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9 Simpésio “AGUA DE CHUVA: teCaaze PESQUISAS, POLITICAS E nian DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL” le Chlva = BELO HORIZONTE ~ MG, DE 09 A 12 DE JULHO DE 2007 Aproveitamento de gua de chuva de telhados em areas urbanas para fins nio potiveis Diretrizes bisicas para um projeto Plinio Tomaz Engenheiro Civil Conselheiro do CREA-SP Rua Etelvina, 65 Vila Rosalia, Guarulhos Sie Paulo CEP 07070-140 E-mail: pliniotomaz@uol,com,br RESUMO O objetivo da apresentacao & mostrar os tépicos principais do projeto de norma da ABNT 00:001.77-001-001 de janeiro de 2007 que trata do Aproveitamento de agua de chuva para fins no potiveis em areas urbanas- Diretrizes. Os temas a serem comentados s& 1. Historico Precipitagdes médias mensais e didrias Captacao de telhados Calas e condutores verticais e horizontais Dimensionamento da caixa do first flush (escoamento inicial) Dimensionamento de cisternas: varios métodos Controle da qualidade AQWE wD Agradecimento: 0 autor agradece ao grupo de traballio da ABNT que elaborou o projeto de norma técnica e que muito contribuiu para o trabalho apresentado. Palavra-chave: rainwater, non potable water, rainwater catchment 1. Historico Aproveitamento da Agua de chuva é tio antigo que no sabemos quando comegou. O documento mais antigo que existe € a pedra Moabita datada de 830 aC que foi achada na antiga regifio de Moab perto de Israel conforme Figura (1). ‘A pedia € de basalto negro e tem a determinagio gravada do rei Mesa para a cidade de Qarhoh “para que cada um de vas faca uma cisterna para si mesmo, na sua casa” Figura 1- Pedra Moabita (830 aC) Os motivos que levam a decisio para se utilizar agua de chuva so basicamente os seguintes: Conscientizacao e sensibilidade da necessidade da conservacao da dgua Regido com disponibilidade hidrica menor que 1200m’ /habitante x ano Elevadas tarifas de agua das concessionarias piiblicas. Retorno dos investimentos (payback) muito rapido Instabilidade do fornecimento de agua ptiblica Exigéncia de lei especifica Locais onde a estiagem é maior que 5 meses Locais ou regides onde o indice de arides seja menor ou igual a 0.50. VvVVVVY Nota: o indice de arider foi criado em 1941 por Thorntwaite e ajustado em 1953 por Penman. Mede 0 grau de aridez através das precipitaces ¢ da evapotranspiracdo. O sem{-drido brasileiro tem indice de aridez menor que 0,50. Existe em andamento © Projeto de Norma 00:001.77-001 da ABNT (Associagao Brasileira de Normas Técnicas). O aproveitamento de Agua de chuva no pode receber o termo reso de agua de chuva e nem chamado de reaproveitamento. © termo reso é usado somente para Agua que jé foi utilizada pelo homem em lavagem de mios, bacia sanitaria, lavagem de ronpas, banhos, etc. Reaproveitamento ¢ semelhiante ao retiso, significando que a agua de chuva j4 foi utilizada e portanto, nao esti correto. 2. Objetivo Objetivo € fornecer direttizes basicas para o aproveitamento de agua de chuva em areas urbanas para fins nao potaveis para os seguintes usos: % descargas em bacias sanitarias, irrigacio de gramados e plantas ormamentais, lavagem de veiculos, limpeza de calcadas e ruas, limpeza de patios, espelhos d’agua e vy 26" Sinpseio Brasleina de Capragta de Agua de China 09- 12/07/2007 - Belo Horizonte, MG. > usos industriais. Salientamos que a égua de chuva seré usada para fins ndo potiveis, nao substituindo a gua tratada com derivado cloarado e fluor usada para banhos, fazer comida ou ser ingerida, distribuida pelas concessionitias publicas. ‘Nao incluimos a lavagem de roupa devido ao problema do parasita Cryptosporidium ‘parvuin que para remové-lo precisamos de filtros lentos de areia 3. Definicdes ‘As seguintes definigdes sfio importantes para o entendimento do aproveitamento de agua de chuva e a visualizagao da Figura (2) onde aparece 0 esquema de aproveitamento de gua de chuva. Agua de chuva E a agua coletada em telhados inclinados ou planos onde nao haja passagem de veiculos ou de pessoas. As Aguas de chuva que caem nos pisos residencias, comerciais ou industriais nao esto inclusas no sistema proposto. Figura 2- Esquema de aproveitamento de agua de chuva Agua nao potavel Entende-se por mio potivel aquela que nao atende a Portaria n°, $18/2004 do Ministério da Saude Area de captagao ‘Area em metros quadrados projetada na horizontal da superficie onde a 1a € captada. Para o dimensionamento de reservvaterios de acumulagio de agua de chuva sempre usaremos a projecdo horizontal da area. Salientamos que os conceitos para projetos das calhas e condutores horizontais e verticais sfio destinados ao dimensionamento das vazées méximas nas calhas e condutores somente. Coeficiente de runoff (C) ou escoamento superficial Coeficiente que representa a relacao entre o volume total escoado e 0 volume total precipitado variando conforme a superficie. E aquele usado no Método Racional e os mais comuns adotados esto na Tabela (1). 