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PÓS-GRADUAÇÃO EM PRÁTICA PREVIDENCIÁRIA AVANÇADA

MÓDULO: BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS DO RGPS

TEMA: BENEFÍCIOS POR INCAPACIDADES

Olá, caríssimo(a) aluno(a)! Como está? Esperamos que esteja bem!


Seja bem-vindo(a) à primeira aula do módulo Benefícios Previdenciários do RGPS,
da Pós-Graduação em Prática Previdenciária Avançada.
Esta primeira aula tratará dos Benefícios por incapacidades, cujo fundamento
constitucional é o art. 201, inciso I, da Constituição Federal.
Quando concluir esta aula, você terá uma noção geral dos principais requisitos de
concessão dos mencionados benefícios e estará apto a aprofundar o tema nas
demais aulas que teremos!
Em caso de dúvidas quanto ao conteúdo desta aula, envie um chamado através do
canal “Pergunte ao Professor” no Portal Damasio.

Bons estudos!

Aposentadoria por incapacidade permanente


Regulamentação básica: arts. 42 a 47 da Lei n° 8213/91 e arts. 43 a 50 do
RPS.
Este benefício passou a se chamar aposentadoria por incapacidade
permanente nos termos da Emenda 103/2019.
Dessa forma, a Lei n° 8213/91 deve ser interpretada à luz da novel
terminologia constitucional para este benefício.
Outro ponto alterado foi a sua renda mensal, tendo em vista que o art. 44 da
Lei n° 8213/91 não restou recebido pela Emenda 103/2019.

Códigos de concessão: 92 (Aposentadoria por incapacidade permanente


por acidente de trabalho) e 32 (Aposentadoria por incapacidade permanente
previdenciária – não decorrente de acidente de trabalho).

A aposentadoria por incapacidade permanente será devida ao segurado


incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta
a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.
Em regra, a concessão da aposentadoria pressupõe a realização de carência
de 12 contribuições mensais, que será excepcionalmente dispensada nas hipóteses
de incapacidade decorrente de acidade de qualquer natureza, doença profissional,
do trabalho ou das moléstias graves listadas em ato regulamentar.
Vale ressaltar que a aposentadoria não é definitiva (salvo para os maiores
de 60 anos de idade e demais isentos de perícia, desde que não voltem a exercer
atividade remunerada), devendo cessar a qualquer tempo caso o segurado recupere
a sua capacidade laborativa, a exemplo de cura após tratamento cirúrgico que se
submeteu espontaneamente.
O segurado aposentado por incapacidade permanente poderá ser
convocado a qualquer momento para avaliação das condições que ensejaram o
afastamento ou a aposentadoria, concedida judicial ou administrativamente,
observado o disposto no art. 101 da Lei n° 8213/91.
O valor da aposentadoria para o segurado que necessitar da assistência
permanente de outra pessoa será acrescido de 25% (auxílio-acompanhante), se
assim restar comprovado em perícia médica do INSS. Vale lembrar que esse
acréscimo poderá extrapolar o teto de pagamento dos benefícios do RGPS, sendo
um valor fixo recalculado juntamente com o reajuste da aposentadoria por
incapacidade permanente, tendo índole personalíssima, vez que o seu valor não será
incorporado na pensão por morte eventualmente instituída pelo aposentado.
Esse acréscimo deverá ser pago desde a data de início do benefício, caso o
aposentado por incapacidade permanente já necessitasse do auxílio permanente de
outra pessoa naquele momento ou, sendo superveniente, a partir da data de entrada
do requerimento administrativo, não gerando efeitos financeiros antes da provação
administrativa.
O anexo I do RPS traz um rol das situações que ensejam o acréscimo:
1 - Cegueira total.
2 - Perda de nove dedos das mãos ou superior a esta.
3 - Paralisia dos dois membros superiores ou inferiores.
4 - Perda dos membros inferiores, acima dos pés, quando a prótese for
impossível.
5 - Perda de uma das mãos e de dois pés, ainda que a prótese seja possível.
6 - Perda de um membro superior e outro inferior, quando a prótese for
impossível.
7 - Alteração das faculdades mentais com grave perturbação da vida
orgânica e social.
8 - Doença que exija permanência contínua no leito.
9 - Incapacidade permanente para as atividades da vida diária.

