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Radiologia Digital e

Processamento de
Imagens

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Unidade 2
Processamento Radiográfico
Introdução da Unidade
Após a produção dos raios X, a interação da radiação com as diversas estruturas anatômicas do
paciente e com o filme radiográfico, produzindo a imagem latente (não visível), este filme
precisa ser processado para tornar essa imagem visível. Nesta unidade falaremos sobre a
câmara escura e processamento radiográfico, destacando seus componentes principais, as
etapas do processamento químico de filmes e as funções dos produtos químicos. Também
falaremos sobre os fatores que podem afetar esse processo e interferir na qualidade das
imagens produzidas.

Objetivos

• Conhecer a câmara escura e os seus principais componentes.

• Diferenciar os produtos químicos de revelação, suas principais funções e


características.

• Entender as etapas do processamento químico de filmes e os fatores que influenciam


na qualidade da imagem.

Conteúdo programático

Aula 01 – Câmara Escura

Aula 02 – Processamento Químico de Filmes


Referências

BONTRAGER, K L. Tratado de posicionamento radiográfico e anatomia associada radiológica e


base anatômica. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015.

BUSHONG, Stewart C. Radiologic science for technologists: physics, biology, and protection.
6th ed. St.Louis: Mosby, 1997.

Casicava, Josy. Manual de Câmara Escura para Mamografia. Laboratório de Ciências


Radiológicas – LCR / UERJ – 2006.

HAUS, Arthur G.; JASKULSKI, Susan M. The basics of film processing in medical imaging.
Madison, WI: Medical Physics, 1997.

Receptores de imagem. Disponível em:


<https://pt.slideshare.net/IsabelGardiano/tcnicaradiolgicareceptoresimagem>. Acesso em 30
de out de 2020.

KODAK. Disponível em: <http://www.kodak.com>. Acesso em: 20.09.2020.

GRX. Disponível em: <http://www.grx.com.br/>. Acesso em: 20.09.2020.

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Aula 1 Câmara Escura
A câmara escura é o ambiente destinado à manipulação e revelação de filmes utilizados na
produção de imagens radiográficas em um Serviço de Radiodiagnóstico (SR). O espaço deve ser
cuidadosamente planejado para que sejam observados todos os requisitos para a manutenção
da qualidade diagnóstica da imagem. As câmaras escuras devem ser centralizadas, a fim de
encurtar o caminho entre a sala de exames e esta sala.

O tamanho da sala deve ser planejado de acordo com o número de radiografias realizadas no
SR, levando em consideração:

• O suprimento de energia de 127 e 220 V: para a lanterna de segurança, processadora de


filmes, automixer, relógio, tomadas para ligação de instrumentos auxiliares e de medição.

• Hidráulico: entrada de água corrente com filtro de porosidade e canalização de esgoto.


O piso do ambiente deve ser de fácil limpeza sem reter líquidos. As paredes devem ser claras e
de fácil limpeza, com rejuntes ou pintura a prova d’água.

Figura 1. Sala de Câmara Escura utilizada para revelação de filmes radiográficos.

Fonte: Casicava (2006).


Disposição dos materiais em uma câmara escura

O planejamento da disposição dos materiais em uma câmara escura é essencial para se obter a
maior eficiência possível nos trabalhos, bem como para se conseguir o maior rendimento. Um
cuidado especial deve ser tomado na distribuição dos elementos, tendo em vista facilitar a
locomoção dos operadores.

A bancada de trabalho deve possuir um espaço suficiente para que o chassi seja aberto e o
filme colocado ou retirado. Um exemplo de bancada pode ser visto na Figura 2. Um espaço
reduzido pode dificultar essa tarefa o que provocaria um gasto de tempo maior. Outros
objetos na bancada de trabalho como tesoura, canetas, filmes velados, etc. podem atrapalhar
a manobra de troca de filmes ou até mesmo danificar os filmes manipulados. Por isso a
bancada deve ser exclusiva para esse procedimento.

Figura 2. Bancada de trabalho para manuseio de chassis.

Fonte: Casicava (2006).

A posição do passador de chassi também é muito importante, deve ser de fácil acesso tanto
pelo lado de dentro da câmara escura quanto pelo lado de fora.

As processadoras automáticas são fontes de calor, por isso sua posição deve ser bem
estudada. Evite deixar os filmes perto dessas fontes de calor. O calor associado à alta taxa de
umidade do ar pode levar ao amolecimento da gelatina de revestimento das películas,
tornando sua superfície pegajosa, dando margem a aderência, marcas de dedos e outros
danos.

Os tanques de produtos químicos da processadora devem ficar fora da câmara escura. Isso
evita a inalação desses produtos químicos pelo técnico da câmara escura e evita um possível
acidente caso haja um derramamento desses produtos.

A luz de segurança deve ser posicionada a uma distância não inferior a 1,2 m do local de
manipulação de filmes.
Luz de Segurança

O termo “luz de segurança” é descrito como sendo a iluminação da câmara escura que não
causa uma mudança visível ao filme (Figura 3). Mas esse termo “segurança” pode ser relativo.
Muitos materiais podem ser sensibilizados e afetados ao serem expostos pela iluminação de
uma luz de segurança inadequada ou por uma exposição longa. Isso porque cada filme varia
sua velocidade e sensibilidade com uma frequência de luz. Para cada tipo de filme é produzido
um filtro para luz de segurança adequado. O ideal é que a luz de segurança emita apenas um
comprimento de onda, fora da escala de sensibilidade dos filmes.

