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INSTITUTO TÉCNICO DE SAÚDE DO BENGO

I.T.S.B

DISCIPLINA DE

ANESTESIA

TIPOS DE ANESTESIA, OS EFEITOS COLATERAIS DE CADA MEDICAMENTO,


MECANISMO DE ACÇÃO CADA MEDICAMENTO E PSICOLOGIA DO
MEDICAMENTO.

Nome: Maria Filipe


Classe:
Sala:03
Turma:
Período: Tarde
Especialidade: Enfermagem

O DOCENTE

____________________________

Ano Lectivo/2023
ÍNDICE

INTRODUÇÃO........................................................................................................................01
NASCIMENTO DA ANESTESIA: ANESTÉSICOS INALADOS.........................................02
TIPOS DE ANESTESIA E SEUS EFEITOS COLATERAIS.................................................04
1. ANESTESIA GERAL...........................................................................................................04
 Riscos da anestesia geral...............................................................................................04
2. ANESTESIA LOCAL...........................................................................................................05
 Riscos da anestesia local...............................................................................................05
3. ANESTESIA REGIONAL...................................................................................................05
a) Anestesia raquidiana.....................................................................................................05
b) Anestesia peridural........................................................................................................06
c) Bloqueio dos nervos periféricos....................................................................................06
d) Anestesia regional intravenosa......................................................................................06
e) Riscos da anestesia regional..........................................................................................06
4. SEDAÇÃO............................................................................................................................07
 Riscos da sedação..........................................................................................................07
MECANISMO DE ACÇÃO DE CADA MEDICAMENTO...................................................07
PSICOLOGIA DO MEDICAMENTO.....................................................................................08
CONCLUSÃO..........................................................................................................................11
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................................12
INTRODUÇÃO

Nos dias de hoje, em pleno século XXI, seria impensável submeter-nos a um


procedimento mais invasivo sem antes nos assegurarmos, através do uso de anestésicos, que
o mesmo seria indolor. No entanto, nem sempre foi assim – antes da descoberta da anestesia,
os procedimentos cirúrgicos assemelhavam-se a verdadeiros cenários de tortura para o
doente. Felizmente, atualmente essa não é uma preocupação, graças à curiosidade,
inteligência e estudo dos clínicos que desenvolveram a utilização de anestésicos inalados
para este fim. Mantém-se ainda hoje a controvérsia de a quem seria de atribuir a autoria dessa
descoberta – se ao dentista Dr. Morton, que foi o primeiro a demonstrar publicamente e
posteriormente publicar os resultados da utilização com sucesso anestésico do gás éter
durante um procedimento cirúrgico, ou ao médico de família rural Dr. Long, que conseguiu
provar que, anos antes de Dr. Morton, já ele teria usado o mesmo anestésico com sucesso em
pequenos procedimentos cirúrgicos por ele executados. Independentemente da autoria,
sabemos que estes e outros clínicos e químicos foram indispensáveis para o desenvolvimento
desta especialidade.

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NASCIMENTO DA ANESTESIA: ANESTÉSICOS INALADOS

A Anestesiologia é uma especialidade relativamente recente, ainda que existam


registos de procedimentos com o mesmo fim dos atuais desde há várias centenas de anos. De
todas as inovações obtidas neste campo, a conquista da dor é certamente uma das que mais
revolucionou a Medicina, tendo permitido inúmeros avanços nas várias áreas da mesma. Hoje
seria inimaginável submeter-nos a um procedimento mais invasivo sem antes nos
certificarmos que o mesmo é indolor. No entanto, nem sempre foi assim – estes atos eram
antes sinónimos de dor, e constituíam a principal preocupação do doente que era submetido
aos mesmos, e um dos principais problemas para o clínico que os executava também. Muitas
tentativas foram feitas no sentido de proporcionar alívio a estes doentes, como torná-los
inconscientes antes do procedimento cirúrgico, por exemplo, através de pancadas na cabeça,
que nada mais provocavam senão um possível traumatismo craniano. Foi então que se
percebeu que certos gases provocavam o efeito anestésico tão desejado – começando pelo
óxido nítrico e passando por tantos outros, até aos mais utilizados atualmente, os anestésicos
fluorados. Ainda que a autoria da descoberta da anestesia inalada esteja envolta em grande
controvérsia e incerteza, certo é que tal avanço permitiu tantos outros na mesma área, como
o desenvolvimento de máscaras e circuitos para administração dos gases, métodos e
instrumentos para realizar entubações endotraqueais

