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FUNDAMENTOS HISTÓRICOS, TEÓRICOS

E METODOLÓGICOS DO SERVIÇO SOCIAL I

DESENVOLVIMENTO DE COMUNIDADE NO
BRASIL

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Olá!
Ao final desta aula, o aluno será capaz de:

1. Identificar os aspectos constitutivos da história do Desenvolvimento de Comunidade no Brasil;

2. reconhecer as bases teórico-metodológicas que fundamentaram o processo de trabalho do assistente social na

área da comunidade.

Por que o Desenvolvimento de Comunidade e a participação passaram a assumir tanta importância nas políticas

de desenvolvimento nacional?

Que condições histórico-estruturais e conjunturais determinaram essa relevância e quais as intenções veladas ou

manifestas no estímulo à participação?

Se o Desenvolvimento de Comunidade proclama a participação popular como ingrediente necessário ao

desenvolvimento global, o que, a rigor, significa nessa disciplina a participação?

Como ela é conceituada ao nível do discurso e operacionalizada no âmbito das práticas do Desenvolvimento de

Comunidade brasileiro?

As propostas de participação colocadas pelos intelectuais da disciplina se constituem em instrumento ideológico

de reprodução da estrutura de classe ou, ao contrário, refletem uma nova concepção de mundo com vistas à

liberação das classes trabalhadoras?

Estes questionamentos que nos traz Safira Bezerra Aman são analisados pela autora em seu livro Ideologia do

desenvolvimento de Comunidade no Brasil, a partir do referencial teórico oferecido por Gramsci.

Segundo Bezerra (1980, p.19), os estudos de Gramsci oferecem um instrumental heurístico extremamente rico,

tanto para desvelar as conjunções que se operam no equilíbrio de forças, como para compreender o papel dos

intelectuais na reprodução das ideologias e na implantação de decisões políticas em uma dada sociedade.

1 Vamos conhecer um pouco do italiano Gramsci?


Em seus escritos, Gramsci (1975, p. 505) afirma que:

Todo grupo social, “ao nascer no terreno originário de uma função essencial no mundo da produção econômica,

cria organicamente uma ou mais camadas intelectuais que lhe asseguram homogeneidade e a consciência de

suas próprias funções, não somente no âmbito econômico, mas também no social e político; o empresário

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capitalista cria, junto a si, o técnico de indústria, o especialista em economia política, o organizador de uma nova

cultura de um novo direito”.

Observamos assim que o autor nega a autonomia e a neutralidade dos intelectuais, ou seja, eles não produzem

conhecimentos independente de posições ideológicas.

Os intelectuais estão organicamente comprometidos com um grupo dominante para assumir a função de “agente

da hegemonia”. Tanto podem representar os interesses da burguesia, como lhes é possível estabelecer vínculo

orgânico com as classes subalternas.

Baseando-se nessas considerações, Bezerra (1980, p. 24) vai afirmar que os intelectuais do Desenvolvimento de

Comunidade no Brasil, e nesses se incluem os assistentes sociais, podem reproduzir uma ideologia de dominação

como também podem consolidar um movimento de contraideologia.

Qual o papel do assistente social no processo de Desenvolvimento de Comunidade no Brasil?

A partir de quais aspectos podemos afirmar a sua vinculação à ideologia dominante? A partir de que momento

profissionais do Serviço Social se vinculam, enquanto intelectuais orgânicos, às classes subalternas?

Estas são algumas questões que, como veremos nesta aula, marcaram a participação dos assistentes sociais no

Desenvolvimento do Serviço Social no Brasil.

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2 Gênese do desenvolvimento de comunidade no Brasil
Para compreendermos o Desenvolvimento de Comunidade no Brasil, devemos situá-lo nas mudanças que

ocorrem após a Segunda Guerra Mundial. Neste contexto, as organizações internacionais e a política nacional

tinham como principal interesse a modernização do campo e a expansão do capitalismo no Brasil.

As origens do Desenvolvimento de Comunidade no Brasil implicam numa análise de aspectos que marcaram o

jogo de interesses internacionais e os seus desdobramentos no Brasil durante a década de 50.

