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Ernesto Geisel
Shigeaki Ueki
DIRETOR-GERAL DO DNPM
PROJETO RADAM
PRESIDENTE
SECRETÁRIO EXECUTIVO
SUPERINTENDENTE ADMINISTRATIVO
João Batista Ponte
Volumes Publicados
V.1 -Parte das Folhas SC.23 Rio São Francisco e SC.24 Aracaju, 1973
V.2- Folha SB.23 Teresina e parte cia. Folha SB.24 Jaguaribe, 1973
V.3- Folha SA.23 São Luís e parte da Folha SA.24 Fortaleza, 1973
V.4- Folha SB.22 Araguaia e parte da Folha SC.22 Tocantins, 1974
V.5- Folha SA.22 Belém, 1974
Outros Produtos
Além dos mapas temáticos na escala 1:1.000.000 e relatórios relativos a este bloco, encontram-se à
disposição do público, os seguintes produtos finais:
2. Fotografias*
a) Infravermelhas - na escala 1:130.000 - cobrem a área de aerolevantamento em sua totalidade, tendo a
sua utilização limitada quando da presença de nuvens ou nevoeiro. Quando nítidas, no entanto, são de
grande utilidade para mapeamento.
Para sua escolha, dispõe-se de foto índices na escala 1:500.000.
3. Video Tape*
Na escala 1:23.000- para sua utiliiação se faz necessária aparelhagem especial de TV. Apresenta as mesmas
restrições das fotografias.
4. Perfis Altimétricos
Ao longo de cada linha de vôo (27 em 27 km), foram registrados perfis que fornecem a altitude relativa do
terreno. A aproximação absoluta é da ordem de 30 a 50 m. Encontram-se sob a forma original de registros
gráficos na escala horizontal aproximada de 1 :400.000.
5. Mapas Planimétricos
Na escala 1:250.000- em folhas de 1"o0' x 1"30'.
GEOLOGIA
GEOMORFOLOGIA
SOLOS
VEGETAÇÃO
USO POTENCIAL DA TERRA
RIO DE JANEIRO
1974
Publicação do Projeto Radam
Programa de Integração Nacional
CDD 558.1
SUMARIO GERAL
APRESENTAÇÃO
PREFACIO
LOCALIZAÇÃO DA AREA
GEOLOGIA
li GEOMORFOLOGIA
111 - SOLOS
IV - VEGETAÇÃO
A publicação deste 6~ Volume, a exemplo dos anteriores, procura preencher uma lacuna existente na
literatura sobre levantamentos de recursos naturais no Brasil, máxime porque fornece, paralelamente,
mapas temáticos específicos, com preciosas informações de onde e como devem ser orientados, por mais
diversificados que sejam, os projetos que venham a ser implantados.
Este volume, e os demais, é o resultado dos ingentes esforços da operosa e brilhante equipe do Projeto
RADAM, que tem, como conceito primacial, a norma de que não se pode conhecer um universo, seja
ordenado ou não, se não dispusermos de uma quantidade considerável de dados sobre as coisas que o
formam, e sobre as forças que o modelam.
E esses dados e essas forças, os técnicos do RADAM vêm e continuam colhendo e dimensionando, através
da excelência de sua metodologia, com base no sensoriamento remoto e nos profícuos e, muita vezes,
penosos trabalhos de campo na vastidão amazônica.
Destarte, vai sendo cada vez mais conhecido o setentrião do nosso País, no tocante aos aspectos da
Geocartografia, Geomorfologia, Geologia, Pedologia, Fitoecologia e do Uso Potencial da Terra
Não podemos deixar de consignar, aqui, nosso reconhecimento, ao Governo do Território Federal do
Amapá e à ICOMI, pelo apoio recebido durante a fase das atividades realizadas naquele Território, bem
como aos demais órgãos ou pessoas que, direta ou indiretamente, colaboraram na consecução de nossas
tarefas, alguns já citados, com muita justiça, nas edições anteriores desta coleção.
O que é a Amazônia? É realmente uma extensa planície? Ou se desdobra em vários tipos de relevo? É a
floresta homogênea? Heterogênea? E suas madeiras têm mercado consumidor? Onae? Em que
proporção? São os solos de fertilidade alta? Baixa? É promissora quanto à existência de minérios?
Quais? Onde? Que área ou áreas devem ser desenvolvidas e que atividades devem ser implantadas? Por
quê?
A cata das respostas a estas e outras perguntas tem orientado todos os trabalhos do RADAM que
procuram, no mais curto espaço de tempo e a baixo custo, fornecer uma visão real(stica das
potencialidades dessa imensa região.
Neste volume, à semelhança dos 5 (cinco) primeiros publicados, são discutidos os assuntos referentes a
Geologia, Geomorfologia, Solos, Vegetação e Uso Potencial da Terra.
A área corresponde à folha NA.22 e .parte da NB.22. As coordenadas são 0"00' e 4"30' N e 48"00' e
54° 00' W Gr.Abrange quase a totalidade do Território Federal do Amapá e parte do Estado do Pará. Sua
superffcie é de 136.450 km 2 .
A metodologia aplicada, descrita separadamente em cada uma das seções, permanece a mesma dos
trabalhos anteriores, em que se procurou utilizar ao máximo as informações provenientes de consultas
bibliográficas, interpretar cuidadosa e sistematicamente os dados fornecidos pelas imagens de radar e
outros sensores, discutir e avaliar os parâmetros obtidos pelos outros setores e coletar no campo as
informações e amostras necessárias à confecção das diversas cartas dentro da precisão requerida.
Cabe aqui o registro do entusiasmo e denodo com que os técnicos e homens de apoio se hão no meio da
selva, sob as condições mais adversas a fim de examinar o terreno, coletar um pequeno pedaço de rocha,
observar um perfil de solo, reconhecer as espécies vegetais e calcular seus volumes, entre outr"as
atribuições, de cujos estudos posteriores depende em grande parte o sucesso dos resultados finais. É
dada ênfase, principalmente, à verificação nos interfiúvios, onde pela primeira vez o homem alcança
aquelas regiões. São equipes que paciente e metodicamente desenvolvem durante todo o ano,
enfrentando as dificuldades inerentes a esse tipo de serviço, os trabalhos de coleta de tão preciosos dados.
O mapa e relatório de geologia apresentam uma nova visão estratigráfica da região, onde se caracterizam
geográfica e temporalmente as 5 unidades básicas: Complexo Guianense, Cinturão Orogênico
Tumucumaque-Vila Nova, a·s. rochas Alcalinas do Maicuru-Mapari, a Prov(ncia Tole(tica do
Oiapoque-Araguari e a Cobertura Cenozóica. Ao discutirem os trabalhos anteriores, associam as novas
evidências e sugerem modificações em muitos dos aspectos estratigráficos e estruturais. Cada uma das
unidades acima citadas é descrita pormenorizadamente em seus aspectos principais, ressaltando-se as
possibilidades de mineralizações em cada uma delas.
São recomendadas prospecções em diversas áreas, para cobre, chumbo, zinco, ouro, diamante, cassiterita,
tantalita, xenotima, cromo, níquel, alum(nio e elementos raros.
Os diferentes processos de formação dos diversos tipos de relevo são analisados na seção referente a
geomorfologia, que divide a área nas seguintes unidades morfoestruturais: Planaltos Residuais do Amapá;
Planalto -Rebaixado da Amazônia; Colinas do Amapá; Depressão Periférica do Norte do Pará e a Planície
Fluviomarinha Macapá-Oiapoque. Esta compartimentação é de importância fundamental para os estudos
de aproveitamento dos recursos naturais.
Por condicionantes geomorfológicos, são sugeridas áreas para implantação de rodovias e construção de
barragens.
A correta definição, posicionamento e extensão dos solos desta imensa região estão sendo pela primeira
vez revelados. São caracterizadas as classes de solos encontradas, bem como suas capacidades para
utilização agropecuária, tanto em relação ao sistema de manejo primitivo como ao desenvolvido. São
bastante valiosas as recomendações sugeridas nesta seção.
Após fazer uma descrição e análise dos diferentes tipos de vegetação (Floresta, Cerrado, etc.), suas
principais espécies características e, no caso das florestas, determinar seus volumes por unidade de área e
espécies, o Setor de Vegetação recomenda uma série de atividades que devem ser adotadas quanto à
exploração das potencialidades dos recursos naturais. Problemas ecológicos são discutidos. Aspectos de
pluviosidade e temperatura, e suas variações, são analisados por se constituírem fatores indispensáveis ao
manejo florestal e utilizações da terra.
As informações obtidas pelos outros Setores, a par de um levantamento bibliográfico que inclui aspectos
econômicos e o emprego de um cálculo matemático de natureza combinatória-probabilística, permite ao
grupo que compõe o Setor de Uso Potencial da Terra, a elaboração de mapas e relatórios que avaliam a
capacidade natural do uso da terra. Após discutir as diversas possibilidades econômicas da região, conclui
que a atividade de Exploração de Madeira é a que ,melhores perspectivas oferece, alert'àndo para as
implicações que possam dela advir.
Para a lavoura, as áreas de várzeas são as que apresentam melhores condições, muito embora as condições
de drenagem constituam impedimento a considerar, enquanto a pecuária tem grandes possibilidades nos
campos do Baixo Araguari. Faz comentários sobre aspectos ecológicos de uma grande área de Planfcie
Fluviomarinha do norte do Amapá e sugere uma integração interministerial com o objetivo do
aproveitamento em paralelo de toda uma imensa gama de recursos, visando a fixação e elevação do nfvel
da população local.
São propostas diversas áreas de Proteção ao Ecossistema, para Preservação da Flora e Fauna, para a
implantação de uma Floresta Nacional e de um Parque Nacional, além de indicar as áreas de Preservação
Permanente regulamentadas por lei.
OIAPOQlJE
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1- GEOLOGIA
DNPM/Projeto Radam- Av. Portugal, 54- ZC.82- Urca.- Rio de Janeiro, GB.
SUMARIO
RESUMO 1/9
ABSTRACT 1/10
1. INTRODUÇÃO 1/11
1. 1. Localização 1/11
1.2. Objetivo do Trabalho 1/11
1.3. Método do Trabalho 1/13
2. ESTRATIGRAFIA 1/14
1/3
2.2.3.3. Distribuição na Área 1/53
2.2.3.4. Geocronologia 1/53
2.2.3.5. Petrografia 1/53
2.2.4. Granito Mapuera 1/53
2.2.4.1. General idades 1/53
2.2.4.2. Posição Estratigráfica 1/54
2.2.4.3. Distriouição na Área 1/54
2.2.4.4. Geocronologia 1/54
2.2.4.5. Petrografia 1/54
2.2.5. Rochas Intermediárias, Básicas e U ltrabásicas 1/55
2.2.5.1 Genera Iidades 1/55
2.2.5.2. Litologias 1/55
2.2.6. Alcalinas Mapari 1/56
2 2.6.1. General idades 1/56
2.2.6.2. Posição Estratigráfica 1/56
2.2.6.3 Distribuição na Área 1/56
2.2.6.4. Geocronolog ia 1/56
2.2.6.5. Petrografia 1/56
2.2.7. Diabásio Cassiporé 1/58
2.2.7.1. General idades 1/58
2.2.7.2. Posição Estratigráfica 1/58
2.2.7.3 Distribuição na Área 1/58
2 2.7.4.Geocronologia 1/58
2 2.7.5 Petrografia l/58
2 2 8. Formação Barreiras 1/60
2.2.8.1 General idades 1/60
2.2 8.2 Posição Estratigráfica 1/61
2 2 8.3. Distribuição na Área 1/61
2.2.8 4. Litologias 1/61
2.2.9. Aluviões 1/61
2.2 9 1. General idades 1/61
2 2.9.2. Posição Estratigráfica 1/62
2.2 9.3. Distribuição na Área 1/63
2.2.10. Laterito 1/63
3 ESTRUTURAS 1/67
1/4
3.2.1. Estruturas do lpitinga 1/72
3.2.2. Estruturas do Vila Nova 1/72
3.2.3. Anticlinal do I ratapuru 1/72
3.2.4. Graben do lratapuru lí73
3.2.5. Falha do lnipaco 1/73
3.2.6. Falha do Cupixi 1/73
3.2.7. Falha do Tumucumaque 1/73
3.2.8. Corpos Circulares dos Rios Falsino, Cupixi, Paru, Mururé, lpitinga e Jari 1/73
3.2.9. Corpos Intrusivos Básicos 1/75
3.2.10. Corpos Tabulares 1/76
1/5
5.2.9.1.1. Rio Uaçá 1/101
5.2.9.1.2. Rio Oiapoque 1/101
5.2.9.2. Região Calçoene-Cassiporé 1/101
5.2.9.3 Região Araguari-Amapari 1/101
5.2.9 3 1. Rio Amapari até o rio Fel ício 1/101
5.2.9.3.2. Rio Cupixi 1/102
5.2.9.3.. 3. Igarapé Jacaré 1/102
5.2.9.4. Região Vila Nova 1/102
5.2.9.4.1. Igarapé Leão 1/102
5.2.9 4.2. Igarapé Bernardes 1/102
5.2.9.4.3 Sondagem Gaivota 1/102
5.2 9.4.4. Sondagem Leãc 1/103
5.2.9 4.5 Rio Flexal 1/104
5.2.9.5. Região Jari-Paru 1/104
5 2.10 llmenita e Rutilo 1/105
5.2.11 Zircão e Monazita 1/105
5.2 12 Diamante 1/105
5.2 13. Pedras Semipreciosas 1/106
5.2. 14. Caulim 1/106
5.2.15 Coríndon 1/106
5.2.16. Pirita 1/106
5.2.17. Talco 1/106
5.3. Possibilidades Metalogenéticas da Área 1/106
5.4. Situação Legal dos Trabalhos de Lavra e Pesquisa Mineral na Área 1/109
5.4 1. Decreto de Lavra 1/109
5.4.2. Alvará de Pesquisa 1/109
5.4.3 Pedidos de Pesquisa 1/110
6. CONCLUSOES 1/112
7. RECOMENDAÇOES 1/113
8 BIBLIOGRAFIA 1/114
1/6
TABU A DE ILUSTRAÇÕES
MAPA
Geológico (em envelope anexo)
FIGURAS
1. Folha NA/NB.22 Macapá, localização 1/12
2. Diagrama Eh-pH, segundo Garrels e Christ ( 1965) 1/65
3. Diagrama Eh-pH, segundo Pourbaix ( 1966) 1/65
4. Folha NA/NB.22 Macapá, distribuição dos lateritos 1/66
5. Diagrama das feições estruturais da Folha NA/NB.22 Macapá 1/68
6. Esquema das direções de foliações, fraturas e falhas de rejeitas horizontais, segundo
a concepção de Moody e H i li ( 1956). Complexo Guianense. 1/69
7. Esquema de dobramentos, foi iações, fraturas e falhas com rejeitas horizontais,
segundo a concepção de Moody e Hill (1956). Gnaisse Tumucumaque. 1/io
8. Esquema de dobramentos e falhas de rejeitas horizontais, segundo a concepção de
Moody e Hill (1956). Grupo Vila Nova. 1/71
9. Esquema da Falha do Cupixi (falha de rejeito horizontal) e fraturas, segundo a
concepção de Moody e Hill (1956). Falha condicionada pelo Lineamento Tumucu-
maque. 1/74
10. lsócrona de referência Rb-Sr, em rocha total, da Serra do Navio, construída
utilizando-se dados apresentados por Hurley etalii (46) (1968). 1/82
11. lsócrona de referência Rb-Sr, em rocha total, Granodiorito Falsino Amapá. 1/82
12. Localização das amostras do Território Federal do Amapá, com determinações
Rb/Sr e K-Ar. 1/87
ESTAMPAS
1. Contato entre os xistos do Grupo Vila Nova e polimorfitos do Complexo
Guianense.
2. Corpo maciço (Granito Mapuera, rio Jari).
3. Diques e sills (?)de diabásios (Diabásios Cassiporé).
4. Contato entre Complexo Guianense e Formação Barreiras (Terciário).
5. Estruturas dobradas do lpitinga.
FOTOS
1. Migmatito, (Complexo Guianense)
2. Migmatito, estrutura oftalmítica (Complexo Guianense)
3. Cataclasito (Complexo Guianense)
4. Gnaisse (Complexo Guianense)
5. Granulito básico (Complexo Guianense)
1/7
6. Granulito ácido (Complexo Guianense)
7. Hornblenda-piroxênio-granulito (Complexo Guianense)
8. Hornblenda-piroxênio-granulito (Complexo Guianense)
9. Hornblenda-piroxênio-granulito (Complexo Guianense)
10. Silimanita-cordierita-plagioclásio gnaisse ou kingisito (Complexo Guianense)
11. Hornblenda-gnaisse (Gnaisse Tumucumaque)
12. Anfibolito (Grupo Vila Nova)
13. Anfibolito (Grupo Vila Nova)
14. Ortoanfibolito (Grupo Vila Nova)
15. Ortoanfibolito (Grupo Vila Nova)
16. Silimanita-quartzito (Grupo Vila Nova)
17. Magnetita-quartzito (Grupo Vila Nova)
18. Albita-muscovita-quartzo-xisto (Grupo Vila Nova)
19. Sericita-muscovita-quartzo-xisto (Grupo Vila Nova)
20. Andaluzita-xisto (Grupo Vila Nova)
21. Talco-antofilita-xisto (Grupo Vila Nova)
22. Alcalina Mapari
23. Alcalina Mapari
24. AI cal i na Ma pari
25 Hornfels (Complexo Guianense intrudido por Granodiorito Falsino)
26. Granófiro básico (Diabásio Cassiporé)
27. Oiapoque, Aluviões e Grupo Vila Nova
28. Lourenço, Gnaisse Tumucumaque
29. "lsland mountains" gnáissicos em área do Complexo Guianense
30. Serras de metassedimentos do Grupo Vila Nova
1/8
RESUMO
O relatório objetiva explicar os fatos geológicos significantes da área, sintetizar os dados de acordo
com o desenvolvimento estrutural e a evolução geológica e, finalmente, fazer considerações de ordem
econômica sobre os depósitos e ocorrências minerais.
Descreve também nos diversos capítulos o conteúdo, objetivo, as dificuldades de coletar e avaliar as
informações da literatura, e as dificuldades de interpretação da correlação de fenômenos das áreas
cratônicas das Guianas.
Com base nas evidências faz a apresentação sistemática da localização e características do Complexo
Guianense, Faixa Orogênica Tumucumaque - Vila Nova, Alcalinas Maicuru-Mapari, Província
Toleítica Oiapoque- Araguari e das coberturas sedimentares cenozóicas da Plataforma do Amapá. São
apresentadas as relações petrográficas e geocronológicas de todas as unidades mapeadas.
Essa primeira parte provê a base geológica para a apresentação do estudo sobre as possibilidades
metalogenéticas. A partir desse ponto são apresentados e discutidos os distritos de manganês e ferro,
?e estanho, nióbio, tântalo e ouro. Também são incluídas as ocorrências de bauxita, diamante,
1lmenita, monazita e outros.
1/9
ABSTRACT
The results from the geologic reconnaissance, based chiefly on the interpretation of radar imagery
complemented with field checking, are presented as covering an area of about 136.450 square
kilometers at northern Braz i I (Amapá Territory and State of Pará).
The .repon has a threefold purpose: to explain the significant geologic facts in the area, to sum up the
data according to the structural development and the geological evolution, and to offer some
considerations of economic nature on the minerais occurrences and deposits.
Scope, subject matter and the difficulties to collect and evaluate information from lhe literature are
described, as well as the difficulties for interpreting the correlation of phenomena of the Guianas
craton ic areas.
Based on the evidences shown, an attempt is made to present a logical account of the location and
characteristics of the Guianense Complex, the Tumucumaque--Vila 1\lova orogenic belt, the
Maicuru-Mapari alcaline rocks, the Oiapoque-Araguari toleitic province, and Lhe Cenozoic
sedimentary covers of the Amapá platform.
Petrographic and geochronological relationship among ali the mapped units are also presented.
The study provides the geological background for the investigation on the area's rneLalluy~i,ei.Íc
possibilities. The manganese, iron, tin, niobium, tantalum and gold districts are shown and discussed,
as well as the occurrences of bauxite, diamonds, ilmenite, monazite and other minerais.
1!10
1. INTRODUÇÃO
1/11
GUIANA
FRANCESA
. oSO
f'&( IO
~ /lho Mexiono
1/12
1.3. Mi:TODO DE TRABALHO petrográficos e, por último, confirmação por de-
terminações geocronológicas; as unidades "mor-
Concordante com a metodologia estabelecida foestruturais fotogeológicas", assim controladas,
para os trabalhos do Projeto RADAM e, em puderam ser individualizadas até litoestratigrá-
particular, com a adotada para esses estudos nas ficas ou, outras vezes, marcadamente englobadas
áreas amazônicas, as tarefas, até chegar a este nestas últimas durante a reinterpretação final.
Relatório e Mapa Geológico da Folha Macapá,
tiveram desenvolvimento que aqui deve ser
mencionado. Por outro lado, o avanço do reconhecimento nas
áreas do Cráton Guianês, até Roraima, permiti-
ram visão de conjunto necessária a uma integra-
A área foi inicialmente abordada - interpretação ção que envolveu, como nesta área não poderia
de imagens SLAR - quando ainda estavam deixar de ser, os dados de territórios além de
sendo feitas pela Equipe as primeiras tentativas nossas fronteiras nacionais.
em mosaicos de regiões não sedimentares, com
relevo movimentado e cobertas por floresta. A
resposta que estas imagens proporcionam ao Os mosaicos semicontrolados de imagens de
bandeamento dos metassedimentos, a homoge- radar, na escala 1:250.000 são a base principal
neidade de sua ausência nas litologias mais duras, do trabalho, quer nas fases de interpretação,
e o realce às feições estruturais, ensejou, àquela quer no controle de campo. Este último foi feito
altura, uma interpretação mais expedita, "Mapa utilizando-se as estradas da região, os acessos
de Estilos Tectônicos", no qual as unidades fluviais e na metade oeste da área a abordagem
"bandeada-não bandeada-i ntrusivas", foram tô- aérea por hei icóptero, sendo entretanto prece-
nica na legenda. ~ certo que apesar da experiên- dido por sobrevôos a baixa altura com tomada
cia profissional de alguns dos geólogos, com anos de ·tatos obl fquas (para registro de detalhes
de reconhecidos trabalhos em Pré-Cambriano e geológicos e apoio logfstico às missões de
no Amapá, as imagens em mosaicos, em algumas campo).
áreas, foram então mais "mapa-base", onde eram
plotadas informações prévias, do que propria-
mente material onde os parâmetros obtidos Cabe registrar a colaboração recebida da I ndús-
nessas áreas conhecidas, pudessem, em grau de tria e Comércio de Minérios S.A. (ICOMI) e da
confiabilidade maior, ser extrapolados por inter- Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais
pretação, como seria mais conveniente ao elabo- (CPRM), assim como nossa homenagem a
rar o mapa preliminar para controle de campo na Fritz Louis .Ackermann, a cujo pioneirismo e
etapa seguinte. técnica fica o crédito de considerável parcela do
conhecimento geológico regional e dos recursos
minerais do Território Federal do Amapá Na
equipe de autores, nossas principais atividades
Superada esta fase de "Estilos", tanto no Amapá foram assim distribu fdas: Lima, na interpretação
como nas demais áreas, foi possível, através de e elaboração final do Mapa Geológico; Montai-
rigoroso controle de pontos e seções amostradas vão e lssler, na redação da maior parte do Rela-
- quer pelo RADAM, quer por outros (obtidas tório; Oliveira, como responsável pelas atividades
nas mais diversas fontes da literatura geológica de campo; Basei, pela interpretação dos dados
sobre a Folha) - chegar a identificar as unida- geocronológicos e executor das determinações
des litoestratigráficas que o método e a escala em amostras RADAM; Araújo, pelo estudo pe-
permitiram. Isto se fez através da manipulação trográfico e Silva pela coordenação e orientação
de maior número de daoos de campo, dados geral de todas as fases.
1/13
2. ESTRATIGRAFIA
A Folha NA/NB.22 Macapá, abrange a porção Associados ao Grupo Vila Nova, mas com
mais oriental do Cráton Gu ianês. Esse Cráton caracteres pós-orogênicos, ocorrem maciços de
representa uma parcela muito antiga da crosta rochas intrusivas intermediárias, básicas e ultra-
terrestre, cuja cratonização deve ter sido reali- básicas, tais como: granodioritos, dioritos,
zada em torno de 1.800 MA. A análise litoestra- quartzo dioritos, piroxenitos e peridotitos.
tigráfica evidencia que ele é produto de uma
sucessão geossinclinal, profundamente erodida e A esta fase pós-orogênica pertencem o Granodio-
recoberta na sua borda leste por depósitos terciá- rito Falsino e Granito Mapuera (biotita e rie-
rios e quaternários, que assomam desde o alto beckita granitos), bem como vulcânicas ácidas-
Uaçá (Barreiras) e foz do Oiapoque (aluviões). riolitos do Paru, e efusivas intermediárias -
até Macapá. traquitos.
Vastas regiões dessa área cratônica são formadas Determinações radiométricas efetuadas no Gra-
por terrenos pré-cambrianos, cujos tectonitos nodiorito Falsino, pelo método Rb/Sr, em qua-
estão orientados segundo NW-SE a WNW-ESE. tro maciços, possibilitaram estabelecer uma
isócrona de 1.746 MA.
A unidade basal é o Complexo Guianense, de
fácies mesometamórfico a catametamórfico, Um episódio de metamorfismo dinâmico devido
constituído de granulitos, gnaisses, anfibolitos, a reajustes isostáticos, desenvolveu uma faixa de
rnigmatitos, granitos e granodioritos. A orogêne- cataclasito, milonito e brecha de falha, sobre as
se que deu origem a esses mesometamorfitos e rochas do Grupo Vila Nova e Complexo Guia-
catamorfitos, remonta a idades além de 2.550 nense. Essa fase de tectônica ruptura!, com rumo
MA - Ciclo Guriense. Todavia, evento orogené- N 40°- 60°E, se estende por mais de 240 km,
tico posterior, causou um rejuvenescimento iso- desde o rio Jari ao Falsino, sendo datada em
tópico nas rochas do Complexo, pois datações 1.000 MA, Episódio Jari-Falsino, correlacionável
acusam idades entre 2 100-1.800 MA - Ciclo ao episódio de escala regional que afetou o
Transamazônico. Cráton Guianês no Suriname, República da
O conjunto metamórfico, imediatamente sobre- Guiana e Venezuela, denominado de maneira
posto, é o Grupo Vila Nova, de fácies epimeta- geral de Episódio K'Mudku ou Nickerie, cujos
mórfico a mesometamórfico, constituído de dados geocronológicos situam-no em
quartzitos, anfibolitos, itabiritos, quartzo-mica- 1.300-800 MA
xistos, rochas cálcio silicatadas, biotita-xistos,
biotita-granada-xistos, hornblenda-xistos, si I ima- Parece que a porção mais oriental do Cráton
nita-xistos, tremolita-actinolita-xistos, serpenti- Guianês, foi uma área submetida a epirogênese
nitos, granatitos e mármores manganesíferos. positiva, desde o final do Pré-Cambriano até o
Esses metamorfitos derivam de uma sedimenta- início do Terciário, pois faltam, realmente, os
ção geossinclinal, psamítica, pelítica, com lentes registros de sedimentação Paleozóica e Mesozói-
de calcário manganes(fero, sequências quartzosas ca, cf. Guerra (41) ( 1952).
ferríferas, impurezas carbonosas e aluminosas;
vulcanismo básico e ultrabásico associado. A Na reativação Permo-Triássica falhamentos an-
orogênese que originou o Grupo Vila Nova, tigos foram rejuvenescidos, manifestando-se a tec-
segundo as datações disponíveis, se efetuou tônica com maior intensidade na região costeira e
entre 1.800-2.100 MA - Ciclo Transamazônico. suas proximidades; nessas zonas de fraqueza,
1/14
QUADRO 1 - Sumário da Estratigrafia Folha NAINB.22 Macapã
Cronologia Litoestratigrafia
Idade Absoluta Unidade Litoestratigráfica S(mbolo Litologia
Era Perlodo
106 Anos
Sedimentos arenosos, siltosos e argili-
Quaternário Oa tos (ambiente marinho e deltaico-
fluviall.
Discordância
Arenito ferruginoso, argilito, siltito,
Terciário Barreiras Tb caulim e bauxito.
Discordância
"'
u
:(5 Diques e stocks de diabâsio e gabro;
N Permo-T riãssico 180-250 Diabâsio Cassiporé PTRc
2CP basalto associado.
~
Discordância
AI cal i-Sienito-Nefelina Sienito-
Alcalinas Mapari pcÀm
Litchfieldito.
Traquito e wlcanisrno ácido (rio
Pré-Cambriano
1.350-1.746 Paru), biotita granito, riebeckita gra-
Superior C
pey Jl. f/peyrm nito, pegrnatitos, graisens, veios de
quartzo, gabro, diorito, granodiorito,
Granodiorito Falsino-Granito homblendito, piroxênito e perido-
Discordância Angular _ _ _..:.M:..:capu=:::e:.:r.=ac_________n_·t_o_.- - - - - - - - - - - - -
Actinolita-tremolita xistos, serpenti-
nito, talco xisto, quartzitos, itabiritos
Pré-Cambriano e lentes de ferro, rnangano xistos,
1.800-2.200 Grupo Vila Nova p€vn
Médio gonditos e lentes de manganês, mus-
covita-biotita xisto quartzito e silirna-
nita quartzito e anfibolitos.
Discordância Angular
Granito e granodiorito porfiróide
(anatexia e metassornâticol.
Migrnatitos - Estruturas: bandeadas,
ptigmâtica, oftalm(tica, brechada, do-
brada, flebl rtica, nebul (tica. Paleos-
sorna constitu(do de anfibolito e
gnaisse.
Anfibolitos. Gnaisses: biotita-plagio-
dâsio-gnaisse, hornblenda-biotita-pla-
Pré-Cambriano Complexo Guianense p€gu gioclâsio-gnaisse hornblenda-pla-
Inferior a Médio 2.300-2.600 (Gnaisse Tumucumaque) (gutl gioclâsio-gnaisse, silimanita-gnaisse e
kinzigito.
Granulitos- Hiperstênio granito gra-
nulito, hipersténio gabro granulito
com variedades ricas em hornblenda,
quartzo pertita granulito (ortopiroxê-
nio-plagioclãsio granulito subfâcies e
h o rn bl enda-ortopi roxênio-plagio-
clâsio granulito subfâciesl.
1/15
ascenderam magma básico de caráter toleftico, Deve ter sido uma região submetida a epirogê-
que na Folha NA/NB.22 Macapá, se e><pressa nese positiva após o Pré-Cambriano superior,
pelo enxame de possantes diques, aproximada- pela ausência de unidades sedimentares de todo
mente paralelos - Alinhamento Cassiporé, de Paleozóico e Mesozóico - excetuando a manifes-
rumo N 0°- 50° W. Esse episódio é denominado tação toleítica do Cassiporé (Permiano e Triás-
Cassiporé, e seu registro geocronológico, pelo sico).
método 1</ Ar, situa-se entre 250 - 180 MA. Pos-
sivelmente, durante a reativação l<unguriana- As coberturas sedimentares do Cenozóico se
Scythiana, um intervalo tafrogênico originou o restringem à orla do Atlântico. O Barreiras
Graben do lratapuru, localizado nos domínios aflora desde Macapá até o Uaçá, numa estreita
do Gnaisse Tumucumaque, estrutura esta com banda que se adelgaça, rumo ao norte, sob a
rumo N 55° W, se alongando desde a confluência forma de platôs de cotas baixas, sendo consti-
dos rios Jari e Mapari até 55 km no rumo SE. tul'do por lutitos, ruditos e rudáceos. O Quater-
nário sedimentar está em uma faixa litorânea de
O Terciário, desde o Uaçá até Macapá, ocorre largura variável, desde o Oiapoque até Macapá,
numa estreita banda, e é representado por uma constituindo vastas áreas de planfcies de inunda-
sedimentação de pelitos, psamitos e psefitos da ção (tida! flats) e pantanosas (tida! marshs) e
Formação Barreiras, que em toda a extensão lagoas residuais, com uma sedimentação mista,
oeste transgride sobre rochas do Comple)(O marinha e fluvial.
Guianense.
Com o objetivo de idmttificar esses eventos,
O Quaternário, como feição de relevo, é uma espacial e temporalmenie, foi a área dividida em
área alongada, de largura variável, que se estende Províncias Geológicas:
desde Macapá até a foz do Oiapoque, formando
extensas áreas aplainadas de inundação, possuin· - Cráton Guianês
do uma sedimentação mista, marinha e rluvial. ~ Ernbasarnenlo Guriense
-- f=ab<a Orogênica ·rumucumaque-Vila
Nova
-~ F'rov(ncia 1\lcalina Maicl!ru -Mapari
2.1. PROVfNCIAS GEOlÚGICAS --Província ·loleíllca (li::1poque--Araguari
c-- Cobertura Ceno:zrric~l ,(<l !l!éJLaforrna do
Na Folha NA/NB.22 Macapá, há no mínimo dois Amapá
conjuntos de rochas metamórficas pré-cam-
bt ianas, separadas por uma inconformidade. Os
metamorfitos (orto e parametamorfitos) da área,
se apresentam dobrados em estilos diferentes,
falhados e metamorfizados em graus mei.amórfi- A Folha NA/f\IB.22 IVIacapá, abnmge a porção
cos diferentes também, bem como forarn suas oriental do Crálon Guianês, de lss!er
rochas remobilizadas e rejuvenescidas no inter· (49) (1974), correspondcndo ao Nt'tcleo Cratô-
valo de duas orogêneses, no mínimo, e episódios nico Guianês, de Suszczy1tski ( l08) ( 19"70). e ao
de metamorfismo dinâmico subseqüentes. 'T oucl ier GuyamJis", de Choubert (2:::i) ( 1957).
Existem indícios de uma fase de reativação do /,u sul o Cráton Guianês é separado do Cráton
cráton exemplificada pela tectônica ruptura! da do Guaporé, pela Sinéclise do Amazonas; a oeste
região costeira e suas proximidades com a tem I imites pelo urenoco ou ate os con traTOr Les
intrusão de um enxame de possantes diques de andinos e a norte e leste pelo oceano Atlântico,
carátm l.oleítico. numa exiensão superior a 2.000 km. Essa vasla
1/16
região compreende diversos tratos: Colômbia, Com relação à porção oriental do Cráton Guia-
Guiana venezuelana, Território Federal de Ro- nês, abrangido pelo mapeamento de reco-
raima, República da Guiana, Suriname, Guiana nhecimento da Folha NA/NB.22 Macapá, foram
Francesa, Território Federal do Amapá, bem identificados núcleos de rochas muito antigas,
como partes dos estados do Amazonas e Pará. com idades superiores a 2.550 MA, correspon-
dendo ao Ciclo Orogênico Guriense, idades estas
O Cráton Guianês, representa uma parcela muito determinadas nos metamorfitos mesozonais e
antiga da crosta terrestre, cuja cratonização deve catazonais do Complexo Guianense.
ter sido realizada em torno de 1.800 MA. Os
dados cronoestratigráficos também evidenciam E de acreditar-se que esses núcleos de rochas
que ele é produto de sucessão geossinclinal, pro- muito antigas do Complexo Guianense sejam os
fundamente erodida e recoberta em toda a orla remanescentes de um Geossincl ínio Trans-
atlântica por depósitos terciários e quaternários, guiano-Amazoneano, pré-Transamazônico, pro-
ao sul por depósitos marinhos paleozóicos da Si- fundamente erodido e arrasado, cujos limites,
néclise do Amazonas. difíceis de precisar, abarcavam, no entanto, com
toda probabilidade, mega porções das Guianas e
Vastas porções desse Cráton são formadas de Amazônia.
terrenos pré-cambrianos, cujos tectonitos estão
orientados segundo NW-SE a WNW-ESE. Graniti- Por ocasião do desenvolvimento e evolução do
zação, vulcanismo, plutonismo e uma extensa Geossincl íneo Guiano-Eburneano, de Choubert
cobertura sedimentar de plataforma (Formação (24) ( 1969), mui tas das rochas metamórficas do
Roraima), são os eventos mais significantes da Ciclo Orogênico Guriense, foram retomadas pelo
evolução geológica desse Cráton. metamorfismo regional (remobilizadas e rejuve-
nescidas) originando tectonitos orientados se-
As unidades foram individualizadas num certo gundo NW-SE a WNW-ESE, e cujas rochas da
número de Complexos, Associações, Grupos e infra-estrutura - Complexo Guianense, forne-
Formações, cujos nomes variam de um território cem também idades correlacionáveis ao Ciclo
a outro, mas cujos trabalhos de datações geocro- Orogênico Transamazônico, cujos metamorfitos
nológicas, a partir de 1963, já permitem confir- da superestrutura do Geossincl ínio Guiano-
mar boas correlações estratigráficas. Eburneano, representados. pelo Grupo Vila
Nova, assemelham-se a uma seqüência eugeos-
Neste particular devem ser citados os trabalhos sinclinal, grosso modo, vulcano-sedimentar, com
de Choubert (22) (1964), na Guiana Francesa; índices de Fe e Mn superior ao Clarke desses
Priem et ali i (88-93) ( 1966 a 1973), no Suri- elementos. Morfologicamente os metamorfitos
name e Guiana Venezuelana; Snelling e do Grupo Vila Nova, se expressam por serras
Me Connell (106) (1969), Williams etalii (118) alongadas com direção NW-SE e WNW-ESE. De
(1967), Berrangé (16) (1973), na República da um modo geral, essas rochas sofreram uma
Guiana; Chase (21) (1964), Kalliokoski (50) profunda meteorização, com a formação de
(1965), Massachusetts lnstitute of Tecnology óxidos negros de Mn (criptomelana, pirolusita,
(69) ( 1967-1968), na Venezuela. polianita, manganita, wad e outros) - Distrito
da Serra do Navio.
Numerosas determinações geocronológicas con- Representando um evento pós-orogênico associa-
cernentes à Venezuela e Território Federal do do ao Grupo Vila Nova estão os maciços de
Amapá, foram realizadas por Almeid~ et alii (9) rochas intrusivas intermediárias, básicas e ultra-
(1968), Hurley et alii (46) (1968) e Cordani (26) básicas, tais como granodioritos, dioritos, quart-
(1973). zo-dioritos, piroxenitos e peridotitos.
1/17
Cessados os movimentos diastróficos, o Cráton Os gnaisses são bastante abundantes, e assomam
Guianês foi sede de reajustes isostáticos com um em grandes áreas. Os tipos identificados foram:
episódio de metamorfismo dinâmico - desenvol- biotita-gnaisse, biotita-plagioclásio-gnaisse, bioti-
vimento de uma faixa de cataclasito, milonito e ta-hornblenda-gnaisse, biotita-microclina-plagio-.
brecha de falha - envolvendo principalmente as c I ás i o-g na i sse, si I i m an ita-plagioclásio-perti-
rochas do Grupo Vila Nova e Complexo Guia- ta-gnaisse. Os tipos mais freqüentes são os
nense: Lineamento Jari-Falsino, datado em biotita-plagioclásio-gnaisse e hornblenda-plagio-
1.000 MA. clásio-gnaisse. Os gnaisses em certas áreas foram
intrudidos por granodioritos, granitos, anfiboli-
Desde o Pré-Cambriano superior 8 até o início tos, hornblenditos, gabros, dioritos, pegmatitos e
do Cenozóico existe um hiato na estratigrafia aplitos.
dessa porção oriental do Cráton Guianês, pois
faltam, realmente, os registros de sedimentação A maioria dos gnaisses apresentam efeitos de um
Paleozóica e Mesozóica. episódio de metamorfismo dinâmico, com o
desenvolvimento de faixas de cataclasito, milo-
nitos e brechas de falhas, com rumo
Registro de uma fase de reativação cratônica são
N 15°-60° W. A foliação bem pronunciada, tem
visíveis na Folha NA/NB.22 Macapá, porém
maior concentração segundo N 15° -30° W.
manifestando-se a tectônica com maior intensi-
dade, próximo à região costeira, onde ocorre em Os migmatitos se distribuem mais extensamente
realce um enxame de possantes diques de toleí- na região. As estruturas observadas mais caracte-
tos - Lineamento Cassiporé, datado em 250 rísticas foram: bandeada, nebul ítica, oftalm ítica,
180 MA. ptigmática e agmatítica. Os migmatitos apresen-
tam bandas de anfibolitos e gnaisses. Quanto à
composição, os migmatitos são variáveis - gra-
Coberturas Cenozóicas afloram desde a foz do nod i o ríticos, graníticos, alcali-gran íticos e
Oiapoque até Macapá, tendo maior expressão a trondjmíticos. Ocorrem pegmatitos com cristais
partir da foz do rio Amapá Grande para sul. de microclina com até 10 em de tamanho,
cortando os migmatitos. As estruturas planares e
lineares dos migmatitos têm rumo e mergulho
2.1.1.1. Embasamento Guriense muito variável, mas em geral seguem o "trend"
regional.
As rochas cristalinas polimetamórficas, pré-cam-
brianas, que afloram em vastas regiões da Folha Os anfibol itos se apresentam também como
NA!NB.22 Macapá, são classificáveis como: gra- corpos intrusivos nos gnaisses.
nulitos, gnaisses, anfibolitos, migmatitos, xistos,
quartzitos e kinzigitos, anfibolitos, granitos e as- Os granodioritos ocorrem tanto como maciços
sociados a esse conjunto, dioritos, granodioritos, plutônicos de grande amplitude ou como veios
gabros, hornb!e.nditos, piro~enitos e peridotitos. nos migmatitos.
1/18
Os quartzitos e kinzigitos ocorrem como blocos atual representa "I e pl is de fond", zonas profun-
e bancos, encravados nos gnaisses e migmatitos. das de um sistema cordilheirano do Pré-Cam-
Representam metamorfitos inertes aos processos briano médio e inferior. É crível que a erosão
de grallitização. deva ter desmantelado uma massa de rochas da
ordem de quilômetros de espessura, cujas estru-
O embasamento Guriense, que aflora em vastas turas originais são impossíveis de reconstituir; os
regiões da Folha NA/NB.22 Macapá, apresenta testemunhos das raízes do sistema são observa-
uma grande heterogeneidade de rochas metamór- dos atualmente.
ficas interdigitadas e ígneas, complexamente
imbricadas, dobradas e falhadas no decorrer de O embasamento polimetamórfico Guriense
duas orogêneses, ligadas à evolução dos geossin- (Complexo Guianense) bem como os meta-
cl íneos Transguiano-Amazoneano e Guiano-Ebur- morfitos da superestrutura (Grupo Vila Nova),
neano. após um longo período de epirogênese positiva,
foram retomados pela reativação [ "act ivated
Por ocasião da última orogênese, muito das platforms", no sentido de Kazanskii e
rochas do substrato Guriense foram provavel- Terent'yev (51) (1969)] manifestando-se em
mente remobilizadas - fusão parcial (rheomor- todo o Amapá, porém com maior intensidade
fismo, no sentido de Mehnert)(70) (1968), ou próximo da orla atlântica, com intrusões de
fusão total (anatexis e palingenesis, sentido de toleítos e rochas afins.
Dietrich &Mehnert) (29) (1961).
2.1.1.2. Faixa Orogênica Tumucumaque-Vila
Esses processos de ultrametamorfismo devem ter Nova
ocasionado um rejuvenescimento isotóp1co, fa-
Na parte oriental do Cráton Guianês, ocorrem os
zendo que amplas áreas do substrato Guriense,
remanescentes de uma faixa orogênica, Faixa
mobilizado, acusem nas datações idades do Ciclo
Orogênica Tumucumaque-Vila Nova, cuja dis-
Orogênico Transamazônico. tribuição espacial se faz sob a forma de duas
faixas longil íneas com direções paralelas.
Todavia foram identificados núcleos de rochas
não rejuvenescidas, cujas datações têm fornecido Na Folha NA/NB.22 Macapá, essas faixas mar-
idades superiores a 2.550 MA, correlacionável ao geiam o rio lpitinga e estão nas bacias dos rios
Ciclo Orogênico Guriense. Vila Nova e Amapari. Os epi e mesometamor-
fitos constituintes dessas faixas, assomam com
Os trabalhos de geocronologia, encetados por direção NW-SE, truncando a foliação dos meso e
inúmeros pesquisadores na Guiana Francesa, catamorfitos do Complexo Guianense, estabele-
Suriname, República da Guiana, Guiana vene- cendo uma inconformidade.
zuelana e Brasil, deixam evidente que o
substrato metamórfico e ígneo, pré-Geossin- A Faixa Orogênica Tumucumaque - Vila Nova,
cl ínio Guiano-Eburneano, está presente tanto apresenta as primeiras exposições nas cabeceiras
no Cráton do Guaporé como no Cráton Guianês.
do rio Vila Nova, para depois se infletir em
direção aos rios Amapari e Araguari, tomando o
O grau de metamorfismo exibido pelas rochas do
rumo paralelo aos cursos destes dois rios. Na
embasamento Guriense - após terem sido pro-
Serra de Tumucumaque, a faixa do norte sofre
fundamente erodidas, arrazadas e submetidas a
uma interrupção devido à erosão, para então se
diaftorese - são de mesozona a catazona.
prolongar em direção à bacia dos rios Jari e Paru,
Sob o ponto de vista tectônico da "chalne" e continuando aflorar na Folha NA.21 Tumucu-
Guriense, deve ser reparaçjo que o panorama maque, a oeste.
1/19
Em termos de exposição, a Faixa Orogênica margem esquerda do médio curso do rio Mapari
Tumucumaque - Vila Nova, tem uma extensão
Apresentam-se com relevo positivo, isoladas,
de 300 km, e largura máxima de 70 km, na bacia
ressaltando em meio a extensa área de rochas
dos rios Vila Nova e Amapari
granito-gnáissicas do Complexo Guianense e
As feições estruturais mais salientes da Faixa metassedimentos do Grupo Vila Nova
Orogênica Tumucumaque - Vila Nova, são as
dobras cujos eixos estão orientados na maioria A intrusiva do Maicuru localiza-se 40 km a leste
dos casos segundo a direção NW-SE. A foliação da margem esquerda do rio homônimo As
dos epi e mesometamorfitos tem a mesma coordenadas são· 00° 30' 00" de latitude N e
direção 54° 14' 30" de longitude WGr, distando 75 km
do bordo da Sinécl ise do Amazonas Morfologi-
Com relação à petrofábrica, foi observado que os camente, é uma elevação circular, anômala,
metamorfitos dessa faixa orogênica apresentam isolada, em meio a rochas do Complexo Guia-
os "plunges" das microdobras recumbentes vol- nense, intensamente tectonizadas O espesso
tados para SW, discordantes dos tectonitos da manto de capeamento laterítico, que constitui
Faixa Orogênica Araguaia - Tocantins, que propriamente a feição de relevo positivo, difi-
apresentam aquelas microfeições voltadas para culta o estabelecimento das relações da falha,
oeste, bem como, há divergência entre o "trend" com rumo N45o E, que parece cortar a intrusiva.
regional de ambas as faixas, NW-SE para Tumu-
cumaque - Vila Nova e N-S para o Araguaia- As intrusivas de Maraconai localizam-se a 10 e
Tocantins 20 km a leste da margem esquerda do rio Paru,
na serra Maraconai As coordenadas da intrusiva
Outro. dado marcante é que a Faixa Orogênica maior são 00° 32' 00" de latitude S e
Tumucumaque - Vila Nova é balizada por 53° 24' 20" de longitude WGr, a intrusiva menor
rochas intensamente cataclasadas, milonitizadas tem coordenadas 00° 34' 00" de latitude S e
e brechadas, pertencentes ao Complexo Guia- 53° 20' 30" de longitude WGr. Essas estruturas
nense, denominado de Gnaisse Tumucumaque, distam 20 a 25 km do atual limite setentrional
cuja tectônica ruptura! tem direção 1\IW-SE dos sedimentos paleozóicos da Sinéclise do
Amazonas As estruturas de Maraconai er-
A Faixa Orogênica Tumucumaque - Vila Nova guem-se em meio de terrenos do Grupo Vila
parece ter sido elaborada na orogênese de Nova, de cotas mais baixas Espesso capeamento
2.100-1 800 MA - constituindo a porção rema- laterítico recobre ambas as estruturas
nescente do Geossinclineo Guiano-Eburneano,
de Choubert (24) ( 1969). desenvolvido sobre o As intrusivas do Apupariú assomam na margem
Cráton Guianês esquerda do rio Paru, no igarapé Apupariú Os
três corpos intrusivos, identificados através das
2.1.1.3. Província Alcalina Maicuru - Mapari imagens de radar, são por tentativa relatados
como intrusivas alcalinas, mas não foram amos-
Nas Folhas SA.21 Santarém, SA.22 Belém e trados durante os trabalhos de campo. Essas três
NA/NB 22 Macapá, ocorrem intrusivas alcalinas intrusivas têm por coordenadas 00° 14' 40" N e
e ultrabásica-alcalinas, que se localizam à distân- 53° 52' 00" WGr, 00° 14' 00" N e 53° 48' 35"
cias variáveis do bordo atual da Sinéclise do W Gr, 00° 14' 00" N e 53°46' 00" W Gr Essas
Amazonas intrusivas distam aproximadamente 120 km a
norte do bordo setentrional dos sedimentos pa-
Essas intrusivas se dispõem, grosseiramente, leuLóicus Lia Siiiéclise do /\mozonas Duas dessas
numa faixa quase SW-NE, desde a margem intrusivas são afetadas por falhas com rumo
esquerda do médio curso do rio Maicuru até a N 20°E.
1/20
As intrusivas do Mapari afloram no lado oeste da forneceram resultados de 1.335±39 MA,
Falha do lnipaco, que tem direção N-S e se 1.680±63 MA e 1 .537±38 MA, caracterizando
estende por 70 km, desde o limite meridional da um evento magmático ai cal i no mais antigo,
serra de Tumucumaque, seguindo para o sul, ao remontando ao Pré-Cambriano superior.
longo da margem esquerda do rio I nipaco e às
nascentes do rio lta. As intrusivas do Mapari, Se a Província Alcalina Maicuru - Mapari for
que têm por coordenadas: 01°30'00" N e realmente comagmática, invalida as assertivas de
52°57' 00" WGr; 01°08' 16" N e 52°54' 56" lssler etalii (49) (1974), pois o intervalo de
WGr e 00° 51' 20" N e 52° 53' 30" WGr, apre- idades das alcalinas se correlaciona ao Episódio
sentam formas circulares com diâmetros de 200 Roraima: Intrusão tabular de toleíto - Falha-
a 500 m, e foram amostradas pelos geólogos da menta de bloco - Soerguimento - Erosão,
I COMI (Amostras 1-01, 1-02 e 1-03), cuja datado em 1.536±50 MA, na República da
petrografia realizada pelo RAOAM, permitiu Guiana por Berrangé (16) (1973), bem como os
classificá-las como nefelina sienito, litchfieldito e sills e, subordinadamente, diques, constituídos
ai cal i-sienito, respectivamente. de hiperstênio gabro e dolerito com pigeonita,
datados em 1.650-1.500 MA, do Suriname, por
Ao longo do bordo sul da serra do lpitinga, Priem et alii (93) (1971 ).
ocorrem seis corpos circulares intrusivos, inter-
pretados através das imagens de radar como 2.1.1.4. Província Toleítica Oiapoque - Ara-
alcalinas. guari
Outros corpos circulares intrusivos foram Numa ampla área, compreendida entre o rio lauê
também interpretados através das imagens, nas e o alto e médio curso do rio Araguari e o bordo
seguintes áreas: no médio curso do rio Mapari, oeste da Formação Barreiras e Aluviões, bem
três corpos circulares; 30 km a nordeste da como, desde o rio Oiapoque até quase a margem
confluência dos rios Jari e Mapari, uma intrusiva esquerda do baixo curso do rio Araguari, ocorre
circular; e dois corpos que ocorrem na Anticlinal um enxame de possantes diques e sills de
do I ratapuru, um interno e outro externo à aba diabásio aproximadamente paralelos. Alguns
NW. desses diques alcançam mais de 250 km de
comprimento.
Com respeito ao pos1c1onamento estratigráfico,
lssler etalii (49) (1974), falando das Alcalinas No conjunto, o enxame de diques de diabásio
de Maraconai, dizem: "A posição dessas intrusi- está orientado N 15 W e como unidade de
vas, na coluna estratigráfica regional, ainda relevo, constituem serranias, com cotas médias
permanece em aberto. Podem ser paleozóicas ou de 250m.
mesmo pós-paleozóicas, à semelhança de estru-
turas idênticas, ao redor da Sinéclise do Paraná. Este paroxismo vulcânico, de caráter toleítico, é
Aventamos para as intrusivas de Maraconai a o registro de reativação cratônica que atingiu
grande possibilidade de serem relacionadas ao grande parte do Cráton Guianês, denominado de
paroxismo básico-toleítico da Sinéclise do Ama- Episódio Takutu ( 190-136 MA) por Singh ( 105)
zonas, Oiabásio Penatecaua, de idade Jurássico- (1972). Na Folha NA/NB.22 Macapá, esta mani-
Cretáceo" festação tectomagmática apresenta maior realce,
próximo à região costeira, onde esse episódio
Todavia, as determinações de idade, das amos- vulcânico recebe a denominação de Episódio
tras 1-01, 1-02 e 1-03, denominadas de Alcalinas Cassiporé, datado em 250 - 180 MA, com
Mapari, realizadas no CPGeo de São Paulo, clímax em 220 MA, permo-triássica.
1/21
2.1.1.5. Cobertura Cenozóica da Plataforma do Os sedimentos quaternários, como feição de
Amapá relevo, se constituem de extensas áreas planas-
planícies de inundação (tida I flats) e ma remas
Do graben de Mexiana (dados de subsuperfície (tida! or swamps marshs), lagoas e lagunas -
da PETROBRAS), na foz do rio Amazonas, para fisionomias litorâneas comuns, na orla atlântica
norte se delineia a plataforma litorânea do do Amapá
Amapá, esboçando um monoclinal com mergu-
lho moderado para sudeste.
A porção compreendida entre o rio Oiapoque e a
foz do Cunani, é área de acumulação que foi
Sobre essa plataforma costeira, desde a foz do
arnpl iada por formações de restingas Nessa
Oiapoque até Macapá, ocorre uma cobertura
porção emergem pontões, com altitudes superio-
sedimentar Cenozóica, de largura variável, cons-
res a 100 m, isolados por áreas co Imatadas
tituída pelo Terciário Barreiras e por sedimentos
fluviais e marinhos, do Quaternário
No trecho rio Calçoene oté a foz do Jupati, a
área de sedimentação quaternária apresenta uma
A Formação Barreiras se expressa morfologica-
ampla convexidade, regiões permanentemente
mente como platôs baixos dissecados, ou como
alagadas, com mais de uma dezena de lagoas
relevo colinoso, com rede de drenagem bastante
densa e ramificações de canais de cabeceira, que
sugerem uma retomada de erosão recente São No conjunto, a planície litorânea do Amapá,
observáveis, também, alguns vales com fundo constituída por uma sedimentação mista, ma-
plano, assoreados com depósitos aluviais rinha e fluvial, quaternária, parece estar em
formação Sua gênese estaria ligada a movimen-
A Formação Barreiras, assomando desde Ma- tos eustáticos do Pleistoceno e a Corrente
capá, a sul, até o alto curso do Uaçá, ao norte, é Marinha das Guianas, ramo da Corrente Sul -
constituída por lutitos, ruditos e rudáceos, que Equatorial, que se desloca em um rumo aproxi-
transgridem no oeste sobre o Complexo Guianense madamente NW
1/22
2.2. DESCRIÇÃO DAS UNIDADES norte do Amazonas, chamou-a de Cráton Guia-
nês, denominação esta ·que será seguida nas
Sendo o Projeto RADAM "um dos matares Folhas NA/NB.22 Macapá; NA.21 Tumucuma-
esforços jamais feitos para mapear recursos que; NA.20 Boa Vista; NB.20 Roraima; NA.19
naturais e para analisar fatores ambientais da Pico da Neblina; SA.20 Manaus e SA.21 Santa-
terra", Moura (75) (1971), particularmente por rém.
abranger imensas áreas pré-cambrianas a norte
do rio Amazonas, prolongando-se pela Guiana O segundo termo a ser discutido -Complexo.
Francesa, Suriname, República da Guiana e
Venezuela, deparou-se a equipe de geólogos do Os conjuntos de rochas cristalinas (ígneas e
Projeto, com certos termos e significados usados metamórficas), ao norte do Amazonas, intensa-
nos mapeamentos geológicos anteriores, que mente dobradas e interdigitadas, são referidas na
necessitavam uma homogeneização e redefinição bibliografia sob variadas denominações: Pré-
para serem usados nos mapeamentos do Projeto. Cambriano Indiviso, Complexo Basal, Complexo
Brasileiro, Embasamento Cristalino, Arqueano,
O primeiro termo a ser revisto- Escudo. etc.
OI ivei ra e Leonardos (81) ( 1943), o "arqueano", De imediato algumas restrições podem ser feitas,
está na imensa área ao norte do rio Amazonas, pois Pré-Cambriano, Basal, Embasamento e
constituída de gnaisses associados com granitos e Arqueano, implicam na conotação de que essa
outras intrusivas, a qual é geralmente conhecida unidade é mais antiga ou, no conceito cronogeo-
na literatura geológica sob o nome de Escudo lógico, o que sem datações radiométricas, tor-
Orenocoano ou das Guia nas. nam-se perigosos.
Na Guiana Francesa, Choubert (23) ( 1957), diz A opção de uniformizar a descrição dos litoti-
que as rochas do embasamento pertencem ao pos, que mostram origem para a ortometamór-
"Bouclier Guiannais". No Suriname e República fica, fácies metamórfico- anfibolito e hornblen-
da Guiana o termo empregado é Escudo da da-piroxênio-granulito, "trend" estrutural
Guiana (Guiana Shield); na Venezuela é denomi- WNW-ESE, levou lssler et alii (49) (1974), a
nado "Escudo de Guayana". introduzir a denominação de Complexo Guia-
nense - face a complexidade estrutural, meta-
O termo Escudo da Guiana tem sido usado desde mórfica, atividades ígneas associadas, bem como
há muito tempo por autores nacionais e estran- o mapeamento em n fvel de reconhecimento,
geiros, todavia a amplidão da área de rochas tornando imposs(vel separá-los em formações.
cristal i nas (ígneas e metamórficas), cobertura
sedimentar (Formação Roraima), estruturas do
tipo "rift valley" (North Savanna Rift
22.1. Complexo Guianense
Valley = Graben do Tacutu), caracterizam me-
lhor essa mega-porção ao norte do Amazonas,
como um Cráton. 2.2.1.1. General idades
Tentativa de caracterizar esta área como um A "Série Guianas" foi originalmente empregado
cráton, deve-se a Suszcynski ( 108) ( 1970), que por Liddle (64) ( 1928) para designar o conjunto
denominou-a de Núcleo Cratônico Guianês. de rochas gnaissóides intensamente dobradas e
granitos gnáissicas, que representariam a borda
lssler etalii (49) (1974), no sentido de uniformi- norte do antigo continente de Gondwana e o
zar a descrição da mega-porção cristalina ao embasamento do Escudo das Guianas.
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Segundo Bellizzia (14) (1968) o termo engloba Leinz (62) ( 1949), fazendo considerações petro-
todo o complexo de unidades pré-cambrianas da gráficas e estratigráficas, fornece subsídios para
Guiana venezuelana. o conhecimento da geologia do Amapá.
Sob a denominação de Complexo Basal das Guerra (41) ( 1952), esboçou a estratigrafia do
Guianas, Aguerrevere etalii (4) (1939) designa- .:\mapá, dividindo-a em terrenos arqueanos, com-
ram o complexo de rochas ígneas e metamórfi- preendendo várias áreas do Escudo das Guianas;
cas de idade muito antiga, sobre o qual se terrenos algonqu i anos constituí dos pela Série
depositou a Formação Roraima, posteriormente Vila Nova, terrenos silurianos e devonianos, no
incluída como Complexo lmataca, Grupo Cari- sul do Território, observados ao norte do rio
chapo e Grupo Pastora Amazonas, no Pará; terrenos quaternários forma-
dos por sedimentos recentes O autor chama
Segundo Oliveira e Leonardos (81) ( 1943), o atenção para a ausência, na estratigrafia do
"arqueano", está na imensa área ao norte do rio Amapá, de unidades da base do Paleozóico
Amazonas, constituída de gnaisses associados (Cambriano e Siluriano), dos dois per(odos do
com granitos e outras intrusivas, a qual é término do Paleozóico (Carbonífero e Per-
geralmente conhecida na literatura geológica sob miano), de todo o Mesozóico e, possivelmente,
o nome de Escudo Orenocoano ou das Guianas. de todo o Terciário.
Dos trabalhos publicados sobre a geologia do Moraes (74) ( 1955) descreve a geologia do rio
Território Federal do Amapá, poucos são os que Oiapoque, mencionando a direção geral NS e
abordam a geologia regional, excetuando-se NW-SE dos travessões rochosos que cruzam o rio
aqueles que se relacionam com o Distrito Manga- formando cachoeiras Observa ser o Oiapoque
nesffero da serra do Navio, área em que a um curso d'água encaixado em rochas cristalinas
geologia é conhecida em detalhe face às razões
de interesse econômico LASA - Levantamento Aerofotogramétricos So-
ciedade Anônima (63) (1958/59) realizou levan-
Num breve apanhado dos trabalhos anteriores tamento aerofotogramétrico e aerocintilomé-
executados sobre a área, devem ser menciona- trico para a Superintendência do Plano de
dos Valorização Econômica da Amazônia.
Klepper e Dequech (52) ( 1945), referem-se à Nagell (78) ( 1962), estudando a geologia do
área, sob o ponto de vista geológico, da seguinte Distrito Manganes(fero da serra do Navio, pro-
maneira. "A região do rio Amapá, desde a pôs uma coluna estratigráfica extensiva à parte
confluência deste com o rio Araguari até o central do Território. Mantém a denominação de
lugarejo de Sete Ilhas, é montanhosa. Coberta de Série Vila Nova, de Ackermann, embora sugira o
matas com o subsolo constituído, principal- nome de Amapá para esta Série.
mente, pelos xistos metamórficos e gnaisses
injetados por intrusões graníticas e gabróides" Scarpelli (96) (1966}, descreve os aspectos gené-
ticos e metamórficos das rochas do Distrito,
denominando as litologias de Série Amapá.
Ackermann (3) ( 1948), separa o Pré-Cambriano
do Amapá em Arqueano e Algonquiano, deno-
minando o Algonquiano de Série Vila Nova, Marota et alíi (67) ( 1966), descrevem o embasa-
distinguindo-a da Série Minas pela ausência de mento granito-gnaisse que faz contato com os
calcário e presença de ardósias. metassedimentos da serra do Navio.
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O "Atlas do Amapá" (10) (1966), representa a comuns são: granulitos, gnaisses, antibolitos,
condensação dos estudos e pesquisas do que se migmatitos, granitos, augita-diorito, diorito, gra-
conhecia na época. nodioritos, gabros, hornblenditos, piroxenitos e
peridotitos. Apesar das rochas serem bandeadas,
Neves e Menezes (80) (1967), realizaram traba- alguns gnaisses exibem efeitos de compressão
lhos para a Petrobrás na região nordeste do maior, apresentando estruturas planares e linea-
Amapá. Mencionam a existência de rochas pré- res bem pronunciadas- Gnaisse Tumucumaque;
cambrianas, rochas intrusivas de idade não deter- essa zona de orientação não raro se apresenta
minada, sedimentos terciários e depósitos qua- totalmente cataclasada, evidenciando um episó-
ternários. dio de metamorfismo dinâmico pós-orogênico.
Carvalho e Silva ( 18) ( 1969), descrevem na Dentre as rochas mais antigas estão os granulitos,
região do Cunani, rochas granito-gnaisse e litologias formadas mais profundamente no
intrusões básicas. Complexo, e cuja área de exposição é muito
restrita na Folha. Existe nos granulitos uma
Carvalho e Silva (19) (1969), descrevem uma variação, indo do pólo ácido (hiperstênio-gra-
seqüência de granul i tos e gnaisses pertencentes nito), ao pólo básico (hiperstênio-gabro). Do
ao Escudo das Guianas no rio Tracajatuba. mesmo Complexo, na região de Roraima, rio
Uauaris, essas rochas apresentam transição para
Scarpelli (99) (1969), apresenta o mapeamento os gnaisses, onde é comum silimanita-plagioclá-
geológico preliminar do rio Falsino; revela dois sio-pertita-gnaisse; no Amapá tal transição
tipos de granulitos encaixados entre os gnaisses e existe, contudo, não é comum.
migmatitos, além de corpos intrusivos de compo-
sição granodiorítica. No rio Tartaruga! Grande, excelentes exemplos
de hiperstênio-granito estão representados, mas é
Vale et alii ( 113) ( 1972) no Projeto Macapá- no rio Falsino onde se pode verificar a maior
Calçoene, de natureza geológico -geoquímico, incidência de afloramentos dessa rocha, enquan-
além de desenvolverem e ampliarem a coluna to que no rio Flechai temos somente alguns
estratigráfica proposta por Nagell, fizeram uma afloramentos. Em subsuperfície, em furo de son-
análise da tectônica da área, bem como rea- dagem do Paredão, rio Araguari, foi encontrado
lizaram um estudo geoquímico regional com re- h i perstên io-gran i to sotoposto ao gnaisse que afio-
sultados promissores. r a naquela cachoeira. Associados aos granulitos
ocorrem leptinitos que, dado a estabilidade
As rochas que afloram nos principais rios da quartzo/feldspato, aparecem também associados
Folha NA/NB.22 Macapá e que existem na aos gnaisses.
litoteca do D.N.P.M., 5~ Distrito, foram reestu-
dadas pelos autores, bem como os dados existen- Os gnaisses e os migmatitos são os litotipos mais
tes sobre o Amapá foram reinterpretados. abundantes no Complexo Guianense, sendo no
Amapó representados ao longo da maioria dos
O Complexo Guianense é constituído por rochas cursos d'água que drenam o Complexo.
de origem orto e parametamórficas, produtos de
um metamorfismo regional, correspondentes aos Entre as variações mineralógicas dos gnaisses
fácies anfibolito e hornblenda-piroxênio granu- temos os seguintes tipos: biotita -gnaisse, biotita-
lito. A sucessão de litotipos isotrópicos e aniso- P I agioclásio-gnaisse, biotita-hornblenda-gnaisse
trópicos estão em grande parte mascarados pela biotita-microcl ina-plagioclásio-gnaisse e si limani-
granitização que afetou a região. As rochas mais ta-plagioclásio-pertita-gnais~e. Os tipos ma1s
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comuns são os biotita-plagioclásio-gnaisse e lina, aumentando os téjmanhos dos cristais-peg-
hornbl enda-p Iagi ocl ásio-gnaisse matitos, com porfiroblastos bem desenvolvidos
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si Iicificada, que começa a aflorar no igarapé do Ferreira Gomes, onde são capeados por sedimen-
Gigou e se estende uns 2 km a seu montante. tos terciários, e se estendem até as cabeceiras.
Ao longo desse curso d'água há exposições de
No rio Falsino, o Complexo Guianense é consti- g -a nu Ii tos, biotita-plagioclásio-gnaisse, hornblen-
tuído por rochas granul íticas, gnáissicas de da-plagioclásio-gnaisse, migmatitos e epidiabásio
composição granítica e granodiorítica, leptnitos Um efeito de metamorfismo termal é eviden-
e migmatitos, cortados por granodioritos - ciado nessa área, pela ocorrência de hornfelse.
Granodiorito Falsino; gabro e granito pegma- Os gnaisses apresentam-se cataclasados e mig-
tóide Os granulitos de composição ácida e matizados, sendo a migmatização conspícua nas
básica, representados por hiperstênio-granito e exposições ao longo do rio, onde diversas estru-
hiperstênio-gabro. Essas litologias afloram ao turas anisotrópicas foram observadas. As folia-
longo da calha do rio numa extensão de ções são variáveis e onde foram medidas a
17,5 km, sendo que os primeiros afloramentos direção tem os seguintes valores N-E e N-W,
estão a 9 km à jusante da cachoeira Grande e as sendo que o maior número de medidas dão a
últimas exposições estão a 8,5 km a montante da direção N-E As rochas do rio Araguari estão
mesma cachoeira e fazem contato com os fraturadas e diversos sistemas são presentes.
gnaisses. Na cachoeira do Lageiro, o gnaisse está
migmatizado próximo ao contato com o granu· No rio Santo Antônio, afluente da margem
lito Os gnaisses associados aos migmatitos apre- esquerda do rio Araguari, afloram os mesmos
sentam uma composição granítica a granodio- litotipos que ocorrem no Araguari, porém a
rítica, às vezes migmatizados e ocorrem desde a maior concentração das foi i ações está situada
foz do rio até a cabeceira, onde são interrompi- entre N-W e cujas fraturas apresentam a mesma
dos em certos trechos pelos granulitos. Os direção.
gnaisses apresentam foliações variáveis desde
N30°E a N80°W, com mergulhos para SW e N E. No rio Tajau í, afluente da margem esquerda do
Cortando essa sequência ocorrem corpos de rio Araguari, ocorrem as mesmas rochas, sendo
granodioritos, gabros e granito pegmatóide. O que os gnaisses ricos em hornblenda têm consi-
granodiorito está aflorando acima e abaixo do derável exposição ao longo desse curso d'água
igarapé Açu, e a 5 km à jusante dessa igarapé, na
margem esquerda do rio, foi mapeado um corpo No rio Cacauí, acima do Tajauí, os gnaisses e
com aproximadamente 5 km de diâmetro, e a migmatitos estão aflorando em toda sua exten-
15 km a montante do mesmo igarapé afiara o são, sendo que aqueles metamorfitos exibem
mesmo granodiorito com extensão superior ao foi i ações e fraturas concentradas no quadrante
anterior No lago da Boca Limpa, aflora uma N-W.
rocha básica cujas características petrográficas
permitem classificá-la como diabásio. No igarapé No rio Flechai, os augen gnaisses estão cortados
Araçá, essa rocha ocorre em extensão maior que por rochas quartzo-dioríticas e pegmatíticas Os
a anterior. As rochas do rio Falsino foram granitos que ocorrem nesse rio exibem estrutura
submetidas a um pronunciado episódio de meta- apl ítica e pegmatóide.
morfismo dinâmico, com o desenvolvimento de
cataclasito e milonito. O Granodiorito Falsino No rio Calçoene, os gnaisses afloram ao longo de
está cataclasado e brechado, ocasionalmente sua calha bem como nos leitos dos igarapés
com sulfetos de cobre nessas fraturas. formadores da bacia. Os gnaisses expostos no
Calçoene apresentam a composição semelhante
No rio Araguari as rochas pertencentes ao dos que ocorrem nos demais rios, havendo
Complexo Guianense começam a aflorar em exposições nas cachoeiras Fuzarca, Miriti, Poção,
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Prainha, Roza, Flamem, Jacaré, Onça, Paredão, e Rasa. Esses gnaisses apresentam foliação N30"
Suananã, Surucuru, Travessão, bem como no rio -50° W e mergulho para SW Os granitos ocorrem
Trapiche, e nos igarapés Santa Cruz, Poção, discordantemente no meio dos gnaisses e aflo-
Torrão, Catarina, Flamem, Lunier e Macaco. A ram na Cachoeira Grande e igarapé Araçá e
seqüência gnáissica é cortada por um pegmatito próximo à Pedra de Onça. O gabro aflora no
com direção N25o W, nas proximidades da ca- igarapé Araçá próximo aos granitos, e a intrusão
choeira da Garrafa. afetou as rochas encaixantes produzindo rochas
hornfelsícas O granulito é a rocha que aflora
No rio Tartaruga! Grande, associados aos somente na cachoeira da Maçaranduba e não
gnaisses, afloram charnoquitos Os gnaisses apre- apresenta continuidade de exposição O leptito
sentam composição granodior(tica, sendo a va- aflorante na cachoeira do Andrade está encai-
riedade mais comum os hornblenda-plagioclásio- xado nos gna isses e constitui um corpo con-
gnaisses, cujas foi i ações variam de N 10°- 60° W e cordante
mergulho para NE. Esses gnaisses foram parcial-
mente migmatizados. Corpos de anfibol ito e No Complexo Guianense, os embrechitos apre-
norito foram descritos como associados a esse sentam às vezes profiroblastos de feldspatos
conjunto metamórfico, porém não é conhecida a alcalinos, fato este que enseja uma migração dos
relação estratigráfica entre os gnaisses e noritos alcalinos (Na e K) durante a nucleação dos
porfiroblastos. Existem pegmatitos com cristais
No rio Camaipi do Vila Nova, o Complexo de microcl i na com aproximadamente 1O em de
Guianense é constituído por gnaisses, migma- tamanho, cortando as rochas migmáticas
titos, granitos e piroxenitos. Os gnaisses afloram
ao longo da calha do rio e suas principais Parece que na Folha NA/NB 22 Macapá, o
exposições estão situadas nas cachoeiras da processo de granitização cresce em direção ao
Tapioca, Caranã, Tambaquizinho, Lobo e nos norte, onde há transição dos migmatitos para os
igarapés das Cabras, Anta, Caranã, Munguba, anatex i tos.
Beija-flor, Lobo, Nove e Judeu Associado aos
gnaisses ocorrem embrechitos, abaixo do igarapé Na região do Oiapoque, blocos de quartzitos e
do Judeu, granito apl ítico, aflorando no igarapé kinzigitos estão envolvidos por rochas graniti-
do Galo, cortando os gnaisses, enquanto que os zadas A presença de kinzigito e de quartzito no
piroxenitos afloram na Poção do Galo, próximo Amapá, leva-nos a concluir uma origem parame-
à exposição de granito tamórfica para essas rochas do Complexo Guia-
nense. A presença de ortoanfibolito, vulcanismo
No rio Amapá Grande o Complexo Guianense ácido associado a essa seqLiência metassedimen-
está constituído por granulitos, leptitos, biotita- tar, e junto a esse conjunto de rochas encon-
microclina-gnaisse e biotita-plagioclássio-gnaisse, tramos granodioritos porfiróides, produto de
e associado a esse conjunto metamórfico transformações anatéxicas ou metassomáticas, os
ocorrem granitos, dioritos e gabros Os gnaisses quais passam da transição dos migmatitos e
ocorrem em toda a extensão do rio, sendo que as granodioritos, através de uma zona intermediária
melhores exposições estão situadas nas cachoei- de embrechitos. Tal exemplo, desenvolve gran-
ras Pedra de Almaço, Aberta, Cerrada, Velha des porfiroblastos de neoformação e abundante
Maria, Quatro Pancadas, Andrade, Rateira, Ma- mirmequitos. A área de exposição é bastante
çaranduba, Pilão, Calafate, Grande, Mortal e extensa, começando nas cabeceiras do rio Anauá
Rasa, e nos igarapés formadores da bacia do rio e estendendo-se no rumo NW-SE até as cachoei-
Amapá Grande, tais como Velha Maria, Laran- ras do rio Trombetas (Folhas NA-21-YA e
jeira, Andrade, Juvêncio, Jenipapo, Araçá, Cedro NA-21-YB). Esse granodiorito é de formação
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sincinemática, outros corpos menores estão dis- Na porção ocidental e sudoeste, essa unidade faz
tribuídos em todo o Complexo Guianense. contato por falhas com o Gnaisse Tumucuma-
que, e na porção nordeste esses mesmos gnaisses
Os granodioritos, com estrutura porfiróide, com constituem a serra Lombarda, truncando os
fenoblastos mergulhados numa matriz fina a metamorfitos do Complexo
grosseira, composta essencialmente de quartzo e
feldspato Essas rochas apresentam uma origem No norte, nordeste e parte oriental, é coberto
sincinemática e ocorrem tanto como maciços pelos sedimentos terciários e quaternários, os
plutônicos de grande amplitude ou como veios quais constituem uma faixa norte-sul, margean-
nos migmatitos. Outros eventos plutônicos tardi- do o oceano Atlântico.
orogênicos (? ) ocorreram no Complexo Guia-
nense, e são representados por granitos, dioritos, 2.2.1.4. Geocronologia
gabros (norito e gabro normal) Essas rochas
apresentam estrutura variável, microapl ítica a Cordani (26) ( 1973), relata que as amostras
pegmatóide, e estão sempre cortando rochas Pt-139 e AAR-70, cujas idades convencionais
mais antigas foram obtidas pelo método Rb-Sr em rocha total
(assumindo-se Sr 87/Sr 86; i= 0,76), revela-
2.2.1.2. Posição Estratigráfica ram-se nitidamente pré-Transamazônicas. Repre-
sentam, possivelmente regiões do antigo embasa-
O Cráton Guianês, na sua porção oriental, é mento das unidades deste ciclo, e que não foram
constituído por rochas polimetamórficas do por ele completamente rejuvenescidas. Talvez
Complexo Guianense, litologias essas que retra- tenham sido formadas durante o Ciclo Guriense
tam uma profunda erosão crostal de rochas de (cerca de 2700 MA), que foi ativo em outras
médio a alto grau de metamorfismo regiões do Escudo das Guianas.
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Granulitos - Representando granulitos foram AM-006 e PT-139 AM-001, os cristais atingem
coletadas algumas amostras (M/FC-60, tamanhos de até 0,5 em. Têm extinção ondulan-
PT-136CAM-003, PT-136C AM-006, PT-137 te e mirmequita com os feldspatos é comum na
AM-001 B, PT-137 AM-001C, PT-139 AM-001 e amostra PT-136C AM-006 Os feldspatos-pertita
PT-139C AM-001), sendo todas estudadas mi- (25-40%), oligoclásio (15-20%), microclina
croscopicamente (Tabela I). Macroscopicamente ( 10%), na amostra PT-136C AM-003, e orto-
são rochas de granulação média a fina e, rara- clásio na amostra PT-136C AM-006, são
mente grosseira, ora maciças, ora exibindo ban- anédricos, a pertita apresenta-se às vezes com
deamento incipiente ou difuso, cores variegadas, bordos interpenetrados, incluindo, com fre-
predominando os tons cinza-médio e rosado qüência, grãos de quartzo e restos de plagio-
Microscopicamente apresentam texturas grano- clásio Todos se apresentam com grau variável de
blásticas com alguma transição a granonemato- alteração a argila-minerais e sericita Na amostra
blástica. Composicionalmente, variam de ácidos PT-139 AM-001, o plagioclásio sádico perfaz
a básicos, sendo que deste último somente uma cerca de 15% da rocha A hornblenda (5-1 O%) é
amostra foi coletada (M/FC-60), e está assim subédrica, exibe certa orientação (PT-136C
representada AM-006), e está pouco alterada. O hiperstênio,
com leve pleocro ísmo, está envolvido ou contém
Biotita (35%) parda, subédrica, alterada a clorita uralita, podendo mesmo estar, totalmente, subs-
segundo as clivagens e com abundantes inclusões tituído pela mesma, o mesmo ocorrendo com o
de apatita e mais raramente opacos O diopsídio diops(dio Os acessórios são. biotita, opacos,
augita (25%) apresenta-se incolor a esverdeado, zircão, apatita, sericita, argila-minerais, clorita
sem pleocro ísmo, subédrico e sempre, parcial- (PT-136 AM-006), ep(doto e alanita
mente, uralitizado e com intercrescimentos re- metamictizada (? ), sendo que esta ocorre nas
ticulares de minerais opacos A hornblenda (5%), amostras PT-136C AM-003 e PT-139 AM-001
ora está 'incluída, ora está envolvendo o piro-
xênio, sendo que, raramente apresenta-se em As amostras PT-137 AM-001 B, PT-137
grãos isolados A andesina, que é um constituin- AM-001 C e PT-139C AM-001, são caracterizadas
te essencial da rocha, acha-se atualmente alte- pela ausência de piroxênio e mineralogicamente
rada a sericita, que a substitui quase que esfao assim constituídas:
totalmente, perfazendo ambas um total de 30%
Os acessórios são: apatita, titanita, epídoto e O quartzo (30-35%) é anédrico, com formas
opacos. variando desde arredondadas a alongadas, extin-
ção ondulante, fraturado e granulação variável,
Dos granu I i tos ácidos, as amostras PT -136C incluindo feldspatos (PT-137 AM-001 C) e apre-
AM-003, PT-136C AM-006 e PT-139 AM-002, sentando-se incluso em outros minerais Os
contém ortopiroxênio e clinopiroxênio, sendo feldspatos pertita (30-35%), oligoclásio
que na primeira o mesmo é o hiperstênio; na ( 10-15%), microcl i na (20%), somente na amostra
segunda o seu diagnóstico preciso não foi pos- PT -137 AM-001 C, apresentam formas bastante
sível, face à existência cie somente um cristal, e irregulares, inalteradas ou muito pouco alteradas
na última o clinopiroxênio diagnosticado foi a e com granulação muito variável. /'>. pertita, co-
augita.
mumente, apresenta \ameias de desmescla muito
desenvolvida, sendo que esta e a microclina,
Composicionalmente, estão assim representados·
incluem com frequência grãos de oligoclásio e
quartzo A hornblenda (2-7%), ocorre nas amos-
Ouartzo (30%) anédrico, com bordas dentadas , tras PT-137 AM-001 B e PT-139C AM-001, é
granulação variável, sendo que nas PT-136C subédrica, apresenta pleocroísmo variando de
1/30
verde-escuro a verde-amarelado, apresentando-se Os granulitos, ricos em máficos, possuem mais
na amostra PT-139C AM-001, com uma certa de 40% de ferro-magnesiano. Piroxênios (hipers-
orientação A biotita (3%), que ocorre associada tênio e/ou diopsídio) têm acentuado predomí-
a hornblenda é subédrica e com pleocroismo, nio sobre a hornblenda, biotita e magnetita. O
marrom-clara a parda Os minerais acessórios feldspato, principalmente a andesina, é o mineral
são opacos, zircão, apatita (com exceção da predominante. O quartzo ocorre em concentra-
PT-137 AM-001 C). ções irregulares. Esses granulitos passam a tipos
porfiroblásticos, mais escuros, que exibem ma-
croscopicamente boa foliação. Microscopicamen-
Essas amostras, desprovidas de piroxênio, foram
te apresentam bandeamento grosseiro. Porfiro-
incluídas com os granulitos, devido ao fato de
blastos de feldspatos subédricos, milimétricos ou
estarem notadamente associadas a esta sequên-
centimétricos, crescem em uma matriz de grãos
cia.
submilimétricos de quartzo e feldspatos sutura-
dos Os feldspatos ocorrem na matriz ou como
Scarpelli (99) (1969), em seu reconhecimento
porfiroblastos, em porções variadas O ortoclásio
geológico, ao longo do rio Falsino, encontrou
pertítico e a microclina são bastante comuns, o
uma sequência granul ítica, associada às rochas
plagioclásio é o oligoclásio por vezes antipertíti-
do embasamento. Cita ainda que os granulitos
co. Diopsídio, hiperstênio e a granada, entre
pobres em máficos, são os tipos mais comuns,
outros, são acessórios
sendo essencialmente quartzo-feldspáticos, com
estes predominando sobre aqueles; ambos consti- Com Vale et alii (113) (1972), também foi
tuindo mais de 93% nas rochas. A relação entre verificada a ocorrência de granulitos no médio
os tipos de feldspatos é variável, tendo magnetita curso do rio Falsino e no alto curso do rio
e biotita como os máficos mais comuns O Tartaruga! Grande, onde se acham associadas aos
hiperstênio e a granada são acessórios em al- gnaisses e migmatitos, e incluídos pelos autores
gumas rochas no complexo basal
TABELA I
Amostras
Quartzo 30 30 30 35 30 35
Ortoclásio X
Microclina 10 20 25
Pertita 35 40 55 30 25 45
Plag. Sódico 15
Oligoclásio - 20 15 10 15 15
Andes i na 3oC)
Biotita 35 X X 3 3
Hornblenda 5 5 10 2 X 7
Piroxênio (2)
Diops(dio 25 ?