Em relação à traqueostomia e entubação endotraqueal, estas também surgiram, como


a maioria das vezes sucede, da necessidade. Desde o começo da utilização da traqueostomia,
em situações de obstrução da via aérea ou em vítimas de afogamento, foram salvas
incontáveis vidas, que de outra forma se viriam destinadas à morte certa. A entubação
endotraqueal também permitiu uma administração de gases anestésicos mais controlada, bem
como a garantia de segurança da via aérea em diversos procedimentos, entre muitos outros
avanços até ao dia de hoje. A Anestesia e a Otorrinolaringologia estão muito interligadas
desde o seu início pela partilha constante da via aérea, tendo uma influenciado a outra no
desenvolvimento de cada uma das Especialidades. Para além das especificidades de exigência
de um trabalho conjunto, como por exemplo na abordagem da via aérea difícil, as próprias
cirurgias ORL evoluíram muito com a evolução das técnicas anestésicas, ao conseguirem
proteger a via aérea, ou tornar os campos operatórios quase exangues, o que viria a permitir a
realização da microcirurgia e da cirurgia endoscópica nos diferentes territórios.

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A ideia inicial terá surgido com a utilização de óxido nítrico inalado, em 1844, quando
um dentista americano, Horace Wells, colaborando com Gardner Colton, um químico amador,
começaram a utilizar esta substância para minimizar a dor em extrações dentárias. No entanto,
numa demonstração pública da eficácia deste gás, popularmente conhecido como “gás
hilariante”, o mesmo não cumpriu os seus objetivos, de forma a que a sua utilização nunca
ganhou grande popularidade. Em vez disso, esta demonstração falhada deu azo à procura de
uma substância inalada que fosse mais eficaz para estes propósitos. Tendo assistido à
demonstração de Horace Wells, um dos seus colegas dentista, William Morton, iniciou a
busca de um anestésico melhor, tendo encontrado a possível solução através do
aconselhamento com o químico e professor de Harvard, Charles Jackson o éter inalado.

Este provou ser eficaz, quando em 1846 Dr. Morton, utilizando um dispositivo por
ele desenvolvido, administrou “Letheon” (preparação por ele patenteada de éter etílico)
num doente que nesse dia seria submetido à extração de um tumor vascular na
região do pescoço, com total sucesso anestésico – após a inalação do gás, o doente ficou
inconsciente, tendo permanecido assim durante todo o procedimento, acordando pouco
depois deste ter terminado, afirmando que não tinha sentido nenhuma dor, nem tinha
memória do sucedido. No entanto, apesar de esta ter sido aparentemente a primeira
demonstração bem sucedida do efeito anestésico do éter, existem registos de que em 1842,
cerca de quatro anos antes desta descoberta, já teria havido um outro médico americano, Dr.
Crawford Long, a utilizar este gás em cerca de oito pequenos procedimentos cirúrgicos. No
entanto, este médico de família de uma pequena zona rural, não tendo os mesmos contactos
que os dentistas e químicos acima mencionados tinham, nunca chegou a publicar ou a
demonstrar publicamente os resultados do seu achado.

Evidentemente, o éter apresentava várias desvantagens: era altamente inflamável,


provocava no doente uma indução prolongada, com grande incidência de náuseas e vómitos,
além de que possuía um odor bastante desagradável. Assim, após utilizar o éter por diversas
vezes para aliviar a dor durante o parto, o obstetra escocês James Young Simpson decidiu
procurar um anestésico mais vantajoso. Foi assim que, em 1847, o clorofórmio foi utilizado
pela primeira vez nesta área. No entanto, quem popularizou a sua utilização foi o médico
inglês John Snow, após utilizar o clorofórmio nos partos da Rainha Vitória.

