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BRASILEIRA 16001
Segunda edição
03.07.2012
Exemplar para uso exclusivo - Callamarys Industria e Comercio de Cosméticos e Saneantes Ltda - 01.932.232/0002-21 (Pedido 753510 Impresso: 03/06/2020)
Válida a partir de
03.08.2012
Número de referência
ABNT NBR 16001:2012
48 páginas
© ABNT 2012
ABNT NBR 16001:2012
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ABNT
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Sumário Página
Prefácio ...............................................................................................................................................iv
Introdução ............................................................................................................................................v
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1 Escopo ................................................................................................................................1
2 Termos e definições ...........................................................................................................2
3 Requisitos do sistema de gestão da responsabilidade social ......................................6
3.1 Requisitos gerais ...............................................................................................................6
3.2 Política da responsabilidade social ..................................................................................7
3.3 Planejamento ......................................................................................................................7
3.3.1 Identificação das partes interessadas .............................................................................7
3.3.2 Temas centrais da responsabilidade social e suas questões .......................................8
3.3.3 Due diligence ......................................................................................................................8
3.3.4 Identificação de oportunidades de melhoria e inovação................................................9
3.3.5 Requisitos legais e outros .................................................................................................9
3.3.6 Objetivos, metas e programas ..........................................................................................9
3.3.7 Recursos, funções, responsabilidades e autoridades..................................................10
3.4 Implementação e operação .............................................................................................10
3.4.1 Competência, treinamento e conscientização...............................................................10
3.4.2 Engajamento das partes interessadas ...........................................................................11
3.4.3 Comunicação ....................................................................................................................11
3.4.4 Tratamento de conflitos ou desavenças ........................................................................11
3.4.5 Controle operacional .......................................................................................................12
3.5 Requisitos de documentação .........................................................................................12
3.5.1 Generalidades...................................................................................................................12
3.5.2 Manual do sistema de gestão da responsabilidade social ..........................................13
3.5.3 Controle de documentos .................................................................................................13
3.5.4 Controle de registros .......................................................................................................13
3.6 Medição, análise e melhoria ............................................................................................13
3.6.1 Monitoramento e medição ...............................................................................................13
3.6.2 Avaliação do atendimento a requisitos legais e outros................................................14
3.6.3 Não conformidade e ações corretiva e preventiva ........................................................14
3.6.4 Auditoria interna ...............................................................................................................14
3.6.5 Análise pela Alta Direção ................................................................................................15
Bibliografia .........................................................................................................................................48
Anexos
Anexo A (informativo) Identificação das partes interessadas ........................................................16
Anexo B (informativo) Engajamento das partes interessadas .......................................................18
Anexo C (informativo) Comunicação sobre responsabilidade social ............................................20
C.1 O papel da comunicação na responsabilidade social ..................................................20
C.2 Características das informações relacionadas à responsabilidade social ................20
D.7.6 Saúde.................................................................................................................................35
D.7.7 Investimento social ..........................................................................................................35
Anexo E (informativo) Oportunidades de melhoria e inovação ......................................................37
E.1 Educação, treinamento e capacitação ...........................................................................37
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E.2 Saúde.................................................................................................................................38
E.3 Emprego e renda ..............................................................................................................38
E.4 Negócios inclusivos .........................................................................................................39
E.5 Social .................................................................................................................................39
E.6 Tecnologia.........................................................................................................................41
E.7 Aquisição e entrega de produtos ...................................................................................41
E.8 Meio ambiente ..................................................................................................................42
Anexo F (informativo) Monitoramento e medição ............................................................................44
Anexo G (informativo) Correspondência entre a ABNT NBR 16001:2012
e a ABNT NBR ISO 26000:2010 ....................................................................45
Figura
Figura 1 – Modelo do sistema de gestão da responsabilidade social .........................................vii
Tabela
Tabela G.1 – Correspondência entre a ABNT NBR 16001:2012 e a ABNT NBR ISO 26000:2010 ..45
Prefácio
Os Documentos Técnicos ABNT são elaborados conforme as regras da Diretiva ABNT, Parte 2.
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) chama atenção para a possibilidade de que
alguns dos elementos deste documento podem ser objeto de direito de patente. A ABNT não deve ser
considerada responsável pela identificação de quaisquer direitos de patentes.
A ABNT NBR 16001 foi elaborada pela Comissão de Estudo Especial de Responsabilidade Social
(ABNT/CEE-111). O Projeto circulou em Consulta Nacional conforme Edital nº 02, de 17.02.2012 a
16.04.2012, com o número de Projeto ABNT NBR 16001.
Esta segunda edição cancela e substitui a edição anterior (ABNT NBR 16001:2004), a qual foi tecni-
camente revisada.
Scope
This Standard establishes the minimum requirements for a management system of social responsibility,
allowing the organization to formulate and implement a policy and objectives which take into account
its commitments to:
a) accountability;
b) transparency;
c) ethical behavior;
e) compliance with legal and other requirements which the organization subscribes;
Introdução
Nas últimas décadas têm crescido a mobilização e a preocupação da sociedade com temas associa-
dos à ética, cidadania, direitos humanos, desenvolvimento econômico, desenvolvimento sustentável
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e inclusão social.
Neste sentido, organizações de todos os tipos estão cada vez mais conscientes do seu papel na socie-
dade e preocupadas em atingir e demonstrar desempenhos ambientais, econômicos e sociais adequa-
dos, controlando os impactos de suas decisões e atividades na sociedade e no meio ambiente, de forma
consistente com sua política e com seus objetivos da responsabilidade social.
Esse comportamento se insere no contexto de legislações cada vez mais exigentes, de práticas de con-
sumo e de investimentos cada vez mais conscientes, do desenvolvimento de políticas econômicas e de
outras medidas destinadas a estimular o desenvolvimento sustentável e de uma crescente preocupação
manifestada pelas partes interessadas em relação às questões ambientais, econômicas e sociais.
Muitas organizações têm conduzido programas de responsabilidade social e avaliações do seu desem-
penho ambiental, econômico e social. No entanto, por si só, tais avaliações podem não ser suficientes
para proporcionar a uma organização a garantia de que seu desempenho não apenas atende, mas
continuará a atender, aos requisitos legais e aos de sua própria política. Para que sejam eficazes, é
necessário que esses procedimentos sejam conduzidos dentro de um sistema de gestão estruturado
que esteja integrado na organização.
Esta Norma foi redigida de forma a aplicar-se a todos os tipos e portes de organizações e para ade-
quar-se a diferentes condições geográficas, culturais e sociais brasileiras. O fundamento da aborda-
gem é mostrado na Figura 1. O sucesso do sistema depende do comprometimento de todos os níveis
e funções, especialmente da Alta Direção.
Melhoria contínua
Política da
responsabilidade social
Mediação, análise e
melhoria
Planejamento
Implementação
Requisitos de
e operação
documentação
e economicamente exequível.
A adoção desta Norma não elimina, engloba ou substitui o uso das normas da série ABNT NBR ISO 9000
ou ABNT NBR ISO 14000, cabendo às organizações a decisão de aplicá-la em conjunto ou separada-
mente, dependendo das suas necessidades estratégicas.
O atendimento aos requisitos da Norma não significa que a organização seja socialmente responsável,
mas sim que possui um sistema de gestão da responsabilidade social. As comunicações da organização,
tanto internas quanto externas, devem respeitar este preceito.
Convém ressaltar que duas organizações que desenvolvam atividades similares, mas que apresentem
níveis diferentes de desempenho de responsabilidade social, conforme estabelecido em sua política
de responsabilidade social, objetivos e metas, podem, ambas, atender aos seus requisitos.
1 Existem instituições de renome que propõem conceitos, práticas e indicadores que podem contribuir para
o planejamento do sistema de gestão da responsabilidade social.
— Agir (Act): tomar ações para melhorar continuamente o desempenho ambiental, econômico
e social do sistema de gestão.
Muitas organizações gerenciam suas operações pela aplicação de um sistema de processos e suas
interações, que pode ser denominada de “abordagem de processos”. Como o PDCA pode ser aplicado
a todos os processos, as duas metodologias são consideradas compatíveis.
Embora o sistema de gestão proposto nesta Norma inclua parte de um sistema para tomada de deci-
sões e implementação de ações da organização na busca dos seus objetivos, a governança organi-
zacional foi incluída como um dos temas centrais da responsabilidade social, devido à sua relevância
para a efetividade da integração da responsabilidade social.
1 Escopo
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1.1 Esta Norma estabelece os requisitos mínimos relativos a um sistema de gestão da responsabi-
lidade social, permitindo que a organização formule e implemente uma política e objetivos que levem
em conta seus compromissos com:
a) a responsabilização;
b) a transparência;
c) o comportamento ético;
1.2 Esta Norma tem por objetivo prover às organizações os elementos de um sistema de gestão da
responsabilidade social eficaz, passível de integração com outros requisitos de gestão, de forma a au-
xiliá-las a alcançar seus objetivos relacionados com a responsabilidade social. Não se pretende criar
barreiras comerciais não tarifárias, nem ampliar ou alterar as obrigações legais de uma organização.
