Você está na página 1de 28

ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIAL

INTRODUÇÃO

A quebra da confiança por parte da sociedade em instituições tradicionais,


como o governo e igreja, é uma realidade da última década. O capitalismo
descontrolado tem produzido um grande número de excluídos e o terrorismo,
mobilizado por políticas malconduzidas e fanatismos religiosos, vem acentuar esse
processo, levando a sociedade a adotar uma nova postura perante as organizações,
sejam elas de natureza governamental, empresarial ou ligadas ao terceiro setor. O
novo consumidor se posiciona de forma mais consciente e exigente.

A partir dessa nova realidade, as organizações têm encontrado nas ações


sociais estratégias que não apenas contribuem na solução das eventuais dificuldades,
como também geram bons frutos juntos aos stakeholders. Recente pesquisa realizada
pelo Instituto Akatu e pelo Instituto Ethos, que apurou a “Responsabilidade Social
Empresarial: um retrato da realidade brasileira”, concluiu que a cada dez ações sociais
publicadas pelas empresas, seis são voltadas para o cliente ou consumidor. Esse
resultado comprova que a demanda dos consumidores é fator-chave para o
crescimento do movimento das empresas para a gestão socialmente responsável,
orientando as ações de responsabilidade social das empresas.

Com o mundo globalizado e as informações circulando na internet e redes


sociais, é cada vez mais difícil aos profissionais de marketing trabalharem diferenciais
competitivos para seus produtos, serviços e marcas. Para Pringle e Tompson (2000,
p. 13) esse é um dos principais problemas das marcas nas economias. “Cada
inovação tecnológica ou um novo produto lançado são rapidamente imitados por
fabricantes de marcas rivais e cada vez mais solicitadas pelos varejistas.” (PRINGLE
E TOMPSON, 2000, p.13).

Assim, seja em função da consciência das empresas, dos escândalos


corporativos, da ameaça dos concorrentes ou da importância da fidelidade de marca,
o fato é que investimentos responsáveis estão em alta.

Em resumo, podemos dizer que cada vez mais as empresas arriscam mudar
suas práticas de marketing para conferir-lhes novos contornos e sentidos mais éticos.
Isso em função da valorização dos conceitos de ética e responsabilidade social,
mudança do comportamento do consumidor que passa a ser mais exigentes diante
das corporações para que elas façam mais pela sociedade, além de pagar impostos
e gerar empregos.
3

Tópico I: A História Da Responsabilidade Social

Resgatando acontecimentos mundiais que possivelmente influenciaram o


surgimento da responsabilidade social nas empresas, podemos destacar os
movimentos entorno dos direitos civis ocorridos na Europa e na França na década de
60. As manifestações contra os efeitos das armas químicas na Guerra do Vietnã
fortaleceram as organizações da Sociedade Civil (Igreja e Fundações). Isso se deu
devido aos “armamentos” que afetaram o meio ambiente e a população, colocando
em risco a sobrevivência da natureza e dos seres humanos. Todos esses fatores
provocaram um repensar na postura ética das empresas frente à sociedade.

As empresas nos Estados Unidos foram às pioneiras em prestar contas ao


público de suas ações sociais, daí a ideia de balanço social. Porém, a França foi à
primeira nação a tornar obrigatória a prestação de contas dos investimentos sociais
das empresas.

Em resumo, no cenário mundial contemporâneo, processaram-se


transformações de ordem social, econômica, política e cultural, as quais se adaptam
aos novos modelos de relações entre mercados e instituições, sociedade e
organizações.

No Brasil, a responsabilidade social começou a ser discutida na década de


60, a partir da criação da Associação dos Dirigentes Cristãos de Empresas (ADCE).

Em 1965, essa associação publicou uma carta, a Carta de Princípios do


Dirigente Cristão de Empresas, cujo objetivo maior era mostrar que as empresas
possuem função social perante seus trabalhadores e a comunidade na qual se insere.

Porém, o conceito de responsabilidade social somente ganhou,


efetivamente, espaço no final da década de 80, consolidando-se nos últimos anos, por
meio do cenário econômico, tendo como pilar a competitividade mundial, insuficiência
do Estado, o aumento das condições de pobreza, a degradação ambiental, o
fortalecimento dos movimentos sociais e as transformações do mundo
contemporâneo, que provocou incerteza e instabilidade, fatores ameaçadores à
sobrevivência das organizações.

A ação de chamadas organizações não-governamentais (ONG’s) ou


entidades do Terceiro Setor foi fator fundamental para instigar a busca por soluções
para as questões ambientais e sociais do país. O Instituto Brasileiro de Análises
Sociais Econômicas (Ibase) foi o grande destaque nesse setor. Criado pelo sociólogo
4

Hebert de Souza, até hoje defensor da elaboração e divulgação do balanço social das
empresas.

Em 1997, o Ibase lançou o modelo de balanço social em parceria com o


jornal Gazeta Mercantil (gratuidade na publicação). Criou-se o Selo do Balanço Social,
objetivando estimular a participação voluntária das empresas em projetos sociais.

Nesse mesmo ano, o Conselho Empresarial Brasileiro para Desenvolvimento


Sustentável (CEBDS) surgiu para facilitar o entendimento sobre questões ambientais,
econômicas e sociais entre o setor produtivo, sociedade civil e governo, viabilizando
o desenvolvimento sustentável.

Em termos legais, o tema Balanço Social passou a ser objeto do Projeto de


Lei nº 3.1416, estabelecendo a obrigatoriedade da publicação do balanço social para
empresas privadas com mais de 100 funcionários e para todas as empresas públicas,
concessionárias e permissionárias de serviços públicos.

Em 1998 surgiu o Instituto Ethos, criado por um grupo de empresários e


executivos da iniciativa privada. Ele é um polo de troca de experiências, organização
de conhecimento e desenvolvimento de ferramentas que auxiliam empresas a analisar
suas práticas de gestão e aprofundar o compromisso com a responsabilidade social e
o desenvolvimento sustentável.

Com essa perspectiva, o investimento social privado ganha corpo no Brasil,


cujo olhar se centraliza na alocação voluntária de recursos privados, para buscar
retorno alternativo de inclusão social e influenciar nas políticas públicas, organização
e universidade.

Parece lícito afirmar, então, atualmente as organizações precisam estar


atentas não só a suas responsabilidades econômicas e legais, mas também a suas
responsabilidades éticas, morais e sociais. Responsabilidades éticas correspondem a
atividades, políticas e comportamentos esperados por membros da sociedade, apesar
de não codificados em leis. Elas envolvem série de padrões, normas ou expectativas
de comportamentos para atender ao que os públicos (stakeholders) consideram
legítimo, justo, correto, de acordo com suas expectativas.

As organizações terão de aprender a balancear a necessidade de obter


lucros, obedecer às leis, ter comportamento ético e envolver-se em alguma forma de
filantropia para com as comunidades.