Impende ressaltar que o auxílio-acompanhante poderá ser cancelado


mesmo após o aposentado por incapacidade permanente atingir os 60 anos de idade
ou 55 anos com 15 anos de percepção do benefício, sendo possível a realização de
perícia médica para esse fim por força do art. 103, § 2°, inc. I, da Lei n° 8.213/91.
Considerando que o art. 45 da Lei n° 8.213/91 não lista as hipóteses em que
o aposentado por incapacidade permanente fará jus ao acréscimo, entende-se que
o referido rol é exemplificativo, pois não poderá o Regulamento prever todas as
hipóteses que ensejem a necessidade de assistência permanente de outra pessoa.
A recuperação da capacidade laborativa pelo aposentado por incapacidade
permanente poderá gerar o pagamento de um “prêmio” por seu esforço, pois o
segurado ainda receberá algumas parcelas do benefício por alguns meses, sendo
intitulado pela doutrina de mensalidades de recuperação.
De efeito, quando a recuperação ocorrer dentro de 5 (cinco) anos, contados
da data do início da aposentadoria por invalidez ou do auxílio-doença que a
antecedeu sem interrupção, o benefício cessará:
a) de imediato, para o segurado empregado que tiver direito a retornar à
função que desempenhava na empresa quando se aposentou, na forma da
legislação trabalhista, valendo como documento, para tal fim, o certificado de
capacidade fornecido pela Previdência Social; ou
b) após tantos meses quantos forem os anos de duração do auxílio-doença
ou da aposentadoria por invalidez, para os demais segurados.
Por outro lado, quando a recuperação for parcial, ou ocorrer após o os
referidos 05 anos, ou ainda quando o segurado for declarado apto para o exercício
de trabalho diverso do qual habitualmente exercia, a aposentadoria será mantida,
sem prejuízo da volta à atividade, da seguinte forma:
a) no seu valor integral, durante 6 (seis) meses contados da data em que for
verificada a recuperação da capacidade;
b) com redução de 50% (cinquenta por cento), no período seguinte de 6
(seis) meses;
c) com redução de 75% (setenta e cinco por cento), também por igual
período de 6 (seis) meses, ao término do qual cessará definitivamente.
Saliente-se que o empregado que for aposentado por invalidez terá
suspenso o seu contrato de trabalho durante o prazo fixado pelas leis de previdência
social para a efetivação do benefício, a teor do art. 475 da CLT.
Recuperando o empregado a capacidade de trabalho e sendo a
aposentadoria cancelada, ser-lhe-á assegurado o direito à função que ocupava ao
tempo da aposentadoria, facultado, porém, ao empregador, o direito de indenizá-lo
por rescisão do contrato de trabalho, nos termos dos arts. 477 e 478, salvo na
hipótese de ser ele portador de estabilidade, quando a indenização deverá ser paga
na forma do art. 497.
Auxílio por incapacidade temporária
Regulamentação básica: arts. 59 a 63, da Lei n° 8213/91; arts. 71 a 80 do
RPS.
Códigos de concessão: 91 (auxílio-doença por acidente do trabalho) e 31
(auxílio-doença previdenciário – sem decorrer de acidente de trabalho).
Não basta estar doente para receber um benefício previdenciário por
incapacidade laboral. A Emenda n° 103/19 inseriu a necessidade de incapacidade
temporária ou permanente. Quando cabível a reabilitação profissional, a
incapacidade permanente também é fato gerador do auxílio, nos termos do art. 62
da Lei n° 8.213/91.
Por certo, teria sido mais adequada a expressão “auxílio temporário por
incapacidade” ou simplesmente “auxílio-incapacidade”, pois demonstraria o caráter
temporário do benefício e abarcaria tanto a incapacidade temporária quanto a
permanente.
Trata-se de benefício não programado, devido ao segurado que ficar
incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15
dias consecutivos.
O segurado em gozo de auxílio por incapacidade temporária, insusceptível
de recuperação para sua atividade habitual, deverá submeter-se a processo de
reabilitação profissional para o exercício de outra atividade, exceto o tratamento