A maioria dos filtros de luz de segurança fornece a transmissão máxima daquelas cores as
quais a emulsão do filme tem sensibilidade relativamente baixa. Isso porque, a sensibilidade da
emulsão não termina abruptamente em um comprimento de onda particular, a emulsão de
um filme só é mais sensível em uma faixa do espectro de luz do que em outras. Isto significa
que a maioria dos filmes possui uma sensibilidade menor às cores da luz transmitidas pelos
filtros de segurança.

Os filtros velhos que já desvaneceram com o uso também podem produzir um velamento nos
filmes o que acarretaria em uma perda na qualidade fotográfica.

Figura 3. Exemplos de luz de segurança.

Fonte: <www.grx.com.br/>. Acesso em: 20.09.2020.

Alguns procedimentos simples devem ser tomados ao instalar uma luz de segurança para a
câmara escura:

• Siga todas as recomendações do filme sobre a luz de segurança mais adequada. Usar
filtro de luz de segurança equivalente ao filme usado.

• Checar se todos os filtros foram instalados corretamente. Se o filtro foi corretamente


instalado, as informações impressas na face do filtro podem ser lidas. Se o filtro foi
instalado incorretamente (a cobertura de gel na direção do calor da lâmpada), as
informações impressas para trás, possivelmente causarão a deterioração e rachaduras
nos filtros.

• Checar a idade do filtro. Escreva a data de instalação com uma caneta preta na face do
filtro instalado.
• Checar com o fabricante informações sobre a vida útil de uso do filtro. Para uma
lâmpada de segurança que funcione durante 10 horas por dia, a especificação típica é
que a vida do filtro é de aproximadamente de 4 meses. Se o resultado do teste de
velamento for aceitável, não é necessária a troca do filtro em 4 meses.

• Checar se há rachadura no filtro. Olhar a luz que sai na parte de trás do filtro.

• Checar o tipo de lâmpada de segurança de acordo com o tamanho da câmara escura. A


câmara escura deve ter luz suficiente para desempenhar as funções com segurança.

• Checar a distância entre a lâmpada de segurança, a bancada e a bandeja da


processadora. A distância deve ser de 1,2m e usar uma lâmpada incandescente de
15W de potência.

Algumas recomendações devem ser lembradas ao se trabalhar em uma câmara escura com a
luz de segurança acesa.

• Otimizar o manuseio dos filmes nos momentos de conduzir ao processamento e


recargas dos chassis, devendo estes ser o mais curto possível.

• Nunca aguardar o momento de introduzir um filme na processadora com ele exposto à


luz de segurança. O ideal é retirar o filme do chassi após o sinal de liberação da
processadora (sinal sonoro que ela emite para avisar que está pronta para receber
outro filme).

Videoaula 1

Agora, assista ao vídeo que aborda as características e materiais da câmara escura.

Videoaula 1
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Agora, assista ao vídeo que aborda as


características e materiais da câmara
escura.
FILME RADIOGRÁFICO

O filme é composto por uma tela fina de plástico inerte (poliéster), à base, e à emulsão. A
emulsão consiste de uma suspensão de cristais microscópicos de brometos de prata em
gelatina. O filme radiográfico pode ser visualizado na figura 4.

Figura 4. Estrutura do filme radiográfico. A) Filme de dupla emulsão. B) Filme de emulsão


simples.

Fonte: Casicava (2006).

Os filmes que possuem emulsão em apenas um de seus lados são chamados filmes de emulsão
simples (mamografia). Se os dois lados do filme possuem emulsão, são chamados filmes de
emulsão dupla.

A emulsão dos filmes é mais sensível a luz visível do que aos fótons de raios X. Existe uma faixa
de luminosidade que os filmes são mais sensíveis, situada principalmente entre o azul e o
verde, por isso são chamados de filmes azuis e verdes.

Atualmente, praticamente não se utilizam mais filmes que são expostos diretamente aos raios
X, e sim combinações de filme-écran (ou tela intensificadora). Estes que são telas compostas
de fósforos sensíveis aos raios X, responsáveis pelo espectro de luz verde e azul, que
sensibilizam o filme radiográfico, formando a imagem latente.

Durante uma exposição, os fótons de luz visível produzidos no écran atingem alguns
microcristais de brometo de prata do filme. No processo de revelação química, os cristais
afetados perdem todos os seus componentes haletos, tornando-se partículas de prata
metálica.

Quanto maior a energia dos raios X que atinge uma determinada região do filme, maior será o
número de haletos convertidos em prata metálica, resultando em maior enegrecimento do
filme.
Sensibilidade

A sensibilidade do filme também conhecida como velocidade é o parâmetro que determina seu
comportamento em relação a uma determinada exposição. Filmes mais velozes ou mais
sensíveis precisam de menos exposição para produzir a densidade desejada. Como mostra a
figura 5, para uma mesma exposição um filme de baixa sensibilidade produz uma densidade
óptica menor do que o filme mais sensível.

Figura 5. Comparação de dois filmes com sensibilidades diferentes.

Fonte: Casicava (2006).