Após a II Guerra Mundial, a consolidação do bloco socialista e sua penetração nos países orientais começam a se

revelar como uma ameaça para os países capitalistas. Nesse contexto, o Desenvolvimento de Comunidade

constitui-se como uma das estratégias da ONU para garantir a ordem social e livrar o mundo das ideologias

consagradas como não democráticas, o Comunismo.

Sob o argumento de que a “pobreza é um entrave e uma ameaça tanto para essas populações pobres como para

áreas mais prósperas, de que na atual luta ideológica os povos famintos têm mais receptividade para a

propaganda comunista internacional do que as nações prósperas, de que o esforço de ajudar os povos a

alcançarem um nível de vida mais sadio e mais economicamente produtivo eliminaria os focos do comunismo

em potencial”.

Neste momento, os EUA se proclama líder do mundo pela boca de seu presidente Truman, que em seu discurso

de posse fala do cabedal de conhecimentos técnicos para ajudar as áreas mais pobres a ter uma vida melhor.

A ideia que inspira a Organização dos Estados Unidos da América, OEA, “é a de que o continente conta com o

mais rico, o mais desenvolvido e o mais poderoso país do mundo – os Estados Unidos, que aliado ao Canadá,

lidera o progresso científico e tecnológico.

Em 1945, se estabelece um acordo entre o EUA e o Brasil sobre a Educação Rural através do qual se esboça o

Desenvolvimento de Comunidade no Brasil e resulta na criação da Comissão Brasileiro-Americana de Educação

das Populações Rurais (CBAR).

Os EUA disponibilizam um corpo de especialistas em educação e extensão rural, além de ofereceram bolsas de

estudos para o “adestramento” de brasileiros naquele país, garantindo, desta forma, a veiculação da ideologia e

dos interesses americanos tanto no meio rural como nas áreas urbanas. Gesta-se assim o embrião do

Desenvolvimento de Comunidade no Brasil (BEZERRA, 1980, p.31).

Na década de 50, a OEA, aderindo às ideias da ONU, institui uma política de assistência técnica a programas de

Desenvolvimento de Comunidade no Brasil para as Américas.

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3 Experiência no meio rural
A Campanha Nacional de Educação de Adolescentes e Adultos (CEAA), criada no final dos anos 40 e coordenada

pelo departamento nacional de Educação do Ministério de Educação, fundamentou-se na ideia de solidariedade e

tinha como interesse a defesa nacional e o combate às “ideologias nocivas" que poderiam envolver as grandes

massas relegadas a um plano secundário de ignorância e estacionamento (BEZERRA, 1980, p. 48).

A Campanha Nacional de Educação Rural – CNER, posteriormente criada (CNER), seria responsável pela ação em

profundidade, através da capacitação profissional e da atuação em comunidades. Esta campanha criada em 9 de

maio de 1952, durante o segundo período do governo Vargas, só foi definitivamente regulamentada no governo

de Juscelino Kubitschek.

A filosofia do CNER inspirou-se na crença de que a educação de indivíduos é capaz de lhes propiciar um nível de

vida compatível com a dignidade humana, posição que a caracteriza dentro do otimismo pedagógico definido por

Paiva (30) como “uma preocupação com a qualidade da ação educativa, qualificação de professores e líderes

rurais e abstração das realidades sociais como fator determinante da estrutura”.

“No plano operacional, a CNER vale-se sobretudo das técnicas de Centros Sociais de Comunidade, de treinamento

das Missões Rurais de Educação, atendendo, quanto aos primeiros, aos apelos do Conselho Econômico e Social

da ONU, que recomenda a utilização dos Centros Sociais locais como meio eficaz de promover o progresso

econômico e social do mundo” (BEZERRA, 1980, p. 49).

“As equipes técnicas do CNER eram preparadas para formar uma unidade de pensamento e de ação. Inculcava-se

nos técnicos do CNER uma mística de fraternidade que perdurou mesmo após a sua extinção em 1963. Essa

ideologia, aliada ao otimismo pedagógico, foi a grande responsável pela interiorização de técnicos nos mais

isolados vilarejos, onde as condições de vida apresentavam-se ainda extremamente precárias” (BEZERRA, 1980,

p. 54).

