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EP – Eletrônica de Potência - Prof.

Bertoni - Goiânia, 05 de Novembro de 2014


BREVE HISTÓRICO

 A EVOLUÇÃO DA ELETRÔNICA DE POTÊNCIA

 O primeiro dispositivo de estado sólido, que marca o


nascimento do campo tecnológico a que denominamos
Eletrônica de Potência é o SCR (Retificador Controlado
de Silício), denominação dada pela General Electric, em
1958. Tratava-se de um dispositivo que tem o mesmo
comportamento biestável da válvula thyratron. Por tal
razão, a denominação que se estabeleceu para este
dispositivo componente foi Tiristor.

Tiratron (en. Thyratron) - era um tipo de válvula eletrônica em que seu interior ao invés de vácuo, como nas válvulas comuns, havia
um gás ionizável como vapor de mercúrio, néon ou xenônio, o que resultava em um funcionamento peculiar.
Toda vez que a tensão de sua grade de controle (a grade que controla a passagem de corrente através da válvula) atingia um
determinado valor (limiar) a condução entre cátodo e anodo (placa) da válvula imediatamente atingia o seu valor máximo e
permanecia assim, mesmo suprimindo a tensão da grade de controle, até que fosse interrompida a corrente de placa da válvula,
fenômeno este parecido com o que acontece com os TRIAC's e SCR's. Aliás estes dispositivos semicondutores recebem a designação
de tiristores devido ao seu funcionamento ser parecido com o das válvulas tiratron.
As válvulas tiratron eram usadas, antes do uso de SCR's e TRIAC's, em circuitos de disparo (como em alarmes) e retificação.
TIRISTORES
 O MAIS USADO É O SCR (RETIFICADOR CONTROLADO DE SILÍCIO

 O SCR é um dispositivo de três terminais, chamados de anodo (A), catodo (K) e


gatilho (G), como mostra a figura a seguir:

GATE
OU
PORTA
TIRISTORES
 O MAIS USADO É O SCR (RETIFICADOR CONTROLADO DE SILÍCIO
TIRISTORES
 TEMOS 3 SITUAÇÕES DISTINTAS

 1º POLARIZAÇÃO DIRETA SEM CORRENTE NO GATE

• Portanto para este caso


existe somente uma
pequena corrente
(aproximadamente zero),
Equivalente de Thevenin do devido aos portadores
Circuito de Disparo do SCR
minoritários.

• Dizemos para fins práticos


que é uma chave aberta!

• Isso ocorre somente


devido à junção J2 estar
polarizada reversamente!
TIRISTORES
 TEMOS 3 SITUAÇÕES DISTINTAS

 1º POLARIZAÇÃO DIRETA SEM CORRENTE NO GATE

Veja o esquema abaixo...

• Neste caso o SCR está em


estado de bloqueio direto!
TIRISTORES
 2º POLARIZAÇÃO REVERSA SEM CORRENTE NO GATE

• Dizemos neste caso que o SCR está no estado de Bloqueio Reverso.


TIRISTORES
 3º POLARIZAÇÃO DIRETA COM PULSO DE CORRENTE NO GATE

• Para este caso o Tiristor SCR tem um comportamento idêntico ao de um PAR DE TRANSISTORES;
• E é assim que iremos analisa-los para uma melhor compressão!
TIRISTORES
 3º POLARIZAÇÃO DIRETA COM PULSO DE CORRENTE NO GATE

• Para este caso o Tiristor SCR tem um comportamento idêntico ao de um PAR DE TRANSISTORES;
• E é assim que iremos analisa-los para uma melhor compressão!
TIRISTORES
 3º POLARIZAÇÃO DIRETA COM PULSO DE CORRENTE NO GATE

• Este esquema eletrônico funciona da seguinte


maneira:
• 1. Quando aplicamos um pequeno pulso no terminal
G(gate), que é a corrente de base do transistor 2
(Ib2), geramos uma corrente (Ic2) no coletor do
transistor 2.
• 2. Como Ic2 é igual a Ib1, ou seja, como a corrente de
Coletor do Transistor 2 é igual à corrente de base do
Transistor 1, é gerada então uma corrente de coletor
no Transistor 1 (Ic1).
• 3. Mas Ic1 é o mesmo Ib2 (corrente de base do
Transistor 2)!

