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Anatomia e

fisiologia humana

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Unidade 1
Introdução à Anatomia
Introdução da Unidade

Na UNIDADE 01 conheceremos de forma breve a história de anatomia, seus mitos e


lendas e na sequência, enveredamos pela preparação de um corpo para estudo na
Instituição de Ensino, bem como conheceremos a definição de anatomia e fisiologia, os
planos e eixos de delimitação, a posição anatômica e alguns termos comuns à
embriologia e anatomia que geralmente estão presentes em textos científicos. Além
disso, estudaremos o sistema esquelético, conhecido por sua rigidez, mas que guarda
segredos de flexibilidade; característica fundamental para resistir às cargas as quais
está exposta no cotidiano. Nesta unidade, também estudaremos as características
fisiológicas e anatômicas do Sistema Articular. Boa aula a todos!

Objetivos

• Conhecer a história da anatomia e preparação de um corpo para estudo na


Instituição de Ensino.

• Entender a definição de anatomia e fisiologia, os planos e eixos de delimitação,


a posição anatômica e alguns termos comuns à embriologia e anatomia.

• Estudar o Sistema Esquelético, suas funções, composição estrutural, anatômica,


capacidade de regeneração e os tipos e número de ossos.

• Estudar o Sistema Articular, suas funções, composição estrutural e anatômica.

Conteúdo programático
Aula 1 – História da Anatomia, Conceitos em Morfologia e Sistema Esquelético
Aula 2 – Sistema Articular
Referências
BRANDÃO, Mirian Celeste Sanaiote. Anatomia sistêmica: visão dinâmica
DANGELO, Jose Geraldo; FATTINI, Carlos Américo. Anatomia humana sistêmica e
segmentar: para o estudante de medicina. 2ºEd. Editora Atheneu. São Paulo, Sp.2002
HANSEN, Jhon T; KOEPPEN, Bruce M. Atlas de fisiologia humana de Netter. Artemed,
Porto Alegre, RS. 2003.
JUNQUEIRA, Luiz Carlos Uchoa; CARNEIRO, José. Histólogia Básica. Editora Guanabara
Koogan S.A. Rio de Janeiro, RJ. 2004.
WARWICK, Roger; WILLIANS, Peter L. Gray anatomia.

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Apresentação da Disciplina
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Assista!
História da anatomia, conceitos em
morfologia e sistema esquelético

HISTÓRIA DA ANATOMIA

Ao longo de sua existência o ser humano sempre foi curioso quanto a sua estrutura e
funcionamento, saber como o homem é “por dentro”, de que forma é organizada sua
estrutura interna, qual o formato dos órgãos, onde se alojam as funções, enfim, conhecer seu
interior é uma inquietação da própria natureza humana.

Tanto que a relação que mantemos com os cadáveres, os corpos sem vida é de admiração e
receio. Diante da massa inerte as emoções vão da curiosidade de tocar, explorar, desmistificar
as lendas ao espanto de imaginar que esse corpo pode se levantar, se tornar um monstro
como aqueles que são descritos nos contos de horror, ou seja, é uma relação dúbia que
mantemos com o corpo.

Por outro lado, a utilização de corpos humanos para estudo é uma prática relativamente nova,
durante séculos foi difundida de forma errônea, na qual a igreja católica proibia o estudo em
corpos humanos. Essa afirmação, segundo a história, partiu de Claudio Galeno, um médico
grego que escreveu diversas obras sobre anatomia, mas sem nunca ter dissecado um cadáver
humano, Galeno realizava seus estudo com animais e talvez para justificar o fato de não
trabalhar com corpos humanos usou esses argumento. Por se tratar de um elemento muito
respeitado, autor de conceitos que até hoje influenciam a pesquisa biomédica, tal ideia foi
tomada como verdade.

Indicação de Leitura

A verdade é que não existem evidências dessa proibição pela igreja católica, o jornalista
Christopher Howse em um texto um pouco ácido, publicado em 10/07/2009 esclarece sobre o
tema. A Igreja era contra a dissecação dos cadáveres? Disponível em:
http://tuespetrus.blogspot.com/2010/10/igreja-era-contra-dissecacao-dos.html. Acesso em: 7
dez. 2018.

Claro que não é correto imaginar que o estudo em cadáveres humanos devia se tratar de algo
bem aceito pela comunidade, se considerarmos que os textos de Leonardo Da Vinci sobre
anatomia só foram encontrados 300 anos após sua morte.

Porém, existem registros da utilização de corpos humanos em aulas de anatomia há muitos


séculos. Por exemplo, em 1275 o italiano Guglielmo Saliceto publica o livro Chirurgia, em sua
obra o anatomista baseia seus apontamentos em estudos feitos em corpos humanos,
relatando a realização de dissecações em corpos. Em 1315, o também italiano Mondino de
Luzzi relata a realização de dissecação pública em seu livro intitulado Anatomia.

Atualmente, no Brasil, a utilização de corpos para estudo é autorizada pela Lei n° 8.501, de 30
de novembro de 1992, que reza que corpos de indivíduos que tiveram causa morte natural, e
não forem reclamados por parentes ou amigos em um período de 30 dias podem ser
encaminhados para instituições de ensino superior para servirem de material de estudo e
pesquisa. Hoje, a maioria das peças que estão em uso é de indivíduos indigentes e a
procedência é o IML. Apenas uma pequena parte dos corpos é proveniente de doações diretas
de familiares, um panorama que os anatomistas buscam alterar, contudo, sabemos que a
caminhada será longa.

