6,958**
Intercepto
(0,220)

-0.628*
Autotranscendência
(0,255)
Valor algébrico Nenhuma
0,456*
Autopromoção variável entrou
(0,199)
Fit = Subordinado-Gestor no modelo
Variável excluída
Conservação
do modelo

Variável excluída
Abertura à mudança
do modelo

7,427**
Intercepto
(0,334)

Variável excluída
Autotranscendência
do modelo
Valor em módulo Nenhuma
-0,726*
Objetiva Autopromoção variável entrou
(0,300)
Fit = |Subordinado-Gestor| no modelo
Variável excluída
Conservação
do modelo

Variável excluída
Abertura à mudança
do modelo

7,181**
Intercepto
(0,270)

-0,442*
Autotranscendência
(0,183)
Valor ao quadrado Nenhuma
Variável excluída
Autopromoção variável entrou
do modelo
Fit = (Subordinado-Gestor)2 no modelo
Variável excluída
Conservação
do modelo

Variável excluída
Abertura à mudança
do modelo

Legenda: EPQVT - Estado Pessoal de Qualidade de Vida no Trabalho.


** Significante a 1%. * Significante a 5%.
Erro padrão entre parênteses.
FONTE: elaborada pelo pesquisador.

Para a análise da hipótese 2 deste estudo, os dados da Tabela 22 mostram resultados


significantes para as regressões do estado pessoal de qualidade de vida no trabalho de gestores
e as compatibilidades objetivas algébricas, modulares e quadráticas na amostra deste estudo.
143

Para o caso da compatibilidade objetiva algébrica, as dimensões de autotranscendência e


autopromoção foram incluídas do modelo da regressão, apresentando betas negativo e
positivo respectivamente. Para o caso da autotranscendência, ao se elevar uma unidade do
índice algébrico de compatibilidade, espera-se uma redução de 0,628 unidades no estado
pessoal de qualidade de vida no trabalho dos gestores da amostra. Isso equivale a dizer que
quanto mais um subordinado valoriza e o gestor não valoriza a autotranscendência, pior será a
avaliação de qualidade de vida no trabalho do gestor. Contudo, caso o gestor valorize e o
subordinado não, a qualidade de vida no trabalho desse gestor aumentará.

Sendo assim, os gestores que não são autotranscendentes esperam que seus subordinados
também não o sejam, enquanto que gestores autotranscendentes não se importam com a
compatibilidade desses valores, pois cuidarão do bem-estar de seus subordinados
independentemente disso. Com isso, aparentemente a compatibilidade diática objetiva entre
gestores e subordinados na dimensão autotranscendência parece estar associada à qualidade
de vida no trabalho dos gestores.

Analogamente, no caso da autopromoção, um acréscimo na compatibilidade dessa dimensão


deve elevar em 0,456 a qualidade de vida no trabalho do gestor. Pode-se inferir, então, que
quanto mais um gestor valoriza a autopromoção e seu subordinado não faz isso, pior será sua
qualidade de vida no trabalho. Essa relação indica a provável relevância da compatibilidade
objetiva da dimensão autopromoção para a qualidade de vida no trabalho dos gestores da
amostra. Pela ótica reversa, espera-se que quanto mais o gestor não valorize a autopromoção
e seu subordinado valorize, a qualidade de vida no trabalho desse gestor tenda a melhorar.
Essa relação é possível na medida em que gestores precisam de subordinados autopromotores
que busquem mostrar suas competências (que valorizem o tipo motivacional de realização) e
que, consequentemente, gerem resultados que agregam valor (DUTRA, 2008).
Provavelmente, o fato de possuir uma equipe competente melhora as condições de vida no
trabalho de gestores que, a partir disso, tenderão a ter uma melhor percepção de qualidade de
vida no trabalho.

Assim como no caso subjetivo descrito anteriormente, o modelo da compatibilidade objetiva


algébrica obtido explicou um percentual da variabilidade relativamente baixo do estado
144

pessoal de qualidade de vida no trabalho dos gestores (R2=0,220). Mais uma vez, essa caso é
esperado tendo em vista a complexidade da determinação do conceito de qualidade de vida no
trabalho, pois muitas variáveis poderiam explicar sua variância. Para essa regressão, a
multicolinearidade também foi excluída tendo em vista a estatística VIF (1,028) ter sido
próxima de 1 (HAIR et al., 2009).

A análise dos pressupostos da regressão indicaram a linearidade como uma forma satisfatória
para a modelagem da relação entre a qualidade de vida no trabalho de gestores e a
compatibilidade diática objetiva algébrica de valores para a amostra em estudo. O teste
Shapiro-Wilk (p-valor=0,243) indicou a normalidade da distribuição dos resíduos. Ademais, o
teste Durbin-Watson (1,395) não foi conclusivo para a independência e o de Breusch-Pagan
(p-valor=0,004) indicou heterocedasticidade. Esses resultados simbolizariam um problema
com os pressupostos. Contudo, ao se efetuar a análise da representação gráfica dos resíduos
versus as variáveis independentes ou previstas (Gráfico 10 a seguir), conforme recomendam
Hair et al. (2009), aparentemente os pressupostos podem ser mantidos e aceitos.

Gráfico 10 ! Resíduos da regressão entre o estado pessoal de qualidade de vida no trabalho dos gestores e
a compatibilidade objetiva algébrica.
FONTE: elaborado pelo pesquisador.

De acordo com o Gráfico 10, não é possível estabelecer um padrão claro de correlação (ou
qualquer tipo de tendência) entre os pontos. Nesse sentido, pela análise visual, não haveria
145

dependência ou autocorrelação entre os resíduos. Além disso, considerando o intervalo entre


“-2” e “2” destacado no gráfico, é possível notar que apenas 3 pontos (5,8% dos 51 pontos
existentes) estão fora do intervalo. Com isso, é possível interpretar que não ocorreram
discrepâncias extremas na variância dos erros e os resíduos poderiam ser considerados
homocedásticos.

Contudo, assim como no caso da compatibilidade subjetiva discutida anteriormente, a análise


da regressão exclusivamente pelos índices de compatibilidade algébricos não é suficiente para
determinar a confirmação ou não da hipótese 2 deste estudo. Para tanto, propõe-se que sejam
avaliadas as compatibilidades objetivas modulares e quadráticas, que destacam explicitamente
a existência ou não da compatibilidade e, assim, garantiriam uma análise mais completa das
relações entre as variáveis.

Perante os resultados da Tabela 22, para o caso da compatibilidade objetiva modular, apenas a
dimensão autopromoção apresentou coeficiente significante e negativo (-0,726) com o estado
pessoal de qualidade de vida no trabalho dos gestores. Nesse sentido, quanto maior for a
compatibilidade diática objetiva na dimensão autopromoção (ou seja, mais próximo de 0
estiver o índice de compatibilidade - vide Figura 7 anteriormente apresentada), maior será o
valor atribuído à qualidade de vida no trabalho dos gestores. Com isso, têm-se que a
compatibilidade de valores ligados à autopromoção promovem a qualidade de vida no
trabalho dos gestores pela análise modular, dado que reforça a hipótese 2 deste trabalho. Esse
resultado é compatível com a interpretação da compatibilidade objetiva algébrica. Para os
gestores autopromotores da amostra, é importante que seus subordinados apresentem essa
característica semelhante. Essa relação é factível na medida em que os gestores dependem da
competência de seus subordinados para satisfazerem suas necessidades autopromotoras nas
organizações.

O modelo de regressão considerando a compatibilidade objetiva modular explicou uma parte


reduzida da variabilidade do estado pessoal de qualidade de vida dos gestores (R2=0,107) e a
multicolinearidade foi expurgada (VIF=1). A análise dos pressupostos dessa regressão
também indicaram a linearidade como uma forma satisfatória para a modelagem da relação
entre a qualidade de vida no trabalho de gestores e a compatibilidade diática objetiva modular
146

de valores para a amostra deste estudo. O teste Breusch-Pagan (p-valor=0,182) indicou


homocedasticidade dos resíduos. Embora o teste Shapiro-Wilk (p-valor=0,001) tenha
apontado para uma conclusão de não-normalidade na distribuição dos resíduos, optou-se pela
manutenção da regressão linear como forma de explicação da relação, pois o teste equivalente
e não paramétrico de Kolmogorov-Smirnov (SIEGEL, 1956) apontou para a normalidade dos
resíduos (p-valor de 0,200). Ademais, apesar do teste Durbin-Watson (1,289) ter apontado
uma correlação positiva em 5% de nível de confiança, novamente optou-se por manter a
validade dos pressupostos pela análise da representação gráfica dos resíduos e das variáveis
independentes ou previstas (Gráfico 11 a seguir), conforme recomendam Hair et al. (2009).

Gráfico 11 ! Resíduos da regressão entre o estado pessoal de qualidade de vida no trabalho dos gestores e
a compatibilidade objetiva modular.
FONTE: elaborado pelo pesquisador.

De acordo com o Gráfico 11, não é possível estabelecer um padrão claro de tendência de
qualquer natureza entre os pontos. Nesse sentido, pela análise visual, não haveria dependência
ou autocorrelação entre os resíduos. Contudo, seria esperado aquele resultado do teste de
Durbin-Watson para o caso modular na medida em que a métrica, ao desprezar o sinal, insere
uma relação de dependência entre os resultados. Isso ocorre, pois agrupam-se respostas que
seriam naturalmente diferentes (por exemplo, extrair a dimensão de autopromoção do gestor
dessa dimensão do subordinado é diferente de subtrair a autopromoção do subordinado dessa
métrica do gestor, mas para o caso modular essas medidas são consideradas como idênticas).
147

Para o caso da regressão entre o estado pessoal de qualidade de vida no trabalho de gestores e
a compatibilidade objetiva quadrática, segundo dados da Tabela 22, a dimensão
autotranscendência apresentou um coeficiente significante e negativo (-0,442), sendo que as
outras variáveis não entraram no modelo. Com isso, é possível inferir que quanto maior a
compatibilidade entre os gestores e subordinados na dimensão autotranscendência (ou seja,
menor seria o valor do índice de compatibilidade - vide Figura 7 anteriormente apresentada),
melhor será a percepção de qualidade de vida no trabalho dos gestores da amostra. Sendo
assim, gestores autotranscendentes, ao se relacionar com indivíduos semelhantes, avaliam
melhor seus respectivos estados pessoais de qualidade de vida no trabalho.

O modelo de regressão considerando a compatibilidade objetiva quadrática explicou uma


parte reduzida da variabilidade do estado pessoal de qualidade de vida dos gestores
(R2=0,106) e a multicolinearidade foi expurgada (VIF=1). Contudo, a análise dos
pressupostos dessa regressão apresentou dificuldades para a manutenção deles. O teste
Breusch-Pagan (p-valor<0,001) indicou heterocedasticidade dos resíduos. Os testes de
Shapiro-Wilk (p-valor=0,026) e Kolmogorov-Smirnov (p-valor=0,019) apontaram para uma
conclusão de não-normalidade na distribuição dos resíduos e o teste Durbin-Watson (1,323)
foi inconclusivo para a independência desses resíduos. Novamente optou-se por relevar a
validade dos pressupostos pela análise da representação gráfica dos resíduos versus as
variáveis independentes ou previstas (Gráfico 12 a seguir), conforme recomendam Hair et al.
(2009).
148

Gráfico 12 ! Resíduos da regressão entre o estado pessoal de qualidade de vida no trabalho dos gestores e
a compatibilidade objetiva quadrática.
FONTE: elaborado pelo pesquisador.

Conforme o Gráfico 12, não é possível estabelecer um padrão claro de qualquer tipo de
tendência entre os pontos. Nesse sentido, pela análise visual, não haveria dependência ou
autocorrelação entre os resíduos. Além disso, considerando o intervalo entre “-2” e “2”
destacado no gráfico, é possível notar que apenas 4 pontos (7,8% dos 51 pontos existentes)
estão fora do intervalo. Com isso, é possível interpretar que não ocorreram discrepâncias
extremas na variância dos erros e os resíduos poderiam ser considerados homocedásticos.
Quanto à normalidade, o Gráfico 13 a seguir apresenta a comparação entre a probabilidade
acumulada esperada e observada dos resíduos.
149

Gráfico 13 ! Gráfico de normalidade dos resíduos não padronizados.


