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RELATÓRIO 05 - ECAI07P - UNIFEI - MAR/2021

NOMES: Mateus Eusébio de Lacerda e Bruno Antunes Meazzini

1. Introdução

No último relatório utilizamos o ​software LogixPro para integrar vários itens, como os vários
componentes estudados anteriormente, um CLP, a linguagem Ladder e alguns conceitos para resolver
um problema real, especificamente realizar a automação de um portão de garagem.
Este relatório será de muitas formas similar ao anterior, temos como objetivo realizar a
automação de um sistema de Silo/Esteira industrial. E, para isso, vamos usar o mesmo ​software​, o
LogixPro, alguns componentes, um CLP, e a linguagem Ladder. Porém, dessa vez, por se tratar de um
problema mais complexo, teremos que usar conceitos mais avançados como variáveis de memória do
CLP e ter muita atenção às técnicas de prioridade em Ladder para obter êxito na resolução do
problema.
No capítulo 2 vamos descrever o simulador de Silo/Esteira, listar e descrever suas entradas e
saídas especificando seus endereços. Além de descrever os dois modos de operação do Silo/Esteira, o
modo Contínuo e o modo Chave Seletora. No capítulo 3 vamos mostrar como implementar o diagrama
Ladder para implementação do modo contínuo e no capítulo 4 mostrar como implementar o diagrama
para o modo Chave Seletora.

2. Simulação do Silo/Esteira no LogixPro

2.1. Descrição Funcionamento Básico do Simulador Silo/Esteira

O simulador de Silo/Esteira, conforme podemos ver na figura 1, representa um sistema de


Silo/Esteira de uma fábrica, onde temos, na figura, uma esteira (em vermelho) que move as caixas (em
verde) que devem ser carregadas com um líquido presente em um silo (o silo cinza no centro da figura)
e então as caixas devem ser despejadas.

Figura 1: Simulação do Silo/Esteira no LogixPro. (fonte [1]).


Conforme podemos ver na figura 1, nós podemos controlar a posição das caixas através de um
motor (no canto inferior direito) que é ligado ao CLP virtual e podemos controlar o despejamento do
líquido do silo através de uma válvula solenóide (abaixo do silo) também ligada ao CLP. Temos um
sensor de proximidade, abaixo da esteira, onde podemos obter a sinalização de quando a caixa está
posicionada nas proximidades do silo, e também um sensor de nível próximo a válvula solenóide para
sinalizar quando a caixa está cheia.
Na tabela 1, temos uma descrição detalhada de cada componente do sistema, seus contatos e sua
conexão ao CLP. O objetivo geral do sistema é que uma caixa chegue da esteira através do
acionamento do motor, e, no momento em que caixa estiver abaixo do silo, sua posição é sinalizada
pelo sensor de proximidade, e o motor é desativado para que a esteira pare, em seguida, a válvula
solenóide abra, despejando o líquido do silo, dentro da caixa até que o sensor de nível identifique que a
caixa está cheia. Quando a caixa estiver cheia a válvula solenóide irá fechar e o motor irá acionar a
esteira novamente para despachar a caixa e posicionar a próxima caixa. Podendo reiniciar ou não o
ciclo dependendo do modo de operação selecionado pela chave no painel à esquerda da figura.

Nome Tipo Conexão ao CLP Descrição

START Botão de entrada I:1/00 Aciona o Sistema


com contatos NA

STOP Botão de entrada I:1/01 Para o Sistema


com contatos NF

PROX Sensor com nível I:1/03 Indica a presença da caixa nas


SENSOR lógico alto na proximidades do silo
ativação

LEVEL Sensor com nível I:1/04 Indica o nível total de líquido na


SENSOR alto na ativação caixa

CHAVE A Chave com nível I:1/05 Indica o posicionamento da chave


alto na posição A de seleção na posição A

CHAVE B Chave com nível I:1/06 Indica o posicionamento da chave


alto na posição B de seleção na posição B

CHAVE C Chave com nível I:1/07 Indica o posicionamento da chave


alto na posição C de seleção na posição C

MOTOR Relé de Saída O:2/00 Movimenta a esteira quando ligado

VÁLVULA Válvula solenóide O:2/01 Despeja o líquido do silo quando


SOLENÓIDE de saída NA ativada

RUN Lâmpada de saída O:2/02 Indica que o sistema está em


funcionamento

FILL Lâmpada de saída O:2/03 Indica que a caixa está enchendo

FULL Lâmpada de saída O:2/04 Indica que a caixa está cheia


Tabela 1: Descrição e Ligação dos Componentes do Silo/Esteira.
2.2. Descrição das Possíveis Falhas e do Funcionamento das Lâmpadas