Esta Norma não prescreve critérios específicos de desempenho da responsabilidade social e se aplica
a qualquer organização que deseje:
b) assegurar-se de sua conformidade com a legislação aplicável e com a sua política da responsa-
bilidade social;
— buscar confirmação de sua conformidade por partes que possuam interesse na organização;
— buscar certificação do seu sistema de gestão da responsabilidade social por uma organiza-
ção externa.
Os requisitos desta Norma são genéricos, para que possam ser aplicados a todas as organizações.
1.3 A conformidade com esta Norma não implica, por si só, a conformidade com as diretrizes da
ABNT NBR ISO 26000. Quaisquer declarações de que um certificado de conformidade com esta
Norma seria uma evidência do atendimento às diretrizes da ABNT NBR ISO 26000 são incompatíveis
com os objetivos desta Norma. No entanto, a adoção desta Norma pode auxiliar a organização em seu
processo de implementação de algumas das diretrizes da ABNT NBR ISO 26000.
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2 Termos e definições
Para os efeitos deste documento, aplicam-se os seguintes termos e definições.
2.1
cadeia de valor
sequência completa de atividades ou partes que fornecem ou recebem valor na forma de produtos
(2.21) ou serviços (2.25)
NOTA 1 Partes que fornecem valor incluem fornecedores, trabalhadores terceirizados (2.27), empresas
contratadas e outros.
NOTA 2 Partes que recebem valor incluem clientes, consumidores, conselheiros e outros usuários.
2.2
comportamento ético
comportamento que esteja de acordo com os princípios aceitos de uma conduta moral e correta
no contexto de uma situação específica e que seja consistente com as normas internacionais de
comportamento (2.14)
2.3
desempenho da responsabilidade social
resultados mensuráveis da gestão de uma organização (2.16) sobre seus impactos (2.11)
2.4
desenvolvimento sustentável
desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das futu-
ras gerações de suprir suas próprias necessidades
NOTA Desenvolvimento sustentável refere-se à integração de objetivos de alta qualidade de vida, saúde
e prosperidade com justiça social e manutenção da capacidade da Terra de suportar a vida em toda a
sua diversidade. Esses objetivos sociais, econômicos e ambientais são interdependentes e reforçam-se
mutuamente. Desenvolvimento sustentável pode ser tratado como uma forma de expressar as expectativas
mais amplas da sociedade como um todo.
2.5
documento
informação e o meio no qual ela está contida
NOTA 1 O meio físico pode ser papel, magnético, disco de computador de leitura ótica ou eletrônica, foto-
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2.6
due diligence
processo abrangente e pró-ativo para identificar os impactos sociais, ambientais e econômicos negati-
vos reais e potenciais das decisões e atividades de uma organização ao longo de todo o ciclo de vida
de um projeto ou atividade organizacional, visando evitar ou mitigar esses impactos
2.7
empregado
toda pessoa física que presta serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência
deste e mediante salário
2.8
engajamento de partes interessadas
atividade realizada para criar oportunidades de diálogo entre uma organização (2.16) e uma ou mais
de suas partes interessadas (2.17), visando fornecer uma base sólida e concreta para as decisões
da organização
2.9
força de trabalho
conjunto de trabalhadores de uma organização
2.10
governança organizacional
sistema pelo qual uma organização (2.16) toma decisões e as implementa na busca de seus objetivos
2.11
impacto da organização
impacto
mudança positiva ou negativa na sociedade, economia ou no meio ambiente (2.12), total ou parcial-
mente resultante das decisões e atividades passadas e presentes da organização
2.12
meio ambiente
arredores naturais em que uma organização opera, incluindo ar, água, solo, recursos naturais, flora,
fauna, pessoas, espaço sideral e suas inter-relações
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NOTA Neste contexto, arredores naturais estende-se do interior da organização até o sistema global.
2.13
metas da responsabilidade social
requisito de desempenho detalhado, sendo quantificado sempre que exequível, aplicável à organiza-
ção ou à parte dela, resultante dos objetivos da responsabilidade social, que necessita ser estabele-
cido e atendido para que tais objetivos sejam atingidos
2.14
normas internacionais de comportamento
expectativas de comportamento organizacional socialmente responsável, oriundas do direito interna-
cional consuetudinário, dos princípios geralmente aceitos de leis internacionais ou de acordos intergo-
vernamentais que sejam universalmente ou praticamente universalmente reconhecidos
NOTA 1 Acordos intergovernamentais incluem tratados e convenções.
NOTA 2 Apesar do direito internacional consuetudinário, dos princípios geralmente aceitos de leis inter-
nacionais e de acordos intergovernamentais serem originalmente direcionados a governos, eles expressam
objetivos e princípios aos quais todas as organizações podem aspirar.
2.15
objetivos da responsabilidade social
propósitos da responsabilidade social, decorrente da política da responsabilidade social, que uma
organização se propõe a atingir, sendo quantificados sempre que exequível
2.16
organização
entidade ou grupo de pessoas e instalações com um conjunto de responsabilidades, autoridades
e relações, com objetivos identificáveis
NOTA Adaptada da ABNT NBR ISO 26000:2010.
2.17
parte interessada
indivíduo ou grupo que tem um interesse em quaisquer decisões ou atividades de uma
organização (2.16)
2.18
política da responsabilidade social
intenções e diretrizes globais de uma organização, relativos à responsabilidade social, formalmente
expressas pela Alta Direção
NOTA A política da responsabilidade social fornece uma estrutura para a definição dos objetivos e metas
da responsabilidade social.
2.19
procedimento
forma especificada de executar uma atividade ou um processo
2.20
processo
conjunto de atividades inter-relacionadas ou interativas que transforma entradas (insumos) em
saídas (produtos)
2.21
produto
artigo ou substância oferecida para venda ou que seja parte de um serviço prestado por uma
organização (2.16)
2.22
registro
documento (2.6) que apresenta resultados obtidos ou fornece evidências de atividades realizadas
2.23
responsabilidade social
responsabilidade de uma organização (2.16) pelos impactos (2.11) de suas decisões e atividades na
sociedade e no meio ambiente (2.12), por meio de um comportamento ético (2.3) e transparente que
— esteja em conformidade com a legislação aplicável e seja consistente com o as normas interna-
cionais de comportamento (2.14); e
2.24
responsabilização
condição de responsabilizar-se por decisões e atividades e de prestar contas destas decisões e ativi-
dades aos órgãos de governança de uma organização, a autoridades legais e, de modo mais amplo,
às partes interessadas da organização
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2.25
serviço
ação de uma organização (2.16) para atender a uma demanda ou necessidade
2.26
sistema de gestão da responsabilidade social
conjunto de elementos inter-relacionados ou interativos, voltados para estabelecer políticas e objetivos
da responsabilidade social, bem como para atingi-los
2.27
trabalhador
toda pessoa física que realiza trabalho na condição de empregado ou em outra condição
NOTA Além de empregado há outras modalidades de trabalhador, como por exemplo: trabalhador avulso,
trabalhador temporário, menor aprendiz, estagiário, trabalhador autônomo, trabalhador eventual, trabalhador
voluntário, trabalhador terceirizado, servidor publico e agente público.
2.28
transparência
franqueza sobre decisões e atividades que afetam a sociedade, a economia e o meio ambiente (2.12),
e a disposição de comunicá-las de forma clara, precisa, tempestiva, honesta e completa
Convém que o escopo do sistema de gestão da responsabilidade social inclua a organização como
um todo, definindo-se claramente:
Nos casos em que não for possível ao escopo do sistema de gestão da responsabilidade abranger
toda a organização, esta deve justificar a razão da limitação.
NOTA Pretende-se com a definição do escopo esclarecer os limites da organização onde será aplicado
o sistema de gestão da responsabilidade social, especialmente se a organização fizer parte de uma orga-
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nização maior. A credibilidade do sistema de gestão da responsabilidade social irá depender da escolha
dos limites organizacionais que irão fazer parte de seu escopo.
