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Conselho Metropolitano de Maceió

Tribuna Vicentina Outubro de 2022


Nº 216

Santo do Mês

Nossa Senhora
Aparecida, padroeira
do brasil
Qual a história por trás da imagem da padroeira do nosso país? Quais
milagres marcaram a história de Nossa Senhora Aparecida? Isso e muito
mais você confere na página 65 desta edição
Destaques desta edição

12° Congresso Vicen-


tino de Alagoas
Página: 21

Testemunho de
conversão de uma ex-
feminista
Página: 34

História e milagres
de Nossa Senhora
Aparecida
Página: 65
Sumário
NOTÍCIAS
Festejando São Vicente em Alagoas 05
Conselhos Centrais 10
CM de Maceió 21
Lares de idosos 26
Departamento 31
DIREÇÃO ESPIRITUAL
Um testemunho (Enviado pelo Pe. Cícero Lenisvaldo) 34
ARTIGOS
Vida de São Vicente de Paulo - cont. (Cfd. Cantoario) 36
Maria e o Dragão vermelho, nosso inimigo (Prof.ª Célia Nonata) 38
Nossa Senhora Aparecida (Diácono Inácio Filho) 40
Estatuto do Idoso passa a ser denominado Estatuto da Pessoa
Idosa (Csc. Paula Moura) 41
A consciência do católico perante as eleições (Pedro Ivon) 43
ENTREVISTA
Cfd. Alexsandro de Lima (Tesoureiro do CMM) 45
GIRO
Conselho Nacional do Brasil 47
Conselho Geral Internacional 55
Arquidiocese de Maceió 59
POR DENTRO DO CGI
Um departamento específico para os sete fundadores (Cfd. Renato Lima) 63
SANTO DO MÊS
Nossa Senhora Aparecida (12/10) 65
DESTAQUES DO MÊS
Depoimentos: por que sou vicentino? 68
Depoimento: ser criança vicentina 69
HOMENAGEM
2 anos de falecimento do Cfd. Costa 70
VIDA E SAÚDE
“Não concordo, mas defenderei até (mesmo) a morte” (José Nascimento,
Presidente da Rede Nacional Pró-vida de Alagoas) 71
Estilos parentais e a educação dos filhos (Csc. Carla Cavalcante,
psicóloga) 74
INTERVALO ALEGRE 76
ANIVERSARIANTES DO MÊS 77
PUBLICAÇÃO MENSAL DO CONSELHO
METROPOLITANO DE MACEIÓ, DA SOCIEDADE
DE SÃO VICENTE DE PAULO
Rua Barão de Jaraguá, 530 - Jaraguá
Maceió - AL
CNPJ - 02.465.282/0001-28
vicentinosdemaceio@gmail.com

Presidente do CMM: cfd. Gilberto Junior Omena

Coordenador do Decom: cfd. José Edmilson de


Souza Júnior

Responsável pela Tribuna: csc. Paula Costa

Revisão dos textos, diagramação e design:


Pedro Ivon, jornalista
NOTÍCIAS

Festejando São Vicente


em Alagoas
Os membros da Sociedade de São Vicente de Paulo (SSVP) comemoraram, no fim
de setembro, o dia do seu santo padroeiro. Em Alagoas, vários grupos da SSVP e
comunidades que também têm São Vicente como patrono realizaram tríduos,
novenas e festas em honra ao santo.
Em Maceió, o novenário da paróquia São Vicente de Paulo, no bairro do Graciliano
Ramos, teve o seu fim no dia 25 de setembro, com a celebração da missa por Dom
Antônio Muniz. A festa contou com a participação do Cfd. Júnior, presidente do
Conselho Metropolitano de Maceió (CMM) e de vários vicentinos da Arquidiocese.
A capela da Santa Casa, no Centro, teve seu tríduo dos dias 27 a 30, com missa
sempre às 17h. A capela do Lar de Idosos São Vicente de Paulo, no bairro da
Cambona, também contou com a missa, às 19h, durante todo o tríduo, que teve
seus dias finalizados com a récita do terço.

Missa presidida por Dom Antônio Muniz, na paróquia São Vicente de Paulo

O Conselho Particular Cruz das Almas também comemorou o dia do padroeiro da


SSVP, participando da missa em sua homenagem no dia 27, às 19h, na paróquia
Sagrado Coração de Jesus.
Em União dos Palmares, a capela São Vicente de Paulo realizou um tríduo do dia
24 ao dia 27 de setembro, com a oração do terço às 18h, seguida da missa, às 19h.
Em Cangandu, vila de Arapiraca, o tríduo teve seu início no dia 26. O Conselho
Central (CC) de Marechal Deodoro participou da missa e da procissão em honra a
São Vicente, realizada às 16h do dia 27, no povoado de Poxim, em Coruripe.
Por fim, a conferência São Luís de França, em São Luís do Quitunde, participou, no
dia 25 de setembro, da missa em honra a São Vicente; e a conferência Santa Luzia,
do município de Japaratinga, participou da missa no dia 27.
Confira algumas fotos a seguir:

Tribuna Vicentina | 05
NOTÍCIAS

Cfd. Júnior, Cfd. Gilson, e Csc. Paula Costa, durante a missa celebrada na
paróquia São Vicente de Paulo, no bairro do Graciliano Ramos

Confrade Júnior e sua família assistindo a missa na Santa Casa

Tribuna Vicentina | 06
NOTÍCIAS

Membros da SSVP participando do tríduo em honra a São Vicente, na Santa Casa

Vicentinos e assistidos do Lar de Idosos São Vicente de Paulo, no 1° dia do


tríduo

Tribuna Vicentina | 07
NOTÍCIAS

Integrantes do Lar de Idosos, após a missa da festa de São Vicente

Os vicentinos da conferência São Luís de França marcaram presença na missa


dedicada a São Vicente de Paulo

Tribuna Vicentina | 08
NOTÍCIAS

Conferência São Luís de França junto ao padre, após a missa

Conferência Santa Luzia, de Japaratinga, durante os festejos a São Vicente

Tribuna Vicentina | 09
NOTÍCIAS

Conselhos Centrais
Conselho Central de São Luís do Quitunde
A conferência São Luís de França completou 28 anos de fundação no dia 15 de
setembro.

Bolo de aniversário da conferência São Luís de França

Vicentinos comemorando o aniversário da conferência, com a participação de um


sacerdote

Tribuna Vicentina | 10
NOTÍCIAS

A conferência São Francisco de Assis, em São Luís do Quitunde, realizou o tríduo


em honra a São Luís IX, dos dias 25 a 27 de setembro. Esta mesma conferência
também participou dos festejos em honra ao seu santo padroeiro, São Francisco,
dos dias 6 a 8 de outubro.

Conferência São Francisco de Assis junto a imagem do seu santo padroeiro

Missa rezada durante a festa em honra a São Francisco

O presidente do Conselho Central de São Luís do Quitunde, Cfd. Erivaldo,


completou 61 anos, comemorando o dia festivo com a sua família.

Tribuna Vicentina | 11
NOTÍCIAS

Os vicentinos reunidos após a reunião de formação e posse

A conferência São Luís de França apadrinhou os festejos em honra a Nossa


Senhora Aparecida, na fazenda Pindobinha, em São Luís do Quitunde.

Membros da conferência São Luís de França e o padre, junto à imagem de Nossa


Senhora da Imaculada Conceição Aparecida

Tribuna Vicentina | 12
NOTÍCIAS

Missa em honra de Nossa Senhora Aparecida, na fazenda Pindobinha

Os membros da conferência Sagrado Coração de Jesus, ligada ao Conselho


Particular (CP) Cruz das Almas, participaram da missa em homenagem a Nossa
Senhora Aparecida.

Vicentinas que integram a conferência Sagrado


Coração de Jesus

Tribuna Vicentina | 13
NOTÍCIAS

A conferência Santa Luzia realizou uma festa das crianças e uma missão vicentina,
no sítio Santa Luzia, em Japaratinga.

Membros da conferência Santa Luzia, durante a festa das crianças

Vicentinos e as crianças

Conselho Central de Arapiraca

A Conferência de Crianças e Adolescentes (CCA) Santa Teresinha comemorou o dia


das crianças, em Teotônio Vilela.
Confira a foto na próxima página.

Tribuna Vicentina | 14
NOTÍCIAS

Crianças reunidas para a festa organizada pela CCA Santa Teresinha

Conselho Central de Maceió

As aulas de Catecismo da Igreja Católica, ministradas pelo Pe. Cícero Lenisvaldo,


continuam ocorrendo toda 2ª terça-feira do mês, no casarão da SSVP, localizado na
Rua Barão de Jaraguá, n° 530, no bairro do Jaraguá. As conferências ocorrem
presencialmente, mas também são transmitidas através do perfil Vicentinos de
Maceió, no Facebook.

Tribuna Vicentina | 15
NOTÍCIAS

Durante a aula sobre o Catecismo, no dia 11 deste mês, os vicentinos do CC de


Maceió homenagearam o Padre Cícero, por ocasião dos seus 19 anos de ordenação
sacerdotal, no dia 17. Para a comemoração, o grupo preparou um bolo e levou
refrigerantes.

Bolo preparado para o padre

Padre Cícero Lenisvaldo durante a aula sobre o Catecismo

Tribuna Vicentina | 16
NOTÍCIAS

A conferência Santa Faustina, do CC de Maceió, visitou o Cfd. Gildo, na Casa do


Idoso Santo Antônio, para comemorar o seu aniversário. A instituição onde o
confrade vive também comemorou o seu natalício.

Cfd. Gildo e seus presentes

Cfd. Gildo e seus presentes

A conferência Santa Faustina, do CC de Maceió, visitou o confrade no abrigo

Tribuna Vicentina | 17
NOTÍCIAS

A conferência Santa Faustina realizou sua reunião na capela São Vicente de Paulo,
na Santa Casa de Misericórdia, no Centro de Maceió. Os membros do grupo
arrecadaram brinquedos para a festa das crianças.
Esta mesma conferência terá um retiro espiritual, em novembro, organizado pelo
Pe. Cícero Lenisvaldo, capelão da Santa Casa.

Membros da conferência Santa Faustina

A CCA Sagrado Coração de Jesus, do bairro do Feitosa, realizou sua reunião.

CCA Sagrado Coração de Jesus durante sua reunião

Tribuna Vicentina | 18
NOTÍCIAS

Conselho Central de União dos Palmares

A Conferência de Crianças e Adolescentes Santa Bernadette, de União dos


Palmares, realizou uma festa em comemoração ao Dia das Crianças.

CCA Santa Bernadette, durante a festa do Dia das Crianças

Membros da CCA Santa Bernadette, participando de uma brincadeira

Tribuna Vicentina | 19
NOTÍCIAS

Conselho Central de Palmeira dos Índios

A Conferência de Crianças e Adolescentes Santa Teresinha do Menino Jesus, da


Palestina, realizou sua reunião neste mês de outubro.

CCA Santa Teresinha do Menino Jesus, durante sua reunião

Crianças integrantes da CCA Santa Teresinha

Tribuna Vicentina | 20
NOTÍCIAS

Conselho Metropolitano
de Maceió
12º Congresso Vicentino de Alagoas

Participantes do encontro, ao fim do evento, na Praia da Pajuçara

No domingo (16), ocorreu a 12ª edição do Congresso Vicentino de Alagoas, no


Colégio Imaculada Conceição, localizado no bairro da Pajuçara, em Maceió. O
evento foi organizado pelo Conselho Metropolitano de Maceió (CMM) e teve sua
programação composta por palestras e pela celebração da missa, com uma
confraternização ao fim do dia.
O encontro foi iniciado com a saudação do Presidente do Conselho Metropolitano,
confrade Gilberto Júnior, e com as orações iniciais, guiadas pela Irmã Socorro, do
Colégio Imaculada Conceição.
Durante o encontro o Cfd. Antônio Gilson ministrou uma palestra, abordando a
temática Missão: saber cuidar. Em sua fala, o vicentino apontou que “saber cuidar é ir
ao encontro do outro” e abordou a importância do espírito missionário de cuidar.
A segunda palestra trouxe o tema Ser vicentino é uma vocação vivida na conferência
e junto aos pobres, ministrada pelo Confrade Antônio Souza, que expôs que todos
têm um dom e, na reunião da conferência, devemos colocar esses dons à disposição
do grupo, para as atividades que serão realizadas. Antônio também disse que é
preciso levar o que é idealizado nas conferências para os pobres.
No período da tarde ocorreu a missa, presidida pelo Padre Lídio José, da paróquia
Santo Amaro, em Paripueira. Na homilia, o celebrante destacou que precisamos da
palavra de Deus como especial conselho, e reconhecer nossa condição de pecador. O

Tribuna Vicentina | 21
NOTÍCIAS

padre também apontou que é preciso entender que nossas vidas devem ser uma
ação nas mãos de Deus, dentro da missão e espiritualidade vicentina.
Ao fim da missa, foi realizado o encerramento do Congresso, na Praia de Pajuçara.
Todos os participantes receberam uma bexiga e se dirigiram até o local,
confraternizando ao entardecer, em um momento simbólico, representando a
retomada das atividades de missões vicentinas pós-pandemia.
Confira algumas fotos do evento a seguir:

Confrade Júnior, presidente do CMM, durante sua fala inicial

A Irmã Socorro conduziu as orações iniciais

Tribuna Vicentina | 22
NOTÍCIAS

Irmã Socorro durante o seu momento inicial

Palestra realizada durante o Congresso

Tribuna Vicentina | 23
NOTÍCIAS

Membros da SSVP no evento

A Csc. Paula Costa também participou do evento

Tribuna Vicentina | 24
NOTÍCIAS

Missa rezada próxima ao fim do evento

Mobilização dos vicentinos na Praia da Pajuçara

Tribuna Vicentina | 25
NOTÍCIAS

Lares de idosos
Lar de Idosos São Vicente de Paulo

O Lar de Idosos São Vicente de Paulo (LISVP) teve o começo de outubro, que
também é conhecido como Mês da Pessoa Idosa, marcado por uma comemoração.
A ação contou com a apresentação musical do cantor Jorge.