FONTE: elaborado pelo pesquisador.

De acordo com o Gráfico 13, é possível aproximar a interpretação da normalidade dos


resíduos. Nesse sentido, poder-se-ia manter a interpretação da linearidade da regressão, porém
com ressalvas particulares à assertividade das estimações desse modelo.

Diante dos resultados das regressões relacionadas ao estado pessoal de qualidade de vida no
trabalho, é possível destacar a complementaridade de cada um dos modelos utilizados para
uma análise mais rica do fenômeno e da satisfação da hipótese 2 deste trabalho.

Claramente, o modelo modular, por ter satisfeito plenamente os crivos relacionados aos
pressupostos da regressão, pode ser considerado o modelo mais assertivo para realizar as
estimações das relações entre as variáveis dependente e respostas. Contudo, os coeficientes
dos três modelos não se contradizem, de tal maneira que os sentidos das compatibilidades e a
magnitude e os sinais dos coeficientes se conservaram nos três casos. Além disso, as
variáveis que entraram nos modelos foram semelhantes. Esse fato sinaliza para uma leitura
conjunta dos três modelos que deverão produzir interpretações mais informativas que a
análise de um modelo isolado.
150

No caso, os modelos modulares e quadráticos indicaram claramente a relação da


compatibilidade dos valores e o estado pessoal de qualidade de vida no trabalho do sujeito.
Entretanto, o modelo algébrico propiciou uma amplitude de análise ao apontar o sentido dessa
compatibilidade, ou seja, se a relação depende da valorização do gestor ou do subordinado.
Aparentemente o modelo algébrico foi parcimonioso ao selecionar conjuntamente os efeitos
de autopromoção e autotranscendência que aparecerem nos modelos modulares e algébricos.

Propõe-se, então, a utilização dos três modelos como forma de análise das relações entre
qualidade de vida no trabalho de indivíduos e a compatibilidade de valores, diferentemente do
que a literatura sobre o tema sugere (EDWARDS; PARRY, 1993; EDWARDS, 1996;
KRISTOF, 1996; KRISTOF-BROWN; ZIMMERMAN; JOHNSON, 2005). Perante essa
colocação e pelos resultados das regressões, é razoável inferir que, para a amostra em questão,
a hipótese 2 deste trabalho foi satisfeita.

Ademais, conforme pode ser observado na Tabela 22, nenhuma variável foi incluída nos
modelos de regressão que consideraram as compatibilidades algébricas, quadráticas e
modulares como variáveis resposta do estado pessoal de qualidade de vida no trabalho dos
subordinados. Aparentemente, perante tabelas apresentadas no Apêndice 10 deste trabalho,
não foi atingido um valor adequado de significância para as variáveis em todos os casos.
Nesse sentido, torna-se impossível testar a relação proposta na hipótese 3, bem como indagar
sobre o objetivo secundário deste trabalho (comparar os efeitos da compatibilidade subjetiva e
objetiva para a qualidade de vida no trabalho dos subordinados). Apenas pode-se supor que,
aparentemente, a compatiblidade subjetiva foi mais importante para os subordinados. Por essa
razão, também não foi possível debater em maior profundidade o motivo pelo qual os
subordinados, subjetivamente, preferem gestores autotranscendentes, mas objetivamente esses
gestores teriam comportamentos autopromotores conforme foi proposto em seção anterior

Finalmente, seria interessante trabalhar em futuros estudos a discrepância dos resultados


relativos às compatibilidades objetivas e subjetivas: por quais motivos os gestores consideram
a compatiblidade objetiva e, os subordinados, a subjetiva em suas avaliações de qualidade de
vida no trabalho.
151

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo buscou responder ao seu problema fundamental de pesquisa: quais são as relações
entre a compatibilidade diática dos valores dos gestores e de seus subordinados e o estado
pessoal de qualidade de vida no trabalho desses gestores e subordinados? Buscou-se entender
de que forma a compatibilidade de valores entre gestor e subordinado afeta o estado pessoal
de qualidade de vida no trabalho dos membros dessa díade.

Para responder o problema de pesquisa, este estudo perseguiu os seguintes objetivos: (a)
investigar a associação entre a compatibilidade dos valores pessoais dos subordinados e os
valores sociais dos subordinados com relação aos seus gestores (compatibilidade subjetiva) e
o estado pessoal de qualidade de vida no trabalho desses subordinados e (b) pesquisar a
associação entre a compatibilidade dos valores pessoais de gestores e dos subordinados
(compatibilidade objetiva) e o estado pessoal de qualidade de vida no trabalho desses gestores
e subordinados.

Decorrente dos objetivos primários, este estudo também buscou destacar qual dos tipos de
compatibilidade (subjetiva e objetiva) teve mais efeito sobre o estado pessoal de qualidade de
vida no trabalho dos membros da díade, conforme recomendações de futuras pesquisas de
Schwartz (2011). Segundo o autor: “O que é mais crítico: a compatibilidade com os valores
reais ou com os percebidos no ambiente? Será que a compatibilidade de alguns valores tem
mais impacto no bem-estar que a compatibilidade de outros?”32 (SCHWARTZ, 2011, p. 312,
tradução nossa).

A partir dos resultados apresentados na seção anterior, é possível considerar que a


compatibilidade de valores entre os membros da díade, seja pela ótica subjetiva ou objetiva,
tem influência na qualidade de vida no trabalho de gestores e subordinados. Assim sendo, os
indivíduos que pertencem à díade gestor-subordinado buscaram integrar-se com profissionais
que tenham valores semelhantes para que tenham uma melhor percepção de qualidade de vida

32“What is more critical: the fit with the actual or with the perceived values in the environment? Does the fit on
some values have more impact on well-being than the fit on others?” (SCHWARTZ, 2011, p. 312).
152

no trabalho. Ao fazer isso, os indivíduos potencializariam a probabilidade de satisfazerem


suas necessidades ao interagir com pessoas de valores semelhantes (BYRNE, 1962;
DUCHON; GREEN; TABER, 1986; KRISTOF-BROWN; ZIMMERMAN; JOHNSON,
2005). Ao satisfazerem suas necessidades ligadas a seus valores por meio da afiliação social
os indivíduos tenderiam a avaliar melhor sua posição atual na vida e, com isso, perceberiam
uma boa avaliação na qualidade de suas vida no trabalho.

Deve-se ressaltar que a compatibilidade de valores entre os gestores e subordinados da


amostra mostrou-se relevante para o conflito das dimensões autotranscendência e
autopromoção de Schwartz (1992). Conforme o autor preconiza, essa dimensão bipolar
contrapõe tipos motivacionais que promovem interesses individuais (autopromoção) com
tipos que buscam transcender motivações egoístas em prol da prosperidade de outros
indivíduos e da natureza (autotranscendência).

A partir dos resultados, destaca-se a ânsia de subordinados por gestores autotranscendentes


para que possam ter uma percepção positiva de qualidade de vida no trabalho. Analogamente,
gestores esperam subordinados autotranscendentes e autopromotores para que realizem suas
necessidades ligadas ao trabalho. Esses resultados condizem com achados anteriores que
destacaram a importância dessa dimensão para o comportamento organizacional e qualidade
de vida no trabalho em diversas abordagens (TAMAYO, 2000; BOUCKENOOGHE et al.,
2005; ANTONIO; TEIXEIRA, 2010).

Sendo assim, é possível considerar que, para a amostra deste estudo, as hipóteses propostas
são válidas e, com isso, o estado pessoal de qualidade de vida no trabalho de gestores e
subordinados está associado à compatibilidade objetiva ou subjetiva de valores. Esses
resultados são condizentes a resultados anteriores de outros pesquisadores (SAGIV;
SCHWARTZ, 2000; BOUCKENOOGHE et al., 2005; ANTONIO; TEIXEIRA, 2010),
evidenciando essa linha de pesquisa como relevante para o estudo dos impactos do
comportamento de pessoas nas organizações.

Outro resultado decorrente deste estudo concerne à importância da compatibilidade subjetiva


e objetiva na qualidade de vida no trabalho de gestores e subordinados. Aparentemente os
153

indivíduos consideram a compatibilidade real e a percebida na determinação de sua avaliação


sobre a vida no trabalho. Esses resultados dão indícios para a influência dos valores sociais
propostos por Rohan (2000) para as decisões de comportamento e principalmente avaliação
dos resultados desses comportamentos.

Contudo, não foi possível discutir plenamente qual dos tipos de compatibilidade (subjetiva e
objetiva) teve mais efeito sobre o estado pessoal de qualidade de vida no trabalho dos
membros da díade, pois a compatibilidade objetiva não associou-se com o estado de qualidade
de vida no trabalho de subordinados. Por não ser possível afirmar plenamente que as variáveis
de compatiblidade não aderiram ao modelo de regressão por não serem relevantes para a
qualidade de vida no trabalho dos subordinados, preferiu-se apenas cogitar que as duas formas
de compatibilidade diática (objetiva e subjetiva) têm relação com a qualidade de vida no
trabalho das pessoas.

5.1 Outras contribuições do estudo

Além das contribuições diretas relacionadas ao problema de pesquisa e objetivos deste


trabalho, os resultados obtidos contribuíram com indagações e proposições externas ao escopo
do estudo.

Em primeiro lugar, conforme descrito anteriormente, este estudo propõe a utilização conjunta
das compatibilidades algébricas, modulares e quadráticas para a interpretação dos resultados
de regressões diferentemente do que a literatura sobre o tema sugere (EDWARDS; PARRY,
1993; EDWARDS, 1996; KRISTOF, 1996; KRISTOF-BROWN; ZIMMERMAN;
JOHNSON, 2005).

Diante dos resultados das regressões relacionadas ao estado pessoal de qualidade de vida no
trabalho, é possível destacar a complementaridade de cada um dos modelos utilizados para
uma análise mais rica do fenômeno. O modelo modular, por ter satisfeito plenamente os
crivos relacionados aos pressupostos da regressão, pode ser considerado o modelo mais
assertivo para realizar as estimações das relações entre a variáveis dependente e respostas.
154

Ademais, os coeficientes dos três modelos não se contradizem, de tal maneira que os sentidos
e a magnitude das compatibilidades se conservaram nos três casos. Os modelos modulares e
quadráticos indicaram claramente a relação da compatibilidade dos valores e o estado pessoal
de qualidade de vida no trabalho do sujeito, entretanto, o modelo algébrico indicou uma
amplitude de análise ao apontar o sentido dessa compatibilidade, ou seja, se a relação
dependeria da valorização do gestor ou do subordinado.

Propõe-se, então, a utilização dos três modelos como forma de análise das relações entre
qualidade de vida no trabalho de indivíduos e a compatibilidade de valores. Dessa forma, a
análise conjunta dos três modelos mitigaria os problemas apontados por Edwards (1993;
1994).

Além disso, os resultados deste estudo contribuíram para evidenciar a relação entre gestor e
subordinado como relevante para os estudos de qualidade de vida no trabalho. Assim como
destaca Limongi-França (2008), o perfil do líder é crítico para a gestão da qualidade de vida
no trabalho das empresas. Mais do que isso, este estudo apresenta indícios de que o perfil dos
gestores têm impacto direto nas suas percepções de qualidade de vida no trabalho e nas de
seus subordinados. Assim sendo, gestores e pesquisadores de qualidade de vida no trabalho
precisam ponderar esse fator em seus estudos sobre o tema.

