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pe ree 2012 Maia Carolina Bovéta Galera Jo Batista Goncalves Buenc: ral Pinto Jie Histria 2. Ensina 3. Bovéria Il, Bueno odo Batista Go Indices para catalogo sistematico: vacolllf eorroni os Sal lock 658 oe Capitulo 1 LIVRO DIDATICO E HISTORIA DO ENSINO DE HISTORIA: CAMINHOS DE PESQUISA Arlette Medeiros Gasparello A hist6ria do livro didético mostra as mu- dangas quanto ao grau de interferéncia entre os diversos sujetos assim como as mudan- as das politicas educacionais em relagdo a esse significativo objeto cultural, simbolo da escola moderna. (Circe Bittencourt, 2004) As pesquisas sobre o livro didatico 18m se multiplicado nas tiltimas décadas no Brasil e no exterior, caracterizando-se, mais recentemente, pela incorpora- (lo dos diversos agentes vinculados a esse objefo cultural, que representa um dos simbolos mais fortes da educagao escolar no mundo contemporaneo. Con- siderado como curriculo visivel e um dos dispositivos espectficos do proceso de escolarizagio, o livro didatico surge hoje como um dos objetos mais analisa- dos em investigagdes sobre os saberes escolares e as praticas pedagégicas, bem como em abordagens sobre constituigdo histérica das disciplinas escolares. O livro escolar pode ser visto como um original fenémeno pedagégico, situ- ado nas interfaces do campo da cultura com a pedagogia e a produgao editorial (CHOPPIN, 2004). Como objeto cultural, leva as marcas da interferéncia de diversos setores e grupos sociais que o constituem, desde os de ordem especi- ficamente técnica e econdmica até os de cardter pedagégico, cultural e politico. As pesquisas na drea — quer tenham como foco de estudo a materialidade deste objeto como mercadoria que se produz ¢ se vende — quer o utilizem como fonte documental, suporte de saberes culturais, como em histéria da educagfio e do ensino — tém procurado situar o livro didatico na multiplicidade dessas relagdes para poder compreendé-lo em sua especificidade e abrangéncia. A pluralidade desses aspectos confere ao livro escolar uma perspectiva de caleidoscdpio, destacada por varios pesquisadores, como Alan Purves (1996), na Introdugdo & obra de Johnsen (1996, p. 21): Os livros de texto so, efetivamente, uns caleidose6pios, ¢ néo deveriamos cconsideré-los como uma tinica imagem, ou apenas como um reflexo da luz do ensino. A forma de considerd-los depende do que somos, de qual possa ser nosso ponto de vista sobre o curriculum e o ensino, do conheci- ‘mento e da aprendizagem. [MARIA CAROLINA BOVERO GALZERANI--JOAO BATISTA GONGALVES BUENO - AFNALDO PINTO JUNIOR (or Podemos compreender a opgio de pesquisa na érea do livro didético e percepgao de sua complexidade no interior de um movimento cultural e epi temol6gico contemporaneo. Dosse (2003), por exemplo, apés uma anélise ¢ vérios trabalhos das ciéncias humanas publicados nos dltimos anos, assinalk a emergéncia de uma nova configuragdo intelectual associada a uma reali plural e a uma inflexdo pragmética e interpretativa, articulada a um question: mento radical do objetivismo e do determinismo, Desde as eriticas ao cientificismo e a uma hist6ria positivista, o campo hi toriografico no século XX foi marcado pelas transformagGes no modo de esen ver ¢ de conceber a hist6ria, Nos anos 60, um novo olhar para a histéria soci levou & “ideia de algo como uma historia em trés dimensGes, ou de um re. tridimensional”, modificada a partir dos anos 70, com a emergéncia da histér cultural, Para Falcon, 2006, p. 332) houve o “reconhecimento de uma out dimensdo ou caracteristica inerente a realidade hist6rica: a dimensao cultural A atengdo para outras dimensGes da realidade hist6rica foi acompanhada pel emergéncia de novos objetos e novas fontes anteriormente negligenciadas, bet como de toda uma discussGo conceitual ¢ te6rica sobre a pesquisa e o trabalh do histériador (BURKE, 1991; 1992; REIS, 1994). Na rea da historia da educagdo, o carter de invengo — nfo apenas ¢ reprodugo— descoberto