Dessa forma, podemos afirmar que um dos efeitos da economia global é a


adoção, por todo o mundo, de padrões éticos e morais mais rigorosos, seja pela
necessidade das próprias organizações de manter sua boa imagem perante o público,
5

seja pelas demandas diretas do público para que as organizações atuem de acordo
com tais padrões. Isso tudo é uma resposta dos negócios às novas pressões sociais
e econômicas criadas pela globalização. Essas pressões fazem com que as empresas
se autoanalisem continuamente. Criar-se assim, um novo ethos que rege o modo
como os negócios são feitos em todo o mundo.

Tópico II: O Que É Responsabilidade Social?

Não existe uma definição única desse conceito, mas sim, várias definições
que giram em torno da mesma questão: ações para melhoria da qualidade de vida da
sociedade.

Algumas dessas definições:


Para Melo Neto e Brennand (2004, p. 39)

“Uma empresa socialmente responsável é aquela que investe no bem-


estar de seus funcionários e dependentes e num ambiente de trabalho saudável,
além de preservar o meio ambiente e investir em ações sociais.”

Para o Instituto Ethos de Responsabilidade Social

“É a forma de conduzir os negócios da empresa com o objetivo de torná-


la parceira e co-responsável pelo desenvolvimento social.”

Para Ashley (2005, p. 6)

“É toda e qualquer ação que possa contribuir para a melhoria da qualidade


de vida da sociedade.”

“Responsabilidade social, significa algo, mas nem sempre a mesma coisa


para todos. Para alguns, ela representa a ideia de responsabilidade ou obrigação legal;
para outros, significa um comportamento responsável no sentido ético; para outros
ainda, o significado é transmitido é o de ‘responsável por’, num modo causal. Muitos
simplesmente equiparam-na a uma contribuição caridosa; outros tomam-na pelo
sentido de socialmente consciente.”

Uma empresa socialmente responsável vai além de sua obrigação de


respeitar as leis, observar condições adequadas de segurança e saúde para os seus
trabalhadores e pagar impostos. Ela faz isso tudo por acreditar que será, dessa forma,
uma empresa melhor e contribuirá para a construção de uma sociedade mais justa.

Porém, por muitas vezes, a responsabilidade social é confundida com


filantropia. Podemos dizer que a responsabilidade social é um estágio mais avançado
da cidadania corporativa, que busca estimular o desenvolvimento do cidadão e
6

fomentar a cidadania individual e coletiva. Tem sua base na consciência social e dever
cívico, não na caridade. Já a filantropia está baseada no assistencialismo que objetiva
contribuir para a sobrevivência de grupos sociais desfavorecidos, assumidos pelas
empresas por ações de doações a grupos e entidades.

A filantropia é uma simples doação, fruto da maior sensibilidade e


consciência social do empresário, enquanto a responsabilidade social reflete a ação
de uma empresa em prol da cidadania, uma forma de inserção social, uma intervenção
direta em busca da solução de problemas sociais.

Com maiores detalhes, podemos afirmar que a filantropia parte de uma ação
individual e voluntária e tem muitos méritos. Mas a responsabilidade social vai além
das vontades individuais – constitui um consenso, uma obrigação moral e econômica
para com todos que vivem na sociedade e seu foco está nos direitos humanos, sociais,
políticos, culturais e econômicos.

Em resumo, a filantropia é apenas um tipo de ação, um estágio preparatório


para um contexto mais amplo da responsabilidade social – estágio pré-
responsabilidade social. O fato da empresa realizar ações sociais não a caracteriza
como socialmente responsável: para ser, são necessárias muitas outras ações e
envolvimentos.

Tópico III: Responsabilidade Social Nas Empresas

No Brasil, como em toda parte, as limitações da ação estatal geram um


consenso de que uma política de desenvolvimento social exige a participação de
novos atores. Diante do fenômeno da exclusão social, observa-se nos últimos anos
que as empresas privadas vêm mobilizando um volume cada vez maior de recursos
destinados a iniciativas sociais. Os empresários passam a ter consciência de que
governos não podem atender sozinhos às demandas de ações sociais.

Tal multiplicação de iniciativas privadas com sentido público é um fenômeno


recente. A partir dos anos 80, percebe-se que as organizações se têm preocupado
com problemas que envolvem a sociedade e o meio ambiente.

A década de 90 abre caminho para uma percepção de novos rumos de ação


social – partilha de responsabilidades necessárias ao enfrentamento da exclusão
social, pois o bem-estar comum depende de uma ação cooperativa de todos os
setores da economia. Nesse cenário, é importante ressaltar a importância das
empresas como um agente de promoção do desenvolvimento econômico e do avanço
tecnológico - grandes possuidoras de capacidade de criação e geração de recursos.
7

Rompendo com o velho paradigma de que empresas somente se preocupam


com a geração de lucros, para que a empresa sobreviva no mercado, é necessário a
prática de preços baixos, oferta de produtos de qualidade e a realização da parte que
lhe cabe na responsabilidade social, pois os consumidores estão cada vez mais
seletivos, preferindo empresas que se integrem à comunidade. É inegável que fazer
o bem e conscientizar-se de sua responsabilidade social vem se tornando um
componente vital para o sucesso dos negócios e, mais do que isso, vem se tornando
uma vantagem competitiva.

Dessa forma, o compromisso pelo comportamento ético, contribuição ao


desenvolvimento econômico e à melhoria da qualidade de vida dos empregados, suas
famílias e comunidade são fatos percebidos nas empresas socialmente responsáveis.
A responsabilidade social possui sete vetores, que são:
 Vetor 1) Apoio ao desenvolvimento da comunidade na qual atua;
 Vetor 2) Preservação do meio ambiente;
 Vetor 3) Investimentos do bem-estar dos funcionários e dependentes e em um
ambiente de trabalho agradável;
 Vetor 4) Comunicações transparentes;
 Vetor 5) Retorno aos acionistas;
 Vetor 6) Sinergia com parceiros;
 Vetor 7) Satisfação de clientes e consumidores.

No entanto, a prática da responsabilidade social vai além da postura legal da


empresa, da prática filantrópica ou do apoio à comunidade. Significa mudança de
atitude, numa perspectiva de gestão empresarial com foco na qualidade das relações
e na geração de valores para todos.

Assim, podemos afirmar que a responsabilidade social depende da


compreensão de que a ação social deve trazer benefícios para a sociedade,
proporcionar a realização profissional dos empregados , promover benefícios para os
parceiros e meio ambiente e trazer retornos para os investidores.

