Você está na página 1de 113

INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS DA AMAZÔNIA - INPA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS - UFAM

Efeitos do desmatamento e da poluição sobre a riqueza, densidade

E composição de macroinvertebrados aquáticos de igarapés


URBANOS DE MaNAUS, AMAZONAS

Sheyla Regina Marques Couceiro

Manaus — Amazonas

2005
m
Sheyla Regina Marques Couceiro
m
m
o

Cí [Síõrrcfl eo iívPa]
o

o Efeitos do desmatamento e da poluição sobre a riqueza, densidade


n
o E COMPOSIÇÃO DE MACROINVERTEBRADOS AQUÁTICOS DE IGARAPÉS
n URBANOS DE MANAUS, AMAZONAS

r-,

n Dissertação apresentada ao Programa de


Pós-graduação em Biologia Tropical e
Recursos Naturais do convênio INPA/UFAM,
como parte dos requisitos para a obtenção
f)
do título de Mestre em Ciências Biológicas,

■ )
área de concentração em Entomologia.

Orientadora: Dra. Neusa Mamada

Co-orientador: Dr. Bruce R. Forsberg

< A Manaus - Amazonas

2005
Couceiro, Sheyla R.M.
Efeitos do desmatamento e da poluição sobre a riqueza,
densidade e composição de macroinvertebrados aquáticos de igarapés
urbanos de Manaus, Amazonas
vi, 98f.: il
Dissertação (Mestrado)- INPA/UFAM, 2005
1. Avaliação ambiental 2. Macroinvertebrados aquáticos 3.
Desmatamento 4. Poluição orgânica 5. Chironomidae 6.
Deformidades morfológicas
CDD19. ed

Sinopse:
Macroinvertebrados aquáticos foram coletados e utilizados como
bioindicadores da qualidade de água de igarapés urbanos do município de
Manaus, Amazonas, no período de 03/10-10/11/2003, com ênfase em
Chironomidae (Insecta: Diptera)

Palavras-chave: 1. Avaliação ambiental 2. Macroinvertebrados aquáticos


3. Desmatamento 4. Poluição orgânica 5. Chironomidae 6. Deformidades
morfológicas
#

0 Agradecimentos
® Àquelas pessoas que sempre estão comigo colaborando para minha
^ formação profissional e pessoal. Entre essas pessoas minha mãe, irmã e
^ sobrinhos que embora não saibam muito bem o que faço, têm um grande orgulho
a
^ de mim e estão sempre dispostos a me ajudar e me dar carinho quando preciso.
a
^ Uma outra pessoa muito especial na minha vida é a Dra. Neusa Hamada,
a
■5 essa japonezinha a quem eu serei eternamente grata por ter me propiciado ir
muito além do que essa Dissertação. Neusa, obrigada!!!
© Ao Dr. Bruce Forsberg, agradeço pelo constante apoio e incentivo desde
<r>
a minha iniciação científica (PIBIC).
a
Ao Jef (Jéferson Silva) que sempre me acompanhou nos momentos limpos
a

e sujos ©. Valeu paixão.


a
ri A Bia (Dra. Beatriz Teles) por me acolher em seu laboratório e deixar que eu
fizesse dele um pouco meu espaço.

Aos colegas dos laboratórios, obrigada pelos momentos de descontração,


aconselhamentos e ensinamentos. Em especial à Eleny Pereira e à Dra. Ranyse
Querino pelas horas de bom convívio, desabafos e aconselhamentos.

Às Instituições que nos deram apoio financeiro e logístico para a realização


desse trabalho: INPA, MCT/CNPq, CAPES e FIOCRUZ (Centro M. Leônidas, na
pessoa do Dr. Sérgio Luz).
Ao Curso de Entomologia (DCEn), professores, colegas e à Lenir.
Ao Marcelo Moura (Pinguela) e ao PDBFF pela ajuda com as imagens de
satélite. À Tânia Pimentel, ao LTSP e à CPGC pela ajuda com as análises de
Nitrogênio e Fósforo.

Ao Frederico F. Sales pelas identificações dos Ephemeroptera; à Luana F.

da Silva pela identificação dos Odonata; ao Dr. Célio Magalhães pela identificação
®
dos Decapoda. À Ana Pes, Domingos Pereira e à Dra. Susana Strixino por me
®
auxiliarem na identificação de alguns Trichoptera, Heteroptera e Chironomidae,

respectivamente. E ao Jansen Almeida pela ajuda nas triagens e identificações do


0
material.
0
0 Ao Dr. Philip Fearnside pela tradução do resumo para o inglês.
0
0 Aos Drs. Alice Takeda, Eduardo Ventincinque, Jorge Nessimian e Ranyse
0
0 Querino pela revisão e sugestões feitas à essa dissertação.
0
0
0
01

0
0

0
0
0

' i

(0

0
m
®

í*,

r.

r.

O desconhecimento da fauna de

igarapés urbanos e de suas respostas a


perturbações é fator limitante para a
conservação e preservação dessas áreas

(Morley & Karr, 2002).


®
%
%
m
% Sumário

Lista de Figuras.
a
a Lista de Tabelas iv
a
Lista de Apêndice v
0
0 Resumo vi
0
0 Abstract vii

introdução 1
0
Materiai e Métodos 5
0
0 Área de estudo 5
^ Os igarapés urbanos de Manaus 7
Escolha dos igarapés 9
0
Desmatamento 13
0
0
Poluição orgânica 14
Variáveis abióticas 15
Material testemunho 15
' ;
CAPÍTULO 1 - Desmatamento e poluição: Efeitos sobre a riqueza, densidade
^ e composição de macroinvertebrados de igarapés urbanos de Manaus 16
introdução 16
/
Objetivos 18
r.
Análises dos dados 19
Resultados 20
Igarapés 20
Trecho médio e trecho foz 40
Discussão 41
Igarapés 41
Trecho médio e trecho foz 49
Conclusões 50
Capítulo 2 - Efeitos do desmatamento e poluição nos igarapés urbanos de
Manaus: sobre Chironomidae(Diptera: Insecta)
Introdução
Objetivos
Materiai e Métodos 53
m
®

®
Igarapés e coletas 53
®
0 Deformidades nas peças bucais de larvas de Chironomus 53
® Análise estatística 54
® Resultados
®
Igarapés
0
Trecho médio e trecho foz
0
0 Deformidades nas peças bucals de larvas de Chironomus 66
0 Discussão
0 Igarapés
0
Trecho médio e trecho foz
0
0 Deformidades nas peças bucals de larvas de Chironomus 71
v0 Conclusões
- Considerações finais 73
Referências bibiiográficas 74
m Apêndices 33

I ;

r
9
9
9
9
Lista de figuras
9
9 Figura 1. Imagem de satélite do Estado do Amazonas, destacando o Município de
9
Manaus 6
9
0 Figura 2. Imagem da área urbana de Manaus(LANDSAT,2003). Area desmatada
0 em rosa e área com vegetação em verde 6
9 Figura 3. Exemplo do nível de perturbação de alguns dos igarapés amostrados
^ na área urbana de Manaus, no período de 10-11/2003 8
0 Figura 4. Imagem da área urbana de Manaus (LANDSAT 2003) destacando: a)
0 igarapés urbanos; b) microbacia do Quarenta; c) microbacia do Mindu; d)
9 microbacia do Tarumã. RFAD = Reserva Florestal Adolpho Ducke 9
9 Figura 5. Imagem da área urbana de Manaus(l_ANDSAT 2003)com os pontos de
'^ coleta. Em amarelo = pontos de coleta; vermelho = trechos médios das
0 microbacias estudadas; verde = trechos foz das microbacias estudadas; RFAD =
í0. Reserva Florestal Adolpho Ducke 10
9 Figura 6. Trecho foz e trecho médio das microbacias do Quarenta (a,b), Mindu
(c,d) e Tarumã (e,f) em Manaus, no período de 10-11/2003 11
Coletas, triagem e identificação de macroinvertebrados 12
Figura 7. Esquema de um transecto com os pontos de coleta da fauna litorânea e
bentônica, em igarapés urbanos de Manaus 13
Figura 8. Equipamentos utilizados para coletar a fauna litorânea e bentônica nos
igarapés urbanos de Manaus, no período de 10-11/2003; a) rede entomológica
r
aquática; b) draga Petersen modificada 13
Figura 9. Imagem classificada da área urbana de Manaus(LANDSAT 2003) 14
Figura 1.0. Riqueza de macroinvertebrados litorâneos em igarapés de Manaus,
í
no período de 10-11/2003 21
r
Figura 1.1. Riqueza de macroinvertebrados bentônicos em igarapés de Manaus,
no período de 10-11/2003 21
Figura 1.2. Densidade média de macroinvertebrados litorâneos em igarapés de
Manaus, no período de 10-11/2003 22
Figura 1.3. Densidade média de macroinvertebrados bentônicos em igarapés de
Manaus, no período de 10-11/2003 22
Figura 1.4. Análise de Componentes Principais dos igarapés urbanos de Manaus,
baseada na correlação de táxons litorâneos coletados no período de 10-11/2003.
® "
®
^ Símbolos representam igarapés das microbacias do (•) Quarenta,(A) Mindu (+)
0 Tarumã e (-) outros 24
® Figura 1.5. Análise de Componentes Principais dos igarapés urbanos de Manaus,
® baseada na correlação de táxons bentônicos coletados no período de 10-11/2003
m
^ Símbolos representam igarapés das microbacias do (•) Quarenta,(A) Mindu (+)
0 Tarumã e (-) outros 24
® Figura 1.6. Táxons litorâneos de maior freqüência e com maiores densidades em
® igarapés urbanos de Manaus, coletados no período de 10-11/2003 32
® Figura 1.7. Táxons bentônicos de maior freqüência e com maiores densidades
^ em igarapés urbanos de Manaus, coletados no período de 10-11/2003 32
í». Figura 1.8. Relação do desmatamento com: (a) riqueza de macroinvertebrados
n litorâneos, (b) riqueza de macroinvertebrados bentônicos (c) densidade de
macroinvertebrados litorâneos, (d) densidade de macroinvertebrados bentônicos,
(e) composição de macroinvertebrados litorâneos, (f) composição de
macroinvertebrados bentônicos, coletados nos igarapés urbanos de Manaus, no
!•; período de 10-11/2004 34
Figura 1.9. Relação de nitrogênio total (NT) e fósforo total (PT) com: (a, b)
r-'
riqueza de macroinvertebrados litorâneos; (c, d) densidade de

r;
macroinvertebrados litorâneos; (e, f) composição de macroinvertebrados
litorâneos, coletados nos igarapés urbanos de Manaus, no período de 10-
11/2004
r Figura 1.10. Relação de nitrogênio total (NT) e fósforo total (PT) com: (a, b)
riqueza de macroinvertebrados bentônicos; (c, d) densidade de
macroinvertebrados bentônicos; (e, f) composição de macroinvertebrados
bentônicos, coletados nos igarapés urbanos de Manaus, no período de 10-
r-,
11/2004 36
Figura 1.11. Análise de Correspondência Canônica entre variáveis abióticas,
igarapés e macroinvertebrados litorâneos (a)e bentônicos (b) 38
Figura 2.0. Riqueza de Chironomidae litorâneos em igarapés urbanos de
Manaus, no período de 10-11/2003 56
Figura 2.1. Riqueza de Chironomidae bentônicos em igarapés urbanos de
Manaus, no período de 10-11/2003 56
Figura 2.2. Densidade de Chironomidae litorâneos em igarapés urbanos de
Manaus, no período de 10-11/2003 57
®

Figura 2.3. Densidade de Chironomidae bentônicos em igarapés urbanos de


®
A Manaus, no período de 10-11/2003 57
® Figura 2.4. Gêneros de Chironomidae litorâneos com maiores freqüências e com
® maiores densidades nos igarapés estudados de Manaus, no período de 10-
® 11/2003 58
®
Figura 2.5. Gêneros de Chironomidae bentônicos com maiores freqüências e
®
0 maiores densidades nos igarapés estudados de Manaus, no período de 10-
O 11/2003 59
Figura 2.6. Relação do desmatamento com: (a) riqueza de Chironomidae
litorâneos, (b) riqueza de Chironomidae bentônicos (c) densidade média de

e-
Chironomidae litorâneos, (d) densidade média de Chironomidae bentônicos, (e)
composição de Chironomidae litorâneos, (f) composição de Chironomidae
bentônicos, coletados nos igarapés urbanos de Manaus, no período de 10-
11/2004 60
Figura 2.7. Relação de nitrogênio total (NT) e fósforo total (PT) com: (a, b)
riqueza de Chironomidae litorâneos; (c, d) densidade média de Chironomidae
litorâneos; (e, f) composição de Chironomidae litorâneos, coletados nos igarapés
urbanos de Manaus, no período de 10-11/2004 61
r.
Figura 2.8. Relação de nitrogênio total (NT) e fósforo total (PT) com: (a, b)
r
riqueza de Chironomidae bentônicos; (c, d) densidade média de Chironomidae
bentônicos; (e, f) composição de Chironomidae bentônicos, coletados nos
^ igarapés urbanos de Manaus, no período de 10-11/2004 62
Figura 2.9. Análise de Correspondência Canônica entre variáveis abióticas
^ '
^ igarapés urbanos de Manaus e gêneros de Chironomidae litorâneos (a) e
bentônicos (b) 65
IV

Lista de Tabelas

® Tabela 1.0. Resultados das Análises de Kruskal-Wailis (H) comparando riqueza e


® densidade de macroinvertebrados de igarapés das microbacias do Quarenta,
0
Mindu e Tarumã 23
0
0 Tabela 1.1. Número de indivíduos (N), densidade média (ind/m^) e freqüência de
0 ocorrência (%) de macroinvertebrados litorâneos e bentônicos coletados em
0 igarapés, nos trecho médio e foz das microbacias estudadas em Manaus, no
0
período de 10-11/2003 25
0
Tabela 1.2. Valores das porcentagens de desmatamento, concentrações de
^ nitrogênio total (NT), fósforo total (PT), riqueza e densidade de
macroinvertebrados amostrados nos trechos médio e trechos foz dos igarapés
Quarenta, Mindu e Tarumã, amostrados no período de 10-11/2003 41
^ Tabela 2.0. Resultado das análises de Kruskal-Wailis (H) da riqueza e da
{♦, densidade de Chironomidae entre igarapés das microbacias do Quarenta, Mindu
e Tarumã 58
Tabela 2.1. Taxas de desmatamento, concentrações de nitrogênio total (NT),
fósforo total (PT), riqueza e densidade de Chironomidae amostrados nos trechos
^ médio e foz dos igarapés Quarenta, Mindu e Tarumã, no período de 10-
11/2003 66
Tabela 2.2. Numero (ND) e porcentagem (%) de deformidades encontradas nas
peças bucais de larvas de Chironomus coletados em igarapés urbanos de
r
Manaus. E valores de desmatamento e fósforo total (PT), relacionados aos
^ igarapés avaliados, no período de 10-11/2003 67
Tabela 2.3. Relação das taxas de desmatamento e das concentrações de fósforo
total (PT) com as taxas de deformidades encontradas em peças bucais de larvas
^ de Chironomus litorâneos e bentônicos amostradas nos igarapés urbanos de
Manaus, no período de 10-11/2003 68
m
®
m
Lista de Apêndices
®
Tabeia 1. Localização geográfica dos pontos de coleta de macroinvertebrados
® litorâneos e bentônicos, nos igarapés urbanos de Manaus, no período de 10-
®
11/2003 92
®
® Tabeia 2. Localização geográfica dos pontos de coleta de macroinvertebrados
® litorâneos e bentônicos, nos trechos médio e trechos foz dos igarapés Quarenta,
® Mindu e Tarumã, em Manaus, no período de 10-11/2003 93
®
Tabeia 3. Valores das variáveis abióticas de igarapés urbanos de Manaus, no
a
período de 10-11/2003 94
a
a Tabeia 4. Regressões aplicadas a riqueza, a densidade média (ind/m^) e a
a composição de macroinvertebrados coletados nos igarapés urbanos de Manaus,
a
no período de 10-11/2003 97
a
Tabela 5. Regressões aplicadas a riqueza, densidade média (ind/m^) e
a
a composição de Chironomidae coletados nos igarapés urbanos de Manaus, no
a
<a período de 10-11/2003 98
-a
a

a
1 a

i a

I •,
m
m
VI
m
m
Resumo
m
0 Os efeitos do desmatamento e da poluição orgânica, causada pelo despejo de
® esgoto, sobre a fauna de macroinvertebrados aquáticos em geral e de
® Chironomidae foram avaliados em igarapés urbanos de Manaus, entre 10 e
® 11/2003. Em adição, taxas de deformidades em mandíbula e mento de
0 Chironomus (Chironomidae) foram quantificadas para verificar sua associação
0 com o desmatamento e enriquecimento de fósforo total (PT). Macroinvertebrados
® (incluindo Chironomidae) foram coletados em pontos amostrais de zona litorânea
e profundai (tratada aqui como bentônica) com uso de rede aquática e draga
Petersen modificada, respectivamente. Ao todo, 65 igarapés, três trechos médio e
três trechos foz das principais microbacias da área urbana de Manaus foram
í*) avaliados Taxas de desmatamento foram estimadas em imagem classificada de
satélite LANDSAT (2003); enquanto a poluição foi estimada pelas concentrações
nos sistemas de nitrogênio total (NT) e PT. Outras variáveis abióticas como,
temperatura, velocidade, profundidade, condutividade elétrica, pH, oxigênio
dissolvido, também foram medidas. Devido ao pequeno número de amostras nos
trecho médio e foz, não foi possível detectar os efeitos do desmatamento e da
poluição sobre a fauna nesses trechos. Altos valores de desmatamento e de PT
foram significativamente relacionados à redução da riqueza e simplificação da
( )

composição de macroinvertebrados dos igarapés da área de estudo. Os


resultados sugerem que os igarapés urbanos de Manaus, com poucas exceções,
são homogêneos em relação à composição, com espécies adaptadas a
ambientes altamente desmatados e eutrofizados. Os táxons com maiores
< ;

freqüências de ocorrência e com maiores densidades foram Oligochaeta,


■ )

Chironomus, Psychodidae e Ceratopogonidae. A análise isolada da fauna de


Chironomidae levou a conclusão de que esse grupo é mais sensível que
macroinvertebrados em geral às perturbações avaliadas. Além deste grupo sofrer
redução na riqueza e simplificação da composição, sofreu redução na sua
densidade com o aumento nas taxas de desmatamento e PT e, além disso, sofreu
redução na riqueza de Chironomidae litorâneos com o aumento de NT. Em
alguns igarapés foram observadas taxas de deformidades em Chironomus
elevadas (9 a 23%) quando comparadas às aceitas como naturais (8%). Porém,
essas não foram relacionadas ao desmatamento e em larvas bentônicas foram
relacionadas negativamente ao PT.
®
® VII
®
m
Abstract
m
A The effects of deforestation and of organic poilution caused by domestic sewage
0 on the aquatic macroinvertebrates fauna and on Chironomidae were evaluated in
m urban streams in Manaus In October and November 2003. In addition, the
0 frequency of deformities of the mandible and mentum were quantified in
Chironomus (Chironomidae) in order to verify if any association existe with
® deforestation and with enrichment caused by total phosphorous (TP).
Macroinvertebrates (including Chironomidae) were collected in the littoral and
©
deep-water zones (treated here as benthic) with an aquatic net and a modified
& Petersen dredge, respectively. A total of 65 streams, three middie sections and
three estuary sections of the three main microbasins in the urban area of Manaus
0 were sampled. Deforestation rates were estimated using a classified LANDSAT
0 sateilite image (2003); while poilution was estimated using the concentrations of
total nitrogen (TN) and TP in the system. Other abiotic variables such as
temperatura, velocity, depth, width, electrical conductivity, pH, and dissolved
(•;
a
oxygen were aiso measured. Due to the small number of samples in the middie
and estuary sections, it was not possible to detect the effect of deforestation and
0 poilution on the fauna in these stretches. High values of deforestation and TP
were associated with reduction in richness and simplification of macroinvertebrate
(•)
composition (p<0.05) in the streams in the study area. The resuits suggest that
urban streams in Manaus, with few exceptions, are homogeneous with respect to
composition, with species adapted to highly deforested and eutrophic
environments. The taxa with the highest frequencies of occurrence and with the
highest densities were Oligochaeta, Chironomus, Psychodidae and
Ceratopogonidae. A separate analysis of the Chironomidae fauna led to the
conclusion that this group is more sensitive than are macroinvertebrates in general
to the perturbations evaluated in the study. In addition to this group undergoing a
reduction In richness and a simplification of its composition, it aIso underwent a
reduction in its density with increasing leveis of deforestation and TP and a
reduction of the richness of littoral Chironomidae with an increase in TN. Taxa with
the highest frequencies of occurrence and the highest densities were Oligochaeta,
Chironomus, Psychodidae and Ceratopogonidae. In some streams, observed
frequencies of deformities in Chironomus were higher (9 to 23%) than the
frequencies accepted as natural (8%) in nature, however, these were not related
to deforestation (p>0.05) and in benthic larvae they were negatively related to TP
concentrations (p<0.05).
®
®
Introdução
®
®
O crescimento populacional associado à urbanização tem provocado
m
® alterações nos sistemas hídricos de países em desenvolvimento (Torne &
®
^ Williams, 1997). A poluição orgânica, causada pelo despejo de esgoto urbano e
® industrial, gera eutrofização desses sistemas (Taylor et ai., 2004; Wash et ai.,
®
0 2001; Sonneman et ai., 2001; Wash, 2000). Também, o desmatamento das

m
margens desses sistemas forma mosaicos de uso da terra (England & Rosemond,

2004), que muitas vezes degrada o ambiente sem produzir qualquer benefício

(Martins, 2001).

Chu & Karr (2001) e Wash (2000) indicam a necessidade de entender os

processos envolvidos na degradação das águas urbanizadas para elaborar

projetos de recuperação, de manutenção ou do uso sustentável desse recurso.

Nos últimos anos, países desenvolvidos têm aumentado a valorização das

suas águas urbanas como recursos naturais e de bem estar (Powell et ai., 1996).

A escassez de água em algumas partes do mundo e a grande mortalidade

humana associada a doenças de veiculação hídrica (Chamizo-Garcia & Orias-

Arguedas, 1999; Karr & Morishita-Rossano, 2001) são uns dos principais motivos

dessa nova mentalidade. Segundo Valiente & Mora (2002), anualmente, 3,4

milhões de pessoas, principalmente crianças, morrem por doenças de veiculação

hídrica como cólera e hepatite.


