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FUNDAMENTOS DE

GEOMETRIA

Me. Luciano Xavier de Azevedo


FUNDAMENTOS DE GEOMETRIA 

PRA COMEÇO DE CONVERSA ....


Fico feliz de saber que você irá iniciar sua leitura em Fundamentos de
Geometria, um material desenvolvido em síntese para que você receba
informações de maneira rápida e objetiva.
Desenvolvemos esse material para ser um manual de bolso, algo de
consulta rápida. Buscamos não ficar em cima de demonstrações, mas sim,
como o próprio nome diz, em fundamentos, conceitos essenciais para um
estudo posterior sobre geometria. Iniciaremos nosso texto tratando da
geometria de posição.
Na unidade 1 você terá contato com entes primitivos, teoremas e axiomas
iniciais da geometria.
Na unidade 2 faremos abordagem a um polígono especial, o triângulo. Esta
figura está presente em nosso dia a dia de várias formas, como desenho de
terrenos, praças, treliças em casa, peças decorativas, dentre outras. Na
unidade 2 iremos definir triângulos e indicar condição de existência bem
como classifica-los e apresentar teoremas referentes a essa figura.
Na sequência, na última unidade, trataremos dos poliedros e algumas de
suas propriedades. Nela iremos classificar essas figuras espaciais e indicar
definições e algumas relações entre os principais elementos. Espero que
você tenha uma leitura agradável.
Pontos, Retas e Planos
Para iniciarmos nosso estudo iremos falar sobre pontos, retas e planos. Esses conceitos são

chamados de entes primitivos da geometria, ou seja, são termos para os quais não temos uma

definição formal. Mesmo desta forma podemos aplica-los no estudo da geometria de posição.

Colocamos algumas representações para ponto, reta e plano, não que elas sejam obrigatórias,

comumente usamos indicar ponto por letras maiúsculas, reta por letras minúsculas e plano por

letras minúsculas do alfabeto grego. Ainda, o ponto é concebido sem dimensão, sem massa e sem

volume, a reta é concebida sem espessura, sem começo e sem fim e o plano, é concebido sem

espessura e sem fronteira.

POSTULADOS IMPORTANTES
"Postulados são convenções usadas para demonstrar lógicas
matemáticas não havendo a necessidade de serem provados."

Postulado da existência:

Tanto dentro como fora de uma reta existem

infinitos pontos.

Dentro e fora de um plano existem infinitos

pontos.

Existem infinitas retas em um plano bem como

infinitas retas fora do plano.

Postulado da determinação da reta:

Dois pontos distintos determinam uma única

reta que passa por eles.

Por um ponto passam infinitas retas


POSIÇÕES RELATIVAS ENTRE RETAS
"A posição que uma reta r está em relação a outra s é chamada
de posição relativa entre r e s. Neste material iremos classificar
as posições relativas em três casos:"

1 - Retas Paralelas

Dizemos que duas retas r e s são

paralelas distintas se entre elas

manter sempre a mesma distância.

2 - Retas Concorrentes

Duas retas r e s são concorrentes se, e somente se, possuem um único

ponto comum.

Se duas retas r e s forem concorrentes e o ângulo entre elas for reto

então as chamamos de retas perpendiculares.

3 - Retas Reversas

Duas retas são reversas se não forem paralelas nem concorrentes. Na

prática, duas retas r e s são reversas se, e somente se, não existe plano

que as contenha.
DETERMINAÇÃO DE PLANOS
"A parte da geometria que estuda as figuras que não possuem
volume é chamada de geometria plana, por vez elas são
chamadas de figuras planas."

Um plano fica definido quando temos três pontos não alinhados, ou seja, por

três pontos não colineares poderemos determinar um plano único que os

contém.  Também, podemos ver que por dois pontos distintos passam

infinitos planos.

Com base no postulado acima podemos ainda garantir que um plano fica determinado por:

Duas retas concorrentes


Uma reta e um ponto fora dela.

Duas retas paralelas

distintas.

POSIÇÕES RELATIVAS ENTRE RETAS


E PLANOS "Como temosa posição
para retas e retas podemos classificar, conforme
no espaço, as retas e planos."

1 - Reta Paralela ao Plano

Uma reta r é paralela a um plano α


se ela não tem ponto em comum com

o plano
2 - Reta Secante ao Plano

Uma reta r é secante a um

plano α se ela não apenas um

ponto em comum com o plano.

Temos uma situação particular, se o ângulo entre a reta e o plano for

reto dizemos que eles são perpendiculares.

3 - Reta Contida no Plano

Uma reta r está contida em um plano

α se ela tiver dois pontos em comum

com o plano.

POSIÇÕES RELATIVAS ENTRE PLANO


E PLANO Podemos também indicar posições relativas entre dois planos.

