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9 somven | me : Dr. Mario SatFaitiéiito F here | UE O Estilo de Cesério Verde + 3 Cesitio Verde inovou, no século am, 2 literature portuguese, 20 azel pare co dominis 6a poesia uma nova lingvegem. Esta nove inguagem coaduna-se Om « tretomento orginal de temas anligos (como o campo, 8 mulher € novos (come 1 cidade] € com 6 tipo de arte que o autor cultvavs ‘Uma estrenheze imediata que um feito do século mx teria sentido ao entrar a eoesia de Cesiio Verde residia ro discurso poUco ornamentado e pouco rebss Pago que contrasiave com a reorca pesad e sentimental de algua ice roma: fica as compougées do poeta retvalam 2 mulher, 2 cidade e 25 relacbes socias {com uma linguagem auotiiana e corrente que nos recorda a da pros Ao repre Sentara realidade moderna da segunda metade de Oitocentos, Cestio socore-se Se vocabulos © expressbes da vnvencia citadina, sobretudo 2 que se associa a0 povo Ea poesia comeca a sr frequentad por termos que at ent ngo tinhem prentiada, como «vialérear, averinase, winfecaos, wesguedelnads», xmecede- maaan, ete, Outs 1250s daria de Cestrio Verde que a aproximam da prose Sho a utiizeca0 do tom cologual e antidecamatéro, do verso longo — como J decasslabo e o alexandri (verso de doze siabas) — e do encevalgamento. ‘Cesbiorevata 2 dade através do registo de impressbes sensoviais ede coment’ ios sblatnos, por vezes anotados em movimento, enquanto 0 eu lice dearbuls poles rugs da dade. Os elementos representades acumiamese frequenternente een oracbesligadas pla coordenacto, A captacao ea descicbo do real objetivo ao acornpenhadas por uma apreciag30 pessoal esubjetva ‘de forma surpreendente e original que Ceséro uiliza 0 adjetvo e 0 adver bio. Atentese nos seguintes vesos, extrados de «0 Sentimento Dum Ocidental wr sajos, sem ida, esseos, fbr, eons, / Amerelademente os cdes parecer favors Gtaico dos autores), A sucessio de quato adjetivos assume um forte represdade e surge como uma tetava de defn com rig 0 elemento que crprererzam,o§ es, Porque estes adjetivosantecedem 0 nome, 2 sua expressNi- Sous eside em parte no facto de ganherem um significado que vai pare além do sein entigo ieral. € de forma mute critriosa que Cesério seleciona os acjetvos eee adverbios ue utilize. A subjlvdade no uso desta classes de alawras rere seta em varios moments, uma técnica da intra impressionist aphicade Ite aru Com o advérbio semareladamentes 2 core 2 luz ganham impertincia €, Tomo numa tela impressionista, o elemento ¢ retiatada tal como 0 observador S percecana e nas consigbes (de wsibildede, do cla) que 0 fodelam. Vejamos suis exerapos do uso da tecnica impressionista na poesia de Cesério Verde Ms, todo pirpur a sat das cendas/(.] © ramalhete rubro de papoules» emt noe arden, € «Mas, depos duns dias de aguaceiros, Vibre uma imense cleidede ‘rua.a em sCrstalzagoesn (nslico dos autores) Sy opronimacBo entre 2 poesia ea pintre atime também no fcto de Cass: rio explorer uma inguage psi, com um forte apelo visual cultivar 2 fgure | tevorca ¢2 imagem com um acertuado velot smblico, come, por exemplo, em Mp Sertvmento Dum Ocidentalo: xCercom-me as hija, tpidas. Eu penso / Ver i vos ater, ve llas de copes.» Ao observer uma realdade (3 we iuminada teas lis) @ imaginago leve-o a conceber uma outta cena (2s pels, ado 2 Taso, dumrinades) claro que esta ustaposcao de elementos convida a uma elacso tc entre ambos, N2 fepresentacBa sensorial da realidade, anh especial vlevo e uuizacdo 63 sinestesia, em que se cruzam ou fundem na mesma frase restos Ge dterehtessensacbes. x fee a vista, com brancuras quentes,/ Iga rua mace ddamizada.» («hum Banro Woderon) CANTICOS DO REALISMO. O LIVRO DE CESARIO VERDE ase! 80 521873) me A REPRESENTACAO DA CIDADE E DOS TIPOS SOCIAIS. A cidade surge como um espago que se opte 20 campo. 0 espaco urbano 6 visto ‘como opressivo € destrutvo (n0" exemplo, ros poemas «Num barra modesno» e «O sentimento dum acidental), tanta para o sueito poétice coma para os populares que para ai se deslocam em busca de melhores condigdes de vida, na sequéncia do enorme éxodo rutal ue ocorreu nesta épaca. Em contrapartida, 0 campo & perspeti= vado como um jocal de iberdade — sendo que o espace tural néo ¢ ideaizado, mas escrito de forma realsia e concreta, Mesmo nos poemas que se concentram no espaco citadino, so felts referencias ‘requentes ao campo — como que a lembrar que a vocaéo do ser humano se orienta para uina vide harmoniosa e natural, que s0 no camgo se encontra, e que a vida na Cidade