“Começa a haver a percepção de que uma sociedade empobrecida, com


renda mal distribuída, violenta, como a nossa, não é uma sociedade propícia para os
negócios. Henri Ford, quando aumentou o salário de seus funcionários, queria ter uma
sociedade que pudesse ser mais justa. Os empresários começam a perceber (mas
ainda em pouco grau) que uma sociedade deteriorada ameaça os próprios negócios e
que não adianta demitir os funcionários, pois não terão quem compre, não terão uma
sociedade justa.” (GRAEJ, O. Responsabilidade social nas empresas. Programa Roda
Viva/TV Cultura. São Paulo, setembro, 2001.)

O título de empresa cidadã pode trazer uma série de benefícios para a


empresa, tais como:
8

 fortalecimento de sua imagem;


 capacidade de atrair e reter talentos;
 maior comprometimento e lealdade dos empregados, que passam a se
identificar melhor com a empresa;
 maior aceitação pelos clientes, que a cada dia se tornam mais exigentes;
 maior facilidade de acesso a financiamento, pois é real a tendência de os
fundos de investimentos passarem a financiar apenas empresas socialmente
responsáveis;
 contribuição para sua legitimidade perante o Estado e a sociedade.

Tópico IV: A Responsabilidade Social Como Estratégia


Empresarial

Durante o século XX, o conceito de cidadania se expandiu na sociedade


política e foi incorporado pela sociedade civil (pessoas físicas e jurídicas).

As empresas socialmente responsáveis lidam com o investimento social não


só como caridade, mas como investimento, incorporando-o ao seu planejamento
estratégico.

Hoje, somente fazer doações a entidades filantrópicas não é mais o objetivo


principal dos empresários. Eles estão atentos às novas exigências do mercado:
investir no social. Diferentemente de uma ajuda assistencialista, as empresas
preocupam-se com o resultado de seus investimentos e exigem o monitoramento e a
avaliação das ações.

Empresas que podem ser consideradas cidadãs investem no social não só


no que tange ao cumprimento das leis, mas também no sentido de antever
necessidades humanas, para que haja desenvolvimento pleno da sociedade.

Uma prática que, a partir desse cenário, passa a ser desenvolvida, é a


realização do empregado como ser humano, com o aproveitamento máximo de suas
potencialidades. Assim, a empresa ganha, pois funcionários mais satisfeitos,
produzem mais; funcionários ganham, pois, investindo no social, a empresa está
investindo na vida particular dele e na comunidade; a sociedade ganha, afinal é nela
que todas estas transformações acontecem.

No meio empresarial brasileiro, pode-se perceber duas visões distintas sobre


a atuação social: a visão pós-lucro da responsabilidade social empresarial e a visão
pré-lucro.
9

A primeira visão surge da mentalidade clássica da administração de


empresas, a da simples maximização dos lucros, na qual a análise ambiental não é
utilizada como ferramenta estratégica. Neste contexto, as ações normalmente partem
após um acontecimento nas comunidades vizinhas, com repercussões negativas para
a empresa, como desastres ambientais, situações diversas de calamidade, elevados
índices de criminalidade, analfabetismo, péssimas condições de saneamento, dentre
outros diversos tipos de carências sociais.

A segunda visão tem como objetivo maior o desenvolvimento sustentável da


sociedade, fazendo parte do planejamento estratégico da organização, apontando
para o equilíbrio entre performance corporativa ética e compromisso social.

Atualmente, fatores como educação, saúde, meio ambiente, segurança,


cultura, esporte e lazer são responsáveis pela continuidade de um crescente ciclo de
consumo e pelo desenvolvimento de toda a cadeia produtiva em torno da sociedade.

Não é preciso muito esforço para perceber que as empresas socialmente


responsáveis, que pensam não somente no lucro, mas acima de tudo, no ser humano,
são mais valorizadas e reconhecidas, com a preferência dos seus clientes. Em uma
pesquisa da You & Company com cerca de 2.000 estudantes de MBA revelou que
mais de 50% deles preferiria trabalhar em empresas éticas, mesmo que isso
significasse salários menores. Dessa forma, comprova-se que as empresas com essa
filosofia são capazes de atrair e reter talentos.

Tópico V: Responsabilidade Social Corporativa

Nesse contexto apresentado até agora, também temos o marketing societal,


que envolve toda a cadeia que se relaciona com a organização – colaboradores,
fornecedores, distribuidores e a comunidade – e não mais apenas com a sociedade,
incluindo nesse processo ética nos negócios e respeito ao meio ambiente. Portanto,
a relação passa a ir além de atender aos desejos do consumidor, com
responsabilidade a médio e longo prazo. Essa ampliação de estratégias é o que se
denomina Responsabilidade Social Corporativa.

Para Melo Neto e Brennand (2004, 31), Responsabilidade Social


Corporativa:

(...) “compreende gestão ética, adoção de práticas de governança


corporativa, gestão com transparência e responsabilidade, respeito à diversidade,
pagamento de impostos devidos, respeito à legislação vigente, aos contratos vigentes
com clientes, fornecedores e parceiros, pagamento de salários justos e benefícios, não
uso de propaganda enganosa, fabricação de produtos que não causem danos físicos
aos clientes.” (MELO NETO e BRENNAND 2004, p. 31) Responsabilidade social
10

corporativa é um processo contínuo, visando alcançar desenvolvimento socialmente


responsável, econômico e ambientalmente sustentável. É uma filosofia implantada pela
empresa, em primeiro lugar, aos funcionários e parceiros, a fim de que a ideia seja
absorvida e comprada para assim atuarem como verdadeiros agentes de mudança,
contribuindo para a criação da empresa-cidadã. Com essa percepção, a empresa não
só começa a despertar interesse no seu nicho de mercado, mas sim em outros, com a
simples exposição e fortificação da marca.

A responsabilidade social é apenas uma das dimensões da responsabilidade


social corporativa. O exercício da responsabilidade social baseia-se na prática de
ações sociais voltadas para o público interno e externo. Já a responsabilidade social
corporativa é mais abrangente, pois compreende além das ações sociais, práticas e
modelos de gestão ética e socialmente responsáveis. É a somatória da
responsabilidade ética, responsabilidade social e responsabilidade ambiental.

“Responsabilidade Social Corporativa é o comprometimento dos


empresários em adotar um comportamento ético e contribuir para o desenvolvimento
econômico, simultaneamente, a qualidade de vida de seus empregados e de seus
familiares, da comunidade local e da sociedade como um todo.” (Conselho Empresarial
Mundial, 1998).

