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UNINTER

CENTRO UNIVERSITÁRIO INTERNACIONAL

PRODUÇÃO CONCEITUAL

LESLIE ANDREA ABREU DE FREITAS

PONTA GROSSA
2021
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Sumário

A importância do Estágio Supervisionado................................................................... 3


Estado de arte – Análise de trabalhos científicos relacionados...................................
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Análise Imagética – Filme “Além da sala de aula” .....................................................
10
Material didático – Jogo dos gêneros
textuais.............................................................12
Prática de Campo ......................................................................................................
13
Considerações finais .................................................................................................
15
Referências ...............................................................................................................
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A Importância do Estágio Supervisionado

O estágio supervisionado é uma prática de extrema importância na vida


acadêmica que possibilita experienciar todo o embasamento teórico recebido
durante o curso de licenciatura. Essa aproximação faz toda a diferença na formação
profissional, permitindo uma integração com a realidade escolar e suas dificuldades
diárias, os momentos de satisfação por fazer parte da vida de muitas crianças e
promover de alguma forma a transformação das mesmas como um mediador do
conhecimento. A realidade da sala de aula, o contato com um docente mais
experiente, os desafios de provocar e manter o interesse das crianças partindo do
pressuposto de que são todas distintas, com saberes e vivências peculiares é um
desafio constante na docência. Contudo o estágio tem um papel fundamental na
vida do acadêmico, sendo um divisor de águas, podendo despertar paixão ou
frustração na vida do futuro profissional. O estágio supervisionado é o primeiro
contato com a prática, remete o acadêmico a uma reflexão crítica sobre a teoria e
prática pedagógica.
A oportunidade que o estagiário tem de estar em contato com o profissional
que já atua na área possibilita ampliar sua visão, permite um aprendizado através da
troca de experiências entre as ambos e assim uma compreensão do que está sendo
executado como também para que esteja inteirado a respeito do contexto da qual a
unidade escolar faz parte, assim como sua realidade socioeconômica e cultural,
facilitando sua atuação como mediador no período de execução do estágio.
É no momento de atuação do estágio que se descobre as competências e
habilidades de cada estudante. É percebido nesse momento que o conhecimento
adquirido durante o curso toma forma e manifesta sua eficácia.
A escolha do local a se realizar o estágio também é de grande importância,
sempre existe uma expectativa com relação aos resultados e à prática pedagógica.
Para que haja êxito do acadêmico nesta vivencia deve sentir-se confortável e seguro
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no campo de estágio escolhido. Por isso deve procurar um lugar de fácil acesso, de
preferência próximo de sua residência, a fim de evitar problemas de deslocamento.
Como estagiária do Ensino Fundamental atuei numa Escola, nesta unidade
escolar são ofertadas vagas tanto para Educação Infantil, como para o Ensino
Fundamental.
A metodologia de ensino baseia-se principalmente no trabalho lúdico e na
construção do conhecimento a partir das vivências das crianças.
De acordo com o Projeto Político Pedagógico da escola as atividades lúdicas
contribuem para o desenvolvimento infantil, pois é brincando que a criança pequena
aprende, desenvolve a criatividade, a socialização, a descoberta, o senso de
partilha, o companheirismo, a autoestima, a autoconfiança, a autonomia, aprende
novas experiências e descobertas a partir dos espaços de aprendizagem. Além
disso, a criança por meio do ensino lúdico desenvolve sua linguagem, pensamentos,
atenção e concentração.
A primeira fase do estágio para ser cumprida está pautada na observação,
sendo 20 horas destinadas para realizar a observação participativa e posteriormente
8 horas na atuação prática. Durante o período de observação foi possível
compreender todo o funcionamento e rotina escolar.

