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CURSO DE
EDUCAÇÃO INCLUSIVA
Aluno:
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CURSO DE
EDUCAÇÃO INCLUSIVA
MÓDULO V
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Pelo que apreendemos do próprio significado do termo heresia usado pelo
referido autor, é inquestionável a inclusão posta pelos disseminadores dessa
doutrina, tida como verdade absoluta e irremediável sua implantação no País. Para
esclarecimento sobre o termo heresia, portanto, fomos buscar apoio em Polito, autor
do Dicionário de Sinônimos e Antônimos, Michaelis (1994, p. 332), seu respectivo
sinônimo, a fim de esclarecer nossas dúvidas diante do emprego da terminologia, e
vimos que heresia é ao mesmo tempo: “heterodoxia; ortodoxia; blasfêmia; absurdo,
contrassenso; disparate”.
O interessante nesse aspecto é que, enquanto isso, a escola e os
professores, ignorando que possam ser identificados com o significado desses
termos por não compactuarem imediatamente com as propostas implementadas
sobre a inclusão de todos os alunos em classes comuns, vivenciam o processo de
encaminhamento dos alunos com deficiência para as escolas, com significativa
inquietação. E, assim, não se intimidam ao dizerem não saber como lidar com
alunos com deficiência, especialmente se tiverem que lidar com casos de
deficiências mais complexas.
“Ao lidar diretamente com os alunos, no cotidiano da escola, os docentes
são invadidos por sentimentos que vão da perplexidade à frustração, da exaustão à
impotência. Não sabem o que fazer, nem como ensinar os alunos” (OLIVEIRA e
MACHADO apud GLAT, 2007, p. 36). Episódios sobre posicionamentos
semelhantes diversificam-se, dentre eles, o que foi vivenciado por Oliveira (2007,
apud MEIRELLES, 2007, p. 39), a qual nos diz o seguinte:
Autores como Glat e Nogueira (2002), Mendes, Ferreira & Nunes (2003) e
Beyer (2005) vêm alertando para a questão da insuficiência dos cursos de formação
de professores para o trabalho com a diversidade. No que diz respeito à formação
dos professores para trabalhar com os pressupostos da educação inclusiva,
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pesquisadores apresentam manifestações diversas, inclusive apontando
inconsistências presentes no currículo voltado a essas práticas.
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A bandeira da educação inclusiva parece, em princípio repor sobre outras
bases, esses mesmos ideais, mas isto é somente aparência, pois se o norte
é a educação inclusiva como meta a ser alcançada, isto significa que a
projeção política que se faz do futuro é de que continuarão a existir alunos
excluídos, que deverão receber atenção especial para deixar de sê-lo. [...]
esta nova bandeira vira de cabeça para baixo aquilo que era uma
proposição política efetivamente democrática (mesmo com perspectivas
políticas diferentes), na medida em que o que deveria se constituir na
política de fato – a incorporação de todos pela escola, para se construir uma
escola de qualidade para todos – se transmuda num horizonte, sempre
móvel, porque nunca alcançado.
1
A Convenção da Organização das Nações Unidas (ONU, 2006) foi aprovada pelo Congresso
Nacional, tornando-se emenda constitucional, conforme artigo 5º da Constituição Federal (1988).
Nesse artigo consta que os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos, desde que
aprovados por três quintos dos votos, em dois turnos, nas duas casas do congresso nacional, se
constituem com força de lei no País.
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[...] não se pode esperar que a turma comum seja o ambiente de
aprendizagem melhor para todos, sobretudo para os que apresentam
comprometimentos graves. Há crianças com comportamentos que colocam
em risco a si mesmas e aos outros; há aquelas que não se expressam ou
movem, e que sem uma interação mais próxima, em ambiente mais
estruturado, o professor não terá respostas a dar às suas necessidades
educacionais especiais. Some-se a isso o fato de que muitas dessas
crianças e jovens tiveram seu ingresso na escola tardiamente e não têm
qualquer referência educacional. O que estamos querendo enfatizar é que,
dada a diversidade do alunado e das realidades escolares, não temos ainda
conhecimento e experiências de escolas inclusivas acumuladas que
permitam afirmar que as classes comuns da maioria das escolas brasileiras
– com grande número de alunos, professores sem formação adequada,
entre outros aspectos – são a melhor opção para aprendizagem e
desenvolvimento de todos os alunos (GLAT, 2007, p. 32-33).