A busca da responsabilidade social corporativa tem, em resumo, as


seguintes características:
 É plural: empresas devem satisfações aos acionistas, funcionários, mídia,
governo, setor não-governamental e ambiental e comunidades. Diálogo
participativo nos processos representa mudança de comportamento da
empresa e maior legitimidade social.
 É distributiva: a responsabilidade social nos negócios é um conceito que se
aplica a toda a cadeia produtiva. É um conceito de interesse comum, ou seja,
deve ser difundido ao longo de todo o processo produtivo.
 É sustentável: responsabilidade social e desenvolvimento sustentável são
conceitos que andam de mãos dadas. Uma atitude responsável garante a não
escassez de recursos. O desenvolvimento sustentável se refere ao ambiente,
promove a imagem da empresa e leva ao crescimento orientado. Uma postura
sustentável é preventiva e possibilita a prevenção de riscos futuros.
 É transparente: a globalização demanda transparência. Empresas são
gradualmente obrigadas a publicar relatórios anuais, onde sua performance é
aferida nas mais diferentes modalidades.
11

Tópico VII: Ética, Moral E Valores

Ética vem do grego “ethos” que significa modo de ser e moral tem sua origem
no latim, que vem de “mores”, significando costumes. Valores, etimologicamente valor,
provém do latim valere, ou seja, que tem valor, custo. As palavras desvalorização,
inválido, valente ou válido têm a mesma origem e, transferindo esses conceitos a
valores humanos, conseguimos entender que valores são ensinamentos do que é
certo e errado e, a partir disso, reproduzimos os valores impostos pela sociedade.

Diante dessas definições, nos confundimos com o verdadeiro significado que


cada uma delas têm e esta confusão pode ser resolvida com o seguinte
esclarecimento: moral é um conjunto de normas adquiridas peça educação, tradição
e cotidiano que regulam o comportamento do homem em sociedade; moral tem caráter
obrigatório; já a palavra ética representa um conjunto de valores que orientam o
comportamento do homem em relação aos outros homens na sociedade, garantindo,
assim, o bem-estar social.

Os valores são o que orientam a nossa conduta. Com base neles decidimos
como agir diante das diferentes situações que a vida nos impõe. Relacionam-se,
principalmente, com os efeitos que tem sobre o que fazemos para as pessoas, para a
sociedade ou em nosso ambiente.

A moral sempre existiu, pois, todo ser humano possui a consciência moral
que o leva a distinguir o bem do mal. A moral surgiu nas sociedades primitivas, nas
primeiras tribos. Já a ética teria surgido com Sócrates, pois foi exigido um maior grau
de cultura. Ela investiga e explica as normas morais, pois leva o homem a agir não só
por tradição, educação ou hábito, mas, principalmente, por convicção e inteligência.

A moral não é somente um ato individual, pois as pessoas são, por natureza,
seres sociais, ou seja, a moral também é um empreendimento social. E esses atos
morais, quando realizados por livre participação da pessoa, são aceitos,
voluntariamente.

Conceito de ética está vinculado à percepção dos conflitos, autonomia,


coerência. Um indivíduo tornar-se-á ético quando puder compreender e interpretar o
código de ética, além de atuar de acordo com os princípios por ele propostos. Ética é
uma espécie de legislação do comportamento moral das pessoas. Mas a função
fundamental é a mesma de toda teoria, explorar, esclarecer ou investigar uma
determinada realidade.
12

Ética e moral são os maiores valores do homem. Ambos significam "respeitar


e venerar a vida". O homem, com seu livre arbítrio, forma seu meio ambiente ou o
destrói, ou ele apoia a natureza e suas criaturas ou ele subjuga tudo que pode
dominar, e assim ele mesmo se torna no bem ou no mal deste planeta. Deste modo,
Ética, Moral e valores se formam numa mesma realidade.

Ética e moral são discutidos com igual significado. No entanto, em um nível


intelectual, enquanto que a moral tende a ser particular, pela concretude de seus
objetos, a ética tende a ser universal, pela abstração de seus princípios.

Tópico VII: Conceito Da Ética Nos Negócios

As organizações e o mundo não permanecem estáticos com o passar do


tempo. O mercado capitalista gerou um aumento na competitividade que, por vezes,
assusta com a proporção dos negócios a serem tratados. Não se pode deixar de dizer
que o crescimento de novas tecnologias, dos sistemas de comunicação mundial e da
globalização econômica e cultural também fez com que o interesse pelas questões
éticas no campo econômico aumentasse.

A ética pode ser considerada como um conjunto de valores e regras sociais


que distinguem o que está certo do que está errado, ou seja, indicam quando um
comportamento é socialmente aceitável ou não. No plano empresarial, a ética tem a
ver com a tomada de decisões de gestão, isto é, quais as escolhas efetuadas pelos
gestores face a uma pluralidade de opções, tendo como plano de fundo a moralidade.

Cada vez mais, as organizações estão sendo requeridas a adotarem boas


práticas de governança que são divididas em quatro componentes, sendo os três
primeiros principalmente relacionados à relação da empresa com seus acionistas. A
prestação de contas pela administração, a transparência das informações prestadas,
a equidade no tratamento desses acionistas e, por último, a responsabilidade
corporativa, que objetiva a relação da empresa como uma entidade inteira e completa,
desde a sua relação com os próprios funcionários, bem como com os fornecedores,
clientes, governo, entidades, instituições de classe, organizações não
governamentais, e até o próprio meio ambiente e a sustentabilidade.

Entretanto, isso não tira a necessidade de que organizações menores e até


as familiares também tenham seus códigos, mesmo que eventualmente não escritos,
mas concebidos de forma clara pelo seu fundador, proprietário ou gestor principal,
para que os demais indivíduos possam atuar de forma harmônica e em sintonia com
uma conduta ética profissional.
13

Em negociações comerciais, a necessidade da existência de regras de


comportamentos bem como direitos e deveres respeitados e obedecidos é talvez
ainda mais importante. Em ética empresarial, a menor das infrações provoca um
impacto gravíssimo na reputação de uma companhia ou das equipes que a compõe.
O que foi construído em um longo tempo é perdido rapidamente. O comportamento
das empresas, bem como seus valores, repercutem diretamente nas relações com
clientes, fornecedores e com a própria sociedade.

A grande necessidade de conquistar a preferência do cliente faz com que


alguns vendedores transgridam a ética, distorcendo fatos e omitindo informações
relevantes. Enfrentar uma concorrência acirrada leva alguns vendedores a exagerar
nas vantagens da sua oferta. Isso também pode ser antiético se a crença nesses
exageros resultar em prejuízo para o cliente.

O grande desafio dos gestores é saber dosar até que ponto se pode chegar
numa negociação para que não afete a corrente ética estabelecida. Ainda assim, uma
conduta ética só é possível se cada um dos intervenientes atuarem nesse sentido,
particularmente não colocando os seus interesses pessoais à frente dos interesses da
organização e da sociedade, o que será facilitado a partir do momento em que os
gestores perceberem que essa conduta também proporciona rentabilidade e ganhos
financeiros.

Em negociações comerciais, o grande negócio é ser ético. Embora o


comportamento antiético possa levar as vendas imediatas, isso só acontece em curto
prazo. Com o tempo, pessoas que costumam ter esse tipo de comportamento antiético
vêem sua reputação sofrer as consequências. Por outro lado, pessoas que
costumeiramente comportam-se de acordo com os mais elevados padrões éticos,
vêem suas reputações subirem. Uma reputação favorável fará mais pela criação de
vendas e sucesso duradouro do que qualquer comportamento antiético.