Finalmente, os resultados aqui apresentados contribuem para destacar outras relações


resultantes da teoria da troca entre líder e liderado (GRAEN; UHL-BIEN, 1995). De acordo
com os resultados desta pesquisa, a diferenciação que o líder faz sobre os seus subordinados
terá impacto direto em sua percepção de qualidade de vida no trabalho e na de seus
funcionários. Assim sendo, o gestor é desafiado a desenvolver processos de gestão que tentem
minimizar os impactos desse fenômeno. Isso posto, pode-se indagar, também, que a
compatibilidade de valores deve ter impacto nas decisões relacionadas a outros processos de
gestão, como o recrutamento e seleção, treinamento e desenvolvimento ou remuneração.
Nesse sentido, a compatibilidade de valores deve estar associada a padrões de decisão do
gestor com relação a esses processos.
155

5.2 Limitações do estudo

As contribuições deste estudo devem ser analisadas com parcimônia devido às limitações do
estudo. A compreensão dessas limitações contribuirá para uma análise mais crítica e efetiva
dos resultados até aqui apresentados. A seguir, serão expostas essas limitações.

Em primeiro lugar, é de extrema importância ressaltar que este estudo foi realizado com uma
amostragem não probabilística escolhida por conveniência. Assim sendo, nenhum dos
resultados deste estudo pode ser generalizado para toda a população e, portanto, suas
conclusões ficam limitadas à amostra em questão. Contudo, os resultados apontam para uma
investigação interessante e, assim sendo, o uso de amostras probabilísticas de diversos grupos
deve contribuir para uma compreensão mais apurada do fenômeno.

Ademais, a técnica de análise utilizada, a regressão, não tem como pretensão e capacidade a
determinação de causalidade (HAIR et al., 2009). Pela técnica utilizada, pode-se afirmar
apenas que os resultados indicaram a associação entre as variáveis. Assim sendo, estudos com
outras técnicas de análise precisam ser realizados para atestar a causalidade da
compatibilidade de valores e seu efeito no estado pessoal de qualidade de vida no trabalho.

A técnica eletrônica utilizada para a coleta dos dados apresenta limitações operacionais e
metodológicas que precisam ser reconhecidas. Com relação às operacionais, o questionário
eletrônico: (a) pode sofrer baixo coeficiente de resposta em relação ao número de envios, (b)
exclui pessoas analfabetas ou que não saibam utilizar computadores da amostra a ser
estudada, (c) impossibilita auxílio imediato aos respondentes que não entenderam alguma
pergunta e (d) exige um número moderado de perguntas para que se evite desistências ou
questionários incompletos (GIL, 2008; MARCONI; LAKATOS, 2010). Nesse sentido, os
resultados podem ter sido influenciados por esses fatores e, com isso, suas conclusões tenham
sido prejudicadas.
156

5.3 Estudos futuros

Diante dos resultados apresentados neste trabalho, futuras pesquisas poderão ser realizadas a
fim de reduzir lacunas deixadas e responder indagações suscitadas. Em primeiro lugar,
conforme observado anteriormente, estudos com amostras probabilísticas e que utilizem
técnicas representativas de causalidade podem contribuir para o aprofundamento do estudo da
relação entre a compatibilidade de valores dos membros da díade e o estado pessoal de
qualidade de vida no trabalho deles. Ademais, essa abordagem pode ser utilizada para o
estudo de outras díades organizacionais (colegas de trabalho, cliente-fornecedor, dentre
outras).

Demais, outros estudos devem tentar identificar qual dos tipos de compatibilidade (subjetiva e
objetiva) tem mais efeito sobre o estado pessoal de qualidade de vida no trabalho dos
membros da díade, conforme recomendações de futuras pesquisas de Schwartz (2011).
Elucidar essa questão deve contribuir para um melhor entendimento das relações entre
gestores e subordinados nas organizações.

De acordo com os resultados das regressões realizadas neste trabalho, algumas indagações
podem gerar bons questionamentos para futuras pesquisas. Será que existe diferença entre
compatibilidades nas quais gestores e subordinados ou valorizam algum tipo ou não os
valorizam simultaneamente? Haveria alguma relação da compatibilidade diática de gestores e
subordinados e o estado pessoal de qualidade de vida no trabalho desses gestores e
subordinados considerando a oposição teórica das dimensões bipolares do modelo de
Schwartz (1992)? Quais fatores determinaram a utilização da compatibilidade objetiva no
caso dos gestores e a subjetiva nos subordinados para a associação dessas variáveis com as
respectivas percepções de qualidade de vida no trabalho.

Ademais, é importante aprofundar os estudos com relação à proposição sobre a utilização dos
índices algébricos, modulares e quadráticos conjuntamente para a análise das relações entre a
compatibilidade de valores e outras variáveis. Essa questão do cálculo da compatibilidade
permanece controversa (EDWARDS, 1996; KRISTOF-BROWN; ZIMMERMAN;
157

JOHNSON, 2005; EDWARDS et al., 2006) e necessita de aprofundamentos no sentido de


elucidar um modelo mais eficaz para análise do fenômeno da compatibilidade.

Finalmente, sob uma ótica prática e de gestão, seria interessante aprofundar estudos relativos
aos impactos gerenciais da associação entre a compatibilidade de valores e o estado pessoal
de qualidade de vida no trabalho, buscando o desenvolvimento de abordagens gerenciais que
possam minimizar os custos para os seres humanos na organização, bem como compreender o
impacto desse fenômeno nas outras atividades de gestão de pessoas.
158
159

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200
201

7. APÊNDICES

• APÊNDICE 1 - QUESTIONÁRIO ENVIADO AOS GESTORES.


• APÊNDICE 2 - QUESTIONÁRIO ENVIADO AOS SUBORDINADOS.
• APÊNDICE 3 - TABELA COM A DISTRIBUIÇÃO DAS FREQUÊNCIAS DE
RESPOSTAS PARA O PVQ-21.
• APÊNDICE 4 - TABELA COM A DISTRIBUIÇÃO DAS FREQUÊNCIAS DE
RESPOSTAS PARA O BPSO-96.
• APÊNDICE 5 - CATEGORIZAÇÃO DAS EXPRESSÕES CHAVE DOS GESTORES NO
MODELO BPSO-96.
• APÊNDICE 6 - CATEGORIZAÇÃO DAS EXPRESSÕES CHAVE DOS
SUBORDINADOS NO MODELO BPSO-96.
• APÊNDICE 7 - ANÁLISE UNIVARIADA DA ESCALA DE ESTRESSE NO
TRABALHO.
• APÊNDICE 8 - TABELA DAS CORRELAÇÕES DE PEARSON ENTRE OS TIPOS
MOTIVACIONAIS DE GESTORES E SUBORDINADOS.
• APÊNDICE 9 - TABELA DAS CORRELAÇÕES DE PEARSON ENTRE O ESTADO
PESSOAL DE QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO E A ESCALA DE ESTRESSE
NO TRABALHO.
• APÊNDICE 10 - TABELAS DAS REGRESSÕES PELO MÉTODO ENTER.
202

1 - Questionário enviado aos gestores

QuestionPro Survey - qgestfeamais 7/4/11 3:12 PM

As questões marcadas com (*) são de preenchimento obrigatório.

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Prezado(a) Respondente.

Você está sendo convidado(a) como voluntário(a) a participar da pesquisa: a relação entre gestor e subordinado e o estado
pessoal de qualidade de vida no trabalho. Esta pesquisa está ligada ao Programa de Mestrado em Administração de Empresas da
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP), situada no endereço Avenida
Professor Luciano Gualberto, 908, Prédio FEA-1, Sala C-1, e conta com o apoio do FEA+, o programa de relacionamento com
egressos da FEA-USP.

Este questionário é inteiramente de caráter científico. Os pesquisadores irão tratar a sua identidade com padrões profissionais de
sigilo. Você não será identificado(a) em nenhuma publicação que possa resultar deste estudo. Ademais, cabe ressaltar que
ninguém terá acesso às respostas de forma individualizada ou por qualquer agrupamento que possa comprometer o sigilo.

Você é livre para recusar-se a participar, retirar seu consentimento ou interromper a participação a qualquer momento por
qualquer motivo ou risco detectado antes, durante ou após o preenchimento. A sua participação é voluntária e a recusa em
participar não irá acarretar em qualquer penalidade. Ademais, sua participação no estudo não acarretará em qualquer tipo de
custo, bem como não será disponibilizada nenhuma compensação financeira pelo preenchimento do instrumento.

Apenas os resultados gerais deste trabalho serão publicados no site do Banco de Teses da Universidade de São Paulo
(http://www.teses.usp.br/) até o final de 2011. Caso seja de seu interesse, será enviada uma cópia eletrônica do trabalho. Para isso,
basta preencher o e-mail no final do questionário manifestando esse desejo.

Este estudo tem como principal objetivo investigar a relação entre o conflito de características pessoais de gestores e
subordinados e suas avaliações de qualidade de vida no trabalho. Entender essa relação promoverá um melhor entendimento da
complexidade das relações interpessoais na vida organizacional e de seus impactos nos indivíduos e suas carreiras.

Para investigar as hipóteses propostas neste estudo serão utilizados dois questionários eletrônicos autoaplicáveis a serem
administrados aos membros da díade gestor-subordinado. Um dos questionários foi enviado para um membro de sua equipe e o
outro o Sr.(a) o responderá a seguir. Cada um desses questionários contêm instrumentos de medida que foram validados
cientificamente em estudos anteriores de outros autores.

Caso tenha interesse, você será esclarecido(a) sobre a pesquisa em qualquer aspecto que desejar e a qualquer momento por meio
de contato direto com o pesquisador responsável (Fábio Affonso - e-mail: fabioaffonso@usp.br).

Ao manifestar seu consentimento ao final deste texto, você atestará que foi informado(a) dos objetivos da pesquisa de maneira
clara e detalhada, que esclareceu suas dúvidas sobre sua participação e que tem conhecimento de que em qualquer momento
você poderá solicitar novas informações para motivar sua decisão se assim o desejar.

Equipe de pesquisa:

Fábio Affonso
Mestrando em Administração FEA-USP
E-mail: fabioaffonso@usp.br
Conheça o pesquisador: CV Lattes

Profa. Dra. Ana Cristina Limongi-França


Orientadora
Universidade de São Paulo
E-mail: climongi@usp.br
Conheça o pesquisador: CV Lattes

DECLARO QUE CONCORDO EM PARTICIPAR DESTE ESTUDO.

