Climatologia

Já ouviu aquela cantada da diferença entre o tempo e o clima? Mas

e aí, qual é a diferença?
Tempo são as condições momentâneas da atmosfera – chuvoso,
ensolarado, nublado, nevoeiro – enquanto o clima é a sucessão de condições
ao longo de uma média histórica de trinta anos. Essa média registra a
temperatura, umidade e pressão atmosférica.
A variação do clima está diretamente ligada à quantidade de energia
que incide sobre a Terra. Essa energia não atinge toda a superfície da Terra de
forma uniforme, sendo influenciada pelos movimentos de rotação e
translação da Terra, pela inclinação do eixo terrestre, pelo paralelismo axial e
pela esfericidade do globo terrestre.
O movimento de rotação é responsável pela variação diária de
temperatura, já a translação pelas variações anuais. Pela translação, define-se
as estações do ano, pois a inclinação do eixo prevê diferenças entre o
hemisfério norte e sul: a estação do norte é sempre oposta à do sul.
A esfericidade da nossa superfície provoca uma diferença na incidência
solar. Nas regiões polares, os raios solares formam um ângulo oblíquo,
predominando a radiação difusa. Na Linha do Equador, a radiação incide de
forma direta, havendo um aumento de 2,5 vezes na intensidade em relação
aos polos. Aqui temos uma das primeiras regras em relação a dinâmica de
temperatura na Terra:

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 Quanto maior for a latitude, menor será a temperatura.
Quanto menor for a latitude, maior será a temperatura.

Ao analisarmos as condições climáticas, existem também os elementos

climáticos não-meteorológicos. A umidade do solo – fundamental para a
agricultura e para a temperatura da superfície dos oceanos – é usada para
monitorar eventos climáticos como furacões e o El Nino.
A dinâmica climática é fundamental para estudarmos os processos
naturais dentro de todos sistemas terrestres (biosfera, atmosfera, hidrosfera,
criosfera, litosfera). Toda energia que incide sobre a Terra parte do Sol e essa
energia é composta por diferentes comprimentos de onda, ganhando o nome
de espectro eletromagnético.

Ao chegar na Terra, essas ondas precisam atravessar uma série de

barreiras. Primeiro o campo eletromagnético terrestre ou magnetosfera. Em
seguida, a camada de ozônio que bloqueia os raios ultravioletas. As ondas
curtas que passaram são barradas pelas nuvens – responsáveis por refletir
cerca de 50% da radiação solar e se transformar em radiação difusa. A energia
que incide sobre a superfície é então absorvida ou refletida de acordo com os
objetos encontrados. Essa reflectância é chamada de albedo.

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 Como podemos identificar nessa imagem do satélite CERES de 2004,
as regiões polares e os grandes desertos do Norte da África, Oriente Médio e
Ásia Central apresentam as maiores reflectâncias.
Superfícies mais claras apresentam maior albedo, enquanto as escuras,
oceanos e lagos apresentam menores, já que absorvem quase a totalidade da
energia incidente. A energia emitida pela superfície então sai em ondas longas
que também são bloqueadas pela atmosfera, garantindo a manutenção de
temperaturas amenas na atmosfera. Conhecemos esse fenômeno como efeito
estufa.
Não são só as nuvens que dispersam a incidência direta de raios solares,
mas também partículas e gases contribuem. Em casos extremos, podemos
falar em um escurecimento da atmosfera devido a elevada concentração de
partículas em suspensão.

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 A China ficou famosa nos últimos anos pelas fotos onde a
linha do horizonte se perde em meio aos arranha-céus e a poluição
do ar – fortemente ligada à queima de combustíveis fósseis.
Tá calor ou tá quente?
A diferença entre temperatura e calor está no comportamento das
partículas aquecidas pela energia – no nosso caso, solar. Enquanto que
temperatura é o grau de agitação das moléculas, o calor é o fluxo entre corpos
com diferentes temperaturas. Em climatologia, a temperatura sofre a
influência da latitude, como vimos acima, mas também da altitude.
A concentração de gases é maior próximo ao nível do mar, a qual
diminui conforme aumenta a altitude. Um exemplo seria a dificuldade de
alpinistas respirarem no topo de grandes cordilheiras, muitas vezes
necessitando cilindros de oxigênio. Sendo assim, temos nossa segunda regra
de climatologia:

Quanto maior for a altitude, menor será a temperatura.

Quanto menor for a altitude, maior será a temperatura.

Vamos chamar essa variação de GVT (gradiente vertical de temperatura).

Segundo ele, a cada mil metros, há uma queda de 6,4 graus Celsius.