Tópico VIII: Ética Nas Empresas

Falar sobre ética nas empresas é algo em que nos dias de hoje é
fundamental e preciso, ainda mais neste momento no qual o mundo passa por grandes
mudanças em seus comportamentos éticos.

As empresas se reformam e se transformam para sobreviver a essas


mudanças e atender melhor seu consumidor. Assim, hoje, para um sucesso
continuado, o desafio maior das empresas é ter uma ética interna que oriente suas
decisões e permeie as relações entre as pessoas que delas participam e, ao mesmo
tempo, um comportamento ético reconhecido pela comunidade.
14

Se a empresa, como espaço social, produz e reproduz esses valores, ela se


torna importante em qualquer processo de mudança de perspectiva das pessoas,
tanto das que nela convivem e participam, quanto daquelas com as quais essas
pessoas se relacionam. Assim, quanto mais empresas tenham preocupações éticas
mais a sociedade na qual essas empresas estejam inseridas tenderão a melhorar no
sentido de constituir um espaço agradável onde as pessoas vivam realizadas, seguras
e felizes.

Mas afinal, o que é ética?


Segundo o Dicionário Aurélio Buarque de Holanda, ética é "o estudo dos
juízos de apreciação que se referem à conduta humana susceptível de qualificação
do ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente à determinada sociedade, seja
de modo absoluto”. Ética vem do grego "ethos", e tem seu correlato no latim "morale",
com o mesmo significado: Conduta, ou relativo aos costumes. Podemos concluir que
etimologicamente ética e moral são palavras sinônimas.

A história da ética é um assunto complexo e que exigem alguns cuidados em


seu estudo. Como disciplina ou campo de conhecimento humano, ética se refere à
teoria ou estudos sistemáticos sobre a prática moral. Dessa forma ela analisa e critica
os fundamentos e princípios que orientam ou justificam determinados sistemas e
conjunto de valores morais. É, em outras palavras, a ciência da conduta, a teoria do
comportamento moral dos homens em sociedade.

A ética não é algo superposto à conduta humana, pois todas as nossas


atividades envolvem uma carga moral. Ideias sobre o bem e o mal, o certo e o errado,
o permitido e o proibido definem a nossa realidade e dentro das empresas ética diz
respeito a regras, padrões e princípios morais sobre o que é certo ou errado em
situações específicas.

As empresas precisam ter um comportamento ético tanto dentro quanto fora


da empresa, com isso permite que elas barateiem os produtos, sem diminuir a
qualidade e nem os custos de coordenação, outras razões também podem ser feitas
como o não pagamento de subornos, compensações indevidas. Algumas questões
básicas sobre a eficácia da ética nos negócios precisam ser devidamente avaliadas
para um melhor entendimento, sendo que a ética é determinada pela cultura na qual
cada empresa possui a sua, ética da empresa deve mostrar, então, que em optar por
valores que humanizam, é o melhor para a empresa, entendida como um grupo
humano, e para a sociedade onde ela opera, deixando claro que não precisar passar
por cima de ninguém para ter um bom sucesso.

O consumidor tem os olhos atentos e a tendência é que fiquem mais atentos


ainda às empresas destituídas de ética. O consumidor mais critico em decorrência da
falta de ética nas empresas, da falta de respeito ao ser humano e da dignidade
15

humana, em atenção aos crimes ecológicos e condições inumanas trabalho tem


manifestado sua postura crítica, boicotando assim os produtos de tais empresas e tal
escolha além de elevar o capital reputacional da empresa, uma vez que necessita
deste para sobreviver, aumenta também os lucros, já que consumidor satisfeito pode
significar consumidor fiel.

Algumas empresas, tem como missão a satisfação do cliente, mas esta


satisfação acaba quando o cliente efetua o pagamento, o querer ganhar sempre faz
com que muitas empresas estejam perdendo gradativamente espaço no mercado,
pois consumidores querem ser tratados com respeito, e buscam nas empresas
confiança e garantia dos serviços prestados assim como foi acordado, quando isso
não acontece, se rompe o elo empresa/cliente.

No campo profissional são condutas que só é aceita, respeitada, admirada,


se respaldada pelo comportamento que rege as ações da categoria profissional em
uma sociedade específica que foi formada pelo conjunto de usos e costumes da
mesma sociedade. A ética profissional tem como premissa o maior relacionamento do
profissional com seus clientes e com outros profissionais, levando em conta valores
como dignidade humana, auto realização e sociabilidade.

Num cenário globalizado, percebe-se que há muitas cobranças e as


exigências por parte da sociedade, pela transparência dentro das organizações, tanto
no trato com os clientes, fornecedores, serviços prestados, para que não sejam
enganados e que não prejudiquem o meio ambiente. As empresas precisam utilizar
métodos de fiscalização dos seus processos e a sociedade adotar medidas para inibir
abusos cometidos pelas organizações.

Muitas organizações procuram, hoje, criar seu código de ética. Essa


tendência, que à primeira vista pode se assemelhar a um modismo, parece estar
entranhando o tecido social e a comunidade empresarial de forma mais profunda que
um passageiro entusiasmo dos profissionais de recursos humanos, relações públicas
ou auditoria.

Percebe-se claramente a necessidade da moderna gestão empresarial em


cria profissionais mais éticos no mundo dos negócios para poder sobreviver e,
obviamente, obter vantagens competitivas. A organização deve então agir de forma
honesta com todos aqueles que têm algum tipo de relacionamento com ela. Seus
valores, rumos e expectativas devem levar em conta todo esse universo.

Acredita-se que bons resultados profissionais e empresariais devem resultar


de decisões morais ou éticas e que ter padrões éticos pode significar bons negócios
a longo prazo.
16

Tópico IX: Case – Natura: Natura Uma Empresa Que Trabalha


Com Ética E Responsabilidade Social

AULA 1: Empresa

Há cada vez mais evidência de que recursos usados para aperfeiçoar os


sistemas de valores éticos da empresa melhoram o desempenho dos funcionários o
clima ético está associado ao maior empenho em busca da qualidade, da satisfação
do consumidor e do compromisso com a empresa.

Ao completar 35 anos em 2004, a Natura reafirma sua posição de liderança


no setor de cosméticos e produtos de higiene e de perfumaria. Consolida-se,
principalmente, como empresa comprometida com a qualidade das relações que
estabelece com seus diferentes públicos - que congrega na chamada Comunidade
Natura - e com a inovação e o aperfeiçoamento constante dos seus produtos e
serviços, dentro de um modelo de desenvolvimento sustentável de negócios.