cirúrgico e a transfusão de sangue, que são facultativos.
A incapacidade laborativa por até 15 dias não ensejará o pagamento do
auxílio por incapacidade temporária, pois se cuida de risco social não coberto pelo
Plano de Benefícios do RGPS. Também não será devido o auxílio ao segurado que
se filiar ao RGPS já portador da doença ou da lesão invocada como causa para o
benefício, salvo quando a incapacidade sobrevier por motivo de progressão ou
agravamento dessa doença ou lesão.
A renda mensal inicial é de 91% do SB, não podendo ser inferior a um salário
mínimo, pois visa substituir a remuneração do beneficiário. Em regra, o auxílio
pressupõe a realização de carência de 12 contribuições mensais, que será
excepcionalmente dispensada nas hipóteses de incapacidade decorrente de
acidente de qualquer natureza, doença profissional, do trabalho ou das moléstias
graves listadas em ato regulamentar. No entanto, a Lei n° 13.135/15 instituiu um
novo teto para o valor do auxílio, ao inserir o § 10 no art. 29 da Lei n° 8213/91.
Isso porque o art. 26, caput, da Emenda, somente se aplica aos benefícios
com regulação constitucional de requisitos enquanto não há lei de regulamentação
(“até que lei discipline o cálculo dos benefícios do RGPS”), o que não ocorre com o
auxílio-doença, não regulado pela reforma constitucional.
Ademais, o § 2° do art. 26 da Emenda somente se refere às aposentadorias
(“o valor do benefício de aposentadoria corresponderá a 60% da média aritmética”),
não abarcando o auxílio por incapacidade temporária.
Dessa forma, será comum ver a renda do auxílio por incapacidade
temporária superior à renda da aposentadoria por incapacidade permanente dos
segurados que não possuírem largo tempo de contribuição, o que é um
contrassenso, até que haja uma possível alteração na Lei n° 8213/91.
A legislação previdenciária não fixa um prazo máximo para a manutenção
do auxílio por incapacidade temporária, mas é certo que não deverá permanecer
ativo por muito tempo, visto que é precário por natureza.
De efeito, o auxílio por incapacidade temporária cessará com o retorno do
segurado ao trabalho ou, caso necessite, com a sua reabilitação profissional. Caso
contrário, a depender do caso concreto, deverá ser convertido em auxílio-acidente
ou aposentadoria por incapacidade permanente, podendo, ainda, ser transformado
em outra aposentadoria, caso o segurado já tenha preenchido os requisitos para
tanto.
A alteração das atribuições e responsabilidades do segurado compatíveis
com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental não configura
desvio de cargo ou função do segurado reabilitado ou que estiver em processo de
reabilitação profissional a cargo do INSS.
Vale salientar que ao segurado que exercer mais de uma atividade abrangida
pela Previdência Social, e estando incapacitado para uma ou mais atividades,
inclusive em decorrência de acidente do trabalho, será concedido um único
benefício.
Em regra, a data de início do benefício (DIB) será a data da incapacidade,
marco inicial do pagamento a ser promovido pelo INSS. Contudo, se entre a data da
incapacidade e a data de entrada do requerimento (DER) se passar mais de 30 dias,
a data de início do benefício será a data de entrada do requerimento na Previdência
Social.
Apenas no caso do segurado empregado a regra será diferente, tendo em
vista a obrigação legal da empresa de pagar ao segurado seu salário durante os 15
primeiros dias do afastamento. Logo, para o segurado empregado, a data de início
do benefício não será a data da incapacidade, e sim o 16º dia seguinte.
Excepcionalmente, se entre a data da incapacidade e a data de entrada do
requerimento se passar mais de 30 dias, a data de início do benefício será a data de
entrada do requerimento na Previdência Social.
No caso de concessão judicial, em decorrência do INSS ter negado o
benefício na esfera administrativa, se por questões clínicas a perícia judicial não