1 - Paralelos Distintos

Dois planos são ditos paralelos

distintos se eles não têm ponto em

comum.
2 - Secantes

Dois planos distintos são chamados

de secantes se ele tem um ponto em

comum

Se dois planos são secantes a interseção entre eles é uma reta.

No caso particular de planos

secantes que formam ângulo reto

entre eles dizemos que são

perpendiculares.

MAPA MENTAL
Triângulos
Nesta segunda unidade de nosso material iremos comentar sobre uma

figura interessante, o triângulo. A palavra “triângulo” tem origem do latim

triangulu, que significa polígono que possui três lados e três ângulos.

Formalmente, triângulo pode ser chamado de trilátero, é uma figura que

ocupa o espaço interno limitado por três segmentos de reta que

concorrem, dois a dois, em três pontos diferentes formando três lados e

três ângulos internos. Essa figura é amplamente usada em várias ciências

como Química, Física, Topografia, Geografia, Engenharia e etc.

CONDIÇÃO DE EXISTÊNCIA DE UM
TRIÂNGULO
Dados os números reais positivos a, b e c. Para que consigamos construir um triângulo é

necessário que a medida da soma de dois de seus lados seja menor que o outro lado e ainda,

esse lado seja maior que a diferença absoluta das medidas dos outros dois, ou seja:

|b – c| < a < b + c

EXEMPLO 1
É possível construir um triângulo com lados
7 cm, 4 cm e 2 cm?
Não é possível, as medidas não verificam a < b + c, para ver isso basta

tomar a = 7 cm, b = 4 cm e c = 2 cm. Observe a figura.


EXEMPLO 2
É possível construir um triângulo com lados
4 cm, 3 cm e 2 cm?
Se a = 4 cm, teríamos |b – c| = 1 e b + c = 5, logo 1 < 4 < 5.

Se a = 3 cm temos |b - c| = 2 e b + c = 6, assim 2 < 3 < 6.

Por fim se a = 2 cm encontramos |b – c| = 1 e b + c = 7, então 1 < 2 < 7.

CLASSIFICAÇÃO DE TRIÂNGULOS
Os triângulos podem ser classificados de acordo com as medidas de seus ângulos
internos e de acordo com as medidas de seus lados. A seguir vermos como é feita essas
classificações.

1 - Classificação quanto a medida dos ângulos

Acutângulo

É todo triângulo que apresenta todos

os seus ângulos internos agudos, ou

seja, com medidas menos que 90 . º


Obtusângulo

É todo triângulo que apresenta um

ângulo interno obtuso, ou seja maior

que 90 . º

Retângulo

É um todo triângulo no qual

apresenta um ângulo reto, ou seja,

um ângulo de 90.

No triângulo retângulo o lado maior é chamado de

hipotenusa e os demais são chamados de catetos.

Podemos relacionar esses lados através do teorema de

Pitágoras: O quadrado da hipotenusa é igual a soma dos

quadrados dos catetos.

H² = a² + b²
2 - Classificação quanto a medida dos lados

Escaleno
É todo triângulo que tem os três

lados com medidas diferentes. Por

consequência as medidas de seus

ângulos internos são diferentes.

Isósceles

É todo triângulo que possui pelo

menos dois de seus lados com a

mesma medida.

No triângulo isósceles, o ângulo


formado pelos lados de medidas
iguais, denominados congruentes,
é chamado  ângulo do vértice. Os
outros dois ângulos são chamados Uma característica do triângulo
de ângulos da base. isósceles é que ele apresenta dois
ângulos internos de medidas
iguais.

Equilátero

É o triângulo que têm todos os lados

com medidas iguais.

Cada um de seus ângulos internos

medem 60 . º
TEOREMA DO ÂNGULO EXTERNO
DEFINIÇÃO: Chamamos de ângulo externo a um vértice de um
triângulo, o suplementar do ângulo no mesmo vértice.

TEOREMA: A soma dos ângulos internos de um triângulo é


igual a 180º.
TEOREMA: Cada um dos ângulos externos de um triângulo é
igual a soma dos dois ângulos opostos internos.

TRIÂNGULOS SEMELHANTES
Figuras geométricas são semelhantes se possuem a mesma forma ,
independentemente de seu tamanho .
Por isso podemos afirmar que um quadrado é semelhante a todos os

outros quadrados.

Dois triângulos são


semelhantes se têm os
ângulos ordenadamente
congruentes e os lados
correspondentes
proporcionais.
Onde k é uma constante chamada de razão de proporcionalidade.

Com isso, verificamos que dois triângulos serão semelhantes se

satisfizerem duas condições simultaneamente: se as medidas de

seus lados correspondentes forem proporcionais e se os ângulos

correspondentes, internos ou externos, forem de medidas iguais.