Há vários fatores que afetam a sensibilidade de um filme. Um deles é sua própria fabricação.
Os filmes são produzidos com microcristais de brometo de prata (Figura 6) que por si só já são
sensíveis à radiação. Mas a adição de impurezas pode tornar um filme mais sensível. Outro
fator que afeta a sensibilidade do filme é o tamanho dos grãos de prata. Grãos grandes
fornecem uma maior superfície de exposição o que aumenta a probabilidade de absorção dos
fótons produzidos durante a exposição.

Figura 6. Exemplo de grãos de prata tipo tabular usado na fabricação de filmes.

Fonte: <www.kodak.com>. Acesso em: 20.09.2020.


A exposição e o processamento também podem alterar a sensibilidade de um filme. Cada filme
é produzido para ser mais sensível à luz de determinado comprimento de onda. No caso dos
filmes de mamografia eles são mais sensíveis a luz de cor verde. Um bom processamento com
a utilização de produtos químicos, temperatura e tempo adequados, pode garantir que os
filmes mantenham suas sensibilidades.

Videoaula 2

Agora, assista ao vídeo que aborda as características dos filmes radiográficos.

Videoaula 2
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características dos filmes radiográficos.

Écran

O écran tem aparência de uma folha fina de plástico flexível. O filme de dupla emulsão é
“sanduichado” entre duas telas. A maior parte dos écrans tem quatro camadas distintas, como
mostra a figura 7.

Figura 7. Tela intensificadora – Écran.

Fonte: <https://pt.slideshare.net/IsabelGardiano/tcnica-radiolgicareceptoresimagem>. Acesso


em: 20.09.2020.
Base: é a camada mais distante do filme, serve de suporte mecânico para a camada ativa o
écran. Deve ser rugosa e flexível, quimicamente inerte, resistente à umidade, não deve
descolorir com o tempo e conter impurezas que possam surgir como artefatos no filme.

Camada protetora: é a camada mais próxima do filme, possuindo espessura que variam entre
15 e 25 m. Sua finalidade é tornar o écran resistente à abrasão e ao manuseio. Também
ajuda a eliminar a eletricidade estática e fornece uma superfície para limpeza. Deve ser
transparente à luz.

Camada Ativa: deve ser composta por um material luminescente, ou seja, que tenha a
capacidade de imitir luz em resposta a estimulação externa (raios X). Os materiais com essas
características são alguns fósforos como tungstato de cálcio e sulfeto de zinco. Atualmente são
considerados os melhores fósforos, aqueles contendo terras raras: gadolínio, lantânio e ítrio
ativados com térbio.

O uso de écrans reduz a exposição de 50 a 100 vezes.

Os tamanhos dos filmes utilizados para radiodiagnóstico são os mais variados, de acordo com a
região anatômica a ser exposta.

 Radiologia convencional: 13 x 18 cm, 18 x 24 cm, 24 x 30 cm, 30 x 40 cm, 35 x 35 cm,


35 x 43 cm, entre outros.

 Mamografia: 18 x 24 cm.

 Tomografia Computadorizada e Ressonância Magnética: 30 x 40cm ou 35 x 43 cm.

Chassi

O chassi é uma caixa de alumínio destinada a acondicionar o filme radiográfico para exposição
e posteriormente retirado para a revelação. Uma de suas faces é construída com alumínio
(face pela qual penetram os raios X). A outra face é revestida por uma lâmina de chumbo, com
a função de uma base anti-difusora de raios X.
Figura 8. Tela intensificadora – Écran e o Chassi.

Fonte: <www.kodak.com>. Acesso em: 20.09.2020.

ARMAZENAMENTO ADEQUADO DOS FILMES

O armazenamento adequado do filme é requerido para garantir a qualidade nas imagens,


sendo essa consideração geralmente negligenciada. O armazenamento impróprio dos filmes
processados e não-processados podem seriamente comprometer a qualidade e a estabilidade
de uma imagem, por isso deve-se a importância do armazenamento cuidadoso e da
manipulação não pode ser enfatizada demasiadamente.

O armazenamento de filmes não-processados e não-expostos

A maioria dos filmes de raios X médicos vem em um envoltório interno selado, antiumidade,
embalado em uma caixa de papel. Os pacotes de filmes selados podem ser afetados pelo calor;
enquanto os pacotes abertos são afetados pelo calor e pela umidade. Para um
armazenamento adequado alguns itens devem ser seguidos:

• Mantenha todos os pacotes distantes das fontes de calor, armazenados em um lugar


fresco e seco, com temperatura entre 10° a 24°C (50° a 75°F). Mantenha pacotes de
filmes abertos em uma umidade relativa entre 30% e 50%.

• Evite o armazenamento perto das emanações químicas, que podem enevoar (velar) os
filmes. A radiação dos aparelhos de raios X ou dos materiais radioativos também
podem danificar os filmes.

• As caixas de filmes devem ser armazenadas na extremidade da prateleira (como livros


em uma biblioteca) (Figura 9). Isto permite a rotação fácil do inventário. Use sempre
os filmes mais velhos primeiramente. A data de validade dos filmes é mostrada na
parte dianteira e na lateral da caixa, assim, se as caixas são armazenadas na
extremidade é possível visualizar a data.
Figura 9. Organização das caixas de filmes radiográficos.

Fonte: Casicava (2006).