conseguir definir a data de início da incapacidade, a data de início do benefício será
a data de juntada do laudo pericial.
A Previdência Social deverá processar de ofício o benefício, quando tiver
ciência da incapacidade do segurado sem que este tenha requerido auxílio-doença,
na forma do art. 76 do RPS.
O segurado empregado em gozo de auxílio por incapacidade temporária
será considerado pela empresa como licenciado, nos termos do art. 476 da CLT. O
mesmo entendimento foi estendido ao empregado doméstico por força da LC
150/2015.
Ademais, a empresa que garantir ao segurado licença remunerada ficará
obrigada a pagar-lhe durante o período de auxílio por incapacidade temporária a
eventual diferença entre o valor deste e a importância garantida pela licença
(complemento de auxílio por incapacidade temporária).
O auxílio por incapacidade temporária poderá ser comum (Código B 31) ou
acidentário (B 91), se decorrer de acidente de trabalho, doença profissional, do
trabalho ou evento equiparado, uma vez emitida a Comunicação de Acidente de
Trabalho ou reconhecido o nexo técnico epidemiológico entre a enfermidade e o
exercício do labor.
Neste caso, após a cessação do benefício acidentário, o segurado
(empregado) terá garantido, pelo prazo mínimo de 12 meses, a manutenção do seu
contrato de trabalho na empresa, independentemente de percepção de auxílio-
acidente, na forma do art. 118 da Lei n° 8.213/91. Este direito não foi estendido
expressamente ao empregado doméstico pela LC n° 150/15.
O auxílio-doença do segurado que exercer mais de uma atividade abrangida
pela Previdência Social será devido mesmo no caso de incapacidade apenas para o
exercício de uma delas, devendo a perícia médica ser conhecedora de todas as
atividades que o mesmo estiver exercendo, podendo ser inferior a um salário-
mínimo, desde que somado às demais remunerações recebidas resultar valor
superior.
Quando o segurado que exercer mais de uma atividade se incapacitar
definitivamente para uma delas, deverá o auxílio-doença ser mantido
indefinidamente, não cabendo sua transformação em aposentadoria por invalidez,
enquanto essa incapacidade não se estender às demais atividades.
O art. 78 do RPS prevê o polemico instituto da Alta Programada ou COPES
– Cobertura Previdenciária Estimada, em que o INSS poderá estabelecer, mediante
avaliação médico-pericial, o prazo que entender suficiente para a recuperação da
capacidade para o trabalho do segurado, dispensada nessa hipótese a realização de
nova perícia.
Caso o prazo concedido para a recuperação se revele insuficiente, o
segurado poderá solicitar a realização de nova perícia médica, perpetrando pedido
de prorrogação (PP) do benefício, nos 15 dias anteriores a alta programada.
Consta do teor do art. 60 da Lei n° 8213/91 que, sempre que possível, o ato
de concessão ou de reativação de auxílio por incapacidade temporária, judicial ou
administrativo, deverá fixar o prazo estimado para a duração do benefício (COPES
administrativa e COPES judicial).
Caso a decisão judicial não fixe a data de cessação automática do auxílio
por incapacidade temporária, o benefício cessará após o prazo de 120 dias, contado
da data de concessão ou reativação, exceto se o segurado requerer a sua
prorrogação junto ao INSS, conforme regulamento da Previdência Social (pedido de
prorrogação).
A COPES somente é compatível com a incapacidade laboral temporária, em
que é possível estimar prazo de recuperação, sendo incompatível com a
incapacidade laboral permanente, pois neste caso o auxílio por incapacidade
temporária somente será cessado com a reabilitação profissional bem sucedida, nos
termos do art. 62 da Lei n° 8213/91.
Também restou consignado pela Lei n° 13.457/17 que o segurado em gozo
de auxílio por incapacidade temporária, concedido judicial ou administrativamente,
poderá ser convocado a qualquer momento para avaliação das condições que
ensejaram a concessão ou a manutenção.