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comum e do professor da educação especial, trouxe à tona a teoria do ensino
colaborativo, cujo significado remete a:
Por tudo isso, a educação inclusiva no País tende a significar uma ruptura
conceitual e atitudinal, com os atendimentos praticados, até então, sobre os quais,
pessoas com deficiência, em sua maioria, estudaram em classes ou em escolas
especiais2, serviços cuja existência voltada, dentre outros, para a oferta de educação
escolar sequer são mencionados nas políticas públicas que direcionam a educação
especial.
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Jannuzzi (2004) e Bueno (2004) referem-se à forte presença dessas instituições.
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Na composição desse cenário, um tema emergente precisa fazer parte dos
estudos na formação dos professores e na escola, qual seja a aprendizagem. Não
menos necessário, outro assunto dessa natureza amplia nossa reflexão: como
ensinar pessoas com deficiência? Essa indagação está presente no discurso dos
professores, conforme podemos verificar em diversos pesquisadores como, por
exemplo, Anache (2007) e Ferreira (2007). Essa última pesquisadora, em um
trabalho sobre os encaminhamentos da aprendizagem de alunos com deficiência
intelectual, acrescenta outra pergunta a nossa: “adaptar o quê e como?” e, ao
mesmo tempo responde:
Essas e outras investidas nos dizem que, a depender do que lhe for
oferecido na escola para o seu desenvolvimento e aprendizagem, o aluno com
deficiência acabará evadindo da escola, interrompendo seu percurso educacional.
Com base nisso, acrescentamos ao presente estudo, reflexões sobre estratégias a
serem pensadas para o acesso de alunos com deficiência ao conhecimento, sem
perder de vista, a necessidade de contarmos com o apoio dos pesquisadores que
tratam dos seguintes assuntos:
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5.1 APRENDIZAGEM: UM TEMA PARA REFLEXÃO
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Para isso, dentre outras emergências:
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disseminação pelo respeito à diversidade, cuja significação remete a outras
orientações às ações e ao Projeto Político Pedagógico da escola. Para tal, devemos
entender que:
Temos visto por parte de autores, tais como Glat (et al., 2007), bem como
Ferreira (2007) e Anache (2007), o quanto atividades diversificadas, criativas,
trabalho em grupo, pesquisas, aulas passeio e outras estratégias impactam
positivamente em suas vidas, lembrando o seguinte:
[...] em uma classe inclusiva, o professor terá que aprender como melhor
lidar com as diferenças significativas entre os alunos. Conceitos que são
considerados elementares para um determinado nível de raciocínio, para
alunos que apresentam deficiência mental podem não ser. Além disso,
muitas vezes, o professor avalia o aluno a partir de sua expectativa, não
tendo o cuidado de analisar as hipóteses por ele apresentadas. Assim, uma
resposta que parece sem lógica, com base nos processos cognitivos
esperados, pode ter coerência para aquele aluno que está iniciando suas
investidas no curso da sua vida acadêmica e que, dependendo da avaliação
que seu professor fizer, terá ou não motivação para continuar. Em outras
palavras, a lógica da aprendizagem é inerente ao processo que cada aluno
percorre para alcançar conhecimento. Consequentemente, o professor deve
saber valorizar os diferentes caminhos percorridos por todos os seus
alunos, tenham eles uma necessidade educacional ou não (GLAT, et al.
2007, p. 89).
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[...] para ensinar em uma turma inclusiva, o professor precisa adotar uma
postura flexível e criativa, revendo e transformando sua prática
cotidianamente. Ele precisa estar muito atento aos seus alunos para
reconhecer os conhecimentos que eles já dispõem e as necessidades
educacionais que apresentam, e, a partir desses dados, elaborar formas
alternativas de ensinar, que respondam às necessidades observadas.
Nesse sentido, a avaliação deve ser resgatada como um relevante
documento para identificar o que precisa ser repensado, e como corrigir as
falhas no processo de ensino-aprendizagem. (GLAT et al., 2007, p. 94)
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Segundo nos informa Anache (2007), pela perspectiva histórico-cultural, a
pessoa com deficiência deve ser considerada na sua singularidade e, além do mais,
há que se considerar o social na construção da deficiência. Negada a essa pessoa,
a convivência com seus pares, a escolarização, possibilidades de relações
dialógicas, enfim, a vida em sociedade, é reduzi-la a sua deficiência, e impedir que
as funções psicológicas superiores se constituam especialmente se forem negadas
experiências nas relações humanas tão necessárias para o desenvolvimento dessas
funções.