Conservação dos Corpos

Se fizermos um exercício de reflexão vamos notar um detalhe importante: Entre o óbito e a


doação deste corpo para instituição decorre um período de 30 dias, desta forma alguns
cuidados para conservação deste corpo já devem ser observados. Porém, a forma de se
processar essa conservação no Instituto Médico Legal (IML) e na Instituição de Ensino não são
os mesmo.

No IML, onde o corpo irá permanecer ao menos 30 dias antes de seguir para doação, a
conservação desse corpo é feita através de câmaras frias, equipamentos que devem manter o
corpo a temperatura abaixo de zero, sendo a temperatura sugerida pela literatura – 20Cº.

Figura 1.1 - Câmara Fria do IML de Londrina (Fechada).

Disponível em: Imagem do Acervo Pessoal do Prof. Me. Allan Bussmann.

Na instituição de ensino esse corpo receberá um tratamento químico chamado de


formolização, que é descrito por Michalany (1995), com escopo de paralisar o seu processo de
autólise e também de combate a microrganismos patogênicos que ainda possam estar
presentes no corpo. Não raro o corpo chega à instituição de ensino ainda congelado, e o
anatomista precisa aguardar o degelo do cadáver para iniciar os procedimentos.
Figura 1.2 - Cadáver Feminino em processo de degelo.

Disponível em: Imagem do Acervo Pessoal do Prof. Me. Allan Bussmann. Acesso em: 05.01.2019.

Após o degelo, quando necessário, inicia o processo de exposição da via de acesso na artéria
femural direita que se dá ao nível do triângulo femural ou de Scarpa.

Figura 1.3 - Acesso triângulo femural ou de Scarpa.

Disponível em: <Imagem do Acervo Pessoal do Prof. Me. Allan Bussmann>.

Inicia-se o processo de perfusão, será injetado no corpo uma fórmula composta por aldeído
fórmico a 20%, que é colocada em um irrigador elevado a dois metros de altura e injetado na
artéria por meio de uma cânula “T” ligada ao irrigador por meio de um tubo de borracha.
Figura 1.4 - Cânula “T” posicionada no acesso.

Disponível em: <Imagem do Acervo Pessoal do Prof. Me. Allan Bussmann>.

Figura 1.5 - Esquema de perfusão montado: observe o irrigador posicionado 2 metros acima
do corpo.

Disponível em: <Imagem do Acervo Pessoal do Prof. Me. Allan Bussmann>.

Após o corpo passar pelo processo de formolização é encaminhado para o tanque de formol,
onde permanecerá imerso pelo período de seis meses para completar o processo chamado de
“fixação”.
Figura 1.6 - Tanque de formol: dentro destes tanques o corpo permanece imerso

Disponível em: <Imagem do Acervo Pessoal do Prof. Me. Allan Bussmann>.

Transcorrido esse período o corpo está pronto para ser disponibilizado de forma segura para
dissecação e estudo de forma segura para todos os envolvidos no processo.

CONCEITOS DE ANATOMIA E FISIOLOGIA

Em sua obra, os colegas anatomistas mineiros Dangelo e Fattini (2002), apresentam um


conceito de anatomia amplamente aceito. Abrindo aspas para os mestres: “em um conceito
mais amplo, a anatomia é a ciência que estuda macro e microscopicamente a constituição e o
desenvolvimento dos seres organizados”.

Tal definição engloba todas as vertentes da anatomia, considerando se tratar de uma ciência
que estuda a estrutura e a forma do corpo. Mas como assim, “todas as vertentes da
anatomia”?

Quando se fala em anatomia, nos vem à mente o laboratório de uma universidade onde se
estudam cadáveres. Porém, a anatomia é muito mais ampla que isso. Temos:

• Anatomia sistema e topográfica: a mais conhecida é aquela com a qual vamos


trabalhar. É o ramo da anatomia que se ocupa do macroscópico, ou seja, daquilo que
podemos ver ao olho desarmado, a olho nu.

• Anatomia Patológica: é a vertente que estuda as alterações causadas nos diferentes


órgãos pelas doenças, e se ocupa tanto do macro quanto do microscópico, indo ao
campo celular com intuído de diagnóstico.

• Anatomia Paleontológica: ocupa-se do reconhecimento de fósseis.

• Anatomia Vegetal: estudo da estrutura de plantas.


Enfim, é um vasto ramo de estudo, que vai do macro ao micro e engloba seres humanos,
animais e vegetais, além dos conceitos de normal e patológico.

Posição Anatômica

Em anatomia, todas as descrições referentes à localização e posição de estruturas tomam


como base descritiva a posição anatômica, que é uma posição básica, universal, que torna
possível internacionalizar as informações descritivas, permitindo que um profissional
compreenda a descrição apresentada por um colega de outro de país, por exemplo.

A posição anatômica consiste em um sujeito em pé e ereto, com o olhar fixo em direção ao


horizonte, os membros superiores ao lado do corpo e com as palmas das mãos voltadas para
frente, membros inferiores unidos com os dedos dos pés direcionados para frente. Qualquer
descrição que se faça fora dessa posição deve ser informada de forma minuciosa para orientar
o leitor do texto, laudo, entre outros.