Hiperstênio X
Esfeno X X
Zircão X X X X X X
Apatita X X X X X X
Opacos X X X X X X X
Uralita X X
Clorita X X
Epldoto X X
Serecita X X X
Alanita ? ?
Argila Minerais X X X X
1/31
Rochas Graníticas - As rochas graníticas A0-1 e 957 (AO). Macroscopicamente possuem
associadas ao Complexo Guianense, apresentam coloração cinza por vezes, com fracas listras
uma composição que vai de granito a quartzo claras. A granulação oscila de média a fina.
diorito. Os granodioritos cinza, porfiróides, em Microscopicamente a textura é granoblástica
geral são produto de remobilização, onde é média a granular hipidiomórfica fina. Mineralogi-
marcante sua passagem dos migmatitos para camente constitui-se de: quartzo (10-15%), oli-
estes. Entretanto chega até a ser duvidoso, goclásio ( 10-59%), biotita ( 15-20%), ortoclásio
muitas vezes, a colocação de certos granitos no (0-15%), anfibólio (0-15%), epídoto (5-15%),
embasamento por não se ter relações de campo. além de opacos, clorita, sericita, alanita, esfeno,
Baseados nos estudos petrográficos, colocamos apatita e zircão. O quartzo é um mineral de
algumas dessas rochas no Complexo Guianense e importância subordinada Dispõe-se de modo
posteriormente poderão vir a ser colocadas na intersticial, entre os feldspatos É anédrico fratu-
estratigrafia, quando feitos estudos mais deta- rado e com extinção ondulante. Os plagioclásios
lhados no campo podem alcançar teor preponderante. Ocorrem
maclados segundo a lei da Albita ou Albita-Peri-
Granitos - Dos granitos do Complexo Guianen- clina, e o ângulo de extinção indica uma
se foram laminadas as amostras PT-136C composição oi igoclásica. Suas macias por vezes
AM-001, JM-18 e JM-20. Macroscopicamente mostram-se recurvadas e a alteração a sericita
são rochas de coloração rosa pálido a creme, não é muito extensa
com pontuações escuras e esverdeadas, que por
vezes confere a certas zonas coloração cinza a Uma feição marcante é uma certa abundância de
esverdeada. Microscopicamente, a textura é ge- biotita e, principalmente, epídoto na amostra
ralmente granular xenomórfica a hipidiomórfica, PT-143, cujas relações com os feldspatos suge-
podendo localmente se apresentar ligeiramente rem que estes foram parcialmente substituídos
orientada, tendendo a cataclástica. A granulação por aqueles minerais. Ambos são subédricos. A
varia de média a grosseira com a seguinte mica é da variedade parda com muitas inclusões
composição mineralógica quartzo (30-38%), fel- (esfeno, zircão, apatita e alanita), com a última
dspato alcalino (40-45%), oligoclásio (15-20%), formando halos pleocróicos no seu interior. O
biotita (2-5%), além de opacos, epídoto, apatita, anfibólio acha-se maclado, tem pelocroísmo em
sericita e argila minerais. O quartzo é anédrico, tons verde semelhante a hornblenda, mas o
muito fraturado, com leve a forte extinção baixo ângulo 2V indica que seja uma variedade
ondulante. A pertita, com lamelas de exsolução tipo hastingsita. Não há alteração visível nos
muito finas, sobressai entre os feldspatos Pos- máficos, que se encontram associados e
suem formas muito irregulares e mostram-se concentram-se em certas zonas, sendo possível
interpenetradas com o quartzo ou entre si. A que a biotita esteja substituindo ao Jnfibólio. Os
microclina e a pertita estão levemente alterados acessórios citados anteriormente são razoavel-
a argila-minerais. O oligoclásio também é es- mente comuns.
sencial, comumente maclado polissinteticamente
e não raro profundamente sericitizado ou inclu-
TonJiito - Esta rocha foi estudada através da
amostra CR/A0-362. Macroscopicamente possui
so nos cristais de pertita-microclina. A biotita
cor cinza, mosqueada, granulação média e inci-
ocorre em pequenos cristais sem orientação
piente orientação. Microscopicamente apresenta
visível. É comum a sua alteração em clorita e
resíduos de óxido ou hidróxido de ferro. textura granular hipidiomórfica média Minera-
logicamente é constituída por quartzo (35%),
Ouartzo diorito e granodiorito -Os granodiori- oligoclásio (50%), biotita (10%), microclina,
tos e quartzo-dioritos do Complexo Guianense ortoclásio, hornblenda, epídoto, esfeno, apatita,
são apresentados através das amostras PT-143 zircão, clorita, opacos e alanita (?).O quartzo é
1/32
anédrico, com bordos dentados. Tem granulação são, em geral, bem v1s1vels e distribuem-se
variável, aparecendo incluso nos feldspatos. O irregularmente. São subédricos alterados à serici-
oligoclásio ocorre em proporção elevada, ané- ta e, em menor grau a argila-minerais. A bioti-
drico e subédrico, composição Ab112 An 18 , pos- ta ocorre em pequenos cristais, podendo ou não
sui os bordos irregulares nos contatos com os apresentar-se orientada e concentrada em ban-
demais minerais. Apresenta-se maclado segundo das. Os acessórios já citados são pouco freqüen-
a lei da Albita e parcialmente sericitizado. A tes.
microclina e ortoclásio ocorrem em teores subor-
dinados É observada a textura mirmequ ítica em A amostra I P-S-43, se caracteriza por uma
somente um mineral. A biotita é o principal associação incomum. Sua textura é lepido-
máfico, subédrico, pouco alterada, com aspecto granoblástica e seus constituintes essenciais são
I ímpido, em alguns pontos está cloritizada A quartzo, plagioclásio, biotita e cordierita. Há
hornblenda presente está incluída entre os aces- ainda silimanita em teor apreciável. Distingue-se
sórios. o plagioclásio da cord ierita, através do aspecto
contrastante de suas macias, polissintéticas,
Rochas gnaíssicas - As rochas gnaíssicas, do lamelares para o plagioclásio e, em cunha na
Complexo Guianense, apresentam grande distri- cordierita, pela alteração a sericita e pinita de
buição e variedades ricas em biotita e hornblen- cada um deles e pela presença preferencial de
da. Macroscopicamente, possuem coloração inclusões de silimanita na última. A biotita é,
creme-acinzentada, sendo comum a alternância excepcionalmente, abundante, com suas !ameias
dessas cores. Microscopicamente, a textura é bem orientadas exibindo pleocroismo de mar-
granoblástica fina e granolepidoblástica. Minera- rom-amarelado, muito característico. Ora
logicamente, são constituídas por quartzo contorna os demais minerais, ora corta os cristais
(28-30%), feldspato alcalino- pertita-microclina, sem mudar de direção.
ortoclásio ( 15-40%), plagioclásio sádico (30%),
biotita ( 1-5%), além de opacos, clorita, ep ídoto, Migmatitos - Apresentam estruturas isotrópicas
sericita, esfeno, apatita, zircão, rutilo e argila- e anisotrópicas, distribuídos em toda a região e
minerais. O quartzo é anédrico, situando-se entre associados com os gnaisses. Dentre as diversas
os feldspatos, mostrando acentuado alongamen- estruturas anisotrópicas temos: a bandeada do-
to segundo a direção da xistosidade da rocha e brada, o f tal mítica, ptigmática, agmat ítica, nebu-
ocorrendo, principalmente, em alguns níveis, 1ítica e anatex ítica. O paleossoma é constituído
constituindo bandas félsicas na lâmina. É por bandas de gnaisses e anfibolito e neossoma
comum a forte extinção ondulante e o intenso granod ior ítico.
fraturamento. Forma intercrescimentos mimer-
qu íticos, ocorrendo também, inclusos nos fel- Os m igmatitos, de estruturas isotrópicas,
dspatos, em pequenos cristais granulares com apresentam uma textura granoblástica, cataclás-
arredondamento perfeito. A microclina é um tica, composta de quartzo, plagioclásio, micro-
pouco mais abundante que os plagioclásios, aos clina, biotita e epídoto. O plagioclásio está em
quais certamente substituiu em parte, pois são cristais oem desenvolvidos, com bordas tritura-
comuns as rei íquias dos mesmos no seu interior; das e alterado em sericita, argila-minerais e
é anédrica, com geminação bem marcada e epídoto; quartzo em cristais xenomórficos e em
límpida. Também é mais abundante que o forma de gotículas dispersas nos feldspatos e
ortoclásio, em geral não estão alterados, notan- mesmo formando intercrescimento
do-se apenas esparsamente a formação de sericita mirmequ ítico, microclina de neoformação apre-
e argila-minerais. O plagioclásio sádico é, razoa- senta rei íqu ia de plagioclásio em seu interior;
velmente, abundante. As macias polissintéticas biotita em forma de agregados contornando os
1/33
grãos félsicos; epídoto em prismas pequenos TABELA 11
como produto de alteração do plagioclásio. Amostras
Minerais
PT-136 JM-8 IP-S-17
Andes i na ? X
migmatitos ou ocorrem como corpos intrusivos
8iotita
no Complexo Guianense. Macroscopicamente Hornblenda X X
são de coloração cinza-esverdeado, quando inal- Apatita X
Fluorita ?
deamento, ora é bem evidenciado, ora quase Opacos X
imperceptível. Microscopicamente apresentam Epídoto X X X
Prehnita X
( 1) - Inclui actinolita
Mineralogicamente estão assim constituídas: a
hornblenda atinge 70%, sendo 75% na amostra Quartzitos - Estas rochas parecem caracterizar
IP-S-17, é actinolita, subédrica e anédrica, apre- "a não migmatização", sendo envolvidas, mas
sentando pleocroísmo variável - verde-oliva a ficando intactas ao processo de granitização,
verde-amarelo-pálido - e exibe alguma alteração assim como os kinzigitos. Macroscopicamente
a clorita; a andesina nas amostras LM-8 e possuem coloração cinza e esbranquiçada, com
PT -136, pode alcançar até 15%, ocorrendo tanto estrutura xistosa. Microscopicamente a textura é
nos interstícios dos anfibólios como também granoblástica fina, constituída mineralogicamen-
como fragmentos envolvidos pelos produtos de te por quartzo (97%), opacos (3%), zircão, óxido
alteração, sericita e saussurita, na amostra JM-8. de ferro e apatita.
O quartzo, que pode estar ausente (IP-S-17). ou O quartzo é anédrico, com bordos irregulares,
atingir 15%, ocorre em forma de veios micros- engranzados. A granulação varia de fina a muito
cópicos ou preenchendo vazios entre os minerais fina. Apresenta cristais fraturados e extinção
anédrico e com contatos suturados e extinção ondulante. O zircão é acessório restrito, menos
ondulante em JM-8. A clorita que pode alcançar abundante que os opacos, que provavelmente
10%, é produto de alteração da hornblenda e são, magnetita e/ou hematita Estes possuem
biotita, as quais às vezes chega a substituir, quase forma alongada e ocorrência local
completamente e os acessórios são ser1c1ta
(15%), na amostra IP-S-17, epídoto (JM-8 e
Cataclasitos - Neste grupo de rochas estão
IP-S-17). opacos (IP-S-17). apatita (JM-8)
incluídas aquelas que tiveram a textura e estru-
prehnita (IP-S-17) e fluorita (?) em um único
tura totalmente destruídas por esforços a que
grão na amostra JM-8.
foram submetidas. Foram estudadas principal-
mente através da amostra I F-S-9. Macroscopi-
camente, possui cor cinza-esverdeada, composta
Na amostra PT-136, por ter sido apenas estudada abundantemente por félsicos. Microscopicamen-
macroscopicamente, os minerais identificados te, possui textura cataclástica; sendo constituída
foram quartzo, hornblenda e possivelmente mineralogicamente por quartzo e plagioclásio,
epídoto (?) secundariamente, epídoto e biotita. Os minerais
1/34
estão intensamente triturados e apresentam forte Acreditamos que o alinhamento NW-SE, do
extinção ondulante, bem como lamelas de ma- Gnaisse Tumucumaque com as litologias do
elas encurvadas. Cristais maiores de quartzo e Grupo Vila Nova, tenha se dado durante o Ciclo
plagioclásio (com forte extinção ondulante, bor- Transamazônico (orogênese) com o desenvol-
dos suturados e !ameias curvas) foram preser- vimento de cataclase nos gnaisses.
vados.
Essa seqüência começa a ser exposta no sul do
Amapá, segue em direção noroeste formando a
2.2.1.6. Gnaisse Tumucumaque
serra do lratapuru; depois ruma na direção
norte, sofre uma inflexão para oeste, onde
Um evento de metamorfismo dinâmico - Episó-
recebe a denominação de Tumucumaque. Na
dio Tumucumaque, datado em 2 600-2.300 MA,
parte nordeste do Amapá o Gnaisse Tumucuma-
os gnaisses homônimos foram submetidos a
que se estende de noroeste para sudeste, consti-
"stress" de grande amplitude, desenvolvendo
tuindo a serra Lombarda
neles uma foliação bem pronunciada que em
muitos locais exibem rumo N15°-60° W. Em
conseqüência, esses I itotipos apresentam catada- Na parte sudoeste da Folha NA/N B.22 Maca pá,
sitos, milonitos e brechas de falhas, embora ocorre um epidiorito que hoje forma uma serra
conservando ainda a estrutura gnáissica caracte- com mais de 30 km de comprimento, orientada
rística - essas rochas são denominadas de segundo a direção geral NW-SE e situada entre os
Gnaisse Tumucumaque, e sua individualização rios lpitinga e Paru, sendo que este último curso
no mapa deve-se mais às feições estruturais que d'água corta essas rochas.
se salientam, visto que a composição mineraló-
gica é semelhante aos demais gnaisses do Com-
plexo Guianense. Por outro lado, essas rochas, 2.2.1.6.1. Petrografia
morfologicamente apresentam-se mais sob a
forma de serranias, contrastando com as demais As amostras dos gnaisses que foram separadas
rochas do conjunto metamórfico basal. dos demais metamorfitos do Complexo Guia-
nense, através de feição estrutural, e denomina-
dos de Gnaisse Tumucumaque, foram menos
Baseados em caracteres estruturais e morfoló- significativos que nas demais unidades. Por esse
gicos, denominamos de Gnaisses Tumucumaque, motivo, foram estudadas microscopicamente
as áreas do Complexo Guianense que apresentam poucas amostras.
metamorfitos com distinguível bandeamento,
sendo esta feição tectônica proveniente de
"stress", com desenvolvimento de rochas cata- É marcante num grande número de rochas deste
clasadas, milonitizadas e brechadas. Associados grupo a larga dominância dos plagioclásios sobre
a esses gnaisses ocorrem anfibolitos, quartzitos os feldspatos ai cal i nos. Estes, ou são ausentes ou
bem como encraves de xistos. subordinados, nunca essenciais. Bons exemplos
são as amostras CR/A0-144, IP-S-70, PT-145 e
959. A textura grano-nematoblástica é a mais
O para lei ismo do bandeamento dessas rochas comum, porém a orientação nem sempre está
com os metassedimentos do Grupo Vila Nova, bem evidenciada e efeitos cataclásticos geram em
parece justificar a direção desses alinhamentos alguns casos texturas "mortar''. Na sua minera-
com "bacias tectônicas", nas quais foram deposi- logia, destacam-se os plagioclásios e a hornblen-
tadas a sedimentação que deu origem ao Grupo da. O quartzo pode estar presente como
Vila Nova. essencial, (CR/A0-144), mas, na maioria das
1/35
vezes, restringe-se ao preenchimento dos interstí- lado dos feldspatos alcalinos, a porção félsica
cios entre os plagioclásios. Deste modo a compo- dessas rochas. Entre os últimos, destacam-se a
sição dessas rochas é diorítica ou quartzo- microclina, com pertita e ortoclásio subordi-
diorítica. Os plagioclásios situam-se no intervalo nados. A biotita, embora não muito abundante,
oligoclásio-andesina, com teor em anortita - é o principal máfico. Mostra sempre uma certa
Ab 401 An 60 . Apresentam gemi nação complexa, orientação e alguma alteração a clorita. Epídoto,
nem sempre bem definida devido ao aspecto esfeno, zircão, apatita e opacos, são acessórios.
turvo dos cristais, e alteração pouco profunda e
sericita. A hornblenda é subédrica, bem preser- Diversas amostras mostram-se cataclasadas e
vada e com macias. Os acessórios mais comuns algumas delas, como a 10-1 O, receberam a
são· epídoto, apatita, clorita e esfeno. designação de cataclasitos. A rocha citada é
félsica, de composição granítica, tendo sido
Outra variedade comum são os biotita-gnaisse. identificados o quartzo, feldspatos alcalinos e
São mais félsicos que as anteriores e composição plagioclásio.
granodiorítica. A textura é granoblástica, granu-
lação variável e o quartzo atinge teores entre 30 Cabe acrescentar que a separação entre o Com-
e 60%, nas várias amostras (10-6, IP-S-4, plexo Guianense e os Gnaisse Tumucumaque, foi
PT-136C AM-002). Os plagioclásios sádicos, baseada mais na interpretação das imagens de
predominantemente oligoclásio, anédricos a radar e nos dados de campo, do que na
subédricos, algo sericitizados, completam, ao petrografia
1/36
TABELA 111- (Complexo Guianense)
(1)- Inclui pertita (2) - Inclui sericita (3) - Inclui clorita (4) - Tremolita (5)- Inclui microclina
~
Amostras PT-143 PT-143 C R/AO· PT-139c PT-139 PT-137 PT-137
PT-136 M/FC-60 957lAQ) IP..S-43
f_4inerais AD-1 AD-2 362 AM-001 AM-001 AM-0018 AM·001C
Quartzo X 15 97 35 35 30 10 30 35 25
Ortoclásio 20 X
Microellna X 25 20
Pertita X 45 25 55 30
Plagioclásio 15
Plagioc. Sódico 20 50 15 59 10 15 25
Oligoclásio
Andes i na 30(2)
Muscovita X
Biotita 20 10 35 3 15 3 25
Hornblenda X X 5 7 X 15 2
Hornblenda-Actinolita
Tremolita-Actinolita
Piroxênio
Augita 25
Diopsídio
Hiperstênio
Esfeno X X X X X
Apatita X X X X X X X X X
Fluorita
Rutilo
Zircão X X X X X X X X
Vesuvianita
Opacos X X X X X X X X
Oxido de Ferro X
Oxido de Manganês
Sericita X X X X
Uralita X
Saussurita
Clorita X X X
Epldoto X 15 X X X
Alanita X
Prehnita
Argilo·Minerais X
Cordierita 20
Silimanita 3
Pinita X
TABELA IV
11) Sódico;
12) Feldspato alcalino;
13) Inclui microclina pertita.
Paiva (82) ( 1946), mapeando a área do lugarejo Nagell (78) (1962), inclui na Série Amapá uma
Santa Maria, descreve quartzitos intercalando seqüência de conglomerado, itabirito e quartzo-
itabiritos e lentes de hematita. mica xisto e quartzito, o qual denominou de
Grupo Santa Maria.
Ackermann (3) ( 1948), denominou de Série de
Vila Nova, a um conjunto de rochas pré-cambria-
nas intercaladas no Complexo Fundamental, LASA - Levantamento Aerofotogramétricos
estando as mesmas perturbadas, dobradas e em S.A. (63) ( 1958/59), quando realizou o reconhe-
posição subvertical. cimento fotogeológico da região centro-leste do
·Amapá, dividiu as rochas do pré-cambriano em
três categorias, sendo as últimas, metassedi-
Ferreira (34) (1949), cita no "Jazimentos de mentos, pertencentes à Série Vila Nova. Estes
Minerais Metálicos no Brasil", as ocorrências e metassed i mentos foram descritos como
jazidas de manganês na bacia do rio Amapari. quartzitos e xistos.
1/38
Bebert { 15) { 1965), se ateve sobre a gênese das da margem esquerda do rio Jari {bem como no
jazidas de manganês da serra do Navio. rio Citaré a montante de sua confluência com o
rio 'Paru a oeste).
1/39
Veios Hidrotermais
Intrusivas
Diques de Diabâsio
Cumingtonita-biotita-xisto
Grupo Paranfibolito
Série
Pré- Serra Quartzito-granada
Amapâ Xistos
Cambriano do Ouartzo-biotita-granada-xisto,
(Vila Nova)
Navio com camadas de gondito
e lentes de mármore.
Grupo
Anfibolito
Jornal
Embasamento Granito-Gnaisse
Nagell (78) (1962), na sua "Seqüência Estrati- longo dos planos de foliações. Nesse anfibolito,
gráfica Tentativa do Amapá Central", apresenta: observa-se uma orientação linear dos cristais de
hornblenda, desenvolvendo uma xistosidade. A
Série Vila Nova (Amapá) rocha faz contato no km 4,8 com os quartzitos
Pegmatito e diques de diabásios basais do Grupo Vila Nova, que apresentam uma
direção E-W e mergulho 30°N. No km 8,4 essas
Grupo Serra do Navio rochas deixam de aflorar, onde fazem contato
Biotita-granada-xisto com as rochas do Complexo Guianense, mas no
Quartz ito-granat ífero km 11, aflora um sericita quartzito com xistosi-
Quartzo-biotita-gnaisse dade, cuja direção é N30 W. Logo a seguir, aflora
Xisto-grafítico um anfibolito e capeando este anfibolito aparece
Gondito (protominério) novamente o quartzito cuja atitude é concor-
Carbonato de manganês (protominério) dante com a anterior. Novamente aparece anfi-
Rocha c/diopsídio-granada-calcita bolito se sobrepondo ao quartzito. Na ilha do
Anfibolito Jequitaia, aflora o quartzito e no km 2,5 e à
montante da cachoeira do mesmo nome, faz
Grupo Jornal contato com os mica-xistos. Esse conjunto de
Anfibolito mica-xistos se estende desde a ilha Jequitaia, até
uns 12 km à montante da foz do rio Cupixi.
Grupo Santa Maria Uma variedade rica em granada e lente de
Quartzito itabirito foi encontrada no conjunto de xistos.
Quartzo-mica-xisto
ltabirito (formação ferrífera)
Quartzo conglomerado No rio Cupixi, após a via férrea, aflora o
quartzito e ao longo de todo o percurso ocorre
Embasamento Granítico essa seqüência de mica-xistos e quartzitos, e
próximo às cabeceiras desse curso d'água aflora
um silimanita quartzito. Esses mica-xistos apre~
No rio Amapari, 4 km à montante da foz do rio sentam foliações variáveis de N20°-40°E e
Araguari, aflora um anfibolito estratificado com N20°-70°W e mergulhos tanto para NW como pa"
enriquecimento de quartzo de segregação ao ra NE. Os metamorfitos do Grupo Vila Nova
1/40
ocorrem como remanescentes, capeando as ro- No rio Falsino, são citadas ocorrências locais de
chas do Complexo Guianense, não sendo possí- anfibol itos, entretanto, o comportamento estra-
vel mapeá-los em toda a extensão do rio, através tigráfico, provavelmente, deve ser semelhante
das imagens de radar. aos anteriores.
1/41
mergulhos entre 70°-80° para NE e SW. Na sendo provável mesmo que se façam por falhas.
secção realizada ao lado do igarapé Fé em Deus,
a seqüência é representada por quartzito basal, Na serra do Navio, associado aos biotita-grana-
em seguida aflora anfibolito com os minerais da-xisto ocorrem lentes de mármore manganesí-
tabulares orientados, dando à rocha uma I igei ra fero, os quais por meteorização deram origef0
xistosidade, encimadas por uma seqüência de aos depósitos de manganês - Nagell (78) ( 1962).
muscovita-xisto, biotita-xisto, talco-xisto e Juntamente, ocorrem também camadas de
lentes de hematita com enriquecimento de mag- gondito e matéria grafitosa. Os mármores se
netita. Abaixo desse igarapé, a seqüência inicia apresentam com mais de 90% de calcita,
aflorando por anfibolito, sobreposto por cama- diops(dio e tremolita- Scarpelli (97) (1963).
das ferríferas e uma seqüência de mica-xistos,
esta última apresentando xistosidade com dire- Na porção noroeste da Folha NA/NB.22 Ma-
ção N40W-70°NE. No igarapé dos Patos se capá, está exposta uma faixa de rochas metas-
observou a mesma seqüência, sendo que nas sedimentares cortadas pelos rios Jari e Paru. Essa
margens do igarapé se notou a ocorrência de faixa não é mapeável através das imagens de
granada-biotita-xisto encimado por um n(vel de radar.
muscovita-quartz ito. A formação ferrífera, a (
aflorante, apresenta lentes espessas bastante No Jari, acima do paralelo 1°N, exposta na calha
dobradas ou não dobradas, e seu comporta- desse rio, está uma seqüência de anfibolitos,
mento deve estar relacionado aos hematita- quartzitos e mica-xistos, cujo fácies metamórfico
quartzitos. Os anfibolitos parecem constituir é xisto-verde a anfibol i to, subfácies albita-clori-
corpos concordantes (si lls) com os metassed i- ta-xisto ao subfácies granada-silimanita-xisto.
mentos. Entretanto, observou-se que a porção Entre os mica-xistos, ocorrem sericita-xisto, elo-
basal do Grupo Vila Nova é constitu(da de rita-xisto, biotita-xisto, biotita-granada-xisto e
quartzito com extensa continuidade lateral, biotita-silimanita-xisto. A seqüência de meta-
embora tenha sido notado que os contatos entre morfitos, pertencentes à epizona e mesozona
o Complexo Guianense e Grupo Vila Nova se que ocorrem no rio Jari, está associada a
façam ora com quartzito ora com anfibolito, itabiritos e quartzitos. Essas rochas metamór-
ainda que o primeiro seja mais comum. No perfil ficas, apresentam xistosidade variável bem como
realizado, aproximadamente 5 km a montante exibem pequenas estruturas dobradas. A xistosi-
do igarapé Fé em Deus, foi observada a maior dade principal apresenta direção NW e mergu-
espessura do quartzito, com uma faixa de lhos para SW e NE.
aproximadamente 1O km de largura. Sobre os
metamorfitos do Grupo Vila Nova, se desenvolve Com referência ao contato do Grupo Vila Nova
canga, bem como ocorrem lagos. Onde existe e Complexo Guianense, foi verificado que
canga a vegetação se restringe a uma associação quando os migmatitos e griaisses estão em
de arbustos e gramíneas. A tectônica que afetou relação, ora com quartzitos ora com anfibolitos,
os metamorfitos na região do lpitinga foi tal que a superfície da separaçi=ío entre esses metamor-
as camadas ferr(feras apresentam-se microdo- fitos é brusca, estabelecendo uma "desconti-
bradas e os metassedimentos com mergulho nuidade nas isógradas metamórficas". A m igma-
quase vertical.
tização da infra-estrutura (Complexo Guianense)
não atingiu a superestrutura (Grupo Vila Nova)
Contato de biotita-granada-xisto e rochas do em razão da base do Grupo Vila Nova ser cons-
Complexo Guianense foi observado na margem tituído por litologias (quartzitos e anfibolitos)
esquerda do igarapé dos Patos, região do I pi- refratárias aos processos de granitização e mig-
tinga; porém, tais relações são muito escassas, matização.
1/42
Quanto ao posicionamento dos metamorfitos na Na fração a sudoeste da Folha, a faixa do
margem direita do rio I pitinga e sua colocação no metassedimento apresenta uma extensão de
Grupo Vila Nova, se deve ao grau de metamor- 150 km, se prolongando de SE para NW na
fismo, estilo de dobramento, ensejando uma margem direita do rio lpitinga. Essa banda não é
homógrada com os metamorfitos aflorantes na bastante densa como as já descritas.
serra do Navio. O mesmo é válido para as outras
partes da Folha Macapá, onde ora ocorre meta- Ao norte, nas proximidades da fronteira com a
morfitos ferdferos ou manganesíferos, perten- G u i a na F r a ncesa, pequenas faixas estão
centes ao mesmo evento orogenético, distribu idas esparsamente com direções concor-
dantes e iguais as outras faixas que afloram em
toda a região. Essas bandas apresentam exten-
2.2.2.2. Posição Estratigráfica sões variáveis, sendo que a de maior amplitude é
de 25 km.
O Grupo Vila Nova está sobreposto aos polime-
tamorfitos do Complexo Guianense. Não Colocamos restrições nessa correlação, visto que
apresenta contato superior a não ser com sedi- essa porção bem ao norte pode ser
mentos quaternários compostos principalmente correlacionada com o Grupo Paramaca (Grupo
de laterito que se distribui regularmente na Vila Nova por prioridade).
Folha NA/NB.22 Macapá.
Na parte mais ao sul os metamorfitos constituem
2.2.2.3. Distribuição na Area uma faixa de forma côncava e pouco espessa.
Outras áreas de afloramentos ocorrem distri-
bu ídos i r reg uI armen te.
O Grupo Vila Nova distribui-se em faixas isola-
das e esparsas na região. Essas faixas apresentam
No Cunani duas faixas paralelas se estendem em
direção NW-SE, concordantes com a xistosidade
direção à serra Lombarda. Na região de interflú-
e acamadamento dos quartzitos.
vio dos rios Cuc e Amapari, na serra do
Tumucumaque, outras duas bandas alinhadas
Na parte central a faixa de metamorfitos é
estão expostas, capeando a Gnaisse Tumucuma-
bastante espessa, onde começa no alto rio Vila
que.
Nova e prolonga-se rumo ao rio Amapari. Na
porção bem ao su I da banda corresponde sua
parte mais espessa com 50 km, de largura de 2.2.2.4. Geocronologia
rocha aflorante. Depois segue em direção ao
curso do rio Amapari com aproximadamente Datações geocronológicas rP..alizadas em xistos e
150 km de extensão, onde se adelgaça gradativa- anfibolitos da serra do Navio, apresentaram:
mente, chegando até uma largura de 2,5 km no
alto desse rio. Logo acima, dessa faixa, paralela- Análises nos xistos e anfibolitos pelo método
mente ocorre outra faixa menos densa situada K/ Ar revelaram idade de 1. 750 ± 70 MA, para as
entre o rio Falsino e seccionando o rio Araguari micas e hornblendas, as determinações em rocha
e continua até próximo ao rio Amapari. total, método Rb/Sr, revelaram valores entre
1.975 a 2.530 MA. Com os dados de Hurley et
Na porção ocidental, uma banda bastante consis- alii (46) ( 1968). foi constru ida uma isócrona de
tente, com aproximadamente 40 km, vai do rio 2.090 MA para essas rochas do Amapá
Mapari e continua em direção NW ao longo do
rio Jari com uma extensão de dezenas de Dado o posicionamento estratigráfico, semelhan-
qu ~lômetros. ça com outras unidades nas Guianas e Venezue-
1/43
la, é conclusivo que as mesmas foram submeti- interessantes sobre a mineralogia e textura dessas
das aos eventos do metamorfismo regional do rochas. Baseadas sobretudo nos caracteres textu-
Ciclo Transamazônico. Por seus minerais tipo- rais das mesmas, foi possível dividi-las em três
mortos, feições estruturais de dobramentos e grupos bem distintos, que são a seguir analisados
isógradas metamórficas, o Grupo Vila Nova asse- separadamente; essa variação textura! está con-
melha-se com os grupos da Faixa Orogênica Ara- dicionada ao menor ou maior esforço a que a
guaia-Tocantins. rocha foi submetida.
1/44
igualmente comuns. Remanescentes de piroxê- essenciais hornblenda, quartzo, feldspato e
nio, tipo augita-diopsídio, foram observados em epídoto. Os acessórios são opacos, esfeno, raro
várias amostras ( CR/A0-31, CR/A0-40, zircão e rutilo. Sericita e caulinita substituem
CR/A0-110, CR/A0-111, e CR/A0-291), indi- localmente os feldspatos. A textura é
cando a substituição destes pelos anfibólios. Os francamente nematoblástica com orientação per-
cristais maiores de hornblenda muitas vezes têm feita da hornblenda. Seus cristais são subédricos
aspecto de "peneira". O anfibólio encontra-se e anédricos, prismáticos alongados com pleo-
mais ou menos alterado, conforme a rocha, e roismo de verde-amarelado a verde-azulado. As
substituído por tremolita-actinolita e clorita, macias são raras ou ausentes e não há evidências
que alcançaram teores significativos. de alteração. Epídoto perfaz em torno de 5% em
cada lâmina. Ocorre como grânulos ou prismas
Os plagioclásios são tabulares e subédricos. Seus curtos ao longo da xistosidade. Entre os félsicos
cristais têm geminação polissintética da lei da félsicos sobressai o quartzo dos feldspatos. Am-
Albita-Carlsbad, bem marcada, permitindo na bos são anédricos e costumam ocorrer entre-
maioria dos casos a determinação. Obteve-se meados aos anfibólios, embora o quartzo forme
valores de anortita - Ab54-25An 46 _75 , ou seja, ocasionalmente segregações em níveis. Os felds-
de andesina cálcica a labradorita, em limites, patos alcalinos e plagioclásios são os únicos a
pouco amplos. A sua alteração profunda ou alcançar quantidades elevadas, mas se observou a
mesmo total a saussurita, na qual são identifi- presença dos alcalinos.
cáveis epídoto, sericita, clorita e argilo-minerais,
se dá em vários casos, porém há amostras em que A mineralogia, a textura, a ausência de alteração
é insignificante ou ausente. As últimas são entre outras coisas, contrastam de maneira acen-
justamente aquelas onde o plagioclásio mostra-se tuada com as rochas do grupo anterior. Por
orientado o que, unindo os fatos, revela a menor outro lado, a presença de quartzo como essencial
ação metamórfica atuante sobre as mesmas. e do epídoto, como mineral primário podem ser
consideradas evidências de origem sedimentar.
Os diversos aspectos texturais enunciados, desde Aventamos a possibilidade de tratar-se de para-
o arranjo dos grãos até a forma dos cristais, anfibolitos as rochas em estudo. As amostras
permitiram atribuir uma origem ígnea às rochas mais típicas s,ão: CR/A0-155, CR/A0-170 e CR/
pré-metamórficas. Como conseqüência disso as A0-189.
atuais foram todas elas classificadas como or-
toanfibol i tos. Anfibolitoscom Textura Nematogranoblástica-
O exame macroscópico dessas rochas não
Anfibolitos com Texturas Nematoblástica - As revela nenhuma orientação, sendo consideradas
rochas anfibol íticas desse grupo têm aspecto granoblásticas. São esverdeadas, com granulação
macroscópico inteiramente contrastante com as fina e média, e foram coletadas nas quadrículas,
do grupo anterior. Sua granulação é fina muito NA-22-Y A e NA-22-YC.
unifo:me e a orientação dos anfibólios define
uma xistosidade perfeita, o que faz com que as Microscopicamente, foram estudadas poucas
amostras tenham sempre faces planas. Veios amostras, que revelaram que a textura é de fato
nematogranoblástica, pois o anfibólio revela uma
de quartzo com feldspatos subordinados, cortam
algumas amostras. As poucas rochas examinadas certa orientação. O mesmo é muito abundante
são provenientes das quadrículas NA-22-YC, mas desenvolvendo cristais maiores entre os quais se
tudo indica que outras semelhantes ocorram em situam os félsicos, bem mais finos. A hornblenda
toda a área mapeada. é anédrica e subédrica, com bordos muito
irregulares, pleocroismo normal, em tons de
O exame microscópico acusa como constituintes verde, e apresenta-se geminada. Sofreu esforços,
1/45
pois muitos cristais prismáticos' têm clivagens Outra amostra que recebeu a mesma designação,
curvadas e extinção ondulante. A alteração no apresenta grande quantidade de "chert" em
geral pouco profunda, se efetua pela formação veios, muitas vezes cortando os cristais exten-
de clorita e tremolita-actinolita a partir dos samente fraturados de quartzo. Numa última, os
bordos e fraturas. Plagioclásio e quartzo com- minerais opacos, magnetita ou hematita (? )
pletam a mineralogia essencial da rocha. Ambos compõem 3% da lâmina.
ocorrem associados, anédricos, por vezes poli-
gonizados. O plagioclásio em al.guns locais tem No projeto Macapá-Calçoene, Vale et alii (113)
composição de andesina, mas deve haver varie- (1972), são citados entre os constituintes
dades mais sádicas, que não foram determinadas. ocasionais dos quartzitos, a granada e a silimanita.
Está no geral preservado da alteração, exceto na
IP-S 51, onde foi substituído por epídoto, e pela
formação local de argila-minerais. Entre os Formação Ferrífera - Sob a designação de
acessórios destacam-se os minerais opacos, en- "Formação Ferrífera", foi englobada uma série
quanto apatita e epldoto são bem mais raros. de rochas caracterizadas pela grande quantidade
de óxido de ferro, que entra em sua composição,
A partir dos dados disponíveis torna-se difícil normalmente associado ao quartzo ou outras
optar por uma origem ígnea ou sedimentar para variedades de sílica. Macroscopicamente se apre-
a rocha primitiva. As amostras 152.A, 152.8 e sentam como rochas muito orientadas, de granu-
PT-137 A/ AM-001, são bons exemplos desse lação variável, desde muito fina a média, sendo
tipo petrográfico. nítida nas mais grosseiras a separação entre ban-
das quartzosas e minério de ferro. Este é repre-
Anfibolitos com Textura Granoblástica - Exis- sentado muitas vezes pela magnetita, mas a he-
tem ainda certas amostras que assumem matita também é comum. As rochas mais finas
características diversas das apresentadas pelos são enquadradas comumente na categoria de fili-
tipos anteriores. Uma delas é a JM-21, com tos ferruginosos, apresentando coloração ocre
textura granobtástica, em que a hornblenda está ou marrom-avermelhado. O estudo microscópico
praticamente inalterada enquanto os plagio- por luz transmitida dessas rochas, fica sempre
clásios foram substituídos de todo. Vale et alii prejudicado pela própria natureza do material,
( 113) ( 1972) chamam atenção para o fato de as restringindo-se por isso a poucas lâminas. A
"rochas anfibol íticas não ficarem restritas a esta amostra I P-S-22, se mel hante a I P-S-23 e I P-S-52,
seqüência anteriormente denominada de Grupo tem quartzo e magnetita como essenciais. Am-
Jornal da Série Amapá", pois "ocorrem também bos são anédricos, alteram-se em níveis e tendem
no Complexo Basal ". a alongar-se acompanhando a orientação da
rocha. Em quantidade há um anfibólio, cujos
Quartzitos - São rochas muito comuns na área, cristais se acham dispersos pela lâmina. Já a
em especial associadas aos demais metassedimen- amostra I P-S-40, foi classificada como filito
tos existentes. O exame sob lupa binocular, na ferruginoso. Tem orientação nítida e grande
maioria das amostras, acusou quartzo e muscovi- quantidade de óxido de ferro. Este mascara-a
ta, a última ocorrendo em proporções variáveis. intensamente e só quartzo e sericita foram
Notou-se ainda impregnação por óxido de ferro identificados.
e a presença da magnetita como acessório.
Dentre as amostras examinadas, um exemplo é a Xistos - Incluído nas sequências metassedimen-
I P-S-50. Foi classificada como quartzito-cataclás- tares, os xistos são muito freqüentes. Formados
tico, sendo muito pura, pois além do quartzo, só a partir de rochas ricas em alumínio, têm como
ocorre sericita e óxido de ferro como acessórios. principais minerais quartzo e micas, embora
1/46
granada, albita e andaluzita, entre outros, pos- mais característicos desse grupo os seguintes:
sam ser essenciais. No exame macroscópico se muscovita-biotita-xistos, biotita-quartzo-xistos,
destaca a xistosidade, atribuída em geral à quartzo-muscovita-granada-xistos, granada-bioti-
perfeita orientação dos minerais micáceos. Por ta-xistos e hornblenda-xistos.
vezes a turmalina, acessório comum, está bem
desenvolvida e seus prismas alongados, de colo- Scarpelli (101) (1972), em trabalho sobre os
ração escura, se dispõem paralelamente aos depósitos de manganês da serra do Navio, divide
demais componentes da rocha. a seqüência metassedimentar em três fácies, cuja
tendência dominante seria apresentar-se como na
Das amostras representativas - I P-S-56.A, mus- sucessão abaixo:
covita-biotita-quartzo-feldspato-xisto; I P-S-56.B,
albita-muscovita-quartzo-xisto, sendo que na Superior
primeira as micas são muito abundantes. A Protominérios de manganês
biotita, com pleocroismo de amarelo-pálido a Fácies grafitoso
marrom-avermelhado, com halos pleocróicos Inferior
circundando as inclusões de zircão, supera em Fácies biotítico
quantidade a muscovita. Ambas exibem excelen- Fácies quartzoso
te orientação e são, juntamente com o quartzo,
Todas estas rochas foram incluídas pelo mesmo
englobadas pelos feldspatos, cuja caractedstica
autor no Grupo Serra do Navio. No fácies
mais saliente é o grande número de inclusões.
quartzoso os minerais com teor médio igual ou
Entre os acessórios sobressaem turmalina e
acima de 3%, são os que seguem na ordem
apatita. Na segunda o quartzo perfaz em torno
decrescente de abundância: quartzo, plagio-
de 50% da rocha. Os cristais se interpenetram
clásio, tremo! i ta, biotita, muscovita, granada,
com contatos suturados, tendendo a formar
grafita, andaluzita, silimanita, hornblenda,
níveis nem sempre bem distintos, que se alter-
turmalina e epídoto. Repetindo o mesmo crité-
nam com a muscovita. Os feldspatos ocorrem
rio para o fácies biotítico, temos: biotita,
entremeados ao quartzo e têm composição
quartzo, silimanita, granada, plagioclásio, anda-
albítica. A granada anédrica, muito fraturada, é
luzita e muscovita. E finalmente, para o fácies
o principal acessório.
grafitoso: grafita, quartzo, biotita, andaluzita,
A amostra, IP-S-57 .B.3, andaluzita xisto, por estaurolita, granada, epídoto, clorita, muscovita
outro lado tem uma mineralogia bastante parti- e plagioclásio. Análise dos contatos entre os
cular. A andaluzita desenvolve grandes cristais e vários fácies revelou clara passagem transicional
compõe a quase totalidade de rocha. Apresenta entre os mesmos e uma tendência para a
forma subédrica e contém diversas inclusões de repetição cíclica deste padrão.
estaurolita, com pleocroismo de amarelo-claro a
ouro. Os pequenos cristais prismáticos de turma- Rochas Magnesianas- Embora pouco freqüente,
lina, com seu pleocroismo inverso diagnóstico, foram observadas diversas rochas magnesianas.
são extremamente freqüente na lâmina. Nas amostras de mão, chama a atenção o tato
untuoso, devido ao talco, o aspecto xistoso e
Noutra rocha, I P-S-45, a sericita ocorre como coloração algo avermelhada, conseqüência da
essencial ao lado do quartzo e da muscovita, e impregnação por óxido de ferro.
a turmalina, em grandes cristais com leve pleo-
croismo é um acessório importante. Das amostras examinadas há algumas muito
típicas. Neste caso encontram-se a I P-S-60.1 e
Na área do Projeto Macapá-Calçoene, Vale et I P-S-60.2. Ambas têm granu Iação mui to fina,
a/li ( 113) ( 1972), citam como representantes orientação perfeita, definindo uma xistosidade e
1/47
grande quantidade de óxido de ferro. Na pri- sido classificadas de acordo com os seus
meira, a clorita é constituinte básico, com leve caracteres específicos. As amostras I P-S-72,
pleocroismo em tons de verde, e baixa birrefri- I P-S-75 e I F-S-2, foram designadas como
gência, característica. Na segunda, o talco com- metabasitos. As duas primeiras são muito
põe a quase totalidade da rocha, em finas semelhantes, apresentando tremo I ita-actinolita,
lamelas com cores vivas em nicóis cruzados. plagioclásio e epídoto como constituintes bási-
Outra amostra foi classificada como talco-antofi- cos. O anfibólio forma cristais bem
lita-xisto, sendo o ortoanfibólio magnesiano desenvolvidos, com leve pleocroismo em tons de
citado o principal mineral. Apresenta-se em agre- verde e o plagioclásio {labradorita ? ) sofreu
gados finos com cristais alongados, em forma de profunda saussuritização, entre cujos produtos
leque, exibindo extinção ondulante, ao mesmo se destaca o epídoto. Raro quartzo, esfeno e
tempo que revelam seu hábito asbestiforme. Tal- opacos são acessórios. Em local próximo as
co e minerais do grupo da serpentina completam amostras são provenientes do morro Santarém,
a mineralogia da rocha. Folha NA-22-YC, foi coletado um metagabro,
amostra IP-S-71.A. Neste o plagioclásio -
No já referido Projeto Macapá-Calçoene, Vale Ab35An54• encontra-se melhor preservado. Há
et alii ( 113) ( 1972) comentam essa associação. muita hornblenda associada à tremolita-actinoli-
As rochas foram definidas como xistos ortome- ta e inúmeras relíquias de piroxênio augítico,
tamórficos, magnesianos, e merecem o seguinte englobados pelos anfibólios. A amostra I F-S-2,
comentário: "Limitado exclusivamente, dentro tem textura nematoblástica face à orientação da
da área trabalhada, às partes média e alta da hornblenda e da tremo I ita-acti no I ita, seus
bacia do rio Cupixi, um grupo bem definido de componentes essenciais. Plagioclásio, quartzo e
x i stos-magnesianos representado por talco- piroxênio também são importantes. O último é
xistos, antofilita-xistos e biotita-antofilita-xistos, remanescente da substituição pelos anfibólios,
indica sem dúvida a original existência nessa visíveis em vários pontos. Veios discordantes de
região de rocha ultrabásica e prováveis básicas". prehnita cortam os contituintes presentes na
Na amostra FC-R-814, do mesmo Projeto, num lâmina. Entre os xistos que têm tremolita-actino-
antofilita-talco-xisto (metaperidotito), observa- lita como principais minerais, um bom exemplo
se grandes cristais de olivina, circundados e é a amostra I P-S-46, foi designado como clori-
penetrados pelos minerais resultantes de sua ta-actinolita, sendo anfibólio largamente domi-
substituição, antofilita, talco e serpentina. Já a nante. Seus cristais incluem alguns grãos de
amostra FC-R-1260.8, classificada como perido- piroxênio e os acessórios presentes são epídoto e
tito (harzburgito), apresenta olivina e ortopiro- opacos.
xênio, associados como constituintes essenciais.
A amostra FC-R-1335.8, é um piroxênio cata- No igarapé dos Patos foi coletado um epidosito,
elástico à base de ortopiroxênio, com anfibólios onde, associado ao epídoto, ocorrem tremoli-
freqüentes e rara olivina. ta-actinolita e clorita. O esfeno se destaca entre
os acessórios pela sua excepcional abundância.
Metabasitos e Rochas Afins - Foram coletadas
urna série de amostras classificadas macroscopi- Metamorfismo - Analisando em conjunto as
camente como metabasitos ou tremolita-actinoli- amostras desse Grupo, foram utilizados os fácies
ta-xistos. Em alguns locais observou-se a as- metamórficos definidos por Wi n kler ( 120)
sociação das mesmas com anfibolitos de textura ( 1967), sendo que as mesmas se enquadram em
nematoblástica e mineralogia a base de hornblen- associações ora do fácies xisto verde, ora do
da, plagioclásio e quartzo. Foram analisadas fácies anfibolito, mas que, sem dúvida, são
microscopicamente algumas amostras que reve- muito mais comuns as incluídas no último. A
lam diferenças sensíveis em composição, tendo existência de grande número de anfibolitos, à
1/48
base de hornblenda e plagioclásio, e a ocorrência 2.2.3. Granodiorito Falsino
de estaurolita e sillimanita com relativa fre- 2.2.3.1. Generalidades
qüência, comprovam inteiramente esta afirma-
ção. A última só ocorre e é inclusive diagnóstica, ·os maciços de granodioritos ocorrem principal-
no subfácies de metamorfismo mais elevado, mente no alto curso e em ambas as margens do
dentro do fácies anfibolito. rio Falsino, intrudidos nas rochas gnáissicas e
migmáticas pertencentes ao Complexo Guianen-
Sobre o tipo de metamorfismo atuante na se. Essas intrusivas circulares se expressam como
seqüência, se predominou a pressão{Barrowiano) um conjunto de 18 maciços, com diâmetros
ou a temperatura {Abukuma) como agente
variáveis de 1,5 a 6 km.
metamórfico, os dados são ainda insuficientes
para uma conclusão. A cianita, mineral mais Sob o ponto de vista estrutural se localizam na
caracter(stico de altas pressões, não foi identifi- intersecção de dois lineamentos- Jari- Falsino
cada nas amostras anlisadas e, embora ocorram e Cassiporé, cronologicamente mais jovens. Mui-
cordierita e andaluzita, mais condizentes com tas das rochas dessas intrusivas acham-se afetadas
altas temperaturas e baixas pressões, a sua por efeitos de metamorfismo dinâmico, bem
formação poderia ser atribu (da a metamorfismo como algumas são cortadas por intrusivas básicas
térmico local. Uma discussão do problema é tole(ticas.
apresentado por Scarpell i {97) { 1963). Este
autor conseguiu distinguir três fases metamórfi- Outras ocorrências semelhantes de granodioritos
cas superpostas na seqüência da serra do Navio. encontram-se dispersas nos rios Tajau(,
O metamorfismo mais antigo, segundo ele, foi Calçoene, Amapá Grande, Camaipi, Amapari e
dinâmico do fácies anfibolito - Turner {109) Araguari. Associados a esses granodioritos ocor-
{1968). A seguir ocorreu um metamorfismo rem, pegmatitos, graisens e veios de quartzo. Os
térmico do fácies hornblenda-hornfels - Turner pegmatitos afloram nos rios Flechai, Vila Nova,
{109) {1968), cujas evidências seriam, entre Cupixi e Araguari. Os pegmatitos e graisens,
outras, o crescimento de porfiroblastos de anda- como os veios de quartzo, são portadores de
luzita e almandina, nos três fácies metassedimen- mineralizações de cassiterita, tantalita, columbi-
tares, e da cordierita no fácies biot(tico. O ta, berilo e ouro. As aluviões mineralizadas da
metamorfismo mais jovem foi um metamorfismo área têm sua origem no arrasamento daquelas
dinâmico, do fácies anfibolito, caracterizado rochas.
pela formação das rochas, dobramentos e recris-
2.2.3.2. Posição Estratigráfica
talizações. Nos três fácies a silimanita substitui
a biotita e a andaluzita, e foi acompanhada pela Os maciços de granodioritos que ocorrem no
muscovita. Estas são, salvo pequenas modifica- alto curso do rio Falsino {por suas relações de
ções para este resumo, palavras textuais do autor campo, intrusivos em polimetamorfitos do
citado. O mesmo explica ainda que o metamor- Complexo Guianense, com desenvolvimento de
fismo termal foi assim designado, apenas porque rochas hornfélsicas, caracter(sticas pós-orogêni-
a temperatura parece ser o principal ou único cas bem marcantes, bem como dados geocrono-
fator que afetou as rochas. Acrescente que não lógicos), situam-no como um evento magmático
foram localizadas intrusivas relacionadas com pós-Grupo Vila Nova, correlacionando-os ao
esta fase metamórfica. "vulcanismo subseqüente" do Grupo Uatumã.
1/49
TABELA V- (Grupo Vila Nova)
Amostras CR/A0-27 CR/A0-31 CR/A0-110 CR/A0-111 CR/A0-116 CR/A0-142 CR/A0-151 CR/A0-175 CR/A0-291 CR/A0-155 CR/A0-170 CR/A0-189
CR/A0-31A CR/A0-40
Minera~
Quartzo X 3 5 X X X X X X X - 40 35 44
Feldspato Alcalino - - - - - - - - - - - X
Plag•oclás•o - - X - - - - 15 - - X
Andesina 20 20 45(!) - - 40 - - - 25 -
Labradarita - - - - 45 - 40 45 - - 50
Muscov1ta
Biotita
-
-
-
X
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-- -
-
-
-
-
X
Homblenda 50 50 35 25 10 35 30 20 15 30 10 55 60 55
Tremolita-Act•nolita - - - - - - - - 15 20 20
xl2l
Piroxên1o - X - X - X X - - -
Granada
Andaluzita
Estaurolita
Sillirnanita
-
~
Cianita
Cordierita
Talco
Opacos
Esfeno
Epldoto
X
X
10
X
X
X
X
X
10
5
-
5
X
X
10
X
X
X
X
-
X
X
X
5
X
X
25
10
X
X
X
-
10
X
X
5
X
X
5
X
-
5
Zircão X X - - X - - X X - - - X
ApatJta X X X X X X X X X - X
Turmalina - - - - - - - - - - -
Rutilo - - - - X X - - - - - X X
Clonta X 3 5 35 30 20 25 30 20 10 10
Carbonatos - - X - - - - - - -
Saussurita 15 20 - 25 - X X - 5 X
SericJta X
Pinita -
Argilo-maneraas - - - - X - - X - - - X
Oxido de Ferro - - - - - - - - - - - -
(1) Inclui saussurita (7) Inclui sencita e caulínata (Continua)
(2) Aug•ta (8) Magnetita
(3) Actinolita (9) Somente actinolita
(4) Contato e/veJo quartzo feldsp (10) Alb1ta
(5) lnelui plag•oclás•o e ortoclás•oll
(6) I nciUJ feldspato
TABELA V (Continuação)
Amostras CR/A0-388 152.A 152.6 136.6 PT-137 IP-5-51 JM-21 CR/A0-41 IP-5-46 IP-5-62 IP-5-72 IP-5-75 IP-S-14 IP-5-50
Minera~ AM-001. A
-
Granada
Andaluz• ta
Estaurolita
c.n Sillimantta
Ciantta
Cordienta
Talco
Opacos X X X X X X X X 5 X X
Esfeno X - - - - - X - - X - X
Epfdoto X X X - X - X X X 60 X X
Zircão - - - - - - - X - X - -
Apatota - X X X X - - X - - - X
Turmalina - - - - - - - - -
Rutilo X 15 15 .J 5 - X - 15
Cloro ta - - - 5 - - - 30 - 5
Carbonatos - - - - - - - - - - X
--
Saussunta - - - - - - - - - -
Senctta - - - - - - - - - - - - X
Pin1ta
Argilo-mtnerats - - - - X - - X
Oxodo de Ferro - - - - - - - - - - - - - X
(Contonua)
TABELA V !Conclusão)
~as IP.S-55 IP.S.SO JM-6 JM-7 IP.S-22 IP.S-23 IP.S-52 IP.S-60.1 IP.S-60.2 IP.S-45 IP.S·56.A IP.S-56.8 IP-5-57,83 IP.S-11
Mmerals
Quartzo X X X X 60 X X - X 50 23 50
Feldspato Alcalino - - - - - ? - - - - 30
Plag1oclás1o
Andes1na
- - ·- - - > - - - - - 2o!•?l
Labrador 1ta
Muscov1ta X X - - - - - - - 25 15 29
Biotlta - - - - - - - - - - 30 -
Hornblenda
T remofita-Actrnolita
-
-
-
-
-- -
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- -
-
-
-
-
-
-
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Piroxêmo
Granada
-
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Esfeno - - - - - - - - - - X - - a:
'11.1
Epidoto
- - - - - - - - - - X - - z
Zircão
- - - - - - - - - X X X
-
-- :;
Apat•ta
- - - - - - - - - - X
Turmalina
- -
-
-
-
-
-
- - - -
-
- -
-
X
-
-- X
Rutilo
- - -
- -
-
-
-
-
- -
Clonta
Carbonatos
- - X 60 X X
Saussunta
Ser1c1ta
- - - - - - - - - - X X
Pintta - - - - - - - - - - - -
Argt~o-m1nera's
Óxido de Ferro
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-- -
4J
-
30
-
X
-
-
X
X
2.2.3.3. Distribuição na Area canismo afloram numa extensão de 75 km,
desde a cachoeira do Quebra-Unha, onde é
Quase uma vintena de corpos granodior(ticos capeado, através de uma "nonconformity" pelos
intrusivos assomam em ambas as margens do alto arenitos da Formação Trombetas (Derby, 1877)
curso do rio Falsino. Esses granodioritos apre- até a cachoeira da ~gua, onde aparecem transi-
sentam formas circulares e ligeiramente. el (pticas ções com os granófiros do Grupo Fumaça- For-
com diâmetros variáveis de 1,5 a 6 km. man {37) (1969)".
Marques (38) (1969), assim se refere: "Os A presença de riebeckita e fluorita nesses
granitos que supomos serem associados ao vul- granitos, são bons indicadores de mineralizações
1/53
a nióbio, tântalo e estanho, à semelhança com os ocorre no médio curso do rio Jari, e se prolonga
biotita-granitos e riebeckita-granitos, de Jos Pla- em direção à margem direita do rio Mapari. Esse
teau e Jos Bukuru na Nigéria, Tuva e Kazakhstão maciço com forma elíptica, alongada, com di-
na União Soviética, assim como os exemplos mensões de 25 km x 1O km, está bastante
descritos em Rondônia por Kloosterman (55) tectonizado, com falhas segundo N 50° W e NS.
(s.d.).
1/54
O intercrescimento micrográfico e mirmequ ítico, plagioclásio é o mineral predominante variando
presença de fluorita, assim como contatos textu- de oligoclásio a andesina, estando parcialmente
rais transicionais com os riolitos, vêm justificar o alterado a sericita e argila-minerais. A
jazimento hipoabissal a subvulcânico para o hornblenda verde é o máfico predominante,
Granito Mapuera. sendo a clorita o produto de sua alteração. Em
algumas dessas rochas ocorrem variedades ricas
em augita. Os opacos se distribuem localmente
22.5. Rochas intermediárias, básicas e ultrabá- nessas rochas.
sicas
Os gabros - gabros normais e no ritos, são de cor
2.2.5.1. Generalidades cinza-escura a preta, textura hipidiomórfica a
o f ít ica, cuja composição mineralógica se
Rochas ígneas de composição intermediária, exprime por labradorita, em cristais anédricos a
máfica e ultramáfica, ocorrem na área da Folha subédricos, maclada segundo a lei da Albita, e
Macapá, ao milionésimo, são exemplificadas por parcialmente alterada a sericita e argila-minerais.
dioritos, quartzo-dioritos, gabros, piroxenitos, O máfico predominante é augita, porém às vezes
harzburgitos incluindo ainda epidotitos. a rocha mostra-se enriquecida em hiperstênio,
sendo classificada como norito. Alguns gabros
Dioritos e quartzo-dioritos afloram na região do apresentam textura oHtica, e podem ser confun-
rio Oiapoque, bem como nas calhas dos rios díveis com os diabásios.
Flechai e Amapá Grande. Os gabros - gabro
normal e no rito, se apresentam distribuídos mais Os piroxenitos são rochas de cor preta-esver-
esparsamente, sendo conhecidas ocorrências nos deada, textura hipidiomórfica às vezes porfirí-
rios Cacau í e Falsino, afluentes do rio Araguari. tica, composta essencialmente de augita e
hornblenda, esta em pequena quantidade. A
Os piroxenitos, harú.. :Jrgitos, incluindo ainda os aug ita apresenta co Ioração esverdeada a parda,
epidotitos, são rochas que afloram no rio sem pleocro ísmo. A cl ivagem basal reta e parcial-
Camaipi no local denominado Poção do Galo, mente mostrando processo de uralitização.
ocorrendo ainda no rio Vila Nova, bem como no Alguns exemplares de piroxenitos estão catacla-
rio Maracá, no local denominado de Kernande. sados com finos veios de sílica, preenchendo
essas zonas de ruptura.
Algumas vulcânicas foram encontradas aflorando
e são citadas como traquitos e riolitos, porém Os harzburgitos são rochas cor preto-esverdeado,
têm exposições muito restritas, não possuindo com textura "mesh", compostos de peridoto,
extensões representativas na escala do mapea- bronzita, crisotilo, antigorita e opacos (espi-
mento de reconhecimento. nélios).
1/55
Os epidotitos são rochas de cor verde, com Mapari, juntamente com a intrusiva de Maicuru
textura granular, constitu l'êlos de epídoto, (Folha SA.21 Santarém) e intrusiva de Mara-
quartzo, titanita, ortoclásio e opacos. O epídoto 'cônai (Folha SA.22 Belém), constituem uma
é o principal constituinte e cuja composição prov(ncia comagmática ligada à elaboração da
varia de zoisita a pistacita. O quartzo sob a Sinécl ise do Amazonas.
forma grãos em mosaico é o segundo consti-
tuinte mais abundante na rocha. Os demais
ocorrem em quantidades subordinadas. 2.2.6.3. Distribuição na Area
Com exceção das três que ocorrem na margem As três amostras 1-01, 1-02 e 1-03, datadas pelo
esquerda do rio Amapari, as demais foram RADAM através do método Rb/Sr, em rocha
interpretadas através das imagens de radar, fal- total, forneceram idades de: 1.335±39 MA,
tando a verificação de campo. Essas intrusivas 1.680±63 MA e 1.537±38 MA respectivamente.
apresentam formas circulares, porém na Folha Esse intervalo de tempo ajusta-se ao Episódio
NA.21 Tumucumaque, a oeste, esses tipos de Roraima, 1.536±50 MA - Intrusão tabular de
rochas afloram com forma cônica com topo tole(to. Falhamento de bloco-Soerguimento-
seccionado, capeado por espesso manto de !ate- Erosão, na República da Guiana, relatado por
nto, apresentando lagoas bastante caractedsticas. Berrangé ( 16) ( 1973), bem como ao Episódio de
1:650-1.200 MA - Sills e subordinadamente,
diques constitu (dos de hiperstênio gabro e dote-
As intrusivas do Mapari apresentam formas rito com pigeonita, descritos por Priem et alii
circulares com diâmetro de 200 a 500 m, cuja (93) (1971 ), no Suriname.
amostragem foi realizada pelos geólogos da
I COMI (Amostras 1-01, 1-02 e 1-03): Deve ser salientado que o intervalo de tempo,
das intrusões alcalinas do Mapari, corresponde
2.2.6.2. Posição Estratigráfica ao espaço de tempo do vulcanismo ácido e
intermediário do Grupo Uatumã e Granitos
As intrusivas alcalinas do Mapari, por séus dados subvulcânicos, circulares, cratogênicos - Velho
de geocronologia, são um evento magmático Guilherme, cujas datações estão entre
logo após ao "emplacement" das rochas interme- 1.600-1.400 MA.
diárias, b~sicas e ultrabásicas, inclusive o Grano-
diorito Falsino. Alguns dos autores do presente 2.2.6.5. Petrografia
relatório, consideram as intrusivas alcalinas do
Mapari constituindo uma diferenciação magmá- Foram feitas pelo RADAM as análises petrográ-
tica, onde se encontram rochas ultrabásicas a ficas das amostras 1-01, 1-02 e 1-Q3, sendo
ácidas. Para outros, as intrusivas alcalinas do classificadas como sienitos.
1/56
A amostra 1-01, macroscopicamente apresenta de sodalita azul, feldspato alcalino, plagioclásio e
coloração esbranquiçada, granulação média, e máficos. Ao microscópio mostra uma textura
constituída de feldspato alcalino, plagioclásio, intergranular com transição para subofítico, on-
nefelina e máficos. Ao microscópio revela uma de prismas de albita e oligoclásio ácido, orto-
textura hipidiomórfica granular com cristais bem clásio apresentam às vezes disposição radial. ~
formados, composta de ortoclásio pertítico, composta de albita e oligoclásio ácido, orto-
microclina pertita, albita, oligoclásio, nefelina, clásio, sddalita, hornblenda, calcita e argila-
hornblenda comum, barkevikita, augita e mine- minerais. A albita e oligoclásio ácido, geminados
rais de alteração tais como, cancrinita, sericita e sob a forma de prismas e às vezes com disposição
argila-minerais. O acessório é a apatita. Orto- radial, são os principais minerais. Altera-se a argi-
clásio pertita se apresenta em cristais prismáticos la-minerais. O ortoclásio, maclado segundo Carls-
bem desenvolvidos, com a macia de Carlsbad, e bad, ocorre sob a forma de prismas alonga-
alterado a argila-minerais. Microclina pertita dos e é menos abundante que a albita. Altera-se
euédrica a subédrica, sob a forma de p •• sma, a argila-minerais. A sodalita, incolor e azulada,
onde os plagioclásios se apresentam em forma de xenomórfica, ocupa os espaços entre os prismas
lentes. A albita, maclada, ocorre em menor dos feldspatos. A biotita e hornblenda, estão
proporção que os feldspatos, porém se mostra como pequenos cristais distribu idos aleatoria-
alterada a sericita. me:lte na lâmina. Calcita ocorre sob a forma de
cristais bem desenvolvidC'c; ou como produto de
A nefelina ocorre como grãos anédricos, ocu- alteração dos feldspatos. A porcentagem aproxi-
pando os espaços intergranulares e alterada a mada dos constituintes da rocha é: albita,
cancrinita. Hornblenda verde, em cristais bas- oi igoclásio ácido e ortoclásio, representam 90%;
tante desenvolvidos, ocorre esparsamente na sodalita e calcita, perfazem 8%; a biotita e
lâmina. Associado à hornblenda verde, ocorre hornblenda, somam 2%. A rocha é classificada
alguns cristais de coloração azulada, pleocróico, como litchfieldito.
e parece tratar-se de riebeckita. A barkevikita
A amostra 1-03, macroscopicamente apresenta
marron, com pleocroísmo marrom e castanho,
colore~ão avermelhada, granulação média, é
está Iiberando opacos, tornando-se confund ível
constituída de feldspato-alcalino, plagioclásio e
com a hornblenda basáltica. A biotita marrom,
máfico. Ao microscópio mostra uma textura
pleocróica, se apresenta em cristais bem desen-
hipidiomórfica granular, cujos constituintes
volvidos, porém em quantidade subordinada. A
essenciais são: ortoclásio pertita, microclina per-
apatita está em grãos xenomorfos, inclusos nos
tita, albita e anfibólio marrom (barkevikita ? ).
máficos ou ocupando os espaços entre os consti-
O ortoclásio pertita e microclina pertita apa-
tuintes maiores da rocha. Os opacos estão
recem em cristais alongados e alterando-se a
distribuídos aleatoriamente e são produtos da
argila-minerais. A albita ocorre em prismas
alteração dos constituintes máficos. A porcenta-
alongados, com 5 a 1O mm de comprimento.
gem aproximada dos constituintes da rocha é:
Ocorre também outro plagioclásio mais cálcico
ortoclásic pertita mais microclina pertita, repre-
em razão da associação com calcita. Os opacos
sentam 90%; albita mais oligoclásio, perfazem
ocorrem distribu idos em toda a lâmina, às vezes
3%; biotita, anfibólios mais piroxênio, somam
são produto de alteração dos máficos. A porcen-
3%; a nefelina, opacos, acessórios e minerais de
tagem aproximada dos constituintes da rocha é:
alteração, dão 4%. A rocha é classificada como
ortoclásio pertita e microclina pertita, perfazem
nefelina sienito.
90%; albita e outro plagioclásio não identificado,
representam 5%; máficos 3%; opacos, acessórios
A amostra 1-02, macroscopicamente apresenta e minerais de alteração, somam 2%. A rocha é
coloração azulada, granulação fina, é constitu ida classificada como alcali-sierdto.
l/57
2 2 .1. Diabásio cassiporé grande parte do Cráton Guianês, denominado de
Episódio Takutu (190-136 MA) por Singh (105)
2.2. 7.1. General idades (1972), e na Folha NA/NB.22 Macapá, esta ma-
nifestação tectonomagmática recebe a denomi-
lntrudidos nos polimetamorfitos do Complexo nação de Episódio Cassiporé, clatado em 250-180
Guianense e nos epimetamorfitos e mesome- MA, com clímax em 220 MA.
tamorfitos do Grupo Vila Nova, principalmente
na parte norte e nordeste da Folha NA/NB.22 2.2. 7 .5. Petrografia
Macapá, ocorre um enxame de possantes diques
aproximadamente paralelos, de magma básico de Desta unidade foram coletadas amostras, das
caráter toleítico, produto do estágio de reativa- quais todas foram estudadas microscopicamente
ção a que o Cráton Guianês foi submetido. e classificadas como gabros e diabásios.
Associado a esses corpos tabulares de diabásio Gabros - Macroscopicamente são rochas predo-
ocorrem também outros corpos menores de minantemente de granulação média raramente
gabros, bem como existem dados da ocorrência fina, de coloração cinza-médio a escuro, apresen-
de basalto na região. tando por vezes matizes róseos e róseo-acarame-
lados. Microscopicamente são todas caracteri-
zadas por textura subofítica. A composição
2.2. 7 .2. Posição Estratigráfica destes gabros varia nos seguintes entornas:
La bradorita ( 50-60%), aug ita-p igeonita
A posição estratigráfica desse paroxismo vulcâni- (25-45%), biotita (0-5%), hornblenda-uralita
co toleítico, está apoiada em dados geocrono- (0-5%), opacos (até 5%), sendo que os demais
lógicos e relações de campo. Uma vez que as in- acessórios são quartzo, apatita, ep ídoto, sericita,
trusivas básicas cortam rochas do Complexo olivina e iddingsita. A labradorita ocorre como
Guianense, Grupo Vila Nova, granodiorito Falsi- cristais alongados, principalmente subédricos,
no e são capeadas pela fm. Barreiras, de idade raramente euédricos, inteiramente maclados,
Terciária. com predominância da lei Albita-Carlsbad. O
grau de alteração a sericita é bastante variável.
Apresenta-se com intercrescimentos simplectí-
2.2.7.3. Distribuição na Area ticos, tanto com o quartzo, como os demais
minerais, amostras CR/A0-212 e 258. Na amos-
Os diques de toleítos ocorrem distribu fdos em tra CR/A0-71, alguns dos cristais exibem zonea-
todo o Amapá, porém a maior concentração mento direto, evidenciado pelos seus bordos
situa-se na parte norte e nordeste, na região mais sódicos. A pigeonita, indubitavelmente é o
costeira e suas proximidades. Esses corpos de piroxênio mais abundante e se apresenta em todas
diabásio se apresentam com um conjunto de as amostras, porém não estando afastada a
diques aproximadamente paralelos, de rumo possibilidade de existência de augita nos
N 0° -50° W, cuja faixa tem uma largura de mesmos, sendo que esta foi identificada duvido-
aproximadamente 150 km. Alguns desses diques samente nas amostras, CRIAO 71, 212 e 253.
alcançam mais de 250 km de comprimento. Apresenta-se em cristais euédricos e subédricos,
sem pleocroísmo, com cores predominante-
2.2.7.4. Geocronologia mente rosadas e raramente amarelados, amostras
CR/A0-71, com grau de uralitização variável,
Esse paroxismo vulcânico, de caráter tole(tico, é que se processa tanto nos seus bordos como no
o registro de reativação cratônica que atingiu interior. A hornblenda é essencialmente produto
1/58
da uralitização dos piroxen1os, estando ainda granulação média. A textura oHtica é caracter(s-
associado a estes, opacos e mais raramente a tica mas está ausente em algumas ocorrências
biotita. Os demais acessórios encontram-se em menores, as quais poderiam ser classificadas
todas as rochas, com exceção do epfdoto que se como gabros ao invés de diabásios. Labradorita e
encontra somente na amostra CR/A0-71, e a pigeonita são os principais componentes e
olivina, que ocorre como pequenos e raros grãos magnetita um acessório constante".
anédricos, mui to fraturados e alterados a
iddingsita na amostra CR/ A0-258. Granófiro básico - Macroscopicamente apre-
senta granulação média a fina, cor cinza-médio e
Essas amostras, baseadas em diferentes caracte- matizes creme, maciças. Microscopicamente tem
rísticas texturais, granulométricas e índice de textura micrográfica porfirítica, os feldspatos
cor - são mais félsicas, tendendo a cores como minerais mais abundantes, sendo que
marrom - foram classificadas como gabros por alguns apresentam-se como fenocristais. Apre-
falta de maiores detalhes de campo, não estando sentam-se predominantemente anédricos. O oli-
portanto afastada a hipótese das mesmas perten- goclásio (40%) e o ortoclásio (20%), estão
cerem a espessos diques de diabásios, onde o maclados segundo a lei da Albita ou Albita-
resfriamento processou-se de maneira bastante Carlsbad, respectivamente. Estão sempre inteira-
mais lenta, ocorrendo o maior desenvolvimento mente alterados com formação de sericita e
dos cristais. caulinita e incluindo agregados de biotita e
hornblenda. O quartzo ocorre tanto em cristais
Diabásios - Macroscopicamente são rochas de anédricos como em grãos irregulares, muitas
granulação fina, de coloração cinza-escuro, com vezes intercrescido micrograficamente com os
tons levemente esverdeados. Microscopicamente feldspatos. A hornblenda é anédrica ou subé-
são caracterizados pela textura oHtica e com- drica, normalmente associada à biotita que a
põem-se de: labradorita (50-55%), ocorre em substitui parcialmente, sendo que esta é subé-
cristais alongados, subédricos, sem orientação drica e associa-se à clorita de alteração, opacos e
visível, com incipiente alteração a sericita, sendo apatita. Além desses ocorrem titanita, epídoto,
que na amostra CR/A0-65 apresenta-se pratica- zircão, alanita e prehnita.
mente inalterada com cristais I ímpidos. I ntercres-
Pelas características micro e macroscópicas.
cimentos mirmequíticossão observados na amos-
fomos induzidos a aventar a hipótese desta rocha
tra CR/A0-372. A pigeonita (40-45%) é subé-
advir de um corpo hipabissal espesso, que
drica, com coloração rosada, sem pleocroísmo,
permitiu o desenvolvimento dos cristais como
às vezes maclada e com parcial uralitização.
também uma lenta interação das fases e forma-
Como acessório encontra-se opacos (3-5%), ura-
ção de um reSI'duo ácido atestado pelo inter-
lita, hornblenda, biotita, apatita e quartzo, sendo
crescimento micrográfico do quartzo e feldspato
que este apresenta-se também em intercresci-
alcalino, resultado de uma lenta cristalização que
mentos micrográficos com os feldspatos na
é inerente aos corpos hipabissais e plutônicos. A
amostra CR/ A0-65.
hidrolização dos minerais anidros atesta a pre-
Scarpelli (99) (1969) em seu mapeamento geoló- sença de água. A presença de prehnita evidencia
gico ao longo do rio Falsino, encontrou diques a ação de soluções hidrotermais atuantes sobre a
de diabásio, sobre os quais fez as seguintes rocha. Não deve ser afastada, todavia, a hipótese
considerações petrográficas: "São normalmente de uma assimilação parcial de material granftico
de granulação fina a média, holocristalinas, por pelo magma básico, principalmente se for atenta-
vezes porfiríticos, com plagioclásio anédrico de do o fato de a rocha apresentar uma composição
dimensões centimétricas com macias Carlsbad e granodiorítica e apresentar também fenocristais
Albita em uma matriz diabásica normal de bem mais alterados que os minerais de matriz.
1/59
TABELA VI
Quartzo 17 X X ? ~ X X
Ortoclélsio 20
Plagioclásio X
Oligoclásio 40
Labradorita 55 60 55 55 50
Biotita 5 X 2 X X
Hornblenda 5 X X X 5(3) 5
Pigeonita 40 30( 1) 251 11 45
Piroxênio X
Augita 35( 2 )
Olivina X
lddingsita X
Esfeno X
Zircão X
Apatita X X X X X X
Opacos X 5 3 X 5 5 3
Prehnita 3
Clorita X
Sericita X X X X
Alanita ?
Uralita X X X
Ep(doto X X
Argila-minerais X
A designação de "Barreiras", consagrada pelo Aguiar, Bahia e Rezende (5) ( 1966) e Neves e
uso na nomenclatura geológica brasileira, en- Menezes (80) (1967), apresentam bons dados
globa uma variedade de sedimentos que ocorrem (Petrobrás) estratigráficos - paleontológicos- e
ao longo do litoral brasileiro, desde o Amapá até estruturais da faixa terciária do Amapá.
o estado da Guanabara, e forma a maioria das
"terras firmes" localizadas às margens do rio Schaller et alii (102) (1971), na tentativa de
Amazonas e seus afluentes. estabelecer uma estratigrafia preliminar para a
Bacia Sedimentar da Foz do Amazonas, propu-
As primeiras descrições do Barreiras na Amazô- seram formalmente o Grupo Pará, para designar
nia foram feitas por Moura (76) (1934). os elásticos do Mioceno ao Holoceno que
ocorrem na embocadura do rio Amazonas e se
Sakamoto (95) (1957), realizando trabalhos para estendem sobre a plataforma continental norte
a antiga SPEVEA, atual Superintendência do brasileira, do Pará ao Amapá. Como seção-tipo
Desenvolvimento da Amazônia (SUDAM), fez do Grupo Pará foi escolhido o intervalo 0-190 m
inúmeras observações sobre o Terciário Bar- do pioneiro 1-APS-1 (Amapá Submarino no 1),
reiras, na Amazônia, descrevendo uma variedade perfurado no litoral norte brasileiro a cerca de
de perfis em várias localidades dentre as quais 430 km N-NE da cidade de Belém. Esta seção foi
destacamos Porto Santana, e alguns cortes da subdividida em duas unidades menores, uma
1/60
argilosa (Fm. Pirarucu) e outra arenosa (Fm. 2.2.8.4. Litologias
Tucunaré), as quais constituem, segundo os
autores, boas unidades operacionais. Consiste o As litologias da Formação Barreiras são as mais
grupo essencialmente de elásticos de origem variadas, em geral. São mal consolidadas, argi-
fluvial a pará I ica sobre o continente e nerítica losas, siltosas e arenosas, apresentando por vezes
sobre a plataforma continental. níveis e leitos mais grosseiros, bem como
espessos pacotes de caulim.
Trabalhos mais recentes da C.P.R.M., no Amapá,
quando da realização do Projeto Ma capá - A coloração apresenta uma gama de tons, mas
Calçoene -Vale et alii (113) (1972), decrevem predominando os tons avermelhados, amarelados
os sedimentos do Terciário Barreiras como cons- e esbranquiçados.
tituídos essencialmente de argilas do grupo da
montmorilonita, além de quartzo e alofana.
22.9. Aluviões
1/61
tais com mergulho suave para sudeste. Esta Schaller, Vasconcelos e Castro (102) (1971 ),
planície sofreu movimentos eustáticos positivos denominaram Grupo Pará a elásticos de origem
e negativos a partir do Cretáceo e, principal- fluvial a parálica sobre o continente e nerítica
mente, durante o Pleistoceno. São incluídas na sobre a plataforma, de idade miocênica a holocê-
região as ilhas do arquipélago de Marajó, como nica, constituído por uma seqüência arenosa
Caviana, Mexiana, Jurupari, Cará e outras. chamada de Formação Tucunaré, e uma seção
argilosa denominada de Formação Pirarucu,
dados estes obtidos através de poços de sonda-
Nesta planície costeira dispõem-se numerosas
gem, (estratigrafia da bacia sedimentar da foz do
lagoas, cuja concentração maior localiza-se entre
Amazonas).
as cidades de Amapá e Macapá, evidenciando um
ambiente continental lacustrino; assim como os
depósitos fluviais de caudalosos rios como o Como seção tipo destas formações, é proposto
Araguari, Cassiporé, Uaçá e outros, caracterizam pelos referidos autores o seguinte:
o ambiente misto de sedimentação antes refe-
rido. Dentre as lagoas citamos as principais: Duas - Formação Tucunaré- intervalo de O- 700 m
Bocas, Novo, Comprido, Piratuba e dos Gansos. do poço 1 APS-1. A formação Tucunaré é
composta de areia amarelada, quartzosa, su-
bangular, muito grossa a granular, de seleção
Esta faixa litorânea apresenta-se geralmente
moderada. Disseminados podem ocorrer raros
inundada, principalmente durante o período das
grãos de fragmentos de rochas, sílex e feldspatos.
chuvas, constituindo verdadeiros pântanos.
Registraram a presença de restos vegetais semi-
Aliás, este foi um dos critérios para delimitar os
carbonizados e raras conchas de moluscos, oca-
terrenos quaternários dos terciários e pré-cam-
sionais espículas de equinóides e escafópodas.
brianos. Restingas são bem proeminentes nas
Leitos argilosos são raros neste intervalo. Frag-
cercanias da linha de costa (shore line), das quais
mentos de dolomita parda são observados atra-
destacamos as existentes na ilha de Maracá.
vés de toda a unidade e os fósseis mais comuns
Terraços laterizadas, em todo o I itoral do
são os briozoários, pelecípodas, equinóides e
Amapá, constituem na Guiana Francesa impor-
nummulites.
tantes níveis de correlação dos movimentos do
mar, na parte setentrional da Guiana, Choubert,
(23) ( 1957). Não foram observadas nas imagens - Formação Pirarucu - intervalo 700 -
de radar fraturas afetando terrenos quaternários. 1.900 m do poço 1 APS-1. Constitui-se a uni-
dade de folhelhos higroscópicos cinza-esver-
Estes depósitos aluviais quaternários, tanto da deados, com intercalações irregulares de camadas
porção continental, como costeira e deltaica, de areia grosseira e raríssimos leitos carboná-
estão assinalados indistintamente no mapa sob o ticos. Associados a esta litologia básica ocorrem
símbolo Oa. agregados de argila verde-olive-escura, glau-
con íticos. Em sua base é marcante a ocorrência
de seixos de folhelhos. Apresenta-se sotoposta à
Formação Tucunaré.
2.2.9.2. Posição Estratigráfica
Tarito na região continental quanto na costeira Ainda segundo os mesmos autores, para oeste a
os depósitos aluviais estão sobrepostos a terrenos unidade adelgaça-se sobre o continente, sendo
terciários e pré-cambrianos; enquanto na região sua distribuição concentrada nos vales pleistocê-
do delta amazônico assenta diretamente sobre o nicos do rio Amazonas. Estes dados são apenas
Terciário. ilustrativos, uma vez que foram obtidos através
1/62
de sondagens na plataforma continental do que, Calçoene e Vila Nova, e nos igarapés, nas
Amapá e deste modo não podem ser correla- proximidades das escarpas de falhas da serra do
cionadas as exposições da faixa litorânea e Tumucumaque e lratapuru.
deltaica.
1/63
Segundo Delvigne In: Wolf { 121 ) { 1972): "A de 4 e 9 ou 10, a solubilidade de ferro em pH
alteração ferrai ítica representa um caso parti- abaixo de 3 e, mais ou menos, a modesta
cular de alteração meteórica. Ela se distingue dos constante de solubilidade da sílica abaixo de pH
outros processos de alteração {ferruginoso, 10, como também de temperatura sobre estas
podzólicos, etc.) pelo fato de que a hidrólise dos solubilidades.
minerais prim!trios conduz à individualização de
todos 01:. elementos químicos destes minerais; a As rochas fonte afetam o suprimento de ferro,
lixiviação total dos alcalinos e alcalinos-terrosos; al•·mina e sílica, cor:no por exemplo: calcário,
a lixiviação parcial ou total de sflica e a folhefho e em rochas ígneas não saturadas em
permanência in situ de outros elementos, tais quartzo { nefelina-sienito). fndices pluvio-
como o ferro, alumínio, titânio, vanádio, etc., métricos, vegetação, topografia {carstica ou re-
sob a forma de hid:-uxidvs e de óxidos. levo modesto), são fatores importantes na for-
mação de bauxita.