o desumaniza. Deste modo, no espago urbiana ha sempre ur deselo de eve- $80 para o campo. A oposi¢ao cidade/campo alarga-se também 20 campo amoroso: enquanto ‘a cidade estd associada a auséncia, impossiblidade ou perversso do amor, o campo representa 2 possibilidade de vivencia plena dos afetes, ‘As préprias figuras femininas da obra de Ces se associam a esta dicotomia: 0 eu poetico sente-seatraldo por dos tipos opostos de mulher — a mulher fatale @ mulher {gil einocente, No primeio caso, temos figuras femininas que se enquadiam pert tamente no espaco citadino (e que surgem, por exemplo, no poema «0 sentimento ‘dum ocidentals) Periencem a um estrato social superior 20 do suelto poetico e osten: tam riqueza e elegéncia. O desejo que estas mulheres suscitam no sujeito poético & investido de ambiguidade, na medida em que @ sua alvez, ao mesmo tempo que o seduz, provoce nele um sentimento de revalta, No segundo caso, temos personagens simples, inocentes, frags e desamparadas, que, pelas suas caracteristicas, no se lenguadrem no espaco urbano, visto como um local de corrupeao (cf, por exemiplo, 0 poema «A debils). Assim, a0 contrério da mulher fatal, 2 vulnerabildade desta figura ‘eminina desperta no eu o instnto de protecao, o desejo de se recimir das suas faltas de levat com ela ume existéncia honesta € tranquila, ETA Ee ESE REECE SFT cae ere orem No que diz respeio 20s tipes sociassrepresentados na obra de Cesc, tees Claramente um sentimento de empatie do swyeto poético em rela;do 20s ele ‘mentos das classes mais batas (ct, por exernpo, 0s poemas «0 sentimento (. 62) + Rinustig social denunciad na poesia de Cesénotomna-se mais gitarte pek contaste que nla se esabelee ene o labor permanente dos elementos do ‘ovo, que é visio como a forga ate da sociedace, e 0 dcio que caracteriza 2 ‘lasses dominantes, Com ele, no poem «Num baitro moderna», 2 arstams da vendedeira © dos trebalhadores da cidade contrasta com a wide fil (v.12) 605 habtartas deste luoso espago, que &s dez da menhs ince est» ‘am a comecar 2 desperar.Tambem em «0 sertimento dum ocidenaly est contase € vise: 3 desergo des trabahadores que egressam a c25a 20 tarde eds que se enontram aida no local de reba torna mais git. a inalidede das castes dominares, que ania nos ehotis da mada» (v= ‘use enregam ao consumismo nas «casas de confegtes e modase(? '” ‘or DEAMBULAGAO EIMAGINAGAO: 0 OBSERVADOR ACIDENTAL + Cesrio Verde representa nos seus verses 8 cidade (e 0 campo! através do regsto oe percegdes sensoriais embara predominem as releréncis vsuas ‘eu lca caracirizatamoém o espago urbano pelas constalagbes que ne chegam arts do auido, do oat e dato ct. +0 senmerto dum ccientale fe Num oairo moderns, nas paginas 278-283 do manual). Em varias stua- bes esses sencagtes euzamse em sinesiesies +A cracterzapso da ecade € feta enquano a eu ice caminna pelas vas, anetando em movimento que v, cure cher e sent. O facto de deambular. 1 se desocar no espago, permie-ne wma percecao dingmicee um cone: ‘menio mats completo da realoace urbana, na medida em que passa por varios lugares encorvaderentes personages [cA represeniaga de cidade eos ips sociass, nas psginas 65-66 deste v0) 3, ov 28, «Mas Ceséri no se contenta em apresertar aia co ee eee te toma cobjlvas. 0 sujet pottic coleca 2 sul ae var de nsiuacbes apeciaas ¢ de CO” ima picada esque, / Ll [08 descrigdo¢ -a acorn’ avalativos: «Como animais comuns, Ue i ‘abalhadores de ua), ovis, n4sculos, ssudos.* (ocristalizagées”) «Ese ober subjeto sobre eae cidade corea-se 6 Vos cass re tepresentag imaginatva ds gues, dos ements © dos espa ave A ert pragnagaa do suet poticoW2-0, pr exe. 2 COM a Se cpare etd de Ctlaabes ura car Ueda (020 sous as aioe, de cbr) au afl, 10 mesmo poeta das Aros espices» do vero como «uma esquacra [undead] em fia pate. tia ume tdcica de epreseniago co el que se propia 2 aalisee rea seal. aavés da comparaéo, 3 metilora eda imagem condensed dé5. mranagfo do abalho quando se encontam semelancasente os clots Tos animate de orga: «Assim as beslas vo curvadasl (ristalzardes») ‘scorsumismas da mulher abastada,comparendo-# 2 uma eta da cidade, que wire” em nto cenuncese cabea, a Wbrice pessoa, alude-se 20s habitantes prédis, come encarcerados (sos emparedadcss) — ambos de x0 sets um ocienta.