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QuestionPro Survey - qgestfeamais 7/4/11 3:12 PM

BLOCO A - FATORES PESSOAIS

INSTRUÇÕES: Descrevemos resumidamente abaixo algumas pessoas. Leia cada descrição e avalie o quanto cada uma dessas
pessoas é semelhante a VOCÊ. Assinale a opção que indica o quanto a pessoa descrita se parece com VOCÊ.
Se parece Se parece Se parece Se parece Não se Não se
muito comigo mais ou pouco parece parece
comigo menos comigo comigo nada
comigo comigo
É importante para ela ser humilde e modesta. Ela tenta não chamar
atenção para si. *
Pensar em novas ideias e ser criativa é importante para ela. Ela gosta
de fazer as coisas de maneira própria e original. *
Ela acredita que é importante que todas as pessoas do mundo sejam
tratadas igualmente. Ela acredita que todos deveriam ter oportunidades
iguais na vida. *
Ser rica é importante para ela. Ela quer ter muito dinheiro e possuir
coisas caras. *
É importante para ela viver em um ambiente seguro. Ela evita qualquer
coisa que possa colocar sua segurança em risco. *
Ela gosta de surpresas e está sempre procurando coisas novas para
fazer. Ela acha ser importante fazer muitas coisas diferentes na vida. *
É importante para ela tomar suas próprias decisões sobre o que faz.
Ela gosta de ser livre e não depender dos outros. *
Aproveitar os prazeres da vida é importante para ela. Ela gosta de se
mimar. *
Ela acredita que as pessoas deveriam fazer o que lhes é ordenado. Ela
acredita que as pessoas deveriam sempre seguir as regras, mesmo
quando ninguém está observando. *
É muito importante para ela demonstrar suas habilidades. Ela quer que
as pessoas admirem o que ela faz. *
É importante para ela ouvir as pessoas que são diferentes dela.
Mesmo quando não concorda com elas, ainda quer entendê-las. *

INSTRUÇÕES: Descrevemos resumidamente abaixo algumas pessoas. Leia cada descrição e avalie o quanto cada uma dessas
pessoas é semelhante a VOCÊ. Assinale a opção que indica o quanto a pessoa descrita se parece com VOCÊ.
Se parece Se parece Se parece Se parece Não se Não se
muito comigo mais ou pouco parece parece
comigo menos comigo comigo nada
comigo comigo
É importante para ela sempre se comportar de modo adequado. Ela
quer evitar fazer qualquer coisa que as pessoas possam dizer que é
errado. *
Ela procura por aventuras e gosta de correr riscos. Ela quer ter uma
vida excitante. *
Tradição é importante para ela. Ela procura seguir os costumes
transmitidos por sua religião ou pela sua família. *
Ela acredita firmemente que as pessoas deveriam preservar a
natureza. Cuidar do meio ambiente é importante para ela. *
Ser muito bem-sucedida é importante para ela. Ela espera que as
pessoas reconheçam suas realizações. *
É importante para ela ser leal a seus amigos. Ela quer se dedicar às
pessoas próximas a ela. *
É importante para ela que o governo garanta sua segurança contra
todas as ameaças. Ela deseja que o Estado seja forte para poder
defender seus cidadãos. *
É importante para ela ter o respeito dos outros. Ela deseja que as
pessoas façam o que ela diz. *
Ela procura todas as oportunidades para se divertir. É importante para
ela fazer coisas que lhe tragam prazer. *
É muito importante para ela ajudar as pessoas ao seu redor. Ela quer

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QuestionPro Survey - qgestfeamais 7/4/11 3:12 PM

cuidar do bem-estar delas. *

Na SUA opinião, em que medida os valores de seus subordinados são parecidos com os seus? Assinale a opção que indica o
quanto os valores de seus subordinados se parecem com os SEUS.
Se Se Se Se Não se Não se
parecem parecem parecem parecem parecem parecem
muito com com meus mais ou pouco com meus em nada
meus valores menos com meus valores com meus
valores com meus valores valores
valores
Valores de meus subordinados. *

Assinale a opção que indica o quanto o perfil de valores de sua equipe influencia na SUA Qualidade de Vida no Trabalho:
Influencia Influencia Influencia Influencia Não
muito mais ou pouco Influencia
menos
Influência do perfil de valores da equipe na minha qualidade de vida
no trabalho. *

BLOCO B - ESTADO PESSOAL DE QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO

Em apenas 1 expressão-chave, defina o que significa qualidade de vida no trabalho para VOCÊ. *

Agora atribua uma nota geral para sua qualidade de vida no seu trabalho (QVT) considerando os últimos 12 (doze) meses.
Assinale essa nota na escala abaixo sendo que 0=insatisfação total e 10=satisfação total.
INSATISFAÇÃO (1) (2) (3) (4) NEUTRA (6) (7) (8) (9) SATISFAÇÃO
TOTAL (0) (5) TOTAL (10)
Qualidade de vida no trabalho. *

Você está satisfeito com sua qualidade pessoal de vida no trabalho? Dê uma nota de zero a dez para os aspectos de BEM-ESTAR
NO TRABALHO a seguir sendo que 0=insatisfação total e 10=satisfação total.
INSATISFAÇÃO (1) (2) (3) (4) NEUTRA (6) (7) (8) (9) SATISFAÇÃO
TOTAL (0) (5) TOTAL (10)
Sensação de bem-estar no trabalho. *
Estado geral de tensão negativo (distress) pessoal no
trabalho. *
Satisfação com o seu modo próprio de viver o dia a dia
(estilo de vida). *
Adequação das Ações de QVT da sua empresa. *
Importância da QVT para o resultado do seu trabalho. *

INSTRUÇÕES: Para cada frase abaixo, assinale seu nível de concordância seguindo a escala.
Discordo Discordo Concordo Concordo Concordo
totalmente em parte totalmente
A falta de compreensão sobre quais são as minhas responsabilidades
neste trabalho tem me causado irritação. *
Fico irritado por ser pouco valorizado por meus superiores. *
A falta de autonomia na execução do meu trabalho tem sido
desgastante. *
Tenho estado nervoso por meu superior me dar ordens contraditórias.
*
Fico irritado com discriminação/favoritismo no meu ambiente de
trabalho. *
Sinto-me incomodado com a falta de informações sobre minhas

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QuestionPro Survey - qgestfeamais 7/4/11 3:12 PM

tarefas no trabalho. *
A forma como as tarefas são distribuídas em minha área tem me
deixado nervoso. *
Sinto-me incomodado com a comunicação existente entre mim e meu
superior. *
Tenho me sentido incomodado com a falta de confiança de meu
superior sobre o meu trabalho. *
O tipo de controle existente em meu trabalho me irrita. *
Fico incomodado por meu superior evitar me incumbir de
responsabilidades importantes. *
Sinto-me irritado por meu superior encobrir meu trabalho bem feito
diante de outras pessoas. *

INSTRUÇÕES: Para cada frase abaixo, assinale seu nível de concordância seguindo a escala.
Discordo Discordo Concordo Concordo Concordo
totalmente em parte totalmente
A competição no meu ambiente de trabalho tem me deixado de mau
humor. *
Sinto-me incomodado por ter que realizar tarefas que estão além de
minha capacidade. *
A falta de comunicação entre mim e meus colegas de trabalho deixa-
me irritado. *
Sinto-me irritado com a deficiência na divulgação de informações
sobre decisões organizacionais. *
O tempo insuficiente para realizar meu volume de trabalho deixa-me
nervoso. *
Fico de mau humor por me sentir isolado na organização. *
Fico de mau humor por ter que trabalhar durante muitas horas
seguidas. *
Sinto-me incomodado por meu superior tratar-me mal na frente de
colegas de trabalho. *
Tenho me sentido incomodado com a deficiência nos treinamentos
para capacitação profissional. *
As poucas perspectivas de crescimento na carreira tem me deixado
angustiado. *
Tenho me sentido incomodado por trabalhar em tarefas abaixo do
meu nível de habilidade. *

BLOCO C - DADOS SOCIO-OCUPACIONAIS

Idade (em anos): *


--Selecione--

Gênero: *
Masculino

Feminino

Estado civil: *
Solteiro(a)

Casado(a)

Divorciado(a)

Viúvo(a)

Outros

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206

QuestionPro Survey - qgestfeamais 7/4/11 3:12 PM

Número de dependentes: *
--Selecione--

Escolaridade: *
Ensino fundamental (completo ou incompleto)

Nível médio (completo ou incompleto)

Nível superior (completo ou incompleto)

Pós-graduação (completa ou incompleta)

Média de horas trabalhadas por semana: *


--Selecione--

Média de horas de descanso por semana (incluindo o fim de semana): *


--Selecione--

Há quanto tempo você trabalha na empresa atual? *


Menos de 1 ano.

De 1 a 5 anos

Mais de 5 anos

Em qual área você trabalha? *


Gestão Estratégica

Marketing/Vendas

Recursos Humanos

Finanças/Controladoria

Pesquisa e Desenvolvimento

Projetos

Outra:

Estabeleça a qual faixa salarial você pertence no momento: *


até R$ 1.000,00

de R$ 1.001,00 a R$ 1.500,00

de R$ 1.501,00 a R$ 2.000,00

de R$ 2.001,00 a R$ 2.500,00

de R$ 2.501,00 a R$ 3.000,00

de R$ 3.001,00 a R$ 4.000,00

de R$ 4.001,00 a R$ 5.000,00

de R$ 5.001,00 a R$ 6.000,00

R$ 6.001,00 ou mais

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207

QuestionPro Survey - qgestfeamais 7/4/11 3:12 PM

Para receber os resultados desta pesquisa, por favor escreva o seu e-mail:

Comentários, sugestões e observações:

Em caso de dúvida, envie um e-mail para fabioaffonso@usp.br

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208

2 - Questionário enviado aos subordinados

QuestionPro Survey - qsubfeamais 7/4/11 3:08 PM

As questões marcadas com (*) são de preenchimento obrigatório.

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Prezado(a) Respondente.

Você está sendo convidado(a) como voluntário(a) a participar da pesquisa: a relação entre gestor e subordinado e o estado
pessoal de qualidade de vida no trabalho. Esta pesquisa está ligada ao Programa de Mestrado em Administração de Empresas da
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP), situada no endereço Avenida
Professor Luciano Gualberto, 908, Prédio FEA-1, Sala C-1, e conta com o apoio do FEA+, o programa de relacionamento com
egressos da FEA-USP.

Este questionário é inteiramente de caráter científico. Os pesquisadores irão tratar a sua identidade com padrões profissionais de
sigilo. Você não será identificado(a) em nenhuma publicação que possa resultar deste estudo. Ademais, cabe ressaltar que
ninguém terá acesso às respostas de forma individualizada ou por qualquer agrupamento que possa comprometer o sigilo.

Você é livre para recusar-se a participar, retirar seu consentimento ou interromper a participação a qualquer momento por
qualquer motivo ou risco detectado antes, durante ou após o preenchimento. A sua participação é voluntária e a recusa em
participar não irá acarretar em qualquer penalidade. Ademais, sua participação no estudo não acarretará em qualquer tipo de
custo, bem como não será disponibilizada nenhuma compensação financeira pelo preenchimento do instrumento.

Apenas os resultados gerais deste trabalho serão publicados no site do Banco de Teses da Universidade de São Paulo
(http://www.teses.usp.br/) até o final de 2011. Caso seja de seu interesse, será enviada uma cópia eletrônica do trabalho. Para isso,
basta preencher o e-mail no final do questionário manifestando esse desejo.

Este estudo tem como principal objetivo investigar a relação entre o conflito de características pessoais de gestores e
subordinados e suas avaliações de qualidade de vida no trabalho. Entender essa relação promoverá um melhor entendimento da
complexidade das relações interpessoais na vida organizacional e de seus impactos nos indivíduos e suas carreiras.

Para investigar as hipóteses propostas neste estudo serão utilizados dois questionários eletrônicos autoaplicáveis a serem
administrados aos membros da díade gestor-subordinado. Um dos questionários foi enviado a você e o outro será enviado ao seu
gestor imediato para que ele responda a questões semelhantes. Nesse sentido, seu(sua) gestor(a) NÃO terá acesso às suas
respostas. Ele(ela) apenas será contactado(a) para responder a um outro questionário. Cada um desses questionários contêm
instrumentos de medida que foram validados cientificamente em estudos anteriores de outros autores.

Caso tenha interesse, você será esclarecido(a) sobre a pesquisa em qualquer aspecto que desejar e a qualquer momento por meio
de contato direto com o pesquisador responsável (Fábio Affonso - e-mail: fabioaffonso@usp.br).

Ao manifestar seu consentimento ao final deste texto, você atestará que foi informado(a) dos objetivos da pesquisa de maneira
clara e detalhada, que esclareceu suas dúvidas sobre sua participação e que tem conhecimento de que em qualquer momento
você poderá solicitar novas informações para motivar sua decisão se assim o desejar.

Equipe de pesquisa:

Fábio Affonso
Mestrando em Administração FEA-USP
E-mail: fabioaffonso@usp.br
Conheça o pesquisador: CV Lattes

Profa. Dra. Ana Cristina Limongi-França


Orientadora
Universidade de São Paulo
E-mail: climongi@usp.br
Conheça o pesquisador: CV Lattes

DECLARO QUE CONCORDO EM PARTICIPAR DESTE ESTUDO.

