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Rudolf Steiner DE JESUS A CRISTO O sentido esotérico da Redengao J Dez conferéncias, mais uma preliminar, proferidas em Karlsruhe (Alemanha), de 4a 14 de outubro de 1911 Traducao: Rudolf La Gerda Hupfeld (conferéncia preliminar) z (ciclo completo) 2 ANTROPOSOFICA Da publicagao das conferéncias 1 PO Je Rudolf Steiner piritual orientada pela Antroposofia € ormada plas obras escritas © publicadas por madely Stsine: formada Pela" ‘am disso, ele proferiu numerosas conferéncias € 2 membros da Sociedade Teoséfica e, depois, da Papitaente Sociedade Antroposbfica. Originalmente ele mesmo supstjeria que suas conferéncias, proferidas livremente, fossem rat airadas por escrito, visto que as considerava “comunicagses reais, néo destinadas & impressao”. Como aumentava a distri- Fuigao de anotagées de ouvintes, incompletas e incorretas, ele se vu levado a regulamentar a reproducéo escrita. Essa tarefa foi tonfiada a Marie Steiner-von Sivers, a quem passou a competir a designacdo dos estendgrafos, a administracdo das anotagoes e a reviséo necesséria dos textos para a publicagao. Como, por falta de tempo, apenas em muito poucos casos Rudolf Steiner pode corrigir ele mesmo as anotacdes, suas ressalvas em relacéo a to: das as publicacdes de conferéncias devem ser consideradas: oie admitir que em edicdes nao corrigidas por mim possam. encontrar-se Fe Bibione aa de Marie Steiner (1867-1948) fot iniciada, o suas diretrizes, a publicagéo de uma edigéo com- pleta (Gesamtausgabe) da obra de Rudolf Steiner, qual perte: ceo presente volume. eee ae ‘Abase da Ciéncia Es} ministrou puiblicos como aos rio sum4 ; 13 Neoveréncia versus tone dionisio sto a Jesus. Os Evang de 19: 39 Jes sgnitivo, Os tr ” A de spulos. A 0 rosa-cruz. O ato miar. 69 fontes dos mist x) mo senhor do carma na vida pés-morte. Oterceito cam tres e adeptos, Jesus de Nazaré e o Cris “PoWinio de Ti: c mporaneo do Cristo Jesus. A nature- ae 0 Cristo. As duas ame agas ao homem. séncia do © coneeito de f Dede o de 1911) cristis. amo nos primeiros séculos. A nocag, 87 clarividénc: cia (9 de outubro de 1911) Quinta conferen ae a es do corpo fi A simplicid a in apés a morte. A magia do corpo fisico ¢ o impul- EO, fisico na cultura grega. A rejeicao da exis. 0 do Creea na doutrina budista. A pardbola de Milinda e Jada antiga religiao hebraica. A histéria de J6 corpos 4 g0 do Cristo. 0 corpo Sexta conferéncia (10 de outubro de 1911) Areal natureza do corpo fisico . ae ‘ea ressurreicao do Cristo. A cosmovisdo moderna. Os Evan- fos ea visdo do Cristo ressurreto. O ‘segundo’ Adio. Paulo, judeu entre os gregos: a mensagem de redeneao do corpo fisico. O fantoma, criaco das hierarquias superiores. A influéncia lucifé- io do corpo fisico. rica e a percep ‘Sétima conferéncia (11 de outubro de 1911) O mistério da Ressurreicao ae ‘A natureza e a consciéncia do eu. A imagem reflexa da vida ani- mica. A destrui¢do do fantoma pela influéncia luciférica. O signi- ficado das palavras de Paulo. A hereditariedade do fantoma erfs- tico. A superacdo da morte no Mistério do Gélgota. Oitava conferéncia (12 de outubro de 1911) 0 corpo fisico redimido » 147 Os dois meninos Jesus. Zaratustra no Jesus saloménico e as for- gas do Buda no Jesus natanico. O eu do Jesus de Lucas preserva- do pelas hierarquias espirituais. A vivéncia da individualidade de Zaratustra em Jesus de Nazaré. A atracao do fantoma pelas substancias. As aparicdes do Cristo apés a morte no Gélgota. bro de 1911) 161 onxotéricos para o Cristo erntico, ox carnintion exteriores @ ier vetividadte do evento ri Aonera 0 Crist evento mento do eaminho eapiritual No reste AS pare Cro. Moule XVII 0 sun ressontnc’s Pee in ° ro A Tecoolia & interior @ 8 relago cont Macrocosmo, Consequénela