no interior dos processos e préticas cotidianas, denn outros, foi importante para um redimensionamento do estudo das instituigd« escolares em sua historicidade e em seu cardter de produgao de praticas e sé eres. Como observou Julia (2002, p.58), “a histéria dos contetidos de ensin foi concebida durante muito tempo como um processo de transmisséo direta d saberes construidos fora da escola, esta diltima, entendida, no caso, como ut instrumento neutro e passive”. ‘A produgdo mais recente de pesquisadores nacionais e do exterior no cam po das ciéncias humanas tem contribuido para modificar uma visio da escol com esse caréter de imutabilidade e possibilitou a configuragdo de uma hist6r da educagio escolar, em linhas de pesquisa que associam a histéria do curricul ea hist6ria das disciplinas escolares. Nessas abordagens, a perspectiva predc minante é a de que as instituiges escolares ndo podem ser analisadas fora d tempo e do lugar onde atuam, pois expressam um lento processo de construg social ¢ cultural (MAFRA, 2006). Um proceso que, por ser histérico, ter © cardter dindmico e complexo das relagdes sociais: dele participam tanto 2 demandas exteriores a escola (pedagégicas, politicas, econdmicas, culturais como as demandas infernas do espago escolar, nas agGes e experiéncias colet vas ¢ individuais dos diversos atores que nele trabalham e estudam, Em artigo sobre a inter-relagdo da hist6ria cultural com a histéria da educe gf, Falcon (2006) considera a investigagdo do tema/objeto educacdo necesséti 20 PASSAGENS DA PESQUISA CONTEMPORANEA SOBRE O LIVRO DIDATICO DE HISTORIA a compreensio da formagio cultural de uma sociedade. Mas nao situa o lugar epistemol6gico da hist6ria da educagdo como um campo historiogréfico particu- lar. Nesse aspecto, aproxima-se de Lima e Fonseca (2005), que compreendem a historia da educagdo no campo da hist6ria cultural e destacam as tendéncias recentes dos histériadores da educagdo na utilizagéo de procedimentos metodo- logicos e referenciais tebricos de pesquisa daquele campo historiografico. Neste aspecto, Nunes e Carvalho (2005) compartilham desta posigao, fundamentada principalmente em relagdo & pratica de pesquisa do histériador da educagao com as fontes que sfio necessérias a todo trabalho hist6rico e Ihe do especificidade. Mas Nunes ¢ Carvalho (2005, p.32) esclarecem que essa posigéo no sig- nifica defender uma especializagao no sentido de estreitamento desse campo de atuagiio, mas tem o sentido de defender uma prética que explore “o instrumental tedrico-metodolégico e se abra para interlocugao com outras éreas do conheci- ‘mento, sempre que a construgdo do seu objeto assim o exigir”. Por outro lado, nao seria “uma refutagdo da pedagogia”, mas “um deslocamento que cria um novo angulo de apreensdo das questdes pedagégicas saturadas de historicidade”. Sobre o tema em debate, Gasparello e Munakata (2006) observaram que com perspectivas tedricas principalmente ligadas &s contribuigdes da histéria cultural e da sociologia histérica, a histéria da Hist6ria ensinada ou histéria do ensino de Histéria esta se configurando como uma subérea da Historia das disciplinas escolares. Ao construir sua identidade no campo da histdria da edu- cagdo, seu reconhecimento como érea pode seguir uma dupla trajetéria, mas interdisciplinar em sua genealogia: uma, no campo das préticas profissionais © académicas de seus sujeitos — a Educagdo — outra, no campo de sua matriz académica e/ou intelectual — a Histdria. Pesquisadores nacionais e internacionais tém contribuido para tornar o livro didético uma forte linha de pesquisa e ressaltam que seu cardter interdisciplinar possibilita a multiplicidade de temas e enfoques em que pode ser investigado: sua produgo material e textual, seu contetido (disciplinar, simbélico, ideols- gico e outros), seu cardter hist6rico e cultural ligado ao mundo escolar, dentre outros (BITTENCOURT, 1995; 2004; CHOPPIN, 1991; 1992a, 1992b; MU- NAKATA, 1997). Desse modo, trata-se