Posição anatômica (DANGELO e FATTINI, 2002).

Planos de Delimitação do Corpo Humano

Os planos de delimitação têm como função descrever com maestria a posição de uma
estrutura. Os planos são os seguintes:

a) Plano Anterior ou Posterior: quando dizemos que uma estrutura é “anterior” é


porque está na “frente” do indivíduo, enquanto o termo “posterior” refere-se a
estruturas que estão “atrás”. No entanto, quando o estudo é realizado no tronco, ao
invés de “anterior” utiliza-se o termo “ventral”, e o termo “posterior” é substituído por
“dorsal”, de forma que os termos “anterior e posterior” são comumente associados a
membros.
Plano posterior e anterior (DANGELO e FATTINI, 2002).

b) Plano Superior e Inferior: superiores são estruturas mais altas, ou seja, mais próximas
ao crânio. Quando mais baixas e mais próximas ao pés, são descritas como inferiores.
Também podem ser utilizados os termos “cranial” e “podálico”.

Plano superior e inferior (DANGELO e FATTINI, 2002).

c) Plano lateral: serve para designar a qual lado pertence a estrutura, se direito ou
esquerdo.

Plano direito e esquerdo (DANGELO e FATTINI, 2002).


Planos de Secção do Corpo Humano

Os planos de secção ou como alguns autores chamam, planos de corte, são planos que
permitem compreender como foram feitos os cortes das peças e imagens. São três planos:

a) Plano Mediano: o plano mediano separa o corpo em duas porções, uma esquerda e
outra direita.

Corte no plano mediano (DANGELO e FATTINI, 2002).

b) Plano Frontal: este plano de corte separa o corpo em metade anterior e posterior.

Corte no plano frontal (DANGELO e FATTINI, 2002).

c) Plano Transversal: cortes no plano transversal dividem o corpo em metade superior e


inferior.

Corte no plano Transversal. (DANGELO e FATTINI, 2002).


Termos de comparação

A descrição anatômica é famosa por sua riqueza de detalhes, e tal preocupação fundamenta-
se na necessidade de orientar o profissional sem estar próximo a ele, permitindo que ele
explore o corpo humano e regiões ou estruturas em particular apenas pela leitura da anatomia
topográfica. Para tanto, são utilizados os chamados termos de comparação, que tornam
possível, dentro da posição anatômica e com a utilização dos planos de secção, descrever a
posição de uma estrutura em relação a outra. São quatro termos:

a) Proximal e distal: os termos proximal e distal são utilizados para descrever se uma
estrutura está mais alta ou mais baixa em relação a uma referência. Quando mais
“alta”, dizemos proximal e mais “baixa” distal, por exemplo, podemos dizer que o nariz
em relação à boca é proximal, ou seja, mais alto que a boca. No entanto, se tomarmos
como referência os olhos, o nariz será distal, ou seja, mais baixo que os olhos.

b) Lateral e Medial: são termos para descrever se uma estrutura é mais central que
outra. Por exemplo, podemos dizer que em relação ao polegar o dedo indicador, em
posição anatômica, é medial, ou seja, mais próximo ao eixo central do organismo. Por
outro lado, esse mesmo dedo indicador, se comparado com o dedo médio, em posição
anatômica, será descrito como lateral, pois está mais distante do eixo central do que a
estrutura de referência.

c) Superficial e Profundo: esse conceito é utilizado para descrever a profundidade de


uma estrutura em relação à referência, e pode ser usado tanto para músculos quanto
para vísceras e nervos.

Princípios de Construção do Corpo Humano

Em seu processo de formação, o organismo humano se organiza seguindo quatro teorias


básicas que explicam o processo de organização:

a) Antimeria: também é conhecida como “princípio da perfeita simetria”, ou seja, tudo


que estiver presente em um antímero estará no outro. O termo antímero que dizer
“lado”, ou seja, ao invés do termo “lado direito” usa-se “antímero direito”. Apesar do
ser humano não possuir a perfeita simetria de posição e medida, apresenta a simetria
estrutural.

Como assim? Simples: do lado direito existe uma orelha, um olho, um membro superior, um
inferior, uma narina e do lado esquerdo as mesmas estruturas estão presentes.

b) Matameria: alguns autores descrevem esse princípio como “princípio da construção


de torres”, e trata-se da sobreposição de peças. O exemplo clássico é a coluna
vertebral, em que as vértebras estão sobrepostas uma sobre a outra.

c) Estratimeria: esse princípio diz que o corpo é organizado em estratos, ou camadas


sobrepostas. Dessa forma, podemos pensar na organização do tórax, por exemplo, da
camada mais superficial, que é a pele, para a mais profunda, que seriam as vísceras.

d) Paquimeria: a paquimeria diz que somos formados a partir de dois tubos: um tubo
anterior chamado de tubo visceral e um tubo posterior chamado de tubo neural. O
tubo visceral origina todas as vísceras, e o tubo neural forma todo o sistema nervoso.
Assim, podemos dizer que somos formados a partir de dois tubos, colocados entre dois
antímeros, fechados anteriormente por um conjunto de peças sobrepostas e revestido
por camadas.

Conceitos em morfologia

A morfologia possui alguns conceitos para explicar a organização estrutural do organismo:

• Órgão ou víscera: a estrutura básica dos organismos vivos é a célula. Um conjunto de


células forma um tecido, e o conjunto de tecidos forma o órgão ou víscera.