Manaus é uma das principais cidades da Amazônia brasileira e está

associada à floresta e à sua bacia de drenagem. Dessa forma, não é possível

desconsiderar que existe um sistema complexo de inter-relações entre a flora, a

fauna e a água nessa região. E que qualquer perturbação, como a remoção da


floresta ou a poluição dos cursos de águas, ocasiona mudanças no sistema local.
®
m
m ^
^ Com o crescimento da cidade a floresta foi reduzida a fragmentos em meio a
^ novas moradias, construídas inclusive às margens dos igarapés, modificando
m
0 assim, esses sistemas. O recém criado bairro Nova Cidade é um exemplo desse
& crescimento, os igarapés desse bairro tiveram suas margens desmatadas e o leito
m
# e as margens foram concretados pela Prefeitura de Manaus.
m
^ Mesmo as áreas de preservação da cidade de Manaus não estão livres dos
^ efeitos antrópicos causados pela urbanização desordenada. Como exemplo, tem-
se o Parque Municipal do Mindu, um fragmento florestal urbano por onde passa o
igarapé do Mindu. Esse igarapé nasce fora dos limites do Parque, atravessa a
cidade recebendo despejo de esgoto in natura das casas dos bairros por onde
passa. Dessa forma, o principal curso d'água de uma das poucas áreas de
preservação da cidade de Manaus não abriga a biodiversidade esperada. O
Mindu poluído exala forte mau cheiro e se tornou um criadouro para proliferação
de potenciais vetores de doenças {e.g. larvas de moscas). Áreas distantes do
Centro urbano de Manaus como a Reserva Florestal Adolpho Ducke (RFAD),
localizada em área rural, já se encontra margeada por bairros recém criados por
invasões. Algumas das nascentes próximas às bordas da Reserva se encontram

ameaçadas pelo desenvolvimento urbano (Mendonça, 2002).

Os igarapés da Amazônia Central possuem baixa produtividade primária


(Walker, 1990, 1987; Sioli, 1956). Dessa forma, dependem da vegetação das
margens (mata ciliar) como fonte de nutrientes para a manutenção da sua biota,
que são levados aos igarapés pelas águas das chuvas ou pela queda de folhas,
galhos e invertebrados na água (Junk, 1997; Adis et al., 1979).

De acordo com Lima & Zakia (2001) e Waters (1995) a mata ciliar colabora

na manutenção da integridade dos igarapés evitando principalmente o


#
m

^ assoreamento do curso d'água pelo transporte dos sedimentos marginais e o


m aumento da temperatura, devido à maior incidência de luz (AIlan, 1995).
m
® Apesar da importância da vegetação para manutenção da biota dos
^ ecossistemas aquáticos, a maioria dos igarapés urbanos de Manaus não possui o
m
mínimo de mata ciliar exigido pelas leis brasileiras. Ao invés disso, possui
m
^ moradias que despejam no igarapé esgoto in natura, alterando as condições
m
físico-químicas das águas, afetando os organismos aquáticos.
m
^ o grupo de macroinvertebrados é constituído em grande parte por insetos.

além de camarões e anelídeos. Macroinvertebrados representam o segundo

maior grupo de organismo nos sistemas aquáticos (AIlan, 1995). São também
(•'
responsáveis pela manutenção dos sistemas hídricos, pois participam na
ciclagem de nutrientes (Rosenberg & Resh, 1993) e alimento para organismos

aquáticos (Cailisto et ai., 2002; Perrow et al., 1996) e terrestres (Roque et al.,

2003).

Segundo Covich et al, (1999) invertebrados aquáticos prestam um serviço


essencial nos ecossistemas, acelerando a decomposição de detritos,

processando de 20 a 73% da matéria orgânica oriunda da liteira da mata ciliar,

tornando disponíveis nutrientes solúveis por meio de sua alimentação e excreção.

Os macroinvertebrados aquáticos respondem rapidamente a perturbações


ambientais sofrendo alterações na estrutura da comunidade local, reduzindo a

riqueza a poucos grupos tolerantes e generalistas, tais como Oligochaeta e


Chironomidae (Kulmann et aí., 2000; Dickman & Rygiel, 1996; Clements, 1994).
São por isso, amplamente utilizados em estudos de avaliação e monitoramento de

sistemas aquáticos (e.g. Cailisto et ai., 2000; Takeda et al., 2000; Galdean et al.,
2000; Alba-Tercedor, 1996; Alba-Tercedor & Sánchez-Ortega, 1988). Rosemberg
#
& Resh (1993) sugerem que a densidade, a diversidade, o tamanho corporal e o

# curto ciclo de vida de macroinvertebrados aquáticos, quando comparados a

outros organismos favorecem o seu uso em monitoramento de ecossistemas

^ aquáticos, complementando as informações físicas, químicas e físico-químicas do


^ ambiente.

Apesar do reconhecimento dos macroinvertebrados como ferramentas de

avaliação e monitoramento de sistemas aquáticos, há poucos estudos sobre esse

grupo na Amazônia (Cleto-Filho & Walker, 2001; Cailisto et al., 1998a-c).

De acordo com Benstead et al. (2003), anualmente, 22.360 km^ de margens


de cursos de água, em florestas tropicais são afetados pelo desmatamento,

existindo pouco conhecimento dos seus efeitos ecológicos sobre as comunidades

aquáticas.

Morley & Karr (2002) fizeram um levantamento bibliográfico sobre estudos

publicados entre os anos de 1991 e 2001 e encontraram apenas 30 estudos que

envolviam mensurações diretas dos efeitos antrópicos sobre a biota de cursos de


água em área urbana. De acordo com os referidos autores, sem o conhecimento

da fauna que vive nos cursos de água urbanos é difícil traçar planos de

conservação dessas áreas. Propostas de conservação devem envolver as áreas

urbanas, pois 70% da população da América Latina vive em cidades (Primack,


2001).

Tendo em vista o que foi apresentado, o presente estudo foi dividido em dois
capítulos que demonstram as condições ambientais dos igarapés urbanos de
Manaus. O primeiro capítulo aborda a fauna geral de macroinvertebrados, onde

são verificadas a riqueza, densidade e composição de macroinvertebrados dos

igarapés urbanos de Manaus e as suas relações com o desmatamento e com a


9
9
9 '
9
^ poluição orgânica. O segundo capítulo enfatiza os efeitos de desmatamento e
® poluição nos igarapés urbanos de Manaus sobre a assembléia de Chironomidae
9
p (Insecta: Diptera), pelo fato desse grupo ser referência em estudos de
9
ecossistemas aquáticos, incluindo estudos de avaliação de impactos.
m
9
9
9 Material e Métodos

9
Área de estudo
9
9^ Manaus está localizada na Região Norte do Brasil (Fig. 1), aos 3° de latitude
sul e 60° de longitude oeste, no centro geográfico da Amazônia.
9 O Clima em Manaus é Equatorial Quente e Úmido, com duas estações ao
9

9' longo do ano: chuvosa - entre os meses de novembro e junho; e seca, de julho a
outubro. No período da seca, o sol é intenso e a temperatura é elevada, em torno
de 38°G; atingindo cerca de 40°C, no mês de setembro. A temperatura média
anual é de 26,7°C, com variações médias entre 23,3°C e 31,4°C. A umidade
relativa do ar é de aproximadamente 80%. A precipitação pluviométrica média
anual atinge 2.286 mm (Projeto Geo-Cidades: Relatório Urbano Ambiental
Integrado: Informe Geo: Manaus, 2002).

A cidade localiza-se num planalto baixo que se desenvolve na barranca da

margem esquerda do rio Negro. A superfície total do Município é de 11.458,5


km^. Sua área urbana (Fig. 2) se estende por 377 Km^, correspondendo a 3,3%
do território municipal (Projeto Geo-Cidades: Relatório Urbano Ambiental

Integrado: Informe Geo: Manaus, 2002).

De acordo com os dados do IBGE (2000), Manaus apresenta uma população


total de 1.403.796 habitantes, com uma concentração de 99,35% na área urbana

(1.394.724 habitantes).
Manaus

Figura 1. Imagem de satélite do Estado do Amazonas, destacando o Município de


Manaus. Modificado de http://servidor.iDaam.br/ama20nas/munlcipios.htm

♦ n

Figura 2 Imagem da área urbana de Manaus (LANDSAT, 2003). Area


desmatada em rosa e área com vegetação em verde.
9

l
#
^ Os igarapés urbanos de Manaus
»
^ Os igarapés urbanos de Manaus possuem diferentes níveis de perturbação,
m
causados principalmente pela remoção completa ou parcial da mata ciliar e a
m
poluição por despejo de esgoto. Sendo então distribuídos em três grupos:
m
# 1) Igarapés que nascem em fragmentos florestais urbanos, estando livres do

W)
despejo de esgoto, mantendo suas características originais (Fig. 3a-b). São de
m águas pretas ou cristalinas características da Amazônia Central, extremamente
m
m ácidas (pH <4), com baixa condutividade elétrica (< 17 pS/cm), recebendo
m
material alóctone: folhas, flores, frutos e detritos da mata de entorno que caem no
m igarapé (Walker, 1990, 1987; Sioli, 1976).
m
^ 2) Igarapés que percorrem pequenos fragmentos florestais, porém com
m
águas sedimentadas devido principalmente a entrada de matéria orgânica oriunda
I

I m do despejo de águas servidas das moradias em áreas anteriores ao fragmento


(Fig. 3d). Os igarapés que percorrem áreas com menos de 20% de

desmatamento e recebem despejo de esgoto, possuem o pH próximo a sete e a

condutividade elétrica média de 245 pS/cm.

3) Igarapés com margens desmatadas e águas sedimentadas com o


enriquecimento orgânico resultante do despejo de águas servidas diretamente no

igarapé (Fig. 3e-f). Os igarapés que percorrem áreas com mais de 70% de
desmatamento e recebem despejo de esgoto possuem o pH próximo a oito e

condutividade elétrica média de 248 pS/cm.


8

Figura 3. Exemplo do nível de perturbação de alguns dos igarapés amostrados


na área urbana de Manaus, no período de 10-11/2003.
Escolha dos igarapés

Os pontos de coleta foram estabelecidos a partir de uma imagem de satélite

(LANDSAT 2003) contendo os igarapés da área urbana de Manaus. Foram

amostrados 65 igarapés, dos quais 61 são localizados nas principais microbacias

dessa área, as microbacias do Quarenta, Mindu e Tarumã. Também, foram

amostrados os trechos médios e trechos foz dos principais igarapés de cada uma

das referidas microbacias: os igarapés Quarenta, Mindu e Tarumã (Figs. 4-6;

Tabs. 1 0 2 em Apêndice).

, I,

Figura 4. Imagem da área urbana de Manaus (LANDSAT 2003) destacando: a)


igarapés urbanos, b) microbacia do Quarenta; c) microbacia do Mindu; d)
microbacia do Tarumã. RFAD = Reserva Florestal Adolpho Ducke.
10

Figura 5. Imagem da área urbana de Manaus(LANDSAT 2003)com os pontos de


coleta. Em amarelo os pontos de coleta; em vermelho, os trechos médios das
microbacias estudadas; em verde, os trechos foz das microbacias estudadas;
RFAD = Reserva Florestal Adolpho Ducke.
11

Figura 6. Trecho foz e trecho médio das microbacias do Quarenta (a,b), Mindu
(c,d) e Tarumã (e,f) em Manaus, no período de 10-11/2003.
12

Coletas, triagem e identificação de macroinvertebrados

As coletas foram realizadas na estação seca, entre os meses de outubro e

novembro de 2003.

Em cada igarapé percorreu-se um trecho de 60 m de extensão onde

amostras da fauna litorânea e bentônica foram coletadas com rede entomológica

aquática em "D"(570 cm^, malha de 1 mm^ de abertura) e com draga Petersen


modificada (345 cm^), respectivamente (Figs. 7 e 8). Totalizando cinco amostras
litorâneas e cinco amostras bentônicas, em cada igarapé.

Apesar da fauna litorânea ser composta por muitos macroinvertebrados

bentônicos, a denominação litorânea e bentônica foi empregada nesse estudo

com finalidade apenas de separar os microhabitats. Segundo Buss et al. (2004),


o uso de diferentes microhabitats integra as respostas da biota.

As amostras foram acondicionadas e transportadas em sacos plásticos ao

laboratório onde foram lavadas com água corrente em peneira (malha de 125 pm
de abertura) para retirar o excesso de matéria orgânica; as amostras foram então

conservadas em sacos com álcool 90% até a triagem sob microscópio

estereoscópico. A identificação foi realizada até o menor nível taxonômico

possível, utilizando-se bibliografia especializada (e.g. Pereira, 2004; Azevêdo,

2003; Hamada & Couceiro, 2003; Pes, 2001; Merritt & Cummins, 1996; Barnes et

al., 1995, Trivinho-Strixino & Strixino, 1995; Epier, 1995) e ajuda de especialistas.
13

60 m

□ ''Sm
□ 15m
15 m

• Fauna litorânea
□ Fauna bentônica
Distância entre amostras

Figura 7. Esquema de um transecto com os pontos de coleta da fauna litorânea e


bentônica, em Igarapés urbanos de Manaus.

Figura 8. Equipamentos utilizados para coletar a fauna litorânea e bentônica nos


igarapés urbanos de Manaus, no período de 10-11/2003; a) rede entomológica
aquática; b) draga Petersen modificada.

Desmatamento

Através de uma imagem de satélite LANDSAT (2003), cedida e classificada

pelo Projeto de Dinâmica Biológica de Fragmentos Florestais, foi traçado em cada

um dos pontos de coleta uma área circular de 3.146 m^ (ou 100 m de raio) e
14

dessa área foram estimadas as porcentagens de desmatamento, mata primária e

mata secundária (Fig. 9; Tab. 3 em Apêndice).

0 Área desmatada
0 Mata primária
Mata secundária
0
r-
Rios, lagos e Igarapés
Ponto de coleta

0
Área utilizada para estimar
desmatamento (3.146 m )
0

0
Figura 9. Imagem classificada da área urbana de Manaus(LANDSAT 2003).

Pniuiyão oraânica

NT e PT foram analisados, pois são os elementos mais freqüentemente

associados à eutrofização (fertilização) antrópica (Volienweider, 1969). Amostras


%

de água em cada Igarapé foram coletadas em garrafas de polipropiieno (60 ml) na


15

coluna d'água para as análises das concentrações de nitrogênio total (NT) e

fósforo total (PT), seguindo a metodologia proposta por Valderrama (1981).

Essas análises foram realizadas no Laboratório Temático de Solos e Plantas, do

INPA.

Variáveis abióticas

Variáveis abióticas de cada igarapé, como temperatura, profundidade,

velocidade, condutividade, pH e O2 dissolvido (junto ao sedimento)foram tomadas

em três diferentes pontos de cada igarapé (Tab. 3 em Apêndice). Medidas de

profundidade foram tomadas com régua em locais mais rasos e com corda

marcada a cada meio metro, nos trechos médios e foz. A velocidade da

correnteza foi medida pelo tempo percorrido por um flutuador plástico no percurso

de um metro. A condutividade foi medida com um condutivímetro portátil WTW,

modelo LF90 e, o pH, com um pHmetro portátil WTW, modelo pH90. A

temperatura e o oxigênio dissolvido foram medidos com oxímetro portátil YSI,

modelo 55.

Material testemunho

Macroinvertebrados aquáticos testemunhos desse trabalho foram

depositados na Coleção de Invertebrados do Instituto Nacional de Pesquisas da


Amazônia.
16

CAPÍTULO 1

Desmatamento e poluição: Efeitos sobre a riqueza, densidade e composição

de macroinvertebrados de igarapés urbanos de Manaus.

introdução

A redução de habitat (e.g. desmatamento) e a degradação (poluição

orgânica) são identificadas como as principais causas de perdas de espécies

relacionadas à urbanização (Alan & Flecker, 1993).

Na Amazônia, a densidade populacional humana está diretamente

relacionada com o desmatamento (Fearnside, 2003; Laurance et al., 2002) e

poluição (Silva et a/., 2001). A população urbana de Manaus continua a crescer,

promovendo alterações nas paisagens devido ao desmatamento e à degradação


do ambiente. Ainda assim, o efeito dos impactos sobre a fauna ou flora é pouco

conhecido na região amazônica (Cleto-Filho & Walker, 2001).

De acordo com Benstead et al. (2003), as margens de rios e igarapés de

florestas tropicais são desmatadas em 22.360 km^/ano. Para os igarapés da

floresta Amazônica esses dados são inexistentes. Porém, de acordo com os

dados fornecidos pelo INPE (2004), o desmatamento na Amazônia é de 25.500

km^/ano e no Estado do Amazonas o desmatamento anual é de 797 km^. De

forma comparativa, o desmatamento anual no Estado do Amazonas gera duas

áreas urbanas similares à área de Manaus.

O aumento da urbanização e a redução da cobertura vegetal reduzem a

integridade biológica de cursos de água (Roy et al., 2003) e comprometem a


qualidade das águas superficiais (Silva et ai., 2001). Em 2001, Cleto filho &
Walker descreveram as nascentes do igarapé Mindu como locais preservados.
17

Atualmente essas nascentes se encontram tão deterioradas quanto os outros

igarapés afluentes do Mindu. Como conseqüência da urbanização, muitos dos

igarapés de Manaus foram canalizados para controle de inundações e erosão,

não levando em consideração a fauna e a flora desses ambientes.

O descaso das autoridades responsáveis e a falta de conscientização da


população fazem da poluição orgânica o maior problema em áreas em

desenvolvimento, principalmente pela falta de tratamento dos dejetos orgânicos

(Thorne & Williams, 1997).

Igarapés e rios não perturbados possuem baixas concentrações de

nitrogênio e fósforo e essas concentrações são controladas por processos

biológicos e geomórfológicos, respectivamente (Scrimgeour & Chambers, 2000).

Altas concentrações de nitrogênio total (NT) e fósforo total (PT) possuem clara

relação com o uso da terra (AIlan, 1995). Carpenter et ai (1998) identificaram a

urbanização como uma importante fonte de nitrogênio e fósforo para lagos. A

deterioração da qualidade de água tem resultado em consideráveis esforços


direcionados a pesquisas do ciclo de nitrogênio e fósforo em ambientes lênticos.

Porém, em sistemas lóticos a poluição por esses nutrientes tem sido pouco

investigada.

As populações humanas na Amazônia fazem parte do ecossistema nos

quais vivem (Fearnside, 2003). Danos ambientais, como, modificações na fauna


de igarapés somente podem ser evidenciados com pesquisas (Martins, 2001).
Para conscientizar a população é necessário realizar estudos relacionados ao seu
ambiente mostrando que este foi modificado, dando início a um processo de

conscientização ambiental que possibilitará futuramente, restabelecer as

propriedades econômicas, estéticas e sociais desses sistemas.


18

Durante o período de coletas encontramos em alguns locais, crianças e

adultos que ainda utilizam esses igarapés para recreação e pesca. Esse contato

da população com os igarapés urbanos demonstra a necessidade de conhecer os

processos bióticos e abióticos relacionados a esses sistemas não somente para

elaborar planos de recuperação e preservação desses sistemas, mas também

para evitar a proliferação de vetores de doenças que possam ter como criadouros

esses igarapés.

A preservação de sistemas hídricos íntegros, com a manutenção da fauna

original é fator chave na sustentabilidade desse recurso, pois esses interagem

com o sistema auxiliando na sua manutenção.

Nesse sentido, o uso de macroinvertebrados aquáticos é muito eficiente pois

a biota que residente nos corpos de água é um monitor natural da qualidade


ambiental (Miserendino & Pizzolón, 2001). As alterações nas características

abióticas dos igarapés podem afetar a estrutura e o funcionamento da

comunidade biótica (Wendy & Smock, 2001). Mudanças na distribuição e na

densidade de espécies podem resultar em respostas de outras espécies (Covich

et ai, 1999), fornecendo assim, informações das ações do homem sobre os


ecossistemas aquáticos (Cailisto et ai, 2001).

Objetivos

- Determinar a riqueza, a densidade e a composição dos macroinvertebrados

em igarapés urbanos de Manaus;

- Determinar o efeito da redução de mata ciliar sobre a riqueza, a densidade

e a composição das assembléias de macroinvertebrados de igarapés urbanos de

Manaus;
19

- Determinar a relação entre as concentrações de nitrogênio total e fósforo

total de igarapés urbanos de Manaus com a riqueza, a densidade e a composição

de macroinvertebrados, para estimar o efeito da poluição sobre esses sistemas.

Análises dos dados

A riqueza de macroinvertebrados em cada um dos igarapés foi estimada

com Jackknifei, estimador de riqueza que leva em consideração táxons que só

aparecem em uma unidade amostrai (Cowell & Coodington, 1994).

A densidade média de macroinvertebrados em cada igarapé e de cada

táxon foi estimada pelo número médio de indivíduos por m^. A freqüência de
ocorrência de cada táxon foi calculada pela porcentagem de igarapés em que o

táxon ocorreu.

Para verificar se as microbacias do Quarenta, Mindu e Tarumã se

diferenciavam quanto à riqueza e densidade média de macroinvertebrados foi

realizado o teste não paramétrico de Kruskal-Waiiis (H), destinado a comparar

três ou mais amostras do mesmo tamanho ou desiguais (Ayres etal., 2003).

Diferenças entre as composições taxonômicas dos igarapés foram

visualizadas em Análise de Componente Principal (ACP). O primeiro eixo da ACP

também foi utilizado nas regressões para verificar o efeito do desmatamento, NT

e PT sobre a composição de macroinvertebrados.

Regressões lineares simples foram utilizadas para verificar o efeito do

desmatamento sobre riqueza, densidade e composição de macroinvertebrados

litorâneos e bentônicos dos igarapés estudados.


20

Regressões lineares múltiplas foram utilizadas para verificar o efeito de NT e

PT sobre riqueza, densidade média e composição de macroinvertebrados

litorâneos e bentônicos dos igarapés estudados.

Análises de Correspondência Canônica (ACC) foram utilizadas para

visualizar a composição de macroinvertebrados, suas correlações com as

variáveis abióticas, e as correlações destas entre si. Nessa análise, táxons com

menos de cinco indivíduos não foram incluídos, pois foram considerados

ocasionais e poderiam resultar em uma maior probabilidade de erro.

Para as análises estatísticas, com exceção do teste de Kruskal-Wailis, a

densidade foi transformada em log(x+i) para normalizar e homogeneizar as

variâncias (Zar, 1996). Em todos os testes a significância aplicada foi de 0,05.

Devido ao baixo número de trechos médios e trechos de foz amostrados,

comparações entre estes foram realizadas por estatística descritiva.

Resultados

Igarapés

A fauna de macroinvertebrados aquáticos amostrada nos igarapés urbanos

de Manaus foi distribuída em 157 táxons. Com a riqueza de macroinvertebrados

variando de zero a 78 táxons litorâneos, com média de 23 táxons; e de zero a 58

táxons bentônicos, com média de 11 táxons (Figs. 1.0 e 1.1).

A densidade média de macroinvertebrados litorâneos variou de zero a

55.491 ind/m^, com média de 4.184 ind/m^; enquanto a densidade de bentônicos


variou de zero a 70.603 ind/m^, com média de 3.396 ind/m^(Figs. 1.2 e 1.3).
21

80

70

60

« 50

40

'í^ S 30

O
■a 20
Cd

.5" 10

W[lí1fniin
Igarapés urbanos de Manaus
''W

f"^,
Figura 1.0. Riqueza de macroinvertebrados litorâneos em igarapés de Manaus,
'1"
/-%
no período de 10-11/2003.

