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1 - 2020 HIAE

A encefalopatia de Wernicke é disfunção diencefálica e mesencefálica caracterizada pela tríade

A) convulsão, alucinações e demência.


B) coreia, depressão e miclonia.
C) apraxia de marcha, bexiga neurogênica e ciatalgia.
D) rigidez, bradicinesia e tremor.
E) confusão, ataxia e oftalmoplegia.

» A encefalopatia de Wernicke, que ocorre em pacientes alcoólatras e desnutridos, se manifesta pela tríade clínica CONFUSÃO
MENTAL, ATAXIA DE MARCHA e DISTÚRBIO DA OCULOMOTRICIDADE após receber carga aguda de glicose... O tratamento é feito
com reposição de tiamina. Resposta: E.

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2 - 2020 SCMSP

Um paciente de trinta anos de idade, morador de área livre, com antecedente de etilismo, adentra o serviço de emergência
apresentando quadro confusional, ataxia e movimentos oculares anormais (nistagmo). Com base nessa situação hipotética, o
diagnóstico mais provável é o de

A) beribéri.
B) encefalopatia de Wernicke.
C) deficiência de vitamina K.
D) deficiência de folato.
E) crise tireotóxica.

» Alcoolista apresenta a clássica tríade clínica CONFUSÃO MENTAL, ATAXIA DE MARCHA e DISTÚRBIO DA OCULOMOTRICIDIDADE.
Qual é o diagnóstico imediato? Encefalopatia de Wernicke! O tratamento é feito com reposição de tiamina. Resposta: B.

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3 - 2020 SCMSP

Sintomas de transtornos psiquiátricos podem ou não ocorrer como comorbidades de diagnósticos clínicos e influenciam a
aderência do paciente e a evolução do tratamento. Entre esses sintomas, pode‐se observar a ablutomania, que é sugestiva de

A) esquizofrenia hebefrênica.
B) transtorno obsessivo‐compulsivo.
C) alteração comportamental decorrente de lesão em lobo temporoparietal.
D) bulimia nervosa.
E) transtorno afetivo bipolar.

» Vamos aproveitar para aprender com a questão! Ablutomania é a preocupação obsessiva com limpeza, lavagem ou banho,
frequentemente acompanhada de rituais compulsivos, um sintoma frequente em pacientes com transtorno obsessivo-compulsivo.
Resposta: B.

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4 - 2020 HIAE

O tratamento da agitação psicomotora que acomete a maioria dos pacientes com abstinência alcoólica deve ser feito
preferencialmente com

A) benzodiazepínico.
B) fenitoína.
C) zolpiden.
D) fenobarbital.
E) quetiapina.

» Os objetivos gerais do tratamento de pacientes com abstinência alcoólica são: (1) fornecer suporte clínico: hidratação, correção de
distúrbios eletrolíticos, hipóxia etc; (2) manter o paciente em estado confortável,calmo e acordado; (3) prevenir sintomas graves e
complicações agudas (convulsões, delirium tremens, arritmias, infecções etc.) e (4) evitar sequelas crônicas: síndrome de Wernicke-
Korsakoff. Para tratar a agitação psicomotora, cumprindo o objetivo 2, deve-se empregar benzodiazepínicos, como o diazepam e o
lorazepam - ressaltamos: objetivo é deixar o paciente calmo, evitando deixá-lo rebaixado (aumenta o risco de complicações e
aspiração). A dose e a via de administração dependem de vários fatores. Para simplificar, podemos organizar da seguinte forma:
1. Abstinência leve a moderada: sem vômitos, parou de ingerir bebida alcoólica por grande pressão familiar – nesse caso, um
benzodiazepínico pode ser prescrito por poucos dias; diazepam 5 a 10 mg, via oral, a cada 6/6 ou 8/8 horas, com ajustes após as
primeiras doses. As doses são rapidamente diminuídas (5 mg ao dia) nos próximos dias até a descontinuação.
 
2. Abstinência grave: paciente muito agitado, confuso, vômitos intensos e com uma complicação médica ou cirúrgica (por exemplo,
pneumonia). Nesse caso, a via de escolha é parenteral (não se deve usar o diazepam IM); diazepam: 5 a 10 mg IV lentamente;
dependendo da resposta, a dose pode ser repetida várias vezes, até de 30/30 minutos ou 1/1 hora. 
Resposta: A.

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5 - 2020 SCMSP

Uma idosa de 72 anos de idade, com antecedente de HAS e osteoporose, foi admitida no pronto‐socorro da ortopedia com
diagnóstico de fratura de colo de fêmur após queda de própria altura em sua residência. Segundo seus dois filhos, é totalmente
independente e mora com seu esposo. No segundo dia de pós‐operatório, o médico foi chamado pela enfermeira do setor para
avaliar a paciente, que estava agitada e agressiva com equipe e familiares. Ao chegar no leito, percebeu que a paciente havia
sacado todos os acessos venosos e queria se levantar a todo custo, gritando que havia sido sequestrada e tinha de fugir daquele
esconderijo para dar parte do sequestro à polícia. Seu filho, que a estava acompanhando desde o início da manhã, disse nunca ter
visto a mãe com aquele comportamento e que, uma hora antes, ela estava bem. Considerando essa situação hipotética, assinale a
alternativa que apresenta, respectivamente, o diagnóstico e conduta mais adequada.

A) demência e, com o auxílio do familiar, por intermédio de comunicação verbal, tentar distrair e acalmar a paciente; caso a
agitação persista, prescrever memantina oral
B) delirium e, com o auxílio da equipe de enfermagem, conter mecanicamente a paciente no leito e prescrever diazepam
intramuscular
C) depressão e prescrever risperidona oral
D) demência e, com o auxílio da equipe de enfermagem, conter mecanicamente a paciente no leito e prescrever midazolam venoso
E) delirium e, com o auxílio do familiar, por intermédio de comunicação verbal, tentar distrair e acalmar a paciente; caso a agitação
persista, prescrever haloperidol intramuscular

» Bom, estamos diante de uma idosa que, durante a internação hospitalar, apresentou episódio de alteração do estado mental e
agitação psicomotora. Anteriormente à chegada ao hospital, era “totalmente independente” e não havia relato de distúrbios do
humor, o que elimina as hipóteses de demência e de depressão. Somente com esses dados, já conseguimos imaginar o
diagnóstico: delirium! Apesar de dificilmente ser eficaz em quadros de agitação mais importantes (exatamente como esse),
podemos tentar medidas de controle ambiental, como a redução do barulho (unidades de Terapia Intensiva podem ser muito
barulhentas) e o fornecimento de óculos para pacientes que os usam. Para casos mais graves e/ou refratários, a terapia
farmacológica está indicada. As drogas de primeira linha são os antipsicóticos (ex: haloperidol), que devem ser prescritos sob
demanda e não devem ser mantidos na prescrição para administração regular. Os benzodiazepínicos têm início de ação mais
rápido, mas podem piorar o quadro. Por isso, costumam ser encaradas como medicações de segunda linha. Sendo assim, a
melhor resposta é a alternativa (E).

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6 - 2020 USP - SP

Um estudante de direito de 28 anos é admitido no hospital por acidente automobilístico sem traumatismo craniano. Ele se mostra
obstinado e rígido, exigindo que a equipe faça as coisas à sua maneira, mantendo suas tarefas acadêmicas no computador. Fala
que sua namorada ameaçou deixá-lo caso ele continue com sua forma inflexível de ser e não jogue fora coisas inúteis que costuma
armazenar. Qual a principal hipótese diagnóstica quanto ao tipo de transtorno de personalidade?

A) Antissocial.
B) Evitador.
C) Histriônico.
D) Obsessivo-compulsivo.

» Conforme descrito no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais DSM-IV, o TPOC (transtorno de personalidade
obsessivo-compulsivo) caracteriza-se por:
"uma preocupação com a organização, perfeccionismo e controle mental e interpessoal, às custas da flexibilidade e eficiência. (...)
os indivíduos com TPOC tentam manter um sentimento de controle através de uma atenção extenuante a regras, detalhes triviais,
procedimentos, listas, horários ou formalidades, chegando a perder o ponto mais importante da atividade. Eles são
excessivamente cuidadosos e propensos à repetição, dando extraordinária atenção a detalhes e verificando repetidamente, em
busca de possíveis erros. Estas pessoas não percebem que os outros tendem a ficar muito aborrecidos com os atrasos e
inconvenientes que resultam de seu comportamento."
De acordo com Widiger e Frances (1992), os indivíduos com transtornos da personalidade obsessivo-compulsiva se caracterizam
por apresentar aquele padrão permanente de comportamentos ao longo de toda sua vida. Por sua vez, o TOC se caracteriza por
ser um estado crônico e homogêneo em que ocorrem pensamentos encobertos súbitos e recorrentes (obsessões) seguidos por
comportamentos estereotipados que o indivíduo se sente compelido a emitir (compulsões).
Pelo pouco que o enunciado nos fornece, a opção que melhor se encaixa para este paciente é realmente TPOC.
Resposta: D.

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7 - 2020 USP - SP

Paciente jovem apresentando quadro psicótico de início agudo, há dois dias foi levado ao Pronto-Socorro em estado de agitação
psicomotora. Recebeu uma dose de haloperidol IM e saiu com prescrição de haloperidol 10 mg/dia por via oral. Atualmente está
com piora da agitação. Não consegue se manter sentado durante a entrevista, fica em pé balançando o corpo de um lado para o
outro e esfrega as mãos com uma fisionomia angustiada. Qual é a conduta?

A) Aumentar a dose do antipsicótico.


B) Ministrar benzodiazepínico e substituir antipsicótico.
C) Associar medicação anticolinérgica.
D) Suspender antipsicótico e fazer eletroconvulsoterapia.

» O desafio dessa questão é identificar qual o diagnóstico, para aí então ser possível definir a conduta.
A introdução recente do haloperidol, que é um antipsicótico típico, ou de primeira geração, pode gerar alguns efeitos colaterais,
dentre eles, a acatisia aguda.
A acatisia aguda é um transtorno de movimento caracterizado por sensação subjetiva de inquietude interna e irritabilidade ou
disforia, que podem ser intensas. Associado a isso, observam-se sensação física e objetiva de desconforto e movimentos
alternados dos pés ou balanço alternado das pernas quando sentado. O quadro pode deixar o paciente agitado, sentar e levantar
rapidamente, e fazê-lo andar incessantemente e no mesmo lugar, como tentativa de aliviar o sofrimento causado pela sensação de
desassossego. Os sintomas são principalmente motores e não podem ser controlados pela vontade do paciente.
Ela pode aparecer a qualquer momento durante o tratamento, mas em geral ocorre nos três primeiros meses de farmacoterapia,
em geral em indivíduos jovens.
 
A conduta é feita com a administração de betabloqueadores ou benzodiazepínicos, associada a mudança do antipsicótico para
algum atípico ou de segunda geração. Resposta: B.

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8 - 2020 UNESP

Mulher de 54 anos apresenta diminuição da concentração e rendimento no trabalho, desânimo, piora do sono e despertar matinal
precoce, há dois meses, com piora há 15 dias. Os sintomas são piores pela manhã melhorando no período da tarde. Emagreceu 4
kg nesse período. Seus sintomas começaram logo após ter sofrido infarto do miocárdio. AP: menopausa aos 50 anos sem terapia
hormonal. O diagnóstico e a conduta são:

A) depressão maior; inibidor preferencial de recaptura de serotonina.


B) distúrbio psicossomático; benzodiazepínicos.
C) transtorno de ajustamento; inibidor preferencial de recaptura de serotonina.
D) transtorno somatoforme; benzodiazepínicos.

» Temos uma paciente com diversas manifestações clínicas que caracterizam o transtorno depressivo maior: humor depressivo
(desânimo), perda de peso, alteração na qualidade do sono, diminuição da energia e da capacidade de concentração. A história de
infarto agudo do miocárdio prévio não indica necessariamente o diagnóstico de transtorno de ajustamento, já que os critérios
para depressão maior são preenchidos (C incorreta). O tratamento de escolha para a depressão maior é o uso de antidepressivos,
como os inibidores seletivos da recaptação da serotonina (A correta). O transtorno somatoforme é caracterizado pela presença de
um ou mais sintomas somáticos (ex.: dor) acompanhados por pensamentos, sentimentos e/ou comportamentos excessivos
relacionados a estes sintomas (D incorreta). O distúrbio psicossomático (transtorno conversivo) é caracterizado pela presença de
sintomas neurológicos (ex.: fraqueza, movimentos anormais ou crises não-epilépticas) inconsistentes com uma doença
neurológica, mas que causam causam sofrimento e/ou comprometimento psicossocial (B incorreta). Resposta: A.

