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Os Dez Mandamentos, dados por Deus ao povo de Israel, através de Moisés, o grande legislador
do antigo testamento, causaram um profundo impacto no mundo inteiro.
Os efeitos dos dez mandamentos podem ser sentidos ainda hoje, pois exercem uma visível
influência na religião e na lei civil de diversas sociedades da atualidade.
Vamos abordar mais abaixo neste estudo, os pontos mais importantes dos Dez Mandamentos,
procurando sempre trazê-los ao contexto e à interpretação que o nosso Bom Mestre Jesus nos
deixou em suas palavras de graça e amor.
O encontro entre Deus e Moisés ocorreu na cordilheira da península do Sinai, algumas vezes
chamado de Monte Horebe, outras de Monte Sinai. A localização exata porém, não é conhecida.
Alguns picos da península do Sinai são sugeridos como sendo o verdadeiro Sinai, local onde
Moisés recebeu de Deus as tábuas com os Dez Mandamentos. Entre eles podemos citar a
montanha de Jabel Musa, com cerca de 2.225m de altura, que possui uma região plana, onde os
hebreus poderiam ter fixado o acampamento;
Jabel Serbal com 2.027m também poderia ter sido o local onde a lei foi revelada a Moisés, e, por
último, o Jabel Katerina com 2.565m de altura.
Era comum no antigo oriente, os reis apresentarem os termos de seu reinado, na forma de um
pacto e de uma aliança com seus súditos. E o Senhor, Rei onipotente chama aqui nos Dez
Mandamentos os filhos de Israel à uma aliança, um pacto de um reino eterno, revelando-lhes o
coração da sua lei.
Os quatro primeiros mandamentos falam sobre os deveres dos seus servos para com Deus. Os
outros seis, tratam da regulamentação das relações entre os próprios seres humanos. A lei trazia
uma proposta de proteção ao homem e a família, mais do que somente uma relação de culto.
Muitos estudiosos afirmam que os hebreus só vieram a crer totalmente que o Senhor era o único
Deus vivo, no século 8 a.c. , na época de Amós.
Na atualidade, teologicamente falando, seguimos uma conduta monoteísta, não cultuamos outros
deuses. Entretanto, há circunstâncias em que objetos, eventos ou pessoas se tornam tão ou até
mais importantes do que Deus pra nós.
Torna-se mais importante viver para o que é material, sem se importar com o espiritual. A busca
por receber objetos, posses, prosperidades puramente materialistas, através de uma
"espiritualidade", vai se constituir em um tipo de culto ao que é perecível e passageiro.
"Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos
céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra."
Êxodo 20:4
A idolatria era uma pecado gravíssimo. Os povos antigos estavam tão envolvidos com a idolatria,
que os ídolos, além de ojetos de adoração, também passaram a ser uma espécie de escritura,
como um documento que atestava a propriedade das terras onde moravam.
Eis um dos motivos porque Raquel, mulher de Jacó roubou um ídolo de seu pai Labão, ela queria
a herança na terra de seu pai.
Mas Deus ordenou que os israelitas não poderiam produzir nada que desviasse a adoração ao
Senhor. Deus não aceita nenhuma forma de adoração a outro deus. Ele é um Deus zeloso, [do
hebraico el ganna], zela pela verdade.
Havia uma grande dificuldade dos povos antigos, em entender que Deus é espírito, e que não
podiam vê-lo, mas adorá-lo em espírito e em verdade. Este era um conceito elevado, que Jesus
viria explicar melhor no seu diálogo com a samaritana.
"porque eu, o SENHOR teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniqüidade dos pais nos
filhos, até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam." Êxodo 20:5
Este texto foi muito usado pelas seitas religiosas do tempo de Jesus, que exageravam a sua
interpretação, cuja a teoria da causa e efeito afirmava que as doenças de nascença eram
maldições hereditárias, resultado do pecado dos pais.
Mas para que essa maldição ocorresse, o texto deixa claro a necessidade de se odiar a Deus,
primeiro.
"E faço misericórdia a milhares dos que me amam e aos que guardam os meus
mandamentos." Êxodo 20:6
E veja que se Ele visita a maldade até a terceira e quarta geração, a Misericórdia do Senhor [do
hebraico hesed, amor leal] é muito maior do que a sua ira, pois diz logo em seguida que a sua
misericórdia se estenderia a milhares de gerações daqueles que são íntegros.
Basta então que o homem se arrependa, em nome de Jesus, para quebrar a maldição do pecado.
"E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face e
se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados,
e sararei a sua terra." 2 Crônicas 7:14
"Não tomarás o nome do SENHOR teu Deus em vão; porque o SENHOR não terá por
inocente o que tomar o seu nome em vão." Êxodo 20:7
Usar o nome do Senhor Deus em vão [do hebraico shaw'], é utilizá-lo fora do contexto da
reverência, com trivialidade ou insignificância, ou citá-lo de forma imprudente ou banal.
E há situações em que se usa o nome do Senhor, apenas para se justificar uma opinião ou um
julgamento. Quantas guerras já foram e continuam sendo travadas "em nome de Deus"? Quanta
discriminação, separação e acepção de pessoas não são feitas em nome da religião?
Há muitos que exploram a boa fé das pessoas "em nome de Deus". Usam o precioso e santo
nome do Senhor para praticar charlatanismo e curandeirismo, enriquecendo às custas de fiéis
inocentes.
Mas os que proferem o nome do Senhor em vão, prestarão contas no último dia e o Senhor não
os tomará por inocentes.