Descrevendo a rotina e organização da escola:

 Chegada dos alunos – 7h45min às 8h


 Café da manhã: 8h às 8h15min
 Início das atividades escolares: 8h15min às 11h45min
 Almoço e intervalo: 11h45min às 12h45min
 Início das atividades escolares: 12h45min às 14h45min
 Lanche da tarde: 14h45min às 15h
 Atividades de encerramento das aulas: 15h às 16h
 Saída dos alunos: 16h

A turma de terceiro ano do Ensino Fundamental da Rede Municipal de


Ensino, é composta por 31 alunos, sendo que 25 estão frequentando a escola
presencialmente e 6 permanecem no ensino remoto. Esta turma estuda de maneira
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integral, de segunda-feira a quinta-feira até às 16h, na sexta-feira tem aula até às


11h45min.
Em suma, pode-se dizer que o Estágio nada mais é que um período de
grande aprendizagem, levando o acadêmico a investigar, refletir, argumentar,
aprofundar conhecimentos, adquirir experiências, desenvolver a capacidade de
articulação entre teoria e prática.

Estado da arte

Todas as pesquisas realizadas contribuíram de alguma forma para a


efetivação deste trabalho, incorporar nas aulas uma grande diversidade de gêneros
textuais, oportunizará o desenvolvimento da leitura e da escrita.
A Base Nacional Comum Curricular faz apontamentos sobre a importância do
uso dos diversos gêneros textuais e suas respectivas funções no cotidiano. O
documento também relaciona esses gêneros em todas as etapas, desde a
Educação Infantil, os anos iniciais do Ensino Fundamental até os anos finais.
Podemos destacar a importância do trabalho com os gêneros textuais no
componente curricular no ensino de Língua Portuguesa, diminuindo a distância entre
os conteúdos estudados com diferentes experiências de escrita e leitura. Quanto
mais o aluno tem contato com diversos gêneros mais consegue construir uma
infinidade de repertório na linguagem oral e escrita.
Cabe ao professor promover um trabalho educativo que favoreça aos alunos
o contato, o conhecimento, a funcionalidade, a característica e a finalidade dos
gêneros textuais e sua aplicação no cotidiano.
É importante apontar como os gêneros textuais podem ser classificados de
acordo com os tipos textuais:
Tipos Textuais Gêneros Textuais
Narrativo Romance, conto, crônica, lenda, biografia, novela.
Diários, relatos de viagens, folhetos turísticos, cardápios de
Descritivo
restaurantes, anúncios de classificados, reportagem.
Ensaio, dissertação de vestibular, artigo de opinião, tese,
Dissertativo
dissertação.
Artigos de opinião, abaixo-assinados, manifestos, sermões,
Argumentativo
teses.
Injuntivo Receita médica, receitas culinárias, manual de instrução,
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convocação militar, bula de remédio, propaganda.


Explicativo Verbete de enciclopédia, verbete de dicionário, livro didático.
Decretos e leis, cláusulas contratuais, editais de concursos
Preditivo
públicos, regras de trânsito, regulamentos internos.

Os gêneros textuais enriquecem a construção da aprendizagem, o ensino


didático metodológico com o mundo letrado tornando-o concreto e próximo da
realidade do aluno como um meio de comunicação social.
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ANO
ARTIGO CIENTIFICO ANÁLISE

USO DOS GÊNEROS TEXTUAIS NO Este trabalho propõe uma prática pedagógica baseada em gêneros textuais
DESENVOLVIMENTO DA LEITURA DE ALUNOS nas séries iniciais do Ensino Fundamental para o desenvolvimento da
NAS SÉRIES INICIAIS. leitura. Essa inclusão no dia a dia da sala de aula deve estar pautada em
objetivos muito claros a fim de que a comunicação ocorra de maneira

2016
http://dspace.bc.uepb.edu.br/jspui/bitstream/ organizada e ajude o aluno de maneira a capacitá-lo no verdadeiro ato de
123456789/4885/1/PDF%20-%20Francinete ler, ou seja, aprender a refletir, interpretar e questionar o texto e o seu
%20dos%20Santos%20Silva.pdf contexto.