Funcionários do Lar de Idosos, um assistido e Jorge, o cantor

Idosos do abrigo assistindo a apresentação


musical do Jorge

Tribuna Vicentina | 26
NOTÍCIAS

O LISVP também organizou uma comemoração para os aniversariantes deste mês.


A celebração contou com doces, salgados e a música da banda dos idosos.

A banda dos idosos se apresentou durante a festividade

Os assistidos puderam aproveitar os doces e salgados da comemoração

Casa do Idoso Santo Antônio

A antiga Casa do Pobre agora se chama Casa do Idoso Santo Antônio. Devido à
mudança de nome, também foram alterados os dados da conta bancária da
instituição. Aqueles que querem ajudar o abrigo podem fazer depósitos com os
seguintes dados:
Agência. 0713
Conta: 3955-2
Operação: 013
Ou para o Pix 47.897.666/0001-58.

Tribuna Vicentina | 27
NOTÍCIAS

A Casa do Idoso Santo Antônio inaugurou, no final de setembro, uma nova


recepção em seu estabelecimento. Além dela, o abrigo também passou a contar
com uma sala maior e mais confortável para a fisioterapia, e com uma praça
externa, dedicada a Nossa Senhora. Os novos espaços foram abençoados por um
sacerdote.

Nova recepção da Casa do Idoso

Tribuna Vicentina | 28
NOTÍCIAS

A nova sala para fisioterapia foi abençoada pelo padre

Imagem de Nossa Senhora das Graças recebendo uma bênção

A convite da Secretaria de Assistência Social, a dirigente da Casa do Idoso


ministrou uma palestra, voltada para as entidades que atendem pessoas idosas,
como bancos, as polícias militar e civil, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS),
etc.
Os idosos do abrigo também participaram de uma passeata pela 3ª Semana da
Pessoa Idosa.

Tribuna Vicentina | 29
NOTÍCIAS

Dirigente da Casa do Idoso ministrando a palestra

Idosos participando da passeata da 3ª Semana da Pessoa Idosa

Tribuna Vicentina | 30
NOTÍCIAS

Departamento
Comissão de Jovens
A juventude vicentina do CC de Arapiraca organizou ações beneficentes para as
crianças carentes, realizando brincadeiras e distribuindo brinquedos, doces e
pipoca. Uma das ações ocorreu no município de Traipu, mas eventos semelhantes
estão sendo realizados em todos os povoados da região do Central e seguirão até o
dia 30 de outubro. A Comissão de Jovens (CJ) do CMM participou das atividades e
chegou a atuar em conjunto com as Conferências de Crianças e Adolescentes.

Membros da Comissão de Jovens, durante a ação beneficente

Comissão de Jovens junto às crianças da região de Traipu

Tribuna Vicentina | 31
NOTÍCIAS

Vicentinos fantasiados durante a ação conjunta

Vicentinos e crianças da área do CC de Arapiraca

Tribuna Vicentina | 32
NOTÍCIAS

Vicentinos e crianças da área do CC de Arapiraca (2)

Criança se divertindo durante a ação dos


vicentinos

Tribuna Vicentina | 33
Direção Espiritual

Direção Espiritual
Um testemunho
Testemunho de uma católica, enviado pelo
Pe. Cícero Lenisvaldo
A paz de Cristo e o amor de Maria!

É a primeira vez que venho a público


falar dessa história. Não tenho nenhum
orgulho, pelo contrário: tenho vergonha.
Porém, sei que é necessário para alertar
as mães que têm filhas jovens, para
estarem atentas aos movimentos,
religiões, segmentos e até mesmo às
escolas em que elas estudam e com
quem elas andam se relacionando.
Meu testemunho:
Nasci e me criei no campo. Vivia uma
vida muito simples, com a minha família
camponesa. Éramos católicos apenas “de
IBGE”, pois só íamos à Santa Igreja para
batizados e casamentos.
Certo dia, fui convidada para participar
de umas reuniões do JC e nesse
Crédito da foto: Arbyreed
movimento fui me tornando uma revolu-
cionária. Quando me dei conta, estava dentro de ações do MST e também em
movimentos feministas. A vaidade humana me levou ao encanto das coisas que me
ofereciam, as quais eu, uma simples camponesa, nunca teria realizado, como
viagens e mais viagens de avião, para quase todos os estados do Brasil e
hospedagens em hotéis luxuosos. Também conheci mulheres de todos os estados e
de outros países. O “inimigo sabe como nos ganhar. Ele tem estratégias fabulosas
para nos levar ao auge”. Mas eu queria mais: queria estudar em Cuba ou na
Venezuela, queria ser uma grande líder, estava recrutando muitas mulheres e
jovens inocentes para estes movimentos e ideologias, inclusive minhas filhas.
Eu estava tão alucinada, tão iludida com as vaidades deste mundo, que o meu
casamento acabou. Eu estava cega. Depois que o meu casamento acabou, também
abandonei os meus filhos e passei a viver como as ideologias do mundo ensinam,
porque o que nos ensinam nesses movimentos feministas é que o nosso corpo é
somente nosso e podemos fazer o que quisermos com ele (isso é o que o inimigo de
Deus mais quer, que destruamos o templo do Espírito Santo, para que não haja
mais lugar para Deus), ensinam que o sexo deve ser livre, pois é uma necessidade
biológica, e por aí vai. Apesar de não ser a favor do aborto, por causa dos
ensinamentos dos meus pais, eu assinava todos os documentos que o movimento
me propunha, afinal, não podia ser contra suas ideologias.
Eu estava totalmente perdida. Nos encontros desses movimentos feministas, as
pessoas esquecem de Deus e valorizam muito os ancestrais; praticam muito a bruxa -

Tribuna Vicentina | 34
Direção Espiritual

ria e muitos se consideram bruxos. Cantam músicas de bruxas, fazem muitos


rituais, cirandas, místicas que nos deixam atordoadas, mas eu achava que tudo valia
a pena, afinal, eu estava realizando os meus sonhos: eu agora era reconhecida
como uma “líder”, viajava de avião, me hospedava em bons lugares, comia bem,
tinha muitos “amigos”. Mas, também tinha deixado para trás um grupo de amigas
verdadeiras, que eu tinha feito dentro da Igreja Católica. Amigas e irmãs de
verdade, que eu nem queria ver, fugindo delas, tendo raiva quando me encontrava
com elas. E elas diziam que rezavam por mim, porque uma das pautas do
feminismo é “odeie a Igreja Católica. Você pode até ser protestante, mas odeie a
Igreja Católica; ela e sua doutrina são responsáveis pelo sofrimento das mulheres,
por tudo de ruim que acontece na humanidade. Sua doutrina menospreza as
mulheres, as tornam submissas ao patriarcalismo, defendem o capitalismo e por aí
vai”. Diziam que “você, jovem, pode até ir pra Igreja Católica, mas para seduzir os
padres e tirar os jovens dela”; e falavam que as mães deviam ensinar suas filhas a
seduzir os padres. O ódio é grande. Os padres são odiados, são chamados de
palhaços.
Mas venceu aquele grupo de irmãs que rezava por mim na igreja! O Senhor foi
abrindo os meus olhos, eu fui enxergando os erros, pouco a pouco, e uma coisa
aconteceu comigo: fui questionar algumas coisas e pessoas, pois não entendia
porque tinha tantas pessoas religiosas envolvidas nesses movimentos, sejam
padres, freiras, protestantes e até coordenadores diocesanos de jovens de outros
estados. Quando se reuniam em Brasília e eu perguntava a elas o motivo, a resposta
era sempre “por causa da vaidade, lideranças e viagens, e muitas porque
acreditavam, acham certo”.
Um dia senti que Nossa Senhora entrou em minha defesa e literalmente me
arrastou desse meio pelos cabelos. E salva aqui estou.
Louvado seja Deus!

* * *

Perguntei a esta pessoa se ela autorizaria que eu falasse dessa sua experiência
para outras pessoas. Ela autorizou e me trouxe por escrito esse testemunho.
Conservei, o quanto possível, a maneira como ela escreveu.
Acredito que uma pergunta que deveríamos fazer agora, a nós mesmos, é de qual
lado nós estamos. Pode ser que afirmemos que somos católicos, mas depois nos
colocamos do lado contrário ao do Evangelho, fazendo gol contra.

Tribuna Vicentina | 35
Artigos

Artigos
Vida de São Vicente de Paulo - continuação
Por P.J. Castro. São Vicente de Paulo
Obra do Padre Jerônimo Pedreira de Castro, da Congregação da Missão
Enviado pelo cfd. Cantoario

As Confrarias de Caridade dos homens

Foi em Folleville que São Vicente de Paulo teve a ideia de confiar aos homens a
assistência dos meninos e velhos pobres, enquanto as Servas da Caridade
socorriam os doentes. A ideia era nova e perigosa, sobretudo em Folleville, mas o
general das galeras era o primeiro a dar o exemplo, e o seu nome atraiu os
melhores homens do lugar. Conserva-se até hoje o regulamento dessa primeira
Caridade dos homens, aprovado pelo bispo de Amiens, em 23 de outubro de 1620.
Os dispositivos gerais são os mesmos das associações das senhoras. O nome é o
mesmo: Servos dos pobres; o mesmo padroeiro: Nosso Senhor Jesus Cristo, que
tanto amou os pobres; o mesmo fim: cumprir o grande desejo que Nosso Senhor
tem: que nos amemos como Ele nos amou.
A Caridade dos homens tinha o encargo de colocar os meninos pobres em alguma
indústria, de alimentar os inválidos, de ajudar com esmola os que não tinham forças
nem meios para ganhar o suficiente para viver. Para cobrir as despesas de tão
humanitária empresa, São Vicente recorreu a um engenhoso meio: a Confraria
comprou ovelhas, marcou-as com um sinal distintivo e distribuiu-as entre os
confrades, para que cada um deles tratasse a ovelha dos pobres com o próprio reba -

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Artigos

nho. Em 24 de junho vendiam a lã, e o produto da venda entrava para a caixa da


Caridade.
A Confraria dos homens, na segunda-feira de Pentecostes, em cada biênio, elegia
a diretoria, composta de três membros: o presidente, chamado comendador, o
tesoureiro e o visitador; nomeava, além destes, doze assistentes com voto
deliberativo no Conselho. Vicente de Paulo foi tão feliz nessa inovação que, pouco
tempo depois, a pedido do Conde de Gondi, introduziu a Caridade dos homens em
Joigny, em 30 de maio de 1621, e em seguida em vários outros lugares.
O espírito organizador de Vicente, vendo o bom resultado da cooperação dos
homens na assistência dos pobres, deu um passo adiante. Por que não suprimir os
mendigos? Por que não socorrer os que não podem trabalhar, como os meninos e
os anciãos? Por que não suprimir os preguiçosos válidos, que mendigam por vício?
Em uma sociedade bem organizada haverá sempre pobres, mas não deve haver
falsos mendigos. Estes não devem ser tolerados.
Eis com o gênio São Vicente de Paulo, dois séculos antes de nossos economistas
modernos, dividia os pobres em três categorias:
Primeira: a dos que não podem ganhar o próprio sustento (crianças, velhos,
estropiados e enfermos). A estes, a associação daria tudo que fosse necessário
para viver;
Segunda: a dos que, com o trabalho, apenas podem ganhar a metade do
necessário: a estes, a associação daria a outra metade;
Terceira: enfim, a dos que não podem ganhar senão a quarta parte, e então a
associação lhes daria as três outras partes.
Fora destas categorias, os outros homens podem ganhar a vida pelo trabalho, de
modo que, se se obstinam em mendigar, devem ser repelidos até pela polícia.
O mesmo gênio que se balançava a tão dispendiosa empresa, previa os meios de
agenciar os meios indispensáveis. Os Servos deviam pedir esmolas nas igrejas, aos
domingos e dias de festa; pessoas piedosas comprometiam-se a dar uma quantia
certa todas as semanas e pedia-se aos ricos que deixassem alguma coisa, por
testamento, para a associação. Recebiam fundações e as câmaras municipais
concorriam com o produto das multas e de alguns impostos. O senhor de Gondi
dava, anualmente, 500 libras e uma grande quantidade de trigo.
Escutemos como São Vicente transmitia o seu espírito aos Servos da Caridade, no
primeiro artigo do regulamento.
A Companhia da Caridade será estabelecida corporal e espiritualmente com os
pobres da cidade e das aldeias circunvizinhas; espiritualmente, ensinando-lhes a
doutrina e a piedade cristãs; e corporalmente, fazendo ganhar a vida os que podem
trabalhar e dando aos outros o meio de viver. Nisto cumprem o mandamento que
Deus nos impõe no capítulo 15 do Deuteronômio: de ajudar os pobres de modo que
não haja mendigo entre vós.
Para os forasteiros, a Caridade alugava uma casa, onde eles ceavam, passavam a
noite e, no dia seguinte, recebiam uma pequena quantia, com ordem de prosseguir
a viagem e de sair da cidade.
Em Joigny e em Montmirail, de começo, as Confrarias eram compostas de homens
e de mulheres. Em breve surgiram abusos e consequências funestas, obrigando
Vicente a abandonar o regime misto na mesma associação. Daí em diante, em cada
lugar, havia sempre duas associações separadas: uma de homens, para os pobres;
outra de mulheres, para os doentes.

