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CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

Disciplina DEC012 – Laboratório de Materiais de Construção

Profª Dra. Júnia Soares Nogueira Chagas

Ensaio: Cimento Portland - Determinação da água da pasta de consistência normal

Norma de referência: NBR 16607:2018, NBR 16606:2018

Data do ensaio: 01/09/2022 Data da entrega do relatório: 11/09/2022

Integrantes do grupo:

1 -João Henrique Bicalho Ribeiro

2- Juliana Silmara Queiroz de Oliveira

3- Matheus Cabral
1 – Objetivos: Determinação da água de pasta de consistência normal, de acordo
com a norma da ABNT NBR 16606/2018, e dos tempos de início e fim pega, de
acordo com a norma NBR 16607/2018.

2 – Introdução teórica:

O Cimento CP V ARI, como o próprio nome diz, tem a peculiaridade de atingir altas
resistências já nos primeiros dias da aplicação, que se dá pela finura do material
que permite maior área de contato e, portanto, reações mais rápidas com a água,
além de não conter agregados, composto somente por clínquer e gesso.

A pasta de cimento com índice de consistência normal é definida como a mistura


padronizada do cimento e água que apresenta propriedade reológica constante, é
utilizada para a verificação de duas importantes características do cimento portland:
tempo de pega e instabilidade de volume devido à cal livre (BORJA, 2013).

A pasta é considerada normal quando a sonda de Tetmajer do aparelho de Vicat


penetra na pasta até uma distância entre 5 e 7 mm do fundo, esse ensaio é
normatizado pela Norma ABNT NBR 16606/2017.

Outra padronização para a massa cimentícia é relacionada ao início e fim do tempo


de pega do material, definidos pela Norma NBR 16607:2018, utilizando a agulha de
Vicat.

Como o cimento é o principal componente do concreto, qualquer alteração na


consistência, reologia ou tempo de pega da mistura tem consequências que
impactam na resistência, trabalhabilidade e duração do material final usado na
construção civil

.
3 – Procedimentos Experimentais:

3.1 - Materiais:

Para esta primeira prática, foram necessários os materiais descritos nos próximos
parágrafos Todos eles têm suas medidas caracterizados na norma NBR
16606/2018.
Uma balança, como a ilustrada na figura 1, com precisão de 0,1g. Um misturador
com cuba e pá de aço inoxidável, com velocidades de rotação caracterizados pela
norma NBR 16606/2018, este presente na figura 2.

Um conjunto de espátulas também foi necessário, sendo uma delas de borracha


semi rígida e outra de aço inoxidável. Também foi utilizada uma régua metálica de
com dimensões superiores ao molde utilizado. Este conjunto de ferramentas está
presente na figura 3.

Um molde (figura 4-G), com o formato de tronco do cone e de metal, foi necessário
para alocar a pasta de cimento. E um cronômetro com precisão próxima aos
segundos.

E por fim, o aparelho de Vicat (figura 4) foi utilizado. Composto por suporte(4-A),
haste móvel (4-B), sonda tetmajer(4-D), agulha de Vicat(4-C), parafusos(4-E),
escala graduada(4-F) e a placa de base(4-H).

Figura (1): Balança eletrônica.


Figura (2): Misturador (argamassadeira).

Figura (3): Conjunto de espátulas e réguas.

Figura (4): Aparelho de Vicat.


3.2.1 - Métodos (Determinação de consistência normal da pasta de cimento):

No momento do ensaio, o laboratório deve estar a uma temperatura de


aproximadamente 23°C. No momento da prática, a temperatura estava por volta
disso, porém a umidade do ar estava abaixo do recomendado, que é cerca de 50%.

O primeiro passo é a preparação do aparelho de Vicat, ajustando a marca zero da


escala com a placa base. Em seguida, a amostra de cimento é preparada,
permanecendo na sala de ensaio para homogeneização da temperatura.

A pasta de cimento é preparada com cerca de 500g de cimento e tentativas de


porcentagens de água, ambos com exatidão de 0,5g.O procedimento consiste em
colocar a água na cuba, adicionar o cimento e esperar 30 segundos. Após isso o
misturador é ligado por 30 segundos em velocidade lenta, pausar por 60 segundos e
nos trinta primeiros deve-se raspar a cuba com a espátula emborrachada. Por fim
deve-se ligar o misturador novamente em velocidade alta por mais 60 segundos.