GÊNEROS TEXTUAIS E APROPRIAÇÃO DA Trata-se de uma argumentação a respeito do uso dos gêneros textuais, a
ESCRITA: UMA PROPOSTA PARA O PRIMEIRO diferença entre eles e os tipos textuais como meio de comunicação que
ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL podem ser verbais e não verbais contribuindo com o processo de

2017
https://repositorio.ufpb.br/jspui/bitstream/ alfabetização e a aquisição da escrita.
123456789/2562/1/AKCCS05102017.pdf
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A LITERATURA INFANTIL E OS LIVROS A importância da literatura para o desenvolvimento das potencialidades do


DIDÁTICOS: A literatura nas séries iniciais do aluno como a vida social como um todo. O mesmo quando é instigado a
ensino fundamental mediada pelos livros didáticos pensar, desenvolve essas potencialidades e é levado a vivenciar diversas
experiências. Estimular a prática da leitura é papel do professor e para isso
http://saberaberto.uneb.br/bitstream/

2021
ele mesmo deve ser um exímio leitor.
20.500.11896/1768/1/TCC%20Literatura%20infantil
%20e%20os%20livros%20didaticos.pdf

JOGOS DE LINGUAGEM EVIDÊNCIA EMPÍRICA Ao jogar com a linguagem, as crianças prestam atenção a como é formada,
DA PESQUISA ATUAIS qual é o sentido, como se organiza, para que serve etc. Ou seja, o jogo
https://espacodeleitura.labedu.org.br/wp-content/ implica adotar uma distância em relação ao uso cotidiano da linguagem. Por
uploads/2018/06/duende_guia-PT.pdf isso muitos autores viram no jogo com a linguagem uma relação com a
2016 aprendizagem da leitura e da escrita devido ao fato de que ela também
requer uma atenção aos componentes da linguagem (aspecto sonoro,
unidades como letras, palavras etc.). Apoiando-se na atividade de jogar
com a linguagem, a aprendizagem se beneficia da atenção à linguagem que
o jogo requer e ajuda no desenvolvimento da consciência sobre sua forma,
seu significado, suas regras e funções.
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FORMAÇÃO DE LEITORES E O PROCESSO DE A finalidade desse trabalho é fazer uma análise dos elementos necessários
ALFABETIZAÇÃO NOS ANOS INICIAS DO para a formação leitora no processo de alfabetização, levando em conta a
ENSINO FUNDAMENTAL. heterogeneidade discente bem como a eficácia das metodologias aplicadas

2016
https://repositorio.ufrn.br/bitstream/ pelo professor na construção dessa competência.
123456789/41987/2/Forma%c3%a7%c3%a3o
%20de%20leitores_Artigo_2016.pdf

POESIA INFANTIL: UMA LINGUAGEM LÚDICA Levar a criança a apreciar a linguagem poética é uma das funções do
https://editora.pucrs.br/anais/CILLIJ/praticas/ professor. Portanto, ao planejar sua aula, deve conhecer e considerar a

2009
POESIA_INFANTIL_OK.pdf vivência dos seus alunos para que ao possa fazer aflorar a curiosidade, a
imaginação e percepção entre o mundo simbólico e o real.
LETRAMENTO LITERÁRIO: REFLEXÕES SOBRE Pesquisa de campo realizada entre novembro e dezembro de 2020 em uma
A ESCOLA E A FORMAÇÃO LEITORA escola de educação básica da rede pública de Itapipoca. Foi discutido a
HTTPS://REVISTAS.UECE.BR/INDEX.PHP/ 2021 questão dos espaços físicos como um todo, porém com enfoque à sala de
ENSINOEMPERSPECTIVAS/ARTICLE/VIEW/ leitura e a biblioteca, partindo da compreensão de que os espaços e as
6173/4974 ações que são desenvolvidas na escola são de grande importância para a
formação leitora.
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CONCEPÇÕES DE PROFESSORES A pesquisa em análise é uma dissertação baseada na busca por respostas
ALFABETIZADORES SOBRE LEITURA: para algumas questões como o modo como os professores concebem a
IMPLICAÇÕES NA FORMAÇÃO LEITORA DE leitura e suas metodologias de ensino.
SEUS ALUNOS A escola é um ambiente onde a diversidade cultural e social se faz presente