(f sPercecto sensorial etrerstrmarB0 poétic do real, nas paginas 67-68 dest vo) Por outa lado, @imagine¢ao crialva e a subjelividade do sulitopotlico ‘randestam-e também ne uiizagée da técniea impressonsta para reareser {pra tealdade. Tal sucede quando a caracterizagdo de um lugar ou de uma personagem ¢ inicialmente definida por caracteristcas suas (normelmente Frsciadas 8 uz © cor que oobservadorperceciona para so num segundo momento esse elemento ser idntficado:«Reluz, viscos, 0 ros, «Langar 8 nga negra e funebre do clos or fim, nae-se que aimaginagBo oo sujet ico & também responsive por ‘raver pera o presente alsdes ao passado da ciade, sla ese pasado liso tu somero, ASS que pela Hira eu me aveture © aargor. Os gandiosos tempos isos da patra emergem pel eeca;éo de eMouros, ais, herbs, dO recsurctado» cu de Combes, os prods de obscura revelan-se quanco por exemgl, dues leis recordam os tempos da InguiigS: wu eo ing ‘So severon(exemas de «0 sentimento dum ecdertl+) “Tal sienfice que sta imaginecdopoéic contbui deisvamente pre da sig nificado (valorzagB0, cltica, sentido, ec.) 2 realidade que 0 sujeito poético ¢ escrove. Oscar Lopes (2987. 470.475) sugere mesmo que essa maginap2o funciona aravés de inleteegz, do cruzameno de diferentes planes: ceo © subj, realise eimegrapto, ou presente e passado, ‘ew PERCEGAO SENSORIAL E TRANSFIGURACAO POETICA DO REAL ‘ie poesia de Cacra, hé um suelo poco que se enconta en permanente eembuibg80@ eujo ha, @ semelanca de una ciara de fimar, vai cap. tando imagens, como istantireos cua roxda sucesso @ por vezes sugeca ‘avs do ecuso ao aside ecuso express que conse ra omsto ds juno ceordnativaenve os constitutes, que se senaram apenas por vi _pss), Asim, a ego desempenha um papel fundamental nesles poems. ‘pri suet poeteo tem censcénca deste facto, arardo, ro poem Nose Pio quacos gar leas corsa.» . a eee rr rerio ean roe 188) Noentano, o suet paéteonso se mia a descreverobjetwemente 2 real tue observa nas suas deambulages. A elunela de uma lente sb» (<0 sents rreto dum ocicenale, v- 85) pode ser entendida como uma metéore Je Ur ‘Gar crador, que tem o poder de ranshigurar tudo o que o rode. £ nest Sequéncia que assists, por exemple, 30 aparecimento de um corpo ford fetes nase pels legumes da vendedere na poema «Num bairo moderne» ra abs bo qual sujet posi come que revere a humihaego a que es!2 jeore feminina € suet plo crado, na medida em que subst, por ame tes todo. espagacitadino — bem coma a expleracéo do campo que ee repre enfa — por um imagem associa 8 viaidade do espaco rural. A reside também tansigurada, no poema «Cislaizagbese, no momento em que 0 configura as camises dos caleateos como ua bandeira, que se insttul cor tim smboa de todo o sofrmento erent a sua vida, funcionanch, portant {ome uma forma de denuncia das inustgas sociis. Finalmente, € poss {ambén considera 0 momento Ge tansigutar20 das las que o suet po tbsere em «0 sentmento cum aederal» como um passo que tm suba:= dime ntengdo cries, dado que 2 sua coniguacdo como uma imensa cated com diversas capels pode ser interprelaca como uma conderagSo da eevavd0 So carsumismo 8 concicuo de aig Sagrado ‘mr O IMAGINARIO EPICO (EM «O SENTIMENTO DUM OCIDENTAL») 10 poems «0 sentimento dum ocidentls foi pubicedo em 1880 na némero ‘expecal do penédica Jamal de Vegens, que nessa edo pelenciacomemorar ‘arco centenéradofalcimento do autor o'0s Lusiagas (J agu se slum tra algume ligarlo entre a composi de Cesdrio ea epopei comonin.) <0 senjimento dum ockgentaleé um poems longo que se centre na expaiéncla de vida na Lisboa da segunda metade do stculo mr, como cade ocidenta ‘madera, bem comaros senimertcs de melarcoli, desirimo e at desespero ave tel vere cesencadea ‘Quanto 8 estruturaextena, 0 poems enconlr-seorgaizado em quato partes, oda qual eam onze quadras, formats por um decasslaboe tts alerancnos NNeedigbo de O luo ge Casdro Verde, 2s quatro partes receberam os titulos live Manese [ses de tarde), «Nate fechadas, «Ao gas € «Horas ortese i pereurso de um suet poet Em termes ce estatura interna, assists 2 ’ tue petcore Loa 8 medida qu as hors passam ea nates 23057 rando iases do fim do dia: fim da tarde, [As quatto partes cortespondem, pois, 2 cchegada de nate, note instalada e lumina cerrada das «Horas mars» 1a pelos candeeros a gis € #70 40 sentimento dum ocidenal»€ predominantemente um poema ico, ‘pedida em que reresenta 2 wenca de um eu (podtica) numa cidade modern> ‘do mundo ocidenial. Contudo, 0 poem contém maces que recaréam 0 eso “pico mas que acabam por osubverte (cu 3, por ocntani). Essa cree tevisices emergem logo por se ratar de um poema longo com um forte pen! rnaratno, come sucede numa epopea: 0 eu podico rll 0 SEU PeCUISO P= ‘cidade. Mas ainda, esse sujet pada estar a celebrar Lisboa @ a vce