de um objeto que abre possibilidades de pesquisa nfo somente na érea educacional, mas em outros campos de saber, como a Linguistica ¢ a Hist6ria. E no campo historiografico, aparece associado a historia do livro e da leitura, Como Pere Sola observou, nao se pode esquecer que “o sentido da hist6ria educativa ndo se esgota no escolar, e que 0 educa- tivo (e 0 escolar) fazem parte de uma complexa engrenagem cultural e social” (SOLA, 1995 apud FALCON, 2006, p.333). O estudo realizado por Alain Choppin (2004) constatou © quanto é recente © crescimento quantitativo das pesquisas sobre olivro didtico: em aproximadamen- a MARIA CAROLINA BOVERIOGALZERAN - OKO BATISTA GONGALVES BUENO -ARALDO PTO UNIOR gs) te 50 patses, 75% dos trabalhos foram produzidos nos tiltimos vinte anos e 45% na ‘lima década, sendo que mais da metade dessa produgdo foi realizada apés 1990. Para Bittencourt (2005), a expansio das pesquisas sobre o livro didético pode ser debitada nao s6 ao seu caréter simbélico associado & vida escoler, ‘mas ainda por outras problemiticas relacionadas a esse objeto cultural. A au- tora ressalta que seu caréter intrinsecamente ligado a0 mundo escolar provoca debates no interior da escola, entre educadores, alunos e pais de alunos, assim como pode ser objeto de discusses polémicas em encontros e em artigos de jomais, envolvendo autores, editores e intelectuais de diversos setores. O pro- cesso de avaliagdo da produgdo didética promovido pelo Ministério da Edu- cagao (MEC) por meio do Programa Nacional do Livro Didatico (PNLD), por exemplo, estimulou debates, eriticas e estudos que demonstram nfo sé a importancia econémica para um vasto setor ligado & produgao de livros, como © papel que a literatura escolar desempenha na vida cultural e social brasileira. Os nomes e os conceitos: das apostilas aos “ A tarefa de definir e classifica os livros didéticos nao constitui tarefa simples, devido & complexidade deste objeto. Para Ossembach e Somoza (2001,p.14) ‘© sentido moderno do termo esta associado “a obra sistemética, sequencial, de produgao serial e massiva” utilizado no ensino e que se consolidou como ele- mento imprescindivel ao processo de escolarizagao. Sua pluralidade terminolé- gica traduz diferentes desenvolvimentos histéricos, diferentes usos em lugares diferenciados e as possibilidades de cada idioma. ‘Segundo Koselleck (2006), a hist6ria de um conceito poe em evidéncia os significados de um mesmo conceito em épocas diferentes. Assim, caberia 20 pesquisador aprender qual termo faz parte do uso no ambiente escolar, no cotidiano de suas praticas, por seus diferentes sujeitos: professores, alunos, autores, legisladores, administradores, distribuidores, editores. No Brasil, os termos utilizados para os impressos escolares foram diferentes em cada momento de sua histéria, de acordo com © piblico a quem se des- tinavam e a tecnologia especifica do periodo em questo. A expresso “livro didatico” foi a que se apresentou predominante desde meados do século XX, no Brasil, com possibilidade de compreensao do seu sentido pelo maior nimero de pessoas. Os termos “manual”, “manual didético” e “livro-texto” nao tiveram grande repercussio no Brasil, Tais expresses t@m sido utilizadas por parte de pesquisadores brasileiros possivelmente devido ao dilogo com a produgao em lingua francesa e em inglesa. 22 PAIGAGENS DA PESQUISA CONTEMPORANEA SOBRE © LIVRO DIDATICO DE HISTOR Na primeira metade do século XIX, os titulos dos impressos para o ensino apresentavam as expressdes “resumo”, “nogées”, “apostila” ou “compéndio”, que Ihes davam identidade e marcavam sua finalidade para o universo escolar. A partir da década de 1860 até a de 1900, o termo mais utilizado nos titulos ¢ no discurso dos professores/autores ¢ outros intelectuais foi compéndio, mas também aparecem mengdes genéricas como “manual”, ou “livro” eo que vai se tornar mais comum, “livro didético”. Tais livros eram escritos principalmente por professores por meio de um processo