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TIPOS DE ANESTESIA E SEUS EFEITOS COLATERAIS

Existem vários tipos de anestesia, que afetam o sistema nervoso de várias


formas através do bloqueio de impulsos nervosos, cuja escolha vai depender do tipo de
procedimento médico e do estado de saúde da pessoa. É importante que seja informado ao
médico qualquer tipo de doença crônica ou alergia para que seja indicado o melhor tipo de
anestesia sem que haja qualquer risco.

1. ANESTESIA GERAL

Durante a anestesia geral, são administrados medicamentos anestésicos que sedam a


pessoa profundamente, para que a cirurgia realizada, como cirurgia no coração, pulmão ou
abdominal, não provoque qualquer dor ou desconforto.

Os medicamentos utilizados deixam a pessoa inconsciente e causam insensibilidade à


dor, promovendo relaxamento muscular e causando amnésia, para que tudo o que acontece
durante a cirurgia seja esquecido pelo paciente.

O anestésico pode ser injetado na veia, tendo um efeito imediato, ou inalado através de
uma máscara na forma de gás, chegando na circulação sanguínea através dos pulmões. A
duração do seu efeito é variável, sendo determinado pelo anestesista, que decide a quantidade
do medicamento anestésico a administrar.  Os medicamentos mais usados na anestesia geral
são: benzodiazepinas, narcóticos, sedativos e hipnóticos, relaxantes musculares e gases
halogenados.

 Riscos da anestesia geral

Embora a anestesia seja um procedimento bastante seguro, poderá ter alguns riscos


associados dependentes de alguns fatores, como o tipo de cirurgia e da condição médica da
pessoa. Os efeitos colaterais mais comuns são enjoo, vômitos, dor de cabeça e alergias ao
medicamento anestésico.

Em casos mais graves, podem ocorrer complicações como parada da respiração,


parada cardíaca ou mesmo sequelas neurológicas em pessoas com saúde mais debilitada
devido a desnutrição, problemas cardíacos, pulmonares ou renais, por exemplo.

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Embora seja muito raro, pode acontecer que a anestesia tenha um efeito parcial, como
tirar a consciência mas permitir que a pessoa se mova ou a pessoa não se conseguir mover
mas sentir os acontecimentos à sua volta.

2. ANESTESIA LOCAL

A anestesia local envolve uma área muito específica do corpo, não afeta a
consciência e é normalmente usada em cirurgias pequenas como procedimentos dentários,
cirurgia do olho, nariz ou garganta, ou em conjunto com outra anestesia, como anestesia
regional ou de sedação. 

Este tipo de anestesia pode ser administrado de duas formas, aplicando um creme ou
spray anestésico numa pequena região da pele ou mucosa, ou injetando o medicamento
anestésico no tecido a anestesiar. A lidocaína é o anestésico local mais comum.

 Riscos da anestesia local

A anestesia local, quando usada corretamente é segura e quase não apresenta efeitos
secundários, no entanto, em doses elevadas pode ter efeitos tóxicos, podendo afetar o coração
e a respiração ou comprometer a função cerebral, já que doses elevadas podem atingir a
corrente sanguínea.

3. ANESTESIA REGIONAL

A anestesia regional é usada quando é necessário anestesiar apenas uma parte do


corpo, como um braço ou uma perna, por exemplo e existem vários tipos de anestesia
regional: 

a) Anestesia raquidiana

Na anestesia raquidiana, o anestésico local é administrado com uma agulha fina, no


líquido que banha a medula espinhal, chamado de líquido cefalorraquidiano. Neste tipo de
anestesia o anestésico mistura-se com o fluído espinhal e contacta com os nervos, levando à
perda da sensibilidade dos membros inferiores e da zona inferior do abdômen. 

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b) Anestesia peridural

Também conhecida por anestesia epidural, este procedimento bloqueia a dor e as


sensações de apenas uma região do corpo, geralmente da cintura para baixo. 