3 6 Sinpseio Brasileira de Capragta de Agua de China 09- 12/07/2007 - Belo Horizonte, MG. Tabela 1- Coeficientes de Runoff Material do tchado Cocfictente de Fanolt Telhas cerimicas OEa09 Tatas exmaladas T3aOoS Telhas corns de mead Tea0s Cimentoam Taaos Prasad, pre T9a0oF Conexiio cruzada Qualquer ligagio fisica através de pea, dispositive ou outro arranjo que conecte duas tubulagdes das quais uma conduz agua potavel e a outra agua de qualidade desconhecida ou niio potvel. Demanda ‘A demanda ou consumo é a média a ser utilizado para fins no potaveis num determinado tempo (anual, mensal ou diario) First flush Agua proveniente da area de captacao suficiente para carregar a poeira, fuligem, folhas, galhos e detritos. Apés trés dias de seca os telhados vao acumulando poeiras, folhas, detritos, etc e & aconselhavel que o first flush nao seja utilizado. Conforme o uso destinado as aguas de chuvas pode ser dispensado o first flush dependendo do projetista. As pesquisas feitas mostram que o first flush varia de 0,4 L/m? de telhado a 8 Lim? de telhado conforme o local. Na falta de dados locais sugere-se 0 uso do first flush no valor de 2 Lin’ de area de telhado. Suprimento Fonte altemnativa de agua para complementar 0 reservatério de agua de chuva, Pode ser gua da concessionaria piblica dos servicos de agua, poco tubular profundo, caminhdes tanques, etc. Reservatorio intermediario Local onde pode ser armazenada a agua de chuva para ser utilizada. Se agua de chuva for clorada deverd ficar no minimo [min dentro do reservatério intermediério para 0 chamado tempo de contato. Precipitagoes No estudo deverd ser analisado as séries historicas e sintéticas das precipitagdes locais ou segionais. © projetista devera definir se vai usar séries historicas médias mensais ou precipitacdes diarias, sendo aconselhael no minimo um periodo de 10 anos de dados a serem analizados. Os governos estaduais e 0 governo federal possuem base de dados com informacds confiaveis que podem ser usadas. Para precipitagdes de cidades consultar o site da Ana (Agéncia Nacional das Aguas) fttp:/Avww.hidroweb ana gov.br 4 6 Sinpeio Brasleina de Capragta de Agua de Chiosa 09- 12/07/2007 - Belo Horizonte, MG. 3. Calhas e condutores ‘As calhas e condutores horizontais ¢ verticais conforme Figura (3) devem atender a ABNT NBR 10844/ 89 sendo tais dimensionamento sao baseados em vazées de pico para determinado periodo de retomno escolhido. Estas vazdes no servem para dimensionamento dos reservatérios e sim para o dimensionamento dass calhas e condutores (verticais e horizontais). Figura 3-Calha e condutor ® Devem ser observados 0 pei intensidade pluviométrica. do de retorno escolhido (Tr), a vazio de projeto ea > Nos condutores verticais ou nos condutores horizontais pode ser instalado dispositivos fabricados ou construidos in loco para 0 descarte da agua do first flush ou para eliminagao de folhas e detritos. O dispositive ou a construgio poder’ ter operacio manual ou automatica sendo recomendado a operacao automatica’ > O dispositive de descarte de agua do first flush deve ser dimensionado pelo projetista. Na falta de dados recomenda-se no minimo 2 mm, ou seja, 2 litros/m* telhado. > Caso se julgue conveniente poderdo ser instaladas telas ou grades para remogao de detritos. Vario na calha Conforme NBR 1084/89 a vazao na calha é dada pela equaclo: Q=IxA/60 Sendo: Q= vazio de pico (litros/min) F intensidade plaviométrica (mm/h) area de contribuicio (m”) Os periodos de retomo comumente adotados sto TrSanos ou Tr=2Sanos dependendo do risco a ser assumido. valor de I=150mnvh para pré-dimensionamento ¢ comumento adotado, Exemplo 1 Calcular a vazao de pico de uma calha em telhado com Area de A-200m" e intensidade pluviométrica I=150mm/h Q=Tx A / 60=150 x 200/60=500 litros/min 56° Sinpseio Brasileira de Capragta de Agua de Chiosa 09- 12/07/2007 - Belo Horizonte, MG. sionamento da calha E usado para dimensionamento da calha a formula de Manning: Q=60000 x (An) x RODS * Dimen: Sendo: & vazio de pico (Limin) A= Area da se¢do molhada (m’) ‘oeficiente de rugosidade de Manning. Para concreto n= raio hidréulico= A/P erimetro molhado (m) leclividade da calha (nvm) 013 e para plastico n=0,011 Exemplo 2 Dimensionar uma calha retangular com declividade S=0,005m/m, coeficiente de mgosidade de Manning n=0.013 (concreto), com altura de 0,10m, largura de 0,40m. Area molhada A= 0,10m x 0,40m=0,04m? Perimetro molhado P= 0,40+ 2 x 0,10- 0,60m Raio hidraulico R= A/P= 0,04m°/ 0,601 Q=60000 x (A/n) x R@* Q=60000 x (0,04/0,013) x 0,066 °°” x 0,005 °°= 2171 litros/min Portanto, pela calha passara a vazao de pico de agua de chuva de 2171 litros/min Condutores horizontais Os condutores horizontais de seco circular que geralmente sfio assentados no piso podem ser dimensionados usando a formula de Manning para seco mixima de altura 0,66D ou usar a Tabela (2) da ABNT e declividade minima de 0,5% (0,00Sm/m) ‘Tabela 2- Capacidade dos condutores horizontals de seeao clreular com vazoes em litros/minuto nz WH 4% | 05%] 1% | 2% | 4% | 05%] 1% | 2% | 4% 9 | 2 | at | so | s3 | 27 | aa | ss | 76 267 | 87 | a2 | 172 | 245 | so | 113 | 159 | 236 7s | 187 | 264 | 372 | 527 | 173 | 242 | 343 | 486 1.040 | 339 | 478 | 674 | 956 4a | 622 | 32 1.690 | 852 | 777 | 1.100 | 1.580 nT 1.30 3.650 | 1.190 | 1,670 | 2-360 | 3.350 1.540, 3.080 6.620 | 2.150 | 3,030 | 4.280 | 6.070 2.800 5.600 10,800 | 3.500 | 4.930 | 6.960 | 9.870 4550 0. Fonte: ABNT NBR 1084089 Exemplo 3 ‘Dimensionar um condutor horizontal de PVC para vazao de 500 litros/minuto. Como no temos a declividade S, adotados $=0,00Sm/m=0,5% e entrando na Tabela (2) escolhemos im tubo de PVC de 150mm. Condutor vertical A maneira pritica de se dimensionar o coletor vertical é através de area maxima de telhado em funcao do diametro conforme Tabela (3). A norma NBR 10844/89 adota condutor vertical minimo de 70mm. 5 