de fabricacdo que inclu‘a compilagdo de outros textos adequados ao programa de estudos e aos alunos com titulos como “resumo” ou “ligGes” (GASPARELLO, 2008). Nos dicionérios consultados desse perfodo, o termo compéndio refere-se 20 tipo de livro caracterizado como uma compilagdo de textos de vrios auto- res, nfo uma produgdo original (BASTOS, 1928; SILVA, 1893; SILVA, 1922). Esse cardter estaria associado ao uso dos termos “livro-texto” ou “manual” em paises como Inglaterra e Franga. Em Portugal, o termo compéndio parece ter sido mais comum. Segundo Matos (1998), no século XIX, os livros portu- gueses produzidos com finalidade escolar eram geralmente identificados como reswmo ou nogdes para o ensino primario € manual ou compéndio para uso no secundério, como no Brasil, Ossembach e Somoza (2001) assinalam que, na regio fbero-americana, sdo usados principalmente trés substantivos no idioma castelhano: livros, tex- tos, & manuais, seguidos ou nao do adjetivo “escolar”. Seriam recorrentes os termos: “livros escolares”, 4 ivros de texto”, “textos escolares”, “manuais” ou “manuais escolares”. Além desses, ha termos para tipos mais especificos, como: silabdrios, abecedérios, tratados, enciclopédias e outros. Para Alain Choppin (1992), os livros escolares podem ser classificados em duas grandes categorias: os que se destinam, especificamente, ao uso escolar ~ 05 livros didaticos stricto sensu; e os que adquitem essa dimenséo com 0 uso que a escola faz desses objetos. Os primeiros abrangem quatro tipos: a) os ‘manuais, fabricados com a intengdo de servir como suporte em uma instituigo escolar ~ seriam os nossos livros didaticos stricto sensu; b) as edicdes cléssicas — leituras escolhidas, antologias; c) as obras de referéncia (diciondrios, Atlas, etc.); d) obras paradiddticas, que correspondem a um conjunto heterogéneo de obras que reforgam, resumem, exercitam contetidos que fazem parte do curriculo escolar de forma diferenciada do livro didatico. Os livros escolares do segundo tipo tém a amplitude do universo dos livros, que podem adquirir 0 status de “didéticos” na medida em sejam utilizados com intengao pedagégica pelas escolas. Sua escolha dependerd das finalidades educativas que se tenha em mente, uma vez que a literatura € abundante: poemas, romances, contos, cronicas, dentre outros. Desse modo, além dos textos literdrios representarem 23 MARIA CAROLINA BOVERIO GALZERAN!-JOKO BATISTA GONGALVES BUENO - ARNALDO PINTO JUNIOR ora8.) a expresso da arte e da cultura, a partir do momento em que a escola aproveita as suas potencialidades educativas, esses textos tornam-se didaticos. Ensino de Historia e livro didatico: construindo uma historia da disciplina escolar Nos tiltimos anos, @ produgao da linha de pesquisa histéria do ensino de Histéria tem se caracterizado pela recorréncia da utilizagao do livre didatico como fonte de conhecimento da hist6ria da disciplina no sistema escolar. ‘Como objeto sociocultural, 0 livro didético é dotado de historicidade — leva ‘as marcas do seu tempo: uma historicidade revelada ndo s6 em seu aspecto ma- terial, que atesta uma hist6ria editorial e técnica, mas ainda em seus aspectos culturais, simbélicos e de representagées sociais sobre experiéncia historica de sua época. Para o histériador, esse cardter sociocultural do livro didatico pode revelar aspectos da cultura histérica do perfodo em estudo, bem como permite 0s hist6riadores da educagao abordagens sobre a sua historia e a constituigéo discursiva das disciplinas escolares nos textos escolares (GASPARELLO, 2009). Um conceito ampliado de histéria no sentido da historiografia foi elaborado por Jacques Le Goff (1992, p.48) que o associou ao conceito de cultura hist rica: “a hist6ria da hist6ria ndo se deve preocupar apenas com a producdo his- t6rica profissional, mas com todo um conjunto de fendmenos que constituem a cultura hist6rica ou, melhor, a mentalidade hist6rica de uma época”, Nessa perspectiva, o autor observou que os “manuais