Neste tipo de anestesia, o anestésico local é administrado através de um cateter que é


colocado no espaço epidural que se encontra ao redor do canal espinhal, levando à perda de
sensibilidade dos membros inferiores e do abdômen.

c) Bloqueio dos nervos periféricos

Neste tipo de anestesia regional, o anestésico local é administrado ao redor dos nervos
responsáveis pela sensibilidade e pelo movimento do membro onde vai ser realizada a
cirurgia, podendo ser administrada uma variedade de bloqueadores do nervo.

Os grupos de nervos, chamados de plexo ou gânglio, que causa dor a um órgão ou


região do corpo específicos, são então bloqueados levando à anestesia de áreas do corpo como
o rosto, nariz, palato, pescoço, ombro, braço, entre outros.

d) Anestesia regional intravenosa

A anestesia intravenosa é um procedimento em que se coloca um cateter numa veia de


um membro, para que o anestésico local seja administrado, colocando-se ao mesmo tempo um
torniquete acima da área para que a anestesia permaneça no lugar. A sensibilidade é
recuperada quando se retira o torniquete.

A anestesia regional é normalmente utilizada durante procedimentos cirúrgicos


simples como durante um parto normal, em cirurgias pequenas como cirurgias ginecológicas
ou estéticas ou em ortopedia, por exemplo.

 Riscos da anestesia regional

Embora sejam raros, podem ocorrer efeitos colaterais como suor excessivo, infecção
no local da injeção, toxicidade sistêmica, problemas cardíacos e pulmonares, calafrios, febre,
danos nos nervos, perfuração da membrana que protege a medula espinhal, chamada de dura-
máter, podendo causar paraplegia.

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A perfuração da dura-máter também pode desencadear uma cefaleia pós-raquianestesia
nas primeiras 24 horas ou até 5 dias depois. Nesses casos, a pessoa  sente uma dor de cabeça
quando está sentada ou em pé e que melhora alguns minutos após voltar a deitar, podendo
estar associada a outros sintomas como náuseas, rigidez da nuca e diminuição da audição.
Numa boa parte dos casos essa cefaleia desaparece espontaneamente dentro de uma semana,
mas também pode ser necessário iniciar tratamento específico indicado pelo médico
anestesiologista.

4. SEDAÇÃO

A anestesia de sedação é administrada por via intravenosa e é geralmente usada em


associação com uma anestesia regional ou local, de forma a aumentar o conforto da pessoa.

A sedação pode ser leve, em que a pessoa está relaxada mas acordada, podendo
responder a perguntas do médico, moderada em que a pessoa normalmente dorme durante o
procedimento, mas pode ser acordada facilmente quando se faz uma pergunta ou profunda em
que a pessoa dorme durante todo o procedimento, não se lembrando do que se passou desde
que foi administrada a anestesia. Sendo leve, moderada ou profunda, este tipo de anestesia é
acompanhada de suplemento de oxigênio. 

 Riscos da sedação

Embora sejam raras, podem ocorrer reações alérgicas, dificuldades respiratórias,


alteração do ritmo cardíaco, enjoo, vômitos, delírio, sudação e infecção no local de injeção.

MECANISMO DE ACÇÃO DE CADA MEDICAMENTO

Os anestésicos locais bloqueiam a ação de canais iônicos na membrana celular


neuronal, impedindo a neurotransmissão do potencial de ação. A forma ionizada do anestésico
local liga-se de modo específico aos canais de sódio, inativando-os e impedindo a propagação
da despolarização celular. Porém, a ligação específica ocorre no meio intracelular, por isso é
necessário que o anestésico local em sua forma molecular ultrapasse a membrana plasmática
para então bloquear os canais de sódio. É provável que exista um segundo mecanismo de ação
dos AL, que envolve a inativação dos canais de sódio pela incorporação de moléculas de AL
na membrana plasmática (teoria da expansão da membrana plasmática). Esse segundo

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mecanismo de ação seria gerado pela forma não ionizada dos anestésicos locais, atuando de
fora para dentro. As fibras nervosas possuem sensibilidades diferentes aos anestésicos locais,
sendo as fibras pequenas mais sensíveis que as grandes, e as fibras mielizadas são bloqueadas
mais rapidamente que as não mielizadas de mesmo diâmetro. O bloqueio das fibras nervosas
ocorre gradualmente, iniciado com a perda de sensibilidade à dor, à temperatura, ao toque, à
propriocepção e finalmente perda do tônus músculo esquelético. Por essa razão os indivíduos
podem ainda sentir o toque no momento em que a dor já está ausente após aplicação do
anestésico local.