2018
https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/ frequentemente. Como que as diferenças são enfrentadas: como desafio ou
11449/153161/tamura_alh_me_mar.pdf? um problema? Deve ser encarada com um desafio que impulsione a
sequence=3&isAllowed=y construção de um currículo capaz de atender as necessidades de todos os
alunos.
AS CONTRIBUIÇÕES DA LITERATURA INFANTIL Sabendo que a literatura é uma importante ferramenta de ensino e se faz
NO PROCESSO DO ENSINO APRENDIZAGEM indispensável dentro da escola, este estudo procura responder quais as
NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO contribuições da literatura infantil no processo de ensino aprendizagem de
FUNDAMENTAL. crianças dos anos iniciais do Ensino Fundamental.

2020
http://repositorio.upf.br/bitstream/riupf/2066/1/
PF2020Z%c3%adpora%20Rodrigues
%20Ribeiro.pdf
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Análise imagética
Drama - “Além da sala de aula”

O filme em questão, baseia-se em fatos reais conta a história de uma jovem


professora norte-americana que ainda na sua infância já sonhava com a profissão.
Após conseguir a sua graduação como docente em Ensino Fundamental pela
Universidade de UTAH, em busca de seu primeiro emprego, finalmente é designada
para assumir uma turma em uma Escola sem nome em Salt Lake City, para ensinar
crianças em situação de vulnerabilidade. O espaço funcionava como um abrigo para
pessoas sem teto e não havia recursos didáticos para o ensino. O ambiente era
precário e sem iluminação. As salas sujas e cheias de insetos e as crianças todas
oriundas de famílias desestruturas não tinham comportamento adequado. Eram
agressivas e irreverentes.
Além de tudo, enfrentava problemas como a alimentação das crianças,
diferença de idade e com os frequentes roubos na escola. Desapontada com sua
primeira experiência, a professora Stacey quase a ponto de desistir, ao conhecer
melhor as crianças foi afeiçoando a elas, e também com o apoio do marido Grag,
resolve investir na educação das mesmas, tendo que para isso, criar uma
metodologia que atendesse a todos ao mesmo tempo sendo isso um grande desafio
na sua carreira. Com o auxílio de um idoso sem teto e uma menina, Stacey realiza
uma reforma na sala de aula, pintando e decorando o ambiente a fim de torná-lo
mais agradável. A professora pede ajuda ao novo diretor que vai até o local para
conhecer as necessidades e a partir desse momento passa a dar assistência
enviando materiais, livros e carteiras para a escola. Também faz a doação de um
piano que está em desuso na sua casa. Greg, o esposo da Stacey também se
envolve no projeto a fim de ajudar, introduzindo aulas de esportes.
As coisas tomam um novo rumo quando a professora promove a primeira
reunião com os pais. A partir desse momento, começa a conquistar a confiança de
todos. Utilizava algumas metodologias para ensinar as diversas áreas do
conhecimento como: Trabalhar com o nome, a idade, para entender os
conhecimentos dos alunos; trabalhar com mural; Círculos de leitura; criou uma Sala
de estudo; Aula compartilhada; Aulas práticas de ciências; matemática utilizando
materiais concretos, aproveitava todas as oportunidades para ensinar o respeito
mútuo e trabalhar as emoções das crianças. Ao descobrir o talento de um antigo
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morador do abrigo, solicitou auxílio a fim de despertar nos alunos o interesse pelas
artes.
Durante esse período, Stacey fica grávida do seu terceiro filho e precisa se
afastar das suas atividades, porém muito preocupada com o futuro das crianças.
Escreve cartas sobre cada aluno para que entreguem ao novo professor que
assumirá o seu lugar.
Após dar à luz, ela volta ao abrigo com seu filho para rever os alunos e é
homenageada por todos carinhosamente.
A história é um verdadeiro exemplo de amor, dedicação e desprendimento.
Sua afetividade pela aluna Maria é tão grande que chega a adotá-la
temporariamente em decorrência de seu pai ser expulso do abrigo por embriaguez.
Mesmo diante de tantos problemas e desafios em um ambiente hostil, onde
parecia não haver nenhuma esperança para aquelas crianças, uma só pessoa
conseguiu fazer toda a diferença e mudar a realidade daquele lugar.
O filme serve de inspiração para todos os educadores, sabendo que em
algum momento podemos nos deparar com situações difíceis. Para sermos agentes
transformadores e fazermos a diferença no nosso cotidiano, precisamos muitas
vezes abrir mão das nossas metodologias já prontas e descontextualizadas e nos
reinventarmos buscando alternativas adequadas a realidade dos alunos.
Este filme recebeu algumas premiações como: Prêmios para Jovens Artistas,
EUA; Prêmio de Melhor Ator Jovem em Papel Coadjuvante (Liam McKanna).
Recebeu indicações para: Prêmio dos Diretores da América e Prêmio por Direção
Excepcional de um Filme para a Televisão (Jeff Bleckner).