dos Seu habitants, mas, na verdede, eta creda: a cidade € um lugar decadene sem brie nem va. Ha, contudo, ume dimensio épica no poem; mas essa néo perence 20 te sort, 8 Lisboa medema, 0 Te, aesttua de Camdese alguns otros eleme” {os wemelem pare Um gassado em que Portugal conhecev a grandeza ea gle ‘As slustes aos Descobrimentes e 20 Impéno Maribma sBo, assim, um eSC059 te uma epopes do passade, que o presente tome amarga porque nao € e552 1 realdade moderna, ‘como sucederia com Camaes, se tvesse co no fim do séulo wx, 0 suet otic perdeu 0 matvo para celetrara patna decadentee8ciade sem biho Tio presente do eu potea, a viagem que se pode fezer no ¢a das Desco berts, plena de aventura, masa fuga, @€v2sB0 para outro lugar diferente sLevando a via-érrea os que se vao.Felaes!/[..] Mecié, Pars, Beri, S20 Petersourgo, o mundo! or fm, lambém as perscnagens que povoam a cidade madera no sB0 88 eros mltres,cvees,poliicos e asics de outrra. S80 agora persnagens ecadentes como burgueses, datstas ou gente que tabalha mecanicament ‘que rio iazem estatuto épico & cede (esto de Ces & proseicoe de tom ccloquial o que o situa onge co eto ttevado, etc egrandiquente des epopetes, O propio vocabuio do 3.2 tidiano da cidade (varias, sboqueiGes,«becos») em nada se confunde com olexe rico @csentatirio de um poems épico, ‘= LINGUAGEM, ESTILO E ESTRUTURA Estrutura Cesétio Verde investe grande cided na busca da pereigd formal dos seus poems Essa ¢ uma d3srazdes que lvaram algun estudiosos® aproximar 2 possi deste autor da dos poetas do Pamasianssma (er goss). £m teimos de estrutua esrtica, Cesario reco frequentemente& quadra, ‘seam os poems logos («0 sentimente de um ocdentas,«Ns) ou curios {sSerdentar). Mas poe revela também o seu gosto pela quitia (esto de ‘cinco verso) com que compoe «Cistalzagbess ou «Num bat mederno> a on Gonteudos titerarios as ediicacbese, «Coma m™ Quanto a met Cara ae a ice is nt res alerandrinos (er50 de ne sabato tos Scab Em alguns poemas — como ‘agdess ou «O sentiment dum ocidentals — surgem os dois ties oe ‘verso na mesma estrale. Os alexandrinas e 0s decassilabos $80 versos 21S forma mais flgada e dstend:da, descrever textensos e permitem ao poeta, de sm; mas estas s80 também a cidade e refer sobre as percactes que del te estrutures métrcas usades porque permtem crier uma cadencia musica} As composigdes pocticas de C pre @ ima como forma dé 5 eesceae oman e de Ines incur muscaldede, Nos poemas cnsiuides ra vadras, enconiramos ima cruzado (ab) ou iterpaada © eTPaT Tak eons quntnas edrauran-se geramene num raciconal ead 26220 esr recorem sem Linguagem ¢ estilo Ccesério Verde inovou2 Iterature portuguese ‘Sdominio ds poesia uma nova linguagem, menos retsrice € eM oor como vatamertaargrelenovode ema: angos (amo: mul C rodernos (cidade) e com 0 tipo de arte que 0 autor culNexe letor do século xx te Uma estranheza imediata que Um I ia sentido 20 entrar pocsia de Cesar Verde emergria do discurso pouco ‘omamentado © pou oct ese onrastava com a etic pesade e sentiments) de O07 resem ance, Ao representa realidad rodorra J2 SGN meiade de ee roe, Cesro socore-se de vorsbuas © expresses 62 Wine ‘acina ererada > ue se associa 00 pvo. Ea pies comet? 2 208 tada po: seer tgue até eno rdotnham al enrada, como ev (27630 evasinas winregao, «esguedlhadar, «macadamzeda », eC | inca de Cesbrio Verde aproximacse da posa ngo apenss °° te as se antecamatério mas também, e COMO vines, P90 09 do tengo como o decasslabo eo alexandrino¢ do encavalgamento 1 ins do século xx, 2011822" Pat? 105 eleva le Cesdrio ndo & despida de recursos express xo a metifora, em muitos casz8, ers 9 = {eos seus habitanies) e autres ele las, cam viveir0s ‘ainda assim, 2 poesia 0 (0 poeta cullva 2 compara por semelnangas enite aspetcs da cidade Por re que do sentido ou citicam: «Semelnam-se 96x orcegos {1 Sattar de viga em igs os mesos 2 tra hibrica pessoas, imranmar mule vee ae af ve ‘en. ——E———E——————— 'V. 0 imaginério épico (em “0 Sentimento dum Ocidentel”) stituldo por 44 quadias, dvididas em quatro ports (de onze estrofes cada sfabas | «+ vetsos alexandrnos (com daze sfabas métricas) e decasslébicos (com der ® ppelas quatro partes (Ave Marias ~» Noite | Rstruuragse + ~ progress narrative na noite, encadea | Fechada > Ro Gis ~ Horas Mortal; | relat de pequenas episés; rapiden da narratis;inesperado da aventure, | © = vngem pla dade como auaizagio do viagem mar ~ + Cruzamento de tempos (presente /passado / futur) Fle ee ale « dle | Sink! Sites atude fae 2 realdade | expto épiee eatoio