Tribuna Vicentina | 37
Artigos

Maria e o Dragão vermelho, nosso inimigo


Profª Célia Nonata
O mês de outubro é riquíssimo para a Igreja, pois celebramos a festa de Nossa
Senhora do Rosário, bem como de duas grandes santas da Igreja: Santa Teresinha
do Menino Jesus e Santa Tereza D’Ávila, tudo isso rodeado de anjos. Todos os santos
têm como mãe Nossa Senhora, nossa Mãe. De modo particular, quero colocar a
preocupação desta Mãe com toda a humanidade. Existe aquela preocupação com a
salvação das almas, com a conversão dos pecadores e com os filhos de modo
particular. Mas existe uma outra preocupação: aquela principal, que tem movido os
séculos 19, 20 e 21. Uma preocupação que expõe as falácias dos governos mundiais,
desnuda os pés de barro das nações e do poder mundial e revela a expansão do
comunismo pelo mundo, como a ideia luciferiana dos últimos tempos. Tudo se
resume naquilo que Nossa Senhora chama de Maçonismo. República, maçonaria e
revolução comunista.
É importante sabermos sobre isso, pois a Igreja de Cristo não é alienada do mundo
como o budismo e outras tantas. Nossa diferença é esta: buscamos fazer com que o
Reino de Deus se torne realidade nas pequenas e nas grandes coisas. Assim,
preocupar-se com o mundo político é dever de todos nós, uma vez que nossa Mãe
celeste também se preocupa com estes fatos. A expansão do comunismo foi
prerrogativa das quatro maiores mensagens de Maria, desde o século 16, no
Equador.
Vamos começar com as mensagens
de Nossa Senhora em Quito,
Equador, no ano de 1590, para a
Madre Mariana de Jesus Torres, no
convento das Concepcionistas. Nossa
Senhora do Bom Sucesso de Quito,
como assim se denominou, queria
que o convento fosse uma barreira
contra o mal, que iria se estender
com a República, a partir do século
19. Para tanto, precisava de almas
santas. A importância dessas
mensagens não diz respeito apenas à
Sua particular devoção como Nossa
Senhora do Bom Sucesso, arma
eficaz contra o mal: Nossa Senhora
também pede a oração do Ofício
Parvo, que terá o poder de destruir o
império infernal. De qual tempo
Nossa Senhora fala? Do tempo dos
Imagem de Nossa Senhora do Bom Sucesso, em
Quito, Equador séculos 19, 20 e poucos anos do 21.
Nesses tempos maus, onde os crimes
chegarão à abóbada celeste, Ela descreve os governos dos ímpios, liderados pelo
Maçonismo (entenda-se “socialismo”), e o mal que se abaterá sobre o matrimônio e
a perseguição implacável às crianças; de como Satanás irá querer, por todos os mo-

Tribuna Vicentina | 38
Artigos

dos, destruir as crianças e o matrimônio. O dragão infernal atiçará os meios para a


destruição do clero, da inocência das crianças e das famílias neste tempo
determinado.
Palavras de Nossa Mãe: “esta grande crise durará até pouco mais da metade do
século 20. [...] Ai dos meninos desse tempo. Haverá muitos e enormes sacrilégios. O
matrimônio, que simboliza a união de Cristo com a Igreja, será atacado e profanado.
Os ministros da Igreja serão perseguidos”. Mas a quem caberia falar, nada dirá.
Quem teria tamanha coragem? Quem, senão esta que vem com seu exército
poderoso em ordem de batalha?
Nessa urgência para as almas, Nossa Senhora novamente se preocupa conosco,
como em La Salette, se preocupando de modo particular com a expansão das ideias
comunistas, com o modernismo e com o espiritismo. Está preocupada com a
Tradição da Igreja e com uma conduta verdadeira dos católicos. Preocupação
demonstrada em Fátima e em Cimbres (PE), com a urgência da devoção ao Seu
Imaculado Coração e ao de Seu Filho, contra o mal que se espalha. O aflito coração
dessa Mãe, na sua incansável luta contra o mal, é imensamente misericordioso.
Uma grande mensagem está em Cimbres, Pernambuco, embora poucos saibam.
O que Nossa Mãe nos disse? “O comunismo irá se instalar no Brasil e o sangue
correrá pelas ruas. Só as devoções ao Meu Coração Imaculado e ao Coração de
Jesus podem impedir o mal”. Por que Pernambuco? Porque Maria viu nascer uma
cabeça do Dragão ali. Depois de ter sido ferido de morte pelo valoroso guerreiro
João Paulo II, eis que o Dragão ressurge na América Latina, por uma liderança
pernambucana.
Ali em Pernambuco nasceu o mal e se espalhou pela América Latina, através do
Foro de São Paulo. Uma das cabeças do Dragão infelizmente nasceu aqui, para
atormentar a Igreja e ser inimiga de Nossa Senhora. Não podemos aceitar isso.
Façamos como o padre, que de modo particular foi agraciado por Nossa Senhora:
um padre que lutava sozinho para tirar os camponeses das influências comunistas
no interior de Pernambuco. Ela quis abençoá-lo de modo particular. Que maravilha
sermos abençoados desta maneira!
Façamos como aquele padre que Nossa Mãe quis abençoar de modo particular em
Cimbres. Embora lutasse sozinho contra as influências do comunismo, o Céu não
estava alheio às suas batalhas.
Vamos encher as fileiras daqueles filhos abençoados por Maria. Queremos uma
cura? Vamos nos propor a lutar contra o comunismo. Queremos uma graça? Vamos
nos propor a lutar contra o comunismo. Queremos o Céu? Vamos nos propor a lutar
com Maria contra o comunismo no Brasil.

Tribuna Vicentina | 39
Artigos

Nossa Senhora Aparecida


Diácono Inácio Filho
Teólogo/Oblato secular beneditino
Arquidiocese de Maceió (AL)
Viva a Mãe de Deus e Nossa! Viva a Senhora da Imaculada Conceição Aparecida!
Com muita alegria e amor no coração, celebramos a nossa padroeira, Maria, a
Mãe de Deus, a Mãe da Igreja e Nossa Mãe: a Senhora Aparecida.
Caríssimos e amados irmãos em Cristo, Maria é a imagem mais perfeita de uma
criatura, tendo Deus a feito toda santa, pura e imaculada. Há exatos 305 anos, a
imagem de uma Senhora foi encontrada no Rio Paraíba: a Conceição que se
quebrou, despedaçou-se e que alguém jogou no rio. Os pescadores, que precisavam
de uma boa pescaria, não encontravam mais peixes naquele rio, mas se faltava
peixe, não faltava fé e nem confiança.
Diante da pressão que sofreram,
eles jogaram as redes e pegaram o
corpo de uma imagem; jogaram
novamente as redes e pegaram a
cabeça da mesma imagem. Após
isso, jogaram novamente as redes e
pegaram tantos peixes, que não
tinham como levar tamanha
quantidade. Foi uma pesca
milagrosa, como aquela que os
discípulos realizaram com Jesus
ressuscitado.
A presença de Deus entre nós é
milagrosa. A presença de Maria
entre nós é um sinal de milagre, da
graça e da presença do Senhor no Imagem original de Nossa Senhora Aparecida
nosso meio. Você talvez possa per- | Foto: Pedro Ivon
guntar: “trata-se de uma simples imagem quebrada?”, mas não é simplesmente
uma imagem, uma escultura, pois ela é, para o povo brasileiro, sinal do Sagrado, da
presença sagrada de Deus em nosso meio, por intermédio dos seus santos e
especialmente da Sua Mãe, da Senhora Aparecida.
As imagens, para o católico, são símbolos de uma fé concreta; são símbolos
daquilo que nós acreditamos, ou seja, da intercessão e presença dos santos e da
Mãe de Deus em nosso meio. E desde que essa imagem foi encontrada, os sinais de
Deus não pararam mais nessa terra, a nação da Santa Cruz. É este um sinal
prodigioso da presença amorosa da Mãe de Deus sobre o seu povo. Aqui, não é o
caso de relatar tantas curas, milagres e graças alcançadas. Aquela imagem que foi
desprezada e jogada fora, foi encontrada e restaurada, tornando Aparecida o maior
sinal da devoção de um povo, o povo mais católico de todo o planeta.
A imagem restaurada é o sinal daquilo que Deus quer fazer com cada um de nós:
restaurar a nossa imagem, criada à Sua imagem e semelhança. Maria é, como dito
anteriormente, a imagem mais perfeita de uma criatura, que Deus fez toda santa,
pura e imaculada. Os méritos dela sobre cada um de nós advogam graças, sinais e a
restauração que todos precisamos para nossa casa e para nossa família.
Não tenhamos medo de amar, invocar e pedir a intercessão e a proteção de Nossa
Senhora da Imaculada Conceição Aparecida.

Tribuna Vicentina | 40
Artigos

Estatuto do Idoso passa a ser denominado


Estatuto da Pessoa Idosa
Csc. Ana Paula Moura de Melo Silva

Créditos da foto: Gabriel González

O Estatuto do Idoso passou a ser chamado de Estatuto da Pessoa Idosa,


atendendo ao pedido do Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa, que é
vinculado à Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, que, por
sua vez, é responsável pela elaboração da Política Nacional do Idoso.
Com o advento do Estatuto do Idoso, os direitos dos mais velhos passaram a ser
tutelados por uma norma que reafirma alguns dispositivos constitucionais, assim
como dispõe, em seu texto, o amparo aos idosos, de forma a assegurar-lhes seus
direitos fundamentais e atender suas principais necessidades.
O Projeto de Lei de n° 3.646, de 2019, foi sancionado em 22 de julho de 2022 e
altera a lei n° 10.741, de 1° de outubro de 2003, para substituir, em toda a lei, as
expressões “idoso” e “idosos” pelas expressões “pessoa idosa” e “pessoas idosas”,
respectivamente. Segundo a justificativa do Projeto de Lei, o termo “pessoa” lembra
a necessidade de combate à desumanização do envelhecimento. Essa mudança de
terminologia reflete a luta dessas pessoas pelo direito à dignidade e à autonomia.
A Constituição Federal determina, em seu artigo 230, que a família, a sociedade e
o Estado têm o dever de amparar as pessoas idosas, assegurando sua participação
na comunidade, defendendo sua dignidade, seu bem-estar e garantindo-lhes o
direito à vida.
É imprescindível que a sociedade lute para combater o preconceito que existe
contra o envelhecimento e que busque assegurar a defesa dos direitos
fundamentais, bem como a dignidade da pessoa, independente de cor, raça ou
sexo.
Outro fator importante é dar ciência à pessoa idosa de seus direitos fundamentais
garantidos constitucionalmente e reafirmados pelo Estatuto, como também
informá-los de como e por onde agir, para que seus direitos sejam respeitados e
sua importância na sociedade, contribuindo assim para a efetivação da dignidade e
respeito a essa parcela da população.

Tribuna Vicentina | 41
Artigos

Os casos de violação das pessoas idosas devem e precisam ser denunciados ao


Disque 100, um serviço de atendimento telefônico gratuito e que funciona
diariamente, 24h, inclusive nos finais de semana e feriados.

Disque 100

Referências bibliográficas

O direito dos idosos: Constituição Federal de 1988 e Estatuto do idoso.


Disponível em: https://anaisonline.uems.br/index.php/sciencult/article/view/3417.
Acesso em 10 de outubro de 2022.

Lei altera o nome do Estatuto do Idoso para Estatuto da Pessoa Idosa.


Disponível em: https://www.gov.br/secretariageral/pt-br/noticias/2022/julho/lei-
altera-o-nome-do-estatuto-do-idoso-para-estatuto-da-pessoa-idosa. Acesso em 11
de outubro de 2022.

Estatuto da Pessoa Idosa assegura direitos às pessoas com 60 anos ou mais.


Disponível em: https://www.gov.br/casacivil/pt-br/assuntos/noticias-
2022/julho/estatuto-da-pessoa-idosa-assegura-direitos-as-pessoas-com-60-anos-ou-
mais. Acesso em 11 de outubro de 2022.