Todo sistema está sujeito a falhas, o primeiro tipo de falha desse sistema está relacionado ao
funcionamento dos botões ​STOP ​e ​START n​ o painel na parte esquerda da simulação da figura 1. Com
auxílio desses botões, os operadores do sistema da fábrica teriam controle sobre a pausa ou
continuidade da linha de produção. Na operação correta do sistema, se o botão ​STOP for pressionado, a
linha de produção para, e, ao pressionar o botão ​START,​ a linha de produção retornaria exatamente de
onde parou. Se o sistema for mal-projetado, pode acontecer de ao pressionarmos o botão ​STOP e em
seguida o ​START​, ele volte exatamente do ponto de onde parou. Por exemplo, se o botão ​STOP ​for
pressionado enquanto a caixa está enchendo, e quando o botão ​START for pressionado a caixa não
termina de encher e é despachada sem estar totalmente cheia. Esse é o primeiro tipo de falha do
sistema. Para resolver esse problema devemos guardar o estado atual do sistema com variáveis de
estado quando pressionarmos o botão ​STOP​, e ao comandar a continuidade do sistema usando o botão
START​, retorná-lo de onde parou.
Outro tipo de falha está relacionada à válvula solenóide do silo. Devido à erros na programação
do Ladder, a válvula pode ser ativada por pequenos intervalos de tempo fazendo com que a válvula
abra por pequenos intervalos mesmo depois que a caixa já esteja cheia, e mesmo com a caixa em
movimento. Para resolver esse problema, a condição de abertura da válvula no diagrama Ladder deve
verificar vários fatores e ser feita com muita atenção.
Nós temos três lâmpadas para a sinalização do sistema, temos a lâmpada ​RUN,​ que indica que o
sistema está operando, ela deve permanecer acesa sempre que o sistema estiver ativo, com o motor ou a
válvula ativos. Já a lâmpada ​FILL deve permanecer acesa sempre que a caixa estiver enchendo e a
válvula solenóide estiver aberta, indicando a operação de encher a caixa. E a lâmpada ​FULL que deve
acender assim que o sensor de nível identificar que a caixa foi totalmente cheia e ela deve permanecer
acesa enquanto a caixa ainda possa ser detectada pelo sensor de proximidade.

2.3. Descrição do Modo Contínuo

Na operação de modo contínuo, o sistema deve embalar as caixas por tempo indeterminado de
maneira que novas caixas vão sempre chegando, sendo enchidas e despachadas desde que não haja
alguma intervenção como por exemplo o pressionamento do botão ​STOP ​ou a mudança de posição da
chave seletora de modos, caso o modo de chave seletora já tenha sido programado.
No modo contínuo, uma caixa nova vazia chega pela esteira, em seguida, quando o sensor de
proximidade detecta que ela está abaixo do silo a esteira para, então a válvula é acionada e essa caixa é
enchida até o sensor de nível detectar o nível máximo, quando o nível máximo é detectado, a válvula
fecha e a esteira é ativada para despachar essa caixa cheia e trazer outra caixa vazia. Então o ciclo é
reiniciado automaticamente, onde essa nova caixa será enchida e despachada e assim por diante por
tempo indeterminado até haver alguma intervenção humana.

2.4. Descrição do Modo Chave Seletora

No modo chave seletora vamos usar a chave de seleção nas posições A e B para alternar entre
dois modos de operação do sistema. Nós temos três posições possíveis na chave de seleção do sistema,
a posição A, B e C. A idéia é que quando a chave seletora estiver na posição A, o sistema opera em
modo contínuo, como descrito no subcapítulo 2.3, se a chave estiver na posição B, o sistema deve
operar no modo Ciclo, que iremos explicar logo adiante, e se a chave estiver na posição C o sistema
fique parado. Também temos que garantir que toda vez que a chave mude de posição no modo Chave
Seletora, o sistema todo pare, e que para continuar a execução do sistema é necessário pressionar o
botão ​START.
Quando a chave estiver na posição B, o modo de ciclo estará ativado. Nesse modo o sistema irá
realizar um conjunto de operações em ordem, que podem ser chamadas de um ciclo, e após completar o
ciclo, o sistema para e aguarda que o operador pressione o botão ​START para iniciar um novo ciclo. De
modo mais detalhado, um ciclo consiste na realização de três operações, em sequência: 1) uma caixa
cheia está sendo detectada pelo sensor de proximidade. 2) a esteira se moveu e essa caixa deixou de ser
detectada pelo sensor de proximidade. 3) uma nova caixa vazia foi posicionada abaixo do silo e
detectada pelo sensor de proximidade.
De maneira mais geral, o sistema vai encher uma caixa, ou detectar uma caixa cheia ainda
próxima ao sensor de proximidade, descartar essa caixa e posicionar uma nova caixa vazia abaixo do
silo e parar. É importante salientar que se o botão ​STOP for pressionado no meio do ciclo, ou a chave
de seleção mude de qualquer posição, o ciclo será reiniciado não importando se os passos 1 ou 2 do
ciclo já estejam completados anteriormente. Um ciclo é o conjunto das três operações executadas
sequencialmente e ininterruptamente, e só após um ciclo todo ser completado que o sistema irá parar.