asin dos atos humans inter er A moderna visdo cientifica uae rsa. 0 recureo de Buceri#t® ‘6 carninho dos Evangelti f pécima conferén 1911 Piperdade © redencsio Se ea A cariviaéneia doo Evangelist ‘Os sete graus da iniciagho cris a pst do fantom, ressuscitade ‘do tamulo. O Cristd vaitja compensagho carmica. A experiéneia vencarnacéo. Reencar ima. O pre! nsciéneia da re tico no ‘éculo XX. O futu Jei do cat 0 Cristo e seu da ling nor Divino. A nova co! 10. O novo evento ro pode! de Am ngem. A missio dos Bod tianismo oje, provocou POF atualidade mais falar 5 pase nO obre certament do ponto de vist sees sobre este 10 hoje este onto de ‘Antropo- , talvez mente mente vista nbérn er neralformace mod ior 6 bem distinto do PF’ ‘dizer que hole @ e pouco apreciada, o fato de ques e & especial 2 fico. Se. de um |: deve- inda é pouco en tendid: nara atencéo para unto de hojs wnee do homem Gi ge modo av a ente aceitas © Te es da vida espiti- vem preencher considerar, 40 a spiritual, um tema da forma mais inti- antos mais difi- na. Porém € a s6fica do fora do alca Soao de espirito e sua al F eta vamente evident e uma repulsa pretende nntropo: ne as am ser CO ente pora) quando se necessar ou Antro} fia aos assu 4o human > hoje. ato de que a entidade a st no centro de 0 apenas s da ponder: alti Pode-se, natu! ser coloci todoo Ambito do isto: ela tambem mos que Per partir observacoes €! dade; mas vida animica humana, 0S de vista. Ora, quao ina- veis seres humanos, 0 ome ‘Cristo’ ou com o nome ‘Jesus’, quao Cristo e também a de Jesus, como movi- jores através dos séculos desde os E sempre ocorreu que pela cosmo- em qualquer época € risto foi pontos a inconti tem mais variados juizos baldvel tem sido hé que 6 abrangido com on m do éculos, pa! varidvel é a ig mentou almas e ocupou pens acontecimentos da Palestina! séo geral, pelo que se sentia e se percebia ve considereva como verdadeiro, também a imagem do C' De deous a Cristo 2 no séeulo XX — id preparady Eras : is do século Vin} pensavjvel espiritualmente como 0 Cristo porcepttv peimmue, nos séculos XIX e XX, ven sendo cham lagiio a0 aN i em torno justamente do Jesus histe istorico, Fina polémica muito generalizada, tern, initjdade de Karlsruhe seus mais expressivos re. dos contendores. Por isso, é bora as a essa contenda antes de nos oey. snoiiends Feet sresentantes, seus mais a Pree reoe algumas palav ; com 0 Cristo Jesus. i : Pod ‘ramos dizer o seguinte: foi sob a impressao dessa cor- a dos assuntos da vida do espfrito ape- CE ee eer ee, que surgiua figura coneiderada naleaets mentapoes error hietérico’, O que deveria, afinal, valer eomo Ee Ee eocsire a qual|ee noticia desde o\in{cls\damaasetaemt ee Palestina, depois morreu... e ressuscitou novamente para os fii. Bem em conformidade com o carter e a caracter fea da nossa época que finda, a crenga na pesquisa teolégica sempre ficou restrita ao que se acreditava poder constatar nos documentos hist6ricos, do mesmo modo como houvesse sido con tatado qualquer outro acontecimento da historia mundial a par- tir de outros documentos. Quais sao, afinal, os documentos hi rieos que foram imediatamente levados em consideragao? Nao preciso entrar aqui no mérito (pois justamente aqui em Karlsruhe teve seu ponto de partida a pesquisa historica de Jesus) de que— segundo o conceito de um dos mais importantes conhecedores do assunto — todas as tradigées histéricas, enquanto nao constam no Novo Testamento, “podem ser escritas folgadamente num quarto de folha”.