'7
70

'7
/T^v

50

CO
O
"2
£3 40
Si
0
c
>
.Ç 30
2
o

,*!!•

s
(D
3
.2" 10

HK2H2I-2I-:
T lilíirfíTiiíTTi^^ Irvii u I
|i|iSSgeg|iS2SS|igSa§3||S|Íipgã|52|§§g||gpai|gg
Igarapés urbanos de Manaus

Figura 1.1. Riqueza de macroinvertebrados bentônicos em igarapés de Manaus,


no período de 10-11/2003.
22
(fja

60000

1 30000
L
•t» 25000
a

20000

§ 15000

10000

5000
ã
^1>
ITTlirniTrniTlTrnrn-in 111 —
ii2Í2iÍgig§2§5ig§|5i|s§aiii§y§2si2Sa|ip§sp5s^
Igarapés urbanos de Manaus

í*®!
Figura 1.2. Densidade média de macroinvertebrados litorâneos em igarapés de
.•73^, Manaus, no período de 10-11/2003.

'7

'7
70000
'1^,

40000

,'t7>

,1P 9000

.S 6000

•S
«o 3000

TTTlfTTrmni 11 nnrmni 1 1 u ■ ri-.


ÍIÍ2§§§§i2222PpS§l§S|2|§§|||§§|g58g2§§Sggg3g|§S§g|ig|8i|23iS§§g^
Igarapés urbanos de Manaus

Figura 1.3. Densidade média de macroinvertebrados bentônicos em igarapés de


Manaus, no período de 10-11/2003.
m 23

/A Não houve diferenças significativa da riqueza ou da densidade de

macroinvertebrados litorâneos ou bentônicos entre as microbacias do Quarenta,

Mindu e Tarumã (Tab. 1.0).

Tabela 1.0. Resultados das Análises Kruskal-Wailis (H) comparando riqueza e


densidade de macroinvertebrados de igarapés das microbacias do Quarenta,
^ Mindu e Tarumã.
(Pi

Riqueza Densidade
litorâneos bentônicos litorâneos bentônicos
o
H 1,78 0,67 4,13 0,71
P 0.12 0,70
Nota: gl = 2, N = 61
o

'1
A ACP baseada na correlação entre táxons ordenou a maior parte dos
'7 igarapés (80%) em um grande grupo, independentemente da área de estudo

(Quarenta, Mindu e Tarumã), sugerindo que os igarapés urbanos de Manaus têm

a fauna de macroinvertebrados semelhante, principalmente a fauna de


macroinvertebrados bentônicos (Figs. 1.4 e 1.5).

T, Verificando as densidades e freqüências de ocorrências de táxons, observa-

■Ti> se que dos 157 táxons identificados, Oligochaeta, Chironomus, Ceratopogonidae


e Psychodidae foram os táxons mais freqüentes e mais abundantes nos igarapés
estudados (Tab. 1.1; Figs. 1.6 e 1.7).
24

LU

'B

'1^ Eixo I (25%)

i'^ Figura 1.4. Análise de Componentes Principais dos igarapés urbanos de Manaus,
1''^ baseada na correlação de táxons litorâneos coletados no período de 10-11/2003.
(■^\^
Símbolos representam igarapés das microbacias do (•) Quarenta, (A) MIndu (+)
•7^ Tarumã e (-) outros.

■1

'1

''^1

,--T^-,

LU

,'V A «•A -

-F,

-T2>

•r->

Eixo i (26%)

Figura 1.5. Análise de Componentes Principais dos igarapés urbanos de Manaus,


baseada na correlação de táxons bentônicos coletados no período de 10-11/2003.
Símbolos representam igarapés das microbacias do (•) Quarenta, (A) Mindu (+)
Tarumã e (-) outros.
•- ^~ -5^' J \\i Á ^ -â -'è ^ ^ tè j? w 'è w ^ ^ v9 '5 vS

Tabela 1.1. Número de indivíduos (N), densidade média (ind/m^) e freqüência de ocorrência(%) de macroinvertebrados litorâneos
e bentônicos coletados em igarapés, nos trecho médios e foz das microbacias estudadas em Manaus, no período de 10-11/2003.

igarapés trecho médio trecho foz

litorâneos bentônicos litorâneos bentônicos litorâneos bentônicos

RIo/Classe Ordem Família Gênero/Espécie N !nd/m^ % N ind/m^ % N Ind/m^ % N ind/m® % N ind/m^ % N ind/m^ %

Insecta Ephemeroptera Baetidae Americabaetis 1 1 1

Aturtina 1 <1 2

Cailibaetis 16

Cryptonympha

Paracloedes <1

Zelusia <1

Waltzoyohius

Caenidae Brasilocaenis 7 <1 3

Caenis 4

Coryphoridae Coryphorus aquilus 1 <1

Euthyplociidae Campylocia 9 <1

Leptohyphidae 1

Leptohyphidae 10 <1

Farrodes <1

Ulmeritoides <1

Leptophlebiidae 17 <1

Microphlebia 3

Miroculis 21 <1 2

Simothraulopsis 3

ro
CJI
> ■-'S J ^O J è S # -iè # S' ^ .3 t® .è 'Sld .'S v® í® ® f® V® ® t

Continuação Tab. 1.1

Odonata Aeshnidae 1 <1 2 - - - 2 2 3 - -

Calopterygidae Hetaerína 8 <1 5 - - -


3 4 4 . .

Coenagríonidae 33 2 20 4 <1 6 68 80 93 1 2 33

Gordulidae Aeschnosoma 4 <1 2 1 <1 2 - - .

Gomphidae Epigomphus - - -
1 <1 2 - - -

Phyllocyda 2 <1 2 - - - - - -

Progomphus 2 <1 3 4 <1 5 - - -

Ubeilulidae 138 8 22 5 <1 6 - - -

Erythemis 1 <1 2 - - - - - -

Erythrodiplax 32 2 12 5 <1 3 5 6 7 -

Gynothemis 2 <1 3 1 <1 2 - - - -

Macrothemis 5 <1 5 - - - - - - -

Micrathyria 1 <1 2 - - - 1 1 1 -

Orthemis 57 3 22 3 <1 5 - - -

Pantala 1 <1 2 - - - - - -

Perithemis 57 3 11 3 <1 3 - - -

Zenithoptera 1 <1 2 - - - - - -

Megapodagríonidae 3 <1 5 . _ .

Megaloptera Sialidae Pfütosialis fíammata 9 <1 3 4 <1 2

Plecoptera Periidae 1 <1 2 - - - . . _

Enderleina 1 <1 2 - ■ - - - - .

Macroavnoplax 1 <1 2 _ .

Heteroptera Belostomatidae 37 2 11 - - -
8 9 11 .

Belostoma 39 2 9 2 <1 2 4 5 5 -

Gerridae 1 <1 2 . _ _ . .

N3
O)
3 .è fè s^ w V® ^á' v© 'S
- S ^3 ^

Continuação Tab. 1.1

Naucoridae <1

Ambrysus <1

Hydrcmetridae Hydrometra 1 1 <1

Mesoveliidae Mesovelia <1

Nepidae Ranatra 8 <1

Notonectidae 1 <1

Veliidae 19 1

Micmvelia 1 <1

Rhagovelia 3 <1

Stridulivelia 3 <1

Coríxidae Tenagobia 2 <1

Ochterídae

DIptera Muscoidea 109 6 54 21 2 19 2 2 3 5 6 <1 1 2 33

Cailiphoridae Lucilia 2 <1 3 1 <1 2 - - - - . _

Cecidomyidae 9 1 5 - - - - - - . . _
. .

Ceratopogonidae 3449 186 82 1526 134 48 149 174 204 - - .


- 1 2 33

Chaoboridae
" " - 12 23 33

Chironomidae ChironominH - - - 1 <1 2 - - • - . _ .

Chironomini 2 7 <1 5 - - - - - - . . . . .

ApecBIum 1 <1 2 1 <1 2 - - - - . -

Beardius 48 3 14 24 2 5 - - - - - _

Chimnomus 28405 1533 83 8453 754 63 16 19 22 1 33 - .


- 2 4 33

Cladopelma 3 <1 3 2 <1 3 - - - - . - - _

Cryptotíiironomus 60 3 14 22 2 11 - -
1 33 - . .

Demicryptochironomus - - - - - -
1 1 1 .

ro
->4
^ ò S ^ % 3 ^ ^ è w ® •# v@ -è V® ® ®

Continuação Tab. 1.1

Dicrotendipes 13 1 6 - - -

Endotribelos 53 3 11 27 2 6

Fissimentum 7 0 3 2 <1 2 33

Goeldichironomus 2692 145 42 731 64 25

Hamischia 9 1 6 20 2 6

Lauterbomiella 9 1 5 - - ■

NHothauma 5 <1 3 2 <1 2

Paracíadopeíma(aff) 2 <1 3 10 1 5

Paratendipes 20 1 6 4 <1 5

Parachironomus 107 6 15 24 2 6 27 31 15 29 33

Polypedilum 2230 120 46 1475 13 39 12 14 2 4 33

Pseudochironomini 33 2 8 1 <1 2

Manoa 1 <1 2 - -

Saethería (aff) 6 <1 2 1 <1 2

Stenochimnomus 89 5 12 38 3 11

Tanytarslni 7 <1 8 3 <1 2

Caladomyia 174 9 14 56 5 8

Paratanytarsus 2 <1 2 120 11 20 3 6 33

Rheoianytarsus 245 13 15 - -

Tanytarsus 219 12 34 40 4 14 11 5 10 33

Stempeilina 2 <1 3 - -

Zavreliella 4 <1 3 - -

Mjlabesmyia 45 2 14 17 2 8 4 4 33

Ctinotanypus 34 2 15 9 1 6 12 14

Coelotanypus 4 <1 5 3 <1 5

ro
00
^ j-5 >s) .'í ^ -J S S S -é ã è ^ "è ® ® ®

Continuação Tab. 1.1

Denopelopia 1 <1 2 2 <1 2

Djalmabatista 1 <1 2 - - -

Larsia 456 25 32 142 13 26 10

Labrundinia 12 1 6 4 <1 5 1

Monopelopia 107 6 22 1 <1 2

Pentaneura 9 1 5 5 <1 3

Tanypus 3 <1 2 3 <1 2

Orthocladilnael 2 <1 2 - - -

Corynoneura 15 1 8 6 1 6

Cricotopus 85 5 12 29 3 9 21 25 29 12 23 33

Lopescladius 9 1 2 11 1 5

Nanocladius 7 <1 6 6 1 2

Onconeura 19 1 6 4 <1 3

Parametriocnemus 2 <1 3 4 <1 2

Paraphenodadius 13 1 2 - - ■

ThienemanieUa 3 <1 2 7 1 5

Cullcidae Culex 1236 67 26 4 <1 5

Oolichopodidae 19 1 22 1 <1 2

Drosophiüdae 11 1 8 1 <1 2

Empididae 7 <1 5 6 1 2 33

Ephydridae 533 29 49 7 1 6 5 5 <1

Psychodidae 6437 348 80 971 85 51 116 135 <1

Sarcophagidae 1 <1 2 - - -

Simufiidae Simulium perflavum 1 <1 2 - - -

Stratiomyidae 105 6 39 9 1 5 <1

rv3
<o
-

^ 0 =0 ^ â ^ ^ è ^ 'à '% % 'è '© ®'® (

Continuação Tab. 1.1

Syrphidae 291 16 55 14 1 11 1 1 1 <1

Tabanidae 15 1 8 1 <1 2 - - -

Tipulidae 131 7 32 23 2 15

Coleoptera Não identificado 18 1 14 4 <1 3 1 1 1

Curculionidae 3 <1 3 - . - - .

Driopidae 1 <1 2 - - - - -

Dytiscidae 24 1 11 - - 1 1 1

Elmidae 28 2 12 15 1 11 3 4 4 <1

Gyrínidae 1 <1 2 - - - - -

Hydrophilidae 148 8 49 7 1 8 5 6 7

Noterídae 27 2 5 6 1 2 -

Scirtidae 15 1 9 2 <1 2

Lepidoptera Noctuidae 2 <1 2 - . -

Pyraüdae 5 <1 5 1 <1 2 1 2 33

Calamoceratidae Philloicus 28 2 9 8 1 8 -

Ecnomidae Austmtinoides 4 <1 5 4 <1 2 - - - -

Glossosomatidae Protoptila - - - 1 <1 2 - - - -

Heficopsychidae Helicopsyche 49 3 6 37 5 - - - -

Hydropsychidae Leptonema 1 <1 2 - - - - - -

Macronema 8 <1 6 4 <1 5 - - - -

Macrostemum - - - 7 1 2 - - - -

Smicrídea 2 <1 3 39 3 3 - - - -

Hydroptílidae Neotrichia 1 <1 2 - - - 1 1 1 9 17 33

Oxyethira 1 <1 2 - - - - - - - -

Leptocerídae Nectopsyche 2 <1 2 11 1 3 .

Ca>
O
JW -íj)'
^ 3^ è í^ w © -^è

Continuação Tab. 1.1

Triplectides 11 1 7 1

Oecetís 3 <1 1 <1 33

Odontocerídae Marífia 21 1 15 1

Poiycentropodidae Cemotina 19 1 9 1

Cymellus 12 1 14 1

Decapoda Palaemonidae Euryrhyncus amazoniensis 11

Macrobachium 42

Isopoda 64 20

Chiloooda 16 1 14 2 0 3 .

1 1 <1

Hinjdinea 938 51 57 190 17 23 2 2 3 2 4 33 5 6 1

Olipochaeta 27431 1481 92 23712 2085 80 72 84 98 3 4 1 19 37 67

Gastropoda 351 19 40 4 <1 6 36 42 49 5 10 33

Bivalvia 19 1 8 _
.

28 33 38 2 4 33 1 1 <1

Nematoda 4 <1 5 3 <1 3 1 1 1


Plathelmintes 4 <1 5 1 <1 2 1 1 1 - - - - - - . .

Ca)
32

1800
'r

Ctironomis
1500 ' OilgtKhaata

360 Psyctfiddae
'9

240

Ceralopggoridae
GoeldcNronomus
Pdyp^lun
120
CiMex

' l^a

20 30 40 50 60 70 80 90 100

Freqüência nos igarapés (%)

1^ Figura 1.6. Táxons litorâneos de maior freqüência e com maiores densidades


médias, em igarapés urbanos de Manaus, coletados no período de 10-11/2003.

# 2400

Oligochaeta
2000 o

'^viín
Ç 800' Chironomus
o
C

'1 V)

8 600
*c
o
c
Q)
.O

1 (A

g 400

0
•o
0)

1 200
Ceratogogonidae
GoekSchlronomus Psychodidae
o
HirugnBai«>5,a
Parafa/iyra/su5 o
o

10 20 30 40 50 60 70 80 90
■7',
Freqüência nos igarapés (%)
'f.
''Ti t
Figura 1.7. Táxons bentônicos de maior freqüência e com maiores densidades
médias, em igarapés urbanos de Manaus, coletados no período de 10-11/2003.
'•T

O desmatamento nos pontos de coleta variou de zero a 100%. Dos 65

igarapés estudados 33 estão 100% desmatados; apenas cinco possuem 100% de

vegetação (incluindo vegetação primária e secundária). São estes os igarapés de

número 34, 35, 37 (igarapés da Universidade Federal do Amazonas), 36 (SESI) e


/
33

&
64 (INFRAERO). Este último é o único igarapé estudado que possui 100% de

vegetação primária.

As taxas de cobertura vegetal dos igarapés amostrados são apresentadas

^ na Tabela 3(em Apêndice). O desmatamento apresentou relação negativa com a


9 riqueza de macroinvertebrados litorâneos e bentônicos (Fig. 1.8a-b; Tab. 4 em

p. Apêndice). As regressões de desmatamento sobre a densidade do

^ macroinvertebrados litorâneos e bentônicos sugerem que o desmatamento não


tem efeito sobre essa fauna nos igarapés urbanos de Manaus (Fig. 1.8c-d; Tab. 4
em Apêndice). A composição de macroinvertebrados litorâneos e bentônicos.

representada pelo primeiro eixo da ACP, foi relacionada com o desmatamento,


sugerindo que há simplificação da composição com o aumento do desmatamento

(Fig. 1.8e-f; Tab. 4 em Apêndice).

A relação média de NT:PT nos igarapés estudados de Manaus foi de 6:1.

As concentrações de NT nos pontos de coleta variaram de O a 171 pmoles/litro,

/ com média de 32 |xmoles/litro. As concentrações de PT variaram de O a 13


'- [imoles/litro, com média de 5 |imoles/litro (Tab. 3 em Apêndice). As regressões
lineares múltiplas da concentração de NT e PT com riqueza, densidade e
composição de macroinvertebrados litorâneos e bentônicos (Figs. 1.9a-f e 1.10a-f;

'f, Tab. 4 em Apêndice) indicam que PT é o nutriente que mais afeta a distribuição
da fauna de macroinvertebrados nos igarapés urbanos de Manaus. Enquanto, as
concentrações de NT não foram significativas para causar mudanças, as de PT

foram relacionadas negativamente com a riqueza e com a composição de


macroinvertebrados litorâneos e bentônicos. O aumento da concentração de PT

está relacionado com a redução da riqueza e simplificação da composição, sem

no entanto, afetar a densidade desses organismos.


34

y>4S,009-0.2S3« yc29,0185-0.225x
R'«0.30 R®=0.37

• i

40 60 20 40 60 60
Dasmittmenlo no ponio de coleta (%) Oesmalamenio no ponIo de coleta (%)
'í^
#
s 4

I I »
(•^ e
■8 3
e • • !
«
S ® • •
¥
1 I 2 •• .
e
• *1 . I
I
I
#

? 40 60
Deimalemenlo no ponIo de coleta (%) Doamatamonto no ponto do coleta (%)

y«4,692 0.060x y>3.t4t-0.039x

'1 R •0,t6 R'»0.12

•V^. 40 60 40 60 80
Desmatamenio no ponio de coleta (X) Desmalamenio no ponio de coleta (%)
.-7'

?■
'V'>.
Figura 1.8. Relação do desmatamento com: (a) riqueza de macroinvertebrados
.'í

■•v")
litorâneos, (b) riqueza de macroinvertebrados bentônicos (c) densidade média de
macroinvertebrados litorâneos, (d) densidade de macroinvertebrados bentônicos,
(e) composição de macroinvertebrados litorâneos, (f) composição de
macroinvertebrados bentônicos, coletados nos igarapés urbanos de Manaus, no
período de 10-11/2004.
a

35
3
(3

ys32.731-1,289«
H*«0.19
3 80

§
3 I %
o
S 60 1 60
f «
•c

I «

'1^
% *• #• * 5. *• ' •
•.; •• ••••*...

NT (mniolas/lítro) PT (Rimolts/litro)
"b

• • « «
•• s«* • • €
S
•% 4* • • •

■9»
í-r : -' V
% • •
#■
I '
?
I o
S
SO 120 8 10 12

1 NT (mmolas/litro) PT (mmoles/tilro)

Q
h y«2,904-0.307i

S 22 I. H®»0.19

I"
0
!"
14

I" * •
% 10 I '»
s .C
£
■H
1 ^
o
i ^
O

o 2
»• O ^
í . •t
& 2 •• ••••••, ^ •

?■ •6
80 120
PT (mmales/litro)
NT (mmoles/Illto) e

■'v>

Figura 1,9. Relação de nitrogênio total (NT) e fósforo total (PT) com: (a, b)
riqueza de macroinvertebrados litorâneos; (o, d) densidade média de
macroinvertebrados litorâneos; (e, f) composição de macroinvertebrados
litorâneos, coletados nos igarapés urbanos de Manaus, no período de 10-
;4 11/2004.

/
36

I 50
9
«
I 30 I 30

S 20
T3

• •• •" •

• • « • •
.1 10
OC

80
NT (mmolas/liiro) PTtmmolos/lilro)

■9
i
8 ® I 4
c
1
c c

7/
2 4
«

«
s
3
«
•«
• • •
I 2
y\* • • • %' '
c. •
í5^ ) • . ••'•. .
• * '
J • •, • •• E
o
"a
\

4 -S O • •

40 80 120 6 8

"i NT (mmotos/litro) PT (mmoiss/litro)

24 y>2,092-0.25S>
H*.0.t5
''■}
// < 20
8
■■^1 1
s 16
S
M

1 12
e
■8
i
1
.c
8

4
9

^• • • •
4 •••»

80 120
NT (mmoles/lltto) PT (mmolei/ülto)

■!'

Figura 1.10. Relação de nitrogênio total (NT) e fósforo total (PT) com: (a, b)
riqueza de macroinvertebrados bentônicos; (o, d); densidade média de
macroinvertebrados bentônicos; (e, f) composição de macroinvertebrados
bentônicos, coletados nos igarapés urbanos de Manaus, no período de 10-
l 11/2004.

/
m
37

'M
Na ACC entre igarapés, composição de macroinvertebrados litorâneos e

variáveis abióticas, o primeiro eixo foi o mais representativo explicando 18% da

variância (Fig, 1.11a). Esse eixo indica que a maioria dos igarapés da área

urbana de Manaus está associada com áreas desmatadas e eutrofizadas, com

altos valores de PT, NT, pH, condutividade, temperatura e larguras. Indicam,

também, que a fauna de macroinvertebrados nessas áreas é reduzida a alguns


^ táxons como Oligochaeta, Chironomus(Chironomidae) e Diptera (para relação de
^ táxons ver Tabela 1.1), enquanto, as áreas com vegetação primária e secundária
têm fauna mais diversificada e correlação com altas concentrações de oxigênio
9
dissolvido, maiores velocidades e maiores profundidades.
ê
O segundo eixo, explicou 7% da variância, e separou relativamente os
efeitos de desmatamento dos efeitos de poluição e correlaciona maiores taxas de
9
oxigênio dissolvido à vegetação secundária, maiores profundidades e velocidades
1 à vegetação primária e maiores temperaturas são mais correlacionadas ao

^ desmatamento que a poluição.


A ACC indica mudanças graduais da fauna de macroinvertebrados e das

variáveis abióticas de igarapés preservados (com vegetação marginal formada


•T* principalmente por mata primária), às áreas de vegetação secundária, seguida de

áreas altamente desmatadas, até chegar a áreas poluídas (com altas

'/
concentrações de NT e PT). As mesmas mudanças foram observadas na ACC

para composição de macroinvertebrados bentônicos (Fig. 1.11b).

