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Esses tipos artificiais de poesia, contudo, naufragaram sob a força dos poemas e da pregação
crítica de Machado de Assis - que defendia a sobriedade tanto na forma de composição como no uso das
imagens -, e também da poesia de Gonçalves Crespo. Graças, principalmente, a esses dois escritores, o
parnasianismo brasileiro voltou-se ao que de melhor propunham os franceses:
Deve-se ressaltar que, com o advento do Modernismo, os parnasianos passaram a ser ferozmente
ridicularizados no Brasil. Sob a acusação de "pedantismo poético", a produção parnasiana foi
injustamente desprezada e esquecida. Deve-se, em grande parte, à lucidez crítica de Manuel Bandeira a
sobrevivência de poetas exemplares como Olavo Bilac, Alberto de Oliveira e Raimundo Correia. Para
Bandeira, eles foram "autores de uma obra equilibrada e harmoniosa", que "reagiu contra a incorreção e a
eloquência derramada dos românticos, criando em nossa língua uma técnica precisa e comedida".
Inseridos no movimento mais amplo do Realismo, os parnasianos demonstraram que o uso de
formas poéticas fixas - o soneto, o alexandrino, o rondó, etc. - e a correção gramatical não excluíam a
beleza e o vigor poéticos. Alguns desses poetas mostraram-se, segundo Antonio Candido e Aderaldo
Castello, "notáveis cantores da magia, da dúvida, da aspiração, do triunfo amoroso".
Crescente de agosto
Raimundo Correia:
Raimundo Correia (1860-1911): o melhor de sua obra está nos poemas em que traduziu o mais
profundo desencanto.
Fetichismo
Olavo Bilac (1865-1918): Em seus poemas há uma combinação da tradição clássica portuguesa com o
parnasianismo francês, refundida por um ardente temperamento plástico e retórico, no qual também se
destaca a perfeição formal, seja na pureza da língua seja na habilidade da versificação:
Vila Rica
Olavo Bilac
Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac nasceu em dezembro de 1865 no Rio de Janeiro.
Incentivado pelo pai cursou Medicina, mas abandonou o curso no último ano. Iniciou o curso de Direito
em São Paulo, contudo, foi outra faculdade que não conseguiu finalizar. A partir de então, o escritor
dedicou-se ao jornalismo e à literatura. Em 1896, foi um dos fundadores da Academia Brasileira de
Letras. Envolveu-se com os preceitos republicanos e nacionalistas. É autor do “Hino à Bandeira” escrito
em 1889. Por fazer sátiras ao governo de Floriano foi exilado em Ouro Preto, Minas Gerais.
Em conjunto com Raimundo Correia e Alberto de Oliveira forma a tríade Parnasiana brasileira.
É o autor mais popular do Parnasianismo e tem como princípios: a busca por perfeição na forma de
escrever (versos alexandrinos); a exaltação pelos poemas épicos da Antiguidade Clássica (Ilíada), o forte
lirismo; a inovação nos temas filosóficos de meditação; o descritivismo e nacionalismo, além de
linguagem com conotação sensual, como é o caso do poema “Sarças de fogo”.
Bilac teve uma vida voltada à participação na vida política, o que não o influenciou na
subjetividade de sua literatura. Em sua militância, iniciou campanhas cívicas a favor da alfabetização e
serviço militar obrigatório. Viveu uma vida solitária de muitas viagens à Europa, o que possivelmente o
fez refletir sobre a realidade sócio-política do Brasil, ao comparar as transformações entre os países.
Obras: Poesias: Paóplias, Via Láctea e Sarças do Fogo (1888), Sagres (1898), Poesias infantis
(1904); Tarde (1919).
Raimundo Correia:
Raimundo da Mota de Azevedo Correia nasceu em maio de 1859, a bordo de um navio no litoral do
Maranhão.
Formou-se em Direito pela Faculdade do Largo de S. Francisco, em São Paulo, e exerceu sua profissão no
cargo de Juiz de Direito no interior de Minas Gerais e do Rio de Janeiro. Casou-se com Mariana Sodré,
filha de ilustre família, em 1884. Em 1897 se tornou sócio fundador da Academia Brasileira de Letras.
Em 1883 publicou o livro “Sinfonias”, completamente voltado à estética parnasiana. Contudo, sua
primeira obra “Primeiros sonhos” ainda estava impregnada das características românticas. Pertencia à
chamada tríade do Parnasianismo no Brasil, fundada também pelos autores: Alberto de Oliveira e Olavo
Bilac. Em 1897 se tornou sócio fundador da Academia Brasileira de Letras. Sua temática, como de todo
poeta parnasiano, estava concentrada na exaltação das formas estruturais na composição do poema, na
contemplação da natureza, na perfeição dos objetos, na métrica rígida. Enfocava também um forte
pessimismo marcado por desilusão dos sonhos que podem não ser realizados. Veja a poesia “As
pombas”, na qual há presença da exaltação das formas, da métrica perfeita e da natureza:
Obras: Poesias: Sinfonias (1883); Versos e versões (1887); Aleluias (1891); Poesias (1898).
Alberto de Oliveira:
- Perfeição formal
- Métrica rígida
- Linguagem rebuscada e trabalhada
Alberto de Oliveira revela algumas características românticas, porém estava longe dos excessos
sentimentais do Romantismo.
Obras
VASO CHINÊS
VASO GREGO
Bibliografia:
Presença da literatura brasileira (história e antologia), Antonio Candido & J. Aderaldo Castello, Editora
Bertrand Brasil, 7ª edição, 1996.
Pequeno Dicionário de Literatura Brasileira, org. de José Paulo Paes e Massaud Moisés, Editora Cultrix, 1967.