* E 0 que comumente se encontra em quaisquer documentos — em Josephus ou Tacitus** — sobre o Jesus hist6- rico € facil de ser contestado, pois nunca mais péde ser aproveita- do, do ponto de vista da ciéncia histérica que hoje vale como aceita. parm ee 1 Cf Rudolf Harnack, Das Wesen des Christentums (Leipzig, 1901). (N.E. orig) ~* Flavius Josephus, historiador judeu falecido apés o século I d.C,; Cornelius Tacitus (c. 55-120 d.C.), escritor romano. (N-E.) Prepared Xvi © bon to ape va per cteris logica ‘par risté Nao ruhe 1s do tam um juer sto ita ita. ig) tius ww do don riatolas de Paw 08 BYE axterTio? Se Htcos sobre UNE HT $0 de exarnpl0, 08 OCUrTE raicos contradien ee wae 1 facet ey pnton de et a quater ambito do que 8° °° ‘iso dizer que tt euornas. B10 ANT pedagam; pols ¢ Fy prios Evang car tos 80 despernt univ dos propr puma pest de obter um retre a agus ue culo XIX, a fim sntantes daquela F < hs 1 tudo o que pode olvido pelo’ sor Drew jade historic! ng Evangelhos encerra: hot iré, foi di Ja polo prove’ * Emre Ee dos er declarado’ justamente a cién apresentad r aprefto contra a autentic joriam, de cert ode ter cert rem que Bea eza de medida en ul {tica metic do modo como que se Po ser obtido gsas nos mostt tamente nai da pode > diletantismo Bees téricos, absol tados futos hii iso eae ante da Ciéncia, vista completar consiay poason de J > conside sbi co nao admitir isso hoje Se os i de um ponto d mente di- e ra, trata-se aqui Ora, traverjade, trata-se a prinefpio de langar a seguinte frente, NaN que os Evangelos nao foram compreendidos de Sant srronea, por aqueles que representaram a dou- forma totalmente e esejaram chegar a um desus de Nai no século XIX e di ser que aqui nao reside um grande trina de retrato h equivoco? desejavam ser documentos histéricos Antes que esta pergunta esteja respondida . nao pode ser decidida a outra, s térico de Jesus » Q que pretendiam, afinal, os Evangelhos? Sera que no sentido do século XIX? sobre o que os Evan- obre a gelhos pretendiam ser possibilidade de considerd-los absolutamente como documentos histéricos. * Arthur Drews (1865-1935), (1885-1935), filésofo defensor de um ‘monismo concreto’, opés-se ‘eedogmas cristios¢ contest dos e contestou a existéncia histérica de mada intial se ‘0 mito de Cristo NE) on oe isto’. (NE. 'ur Drews, Die Christusmythe (Leipzig, 1901). (N-E. orig.) jesus. Sua pesquisa men- Geran © atual, quando e e destacar quo p fu da humanidade as pala- ho, ao dize bligido crista ja existia entr rimérdios do género humano carne, a partir de quando a competente nos chama a da Palestina, nao mentos 'o em todos os sentidos, € as dos ho: rado pelas al 096). (NE) ilo: Antrop ya os homens: a Ant Trata-se aidade O que rahores considerarem © Ue Cr" ritual para Bis oculta”, terao uma explicagto We nos declarar Conte também ino mens da Antiguidade, constit aes ares de ensino designados ra sempre tido pelos sAbios sacerdo- redo, Nesse contexto fe homens era admitido nos is de culto. F aes a wt grupo que se isolava do mun- Seas meilda aut que os metabreeldeaeeaaeten ane alcaneado nos mistérios, vida diverso do que se cultiva publi- camente; devemos, principalmente, acostumar-nos a pensar de ira” Tratava-se, de fato, de uma certa segregacéo dos
    rém, sente-se temor e anguistia; por as substancias ¢ uum nao € capaz de captar mais profundas forgas, desenvolvidas formagao do temor em reveréncia, e 0 que o conhecimento et omem dos mistérios greg podia buscar no funde abia muito bem repousar ali: 6 homem, ir do interior do homem que trabalhavam os como também os de Isis e Osiris; por essé inter: eles procuravam dirigir 0 homem ao mundo espirituall 1 viva captagao de ‘Deus no homem’, uma peal io do homem com Deus. E a imortalidade nao s6 ti omo € 1amento abstrato e filosofia, mas como vie o a experiéncia das cores externas e viven- to certo quanto se vivenciava a ligagéo com as Porém nao era com menor certeza que isso era vivenelade érios persas ou de Mitra. Enquanto nos mistérios gregos ou egipcios 0 homem era conduzido a Deus pela libertagio