• Esse looping de correntes vai gerando uma saturação


aos dois transistores por efeito “Avalanche”.
• Essa saturação nos dois transistores faz com que a
chave do Gate feche. Esse efeito é chamado de
REGENERAÇÃO.
• Essa Regeneração, por sua vez, faz uma reversão na
polarização da junção J2, fazendo-0 conduzir.
• Este tipo de arranjo com 2 transistores é chamado de
Trave ou Tranca.
TIRISTORES
 Nossa Missão principal agora é estudar o comportamento e a
característica dessa corrente de disparo IG  (Corrente do Gate)

• Pela curva do SCR, vê-se que, quanto maior o valor da corrente de gatilho, tanto menor a tensão VAK
necessária para disparar o SCR. Isso é verdade até o limite de IG = IGT (corrente de gatilho com
disparo). IGT é a mínima corrente de gatilho que garante o disparo do SCR com tensão direta de
condução VT. Com IGT aplicada, é como se o SCR fosse um diodo.
• Na região de polarização direta em condução, a queda de tensão do dispositivo é em torno
de 1,5V. Após o disparo, sendo estabelecida a condução (IA>IL), a corrente de gatilho poderá
ser removida que este continuará em condução. O SCR só voltará ao bloqueio se a corrente IA cair
abaixo de IH (corrente de manutenção ou holding current), ou se VAK < 0.
TIRISTORES
 Métodos de Disparo sem a Aplicação da Corrente de Gate

Além da aplicação do pulso de gatilho, o SCR pode ser disparado de outras formas.
Normalmente, esses disparos são indesejados, pois, em alguns casos, podem destruir o
dispositivo.

• Disparo por aumento de temperatura

Temos que tomar muito cuidado para que a temperatura do SCR não ultrapasse a temperatura
máxima permitida para o trabalho pois ele pode entrar em condução caso ultrapasse tal valor.

• Disparo por sobretensão

Se aumentarmos a tensão VAK a ponto de atingir o valor VBO, o SCR entrará em


condução, mesmo sem a aplicação da corrente de gatilho. Este processo de disparo, nem
sempre destrutivo, raramente é utilizado na prática.

• Disparo por variação brusca de tensão

A variação muito rápida no aumento da tensão em relação ao tempo pode também fazer com que
o SCR dispare acidentalmente.
Circuitos de Disparo do SCR
(Disparo Resistivo)

Vamos Analisar o Conversor de meia onda CA-CC de UM PULSO com carga Resistiva
Circuitos de Disparo do SCR
(Disparo Resistivo)

Para fazermos a análise do circuito abaixo, vamos imaginar que o SCR esteja como chave
aberta, ou seja, em estado de Bloqueio

Vgk(t)

𝑉𝑠 𝑡 − 𝑅 ∗ 𝐼𝑔 𝑡 − 𝑅𝑝𝑜𝑡 ∗ 𝐼𝑔 𝑡 − 𝑉𝑑 − 𝑉𝑔𝑘 𝑡 = 0
𝑉𝑚𝑎𝑥. 𝑠𝑒𝑛 𝑤𝑡 − 𝐼𝑔 𝑡 ∗ 𝑅 + 𝑅𝑝𝑜𝑡 − 𝑉𝑑 − 𝑉𝑔𝑘 𝑡 = 0
𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑤𝑡 → ∝ ; 𝐼𝑔 𝑡 = 𝐼𝐺𝑇; 𝑒 𝑉𝑔𝑘 𝑡 = 𝑉𝐺𝑇
𝑡𝑒𝑟𝑒𝑚𝑜𝑠 𝑐ℎ𝑎𝑣𝑒 𝑓𝑒𝑐ℎ𝑎𝑑𝑎 𝑆𝐶𝑅 𝑒𝑚 𝑐𝑜𝑛𝑑𝑢çã𝑜
Circuitos de Disparo do SCR
(Disparo Resistivo)

Para fazermos a análise do circuito abaixo, vamos imaginar que o SCR esteja como chave aberta,
ou seja, em estado de Bloqueio

Vgk(t)

𝐿𝑜𝑔𝑜 ⇒ 𝑉𝑚𝑎𝑥. 𝑠𝑒𝑛 𝑤𝑡 − 𝐼𝐺𝑇 ∗ 𝑅 + 𝑅𝑝𝑜𝑡 − 𝑉𝑑 − 𝑉𝐺𝑇 = 0

𝐼𝐺𝑇 ∗ 𝑅 + 𝑅𝑝𝑜𝑡 + 𝑉𝑑 + 𝑉𝐺𝑇


𝑠𝑒𝑛 𝛼 =
𝑉𝑀𝑎𝑥

𝐼𝐺𝑇 ∗ 𝑅 + 𝑅𝑝𝑜𝑡 + 𝑉𝑑 + 𝑉𝐺𝑇


𝐿𝑜𝑔𝑜 ⇒ 𝛼 = 𝑠𝑒𝑛−1 [ ]
𝑉𝑚𝑎𝑥
Circuitos de Disparo do SCR
(Disparo Resistivo)

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