das cpacidades | cobservede: deserenga nas capacdades | numanas. | “= humanas no unversoctadino} “Wota: No plano das veledes do post, | che ocles® | também est presente 0 esplit antiépco,_ ‘martima —(epopsia dos | Descobrimentos) | 7 " ersonagens antics: | Personagem épicacoletva:_povo | ~ mara (hes, bbedoy jnnes, pans rereanado pr Veo | | Gama peloe mariheios que com ele percortem © caminho marino para a Sj) 2dosas, anfctas (dentists, arlequns, | Ini. | Feo lost) ( geri ee) Notas © poema “0 Sentimento dum Ocidenta", pema publicado no terceir centensrio da morte de Combes, presenta um sueto progressivamente mals atentoe que, através de meméra, se evade de um cidade- -prisdo ara osonho de um futuro diferente, Neste poema,o sujet potico empreende uma viegem com ‘novos herds e constr uma arte poética baseada ra anise da realidad. ‘A cestitua de Camées, que o suet encontta na deambulaglo pela cidade, ¢ 0 simbolo dessa memoria passada, apenas esttua, num erecinto publica e vulgar. © wépico doutrorav 6 apenas um simbola e os herdetos dos marinheitas morem em baitros infectos,si0 ‘os fos que as varinas embalam nas canastase iro naufragar nas tormentes | Aéeombvero do poet uma epoca ws aesas, ma viagem pela mista nado lian jrcibaacioga Comat, que no psa fl descbers, ston nopreene, ogee Epis (futuro & um sono impossivel para os xemparedadose do Ocidente. \V. Linguagem, estilo e estrutura: estrofe, metro e rima ‘poemas longos [gralmente), com estrofes de quatro ou cinco versos. recurso predorinantemente 20 verso alexandrino. ‘aptagio da realiade,fxando instanténeos, selecionando adjetivarSo abundantee anteposta, recorrendo ‘a nomes quetrazem o trial eo fio para o poema. Poemas com estrutranarratia, descrevendo 0 espar0 ora ora evocade, Recursofrequente 3 comparagto, 3 enumeraco, 8 hipérbole,& metafra, sinestesia, Uso expresivo do acjetio edo adverb, i¢ é 0 textotirico, enquanto manifestagio esttica¢ lida, caracterizese entdg,pes seguintes elementos: + expresso subjetiva de emosées; + auséncla de dinamismo narrative; + subjetividade na apreensio do eal + processos repetitivosfénicos e morfossintaticos fina, rfid, aliterago, rtmo, afore, paalelismos - {Que intensifcam a transmissio das emogé uso de palavras diferentes mas com o mesmo sentido redun dancas) ignificativa dos sons alcancada através daalitracso, da cnomatopeia, a harmania imita- ritmo (bindrioternério, quaternsrio, ec) Il. Cesario Verde re fda Pymeode 1. Vida e obra de Cesario Verde -» fy lui-ne ca Garagiie ds 90 (rae + Nasceu em Lisboa, 325 de fevereiro de 1855, num terceiro andar da Rua dos Fanqueiros (baixa pomba: lina}, no seto de uma familia burguesa dedicada 20 comércio de ferragens. + Repartu a sua existéncia entre 2 cidade, onde o pai possuia uma lojapreferencialmente vocacionada ee eee eg een, fa-3-Pastoral, onde a fara possuia uma quinta, cyja Producto de macis se destinava a exportacdo. + No verdo de 1857, 2 fobre amarela comecou 2 vitimar a vide dos lisboetas, pelo que a familie Verde Sbangonous a SgemlindaaFastors, ng Bit efuaiandess er Indo-a ast + Cedo Cesério comecou a revelar as suas tendéiclas anticercalistas herdadas do pai de ascendéncia genovesa e adepto das ideias revolucionérias e liberas. +A formago académica de Cesério passou pele aprendizagem de contabilidade, de nocdes de comér- pokals 20, ‘ns x"Eosporoshumihodos pelanote/Para a vingangaopiko Mes PLAnGG fa Desuibrareiord & J Como concluséa, convém refer que ginteresse de Cesirio Verde por cenas do quotidiano se cruza co £ lemitica social - vida nos bairros bu coe eae roletarios a Verda de pro Gonieeusom Perens icios, 8 pavimentacao das ruas, qdescaregar dos avis os trabalhos agricolas aslidesdomésticas 169 — Stine rner a Sse Tones SS opin tense 'b. © binémio cidade/campo O bindmio cidade/campo é na opiniao de muitos rticos i de Cesatio. Na verdade, fruto certamente da sua experiéncia de vida, Cesério Verde, nos seus poernas, oscla entre 2: 9 confinado da cidade opde-se sistematice- Mente 20 espaco amplo do campo. Na cidade, o sujeto poetic sente-sesufocado, encaeeraco,mgossib- Ico Se GN AR Uusnso $50 openos[acos, as também soi tarot ‘eyaltagio e/ou critica de cidade ¢ 0 elogio do compe Ces os, o vetor organizativo de toda.a poesia 4 i ‘pecs connanba ay inah acts tO tetien dum Oadena) Assim, aad simbolo do desenolvimentoe do prosresso, metifora do ocidente ("0 Sentimento dum Ocidental’. Foi quando em dois verses, seguidamente, a Febre Eo Célera também andaram na cidade, Que esta populacio, com um terror de lebre, Fugiu da capital como da tempestade. tl 5 Naparte mercantil, foco da epidemia, ‘Um pénico! Nem um navio entravaa barra, ‘A alffndega parou, nenburialoja abria, os turbulentos cais cessaram a algazarra, Pela manha, em vez dos'trens dos batizados, ve Rodavam sem cessar as seges dos enterros. Que triste a sucessio dos armazéns fechados! Como um domingo inglés na city, que desterros! Sem canalizagio, em muitos burgos ermos, Secavam dejegbes cobertas de mosqueires. 