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Significados de Símbolo:
"O Simbolismo transforma os fenômenos visíveis em uma ideia, e a ideia em imagem, mas
de tal forma que a ideia continua a agir na imagem, e permanece, contudo, inacessível; e
mesmo se for expressa em todas as línguas, ela permanece inexprimível. Já a Alegoria,
transforma os fenômenos visíveis em conceito, o conceito em imagem, mas de tal maneira,
que esse conceito continua sempre limitado pela imagem, capaz de ser inteiramente
apreendido e possuído por ela, e inteiramente exprimido por essa imagem." (Goethe)
A representação especifica para cada símbolo pode surgir como resultado de um
processo natural ou ser convencionada de maneira que o receptor (uma pessoa
ou um grupo especifico de pessoas) consiga fazer a interpretação do seu
significado implícito e atribuir-lhe determinada conotação. Também está
relacionada fisicamente com um objeto ou ideia que representa; podendo
extrapolar a representação gráfica ou tridimensional e assumir força sonora ou
até mesmo gestual.
Cada linha, círculo, garfo/tridente, estrela, etc. que encontramos nos Pontos
Riscados de Exu e Pombagira tem uma explicação, um ‘porquê’, uma finalidade
especifica. Quando os primeiros espíritos se manifestaram na Terra dos vivos
materialmente, foram deixando um legado para que os verdadeiros
decodificadores pudessem compreender a natureza e a forma de manifestação
desses Mestres (as).
A Classificação dos Pontos Riscados
Tridentes de Exu
Garfo em “V”: Esses garfos quase não são mais vistos dentro do Culto da
Quimbanda, mas sua simbologia é muito forte. Exus e Pombagiras podem usar
esse garfo para imobilizar fortes oponentes. Geralmente o Exu imobiliza
enquanto a Pombagira drena. Nos ataques mentais são muito incisivos e causam
a completa destruição de parâmetros.
Fig. 01 Fig.02
Em ambos os garfos existem a força dos quatro elementos (fig.01), porém, nos
garfos quadrados destacam-se os elementos positivos (Fogo e Ar) e nos garfos
arredondados os elementos negativos (Água e Terra).
Sendo assim, existem alguns elementos agregados aos garfos para direcionar,
harmonizar e ampliar seus raios de ação. Descreveremos alguns exemplos:
“Tensão energética é a carga/corrente emanada ou absorvida pelo Garfo de Exu que gera
deformidades na estrutura retilínea. Essa deformidade é medida e analisada através do
Ponto Riscado. Para que não exista a ruptura dessa arma/ferramenta, são adicionados
outros elementos atenuadores. A tensão energética é causada por bruscas oscilações (em
campo estável) em virtude de instabilidades nas correntes de força (energia). ” (Coppini,
Danilo. Artigo Interno sobre a Quimbanda Prática- 2014).
Entendemos que a tensão de certas correntes energéticas são tão intensas que
alguns Exus ou Pombagiras demonstram em seus ‘Pontos Riscados’ se dentre
suas funções está o trabalho em campos cuja tensão é tamanha que os garfos
apresentam curvas longitudinais. Quando um garfo aparece dessa maneira o
espírito está assinalando que sua força de ação emana ou absorve grandes e
“pesadas” descargas energéticas. Esses espíritos são preparados para guerrear e
submeter todo tipo de energia.
A forma do tridente nada tem com sexo (macho ou fêmea), apenas com a
polaridade. O tridente quadrado é emissor de polaridade positiva (+) e está
intimamente ligado aos elementos fogo e ar. Quando voltado para cima, está
dissolvendo todas as barreiras evolutivas, abrindo o campo da percepção, dando
energias necessárias para a realização de determinadas situações, retirando a
inércia, conduzindo, esgotando, destruindo ou reconstruindo. É o tridente da
execução.
O pequeno círculo que está aos pés da linha vertical é o dínamo que produz e
centraliza as energias. Sequencialmente, uma “chave” está mostrando que
energias elementares estão sob controle e domínio. Garfos que possuem essa
“Chave” são portados por Exus poderosos, pois também demonstram a alta
sabedoria nas artes ocultas e consequentemente, o domínio sob legiões.
Número 1
É um número que carrega a força por ser indivisível, por não poder ser cortado,
está muito ligado com a piedade e com a concórdia. Como número 1 é o alfa, ou
seja, o principio, torna-se ponte para o autoconhecimento e consequentemente a
liderança.