MAPA MENTAL Polígono de três


lados Quanto aos
Ângulos
TRIÂNGULO

Classificação

Quanto aos Lados

Semelhança
Poliédros
Consideramos como Poliedro todo sólido

geométrico que é composto por um número n de

faces em que cada uma dessas faces é um

polígono. Na intersecção de duas faces é

chamada de aresta e o ponto comum de três ou

mais arestas é chamado de vértice.

A soma dos ângulos de todas as faces de

um poliedro é dada por


SF = 360º(V – 2)

CLASSIFICAÇÃO DE POLIÉDROS
Denominamos um poliedro pelo número de faces que ele tem. Para designar nomes
usamos um prefixo de quantidade e depois a palavra edro. Exemplo: Um hexaedro é
hexa+edro, ou seja um poliedro de seis faces.

Convexo ou Não Convexo

Considerando um plano que contém uma face, se o poliedro estiver

contido somente em um semiespaço determinado por esse plano então ele

é convexo , caso contrário ele é nâo convexo .

Um poliedro convexo é chamado de  euleriano pelo fato de valer a

chamada relação de Euler, que é uma associação entre o número de

vértices, faces e arestas.

V+F=A+2
V é o número de vértices
Essa relação é válida para todo
A é o número de arestas
poliedro convexo, mas existem
F é o número de faces do poliedro.
alguns poliedros não convexos para
os quais ela também pode ser
verificada.
Poliédros Regulares

Se um poliedro tem faces regulares , cada um com o mesmo número de


lados e, para todo vértice, converge um mesmo número de arestas ele é

chamado de poliedro regular . Existem cinco poliedros regulares, que

são apresentados a seguir:

MAPA MENTAL
Não convexo

POLIEDROS

Convexo

SF = 360º(V – 2)
V+F=A+2
Regulares
PRATICANDO
PRATICANDO
(ENADE – Mat.) Uma tendência no ensino de geometria é adotar

metodologias que partem de uma situação problema, oportunizando o

envolvimento do aluno na manipulação de material concreto, construções,

experimentações e conjecturas para a construção do seu conhecimento.

Nessa perspectiva, um professor

propõe aos seus alunos que

determinem a quantidade de papel

necessário para confeccionar balões

para enfeitar a festa junina da escola.

Deseja-se fazer 10 balões de diversas

cores. O professor informa que devem

ser comprados 20% a mais de papel de

cada cor, devido aos recortes,

colagem e perdas eventuais.

Além disso, os balões devem ter a forma de um octaedro regular cuja

planificação está representada na figura.

Os alunos observam, pela planificação do octaedro, que ele é um sólido

com faces semelhantes, sendo todas elas triângulos equiláteros. Em certa

fase do trabalho, eles concluem que, para obter a resposta do problema,

precisam saber que altura o professor quer que os balões tenham. Nesse

momento, o professor informa que deseja um balão cuja característica

seja ter todas as faces com 20 centímetros de altura.

Com base nessas informações, a quantidade total de papel necessária

para confeccionar os 10 balões solicitados, em metros quadrados, é:

a)
Veja a
b) resolução!
c)

d)

e)
REFERÊNCIAS:

DANTE, L. R., Matemática: contexto e aplicações, volume único.


Ática, São Paulo, SP, 2010. 3ª Edição.

DOLCE O., POMPEO J. N., Fundamentos de Matemática Elementar:


Geometria Espacial. Atual, São Paulo, 2005.

DOWNS Jr. F. L., MOISE, E. E., Geometria Moderna, 2 volumes,


Editora Edgar Blucher, São Paulo,1971.

QUEIROZ, M. L. B., REZENDE, E. Q. F. Geometria Euclidiana Plana e


Construções Geométricas, 2ª ed., Editora da Unicamp,
Campinas,2008.
Copyright © 2020
by Me. Luciano Xavier de Azevedo

Começou sua trajetória acadêmica em 2002 no


curso de licenciatura em Matemática na
Universidade Estadual de Maringá ficando lá três
anos. No final do terceiro ano, em 2005, por
questões de trabalho, teve que se transferir para a
Universidade do Oeste Paulista na cidade de
Presidente Prudente em São Paulo onde concluiu a
licenciatura. No ano de 2011, já como docente da
UniCesumar, concluiu Especialização em
Engenharia de produção pela UniCesumar e
iniciou-se o mestrado em Matemática pela
Universidade Estadual de Maringá. No início de
2013 concluiu-se o mestrado com o tema
Definição Geométrica de Logaritmos com o uso do
Geobebra 4.2. É autor de vários livros didáticos
para ensino superior, médio, vestibulares e
programas de avaliação seriadas. Atualmente é
professor em colégios de ensino médio de Maringá
e Paranavaí, no Paraná e ensino superior na UEM e
UniCesumar.
Currículo Lattes:
http://lattes.cnpq.br/8007080768325699

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