1s Bos médicos, a pé dos padres e covelros, (0s tiltimos figs, remniam dos enfermos! ‘Uma iluminagao a azelte de purgueira, De noite, amarelava os prédios macilentos. Barticas de alcatréo ardiam; de maneira 8 Que inham tons de inferno outros arruamentos. te figma de tados os males (f.°N6s,). Vejamos: apace paradoralmente como para Te pun © pales a ataaa, a pum ,c ditnga ro ade + Acidade 6 palco de doenga, 0 que leva & fuga da populagdo + Aparalizagio da vida comercial dacidade += Apresenga da morte que se sobrepéea vida «= Metafora do abandono e do indicio do fim trgico da cidade + Descrigéo realista da cidade + O poder avassalador da morte que de todos se avizinha + O aspeto fantasmagerico da cidade Em"0 Sentimento dum Ocidentalosueito potico eleva a cidade aheroina de uma epopeta asavessas Na -verdade 20 longo do poema, dvidido em quatro pares, que correspandem 0 progressive anottecer "Ave arias, ‘ipgpinho potica nada apresenta de bert rogessvamente «Soturna e melancélica 2 "Hd tl sotunidade hd al melancola"™ srbida > "Tdomérbido mesinto, ocacender des lures* > enorme, nestamasso meguler/De précis repute (.1* Note Fechadat "Ao Gast"Horas Mortas) a cidade aparece como um espago que, gmbore metvo.d igura-se,20s nossos olhos come: mer tnvab (a Sufocante, claustofabice Seats chaustofobica > “Murar-me os constnées tas, iguo,cesidas™ > "Mos se vives, 0: erparedados/Semdrvoes no vole excuro das mufhas,°* ‘Lise > Tstecidoder* = Perigosa > "Pelosvivnesolba.um toner inberbe"* > "Eundo recta todavic 05 ovbos/Afstam-seodstincia os dbioscaminhontes"* “Monétona ee > Mas tudo conga “Neusgobunds > “Ogdsextrovasadoenjoo me perturba"* > “EnestesnebulososceredoreMauselam-me,srgindo os ventesdastabernas"* Paleo de dor ico de 2 E enorme YA Dorhumana besce 0 amploshorontes/E tem mort de fel comoum shite mar* ‘cata negatva dese mesmo et, no set pottea mna saci de esta 820 conduza0 desejo de cvasi | ocd Poi Beri 5 Peterburg omundo* Nosspase | 2 °Nés vamos exporar tod 0s continentes/E plas vasidées aqudticas seguit”* za ze = z 2 "Eevee ena as cnc nova / Mewes bai, eds tudoressctadoVuta Camden Sel savendour liroanada!™ Nosempe > "Neles emo um ermoinquise severa/Assm que pela Histo ev me oventureealarga*? [ 2 Parton patruas de caveana/Dos arco de quants ue ora jconventos/dade Médat* ‘unotapestive deste conto csfrico d cidade é apenas construe pla referencia + Bemulheres do pove que transmitem force eenergiaa uma cidade > "Enum cardume negro, hercileas glhoteras/Corendo com freza,assomam os verinas*” +2 grandeza perdida 2 “Brénzea, monumental deproporcees guerras/Um éicode outrr ascende, num plar”* +d presenga pressentida do campo J ‘Edeumapoderiaexota-se indaquente/Um che slutare honesto aro no fore J) Poissober, no sinc nfaustosetrinadas/As nots pastors de uma longinque Rout: Foes * Moke Fechad's "ho Gi; “os Moras ————_—_—_—_—————— ; oma rset. um Stig, Lume tecogetoiia ia fe da yuaSfelads @ nmi. 2760 peo contro, simbolia ener,» vide 2 sade Bepaso onde se retemperam 2 oxas exauiidas no trblhso da cidade (cl’NOs"e"DeTarde) =e Sea campe ex acho nel a musa que me aria" (in"De Ver3o7 pode usar o quanto esparof rural é pare além de efile, local pve de nspiragbo poetic, i De facto a preferenca de Cesério pelo campa, que ele perspetiva como espago de fertlidade, de pror dugo,¢ mtsorcamente etenid como econecenta dem epic propice Bum eu NO ‘roduc a criagdo podtice. Ocampo. requarmenteevocado nos seus poemas neles ggscaractentads - palatal > “Evia do our lade eas, ahs redos/E um slutarrefgie um hero navivende ("és + pela amplitude de hevizontes: 1 -Noscdvamos os dos, um giro pele vale/Mirzes povoogtes egos séncos waste” (Em Petz.) + pela igo de vide frugal que ences ) nF Torna se pecsoerse muito vigor, muito juz/Par wezera vie eulioada ("N85 I") + pelapossbilidad do amare >" ofestados da ade eds cosas /E contig obrgado como a heas/Econdio ns ondas dos igs/ Deravete os befor que me deras*(Setentrional) «pela sugestbo de lberdade: > “Eiretant, nda ha maiorpraer/Da qu. na ploider das duashoas/Ouvirever entre chiar das novas/ Nolerg tnque os bias core”. 