/
38

Figura 1.11. Análise de Correspondência Canônica entre variáveis abióticas,


igarapés e macroinvertebrados litorâneos (a) e bentônicos (b). Siglas
representam: desmatamento (DESMAT), vegetação secundária (VEGSEC),
vegetação primária (VEGPRI), fósforo total (PT), nitrogênio total (NT),
profundidade (PROF), temperatura (TEMP), Oxigênio dissolvido (DD), pH (pH),
condutividade (COND). Números representam os igarapés. Outras siglas
representam os seguintes táxons: Cailibaetis (Cal), Brasilocaenis (Bra),
Campylocia (Cam), Gen. N. de Leptohyphidae (Genn), Leptophlebiidae (Lep),
Miroculis (Mir), Hetaerina (Het), Coenagrionidae (Coe), Libeilulidae (Lib),
Erythrodiplax (Ery), Macrothemis (Mac), Orthemis (Ort), Perithemis (Per), P.
flammata (Pri), Belostomatidae (Bel), Belostoma (Bels), Ranatra (Ran), Veliidae
(Vel), Rhagovelia (Rha), Diptera (Dip), Cecidomyidae (Cec), Ceratopogonidae
(Cer), Chironominil (Chiu), Beardius (Bea), Chironomus (Chi), Cryptochironomus
(Cry), Dicrotendipes (Dic), Endotribelos (End), Fissimentum (Fis),
Goeldichironomus(Goe), Harnischia (Har), Lauterborniella (Lau), Nilothauma (Nil),
Paratendipes (Par), Parachironomus (Pac), Polypedilum (Pol), Pseudochironomini
(Pse), Saetheria (aff)(Sae), Stenochironomus (Ste), Tanytarsini (Tai), Caladomyia
(Cal), Rheotanytarsus (Rhe), Tanytarsus (Tan), Abiabesmyia (Abi), Clinotanypus
(Cli), Larsia (Lar), Labrundinia (Lab), Monopelopia (Mon), Pentaneura (Pen),
Corynoneura (Core), Cricotopus (Cri), Lopesdadius (Lop), Nanocladius (Nan),
Onconeura (Onc), Parametriocnemus, (Pae), Thienemaniella (Thi), Culex (Cul),
Dolichopodidae (Dol), Drosophilidae (Dro), Empididae (Emp), Ephydridae (Eph),
Psychodidae (Psy), Stratiomyidae (Str), Syrphidae (Syr), Tabanidae (Tab),
Tipulidae (Tip), Coleoptera (Col), Dytiscidae (Dys), Elmidae (Elm), Hydrophilidae
(Hyd), Noteridae (Not), Trichoptera casas (Tri), Phylloicus (Phi), Helicopsyche
(Hei), Macrostemum (Mac), Smicrídea (Smi), Nectopsyche (Nec), Triplectides
(Trip), Marilia (Mar), Cernotina (Cem), Cyrnelius (Cyr), E. amazoniensis (Eur),
Macrobachium (Macr), Isopoda (Iso), Chilopoda (CIp), Hirudinea (Hir), Oligochaeta
(Oli), Gastropoda (Gas), Bivalvia (Biv), Nematoda (Nem) e Plathelmintes (Pia);
Símbolos representam: igarapés da microbacia do Quarenta (•), Mindu (A),
Tarumã (+)e outros (-).
39

'9^
'n

2,5
3

Emp
"9 1.5 Not Ub.
Pare 638 Onc
Cri
Ey Rhe
Goo Cry Pas
Tab Per
A21
Dyt
lS«
+48 .60 Cec
641 011
Lar W
f 625 .jg
+46
^39Ran
Tip
Coo
Pyr Rha
-47
0.5
.oDESMAT+67 +««„ ^ Bra
.,^9hTEMP +43+50 CM 618 TM
Tan Ral
Gol 665
—«57-V .7^1%' O»' ftR" N°^„ „. VELO
PHOF
•58 *3 i^623 624 ^ 453 .7 •6 AU
•29^Dip ,30 *32 +49Sci
Tri
•0.5 Cor

f ^ 616
614
.37*®
Cem Bea
CU A13 ., Har Eb^Cy' 'O^Eiri
•4 CIp Penk^
PenMir^

PM

fi •1.5 He" Mar ™P Ijep ^j^Vd


9 +64
-P^Nil
Eu-

f'
;4 ■2.5
3.0
■1.5 •1.0 -0,5 0.0 0,5 1.0 1.5 2.0 2.5
1> EIXO 1(18%)

2.5
1
Mac
Emp

? 1.5
Pae
+66
Goe +44
Ub
638
Ctí^EiySiTl
Íí? •60
641
Rhe
Poi +51 Lop
639
■'7\ Lar Tip
-47 ihi
618
0.5 A25.56.3V"" +65

+42
^DESM iÍâ?A20
i.JEWP^ LARG
VEGSEC 00 Elm
Tan
VELO
-CIL PROF- VEGPRI •>49
—Nan
J" ^ Tri Nec
612Cer •6 ■55
Cem Abi
•7
o -0.5 636 • 35 007 Har
S? Trip ,34
Syr A19 13
Eph Cyi Cam
Phi End
•4
Ste Bea
Mací

% •1.5

•2,5

-3,5
•2,0 •1,5 -1,0 -0.5 0.0 0.5 1.0 1.5 2,0 2,5

EIXO I (14%) b

*■7.

/
Trecho médio e trecho foz
f
Comparando os trechos médios (Tab. 1.2), o igarapé Tarumã foi mais rico

4 erri macroinvertebrados que os trechos médios do Mindu e Quarenta. A


densidade de macroinvertebrados litorâneos foi similar entre os igarapés Mindu e

fP Tarumã e ambas foram maiores que a densidade de macroinvertebrados no


^ igarapé Quarenta. No trecho médio do Mindu não foram coletados
macroinvertebrados bentônicos.

^ Comparando os trechos foz (Tab. 1.2), pode-se dizer que o Quarenta foi
%
^ mais rico em macroinvertebrados litorâneos principalmente quando comparado
% com o Mindu. O Tarumã foi mais rico em macroinvertebrados bentônicos e o
ê
p igarapé que apresentou maior densidade de macroinvertebrados litorâneos e

bentônicos.

% Não houve padrão na relação entre desmatamento ou poluição orgânica


1 com a riqueza ou com a densidade de macroinvertebrados nos trechos médio

fi e/ou nos trechos foz das áreas de estudo (Tab. 1.2). Também, nesses igarapés
-7^

não foi observado um padrão de degradação longitudinal. O desmatamento foi


k-
mais pronunciado no trecho médio e foz do Quarenta e trecho foz do Mindu. As

concentrações de NT foram maiores no trecho médio do Mindu e no trecho foz do

Quarenta. As concentrações de PT foram semelhantes entre todos os trechos

médios e entre todos os trechos foz estudados.

//

7-
A

7a
41

Tabela 1.2. Valores das porcentagens de desmatamento, concentrações de


nitrogênio total (NT), fósforo total (PT), riqueza e densidade média de
macroinvertebrados amostrados nos trechos médios e trechos foz dos igarapés
Quarenta, Mindu e Tarumã, amostrados no período de 10-11/2003.
Quarenta Mindu Tarumã
Variáveis bióticas e abióticas
Médio Foz Médio Foz Médio Foz
y/ Desmatamento(%) 100 96 22100 64 6
NT (fxmoles/litro) 35195 67 15 3 2
PT (jLunoles/litro) 1 2 1 3 2 1
Riqueza de macroinvertebrados iitorâneos 8 11 20 4 49 8
Riqueza de macroinvertebrados bentônicos 2 4 0 1 23 8
Densidade média de macroinvertebrados iitorâneos (ind/m^) 74 63 1095 18 1028 21
Densidade média de macroinvertebrados bentônicos (ind/m^) 6 12 0 35 354 168
t

7/

^ Discussão
f
Igarapés

Os igarapés urbanos de Manaus possuem grande variação na riqueza e na

densidade de macroinvertebrados aquáticos. E essas variações foram

relacionadas as três microbacias estudadas (Quarenta, Mindu e Tarumã), não

havendo diferenças significativas entre estas. A ACP sugere que os igarapés

estudados, com algumas exceções, são homogêneos na sua composição de


''i

macroinvertebrados aquáticos. Assim, a fauna de macroinvertebrados nos

igarapés é influenciada da mesma forma em toda a área urbana de Manaus.


Perturbação antrópica é o principal fator que determina a estrutura de

comunidade em cursos de água (Resh et al., 1988). Dos 65 igarapés estudados

na área urbana de Manaus, 52 (80%) são dominados (em densidade)


■ t

predominantemente por Oligochaeta, Chironomus, Ceratopogonidae,


[ Psychodidae, organismos considerado tolerantes e típicos de ambientes
perturbados, onde apresentam elevada densidade (Cailisto et al., 2000; Karr &
'A
/
Rossano, 2001).
42

Apenas 13(20%) igarapés possuem uma fauna típica de áreas preservadas


r
como a encontrada na Reserva Ducke e apesar da baixa densidade dessa fauna,

^ demonstram a diversidade presente nos cursos d'água da região de Manaus,


^ demonstrando uma fauna particular a cada igarapé. As análises de regressão
^ sobre a composição sugerem que o aumento do desmatamento e da poluição
orgânica simplifica a composição dos igarapés, resultando em perda da

^ biodiversidade nesses sistemas.

4 Estudos sobre macroinvertebrados em sistemas aquáticos não impactados


0}
•n
na Amazônia Central têm crescido nos últimos anos, principalmente nos cursos

d'água da Reserva Florestal Adolpho Ducke, em Manaus e em Presidente

^ Figueiredo. São trabalhos que enfocam principalmente a taxonomia, bionomia e


V

ecologia de determinados grupos como Chironomidae (Walker, 1998; Fittkau,


A
2001; Roque et ai, 2004), Decapoda (Walker, 1992), Heteroptera (Pereira, 2004),

Megaloptera (Azevêdo, 2003), Odonata (Mamada & Oliveira, 2003; Delgado,

2002), Plecoptera (Bobot & Mamada, 2002; Mamada & Couceiro, 2003; Ribeiro,
(A

"1', 2004), Simuliidae (Mamada & Adier, 2001; Mamada et ai, 2002), Trichoptera (Pes,
i}'
2001; Pes & Mamada, 2003, 2004; Moizenthal & Pes, 2004) e macroinvertebrados

em geral (Menderson & Walker, 1986; Walker, 1994; Cargnin-Ferreira, 1998;


Vfc

Forsberg & Cargnin-Ferreira, 2000). Esses estudos são referências da fauna

existente na região, entretanto, comparações com esses trabalhos são difíceis,

pois o enfoque e os métodos utilizados são voltados para cada grupo específico.
•4,
Além disso, os estudos que tratam de comunidades foram realizados em sistemas
A
diferentes dos igarapés de terra firme, como lagos e igapós e também com
!•

.4
diferentes metodologias.
43

Delgado (2002) registrou a ocorrência de nove famílias de Odonata em


•1'

® igarapés da Reserva Ducke. Segundo esse autor, Progomphus, Zonophora,


4 Epigomphus e Perithemis foram os gêneros mais representativos da fauna de
Odonata na Reserva. Nos igarapés urbanos de Manaus foram coletadas sete

@ famílias e o gênero mais abundante e freqüente foi Erythrodiplax. Zonophora e

^ Epigomphus não foram coletados e a densidade e freqüência de Perithemis foi


maior do que densidade e freqüência de Progomphus, o gênero indicado por

Delgado (2002)como o mais representativo na Reserva Ducke.

Pes (comunicação pessoal) encontrou 11 famílias e 25 gêneros de

Trichoptera na Reserva Ducke. Nos igarapés urbanos foram encontradas nove


: ^
1 ^ famílias e 16 gêneros. Os gêneros mais representativos de Trichoptera coletados
' íl*
^i ^
^ nos igarapés urbanos foram Phyiioicus, Heiichopsyche, Triplectides, Marilia,
Cernotina e Cyrnelius. A presença desses gêneros foi associada a igarapés

á preservados com vegetação primária e secundária.

f Oliveira (1996) reporta que a ação antrópica e a intensidade de cobertura


7', vegetal influenciam a distribuição de Trichoptera em áreas de cerrado. Pes

(2001) trabalhando com igarapés de Presidente Figueiredo sugere que


/A Trichoptera em geral apresentam maior riqueza e abundância em áreas abertas

com alterações moderadas. A referida autora encontrou maior riqueza de

i'k morfótipos em igarapés de área aberta.


Plecoptera são reconhecidos como insetos de águas limpas, restritos a
I águas com boa oxigenação (McCafferty, 1981). Existem três gêneros de Perlidae
(Plecoptera) na região de Manaus (Hamada & Couceiro, 2003; Bobot & Mamada,
/'

2002), Anacroneuria, Macrogynopiax e Endeieina. Nos 71 pontos de coleta


apenas uma ninfa de Macrogynopiax e uma ninfa de Enderieina foram coletadas.
/
44
p
é
Bobot & Hamada (2002) comparando um igarapé Impactado com um não

impactado na região de Manaus constatou redução na abundância de

4 Macrogynoplax no igarapé impactado sugerindo que esse gênero é sensível a


^ modificações ambientais.
^
.7
Azevêdo (2003) coletou Corydalus, Chioronia e Protosialis flammata Penny,

(Megaloptera) na Reserva Ducke. Nos igarapés urbanos foram coletadas apenas

1 ^ larvas de P. flammata] essa espécie é característica de áreas de remanso com


' f
^ fundo mole enquanto os demais Megaloptera são encontrados em ambientes de
.
^a corredeira com banco de folhiço ou raízes e pedras (Azevêdo, 2004).
^ Das 11 espécies de Simuliidae (Diptera) encontradas na Amazônia Central
■ 9
Simulium goeldi Cerqueira & Melo é a mais comumente encontrada em área de

^ floresta (Hamada et aí., 2002). No presente estudo, apenas uma pupa de S.


I perfíavum Roubaud foi coletada; essa espécie é característica de ambientes
perturbados (Hamada & McCreadie, 1999).
f ■ '

^ Walker (1994) informa que Decapoda e Ephemeroptera são grupos


/' dominantes na fauna de águas pretas na Amazônia. Poucos indivíduos desses
Iv

dois grupos foram coletados nos igarapés urbanos.


f: Cada espécie é adaptada a determinadas condições ambientais. Alterações
~/P-

f na distribuição e abundância de espécies podem alterar os processos ecológicos


como taxas de raspagem e decomposição (Covich et aí., 1999). Segundo Merritt
& Cummins (1996) a distribuição de insetos aquáticos é determinada por
.4
' »
adaptações ou tolerância a fatores físico-químicos do ambiente, enquanto a
/h
h
densidade é controlada por interações entre o hábitat e a disponibilidade de
A alimento. Por exemplo, a presença de Progomphus é associada ao substrato

■'p'
areia (Assis et aí., 2004); de acordo com Carvalho (comunicação pessoal), a
/.
©

45

ausência de Progomphus nos Igarapés desmatados e poluídos pode ser


M explicada pela compactação superficial da areia devido a formação de película de

algas e de sedimentos finos como silte e matéria orgânica, impedindo que

Progomphus obtenha oxigênio, uma fez que se enterra na areia.


%
Qi Apesar do grande número de táxons coletados nos igarapés urbanos, a

grande maioria foi coletada em baixa densidade e tiveram freqüência reduzida a


% poucos igarapés. Por exemplo, Plecoptera e Megaloptera foram coletados

JP» apenas em áreas protegidas como a área da INFRAERO (ponto 64) e da UFAM
(pontos 34 e 35) que apresentam mata ao redor do igarapé e o ambiente não

sofreu contaminação. Alterações nesses sistemas, possivelmente resultaram na

perda desses grupos.

Igarapés mais desmatados foram mais homogêneos entre si. Não foi
rií

observada relação significante (p>0,05) entre desmatamento e a densidade de


n
macroinvertebrados. Alguns estudos sobre o efeito de desmatamento sobre a

^ fauna de macroinvertebrados como os de Benstead et ai.(2003)e Trayler & Davis


V

. (1998) demonstraram que a riqueza e a densidade de macroinvertebrados são

menores em áreas desmatadas, o que seria causada pela redução de material

^ alóctone (Uieda & Kikuchi, 1995, Henry et a/., 1994).


n>
Benstead & Pringie (2004) ressaltam que as diferenças entre comunidades

de cursos de água preservados e desmatados são resultantes principalmente da


?
habilidade dos táxons em aceitar alterações nos recursos alimentares disponíveis.
1*^

De acordo com Walker (1986) o fator determinante da densidade de


/ macroinvertebrados em igarapés amazônicos é a disponibilidade de substratos
(folhas, troncos e frutos) propiciados pela floresta adjacente.
M
® 46
^ Para Thorne & Williams (1997) e Camargo et al. (1995) o que mais
compromete a qualidade dos cursos de água urbanos é a poluição orgânica,

proveniente dos esgotos domésticos que causam a eutrofização do sistema com

o aumento, principalmente, de fósforo e nitrogênio. Fósforo, nitrogênio e sílica

são considerados os nutrientes mais críticos para a produção autotrófica e

apresentam associação com o despejo de esgoto doméstico nos sistemas

(Esteves, 1995 apue/Gordeiro-Netto & Dutra-Filho, 1981).

pi As maiores taxas de fósforo em sistemas urbanos são resultantes da

utilização de detergentes, enquanto nitrogênio é proveniente de excremento

humano (Esteves, 1988). De acordo com Naguno e Hatano (2000), algumas

vezes as concentrações de fósforo e nitrogênio em áreas urbanas são tão altas

quanto às concentrações encontradas em áreas agrícolas, onde há o

enriquecimento de nutrientes pela adubação.

Paul & Meyer (2001), relatam que embora concentrações de fósforo sejam
A
elevadas em cursos de águas urbanas, este não é tão grande quanto o observado
o.
para nitrogênio. A concentração média de N:P encontrada nos igarapés urbanos
/(
'"I
de Manaus foi de 6:1. Segundo AIlan (1995)em igarapés com baixa concentração

de nutrientes, o fósforo é o principal fator limitante da produção primária,

nitrogênio tende a ser limitante somente quando fósforo é abundante ou então


quando a concentração de nitrogênio é 16 vezes maior do que a concentração de
?
fósforo.

As regressões múltiplas entre NT e PT com a riqueza, densidade e


composição de macroinvertebrados sugerem que, dos dois, PT é o principal

nutriente a controlar a comunidade de macroinvertebrados dos igarapés urbanos

de Manaus. Não foi observado efeito das altas concentrações de NT sobre a


47

fauna de macroinvertebrados. A relação do PT com a fauna de

macroinvertebrados dos igarapés estudados foi semelhante à relação do

0 desmatamento com esse grupo.

P Altos valores de condutividade, temperatura, NT e pH foram


® correlacionados com altas concentrações de PT, sugerindo que análises dos
'í^
efeitos das concentrações desse nutriente sobre a biota podem representar os

^ efeitos das outras variáveis nos igarapés urbanos de Manaus.


De acordo com Scrimgeour et al. (2000) o enriquecimento de nutrientes
Ç.)
^ nos ecossistemas aquáticos aumenta a densidade de macroinvertebrados. Mas,
o que foi observado no presente estudo é que há uma correlação da densidade

de grupos tolerantes como Oligochaeta, como visto na ACC, e que esse efeito
'V
não se reflete sobre macroinvertebrados em geral, como sugerido pelos

9 resultados das regressões.

Q, Fittkau (1964) relata que em igarapés de terra firme da Amazônia Central,


y/

<'\y
^ Oligochaeta são encontrados em pequeno número e que todas as espécies de
'1
' ; Hirudinea são pequenas e raras nesses sistemas. Os Oligochaeta foram

■\ encontrados em alta densidade nos igarapés urbanos de Manaus e Hirudinea não

// foram raros e, tão pouco, foram pequenos, provavelmente, devido ao


■1^
enriquecimento orgânico nesses igarapés.

^ Variáveis abióticas (físicas, químicas e físico-químicas) têm grande

influência sobre comunidades bióticas. Mamada et al. (2002) relaciona as

> espécies de Simuliidae encontradas na Amazônia Central com as características

7 físico-químicas de criadouros. Variáveis abióticas demonstraram valores

alterados nos igarapés amostrados, causadas pela ação do desmatamento e


poluição. O enriquecimento orgânico se refletiu em altos valores de pH e

^ condutividade, que foram correlacionados com o aumento na população de


Syrphidae e Psychodidae, macroinvertebrados associados à eutrofização.

p Temperaturas elevadas estão relacionadas com o desmatamento (Dodds,


_ 2002) e aceleram o ciclo de vida dos insetos. Altas temperaturas também

resultam em menor concentração de oxigênio dissolvido, influenciando assim a

f(^ produção da comunidade biótica (AIlan, 1995). Muitos animais escavadores não
^ podem viver em condições anóxicas e não são capazes de tolerar por longos
períodos os súlfidos e amônia presentes nesse tipo de ambiente (Wang et ai,

2001). Concentrações muito baixas de oxigênio dissolvido resultam em maior

esforço de animais para obter oxigênio, aumentando a absorção de poluentes.

Maiores concentrações de oxigênio dissolvido, velocidade e profundidade

foram relacionadas com igarapés com mata primária e secundária. Segundo

Covich et ai (1999) se há oxigênio dissolvido disponível e substrato adequado, os

invertebrados são diversos e abundantes.


V!

Mudanças na estrutura de comunidades de macroinvertebrados também

■'S estão relacionadas com fatores que indicam variações físicas do habitat (Roy et
/' '

ai, 2003). Sabe-se que a disponibilidade de substrato está relacionada à

/.I
7-
manutenção da vegetação marginal (Bojeseu & Barriga, 2002). A preservação
í'
'f- dessa vegetação resulta em maior proteção contra predadores, abrigo contra a
í*" N

correnteza, alimento (produção secundária), construção de casas (e.g.

Trichoptera), sítios de oviposição e emergência para insetos aquáticos e outros

macroinvertebrados. A ausência de substratos pode afetar os padrões de


■/> movimento, propiciando a deriva pela ausência de substrato intersticiais para a


aderência de invertebrados.
49

Phylloicus e Leptonema utilizam o folhiço para a construção de abrigos

(Wiggins, 1998), sendo restritos a igarapés florestados. Macrobrachium e

^ Euryrhyncus amazoniensis Tiefenbacher foram predominantes em ambientes


' florestados. Walker (1990) comparando diversos substratos como água livre, leito

arenoso, raízes, barrancos argilosos e folhiço, relata que a fauna aquática está

^ concentrada principalmente no folhiço.

Trecho médio e trecho foz

Não foi observado um padrão que indicasse que desmatamento ou poluição

orgânica tivesse efeito sobre a riqueza ou densidade de macroinvertebrados nos

trechos médios e/ou nos trechos foz das áreas de estudo. Provavelmente, outros

^ fatores como a presença de bancos de macrófitas aquáticas no trecho médio do


Mindu e do Tarumã e nos trechos foz do Quarenta e do Mindu estão influenciando

Q a fauna nesses locais.


V/
o,
Os bancos de macrófitas influenciam diretamente os perfis verticais de

temperatura e oxigênio, além de aumentarem a disponibilidade de abrigo e

V alimento elevando a diversidade e riqueza de animais (Tolonen et ai, 2003;

/.í Wendy & Smock, 2001; Piedade & Junk, 2000; Junk & Piedade, 1997; Esteves &
1'
Nogueira, 1995).
' I

O que ficou claro nessas comparações é que o trecho médio e foz do


Tarumã estão mais preservados, pois possuem as menores concentrações de NT
e PT, embora o desmatamento no trecho médio do Tarumã tenha sido
/ aproximadamente 60%. A riqueza e a densidade de macroinvertebrados do
Tarumã, no trecho médio e na foz, quando não maior do que a riqueza e
r
50

densidade de macroinvertebrados do Quarenta e Mindu, foi semelhante a esses

dois igarapés.

