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saberes locais são apropriações das construções das experiências vividas. Eles constituem uma
base para aprendizagem local e são fundamentais para a redução da distância entre cultura científica e
a cultura local.
Na transmissão dos saberes que orientam a vida humana nas comunidades prioriza-se a
componente competência e pedagogia centralizada mais no transmissor.
Tal compreensão e conhecimento sobre a vida social resultam de uma formação que enfatiza a conexão e a
interdependência, necessárias, entre teoria e pesquisa empírica, entendendo-se que o avanço do
conhecimento teórico é produzido através da própria pesquisa empírica, que por sua vez, pauta suas
questões, problemas e hipóteses nos conhecimentos teóricos já acumulados.
Além dessas habilidades, o egresso licenciado deve possuir – e refletir sobre – os instrumentos pedagógicos
que o habilitam a transmitir, nos níveis de ensino básico e superior, formas de compreensão sobre a vida
social, contribuindo para a formação de indivíduos que reflitam critica e criativamente sobre sua existência
como cidadãos.
Considerando o perfil desejado para os(as) egressos(as), o curso de Ciências Sociais da UFSC tem como
objetivos:
Oferecer uma estrutura curricular que estimule e possibilite aos(às) estudantes o exercício da autonomia
intelectual, de uma perspectiva crítica diante da sociedade, bem como a aquisição de uma formação
humanística;
Propiciar aos estudantes uma formação teórico-metodológica sólida, ancorada nas três áreas do curso –
antropologia, ciência política e sociologia;
Fornecer instrumentos para que os(as) estudantes possam estabelecer relações entre a pesquisa e a
prática social;
Garantir oportunidades efetivas para o aprendizado de competências fundamentais para o futuro exercício
profissional dos(as) alunos(as);
Promover a reflexão sistemática sobre o conhecimento adquirido através de experiências práticas em
conexão com conteúdos teóricos;
Promover a articulação entre as disciplinas, as linhas e os núcleos de pesquisa, as áreas de formação e
os projetos de extensão desenvolvidos pelos departamentos que atuam no curso;
Conciliar a autonomia dos(as) estudante na composição de seu currículo com uma oferta mais
estruturada de disciplinas no sentido de concentração de esforços formativos;
Permitir e estimular o conhecimento sobre as possibilidades de inserção profissional e identificação de
novos campos de atuação.
Os conteúdos locais devem ser estabelecidos em conformidade com as aspirações das comunidades, o
que implica uma negociação permanente entre instituições educativas e as respectivas comunidades. As
matérias propostas para o Currículo Local, devem ser integradas nas diferentes disciplinas curriculares, o
que pressupõe uma planificação adequada das lições. (INDE/MINEDH 2015, p.1).
O novo currículo do Ensino Básico integra a componente do currículo local para criar aprendizagem relevante e
resgatar os saberes locais para a escola. Esta tese sustenta que as escolas devem resgatar a cultura autóctone e o
seu valor intrínseco. Defende-se que a inclusão dos saberes locais na escola pode facilitar aprendizagem e
contextualizar as condições sócioculturais locais. Com a introdução do currículo local, cria-se um espaço de
convivência dos saberes local e universal e la nça-se um desafio aos professores no sentido de serem responsáveis
na produção e sistematização do conhecimento. O referencial teórico do trabalho é buscado em teoria curricular de
Moreira e Silva (2002) assim como as teses defendidas por Geertz (1997) e Gramsci (2004). O material empírico foi
recolhido com base nos relatórios e documentos do INDE (1999 e 2004). A necessidade de melhorar a
aprendizagem na escola e enraizar o aluno na sua respectiva cultural levou a transformação do currículo
moçambicano do ensino Básico. A partir da reforma curricular, a pesquisa prioriza as percepções sobre os saberes
locais e avalia os métodos de integração de conteúdos e práticas locais relevantes nas escolas experimentais
localizadas na Província de Nampula. Assim, foram observadas as aulas com a finalidade de avaliar o processo de
integração dos saberes locais e realizadas as entrevistas aos professores, alunos e pessoas das comunidades com
o objectivo de recolher a percepção sobre os saberes locais a serem integrados no Ensino Básico.