Tribuna Vicentina | 42
Artigos

A consciência do católico perante as eleições


Pedro Ivon

Bem sabemos, caro leitor, que a sociedade não deve procurar por “vantagens
externas, vida cômoda e delicada” (1), bem como não pode “pôr a Deus de lado na
administração da coisa pública e descurar as leis morais” (2), mas deve ser um
auxílio para que os cidadãos atinjam o seu fim último, que é Deus mesmo.
Entretanto, não é surpresa pra ninguém que a sociedade em que vivemos é
bastante diferente disso e tem até um sistema que contribui ainda mais para a sua
derrocada: a democracia liberal, com seu ridículo conceito de “soberania popular”.
Este mesmo sistema, que confia à maioria dos cidadãos os rumos do Brasil, volta a
nos oferecer, no dia 30, amargas alternativas para a presidência.
Como católicos, sabemos que não podemos votar de modo alheio à nossa Fé, mas
devemos ser guiados por ela, visando os bens espirituais e morais em detrimento
dos materiais. Dessa forma, a situação deveria ser bastante simples: estando, a
princípio, obrigados a votar (tendo em vista a colaboração para o bem comum que
as eleições podem proporcionar), escolheríamos aquele candidato que
“verdadeiramente ofereça garantias suficientes à proteção dos direitos de Deus e
das almas, ao verdadeiro bem dos indivíduos, das famílias e da sociedade de acordo
com o amor de Deus e o ensinamento moral católico” (3), ou seja, votaríamos na
“opção católica”, no candidato digno. Lamentavelmente, o cenário atual – e arrisco
dizer que o de todas as outras eleições na história do Brasil – nos oferece apenas
alternativas ruins, liberais em maior ou menor grau.
O que fazer em uma situação tão incômoda como essa? Entre os moralistas
católicos, é quase uma unanimidade que não somos obrigados a votar quando não
há opções dignas, afinal de contas, o mal não tem direitos e não somos obrigados a
escolher aquilo que é mal. Entretanto, não é ilícito votar no mal menor – tendo
consciência de que esse voto deverá ser única e exclusivamente para impedir a
entrada daquele que constitui o mal maior, e que não pode ser feita uma promoção
do mal menor, pois ele ainda é um mal, quer queira quer não.

Tribuna Vicentina | 43
Artigos

Tendo em vista que os debates eleitorais televisionados não apresentaram os


pontos mais importantes com maior destaque, e que as principais emissoras de TV
são tão imparciais quanto um sindicalista, é preciso que os católicos busquem saber
por outros meios quem realmente são os candidatos e quais pautas eles realmente
defendem, porque embora os discursos possam cativar as massas, frequentemente
eles servem apenas para desviar o foco das questões que realmente merecem
atenção.
Sabendo o que ambos defendem, o católico deve analisar qual dos dois males
contribuirá menos para a destruição do Brasil, ou seja: qual possui pautas que mais
se aproximam do que é defendido pela Igreja. Para isso, não pensemos no que
disse o padre fulano ou o bispo beltrano, pois pertencer ao clero não os torna
inerrantes, infelizmente. Analisemos tudo com a devida prudência, sem nos deixar
guiar pelas paixões humanas e pela nostalgia, observando o que diz a Santa Igreja
Católica, Mãe e Mestra da verdade.
Para melhor análise, é preciso esclarecer que existem três princípios inegociáveis
na política (4) – embora sejam o mínimo esperado para qualquer candidato –, a
saber: a proteção da vida desde a concepção até a morte natural; o reconhecimento
e a promoção da família natural, formada por um homem e uma mulher); e o direito
dos pais de educarem os próprios filhos. O mal maior será justamente aquele que
mais se distancia desses pontos. Portanto, é absolutamente proibido que alguém
que toma para si o nome de católico, votar em alguém que defende a legalização do
aborto e da eutanásia, da agenda de gênero e que procura reduzir o papel dos pais
na educação dos filhos, mesmo que de maneira indireta.
Obviamente, é preciso estar atento para qual vai oferecer mais liberdade de ação
à Igreja Católica – e a ela unicamente, tendo em vista que as falsas religiões não
merecem qualquer liberdade dada pelo Estado (5) – e isso pode ser analisado
observando não apenas o candidato em si, mas também a sua relação com políticos
do exterior.
Que a Virgem Santíssima, Nossa Senhora Aparecida, nos alcance a graça de viver
tempos menos complicados em nosso Brasil. E caso essa não seja a santa vontade
de Deus, que nossa Santa Mãe nos conceda a virtude da resignação, para que
saibamos viver tudo como católicos. Nossa esperança não está na política, mas em
Deus.

____________________________
1. Carta Encíclica Sapientiae Christianae, sobre os deveres fundamentais dos cidadãos cristãos, do
Papa Leão XIII.
2. Ibidem.
3. Trecho do Discurso de Pio XII aos párocos e ao clero da Diocese de Roma, 10 de março de 1948.
4. Discurso do Papa Bento XVI, 30 de março de 2006.
5. O laicismo e a sua consequente liberdade religiosa foram condenados nas encíclicas Mirari Vos, de
Gregório XVI, Libertas Praestantissimum, de Leão XIII; Immortale Dei, também de Leão XIII; Quas
Primas, de Pio XI, e no Syllabus Errorum, de Pio IX. A subordinação do Estado à Igreja também está
clara na Bula Unam Sanctam, de Bonifácio VIII.

Tribuna Vicentina | 44
Entrevista

Entrevista
Natural de Maceió e vicentino desde 2014, o entrevistado deste mês é o Cfd.
Alexsandro de Lima Ferreira (37), pertencente à conferência Nossa Senhora da
Conceição, em Rio Largo. Tesoureiro do Conselho Metropolitano de Maceió desde
2021, o confrade também atua na tesouraria do Hospital São Vicente de Paulo
(HSVP) e permaneceu até este ano, no mesmo cargo, na Casa do Pobre Santo
Antônio, em União dos Palmares.
O confrade, que trabalha com decoração e design de interiores, também tem
algumas tias e uma prima ligadas à SSVP e conheceu a Sociedade através de
amigos. Nas próximas linhas, Alexsandro falará um pouco sobre como exerce seus
cargos de tesoureiro, como a espiritualidade vicentina afeta sua vida e qual
momento mais lhe marcou durante sua jornada.
Tribuna Vicentina: Confrade
Alexsandro, atualmente o senhor é
tesoureiro do CM de Maceió e do
HSVP. Como consegue exercer
ambos os cargos, tendo em vista a
distância entre as cidades, e ainda
conciliar com seu emprego?
Confrade Alexsandro: Para exercer
uma tarefa que lhe foi confiada é
necessário, primeiramente, estar com
o coração cheio de amor e paz.
Quando fui convidado a entrar na
família HSVP, senti no coração que não
era apenas a responsabilidade do
trabalho que teria, mas sim o chamado
ao serviço.
Logo depois, fui convidado à
tesouraria do CMM e, com toda
responsabilidade e de coração cheio
de amor, aceitei mais um chamado.
O meu trabalho não atrapalha nos serviços da tesouraria. Meus eventos
acontecem aos finais de semana. No HSVP, estou às quintas feiras e [nas] reuniões
necessárias; faço o trabalho mais online. Temos a melhor equipe no financeiro. No
CMM, trabalho mais online e [nas] reuniões de prestações de contas. Quando
fazemos por amor e estamos a serviço do pobre nos preenchemos de amor e paz.
Como tem sido exercer o cargo de tesoureiro de 2020 até agora? Houve alguma
mudança no seu modo de executar a função ao longo do tempo?
Ser tesoureiro não é um serviço tão fácil quanto parece ser. Sempre tem alguma
coisa para nos preocupar.
Em reuniões, sempre colocamos as melhores formas e estratégias para termos
um bom plano e assim fazer todo o trabalho com excelência. Buscamos sempre o
melhor. Deus e São Vicente nunca nos abandonam.

Tribuna Vicentina | 45
Entrevista

O senhor é vicentino desde 2014. Nesses oito anos como vicentino, que
momento mais o marcou?
A Tenda do Senhor. Era um evento que fazíamos quando [estávamos na]
juventude, mas já tínhamos a espiritualidade vicentina conosco e eu não entendia.
Hoje, entendo que naquele tempo eu já era vicentino.
Tudo isso com uma grande amizade, que permanece firme até hoje e com certeza
[durará] pra sempre.
Suas tias e uma prima também fazem parte da SSVP. Entrar para a Sociedade
alterou os lanços que vocês tinham de alguma forma?
Minhas tias e prima são de Santana do Mundaú. Saber que elas fazem parte da
Sociedade nos deixa mais próximos, porque quando nos encontramos, trocamos
ideias e conversamos muito sobre a Sociedade de São Vicente de Paulo.
Como a espiritualidade vicentina afeta o seu cotidiano, o trato com as outras
pessoas, o modo de realizar o seu trabalho como decorador, etc?
Isso com certeza mudou muito, porque estar a serviço do pobre nos faz ser mais
humanos: é sentir estar do outro lado. Servir ao pobre sem olhar os erros, sem ver
as diferenças e, acima de tudo, amar ao próximo.
Como esse serviço ao pobre o ajuda, por exemplo, no trato com as pessoas em
um trabalho, por exemplo? O senhor mencionou que ajuda a não olhar os
erros, amar ao próximo, mas como isso é aplicado na prática cotidiana?
No ambiente de trabalho a gente consegue tratar todo mundo por igual, olhando,
sim, os defeitos - todo ser humano tem seus defeitos - e observando os erros,
aprendendo com os erros - porque também erramos. E assim a gente consegue
fazer o trabalho, porque a gente tem uma equipe muito boa e também somos todos
amigos. Eu acho que facilita, também, ter um trabalho melhor, dessa forma.

Tribuna Vicentina | 46
Giro

Giro
Conselho Nacional do Brasil
Segmento hospitalar faz encontro para traçar diretrizes e
debater temas do dia a dia da administração

Com o objetivo de discutir temas atuais, tirar dúvidas e orientar os hospitais


comandados pela Sociedade de São Vicente de Paulo, o Departamento de
Normatização (Denor) realizou, no dia 24 de setembro, o 2º Encontro do Segmento
Hospitalar, em Serra (ES). Ao todo, representantes de 10 hospitais estiveram no
local, por meio de presidentes de Conselhos Metropolitanos, Centrais,
coordenadores do Denor, dos CMs das regiões onde possuem seguimento
hospitalar, e administradores.
Segundo o Coordenador Nacional do Denor, Sandro Poleto, o encontro foi de
extrema importância, pois tratou sobre temas do dia a dia, com os representantes,
e definiu diretrizes. “Abordamos temas como o novo piso de enfermagem, o
impacto do piso, a administração hospitalar, passivo trabalhista, além da troca de
experiências entre os administradores hospitalares, que foi muito rica. Esse foi o
segundo encontro desse tipo que fizemos e já estamos pensando no próximo”,
conta.
Para o Coordenador, esse tipo de encontro é fundamental. “A experiência foi
muito positiva até para entendermos as dificuldades enfrentadas, que mudam
rotineiramente, devido às dinâmicas, exigências e orçamento do Estado para a
Saúde. Continuaremos com nosso desafio de buscar entendimento com as Gestões
de Saúde, para que a participação dos estados e municípios junto aos hospitais
filantrópicos seja mais justa e com equidade”, relata.
Hoje a SSVP tem 11 hospitais: dois em Anápolis (GO); dois em Ouro Preto (MG);
dois em Pouso Alegre (MG); um em Governador Valadares (MG); um em São José do
Rio Preto (SP); um em Uberaba (MG); um em Maceió (AL); e um em Jundiaí (SP). Eles
são Obras Unidas da entidade, que prestam atendimentos gratuitos e por
convênios. O primeiro encontro foi realizado em 2019, no Rio de Janeiro, mas por

Tribuna Vicentina | 47
Giro

conta da pandemia, o evento deixou de acontecer nos anos posteriores, voltando


apenas neste ano.

Vicentinos reunidos durante o encontro

Fonte: https://ssvpbrasil.org.br/segmento-hospitalar-faz-encontro-para-tracar-
diretrizes-e-debater-temas-do-dia-a-dia-da-administracao/

Festival Cultural Ozanam, da Região 4, fomenta união e oferece


espaço seguro para os jovens se expressarem

Festival Cultural Ozanam reuniu uma multidão de jovens da SSVP

No dia 1º de outubro, a cidade de São Carlos (SP) recebeu o Festival Cultural, da


Região 4. Ao todo, participaram cerca de 400 pessoas, reunindo vicentinos da
Comissão Jovem e da Conferência de Crianças e Adolescentes. O evento, que
aconteceu no Espaço Ozanam, abordou o tema Missões: saber cuidar e contou com
diversas atrações, como a apresentação das Bandas Beah e Jó 22, além de
espetáculos de teatro, dança e música, realizados pelos jovens das conferências.