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209

QuestionPro Survey - qsubfeamais 7/4/11 3:08 PM

BLOCO A - FATORES PESSOAIS

INSTRUÇÕES: Descrevemos resumidamente abaixo algumas pessoas. Leia cada descrição e avalie o quanto cada uma dessas
pessoas é semelhante a VOCÊ. Assinale a opção que indica o quanto a pessoa descrita se parece com VOCÊ.
Se parece Se parece Se parece Se parece Não se Não se
muito comigo mais ou pouco parece parece
comigo menos comigo comigo nada
comigo comigo
Ser rica é importante para ela. Ela quer ter muito dinheiro e possuir
coisas caras. *
Ela gosta de surpresas e está sempre procurando coisas novas para
fazer. Ela acha ser importante fazer muitas coisas diferentes na vida. *
É importante para ela viver em um ambiente seguro. Ela evita qualquer
coisa que possa colocar sua segurança em risco. *
É muito importante para ela demonstrar suas habilidades. Ela quer que
as pessoas admirem o que ela faz. *
Ela acredita que é importante que todas as pessoas do mundo sejam
tratadas igualmente. Ela acredita que todos deveriam ter oportunidades
iguais na vida. *
É importante para ela tomar suas próprias decisões sobre o que faz.
Ela gosta de ser livre e não depender dos outros. *
É importante para ela ouvir as pessoas que são diferentes dela.
Mesmo quando não concorda com elas, ainda quer entendê-las. *
Aproveitar os prazeres da vida é importante para ela. Ela gosta de se
mimar. *
Ela acredita que as pessoas deveriam fazer o que lhes é ordenado. Ela
acredita que as pessoas deveriam sempre seguir as regras, mesmo
quando ninguém está observando. *
É importante para ela ser humilde e modesta. Ela tenta não chamar
atenção para si. *
Pensar em novas ideias e ser criativa é importante para ela. Ela gosta
de fazer as coisas de maneira própria e original. *

INSTRUÇÕES: Descrevemos resumidamente abaixo algumas pessoas. Leia cada descrição e avalie o quanto cada uma dessas
pessoas é semelhante a VOCÊ. Assinale a opção que indica o quanto a pessoa descrita se parece com VOCÊ.
Se parece Se parece Se parece Se parece Não se Não se
muito comigo mais ou pouco parece parece
comigo menos comigo comigo nada
comigo comigo
Tradição é importante para ela. Ela procura seguir os costumes
transmitidos por sua religião ou pela sua família. *
Ela procura por aventuras e gosta de correr riscos. Ela quer ter uma
vida excitante. *
É importante para ela ser leal a seus amigos. Ela quer se dedicar às
pessoas próximas a ela. *
Ser muito bem-sucedida é importante para ela. Ela espera que as
pessoas reconheçam suas realizações. *
É importante para ela que o governo garanta sua segurança contra
todas as ameaças. Ela deseja que o Estado seja forte para poder
defender seus cidadãos. *
É importante para ela ter o respeito dos outros. Ela deseja que as
pessoas façam o que ela diz. *
Ela acredita firmemente que as pessoas deveriam preservar a
natureza. Cuidar do meio ambiente é importante para ela. *
É muito importante para ela ajudar as pessoas ao seu redor. Ela quer
cuidar do bem-estar delas. *
Ela procura todas as oportunidades para se divertir. É importante para
ela fazer coisas que lhe tragam prazer. *
É importante para ela sempre se comportar de modo adequado. Ela
quer evitar fazer qualquer coisa que as pessoas possam dizer que é

https://www.questionpro.com/akira/loadResponse.do?editMode=true&print=true Page 2 of 7
210

QuestionPro Survey - qsubfeamais 7/4/11 3:08 PM

errado. *

BLOCO B - FATORES DO(A) GESTOR(A) IMEDIATO(A)

INSTRUÇÕES: Descrevemos resumidamente abaixo algumas pessoas. Leia cada descrição e avalie o quanto cada uma dessas
pessoas é semelhante a SEU(SUA) GESTOR(A) IMEDIATO(A). Assinale a opção que indica o quanto a pessoa descrita se parece
com SEU(SUA) GESTOR(A) IMEDIATO(A).
Se parece Se parece Se parece Se parece Não se Não se
muito com com o(a) mais ou pouco parece parece
o(a) gestor(a) menos com o(a) com o(a) nada com
gestor(a) com o(a) gestor(a) gestor(a) o(a)
gestor(a) gestor(a)
Pensar em novas ideias e ser criativa é importante para ela. Ela gosta
de fazer as coisas de maneira própria e original. *
Ela gosta de surpresas e está sempre procurando coisas novas para
fazer. Ela acha ser importante fazer muitas coisas diferentes na vida. *
É importante para ela tomar suas próprias decisões sobre o que faz.
Ela gosta de ser livre e não depender dos outros. *
Ser rica é importante para ela. Ela quer ter muito dinheiro e possuir
coisas caras. *
É importante para ela ouvir as pessoas que são diferentes dela.
Mesmo quando não concorda com elas, ainda quer entendê-las. *
É importante para ela ser humilde e modesta. Ela tenta não chamar
atenção para si. *
Aproveitar os prazeres da vida é importante para ela. Ela gosta de se
mimar. *
É muito importante para ela demonstrar suas habilidades. Ela quer que
as pessoas admirem o que ela faz. *
É importante para ela viver em um ambiente seguro. Ela evita qualquer
coisa que possa colocar sua segurança em risco. *
Ela acredita que é importante que todas as pessoas do mundo sejam
tratadas igualmente. Ela acredita que todos deveriam ter oportunidades
iguais na vida. *
Ela acredita que as pessoas deveriam fazer o que lhes é ordenado. Ela
acredita que as pessoas deveriam sempre seguir as regras, mesmo
quando ninguém está observando. *

INSTRUÇÕES: Descrevemos resumidamente abaixo algumas pessoas. Leia cada descrição e avalie o quanto cada uma dessas
pessoas é semelhante a SEU(SUA) GESTOR(A) IMEDIATO(A). Assinale a opção que indica o quanto a pessoa descrita se parece
com SEU(SUA) GESTOR(A) IMEDIATO(A).
Se parece Se parece Se parece Se parece Não se Não se
muito com com o(a) mais ou pouco parece parece
o(a) gestor(a) menos com o(a) com o(a) nada com
gestor(a) com o(a) gestor(a) gestor(a) o(a)
gestor(a) gestor(a)
Tradição é importante para ela. Ela procura seguir os costumes
transmitidos por sua religião ou pela sua família. *
Ela acredita firmemente que as pessoas deveriam preservar a
natureza. Cuidar do meio ambiente é importante para ela. *
É muito importante para ela ajudar as pessoas ao seu redor. Ela quer
cuidar do bem-estar delas. *
É importante para ela sempre se comportar de modo adequado. Ela
quer evitar fazer qualquer coisa que as pessoas possam dizer que é
errado. *
É importante para ela que o governo garanta sua segurança contra
todas as ameaças. Ela deseja que o Estado seja forte para poder
defender seus cidadãos. *
É importante para ela ser leal a seus amigos. Ela quer se dedicar às
pessoas próximas a ela. *

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211

QuestionPro Survey - qsubfeamais 7/4/11 3:08 PM

É importante para ela ter o respeito dos outros. Ela deseja que as
pessoas façam o que ela diz. *
Ser muito bem-sucedida é importante para ela. Ela espera que as
pessoas reconheçam suas realizações. *
Ela procura todas as oportunidades para se divertir. É importante para
ela fazer coisas que lhe tragam prazer. *
Ela procura por aventuras e gosta de correr riscos. Ela quer ter uma
vida excitante. *

Há quanto tempo você trabalha com seu(sua) gestor(a) imediato(a)? *


de 1 a 6 meses

de 6 meses a 1 ano

mais de 1 ano

Na SUA opinião, os valores de seu(sua) gestor(a) imediato(a) são parecidos com os seus? Assinale a opção que indica o quanto
os valores de seu(sua) gestor(a) imediato(a) se parecem com os SEUS.
Se Se Se Se Não se Não se
parecem parecem parecem parecem parecem parecem
muito com com meus mais ou pouco com meus em nada
meus valores menos com meus valores com meus
valores com meus valores valores
valores
Os valores do meu(minha) gestor(a) imediato(a). *

Assinale a opção que indica o quanto o perfil de seu(sua) gestor(a) imediato(a) influencia na SUA Qualidade de Vida no Trabalho:
Influencia Influencia Influencia Influencia Não
muito mais ou pouco Influencia
menos
Influencia do perfil de valores do meu(minha) gestor(a) na minha
qualidade de vida no trabalho. *

Por favor, assinale a opção que indica o quanto você GOSTA do seu(sua) gestor(a) imediato(a): *
Não gosto

Gosto pouco

Não gosto nem desgosto

Gosto

Gosto muito

BLOCO C - ESTADO PESSOAL DE QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO

Em apenas 1 expressão-chave, defina o que significa qualidade de vida no trabalho para VOCÊ. *

Agora atribua uma nota geral para sua qualidade de vida no seu trabalho (QVT) considerando os últimos 12 (doze) meses.
Assinale essa nota na escala abaixo sendo que 0=insatisfação total e 10=satisfação total.
INSATISFAÇÃO (1) (2) (3) (4) NEUTRA (6) (7) (8) (9) SATISFAÇÃO
TOTAL (0) (5) TOTAL (10)
Qualidade de vida no trabalho. *

Você está satisfeito com sua qualidade pessoal de vida no trabalho? Dê uma nota de zero a dez para os aspectos de BEM-ESTAR

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212

QuestionPro Survey - qsubfeamais 7/4/11 3:08 PM

NO TRABALHO a seguir sendo que 0=insatisfação total e 10=satisfação total.


INSATISFAÇÃO (1) (2) (3) (4) NEUTRA (6) (7) (8) (9) SATISFAÇÃO
TOTAL (0) (5) TOTAL (10)
Sensação de bem-estar no trabalho. *
Estado geral de tensão negativo (distress) pessoal no
trabalho. *
Satisfação com o seu modo próprio de viver o dia a dia
(estilo de vida). *
Adequação das Ações de QVT da sua empresa. *
Importância da QVT para o resultado do seu trabalho. *

INSTRUÇÕES: Para cada frase abaixo, assinale seu nível de concordância seguindo a escala.
Discordo Discordo Concordo Concordo Concordo
totalmente em parte totalmente
Tenho estado nervoso por meu superior me dar ordens contraditórias.
*
Fico irritado por ser pouco valorizado por meus superiores. *
Sinto-me incomodado com a falta de informações sobre minhas
tarefas no trabalho. *
O tipo de controle existente em meu trabalho me irrita. *
Tenho me sentido incomodado com a falta de confiança de meu
superior sobre o meu trabalho. *
Sinto-me irritado por meu superior encobrir meu trabalho bem feito
diante de outras pessoas. *
Fico incomodado por meu superior evitar me incumbir de
responsabilidades importantes. *
Fico irritado com discriminação/favoritismo no meu ambiente de
trabalho. *
A falta de autonomia na execução do meu trabalho tem sido
desgastante. *
A falta de compreensão sobre quais são as minhas responsabilidades
neste trabalho tem me causado irritação. *
Sinto-me incomodado com a comunicação existente entre mim e meu
superior. *
A forma como as tarefas são distribuídas em minha área tem me
deixado nervoso. *

INSTRUÇÕES: Para cada frase abaixo, assinale seu nível de concordância seguindo a escala.
Discordo Discordo Concordo Concordo Concordo
totalmente em parte totalmente
Sinto-me irritado com a deficiência na divulgação de informações
sobre decisões organizacionais. *
Fico de mau humor por ter que trabalhar durante muitas horas
seguidas. *
O tempo insuficiente para realizar meu volume de trabalho deixa-me
nervoso. *
Tenho me sentido incomodado por trabalhar em tarefas abaixo do
meu nível de habilidade. *
Fico de mau humor por me sentir isolado na organização. *
As poucas perspectivas de crescimento na carreira tem me deixado
angustiado. *
A falta de comunicação entre mim e meus colegas de trabalho deixa-
me irritado. *
Tenho me sentido incomodado com a deficiência nos treinamentos
para capacitação profissional. *
A competição no meu ambiente de trabalho tem me deixado de mau
humor. *
Sinto-me incomodado por meu superior tratar-me mal na frente de
colegas de trabalho. *
Sinto-me incomodado por ter que realizar tarefas que estão além de

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213

QuestionPro Survey - qsubfeamais 7/4/11 3:08 PM

minha capacidade. *

BLOCO D - DADOS SOCIO-OCUPACIONAIS

Idade (em anos): *


--Selecione--

Gênero: *
Masculino

Feminino

Estado civil: *
Solteiro(a)

Casado(a)

Divorciado(a)

Viúvo(a)

Outros

Número de dependentes: *
--Selecione--

Escolaridade: *
Ensino fundamental (completo ou incompleto)

Nível médio (completo ou incompleto)

Nível superior (completo ou incompleto)

Pós-graduação (completa ou incompleta)

Média de horas trabalhadas por semana: *


--Selecione--

Média de horas de descanso por semana (incluindo o fim de semana): *


--Selecione--

Há quanto tempo você trabalha na empresa atual? *


Menos de 1 ano.