• Sistema: o conjunto de órgãos forma o sistema. O sistema muscular, por exemplo, é


formado por um conjunto de músculos.

• Aparelho: seguindo o mesmo princípio, o conjunto de sistemas forma o aparelho,


assim, o aparelho locomotor é formado pelos sistemas esquelético, articular e
muscular.

Também são utilizados conceitos da embriologia ligados à anatomia para descrever conceitos
de padrão estrutural:

• Normal: o conceito de normalidade é utilizado para descrever tudo que se enquadra


na média da população, que é encontrado na maioria dos indivíduos, ou seja, o que é
entendido como normal.

• Anormal: utilizado para descrever o que foge ao padrão, que não está na média,
enfim, o que é anormal. No entanto, são alterações que não põem em risco a vida do
indivíduo. Por exemplo, sujeitos que apresentam seis dedos nas mãos ou nos pés ao
invés de cinco é uma anomalia, mas isso não compromete a vida do indivíduo.

• Aberração ou monstruosidade: são alterações que, como o nome sugere, são


aberrantes, alteram agressivamente o organismo e em sua grande maioria são
incompatíveis com a vida. Por exemplo, o feto ciclope, que nasce com apenas um
olho.

SISTEMA ESQUELÉTICO

O sistema esquelético é formado por um conjunto de órgãos duros, amarelo-esbranquiçados,


com características especiais chamados ossos. É importante compreender que o esqueleto não
é apenas um conjunto de ossos, e sim um arcabouço, uma estrutura que dá definição espacial
e que promove sustentação do organismo.

- Funções

O sistema esquelético apresenta um conjunto de seis funções básicas, a mais comumente


associada ao sistema é (1) conformação e sustentação. Conformação refere-se ao formato do
animal; a forma de todo e qualquer ser é dada pelo formato de seu esqueleto e com o ser
humano não é diferente. O “formato básico” do ser humano é dado pelo formato de
esqueleto, tanto que essa característica é importante para socorros de urgência em ortopedia,
pois uma das formas de determinar uma fratura é o formato de membro. Se o osso sofrer uma
fratura completa e as partes desse osso estiver separadas, o membro estará deformado, ou
seja, fora de seu formato original. Isso ocorre porque o esqueleto também deforma a estrutura
que o compõe. Esse sistema forma o arcabouço rígido do organismo, em que o termo
arcabouço significa “estrutura”, de forma que pela sua rigidez, sem a presença do esqueleto, o
ser humano não passaria de uma massa amorfa, provavelmente rastejante, comparado a
animais inferiores na escala zoológica.

Outra função é a (2) proteção dos órgãos internos, que é ligada à rigidez do sistema
esquelético. Os órgãos vitais do ser humano são protegidos por um sistema que podemos
comparar a um sistema de caixas. O encéfalo está alojado dentro de uma caixa rígida e selada
– a caixa craniana, e a medula espinhal é protegida pela coluna vertebral, que é um conjunto
de peças ósseas sobrepostas. Já os órgãos torácicos (coração e pulmão) estão envoltos pelo
gradil costal. Esses sistemas protegem as estruturas e evitam que traumas de qualquer ordem
lesem órgãos vitais.

O sistema esquelético também funciona como (3) reserva de minerais tais como cálcio (Ca),
fósforo (P), sódio (Na) e potássio (K). Essa reserva se constitui por meio da alimentação e é
importante durante a gestação para formar o esqueleto inicial do feto, e importante na velhice
para prevenção de doenças ósseas.

Por mais estranho que possa parecer, o sistema esquelético também participa da (4) produção
de tecido sanguíneo, pois se trata de um órgão hematopoiético. No interior dos ossos longos,
em uma porção chamada canal medular, encontra-se a medula óssea, uma estrutura cuja
função é produzir elementos figurados do sangue tais como hemácias, leucócitos e plaquetas.

Outra função comumente ligada ao sistema esquelético é o movimento. Nesta seara, o


esqueleto é (5) elemento passivo do movimento, uma vez que por sua própria ação o
esqueleto não consegue produzir movimento. Na verdade, ele é movimentado pela ação do
sistema muscular, sendo que uma forma de comprovação indireta da atividade muscular é o
deslocamento de um segmento corporal, composto por um osso movimentado pelo músculo.
Porém, com o sistema muscular, o esqueleto compõe (6) o sistema de alavancas. O conceito
de sistema músculo esquelético é válido porque esse sistema de músculos apresenta uma de
suas extremidades obrigatoriamente ligadas a um osso, de forma que o esqueleto fornece a
alavanca necessária para que o sistema muscular, que é uma estrutura não rígida, possa
produzir movimento. Quando o músculo entra em contração, ele encurta seu tamanho e
aproxima as peças ósseas às quais ele está preso, movimentando o segmento corporal em que
está localizado.

Estrutura e composição

O sistema esquelético apresenta uma composição ímpar, sendo formado por a) um arcabouço
orgânico de fibras colágenas entremeados em uma substância homogênea fundamental que
fornece ao sistema esquelético certa flexibilidade para que ele possa resistir às cargas externas
às quais está exposto sem sofrer fraturas.