A Alta Direção deve definir a política da responsabilidade social da organização, assegurando que esta:
— responsabilização;
— transparência;
— comportamento ético;
h) seja comunicada para todas as pessoas que trabalham para, ou em nome da organização; e
3.3 Planejamento
A organização pode utilizar as diretrizes do Anexo A para desenvolver seu procedimento de identifi-
cação das partes interessadas.
a) governança organizacional;
b) direitos humanos;
c) práticas de trabalho;
d) meio ambiente;
Com o propósito de prevenir a ocorrência, evitar a sua repetição e mitigar os impactos negativos sig-
nificativos, reais e potenciais, a organização deve estabelecer, implementar e manter procedimentos
documentados para:
a) identificar os impactos negativos, reais e potenciais, das suas decisões e atividades ao meio
ambiente, economia, sociedade e partes interessadas;
Ao identificar estes impactos, a organização deve levar em conta seus contextos interno e externo,
bem como:
— a cadeia de valor; e
Ao avaliar a significância dos impactos negativos, a organização pode considerar critérios, como:
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— probabilidade de ocorrência;
— gravidade do impacto;
— capacidade de detecção;
— duração do impacto;
— outros.
O Anexo E apresenta ações e expectativas que podem ser oportunidades de melhoria e inovações
que gerem impactos positivos na sociedade e no meio ambiente.
A organização deve estabelecer, implementar e manter procedimentos para identificar e ter acesso
à legislação aplicável e outros requisitos por ela subscritos.
e) a visão das partes interessadas sobre as suas decisões e atividades e os impactos decorrentes.
Os objetivos e metas da responsabilidade social devem ser compatíveis com a política da responsabi-
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lidade social, com os demais objetivos e metas da organização e com os resultados da due diligence.
A organização deve estabelecer, implementar, manter e documentar programas para atingir seus ob-
jetivos e metas da responsabilidade social, bem como para tratar os resultados da due diligence.
A Alta Direção deve assegurar a disponibilidade de recursos essenciais para estabelecer, implemen-
tar, manter e melhorar o sistema de gestão da responsabilidade social. Os recursos abrangem recur-
sos humanos, qualificações específicas, tecnologia, recursos de infraestrutura e recursos financeiros.
b) relatar à Alta Direção o desempenho do sistema de gestão da responsabilidade social, para aná-
lise, como base para o aprimoramento do sistema de gestão da responsabilidade social.
A organização deve assegurar que qualquer pessoa que, para ela ou em seu nome, realize tarefas que
tenham o potencial de causar impactos identificados pela organização seja competente com base em
formação apropriada, treinamento ou experiência, devendo reter os registros associados.
A organização deve identificar as necessidades de treinamento associadas com seus impactos, temas
e questões da responsabilidade social e com o seu sistema de gestão da responsabilidade social.
Ela deve prover treinamento ou tomar alguma ação para atender a essas necessidades, devendo
manter os registros associados (ver 3.5.4).
A organização deve estabelecer, implementar e manter procedimento(s) para fazer com que as pes-
soas que trabalham para ela ou em seu nome estejam conscientes:
b) dos impactos reais ou potenciais associados com seu trabalho e dos benefícios sociais, ambien-
tais e econômicos resultantes da melhoria do desempenho pessoal;
A organização pode utilizar as diretrizes do Anexo B para desenvolver seu procedimento de engaja-
mento das partes interessadas.
3.4.3 Comunicação
c) elaboração e divulgação periódica de documento, considerando o ponto de vista das partes inte-
ressadas, contendo no mínimo as informações relevantes sobre:
— o perfil da empresa (por exemplo, constituição jurídica, setor de atividades, produtos, países
de atuação, porte etc.);
A organização pode utilizar as diretrizes do Anexo C para desenvolver seu procedimento para comunicação.
— fóruns onde as partes interessadas e a organização possam apresentar seus pontos de vista
e buscar soluções;
A organização deve tornar acessível às suas partes interessadas informações sobre os procedimen-
tos disponíveis para a solução de conflitos e desavenças.
A organização deve manter registros dos processos de solução de conflitos e desavenças (ver 3.5.4).
A organização deve identificar e planejar aquelas operações e atividades que estão associadas aos
impactos significativos das questões da responsabilidade social aplicáveis, de forma a assegurar que
sejam executadas sob condições especificadas, por intermédio de:
3.5.1 Generalidades
c) procedimentos documentados, documentos e registros (ver 3.5.4) requeridos por esta Norma;
NOTA Para elaboração de um manual de gestão da responsabilidade social pode-se utilizar como refe-
rência a ABNT ISO/TR 10013.
Os documentos requeridos pelo sistema de gestão da responsabilidade social e por esta Norma
devem ser controlados. Registros são um tipo especial de documento e devem ser controlados de
acordo com os requisitos apresentados em 3.5.4.
c) assegurar que as alterações e a situação da revisão atual dos documentos sejam identificadas;
d) assegurar que as versões pertinentes de documentos aplicáveis estejam disponíveis nos locais
de uso;
f) assegurar que os documentos de origem externa sejam identificados e que sua distribuição seja
controlada; e
g) evitar o uso não intencional de documentos obsoletos e aplicar identificação adequada nos casos
em que forem retidos por qualquer propósito.
A organização deve estabelecer e manter registros para prover evidências da conformidade com
os requisitos de seu sistema de gestão da responsabilidade social e com esta Norma.
A organização pode utilizar as diretrizes do Anexo F para desenvolver o seu sistema de monitoramento
e medição relativo à responsabilidade social.
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A organização deve estabelecer, implementar e manter procedimentos para tratar não conformidades,
reais e potenciais, e implementar ações corretivas e preventivas.
a) identificação e correção das não conformidades e adoção de ações para mitigar impactos;
b) investigação das não conformidades, determinando suas causas e adotando ações para evitar
a sua repetição;
As ações adotadas devem ser adequadas à magnitude dos problemas e proporcionais ao impacto
verificado.
A organização deve assegurar que sejam feitas as mudanças necessárias na documentação do sis-
tema de gestão.
O programa de auditoria deve ser planejado, estabelecido, implementado e mantido pela organização,
considerando a importância das operações envolvidas e os resultados de auditorias anteriores.
NOTA Para qualificação dos auditores internos, a organização pode utilizar a ABNT NBR 16002.
A Alta Direção deve analisar o sistema de gestão da responsabilidade social, em intervalos planejados,
para assegurar sua contínua pertinência, adequação e eficácia. Essa análise deve incluir a avaliação de
oportunidades para melhoria e necessidade de mudanças no sistema de gestão da responsabilidade
social, incluindo política , objetivos e metas da responsabilidade social.
Os registros (ver 3.5.4) das análises pela Alta Direção devem ser mantidos.
a) resultados das auditorias do sistema de gestão da responsabilidade social, das avaliações sobre
a conformidade legal e demais avaliações;
As saídas da análise pela Alta Direção devem incluir quaisquer decisões e ações relacionadas às neces-
sidades de recursos e possíveis mudanças na política da responsabilidade social, nos objetivos e metas
e em outros elementos do sistema de gestão da responsabilidade social.
Estas saídas da análise devem ser consistentes com o compromisso de melhoria contínua.
Anexo A
(informativo)
Partes interessadas são organizações ou indivíduos que têm um ou mais interesses em quaisquer
decisões ou atividades de uma organização. Pelo fato desses interesses poderem ser afetados por uma
organização, é criada uma relação com a organização. Essa relação não precisa ser formal. A relação
criada por esse interesse existe se as partes tiverem consciência dela ou não. Uma organização pode
não estar sempre consciente de todas as suas partes interessadas, apesar de se recomendar que
ela tente identificá-las. Da mesma forma, muitas partes interessadas podem não estar conscientes do
potencial que uma organização tem de afetar seus interesses.
Nesse contexto, o interesse refere-se à base real ou potencial de uma reivindicação, ou seja, exigir
algo que é devido ou exigir respeito a um direito. Essas reivindicações não necessariamente envolvem
demandas financeiras ou direitos legais. Às vezes, uma reivindicação pode ser simplesmente o direito
de ser ouvido. A relevância ou significância de um interesse é melhor determinada por sua relação
com o desenvolvimento sustentável.
A compreensão de como indivíduos ou grupos são ou podem ser afetados pelas decisões e atividades
de uma organização irá possibilitar a identificação dos interesses que estabelecem uma relação com
a organização. Portanto, a determinacão pela organização dos impactos de suas decisões e ativida-
des irá facilitar a identificação de suas partes interessadas mais importantes.
As organizações podem ter muitas partes interessadas. Além disso, partes interessadas diferentes têm
interesses variados e por vezes conflitantes. Por exemplo, os interesses dos residentes da comunidade
poderiam incluir os impactos positivos de uma organização, como emprego, e os impactos negativos
da mesma organização, como poluição.
Algumas partes interessadas são parte integrante da organização. Essas incluem quaisquer conse-
lheiros, empregados ou proprietários da organização. Essas partes interessadas compartilham inte-
resses comuns com o propósito da organização e com o seu sucesso. Isso não significa, todavia, que
todos os seus interesses em relação à organização serão os mesmos.
O interesse da maioria das partes interessadas pode estar relacionado à responsabilidade social da
organização e geralmente é muito semelhante aos interesses da sociedade. Um exemplo é o interesse
de um proprietário cujo imóvel perde valor devido a uma nova fonte de poluição.