Conclusões

% Dos 65 igarapés investigados 80% apresentaram variáveis abióticas


h
alteradas pelo desmatamento e poluição e fauna tolerante a essas alterações.

O desmatamento causou modificações na fauna de macroinvertebrados

dos igarapés urbanos de Manaus com a redução da riqueza e alteração

(simplificação) da composição, porém não teve efeito sobre a densidade de

macroinvertebrados.

A poluição, representada principalmente pela concentração de PT ocasiona

resultados semelhante aos observados com o desmatamento, com redução da

riqueza, simplificação da composição, sem modificações na densidade de

macroinvertebrados.

1/

?
.r^

A
II

cr.í>
/I

'í'

'■ /)
.//

/\
r

' \
51

Capítulo 2

Efeitos do desmatamento e poluição nos igarapés urbanos de Manaus:

sobre Chironomidae (Diptera: Insecta)

Introdução

Insetos da família Chironomidae possuem muitos atributos necessários aos

:Q•1/
indicadores de integridade ambiental (Warwick, 1992). São distribuídos
't 'Z
tr*
mundialmente (Oliver, 1971) e comumente são os mais abundantes em muitos

ecossistemas de águas continentais (Cailisto et aL, 2002; Strixino & Trivinho-


.-Vs

Strixino, 1998; Epier, 1992; Reiss, 1968).

Nos sistemas amazônicos, Chironomidae juntamente com Oligochaeta e


©
'V
m fungos sao os principais decompositores de matéria alóctone que entra nos

igarapés (Walker, 1978).

\ Apesar da diversidade e importância desse grupo há ainda na região


:t
^ tropical grande escassez de informações principalmente sobre a ecologia desse
'/*
grupo (Nessimian et aL, 2003). A maior parte dos estudos com

macroinvertebrados aquáticos considera Chironomidae no nível de família,

>v generalizando-os como tolerantes a perturbações.


%
^ De acordo com Marques et ai. (1999) a diversidade genérica de
T> Chironomidae representa uma importante ferramenta em programas de

biomonitoramento de atividades antrópicas. Clements et ai. (1989), reporta a tribo


Tii
^ Tanytarsini como altamente sensível a experimentos com metais pesados.

^ Outros estudos dividem a família Chironomidae em dois grupos: Chironomus e


íf
I

^\\ outros gêneros (e.g. Araújo, 2000).

Chironomus é um dos gêneros mais comuns, amplamente distribuído e


bem estudado. No presente estudo foi o táxon mais abundante e com maior
én

''"'t

'' 'í\
p
M

^ freqüência entre os Chjronomidae, e o segundo entre os macroinvertebrados.


Esse gênero também tem sido amplamente utilizado em estudos toxicológicos,

^ onde observações de deformidades, principalmente nas peças bucais têm sido


^ utilizadas como ferramenta para verificar o efeito de poluentes {e.g. Meregalli et
a/., 2001).

Deformidades morfológicas em larvas de Chironomidae demonstram o


'•À
potencial desses organismos como ferramenta para a avaliação de substâncias
/./;
^t
tóxicas acumuladas no sedimento (Wanwick, 1989, 1990, 1992; Cushman, 1994;
>A Vermeulen, 1995; Meregalli atai., 2001; Goenendijk atai, 2002). De acordo com

Vermeulen at ai (2000), deformidades são causadas durante o processo de

ecdise, onde poluentes podem agir quimicamente interferindo no hormônio de



T muda, resultando em distúrbios fisiológicos hormonais. Warwick (1980) cita que

na natureza, deformidades encontradas abaixo de 8% podem ser consideradas

como resultantes da seleção natural.

Wanwick (1998, 1990) e Vermeulen (1995) citam que deformidades nas


' /f
peças bucais são conhecidas em outros gêneros, mas são mais comuns em

Chironomus. Dessa forma, o estudo de deformidades em larvas de Chironomus

têm sido indicado como parâmetro a ser utilizado em programas de


v monitoramento na qualidade de água (Cailisto at ai, 2000).
7'

Objetivos

- Incrementar o conhecimento sobre a riqueza e a estrutura da assembléia

de Chironomidae em igarapés urbanos de Manaus;


j,
I

/s
p

f
^ - Verificar os efeitos do desmatamento e da poluição sobre a riqueza, a
densidade e a composição de Chironomidae bentônicos e litorâneos de igarapés

^ urbanos de Manaus;
^ - Determinar se taxas de deformidade nas peças bucais de Chironomus
0 coletados em igarapés da área urbana de Manaus estão relacionadas com o

desmatamento e/ou com as concentrações de fósforo total (PT), presentes

nesses igarapés.

l
Material e Métodos

(í) laaraoés e coletas

As larvas de Chironomidae foram coletadas nos mesmos igarapés e com a


á
Y' mesma metodologia descrita para macroinvertebrados (Capítulo 1).

A Deformidades nas pecas bucais de larvas de Chironomus


I
Larvas do gênero Chironomus foram montadas em lâminas

semipermanentes, utilizando meio de Hoyer, e observadas sob microscópio óptico

para a quantificação de deformidades nas peças bucais(mento e mandíbula).


Foram estudadas larvas provenientes de igarapés que apresentaram pelo

menos 80 larvas na zona litorânea e 30 lan/as na zona bentônica, do gênero


Chironomus. Com esse critério foram analisadas larvas das zonas litorâneas de
■(
t
17 igarapés e da zona bentônica de 14 igarapés (Tab. 2.2). As taxas de
K, deformidade encontradas foram relacionadas às taxas de desmatamento e à

poluição, esta última representada pelas concentrações de fósforo total (PT). Isso

porque, foi constatado que a concentração de fósforo total nos igarapés urbanos

de Manaus está correlacionada positivamente aos valores de condutividade.


■p
^ 54
f
temperatura, NT e pH (Capítulo 1), as concentrações desse nutriente está sendo

utilizadas para representar os efeitos das referidas variáveis sobre a biota.

^ Análise estatística
à ;
1,^ A riqueza de Chironomidae em cada um dos igarapés foi estimada com
Jackknifel. A densidade de indivíduos de cada gênero e em cada igarapé foi
& estimada em ind/m^. A freqüência de ocorrência de cada gênero foi calculada
/.i
pela percentagem de igarapés em que o gênero ocorreu.

Riqueza e densidade de Chironomidae entre as microbacias do Quarenta,


Mindu e Tarumã foram comparadas através de Kruskal-Wailis (H).
f Diferenças entre as assembléias de Chironomidae nos igarapés foram
íi
r visualizadas por meio de Análise de Componente Principal (ACP).
Para verificar a relação do desmatamento com a riqueza, a densidade e a
^ composição de Chironomidae litorâneos e bentônicos dos igarapés estudados,
regressões lineares simples foram utilizadas. Regressões lineares múltiplas
l

foram aplicadas para verificar os efeitos das concentrações de NT e PT sobre a


h riqueza, a densidade e a composição de Chironomidae litorâneos e bentônicos
■K
dos igarapés estudados. O primeiro eixo da ACP também foi utilizado nas
%
f'S
regressões de desmatamento e poluição orgânica sobre a composição de
Chironomidae.
4
Análises de Correspondência Canônica (ACC) foram utilizadas para

K, visualizar a composição de Chironomidae, sua correlação com as variáveis

abióticas, e as correlações destas entre si. Os táxons com menos de cinco

indivíduos foram retirados da análise por serem considerados casuais.


55

Devido ao baixo número de trechos médios e foz amostrados, comparações

entre estes foram realizadas por estatística descritiva.

^ Deformidades foram tratadas como porcentagens do número amostrai (para


^ litorâneos 80 larvas e para bentônicos 30 larvas) e relacionadas com as taxas de
desmatamento e com as concentrações de PT através de regressões lineares.

Para as análises excetuando, Kruskal-Wailis, a densidade foi transformada


f em log(x+i) para normalizar e homogeneizar as amostras. Em todos os testes

estatísticos a significância aplicada foi de 0,05.


i.-V

® Resultados

p laaraoés

T A fauna de Chironomidae amostrada nos igarapés urbanos de Manaus se


áu
I JS distribuiu em 49 táxons, com riqueza variando de zero a 36 táxons litorâneos, com

média de sete táxons; e de zero a 29 táxons bentônicos, com média de cinco

^ táxons (Figs. 2.0 e 2.1).


A densidade de macroinvertebrados litorâneos variou de zero a 24.183

ind/m , com média de 1.903 ind/m^; enquanto a densidade de bentônicos variou

de zero a 7.594 ind/m^, com média de 1.008 ind/m^ (Figs. 2.2 e 2.3).
Assim como o observado para macroinvertebrados não houve diferenças
significativas da riqueza e densidade de Chironomidae entre as microbacias do
A Quarenta, Mindu e Tarumã (Tab. 2.0).
"50

i.,
JD
56

:ési

a-
$>
35

« 30

2 25

E 20
o

i'C^ 15
ü
Sr
10

f
TUfcnmiMmi rinTIi I I u I I in-L
3iâp3Pi^g3SÍ2s3§i35íyg^SSo|gp?oii||'§|gHSgSÈ|g||§
■í'/^ Igarapés urbanos de Manaus

JS'■/
Figura 2.0. Riqueza de Chironomídae litorâneos em igarapés urbanos de
Manaus, no período de 10-11/2003.
■'Vi

26

4
24

i' . C 20

CO

I> ."i 16

S 12
O
0}
■o

■'f' N 8

tr

íb

ç»S5SSS9SE§SSC:3;3a8SaSSçS§S3«95!ll?S2£2Sj5SSSSSgS"°sí?ía5SâSi=2i2SSSS'aSSiS!5
l-20O00St-0l-l-Sl-2l-3 2t-2l-2Sl-^23OHK0l-25S5 5 5'-0a^^^20a2l-"'-''-"-'^2S2 5d0'"02"P
Igarapés urbanos de Manaus

a.
Figura 2.1. Riqueza de Chironomídae bentônicos em igarapés urbanos de
.>i Manaus, no período de 10-11/2003.

/'i
/V.
57

24000 n

Ç 161
=a
c
(S-
» 14000
S
e
«Q

J 12000

f .c

8000

4000
I
C-^
irnuirn mmmm-in-v.
2ÍÍ2Í^§5i?ͧig5§§g§iii§p23i§2|^i||§o8|8S§ii|g^|ggg§s||g|§838ii|§^
'/ Igarapés urbanos de Manaus

íf FiOLJ''^ 2.2. Densidade média de Chironomidae litorâneos em igarapés urbanos


de Manaus, no período de 10-11/2003.
;il

i 8000

7200

1
ts»
6400
ifl

8
"E 5600

/> a

M 4800
CO

)
íV
•Ê

s
o

.e
4000

O 3200
o
V
J5
2400
i'S
't. a>
•a
1600
*55

1 800

0
fhl imrrw,
1^
SçStsSsjçSígSjõll?.
Igarapés urbanos de Manaus

Figura 2.3. Densidade média de Chironomidae bentônicos em igarapés urbanos


■ *, de Manaus, no período de 10-11/2003.
l>


■p
58

Tabela 2.0. Resultado das análises de Kruskal-Wallis (H) da riqueza e da


n
densidade média de Chironomidae entre igarapés das microbacias do Quarenta,
Mindu e Tarumã.

Riqueza Densidade

litorâneos bentônicos litorâneos bentônicos


H 1,81 1,92 1,53 2,41
P 0,40 0,38 0,47 0,29
Nota: gl = 2; N = 61

"t
'
Os gêneros mais representativos (em freqüência de ocorrência e densidade)
% foram Chironomus, Polypedilum e Goeldichironomus (Figs. 2.4 e 2.5) (gêneros,
t
K-ri densidades e freqüências de ocorrência podem ser observados no Cap. 1, Tab.
"kr
1.1).

I 1800

3
Chimnomus
o

c 1400=

i
■/-
;i;.
200

/> Goeldichironomus
o
Polypedilum

100

Larsia
Monopelopia fanytarsus

20 30 40 50 60 70 80 SO

Freqüência nos igarapés (%)

Figura 2.4. Gêneros de Chironomidae litorâneos com maiores freqüências e


maiores densidades, nos igarapés estudados de Manaus, no período de 10-
'* A 11/2003.
l
59

soo

Chíronomus
o

I 700

500

g 300
f !E

ír-í?
ü

100 Goaldichironomus
i Denopelopia Tanytarsus ?afs/a Polypedilum

k" O O O - - O
Paratanyíaisus
O O

Cryptochironomus
/'f 10 20 30 40 50 60 70

4 Freqüência nos igarapés(%)

Figura 2.5. Gêneros de Chironomldae bentônicos com maiores freqüências e com


m
maiores nos igarapés estudados de Manaus, no período de 10-11/2003.

O desmatamento teve relação negativa com a riqueza (de gêneros) e

também com a densidade de Chironomidae bentônicos, porém, com a densidade

I de Chironomidae litorâneos não houve relação (Figs. 2.6 a 2.7; Tab. 5 em


'/^
Apêndice).

Desmatamento também foi relacionado com a composição de


í-
I Chironomidae (Figs. 2.6, Tab.5 em Apêndice).
//.
As regressões múltiplas de NI e PT com a fauna de Chironomidae (Figs.
2.7 e 2.8; Tab. 5 em Apêndice) indicaram que altas concentrações de PT são
A
relacionadas com a redução da riqueza e densidade de Chironomidae litorâneos e
bentônicos. E que assim como o desmatamento, PT também apresentou relação

>'i>, com a composição. NT só apresentou relação (negativa) com a riqueza de


//

Chironomidae litorâneos.
60

y8l8.789<0.153x
y>14.4a8-0,124<
R'«0,35
H*=0.39

t
t Descnatftmertto no ponto do coleta (%1 Desmaiamento no ponto do coleta(%)

y«1,726-0.009x
R^oO.OS
/A

%
>,f
í
I
' v»
/í"/'
40 60 80

OciinatamaRlo na ponio da colala (%)


Dssinalamenlo no ponto do coloia(%)

I
b
/ i. s o
'

A.,
/'

Ir
ií y>-2.8ia«0.036i
n*.0.12
y>-l,97St0,024>
H*.O.OÍ
n.
''r\
20 40 60 80 40 60

ipK Ooimalamenlo no ponto do cotota (%) Dotmatamonto no ponto do coleta (%) f


'U
> Figura 2.6. Relação do desmatamento com: (a) riqueza de Chironomidae
litorâneos, (b) riqueza de Chironomidae bentônicos (c) densidade média de
Chironomidae litorâneos, (d) densidade média de Chironomidae bentônicos, (e)
composição de Chironomidae litorâneos, (f) composição de Chironomidae
/i>
-X bentônicos, coletados nos igarapés urbanos de Manaus, no período de 10-
11/2004.
61

40 y12.316-0.7l4i
y>12.316-0.a70i
h'^.2S
R'.0,25 35

8 30 8 30
1
§
% â 25
1
25

í'^ 1 20

« • 6 15
.g

f . . •••^
.!■
oc
10

/f NT (mmoles/Iilro) PT (mmoles/Iilro)
'<b
ríf
y«Z.79l-0.992«
R »0.15

• • •

«•
• •

K\' :
t *•• • ••,
•. • .•

■a

6 8

NT (mmoiss/lllto) PT (mmolat/iilro) a

• —

•• • b
s

I
I 4.
£ *4

%
í
''V. y-1.652»0.202x
R».0.17
80

? NT (mtnolos/lilto) PT (nvnole/lilio)
k
1!
Figura 2.7. Relação de nitrogênio total (NT) e fósforo total (PT) com: (a, b)
riqueza de Chironomidae litorâneos; (c, d) densidade média de Chironomidae
litorâneos; (e, f) composição de Chironomidae litorâneos, coletados nos igarapés
urbanos de Manaus, no período de 10-11/2004.

%
62

y>g.7ia-o.S7S«
30 n®.o.2«

1
c


I "
o
I

% 1 18
S • •
I
I "

§r 1 m
t



i 6 •

% •

• • • • • • •
0 • •• •

80 160 a
NT (mmolss/lítfo) PT (mffloles/ütro)

t yil.SSe-G.OSTx
R »0.16

%
AP

I 9 a

M
.i>
NT (mmolas/iliro) PT (Runolsí/lilro)

'h
Â
•>f

■r
í y-1,6Mt0.JO2*
R'.0.17

í'^ NT (mnoles/Ulto) PT (mmoles/lilfo)

ib
1
Figura 2.8. Relação de nitrogênio total (NT) e fósforo total (PT) com: (a, b)
A ■ riqueza de Chironomidae bentônicos; (o, d) densidade média de Chironomidae
bentônicos; (e, f) composição de Chironomidae bentônicos, coletados nos
Igarapés urbanos de Manaus, no período de 10-11/2004.

7fi
63

Na ACC entre os gêneros de Chironomidae litorâneos, igarapés e variáveis

abióticas, o primeiro eixo (explicou 23% das variâncias) separou os igarapés e


&
gêneros de Chironomidae correlacionados com áreas preservadas com
vegetação primária ou secundária, com altas concentrações de oxigênio
dissolvido e com as maiores velocidades de corrente e profundidades dos

igarapés e gêneros correlacionados com áreas impactadas, com maiores


concentrações de NT e PT, maiores condutividade, maiores pH e maiores

temperatura (Fig. 2.9a). Resultados similares foram observados para os


Chironomidae bentônicos(com 21% de explicação do eixo 1)(Fig. 2.9b).

Ú
Q
e

o
0
o
o
&
o
o
c

Q
<CI>

0
64

Figura 2.9. Análise de Correspondência Canônica entre variáveis abióticas,


igarapés urbanos de Manaus e gêneros de Chironomidae litorâneos (a) e
bentônicos (b). Siglas representam desmatamento(DESM), vegetação secundária
(VEGSEC), vegetação primária (VEGPRI),fósforo total (PT), nitrogênio total (NI),
profundidade (PROF), temperatura (TEMP), Oxigênio dissolvido (CD), pH (pH),
condutividade (COND). Números representam igarapés. Outras siglas
representam os seguintes gêneros Besrdius (Bea), Chironomus (Chi),
Chironomini2 (Chir), Cryptochironomus (Cry), Dicrotendipes (Dic), Endotribelos
(End), Fissimentum (Fis), Goeldichironomus (Goe), Harnischia (Har),
Lauterborniella (Lau), NHothauma (Nii), Paratendipes (Par), Parachironomus
(Pac), Polypedilum (Pol), Pseudochironomini (Pse), Saetheria (aff) (Sae),
Stenochironomus (Ste), Tanytarsini (Tai), Caladomyia (Cal), Rheotanytarsus
(Rhe), Tanytarsus (Tan), Abiabesmyia (Abi), Clinotanypus (Cli), Larsia (Lar),
Labrundinia (Lab), Monopelopia (Mon), Pentaneura (Pen), Corynoneura (Core),
Cricotopus (Cri), Lopescladius (Lop), Nanocladius (Nan), Onconeura (Onc),
Parametriocnemus, (Pae) e Thienemaniella. Símboios representam: igarapés da
microbacia do Quarenta (•), Mindu (A), Tarumã (+)e outros (-).
% Q.. "i - W^ O O C' v.J J ^ -J V ' '%> '^ o c^ .V* ^ ^(
® •I' Q o o © '® o (

EIXD n (9%) El)0 II (9%)

rofr
S lô
o IO

^ i) X >
^Mw ?o
^P.m
.'fc" í;,„
tj IO o Í5 '>t% ® s.
o tSS •#»
K)- 3 "t
^ "í,
i.
5 S o®
51?

'S>
±■0

i 5
í.
t>^

"â. 4. U

h"

_t
o<o

0)
a>
Ü1
66

Trecho médio e trecho foz

Assim como o visualizado para macroinvertebrados, não houve padrão na

relação entre desmatamento ou poluição orgânica com a riqueza ou com a

^ densidade de Chironomidae nos trechos médio das áreas de estudo (Tab. 2.1).
g Comparações entre os trechos foz dos igarapés não puderam ser realizadas,
,tr

pois, somente na foz do Tarumã foram encontradas larvas de Chironomidae. No


trecho médio, a riqueza e densidade de gêneros de Chironomidae foi maior no
.y

Tarumã, enquanto que o Quarenta e Mindu apresentaram riqueza e densidade

semelhantes. Nesse trecho, o igarapé Quarenta encontra-se mais desmatado


€ que os igarapés Mindu e Tarumã. As maiores concentrações de NT foram

observadas no Mindu e as concentrações de PT foram semelhantes nos três

igarapés.

^•0

Tabela 2.1. Taxas de desmatamento, concentrações de nitrogênio total (NT),


s>
//' fósforo total (PT), riqueza e densidade de Chironomidae amostrados nos trechos
médio e foz dos igarapés Quarenta, Mindu e Tarumã, no período de 10-11/2003.
Quarenta Mindu Tarumã
Variáveis bióticas e abióticas
Médio Foz Médio Foz Médio Foz
Desmatamento (%) 100 96 22 100 64 6
ri*'*
I V NT (ixmoles/litro) 35 195 67 15 3 2
"> PT (umoles/litro) 1 2 1 3 2 1
Riqueza de Chironomidae litorâneos 2 0 2 0 16 0
Riqueza de Chironomidae bentônicos 1 0 0 0 11 2
Densidade média de Chironomidae litorâneos (ind/m^) 4 0 18 0 358 0
Densidade média de Chironomidae bentônicos (ind/m^) 4 0 0 0 137 17

%
Deformidades nas pecas bucais de larvas de Chironomus

■/> Dos igarapés avaliados para deformidades em peças bucais de


Chironomus litorâneos e bentônicos, 24 e 43% respectivamente, tiveram taxas de

deformidades acima do considerado natural, citado na literatura como 8% (Tab.


2.2). Desmatamento nos igarapés não foi relacionado significativamente com as
I taxas de deformidades nas peças bucais de Chironomus (Tab. 2.3). As

;■/ .
67

concentrações de PT também não apresentaram relação significativa com as

taxas de deformidades em Chironomus litorâneos. Entretanto, maiores

concentrações de PT foram negativamente relacionadas com deformidades em

''L larvas de Chironomus benXônicos (Tab. 2.3).