Auxílio-acidente (art. 86 da Lei n° 8.213/91 c/c art. 104 do RPS)


Único benefício previdenciário com natureza exclusivamente indenizatória,
não se destinando a substituir a remuneração do segurado, e sim servir de acréscimo
aos seus rendimentos, em decorrência de um infortúnio que reduziu a sua
capacidade laborativa.
Com efeito, será concedido ao segurado quando, após consolidação das
lesões decorrentes de acidente de qualquer natureza, resultarem sequelas que
impliquem redução da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia ou
mesmo impossibilidade de desempenho dessa atividade, uma vez possível a
reabilitação profissional para outra que garanta a subsistência do segurado.
Trata-se de benefício que independe de carência, tendo renda mensal inicial
fixada em 0% do salário de benefício pela Lei n° 9032/95, podendo ter valor inferior
a um salário mínimo, pois não objetiva substituir a remuneração do empregado,
empregado doméstico, trabalhador avulso ou segurado especial.
Desde o advento da Lei n° 9528/97, o auxílio-acidente não mais será
acumulado com a aposentadoria do segurado, passando a integrar o salário de
contribuição para fins do cálculo do salário de benefício da aposentadoria, na forma
do art. 31 da Lei n° 8213/91, salvo direito adquirido.

Aposentadoria Auxílio por Auxílio-acidente


por incapacidade
incapacidade temporária
permanente
Beneficiários Todos os Todos os Segurado
segurados segurados empregado,
empregado
doméstico,
trabalhador avulso e
segurado especial
Carência 12 12 contribuições Não há
contribuições mensais (regra
mensais (regra geral)
geral)
Valor A partir de 60% 91% do SB, 50% do SB
da média de limitado à média
todos os SC a das 12 últimas
contar de contribuições
07/1994
Regulamentação arts. 42 a 47 da arts. 59 a 63 da art. 86 da Lei n°
básica Lei n° 8.213/91 Lei n° 8.213/91 8.213/91 c/c art. 104
c/c arts. 43 a c/c arts. 71 a 80 do RPS
50 do RPS do RPS
Código de 92 e 32 91 e 31 94 e 36
concessão
Leitura sugerida
1. ALVES, Hélio Gustavo. Guia prático dos benefícios previdenciários. 3. ed. Rio
de Janeiro: Forense, 2021.

2. TREZUB, Cláudio José; PATSIS, Keti Stylianos. Perícia médica previdenciária


– benefícios por incapacidade. 4. ed. revista atualizada e ampliada. Salvador:
Juspodivm, 2021.

3. BITTENCOURT, André Luiz Moro. Manual dos benefícios por incapacidade


laboral e deficiência. 3. ed. Curitiba: Alteridade Editora, 2019.

Leitura Complementar
1. GHATTAS, Rafael Sodré. Aposentadoria por incapacidade permanente – breve
exame à luz da EC 103/2019 e da EC 49/2020. Disponível em:
<http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/documentacao_e_divulgacao/doc_biblio
teca/bibli_servicos_produtos/BibliotecaDigital/BibDigitalPeriodicos/TodosOsPeriodic
os/RevPGESP/Revista%20PGE%20n.%2091_92%20-
%20Reforma%20da%20Previdencia.pdf#page=143>. Acesso em: 08 fev. 2022.

2. AVELINO, José Araujo; PASSOS, Ana Flávia; CARVALHO, Jadhe; BARBOSA,


Lucas Sampaio; CHAGAS, Pedro Henrique; SILVA, Yasmin Barbosa Pereira da.
(2021). As configurações da instituição, restituição, compensação e isenção das
contribuições previdenciárias no brasil no âmbito do acidente de trabalho e
incapacidade permanente. Revista De Direito Do Trabalho, Processo Do
Trabalho e Direito da Seguridade Social. Disponível em:
<https://revista.laborjuris.com.br/laborjuris/article/view/68>. Acesso em: 08 fev.
2022.

3. PAULA, Ana Cristina Alves de. Análise biopsicossocial da incapacidade


laboral na concessão de aposentadoria por invalidez e auxílio-doença. 2018.
Dissertação (Mestrado em Direito) – Unesp, Franca, 2018. Disponível em:
<https://repositorio.unesp.br/handle/11449/154964>. Acesso em: 08 fev. 2022.