de fi da alma, nos mistérios de Mitra ele proprio era con- ontado com o mundo. Dessa forma, o mundo nao 86 agia atra- ves da grande, portentosa natureza, da qual ele nao tinha visio de conjunto ao visualizar 0 mundo cotidiano; 08 disespulos ds mistérios de Mitra: viam na natureza mais intima justamente algo pelo qual o conhecimento humano nao é tocado: po que se podiam desenvolver naquela época, as mais horripilantes as forga: 5 substancias ¢ capaz de captar + desenvolvidas Nuscar no fundo r ali: 0 homem rabalhavam os Por esse inter- ado espiritual tem’, uma real jade nao s6 ti- mas como vi- prnas e viven- igagao com as ra vivenciado stérios gregos Tibertagao de jprio era con- 96 agia atra- p tinha visio iseipulos dos , justamen! por métodes ox soldadon dam tropes romans ave eran susties COMO toldadoy 2? Yldoy palhado, joo a Mitea, Tanto com a ine now mistérios de Mitra, cindon Aasiin, do um lado procurava-se Det Tt conh ela libertag slgo refluia do fundo da alma; mas tambén 140 8 tinha davida, de que algo reflui da alma como esséncia, como a meine: seiva que permeia o mundo quando o ser humano procura bee entes gando-e a08 grandes processos césmicos. Tinha e bem el area forgas primordia O quo we encontrava ai eram as forgas primmeraie : ocorrondo como se Deus penctrasee nae marsars hetrasso nan almas humanas por meio deses deg no4 mistérios. Era um proceseo real o que ce manto nos mistérios. Cada alma era um sor | para a pene F da Divindade na evolucao Observerno 0 sentido global conforme se nos apre enta hoje Eram alguns poucos os que podiam 1 pasar por tal des vimento, sendo necessaria uma cert ‘a preparacao que cumpriam t proporcionado o seguinte conhecin ua era proporcionado ao al pre} es A fora, na a, flui pelo mun. $80 que também, iniciagéo’. Po. para o fato de o desenvolyi- do, e de toda a iniciacao ter ‘odificacao se tor- nento: 0 que se natureza, bem como na propria r do como corrente de con: reza huma agracao divina se chamava o desenvolvimento no: rém n6s pudemos chamar a mistérios de atengao 5 mento da humanidade ter-se modifica precisado tornar-se difer nte. Por que essa mi nou necessdria? Chegamos aqui ao que precisamos designar como 0 fato inistico do evento do Cristo, E um aprofundamento na E mostra que entre os antigos, os primeiros crist, consciéncia mais ou menos abafada do mente s6 aflufa para a alm rios, aos fund do Universo ria 40s, existia uma Seguinte: o que normal- ela dedicacao aos misté- eso — aquilo que jorrava da alma como Dionisio a ez factualmente, dentro da nossa ‘a humana p ‘amentos divinos do Uniys como Mitra ou aflorava esenrolou uma ve profundas da nat ureza human pelas quais 6 novamente bro do antigo povo hebr mais elevado, e que pelas ¢ Perdido algo, estando, por Assim 0 confe: Ponto de vist fica atraido para o alto. Assim, pote ntia que ‘aracteristieg sso da a histérico, O via numa tinica humanid Povo, estando co nal. Portanto, disci antigitidade heb Que 0 confess do, global, o hebre ue este perdern Te 08 persas ex; ia, no antigo povo hebr gan desenvolvimento historice ira em pecado e descera das alin isso esse povo também estay; Pensamento: “O q humanidade, lade onsciente de , enquan plina da consciéne consciéncia de e suced Produzindo nela gado por meio de um acontec mento histé ~oqueres orreeay S5im 0 confesso da antigiidede ta corretameénte 0 sentido daevotugas on versal, estava py, Para dizer a si mesmo: “Deus — tants deus Mitra com dezas da alm a humana — Por umm desenvoly como no ambito do sciéncia le partida da eo, uma degeneragac it Pode sep nei sem que o homem pasa Vemios, assim desenvolveu a con: de que o mesmo que os n nasce simultaneamente 1 preendiam novamente fundo, diziam a si mesmos. ocorreu a descida do hom descendem de um ances| U todas as mais