3. Programação em Ladder do Silo/Esteira - Modo Contínuo

Neste capítulo, mostraremos a solução que ainda não tem a implementação de modos de
operação diferentes usando a chave de seleção, ela opera sempre em modo contínuo e independente da
posição da chave, e ao mudar a chave de lugar na simulação nada acontece.
Na figura 2 temos a solução do problema em modo contínuo com programação em LADDER,
usamos quatro variáveis internas de estado para identificar os estados do sistema. Na linha 0 temos a
ativação da variável de estado ‘Sistema Ativo’, armazenada na memória em B3:0/3, se ela estiver em
nível lógico alto significa que o sistema está ativo, caso contrário o sistema está parado. Ela é ativada
pelo botão ​START​, e , ao pressionarmos esse botão, o selo na linha 0 mantém essa variável ativa até que
o botão ​STOP​ seja pressionado.
Na linha 1 temos a lógica para a variável ‘Caixa Vazia’, armazenada na memória em B3:0/1. A
caixa é considerada vazia quando o sensor de presença da caixa não está ativo. Na linha 2 temos a
lógica da variável ‘Caixa Cheia’ armazenada em B3:0/1. a caixa é considerada cheia quando o sensor
de nível indica que ela está cheia, e permanece sendo considerada cheia enquanto o sensor de presença
ainda está ativado, assim temos um selo da própria variável com o sensor de nível, e esse selo em série
com o sensor de presença.
Na linha 3 temos a lógica para considerar que a caixa está enchendo, representada pela variável
‘Caixa Enchendo’ armazenada em B3:0/2, ela é considerada enchendo quando ela não está vazia, nem
cheia, está presente no sensor de presença e o sensor de nível não foi ativado ainda, todas essas
condições ao mesmo tempo.
Na linha 4 temos a lógica de acionamento do motor, o motor é acionado quando a caixa está
totalmente cheia, ou vazia, e o sistema está ativado. Pois a esteira só fica parada no momento em que a
caixa está enchendo.
Na linha 5 temos a lógica da válvula, ela será ativada sempre que a caixa estiver enchendo, pois
é ela que enche a caixa, mas ela é desativada caso o sistema esteja desativado.
Nas linhas 6, 7 e 8 temos a lógica das três lâmpadas de sinalização. Na linha 6 temos a lógica da
lâmpada ​RUN como vimos anteriormente essa lâmpada é ativada quando o sistema está ativo, portanto
ela é ativada pela variável interna Sistema Ativo diretamente. Na linha 7 podemos ver a lógica de
ativação da lâmpada ​FILL​, essa lâmpada fica acesa sempre que a caixa está enchendo, mas é
importante lembrar que mesmo que a variável interna ‘Caixa Enchendo’ esteja ativa, pode acontecer do
sistema estar pausado devido ao pressionamento do botão ​STOP,​ portanto, além de verificar a variável
‘Caixa Enchendo’ temos que verificar se o sistema está atualmente ativo para acender essa lâmpada. Na
linha 8 podemos ver a lógica da lâmpada ​FULL​, como vimos anteriormente, essa lâmpada será ativada
sempre que uma caixa acaba de ser cheia, mas ainda está sendo detectada pelo sensor de presença, que
é a mesma lógica da variável ‘Caixa Cheia’ da linha 2, portanto essa variável ativa diretamente a
lâmpada ​FULL​.
Figura 2. Programação em Ladder do Modo Contínuo

