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Câmpus de São José do Rio Preto

RELATÓRIO DE LABORATÓRIO DE FÍSICA MODERNA


Espectro atômico dos gases

Discentes
Levi Tessari
Leandro Zara
Thaisa Uzan

Docente
Prof. Dr. Fernando A. Melo

São José do Rio Preto


2019

1
SUMÁRIO

1 Introdução 3
1.1 Modelo atômico 3
1.2 Espectros Atômicos 4
1.3 Modelo Atômico de Bohr 5
2 Objetivo 7
3 Materiais Utilizados 7
4 Procedimento Experimental 8
5 Resultados e discussões 9
5.1 Espectro do Sódio 9
5.2 Espectro do Hélio 11
5.3 Espectro do Hidrogênio 12
5.4 Espectro do Mercúrio 15
5.5 Estudo do dupleto de mercúrio 17
6 Conclusão 19
7 Referências 20

2
1. Introdução

Isaac Newton observou, em 1666, que a luz que entrava por uma pequena
fenda na cortina podia ser refratada ao passar por um prisma de vidro, se
decompondo em uma série de faixas coloridas com diferentes ângulos, assim como
um arco-íris, e chamou a luz refratada de espectro. 1 Joseph Fraunhofer estendeu as
descobertas de Newton sobre o espectro, em 1814, ao observar que o espectro do
sol, quando disperso, é atravessado por um grande número de finas linhas escuras,
hoje conhecidas como linhas de Fraunhofer. 2
Por volta de 1856, Robert Bunsen e Gustav Kirchhoff ao realizar
alguns experimentos observaram que gases quentes não emitiam um espectro
contínuo, mas sim um espectro de linhas bem definidas e que cada elemento
químico gerava um espectro com uma série de linhas diferentes. 2 Assim, a
espectroscopia acabou se tornando uma ferramenta muito importante para
determinar a composição química de astros e fontes de luz desconhecidas, uma vez
que moléculas e elementos químicos diferentes absorvem frequências diferentes de
luz e portanto, cada substância possui uma assinatura espectral de linhas
características.3
1.1 Modelos atômicos
No início do século XX, com o intuito de aprender mais sobre a estrutura dos
átomos, os cientistas começaram a construir diversos modelos atômicos. O primeiro
modelo atômico foi proposto, em 1904, por J. J. Thomson e ficou conhecido como
modelo de “pudim de ameixas”, onde a massa do pudim seria dada pelas cargas
positivas e as ameixas representariam os elétrons, com cargas negativas. 4 Nesse
modelo atômico, a vibração dos elétrons dava origem da emissão de radiação,
prevendo neste caso que a radiação seria emitida com uma única frequência, mas
esse resultado não estava de acordo com os obtidos experimentalmente nos
estudos de espectro de linhas de emissão de gases, portanto foi necessário
procurar um modelo atômico que servisse para explicar os resultados
experimentais.4
Em 1911 o físico Ernest Rutherford propôs um novo modelo atômico, usando
uma fonte radioativa incidiu um feixe de partículas alfa (α) sobre uma fina camadaα) sobre uma fina camada) sobre uma fina camada
de ouro e observou o espalhamento das partículas alfa pela lâmina de ouro quando
esta era atingida, ele notou que algumas partículas alfa apresentavam mudanças