I f Tabela 2.2. Numero (ND) e porcentagem (%) de deformidades encontradas nas


/I peças bucais de larvas de Chironomus coletados em igarapés urbanos de
Manaus. E valores de desmatamento e fósforo total (PT), relacionados aos
igarapés avaliados, no período de 10-11/2003.
PT Desmatamento Deformidades
ií Igarapés Bacia N Larvas
(fxmoles/litro) (%)
ND (%)
iV
8 Quarenta 80 litorâneas 4,67 72 10 12,50*
30 Quarenta 80 íítorâneas 6,29 100 7 8,75*
o
62 Tarumã 80 íítorâneas 2,55 100 7 8,75*
//
48 Tarumã 80 litorâneas 1,91 72 7 8,75*
55 Outros 80 litorâneas 7,45 6 6 7,50
23 Míndu 80 íítorâneas 3,62 100 6 7,50
43 Tarumã 80 íítorâneas 1,91 100 5 6,25
17 Míndu 80 litorâneas 7,93 91 5 6,25

:?•Jf
25
56
Míndu
Outros
80
80
litorâneas
litorâneas
8,51
2,36
60

86
4
4
5,00
5,00
45 Tarumã 80 litorâneas 1,46 100 4 5,00
60 Quarenta 80 litorâneas 0,91 81 4 5,00
7 Quarenta 80 litorâneas 3,60 100 3 3,75
21 Míndu 80 litorâneas 3,37 83 3 3,75
V\
20 Míndu 80 litorâneas 5.50 71 3 3,75
11 Míndu 80 litorâneas 9,95 68 2 2,50
Tarumã 80 litorâneas 1,01 2 2,50
■ t' 66
Tarumã bentônicas 1,91
68

48 30 72 7 23,33*
i i'i->^ 7 Quarenta 30 bentônicas 3,60 100 5 16,67*
66 Tarumã 30 bentônicas 1,01 68 4 13,33*
% Míndu 30 bentônicas 3,93 100 3 10,00*
10
43 Tarumã 30 bentônicas 1,91 100 3 10,00*
7- ,
45 Tarumã 30 bentônicas 1,46 100 3 10,00*
■Áa 23 Míndu 30 bentônicas 3,62 100 2 6,67
/.
30 Quarenta 30 bentônicas 6,29 100 2 6,67
21 Míndu 30 bentônicas 3,37 83 2 6,67
60 Quarenta 30 bentônicas 0,91 81 2 6,67
17 Míndu 30 bentônicas 7,93 91 1 3,33
25 Míndu 30 bentônicas 8,51 60 1 3,33
■■ ;h 15 Míndu 30 bentônicas 9,60 94 0 0,00
55 Outro 30 bentônicas 7,45 6 0 0,00
Nota: ^porcentagens de deformidades acima do normal.
■t£m
68

Tabela 2.3. Relação das taxas de desmatamento e das concentrações de fósforo


total (PT) com as taxas de deformidades encontradas em peças bucais de larvas
de Chironomus litorâneos e bentônicos amostradas nos igarapés urbanos de
^ Manaus, no período de 10-11/2003.
Desmatamento Intercepto Coeficiente F t P
5,96 0,00 <0,01 0,03 0,97 <0,01*
.•:-v
Deformidade em Chironomus litorâneos
Deformidade em Chironomus bentônicos 3,05 0,06 0,87 0,93 0,37 0,07

PT
6,12 -0,02 0,01 -0,09 0,93 <0,01
4' Deformidade em Chironomus litorâneos
Deformidade em Chironomus bentônicos
14,82 -1,49 11,15 -3,33 <0,01* 0,43
Nota; *p significativo

Discussão

Igarapés

Chironomidae foram os macroinvertebrados mais representativos nos

igarapés urbanos de Manaus, compondo 33% dos táxons litorâneos e 37% dos

bentônicos, com densidade média representando 46% dos macroinvertebrados


)?
litorâneos e 30% dos macroinvertebrados bentônicos coletados.

Estes resultados corroboram os estudos de Reiss (1968), Roback (1969),

(i, Epier (1992), Strixino & Trivinho-Strixino (1998) e Cailisto et al. (2002) que
"í V

indicam a maior riqueza e abundância de Chironomidae em relação a outros


.;'/í
'i macroinvertebrados. Para Roback esse fato é resultante da capacidade de

adaptação a substratos e a plasticidade alimentar das larvas de Chironomidae.


%
> Chironomidae demonstrou-se mais sensível às perturbações provocadas

por desmatamento e poluição nos igarapés, do que macroinvertebrados no geral.


^ Pois, além dos efeitos de redução na riqueza e modificações na composição,
também, observado para macroinvertebrados, ainda respondeu a essas

perturbações com a redução na densidade de Chironomidae bentônicos com o


f aumento de PT; e com a redução da riqueza de Chironomidae litorâneos

■ ' /•
69

relacionado ao aumento na concentração de NT. Esses resultados reforçam a

utilização de Chironomidae como ferramenta na avaliação ambiental,

principalmente, com relação a avaliação dos efeitos de desmatamento e poluição

^ orgânica.
9 A relação de NT e PT com a densidade de Chironomidae observada no
S presente estudo contradiz os estudos realizados em lagos amazônicos por

/ Cailisto & Esteves (1996), que observaram que Chironomidae são mais
4" abundantes em áreas com altos valores de NT e PT. Fato que pode ser
o

%
,r decorrente de diferenças na composição de espécies entre os habitats (igarapés
vs lagos) estudados.

De acordo com Oliver (1971) a distribuição de Chironomidae está ligada à


//'"
/r
/■ r combinação de vários fatores como disponibilidade de oxigênio dissolvido ,

>' 1 temperatura e alimento. Esses fatores seriam freqüentemente determinantes da

■f presença ou ausência de Chironomidae em determinados ambientes.


4 As relações ecológicas de Chironomidae não são muito conhecidas na
v;<'\

c região tropical (Nessimian et al., 2003). Os resultados do presente estudo


Yv
sugerem relações dos gêneros de Chironomidae com as variáveis abióticas
A

investigadas, principalmente as relacionadas ao eixo 1 da ACC, onde há a


'■X

separação das áreas preservadas das áreas impactadas. Esses resultados


%
indicam que a maior parle dos gêneros de Chironomidae na área de estudo tem
correlação positiva com áreas não desmaiadas.
i Por exemplo, gêneros como Beardius, Tanytarsus, Endotríbelos,
/ íi
Stenochironomus e Caladomyia estão associados com áreas de vegetação, por

causa do substrato e também, pela disponibilidade de alimento, troncos e folhas

(Sanseverino & Nessimian, 1998; Pinder & Reiss, 1983; Reiss, 1968). Couceiro
4
70

et ai. (dados não publicados) constataram nos igarapés de Manaus a maior


/.íl
abundância de Stenochironomus em locais com acúmulo de folhiço, corroborando

^ os resultados aqui apresentados.


ÜV Roque et ai. (2000) sugerem que gêneros como Stenochirononomus,

Ç Endotribelos, FIssimentum, Lauterbomiella, Pseudochironominae, Labrundinia,


'Vr

Beardius, Harníschia, Nllothauma, Saethería, Lopescladius e Monopelopia estão


IV
associados com ambientes pouco impactados, propondo a sua utilização como

indicadores ambientais. No presente estudo com exceção de Monopelopia, que

foi associado a igarapés eutrofizados, os demais gêneros foram encontrados em

locais mais preservados, associados com cobertura vegetal e boa condições de


/ ;rr

oxigênio corroborando Roque et al. (2000).

Marques et al. (1999) sugerem que gêneros de Tanypodinae são sensíveis

«i
íí
a baixos teores de oxigênio dissolvido e altas concentrações de nutrientes. Esses
d
f resultados são corroborados com os aqui apresentados, onde Abiabesmyia,
V,
Larsia e Labrundinia (Tanypodinae) foram associados com igarapés com boa

oxigenação e baixas concentrações de NT, PT e baixos valores de pH e


h.

IC condutividade elétrica.
I
Goeldichironomus teve maior correlação com áreas desmatadas e altas
d >.'1

temperatura e Chironomus com igarapés eutrofizados. Sanseverino et al. (1998)


■fl constataram que Goeldichironomus apresentou correlação negativa com a

saturação de oxigênio na água e que larvas desse gênero são encontradas em


■ÁA
ambientes com grande quantidade de matéria orgânica em decomposição. A
elevada abundância de Chironomus nesse tipo de ambiente já foi mencionada em

diversos estudos como os de Araújo (2000) e Roque & Strixino (2000).

//^
.7 .
71

Trecho médio e trecho foz


'7
No trecho médio, a riqueza de gêneros de Chironomidae foi maior no igarapé

Tarumã e, assim, como os demais macroinvertebrados, a presença de

Chironomidae nesse trecho deve estar mais relacionada à presença de macrófitas

Ç (Thvinho-Sthxino et al., 2000; Trivinho-Strixino & Strixino, 1993). No trecho foz,


%
V os igarapés Quarenta, Mindu e Tarumã não puderam ser comparados, pois
/i
somente no Tarumã foram coletados Chironomidae

/jf Deformidades nas pecas bucais de lan/as de Chironomus


|:r Warwick (1980) utilizando sub-fósseis de Chironomidae estimou como
ocorrência normal aceitável, uma porcentagem de até 8% de deformidades em
■(
um ambiente. Larvas de Chironomus litorâneos com deformidades acima do
/•f mencionado como normal ocorreram em 24% dos igarapés avaliados, enquanto

f para Chironomus bentônicos, essa porcentagem aumentou para 43%.

J' Wanwick (1985) apud Hamilton & Saether (1971) sugere que deformidades
em larvas de Chironomidae são encontradas em áreas contaminadas por esgoto
IL
í í-
Industrial e/ou contaminantes agrícolas, mas não em áreas poluídas por esgoto

doméstico. Segundo Dickman & Rygiel (1996) e Vermeulen (1995), deformidades

em larvas de Chironomidae são respostas à exposição das larvas a metais


'H pesados, organocloropesticidas e outros xenobióticos.
' As deformidades observadas nesse estudo não foram relacionadas ao
.

/. desmatamento e foram relacionadas negativamente às concentrações de PT para


larvas de Chironomus bentônicos, indicando que, provavelmente, outros fatores
1

abióticos, não avaliados no presente estudo, estejam relacionados com essas


4.
deformidades.
72

As deformidades foram observadas em igarapés das microbacias do


•f
Quarenta, do Mindu e do Tarumã. As microbacias do Quarenta e Mindu recebem

aporte de esgoto doméstico, mas também de esgoto industrial, principalmente a

microbacia do Quarenta, o que pode explicar as deformidades, em alta

© porcentagem, observadas em larvas coletadas nessas duas microbacias. Silva et


al. (2001) analisando as concentrações de metais pesados nos sedimentos de
íí
fundo dos igarapés Quarenta e São Raimundo (trecho final do igarapé Mindu)

% observaram altas concentrações de cobre, cromo, níquel e zinco no sedimento de

^ fundo do igarapé Quarenta. A microbacia do Tarumã apesar de não possuir


indústrias instaladas na sua área, possui pequenas propriedades agrícolas
'"-T

'í> (sítios), onde são utilizados pesticidas. Desta forma, estudos relacionados a

metais pesados e pesticidas devem ser realizados em futuros estudos para

lÜ. verificar se as altas taxas de deformidade em larvas de Chironomus desses


'^1 igarapés estariam relacionadas a esses fatores..
r
:>>

V)

Conclusões
' ^

O desmatamento e a poluição orgânica, este último observado

principalmente com aumento nas concentrações de fósforo total, reduzem a

riqueza, densidade de Chironomidae, e também alteram a composição.


h Deformidades nas peças bucais de larvas de Chironomus não foram
/
relacionadas com taxas de desmatamento ou poluição orgânica, na área de
u
7V estudo.
£

p Considerações finais
A fauna de macroinvertebrados aquáticos da área urbana de Manaus foi

Q modificada pela ação de desmatamento e poluição orgânica promovidos pela


urbanização, indicando a degradação desses ambientes.

p O contínuo crescimento populacional de Manaus ocasionará contínuas


perdas na biodiversidade de cursos d'água ainda não impactados nas áreas

próximas ao centro urbano. Para evitar isso, serão necessárias medidas de

prevenção, tal como, preservação da mata ciliar e conscientização da população,

com incentivo à construção de fossas. Áreas próximas a igarapés devem ser


preservadas, para evitar transtornos sociais e econômicos posteriores, pois o

í> processo de recuperação dessas áreas é muito mais demorado e oneroso.

É necessária a implantação de projetos de restauração dos cursos de


t águas urbanas do Município de Manaus, com o desvio do despejo de esgoto que
'/
r

f é feito nos igarapés para tubulações. E também o replantio de vegetação nas


margens desses igarapés.

^ Análises toxicológicas nos igarapés onde foram observadas elevadas taxas


, '1.

de deformidades em larvas de Chironomus devem ser realizadas a fim de se

descobrir quais as causas dessa perturbação.


74

^ Referências bibliográficas

Adis, J., Furch, K. & Irmier, U. 1979. Litter production of a Central-Amazonian

^ black water inundation forest. Tropical Ecology, 20 (2): 236-245.


P AIlan, J.D. 1995. Stream Ecology: structure and function of running waters.
p Chapman & Hall, 388p.
Ir AIlan, J.D. & Flecker, A.S. 1993. Bíodíversity conservation In running waters.

Bioscience, 43(1):32-44.

Alba-Tercedor, J. 1996. Macroinvertebrados acuáticos y calidad de Ias aguas de

Jl los rios. IV Simposio dei agua in Andalucía (SIAGA). Almeria, 2:203-213.

Alba-Tercedor, J. & Sánchez-Ortega, A. 1988. Un método rápido y simple para

evaluar Ia calidad biológica de Ias aguas corrientes basado en el de

íT Hellawell (1978). Limnética. 4:51-56p.

Araújo, P.R.P. 2000. Estudos dos macroinvertebrados bentônicos para avaliação


r '•

da qualidade de água dos rios Paraíba do Sul e Gandu - Estado do Rio de

Janeiro, com relevância para análise de deformidades morfológicas em



"( ■ larvas de Chironomidae (Insecta: Diptera). Tese de Doutorado, Instituto
li
/r Oswaido Cruz, Rio de Janeiro, 132p.

Assis, J.C.F.; Carvalho, A.L & Nessimian, J.L. 2004. Composição e preferência
f- ,
A por microhábitat de imaturos de Odonata (Insecta) em um trecho de baixada

do Rio Ubatiba, Maricá-RJ, Brasil. Revista Brasileira de Entomologia 48(2):


r

273-282.
6
f. Azevedo, C.A.S. 2003. Taxonomia e bionomia de imaturos de Megaloptera

(insecta) na Amazônia Central, Brasil. Dissertação de Mestrado, Instituto

Nacional de Pesquisas da Amazônia/Universidade Federal o Amazonas,

Manaus, 183p.
75

Ayres, M.; Ayres Jr., M.; Ayres, D.L. & Santos, A.S. 2003. Biostat 3.0: aplicações
é
estatísticas nas áreas das ciências biológicas e médicas. Sociedade Civil de

Mamirauá; CNPq. Brasília, DF 290p.

^ Barnes, R.S.K.; Calow, P. & Olive, R.J.W. 1995. Os invertebrados: uma nova
p síntese. Atheneu editora, São Paulo. 592p.

Benstead J.D. & Pringie, C.M. 2004. Deforestation alters the resource base and
.7-
'

'•r
biomass of endemic stream insects in eastern Madagascar. Freshwater
Biology, 49:490-501.

/;/( Benstead, J.P.; Douglas, M.M. & Pringie, C.M. 2003. Relationships of stream
invertebrate communities to deforestations eastern Madagascar. Ecologicai
#
(> Appiications, 13(5): 1473-1490
//'■ ■
f
Bervoets, L, Salis, D.; Romero, A.M.; van Damme, P.A. & Ollevier, F. 1998, Trace
íH
metal leveis in Chironomid larvae and Sediments from a Bolivian River:
r T

X
./.í Impact of mining activies. Ecotoxicoiogy and Environmental Safety, 41:275-
,v

283.

Bobot, T.E. & Mamada, N. 2002. Plecoptera genera os two streams in Central
(l
I H.
a" Amazônia, Brazil. Entomotropica, 17(3):299-301.

Bojsen, B.H. & Barriga, R. 2002. Effects of deforestation on fish community


-1^ structure in Ecuadorian Amazon streams. Freshwater Biology, 47: 2246-
/I 2260.
<>■
/
Boyero, L. 2003. The quantification of local substrato heterogeneity in streams and
its significance for macroinvertebrate assemblage. Hydrobiologla, 499:161-
168

/■
o
-0
76
e

Buss, D.F.; Baptista, D.F.; Nessimian, J.L. & Egier, M.; 2004. Substrate specificity,

JP environmental degradation and disturbance structuring macroinvertebrate


^ assemblages in neotropical strems. Hydrobiologia, 518:179-188.
©
Cailisto, M.; Vono, V.; Barbosa, A.F. & Santeiro, S.M. 2002. Chironomidae as a

food resource for Leporínus amblyrhynchus (Teleosteí: Characiformes) and

Pimelodus maculatus (Teleosteí: Siluriformes) in a Brazilian reservoir.

Ludiana, 3(1):67-73.

r Cailisto, M.; Moretti, M. & Goulart, M. 2000. Macroinvertebrados bentônicos como


:r.
ferramenta para avaliar a saúde de riachos. Revista Brasileira de Recursos

H/ofr/cos 6(1 ):71-82.


f

Cailisto, M.; Esteves, F.; Gonçalves, J. & Fonseca, J. 1998a. Benthic


i
macroinvertebrates as indicators of ecological fragility of small rivers
$■
f
(igarapés) in a bauxite mining region of Brazilian Amazônia. Amazoniana,
r/',

( 15(1):1-9.
/)
Cailisto, M.; Esteves, F.; Gonçalves, J. & Fonseca, J. 1998b. Impacts of bauxite

tailings on sediment granulometry and distribution of benthic macrofauna in

an igarapé in central Amazônia, Brazil. Journal of the Kansas Entomology

Society, 71(4):443-451.
% Cailisto, M.; Fonseca, J. & Gonçalves, J. 1998c. Benthic macroinvertebrate
./> community structure in an Amazonian lake impacted by bauxite tailing (Pará,
Brazil). Verhandiungen Internationale Vereiningang für Theoretische und
Angewandte Limnologie, 26:2053-2055.

Cailisto, M. & Esteves, F.A. 1996. Macroinvertebrados Bentônicos em dois Lagos

Amazônicos: Lago Batata (um Ecossistema Impactado por Rejeito de

Bauxita) e Lago Mussurá (Brasil). Acta limnoiogica Brasiliensis. 8:137-147.

/•
c
./9s
::r^

77

Camargo, A.F.L; Bini, L.M. & Schiavetti, A. 1995. Avaliação dos impactos

provocados pelas descargas de esgotos orgânicos em alguns corpos d'água

do município de Rio Claro. Pp 395-406. In: Esteves, F.A. (ed). Estrutura,


•V
Funcionamento e Manejo de ecossistemas brasiieiros. Série Oecologia
ç
Brasiliensis, vol. 1, PPGE-UFRJ, Rio de Janeiro.
•f'
.'V

(77. Cargnin-Ferreira, E. 1998. Fatores influindo na distribuição de grupos funcionais

de macroinvertebrados aquáticos em pequenos tributários do rio Jaú,


z
Amazônia Central. Dissertação de Mestrado, Instituto Nacional de Pesquisas
r

da Amazônia/Universidade Federal do Amazonas, Manaus, Amazonas,52p.


Carpenter, S.R.; Caraco, N.F.; Corrrell, M. & Howarth, R.W. 1998. Nonpoint

z.
poliution of surface waters with phosphorus and nitrogen. Ecology
i
Applications 8:559-58.
f
{
V'
Chamizo-Garcia, H.A. & Orias-Arguedas, L. 1999. El ambiente y Ias
{J\

{
enfermedades de transmisión hídrica en Ia cueca dei rio Grande de Tárcoles,

Costa Rica. Revista Costarricense de Salud Pública, 8(15):1409-1429

Ciements, W.H. 1994. Benthic invertebrate community responses to heavy metais

in the Upper Arkansas River Basin, Colorado. Journai of the North American

Benthologic Society, 13(1):30-44.

Ciements, W.H.; Farris, J.L; Cherry, D.S. & Cairns, J. 1989. The influence of
''!
/? water quaiity on macroinvertebrate community responses to capper in
outdoor experimental streams. Aquatic Toxicoiogy, 14:249-262

Cleto-Filho, S.E.N. & Walker, I. 2001. Efeitos da ocupação urbana sobre a

macrofauna de invertebrados aquáticos de um igarapé da cidade de

Manaus/AM - Amazônia Central. Acta Amazônica, 31(1):69-89.


/•
/
■O

78

9 Cordeiro-Neto & Dutra-Filho, 1981. O aporte de fósforo ao lago Paranoá (Brasília)

19p In: Livro de Resumos do Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e


'Q
Ambiental. Fortaleza.
ATA
•V
Covích, A.P.; Palmer, M.A. & Crowl, T.A. 1999. The role of benthlc ínvertebrate
o
C species In freshwater ecosystems: zoobenthlc species Influence energy flows
C'
and nutríent cycling. Bioscence, 49:119-140

Cowell, R.K. & Coodington, J.A. 1994. Estimating terrestrial biodiversity through
extrapolation. Philosophic Transactions of Royal Society, 345:101-118

Chu, E.W. & Karr, J.R. 2001. Environmental impact, concept and measurement of.

Encyclopedia of Biodiversity 2\557'57e.

L"'
Cushman, R.M. 1994. Chironomid deformities as indicators of poilution from a
'C
synthetic cool-derived oil. Freshwater Bioiogy, 14:179-182.
í
/'
Delgado, C.A.V. 2002. Spatial and temporal distribution patterns of Odonata
r/',

(
larvae In streams of a terra firme forest of Central Amazon, Brazil. Journalof

Freshwater Ecology, 17(4):555-561.

Dickman M. & Rygiel, G. 1996. Chironomid larval deformity frequencies, mortality

and diversity in heavy-metal contaminated sedimente of Canadian riverine

wetiand. Environmental International, 22(6):693-703.


f

Dodds, W.K. 2002. Freshwater Ecology, concepts and environmental appiications.


/? Aquatic Ecological Series. Academia Press, San Diego, USA. 569p.
England, L.E. & Rosemond, A.D. 2004. Small reduction in forest cover weaken
terrestrial aquatic linkages in headwater streams. Freshwater Bioiogy,
49:721-734.
(

Epier, J.H. 2001. Identification Manual for the larval Chironomidae (Diptera) of
t North and South Carolina. A guide to the taxonomy of the midges of the

/•
o

s
ۥ

^ southeastern United States, including Florida. Special Publication. Norlh
"O
Xi' Carolina Department of Environment and Natural Resources, Ralelgh, NC,
O
and St. Johns River Water Management District, Palatka, 526p.

Epier, J.H. 1995. Identification Manual for the Larval Chironomidae (Diptera) of
C
0 Florida. Revised edition. FL Dept. Environ. Protection, Tallahassee, 317pp
C'
^ Esteves, F.A. 1998. Fundamentos de limnologia. Interciência. 2- edição, Rio de
^ Janeiro, 602p.
.(p

'I Esteves, F.A. & Nogueira, F. 1995. The influence of floating meadows and
hydrological cycles on the mains abiotic characteristics of a tropical oxbow

lake. pp 117-128. In: Esteves, F.A. (ed). Estrutura, funcionamento e manejo

de ecossistemas brasileiros. Série Oecologia Brasiliensis, vol. 1, PPGE-


i UFRJ, Rio de Janeiro.
ír
( Fearnside, P.M. 2003. A floresta amazônica nas mudanças globais. Instituto
Cl'
"r
Nacional de Pesquisas da Amazônia, Manaus-AM, 134p.
(,
r,y
Fittkau, E.J. 2001. Amazonian Chironomidae (Diptera, Chironomidae): A

contribution to chironomid research in the Neotropics. Amazoniana 16(3-


1

4):313-323.