4. Programação em Ladder do Silo/Esteira - Modo Chave Seletora

Neste capítulo iremos implementar a solução do sistema Silo/Esteira com o modo Chave
Seletora, neste sistema temos que nos atentar que quando a chave se encontra na posição A, ele opera
em modo contínuo e quando se encontra na posição B ele opera em modo Ciclo.
Temos que prestar atenção também que, sempre que a chave mudar de posição o sistema tem
necessariamente que parar, e assim aguardar o pressionamento do botão ​START para continuar. Esse
modo usa 9 nove variáveis internas de memória, enquanto que no anterior eram apenas 5. Esse aumento
de variáveis se deve ao fato de no modo Ciclo termos que guardar o estado do sistema continuamente.
Nas figuras 3 e 4 podemos ver a solução em Ladder implementada para resolver o problema.
Figura 3: Programação Ladder do Modo Chave Seletora - Parte 1.
Figura 4: Programação Ladder do Modo Chave Seletora - Parte 2.

Na figura 3, nas linhas 0, 1 e 2, temos as três variáveis que guardam os três passos do modo
ciclo já apresentados anteriormente. Na linha 0 temos o passo 1: ‘Encheu uma Caixa’, esse passo é
ativado somente se o sistema estiver em modo de operação Ciclo e uma vez que é detectada uma caixa
cheia ele permanece ativo através do selo até que o modo Ciclo seja desativado por algum motivo.
Na linha 1 temos o passo 2: ‘Despachou uma Caixa’. Uma vez que o passo 1: ‘Encheu uma
Caixa’ é completado, esse passo será completado quando a caixa sair do alcance do sensor de
proximidade, e uma vez que isso acontece o selo o mantém ativado enquanto o passo 1 e o modo Ciclo
estão ativados.
Na linha 2 temos o passo 3: ‘Posicionou uma Nova Caixa’. Uma vez que o passo 2 é ativado e o
sensor detecta que uma nova caixa chegou ao silo, esse passo é ativado. É importante notar que na linha
3, ‘Modo B: Ciclo’ esse passo está representado por contatos NF, o que significa que uma vez que o
passo 3 é completado, o ‘Modo B: Ciclo’ é desativado, ou seja, se o ciclo está completo, ele pode ser
desativado. Assim, quando o ‘Modo B: Ciclo’ é desativado, vemos que na linha 0 ele é o primeiro
contato, portanto ele desativará o passo 1, que desativará o passo 2, que desativará o passo 3, voltando
todos os passos ao estado original.
Na linha 3 nós temos as condições para a ativação do ‘Modo B: Ciclo’, pressionar o botão
START,​ a chave deve estar na posição B, e o botão ​STOP não deve ser pressionado, além de, como
falamos no parágrafo anterior, o ‘Posicionou uma Nova Caixa’ ainda não ter sido completado para
desativar o Ciclo.
Na linha 4 temos a ativação do modo contínuo, em que os requisitos são: 1) a chave está na
posição A. 2) o botão ​START é pressionado. 3) O botão ​STOP não foi pressionado. Na linha 5 fazemos
a condição de desativar o sistema quando a chave estiver na posição C, fazendo com que ele só
funcione quando o sistema esteja com o modo A ativado, ou o modo B ativado, mas nunca o modo C.
As linhas 6, 7 e 8 do modo de Chave seletora da figura 3 correspondem exatamente às linhas 1,
2 e 3 do modo contínuo da figura 2. Ou seja, as lógicas de ‘Caixa Vazia’, ‘Caixa Cheia’ e ‘Caixa
Enchendo’ são as mesmas. Assim como as linhas 9 e 10 do modo chave seletora das figuras 3 e 4
correspondem exatamente às linhas 4 e 5 do modo contínuo da figura 2, sinalizando que a lógica para
ativação do Motor e Válvula são as mesmas. E, por fim, a lógica das lâmpadas, das linhas 11, 12 e 13
da figura 4 do modo Chave Seletora é a mesma que das linhas 6, 7 e 8 do modo contínuo.
Portanto, comparando os diagramas dos capítulos 3 e 4, percebemos que os itens que mudaram
no modo Chave seletora são apenas as cinco linhas iniciais, sendo três linhas para representar os três
passos para realizar a lógica do Modo Ciclo (linhas 0, 1 e 2) e mais duas linhas para representar o
funcionamento no modo B e no modo A (linhas 3 e 4). Além de uma leve alteração na linha 5, a linha
de controle do ativamento do sistema.

5. Referências

[1] Suriani, M. A. M. Banco de Imagens da Disciplina de ECAI07P.

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