3
drásticas na sua trajetória, chegando a refletir para trás. Rutherford concluiu então
que o modelo atômico de Thomson não estava correto e que o átomo devia ter um
núcleo pequeno com carga positiva, onde se concentraria quase toda sua massa,
em volta da qual os elétrons girariam. 4 Entretanto, o modelo atômico de Rutherford
era instável, pois segundo a teoria eletromagnética clássica um elétron acelerado,
movimentando-se em órbita circular, emite radiação eletromagnética
continuamente, dessa forma os elétrons perderiam energia e consequentemente
iriam em espiral se colapsar com o núcleo.5
1.2 Espectros atômicos
À medida que os cientistas começaram a aprender mais sobre a estrutura
dos átomos e a natureza da luz começaram a estabelecer bases para a
compreensão da formação dos espectros, eles sabiam que os espectros atômicos
de gases aquecidos eram formados de linhas discretas, cada uma com uma cor,
que representam apenas algumas frequências bem definidas, porém a origem
dessas linhas de emissão ainda era desconhecida. 3
A radiação característica emitida por átomos de elementos ao serem
aquecidos foi muito estudada no final do século XIX, os cientistas utilizaram
equipamentos chamados espectrômetros ópticos, que servem para analisar o
espectro de qualquer fonte de luz, para investigar o gás mais simples: o hidrogênio. 6
A luz emitida, proveniente dos átomos do gás que foi excitado por uma
descarga elétrica entra no corpo do espectrômetro, passa por uma fenda
colimadora e em seguida por uma grade de difração, que tem a função de separar
as cores do feixe luminoso e as projetar numa tela, então as diferentes cores podem
ser observadas através da ocular do espectrômetro.6
A grade de difração é um conjunto de fendas paralelas, da ordem de
centenas de fendas por milímetro, cada fenda possui largura a, e a separação entre
elas é dada por uma distância d, o padrão de difração é dado por um conjunto de
picos (α) sobre uma fina camadamáximos) intensos, de forma que a posição dos máximos de difração é dada
pela relação:6
mλλ=dsenθθ (α) sobre uma fina camada1)
Onde m é a ordem do máximo de difração, λ é o comprimento de onda da luz
incidente, d é a abertura da fenda e θ é o ângulo de abertura do primeiro máximo de
difração.

4
Na tentativa de entender o espectro de emissão do átomo de hidrogênio, em
1885, J. J. Balmer conhecendo os diversos valores do comprimento de onda
medido na região do visível do espectro, foi capaz de encontrar uma fórmula
empírica dos comprimentos de ondas:6
1 1 1
=RH ( − 2 ) (α) sobre uma fina camada2)
λ 4 nθ
Onde n é um número natural e RH a constante de Rydberg dada por RH=
1,09737 x 107 m-1.6 O conjunto de comprimentos de ondas do espectro de
hidrogênio foi batizado de série de Balmer. Outras tentativas de explicação dos
espectros atômicos resultaram na obtenção de novas séries em diferentes regiões
do espectro: série de Lyman na ultravioleta, série de Paschen, Brackett e Pfund na
infravermelha.5
1.3 Modelo atômico de Bohr
O fato de um átomo emitir sempre as mesmas linhas implica que
essas linhas estão de alguma forma relacionadas com a estrutura interna desse
átomo. Partindo desse princípio o físico Niels Bohr propôs um novo modelo atômico
que explicava o espectro do hidrogênio e a instabilidade do modelo do átomo de
Rutherford.5
O modelo de Bohr considera o átomo de hidrogênio como sendo
equivalente a um sistema solar em miniatura, onde o núcleo seria o sol em torno do
qual o elétron, que seria o planeta, descreve uma órbita circular. 6 Além disso Bohr
assume uma hipótese de que o elétron possui órbitas permitidas, nas quais ele se
movimenta sem perder energia, só haveria mudança de energia quando o elétron
fosse induzido a mudar de órbita. Utilizando a hipótese do quantum de energia de
Max Planck, Bohr introduziu as hipóteses acima na forma de postulados: 5

1. As órbitas dos elétrons no átomo de hidrogênio são aquelas nas quais o


momento angular L é múltiplo de ħ(α) sobre uma fina camada constante de Planck dividida por 2π), ou seja,), ou seja,
L=mλvr=nθ ħ (α) sobre uma fina camada3)
Onde m é a massa e v é a velocidade do elétron, r é o raio da órbita e n é o
número da órbita, chamado número quântico principal. 5
2. Um elétron numa dada órbita estacionária não emitirá nem absorverá
qualquer radiação. Isto só acontece, quando o elétron “salta” de uma órbita i com