• Não empilhe as caixas de filmes deitadas umas sobre as outras, pois alguns filmes
podem apresentar artefatos de pressão ocasionados pelo peso dos outros filmes ou
das caixas dos filmes. Evitando também que os filmes que se grudem.

O armazenamento dos filmes processados

O armazenamento e a manipulação apropriado dos filmes é imperativo para a estabilidade da


imagem radiográfica. É importante tratar os filmes de mamografia de simples emulsão com um
maior cuidado o mesmo cuidado que você daria a suas fotografias mais estimadas da família.

• O filme deve ser completamente lavado durante o processamento para remover os


resíduos de fixador que podem causar manchas e se desvanecer. O teste para a
retenção do fixador deve ser feito ao menos cada três meses.

• Mantenha os filmes limpos, evitando impressões digitais, sujeira, poeira e contato com
outros materiais fotográficos que podem conter produtos químicos ou fungos.

• Como todos os filmes fotográficos a gelatina é um dos ingredientes principais de sua


emulsão, sendo importante manter o local de armazenamento a uma temperatura
aproximadamente constante em 21°C (70°F) e uma umidade relativa de 40% a 60% por
cento. As radiografias sujeitas à umidade abaixo de 30% ou acima de 70% e/ou as altas
temperaturas podem ocasionalmente conduzir a rachadura na emulsão, um artefato
que apareça como uma série de linhas paralelas em uma área de densidade-máxima
do filme.
Videoaula 3

Agora, assista ao vídeo que aborda as características do écran, chassi e condições de


armazenamento de filmes.

Videoaula 3
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Agora, assista ao vídeo que aborda as


características do écran, chassi e
condições de armazenamento de filmes.
Aula 2 O PROCESSAMENTO
AUTOMÁTICO DE FILMES
RADIOGRÁFICOS
A relação entre a resposta do filme e a exposição recebida pode ser obtida através de uma
curva, denominada, curva característica, curva sensitométrica ou curva H&D. O padrão de
resposta, que é observado por diferentes graus de enegrecimento do filme é medido pela
densidade ótica (DO).

Regiões de baixas densidades estão no pé da curva, e altas densidades, no ombro da curva.


Todas as variações de densidades (tons de cinza) estão no trecho reto da curva, este trecho
nos dará a latitude de densidades do filme, ou seja, toda a escala de cinza. Esta é a região de
densidades úteis ao diagnóstico. O ombro da curva fornece a densidade máxima do filme.

Densidade ótica (DO) – é a medida do grau de enegrecimento do filme. Na figura 1 temos uma
curva característica do filme radiográfico. Ela mostra que a DO pode variar de 0 a 4, mas a faixa
útil para imagens radiográficas é apenas a que se encontra no trecho linear, variando de 0,25 a
2,5.

A figura 1 traz um exemplo de curva característica de um filme radiográfico e uma tira


sensitométrica que mede sua resposta a diferentes exposições. O eixo horizontal mostra o
logaritmo das exposições relativas, onde cada exposição é feita com o dobro do valor anterior.
a) região de baixa densidade – “pé”; b) Região linear; c) Alta densidade – “ombro”.

Figura 1. Curva Sensitométrica.

Fonte: Casicava (2006).


A figura 2 traz exemplos de curvas características de dois filmes com respostas diferentes a
mesma exposição. O filme B demonstra um maior contraste em relação ao filme A, isso pode
ser visto pela inclinação maior da curva (parte linear) do filme B.

Figura 2. Exemplo curvas características de dois filmes com respostas diferentes.

Filme A Filme B

Fonte: Casicava (2006).

Contraste – Diferenças de densidade óticas existentes no filme. É determinada por dois


fatores:

• Contraste do filme: é inerente ao filme e pode ser influenciado pelas condições de


processamento (soluções), temperatura, tempo de agitação, armazenamento,
luzes de segurança).

• Contraste do objeto: determinado pelo tamanho, forma e atenuação diferencial do


feixe de raios X ao atravessar o objeto examinado.

Filmes com baixo contraste – longa escala de tons de cinza (ideal).

Filmes com alto contraste – pequena escala de tons de cinza.

Imagem latente

Quando o feixe de radiação emerge do paciente e interage com os elementos sensíveis


presentes no filme ocorre um fenômeno físico que faz a estrutura física dos microcristais de
haletos de prata do filme radiográfico ser modificada, formando o que se conhece como
Imagem Latente. A visualização somente será possível pelo processo de revelação, que fará
com que aqueles microcristais que foram sensibilizados sofram uma redução de maneira a se
transformarem em prata metálica enegrecida. É importante lembrar que a imagem já está
formada, porém não pode ser visualizada, por isso deve-se ter cuidado na sua manipulação.
Apenas quando a prata for enegrecida, suspensa na gelatina, a imagem será visível na
radiografia e supõe-se que conterá as informações acerca das estruturas irradiadas.

Processadoras Automáticas

As processadoras automáticas são constituídas por um conjunto de tanques sequenciais,


através dos quais os filmes são transportados por meio de 4 conjuntos de rolos, chamados
Racks, que correspondem as 4 etapas de processamento: Revelação, fixação, lavagem e
secagem.

Figura 3. Estrutura básica de uma processadora automática.

Fonte: Casicava (2006).

Cada seção que o filme percorre dentro da processadora é responsável por um processo:

1. Revelação: converte a imagem latente que é a imagem produzida no filme,


mas que não é visível em uma imagem visível, através de uma reação química
com os cristais de pratas expostos, que são transformadas em prata metálica,
visível. Os cristais de prata não expostos à luz não são afetados nesse
processo.