Constituição Federal de 1988


Decreto nº 10.410, de 30 de junho de 2020
Emenda Constitucional nº 103, de 12 de novembro de 2019
Decreto n° 3048, de 06 de maio de 1999
Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991

Processo
AgInt no AREsp 1883040 / SP
AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL
2021/0138816-1
Relator(a)
Ministro MANOEL ERHARDT (DESEMBARGADOR
CONVOCADO DO TRF5)
Órgão Julgador
T1 - PRIMEIRA TURMA
Data do Julgamento
22/11/2021
Data da Publicação/Fonte
DJe 24/11/2021
Ementa
PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO INTERNO NO RECURSO
ESPECIAL. ALEGADA OMISSÃO NO ACÓRDÃO
REGIONAL. INOCORRÊNCIA. APOSENTADORIA POR
INVALIDEZ. TERMO INICIAL. RETROAÇÃO À DATA DA
CESSAÇÃO DO AUXÍLIO-DOENÇA. INCAPACIDADE
FIXADA NA DATA DO LAUDO. ALTERAÇÃO DO
JULGADO. INVIABILIDA DE. REEXAME FÁTICO-
PROBATÓRIO. SÚMULA 7/STJ. AGRAVO INTERNO DO
PARTICULAR A QUE SE NEGA PROVIMENTO.

Processo
EDcl no REsp 1729555 / SP
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO ESPECIAL
2018/0056606-0
Relator(a)
Ministra ASSUSETE MAGALHÃES (1151)
Órgão Julgador
S1 - PRIMEIRA SEÇÃO
Data do Julgamento
18/11/2021
Data da Publicação/Fonte
DJe 29/11/2021
Ementa
PREVIDENCIÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS
DECLARATÓRIOS NO RECURSO ESPECIAL
REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA DE NATUREZA
REPETITIVA. AUXÍLIO-ACIDENTE DECORRENTE DA
CESSAÇÃO DO AUXÍLIO-DOENÇA. FIXAÇÃO DO TERMO
INICIAL. PRECEDENTES DO STJ FIRMADOS À LUZ DA
EXPRESSA PREVISÃO LEGAL DO ART. 86, § 2º, DA LEI
8.213/91. TESE FIRMADA SOB O RITO DOS RECURSOS
ESPECIAIS REPETITIVOS. ART. 1.036 E SEGUINTES DO
CPC/2015. RECURSO ESPECIAL CONHECIDO E PROVIDO.
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. ALEGADA VIOLAÇÃO AO
ART. 1.022 DO CPC/2015. OMISSÕES INEXISTENTES.
INCONFORMISMO. REJEIÇÃO DOS EMBARGOS DE
DECLARAÇÃO.

1. Canal do Prof. Dr. Hélio Gustavo Alves – Benefícios por Incapacidade e


Reabilitação. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=KtzUNT0eEjA>.
Acesso em: 08 fev. 2022.

2. Canal do Prof. Dr. Hélio Gustavo Alves – os meios de provas dos benefícios por
incapacidade: <https://www.youtube.com/watch?v=pBknr-Qkb-I>. Acesso em: 08
fev. 2022.
3. Canal do Prof. Dr. Hélio Gustavo Alves – coronavírus e Auxílio doença. Disponível
em: <https://www.youtube.com/watch?v=7yEocIYyyhM>. Acesso em: 08 fev. 2022.
4. Canal do Prof. Dr. Hélio Gustavo Alves – sustentação oral sobre adicional de 25%
para todas aposentadorias. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=tRDYjCT-Bvk>. Acesso em: 08 fev. 2022.

5. Canal do Prof. Dr. Hélio Gustavo Alves – coronavírus e o direito previdenciário.


Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=0AUXyAsb31U>. Acesso em:
08 fev. 2022.