Desde a sua fundação, em 1969, contando com um laboratório e uma


pequena loja na cidade de São Paulo, a Natura já era movida por duas paixões
fundamentais: pela cosmética como veículo de autoconhecimento e de transformação
na vida das pessoas; e pelas relações, cujo encadeamento permite a expressão da
vida.

Na trajetória da Natura, um dos pontos fortes do êxito está na opção, feita


em 1974, pela venda direta. Surgiram, assim, as Consultoras Natura, participantes de
um sistema hoje vitorioso não só no Brasil como nos outros países nos qual a
companhia mantém operações. Com elas e com lançamentos de produtos inovadores,
a Natura tem conseguido avançar mesmo em períodos adversos da economia. Nos
anos 80, por exemplo, em plena "década perdida" no Brasil, a companhia cresceu
mais de 30 vezes em faturamento.

Fortalecida, a Natura entrou em um novo ciclo de crescimento e, no fim da


década de 80, promoveu uma ampla reorganização. Novas empresas, que entre 1979
e 1981 tinham se agregado ao grupo, fundiram-se em 1989. Surgia uma companhia
com a atual constituição. Em seguida, no início da década de 90, a Natura explicitava
suas Crenças e Razão de Ser, formalizava seu compromisso social e preparava-se
para a abertura do mercado brasileiro às importações.
17

A expansão prosseguiu aceleradamente e, em 1994, a Natura dava início à


internacionalização, com presença na Argentina, no Chile e Peru, países nos quais
estabeleceu centros de distribuição e trabalhou na formação de Consultoras. Novos
negócios seriam acrescentados com a aquisição, em 1999, da Flora Medicinal,
tradicional fabricante nacional de fitoterápicos.

Em 2000, inicia-se o terceiro ciclo na vida da empresa, uma fase de


investimentos em infraestrutura e capacitação, com a construção do Espaço Natura,
um importante centro integrado de produção, logística, pesquisa e desenvolvimento
de cosméticos, inaugurado em 2001, e o lançamento da linha Ekos, com produtos que
incorporam ativos da biodiversidade brasileira obtidos de forma sustentável.

O êxito da iniciativa fica patente no desempenho dos anos seguintes,


culminando com resultados históricos em 2003, tanto em termos de produção, como
de vendas e de rentabilidade, acompanhados de importantes avanços nas áreas
sociais e ambientais.

Tópico X: Como Funciona Comunicação E Responsabilidade


Natura

Utiliza a publicidade, o merchandising e os programas de relacionamento


como instrumentos de apoio e disseminação de crenças e valores para a construção
de um mundo melhor. Por isso, o foco são as causas e a visão de mundo da empresa
e não os produtos em si.

Na propaganda, os vínculos se criam por meio de uma história ou de um


tema, como a campanha Mulher Bonita de Verdade, que estimula a autoestima e
mostra que a beleza não depende da idade nem deve estar ligada a estereótipos.
Outro destaque é campanha que promove a compra de produtos com Refil, que além
de ser mais econômico para o consumidor contribui para reduzir o impacto ambiental,
pois esse tipo de embalagem consome menos matéria-prima e sua utilização diminui
a produção de lixo. A Natura assume que uma empresa ambientalmente responsável
deve gerenciar suas atividades de maneira a identificar os impactos sobre o meio
ambiente, buscando minimizar aqueles que são negativos e amplificar os positivos.
Deve, portanto, agir para a manutenção e melhoria das condições ambientais,
minimizando ações próprias potencialmente agressivas ao meio ambiente e
disseminando para outras empresas as práticas e conhecimentos adquiridos na
experiência da gestão ambiental.

Ao assumir a política de meio ambiente como uma das três vertentes de seu
compromisso com a sustentabilidade, a Natura visa também a eco eficiência ao longo
18

de sua cadeia de geração de valor; e, ao buscar a eco eficiência, favorece a


valorização da biodiversidade e de sua responsabilidade social.

A Natura tem uma grande preocupação com a garantia dos produtos e do


atendimento com os clientes.

Nossos produtos têm a garantia de qualidade Natura. São produzidos com


ativos de eficácia reconhecida, sendo testados e aprovados cientificamente em
laboratórios. Se você não ficar satisfeito com os produtos Natura, tiver alguma reação
adversa, incompatibilidade ou mesmo encontrar alguma dificuldade na utilização dos
mesmos, poderá trocá-los ou ser reembolsado. Para isso, basta entrar em contato
com o Serviço Natura de Atendimento ao Consumidor (SNAC) neste site ou pelo
telefone, no prazo de 30 dias a partir do recebimento do produto.
 os produtos Natura são dermatologicamente testados, porém sensibilizações
poderão ocorrer.
 é muito importante que o SNAC seja contatado para o relato de todas as
informações sobre o uso do produto e os sintomas apresentados, para que o
consumidor receba as orientações adequadas.

A Natura possui políticas de atendimento especiais para proporcionar bem-


estar aos seus consumidores. Em casos de queixa de cheiro de álcool ou falta de
fixação:
 alguns produtos Natura têm o conceito de Deo-Colônia e, por isso, têm de ser
reaplicados durante o dia.
 pelo fato do produto ser alcoólico, sua fragrância não deve ser sentida
diretamente do frasco.
 pode ser uma consequência da chamada saturação olfativa.

Tópico IX: O Que É Saturação Olfativa?

Com o frequente uso de uma determinada fragrância por um longo período,


meses ou até mesmo anos, a tendência é não a sentirmos mais com a mesma
intensidade das primeiras aplicações. Este é um fenômeno natural que chamamos de
"saturação olfativa". As células do cérebro que identificam as diferentes essências
ficam "acostumadas" ao cheiro e não reagem tanto ao estímulo da fragrância, dando
a sensação de que o perfume está fraco. Isto ocorre com qualquer fragrância, até
mesmo com marcas internacionais.

AULA 1: Em caso de produtos com validade vencida


19

 a data de validade dos produtos encontra-se gravada no cartucho, sendo de


suma importância que o consumidor verifique se a data de validade é adequada
ao período em que pretende utilizar o produto.
 no caso de produtos com validade vencida, recomenda-se a suspensão do uso.
 não nos responsabilizamos por produtos fora da validade, portanto não serão
trocados ou reembolsados.

AULA 2: Reclamações sobre atendimento

Atendimento da consultora, se não estiver satisfeito com o atendimento da


consultora ou do SNAC:
 contate o SNAC por telefone, Chat ou e-mail;
 registre os comentários e os dados do (a) Consultor (a) ou do (a) operador (a);
 a reclamação será levada ao conhecimento da área responsável.

Toda crítica ou sugestão é importante para a melhoria da qualidade dos


serviços Natura.

AULA 3: Visão de mundo

A Natura, por seu comportamento empresarial, pela qualidade das relações


que estabelece e por seus produtos e serviços, será uma marca de expressão
mundial, identificada com a comunidade das pessoas que se comprometem com a
construção de um mundo melhor através da melhor relação consigo mesmas, com o
outro, com a natureza da qual fazem parte e com o todo.