7 "Bowe mumurradeceorgen/Uns ders ear ene (Seternena) «pela posildade, que oferece, de pea fom > “Ove, meu pa depos ds sos dos sohos IA ent ns théramossarampe/Tanto ns vis creer nirouns nontBes de mluzs/Que ee ganheu par bso um gronde amar ao campo.) NBs slvamo-nos rnafugat (NES. -peacapacdade regeneradora que az 30 poets enquantohomem da cidade: > “Que este populodo, com um erode lebre,Fugiudacoptcamo de tempestade/..Eacampe, desde entda epunda que ne mbro/Etodo1o mevemor de todos ests anes" NOS.) ‘Mas 2 imagem que Ceséro nos oferece do campo no é apenas iia, Nelaincluer-se também a5 at ws ed ee ros da pecs doe CIRETSE OTST ‘abana arduo da Sealretag o Mecano dessa colhetas, a concomrénca do es idades meteor eee ee te mesmo dees e =m eee |) Asetonort cons ms puto naga os caress. Crepariaoimpost, se pardldes, ina elém do mais com ques tine ‘ss oge pesonhentas, eta, sitempéries ori, quel, rctkethasgueengotdam navindima, _Eaeaneorénci com osespanhés TS oe Pe tI OX x PUOEA mney ALLJeKS sam aestifimamiss cs tulle de éaxnpa = Ta amb! pide + DOCU nee gay fen a Ord Ffwmen [Fee dri 62, nem prlltmndea 2 autttntfen;, deoperta ns b 0 € wetBrmo. tun cLinele dt jertagtio 2 Gatlrma ( frotes - go «00.4 wert S Almapétca femining -? Hullun da efdede- Sela, onhifeefal, demlradba, dear, peat eniong concerts ark ote da ettlads;® 2 dinkuthh __Deambulando por viios espa > posta oferece-nos uma galeria de figuras feininas com Indvidus lade propa eoeboe ‘Cec egaca i restantes personagens do seu universo poe capt £05, lojistas, calafates) IS etensamere. or pede Ces, una snp ears iis de esos soci eens “SLSR si tabaadores genuinas a quem epoca econhece fra ise a coragers SR Re cet # em apnea econhece fa fee acoageny "setter uses uma mulher doente que despera areola a solidariedade e2 emacio eposie: ii 012, Peavenin, azalameda 1. esquedethad, fea.) magra, enfezadta’ ac (hum Bro Modero" ug outa fgura fering explora pela sociedade eque suscita no Geet o teconhecinentada encaia« corager necessiesporasobveieers oe, ‘ade: para alm destas caracteistcas, a hortacera, porque éuma mulher dopov0-e porque et A acted a wtlidade do camge no seu Yetaho de hortaaslomerado" thom Sorry © Modena) aae ass bogies cine, dene sooner en sectavtonde agora quase sempre chego/Com as tontues duma opoplexia® "Num Bevo Me etme’) -, de que osujeto podtco¢ exemplo; ati (Tomisiay, que surge a stitor Usbalhadores“mésculos das obras de uma {faa cot gua ganha, de igusl modo, contorns de inglvidvaldade ag atavessarorre ore ‘enhances cninguino se des pela sualsehaceraPPaatade “imulbesréat bela pura, Inocente pulsando de vida, totalmente desinserid do espa desinserida do espaco yy Bang due condeng o poeta 20 vicio do slo! -“Eu que bebo cdices de abso Débiry; 3 Simplicidade do gesto desta mulher em corre um miserdvel ~"E quando sacorreste um mise arb temum sicioleaarce sobre o syeto posto que desea, de imecing abendonar o abso ededicarne a vida + siailady 2 "fere etal’ fivol, anogante, cruel mas ressvelentetentador, quesus Siete suet pottico sentmentos td contadtrios como aagio e deseo de itverse, Sino stra pein oreop TOaasi oe aia pergoso contenpi Desumbromentos)econhece a Rares seosubmetee numa attude deintervencto social que cracteriza ais, aglobalidade da sua ass Ces confere oes clos pessoal uma dimensioideoléica, anunciando vinganga contra a ordem socal personificads na ilady-> * 2mulher ative que menosprezao suit poétco, que, no entanta, se sent incapaz de area SR eR mencsprez2 osueitopastico, que, Sesettelncaperdeareielay "Bipot pesonagens denote cadng, lavamente qua o jen odio se pose ‘na hegativamente; + quubher natural esponténea, cujabeleza esensualidade adyém da sua prépria autenticdade ~ ‘eniposuast5es"(Oetorde oes ave despeviamaatensso do posta Toscinando.9; + zmulherenérgice, quase vil, ue se sobrepse ao sueitopoético; *znuer brie, que ene, submete e asta o hornem para o abismo dos prazeessen- sas 1 “Litueretha emiservel marginalzada pela scedade 3 i i Tosi Tomi elza a abet po quem esi prece ratio grande pe l is nnn Te EEE copa ta .Odeambuisme » fra dav Sernaagiea ara Cesro Verde ver &perceber © que se esconde na readade, ¢coptat a impressOes que 25 cis} the deam e por isso, o poeta perceciona o real minuiosamente através dos senidos Ou sje, andanda ea cidade, dearbulando po spaces eas vs crea eer ¢apreendio pelosmundo to of sujeito poeticg, que ointerpreta e recria com grande nitidez, ume attude de captacio do real pelos seny-F 605 com predomindncia dos dados obtidos pea iso co hu recrt, formas, movimento, ‘crc plos pass da dade GUTS GeaRIBUTOTT. ¢ matvaio poe eecreve Os poemes <éeCesirio que melhor istram esta deambulagéo, esta eranca por uma cidade que € 3 Suz, S3c: Composigies poéticas Fixos tematicos estruturadores Ypuerennta 6 Eau alarm | yaa ds tamesbargess coca 16 Hrpentonlarms | «Congas De da ealidaesersentes no texto, g objet consuuca stad i Pronsoronoiend) | SoS ion Seeneeansrscnaa ree | brane. 