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9 - 2020 UNIFESP

Mulher, 78 anos de idade, chega à Unidade de Pronto Atendimento bastante agitada, acompanhada pela família. Está assustada,
com discurso confuso e não consegue explicar o motivo de seu medo. Durante a consulta, fica progressivamente menos
colaborativa, recusando-se a conversar. A família nega doença psiquiátrica prévia e relata que a alteração de comportamento
começou na noite anterior. A paciente passou a noite agitada e dormiu apenas às 05:00h da manhã. Acordou mais tranquila,
porém menos ativa que o usual, preferindo ficar deitada, sem muito apetite. Não conseguiu realizar as atividades domésticas
usuais. Ao entardecer, começou a ficar agitada novamente. Exame físico: regular estado geral, descorada ++/IV, desidratada +/IV,
anictérica, acianótica. FC = 110 bpm, PA = 150X95 mm/Hg, T = 37,8ºC. Exame físico dificultado pela falta de colaboração da paciente,
com dor difusa à palpação do abdome. Apresenta odor forte na roupa. Qual é a hipótese diagnóstica e conduta inicial?

A) Demência. Sedação com haloperidol 2 mg VO e deixar a paciente em observação em ambiente tranquilo. Aplicar o Mini Exame
do Estado Mental assim que possível. Investigar acidente vascular cerebral com tomografia computadorizada de crânio.
B) Esquizofrenia. Sedação com haloperidol 10 mg VO. Investigar história familiar da doença. Conversar com a família para autorizar
internação em enfermaria psiquiátrica. Pedir hemograma e enzimas hepáticas.
C) Delirium. Sedação com diazepam 10 mg VO e deixar a paciente em observação em ambiente tranquilo. Investigar causa base
com hemograma, rastreamento metabólico e infeccioso, exames de imagem cerebral e urina I.
D) Delirium. Sedação com haloperidol 2 mg VO e deixar a paciente em observação em ambiente tranquilo. Investigar causa base
com hemograma, rastreamento metabólico e infeccioso, exames de imagem cerebral e urina I.
E) Demência. Sedação com diazepam 10 mg VO e deixar a paciente em observação em ambiente tranquilo. Aplicar o Mini Exame do
Estado Mental assim que possível. Investigar acidente vascular cerebral com tomografia computadorizada de crânio.

» Idosa com estado confusional agudo já caracteriza o quadro de delirium. Ela apresentou alterações na consciência, no ciclo sono-
vigília e no comportamento; que tiveram início súbito, de algumas horas. Ao exame físico, está descorada, desidratada,
taquicárdica, hipertensa, com febre e dor abdominal.
O tratamento inicial é identificar e tratar a condição que está causando o delirium, fazendo a investigação com exames
laboratoriais e de imagem. Medidas gerais incluem manter a paciente em ambientes tranquilos, moderadamente iluminados,
evitando o isolamento total. Deve ser feito o controle da hidratação e do equilíbrio hidroeletrolítico, que podem agravar o quadro.
Nos casos de agitação psicomotora podem ser usados antipsicóticos em baixas doses, como o haloperidol. (Mas não devem ser
usados benzodiazepínicos! Apenas se for delirium tremens)
Resposta: D.

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10 - 2020 SCMSP

Um adolescente de catorze anos de idade compareceu à consulta ambulatorial, referindo tristeza por término de namoro há duas
semanas. Além disso, relatou diminuição no rendimento escolar, há dois meses, por ter muito sono durante as aulas e dificuldade
para prestar atenção. Ao exame físico, o médico constatou lesões cicatriciais de ferimentos cortocontusos em ambos os membros
superiores. Com base nessa situação hipotética, assinale a alternativa que apresenta a conduta que não é recomendada.

A) abordar o paciente em ambiente acolhedor e estimar o risco de tentativa de suicídio


B) demonstrar compreender as emoções do paciente que motivaram suas ações e verificar transtornos psiquiátricos coexistentes
C) determinar tipo, quantidade e gravidade das lesões e a disposição do paciente para aderir ao tratamento
D) avaliar a data da última vacinação para tétano ou aplicar reforço e checar alguns dados laboratoriais, incluindo pesquisa para
anticorpos de hepatite C
E) notificar a família, internar o paciente e iniciar tratamento específico

» Nessa questão identificamos que o adolescente apresenta alguns critérios de depressão, como: humor deprimido, capacidade
diminuída de se concentrar e hipersonia. Ao exame físico, há indícios de automutilação. Dito isso, vamos à análise das alternativas.
 
A) Correta. Abordar o paciente em ambiente acolhedor e estimar o risco de tentativa de suicídio. Sempre diante de um quadro
depressivo e/ou de automutilação, é necessária a avaliação de ideação suicida.
B) Correta. Demonstrar compreender as emoções do paciente que motivaram suas ações e verificar transtornos psiquiátricos
coexistentes. No momento da consulta, é importante o médico dizer que escutou a pessoa e está levando a experiência dela a
sério. Sempre que houver um transtorno psiquiátrico, é preciso avaliar se há coexistência de outro transtorno mental. Por
exemplo, no contexto de automutilação não suicida, é comum haver em concomitância transtorno de personalidade limítrofe, o
transtorno de personalidade antissocial, um transtorno alimentar ou abuso de substâncias. 
C) Correta. Determinar tipo, quantidade e gravidade das lesões e a disposição do paciente para aderir ao tratamento. É preciso
avaliar se alguma dessas lesões necessita de tratamento imediato. Algumas pessoas não acreditam que a automutilação é um
problema e, por isso, tendem a não procurar ou aceitar terapia.
D) Correta. Avaliar a data da última vacinação para tétano ou aplicar reforço e checar alguns dados laboratoriais, incluindo
pesquisa para anticorpos de hepatite C. Diante de um quadro de automutilação, é preciso avaliar vacinação contra tétano pela
possibilidade de ter sido usado uma gilete de barbear, por exemplo, e anticorpos contra hepatite. 
E) Incorreta. Notificar a família, internar o paciente e iniciar tratamento específico. Segundo o Conselho de Medicina… "Quando é
feito o atendimento ao adolescente - pessoa com idade entre 12 e 18 anos, ele pode estar desacompanhado, se assim o desejar,
sendo-lhe garantidos autonomia e direito ao sigilo, exceto nas situações previstas em lei e/ou que guardem risco de vida ao
paciente ou a terceiros." Nesse contexto, não é necessária a notificação à família neste momento.
Como a questão pede a incorreta... Resposta: E.

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11 - 2020 UNIFESP

Homem, 23 anos de idade, é trazido à Unidade de Pronto Atendimento por familiares preocupados com o seu comportamento.
Paciente relata que passou a ser perseguido pela máfia por ter descoberto segredos de uma religião antiga. Os pais relatam que
ele tem falado desses conteúdos há dois meses, se afastado dos amigos e faltado às aulas na faculdade há oito meses. Refere
grande tristeza, pois não entende o motivo da perseguição. Apresenta comportamento desorganizado, parece distanciado
afetivamente, mesmo das pessoas mais próximas, e sai pouco de casa espontaneamente. Nega alucinações auditivas ou visuais e
não tem histórico de uso de substâncias de abuso. Exame físico geral e neurológico: sem alterações. Qual é o diagnóstico mais
provável?

A) Transtorno delirante persistente


B) Transtorno esquizofreniforme
C) Episódio depressivo com sintomas psicóticos
D) Transtorno esquizoafetivo
E) Esquizofrenia

» Questão diagnóstica muito difícil que requer o conhecimento dos conceitos apresentados. Vamos avaliar os conceitos em cada
alternativa:
A) Transtorno delirante persistente - Se diferencia da esquizofrenia pela existência de delírios sem nenhum outro sintoma de
psicose (alucinações, desorganização da fala e do comportamento e/ou sintomas negativos) - INCORRETA
B) Transtorno esquizofreniforme - A diferenciação entre esse transtorno e a esquizofrenia se baseia na duração dos sintomas. Se a
duração dos sintomas ou da incapacitação exceder 6 meses, o paciente não preencherá mais critérios para transtorno
esquizofreniforme e o diagnóstico provavelmente será de esquizofrenia. Nosso paciente apresenta sintomas a pelo menos 8
meses - INCORRETA
C) Episódio depressivo com sintomas psicóticos - Episódio depressivo onde vários dos sintomas são marcantes e angustiantes,
tipicamente a perda da auto-estima e idéias de desvalia ou culpa. As idéias e os atos suicidas são comuns e observa-se em geral
uma série de sintomas “somáticos". A coexistência de sintomas psicóticos gera um quadro de alucinações, idéias delirantes, de
uma lentidão psicomotora ou de estupor de uma gravidade tal que todas as atividades sociais normais tornam-se impossíveis. Os
critérios para episódio depressivo maior não estão presentes no nosso caso, sendo o predomínio de sintomas psicóticos -
INCORRETA
D) Transtorno esquizoafetivo - Considera-se quando os sintomas de psicose e de humor coexistem. O diagnóstico requer que
existam sintomas de humor significativos (depressivos ou maníacos) por > 50% da duração total da enfermidade,
simultaneamente com ≥ 2 sintomas de esquizofrenia (delírios, alucinações, desorganização da fala, comportamento catatônico ou
excessivamente desorganizado e/ou sintomas negativos). No nosso caso, apesar do sintoma de tristeza, não há outros sintomas
depressivos ou maníacos relatados, predominando os sintomas psicóticos, que por sua vez são causa da tristeza - INCORRETA
E) Esquizofrenia - De acordo com o DSM-5, o diagnóstico da esquizofrenia requer ambos do seguinte: ≥ 2 sintomas característicos
(delírios, alucinações, fala desorganizada, comportamento desorganizado, sintomas negativos) por um porção significativa de um
período de 6 meses (os sintomas devem incluir pelo menos um dos 3 primeiros); Sinais prodrômicos ou atenuados da enfermidade
com prejuízos sociais, ocupacionais ou de cuidados pessoais devem ficar evidentes por período de 6 meses, incluindo um mês de
sintomas ativos. Nosso paciente preenche adequadamente esses critérios - CORRETA
Resposta letra E. Por mais subjetiva que possa ser a análise do paciente psiquiátrico, o caso acima é o protótipo do paciente
esquizofrênico.

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12 - 2020 SCMSP

Uma paciente de 37 anos de idade foi ao consultório médico para controle de pressão. Refere que a avaliação para começar a
academia estava alterada. Conta que está mais triste há cerca de três meses e associa a tristeza com a perda do marido (infarto
fulminante). Sente‐se mais desanimada e com falta de energia. Pelo cansaço, não tem vontade de sair de casa, saindo apenas para
o trabalho. Apesar de estar com sono ao longo do dia, conta que dorme bem e não tem dificuldade para iniciar o sono. Não teve
ganho de peso nem se sente culpada, mas a memória e a concentração estão ruins como sempre. O médico perguntou‐lhe sobre
pensar em suicídio e a paciente respondeu que nunca pensou, mas que, há pelo menos seis meses, está com a pele mais ressecada
e com o intestino mais preso. Ao exame físico, pressão arterial de 146 x 90 mmHg, IMC de 27 e demais exames dentro da
normalidade. Ao exame psíquico: asseada; com contato fácil; colaborativa; consciente; com orientação alo e autopsíquica
preservada; com humor deprimido; normomodulante; com pensamento não delirante, agregado e com curso normal; e não foi
observada alteração de psicomotricidade, sensopercepção, memória ou atenção. Com base nesse caso hipotético, assinale a
alternativa que apresenta, correta e respectivamente, o diagnóstico mais provável, o exame solicitado ou a conduta imediata e o
tipo de prevenção indicado.