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colocar o aspecto percebido no seu devido sistema e para conferir a ele um
processo de comparação do efeito com a hipótese original, ou, em outras palavras,
um processo de verificação da atividade perceptiva, tudo isso com apoio em (LURIA,
1981).
A percepção humana é um complexo processo de codificação do material
percebido que se realiza com a estrita participação da fala, e que a atividade
perceptiva humana, portanto, nunca acontece sem a participação direta da
linguagem (LURIA, 1981).
Capacidade de concentração;
Em quantos objetos é capaz de estar focada simultaneamente
(distribuição);
Excitabilidade (quanto tempo demora para iniciar a atenção).
Dimensões da Memória:
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Orientação: É uma das expressões de lucidez psíquica que depende,
fundamentalmente, da integridade do estado de consciência, por meio da
qual se identifica a capacidade de consciência temporoespacial. Pode ser:
Características do pensamento:
Capacidades de generalização.
Capacidades de identificar e distinguir nos fenômenos e objetos da
natureza o que é essencial e o que é acessório.
Capacidades de utilizar o cabedal de conhecimentos acumulados para
elaborar conceitos e construir raciocínios.
Conceitos:
Juízos:
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fenômeno. Os interesses, desejos, sentimentos e necessidades de uma pessoa
influem sobre o seu julgamento.
Raciocínio:
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Imbuídos do compromisso de desenvolverem nos alunos condições tais de
desenvolvimento das funções superiores, dada sua importância para os processos
cognitivos, os professores deverão direcionar suas práticas pedagógicas no sentido
de alcançar tais resultados e, consequentemente, o sucesso na aprendizagem dos
alunos. Ao mesmo tempo, devemos planejar ações, no sentido de favorecer o
desenvolvimento dos processos superiores.
Porém, “[...] nada disso poderá ser alcançado sem que o professor nutra
expectativas positivas em relação ao seu aluno” (GLAT et al., 2007, p. 94). Dessa
forma, pensar em práticas pedagógicas que resultem na aprendizagem das pessoas
com deficiência é pensar, sobretudo, em mudanças conceituais e atitudinais para
compreender as diferentes formas de aprendizagem, a fim de se desenvolver
planejamentos e reordenamentos do trabalho pedagógico, de maneira a contemplar
as pessoas com deficiência em seu desenvolvimento e aprendizagem.
[...] tem havido uma forte tendência que reforça o apelo pelo trabalho
pedagógico na diversidade. O princípio é de que as instituições educativas
não se traduzem mais pelas figuras dos alunos e professores a partir de
estereótipos desejáveis e idealizados. Fica cada vez mais difícil ignorar que
os espaços educativos constituem-se de profunda e concreta diversidade –
brancos, negros, índios, imigrantes, migrantes, pobres, ricos, homens,
mulheres, sadios, deficientes, aidéticos, marginais, engajados socialmente,
colonos, criminosos, solidários; enfim, todos os com e/ou sem alguma coisa,
não mais padronizados e violentados pela lógica da identidade hegemônica
(RESENDE, 2008, p. 18).
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Essa busca implica de imediato a não exclusão da pessoa que apresenta a
anomalia das atividades que valorizamos socialmente. De outro modo, não
termos como descobrir as formas de contornar as dificuldades que ela
impõe na realização daquelas atividades. Logo, as barreiras secundárias ao
desenvolvimento intelectual, criadas pela exclusão não se farão sentir
(TUNES, 2003, p.10).
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Trabalhar a partir de uma representação do espaço de sala de aula como
um espaço de diversidade educativa exige dos educadores e psicólogos o
desenvolvimento de novos conhecimentos, novas competências e muita
criatividade, porém, precisamente nesse esforço de experimentação, de
fracassos e acertos, é que a inclusão pode devidamente ser construída
(MITJÁNS e MARTÍNEZ, 2005, p. 101 apud ANACHE, 2007).
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Educação, por meio da Secretaria de Educação Especial (SEESP) e da Secretaria
de Ensino Fundamental (SEF) e também do Conselho Nacional de Educação (CNE)
e sua Câmara de Educação Básica (CEB). As duas fontes internacionais foram
publicadas pela UNESCO.