AULA 4: Razão de ser

Nossa razão de ser é criar e comercializar produtos e serviços que


promovam o Bem-Estar/Estar Bem
 Bem-Estar: é a relação harmoniosa, agradável, do indivíduo consigo mesmo,
com seu corpo.
 Estar bem: é a relação empática, bem-sucedida, prazerosa, do indivíduo com
o outro, com a natureza da qual faz parte e com o todo.
20

AULA 5: Qualidade e ética

A Natura tem como objetivo consolidar-se como referência na qualidade de


processos e produtos na indústria cosmética e alcançar classe mundial na qualidade
dos serviços e relacionamentos, de modo a construir uma marca de excelência
reconhecida por todos os seus públicos. Nesse sentido, a Política Natura de Qualidade
define diretrizes para monitorar e promover a melhoria contínua necessária ao
desenvolvimento dos negócios. Com a sua aplicação, a empresa busca superar
positivamente as expectativas dos seus clientes consumidores, Consultoras,
fornecedores, acionistas, colaboradores, comunidades, governos e sociedade.

Para isso, a Natura compromete-se com:


 O cumprimento da legislação aplicável à organização e as seus produtos,
processos e serviços, e de acordos e princípios voluntariamente subscritos pela
empresa;
 A tomada de decisões sobre a qualidade sobre a qualidade a partir da visão e
das necessidades do cliente, para isso adotando como princípios pro atividade,
rapidez, flexibilidade, inovação e criatividade;
 A adoção de rígidos controles de qualidade com foco na prevenção de
problemas;
 A busca permanente do aperfeiçoamento em todas as suas atividades e da
qualidade de seus processos, produtos e serviços, pautando suas ações no
desenvolvimento sustentável.
 A adoção de fundamentos de excelência que considerem, igualmente, os
compromissos que orientam a forma de a Natura atuar no mundo e de
relacionar com seus públicos e as melhores práticas organizacionais, buscando
alcançar o nível.
 A promoção da qualidade das relações por meio de um comportamento
empresarial baseado no diálogo, na ética e na transparência.

A natura é uma empresa que utiliza um programa de ética eficaz

É uma empresa que se responsabiliza com o desenvolvimento de um


programa que identifica o comportamento ético, a preocupação com o meio ambiente,
com treinamento de funcionários para que eles não sejam antiéticos com os clientes.
As questões éticas são problemas, situações ou oportunidades que exigem que a
empresa efetue uma escolha entre várias ações que precisam ser avaliadas como
certas ou erradas. O estudo de questões éticas prepara a organização para identificar
21

problemas potenciais na empresa e soluções ética para o problema. Há cada vez mais
evidencia de que recursos usados para aperfeiçoar os sistemas de valores ético da
empresa melhoram o desempenho dos funcionários, o clima ético está associado ao
maior empenho em busca da qualidade, da satisfação do consumo e do compromisso
do empregado com a empresa e da empresa com o empregado, clientes e com a
sociedade.

Conclusão

O compromisso com a sociedade ganha força em um mundo globalizado,


pois as empresas não mais se preocupam apenas em gerar lucros, mas também,
praticar preços condizentes com a qualidade dos produtos e serviços oferecidos, bem
como colocar em prática ações de responsabilidade social e, acima de tudo,
trabalhando com ética. Isso porque, para garantia da sobrevivência num mercado tão
competitivo, faz-se necessário conquistar e fidelizar clientes – daí a importância de se
ter um diferencial competitivo através de uma boa imagem da marca.

Sobre essa análise é possível identificar a influência positiva da prática das


ações sociais da Natura, pois além de manter sua marca em evidência, solidificando
seu nome e criando um relacionamento ainda maior com seu consumidor, a empresa
presta seu papel perante a sociedade, difundido e assumido por toda a gerência da
empresa e incorporado nas próprias estratégias da organização. Isso porque,
novamente, a dedicação a causas de interesse público pode ser fonte adicional de
criação de valor para o cliente, uma vez que ela pode impactar positivamente a opinião
da sociedade.

E essa preocupação em fortalecer a imagem pode ocorrer porque a oferta


de uma empresa pode ser diferenciada por suas linhas de produtos, serviços,
funcionários ou imagem. E uma das formas de se construir uma marca é por meio do
apoio organizacional a causas sociais. Essas vantagens podem ser obtidas quando
há continuidade de projetos e, também, coerência entre as premissas da organização
e o programa criado ou apoiado.

A verdade, entretanto, é que são muitas as variáveis internas e externas, dos


concorrentes e dos próprios clientes, que influenciam a obtenção de um diferencial.

Como afirma Kotler: “O impacto sobre as vendas é mais fácil de ser medido
em situações de marketing direto e mais difícil em propaganda para construção de
imagem corporativa ou de marca”. Entretanto, o retorno de imagem por meio dos
diversos canais de comunicação é fator relevante, a partir do qual a empresa pode
obter um resultado positivo.
22

Sabe-se ainda que uma divulgação voluntária é mais valiosa para a empresa
do que um anúncio pago. Isso quer dizer que o reflexo positivo, em termos de mídia
espontânea, apresenta-se além do que se pode perceber em números. Os maiores
impactos são na construção da imagem da organização. Por outro lado, a divulgação
de frequentes escândalos de empresas que desrespeitam o meio ambiente, seus
clientes, a comunidade e os demais públicos de interesse pode “destruir a vida” de
uma organização.

O fato é: nota-se que iniciativas sociais de estruturas simples e de baixo


custo, comparativamente aos benefícios que a organização recebe, trazem ganhos
expressivos de imagem. Isso significa dizer que talvez não seja preciso investir muito,
mas investir bem. A imagem de uma empresa socialmente responsável não se
constrói de maneira rápida, mas de maneira gradual e constante.

Em poucas palavras, a identidade corporativa deve refletir como imagem


exatamente o que a empresa é. Quando imagem e identidade não estão próximas, a
marca estará sujeita às crises de opinião pública.

Portanto, é possível afirmar que, de modo geral, as empresas conhecem a


necessidade de se apoiar e / ou implementar ações sociais e éticas, e sabem também
que preocupando-se com os problemas da sociedade, podem conquistar o
consumidor e, por consequência, fortalecer a sua imagem e sua marca, gerando
assim, melhores resultados nos negócios. Ter lucro faz parte do negócio, mas ter lucro
de forma socialmente responsável, agrega-se valor à sociedade.
23

REFERÊNCIAS

ASHLEY, Patrícia Almeida. Ética e Responsabilidade Social nos Negócios. 2. ed. São
Paulo: Saraiva, 2005.

CENTRALSUL – Disponível em www.centralsul.org. Acesso em 10/03/2012.