A) depressão maior, psicoterapia e prevenção secundária


B) hipertensão arterial sistêmica, exames para avaliar lesão de órgão‐alvo e prevenção secundária
C) depressão maior, antidepressivo e prevenção terciária
D) luto patológico, psicoterapia e prevenção terciária
E) hipotiroidismo, TSH e prevenção terciária

» Hora de uma breve revisão sobre os transtornos do humor! Primeiramente, para avaliar o diagnóstico de transtorno depressivo
maior, vamos relembrar os critérios do DSM V, que incluem: (Presença de pelo menos cinco entre os nove critérios, sendo
obrigatórios os critérios 1 OU 2 e persistência por pelo menos 2 semanas).
1. Humor deprimido na maior parte do dia, quase todos os dias
2. Acentuada diminuição de interesse ou prazer em todas ou quase todas as atividades na maior parte do dia, quase todos os dias
3. Perda ou ganho significativo de peso sem estar fazendo dieta.
4. Insônia ou hipersonia quase diária.
5. Agitação ou retardo psicomotor quase todos os dias.
6. Fadiga ou perda de energia quase todos os dias.
7. Sentimentos de inutilidade ou culpa excessiva ou inapropriada (que podem ser delirantes) quase todos os dias (não meramente
autorrecriminação ou culpa por estar doente).
8. Capacidade diminuída para pensar ou se concentrar, ou indecisão quase todos os dias.
9. Pensamentos recorrentes de morte (não somente medo de morrer), ideação suicida recorrente sem um plano específico,
tentativa de suicídio ou plano específico para cometer suicídio.
Nossa paciente apresenta, entre os critérios listados, apenas 1 2 e 6, não sendo possível firmar diagnóstico de depressão maior
sobreposto ao sentimento de luto (A e C INCORRETAS)
Quanto ao luto patológico, designado pela DSM V como "luto complexo persistente", envolve persistência de sintomas por mais de
12 meses para adultos, e inclui: saudade persistente do falecido, intenso pesar e dor emocional em resposta à morte, preocupação
com o falecido, e preocupação com as circunstâncias da morte. (D INCORRETA)
Apesar de hipertensão arterial ser um diagnóstico possível para nossa paciente, a elevação isolada da pressão não reponde
adequadamente pela miríade de sinais e sintomas apresentados (tristeza, desânimo, cansaço, pele ressecada e constipação
intestinal), não sendo a resposta mais adequada. (B INCORRETA).
Ora, se nenhuma das respostas se encaixa adequadamente, poderia esta clínica ser justificada por uma alteração metabólica como
o hipotireoidismo? Ocorre que esta alteração pode causar todos os sintomas listados, inclusive a elevação da pressão arterial! O
exame a ser solicitado para confirmar a suspeita clínica é, sem dúvidas, a dosagem hormonal, a começar pelo TSH, e de posse do
diagnóstico, para limitação das sequelas e reabilitação do indivíduo, deve ser instituido tratamento a longo prazo com reposição
de levotiroxina, constituindo prevenção terciária.
Resposta letra E

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13 - 2020 UFF

NÃO é uma característica dos quadros de Delirium:

A) curso flutuante.
B) início rápido.
C) nível de consciência normal.
D) desatenção.
E) pensamento desorganizado ou incoerente.

» O delirium pode se manifestar clinicamente de forma variável, mas geralmente é definido como declínio relativamente agudo da
cognição, que flutua ao longo de horas ou dias. Sua principal característica é o déficit de atenção, embora todos os domínios
cognitivos – como a memória, a função executiva, as tarefas visuoespaciais e a linguagem – se mostrem comprometidos de
alguma forma. Os sintomas associados que podem estar presentes em alguns casos incluem alterações do ciclo de sono e vigília,
perturbações da percepção, como alucinações ou delírios, alterações afetivas, pensamento desorganizado ou incoerente e
achados autônomos, que incluem instabilidade da frequência cardíaca e da pressão arterial. Uma das manifestações mais
precoces de delirium é a alteração no nível de consciência, que pode variar desde uma desatenção leve até letargia, confusão
mental mais acentuada e sonolência. Não esqueça que no delirium hiperativo, o paciente pode estar na verdade agitado e até
agressivo.
 
Gabarito: C.

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14 - 2020 UFF

Sobre o consumo de álcool e suas consequências, é INCORRETO afirmar que

A) depressão respiratória e hipotensão são as causas mais comuns de óbito em indivíduos com níveis de álcool no sangue muito
elevados.
B) o consumo de mais do que quatro doses/dia para homens e três doses/dia para mulheres de fermentados é consumo de risco.
C) os transtornos por uso de álcool ocorrem em todos os grupos sociodemográficos, e todos os indivíduos devem ser avaliados.
D) os sintomas de intoxicação leve incluem euforia, discreta falta de coordenação muscular e leve disfunção cognitiva.
E) a toxicidade hepática direta, embora presente, não é relevante.

» Todas as alternativas dessa questão sobre o consumo de álcool estão corretas, exceto a letra E. A toxicidade hepática direta está
presente e é, sim, relevante. O espectro da doença hepática alcoólica engloba a esteatose, a esteato-hepatite, a hepatite alcoólica
aguda e a cirrose hepática. Resposta: E.

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15 - 2020 UFF

Paciente, 72 anos, com septicemia secundária à infecção urinária, apresenta confusão mental aguda na internação sendo
medicada com haloperidol, configurando caso de delirium, o que é comum no idoso internado. Em relação ao diagnóstico
diferencial do delirium no idoso, assinale a alternativa correta.

A) No delirium, a estimulação cognitiva nunca ajuda.


B) Ao contrário da demência e da depressão, no delirium a consciência é clara.
C) Seu principal diagnóstico diferencial são as psicoses funcionais.
D) Tanto no delirium como na demência a linguagem é normal.
E) Ao contrário da depressão, no delirium, a cognição é globalmente prejudicada.

» Diversas medidas comportamentais podem ser empregadas para prevenção e tratamento do delirium: manter o paciente
informado com calendários e relógio (ajuda na orientação temporal) próximo a uma janela com vista (o situa espacialmente e
auxilia no ciclo sono-vigília), usando seu óculos ou aparelho auditivo e em contato físico e verbal com familiares. A estimulação
cognitiva pode sim ajudar, mas não deve ser feita em excesso, principalmente à noite (A INCORRETA); O delirium é marcado
clinicamente pela presença de declínio cognitivo agudo, global, flutuante, com deficit de atenção como principal manifestação.
Cursa também cursando com alteração do ciclo sono-vigília, alucinação, delírio, disautonomia, agitação/sonolência e alteração da
consciência (B INCORRETA); Dentre os diagnósticos diferenciais de delirium, citamos as flutuações cognitivas típicas de pacientes
com demência (elas podem ocorrer na ausência de qualquer doença estabelecida), síndromes focais, estado epiléptico não-
convulsivo, doenças psiquiátricas (o que inclui depressão e psicose) e a própria demência. De um modo geral, conseguimos
diferenciar quadros psicóticos/delirantes do delirium pelas características clínicas distintas. Tudo bem que psicose é um
diagnóstico diferencial, mas dizer que é o principal é "forçar a barra" (C INCORRETA); A linguagem pode estar alterada tanto na
demência quanto no delirium (D INCORRETA); É verdade que na depressão pode causar prejuízo da cognição e deve ser levada em
conta como diagnóstico diferencial na investigação diagnóstica de uma síndrome demencial ou até mesmo de um quadro
confusional agudo (particularmente em idosos), mas o déficit cognitivo na depressão geralmente não é global e sim de apenas
alguns domínios, o que a difere do delirium (E CORRETA); Gabrito: E.

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16 - 2020 UFF

Sobre a abstinência alcoólica, é incorreto afirmar que

A) ela apresenta sintomas de hiperexcitabilidade, já que o álcool é um depressor do sistema nervoso central.
B) ela pode ocorrer quando indivíduos que fazem uso regular reduzem o consumo de álcool ou o interrompem por completo.
C) o delirium tremens é uma forma inicial e branda.
D) anormalidades da percepção, incluindo alucinações visuais e auditivas e agitação psicomotora, são manifestações comuns da
abstinência moderada a grave do álcool.
E) crises convulsivas do tipo “grande mal” são comuns na síndrome de abstinência alcoólica.

» As características clínicas da abstinência alcoólica incluem tremor das mãos, agitação, ansiedade, insônia e excesso de atividade do
sistema nervoso autônomo, causando aumento da frequência cardíaca e respiratória, sudorese e elevação da temperatura
corporal. Basta lembrar que os sintomas de abstinência costumam ser opostos aos efeitos da própria droga (como o álcool é um
depressor do SNC, encontraremos hiperexcitabilidade). Tais achados costumam começar em 5 a 10 horas após a redução ou
interrupção da ingestão de etanol, atingindo um pico nos próximos 2 a 3 dias. Aproximadamente 10-30% dos quadros de
abstinência são acompanhados por convulsão (o Harrison fala em uma incidência menor, presente em 2% dos casos), risco que
pode aumentar na presença de outros problemas clínicos concomitantes, mau uso de outros fármacos e uso de quantidades mais
elevadas de álcool. Esses mesmos fatores de risco também contribuem para o delirium tremens, quadro GRAVE e AVANÇADO
marcado por delirium (confusão mental, agitação, alucinações auditivas ou visuais e flutuação da consciência), tremor e aumento
acentuado da atividade autonômica. Poderíamos ficar um pouco na dúvida quanto à frequência de convulsões na síndrome de
abstinência alcoólica já que diferentes fontes da literatura trazem números diferentes (não é tão comum assim, apesar de também
não ser rara). Ao mesmo tempo, a afirmativa C traz um conceito claramente equivocado, pois o delirium tremens é uma forma
protencialmente grave.
 
Gabarito: C.

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17 - 2020 UFF

Com relação ao suicídio e seus fatores de risco, podemos afirmar que

A) indivíduos com esquizofrenia têm risco aumentado.


B) todos os indivíduos que cometem suicídio estão deprimidos.
C) o suicídio é sempre passível de prevenção.
D) as maiores taxas estão entre adultos jovens, diminuindo entre idosos acima dos 70 anos.
E) cerca de um terço dos casos de suicídio é relacionado à dependência do álcool.

» Questão que trata sobre suicídio:


A) Correta. Indivíduos com esquizofrenia têm risco aumentado. Cerca de 10% deles cometem suicídio.
B) Incorreta. Nem todos os indivíduos que cometem suicídio estão deprimidos.
C) Incorreta. Nem sempre o suicídio é passível de prevenção.
D) Incorreta. As maiores taxas estão entre idosos, alguns fatores são: isolamento social e limitação da capacidade funcional, perda
de saúde e autonomia.
E) Correta. Cerca de um terço dos casos de suicídio é relacionado à dependência do álcool.
 
Como há duas alternativas corretas, a questão foi anulada.

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18 - 2020 UFF

A respeito do comportamento suicida e seu manejo, é incorreto afirmar que

A) passo importante para acalmar um indivíduo em crise suicida é ouvi-lo efetivamente.


B) é comum que os desejos de viver e de morrer alternem-se de maneira confusa nesses indivíduos, caracterizando ambivalência.
C) acalmar um impulso suicida desencadeado por eventos negativos do dia-a-dia é uma forma de manejar o momento de crise.
D) o indivíduo que verbaliza desejo e intenção de cometer suicídio repetidas vezes, em geral, não tentará de fato.
E) é importante identificar indivíduos em risco e questioná-los ativamente a respeito de ideação e planejamento suicida.

» Nessa questão sobre suicídio todas as alternativas estão corretas, exceto a letra D. 
O indivíduo que verbaliza o desejo e a intenção de cometer suicídio pode sim, de fato, realizar o ato.
Uma preocupação que alguns médicos apresentam é: ao falar diretamente sobre o suicídio seria alguma forma de encorajamento
ao ato? Pelo contrário! Se o assunto for abordado com humanismo, de forma empática, tentando compreender os sentimentos do
paciente, é possível que a angústia imediata seja reduzida e que ele se sinta à vontade para confessar a intenção. E uma vez que
ele tenha compartilhado, se torna mais fácil falar sobre o assunto para desencorajar e orientar a procura de um serviço mais
especializado.
Algumas formas de abordagem seriam: "Alguma vez você já pensou em fazer mal a si mesmo? Cometer o suicídio, por exemplo?",
ou então "Neste momento você está pensando em terminar com a sua vida, cometer o suicídio?"
 
Resposta: D.

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19 - 2020 UFF

Com relação ao uso de drogas no Brasil, indique a afirmativa incorreta.

A) A questão das drogas é um grave problema de saúde pública e extrapola a esfera individual, demandando esforços dos serviços
de segurança pública, educação, saúde, sistema de justiça e assistência social.
B) O uso de drogas deve ser tratado como um problema concernente à infância, à adolescência e à juventude, já que muitas vezes
o início de uso se dá precocemente.
C) O número de mortes causadas diretamente pelo uso de drogas diminuiu expressivamente nos últimos anos.
D) A maconha é a droga ilícita mais consumida no Brasil.
E) O uso crônico de maconha está associado a dificuldades de concentração, aprendizagem e memória, sintomas de depressão e
ansiedade, diminuição da motivação e sintomas psicóticos.