A sílica que não foi lixiviada apresenta-se então:
Sobre o diagrama Eh-pH a linha de solubilidade
sob a forma residual de quartzo; da hematita é inclinada, enquanto para a gibsita
sob a forma de caolinita de neoformação. é vertical {linha 1-11 nas figuras 2 e 3). Portanto,
sobre condiçõe~ de oxidação, alumina e ferro ou
De acordo com a relação Si0 2 / Al 2 0 3 das forma- algo mais de ferro pode ser retido, mas sob
ções , esiduais, temos: condições de redução, alumina e ferro ou algo
Solo~ fortemente ferrai íticos: Ex: o lateri- mais de alumina pode ser o produto residual.
tos das regiões tropicais úmidas {relação in-
ferior a 1,3). Segundo Choubert {23) { 1957), os jazimentos
Solos fracamente ferrai íticos. {relação en- dos bauxitos e lateritos da Guiana Francesa, se
tre 1,3-2,0). dividem em dois grupos:
laterito- bauxita dos platôs
A eliminação ferrai ítica total por lixiviação de laterito - bauxita das terras baixas
um certo número de elementos exige a presença
simultânea de dois fatores: Ainda segundo Choubert {23) { 1957): "estat isti-
que o volume das precipitações atmosféri- camente, os bauxitos compactos são freqüentes
cas seja suficiente para dissolver os minerais em platôs, enquanto nas terras baixas se encon-
primários e individualizar os constituintes tram variedades porosas e concrecionários, guar-
químicos; dando uma importante proporção de argil::~".
que a drenagem interna dos perfis possa "Em resumo os bauxitos de terras baixas estão
carretar os produtos individualizados e relacionados a séries marinhas quaternárias e das
dissolvidos. terras altas a manifestações anteriores {Terciá-
rio)".
Como conseqüP.ncia, os processos ferrai íticos de
alteração só podem atuar eficazmente nas Barbour { 12) { 1966) descreve: "O estudo da
regiões bem drenadas e cujo relevo permita uma morfologia dos terrenos laterizados e das ocor-
rá.pida circulação das águas subterrâneas levando rências de laterita ferruginosa do Território
consigo os elementos por ela dissolvidos". Federal do Amapá, levaram à distinção de
quatro tipos de lateritas relacionados e pelo
Os fatores químicos tradicionalmente conside- menos duas fases de laterização. Uma primeira
rados na discussão da gênese de laterito e fase de laterização {terciária? ) mais antiga que
bauxita são a insolubilidade da alumina entre pH re:>ultou na formação d~ laterito-fóssil, do tipo
1/64
nodular, cavernosa e maciça. Uma segunda fase Torna-se difícil individualizarmos, na Figura 4,
de idade quaternária recente que se desenvolveu as exposições de idade terciária e quaternária.
com a formação de brechas e conglomerados Deste modo, fica somente a citação bibliográfica.
lateríticos fósseis, formados por processos de
laterização interrompido e brechas e conglome- As exposições desta unidade estão melhores
rados later(ticos recentes formados por pro- demarcadas a sul da Folha NA/NB.22 Macapá na
cessos de laterização ainda ativos". serra do ~ratapuru, I pitinga e serra do Navio e re-
gião da bacia do rio Vila Nova; a oeste da serra do
Vann (114) (1963) e Sakamoto (95) (1957) Tumucumaque e cercanias; no morro Tipoca e
atribuem também a idade Terciária ao horizonte proximidades da foz do Oiapoque; a leste pró-
de laterita nodular, cavernosa e maciça. ximo à costa atlântica.
Fig. 2 Fig. 3
® +i +i
@
r........, ..............
... ... ... .... .....
........
.......... ...
.... ......
........ .... ... ....
...................
.............
............. AI+++ ... .....
....
AI203-3H20
HEMATITE + HYDRARGILLITE
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aq AI 02 -
o Eh o .............
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8 ·................
®·. . . . .... .........
...............
., ....
......... .,
...........
.,
·........
-1 -1
o 7 14 o 7 14
pH pH
1/65
~Platôs
~
o - Terras baixos
~
GUIANA ~
o
FRANCESA
~
v
~
. ~<j
. ...,.......
..
d)~
~
O 30 60 90 120 km
~--~--~--~--~
1/66
3. ESTRUTURAS
1/67
COMPLEXO GUIANENSE E GNAISSE TUMUCUMAQUE COMPLEXO GUIANENSE E
GNAISSE TUMUCUMAQUE GNAISSE TUMUCUMAQUE
DIACLASES
LINEAÇÕES E FOLIAÇÕES FALHAS
Total de Lineações: 2562 Total de Diaclases: 114 7 Total de Folhas: 170
COMPLEXO GUIANENSE
DIACLASES
Total de Diaclases: 1124
GRUPO VILA NOVA
DIACLASES
Total de Diaclases: 1080
GRANODIORITO FALSINO
OIACLASES
Total de Dlaclases: 120
COMPLEXO GUIANENSE
DIQUES
Totàl de diques: 148
GNAISSE TUMUCUMAQUE
DIQUES GRUPO VI LA NOVA
Total de Diques: 110 LINEACAO
Total de lineações: 1200
1/68
N
w E
s
FOLIAÇÃO E DOBRAMENTO - N 20° W
I
ESFORÇO PRIMAR lO - N 70° E
IIJ ORDEM LATERAL DIREITA ( IIIO.L.D.)-N 40° E
111 ORDEM LATERAL ESQUERDA (100 L E)- S 80° E
I
ESFORÇO SECUNDARIO N 65° W
2!! ORDEM LATERAL DIREITA ( 21JO L D ) - S 85° W
2IIORDEM LATERAL ESQUERDA ( 200.L.E.)- N 35° W
ESFORÇO SECUNDÁRIO S 25° W
200RDEM LATERAL DIREITA (200.L.D.)- S 5° E
2QORDEM LATERAL ESQUERDA (2QO.L.E.)- S 55°W
DRAG FOLD- 2!!0RDEM - N 25° E
DRAG FOLD- 200RDEM - S 65° E
Fig. 6 - Esquema das Direções de Foliações, Fraturas e Falhas de Rejeitos Horizontais, Segundo
a Concepção de Moody e Hill (1956). Complexo Guianense.
1/69
N
w E
1/70
N
w E
s
DOBRAMENTO PRIMÁRIO
I
N 55° W
ESFORÇO PRIMARIO N 35° E
lg ORDEM LATERAL DIREITA ( IIIO.L.D.)-N 5° E
10 ORDEM LATERAL ESQUERDA (100 L.E)- N 65° E
ESFORÇO SECUNDÁRIO S 80~ W
20 ORDEM LATERAL DIREITA ( 200.L D ) - S 50° W
20 ORDEM LATERAL ESQUERDA ( 200 L. E ) - N 70° W
ESFORÇO SECUNDÁRIO S 10° E
20 ORDEM LATERAL DIREITA (200L D)- S 40° E
20 ORDEM LATERAL ESQUERDA ( 200.L.E)- S 20° W
DRAG FOLD - 200RDEM - N 80° E
DRAG FOLD- 21JORDEM - N I0°W
1/71
O Lineamento Cassiporé, expresso pelo enxame 3.2.1. Estruturas do lpitinga
de diques de básicas toiE:)íticas, com rumo N 15°W
e extensão ao redor de 250 km, datado em Margeando o rio lpitinga, os metamorfitos do
250-180 MA com clímax em 220 MA, denomi- Grupo Vila Nova, constituem dobras fechadas e
nado Episódio Cassiporé, tem correspondência abertas - sinclinais e anticlinais, que se esten-
aproximada no Episódio Takutu - Falhamento dem por mais de 130 km com direção NW-SE,
de blocos, elaboração de "rift valleys", datado com uma largura máxima de 10 km, nas proxi-
em 190-136 MA, por Singh {105) {1972), na midades do igarapé do Inferno.
República da Guia na.
1/72
tuída por metamorfitos do Grupo Vila Nova, foi NW-SE. Essa feição de tectônica ruptura! parece
afetada por falhamentos com direção NNE-SSW, controlar grande parte do alto e médio curso do
que provocaram pequenos deslocamentos em rio Cupixi.
ambas as abas. Falhas de rumo NW-SE também
provocaram rejeitos horizontais em ambos os Essa falha parece ter origem no episódio tafrogê-
flancos da dobra. nico, que afetou grandes áreas da Folha NA/NB.
22 Macapá.
Como a Anticlinal do lratapuru apresenta um
grande desventramento central, assomam no seu A interpretação estrutural da falha do Cupixi
interior rochas gnáissicas, que por seu turno está mostrada na Figura 9.
parecem ter sido intrudidas por corpos circulares
(alcalinas) e um elipsóide (básicas). Um dos
corpos circulares está afetado por um cruza-
mento de falhas NE-SW e ENE-SSW. 3.2.7. Falha do Tumucumaque
1/73
N
EIXO DE ESFORCO
w E
SECUNDÁRIO
1/74
Na margem direita do alto curso do rio Cupixi, No baixo curso do rio Jari, na extremidade sul
aflora uma intrusiva circular, com diâmetro de da Folha NA/NB.22.Macapé, ocorrem três maci-
5 km. Esse corpo intrusivo não foi amostrado, ços, sendo dois elípticos e cortados por esse
porém, por analogia de feições com os do curso d'água, enquanto que o terceiro, circular,
Falsino, parece ter a composição daqueles. se localiza a 12,5 km no leste do rio. A dimensão
dos eixos dos dois primeiros é de 6,5 km,
Em ambas as margens do rio Mururé ocorrem enquanto que o diâmetro do terceiro é de 2 km.
três maciços circulares, com diâmetros de 3 a Não foram verificados durante a campanha de
5 km. Esses maciços não foram amestrados. Há campo.
probabilidade de terem composição granodio-
dtica. Aproximadamente a 45 km e a nordeste do
centro da Anticlinal do I ratapuru ocorre uma
Na extremidade norte da serra Lombarda foi
intrusiva circular, com diâmetro de 6,5 km. Não
mapeada uma intrusiva circular, com diâmetro
foi amestrada.
de 7,5km. A supradita não foi amestrada, mas
por semelhança de forma é provável uma compo-
Embora se tenha poucos dados sobre esses
sição granodiorítica.
corpos circulares, não fica excluída a possibilida-
de de pertencerem a uma mesma província
Na parte centro-leste da serra Lombarda ocor-
comagmática, cuja idade de "emplacement" seja
rem dois maciços intrusivos circulares, com diâ-
isócrona com o Granodiorito Falsino ou com as
metro aproximadamente iguais, de 4 km. Não fo-
Alcalinas Mapari.
ram amestrados, mas apresentam feições seme-
lhantes com os do Falsino.
3.2.9. Corpos Intrusivos Básicos
Na região do interflúvio dos altos cursos dos rios
Oiapoque e Araguari assoma uma intrusiva cir- Com base na interpretação das imagens de radar
cular, com diâmetro de 5 km. Essa intrusiva, foram delimitados aproximadamente 40 corpos
embora não tenha sido amestrada, exibe carac- intrusivos básicos - gabros, e destes alguns são
terísticas análogas com os demais. intermediários- dioritos.
Na parte oeste da Folha NA/NB.22 Macapá, no A forma desses corpos é variada, ocorrendo
alto curso do rio' lpitinga, com coordenadas feições circulares, ovais, elipsoidais e fusóides. A
00"58' de latitude Norte e 53"56' de longitude extensão dos diâmetros e eixos variam de 1,5 a
WGr, ocorre um maciço circular, com diâmetro 7,5 km.
de 7,5 km. Esse maciço não foi amostrado.
A localização dessas intrusivas se faz preferen-
Nas proximidades da confluência dos rios Mapari cialmente na margem direita do rio Muturá,
e Jari, na margem esquerda deste último, afluente do Oiapoque. Outros se localizam na
ocorrem dois corpos circulares com diâmetros margem direita do alto curso do rio Oiapoque.
aproximadamente idênticos, 2,5 km. Esses Ocorrências semelhantes se observam no alto
corpos intrusivos não foram amestrados. curso do rio Amapari.
A 30 km a oeste da confluência dos rios Mapari Corpos dessa natureza ocorrem desde a margem
e Jari aflora um maciço ligeiramente elíptico, direita do rio Cuc até a margem esquerda do rio
cujo eixo maior tem 6,5 km. Esse maciço não foi Culari, ao norte, quase nos limites com a Guiana
amostrado, embora exiba feições análogas aos Francesa. Uma sucessão de ocorrências norte-sul
demais. se situam entre as margens direita do rio Cupari
1/75
e esquerda do rio Culari, ultrapassando a mar- 3.2.10. Corpos Tabulares
gem direita do alto curso do rio Jari, no limite
oeste da Folha NA/NB.22 Macapá.
Corpos tabulares - diques e sills afloram em
Corpos homólogos ocorrem na margem direita realce na parte norte e nordeste da Folha
do rio lpitinga, na extremidade da serra do NA/NB.22 Macapá. Petrograficamente são clas-
mesmo nome. sificados como diabásios e gabros. Com respeito
Ocorrências semelhantes existem na área da à orientação têm direção N15°W, e se prolongam
Anticlinal do lratapuru. na Guiana Francesa.
1/76
4. HISTóRIA GEOLÓGICA
1/77
Os processos de ultrametamorfismo, desenca- 1.536 ± 50 MA- Berrangé (16) (1973), assim
deados nessa orogênese, culminaram com uma como sills e subordinadamente diques,
provável granitização regional; para Choubert constituídos de hiperstênio gabro e dolerito com
(24) (1969): "... pour les Guyanes, que la pigeonita, no Suriname datado em
granitisation caraibe se situe aux environs de 1.650-1.500 MA - Priem et ai ii (93) ( 1971).
1.900 MA, en moyenne (± 1.800-2.000 MA).
Une premiere manifestation de cette venue O condicionamento tectônico, da Província Al-
apparait vers 2.200-2.300 MA'-'. calina do Maicuru-Mapari, assemelha-se ao gru- ·
po dois, de Almeida (6) (1971), embora não
Os eventos geossinclinais, realizados em condi- existam dados para propor a elaboração da
ções tectônicas paraplataformais, são os seguin- Sinéclise do Amazonas, no Pré-Cambriano, pois
tes: Loczy (66) (1970) diz:" ... That the Amazonas
trough resulted from an Eopaleozoic
Estádio de transição - no sentido de Tuyezov taphrogenic breakup of an once-continuous
(111) (1966), parece ter-se caracterizado pelo Guyana-Brazilian Shield."
esmorecimento dos processos de dobramento,
tornando-se os falhamentos os principais aciden- Parece que o estádio de transição chega ao
tes que acompanham os soerguimentos da cadeia clímax, por ocasião da fase de metamorfismo
de montanhas. dinâmico que originou a faixa de cataclasitos,
milonitos e brechas de falha do Jari-Falsino,
A atividade tectonomagmática dominante, se com rumo N40°-60°E, datado em 1.000 MA.
expressa por vulcanismo e intrusões de grano- Esse evento de tectônica ruptura! é reconhecido
dioritos e biotita-granitos. nas Guianas, onde recebe a denominação de
Episódio K'Mudku ou Nickerie, datado em
Datações radiométricas, efetuadas no Granodio- 1.300-800 MA.
rito Falsino, pelo método Rb/Sr, em rocha total,
possibilitaram estabelecer uma isócrona com Estádio de estabilização caracteriza-se pela
1.746 MA. Esse dado se ajusta ao intervalo de consolidação da paraplataforma, transformada
idades dos "Granitos Cara íbas" de Choubert em ortoplataforma Amazônica. Nesse estádio
(24) (1969). prevalecem os grandes falhamentos transcurren-
tes, E-W, rompendo a ortoplataforma em duas
Os corpos circulares, intrusivos, dos rios Falsino, megaporções: O Cráton do Guaporé e Cráton
Cupixi, Paru, Mururé, lpitinga, Jari e demais Guianês, com a elaboração da Sinéclise do
áreas, devem pertencer a esse evento comagmá- Amazonas.
tico.
As condições tectônicas de caráter talassocrático
Outro evento tectonomagmático, logo após, são e geocrático, que se desenvolveram na Sinéclise
os corpos intrusivos básicos (?) e as Alcalinas do Amazonas, são sintetizadas por Almeida (7)
Mapari. Datações radiométricas efetuadas nas (1969).
alcalinas, pelo método Rb/Sr, em rocha tota!,
forneceram idades de 1.680 ± 63 MA, Enquanto evoluía o assoreamento da Sinéclise
1.537 ± 38 MA e 1.335 ± 39 MA. do Amazonas, no Cráton Guianês, processava-se
ascensão epirogênica, com a não conservação de
O intervalo de idades dessas alcalinas, se correla- sedimentos paleozóicos e mesozóicos.
ciona ao Episódio Roraima: Intrusão de
toleítico; Falhamento de bloco - Soerguimento Estádio de reativação - no sentido de Obruchev
- Erosão, na República da Guiana datado em In: Kazanshii & Terent'yev (51) (1969), que
1/78
afetou o Cráton Guianês, a partir do Permiano, ongmou o Graben do lratapuru, localizado nos
se caracteriza por falhamentos de blocos, elabo- domínios do Gnaisse Tumucumaque, estrutura
ração de "rift valleys" e vulcanismo básico esta com rumo N 55'\1\/, se alongando desde a
toleítico. confluência dos rios Jari e Mapari até 55 km no
SE.
Na República da Guiana, o "North Savannas
Rift Valley" tem, aproximadamente 50 km de O lineall'lento Oiapoque, com rumo N 25°E, e
largura, com rumo NE-SW e estendendo-se por estendendo-se por mais de 450 km, poderá ter
mais de 160 km, desde a proximidade do rio sido reativado nesse estádio.
Rewa na Guiana, prolongando-se ,no Território
de Roraima, até as proximidades do rio Mucaja(. A correlação dos eventos geotectônicos maiores
No território brasileiro, essa feição de afunda- do Cráton Guianês {Escudo das Guianas) é
mento de bloco recebe a denominação de apresentada, em primeira aproximação {incluin-
Graben do Takutu. do no território brasileiro, ainda, apenas as áreas
da Folha NA/NB.22 Macapá), visto no Quadro 2.
Os basaltos associados a essa estrutura, datados
pelo método K/Ar, indicam que as efusões se
deram no Jurássico Inferior ou Médio- Berran- A relativa calma tectônica terciária permitiu o
gé {16) {1973). desenvolvimento de extensas e muito evoluídas
superfícies de erosão no Cráton Guianês. Essa
Na porção oriental do Cráton Guianês, uma ascensão epirogênica processada sobretudo no
tectônica ruptura! propiciou u'a marcante ati- Plioceno e Pleistoceno, foi acompanhada no
vidade magmática básica toleítica. O registro Amapá de intensa erosão e conseqüente deposi-
dessa fase de reativação cratônica é representada ção na orla costeira, que permanecia baixa,
pelo enxame de possantes diques de diabásio, dando origem à Formação Barreiras.
aproximadamente paralelos, dispostos em uma
faixa de 110 km de largura e extensão de mais de No Quaternário, pela ação das marés, modelou
200 km, compreendido entre o rio lauê e o alto no I itoral extensas áreas planas - planícies de
e médio curso do rio Araguari e bordo oeste da inundação {tida! flats) e maremas {tida! marshs)
Formação Barreiras e sedimentos quaternários, e lagoas residuais, fisionomias litorâneas comuns
bem como desde o rio Oiapoque até quase a na orla atlântica, do Amapá ao Orenoco.
margem esquerda do baixo curso do rio Ara-
guari.
4.2. GEOCRONOLOGIA
Esse paroxismo vulcânico, de caráter toleítico,
que afetou grande parte do ·Cráton Guianês, São poucos os dados geocronológicos disponí-
denominado de Episódio Takutu, na República veis e considerando a grande entensão geográfica
da Guiana, relatado por Singh {105) (1972), cuja como também a complexidade das litologias que
idade é 190-136 MA, no Amapá, esta man i f es- inclui, podemos com os dados atuais, esboçar
tação tectonomagmática - Alinhamento Cas- tão somente um quadro esquemático da evolu-
siporé, com rumo NOo- 20°W, recebe a denomi- ção geocronológica do Território Federal do
nação de Episódio Cassiporé, com registro geo- Amapá.
cronológico de 250-180 MA, com clímax em
220 MA. Duas amostras datadas, PT 139 e AAR 70,
apresentam-se com idades obtidas pelo método
Durante a reativação, um evento tafrogênico Rb/Sr em rocha total de 2.500 e 2.300 MA,
1/79
respectivamente; podendo ser entendidas como Logo após a atuação do Ciclo Transamazônico
antigas áreas de embasamento do Ciclo Transa- tivemos a implantação, com caráter
mazônico, parcialmente afetadas por este último pós-orogênlco, de inúmeros corpos
e possivelmente formadas durante o Ciclo granodioríticos. Foram executadas
Guriense (idades > 2.700 MA), ciclo este, que determinações Rb/Sr em quatro desses corpos e
teve presença marcante em outras áreas do através de uma isócrona de referência pudemos
Cráton Guianês. datar esse conjunto em 1.746 MA (Figura 11 ).
Hurley et alii (46) ( 1968), apresentam uma série Três amostras I D1, I D2, I D3, de rochas alcalinas
de determinações Rb/Sr, todas elas referentes à cedidas pela ICOMI, foram analisadas em rocha
serra do Navio. Com esses dados foi possível a total pelo método Rb/Sr. Suas idades convencio-
construção de uma 1socrona com idade nais assumindo-se o valor de 0.705 para a razão
2.090 MA (Fig.10), que permitiu situar a forma- inicial Sr87/Sr 86 , forneceram-nos respectivamen-
ção das rochas do Grupo Vila Nova durante o te 1.335, 1.680, 1.537 MA. As duas últimas ida-
Ciclo Orogênico Transamazônico. A razão inicial des são mais confiáveis pois, na amostra I D 1
Sr 87 I Sr 86 de O. 706, é normal para rochas for- (1.335 MA), não podemos excluir a hipótese
madas 'durante tal ciclo. desta ter tido sua idade aparente abaixada por al-
teração intempérica. O feldspato dessa amostra
apresenta indícios de uma alteração incipiente.
As amostras PT 143, AA 73 e AM 8 situam-se
Para melhor posicionarmos geocronologicamente
também sobre a mesma isócrona, sendo que as
essas alcalinas, um maior número de análises se-
duas primeiras localizam-se em continuidade
ria necessário.
estrutural com a serra do Navio e a terceira
100 km abaixo (serra de lpitinga). Todos os
Dado interessante foi obtido para a amostra PT
dados indicam que essas rochas foram formadas
137 que acusou idade de 940 MA, anômala
na mesma fase sintectônica do Ciclo Trans-
amazônico. dentro do conjunto do Amapá.
Duas determinações K/Ar foram executadas nas Considerando-se o fato de localizar-se sobre o
amostras GM, AL e GM A2, obtendo-se idades Lineamento Jari-Falsino e apresentar, em es-
de 1.800 MA, Almeida et alii (9) (1968), poden- tudos microscópicos, indícios de cataclase, é
do ser interpretadas como idades do resfriamen- bem provável que efeitos dinâmicos sejam os
to regional ocorrido após a paralização dos even- responsáveis pelo desequilíbrio isotópico e con-
tos do Ciclo Orogênico. seqüente abaixamento da idade aparente. Efeitos
semelhantes podem ser aventados para a amostra
PT 145. Tentativamente traçamos uma linha
Do norte duas outras determinações K/Ar foram isocrônica entre a amostra PT 145 (com idade
executadas em biotita, a amostra 55-67 (grani- convencional moderna) e a amostra PT 1378.
to do Calçoene) forneceu a idade de 2.015 MA Obtivemos uma idade de 1.000 MA com razão
(lsotta, inf. verbal) e o diorito MFC-60 com inicial Sr 87 / Sr 86 de 0.702. Vale ressaltar que a
1.970 MA. Devido às limitações interpretativas idade de 1.000 MA obtida, é correlacionável
do método, não podemos afirmar se essas rochas com os eventos Nickeriano datado em
foram formadas durante o Ciclo Transamazô- 1.200± 100 MA, Priem et alii (88) (1973).
nico, ou então somente por ele rejuvenescidas.
Essas determinações são importantes pois cara- Com relação aos dados K/ Ar disponíveis, excetu-
cterizam atuação do Ciclo Transamazônico em ando-se os discutidos anteriormente, foram
toda a área norte do Amapá. realizadas algumas análises em diabásio (rocha
1/80
total e plagioclásios). Essas determinações devem As determinações geocronológicas nas rochas
ser entendidas como idades m(nimas mais con- granodiodticas e alcalinas permitiram um posi-
fiáveis quando analisadas em plagioclásios. cionamento pós-tectônico ao Ciclo Tran-
samazônico para esses conjuntos, faltando en-
As amostras ,JLR 514, GS 08, JLR 6678 e tretanto, para as alcalinas, um estudo em maior
CR/AO 372, Diabásio Cassiporé, podem ser detalhe.
encaixadas no vulcanismo Permo-Triássico já
assinalado por Berrangé (16) (1973), e na região
vizinha do Suriname os valores estão compreen- Efeitos dinâmicos, ao longo das maiores feições
didos no intervalo entre 200 e 250 MA. lineagênicas, podem ser os responsáveis por
rejuvenescimentos parciais ou totais.
Essas determinações são de grande interesse, pois
os diabásios Cassiporé são as feições mais mar- As determinações K/Ar sugerem in(cio para o
cantes em toda a área norte-nordeste do Amapá. vulcanismo básico da região, no Eopaleozóico
com apogeu Permo-Triássico, época da formação
Apesar dos dados serem ainda insuficientes, da bacia do Atlântico Norte.
sugerem idades mais recentes conforme avan-
çamos em direção ao Atlântico.
Apesar dos poucos dados dispon (veis sugerimos
Uma única idade de 460 MA foi obtida com a a seguinte seqüência para os eventos atuantes na
amostra JLR 665. Trata-se de um dado sem área do Amapá:
outra confirmação na área do Amapá, porém
Snelling e McConnel (106) (1969), na região 220 MA Diabásio Cassiporé
vizinha da República da Guiana, acusaram 1.000 MA Metamorfismo dinamico
diques de igual idade cortando o Granito South Jari-Falsino
Savanna. 1.600 MA Alcalinas Mapari
1.700 MA Granodiorito Falsino
Em resumo, os dados radiométricos tal como em 1.800 MA Resfriamento Regional
outras áreas do Cráton Guianês, ressaltam a 2.100 MA Ciclo Transamazônico
importância do Ciclo Transamazônico na área do 2.500 MA Núcleos Gurienses parcialmente
Amapá. Alguns núcleos antigos não totalmente rejuvenescidos
rejuvenescidos puderam ser evidenciados. >2.600 MA Ciclo Guriense
1/81
0.80
o 78
0.76
0.74
0,72
• - Hurley
0.70 Á - RADAM
0.70
1 2
Fig. 10 - lsocrona de Referência Rb-Sr, em Rocha Total, da Serra do Navio, Construída Utilizando-
se Dados Apresentados por Hurley et alii ( ) (1968).
1.20
CN 38
1.10
1,00
0.90
EVlt
080
4 8 12 16
1/82
TABELA VIl Determinações Rb/Sr
1/83
QUADRO 2
Correlação dos Eventos Geotectônicos Maiores do Cráton Guianês (Escudo das Guianas)- I
TERMINOLOGIA
CICLOS TEC· OBSERVA_ÇÕES EPISÓDIOS 11
PROVÍNCIAS ESTRUTURAIS "SUMÁRIO DOS EVENTOS" GEOCRONOLÓ· 5UMÁRt0 DOS EVENTOS"
TONOTERMAIS TECTÕNICOS
GICA
EPISÓDIO
TAKUTU Folhomento de blocos, elobobo-
• • roçao de urift volleys '!
: 190-136 MA :
1/84
GUIANA INGLESA SURINAME FOLHA NA 22/NB 22 MACA PÁ
JEVAN P. BERRANGÉ ( 1973) H N. A PRIEM ET ALII (1971) LIMA, MONTALVÁO, ISSLER,OLIVEIRA, BASEI, ARAUJO a SILVA ( 1974)
EPISÓDIO Sills e subordinadomente, diques, cons- 1335! 39 MA* Intrusões alcalinos do Mopon
lntrusao tabular de toleíto
RORAIMA 1650-1500 MA tituldos de hiperstênio gobro e dolerito 1537! 38MA Sienitos e Nefelino sien1tos
1536! 50 MA
Falhomento de bloco-Soerguimento- Erosão
com pigeonita 1680!. 63 MA * Amostro com indícios de alteração
1/85
5. GEOLOGIA ECONOMICA São conhecidas ocorrências de minérios de alu-
mínio, cromo, cobre, estanho, ferro, manganês,
5.1. GENERALIDADES nióbio, tântalo, ouro, titânio, zircônio, assim
como diamante, pedras semipreciosas, linhito,
Os recursos minerais da Folha NA/NB.22 Maca- caulim, coríndon, pirita e talco.
pá, foram tratados pioneiramente por
Ackermann (3) (1948).
1/86
•
JLR66!1
CN38
• CN37
CN 3$
AA 73 {
EV 16
• { AA 73
Fig. 12- Localização das Amostras do Território Federal do Amapá, com Determinações Rb/Sr e K-Ar
1/87
'
Ackermann (1) (1971 ), descreveu as ocorrências afluente da margem direita do rio Preto, foi
de bauxita no Amapá, cujos resultados mais objeto de estudopor Ackermann (3) (1948) Na
promissores são os seguintes: época, a ocorrência foi descrita como se a
cromita estivesse associada a serpentinito e cujas
Blocos de bauxita-branco ou claro ocorrem no análises realizadas apresentam uma razão Fe: Cr
rio Pantanari afluente do Oiapoque, cujos resul- muito elevada. A área do ocorrência visitada pelo
tados das primeiras análises químicas são vistas D.N.P.M., em 1970, atualmente acha-se requeri-
na Tabela IX. da para pesquisa pela Companhia de Mineração
Santa Patrícia.
TABELA IX
1/88
baixa, não fixando elementos como cobre, prata, TABELA XI
chumbo e pouco zinco.
Si~ 0,8% 1,50%
FeO + F&z03 + AI203 + Ti02 2,0% 1,90%
CaO . 3,3% 3,20%
Sn02 93,0% 92,80%
Material Orgânico p/Diferença 0,6% 0,50%
P.F. 0,3% 0,1%
5.2.4. Cassiterita
*Procedência .!.. Rio Cupixi, que deve ser o igarapé dos fndios, cf.
F.L. Ackermann (1948)
Dequech e Klepper (28) (1946), relatam que
suas observações mostraram que a cassiterita e
tantalita encontravam-se associadas a alguns dos
Vale et alii (113) ( 1972), relatam que no igarapé
depósitos audferos aluvionares dos rios Amapari,
cio Gavi~o, afluente da margem direita do rio
Vi la Nova e Amapá.
Araguari, em seu alto curso; a cassiterita ocorre
em "greisens" de pequena espessura, encaixados
em rochas orto e parametamórficas. A lavra está
A reg1ao do rio Amapari, desde a confluência sendo feita pela Mineração Cassiterita e Tantalita
deste com o Araguari, até Sete Ilhas, é monta- Ltda.
nhosa e o subsolo é constituído principalmente
por xistos e gnaisses injetados por intrusões Ocorrências semelhantes estão localizadas no
graníticas e gabróides. A cassiterita e tantalita igarapé Joseph, afluente do rio Araguari, porém
provêm dos pegmatitos alterados. O ouro na sua a baixa produtividade ocasionou a paralisação da
maior parte provém, provavelmente, dos veios de garimpagem.
quartzo. O relato é acompanhado de plantas de
parte dos rios Araguari e Amapari, bem como No alto curso dos rios Tartarugalzinho e Falsino
esboço de algumas áreas dos aluviões e dados foram identificadas duas ocorrências de cassiteri-
quantitativos dos trabalhos e mais análises reali- ta aluvionar, garimpadas há algum tempo atrás
zadas pelo Laboratório do D.N.P.M., Campina mas sem muito êxito.
Grande.
5.2.5. Hematita
Segundo Ackermann, (3) (1948), as primeiras
descobertas de cassiterita foram feitas no igarapé 5.2.5.1. Distrito do Vila Nova
dos l"ndios, à margem esquerda do rio Amapari, e
dista de Porto Grande cerca de 40 km. São As ocorrências de ferro de Santa Maria do Vila
placeres de cassiterita existentes, nos igarapés Nova foram objeto de pesquisas pela Hanna
afluentes dos rios Amapari e Araguari. A matriz Corporation em 1946/47, tendo a companhia
primária da cassiterita são pegmatitos gran (ticos. executado 34 furos de sonda e cuja reserva foi
Interessante é o fato de que há pegmatitos calculada em 9.687.000 toneladas métricas de
exclusivamente mineralizados à cassiterita, ou- hematita.
tros são mineralizados à tantalita e columbita, e
um terceiro tipo nos quais ocorrem cassiterita e As principais jazidas são: Bacabal, Leão, Morro
tantalita em proporções iguais. Segundo aquele de Santa Maria, Albano e Cotia. Além destas,
autor, existem análises de cassiterita em grande Ackermann (3) ( 1948), relata a ocorrência de
número, que atestam o .alto teor e a grande hematita no Travessão à montante de Santa
pureza da mesma, Tabela XI. Maria.
1/89
Os jazimentos do Distrito de Santa Maria, região ferro dessas jazidas é uma hematita compacta ou
do curso médio do rio Vila Nova, situam-se entre micácea, que se distingue por sua grande pureza,
as coordenadas Oo 00' a 0° 30' de latitude norte alto teor em ferro, teores insignificantes em
e 51° 30' a 52° 00' de longitude WGr. fósforo e srlica. Análises feitas pela Hanna
Corporation e Departamento Nacional da Pro-
Segundo Ackermann (3) (1948), o minério de dução Mineral, são VIstas na Tabela XII.
TABELA XII
Umida-
de a Fe
Amostra 11 ooc Total p s Mn Obs:-
% % % % %
1/90
Os resultados obtidos com o material coletado Corporation, Cf. F.L. Ackermann(3}(1948}),são
Pelo Sr. AI E. Walker, Geólogo Chefe da Hanna vistos na Tabela XIII.
TABELA XIII
Perda ao
Procedência Tipo Ferro p Mn Si0 2 A1 2 0 3 CaO MgO s Ti0 2 Cr v Fogo
1. Bacabal 68.0% .035% .11% .98% .70% .10% .10% .031% .06% - .84%
2. Bacabal - Canga 47.6 1.116 .21 5.40 10.80 1.40 .07 .036 1.11 .14% .15% 12.05
3. Bacabal - X·Section 66.7 .084 .06 1.43 1.70 .06 .14 .014 .07 .78
4. Bacabal - X-Section 67.0 .094 .06 1.20 1.45 .06 .09 .007 .06 .91
7. Bacabal- X-Section 69.4 .066 .05 .23 .28 .02 .08 .002 .04 .32
10. Bacabal - Grab. 68.4 .029 .05 .90 1.12 .11 .09 .009 .07 .26
11 . Bacabal - X·Section 69.3 .029 .03 .27 .36 .04 .10 .008 .03 .32
15. Bacabal - X-Section 68.9 .078 .03 .20 .55 .09 .10 .008 .04 .78
18. Bacabal- Grab. 69.1 .088 .06 .23 .45 .07 .08 .005 .03 .25
Bacabal - Lump. 69.1 .020 .03 .45 .77 .03 .09 .005 .03 .25
1. Leon - Canga 51.7 .111 .13 6.64 8.90 .03 .08 .076 2.88 .08 .15 7.86
2. Leon- 41.2 .116 .19 13.18 15.04 .03 .08 .072 2.76 .08 .20 9.92
4. Leon- 26m 65.4 .081 .05 1.82 2.19 .04 .08 .014 .07 1.58
5, Leon -17m 67.5 .067 .03 1.22 1.36 .07 .09 .013 .07 .80
6. Leon - Trench 64.4 .147 .11 2.04 2.79 .08 .09 .015 .10 2.29
7, Leon- Pit 67.4 .026 .03 1.43 1.43 .05 .08 .017 .05 .50
9. Leon - Grab. 68.7 .019 .03 .81 .95 .03 .07 .018 .04 .45
2. Cotia - Canga 39.6 .065 .29 12.90 18.64 .02 .07 .052 1.16 .26 .20 11.07
10. Baixio Grande Canga 39.7 .025 .35 17.34 17.24 .04 .07 .064 .82 .22 .22 8.24
4. Santa Maria 61.1 .096 .03 5.44 4.66 .05 .07 .018 .20 .74
Os jazimentos do Distrito Ferr(fero de Santa ser elevada para 10.000.000 de toneladas expor-
Maria do Vi la Nova pertencem a uma seqüência táveis, face não ter sido computado o minério de
de rochas metamórficas, onde ocorrem quartzi- Albano, Cotia e outros.
tos finos, bastante diaclasados, às vezes micá-
ceos; expressando-se sob a forma de morros Atualmente é concessionário das Jazidas do
isolados e sotopostos a esses quartzitos, ocorrem Distrito de Santa Maria do Vila Nova a Mine-
pacotes de minério de ferro, orientados segundo ração Uirapuru Ltda.
a direção geral N10°E e mergulhando
65°-80°NW. Os pacotes de minério de ferro são 5.2.5.2. Distrito do lpitinga
constituídos principalmente de hematita com-
pacta, itabiritos e canga. lssler et alii (49} (1974}, relatam que no rio
I pitinga o ferro poderá vi r a ser lavrado, face à
Barbosa e Silva (11} (1969), estimaram a cuba- possança dos horizontes. O minério de ferro, na
gem dos morros Bacanal, Baixio Grande, Leão e região do Território do Amapá e no rio lpitinga
Santa Maria em 1.600.000 m3 , 40.000 m3 , (Pará}, é produto do enriquecimento supergê-
20.000 m 3 e 25.000 m 3 respectivamente, num nico dos itabiritos (?} sendo os principais
total de 8.863.1 00 toneladas. A tonelagem minerais a hematita, limonita e algumas camadas
referida diz respeito à hematita compacta e pode de magnetita.
1/91
A hematita ocorre sob forma compacta consti- corpos restritos orientados segundo N 1ao W e
tuindo camadas, lentes e bolsões, associada ao 45° E. Este itabirito passa localmente a hematita
tipo chapinha e no conjunto associada com ferro compacta. Ackermann (3) (1948), relata que
do tipo friável. amostras de hematita, recebidas do Maracá e
submetidas a análises pelo Laboratório do
As ocorrências do minério de ferro lenticular Departamento Nacional da Produção Mineral,
oferecem alguns problemas :1a prospecção, pois apresentam teores de 67,9% em Fe.
na região o minério é capeado por espessas
massas de canga limon(tica com depressões São conhecidas ainda ocorrências de minério de
(caldeirões) e lagos. O minério de ferro está ferro no igarapé Estrela, igarapé Euclides, cabe-
situado nos flancos das estruturas dobradas e em ceiras do igarapé do Leão e a do rio Piaçacá. Esta
certas áreas ocorre em serras escarpadas e aflo- última ocorrência é constituída por hematita
rando ainda sob a forma de grandes blocos de granular, friável, sobre quartzito de granulação
até mais de 1O metros de diâmetro. fina, micáceo, próximo à margem direita do
igarapé Pelada. Os corpos de minério apresentam
direção N20°-75° E, sendo o minério possivel-
5.2.5.3. Distrito do Travessão mente de origem secundária.
1/92
TABELA XV compondo-se geralmente das unidades litológicas
mais resistentes à erosão.
Procedência Teores em Fe
Morro do Bacury igarapé do Buraco 50,48% A serra do Navio, localizada no Cráton Guianês,
Morro do Bacury igarapé Seco 54,08%
Morro do Bacury igarapé da Saúva 59,73% é constitu rda principalmente por xistos, anfibo-
Morro do Bacury igarapé da Pedra 44,15% litos e granito-gnaisses, com menores unidades
igarapé do Euclides 52,20% de quartzito. A coluna estratigráfica apresentada
igarapé do Bernardes 50,81% *
igarapé do Albano 51,37%
por Ma ruo {68) { 1972), adaptada das de Nagell
{78) { 1962) e Scarpell i {97) { 1963) é a seguinte,
*=Canga ferruginosa manganesffera.
Tabela XVII.
Cummingtonita-biotita-xisto
Grupo Para-anfibol ito
TABELA XVI Granada-quartzito
Série Serra
Xistos Quartzo-biotita1Jranada-x isto
Amapá do
Procedência % Fe %P (com lentes de calco-xisto e
Navio
de mangano-xistol
Bacabal 47,6% 1,116% Estaurolita-quartzito
Leão 51,7% ,111%
Leão 41,2% ,116% Grupp
Anfibolito
Co tia 39,6% ,065% Jornal
Baixio Grande 39,7% ,025%
Embasamento da
Morro do Socó * 58,4% Granito Gnáissico
Série Amapá
3~ Morro* 50,2%
*=Distrito Ferrffero do Travessão.
5.2. 7 .1. Distrito da Serra do Navio O anfibolito que constitui o Grupo Jornal é
essencialmente um plagioclásio-anfibolito. Tem
As jazidas de manganês do Distrito da serra do granulação fina e cor verde-escura. Hornblenda e
Navio constituem-se na principal atividade plagioclásio {principalmente andesina) perfazem
mineira do Amapá, tendo as coordenadas cerca de 90% da rocha acompanhados por algum
0° 55'30" de latitude norte e 52° 01'00" de quartzo, magnetita e acessórios.
longitude WGr. As elevações que contêm o
minério alongam-se por cerca de 10 km em O Grupo serra do Navio é composto predomi-
direção geral N30 W a leste do rio Amapari e as nantemente por xistos, com intercalações de
altitudes variam de 90 a 350 m no distrito. As quartzitos e anfibol ito. Este grupo, que ocupa
maiores elevações formam espigões alongados, toda a parte central do Distrito, tem no
1/93
quartzo-biotita-granada-xisto sua unidade mais carbonático, que deram origem, por intem-
importante, quer economicamente, quer em suas perismo, ao minério de manganês da serra do
dimensões. Navio.
1/94
que ditaram a disposição final das lentes de criptomelana. Cavidades são abertas e a seguir
mangano-xisto ora sujeitas ao intemperismo. preenchidas por criptomelana e pirolusita, em
hábitos mamelonares ou cristalinos.
Os metamorfitos da serra do Navio estão subme-
tidos a severas condições de intemperismo, Ao lado dos óxidos e hidróxidos de manganês
condições estas favorecidas pela espessa cober- ocorrem limonita, gibbsita, -caulim e outros hi-
tura vegetal, produtora de grandes quantidades dróxidos' de ferro e de ai um ínio formando a
de ácidos orgânicos, pelo alto índice anual de ganga.
precipitação pluviométrica, pela alternância
anual de estações seca e chuvosa e pela constante Existem três fases distintas na formação do
alta temperatura. minério de manganês da serra do Navio, que são:
sedimentar, metamórfica e intempérica.
Nessas condições, os silicatos têm sido alterados
a caulim e este a hidróxidos de alumínio e de Na fase sedimentar houve a formação de lentes
ferro. Os componentes solúveis são removidos de calcário-manganesífero, algumas com impure-
em solução aquosa. Inclusive o quartzo é lixi- zas argilosas. Essas lentes formam-se com espes-
viado. Somente são relativamente estáveis os suras e extensões variadas, num padrão irregular,
óxidos e hidróxidos de ferro, manganês e alumí- seguindo a topografia da bacia na qual eram
nio. A intensidade da decomposição intempéri- depositadas.
ca é grande, e, nas elevações, as rochas são total-
mente alteradas até a profundidade de 70 a 100 Na fase metamórfica houve reação químicas e
metros. físicas dos sedimentos manganesíferos e dos que
os envolviam, com sua conseqüente recristali-
Examinando-se a intemperização das lentes de zação nos dois tipos de mangano-xisto atual-
mangano-xisto, verifica-se que dos minerais mente encontrados. A suave estrutura sedi-
manganesíferos o primeiro a ser decomposto é a mentar foi destruída por complexa deformação
rodocrosita e o último é a espessartita. tectônica, cujo irregular padrão de dobramento
originou os vários p:1drões estruturais das lentes
de mangano-xisto.
Manganês é solúvel na forma bivalente, mas não
é na forma tetravalente. Sendo decomposto um Na fase intempérica vários fatores influenciaram
mineral manganesífero, o manganês entra na o maior ou menor enriquecimento das lentes de
solução como bivalente, sendo cedo oxidado a mangano-xisto, entre eles citando-se: ( 1) as
tetravalente pelo oxigênio contido na solução, e profundidades variáveis das zonas de alteração e
cristalizando-se como óxidos e hidróxidos, prin- de enriquecimento secundário; (2) a presença ou
cipalmente na forma de pirolusita e criptome- não de capa de canga protetora de erosão; (3) a
lana. Como esses óxidos e hidróXidos formam-se estrutura das rochas, favoráveis ou não ao
logo após a decomposição dos carbonatos e movimento de soluções e à concentração de
silicatos de manganês das lentes de mangano- minério; e (4) as irregularidades topográficas.
xisto, eles ocupam a posição dessas lentes,
formando os corpos de minério. Aparentemente, Como resultado da superposição dessas três
além de ser transportado em solução, o manga- sucessivas fases genéticas ocorrem grandes varia-
nês também é transportado e precipitado na ções físicas entre os vários corpos de minério,
forma coloidal. quer no tamanho, quer nos teores, quer na
estrutura, exigindo, para a lavra ser realizada
Sob as atuais condições de intemperismo há com o máximo proveito, alta dose de trabalhos
solubilização e reprecipitação da pirolusita e da de geologia e de engenharia.
1/95
A lavra na serra do Navio desenvolve-se com a encaixados em xistos-manganes(feros ocorrendo
preparação da frente de trabalho pela remoção esparsamente em áreas. incipientes à oxidação, o
do esteril, executando-se o desmonte do minério que torna a ocorrência desprovida de interesse
e usando-se dois processos: escarificação e dina- econômico.
mitação. A escarificação é aplicada de maneira
generalizada para o desmonte da maior parte do Garibaldi (36) ( 1973), sintetiz::; as informações a
minério. ~ efetuada por tratores munidos de respeito da pesquisa e da lavra, encetadas pela
equipamentos espedficos. A dinamitação é indústria, que explota as jazidas de manganês da
empregada quando a escarificação revela-se inefi- serra do Navio, bem como do tratamento do
caz ou antieconômica. minério e das estaHsticas de produção do
mesmo.
O minério é enviado por estrada de ferro até o
porto de Santana, às margens do rio Amazonas e Gonçalves e Serfaty (40) ( 1973), apresentam na
a 20 quilômetros de Macapá. A produção anual é Monografia do Manganês, dados adicionais sobre
da ordem de 1.200 a 1.500 mil toneladas de as ocorrências do Amapá.
minério beneficiado, com teor maior de 48% de
manganês.
1/96
TABELA XVIII a- Sumário da Caracterização dos Veios de Estanho- Tântalo do Amapá
Localização Forma Possança Direção Lttologta Observações Gradação Concentrado Concentrado do Solo
.brnal Pegmatito 1m -N Feldspato, completamente M a r g 1 n a 1~ O concentrado do caulim O concentrado de solo dá cassite-
caulimzado, muscov1ta e mente à grat· da cassttenta e columbita nta, -columbtta tantalita, silima-
s/ quartzo. sen. tantalita. mta e alguma turmalina e mgenta.
Marutm Veto 5m 45° Quartzo com aparêncta fra- Localmente 35% mgenta, silimanita,
turada, com muscovtta passando turmalina e pouca colum-
grossetra. gratsen. bita-tantalita.
Passatudo Caulim, quartzo e musco- Rejettos de velhos buracos no raa-
vita. cho Jornal.
Evaldo 11 Zonas de 1-Bm 135° Massa caulinfttca, com Gratsen encontrado somente O concentrado poderá ter
vetos, venu- 105° amplo ennquectmento de como fragmentos soltos nos rejet- 5% de tantalita.
las, apófises quartzo e muscovita. tos.
em forma de
Y.
Pegmattto.
Evaldo I Veto 5m 110° Quartzo com turmalina; Nos reJeites peças de vetos de
trabalhado para cassttenta quartzo algumas vezes muito ncas
poucos anos atrás. em turmalina. Peças de gratsen
com quartzo, muscovtta e cnstats
de feldspato caulintzado de até
~ 8 em de tamanho.
-....J ArroiO Veto Sob as aluviões é -N A centena de metros à JUZante
Tantalita nottctado ocor- extstem dots ou mats locats onde
rer um veto cau- foram encontrados fragmentos
limzado de 1 m. grossetros de gratsen. Os cascalhos
do leste contém enormes quantt·
dades de cnstats grossetros de
andaluzita e chtastolita.
Maraguji' Veto 1m -N O caulim contém mutta tur- O concentrado dos pesados
malina em nmhos, pouca mostra muita turmalina,
muscov1ta e quartzo, tam- com pouca cassiterita e n t~
bém ocorre berilo. gerita. Acessortamente apa-
rece columbita, tantalita,
granada e ztrcão.
Maraguji 11 Veto Aproxmladamente 700 m a Os cascalhos do leito do curso A fração pesada contém
Juzante extstem sul8ts (fo- d'água contém andaluzita e grana~ turmalina, gahmta, mge-
lhas de muscovita e peças da. nta, z"cão e acessona-
de gratsen} de um veto tn- mente ocorre silimantta,
tempenzado e latenzado, columbita e tantalita.
vas(vel no solo em ambos
os lados do curso d'água.
Lourenço Veto -120° Fragmentos de um gratsen Num pofw;o abandonado é vtdvel O concentrado do caulim
grossetro é encontrado em algum >::.aulim latenzado contendo dá casstterita, columbtta,
ambos os lados do curso quanzo grossearo e muscovtta. turmalina, ztrcão, silimam-
d'água. ta e mgenta.
Yagu Veto Na margem esquerda do
nacho é ~tsíve\ um mate..
nal filoneano laterazado
(caulim com quartzo
muscovtta).
Cant1do Pegmatito c/100 1m 5°-15°mer· PegmatJtO mte1ramente Em ambas as margens do pegma· No concentrado tanto a
m de compnm. gulhando caulimzado, embora seJa tito ocorrem bandas de gra1sen c o I umb1ta·tantal i ta e
60 ESE poss fvel ver através de grosselro, com quartzo e mus- cass1ter1ta ocorrem
tâmma delgada que a rocha covita de diversos centfmetros no assoc1adas com alguma
OriQinal COnSIStia de tamanho, e pequenas granadas; turmalina, granada e
m1crocl fn1o pertita e sofreu quando a banda de gra1sen tem z~rcãa.
alb1t1zação posterior. granulação fina.
Ninhos de quartzo a
muscov1ta são freqüentes.
Procedência Ta o
2 5
Nb o
2 5
Sn 0
2
Ti 0
2
Igarapé do Caulim 64,5% 17,6 % 2,7% 0,9%
Angelim 67,5% 13,3 % 0,5% 2,7%
Vila Leão 64,6% 17,4 % 0,6% 1,6 %
Ant. Beatriz 60,3% 18,4 % 0,5% 1,1 %
Nolet 61,7% 17,2 % 0,7% 1,1 %
Lourenço 66,4% 15,8% 1,5% 2,4%
Euclides 65,2% 17,74% "'e O ................ 14,91%
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As tantalitas do rio Amapari ocorrem nas Klepper e Dequech (52) ( 1945), descrevem os
mesmas circunstâncias das do rio Vila Nova, mas depósitos aluvionares de ouro, tantalita e dia-
há alguns pegmatitos nos quais predominam mante nos arredores da Vila Santa Maria, bem
columbita e, em alguns, a tantalita é associada à como o ouro, cassiterita e columbita-tantalita de
cassiterita, como se vê pelas análises da Tabela aluviões na região do rio Amapari.
XX.
Ackermann (2) (1972), descreve no Amapá
cinco regiões portadoras de ouro. São as seguin-
TABELA XX 'c
tes:
Procedência Ta 2 o 5
Nb 2 üs Sno 2 Ti02 Região rio Oiapoque
Vila do Antonio 74,4% 9,6% 1,9% 1,5%
Região Calçoene-Cassiporé
Santa Terezinha 67,4% 10,8% 5,4% 0,6% Região Araguari-Amapari
Vila Jornal 43,8% 33,2% 4,5% 4,3% Região Vila Nova
Igarapé Tavares 65,0% 16,6% 4,2% 0,6%
Igarapé Virgílio 55,8% 14,2% 3,8% 8,6%
Região Jari-Paru
Sete Ilhas 43,0% 38,1% traços 1,2%
Pane I 42,7% 38,2% traços 1,4%
Vila Terezinha 44,7% 8,0% 40,1% 0,3%
5.2.9.1. Região rio Oiapoque
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5.2.9.1.1. Rio Uaçá- As ocorrências de ouro e a 5.2.9.3. Região Araguari-Amapari
garimpagem se deram principalmente nas encos- Os cascalhos auríferos são encontrados nos
tas dos morros até alcançar o nível da água onde afluentes desses rios, bem como ocorrem desde a
em tempo de estiagem é possível que se apro- confluência desses dois rios até as confluências
veite parte do cascalho. O ouro é proveniente com o rio Mutum no alto curso do Araguari.
dos veios de quartzo, mas pela quantidade do Esses dois cursos d'água correm sobre rochas do
ouro fino pode-se presumir que as rochas intrusi- Complexo Guianense e Grupo Vila Nova.
vas contribuíram também. Ackermann (2) ( 1972), diz que os igarapés
auríferos existentes entre esses dois rios nascem
5.2.9.1.2. Rio Oiapoque - A partir do igarapé numa faixa estreita de terra um pouco mais alta,
Taperebá quase todos os pequenos afluentes do restos deixados pelas erosões segundo uma linha
Oiapoque têm algum ouro, mas nenhum lugar se que se estende para NW a começar da confluên-
destacou pela abundância. Na cachoeira Grand cia Araguari-Amapari.
Roche, Beck (1909), citado por Ackermann (2) Os cascalhos auríferos encontrados na parte
(1972), assinala a presença de diabásios com superior dos afluentes diferem dos demais depó-
ouro visível, dando 24 g de Au por tonelada de sitos auríferos, pelo fato de que o ouro é
rocha e 4 g de Ag. acompanhado tanto pela cassiterita, tantalita e
columbita, minerais dos pegmatitos. Os casca-
Moura {76) (1934), assinala a presença de lhos são constituídos de seixos rolados, blocos
diorito na Cachoeira Comprida com 2 g de Au de pegmatitos em via de alteração, encon-
por tonelada. trando-se nele fragmentos de berilo, cor de mel
em lascas finas, esmagadas, e afrisita em finas
5.2.9.2. Região Calçoene-Cassiporé agulhas.
5.2.9;3.1. Rio Amapari até o rio Felício - Na
Claré (1909), citado por Ackermann (2) (1972), viagem realizada em setembro de 1946,
dá um resumo da geologia indicando o igarapé Ackermann, Dequech e Klepper, subindo o rio
Lourenço, onde existe uma camada de 1 a 2m Amapari até o rio Fetício, para examinarem as
de estéril para 0,50 m de cascalho aurífero ocorrências de cassiterita, aproveitaram a ocasião
constituído de seixos de quartzo pouco rolado, para estudar o material de uns igarapés a respeito
ainda com arestas vivas, areia-branca e alguns do conteúdo em ouro, cujos resultados constam
fragmentos de pegmatitos. Existem dados para da Tabela XXII.
acreditar-se que o ouro provém dos veios de
TABELA XXII
quartzo. Algumas vezes têm-se encontrado
Igarapé Classe Cascalho m 3 Au for Reserva Au/g
fragmentos maiores de quartzo com ouro, cujas m /g
análises deram até 85 g de ouro por tonelada.
Grenat Indicada 300 1,7 510
lnferida 500 1,5 750
Vale et alii (113) (1972), relatam que em Total 800 1.200
Lourenço o ouro ocorre em filões associados a Virgflio Indicada 100 1·2 100·200
granodioritos e disseminações em material rego- lnferida
i ítico. A extração do ouro é processada por Total 100 100-200
desmonte hidráulico, após a retirada do estéril Little
Pane I Indicada 500-1.000 1-3 500-3.000
por um trator de esteiras. Quando o ouro se Pane I lnferida 500-1.500 2-4 1.000-6.000
encontra nos veios de quartzo, o material é Bruno lnferida 300-500 1·2 300-1.000
Renale lnferida 200-300 1,5-2 300-600
levado para o britado r e, após mo (do em moinho Filon lnferida 200-300 1,2 200-600
de martelo, é posteriormente levado em
Total de 2. 700 a 4.600 3.760 a 12.860
"long-tom".
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5.2~9.3.2. Rio Cupixi - Leal e Pinheiro (60) pegmatitos, portadores de tantalita e columbita
(1971 ), realizaram o cadastramento dos garim- nos quais a cassiterita não é constante.
pos de ouro do rio Cupixi, afluente do Amapari.
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postas do Grupo Vila Nova, que eram traba- Todas as amostras tinham aproximadamente
lhados manualmente, em operações de lavagem, 19 g/t em Au. A determinação do ouro em
que depois de serem tratados em filões manuais frações finas, médias e grandes, conduziu à
era a poeira grosseira passada numa caixinha conclusão de encontrar-se o metal finamente
com mercúrio para amalgamar o ouro. dividido.
Os trabalhos cessaram por dificuldades finan- O estudo mineralógico das amostras revelou a
ceiras e técnicas. presença de quartzo, feldspato, muscovita, mate-
rial argiloso, biotita, óxido de ferro, limonita e
As análises do material, que após pilado e turmalina, conforme Boletim n~ 8.709 de 12 de
passado na caixa de amalgamação era lançado fevereiro de 1949 do Lab. do D.N.P.M.
fora, constam na Tabela XXIV.
5.2.9.4.4. Sondagem Leão- Em abril de 1947, a
pedido do Governador do Território Federal do
TABELA XXIV Amapá, a Hanna Exploration Company, empe-
nhada na pesquisa de minério de ferro da Santa
Amostra Au :g/T Material
Maria do rio Vila Nova, fez um furo de sonda a
G1 9,2-27,8 Terra com leve tom amarelo. diamante com perfuratriz Boyles.
G2 4,8-11,2 Fragmentos pequenos de quartzo
de coloração variada.
G3 4,0-47,0 Pedaços de argila de cor
O furo foi colocado no local em que o crioulo
avermelhada. Leão fez o grande achado de ouro, no qual o
G4 4,2 Terra com fragmentos de argila filão está encaixado entre os quartzitos.
de cor avermelhada.
G5 traços Terra de cor amarela viva.
A extensão do furo foi de 50,93 metros com
* Fonte- Boletim n? 7.153 do Lab. da Produção Mineral do ângulo de 30° e atravessam 4 veios de quartzo,
D.N.P.M., de 14 de maio de 1945, cf. Ackermann (2)
(1972). respectivamente: de 10,98 a 11,44 m; de 23,48 a
25,01 m; de 28,97 a 29,58 m; de 38,12 a 38,73
m.
Nessas análises trata-se de material de rejeito
(tailings). Em maio de 1947 a Hanna Explora- O resultado das análises constam da Tabela XXV.
tion Company fez um furo com sonda a dia-
mante, sonda Boyles, cujos resultados diferem
dos obtidos dos rejeites. A direção do furo foi
de S 35° E, ângulo do furo 50° e extensão do
TABELA XXV
furo 30,50 metros. A sonda foi colocada ao pé
do barranco trabalhado, para ~ssim atravessar Amostras n° Au :g/t
toda a faixa que antes era aproveitada. O
581 traços
primeiro furo, por motivo técnico, foi abando- 582 2
nado. O segundo furo atravessou apenas dois 583 traços
finos veios de quartzo. 584 22
585 10
586 traços
A granulação do quartzo foi a seguinte: 587 148
Finos (peneira 200 S.T. 588 traços
e abaixo de 200 mesh) 589 3
45,2%
Médios (entre 100 a 200 mesh) 37,7% * Fonte- Bolet•m n? 7849 do Lab. do D.N.P.M. de 22 de maio
Grandes (entre 20 a 100 mesh) 17,1% de 1947, cf. Ackermann (21 (19721.
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A granulometria foi a seguinte: TABELA XXVI
Finos (peneira 200 S.T. e Igarapé Cascalho Au :g/t
abaixo de 200 mesh) 72,4%
Médios (entre 100 a 200 mesh) 20,1% Sta. Maria 5,50·1,00 m 3 3
Leão 1,20 1,77
Grandes (entre 20 a 100 mesh) 7,5%
Boca Alta 2.1::!: 2,50
Albano 1,45
Ensaio por espectroscopia qualitativa revelou os Albano 0,20 2,5
Albano 0,25 4
seguintes resultados:
Si, Fe, AI grandes quantidades
Ti em proporções apre-
ciáveis Klepper e Dequech (52) (1945), do exame
Mn, Ca um pouco procedido nos cascalhos auríferos de Santa
Cu muito pouco Maria, relatam os resultados constantes na
As, Sn, Pb, Bi, Ni ausentes Tabela XXVII.
atravessado. Leão e
Tributários Indicada 1.000 1.000
lnferida 1.500 1.500
5.2.9.4.5. Rio F/exal - Este pequeno curso Total 2.500 2.500
d'água drena rochas do Complexo Guianense e Bernardes Indicada 1.500 1,25 1.875
Grupo Vila Nova, para depois entrar na faixa In ferida 3.000 1,00 3.000
sedimentar. Deixando essa parte, o rio Flexal se Total 4.500 4.875
reúne com o rio Tartaruga! e entra na parte mais Bacuri Indicada .500 .500
baixa do Amapá, a região das lagoas, onde ter- Inter ida 1.000 1.000
mina. Total 1.500 1.500
Genhio Indicada .300 0,4 .120
Inferi da .300 0,4 .120
Moura (76) (1934), menciona duas análises de
Total .600 .240
diabásio do rio Flexal, sendo uma do Encruzo
Grande Total 9.100 9.115
com 5,6 g de ouro e outra 4,80 g de ouro por
tonelada de rocha. No vizinho rio Tartaruga!
menciona uma análise de diabásio com 2 g de
ouro por tonelada. 5.2.9.5. Região Jari- Paru
Ackermann (2) (1972), estudou o rio Tartaruga!, No alto rio Jari vivia durante anos o crioulo
verificando a existência de granitos atravessados conhecido por "Monsieur Poet", que trabalhava
p_or diques possantes de diabásio. Encontrou nos cascalhos auríferos do alto do rio Jari, na
algum ouro nu·ma estreita faixa de rochas do região fr'onteiriça com a Guiana Holandesa. Em
Grupo Vila Nova. 1953 o "velho Poet" trabalhava os cascalhos
pobres do rio Capu-Capu, afluente do médio rio
Ackermann (·1) (1971 ), realizou uma sene de Paru e com isso desfez a história das grandes
ensaios sobre o ouro da região Vila Nova, cujos jazidas aluvionares de ouro no alto rio Jari, cf.
resultados são exibidos na Tabela XXVI. Ackermann (2) (1972).
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Num dos afluentes do médio rio Jari, o Care- Ru:tilo
curu, houve a descoberta de "fabulosas minas de Procedência Análise
ouro", noHcia que em 1950 fazia manchetes.
Alto Rio Araguari Si02 0,89%
Entretanto, como muitas outras, foram apenas Fe203 7,34%
manchetes. Ti02 89,60%
Igarapé Curumari-Vila Saramaca- Fe203 1,60%
Ackermann (2) ( 1972), relata a produção de Rio Vila Nova Ti02 90,50%
ouro no Território Federal do Amapá -dados ' Sn02
N/dosados
0,16%
7,68%
da Receita Federal do Amapá, que constam na P.F. (110"CI 0,06%
Tabela XXVIII. Igarapé do Genés"o Ti02 98,6%
FeO 1,2%
TABELA XXVIII
Ano Gramas de Ouro Valor Cruzeiro *
5.2.11. Zircão Monazita
1969 33.822,00 130.812,00
1970 Ackermann (3) ( 1948), noticia ocorrências de
1971 24.375,00 129.866,00
1972 (até abril) 11.925,00 73.476,00 zircão e monazita nas cabeceiras do igarapé Ba-
curi, no rio Vila Nova.
*Cruzeiros ano 1972
52.12. Diamante
52.10. llmenita e Rutilo
Ackermann (3) ( 1948), noticia que na década
Ackermann (3) ( 1948), relata ocorrências de dos quarenta foram descobertos os primeiros
ilmenita e rutilo no Amapá, bem como fornece diamantes nos cascalhos audferos de Santa
análises, que podem ser observadas na Tabela Maria no rio Vila Nova. Foi no igarapé do
XXIX. Afonso ou da Caxinguba, onde ocorreu a pri-
meira pedra. Após foram encontrados diamantes
TABELA XXIX nos igarapés do Bernardes, Boca Alta, Céu Azul
llmenita e Albano, tendo sido nos dois últimos onde os
garimpeiros acharam razoáveis quantidades e de
Procedência Análise
muito boa qualidade.
Igarapé nQ$ - Capivari-Rio Amapari Si.92 3,26%
Fe203 23,94% Os diamantes têm sido encontrados nos casca-
Ti02 50,00%
Fe O 21,98% lhos que inicialmente foram lavados para a
Igarapé Mesa-Margem direita do Alto 6,22%
obtenção de ouro aluvionar.
•Si~
Araguari Fe203 26,38%
Ti02 52,00% Bastos (13) (1947), relata: "Uma particularidade
FeO 15,83%
das aluviões aur(feras do alto Vila Nova é serem
Igarapé Nilo-Alto Rio Araguari F~03 45,25% às vezes também d iamant(feros. Entre 1940 e
Ti~ 44,60%
Sn ~ 7,57% 1942, só pelas mãos de um negociante de Santa
Mn O 2,35% Maria passaram 140 quilates de diamantes. E
Possivelmente do Rio Calçoene Si02 4,00% entre 1944 e 1945, por alguns faiscadores que se
Fe1J3 44,14% dedicaram a esse trabalho, mais de uma tonelada
Ti02 50,22%
foi apurada de tantal ita, minério raro que
Mn O 1,30%
alcançou alto preço durante a guerra".
1/105
Segundo Ackermann (3) (1948), foi encontrado 5.2.16. Pirita
um diamante incrustado num picrito, envol-
vendo seixos de quartzo. Este autor ainda diz
que é ao redor desta rocha que se tem feito os Ackermann (3) ( 1948), diz ter sido encontrada
maiores achados de diamantes, e onde esta rocha pirita em vários lugares do Amapá, porém
não ocorre não foram encontrados diamantes, o nenhuma grande ocorrência foi detetada até o
que faz presumir que esse picrito seja a rocha presente.
matriz do diamante do Vila Nova.
Ocorrências citadas são as de Azimar, rio Cassi-
Fora do distrito de Santa Maria do rio Vila poré e as do rio Cajari.
Nova, Ackermann diz conhecer o achado de um
só diamante no igarapé dos fndios, trabalhado
para cassiterita.
5.2.17. Talco
5.2.13. Pedras Semipreciosas
Ackermann (3) · ( 1948), diz ter sido encontradas Ackermann (3) (1948), diz haver talco no
algumas ametistas, granadas, afrisitas, rubelitas e igarapé do Afonso também chamado da Caxin-
topázios, todas sem maior valor comercial. guba, perto da Vila de Santa Maria, num veeiro
possante, apresentando uma granulometria finís-
5.2.14. Caulim sima e muito alvo.
1/106
O exame de cada metalotecto, somado aos dados VARLAMOFF, N. "Tin deposits, their classifica-
teóricos da metalogênese das demais plataformas tion, their exploration and evaluation of
do mundo, ensejam para a área mapeada prog- the reserves". In: CONGRESSO BRASI-
nósticos bastante favoráveis. LEIRO DE GEOLOGIA, 26, Belém, 1972.
Anais. São Paulo, Sociedade Brasileira de
Geologia, 1972. v. 1. p. 33 - 35.
Uma bibliografia básica acompanhará cada meta-
lotecto, sendo as referências apresentadas como
informação preliminar às pesquisas que poderão Grupo Vila Nova
vir a ser encetadas na prospecção de determi-
- Graisens com cassiterita
nado bem mineral.
- Pegmatitos com cassiterita, tantalita, co-
lumbita e ouro
- Metamorfitos manganesíferos (Xistos-man-
ganesíferos, anfibol i tos, gonditos, rodocro-
Complexo Guianense sita)
- Graisens com cassiterita - Epimetamorfitos ferríferos (itabiritos, he-
- Pegmatitos com cassiterita, tantalita, co- matita compacta, hematita friável e "chapi-
lumbita, berilo e ouro nha") do rio lpitinga
- Veios de quartzo auríferos - Cromita e silicatos de níquel do rio Ca-
- Caulim dos pegmatitos intemperizados maipi do Vila Nova
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1/107
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1/108
5.4. Situaçio Legal dos Trabalhos de Lavra e Pesquisa Mineral na Area.
Segundo informações obtidas junto ao D.N.P.M., 5~ Distrito Norte, é a seguinte a Situação Legal-
dos Trabalhos de Pesquisa e Lavra na Folha NA/NB.22 Macapá.
Macapá/Mazagão/Amapá
1/109
Mazagâ'o/ Amapá
1/110
Mazagão/ Amapá
Amapá/Maca pá
Calçoene/ Amapá
1/111
6. CONCLUSÕES 6.5. As intrusivas graníticas e granodioríticas
constituem uma estreita associação (petrográ-
6.1. Mais uma vez, durante os trabalhos do fica, espacial e temporal), formando um conjun-
Projeto RADAM, podemos comprovar a to comagmático. Preferencialmente, as exposi-
excelência das imagens de radar para o ma- ções identificadas se concentram em zonas no
peamento regional, quer pela fidelidade conse- Falsino e Oiapoque. f realce o posicionamento
guida nas interpretações, quer pela integração na interseção de grandes lineamentos.
que possibilitaram para toda uma vasta área.
6.6. As intrusivas alcalinas e ultrab3sica-alcalinas
6.2. Através de revisão bibliográfica e confirma- constituem uma província comagmática, Pro-
ção por dados de campo foi possível fixar o víncia Alcalina do Maicuru-Mapari. Essas intru-
conceito de Cráton Guianês, que o Projeto sivas devem balizar os domínios de porção de
RADAM emprega para essa megaporção de antéclise disposta SW-NE, que limitaria a borda
rochas poli metamórficas, vulcânicas, plutônicas, setentrional da Sinécl ise do Amazonas, na sua
hipoabissais a subvulcânicas! cobertura de plata- parte mais oriental.
forma e estrutura tipo "rift-valley" ao norte da
Sinéclise do Amazonas.
6.7. A reativação Kunguriana-Scythiana, de
6.3. Um episódio de amplitude regional no caráter trafogênico, identificada no Amapá, po-
Cráton Guianês, foi aqui definido e denominado de ser responsável pela elaboração do Graben do
Episódio Tumucumaque, originado através do Marajó, porquanto a atividade magmática Cas-
desenvolvimento de metamorfismo dinâmico, siporé, expressada pelos diques de diabásio e
estabelecendo uma completa faixa de milonitos, efusão de toleítos, têm rumo estrutural concor-
cataclasitos e brecha de falhas, elaborando es- dante com aquela estrutura de subsuperfície.
truturas do tipo "horsts e grabens", provavel-
mente criando as condições de deposição das
litologias do Grupo Vila Nova.
6.4. Em termos de Grupo Vila Nova foi possível 6.8. Foi extremamente difícil em certas áreas da
definir a identidade dos metassedimentos da faixa costeira do Amapá, separar os terrenos
serra do lpitinga com os da serra do Navio, não Barreiras dos sedimentos quaternários; não foi
havendo mais do que variações de fácies deposi- possível fixar limites precisos (contatos) entre os
cionais. diversos sedimentos quaternários.
1/112
7. RECOMENDAÇÕES
7.1. Recomendamos em área extremamente in- 7.5. Recomendamos como válida a identificação
teressante, sob o ponto de vista econômico, o do maciço picr(tico que parece assomar na bacia
mapeamento da Provfncia Alcalina Maicuru- do rio Vila Nova, pois nos cascalhos aur(feros da
Mapari, pois além das alcalinas, já conhecidas, área foi encontrado diamante incrustado em
I
devem ocorrer outras, que por suas probabilida- picrito.
des metalogenéticas em elementos raros, abrem
novas perspectivas no campo de mineração.
7.6. Recomendamos como interessante a amos-
tragem sistemática dos corpos circulares, de
7.2. Recomendamos cautela na prospecção
composição gran (tica e granodiorítica do Ama-
geológica, principalmente através da prospecção
pá, visando-se os mesmos como portadores de
geoqufmica regional de sedimentos de corrente
cassiterita e columbita.
(para Cu, Pb, Zn), nos cursos d'água que drenam
áreas do Complexo Guianense, pois dado o grau
de arrasamento e fácies metamórfico desse 7.7. Recomendamos como útil o exame do
Complexo, dificilmente ocorrerão neles jazidas capeamento later(tico do Granito Mapuera, pois
filoneanas, hipotermais e mesotermais. esta Iatol ização poderá ter retido cassiteríta, bem
como outros minerais resistatos.
7.3. Recomendamos viável a prospecção alu-
vionar usando-se a bateia para: ouro, diamante, 7.8. Recomendamos interessante a prospecção
cassiterita, columbita, tantalita e xenotima, nas de bauxita nos platôs de cotas baixas da
aluviões das principais bacias hidrográficas, Formação Barreiras, que assoma desde Maca pá
visando descobrir novas ocorrências. até o alto rio Uaçá.
7.4. Recomendamos a prospecção geoqu(mica 7.9. Recomendamos avaliar a "suite" dos ele-
para Cr e Ni na bacia do rio Vila Nova, visando mentos traços na latolização, pois possivelmente
delimitar corpos ultramáficos possivelmente deverão ser encontrados "concentrações meta-
mineral izados. logênicas" de elementos raros.
1/113
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1/120
Estampa 1 - Folha NA.22-Y-B - Rio Araguari. Contato entre os xistos do Grupo Vila
Nova e os polimetamorfitos do Complexo Guianense. Camadas de manganês associadas aos
metassedimentos (Distrito Manganes(fero da Serra do Navio).
Estampa 2 - Folha NA.22-Y-C - Rio Jari - Região do rio Jari. Corpo maciço (Granito
Mapueral intrusivo nos magmatitos do Complexo Guianense. O Granito Mapuera está
associado ao Granodiorito Rio Falsino.
Estampa 3 - Folha NA.22-V-B - Folha Oiapoque- Região do rio Cassiporé. Diques e sills
(? ) de diabásicos e granófiros básicos cortando a seqüência poli metamórfica do Complexo
Guianense.
Estampa 4 - Folha NA.22·Y·B - Rio Araguari - Região do Porto Grande. Contato entre
as rochas do Complexo Guianense e a Formação Barreiras, cobertura terciária do Amapá.
Estampa 5 -Folha NA.22·Y·C -Rio Jari. Estruturas dobradas margeando o rio lpitinga
com direção NW.SE. Sinclinais e Anticlinais fechadas com plunges mergulhantes para NW e
SE, constitu(dos por metamorfitos com camadas de Fe e Mn do Grupo Vila Nova.
Foto 1 - Folha NA.22·Y·C, Rio Jari - Região do rio lpitinga. Migmatitos. com estrutura
Bandeada. O Paleossoma é formado ,de biotita Gnaisse e o Neossoma de pegmatito de
CompOsição Alcalino com Porfiroblastos de microclina de até. 5 em de tamanho (Complexo
Guianensel.
Foto 2 - Folha NA.22-Y-C, Rio Jari - Região do ri.o lpitinga. Migmatito com estrutura
oftalm (tica com porfiroblastos de Plagioclásio Câlcico bem desenvolvidos (Complexo
Guianense).
Foto 3 - Folha NA.22·Y·C, Rio Jari - (Complexo Guianense). Fotomicrografia
CATACLASITO - 1 P-25 X. Porfiroclasto de Plagioclásio com I ameias de gemi nações retorcidas.
Foto ·24- Folha NA.22-Y-A, Serra Tumucumaque- Região do rio Mapari. Amostra 1-D-3.
Alcali-sienito (Alcalina Mapari).
Foto 25 -Folha NA.22·Y·C, Rio Jari - Regi~o do rio Jari - Hornfels. LP-25X-10X78-180?-
Fotomicrografia da amostra IP·S-1. Oiopsfdio e tremolita, em seções basais e prismâticas,
plagioclâsio saussuritizado, pequenos cristais· e esfeno e vesuvianita. Auréola de contato
desenvolvida pela intrusão das rochas plutônicas do Granodiorlto rio Falsino.
Foto 30 - Folha NA.22-Y·C, Rio Jari. Serras de metassedimentos do Grupo Vila Nova, alinhadas
NW.SE, Lineamento Tumucumaque. Serra do lpítinga. vista de oeste.
GEOMORFOLOGII
Levantamento de Recursos Naturais, V-6
11 - GEOMORFOLOGIA
RESUMO 11/5
ABSTRACT 11/6
1. INTRODUÇÃO 11/7
2. METODOLOGIA 11/11
5. BIBLIOGRAFIA 11/27
11/3
T ÃBUA DE I LUSTRAÇOES
MAPA
Geomorfológico (em envelope anexo)
QUADRO
Quadro-resumo da geomorfogênese da Folha NA!NB.22- Macapá 11/26
FI-GURAS
1. Posição das Folhas na escala 1 :250.000 11/8
2. Limites políticos, rios e cidades principais 11/9
3. Bloco-Diagrama Esquemático da Área 11/1 O
4. Indicações para aproveitamento hidráulico e locação de estradas 11/17
5. Superfícies de aplainamento 11/22
6. Litoral afogado 11/24
ESTAMPAS
1. Garganta de superimposição do rio Jari
2. Depressão Ortoclinal do rio Piaçacá
3. Planície colmatada
4. Terraços do rio Araguari
5. Restingas do Cassiporé
6. Testemunhos do Pediplano Pliocênico
7. Embutimento de superfície de aplainamento
8. Planície Flúviomarinha recoberta por mangue
9. Contato do Pediplano Pleistocênico com a planície quaternária
FOTOS
1. Colinas de topo aplainado e interflúvios tabulares
2. Colinas de topo aplainado e veredas
3. Planície colmatada
4.. Vales de fundo chato na Formação Barreiras
5. Pediplano Pleistocênico
6. Mecanismo "slikke" e "schorre"
7. Planície do rio Uaçá
8. Participação do mangue nos processos de construção da planície quaternária
11/4
RESUMO
O objetivo é o mapeamento geomorfológico da Folha NA.22 e parte da Folha NB.22, atingindo uma
área de 136.450 km 2 . O mapeamento foi obtido pela imagem de radar. Descreve os materiais e
métodos de trabalho. Apresenta os principais problemas de cartografia geomorfológica para a escala do
mapeamento e as soluções encontradas. Explica o sistema de representação utilizado no mapa e a
simbologia de combinação de letras e cores, formando um conjunto no qual se distinguem as formas de
sua gênese e interpretação. Descreve, localiza e caracteriza as cinco unidades em que foi dividida a
Folha. Sintetiza as principais características geomorfológicas da área mapeada, dando destaque aos
processos de pediplanação, influências litológicas, estruturais e morfoclimáticas. Analisa a gênese do
relevo, ressaltando as duas fases de pediplanação e seus respectivos depósitos correlativos. Mostra a
influência da Transgressão Flandriana na evolução do litoral, caracterizando áreas de sedimentação
flúviomarinha, com destaque especial para as áreas de colmatagem a W do cabo Norte e formação de
restingas na parte setentrional da planície.
11/5
ABSTRACT
The objective is the geomorphological mapping by radar imagery of sheet NA.22 and part of sheet
NB.22, covering an area of 136.450 square kilometers.
Materiais and methods are described. The main problems of geomorphological cartography for the
mapping scale are presented with the solutions applied.
The system followed for the map presentation is explained as well as its symbology which makes use
of a combination of letters and colors and so allows to distinguish its originary and interpretative
forms.
Description, location and characterization are given for the five units forming the sheet. A syhthesis of
the area's main geomorphological characteristics is given, with emphasis on pediplanation processes
and lithologic, structural and morphoclimatic influences.
An analysis is made of the origin of the relief, pointing out both pediplanation phases and their
respective correlatable deposits. The Flandrian transgression influence on the coast evolution is shown
as characteristic in areas of fluviomarine sedimentation, deserving special attention the areas of
deposition west of Cape North and the long shoal formations at the north part of the open country.
11/6
1. INTRODUÇÃO
11/7
11°00' 5°00'
CABO ORANGE
NB. 22-Y-D
4°00' 4°00'
OIAPOQUE
NA.22-V-B
. 0
0d 49"
I
RIO OIAPOQUE CUNANI AMAPA
SERRA DE
TUMUCUMAQUE RIO ARAGUARI CABO NORTE
1°00'
11/8
54°
40+------------------------------/
ESPERANÇA
GUI
o
PirtlluiiD
QO+--L--------~~--~~----------~-----L~~~~--~==~~WLmu~~----------+00
54° 48°
o 40 80 120 km
11/9
Fig. 3 - Bloco-Diagrama Esquemático da Area
11/10
2. METODOLOGIA
11/11
completariam com trabalhos de campo poste- e) A necessidade de grupar e de compar-
riores. Outra deficiência do mapa decorre da timentar as formas de relevo para atender
dupla necessidade de representação de tipos de às solicitações operacionais do próprio Pro-
formas, simultaneamente com os processos mor- jeto RADAM e à utilização do mapeamento
fogenéticos. Por isso não é um mapa geomorfo- pelo público.
lógico na plenitude de seu conceito, mas contém
todas as outras informações obtidas apenas pela
imagem e sobrevôo. f) A fixação de legenda aberta, devido à
natureza sistemática do mapeamento e à
possibilidade de se encontrarem fatos insus-
Dentro das caractedsticas de metodologia, da peitados ou de difícil previsão. Isso porque
natureza sistemática do mapeamento, e da opor- a área a ser mapeada se estende desde os
tunidade de publicação em cores, o mapa geo- domínios morfoclimáticos mais secos até os
morfológico resultante não podia perder a infor- mais úmidos do Brasil florestal, abrangendo
mação dada pelas imagens de radar para aumen- problemas de geomorfologia litorânea e
tar o conhecimento geomorfológico da área formas fluviais intrincadas da bacia Amazô-
mapeada. nica.
11/12
partes altas para as mais baixas. A solução dada nio existiam processos geomorfológicos de tran-
ao problema da representação da idéia de altime- sição atribuídos quer a influências geológicas
tria pelo emprego de cores poderia ser entendida quer a influências bioclimáticas. O diHcil pro-
como subaproveitamento de elemento gráfico de blema de determinar os limites da preponderân-
grande valor se as cores não solucionassem cia de um ou outro processo foi assim colocado
simultaneamente o problema da compartimenta- às pesquisas que seriam feitas posteriormente.