Nem todas as partes interessadas da organização pertencem a grupos organizados que têm o pro-
pósito de representar seus interesses perante organizações específicas. Muitas partes interessadas
podem não estar organizadas de forma alguma e, por essa razão, podem ser negligenciadas ou
ignoradas. Esse problema pode ser de especial importância no que se refere a grupos vulneráveis
e gerações futuras.
Grupos que defendem causas sociais ou ambientais podem ser partes interessadas de uma organiza-
ção cujas decisões e atividades tenham um impacto relevante e significativo em suas causas.
Convém que uma organização examine se grupos que dizem falar em nome de partes interessadas
específicas ou que defendem causas específicas são representativos e têm credibilidade. Em alguns
casos, não será possível que interesses importantes sejam representados diretamente. Por exemplo,
as crianças raramente possuem ou controlam grupos organizados e os animais selvagens estão
impossibilitados de fazê-lo. Nesse caso, convém que uma organização dê atenção aos pontos de vista
de grupos confiáveis que buscam proteger tais interesses.
Para identificar as partes interessadas, convém que uma organização faça as seguintes perguntas:
da organização?
Como forma de facilitar a gestão, a organização pode ordenar as partes interessadas em categorias
ou grupos, conforme a similaridade dos interesses, considerando que em uma determinada categoria
pode haver partes com interesses distintos. Desta forma, a categoria fornecedores pode ser usada
para referir-se aos fornecedores locais e regionais, de material ou de serviço etc.
Anexo B
(informativo)
O engajamento das partes interessadas envolve diálogo entre a organização e uma ou mais de suas
partes interessadas. Ele ajuda a organização a abordar sua responsabilidade social ao fornecer uma
base sólida para suas decisões.
O engajamento das partes interessadas pode assumir várias formas. Pode ser iniciado por uma orga-
nização ou como uma resposta de uma organização a uma ou mais partes interessadas. Pode ocorrer
em reuniões informais ou formais, e pode adotar uma grande variedade de formatos, como reuniões
individuais, conferências, workshops, audiências públicas, mesas-redondas, comitês consultivos, proce-
dimentos regulares e estruturados de informação e consulta, negociação coletiva e fóruns na internet.
Convém que o engajamento das partes interessadas seja interativo. Ele visa dar oportunidade para que
as opiniões das partes interessadas sejam ouvidas, sendo sua característica principal a comunicação
de via dupla.
Há várias razões para uma organização engajar suas partes interessadas. O engajamento das partes
interessadas pode ser usado para:
— determinar como melhor aumentar os impactos benéficos das decisões e atividades da organiza-
ção e como diminuir os impactos negativos;
— tratar de interesses conflitantes, tanto entre a organização e a parte interessada, como entre par-
tes interessadas;
Na maioria das situações, a organização já saberá, ou pode facilmente saber, quais são as expecta-
tivas da sociedade sobre a forma como convém que a organização cuide de seus impactos. Nessas
circunstâncias, ela não precisa depender do engajamento das partes interessadas específicas para
compreender essas expectativas, apesar do processo de engajamento das partes interessadas trazer
outros benefícios. As expectativas da sociedade também são encontradas em leis e regulamentos,
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Convém que seja criado um processo justo e adequado, baseado no engajamento das partes interes-
sadas mais importantes. Convém que o(s) interesse(s) das organizações ou indivíduos identificados
como partes interessadas seja(m) genuíno(s). Convém que o processo de identificação busque se
certificar de que elas tenham sido ou podem ser impactadas por qualquer decisão ou atividade. Quan-
do for possível e prático, convém que o engajamento ocorra com as organizações mais representati-
vas desse(s) interesse(s). O engajamento eficaz das partes interessadas é baseado em boa-fé e vai
além das relações públicas.
Ao engajar as partes interessadas, convém que uma organização não dê preferência a um grupo or-
ganizado, porque é mais “amigável” ou porque apoia seus objetivos mais do que outro grupo. Convém
que uma organização não negligencie o engajamento das partes interessadas meramente, porque são
silenciosas. Convém que uma organização não crie ou apoie grupos específicos para dar a impressão
de que tem um parceiro de diálogo quando, na verdade, esse suposto parceiro não é independente.
O verdadeiro diálogo com as partes interessadas envolve independência e a divulgação transparente
de qualquer suporte financeiro ou apoio similar.
Convém que uma organização esteja ciente do efeito de suas decisões e atividades nos interesses
e necessidades de suas partes interessadas. Convém que ela tenha a devida consideração por suas
partes interessadas, assim como por suas diversas capacidades e necessidades de estabelecer con-
tato e se engajar com a organização.
O engajamento das partes interessadas terá mais chances de ser significativo quando os seguintes
elementos estiverem presentes: o motivo do engajamento for claramente compreendido; os interesses
das partes interessadas tiverem sido identificados; a relação que esses interesses estabelecem entre
a organização e a parte interessada for direta ou importante; os interesses das partes interessadas
forem relevantes e significativos para o desenvolvimento sustentável; e as partes interessadas tiverem
as informações e o conhecimento necessários para tomar suas decisões.
Anexo C
(informativo)
— facilitar a comparação com organizações pares, o que pode estimular melhoria de desempenho
em responsabilidade social; e
— responsivas: convém que as informações respondam aos interesses das partes interessadas;
— exatas: convém que as informações sejam factualmente corretas e que forneçam detalhes sufi-
cientes para que sejam úteis e adequadas aos seus propósitos;
— equilibradas: convém que as informações sejam equilibradas e justas e que não omitam informa-
ções negativas relevantes referentes aos impactos das atividades de uma organização;
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— acessíveis: convém que as informações sobre questões específicas estejam disponíveis para
as partes interessadas envolvidas.
— comunicação com fornecedores sobre exigências das práticas de compra relacionadas à respon-
sabilidade social;
— comunicação com o público sobre emergências que tenham consequências sobre a responsa-
bilidade social. Antes das emergências ocorrerem, é recomendado que a comunicação vise au-
mentar a conscientização e a preparação. Durante as emergências, é recomendado que a comu-
nicação mantenha as partes interessadas informadas e forneça dados sobre ações adequadas;
— apresentação para apreciação por órgão do governo ou disponibilização para consulta pública;
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— relatórios públicos periódicos com oportunidade para retorno das partes interessadas.
Há muitos métodos e meios diferentes que podem ser usados para comunicação, entre os quais reu-
niões, eventos públicos, fóruns, relatórios, newsletters, revistas, pôsteres, publicações, publicidade,
cartas, correio de voz, performances ao vivo, vídeos, sites na internet, podcasts (transmissão de áudio
pela internet), blogs (fóruns de discussão na internet), encartes em produtos e rótulos. A comunicação
também pode ser feita pela mídia, por meio de press release, entrevistas, editoriais e artigos.
— assegurar a verificação das informações relatadas pelas partes interessadas, caso essa aborda-
gem de verificação seja usada; e
Anexo D
(informativo)
D.1 Geral
Todos os temas centrais contêm várias questões, sendo responsabilidade de cada organização identi-
ficar quais questões são relevantes e significativas para ela abordar, por meio de suas considerações
e por meio do diálogo com as partes interessadas.
Convém que a organização tenha uma visão holística dos temas centrais, ou seja, considere todos
os temas e questões centrais e sua interdependência, em vez de concentrar-se somente em uma
única questão. É importante que ela esteja ciente de que esforços para abordar uma questão podem
envolver uma escolha em detrimento de outras questões. Não convém que melhorias que visem espe-
cificamente uma questão afetem negativamente outras questões ou criem impactos negativos no ciclo
de vida de seus produtos e serviços, em suas partes interessadas ou na cadeia de valor.
NOTA A organização pode utilizar as diretrizes da ABNT NBR ISO 26000 para tratar determinadas ques-
tões da responsabilidade social.
A liderança é fundamental para uma governança organizacional eficaz. Não somente para o processo
decisório, mas também para a motivação do empregado para praticar responsabilidade social e inte-
grar a responsabilidade social na cultura organizacional.
Adicionalmente aos requisitos desta Norma, convém que os processos e estruturas de tomada
de decisões de uma organização a habilitem a:
— promover uma oportunidade justa para que grupos sub-representados (entre os quais mulheres,
grupos raciais e étnicos) ocupem cargos de chefia na organização;
— estabelecer processos de comunicação de via dupla com suas partes interessadas, identificando
áreas de concordância e discordância e negociando para resolver possíveis conflitos;
— equilibrar o nível de autoridade, responsabilidade e capacidade das pessoas que tomam decisões
em nome da organização;
— acompanhar a implementação das decisões para assegurar que sejam seguidas de forma social-
mente responsável e determinar a responsabilização dos resultados das decisões e atividades
da organização, sejam eles positivos ou negativos; e
— envolvimento com atividades extrativas ou outras atividades que possam afetar significativamente
recursos naturais, como água, florestas ou a atmosfera, ou conturbar comunidades;
No contexto jurídico, cumplicidade é definida em algumas jurisdições como um ato ou omissão com
efeito substancial no cometimento de um ato ilegal, como um crime, quando há conhecimento ou inten-
ção de contribuir para esse ato ilegal.
ambiente. Uma organização também pode ser considerada cúmplice quando silenciar sobre tais atos
indevidos ou se beneficiar deles.