Ficha técnica
Título: Além da sala de aula
Ano - 2011
País de origem: Estados Unidos da América
Idade recomendada - livre
Público - todos
Gênero - drama
Cor: colorido
Direção – Jeff Blackner
Idioma: inglês
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Elenco principal: Emily Van Camp, Steve Talley, Treat Williams, Timothy Busfield
Composição (espaço): abrigo/sala de aula
Importância do espaço:
Duração do documentário: 95 minutos
Produção: Andrew Gottilieb, Gerald R. Molen
Restrições: não há
Conteúdos explícitos – não há

Sinopse do filme:
 A história se passa em 1987 e segue uma jovem professora e mãe de dois
filhos que acabou de se formar na faculdade e acaba ensinando crianças de
rua em uma escola sem um nome. Com o apoio de seu marido, ela consegue
vencer os medos e os preconceitos para dar a estas crianças a educação que
merecem.

MATERIAL DIDÁTICO

Jogo dos gêneros textuais – o jogo segue as regras do tabuleiro com dados e
pinos. As casas numeradas podem conter alguns desafios relacionados aos gêneros
textuais. Através desses desafios o jogador pode avançar ou retroceder. Ganha o
jogo quem chegar primeiro.
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Prática de campo

O presente trabalho busca apresentar a articulação entre teoria e prática,


salientando o fato de que é nesse momento em que o acadêmico consegue refletir e
amadurecer em suas habilidades. Aqueles conceitos que pareciam tão distantes
começam a tomar forma e trazer clareza aos diversos momentos da sua prática
pedagógica. As experiências adquiridas são importantes e gratificantes, quando se
pode ver os resultados até mesmo de forma imediata.
Na questão que trata sobre o uso dos gêneros textuais em sala de aula, é
notório perceber os ótimos resultados quando aplicados de maneira a incentivar os
alunos em conseguir novos patamares cognitivos. O professor ao trabalhar gêneros
dos quais a criança se identifica, a aprendizagem se torna mais prazerosa e
eficiente.
A partir do Campo de Experiência de acordo com a BNCC (Base Nacional
Comum Curricular), Escuta, Fala, Pensamento e Imaginação, campo de experiência
na Educação Infantil dá suporte para o ensino de Língua Portuguesa para continuar
com as práticas de oralidade e escrita.
Assim, permite inserir a criança no universo da leitura e da escrita,
conduzindo-a nos processos formais de alfabetização, com o intuito de aproximar
seu conhecimento com práticas concretas da função social do mundo letrado. O
texto: oral, escrito, multimodal ou multissemiótico, imbuído na prática pedagógica
torna o foco principal na maneira de trabalhar a linguagem como manifestação
sociocultural do ser humano em diferentes situações.