ção e do grupamento de tipos de relevo. O Ao admitir áreas de transição entre "áreas-
emprego de cores dá, a média aproximação nucleares", Ab'Sáber implicitamente não atri-
visual, a idéia de altimetria relativa e a de buiu às palavras província e domínio o sentido
compartimentação do relevo mapeado e, a específico que têm em geologia e botânica; a
pequena distância, podem-se identificar as for- definição era de natureza morfoclimática. Os
mas de relevo. O problema da representação das mapeamentos realizados pelo Projeto RADAM
províncias estruturais e domínios morfoclimáti- ensejam a oportunidade de delimitação das áreas
cos foi solucionado em níveis diferentes. As de transição geomorfológica entre as "áreas-
unidades morfoestruturais são marcadas no nucleares" por que são mapeados também solos
mapa pela diferenciação de cores e tons e e vegetação. A sensibilidade do mapa fitoecoló-
imediatamente visualizadas. Graficamente não gico contribui para maior aproximação na divi-
era possível ou recomendável a superposição, são dos domínios morfocl imáticos. Ao serem
seja em cores seja em preto. A solução encon- iniciados os mapeamentos, constatou-se a utili-
trada foi realizada em nível de legenda, onde as dade do método de superposição empregado
linhas de limites dos dois tipos de unidades porque esses mapeamentos foram iniciados em
foram superpostas, em esquema à parte, integra- áreas bem individualizadas do ponto de vista
das e definidas. Na medida em que se publicarem geológico, geomorfológico, e fitoecológico. Os
os mapeamentos do Projeto RADAM essa super- pequenos ajustes realizados eram previsíveis
posição continuará. O objetivo final é a divisão porque não há termo de comparação entre a
de extensa área do Bras i I onde serão marcadas as proposição de esquemas e os mapeamentos
províncias e os domínios morfoclimáticos. sistemáticos. Na medida em que o mapeamento
atinge áreas amazônicas, os desajustes são acen-
tuados, principalmente porque ocorrem sob flo-
restas feições geomorfológicas antigas, herdadas
O ponto de partida para essas divisões foram as de morfogêneses diferentes, justapostas ou até
proposições feitas por Ab'Sáber ( 1967) que mesmo superpostas a feições geomorfológicas
serão mantidas como parâmetro até que sejam correlacionadas à morfogênese atual. Por outro
possíveis modificações plenamente justificáveis. lado, no que se refere às províncias morfoestru-
Aquele autor conceituou as províncias modo- turais, os extensos depósitos de cobertura e a
estruturais como grandes unidades onde o con- morfogênese úmida obliteraram as influências
trole da erosão é exercido primordialmente pelas litológicas e estruturais. A definição das regiões
condições geológicas; e como domínios morfo- de transição geomorfológica começou a ser
climáticos regiões onde as variações da erosão esboçada à medida que o mapeamento pro-
estavam na dependência de um sistema morfocli- gredia. Em decorrência, foram mantidas as pro-
mático, no qual a fisiologia da paisagem se posições iniciais de Ab'Sáber como parâmetro
relacionava mais às condições de clima, vegeta- para as modificações que estavam sendo encon-
ção e solos. Em trabalhos posteriores Ab'Sáber tradas. Sem perder de vista as proposições
(1971) esquematizou de modo muito genérico a iniciais, a denominação de províncias morfoes-
distribuição do que chamou de "áreas-nucleares" truturais passou a ser empregada em sentido
dos domínios morfoclimáticos estabelecendo mais adaptado à realidade amazônica, adqui-
que entre essas "áreas-nucleares" de cada dom í- rindo uma conotação de unidades de relevo. Os
11/13
domínios morfoclimáticos estão sendo mantidos dado aos tipos de dissecação precedidos de d,
na acepção original, descritos sob forma de tipos seguindo-se uma letra ou associação de letras que
de relevo, e contendo referências às variações qual i fica seu tipo. Essa qual i f icação supera desig-
fitoecológicas mapeadas pelo Projeto RADAM. nações inapreciáveis como forte, fraca ou mode-
radamente dissecados. Os símbolos geomor-
fológicos e geológicos necessários são impressos
em preto, bem como as compartimentações do
2.4. CHAVE DA LEGENDA
relevo. A legenda fica mais clara mediante uma
complementação sintética do que cada associa-
A fixação de legenda aberta, depois de superadas ção representa na área mapeada. Aberta deste
muitas experiências, foi resolvida por associação modo, a associação de letras pode modificar-se
de letras que detalham as categorias de formas de mapa para mapa sem perder homogeneidade
tomadas lato sensu: S -estruturais, E -erosivas em relação à carta precedente e sem perder a
e A - acumulação, que iniciam grupamento de qualificação de fatos que poderão aparecer em
letras, sempre notadas em maiúsculas. Essa outras folhas a serem mapeadas.
divisão dá a gênese de forma; as letras podem ser
combinadas entre si em muitos casos (SE, EA, Desse modo, o mapa atingiu, quanto à represen-
ou ES). As letras maiúsculas seguem-se associa- tação gráfica, a quase total idade dos objetivos
ções minúsculas correspondentes ao registro de que deve ter, ficando ainda sem solução gráfica,
forma em si mesma. A associação das minúsculas na área mapeada, a representação das formações
pode conter também referência à sua gênese. superficiais e a dinâmica da geomorfogênese. As
Adotou-se preferencialmente a letra com que se dificuldades de indicação desses dois tipos de
1n1c1a o nome da forma, mas há também fenômenos têm sido sentidas até em mapea-
combinações de mais de uma letra quando a mentos feitos sobre fotos em escalas em torno
primeira estiver esgotada. A qualificação da de 1 :50.000. No caso do mapeamento do Pro-
gênese da forma é colocada no final da associa- jeto RADAM, o problema cresce pelo nível da
ção. O registro de tipo de forma de relevo é escala e pela não realização de trabalhos de
colocado no meio, e a categoria, lato sensu, em campo que permitissem acompanhamentos siste-
letra maiúscula abrindo a associação. Isso per- máticos dos fatos referidos. Alguns dados desses
mite uma separação clara do que é registro dois fenômenos podem ser deduzidos correta-
direto, portanto imutável; do que é interpreta- mente, porém de modo indireto, da legenda;
tivo, portanto transitório. Um destaque pelo outros serão referidos em nível de relatório, com
valor pragmático, operacional e científico foi base em bibliografia.
11/14
3. UNIDADES MORFOESTRUTURAIS
11/15
pela relativa proximidade da orla marítima. Nas terraços observam-se também ao longo do rio
Folhas a 1 :250.000 de Macapá, Tumucumaque, Araguari e seu afluente Amapari. Esse reencaixa-
rio Araguari, rio Oiapoque e Cunani predo- mento relativamente recente da drenagem regio-
minam formas de colinas com vales encaixados e nal, que originou terraços identificáveis na ima-
ravinamentos. Acompanhando o litoral, numa gem de radar, está diretamente relacionado com
faixa alongada que se estende na direção NS, a dissecação do aplainamento mais rebaixado da
abrangendo a parte E das Folhas de Oiapoque, Folha NA/NB.22 Macapá, pois este aplaina-
Cunani e rio Araguari e parte W das Folhas de mento, em seus trechos mais conservados, tem
Amapá e Cabo Norte, observam-se colinas de continuidade espacial com os referidos terraços.
topo aplainado, revestidas por crosta ferrugi-
nosa. A serra Uassipein, a N da Folha de serra de
Tumucumaque, constitui relevos residuais orien-
Os processos erosivos que dissecaram a superfí- tados na direção NNW e forma uma frente
cie pediplanada (que truncou o Complexo Guia- escarpada voltada, em I inhas gerais, para EN E e
nense e a Formação Barreiras), e originaram a uma encosta fortemente dissecada, com cai-
unidade de relevo denominada Colinas do mento geral para WSW. Esta serra constitui o
Amapá , retrabalharam a maior parte dos rele- divisor de águas entre os rios Amapari, Jari e
vos residuais daquele pediplano; esses relevos Oiapoque. Numa disposição semelhante à da
foram mapeados como tipos de dissecação em serra Uassipein, a serra da Lombarda constitui
cristas e/ou pontões e interpretados como divisor local entre a drenagem do Cassiporé,
"i nselbergs" remodelados por morfogênese de Araguari e Oiapoque; exceto os dois alinhamen-
floresta densa. Na Folha de Cunani ocorrem tos de relevos residuais acima mencionados, não
numerosas cristas estruturais rebaixadas por dife- se observam grandes divisores de água na área
rentes tipos de processos erosivos. Essas cristas, das colinas do Amapá, visto que os demais
constituídas por diques de diabásio radiome- conjuntos topográficos elevados da Folha
tricamente datados em 250 a 180 MA têm rumo NA/NB.22 Macapá são superimpostos pela dre-
N 15° W e integram o Lineamento Cassiporé. nagem.
Os principais rios que drenam a área de co I i nas A maior parte da unidade de relevo está com-
do Amapá são o Oiapoque, o Araguari, o Jari e o preendida no domínio morfoclimático dos pla-
lpitinga. O primeiro tem um traçado retilíneo e naltos residuais e das áreas co I inosas revestidas
está encaixado em extensa fratura de rumo N por floresta densa.
25°E, componente dei Lineamento Oiapoque; os
outros adaptam-se a fraturas de direções NE e
NW, e alguns de seus afluentes formam padrão 3.3.1. Indicações para Aproveitamento Hidráu-
de drenagem ortogonal. O rio Oiapoque, n8 lico e Locação de Estradas (Figura 4)
Folha a 1 :250.000 que tem o seu nome, é
atravessado por fraturas transversais que origi- A figura 4 indica áreas favoráveis à construção
nam as cachoeiras Mananá, Tacuru, Acouiari e de barragens, ao longo dos rios Jari, lpitinga,
outras; na Folha de Oiapoque, outras cachoeiras Araguari e Mapari, geralmente correspondendo a
ocorrem, sobre diques de diabásio dolineamento gargantas de superimposição. Nessa mesma fi-
Cassiporé. Com exceção do amplo terraço obser- gura estão representadas as faixas de terrenos
vado na Folha de serra de Tumucumaque, o rio com melhores condições para o lançamento de
Jari, assim como o lpitinga, apresentam faixas de estradas; essas faixas contornam a Folha
deposições aluvionais descontínuas, alternadas NA/NB.22 Macapá com direções W, NW e N,
com seções de encaixamento acentuado. Amplos tendo como centro de irradiação a cidade de
11/16
404--------------------------; ----------------------------------~~
oo~~~----~~----~----------~--~-=~~~--~~~--~------------~00
48°
o 40 80 120 km
I Sítios poro barragens- 4- Cachoeiras e corredeiras- /;; 1 1 Faixas favoráveis para inplantação
rt de estradas
11/17
Macapá. As faixas de direção W e NW apresen- ras a E da Depressão Ortoclinal do rio Piaçacá,
tam maiores limitações devido à elevada densi- marcam os limites locais do Planalto Rebaixado
dade da rede de drenagem que originou disseca- da Amazônia. (Estampa 2).
ção mais intensa no relevo. A faixa de direção N
é a que apresenta melhores condições para o O piso da Depressão Periférica do Norte do Pará
lançamento de estradas: disposta entre a Planície constitui-se de um relevo de colinas resultante da
Flúviomarinha Macapá-Oiapoque e a unidade dissecação fluvial de uma superfície de aplaina-
de relevo denominada colinas do Amapá, corres- mento que truncou, predominantemente, litolo-
ponde em sua maior parte a trechos conservados gias do Complexo Guianense. Seus principais rios
de um aplainamento que está representado no são o Jari, o Paru e o Vila Nova Este último
mapa geomorfológico com a legenda Espp; coin- drena o setor oriental da depressão, e os dois
cide também com colinas de topo aplainado primeiros a atravessam no rumo NS.
com vales de fundo chato (Foto 2); tanto nessas
colinas como sobre aplainamentos conservados, A unidade de relevo descrita faz parte do
ocorrem geralmente depósitos superficiais incon- "domínio morfoclimático" dos planaltos resi-
solidados e/ou crostas ferruginosas, que podem duais e das áreas colinosas revestidas por floresta
ser utilizadas na construção de estradas, pois densa.
afloramentos de rocha fresca são raros na faixa
de direção N.
3.5. PLANfCIE FLÚVIOMARINHA MACA-
PA-OIAPOOUE
3.4. DEPRESSÃO PERIFÉRICA DO NORTE
DO PARA
Denomina-se Planície Flúviomarinha Macapá-
Oiapoque a faixa de terrenos quaternários que se
Esta unidade é um prolongamento da faixa de estende desde a cidade de Macapá até a foz do
circundesnudação periférica à bacia sedimentar rio Oiapoque; constitui-se de sedimentos areno-
do Amazonas, identificada no mapeamento da sos, siltosos, argilas e vasas. Na escala do
Folha SA.22 Belém. Limita-se a N por cristas e mapeamento não se justificou uma subdivisão
escarpamentos do planalto residual do Amapá, dessa planície. no tocante às formas de relevo.
que recebe denominação local de serra do Quanto aos processos morfogenéticos, é impor-
lpitinga; a E, pelos rebordos do planalto rebai- tante salientar a área compreendida entre a
xado da Amazônia. A W, a depressão se estende cidade de Macapá e a foz do rio Flechai, cuja
pela Folha NA.21 Tumucumaque. evolução está ligada aos processos fluviais do
sistema da foz do Amazonas, definidos no
Na Folha NA/NB.22 Macapá, a Depressão Perifé- relatório da Folha SA.22 Belém, a seção norte
rica do Norte do Pará apresenta altitudes em da planície, que se estende da foz do rio Flechai
torno de 100-150 m e envolve a W, S e E as até o baixo curso do Oiapoque, mostra caracte-
cristas e topos aplainados da serra do lratapuru. rísticas predominantemente marinhas entre as
Na Folha de rio Jari, a depressão é periférica aos quais se destaca a formação de restingas Desde a
sedimentos paleozóicos da bacia do Amazonas, cidade de Macapá até Ponta Grossa, na foz do
mas a E, na Folha de Macapá, caracteriza-se rio Araguari, a planície apresenta uma disposição
como periférica aos sedimentos terciários da geral SW-NE. Esse trecho é constituído predomi-
Formação Barreiras, constituindo uma depressão nantemente de diques marginais da margem
ortoclinal ao longo do rio Piaçacá, o qual está esquerda do Canal Norte do Amazonas São áreas
localmente controlado por fraturas de direção sujeitas a inundações periódicas e com acréscimo
NS Os rebordos elaborados na Formação Barrei- constante de sedimentos fluviais. Notam-se pa-
11/18
leocanais entulhados por sedimentos tanto na grandes extensões por mangue que contribui
plani'cie ligada ao continente quanto nas ilhas. A para a fixação de sedimentos marinhos. A
plan i'cie penetra no aplainamento que seccionou planície colmatada está recoberta por vegetação
os sedimentos !erciários pelos vales de alguns de campo. Nos baixos terraços e planícies do rio
rios onde está sujeita a inundações periódicas. Araguari a vegetação é de floresta densa.
Esses vales, mapeados como Apfi, apresentam-se
mais desenvolvidos lateralmente, em relação à A ilha de Maracá, na folha de Amapá, separada
largura dos cursos d'água, e estão geralmente do continente pelo canal de Carapaporis apre-
co Imatados. senta características semelhantes à planície co l-
matada da Folha de Cabo Norte. Mostra marcas
As ilhas da foz do Amazonas são de construção de cursos fluviais colmatados cortados a W pelo
quaternária e topografia muito plana. A ilha canal de Carapaporis e terminando a E em um
Caviana, a maior delas, foi mapeada como litoral retilinizado.
planícies e terraços com áreas inundáveis. A SE
da ilha, faixas mapeadas como planícies perma- A partir do Cabo Norte, na Folha de Amapá, a
nentemente alagadas mostram mecanismos de planície muda sua direção NE para NNW,
"slikke e schorre". A cobertura vegetal predomi- apresentando litoral retilíneo e paralelo ao Com-
nante nas ilhas da foz do Amazonas e na faixa de plexo Guianense. A partir da foz do rio Flechai,
diques da margem esquerda do canal Norte é a a faixa de sedimentos quaternários é mais
floresta latifoliada interpenetrada por campos estreita e seu contato com os terrenos terciários
inundáveis (Foto 3). e com o embasamento é marcado por uma série
de cachoeiras em quase todos os rios que
A região do baixo Araguari, Folha de Cabo desaguam no Atlântico. Nessa seção, a Planície
Norte, é onde se observa a maior largura da Flúviomarinha Macapá-Oiapoque é mais homo-
plan (c ie e apresenta áreas de co Imatagem em gênea. A costa é bastante baixa e os rios que a
maior extensão. O processo de colmatagem é atravessam em direção leste, como o Flechai,
evidenciado pela presença de numerosos paleoca- Calçoene e Cunani mostram um tipo de foz em
nais entulhados e lagos residuais (Estampa 3). estuário. Entre os rios Amapá Grande e Cal-
Próximo à foz do rio Araguari, na sua margem çoene, o limite entre a planície e os sedimentos
direita, observam-se marcas de canais colmata- terciários é pouco nítido, ocorrendo interpene-
dos, com direção NE. Esses canais foram corta- tração de terrenos de idades diferentes, o que
dos pelo rio Araguari pois têm uma continuidade dificulta delimitação precisa com base em ima-
em sua margem esquerda (Estampa 4). O rio gem de radar. Entre os rios Calçoene e Cunani
Araguari desenvolveu amplos terraços e planícies observam-se alguns cursos d'água interrompidos,
que ocorrem em todo o seu baixo curso, a partir que não atingem diretamente o litoral. Consti-
da área de contato da formação Barreiras com a tuem lagos de barragem e foram interceptados
plan (c ie quaternária. O contato entre esses dois por colmatagem em sua foz; a presença de uma
conjuntos litológicos é bem nítido na Folha de possível drenagem superficial, distributária
Cabo Norte, geralmente marcado por canais de sugere feições deltaicas modificadas pela evolu-
direção NS ou lagos residuais; nas proximidades ção da planície.
do lago Novo, o limite W da planície se faz por
um contato pouco n(tido, gradativo, ocorrendo Na foz do rio Cassiporé e Uaçá, desenvolve-
interpenetrações de sedimentos terciários e qua- ram-se planícies de restinga, em decorrência da
ternários. Ainda na folha de Cabo Norte, pró- influência marcante de correntes de deriva e
ximo ao lago Piratuba, a planície apresenta possivelmente da corrente marinha das Guianas.
trechos permanentemente alagados, coberta em A imagem de radar mostra com nitidez a
11/19
orientação de depósitos em arcos paralelos sobre atravessa as colinas do Amapá, o rio Cassiporé
os quais se desenvolveu um tipo de cobertura forma meandros e tem uma direção NE até o
vegetal densa. Entre esses arcos de deposição contato com a Planície Flúviomarinha Macapá-
ocorrem áreas alagadas Estampa 5. O mangue Oiapoque, onde apresenta uma mudança brusca
penetra pela foz dos rios até onde chega a para N. A partir daí o seu curso é retill'neo e
influência da maré. Nas embocaduras dos rios paralelo à restinga conhecida como cabo Cassi-
Oiapoque e Uaçá desenvolveu-se pequena res- poré. O rio Uaçá, em sua confluência com o rio
tinga orientada predominantemente pelas Urucanã, toma direção NW, mostrando um
correntes desses rios, pois aí é menor a influên- traçado também retilíneo.
cia das correntes de deriva. No trecho em que
11/20
4. EVOLUÇÃO DO RELEVO
11/21
48°
~-------------------------------------4-40
/!
J
o 40 80 120 km
A I I
"
PEDI PLANO PLIOCENICO PEDI PLANO PLEISTOCENICO PLANICIE QUATERNARIA
Conservado Conservado
D ...
Dissecado
D
Dissecado
11/22
4.2. EVOLUÇÃO DO LITORAL mesmo ultrapassando localmente esses limites.
Essa costa afogada, embora mostre probabili-
A planície flúviomarinha Macapá-Oiapoque se dades de estar afetada localmente por movimen-
caracteriza como uma extensa faixa de depósitos tos de subsidência, está relacionada no conjunto
quaternários onde se observam dois conjuntos de com fenômenos de transgressão marinha. No
feições geomorfológicas geneticamente distintos, mapeamento das Folhas SA.22 Belém e SA.23
situados respectivamente a S e a N da foz do rio São Luís, o caráter generalizado de afogamento
Flechai. AS desse rio, a planície está relacionada da costa foi atribuído à Transgressão Flandriana,
com o sistema fluvial da foz do Amazonas, do início do Holoceno. Por correlação com as
caracterizado por processos de colmatagem, folhas acima referidas, o afogamento geral do
lagos residuais, paleocanais entulhados, planícies litoral do Amapá foi interpretado também como
de diques, meandros abandonados, terraços e conseqüência da Transgressão Flandriana. Não
ilhas A parte setentrional da planície apresenta foram observados sinais de transgressões mari-
particularidades de formas e processos caracteri- nhas anteriores à Flandriana, na Folha. Os vales
zados pelo predomínio de influências marinhas, entulhados por sedimentos situados a W de
destacando-se, neste caso, a formação de restin- Macapá têm o aspecto de rias colmatadas, que
gas. sugerem a princípio um limite mais ocidental
para a Transgressão que o contato entre a
O contato da planície quaternária com as colinas Formação Barreiras e a planície flúviomarinha.
do Amapá, elaboradas em terrenos pré-cam- Mas é mais provável que sejam conseqüência de
brianos e terciários, é bastante reti I íneo obser- formação de lagos de barragem decorrentes da
vado à escala de 1 :1.000.000; é paralelo aos evolução da deposição de diques marginais do
diques toleíticos da Folha Cunani (Lineamento canal Norte do Amazonas.
Cassiporé) o que sugere uma origem tectônica
para o litoral pré-planície. Na Folha de cabo Os lagos Comprido, Mutuco e Piratuba, situados
Norte o limite ocidental da planície se faz por na Folha de Cabo Norte, são meandros abando-
um rebordo elaborado em sedimentos terciários nados do rio Araguari, originados de seu desloca-
da Formação Barreiras; a E desse rebordo os mento progressivo para S, acompanhando movi-
sedimentos terciários são encontrados ao nível mento semelhante ocorrido com o Canal Norte
da planície quaternária, o que constitui uma do Amazonas; isto se conclui da observação de
exceção. Tal fato foi interpretado como um diques marginais do Araguari transversais ao
possível rejogo de falhas no Pleistoceno, que terraço, também constituídos por diques margi-
teria atingido também a parte S do lago Novo, nais, de orientação NE, existentes na margem
situado nas imediações, nitidamente orientado esquerda do Canal do Norte (Estampa 4). O
por fraturas. ~ste lago apresenta ramificações de deslocamento doCanal do Norte na direção S foi
canais afogados semelhantes a pequenas rias, em referido por Ackerman ( 1966) como responsável
ambas as margens do trecho em que mostra pela formação das ilhas da foz do Amazonas.
controle estrutural Estas feições sugerem inter- Barbosa, Rennó e Franco (1974) dataram esse
ferência local de subsidência na evolução da mecanismo como Holocênico, relacionando-o
planície. com movimentos de subsidência ocorridos na
Fossa Marajoara. A parte da Planície Flúvio-
O litoral do Amapá apresenta sinais de afoga- Marinha Macapá-Oiapoque situada a N do baixo
mento generalizado em toda sua extensão (Figu- curso do rio Araguari, na Folha de Cabo Norte,
ra 6). Este afogamento é evidenciado pela tem uma feição de delta lobular. Essas feições
existência de rias, extensas áreas permanente- deltaicas foram afogadas pela Transgressão Flan-
mente inundadas e reflexos de marés até os driana, os vestígios deste afogamento são
limites ocidentais da planície quaternária, ou maiores entre o Cabo Norte e o Canal de
11/23
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11/24
Carapapóris, em áreas onde o mangue participa simétricos; seu desenvolvimento não é do tipo
dos processos de colmatagem, colonizando vasas peninsular como a restinga de Orange; apresenta
e fixando-as progressivamente. Nesse trecho da mesmo um certo recurvamento em seus últimos
planície colonizado por mangue, a imagem de arcos de crescimento na direção E, o que
radar sugere a existência de restingas, sobretudo evidencia uma importante atuação do rio Cassi-
nas imediações de Cabo Norte (Estampa 8). poré em seu desenvolvimento (Estampa 5). A
conformação dos arcos da restinga de Orange na
As ilhas separadas do continente por ocasião do margem esquerda do rio Cassiporé, indica uma
desvio do Amazonas para o S situadas à margem participação ativa deste rio também em sua
direita do Canal do Norte mostram a mesma evolução, participação esta conjugada com meca-
evolução a partir de deposições lineares obser- nismos relacionados com as correntes de deriva.
vadas na planície costeira. A colmatagem nas Por sua posição em relação à Planície Flúvio-
ilhas não é tão intensa quanto na parte conti- marinha Macapá-Oiapoque, se deduz de ime-
nental da planície. Em algumas ilhas, como a diato que as três restingas citadas no texto
Caviana, os mecanismos de "si i kke" e "schorre" constituem as faixas de crescimento mais recen-
concorrem para a colmatagem das áreas atingidas tes dessa planície, possivelmente o último episó-
pelas marés que são progressivamente coloni- dio de sedimentação ocorrido antes da Trans-
zadas pelo mangue; a área de "slikke" é bem gressão Flandriana. Pode-se supor que a Trans-
nítida a N e SE desta ilha que mostra também gressão tenha parai isado temporariamente a
áreas inundáveis em conseqüência do afoga- construção das restingas, se for admitida a
mento holocênico (Foto 6). hipótese de que elas se formaram no final da
Regressão pré-Fiandriana. O que se pode afirmar
com segurança é que foram atingidas por afoga-
A restinga conhecida como Cabo Orange, situada
mento (Foto 8).
na parte setentrional da Planície Flúviornarinha
Macapá-Oiapoque tem uma forma peninsular,
ligeiramente recurvada para NW. Seu limite
ocidental é o rio Uaçá, cuja orientação é Na Folha de Oiapoque a SW da restinga de
aproximadamente paralela à do Lineamento Orange, alguns diques de diabásio dolineamento
Cassiporé (Foto 7). A W deste rio a planície é Cassiporé atravessam a parte ocidental da planf-
mais antiga, com características predo- cie, próximo aos terrenos pré-cambrianos do
minanteme'lte continentais. Constitui o antigo Complexo Guianense e constituem relevos re-
litoral orientado por fratura NNW, a partir do siduais no Pediplano Pleistocênico, que corres-
qual se deser)volveu a restinga de Orange. O ponde localmente a áreas sedimentares mais
desenvolvimento dessa restinga originou o rio rebaixadas. Alguns formam cristas estruturais,
Uaçá, ao longo do antigo litoral retilinizado; esta outros foram rebaixados por erosão. Suas alti-
interpretação se baseia no fato de que esse rio tudes variam entre 100 e 250 m. O mais expres-
somente participou das últimas etapas de cresci- sivo deles ocorre no baixo curso do rio Urucauá,
mento da restinga, pois mostra depósitos em denominado localmente monte Tipoca, com
forma de arcos apenas em sua foz, na baía do aproximadamente 240m de altitude. O monte
Oiapoque. Entre os rios Oiapoque e Uaçá desen- Cajari, com 323m, é um testemunho de aplaina-
volveu-se uma outra restinga, bem menor que a mento recoberto por crosta ferruginosa. !: um
anterior, e derivada de mecanismos predominan- possível testemunho do Pediplano Pliocênico,
temente fluviais. pois situa-se topograficamente acima dos diques
de diabásio de 250-180 MA e está envolvido por
A restinga conhecida como Cabo Cassiporé cons- áreas mais baixas recobertas 'por sedimentos
titui-se de arcos paralelos e aproximadamente quaternários (Estampa 9).
11/25
Quadro-Resumo da Geomorfogênese da Folha NA/NB.22 Macapá
Fases Geo- Eventos Geomorfológicos Depósitos Depósitos Morfogê- Movimentos Tectônicos ou Período Geoló-
morfológicas de Cober- de Cober- nese Eustáticos gico
tura tura
11/26
5. BIBLIOGRAFIA
-
1. AB'SABER, A.N. Domí'nios morfoclimáticos 5. BARBOSA, G.; RENNO, C.V.; FRANCO,
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(2): 3-15, 1966. Min. Department, 1972. 1O p.
11/27
Estampa 1 - Garganta de Superimposição do rio Jari (Folha NA.22-Y-C-Rlo lpit•nga). O rio
Jari seccionou cristas estruturais de orientação. NW, entre as quais evolui uma plenlcie aluvial. A
N das estruturas superimpostes, o Jari orientado por frature NNE formou terraços na margem
direita.
Estampa 8 - Planfcie Flúvio-Marinha recoberta por mangue (Folha NA. 22-Z-A-Cabo Norte).
Entre o Lago Piratuba e o Cabo Norte encontram-se áreas permanentemente alagadas corr
mangue, elemento importante nos processos de colmatagem, fixando vasas e contribui ndo pan
a reconstituição de terrenos afogados por transgressão marinha. A N e a S da foz do ric
Sucuriju, que é uma ria, ocorrem restingas sobre as quais o mangue é mais denso.
Estampa 9 - Contato do Pe-
dlplano Pteistocênico com a
Planlcíe Flúvio-Marinha Maca-
pá-Oiapoque. (Folha NA.22·
V-8-0íélpoquel. Os vales cor-
matados mostram uma pene-
tração da planlcie quaternária
em terrenos do Prkambriano.
Alguns diques de dlabásio ocor-
rem na Planlcie Flúvio·Mari-
nha, truncados por superflcie
de aplainamento no topo do
monte Cajari.
Foto 1 - Colinas de topo aplainado e interflúvios tabulares. Formas originadas da dissecação da
Formação Barreiras, onde se notam rebordos bem marcados em camadas sedimentares
truncadas por superffcie de aplainamento. Eventualmente ocorrem palmeiras recobrindo vales
de fundo chato, entulhados por depósitos coluviais.
Foto 2- Colinas de topo aplainado e veredas. As colinas são revestidas por vegetação de
campo-cerrado e delimitam-se por corníjas e/ou rupturas de declive bem marcadas ao longo de
veredas com buritis; as veredas constituem as áreas alagadas, com sedimentos holocênlcos que se
prolongam até cabeceiras de vales de fundo chato.
Foto 3 - Planície co/matada. As áreas co Imatadas estão revestidas por vegetação de campo e
evolu idas por floresta densa. Notam-se trechos alagados e pequenos canais meãndricos.
Foto 4- Vales de fundo chato na Formação Barreiras. Vales colmatados por depósitos
holocênicos e com alinhamento de palmeiras. As colinas estão envolvidas por cornijas e
ravinamentos e estão recobertas por campo-cerrado.
Foto 5- Pediplano Pleistocinico. A topografia ondulada recoberta por campo-cerrado,
corresponde aos terrenos da Formação Barreiras truncada pela pediplanação pleistocênica.
DNPM/Projeto Radam -Av Portugal, 54- ZC.82- Urca- Rio de Janeiro, GB.
AGRADECIMENTOS
.
O Setor de Solos do Projeto RADAM, expressa seus agradecimentos aos técnicos MARCELO NUNES
CAMARGO e JORGE OLMOS ITURRI LARACH, pesquisadores em agricultura da DIVISÃO DE
PESQUISA PEDOLOGICA do MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, pela colaboração prestada.
111/2
SUMÁRIO
RESUMO I 11/7
ABSTRACT 111/9
1. INTRODUÇÃO 111/11
3. METODOLOGIA 111/26
111/3
6. LEGENDA 111/73
TABUA DE ILUSTRAÇÕES
MAPAS
Mapa Exploratório de Solos (em envelope anexo)
Mapa de Aptidão Agrícola dos Solos (em envelope anexo).
QUADRO
Quadro dos Balanços Hídricos 111/18
FIGURAS
1. Classificação de Koppen. ,11/15
2. Umidade relativa 111/15
3. Tem~ratura média anuais 111/16
4. lsoietas anuais 111/16
111/4
FOTOS
1. Perfil de Laterita Hidromórfica Distrófica relevo plano.
2. Panorâmica da área de Latossolo Vermelho Amarelo Distrófico textura argilosa
relevo ondulado.
3. Panorâmica da área de Latossolo Vermelho Amarelo Distrófico textura argilosa rele-
vo forte ondulado.
4. Panorâmica da área de Solos Concrecionários Lateríticos Indiscriminados Distróficos
relevo plano/suave ondulado vegetação campo cerrado.
5. Panorâmica da área de Laterita Hidromórfica Distrófica relevo plano.
6. Panorâmica da área de Solos Hidromórficos Gleyzados Eutróficos relevo plano.
7. Panorâmica da área dos campos baixos. Solos Hidromórficos Gleyzados Eutróficos
relevo plano.
8. Panorâmica da área dos campos baixos. Solos Hidromórficos Gleyzados Eutróficos
relevo plano.
111/5
RESUMO
A área em estudo corresponde a folha ao milionésimo, NB/NA.22 denominada na Carta Geral do Brasil
como Folha Macapá, limita-se com a linha do Equador e o paralelo de 4° 00 de latitude norte e os
meridianos de 49° 30' e 54 o 00' de longitude a oeste de Greenwich e cobre uma área de
aproximadamente 136.450 km2 .
O presente trabalho foi realizado em nível EXPLORATORIO, tendo por fim a confecção de mapas
escala 1:1.000,000, de Solos e de Aptidão Agrícola- Sistema de Manejo Primitivo, no qual as práticas
agrícolas dominantes são as tradicionais do colono e Sistema de Manejo Desenvolvido em que o uso de
capital é intensivo e há um alto nível técnico especializado.
Sobre os mosaicos semicontrolados de radar escala 1 :250.000, processou-se à interpretação preliminar
utilizando-se os respectivos pares estereoscópicos das imagens de radar, bem como fotografias em
infravermelho na escala 1:130.000, multiespectrais na escala 1:70.000.
Os trabalhos de campo consistiram da identificação, descrição e coleta de amostras para caracterização
morfológica e analítica das classes de solo.
Os solos foram mapeados sobre mosaicos semicontrolados de radar de escala 1:250.000,
posteriormente reduzidos para escala de 1:1.000.000. Finalmente as classes ou associações de solos
foram transferidas para uma base "BLUE LI NE", escala 1 :1.000.000.
Na área destacam-se dois níveis de aplainamento que correspondem ao Pediplano Pliocênico e
Pediplano Pleistocênico, elaborados geralmente em rochas pré-cambrianas e parcialmente sobre
sedimentos terciários.
111/7
O relevo foi dividido em cinco unidades morfoestruturais: 1) Planaltos Residuais do Amapá; 2)
Depressão Periférica do Norte do Pará; 3) Colinas do Amapá; 4) Planalto Rebaixado da Amazônia; 5)
Planície Flúvio-Marinha Macapá-Oiapoque.
O estudo climático foi baseado nas classificações de Koppen e de Gaussen. A primeira considera a
região compreendida na zona climática A (tropical chuvoso), com o tipo climático Amw' e a segunda
compreende as seguintes Regiões Bioclimáticas: 1) Região Bioclimática Xeroquimênica, com dois
subgrupos; o Xeroquimênico ater:1uado e o Subtermaxérico. 2) Região Bioclimática Termaxérica, com
a modalidade ou tipo Eutermaxérico.
Com relação à disponibilidade de água e às possibilidades de exploração agrícola dos solos, verificou-se,
pelo balanço hídrico (THORNTHWAITE e MATHER), que há excedentes sujeitos à percolação, que
variam de 581,6 mm em Arumanduba, no Estado do Pará, a 2029,7 mm em Clevelândia do Norte, no
Território Federal do Amapá, com uma deficiência máxima de 96,9 mm.
A geologia regional engloba o Quaternário, o Terciário (Barreiras), o Triássico - Cretáceo
(diabásio-Cassiporé) e o Pré-Cambriano (Grupo Vila Nova, Complexo Guianense e Granodiorito
Falsino).
A cobertura vegetal é representada pelas seguintes formações: 1) Cerrado; 2) Região das Formações
Pioneiras; 3) Região Ecológica da Floresta Densa; 4) Areas Rochosas (Refúgio); 5) Area de Contato
(Floresta/Cerrado).
O caráter generalizado do presente estudo, bem como o grau de extrapolação considerado para o nível
do levantamento, condicionaram o estabelecimento de unidades de mapeamento constituídas por
associações geográficas dos soros, na maioria dos casos, estando as unidades taxonômicas empregadas
de acordo com a classificação adotada pela Divisão de Pedologia do Ministério da Agricultura.
As unidades de solos, dispostas em classes ou associações encontradas, são: 1) Latossolo Amarelo
Distrófico textura média e argilosa; 2) Latossolo Vermelho Amarelo Distrófico textura média, argilosa
e muito argilosa; 3) Podzólico Vermelho Amarelo textura argilosa; 4) Podzólico Vermelho Amarelo
Equivalente Eutrófico textura muito argilosa; 5) Podzólico Vermelho Amarelo pl íntico textura
argilosa; 6) Solos Concrecionários Laterfsticos Indiscriminados Distróficos textura indiscriminada; 7)
Laterita Hidromórfica Distrófica textura indiscriminada; 8) Solos Hidromórficos Gleyzados Eutróficos
textura argilosa; 9) Solos Hidromórficos Indiscriminados Eutróficos e Distróficos textura
indiscriminada; 10) Solonchak textura indiscriminada; 11) Solos Indiscriminados de Mangues textura
indiscriminada; 12) Solos Aluviais Eutróficos e Distróficos textura indiscriminada; 13) Solos Litólicos
Distróficos textura indiscriminada. '
A agricultura encontra-se atualmente em desenvolvimento, com projetos particulares de gmel ínea
arbórea e arroz. Mas domina ainda uma agricultura rudimentar, sem técnica, o que proporciona baixa
rentabilidade por unidade de área, além de condicionar, pelo aspecto itinerante, constante destruição
da cobertura vegetal primitiva dos solos.
A pecuária extensiva tradicional, utilizando os campos naturais, é a atividade pioneira na região.
Paralelamente, a pecuária tecnificada, com introdução de espécies forrageiras, manejo adequado,
introdução de raças melhoradas com reprodutores e matrizes adaptadas à região, vem sendo
gradativamente implantada.
Do estudo feito, foi possível concluir que os solos, na sua maioria, possuem limitações moderadas a
fortes se usados para agricultura no sistema de Manejo Primitivo e necessitariam de estudos
aprimorados de experimentação de tipos de culturas, calagem, adubação e hidráulicos (drenagem e
controle de inundação) se também usados para agricultura tecnificada, Sistema de Manejo
Desenvolvido.
111/8
ABSTRACT
The area under study corresponds to the Macapá Sheet (NB/NA.22 in the General Map of Brazil). lt
has about 136.450 square kilometers, its bounding lines being the equator and parallel 4°00' latitude
north, and meridians 49°30' and 54°00' longitude west of Greenwich.
The study was carried out at exploratory levei, with the objective of making in 1 :1.000.000 scale maps
of soils and of agricultura! suitability, showing the systems of primitive and of advanced management,
the former ruled by the traditional practices of countrymen, the latter developed by the intensive use
of capital and by the high levei of its specific techniques.
The soil mapping is based on semicontrolled radar mosaics of 1 :250.000 scale afterwards reduced to
1 :1.000.000, the soil classes or associations being transposed through the base's blue line in 1:1.000.000
scale.
Corresponding to the Pliocene pediplain and to the Pleistocene pediplain, two leveis of peneplanation,
elaborated chiefly on Pre-Cambrian rocks and partially on Tertiary sediments, are outstanding.
As to climate, the study shows that the areais in the climatic zone A (rainy-tropical) with climatic type
aw' ( KOPPEN). The bioclimatic regions (GAUSSEN) are discernible in the area: 1) a xerochimenic
bioclimatic region, comprising an abated xerochimenic group and a subthermaxeric group; 2) a
thermaxeric bioclimatic region, with an euthermaxeric type as variety.
The regional geology includes the Ouaternary, the Tertiary (Barreiras), the Triassic-Cretaceous
(diabase-Cassiporé) and the Pre-Cambrian (Vila Nova Group, Guianense Complex and granudiorite
Falsino).
111/9
The plant coverage appears as represented by the following formations: 1) savanna; 2) pioneer
formations; 3) closed forest; 4) transition savanna/forest.
The generalized nature of this study, required the setting of mapping unities consisting of geographical
associations of soils, in most cases the taxonomic unities being employed in accordance with the
classifications recommended by the Department of Pedological Research of the Ministry of
Agriculture.
The soils unities found are the following; 1) distrophic yellow latosols of medium and heavy texture;
2) distrophic red yellow latosols of medium, heavy and very heavy texture; 3) red yellow podzolic of
heavy texture; 4) eutrophic red yellow podzolic equivalent of very heavy texture; 5) plinthic red
yellow podzolic of heavy texture; 6) distrophic undifferentiated concretionary lateritic soils of
indiscriminate texture; 7) distrophic ground water laterite soils of indiscriminate texture; 8) eutrophic
hydromorphic gleyzed soils of heavy texture; 9) eutrophic and distrophic undifferentiated
hydromorphic soils of indiscriminate texture; 10) solonchak of indiscriminate texture; 11) mangrove
undifferentiated soils of indiscriminate texture; 12) eutrophic and distrophic alluvial soils of
indiscriminate texture; 13) distrophic lithosols soils of indiscriminate texture.
From the present study it is possible to arrive at the conclusion that most of the soils present
limitations from moderate to strong if used with agricultura! purposes under the system of primitive
management; if used under the system of advanced management the soils need improved studies on
the experimentation of typesof culture, on soil limeing, fertilizersand hydraulic drainage and flooding
contrai.
111/10
1. INTRODUÇÃO
111/11
2. DESCRIÇÃO GERAL DA ÁREA
111/12
2) Depressão Periférica do Norte do Pará com a cobertura concrecionária constatada nes-
ta área.
Esta unidade de relevo é um prolongamento da
faixa de circundesnudação pos-pliocênica peri- Na superfície pediplanada ocorrem relevos resi-
férica à bacia paleozóica do Amazonas. duais em forma de "inselbergs" esparsos e um
alinhamento de cristas na direção NNW-SSE,
Na sua quase totalidade ocorre na folha a cujos topos estão cortados por aplainamento.
1:250.000 de rio Jari, limitando-se ao norte
pelo Planalto dissecado do Amapá, estenden- A drenagem que entalha o Pediplano Pleisto-
do-se para W além dos limites da folha cênico é do tipo predominantemente den-
NA.22-Y-D Macapá. drítico.
!: caracterizada por colinas elaboradas em ro- O grande centro dispersar de águas é o alto
chas pré-cambrianas, ao nível do pediplano topográfico constituído pela serra Lombarda.
pleistocênico.
Os rios são parcialmente controlados por uma
rede de fraturas, alguns apresentando trechos
3) Colinas do Amapá encachoeirados devido a presença dos diques.
111/ 13
5) Planície Flúvio-Marinha Macapá-Oiapoque seguinte tipo climático Amw' (Figs. 1, 2 e 3),
significando:
Constitui-se de extensas áreas planas, formadas
por sedimentos de origem mista, fluvial e ma- Amw' - O clima Am, com chuvas do tipo
rinha. monção, isto é, que apesar de oferecer uma
estação seca de pequena duração, possui umi-
Como unidade de relevo, é uma faixa alongada, dade suficiente para alimentar a floresta do
de largura variável, que se estende desde Ma- tipo tropical. O tipo Am é intermediário a Af e
capá, ao sul, até Oiapoque, no extremo norte. Aw, parecendo-se com Af no regime de tempe-
ratura e com Aw no de chuvas. A altura da
Está sujeita a inundações periódicas, com tre- chuva no mês mais seco é tanto para Am como
chos permanentemente alagados. A partir de para Aw inferior a 60 mm. Assim é que a
Vila Velha, na folha NA.22-V-B, supõe-se que distinção entre ambas foi feita pelo valor limite
estas áreas sejam maiores devido a um período w' correspondente às maiores quedas pluviomé-
chuvoso mais prolongado. tricas processadas no outono.
A escala do mapeamento não permitiu a deli· Classificação de Gaussen - Fundamenta-se esta
mitação precisa das áreas permanentemente ala- classificação no ritmo das temperaturas e das
gadas. precipitações durante o ano. São utilizadas
médias mensais e considerados os estados favo-
No trecho sul da planície, na folha NA.22-Z-C ráveis ou desfavoráveis à vegetação, em regra,
ilha Caviana, ocorrem diques marginais do Ca- os períodos secos e úmidos, quentes e frios,
nal do Norte e baixos terraços observados no dando maior ênfase ao período seco, que é
arquipélago do Jurupari e ilha Caviana. considerado fator essencial do bioclima. A de-
terminação do período seco é feito através dos
Apresenta características de colmatagem na fq- gráficos ombrotérmicos, sendo a intensidade da
lha NA.22-Z-A Cabo Norte, evidenciadas pelos seca definida pelo índice xerotérmico, o qual,
paleocanais e lagos residuais. A área compreen- além de temperatura e precipitação, considera a
dida entre os rios Oiapoque ao N e a foz do umidade atmosférica em todas as suas formas,
rio Cunani são áreas de acumulação que foram inclusive o orvalho e o nevoeiro que são defini-
ampliadas por formações de restingas. Neste dos como fração da precipitação.
trecho ocorrem pontões, com altitudes entre
100 e 200m, isolados por áreas colmatadas. A área enquadra-se nas seguintes Regiões Bio-
climáticas: Xeroquimênica (Tropical) e Terma-
Trata-se de uma planície ainda em formação, xérica (Equatorial).
cuja gênese está ligada a movimentos eustáticos Região Bioclimática Xeroquimênica (Tropical)
do final do Pleistoceno. -Apresenta as seguintes modalidades ou tipos:
111/14
CLASSIFICAÇÃO DE KOPPEN. CARTA GERAL.
(Atloa ClimatolÓgico do Broall.)
I
UMIDADE RELATIVA MEDIA ANUAL
(Atlas ClimatolÓgico do Brosil)
111/15
TEMPERATURA MÉOIAANUAL EM °C
(At I os C li motolo'glco doBrosll)
4
PRECIPITAÇÃO TOTAL ANUAL
( Atloa ClimotoiÔ!IIco do Broail.)
.,o
....
1500
1250
1000
750
1r 1/16
Região Bioclimática Termaxérica (Equatorial) balanço hídrico de THORNTHWAITE e- MA-
- Apresenta a seguinte modalidade ou tipo: THER, que é o cotejo da evapotranspiração e
da precipitação, possibilitam estimar com acei-
a) Eutermaxérico (6 a) - Equatorial tável exatidão esta disponibilidade hídrica ne-
propriamente dito - com tempera- cessária à utilização do solo e de uma maneira
tura do mês mais frio superior a geral dos trabalhos ligados à economia de água
20° C; período quente contínuo; esta- na na tu reza.
ções do ano pouco marcadas ou mes-
mo inexistentes; amplitude térmica Na determinação do balanço hídrico (quadro a
anual da temperatura muito baixa; e seguir) foram consideradas as estações meteoro-
dias e noites aproximadamente com a lógicas de Arumanduba, lgarapé-Açu, Porto de
mesma duração. Moz, Salinópolis e Soure, no Estado do Pará, e
Clevelândia do Norte no Território Federal do
Este clima se caracteriza ainda por Amapá. Os dados obtidos, através dos balanços
um estado higrométrico muito eleva- hídricos das localidides citadas, possibilitaram
do, superior a 85%. verificar as variações das condições hídricas do
solo, e demonstraram que os excedentes de
água, sujeitos a percolação, variam de
2.3.1. Disponibilidade Hídrica e Possibilidade 581,6 mm em Arumanduba, no Estado do
de Exploração Agrícola. Pará, a 2.029,7 mm no Território Federal do
Amapá. As deficiências variam de 96,9 mm em
Clevelândia do Norte, no T.F. do Amapá, a
Para a utilização do solo, nos diversos ramos de
522,5 mm em Salinópolis, no Estado do Pará.
exploração, o conhecimento da sua disj10nibi-
lidade hídrica, proporcionada pelas condições
climáticas, é um dqs mais importantes ele- Como é possível verificar, a água armazenada
mentos do clima a considerar. Entretanto, para anual, que varia, na área, de 671 ,O mm em
a sua estimativa, necessário se torna, não so- Porto de Moz, no Estado do Pará, a 912,0 mm
mente conhecer é1 quantidade de água devido às em Arumanduba, é bastante alta em relação à
precipitações atmosféricas, mas também estimar precipitação, o que poderá possibilitar o desen-
e considerar as perdas de água devido à evapo- volvimento de culturas tropicais, desde que
ração e transpiração vegetal, fenômenos que sejam observadas convenientemente o ciclo das
constituem a Evapotranspiração. O sistema de culturas e as características do solo.
111/17
Quadro- Balanços Hrdricos segundo THORNTHWAITE e MATHER, baseados em dados Termopluviométricos
M~S JAN FEV MAR ABR MAIO JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ ANO
p 207.2 399.9 435.0 414.8 265.6 142.4 110.1 42.1 5.8 3.5 8.0 56.3 2090.7
EP 142.0 112.1 118.6 114.0 123.4 120.8 128.5 137.0 139.0 148.0 146.3 149.5 1579.2
ER 142.0 112.1 118.6 114.0 123.4 120.8 128.5 123.7 5.8 3.5 8.0 56.3 1056.7
ARM 65.2 100.0 100.0 100.0 100.0 100.0 81.6 o o o o o 646.8
EXC o 253.0 316.4 300.8 142.2 21.6 o o o o o o 1034.0
DEF o o o o o o o 13 3 133.2 144.5 138.3 93.2 522.5
p 394.5 370.2 403.8 439.8 525.5 337.8 193.0 112.4 45.4 33.1 86.8 322.1 3264.4
EP 108.1 94.0 108.1 107.0 109.2 105.0 110.2 116.5 119.2 124.8 114.1 115.4 1331.6
ER 108.1 94.0 108.1 107.0 109.2 105.0 110.2 116.5 119.2 55.2 86.8 115.4 1234.7
ARM 100.0 100.0 100.0 100.0 100.0 100.0 100.0 95.9 22.1 o o 100.0 918.0
EXC 286.4 276.2 295.7 332.8 416.3 232.8 82.8 o o o o 106.7 2029.7
DEF o o o o o o o o o 69.6 27.3 o 96.9
p 252.7 384.4 482.6 351.7 269.9 209.7 158.3 142.9 57.8 35.8 24.8 46.8 2367.4
EP 118.7 99.0 106.1 102.0 110.2 102.0 105.1 108.2 111.0 120.6 125.7 129.3 1337.9
ER 118.7 99.0 106.1 102.0 110.2 102.0 105.1 108.2 111.0 82.6 24.8 46.8 1116.5
ARM 100.0 100.0 100.0 100.0 100.0 100.0 100.0 100.0 46.8 o o o 846.8
EXC 34.0 235.4 376.5 249.7 159.7 107.7 53.2 34.7 o o o o 1250.9
DEF o o o o o o o o o 38.0 100.9 82.5 221.4
p 157.7 259.8 324.5 352.9 338.6 226.0 168.8 80.6 70.0 53.7 43.0 98.8 2174.4
EP 129.3 108.3 118.6 120.0 128.5 123.8 126.5 138.0 137.0 147.0 146.3 145.2 1568.5
ER 129.3 108.3 118.6 120.0 128.5 123.8 126.5 138.0 112.6 53.7 43.0 98.8 1301.1
ARM 28.4 100.0 100.0 100.0 100.0 100.0 100.0 42.6 o o o o 671.0
EXC o 79.9 205.9 232.9 210.1 102.2 42.3 o o o o o 873.3
DEF o o o o o o o o 24.4 93.3 103.3 46.4 267.4
p 178.4 214.5 295.3 303.6 318.7 188.1 159.1 93.6 49 3 60.8 35.3 80.6 1981.3
EP 147.3 131.1 143.5 136.0 142.8 138.6 140.8 144.2 143.0 151.2 151.4 151.6 1721.5
ER 147.3 131.1 143.5 136.0 142.8 138.6 140.8 144.2 98.7 60.8 35.3 80.6 1399.7
ARM 31.1 100.0 100.0 100.0 100.0 100.0 100.0 49.4 o o o o 680.5
EXC o 14.5 155.8 167.6 175.9 49.5 18.3 o o o o o 581.6
DEF o o o o o o o o 44.3 90.4 116.1 71.0 321.8
p Precipitação pluviométrica
EP Evapotranspiração potencial
ER Evapotranspiração real
ARM Água armazenada
EXC Excesso d'água
DEF Deficiência d'água
111/18
2.4. GEOLOGIA E MATERIAL ORIGINÁRIO Pré-Cambriano - (Complexo Guianense). Cons-
tituída por gnaisse tumucumaque, migma-
O desenvolvimento deste item baseou-se no ma- titos, anfibolitos, gnaisses e granulitos. E a
pa geológico do Projeto RADAM, que se apre- unidade de maior expressão dentro da área
senta como segue: mapeada, como referência cita-se a ocor-
rência nas serras Tumucumaque, Lombarda
Quaternário - Representado por extensas áreas e do lratapuru.
planas formados por sedimentos argilosos,
siltosos e arenosos de origem mista, fluvial
e marinha. Ocorre no bordo leste da área
que se estende desde a cidade de Macapá, 2.5. VEGETAÇÃO
ao sul, até a de Oiapoque, no extremo
norte. De acordo com o Setor de Vegetação do Projeto
a cobertura vegetal da área compreende:
11,1/19
caju-do-campo (Anacardium sp.). Nos mais profundos. Fundamentalmente,
vales, onde o embasamento Pré-Cam- estes parques são caracterizados pela
briano foi descapeado, dominam o existência de um único estrato grami-
umiri (Humiria sp.), o inajá (Maximi- nóide, embora ocorram, muito espar-
liana regia Mart.), o tucumã (Astroca- samente, pequenas árvores isoladas ou
rium vulgare Mart.) e outras espécies em grupos. A cobertura é composta
da floresta. Nestes vales, ao longo dos predominantemente de gramíneas, ci-
talvegues, são comuns as ucuubas (Vi- peráceas, xiridáceas e plantas lenhosas
rola spp.), os ananis (Symphonia spp.) rasteiras, destacando-se os capins cabe-
e o aça í ( Euterpe spp.). leira e barba-de-bode e o murici-ras-
teiro (Palicourea rigida H.B.K.). Den-
b) Campos Cerrados- Estendem-se pelos tre as pequenas árvores dominam o
terrenos suave ondulados do extremo murici, o caju-do-campo e o caimbé.
norte da faixa do cerrado, formando
uma mancha alongada de direção nor- Os vales, normalmente com cursos
te-sul, entre os rios Calçoene e Cunani. d'água perenes, são ocupados por flo-
resta de galeria onde dominam ucuu-
O revestimento vegetal deste ecossiste- bas, ananis, buritis e açaís.
ma é constituído por uma sinúsia
arbórea baixa e esparsa, caracterizada Sub-Região dos "Tesos" 1 de Marajó- Compre-
pela presença constante de lixeira ou ende pequenas manchas de Parques nas
caimbé (Curatella americana L.), caju- ilhas Caviana e Mexiana. Ocupam áreas
do-campo (Anacardium sp.), murici raramente atingidas pelas inundações, por
(Byrsonima sp.), batecaixa ou colher- isto denominados campos altos ou "tesos"
de-vaqueiro (Salvertia convallariodora
St. H i 1.), paus-terra e algumas anona-
2.5.2. Região das Formações Pioneiras
ceas e uma sinúsia rasteira, densa, com
alta freqüência de capim barba-de-
Compreende os terrenos quaternários da faixa
bode (Aristida sp.), capim cabeleira
litorânea desde a foz do Oiapoque até o estuário
(Cyrpus sp., Bulbostilis sp.), além de
amazônico. Esta região é representada por duas
outras gramíneas e ciperáceas.
sub-regiões:
Outro elemento marcante na fisiono-
mia dos campos cerrados é a mata-de- Sub-Região dos Campos da Planície do Amapá-
galeria, acompanhando os cursos Estende-se pelos terrenos aluviais do arqui-
d'água perenes e vales mais úmidos, pélago marajoara e da faixa costeira do Ter-
caracterizados pela acentuada presen- ritório Federal do Amapá, onde não há in-
ça de ucuubas, ananis, açaís e buritis fluência de salinidade do mar.
ou miritis (Mauritia flexuosa Mart.).
Do ponto de vista fisionômico-ecológico,
c) Parques - Os parques ocupam a maior tanto quanto nos permitiu a escala de
parte. da faixa norte-sul da Região trabalho, a sub-região do baixo Amazonas
Ecológica do Cerrado. Neles o relevo
apresenta-se variando de suave ondula- 1 "Tesos" - Nome regional dado às áreas, ligeiramente
do, onde a drenagem é esparsa e os mais altas, não atingidas pelas águas das enchentes, com
vegetação lenhosa e palmeiras, bastante alteradas pelo cons·
vales largos e rasos, a ondulado com tante pisoteio do gado. De tamanho variado, os "tesos" são,
drenagem densa e vales estreitos e em geral, antigos terraços.
Hl/20
é representado, nesta folha, por um único ecos- inund~veis, principalmente na sua par-
sistema: Ecossistema do Arquipélago Marajoara. te mais oeste, nota-se a formação de
parques de cerrado ocupando peque-
Este ecossistema é dividido, para efeito de nos tesos com dominância de capim-
estudos, em duas áreas: barba-de-bode, lixeira e outros ele-
mentos do cerrado, ao lado de estrei-
a) Area do Estuário Amazônico - Com- tas faixas de mata de galeria e veredas
preende o conjunto de ilhas da foz do de buritis.
Amazonas e da costa amapaense, cuja
feição morfológica apresenta total si- Sub-Região do Litoral (Manguesal). - Esta
milaridade com aquelas vistas na ilha sub-região compreende os terrenos quater-
de Marajó e com as mesmas espécies nários formados pela sedimentação de ori-
características. gem flúvio-marinha, onde a salinidade do
mar funciona como fator seletivo da vege-
b) Área "Deprimida"'J. lnundável do tação, numa faixa contínua desde a foz do
Amapá - São áreas aluviais constituí- Oiapoque ao estuário amazônico. A sub-re-
das de depressões, que sofrem o efeito gião do litoral constitui, no Amapá, um
das inundações periódicas, conseqüen- cordão litorâneo uniforme composto por
tes tanto dos elevados índices pluvio- siriúba (Avicenia nitida Jacq.), mangue-
métricos locais quanto do represa- vermelho (Rysophora mangle L.) e mangue-
mento acionado pela maré. amarelo ou mangue-branco (Laguncularia
A cobertura vegetal com abundância sp.). "O mangue é encontrado sempre. em
de gramíneas, ciperáceas e melas~o contato direto com as águas da maré en-
matáceas apresenta variações locais, chente, enquanto as siriúbas ficam na reta-
segundo o maior ou menor grau de guarda em terrenos menos salinos e menos
inundação. Nos locais mais baixos e visitados pelas águas das marés". A grande
mais longamente alagados a vegetação influência das águas barrentas do rio Ama-
tem maior porte e é composta princi- zonas, na costa amapaense, condiciona a
palmente por aninga (Montrichardia dominância da siriúba pela redução do rn-
arborescens Schott.), tiriricão (Scleria dice de salinidade.
sp.), buriti, piri (Cyperus giganteus
2.5.3. Região Ecológica da Floresta Densa
Vahl.), murures (Eichornia sp., Pistia
sp. e Cadomba sp.) (nos lagos) e diver-
~ a mais extensa das três Regiões Ecológicas que
sas melastomatáceas. A vegetação das compõem a folha NB/NA.22 MACAPÁ. Segun-
partes mais altas dos campos inundá- do características geomorfológicas dominantes
veis é predominantemente composta na área, a Região pode ser dividida em quatro
por gramíneas, dentre as quais desta- sub-regiões:
cam-se canaranas ( Echinoa sp., Pani-
cum spp.), capim-mbo-de-rato (Hime- Sub-Região dos Raixos Platôs do Pará/Maranhão/
nachne sp.), capim-serra-perna Amapá - Esta sub-região abrange áreas
(Leercia sp.), capim-arroz ( Oryza pe- sedimentares do Terciário, situadas entre a
rennis Moench.). Em meio aos campos cidade de Macapá e vila de Porto Grande,
numa faixa irregular margeando o cerrado e
algumas áreas de contato. Seu limite oeste é
2 Area Deprimida - Área ou porção do relevo, situada abai-
xo do nfvel do mar ou abaixo do nfvel das regiões que lhe estabelecido pelos terrenos pré-cambrianos.
estão próximas (Guerra, 1966). Ao sul, excede os limites da folha.
111/21
Estes tabuleiros são revestidos por uma floresta com as altas precipitações pluviomé-
de alto porte, caracterizada, sobretudo, por tricas. Nos locais de melhor drenagem,
núcleos de copas de árvores que emergem da ocorrem comunidades florestais da
sinúsia dominante. Estas árvores emergentes são, "terra-firme". Noutros locais, a grande
de modo geral, angelim pedra (Dinizia excelsa maioria, inundados periodicamente, é
Ducke), maçaranduba e maparajuba (Manilkara alta a freqüência de espécies florestais
spp.), cupiúba (Goupia glabra Aubl.), louros do "igapó". Finalmente, o "igapó", de
(Ocotea spp., Nectandra sp.) e quarubas delimitação difícil em nossa escala de
(Vochysia spp.). As espécies mais freqüentes na trabalho, no qual ocorrem as ucuubas
composição da sinúsia dominante são abioranas e os ananis.
(Pouteria spp.), breus (Protium spp., Tetragastris
sp.), matamatás (Eschweilera spp.), enviras (Xy- No extremo norte (Cassiporé/Uaçá),
lopia sp., Guatteria spp.),ucuubarana (lryanthera este ambiente parece proporcional-
paraensis Hub.) e macucu (Licania spp.). _ mente bem mais extenso. Esta pla-
nície mais recente, situada quase ao
nível do mar, tem um período de
Os terraços ciliares, resultantes da deposição de inundação muito amplo, em pratica-
sedimentos recentes, apresentam uma cobertura mente toda sua extensão. De modo
florestal fisionomicamente uniforme, com alta geral, as espécies florestais mais co-
freqüência de aça í ( Euterpe spp.), anan i muns na área são: ucuubas, ananis,
(Symphonia globulffera L.), ucuuba (Virola andirobas, (Carapa guianensis Aubl.),
sp.), munguba (Bombax sp.) e bastante buriti. açacu (Hura creptans L.), sumaúma
(Ceiba pentandra Gaerthn.), tachis
(Tachigalia sp.), taquara (Guadua
Sub-Região Aluvial do Amapá - Esta sub-re- sp.), pracuuba (Mora paraensis Ducke)
gião é representada por duas áreas: e açaí.
a) Area Continental - A floresta, que b) Area das Ilhas - Compreende o con-
cobre a área continental, abrange os junto de ilhas do arquipélago de Bai-
terrenos situados ao longo da margem lique e da parte norte do estuário
esquerda do Canal do Norte e ocorre amazônico, cujo process<? de for-
em manchas distribuídas na faixa. de mação, similar ao da área continental,
solos do Quaternário, até os rios Cassi- partiu provavelmente de núcleos sedi-
poré/Uaçá. Esta área resulta da sedi- mentares mais antigos, em torno dos
mentação de origem fluvial ao sul e quais teve continuidade o processo de
fluvio-marinha ao norte. sedimentação, em época ·mais recente.
111/22
região, é composta principalmente de ao Grupo Vila Nova. Concentram-se
"seedlings" das essências da sinúsia principalmente a sudoeste da folha
dominante. A dificuldade de acesso com extensão para a folha vizinha
existe em função das inundações e do (NA.21) entre 0° 30' e 1° 30' Norte.
emaranhado de raízes-escora e pneu-
matóforos. A floresta deste ecossistema, de alto
porte e elevado potencial de madeira,
Sub-região da Plataforma Residual do Amapá -
apresenta muitas espécies emergentes
Sob esta denominação, reunimos áreas com
e é caracterizada, sobretudo, pela pre-
uma cobertura florestal significativamente
sença constante de angelim pedra,
diversificada quanto ao aspecto fisionô-
maçaranduba e maparajuba, acariquara
mico. São áreas do Pré-Cambriano, parcial-
(Minquartia sp.), abioranas, breus, ma-
mente trabalhadas pelos agentes erosivos,
tamatás (Eschweilera sp.), sorva (Cou-
de feição morfológica dissecada, formando
ma sp.), ucuuba vermelha (lryanthera
um conjunto de serras, platôs, outeiros e
sp.) e quinarana (Geissospermum seri-
colinas, de altitudes entre 100 e 600
ceum Benth. Hook.).
metros, concentrados predominantemente
a sudoeste da folha, com extensão para o
norte, centro e sul. Estas áreas pertencem
ao Grupo Vila Nova e ao Complexo Tumu- b) Ecossistema da Floresta Sub-montana
cumaque. de Cobertura Uniforme - A floresta
do tipo sub-montana uniforme ocorre
As diversificações fisionômicas parecem mais no relevo dissecado do Complexo Tu-
vinculadas ao grau de desenvolvimento das árvo- mucumaque e do Grupo Vila Nova,
res do que à dominância de espécies, e é possível existente na parte norte e a sudoeste
que este grau de desenvolvimento seja uma da folha. A sua característica funda-
função mais da profundidade do solo (na sua mental é a uniformidade do nível
maioria Latossolo Vermelho Amarelo) do que da arbóreo na cobertura superior, cujo
sua natureza. Há algumas espécies que caracteri- porte varia de médio a baixo, dentro
zam o ecossistema em função da sua presença e do ecossistema.
densidade, em certas áreas. Tal é o caso do
angelim pedra e da castanheira. A primeira Nas áreas residuais, particularmente na
espécie domina na área dos platôs, enquanto que serra Lombarda, a floresta apresenta
a segunda distribui-se pelos vales e meias encos- porte mais exuberante respondendo,
tas da área dissecada, ao sul da folha. possivelmente, a maior profundidade
do solo.
A análise destes aspectos, aliada ao grau de
uniformidade da cobertura florestal, nos con- Dentre as espécies florestais mais fre-
duziu ao estabelecimento de dois ecossistemas: qüentes, merecem destaque as quaru-
bas e mandioqueiras (Oualea spp.),
a) Ecossistema da Floresta Sub-montana faveiras (Parkia spp., Piptadenia sp.,
de Arvores Emergentes - Este tipo de Vatairea spp.), abioranas e matamatás.
floresta ocorre na maior parte da
sub-região. Os solos são originários Os vales em "V" (estreitos e profun-
predominantemente de rochas gnais- dos), são normalmente muito úmidos
sicas e metassedimentares, perten- e às vezes com características de
centes ao Complexo Tumucumaque e "igapó". A floresta tem teto mais
111/23
aberto e sub-bosque mais intrincado. Esta sub-região engloba terrenos ondulados
São comuns as árvores mais altas ao e forte ondulados revestidos por floresta
lado de palmeiras de açaí, buriti. uniforme de alto porte, caracterizada pela
sorva em meio a qual aparecem núcleos de
Sub- Região da SuperHcie Arrasada do Pará/ árvores emergentes, destacando-se as ma-
Amapá- Esta sub-região abrange a maioria çarandubas, maparajubas, acariquara e qua-
dos terrenos forte ondulados e ondulados rubas.
ao sul do paralelo de 1o 00' e estende-se
pela Folha SA.22. Dentre as espec1es de maior freqüência
nesta sub-região destacam-se: faveiras,
O revestimento arbóreo da área constitui-se tachis, tauaris, jaranas, cupiúba, maçaran-
de uma floresta de alto porte na sua maio- duba, breus, abioranas e ingás.
ria com árvores emergentes na qual a casta-
nheira é o elemento característico.
Há certas espécies menos freqüentes que,
Outras espécies de relevante participação na no entanto, formam concentrações em al-
florística desta sub-região são: maçaran- gumas amostras, constituindo provavel-
duba, abioranas, faveiras, tachis e jutaí mente grupos gregários. Dentre elas des-
(Hymenaea sp.). tacamos: acapu, cedrorana, apazeiro, man-
dioqueira, pracachi e piquiá.
Algumas manchas pequenas de Cipoal, pro-
vavelmente de origem antropológica, são Em geral a floresta forma um teto mui to
encontradas nas proximidades dos rios Paru fechado sob o qual se desenvolve uma
e lpitinga. Estas manchas, indistintas na vegetação escassa constituída, principal-
nossa escala de trabalho, apresentam uma mente, por "seedl ings" das espécies arbó-
associação vegetal na qual a castanheira é reas locais e das plantas tolerantes à som-
mais freqüente. bra, como as palmeiras acaules: palha preta
(Astrocarium sp.) e cunanã (Astrocarium
Margeando os rios, desenvolve-se uma flo- paramaca Mart.). Aqui, vale ressaltar a pre-
resta uniforme em terraços ciliares com sença de alguns "seedlings" de pau-rosa.
dominância de faveiras, ingás (lnga spp.),
tachis e sumaúma.
Nos talvegues dos vales, o teto da floresta é
mais aberto, favorecendo o desenvolvi-
Sub-Região da SuperHcie Dissêcada Guianense.
mento c;Je um sub-bosque mais denso, com
A sub-região da superfície dissecada Guia-
bastante açaí, ao lado de alguns buritis.
nense é a mais extensa desta Folha. Com-
Ciperáceas, musáceas e bromeliáceas (prin-
preende toda a área do Complexo Guia-
cipalmente na proximidade das áreas de
nense e algumas partes do Complexo Tu-
contato) aparecem com certa freqüência.
mucumaque e do Grupo Vila Nova. Limi-
ta-se a nordeste pela Região das Formações
Pioneiras e a leste pela Região do Cerrado,
ultrapassa as fronteiras do Brasil ao norte, 2.5.4. Áreas Rochosas (Refúgio) - Nas áreas
prossegue na folha NA.21 a oeste; limitan- rochosas, geralmente lajedos, aparece uma
do-se ao sul pela sub-região da superfície vegetação arbustiva do tipo Carrasco, cara-
arrasada do Pará/Amapá e do relevo mon- cterizada por plantas esclerófilas, onde as
tanhoso do Amapá. bromeliáceas e as cactáceas dominam.
111/24
2.6.5.: Área de Contato (Floresta/Cerrado) Este fato mostra que não há uma gradação
florística da floresta para o cerrado e que este
Acompanhando quase toda a extensão do con-
existe, provavelmente, em função da baixa fer-
tato do Pré-Cambriano com o Terciário, ocorre,
com certa descontinuidade, áreas de encrave da tilidade, conseqüente da pobreza local dos are-
floresta densa, no domínio ecológico do Cerrado nitos da Formação Barreiras.
e vice-versa.
111/25
3. METODOLOGIA
Com o auxílio das observações de campo, fez-se A primeira fase dos trabalhos consistiu da
uma reinterpretação dos mosaicos de escala elaboração de uma legenda preliminar, para
1 :250.000, e posteriormente os mesmos foram identificação e distinção das várias unidades de
reduzidos para a escala 1 :1.000.000. mapeamento, fazendo-se, para isso, um percurso
na área, visando o conhecimento dos diversos
Finalmente as áreas delimitadas foram transferi- solos e sua distribuição geográfica.
das para uma base "BLUE LINE", escala
1 :1.000.000. Foram feitas algumas generali- Para o acesso aos pontos selecionados, de verifi-
zações cartográficas, tendo-se o cu idado de cação pedológica, foram utilizados helicópteros,
111/26
av1oes, barcos e viaturas, sendo os pontos sele- 3.3. METODOS ANALfTICOS DE LAB0-1
cionados, via de regra, alcançados por helicópte- RATÚRIO
ros.
As determinações anal (ticas foram assim pro-
Em certos locais, devido à impossibilidade de
cessadas.
cheques no terreno, o mapeamento foi proces-
sado por extrapolação, apoiado em correlações,
Para a análise mecânica foi empregado método
principalmente com a forma de relevo, cobertura
da pipeta, usando-se NaOH N como agente
vegetal e formação geológica (litologia).
dispersar.
Como mapa básico, foram usadas folhas "off-
O carbono organ1co foi determinado por oxi-
set" de mosaico semicontrolado de radar, na
dação com bicromato de ·K em meio ácido e o
escala 1:250.000.
nitrogênio pelo método de Kjeldahl, semi-micro,
Durante os trabalhos de campo, procurou-se utilizando-se o ácido bórico a 4% e ti tu Iando-se
correlacionar as imagens de radar com as feições o hidróxido de amônio por alcalimetria.
do terreno, objetivando futuras extrapolações.
Nesta fase, foram ainda registrados dados refe- O hidrogênio e o alumínio permutáveis tiveram a
rentes às características morfológicas dos perfis sua determinação utilizando-se uma solução ex-
das diferentes classes de solos e aos seus diversos tratara de acetato de cálcio a pH 7,0/7, 1. Poste-
fatores de formação (material originário, relevo, riormente, com cloreto de potássio N a pH 7,0,
clima e vegetação), dando especial ênfase ao foi extraído o alumínio. O hidrogênio foi obtido
relevo e à vegetação, por serem elementos dos por diferença.
mais úteis, como auxiliares no mapeamento,
sendo ainda feitas observações relativas à deel i- O sódio e o potássio trocáveis foram obtidos por
vidade, erosão, drenagem e uso agrícola. fotometria de chama.
Na descrição e coleta dos perfis foram utilizados, O cálcio e o magnésio permutáveis foram deter-
principalmente, os trados de caneco tipo "OR- minados pela extração com cloreto de potássio
CHARD" e o "HOLANDÊS", e tanto quanto N a pH 7,0, e dosados por complexometria
possível, perfis de trincheiras, de acordo com as conjuntamente. A seguir o cálcio foi dosado
possibilidades apresentadas pela região. durante isoladamente e o magnésio obtido por diferença.
as prospecções de campo.
O pH foi determinado em água e em KCI na
Para descrições dos perfis adotou-se as normas e proporção 1 :1.
definições constantes no "Soil Survey Manual" e
no "Manual de Métodos de Trabalhos de O fósforo assimilável foi obtido por espectro-
Campo", da Sociedade Brasileira de Ciência do metria de absorção, medindo a coloração azul
Solo. desenvolvida pela reação dos fosfatos do solo
com molibidato de amônio, em presença de um
Com base no estudo comparativo das caracterís- sal de bismuto catai isador.
ticas dos perfis, complementado por estudos de
correlação com os fatores de formação dos solos, Do complexo de laterização, a sílica foi deter-
estabeleceu-se o conceito das várias unidades de minada pela medição da absorbância da solução
mapeamento, segundo o esquema da classifi- azul, obtida pela redução do ácido ascórbico
cação da Divisão de Pesquisa Pedológica. Às com o complexo sílico-molíbdico, formado pela
unidades constatadas acrescentou-se o critério da ação do molibidato de amônio sobre o Si0 2 do
fase, considerando-se o fator relevo. solo.
111/27
O Alz 0 3 e Fez 03 são extraídos com Hz S04 reagir com o excesso de Naz - EDT A e dett~
d = 14%. O Fez 0 3 é dosado por dicromato- zona.
metria, empregando-se o cloreto estanhoso como
redutor. O Alz 0 3 é determinado por complexo- As análises para a avaliação da fertilidade dos
metria através de titulação indireta, com o solos foram feitas pelos métodos do "lnterna-
emprego de solução de sulfato de zinco para tional Soil Testing".
111/28
4. CRIT!:RIOS DE CLASSIFICAÇÃO DOS SO-
LOS
4.1. SOLOS COM HORIZONTE B LATOSSO- Quando o horizonte eluvial possui mais de 40%
LICO (NÃO HIDROMORFICOS) de argila, o horizonte argílico deve ter mais 8%
de argila do que o horizonte eluvial.
Corresponde ao horizonte óxico da classificação
americana atual. O horizonte argílico deve ter no mínimo 1/10 da
espessura dos horizontes sobrejacentes.
Apresenta evidência de um estágio avançado de
intemperização. ~ um horizonte de subsuper- Em solos sem estrutura deve apresentar pontes
fície alterado, com 30 ou mais em de espessura. de argila entre os grãos de areia e em alguns
poros. E em solos estruturados deve apresentar
Consiste de uma mistura de óxido hidratados de filmes de argila nas paredes verticais e horizon-
ferro e de alumínio, com variável proporção de tais dos elementos estruturais, nos poros, ou em
argila 1 :1 e minerais acessórios altamente resis- 1% ou mais de superfície exposta.
tentes como o quartzo (areia).
Apresenta "SLI KENSIDES" (superfícies polidas
A soma de bases (S) extraídas pelo acetato de produzidas por fricção entre massas) quando
amônia (NH 4 OAc)+ AI+++ extraído por KCI é ocorre argila 2:1.
menor que 10 mE/100g de argila. Não apresenta
além de traços de alumino-silicatos como
4.3. SOLOS HIDROMORFICOS (GLEYZA-
feldspatos, micas e minerais ferro-magnesianos.
DOS OU COM PLINTITA)
Possui mais de 15% de argila.
4.3.1. Gley Húmico e Gley Pouco Húmico
A textura é mais fina que franco arenoso. Os
limites de horizontes são geralmente graduais ou
Solos caracterizados por apresentarem forte gley-
difusos. Apresenta menos de 5% de argila disper- zação, indicando intensa redução de ferro duran-
sa em água e menos de 5% do seu volume com te o seu desenvolvimento, ou condições de redu-
estrutura rochosa. ção devido à água estagnada, como se evidencia
pelas cores básicas que se aproximam do neutro,
4.2. SOLOS COM HORIZONTE B TEXTURAL com ou sem mosqueados.
(NÃO HIDROMORFICOS)
Gley Húmico - possui horizonte superficial
Corresponde ao horizonte arg ílico da classifi- orgânico mineral (h ístico ou úmbrico), de cor
cação americana atual. ~ um horizonte no qual preta e com alto conteúdo de matéria orgânica.
as argilas silicatadas se acumularam por iluvia-
ção, significativamente. Quando o horizonte Gley Pouco Húmico - possui horizonte super-
eluvial está presente e possui menos de 15% de ficial orgânico mineral (ócrico), com menores
argila, o horizonte argílico deve ter mais 3% de teores em matéria orgânica e em geral de
argila do que o eluvial. coloração menos escura que o Gley Húmico.
111/29
mistura de argila, areia e outros materiais, muito No período seco, geralmente apresentam crostas
rica em ferro e pobre em húmos, que ao ser superficiais de sais cristalizados.
exposta à alternância de umedecimento e seca-
gem, converte-se irreversivelmente em
"HARDPAN" de ferro ou em agregados irregu- 4.4.3. Solos Indiscriminados de Mangues (Sali-
lares. nos, Salino-alcalinos e Thiomórficos)
Os mosqueados vermelhos, que ocorrem, devem São solos encontrados na orla marítima em áreas
possuir segregação de ferro suficiente para per- baixas influenciadas pelas águas salobras, desen-
mitir um endurecimento irreversível, quando volvidos sobre sedimentos recentes do Holoceno,
expostos. e que possuem vegetação de mangue ou man-
guesal. Compreendem solos salinos, salino-alca-
linos, e thiomórficos (ou solos ácidos sulfatados
4.4. SOLOS HALOMORFICOS (SALINOS E que apresentam horizonte sulfúrico).
ALCALINOS)
O horizonte sulfúrico é caracterizado por apre-
4.4.1. Solonchak (Salino) sentar: pH abaixo de 3,5 (relação solo: água =
1 ·1); mosqueamento 2,5 Y ou mais amarelo,
São solos extremamente salinos, por conterem com cromas 6 ou mais. São resultantes da
grande quantidade de sais solúveis em água, que oxidação de materiais orgânicos ou minerais
proíbem o cultivo ou prejudicam o normal (sulfetos), por drenagem artificial do solo. Apre-
desenvolvimento das culturas. sentam-se isentos de raízes vegetais vivas, por
serem altamente tóxicos às plantas.
Normalmente apresentam-se gleyzados e com
altas percentagens de silte e argila.
4.5. SOLOS POUCO DESENVOLVIDOS (NÃO
Apresentam horizonte sálico, com alta conduti- HIDROMORFICOS)
vidade elétrica do extrato de saturação (predo-
mínio de valores maiores que 4 mmhos/cm a 4.5.1. Solos Aluviais
25° C) e saturação com sódio trocável ( 100 Na+ I
T) < 15%, com pH geralmente inferior a 8,5. Solos formados de sedimentos aluviais recentes
do Holoceno. Apresentam horizonte A sobre
camadas estratificadas (li C, 111 C, I VC, ... ) sem
4.4.2. Solonchak Solonétzico (Salino-alcalino) relação genética entre si. Em alguns casos se
pode verificar o início de formação de um B
São SOLONCHAKS intermediários para SO- incipiente.
LONETZ.
111/30
4.6. SOLOS CONCRECIONARIOS LATERITI- 4.8. ATIVIDADE DA ARGILA
COS INDISCRIMINADOS
4.8.1. Baixa
São solos medianamente profundos, formados
por uma mistura de partículas mineralógicas Argila de atividade baixa: capacidade de troca de
finas e concreções ferruginosas de váríos diâme- cátions (valor T) para 100 g de argila (após
tros, que na maioria dos casos preenchem correção para carbono) menor que 24 mE.
completamente um perfil com B textura! ou B
latossólico.
4.8.2. Alta
111/31
4.10.2. Horizonte Moderado e Fraco 3) Uma camada orgânica enterrada a menos de
- epipedon ócrico 40 em de profundidade, satisfazendo os
itens anteriores. Nestas condições o hori-
E um horizonte muito claro, ou maciço e duro zonte h (stico é enterrado e a camada
quando seco, com croma muito elevado, con- superficial mineral é pouco espessa para ser
teúdo de matéria orgânica muito baixo. A considerada na classificação.
estrutura é maciça ou em grãos simples ou
fracamente desenvolvida.
!: um horizonte delgado, se virgem; se cultivado, 4.11.1. Textura Muito Argilosa - quando apre-
tem elevado teor de matéria orgânica resultante sentam mais 60% de argila- classe argila pesada.
da mistura de turfa com material mineral. É
saturado com água 30 ou mais dias consecutivos
na maioria dos anos, a menos que o solo haja
sido drenado artificialmente, sendo:
4.11.2. Textura Argilosa - quando apresentam
uma ou mais das seguintes classes:
111/32
5. DESCRIÇÃO DAS CLASSES DE SOLOS
Dentro das final idades do estudo presentemente O horizonte A possui espessura variando de 20 a
executado, o fornecimento de informações ou 50 em, coloração nos matizes 10 YR e 7.5 YR,
dados básicos, para planejamento do uso da terra com cromas que vão de 1 a 4 e valores de 3 a 5,
em âmbito regional, é proporcionado, até certo para o solo úmido. A textura varia bastante e
ponto, pelo levantamento de solos ao nível pode aparecer desde areia franca até argilosa,
exploratório, adotado, no qual são apresentadas condicionando assim a variação de consistência
as unidades taxonômicas em nível elevado de que pode aparecer friável, não plástica a plástica
classificação. e não pegajosa. A estrutura mais freqüente é a
fraca pequena granular, muito embora possa
ocorrer a maciça e fraca pequena subangular.
Na área em estudo foram identificados e mapea-
dos os seguintes grandes grupos de solos.
O horizonte B, geralmente dividido em B1 , B2 e
B3 possui profundidade média superior a
150 em e coloração nos mesmos matizes do
horizonte A, somente com cromas variando de 4
5.1. LATOSSOLO AMARELO DISTROFICO
a 8 valores de 5 a 6. A textura pode variar desde
franco-arenosa a argilosa e consistência de friável
Esta unidade está caracterizada por possuir A
a firme, de ligeiramente plástico a muito plástico
ócrico e B óxico em um perfil profundo de baixa
e de ligeiramente pegajoso a muito pegajoso. A
fertilidade natural e baixa saturação de bases.
estrutura mais comum é a maciça, podendo
Trata-se de solos envelhecidos, ácidos a muito
aparecer também a fraca pequena subangular.
fortemente ácidos, de boa drenagem e permeá-
veis.
Apresentam perfil com seqüência de horizontes A cobertura vegetal destes solos, para a área em
A, B e C, com uma profundidade que alcança estudo, é constituída de campo cerrado e flores-
freqüentemente mais de 200 em. ta densa.
111/33
5.1.1. Caracterização Morfológica e Analítica da Unidade
SITUAÇÃO, DECLIVIDADE E EROSÃO- Terço superior da elevação, em área aplainada com 1-2%
de declive e erosão praticamente nula.
A1 O - 10 em; cinzento-escuro (10 YR 4/1, úmido); franco argila arenoso; fraca média granular;
duro, friável, plástico e pegajoso; transição plana e clara.
A3/B1 10 - 25 em; bruno acinzentado escuro (10 YR 4/2, úmido); franco argila arenoso; maciça;
duro, friável, plástico e pegajoso; transição plana e gradual.
B21 25 - 80 em; bruno amarelado (10 YR 5/5, úmido); argila arenosa; maciça; duro, friável,
plástico e pegajoso; transição plana e difusa.