2. Fixador: elimina os cristais de haleto de prata que não formaram a imagem


latente. Além de criar uma barreira protetora sobre a imagem para que ela
não sofra a ação do tempo e possa ser manipulada.

3. Lavagem: remove os resíduos de produtos químicos da emulsão, para que não


ocorra degradação da imagem ao longo do tempo.

4. Secagem: retira o excesso de umidade do filme preparando-o para o manuseio


e posterior arquivamento.
Sistema de Transporte

A função do sistema de transporte da processadora é mover o filme através de todos os


processos de revelação. Esse processo é realizado através dos rolos e das pequenas guias que
formam os “racks” e os “crossovers”.

Esses conjuntos de rolos são compostos por diferentes materiais cada um com uma função. Os
principais materiais utilizados são fenólica, plástico, silicone e aço não inoxidável. Os rolos de
fenólica são utilizados para uniformizar o contato das soluções químicas com a emulsão do
filme. Os rolos de plásticos possuem vários “dentes” que ajudam no transporte dos filmes,
evitando que eles escorreguem devido sua superfície lisa. Os rolos de silicones são macios o
que facilita a passagem do filme sem danificar sua emulsão. Os rolos de aço inoxidável ajudam
na remoção das soluções químicas do filme antes que esse passe de uma etapa para outra do
processamento.

Na figura 4 pode-se visualizar um rack composto com diferentes tipos de rolos.

Figura 4. Conjunto de rolos de uma processadora automática – Rack.

Fonte: Casicava (2006).

Os “crossovers” são conjuntos menores de rolos que transporta o filme de uma seção para
outra do processamento (figura 5). Existem três “crossover” na processadora: o de
entradarevelador, revelador-fixador e fixador-lavagem.

O filme move-se através dos rolos passando de um tanque para outro. Essa movimentação
além de transportar o filme faz a agitação necessária das soluções químicas (auxiliadas por um
sistema de agitação por ventoinhas) na superfície do filme onde se encontra a emulsão,
promovendo assim uma uniformidade no processo de revelação.
Figura 5. a) Rack – conjunto de rolos repensáveis pelo transporte e agitação dos filmes em
cada seção da processadora. b) Crossover – conjunto de rolos responsáveis no transporte do
filme de uma seção para outra da processadora.

Fonte: Casicava (2006).

Tempo de Processamento

O tempo de processamento de um filme é também conhecido como tempo “seco a seco”, que
corresponde ao tempo gasto para que um filme seja introduzido na processadora e após
passar por todas as etapas de processamento seja retirado do outro lado revelado e seco.

O tempo de processamento para mamografia é entre 90 a 210 segundos, para outros


processamentos esse tempo é de 90 a 150 segundos. A temperatura do revelador e a taxa de
reposição de químicos são fatores determinantes para a seleção do tempo correto de
processamento.

A escolha de um tempo estendido para mamografia se faz necessário devido ao uso de filmes
de emulsão simples. Quando esse filme passa pelo processo de revelação por um tempo maior
seu contraste aumenta e sua velocidade diminui resultando em uma diminuição da dose na
paciente de 35% (Figura 6). Para filmes de emulsão dupla o tempo estendido de
processamento não afeta significativamente seu contraste ou sua velocidade.
Figura 6. Gráfico demonstrativo
relativo à diferença de velocidade e
contraste de um mesmo filme
processado em diferentes tempos.
Temp

Temp

Fonte: Casicava (2006).

Taxa de reposição das soluções

Durante o processamento dos filmes os componentes das soluções químicas vão sendo
consumidos, esgotando sua capacidade ativa. Para que se consiga manter a atividade das
soluções em um nível constante durante os vários processamentos é necessário utilizar-se de
técnicas de reforço ou reposição. A técnica de reforço consiste em ter-se um tanque de
solução química externo à processadora, de maior capacidade, o qual através de uma bomba
hidráulica, uma certa quantidade de solução nova possa entrar e substituir a solução
enfraquecida, criando assim um ciclo de renovação dos químicos.

A taxa de reposição dos químicos é definida de acordo com a quantidade de filmes


processados diariamente. Em um serviço onde a quantidade de filmes utilizados por dia é
pequena, será necessária uma alta taxa de reposição. No caso contrário, quando o volume de
filmes processados por dia é grande, a taxa de reposição é baixa, pois a troca das soluções será
quase constante, o que permitirá manter a atividade das soluções da processadora em bom
estado.
Videoaula 1

Agora, assista ao vídeo que aborda a densidade ótica e contraste dos filmes radiográficos,
curva sensitométrica e processadoras automáticas.

Videoaula 1
Utilize o QRcode para assistir!

Agora, assista ao vídeo que aborda a


densidade ótica e contraste dos filmes
radiográficos, curva sensitométrica e
processadoras automáticas.

Produtos Químicos para revelação automática de filmes

As substâncias químicas para a preparação do revelador e do fixador devem ser puras e serem
misturadas na proporção adequada nas soluções, sendo fundamental sua técnica de
preparação.