A Campanha Nacional de Erradicação do Analfabetismo, (CNEA) criada em 1958, constitui-se em mais uma

tentativa de implantação do método de desenvolvimento de comunidade. Iniciou suas atividades através do

projeto-piloto de Leopoldina, posteriormente implantado em um município de cada região brasileira. A CNEA

expande suas atividades nos anos 59, 60 e 61, chegando a atuar em 34 centros nas diversas regiões do país.

Em 1959, passa a difundir-se o Serviço Social Rural (SSR), após a formação de seu quarto de pessoal e

encampação de várias experiências de desenvolvimento de comunidade. O SSR pode ser definido como um

programa de desenvolvimento de comunidade que pretende fundamentar seus técnicos nas Ciências Sociais de

comunicação e promover uma articulação dos diversos serviços atuantes na zona rural brasileira.

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Na década de 50, tem início a Missão Rural de Itaperuna (RJ), inspirada nos princípios e técnicas do

desenvolvimento comunitário.

Em 1955, é criado o Serviço Social Rural (SSR), cujo objetivo principal era iniciar, sob a ação de um plano

racional e conjunto, a árdua tarefa de desenvolver e recuperar as comunidades rurais brasileiras.

Em 1952, o Ministério da Agricultura divulga a primeira produção brasileira de maior relevância, um ensaio de

educação de base visando à recuperação e ao desenvolvimento das comunidades rurais, com fundamento na

experiência de Itaperuna.

Em 1957, Arthur Rios, em sua obra "A Educação dos Grupos", defende a educação de comunidade como um tipo

de educação social que visa promover o levantamento dos níveis e padrões de vida de uma comunidade inteira

através do planejamento democrático de suas possibilidades e recursos.

Enquanto estes livros adotam como marco de referência uma visão ampla da sociedade, posto que abstrata e

desarticulada de suas propostas operacionais, em seu livro "Introdução à Organização Social da Comunidade",

Balbima Otovti Vieira define o seu objetivo de despertar nas obras sociais o interesse pelo crescimento social da

comunidade onde operam e exemplifica seu conceito de comunidade como um conjunto residencial, um

povoado, uma vila, um bairro, uma cidade.

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O que estas três obras têm em comum? O tripé positivista em sua estratégia de ação:

INDIVÍDUO - FAMÍLIA - COMUNIDADE

Conferem especial ênfase ao trabalho junto à família, "unidade social por excelência, restabelecendo o prestígio

do grupo familiar e o seu papel no grupo familiar". Estes trabalhos inspiraram-se quase exclusivamente nos

postulados funcionalistas e abordam a comunidade como uma unidade constituída de partes interdependentes

que devem colaborar para o equilíbrio do todo.

Podemos observar que, na década de 50, os programas destinados ao Desenvolvimento de Comunidade derivam

do modelo imposto pelos EUA. O trabalho de Rios, tal como o de Itaperuna, sugere modelos que ao invés de

engajarem os grupos e comunidades (as classes subalternas) nos processos decisórios, fragmentam-nos e isolam-

nos em ações e decisões de âmbito estritamente local.

As obras mencionadas tiveram grande influência na formação profissional dos Assistentes Sociais brasileiros e

em seu discurso percebe-se, pela primeira vez, posto que embrionariamente, um esforço de estímulo à

participação das populações trabalhadoras no processo de organização e /ou de desenvolvimento local

(BEZERRA, 38).

A integração é postulada como fundamental para a harmonia do sistema. Enfim, como afirma Bezerra (1980:25)

"se tem uma visão da comunidade como uma unidade consensual, onde os problemas são tratados em relação

aos interesses de classe. As atividades não incidem sobre problemas gerados no âmbito das relações sociais de

produção de dominação, mas se restringem às ações residuais vinculadas à urbanização (água, luz, estrada,

acampamentos) ou à oferta de serviços ditos sociais (educação, saúde, lazer)".