0 ula 8 see nyemdsdoia, mua, eho. | ite Geta | | ike cl doce como metior do Ocdent, paradima de um prtensoprosesso.¢ i | Sexton ‘i | Qpssiocn ovens es + Simpatia sola que 0 wet potieo reves para com as personagenspopuls |» Deed eveso pa uo epaos tease ours sempo, | + Sersagbo de enclauurmenta, de sot, de pessimism progress. + Figwascfainas 3 | *Fipemeti «dts “rao oan + fnlertro(istrso ds re). + Expressbo da solidaviedade social. + sta dos bios pce cade Re poorra ad Windowed qe efladfiva pesca me “Seen Ha ee | | Porta (voqufradie. (x80) + Campo como fote de inspira + Como como foe de evans + Sinton a prsonagem femiio prima) com oespago compete. + Quotciano como tea de converse, eo + Bindriacidadeeampa (are de fries + Carte bail ofomactes eaves veri petoa farare) | ton Secs | qual ~ pea uaa noe | : ide i peter 0 uliSto patties nett ne Sune 2 rrnak- Lausenbradg Cre pany ose | uusbaan | eunpos..& paviin dai , 0 4Ua tin Aopeehcde 2” engi ePdo. a equ elo 2. j i 5 eS * Qrealismo cinatico, 0 visualismo e as} * gpfocos de infegao na capital ictorico pees de Cosi cata rodos 0: motos que aealidae he oferece, desde a eidemie que asols a sede Testadta no campoeS monte age ae +2 febre amarela que determinou a fuga da familia para o com; * 2morte dos hebitantes da cidade e dos irmaos Joaquim e lular 1 que € evocada em“Nés"; Tespetivamente; suite poetic oerece-nos, de gual mado, as suas impressdes ou seas sensacdes através das qual 880 realidade chega até nds leitores: "38 augestbes cométcas de que a visdo € principal esponsivel +a Sugestio da uz ~ as sugestbes gustativas, Saas, Essa, Hensto impresionitaevoc a possiiidd de equvalnca com ompresionsme que domina ‘pintua da énoca, cujo objetivo era apreender real através de impressdes cor wz, movimento, 1.0 cardcter sensorial S-corécter sensorial Inerentea dimensb pictrcaeimpressonst da poesia de Cesii est evidentementeo seu caricter Serra que resultados sensacbes que arealdade exterior suscta no suetopotticoe que cdo vecasa, aati ‘enti a eceaNca exterior suscta no sete podtico Scheiros, —saluminosidade ——sacor Exemplo Meridional - Cabelos 0 vagas de cabelo esparsas longamente, ‘Que soiso vasto espelho onde eu me vou mirar, Etendes o cristal d'um lago refulgente Ba rude escuriddo dum largo enegro mat; bo + Deixai-me naufragar no cimo dos cachopos Ocultos n’ esse abismo ebiinicoe tio hom ‘Como um licor renano a fermentar nos copos, Abismo que se esprais em rendas de Alen¢on! bl Consente que eu aspire esse perfume raza, % Que exalas da eabeca erguida com fulgor, ue estonteia um milionatio avaro faz morrerde febre um louco sonhador. Eu sei que tu possuis balsimicos desejos, Evais na diregao constante do querer, »» Mas ouco, 20 ver-te andat, melédicosharpelos, Que fazem mansamente amare elanguescer. a “Qinidos «0 Jovinas + 62 dormpodamamiss quar & xed shy Caricter sensorial conseguido pela combinagio de: + Sensasdes visuals + Sensacdes qustativas + Sensacées ofativas + Sensagdes auditivas Ws a cop tetee + preferéncia pelas quadras, em versos decassilébicos Gedsilabas métricas) u alexandrines | Siabes metreas com acento Ta seas & duodeca slabas novidade recente no ep0c® de ong; \ francesa ecu acetagb no fra consensual, ue garantem um mao eego a0 versa do ponto de ‘vista semantico e musical; i i + gncavalgamente do verso: "es ransparenteMatizam umo case ("Num Bairro Modena") 2 “um semblanteas posites de certosrutos' (‘Num Balrto Modern") > “a repadeire/Duma janelaczul (‘Num Bairro Moderna’) de confeudas : | ssi odes gorty ® * Mg secon dre inftrca de essmoterioe dolmpresionimo | "Beene gue moot emgenrure so nents cao ca screed pa com os pad sede Tralee “orca | earpintenos: ator geal + Caraceer deambalatéo, | + Wsuatme cindico eimpressionist, | « Nova imagem da mulher — diversidade de tipos: Timuther do pove tobalhadora, sofredorae doente, a = ~Saeaamaa Sc rrercon | -Questées socials: | ae tetnsins es tensa objetidade/ugaimoginatie | emcee (Caracterstca | Nerbessensoal Jdalinguagem| | Giminatwos etvagto valratvae express 18

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