Tribuna Vicentina | 48
Giro

“O evento contou uma programação extensa, divertida e muito agitada. Foram


momentos de reflexão, aprendizado, oração e muita diversão. Tivemos palestras,
shows e apresentações. Tudo regado à muita animação. O evento foi muito
organizado e preparado com carinho, em especial pelo Conselho Metropolitano de
São Carlos, o Conselho anfitrião. A acolhida, os lanches, a organização, a limpeza e
até a despedida: estava tudo impecável”, conta a Vice-presidente da Região 4,
Luciana Moreira, de Limeira (SP).
Ao longo do Festival Cultural, os jovens ganharam kits vicentinos de alimentação.
“Estávamos preocupados com a alimentação dos jovens, por isso disponibilizamos
os kits e também contamos com food trucks, com uma variedade de comida, para
agradar o paladar de todos os jovens”, comenta o Coordenador da Comissão de
Jovens da Região 4, Márcio da Silva Junior, de Jundiaí (SP).
Ainda, segundo o coordenador, o Festival trouxe união aos participantes: “Vimos a
união de cada coordenador, cada Conselho Metropolitano na organização, cada um
dando um pouco do sangue e de empenho para trazer um festival agradável,
alegre, que voltasse com tudo depois de dois anos de pandemia e sem eventos”,
ressalta o confrade Márcio.
“O Festival Ozanam é tradicional e muito esperado na região. É um evento que
une a juventude vicentina, possibilitando o crescimento espiritual, a troca de
experiências e a descoberta de talentos ligados às artes. A juventude deu seu show
à parte, mostrando sua força e ensinando o respeito à diversidade”, enfatiza a
consócia Luciana.
Segundo os organizadores do Festival Cultural, em um mundo repleto de violência
é fundamental que a juventude tenha um espaço onde possa conviver, demonstrar
seus valores e suas virtudes, respeitando e acolhendo uns aos outros.
“Como coordenador da CJ da Região 4, esse foi o primeiro evento que participei e
organizei numa magnitude tão grande assim! Levo como aprendizado tudo que
aconteceu. Foi lindo ver o amor que cada um dos jovens, presidentes, funcionários e
todos os que ajudaram no evento, têm pela SSVP e acreditam nessa rede de
caridade que transforma a vida de todos! Agradeço a Deus, a São Vicente e a
Ozanam pela oportunidade de realizarmos o evento, que será o primeiro de muitos,
onde aprendemos os pontos que podemos melhorar, para repetirmos”, finaliza o
confrade Marcio.

Fonte: https://ssvpbrasil.org.br/festival-cultural-ozanam-da-regiao-4-fomenta-uniao-
e-oferece-espaco-seguro-para-os-jovens-se-expressarem/

Mineira e Paranaense vencem o concurso Pintando a


Fraternidade, deste ano

A comissão organizadora do concurso Pintando a Fraternidade, idealizado pela


Coordenação Nacional das Conferências de Crianças e Adolescentes (CCAs), reuniu-
se no sábado, dia 8, no Rio de Janeiro, para selecionar os desenhos vencedores da
edição deste ano. Entre os 817 trabalhos, a mineira Nicolly Souza Santos, de 11
anos, da cidade de Espinosa, levou o primeiro lugar na Categoria A (de seis a 11
anos) e a paranaense Kamila Magalhães da Silva, de 15 anos, da cidade de
Engenheiro Beltrão, venceu a Categoria B (de 12 a 15 anos). As duas ganharão uma
viagem ao Beto Carrero World, em Santa Catarina, com um acompanhante, e uma
imagem da padroeira da região a qual pertencem.

Tribuna Vicentina | 49
Giro

Neste ano, o Pintando a Fraternidade teve o tema Fraternidade e Educação: fala com
sabedoria, ensina com amor (Pr 31, 26). As crianças também poderiam ilustrar o tema
do Ano Temático Missões: saber cuidar, que foi o que as duas vencedoras fizeram
com excelência.
As duas ganhadoras estrearam no concurso este ano e mal conseguiram se conter
de tanta felicidade quando receberam a notícia, no domingo (9). “Estou muito feliz
de ter ganhado. Eu quis mostrar, com meu desenho, um ato de caridade que
qualquer um pode fazer, que é ir visitar quem precisa, seja pobre, idoso ou doente.
Eu sempre faço isso: vou visitar idosos atendidos pela SSVP e eles ficam tão felizes!
Sou muito bem acolhida”, conta emocionada a pequena Nicolly, que há dois anos
participa da conferência São José.

Nicolly Souza (11), vencedora da Desenho feito por Nicolly


Categoria A

A emoção de Nicolly foi a mesma de Kamila, ao saber do resultado do concurso.


“Estou sem palavras e muito feliz. Com meu desenho, quis passar a sensação da
visita aos assistidos, acompanhada de um anjo, que mostra a presença de Deus.
Sempre que vou às visitas, me sinto muito feliz e sinto a presença de Deus”, conta a
adolescente, que desde os nove anos participa da conferência São Cosme e Damião,
e sempre foi apaixonada por desenho, tendo até ganhado um concurso municipal
em sua cidade.
Para a coordenadora Nacional das CCAs, Maria Aparecida Peteck Alencar,
conhecida como consócia Cida, o concurso foi um sucesso. “Temos que agradecer a
todos os orientadores de CCA que se disponibilizaram e incentivaram suas crianças
a participarem. O que vimos na seleção dos desenhos foi muito dom artístico e o
olhar diferenciado que nossas crianças e adolescentes têm do mundo e dos temas
propostos. Foi muito enriquecedor. O concurso deste ano teve uma
responsabilidade um pouco maior do que as outras edições, por se tratar de um
momento muito difícil [este] em que vivemos, onde muitas Conferências de Crianças

Tribuna Vicentina | 50
Giro

e Adolescentes estão voltando a se reunir. Precisamos formar crianças com


consciência de que algum dia elas estarão em nossos lugares, dando continuidade a
essa grande Rede de Caridade. E pelo que vimos, estamos no caminho certo”,
comemora a coordenadora.

Desenho feito por Kamila

O presidente do Conselho Nacional do


Brasil (CNB), Márcio José da Silva, destacou
a adesão das crianças e adolescentes ao
concurso. “Vejo com alegria a participação
de nossas crianças e adolescentes na 7ª
edição do concurso Pintando a
Fraternidade e agradeço e parabenizo a
equipe organizadora, os coordenadores e
orientadores de CCAs, e principalmente as
nossas crianças e adolescentes pela
participação. O concurso Pintando a
Fraternidade é uma expressiva ação da
SSVP no Brasil, motivando e envolvendo
as crianças e adolescentes na caminhada
de Igreja, em sintonia com a Missão
Vicentina, a partir dos temas que trazem
como proposta, [como] o tema e o lema
da Campanha da Fraternidade de cada
ano, e o tema do Ano Temático da SSVP,
incentivando, através da arte do desenho
e da pintura, a visão e perspectiva de
nossas crianças e adolescentes sobre o
Kamila Magalhães (15), vencedora da
Categoria B que nos propõe a Igreja Católica e a SSVP

Tribuna Vicentina | 51
Giro

na nossa caminhada de Comunidade e na vivência de nossa vocação, na conferência


e na casa dos pobres. Todos os desenhos são lindos e mostram quantos artistas
estão presentes em nossa SSVP, naquelas que são ‘show’: as nossas CCAs”, afirma.
Confira os demais vencedores:
Categoria A

2° lugar: Bernardo da Cruz Silva, de 8 anos, da CCA São Francisco de Assis, da cidade
de São Domingo das Dores (MG).
Prêmio: um tablet e uma imagem da padroeira da região a que pertence.

3° lugar: Ana Luiza de Araújo, de 9 anos, da conferência São Pedro, da cidade


Brazlândia (DF).
Prêmio: uma bicicleta e uma imagem da padroeira da região a que pertence.

Tribuna Vicentina | 52
Giro

Categoria B

2º lugar: Stefany da Silva Carvalho, de 14 anos, da CCA São Tarcísio, de Botucatu


(SP).
Prêmio: um notebook e uma imagem da padroeira da região a que pertence.

Tribuna Vicentina | 53
Giro

3° lugar: Rafael Gustavo Nunes da Silva, de 12 anos, da conferência Santa Inês, de


Guimarânia (MG).
Prêmio: um tablet e uma imagem da padroeira da região a que pertence.

Fonte: https://ssvpbrasil.org.br/mineira-e-paranaense-vencem-o-concurso-pintando-
a-fraternidade-de-202/

Tribuna Vicentina | 54
Giro

Conselho Geral Internacional

Webinar apresenta realizações da atual gestão do Conselho


Geral
O evento foi uma iniciativa do Conselho Nacional da Inglaterra e Gales

Cfd. Renato Lima durante a apresentação do webinar

A convite do Conselho Nacional da Inglaterra e Gales, o confrade Renato Lima de


Oliveira, 16º Presidente-geral Internacional da SSVP, proferiu a palestra online: Visão
do Presidente-geral: Seis anos de mandato. O evento ocorreu no dia 29 de setembro e
reuniu dezenas de confrades e consócias da Inglaterra e de Gales.
A presidente nacional, consócia Helen O’Shea, que também é presidente do
Departamento de Governança no Conselho Geral Internacional, destacou a
importância da formação permanente e atualizada para os membros da SSVP:
“Quanto mais conhecermos a ação internacional da SSVP, mais reforçaremos nossa
atuação em âmbito local”.
Na palestra, o Presidente Lima de Oliveira apresentou as linhas gerais do
planejamento estratégico internacional (2016/2023), mostrando as realizações de
cada segmento desde o início do mandato. Na apresentação, os pontos de destaque
foram: os sete fundadores, formação, juventude, governança, canonização, nova
sede, atuação institucional, ouvidoria, expansão para novos territórios,
solidariedade global e comunicação.
Ao final da palestra, vários vicentinos fizeram perguntas ao Presidente-geral, sobre
diversos aspectos. “Esses webinars são uma excelente oportunidade para reunir os
membros da Sociedade para refletir sobre questões atuais e temas edificantes.
Queremos parabenizar o Conselho Nacional da Inglaterra e Gales pela criação desse
programa de formação vicentina. Recordo-me, com alegria, da minha visita a New-

Tribuna Vicentina | 55
Giro

castle, Leeds e Londres, realizada em junho de 2018, quando constatei, in loco, a


qualidade dos trabalhos da SSVP em favor dos mais necessitados”, enfatizou o
confrade Renato.
A ideia de se oferecer esse tipo de formação no formato de webinar surgiu em
março de 2020, quando o primeiro lockdown foi imposto pelo governo britânico,
obrigando as pessoas a ficarem em casa por um longo período, em tentativa de
conter a pandemia. Desde então, já foram tratados assuntos como espiritualidade
vicentina, solidão, saúde e ajuda aos refugiados, entre outros.
As palestras de formação ocorrem sempre às quintas-feiras, à noite, e são
transmitidas pela internet, através da plataforma Zoom. As próximas apresentações
serão as seguintes: Visitando prisioneiros, no dia 6 de outubro; Apoio das Conferências
aos assistidos em tempos de crise, no dia 13 de outubro; e Reintegração de ex-
delinquentes à sociedade, no dia 20 de outubro.
Para mais informações, entre em contato através do e-mail brianr@svp.org.uk
(Brian Roxburgh) ou pelo site www.svp.org.uk.
Clique aqui para ler o conteúdo da palestra proferida pelo Presidente Lima de
Oliveira, somente em língua inglesa.

Fonte: https://www.ssvpglobal.org/webinar-apresenta-realizacoes-da-atual-gestao-
do-conselho-geral/

SSVP e Depaul estão juntas, em estreita colaboração para uma


efetiva ação humanitária na Ucrânia
O acordo prevê o repasse de recursos mensais por um ano

A guerra na Ucrânia afetou desproporcionalmente as pessoas já vulneráveis,


especialmente mulheres e crianças, pobres e idosos, além dos deficientes e
daqueles que vivem em instituições.
Aqueles que estão em melhor situação e com mobilidade, conseguiram deixar o
país. A situação daqueles que não podem sair está se deteriorando e ficará muito pi-

Tribuna Vicentina | 56
Giro

or com o início do inverno, especialmente porque muitos vivem em moradias


precárias e danificadas.
A resposta que a SSVP na Ucrânia pode dar a estes problemas é limitada: há apenas
algumas conferências ativas e não há um Conselho Nacional. Mas a Depaul
International (ramo da Família Vicentina) está bem estabelecida em várias partes da
Ucrânia, sendo bastante ativa no terreno.
A última Plenária Anual do Conselho Geral, realizada em junho de 2022, em Paris,
aprovou o princípio de haver uma colaboração mais estreita entre a SSVP e a
Depaul, pois esta seria a maneira mais rápida e prática de prestar assistência
humanitária para os necessitados na Ucrânia e utilizar fundos dedicados à
disposição do Conselho Geral, doados por vários países.
A Depaul concordou em estabelecer um “Centro Dia” em Kharkiv, para prestar
serviços humanitários e sociais aos ucranianos que necessitem de assistência. Na
reunião do dia 10 de setembro, a diretoria do Conselho Geral concordou em
celebrar um Memorando de Entendimento formal com a Depaul.
Sob os termos desse Memorando, a Depaul estabelecerá um “Centro Dia”, que
funcionará em Kharkiv, como base para um serviço de extensão para o
fornecimento de assistência humanitária às pessoas vulneráveis da localidade, em
suas próprias casas. O objetivo é atingir 1.000 indivíduos. A SSVP se comprometeu a
fornecer 10.000 euros por mês, durante 12 meses, como sua contribuição para os
custos, sendo possível a renovação por mais 12 meses, se assim for decidido.
O Memorando de Entendimento foi assinado pelo nosso Presidente-geral,
confrade Renato Lima de Oliveira, e por Matthew Carter, Diretor Executivo da
Depaul International. O caminho agora está claro, para que o projeto avance
rapidamente. As necessidades com as quais ele se confronta são enormes e
rezamos para que, com a ajuda de Deus, esta colaboração entre dois membros da
Família Vicentina – SSVP e Depaul – faça uma diferença real na vida das pessoas
pobres e vulneráveis de Kharkiv.
“Esse confronto entre nações é deplorável. Unimos as nossas orações a todos
aqueles que estão sofrendo com as consequências dessa guerra sem sentido, e
apelamos às autoridades, de ambos os lados, que encontrem uma solução
diplomática, urgentemente. Em pleno século 21, é inadmissível que ainda tenhamos
que enfrentar esse tipo de conflito entre os povos. Falta-nos Jesus”, destacou o
Presidente-geral, que pretende fazer uma visita à fronteira com a Ucrânia em
dezembro.