B22 80- 120cm; bruno amarelado (10YR 5/5, úmido); argila; maciça; duro, friável, plástico e
pegajoso.
111/34
PERFIL N? 9
LOCAL: Estrada Macapá- Amapá, a 5 km de Macapá, Território Federal do Amapá. Lat. 0°22'N e
Long. 51°05'W Gr.
CLASSIFICAÇÃO: Latossolo Amarelo Distrófico textura argilosa.
Prof. % %
c 100AI
Protocolo
em
Horiz.
SiOz I
Al203 Fe 2 03
Ki Kr
c N
--
N AI+S
I Calha~ I
Cascalho l Areia Areia Argila Argila
floculação
H20 KCI
>20mm 20-2mm grossa I fina I Silte
total I nat.
%
ANÁLISE: IPEAN
111/35
Perfil N~26 Folha NA.22-Z-A
SITUAÇÃO, DECLIVIDADE E EROSÃO- Terço superior da elevação, em área aplainada com 1-3%
de declive e erosão nula.
A 3;B 1 10 - 30 em; bruno amarelado (10 YR 5/6, úmido); franco arenoso; maciça; ligeiramente duro,
muito friável, ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso; transição plana e gradual.
B21 30-60 em; amarelo brunado (10 YR 6/6, úmido); franco arenoso; maciça; ligeiramente duro,
muito friável, ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso; transição plana e difusa.
B22 60 - 120 em; amarelo brunado (10 YR 6/6, úmido); franco arenoso; maciça; ligeiramente
duro, muito friável, ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso.
111/36
PERFIL N<? 26
LOCAL: Estrada Amapá - Macapá, a 200 km de Macapá. Território Federal do Amapá. Lat. 1° 18'N
e Long. 59~ OO'W Gr.
CLASSIFICAÇÃO: Latossolo Amarelo Distrófico textura média.
Prof. % %
Protocolo
em
Horiz. Ki Kr -c 100AI
Si 0 2 AI2031 Fe203 c N N AI+S
0,15 0,15 0,07 0,04 0,41 2,27 0,70 3,38 12 < 0,46
0,15 0,05 0,06 0,03 0,29 1,28 0,70 2,27 13 < 0,46
0,15 0,05 0,05 0,03 0,28 1,15 0,50 1,93 15 < 0,46
0,10 0,10 0,05 0,03 0,28 0,92 0,40 1,60 18 < 0,46
-
ANÁLISE: IPEAN
111/37
5.2. LATOSSOLO VERMELHO AMARELO O horizonte B, cuja profundidade média é
DISTROFICO superior a 150 em, possui coloração nos matizes
10 YR e 7.5 YR com cromas e valores bastante
Com A ócrico e B óxico (latossólico) os Latos- altos. A classe de textura pode variar de franco-
solos Vermelho Amarelos, são solos profundos, arenoso a muito argilosa, a consistência de
com relação textura! em torno de 1,0, fertilidade friável a firme, de ligeiramente plástico a plástico
natural baixa e saturação de bases também e de ligeiramente pegajoso a pegajoso. A estru-
baixa, à semelhança do que cita LEMOS et alii tura dominante é a maciça.
para o Estado de São Paulo e VIEIRA et alii
para a Zona Bragantina. Trata-se de solos com O horizonte C é de profundidade desconhecida e
coloração variando de bruno a bruno amarelado, apresenta-se mais friável e de textura mais leve
nos matizes 10 YR e 7.5 YR no horizonte A e do que o horizonte sobrejacente.
bruno forte a amarelo avermelhado principal-
mente no matiz 7.5 YR, no horizonte B. Os solos desta unidade são encontrados nas
superfícies de aplainamento, dissecadas em
Possuem perfil, A, B e C friável, bastante poroso, colinas, com entalhe bastante pronunciado dos
permeável, com estrutura pouco desenvolvida, vales, e nas superfícies mais elevadas de relevo
sendo esta uma das caracterfsticas morfológicas residual, dissecadas em cristas e colinas com
de classificação desta unidade. vales encaixados.
SITUAÇÃO, DECLIVIDADE E EROSÃO -Terço superior da elevação com 0-1% de declive e erosão
nula.
RELEVO - Superfície aplainada com vales em "V" muito fechado, profundamente encaixados e
localmente plano.
111/38
DRENAGEM- Bem drenado.
O - 15 em; bruno escuro {7.5 YR 4/4, úmido); argila; fraca média granular; friável plástico e
pegajoso; transição plana e gradual.
15- 45cm; bruno {7.5 YR 5/4, úmido); argila pesada; maciça; friável, plástico e pegajoso;
transição plana e difusa.
45 - 80 em; bruno forte {7.5 YR 5/6, úmido); argila pesada; maciça; friável, plástico e
pegajoso; transição plana e difusa.
80 - 120 em+; bruno forte {7.5 YR 5/6, úmido); argila pesada; maciça; friável, plástico e
pegajoso.
OBSERVAÇOES: A 120 em aparece camada de concreções (fósseis) com diâmetro variável de até
10 em, impossibilitando a continuação da tradagem.
Perfil coletado e descrito com aux(lio de trado de caneco.
111/39
PERFIL N? 4
LOCAL: Municfpio de Mazagão, Território Federal do Amapá pt 139 C. Lat 0°35'N e Long.
52°39'W Gr.
CLASSIFICAÇÃO: Latossolo Vermelho Amarelo Distr6fico textura muito argilosa.
Prof. % %
Protocolo Horiz. Ki Kr -c- 100AI
em Si0 2 Al 20 3 Fe20 3 c N N AI +S
12461 0- 15 AI - - - - - 2,38 O, 18 13 85
12462 15- 45 81 - - - - - 1,07 0,08 13 85
12463 45- 80 821 - - - - - 0,61 0,04 15 78
12464 80-120 822 - - - - - 0,42 0,04 11 72
I I
Calhau Cascalho I Areia Areia Argila Argila
floculação
H20 KCI
>20mm 20-2mm grossa I fina I Silte
total I nat.
%
4,0 3,6 - - 12 4 32 52 1 98
4,3 3,9 - - 5 2 19 74 3 96
4,9 4,0 - - 6 2 14 78 X 100
5,0 4,1 - - 7 2 14 77 X 100
ANÁLISE: IPEAN
111/40
Perfil N~ 1 Folha NA.22·V -C
LOCALIZAÇÃO- Município de Mazagão, Território Federal do Amapá, pt 138. Lat. 0~2' N e Long.
53°10' W Gr.
SITUAÇÃO, DECLIVIDADE E EROSÃO - Meia encosta com 5-8% de declive e erosão laminar
ligeira.
RELEVO- Ondulado.
O - 15 em; bruno escuro (7.5 YR 4/4, úmido); argila; moderada muito pequena a pequena
granular; firme, plástico e pegajoso; transição plana e difusa.
15 - 30 em; bruno (7.5 YR 5/4, úmido); argila; fraca muito pequena blocos subangulares;
firme, plástico e pegajoso; transição plana e gradual.
30 - 50 em; bruno forte (7.5 YR 5/6, úmido); a·rgila; moderada muito pequena a pequena
blocos subangulares; cerosidade fraca e comum; firme, muito plástico e pegajoso; transição
plana e difusa.
50 - 75 em; bruno forte (7.5 YR 5/8, úmido); argila; moderada muito pequena a pequena
blocos subangulares; cerosidade fraca e comum; firme, muito plástico e pegajoso; transição
plana e clara.
75- 110 em; vermelho amarelado (6 YR 5/6, úmido); muito argilosa; fraca muito pequena a
pequena blocos subangulares; friável, muito plástico e pegajoso; transição plana e difusa.
110- 140 em; vermelho amarelado (5 YR 5/8, úmido); muito argilosa; fraca muito pequena e
pequena blocos subangulares; friável,· muito plástico e pegajoso.
111/41
PERFIL N9
LOCAL: Munic(pio de Magazão, Território Federal do Amapá, pt 138. Lat. 0°22'N e Long. 53° 10'W Gr.
Prof. % %
Protocolo Horiz. Ki Kr
c 100AI
em Si0 2 AI203 Fe 20 3 c N N AI+S
I I I floculação
H20 KCI Calhau Cascalho
>20mm 20-2mm
Areia
grossa
I
Areia
fina l Silte
Argila
total I
Argila
nat.
%
4,0 3,7 - - 26 5 16 53 32 40
4,2 3,8 - - 26 6 12 56 40 29
4,3 3,9 - - 28 6 8 58 23 60
4,4 3,9 - - 21 4 16 59 44 25
4,7 3,9 - - 22 4 11 63 X 100
4,6 4,0 - - 23 5 15 67 X 100
ANÁLISE: IPEAN
111/42
Perfil N~ 2 Folha NA.22-V -C
LOCALIZAÇÃO - Município de Mazagão, Território Federal do Amapá, pt 139. Lat. 0°48' N e Long.
53°00' W Gr.
SITUAÇÃO, DECLIVIDADE E EROSÃO -Terço superior da elevação com 1-3% de declive e erosão
nula.
O - 15 em; bruno amarelado escuro (1 O YR 4/4, úmido); franco argila arenoso; fraca muito
pequena granular; muito friável, ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso; transição plana e
difusa.
15-30 em; bruno amarelado escuro (10 YR 4/4, úmido); franco argila arenoso; fraca muito
pequena granular; friável, ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso; transição plana e
difusa.
30 - 50 em; bruno amarelado (10 YR 5/4, úmido); argila; fraca muito pequena blocos
subangulares; friável, plástico e ligeiramente pegajoso; transição plana e gradual.
50- 70 em; bruno amarelado (10 YR 5/6; úmido); argila; maciça; friável, plástico e pegajoso;
transição plana e difusa.
70 - 100 em; bruno forte (7.5 YR 5/6, úmido); argila pesada; maciça; friável, muito plástico e
muito pegajoso; transição plana e difusa.
100 - 140 em; bruno forte (7.5 YR 5/6, úmido); argila; maciça; friável, muit<? plástico e
pegajoso.
11!/43
PERFIL N9 2
LOCAL: Munic(pio de Mailagão, Território Federal do Amapá, pt 139.Lat. 0° 48'N e Long. 53° OO'W Gr.
Prof. % %
Protocolo Horiz. Ki Kr -c 100AI
em Si0 2 I
AI 203 Fe20 3 c N N AI +S
4,2 3,7 - - 28 19 19 34 2 94
4,5 3,9 - - 28 19 20 33 19 42
4,7 3,9 - - 20 15 12 53 X 100
4,9 4,0 - - 16 11 17 56 X 100
4,2 4,1 - - 16 12 9 63 X 100
5,2 4,2 - - 18 11 14 57 X 100
ANÁLISE: IPEAN
111/44
PERFIL N~ 10 Folha NA.22-V -8
LOCALIZAÇÃO - Margem esquerda do rio Amapari, na confluência com o rio ltá. Território Federal
do Amapá, pt 153. Lat. 1°11' N e Long. 51° 51' W Gr.
A1 O -10 em; bruno amarelado escuro (10 YR 4/4, úmido); franco argiloso; fraca média granular;
friável, plástico e pegajoso; transição plana e clara.
A3 10- 40 em; bruno amarelado (10 YR 5/6, úmido); argila; maciça; friável, plástico e pegajoso;
transição plana e gradual.
B2 1 40 - 80 em; bruno forte (7.5 YR 5/6, úmido); argila; maciça; friável, plástico e muito
pegajoso; transição plana e gradual.
B22 80 - 120 em+; bruno forte (7.5 YR 5/7, úmido); argila; maciça; friável, plástico e muito
pegajoso.
111/45
PERFIL N? 10
LOCAL: Margem esquerda do rio Amapari, na confluência com o rio ltá. Território Federal do Amapá,
pt 153. Lat. 1°11'N e Long. 51°51'W Gr.
CLASSIFICAÇÃO: Latossolo Vermelho Amarelo Distrófico textura argilosa.
Prof. % %
Protocolo Horiz. Ki Kr -c- 100AI
em Si0 2 I
AI 2 03 I Fez03 c N N AI +S
4,1 3,7 - - 30 7 32 31 1 97
4,4 3,9 - - 25 13 17 45 25 44
4,6 3,9 - - 23 11 16 50 X 100
4,6 3,9 - - 25 12 13 50 X 100
ANÁLISE: IPEAN
111/46
PERFIL N~3 Folha NA.22-Y-C
LOCALIZAÇÃO - Municfpio de Mazagão, Território Federal do Amapá, pt 140 Lat. 0"33' N e Long.
52"39' W Gr.
A1 O - 10 em; bruno escuro (7.5 YR 4/4, úmido); franco argiloso; moderada média a grande
granular; friável, plástico e pegajoso; transição plana e clara.
B1 10- 70 em; bruno (7.5 YR 5/4, úmido); argila; moderada, pequena a média granular e blocos
subangulares; friável, plástico e peg?joso; transição plana e gradual.
B2 1 70- 100 em; bruno forte (7.5 YR 5/8, úmido); argila; maciça; friável, plástico e pegajoso;
transição plana e difusa.
B22 100 - 150 em+; bruno forte (7.5 YR 5/8, úmido); argila; maciça; friável, plástico e pegajoso.
111/47
PERFIL N? 3
Prof. % %
c 100AI
Protocolo
em
Horiz. Ki Kr --
Si0 2 AI 2 03 Fe 2 0 3 c N N AI +S
4,2 3,8 - - 22 11 30 37 17 54
4.4 3,8 - - 16 10 25 49 34 31
5,4 4,1 - - 13 10 20 57 X 100
5,0 4,0 - - 13 9 25 53 X 100
ANÁLISE: IPEAN
111/48
5.3. PODZOLICO VERMELHO AMARELO Os solos que constituem esta unidade apresen-
tam-se bem drenados, ácidos e com erosão
Os Podzólicos Vermelho Amarelos são solos variando de laminar ligeira a moderada.
ácidos, bem desenvolvidos, que possuem um
horizonte A fraco (ócrico) e um horizonte B
argílico. O horizonte A1 está assentado _sobre O horizonte A apresenta espessura variável entre
20 a 30 em; cores de bruno acinzentado muito
um horizonte A 2 ligeiramente descolon~o e
muito pouco desenvolvido ou sobre um honzon- escuro a bruno-avermelhado, matiz 10 YR e
te A 3 , o qual por sua vez assenta sobre o 5 YR, valores de 3 a 5 e cromas de 2 a 4, textura
horizonte B brunado ou vermelho-amarelado, entre areia franca e franco argila arenoso; estru-
nos matizes 7.5 YR ou 5 YR, de textura relativa- tura variando de grãos simples a fraca pequena
mente argilosa, havendo boa diferença de textu- granular e subangular; consistência úmida entre
ra entre o A e o B. solto a firme e não plástico e não pegajoso a
pegajoso para o solo molhado; com transição
plana ou ondulada e gradual ou clara para o
horizonte B.
São solos na sua maioria de fertilidade baixa e de
textura variando entre muito argilosa, argilosa e
O horizonte B possui espessura variando de
média. Apresentam seqüência de horizontes do
80 a 150 em; coloração nos matizes 10 YR e
tipo A, B e C, cuja espessura não excede a
5 YR, com valores entre 4 e 5 e cromas entre 3 e
200 em, existindo pronunciada diferenciação en-
6; textura variando de franco argila arenoso a
tre o A e o B, à semelhança do que cita
muito argilosa; estrutura comumente fraca e
BARROS et ali i no Estado do Rio de Janeiro, e
moderada, pequena e média em blocos suban-
dos descritos por LEMOS et alii no Estado de
gulares; consistência úmida variando de friável a
São Paulo. Em menor proporção, são encontra-
firme, sendo que a consistência molhada varia de
dos também solos de fertilidade média e alta.
ligeiramente plástico a plástico e de ligeiramente
pegajoso a pegajoso. Aparecem também neste
horizonte cerosidade fraca a moderada, recobrin-
Entre as características utilizadas para a sua do as unidades estruturais.
classificação podem ser citadas:
Os solos desta unidade são encontrados nas
1. diferença textura! marcante entre o A superfícies de aplainamento, dissecadas em coli-
e o B; nas com entalhe bastante pronunciado dos vales,
2. presença de A2 pouco evoluído ou e nas superfícies dissecadas em colinas de topo
não; aplainado.
3. transição clara e gradual entre os
horizontes A e B;
Os podzól icos ocorrem em manchas isoladas ao
4. horizonte B estruturado;
norte, leste, sul e sudoeste da área, e são
5. presença de cerosidade no horizonte
provenientes da decomposição, principalmente,
B;
de migmatitos granitos e gnaisses, referidos, ao
6. argila de baixa capacidade de troca.
Pré-Cambriano e sedimentos argilosos do Bar-
reiras.
Na área, como variação da unidade modal,
podem ocorrer o Podzólico Vermelho Amarelo
plíntico e o Podzólico Vermelho Amarelo Equi- A cobertura vegetal é constituída por floresta
valente Eutrófico. densa.
111/49
5.3.1. Caracterização Morfológica e Analítica da Unidade
LOCALIZAÇÃO- Serra Tumucumaque, próximo ao rio Cuc, Território Federal do Amapá, pt 145.
Lat. 1°48' N e Long. 53°27' W Gr
SITUAÇÃO, DECLIVIDADE E EROSÃO- Meia encosta com 8-10% de declive e erosão laminar
moderada.
A1 O - 20 em; bruno avermelhado escuro (5 YR 3/2, úmido); argila siltosa; forte grande granular;
friável, plástico e muito pegajoso; transição plana e clara.
B1 20- 40 em; bruno amarelado escuro (10 YR 3/4, úmido); argila pesada, moderada média a
grande blocos subangulares; cerosidade forte e abundante; friável, plástico e muito pegajoso ;
transição plana e clara.
B2 40 - 80 em+; bruno escuro (7.5 YR 4/4, úmido); argila pesada; moderada média a grande
blocos subangulares; cerosidade forte e abundante; friável, plástico e muito pegajoso.
111/50
PERFIL N<? 6
LOCAL: Serra Tumucumaque, próximo ao rio Cuc, Território Federal do Amapá, pt 145.
Lat. 1°48'N e Long. 53°27'W Gr.
CLASSIFICAÇÃO: Podzólico Vermelho Amarelo Equivalente Eutrófico textura muito argilosa.
Prof. % %
Protocolo Horiz. Ki Kr
c
-- 100AI
em Si0 2 AI 203 Fe 20 3 c N N AI +S
5,9 5,4 - - 10 4 42 44 19 57
6,0 5,0 - - 8 2 18 72 63 13
5,7 4,7 - - 8 2 25 65 52 20
ANÁLISE: IPEAN
lll/51
PERFIL N~ 11 Folha NA.22-V-D
DECLIVIDADE E EROSÃO- Meia encosta com 10-15% de declive e erosão laminar moderada.
RELEVO- Ondulado.
O - 1O em; bruno amarelado escuro (1 O YR 4/4, úmido); franco argiloso; moderada pequena
a média granular; friável, plástico e pegajoso; transição plana e clara.
10 - 30 em; bruno amarelado (10 YR 5/6, úmido); argila; moderada pequena a média em
blocos subangulares; friável, plástico e pegajoso; transição plana e gradual.
30- 70 em; bruno amarelado (10 YR 5/6, úmido); argila; moderada pequena a média blocos
subangulares; friável, plástico e pegajoso; transição plana e gradual.
70 -110 em; bruno amarelado (10 YR 5/6, úmido); argila; maciça; friável, plástico e pegajoso;
transição plana e clara.
110- 150 em+; vermelho (2.5 YR 5/6, úmido), mosqueado abundante grande e proeminente
amarelo-brunado ( 1O YR 6/8, úmido); argila; moderado grandes blocos subangulares; cerosi-
dade moderada e comum; friável, plástico e pegajoso.
111/52
PERFIL N'? 11
Prof. % %
Protocolo Horiz. Ki Kr -c 100AI
em SiOz AI 2 03 Fe 2 0 3 c N N AI+S
4,2 3,8 - - 34 5 28 33 6 82
4,5 4,1 - - 38 3 19 40 26 35
4,7 4,2 - - 30 6 16 48 2 96
5,0 4,4 - - 33 6 7 54 X 100
5,1 4,2 - - 34 4 17 45 X 100
ANÁLISE: IPEAN
111/53
Perfil N~ 25 Folha NA.22-X-C
SITUAÇÃO, DECLIVIDADE E EROSÃO- Meia encosta com 1-2% de declive e erosão nula.
1O - 25 em; bruno amarelado ( 10 YR 5/4, úmido); franco; maciça; duro, friável, ligeiramente
plástico e ligeiramente pegajoso; transição plana e clara.
25 - 40 em; bruno amarelado (10 YR 5/6, úmido); franco siltoso; maciça; duro, friável,
ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso; transição plana e gradual a clara.
40 .,... 70 em; bruno forte (7.5 YR 5/6, úmido), mosqueado pouco pequeno e proeminente
vermelho (2.5. YR 4/6, úmido); franco argiloso; moderada pequena a média blocos subangu-
lares; cerosidade fraca e comum; muito duro, firme, plástico e pegajoso; transição plana e clara.
70 - 110 em; coloração variegada composta de bruno forte (7.5 YR 5/6, úmido) e vermelho
(2.5 YR 4/6, úmido); franco argila si Itoso; moderada pequena a média blocos subangulares;
cerosidade fraca e comum; muito duro, firme, plástico e pegajoso; transição plana e clara.
110 - 130cm+; coloração variegada composta de cinzento claro (10YR 7/2, úmido) e
vermelho ( 1O R 4/8, úmido); argila; fraca grande blocos subangulares; mui to· duro; firme,
plástico e pegajoso.
OBSERVAÇÃO: Plintita branda no B22 e B3 e endurecida quando exposta nos cortes de estrada.
Perfil descrito e ~oletado em corte de estrada sob vegetação graminóide (campo).
111/54
PERFIL NC? 25
Prof. % %
Protocolo Horiz. Ki Kr
c
-- 100AI
em Si0 2 AI 203 Fe 20 3 c N N AI +S
4,9 4,1 - - 12 25 53 10 5 50
4,9 4,1 - - 12 28 49 11 10 9
4,8 4,1 - - 10 21 52 17 4 77
4,9 4,0 - - 9 18 46 27 X 100
4,9 4,0 - - 6 10 54 30 X 100
5,0 3,9 - - 7 22 30 41 X 100
ANÁLISE: IPEAN
111/55
5.4. SOLOS CONCRECIONARIOS LATERIII· 5.5. LATERITA HIDROMORFICA DISTAO-
COS INDISCRIMINADOS DISTROFICOS FICA
E uma unidade bastante ampla e, por não Compreendem solos moderada a fortemente
oferecer interesse agrícola, engloba tanto solos intemperizados, fortemente ácidos, que apre-
com B textura!, como os de B latossólico. sentam drenagem moderada ou imperfeita de-
vido à natureza do material originário e da
presença de substrato lentamente permeável
Esta unidade está constituída por solos media- e/ou da posição no relevo. Apresentam profun-
namente profundos, formados por uma mistura didade do horizonte pl íntico variável, condicio-
de partículas mineralógicas finas e concreções de nada pela altura mínima do nível freático. As
vários diâmetros, que na maioria dos casos principais características desta unidade são: pre-
representam o maior volume da massa do solo. sença de horizonte A 2 em formação e ligeira-
mente descolorido, presença de mosqueados a
O horizonte A, cuja espessura média está em partir da parte superior do B e aparecimento no
B 2 de um material argiloso, altamente intemperi-
torno de 20 em, encontra-se escurecido pela
zado, rico em sesquióxidos e pobre em humos,
matéria orgânica, possui cor variando de bruno,
sob forma de mosqueados, vermelho acinzen-
no matiz 10 YR, a vermelho escuro, no matiz
tado, ou vermelho, em arranjo poligonal ou
2.5 YR. O horizonte B, de cor variando de
reticular, passando irreversivelmente a duripan
bruno-amarelado (10 YR) a vermelho-escuro
ou concreções, sob condições especiais de ume-
(2.5 YR).
decimento e ressecamento, denominado plintita
ou laterita. O horizonte B pl íntico aparece com
Os perfis podem apresentar-se completamente a cor básica da matriz bruno amarelada e com
argilosos ou argila-arenoso no A e argiloso no B. espessura bastante variada.
Possuem boa distribuição de poros e uma estru-
tura em blocos subangulares, mascarada pelas
concreções lateríticas. Na área, somente foi constatada a Laterita
Hidromórfica de várzea ou de drenagem impe-
dida, condicionando uma variedade bastante
Trata-se de solos com perfil geralmente do tipo ampla de fases, como as que ocorrem na ilha de
Acn, Bcn e C, onde um horizonte A pouco Marajó. Aqui aparecem Laterita Hidromórfica
profundo assenta sobre um horizonte B de imperfeitamente drenada, Laterita Hidromórfica
aproximadamente 50 em ou mais. Apresen- fase baixa, Laterita Hidromórfica fase arenosa, e
tam-se, portanto, argilosos, fortemente ácidos a a Laterita Hidromórfica fase húmica, além da
ácidos, com baixa saturação de bases e, por não moda I.
oferecerem um maior interesse agrícola imediato,
não mereceram um estudo mais apurado.
Pelos resultados analíticos existentes para as
Os solos desta unidade são encontrados nas unidades ou fases estudadas, verifica-se que os
superHcies aplainadas com drenagem entalhada e teores químicos encontrados, apesar de diferi-
têm como material de origem sedimentos argilo- rem quanto à distribuição, de uma unidade para
sos e argila-arenosos do Terciário. outra, apresentam valores bastante próximos.
111/56
dos para areia, silte e argila são bastante variáveis vegetação de floresta, como também de campo.
dentro das fases existentes. O conteúdo de ârgila
pode aparecer bastante baixo, tanto no A como São formados de sedimentos tanto do Terciário
no B na fase arenosa, baixo no A e alto no B na como do Quaternário e podem ocorrer em
fase baixa, e com uma distribuição regular para terraços moderadamente drenados, em cotas
solos desta natureza na Laterita Hidromórfica relativamente altas, como também em áreas
normal (modal). baixas que sofrem inundações.
Da apreciação dos dados analíticos verifica-se As áreas destes solos sob vegetação de campo são
que são solos ácidos a fortemente ácidos, utilizadas com pecuária extensiva tradicional e
possuem baixo conteúdo de catíons trocáveis e devido às condições de drenagem revelam limi-
baixa soma de bases permutáveis, e apresentam tação ao uso agrícola, sendo esta condição um
valores para o Ki entre 1,12 a 2,67 e para Kr dos fatores limitantes quanto ao seu aproveita-
0,85 a 2,01 no horizonte B. mento com cultivos regulares, excluídas as ca-
pineiras, nas quais são utilizadas gramíneas
Os solos desta unidade podem ocorrer sob ecologicamente adaptadas.
5.5.1. Caracterização Morfológica e Analítica da Unidade
LOCALIZAÇÃO- Fazenda São Sebastião, margem esquerda do rio Calçoene, Município de Calçoene
-Território Federal do Amapá. Lat. 2"30' N e Long. 50°53' W Gr.
SITUAÇÃO, DECLIVIDADE e EROSÃO- Perfil coletado com trado holandês, em local plano com
0-3% de declive e erosão nula.
RELEVO- Plano.
B2pl 55-95 em; vermelho amarelado (5 YR 5/6, úmido), mosqueados abundante pequeno e mé·
dio distinto vermelho (10 YR 4/6, úmido) e comum pequeno distinto amarelo avermelhado
(7.5 YR 6/8, úmido); argila; moderada pequena e média blocos subangulares; firme, plástico
e pegajoso.
111/57
PERFIL N? 23
LOCAL: Fazenda São Sebastião, área de mata da margem esquerda do rio Calçoene. Município de
Calçoene - Território Federal do Amapá. Lat. 2°30'N e Long. 50°53'W Gr.
CLASSIFICAÇÃO: Laterita Hidromórfica Distrófica textura argilosa.
Prof. % %
Protocolo
em
Horiz. Ki Kr -c 100 AI
Si02 AI203 Fe 20 3 c N N AI+S
4,5 3,9 o 19 2 2 73 23 1 96
4,5 3,8 o 15 2 18 38 42 28 33
4,8 3,7 o 21 3 9 38 50 X 100
ANÃLISE: IPEAN
111/58
Perfil N~ 12 Folha NA.22·V-B
LOCALIZAÇÃO - Area de campo à margem esquerda do rio Cassiporé, na área da Fazenda Santa
w
Helena, Munic(pio de Oiapoque- Território Federal do Amapá. Lat. 3°11' N e Long. 51°15' Gr.
SITUAÇÃO, DECLIVIDADE E EROSÃO - Perfil coletado em local plano com 0-2% de declive e
erosão nu la.
O - 20 em; bruno (10 YR 5/3, úmido), mosqueado abundante pequeno e médio distinto
vermelho amarelado (5 YR 5/6, úmido); franco siltoso; fraca pequena e muito pequena blocos
subangulares; friável, plástico e ligeiramente pegajoso; transição plana e difusa.
20 - 45 em; bruno claro acinzentado (10 YR 6/3, úmido), mosqueado abundante médio
proeminente vermelho (10 R 4/6, úmido); franco argilo siltoso; fraca a moderada pequena em
blocos subangulares; firme, plástico e pegajoso; transição ondulada e gradual.
45 - 80 em; bruno muito claro acinzentado (10 YR 7/3, úmido); mosqueado abundante
pequeno proeminente vermelho (10 YR 4/6, úmido); argila; moderada pequena e média em
blocos subangulares; firme, plástico e pegajoso; transição ondulada e clara.
80- 100 em; cinzento claro (7.5 YR N 7/ , úmido), mosqueados abundante médio e grande
proeminente vermelho (10 YR 4/6, úmido) e vermelho amarelado (5 YR 5/6, úmido); argila;
moderada média em blocos subangulares; muito firme, muito plástico e pegajoso; transição
plana e difusa.
B22pl 100- 125 em; cinzento claro (7.5 YR N 7/ , úmido), mosqueado abundante médio e pequeno
proeminente vermelho escuro acinzentado (7.5 R 3/4, úmido); argila pesada; moderada média
em blocos subangulares; muito firme, muito plástico e pegajoso.
111/59
PERFIL N<? 12
LOCAL: Área de campo à margem do rio Cassiporé, na área da Fazenda Sta. Helena. Munic(pio de
Oiapoque- Território Federal do Amapá. Lat. 3°11'N e Long. 51°15'W Gr.
CLASSIFICAÇÃO: Laterita Hidromórfica Distrófica textura argilosa.
Prof. % %
Protocolo Horiz. Ki Kr -c- 100 AI
em Si0 2 I
AI203 I Fe203 c N N AI +S
5,1 4,0 o 10 X X 79 21 7 67
5,0 4,0 o 13 1 X 55 44 6 86
5,0 4,0 o 16 5 1 35 59 12 80
4,9 3,9 o 16 4 2 35 59 13 78
5,0 3,8 o 20 3 1 33 63 12 81
ANÁLISE: IPEAN
111/60
5.6. SOLOS HIDROMORFICOS GLEYZADOS alcalinos e alcalino-salinos, apresentando, outros,
EUTROFICOS acumulaÇões de carbonatos. Estas variações, de
características químicas, se deve à saturação com
Esta unidade é constitu (da por solos desenvolvi- água proveniente de área de rochas paleozóicas,
dos sobre sedimentos relativamente recentes, ricas em Hco; e ca++ e, possivelmente, pela
moderadamente ácidos, podendo apresentar-se contribuição de sais solúveis presentes na água
neutros e ai cal inos, de textura argilosa e, às do mar, nas regiões costeiras baixas. Os solos
vezes, com um considerável conteúdo de silte. desta unidade são encontrados nas calhas de
drenagem de pequenos e médios cursos d'água e
As condições hidromórficas, a que estão sujeitos principalmente na planície flúvio-marintia, na
estes solos, condicionam o aparecimento, no parte leste do Território Federal do Amapá.
perfil, de mosqueados bruno-amarelado, bruno
forte, ou mesmo vermelho, sobre uma matriz A vegetação dominante, nas áreas de ocorrência
cinzenta. O horizonte superficial é de espessura destes solos, é constitu (da pelas formações pio-
variável e de baixo a alto conteúdo de matéria neiras, enquanto que nos terraços tempora-
orgânica e está sobrejacente ao horizonte mine- riamente inundados predomina a floresta densa.
ral Cg, de estrutura geralmente prismática, ou
em blocos subangulares, ou maciça. A saturação Somente foi reconhecida a seguinte fase ou
e o conteúdo de bases trocáveis apresentam-se variação.
variáveis, desde médio a elevado, e são relaciona-
dos à natureza e à idade dos sedimentos sobre os Gley Húmico Eutr6fico e Gley Pouco Húmico
quais são desenvolvidos, e à qualidade de água Eutrófico (Modal) - Com alta saturação de
que os saturam, ricas ou pobres em íons capazes bases, alta capacidade de troca de catíons e
de saturar o complexo da troca. É freqüente, se elevaçJo teor de silte, indicando a juventude dos
não regra geral, nas planícies de inundação e sedimentos sobre os quais são formados. Foram
ilhas do Baixo-Amazonas e nas regiões costeiras observados na planl'cie flúvio-marinha, na parte
baixas, a ocorrência de solos com alta capaci- costeira da área desde o cabo Orange até as
dade de troca de catíons e saturação de bases, proximidades da cidade de Macapá, e nas calhas
elevado teor de silte e predominância de argila de drenagem de médios e pequenos cursos
silicatada expansível do tipo 2:1. Alguns são d'água.
SITUAÇÃO, DECLIVIDADE E EROSÃO- Várzea com declive praticamente nulo e erosão nula.
111/61
DRENAGEM- Mal drenado.
O- 10 em; cinzento escuro (N 5/, úmido); franco argiloso siltoso; fraca grande granular; muito
duro, firme, plástico e pegajoso; transição plana e clara.
50- 120 em+; coloração variegada composta de bruno forte (7.5 YR 5/8, úmido) cinzento es-
curo (N 5/, úmido); franco argiloso siltoso; maciça; muito duro, firme, plástico e muito pega-
joso.
OBSERVAÇOES: Lençol freático a 100 em.
Perfil descrito e coletado com aux(lio de trado caneco.
11 1/62
PERFIL N'? 27
LOCAL: A norte-nordeste de Macapá, nos campos baixos da região costeira. Território Federal do
Amapá. Lat. 0° 13'N e Long. 50° 55'W Gr.
CLASSIFICAÇÃO: Gley Pouco Húmico Eutrófico textura média.
Prof. % %
Protocolo Horiz. Ki Kr
c
-- 100AI
em Si02 AI 203 Fe 20 3 c N N AI +S
I I I floculação
H20 KCI Calhau Cascalho
>20mm 20-2mm
Areia
grossa I
Areia
fina I Silte
1 Argila
total l Argila
nat.
%
4,6 3,5 - - X 2 73 25 9 64
5,4 3,8 - - 1 1 69 29 6 79
5,5 3,9 - - X X 74 26 20 23
ANÁLISE: IPEAN
111/63
Perfil N~ 13 Folha NA.22-V-B
SITUAÇÃO, DECLIVIDADE E EROSÃO- Perfil coletado com trado holandês em local plano com
0-2% de declive e erosão nula.
RELEVO- Plano.
O- 20 em; cinzento (10 YR 5/1, úmido), mosqueado abundante pequeno e médio distinto
vermelho amarelo (5 YR 5/6, úmido); franco argila siltoso; maciça; firme, plástico e ligeira-
mente pegajoso; transição gradual e ondulada.
20 - 45 em; bruno acinzentado (10 YR 5/2, úmido), mosqueados pouco pequeno e médio
distinto bruno forte (7.5 YR 5/6, úmido) e pouco pequeno distinto cinzento (7.5 YR N 6/ ,
úmido); franco argila siltoso; maciça; firme, plástico e pegajoso; transição gradual e quebrada.
45 - 75 em; bruno acinzentado (2.5 Y 5/2, úmido), mosqueado comum pequeno e médio
distinto bruno forte (7.5 YR 5/6, úmido); franco argila siltoso; maciça; firme, plástico e
pegajoso; transição plana e difusa.
75 - 115 em; cinzento brunado claro (2.5 Y 6/2, úmido), mosqueado pouco pequeno e
distinto bruno forte (7.5 YR 5/6, úmido); franco argila siltoso; maciça; firme, plástico e
pegajoso.
OBSERVAÇÃO: No ambiente onde ocorre este solo, caminhando-se em direção oposta ao rio,
encontra-se vegetação tfpica de várzea; inicialmente aparecendo helicôneas, tabernae-
montana e, ainda, palmeiras do tipo marajá; logo depois, caminhando-se mais para
dentro há uma dominância de taboca ou taquara.
111/64
PERFIL N? 13
LOCAL: Margem direita do rio Cassiporé. Munic(pio de Calçoene- Território Federal do Amapá.
Lat. 3° 12'N e Long. 51° 14'W Gr.
CLASSIFICAÇÃO: Gley Pouco Húmico Eutrófico textura argilosa.
Prof. % %
Protocolo
em
Horiz. Ki Kr -c 100AI
Si 0 2 Alz03 Fe 2 0 3 c N N AI+S
I I I floculação
H20 KCI Calhau Cascalho
>20mm 20-2mm
Areia
grossa
l Areia
fina I Silte
Argila
total I
Argila
nat.
%
4,8 4,0 o 11 X X 72 28 7 75
5,0 4,0 o 11 X X 67 33 32 3
5,4 4,2 o 14 X X 65 35 14 60
5,4 4,1 o 17 X X 61 39 37 5
ANÁLISE: IPEAN
111/65
5.7. SOLOS HIDROMORFICOS INDISCRIMI- encontrados na superfície da Terra, aparecendo
NADOS EUTROFICOS E DISTROFICOS em diferentes regiões climáticas. Podem ocorrer
tanto em faixas litorâneas como continentais,
Solos que apresentam perfis com horizonte sendo que nas primeiras os sais solúveis existen-
superficial orgânico e orgânico-mineral, com tes têm relação com a água do mar que os
grande variação em espessura, nos quais a ma- impregnam e, no segundo, são considerados
téria orgânica está total ou parc.ialmente decom- como resultantes das condições climáticas, pela
posta ou em ambas as formas. Possuem seqüên- não lixiviação dos sais solúveis liberados ou
cia de camadas indiferenciadas ou de horizontes formados pela intemperização das rochas. Na
gleyzados do tipo Bg ou Cg. Este grupamento é área a sua formação se dá sob condições hidro-
constituído de solos pouco evoluídos, mediana- mórficas.
mente profundos, muito mal a mal drenados,
muito pouco porosos, ácidos, de baixa a alta Estes solos estão caracterizados pela presença de
capacidade de troca de catíons e com alta e sais de natureza diversa nos diferentes horizon-
baixa saturação de bases. tes, cujos conteúdos, bastante elevados, variam
com as estações do ano, podendo, no período
O estudo das caracterfsticas morfológicas destes mais seco, nas regiões áridas e semi-áridas ou
solos, indica que são desenvolvidos sob grande mesmo úmidas, apresentar eflorescência salina
influência de lençol freático, próximo à super- que aparecem como resultantes do acúmulo de
fície, ou mesmo nesta, pelo menos em certas sais transportados em ascensão capilar durante o
épocas do ano, evidenciada pela presença de processo de evaporação.
cores acinzentadas e neutras (gleyzação) e pela
acumulação de matéria orgânica na parte super- Possuem perfil constitu (do pelos horizontes A,
ficial. Bg e Cg, de profundidade média em torno de
SOem.
São desenvolvidos a partir de sedimentos alu-
viais, depósitos de baixadas e acumulações orgâ- O horizonte A está dividido em A1 e A2 e o
nicas residuais, que constituem formações referi- horizonte 8 em B 1, B2g, onde a textura argilosa
das ao Holoceno. Variam grandemente em de- e significante adsorção de Na+ condicionam uma
corrência da natureza do material de que são estrutura prismática ou em blocos subangulares
provenientes, podendo ser de textura das classes grandes, fortemente desenvolvidas e cerosidade
argilosa ou média e compreendem solos como os incipiente, bem como algum escorregamento de
Gley Húmico, Gley Pouco Húmico, Solos Orgâ- argila.
nicos e alguma Laterita Hidromórfica.
Estes solos ocorrem em relevo plano ao sul da
Os solos, componentes deste grupamento indis- ilha Caviana, a sudeste da área.
criminado, apresentam relevo praticamente
plano. A cobertura vegetal dominante é constituída
pelos campos cerrados.
A vegetação dominante nas áreas aluviais depri-
midas é constituída pelas formações pioneiras, 5.9. SOLOS INDISCRIMINADOS DE MAN-
enquanto que nas plan 1'cie aluviais, periodica- GUES
mente inundadas, predomina a floresta densa.
Estes solos são constituídos por sedimentos não
consolidados, recentes, geralmente gleyzados,
5.8. SOLONCHAK
formados por material muito fino, e misturados
Os Solonchak são solos salinos comumente a materiais orgânicos provenientes principal-
111/66
mente da deposição dos detritos do mangue e da plano, à~ vezes côncavo, aspecto este que,
atividade biológica provocada por caranguejos. acrescido da oscilação diária das marés, lhes
proporciona condição de má drenagem.
Merecem destaque, nesta unidade de mapea-
mento, os Solos Gley Thiomórficos, que apre- A vegetação encontrada sobre estes solos é
sentam mosqueados de coloração intensa (ocre), conhecida pelo nome de mangue, cobertura
e argilas sulfatadas denominadas "cat clay". Este vegetal esta que se apresenta dominante e por
material tem origem nos sedimentos depositados vezes uniforme.
pela água salobra, pobres em carbonato de cálcio
e ricos em sulfato de ferro. Quando extrema- Os solos Indiscriminados de Manguesnãosão
mente drenados, além de ácidos, portanto utilizados agricolamente devido às grandes limi-
com pH muito baixo, tornam-se muito com- tações que apresentam, como: excesso de água,
pactos e de dif(cil recuperação para a agricul- sais solúveis e pelos vultosos investimentos que
tura. requerem para sua recuperação (drenagem, lixi-
viação dos sais solúveis e correção da alcalini-
Ocorrem em baixadas litorâneas, onde o relevo é dade ou da acidez).
LOCALIZAÇÃO -Margem direita do rio Calçoene próximo a sua desembocadura, no litoral, próximo
ao farol. Município de Calçoene- Território Federal do Amapá. Lat. 2"30' N e Long. 5CJ'48' W Gr.
SITUAÇÃO, DECLIVIDADE E EROSÃO - Perfil coletado em local plano, com 0~2% de declive e
erosão nula.
RELEVO- Plano.
COBERTURA VEGETAL- Formações pioneiras (mangue com taboca ou taquara, siriúba, e alguns
açacu). Campos naturais.
A3 18- 45cm; cinzento (10YR 5/1, úmido), mosqueado abundante médio e grande distinto
vermelho amarelado (5 YR 5/6, úmido); franco argilo siltoso; maciça; firme, plástico e
pegajoso; transição gradual e ondulada.
111/67
Cg 45 - 95 em; coloração variegada composta de bruno (10 YR 5/3, úmido) e cinzento a
cinzento claro (2.5 Y N 6/ , úmido), mosqueado pouco pequeno e médio distinto vermelho-
amarelado (5 YR 5/6, úmido); franco argila siltoso; maciça; firme, plástico e pegajoso.
111/68
PERFIL N? 20
LOCAL: Margem direita da desembocadura do rio Calçoene, 'no litoral próximo ao farol, Municfpio de
Calçoene- Território Federal do Amapá. Lat. 2°30'N e Long. 50° 48'W Gr.
CLASSIFICAÇÃO: G ley Pouco Húmico Eutrófico textura argilosa.
Prof. % %
Protocolo Horiz. Ki Kr
c
-- 100AI
em Si02 AI203 Fe 20 3 c N N AI+S
Ca++
I Mg++ I K+ Na+
I s
I H+
I AI+++
I T %
mg
100g
5,0 4,4 o 12 X 5 55 40 18 55
5,1 4,6 o 11 X 18 45 37 34 81
5,1 4,7 o 13 X 10 51 39 22 44
ANÁLISE: IPEAN
111/69
Perfil N~ 19 Folha NA.22-X-C
SITUAÇÃO, DECLIVIDADE E EROSÃO- Perfil coletado em área de campo, com trado holandês,
com 0-2% de declive e erosão nula.
RELEVO- Plano.
O - 20 em; cinzento oliváceo escuro (5 Y 3/2, úmido); argila siltosa; maciça; firme, plástico e
ligeiramente pegajoso; transição ondulada e gradual.
20 - 50 em; cinzento escuro (5 Y 4/1, úmido); argila siltosa; maciça; firme, plástico e
pegajoso; transição quebrada e gradual.
50 - 100 em; cinzento escuro (2.5 YR N 4/ , úmido); franco argilo siltoso; maciça; firme,
plástico e pegajoso.
111/70
PERFIL N9 19
LOCAL: Área de campo da fazenda Montaninha, próximo à estrada de Igarapé Goiaba!, no litoral.
Lat. 2° 40'N e Long. 50° 52'W Gr.
CLASSIFICAÇÃO: Gley Salino Eutrófico textura argilosa.
Prof. % %
Protocolo
em
Horiz. Ki Kr -c 100AI
Si0 2 AI203 Fe20 3 c N N AI+S
Ca++
I Mg++ I K+ Na+
I s
I H+
l AI+++
l T %
mg
100g
I I I floculação
H20 KCI Calhau Cascalho
>20mm 20-2mm
Areia
grossa
l Areia
fina
1 Silte
Argila
total I
Argila
nat.
%
4,7 4,4 o 16 X X 58 42 8 81
6,5 6,2 o 29 X X 50 50 27 46
4,8 4,3 o 14 X X 60 40 2 95
ANÁLISE: IPEAN
111/71
5.10. SOLOS ALUVIAIS EUTROFICOS E DIS- As camadas subjacentes apresentam composição
TROFICOS granulométrica distinta, sendo que a morfologia
varia principalmente em função da textura.
São solos predominantemente minerais, de for-
mação recente a partir da deposição de sedimen- 5.11. SOLOS LITOLICOS DISTROFICOS
tos arrastados pelas águas. Possuem um hori-
zonte A fracamente desenvolyido, seguido por A presente unidade está constituída por solos
camadas usualmente estratificadas. A compo- onde o horizonte A repousa diretamênte ou não
sição e a granulometria apresentam-se de forma sobre a rocha R, com perfil pouco evoluído,
bastante heterogêneas, estando a natureza das bastante raso, de textura e fertilidade variável,
camadas estreitamente relacionada com o tipo dependendo do material originário.
dos sedimentos depositados.
São encontrados em áreas de relevo suave
Não há seqüência preferencial das camadas. ondulado a ondulado, geralmente sob vegetação
Possu~m textura que pode variar de areia franca de floresta.
à argila, estrutura fracamente desenvolvida na
primeira camada, deixando parecer o desenvol- Na área podem ser encontrados Litól icos de
vimento de um horizonte A, no qual se seguem migmatitos, arenitos, quartzitos, granitos e
camadas estratificadas que geralmente não apre- gnaisses.
sentam entre si relação pedogenética.
Estes solos apresentam horizonte A com espes-
Estes solos podem apresentar fertilidade natural sura de 15 a 20 em, fracamente desenvolvido,
de média a alta, são pouco profundos ou constituindo perfis do tipo AR; podendo ainda
profundos, com drenagem moderada ou imper- aparecer horizontes A 11 e A12 sobre R.
feita e sem problemas de erosão devido a sua
situação topográfica. Apresentam cores nos matizes 10 YR e 5 YR
com valores de 3 a 4 e cromas de 2 a 4, textura
As cores normalmente variam do cinzento-claro franco-argilosa a argilosa, freqüentemente com
a cinzento-escuro. A textura varia de areia a cascalho, estrutura fracamente desenvolvida,
argila; a estrutura é granular ou fraca pequena e geralmente subangular, consistência ligeiramente
média subangular; a consistência varia de solta a pegajoso a pegajoso. Este horizonte transiciona
firme, não plástica a plástica, não pegajosa a para a rocha de maneira abrupta ou clara e plana
pegajosa. ou ondulada.
111/72
6. LEGENDA
A determinação das porcentagens dos compo- A seguir a legenda de identificação das unidades
nentes das associações foi feita estimativamente de mapeamento encontradas na área.
Latossolo Amarelo LAt +++LAd. arg. Plano a suave ondulado Lamitos com lentes de areia. Antiga
plan(cie costeira. Formação Barreiras -
Terciário.
LA2 +++LAd. arg. Suave ondulado Lamitos com lentes de areia. Antiga pia·
+Cld. indisc. nfcie costeira. Formação Barreiras -
Terciário.
LA3 +++LAd. arg. Plano e Lamitos com lentes de areia. Antiga
+LAd. med. suave ondulado plan(cie costeira. Formação Barreiras -
+C.Ld. indisc. Terciário.
LA4 +++LAd. med. Plano e Lamitos com lentes de areia. Antiga pia-
+LAd. arg. suave ondulado n(cie costeira. Formação Barreiras -
... Cld. indisc. Terciário.
Latossolo Vermelho Anfibolitos, xistos e quartzitos (Grupo
Amarelo LVt +++LVAd. m. arg. Ondulado com Vila Nova). Gnaisse Tumucumaque. Mig-
áreas aplainadas. matitos, granitos (Complexo Guianense)
- Prê·Cambriano.
LV2 +++LVAd. m. arg. Forte ondulado Anfibolitos, xistos, quartzitos e gra-
com áreas aplainadas. nulitos (Grupo Vila Nova) - Prê-
Cambriano.
LV3 +++L VAd. arg. Forte ondulado Anfibolitos, xistos, quartzitos e granuli-
+LVAd. m. ar!!!· a montanhoso tos (Grupo Vila Nova). Migmatitos, gra-
nitos, intercalações de gnaisse
(Complexo Guianense) - Prê-Cambria-
no.
(Continua)
111/73
(Continuação)
Unidade de Mapeamento Material
Relevo Originário
Caracterização Sfmbolo Classe ou
Associação
Podz61ico Vermelho- +++PVA plint. arg. Suave ondulado Sedimentos argilosos Formação Barreiras
Amarelo +HL d. indisc. -Terciário.
Solos Concrecionários CL +++ CL d. indisc. Suave ondulado Lamitos com lentes de areia. Antiga
Laterfticos Indiscrimi- +LAd. arg. planfcie costeira. Formação Barreiras -
nados Terciário.
.Laterlta Hidromórfica +++HLd. indisc. Plano e suave Argilas, siltes e areias. Planfcie fiCivio-ma-
ondulado rinha - Quaternário.
(Continua)
111/74
(Continuação)
Unidade de Mapeamento Material
Relevo Originário
Classe ou
Caracterização Sfmbolo
Associação
Laterita Hidrom6rfica HL2 +++HLd. indisc. Plano Argilas e siltes. Planfcie fhlvio-rnarinha-
+HG e. indisc. Quaternário.
Solos Hidrom6fficos HG1 +++HG e. arg. Plano Argilas e siltes. Planfcie fiCivio-marinha-
Gleyzados Quaternário.
A Solos Aluviais.
AR Afloramentos Rochosos.
CL Solos Concrecionários Laterlticos lndiscrlminadós.
GPH Gley Pouco HCimico.
HG Solos Hidrom6rficos Gleyzados.
HI Solos Hidrom6rficos Indiscriminados.
HL Laterita Hidrom6rfica.
LA Latossolo Amarelo.
LVA Latossolo Vermelho Amarelo.
Li Solos Lit61icos.
PVA Podz61ico Vermelho Amarelo.
PVAe Podzólico Vermelho Amarelo Equivalente Eutr6fico.
SK Solonchak.
SM Selos Indiscriminados de Mangues.
+++ Dominância que ocupa mais de 50%.
++ Codominância que ocupa menos de 50% e mais de 20%.
+ Subdominância que ocupa menos de 50% e mais de 20% na qual existe outro componente com mais de 50%.
( ) Inclusão.
concr Concrecionário.
d Distr6fico.
e Eutr6fico.
med Textura Média.
plint Plfntico.
arg Textura Argilosa.
indisc. Textura Indiscriminada.
m.arg. Textura Muito Argilosa.
111/75
7. DESCRIÇÃO DAS UNIDADES DE MAPEA-
MENTO
Latossolo Amarelo Distrófico textura argilosa. A principal ocorrência desta unidade, verifica-se
Latossolo Amarelo Distrófico textura média. no centro sul da área nas proximidades da serra
Solos Concrecionários Lateríticos Indiscrimina- do lratapuru e a sudoeste, próximo ao rio Paru.
dos Distróficos textura indiscriminada. Caracteriza-se por apresentar relevo ondulado
111/76
com áreas aplainadas. A textura é muito argilosa, relevo forte ondulado e ocorrem principalmente
a estrutura é maciça e a fertilidade natural baixa. a oeste, norte da serra do lpitinga e
São solos profundos e resultam da decomposição esparsamente no centro, sul e noroeste da área.
de granitos, migmatitos, gnaisses, anfibolitos, Trata-se de solos profundos, de textura argilosa,
xistos e quartzitos, pertencentes ao Pré-Cam- de estrutura maciça e de fertilidade natural
briano. baixa. Apresentam uma fase onde aparecem
concreções ao longo do perfil ( Latossolo Verme-
UNIDADE DE MAPEAMENTO- LV 2 lho-Amarelo Distrófico concrecionário). Esta
unidade tem como material originário produtos
Latossolo Vermelho Amarelo Distrófico textura da decomposição de anfibolitos, xistos, quartzi-
muito argilosa. tos e gnaisses, pertencentes ao Pré-Cambriano.
111/77
UNIDADE DE MAPEAMENTO- LV 7 UNIDADE DE MAPEAMENTO- LV10
Latossolo Vermelho Amarelo Distrófico textura Latossolo Vermelho Amarelo Distrófico pl íntico
argilosa. textura média.
Podzólico Vermelho Amarelo textura argilosa. Gley Pouco Húmico Distrófico textura indiscri-
minada.
Compreende solos onde o relevo dominante é
forte ondulado e ocorrem estensivamente ao sul A presente unidade de mapeamento consta de
da área. A textura é argilosa, a estrutura maciça solos de textura média e argilosa, profundos e
e em blocos subangulares, profundos, bem dre- medianamente profundos, bem, imperfeitamente
nados e de fertilidade natural baixa. O material e mal drenados, de estrutura maciça e em blocos
originário é resultante de intemperização de subangulares e de fertilidade natural variando de
anfibolitos, xistos e gnaisses, pertencentes ao baixa a média. O relevo é plano e suave
Pré-Cambriano. ondulado e o material originário é resultante da
UNIDADE DE MAPEAMENTO- LV 8 decomposição de gnaisses do Pré-Cambriano e
sedimentos do Holoceno. A área de ocorrência
Latossolo Vermelho Amarelo Distrófico textura desta unidade vai desde a confluência dos rios
argilosa. Amapari e Araguari, acompanhando este, até as
Solos Litólicos Distróficos textura indiscrimi- suas cabeceiras; aparece também no rio Paru, na
nada. porção sudoeste da área.
UNIDADE DE MAPEAMENTO- LVII
O relevo desta unidade de mapeamento é forte
ondulado e sua principal ocorrência verifica-se Latossolo Vermelho Amarelo Distrófico plíntico
no centro sul da área. Os solos são profundos e textura média.
rasos, de textura argilosa e indiscriminada, bem e Latossolo Vermelho Amarelo Distrófico concre-
fortemente drenados, de estrutura maciça e em cionário textura argilosa.
blocos subangulares e de fertilidade natural Gley Pouco Húmico bistrófico textura indiscri-
baixa. O material originário é resultante da minada.
decomposição de gnaisses pertencentes ao Pré-
Cambriano. A ocorrência desta unidade de mapeamento é ao
UNIDADE DE MAPEAMENTO- LV 9 longo do rio Jari, na porção oeste da área
mapeada. São solos de textura média e argilosa,
Latossolo Vermelho Amarelo Distrófico textura profundos e medianamente profundos, imperfei-
argilosa. tamente, bem e mal drenados, de estrutura
Solos Litólicos Distróficos textura indiscrimi- maciça e em blocos subangulares e de fertilidade
nada. natural baixa a média. O relevo é plano e suave
ondulado e os solos são originados da decompo-
Constam desta unidade de mapeamento solos sição de gnaisses do Pré-Cambriano e de sedi-
cujo relevo é montanhoso e ocorrem principal- mentos do Holoceno.
mente a sudoeste da área na serra do lpitinga.
Apresentam fertilidade natural baixa, textura UNIDADE DE MAPEAMENTO- LV12
argilosa e indiscriminada, estrutura maciça e em
blocos subangulares. São solos bem e fortemente Latossolo Vermelho Amarelo Distrófico textura
drenados, profundos e rasos. São originados da argilosa.
decomposição de xistos, filitos e anfibolitos do Latossolo Vermelho Amarelo Distrófico concre-
Pré-Cambriano. cionário textura argilosa.
111/78
Solos Litólicos Distróficos textura indiscrimi- Laterita Hidromórfica Distrófica textura indis-
nada. criminada.
Esta unidade de mapeamento ocorre, principal- Os solos componentes desta unidade são argi-
mente, nos arredores do lugarejo denominado losos, profundos e medianamente profundos,
Lourenço na serra Lombarda, em área de relevo imperfeitamente e moderadamente drenados, de
forte ondulado. Os Latossolos Vermelho-Amare- estrutura em blocos subangulares e maciça e de
los que aqui se apresentam, associados aos solos fertilidade natural baixa.
Litólicos, possuem uma fase onde aparecem
concreções distribufdas ao longo do perfil. São Ocorrem em área de relevo suave ondulado, ao
solos profundos e rasos, bem e fortemente sul da cidade de Calçoene e tem como material
drenados, de textura argilosa e indiscriminada de originário sedimentos argiiOl?OS da Formação
estrutura maciça, em blocos subangulares e Barreiras-Terciário e sedimentos do Quaternário.
granular e de fertilidade natural baixa. São
resultantes da decomposição de gnaisses referi- UNIDADE DE MAPEAMENTO- PBz
dos ao Pré-Cambriano.
Podzólico Vermelho Amarelo textura argilosa.
UNIDADE DE MAPEAMENTO- LV 13 Latossolo Vermelho Amarelo Distrófico textura
argilosa.
Latossolo Vermelho Amarelo Distrófico textura
argilosa. Compreendem solos profundos, argilosos, bem
Latossolo Vermelho Amarelo Distrófico textura drenados, de estrutura em blocos subangulares e
muito argilosa. maciça e de fertilidade natural baixa.
Solos Litólicos Distróficos textura indiscrimina-
da. As principais ocorrências desta unidade são ao
(Podzólico Vermelho· Amarelo Equivalente Eu- sul e sudoeste da área, entre os rios Jari e Paru.
tráfico textura muito argilosa). O relevo dominante é o ondulado e o material
originário é proveniente da decomposição de
Constam, desta unidade de mapeamento, solos migmatitos e granitos do Pré-Cambriano.
argilosos e muito argilosos, profundos, bem
drenados, de estrutura maciça e em blocos UNIDADE DE MAPEAMENTO- PB3
subangulares e de fertilidade natural baixa.
Como inclusão aparecem os Podzólicos Verme- Podzólico Vermelho Amarelo textura argilosa.
lho-Amarelo Equivalente Eutrófico, que são Latossolo Vermelho Amarelo Distrófico textura
solos medianamente profundos, bem drenados e argilosa.
de alta fertilidade natural. (Solos Concrecionários Lateríticos Indiscrimina-
dos Distróficos textura indiscriminada).
Esta unidade ocorre na serra Tumucumaque, em
relevo montanhoso. Tem como material origi- Encerra esta unidade de mapeamento solos
nário produto da decomposição de gnaisse Tu- profundos, argilosos, bem drenados, de estrutura
mucumaque referido ao Pré-Cambriano. em blocos subangulares e maciça e de fertilidade
natural baixa.
UNIDADE DE MAPEAMENTO- PB 1
Ocorre a oeste da cidade do Oiapoque e nas
Podzólico Vermelho Amarelo plfntico textura cabeceiras do rio Urucauá, em área de relevo
argilosa. suave ondulado e tendo como material originário
111/79
produto de decomposição de migmatitos e grani- profundos e medianamente profundos e de
tos do Pré-Cambriano. fertilidade natural baixa.
111/80
Laterita Hidromórfica Distrófica textura indis- Solos Hidromórficos Indiscriminados Eutróficos
criminada. e Distróficos textura indiscriminada.
Nesta unidade de mapeamento compreendem Solonchak textura indiscriminada.
solos profundos e medianamente profundos, mal Esta unidade consta de solos medianamente
a imperfeitamente drenados, de textura argilosa profundos, mal a muito drenados, de textura
e indiscriminada, de estrutura maciça e em indiscriminada, de estrutura maciça, em blocos
blocos subangulares e de fertilidade natural subangulares e colunar e de fertilidade natural
variando de alta a baixa. variando de alta a baixa. ~encontrada a s~:~deste
da área, nas ilhas da foz do rio Amazonas.
O relevo é praticamente plano e são formados a O relevo é plano e tem com9 material originário,
partir de argilas e siltes da Planície flúvio- argilas, siltes e areias do Quaternário.
marinha. Quaternário. Ocorrem extensivamente
de nordeste da área no rio Cassiporé até a
sudeste no rio Araguari.
UNIDADE DE MAPEAMENTO- SM
Solos Indiscriminados de Mangues textura indis-
UNIDADE DE MAPEAMENTO- HG 3 criminada.
Solos Gley Eutróficos textura argilosa. Os solos desta unidade de mapeamento são
Solos Aluviais Eutróficos e DistrMicos textura pouco profundos, mal drenados, não estrutura-
indiscriminada. dos, por estarem excessivamente molhados ou
mesmo alagados. Têm textura indiscriminada e
Constam desta unidade de, mapeamento solos de pouca possibilidade de aproveitamento
profundos e medianamente profundos, mal a agropecuário, devido às condições físicas e
imperfeitamente drenados, de textura ind(scrimi- químicas que apresentam, condicionadas pela
nada, de estrutura maciça e em blocos suban- água salobra ou mesmo salgada. São encontradas
gulares e de fertilirlade natural variando de alta a nas faixas costeiras em área de relevo plano e
baixa. côncavo, formados sobre argilas e siltes da
Planície flúvio-marinha- Quaternário.
Têm como material de origem, argilas, siltes e
areias do Quaternário. Ocorre apenas uma pe- UNIDADE DE MAPEAMENTO- R
quena mancha ao sul da área próximo a Porto de
Santana. O relevo é praticamente plano. Solos Litólicos Distróficos textura indiscrimina-
da.
UNIDADE DE MAPEAMENTO- Hl 1 Solos Concrecionários Lateríticos Indiscrimi-
nados Distróficos textura indiscriminada.
Solos Hidromórficos Indiscriminados Eutróficos
e Distróficos textura indiscriminada. A referida unidade é encontrada a nordeste da
área, a leste da cidade do Oiapoque. Os solos
.Esta unidade de mapeamento compreendem componentes da associação são rasos E.l mediana-
solos medianamente profundos, mal e muito mal mente profundos, fortemente drenados, de tex-
drenados, de textura e estrutura indiscriminada e tura e estrutura indiscriminadas e de fertilidade
fertilidade natural variando de alta a baixa.
natural baixa.
~ encontrada a sudeste da área nas ilhas da foz
Ocorrem em relevo suave ondulado e ondulado.
do rio Amazonas, em área de relevo plano. Têm
como material originário argilas, siltes e areias do O material originário destes solos é provAniente
Quaternário. de migmatites, granitos e quartzitos do Pré-Carn-
UNIDADE DE MAPEAMENTO- Hl 2 briano.
111/81
8. USOATUAL
111/82
9. APTIDÃO AGRfCOLA
As condições agrícolas atuais, dos solos estuda- Com uma rápida descrição da influência das
dos neste trabalho, serão então consiperadas diversas propriedades do solo e do ambiente em
como desvios em relação ao sblo de referência. cada um dos aspectos das condições agrícolas
dos solos, tornar-se-ão mais compreensíveis as
Podem ocorrer, entretanto, solos que, embora relações entre estas propriedades e as referidas
diferindo do solo ideal em um ou mais aspectos, condições agrícolas.
lfl/83
Deficiência de Fertilidade Natural desenvolvidos, os graus são estabelecidos em
função da possibilidade de remoção ou melho-
Refere-se à disponibilidade de macro e micronu- ramento da referida limitação.
trientes no solo, seu aproveitamento pelas plan-
tas e presença ou ausência de substâncias tóxicas
(alumínio, manganês e sais solúveis - especial- Graus de Limitações por Deficiência de Fertili-
mente sódio). dade Natural
Em virtude da carência de dados para interpreta- Nula a Ligeira - Solos com boas reservas de
ção baseada na presença de macro e micronu- nutrientes disponíveis às plantas e sem conter
trientes no solo, são utilizados em substituição sais tóxicos, permitindo boas colheitas durante
outros dados químicos, direta ou indiretamente vários anos. Apresentam saturação de bases (V%)
importantes, com relação à fertilidade. Os valo- maior que 50% e menos de 50% de saturação
res que melhor se relacionam com a fertilidade com alumínio. A soma de bases trocáveis (S) é
são: saturação de bases (V%) e saturação com sempre maior que 3 mE por 100 g de terra fina
alum1'nio, soma de bases trocáveis (S) e atividade seca ao ar (tfsa). A condutibilidade elétrica do
do ciclo orgânico (floresta em relação ao cer- extrato de saturação é menor que 4 mmhos/cm.
rado). Outros dados importantes como nitrogê-
nio total, relação C/N, P2 0 5 total, alumínio Quando os outros fatores são favoráveis, as
trocável, catíons trocáveis e capacidade de troca reservas de nutrientes permitem boas colheitas
de catíons (T), são pouco utilizados em virtude durante muitos anos. Nas regiões tropicais úmi-
da sua mais difícil interpretação, pois suas das e subúmidas estes solos normalmente apre-
relações com a fertilidade natural não se acham sentam vegetação florestal.
perfeitamente esclarecidas nos solos tropicais.
Moderada - Solos nos quais a reserva de um ou
Com base apenas nos dados químicos dispon í- mais nutrientes disponíveis às plantas é limitada.
veis, nem sempre é possível obter-se uma conclu-
são correta a respeito da fertilidade de um solo Quando outros fatores são favoráveis, o conteú-
tropical. São indispensáveis, portanto, as obser- do de nutrientes permite bons rendimentos das
vações de campo, principalmente acerca do uso culturas anuais somente durante os primeiros
da terra, produtividade, qualidade das pastagens, anos, após os quais os rendimentos decrescem
assim como relações entre a vegetação natural e rapidamente, com o continuar da utilização
a fertilidade. agrícola.
As definições dos graus de limitações, para cada Necessitam de fertilização depois de poucos
um dos cinco aspectos das condições agrícolas anos, a fim de manter a produtividade, pois
dos solos, geralmente compreendem informações correm o risco de se empobrecerem e se degrada-
referentes a relações entre graus de limitações e rem a uma classe mais baixa de produtividade,
dados facilmente observáveis e mensuráveis. devido ao uso exaustivo. Nas regiões tropicais
Essas relações, entretanto, nem sempre são úmidas e subúmidas estes solos estão cobertos
precisas, e devem ser usadas como um guia de por vegetação florestal.
orientação geral·.
Também são considerados, nesta classe, solos
As limitações são definidas com base nas condi- com sais tóxicos devido a sais solúveis ou sódio
ções naturais dos solos, sendo válidas, sob alguns trocável, que impedem o desenvolvimento das
dos aspectos, apenas para sistemas de manejo culturas mais sensíveis (condutibilidade elétrica
primitivos. Nestes casos, nos sistemas agrícolas do extrato de saturação entre 4 e 8 mmhos/cm).
111/84
Forte - Solos nos quais um ou mais nutrientes nordeste, os fatores climatológicos são os de
disponíveis aparecem apenas em pequenas quan- maior importância.
tidades. Apresentam normalmente baixa soma
de bases trocáveis (S). Em alguns casos, propriedades individuais dos
solos têm grande influência na água disponível
Quando outros fatores são favoráveis, o con- que pode ser armazenada. Entre estas proprieda-
teúdo de nutrientes pemite bons rendimentos des destacam-se: textura, tipo de argila, teor de
somente para certas culturas adaptadas, sendo matéria orgânica e profundidade efetiva.
baixo os rendimentos das outras culturas e
mesmo de pastagens. Nos casos dos solos de baixada, ao lado da água
disponível que pode ser armazenada, são utiliza-
A sua utilização racional requer fertilização das outras propriedades, como altura do lençol
desde o começo da exploração agrícola. Nas freático e condutibilidade hidráulica.
regiões tropicais úmidas e subúmidas, estes solos
apresentam-se cobertos por vegetação de cerrado Todavia, dados sobre a disponibilidade de água
ou transição floresta/cerrado ("carrasco"). nos solos, precipitação e evapotranspiração, são
muito escassos para serem usados como base na
Também são considerados, nesta classe, os solos determinação do grau de limitações por deficiên-
com sais tóxicos devido a sais solúveis ou sódio cia de água. As observações de campo, mais uma
trocável, que permitem o cultivo somente de vez, são utilizadas. Observações sobre comporta-
plantas tolerantes (condutibilidade elétrica do mento das pastagens, tipo de culturas e vegeta-
extrato de saturação entre 8 e 15 mmhos/cm). ção natural, são necessárias para a suplemen-
tação dos dados disponíveis. A vegetação natu-
Muito Forte - Solos com conteúdo de nutrien- ral, evidentemente, só poderá ser considerada
tes muito restrito praticamente sem nenhuma nos casos em que é adaptada às condições da
possibilidade de agricultura, pastagens e floresta- água nos solos.
menta. Apresentam soma de bases trocáveis (S)
muito baixa e estão normalmente cobertos por Até que melhores métodos sejam encontrados, a
vegetação de cerrado, nas regiões tropicais úmi- relação de umidade com os tipos de vegetação,
das e subúmidas. que por sua vez estão relacionados com as
regiões bioclimáticas de Gaussen, foi a principal
Também são considerados nesta classe os solos base para o estabelecimento desta limitação. A
com sais tóxicos devido a sais solúveis ou sódio vegetação natural reflete as condições de varia-
trocável, que permitem o cultivo somente de ção da deficiência de água na área.
plantas muito tolerantes (condutibilidade elétri-
ca do extrato de saturação maior que 15
mmhos/cm). Podem ocorrer áreas desprovidas de Graus de Limitações por Deficiência de Agua
cobertura vegetal e crostas salinas.
Nas definições seguintes, não foi dispensada
bastante atenção à regularidade ou irregularidade
Deficiência de Agua de escassez de água e os riscos decorrentes de
fracassos de cu Itu ras.
A deficiência de água é uma função da quanti-
dade de água disponível às plantas e das condi- Nula - Solos nos quais a deficiência de água
ções climatológicas, especialmente precipitação e disponível não constitui limitação para o cresci-
evapotranspiração. Nos desertos, em algumas mento das plantas. A vegetação é de floresta
áreas superúm idas, e mesmo nas áreas secas do perenifólia.
111/85
Solos com lençol treático (solos de baixada), Excesso de Agua (Deficiência de Oxigênio)
pertencendo a esta classe, podem ocorrer em
clima com estação seca. O excesso de água está geral mente relacionado
com a classe de drenagem natural do solo que,
Ligeira - Solos em que ocorre uma pequena por sua vez, é resultado de condições climatoló-
deficiência de água disponível durante um curto gicas (precipitação e evapotranspiração), relevo
período, que constitui parte da estação de local, propriedades do solo e altura do lençol
crescin1ento. São encontrados em climas com freático.
curta estação seca (0-3 meses). A vegetação
normalmente é de floresta subperenifólia.
Na maioria dos casos existe uma relação direta
Solos com lençol freático, pertencendo a esta entre classe de drenagem natural e deficiência de
classe, podem ocorrer em climas com maior oxigênio.
período seco.
As características do perfil de solo são usadas
Moderada -Solos nos quais ocorre uma conside- para determinar a classe de drenagem sob condi-
ráv.el deficiência de água disponível, durante um ções naturais. No solo drenado artificialmente, a
período um tanto longo. São encontrados em relação entre classe de drenagem e deficiência de
climas com uma estação seca um tanto longa (3 oxigênio não é mais direta, enquanto o sistema
a 7 meses) ou em climas com uma curta estação funcionar adequadamente para remover o exces-
seca quando são arenosos ou muito rasos. A so de água.
vegetação é normalmente floresta subcaduci-
fólia.
Em solos que apresentam lençol freático, o fator
Solos com lençol freático ou com água estagnada mais importante é a altura do lençol, ao passo
(temporária), pertencendo a esta classe, podem que nos solos sem lençol freático são considera-
ocorrer em climas com um longo período das as seguintes propriedades: estrutura, permea-
seco. bi Iidade, presença ou ausência de camada menos
permeável (restringindo o enraizamento) e pro-
Forte - Solos nos quais ocorre uma grande fundidade da mesma.
deficiência de água disponível durante um longo
período que coincide com a estação de cresci-
mento da maioria das culturas. Deve-se notar que deficiência e excesso de água
são aqui considerados como aspectos distintos
Solos pertencentes a esta classe são somente das condições agrícolas dos solos. Um mesmo
encontrados em climas com um longo período solo pode apresentar limitações por deficiência
seco (maior que 7 meses) ou em climas com uma de água na estação seca, e por excesso na estação
estação seca menor (3 a 7 rneses), quando são chuvosa. Nem todas as combinações são no
arenosos ou muito rasos. A vegetação nesta entanto possíveis, pois um solo com uma forte
classe é caatinga arbórea ou floresta caducifólia. deficiência de água, em geral, não terá mais que
uma ligeira limitação por excesso.
Muito Forte ·- Solos nos quais ocorre uma
grande deficiência de água disponível durante
um longo período, com uma estação de cresci- Neste aspecto das condições agrícolas dos solos
mento muito curta. A vegetação é a caatinga são também considerados os riscos de inunda-
arbustiva que apresenta o grau mais acentuado ção, pois causam uma deficiência temporária de
de xerofitismo no Brasil. oxigênio e danos às plantas não adaptadas.
111/86
Graus de Limitações por Excesso de Agua A referência para a suscetibilidade à erosão, é a
Deficiência de Oxigênio que ocorreria se os solos fossem usados para
culturas, em toda a extensão do declive e sem a
Nula - Solos nos quais a aeração não está adoção de medidas de controle à erosão.
afetada pela água, durante qualquer parte do
ano. A suscetibilidade à erosão está na dependência
de fatores climatológicos (principalmente inten-
São solos que variam normalmente, de bem até sidade e distribuição das chuvas), da topografia e
excessivamente drenados. comprimento dos declives, do micro relevo e dos
seguintes fatores do solo: infiltração, permeabili-
Ligeira - Solos nos quais as plantas que têm dade, capacidade de retenção de umidade, pre-
ra(zes sens(veis a uma certa deficiência de ar, são sença ou ausência de camada compactada no
prejudicadas durante a estação chuvosa. perfil, coerência do material do solo, superHcies
de deslizamento e presença de pedras na super-
São solos moderadamente drenados ou com Hcie, que possam agir como protetoras. Muitos
risco de inundação ocasional. dos fatores citados são resultantes da interpre-
tação de propriedades do solo, tais como:
Moderada -Solos nos quais as plantas, de ra(zes textura, estrutura, tipo de argila e profundidade.
sens(veis a uma certa deficiência de ar são
prejudicadas pelo excesso de água, durante a
estação chuvosa. Os Latossolos são um exemplo no qual as
propriedades do solo são favoráveis, sendo a
São solos imperfeitamente drenados ou com suscetibilidade à erosão menor do que a sugerida
risco de inundações freqüentes. pelo declive. Brunos Não Cálcicos são, em
contrapartida, exemplo de solos que apresentam
Forte - Solos nos quais as plantas, de ra(zes caracter(sticas desfavoráveis sendo grande a sus-
sens(veis ao excesso de água, somente se desen- cetibilidade à erosão.
volvem de modo satisfatório mediante trabalhos
de drenagem artificial. Em geral são solos mal No decorrerdoprocesso erosivo, pode um deter-
drenados ou com risco permanente de inunda- minado solo aumentar gradativamente a sua
ções. suscetibilidade à erosão. Isto acontece em solos
nos quais houve uma erosão prévia, pela qual o
Muito Forte - Solos nos quais são necessários horizonte superficial mais' poroso e coerente foi
trabalhos intensivos de drenagem, para que as erodido e onde já se formou um sistema de
plantas de ra(zes sens(veis ao excesso d'água sulcos e voçorocas.
possam se desenvolver satisfatoriamente. Os so-
los desta classe são muito mal drenados ou estão
sujeitos a risco permanente de inundação ou O grau de suscetibilidade à erosão, para uma
permanecem inundados durante todo o ano. determinada classe de solo, é mais facilmente
determinado nas locais onde o solo é utilizado
para agricultura, sem medidas preventivas contra
Suscetibilidade à Erosão. a erosão.
111/87
Graus de Limitações por Suscetibilidade à Se usados para agricultura a erosão é reconhe-
Erosão cida por fenômenos fortes. Os danos aos solos
serão rápidos. Proteção e controle são na maioria
Nula - Solos não suscetíveis à erosão. Normal- dos casos muito difíceis e dispendiosos, ou não
mente são solos de relevo plano ou quase plano e viáveis.
que apresentam boa permeabilidade. Tais solos
com uso agrícola prolongado· (durante 10-20 Muito Forte - Solos muito fortemente suscetí-
anos) não apresentam ou quase não apresentam veis à erosão. Compreende todos os solos com
erosão. declividades muito íngremes, que não tenham
condições físicas boas, assim como compreende
Ligeira - Solos que apresentam alguma susceti- solos com declividades íngremes no caso de
bilidade à erosão. São solos que normalmente terem condições físicas desfavoráveis.
apresentam declividades suaves (2 a 6%) e boas
condições físicas. Podem ser mais declivosos Se usados para agricultura, serão destruídos em
quando as condições físicas são muito fa- poucos anos. Se usados para pastoreio, o risco de
voráveis. danos ainda é grande. Proteção e controle, nesta
classe, não são viáveis técnica e economi-
Se usados para agricultura, a erosão é reconhe- camente.
cida por fenômenos ligeiros. O horizonte A
ainda está presente, podendo parte ter sido
Impedimentos ao Uso de Implementes Agrícolas
removida (25-75%), após prolongado uso. Pro-
(Mecanização)
teção e controle são, em geral, de fácil execução.
111/88
Graus de Limitações por Impedimentos ao Uso b) Declividades menores que 20% mas com
de Implementas Agrícolas. moderados impedimentos devidos à pedre-
gosidade ( 1-15%), rochosidade ( 10-25%),
Nula - Solos nos quais podem ser usados, na ou profundidade exígua dos solos.
maior parte da área, durante todo o ano, todos
os tipos de implementas agrícolas. O rendimento c) Topografia plana, com moderados impedi-
do trator é maior que 90%. mentos devidos à textura arenosa ou argilo-
sa, com presença de argilas do tipo 2:1 ou
Apresentam topografia plana, com declividades lençol freático alto.
menores que 8%, sem outros impedimentos
relevantes à mecanização. Forte- Solos que na maior parte da área podem
ser cultivados somente com uso de implementas
Ligeira - Solos nos quais, na maior parte da manuais.
área, podem ser usados quase todos os tipos de
implementas agrícolas. O rendimento do trator é Estes solos apresentam:
de 60%a 90%.
a) Declividades de 40% a 80%, com uma
Esses solos apresentam: topografia montanhosa, que pode ser par-
cialmente forte ondulada. Sulcos e voçoro-
a) Declividades de 8 a 20%, com topografia cas podem constituir forte impedimento ao
suavemente ondulada ou ondulada, quando uso de implementas.
não se apresentam outros impedimentos de
natureza mais séria. b) Declividade menores que 40%, com fortes
b) Topografia plana, mas com ligeiros impe- impedimentos devidos à pedregosidade
dimentos devidos à pedregosidade (0,5 a (15-40%), rochosidade (25-70%), ou a solos
1,0%), rochosidade (2-1 0%), profundida- rasos.
de exígua dos solos, textura arenosa ou argi-
losa, com presença de argilas do tipo 2:1 ou Muito Forte - Solos que não podem, ou
lençol freático alto. somente com grande dificuldade podem ser
usados para a agricultura. Não possibilitam o uso
Moderada - Solos nos quais, na maior parte da de implementas tracionados e mesmo a utiliza-
área, somente os tipos mais leves de imple- ção de implemento'S manuais é difícil.
mentas agrícolas podem ser usados, algumas
vezes somente durante parte do ano. São usados, Esses solos apresentam:
comumente, equipamentos tracionados por ani-
mais. Se usados tratores o rendimento· é menor a) Declividade de mais de 70%, em topografia
que 60%. montanhosa e, às vezes, escarpada.
111/89
trabalho, foi desenvolvida com base em dois Culturas de Ciclo Curto (que não ultrapassar11
sistemas principais de manejo: sistema de dois anos): algodão herbáceo, soja, amendoim,
manejo primitivo e sistema de manejo desenvol- abacaxi, arroz, abóbora, araruta, batatinha (bata-
vido e sem irrigação. ta-inglesa), batata-doce, cará (inhame), fava,
feijão, fumo, girassol, hortaliças, milho, man-
A escolha de apenas dois sistemas de manejo dioca, mamona, melão, melancia, e sorgo.
possibilita a visualização da utilização dos solos
sob dois ângulos opostos. Culturas de Ciclo Longo (superior a dois anos):
cacau, seringueira, dendê, guaraná, cumaru, aba-
Os sistemas de manejo foram definidos com base cate, banana, coco, caju, citros, figo, fruta-pão,
nos seguintes fatores, considerados como mais goiaba, jambo, mamão, manga, maracujá, cana-
importantes: nfvel de investimento de capital, -de-açúcar, pimenta-do-reino, pastagem plantada,
grau de conhecimentos técnicos operacionais, sapoti, cupu-açu e urucu.
tipo de tração e implementas agrfcolas. O nfvel
de investimento de capital compreende, inver-
9.2.1. Sistema de Manejo Primitivo e Classes de
sões na aplicação de fertilizantes, cultivo de
Aptidão Agrícola
variedades selecionadas e híbridos, conservação
da umidade, drenagem, controle de erosão, etc.,
Neste sistema de manejo, as práticas agrícolas
e está na dependência do conhecimento técnico
dependem de métodos tradicionais, que refletem
dos proprietários e agricultores.
um baixo nível de conhecimentos técnicos. Não
Foram estabelecidas, para cada sistema de ma- há emprego de capital para manutenção e
nejo, quatro classes de aptidão: boa, regular, melhoramento das condições agrícolas dos solos
restrita e inapta. O enquadramento de uma e das lavouras. Os cultivos dependem, principal-
determinada unidade de solo, em uma destas mente, do trabalho braçal. Alguma tração animal
classes, é feito com base nos graus de limitações, é usada, com pequenos implementas.
que por sua vez são determinados pelas possibi-
lidades ou não de remoção ou melhoramento das Este é o sistema agrícola que predomina na área.
limitações que afetam este solo. A limpeza da vegetação é feita por queimadas e,
no caso de culturas de ciclo curto, o uso da terra
No sistema de manejo primitivo, não sendo nunca é permanente, sendo a terra abandonada
viável o melhoramento destas condições, as para recuperação quando os rendimentos decli-
classes de aptidão em função de cada fator nam fortemente. t muito comum a consorciação
limitante, expressam os graus atribufdos em de duas ou três culturas e as lavouras de caráter
condições naturais, a cada uma das limitações, mais permanente só são possíveis em áreas onde
salvo impedimentos à mecanização, cujos graus a fertilidade dos solos é alta.
não têm estreita relação com as classes de
aptidão, neste nível de agricultura primitiva. As classes de aptidão, neste sistema, estão
definidas em termos de grau de limitações nas
Deve-se ainda ressaltar que as classes de aptidão condições naturais, para uso na agricultura. Este
são atribuídas, separadamente, para culturas de uso inclui culturas de ciclos curto e longo.
ciclo curto e ciclo longo, em virtude destas CLASSE I - Aptidão Boa - As condições
culturas apresentarem grandes diferenças quanto agrícolas dos solos apresentam limitações nula a
à exigência de solo e tratos culturais. ligeira, para um grande número de culturas
Para fins de esclarecimento, estão enumeradas climaticamente adaptadas. Os rendimentos das
abaixo as culturas consideradas, neste trabalho, culturas são bons e não existem restrições
como de ciclo curto e de ciclo longo. importantes para as práticas de manejo.