Revelador

O revelador desencadeia o processo de transformação dos centros de imagem latente (pontos


sensíveis) em prata metálica. Os cristais não expostos à luz, não são afetados neste processo. O
líquido revelador é uma composição de substâncias que possuem propriedades distintas:

• Metol – agente revelador – produz o detalhe na revelação, colocando


rapidamente em evidência as regiões pouco expostas (baixo
contraste). É muito estável, sendo pouco afetado por variações de
temperatura.

• Hidroquinona – agente revelador – produz tons enegrecidos


lentamente (alto contraste), atuando pouco em regiões expostas. É
instável, não atuando abaixo de 15 ºC.

• Carbonato de Sódio – preservador – controla o amolecimento da


emulsão e proporciona à solução o meio alcalino necessário par a ação
dos demais componentes da revelação.

• Brometo de Potássio – retardador – contribui para regular a duração


da revelação. Faz uma seletividade fotográfica e evita a revelação dos
cristais de prata não expostos, evitando assim a formação de Véu no
filme.
• Glutaraldeídos – controlam o amolecimento da gelatina, evitando sem
rompimento mecânico (movimento sobre os rolos de arraste e que
seja alterada por variações de pH. Auxilia no arquivamento da
qualidade da imagem.

Condições que interferem no grau de revelação

Para se obter os resultados desejados, é preciso comprovar cuidadosamente as condições em


que se processa a revelação, tais como: diluição, temperatura, tempo de imersão e agitação:

• Diluição: a atividade da solução reveladora diminuirá se a diluição for efetuada em


quantidade superior a recomendada pelo fabricante.

Nas soluções diluídas, o próprio oxigênio contido na água contribui para a oxidação dos
agentes reveladores.

• Temperatura: quanto mais baixa for a temperatura, mais lentamente atuarão as


substâncias reveladoras.

Temperaturas superiores a 28 ºC em processamento manual, ou 37ºC em processamento


automático amolecem acentuadamente a gelatina, propiciando uma rápida deterioração da
emulsão.

Em processamento manual, dentro dos limites de 13 a 27 ºC, os efeitos da temperatura podem


ser praticamente anular-se mediante compensação no tempo de revelação.

Temperaturas inferiores a 13 ºC exerce efeito prejudicial ao agente revelador e acima de 27 ºC


os tempos tornam-se muito curtos, aumentando a formação de véu (“sombra”) e a gelatina
amolece em demasia.

Em processamento automático, os tempos de revelação são corrigidos automaticamente


conforme as variações de temperatura. Evidentemente que qualquer alteração de importância
que se produza na temperatura da solução durante o processo de revelação, afetará os
resultados.

• Tempo: é inútil prolongar o tempo de revelação, visto que tornaria visíveis pontos dos
haletos não expostos, aumento a formação de véu.

• Agitação: a gelatina é algo semelhante a uma esponja que se embebe do agente


revelador contido na solução. Se não agitar o filme, os agentes reveladores esgotam-se
rapidamente.

O brometo que se libera da emulsão retardando a revelação, formado zonas claras no filme.
Fixador

A finalidade do fixador é eliminar os cristais de haleto de prata que não formaram imagem
latente.

• Ácido Acético – neutraliza a alcalinidade do revelador, interrompendo o


processo de revelação.

• Hiposulfito de Sódio – fixador – reage com os haletos (cristais de prata não


expostos) formando um complexo solúvel de prata, sendo removido do filme,
deixando apenas os depósitos de prata metálica.

• Alúmen de Potássio – endurecedor – impede que a gelatina amoleça ou se


desfaça durante a lavagem ou durante a secagem por meio de ar aquecido.

• Sulfito de Sódio – conservador – mantém o balanceamento químico da


solução e ajuda a clarear o filme.

Condições que interferem no grau de fixação

Temperatura: a temperatura do fixador deve estar o mais próxima possível do revelador. A


finalidade é reduzir as tensões de dilatação e contração que se exerce sobre a emulsão e que,
em casos extremos produzem reticulações (deformações na forma de redes ou nervuras
entrecruzadas) permanentes na superfície da emulsão.

Tempo: o tempo de fixação é pelo menos duas vezes o tempo que a emulsão demora pra
perder seu aspecto leitoso.

Os fixadores tornam-se mais lentos à medida em que vão sendo usados. O primeiro sinal de
esgotamento é constituído por aumento no tempo em que a emulsão leva para clarear,
considerando esgotamento quando o tempo de clareamento for o dobro de quando a emulsão
é nova.

Agitação: uma boa agitação acelera substancialmente a fixação por agilizar a penetração dos
agentes fixadores na gelatina e expulsa os complexos solúveis da mesma.

Nota: chama-se tempo de clareamento o tempo em que o filme leva para perder a aparência
leitosa, no banho fixador. Durante este período o filme ainda está sujeito a veladuras se for
exposto à luz. O tempo que o filme deve permanecer na solução fixadora para perder, para
que sejam eliminados, os sais de prata e para endurecer a emulsão é o tempo de fixação. O
endurecimento e a fixação são processos simultâneos, mas o endurecimento leva mais tempo
– o dobro do tempo de clareamento.
Videoaula 2

Agora, assista ao vídeo que aborda os produtos químicos de revelação e condições que
interferem na revelação e fixação.

Videoaula 1
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Descrição do Professor...