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 Questões
1) (UNIOESTE – adaptada) Sobre o clima mundial, os fatores e
os processos que o condicionam, considere as afirmativas a seguir:

I. A latitude influencia na distribuição espacial das temperaturas. Dessa

forma, quanto maior for latitude, menores serão as temperaturas.
II. A pressão atmosférica varia em função da altitude e da temperatura.
Assim, quanto maior for a altitude, menor será a pressão atmosférica
e quanto mais alta a temperatura, menor será a pressão.
III. O planeta Terra é aquecido uniformemente, tanto ao longo da sua
superfície quanto ao longo do tempo (anos), e isto condiciona a
circulação atmosférica com a produção de centros de alta e de baixa
pressão, que se alteram continuadamente.
IV. Dependendo das condições locais, a precipitação pode ocorrer na
forma de chuva, granizo ou neve e está relacionada, principalmente,
à umidade atmosférica.
V. A diferença entre as temperaturas máxima e mínima é maior no
interior dos continentes e a continentalidade exerce grande
influência sobre essa amplitude térmica.

Sobre as considerações acima, podemos dizer que:

a) Estão incorretas as afirmativas I, III e V.

b) Estão incorretas as afirmativas I e IV.
c) Estão incorretas as alternativas I, IV e V.
d) Apenas a afirmativa III está incorreta.
e) Todas as afirmativas estão incorretas.

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 2) Observe a imagem abaixo:

Esquema da corrente marítima de Humboldt*

*Fonte: SENE, E.; MOREIRA, J. C. Geografia Geral e do Brasil: Espaço Geográfico
e Globalização. Volume 01. São Paulo: Scipione, 2007. p.128.

O esquema acima demonstra os efeitos da corrente marítima de Humboldt

sobre a formação do Deserto do Atacama, no Chile. Sobre esse fenômeno,
julgue as afirmativas a seguir:

I - A corrente de Humboldt é um exemplo de correntes marítimas

comportando-se como um fator climático.

II - As precipitações nas regiões oceânicas são causadas pela queda das

temperaturas provocada pela corrente marítima.

III - A massa de ar seco faz com que o Atacama quase nunca presencie chuvas.

IV - A Cordilheira dos Andes impede que os ventos do leste cheguem até a

região do Atacama, contribuindo ainda mais para o seu clima desértico.

São corretas as afirmativas:

a) I e II
b) III e IV
c) II e IV
d) I, II e III
e) I, II, III e IV

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 3) (PUC-MG - adaptada)
Os invernos e os verões, no hemisfério norte, costumam ser, em
média, mais intensos do que no sul. Sobre esse fenômeno, NÃO
se pode afirmar que:

a) as amplitudes térmicas são maiores no Hemisfério Norte, porque a

concentração de terras nesse hemisfério as acentua.
b) as amplitudes térmicas são mais baixas no Hemisfério Sul em função da
predominância de oceanos, condicionando maior retenção de energia
pela água.
c) as amplitudes térmicas são iguais sobre oceanos e continentes.
d) as amplitudes térmicas não são derivadas diretamente da exposição à
insolação.

4) Considere as frases abaixo:

I - Fará muito calor hoje em São Paulo. Em Goiânia, as temperaturas serão
mais amenas.

II - As temperaturas em todo o mundo estão cada vez maiores e vêm

causando preocupações entre os cientistas.

III - Costuma chover muito em Salvador nessa época do ano, é melhor

estarmos preparados!

IV - Li no jornal que essa semana será chuvosa em Belém.

Com base nas afirmações acima, é possível afirmar que:

a) Todas fazem referência ao clima

b) I, II e III fazem referência ao clima e IV faz referência ao tempo.
c) II e III fazem referência ao clima e I e IV fazem referência ao tempo.
d) II faz referência ao clima e I, III e IV fazem referência ao tempo.
e) Todas fazem referência ao tempo.

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 Resolução Comentada

1) Alternativa D.
A irregularidade do relevo, da distribuição de oceanos e massas
continentais, da vegetação e a constância dos movimentos celestes, faz com
que o aquecimento da superfície terrestre não seja uniforme. Exemplo disso é
a formação da faixa equatorial, tropical, temperada e polar.

2) Alternativa E.
As correntes oceânicas atuam como fatores climáticos, já que
interferem na precipitação. Ao entrar em contato com a água fria, as massas
de ar carregadas de umidade do oceano se resfriam e precipitam. Ao chover
sobre o oceano e litoral, as regiões mais altas não recebem umidade,
formando um clima árido.

3) Alternativa C.
A amplitude térmica diz respeito à variação entre a temperatura máxima
e mínima de um dia. A água retém energia durante o dia e dissipa durante a
noite, mantendo regiões litorâneas com baixa variação térmica. Já áreas com
baixa umidade – como desertos – apresentam amplitudes que podem ir de
números negativos a mais de 45 graus Celsius.

4) Alternativa C.
Destacamos os vocábulos que confirmam a alternativa.
I - Fará muito calor hoje em São Paulo. Em Goiânia, as temperaturas serão
mais amenas.

II - As temperaturas em todo o mundo estão cada vez maiores e vêm

causando preocupações entre os cientistas.

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 III - Costuma chover muito em Salvador nessa época do ano, é
melhor estarmos preparados!

IV - Li no jornal que essa semana será chuvosa em Belém.

O tempo se refere a condições momentâneas até diária da atmosfera.

Ao registrarmos a temperatura, umidade e pressão ao longo de uma série
histórica, podemos estabelecer um padrão climático confiável. Quando
falamos em mudanças climáticas associadas ao aquecimento global, nos
referimos a essas séries.

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