De 1 a 5 anos

Mais de 5 anos

Em qual área você trabalha na empresa atual? *


Gestão Estratégica

Marketing/Vendas

Recursos Humanos

Finanças/Controladoria

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214

QuestionPro Survey - qsubfeamais 7/4/11 3:08 PM

Pesquisa e Desenvolvimento

Projetos

Outra:

Estabeleça a qual faixa salarial você pertence no momento: *


até R$ 1.000,00

de R$ 1.001,00 a R$ 1.500,00

de R$ 1.501,00 a R$ 2.000,00

de R$ 2.001,00 a R$ 2.500,00

de R$ 2.501,00 a R$ 3.000,00

de R$ 3.001,00 a R$ 4.000,00

de R$ 4.001,00 a R$ 5.000,00

de R$ 5.001,00 a R$ 6.000,00

R$ 6.001,00 ou mais

Por favor, coloque o e-mail de seu gestor imediato para o envio do questionário: *

Para receber os resultados desta pesquisa, por favor escreva o seu e-mail:

Comentários, sugestões e observações:

Em caso de dúvida, envie um e-mail para fabioaffonso@usp.br

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215

3 - Tabela com a distribuição das frequências de respostas para o PVQ-21

Gestor Subordinado Social*

Questão Alternativas

N % N % N %

(1) Não se parece nada comigo 0 0.00 0 0.00 0 0.00

(2) Não se parece comigo 0 0.00 1 1.96 5 9.80

(3) Se parece pouco comigo 2 4.55 3 5.88 3 5.88


1) Pensar em novas ideias e ser
criativa é importante para ela. Ela (4) Se parece mais ou menos comigo 5 11.36 11 21.57 10 19.61
gosta de fazer as coisas de maneira
própria e original.
(5) Se parece comigo 24 54.54 19 37.26 20 39.22

(6) Se parece muito comigo 13 29.55 17 33.33 13 25.49

Total 44 100.00 51 100.00 51 100.00

(1) Não se parece nada comigo 5 11.37 7 13.73 1 1.96

(2) Não se parece comigo 12 27.27 14 27.45 9 17.65

(3) Se parece pouco comigo 11 25.00 11 21.57 11 21.57


2) Ser rica é importante para ela. Ela
quer ter muito dinheiro e possuir (4) Se parece mais ou menos comigo 12 27.27 11 21.57 10 19.61
coisas caras.
(5) Se parece comigo 4 9.09 7 13.73 17 33.33

(6) Se parece muito comigo 0 0.00 1 1.95 3 5.88

Total 44 100.00 51 100.00 51 100.00

(1) Não se parece nada comigo 1 2.27 0 0.00 0 0.00

(2) Não se parece comigo 1 2.27 1 1.96 2 3.92

3) Ela acredita que é importante que (3) Se parece pouco comigo 2 4.55 2 3.92 3 5.88
todas as pessoas do mundo sejam
tratadas igualmente. Ela acredita que (4) Se parece mais ou menos comigo 6 13.64 7 13.73 22 43.14
todos deveriam ter oportunidades
iguais na vida. (5) Se parece comigo 20 45.45 17 33.33 19 37.25

(6) Se parece muito comigo 14 31.82 24 47.06 5 9.81

Total 44 100.00 51 100.00 51 100.00

(1) Não se parece nada comigo 0 0.00 0 0.00 1 1.96

(2) Não se parece comigo 4 9.09 4 7.84 3 5.88

(3) Se parece pouco comigo 6 13.63 4 7.84 4 7.84


4) É muito importante para ela
demonstrar suas habilidades. Ela quer (4) Se parece mais ou menos comigo 10 22.73 10 19.61 7 13.73
que as pessoas admirem o que ela faz.
(5) Se parece comigo 13 29.55 23 45.10 22 43.14

(6) Se parece muito comigo 11 25.00 10 19.61 14 27.45

Total 44 100.00 51 100.00 51 100.00


216

Tabela com a distribuição das frequências de respostas para o PVQ-21 (continuação)

Gestor Subordinado Social*

Questão Alternativas

N % N % N %

(1) Não se parece nada comigo 1 2.27 1 1.96 0 0.00

(2) Não se parece comigo 3 6.82 2 3.92 5 9.80

(3) Se parece pouco comigo 8 18.18 11 21.57 7 13.73


5) É importante para ela viver em um
ambiente seguro. Ela evita qualquer (4) Se parece mais ou menos comigo 10 22.73 16 31.37 11 21.57
coisa que possa colocar sua segurança
em risco.
(5) Se parece comigo 17 38.64 16 31.37 18 35.29

(6) Se parece muito comigo 5 11.36 5 9.81 10 19.61

Total 44 100.00 51 100.00 51 100.00

(1) Não se parece nada comigo 0 0.00 0 0.00 1 1.96

(2) Não se parece comigo 3 6.82 4 7.84 4 7.85

(3) Se parece pouco comigo 7 15.91 4 7.84 9 17.65


6) Ela gosta de surpresas e está
sempre procurando coisas novas para (4) Se parece mais ou menos comigo 13 29.55 14 27.45 15 29.41
fazer. Ela acha ser importante fazer
muitas coisas diferentes na vida.
(5) Se parece comigo 16 36.36 18 35.29 16 31.37

(6) Se parece muito comigo 5 11.36 11 21.58 6 11.76

Total 44 100.00 51 100.00 51 100.00

(1) Não se parece nada comigo 2 4.55 3 5.88 1 1.97

(2) Não se parece comigo 3 6.82 6 11.76 6 11.76

7) Ela acredita que as pessoas (3) Se parece pouco comigo 6 13.63 8 15.69 5 9.80
deveriam fazer o que lhes é ordenado.
Ela acredita que as pessoas deveriam (4) Se parece mais ou menos comigo 13 29.55 18 35.29 12 23.53
sempre seguir as regras, mesmo
quando ninguém está observando. (5) Se parece comigo 12 27.27 13 25.49 18 35.29

(6) Se parece muito comigo 8 18.18 3 5.89 9 17.65

Total 44 100.00 51 100.00 51 100.00

(1) Não se parece nada comigo 0 0.00 0 0.00 1 1.97

(2) Não se parece comigo 1 2.27 1 1.96 5 9.80

(3) Se parece pouco comigo 2 4.55 3 5.88 4 7.84


8) É importante para ela ouvir as
pessoas que são diferentes dela. (4) Se parece mais ou menos comigo 4 9.09 9 17.65 20 39.22
Mesmo quando não concorda com
elas, ainda quer entendê-las.
(5) Se parece comigo 24 54.54 28 54.90 15 29.41

(6) Se parece muito comigo 13 29.55 10 19.61 6 11.76

Total 44 100.00 51 100.00 51 100.00


217

Tabela com a distribuição das frequências de respostas para o PVQ-21 (continuação)

Gestor Subordinado Social*

Questão Alternativas

N % N % N %

(1) Não se parece nada comigo 0 0.00 0 0.00 2 3.92

(2) Não se parece comigo 4 9.09 1 1.96 9 17.65

(3) Se parece pouco comigo 5 11.36 8 15.69 8 15.69


9) É importante para ela ser humilde e
modesta. Ela tenta não chamar atenção (4) Se parece mais ou menos comigo 9 20.45 9 17.65 10 19.61
para si.
(5) Se parece comigo 19 43.18 18 35.29 18 35.29

(6) Se parece muito comigo 7 15.92 15 29.41 4 7.84

Total 44 100.00 51 100.00 51 100.00

(1) Não se parece nada comigo 1 2.27 1 1.96 1 1.96

(2) Não se parece comigo 5 11.36 6 11.76 4 7.84

(3) Se parece pouco comigo 7 15.91 8 15.69 9 17.65


10) Aproveitar os prazeres da vida é
importante para ela. Ela gosta de se (4) Se parece mais ou menos comigo 13 29.55 12 23.53 9 17.65
mimar.
(5) Se parece comigo 11 25.00 19 37.25 18 35.29

(6) Se parece muito comigo 7 15.91 5 9.81 10 19.61

Total 44 100.00 51 100.00 51 100.00

(1) Não se parece nada comigo 0 0.00 0 0.00 0 0.00

(2) Não se parece comigo 0 0.00 0 0.00 1 1.97

(3) Se parece pouco comigo 3 6.82 3 5.88 5 9.80


11) É importante para ela tomar suas
próprias decisões sobre o que faz. Ela (4) Se parece mais ou menos comigo 7 15.91 5 9.80 8 15.69
gosta de ser livre e não depender dos
outros.
(5) Se parece comigo 20 45.45 21 41.18 18 35.29

(6) Se parece muito comigo 14 31.82 22 43.14 19 37.25

Total 44 100.00 51 100.00 51 100.00

(1) Não se parece nada comigo 0 0.00 0 0.00 0 0.00

(2) Não se parece comigo 1 2.27 1 1.96 1 1.96

(3) Se parece pouco comigo 2 4.55 3 5.88 10 19.61


12) É muito importante para ela ajudar
as pessoas ao seu redor. Ela quer (4) Se parece mais ou menos comigo 8 18.18 7 13.73 14 27.45
cuidar do bem-estar delas.
(5) Se parece comigo 22 50.00 21 41.18 17 33.33

(6) Se parece muito comigo 11 25.00 19 37.25 9 17.65

Total 44 100.00 51 100.00 51 100.00


218

Tabela com a distribuição das frequências de respostas para o PVQ-21 (continuação)

Gestor Subordinado Social*

Questão Alternativas

N % N % N %

(1) Não se parece nada comigo 0 0.00 0 0.00 0 0.00

(2) Não se parece comigo 4 9.09 4 7.85 0 0.00

(3) Se parece pouco comigo 3 6.82 3 5.88 7 13.73


13) Ser muito bem-sucedida é
importante para ela. Ela espera que as (4) Se parece mais ou menos comigo 12 27.27 10 19.61 6 11.76
pessoas reconheçam suas realizações.
(5) Se parece comigo 18 40.91 16 31.37 20 39.22

(6) Se parece muito comigo 7 15.91 18 35.29 18 35.29

Total 44 100.00 51 100.00 51 100.00

(1) Não se parece nada comigo 1 2.27 2 3.92 0 0.00

(2) Não se parece comigo 7 15.91 7 13.73 7 13.73

14) É importante para ela que o (3) Se parece pouco comigo 9 20.45 9 17.65 10 19.61
governo garanta sua segurança contra
todas as ameaças. Ela deseja que o (4) Se parece mais ou menos comigo 9 20.45 18 35.29 11 21.57
Estado seja forte para poder defender
seus cidadãos. (5) Se parece comigo 14 31.83 5 9.80 14 27.45