Clique aqui para conhecer o teor do Memorando.


Para acessar o relatório de atividade da Depaul, clique aqui.

Fonte: https://www.ssvpglobal.org/ssvp-e-depaul-estao-juntas-em-estreita-
colaboracao-para-uma-efetiva-acao-humanitaria-na-ucrania/

O Dia dos Pobres e os vicentinos


Confrade Renato Lima de Oliveira
16º Presidente-geral
O Padre Motto preparou uma excelente reflexão, que será muito útil para todos
nós, confrades e consócias da Sociedade de São Vicente de Paulo, e para os outros
ramos da Família Vicentina. O texto não é grande, mas é escrito com imensa
profundidade e conhecimento.

Tribuna Vicentina | 57
Giro

Além da introdução e da conclusão, o


conteúdo está dividido em três partes
muito bem escritas: Jesus e os pobres;
Vicente e os pobres; Ozanam e os pobres.
No final, há uma lista de 10 sugestões
para viver a Jornada dos Pobres de
maneira mais intensa, servindo aos que
sofrem de uma forma bem concreta. Sei
que ainda vivemos uma crise sanitária,
mas as sugestões podem ser realizadas
com tranquilidade, sempre mantendo os
protocolos de segurança.
O texto do Padre Motto é incrivelmente
rico, mas ao mesmo tempo, de
compreensão simples e serena, cheio de
exemplos com citações bíblicas ou
referências a grandes escritores, não só
católicos e vicentinos, relacionados com a
história da humanidade. Ler os escritos do
Padre Andrés Motto é agradável,
animador e, sobretudo, muito-
reconfortante. Ele sempre nos ensina a
viver o carisma vicentino com oração e
ação, assim como Vicente e os nossos fun-
dadores, estes liderados por Ozanam. Nunca podemos perder de vista os nossos
servos, amos, amigos e senhores: os pobres, que nos abrem as portas do Paraíso.
Que a Jornada Mundial dos Pobres possa alcançar os objetivos propostos pelo
Papa Francisco perante esse mundo e que possamos construir uma sociedade civil
mais fraterna e menos desigual, pois pobres sempre os teremos entre nós (São
Marcos 14, 7).

Clique aqui para acessar a Reflexão vicentina sobre a Jornada Mundial dos Pobres.

Fonte: https://www.ssvpglobal.org/o-dia-dos-pobres-e-os-vicentinos/

Tribuna Vicentina | 58
Giro

Arquidiocese de Maceió

Gratidão e devoção marcam a Solenidade de Nossa Senhora da


Conceição Aparecida, na paróquia do Inocoop, em Maceió
Lieneide Raimundo | Pascom Arquidiocesana
Foram nove noites de preparação até o dia 12 de outubro, quando a Igreja do
Brasil celebrou a solenidade de Nossa Senhora da Conceição Aparecida. Por ser a
primeira paróquia dedicada à padroeira do Brasil da Arquidiocese de Maceió, muitos
fiéis, paroquianos e devotos de outros bairros se deslocaram até o Conjunto
Inocoop, no bairro Cidade Universitária, em Maceió, para render graças a Deus pela
intercessão da Mãe Aparecida.

Pe. Rodrigo Rios e Dom Antônio Muniz | Fotos: Suzana Lima

O tema central da festa, Maria passa à frente, norteou toda a programação para o
novenário e dia solene, reunindo as lideranças, movimentos e pastorais, desde a
preparação até o encerramento, para a recitação do terço, adoração ao Santíssimo
Sacramento, louvores e pregações.
Durante a tarde, Antonieta Sales, Missionária da Canção Nova, falou sobre o papel
de Maria nas bodas de Caná. “Foi importante a atenção que Maria dedicou àquele
casal que celebrava o casamento, quando ela disse a Jesus que não tinha mais
vinho. Ali, Ele realizou o primeiro milagre, pois, o milagre vem depois da palavra. É
necessário estarmos atentos à Palavra de Deus, é necessário obedecer a Deus”.
Para o diácono Paulo Gomes, a festa do padroeiro de uma paróquia é um grande
retiro espiritual. “A gente entra, abre o coração, escancara, na verdade, para que
haja a conversão”, afirma.
Jeane Almeida, paroquiana do Inocoop, falou da sua devoção a Nossa Senhora
Aparecida, que foi crescendo ao longo da sua vida: “Minha devoção cresce, assim
como a grandeza do amor de Maria e o amor de Deus, porque nunca muda e nunca
diminui, cada vez mais aumenta”.
A missa ocorreu às 17h e foi presidida por Dom Antônio Muniz Fernandes, sendo
concelebrada pelos padres Rodrigo Rios, administrador paroquial, Raul Filho,

Tribuna Vicentina | 59
Giro

e Monsenhor Delfino Neto, com a assistência do diácono Paulo Gomes.


Em sua homilia, o Arcebispo destacou a grandeza da festa em honra a Nossa
Senhora Aparecida, não somente por ela ser padroeira do Conjunto Inocoop, mas
por ser a Padroeira do Brasil. Dom Muniz ainda fez um paralelo entre o tempo em
que se passaram os fatos narrados nas leituras da missa e os tempos atuais,
quando crianças sofrem, desde pequenas, pela falta de medicação, saúde,
alimentação, educação, etc.
Na ocasião, o Coral Nossa Senhora Aparecida celebrou os seus 25 anos de criação,
quando a paróquia era comunidade. Após a Celebração Eucarística, os devotos
saíram às ruas, com a imagem da padroeira do conjunto, expressando um
testemunho público de devoção e fé. A programação encerrou com o retorno da
procissão e a participação dos fiéis em um Evangelizashow, conduzido pelo grupo
Herdeiros da Graça e por Igor Félix.

Procissão com a imagem da padroeira do Brasil

Fonte: https://www.centenarioarqmaceio.com.br/noticias/gratidao-e-devocao-
marcam-os-festejos-a-nossa-senhora-da-conceicao-aparecida-na-paroquia-em-
maceio/

Comunidade do povoado Pindobinha celebra sua padroeira em


São Luís do Quitunde, pela primeira vez
Ugo Jordan | Pascom da Paróquia Nossa Senhora da Conceição SLQ (AL)

O povoado Pindobinha, no município de São Luís do Quitunde, celebrou, pela


primeira vez, sua padroeira, Nossa Senhora Aparecida. O tríduo que antecedeu a
festa teve seu início em um domingo, dia 9, e o encerramento ocorreu no dia 12, na
solenidade da Padroeira do Brasil.

Tribuna Vicentina | 60
Giro

Procissão em honra a Nossa Senhora Aparecida | Fotos: Agentes da Pascom SLQ

A Comunidade, que faz parte da paróquia Nossa Senhora da Conceição, mostrou


ter fé, devoção e amor pela sua padroeira. Pois com grande zelo e alegria se
dedicaram na preparação da festa, que contou com a participação dos grupos,
movimentos, pastorais e comunidades da paróquia.
Para o Pe. Jailson Santos, administrador da referida paróquia, essa primeira festa
foi um marco para aquela comunidade. “Desde o princípio esteve sob os cuidados
de Nossa Senhora, quando, numa capelinha, Dona Jaurina trouxe a devoção da
Padroeira do Brasil”.

Padres Jailson e José Ronaldo

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Giro

O tríduo teve seu ápice no dia 12, onde os fiéis peregrinos da Mãe de Deus saíram
da igreja matriz de Nossa Senhora da Conceição, em procissão até o povoado
Pindobinha, onde, com a Celebração Eucarística, a festa foi encerrada. A missa foi
presidida pelo Padre José Ronaldo, administrador da quase paróquia Santo Antônio,
também na cidade.

Padres diante da imagem de Nossa Senhora

“Nos fiéis da comunidade a alegria estava clara. Com alegria eles aguardaram a
procissão na entrada do povoado, com bandeirinhas, bolas e velas, demonstrando,
assim, o grande amor pela Virgem Mãe de Deus e nossa, a Senhora Aparecida”,
destacou o sacerdote que, juntamente com Pe. Ronaldo e os devotos, também
realizou o trajeto a pé.

O Cfd. Claudionor, do CC de São Luís do Quitunde, participou da


festividade

Fonte: https://www.centenarioarqmaceio.com.br/noticias/comunidade-do-povoado-
pindobinha-celebra-pela-primeira-vez-sua-padroeira-em-sao-luis-do-quitundee/

Tribuna Vicentina | 62
Por dentro do CGI

Por dentro do CGI


Um departamento específico para os sete
fundadores
Cfd. Renato Lima de Oliveira
16º Presidente-geral Internacional

Um dos setores mais importantes e estratégicos do atual mandato no Conselho


Geral Internacional, do qual tenho a honra de ser o 16º Presidente-geral, é o
departamento Sete Fundadores, que no passado era chamado de Comissão de
Investigação Histórica.
Tão logo tomei posse, em setembro de 2016, criei esse departamento com a
finalidade de estruturar uma série de ações, campanhas e iniciativas que visassem o
resgate histórico do papel fundamental desempenhado pelos sete fundadores da
nossa Sociedade.
É sabido que a figura de Antônio-Frederico Ozanam é a mais conhecida, até
mesmo pelo avançado processo de canonização, com a descoberta de um possível
segundo milagre, mas os demais fundadores são também essenciais na história da
SSVP. O próprio Ozanam, em diversas ocasiões e discursos, negou ser o fundador,
dividindo esse feito com os seus colegas.
Mesmo assim, sabe-se quase tudo sobre Ozanam: família, vida acadêmica, atuação
profissional, atividade política, etc. Mas quanto aos demais, sabe-se ainda muito
pouco. Portanto, o departamento Sete Fundadores vem sendo prioritário ao
difundir informações até então desconhecidas pela maioria dos vicentinos, sobre os
outros seis confrades pioneiros.
O departamento criou o projeto Anos Temáticos Internacionais, que nesta primeira
fase (2016-2022) estudou a vida de cada fundador, por meio de um concurso de
redações. Na segunda fase, que se inicia em 2023, será aberto o período de estudo
sobre personalidades vicentinas, como os Presidentes-gerais, a viúva Amélia
Ozanam, e outros expoentes da SSVP.
Além do concurso, realizou-se uma seleção para a canção alusiva aos sete
fundadores, que hoje já está disponível em cinco idiomas: português, espanhol,
inglês, francês e italiano. A versão original foi escrita pelo confrade Paulo César Feli-

Tribuna Vicentina | 63
Por dentro do CGI

zardo, de Lorena (SP). No ano que vem, haverá o concurso para a letra em
mandarim e árabe. A letra é linda e faz uma bela homenagem a eles.
Outra iniciativa relacionada aos sete fundadores é a visita ao túmulo deles, em
diferentes cidades francesas. Todos os cemitérios já foram visitados, com exceção
do túmulo de Le Taillandier, pois essa visita será em fevereiro de 2023, na cidade de
Rouen, onde seus restos mortais estão descansando.
No campo da comunicação, também foram criadas várias logomarcas e imagens
alusivas aos sete fundadores, dentre elas, a imagem oficial (galeria dos fundadores),
as imagens separadas de cada um deles, os selos anuais (para cartas,
correspondências, envelopes e papel timbrado) e outras variações visuais.
Na área das efemérides, criamos duas datas para serem comemoradas no seio da
SSVP: 21 de julho (fundação do Conselho Geral, momento adequado para relembrar
os feitos dos nossos fundadores) e 17 de fevereiro (data litúrgica dos sete santos
fundadores da Ordem dos Servitas, data que nós focamos nos nossos sete santos
fundadores). Ambas as datas são oportunidades para que nossas conferências
celebrem a memória dos queridos pais da SSVP.
O site do Conselho Geral está repleto de informações, textos históricos e notícias
sobre os sete fundadores, assim como as cartas-circulares de minha autoria,
escritas em janeiro de cada ano, que trazem dados preciosos sobre eles.
Recomendo a todos que possam acessar essas informações, compartilhando-as em
suas conferências.
Meu sonho é que, em breve, todos os confrades e consócias da SSVP saibam, na
ponta da língua, os nomes dos nossos fundadores (Bailly de Surcy, Lallier, Lamache,
Clavé, Devaux, Le Taillandier e Ozanam), mas não somente isso, pois devem saber
sobretudo as suas virtudes, seus pensamentos, exemplos de vida, textos escritos,
santidade e especialmente o legado perante os pobres e a humanidade.
O departamento Sete Fundadores pertence à Vice-presidência Internacional de
Formação e Treinamento, sendo presidido pelo confrade Juan Manuel Buergo
Gómez, da Espanha. Fazem parte da comissão outros autores e estudiosos
vicentinos, como Maurizio Ceste (Itália), Ralph Middlecamp (EUA), Matthieu Brejon
(França) e Javier Chento (Espanha).
Estou muito contente com o trabalho desempenhado por este departamento, pois
o resgate histórico dos nossos pais fundadores é algo crucial para que possamos
conhecer melhor as nossas origens e, assim, agir com mais efetividade nos tempos
atuais. Quanto mais conhecermos a biografia dos nossos fundadores, melhor
seremos como confrades e consócias.