A determinação da consistência é feita enchendo o molde com a pasta, e


removendo o excesso com a régua metálica fazendo movimentos de vai e vem sem
aplicar compressão sobre a pasta. Após isso, o molde é colocado sob o aparelho de
Vicat e a haste deve encostar na superfície da pasta. Após 45 segundos do fim da
mistura, a haste deve ser solta. A pasta tem consistência normal caso a haste
penetre cerca de (6+-1)mm da placa base após 30 segundos em que foi solta. O
ensaio deve ser repetido, com diferentes porcentagens de água, até encontrar a
consistência normal.

3.2.2 - Métodos (Determinação dos tempos de pega):

Os procedimentos de preparação da pasta e enchimento do molde permanecem o


mesmo dos citados no tópico 3.2.1.
Depois de um tempo de 30 minutos do enchimento do molde, ele é colocado sob o
aparelho de Vicat instalado com a agulha de Vicat. Após contato da agulha com a
pasta deve-se aguardar 2 segundos e soltá-la. A escala graduada deve ser lida
após 30 segundos, e o processo repetido em diferentes posições do molde em
mesmo espaçamento de tempo. Quando a distância entre a agulha e a placa base
for de (6+-2)mm, tem-se o tempo de início de pega.

Para determinar o tempo de fim de pega, a agulha deve ser alterada para tal função
e o molde invertido. O mesmo processo do último parágrafo pode ser repetido em
um espaçamento de tempo de 30 minutos. Quando a agulha penetrar 0,5 mm na
pasta, o tempo de fim de pega foi atingido. Neste momento não há marcas no corpo
de prova.

Quanto menor os intervalos adotados, maior a precisão desta prática;

4 – Resultados e Discussão:

Determinação Água Água Índice de


(%) (g) consistência (mm)

1° 36,5 182,5 1

2° 35 175 12

3° 37 185 0

Tabela (1): Demonstra a quantidade de água presente na pasta de consistência normal


A tabela acima mostra os três experimentos feitos respectivamente pelos três
grupos envolvidos, sendo o primeiro realizado pelo nosso grupo. Desse modo,
pode-se notar que nenhum dos resultados foram obtidos de forma coesa com a
norma, pois não foram obtidas pastas de consistência normal (se a sonda estaciona
entre 6 mm ± 1 mm do fundo da forma).

Os resultados dos experimentos podem apresentar falhas devido a alguns fatores.


Um dos fatores seria o tempo e intervalo para manusear os materiais, como as
misturas e descansos, que devido a qualidade dos aparelhos e erros na percepção
humana, podem ter sido medidos de maneira errada. Outro fator, são as condições
ambientais, que podem contribuir para a distorção dos resultados, caso o local dos
experimentos não apresentar temperaturas constantes, de aproximadamente (23 ±
2) °C e umidade relativa maior que 50%. Pois distorcendo essas condições, a
formação de cristais vai ser mais intensa devido ao aumento da velocidade das
reações, além disso, devido à baixa umidade, o cimento pode perder água para o
ambiente externo, alterando os resultados encontrados.

Nos experimentos os tempos das etapas de procedimento são curtos devido à alta
velocidade das reações da pasta de cimento, que como citado anteriormente,
podem interferir nos resultados. Além disso, a utilização da água destilada nos
experimentos serve para evitar a contaminação.

5 – Conclusões: A partir dos resultados e discussões mencionados acima, é


possível perceber que a porcentagem de água necessária para obtenção da
consistência normal da pasta de cimento é de aproximadamente 35,7% da massa
total, obtendo uma distância de 6

+/- 1 mm da placa de vidro, e com isso garantindo uma maior taxa de hidratação do
cimento sem ultrapassar a quantidade de água necessária, o que levaria ao
aumento no número de poros no material futuramente.
6 – Referências Bibliográficas:

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 16606: Cimento


Portland — Determinação da pasta de consistência normal. Rio de Janeiro. 2017.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 16607: Cimento


Portland — Determinação dos tempos de pega. Rio de Janeiro. 2018.

BORJA, E. V. Ensaios com cimento. Instituto Federal de Educação, Ciência e


Tecnologia – Rio Grande do Norte, 2013.

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