INSTITUTO ETHOS DE RESPONSABILIDADE SOCIAL – Disponível em

http://www1.ethos.org.br/EthosWeb/pt/29/o_que_e_rse/o_que_e_rse.aspx. Acesso
em 09/03/2012.

MELO NETO, Francisco Paulo de; BRENNAND, Jorgina Melo. Empresas Socialmente
Sustentáveis: o novo desafio da gestão moderna. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2004.

NATURA – Disponível em www.natura.net. Acesso em 12/03/2012.

NEVES, Roberto de Castro. Imagem Empresarial: como as organizações (e as


pessoas) podem proteger e tirar partido do seu maior patrimônio. Rio de Janeiro:
Mauad, 1998.

ORCHIS, Marcelo; YUNG, Maurício; MORALES, Santiago. Impactos da


responsabilidade social nos objetivos e estratégias empresariais. São Paulo:
Peirópolis, 2002.

OS 10 MANDAMENTOS DA RESPONSABILIDADE SOCIAL. Disponível em


http://blog.kanitz.com.br/2009/04/os-10-mandamentos-da-
responsabilidadesocial.html. Acesso em 09/03/2012.

PRINGLE, Hamish e TOMPSON, Marjorie. Marketing Social. São Paulo: Makron


Books, 2000. RESPONSABILIDADE SOCIAL – Disponível em
http://www.responsabilidadesocial.com/. Acesso em 10/03/2012.www.rh.com.br.

SCIELO – Disponível em www.scielo.br. Acesso em 10/03/2012.

SIMÕES, Roberto. Iniciação ao Marketing. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1980.


SOCIAL, Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade. Responsabilidade Social
das empresas: a contribuição das universidades, v. III. São Paulo: Peirópolis, 2004.
25

SUA ATIVIDADE

1- Resgatando acontecimentos mundiais que possivelmente influenciaram o


surgimento da responsabilidade social nas empresas, podemos destacar os
movimentos entorno dos direitos civis ocorridos na Europa e na França na década de
____. Complete com ao ano correspondente ao fato:
a) 50
b) 60
c) 70
d) 80

2- As manifestações contra os efeitos das armas químicas na Guerra do Vietnã


fortaleceram as organizações da Sociedade Civil (Igreja e Fundações). Isso se deu
devido aos “armamentos” que afetaram o meio ambiente e a população, colocando
em risco a sobrevivência da natureza e dos seres humanos. Todos esses fatores
provocaram um repensar na postura ______ das empresas frente à sociedade.
Complete a frase:
a) Social.
b) Ética.
c) Financeira.
d) Moral.

3- As empresas nos Estados Unidos foram às pioneiras em prestar contas ao público


de suas ações sociais, daí a ideia de balanço social. Porém, a ________ foi à primeira
nação a tornar obrigatória a prestação de contas dos investimentos sociais das
empresas. Qual foi essa nação?
a) Brasil.
b) Alemanha.
c) Turquia.
d) França.

4- No _______, a responsabilidade social começou a ser discutida na década de 60,


a partir da criação da Associação dos Dirigentes Cristãos de Empresas (ADCE). Em
1965, essa associação publicou uma carta, a Carta de Princípios do Dirigente Cristão
26

de Empresas, cujo objetivo maior era mostrar que as empresas possuem função social
perante seus trabalhadores e a comunidade na qual se insere. Complete a frase:
a) EUA.
b) Japão.
c) França.
d) Brasil.

5- No Brasil o conceito de responsabilidade social somente ganhou, efetivamente,


espaço no final da década de ______, consolidando-se nos últimos anos, por meio do
cenário econômico, tendo como pilar a competitividade mundial, insuficiência do
Estado, o aumento das condições de pobreza, a degradação ambiental, o
fortalecimento dos movimentos sociais e as transformações do mundo
contemporâneo, que provocou incerteza e instabilidade, fatores ameaçadores à
sobrevivência das organizações. Qual foi esse ano?
a) 60
b) 70
c) 80
d) 90

6- Em termos legais, o tema Balanço Social passou a ser objeto do Projeto de


________________, estabelecendo a obrigatoriedade da publicação do balanço
social para empresas privadas com mais de 100 funcionários e para todas as
empresas públicas, concessionárias e permissionárias de serviços públicos. Qual
essa lei?
a) Lei nº 3.1416.
b) Lei nº 3.1526
c) Lei n. 3.6512
d) Lei n. 3.5684

7- Em 1998 surgiu um instituto criado por um grupo de empresários e executivos da


iniciativa privada. Ele é um polo de troca de experiências, organização de
conhecimento e desenvolvimento de ferramentas que auxiliam empresas a analisar
suas práticas de gestão e aprofundar o compromisso com a responsabilidade social e
o desenvolvimento sustentável. Qual o nome desse insitituto?
a) Instituto Ethos.
b) Instituto Amor.
c) Instituto Alfa.
d) Instituto Ethia.
27

8- Parece lícito afirmar, então, atualmente as organizações precisam estar atentas


não só a suas responsabilidades econômicas e legais, mas também a suas
responsabilidades éticas, morais e sociais. Responsabilidades éticas correspondem
a:
a) Atividades, políticas e comportamentos esperados por membros da sociedade,
apesar de não codificados em leis.
b) Elas envolvem série de padrões, normas ou expectativas de comportamentos
para atender ao que os públicos (stakeholders) consideram legítimo, justo,
correto, de acordo com suas expectativas.
c) As organizações terão de aprender a balancear a necessidade de obter lucros,
obedecer às leis, ter comportamento ético e envolver-se em alguma forma de
filantropia para com as comunidades.
d) Todas as respostas estão corretas.

9- Uma empresa socialmente responsável vai além de sua obrigação de respeitar as


leis, observar condições adequadas de segurança e saúde para os seus trabalhadores
e pagar impostos. Ela faz isso tudo por acreditar que será, dessa forma, uma empresa
melhor e contribuirá para a construção de uma sociedade mais ______. Complete a
frase:
a) Humana.
b) Completa.
c) Justa.
d) Verdadeira.

10- Porém, por muitas vezes, a responsabilidade social é confundida com filantropia.
Podemos dizer que a responsabilidade social é, exceto:
a) Um estágio mais avançado da cidadania corporativa.
b) Tem sua base na consciência social e dever cívico, não na caridade.
c) Está baseada no assistencialismo que objetiva contribuir para a sobrevivência
de grupos sociais desfavorecidos, assumidos pelas empresas por ações de
doações a grupos e entidades.
d) Busca estimular o desenvolvimento do cidadão e fomentar a cidadania
individual e coletiva.
28

GABARITO
Nome do Aluno:_____________________________________________________
Curso:_____________________________________________________________
Disciplina:__________________________________________________________
Data de envio: __________/____________/_________________.

Questão Letra

10

________________________
Assinatura do Aluno

Você também pode gostar