Sua composição também apresenta b) sais inorgânicos, Cálcio (Ca) e Fósforo (P), que são
responsáveis pela rigidez característica do esqueleto, permitindo que ele realize a funções de
proteção e sustentação do organismo.
Crescimento Ósseo

Durante a vida embrionária, existe apenas um esqueleto cartilaginoso, e no centro desse


modelo existe o centro primário de ossificação, em que ocorre a desintegração de um modelo
de células cartilaginosas e surge o tecido ósseo. Durante os primeiros meses de vida fetal, há a
diferenciação da matriz do esqueleto, e no segundo mês se inicia formação do tecido ósseo.

O processo de ossificação se inicia no centro dos ossos (diáfises) e segue para as extremidades
(epífises), até que na época do nascimento todo o centro do osso do feto já estará ossificado.

O crescimento pós-natal ocorre nos chamados centros secundários de ossificação, localizados


nas epífises, também chamadas de placas epifisárias ou de crescimento. Este crescimento
ocorre por tração dos músculos (comprimento) e por crescimento oposicional (diâmetro).

Não existe uma época, uma idade definida para o encerramento do crescimento. Para que o
crescimento ocorra em sua plenitude e o potencial genético seja atingido, é necessária uma
alimentação adequada, bom estado geral de saúde e prática de atividade física.

Regeneração

O osso tem grande capacidade de regeneração, principalmente a partir do periósteo


(membrana conjuntiva que reveste os ossos). Entre as duas porções do osso fraturado surge
uma elevação do tecido ósseo, que forma o chamado “calo ósseo”.

Número de ossos

O número total de ossos em um adulto é de aproximadamente 206 peças. Esse número não é
fixo devido a variações anatômicas e a alguns critérios que influenciam esta contagem:

a) Fatores individuais: particularidades anatômicas que fogem ao padrão, por exemplo, a


presença de ossos extranumerários.

b) Abordagem anatômica: é a forma como o anatomista determina a contagem dos ossos. Por
exemplo, a região do quadril é formada por três peças ósseas que podem ser contadas
individualmente como osso ílio, osso ísquio e osso púbis, ou os três juntos chamados de osso
do quadril. Assim, onde tínhamos três ossos passamos a ter um, o que altera a contagem.

c) Idade: indivíduos mais jovens, ainda em processo de maturação, podem apresentar uma
quantidade maior de ossos devido ao não fechamento de placas de crescimento. Já indivíduos
na senilidade podem apresentar uma quantidade menor de ossos, por exemplo, as suturas que
separam os ossos do crânio pode se calcificar e sumir, é ao invés de quatro ossos na calota
craniana passaria a apresentar apenas um, o que mais uma vez altera a contagem.

Classificação dos ossos

Os ossos podem ser classificados em seis categorias:

a) Ossos longos: são ossos que têm um comprimento maior que a largura, por exemplo,
o osso Fêmur.
Osso Fêmur – Acervo Pessoal do Prof. Ms. Allan Bussmann.

b) Ossos curtos: é uma classe de osso que apresenta relação entre todas as medidas, por
exemplos, os ossos do carpo (punho).

Ossos do carpo indicados pela seta – Acervo Pessoal do Prof. Ms. Allan Bussmann.

c) Ossos planos: são ossos que praticamente não apresentam profundidade, são
achatados somo, por exemplo, o osso Escápula.

Osso Escápula – Acervo Pessoal do Prof. Ms. Allan Bussmann.


d) Ossos irregulares: trata-se de ossos que não se encaixam em nenhuma forma
geométrica conhecida: as vértebras, por exemplo.

Vértebra Torácica – Acervo Pessoal do Prof. Ms. Allan Bussmann.

e) Ossos pneumáticos: refere-se a uma classe de osso que permite a circulação de ar


dentro da peça como, por exemplo, o osso Frontal.

Osso Frontal, seta indicando abertura para passagem de ar (corte no plano transversal) – Acervo Pessoal
do Prof. Ms. Allan Bussmann.

f) Ossos sesamoides: é um tipo de osso que se origina em meio ao tecido mole, como tendões
e músculos. No exemplo, vemos o osso Patela.

Osso Patela – Acervo Pessoal do Prof. Ms. Allan Bussmann.


Divisão Anatômica

O sistema esquelético é divido em:

a) Esqueleto axial: trata-se do chamado “eixo central” do corpo, composto pelo


esqueleto axial, a caixa craniana, a coluna vertebral e a caixa torácica.

b) Esqueleto apendicular: referem-se às estruturas que estão apensas ao eixo central, ou


seja, “penduradas” ao esqueleto axial, de forma que o esqueleto apendicular é
formado pelos membros superiores e inferiores.

c) Esqueleto das cinturas: é uma estrutura de ligação. São duas cinturas: a superior é a
cintura escapular e a inferior é chamada de cintura pélvica. A função do esqueleto das
cinturas é conectar o esqueleto apendicular ao esqueleto axial.

Esqueleto Axial – Eixo Central – Cabeça, Coluna Vertebral, Caixa Torácica.

Esqueleto Apendicular – Membro


Superior e Inferior.

Esqueleto das Cinturas –Cintura


Pélvica, por exemplo

Divisão Anatômica do Esqueleto.