De acordo com o Manual de Perícia Médica da Previdência Social, “a


incapacidade laborativa é a impossibilidade de desempenho das funções específicas
de uma atividade ou ocupação, em consequência de alterações
morfopsicofisiológicas provocadas por doença ou acidente”.
Ocorre que, ao longo da Lei do Plano de Benefícios da Previdência Social
(Lei nº 8.213/1991), o conceito de incapacidade laboral não foi fornecido em nenhum
momento. O dispositivo que mais se aproxima da mens legislatoris, muito embora
nem de longe seja uma definição, é o art. 43, § 1°, da referida Lei.
O cerne da questão é que a redação do referido artigo vem permitindo que
o INSS faça uma interpretação restritiva do termo e somente enxergue o viés médico
da incapacidade. Em razão do atrelamento que tal norma fez entre perícia médica e
incapacidade, sendo aquela o instrumento de comprovação desta, fica evidente que
uma interpretação literal do dispositivo leva ao entendimento de que a incapacidade
foi empregada com uma dimensão única e exclusivamente médica. A consequência
disso é que somente aqueles indivíduos totalmente incapacitados sob o aspecto
médico têm seus benefícios por incapacidade de natureza previdenciária deferidos
pelo INSS.
A verificação da incapacidade laboral não se resume, contudo, em
comprovação de ordem exclusivamente científica ou médica, compreendendo um
juízo complexo, em que se deve avaliar a concreta possibilidade do segurado
conseguir retirar do benefício renda suficiente para manter sua subsistência em
condições, senão iguais, ao menos proporcionais àquelas que apresentavam antes
de sua incapacitação.
A própria Resolução OMS nº 5421, aprovada pela 54ª Assembleia Mundial
da Saúde, em 22 de maio de 2001, denominada Classificação Internacional de
Funcionalidades, Incapacidade e Saúde (CIF), a todo instante assevera ser a
incapacidade um fenômeno multidimensional, produto da interação entre a saúde do
indivíduo e fatores ambientais e sociais, consagrando um modelo social de
incapacidade. Assim sendo, a incapacidade deve ser constatada por um critério
“biopsicossocial”, que, obviamente, deve abarcar as condicionalidades endógenas
(como circunstâncias fisiológicas, anatômicas e psicológicas), mas não olvidar
condicionalidades exógenas, envolvendo as circunstâncias socioambientais e
econômicas.
Nesse contexto, na caracterização da incapacidade laborativa, devem ser
considerados conjuntamente os critérios físicos, psíquicos e sociais do segurado,
tais como:
a) a idade;
b) o tipo de incapacidade;
c) o nível de escolaridade;
d) a profissão;
e) o agravamento que a atividade pode causar para a doença;
f) a possibilidade de acesso a tratamento adequado;
g) o risco que a permanência na atividade pode ocasionar para si e para
terceiros;
h) o tempo de permanência em benefício concedido administrativamente;
i) fatores outros, considerando que a listagem não é exaustiva e devem
sempre ser analisadas criteriosamente as condições pessoais, histórico laboral e
características do segurado.
Os pleitos previdenciários possuem relevante valor social de proteção ao
cidadão, devendo ser, portanto, julgados sob tal orientação exegética. Assim, não se
pode conceder o benefício apenas com base nas considerações de ordem clínica,
devendo-se levar em consideração também as condições sociais e pessoais do
indivíduo. Isto, hoje, encontra-se sumulado.
Súmula 47 da TNU: Uma vez reconhecida a incapacidade parcial para o
trabalho, o juiz deve analisar as condições pessoais e sociais do segurado para a
concessão de aposentadoria por invalidez.
Entretanto, se o aspecto médico da incapacidade laborativa não for
verificado, não é necessária a verificação das demais condições – excetuado o caso
da AIDS, devido ao forte estigma que a doença ainda tem.
Súmula 77 da TNU: O julgador não é obrigado a analisar as condições
pessoais e sociais quando não reconhecer a incapacidade do requerente para a sua
atividade habitual.

Após a leitura deste material e o acompanhamento das videoaulas


ministradas pelo(s) professor(es), finalize o seu aprendizado efetuando a atividade
autoinstrucional, disponível na área do aluno, no menu plataforma de atividades,
no link “provas e atividades”. O gabarito será visualizado conforme a programação
do cronograma da disciplina.

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