profun. das forgas que conduzem ao pecado e an erro, por intermédio de um ser tinico, que desce dos mundos espirituais como unificacéo de Mitra e Dionisio, deve ser criado 0 ponto de partida que os homens poderao focalizar ao desejarem elevar-se novamente!” Enquanto, pois, os mistérios — pela libertacao das mais profun- das foreas animicas ou pela visualizaeao do Cosmo — desenvol- Viam a natureza humana, os homens do povo hebraico viam no deus que agora descera ao plano histérico, como entidade histéri- imento nos antigo povo hebrai hente em Joao Batista Dionfsio e Mitra ano. E os que agora com. Ceimento, em sentido mais pre sim como por intermédio de Adsy sim como os homens primeiram stérios leg garam como um ser hum, esse acor nem ao mu: >, tral que lhes lego a ser sentid Cristo condu Unive mesm natur se cor milar preer cfpul crist O de qual ada oo &tinte evol S6Pode sere Pave realmen Kexistenersente £4 entendends @ Preparade Fa como o deus = pode descor 108 mistériog.” ¥0 hebraico se déo Bati oni a io e Mitra agora com- ido mais pr édio de Adao © os homens ‘nais profun- termédio de unificacao tida que os ovamente!” fais profun- ~ desenvol- co viam no de histori- pa ail ge tornou 0 mais PEON | omiem Tela de Paul conhecer que, 885M £7 pulso eristi ntempla- recer ; wa encerrado nas promencees no por, documents rituals, podendo reco x Divindade coe a Ts aaa a de Mitra aleangavam pela con- Mitra; dai em diante, isso deve- mais podiam ser iniciados nc ee ere nectteeaen oe pe energias internas a forga de agso, do 0 batismo por Jodo, algo de que a : portadora; e compenetrando- eza humana é capaz de assi do Universo, pade-se entao com- re : lizar o batismo joanino: Mitra pode ‘ nal Porém agora aconteceu que os dis. sos dc compreendiam o sentido primordial do . ram: “E chegado o fim dos velhos mistérios deus que antos mistérios, e para 0 seipulos formavam o portal, d r todas na existéncia tert na, por meio fo € 1 ¢ Paulo & que agora eae deapeais acessivel, no velho sentido, oe - rorporny nico. Foi por meio de um evento natural , not mente reconhecer o fim do culto.a Mite divindade exterior dos mistérios de Mi . Eo que sucede com os mistérios pr ae A medida que o olhar humar ido ad , 0. N no qual vivia Miss ac uma ig 6 : uel que aquele Mitra — que dava as almas x AEM, ativi todo ando ¢ ligavam a ele — fo = sori! a morte d esus de Nazaré. A ‘mor $ como uma definicdo naquilo q y corr Cristo. Porém agora a vis: era dirigida ao ‘0 fata Jesus, do cra open 0 deus Mitra desapareceu em J N Sic ory as PA Por ter desaparecido —, também o-queo contra predica | Mais profundo mago da natureza, eanteriormente or aleanga A do-por ele mediante os mistérios de Dionisio, torn aah Cristo individuo Jesus de Nazaré um elemento imortal um vencedor ucedet da morte! érios. Este 6 o sentido da ‘ascensao’ na verdadeir A acepedo cristi Pelo fa quando a-compreendemos segundo a Ciéncia E spiritual, Pela dade, Kontemplacio do batismo joanino no Jordao, ficou bem elar que alma, antigo Mitra penetrara no ser humano de uma vez por toda g a mail pelo fato de a natureza humana alcangar a vitoria sobre amore cia mi foi criada uma e6pia A qual a alma pode ligar-se em profundo nos di amor para chegar ao que realmente vive na profundeza da alma, ment 40 que 0s gregos buscavam em Dionisio. No Cristo ressuscitado mos. exist m, a0 viver de acordo com 0 acon: anidade comum. ersal, um acon- devia ser visto 0 fato de o home tecimento histérico tnico, ultrapassar a hums Assim foi colocado, no centro da Hist6ria Univ: tecimento histérico no lugar do que normalmente fora, intmeras Wezes, procurado nos mistérios. O fato de a natureza humana ter-se modificado foi a grande surpresa de Paulo, estando isso sculto no que se denomina o ‘evento de Damasco’, 0 que Paulo