Dessa forma, apesar de seus limites serem imprecisos e mutáveis, três formas de cumplicidade
podem ser descritas:
— Cumplicidade direta: ocorre quando uma organização deliberadamente colabora com a violação
dos direitos humanos.
— Cumplicidade vantajosa: ocorre quando uma organização ou qualquer uma de suas subsidi-
árias obtém vantagem diretamente da violação dos direitos humanos cometida por terceiros.
Por exemplo, quando uma organização tolera a repressão por forças de segurança de um pro-
testo pacífico contra suas decisões e atividades, ou o uso de medidas repressivas na vigilância
de suas instalações, ou beneficia-se economicamente da violação de direitos fundamentais no
trabalho por parte de fornecedores.
— Cumplicidade silenciosa: ocorre quando uma organização deixa de levar ao conhecimento das
autoridades competentes violações sistemáticas ou contínuas dos direitos humanos, como não se
pronunciar contra a discriminação sistemática na legislação trabalhista contra determinados grupos.
A discriminação envolve qualquer distinção, exclusão ou preferência que tenha o efeito de anular
a igualdade de tratamento ou oportunidades, quando essa consideração se baseia em preconceito
em vez de ter uma base legítima. Entre as bases ilegítimas de discriminação, podem ser mencionadas
as seguintes: raça, cor, gênero, idade, idioma, propriedade, nacionalidade ou região, religião, origem
étnica ou social, situação econômica, deficiência, gravidez, pertencimento a um povo indígena, filiação
sindical, filiação política, opiniões políticas ou outras opiniões. As mais recentes bases de discrimina-
ção proibidas incluem estado civil ou situação familiar, relacionamentos pessoais, incluindo a orien-
tação sexual, e estado de saúde, como ser portador de HIV/AIDS. A proibição da discriminação é um
dos mais fundamentais princípios da legislação internacional dos direitos humanos.
A participação total e efetiva e a inclusão social de todos os grupos, inclusive daqueles que são vulne-
ráveis, dá e aumenta as oportunidades para todas as organizações e pessoas envolvidas. A organiza-
ção tem muito a ganhar ao adotar uma abordagem ativa para assegurar igualdade de oportunidades
e respeito a todos os indivíduos.
A discriminação também pode ser indireta. Isso ocorre quando um dispositivo, prática ou critério apa-
rentemente neutro coloca pessoas com um determinado atributo em desvantagem em comparação
a outras pessoas.
Os direitos civis e políticos incluem direitos absolutos, como o direito à vida, direito à vida com
dignidade, direito de não ser submetido à tortura, direito à segurança pessoal, direito à propriedade,
à liberdade e à integridade da pessoa e direito ao devido processo legal e a uma audiência justa ao
enfrentar acusações de caráter penal. Incluem, ainda, liberdade de opinião e expressão, liberdade de
reunião pacífica e de associação, liberdade para adotar e praticar uma religião ou crença, liberdade
contra a ingerência arbitrária na privacidade, família, domicílio ou correspondência, liberdade contra
ataques à honra ou à reputação, direito ao acesso a serviços públicos e a participar de eleições.
Toda pessoa, como membro da sociedade, tem direitos econômicos, sociais e culturais necessários
para sua dignidade e desenvolvimento pessoal, entre os quais os direitos a: educação; trabalho em
condições dignas e favoráveis; liberdade de associação; um padrão adequado de saúde; padrão de
vida adequado para sua saúde física e mental e bem-estar seu e de sua família; alimentação, vestu-
ário, moradia, assistência médica e proteção social necessária, como segurança no caso de desem-
prego, doença, deficiência, viuvez, velhice ou outra falta de meio de vida em circunstâncias além do
seu controle; prática de uma religião e cultura; e oportunidades genuínas para participar sem discrimi-
nação da tomada de decisões que apoiem práticas positivas e desencorajem práticas negativas em
relação a esses direitos.
Nem todo trabalho é realizado dentro de um vínculo empregatício. Trabalhos e serviços são também
realizados por homens e mulheres que são autônomos. Nessas situações, as partes são consideradas
independentes entre si e têm uma relação mais igual e comercial. A distinção entre vínculo emprega-
tício e relação comercial não é sempre clara e é, às vezes, erroneamente classificada, com a conse-
quência de que os trabalhadores nem sempre recebem as proteções e direitos devidos. É importante,
tanto para a sociedade quanto para o indivíduo que realiza o trabalho, que seja reconhecida e aplicada
uma estrutura legal e institucional apropriada. Seja o trabalho realizado nos termos de um contrato
de trabalho ou de um contrato comercial, todas as partes do contrato têm direito a compreender seus
direitos e responsabilidades e a ter acesso a um recurso adequado caso os termos do contrato não
sejam respeitados.
Nesse contexto, o trabalho é entendido como o trabalho realizado em troca de uma remuneração e
não inclui atividades desempenhadas em bases genuinamente voluntárias. Entretanto, convém que
as organizações adotem políticas e medidas para contemplar sua responsabilidade legal e o cuidado
devido com voluntários.
Muitas das condições de trabalho são definidas na legislação ou por acordos legalmente obrigatórios
entre aqueles para quem o trabalho é realizado e aqueles que o realizam. O empregador determina
muitas das condições de trabalho, as quais podem afetar de forma significativa a qualidade de vida
dos trabalhadores e de suas famílias, assim como o desenvolvimento social e econômico.
A proteção social se refere a todas as garantias legais e às políticas e práticas organizacionais para
mitigar a redução ou perda de renda em caso de lesões por acidente de trabalho, doença, maternidade,
paternidade, velhice, desemprego, deficiência ou dificuldade financeira e para oferecer cuidados para a
saúde e benefícios para a família. A proteção social desempenha um papel importante na preservação
da dignidade humana e no estabelecimento de um senso de equidade e justiça social. Geralmente,
a principal responsabilidade pela proteção social cabe ao Estado.
O ônus financeiro e social de doenças ocupacionais, lesões e óbitos relacionados ao trabalho é ele-
vado. Poluição acidental e crônica e outros perigos no local de trabalho que afetam os trabalhadores
podem também causar impactos nas comunidades e no meio ambiente. Problemas relacionados à
segurança e saúde surgem a partir de equipamentos, processos, práticas e substâncias perigosas
(químicas, físicas e biológicas).
As organizações podem usar políticas e iniciativas no local de trabalho para atingir um maior desen-
volvimento humano e contemplar questões sociais importantes como a luta contra a discriminação,
o equilíbrio das responsabilidades familiares, a promoção da saúde e bem-estar e o aumento da
diversidade de suas forças de trabalho. Elas podem, ainda, usar políticas e iniciativas para aumentar
a capacidade e empregabilidade dos indivíduos. Empregabilidade refere-se às experiências, compe-
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tências e qualificações que aumentam a capacidade do indivíduo de obter e reter trabalho decente.