» Todas as alternativas estão corretas sobre o uso de drogas no Brasil, exceto a letra C.
A questão das drogas é um grave problema de saúde pública e envolve esforços multidisciplinares; seu uso em geral é iniciado
precocemente; a maconha é a droga ilícita mais consumida no país, em segundo lugar fica a cocaína em pó; o uso crônico da
maconha tem como consequências diversos efeitos maléficos, como os citados na alternativa.
 
O consumo de drogas tem aumentado nos últimos anos, e o número de mortes causadas diretamente, também. O álcool é a
substância mais associada, direta ou indiretamente, a danos à saúde que levam à morte. Resposta: C.

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20 - 2020 UFPB

Laura procura a Unidade Básica de Saúde para a renovação da receita de diazepam. A médica de família e comunidade, Cíntia,
conversa com ela no acolhimento e descobre que a medicação foi prescrita por um psiquiatra há anos, e desde então vinha sendo
renovada pela equipe de outra UBS onde a senhora consultava. Na consulta, não se identifica nenhum quadro que justifique o uso
de medicação. Com base nisso, Cíntia deve:

A) Elaborar um encaminhamento para o psiquiatra, sem o qual não é possível avaliar a suspensão do uso de benzodiazepínico.
B) Substituir o diazepam por um benzodiazepínico de meia-vida mais curta, a fim de iniciar a sua retirada na próxima consulta.
C) Propor a retirada gradual do benzodiazepínico, tendo como meta inicial garantir a retirada de 50% da dose em duas semanas.
D) Ofertar para Dona Laura um breve período de internação, a fim de realizar a retirada total da medicação e manejar a
abstinência.
E) Renovar a medicação, considerando que após um ano de uso de diazepam não há melhora de desempenho cognitivo ao retirá-
lo.

» Questão que envolve a retirada de benzodiazepínicos em paciente em uso prolongado e que, a princípio, não apresenta qualquer
indicação para seu uso. Vamos analisar as alternativas:
Letra A - Errada, pois a própria médica de família e comunidade pode avaliar a necessidade ou não do uso da medicação, como ela
o fez, constatando que não havia sinais que justificassem a renovação da receita.
Letra B - Errada. Substituir para depois retirar? Isso não faz qualquer sentido se o meu objetivo final é desprescrever a medicação. 
Letra C - Correta. As recomendações para a retirada de benzodiazepínicos de uso prolongado indicam que para doses baixas da
medicação e/ou para pacientes que tenham facilidade em tolerar a retirada, a redução da dose deve ser de 50% a cada semana. Já
para doses moderadas a altas e/ou quem tem dificuldade em tolerar a retirada, a diminuição deve ser de 10% a 25% da dose a
cada 2 semanas. Como o enunciado não nos informa a dose da medicação, a redução proposta na alternativa é uma boa opção
para as duas possibilidades (altas ou baixas doses). Além disso, a alternativa deixa claro que é uma meta inicial, sugerindo que
possa haver mudanças caso haja intercorrências.
Letra D - Errada. A internação é indicada para pacientes que apresentam efeitos adversos do uso prolongado do medicamento,
como déficit cognitivo, fraqueza, náuseas, vômitos, dores abdominais, entre outros. Além disso, pode ser necessária, porém não
obrigatória, para pacientes em uso de altas doses (100mg ou mais de Diazepam). Sendo assim, como a questão não nos informa a
dose utilizada ou a presença de sinais e sintomas decorrente do uso crônico, não há evidências que indiquem a necessidade da
internação de Dona Laura nesse momento.
Letra E - Errada. O enunciado deixa claro que não há justificativa no quadro atual para o uso da medicação. Portanto, se a Dra
Cintia renovar a receita, ela estará medicando desnecessariamente a paciente, submetendo-a aos efeitos adversos do uso
prolongado de benzodiazepínicos e indo de encontro ao que é determinado pela prevenção quaternária. 
 
Resposta: letra C.
21 - 2020 UFES

Sobre o transtorno afetivo bipolar tipo 1 assinale a alternativa correta.

A) A maioria dos casos inicia-se com um episódio maníaco.


B) É necessário pelo menos um episódio de transtorno maníaco e um depressivo para o diagnóstico.
C) Apesar de ser um transtorno do humor, no decorrer da doença ocorrem prejuízos cognitivos.
D) A farmacoterapia apresenta boa resposta na estabilização inicial do humor, porém a psicoterapia é que mantém o paciente
estável por períodos prolongados.

» Sobre o transtorno afetivo bipolar (TAB) tipo 1:


A) Incorreta. A maioria dos casos se inicia com quadros depressivos.
B) Incorreta. Para o diagnóstico de TAB do tipo 1 é necessário pelo menos um episódio maníaco em associação, ou não, com
episódios depressivos. Já o TAB do tipo 2 é caracterizado por pelo menos um episódio depressivo associado a um episódio de
hipomania. 
C) Correta. Durante o decorrer da doença, pode haver algum grau de prejuízo cognitivo.
D) Incorreta. A farmacoterapia é a principal modalidade terapêutica, está indicada para uso crônico, e o medicamento de primeira
escolha é o lítio. As intervenções psicossociais são indicadas como adjuvantes.

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22 - 2020 UFSC

Uma paciente feminina, 29 anos, diagnóstico depressão há 4 anos em tratamento com fluoxetina 20mg/dia, vem à consulta na
unidade local de saúde com queixas de fadiga e hábito intestinal “irregular” nos últimos 3 meses. Períodos de evacuações em
média a cada 3-4 dias, com fezes ressecadas, alternadas com períodos de evacuações pastosas, além de desconforto abdominal.
Sem outros sintomas/sinais na história e exame físico. Assinale a alternativa com a conduta inicial mais indicada para o quadro
clínico descrito.

A) Trocar o antidepressivo.
B) Solicitar colonoscopia.
C) Solicitar ultrassom de abdome.
D) Solicitar hemograma, TSH e parasitológico de fezes.
E) Orientar um teste terapêutico com dieta sem lactose.

» Será que, após quatro anos, a fluoxetina resolveu só agora causar constipação nessa paciente? Certamente não (A errada). Além
disso, não há por que solicitar colonoscopia em jovem constipada - se fosse quadro de alteração do hábito intestinal, alternando
entre diarreia e constipação, até poderíamos pensar em câncer, mas não é o caso (B errada). A ultrassonografia pouco contribuiria
ao caso (C erada). A intolerância à lactose se apresenta com dor abdominal, meteorismo, flatulência e diarreia (E errada). Por fim,
perceba que essa mulher desenvolveu apenas constipação - que hipóteses teríamos, para essa faixa etária? Parasitose intestinal e
hipotireoidismo - assim, podemos investigar através de hemograma (eosinofilia apontaria para parasitose), parasitológico de fezes
e TSH. Resposta: D.

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23 - 2020 SES - PE

Um paciente de 35 anos, previamente hipertenso, estava em um festival de rock e fumou crack pela primeira vez. Cerca de 60
minutos depois, começou a sentir dor torácica de forte intensidade, apresentando palidez, palpitações e sudorese. Assinale a
alternativa CORRETA em relação ao caso descrito.

A) Caso o eletrocardiograma seja normal, deve-se solicitar tomografia de tórax com contraste.
B) A doença coronariana relacionada ao uso de cocaína e seus derivados é observada após uso crônico; então, é pouco provável
que esse paciente esteja com síndrome coronariana aguda.
C) A lesão cardíaca é dependente de vasoconstricção coronária. O tratamento se baseia no uso de vasodilatadores como nitratos e
bloqueadores dos canais de cálcio, não havendo necessidade de antiagregantes.
D) Se a frequência cardíaca de admissão for maior que 120 bpm, deve ser feita infusão de metoprolol.
E) Se houver elevação do segmento ST no eletrocardiograma e a dor não ceder após seis horas de terapia vasodilatadora, o
paciente deverá ser submetido à angiografia coronária.

» Questão sobre uso de cocaína inalada(crack), infelizmente um problema de saúde pública no Brasil. Vamos organizar alguns
conceitos. A inalação de crack pode induzir uma variedade de alterações pulmonares agudas, a saber:

síndromes coronarianas agudas;

hemorragia alveolar;

edema pulmonar agudo;

infiltrações pulmonares diversas, conhecida como “pulmão do crack”.

Diante disso fica mais fácil entender porque a LETRA A é o gabarito, pois após excluir causa cardíaca nós iremos investigar o
pulmão com tomografia de tórax. Mas vamos excluir as outras:
B-INCORRETA. Síndrome coronariana do crack está relacionada ao uso agudo ou recente, até mesmo imediatamente após.
C-INCORRETA. Deve abordar a síndrome coronariana aguda conforme protocolo, sendo a terapêutica a mesma clássica, incluindo
uso de AAS.
D-INCORRETO. O metoprolol ou betabloqueador nesses casos está contra-indicado.
E-INCORRETO. Lembre-se que o tratamento é igual ao da SCA, obedecendo os tempos porta-agulha ou porta-balão.
Resposta LETRA A.

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24 - 2020 AMRIGS

Os critérios diagnósticos para intoxicação por álcool são baseados em evidências de ingestão recente de etanol, comportamento
desadaptativo e alguns correlatos fisiológicos. NÃO é um sinal de intoxicação por álcool:

A) Alucinações visuais.
B) Nistagmo.
C) Visão dupla.
D) Fala arrastada.

» Os sinais e sintomas de intoxicação aguda por álcool variam de acordo com a gravidade, mas podemos citar como possíveis
achados: fala arrastada, nistagmo, desinibição comportamental, incoordenação, visão dupla, alterações de marcha, deficit de
memória, estupor e até coma. Hipotensão e taquicardia podem ocorrer como resultado de vasodilatação periférica induzida pelo
etanol ou ainda por perda de volume. Agora, diferentemente de certas drogas ilícitas, ninguém intoxicado apenas por etanol vai te
falar que viu um dragão ou uma fada. Alucinações geralmente visuais até podem fazer parte de um quadro de abstinência
alcoólica (os pacientes costumam referir que estão vendo insetos ou animais), surgindo geralmente dentro de 12-24h e resolvendo
espontaneamente em 24-48h, mas não trata-se de um achado típico de intoxicação recente.
 
Resposta: A.

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25 - 2020 AMRIGS

Todos os Inibidores Seletivos da Recaptação de Serotonina (ISRS) são igualmente eficazes, no entanto, há diferenças significativas
quanto à farmacodinâmica, à farmacocinética e os efeitos colaterais. Assinale abaixo, dentre os ISRS listados, o que apresenta a
maior probabilidade de produzir uma síndrome de descontinuação.

A) Fluoxetina.
B) Paroxetina.
C) Escitalopram.
D) Sertralina.

» A interrupção abrupta de antidepressivos pode causar um conjunto de sinais e sintomas, que é a síndrome de descontinuação,
principalmente quando falamos dos inibidores de recaptação de serotonina. Dentre os sintomas mais comuns, temos fraqueza,
vertigem, cefaleia e náusea, mas também podemos encontrar agitação, ansiedade, calafrios, diaforese, disforia, insônia, mialgia,
irritabilidade, parestesia, rinorreia, dentre outros. O risco é mínimo com a fluoxetina, intermediário com o escitalopram ou a
sertralina, mas é máximo com a paroxetina. Para termos noção, um estudo mostrou que a síndrome de descontinuação é 10 vezes
mais frequente com a paroxetina quando comparamos com a sertralina e 100 vezes mais comum com a paroxetina quando
comparamos à fluoxetina.
 
Resposta: B.

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26 - 2020 SES - PE

Uma mulher de 31 anos que trabalha como auxiliar de serviços gerais em um hospital foi trazida para a emergência com suspeita
de intoxicação exógena. Ela tem acesso a todos os setores do hospital; os funcionários da farmácia estão levantando os estoques
para definir a falta de algum medicamento, mas essa informação ainda não está disponível. Ao exame, ela se apresenta agitada,
em aparente delirium, com flushing facial, pele seca, hipertermia, midríase e taquicardia. O exame do abdome demonstra ausência
de ruídos hidroaéreos e globo vesical palpável. Eletrocardiograma mostrou alargamento do complexo QRS. Com base nos dados do
exame físico, qual o provável agente ingerido?