vivenciou diante de Damasco, se pensarmos nas palavras do pré- prio apéstolo? Nao foi Por acontecimentos ou documentos exte- tata si crista, 1. Pela odas; ¢ ; morte Se Mfundo alma one ‘itad : oo a elemento mais num. a jade acon: nto 0 Cristo p quanto o Crist tera : e passarmos em revista nana 0s misté ‘ de de ex oqueo isso et . wy de uma forma ou de outra, aulo 7 sO ciavam era que se pode deno: brs go ai pode denc a tinha de vivenciar xte: ‘aay Piritual odo © sensorial éatrane or > fe-nos, nesse desenvolvimento nog mj cipulo ver Forgas atracntes © come c Ge forgas revigoradas — coragem, ing) s um grau, Tudo isso Ihe era Proposto em certas prescricdes, podendo ser percebido no UE 08 eseritores exotéricos apresenta como também nos métodos de inieig ¢40 tal qual oferecidos pel: Ciéncia Bspiritual e ainda conforme Geserito no livro A ciéncia oculta.* Assim, havia diversos méto dos uns para os mistérios gregos, outris Para os mistérios de Mitra. No final, 0 discipulo vivenciay aa uni ém os método; nas mais divers, 8 Prescrigses inici4 40 com 0 que consti- 8 para isso eram di as regides existiam as tuia o ser humano divino, Poré versos, epode-se notar que mais diferente, ™M meu livro O cristianis € que nos Evangelhos nao nos deparamos Ma renovacao d; as antigas prescricées ini- “Gia —— Eve rad na pe at les ta alma tenel cami tar ( trem esse tes, hom que sob um diz, ntrepi- ‘sto em ritores inicia- forme méto- ios de onsti- m di- um as anis- tmos }ini- wr para chegar & unio zer P' te ocorria de m< r exemnplo, & pe- odo ipa exteriormen , fos. Assim, Po devia, apos Assim como iy do disefpulo dos mist: ome diante do deus due St torna mistério do Evangelho. > uma Teno 5 encontramos as antigas nar- miciagao; Pelo fato waco di sos preliminares d& ‘asi proprios: home nas escrituras ‘antigos Pa as ges dos EVAN as profundezas d08 TN, go quenormalmen’” Fande plano da Historia Universal € is terse pensado NO Gre, mesmas palevras Com 1 NT que se pode dessts reserigées iniciéticas,” E por aliés, que estao redigides nea sfio considerados piografias externas do ee ‘0 mal-entendido da moder- justamente fa iol sristo. E para os Evangelhos: © oereien poradttisa dos Bvange ma biografia externa de Jesu: mpiram os Evangelhos, nem se pet jes tal biografia; deseja ato de se querer procur 5 de Nazaré. Na época em que ‘ou em querer fornecer ne- Igo capaz de conduzir a a-se relatar era vealmente amar a grande alma original da exis- fenia eésmica, Para isso existiam.os Evan} para serem bes, escrituras por cujo intermédio a alma pudesse encon- mroCristo. E é admirdvel que até o final do século XVIII encon- tremos uma consciéncia clara de que os Evangelhos pertencem a oa eas mee eae extremamente interessan- , encontramos a afirmagao de que os Evangelhos pemaazaoe 8 3 4 oe ie que os Evangelhos, desde que o a 8 sua influéncia, reformulam a alma de modo que ele possa encontrar o Cristo. De fato, os homen: , 05 s vivenciavam algo assim sob 0 efeito dos Evangelhos sem a a ae eee s ues stes devi questionar se estes deviam ser uma biografia de J ‘azar ead le Jesus de Nazaré. Mestre Eckhart indica isso Ima hu Algumas pleas Pessons querem ver Deus com os olhos tal qual tne wee pate, © querem gostar de Deus como gostam de ror can ante, elas gostam de Deus para riqueza exte- 0; Mas essa gente néo ama a Deus cor- ecida e dignificada, Deven ®t aeNG mio q eum homem dotado, » nascer seu Filho tniggsn’ ES Por que em si em mim? Eu sou urea? ge ele nao consegue excluir-me. Na me ma obra, o Esp, rte eee ai acca e torna tanto propriedgy ha como lo Deus, Por qué? Eu estou em Dewy gai rito Santo nao toma sua esséneia de mim, t ‘Ampouco 9 a de Deus. De maneir ‘a alguma eu estou exclutdy * E isto o que importa: que o homem, , Por dese mistico, por uma s tempo vindour