A BNCC, também contempla a cultura digital ligada a multiplicidade de


linguagens, denominando-se a “multiletramentos”, estabelecendo os quatro eixos
correspondentes às práticas de linguagem: Oralidade, Leitura/escuta, Produção de
textos e Análise linguística/semiótica. Estes eixos já foram apontados nos
Parâmetros Curriculares Nacionais em 1997.
Para tanto, foi proposto atividades baseadas nos gêneros textuais, tendo
como recurso o jornal, por ser um meio de comunicação de fácil acesso, exploração
e conteúdo rico.
Inicialmente logo após a leitura diária da turma como de costume, porém
desta vez o texto selecionado foi uma matéria do jornal local, foi disponibilizado aos
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alunos, apresentado exemplares de jornais e também mostrando imagens desde o


primeiro jornal impresso no Brasil relatando brevemente sobre a história deste
importante meio de comunicação e sua evolução até os dias atuais.
Também os alunos tiveram a oportunidade de aprender a manusear o jornal a
fim de compreender sua composição e como se localizar na busca por informações.
Depois dessas atividades introdutórias a turma foi dividida em seis grupos com
atividades distintas para serem realizadas de acordo com o gênero textual escolhido
pelos próprios alunos.
Ao realizarem produção de texto em conjunto com os colegas e também com
a mediação da professora, puderam refletir, pesquisar, discutir, tirar dúvidas a
respeito de diversos assuntos. Através das produções de cada grupo, foi possível
conhecer e distinguir as características de cada gênero envolvido como: notícias,
charges, anúncios, tirinhas entre outros. A aula foi encerrada com uma brincadeira
teatral tornando a aula ainda mais divertida. A avaliação procedeu de maneira
contínua, através da observação e participação dos alunos e a disposição e
capacidade de trabalhar coletivamente.
O trabalho com gêneros textuais, partindo do jornal como recurso pedagógico,
mostrou-se interessante e motivador, chamando a atenção de todos à participação e
provocando a curiosidade sobre vários aspectos não só da linguagem como de
assuntos relacionados à vida e ao cotidiano. Trabalhar com diversos tipos de
gêneros ao mesmo tempo, além de desenvolver a leitura crítica, os alunos estão em
contato com informações que abrange várias áreas do conhecimento o que auxilia
também no desenvolvimento cognitivo, na linguagem oral e escrita aprimorando o
vocabulário.
Com base nas atividades propostas aos grupos, foi possível perceber que
participam coletivamente de leitura de imagens, são capazes de produzir textos em
colaboração com os colegas e com a ajuda da professora, realizam reescrita de
textos de diversos tipos de gêneros, reproduzem oralmente textos como recitar
parlendas, quadrinhas, adivinhas entre outros. Através do trabalho com jornal
também é possível perceber o nível de compreensão em leitura, ou seja, o quanto o
aluno lê e compreende textos de diferentes gêneros.
O professor como mediador da produção de textos pode conduzir os alunos
na organização do pensamento, considerando as especificidades da linguagem
escrita levando-os a identificar a ideia central do texto até a sua compreensão
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global. Com esta proposta os alunos conseguem buscar informações, usar a grafia
corretamente e compreender a importância da leitura e da escrita nas ações da vida
social.
Considerações finais

Sabemos, portanto, que toda a teoria adquirida nas cadeiras universitárias


não faz o menor sentido se não aplicadas no nosso dia a dia. Isso tudo se chama
sabedoria, ou seja, a aplicação prática da informação refletida e questionada. Isso
ocorre quando nos posicionamos como educadores e somos capazes de repensar
vezes após vezes nossa prática pedagógica, aprofundando nossos conhecimentos,
melhorando nossas metodologias e formas de avaliação.
Esse trabalho teve como intuito explorar alguns gêneros textuais portando
como principal ferramenta pedagógica a leitura e o manuseio do jornal.
Compreendendo que esse meio de comunicação quando utilizado com
intencionalidade pode apresentar excelentes resultados na estimulação da leitura
além de tornar a aula interessante e prazerosa. Outro aspecto favorável dessa
prática é o fato de que o aluno paulatinamente vai sendo inserido na realidade
social, política, econômica, cultural no seu próprio contexto como em todo o mundo,
possibilitando uma maior compreensão de textos e ampliando a capacidade de
expressar suas ideias e opiniões.
Ao se tratar de uma das propostas dos PCNs (Parâmetros Curriculares
Nacionais), o uso do jornal e todos os conteúdos relacionados, sustentam os temas
transversais, trabalhando questões como valores, ética e cidadania.
As Diretrizes Curriculares da Educação Básica de Língua Portuguesa do
Estado do Paraná fazem apontamentos sobre o trabalho com os gêneros textuais,
onde os conhecimentos linguísticos e discursivos dos alunos são essenciais para
que sejam capazes de compreender a realidade e interrelacionar-se com ela.