Fittkau, E.J. 1964. Remarks on limnology of Central Amazon rainforest streams.

^ Verhandiungen Internationale Vereiningang für Theoretische und

/' Angewandte Limnologie, 15:1092-1096.


c. Forsberg, B.R. & Cargin-Ferreira, E. 2000. Trophic structure of macroinvertebrate
communities in the Jau River system. Brazilian Journal of Ecology. 3(2):55-

; 80.
i

Galdean, N.; Cailisto, M. & Barbosa, F.A.R. 2000. Lotic ecosystems of Serra do
" Cipó, southeast Brazil: water quallty and a tentativa classification based on
D

80

the benthic macroinvertebrate community. Aquatic Ecosystem Health and


O
Management, 3:545-552.

Groenendijk, D.; Lücker, S.M.G.; Plans, M.; Kraak, M.H.S. & Admiraal, W. 2002.

Dynamics of metal adaptation in riverine chironomids. Environmental


D
Poilution, 117:101-109.
C'
.r>
Hamada, N. & Couceiro, S.R.M. 2003. An lllustrated key to nymphs of Perlidae

(Insecta: Plecoptera) genera in Central Amazônia, Brazil. Revista Brasileira

de Entomoiogia, 47(3):477-480.

Hamada, N. & Oliveira, S.J. 2003. Food items of larva of Rimanella arcana

f.'
(Odonata: Amphipterygidae) in Central Amazônia, Brazil. Entomotropica

18(2):153-155.

'L Hamada, N.; Mccreadie, J.W. & Adier, P.H. 2002. Species richness and spatial
$
(
;
distribution of blackflies (DIptera: Simuliidae) in streams of Central Amazônia,
("/•
^ r
Brazil. Freshwater Bioiogy, 47:31-40.
(.

'-Jl Hamada, N. & AdIer, P.H. 2001. Bionomia e chave para imaturos e adultos de

Simulium (Diptera: Simuliidae) na Amazônia Central, Brasil. Acta Amazônica,

31(1):109-132

Hamada, N. & McCreadie, J.W. 1999. Environmental factors associated with the

distribution of Simulium perflavum (Diptera: Simuliidae) among streams in

Brazilian Amazônia. Hydrobiologia, 397:71-78

Hamilton, A.L. & Saether, O.A. 1971. The occurrence of characteristic deformities

in the chironomid larvae of several Canadian lakes. Canadian Entomology


103:(3):363-368.

Henderson, P.A. & Walker, I. 1986. On the leaf litter community of the Amazonian
black water stream tarumãzinho. Journal of Tropical Eco/ogy 2:1-17.

j
.0

81

0
^ Henry, R.; Uieda, V.S.;. Afonso, A.A.O. & KikuchI, R.M. 1994. Input of
allochthonous and struoture of fauna in a Brazilian headstream.

Verhandiungen Internationale Vereiningang für Theoretische und

Angewandte Limnologie 25:1866-1870.


Q
Holzenthal, R.W. & Pes, A.M.O. 2004. A new genus of long-horned caddifly from
c
the Amazon basln (Trichoptera: LeptoceridaeiGrumichellIni). Zootaxa, 621:1-

16
/P

IBGE. 2000. http//www.ibge.gov.br. webpage visitada em 08/11/2003

INPE.(2004). http //www.inpe.br/prodes. Visitada em 08/112003

Junk, W.J. & Piedade, M.T.F. 1997. Plant life in the floodplain with special

reference to herbaceous plants. pp.147-186 In: Junk, W.J. (ed). The Central
■'l
Amazon Floodplain: Ecology of a Pulsing System. Ecological Studies, Vol.
ílr
(
126, Springer Verlag, Nova York.
■f

<:/•
' r

(
Karr, J.R. 2002. What from ecology is relevant to design and planning? pp.133-

172. In: Johnson, B.R. & Hill, K (eds). Ecology and Design: Frameworks for

Learning. Island Press, Washington.

Karr, J.R. 1999. Defining and measuring river health. Freshwater Blology, 41:221-

234.

Karr J.R. & Morishita-Rossano, E.M. 2001. Appiying public health lessons to

protect river health. Ecology and Civil Engineering, 4(1);3-18.


Kulmann, M.L.; Hayashida, C.Y. & Araújo, R.P.A. 2000. Using Chironomus
(Chironomidae: Diptera) mentum deformities in environmental assessment.
/ Acta LImnologIca BrasHIensla, 12:55-61.

h
—^

o
® 82

^ Laurance, W.F; Albernaz, A.K.M.; Schroth, G.; Fearnside, P.M.; Bergen, S.

Ventincinque, E.M. & Costa, 0. 2002. Predictors of Deforestation in the


©
Q Brazillan Amazon. Journal of Biogeography, 29: 737-748.
Uma, W.P. & Zakia, M.J.B. 2001. Hidrobiologia de matas ciliares pp. 33-44 In:
D
Rodrigues, R.R. & Leitão filho, H.F. (eds). Matas ciliares: conservação e
r
W
recuperação. Editora da Universidade de São Paulo. São Paulo.

Marques, M.M.G.S.M.; Barbosa, A.F.A.R. & Calilisto, M. 1999. Distribution and

abundance of Chironomidae (Diptera, Insecta) in an impacted watershed in

South-east Brazil. Revista Brasileira de Bioiogia, 59(4):553-561

Martins, S.V. 2001. Recuperação de matas ciiiares. Editora Aprenda Fácil, São
f

% Paulo, 143p
vL
McCafferty, W.P. 1981. Aquatic Entomoiogy, Science Books International Inc.,
%
(
Boston, 448.
(/;
f Mendonça, F.P. 2001. Ictiofauna de terra firme: estrutura das comunidades de
r.

duas bacias hidrográficas da Reserva Fiorestal Ducke, Amazônia Central,

Manaus. Dissertação de Mestrado, Instituto Nacional de Pesquisas

daAmazônia/Universidade Federal do Amazonas, Manaus, 43p.

Meregalli, G.; Pluymers, L. & Ollevier, F. 2001. Induction of mouthpart deformities

ít, in Chironomus riparius larvae exposed to 4-n-nonyphenol. Environmental

Poilution, 111:241-246.

Merritt, R.W. & Cummins, K.W. 1996. An Introduction to the Aquatic Insects ofthe

North América. Kendall/Hunt Publishing Destespany. Dubuque, lowa, 862pp

Miserendino, M.L. & Pizzolón, L.A. 2001. Rapid assessment of river water quality
using macroinvertebrates: A family levei biotic index for the patagonic andean
h

zone. Acta Limnologica Brasiliensia, 11(2):137-148.


83

m
Morley, S.A. & Karr, J.R. 2002. Assessing and restoring the health of urban
O
"C streams in the Puget Sound Basin. Conservation Biology, 16:1498-1509.

o. Nagumo, T. & Hatano, R. 2000. Impact of nitrogen cycling associated with


production and consumption of food on nitrogen poilution of stream water.
o

SoW Science Plantation Nutrients, 46:325-342.


c
Nessimian, J.L.; Amorim, R.M. & Henriques-Oliveira, A.L.; Sanseverino, A.M.

2003. Chironomidae (Diptera) do Estado do Rio de Janeiro: Levantamento


dos gêneros e habitat de ocorrência. Publicações Avulsas do Museu
>^j
Nacional, 98:1-16.

e. Oliveira, C. 1996. Aspecto de biologia de comunidade de insetos aquáticos da


(

^ ordem Trichoptera Kirby, 1813, em córregos de cerrado do município de


't Pirenópolis, Estado de Goiás. Tese de Doutorado, Universidade de São
:l^
(
Paulo, São Paulo, 120p.
a

(
Oliver, D.R. 1971. Life history of the Chironomidae. Annual Review of Entomology.
r'

\J 16:211-229.

Paul, M.J. & Meyer, J.L. 2001. Strems in the urban landscape. Annual Review of
■:í

Ecology and Systems, 32:333-365

Pereira, D.L.V. 2004. Distribuição e chave taxonômica de gêneros de


Gerromorpha e Nepomorpha (Insecta: Heteroptera) na Amazônia Central,
/ Brasil. Dissertação de Mestrado, Instituto Nacional de Pesquisas da
' Amazônia/Universidade Federal do Amazonas, Manaus, 141p.

Perrow, M.R.; Jowitt, A.J.D. & Johnson, S.R. 1996. Fatores affecting the habitat
^ selection of tench in a shallow eutrofic lake. Journal of Fish Biology, 48:859-

^ 870.
>7


84
-o
©
Pes, A.M.O. & Hamada, N. 2004. Ceratotrichia Flint, 1992 (Trichoptera:

Hydroptilidae) larval and pupal description and new genus records for Brazil.

Entomotropica, 19(1):31-37.
6'^
Pes, A.M.O. & Hamada, N. 2003. The occurrence of Taraxitrichia Flint & Harrís,

C 1992 (Trichoptera: Hydroptilidae) in Brazil, with descriptions of the final larval


C
■Pt
stage. Zootaxa, 328:1-7.

Pes, A.M.O. 2001. Taxonomia e estrutura de comunidade de Trichoptera (insecta)


no município de Presidente Figueiredo, Amazonas, Brasii. Dissertação de

Mestrado, Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia/Universidade


c Federal do Amazonas, Manaus, 166p.
(

l, Piedade, M.T.F. & Junk, W.J. 2000. Natural grassiands and herbaceous plants in
the Amazon floodplain and their use. pp. 269-290 In: Junk, J.W.; Piedade,
í M.T.F. & Soares, M.G.M. (eds). The Central Amazon floodplain: Actuai use

and options for sustainabie management. Blackhuys Publisher, Leiden.

Pinder, L.C.V. & Reiss, F. 1983. The larvae of Chironominae (Diptera:

Chironomidae) of the Holarctic region - Key and diagnoses pp. 293-437 In:
•:í

Wiederholm, T. (ed). Chironomid of the Holarctic region. Part. 1. Larvae.

j Entomologica Scandinavica.

1r' Powell, J.; Bali, Z. & Bails, J. 1996. Consensus building and grass roots efforts in a
f comprehensive urban watershed management program, Watershed 96,
■ Baltimore (MD), ÜS EPA, 228-230.

Primack, R.; Rozzi, R.; Feinsinger, P. & Massardo, F. 2001. Conservacion fuera
/ de Ias áreas protegidas, pp. 521-557 In: Primack, R.; Rozzi, R.; Feinsinger,
^ P. & Massardo, F. (eds). Fundamentos de conservacion biológica:
perspectivas iatinoamericanas. Fondo de Cultura Econômica, México, 797p.

<

,1

#
.0
85
-O

^ Projeto Geo-Cidades: Relatório Urbano Ambiental Integrado: Informe Geo:


Manaus. 2002. Supervisão: Ana Lúcia Nadalutti La Roven, Samyra Crespo;

coordenação: Rui Velloso. Rio de Janeiro: Consórcio Parceria 21, IBBp.

Reiss, F. 196B. Chironomidae. 261-26B In: Willians J.A.R. & Edman, J.D. (eds).
C
0 Ocurrence of blood meai In two species of Corethrella In Florida. Annual of
^ Entomologic Society of América. 1336p.
Resh, V.H.; Brown, A.V.; Covick, A.P.; Gurtz, M.E.; li, H.G.; Minshall, G.W.; Reice,
1 S.R.; Sheldon, A.L; Wallace, J.B. & Wissmar, R.C. 19BB. The role of
disturbance in stream ecology. Journal of the North American Benthological

Ç Society, 7:433-455.
r

Ribeiro, J.M.F. 2004. Plecoptera (Insecta) adultos da Reserva Florestal Adolpho


Ducke, Manaus, Amazonas. Dissertação de Mestrado, Instituto Nacional de
(T

(
.j
Pesquisas da Amazônia/Universidade Federal do Estado do Amazonas,
rr

Manaus, 93p.
r'
:/ Roback, S.S. 1969. Notes on the food of Tanypodinae larvae. Entomological
News,80: ^3-^8.
i

Roque, F.O.; Trivinho-Strixino, 8.; Couceiro, S.R.M.; Mamada, N.; Volkmer-


; Ribeiro, C. & Messias, M.C. 2004. Species of Oukuriella Epier (Diptera,

r.
Chironomidae) inside freshwater sponges in Brazil. Revista Brasileira de
^ Entomologia,48(2):29^''292
• Roque, F.O.; Pepinelli, M., Fragoso, E.N.; Ferreira, W.A.; Bariliari, P.R.,
Yoshinaga, M.Y.; Strixino, S.T.; Verani, N.F. & Lima, M.I.S. 2003. Ecologia de
" macroinvertebrados, peixes e vegetação ripária de um córrego de primeira
1

ordem em região de cerrado do Estado de São Paulo (São Carlos, SP) pp.

1' ■

m
-D
dO
86
O
©
313-338. In: Ecótonos nas interfaces dos ecossistemas aquáticos. Rima, São

^ Carlos.

Roque, F.O.; Corbi, J.J. & Trivinho-Strixlno, 8. 2000. Considerações sobre a


-O
utilização de larvas de Chironomidae (Diptera) na avaliação da qualidade de
o
O água de córregos do Estado de São Paulo. pp. 115-120 In: Espínola, E.;
O
Botta-Paschoal, C.R.M.; Rocha, O.; Bohrer, M.C.B.; Oliveira-Neto, A.L. (eds).

Ecotoxicoiogia: Perspectivas para o século XXi. Rima, São Carlos.


Roque, F.O. & Trivinho-Strixino. 2000. Avaliação preliminar da qualidade da água

O
em córregos do município de Luiz Antônio (SP) utilizando

í'"' macroinvertebrados como indicadores, pp. 731-771 In: Santos, J.E. & Peres,

F) J.S.R.(eds). Estação Ecológica do Jatai, Rima, São Carlos.


íf-
Rosenberg, D. M. & Resh, V.H. 1993. Introduction to freshwater biomonitoring and
i'
( ;
benthic macroinvertebrates. pp. 1-9 In: Rosemberg, D.M. & Resh, V.H (eds).
(T)

( Freshwater biomonitoring and Benthic macroinvertebrates. Chapman & Hall,


r;

New York.

Roy, A.H.; Rosemond, A.D.; Paul, M.J.; Leigh, D.S. & Wallace, J.B. 2003. Stream

macroinvertebrates response to catchment urbanization (Geórgia, USA)

^ Freshwater Biology, 48:329-346

1 Sanseverino, A. & Nessimian, J.L. 1998. Habitat preference of Chironomidae


f larvae in na upland stream of Atlantic Forest, Rio de Janeiro State, Brazil.
íy
(
Verhandiungen internationaie Vereiningang für Theoretische und
Angewandte Limnoiogie, 26:2141-2144
- i
fj

Sanseverino, A.; Nessimian, J.L. & Oliveira, A.L.H. 1998. A fauna de

Chironomidae (Diptera) em diferentes biótopos aquáticos na Serra do Subáio


(Teresópolis, RJ), pp. 253-263. In: Nessimian, J.L. & Carvalho, A.L. (eds).
-D

87
-■O

Ecologia de Insetos Aquáticos. Série Oecologia Brasillensis, vol. 5, PPGE-


<0
- UFRJ, Rio de Janeiro.
X?
Scrimgeour, G.C. & Chambers, P.A. 2000. Cumulative effects of pulp mill and

r\
municipal effiuent on epilithic biomass and nutrient limitation in large northern

O river ecosystem. Canadian Journal of Fisheries and Aquatic Science,


O
57:1342-1354.

' Scrimgeour, G.J.; Tonn, W.M.; Paszkowski, C.A. &; Aku, P.M.K. 2000. Evaluating
/
', ) the effects of forest harvesting on littoral benthic communities within a natural
.0
p disturbance based management model. Forest Ecology and Management
}/) 126:77-86.
r)

Silva, M.S.R.; Ramos, J.F. & Pinto, A.G.N. 2001. Metais em transição nos
4-
sedimentos de igarapés de Manaus, AM. Acta Limnologica Brasiliensia,
i"
(' ,
11(2):89-100.
o
(- Sioli, H. 1976. A limnologia na região amazônica brasileira. Anais do I Encontro
n
Nacionai sobre Limnoiogia e Pesca Continentai, 153-169.

Sioli, H. 1956. Umber Natur and Mensh in brasilianinchen Amazonas gebiet.


a

Erdkunde, 10:89-109.

Sonneman, J.A.; Wash, C.J.; Breen, P.F. & Sharpe, A.K. 2001. Effects of

urbanization on streams of Meibourne region, Victoria, Austrália. II. Benthic

diatom communities. Freshwater Biology, 46:553-565

Strixino, G. & Trivinho-Strixino, S. 1998. Povoamento de Chironomidae (Diptera)

em lagos artificiais, pp. 141-154. In: Nessimian, J.L; Carvalho, L (eds).


Ecologia de insetos Aquáticos. Oecologia Brasillensis, vol. 5, PPGE-UFRJ,
Rio de Janeiro.
D
■JD
88
-0
IP'
Takeda, A.M. & Parreira, M.C.F.; Barbosa, A.R. 2000. Zoobenthos survey of the

pantanal. Mato Grosso do Sul, Brazil, pp. 49-55. In: Willink, P.W.; Chernoff,

V B.; Alonso, L.E.; Montambault, J.R. & Lourival R. (eds). Rapid Assessment
4!)
Program.
O
O Taylor, S.L.; Roberts, S.; Wash, C.J. & Hatt, B.E. 2004. Catchment urbanization
O
r/) and Increased benthic algal biomass In streams. Linking mechanisms to
management. Freshwater Biology, 49:835-851.
/j]

Thorne, R.S.T. & Williams, W.P. 1997. The response of benthic

M
macroinvertebrates to poilution in developing countries: a multimetric system
(/)
of bioassessment. Freshwater Biology, 37:671-686.
í )

Ví Tolonen, K.T.; Hãmãlãinenm H.; Holopainen, I.J.; Mikkonen, K. & Karjalainen,


f- .
2003. Body size and substrato association of littoral insects in relations to
í(
vegetation struture. Hydrobiologia, 499:179-190.
9: '
c Trayler, K.M. & Davis, J.A. 1998. Forestry impacts and the vertical distribution of
/'■ f
stream invertebrates in south-west Austrália. Freshwater Biology, 40:331-342
r

^ Trivinho-Strixino, S. & Strixino, G. 1995. Larvas de Chironomidae (Diptera) do


Estado de São Paulo: Gula de Identificação e diagnose dos gêneros. São

^ Carlos: Pograma de Pós-graduação da Universidade Federal de São Carlos,

í São Carlos, 229p.


Trivinho-Strixino, S.; Corrêa, L.C.S. & Sonoda, K. 2000. Phytophilous

7 Chironomidae (Diptera) and other macroinvertebrates in ox-bow infernão lake


(Jatai Ecological Station, Luiz Antonio, SP, Brazil) Revista Brasileira de
Y Biologia, 60(3):527-535.
I
D
89
-<0

Triviho-Strixino, S. & Strixino, G. 1993. Estrutura de comunidade de insetos


TV-.'

aquáticos associados à Pontederia lanceolata Nuttal. Revista Brasileira de

Biologia, 53(11):103-111.

Uieda, V.S. & Kikuchi. R.M. 1995. Entrada de material alóctone (detritos e
O
invertebrados terrestres) num pequeno curso de água corrente na cuesta de
O
./o
Botucatu, São Paulo. Acta Liminologica Brasiliensia, 7:105-114.
/
Valderrama, J.C. 1981. The simultaneous analysis of total N and P in natural
-or)

í' waters. Marine Chemistry, 10:1009-1022.


ÇJj
O
Valiente, C. & Mora, D. 2002. El papel dei agua para consumo humano en los
y brotos de diarrea reportados en el período 1999-2001 en Costa Rica. Revista
'íf) Costarriquena dei Salud Publica 11(20).
'ií
Vannote, R. L; Minshall, G. W.; Cummins, K. W.; Sedell, J. R. & Cushing, 0. E.
r
1980. The river continuum concept. Canadian Journal of Fisheries and
O;
C Aquatic Science, 37:130-137.
Vermeulen, A.C.; Liberloo, G.; Dumont, P.; Ollevier, F. & Goddeeris, B. 2000.
^ Exposure of Chironomus riparius larvae (Diptera) to lead mercury and beta-
sitosterol: effects on mouthpart deformation and mouthing. Chemosphere,
V 41(10):1581-1591.

Vermeulen A.G. 1995. Elaborating Chironomid deformities as bioindicators of


^ toxic sediment stress: the potential appiication of mixture toxicy concepts.
Annual Zoological Fennici, 32: 265-285
r

Volienweider, R.A. 1969. Moglichkeiten und Grenzen elementar Modelle de


/
Stoffbilanz von Seen. Archive fur Hydrobiologie, 66.1-36
'/
Walker, I. 1998. Population dynamics of Chironomidae (Diptera) in the Central
Amazonian blackwater river Tarumã-Mírim (Amazonas, Brasil), pp. 235-252
o

SP». 90

In: Nessimian, J.L & Carvalho, A.L. Insetos Aquáticos, Oecologia Brasiliensis,

vol. 5, PPGE-UFRJ, Rio de Janeiro.

Walker, I. 1994. The benthic litter-dweiling macrofauna of tha amazonian frest


•ír-^
stream Tarumã-Mírim: patterns of colonization and their implícations for
c
C'^ community stability. Hydrobioíogia, 294:75-92.
o
Walker, I. 1992. Life history traíts of shrimps (Decapoda, Palaemonidae) of

,./ amazonian island waters and their phylogenetic interpretation. Studles on


r/.\

Neotropical Fauna and Environment, 27:131 -143.

Walker, I. 1990. Ecologia e biologia dos igapós e igarapés. Ciência Hoje,


.(/.
11(64):46-52.
r>.

p) Walker, I. 1987. The biology of streams as part of Amazonian forest ecology.


•t
Experientia, 43:280-289.
d

L Walker, I. 1986. Experimente on colonization on small water bodies by Culicidae


0: '
r and Chironomidae as a function of decomposing plant substratos and their

implications for natural Amazonian ecosystems. Amazoniana, 10(1 ):113-125.

^ Walker, I. 1978. Rede de alimentação de invertebrados das águas pretas do


sistema do rio Negro. Acta Amazônica, 8(3):423-438.
^ Wang, F.; Tessier, A. & Landis, H. 2001. Oxygen measurements in the burrows of
d freshwater insects. Freshwater Bioiogy, 46:317-327.
V' • •
y Warwick, W.F. 1992. The effect of trophic contaminant interactions on chironomid
/

Ji community structure and sucession (Diptera: Chironomidae). Netherlands


Journal ofAquatic Ecoiogy, 26(2-4):563-575.
' Warwick, W.F. 1990. Morphological deformities in Chironomidae (Diptera) larvae
.1

from Lac St. Louis and Laprairie basins of St. Lawrence River. Journai of

Great Lakes Research, 16:185-208.

/■

í/.

\
o
e
91

Warwick, W.F. 1989. Morphological deformities in larvae of Procladius Skuse

^ (Díptera: Chironomidae) and their biomonitoring potential. Canadian Journal


'C

'
i-
of Fisheries and Aquatic Science, 46(7):1255-1271.