5
energia inicial Ei para outra órbita f com energia final E f. Nesta transição, o elétron
absorve ou emite um fóton. Logo, a diferença de energia entre as duas órbitas i e f,
é dada pela expressão:5
hv if =E i−E f (α) sobre uma fina camada4)
Onde vif é a frequência de emissão ou absorção de um fóton. Usando estes
postulados, Bohr foi capaz de determinar a fórmula encontrada por Balmer,
inclusive, calculando teoricamente o valor da constante de Rydberg. 5
Segundo o modelo de Bohr, as emissões atômicas (α) sobre uma fina camadalinhas claras do
espectro) ocorrem quando os elétrons fazem transições de uma órbita de maior
energia para uma de menor energia e as absorções (α) sobre uma fina camadalinhas escuras do espectro)
correspondiam a transições entre órbitas de menor para maior energia. 6
Baseando-se nesses princípios, Bohr usa a física clássica para determinar os
raios das órbitas e as energias dos estados estacionários do elétron, para o átomo
de hidrogênio. As energias associadas a este sistema são a energia cinética do
elétron e a energia potencial entre o elétron e o fóton. Portanto a energia total é
dada por:5
1 2 1 e2
E=K +V = mλe v − (α) sobre uma fina camada5)
2 4 πε 0 r
Onde me é a massa e v e a velocidade do elétron, ε0 e a constante de
permissividade do vácuo e e é o valor da carga elementar. No caso de um
movimento circular, a segunda lei de Newton relaciona a aceração centrípeta
adquirida pelo elétron com uma força Fe, ou seja: 5
v2 1 e2
Fe=mλe = (α) sobre uma fina camada6)
r 4 πε 0 r

Substituindo o valor de v2, na primeira equação encontraremos para a


energia do sistema que:5
−1 e 2
E= (α) sobre uma fina camada7)
8 πε 0 r
Usando v2, dada pela segunda lei de Newton acima, junto ao primeiro
postulado de Bohr, teremos que o raio r de uma órbita n e igual a: 5

ε0 h
r= nθ 2 (α) sobre uma fina camada8)
π mλe e2

6
Agora usando o valor de r na expressão da energia, temos que: 5
−1 mλe e 4 1
E= (α) sobre uma fina camada9)
8 ε 0 h2 nθ2
Finalmente, combinando o resultado acima com o segundo postulado, temos
que a energia emitida ou absorvida é obtida através da seguinte expressão: 5
1 mλe e 4 1 1
E= ( − ) (α) sobre uma fina camada10)
8 ε 0 h2 nθ i 2 nθ f 2

Como a energia E=hv e c=vλ, usando a equação acima podemos chegar a


fórmula de Balmer. Substituindo os valores das constantes, podemos escrever a
energia de uma órbita n de um átomo de hidrogênio da seguinte forma: 5
1
E=13,6 (α) sobre uma fina camada11)
nθ 2
Onde o valor 13,6 eV representa a energia necessária para retirar o elétron
da órbita mais interna do átomo de hidrogênio. 5

2. Objetivo
O principal objetivo deste experimento foi constatar a teoria de quantização
da energia proposta por Max Planck. Para isso foi determinado o espectro atômico
de um tubo com gás hidrogênio e um tubo com gás hélio, e o espectro atômico de
primeira e segunda ordem de uma lâmpada de mercúrio, além de obter os
comprimentos de onda para as diferentes cores de cada um dos gases. Inicialmente
foi determinada a separação entre as linhas da rede de difração do
espectrofotômetro, utilizando para isso uma lâmpada de sódio, e então este valor foi
usado para calcular os comprimentos de onda para cada uma das cores dos
espectros atômicos de hélio, hidrogênio e mercúrio. 7
3. Materiais Utilizados
1 Espectrofotômetro contendo:
1 fenda colimadora;
1 lente colimadora;
1 rede de difração;
1 lente focalizadora;
1 máscara com fendas;

7
1 sensor de luz de alta sensibilidade;
1 trilho ótico;
1 base graduada;
1 sensor de movimento rotativo;
1 lâmpada de sódio de baixa pressão;
1 lâmpada de vapor de mercúrio;
1 tubo espectral de hidrogênio;
1 tubo espectral de hélio;
1 interface USB Science Workshop 750.
Computador Desktop;
Software DataStudio.

4. Procedimento Experimental
Inicialmente, o espectrofotômetro já estava montado, preso a dois suportes
verticais de modo a ter sua altura ajustada para alinhar-se com as várias fontes de
luz. Ajustou-se a distância entre a fenda colimadora e a lente colimadora para
10cm. A rede de difração foi fixada magneticamente no suporte, no lado que contém
a lente colimadora e a fonte de luz. O lado gradeado da placa de vidro foi coincidido
com a linha 0-180 da mesa graduada. Ajustou-se a mesa graduada para que a linha
de referência aponte para 180, afastando o sensor de movimento rotativo com a
mão.
Ligou-se as lâmpadas de Sódio e de Mercúrio e deixou-se aquecendo por ´
aproximadamente 15 minutos (α) sobre uma fina camadatempo recomendado nas instruções da lâmpada)
antes de usa-las. Conectou-se a interface USB a uma entrada USB do computador.
Conectou-se os plugs do sensor de movimento rotativo nos canais 1 e 2 da
interface e o sensor de luz de alta sensibilidade no canal A. Aterrou-se o
espectrômetro. Iniciou-se o programa DataStudio e abrindo o arquivo “Espectro
Atômico”.