O trânsito pelas diferentes esferas de comunicação possibilitará


ao educando uma inserção social mais produtiva no sentido de
poder formular seu próprio discurso e interferir na sociedade
em que está inserido. [...] O trabalho com os gêneros, portanto,
deverá levar em conta que a língua é instrumento de poder e
que o acesso ao poder, ou sua crítica, é legítimo e é direito
para todos os cidadãos. Para que isso se concretize, o
estudante precisa conhecer e ampliar o uso dos registros
socialmente valorizados da língua, como a norma culta.
(PARANÁ, 2008, p. 53)
17

Com esta prática fica evidente que um dos desafios enfrentados pelos
professores na primeira etapa do Ensino Fundamental é consolidar a leitura, ensinar
o aluno a ler, não significa apenas decodificar os códigos convencionais de escrita,
mas ir além desse processo. Como também desenvolver o hábito da leitura diária
que para ter sentido, precisa ser aplicada no cotidiano nos diferentes contextos.
Pode ser leitura deleite, para estudar, buscar informações, ou para pesquisar, com
isso o leitor amplia seu universo cultural, seu vocabulário, sua escrita, adquire novos
conhecimentos, desenvolve agilidade no raciocínio, na interpretação e na
compreensão da realidade.
Nesta perspectiva o trabalho com o jornal na sala de aula é um instrumento
valioso que contribui para o professor atingir o objetivo de desenvolver nos
educandos essa prática de leitura proporcionando melhor atuação no meio
sociocultural em que está inserido.
Outro desafio nos dias atuais que o professor concorre com o avanço
tecnológico do mundo moderno, com acúmulo de atividades, o interesse por
conteúdos que não desenvolvem e nem formam opiniões consistentes diante de
situações que exigem argumentos coerentes e com senso crítico.
Desta forma, a leitura não ocupa o devido lugar na vida das pessoas que
acaba refletindo de maneira negativa se tornando um agravante na evolução do grau
de letramento e de escrita do indivíduo.
O contato com diferentes fontes de leitura auxilia na formação e organização
do pensamento do aluno, temos observado que por conta de toda essa influência e
bombardeio de diversas formas de adquirir informações e conhecimentos deixa
nossos alunos muitas vezes à mercê de serem manipulados por parte de alguns que
se dizem formadores de opiniões.
Nesta perspectiva que entra o papel do educador para desmitificar e analisar
criticamente essas fontes oportunizando ao aluno a distingui-las como provedoras
de conteúdo, informações e leituras que venham agregar novas aprendizagens.
Podemos dizer com propriedade que ao utilizar o jornal em sala de aula como
ferramenta pedagógica realizamos um o trabalho interdisciplinar por abranger
aspectos ou conteúdos históricos, geográficos, científicos e tecnológicos, além de
expor os alunos às diversas culturas. A criança ao brincar assume diferentes papeis
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que proporcionam momentos riquíssimos de aprendizagem e exercício do


protagonismo estudantil mediado pelo professor.
Vale afirmar que ler não está relacionado tão somente ao ato de
decodificação, ou seja, ser capaz de atribuir significado às palavras, mas a fato de
adquirir habilidade para interpretar o que se lê, discutir e questionar. Aliás, o uso do
jornal em sala de aula, possibilita o aluno perceber a aplicação prática do conteúdo
curricular estudado.
Como Lozza expõe a aplicabilidade do jornal:

Por sua atualidade, o jornal é um precioso recurso didático,


podendo ser aproveitado pelas diversas disciplinas que
integram no currículo para vincular o cotidiano escolar ao
cotidiano social e para além daqueles aspectos que a presença
do aluno, por si só, já traz para o interior da escola. Ele é,
então, um excelente viabilizador do entendimento de que a
escola pode funcionar como um instrumento capaz de
proporcionar uma nova compreensão da realidade, com base
nos conteúdos com os quais trabalha. Lendo mais
completamente a parcela da realidade estampada nas páginas
do jornal sob a forma de notícia, alunos e professores podem
construir alternativas de participação e intervenção social, indo
além dele e vasculhando realidades nele ausentes. (Lozza,
2009, p. 68-69,)