Indicação de Filme

Para aqueles que gostam de se aventurar pela telinha da TV, deixo como indicação de série, o
episódio 12 da 1ª temporada de Dr. House. Observe como o uso de drogas e o mau
funcionamento de outras estruturas do organismo podem resultar em falhas no sistema
esquelético, mesmo em atletas, indivíduos que se pressupõe fisicamente saudáveis.
Indicação de Leitura

Deixo como indicação de leitura, o artigo intitulado Marchas, tipos de pé – padrões de pé


baseados em arcos plantares e sua relação com a marcha, dos autores Kezia de Souza Nunes
e Dayana Giovanna. Este artigo traz uma abordagem sobre marchas, tipos de pé – padrões de
pé baseados em arcos plantares e sua relação com a marcha. Disponível em:
<http://portalbiocursos.com.br/ohs/data/docs/32/151_-_Marchas_tipos_de_ pY_Y_
padrYes_de_pY_baseados_em_arcos_plantares_e_sua_relaYYo_com_a_ marcha.pdf>. Acesso
em: 9 dez. 2018.

Esqueleto axial

Corresponde ao crânio, costelas, esterno e vértebras.

Crânio: é constituído por um conjunto de 22 ossos, sendo que apenas um é móvel, a


mandíbula, que se conecta ao crânio por meio de uma articulação sinuvial, a Articulação
têmporo-mandibular (ATM). Os outros 21 unem-se por meio de suturas praticamente imóveis.

Ossos do crânio:

Vista anterior: frontal, nasal, zigomático, maxilas, mandíbula.

Acidentes: cavidade orbitária, cavidade piriforme, septo nasal.

Vista Lateral: frontal, nasal, etmoide, lacrimal, esfenoide, parietais, temporais, occipital.

Acidentes: arco zigomático, fossa temporal, processos mastoide e estiloide, meato acústico
externo.

Vista Inferior: occipital, temporais, vômer, esfenoide, palatinos, maxilas.

Acidentes: forames magno, jugular, carótido, côndilo do occipital, coanas, septo nasal.

Vista Interna: frontal, etmoide, esfenoide, temporais, occipital.

Acidentes: forame óptico, fossa hipofisária, porção petrosa do temporal, meato acústico
interno, fossas anterior/media/inferior.

Mandíbula:

Partes: corpo, ramos.

Acidentes: processo condilar, processo coronoide, forame mandibular.

Coluna Vertebral: é constituída por 33 peças ósseas denominadas vértebras. Estas vértebras
estão divididas em cinco regiões, assim denominadas e divididas:
Região Nº de Vértebras

Cervical 7

Torácica 12

Lombar 5

Sacral 5

Coccígea 4

Segundo Dangelo e Fattini 2000, as vértebras de cada região possuem características próprias
que permitem distinguir a qual grupo pertencem.

Curvaturas: a coluna tem quatro curvaturas, sendo duas primárias e duas secundárias. As
curvaturas torácica e sacral são ditas primárias pelo fato de manterem a direção das
curvaturas primária do feto. Já as curvaturas cervical e lombar surgem no sentido oposto às
duas primárias, sendo chamadas secundárias e também compensatórias. Estas curvaturas
aparecem em decorrência do desenvolvimento, pois a cervical aparece quando a criança passa
a ter capacidade de sustentar a cabeça, e a lombar a partir do momento em que a criança
começa a andar.

Esqueleto da Cintura Escapular

Corresponde à cintura escapular, que se relaciona com as costelas e com os membros


superiores.

As cinturas funcionam como uma espécie de ligação entre o esqueleto apendicular e o axial.
No caso especifico da cintura escapular. Ele faz esse elo entre os membros superiores e o
esqueleto axial.

Ossos da cintura escapular

Clavícula: é um osso classificado como longo. Possui uma extremidade achatada, chamada de
extremidade acromial, e outra globosa chamada de extremidade esternal, próximo à
extremidade acromial. Em vista inferior, existe um acidente chamado de tubérculo conóide.

(DANGELO; FATTINI, 2002).


Escápula: É um osso plano que possui uma série de particularidades, conforme mostra a figura:

(DANGELO; FATTINI, 2002).

Esqueleto apendicular superior.

A parte superior do esqueleto apendicular corresponde ao membro superior. Suas partes são
braço, antebraço e mão.

Ossos do Membro superior

Úmero: é o osso do braço, classificado como osso longo. Articula-se proximalmente com a
escápula e distalmente com o rádio e a ulna. Seus acidentes são ilustrados abaixo:

(DANGELO; FATTINI, 2002).

Ulna: um dos ossos do antebraço. Sua extremidade proximal assemelha-se com uma chave
inglesa. Articula-se proximalmente com o úmero, distalmente com os ossos do carpo e
lateralmente com o rádio. Veja as articularidades abaixo:
(DANGELO; FATTINI, 2002).

Rádio: junto com a ulna, compõe o esqueleto do antebraço. Sua cabeça é arredondada.
Proximal e distalmente, suas articulações são iguais às da ulna. Lateralmente, articula-se com a
ulna. Esses dois ossos estão unidos pela membrana interóssea.

(DANGELO; FATTINI, 2002).

Esqueleto da mão: Os ossos da mão podem ser divididos em três partes:

a) oito osso dispostos em duas fileiras, constituem o carpo.

b) o esqueleto da mão propriamente dito constitui o metacarpo (DANGELO; FATTINI,


2002).

c) e pelos dedos, representados pelas falanges.