8
5. Resultados e Discussões
5.1 Espectro do Hélio
Determinação da distância entre as linhas da rede de difração
Na primeira parte do experimentou, determinou-se a separação das linhas da
rede de difração. Utilizou-se a lâmpada de sódio (α) sobre uma fina camadaNa) para determinar a separação
das linhas da rede de difração. As linhas amarelas do Sódio possuem comprimentos
de onda de 589,0 nm e 589,6 nm. Estas linhas são tão˜ próximas que são difíceis
de serem resolvidas a olho nu. Entao foi tomado o valor médio de 589,3 nm.
Para a decomposição do feixe luminoso, proveniente de uma lâmpada ou
tubo com gás, em um espectro, utilizou-se uma rede de difração que foi fixada
conforme acima explicado.
Após montado o aparelho, foi ligada a lâmpada de sódio (α) sobre uma fina camadaNa). Ajustou-se a
altura do espectrofotômetro para que ele coincidisse com o ponto médio da
lâmpada. Este ajuste fez com que a luz chegasse à rede de difração e ao sensor de
luz da maneira desejada.
Os valores dos ajustes da fenda colimadora, anteparo de fendas, ganho e
sensibilidade do sensor estão indicados no Quadro abaixo.
Quadro 1: Ajustes sugeridos para determinar a distância entre as fendas da
rede de difração.
Ganho do sensor de luz ×10
Sensibilidade do sensor de Baixo
luz (α) sobre uma fina camada1×)
Fenda colimadora #1
Fenda do sensor de luz #2
Fonte: Roteiro de experimento “Espectro Atomico dos Gases”
Esses valores da Tabela 1 foram ajustados no próprio espectrofotômetro. O
único ajuste feito no computador foi a sensibilidade do sensor de luz, cujo valor foi
inserido no “Configurar” do programa DataStudio. Como a equação 1 é de
fundamental importância para os cálculos dos comprimentos de onda a partir da
posição angular inicialmente, determinou-se o valor de d. Para tanto, utilizou-se a
lâmpada de sódio e os valores do Quadro 1.
O sensor de luz foi movimentado vagarosamente, passando pelo máximo
central e pelo primeiro máximo lateral (α) sobre uma fina camadamáximo de primeira ordem). Com os dados
coletados pelo sensor de luz gerou-se, com o programa DataStudio, um gráfico

9
intensidade versus posição angular para o sódio. O gráfico da Figura 1 apresenta o
resultado obtido.
Figura 1: Gráfico da intensidade da luz versus posição angular para a
lâmpada de sódio.
L a m p a d a d e S o d io
3 ,5

2 ,5

1 ,5

1
I n te n sid a d e (V )

0 ,5

− 0 ,5

0 20 40 60 80 100
A n g u lo (g ra u )

Fonte: gráfico gerado no QtiPlot com dados exportado do software


DataStudio no sistema operacional Microsoft Windows XP.
Pelo gráfico acima se calculou o valor da diferença entre os ângulos em que
ocorriam o máximo central e o máximo de primeira ordem (α) sobre uma fina camadam=1) como sendo igual
a 20,638o. Com base neste valor para θ, e com λ = 589,3 nm, a equação 12 nos
fornece d = 1,671 × 10−6 m que difere em 0,3% quando comparado com o valor de
1,666 × 10−6 m, informado pelo manual do aparelho.