Tribuna Vicentina | 64
Santo do mês

Santo do mês
Nossa Senhora Aparecida (12/10)
Padroeira do Brasil
A aparição da imagem de Nossa Senhora de Aparecida ocorreu em 1717, ainda no
durante o Império brasileiro. O Conde de Assumar, Pedro Miguel, estava de
passagem pelo Vale do Paraíba, mais precisamente por Guaratinguetá, a caminho
de Vila Rica. Animados com a visita, o povo daquela localidade resolveu fazer uma
festa de boas-vindas e para isso chamaram três pescadores para lançar as redes no
rio e pescar bons peixes: Domingos Garcia, João Alves e Filipe Pedroso.
O fato era que, naquela época,
meados de Outubro, não era
tempo de peixes. Porém, como
não podiam contradizer o
pedido, os pescadores rezaram
pela proteção e benção da
Virgem Maria e de Deus, para
que pudessem voltar à terra
firme com fartura. Depois de
inúmeras tentativas sem
sucesso, eis que
surpreendentemente eles
pescaram o corpo de uma
imagem. Curiosos, lançaram
novamente as redes e
“pescaram” uma cabeça, que se
encaixou perfeitamente ao
corpo. Depois deste encontro, o
barco ficou tão cheio de peixes
que quase virou!
A partir daí, a devoção à Santa
foi se espalhando. Primeiro nas
casas, depois se construiu uma
capela, depois uma basílica, até chegar ao quarto maior santuário do mundo, o
Santuário Nacional de Aparecida, localizado na cidade de Aparecida, no interior do
Estado de São Paulo.

Milagre das velas

Segundo relata a história de Fé, em um dos momentos de devoção dos primeiros


devotos de Nossa Senhora Aparecida, as velas que iluminavam o local
repentinamente se apagaram. As pessoas ficaram atônitas com o ocorrido e
começaram a entrar em pânico. Mas passado pouco tempo, as velas
milagrosamente acenderam-se novamente ao bater do vento.

A libertação do escravo Zacarias

Tribuna Vicentina | 65
Santo do mês

Como se sabe, o encontro da imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida


aconteceu durante um momento triste da história do Brasil: a escravidão. O povo
negro sofria nas mãos dos donos das terras. A “Mãe negra” veio para dar uma lição
de vida e amor ao próximo.
Foi o que aconteceu com o escravo Zacarias, que havia fugido de uma fazenda do
Paraná e era caçado por todos os cantos, até ser encontrado no Vale do Paraíba.
Preso, Zacarias teve seus pulsos e pés acorrentados. O caminho de volta passava
próximo à capela que havia sido construída para a imagem de Nossa Senhora
Aparecida.
Então o escravo pediu permissão ao seu caçador para rezar diante da imagem.
Incrédulo, o caçador deixou. A fé de Zacarias foi tamanha que milagrosamente as
correntes se romperam, deixando-o livre. Diante do milagre, o caçador acabou por
libertá-lo.

O cavaleiro ateu

Desde que a imagem de Nossa Senhora Aparecida foi encontrada, e ao longo da


história, muitos espaços foram construídos para que a devoção à “Mãe negra”
pudesse se espalhar. Esses locais sempre recebiam um grande número de pessoas,
que colocavam suas vidas nas mãos da Mãe de Deus. Mas também era destino de
muitos incrédulos.
Esse milagre aconteceu com um deles. Passando por Aparecida e vendo a fé dos
romeiros, um incrédulo zombou e tentou entrar na Igreja a cavalo, para destruir o
local e alcançar a imagem. Porém, o que esse cavaleiro não esperava era que as
patas do animal ficassem presas em uma pedra. A partir daí, o homem passou a
acreditar.
A pedra em que o cavalo ficou preso pode ser vista na Sala dos Milagres, no
Santuário Nacional de Aparecida.

A cura da menina cega

Visitar o Santuário Nacional de Aparecida é uma viagem emocionante,


principalmente quando se entra na Sala dos Milagres, onde milhões de histórias de
graças alcançadas se concentram.
O simples fato de olhar a Basílica, a primeira grande igreja erguida em Aparecida,
em devoção a Nossa Senhora Aparecida, também é motivo de milagre e foi o que
aconteceu a uma menina cega que passava em frente à Basílica, com sua mãe. Ao
se aproximar, a garota disse “Mãe, como aquela Igreja é bonita”, e o milagre havia
acontecido.

Menino do rio

Um rio que pode trazer a salvação por meio do encontro de uma imagem, também
pode trazer o risco da morte. Foi o que aconteceu na história de mais um milagre
por meio de Nossa Senhora Aparecida. Um dia, pai e filho foram pescar. A
correnteza estava muito forte, o que fez com que o filho, que não sabia nadar,
caísse no rio e fosse levado cada vez
mais rápido.
O desespero do pai levou-o a rezar a Nossa Senhora Aparecida e, mais uma vez, a
Mãe ouviu: o corpo do garoto, de repente, parou de ser levado, mesmo com a
correnteza ainda forte, até que o pai pudesse chegar perto e salvar o filho.

Tribuna Vicentina | 66
Santo do mês

O caçador

Voltando de um dia negativo de caça, um caçador viu-se em uma situação perigosa:


deparou-se com uma enorme onça. Sem munição, porque havia usado tudo em
suas tentativas frustrantes ao longo do dia, o homem ajoelhou-se, rezou e foi
atendido: a onça, que antes parecia ter um alvo certeiro, desviou-se e foi embora.

Consagração a Nossa Senhora Aparecida

Ó Maria Santíssima, pelos méritos de Nosso Senhor Jesus Cristo, em vossa querida
imagem de Aparecida, espalhais inúmeros benefícios sobre todo o Brasil.
Eu, embora indigno de pertencer ao número de vossos filhos, mas cheio do desejo de
participar dos benefícios de vossa misericórdia, prostrado a vossos pés, consagro-vos o
meu entendimento, para que sempre pense no amor que mereceis; consagro-vos a
minha língua para que sempre vos louve e propague a vossa devoção; consagro-vos o
meu coração, para que, depois de Deus, vos ame sobre todas as coisas.
Recebei-me, ó Rainha incomparável, vós que o Cristo crucificado deu-nos por Mãe, no
ditoso número de vossos filhos e filhas; acolhei-me debaixo de vossa proteção; socorrei-
me em todas as minhas necessidades, espirituais e temporais, sobretudo na hora de
minha morte.
Abençoai-me, ó celestial cooperadora, e com vossa poderosa intercessão, fortalecei-me
em minha fraqueza, a fim de que, servindo-vos fielmente nesta vida, possa louvar-vos,
amar-vos e dar-vos graças no céu, por toda eternidade.

Assim seja.

Crédito da foto: Gustavo Cabral/Portal A12

Fonte: nossasagradafamilia.com.br

Tribuna Vicentina | 67
Destaques do mês

Destaques do mês
Depoimentos: por que sou vicentino?

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!


Sou o confrade Erivaldo, presidente do CC de São Luís de França, em São Luís do
Quitunde. Comecei na Sociedade São Vicente de Paulo em 1995, por intermédio de
minha esposa, que falava que tinha um grupo só de homens que se reuniam na
casa paroquial, todos os sábados, às 7h da noite. Fui visitar e estou até hoje. Fui
presidente da conferência, do Particular e hoje, do Conselho Central. Antes não
gostava de ir muito para a igreja, só de vez em quando, mas depois que entrei na
Sociedade, não parei mais.
Ser vicentino mudou a minha vida, graças a Deus e São Vicente!
Cfd. Erivaldo
Presidente do CC de São Luís (AL)

Recebi o convite de uma consócia que já participava de uma conferência da


Sociedade São Vicente de Paulo, no ano de 1994. Fui participar da reunião para
saber como era, e, desde então, me identifiquei com o movimento e com sua forma
de trabalho: visitas aos doentes, visitas às famílias mais pobres, trabalhos
voluntários e, principalmente, a maneira como os vicentinos levam a palavra de
Deus às pessoas. Esse modo de vivenciar o evangelho (Mateus 25, 31-46) e a leitura
de (Tiago 2, 17), de forma concreta e espontânea, me seduziram. Fiquei motivada
para acompanhar e participar do movimento, que me fez ter um olhar diferenciado,
de como era ser uma cristã que participava da igreja.
Levar Jesus Cristo às pessoas humildes e pobres, como são conhecidas pelos
vicentinos - sim, pobres por não terem um acompanhamento direto com a “igreja
física” -, mexia muito comigo. Sentia-me feliz, preenchida da graça de Deus; a cada
visita, voltava para casa com mais fé e agradecida ao Senhor Jesus por nada me
faltar. Sou grata aos fundadores da SSVP e a muitos leigos cristãos, pela coragem
de abraçarem esse trabalho voluntário.
Não foi e nunca será fácil exercer essa missão, mas tenho aprendido a cada dia,
com os confrades e consócias durante esses anos como vicentina, a ter coragem,
perseverança e fé, para assim continuar com a missão de espalhar o evangelho de
Jesus Cristo a toda criatura.
Ser vicentina é uma benção!
Csc. Claudiana Melo Silva
CC de Palmeira dos Índios (AL)

Tornei-me vicentino ainda criança (tinha 7 anos de idade), por um incentivo da


minha avó materna, consócia Olinda. Gostava de participar das reuniões, comentar
o evangelho, fazer a chamada, e o principal: ir à casa das pessoas para ajudar, pedir
o alimento (na Campanha do Quilo), [participar das] campanhas de Natal e dos
passeios com a CCA. Tudo isso me encantava enquanto criança/adolescente dentro
da SSVP.

Tribuna Vicentina | 68
Destaques do mês

Após certo tempo de caminhada, e com a maturidade da idade e da vocação,


compreendi o real sentido de ser vicentino e compartilho isso nas oportunidades
que tenho, nos encontros e palestras que dou.
Costumo dizer que: “ser vicentino é uma resposta particular ao chamado de Deus,
cuja essência é a busca da santidade por meio do serviço comunitário aos pobres”.
Logo a maturidade me fez perceber que tudo que me encantava lá no início,
continua me encanta até hoje, e por isso renovo minha vocação semanalmente, nas
reuniões da minha conferência e na visita aos nossos assistidos.
Cfd. Willian Alves
Conferência Dom Bosco (SP)

Depoimento: ser criança vicentina

Ser criança vicentina é ser melhor cada dia.


É viver para Cristo, visto na pessoa do próximo,
venerando São Vicente e seguindo os seus
ensinamentos.
Por isso eu agradeço a Deus por fazer parte dessa
enorme família vicentina do Brasil, presente
também no mundo inteiro.

Csc. Shara Sofia


Conferência Nossa Senhora de Guadalupe
CC de Palmeira dos Índios (AL)

Tribuna Vicentina | 69
Homenagem

Homenagem
2 anos de falecimento do Cfd. Antônio Costa, o
confrade “Painho”
“Não temos aqui cidade permanente, mas vamos em busca da que está por vir” (Hb
13,14).
O dia 30 deste mês marca os dois
anos de falecimento do Cfd. Antônio
Costa, conhecido como confrade
“Painho”. Embora a data possa trazer
tristeza aos corações dos familiares e
amigos do falecido confrade,
lembremo-nos que ele foi um
exemplo de vicentino e, por isso
mesmo, buscou ter uma vida perfeita,
à imitação de Nosso Senhor. É Santo
Afonso Maria de Ligório, em seu
Preparação para a Morte, que diz:
“considerada a morte à luz deste
mundo, nos espanta e inspira temor;
mas, segundo a luz da fé, é desejável
e consoladora. Parece terrível aos
pecadores; mas aos olhos dos justos
se apresenta amável e preciosa”.
Nós, da Tribuna Vicentina, mais uma
vez expressamos nossos pêsames à
família do cfd. Costa e a todos os seus
amigos, bem como pedimos a todos
os nossos leitores que pratiquem
aquilo que é parte de nossa fé,
rezando pela alma do falecido, para
que possa contemplar a Deus face a
face na eterna Glória.
"Em verdade, em verdade, eu vos digo: vem a hora, e já é chegada, em que os mortos
ouvirão a voz do Filho de Deus; e os que a ouvirem terão vida. Assim como o Pai tem a
vida em Si mesmo, assim deu ao Filho o poder de ter a vida em Si mesmo; e deu-Lhe o
poder de julgar, porque é Filho do homem. Não vos surpreendais com isto, porque virá a
hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a voz do Filho de Deus; os que
fizeram o bem, ressurgirão para a Vida, mas os que praticaram o mal ressurgirão para
serem condenados" (São João 5, 25-29).