6 Sinpseio Brasleina de Capragta de Agua de China 09- 12/07/2007 - Belo Horizonte, MG. Tabela 3- Area maxima de cobertura para condutores verticais de secao circular Difimetro do conduto vertical ‘Area maxima de telhado (mm) cs) 50 136 75 2.0 700 310 150 275.0 Exemplo 4 Dimensionar um coletor vertical de aguas pluviais snedo a rea do telhado de 100m°. Consultando a Tabela (3) usaremos dimetro de 150mm. 4. Reservatorios ou cisternas > Os reservatorios ou cistemas conforme Figura (4) podem ser: enterrados, semi- enterrado, apoiado ou elevado. Os materiais podem ser concreto, alvenaria armada, materiais plasticos como polietileno, PVC, fibra de vidro e ago inox. Sempre serio vedados a luz solar Os reservatérios devem ser construidos como se fosse para armazenamento de agua potivel devendo serem tomadas os devidos cuidados para nfo contaminar a agua de chuva coletada dos telhados. Figura 4- Reservatorios de ago inox apoiados % Devem ser considerados no projeto do reservatorio: extravasor, descarga de fundo ou bombeamento para limpeza, cobertura, inspec, ventilacao e seguranga. % O reservatério quando alimentado com agua de ontra fonte de suprimento de Agua, deve possnir dispositivos que impecam a conevdio cruzada 7 6 Simpseto Brasileira de Capragta de Agua de China 09- 12/07/2007 - Belo Horizonte, MG. * O volume de égua de chuva aproveitivel depende do coeficiente de runoff, bem como da eficigncia do sistema de descarte do first flush, sendo calculado pela seguinte equagao V=PXAXCXM fator de captacio Onde: ‘V= volume anual, mensal ou diario de agua de chuva aproveitivel, em litros: P= precipitagao média anual, mensal ou diria, em milimetros; A= area de coleta, em metros quadrados; C=coeficiente de runoff Nommalmente C=0,95 1 sno de coragto = eficiéncia do sistema de captagao, levando em conta o descarte do first flush. A eficiéncia do first flush ou do descarte de filtros e telas variam de 0,50 a 0.90. Um valor pritico quando nao se tém dados ¢ adotar: Cx n= 0.80 No caso do projetista no considerar o first flush sugerimos adotar n=0,90 > O volume dos reservatérios devem ser dimensionados com base em critérios téenicos e econdmicos, levando em conta as boas priticas da engenharia, podendo a critério do projetista serem utilizados os métodos contidos nos itens 9 a 14 ou outro desde que devidamente justificado. > Os reservatérios devem ser limpos e desinfetados com solucao de derivado clorado, no minimo uma vez por ano de acordo com a ABNT NBR 5626/98. O volume nfo aproveitavel da agua de chuva, pode ser lancado na rede de galerias de Aguas pluviais, na via publica ou ser infiltrado total ou parcialmente, desde que nao haja perigo de contaminacao do lencol fresttico. > A descarga de fundo pode ser feita por gravidade ou por bombeamento > A Agua reservada deve ser protegida contra a incidéncia direta da luz solar e calor, bem como de animais que possam adentrar o reservatério através da tubulacdo de extravasio, 5. Instalagdes prediais > As instalagdes prediais de Agua fria devem atender 2 ABNT NBR 5626/98, principalmente quanto as recomendagdes de separagio atmosférica, dos materiais de construgio das instalagdes, da retrossifonagem, dos dispositives de prevencio de refluxo, protegio contra interligago entre Agua potivel e nao potivel, do dimensionamento das tubulagdes e limpeza e desinfecgdo dos reservatorios, controle de muidos e vibragaes. > As tubulagdes e demais componentes devem ser claramente diferenciadas das tubulagdes de agua potivel. Pode ser usado cor diferentes ou tarja plastica enrolada no tubo. > Diferentes sistemas de distribuicdo de agua fia, sendo um para 4gua potivel e outro para agua nfo potvel devem existir em qualquer tipo de edificacao, evitando a conexao cruzada e obedecendo a ABNT NBR 5626/98. 8 6 Sinpseio Brasileira de Capragta de Agua de Chiosa 09- 12/07/2007 - Belo Horizonte, MG. > Os pontos de consumo, como por exemplo uma tomeira de jardim, devem ser identificados com placa de adverténcia com a seguinte inscrigao “gua nao potivel” e advertencia visual destinada a pessoas que nao saibam ler e a criancas. > Recomenda-se que hajam dois reservatérios, sendo um para gua potivel e outra para agua no potivel que seri usado para o aproveitamento da agua de chuva 6. Qualidade da agua Os padrdes de qualidade do sistema de Agua de chuva para 4gua nao potivel no ponto de uso € opgao do projetista podendo conforme a situagao podendo ser exigido cloragio ou no ou até adotar a Tabela (4) para monitoramento do sistema de aproveitamento de gua de chuva. Tabela 4 ~ Parametros de qualidade de gua para uso nao potivel Parimetro “Aniilise ‘Valor Coliformes totais, semestral | Auséacia em 100 all Coliformes termotolerantes semestal | Auséacia em 100 all ‘Cloro residual livre mensal_| 0.5 03,0mgL Turbidez imensal_| ~ 2,0 uT, para usos menos restitivos <3,0uT. ‘Cor aparenie (caso nao Seja mensal |= 15 0H utilizado nenhum corante, ou antes, dda sua wilizacao). ‘Deve prever ajuste de pH para tmiensal | pH de 6,0 a 8.0 no caso de rubulagao de ago earbono ow protecio das. galvanizado. ‘ed2s de distribuigdo, caso ‘NOTAS UT é a unidade de turbidez 1H 6 a unidade Hazen, > No se recomenda em hipstese alguma a transformagao da égua de chuva em Agua potavel em Areas urbanas. Mas caso se faga esta opgio o tratamento adequado devera atender a Portaria n° 518/04 do Ministério da Sade > Para desinfeccao, a critério do