111/90
CLASSE 11 - Aptidão Regular- As condições . Área
agrícolas dos solos apresentam limitações moder- Classe de Aptidão
Km %o
adas para um grande número de culturas climati-
llla- RESTRITA para cultu-
camente adaptadas. Pode-se prever boas produ- ras de ciclo curto e
ções durante os primeiros 10 anos, que decres- longo. 86.970 66,01
lllb- RESTRITA para cultu-
cem rapidamente para um nível mediano nos 10 ras de ciclo curto e
anos seguintes. INAPTA para culturas
de ciclo longo. 160 0,12
lllc- RESTRITA para cultu-
Enquadram-se nesta classe solos de áreas que ras de ciclo longo e
apresentam riscos ligeiros de danos ou fracasso INAPTA para culturas
de culturas, por irregularidade na distribuição de ciclo curto. 19.080 14,47
IVa- INAPTA para culturas
das precipitações pluviométricas, com probabi- de ciclo curto e longo;
lidade de ocorrência de uma vez num período de adequada para pasto-
reio extensivo. 16.490 12,54
mais de 5 anos. IVb- INAPTA para o uso
agrfcola e pastoreio ex-
tensivo. 9.040 6,86
CLASSE 111 - Aptidão Restrita - As condições
agrícolas dos solos apresentam limitações fortes
para um grande número de culturas climati-
camente adaptadas. Pode-se prever produções 9.2.2. Sistema de Manejo Desenvolvido e Classes
medianas durante os primeiros anos, mas estas de Aptidão Agrícola
decrescem rapidamente para rendimentos
baixos, dentro de um período de 10 anos. No sistema de manejo desenvolvido e sem
irrigação, o uso de capital é intensivo e há um
Enquadram-se nesta classe solos de áreas que alto nível técnico especializado. As práticas de
apresentam riscos moderados de danos ou fra- manejo são conduzidas com auxílio de maqui-
casso de culturas, por irregularidade na distribui- naria de tração motorizada, incluindo a utili-
ção das precipitações pluviométricas, com proba- zação de resultados de pesquisas agrícolas.
bilidade de ocorrência de uma vez num período
de 1-5 anos. Estas práticas incluem trabalhos intensivos de
drenagem, medidas de controle da erosão, cala-
CLASSE IV - Inapta -As condições agrícolas geme fertilização.
dos solos apresentam limitações muito fortes
para um grande número de culturas climatica- Neste sistema de manejo, as classes de aptidão
mente adaptadas. Pode-se prever produções bai- são definidas em termos de graus de limitações,
xas e muito baixas já no primeiro ano de uso. As que são determinados de acordo com a possibili-
culturas não se desenvolvem ou não é viável o dade ou não de remoção ou melhoramento das
seu cultivo. E possível que umas poucas culturas condições naturais. Aqui também são conside-
adaptadas possam ser cultivadas. radas culturas de ciclo curto e longo.
Enquadram-se nesta classe solos de áreas que CLASSE I - Aptidão Boa - As condições
apresentam fortes riscos de danos ou fracasso de agrfcolas dos solos apresentam limitações nula a
culturas, por irregularidade na distribuição das ligeira para uma produção uniforme de culturas
precipitações pluviométricas, com probabilidade climaticamente adaptadas. Os rendimerJtos das
de ocorrência de uma vez ou mais cada ano. culturas são bons e não existem restrições
importantes para as práticas de manejo.
Neste sistema de manejo obteve-se os seguintes
resultados: CLASSE li - Aptidão Regular - As condições
111/91
agrícolas dos solos apresentam limitações mode- CLASSE IV - Inapta - As condições agrícolas
radas, para uma produção uniforme de culturas dos solos apresentam limitações muito fortes
climaticamente adaptadas. Pode-se obter boas para uma grande variedade de culturas climatica-
produções, mas a manutenção destas e a escolha mente adaptadas. A produção, economicamente,
das culturas e das práticas de manejo são não é viável, devido a uma ou mais limitações
restringidas por uma ou mais limitações que não que não podem ser removidas.
podem ser total ou parcialmente removidas.
Área
Classe de Aptidão %
111/92
Tabela de Conversão para Avaliação da Aptidão Agrrcola dos Solos
Sistema de Manejo Primitivo
Limitações por
Classes de Culturas
Aptidão Deficiência de
Deficiência de Excesso Susceptibilidade Impedimento ao
Fertilidade Uso delmplementos
Natural
Água de Água à Erosão
Agrfcolas
Tabela de Conversão para Avaliação da Aptidão Agrrcola dos Solos Sistema de Manejo Desenvolvido (Sem Irrigação)
Limitações por
Classes de Deficiência de Impedimento ao
Aptidão Culturas Deficiência Excesso Susceptibilidade Uso de Implementas
Fertilidade de Água de Água à Erosão
Natural Agrfcolas
I
Ciclo Curto Nula Ligeira Ligeira Nula Nula
Boa
Ciclo Longo Nula Ligeira Nula Ligeira Ligeira
Ligeira a Nula a Ligeira
11 Ciclo Curto Ligeira Moderada Ligeira
Moderada
Regular
I..Jgeira a Ligeira a Ligeira a Ligeira a Moderada a
Ciclo Longo Forte
Moderada Moderada Moderada Moderada
111/93
QUADRO 1 -AVALIAÇÃO DA APTIDÃO AGRICOLA DOS SOLOS
Fase Estimetivas dos G,.... de LomitiÇ6es dos Pnncopaos Condiçllel Agrlcolas dos Sol01 para 01 Dois Sistemas de Manejo Classes de Aptidio Agrlcola
Rel11110 Deficiência de Fer· Defici6ncoe de ÁIJUa Suecaptibilidede Impedimento ao Uso de Sistema de Manejo Sistema de Manejo
tilidede Naturll Ex'*IOde,..a à EI'Diio lmplernentos Agrlcolas Primitivo Delanvolvodo
Unid.
Map,
v~
•
Promitivo Desenvolvido Primitivo Delanvolvodo Promttivo Desenvolvido Primitivo Desenvolvido Primitivo Desenvolvido~! r:~ Slmbolo ~: ~ Slmbolo
Plano a Suave On- Moderade Logeora a Logeora Logeora Nula a Nula a Nula a
LA1 dulado - Floresta Logeora Nula Nula 111 111 I lia 111 11 llc
Moderade Logeora L1ge1ra Logeora
Suave Ondulado Moderade Moderade Logeora Logeira Nula Nula Logeora Ligeora Logeora Logeora a IV 111 lHe 111 11 llc
LA2 - Flcnste a Forte Moderade m 111 Ilia
Plano e Suave On-
dulado -Campo Moderade Ligeora Nula a Logeira a
~ Cerrado
a Forte Moderade Logeire Logeira Nula Nula Ligeira
Logeora Moderada
111 111 Ilia 111 111 I lia
Ondulado a Forte
LV6 Ondulado- Moderada Logeora Logeora L1ge1ra Forte a Moderada Moderada
Nula Nula Muito Forte a Forte Moderada a Forte IV 111 lllc IV 111 lllc
Florasta
Plano e Suwe On- Logeira a L1ge.raa Logeora Logeora Moderada 111 111 llla 111 111 I lia
LV1o dulado Floresta Moderada a Forte Moderada Nula Nula Nula L1ge1ra
Moderada
Pleno e Su1111a On- Moderada Logeora a Logeora Moderade Nula Nula Nula Logeora 111 111 llla 111 111 Ilia
LVu dulado Florista Moderada Logeora Moderada
a Forte
QUADRO 3- Avaliação da Aptidão Agrlco:a dos Solos
Fase Esttmattvas dos Graus de Ltmttações das Prtnctpats Condições Agrícolas dos Solos para os Dots Sistemas de ManeJO Classes de Aptidão Agrfcola
Relevo Oeficiêncta de Fer- Susceptibilidade Impedimento ao Uso de Sistema de ManeJO Sistema de ManeJo
tilidade Natural
Oeficiêncta de Água Excesso de Água
a Erosão Implementas Agrícolas Pnmtttvo Desenvolvtdo
Unod.
Map. Vegetação Pnm•t•vo Desenvolvtdo Pnmtttvo Desenvolvtdo Pnmtttvo Dezenvolvtdo Pnm•t•vo Desenvolvtdo Pnmtttvo Ciclo Ciclo • Ciclo Ciclo
Desenvotvtdo Curto Long Stmb. Curto Long. Símb.
Montanhoso - L•getra a
LV13 Moderada Ltgetra Ltgetra Nula Nula Mutto Forte Forte Mutto Forte MultO Forte ·IV IV IVb IV IV IVb
Floresta Moderada
HL2 Plano - Campo Forte Forte Nula Nula Mutto Forte Muito Forte Nula Nula Forte Muito Forte IV IV IVa IV IV IVa
'C.õ
01
Fase Esttmattvas dos Graus de L1mitações das Pnnctpats Condições Agrícolas dos Solos para os Dots Sistemas de Manejo Classes de Aptodão Agrícola
Relevo Deficiência de Fer· Oeficiêncoa de Água Excesso de Água Suscaptibilidade Impedimento au Uso de Sistema da Manejo Sistema de Manejo
tnidade Natural à Erosão Implementas Agrlcolas Pnmitivo Desenvolvido
Unod. e Pnmitivo Desenvolvtdo Pnmitivo Desenvolvtdo Pnmitivo DesenvolvidO Pr1m1t1VO Desenvolvido Pnm1t1vo Desenvolv1do 8~~~ E~C,::. Simb. cf~~~ Í~~~. Símb.
Map. Vegetaçio
HG1
Plano- Campo e
Nula Nula Nula Nula Muito Forte Muito Forte Nula Nula Muito Forte Muito Forte IV IV lY.!. IV IV IV a
Floresta IVb IVb
HG2 Plano - Campo Nula Nula Nula Nula Muito Forte Muito Forte Nula Nula Muoto Farta Muoto Forte IV IV IVa IV IV IVa
HG3 Plano - Floresta L1getre Logeora Nula Nula Forte Moderada Nula Nula Moderada Forte 111 IV lllb 111 IV lllb
Moderada
Hl1 Plano - Floresta Moderada Nula Nula Forte Forte Nula Nula Muito Forte Muito Forte IV IV IVb IV IV IVb
a Forte
Plano - Floresta Moderada Nula Nula Forte Nula Nula Muito Fone Muito Forte IV lY.!. IVa
Hl2 a Forte Moderada Forte IV IV IV
IVb IVb
SM Plano - Mangue Muito Forte Muito Forte Nula Nula Muito Forte Muito Fone Nula Nula Muito Forte Muito Forte IV IV IVb IV IV IVb
Após a avaliação dos estudos dos Solos e da de bases > 50%). Ocorrem extensi-
Aptidão Agrícola (Sistema de Manejo Primitivo vamente na porção leste da área, na
e Desenvolvido), foi possível fazer as seguintes planície flúvio-marinha. Suas princi-
conclusões e recomendações: pais limitações para utilização agrícola
são devidas aos riscos de inundações e
1. Aproximadamente 6,86% da área em lençol freático elevado. Removido o
condições naturais é inapta ao uso excesso d'água por drenagem artificial
agrícola e pastoreio extensivo, pois e controlada as inundações, esta área
apresentam limitações muito fortes poderia tornar-se altamente produtiva.
com relação à fertilidade natural, à Ressalte-se que melhoramentos hi-
textura do solo, ao excesso de água e dráulicos para recuperação desses so-
ao relevo. los requereriam investigação, organiza:
ção e investimento de capital numa
2. As unidades de mapeamento LA1 , escala vultosa, a exemplo do que se
LV 1, LVs e P83, muito embora não tem feito experimentalmente no vale
possuam solos com disponibilidade de do rio Paraíba, em São Pau]o, e no
nutrientes, poderiam ser utilizados vale do rio São João, em Macaé, na
para uma agricultura racional, utilizan- baixada fluminense.
do o sistema de Manejo Desenvolvido.
Requerem experimentação de tipo de 6. Recomenda-se estudos de viabilidade
culturas, calagem e adubação. para empreendimentos agropastoris.
De uma maneira geral as pastagens se
3. Levando-se em conta os dois sistemas desenvolvem satisfatoriamente, e a pe-
de manejo, as terras inaptas no sistema cuária, principalmente a de corte, po-
primitivo correspondem a 6,86% e no derá se constituir numa atividade alta-
sistema desenvolvido a 8,43% da área. mente rentável.
4. As terras que apresentam melhores 7. Deverá ser mantida uma política rígi-
possibilidades de utilização são as de da de controle de implantação de
classes I lia, no sistema primitivo, e as empreendimentos agropastoris, a fim
de classes llc, no sistema desen- de que a região não venha, futu-
volvido. ramente, a sofrer com a transformação
de áreas hoje aproveitáveis, dentro de
5. Os solos mais férteis são os Gley um planejamento racional, em áreas
Pouco Húmico Eutrófico (saturação improdutivas.
111/96
11. ANEXO
LOCALIZAÇÃO -Serra Tumucumaque, extremo sudeste, Território Federal do Amàpá, Ponto 152
Lat. 1° 20' N e Long. 52° 54' W Gr.
SITUAÇÃO, DECLIVIDADE E EROSÃO -Terço superior de encosta com declive de mais de 60% e
erosão Iam ina r forte.
A1 O - 1O em; bruno avermelhado (5 YR 4/4, úmido); argila; fraca média granular; friável,
plástico e pegajoso; transição plana ê clara.
B1 10- 30cm; vermelho amarelado (5 YR 4/6, úmido); argila pesada; maciça; friável, plástico e
pegajoso; transição plana e gradual.
B21 30- 80 em; vermelho amarelado (5 YR 4/6, úmido); argila pesada; maciça; friável, plástico e
pegajoso; transição plana e gradual.
B22 80- 120 em+; vermelho amarelado (5 YR 4/6, úmido); argila pesada; maciça; friável, plástico
e pegajoso.
111/97
PERFIL N? 7
Prof. % %
c 100AI
Protocolo
em
Horiz. Ki Kr --
Si0 2 AI203 Fe203 c N N AI+S
4;0 3,7 - - 10 2 29 59 5 92
4,6 4,3 - - 10 2 26 62 1 99
4,8 4,6 - - 6 2 23 69 X 100
5,0 4,9 - - 9 2 24 65 2 97
ANÁLISE: IPEAN
111/98
Perfil N~8 Folha NA.22-V -0
LOCALIZAÇÃO - Na estrada de ligação entre os rios Amapari e Araguari. Serra do Navio. Município
de Macapá. Território Federal do Amapá. Lat. 0"57' N e Long. 51° 59' W Gr.
SITUAÇÃO, DECLIVIDADE E EROSÃO- Meia encosta de elevação com 10-15% de declive e erosão
laminar moderada.
A1 O- 10 em; bruno amarelado escuro (10 YR 4/4, úmido); franco argiloso; fraca média granular;
friável, plástico e pegajoso; transição plana e clara.
B1 10- 40 em; bruno amarelado (10 YR 5/4, úmido); argila; maciça; friável, plástico e pegajoso;
transição plana e gradual.
B21 40- 80 em; bruno amarelado (10 YR 5/5, úmido); argila; maciça; friável, plástico e pegajoso;
transição plana e difusa.
B22 80- 150 em+; bruno amarelado (10 YR 5/6, úmido); argila; maciça; friável, plástico e
pegajoso.
11'1/99
PERFIL N? 8
LOCAL: Na estrada de ligação entre os rios Amapari e Araguari. Serra do Navio. Município de Macapá-
Território Federal do Amapá. Lat. 0°57'N e Long. 51°59'W Gr.
CLASSIFICAÇÃO: Latossolo Vermelho Amarelo Oistrófico textura argilosa.
Prof. % %
Protocolo Horiz. Ki Kr
c
-- 100AI
em Si0 2 AI203 Fe 20 3 c N N AI+S
.
12472 0- 10 At - - - - - 1,56 0,15 10 57
12473 10- 40 Bt - - - - - 0,75 0,09 8 72
12474 40- 80 B21 - - - - - 0,26 0,04 7 79
12475 80-150 822 - - - - - 0,15 0,03 5 73
I I l floculação
H20 KCI Calhau Cascalho
>20mm 20-2mm
Areia
grossa l Areia
fina
l Silte
Argila
total I
Argila
nat.
%
4,2 3,8 - - 11 24 29 36 1 97
4,7 4,0 - - 13 17 29 41 X 100
5,0 4,0 - - 8 20 20 52 X 100
5,1 4,2 - - 10 15 18 57 X 100
ANÁLISE: IPEAN
111/100
Perfil N~ 5 Folha NA.22-V -A
LOCALIZAÇÃO - Município de Mazagão, Território Federal do Amapá, ponto 143. Lat. 1° 28' N e
Long. 53° 33' W Gr.
SITUAÇÃO, DECLIVIDADE E EROSÃO- Encosta com 3-5% de declive e erosão laminar ligeira.
15- 50cm; brunoamarelado (10YR 5/4, úmido); francoargiloso; fraca pequena a média
blocos subangulares; friável, plástico e pegajoso; transição plana e gradual.
8.0- 120 em+; coloração variegada composta de amarelo avermelhado (7.5 YR 6/8, úmido) e
vermelho (10 R 4/6, úmido); franco argiloso; moderada média a grande blocos subangulares;
friável, plástico e pegajoso.
OBSERVAÇOES: Solo intermediário para Latossolo Vermelho Amarelo Distrófico textura argilosa.
Descrito e coletado com auxílio de trado de caneco.
111/101
PERFIL N? 5
Prof. % %
Protocolo Horiz. Ki Kr -c 100AI
em Si0 2 AI203 Fe 20 3 c N N AI+S
I 1 grossa floculação
,.
H20 I KCI Calhau Cascalho
>20mm 20-2mm
Areia
J
Areia
fina l Silte
l Argila
total I
Argila
nat.
%
4.4 3,8 - - 20 19 31 30 20 33
4,6 3,9 - - 18 17 28 37 26 30
5,0 3,8 - - 10 10 40 40 X 100
5,5 3,9 - - 13 10 41 36 X 100
ANÁLISE: IPEAN
111/102
Perfil N~ 14 Folha NA.22-V-B
SITUAÇÃO, DECLIVIDADE E EROSÃO - Perfil coletado em local plano com 2-5% de declive e
erosão nula.
A1 O - 20 em; bruno acinzentado muito escuro (10 YR 3/2, úmido); franco arenoso; maciça
porosa com aspecto de fraca pequena granular; friável a muito friável, ligeiramente plástico e
não pegajoso; transição plana e difusa.
A3 20 - 55 em; bruno escuro a bruno (10 YR 4/3, úmido); franco arenoso; maciça porosa com
aspecto de fraca pequena granular e muito pequena blocos subangulares; friável, plástico e
ligeiramente pegajoso; transição plana e gradual.
B1 55 - 85 em; bruno amarelado (10 YR 5/6, úmido); franco arenoso; maciça porosa com
aspecto de fraca pequena e média granular e muito pequena em blocos subangulares; friável,
plástico e ligeiramente pegajoso; transição plana e difusa.
B21 85- 115 em; bruno forte (7.5 YR 5/6, úmido); franco arenoso; maciça porosa com aspecto
de fraca média granular e pequena em blocos subangulares; firme, plástico e pegajoso; transição
plana e difusa.
B22 115 - 135 em; coloração variegada composta de bruno forte (7.5 YR 5/6, úmido) e vermelho
(2.5 YR 4/8, úmido); franco arenoso; maciça porosa com aspecto de fraca pequena granular e
pequena em blocos subangulares; firme, plástico e pegajoso.
OBSERVAÇÃO: Estes solos apresentam nos horizontes B:21 e B22 , concreções ferruginosas de
diâmetro 4 a 1O mm. de cor vermelha ( 1O R 4/6), que abaixo dos 135 em impedem a
penetração do trado.
111/103
PERFIL N'? 14
Prof. % %
Protocolo Horiz. Ki Kr -c- 100AI
em Si0 2 AI203 Fe 2 0 3 c N N AI +S
3,9 3,7 o 15 5 61 29 5 2 60
4,2 4,0 o 16 4 57 28 11 2 82
4,4 4,2 o 12 6 53 23 18 6 66
4,5 4,3 o 17 6 49 27 18 1 94
4,6 4,3 o 27 10 48 23 19 X 100
ANÁLISE: IPEAN
111/104
Perfil N~ 24 Folha NA.22-X-C
SITUAÇÃO, DECLIVIDADE E EROSÃO - Perfil coletado com trado holandês, em local plano com
Q-2% de declive e erosão nula.
O- 30 em; bruno escuro (10 YR 3/3, úmido); franco siltoso; fraca muito pequena e pequena
em blocos subangulares; friável, não plástico e não pegajoso; transição gradual e plana.
30-50 em; bruno amarelado escuro (10 YR 4/4, úmido); franco siltoso; fraca pequena blocos
subangulares; friável, ligeiramente plástico e não pegajoso; transição gradual e ondulada.
50 - 75 em; bruno forte (7.5 YR 5/6, úmido); franco argila siltoso; moderada pequena e
média blocos subangulares; firme, plástico e ligeiramente pegajoso; transição plana e difusa.
75 - 110 em; vermelho (2.5 YR 5/8, úmido), mosqueados comum pequeno e médio
proeminente bruno muito claro acinzentado (1 O YR 7/4, úmido) e abundante médio distinto
vermelho (2.5 YR 4/6, úmido); franco·argilo siltoso; moderada média e grandes blocos
subangulares; firme, plástico e ligeiramente pegajoso.
111/105
PERFIL N? 24
LOCAL: Margem direita do rio Calçoene, Municfpio de Calçoene, Território Federal do Amapá.
Lat. 2°30'N e Long. 50°56'W Gr.
CLASSIFICAÇÃO: Laterita Hidromórfica Distrófica textura média.
Prof. % %
Protocolo
em
Horiz. Ki Kr -c 100AI
Si0 2 AI203 Fe 203 c N N AI+S
I I
Calhau Cascalho I Areia Areia Argila Argila
floculação
H20 KCI
>20mm 20-2mm grossa I fina I Silte
total I nat.
%
4,2 4,0 o 15 6 1 79 14 10 29
4,5 4,0 o 8 6 2 70 22 3 86
4,6 4,0 o 13 4 5 63 28 25 11
4,8 3,9 o 18 2 4 66 28 X 100
ANÁLISE: IPEAN
111/106
Perfil N~ 15 Folha NA.22-V-B
LOCALIZAÇÃO- Área de campo à margem direita do rio Cassiporé, fazenda do "Carmo". Município
de Calçoene- Território Federal do Amapá. Lat. 3"20' N e Long. 51°10' W Gr.
SITUAÇÃO, DECLIVIDADE E EROSÃO - Perfil coletado em área plana, com 0-2% de declive e
erosão nula.
RELEVO - Plano.
A1 O - 25 em; bruno acinzentado (10 YR 5/2, úmido), mosqueado pouco pequeno distinto
vermelho amarelado (5 YR 5/6, úmido); franco siltoso; maciça; firme, plástico e ligeiramente
pegajoso; transição ondulada e gradual.
25- 55 em; cinzento (10 YR 5/1, úmido), mosqueado muito pequeno distinto vermelho ama-
relo (5 YR 5/6, úmido); franco argilo siltoso; maciça; firme, plástico e pegajoso; transição
quebrada e gradual.
55 - 110 em; coloração variegada composta de bruno acinzentado (10 YR 5/2, úmido),
cinzento (lOYR 5/1, úmido) evermelhoamarelado (5YR 5/6, úmido);francoargilosiltoso;
maciça; firme, plástico e pegajoso.
111/107
PERFIL N? 15
LOCAL: Área de campo à margem direita do rio Cassiporé, fazenda do "Carmo", Municfpio de
Calçoene- Território Federal do Amapá. Lat. 3°20'N e Long. 51° 10'W Gr.
CLASSIFICAÇÃO: Gley Pouco Húmico Eutrófico textura média.
Prof. % %
Protocolo Horiz. Ki Kr
c
-- 100AI
em Si02 AI203 Fe 20 3 c N N AI+S
4,7 3,9 o 18 X X 74 26 23 12
5,0 3,9 o 23 X X 68 32 10 69
5,0 3,9 o 24 X X 69 31 9 71
ANÁLISE: IPEAN
111/108
Perfil N~ 16 Folha NA.22-V-B
SITUAÇÃO, DECLIVIDADE E EROSÃO - Perfil coletado em terreno plano com 0-3% de declive e
erosão nula.
RELEVO- Plano.
45 - 95 em; bruno acinzentado (2.5 YR 5/2, úmido) mosqueados pouco pequeno vermelho
amarelado (5 YR 5/8, úmido) e pouco pequeno e médio difuso cinzento claro (2.5 Y 7/1,
úmido); franco siltoso; maciça; firme, muito plástico e pegajoso.
111/109
PERFIL N? 16
LOCAL: Margem esquerda do rio Cassiporé, área de mata, localidade Maruanum. Município de Oiapoque
-Território Federal do Amapá. Lat. 3°31'N e Long. 51°'12'W Gr.
CLASSIFICAÇÃO: Gley Pouco Húmico Eutrófico textura média.
Prof. % %
Protocolo Horiz. Ki Kr
c
-- 100AI
em s:o2 AI203 Fe 20 3 c N N AI+S
4,7 4,2 o 14 X X 76 24 - -
5,3 4,3 o 16 X X 73 27 9 67
6,0 4,8 o 11 X X 81 19 9 53
ANÁLISE: IPEAN
111/110
Perfil N~ 17 Folha NA.22-V-B
LOCALIZAÇÃO - Fazenda Cururu, área de campo à margem direita do rio Cassiporé, Munic(pio de
Calçoene-Território Federal do Amapá. Lat. 3"37' N e Long. 51°10' W Gr.
SITUAÇÃO, DECLIVIDADE E EROSÃO - Perfil coletado em local plano, com 0-2% de declive e
erosão nula.
RELEVO- Plano.
18 - 50 em; bruno acinzentado escuro (10 YR 4/2, úmido), mosqueado comum pequeno e
médio distinto bruno forte (7.5 YR 5/6, úmido); franco si Itoso; maciça; firme, plástico e
pegajoso; transição ondulada e gradual.
50 - 105 em; bruno acinzentado (10 YR 5/2, úmido), mosqueado comum médio distinto
bruno forte (7.5 YR 5/6, úmido); franco siltoso; maciça; firme, plástico e pegajoso.
111/111
PERFIL N9 17
LOCAL: Fazenda Cururu, área de campo à margem do rio Cassiporé. Município de Calçoene- Território
Federal do Amapá. Lat. 3°37'N e Long. 51° 10'W Gr.
CLASSIFICAÇÃO: Gley Pouco Húmico Eutrófico textura média.
Prof. % %
Protocolo Horiz. Ki Kr
c
-- 100AI
em Si0 2 AI20 3 Fe 20 3 c N N AI+S
5,2 4,3 o 21 - - - - - -
5,9 4,9 o 13 - - - - - -
6,7 5,9 o 14 - - - - - -
ANALISE: IPEAN
111/112
Perfil N~ 18 Folha NA.22·V·B
SITUAÇÃO, DECLIVIDADE E EROSÃO - Perfil coletado em local plano, com 0-2% de declive e
erosão nu la.
RELEVO- Plano.
111/113
PERFIL N'? 18
Prof. % %
Protocolo
em
Horiz. Ki Kr -c 100AI
Si02 AI203 Fe203 c N N AI+S
5,0 3,9 o 14 X X 83 17 14 80
5,0 4,0 o 15 X X 84 16 7 56
5,5 4,3 o 14 X X 69 31 12 61
ANALISE: IPEAN
111/114
Perfil N~21 Folha NA.22-X-c
LOCALIZAÇÃO - Fazenda Minerva, área de campo, margem esquerda do rio Calçoene, Município de
Calçoene-Território Federal do Amapá. Lat. 2"32' N e Long. 50°55' W Gr.
SITUAÇÃO, DECLIVIDADE E EROSÃO- Perfil coletado com trado holandês, em local plano com
Q-2% de declive e erosão nula.
RE LEVO - Plano.
O- 30cm; cinzentoescuro (10YR 4/1 úmido); argila siltosa; maciça; firme, plástico e
ligeiramente pegajoso; transição gradual e ondulada.
30 - 60 em; cinzento (10 YR 5/1, úmido), mosqueado pouco pequeno distinto vermelho
amarelado (5 YR 5/6, úmido); argila ~iltosa; maciça; firme, plástico e pegajoso; transição plana
e difusa.
60-80 em; cinzento muito escuro (10 YR 3/1, úmido), mosqueado comum pequeno e médio
distinto vermelho-amarelado (5 YR 5/6, úmido); argila pesada; maciça; firme, plástico e
pegajoso; transição gradual e quebrada.
OBSERVAÇÃO: Nestas áreas de campo, quando no verão estão secas, o solo apresenta-se com
fendilhamento.
111/115
PERFIL N9 21
LOCAL: Fazenda Minerva, área de campo da margem esquerda do rio Calçoene, Munidpio de Calçoene-
Território Federal do Amapá. Lat. 2°32'N e Long. 50°55'W Gr .
•
CLASSIFICAÇÃO: Gley Pouco Húmico Eutrófico textura argilosa.
Prof. % %
Protocolo Horiz. Ki Kr
c
-- 100AI
em Si0 2 AI203 Fe 203 c N N AI +S
4,8 3,9 o 16 X X 54 46 17 63
5,0 4,1 o 15 X X 43 57 56 2
5,0 3,9 o 16 X X 33 67 63 6
4,5 3,7 o 15 X X 34 66 65 2
111/116
Perfil N~ 22 Folha NA.22-X.C
SITUAÇÃO, DECLIVIDADE E EROSÃO - Perfil coletado com trado holandês em local plano, com
declividade 0-2% e erosão nula.
RELEVO- Plano.
O...,. 20 em; cinzento muito escuro (10 YR 3/1, úmido); argila siltosa; maciça; firme, plástico e
ligeiramente pegajoso; transição gradual e quebrada.
20 - 60 em; cinzento (10 YR 5/1, úmido), mosqueado abundante médio e grande distinto
amarelo brunado (10 YR 6/6, úmido); argila siltosa; maciça; firme, plástico e pegajoso;
transição gradual e ondulada. ·
60 - 100 em; bruno amarelado (10 YR 5/6, úmido), mosqueado pouco pequeno e médio
distinto cinzento (10 YR 6/1, úmido); argila pesada; maciça; firme, plástico e pegajoso.
OBSERVAÇÃO: Estes solos, quando secos, são fendilhados na superfície. O material do horizonte Cg
apresenta esfoliação e brilho quando seco.
111/117
PERFIL NC? 22
LOCAL: Fazenda São Sebastião, área de campo da margem esquerda do rio Calçoene. Município de
Calçoene- Território Federal do Amapá. Lat. 2°29'N e Long. 50°53'W Gr.
CLASSIFICAÇÃO: G ley Pouco Húmico Eutrófico textura argilosa.
Prof. % %
c
-- 100AI
Protocolo
em
Horiz.
Si02 I
Al203 Fe203
Ki Kr
c N N AI +S
I I floculação
H20 KCI Calhau JCascalho
>20mm 20-2mm
Areia
grossa J
Areia
fina J Silte
l Argila
total I Argila
nat.
%
4,8 3,5 o 27 X X 55 45 32 29
4,7 3,8 o 25 X X 42 58 24 59
4,4 4,0 o 26 X X 39 61 48 21
ANÁLISE: IPEAN
111/118
11.2. ANALISE PARA AVALIAÇÃO DA FERTILIDADE DOS SOLOS·
AMOSTRAS PARA AVALIAÇÃO DA FERTILIDADE DOS SOLOS
Bases Trocéveos
Granulometroa (%) mE/100g s H+ AI+++ T v N
N°da Profun- pH p
Folha Solo Horo· T.F.S.A.
Amos- didada H20 ppm Localização
zonte
tra (cml Are1a Are1a Argila Ca ++ + K+
Grossa F ina Lo mo Total Mg ++ Na mE/100g T.F.S.A. (%) (%)
-
.....
.....
co
NA.22·V·B LVA
LVA
3
4
A1
81
82
A1
81
821
B:zz
Q-10
1().4()
40.90
Q-10
10.30
30-70
70.180
4,4
5,0
4,5
5,1
4,9
5,1
5,3
<2
< 2
<2
< 2
< 2
< 2
< 2
26
23
18
19
15
12
11
11
10
8
8
5
3
6
35
22
38
22
21
16
18
28
45
36
51
59
69
65
0,5
0,2
0,5
0,2
0,2
0,2
0,2
0,05
0,03
0,08
0,03
0,06
0,04
0,03
0,12
0,08
0,14
0,06
o, 10
0,06
0,06
0,67 10,28 1,6
0,31 5,08 0,2
0,72 10,22 1,0
0,29 3,36 0,1
0,29 7,12 0,3
0,30 3,43 0,2
12,55
5,59
11,94
3,75
7,71
3,93
5
6
6
8
4
8
0,18
0,08
0,19
0,05
0,12
0,06
Território Federal do Amapá. Munoclpoo de Oi_.a.
Estrada Oiapoque-Calçoene, a 42 km de Oi_.a.
L,at. 3°33'N Long. 51°46'W Gr.
Território Federal do Amapá. Munoclpoo de Oi_.a.
Estrada Oiapoque-Calçoene, a 65 km de Oiapoque.
Lat. 3°19'N e Long. 51°39'W Gr.
NA.22·V·B LVA 5 A1 Q-25 4,1 1 0,3 0,07 0,29 2,14 0,0 2,43 12 0,04 Territóroo Federal do AII'IIIP6. Munoc:lpio Ide Oiapoque,
A3 25-45 4,7 < 1 0,1 0,04 Rio Uaç6.l.at. ao12'N e Long. 51°20'W ür.
2,6
NA.22-V·B HL 6 A1 Q-30 4,9 1 0,4 0,03 1,1 - Territóroo Federal do Amapá. Munlclpoo de Calçoene,
A2 30-55 5,1 < 1 1,0 0,05 4,1 - margem direita do Rio Cassoporá Lat. 3° 10'N e Long.
B2pl 55-105 5,2 1 1,3 0,05 7,8 - 51°14'W Gr.
NA.22·V·8 LA 7 A1 Q-10 4,2 2 0,7 0,13 7,8 - Território Federal do Amapá. Municjplo de Oiapoque,
A3 81 10.35 4,7 < 1 0,2 0,07 2,8 - margem esquerda do Rio Cassopon!, faz. Sta. Helena.
I al 3° 12'~ 1 I filllQ 53 ° l&lYJ:i[
NA.22·X·C HL 8 AI o-30 4,2 1 0,2 0,04 2,3 - Território Federal do Amapá. Munoclpio de Calçoene,
A2 30-70 4,4 < 1 0,1 0,04 2,9 - margem esquerda do Rio Calçoene, faz Minerva. Lat.
A2pl 70.120 4,7 < 1 0,2 0,04 4,1 - 2°32'N e Long. 50°54'W Gr.
NA.22·X·C GPH 9 AI Q-30 4,8 16 4,6 0,37 5,4 - Terrltóroo Federal do Amapá. Municlpoo de Calçoene,
A3
Cg
30-80
SQ-100
5,0
4,8
11
10
3,0
6,9
0,24
0,13
3,1
2,4
- mlllll'!m direita do Rio Calçoene, Lat. 2°30'N e Long.
50°55'W Gr.
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TOS, T.X. Os solos do Estado do Pará. Belém, 47:1-67, 1967.
111/122
Foto 1 - Perfil de Laterita Hi-
drom6rfica Distr6fica relevo
plano. Rio Cassiporé, fazenda
Santa Helena, Municfpio de
Oíapoq~e. Folha NA.22-V-B.
Lat. 3 11'N e Long. 51°
15'W Gr.
Foto 6 - Panorâmica da área de Solos Hidrom6rficos Gleyzados Eutróficos relevo plano. Rio
Uaçá, Municfpio de Oiapoque. Folha NA.22-V-B. Lat. 3°55'N e Long. 51° 28'W Gr.
Foto 7 - Panorâmica da área dos campos baixos. Solos Hidromórficos Gleyzados Eutróficos
relevo plano. Rio Uaçá, Município de Oiapoque. Folha NA.22· V·B. Lat. 3°30'N e Long.
51°20'W Gr.
Foto 8 - Panorâmica da área dos campos. Solos Hidromórficos Gleyzados Eutróficos relevo
plano. Rio Uaçá, Município de Oiapoque. Folha NA.22-V·B. Lat. 3°40'N e Long. 51° 30'WGr.
YEGETIÇi
Levantamento de Recursos Naturais, V-6
IV- VEGETAÇÃO
ESTUDO FITOGEOGRAFICO
DNPM/Projeto Radam- Av. Portugal, 54- ZC.82- Urca- Rio de Janeiro, GB.
SUMARIO
RESUMO IV/9
ABSTRACT IV/11
1. INTRODUÇÃO IV/12
2. METODOLOGIA IV/13
IV/3
3.3. Descrição Fitofisionômica IV/18
5. FLORISTICA IV/43
6. BIOCLIMAS IV/47
IV/4
7. CONCLUSOES IV/52
8. RECOMENDAÇOES IV/54
9. BIBLIOGRAFIA IV/58
!V/5
TABUADAS ILUSTRAÇOES
MAPAS
Mapa Fitoecológico (em envelope anexo)
QUADROS
I. Zonação Regional (Ambientes) IV/17
11. Zonação Regional (Sub-Regiões) IV/23
111. Curvas Ombrotérmicas de Gaussen
(Estações Meteorológicas de Macapá e Amapá) IV/48
IV. Curvas Ombrotérmicas de Gaussen
(Estações Meteorológicas de Clevelândia, Cavenne, Porto Platon e Jarilândia) IV /49
V. Curvas Ombrotérmicas de Gaussen
(Estações Meteorológicas de Maripassoula e serra do Navio) IV/51
VI. Distribuição das áreas naturais IV/56
VIl. Avaliação regional do potencial de madeira IV/56
TABELAS
I. Inventário Florestal (Sub-Região dos Baixos Platôs) IV/25
11. Inventário Florestal (Sub-Região Aluvial do Amapá) IV/26
111. Inventário Florestal (Sub-Região da Plataforma Residual do Amapá) IV/28
IV. Inventário Florestal (Sub-Região da Superf(cie Arrasada do Pará/Amapá) IV/30
V. Inventário Florestal (Sub-Região da Superf(cie Dissecada Guianense) IV/33
VI. Inventário Florestal (Área de Contato Floresta/Cerrado) IV/41
FIGURAS
L Seção leste-oeste, mostrando os tipos fisionômicos de vegetação IV/21
2. Divisão bioclimática do Bloco de Macapá IV/50
3. Esquema demonstrativo de utilização primária das áreas florestadas IV /55
4. Classificação das Areas segundo a divisão bioclimática do Bloco NAINB.22 IV/55
5. Localização das Folhas, com as amostras do Inventário realizado no Bloco de
Macapá IV/60
6. Mapa fisionômico-ecológico da folha NB.22-Y-D IV/61
7. Mapa fisionômico-ecológico da folha NA.22-V-B IV/63
8. Mapa fisionômico-ecológico da folha NA.22-V-C IV/66
9. Mapa fisionômico-ecológico da folha NA.22-V-D IV/68
10. Mapa fisionômico-ecológico da folha NA.22-X-A e NA.22-X-C IV/70
11. Mapa fisionômico-ecológico da folha NA.22-Y-A IV/72
12. Mapa fisionômico-ecológico da folha NA.22-Y-B IV/74
13. Mapa fisionômico-ecológico da folha NA.22-Z-A IV/76
IV/6
14. Mapa fisionômico-ecológico da folha NA.22-Y-C IV/78
15. Mapa fisionômico-ecológico da folha NA.22-Y-D IV/80
16. Mapa fisionômico-ecológico da folha NA.22-Z-C IV/83
FOTOS
IV/7
RESUMO
O Bloco de Macapá, situado entre os paralelos 0° 00' e 4° 30' de latitude Norte e 49° 30' e 54° 00' de
longitude W. Grw., engloba parcelas das Folhas NA/NB.22, com cerca de 136.450 km 2 ,
compreendendo três Regiões Ecológicas: Região das Formações Pioneiras (com± 20.000 km 2 ), Região
do Cerrado (com± 11.000 km 2 ) e Região da Floresta densa (com± 105.000 km 2 ).
Com base nos dados de oito estações meteorológicas (classificação climática de Gaussen) e no
levantamento fisionômico-ecológico da vegetação é sugerida uma 'divisão bioclimática do Bloco de
Maca pá.
Conclusões amplas e recomendações quanto ao uso das áreas regionais complementam o trabalho.
Em anexo são apresentadas sínteses temáticas das Folhas de 01° 00' por 01° 30' precedidas de mapas
'na escala de 1:1.000.000, com urna legenda dinâmica da vegetação.
IV/9
ABSTRACT
The Macapá quadrangle, comprised between parai leis 0° 00' and 4° 30' latitude north and meridians
49° 30' and 54o 00' longitude west of Greenwich, includes sections of sheets NA/NB.22. With about
136.450 square kilometers, it covers three ecological regions: closed forest, savanna, and pioneer
formations with approximately 105.000, 11.000 and 20.000 square kilometers, respectively.
A timber potential evaluation is presented, based on a forest inventory at a exploratory regional levei.
Based on data from eight meteorological Stations (Gaussen's climatic classification) and on the
phisiognomic-ecological survey a bioclimatic division is suggested for the Macapá quadrangle.
Broad conclusions and recommendations as to regional land use complete the work.
I nclosed thematic digests are presented for each of 1o 00' by 1o 30' sheets preceded by maps on a
1:1,000,000 scale, with a dynamic legend of vegetation.
IV/11
1. INTRODUÇAO
O Bloco de Macapá, situado entre os paralelos Assim, o presente estudo, procurou apresentar
oo 00 e 4° 30' de latitude Norte e 49° 30' e os resultados de um inventário florestal de nível
54° 00 de longitude W. Grw., engloba parcelas regional e, pela observação direta, definir a
das Folhas NA e NB.22, com cerca de vegetação para uma extrapolação aerofotogramé-
136.450 km 2 cobertos pelo Radar. trica de acordo com o seguinte esquema de
organização ecológica:
Nesta área ocorrem três Regiões Ecológicas - a
das Formações Pioneiras, a do Cerrado e a da VELOSO et alii, 1973 ELLENBERG et
Floresta. densa - delimitadas pelos gradientes alii, 1965/66
ecológicos fundamentais (climático, litológico e Região (Bioma) Classe ou Subclasse
morfológico). de Formação
Sub-região (Dom fnio
O n fvel de nossa abstração foi baseado na fisionômico)
fotointerpretação em escala de 1:1.000.000. Unidade de Vegetação
(Ecossistema) Grupo de Formação
Para essa interpretação, usou-se o m fnimo indis- Unidade fisionômica
pensável de verificações terrestres aliadas à (Ambiente) Sub-grupo de Forma-
observação aérea detalhada em vôos a baixa ção
altura e pesquisas bibliográficas, para as necessá- Grupo fisionômico
rias extrapolações. (Fisionomia) Formação
Grupo de espécie
Essas linhas de vôos, cujo traçado obedeceu (Associação) Associação
sempre a uma interpretação morfológica prelimi-
nar, visaram pela observação direta do alvo,
associar a imagem com a vegetação refletida, !: evidente que a análise da correl.ação existente
ponto de partida para o levantamento básico na entre a vegetação e os fatores climáticos, lito-
imagem de Radar, na escala 1:250.000. lógicos e morfológicos não é suficiente para o
detalhe ecológico. Mas para um nfvel. regional,
A verificação terrestre das áreas de floresta foi permitido pela nossa escala de trabalho, acredita-
enriquecida com a coleta de dados dendrológicos mos ser o ideal.
e fisionômicos, através das rodovias, hidrovias e
pontos acessfveis de helicópteros, com vistas a
uma avaliação do potencial de madeira, cuja No desenvolvimento do mapeamento surgiram
metodologia, adiante descrita, define um inven- áreas encravadas de vegetação diferente que,
tário florestal adaptado às condições impostas quando próximas ao contato de duas Regiões
pela exigüidade de tempo e pelas restrições que a (zona de tensão biogeográfica), foram engloba-
floresta impõe ao emprego de helicópteros. das com a designação de "área de contato".
IV/12
2. METODOLOGIA
2.1. FOTOtNTERPRETAÇÃO 2.2. INVENTARIO FLORESTAL
A reinterpretação de cada mosaico consiste no Seguindo esse racioc(nio definiu-se como uni-
reexame das delineações feitas preliminarmente dade de amostra-padrão um retângulo (1 ha) de
tendo como base todas as observações verifica- 500 m de comprimento por 20 m de largura, que
das nas operações de sobrevôo e terrestres e a acreditamos satisfatório à avaliação regional per-
análise das bibliografias relacionadas com a área. mitida pela escala.
IV/13
li) Distribuição das Amostras 2.2.3. Processo de Medição
Diante disso, a distribuição das amostras obede- O Engenheiro Florestal orienta a locação da
ceu ao seguinte critério: amostra, dirige os trabalhos, efetua medições das
alturas de árvores e todas as anotações necessá-
rias, além de auxiliar na medição das dimensões
Em cada Folha foi inventariado um número de da amostra e identificação botânica.
pontos que variou em função das possibilidades
de acesso. Aqueles ambientes acessíveis por
rodovias normalmente receberam maior número Ao auxiliar de botânica cabe identificar as
de amostras em virtude do baixo custo opera- espécies pela observação dos caracteres da folha,
cional. !: natural que essas florestas mais acess(- casca, madeira e exudato, dando-lhes nomes
veis estejam alteradas na sua constituição pela vulgares; coletar material de espécies desconhe-
interferência do homem (extrativismo). Consi- cidas e medir as CAP 2 das árvores, além de
derando isso, estabeleceu-se que as amostras ajudar na determinação da largura exata da faixa
fossem locadas o mais distante possrvel das de levantamento (amostra)
margens das rodovias e caminhos.
IV/14
condicionaram a escolha de fórmulas simples e (Geologia e Pedologia), por facilidade de logfs-
práticas para o cálculo dos volumes das Florestas. tica, muitas amostras foram locadas junto a
clareiras abertas para aquelas equipes.
IV/15
3. LEGENDA DO BLOCO DE MACAPA
(NA/NB.22 PARCIAIS)
A experiência adquirida pela equipe do Radam 3.1.4. Floresta Tropical Densa (Ciosed Tropical
no decorrer do trabalho possibilitou a organi- Forest)
zação de uma Chave de classificação ligada a
cada Região Ecológica que deu origem à legenda I) Floresta Aluvial
para a escala de 1 :250.000 e conseqüente mapea- (AIIuvial Forest)
mento fitogeográfico do Amapá na escala de a) das áreas periodicamente
1 :1.000.000. inundadas
a.1) latifoliada sem palmei-
3.1. CHAVE DE CLASSIFICAÇÃO DOSAM- ras Fdpl
BIENTES (ESCALA 1:250.000) - QUA- a.2) latifoliada com palmei-
DRO I r as Fdpm
b) das áreas dos terraços
3.1.1. Cerrado (Savanna) b.1) Floresta ciliar de caber-
tura uniforme Fdsu
I) Cerradão b.2) Floresta ciliar com ár-
(Woodland Savanna) vares emergentes Fdse
- das áreas de relevo ondulado Sco li) Floresta das Areas Sedimentares
li) Campo cerrado (Lowland Forest)
(lsolated Tree Savanna) a) dos platôs dissecados
- das áreas de cursos d'água a.1) cobertura arbórea uni-
perenes ladeados de palmeiras Srf forme Fdtu
111) Parques b) dos baixos platôs
(Parkland Savanna) b.1) cobertura arbórea uni-
a) das áreas de drenagem densa forme Fdhu
com floresta-de-galeria Spfd b.2) cobertura de árvores
b) das áreas de drenagem esparsa emergentes Fdhe
com floresta-de-galeria Spfe
111) Floresta Submontana
(Submontana Forest)
3.1.2. Contato
a) das baixas cadeias de mon-
(Transition Savanna/Forest)
t,anhas (menos de 600 m de
altura)
- áreas de encrave FSe
a.1) cobertura arbórea uni-
Grupos
forme Fddu
3.1.3. Formações Pioneiras a.2) cobertura de árvores
(Pioneer Formations) emergentes Fdde
b) dos outeiros e colinas
I) Mar(tima b.1) cobertura arbórea
- das áreas de mangues Pmg uniforme Fdlu
11) Aluvial b.2) cobertura de árvores
- das áreas deprimidas inunda- emergentes Fdle
das periodicamente c) dos relevos dissecados
a) campestre Padc c.1) Forte/ondulado
b) arbustiva Pada (acidentados)
IV/16
QUADRO I - Zonação Regional (ambientes)
FLORESTA DENSA
(BAIXOS PLATÕS)
1 INFLUENCIA INFLUENCIA
MARITIMA ALUVIAL
FLORESTA DENSA - - - . ,
..
,l
( MANGUEZAL)
l
Ptdc- P•••
(CAMPESTRE) (ARBUSTIVA)
I
VI
(SUPERFICIE ARRASADA)
""
~
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lU
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a: I CERRADAO (CLIMAX)
~ I IA'REAS SEDIMENTARES PROFUNDAS)
z REFÚGIO
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(LAJEDOS)
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FLORESTA DENSA
!BAIXAS CADEIAlSDEMONTANHAS)
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FLORESTADEGALERIA)
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I IALERIA
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X FLORESTA DENSA
(A'REAS ALUVIAIS)
II CAMPO CERRADOISUB-CLÍMAXJ
(AREASSEDIMENTARES RASAS)
~I~ L ____ J
ÁREAS PERMANENTEMENTE A'REAS PERIODICAMENTE
ALAGADAS ALAGADAS
1 1~~r:; ~
fd'i
(IGAPÓ')
fd11
-
f4tl -
(LATIFlfLIADA (MISTA
ff,_.
S/PALMEIRAS) C/PALMEIRAS)
IV/17
- cobertura arbórea 3.2.4. Floresta Tropical Densa (Ciosed Tropical
uniforme Fdou Forest)
- cobertura de árvores
emergentes Fdoe I) Floresta Aluvial
c.2) Ondulado (AIIuvial Forest)
- cobertura arbórea a) das planícies aluviais Fdp
uniforme Fdau b) dos terraços Fdc
- cobertura de árvores li) Floresta das áreas sedimentares
emergentes Fdae a) dos platôs dissecados Fde
b) dos baixos platôs Fdb
3.1.5. Floresta Tropical Aberta 111) Floresta Submontana
(Woodland Tropical Forest) a) das baixas cadeias de
montanhas Fdt
Floresta de cipó b) do relevo dissecado Fdn
(Mainly Liana Forest)
- do relevo acidentado Fale 3.2.5. Floresta Tropical Aberta
(Open Tropical Forest)
3.1.6. Refúgio
a) latifoliada (Cipoal) Fai
dos afloramentos rochosos
(carrasco) Cr 3.2.6. Refúgio
IV/18
a) Cerradão - Formação do grupo das savanas dentes de fatores ecológicos instáveis.
arbóreas, geralmente com pouco mais de 5
metros de altura, com árvores densamente dis- No presente caso trata-se de áreas sedimentares
postas, mas de copas que não se tocam, sem um relativamente recentes:
nítido estrato arbustivo e com um tapete grami-
noso ralo, em tufos, freqüentemente intercalado a) Areas de influência marítima cobertas por
de palmeiras-anãs e plantas lenhosas rasteiras. uma vegetação litorânea, de árvores com pneu-
matóforos3 e raízes aéreas (mangue), (Fotos 9 e
b) Campo Cerrado - Formação do grupo das 10).
savanas arbóreas, com pequenas árvores esparsas
(entre 2 a 5 metros de altura), esgalhadas e b) Areas de influência aluvial caracterizada pelo
bastante tortuosas dispersas sobre um tapete conhecido "Campos do Amapá" que ocorre nos
contl'nuo de hemicriptófitas 1 , intercaladas por solos com problemas de hidromorfismo.
plantas arbustivas baixas e outras lenhosas rastei-
ras, geralmente providas de xilopódios2 Esse campo graminoso, pelas cheias periódicas
(RACHID, 1947). dos rios que divagam por numerosos cursos
d'água temporários (em parte controlados pelas
c) Parque - Formação do grupo das savanas altas marés que barram as águas em suas emboca-
campestres caracterizada por grandes extensões duras), está pela colmatagem em lençol, sendo
graminosas interrompidas, vez por outra, por substituído pela vegetação lenhosa já desenvol-
árvores baixas, geralmente de uma só espécie, vida nos locais ligeiramente mais elevados,
que compõem a fisionomia das áreas onde (Fotos 11, 12, 13 e 14).
normalmente a ação do fogo anual vem transfor-
mar extensas áreas de Campo Cerrado em uma
formação discHmax (Fotos 1, 2, 3, 4 e 5). 3.3.3. Floresta Densa
Dentro da classe de Formação Cerrado, fazendo !: uma subclasse de formação que na Hiléia
parte da paisagem regional, encontram-se, não Amazônica pode ser considerada como sinônimo
raras vezes, serpenteando os talvegues dos vales de Floresta Ombrófila Tropical (conhecida
por onde correm perenes cursos d'água, refúgios também como pluvisilva, floresta tropical chu-
florestais autóctones de palmeiras eretas relativa- vosa, etc.).
mente altas e finas (Fotos 7 e 8).
Assim a floresta densa dos climas quentes
Nessas condições essas linhas de palmeiras cons- úmidos e superúmidos, com acentuada dimi-
tituem, ao longo dos córregos da Região do nuição das chuvas em determinadas épocas do
Cerrado, um refúgio. ano, é caracterizada sobretudo por suas grandes
árvores que emergem de um estrato arbóreo
uniforme de 25 a 35 metros de altura.
3.3.2. Formações Pioneiras
A Floresta densa apresenta variações estruturais
São formações vegetais que ainda se encontram intimamente relacionadas às diversificações fisio-
em fases de sucessão, com ecossistemas depen- nômico-ecológicas. Na área, essas diversificações
caracterizam três tipos de formações:
1 Hemicript6fita: conjunto de formas vegetais cuja parte aérea
morre anualmente ficando suas gemas de crescimento, situa- 3 Pneumat6foros (do grego pnêuma = ar e f6ros = que leva (ou
das ao nfvel do solo, protegidas pelas folhas mortas. produz): raiz epfgea própria das plantas dos solos pantanosos
2 Xilop6dios:tuberosidade radicular com reserva d'água. ou mangues, com um aerênquima muito desenvolvido.
IV/19
a) Floresta Ombrófila Aluvial - É o grupo de 3.3.5. Floresta Aberta
formação das áreas aluviais influenciadas ou não
pelas cheias dos rios. Floresta de estrutura É predominantemente uma subclasse de forma-
complexa, normalmente rica em palmeiras (açaí ção dos climas quentes úmidos, com chuvas
= Euterpe spp.) e outras plantas rosuladas torrenciais bem demarcadas por curto período
(como a Heliconia), apresenta árvores emer- seco. Caracteriza-se sobretudo por grandes ár-
gentes providas de sapopemas e de elevada coni- vares bastante espaçadas, com freqüentes grupa-
cidade (como a sumaúma = Ceiba pentandra mentos de palmeiras e enorme quantidade de
Gaerthn.). Esse é o habitat das ucuubas (Virola fanerófitas sarmentosas que envolvem as árvores
spp.), madeira de grande aceitação no mercado e cobrem o estrato inferior.
internacional. É comumente uma floresta de
difícil acesso em face da água e do emaranhado
de raízes (Fotos 15, 16, 17 e 18).
Na área, a floresta aberta encontra-se com a
seguinte fisionomia-ecológica:
b) Floresta Ombrófila dos Platôs - É o grupo
de formação das áreas sedimentares baixas.
Floresta de estrutura relativamente simples, sem
palmeiras e com raras lianas, é caracterizada por Floresta Latifoliada1 sem Palmeiras (Cipoal).
um grande número de indivíduos médios e finos, É uma formação arbórea, total ou parcial-
e menor quantidade de indiv(duos altos e volu- mente envolvida por lianas, de feições
mosos. Não há estrato arbustivo e a maioria das ditadas pela topografia. Nas áreas aplai-
plantas de baixo porte aí encontradas são nadas mostra uma fisionomia florestal
árvores jovens resultantes de matrizes próximas. bastante aberta, de baixa altura (excep-
cionalmente ultrapassando 20 metros).
Nas áreas cortadas por estreitos vales
c) Floresta Ombrófila Submontana - É o grupo destaca-se a presença de palmeiras consor-
de formação das baixas cadeias de montanhas, ciadas a indivíduos arbóreos mais desen-
dos outeiros e colinas e dos relevos dissecados. volvidos (com mais de 25m) e mais
densamente dispostos, embora as lianas
A cobertura florestal destas áreas tem estrutura continuem a envolver a maior parte da
bem variada: é baixa e uniforme em alguns floresta. Esta fisionomia de árvores espar-
locais, alta e uniforme em outros e ainda alta de sas com os galhos e copas envolvidas num
árvores emergentes em outros. Nos terrenos emaranhado de grossos elementos sarmen-
dissecados a floresta tem alto porte e cobertura tosos pendentes, aqui e ali, caracteriza a
uniforme e ou emergentes (Fotos 19, 20, 21, 22, feição da "mata de cipó", denominação
23, 24 e 25). generalizada a todas as formações de
floresta aberta, de portes os mais varia-
dos, com profusão de lianas (Foto 26).
3.3.4. Refúgio - Carrasco (Areas Rochosas)
IV/20
4. REGIÕES FITOECOLÓGICAS
+ + +
+ +s +
+ + + + +
+ + + + +
Fig. 1 -Perfil Esquemático de Direção Leste-Oeste mostrando os seguintes tipos fisionômicos de vege-
tação: 1 - Manguezal; 2- Campo Inundado; 3- Cerrado; 4- Contato (Fioresta/Cerrado);S- Flo-
resta Densa em Relevo Ondulado 6- Floresta Densa em Relevo Montanhoso.
IV/21
paus-terra e algumas anonáceas e uma s1nus1a 1973), caracterizados pela Tabebuia sp. Esta
rasteira, densa, com alta freqüência de capim unidade fisionômica tem maior extensão na
barba-de-bode (Aristida sp.) segundo HUBER Folha SA.22 (BELÉM) em cujo relatório é
(1908) trata-se de uma espécie de Oncostylis, melhor descrita sob a denominação de Sub-Re-
capim-cabeleira (Cyperus sp., Bulbostilis sp.) gião dos "tesos" de Marajá.
além de outras gramíneas e ciperáceas.
Outro elemento marcante na fisionomia dos 4.2. REGIÃO DAS FORMAÇOES PIONEIRAS
campos cerrados é a mata de galeria, acompa-
nhando os cursos d'água perenes e vales mais Compreende as áreas Quaternárias da faixa
úmidos caracterizados pela acentuada presença litorânea desde a foz do Oiapoque até o estuário
de ucuubas, ananis, açaís e buritis ou miritis amazônico. Esta região é representada por duas
(Mau ri tia flexuosa Mart.). sub-regiões: {Quadro li).
IV/22
QUADRO 11 - Zonação Regional (sub-regiões)
GUIANAS
REGIÃO DA FLORESTA DENSA REGIÃO DO CERRADO
Amazonia Setentrional Territorio Federal do Amapá
(Saeotaceae-4quminosae J (~ ameucono L)
f I Campo Cerrado-Porq11t
I
SUB-REGIÃO DA SUPERFÍCIE f
'"""'i:::
DISSECADA GUIANENSE SJB-REGIÃo DOS TABULEIROS
----------------r-------
Stfi-REGIÃO DA SlfERFI'ctE SUB-RBiiÃO OOi TESOS DE SUB-REGIÃO DO BAIXO SUB- REGI~O DO LITORAL
ARRAZADA DO PARÁ,AMAPÁ MARAJÓ RIO AMAZONAS IRhizophOretum)
(Bertbo!!etja excelsa H.B.KI (~ ~Gomes) (Cyperu~~Q:w-
BAIXOS PLATOS
( Hrrnenolobium sp~ • I
MARANHAO- Pl AUI
( fill.ig- ~)
IV/2.3
sofrem o efeito das inundações periódicas, con- (Laguncularia sp.). "O mangue é encontrado
seqüentes tanto dos elevados i'ndices pluvio- sempre em contato direto com as águas da maré
métricos locais quanto do represamento oca- enchente, enquanto as siriúbas ficam na reta-
sionado pela maré (Fotos 11 e 12). guardn em terrenos salinos e menos visitados
pelas águas das marés" (SI LVI O FROES, 1944).
A cobertura vegetal, com abundância de gram(- A grande influência das águas do rio Amazonas
neas, ciperáceas e melastomatáceas, apresenta na costa Amapaense condiciona a dominância da
variações locais segundo o maior ou menor grau siriúba pela redução do i'ndice de salinidade
de inundação. Nos locais mais baixos e mais (Fotos 9, 10, 29 e 30).
alagados a vegetação tem maior porte e é
composta principalmente por aninga (Montri-
chardia arborescens Schortt.), tiriricão (Scleria 4.3. REGIÃO ECOLOGICA DA FLORESTA
sp.), buriti (Mauritia flexuosa Mart.), piri (Cy- DENSA
perus giganteus Vahl.), (Foto 13) nos lagos,
mururés (Eichornia sp., Pistia sp. e Cadomba É a mais extensa das três Regiões Ecológicas que
sp.), na terra firme dominam diversas melasto- compõem a Folha NA/NB.22 MACAPA. Segun-
matáceas. A vegetação das partes mais altas dos do caracter(sticas morfológicas dominantes na
campos inundáveis é predominantemente com- área, a Região pode ser dividida em cinco
posta por gram(neas (Foto 14), dentre as quais sub-regiões:(Ouadro li).
destacam-se canaranas (Echinoa sp., Panicum
spp.), capim rabo-de-rato (Himenachne sp.),
capim serra-perna (Laercia sp.), capim-arroz 4.3.1. Sub-Região dos Baixos Platôs do Pará/
(Oryza perennis Moench.). Em meio aos campos Maranhão/Amapá
inundáveis, principalmente na sua parte mais
oeste, nota-se a formação de Parques do cerrado
ocupando pequenos "tesos" com dominância de Esta Sub-Região ocupa uma área bem maior nas
capim barba-de-bode, lixeira e outros elementos Folhas SA.22 BELÉM {JAPIASSÚ et ali i, 1973)
do Cerrado ao lado de estreitas faixas de e SA.23 SÃO LUfS (GOES FILHO et alii,
floresta-de-galeria e veredas-de-buritis. 1973). Na Folha de MACAPA abrange manchas
sedimentares do Terciário, situadas entre a cida-
de de Macapá e o extremo norte do território,
4.2.2. Sub-Região do Litoral (Manguezal) numa faixa irregular margeando o Cerrado e
algumas áreas de contato. Seu limite oeste é
estabelecido pelos terrenos do Pré-Campriano.
Esta sub-região compreende os terrenos quater- Ao sul, excede os limites da Folha.
nários formados pela sedimentação de origem
flúvio-marinha onde a salinidade do mar fun- Esses tabuleiros são revestidos por uma Floresta
ciona como fator seletivo da vegetação numa de alto porte caracterizada, sobretudo, por
faixa contfnua desde a foz do Oiapoque ao núcleos de árvores de copas que emergem da
estuário amazônico. A sub-região do litoral sinúsia dominante. Essas árvores emergentes são
delimitada e descrita nos relatórios das folhas comumente angelim-pedra (Hymenolobium
SA.22 BELÉM (JAPIASSÚ et alii, 1973) e spp.), maçaranduba e maparajuba (Manilkara
SA.23 SÃO LUfS (G0ES FILHO et alii, 1973) spp.), cupiúba {Goupia glabra Aubl.), louros
constitui no Amapá um cordão litorâneo unifor- (Ocotea spp., Nectandra sp.) e quarubas
me constitufdo por siriúba (Avicenia nítida (Vochysia sp.). As espécies mais freqüentes na
Jacq.), mangue-vermelho (Ryzophora mangle composição da sinúsia dominante são abioranas
L. ) e mangue-amarelo ou mangue-branco (Pouteria spp.), breus (Protium spp., Tetragastris
IV/24
sp. e Trattinickia sp.), matamatás (Eschweilera Assim, existem locais fora do alcance das inun-
spp.), enviras (Xylopia sp., Guatteria spp.), dações ou só alagados quando há coincidência
ucuubarana (lryanthera paraensis Hub.) e macu- das grandes marés com as altas precipitações
cu (Licania spp.). pluviométricas. Nos locais melhor drenados
ocorrem comunidades florestais da "terra-fir-
Uma avaliação volumétrica dessa Floresta é me". Noutros locais, a grande maioria, inunda-
melhor apresentada na Folha SA.22 BELÉM. dos periodicamente, é alta a freqüência de
Aqui, apenas uma amostra de um hectare foi espécies florestais do "igapó". Finalmente, o
realizada (A-34-Tabela I) indicando 225m 3 . "igapó" de delimitação difícil em nossa escala de
trabalho, no qual ocorrem as ucuubas e os ananis
Ml RANDA BASTOS, 1960, em inventário flo- (Fotos 15 e 16).
restal realizado, apontou volume apreciável em
áreas desta sub-região, seguindo metodologia No extremo norte (Cassiporé/Uaçá) este am-
pouco diferente da que ora utilizamos. O volume biente parece proporcionalmente bem mais ex-
foi assim apresentado: 180 m3 /ha (incluídas tenso. Esta planície mais recente, situada quase
todas as árvores de DAP 1 ~ 15 em) e 80 m 3 Iha ao nível do mar, tem um período de inundação
(incluídas as árvores de DAP ~ 55 em). muito amplo em praticamente, toda sua exten-
são. De modo geral, as espécies florestais mais
Os terraços ciliares resultantes da deposição de comuns na área são: ucuubas, ananis, andirobas
sedimentos recentes apresentam uma cobertura (Carapa guianensis Aubl.), açacu (Hura creptans
florestal fisionomicamente uniforme com alta L.), sumaúma (Ceiba pentandra Gaerthn.), tachis
freqüência de açaí (Euterpe spp.), anani (Tachygalia sp.), taquara (Guadua sp.), pracuuba
(Symphonia globulifera L.), ucuuba (Virola sp.), (Mora paraensis Ducke) e açaí.
munguba (Bombax sp.) e bastante buriti (Mau-
ritia flexuosa Mart). O valor econômico desta área está em função das
poucas espécies florestais que aí ocorrem com
elevada densidade. A amostra (A-9 - Tabela li)
4.3.2. Sub-Região Aluvial do Amapá localizada à margem do rio Cassiporé, forneceu
80 m3 /ha de volume comercial 2 pertencentes a,
Esta sub-região, descrita na Folha SA.22 BELÉM mais ou menos, 18 espécies.
(JAPIASSÜ et alii, 1973) é representada por
duas áreas: TABELA I -Sub-Região dos Baixos Platôs do Pará/Ma-
ranhão/Amapá 4.3.1.
a) Area Continental ~ A Floresta que cobre a
Dados
área continental abrange os terrenos situados ao
longo da margem esquerda do Canal do Norte e Nome Vulgar Indivíduo$ Volume
N?/ha m 3 /ha
ocorre em manchas distribuídas na faixa de solos
Quaternários até os rios Cassiporé/Uaçá. Esta Abíorana Branca 13 27,68
área resulta da sedimentação de origem fluvial ao Abíorana Casca-Amarela 1 2,07
Abíorana Casca-Doce 1 1,65
sul eflúvio-marinha ao norte. Abíorana Folha-Amarela 1 5,53
Abíorana Folha-Grande 4 8,39
Abíorana Folha-Miúda 4 6,47
Sob estas condições existem na área espec1es Abíorana Guajará 1 1,13
florestais adaptadas aos diversos habitats conse- Abíorana Vermelha 1 6,44
Arnaparana 1 1,42
qüentes, fundamentalmente, dos níveis das águas Angelím Pedra 2 11,93
e da amplitude do período de inundação.
(continua)
DAP: Diâmetro à altura do peito. 2 Árvores de CAP (1 ,30) maior que 1,00 m.
IV/25
(continuação) (continuação\
Andiroba 5 5,74
4.3.3. Sub-Região da Plataforma Residual do
Arapari 6 11,65 Amapá
Araracanga Falsa 11 9,98
Cuiarana 3 10,48
Fava Bolacha 1 6,11
lngá Cipó 1 0,85 Sob esta denominação reunimos áreas com uma
Louro lnhamuf 1 1,13 cobertura florestal significativamente diversifi-
Mamorana da Terra Firme 1 1,93
cada quanto ao aspecto fisionômico. São áreas
(continua) do Pré-Cambriano parcialmente trabalhadas
IV/26
pelos agentes erosivos, de feição morfológica quara (Minquartia sp.), abioranas (Pouteria
dissecada formando um conjunto de serras, spp.), breus (Protium sp., Tetraqastris sp.), mata-
platôs, outeiros e colinas, de altitudes entre 100 matás (Eschweilera sp.), sorva (Coumasp.),
e 600 metros, concentrados predominantemente ucuuba-vermelha (lryanthera sp.) e quinarana
a sudoeste da Folha, com extensão para o norte, (Geissospermum sericeum Hook.).
centro e sul. Estas áreas pertencem ao grupo Vila
Nova e ao Complexo Tumucumaque. Um inventário florestal de 2,6 hectares efetuado
na serra do Navio (RODRIGUES, 1962) forne-
As diversificações fisionômicas parecem mais ceu os seguintes resultados: 348m 3 /ha (conside-
vinculadas ao grau de desenvolvimento das árvo- rando DAP;;;;, 15 em) e 177 m3 /ha (com DAP;;;;,
res do que à dominância de espécies e é possível 55 em).
que este grau de desenvolvimento seja uma
função mais da profundidade do solo (na sua b) Ecossistema da Floresta Submontana de Co-
maioria latossolo vermelho-amarelo 1 ) do que da bertura Uniforme - A Floresta do tipo submon-
sua natureza. Há algumas espécies que caracte- tana uniforme ocorre no relevo dissecado, do
rizam o ecossistema em função da sua presença e Complexo Tumucumaque e do grupo Vila Nova,
densidade em certas áreas. T ai é o caso do existente na parte norte e a sudoeste da Folha. A
angelim-pedra e da castanheira. A primeira es- sua característica fundamental é a uniformidade
pécie domina na área dos platôs enquanto que a do nível arbóreo na cobertura superior cujo
segunda distribui-se pelos vales e meias-encostas porte variando de médio a baixo, dentro do
da área dissecada, ao sul da Folha (Fotos 23 e ecossistema, revela provavelmente a presença de
24). solos litólicos.
A análise destes aspectos, aliada ao grau de Nas áreas residuais, particularmente na serra da
uniformidade da cobertura florestal (nivela- Lombarda, a floresta apresenta porte mais exu-
mento da copagem) nos conduziu ao estabele- berante respondendo, possivelmente, a maior
cimento de dois ecossistemas: profundidade do solo.
O inventário efetuado na área parece comprovar
a) Ecossistema da Floresta Submontana de Ar- esta afirmativa. As amostras A-16eA-17 (Tabela
vores Emergentes - Este tipo de Floresta ocorre 111) localizadas na parte aplainada da serra da
na maior parte da sub-região. Os solos são Lombarda forneceram 225 m3 /ha. As amostras
originários predominantemente de rochas gnáis- A-18 e A-27 (Tabela 111) efetuadas nas encostas
sicas e metassedimentares pertencentes ao Com- da serra da Lombarda e do Tumucumaque
plexo Tumucumaque e ao grupo Vila Nova. apontam 138 m3 /ha.
Concentram-se principalmente a sudoeste da
Folha com extensão para a Folha vizinha NA.21 Dentre as espécies florestais mais freqüentes
(DOI et alii, 1974- datilografado) entre 0° 30' e merecem destaque as quarubas e mandioqueiras
1o 30' Norte. (Oualea spp.), faveiras (Parkia spp., Piptadenia
sp., Vatairea spp.), abioranas e matamatás.
A Floresta desse ecossistema, de alto porte e
Os vales em "V" (estreitos e profundos), com
elevado potencial de madeira, apresenta muitas
espécies emergentes e é caracterizada sobretudo solos aluviais nos talvegues, são normalmente
pela presença constante de angelim-pedra, maça- muito úmidos e às vezes com características de
randuba e maparajuba (Manilkara spp.), acari- "igapó". A Floresta tem teto mais aberto e
sub-bosque mais intrincado. São comuns as
árvores mais altas ao lado de palmeiras de açaí e
1 lnformaçio do Setor de Solo$ do Projeto RADAM. buriti.
IV/27
TABEL,A lJJ- Sub-Região da Plataforma Residual do Amapá (4.3.3.)
Nome Vulgar lndiv(duos Volume lndivfduos Volume Individuas Volume lndiv(duos Volume
N°/ha 3
m /ha N?/ha m 3 /ha N?/ha m 3 /ha N?/ha m3 /ha
(continua)
IV/28
(continuação)
Nome Vulgar lndivrduos Volume lndivfduos Volume lndivfduos Volume lndivfdúos Volume
N?/ha m 3 /ha N~/ha m 3 /ha N?/ha m 3 /ha N?/ha m 3 /ha
Louro-Pedra 2 7,79
Louro-Vermelho 1 4,15 1 0,88
Macacaúba 6,02 1 0,61
Maçaranduba 2,14 2 20,94
Macucu 1,64
Mandioqueira-Azul 5 7,95
Mandioqueira-Escamosa 1 2,42 1,54
Mandioqueira-Lisa
Mangabinha 2,26
Mangara na 1,52 3,24
Maparajuba 2,09 2 3,49
Mapatirana 0,95
Maragonçalo 4,02
Maravuvuia 2,86
Marupá 1,80
Mata matá-Branco 8 16,52 6 9,70
Matamatá-Ci 1 1,10 2 1,88
Mata matá-Rosa 3 4,61
Mata matá-Vermelho 5,60 2 3,43
Muruci 0,78
Muruci-Vermelho 2 1,89
Mururé 0,61
Mututi 1,93
Para pará 3 7,11
Paruru 2 7,43
Pau-O' Arco- Roxo 1,38
Pau-de-Remo 1,42
Pau-Jacaré
Paxiubarana 0,94
Pente-de-Macaco 2,90
Pintadinho 0,88
Pitafca 3 4,87
Quaruba 2,18
Quaruba-Branca 6 20,93 3 9,58
Quaruba-Rosa 3 5,98
Quaruba-Vermelha 6 21,09
Quarubarana 7,66
Quarubatinga 6 22,75 3 12,53
Rosadinha 3 5,03
Roseira 0,61
Saboeiro 0,66
Sapucaia 12,13
Seringa-ltaúba 2,76
Cucupira-Amarela 1,99
Sucupira-Branca 0,74
Tachi-Preto 2,58 1,09
Tachi-Vermelho 0,84
Tamaquaré 1,76
Tanimbuca-Amarela 6,42
Tatajuba 3,34 8,03
Tatapiririca 0,78
Tauari t 0,84 1,74
Tento 1,74
Timborana 3,79
Torém 0,67
Uchirana 1,60
Ucuuba-da-Mata 0,98
Ucuuba-da-Terra-Firme
Urucurana 0,74 0,61
IV/29
4.3.4. Sub-Região da Superfície Arrasada do Algumas manchas pequenas de Cipoal. provavel-
Pará/Amapá mente de origem antropológica, são encontradas
nas proximidades dos rios Paru e lpitinga. Estas
Esta sub-região abrange a maioria dos terrenos manchas, indistintas na nossa escala de trabalho,
forte ondulados e ondulados ao sul do paralelo apresentam uma associação vegetal na qual a
de 1° 00' e estende-se pela Folha SA.22 (BE- castanheira é mais freqüente (Foto 26).
LÉM).
Margeando os rios desenvolve-se uma Floresta
O revestimento arbóreo da área constitui-se de uniforme em terraços ciliares com dominância
uma floresta de alto porte na sua maioria com de faveiras, ingás (lnga spp.), tachis e sumaúma
árvores emergentes na qual a castanheira (Ber- (Ceiba pentandra Gaerthn.). A amostra (A-31 -
tholletia excelsa H.B. K.) é o elemento caracterís- Tabela IV) oferece uma idéia do valor econô-
tico (Foto 26). mico florestal desses terraços.
Abiorana·Amarela 4 14,84
Abiorana·Cutite 1 2,70
Abiorana-Seca 2 4,62
Abiorana·Vermelha 1 3,79
Acapu 8 8,05
Acariquara 11 14,87
Acariquarana 1,12
Andiroba 2 2,17
Angellm-Branco 1 5,01
Angelim-Pedra 2 7,53 2 3,29
Araracanga 1,69 1 0,96
Balata-Brava 1 0,67
Breu· Branco 0,67 3 5,13
Breu-Mescla 1 0,88
Breu-Preto 3 3,50
Breu-Vermelho 1,13
Cajurana 7,72
Capoteiro 0,67
Carapanaúba 2,01
Caripé 2 1,89
Cariperana 3,62
Castanha-de-Periquito
Castanharana 1 1,60
Castanheira 5 67,05 4 53,01
Caxingubinha 3 3,33
Cumaru 2 3,78
Cumarurana 1,25
Cupiúba 1,50 1 14,05
Fava-Bolacha 2 14,22
(continua)
IV/30
(continuação)
Fava-Orelha 1,09
Fave ira 4,46
Guajará 0,94 3 3,12
Guajará-Branco 3 15,41
Guajaraf 1 0,56
lmbaubarana 4 3,18 1 0,87
lngá 1,14
lngá-Chato 0,34
Jarana 3 3,90 3,79
Jatereua 0,74
Jutaf-Cica 1 6,74
Louro-Preto 3 17,27
Louro-Rosa 1 0,48
Louro- Verme! ho 2 4,74
Ma ri-Brava 0,81
Marupá 1,40
Moça-Brava 0,80
Muiraximbé 0,56
Murta 0,54
Parapará 0,87
Pintadinho 2 1,77
Piquiá 3 10,23
Piquiarana 1 3,83
Ouaruba-Branca 2,43
Ouinarana 2,35
Rim-de-Paca 2 1,68 3 1,54
Roseira 3 10,97
Saboeiro 1 2,09
Sapucaia 2 10,20
Siringarana 1 0,64
Sucupira-Amarela 3 3,26
Sucuuba 2,01
Sumaúma 3 4,69
Tachi-Branco 3 4,96
Tachi-Preto 3 2,61 6 9,24
Tanimbuca 3 4,16
Taperebá 2 2,72
Tatajuba 6,90
Tauari 1 1,88 2 2,14
Timborana 2 3,34
Tinteiro 2 2,84
Uchirana 1 1,01 0,73
Ucuuba 2,00
Ucuuba-da-Mata 3 3,45
Ucuuba-da-Várzea 0,10
IV/31
4.3.5. Sub-Região da Superfície Dissecada lings" das espécies arbóreas locais e de plan-
Guianense tas tolerantes a sombra como as palmeiras-
acaules: palha-preta (Astrocarium sp.) e cunanã
A sub~região da superHcie dissecada Guianense é (Astrocarium paramaca Mart.). Aqui vale ressal-
a mais extensa desta Folha. Compreende toda a tar a presença de alguns "seedlings" de pau-rosa.
área do Complexo Guianense e algumas partes
do Complexo Tumucumaque e do Grupo Vila Nos talvegues dos vales, com solos aluviais
Nova. Limita-se a nordeste pela Região das normalmente enxarcados, o teto da Floresta é
Formações Pioneiras e a leste pela Região do mais aberto favorecendo o desenvolvimento de
Cerrado, ultrapassa as fronteiras do Brasil ao um sub-bosque mais denso com bastante açaí ao
norte e prossegue na Folha NA.21 (DOI et alii, lado de alguns buritis. Ciperáceas, musáceas e
1974 ~datilografado) a oeste; limitando-se ao sul bromeliáceas (principalmente na proximidade
pela sub-região da superfície arrasada do Pará/ das áreas de contato) aparecem com certa
Amapá e do relevo montanhoso do Amapá.
freqüência.
IV/32
TABELA V- Sub-Regiio da Superflcie Disi8C8da Guianense (4.3.51
Amostras A-01 A-02 A-03 A-04 A-05 A.Q6 A·10 A·11 A-12 A-13 A-14
Dados lndiVí- Volume lndivf- Volume lndivf- Volume lndivf· Volume lndivf· Volume lndivf- Volume lndivf- V..,h.Jme lndivf- Volume lndiví- Volume lndivf· Volume lndivf- Volume
Nome Vulgar :~~ m3 tha :.~/O:a m3 tha ~~u/::a m3 /ha :~~~a m3 /ha ~~Í:,a
5
m3 /ha :/~a m3 /ha ~~ft,a
5
m 3/ha ~~Í:, a
5
m3 /ha :Í:, 5
a m3 /ha ~;it, a
5
m3 tha :,O:a m3 /ha
Abtonma
Abtorana-Branca - - 1 0,28 1 0,51 3 4,10 - - 2 1,20 1 0,61 - - 1 2,71 - - 4 4,04
Abtorana-Casca-Grossa - - -2 - - - 1 6,74 - - - - - - 1 2,82 1 1,32 - - - -
Abtorana.Cutite - - 1,35 1 0,81 2 3,59 1 1,04 1 1,88 2 2,76 - 1 3,79 1 1,25 3 3,92
Aborana-Folha-Grande - - - - - - - - - -- - - - - 1 16,04 - - - - 1 3,61
Abtorana-Gotabtnha - - -- - - - - - - - - - - - - - - - 1 1,60
Abiorana-Mangabtnha - -- - - - - - - - - - - - - - - 1 3,34
Abtorana-Mocambo - - - - - - - - - - - - - - - - 4 7,31
Abiorana-Ouadrada
Abtorana-Seca
-
-
-
- -
- - -1 -
1,20
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
--
-
-
-
-
- - -
1
-
0,74
-2 -
1,88 1 0,88
Ab\or;ma-Ucuuba - - 1 1,85 1 1,42 - - - - - - 5 12,73 3 8,88 - - 3 3,83
Ab.orana-Ucuubarana - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
Abtorana-Vermelha
Acapu -
-
- -
1 1,25
-
-
- -
- 2
1
4,47
23,02
- -
-
-
-
-
-
-
2
-
1,96
-
7
-
16,91 -
3 4,99
-
-
8
-
13,03
7
7
10,45
11,08
Acapurana - - - - -- - - - 1 0,31 - - - - - - - - - 1 1,29
Acapurana-da-Terra-Firme
Acartquara
-
5
-
4,49
-
7
-
54,84 5
-
53,87
- -
-
-4 -
24,47
-
1
-
1,17 1 10,67 1
-
0,74
-
4 5,99
1
2
2,51
7,93
-
3 9,75
Acanquarana 1 1,13 - - - - - - -- - - - - - - - 1 3,54 - - 1 0,39
Achuá
Açotta-Cavalo
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
- -
1 1,68
- 1
-
0,56 -
-
-
-
1
-
1,32
- - 2 6,13 - - 1 1,53
A9Kioetra
Amapá
Amapá-Amorgoso - - 1 0,88
Amapá-Doce - - 1 5,92 - - - - 2 21,88
Amapá--Doce- Folha-Grande
Amaparana
Anam
-
-
-
-
-
-
2
-
-
1,29
-
-
2
-
3,28
-
-
--
-
-
-
--
-
. --- 1
-
2,18
- - 2 2,94 - - 1 1,36
-
---
Anant-da-Terra-Firme - - - - - 1 0,33 - - - - - - - - - 1 1,64
Anaru-da-Várzea 3 13,84 - -- - - - - 2 4,94 - - - 1 3,12
Anauerà - - - - -- - - - 2 2,95 - - 1 1,48
-
Andinl - - - - - - - - - - - - - - - -
< Andirobo - - - - 1 0,67 1 4,46 - - 1 10,86 - - - - 1 1,20 1 2,73 3 9,31
AngeiiiTHia·Mata 1 10,24 - - - - - - 1 10,53 1 10,92 - - - - -
w Angelim-Pedra - -- - - - - - - - - - - - 1 10,71
w Angelim- RaJado - - - - - - - - - - - - - - -
Apá
Apazetro
-
1
-
1,28
-
3
-
5,58 -
-
-
-
7
-
22,40
-
-
- -
-
-
- - - 3
-
6,46
-
-
-
- -
1 0,88
-
~" - - - - - - - - - - 10 12,03 - - - - - - - - 1 0,57
Arapart-da·Terra·Firme - - - - - - - - - - - - - - - 2 6,02
Arapanrana
Araracanga
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-- -
-
-
-
-
:.