(6) Se parece muito comigo 4 9.09 10 19.61 9 17.64

Total 44 100.00 51 100.00 51 100.00

(1) Não se parece nada comigo 5 11.36 1 1.96 2 3.92

(2) Não se parece comigo 5 11.36 6 11.76 8 15.68

(3) Se parece pouco comigo 13 29.55 17 33.33 16 31.37


15) Ela procura por aventuras e gosta
de correr riscos. Ela quer ter uma vida (4) Se parece mais ou menos comigo 11 25.00 17 33.33 11 21.57
excitante.
(5) Se parece comigo 8 18.18 8 15.69 7 13.73

(6) Se parece muito comigo 2 4.55 2 3.93 7 13.73

Total 44 100.00 51 100.00 51 100.00

(1) Não se parece nada comigo 0 0.00 1 1.96 1 1.96

(2) Não se parece comigo 1 2.27 4 7.84 5 9.81

(3) Se parece pouco comigo 6 13.65 5 9.80 6 11.76


16) É importante para ela sempre se
comportar de modo adequado. Ela (4) Se parece mais ou menos comigo 9 20.45 14 27.45 9 17.65
quer evitar fazer qualquer coisa que as
pessoas possam dizer que é errado.
(5) Se parece comigo 20 45.45 22 43.14 18 35.29

(6) Se parece muito comigo 8 18.18 5 9.81 12 23.53

Total 44 100.00 51 100.00 51 100.00


219

Tabela com a distribuição das frequências de respostas para o PVQ-21 (continuação)

Gestor Subordinado Social*

Questão Alternativas

N % N % N %

(1) Não se parece nada comigo 0 0.00 0 0.00 0 0.00

(2) Não se parece comigo 3 6.81 1 1.97 2 3.92

(3) Se parece pouco comigo 4 9.09 12 23.53 2 3.92


17) É importante para ela ter o
respeito dos outros. Ela deseja que as (4) Se parece mais ou menos comigo 13 29.55 18 35.29 11 21.57
pessoas façam o que ela diz.
(5) Se parece comigo 18 40.91 14 27.45 23 45.10

(6) Se parece muito comigo 6 13.64 6 11.76 13 25.49

Total 44 100.00 51 100.00 51 100.00

(1) Não se parece nada comigo 0 0.00 0 0.00 0 0.00

(2) Não se parece comigo 0 0.00 0 0.00 0 0.00

(3) Se parece pouco comigo 1 2.27 3 5.88 5 9.81


18) É importante para ela ser leal a
seus amigos. Ela quer se dedicar às (4) Se parece mais ou menos comigo 4 9.09 5 9.80 16 31.37
pessoas próximas a ela.
(5) Se parece comigo 25 56.82 22 43.14 18 35.29

(6) Se parece muito comigo 14 31.82 21 41.18 12 23.53

Total 44 100.00 51 100.00 51 100.00

(1) Não se parece nada comigo 0 0.00 0 0.00 0 0.00

(2) Não se parece comigo 2 4.55 1 1.96 3 5.88

(3) Se parece pouco comigo 2 4.55 1 1.96 5 9.80


19) Ela acredita firmemente que as
pessoas deveriam preservar a (4) Se parece mais ou menos comigo 7 15.90 7 13.73 20 39.22
natureza. Cuidar do meio ambiente é
importante para ela.
(5) Se parece comigo 20 45.45 26 50.98 16 31.37

(6) Se parece muito comigo 13 29.55 16 31.37 7 13.73

Total 44 100.00 51 100.00 51 100.00

(1) Não se parece nada comigo 0 0.00 7 13.73 1 1.96

(2) Não se parece comigo 9 20.45 7 13.73 6 11.76

(3) Se parece pouco comigo 7 15.91 8 15.68 13 25.49


20) Tradição é importante para ela.
Ela procura seguir os costumes (4) Se parece mais ou menos comigo 8 18.18 11 21.57 7 13.73
transmitidos por sua religião ou pela
sua família.
(5) Se parece comigo 13 29.55 10 19.61 12 23.53

(6) Se parece muito comigo 7 15.91 8 15.68 12 23.53

Total 44 100.00 51 100.00 51 100.00


220

Tabela com a distribuição das frequências de respostas para o PVQ-21 (continuação)

Gestor Subordinado Social*

Questão Alternativas

N % N % N %

(1) Não se parece nada comigo 0 0.00 0 0.00 1 1.96

(2) Não se parece comigo 6 13.64 2 3.92 3 5.88

(3) Se parece pouco comigo 2 4.55 7 13.73 9 17.65


21) Ela procura todas as
oportunidades para se divertir. É (4) Se parece mais ou menos comigo 14 31.82 12 23.53 10 19.61
importante para ela fazer coisas que
lhe tragam prazer.
(5) Se parece comigo 15 34.09 19 37.25 19 37.25

(6) Se parece muito comigo 7 15.90 11 21.57 9 17.65

Total 44 100.00 51 100.00 51 100.00

FONTE: elaborada pelo pesquisador.


* Para o caso social a escala segue outras alternativas conforme apresentado na seção de método deste trabalho.
Optou-se, por questões espaciais, por usar um único conjunto de escalas para facilitar a visualização e
comparação entre os membros da díade.
221

4 - Tabela com a distribuição das frequências de respostas para o BPSO-96

Gestor Subordinado

Questão Alternativas

N % N %

(0) Insatisfação total 0 0.00 1 2.00

(1) 0 0.00 0 0.00

(2) 1 2.30 0 0.00

(3) 1 2.30 1 2.00

(4) 0 0.00 3 5.80

(5) Neutra 1 2.30 8 15.70


Estado pessoal de qualidade de vida
no trabalho
(6) 10 22.60 3 5.80

(7) 15 34.10 14 27.50

(8) 9 20.50 13 25.50

(9) 7 15.90 6 11.80

(10) Satisfação total 0 0.00 2 3.90

Total 44 100.00 51 100.00

(0) Insatisfação total 0 0.00 1 2.00

(1) 0 0.00 0 0.00

(2) 1 2.30 0 0.00

(3) 0 0.00 2 3.90

(4) 1 2.30 1 2.00

(5) Neutra 3 6.80 6 11.80


Sensação de bem-estar no trabalho.
(6) 3 6.80 5 9.80

(7) 9 20.50 12 23.50

(8) 16 36.30 13 25.50

(9) 10 22.70 8 15.70

(10) Satisfação total 1 2.30 3 5.80

Total 44 100.00 51 100.00


222

Tabela com a distribuição das frequências de respostas para o BPSO-96 (continuação)

Gestor Subordinado

Questão Alternativas

N % N %

(0) Insatisfação total 0 0.00 1 2.00

(1) 2 4.50 1 2.00

(2) 1 2.30 1 2.00

(3) 3 6.80 3 5.80

(4) 7 15.90 7 13.70

(5) Neutra 4 9.10 7 13.70


Estado geral de tensão negativo
(distress) pessoal no trabalho.
(6) 8 18.20 8 15.70

(7) 9 20.50 9 17.60

(8) 7 15.90 6 11.80

(9) 2 4.50 7 13.70

(10) Satisfação total 1 2.30 1 2.00

Total 44 100.00 51 100.00

(0) Insatisfação total 0 0.00 0 0.00

(1) 0 0.00 1 2.00

(2) 0 0.00 0 0.00

(3) 0 0.00 4 7.80

(4) 2 4.50 4 7.80

(5) Neutra 2 4.50 6 11.80


Satisfação com o seu modo próprio de
viver o dia a dia (estilo de vida).
(6) 10 22.70 2 3.90

(7) 12 27.30 12 23.50

(8) 9 20.60 11 21.60

(9) 7 15.90 8 15.70

(10) Satisfação total 2 4.50 3 5.90

Total 44 100.00 51 100.00


223

Tabela com a distribuição das frequências de respostas para o BPSO-96 (continuação)

Gestor Subordinado

Questão Alternativas

N % N %

(0) Insatisfação total 1 2.30 2 3.90

(1) 0 0.00 1 2.00

(2) 2 4.50 2 3.90

(3) 3 6.80 2 3.90

(4) 4 9.10 5 9.80

(5) Neutra 11 25.00 10 19.60


Adequação das Ações de QVT da sua
empresa.
(6) 10 22.80 6 11.80

(7) 3 6.80 8 15.70

(8) 2 4.50 9 17.60

(9) 7 15.90 6 11.80

(10) Satisfação total 1 2.30 0 0.00

Total 44 100.00 51 100.00

(0) Insatisfação total 0 0.00 0 0.00

(1) 0 0.00 1 2.00

(2) 2 4.50 0 0.00

(3) 0 0.00 1 2.00

(4) 1 2.30 3 5.90

(5) Neutra 2 4.50 5 9.80


Importância da QVT para o resultado
do seu trabalho.
(6) 4 9.20 6 11.80

(7) 13 29.50 8 15.70

(8) 11 25.00 9 17.60

(9) 8 18.20 12 23.50

(10) Satisfação total 3 6.80 6 11.80

Total 44 100.00 51 100.10

FONTE: elaborada pelo pesquisador.


224

5 - Categorização das expressões chave dos gestores no modelo BPSO-96

Categoria
Expressão Chave Frequência
BPSO

ambiente produtivo, onde todos colaborem e se sintam felizes 1 Organizacional

autonomia 1 Psicológico

autonomia 1 Psicológico

Autonomia e controle do proprio tempo 1 Psicológico

bem estar 1 Psicológico

bom ambiente de trabalho 1 Organizacional

Bom clima no escritório 1 Organizacional

confiança 1 Social

eficiência 1 Organizacional

Eficiência e bem estar 1 Organizacional

Equilíbrio 1 Psicológico

equilíbrio entre responsabilidades e poder de decisão 1 Psicológico

equipe coesa 1 Social

estar feliz com o que faz 1 Psicológico

Fazer com prazer 1 Psicológico

Fazer o que dá prazer e ter condições adequadas para atuar na sua profissão 1 Psicológico

felicidade 1 Psicológico

Flexibilidade 1 Social

gerência de pessoas bem sucedida 1 Organizacional

Harmonia 1 Social

harmonia , dedicação , inovação e reconhecimento. 1 Social

integração 1 Social

Não levar problemas para casa 1 Social

paz 1 Psicológico

Poder ter tranquilidade pra fazer o necessário 1 Psicológico

prazer 1 Psicológico

Prazer 1 Psicológico

Prazer no que faço! 1 Psicológico

Quantidade x qualidade x vida pessoal 1 Organizacional

satisfação 1 Psicológico

saude 1 Biológico
225

Categorização das expressões chave dos gestores no modelo BPSO-96 (continuação)

Categoria
Expressão Chave Frequência
BPSO

Segurança 1 Social

serenidade 1 Psicológico

sucesso 1 Psicológico

Tempo 1 Psicológico

ter bons relacionamentos 1 Social

ter oportunidade e autonomia 1 Psicológico

Terminar o dia satisfeito 1 Psicológico

tolerância 1 Psicológico

tranqüilidade 1 Psicológico

Tranqüilidade 1 Psicológico

Transparencia e Ética 1 Social

Tratamento Justo 1 Organizacional

você não sente o dia passar 1 Psicológico

Total 44

FONTE: elaborada pelo pesquisador.