projetista, pode-se utilizar hipoclorito de s6dio, raios ultravioleta, ozénio e outros. Em aplicacdes onde é necessdrio um residual desinfetante deve ser usado hipoclorito de sodio devendo o cloro residual livre estar entre 0,5 mg/le 3,0 mg/l. > No caso de Agua de chuva ser utilizada para lavagem de roupas, tratamentos especificos adequados que permitam a remogio de parasitas, como por exemplo o Crypstoridium parvum. O tratamento recomendado é 0 uso de filtros lentos de areia. > Para se ter uma idéia dos precos de analises informamos que para coliformes totais e termotolerantes 0 custo é de RS 40,00/ amostra, Para cor aparente, turbidez e cloro residual livre o custo ¢ de RS 20,00/amostra Fazendo-se 0s cdlculos do custo de monitoramente é de RS 140,00/an0 ‘Mas podemos usar ainda kits para testes para pH e de cloro residual livre que custa somente RS 20,00. © 6° Sinpseio Brasleina de Capragta de Agua de China 09- 12/07/2007 - Belo Horizonte, MG. > Quando for usado Agua de chuva clorada para irrigagio de plantas é bom saber que existem plantas que no se importam com 03 derivados clorados, mas existem outras que mesmo com uma quantidade muito pequena elas morrem. 7. Bombeamento > Quando necessiric o bombeamento, o mesmo deve atender a ABNT NBR 12214/92 > Devem ser observadas as recomendacdes das tubulagGes de sucgio e recalque, velocidades minimas de sucgao e selegéo do conjunto motor-bomba. ¥ Pode ser instalado junto a bomba centrifuga, dosador automatico de derivado clorado © qual convém ser enviado a um reservatério intermedirio para que haja tempo de contato de no minimo 15 min. > Um dosador automatico de derivado clorado custa aproximadamente RS 350,00. Podera ser usado hipoclorito de sodio ou outro derivado clorado. Figura 6- Bomba centrifuga 8. Manutenciio » Recomenda-se realizar manuten¢do em todo o sistema de coleta e aproveitamento de gua de chuva conforme Tabela (5) 106° Simp Balen de (09-12/07/ Tabela Sugestio de frequéncia de manutencao ‘Componente Freqiiéncia de manuten¢io Dispositive de desearte do escoamento inicial automatico ‘Limpeza meusal ou apos chuva de grande intensidade, Calhas, condutores verticals © horizontals 2 ou 3 vezes por ano Desinfeogio com derivado clorado ‘Manutengdo mensal Bombas Manutengao mensal Reservatsrio ‘Limpeza e desinfecqao anval 9. Dimensionamento do reservatorio pelo Método de Rippl O método de Rippl geralmente superdimensiona o reservatério, mas ¢ bom usé-lo para verificar o limite superior do volume do reservatorio de acumulagao de aguas de chuvas, Neste método pode-se usar as séries histéricas mensais (mais comum) ow didrias. S@=Do-Qe Qi» = Cx precipitacdo da chuva j x area de captagaio V=ZS q, somente para valores $ > 0 Sendo que: ED ) Maio © 7 L z D Sonho = + z s D Julho s 3 5 ir D Agente 30 5 z é 17 D ‘Setembro = = 7 7 is D ‘Outubro iT 5 0 16 s Novembro [Tis © 30 is s Deremnbro [216 = 7 é = Total Te | Soa anw THE=96 aban Es agua esrando pelo etravavor Drivel de Sgn Ualamde Ss nivel Vamos passar a explicar as oito colunas da Tabela (6). Coluna 1- E 0 periodo de tempo que vai de janeiro a dezembro. Coluna 2 - Nesta coluna esto as chuvas médias mensais em milimetros, Coluna 3 — Demanda mensal que foi imposta de acordo com as necessidades. A demanda também pode ser denominada de consumo mensal e é fornecido em metros cibicos. © volume total da demanda ou do consumo 96m'fano deve ser menor ou igual 0 volume total de chuva da coluna 5 que € 126m°/ano, Coluna 4- E a rea de captagao da dgua de chuva que é suposta constante durante o ano. A area de captagio é fomnecida em metros quadrados e & a projecao do telhado sobre o terreno. Coluna 5- ‘Nesta coluna esto os volumes mensais disponiveis da agua de chuva. E obtido multiplicando-se a coluna 2 pela coluna 4 e pelo coeficiente de runoff de 0,80 e dividindo-se por 1000 para que o resultado do volume seja em metros ctibicos. Assim a linha referente ao més de janeiro ¢ obtida: 272mm x 100m" x 0,80/ 1000 =22 m* © total da coluna $ do volume de agua fomecida pela chuva média de janeiro a dezembro ¢ de 126m'/ano que deverd ser maior ou igual 20 volume total da demanda ou consumo que se refere a coluna 3. 126° Sinpdio Brastleivo de Capragdo de gua de Chines 09- 12/07/2007 - Belo Horizonte, MG. Coluna 6 — Nesta coluna esto as diferengas entre os volumes da demanda e os volumes de chuva mensais. E na pritica a coluna 3 menos a coluna 5. O sinal negativo indica que ha excesso de gua e o sinal positivo indica que o volume de demanda, nos meses correspondentes supera 0 volume de agua disponivel Coluna 7— Nesta coluna estio as diferengas acumuladas da coluna 6 considerando somente os valores positivos. Para preencher esta coluna foi admitida a hipétese inicial de o reservatério estar cheia, Os valores negatives nio foram computados, pois, comespondem a meses em que ha excesso de agua (volume disponivel superando a demanda). Comega-se com a soma pelos valores positivos, prosseguindo até a diferenca se anule, desprezando todos os valores negativos seguintes, recomegando a soma quando aparecer 0 primeiro valor positivo. O volume maximo obtido na coluna 7 pelo Método de Rippl ¢ de 18m’. Portanto, o reservat6rio para regularizer a demanda constante de 8m°/més deverd ter 18m" de capacidade Coluna 8- O preenchimento da coluna 8 é feito usando as letras E, D e $ sendo: E = Agua escoando pelo extravasor; D> nivel de agua baixando e S= nivel de agua