A) Amitriptilina
B) Morfina
C) Diazepam
D) Metanol
E) Neostigmine

» Ainda não identificamos qual droga a paciente pegou do estoque hospitalar, se é que ela realmente adquiriu as medicações na
farmácia do hospital... Seja como for, assim como acontece na prática do atendimento ao paciente intoxicado, com frequência
teremos que trabalhar sem o conhecimento exato da toxina envolvida, levando em conta apenas os sinais e sintomas que
compõem a síndrome clínica apresentada! Então vamos lá... A paciente está em delirium, apresenta pele seca por perda do tônus
sudomotor e consequente hipotermia com flushing cutâneo reativo. Tais manifestações sugerem que a toxina exerce importante
ação ANTICOLINÉRGICA (falta de acetilcolina no SNC causa delirium; bloqueio da ACh no SNP reduz a sudorese e o controle da
temperatura corporal). Além disso, observa-se sinais de HIPERADRENERGISMO, como taquicardia e midríase. O ECG revela
também alterações na eletrofisiologica cardíaca, como alargamento do QRS (fator de risco iminente para uma taquiarritmia
maligna por reentrada, como a taquicardia ventricular)... Das drogas citadas, qual a mais provável de causar tudo isso? O
neostigmine é um anticolinesterásico, e causaria uma síndrome HIPERCOLINÉRGICA (E errada). O metanol causa um estado de
sedação semelhante à intoxicação alcóolica habitual (embriaguez). Devido à grave acidose metabólica que se instala
(metabolização do metanol em ácido fórmico), o paciente apresenta coma, crise convulsiva e respiração de Kussmaul. Não é o caso
aqui (D errada). O diazepam é um benzodiazepínico, e sua intoxicação é basicamente caracterizada pelo chamado "coma vigil" (o
paciente mantém os olhos abertos, mas não interage e não responde aos estímulo provenientes do meio externo - está em coma)
- C errada. Na intoxicação por morfina (opioide), há depressão do sensório, do centro respiratório (bradipneia/hipopneia) e pupilas
intensamente mióticas ("cabeça de alfinete"). - B errada. Enfim, a amitriptilina, um antidepressivo tricíclico, inibe a recaptação de
noradrenalina, justificando as manifestações hiperadrenérgicas. Tal droga também exerce um forte componente anticolinérgico no
SNC, explicando as demais manifestações... Resposta: A.

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27 - 2020 UFES

Homem de 32 anos deu entrada no pronto atendimento com quadro de dispneia, tremores, sudorese, taquicardia, palpitações e
delírios persecutórios. Refere uso crônico de cocaína e álcool, estando abstêmio há 4 dias após libação. Ao exame físico apresenta
desorientação no tempo e espaço, agitação psicomotora, temperatura axilar de 37ºC, diaforese, pressão arterial de 160/100
mmHg, frequência cardíaca de 125 bpm, ritmo cardíaco regular, frequência respiratória de 20 irpm, ausculta respiratória sem
achados significativos. Eletrocardiograma evidenciou taquicardia sinusal. O tratamento inicial deste paciente consiste em:

A) Benzodiazepínico.
B) Betabloquedor.
C) Nitroprussiato.
D) Neuroléptico.

» Paciente etilista que interrompeu o uso do álcool... nossa principal hipótese é de delirium tremens como consequência da
abstinência.
Vamos fazer uma breve revisão sobre o tema...
O delirium tremens geralmente se inicia entre 1 a 4 dias após a interrupção do uso de álcool, com duração de até 3 ou 4 dias. É
caracterizado por rebaixamento do nível de consciência, desorientação, confusão, alterações sensoperceptivas (alucinações e
ilusões vívidas), tremores marcantes, delírios, agitação, insônia, inversão do ciclo do sono e hiperatividade autonômica
(taquicardia, elevação da pressão arterial e da temperatura corporal). 
O tratamento de escolha é o uso de benzodiazepínicos como o diazepam (ou lorazepam em casos de hapatopatia grave). 
Mas você deve estar pensando... por que o quadro não poderia ser de abstinência da cocaína? A abstinência apresenta um quadro
oposto ao efeito da droga. Como a cocaína é um estimulante do sistema nervoso central (SNC), o esperado é que o efeito da
abstinência seja deprimindo o SNC. E como o álcool é um depressor do SNC, o efeito de sua abstinência é o conjunto de sintomas
adrenérgicos. 
 
Resposta: A.

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28 - 2020 AMRIGS

São medicamentos que apresentam maior chance de evitar o desenvolvimento de delirium tremens em um paciente etilista
pesado (2 litros de destilados ao dia) que deseja parar de consumir álcool. I. Benzodiazepínicos (diazepam ou lorazepam). II.
Antidepressivos (fluoxetina ou imipramina). III. Barbitúricos (fenobarbital). Quais estão corretos?

A) Apenas I.
B) Apenas III.
C) Apenas I e II.
D) Apenas II e III.

» A questão apresenta um etilista pesado que deseja parar de consumir álcool. Nesse caso, o esperado é que haja delirium tremens
como consequência da abstinência.
Vamos fazer uma breve revisão sobre o tema...
O delirium tremens geralmente se inicia entre 1 a 4 dias após a interrupção do uso de álcool, com duração de até 3 ou 4 dias. É
caracterizado por rebaixamento do nível de consciência, desorientação, confusão, alterações sensoperceptivas (alucinações e
ilusões vívidas), tremores marcantes, delírios, agitação, insônia, inversão do ciclo do sono e hiperatividade autonômica
(taquicardia, elevação da pressão arterial e da temperatura corporal). 
O tratamento de escolha é o uso de benzodiazepínicos como o diazepam (ou lorazepam em casos de hapatopatia grave). 
Portanto, só a alternativa I está correta. Resposta: A.

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29 - 2020 SCMBH

Analise o caso clínico a seguir. Um homem de 65 anos de idade encontra-se internado no hospital no pós-operatório imediato a
uma herniorrafia inguinal à direita. Seus exames pré-operatórios apresentaram-se sem alterações. Às duas horas da madrugada, a
técnica de enfermagem recorre ao médico plantonista, pois o paciente é encontrado nu, recusa-se a colocar novamente as roupas,
fala coisas sem sentido e não reconhece o familiar que o acompanha. Sua cirurgia foi realizada na manhã anterior, sem
intercorrências, tendo ele recebido meperidina após o procedimento cirúrgico e metoclopramida devido a náuseas. Não se
alimentou o dia todo e, ao exame físico, não se apresentaram alterações. O exame do seu estado mental mostra desorientação,
não atende pelo nome e não sabe onde está, além de estar hipotenso e um pouco sonolento. Diante desse quadro, o médico
plantonista deve

A) prescrever um benzodiazepínico intravenoso para a sedação do paciente e avaliar complicações pós-operatórias.


B) avaliar a necessidade das medicações em uso, colocar o paciente em um quarto com boa iluminação e prescrever um
antipsicótico, se constatada agitação psicomotora.
C) conter fisicamente o paciente e iniciar sedação com midazolam intravenoso, enquanto aguarda avaliação psiquiátrica.
D) manter conduta expectante, dado que esses quadros regridem espontaneamente em poucas horas, e prescrever um
benzodiazepínico, se constatada agitação psicomotora.

» Antes de respondermos qual é a conduta, precisamos saber qual é o diagnóstico. E para isso, vamos destacar os principais pontos
da questão: idoso, internado, com quadro confusional agudo, que teve início agudo há poucas horas, com comportamento
bizarro, alteração no nível de consciência, desorientação, sonolência e hipotensão… Nossa principal hipótese é de delirium!
O tratamento inicial é identificar e tratar a condição que está causando o delirium, fazendo a investigação com exames
complementares e avaliando se todas as medicações em uso são necessárias. Medidas gerais incluem manter a paciente em
ambientes tranquilos, moderadamente iluminados, evitando o isolamento total. Deve ser feito o controle da hidratação e do
equilíbrio hidroeletrolítico, que podem agravar o quadro. 
Nos casos de agitação psicomotora podem ser usados antipsicóticos em baixas doses, como o haloperidol. (Mas lembrando… para
delirium não devem ser usados benzodiazepínicos! Apenas se for delirium tremens).
 
Resposta: B.

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30 - 2020 UFMA

Sobre o manejo de depressão e transtornos de ansiedade na Atenção Primária à Saúde, assinale a alternativa INCORRETA:

A) O tratamento medicamentoso da depressão deve ser mantido por pelo menos 6 meses, na mesma dose que alcançou resposta
terapêutica, para evitar recorrências.
B) A avaliação do paciente com ansiedade generalizada não se resume ao número, gravidade e duração dos sintomas, mas
também ao grau de sofrimento e prejuízo funcional do indivíduo.
C) A psicoeducação ofertada para pacientes com depressão deve focar no ponto em que a depressão tem sintomas emocionais e
físicos e que o tratamento diminui o tempo e a intensidade dos sintomas.
D) Os pacientes que preenchem os critérios do DSM V para depressão leve e ansiedade generalizada respondem melhor se iniciado
antidepressivo tricíclico o mais precoce possível.

» Vamos avaliar cada alternativa a respeito do tratamento dos transtornos mentais na Atenção Básica:
A) O antidepressivo deve ser titulado até atingir a mínima dose efetiva para melhora sintomatológica, após a qual deve ser
mantido na mesma dose por pelo menos 6 meses. Somente após esse período deve ser realizada a redução gradual da medicação
por período mínimo de 4 semanas. Resolutividade também implica em realizar o tratamento adequado pelo período adequado,
para evitar recaídas da doença. (CORRETA)
B) É razoável que uma pessoa experimente sentimentos de ansiedade quando vivencia momentos de transição, ou quando diante
de uma situação desconhecida e/ou inusitada. Estas situações podem ser frequentes e significativas, dependendo do indivíduo. A
ansiedade de fato passa a ser preocupante e pode se tornar patológica quando surge sem estímulo aparente ou que não seja
proporcional aos sentimentos que desperta, em relação à intensidade, duração e frequência. Contudo, deve-se também observar
se está presente algum prejuízo do desempenho social, familiar ou profissional da pessoa. (CORRETA)
C) Na depressão leve o papel dos antidepressivos não está bem estabelecido, assim recomenda-se que se estabeleçam medidas
não farmacológicas por seis semanas, como psicoeducação, exercícios físicos, entre outros. A psicoeducação consiste em um
trabalho de aumento do conhecimento e insight sobre a doença, oferecendo ao paciente informações clínicas, aspectos
etiológicos, tratamentos medicamentosos e psicoterápicos, detecção de sinais precoces de recaída, entre outros, auxiliando no
entendimento do processo de melhora clínica (CORRETA)
D) Na depressão leve o papel dos antidepressivos não está bem estabelecido, assim recomenda-se que se estabeleçam medidas
não farmacológicas por seis semanas como: psicoeducação, exercícios físicos, acompanhamento semanal do paciente e, quando
possível, psicoterapia. Se os sintomas persistirem ou piorarem, recomenda-se iniciar antidepressivos, e nesse caso o
acompanhamento médico é indispensável. (INCORRETA)
Única resposta incorreta letra D

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31 - 2020 SUS - BA

Paciente, sexo masculino, 22 anos de idade, praticante de atividade física regular, três horas após participar de uma maratona,
evoluiu com dor muscular difusa e edema na perna esquerda. Familiares chamaram o SAMU. O médico do atendimento pré-
hospitalar, durante avaliação clínica constatou edema e dor à palpação da perna esquerda, com parestesia na face antero-lateral
desse membro e no dorso do pé esquerdo, além de dor na perna à dorsiflexação do pé e extensão dos dedos. Observou, também,
palidez e discreta frialdade nesse pé em comparação com o direito. Diante desse caso clínico, indique a conduta terapêutica a ser
tomada quando o paciente chegar ao Pronto Socorro.

A) RESPOSTA

» Paciente, sem história de trauma, com dor e edema na perna esquerda após correr uma maratona, que, convenhamos, é um
exercício físico extenuante... Só com essa história nossa principal hipótese diagnóstica já é a de síndrome compartimental.
Pelo exame, vemos que ele apresenta os principais sinais e sintomas, que são os 5 P's: Pain, Paresthesia, Paralysis, Pallor,
Pulseless. (Dor, parestesia, paralisia, palidez, ausência de pulso).
Nesse caso, o compartimento afetado foi o anterior, onde estão os músculos responsáveis pela extensão e dorsiflexão do pé; e o
lateral, onde também há parestesia.
Esse diagnóstico é uma emergência ortopédica e, se nenhuma medida for tomada, pode complicar com isquemia, hipoperfusão
ou necrose do membro.
O tratamento imediato a ser tomado quando o paciente chegar ao Pronto Socorro é a fasciotomia do compartimento acometido,
que no caso, é o anterior e lateral da perna. GABARITO OFICIAL: Fasciotomia do compartimento anterior e lateral da perna
esquerda.