Com base no que foi apresentado neste relatório, foi possível constatar que a
utilização de recursos e metodologias diversas pode levar os alunos à compreensão
da função social da escrita e formar leitores críticos e reflexivos na sociedade.
Portanto, cabe ao professor escolher o gênero que trabalhará levando em
consideração qual objetivo que pretende atingir, como planejará sua aula e quais
procedimentos metodológicos, a fim de deixar proporcionar aos alunos, ludicidade
na linguagem oral e escrita.
Desta maneira, trabalhar com está temática possibilita sua aplicação na
prática, ou seja, o aluno experiência como estes gêneros textuais fazem parte do
seu cotidiano. Através destas práticas de leitura e escrita o aluno desenvolve o gosto
pela leitura e prazer em escrever.
O trabalho com o jornal propiciou uma experiência real em sala de aula, pois
proporcionou funcionalidade, aplicabilidade na vida dos educandos, cumprindo com
sua função social. Também foi possível realizar ligação entre o que já sabiam com a
atualidade, ainda estabelecendo elo com os avanços tecnológicos com meios de
comunicação e expressão da humanidade.
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Enfim, não tem como desprezar o contexto histórico atual porque um dos
objetivos da escola é formar o aluno capaz de atuar e mudar socialmente o ambiente
em que vive.

Referências

FARIA, Maria Alice. O jornal na sala de aula. 1 ed. – São Paulo: Contexto, 2007.

LOZZA, Carmen. Escritos sobre jornal e educação: olhares de longe e de perto.


São Paulo: Global, 2009 - (Coleção Leitura e Formação).

BRASIL, Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Educação é a Base. Brasília,


MEC/CONSED/UNDIME, 2017.

MARCUSCHI, Luiz Antônio. Gêneros textuais: configuração, dinamicidade e


circulação. In: KARWOSKI, Acir Mário; GAYDECZKA, Beatriz; BRITO, Karim
Siebeneicher. (Orgs). Gêneros textuais: reflexões e ensino. 2ª. ed. Rio de Janeiro:
Lucerna, 2006.

MARCUSCHI, Luiz. Fala e escrita. Luiz Antônio Marcuschi e Ângela Paiva Dionísio.
1. Ed., 1. reimp. — Belo Horizonte: Autêntica, 2007.

Brasil. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais:


Língua Portuguesa / Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília: 1997. 144p.

PONTA GROSSA. Referenciais curriculares para os anos iniciais do Ensino


Fundamental Prefeitura Municipal de Ponta Grossa, Secretaria Municipal de
Educação. – Ponta Grossa (PR), 1º edição, 2020.

Disponível e acesso em: 15/11/2021:

https://brasilescola.uol.com.br/ferias/a-importancia-leitura.htm
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https://brasilescola.uol.com.br/redacao/generos-textuais.htm

http://www.revel.inf.br/files/artigos/revel_13_o_genero_textual_artigo_de_opiniao.pdf

https://blog.imaginie.com.br/generos-textuais/?
gclid=CjwKCAiAp8iMBhAqEiwAJb94z5JcILNBUiknuAK2EFOF4GjwnnN_Vb3yPC8Tti
P977KLeP8zJFgDwRoCuIkQAvD_BwE

https://novaescola.org.br/conteudo/18165/entenda-como-a-bncc-aborda-a-lingua-
portuguesa-no-fundamental

https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/133018/mod_resource/content/3/
Art_Marcuschi_G%C3%AAneros_textuais_defini
%C3%A7%C3%B5es_funcionalidade.pdf

https://www.uel.br/revistas/uel/index.php/signum/article/viewFile/9409/9584

https://www.significados.com.br/generos-textuais/

https://www.normaculta.com.br/generos-textuais/

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