escolares de Hist6ria” poderiam fornecer um aspecto privilegiado da cultura hist6rica de um perfodo. ‘Aanélise de Apple (1995, p.81) sobre a questao escolar também ressalta a com- preensii do livro didatico em sua articulagdo com a cultura legitimada socialmente: Sio os livros didéticos que estabelecem grande parte das condig6es ma: teriais para o ensino e a aprendizagem nas salas de aula de muitos paises através do mundo [...] sa0 0s textos destes livros que frequentemente de- fine qual 6 cultura legitima a ser transmitida. O crescimento do nimero de investigagées sobre o livro escolar despertou, ‘em varios centros de pesquisa, o interesse por balangos ¢ anélises que possam identificar 0 “estado da arte” dessa produc. No Brasil, no final dos anos oi- tenta, foi feito um levantamento por pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (1989) que constatou um nimero significativo de publicagdes, além 24 PAISAGENS DA PESQUISA CONTEMPORANEA SOBRE 0 LIVRO DIDATICO DE HISTORIA | de dissertagSes ¢ teses que abordavam os manuais com enfoques e perspectivas variadas. Nos anos 90, um balanco mais abrangente e internacional sobre pes- quisas da rea, realizado por Egil B. Johnsen (1996) comprovou, igualmente, i © fortalecimento da importéncia do livro didético como objeto de pesquisa em um ntimero crescente de paises. No Brasil, a contribuigao de Bittencourt (1995) foi importante na configu- rago de duas importantes linhas de pesquisa no Brasil: uma com a marca do objeto livro diddtico e a outra com a perspectiva da histéria da disciplina. Na Siltima década, algumas teses tém utilizado 0 livro didético como fonte para a histéria do ensino de Histéria desde o século XIX e contribuido para a historia ‘ do ensino de Histéria no curso secundério. Tais pesquisas tém demonstrado | uma longa duragio no uso de livros didaticos de autores reconhecidos e a sua utilizagdo em varias regides do pais. Nos anos recentes, também é crescente 0 | interesse de pesquisadores com a hist6ria da educagdo e do livro didético nos diferentes estados brasileiros. Além do interesse pelo estudo de livros didéticos que se destacaram pela longevidade no ensino, como os de Jodo Ribeiro, Rocha Pombo e Jonathas Serrano, pode-se perceber um movimento de pesquisas so- bre autores ¢ livros didéticos regionais, como os do Grande do Sul, do Parané, de Sergipe e do Espirito Santo (FREITAS, 2006; GASPARELLO, 2002; OLI- VEIRA, 2006; TOLEDO, 2006). ‘A multiplicagao de pesquisas estimulou ainda, a formagao de redes de inter- cdmbio nacionais ¢ internacionais, com projetos como o MANES na Espanha, © EMANUELLE na Franga. O Projeto Livros Escolares (LIVRES) no Brasil, criado na Universidade de Sao Paulo por Circe Bittencourt com a participagao de pesquisadores de diversas instituigGes universitérias, constitui projeto pionei- ro dessa dea no Brasil. O crescimento dessa frea de pesquisa pode ser atestado com a realizagdo, em 2007, na Universidade de So Paulo, do I Simpésio Inter- nacional do Livro Diddtico promovido pelos pesquisadores desse iltimo projeto. Desde o final dos anos 1980, pesquisadores do ensino de Histéria de diver- sas universidades brasileiras tém se reunido em eventos académicos organiza- dos periodicamente em diferentes cidades e regides do pafs. A presenga de pes- } quisas na érea da hist6ria das disciplinas escolares e do livro diddtico tem sido i recorrente nos Encontros Nacionais e Regionais na area do ensino de Histéria, l promovidos pelos principais grupos e associagdes de pesquisadores de diversas i universidades brasileiras. Desses, sobressaem o Encontro Nacional Perspectivas " do Ensino de Historia e © Encontro de Pesquisadores do Ensino de Hist6ria, i além de Simpésios Teméticos organizados no interior dos SimpOsios nacionais € regionais da Associagdio Nacional de Histéria (ANPUH). Os integrantes do GT Ensino de Historia e Educagdo desta associagio de hist6riadores tém uma participagao ativa na oferta de Simpdsios Teméticos sobre