-
-
-
-
-
-
-
1
-
6,48
AXIXé 1 1,20 1 0,44 3 5,59 - - - - 4 7,11 - - 2 4,38 2 1,64 2 3,13 1 1,44
Benguê
Boa·Macaca (não •cientificado) -
1 0,96
-
-
-
-
- -
1 1,20
-
3
-·
8,36
- -
1 3,22
-
-
-
-
-
1 1,86
- -
-
-
- - - - 2 2,37
Breu·Areu:Areu - - - - - - - - - - - - - - 1 2,81
Breu-Branco 3 3,69 -- - 1 0,33 1 2,99 - - -
--
-
-
1 1,64 - - 1 1,60
Breu· Manga 1 0.43 -- 1 1,39 2 5,62 1 0,61
-
- - 2 4,65
Breu-Mescla
Breu-Preto
Breu-SucurtJba
-
-
-3
-
-
-
-
3
-1
4,83
-
-
3
-
-
5,51
-
-
-1
--
0,64
-
-2
-
-
6,50 -
1 1,52
-
-
2
-1
-
2,93
-
-
-
-3 --
-
- - - - 1 1,86
Catapuã-Vermelho - - - -- - -
-- - -
- -1
Cedrorana - - - - - - - - - - 5 29,22 - - - - 3 27,28
Churu - - - - - - - - - - - - - - - 0,59
Copelbe
Copolbe-8ranca
-
1
-
0,61
Copaibarana - -- - -
--- - - -
- -
2 9,32
-- - - - -
--
Coração..cje..Negro
Q.uarana - -1 - - - - - 2 9,84
- -- - - - - -
- - - -
---
Cumaru - - 1,38 2 8,65
Cumarurana - - - - - - 1 5,79 - -- - - - - - -
Cumaté - - - - - - - - - - - - - - - - 1 2,44 1 1,04
Cupoaçu - - - - - - - - - - - - - - 1 3,97 - - - - - -
(Continua)
TABELA V- Sub-Região da Superffcoe Dissecada Guoanense (4.3.5) (Continuação)
Amostras A.()1 A.Q2 A-03 A.Q4 A.()5 A-06 A-10 A·11 A-12 A-13 A-14
Dados lndiv(- Volume lndivf- Volume lndivl- Volume lndivr- Volume lndiv(- Volume lndivf- Volume lndiv(- Volume lndivf- Volume lndivf- Volume lndivf- Volume lndiví- Volume
duos
~~/O:a
duo. duos duos duos duos duos duos duos duos
Nome Vulgar m3 /na N?/ha m3 /ha N?/ha m3 /ha N?/ha m 3 /ha N?/ha m3 /ha N?/ha m3 /ha N?/ha m3 /ha N?/ha m /ha
3
N?/ha m3 /ha N?/ha 3
m /ha N?/ha m3 /ha
Cupiúba 2 2.25 2 3.16 1 2.51 - - - 1 5.65 2 17,13 1 1,50 1 6,63
Envrra-Branca
Envrra-Cana
-
-
-- 1
-
2,13
Envrra-lmbrriba - - - - --
---
Envrra-Preta 3 2,33 - - 1 3,43 1 3,97
Euphorbyacea (não rdentificado)
Faerra
-
-
-
-
-
1 2,17
-
1 1,08 -
- -
-
1 0,61 -
- -
-
- 1 2,26
Fava-Atanã
Fava-BoI acha
- -
-
2 12,14
-
-
- -
-
- 1 4,51
-
-
-
-
-
-
- -- -
-
- 1 1,51
1 7,15
Fava-Co ré - - - - - 1 0,98
Fava- Folha- Fina
Fava-Folha-Grande
- - - - - - 1 2,17
Fava-Folha-Miúda
Fava-Man-Man
Fava-Orelha
-
- -
- -
-
- 1 1,97 - 1 1,85
Fava-Wing 1 10,03
Fave~ra
Faverra-Folha-Fina
- - -
-
- -
- 1 2,17
Gorabarana - - -
Gombe1ra
GuaJará
-
- 5
-
16,90 2 6,12
- - - 1 3,43
1 3,19 4 4,41
Gua]ará-Sranco 1 2,53 2 5,01 - - 1 2,03 - - 1 2,54
Guajara-de·L~,t~
Gua1ará-Pedra
lmbaúba 1 0,96 2 0,85 - 1 1.42
lmbaúba-Benguê
lmbaubarana
-
2 2.47 3 3,07 1
-
0,84
-
1
-
0,50 -
-1 0,81
lnga - - - 4 7,95 - - 2 1,70
lngá-Branco - - - 1 5,39 - - - 1 3,12
lngá-Cipo - - - -
-2.42
-
- -
-2 3,71
-
lngá-Vermelho 4 5,80 3 3,34 2 4,58 3 2,06 4 9,90 4 2,60
lngá-Xix• 1 0,55 - - - -2,23 1 3 5,34 -
< lngarana
lpê-da-Várzea
1 0,45
-
- - -
1 0,98
-
4
1
6,96
2,14
- 2 1 0.47 1 0,80 1 0,74
w I pera na
~ .Jacareúba-de-lgapó
.Iara r - - -1,53 2 2.04
.Srana
.Iara na-Amarela
-
2 4,20 2 8.47 1
-
4.46
-
-
- 1
1 5,90
-
-
-
2 8,33
- - 1 2,73
Jarana-Branca
.Jaranduba -
- - - -
- -
- ---
1 2,42 -
-
3 8,31
- -
2 3,25
.Stereua - - - - - 6 11,02
-
5 23,60
--
Jato a - 1 4,81 - - -
.Stobá
João-Mote
-
- - -
-
-
-
- -
-
-
- -- -
- 1 1,04
1 3,92
.À.Itar
.À.Ita•·Açu
-
-
- - - -- -
-
-
-
-
-
- -
- -
-
- 1 3,14
..Utaf-Cica - - - - - - - - - - -
..Utaf-Minm - - - 1 6,19 -4 1 0,94
.À.! ta i-Pororoca
.À.Itaf-Vermelho
-
-
- - - -
-
-
-
-
-
-
-
-
1 13,38
11,93 3 4,09
..Uta•rana
Lacre-Açu
- - - 1 10,77
Lamuc•
Laranjinha
Louro - - - - - - 2 2,72
Louro-Abacate
Louro-Amarelo -
-
-
- -
1 2.41 -
-- -
- - - 1 7,08
Louro-Preto
Louro-Rosa
Louro-Vermelho 1 0,82
-
1 1,80 -
-
-4,79
-
- -
- - -
-
2 9,27
3 32,99
Macacaúba - 2 2,28 2 - - - 1 3,54 1 1,13 1 1,10
Macacaúba-da-Várzea
Maçarandu ba
- -
- - -
-- - -4 -9,15 -
- 2 7,61
1 1,76
Maçaranduba-Bidentada
Macucu - -
-- -
4 6,06
-
2 3,55
-
1
-
2,28
-
- 1 0,88
Macucu-de-Paca - - 1 0,67
Macucu-de-Sangue
Mamo f
-
-
- -
4 2,96
{Contmua)
TABELA V- Sub-Região da Superflcoe Dissecada Guoanense (4.3.5) (Continuação)
Amostras A-01 A-02 A-03 A-04 A-05 A-06 A·10 A·11 A·12 A·13 A·14
Dados lndiv!- Volume lndivf- Volume lndivf- Volume lndívf- Volume lndivf- Volume lndívf- Volume lndivf- Volume lndivf- Volume lndivf· Volume lndivf- Volume lndívf- Volume
duos
~~~~a
duos
3
duas
3
duas duos duos
3
duas duos
3
duos
3
duos 3
Nome Vulgar N?/ha m /ha N?/ha m 3 /ha N?Jha m /ha N?/ha m 3 /ha N?/ha m 3 /ha N?/ha m /ha m 3 /ha N?/ha m 3 /ha N?/ha m /ha N?/ha m /ha N?/ha m /ha
Mamorana
Mandioque•ra-Escamosa 15 47.43 8 26.60 - - - - - - - - - - - - 1 6,61
Mandioquetra-Ltsa 1 0,66 - - 1 1,93 - - - - - - - - - 2 8,56
Mangabarana - - - - - - - - 1 0,28 - - - - - - - -
Mão-ckJ.Gato - - - - - - - - -1,53 - - - - - - - 1 1,83
Maparajuba
MaparaJuba·de-Sapopema -
- - -
-
-
-
-
-
-
- 1
1 9.64
6,96
1 - - 4 30,90 - - 1 4,46 2 3,45
Mapa ra na - - - - - - -
Mapat•rana - - - - - - - - - - - - - - 1 1,41 1 1,05
MapuxiQUI· Vermelho - - - - - - - - - - - - - - 1 15,89 - - 1 4,31
Marapuama - - - - - - - - - - - 1 0,72
Marfim-Falso
Mannheu·o
Marupá - - 1 2,42 2 9,26
Matamatá - - - - - -
Mata matá-Branco 3 1,48 6 15,50 4 11,33 3 5,81 - - 6 13,63 8 19,14 9 17,10 1 1,20 11 20.42
Matamatá-Ci - - - - - 5 15,13 - - - - 3 4,09 - - 8 9,10 1 2,63
Matamatá-Jib6ia - - - - - - - - - - - - - 1 2,51 - - 2 7,32
Matamatá-Preto - - - - - - 1 2,26 - - - - - - - - -
Matamat&-Ripetro - - - - 3 5,20 - - - 2 1,80 - 2 1,89 - - 1 3,61
Matamatá·Aipelro-Branco - - - - - - - - - - - - 1 1,20 - - -
Mata matá- Rosa 3 4,13 - 1 0,88 4 4,65 - - 4 15,87 3 3,83 1 1,28 5 12,08 3 3,91 3 6,25
Matamatá-Vermelho 1 1,25 2 1,83 - - 4 16.28 - - 1 1,22 1 3,34 - 3 7,79
Melanc•e•ra - -
Morotot6 1 2.00
Morototb-Branco
Mu•rap•xuna
Mu1ratinga
Mu1raúba
-
-
-
-
-
-
-- 1
1
0,31
0,66
- - - 1 0,88 - - - - 1 1,25
Mu1rax1mbé - - - -
Munguba - - 1 7,42
- - -
~ -
Munguba-da-Mata 1 4,68
Murta - - - - - - - - - - - - - - - 1 1,28
w Muruc1
01 Muruc1-Branco
Muruc1·Vermelho - - - - - - - - - - - - - - 1 1,15 - 1 1,25
Mururé - - - - - - - - - - - - - - -
Mutut1
Mutut1rana
-
-
-
-
-
1
-
0,40 -
-
- -
- -
-
-
-
-
-
-2 10.40
-
1
-
4,90 -
1 3,43
- - -
1 1,97
- 1 1,85
Pacapuá - - - - - - - - - - - - - - - - -
Pajuré - - 1 1,38 - 1 5,57 - - 1 5,40 - - 3 8,08 1 2,00
Parapará 4 5,73 1 1,77 1 1,97 - - - .j
- - 1 4,01 - - - - - 1 0,92
Par•cá-de-EsponJa- -- -- - - - - - - - - - - - - - - 1 1,47
Pannan
Paruru -
-
- -
-- -
-
-
- -
2 15,18
-
-
-
-
- -
1 3,34
- -
1 14,17
-
-
2
-
5,31
Pau-Branco -- - - - - - - - - - - - - - - -
Pau-O' Arco
Pau-O' Arco-Amarelo 3 3,09
-
1
-0,66 -
-
-
-
-
-
-
-
-
3
-
2,53
-
-
-
-
-
- -
1 1,20
- 2 8,97
Pau· O' Arco-Branco 1 0,54 - - - - - - - - 1 2,01 - - 1 1,93
Pau-O' Arco-Roxo - - - -- - - - - - - - - - - 1 29,33
Pau-de· Remo - - - - - - 2 6,41 - - 1 2,38
Pau-Ferro
Pau-Jacaré
-
1
-
0,96
-
-
-
-
-
-
-
-
-
- -
-
1
-2,25 -
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
- 1 3,21
Pente-de-Macaco 1 0,67 - - - - - - - - 1 3,38 - - - - - - - 1 0,56
Pintadinho-da-Mata - - - - - - - - -
Piquiá
Piqu•arana
-
-
-
-
-- -
-
-
-
-
-
-
-
-
- -
1 2,43
-
Pita'ca - -- - - - - 1 3,14 - - - - 1 3,34 2 14,54 2 1,95 1 15,69
Pitombarana - 1 0,87 - - - - - - - -
Pracachi - - - 1 2,28 - - - - 29 25,18
Prec•osa
Pupuca
-
-
-
-
-- -
--
-
-
-- -
-
-
-
-
-
-
-
- - - - - 1 0,72
Purur
Ouaruba
7 11,42
-
-- -
-
-
-
-
-
-
-
-
1 4,85
-
-- -- - - - - - - - -
--4 4.75
Ouaruba-Branca - - - - - - - - - 2 13,75
Ouaruba-Cedro
Ouaruba-Rosa
-
5
-
38,74
-
- -
-
-
-
-
-
1
-
14,04
Ouaruba-Tinga
Ouaruba-Vermelha
Ouarubarana - - 1 5,22 - - - 20.11
Ouataqu1çaua - - - - - - 1 2,26 1 0.72
Quebra- Faca - - - -
Ou•naranél - 3 11,22
- - -
Rosadinha - - 7 8,83 6 7,73 4 6,68 3 4,95 4 3,66 1 0,64 - - 1 1,22
(Cont•nual
TABELA V- Sub-Região da Superffcoe Dissecada Guoanense (4.3.5) (Continuação)
Amostras A.<J1 A.<J2 A-03 A-04 A.<J5 A.<J6 A·10 A-11 A-12 A-13 A-14
Dados lndivf- Volume lndiv(- Volume lndivf- Volume lndivf- Volume lndivf· Volume lndivf- Volume lndivf- Volume lndivf- Volume lndiv(- Volume lndivf- Volume lndivf- Volume
duas duas duas duas duas duas duas duas duas duas duas
Nome Vulgar N?/ha m 3 /ha N?/ha m 3 /ha N?/ha m3 /ha N?/ha m 3 /ha N?/ha m 3 /ha N~ha m 3 /ha N?ha m 3 /ha N?/ha m 3 /ha N?/ha m 3 /ha N?/ha m 3 /ha N?/ha m 3 /ha
Rosetra
Saboetro
Sapucat - - - - - - - - - 4 13.02
Sapucata
Sertngarana -
-
1
-
0,52
-
-
- -3 2,89 -1
- - -
-
- 1
1
0,67
0,98
1 1,22
-
-1 1,58
Sennguetra 1 0,67 0,56 -
Sorva - - - -1 - 1 0.67
Sucuptra-Amarela - - - - - 2,63 - 1 0,94 - - 1 1,25
Sucuptra-Preta
Sucuptra-Vermelha
- - - - - 1 1,28
Sucuuba
Tacht
Tacht-Amarelo
Tacht-Branco - - 1 2,85 - - - - 2 10.99
Tacht-Preto - - - 1 4,46 2 7,68 - 1 1,12
--
-
Tacht-Pitomba - - - - - - - - - -
- - - - - - 4,26 1
< Tacht-Vermelho
Tachtrana
Tamanquetra
-
- -
1 0,64
1
-
1,01
2 1 2,29 7,02
ú.)
O')
Tamanquetra-Preta - - -
Tamaquaré - - - - - - 1 1,15
Tammbuca - - - - 3 12,78 - - - - 1 10,15 1 13,65
Taperebá 1 1,67 - - - - 1 0,80
Tatá-Pinnca 2 1,30 - - - 1 2,01 3 2,25
Tauan - - 1 2,00 - - - - - - 1 1,10
Tento - - - 1 2,76 -
Timborana - - - 1 4.87 - - - - 1 2,95 1 3,02
Tonquetro (Rutácea) Não Identificado - - - - - - - 1 4,83
Torém - - - - - - -
Tnchrlia - - 2 1,99 - - - - - - 1 0,81
Uchtrana - - - 1 0,61 3 12,19 1 1,86 - - 1 2.73
Ucuuba - - - - - 1 0,86 -
Ucuuba-Branca 1 1,08 1 3,43 - - 1 0,96
Ucuuba·da-Mata - - 2 3,86 - - - - -
Ucuuba·da-Terra-Firme - - - - - - - - - - - - 2 6.33
Ucuuba-Preta 1· 1.22 - 2 4,56 - 5 7,58 1 2,01 1 1,73 - - 1 3.43
Ucuu ba- Verme! ha - - - - 2 2,30 - 3 4,03
Ucuubão - - - - - -
Ucuubarana - - 1 0,89 - - 1 10,03
Urucurana - 2 8.95 - 1 2,57 - -
Urucurana-Dura - - - - - - - - - 2 1,54
Verga-de-.hbots - - - - - - - - - 1 12,52
Violeta - - 1 1,04 - - - - -
vrsgue•(o - - - - - - - - - 1 1,97
Não Identificada - - - - - - - - - -
Total 92 150.58 93 258.46 91 229.23 101 299.44 60 166,20 89 179,52 66 163,97 77 295,27 100 223,23 73 234,96 108 243,33
TABELA V - Sub-Região da Superffcoe Dissecada Guoanense (4.3.5) (Continuação)
Amostras A-15 A·19 A·20 A·21 A·22 A-23 A-24 A-26 A-28 A·29
Dados lndivf- Volume lndivf- Volume lndivf- Volume lndivf- Volume lndivf- Volume lndivf- Volume lndivf- Volume lndivf- Volume lndivf· Volume lndivf- Volume
duos duos duos duos duos dllos duos duos duos duos
N?/ha m3 /ha N?/ha m /ha N?/ha m /ha N?/ha m3 /ha N?/ha m /~a N?/ha m3 /ha N?/ha m /ha N?/ha m /ha N?/ha m /ha N?/ha m /ha
3 3 3 3 3 3 3
Nome Vulgar
- -1
Andirá - - 2 25,00
< Andiroba 1 1,03 1,40 4 17,44 - - - - 7 19,19 1 0,89 1 0,45 - - 1 1,31
Angelim-da-Mata - - - - - - - - - - - - - -
úJ Angelim-Pedra - - - - - - - - - - - - 1 8,91
'-.! Angelim-RaJado - - 1 2,09 - - - - 1 1,41
Apá - - - - - - - - - -
Apaze1ro
Arapan
- - - - 2 3,83 - 5 8,50 - - - - - 1 2,90
Arapan-da-Terra-Firme
Arapar1rana - - - - - - 1 0,56
Araraccmga - - - - - - - - -
Axaxá
Benguê
1 1,60
-
-
- - -
--
-
-
.!
- -
1 1,21
- - - 1 1,74
Boa-Macaca (não Identificado)
- - -- - - - - - - - 1 1.41
Breu-Areu-Areu
- - - - - - - -- - - -
Breu-Branco
Breu-Manga
-
3
-
8,64
-- -
-
-
-
-
-
-
-
-
- --
-
-
-
-
-
-
-
- -
1
-
0,64
-
-
2
-
1,37
1 1,71
Breu-Mescla - - - - - - - - -- - - - - - - 1 0,45
Breu-Preto - - - - - - - -- -- - - 2 4,34
Breu-Sucuruba - - - - - - - - - - - -
Breu-Vermelho - - -1 - 2 1,99 - - 1 1,13 - - - -
- -
1 0.40 - - 1 1,17
8UIUÇU - - 8,25 - - - - - 2 3,65 - - 1 3,Q7
Caferana - - - - -
Ca1arana - - -- - 1 2.74
Cajuaçu - - -- -
Capote ~r o 1 6,19 - - - 2 2,72
Caqul - - - - - - - -
Carapanaúba
Canpé
-
- -
- -- -
-
-
-
-
-
1
-
11,71
- 1 1,28 - - 1 0,96
Canpé-Sranco 1 0.49 - - - - - - - - -- - - -
-
Canperana - - -- - 1 1,13 - - 2 5,10 - 2 2,54 - 3 3,39 2 1,90
Castanha·de-Paca - - - - - - -
Catapuá·Vermelho - - - - - - 1 1,17
---
Cedrotana - - - - - - -
Churu 1 1,31 - - - - - 1 3,22
Copaiba
Copa,ba-Branca
- - - - - - - - - - - - 1 1,14
Copaibarana
Coração-de-Negro - - -- - -- - 1 1,77 - - - - - - - - 1 0,88
Cutarana
Cumaru
-
-2
-
- 2
-
2,57 -
-
-
-
-
-- 1
-
3,25
-
-
1
-
2,22
Cumarurana 3.96 -- -- 2 1,90 - - 1 0,40 - --
Cumaté
Cupaaçu
2 3,44
- - -
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
- -
-
-
-
-
-
-
-
-
1 1,50
-
-
(Contmua)
TABELA V- Sub-Regiio da Superffcie Diuacada Guianense (4.3.5) (Continuação)
Amostras A·15 A-19 A-20 A-21 A·22 A-23 A-24 A-26 A-28 A-29
Dados lndiv(- Volume lndiví- Volume lndivf- Volume lndivf· Volume lndivf- Volume lndivf- Volume lndivf- Volume lndivf- Volume lndivf- Volume lndiv(- Volume
duas duos duas duos duos duos duos duas duas duas
3
3 3 3 3 3 3 3 3 3
Nome Vulgar N?/ha m /ha N~/ha m /ha N~/ha m /ha N~/ha m /ha N?/ha m /ha N?/ha m /ha N?/ha m /ha N?/ha m /ha N?/ha m /ha N~/ha m /ha
-
lngã-Cipó - - - - - - - - 1 1,04
lngá-Vermelho - - 2 6,98 - - - - - 2 3,37 1 0,87
lngá-XiXI - - - 2 3,96 - 2 4,09 - - 2 1,81
< lngarana
lpê-da·Várzea -
-
-
-
-
- -
-
-
- - -
-
-
-
-
2
1
2,97
1,57
w
CD
lperana - - - - - - - - - 1 1,22
..llcareúba·de·lgapó - - - 1 1.47
.Bral - - - - -
-
..Brana 1 1,31 1 2,18 - 3 2,33 - - - - - 1 2,00 - 1 1,04
.brana-Amarela - - 2 12,37 - - 2 2,55 - - 2 11,66
J:lrana-Branca - - - - - - - - - -
Jaranduba - - - - - - - 1 0,40
.Btereua 11 19,99 - - 2 4.42 - 3 14,82
.Btoê
Jatobá
..bão-Mole - - - - - - - - - - 6 7,77
.kJtai - - - - - - - - 1 1,54
..Utaf-Açu - - - - - - - - - - -
.litaí·Cica - - - - - - - - - - - - - - 1 1,25
.).Jta(-Minm - - - - - -- - - - - - - -
JJtaf-Pororoca - - - - - - - - - - 1 2,95
..Utaf-Vermelho
..Uta1rana
Lacre-Açu - - - - - - - - - - - - 3 12,11
lamUCI - - - - - - 1 1,02
Laranjinha - - - - 1 1,21
Louro - - 1 1,22 - - 1 8,02
LourtrAbacate
Louro-Amarelo
Louto-Antu
Louro- Branco - - - - 1 0,94 2 8,91 - - - 1 0,96
Louro-Canela - - - - - - - - -
Louro-lnhamuf - - - - - - - - - - 1 0,98
Louro-ltaúba - - - - - - - -
Louro-Pedra - - - - - - - - - 1 1,63
Louro-Preto 1 2,51 - - - - - - - - - 1 0,98
Louro-Rosa - - - - - - - - - - - - - -
Louro-Vermelho 2 11,03 - - - - - - - - - - 3 31,92
Macacaúba - - - - - - - - 1 2,01
Macacaúba-da-Várzea - - - - - - - - - - -4 -
Maçaranduba 1 1,20 - - 1 17,55 1 5,35 - - - 40,94 - - 4 18,34 1 9,10
Maçaranduba·Bidentada - - - - 1 2,90 - - -
Macucu - - - - 1 1,52 - - - - - 1 1,30
Macvcu-de-Paca
Macucu·de·Sangue
Mamo r - - - - 1 0,92 - - 1 1,06
{Contmua)
TABELA V- Sub-Região da Superflcl8 Dissecada Guianense (4.3.5) (Continuação)
Amostras A-15 A·19 A·20 A·21 A·22 A-23 A·24 A·26 A-28 A-29
Dados lndivf- Volume lndivf· Volume lndivf- Volume lndivÇ- Volume lndivf- Volume lndiví- Volume lndiví- Volume lndivf· Volume lndi'lí- Volume. lndivf- Volume
:?u/~~
duos
m3 /ha N?/ha m 3 /ha N?/ha m 3 /ha N?/ha m3 /ha N?{ha m3 /1\a ~?u~sa m 3 /ha ~~~~a ~~~~a
duas duas duos duas duas
Nome Vulgar m 3 /ha N?fha m 3 /ha N?/ha m 3 /ha m3 /ha
Mamara na - - - - - - - 1 1,55 1 5,96
Mandioquetra-Escamosa - - - - - - - -
Mandioquetra·L•sa - - - - - - - - - 1 3,57
Mangabarana 1 1,69 - - - - - - - - - - - 2 2,35
Mão--de-Gato - - - - - - 2 1,96 - - - - -
Maparajuba
MaparaJuba-de-Sapopema
-
-
-
- -
-
-
-
-
-
-
4
-
38,12
-
1
-
2,34
-
- - 2 5,94 - - 1 1,22 1 15,15
Maparana
Mapatirana
-
-
-- -
- -
-
-
-
-
-
-
-
1
1
1,75
2,00
Mapux1qut-Vermelho
Marapuama
Marfim-Falso - - - - - - - - - - 1 2,27
Martnhe•ro - - - - - - - - - - - - - - - 1 0,80
Marupá - - - - 1 2,26 1 3,01 1 2,69 - - - - - 1 1,85
Matam atá
Mata matá-Branco 2
-
3,38
8 13,06
-
-
6
-
6,74
4
-
4,52
-
-
6
-
12,91 17
-
34,83
-
3
-
3,61
-
-
-
- 6
-
9,43
-
7
-
12,27
Matamatá-Ci - - - 3 1,53 - - 2 5,54 2 2,54
Matamatá-Jib6ia 1 2.41 - - - 1 0,78 - - -
Matamatá-Preto
Matamatá-Ripe1r0
-
-
-
-
-
-
-
-
- -
-
- -
-
- -
-
-
-
-- -
- 2
6
4,15
9,75 3 3,47
Matamatá-Ripelro-Branco
Matamatá-Rosa
-
2
-
3,87
-
- -
-
3
-
5,13
-
-
-
-
-
4 6,41
-
-
-
-
-
2
-
8,72
Matamatá-Vermelho - - - 1 0,61 - - - - - 2 5,65 - - 3 5,75
Melanctetra - - - - - - - - - - 2 5,24
Morototó - -
Morototóo-Branco 1 2,00
Mutraptxuna 1 1,13 - - - - - 1 1,13
Mutratinga - - - - - - -
MUiraúba - - - - 1 2,18 2 1,99
Mutraxtmbé - - - - - - - - - - - - - 1 0,72
Munguba
.:sw Mu nguba-da-Mata
Murta
Munct
Muruct-Branco
-
-
-
-
-
-
3
-
-
4,67
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
- -
-
-
-
-
1
1
1,20
0,86
<O Muruct-Vermelho
Mururé -
-
-
-
2
-
1,99
-
-
-
- -
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
- 1 0,80 - - 1 1,88
Mututt - - - 1 1,31 1 2,29 - - - - - - - 1 ?.53
Mututirana - - - 1 4,04 - - - - - -
- - -
- - - - -
Pacapuá - - - - - - - - - - - - 2 2,53
Pa1urá - - - - - - - - - - 1 4,46 - -
Parapará - - 1 1,96 - - - - - - - 1 0,89 1 0,76
Pancá-de-EsponJa - - - - - -
Pannan 1 7,24 - - 1 1,56
Paruru - - - - - - - - 1 5,40
Pau-Branco 1 0,81
Pau-O' Arco - -
Pau-O' Arco-Amarelo
Pau· O' Arco-Branco
,
r -
1,20
-
- -
1
-
2,93 -
-
- -
-
-
- -
-
-
1
1
1,08
6,90
-
-
-
-
-
- -
1
2
7,31
7,85
Pau- O' Arco- Roxo - - - - - - - - - - - - - - - - - 2 6,13
Pau-de- Remo - - - - - - - - - - - - - - - -
Pau-Ferro - - - - - - - - - - - - - - - 1 6,99
Pau-Jacaré - - - 1 4,63
Pente-de-Macaco - - - 3 5,60
Pintadinho-da-Mata - - 1 2,76 -- - - - - - - - - - - - 2 2,38 2 2,88
Piquiá - - - -1 - 1 9,05 - - - - - 6 82,51 1 8,04
Piqutarana 1
1
"1,62
15,15
- - - - 2,71 - - - - - - - - - 2 10.41
Pita~ca
Pitombarana
Pracacht
Prectosa
- - - - -
--
Pupuca 1 5,70
Puru~ - - - - - - - - - - - 1 2,35
Ouaruba
Ouaruba-Branca
1
-
14,56
-
1
-
1,48
- -
-
-
-
-
-
-
-
-
-
- -
4 15,41
-
-
1
-
7,86 1 2,95
Ouaruba-Cedro -
-
- -
-
-
-
-- -
-
-, - 1
-
4,45
-
-
-
-
-
- -
Ouaruba- Rosa - 4,90 2 7,70
Ouaruba-Tinga - - - - - - - - - - - - - 2 4,65
Ouaruba-Vermelha - - - - - - 1 1,89
Ouarubarana
Ouataqutçaua
Quebra-Faca - - - - - - - - - - - - - - 1 0,74
Oumarana
Rosadinha
~------ ----·-----
"i Continuai
TABELA V -Sub-Região da Superffcie Dissecada Guianense (4.3.51 (Conclusão)
Amostras A·15 A·19 A·20 A·21 A·22 A·23 A·24 A-26 A-28 A-29
Dados lndivC- Volume lndlvf~ Volume lndivf~ Volume lndivr· Volume lndivf- Volume lndivf- Volume lndivf- Volume lndivf- Volume lndivf- Volume lndivf- Volume
N~/h a N'JY~:
05 05
N~uh a
duos
N~h a
05 05
N~~o; N~uh a N~Jt,o;
duas duos
Nome Vulgar m 3 /ha m 3 /ha N~ha
3
m /ha m3 /ha 3
m /ha m 3 /ha m3 /ha N?/ha m 3 /ha m 3 /ha N?/ha m 3 /ha
-
Tach1-Pitomba 1 2,13
Tach•-Vermelho - - 1 0,47 3 14,99 - - 1 4,89
< Tach1rana
Tamanque•ra -
1
-
1,68
.+::- Tamanque•ra·Preta - - - 1 2,73
o Tamaquaré - - - - - - - - 3 4,31
Tantmbuca - - - 1 1,17 - - - 1 2,71
Taperebã - - - - -
Tatá-Pirrrrca - 1 1,63 1 3,79 - - 1 1,88
Tauarr - 1 2.45 1 3,79 1 0,88 1 3,34 - - - - - 1 2,90 1 0,74
Tento - - 1 6,09 - - - - - 1 6,24
Timborana - - 1 2,17 - 1 1,72
Tonque•ro (Rutácea) Não Identificado - - - -
Torém - - 2 3,80
Tnch(lia - - -
Uch1rana 1 0,92 - - 2 4,22 - 1 1,75 - 1 1,12 - 2 1.46 2 3,32
Ucuuba - - - - - - 2 14.48 - - - - - - 2 2,28
Ucuuba-Branca - - - - - - 1 2,26
Ucuuba-da-Mata - - 10 27,04
Ucuuba-da· Terra-Firme
Ucuuba-Preta
Ucuuba-Vermelha - - - - - - - 1 1,32 - - 2 4,58
Ucuubão - - - - - - 1 6,63 - - -
Ucuubarana - - - - - - - - 1 0,88
Urucurana 3 4,88 - 1 1,22 - - - 2 4,16
Urucurana-Dura - - - - - - - - 1 2,09
Verga-de-Jabotl 1 3,22 - - 1 8,34
Violeta - - - -
Visgue•ro - - - - 1 4,53
Não Identificada - - - - - - - - - 1 5,13
Total 70 181,66 62 133.99 78 201,09 47 236,04 70 173,34 63 145,31 85 221,36 42 74,12 85 265,33 67 177,33
TABELA VI- Area de Contato Floresta/Cerrado (Encrave Florestal) (4.5)
A-7 A-8 A-25 A-32 A-33
Abiorana 2,17
Abiorana Cutite 0,74
Abiorana Folha Fina 1,52
Abiorana Seca 0,45
Abiorana Vermelha 3 4,16 1 0,81
Acariquara 1 3,38 3 9,93
Amapá 1 3,43 1,43
Amapá Doce 1 0,47
Amaparana 1 0,47 2 1,05
Anani 1 7,02
Andiróba 3 5,40 5 5,55
Angelim 2,33
Angelim da Mata 2,14
Angelim Rajado 2 7,20
Apij6 1,56
Arapari 0,70
Araracanga 1 2,71
Axixâ 1,97 3 19,09
Breu Areu Areu 1 0,88
Breu Manga 3 2,84 7 10,80 4 3,42
Breu Mescla 30 34,76 3 3,20
Breu Preto 4 5,12
Breu Sucuruba 1 7,06 3,21
Breu Vermelho 1 0,28 0,81
Cajurana 1,32
Caqui 1 1,18
Caripé 2 2,09
Cariperana 1,36 1,46 1,20
Caxinguba 2,63
Cinzeiro 5,79
Copafba-Branca 1 1,93
Cuiarana 1 1,20 0,86
Cumaru 1 0,63
Cupiúba 3 14,93 19 36,71 4 12,81
Envira Aritu 2 4,31
Envira Cana 1,88
Farinha-Seca 0,61
Fava-Coré 0,83 3,86
Fava Folha Fina 3,16
Fava Mari Mari 1,13
Faveira Folha Grande 1 3,11
Freijó-Branco 2 7,21
Guajarâ 2 2,71
lngâ Branco 0,47
lngâ da Mata 1,13
lngâ Vermelho 0,49
lngâ Xixica 0,72
loica 0,27
ltaúba 3 9,98
.Iara na 3 6,12
.hão Mole 0,87
.lltar Ferro 0,87
Louro Abacate 2 2,14
Louro Bordage 3,78
Louro Branco 1,20
Louro ltaúba 0,67
Louro Preto 2,89
Louro Rosa 0,67 2 4,40 0,33
Louro Sp - 2 3,01
Maracaúba 0,88
Maçaranduba 1 0,74
Mapuxiqui Vermelho 3 2,33
Maravuvuia 1,55
Marupá 1,34 1,36
Matamatá Branco 2 2,17
Matamatá Rosa 0,67
(Continua)
IV/41
Continuação
A-7 A-8 A-25 A-32 A-33
IV/42
5. FLORfSTICA
IV/43
Nome vulgar Nome cientrfico Nome vulgar Nome cientifico
IV/44
Nome vulgar Nome cientffico Nome vulgar Nome cientffico
IV/45
Nome vulgar Nome científico Nome vulgar Nome cientffico
IV/46
6. BIOCLIMA
IV/47
QUADRO 111 - Curvas Ombrotérmicas de Gaussen
PERfODO: 1950-1957/1968-1973
.
PERIODO: 1950 -1957
TERMOXEROQUIMÊNICO ATENUADO TERMOXEROQUIMÊNICO ATENUADO
(2,5 MESES SECOS) (3 MESES SECOS)
TEMPERATURA MÉDIA DO MÊS TEMPERATURA MÉDIA DO MÊS
MAIS FRIO) 15°C MAIS FRIO) 15°C
PRECIPITAÇÃO ANUAL: 2.321mm PRECIPITAÇÃO ANUAL: 3 226mm
400mm
600mm
360
560
320
520
280
480
240
440
200
400
160
360
120
320
80
30°
20° ~--------------~~~~~ 40
280
10° 20 240
JFMAMJJASONO
200
160
120
80
30°
20° 40
10° ~o
J F M A M J J A s o N D
IV/48
QUADRO IV- Curvas Ombrotérmicas de Gaussen
0051
CLEVELÂNOIA 00 NORTE- AP {LAT.IN.I , 64
LONG.(W.Grw.) 51°45' CAYENNE -GUIANA FRANCESA fLAT.INI4' ,
LAT 15.) 1°07' PORTO PLATON -AP JLAT.IN.I 0' 42 , llONG.(W.Gr•) 5~19'
JARILÂNOIA- AP { LONG.IW) 52"00' (LONG.(W.Grw.) 51°25' PERÍODO: 1921 -1942
PERÍODO: !956-1960
PERIOOO: 1951-1956/ 1968·1973 SUB· TERMAXERJCO
PERIOOO: 1969-1973 SUB- TERMAXERICO
SUB-TERMAXERICO PARA EUTERMAXERICO (1,5 MESES SECOS)
SUB ·TERMAXERJCO PARA EUTERMAXERICO I 2 MESES SECOS l
!MENOS DE UM MES SECO) TEMPERATURA MEDIA DOMES
(MENOS DE UM MES SECO) TEMPERATURA MEDIA 00 MES
MAIS FRIO) J5°C
TEMPERATURA MEDIA DOMES TEMPERATURA MEDIA 00 MES
PRECIPITAÇÃO ANUAL: 3.266mm MAIS FRIO> 15° C
MAIS FRIO> J5°C
MAIS FRIO) 20°C 320mm PRECIPITAÇÃO ANUAL:2.955mm
PRECIPITAÇÃO ANUAL I 857mm
PRECIPITAÇÃO ANUAL. 2.485mm
520mm
280
400mm
480 520Mm
240
360
440 480
200
~
400 440
280
160
360 400
120
240
320 360
80
200
30' 280 320
20" 40
160
lO" 20 240 280
120 JFMAMJJASOND
200 240
80
30'r
20'
y f4o
20
160
120
200
160
lO'
JASONDJFMAMJ 80
30"j
20°
•\ I t 40
20
lO' 30°1
0"
2
- 'mml --j
JFMAMJJASOND 10° 20
JFMAMJJASOND
o
C>
"',....
o
o o o o o
oooooooooo 000
o o o o o o o o o o o o o o
0000000000 0000
oooooooooooooo
0000000
o o o o o o
Serro do Novio
X o o •o o
X X
X X X X
X X X X X
o 40 80 120 km
BIOCLIMAS
Termoxeroquimênico Atenuado Sub- Termoxérico Eutermax:rico
D Cerrado ~ Floresta
~denso
ro-o-1
~denso
Floresta
~Contato Contato
•Estação
D Campo Q Campo
MeteorolÓgica
IV/50
QUADRO V - Curvas Ombrotérmicas de Gaussen
PERÍODO: 1951-1956
EUTE RMAXÉRICO
{SEM MESES SECOS)
3038
TEMPERATURA MÉDIA DOMES MARIPASOULA- AP{ LAT.CN.l ,
LONG ( W. Gr w.) 53°52'
MAIS FRIO) 20°C
PRECIPITAÇÃO ANUAL: 2.284mm PERÍODO: 1956-1960
EUTE RMAXÉRICO
(SEM MESES SECOS)
360mm TEMPERATURA MÉDIA DO MES
MAIS FRIO) 20°C
320 PRECIPITAÇÃO ANUAL: 2 485mm
280
400mm
240
360
200
320
160
280
120
240
80
30°
20°
~------.......-......;...... 40
200
10° 20 160
JFMAMJJASOND
120
80
30°
20°
1--------------; 40
I 0° 20
JFMA MJJASOND
IV/51
7. CONCLUSOES
As Folhas parciais NA/NB.22 (MACAPÁ} abran- Uma análise ampla nos leva a separar duas áreas,
gem áreas de grande potencial econômico em do ponto de vista de recursos madeireiros:
recursos naturais renováveis.
a) Floresta das Planícies Aluviais
IV/52
Embora não tenha sido constatada a presença de 7.2. RECUPERAÇÃO DO CERRADO
madeiras como o cedro e o mogno há outras
espécies (ucuubas, maçaranduba, acapu, andi- As práticas rotineiras de agricultura nas florestas
roba, piquiá, quaruba, etc.) que já conquistaram de galeria e as queimas periódicas para renovação
os mercados externos e fazem das florestas do de pastagem natural nos tabuleiros constituem
Amapá uma fonte de riqueza caso sejam explo- intervenções reconhecidamente predatórias dos
radas segundo técnicas adequadas de manejo. recursos naturais renováveis ainda existentes na
Região do Cerrado.
b) A floresta das planícies aluviais tem no A região ecológica das Formações Pioneiras
aproveitamento do palmito-de-açaí e das semen- compreende, na sua maioria, áreas campestres
tes de patauá e murumuru outro fator econô- ricas em gramíneas e outros vegetais de valor
mico pelos seus valores industriais. agrostológico cujo aproveitamento deve ser fun-
damentado na expansão da pecuária.
c) O látex constitui outro recurso em potencial A área do manguezal tem possibilidade econô-
na área, principalmente em função dos povoa- mica vinculada à extração de taninos e madeira
mentos de sorva e de maçaranduba. dura para produção de dormentes, tanoaria, etc.
IV/53
8. RECOMENDAÇOES
O esquema abaixo mostra as linhas fundamentais Na área florestada regional prevalece o clima
das variações de fertilidade das áreas florestadas térmico superúmido, o que limita as atividades
equatoriais quando desmatadas e utilizadas. Fig. 3. agropecuárias.Fig. 4.
8.1.1. O gráfico "A" mostra a baixa fertilidade 8.2.1. A área de clima Eutermaxérico (altas
dos solos florestados equatoriais demonstrando temperaturas e chuvas continuadas, sem período
que a atual biomassa regional resulta mais de um seco), deve ser destinada exclusivamente às
equilíbrio ecológico dependente da enorme dis- atividades florestais - exploração da madeira
ponibilidade de energia solar e de água, do que através de manejo florestal.
de um solo fértil.
Com efeito, pois a análise química mostra que a 8.2.2. A área de clima Subtermaxérico (altas
biomassa vegetal seca contém, em termos temperaturas e chuvas freqüentes, mas com um
médios, 44% de carbono e 45% de oxigênio que curto período seco), deve ser destinada à explo-
foram retirados do anidrido-carbônico do ar, ração florestal, seja através de manejo ou seja
mais ou menos 6% de hidrogênio dos demais pelo desmate seguido de pronto reflorestamento.
elementos minerais essenciais retirados do solo. O aproveitamento da área para pastagens apre-
senta menor restrição climática.
8.1.2. O gráfico "8" mostra o lógico aumento
da fertilidade dos solos após o desmate, quando 8.2.3. A área de clima Termoxeroquimênico
a biomassa vegetal é queimada e assim transfor- (altas temperaturas e longo período chuvoso
mada em cinzas, água evaporada e gás carbônico. seguido de± 3 meses de seca), deve ser destinado
à agropecuária.
8.1.3. O gráfico "C" mostra a rápida perda da
fertilidade das áreas seguidamente agricultadas. Area coberta de campos naturais, apresenta
condições para a pecuária extensiva, depen-
Os solos profundos e o regime pluviométrico são dentes apenas de obras para controle das enchen-
de modo geral as causas principais da fugaz tes.
ilusão da primeira produção agrícola. No en-
tanto, nas manchas de solos menos pobres a 8.3. CONDIÇOES ECONOMICAS
atividade agrícola tem duração maior e a produ-
ção mantém-se estável. Distribuição das áreas naturais segundo os tipos
Em vista disso, sugere-se que as áreas regionais de vegetação: suas áreas de ocupação e suas
sejam melhor utilizadas no aproveitamento do destinações.Ouadro VI.
enorme potencial energético (luz solar) para
produção vegetal primária, transformando-a em A avaliação, em nível regional, da madeira
carne e subprodutos florestais. indicou uma alta média ± 170 m 3 /ha para a
floresta densa e cerca de 90m 3 /ha para o
A imediata proteção do solo é condição primor- Contato (Floresta/Cerrado). Quadro VIl.
dial após o desmate e a limpeza da terra pelo
fogo. As culturas de ciclo longo (pastagens e Assim sendo, as áreas florestadas do Território
reflorestamento) são as mais indicadas para a do Amapá apresentam boas perspectivas quanto
região. à exploração da madeira.
IV/54
A_ ~REAS FLORESTA DAS B-AREAS DESFLORESTADAS C- ~REAS DESFLORESTADAS
K ( 111ANO-F<fOEA6RICULTURAI ( APO'S O211ANO -F060 E AGRICULTURA)
K
Matorsr Co
p p
No Na Na
fig. 3 - Esquema Demonstrativo de Utilização Primária das Áreas florestadas
r:::-::1 I
Areas mais favoráveis à exploração e manejo florestal
L..;_;_j
IV/55
QUADRO VI - Distribuição das Areas Naturais
Sem destinação Mercado externo Mercado interno
Area lpê-da-várzea Munguba
Volume de Madeira Casca-preciosa
Tipo de 2 (m 3 /ha) Castanha-de-paca Jacareúba-de-igapó Tachis
Vegetação km ha Taperebá
Castanharana .lJtals
Castanheira Louros Tinteiro
Floresta de Relevo Catapuá-vermelho Macacaúbas Violeta
Ondulado 90.000 9.000.000 170 Mandioqueiras
Caxinguba
Floresta de Relevo Preservação do Caxingubinha Marupá
Montanhoso 14.000 1.400.000. Ecossistema Morototó
Chapéu-de-sol
Contato Churu Muiratinga
(Floresta/Cerrado) 2.000 200.000 90 Coataquiçaua Paus-d' arco
Cerrado 10.000 1.000.000 Pastagens Cuiarana Pente-de-macaco
Campo 17.360 1.736.000
Cumaté Piquiá
Manguezal 2.640 264.000 Preservação do Piquiarana
Enviras
Ecossistema Ouarubas
Farinha-seca
Gombeira Ouarubarana
Totais 136.000 13.600.000 Ouarubatinga
Guajarás
lmbaúbas Roxinho
lmbaubarana Sucupiras
lngás Tamanquaré
QUADRO VIl - Avaliação Regional do Potencial de lngarana Tatajuba
Jacamim Tatapiririca
Madeira Tauari
Jaral
Jaranduba Ucuubas
Floresta Densa Área Total= ±9.000.000 ha Jatereua
João-mole
Volume (m 3.) 3 .lJtairana
1 Valor (US$1
Destinação Comercial Lacre-açu
US$ 1.000
p/hectare p(50"A. da árei Lamuci
Laranjinha
Mercado Interno 50 225.000.000 3.375.000 Macucos
Mercado Externo 60 270.000.000 8.100.000 Mamo I
Se:mPestinação Atual 60 270.000.000 Mamoranas
Mangara na
Totais 170 765.000.000 11.475.000 Mangabarana
Mangabinha
1 Fontes: I.B.D.F. e firmas exportadoras regionais. Mão-de-gato
2 LeT n?4.771 de 15 de setembro de 1965- Código Florestal. Mapatirana
3 Valor referente a m 3 de toros. Mapuxiqui-ver-
melho
Marapuama
Maravuvuia
8.3.1. Lista das Espécies Florestais e sua Desti· Marfim-falso
nação Atual Marinheiro
Melancieira
Morácea-folha-
Sem destinação Mercado externo Mercado interno
grande
Muirapixuna
Acapuranas Abioranas Acapu
Muiraúba
Acariquarana Amapâs Acariquaras
Muiraximbé
Algodoeira Amaparana Açoita-cavalo
Munguba·da·mata
Anauerã Andira Ananis
Murta
Apazeiro Andiroba Araracanga
Muricis
Apijó Angelins Breus
Mururé
Araparis Axixã Carapanaúba
Mututis
Araparirana Axuã Cumaru Mututirana
Araracanga-falsa Cajuaçu Cumarurana
Pacapua
Benguê Cajurana Cupiúba
Pajurá
Buiuçu Cedrorana Faeira
Papo-de-mutum
Caferana Cinzeiro ltaúba
Parapará
Cajarana-branca Copafbas Jaranas Paricá-de-esponja
Capoteiro Copaibarana Jatobá
Parinari
Caqui Coração-de-negro Maçaranduba
Paruru
Caripé Freijó Maparajubas
Pau-branco
Cariperana Goiabeirinha Matamatás
IV/56
Sem destinaçio Mercado externo Mercado interno Sem destinação Mercado externo Men:ado interno
Pau-ferro Sapucaia
Pau-jacaré Seringa-itaúba
Pau-remo Seringarana
Paxiubarana Seringueira
Pintadinho Sorva
Pintadinho-da-mata - Sucuuba
Pitaiqueira Tachirana
Pracaxi Tamanqueiras
Preciosa Tanimbucas
Pucuca Tento
Puruf Timborana
Ouataquiçaua Tonqueiro
Quebra-faca Torém
Quinarana Trichllia
Rim-de-paca Ucuubarana
Rosadinha Urucuranas
Roseira Uxiranas
Saboeiros Verga-de-jaboti
Sapuca( Vergueiro
IV/57
9. BIBLIOGRAFIA
IV/58
14. JAPIASSU, A. M. S. & GOES FI LHO, L. Mus. Paraense Emilio Goeldi, Belém,
As regiões fitoecológicas, sua natureza e Bot. 19: 1-22, 1963.
seus recursos econômicos. IV. Estudo
fitogeográfico da folh<:J SA.22 Belém. In:
BRASIL. Departamento Nacional da 18. VELOSO, H. P. et alii. As regiões fitoe-
Produção Mineral. Projeto RADAM.Fo- cológicas, sua natureza e seus recursos
lha SA.22 Belém. Rio de Janeiro, 1974. econômicos. I. Estudo fitogeográfico de
(Levantamento de Recursos Naturais, 4). parte das folhas SC.23 Rio São Francisco
e SC.24 Aracaju. In: BRASIL. Departa-
mento Nacional da Produção Mineral.
15. MEHER-HOMJI, V. M. Les bioclimats Projeto RADAM. Parte das folhas SC.23
du sub-continent indien et leurs types Rio São Francisco e SC.24 Aracaju. Rio
analogues dans le monde. Trav. Sect. de Janeiro, 1973. (Levantamento de
Sci.Tech. lnst. Fr. Pondichéry, 7 (1): Recursos Naturais, 1).
1-254, 1963.
10. ANEXO
A ordem da síntese vem disposta no quadro abaixo. São descritas as fisionomias vegetais dos ambientes
morfológicos das Folhas na escala de 1 :250 000, aqui reduzidas para 1 :1 000 000 com conclusões,
sugestões e áreas dos ambientes. Fig. 5.
IV/59
NB•22- Y-B (CABO ORANGE)
A -I
A-2
A-3
A-4
A-5
A-6
A -7
A -8
A-9
A-IO A-18
A-11 A-19
A-12 A-20
A-13 A- 21
A-14 A-22
A-15 A-23
A-16 A-24
A-17 A-25
A-26 A-28
A-27 A-29
A-30
A-31
A-I•Fdou=~ 150m3lha 3
A-2:,FdoU+ Fdoe=~ 2 58 m 1ho
3
A-.3: Fdou+Fdoe=!229m lho A-4: Fdou+Fdoe=~ 299m3lho
3 3
A- 8: Fdt~!~co =~107m lh<l
3
A-5:Fdou+Fdoe:! IGG.Jlho A-6:Fdou :! 179m lho A-7: Fsc- -!98m lho
3 Fdtu+Sco •
A-9, Fdpl +F dou=~ 80m I h a A-IO:~+Fdoe=: 164m3lha 3
A-li: Fdou+Fcloe =-295m I h a
3
A-12: Fdou+ Fdoe:! 223m lha
3 3 3
A -13: F dou +Fdoe=~ 235 m 1 h o A-15: Fdou+Fdoe=~ 182m lho A-16: Fdde+ Fddu=~228m
3
A-14,Fdou .. Fdoe :!243m 1ho 1ha
3 -- + 3
A-17: Fdde+Fdctu=: 223m 1ho A-18: Fdde + Fddu=: 157 m3/ho A-19: Fdou+ Fdoe= t 134m3lho A-20: Fdou+Fdoe=- 201m /'ha
3 3
A-24: Fdou+~=!221m 1ho
3 3
A-21: ·F dou+ Fdoe:! 236m lho A-22:Fdou+Fdoe=! 173m lha A-23:Fdou+ Fdoe=.:_l45 m lho
31
A-25:Fdl~;~eo .: 112m3lho
-.- +
A-26:Fdou+~=-74m ho A-27: Fdde.~= ~129m3lho 3
A-28:Fdou+ Fdoe=: 265m lha
3
A-29: Feto e+ Fdou=! 177m 1ho 3
A-30:Fdoe =!146m lho 3
A-31: F dsu =!56m I ha A-32: FS_c_=~I20m3 1ho
Fdau.sco
A-33: Fsc:- =~120m31ho A- 34: Fdhe+Fdhu =~225m lho
3 3
A-35: Fdoe=! 24 7 m 1ho
Fdau.Sco
Fig. 5- Localização das Folhas, com as Amostras do Inventário Realizado no Bloco de Macapá
IV/60
10.1.1. Folha NB.22-Y-D (Cabo Orange)
552'•
30' o o · · ; : . - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - = i 5 ' 051'0
00' '
Fig. 6 o lO 20 30 40km
IV/61
H) Descrição ucuuba, andiroba, anani, tachi e taquara
(Ambiente Fdpl = 201 km 2 ) e ainda, mis-
Esta Folha tem apenas 2.169 km 2 e com- tura com mangue (Ambiente
p'i"eende: Fdpl + Pmg = 8 km 2 ) , na ponta do mos-
quito.
1. Formações Pioneiras, que ocupam a maior
extensão de área da Folha, assim distribu (das: b) Do relevo submontanhoso. Esta Floresta de
cobertura uniforme revestA o embasamento
a) Areas aluviais campestres (Cariazal)l, perio- cristalino, diversificado em outeiros e coli-
dicamente inundadas (Ambiente nas (Ambiente Fdlu = 14 km 2 ) e em áreas
Padc = 1.146 km 2 ), ricas em gram fneas de onduladas (Ambiente Fdau = 12 km 2 ). A
alto porte, ciperáceas, melastomatáceas e fisionomia arbórea é caracterizada pela
densos buritizais. presença constante de jaranas, matamatás,
acariquaras, andirobas, cupiúbas, maçaran-
b)Areas de manguezal (Ambiente dubas, maparajubas, faveiras, ananis, para-
Pmg = 782 km 2 ), onde a influência da sali- parás e outras. Nos vales ressalta-se a
nidade do mar condiciona o desenvolvi- presença do aça (.
mento de uma vegetação de composição
gregária dominada pelas espécies siriúba e Resumindo:
mangue-vermelho.
A área é quase totalmente ocupada pelas
2. Floresta tropical densa, compreendendo dois Formações Pioneiras que, sob ação das inun-
grupos de formações: dações, não apresenta muitas opções quanto à
sua utilização. Talvez sua destinação seja a
a) Das plan(cies aluviais periodicamente inun- criação de búfalos, pela riqueza das suas
dadas. Estas formações ocorrem: com pal- pastagens naturais. Há algumas madeiras de
meiras nas ilhas do Oiapoque, dominadas valor, tais como: ucuuba e andiroba, transpor-
pelo açaf (Ambiente Fdpm = 6 km 2 )sem táveis pelo processo de flutuação.
palmeiras onde é elevada a freqüência de
IV/62
10.1.2. NA.22-V-B (Oiapoque)
Fig. 7 o lO 20 30 40km
CERRADO
(Savanna) (Ciosed Tropical Forestl
Parques Plan(cies aluviais periodicamente inundadas
(Parkland Savanna) Fdpl- (latifoliada sem palmeiras)
com cursos d'água perenes Areas sedimentares (Lowland Forestl
Spfe - (drenagem esparsa - com floresta de galeria) Fdhu - (baixo platô com cobertura uniforme)
Fdtu ..:.. (platô dissecado com cobertura uniforme)
FORMAÇOES PIONEIRAS Relevo das baixas cadeias de montanhas
(Pioneer Formations) (Submontana Forest)
Pmg - Manguezal Fddu - (cadeias de-montanhas com cobertura uniforme)
Aluvial Fdlu - (outeiros e colinas com cobertura uniforme)
Campestre Fdou :.... (relevo dissecado forte-ondulado com cobertura
(Grassland) uniforme)
Padc - (áreas deprimidas inundadas periodicamente) Fdoe- (relevo dissecado forte-ondulado com cobertura
de emergentes)
CONTATO Fdau - (relevo dissecado ondulado com cobertura uniforme)
(Transition Savanna/Forestl
FSc - (área de encrave)
Fdau +Sco
IV/63
li) Descrição f) A floresta dos terrenos aplainados do Pré-
cambriano, de cobertura uniforme, porte
A Folha tem uma área de 12.535 km 2 , com: médio a baixo e potencial de madeira
floresta densa 8.774 km 2 , contato (cerrado/flo- relativamente baixo (± 240m 3 /ha), apre-
resta) 222 km 2 , Formações Pioneiras 3.497 km 2 senta uma dominância de pracachi, arapari,
e Cerrado 42 km 2 • puru í, caferana, mandioqueiras e mata-
matás (Ambiente Fdau = 1.181 km 2 ). Nas
1. A floresta sempre-verde derrsa compreende: margens do médio curso do rio Cassiporé,
aparecem manchas da floresta aluvial em
área quaternária (Ambiente Fdau+Fdpl =
a) A floresta das plan i'cies aluviais é caracteri- 190 km 2 ).
zada pelas ucuubas, ananis, andiroba, ta-
quara (Ambiente Fdpl = 1.094 km 2 ).
2. Contato
b) A floresta das planícies aluviais entre- A Sudeste da Folha, no limite da área Pré-cam-
meadas de manchas de floresta dos teste- briana com os terrenos terciários, encontra-se
munhos aplainados do Pré-cambriano é uma faixa de Contato caracterizada pela pre-
caracterizada pelas espécies acima relacio- sença de encraves de Cerradão e de Floresta
nadas e mais arapari, araracanga-falsa e densa. No Cerradão dominam cajuí, lixeira e
pracachi (Ambiente Fdpi+Fdau = 69 km 2 ). umiri e na Floresta, breu-preto, cupiúba, andi-
roba, rosadinha e pracachi, tendo sido realizadas
duas amostras (A 7 e Aa - Tabela V I) neste
c) A floresta das áreas sedimentares dos bai-
ambiente, com 98 m 3 em média. (Ambiente
xos platôs é caracterizada por árvores de
FSc - 222 km 2 ).
alto porte, onde se destacam umiri, breus,
Pdtu + Sco
matamatás e ingás, constituindo o dorsel
uniforme (Ambiente Fdhu = 6 km 2 ).
3. O cerrado na Folha aparece apenas em duas
pequenas manchas com a fisionomia de Parque
d) A floresta das áreas dissecadas do Pré-cam- cortado de Floresta de galeria (Ambiente
briano, de alto porte e cobertura uniforme Spfe = 42 km 2 ). Na Floresta de galeria, o buriti
com núcleos esparsos de árvores emergen- é a espécie dominante e no Parque as gram(neas
tes. Esta floresta apresenta elevado poten- e plantas lenhosas rasteiras são as características.
cial de madeira(± 240m 3 /ha), devido prin-
cipalmente às espécies maçaranduba, mapa- 4. Formações Pioneiras
rajuba, cupiúba, jarana, mandioqueira, lou-
ros, acapu, acariquara e matamatás (Am- a) Manguezal na área de influência marítima
biente Fdou + Fdoe = 5.908 km 2 ~. - a Formação Pioneira é fundamental-
mente composta de mangue e siriúba (Am-
e) A floresta das cadeias submontanhosas e biente Pmg = 196 km 2 ) •
dos outeiros e colinas do Pré-cambriano
(com afloramentos de granito e gnaisses), b) Campo na área deprimida periodicamente
de baixo porte, cobertura uniforme e baixo inundada - a Formação Pioneira apresenta
potencial de madeira é caracterizada pela cobertura campestre caracterizada de gra-
freqüência de ipês, faveiras e parapará míneas de alto porte (canaranas), aninga,
(Ambientes Fddu = 257 km 2 e ciperáceas e melastomatáceas (Ambiente
Fdlu = 75 km 2 ). Padc = 3.301 km 2 ).
IV/64
Resumindo: Nas planícies aluviais há concentrações de
algumas espécies de expressão comercial inter-
Duas Regiões Ecológicas dominam nesta nacional como a ucuuba e a andiroba.
Folha: a região da Floresta densa e das
Formações Pioneiras.
Os campos inundáveis são ricos em gram rneas
Os relevos aplainados e o elevado potencial de de alto porte e sua destinação talvez seja a
madeira comercial constituem aspecto favorá- criação extensiva de bubalinos.
vel à utilização diversificada da área.
IV/65
10.1.3. NA.22-V-C (Rio Oiapoque)
~ ~
l'Q0~-------------------------------------------------,3'00'
y
r
}'\
/ l
?
/
Fdle~
FdOU+Fdoe
Fdoe
Fig. 8 o lO 20 30 40km
IV/66
11) Descrição Fdoe = 1.873 km 2 } • De modo geral a floresta é
composta predominantemente de angelim-
da-mata, maçaranduba, maparajuba, faveiras,
abioranas, tauari e tachi.
1. A floresta sempre-verde densa é aqui repre-
Resumindo:
sentada unicamente pelo tipo florestal submon-
tanhoso dos terrenos do Pré-cambriano. Diversi- Toda a área apresenta alto potencial de
fica-se, de acordo com a variação morfológica, madeira capaz de justificar investimento de
em floresta de espécies emergentes ou não, dos capitais em atividades florestais. Porém, a
outeiros e colinas (Ambientes Fdlu = 207 km 2 e inexistência de hidrovias e o caráter monta-
Fdle = 22 km 2 } e floresta do relevo dissecado nhoso constituem entraves a estes empreen-
(Ambientes Fdoe + Fdou =3.451 km 2 e dimentos.
IV/67
10.1.4. NA.22-V -D (Cunani)
Fddu-<:}
Fdou tFdoe
• A-IO
•A-li
•A-12
~Fddu
(J'Fddu
A-22•
•A-21
•A-20
•A-19
Fdde~
Fdde~
Fdde V
Fdde~
bFdde+Fddu
2'ool_____________________________________________________________________~~------------------------~
52'3C'
Fig. 9 o lO 20 30 40km
I) Legenda CONTATO
(Transition Savanna/Forest)
Cerrado
FSc (Encrave em relevo ondulado)
(Savanna)
Fdtu+Sco
Cerradão
(Woodland Savanna)
FLORESTA TROPICAL DENSA
Sco- (relevo ondulado)
(Ciosed Tropical Forest)
Campo cerrado
Planfcie aluvial
Osolated Tree Savanna)
(AIIuvial Forest)
Srf - (com floresta-de-galeria e cursos d'água perenes)
Periodicamente inundável
Parques
Fdpl (Latifoliada sem palmeiras)
(Parkland Savanna)
Areas Sedimentares
Spfe (Floresta-de-galeria- drenagem esparsa)
(Lowland Forest)
Fdtu (platô dissecado com cobertura uniforme)
FORMAÇÚES PIONEIRAS
Relevo das baixas cadeias de montanhas
(Pioneer Formations)
(Submontana Forest)
Aluvial - campestre
Fddu (cadeias submontanhosas com cobertura uniforme)
(Grassland)
Fdde (cadeias submontanhosas com cobertura de emergentes)
Padc (Áreas deprimidas, periodicamente inundadas)
Fdou (relevo dissecado forte-ondulado com cobertura uniforme)
Fdoe (relevo dissecado forte-ondulado com cobertura de emer-
gentes)
IV/68
11 Descrição se com manchas de floresta densa uniforme
(Ambiente FSc = 877 km 2 ). Um a
A cobertura vegetal desta Folha está assim Fdtu+Sco
distribuída: amostra realizada na área (A-25..,.. Tabela VI)
forneceu 112 m 3 .
IV/69
10.1.5. NA.22-X-A e NA.22-X-C (Amapá)
51'00'
49'30'
3'00'
~~------~_.~~--~~~--~~--~~~~~P~m~g------------------------~----------------------_1~~
49'30'
Fig. 10 o lO 20 30 40km
IV/70
li) Descrição galerias ocorrem: anani, ucuubas, buritis e
açaís (Ambiente Spfe = 655 km 2 ).
Esta Folha abrange parte dos tabuleiros Terciá-
rios e da planície do litoral amapaense e de
algumas ilhas, resultantes da deposição de ori- 2. Formações Pioneiras - Nos terrenos Quater-
gem fluvial e marinha. As inundações nos terre- nários, destacam-se:
nos Quaternários constituem característica fun-
damental pela influência exercida sobre a ecolo- a) Manguezal - ocorre nas áreas sob influ-
gia local. ência da maré, onde dominam a siriúba, o
mangue-vermelho e o mangue-branco (Am-
biente Pmg = 207 km 2 ) •
Três regiões ecológicas estão aqui representadas:
1. Cerrado. Nas áreas Terciárias, diferenciando-se b) Campos- ocorrem nas áreas aluviais, perio-
em: dicamente inundadas, ocupadas fundamen-
talmente de aninga, gramíneas, ciperáceas e
melastomatáceas (Ambiente Padc =
a) Cerradão - ocupa pequenas áreas do relevo H347 km 2 ).
ondulado, destacando-se no estrato arbóreo
os bate-caixa, caimbé, caju-do-campo, umiri 3. Floresta sempre verde densa tropical
e i na já (Ambiente Sco = 136 km 2 ) •
Representada na Folha pela Floresta latifolia-
da das planícies aluviais periodicamente inun-
b) Campo cerrado - formação característica dadas.
dos terrenos suave-ondulados caracterizada
por um estrato arbóreo baixo composto
principalmente de bate-caixa, murici, caju- Sua composição florística é caracterizada pe-
do-campoecaimbé(AmbienteSrf= 18 km 2 ). las ucuubas, ananis, andiroba e taquara (Am-
biente Edpl = 482 km 2 ) •
IV/71
10.1.6. NA.22-Y-A (Serra do Tumucumaque)
51'30'
1'00'
~Fddu
Fig. 11 o lO 20 40km
IV/72
li) Descrição resta de baixo porte, provavelmente co-
brindo solos litólicos, com muitas espécies
Excetuando as pequenas áreas de afloramentos de faveiras e matamatás {Ambientes Fddu
rochosos ocupados pelo Carrasco, toda a área da = 212 km 2 e Fdlu = 896 km 2 ).
Folha é coberta de vegetação da Região Ecoló-
gica Florestal densa {com 18.244 km 2 ).
b) Nas áreas dissecadas a floresta, na sua
maioria de baixo porte em solos rasos {com
As rochas do pré-cambriano de relevo submonta- quartzitos), é caracterizada pelas faveiras,
nhoso nos seus vários estágios de dissecamento tauaris e tachis e um baixo volume de
apresentam a seguinte cobertura florestal: madeira (A-26= 74m 3 ) (Ambiente Fdau =
634 km 2 ) contudo, na maior parte da
Folha, dom fnio do relevo forte-ondulado, a
1. Floresta densa de árvores emergentes: floresta é uniforme e de porte mais elevado
caracterizado por manchas de árvores emer-
a) A floresta de alto porte das baixas cadeias gentes (Ambiente Fdou+Fdae = 10.250
de montanha, outeiros e colinas é caracteri- km 2 ).
zada pelo angelim-pedra, maçaranduba e
sorva (Ambiente Fdde = 1.21 O km 2 e Fdle
= 25 km 2 ). Em outras áreas principalmente Nas proximidades do rio Jari manchas de
nas baixas montanhas a fisionomia desta floresta do tipo aluvial (ciliar), com bas-
formação aparece com manchas de floresta tante ingá e faveiras ocupando os terraços,
uniforme de baixo porte com bastante são vistas em meio à floresta dos terrenos
faveiras, quarubas e matamatás {Ambiente ondulados {Ambiente Fdau+Fdsu = 421
Fdde+Fddu = 1.224 km 2 ). km 2 ).
b) No relevo dissecado a floresta de alto porte 3. Vegetação arbustiva - próximo ao rio Jari
é caracterizada pela maçaranduba, mapara- observam-se manchas de afloramento rochoso
juba, tauaris, faveiras e alguns angelins. coberto por uma vegetação composta de
Seus vales apresentam composição flor(s- arbustos e gramfneas {Carrasco) (Ambiente Cr
tica caracterizada pelo aça(, anani e = 69 km 2 ).
ucuubas {Ambiente Fdae = 1.979 km 2 ).
Em algumas áreas aparecem manchas de
floresta baixa e pobre modificando a fisio- Resumindo:
nomia geral desta formação {Ambiente
Fdoe+Fdou = 1.304 km 2 ). Praticamente toda a área é coberta pela
floresta densa com alto potencial de madeira
comerciável capaz de justificar investimento
2. Floresta densa uniforme: de capitais em empreendimentos florestais. O
relevo dissecado com vales úmidos constitui o
a) Nas baixas cadeias de montanha, outeiros, e primeiro obstáculo à exploração e apro-
colinas das áreas do grupo Vila Nova e do veitamento da área.
Complexo Tumucumaque aparece uma fio-
IV/73
10.1.7. NA.22·Y·B (Rio Araguari)
52'30'
2"00'
Fdou+Fdoe
Fdlu~
(j
• A-26
Fdlu
o lO 20 30 40km
Fig.12
I) Legenda
CERRADO Relevo Submontanhoso
(Savanna) (Submontana Forest)
Cerradão Áreas de Embasamento
Sco (relevo ondulado) Fddu (baixas cadeias de montanhas com cobertura uniforme)
Parques Fdde (baixas cadeias de montanhas com cobertura de árvores
(Parkland Savanna) emergentes)
Com cursos d'água perenes Fdlu (outeiros e colinas com cobertura uniforme)
_rpfd (drenagem densa - com Floresta-de-galeria) Fdle (outeiros e colinas com cobertura de árvores emergentes)
rpfe (drenagem esparsa - com Floresta-de-galeria) Fdou (relevo dissecado forte ondulado com cobertura uniforme)
Fdoe (relevo dissecado forte ondulado com cobertura de árvores
CONTATO
emergentes)
(Transition Savanna/Forest)
FSc Fdau '(relevo dissecado com cobertura uniforme)
Fdaú + Sco (área de encrave)
IV/74
li) Descrição qüência de faveiras, matamatás, abioranas e
aça ( nos vales (Ambiente Fdau = 1. 786
A superHcie desta Folha é revestida por três km 2 ).
tipos de vegetação: floresta densa, Cerrado e
Contato (Cerrado/F lo resta). 2. Cerrado, abrange os terrenos sedimentares do
Terciário a leste da Folha, com dois ambien-
1. Região da floresta densa, ocupa área do tes:
Pré-Cambriano (com= 17.337 km 2 ):
a) Cerrado revestindo pequenas áreas de rele-
a) Áreas das baixas montanhas com cobertura vo ondulado, com a composição florística
florestal uniforme, de médio porte, com- caracterizada por umiris, paus-terra, caju-
posta predominantemente de faveiras, qua- do-campo e bastante inajás (Ambiente
rubas, matamatás, abioranas e acariquaras Sco = 102 km 2 ).
(Ambientes Fddu = 206 km 2 e Fdlu = 402
km 2 ), e com cobertura florestal de árvores b) Parque com floresta-de-galeria com cober-
emergentes de alto porte, composta princi- tura vegetal rasteira de gram fneas, ciperá-
palmente de maçarandubas, maparajuba, ceas, xiridáceas e plantas lenhosas de baixo
cu p i úbas, mandioqueiras, abioranas e porte, dispostas esparsamente. Nas flores-
cumaru. (Ambientes Fdde = 588 km 2 e tas-de-galerias ocorrem ananis, ucuubas e as
Fdle = 136 km 2 ). palmeiras: buriti e açaí (Ambientes spfe =
150 km 2 , Spfd = 426 km 2 ).
b) Áreas dissecadas, com cobertura florestal
uniforme de médio porte entremeadas de 3. Área de Contato (Cerrado/Floresta)
núcleos esparsos de árvores emergentes.
Dominam na composição do estrato supe- A leste e a sudeste da Folha, na faixa de limite
rior dessa floresta, as seguintes espécies: dos terrenos do Pré-Cambriano com os do
faveiras, tachi, tauari, parapará, abioranas, Terciário, encontram-se áreas caracterizadas
matarr.atás, etc. No estrato das árvores ,pela presença de encraves de Cerradão em
emergentes são encontrados: maçaran- meio a encraves da Floresta densa. A composi-
dubas, maparajubas, jaranas e piquiá. Uma ção florística é caracterizada por espécies do
amostra (A-28 - Tabela) apresentou 265 Cerrado (umiri, cajuí, lixeira, etc.) e da
m3 • Nos vales são encontradas: ucuubas, Floresta densa (breus, cupiúbas, rosadinha,
andirobas e aça( (Ambiente Fdou+ Fdoe =
pracachi, etc.) (Ambiente FSc -= 286
9.663 km 2 ). Neste tipo de relevo aparece, kmz ) . Fdau+Sco
em outros locais, uma Floresta de alto
porte, com núcleos esparsos de floresta Resumindo:
uniforme de médio porte(A-29= 117m 3 ).
As espécies mais freqüentes encontradas Praticamente toda a área possui alto potencial
são: maçaranduba, maparajuba, piquiá, de madeira comerciável capaz de justificar
acapu, matamatás, tachi, tauari, abioranas e investimento de capitais em empreendimentos
faveiras. Vales com açaí (Ambiente florestais. O relevo, na sua maioria dissecado,
Fdoe+Fdou = 4.556 km 2 ) • com vales úmidos, constitui o primeiro obstá-
culo à exploração e aproveitamento da área.
c) Áreas aplainadas com cobertura florestal Quanto às áreas de Cerrado, sua provável
uniforme de médio porte, com alta fre- destinação será a pecuária extensiva.
IV/75
10.1.8. NA.22-Z-A (Cabo Norte)
Fdpl ~ .(j-Lago
51'00'
o lO 20 30 40km
Fig. 13
I) Legenda
CERRADO
(Savannal Padc (áreas deprimidas inundadas periodicamente)
Cerradão FLORESTA TROPICAL DENSA
(Woodland Savannal (Ciosed Tropical Forest)
Sco (relevo ondulado) Planlcies Aluviais
Campo Cerrado (AIIuvial Forestl
(lsolated Tree Savanna) Periodicamente inundadas
Srf (com cursos d'água perenes ladeados de floresta de galeria) Fdpl (Latifoliada- sem palmeiras)
Parque Fdpm (Latifoliada- com palmeiras)
(Parkland Savanna) Relevo submontanhoso
com cursos d'água perenes (Submontana Forestl
Spfe (em drenagem esparsa ladeada de Floresta de galeria) Area do embasamento
FORMAÇOES PIONEIRAS Fddu (Baixas cadeias de montanhas com cobertura uniforme)
(Pioneer Formationsl Fdau (Relevo dissecado ondulado com cobertura uniforme)
Marftima CONTATO
Pmg (manguezal - Mangrove formationsl (Transition Savanna/Forest)
Aluvial FSc (área de encrave)
Campestre Fdau+Sco
(Grassland)
IV/76
li) Descrição ranas) ciperáceas e melastomatáceas e den-
sos buritizais {Ambiente Padc = 6.681 km 2 ).
Esta Folha apresenta 1.658 km 2 de área reves-
tida pelo Cerrado, 7.860 km 2 pelas Formações
Pioneiras e 1.349 km 2 pela Floresta densa. b) Áreas de manguezal - ocorre em toda a
faixa costeira, sob influência marftima,
com uma vegetação composta principal-
A maioria da área é capeada de sedimentação
mente pelas espécies siriúba e mangue-
recente {Terciária e Quaternária), com restritas
vermelho {Ambiente Pmg = 1.179 km 2 ).
áreas testemunhas do Pré-Cambriano a oeste. As
plan fcies, sujeitas a vários n fveis de inundações,
constituem o caráter marcante da fisionomia 3. Floresta densa - compreendendo dois grupos
desta Folha. de formações:
IV/77
10.1.9. NA.22-Y-C (Rio Jari)
Fig. 14 o lO 20 30 40km
I) Legenda
FLORESTA TROPICAL DENSA Fdde (baixas cadeias de montanhas com cobertura de emergentes)
(Ciosed Tropical Forestl Fdlu (outeiros e colinas com cobertura uniforme)
Plan fcie Aluvial Fdle (outeiros e colinas com cobertura de emergentes)
(AIIuvial Forest) Fdou (relevo dissecado fortemente ondulado com cobertura
Terraços ciliares uniforme)
Fdsu (com cobertura uniforme) Fdoe (relevo dissecado fortemente ondulado com cobertura de
· Relevo Submontanhoso emergentes)
(Submontana Forest) Fdau (relevo dissecado ondulado com cobertura uniforme)
Areas do embasamento
FLORESTA TROPICAL ABERTA
Fddu (baixas cadeias de montanhas com cobertura uniforme)
(Woodland Tropical Forest)
Fale (sem palmeiras- relevo acidentado)
IV/78
li) Descrição marcante a presença da castanheira. A sua
cobertura vegetal apresenta dominância de
A área compreendida por esta Folha é total- árvores emergentes tais como: castanheira,
mente coberta pela floresta densa diferenciada maçaranduba e maparajuba {Ambiente
quanto ao porte, composição e densidade, de Fdoe= 5.718 km 2 ). Existem locais, porém,
acordo com as variações morfológicas. onde as árvores emergentes são tão isola-
das que a floresta apresenta aspecto unifor-
me, com núcleos esparsos de floresta aber-
Assim temos: ta dominada pela castanheira {Ambiente
Fdou=60km 2 e Fdou+Falc= 1.587km 2 ).
a) Um conjunto de baixas cadeias de monta-
nhas e de terras mais baixas colinosas com
isolados outeiros, pertencentes ao Com- Na parte norte da Folha a ausenc1a da
plexo Tumucumaque, cobertos de floresta castanheira dá outra caracter(stica à fisio-
de alto porte com grande número de nomia do ambiente. Nos locais com cober-
árvores emergentes onde o angel im-pedra tura de árvores emergentes é grande a
(Dinizia excelsa Ducke) é o elemento domi- incidência de maçarandubas, quarubas e
nante {Ambientes Fdde = 6.901 km 2 e f ave iras {Ambiente Fdoe = 371 km 2 ),
Fdle = 703 km 2 ). enquanto nos locais de cobertura uniforme,
provavelmente em solos mais arenosos,
dominam as faveiras, tauaris, tachis e abio-
b) Um conjunto menor de baixas cadeias de ranas compondo uma floresta de menos
montanhas, envolvidas por outeiros e coli- porte {Ambiente Fdau = 994 km 2 ). Nos
nas, pertencentes principalmente ao grupo vales mais úmidos vale ressaltar a presença
Vila Nova cujo revestimento florestal é de aça(, anani e ucuubas.
constituído por uma floresta de menor
porte, uniforme, dominado pelas faveiras
(Parkia spp., Vatairea spp.) e tauaris e) Nos terraços dos rios Jari e Paru desen-
(Couratari spp.) {Ambientes volve-se uma floresta do tipo ciliar com alta
Fddu = 637 km 2 e Fdlu = 351 km 2 ). freqüência de ingás, faveiras, tachi e sucu-
pira no estrato arbóreo uniforme {Ambien-
te Fdsu = 340 km 2 ).
c) Uma área dissecada do Complexo Guia-
nense, a nordeste da Folha, coberta por
uma floresta de alto porte, apresenta Resumindo:
grande número de árvores emergentes, em
meio à qual encontram-se manchas de Esta folha, totalmente revestida pela floresta
floresta uniforme de menor porte. As maça- densa, apresenta alto potencial de madeira
randubas, maparajubas, alguns angelins- comerciável.
pedra, abioranas, tauaris e faveiras caracte-
rizam o tipo florestal {Ambiente Fdoe+
Fdou = 709 km 2 ) • A inexistência de vias de acesso e o relevo
muito acidentado são os primeiros entraves ao
investimento de capitais na área. A casta-
d) Uma área dissecada localizada na parte sul e nheira tem se revelado, até então, como
oeste da Folha, pertencente ao Complexo principal recurso extrativista das áreas disse-
Tumucumaque, tem como caracter(stica cadas do sul desta Folha.
IV/79
10 .1.10. NA.22-Y-D (Macapá)
Fig. 15 o lO 20 30 40km
I) Legenda
ÇERRADO Plan(cies aluviais periodicamente inundadas
(Savanna) Fdpl (Latifoliada sem palmeiras)
Cerradão Fdpm (Latifoliada com palmeiras)
IWoodland Savanna) Areados Terraços- Ciliar
Sco (relevo ondulado) Fdsu (com cobertura uniforme)
Campo Cerrado Fdse (com cobertura de emergentes)
(lsolated Tree Savanna) Áreas sedimentares
Sem cursos d'água perenes Baixos platôs
Sro (relevo ondulado) Fdhu (com cobertura uniforme)
Parques Fdhe (com cobertura de emergentes)
(Parkland Savannal Relevo Submontanhoso
Com cursos d'água perenes (Submontana For11stl
Spfd (drenagem densa - com Floresta-de-galeria) Área do embasamento
Spfe (drenagem esparsa- com Floresta-de-galeria) Fddu (baixas cadeias de montanhas com cobertura uniforme)
Fdde (baixas cadeias de montanhas com cobertura de
CONTATO emergentes)
(Transition Savanna/Forest) Fdlu (ou•eiros e colinas com cobertura uniforme)
FSé:
- - (área de encrave) Fdle (outeiros e colinas com cobertura de emergentes)
grupos Fdou (relevo dissecado forte ondulado com coberturaunifocmel
FORMAÇ0ES PIONEIRAS Fdoe (relevo dissecado forte ondulado com cobertura de
(Pioneer Formations) emergentes)
Aluvial Fdau (relevo dissecado ondulado com cobertura uniforme)
Campestre (Grassland) Fdae (relevo ondulado com cobertura de emergentes)
Padc (áreas deprimidas inundadas periodicamente) Ap (agropecuária)
FLORESTA TROPICAL DENSA
(Ciosed Tropical Forestl
IV/80
11) Descrição Área de Contato - Compreende dois tipos nos
quais o Cerradão aparece formando encrave na
Três regiões ecológicas estão aqui representadas. Floresta densa dos terrenos aplainados Pré-Cam-
A floresta sempre-verde densa tropical, que
ocupa mais de 70% da Folha, revestindo áreas
briano (Ambiente Fda~!~co = 278 km 2 ) e na-
Pré-Cambrianas, Terciárias e Quaternárias. A quela dos baixos platôs sedimentares (Ambiente
região do Cerrado engloba terrenos do Terciário Fdh~~~co = 402 km2 ) .
a leste, e as Formações Pioneiras a porção do
Quaternário a sudeste da Folha.