Warwick, W.F. 1988. Morphological deformities in Chironomidae (Diptera) larvae


C
c as biological indicators of toxic stress, pp. 281-320 In: Evans, M.S. (ed).

Toxic Contaminants and Ecosystem Health: a Great Lakes Focus. Advances

in Environmental Science and Technology, Wiley & Sons, New York.

Warwick, W.F. 1985. Morphological abnormalities in Chironomidae (Diptera)


larvae as measures of toxic stress in freshwater ecosystems: indexing
I antennal deformities in Chironomus Meigen. Canadian Journal of Fisheries
and Aquatic Science, 42:1881-1914.

Warwick, W.F. 1980. Paleolimnology of the Bay of Quinte, Lake Ontario: 2800
years of cultural influence. Canadian Builetin of Fisheries and Aquatic
r

r" •
Society, 206:117p.
r Wash, C.J.; Sharpe, A.K.; Breen, P.F. & Sonneman, J.A. 2001. Effects of
urbanization on streams of the Meibourne region, Victoria, Austrália. I.
Benthic macroinvertebrate communities. Freshwater Bioiogy, 46:535-551.
Wash, C.J. 2000. Urban impacts on the ecology of receiving waters: a framework
for assessment, conservation and restoration. Hydrobiologia, 431:107-114.

( ,
Waters, T.F. 1995. Sediment in streams: sources, biological effects and control.
American Fisheries Society Monograph 7. Bathesda, Maryland 252p.
Wendy, M.K. &; Smock, L.A. 2001. Effects of logging on macroinvertebrate
production in a sand-bottomed, low gradient stream. Freshwater Bioiogy,
46:821-833.

Wiggins, G.B. 1998. Larvae ofthe North American caddisfiy genera (Trichoptera)
University Buffalo, London, 456p.

Zar, J.R. 1996. Biostatisticai Analysis. Prentice Hall Inc. New Jersey, 662p.
o
}.>y
92
C:-
Apêndices
í
Tabela 1. Localização geográfica dos pontos de coleta de macroinvertebrados
litorâneos e bentônicos, nos igarapés urbanos de Manaus, no período de 10-
11/2003.
Tributários Tributários
laarabé Bacia Latitude Longitude Igarapé Bacia Latitude Longitude
1 Quarenta 03e06'41,7" 059259'15,6" 34 Quarenta 03905'56,9" 059858'10,1"
2 Quarenta 03®07'18,6" 059®59'31,1" 35 Quarenta 03205'24,2" 059857'11,6"
■"
3 Quarenta 03207'56.8" 059S59'33,9" 36 Mindu 03S04'11,5" 059857'36,7"
4 Quarenta 03W36,9" 059®59'44,0" 37 Quarenta 03®06'20,5" 059858'42,3"
\
5 Quarenta 03W16,7" 059S59'54.3" 38 Mindu 03800'20,5" 059854'5702"
6 Quarenta 03®07'49,8" 059859'07,3" 39 Mindu 03®00'47,1" 059855'56,3"
7 Quarenta 03®04'56,0" 059®56'36,4" 40 Mindu 03«0r36,5" 059855'27,5"
('/ : 8 Quarenta 03°06'22,2" 059857'26,1" 41 Mindu 03®03'42,6" 059858'10,6"
9 Mindu 03®05'32,8 060®01'48,4" 42 Tarumã 03®00'51,5" 059859'15,5"
ri) 10 Mindu 03°04'36,1" 060S00'47,9" 43 Tarumã 03®0r26,0" 059858'21,1"
11 Mindu 03«05'17,0" 060®02'53,2" 44 Tarumã 03®00'53,8" 060800'01,4"
c
('- 12 Mindu 03«02'22,7" 059°59'15,5" 45 Tarumã 02259'32,0" 059859'46,4"
( 13 Mindu 03»05'38,0" 060200'02,7" 46 Tarumã 03=00'13,7" 060801'15,7"
r, - 14 Mindu 03S05'43,7" 060S01'10,4" 47 Outro 02858'49,1" 060805'25,7"
15 Mindu 03®04'35,3" 059959'34,5" 48 Tarumã 03®00'35,9" 060802'40,8"
r
16 Mindu 03^01'59,3" 059=58'15,6" 49 Tarumã 03®02'45,4" 060804'43,7"
17 Mindu 03S02'28,7" 059S57'48,9" 50 Tarumã 02S58'53,5" 060800'54,1"
18 Mindu 03802'15,8" 060®00'55,8" 51 Tarumã 02259'42,4" 060803'09,7"
19 Mindu 03701'48,6" 059«57'03,0" 52 Tarumã 03801'25,4" 059859'31,8"
20 Mindu 03®03'24,0" 059®59'10,2" 53 Tarumã 02859'42,2" 059858'53,1"
í 21 Mindu 03fi02'18,1" 059«57'10.9" 54 Outro 03804'43,7" 060804'09,5"
í 22 Mindu 03902'05,0" 059855'55,2" 55 Outro 03803'39.8" 060803'03,5"
23 Mindu 03S03'34,9" 059856'33,4" 56 Outro 03202'59,2" 060802'46,7"
( ,
24 Mindu 03®03'30,0" 060®02'11,2" 57 Mindu 03804'27,6" 059858'24,6"
f ,
/■ 25 Mindu 03S03'04,4" 060S00'50,2" 58 Quarenta 03806'40,5" 060900'02,1"
26 Mindu 03®02'30,3" 059®59'39,6" 60 Quarenta 03805'02,2" 059856'24,9"
27 Mindu 03®05'58,9" 060®03'50,5" 61 Tarumã 03800'20,1" 060804'19.4"
(
28 Mindu 03®04'42,2" 060®03'38,5" 62 Tarumã 03801'12,2" 059858'31,5"
29 Quarenta 03®06'58,0" 059S58'05,6" 64 Tarumã 03802'31,4" 060804'13,9"
30 Quarenta 03®05'32,6" 059956'28,6" 65 Tarumã 03801'55,9" 060803'40,2"
i 31 Quarenta 03TO'51,2" 059256'36,4" 66 Tarumã 03801'11,6" 059857'195"
32 Quarenta 03S04'45,8" 059e56'50,3" 67 Tarumã 03801'16,7" 059857'00,3"
' Quarenta 03W11,5" 060W36,7"
33
D
G
93
"O

Tabela 2. Localização geográfica dos pontos de coleta de macroinvertebrados


litorâneos e bentônicos, nos trechos médio e trechos foz dos igarapés Quarenta,
Mindu e Tarumã, em Manaus, no período de 10-11/2003.

Médio Local Latitude Longitude

Q 59 Quarenta 03S06'54,1" 059°58'15,0"

O 63 Mindu 03TO'48,1" 059°57'46,1"


71 Tarumã 02258'23,4" 06020ri6,4"

Foz

68 Quarenta 03®08'19,5" 060®00'59,5"


r"'j 69 Mindu 03W41,5" 06090r58,9"
V
70 Tarumã 03800'17,9" 060805'29.4"

,/ J

r' r

^ '
C)

c
['/
r

c, t

c ,

()
A
> ô a O(

Tabela 3. Valores das variáveis abióticas de igarapés urbanos de Manaus, no período de 10-11/2003.
Prof. Velo. Larg. Cond. 02 Temp Desmat. Veg. 1-i Veg. 28 NT PT
Igarapé Bacia Ponto
(cm) PH
(m/s) (m) (uS/om) (mg/l) («C) (%) (%) (%) (|xmoIes/l) (pmoles/l)

1 Quarenta igarapé 20,00 10,44 1,50 2,62 2,00 6,42 28,50 100 0 0 44,25 6,45
2 Quarenta igarapé 5,00 2,54 4,00 2,62 2,50 6,49 31,00 100 0 0 37,35 9,72
3 Quarenta igarapé 8,00 2,00 6,00 97,00 2,00 6,79 28,33 100 0 0 63,89 9,54
4 Quarenta igarapé 10,00 2,78 3,00 432,00 0,80 6,49 30,00 97 3 0 120,40 13,13
5 Quarenta igarapé 8,00 2,70 3,00 289,00 2,03 6,17 29,90 100 0 0 38,73 9,83
6 Quarenta igarapé 24,33 10,14 2,70 87,67 2,73 5,77 27,00 97 0 3 2,89 1,79
7 Quarenta igarapé 10,00 4,40 1,00 150,00 1,90 6,43 29,33 100 0 0 3,24 3,60
8 Quarenta igarapé 7,33 2,81 3,00 88,00 8,87 7,05 31,00 72 0 28 1,52 4,67
9 Mindu igarapé 29,67 1,95 10,00 240,00 0,93 6,70 28,17 94 0 6 12,20 5,09
10 MIndu igarapé 8,33 2,44 7,00 177,00 3,77 6,80 32,83 100 0 0 10,13 3,93
11 Mindu igarapé 10,00 6,39 3,00 268,00 1,33 6,71 30,00 68 0 32 23,57 9,95
12 Mindu igarapé 12,17 4,60 1,00 285,33 2,50 6,63 28,17 100 0 0 9,10 4,17
13 Mindu igarapé 23,00 6,39 2,00 285,33 1,90 6,91 31,50 100 0 0 54,58 11,37
14 Mindu igarapé 8,67 7,99 1,00 296,67 1,03 6,78 32,00 97 0 3 40,80 11,77
15 Mindu igarapé 5,17 4,88 0,50 189,67 2,77 6,87 32,83 94 0 6 10,48 9,60
16 Mindu igarapé 13,33 4,70 2,00 216,67 2,33 6,85 31,00 100 0 0 51,83 12,77
17 Mindu igarapé 17,17 3,54 1,50 247,67 1,37 5,84 30,00 91 0 9 23,57 7,93
18 Mindu igarapé 15,50 8,00 0,50 12,33 4,77 6,21 26,50 71 9 20 1,45 2,34
19 Mindu igarapé 8,50 2,92 1,00 546,00 1,10 7,67 28,50 100 0 0 81,12 13,27
20 Mindu igarapé 19,17 6,07 1,00 193,33 1,90 7,55 27,00 71 0 29 8,06 5,50
21 Mindu igarapé 10,00 3,07 1,00 227,33 3,23 7,08 27,67 83 0 17 11,17 3,37
22 Mindu igarapé 13,67 3,57 1,50 662,33 1,93 7,83 28,50 100 0 0 73,54 11,65
23 Mindu igarapé 11,83 4,04 1,00 203,67 2,00 7,28 29,00 100 0 0 56,65 3,62
24 Mindu igarapé 8,83 2,35 3,00 330,67 1,13 6,75 29,00 89 6 6 25,98 7,10
25 Mindu igarapé 16,17 3,11 3,00 348,67 2,00 6,87 28,67 60 0 40 24,26 8,51
26 Mindu igarapé 5,83 2,80 1,00 379,00 2,50 6,68 28,83 100 0 0 17,71 10,26
27 Mindu igarapé 9,50 2,48 3,00 443,33 1,43 7,29 30,17 100 0 0 68,02 11,92
28 Mindu igarapé 16,33 2,72 2,00 379,00 1,60 7,19 29,67 100 0 0 37,01 9,26

S
Continuação Tab. 3
29 Quarenta igarapé 7,67 3,74 2,00 385,67 1,23 7,06 30,00 91 3 6 47,35 8,41
30 Quarenta igarapé 8,67 5,35 2,00 346,67 2,70 6,98 28,00 100 0 0 29,08 6,29
31 Quarenta igarapé 42,83 4,21 3,00 435,33 4,73 7,63 32,00 100 0 0 27,38 0,69
32 Quarenta igarapé 18,67 3,30 4,00 255,33 2,23 6,63 28,17 100 0 0 14,96 4,85
33 Quarenta igarapé 12,50 3,75 2,50 413,00 1,97 6,77 29,00 100 0 0 113,03 4,41
34 Quarenta igarapé 32,83 6,82 1,00 7,00 6,08 4,95 25,00 0 73 27 1,90 0,46
35 Quarenta igarapé 8,67 6,64 1,20 9,00 5,77 4,83 25,00 0 60 40 1.21 0,51
36 Mindu igarapé 28,67 2,10 2,00 245,67 2,33 6,90 28,00 0 25 75 58,38 1,68
37 Quarenta igarapé 29,83 4,40 1,00 8,67 3,47 4,97 25,00 0 60 40 9,27 0,40
38 Mindu igarapé 15,00 4,87 0,60 7,67 4,77 5,55 28,00 24 0 76 1,59 0,42
39 Mindu igarapé 7,50 4,06 1,50 21,33 7,20 6,36 31,00 100 0 0 0,21 0,90
40 Mindu igarapé 9,17 2,10 2,00 296,33 1,83 6,75 31,00 100 0 0 170,56 5,19
41 Mindu igarapé 6,33 2,86 1,00 20,00 6,80 5,65 29,67 100 0 0 2,14 0,80
42 Tarumã igarapé 3,33 2,88 6,00 264,00 2,80 6,85 33,00 100 0 0 46,66 2,28
43 Tarumã igarapé 9,67 2,70 1,00 218,00 2,30 6,73 29,00 100 0 0 43,56 1,91
44 Tarumã igarapé 16,83 3,54 1,50 123,00 6,30 6,65 27,00 86 0 14 15,95 1,54
45 Tarumã igarapé 7,33 3,20 1,00 179,67 3,93 6,53 30,33 100 0 0 22,09 1,46
46 Tarumã igarapé 17,33 3,61 4,00 248,00 5,23 7,05 30,00 77 3 20 9,27 1,97
47 Outro igarapé 10,33 2,27 1,50 9,67 6,23 5,63 26,00 18 62 21 2,89 0,60
48 Tarumã igarapé 16,17 3,46 1,50 105,33 2,77 6,63 27,33 72 0 28 59,51 1,91
49 Tarumã igarapé 29,00 2,98 3,00 5,67 7,63 5,32 27,00 14 83 3 2,89 0,98
50 Tarumã igarapé 13,83 2,57 1,50 189,33 2,13 6,55 29,00 100 0 0 53,72 2,49
51 Tarumã igarapé 12,83 3,21 1,00 7,67 5,87 5,68 29,00 47 31 22 6,20 2,05
52 Tarumã igarapé 9,00 3,51 3,00 173,33 2,73 6,52 28,00 100 0 0 38,22 2,65
53 Tarumã igarapé 3,50 3,36 1,00 35,00 6,97 6,66 31,67 100 0 0 1,45 2,08
54 Outro igarapé 13,17 1,32 4,00 198,67 1,03 6,66 30,00 100 0 0 43,73 2,08
55 Outro igarapé 15,00 3,87 3,00 225,67 3,10 6,78 27,00 6 23 71 32,97 7,45
56 Outro igarapé 20,17 3,91 2,50 170,00 2,10 6,62 28,67 86 0 14 24,43 2,36
57 Mindu igarapé 19,00 1,70 5,00 306,00 1,63 6,66 33,00 100 0 0 34,25 2,36
58 Quarenta igarapé 18,67 1,84 8,00 269,33 1,33 6,78 29,67 100 0 0 71,47 2,30

(O
OI
Continuação da Tab. 3
60 Quarenta igarapé 8,00 4,26 1,00 23,33 4,97 5,44 29,00 81 3 17 6,41 0,91
61 Tarumã igarapé 4,83 2.14 1,00 11,00 5,37 6,26 30,00 46 54 0 1.72 2,62
62 Tarumã igarapé 11,00 3,06 1,00 173,00 2,60 6,49 30,00 100 0 0 42,14 2,55
64 Tarumã igarapé 12,17 4,05 0,50 8,67 3,77 4,89 25,50 0 100 0 1,03 1,93
65 Tarumã igarapé 83,33 3,19 6,00 14,67 5,17 6,00 27,33 53 34 13 0,69 1,90
66 Tarumã igarapé 3,50 3,72 0,50 100,67 4,80 6,54 30,33 68 0 32 21,88 1,01
67 Tarumã igarapé 6,17 3,04 1,00 227,00 4,63 6,73 30,33 100 0 0 43,80 2,73
Media 14,58 3,84 2,36 197,22 3,24 6,52 29,12 79,27 22,85 11,03 31,65 4,75
Desvio padrão 11,67 1,84 1,91 150,70 1,94 0,66 1,93 32,52 9,70 18,40 32,25 3,89
Mínimo 3,33 1,32 0,50 2,62 0,80 4,83 25,00 0,00 0,00 0,00 0,20 0,39
Máximo 83,33 10,44 10,00 662,33 8,87 7,83 33,00 100,00 100,00 100.00 170.56 13.27

59 Quarenta médio 15,50 2,07 11,00 300,00 2,43 6,61 30,00 100 0 0 34,60 1,20
63 Míndu médio 24,00 3,11 20,00 260,67 1,63 6,75 34,00 22 6 72 66,75 0,96
71 Tarumã médio 33,33 2,47 7,00 28,33 3,87 6,06 28,33 64 12 24 3,41 1,56
Media 24,28 2,55 12,67 196,33 2,64 6,47 30,77 61,95 5,89 32,15 34,91 1,23
Desvio padrão 8,91 0,52 6,65 146,82 1,13 0,36 2,91 38,91 6,06 36,76 31,67 0,30
Mínimo 15,50 2,07 7,00 28,33 1,63 6,06 28,33 22,22 0,00 0,00 3,41 9,59
Máximo 33,33 3,11 20,00 300,00 3,86 6,06 34,00 100,00 12,12 72,22 66,74 1.56

70 Quarenta foz 1,50 - 10,00 321,33 1,07 6,91 32,00 96 0 4 194,53 1,96
69 Mindu foz 1,60 - 10,00 235,00 0,93 6,71 31,50 100 0 0 15,47 2,91
68 Tarumã foz 4.17 40,00 7,67 4,50 5,95 29,67 6 76 18 2.17
-

1,23
Media 2,42 - 20,00 188,00 2,16 6,52 31,05 67,34 25,49 7,16 70,72 2,03
Desvio padrão 1,51 - 17,32 162,10 2,02 0,51 1,22 53,26 44,15 9,27 107,42 0,84
Mínimo 1,50 10,00 7,67 0,93 5,95 29,67 5,88 0,00
-
0,00 2.17 1,22
Máximo 4,16 -
40,00 321,33 4,50 6,91 32,00 100,00 76,47 17,64 194,52 2,91

fósforo total (FT).

CO
CJ)
c

97

Tabela 4. Regressões aplicadas a riqueza, a densidade (ind/m^) e a composição


rF' de macroinvertebrados coletados nos igarapés urbanos de Manaus, no período de
r 10-11/2003.
C
Desmatamento Intercepto Coeficiente F(63) t P

Riqueza de macroinvertebrados litorâneos 45.01 -0.28 28.39 -5.33 <0,01' 0.30

Riqueza de macroinvertebrados bentônicos 29.02 -0.23 37.82 -6.15 <0,01' 0.37

Densidade de macroinvertebrados litorâneos 2.75 0.00 2.08 1.44 0.15 0.02

Densidade de macroinvertebrados bentônicos 1.74 0.00 0.05 -0.22 0.82 <0.01

Composição de macroinvertebrados litorâneos 4.69 -0.08 13,40 -3,66 <0,01' 0,16


Composição de macroinvertebrados bentônicos 3.14 -0.04 9,26 -3,04 <0,01' 0,12
NT Intercepto Coeficiente F(62) t P

Riqueza de macroinvertebrados litorâneos 32.73 -0.13 8.72 -1.98 0.05 0.19

Riqueza de macroinvertebrados bentônicos 17.87 -0.07 6.89 -1.41 0.16 0.16

Densidade de macroinvertebrados litorâneos 3.07 0.00 0.05 0.31 0.76 <0.01

Densidade de macroinvertebrados bentônicos 1.77 0.00 0.22 -0.46 0.64 <0.01

Composição de macroinvertebrados litorâneos 2,904 -3,034 8,34 -1,88 0,06 0,19


Composição de macroinvertebrados bentônicos 2,092 -0,024 6,38 2.92 0.10 0,15
PT Intercepto Coeficiente F(62) t P R^
Riqueza de macroinvertebrados litorâneos 32.73 -1.29 8.72 -2.44 0.02' 0.19

Riqueza de macroinvertebrados bentônicos 17.87 -0.97 6.89 -2.46 0.02' 0.16

Densidade de macroinvertebrados litorâneos 3.07 0.00 0.05 -0.13 0.90 <0.01

Densidade de macroinvertebrados bentônicos 1.77 -0.01 0.22 -0.22 0.83 <0.01

Composição de macroinvertebrados litorâneos 2,904 -0,372 8,34 -2,44 0,02' 0,19


Composição de macroinvertebrados bentônicos 2,092 -0,255 6,38 -1,69 0,03' 0,15
Nota: *p significativo
ç
f

98

Tabela 5. Regressões aplicadas a riqueza, densidade (ind/m^) e composição de


Chironomidae coletados nos igarapés urbanos de Manaus, no período de 10-
11/2003.

c Desmatamento Intercepto Coeficiente F(63) t P


r" Riqueza de Chironomidae litorâneos 18.79 -0.15 35.84 -5.99 <o.or 0.35

/-
Riqueza de Chironomidae bentônicos 14.49 -0.12 41.66 -6.45 <o.or 0.39

Densidade de Chironomidae litorâneos 2.84 -0.01 3.92 -1.98 0.05 0.04

Densidade de Chironomidae bentônicos 1.73 -0.01 7.78 -2.50 <0.01* 0.08

</' Composição de Chironomidae litorâneos -2,811 0,036 9.15 3.03 <0.01* 0.12

Composição de Chironomidae bentônicos -1,975 0,024 6.16 2,48 <0.01* 0.08

NT Intercepto Coeficiente F(62) t p R^


,/
Riqueza de Chironomidae litorâneos 12.32 -0.71 11.52 -2.28 0.02* 0.25
'
Riqueza de Chironomidae bentônicos 8.78 -0.04 9.69 -1.77 0.08 0.21

(. Densidade de Chironomidae litorâneos 2.79 -0.01 6.59 -1.33 0.19 0.15

Densidade de Chironomidae bentônicos 1.56 -0.01 7.04 -1.90 0.06 0.16


r

Composição de Chironomidae litorâneos -2.16 0.02 9.51 1.86 0.06 0.21

7.20 1.79 0.07 0.17


Composição de Chironomidae bentônicos -1.65 0.02

PT Intercepto Coeficiente F(62) t P r''


f". -0.07 11.52 -2.79 0.01* 0.25
Riqueza de Chironomidae litorâneos 12.32
-0.58 9.69 -2.85 0.01* 0.21
r Riqueza de Chironomidae bentônicos 8.78
5.58 -0.10 6.59 -2.45 0.02* 0.15
Densidade de Chironomidae litorâneos
' ''
1.56 -0.07 7.04 -2.07 0.04* 0.16
Densidade de Chironomidae bentônicos
( 2.73 <0.01* 0.21
Composição de Chironomidae litorâneos -2.16 0.30 9.51

Composição de Chironomidae bentônicos -1.65 0.20 7.20 2.26 <0.01* 0.17

Nota: *p significativo

Você também pode gostar