"Lembra-te do dia do sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás, e farás toda a tua
obra." Êxodo 20:8-9
O quarto mandamento era o símbolo da aliança entre Deus e Israel no monte Sinai. A
palavra Shabat significa descanso. Todo trabalho, toda obra deveria cessar nesse dia. Durante o
Shabat os israelitas adoravam a Deus e relembravam a sua libertação do Egito.
Porém , para nós, mais do que falar de um dia separado para que sejamos mais religiosos, o
sábado apontava para o descanso que há em crer e confiar na graça salvadora de Jesus pela cruz.
No tempo do antigo testamento, só se podia chegar a Deus e obter perdão através de obras de
sacrifício. Era trabalhoso e cansativo seguir a tantas prescrições que a lei previa.
Mas como afirma o Gênesis, depois de toda a sua obra na criação, Deus descansou. Assim, depois
de toda a obra redentora de Jesus, com seus sofrimentos e sua morte, o seu sacrifício vicário nos
permite entrar no descanso de Deus.
"Porque nós, os que temos crido, entramos no repouso, tal como disse: Assim jurei na minha
ira Que não entrarão no meu repouso;" Hebreus 4:3
"Portanto, resta ainda um repouso para o povo de Deus. Porque aquele que entrou no seu
repouso, ele próprio repousou de suas obras, como Deus das suas." Hebreus 4:9-10
E hoje não é mais por nenhuma obra meritória, mas somente pela confiança na graça que nos faz
estar no descanso eterno do Senhor, sem depender de religião, sacrifício, ofertas ou qualquer
outro intermediário para se chegar à Deus, o nosso Senhor Jesus.
E quem crê que Jesus já finalizou a obra salvadora e pagou todo o preço pela remissão dos
pecados, quem acretida nisso, entra no descanso divino, um eterno Shabat, onde se deve
santificar todos os dias ao Senhor, e buscá-lo com todas as suas forças, com sinceridade de todo
coração.
Os Dez Mandamentos da Lei de Deus.
"Honra a teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o SENHOR
teu Deus te dá." Êxodo 20:12
No tempo do antigo testamento, não havia aposentadoria. Assim os filhos eram responsáveis pelo
cuidado e pelo sustento de seus pais, quando estes ficavam muito idosos e sem condições de
trabalhar. Este cuidado era o elemento básico da responsabilidade social entre os hebreus.
O termo honrar significa tratar com importância, que indica uma atenção para além do simples
sustento material, mas a lei falava também de uma reconciliação profunda dos filhos com a
imagem de seu pai e de sua mãe.
O fato é que há muitas pessoas que carregam mágoas ou até traumas advindos de suas
problemáticas relações com seus pais. É certo que alguns pais podem errar na condução da
educação de seus filhos, uns mais, outros menos.
Quantas pessoas têm dificulade de se submeter à autoridade, por causa das lembranças ou dos
traumas relacionais com seus pais.
Mas Deus afirma que devemos perdoar e compreender nossos pais. E aceitar a correção de um
pai ou de uma mãe, é um exercício benéfico para que possamos também receber a correção de
Deus pacificamente.
Portanto, pacifique as suas lembranças e o seu relacionamento com seus pais. O amor supera em
muito as mágoas e os traumas.
Não devemos abandonar os nossos pais na sua velhice. Temos o dever de amar aqueles que nos
geraram e nos deram a vida.
E esses sentimentos de ira, quando não controlados, podem levar à palavras injuriosas que
"matam" o próximo espiritualmente, ou no nosso coração.
Por isso Jesus ampliou o sentido deste mandamento, com as palavras "raca", vocábulo aramaico
que quer dizer "néscio", e uma segunda injúria "louco", em sentido moral "ímpio". E este
mandamento é de tal subjetividade, que quem se comporta desta maneira, mesmo nunca
matando, se torna homicida na alma.
"Eu, porém, vos digo que qualquer que, sem motivo, se encolerizar contra seu irmão, será réu
de juízo; e qualquer que disser a seu irmão: Raca, será réu do sinédrio; e qualquer que lhe
disser: Louco, será réu do fogo do inferno." Mateus 5:22
"Não adulterarás." Êxodo 20:14
A lei protegia a santidade do matrimônio como uma responsabilidade sagrada.
Jesus também neste mandamento, vai mais adiante e proíbe até os olhares voluntários e a cobiça
interior. Há que se manter a pureza exterior como também a pureza interior. Temos que nos
afastar do que pode colocar em risco a nossa comunhão com Deus.
"Eu, porém, vos digo, que qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar, já em seu
coração cometeu adultério com ela." Mateus 5:28
"Não furtarás." Êxodo 20:15
Não só da proteção ao direito à propriedade e da proibição ao roubo a lei falava, mas daqueles
tentam roubar os sonhos do próximo. Tentam atrapalhar de alguma forma a sua caminhada,
prejudicando o seu desenvolvimento material, social ou espiritual. É como se lhe roubassem a
própria vida.
"Não cobiçarás a casa do teu próximo, não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu
servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma do teu
próximo." Êxodo 20:17
A palavra cobiçar [do hebraico hamad], significa "possuir enorme desejo por". Cobiçar é não só
apreciar, mas ter uma vontade egoísta de se apoderar dos bens da outra pessoa.
Esse sentimento perverso acaba levando às atitudes de cobiça. A lei demonstra assim, que Deus
quer que não só evitemos às práticas malígnas, mas que descartemos todo e qualquer
pensamento leviano estabelecidos previamente em nossas mentes.