Dos estudos realizados por Garcia (2007), o conceito de flexibilidade, em
tais documentos, transmite alguns sentidos, por exemplo: qualidade, inclusivo,
inovação, não tradicional, não rígido, não homogêneo, dinamicidade, movimento,
atendimento ao local. Por outro lado, tais estudos nos deixaram o entendimento que
tais ideias possibilitam um imaginário que comunga currículo flexível a um trabalho
pedagógico inclusivo, dinâmico, inovador, que atenda não só a diversidade humana,
mas a identidade cultural local. Dessa forma, o currículo e o trabalho pedagógico
deverão promover rupturas, no sentido de:
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estabelecer um modelo operacional flexível com uma estrutura aberta que dê
suporte a uma educação adequada ao momento do desenvolvimento em qualquer
ambiente onde a criança esteja” (BRASIL, 2005, p. 14).
Quanto aos saberes e práticas referidas no documento, são elementos que
se encontram alicerçados nos seguintes princípios e fundamentos: identidade, onde
a pessoa humana é vista nos aspectos afetivo, intelectual, moral e ético; gestão
democrática e descentralizada; sensibilidade estética, ou seja, convivência com as
diferenças; a diversidade; redes de apoio e construção de solidariedades, formação
continuada dos professores e articulação entre estes e os professores
especializados.
O projeto pedagógico da escola como espaço inclusivo para a diversidade
pensa na aprendizagem de forma coletiva, priorizando as relações entre as pessoas,
a escola, as famílias e a comunidade.
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Atitude favorável da escola para diversificar e flexibilizar o processo de
ensino-aprendizagem, de modo a atender às diferenças individuais dos
alunos;
Identificação das necessidades educacionais especiais para justificar a
priorização de recursos e meios favoráveis a sua educação;
Adoção de currículos abertos e propostas curriculares diversificadas, em
lugar de uma concepção uniforme e homogeneizadora de currículos;
Flexibilidade quanto à organização e ao funcionamento da escola para
atender à demanda diversificada dos alunos;
Possibilidade de incluir professores especializados, serviços de apoio e
outros não convencionais, para favorecer o processo educacional.
Tais instituições devem saber que a sala de aula com princípios inclusivos
requer diferentes dinâmicas, estratégias de ensino que contemplem a todos os
alunos, sem discriminação e, ainda, complementação, adequação e suplementação
curricular, quando necessários. No que diz respeito ao aspecto valorativo do referido
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documento oficial (BRASIL, 1999), Oliveira e Machado, o consideram como
reconhecedor da diversidade na escola, à qual alguns caminhos são apontados,
dentre eles:
[...] a eliminação ou redução das barreiras. Essas, por sua vez, consistem
em qualquer entrave ou obstáculo que limite ou impeça o acesso, a
liberdade de movimento, a circulação com segurança e a possibilidade das
pessoas se comunicarem e terem acesso à informação. Podem ser,
portanto, urbanísticas, envolvendo as edificações, espaços de circulação e
os transportes, bem como referentes aos sistemas de comunicação e
informação.
Cada vez mais, conforme estatística oficial, alunos com deficiência estão nas
escolas comuns, dentre Centros de Educação Infantil e escolas de Ensino
Fundamental. Com isso, os educadores de crianças com qualquer deficiência devem
admitir que, independentemente de condições físicas, sensoriais, cognitivas ou
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emocionais, possuem as mesmas necessidades básicas, afeto, cuidado, proteção,
desejos, sentimentos que os alunos considerados sem deficiência. E, ainda mais,
podem conviver, interagir, trocar, aprender, trocar, brincar e serem felizes, não
necessariamente iguais entre si e nem em relação às outras crianças, mas do seu
próprio jeito.
Para isso, é fundamental que, além da escuta e do olhar para os alunos
como pessoas com as características, anteriormente citadas, da atenção que
necessita, e, também, que seja percebido pela escola o professor com suas
necessidades de apoio e da parceria dos demais colegas do corpo docente e das
famílias, uma vez que isso fortalece e enriquece as ações educacionais e possibilita
um planejamento focado na cooperação. Isso poderá possibilitar atenção às reais
necessidades dos alunos e, sobretudo, aos desejos e sentimentos, expressos nas
suas diferentes formas de ação e de manifestação, no meio real da escola,
participando com os alunos sem deficiência. Com isso, será possível pensar em
formas alternativas de promover o acesso à aprendizagem com menores ou sem
restrições.