Descanso eterno dai-lhe, Senhor;


E a luz perpétua o ilumine.

Tribuna Vicentina | 70
Vida e saúde

Vida e Saúde
“Não concordo, mas defenderei até (mesmo) a
morte”
José Nascimento
Presidente da Rede Nacional Pró-vida de Alagoas

“Vejam os passarinhos que voam pelo céu: eles não semeiam, não colhem, nem guardam
comida em depósitos. No entanto, o Pai de vocês, que está no céu, dá de comer a eles.
Será que vocês não valem muito mais do que os passarinhos?” (Mt 6, 26).
Não concordo com a escalação da Seleção Brasileira, tenho minhas preferências.
No meu entender, a Seleção deveria ter uma defesa mais homogênea. Esse ano a
nossa Seleção segue até o Oriente Médio, em busca de mais um título, o que é
motivo de festa e envolvimento nacional. Mas antes disso, o Brasil terá confirmado
o nome do comandante da nação: em suas mãos estará o poder e a influência
necessária para facilitar ou dificultar coisas para muito além de seu tempo na
cadeira presidencial. Não tenho poder algum sobre a Seleção Brasileira, mas tenho
um significativo poder na grande decisão que antecede a festa da Copa do Mundo.
Antes de 2013, essa rotina democrática não trazia a mesma efervescência que
vemos hoje. Os sucessivos traumas entregaram a devida maturidade a um povo que
tratava o dia das urnas como uma simples anotação lateral dentro das conversas e
provocações presentes em todo o tecido social. Agora, o povo cumpre também a
necessidade de eleger não apenas a pessoa que tomará a faixa em 2023, mas
principalmente os temas que tornam distintas as posições existentes em qualquer
regime democrático - naqueles em que a oposição ainda é permitida.
A tolice foi lançada para longe, as exigências foram atualizadas, a morbidez dos
debates - que antes circulavam em torno de números, porcentagens e probidade
administrativa - agora dava espaço a elementos mais determinantes, do ponto de
vista civilizacional. Sim, parecia que, de algum modo, o brasileiro já não se
preocupava se seria roubado, mas se ao menos teria a vida para reagir ao assalto.
Pausa para um esclarecimento: enquanto tenho a aprovação deste periódico para

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Vida e saúde

correr letras em defesa da vida, se torna questão de honestidade tratar as coisas


como elas devem ser encaradas. Por isso, vou interromper o conforto desse texto
para dar o verdadeiro nome daquilo que insistem em chamar de aborto; chamarei
assim: “assassinato de bebês”.
O tema pró-vida assumiu o topo na bolsa de valores de uma população de
identidade cristã. Quando o debate acerca do infanticídio (aborto) se inicia,
geralmente o interlocutor não discute o benefício da solução: existe a concórdia de
que o ato é indesejável e deve ser evitado; também é nesse momento que o
“tempero democrático” se torna a fantasia preferida daqueles que não examinam a
questão com prudência e análise profunda. Curiosamente, pretensos centuriões da
liberdade democrática, nos micro debates cozinhados dentro das redes sociais,
colocaram em cena uma citação que se tornou clichê: “discordo do que você diz,
mas defenderei até a morte seu direito de dizê-lo”.
Alguns atribuem essa frase a Voltaire. Não sei se é ele o autor, não é o ponto deste
artigo - e se fosse, a coisa também seria igualmente vexatória. Por ora, cumpre
apenas observar o artifício de bom samaritano daquele que profere essa sentença –
vejam que ele retira de si qualquer egoísmo e permite, em um pódio altruísta, que
as opiniões desgostosas subam na mesa e ocupem o mesmo lugar daquilo que ele
defende –, pois para ele não importa o que o outro venha a dizer, a opinião
concorrente ganha o verniz necessário para frequentar a mesma assembleia de
ouvintes: “não posso me cobrir com um aspecto autoritário e intransigente, é
preciso pensar na dor da mulher que foi estuprada, é preciso pensar nas crianças de
rua que, inevitavelmente, estarão praticando delitos, é preciso pensar no direito de
autodeterminação do indivíduo”. Este último chama a atenção, pois aquele que está
no centro da discussão (o bebê) já foi abortado antes que pudéssemos admiti-lo
como indivíduo. O indivíduo em questão é o que vai assistir afogado, por covardia, a
morte de seu semelhante, no ventre materno. Como coisas tão em desacordo
podem coexistir em tolerância? Como admitir qualidade de vida com uma
premeditação de crime?
O repertório falacioso, desempenhado pela moldura elástica de falsa equivalência
para ideias antagônicas, promove o congelamento e a intimidação de uma das
partes dentro do debate (talvez a carência de aceitação permita a passividade),
levando cada um a se afastar para seu lugar, na compreensão de que ambas as
opiniões são admissíveis e obedecem a doutrina irônica do pacífico convívio da
morte de um inocente como solução dos problemas de ordem premonitória e
subjetiva: uma ciranda que favorece apenas o conforto de um dos oponentes, a
saber, aquele que não aceita o curso natural das coisas.
Esse fenômeno escorregadio se manifesta nas conversas informais e nas bancadas
jornalísticas, perdendo apenas para o nascer e pôr do Sol, em se tratando de
repetição; e ganha musculatura diante de algum espírito afável, compreensivo e
aberto ao diálogo (essa palavra se tornou quase um cumprimento cotidiano), que
demonstre ser condescendente com as dores e misérias humanas, afinal, por qual
razão deve acontecer mais uma desgraça? Permitiremos uma pela outra, com o
cálculo nos devolvendo um saldo de menos um?
Aqueles que abraçaram a causa pró-vida devem reagir com a verdade irresistível,
com um discurso forte e contundente, não concedendo ao oponente a esfera de
respeito que oferecemos para ideias de igual proporção. Não há racionalidade em
tratar a dignidade de seu semelhante como tratamos as carnes que passam pela
nossa cozinha, retirando da mulher “a carne que não se aproveita” e levando ela até
o lixo,mesmo sabendo que ali existe um pulso vivo, que mal consegue erguer os
bracinhos em sinal de reação contra os coveiros dos sonhos alheios: vilania cometida

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Vida e saúde

na pretensa defesa de uma promessa de felicidades diante da execução de uma


atrocidade. Não concedam ao oponente a esfera de respeito que oferecemos para
ideias subjetivas; o homicídio não perde sua característica central, independente
das razões (a menos que se alegue legítima defesa; neste caso deve ser avaliada a
classificação e saúde do ser vivo com quem se está debatendo). Tudo isso é uma
covarde violência contra o senso das proporções e, principalmente, contra a
preservação da sanidade - esta também tão valiosa nesses dias.
As bandeiras que buscam a naturalização e acomodação da cultura da morte nos
gestos, atos, palavras e reações do brasileiro trarão sempre como antessala a busca
irrefletida pela concórdia e o respeito, provavelmente fomentados por um caráter
angustiante de aceitação e preservação do convívio social, que atraem o incauto
defensor da vida através de postulados ardilosos que consideram invariavelmente
que todas as opiniões possuem um valor comum, liso e linear, em detrimento de
todos os outros - truque do inimigo -, tal como uma árvore de tronco horizontal, que
estende suas raízes para as laterais e ficam distantes de qualquer fundamento,
ficando desnutridas e com frutos podres pela proximidade com o chão.

Pode Não
abor-
tar! pode!

A liberdade de opiniões apenas coloca o certo e o errado em um mesmo nível, não


permitindo que a verdade prevaleça

Tribuna Vicentina | 73
Vida e saúde

Estilos parentais e a educação dos filhos


Csc. Carla Cavalcante Paiva Pereira, psicóloga
CRP 15\3763

Créditos da foto: Family First, no StockSnap

Esse mês vamos falar um pouco sobre estilos parentais e como eles interferem no
desenvolvimento infantil. Sabemos que quando o assunto é educação dos filhos, as
famílias divergem no modo de instruir, tendo cada uma o seu modo, sempre
tentando fazer o melhor pelos filhos. Esses modos de educar são denominados
estilos parentais, que são definidos como “atitudes direcionadas às crianças, gerando
um clima emocional entre pais e filhos”.
Ao longo da história, transitamos entre os estilos parentais e as formas de educar.
Nos últimos anos vimos a transição de um estilo parental autoritário - onde pais e
cuidadores exercem total controle sobre as crianças, impedindo o desenvolvimento
de qualquer tipo de autonomia por parte dos pequenos, e exigindo, além disso,
obediência, boas notas e um comportamento adequado a qualquer custo - para um
estilo permissivo, onde as famílias não estabelecem quaisquer tipos de regras ou
limites para as crianças, aceitando qualquer que seja o comportamento dos
pequenos. Neste último estilo, os pais se comunicam bem com os filhos e buscam
realizar todos os desejos e pedidos das crianças, não compreendendo como isso
pode ser prejudicial para seu desenvolvimento.
Com o passar dos anos, os estudos passaram a observar como esses estilos
podem trazer dificuldades emocionais para as crianças e um prejuízo ao seu
desenvolvimento. Com o avanço dos estudos nessa área, vem sendo defendido e
difundindo um olhar positivo, onde famílias e educadores buscam ter como base a
gentileza e o equilíbrio na educação das crianças - como um “caminho do meio”
entre os estilos parentais autoritário e permissivo. Nesse estilo, ao mesmo tempo
em que estabelecem limites e regras para o desenvolvimento do senso de
responsabilidade, também utilizam o diálogo e a escuta ativa para promover um am-

Tribuna Vicentina | 74
Vida e saúde

biente de aceitação, colaboração e afeto com os pequenos.


Ao utilizarmos esse estilo parental, reconhecemos que a qualidade da interação
familiar possui um impacto direto no desenvolvimento dos filhos, criando
repertórios adequados para a faixa etária, estabelecendo um clima de harmonia,
realizando combinados familiares e proporcionando um ambiente adequado para
que a criança atinja o máximo do seu potencial, pois quando os pequenos crescem
em um ambiente hostil e emocionalmente instável, logo se tornam mais propícios a
apresentarem dificuldades em diferentes áreas, como a social, a emocional, a
afetiva e até mesmo a cognitiva.

Tribuna Vicentina | 75
Intervalo alegre

Intervalo alegre
Como estamos no mês das crianças, nada mais justo do que trazer uma série de
piadas com a criança mais famosa do mundo humorístico: o Joãozinho. Prepare-se,
fique confortável e vamos dar umas gargalhadas!

Joãozinho chega atrasado na escola. Quando ele entra na sala de aula, a professora
diz:
- De novo atrasado, Joãozinho?
- Ué, professora! Não é a senhora que diz que nunca é tarde para aprender?

Mais uma vez, Joãozinho chega atrasado na escola.


- O que houve dessa vez, Joãozinho?
- Fui atacado por um pitbull no caminho pra cá, professora!
- Nossa! E tá tudo bem? Ele mordeu você?
- Morder ele não mordeu, mas comeu toda a lição de casa.

- Joãozinho, preciso regar as plantas lá no quintal. Preste atenção quando ferver o


leite, hein?
- Claro, mamãe.
O leite ferveu e o chão da cozinha ficou todo molhado. Quando a mãe voltou, não
acreditou no que viu.
- Mas Joãozinho! Eu te pedi para prestar atenção quando fervesse o leite!
- E eu prestei. Eram exatamente 10h35.

Joãozinho foi o único aluno da classe a acertar o problema matemático que a


professora havia passado na tarefa de casa. Desconfiada, ela pergunta:
- Joãozinho, você fez a lição junto com seu pai?
- Claro que não, professora!
- Que ótima notícia, Joãozinho!
- Meu pai fez sozinho mesmo.

A professora diz:
- Joãozinho, se eu digo “fui bonita”, é passado. E se eu disser “sou bonita”, o que é?
Joãozinho responde:
- É mentira, professora.

Ao chegar na sala de aula, o Joãozinho pergunta para a professora:


- Professora, alguém pode ser culpado por uma coisa que não fez?
- Claro que não, Joãozinho. Porquê?
- Ah, que bom. É porque eu não fiz o dever de casa, professora.

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Aniversariantes do mês

Aniversariantes do mês
Este é um mês muito especial para a Csc. Alessandra Alencar, de Nova Olinda (CE),
para o Cfd. Gildo e para o nosso Presidente-geral Internacional, Cfd. Renato Lima, que
comemoram seus aniversários natalícios nos dias 15, 19 e 30! Que o Bom Deus os
abençoe imensamente e lhes conceda as graças necessárias para que sejam santos!

Cfd. Renato Lima, 16° Presidente-geral Internacional da


SSVP

Tribuna Vicentina | 77
Aniversariantes do mês

Confrade Gildo, assistido da Casa do Csc. Alessandra Alencar, de Nova Olinda


Idoso Santo Antônio

Ainda neste mês, no dia 17, o Padre Cícero Lenisvaldo está completando 19 anos de
ordenação sacerdotal! Parabéns, padre! Que a Santíssima Virgem Maria, São João
Maria Vianney e São Vicente de Paulo intercedam sempre pelo senhor!

Padre Cícero Lenisvaldo, capelão da Santa Casa de Misericórdia de Maceió

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Tribuna Vicentina
Conselho Metropolitano de Maceió

Outubro de 2022
Nº 216

Vicentinos de Maceió

ssvp_alagoas

Vicentinos de Maceió

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