nvolvimento mples evolugio da © © que, nos velhos tem. em mistérios exteriores, alma possa vivenciar ni Pos, era vivenciado nos mistérios. P orém i880 86 6 posstvel pelo fato de 0 evento cristico ter-se dado, pelo fato de © Cristo ter estado num corpo fisico. E se néo houvesse documentos e tradi- goes? Para quem vivencia em si o Cristo, seria dada, simultanea- mente a impregnacao do Cristo interior __ tal qual ocorreu a Paulo — a conviccao de que 0 Cristo esteve incorporado num corpo fisico. Assim, Jesus é encontravel tnica e exclusivamente Por meio do Cristo! E j jamais Evangelhos uma biografia historica de 16 ‘as forcas animicas 0 elo do Cristo, até Je- ndido o que pretendiam os Evange- those o que @stava equivocado em toda a pesquisa sobre Jesus no tras a imagem eristica para repre- Cristo e, por mi olvimento olucao da Ihos tem. Sivel pelo Iristo ter $e tradi- ultanea- correu a ido num ramente tos uma > sim, é micas 0 até Je- vange- tsus no se acont! ot leva 7 aminho p# cade ope, livTe Oca ai forgas MAS sr gual eto orabuell . ea jenetracao d Cue a Espiritual vor desde 4P pele = oe em po devgio o homem & - sohometa. Por esse int es ormente, mas so por ete ite eg exterior ments pene mama ros estaba conteceu na Fae Sepfundes dos TE to d0 dU BOT og diculos ecimento jo culto a Mitra al silencio med deptos encia o meio pee Teangavam, 0 que OS i z yi ‘do em si o Cristo, al erescern SUa je sua dignid: , humanidade. E ao pelo gua : encia di Tesce a consciénci qual creo deve situar-se corretam ente n ai es adeptos dos mistérios gregos PO” eo vais o que vive no cristianismo rT abrangendo todas as entidades exterio- »abrataneamente 6 destemor, pelo fato o precisar desesperar-se frente senda, descobrindo — em plena liberdade e ao mesmo tempo com humildade — a devogao pelos segredos do Universo. Thao que o homem pode conhecer ao se impregnar com 0 que entrou no lugar dos antigos mistérios: o cristianismo como um fato mistico, E 6 puramente por um desenvolvimento desse fsnent fants ue, para todo conheceor do Gatien eerie ore um fato. Na auceobe ocidental, foi dito o a nunea poderia ver cores se nao tivess no poderia ouvir sons se nao tive i A vesee ities, seria entéo o mundo para ele. Mas ¢ ouvidos; escuro e mudo senha yaguundo para ele. Mas assim como 6 verdade que Beans veciedecitincenieec tee oem @ Sentenca; sem luz nao teria surgi- olho algum, - Assim como sem olhos o homem nao pode t er y és #es luminosas, de outro lado correto o que diz Goethe Pereey di z Goethe: Néo tivesse o Nio t olho cardter sol; > ar, Jamais poderia o Sol avistar, s2heho tempo vivencia 0. diam vivenciar: oamor U vive como amor univer res. Bele ainda vivencia edo, de n de nunca precisar ter m‘ © a grandeza de s de Nazaré. O caminho que leva a © Cristo primeiramente por meio de vivéncias inter conduz, através dos pro- cesso desenrolados na alma humana, a realmente se comprren: der 0 fato mistico do cristianismo e captar o evolver da human dade de modo tal que o evento cr mteincae nele como o mais significativo acontecimento da evolueao huma, na. E assim que o caminho nos leva a J intermédio do Cristo. E a idéia do Cristo traré em si mesma os germes frutife. ros para conduzir a humanidade nao s6 a uma concepgéo genéri- a, pantefsta do Espirito Universal, mas a que o homem compreen- da sua prépria histéria da seguinte maneira: do mesmo modo como ele sente a Terra ligada a toda a existéncia césmica, assim também sentird sua historia unida a um acontecimento supra- stico necess: us Soe tees oe i +d. W. Goethe, Einleitung zum Entwurf einer Farbenlehre. Vide ed brasileira Doutrina das Cores, apresentacio, selegao e tradugdo de Marco Gianotti (2. ed. Sao Paulo: Nova Alexandria, 1996). (N.E.)

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