Número 2
Número 3
Número 4
Energia dos quatro elementos, das fases da lua, das estações do ano, do
direcionamento da vida, da graça e leveza
Número 5
Número 6
Número 7
Número 9
Muitos quimbandeiros limítrofes na Arte Negra alegam que não existe outra
forma de se fazer um ‘Ponto Riscado’ a não ser com a tradicional pemba/ giz,
mas a L.T.J 49 entende que existem outras formas de se montar os pontos riscados
potencializando e dinamizando os rituais.
As variadas formas:
Pólvora:
Farofa/Padê:
Terra:
Carvão:
Uma tinta devidamente consagrada se torna uma poderosa arma para fazer
pontos riscados - geralmente usada em pedras, madeira, tecidos, cartolina ou
couro de animal.
Pemba/Efun:
O “Efun” (na língua Iorubá é cal, giz), apesar de ser semelhante a “Pemba” e por
vezes desempenhar as mesmas funções, não é o mesmo objeto. “Efun” é uma
massa de argila branca extraída de rios e está relacionada aos pós mágicos e suas
ritualísticas.
Tanto a Pemba quanto o Efun são considerados formas de sangue branco e estão
diretamente ligados ao ar, aos pulmões e todo processo vital.
Um “Ponto” dessa natureza, se mal ativado pode atrair para dentro do local de
culto, formas espirituais atrasadas repletas de energias de vingança. Essas
formas, ao invés de corroborarem com os trabalhos, atrasam, ludibriam e
mistificam. Portanto, o uso dos pontos deve ser cauteloso e a ativação dos
mesmos é necessária para o bom direcionamento energético.
Após o desenho estar pronto, deve ser ativado. Para tal, algumas formas são
adotadas:
Pós são partículas muito finas de terras e de muitos outros objetos. A Quimbanda
herdou das tradições bantos os mistérios que envolvem a confecção dos pós. Um
bom pó deve ter:
-Energia;
-Elementos de qualidade;
-Foco direcional.
O que produz a energia para o pó é a feitura dele no pilão. Quando se bate cria-
se eletricidade através do atrito. Com a “Oração para despertar os espíritos das
ervas, sementes e animais” o pó recebe muita força e é uma poderosa arma
dentro da Quimbanda Brasileira. Tudo vira pó: Restos de animais incinerados,
folhas, cascas e raízes secas, páginas de notícias, sigilos gravados, cinza de fumo,
dentre outros elementos.
Os pós estão conectados a todos os tipos de sangue, portanto, podem ser usados
para invocar ou evocar os Mestres Exus através de seus respectivos pontos
riscados. Existem duas formas de ativar através dos pós:
Os círculos no entorno demonstram onde as velas devem ser acesas. Esse tipo de
ativação é recomendada para Exus e Pomba Giras que sejam “Mestres/Mestras
ou Mestre/Mestra 7”, entretanto, pode ser usada para todos os espíritos.
- Através do Fogo
- Através do Enxofre.
O enxofre (do latím sulphur, -ŭris) tem muitas propriedades físicas e mágicas. Na
temperatura ambiente, encontra-se em estado sólido. É usado desde a confecção
da pólvora até para fertilizantes, ou seja, é um elemento essencial encontrado na
Terra e em outros planetas do sistema solar. Quando manipulado junto ao fogo,
produz um gás chamado dióxido de carbono e é extremamente tóxico. Na
ativação dos “Pontos Riscados”, efetua um papel ígneo e ao mesmo tempo filtra
as energias nocivas mantendo o bom equilíbrio ao longo dos trabalhos.
Alguns metais são considerados formas de sangue. São fontes energéticas muito
intensas quando aplicadas nos “Pontos Riscados”. Mistura-se os pós de Ouro,
Prata, Bronze, Cobre, Ferro, Chumbo e Estanho e esse pó é soprado dentro do
“Ponto Riscado”. Os metais possuem relações com planetas, órgãos do corpo
humano, comportamentos, abertura de determinados portais energéticos dentre
outros atributos. Os adeptos podem eleger um ou mais desses metais para focar
nos atributos individuais. Em tais casos, a ativação dependerá de uma descarga
energética mais intensa através das orações invocatórias ou evocatórias.
- Imolando um animal
Após riscar o ponto e ativá-lo através do sopro e das velas, imola-se um animal e
o sangue é derramado em cima desse desenho. As orações devem ser firmes,
diretas e repletas de energia.