Uma organização pode melhorar seu desempenho ambiental, evitando poluição de vários tipos, como:
— descargas na água: a organização pode causar poluição da água por meio de descargas diretas,
intencionais ou acidentais em corpos d’água superficiais, inclusive no ambiente marinho, ou por
vazamento não intencional para água de superfície ou infiltração para águas subterrâneas. Essas
descargas podem vir diretamente das instalações de uma organização ou ser causadas indireta-
mente pelo uso de seus produtos e serviços;
— uso e descarte de produtos químicos tóxicos e perigosos: uma organização que utiliza ou
produz produtos químicos tóxicos e perigosos (tanto os que ocorrem naturalmente como os pro-
duzidos pelo homem) pode afetar negativamente os ecossistemas e a saúde humana por meio de
impactos agudos (imediatos) ou crônicos (de longo prazo), resultantes de emissões ou lançamen-
tos. Eles podem afetar os indivíduos diferentemente, dependendo da idade e gênero; e
taxa de sua reposição natural. Para recursos não renováveis (como combustíveis fósseis, metais e
minerais), a sustentabilidade de longo prazo requer que a taxa de uso seja menor que a taxa à qual
um recurso renovável pode ser substituído. A organização pode avançar rumo ao uso sustentável de
recursos usando eletricidade, combustíveis, matérias-primas e material processado, terra e água de
forma mais responsável e combinando ou substituindo recursos não renováveis com recursos susten-
táveis e renováveis, por exemplo, ao utilizar tecnologias inovadoras. Quatro das principais áreas para
melhorias em eficiência são:
— eficiência energética: convém que uma organização implemente programas de eficiência ener-
gética para reduzir a demanda energética de edificações, transporte, processos de produção,
aparelhos, equipamentos eletrônicos e também prestação de serviços e outros fins. Melhorias
na eficiência energética também necessitam complementar esforços para fazer avançar o uso
sustentável de recursos renováveis como energia solar, energia geotérmica, hidroeletricidade,
energia das marés e das ondas, energia eólica e biomassa;
— conservação, uso e acesso à água: o acesso a fontes seguras e confiáveis para o suprimento
de água potável e serviços de saneamento é uma necessidade humana fundamental e um direito
humano básico. Os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio incluem a provisão de acesso sus-
tentável à água potável segura. Convém que uma organização conserve, reduza o uso e reutilize
a água em suas operações e estimule a conservação de água dentro de sua esfera de influência;
— eficiência no uso de materiais: convém que uma organização implemente programas de efici-
ência de materiais para reduzir o impacto ambiental causado pelo uso de matérias-primas para
processos de produção ou para produtos acabados usados em suas atividades ou na prestação
de seus serviços. Os programas de eficiência de materiais se baseiam na identificação de formas
de aumentar a eficiência do uso de matérias-primas dentro da esfera de influência da organiza-
ção. O uso de materiais causa numerosos impactos ambientais diretos e indiretos associados, por
exemplo, o impacto em ecossistemas de mineração e florestal e as emissões resultantes do uso,
transporte e processamento de materiais; e
— minimização da exigência de recursos por parte de um produto: convém que seja conside-
rada a exigência de recursos por parte de produtos acabados durante seu uso.
Toda organização é responsável por alguma emissão de GEE (direta ou indiretamente) e será impactada
de alguma forma pelas mudanças climáticas. Há implicações para as organizações tanto em termos de
minimizar suas emissões de GEE (mitigação), quanto para preparar-se para as mudanças climáticas
(adaptação). Adaptar-se às mudanças climáticas tem implicações sociais na forma de impactos na
saúde, na prosperidade e nos direitos humanos.
Desde a década de 1960, a atividade humana tem mudado os ecossistemas mais rápida e intensa-
mente do que em qualquer outro período da história. Uma demanda cada vez maior por recursos
naturais tem resultado em uma perda substancial e frequentemente irreversível de habitats naturais e
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de diversidade da vida na Terra. Grandes áreas, tanto urbanas quanto rurais, têm sido transformadas
pela ação humana.
Uma organização pode se tornar mais socialmente responsável ao atuar de forma a proteger o meio
ambiente e restaurar habitats naturais e as diversas funções e serviços providos pelos ecossistemas
(como alimentação e água doce, regulação do clima, formação do solo e oportunidades recreativas).
Entre os principais aspectos dessa questão estão os seguintes:
— uso sustentável do solo e dos recursos naturais: os projetos de uso do solo realizados pela or-
ganização podem proteger ou degradar os habitats naturais, a água, os solos e os ecossistemas; e
A corrupção é o abuso do poder recebido para a obtenção de vantagem pessoal. A corrupção pode
assumir muitas formas. Exemplos de corrupção incluem suborno (pedido, oferta ou aceitação de pro-
pina em dinheiro ou espécie) envolvendo autoridades públicas ou pessoas no setor privado, conflito
de interesses, fraude, lavagem de dinheiro, desvio de fundos, ocultação, obstrução da justiça e tráfico
de influência.
A corrupção mina a eficácia e reputação de uma organização e a torna sujeita a processos criminais,
assim como a sanções civis e administrativas. A corrupção pode resultar em violação dos direitos
humanos, erosão de processos políticos, empobrecimento das sociedades e danos ao meio ambiente.
Pode também distorcer a concorrência, a distribuição de riqueza e o crescimento econômico.
A concorrência leal e abrangente estimula a inovação e a eficiência, reduz os custos de produtos e ser-
viços, garante que todas as organizações tenham oportunidades iguais, incentiva o desenvolvimento
de novos ou melhores produtos ou processos e, no longo prazo, aumenta o crescimento econômico e o
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padrão de vida. A concorrência desleal põe em risco a reputação da organização junto às suas partes
interessadas e pode criar problemas legais. Recusando-se a adotar comportamentos de concorrência
desleal, as organizações colaboram para criar um clima em que tais comportamentos não são tolera-
dos, beneficiando a todos.
Há muitas formas de concorrência desleal. Alguns exemplos são: fixação de preço, quando as partes
combinam para vender o mesmo produto ou serviço pelo mesmo preço; licitação fraudulenta, quando
as partes combinam para manipular uma cotação de preços; e política de preços predatória, que sig-
nifica a venda de um produto ou serviço a um preço muito baixo, com a intenção de tirar concorrentes
do mercado e impor sanções desleais aos concorrentes.
Uma organização pode influenciar outras organizações por meio de suas práticas e decisões
de compra. Por meio de liderança e aconselhamento ao longo da cadeia de valor, ela pode promover
a adoção e apoio a princípios e práticas de responsabilidade social.
Convém que uma organização considere os possíveis impactos ou consequências não intencionais
de suas práticas e decisões de compra em outras organizações, e tome o devido cuidado para evitar
ou minimizar quaisquer impactos negativos. Ela pode também estimular a demanda por produtos
e serviços socialmente responsáveis. Convém que essas ações não sejam vistas como uma substitui-
ção do papel das autoridades de implementar e aplicar leis e regulamentos.
Cada organização na cadeia de valor é responsável por cumprir com as leis e regulamentos aplicá-
veis e por seus próprios impactos na sociedade e no meio ambiente.
O direito de propriedade é um direito humano reconhecido pela Declaração Universal dos Direitos
Humanos. O direito de propriedade abrange tanto a propriedade física quanto a intelectual e inclui
participação em terrenos e outros bens físicos, direitos autorais, patentes, indicação geográfica,
recursos, direitos morais e outros direitos. Engloba também reivindicações de propriedade mais amplas,
como o conhecimento tradicional de grupos específicos, como os povos indígenas, ou a propriedade
intelectual de empregados ou outros.
Marketing leal, informações factuais e não tendenciosas e práticas contratuais justas fornecem
informações sobre produtos e serviços de uma maneira que estas possam ser compreendidas
pelos consumidores. Isso permite aos consumidores tomarem decisões informadas sobre consumo
organizações desempenham um papel importante nas decisões de compra, porque essas informações
podem ser os únicos dados prontamente disponíveis para os consumidores. Marketing e informações
que sejam desonestos, desleais, incompletos, ardilosos ou enganosos podem resultar na compra de
produtos e serviços que não satisfaçam as necessidades dos consumidores e resultem em perda
de dinheiro, recursos e tempo, podendo, ainda, ser prejudiciais ao consumidor ou ao meio ambiente.
Podem também levar a uma queda na confiança do consumidor, fazendo com que ele não saiba em
quem ou em que acreditar. Isso pode afetar negativamente o crescimento dos mercados de produtos
e serviços mais sustentáveis.
A reputação de uma organização pode ser diretamente afetada pelo impacto de seus produtos e ser-
viços na segurança e saúde do consumidor.
Convém que os produtos e serviços sejam seguros, independentemente de estarem em vigor exigên-
cias legais de segurança. A segurança inclui a previsão de possíveis riscos, de modo a evitar danos
ou perigos. Como nem todos os riscos podem ser previstos ou eliminados, convém que as medidas
de proteção à segurança incluam mecanismos de retirada de produtos do mercado e recall.
O papel de uma organização no consumo sustentável surge dos produtos e serviços que ela oferece,
seus ciclos de vida, cadeias de valor e natureza das informações que presta aos consumidores.
As atuais taxas de consumo são claramente insustentáveis, contribuindo para danos ambientais e
exaustão de recursos. Os consumidores desempenham um papel importante no desenvolvimento
sustentável ao considerar fatores éticos, sociais, econômicos e ambientais com base em informações
precisas para fazer suas escolhas e tomar suas decisões de compra.
Os produtos e serviços que não têm um desempenho satisfatório, seja devido a falhas ou quebras ou
como resultado de uso errado, podem resultar em uma violação dos direitos do consumidor, assim
como perda de dinheiro, recursos e tempo.
de reclamações, oferecendo produtos e serviços de alta qualidade. Convém que eles informem clara-
mente os consumidores sobre o uso adequado e sobre recursos e soluções no caso de desempenho
deficiente. Eles podem também monitorar a eficiência de seus serviços de pós-venda, suporte técnico
e procedimentos de solução de controvérsias por meio de pesquisas de opinião junto a seus usuários.