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Nesse contexto, identifica-se a adequação curricular que implica dinamizar a
oferta da educação para todos e o redimensionamento e a flexibilização da prática
pedagógica, de tal forma, que os alunos independentemente de suas necessidades
educacionais especiais possam conquistar seu espaço, na escola e na sociedade,
bem como progresso e sucesso na vida estudantil.
A organização e a estruturação do currículo para crianças com necessidades
educacionais especiais, assim como a de todos os alunos, devem pensar na
formação pessoal e social (autonomia, identidade, brincar, movimento e
conhecimento de si e do outro); conhecimento de mundo (diferentes formas de
linguagem e expressão, artes, música, linguagem oral, escrita, matemática,
conhecimento da natureza e da sociedade).
Para isso, os Parâmetros apontam as adaptações curriculares, entendidas
como sequência de ações sobre o currículo comum que conduzem à modificação de
um ou mais elementos (MANJON, 1995 apud BRASIL, 2005).
Tanto nesse documento como no documento Saberes e Práticas da Inclusão
(BRASIL, 2005) constam orientações sobre duas formas de adaptações, quais
sejam, as pouco significativas e as significativas, sobre as quais falaremos na
sequência. Mas, antes disso, acrescentamos que existem tendências contrárias às
práticas das adaptações curriculares, alegando que:
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perigosos rótulos das “dificuldades de aprendizagem”. Argumentam que é
fundamental a criação de uma escola inclusiva, aquela que é tão flexível a
ponto de acolher a todos, oferecendo as adaptações curriculares
necessárias para que sejam atendidos. Complementam afirmando que as
adaptações curriculares não criam “vários currículos”, este continua sendo
único (OLIVEIRA E MACHADO, 2007, p. 40).
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Observar a dinâmica do estudante no ambiente escolar.
Reconhecer o contexto social.
Gerar ideias
Conversar com usuários (estudante/família/colegas).
Buscar soluções existentes (família/catálogo).
Pesquisar materiais que podem auxiliá-los.
Pesquisar alternativas para confecção do objeto.
Acompanhar o uso
Verificar se as condições do aluno mudam com o passar do tempo e se
há necessidade de fazer alguma adaptação no objeto.
Os recursos sugeridos no referido documento compreendem, dentre
outros: dominó de cores, de quantidade, em relevo, de Figuras
Geométricas, de Texturas, Quebra-cabeça de Cubos, e outros; Caixa
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de Estímulos Jogos diversos (memória, adivinhação; Tangram
Imantado; Ábaco de Argolas; Multiplicação em Pizza, Suporte para
Lápis, etc).
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simples gesto, como balançar a cabeça, utilizar gestos para complementar o
que falamos ou, simplesmente, demonstrar interesse ou desinteresse por
aquilo que está sendo falado (BRASIL, 2006a, p. 3)
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5.5 ADAPTAÇÕES CURRICULARES SIGNIFICATIVAS
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No que se refere à proposta constante nas adaptações curriculares
significativas entendemos que modificações acentuadas nos conteúdos e nos
objetivos, no planejamento individual e coletivo. Indica-se, ainda, a utilização de
métodos complementares e alternativos, modificações acentuadas na avaliação, no
espaço, mobiliário e equipamentos, adaptações que merecem ser discutidas e
avaliadas continuamente em todo o contexto da escola, com os necessários apoios
e orientações ao professor, o qual deve considerar em seu planejamento que “cada
necessidade é única e, portanto, cada caso deve ser estudado com muita atenção. A
experimentação deve ser muito utilizada, pois permite observar como a ajuda
técnica desenvolvida está contemplando as necessidades percebidas” (BRASIL,
2006a, p. 10).
O conceito de ajuda técnica, de acordo com o que foi especificado no Item V
do Decreto no. 5296, de 2 de dezembro de 2004, é o seguinte:
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Os apoios, portanto, devem ser previstos e provisionados em todas as
situações de vida e nos diferentes contextos relacionais da pessoa com deficiência,
os quais, dentre outros, podemos identificar os seguintes (BRASIL, 1999, p. 54):
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O valor das mudanças e das novidades introduzidas no trabalho pedagógico
está dado, essencialmente, pela sua significação para a aprendizagem e
desenvolvimento dos alunos: envolvimento com o processo de aprender,
aprendizagem significativa, aquisição de habilidades e competências,
superação de dificuldades escolares, desenvolvimento de outros
importantes elementos da subjetividade como valores, autovalorização
adequada, projetos, capacidade de reflexão, criatividade, etc. (MARTINEZ,
2008, p. 73).
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