226

6 - Categorização das expressões chave dos subordinados no modelo BPSO-96

Categoria
Expressão Chave Frequência
BPSO

A chave para o sucesso 1 Psicológico

Alinhamento de valores e de expectativas 1 Social

Amar o que faço. 1 Psicológico

Ambiente de trabalho saudável de forma integral. 1 Organizacional

Transparencia 1 Organizacional

autonomia 1 Psicológico

Autonomia 1 Psicológico

autorealização 1 Psicológico

Bem estar 1 Psicológico

BEM VIVER 1 Psicológico

BEM-ESTAR 1 Psicológico

benefices 1 Organizacional

Bons relacionamentos 1 Social

Callers de objectives, carga de trabalho e reconhecimento 1 Organizacional

reconhecimento 1 Social

companheirismo e compartilhar 1 Social

compartilhar 1 Social

desenvolvimento 1 Organizacional

Dinheiro 1 Organizacional

Equilibrio 1 Psicológico

equilíbrio entre o trabalho e a vida pessoal, com saúde 1 Psicológico

Estar feliz 1 Psicológico

Fazer atividades que tragam felicidade - estejam de acordo com seu perfil. 1 Psicológico

Fazer o que se gosta. 1 Psicológico

felicidade 1 Psicológico

flexibilidade 1 Social

Flexibilidade 1 Social

Gostar do que faz 1 Psicológico

Gostar do que faz e fazer cada vez melhor... 1 Psicológico


227

Categorização das expressões chave dos subordinados no modelo BPSO-96 (continuação)

Categoria
Expressão Chave Frequência
BPSO

Gostar do que faz. 1 Psicológico

harmonia 1 Social

harmonia e energia 1 Social

Justiça 1 Organizacional

Me sentir bem 1 Psicológico

Meios adequados para fazer o que se gosta com salário justo 1 Organizacional

PAZ 1 Psicológico

Poder levar as vidas pessoal e profissional conjuntamente. 1 Psicológico

Questão de saúde e bem estar. 1 Biológico

Realização Profissional 1 Psicológico

Regras claras, acompanhamento de desempenho e respeito as decisões e idéias novas 1 Organizacional

respeito 1 Social

respeito 1 Social

Respeito 1 Social

Respeito e Confiança 1 Social

Saúde. 1 Biológico

segurança 1 Social

Trabalhar com tranquilidade 1 Psicológico

trabalho é só uma maneira de financiar meus interesses 1 Psicológico

transparência 1 Social

Utilidade, Harmonia e Prazer 1 Social

Viver bem comigo mesma e com o que faço. 1 Psicológico

Total 51

FONTE: elaborada pelo pesquisador.


228

7 - Análise univariada da Escala de Estresse no Trabalho

Gestor Subordinado
Questão
x! " 1o Q 2o Q 3o Q x! " 1o Q 2o Q 3o Q

Fico irritado por ser pouco valorizado


2.45 1.11 2.00 2.00 3.00 2.49 1.07 2.00 2.00 3.00
por meus superiores.
! !
Tenho estado nervoso por meu superior
1.95 0.91 1.00 2.00 2.75 2.22 1.12 1.00 2.00 3.00
me dar ordens contraditórias.

A falta de compreensão sobre quais são


as minhas responsabilidades neste 2.34 0.89 2.00 2.00 3.00 2.41 1.17 1.00 2.00 3.00
trabalho tem me causado irritação.

Sinto-me incomodado com a


comunicação existente entre mim e 2.23 1.10 1.00 2.00 3.00 2.14 1.18 1.00 2.00 3.00
meu superior.

Sinto-me irritado por meu superior


encobrir meu trabalho bem feito diante 1.95 0.99 1.00 2.00 2.00 2.06 1.10 1.00 2.00 2.00
de outras pessoas.

Tenho me sentido incomodado com a


falta de confiança de meu superior 2.09 0.91 1.25 2.00 2.75 1.78 0.92 1.00 2.00 2.00
sobre o meu trabalho.

Fico irritado com discriminação/


favoritismo no meu ambiente de 2.45 1.19 2.00 2.00 3.00 2.63 1.30 1.00 3.00 4.00
trabalho.

O tipo de controle existente em meu


2.27 0.97 2.00 2.00 3.00 2.31 1.07 2.00 2.00 3.00
trabalho me irrita.

Sinto-me incomodado com a falta de


informações sobre minhas tarefas no 2.25 0.99 2.00 2.00 3.00 2.45 1.19 2.00 2.00 3.00
trabalho.

Fico incomodado por meu superior


evitar me incumbir de 2.00 0.86 1.00 2.00 2.00 1.94 0.93 1.00 2.00 3.00
responsabilidades importantes.

A falta de autonomia na execução do


2.32 1.07 2.00 2.00 3.00 2.20 1.13 1.00 2.00 3.00
meu trabalho tem sido desgastante.

A forma como as tarefas são


distribuídas em minha área tem me 2.25 0.97 2.00 2.00 3.00 2.63 1.18 2.00 3.00 3.00
deixado nervoso.

Fico de mau humor por me sentir


1.91 0.98 1.00 2.00 2.00 2.33 1.09 2.00 2.00 3.00
isolado na organização.

A competição no meu ambiente de


trabalho tem me deixado de mau 1.95 0.83 1.00 2.00 2.00 2.12 1.11 1.00 2.00 3.00
humor.

Fico de mau humor por ter que


trabalhar durante muitas horas 2.36 1.10 2.00 2.00 3.00 2.57 1.15 2.00 2.00 3.00
seguidas.
229

Análise univariada da Escala de Estresse no Trabalho (continuação)

Gestor Subordinado
Questão
x! " 1o Q 2o Q 3o Q x! " 1o Q 2o Q 3o Q

As poucas perspectivas de crescimento


2.52 1.15 1.25 3.00 3.00 2.55 1.15 2.00 2.00 3.00
na carreira tem me deixado angustiado.
! !
Sinto-me incomodado por meu superior
tratar-me mal na frente de colegas de 1.70 1.00 1.00 1.00 2.00 1.78 1.01 1.00 1.00 2.00
trabalho.

Sinto-me irritado com a deficiência na


divulgação de informações sobre 2.73 1.02 2.00 3.00 3.75 3.02 1.10 2.00 3.00 4.00
decisões organizacionais.

Tenho me sentido incomodado por


trabalhar em tarefas abaixo do meu 2.36 1.12 2.00 2.00 3.00 2.51 1.08 2.00 2.00 3.00
nível de habilidade.

O tempo insuficiente para realizar meu


2.77 1.26 2.00 3.00 3.75 2.86 1.31 2.00 3.00 4.00
volume de trabalho deixa-me nervoso.

A falta de comunicação entre mim e


meus colegas de trabalho deixa-me 2.27 1.04 2.00 2.00 3.00 2.45 1.10 2.00 2.00 3.00
irritado.

Tenho me sentido incomodado com a


deficiência nos treinamentos para 2.75 1.12 2.00 3.00 3.75 2.67 1.21 2.00 2.00 3.00
capacitação profissional.

Sinto-me incomodado por ter que


realizar tarefas que estão além de 1.80 0.77 1.00 2.00 2.00 2.12 0.99 1.00 2.00 2.00
minha capacidade.

FONTE: elaborada pelo pesquisador.


230

8 - Tabelas das correlações de Pearson entre os tipos motivacionais de gestores e


subordinados

Correlação dos
Tipos
Bene. Univ. Real. Pode. Conf. Trad. Segu. Auto. Hedo. Esti.
Motivacionais de
Gestores

Benevolência 1.00

Universalismo .664** 1.00

Realização -.316* -0.18 1.00

Poder -0.15 -0.17 .536** 1.00

Conformidade 0.14 .290* .353* .359** 1.00

Tradição .654** .481** -.340* -0.20 0.23 1.00

Segurança 0.23 .368** 0.09 0.11 .575** .533** 1.00

Autodeterminação -0.08 0.03 0.26 0.08 -0.10 -0.18 -0.18 1.00

Hedonismo .440** .334* -0.02 0.08 -0.11 0.16 -0.07 0.02 1.00

Estimulação .528** .470** -0.11 0.06 -0.17 0.15 -0.14 .318* .611** 1.00

** Significante a 1%.
* Significante a 5%.
FONTE: elaborada pelo pesquisador.

Correlação dos
Tipos
Bene. Univ. Real. Pode. Conf. Trad. Segu. Auto. Hedo. Esti.
Motivacionais de
Subordinados

Benevolência 1.00

Universalismo .382** 1.00

Realização .337* 0.04 1.00

Poder -0.06 -0.20 .429** 1.00

Conformidade 0.27 .289* 0.21 0.24 1.00

Tradição .349* 0.22 0.27 -0.11 .453** 1.00

Segurança 0.28 0.03 .316* 0.27 .479** .328* 1.00

Autodeterminação .378** .414** 0.27 0.08 0.04 0.21 0.09 1.00

Hedonismo 0.20 -0.08 .420** 0.23 -0.17 -0.20 0.19 -0.02 1.00

Estimulação 0.16 0.15 .290* 0.11 -0.08 0.00 -0.10 0.25 .403** 1.00

** Significante a 1%.
* Significante a 5%.
FONTE: elaborada pelo pesquisador.
231

Correlação dos
Tipos
Bene. Univ. Real. Pode. Conf. Trad. Segu. Auto. Hedo. Esti.
Motivacionais de
Social

Benevolência 1.00

Universalismo .627** 1.00

Realização 0.03 -.314* 1.00

Poder 0.00 -0.12 .591** 1.00

Conformidade 0.19 0.05 0.08 .345* 1.00

Tradição .433** .405** -0.14 0.14 .531** 1.00

Segurança 0.04 0.06 0.18 .479** .526** .437** 1.00

Autodeterminação .462** .357* .417** 0.22 -0.03 0.04 -0.07 1.00

Hedonismo -0.04 0.06 0.21 0.18 -.315* -0.20 -0.13 0.27 1.00

Estimulação .374** .315* .375** 0.21 -0.25 -0.04 -0.18 .730** .382** 1.00

** Significante a 1%.
* Significante a 5%.
FONTE: elaborada pelo pesquisador.
232

9 - Tabelas das correlações de Pearson entre o Estado Pessoal de Qualidade de Vida no


Trabalho e a Escara de Estresse no Trabalho

Facetas de QVT do modelo BPSO-96 EPQVT - EPQVT -


Gestor Subordinado

Fico irritado por ser pouco valorizado por meus superiores. 0.05 -.376**

Tenho estado nervoso por meu superior me dar ordens contraditórias. -0.23 -.285*

A falta de compreensão sobre quais são as minhas responsabilidades neste trabalho tem
-0.26 -0.19
me causado irritação.

Sinto-me incomodado com a comunicação existente entre mim e meu superior. -0.07 -.541**

Sinto-me irritado por meu superior encobrir meu trabalho bem feito diante de outras
0.15 -.320*
pessoas.

Tenho me sentido incomodado com a falta de confiança de meu superior sobre o meu
0.06 -.407**
trabalho.

Fico irritado com discriminação/favoritismo no meu ambiente de trabalho. -0.02 -.325*

O tipo de controle existente em meu trabalho me irrita. -0.18 -.320*

Sinto-me incomodado com a falta de informações sobre minhas tarefas no trabalho. -0.02 -0.19

Fico incomodado por meu superior evitar me incumbir de responsabilidades importantes. 0.00 -.278*

A falta de autonomia na execução do meu trabalho tem sido desgastante. 0.04 -.339*

A forma como as tarefas são distribuídas em minha área tem me deixado nervoso. -0.13 -.587**

Fico de mau humor por me sentir isolado na organização. -0.27 -.399**

A competição no meu ambiente de trabalho tem me deixado de mau humor. -0.08 -.305*

Fico de mau humor por ter que trabalhar durante muitas horas seguidas. -0.07 -.551**

As poucas perspectivas de crescimento na carreira tem me deixado angustiado. -0.19 -.315*

Sinto-me incomodado por meu superior tratar-me mal na frente de colegas de trabalho. 0.08 -.332*

Sinto-me irritado com a deficiência na divulgação de informações sobre decisões


-.357* -.360**
organizacionais.

Tenho me sentido incomodado por trabalhar em tarefas abaixo do meu nível de


-.283* -0.05
habilidade.

O tempo insuficiente para realizar meu volume de trabalho deixa-me nervoso. -0.11 -.338*

A falta de comunicação entre mim e meus colegas de trabalho deixa-me irritado. -0.09 -.367**

Tenho me sentido incomodado com a deficiência nos treinamentos para capacitação


-0.12 -.336*
profissional.

Sinto-me incomodado por ter que realizar tarefas que estão além de minha capacidade. -.411** -0.14

Legenda: EPQVT - Estado Pessoal de Qualidade de Vida no Trabalho.


** Significante a 1%.
* Significante a 5%.
FONTE: elaborada pelo pesquisador.
233

10 - Tabelas das regressões pelo método Enter

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