(DANGELO; FATTINI, 2002).

Esqueleto da Cintura Pélvica

Correspondem à cintura pélvica os ossos do quadril. Esta cintura, bem como a cintura
escapular, faz um tipo de elo entre os ossos do membro inferior e o esqueleto axial.

Ossos da Cintura Pélvica

Ílio, Ísquio e Púbis: O ílio encontra-se superiormente posicionado em relação aos outros, o
ísquio é mais inferior e o púbis, anterior. Os três ossos se unem no acetábulo, e é nesse ponto
que a cintura pélvica e o esqueleto apendicular inferior se unem. Posteriormente, articulam-se
com o sacro e anteriormente ligam-se pela sínfise púbica. Veja as ilustrações:

(DANGELO; FATTINI, 2002).


Esqueleto Apendicular (parte inferior)

A parte inferior do esqueleto apendicular corresponde ao membro inferior, que se divide da


mesma forma que o membro superior, em três partes: coxa, perna e pé.

Ossos do membro inferior

Fêmur: maior osso do corpo humano, é o osso da coxa. Articula-se proximalmente com o osso
do quadril e distalmente com a tíbia e a patela.

(DANGELO; FATTINI, 2002).

Tíbia: é um dos ossos do esqueleto da perna. Articula-se proximalmente com o fêmur e


distalmente com o tarso e com a fíbula.

(DANGELO; FATTINI, 2002).

Patela: a patela é um osso classificado como sesamoide, pois se encontra no tendão de


inserção do quadríceps. Apresenta uma base superior e um ápice voltado para a parte inferior.
Possui uma face articular, localizado posteriormente, que se articula com os côndilos do
fêmur.

(DANGELO; FATTINI, 2002).

Fíbula: junto com a tíbia forma o esqueleto da perna. Articula-se proximal e distalmente com a
tíbia e distalmente com o tarso.

(DANGELO; FATTINI, 2002).

Esqueleto do pé: tem semelhanças com o da mão e é formado por ossos irregulares e longos.
Os ossos irregulares constituem o tarso, e cinco ossos longos formam o esqueleto do pé
propriamente dito, o metatarso, por fim, as falanges dos dedos.

(DANGELO; FATTINI, 2002)


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Sistema articular

O sistema articular do corpo determina sua capacidade de movimentação. As direções, tipos e


variedades de movimento que uma articulação é capaz de realizar são determinados pela sua
composição estrutural. Mecanicamente, o corpo humano é visto como uma série de tubos que
se conectam nas articulações, e são as características dessas articulações que permitem ao ser
humano executar os movimentos com a amplitude e variedade de repertório que lhe são
características.

As articulações podem ser classificadas segundo cinco aspectos básicos: estrutura, mobilidade,
número de eixos de movimento, tipo de movimento e forma da superfície. Cada um deles será
apresentado na sequência.

1) Classificação quanto à estrutura

Quanto à estrutura, a articulação pode ser classificada sob três modelos gerais: articulação
fibrosa, cartilaginosa e sinovial, e vamos estudar cada uma delas:

- Articulação Fibrosa

As articulações onde os elementos que se interpõe aos ossos estão presentes é o tecido
conectivo fibroso. A maioria dessas articulações está presente no crânio. Como se pode supor,
a mobilidade desta classe de articulação é muito reduzida, embora o tecido conectivo presente
no crânio conceda certa elasticidade ao crânio (DANGELO; FATTINI, 2002). Assim, as
articulações fibrosas se subdividem da seguinte forma:

FIBROSAS

Suturas (pequeno volume de fibras)

Ex.: Osso do crânio.

Gonfoses (média quantidade de fibras)

Ex.: Dentes com mandíbula e dentes com maxila

Sindesmoses (grande quantidade de fibras)

Ex.: Ossos do antebraço e ossos da perna (membrana interóssea)


- Articulação cartilaginosa

Neste tipo de articulação, o componente presente entre os ossos é o tecido cartilaginoso, mas
existem dois tipos de articulação cartilaginosa determinados pelo tipo de tecido cartilaginoso
presente. Quando se trata de cartilagem hialina, temos a articulação cartilaginosa do tipo
sincondrose, já quando a cartilagem é fibrosa, a articulação é do tipo sínfise. No quadro
abaixo, é demonstrado onde se localiza cada um dos tipos:
CARTILAGINOSA

Sínfise

Ex.: Sínfise vertebral

Entre os corpos vertebrais

Sínfise púbica

Ossos da pube

Sincondroses

Ex.: Membro superior

Colo cirúrgico do úmero

Epífises distais do rádio e ulna

Membro inferior

Epífise distal do fêmur

Epífises proximais da tíbia e fíbula


- Articulação Sinovial

Trata-se de uma articulação que suporta uma ampla gama de movimento e por isso
estruturalmente é complexa. No quadro abaixo, apresentamos os componentes de uma
articulação sinovial:

Elementos da articulação sinovial

a) Superfície articular: são os ossos que compõem a articulação.

b) Cartilagem Articular (Hialina): cartilagem existente entre os ossos para evitar o atrito direto
entre as superfícies.

c) Cápsula Articular (Fibrosa): trata-se da membrana que reveste as superfícies articulares e os


componentes internos da articulação.

d) Cavidade articular (Espaço no interior da cápsula): é o espaço dentro da cápsula onde se


localiza as superfícies articulares e os componentes internos da estrutura.