4 Década de 60: mudanças nos rumos do desenvolvimento


de comunidade no Brasil
Em junho de 1960, tem início um movimento que visa “incentivar e assistir as instituições educacionais

brasileiras no treinamento de professores de ciências sociais, pesquisadores sociais e técnicos em

desenvolvimento de comunidades rurais, bem como colaborar com os órgãos do governo na realização de cursos

intensivos para a formação de pessoal qualificado para orientar programas de desenvolvimento socioeconômico

das áreas rurais do país.

Vários movimentos vão se gestando, em decorrência de uma visão mais abrangente da problemática brasileira e

de uma abertura do espaço político.

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Em 21 de março é criado o Movimento de Educação de Base que tinha como objetivo: ministrar a educação de

base às populações das áreas mais precárias do país, através de programas radiofônicos especiais, velar pelo

desenvolvimento espiritual do povo, preparando-o para o indispensável soerguimento das regiões

subdesenvolvidas e ajudando-o a defender-se de ideologias incompatíveis com o espírito cristão da

nacionalidade.

Ocorre, entretanto, que à medida que se aprofunda o contato com a problemática dos trabalhadores rurais, o

MEB vai se tornando menos religioso e mais político, menos comprometido com a hierarquia católica e mais

engajado às reivindicações e ações das classes trabalhadoras.

MEB luta para continuar ensinando jovens e adultos a viver em sociedade.

Ligado à Igreja Católica, o Movimento de Educação de Base alfabetiza e forma a consciência de moradores de

comunidades carentes desde 1961.

O discurso mantido pelos técnicos brasileiros deixa transparecer a absorção do pensamento nacional, que

começa gradativamente a reclamar reformas estruturais. É a primeira vez que durante reuniões de

desenvolvimento de comunidades seus intelectuais se preocupam com mudanças macrossocietárias e, no

decorrer dos anos 60-63, tornam-se cada vez mais eloquentes os reclamos por reformas estruturais com

participação das camadas populares.

Em 1970, atendendo às reivindicações que datavam desde o início da década de 60, o Ministério do Interior cria

um órgão nacional de coordenação de programas de desenvolvimento de comunidade. Nesse contexto, surgem

movimentos políticos que começam a lutar por reformas, tais como: Ligas Camponesas, Sindicatos Rurais,

Movimento de Educação de Base, Centros Populares de Cultura Popular, Ação Popular.

O Desenvolvimento de Comunidade pelo seu vínculo com o Serviço Social, que por sua vez mantinha ainda

íntima relação com a Igreja, recebe a influência desse novo posicionamento dos cristãos de esquerda e,

principalmente no Nordeste, passa a se configurar como um movimento de conscientização e politização dos

moradores com vistas à participação popular nos rumos da comunidade. O movimento estudantil nacional

irradia-se às Escolas de Serviço Social e seus alunos passam a exigir um engajamento da profissão nas reformas

estruturais da sociedade brasileira, o que vai ser incorporado ao discurso e às práticas do Desenvolvimento de

Comunidade.

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5 Desenvolvimento de Comunidade X Ditadura Militar
No período do pós 64, o governo, com o objetivo de conter e substituir os movimentos, cria as seguintes

instituições: BNH, MOBRAL, PROJETO RONDON.

Observamos, assim, um retrocesso do Desenvolvimento de Comunidade, que retorna ao modelo ortodoxo, ou

seja, que funciona como instrumento ideológico de caráter acrítico.

6 Década de 80: os novos movimentos sociais e a


participação popular
Nos anos 80, em meio ao processo de redemocratização da sociedade brasileira, emergem os chamados “novos

movimentos sociais” e o trabalho em comunidade passa a ter um caráter de transformação social das

comunidades. É um período de grande fortalecimento da organização de moradores. São criadas a FAFERJ e a

FAMERJ.

A partir do esgotamento das esperanças que a conjuntura dos anos 70 apresentava, emergem novas formas de

fazer política, surgem novas contribuições para críticas ao paradigma do Estado como interlocutor privilegiado e

para a ênfase no impacto transformador das manifestações coletivas.