livro didético e as 25 [MARIA CAROLINA BOVERIO GALZERANI- JOKO BATISTA GONCALVES BUENO - ARNALDO PINTO JUNIOR (cigs disciplinas escolares, com a insergdo de estudantes e professores universitérios brasileiro, bem como uma crescente presenga de professores da Escola Bésica, Alguns aspectos da pesquisa em histéria do ensino de Historia e do livro didatico O caréter plural do campo do ensino de Histéria estimula 0 didlogo com as contribuigdes de pesquisa da hist6ria e da educagdo, o que implica articular 0 estudo da produgdo do conhecimento histérico com o da produgo social da es- cola, na inter-relagdo dos saberes e préticas sociais dos diversos agentes do uni- verso escolar. No interior desse processo dialgico de saberes, pode efetivar-se um espago para contribuig6es mituas entre © campo educacional — como os saberes sobre o curriculo, a aprendizagem, o ensino e suas préticas ~ e os do campo historiogréfico em suas vertentes e enfoques metodolégicos. Algumas tentativas mais recentes tém sido feitas para mapear os estudos em ensino de Hist6ria e livro didético no Brasil. Kénia Moreira e Marilda Silva (2007) analisaram teses e dissertagdes de mestrado (trés de doutorado e 15 de mestrado) defendidas entre 1980 e 2000, na regio Sudeste do Brasil, sobre 0 livro diddtico de Histéria. As autoras observaram diferentes tematicas e formas de andlise nesses estudos, os quais foram organizados em grupos e subgrupos, de acordo com 0 foco ¢ a abordagem: 1) com foco no contetido, em temas como povo, identidade regional, herGis, etnia e ideologia, constituiram a maior parte (66%); 2) em hist6ria do livro didatico: 5) sobre a produgao e elaboragiio do livro didético; 5) na avaliagao do livro didatico 5) no uso pedagégico do livro didatico. ‘As autoras destacaram que o livro didatico tem sido um tema recorrente, associado ao programa de avaliagao do governo federal ¢ & produgdo do Guia do Livro Didético para as escolas publicas. Além disso, indicaram que, na déca- da de 1990, a investigagdo da histéria dos livros diddticos de Hist6ria constitui uma tendéncia em pesquisas que tem, como referéncia tebrica, a hist6ria das disciplinas escolares e as contribuigGes de André Chervel e Bruno Belhoste. As disciplinas escolares, nessa vertente, so consideradas como unidades epis- temoldgicas e investigadas em sua historicidade, com a identificagdo de suas finalidades, as modalidades de difusdo e apropriacdo. Outro movimento de anélise foi realizado por Gasparello e Munakata (2006) a partir das pesquisas apresentadas nos encontros académicos da érea. Com base na produgao cientifica de seis encontros nacionais da drea do ensi- no de Histéria, os autores distinguiram as diferentes abordagens, perspectivas de andlise e as principais fontes utilizadas nas investigagbes sobre a histéria ensinada e que podem contribuir para a compreensio do modo hist6rico da 26 PAISAGENS DA PESQUISA CONTEMPORANEA SOBRE © LIVRO DIDATICO DE HISTORIA constituico da historia como disciplina escolar. Em seu conjunto, foram con- tribuigdes de pesquisadores de universidades brasileiras, professores ou alu- nos de pés-graduagao, Foram ao todo 91 comunicagées, nas quais foi possivel identificar algumas aproximagies relativas as fontes, aos temas, aos periodos ¢ locais focalizados, bem como sobre a origem de tais investigagSes, geralmente ligadas as universidades do sudeste e sul do pats. trabalho com resumos traz algumas dificuldades, devido & auséncia de esclarecimentos sobre alguns aspectos da pesquisa. Como exemplo, apenas uma terga parte dos resumos (29) esclareceu o referencial te6rico dos seus trabalhos. No entanto, foi not6ria a aproximagdo com a nova histéria cultural e os autores que se movimentam na hist6ria social do curriculo e das disciplinas escolares, com referenciais em Foucault para 0 apoio das questdes conceituais do texto e das formagées discursivas. Os autores mais citados foram Roger Chartier, André Chervel, Ivor Goodson e Michel Foucault. ‘Os momentos