10
5.2 Espectro do Hélio
Para o estudo do espectro de hélio, inicialmente, substituiu-se a lâmpada de
sódio pelo tubo de hélio e configurou-se o aparelho da maneira descrita abaixo.
Quadro 2: Ajustes sugeridos para determinar o espectro do hélio.
Ganho do sensor de luz ×100
Sensibilidade do sensor de Baixo
luz (α) sobre uma fina camada1×)
Fenda colimadora #4
Fenda do sensor de luz #4
Fonte: Roteiro de experimento “Espectro Atomico dos Gases”
Ligado o tubo, o sensor de luz foi posicionado de modo que a fenda do
anteparo ficasse ao lado do máximo central.
O sensor foi vagarosamente movimentado, passando pelo máximo central e
por todas as cores do primeiro máximo lateral (α) sobre uma fina camada m = 1). Os dados dessa varredura
foram plotados pelo DataStudio em um gráfico de intensidade versus posição
angular. Os picos deste gráfico foram marcados com os nomes das cores em que
ocorriam. O gráfico da Figura 2 apresenta o resultado obtido.
Figura 2: Gráfico da intensidade da luz versus posição angular para o tubo de
hélio.
L a m p a d a d e H e lio
6

I n te n sid a d e (V )
1

−1

0 20 40 60 80 100 120
A n g u lo (g ra u )

Fonte: gráfico gerado no QtiPlot com dados exportado do software


DataStudio no sistema operacional Microsoft Windows XP.

11
Com base gráfico e com o emprego da equação 1, calculou-se o
comprimento de onda λ para cada uma das cores marcadas. Utilizou-se, também,
m = 1, pois o máximo lateral é de primeira ordem e o valor de d estabelecido
anteriormente, 1,671×10−6 m. Na tabela abaixo encontram-se o valor da posição
angular e do comprimento de onda λ, calculado, para cada cor.
Quadro 3: Valores do comprimento de onda λ para as cores do espectro de
hélio.
Cor Posição Comprimento de onda λ
angular (α) sobre uma fina camadanm)
o
Azul 15,625 450,1
o
Verde 17,356 498,5
Fonte: Elaborada pelo autor
Construiu-se uma tabela na qual se encontra a diferença percentual entre os
valores dos comprimentos de onda esperados e dos obtidos experimentalmente.
Quadro 4: Diferença percentual entre os valores esperados e os
experimentais do comprimento de onda λ para cada cor do espectro de hélio.
Valor Valor
Diferen¸ca
Cor esperado de experimental de
percentual
λ (α) sobre uma fina camadanm) λ (α) sobre uma fina camadanm)
Azul 447,1 450,1 0,67%
Verde 501,6 498,5 0,62%
Fonte: Elaborada pelo autor
5.3 Espectro do Hidrogênio
Substituído o tubo de hélio pela lâmpada de hidrogênio, ajustou-se a altura
do espectrofotômetro de forma que este coincidisse com o centro da lâmpada. As
configurações do aparelho encontram-se na Tabela 5.
Quadro 5: Ajustes sugeridos para determinar o espectro do hidrogênio.
Ganho do sensor de luz ×100
Sensibilidade do sensor de Média
luz (α) sobre uma fina camada10×)
Fenda colimadora #3
Fenda do sensor de luz #2
Fonte: Roteiro de experimento “Espectro Atomico dos Gases”
Ligada a lâmpada, o sensor de luz foi posicionado de modo que a fenda do
anteparo ficasse ao lado do máximo central e a partir dessa posição ele foi

12
movimentado vagarosamente, passando pelo máximo central e por todas as cores
do primeiro máximo lateral.
Com o software DataStudio, construiu-se um gráfico de intensidade da luz
versus posição angular e nele marcou-se os picos com as correspondentes cores.
O gráfico da Figura 3 apresenta os resultados obtidos.
Figura 3: Gráfico da intensidade da luz versus posição angular para o tubo de
hidrogênio.
L a m p a d a d e H id r o g e n io
0 ,1 2

0 ,1

0 ,0 8

0 ,0 6

0 ,0 4

I n te n sid a d e (V )
0 ,0 2

− 0 ,0 2

0 20 40 60 80 100 120 140 160


A n g u lo (g ra u )

Fonte: gráfico gerado no QtiPlot com dados exportado do software


DataStudio no sistema operacional Microsoft Windows XP.
Pelo gráfico da Figura 3 e com o emprego da equação 1, com m = 1 e com o
mesmo valor de d utilizado anteriormente, calculou-se o comprimento de onda λ
para cada uma das cores marcadas. Na tabela abaixo encontram-se o valor da
posição angular e do comprimento de onda λ para cada cor.