Muitos autores, discordando de uma definição que restringe o urbano ao campo do consumo coletivo rumam

numa trajetória que vai renovar o instrumental de análise até então disponível. Buscam-se novas interpretações

sob a égide de novos modelos teóricos que vão absorver e ampliar o próprio conceito de Movimentos Sociais

Urbanos - MSUs.

Começa a se constituir, então, uma fase de críticas ao paradigma e as novas análises começam a enfatizar os

aspectos culturais dos MSUs.

Durham (1984:87) afirma que “qualquer elemento cultural pode ser politizado, sem entretanto esgotar seu

significado no fato de serem instrumentos numa luta pelo poder. A língua, a religião, a cor da pele, os hábitos

alimentares, a vestimenta podem ser erigidos em instrumentos de construção de uma identidade coletiva com

ampliações políticas”.

Aparece a heterogeneidade social da prática cotidiana: moradores, o simbólico, as relações internas de poder, os

limites das práticas políticas, reivindicações não institucionais etc. começam a fazer parte das análises sobre os

MSUs”.

Abre-se uma frente para a ampliação do conceito de MSUs e, sobremaneira, do que seja política, que estará

intimamente ligada com o conceito da cidadania. Os MSUs não serão mais vistos exclusivamente pela ótica que

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os apreende enquanto movimentos defensivos que visam atender às carências relacionadas ao consumo coletivo

de equipamentos urbanos. Trata-se agora também de uma luta pela ampliação do espaço político e por uma

sociedade mais democrática.

Até então, para que o movimento social se convertesse em MSU, era necessário que ele fosse fruto de

reivindicações urbanas diretamente ligadas ao consumo coletivo deficitário - espelhador das contradições de

interesses da classe que rege o capitalismo - e produzissem uma transformação qualitativa na estrutura social a

partir dos efeitos urbanos e políticos.

Com este contexto declinante, o quadro básico de referência “deixa de ser o enfrentamento entre forças sociais

que caracterizava o paradigma dos anos 70, para se transformar na análise da constituição de uma ‘cultura

política’ renovada” (MACHADO, 1990:11).

São, portanto, os novos movimentos sociais, enquanto novas formas de fazer política, que vêm oferecer a

possibilidade aos cientistas sociais de apreenderem adequadamente o que se move por fora do processo

produtivo - na esfera do consumo, da reprodução - e por fora do espaço institucional.

Na América Latina, os novos movimentos sociais vão constituindo novos atores que afirmam novas identidades

sociais - grupos de mulheres, de moradores, de mães, Comunidades Eclesiais de Base - CEBs, manifestando uma

vontade coletiva e se opondo à dominação vigente através de uma participação múltipla que passa,

obrigatoriamente, pelo cultural e por uma mudança na cultura política. Esta seria a novidade dos novos

movimentos sociais.

Segundo Cardoso:

“o novo é o espontâneo que se opõe à manipulação, é a ação consciente que substitui a cooptação, garantindo a

expressão dos verdadeiros interesses populares que ficam sufocados pelos partidos e políticos profissionais”

(1987, p. 28).

Para Boschi (1987, p. 38), a “novidade dos “novos movimentos” reside entre outras coisas em seu desafio aos

canais institucionais de acesso ao Estado e, sobretudo, ao monopólio dos partidos políticos e sindicatos como

formatos básicos de participação social.

A partir da década de 90, observa-se um refluxo dos movimentos sociais e comunitários provocado por práticas

corporativas, avanço do Neoliberalismo, reestruturação produtiva e a emergência do Terceiro Setor.

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O que vem na próxima aula
Na próxima aula, você estudará sobre os assuntos seguintes:
• Pensamento social da Igreja Católica;
• São Tomás de Aquino – Neotomismo;
• a influência do Positivismo e Funcionalismo sobre a profissionalização do Serviço Social.

CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• Aprendeu os aspectos constitutivos da história do Desenvolvimento de Comunidade no Brasil;
• conheceu as bases teórico-metodológicas que fundamentaram o processo de trabalho do assistente
social na área da comunidade;
• estudou o Serviço Social Rural;
• compreendeu a Participação Popular – as CEBS.

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