A Região da Floresta densa compreende:
b) Campo Cerrado- ocupa pequenas manchas c) As áreas sedimentares dos baixos platôs são
encontradas no sul da Folha, em áreas caracterizadas sobretudo por uma floresta
levemente onduladas. O ambiente é carac- de alto porte e grande número de árvores
terizado pela presença constante de caimbé, emergentes das quais se destacam o ange-
caju í, murici e bate-caixa, constituindo o lim-pedra, a maparajuba e a cupiúba. Em
estrato inferior mais alto sobre outro ras- meio a este ambiente são vistas manchas de
teiro denso, com alta freqüência de capim- floresta uniforme de baixo porte dominado
barba-de-bode, capim-cabeleira e algumas pelo umiri, breus, matamatás e ingás (Am-
ciperáceas (Ambiente Sro = 36 km 2 ). bientes Fdhe = 340 km 2 , Fdhe+Fdhu
= 676 km 2 e Fdhu = 24 km 2 ).
c) Parque - compreende áreas levemente
onduladas em que a floresta-de-gaieria cons- d) A área do relevo submontanhoso segundo
titui o elemento marcante, acompanhando as variações morfológicas, diversifica-se em:
normalmente os cursos d'água perenes.
Essas florestas são caracterizadas pelas 1. Cadeias das baixas montanhas da Plata-
ucuuba, ananis, aça(s e buritis (Ambientes forma, no Amapá (grupo Vila Nova e
Spfe = 2.248 km 2 e Spfd = 1.621 km 2 ). Complexo Tumucumaque), cobertas por
uma floresta de alto porte e de elevado
A Região das Formações Pioneiras é represen- potencial de madeira com pequenas man-
tada nesta Folha pelas áreas aluviais deprimidas chas de floresta uniforme (Ambientes
periodicamente inundadas, caracterizada sobre- Fdde+Fddu = 188 km 2 e Fdlu = 95 km 2 ) •
tudo pelas aningas, canaranas, ciperáceas e
melastomatáceas (Ambiente Padc = 292 km 2 ) • O angelim-pedra, a maçaranduba e a mapa-
IV/81
rajuba são as espécies emergentes mais duba, maparajuba, abiorana, acariquara,
freqüentes (Ambientes Fdde = 2.426 km 2 quaruba e cariperana, sendo ausente a
e Fdle = 1.142 km 2 ) • castanheira (Ambientes Fdoe+Fdou
= 2.225 km 2 ,Fdoe = 2.621 km 2 , Fdae =
2. Os relevos dissecados da parte sul da Folha 216 km 2 e Fdau = 31 km 2 ).
são caracterizados pela presença da casta-
nheira que ocorre como. principal espécie A margem direita do rio Araguari distin-
emergente juntamente com a maçaranduba guem-se manchas de agropecuária
(Ambiente Fdoe = 2.500 km 2 ). (Ambiente Ap = 343 km 2 ) •
Resumindo:
3. Os relevos dissecados da porção norte e
centro da Folha são revestidos por floresta A floresta densa ocupa a maior extensão desta
com árvores de alto porte e grande número Folha, apresentando elevado potencial de
de emergentes destacando-se, vez por outra, madeira comercial, principalmente na sua
manchas de floresta uniforme com árvores porção oeste. Os terrenos dissecados a su-
de baixo porte. Dentre as espécies mais doeste têm a castanheira como principal
caracter(sticas encontram-se a maçaran- recurso extrativista.
IV/82
10 .1.11. NA.22-Z-C (Ilha Caviana)
o lO 20 30 40km
Fig. 16
I) Legenda
CERRADO Pmg (Manguezal - Mangrova formations)
(Savanna) Aluvial
Cerradão Padc (Campestre (Gnissland) (áreas deprimidas inundadas
(Woodland Savanna) periodicamente)
Sco (relevo ondulado) PMia (Arbustiva - Shrubland)
Parque FLORESTA TROPICAL DENSA
(Parkland Savanna) (Ciosad Tropical Forest)
Com cursos d'água perenes Planfcles Aluviais
Spfd (drenagem densa com floresta-<1111J8Ieria) (AIIuvial Foresd
Spfe (drenagem esparsa com floresta-de-galeria) Periodicamente Inundadas
FORMAÇ0ES PIONEIRAS Fdpl (Latifoliada- sem palmeiras)
(Pionner Formations) Fclpm (Latifoliada -com palmeiras)
Marftima Ap (Agropecuária)
IV/83
11) Descrição b) Os manguezais ocupam as áreas sob in-
fluência marítima, caracterizados pela si-
A área desta Folha apresenta uma cobertura riúba e mangue-vermelho (Ambiente Pmg
vegetal pertencente a três Regiões Ecológicas = 61 km 2 ). Em alguns locais aparecem
(Cerrado com 1.823 km 2 , Formações Pioneiras manchas de açaizal com taquaras, ucuubas
com 3.919 km 2 e Floresta densa das planícies e ananis (Ambiente Pmg+Fdpm = 215
aluviais com 3.994 km 2 ). Algumas áreas de km 2 ).
agropecuária Ap ocorrem a noroeste.
São terrenos originários da sedimentação recente 3. A floresta densa latifoliada das planícies
(Terciário e Quaternário), na sua maioria, sob aluviais ocorrem nos terrenos periodica-
influência constante das inundações. mente inundados, dispersas por toda a
Folha. Em certas áreas essa floresta é vista
praticamente sem palmeiras e com alta
1. Cerrado - compreendendo: freqüência de ucuubas, ananis, andirobas e
taquara, ou com núcleos de açaizais espar-
a) Cerradão-está restrito a pequenas manchas sos (Ambientes Fdpl= 652km 2 e
a noroeste da Folha, em terrenos ondulados Fdpl +Pdpm = 2. 797 km 2 ). Noutras,
do Terciário, com bastante umiri (Ambien- porém, o açaizal aparece denso, dominando
te Sco = 51 km 2 ). a fisionomia, com pequenas manchas espar-
sas sem palmeiras (Ambientes
Fdpm = 284 km2 e Fdpm+Fdpl = 114 krrr).
Fdpm
b) Parque - ocorre a oeste da Folha e em
pequenas manchas nas ilhas de Caviana,
Mexiana e Curuá. Nas ilhas o Parque ocupa
os chamados "tesos" (Ambiente Em certas áreas, na ilha <;le Curuá, essa
Spfd = 235 km 2 ). A composição florística floresta faz contato direto com o mangue
é formada fundamentalmente de gra- (Ambiente Fdpm+Pmg = 147 km 2 ).
míneas, murici-rasteiro e ipê-amarelo tal
qual na área continental onde a drenagem é
esparsa (Ambiente Spfe = 1.537 km 2 ). Nas
florestas-de-galeria são comuns as ucuubas, 4. Agropecuária - restringe-se às áreas das
ananis e buritis. planícies aluviais e floresta-de-galeria a no-
roeste da Folha (Ambiente Ap = 549 km 2 ).
IV/84
Foto 1 - Mangabeira (Han·
cornla sp.eciosa Gomes). Par-
que do Cerrado sobre tabu-
leiro de relevo suave ondulaç1o
do Terciário. NA.22·Y-D.
JUU72.
Foto 8 - Cerrado: Parque em relevo ondulado do Terciário com floresta de galeria e denso
buritizal. NA.22-Y-D. JUL/72.
Foto 9- Vista panorâmica do manguezal no rio Uaçá. NB.22-Y· D. OUT/73.
Foto 10 - Grupo de mangue (Rhyzophora mangle L.) no rio Uaçá, destacando-se suas raJzes
aéreas. NB.22·Y·D. OUT/73.
Foto 11 - Area deprimida, alagada com vegetação graminosa. Ao. fundo manchas de floresta
aluvial ocupando terrenos mais elevados. NA.22-V·B. OUT/73.
Foto 12 - Area deprimida, alagada com anlngal e gramlneas. Em segundo plano a floresta
a.luvial ocupando terrenos mais elevados. NA.22-V·B. OUT/73.
Foto 13 - "Cariazal" com aninga, cí peráoeas e gramlneas em áreas depr imidas inundáveis,
vendo-se em segundo plano o ucuubal e alguns burit is. NA.22·V·B. OUT/73.
Foto 14 - Campo natural. No primeiro plano Vê-iõe ciperáceas do gênero Cypervs e ao fundo
Unha de buriti (Mauriria flexuosa Mart.l em meio ao pirizal. NA.22· V·B. OUT/73.
Foto 15 - Floresta densa aluvial ressaltando~e em primeiro plano a taquara e ao fundo a
Floresta com andiroba (Csrapa guianensis Aubl.), ucuuba (Viro/a sp.), tachl (Tachygalia spp.) e
(IÇai (Euterpe sp.). NA.22·V·B. OUT/73.
Foto 20 - Detalhe da Floresta densa das áreas Pré-Cambrlanas com sub-bosque aberto.
F.oto 21 - Vista da floresta densa uniforme de relevo levemente ondulado, próximo à cidade de
Oiapoque, NA.22·V-C. OUT/73.
Foto 22 -No primeiro.plano vê-se mancha de capoeira com inajá e ao fundo, a Floresta densa
com cobertura uniforme do Pré-Cambriano, próximo à cidade de Oiapoque. NA.22.V-C.
OUT/73.
Foto 23 - Panorâmica da floresta densa uniforme dos outeiros e colinas, com algumas árvores
emergentes. Dominância de morototó, parapará e faveiras. NA.22-V-B. JUL/72.
Foto 24 - Panorâmica da floresta densa com árvores emergentes, destacando-se angellns, favei-
ras e maçaranduba, em relevo eolinoso. NA.22·V· D. JUL/72.
Foto 25 - Panorâmica da floresta densa de relevo suave do Pré·Cambriano, no rio Falsina, com
angellm e maçaranduba. NA.22·Y·B. JUL/72.
Foto 26 - Panorâmica de uma mancha de floresta aberta (Cipoal) em relevo suave, próximo ao
rio lpitinga, com castanheiras. NA.22·Y·C. JUU72.
Foto 27- Refúgio. Vegetação de carrasco, caracterizada por plantas esclerófilas onde dominam
as bromeliáceas e cactáceas. NA22.V·C. JJL/72.
Foto 30 - Formações Pioneiras. Area alagada com a vegetaÇão de mangue (Rhysophora sp.),
mangue-branco ou tinteiro (Laguncularia racemosa Gaertn.) e ciperáceas.
Levantamento de Recursos Naturais, V-6
ABSTRACT V /9
1. INTRODUÇÃO V/11
2. OBJETIVOS V/13
3. METODOLOGIA V/14
6. BIBLIOGRAFIA V/29
7. ANEXO V/33
V/3
T ÃBUA DE ILUSTRAÇÕES
MAPA
Uso Potencial da Terra (em envelope anexado)
FIGURAS
1. Exploração de madeira: distribuição das classes de capacidade natural V /17
2. Lavoura e criação de gado em pasto plantado: distribuição das classes de capacidade
natural V/19
3. Distribuição das atividades extrativas por produto V /20
4. Extrativismo vegetal: distribuição das classes de capacidade natural V /22
5. Criação de gado em pastos naturais: distribuição das classes de capacidade natural V /23
6. Área de uti I ização condicionada a estudos específicos no Norte do Amapá V /27
7. Perfil esquemático de área de utilização condicionada a estudos específicos na
planície flúvio-marinha no Norte do Amapá V /28
8. Floresta Nacional do Amapá (limites propostos) V/35
9. Parque Nacional do Cabo Orange (limites propostos) V/38
10. Reserva Biológica do lago Piratuba (limites propostos) V/40
TABELAS1.
1. Classes da média capacidade V /14
2. Distribuição das áreas de proteção ao ecossistema e das atividades de produção \ V /25
FOTOS
1 e 2. Na floresta de várzea, o extrativismo do açaí e da seringa é uma das principais
atividades.
3 e 4. Ocupação humana junto à ferrovia serra do Navio-Porto Santana, situada em
área de BAIXA capacidade para a lavoura.
5 e 6. As atividades de lavoura e pecuária nas áreas de Cerrado e de Solos rasos têm
pouca possibilidade de desenvolvimento. Apresentam capacidade natural
MUITO BAIXA.
7 e 8. Gramíneas e ciperáceas formam a principal cobertura herbácea dos Campos,
nas proximidades de Amapá, utilizados pelo gado.
9 e 10. O mangue, área considerada como de PROTEÇÃO AO ECOSSISTEMA POR
IMPOSIÇÃO LEGAL, junto ao litoral amapaense.
11. Floresta densa na área proposta para a implantação da Floresta Nacional do
Amapá.
V/4
12. A região florestal das ilhas apresenta ALTA capacidade para a exploração de
madeira e extrativismo vegetal.
13. Área de vegetação de Cerrado com manchas de mata, de avaliação MUITO
BAIXA para a lavoura e criação em pastos naturais.
14. Parque de Cerrado onde as condições de solo condicionam tão-somente um
potencial MUITO BAIXO para a pecuária.
15. Queimada para rebrota dos pastos nas áreas de Cerrado.
16. Barragem do Paredão, cujo funcionamento abrirá grandes perspectivas para
indústrias da região.
17. "Região dos Lagos", área proposta para implantação da reserva biológica do lago
Piratuba, visando à preservação do "flamingo" ou "ganso-do-norte"
(Phoenicopterus ruber ruber (L.)).
18. Cabo Orange, ponto extremo norte do litoral brasileiro; área proposta para criação
de Parque Nacional, devido à seu grande potencial turístico e importância
histórica na demarcação de nossas fronteiras.
19. A planície flúvio-marinha do Norte do Amapá possui grande potencial para a
piscicultura continental, através de um manejo adequado da flora e fauna com fins
econômicos. Por isso, sua utilização está condicionada a estudos específicos.
V/5
RESUMO
O mapa de USO POTENCIAL DA TERRA, usando mapas elaborados pelos demais Setores do
PROJETO RADAM, avalia a média capacidade natural para o uso da terra. Fornece, também,
indicações de áreas promissoras à ocorrências minerais e rochas de utilização econômica, incluídas as
ocorrências comprovadas (LIMA et alii, 1974).
A metodologia adotada tem base na utilização conjunta dos mapas geomorfológico, de solos,
geológico, fitoecológico, de exame das imagens de radar e de controle de campo, seguindo as seguintes
etapas:
V/7
3) cálculo dos índices de capacidade natural, pela adoção de critério combinatório
probabilístico dos pesos. O índice unitário representaria condições ótimas para todos os
fatores considerados;
4) classificação das atividades madeireiras e de extrativismo vegetal, segundo a volumetria
obtida através de inventários florestais conduzidos pelo Setor de Vegetação e dados de
produção;
5) estabelecimento das einco classes de capacidade natural: ALTA, MÉDIA, BAIXA, MUITO
BAIXA e NÃO SIGNIFICANTE, a partir dos índices obtidos.
Foi constatado que na área existe a possibilidade de trinta e nove (39) combinações de atividades a
que, à exceção da atividade de LAVOURA E CRIAÇÃO DE GADO EM PASTOS NATURAIS, que
tem potencial BAIXO, as demais apresentam variações de classificação desde a classe ALTA até a NÃO
SIGNIFICANTE.
V/8
ABSTRACT
The map of Potential Land Use, based on other maps prepared by RADAM Project, provides an
evaluation of the natural average capacity for land utilization. lt also indicates prospective areas of
occurrences of minerais and rocks of economic interest, including those that have already been proven
(LIMA et alii, 1974).
This evaluation aims to identify the proper area for the implementation or the intensification of
agricultura!, cattle raising, lumber and plant extractive activities.
Expressing the possibilitiés for economic utilization of the area covered by the Project, the evaluation
holds the principies of nature preservation and the minimization of the results of ecological
unbalances as important as the ors;~anization or the reorganization of the economic space.
Methodology is shown as based on the combined use of geomorphologic, soil, geologic and
phytoecological maps with the study of radar imagery and the field checking, in accordance with the
following stages:
V/9
4) the classification of the lumber and plant extractive activities in accordance to the
volumetry obtained from the forest inventaries made by the Vegetation Section and from
production data;
5) the establishment of the five classes of natural capacity- high, medium, low, very low, not
significant- starting from the indexes obtained.
Possibilities for thirty-nine combinations of activities have been established for the area and, with the
exception of farming and cattle raising in natural pastures, both with low potential, ali other activities
show variations ranging from high to not significant.
The lumber exploitation activity presents high indexes of potentiality (high and medium) and
comprises more than half of the mapped Area. Plant extractive activities are represented by açai
(Euterpe spp.) and seringa (Hevea spp.) in high classes, and also by Brazilian nut (Bertholletia excelsa
H.B.T.) trees.
The activity of cattle raising in natural pastures in its high class corresponds to the pioneer formations,
similar to the ones already studied in Marajó island; in its low and very low classes it is directly
connected with the savanna (cerrado) vegetation.
Areas for protection to the ecosystem are indicated, according to their own characteristics and
peculiarities, for Flora and Fauna preservation, for the establishment of a National Forest and also of a
National Park. Permanent preservation areas are defined too, in accordance to Law n~ 4771/65.
V/10
1. INTRODUÇÃO
V/11
Também os programas de colonização, com o utilizando-se os mapas temáticos interpretativos
objetivo da ocupação efetiva e da atenuação dos elaborados pelos demais Setores do Projeto
problemas de má distribuição da população e, RADAM e sua apresentação na escala
a possibilidade de investimentos privados em 1 :1.000.000 é assim uma avaliação interativa de
áreas prioritárias para o desenvolvimento, pode- parâmetros, pois o Mapa de Solos, por exemplo,
rão vir a acelerar o processo de integração e de- ao definir suas unidades está em realidade,
senvolvimento da região, com o aproveitamento considerando, também, a granulometria, a dre-
dos recursos que ela oferece. nagem, etc. Do mesmo modo, ao delimitar as
formações vegetais, o Mapa Fitoecológico está
integrando, sob as mesmas unidades, parâmetros
O mapa, retratando a média da capacidade tais como precipitação, temperatura (. .. ) e
natural do uso da terra 1 , segundo um enfoque mesmo a ação antrópica. Por outro lado, ao
interdisciplinar, é uma avaliação sintética da indicar os fatores restritivos às atividades agro-
interação dos fatores clima, relevo, solo e vegeta- pecuárias, o mapa fornece elementos para a
ção, para as atividades agropecuárias, madeireiras adoção de tecnologia adequada na utilização dos
e extrativas. Essa avaliação foi levada a efeito solos, de modo a ser obtida maior produtividade.
V/12
2. OBJETIVOS
Elaborando o mapa de Uso Potencial da Terra, o natural passível de desequilíbrio, quando utiliza:.
Projeto RADAM visa, através da avaliação da das sem a técnica adequada;
capacidade média natural, a:
V/13
3. METODOLOGIA
V/14
3.3.4. trabalhos de campo, incluindo sobrevôos existem áreas que muito embora tenham capaci-
e percursos terrestres, visando ao conhecimento dade natural elevada, deve ser sua utilização li-
da realidade regional em termos de distribuição mitada ou impedida, tendo em vista a manuten-
das atividades de produção, bem como a aferição ção do equilíbrio do ecossistema. Em ambos os
dos pesos adotados para a avaliação dos fatores. casos, tais áreas são classificadas como de UTI LI-
ZAÇÃO,CONDICIONADA A ESTUDOS ESPE-
A classe considerada ALTA compreende índices CI'FICOS.
superiores a 0,60; entretanto, uma avaliação
preliminar indicou possibilidade remota da ocor- Foram também definidas áreas que, por suas
rência de áreas com índices acima de 0,85. condições particulares, são enquadradas na cate-
goria de áreas de PROTEÇÃO AO ECOS-
SISTEMA. Estão nesse caso:
A classe NÃO SIGNIFICANTE revela inexis-
tência ou capacidade inexpressiva para a ativi-
- áreas que são consideradas de preservação per-
dade considerada, sendo por isso representada
manente ou que, ppr condições excepcionais, de-
pelo dígito zero (O).
vam, em consonância com os Artigos 2~, 3!' e 5!'
da Lei n~.4.771/65, ser submetidas a regime espe-
Condições de relevo, solo e/ou ação antrópica, cial de proteção. Essas áreas são classificadas em
etc., definem áreas em que o ecossistema vem dois tipos: AREAS DE PROTEÇÃO AO ECOS-
sendo submetido a uma contínua redução de sua SISTEMA POR IMPOSIÇÃO LEGAL e AREAS
capacidade natural, com graves conseqüências, DE PROTEÇÃO AO ECOSSISTEMA POR CON-
em particular para os solos. Por outro lado, DIÇOES ECOLOGICAS PARTICULARES.
V/15
4. ANALISE DO MAPA DE USO POTENCIAL
DA TERRA
4.1. CONSIDERAÇOES GERAIS
utilização deve atender aos princípios de conser-
vação da natureza e manejo adequado. Estão
A região em estudo, compreendida pelas Folhas
neste caso, as áreas propostas à Utilização
NA/NB.22 Macapá, situa-se entre os paralelos de
Condicionada a Estudos Espedficos, à Floresta
oo00' e 4° 30'N e os meridianos de 48°00' e
Nacional, Reserva Biológica e o Parque Nacio-
54°00'W.Gr., tem uma área de aproximadamente
nal.
136.450 km 2 e abrange terras do Estado do Pará
e do Território Federal do Amapá, corres-
pendendo, respectivamente, a 17.175 km 2 e
4.2. MEDIA CAPACIDADE NATURAL DO
119.275 km 2•
USO DA TERRA
A região é caracterizada climaticamente por altas 4.2.1. Exploração de Madeira
temperaturas e pluviosidade, onde a ocorrência e
a variação dos meses secos está relacionada aos A distribuição das áreas dé capacidade para esta
avanços e recuos da Massa Equatorial Atlântica e atividade (Fig. 1) está diretamente ligada à
da Frente lntertropical que ali atuam (GAL- presença de bioclimas florestais dominando toda
V AO, 1966). Apresenta áreas fisiograficamente a Folha, à exceção do bioclima do Cerrado, na
distintas: as florestas, densa e aberta, recobrindo porção leste da área com direção norte-sul
a maior parte da Folha, ocupam as áreas (LEITE ET ALII, 1974).
dissecadas, os topos conservados e as superfícies
colinosas do Pré-Cambriano; o cerrado, aparece A presença do clima úmido, com estação seca
em níveis mais baixos, predominando nas áreas pouco definida (± 2 meses) e o clima super-
da Formação Barreiras; e as formações pioneiras úmido, e, a grande umidade relativa desta área,
dominam nas planícies quaternárias. conjugados aos solos ( Latossolo Vermelho-Ama-
relo e Latossolo Amarelo), proporcionaram o de-
As atividades consideradas não se apresentam em senvolvimento de uma densa cobertura vegetal
todas as classes de avaliação. Há diversificações recobrindo os planaltos residuais e as áreas coli-
bem marcantes na classificação das áreas, em nosas do Pré-Cambriano que ali ocorrem.
função de variações bruscas das condições eco-
lógicas.
As amostragens feitas nos inventários florestais,
O mapa, definindo a distribuição da capacidade realizadas pelo Setor de Vegetação, possibili-
natural das atividades, representa importante taram a classificação de seu potencial como
instrumento para o estabelecimento de progra- ALTO. Apresentam uma grande variedade de
mas e planos de desenvolvimento, mormente no espécies de alto valor econômico para aproveita-
que se refere ao aproveitamento da madeira, do mento pela indústria madeireira, que vise tanto o
minério e da agropecuária. A indicação dos mercado externo como interno, como por
fatores restritivos às atividades agrícolas cons- exemplo, o "angelim'· (Hymenolobium spp.),
titui importante ·fator no aproveitamento dessas "breus" (Protium spp.), "maçaranduba" (Manil-
áreas. kara huberi (Ducke) A. Chev.) etc.
V/16
54°~00~--------------------------------------------------------------------~4~8~0'
5°0o'r 5°00'
1>
"%-
0
o 50 IOOkm
'-------'-----'
-ALTA
11111111111111111111 MÉDIA
~BAIXA
Fig. 1 -Exploração de Madeira: Distribuição das Classes de Capacidade Natural
V/17
tar as diferenças do tipo florestal dessa área ção, contribui ainda para a diminuição de seu
(Floresta Aluvial) em relação ao que se desen- potencial: as produções caem até se esgotarem as
volve em terra firme. Aqui domina a "ucuuba" possibilidades de seu aproveitamento (LEITE ET
(Virola spp.), o "anani" (Symphonia globulifera ALII, 1974).
L.) etc. Esse mesmo tipo é encontrado junto ao
litoral, porém, em áreas de menor amplitude e No domínio do Cerrado, a ocorrência dos Latos-
com interpenetrações de cerrado e das forma- solos Amarelos e Solos Concrecionários Laterí-
ções pioneiras; ele acompanha os rios formando, ticos, sujeitos à forte insolação que domina a
em certos pontos, uma verdadeira floresta gale- área durante o período sêco e ainda, a intensi-
ria, e seu potencial é classificado como MEDIO. dade das chuvas atingindo os solos praticamente
descobertos, definiram, essas condições, áreas
A classe Baixa se refere às áreas de contato da como sendo de capacidade natural MUITO
floresta com o cerrado: formação mista que BAIXA para essa atividade.
resulta da ação de dois domínios bioclimáticos, Nas regiões dos campos inundáveis, as áreas para
caracterizada por uma menor volumetria, con- a lavoura aparecem apenas em pequenas man-
forme revelado pelos inventários aí conduzidos. chas e classificadas como MUITO BAIXA. Ape-
sar de estarem relacionadas às áreas onde os
solos apresentam grande fertilidade, em função
4.2.2. Lavoura e Criação de Gado em Pasto da deposição constante de matéria orgânica,
Plantado apresentam problemas de inundações das cheias
dos rios e de marés. São áreas de drenagem
imperfeita, não oferecendo condições à implan-
A média capacidade natural do uso da terra para
tação de cultivos, cuja realização necessita do
esta atividade apresenta-se nas classes de aval ia-
emprego ~e tecnologia avançada e de alto custo,
ção BAIXA e MUITO BAIXA, generalizadas
no campo da drenagem e no controle de
para toda a Folha (Fig. 2).
inundação.
Nas áreas florestais, esta classe está ligada à
pobreza de nutrientes básicos nos solos, como
4.2.3. Extrativismo Vegetal
também à ausência de um período seco. Há uma
dominância dos Latossolos Vermelho-Amarelos
e pequenas manchas de Podzólicos Vermelho- Dentre os produtos extrativos de significação
Amarelos, ao sul da Folha, como se sabe, de econômica nesta área, foram considerados: a
baixa fertilidade (PERES ET ALII, 1974). A castanha-do-pará (Bertholletia excelsa H.B.K.), a
retirada da vegetação e a instalação das culturas seringa (Hevea brasiliensis (Wild. ex. A. Juss.)
pode, no primeiro ano de cultivo, apresentar Muell. - Arg. e Hevea benthamiana Muell. -
uma produção relativamente boa. Expostos a Arg.) e o açaí (Euterpe oleracea Mart.) Figura 3.
insolação e a pluviosidade elevada e intensa, os
solos são rapidamente lixiviados, desenvolvendo Apesar da pequena amplitude de sua área de
a laterização. O processo erosivo logo se impõe, ocorrência, a castanha-do-pará é o principal
pois, estes solos apresentam, geralmente, uma produto na economia extrativa da região. Res-
textura argilosà que, aliada ao relevo de forte tringe-se ao sul da área, correspondendo à
declividade em algumas áreas, contribuem para a floresta densa que aí ocorre (LEITE ET ALII,
perda acelerada da capacidade natural, levando a 1974), e estende-se pela Folha SA.22 Belém; sua
problemas na sua utilização. importância na economia da parte sul do Terri-
tório já foi discutida em trabalho anterior
O emprego de técnicas não adequadas à utiliza- (TUYAMA ET ALI I, 1974). O açaí e a seringa
V/18
54°00' 48000'
5°00'',..:.::---------------------------,..-----------......:.:.,5°00'
Fig. 2- Lavoura e Criação de Gado em Pasto Plantado: Distribuição das Classes de Capacidade Natural
V/19
54000' 48"00'
5"00'.-----------------------------------------,sooo'
~ CA$TANHA - SERINGA
I
AÇAI
V/20
têm sua distribuição relacionada com a Floresta proximidades de Lourenço, que, aos poucos,
Aluvial que ocorre na planície quaternária, foram sendo abandonadas em virtude da dificul-
aparecendo na região das ilhas, na porção sul- dade de acesso às suas maiores concentrações,
-sudeste da Folha, e estende-se para norte em havendo agora referências a que, no alto curso
faixa estreita até o cabo Orange. desse rio, há outras concentrações de interesse
econônico (SUDAM, 1971}.
V/21
54"00'
<:.0~~;.:.:.....,_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _----,5°00'
48°00'
o 50 IOOkm
V/22
54°00' 48°00'
~o~~·r~--------------------------------------------------------------------------~5~0'
Fig. 5- Criaçio de Gado em Pastos Naturais: Distribuiçio das Classes de Capacidade Natural
V/23
5. CONCLUSOES E PERSPECTIVAS
V/24
TABELA 11 - Distribuição das Áreas de Proteção ao Ecossistema e das Atividades de Produção
Atividades
Area (km 2 1 %Área
EXM LAV EXV GPN
4 1 1 o 190*
4 1 41 o sao•
4 o 4 o 2.350*
4 o 3 o 4.590•
4 o 1 o 60*
4 o o o 2240*
Areas de Utilização 3 o o o 280*
Condicionadas
3 o 2 o 450*
3 o 3 o ao•
A Estudos Especificas 3 o 4 o 1 240*
3 1 2 o 870*
3 1 1 o 30•
2 o o o 430*
o 1 o 1 70*
o o o 1 2.770*
4 2 o o 470*
Por Condições 4 1 o o 29.330*
Ecol6gicas Particulares· 4 o o o 580*
Areas 3 1 2 o 480*
de
o o o o 2.190*
Proteção 3 1 2 o 480*
Ao
Para Preservação 3 1 1 o 2*
da Flora e da Fauna o o o 4 740*
Ecossistema o o o o ooo·
Por Imposição Legal o o o o 14.570*
4 o o o 2440 1,79
Exploração de Madeira 3 o o o 280 0,20
2 o o o 430 0,31
4 2 3 o 2.050 1,50
A 4 2 o o 3.970 2,90
T 4 1 o o 69.450 50,90
I 4 1 1 o 190 0,14
v 4 1 3 o 2.380 1,74
I 4 1 4 o 880 0,64
o 4 o 4 o 2.350 1,72
A
4 o 3 o 4.590 3,36
4 o 1 o 60 0,04
o 3 o 2 o 450 0,32
E 3 o 3 o 80 0,05
s 3 o 4 o 1.240 0,91
3 1 4 o 1.260 0,92
E 3 1 3 o 1.080 0,79
M 3 1 2 o 2.040 1,49
3 1 1 o 140 0,10
c 3 1 o o 1.910 1,39
o 3 2 o o 100 0,07
3 2 1 o 10 0,01
E 3 2 2 o 400 0,29
X 3 2 3 o 570 0,41
I 2 2 3 o 190 0,13
s 2 1 o o 560 0,41
T o 2 o 2 540 0,39
,; o 1 o 1 5.270 3,86
N o 1 o 2 80 0,04
c o 1 o 4 30 0,02
I
o 1 1 4 420 0,30
A
o o 1 1 260 0,19
o o 1 4 970 0,70
o o o o 15250 11,17
. Area Total
..
I Valores que não sá'o computados na totalização da área, poos estio .ncluldos nas classes de atovodades
corrf!SI)Ondentes.
136.450
V/25
Em particular, chama a atenção uma área situada extensivos e mistos (NOGUEIRA NETO, 1969),
na planície flúvio-marinha no norte do Amapá estão preconizadas dentro do espírito da "legis-
(Fig. 6), de grande homogeneidade de condições lação conservacionista brasileira".
geológico-geomorfológicas(LIMA ET ALI I, 1974;
BOAVENTURA e NARITA, 1974), pedológicas A Lei 5.197/67, estabelecendo no seu Artigo 2~,
(PERES ET ALI I, 1974), bioclimáticas e fitogeo- a proibição à caça profissional e denotando no
gráficas (AZEVEDO, 1967; LEITE ET ALII, seu Artigo 6~, a intenção do poder público em
1974). estimular a implantação de criadouros visa, a
longo prazo, à preservação da biota. Reforçando
essa intenção, limita a sua comercialização e
Sua capacidade natural muito baixa deve-se, não industrialização a criadouros devidamente legali-
só à limitação à atividade de LAVOURA E zados.
CRIAÇÃO DE GADO EM PASTO PLANTADO
imposta pela má drenagem, apesar da presença O beneficiamento no próprio Território Federal
de solo eutrófico (PERES ET ALII, 1974), do Amapá de produtos e subprodutos comercia-
como a pouca expressão espacial das possibili- lizados na categoria de luxo, como pele de
dades para as atividades de EXPLORAÇÃO DE anfíbios, couro de répteis e de mamíferos,
MADEIRA E EXTRATIVISMO VEGETAL. Seu dentre os quais se destaca a "ariranha" (Ptero-
baixo valor agrostológico e o regime de inunda- nura brasiliensis brasiliensis (Zimm., 1780), e
ção (fig. 7) tornam a atividade CRI AÇÃO DE mesmo penas e carne de aves (ICOMI, 1965;
GADO EM PASTOS NATURAIS, economica- SICK, 1969), seria a forma de atender à exigên-
mente inexpressiva além do que fatores bióticos, cia legal para exportação desses produtos, contri-
tal como a presença de piranhas (PIRES, 1964), buindo para o aumento de renda das populações
desencorajam a criação de gado nessa região. 1 locais, que atenuaria o desequ i I íbrio econômico
Essas considerações e a bibliografia que informa entre o sul madeireiro e mineiro, e o norte
da existência de uma fauna rica em peixes, desprovido de maiores recursos (IBGE, 1970).
a nHbios, répteis, mamíferos e aves
Outra vantagem, seria a produção de animais
(MAGNANINI, 1952; CARVALHO, 1962;
silvestres em quantidade, para atender à pesquisa
PIRES, 1964; SICK, 1969), compreendendo
científica, à venda a Zoológicos e para o
muitas espécies de valor econômico apreciável
mercado de xerimbabos (CARVALHO, 1967;
(CARVALHO, 1967), sugerem outra diretriz no
THORINGTON, 1969), elevando assim, a impor-
seu aproveitamento.
tância desses produtos na pauta das exportações
brasileiras, situado atual mente em níveis i nfe-
O aproveitamento animal pela caça, no modelo
riores ao seu potencial (CACEX, 1972, 1973).
primitivo tal como é conduzido na região,
certamente ameaça a sobrevivência das espécies A piscicultura em águas interiores (MENEZES,
mais procuradas (IBDF, 1968). Técnicas moder- 1967 e KING, 1969), a implantação de cria-
nas de manejo que considerem a dinâmica das dou r os especializados em "carne-de-caça"
populações animais, podem conduzir a exce- (PICCININI et alii, 1971) seriam formas também
lentes resultados (SANDERSON e BELLROSE, adequadas, para produção de proteínas a baixo
1969; KING, 1969). custo.
Formas de aproveitamento desse potencial Não deve ser esquecida, também, a possibilidade
como, por exemplo, uma adaptação do sistema do aproveitamento desses recursos em paralelo
de "Game ranching" às condições brasileiras, no com turismo organizado, como já vem sendo
qual a fauna seja objeto de aproveitamento feito em outras áreas do Brasil (PETROBRÁS,
balanceado e contínuo, criadouros intensivos, 1972).
V/26
o lO 20 30km
0001
S/CV
Vi27
Cabe, portanto, uma ação conjunta por parte Essa política, visando à exploração de recursos
dos órgãos ligados ao problema como a Secre- naturais em áreas ditas "marginais", considerada
taria Especial do Meio Ambiente, SUDAM, ainda por alguns como "revolucionária", parece
SUDEPE, IBDF, EMBRAPA, FUNAI, ser a única capaz de preservar a flora e a fauna
EMBRATUR ... na busca da figura jurídica e (DORST, 1973} e colaborar para o aumento do
do modelo operacional que, ao lado da empresa nível de vida da população dessa região.
privada, leve uma ação dinamizadora e orien-
tadora a esses setores de atividades.
5.6. Considerando o aproveitamento das áreas
avaliadas e a constatação de que algumas, por má
utilização, podem ser modificadas no seu
Dentre os aspectos positivos de natureza social, equilíbrio ecológico ou diminuídas na sua
econômica e mesmo pol (tica, decorrentes dessa capacidade natural e ainda outras que, por
medida, poderiam ser considerados: a integração condições particulares, mereçam regime especial
das populações indígenas em atividades para as de proteção, foram definidos três tipos de área
quais possuem habilidades específicas (GOELDI, de PROTEÇÃO AO ECOSSISTEMA:_ por condi-
1898; NOGUEIRA NETO, 1969}; o aden- ções ecológicas, uma Floresta Nacional e um
samento e a fixação de populações em áreas de Parque Nacional; e para preservação da flora e da
fronteira, possivelmente limitando a emigração fauna, uma Reserva Biológica. As justificativas
de comunidades do baixo Oiapoque, conforme para essas proposições e as localizações são
já foi assinalado (MAGALHÃES, 1970). apresentadas em anexo.
10 7
6
1- Rio
V/28
6. BIBLIOGRAFIA
V/29
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conservação da natureza. Atas do Simpósio
21. CARNEIRO, L. R. da S. Os solos do sobre a biota Amazônica, Conservação da
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22. CARVALHO, C. de T. de Lista preliminar (FAO:SF/BRA-45 Technical Report, 3).
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Zool., São Pau lo, 15:283-297, 1962. 31. EXPORTAÇÃO ilegal de peles de sapos. B.
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23. CARVALHO, J. C. de M. A conservação da de Janeiro, (3):32, 1968.
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da Amazônia; instrumentos para o desen- graphia, Belém, 2( 1) : 27-40, 1898.
V/30
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36. LEITE, P. F. et alii As regiões fitoecológi- SIO SOBRE CONSERVAÇÃO DA NATU-
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NA/NB.22 Macapá. In: BRASIL Departa- Janeiro, 1968. Supl. An. Acad. bras. Ci.,
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jeto RADAM. Folhas NA/NB.22 Macapá.
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Rio de Janeiro, 1974. (Levantamento de
ratório de solos das folhas NA/NB.22 Ma-
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capá. In: BRASIL. Departamento Nacional
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folhas NA/NB.22 Macapá. In: BRASIL. Folhas NA/NB.22 Macapá. Rio de Janeiro,
Departamento Nacional da Produçâ'o Mine- 1974. (Levantamento de Recursos Natu-
ral. Projeto RADAM. Folhas NA/NB.22 rais, 6).
Macapá. Rio de Janeiro, 1974. (Levanta-
mento de Recurso~ Naturais, 6). 46. PICCININI, R. S.; VALE, W. G.; GOMES,
F. W. R. Criadouros artificiais de animais
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do Uaçá; fronteira Brasil-Guiana Francesa. lém, SUDAM, A.P.C., Divisão de Documen-
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região Amazônica. Belém, 8~ Região Mili-
tar, 1961.4 9 p. 47. PINTO, O. M. de O. Ornitologia brasiliense;
39. MAGNANINI, A. As regiões naturais do catálogo descritivo e ilustrado das aves do
Amapá. R. bras. Geogr., Rio de Janeiro, Brasil. São Paulo, Departamento de Zoolo-
14(3) :243-304, 1952. gia da Secretaria de Agricultura, 1964. v. 1.
V/31
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In: SIMPOSIO SOBRE CONSERVAÇÃO Proteção aos fndios. fndios e explorações
DA NATUREZA E RESTAURAÇÃO DO geográficas. Rio de Janeiro, 1955.
AMBIENTE NATURAL DO HOMEM, Rio p. 79-120. (Brasil. Conselho Nacional de
de Janeiro, 1968. Supl. An. Acad. bras. Ci., Proteção aos fndios, Publ. 110).
Rio de Janeiro, 41:153-204, 1969.
V/32
7. ANEXO
atividade LAVOURA E CRIAÇÃO DE GADO
I) FLORESTA NACIONAL DO AMAPA
EM PASTO PLANTADO, a capacidade natural
JUSTIFICATIVA: Os trabalhos de avaliação da se situa em níveis bastante baixos, necessitando
capacidade natural do uso da terra, da área portanto, de grande quantidade de insumos e
compreendida nas Folhas NA/NB.22, condu- tecnologia avançada. A produção não teria assim
ziram os autores a propor a criação de uma condições competitivas no mercado atual tendo
Floresta Nacional de acordo com os preceitos do em vista que 100% da área está compreendida
Código Florestal Brasileiro. nas classes BAIXA, MUITO BAIXA e NAO
SIGNIFICANTE. Os fatores relevo e precipi-
Para essa proposição de enfoque conserva- tação são, a(, os responsáveis por perdas bio-
cionista, que se enquadra nos objetivos gerais do geoquímicas em solos em geral, de muito baixa
PROJETO e específicos do Setor de Uso Poten- fertilidade, a.carretando assim, grande limitação à
cial da Terra, foram usados os dados volu- atividade LAVOURA E CRIAÇÃO DE GADO
métricos dos inventários florestais realizé!dos EM PASTO PLANTADO.
pelo Setor de Vegetação (LEITE, et alii, 1974),
e para efeito de cubagem total de madeiras TABELA I
comerciáveis, a PORTARIA NORMATIVA DC
Lavoura e
n~ 3 (IBDF, 1973), e também informações Exploração Criação de Gado
complementares, a esse respeito, obtidas em Classe Dfgito no de Madeira em Pasto Plantado
Mapa (Ârea-ha) (Area-ha)
serrarias. (%) (%)
A aval iação feita e esses dados, ai iados a conside-
rações de ordem geográfica e ecológica, forne- Alta 4 3.042.000
ceram os elementos para que fossem definidos os (95,8%)
seus limites, que englobam uma área rle três Média 3
milhões, cento e setenta e quatro mil hectares Baixa 2 47.000
(1,5%)
com potencial madeireiro estimado em torno de Muito Baixa 2.936.500
300.000.000 m 3 de madeiras comerciáveis. (92,5%)
Não Significante* o 132.Q00 190.500
(4,2%1 (6,0%)
Cumpre destacar que ocorrem na região, espécies
de reconhecido valor comercial no momento: *Nessa classe foram computadas, também, áreas de proteçãoo
"Acapu" (Vouacapoua americana, Aubl.), "An- ao ecossistema por imposição legal (Lei n!' 4771/65).
diroba" (Carapa guianensis, Aubl.), "Ouarubas"
(Vochysia spp.) e "Maçaranduba" (Manilkara Como 95,8% têm capacidade ALTA para a
Huberi (Ducke) A. Chev.). São necessários atividade de EXPLORAÇÃO DE MADEIRA,
porém, estudos tecnológicos' e econônicos caracteriza-se assim uma área com grande pers·
visando à identificação e aproveitamento de pectiva para essa atividade, muito embora os
espec1es ainda não comerciáveis e que amplia- fatores relevo e solo não possam ser desprezados
riam bastante o valor econômico da área. na exploração dos recursos madeireiros. A disse-
cação do relevo, os solos de muito baixa
O exame do Mapa de Uso Potencial da Terra e fertilidade e também, a diferenciação biocli-
da Tabela I, permite uma apreciação quanto à mática na área (LEITE et alii, 1974), devem ser
utilização mais rentável da área proposta para a levados em consideração na implantaÇão dessa
implantação da Floresta Nacional. atividade.
Esse exame leva à constatação de que, para a O desenvolvimento de pesquisas ecológicas bási-
V/33
cas e tecnológicas, em paralelo, perm1t1na a linha que acompanha o dorso da serra Lombarda
criação de técnicas conservacionistas adequadas até atingir a cabeceira mais oriental do rio
ao aproveitamento desse patrimônio em área de Falsino, de onde desce pela margem esquerda até
frágil equilíbrio ecológico, como são os diversos sua confluência com o rio Araguari. lnfletindo
ecossistemas da área em estudo. Para isso, para oeste, acompanha a margem direita desse
torna-se necessário que, através de uma ação último até a cachoeira Arrependido, e desse
conjunta levada a cabo por órgãos governamen- ponto segue em linha reta na direção sudoeste,
tais relacionados ao problema, como o IBDF, a até alcançar a confluência do primeiro igarapé da
SUDAM, o INCRA. .. aliados à iniciativa pri- margem esquerda do rio Amapari, a jusante da
vada, fosse encontrada a figura jurídica em que confluência deste com o igarapé Teofani. Segue
se fundamentasse uma nova concepção de apro- então pela margem direita do rio Amapari, até
veitamento de áreas florestais. Ássim, governo e sua confluência com o Teofani, prosseguindo
empresariado buscariam a tecnologia e o modelo pela sua margem direita até sua cabeceira. Daí
administrativo compatíveis com o aproveita- acompanha o divisor de águas das serras do
mento do potencial dessa área. lratapuru e Tumucumaque até encontrar a cabe-
ceira mais meridional do rio Mutura, de onde
Seria realizado então um empreendimento, a desce pela sua margem direita, seguindo pelo rio
exploração econômica sustentaria as pesquisas Oiapoque até a foz do rio Cricou.
básica e tecnológica, e essas dariam os
elementos necessários à racionalização da pró-
pria exploração. Tal iniciativa se enquadraria na
programação governamental de desenvolvimento
li} PARQUE NACIONAL DO CABO ORANGE
econômico do Território Federal do Amapá,
integrando-se a outras, algumas já implantadas,
como a ferrovia que liga serra do Navio ao porto
de Santana e outras em via de implantação, Justificativa - Ponto extremo do litoral norte
como a Usina Coaracy Nunes ou do Paredão e a brasileiro, a região do cabo Orange é de indis-
Perimetral Norte (MINTER, 1973}. cutível importância. Além de lugar destacado na
História, com papel relevante na demarcação de
Cabéria ainda lembrar que num planejamento nossa fronteira setentrional, constitui área de
global a implantação da Floresta Nacional do segurança nacional. Abrigando numerosas espé-
Amapá não deveria colidir com o aproveita- cies animais de grande valor econômico e cientí-
mento dos recursos minerais e outros, cabendo fico dentro da "faixa de fronteiras", maior
mesmo a busca de normas adequadas para a facilidade haverá para a implantação nessa área
exploração múltipla de seus recursos naturais. de um PARQUE NACIONAL.
V/34
53°00' 52"0o' 51°00' 50°00'
5°0dr---------------~~~--------------~~~---------------=~=---------------~=r~----------~.~·
Convenções
Limites propostos
o 20 40 eo 80km
Estrado implantado
Estrado em implantação
Vila o
'Z.
o
3"00'
~oo'
1000'
V/35
TABELA 11
Alta 4
Média 3 48.000
(21,1)
Baixa 2 48.000
(21,1)
Muito Baixa 48.000 93.000
(21,1) (40,8)
Não Significante* o 180.000 180.000 180.000 135.000
(78,9) (78,9) (78,9) (59,2)
*Nessa classe foram computadas também, áreas de proteção ao ecossistema por imposição legal (Lei n?4771/65).
V/36
Limites Propostos - A área proposta para o "reservatório de genes", de espécies cinegéticas,
Parque Nacional do cabo Orange (Fig. 9) é de atividades turísticas e de recreação das
constitui' da por um poli'gono com a- populações urbanas, propomos que nessa área
proximadamente 2.280 quilômetros quadrados sejam feitos estudos detalhados pelos órgãos
e teve seus limites estabelecidos nas Folhas competentes para a implantação de uma reserva.
NB.22-Y-D - Cabo Orange e NA.22-V-B - Estaria assim assegurada a sobrevivência da fauna
Oiapoque - Escala 1 :250.000 PROJETO e da flora ti'picas dessa região, dentro de uma
RADAM - MME - 1974. Esse pol l'gono seria área mínima necessária para estudos científicos,
formado por uma linha que, partindo da foz do repovoamentos de regiões vizinhas, manutenção
rio Uaçá subiria pela sua margem esquerda até a do balanço hídrico da região e preservação do
confluência com o igarapé Tipoca, infletindo equilíbrio ecológico.
daí, para leste, em linha reta, até alcançar o lago
Maruani. Acompanhando a margem sul desse
lago, seguiria pela margem direita do igarapé que Medida de alcance internacional, a sua implanta-
liga esse lago ao rio Cassiporé, dai' descendo pela ção atenderia também a compromissos assumi-
margem direita até a sua foz. dos pelo Brasil na "Convenção para a proteção
da flora, da fauna e das belezas cênicas dos
111) RESERVA BIOLÚGICA DO LAGO PIRA- países da América", conforme os termos do
TUBA Decreto n? 58.054, de 23 de março de 1966,
no que diz respeito á proteção do flamingo
Justificativa - A indicação dessa área para a (Phoenicopterus ruber ruber (L.)).
criação de uma Reserva Biológica Nacional, de
acordo com os preceitos das leis n~ 4.771/65 e n~ Também conhecido como o "flamingo das
5.197/67, está baseada no conhecimento da Cndias Ocidentais", é considerado como mi-
região, em levantamentos bibliográficos e infor- grante do hemisfério norte, como informaram
mações verbais 1 . GRISCON e GREENWAY (segundo COIMBRA,
1967), muito sensível a perturbações no seu
Situada na parte oriental do território, "região
"habitat" (ALLEN, 1956), e que vem sendo
cios lagos", tem os seus "habitats", relativa-
expulso do litoral norte do Brasil, onde ocorria
mente menos modificados pela ação antrópica
desde o Piauf e Maranhão (PINTO, 1964). Seu
que, de um modo geral, ameaça essa região desaparecimento da foz do Amazonas foi regis-
natural amapaense (MAGNANINI, 1952; trado por GOELDI (segundo SICK, 1969),
GUERRA, 1954), uma vez que esta se manifes- tendo suas colônias se deslocado para a parte
ta principalmente através da pecuária ao longo setentrional do litoral amapaense (SICK, 1969).
dos rios Flexal, e Araguari.
A caça indiscriminada e a pesca de água doce há Conhecido regionalmente por "ganso-do-norte",
muitos anos vem exercendo uma pressão sobre essa espécie está prestes a desaparecer das terras
suas "comunidades biológicas", ocasionando brasileiras, como ocorreu na Flórida, onde mere-
uma diminuição gradativa das espécies mais ceu medidas que garantiram seu repovoamento
procuradas (GUERRA, 1954), chegando a im- (SICK, 1972). Medidas visando à criação de
pressionar a atual pobreza em aves aquáticas no refúgios, tentando-se a sua reaproximação para a
sul do Amapá (SICK, 1969). Diante da ameaça região do baixo Amazonas, já foram anterior-
da extinção de um recurso natural, que repre- mente propostas (COIMBRA, 1967).
senta um potencial econômico em termos de
Essa espécie, devido à sua importância, mereceu
1 Os autores agradecem a valiosa contribuição do Or. Fernando
C.Novaes, Chefe da Divisão de Zoologia do Museu Paraense
estudos especiais patrocinados pela "National
Emflio Goeldi. Audubon Society". Desde as primeiras viagens
V/37
o 10 20 30km
Bt1it1
Convenções
Limites propostos
o
Estrado implantado
Cidade o
Vila o
Lugarejo e aldeia c
PARQUE NACIONAL
":>"'?-
<v DO o
~(J
4°00' CABO ORANGE
"'?- ( PropOitO)
<.,._~ Posto Ua~Ó I FUNAI)
CIIIJo Cassipori
"'?-
~
"'?-
(:)
'
~
V/38
de naturalistas às terras sul-americanas, a pre- Biológico Internacional" (SICK, 1969), e de
sença do flamingo tem sido assinalada nessa atender ao Artigo VIl da mencionada Conven-
região, mas poucas informações foram levan- ção, que prevê a proteção às espécies migra-
tadas até hoje a respeito da sua migração e tórias de valor estético, econômico ou ameaça-
dispersão (ALLEN, 1956). Várias questões cien- das de extinção.
tíficas suscitadas a respeito de seus hábitos
alimentares e migratórios requerem apoio logís- O campo • de estudos da fauna amapaense é
tico para serem respondidas (COIMBRA, 1967). vasHssimo, ocorrendo quase todas as espécies de
utilização comercial do Amapá hileiano, na zona
litorânea (MAGNANINI, 1952). A preservação
A criação de uma Reserva Biológica Nacional na dessa área seria, portanto, uma forma de garantir
região do lago Piratuba, área onde foram assina- a perenidade desse patrimônio genético que se
lados grandes ninhais (SICK, 1969), além da constitui num recurso natural, cuja importância
proteção proposta, permitiria a implantação de econômica, social e cultural pode-se bem ava-
estações de pesquisa objetivando a esses estudos, liar.
bem como áqueles ligados ao desenvolvimento
das colônias de flamingos. Limites Propostos - A área proposta para a
Reserva Biológica do lago Piratuba teria aproxi-
madamente 1.850 quilômetros quadrados
Se considerarmos que cerca de trinta e duas (Fig. 10). Com base na Folha NA.22-Z-A-
espécies de aves em via de extinção no Brasil, CABO NORTE. - Escala 1:250.000 - Projeto
estão restritas à faixa litorânea (SICK, 1969), RADAM - MME - 1974, e outros estudos
vemos reforçada a propriedade da criação de indispensáveis, face às condições de drenagem
uma reserva biológica nessa área, que, além de da área em maior escala, seria possível a fixa-
tudo, seria uma forma de colaboração ao Projeto ção de seus limites definitivos por parte dos
n? 12 da "Contribuição Brasileira ao Programa órgãos competentes.
V/39
o
o 5 10 15 20km
Conven(;Õn
Limites propostos
Estrada implantada
o
Cidade o
Vila o
Lugarejo e aldeia c
Farol Guara'
Pon 111 Suara'
V/40
Fotos 1 e 2 - Na Floresta de
Várzea o Extrativismo do aça(
e da seringa é uma das princi·
pais atividades.
Fotos 3 e 4 - Ocupação hu·
mana junto a ferrovia Serra do
Navio-Porto Santana, situada
em área de BAIXA capacidade
para a Lavoura.
Fotos 5 e 6 -As atividades de
Lavou ra e Pecuária nas áreas
de Cerrado e de solos rasos,
têm pouca possibilidade de de-
senvolvimento. Apresenta ca-
pacidade natural MUITO BAI-
XA.
Fotos 7 e 8 - Gramlneas e
cyperâceas formam a principal
cobertura herbácea dos Cam-
pos, nas proximidades de A-
mapá, utilizadas pelo gado.
Fotos 9 e 10 - O mangue,
área considerada como de
PROTEÇÃO AO ECOSSISTE-
MA POR IMPOSIÇÃO LE·
GAL, junto ao litoral amapa-
ense.
Foto 11 - Floresta Densa na
área proposta para a implanta-
ção da Floresta Nacional do
Amapá.
SETOR DE GEOLOGIA
Geólogos: Guilherme Galeão da Silva (Coordenador), Roberto Silva lssler (Assessor), Abel Saltes de Abreu, Abelardo da
Silva Oliveira, Aluizio Roberto Ferreira de Andrade, Ana Maria Dreher, Aurimar de Barros Nunes, Caubi André Caldeira
Fernandes, Cesar de Barros Negreiros Filho, Dacyr Botelho dos Santos, Garrone Hugo Silva, Hélcio José Teixeira de
Araújo, Jaime Franklin Vidal Araújo, Jaime Lisboa Pitthan, José Waterloo Lopes Leal, Luciano Leite da Silva, Luis
Fernando Galvão de Almeida, Mário Ivan Cardoso de Lima, Miguel Angelo Stipp Basei, Omar Antonio Lima Sal um, Paulo
~dison Caldeira Fernandes, Raimundo Montenegro Garcia de Montalvão, Roberto Daii'Agnol, Rui Fernandes da Fonseca
Lima e Sandoval da Silva Pinheiro.
SETOR DE GEOMORFOLOGIA
Geógrafos: Getúlio Vargas Barbosa (coordenador), Chimi Narita, Cláudio Antonio de Mauro, Diana Maria Peixoto de Melo,
Eliana Maria Saldanha Franco, Flora Marione Cesar Boaventura, Lindinalva Mamede Ventura, Leni Machado d'Avila, Maria
das Graças Lobato Garcia, Regina Coeli Ribeiro da Costa, Ricardo Soares Boaventura; Geólogos: Dilermando Alves do
Nascimento, Jeferson Oliveira Dei'Arco e Mareio Rivetti.
SETOR DE SOLOS
Engenheiros Agrônomos: José Silva Rosatelli (coordenador), Airton Luiz de Carvalho, Amarindo Fausto Soares, Carlos
Duval Bacelar Viana, Dirceu Rioji Yamazaki, Hugo Roessing, Jaime Pires Neves Filho, João Marcos Lima da Silva, João
Viana Araújo, Leonam F. Pereira de Souza, Manoel Faustino Neto, Nelson Matos Serruya, Paulo Roberto Soares Corrêa,
Roberto Nandes Peres, Sérgio Sommer e Lúcio Salgado Vieira; Geógrafa: Maria José de Andrade.
SETOR DE VEGETAÇÃO
Naturalista Adélia Maria Salviano Japiassú (coordenadora); Engenheiro Agrônomo: Henrique Pimenta Veloso (assessor);
Engenheiros Florestais: Edson de Faria Almeida, Eduardo Pinto da Costa, Evaristo Francisco de Moura Tereza, Floralim de
Jesus Fonseca Coelho, Heliomar Magnago, Henrique de Castro Ferreira, Luiz Góes Filho; Engenheiro Agrônomo: Oswaldo
Koury Junior, Pedro Furtado Leite, Petronio Pires Furtado, Raimundo José Rodrigues Santos, Rui Lopes de Loureiro,
Sérgio Barros da Silva, Shigeo Doi e Walmor Nogueira da Fonseca; Geógrafa Lúcia Maria Cardoso Gonçalves.
SETOR DE GEOCARTOGRAFIA
Engenheiros Cartógrafos: Nielsen Barroso Seixas (coordenador), Silvio Trezena Christino, Jayme Augusto Nunes de Paiva,
Jaime Pitaluga Neto e Sergio Paulo dos Santos Pimentel; Fotoíntérprete Paulo Sergio Rizzi Lippi; Geógrafa Célia Neuza
Fonseca de Araújo.
SETOR DE PUBLICAÇÕES
Geólogo Célio Lima de Macedo (coordenador); Engenheiros Cartógrafos: Francisco Nunes Ferreira e Mauro Jorge Lomba
Mirândola; Geógrafas: Maria Fernanda Carvalho Joaquim e Vilma Sirimarco Monteiro da Silva; Técnico em Editoração
José Mário Pontes Lima.
di!
4'
Dissecado em interflúvios tabulares. Forma de dissecação de- Apft
finida pelo aprofundamento de talvegues em relevos tabula-
res. geralmente formando um padrão de drenagem retangular Ba1xos terraços e planícies fluviais. Baixos terraços engloban-
do áreas em colmatagem. sujeitos a inundaçOes periódicas
,,
Dissecado em ravinas Formas de dissecação pouco pronunci-
adas resultante do entalhamento por drenagem incipiente Planícies fluviais colmatadas. Areas colmatadas por sedimentos
holocênicos. sujeitas a inu ndações pluviais e/ou influências
de maré. Localmente apresentam canais ant1gos. entulhados
3'
'"
Dissecado em ravinas e vales encaixados. Formas resultantes
por aluviõeS e numerosos lagos residuais
"'
Dissecado em cristas. com rav inas Formas resultantes da dis-
secação de relevos bem pronuc tados por uma rede de drena- Planície fl úviomarinha permanentemente alagada. Áreas sob
gem geralmente controlada pela estrutura. cujos afluentes influência de maré com acréscimo de sedimentos fixados
apresentam elevada densidade de ramificações de cana1s de predominantemente por mangue
primeira ordem
- secação
dkmr
Dissecado em cristas e mesas com ravinas. Forma mista de dis- Planície de restinga. Sucessãõ de cord~es de vasa e sedimen-
tos arenosos orientados pelas correntes marítimas. represan-
do áreas alagadas
2'
o 2'
Dissecado em colinas. Formas de dissecação de superfícies p&·
di planadas. por canais geralmente curtos, numerosos e p·o u-
co aprofundados ~
SÍMBOLOS
~
Limite de formas
Escarpa erosiva
dcta ~
,, Dissecado em colinas de topo aplainado. Formas de dissecação
Rebordo erosivo Depósitos lineares
fluviaiS antigos
incipiente das superfícies pediplanadas. por drenagem pouco
aprofundada - --
--- ....... -,. ______ ...
DepÓsitos lineares
dctar
Caimento de superfície marinhos
Dissecado em colinas de topo aplainado com ravinas. Formas
resultantes da assoc1ação de dois tipos de dissecação
~.. '"
NOTA Avariaçlo de CO"U repriiS&rttll as altttudes r~atrvas. Os !01'1aescuroo con"esp<>n-
dll<n 6ajrNI alavadas As ArNs mais bai>0s $lo ~"""ntadas per tonS claroo
'
~
' '
Dissecado em colinas e vales encabtados. Formas de disseca - UNIDADES MORFO-ESTRUTURAIS
' '• ção em colinas resultantes de um aprofundamento mais pro-
E MORFOCLIMÁTICAS
<:rdkp nunciado da drenagem
deve
I'
'"
Dissecado em colinas com ravinas. Formas de dissecação em
colinas com ram1f1caç0esdecanaisinterm1tentes. resultantes
de retomada de eros!o recente
''"
Dissecado em colinas. com ravinas e vales encaixados. Forma
mista de dissecação
"'
Dissecado em cnstas e colinas. Formas resultantes da associ-
1 - PLANALTOS RESIDUAIS DO AMAPA
2- PLANALTO REBAIXADO DA AMAZ0NIA
ação de dois tipos de dissecação
3- COLINAS DO AMAPA
4 - DEPRESSÃO PEAIFi:AICA DO NORTE DO PARA
S • PLAN(CIE FLÚVIOMARINHA MACAPA-OIAPOOUE
Dissecado em cristas e colinas com vales encaixados. Forma
mista de dissecação
D Domlnio morfoclimático dos plana ltos residuais e das áreas
colinosas rAVest1das oor floresta densa
'""
Dissecado em cristas e colinas com ravinas. Forma mista de D Domfn10 das suDBrffcies aplainadas e colmas recobertas por
cerrado
dissecação
D Domlnio morfoclimâtico das planícieS invndâveis recobertas
por camPOS. com araas da flor&Sia densa e mangue
dkN
........ 0° oo·
Dissecado em cristas com ravinas e vales encaixados. Forma
mista de dissecação
"'
PROJETO RADAM
••··~
FOLHAS NA ESCALA 1.250 000
,..
CABO ORAHC(
...•• Mapa elaborado. com base em interpretação de mosaico semi-controlado de
imagem de radar e sobrevõo. pela Equipe de Geomorfologia. 1971-1973
Colaboração recebida:
Dissecado em colinas com""inselbergs··. Formas resultantes da
dissecação em colinas. de superfícies pediplanadas caracte-
rizadas por numerosos relevos residuais
tos multiespectrais e trabalho de campo NB. 22 -Y·O Órgãos federais . SUDENE/MINTER: !NCRAJ MA: UFMG/ MEC
Órgãos estadua is-IDESP/PA: IGA-CED/MG dkp
Área fora dos limites territoriais do Brasil compilada de: USAF Operat1onal
MAPA GE OMORFOLÓGI CO ••• '•••
,.
Nav!Ça\100 Chart . Escala I:HX:XJ.OOO OIAPOQU[ Dissecado-crista e/ou pontl!o. Relevos residuais das superfí-
Traçado da linha de l10nteira em conformidade com os dados têcnicos de- 'A. 22-V·B/ X-A cies ped iplanadas. gera lmente '"inselbergs ·remodelados por
marcatódos da Prime1ra Comissão Brasileira Demarcadora de Limites morfogênese úmida
Projeçl:lo Cônica Conforme de Lamben RIO IAHGARA~( LOUREHCO AMAPA
ESCALA 1:1.000.000
'" NA. 22 -V.C NA. 22 -V-0 NA. 22-X -C
'\\\> ® Et> Rodovia implantada
10km o 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100km
,.
Cidade
.
Vila
Aeródromo
Outros aeródromos
+
internacional
Rodovia em implantação
1974 ,.
• ot IUll tlCU YAQUf
NA. 22-Y -A
R"' ARAG UARI
NA. 22-Y·B
CABO NORTE
NA. 22-Z -A
,.
Dis~ado- grupamento de cristas e/ou pontões
•. .
Rodovia pavimentada
Outras estradas. caminhos
.. ,.
NA. 22-V.C NA. 22-Y-0
.
'A. 22·2 -C/0
, ..
Porto. farol ROI.Jovia em pavimen tação Estrada de ferro
'" " " •• " .. " MAPA REALIZADO PELO ONPM PARA O PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO NACIONAL
•• ' 12' .\il
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PERFIL ESQUEMÁTICO
A •
~ ~• a;
~
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ti
I'I..II:XtliiCO
2 2 1 4 3 5
1· DEPRESSÃO PERIFÊRICA DO SUL DO PARÁ 2- PLANALTOS RESIDUAIS 00 AMAPÁ 3- COLINAS 00 AMAPÂ 4- PLANALTO REBAIXADO DA AMAZÓNIA 5- PLANIC:IE. ~Ll/VIOMARINHA MACAPÁ/OI APOQUE
Formação Barre1 ras: argili tos e Silti tos cem interca~ções de arenitOS grosse1ros
a conglomerá ticos; em geral maciços ou com estratificação lncplen te honwn-
tal; ocasonal estratificação cruzada bem como espessos pacotes de caullm:
predom1nânc1a de lons de vermelho e amarelo
..... IPTRctj._ I
~I Diabásio Cass1poré: diabásJos finos a médús. textura ofillca. intercrescimento m1-
crogrâfico; gabros médros. tex tur à subofitica. intercresc1mento simplectíticos: g ra-
nôfiros báSICOs, textura porf iritica, intercrescimento m1crogr áfico (quartzo-fe ldspá-
uco): basaltos toleiticos; diferenciados. at1ngindo localmente compos1ção grano -
dJoritJCa: rx>ssantes diques e Sllis de toleitos. preferencialmente paralelos e pró-
ximos ao litoral
~
~
··-;.
Alcalinas Mapari: nefelina sien1:0 e alcali-SienJ tO com textu ras hip1dK>m órf1ca gra -
4' nular. lnch!ieldi to de textura 1nterg ranular com trans1ção para subofítica; Jntrus.-
vas circulares de cará ter plutãnico a h1poabissal. p:~ssivel diferencJação magmá-
tica de rochas uhrabâsJCas a ác1das
Granodiorito Fal s1no: gra nodiorito grosseiro ã porl iríllco. às vezes com desenvolvi-
mentos pegma títico. cataclástico. com sulfetos disseminados: dioritos. quanzo-dio-
ntos. gabros. p1ro xemtos. harzburgnos. epdotnos. p~ Tp f
Grupo Vila Nova ~ anflbolitos. quartZitos. xistos. gondnos. lentes de mármore man -
gane5ífero. x1SIO yrafítfco e de hemat11<1. memrnorfnos de epizona e meoozona
pertencentes ao fácies x1sto verde a almand1na anfibolito. p-f:vn: preferenc talmen-
te; anlibolitos. anf; muscovita. granada. sil ima n~~a quanzitos e muscovita. biotita.
biot1ta-g ranada. silimanita. rodocros1ta. ac tinohta-tremohta. talco. talco-anf1bolito
xistos. IJiitOS ferrugnooos e rtab1n tos. xq, quanmos. q. metebasitos, v"{J
Foliação
Conta to estrutwal
--+-+-+-+-+-+-+--+-+-·
Con tato estrutura l, 1nferido
Contato htológiCO
2' E1 x0 de ant1cilnal
----------+-------- ~
()
Ei xo de ant1CI1nal 1nlendo com ca~mento
EIXO de SlnCIInal
SraquJSSJnchnal
--------~~---------
Falha de deslocamento horizontal. trace)ada onde 1nfenda
Falha 1ndlscnm1nada
"
M 1na ou JaZida
;\In-Manganês
,
Ganmpu
Bi - Bismuto Nb - N1ôb10
Sn - Es tanho Au- Ouro
Mn-M anganês Ta- Tântelo
•
Ganmpo abandonado
Bi - BISmuto Au - Ouro
Sn - Estanho Ta- Tãntalo
Base geográflca.organrzada no Depanamento de Canografra IBGE. a partrr
de folhas planrmémcas. na escala 1 250 OOO.elaboradas pelo PrOJeto RADAM.
medrante rnterPfetação de mosarcos semr-conlrol<Jdos de rmagem radar. lo-
" 11"
LOCALIZAÇÃO DO MAPA
•• ,
"
,
"'"
PROJETO RADAM
,. ; 4"00"
FOLHAS NA ES CALA 1 2500 00
CABO OI!ANGE
...,. Mapa e:aborado com base em rnterpro;tação de mosaJcos sem1·contmlados
de 1magem de radar. fotos mult~espectras e trabalho de campo. pela Equ1pe
Nh- N:ób10
•
W -T ungs têniO
EíJJnTernac10nal 10 km O lO 20 30 40 50 60 70 80 90 lOOk n1
Rod ov1a Implantada
Aeródromo
.
OE IU MUCU MAQlE
Rodov1a ã m-~ mplantação " RIO AR.I.GUU I CABO NOR!E
@
V ila +
Outros aeródromos
Rodava temporâna
1974 ,
NA. 22 - Y-A NA. 22 -V-B NA. 22 -Z-A
...
'
RIO JARI U CAfl ILM l Cl~l lNl / ILHA ~ EX IANA
Povoado ~ LugareJO Rodov1a paVIfnentada NA. 22-V..C NA. 22-V·O
. ,.
NA. 22; Z -C /0
• •
Porto. farol Rodov1a em pavimen tação
Outras esrradas.
ES!fada de ferro
cam1nhos
" "
fJ! fi]
•• , . MAPA REALIZA DO PELO DNPM PARA O PR OG RAMA DE INTEGRAÇÃO NACI ONA L
,.. .
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SEÇÕES GEOLÓGICAS
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B
SERRA
DO IRATA.,URU;!:
8 8
...
...
...
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Pio.- INII _..llo "" I'JliSI'(C SA
....... P CAiffO GMfU CllJ4illl 00 W. S A
,v! ACAPÁ MINISTÉRIO DAS MINAS E ENERGIA LEVANTAMENTO DE RECURSOS NATURAIS
FOLH AS NA./ NB . 22' ()EPARTAMENTO NACIONAL () A PRO()UÇÀO MI NERAL VOLUME 6
54° 00 ' 53° 52° 51° 50° 49° 48° 00'
5" o o·,-~~~~~------~=1------------~~-=~~~--------~--~~-.~---,z----------------i-------------------------------------------,------------------------------------------,-------------------------------------------r-----------------------------------------~ ~ oo· LEGENDA
j Se
Campo
cerra d o
ParQue
FAIXA DE CONTATO
Densa dos
/ J
Fdo
alt os platôs
~
Sub-reg ião dos campos da pla - Aluvial
níc ie do Amapá campestre
~ Aluv ia l
arbustiva
REGIÃO DA FLORESTA
DE NSA TROPICAL
Refúgio Carrasco Cc
AGROPECUÁRIA
53" 51"
CABO ORAftCE
. .•• M apa elaborado. com base em interpretação de mosaicos seroi-controlados de
imag em radar. fotos multiespectrais e t rabalho d e c ampo. pela EQuipe deVege-
tação.1971-1973
.
RIO ARAGU ARI CABO NORTE
@ Rodovia em implantação NA. 22-Y-A NA. 22 -Y-8 NA. 22-Z-A
+
Vila Outros aeród romos 1974 , 'O
··
Rodovia temporária SD
RIO JARI MACA PÁ lUlA CAVIANA/ IlHA MOOANA
Povoado. Lugarejo
• •
Rodovia pavimentada
Outras estradas. caminhos
,. ., MAPA REALIZADO PELO DNPM PARA O PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO NACIONA L ..,... . NA. 22-Y-C NA. 22 -Y-0
,.
o
NA. 22; Z-C /O
PERFIL ESQUEMÁTICO
:A
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D A D
A •~ o
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SERRA 00 PINHEIRO ~SERRA DO ARU
~
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A. REGIÃO DA FLORESTA DENSA TROPICA L B- ÁREA DE CONTATO C - REGIÃO DO CER RADO O · REGIÃO DAS FORMAÇ0ES PIONEIRAS
1· SUB-REGIÃO DA PLATAFORMA RESIDUAL DO AMAPÁ 2· SUB -REGIÃO DA SUPERFÍCIE DISSECADA GU IANENSE 3· ÁREA DE CONTATO CERRADO/FLORESTA
4 - SUB-REGIÃO DOS TAB ULEIROS DO AMAPÁ 5 - SUB -REGIÃO ALUVIAL DO AMAPÁ 6- SUB -REGIÃO DOS C AMPOS DA PLANfCIE DO AMAPÁ 7- SUB-REGIÃO DO LITORAL
HGl
. "'" DISTRÓFICO texr m arg rP.I I ond a mont
LV4 LATOSSOLO VERMELHO AMARELO DISTRÓflCO
1\'~1 arg e LAIOSSOLO VERMELHO AMARELO
DISTROFICO concr !í!Kl arg re. I ond
LV~ LATO$SOLO VERMELHO AMARELO DISTRÓFICO
4' --~~~L---~-----------t-------+-------------------------------------------+------------------------------------------~------------------------------------------1 4'
)
/
)
o ultnl H''t m"d e GLEY POUCO HÚMICO DISTAO·
FICO h•xt onot· c fPI pl e r nrl
LVII LAIOSSOtO VERMElHO AMARELO DISIRÓFICO
fll•nt le\1 mf'd lA TOSSOLO VERMELHO AMARE
i LO OtSTROFICO ,,'flr.r Tf'•t arq e GLEY POUCO
HUMICQ OIS fRÓFICO text md1sc rei pl e s ond
LV12 LATOSSOLO VERMELHO AMARELO DISTRÓFICO
te~t arg, LATOSSOLO VERMELHO AMARELO
DlSlRÓFICO conr.r TCKI arg ;>SOLOS LITÓLICOS
~Vl2 • Pil
arg rei s oncl
f'S4 PODZÓLICO VE.RMELHO AMARELO text arQ e So-
LOS LITÓLICOS DISlRÓFICOS t<:"xt >ndtsc: ret CTOd
~ t ond
LVS
SOLOS CONCRECIONÁRIOS LATERiTICOS
2'
D 1-(;2 ·SOLOS GLEY EUTRÓFICOS text arg e LATERITA
H!DROMÓRFICA DISTRÓFICA text rndisc rei pl
HG3 · SOLOS GLEY EUTRÓFICOS tellt. arg.e SOLOS ALU·
V!AIS EUTRÓFICOS e DISTRÓFICOS texl rndrsc rei
-·
LVS
LVS oi
l-.. LVS
~ NOTA
• F~guram em primeiro ligar nas associações o"s solos mais im
portantes sob o ponto de vista de extensão ou. no caso de
extensões equivalentes. os componentes ma•s importante s
sob o ponto de vist a de utilização agrícola. Da mesma ma-
neira os símbolos e a_s cores das assocrações foram conven-
~----------------------------------------r---------------------------------------------1 ( CKlnados. sempre em função do componente que figura em
prtmeiro lugar
ABREVIATURAS
a. apl .• áreas apla inadas m . arg.- muito argilosa
arg. • argilosa ond. · ondulado
ILHA
JANAUCU concr. • concrecionário pl. • plano
Hl2 r. ond .- fone ondulado plint . • plintico
,!!;"A rndisc . • indiscnminada rei. • relevo
CAvrAN>
Hl2
mont. • montanhoso
s. ond. · suave ondulado
text . textura
Hll
J,FIQl.JIPELAGO
DO JURUP"RI
-·--'
...-v-"" PO! • · Amostragem de perfil
FOI •
•
Amostragem de fer ti lidade
VerifitaçJo de campo
51'
'
•oo fotos multiespectrais e trabalho de campo, pela Equipe de Pedologia. 1972 - 1974
•"'
mediante Interpretação de mosatcos sem t-con trolados de tmagem radar. fo - CABOORANGE
Colaboração recebida :
22 -Y·O
tos multtespectra1s e trabalho de ca mpo
Área fora dos hmtcs terntorrais do Brast l compilada de USAF Operattonal NA
MAPA EXPLORATÓRIO DE SOLOS ••• " ••••
Ôrgãos federa is · SUDAM/ MINTER INCRA. IPEAN. CEPLAC. IPEACS/MA,
Governo do Territóno Federal do Amapá
Navogat1on Cnan F:sc.1lit 1:1J:X:Xl000 OIAí'OJUf
•.
Ôrgào estaduai • IDESP/ PA
Traçado tia hnh<J de frontetra em conlormtdade com os dados técntcos de- NA. 22 -V·B I X-A
marc<ltónos dil Pnmeua ComrSSc'io Brastle.ra DernarC<ldOfa de Umrtes ,
PrOJeção Cônica Confom1e de Lambert
ESCALA 1:1.000.000
"' f!IQ TAN~RAR( lOU~E NCO ü APA
NA. 22 -V-C NA. 22 -V-0 NA. 22 -X·C
@ 10km O 10 20 30 40 50 60 70 BO 90 100km
Crdade" Aeródromo rnterndcronal
ROCiovra rmplantada r•
.•
SA Df JUMUCU WAQUE RlO ARAGUARI CASO NORTE
em
"
V ria Outros aeródromos• Rodovra rmplantaçilo
1974 ,
NA. 22 ·Y· A NA. 22 -Y·B NA. 22-l · A
...
Rodovra temporarra
RIO JARI
Povoado lugareJO Rodovra pavomentada 22·Y·C ,. MACAPI.
22 -Y-0
IlHA CAVIANA/ IlHA MEXIANA
,. 22 -Z-C/0
•
Porto, farol Rodovoa em pav1mentaçào
Outras estiadas. camrnhos
[ strada de ferro
"
MAPA REALIZADO PELO DNPM PARA0 PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO NACIONAL .,,
'
1' 00" S1'30' 11' 00 ..
I
~
•• '"
00
r
LEGENDA
r
Restrot.a para cullura s de ciClo curto
Inapta para culturas de ciClo longo
4'
--~
+-
'
t + 4'
Inapta para o uso agricota e pastoreoo eKlensovo
m
llla - Restrota para culnxas de octo cuno e longo
3'
+ + 3'
lllc - Restrita para cultUfas de octo 100go
Inapta para culturas de c.:::to curto
m
IVa -Inap ta para culturas de CIClo curto e longo
Adequada para pastoreoo extensovo
f
J
IVb - Inapta para o uso agricola e pastoreiO ex:tensrvo
~/ •
-
o
+ + ,.
I'
+ I'
IVb
lli;IA éÁVJÀNA
J..
53' 50' 49'
-
mechante rnterpretação de mosarcos semr-conuolados de rmagem radar. to - NB
CASO ORAHGl
•• • Colaboraç.W recebida
tos mul!lespectrars e trabalho de campo
OcE"'No "· 22 -Y-0
..•
"' "' MAPA DE A PTID ÃO AG RÍ COLA DO S SOLO S
Ãrea fora dos hmrtes terntortars do Brasrl comp.lada de· USAF Operatronal
•••
..
4rl4. 1'00'
Governo do Temtôno Federal do Ama pá
NaviQaLton Chart Escala 1.1.000 COO
Traçado da linha de fronterra em conform.dade com os dados têcnrcos de -
-- ''
-, • OIAPOQUE
Órgão esraduai - IDESP/ PA
marcatôr~os da Pnmerra Comrssão Brasrle~ra Demarcadora de Lrmrtes ,, ' ,, "'· 22 -V-8 / X-A
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ESCALA 1 1.000.000 lOURENCO AMAPA
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NA. 22-V-{: NA. 2 2- V·D NA. 22-X- C
(j) Rodov1a 1mplamada • oo
• 10km O 10 20 30 40 50 60 70 90 100km
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. Aeródromo
•
Outros aeródromos
internaCional
Rodov~a em 1mplantaçilo
se
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I
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1974 ..
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SA DE IU MUCU U QUE
NA. 22-Y-A
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NA. 22 -Z-A
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Rodov.a temporár1a 'o :• -+-/ or)- -~-..., =
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Povoado: lugare,o
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Rodov1a pav1memada '~ .. v
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NA. 22-Y-C NA. 22 -Y-0 22~Z -C/0
Ou1ras estradas. cam1nhos 'I -y-- I oVINAS GERAIS I I .,
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' MAPA REALIZADO PELO DNPM PARA0 PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO NAC IO NAL ••,... .
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Porto. fa ro l Estrada de ferro
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Pr1111IIIJ _,...,
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CA«<D GW'n Clli!f'., 00 Sl/1 ll
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MACAPÁ MINISTÉRIO DAS MINAS E ENERGIA LEVANTAMENTO DE RECURSOS NATURAIS
FOLHAS NA. / NB . 22' DEPARTAMENTO NACIONAL DA PRODUÇÃO MINERAL VOLUME 6
54° 00' 53° 52° 51° 50° 49° 48° 00'
oo ·,--,~--~---------.----------------~~--------~--~--~--~--------------~------------------------------------~------------------------------------~~------------------------------------~----------------------------------~; s•oo · LEGENDA
ATIVIDADES CONSIDERADAS-CLASSIFICAÇÃO
RELEVO RI IR
o SOLO S/ IS
\(EGETAÇÃO VI IV
-
2'
Bauxita. bx: Bismut:J. Hi; Cobre. Cu; Diamante. di; Estanho. Sn: Ferro. F' e;
Lantan íd ios. RE; Manganês.Mn; Nióbio.Nb; Ouro. Au; Tântalo. Ta; Titã~
nio. Ti; Tungstênio. W; Z ircão. Zr
I' ~~-----------------------------------+------------------------------------------~ t
0011
•.
N' N'
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mediante interpretação de mosaicos semi -controlados de imagem radar. fo- CABO ORAHGE
tos multiespectrais e trabalho de campo • " 22-Y-0
Colaboração recebida:
Órgãos feder~ is- INCRA!MA : DNAEE/MME
Área fora dos limites territoriais do Brasil compilada de: USAF Operat1onal NA
.
marcatórios da Primeira Comissão Brasileira Demarcadora de Limites AMAZONAS
Projeção Cônica Conforme de Lambert '
',IWiMHI.o,.,) \'I
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l\.. '' Cf.W ESCALA 1:1.000000 RIO TAHGARARÉ LOURtHCO AMAPA
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Efl • r- . . ~-'-~-f! 10k.m O 10 20 30 40 50 60 70 80 90
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Rodovia implantada ,~ .
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100k.m
Cidade Aeródromo internacional
se ([> 1 '
Jil)llo1'JMI, -,
, DE TUMUCUMAQUE
.. "
" se RIO ARAGUARI CABO NORTE
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+ Rodovia em implantação ' HIA l NA. 22-Y-A NA. 22-Y-B NA. 22-Z -A
Vila Outros aeródromos
12' " "
·< IIATO GROSSO ,/ GOlAS '' .. _
12'
I974 ,
Rodovia temporária
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Df , ' RIO JARI M.I.CAP.\ ILHA CAVIANA/ IL HA MEXIAHA
•
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Povoado. Lugarejo Rodovia pavimentada
, .i,. I NA. 22-Y-C NA. 22-Y -0 22 -Z-C fO
.....
Outras estradas. caminhos ''v·/
,.
MINAS GERAIS
• • ••
MAPA REALIZADO PELO ONPM PARA0 PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO NACIONAL •• . I ••
Porto. farol Rodovia em pavimentação Estrada de ferro
"
rt
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Pr•l"ratlo 1011 i"'llltS>ao 11<>' WICARI~ S A
lmpr""' 11<>' CUJO• GRAFitA CRUZEIIO 00 SUl U .