Na anestesia epidural, para se aplicar continuamente a anestesia local, um cateter fino


e flexível é inserido em um pequeno espaço peridural de apenas alguns milímetros. Como este
cateter é muito fino, há um pequeno risco de que ele possa se romper durante a inserção ou
remoção. Lidamos com esse cateter com máximo cuidado. Durante vários dias após a
cirurgia, você poderá sentir dor na parte posterior de sua cabeça e pescoço quando ficar em
pé. Isto pode acontecer após a anestesia raquidiana, ao passo que raramente acontece após a
anestesia epidural. Contudo, esta dor geralmente desaparece após alguns dias e não
permanece como um efeito secundário.

Apesar de prestarmos máxima atenção à administração dos anestésicos locais, em


raras ocasiões eles podem entrar em um vaso sanguíneo e causar sintomas de toxicidade.
Estamos sempre preparados para fornecer o melhor tratamento neste caso.

PSICOLOGIA DO MEDICAMENTO

A psicofarmacologia é o ramo da farmácia que trata de substâncias conhecidas como


psicotrópicas. As drogas psicotrópicas ou psicofármacos atuam de forma seletiva no sistema
nervoso central (SNC), sendo também conhecidas como agentes psicoativos ou
psicoterápicos. Desta forma, incluem nesta classe os fármacos que deprimem ou estimulam
seletivamente as ações do SNC, que devido a tais propriedades, fizeram reduzir de forma
considerável o número de internações em hospitais psiquiátricos.

Embora foram diversos os avanços observados na categoria dos psicofármacos, até o


momento não se conhece de forma bem estabelecida os mecanismos que levam às patologias
que afetam o SNC, e que causam os distúrbios mentais e emocionais. Desta forma, os
fármacos pertencentes a esta classe tem como objetivo o tratamento dos sintomas, e não a

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cura em finito, já que os mecanismos não são bem elucidados. Acredita-se que uma das razões
dos distúrbios e alterações ocorra por um desequilíbrio na concentração e/ou ação das aminas
cerebrais, substâncias que atuam regulando os mecanismos bioquímicos, fisiológicos,
psicológicos e clínicos deste sistema.

Em 1976 a Organização Mundial de Saúde (OMS) dividiu esses fármacos de acordo


com dois critérios: de acordo com a farmacologia (classificação farmacológica) e em relação à
ação terapêutica (classificação terapêutica). Com base na classificação farmacológica, esses
fármacos são divididos em sedativos ansiolíticos, antipsicóticos (neurolépticos),
antidepressivos, liberadores indiretos de catecolaminas, psicodislépticos ou alucinógenos,
metabólitos do SNC e antagonistas da serotonina. Quanto à classificação terapêutica, temos os
sedativos ansiolíticos, antipsicóticos (neurolépticos), antidepressivos, psicotogênicos e drogas
para sintomas de doenças neurodegenerativas.

Os agentes antipsicóticos, também conhecidos como neurolépticos, são usados no


tratamento da esquizofrenia. Apesar de não curar, produz calma e melhoram os sintomas desta
patologia, que incluem alucinações auditivas e visuais, sem afetar a consciência ou deprimir
os centros vitais. Também não causam a dependência física ou psíquica. Esses fármacos
podem ser divididos em: derivados fenotiazídicos (clorpromazina, flufenazina, etc.),
derivados tioxantênicos (clorprotixeno, cloridrato de tiotixeno), butirofenonas e
difenilbutilaminas (haloperidol, droperidol, pimozida, etc.) e agentes psicóticos diversos
(clotiapina, loxapina, sulpirida). O mecanismo de ação desses fármacos está em deprimir
seletivamente o SNC, atuando de formas diversas para exibir tal efeito, embora ainda não se
conheça os mecanismos exatos, havendo somente suposições.