Preparo das Soluções

Esta é uma das etapas mais importantes da revelação, pois as soluções químicas são
fornecidas em kits contendo frascos de soluções concentradas que devem ser misturadas
apenas quando forem utilizados. As soluções do revelador e fixador vêm separadas em 2 ou 3
partes (revelador parte A, B, C, fixador parte A e B) e devem ser preparadas seguindo
rigorosamente as instruções do fabricante.

Existem duas formas de preparação das soluções químicas. De forma manual utilizando
tanques, onde o próprio técnico faz a dosagem e a agitação das soluções ou através de
“mixerautomático”, que são tanque com dispositivos que regulam a quantidade de água que
deve ser adicionada e faz a própria agitação das soluções.

Figura 7. Revelador e Fixador.

Fonte: <www.kodak.com>. Acesso em: 20.09.2020.


Modo Manual

A água é o solvente das soluções químicas, revelador e fixador. A quantidade de água que deve
ser adicionada no preparo das soluções é especificada pelos fabricantes. Essa quantidade não
deve ser inferior ou superior a 3% do exigido. Caso isso aconteça pode ocorrer efeitos adversos
nas propriedades da solução prejudicando a qualidade de revelação dos filmes.

A temperatura da água deve ser consistente com a instrução do fabricante. Se as


circunstâncias não permitirem uma temperatura adequada, como no caso da água estar mais
fria do que o recomendado, um tempo mais longo de agitação será necessário. Entretanto, a
agitação e a temperatura são fatores críticos na contribuição da oxidação, produzindo filmes
com pouco contraste.

A agitação manual para misturar os compostos das soluções deve ser forte bastante para
fornecer uma mistura adequada (homogênea), mas não excessivo bastante para causar a
oxidação com movimentos sempre verticais e não circulares, evitando a formação de bolhas
durante a agitação. É importante seguir a ordem preestabelecida de adição de cada solução
concentrada, por exemplo, a “parte A” deve sempre ser adicionada primeiramente. Se a
ordem da mistura não for seguida, alguns componentes não dissolverão corretamente ou
reações químicas não desejadas podem ocorrer, isso seria prejudicial à solução.

O tempo de agitação deve ser adequado para cada etapa para que os componentes estejam
completamente dissolvidos antes que a parte seguinte seja adicionada.

Mixer-automático

No Mixer (Figura 8) as soluções também devem ser adicionadas na ordem correta como
recomenda o fabricante. Exemplo: A parte A deve ser adicionada primeiramente, depois a
parte B, então a parte C, se aplicável.

Se o mixer não fizer a agitação, essa deve ser feita manualmente como no processo manual. A
solução misturada não deve ficar descoberta ou ficar demasiadamente em contato com ar,
pois isso pode ocasionar a oxidação prematura.
Figura 8. Exemplo de um mixer-automático. Tanques de mistura para preparo automático das
soluções químicas.

Fonte: Casicava (2006).

Deve se observar a temperatura da água utilizada no mixer recomendado pelo fabricante.

Para verificação do preparo correto dos químicos pelo mixer, é importante fazer leituras de PH
ou da gravidade das soluções preparadas. O mixer pode ser regulado para diferentes tipos de
soluções químicas sendo necessária apenas uma regulagem nos seus dispositivos de gravidade
ou volume para que esse atenda as orientações do fabricante.

Precauções Gerais para preparo dos químicos

• Lavar completamente os tanques, tampas e os reservatórios da processadora.

• Não espirrar uma solução na outra, principalmente fixador no revelador (contamina


os químicos).

• Usar sempre o protetor contra respingos que acompanha cada equipamento.

• Usar recipientes para mistura e armazenagem, feitos de materiais não corrosivos.

• Não usar outros tipos de recipientes que tenham sido soldados.

• Manter os tanques sempre fechados, evitando sujeiras, evaporação dos químicos e


uma mais rápida oxidação proporcionada pelo contato com o ar.

• Use sempre espátulas ou mergulhadores separados para agitar as soluções quando da


diluição dos químicos.
Fatores que afetam a imagem radiográfica

Existem certos fatores de processamento que afetam diretamente a revelação. São eles:

I – Tempo II – Temperatura III – Reposição IV – Agitação.

Tempo de Imersão

O tempo de imersão do filme em cada solução é determinado pelo tipo de processadora e o


tipo de ciclo de processamento selecionado.

Temperatura

A temperatura do revelador varia em torno de 33,5 a 38,3 oC. A escolha dessa temperatura
depende do tipo de filme, das soluções químicas e do ciclo de processamento.

Essa variação de temperatura afeta a velocidade do filme, o contraste e sua base-velamento.


Dessa forma para manter um processamento estável faz-se necessário manter a temperatura
do revelador dentro de uma variação máxima de 0,3% do valor estabelecido pelo fabricante.

Quando a temperatura é menor do que o recomendado pelo fabricante a velocidade do filme


diminui, ou seja, seu enegrecimento é menor. Quando isso acontece o técnico de radiologia
tende a aumentar a dose de radiação no paciente para compensar a falta de enegrecimento do
filme radiográfico.

A resposta do filme em relação à temperatura das soluções e o tempo de revelação são


similares. Então, se a temperatura do revelador é maior do que o recomendado ou o tempo de
revelação é estendido, temos a formação de uma imagem mais enegrecida e com maior
contraste. Isso pode reduzir a dose de radiação do paciente, mas resultará em uma imagem
com muito ruído, que irá interferir na qualidade diagnóstica.