e) Membrana sinovial: é uma camada interna da cápsula articular, ricamente vascularizada,


que tem como função secretar o líquido sinovial.

f) Liquido Sinovial: é um líquido com grande quantidade de ácido hialurônico, componente


que confere a viscosidade necessária para lubrificar e nutrir os componentes da articulação.

g) Ligamentos Capsulares (reforçam a cápsula)

intracapsulares (unem um osso a outro)

Extracapsulares (mantêm os ossos unidos quando movimento é muito amplo).

h) Disco fibrocartilaginoso ou menisco (interior da cápsula): são estruturas de função ainda


muito discutida. Seria sua função melhorar a adaptação das superfícies que compõem a
articulação ou teria função amortecedora para suportar grandes cargas? Enfim, sabe-se que
essas estruturas estão presentes no interior da articulação entre os ossos.

2) Classificação quanto à mobilidade

As articulações também podem ser classificadas quanto à sua capacidade de se movimentar,


com mais três classificações possíveis:

a) Sinartroses ou imóveis

Ex: Suturas, Gonfoses e Sincondrose.

b) Anfiartroses ou Semimóvel (Pequeno movimento)

Ex: Sínfises e Sindesmoses apresentam pequeno movimento.

c) Diartroses ou móveis.

Ex: Sinoviais
3) Quando ao número de eixos.

O movimento humano pode ocorrer sobre três eixos básicos, que são linhas que partem de
algum ponto do infinito e seguem em direção a outro ponto no infinito e em algum momento
passam pelo corpo humano. De acordo com o número de eixos, as articulações podem ser
classificadas da seguinte forma:

a) 1 eixo = monoaxial.

b) 2 eixos= biaxial.

a) 3 exios = triaxial.

4) Tipo de movimento

O tipo de movimento que a articulação realiza também influencia sua classificação, e o tipo do
movimento está intimamente ligado ao eixo de movimento. Assim:

- Eixo Antero Posterior: é uma linha que cruza o organismo de anterior para posterior,
permitindo o movimento de abdução e adução.

- Eixo Latero lateral: esta linha cruza o corpo de um lado para o outro, possibilitando o
movimento de flexão e extensão.

- Eixo Vertical: atravessa o corpo de baixo para cima ou de cima para baixo, e o movimento
possível é o semigiro.

5) Forma da superfície

Por fim, a última classificação possível. Quanto à forma, as superfícies estão descritas no
quadro abaixo.

Superfície Eixos Eixo de movimento

a) Articulações Planas Sem eixo deslizamento

b) Condilares Biaxiais latero-lateral

antero posterior

c) Esferoides ou universais Triaxiais antero posterior

latero-lateral

vertical

d) Gínglimo ou dobradiça Monoaxial latero-lateral

e) Pivô ou trocoide Monoaxial vertical

f) Selar Biaxiais antero posterior

latero-lateral
Indicação de Leitura

Deixo como indicação de leitura, o artigo intitulado Disfunção Sacro-Ilíaca como causa de dor
Lombar Uma Revisão, dos autores Priscila Santos e Sidney Benedito Silva. Este artigo trata
sobre instabilidade da articulação sacro-ilíaca como causa de lombalgia. Disponível em: <
http://www.fepi.br/revista/index.php/revista/article/viewFile/14/12>. Acesso em: 9 jul. 2018.
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Encerramento

Nesta aula, vimos que a morfologia é um ramo da ciência cercado de mitos e lendas, que ao
longo do tempo os anatomistas e os estudantes vivenciaram situações das mais inusitadas
para dar andamento ao trabalho. No Brasil, temos uma legislação especifica que trata sobre a
utilização de corpos para estudo, a preocupação com a conservação do corpo também está
presente em todo o processo, desde a estada no IML até a chegada à instituição de ensino, e
que os modelos de conservação são diferentes.

Assim, neste contexto, entendemos o conceito de anatomia e suas variantes, estudamos os


conceitos fundamentais da descrição e posicionamento anatômico, bem como as teorias e
construção do ser humano e seus conceitos morfológicos estruturais.

Vimos também, que o sistema esquelético apresenta uma composição ímpar que permite a ele
resistir a cargas externas sem se lesionar. Executa uma sequência de funções que vão desde a
sustentação e movimento até a produção de células sanguíneas. Além disso verificamos que os
ossos têm capacidade de regeneração e que podem ser classificados sobre seis aspectos
baseados em suas características individuais, que o esqueleto axial é cheio de particularidades,
e que algumas alterações na estrutura óssea dependem da sequência do desenvolvimento
para ocorrer, o esqueleto das cinturas e dos membros, onde temos ossos de morfologia
diversa e que, toda a arquitetura do osso tem como função conectar as peças de modo que o
movimento de região possa ocorrer e garantir a amplitude de movimento caraterística do ser
humano.

Por fim, vimos que as articulações apresentam formações estruturais diferentes, cada uma
com sua característica relacionada à capacidade de realização de movimento, e que o tipo de
movimento, o número de eixos e mesmo o formato da superfície influenciam na articulação.
Esperamos que este guia o tenha ajudado compreender a organização e o
funcionamento de seu curso. Outras questões importantes relacionadas ao curso
serão disponibilizadas pela coordenação.
Grande abraço e sucesso!

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