Os agentes ansiolíticos, popularmente conhecidos como tranquilizantes, são aqueles


utilizados no tratamento da ansiedade. Quanto à classificação, podem ser divididos em:
carbamatos de propanodiol e compostos relacionados (meprobamato, tibamato, fenaglicodol),
benzodiazepinas (clordiazepóxido, oxazepam, diazepam, lorazepam, etc.) e compostos
diversos (hidroxizina, clormezanona).

O diazepam é o fármaco mais prescrito para o tratamento da ansiedade e tensão,


apresentando maior eficácia que o clordiazepóxido, sendo o mais vendido no mundo.
Também é utilizado na síndrome da abstinência alcoólica e como adjuvante à anestesia. Os

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efeitos adversos desses fármacos incluem sonolência (mais comum) e ataxia, vertigem,
cefaleia, fadiga, fraqueza muscular e icterícia (mais raros). Com doses elevadas e a longo
prazo podem provocar a dependência.

Os agentes antidepressivos, como o nome sugere, são utilizados no tratamento da


depressão, melhorando os sintomas. As principais classes são: compostos tricíclicos
(imipramina, amitriptilina, nortriptilina, doxepina, etc.), inibidores da MAO (fenelzina,
isocarboxazida, tranilcipromina, pargilina), sais de lítio e estrôncio (sais de lítio - acetato,
carbonato, glutamato - e o carbonato de estrôncio) e agentes antidepressivos diversos
(bupropiona, femoxetina, fluoxetina, etc.). A hipótese para o mecanismo de ação desses
fármacos é a de que atuem nas vias monoaminérgicas, principalmente nas catecolaminérgicas,
influenciando na produção, no armazenamento e/ou na recaptação das monoaminas.

Por fim, os agentes alucinógenos, também conhecidos como psicomiméticos,


psicodislépticos, psicodélicos, além de outras denominações, possuem pouca aplicação
terapêutica, sendo consumidos de forma ilegal, por produzirem efeitos alucinógenos. As
drogas desta classe incluem a LSD (dietilamida do ácido lisérgico), mescalina e psilocibina.

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CONCLUSÃO

O desenvolvimento e estabelecimento da especialidade de Anestesiologia como a


conhecemos hoje foi possível devido à curiosidade, inteligência e estudos realizados pelos
clínicos aqui mencionados, ficando tantos outros por mencionar, que também deram os seus
importantes contributos para esta área imprescindível da Medicina.

Percebemos que a Anestesia começou com a descoberta e utilização dos anestésicos


inalados, começando com o óxido nítrico e terminando, até agora, com os anestésicos
fluorados, passando pelo éter, clorofórmio, entre outros. Este processo envolveu muitos anos
de tentativa erro para conseguir chegar à realidade de hoje, o que nem sempre foi fácil, e que
inclusive envolveu uma grande disputa entre os envolvidos neste desenvolvimento. Antes
disto, a dor vinha de mão dada com qualquer procedimento mais invasivo, processo que se
assemelhava a uma sessão de tortura, realidade que hoje seria inconcebível.

Podemos assim concluir que, de todos os grandes feitos e descobertas que o avançar
dos tempos e as mentes brilhantes envolvidas nos mesmo nos trouxeram no campo da
Medicina, a capacidade de dominar a dor foi uma das mais importantes e revolucionárias,
especialmente no que diz respeito à medicina cirúrgica. Além disso, através da introdução de
traqueostomia e entubação endotraqueal, a mortalidade associada à não proteção da via aérea
foi drasticamente diminuída até aos dias de hoje. Estes avanços permitiram também, por
exemplo, o processo de entubação em vias aéreas difíceis, que de outra forma não seriam
possíveis de realizar.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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of Surgical Anesthesia: Discrepancies Regarding Its Authorship. Journal of Dental Research,
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Anesthesia. Journal of Investigative Surgery, 25:141–149.

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Books, 2019, 1º edição.

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7. Ryan LeVasseur, Sukumar P. Desai (2012), William T.G. Morton’s First Identified
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