As organizações podem ajudar a manter sua credibilidade e a confiança do consumidor por meio
do uso de sistemas rigorosos para obtenção, uso e proteção de dados do consumidor.
Embora o Estado seja responsável por assegurar que o direito à satisfação das necessidades bási-
cas seja respeitado, há muitos locais e condições em que o Estado não garante que esse direito seja
protegido. Mesmo onde a satisfação de algumas necessidades básicas, como saúde, é protegida,
o direito a serviços essenciais, como eletricidade, gás, água, serviços de efluentes, drenagem, esgoto
e comunicação, pode não ser totalmente desfrutado. Uma organização pode contribuir com o cumpri-
mento desse direito.
As iniciativas de educação e conscientização permitem aos consumidores ficar bem informados, cons-
cientes de seus direitos e responsabilidades, mais próximos de assumir um papel ativo e de conseguir
tomar decisões de compra com conhecimento de causa, além de consumir de forma mais responsá-
vel. Os consumidores desfavorecidos nas áreas rural e urbana, entre os quais os consumidores de
baixa renda e os com baixo nível de alfabetização, têm necessidades especiais de educação e de
maior conscientização. Toda vez que houver um contrato formal entre uma organização e um consu-
midor, convém que a organização verifique se o consumidor está devidamente informado sobre seus
direitos e obrigações.
O objetivo da educação para o consumo não é somente transferir conhecimento, mas também ensinar
aos consumidores como agir na prática com esse conhecimento. Isso inclui desenvolver a capacidade
de avaliar produtos e serviços e de fazer comparações. A educação para o consumo também visa
conscientizar sobre o impacto das escolhas de consumo nos outros e no desenvolvimento sustentável.
A educação não isenta uma organização de se responsabilizar se um consumidor for prejudicado ao
utilizar produtos e serviços.
A geração de riqueza e renda também depende de uma distribuição justa dos benefícios da atividade
econômica. O cumprimento das obrigações tributárias é essencial para ajudar os governos a gerar
receita para tratar de questões cruciais do desenvolvimento.
Em muitas situações, o isolamento físico, social e econômico das comunidades pode ser um obstáculo
ao seu desenvolvimento. As organizações podem desempenhar um papel positivo no desenvolvimen-
to das comunidades ao integrar as pessoas, grupos e organizações locais em suas atividades ou na
cadeia de valor. Dessa forma, considerações sobre o desenvolvimento da comunidade podem se tor-
nar parte integrante das principais atividades das organizações.
Uma organização contribui para o desenvolvimento por meio do cumprimento às leis e regulamentos.
Em algumas circunstâncias, a operação de grupos da comunidade fora da estrutura legal pretendida é
consequência da pobreza ou das condições de desenvolvimento. Nessas circunstâncias, convém que
uma organização envolvida com grupos que operam fora da estrutura legal vise o combate à pobreza
e a promoção do desenvolvimento. Convém, também, que uma organização busque criar oportuni-
dades que permitam que esses grupos atinjam um maior e, por fim, total cumprimento da legislação,
principalmente no tocante às relações econômicas.
D.7.6 Saúde
A saúde é um elemento essencial da vida na sociedade e é um direito humano reconhecido. As ame-
aças à saúde pública podem ter impactos graves nas comunidades e podem dificultar seu desenvol-
vimento. Dessa forma, convém que todas as organizações, de todos os portes e setores, respeitem
o direito à saúde e contribuam, dentro de suas possibilidades e conforme apropriado, para a promoção
da saúde, a prevenção de doenças e a mitigação de quaisquer danos à comunidade. Isso pode incluir
a participação em campanhas de saúde pública. Convém, também, que as organizações contribuam,
quando possível e apropriado, com a melhoria do acesso aos serviços de saúde, especialmente por
meio de reforço e apoio aos serviços públicos. Mesmo em países em que é papel do Estado prover um
sistema de saúde pública, todas as organizações podem considerar a contribuição para a saúde nas
comunidades. Uma comunidade saudável reduz o ônus para o setor público e contribui para um bom
ambiente socioeconômico para todas as organizações.
Ao identificar oportunidades de investimento social, convém que uma organização alinhe sua con-
tribuição com as necessidades e prioridades das comunidades em que opera, levando em conta
prioridades definidas por formuladores de política locais e nacionais. Troca de informações, consultas
e negociações são ferramentas úteis para uma abordagem participativa para identificar e implementar
investimentos sociais.
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Os investimentos sociais não excluem a filantropia (por exemplo, concessões de financiamento, volun-
tariado e doações).
Anexo E
(informativo)
— promover e apoiar a educação em todos os níveis e se engajar em ações para melhorar a qua-
lidade e o acesso à educação, promover conhecimento e erradicar o analfabetismo localmente;
E.2 Saúde
A organização pode:
— promover a boa saúde, contribuindo, por exemplo, para o acesso a medicamentos e vacinação e
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incentivando estilos de vida saudáveis, inclusive exercícios e boa nutrição, diagnóstico precoce
de doenças, conscientização sobre métodos contraceptivos e desestímulo ao consumo de produ-
tos e substâncias prejudiciais à saúde. Recomenda-se que seja dada especial atenção à nutrição
da criança;
— apoiar o acesso duradouro e universal a serviços essenciais de saúde e a água limpa e sanea-
mento adequado, como forma de prevenir doenças;
— realizar avaliação do risco à saúde humana de produtos e serviços antes da introdução de novos
materiais, tecnologias ou métodos de produção e, quando apropriado, disponibilizar a documen-
tação aos consumidores, preferencialmente aqueles internacionalmente acordados, além das
informações textuais.
— fazer investimentos diretos que combatam a pobreza por meio da geração de empregos;
— contribuir com programas e parcerias duradouras que deem suporte aos membros da comunidade,
principalmente às mulheres e outros grupos socialmente desfavorecidos ou vulneráveis, para
criar negócios e cooperativas, melhorar a produtividade e promover o empreendedorismo.
Tais programas poderiam, por exemplo, fornecer treinamento em planejamento administrativo,
marketing, padrões de qualidade exigidos para se tornar fornecedor, administração e suporte
técnico, acesso a financiamento e facilitação de sociedades em empreendimentos;
— apoiar organizações e pessoas que tragam produtos e serviços necessários à comunidade, que
possam também gerar empregos locais, assim como vínculos com os mercados locais, regionais
e urbanos que sejam benéficos ao bem-estar da comunidade;
— evitar ações que perpetuem a dependência da comunidade das atividades filantrópicas, da pre-
sença ou apoio permanente da organização;
— promover uma oportunidade justa para que grupos sub-representados (entre os quais mulheres
e grupos raciais e étnicos) ocupem cargos de chefia na organização;
— apoiar e treinar seus trabalhadores e representantes em seus esforços para erradicar o suborno
e a corrupção, e dar incentivos ao seu progresso;
— orientar a sua cadeia produtiva para mudanças no seu processo produtivo que visem melhorias
na área ambiental e social;
— orientar e apoiar pequenos produtores locais na adoção de métodos produtivos mais eficientes
e eficazes;
— estabelecer parceria com grandes bancos para facilitar a obtenção de crédito por pequenos pro-
dutores locais;
— inovar, criando linhas de serviços e produtos para atender às preferências e necessidades das
camadas mais pobres da população;
E.5 Social
A organização pode:
— integrar critérios éticos, sociais, ambientais e de igualdade de gênero, assim como de segurança
e saúde, em suas políticas e práticas de compra, distribuição e contratação para melhorar a con-
sistência com os objetivos de responsabilidade social e estimular outras organizações a adotar
políticas semelhantes, sem incorrer em comportamento anticompetitivo ao fazê-lo;
— ser transparente acerca de desdobramentos, práticas e políticas referentes aos dados pessoais
e oferecer formas rápidas de esclarecer a existência, natureza e principais usos dos dados pes-
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soais; participar de associações locais conforme seja possível e apropriado, com o objetivo de
contribuir com o bem comum e com os objetivos de desenvolvimento das comunidades;
— estabelecer parcerias com outras organizações, inclusive governo, empresas ou ONG para maxi-
mizar sinergias e usar recursos complementares, conhecimento e habilidades;
— uma empresa que venda equipamentos agrícolas poderia oferecer treinamento em técnicas
agrícolas;
— uma empresa que planeja construir uma via de acesso poderia engajar a comunidade na etapa
de planejamento para identificar como o plano poderia ser modificado para também atender às
necessidades da comunidade (por exemplo, fornecendo acesso aos agricultores locais);
— um sindicato poderia utilizar sua rede de associados para divulgar informações sobre boas
práticas de saúde para a comunidade;
— uma indústria que requer uso intensivo de água que esteja construindo uma estação de tratamen-
to de água para suas necessidades poderia também fornecer água limpa para a comunidade;
— uma associação para proteção ambiental atuando em uma área remota poderia comprar
do comércio e dos produtores locais os suprimentos necessários para suas atividades; e
— um clube recreativo poderia permitir o uso de suas instalações para atividades educacionais
voltadas para adultos analfabetos da comunidade.