histéricos mais focalizados tém sido em perfodos mais recen- tes, Das comunicagées analisadas, 56% tiveram seu recorte cronolégico situado na primeira metade do século XX e 15% no século XIX; as demais se distribuem entre os perfodos: colonial, a virada do século XIX ao XX, a do século XX para ©XXI e os que se referem ao inicio do século atual. Em relacdo as fontes, o ivro didatico surge como um dos objetos mais anal sados (25%) no estudo da histéria escolar em abordagens diferenciadas. Fontes literdrias, depoimentos, periddicos e relatrios de estdgios também foram men- cionados, o que confirma um movimento de pluralizacdo de fontes para o estudo de processos hist6ricos para além dos eventos e fontes oficiais. No entanto, 22% dos resumos no esclareciam as fontes utilizadas nos estudos, o que arrisca fragilizar estudos que pretendam analisar roteiros e caminhos de investigacao. E importante ressaltar a presenga, embora em pequeno némero, de inves- tigagdes que focalizam questdes relativas as politicas educacionais de diversos perfodos — reformas, projetos, Pardmetros Curriculares Nacionais (PCN), Lei de Diretrizes e Bases da Educagéo (LDB) e curriculo. Cabe, ainda, apontar o interesse em instituigdes especificas, na formago e na relagio entre teoria € prética docente e entre educacdo e arte. No levantamento das comunicagSes apresentadas no Grupo Tematico do Ensino de Hist6ria no I Simpésio Internacional do Livro Didético (2007), agrupamos os trabalhos segundo uma classificagao inspirada na que foi reali- zada por Alain Choppin (2004). Distribuimos os resumos em dois grupos: 1) pesquisas sobre o livro diddtico: engloba abordagens com temas que se referem a0 livro escolar em um sentido mais amplo, sobre politicas a ele associadas (26% dos trabathos); 2) pesquisas de livro diddtico: neste grupo foram agrupa- dos 0s trabalhos com foco no préprio livro didético em um sentido mais estrito. ar MARIA CAROLINA BOVERIO GALZERAN!- JOKO BATISTA GONGALVES BUENO - ARNALDO PINTO JUNIOR (rg) A maioria das investigacSes (74%) pertence a este grupo, no qual foi possivel distinguir: a) os trabalhos que se dedicam & anélise de temas mais gerais dos livros didéticos; b) os que abordam questdes especificas no contetido do livro didético; e c) os que analisam obras didéticas de autores selecionados. enfoque privilegiado no livro didatico evidencia uma identidade da pes- quisa em Educagdo e em Histéria, qual seja a do interesse pelas dimensdes hist6ricas dos processos culturais, vistos como priticas sociais e inseridos no Ambito das preocupagdes de uma hist6ria cultural. Sejam explicitamente no- meadas ou implicitas, as referéncias de autores desse campo so recorrentes, principalmente as de Roger Chartier. Oensino secundério tem sido 0 foco preferencial dos estudos sobre a hist6- ria ensinada. Um aspecto que nos ajuda a compreender esse recorte & 0 fato de que 0 curso secundério foi o lugar social e escolar de produgao de curriculos e programas com diferentes disciplinas sob a responsabilidade de docentes espe- cialmente designados para seu ensino. A configuragéo do campo da hist6ria da ‘educagao no Brasil, antes marcadamente produzida por pedagogos, voltava-se, preferentemente, para as questdes relativas ao ensino primério e suas préticas sociais. Nos anos mais recentes, a renovagio teérico-metodolégica nos estu- dos em hist6ria da educagdo e a marca interdisciplinar da pos-graduagdo (em Educagao e outras éreas, como a Hist6ria) tém possibilitado aparecimento de pesquisas voltadas para a histéria das disciplinas escolares e do livro didético. Pesquisadores de formagao inicial em Hist6ria ou em outros campos disciplina- res, ao se interessarem pela pesquisa hist6rica em Educagao, esto mapeando © terreno das disciplinas escolares no secundario, embora também aparegam estudos com interesse nos contetidos hist6ricos ensinados no ensino primério. Consideragées finais O caréter plural do objeto livro didatico permite a construgéo de uma