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32 - 2020 PSU - MG

Criança do sexo masculino, com dois anos e meio de idade, é levada para consulta na UBS com queixa de comportamento agitado
e irritabilidade. Trata-se do terceiro filho do casal, mãe com 43 anos e pai com 50 anos. Os pais relatam que no primeiro ano de
vida era um bebê tranquilo e gostava de dormir sozinho. No segundo ano de vida, os pais começaram a se preocupar com ataques
de agitação e choro incontrolável em situações de frustração ou com barulho intenso (festas, trovões). Acham que fala menos que
os irmãos na mesma idade e não diz frases. Desconfiam que ele possa ter algum problema de audição pois não responde quando
chamam seu nome e não presta atenção quando conversam com ele. Algumas pessoas dizem que ele é uma criança triste pois não
gosta de brincar com outras crianças e fica irritado ao sugerirem que compartilhe seus brinquedos. Neste momento, a conduta
MAIS ADEQUADA é:

A) avaliar o desenvolvimento neuropsicomotor e realizar triagem de transtorno do espectro autista por meio de instrumentos
padronizados.
B) encaminhar para neurologia pediátrica para investigação de transtorno de hiperatividade e déficit de atenção.
C) orientar a família quanto à estimulação, explicando que as birras são comuns nessa idade e que cada criança tem seu ritmo
próprio de desenvolvimento.
D) solicitar avaliação do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) para abordagem do transtorno emocional da criança.

» Vamos destacar as principais informações desse menino de dois anos e meio de idade:
1) fala menos que os irmãos na mesma idade e não diz frases, indicando um prejuízo na comunicação verbal. 
2) não responde quando chamam seu nome, não presta atenção quando conversam com ele e não gosta de brincar com outras
crianças, indicando prejuízo na interação social e emocional.
Com esses dados, nossa principal hipótese diagnóstica é o Transtorno do Espectro Autista (TEA).
Essa é uma desordem do desenvolvimento, caracterizada por déficit de comunicação verbal/não verbal, interação social/emocional
e comportamentos/interesses/atividades repetitivas, manifestadas precocemente, principalmente entre 12 e 24 meses, com
prejuízo social e ocupacional, e não explicados por deficiência intelectual (retardo mental) ou atraso global do desenvolvimento.
 
Portanto, nesse momento a conduta mais adequada é avaliar o desenvolvimento neuropsicomotor e realizar triagem de
transtorno do espectro autista por meio de instrumentos padronizados. Resposta: A.

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33 - 2020 HCG

Paciente de 27 anos, etilista pesado há cinco anos, foi levado por transeuntes ao pronto atendimento com perda de consciência e
relato de convulsões. O plantonista avalia que a via aérea está pérvia, o paciente respira de forma ruidosa, com pulsos cheios e
enchimento capilar menor que dois segundos, saturando 92% de oxigênio ao ar ambiente. A escala de coma de Glasgow é 9. Nesse
caso, a conduta mais indicada é:

A) fenitoína 50 mg/ml, quatro ampolas em SF 0,9%, 250 ml venoso, em uma hora.


B) diazepam 10 mg, uma ampola venosa em bolus.
C) tomografia computadorizada de crânio, sem contraste.
D) tiamina 100 mg em 10 minutos, seguida de glicose 50%, 40 ml, venosos.

» Temos um paciente etilista inveterado com quadro sugestivo de abstinência alcoólica aguda, mais especificamente delirium
tremens, manifestando-se como queda do nível de consciência e convulsões. No momento da avaliação, o paciente já não mais
apresenta crises, não justificando a administração de diazepam ou fenitoína (A e B incorretas). Não há também necessidade de
realizar tomografia de crânio, pois há uma causa bem estabelecida (metabólica), para o seu quadro clínico atual (C incorreta).
Enfim, o que é sempre OBRIGATÓRIO na avaliação de um paciente com relato de perda da consciência? Resposta: avaliar os níveis
de glicemia. E o que é sempre mandatório na abordagem do alcoolista crônico, ainda mais frente a presença de queixas
neurológicas? Resposta: ministrar tiamina. Caso indicada, a administração de tiamina deve ser feita antes da glicose, sob o risco de
precipitar encefalopatia. Desse modo, a melhor resposta acaba sendo a letra D.

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34 - 2020 SURCE

Homem de 80 anos, viúvo, aposentado e analfabeto, mora com a filha e comparece ao Posto de Saúde para consulta de rotina.
Antecedentes: hipertensão, diabetes, osteoartrose de joelhos, obesidade, glaucoma e retinopatia diabética. Traz exames com
hemograma, perfil glicêmico e lipídico, função renal e tireoidiana, todos normais. Filha refere que no último ano o paciente tem
necessitado de ajuda para manejo das medicações e atividades fora do domicílio. Pouco sai de casa e não demonstra mais
interesse em sua vida cotidiana. Qual a provável causa da dificuldade em atividades do dia a dia e a abordagem inicial?

A) Déficit cognitivo – aplicar Mini-Exame do Estado Mental e iniciar tratamento de demência.


B) Perda funcional multifatorial – aplicar escala de Lawton e Katz e iniciar manejo de comorbidades.
C) Transtorno depressivo – aplicar Escala de Depressão Geriátrica para diagnóstico e iniciar tratamento.
D) Perda funcional secundária a senescência – aplicar Avaliação Geriátrica Ampla e orientar sobre o quadro.

» A filha desse idoso vem se queixando que o pai tem necessitado de ajuda com as medicações e com as atividades fora do
domicílio. Nesse momento, tenho certeza que sua hipótese diagnóstica é de uma síndrome demencial. Isso não está errado! Bom,
lembre-se que na abordagem inicial das demências, devemos excluir causas secundárias de déficit cognitivo, como
hipotireoidismo, hiponatremia, depressão... Esta, por sinal, parece ser o grande problema do paciente! Repare outros dados do
enunciado que a corroboram: viúvo, sai pouco de casa, não mostra interesse em sua vida cotidiana. Ora, é fundamental excluirmos
transtorno depressivo, não concorda? Uma das ferramentas que podemos utilizar é a escala de depressão geriátrica. Escalas para
avaliação da cognição, como o minimental, e da vida diária, como Lawton e Katz, também podem ser aplicadas, mas não são o
“foco” da questão. Além disso, não se pode dizer que o paciente tem déficit cognitivo ou que há perda funcional. Como
conversamos, é fundamental excluir a depressão! Sendo assim, a melhor resposta é a letra (C). A Banca acabou anulando a
questão e não justificou o fato.

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35 - 2020 HCG

Paciente de 23 anos, do sexo feminino, sofre desde muito cedo de ataques de pânico precipitados pela necessidade de fazer
exames de sangue, ver agulhas, tomar injeções e quando vê sangue. Ela chega a ficar dias sem dormir na expectativa de ter que vir
a se deparar com esse tipo de situação e chega a desmaiar em algumas ocasiões, nas quais é exposta a isso. Relata que os mesmos
sintomas também acontecem na presença de alguns animais, tais como lagartas. Nesse caso, qual é, respectivamente, o
diagnóstico e tratamento ideal para tal condição?

A) Fobia específica e terapia comportamental.


B) Transtorno de ansiedade generalizada e inibidores seletivos de recaptação de serotonina.
C) Transtorno de pânico e inibidores seletivos de recaptação de serotonina e benzodiazepínicos na exposição.
D) Agorafobia e terapia comportamental e benzodiazepínico na exposição.

» A) Correta. A paciente apresenta uma ansiedade desencadeada exclusivamente por situações que não apresentam atualmente
nenhum perigo real; mas que são evitadas ou suportadas com temor. No caso, sua fobia é direcionada a fazer exames de sangue,
ver agulhas, tomar injeções, quando vê sangue, e a alguns animais, como lagarta. O tratamento indicado é a terapia cognitivo-
comportamental.
B) O transtorno de ansiedade generalizada (TAG) consiste em uma preocupação excessiva e abrangente, acompanhada por uma
variedade de sintomas somáticos, que causa comprometimento significativo no funcionamento sócio-ocupacional, ou acentuado
sofrimento. Não ocorre exclusivamente, nem mesmo de modo preferencial, em uma determinada situação, a ansiedade tem
caráter "flutuante".
C) No transtorno de pânico ocorrem ataques recorrentes de uma ansiedade grave, que não ocorrem exclusivamente numa
situação ou em circunstâncias determinadas, mas de fato são imprevisíveis;
 
D) Agorafobia se refere ao medo de sair de casa, de lugares públicos, de multidões ou de viajar sozinho, principalmente quando a
saída possa ser difícil ou a ajuda possa estar indisponível.

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36 - 2020 HCG

Paciente de 46 anos, do sexo masculino, é trazido por familiares para atendimento por estar ""retraído e isolado"". Há um mês não
sai do quarto e nem toma banho. O paciente apresenta-se apático, retraído socialmente e está há anos sem trabalhar. Não se
engaja em atividades prazerosas e nem em projetos de longo prazo. Fala poucas frases esparsas e desconectadas e neologismos
frequentes. Diz não entender o motivo de ter sido levado ao médico, ainda que passe dias sem tomar banho e escovar os dentes.
Não se sente triste. Os sintomas vêm se agravando há cerca de 20 anos e se iniciaram após um quadro psicótico que necessitou de
internação por dois meses. Nesse caso, qual seria o tratamento ideal para esse paciente?

A) Inibidor seletivo de recaptação de serotonina e terapia cognitivo-comportamental.


B) Antipsicótico de segunda geração e abordagem psicossocial com terapia ocupacional.
C) Inibidor de acetilcolinesterase e reabilitação cognitiva.
D) Sal de lítio ou divalproato de sódio associado a psicoeducação.

» Nessa questão temos que identificar qual é o diagnóstico, para aí sim podermos definir qual será a melhor conduta.
Esse paciente teve um episódio prévio de psicose e ao longo do tempo tem apresentado vários sintomas, que podem ser
chamados de "negativos": retração social, diminuição da fluência verbal, autonegligência (não toma banho nem escova os dentes),
diminuição da vontade e apragmatismo (não se engaja em atividades prazerosas nem em projetos de longo prazo) e
embotamento afetivo (apático).
 
Apresenta também um sintoma "positivo": neologismos. Com esses dados, concluímos que o diagnóstico é de esquizofrenia, cujo
tratamento fundamental é o uso de antipsicóticos. Dentre as alternativas, a melhor opção é: antipsicótico de segunda geração e
abordagem psicossocial com terapia ocupacional. Resposta: B.

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37 - 2020 UFPI

Mulher, 23 anos, trazida por familiares a unidade de emergência, sonolenta, Glasgow 10, FC = 100 bat/min, PA = 120/73 mmHg,
afebril, Glicemia capilar de 160mg%. Sem doenças previas. Família informa uso recente de clonazepan. A conduta inicial é:

A) Intubação oro traqueal, expansão volêmica, passar SNG e carvão ativado.


B) Expansão volêmica e Flumazenil endovenoso.
C) Expansão volêmica e Naloxona injetável.
D) Fazer 10 unidades de insulina regular, expansão volêmica e piridoxina.
E) Fazer expansão volêmica e glucagon injetável.

» Os benzodiazepínicos potencializam os efeitos inibitórios do GABA nos neurônios do sistema nervoso central (SNC) ao apresentar
ligação direta com complexo de receptores GABA e aumentar a frequência de abertura dos canais de cloreto. Ocorre depressão do
SNC em cerca de 30 minutos após uma overdose aguda, mas coma e depressão respiratória são eventos raros, vistos apenas com
agentes de ação ultrarrápida ou quando há ingestão concomitante de outros depressores do SNC. O antídoto para a intoxicação
por benzodiazepínicos (como é o caso do clonazepan) é o flumazenil (ou Lanexat), um antagonista competitivo dos receptores de
benzodiazepínicos. A dose é de 0,2 mg IV a cada 30 segundos até que sejam alcançados os objetivos terapêuticos ou até que a
dosoe acumulada alcance 3-5 mg. O período de ação é curto e o paciente deve continuar em observação. Se necessário, a dose
pode ser repetida com intervalos de 20 minutos. A descontaminação gastrointestinal também costuma ser efetuada, mas algumas
referências citam que o carvão ativado não é capaz de impedir a absorção do benzodiazepínico, aumentando ainda o risco de
broncoaspiração. Eventualmente, a expansão volêmica se faz necessária (parte do suporte hemodinâmico) Não parece haver
necessidade de proceder intubação orotraqueal, pelo menos nesse momento (o Glasgow de nossa paciente é de 10). A naloxona é
o antídoto da intoxicação por opioide, enquanto o glucagon é usado na intoxicação por betabloqueador.
 