subindo. Supomos desde 0 inicio que o reservatério est cheio ¢, portanto, nos meses de janeiro, fevereiro e margo da coluna 6 verificamos que as diferencas sd negativas e, portanto, ‘temos que a Agua esti escoando pelo extravasor. Quando os valores da coluna 6 sao positivos o nivel de agua do reservatério est baixando e isto vai acontecer no més de abril quando o abaixamento ¢ de 1m’. Em maio de 2m*_ Em junho de 6m*. Em julho o abaixamento é de 11m’. Em setembro 0 abaixamento é de 18m? e em outubro o reservatério como a coluna 6 é negativa, o volume comeca a extravasar. O volume do reservatério de 18m’, correspondentes a um suprimento de 69 dias de seca (2,3 meses). Salientamos que geralmente 0 método de Rippl fornece valores muito elevados para os reservatérios sendo que na pratica 0 método mais usado é 0 da simulacdo que se faz por tentativas. 10. Método da simulagio Para um determinado més aplica-se a equagio da continuidade a um reservatério finito: Se = Qw+Saa-Do Qi = Cx precipitagdo da chuva « x area de captagio Sendo que: 0=S @=V Onde: S €0 volume de agua no reservatério no tempo t; S 1» €0 volume de agua no reservatério no tempo t Qo € 0 volume de chuva no tempo t; D @ € 0 consumo ou demanda no tempo t; V é0 volume do reservatério fixado; C € 0 coeficiente de escoamento superficial. 136° Sinpdtio Brastleivo de Capragto de gua de Chines 09- 12/07/2007 - Belo Horizonte, MG. Nota: para este método duas hipéteses devem ser feitas, o reservatorio est cheio no inicio da contagem do tempo “t”, os dados histéricos so representatives para as condicdes futuras. Exemplo 6 Verificar 0 volume de 30m* de um reservatério pela anilise de simulagdo usando a série sintética da precipitagaio média mensal, demanda mensal de 30m'/més, area de captagtio de 350m? e coeficiente de runoff C=0,80. ‘A grande vantagem do método ¢ escolher mais facilmente o dimensionamento mais econdmico do reservatério e verificar 0 risco, Na Tabela (7) esté 0 exemplo de aplicagao da Andlise de simulagao do reservatério. ‘Tabela 7 Aplicasio da Analise de simlagio para reservatério com 30m considerando a média n sal das precipitagoes Chane | Demands | Ares de Volumeda | Volume do] Volume do Mis | smedia | mensal” | captacio | 1°" | reservar | reservatorio mo | reservatrio Suprimento (aan) | coustante | Tirade | "tempo et | aotempot | Overton | de agua externe | om) | cogs | om a) a) m=) (a) @) P De x [or ? wer 3 oF = Calis | Colina | Colina | Cotuna | Calan | — Gotan Cala Colana | Coma | Cais mf i ‘ 5 6 7 é % 10 ta ee 7 a 7 wo 7 7 fee | 28 | 30 se 30 30 30 3 7 Mar [530 a 3 30 3 2 7 abr] 30 3 30 30 3 7 7 a 30 3 Bs zr 7 7 ap 30 1 2 4 7 c a 30 7 7 oe 7 Fg 3030 = 30 T 2 7 2 [30 By 30 7 7 @ 7 ia [ 3 a 0 a T a 7 Ta _[ 30 3 3 7 @ 7 7 26_[ 30 3 30 é 30 © 7 1568] 367 ww oy rn ‘Vamos explicar a Tabela (7) colunas 1 a coluna 10. Tabela (7) Coluna 1: Constam os meses do ano de janeiro a dezembro, Coluna 2: ‘Sao as chuvas médias mensais (série sintética), Coluna 3: Eo consumo mensal de 30m’ de Agua nao potivel. Coluna 4: E a area de captaco da chuva que é de 350m’ que é a Area de todo o telhado disponivel. u Sinpdsio Brasileive de Capeagdo de dua de China 09- 12/07/2007 - Belo Horizonte, MG. Coluna 5: O volume de Agua de chuva é obtido da seguinte maneira’ Coluna 5 = coluna 2 x coluna 4 x 0,80 / 1000 para o resultado sair em metros ctibicos Para perdas de gua por evaporagio, perdas de ‘gua na autolimpeza supomos 0 coeficiente 0,80. Coluna 6 Volume do reservatério que é fixado. O volume para este tipo de problema é arbitrado e depois verificado 0 overflow e a reposigio de agua, até se escolher um volume adequado. No caso deste exemplo, usamos 0 volume de 30m’ para o reservatério. Coluna 7. E 0 volume do reservatério no inicio da contagem do tempo. Supomos que no inicio do ano o reservatério esta vazio e que, portanto a primeira linha da coluna 7 referente ao més de janeiro sera igual a zero. Os demais valores sfio obtidos usando a fungao SE do Excel: SE (coluna 8 <0 ; 0 ; coluna 8) Coluna 8: Fomece o volume do reservatério no fim do més. Assim o volume de 30m* no més de janeiro refere-se ao volume do reservatério no iiltimo dia de janeiro. Vé-se que o reservatério & considerado cheio Obtém-se a coluna § da seguinte maneira: Coluna 8 - SE (coluna5 + coluna7 — coluna3 > coluna 6; coluna 7 ; coluna 5 + coluna 7 — coluna 3) Nota: a coluna 8 pode resultar em ntimero negativo. Deve ser entendido como agua necessaria para reposi¢do. Aparecera o mesmo valor com sinal positive na coluna 10. Coluna 9: E relativa a0 overflow, isto quando a agua fica sobrando e & jogada fora. Obtém-se da seguinte maneira: Coluna 9 = SE (coluna 5 + coluna 7 — coluna 3) > coluna 6 ; coluna 5 + coluna 7 — coluna 3—coluna 6 : 0) Coluna 10: E a coluna da reposigéo da agua, que pode vir do servigo piiblico de abastecimento ou de caminhao tanque ou de outra procedéncia. Coluna 10= SE (coluna 7 +coluna $ — coluna 3 <0; - (coluna 7 + coluna $ ~ coluna 3) ; 0) Comentario sobre a Tabela (7): No processo de verificagao ¢ fornecido o volume de 30m? e a chuva média mensal adotada. Durante o ano verificamos que havera overflow de 93m? e que sera necessario 44m° de agua de outra fonte parra suprir o reservatdrio durante o ano. volume de agua de chuva considerando 0 coeficiente de runoff de 0,80 seri de 439m’ /ano maior que a demanda anual de 360m’. Para a coluna 8 0 reservatério est cheio em janeiro. 