diver- sidade de temas de pesquisa relacionados & educacdo escolar. O conhecimen- to das condigdes de elaboragéo, usos e finalidades do livro didético tornou-se fundamental para compreender as formas de constituigio dos saberes e das préticas escolares, dos diversos modos de escrita, de leitura, de organizagao do texto, sua edigéo e impress, Passam pelo livro didético, na transversalidade de seu estudo na pesquisa hist6rica das disciplinas escolares, questdes como a autoria e o protagonismo dos professores/autores, a participagio dos demais intelectuais nessa produgao, as matrizes te6ricas, bem como temas relativos as politicas puiblicas, 0 ensino e aos processos de escolarizacéo, LvRo DIDATICO DE HISTOR PRISAGENS DA PESQUISA CONTEMPORANEA So8t O conceito de cultura hist6rica permite situar o livro didético de Histéria em seu aspecto de fonte na perspectiva historiogréfica que procura conhecer © modo com que determinada sociedade estabeleceu uma relagdo com o seu passado. Sua elaboragao abrange processos de filtragem de conhecimentos especificos que si reelaborados de forma didatica, bem como informagGes coletadas em virios seto- res da vida social — em imagens, documentos, mapas e outros ~, que sio registra- dos em suas paginas como representagdes sociais daquele momento histérico. 0 livzo didético participa, assim, em diferentes dimensdes, como expresso, agente € produto de uma cultura histérica (GASPARELLO, 2009). livro didatico, como fonte de pesquisa, abre um leque de possibilidades para questdes histGricas e educacionais que podem contribuir ainda, em dife- rentes perspectivas, para a percepedo da interdependéncia das microssituagSes € processos localizados com a realidade s6cio-hist6rica mais ampla. Constitui um dos caminhos possiveis e importantes para compreender, por exemplo, a hist6ria das diferentes disciplinas escolares, que seguiram configuracdes espe- cificas nos diferentes contextos institucionais e sociais. Os estudos sobre livros didéticos utilizados nas diferentes regides brasileiras abrem expectativas para anélises comparativas e para o refinamento de conceitos e categorias histéricas desse campo de saberes. Com o apoio da pesquisa empirica e da reflexfo, os pesquisadores da érea podem contribuir no movimento de elaboragao conceitual como o de “discipli- na escolar”, em diélogo com as contribuigdes do exterior nesse campo (CHER- VEL, 1990; 1998; CHEVALLARD, 1991). Destaca-se nos estudos sobre os livros escolares a atuagdo dos professores/ autores no exercicio da docéncia e na escrita de apostilas, resumos € ligdes de Histéria, Por meio de suas praticas de escrita e docéncia, os professores tiveram participagdo ativa e fundamental na elaboragao de livros didaticos. Uma asso- ciagdo geradora de compéndios escolares no século XIX brasileiro: a partir de suas aulas, os professores preparavam os livros que seriam adotados nas insti- tuigGes escolares primérias e secundarias. Interligados aos contetidos hist6ricos selecionados ¢ indicados nos programas, os saberes de como ensinar foram in- corporados aos textos e constituiram uma pedagogia da Histéria em linguagem apropriada aos objetivos e finalidades dessa matéria escolar (FREITAS, 2004 GASPARELLO, 2011; SCHMIDT, 2004). Outro aspecto interessante a ressaltar é que o livro didético, em sua trajets- ria, nasce e permanece na prdtica. O offcio da docéncia configurou-se ao lado do oficio da escrita de textos para ensinar, O texto publicado 6 utilizado em aula, para ler, recitar de cor, marcar as paginas para estudar para os exames; em suas paginas os alunos deixam marcas de anotagSes ditadas pelo professor... Todos esses aspectos revelam que o livro didético, como fonte de pesquisa, fornece 29 [MABUA CAROLINA BOVERIO GALZERAN|-JOAO BATISTA GONCALVES BUENO - ARNALDO PINTO JUNIOR (orgs) -Graduagao em Educagéo: Histéria, Politica, Sociedade. Pontificia Universida- de Catélica de Sao Paulo, GASPARELLO, A. 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