Gabarito: B.

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38 - 2020 HFA

Acerca das patologias na infância, julgue o item a seguir. Entre os problemas psiquiátricos na infância e na adolescência,
predominam os transtornos de comportamento disruptivo, de difícil diagnóstico, e os transtornos emocionais, que, caso não
tratados, progridem necessariamente na fase adulta.

A) CERTO
B) ERRADO

» Os transtornos disruptivos se caracterizam por comportamento antissocial, desobediência, postura desafiadora e hostilidade às
autoridades; estão associados à irritabilidade e explosões de raiva. Os transtornos emocionais podem ser depressão, fobias e
ansiedade. Mas o que torna a alternativa incorreta é que esses transtornos não necessariamente progridem na fase adulta.
Resposta: errada.

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39 - 2020 SES - DF

Uma paciente de 50 anos de idade, diabética, tabagista e hipertensa, procura atendimento médico por desvio da rima labial,
hemiparesia direita e afasia de início há duas horas. Evoluiu com rebaixamento de sensório e necessidade de entubação
orotraqueal. Na chegada à emergência, foi encaminhada à tomografia de crânio, que evidenciou acidente vascular encefálico
isquêmico acometendo mais que 1/2 do território cerebral. Em relação a esse caso clínico e com base nos conhecimentos médicos
correlatos, julgue o item a seguir. Pacientes com sequelas neurológicas estão propensos a desenvolver depressão maior, sendo a
insônia e a hipersonia diária um critério diagnóstico.

A) CERTO
B) ERRADO

» Essa questão está CORRETA. Pacientes com sequelas neurológicas estão mais propensos a desenvolver depressão maior, e insônia
ou hipersonia quase diária são critérios diagnósticos. 
Vamos relembrar os outros critérios?
O DSM-5 estipula nove critérios para depressão, dos quais cinco devem estar presentes. Para o diagnóstico, é necessário que os
sintomas estejam presentes por pelo menos duas semanas, representem uma alteração em relação ao funcionamento anterior e
que um deles seja obrigatoriamente (1) humor deprimido ou (2) perda de interesse ou prazer. 
Os critérios são: 
1. Humor deprimido na maior parte do dia, quase todos os dias, conforme indicado por relato subjetivo (p. ex. sente-se triste, vazio
ou sem esperança) ou por observação feita por outra pessoa (p. ex., parece choroso) (Nota: em crianças e adolescentes, pode ser
humor irritável). 
2. Acentuada diminuição de interesse ou prazer em todas ou quase todas as atividades na maior parte do dia, quase todos os dias
(conforme indicado por relato subjetivo ou observação). 
3. Perda ou ganho significativo de peso sem estar fazendo dieta (por exemplo, mudança de mais de 5% do peso corporal em
menos de um mês) ou redução ou aumento no apetite quase todos os dias. (Nota: em crianças, considerar o insucesso em obter o
peso esperado). 
4. Insônia ou hipersonia quase diária. 
5. Agitação ou retardo psicomotor quase todos os dias. 
6. Fadiga ou perda de energia quase todos os dias. 
7. Sentimentos de inutilidade ou culpa excessiva ou inapropriada (que podem ser delirantes) quase todos os dias (não meramente
autorrecriminação ou culpa por estar doente). 
8. Capacidade diminuída para pensar ou se concentrar, ou indecisão quase todos os dias (por relato subjetivo ou observação feita
por outra pessoa). 
 
9. Pensamentos recorrentes de morte (não somente medo de morrer), ideação suicida recorrente sem um plano específico,
tentativa de suicídio ou plano específico para cometer suicídio.

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40 - 2020 UFPI

A tipologia da violência, utilizada pela OMS e pelo Ministério da Saúde, diz respeito às expressões sociais da violência, as quais são
definidas a partir de quem as comete. O suicídio, por exemplo, é um dos tipos de violência que nos chama bastante a atenção no
estado do Piauí. Trata-se de uma violência do tipo:

A) Autoinflingida.
B) Interpessoal.
C) Cultural.
D) Institucional.
E) Tortura.

» Em relação ao suicídio, entendido como uma forma de violência, uma vez que causa dano físico permanente ao indivíduo, deve ser
considerada como autoinflingida, ou seja, o próprio indivíduo ocasiona dano a ele mesmo.
 
Gabarito: Alternativa A.
41 - 2020 SURCE

Paciente, sexo masculino, frentista, 45 anos, casado, procura UBS motivado pelas faltas constantes ao trabalho. Diz que acorda
triste, sem vontade de sair da cama. Não tem ido também aos jogos de futebol do bairro, que antes frequentava semanalmente.
Passa a maior parte do dia dormindo. Relata perda de apetite e libido. Durante a consulta apresentou choro fácil. Refere que não
faz uso de álcool e de outras drogas e não relata nenhum evento associado ao aparecimento dos sintomas. Para realizar o
diagnóstico é necessário considerar:

A) Episódio depressivo e diferenciar do transtorno afetivo bipolar.


B) Episódio depressivo relacionado ao trabalho com solventes.
C) Transtorno de ansiedade generalizada.
D) Episódio depressivo moderado.

» Vamos com calma aqui… O “nosso” paciente está com um episódio depressivo? 
Só pela história contada, não há nenhuma dúvida que sim! 
Sendo assim, a letra C já não cabe. 
Letra B: Solventes relacionados a episódios de depressão? Não há essa relação. INCORRETA
Ficamos entre a letra A e D. 
Pergunta: Faz parte da propedêutica deste tipo de paciente diferenciar o diagnóstico do transtorno bipolar? 
 
Com certeza! Lembre-se que é mandatório avaliar nesses pacientes episódios de mania prévia. Isso irá nortear o nosso diagnóstico
e tratamento. Sendo assim, o item mais completo e portanto a resposta é a letra A.

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42 - 2020 HCG

Com referência a transtornos alimentares na adolescência,

A) o risco de suicídio nos casos de anorexia nervosa é alto, sendo causa frequente de mortes prematuras em pessoas com este
transtorno.
B) os episódios recorrentes de compulsão alimentar, seguidos de sentimentos de culpa e autodepreciação, destacam-se entre os
critérios diagnósticos de anorexia nervosa.
C) a obesidade é de etiologia genética caracterizada por condição inflamatória e hipertrofia de adipócitos, com discreta influência
de fatores externos.
D) a acantose nigricans, hiperpigmentação grosseira de dobras cutâneas, quando observada em adolescentes obesos, sugere o
diagnóstico de hipotiroidismo.

» Sobre os transtornos alimentares na adolescência:


A) Correta. Na anorexia nervosa há uma busca constante pela magreza, mesmo já estando abaixo do peso normal, associada a
medo de engordar e perturbação da imagem corporal. O risco de suicídio nas pessoas com esse transtorno é alto.
B) Incorreta. Os episódios recorrentes de compulsão alimentar, seguidos de sentimentos de culpa e autodepreciação, além de
comportamentos compensatórios recorrentes para evitar o ganho de peso, como purgação (vômitos autoinduzidos, uso repetido
de laxantes ou diuréticos), jejum ou exercícios excessivos, destacam-se entre os critérios diagnósticos de bulimia nervosa.
C) Incorreta. A obesidade é principalmente consequência de fatores externos, como excesso de alimentação, a etiologia genética é
responsável por apenas 5% dos casos.
 
D) Incorreta. A acantose nigricans, que é a hiperpigmentação nas áreas de dobras, como axilas, virilha e pescoço, é um sinal de
resistência à insulina.

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43 - 2020 AMRIGS

Homem, 65 anos, hipertensão de longa data, atualmente controlada pelo uso de inibidor de angiotensina II, diurético de alça e
beta bloqueador. Faz uso, ainda, de metformina e sinvastatina. Tabagista pesado há mais de quatro décadas, com estilo sedentário
de vida. Chega à consulta na Unidade Básica de Saúde (UBS) após ter recebido alta, há um mês, de um hospital, onde esteve
internado em uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), quando passou, também, a utilizar digoxina. Queixa-se de que, nos
últimos dois meses, vem sentindo importante tristeza, anedonia, insônia terminal, choro fácil, pensamentos ruminativos de culpa e
inapetência. Em função do quadro acima e do esquema medicamentoso já em uso, a conduta terapêutica indicada é:

A) Amitriptilina.
B) Venlafaxina.
C) Fluoxetina.
D) Sertralina.

» Temos uma idoso com uma série de comorbidades e que apresenta sintomatologia clássica de depressão. 
Letra A: Devido a quantidade de efeitos anticolinérgicos da droga, esse antidepressivo tricíclico não é recomendado para o
paciente. INCORRETA
Letra B: De jeito nenhum. A venlafaxina apresenta muito efeitos colaterais cardiovasculares. Afeta a pressão arterial e não deve ser
feito em idosos com muitas comorbidades, como no caso em tela. INCORRETA
Ficamos entre as letras C e D. Qual escolher? 
Primeiro ponto… A meia-vida de fluoxetina é de 4-5 dias e da sertralina é de 26 horas. 
Segundo ponto… Existem vários relatos na literatura de efeitos cardiovasculares asso- ciados a uso de fluoxetina: síncope,
bradicardia, arritmias e hipotensão ortostática. 
Terceiro ponto… As interações medicamentosas da sertralina são bem menores que da fluoxetina. Ou seja, a sertralina tem melhor
farmacocinética. 
 
Resposta, portanto: letra D.

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44 - 2020 AMRIGS

Os Transtornos de Ansiedade estão entre as mais frequentes queixas na clínica diária. Sobre eles, analise as assertivas abaixo: I.
Um ataque de pânico apresenta, entre outros sintomas, palpitações, sudorese, sensação de falta de ar, desconforto abdominal,
sensação de tontura, medo de perder o controle e receio de morrer. II. O medo ou a ansiedade acentuados em relação a um objeto
ou situação (p. ex. viajar de avião, animais, altura, injeção, ver sangue) caracterizam o Transtorno de Ansiedade Generalizada. III. O
tratamento para os Transtornos de Ansiedade que apresenta maior eficácia é a associação de psicofármacos com psicoterapia. IV.
Dentre os psicofármacos, os inibidores da recaptação da serotonina são a primeira escolha e devem ser iniciados na dose plena e
mantidos por até três meses. Quais estão corretas?

A) Apenas I e II.
B) Apenas I e III.
C) Apenas II e IV.
D) I, II, III e IV.

» Boa e difícil questão sobre os transtornos de ansiedade. Vamos, então, analisar cada um dos itens…
Questão que trata sobre os transtornos de ansiedade. Vamos avaliar cada uma das assertivas…

Correta. Transtorno do pânico é caracterizado por ataques recorrentes de uma ansiedade grave (ataques de pânico) que não
ocorrem exclusivamente numa situação ou em circunstâncias determinadas, e que são imprevisíveis. Os sintomas essenciais
comportam a ocorrência brutal de palpitação e dores torácicas, sensações de asfixia, tonturas e sentimentos de irrealidade
(despersonalização ou desrealização). Existe, além disso, frequentemente, um medo secundário de morrer, de perder o
autocontrole ou mesmo de ficar louco.
Incorreta. Ansiedade generalizada é aquela que ocorre de forma persistente e não é exclusiva, nem mesmo de modo preferencial
numa situação determinada. Os sintomas variam, mas compreendem nervosismo persistente, tremores, tensão muscular,
transpiração, sensação de vazio na cabeça, palpitações, tonturas e desconforto epigástrico. O medo de que a pessoa ou um de
seus próximos irá brevemente ficar doente ou sofrer um acidente são frequentemente expressos. O transtorno relatado na
assertiva é caracterizado como Fobia Específica ou Transtorno Fóbico Específico.
Correta. O tratamento dos transtornos de ansiedade varia conforme sua categoria diagnóstica. De maneira geral, pode-se dizer
que há tratamentos farmacológicos e psicoterápicos comprovadamente eficazes. A escolha por uma abordagem ou outra depende
de fatores como gravidade do caso e disponibilidade de psicoterapia. Na maioria das vezes, a conduta mais apropriada para o
médico de família é iniciar tratamento farmacológico e prestar apoio psicológico ou acionar o psicólogo do NASF para realizar um
apoio Matricial. 
Incorreta. Dentre os psicofármacos de primeira linha de tratamento do Transtornos Transtornos de Ansiedade estão os inibidores
seletivos da recaptação da serotonina (ISRS) e os inibidores da recaptação da serotonina e da noradrenalina (IRSN).