13
Quadro 6: Valores do comprimento de onda λ para as cores do espectro de
hidrogênio.
Cor Posição Comprimento de onda λ
angular (α) sobre uma fina camadanm)
Azul 17,102o 491,3
Verd 23,066o 654,7
e
Fonte: Elaborada pelo autor
Com o intuito de se comparar os valores experimentais (α) sobre uma fina camadacalculados) dos
comprimentos de onda (α) sobre uma fina camadaQuadro 6) com os valores esperados (α) sobre uma fina camadadenotados por
aceitos), construiu-se o Quadro, na qual estão tais valores e a diferença percentual
entre eles.
Quadro 7: Diferença percentual entre os valores esperados e os
experimentais do comprimento de onda λ para cada cor do espectro de hidrogênio.
Valor Valor
Diferença
Cor esperado experimental de
percentual
de λ (α) sobre uma fina camadanm) λ (α) sobre uma fina camadanm)
Azul 486,1 491,3 1,07%
Vermelho 656,3 654,7 0,24%
Fonte: Elaborada pelo autor
Para cada comprimento de onda calculado, calculou-se a energia do fóton
emitido. Para isso utilizou-se a equação abaixo.

(α) sobre uma fina camada12)


Os valores da energia associada a cada comprimento de onda (α) sobre uma fina camadadeterminados
experimentalmente) se encontram no quadro abaixo.
Quadro 8: Valor da energia para cada comprimento de onda do espectro de
absorção do hidrogênio.
Comprimento de onda λ Energia
(α) sobre uma fina camadanm) (α) sobre uma fina camadaeV)
491,3 2,51
654,7 1.89
Fonte: Elaborada pelo autor
A partir da equação (α) sobre uma fina camada12) e considerando a energia total de um elétron é a
soma da energia cinética e energia potencial elétrica, temos:

14
(α) sobre uma fina camada13)
Com os valores apropriados para o átomo de hidrogênio, e com as energias
presentes na Tabela 9. Calculou-se o n´nível energético (α) sobre uma fina camada ni) inicial de cada elétron.
Veja o Quadro abaixo:
Quadro 9: Valor da energia para cada comprimento de onda λ e do n´nível
energético inicial do espectro de absorção do hidrogênio.
Comprimento de Onda λ Energia Nível de
(α) sobre uma fina camadanm) (α) sobre uma fina camadaeV) Energia
491,3 2,84 4
654,7 1.89 3
Fonte: Elaborada pelo autor
Os valores calculados para os níveis energéticos correspondentes a cada
comprimento de onda estão de acordo com os presentes na literatura. Essa
concordância entre os valores obtidos por Bohr, equações (α) sobre uma fina camada12) e (α) sobre uma fina camada13), e os valores
das séries de Lyman (α) sobre uma fina camadaλ na faixa do ultravioleta) e Balmer (α) sobre uma fina camada λ no ultravioleta próximo
e no visível), entre outras, marcou o triunfo do modelo de Bohr. Vale ressaltar que
este modelo funciona bem para átomos de um elétron e, de forma aproximada,
paras elementos alcalinos, que sob muitos aspectos são similares a átomos de um
elétron.
A velha teoria quântica, da qual o modelo de Bohr faz parte, falha
tragicamente quando aplicada a um átomo de hélio neutro, que possui apenas dois
elétrons.
5.3 Espectro do Mercúrio
Para a análise do espectro de mercúrio, inicialmente, trocou-se a lâmpada de
hidrogênio pela lâmpada de ajustou-se a altura do espectrofotômetro de forma que
os instrumentos óticos ficassem alinhados com o centro da lâmpada. As
configurações adotadas estão no quadro abaixo.
Quadro 10: Ajustes sugeridos para determinar o espectro do mercúrio.
Ganho do sensor de luz ×1
Sensibilidade do sensor de Baixa
luz (α) sobre uma fina camada1×)
Fenda colimadora #1
Fenda do sensor de luz #1

15
Fonte: Roteiro de experimento “Espectro Atomico dos Gases”
Aguardado alguns minutos após a lâmpada ter sido ligada, observou-se no
anteparo de fendas os máximos laterais e o central. O sensor de luz foi posicionado
ao do máximo central e a partir dessa posição inicial, foi movimentado
vagarosamente, passando por todas as cores da região do primeiro máximo lateral.
O programa DataStudio gerou o seguinte gráfico de intensidade da luz versus
posição angular. O gráfico da Figura 4 apresenta o resultado obtido.
Figura 4: Gráfico da intensidade da luz versus posição angular para o tubo de
mercúrio.
L a m p a d a d e M e r c u r io
1 ,2