Outro fator resultante da alta temperatura do revelador é sua instabilidade com o aumento da
razão de oxidação, favorecendo assim a formação de artefatos.

As temperaturas do fixador e da água não são críticas como do revelador, sendo geralmente
em torno de 29,4 a 35 oC e 10 a 29,5 oC respectivamente. Quando a temperatura do fixador é
muito elevada, pode ocasionar problemas no processo de fixação, como a degradação do
filme, retenção de impurezas e retenção de fixador. A água usada no processo de lavagem
também deve ser mantida na temperatura adequada, pois essa pode degradar o filme se
muito quente.

Atividade dos químicos (Reposição)

A atividade do químico revelador é uma característica dinâmica que deve ser ajustada e
mantida no nível apropriado. A atividade pode diminuir de acordo com o tipo de emulsão,
tamanho do filme e número de filmes (volume) processados. Um fator crucial é a seleção da
taxa de reposição que forneça a compensação apropriada da diminuição da atividade.
Agitação

A qualidade do processamento pode ser afetado pelo grau de agitação na superfície dos filmes
onde as interações químicas ocorrem. Isto pode variar de um tipo de processadora.

PROCESSAMENTO MANUAL

O processamento manual, atualmente, está quase em desuso, principalmente em grandes


centros, esse processo ainda é utilizado com frequência em consultórios odontológicos. Assim
como o automático, necessita ser cuidadosamente controlado, para a manutenção da
qualidade diagnóstica da imagem.

A temperatura ideal para revelação é de 22 ºC e o tempo de 1,5 minutos para o revelador novo
é de 5 minutos para o revelador velho. A rapidez da revelação depende da temperatura, da
idade e do uso do revelador. Quando o revelador adquire um aspecto leitoso, dando pouco
contraste às radiografias, demorando-se muito para revelá-las, deve ser substituído.

Tecnicamente, a revelação deve ser processada na escuridão completa ou na presença de


lâmpadas de segurança que possuem filtros adequados (filtro 6B âmbar com lâmpada
vermelha de 15 W). Os filmes expostos devem ser retirados dos chassis e presos nas
colgaduras (grampos/suportes para filmes). O melhor meio de evitar ranhuras nos filmes é
manter certo espaço entre eles ao serem mergulhados no tanque do revelador. Quando as
partes claras das imagens radiográficas ameaçam acinzentar-se é o momento de interromper a
revelação.

Antes dos filmes serem imersos no fixador, devem ser mergulhados pelo menos três vezes no
tanque de água corrente, para remover os resíduos de revelador que foram absorvidos pela
emulsão e reduzir a alcalinidade do revelador. Se esta lavagem não for feita adequadamente, a
contaminação do fixador com revelador reduzirá sua vida útil, assim como compromete-se a
sua ação endurecedora, favorecendo o aparecimento de manchas no filme.

As radiografias devem permanecer no banho fixador o dobro do tempo de revelação. Um


fixador é considerado inativo quando leva quatro vezes mais tempo para dissolver a emulsão
do que quando novo.

Depois de inteiramente fixada, a radiografia é colocada num tanque de água corrente para
lavagem final pelo prazo de 30 minutos. O objetivo desta lavagem é o de remover do filme
todos os resíduos de fixador, caso contrário, a radiografia logo adquirirá uma tonalidade
amarelada-marrom, por formação de sulfito de prata. Isto prejudica a qualidade da imagem
para arquivamento.

Terminada a lavagem, as radiografias são colocadas no secador, tomando-se cuidado de


verificar-se distância que as separa, mantendo-as afastadas o suficiente para não encostarem,
pois secando grudadas irão se dilacerar ao tentar separá-las.

Em aproximadamente 1 hora tem-se uma radiografia completamente seca e pronta para o


diagnóstico. A qualidade da imagem, reprodutibilidade dos resultados, e a exposição do
paciente são dependentes do controle do tempo de revelação, temperatura e frescura das
soluções, agitação e economia dos produtos em geral. A exposição é frequentemente
aumentada para permitir uma diminuição do tempo de revelação, possibilitando assim que a
radiografia seja analisada mais cedo. Esta prática reduz o contraste e aumenta a exposição do
paciente.

Videoaula 3

Agora, assista ao vídeo que aborda o preparo das soluções químicas, condições que interferem
na imagem radiográfica e processamento manual.

Videoaula 3
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Descrição do Professor...
Encerramento

Na radiologia convencional ou analógica, o processamento químico de filmes, tanto a manual


quanto automático, são imprescindíveis para a produção da imagem radiográfica, sem eles não
é possível a visualização da imagem latente. O revelador transforma a imagem latente em
visível através da transformação dos cristais de brometo de prata sensibilizados pelos raios X
em prata metálica. O fixador retira do filme os cristais que não formaram a imagem. Ambos os
produtos precisam ser preparados e manipulados de maneira correta para obtenção de
radiografias de qualidade, sendo muito importante conhecer os fatores que afetam os
processos de revelação e fixação, bem como os filmes e as processadoras automáticas.
Esperamos que este guia o tenha ajudado compreender a organização e o
funcionamento de seu curso. Outras questões importantes relacionadas ao curso
serão disponibilizadas pela coordenação.
Grande abraço e sucesso!

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funcionamento de seu curso. Outras questões importantes relacionadas
ao curso serão disponibilizadas pela coordenação.
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