E.6 Tecnologia
A organização pode:
— contribuir para o desenvolvimento de tecnologias de baixo custo que sejam facilmente replicáveis
e tenham um impacto altamente positivo na erradicação da pobreza e da fome;
— adotar práticas que permitam a transferência e difusão de tecnologias, quando for economica-
mente viável. Quando aplicável, recomenda-se que a organização estabeleça termos e condições
razoáveis para transferência de licenças e tecnologias, de forma a contribuir com o desenvolvi-
mento local. É recomendado levar em conta e aumentar a capacidade da comunidade para gerir
a tecnologia.
— contribuir com programas que deem acesso a alimentos e outros produtos essenciais para grupos
vulneráveis ou discriminados e pessoas de baixa renda, levando em conta a importância da con-
tribuição para que eles tenham melhor qualificação, mais recursos e oportunidades;
— usar progressivamente uma maior proporção de produtos de fornecedores que adotem tecnolo-
gias e processos mais sustentáveis;
— apoiar práticas antitruste e antidumping, assim como políticas públicas que estimulem a concor-
rência; criando produtos e embalagens que possam ser facilmente usados, reutilizados, repara-
dos ou reciclados e, se possível, oferecendo ou sugerindo serviços de reciclagem e descarte;
— oferecer produtos de alta qualidade com ciclo de vida mais longo a preços competitivos;
— fornecer aos consumidores informações sobre os produtos e serviços, como impactos de desem-
penho na saúde, país de origem, eficiência energética (quando aplicável), conteúdo ou ingredien-
tes (inclusive, quando apropriado, o uso de organismos geneticamente modificados e nanopartí-
culas), aspectos referentes ao bem-estar animal (inclusive, quando apropriado, o uso de testes em
animais) e uso seguro, manutenção, armazenamento e descarte de produtos e suas embalagens;
— divulgar abertamente o total de preços e impostos, termos e condições dos produtos e serviços
(assim como todos os acessórios necessários para o uso) e os custos de entrega. Ao oferecer
crédito ao consumidor, fornecer detalhes da taxa real de juros anual, assim como a taxa média
de juros cobrada, que inclui todos os custos envolvidos, valor a ser pago, número de prestações
e as datas de vencimento das prestações.
— reduzir e minimizar as emissões diretas e indiretas de GEE sob seu controle e estimular ações
semelhantes dentro de sua cadeia de valor;
— apoiar medidas regionais para reduzir a vulnerabilidade contra inundações. Isso inclui a restaura-
ção de áreas úmidas ou alagadas que possam colaborar com a gestão de água de inundações
e a redução no uso de superfícies impermeabilizadas em áreas urbanas;
— considerar que os animais selvagens e seus habitats são parte de nossos ecossistemas naturais
e, portanto, devem ser valorizados e protegidos e seu bem-estar levado em conta;
— promover conservação e uso sustentável, de forma socialmente equitativa do solo, água e ecossistemas;
— preservar quaisquer espécies ou habitats endêmicos sob risco ou ameaçados de extinção que
possam ser negativamente afetados;
— proteger os habitats naturais, áreas úmidas ou alagadas, florestas, corredores ecológicos, áreas
de proteção e terras agrícolas no desenvolvimento de edificações e construções;
— adotar práticas sustentáveis para a agricultura, pesca e silvicultura, incluindo, por exemplo, aspectos
relacionados ao bem-estar de animais conforme definido nas mais avançadas normas e sistemas
de certificação;
Anexo F
(informativo)
Monitoramento e medição
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Há muitos métodos que podem ser usados para monitorar e medir o desempenho em responsabili-
dade social, incluindo análises em intervalos apropriados, benchmarking e obtenção de retorno das
partes interessadas. As organizações podem frequentemente conhecer melhor seus programas ao
comparar suas características e desempenho com as atividades de outras organizações. Tais com-
parações podem ser focadas em ações relacionadas a temas centrais específicos ou em abordagens
mais amplas para integrar a responsabilidade social em toda a organização.
Um dos métodos mais comuns é a medição por meio de indicadores. Um indicador é uma informação
qualitativa ou quantitativa sobre resultados relacionados com a organização que é comparável e
demonstra mudança ao longo do tempo. Indicadores podem, por exemplo, ser usados para monitorar
ou avaliar o atingimento dos objetivos de um projeto ao longo do tempo. Convém que estes indicadores
sejam claros, informativos, práticos, comparáveis, exatos, confiáveis e tenham credibilidade. Detalhes
adicionais completos sobre como selecionar e usar indicadores estão disponíveis em muitas referências
sobre responsabilidade social e sustentabilidade.
Embora indicadores que produzam resultados quantitativos sejam de uso relativamente simples,
podem não ser suficientes para todos os aspectos da responsabilidade social. Na área de direitos
humanos, por exemplo, as visões de mulheres e homens sobre se estão sendo tratados com justiça
podem ser mais significativas do que alguns indicadores quantitativos sobre discriminação. Indicado-
res quantitativos obtidos a partir de pesquisas ou discussões de grupos focais podem ser combinados
com indicadores qualitativos descrevendo visões, tendências, condições ou situações.
Convém que a organização trabalhe para que os resultados do monitoramento e medição sejam fáceis
de compreender, confiáveis, tempestivos e respondam às preocupações das partes interessadas.
Anexo G
(informativo)
A Tabela G.1 identifica correspondências amplas entre esta Norma e a ABNT NBR ISO 26000:2010.
O objetivo desta comparação é demonstrar que ambas as Normas são compatíveis, apesar das
diferenças.
A Tabela G.1 pode ajudar a organização em seu processo de implantação e manutenção do sis-
tema de gestão da responsabilidade social, por meio da aplicação das diretrizes pertinentes da
ABNT NBR ISO 26000:2010.
Uma correspondência direta entre as subseções das duas Normas somente é estabelecida se as duas
subseções forem amplamente relacionadas quanto aos seus conteúdos. Várias conexões cruzadas
de menor relevância existem e não puderam ser identificadas.
Tabela G.1 – Correspondência entre a ABNT NBR 16001:2012 e a ABNT NBR ISO 26000:2010
de uma organização
6.3.3 Questão 1 dos direitos humanos: Due diligence
6.3.4 Questão 2 dos direitos humanos:
Situações de risco para os direitos humanos
6.3.5 Questão 3 dos direitos humanos:
Evitar cumplicidade
6.3.9 Questão 7 dos direitos humanos:
Direitos econômicos, sociais e culturais
6.4.3 Questão 1 das práticas de trabalho:
Emprego e relações de trabalho
6.6.6 Questão 4 das práticas leais de operação:
Promoção da responsabilidade social na
cadeia de valor
7.3.1 Due diligence
7.3.3 Esfera de influência de uma organização
Identificação de 3.3.4 6 Orientações sobre temas centrais
oportunidades de da responsabilidade social
melhoria e inovação
Requisitos legais 3.3.5 3.3.2 As expectativas da sociedade
e outros
3.4 O Estado e a responsabilidade social
4.6 Respeito pelo estado de direito
4.7 Respeito pelas normas internacionais
de comportamento
5.2.2 Reconhecimento dos temas centrais e questões
relevantes da responsabilidade social
7.3.2 Determinação da relevância e significância dos
temas centrais e questões para a organização
Objetivos, metas 3.3.6 7.4.2 Determinação da direção de uma organização
e programas rumo à responsabilidade social
7.3.4 Estabelecimento de prioridades para
abordar questões
Recursos, funções, 3.3.7 7.4.3 Como trazer a responsabilidade social para
responsabilidades a governança, os sistemas e os procedimentos
e autoridade de uma organização
7.7 Análise e aprimoramento das ações
e práticas de uma organização relativas
à responsabilidade social
Bibliografia
[1] ABNT NBR 16002 – Responsabilidade social – Sistema de gestão – Qualificação de auditores
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[2] ABNT NBR 16003 – Responsabilidade social – Diretrizes para execução de auditorias
[3] ABNT NBR ISO 9000:2005 – Sistemas de gestão da qualidade – Fundamentos e vocabulário
[5] ABNT NBR ISO 14001:2004 – Sistemas de gestão ambiental – Requisitos com orientações
para uso
[6] ABNT NBR ISO 19011:2002 – Diretrizes para auditorias de sistema de gestão da qualidade
e/ou ambiental
[8] ABNT ISO/IEC Guia 2:2006 – Normalização e atividades relacionadas – Vocabulário geral
[9] ABNT ISO/TR 10013:2002 – Diretrizes para a documentação de sistema de gestão da qualidade