0 ,8

0 ,6

0 ,4

I n te n sid a d e (V )
0 ,2

− 0 ,2

0 20 40 60 80 100
A n g u lo (g ra u )

Fonte: gráfico gerado no QtiPlot com dados exportado do software


DataStudio no sistema operacional Microsoft Windows XP.
Para cada cor no gráfico acima se calculou o comprimento de onda e para
tanto se utilizou a equação (α) sobre uma fina camada1) com m = 1 e d = 1,671 × 10−6m. Abaixo se encontra
uma tabela na qual estão presentes os valores da posição angular, informada pelo
gráfico da Figura 4, e do comprimento de onda para cada cor.

16
Quadro 11: Valores do comprimento de onda λ para as cores do espectro de
mercúrio.
Cor Posição Comprimento de onda λ
angular (α) sobre uma fina camadanm)
Azul 15,571o 448,5

Verde 19,446o 556,3


o
Amarelo 20,621 588,5
Fonte: Elaborada pelo autor
Para se comparar os valores dos comprimentos de onda calculados com os
valores aceitos para cada uma das cores, construiu-se a tabela abaixo, na qual
também se encontra a diferença percentual entre tais valores.
Quadro 12: Diferença percentual entre os valores esperados e os
experimentais do comprimento de onda λ para cada cor do espectro de mercúrio.
Valor Valor
Diferença
Cor esperado experimental de
percentual
de λ (α) sobre uma fina camadanm) λ (α) sobre uma fina camadanm)
Azul 499,2 448,5 3,90%
Verde 567,9 556,3 2,89%
Amarelo 599,1 588,5 2,34%
Fonte: Elaborada pelo autor
5.4 Estudo do Dubleto de Mercúrio
O espectro de alguns elementos possui um par de raias bem próximas,
chamado de “dubleto”. Exemplos são, o dubleto amarelo do sódio e o dubleto
laranja do mercúrio. A origem física do dubleto é que esses átomos possuem dois
níveis de energia muito próximos. Em um determinado instante de tempo, o átomo
emite em uma ou noutra raia, mas não nas duas. Isto significa que a luz emitida em
uma raia não tem correlação (α) sobre uma fina camadacoerência) com a emitida em outra raia.
Para o estudo do dubleto de mercúrio, utilizou-se o mesmo arranjo dos
equipamentos da seção anterior, com exceção do ganho do sensor, que foi ajustado
para 100×. Este sensor foi posicionado de modo que a fenda ficasse ao lado do
máximo central e a partir dessa posição ele foi movimentado vagarosamente,
passando pelo máximo central, por todas as cores do primeiro máximo lateral e
continuou-se a varredura pela região das linhas de segunda ordem (α) sobre uma fina camada m = 2).

17
O programa DataStudio gerou o seguinte gráfico de intensidade da luz versus
posição angular. O gráfico da Figura apresenta o resultado obtido.
Figura 5: Intensidade da luz versus posição angular para o espectro de
mercúrio, varredura até as linhas de segunda ordem.
D u b le t o d e M e r c u r io
6

I n te n sid a d e (V )
1

−1

0 20 40 60 80 100 120 140 160


A n g u lo (g ra u )

Fonte: gráfico gerado no QtiPlot com dados exportado do software


DataStudio no sistema operacional Microsoft Windows XP.
No gráfico da Figura 5 marcou-se os picos correspondentes à cada máximo
da cor laranja. Para se determinar o comprimento de onda λ correspondente a cor
laranja, utilizou-se a equação 12, com o valor d determinado anteriormente.
Novamente, foi necessário subtrair do valor da posição angular 1,36 o, por ser este o
ângulo de ocorrência do máximo central.
Na tabela abaixo onde se encontram o valor de m, posição angular e
comprimento de onda λ para cada máximo. Veja:

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Quadro 13: Valores para cada um dos máximos laranjas do espectro de
mercúrio.
Valor de Posição Comprimento
Máximo
m angular de onda
a
1 1 21,45 574,32
Ordem
2a 2 44,98 576,73
Ordem
Fonte: Elaborada pelo autor
A pequena diferença (α) sobre uma fina camadaaproximadamente 2 nm) entre os comprimentos de
onda da cor laranja permite afirmar que a linha dessa cor é de fato um dubleto e
que o motivo da sua ocorrência é a existência de três números quânticos. Neste
caso o número quântico principal n é o mesmo, porém os números quânticos l e m
não são os mesmos. Sendo assim esses estados para o átomo de mercúrio são
chamados de degenerados, pois têm a mesma energia total, mas possuem
comportamentos totalmente diferentes.
Finalmente, compararam-se os valores calculados para o comprimento de
onda λ com os valores pré-estabelecidos para tal grandeza:
Quadro 14: Diferença percentual entre os valores tabelados e os calculados
para o laranja do espectro de mercúrio.
Valores Valores Diferença
Máximo experimentais esperados percentu
(α) sobre uma fina camadanm) (α) sobre uma fina camadanm) al
a
1 574,32 578,02 0,64%
Ordem
2a 576,73 578,02 0,22%
Ordem
Fonte: Elaborada pelo autor
6. Conclusão
Concluiu-se que a teoria de Planck da quantização da energia é realmente
válida. Além disso, verificou-se que diferentes elementos químicos possuem
diferentes espectros.
Verificou-se, a partir do espectro do hidrogênio, a destreza do modelo
atômico de Bohr, que embora concebido à luz da física clássica, seja capaz de

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explicar as linhas de emissão do elemento. No experimento do dubleto constatou-se
os fenômenos da existência de mais de um número quântico e da degenerescência.
Além disso, com o experimento do dubleto e do espectro do hidrogênio, verificou-se
o primeiro postulado de Bohr, o qual Bohr afirma que só é permitido ao elétron
ocupar certos estados estacionários no átomo e em cada um desses estados a
energia é fixa e definida.
Os demais elementos da tabela periódica possuem uma estrutura eletrônica
mais complexa que o hidrogênio. Porém, os metais alcalinos, que possuem
somente um elétron, como é o caso do sódio, na camada eletrônica mais externa
(α) sobre uma fina camadaou camada de valência) e têm os outros níveis eletrônicos mais internos totalmente
preenchidos, podem ser idealizados como um átomo semelhante ao hidrogênio.
Os resultados obtidos experimentalmente são muito próximos dos valores
esperados, mesmo existindo erros relacionados a saturação de alguns gráficos,
causada pela sensibilidade do sensor de luz. A maior diferença percentual entre
valores experimentais e teóricos foi para a lâmpada de mercúrio para a faixa de luz
azul (α) sobre uma fina camada3,9%), já a menor diferença percentual ficou para a lâmpada de hidrogênio na
faixa da cor vermelha (α) sobre uma fina camada0,2).

7. Referências
1 KRAMER, A. Experimento de espectroscopia caseiro para demonstração da
Física Moderna no Ensino Médio. Cerro Largo: Universidade Federal da Fronteira
Sul, 2015. Disponível em:
https://rd.uffs.edu.br/bitstream/prefix/561/1/KRAMER.pdf Acesso em: 23 de dez.
2019.

2 The Era of Classical Spectorscopy. Massachusetts Institute of Technology,


Spectroscopy Laboratory. Disponível em:
http://web.mit.edu/spectroscopy/history/history-classical.html Acesso em: 23
de dez. 2019.

3 FILHO, K. S. O.; SARAIVA, M. F. O. Espectroscopia. Universidade Federal do


Rio Grande do Sul, Departamento de Astronomia do Instituto de Física, 2018.

20
Disponível em: http://astro.if.ufrgs.br/rad/espec/espec.htm#hidrogenio Acesso
em: 23 de dez. 2019.

4 Chesman, C.; André, C.; Macêdo, A. Física Moderna: Experimental e Aplicada.


Editora Livraria da Física. 1 ed. São Paulo, 2004.

5 EISBERG, R.; RESNICK, R. Física Quântica: Átomos, Moléculas, Sólidos,


Núcleos e Partículas. Tradução de Paulo Costa Ribeiro et al. 28. ed. Rio de
Janeiro: Campus, 1979.

6 TIPLER, Paul A.; LLEWELLYN, Ralph A; Física Moderna. 3 ed. Rio de Janeiro-
RJ: LTC, 2001.

7 FADEL, V. Roteiro de Experimento: Espectro Atômico de Gases. São José do


Rio Preto: Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”: Departamento
de Física: Laboratório de Física Moderna, 2006.

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