156° Sinpdio Brastleivo de Capac de digua de Chines 09- 12/07/2007 - Belo Horizonte, MG. 11. Método pratico do professor Azevedo Neto V=0,042xPXAXT Onde: P €a precipitacdo média anual, em milimetros; T € ontimero de meses de pouca chuva ou seca; A éa dea de coleta, em metros quadrados: V € 0 volume de agua aproveitavel e 0 volume de agua do reservatério, em litros Exemplo 7 Dada a precipitacao média anual P=1500mm e Area de telhado de A=100m* numa regito que fica sem chuva T=2 meses, V=0,042xPXAXT V = 0,042 x 1500mm x 100m? x 2=12.600 littos= 2.6m’ 12. Método pratico alemao Trata-se de um método empirico onde se toma o menor valor do volume do reservatério: 6% do volume anual de consumo ou 6% do volume anual de precipitacao aproveitvel. Vadotado = minimo de (volume anual precipitado aproveitavel e volume anual de consumo) x 0,06 (6%) adotaas= min (V; D) x 0,06 Onde: V € 0 volume aproveitavel de agua de chuva anual, em litros; D éademanda anual da agua nao potivel, em litros; ‘Vatotate & 0 Volume de Agua do reservatério, em litros, Exemplo 8 Calcular um reservatério para aproveitamento de égua de chuva usando método Alemao para P=1500mm e area de telhado A=100m” sendo 0 consumo médio mensal D=8m’ Vaproveitavel anualmente de agua de chuva= 150mm x 100m? x 0,8= 120.000 littos=V=120m" Consumo mensal= 8m . Consumo anual sm? x 12= 96m° ‘Vasoado= min (V3 D) x 0,06 Vasorais™ min (120; 96) x 0,06 Vadotado= 96 x 0,06= 6m* 13. Método priitico inglés V=005xPx4 Onde: P €a precipitacdo média anual, em milimetros; A 6a frea de coleta, em metros quadrados; V6 0 volume de agua aproveitavel e 0 volume de agua da cisterna, em litros. Exercicio 9 Dada a precipitagao média anual P 500mm e area de telhado de A=100m". v=o, xPxA 16 6° Sinpdio Brastleivo de Capac de gua de Chines 09- 12/07/2007 - Belo Horizonte, MG. V=0,05 x 1500 x 100 =7500 litros= 7,Sm* 14. Método pratico australiano O volume de chuva obtido pela seguinte equaco: Q=AxCx(P-D Onde: C 6 0 coeficiente de escoamento superficial, geralmente 0,80; P 6a precipitacdo média mensal, em milimetros; 16a interceptagio da Agua que molha as superficies e perdas por evaporagio, geralmente 2mm: A 6a fea de coleta, em metros quadrados; Qé 0 volume mensal produzindo pela chuva, em metros cibicos. 0 cileulo do volme do reservatério é realizado por tentativas, até que sejam uitlizados valores otimizados de confianga e volume do reservatério, Vi= Ver + QD Onde: Q.é0 volume mensal produzido pela chuva no més t; V_o volume de agua que esta no tanque no fim do més t, em metros ciibicos; Via €0 volume de Agua que esta no tanque no inicio do més t, em metros ciibicos; D,éa demanda mensal, em metros cibicos; ‘Nota: para o primeiro més consideramos o reservatério vazio. Quando (V.1 +Q,-D) <0, entao o V,=0 O volume do tanque escolhido sera em mettos cibicos. Exemplo 10 Calcular o volume do reservatério para aproveitamento de gua de chuva em area de telhado de A=100m’, coeficiente de runoff C-0.80, interceptacdo I-2mm e demanda constante mensal D-8m Na Tabela (8) estio os cilculos efetuados. Tabela 8- Método Australiano Weses [ Prec. Mensal [Area | Rano | Interseptacao | Vol. Chava@ | Demands D | Vt @[ € om) @y fe Ta Too | 08 z 2 E Ts fev Too | 08) 2 DB sp Mar Too | 08 ig =] “Abr 100 | 08 7 € p34 Mal To | 08) 7 = ps Tan Too | 08) 4 s__ [2s Tul 100 | 08) 3 sp ‘Ago | 30 | 100] os 2 € 18 Set =| 100 | 08 6 E 16 Ow [a1 | 100 | 08 10 5 18 Nev | 114 | 100 | 0s z > g 8 Dez | 216 | 100 | 08 z 17 € [28 Toa [1569 O volume do reservatério de aproveitamento de Agua de chuva serd de 35m’. 176° Sinpdio Brastleivo de Capac de digua de Chines 09- 12/07/2007 - Belo Horizonte, MG. 15 Confianca P,=Ny/N Onde: P, éa falha N60 mimero de meses em que o reservatorio nao atendeu a demanda, isto &, quando V, = 0; Né 0 ntimero de meses considerado, geralmente 12 meses; Confianga = (1 -P,) Recomenda-se que os valores de confianca estejam entre 90 % ¢ 99 %. Exemplo 11 Calcular a falha € a confianga de um sistema de aproveitamento de agua de chuva em que durante 3 meses o reservatorio nao conseguiu atender 4 demanda N= 12meses Nr= 3 meses Pr= Nr/N= 3/12-0,25 Portanto, a falha é 0,25 ou seja 25% A confianga no sistema é Confianca = (1 - P,)= 1+ O sistema de aproveitamento de agua de chuva funcionamento durante o ano com 75% de confianca 16. Dimensionamento do reservatorio de autolimpeza ‘Na Figura (5) esti um esquema do sistema de aproveitamento de éguas pluviais onde aparece a caixa do first flush, ou seja, o reservatério de autolimpeza que funciona automaticamente. Sem diivida a grande dificuldade é dimensionar 0 tamanho do reservatério em que a agua do first flush sera depositada para ser descartada, quando se supde esta alternativa. Podemos também fazer projetos em que deixamos a sujeira do telhado relativa ao first flush ser depositada no fundo do mesmo. Figura 5- Esquema de funcionamento do reservat6rio de autolimpeza 18 6° Sinpdio Brastleivo de Capagdo de gua de Chines 09- 12/07/2007 - Belo Horizonte, MG. ‘Uma maneira que encontramos para dimensionar a caixa de autolimpeza, isto é que ela seja feita automaticamente sem a interferéncia humana é imaginarmos um reservat6rio que tenha o volume do first flush e que o esvaziamento do mesmo seja feito em 10min aproximadamente. O valor de esvaziamento de 10min, foi tomado empiricamente, pois este & 0 tempo que leva para que a agua levar para ficar limpa ‘Usamos a equacao do orificio: Q=CdxAQxgxh) Sendo: . & vazio de saida do orificio (m’/s) G= aceleragao da gravidade=g-9,81m/s* h=altura de agua sobre 0 orificio (m). E a metade da altura da caixa, A= Area da secao do orificio (m°) Cd= coeficiente de descarga do orificio Exemplo 12 Dimensionar a caixa do first flush de um telhado com A=1000m Como nao temos mais informacdes adotamos para o first flush 2 litros/m’ de area de telhado. Assim teremos: V= 1000m? x 2 litros/m* = 2000 litros= 2m* Portanto, a caixa deverd ter volume de 2m* Este volume devera ser escoado pelo fundo da caixa em aproximadamente 10min. ‘Vamos estimar as dimensdes da caixa que ter 2m’. Tendo em vista condigdes locais podemos estimar que a altura deva ser de 0,80m. Supondo que o comprimento seja o dobro da largura L. teremos: V=Lx2Lx0,80=2m’ e, Pportanto L"= 2/(2 x 0,80) = 1,25m e ent&o L= 1,12m A largura sera de 1,12m eo comprimento 2 x L= 2.24m As dimensdes so: 1,12m x 2,24 x 0,80 =2,0m° Como a profindidade da caixa do first flush é de 0,80 para a equacao do orificio entramos com a metade da altura h=0,80/2= 0.40m Q=Cdx A(QQxgxh)* 0,62 x A (2x 9,81 x 0,4)" 5 5 Q=LBIXA Mas Q= 2m'/ 10min= 2m"/(10min x 60s) =0,0033m'/s Substituindo teremos: ‘Mas 0 orificio ¢ circular e, portanto: A=PIXD/4 D=(4xa/PD°> D= (4x 0,0019/ 3.1416) *°=0,049m. Adotamos D=0,05m, ow seja, D: Omm 17. Custos Os custos dos reservatérios variam com o material e com a solugio escolhido da posi¢o do reservatério e das condicdes locais. ‘Na média o custo do reservatério é de USS 150/m* de Agua reservada. 196° Sinpdio Brastleivo de Capragdo de gua de Chines 09- 12/07/2007 - Belo Horizonte, MG. Exemplo 13 Calcular o custo de um reservatério de concreto com 26m? 20 m’ x USS 150/m*= USS 3000 Supondo IUSS= RS 2,00 teremos o custo total incluindo reservatério, condutores verticais, bombas ete de RS 6.000,00 18. Previsiio de consumo de agua HG sempre uma grande dificuldade em se prever o consumo de agua nao potavel para se usar a gua de chuva. A Tabela (9) de Vickers, 2001 mostra as porcentagens dos tipos de uso residencial Assim numa casa se gasta 27% da gua nas descargas nas bacias sanitirias, 17% nos chuveiros, 22% na lavagem de roupa, etc A média de consumo brasileiro € de 160 litros/diaxhabitante © que mostra que podemos usar a gua de chuva no minimo 27% dentro de uma casa. sid Consumo residencial no Brasil supondo media Tipos de usos da agua Porcentagem monsal de 160 ltrosidia x habitante iitros) 1a 9. Tipos de uses As Tabelas (10) e (11) fornecem parimetros para calculo do consumo interno & extemo de wma residéncia, A escolha adequada dos parimetros deveri ser feita pelo projetista. 206 Sinppdeto Brasileira ce Capnapto de dgua de China 09- 12/07/2007 - Belo Horizonte, MG. Tabela 10- Parametros de engenharia de consumo interno de uma residéncia Params Uso into Unidades ia sapere Wa pv ‘Gastomemal__avpessoames 3 OSC Namero pessoas pessoa 2 6 35 ra casa Descarga na backs Descargapessoal 4 = 6 5 dla Volume de Livosidescarga 68 18 9 descarga \Vazamento bacias —Percentagem = «030, 9 sanitarias Freqtiéncia de Banholpessoaidia «0 1 banho Duragtio dobanho ——-Minutos 5 15 73 \Vazio dos Litrosisequndo 0,08 0,30 0.15 chuvelros Uso da banheira Banhoipessoaidia 0 2 ot Volume de agua Litosibanho 113189 113 Maquina de lavar Cargaipessoaidia 0,1 03 on pratos Volume de agua Ltro/clelo 18 70 18 Maquina de lavar Cargaipessoaidia 02 0,27 037 roupa ‘Volume de agua Utoiciclo 108189 108 Tomeira da Minuioipessoaida 0,5 4 4 cozinna Vazio da tomeira _Litrosisequndo 0,126 0,189 0.15 Tomeira de Minutoipessoaida 0,5 4 4 banheiro Vazio da tomeira_Litrosisegundo_0,126 0.189. 015 Noia: foi considerada a pressao nas instalacoes de 40m.ca_ Tabela 11- Pardmetros de engenharia de consumo externo de uma residéncia residencial de agua potavel para uso extemo Uso externo Unidades: Valores Casas com piscina Poroentagem Ot Gramado ou Jardim Litrosidiaim= 2 Lavagem de carros litrosfavagemicaro 150 Lavagem de catros: Lavagemimés 4 trequencia Mangueira. de jardin Liteosidia 50 2"x20m, Manutengao de piscina ——_itrosidiai 2 Perdas py evaporagao em —_Litrosidia/m* 575 piscina Reenchimento de piscinas anos 10 Tamanho da casa m 20.0450 Tamanho dolote im. 125.0750 Exemplo 14 Residéncia com 5 (cinco) pessoas com area construida de 450 m?, em terreno com rea de 1.200 m*. A piscina tem 5 mx 8 mx 1,6 m. O nimero total de automéveis & 2 (dois). A area de jardim de aproximadamente 500m?. Vamos calcular 0 uso interno e 0 uso externo da agua na referida residéncia. ‘Vamos calcular 0 volume mensal de égua consumido para uso interno e para uso extemo. 216 Sinpdeto Branileive de Capnapao de dgua de China 09- 12/07/2007 - Belo Horizonte, MG. USO INTERNO. Bacia Sanitaria Consideremos que cada pessoa ocupe a bacia sanitaria 5 (cinco) vezes ao dia e que 0 volume de cada descarga seja de 9 litros. Consideremos ainda um vazamento de 8% em cada descarga. Teremos entao: 5 pessoas x 5 descargas/pessoa/dia x 9 litros/descarga x 1,08 (vazamentos) x 30 dia litros/més, 7.290 Lavagem de roupa Como existe maquina de lavar roupa, suponhamos que a carga seja de 0.2 carga/pessoa.dia, com 170 litros por ciclo. Teremos: 5 pessoas x 0,2 carga/pessoa/dia x 170 litros/ciclo x 30 dias = 5.100 litros/més. ‘Nao usaremos a agua de chuva para a lavagem de roupas. Em resumo 0 consumo interno da casa_em que poder ser usada a agua de chuva, isto &, Agua nao potivel é de 12.390 litros/més conforme Tabela (12). ‘Tabela 12-Exemplo de aplicagto — uso interno se Interna. ‘Consume em litrosimés Bacia Sanitaria 7.290 ‘Soma total do use tavern 7.290 USO EXTERNO O uso externo da casa sto a rega de jardins, passeios, lavagem de carros etc. Gramado ou Jardim Como a area de jardim de 500 m* e como se gasta 2 litros/dia/m* e ainda sendo a freqtiéncia de lavagem de 12 (doze) vezes por més, ou seja, 0,40 vezes/més teremos: 500 n 2 litros/dia/m* x 0,40 vezes/més x 30 dias ~ 12.000 litros/més. Lavagem de carro Considerando a freqiiéncia de lavagem de carros de 4 vezes/més ¢ que o gasto seja de 150 litros por lavagem teremos: 2 carros x 150 litros/lavagem x 4~ 1,200 litrosimés. Piscina A piscina tem area de 5m por 8m, ou seja, 40m’. Sendo a manutencao da mesma feita 8 (ito) vezes por més, isto é, freqiiéncia de 0,26 vezes/més e como o consumo de agua de manutencao da piscina é de 3 litros/dia/m* teremos: 3 litros/dia/m? x 40 m* x 0,26 x 30 dias - 936L/més ‘Nao faremos a manutengao de agua da piscina com a agua de chuva. Mangueira de Jardim Supondo que a mangueira de jardim seja usada em 20 dias por més teremos: 50 litros/dia x 20 dias = 1.000L/més 226° Sinpdeto Branieive ce Capnapto de dgua de Chia 09- 12/07/2007 - Belo Horizonte, MG. Tabela 14-Exemplo de usos interno e externo de uma casa que pode ser A captagao interno e 14.200 lit Tabela 13-Exemplo de aplicagio — Uso externo Tse extern ‘Consumo mensal em eros Gramado ou Jardim 12.000 Lavagem de cairo 1.200 Mangueira de Jardim 1.000 Soma toral do uso exterao= 14.200 sada gua de chuva Tisos da agua na residincla ‘Volumes mensais Uso interno 7.290 litre Use Exierao 14.200 Tiros Total 21.490 Lives de agua de chuva poderd ser usada mensalmente 7.290littos para uso tros para uso externo, totalizando 21.490 litros/més, conforme Tabela (14). Usando 0 Método de Rippl conforme Tabela (15) 0 reservatério teri no maximo o volume de 26m’, Tabela_15- Método de Rippl - Diferensa | Diferenca Chuva Arende | Volumede futres | Acumutada Media | Demanda | Captacto Chuva | Demandae | da Coluna Mes Mensal ‘Mensal (m*) (m) ‘Mensal (m*) ‘Volume de 6 dos (am) Chuva en) | Valores Positives (mr) Taare = 0 oF Fevers | 23 2 #50 a7 Margo [223 2 50 so Abi 3 2 0 ar Maio 3 z 0 HT Ton 7 2 #50 i g i Talo wo 2 50 i g i ‘agosto 30 2 0 70 B B] Seiembo [BP z 0 29 79 Outubro [aI 2 #50 B I Novena [14 2 50 0 Dezento [216 2 0 7 Total —[ 1569 76a 6 236 Sins rate de Cpeato de gua de Chia 09-12) 2007 = Belo Horizonte, MG. 19. Bibliografia ¢ livros consultados -ABNT (ASSOCIACAO BRASILEIRA DE NORMAS TECNICAS). Projeto de captagao de agua de superficie para abastecimento piiblico. NBR 12213 de abril de 1992 -ABNT (ASSOCIACAO BRASILEIRA DE NORMAS TECNICAS). Estudos de concepeao de sistemas piiblicos de abastecimento de dgua. NBR 12211 de abril de 1992 -ABNT (ASSOCIACAO BRASILEIRA DE NORMAS TECNICAS). Jnstalacao predial de gua fria, NBR 3626 de setembro de 1999. -ABNT (ASSOCIACAO BRASILEIRA DE NORMAS TECNICAS). Znstalacdes prediais de Aguas phiviais. NBR 10844 de dezembro de 1989. -ABNT (ASSOCIAGAO BRASILEIRA DE NORMAS TECNICAS). Projeto de estacaio de tratamento de égua para abastecimento piiblico. NBR 12216 de abril de 1992 -ABNT (ASSOCIACAO BRASILEIRA DE NORMAS TECNICAS). Projeto de reservatério de aistribuicao de égua para abastecimemo piiblico. NBR 12217 de julho de 1994. -ABNT (ASSOCIACAO BRASILEIRA DE NORMAS TECNICAS). Projeto de sistema de bombeamento de gua para abastecimento priblico. NBR 12214 de abril de 1992. -BOTELHO, MANOEL HENRIQUE CAMPOS E RIBEIRO JR, GERALDO DE ANDRADE.Instalacoes Hidréulicas prediais feitas para durar- usando tubos de PVC. Sao Paulo: Pro, 1998, 230 p. -MACEDO, JORGE ANTONIO BARROS DE. Subprodutos do processo de desinfeccao de agua pelo uso de derivados clorados. Juiz de Fora, 2001, ISBN 85-901.568-3-4. -MAY, SIMONE. Estudo da viabilidade do aproveitamento de agua de chuva para consume nao potivel em edificacéio. Dissertacao apresentada a Escola Politécnica da Universidade de ‘Sfio Paulo para obtencio do titulo de mestre em engenharia.Sio Paulo, 2004. -MINISTERIO DA SAUDE. Portaria 518 de 25 de marco de 2004. Estabelece os procedimentos e responsabilidades relatives ao controle e vigiléncia da qualidade da agua para consumo humano e seu padrao de potabilidade e dé outras providencias -TEXAS, The Texas Manual on Raimwater Harvesting, 3a edicio 2005, Austin, Texas, 88 paginas, -THOMAS, TERRY E REES, DAL Affordable Roofwater Harvesting in the Humid Tropics. International Rainwater Catchment Systems Association Conference, 6 a 9 de julho de 1999, Petrolina, Brasil -THOMAS, TERRY et al. Bacteriological quatity of water in DRWH- Rural Development Germany: 2001, Rainwater International Systems de 10 a 14 de setembro de 2001 em Manheim. -TOMAZ, PLINIO. Aproveitamento de dgua de chuva para éreas urbanas e fins nao potdveis. Navegar Editora, Stio Paulo, 2005, 2* ed., 180p. ISBN 85-87678. -TOMAZ, PLINIO. Conservacao da dgua. Editora Parma, Guarulhos, 1999, 294 p. -TOMAZ, PLINIO. Previstio de consumo de dgua- Interface das instalagées prediais de égua € esgotos com os servicos piiblicos. Navegar Editora, Sao Paulo, 2000, ISBN 85-87678-02- 07, 250p. -VICHKERS, AMY. Handbook of Water Use and Conservation. Massachusetts, 2001, ISBN 1-9315579-07-5, WaterPlow Press, 446p. 246 Sinpdeto Branieive ce Capnapao de dgua de Chia 09- 12/07/2007 - Belo Horizonte, MG.

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