 
Resposta: letra B.

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45 - 2020 AMRIGS

Em uma visita domiciliar feita por uma Equipe de Estratégia de Saúde da Família (ESF), em uma comunidade localizada na periferia
de uma grande cidade brasileira, foi encontrada a seguinte situação: uma mãe relata à Equipe que seu filho, de 19 anos, há cerca
de 8 meses, vem apresentando sintomas de comportamento bizarro, solilóquios, alucinações auditivas e visuais, isolamento social
importante e heteroagressividade em relação aos membros da família, tendo já causado lesão corporal na própria mãe com objeto
perfurocortante. Está sem tratamento, pois, segundo ela, o paciente se recusa à ajuda. Diante desse quadro, qual a conduta a ser
tomada?

A) Encaminhamento para um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) para acolhimento e acompanhamento multidisciplinar.
B) Encaminhamento para uma Unidade Básica de Saúde (UBS) para acompanhamento por um médico de família.
C) Encaminhamento para um serviço ambulatorial especializado para atendimento por um psiquiatra.
D) Encaminhamento involuntário para uma emergência com vistas à internação.

» Temos um paciente agressivo e com sintomas de PSICOPATIA. Nesse momento o paciente não oferece risco apenas para si
mesmo, mas oferece um grande risco para seu familiar, de maneira que não podemos mais permitir seu convívio livremente. É
exatamente por apresentar RISCO À TERCEIROS que o paciente tem indicação formal de INTERNAÇÃO COMPULSÓRIA ou
INTERNAÇÃO INVOLUNTÁRIA em Hospital Psiquiátrico ou Hospital Terciário com especialidade de Psiquiatria. Mas veja bem, a
alternativa C também apresenta uma possibilidade, pois avaliação de um psiquiatra sempre é válida e importante nesse momento.
Caberia recurso para LETRA C, mas a banca manteve apenas LETRA D. Resposta LETRA D.

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46 - 2020 HCPA

Assinale a assertiva incorreta sobre o uso de adesivo de nicotina no tratamento do tabagismo.

A) A associação de uma formulação de nicotina de ação curta, como a goma de mascar, é útil para reduzir a fissura e controlar os
sintomas de abstinência.
B) A dose de nicotina do adesivo é escolhida de acordo com o número de cigarros fumados ao dia.
C) Recomenda-se alterar o local de aplicação do adesivo de nicotina para reduzir a irritação da pele.
D) A duração mínima recomendada do tratamento é de 4 semanas.
E) A dose de nicotina do adesivo deve ser reduzida ao longo do tratamento.

» De um modo geral, consideramos como tratamentos farmacológicos de primeira linha para o tabagismo a terapia de reposição de
nicotina, a vareniclina e a bupropiona. Para a maioria dos pacientes, sugere-se ou a vareniclina, ou a terapia de reposição de
nicotina combinada como primeira escolha, estratégias que parecem ser igualmente eficazes. O que seria essa terapia combinada
de reposição de nicotina? Simples: usamos um agente de liberação rápida (como a goma de mascar), que seria útil para controlar a
fissura, associado a um agente de liberação lenta (um patch transdérmico), que irá manter uma concentração mais estável e
prolongada. A dose do patch dependerá do número de cigarros fumados ao dia: se > 10 cigarros/dia e > 45 kg, prescrevemos 21
mg/dia por seis semanas, seguido por 14 mg/dia por duas semanas e, finalmente, 7 mg/dia por 2 semanas. Se o paciente fumar ≤
10 cigarros/dia ou tiver < 45 kg, começamos com 14 mg/dia por 6 semanas, seguido por 7 mg/dia por 2 semanas. Alteramos o sítio
do adesivo diariamente para evitar irritação de pele, que é o efeito colateral mais comum (hidrocortisona pode ser até usada caso
haja mesmo irritação da pele). Repare como o tempo mínimo de tratamento fica entre 2 e 3 meses, podendo ser até maior! É por
isso que a letra D encontra-se incorreta.
 
Resposta: D.

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47 - 2020 AMRIGS

A conduta suicida tem sido cada vez mais compreendida como um importante problema dentro da comunidade acadêmica dos
estudantes de medicina e da classe profissional dos médicos, percebidos atualmente como dois grupos de risco, com taxas de
suicídio que podem alcançar até o dobro da população geral. Entre as medicações disponíveis para prevenir o suicídio, uma se
destaca por sua comprovada ação antisuicida. Que medicação é essa?

A) Fluoxetina.
B) Imipramina.
C) Lítio.
D) Clonazepam.

» Dentre as alternativas, a medicação que comprovadamente possui ação antisuicida em quadros de transtorno do humor é o lítio.
Resposta: C.

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48 - 2020 AMRIGS

Sobre o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), assinale a alternativa correta.

A) A terapia não farmacológica é considerada a intervenção de primeira linha no tratamento do TDAH.


B) Na terapia farmacológica, os inibidores duplos da recaptação de serotonina e noradrenalina são considerados como de primeira
linha.
C) Não apresenta um componente genético considerável.
D) TDAH não é apenas um transtorno da infância e adolescência. Existem pacientes que persistem com sintomas ou mesmo que
iniciam com sintomas na vida adulta.

» Vamos analisar as alternativas sobre Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH):


A) Incorreta. O tratamento de TDAH envolve medidas farmacológicas e não farmacológicas, como psicoterapia, orientação
psicopedagógica e terapia cognitiva comportamental.
B) Incorreta. Na terapia farmacológica, os medicamentos de primeira linha são os psicoestimulantes, como o metilfenidato, que
são inibidores duplos da recaptação de dopamina e noradrenalina.
C) Incorreta. O TDAH apresenta um componente genético e ambiental. Estão implicados os genes transportador ou receptor da
dopamina.
 
D) Incorreta. O TDAH é o transtorno neuropsiquiátrico mais comum da infância, tendo início nesse período. Portanto, como todas
estão incorretas, a questão foi anulada.

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49 - 2020 SES - DF

No que se refere aos conhecimentos relacionados a bioética, saúde mental, endocrinologia, dermatologia e cardiologia, julgue o
item a seguir. Epilepsia é uma contraindicação absoluta para o uso de terapia de reposição de nicotina.

A) CERTO
B) ERRADO

» Cuidado para não trocar "alhos" por "bugalhos". A terapia de reposição de nicotina parece ser segura em pacientes com doença
coronariana estável, mas de um modo geral, fica contraindicada no período de 15 dias após infarto agudo do miocárdio (não deve
ser inidcada também enquanto o paciente estiver fumando pelo risco de superdosagem de nicotina). E essa história de epilepsia,
saiu de onde? Na verdade ela não tem a ver com nicotina e sim com a bupropiona, uma outra droga usada no tratamento
farmacológico do tabagismo que pode reduzir o limiar convulsivante. Dentre as contraindicações para esse fármaco, encontramos
os seguintes fatores: antecedente de convulsão, epilepsia, convulsão febril na infância e anormalidades conhecidas no
eletroencefalograma. O risco de convulsão é dose dependente.
 
Gabarito: B.

Video comentário: 255782

50 - 2020 SES - DF

No que se refere aos conhecimentos relacionados a bioética, saúde mental, endocrinologia, dermatologia e cardiologia, julgue o
item a seguir. O dissulfiram e a naltrexona estão entre as opções farmacológicas para tratamento do alcoolismo.

A) CERTO
B) ERRADO

» O tratamento da dependência do álcool é complexo e tem como objetivo a abstinência, a prevenção de recaídas e a reabilitação (a
redução da ingestão de álcool - o chamado controle de danos - é discutível e pode ser indicado para grupos específicos).
Possuímos ainda algumas opções farmacológicas, sendo que a banca menciona especificamente duas:
 
(1) Naltrexona - É um antagonista opioide que tem a função de diminuir o prazer ao beber, por meio da liberação das endorfinas e
consequente bloqueio da liberação de dopamina. A atual dose é de 50 mg/dia, podendo chegar a 100 mg/dia. É considerada
primeira linha para tratamento, mas fica contraindicada em indivíduos portadores de hepatite ou insuficiência hepática;
 
(2) Dissulfiram (antabuse) - Sabe aquela "ressaca" tenebrosa que te faz jurar que nunca mais irá beber? Pois é, essa é a ideia dessa
medicação. Trata-se de um inibidor da enzima acetaldeído desidrogenase, o que faz com que o acetaldeído (metabólito tóxico que
causa a "ressaca") se acaumule no organismo, provocando vários efeitos colaterais, como rubor facial, cefaleia, tonturas, náuseas,
vômitos, fraqueza, sonolência, sudorese, visão turva, taquicardia e sensação de morte iminente. Não deve ser usado em
coronariopatas.
 
Resposta: A.

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51 - 2020 SCML

Qual das drogas abaixo pode ser utilizada para o tratamento do alcoolismo?

A) Naltrexona
B) Bupropriona
C) Fluoxetina
D) Trazodona

» De modo geral, o tratamento medicamentoso do alcoolismo só está indicado para os pacientes com consumo moderado a severo
e que estão motivados a reduzirem a ingestão de álcool. Além disso, claro, não deve haver contraindicações ao uso das
medicações. Sendo assim, o medicamento considerado de primeira linha é a Naltrexona, um antagonista opióide que bloqueia a
liberação de dopamina e endorfinas, reduzindo o prazer ao beber. Outras opções são o Acamprosato e o Dissulfiram.
 
Gabarito letra A.

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52 - 2020 SCMV

A incidência de delirium é maior em indivíduos idosos. Sobre esse tema, assinale a alternativa INCORRETA:

A) As deficiências sensoriais aumentam o risco de delirium.


B) Há maior risco de delirium em pacientes idosos com demência que são hospitalizados.
C) Há maior risco de demência em pacientes idosos que apresentaram delirium durante internação hospitalar.
D) A menos que acompanhadas de outros sinais e sintomas, as alterações cognitivas súbitas isoladamente não devem ser
entendidas como sinal de morbidade no paciente idoso.

» Pessoal, questão tranquila. Todas as assertivas são corretas, com exceção da letra D: diferentes estudos abordaram a
morbimortalidade de pacientes que apresentaram delirium. Levkoff et al. (1992) observaram taxas de mortalidade duas vezes
maiores (26,4%) entre os indivíduos que tiveram delirium durante suas respectivas internações hospitalares, em seis meses de
acompanhamento. Também em seguimento de seis meses, Murray et al. (1993) encontraram sinais de deterioração física em mais
da metade dos pacientes que tiveram delirium, ou seja, o dobro do prejuízo evidenciado em pacientes sem tal antecedente.
A opção C, que poderia ter gerado alguma dúvida, está correta: Uma vez que a doença de Alzheimer e o delirium têm na disfunção
colinérgica mecanismo etiopatogênico comum, hipotetiza-se que os indivíduos com demência são particularmente suscetíveis ao
delirium. De fato, estudos disponíveis na literatura mostram que a constatação de episódio de delirium aumenta a sensibilidade
para o diagnóstico de demência já existente. Esses autores realizaram estudos prospectivos com indivíduos idosos portadores de
doenças sistêmicas, agrupados segundo a ocorrência ou não de delirium, e observaram maior risco de evolução para demência
entre aqueles que apresentaram um ou mais episódios de delirium.
Logo, gabarito correto.

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53 - 2020 HIS

Mulher, 88 anos de idade, internada na enfermaria de Clínica Médica por, há 4 dias, apresentar dispneia e febre de 38,5°C.
Realizado diagnóstico de pneumonia de comunidade, em tratamento há 3 dias com ceftriaxona e claritromicina, por via
endovenosa. Paciente evoluiu inicialmente com melhora da dispneia e ficou afebril por 48 horas. Hoje, encontra-se desorientada no
tempo e no espaço, com alteração do ciclo sono-vigília, passando a maior parte do tempo imóvel, no leito, não reconhecendo
familiares. Encontra-se sem queixas respiratórias e afebril. Exame clínico sem outras alterações. Diante da nova hipótese
diagnóstica, a conduta neste momento é:

A) Escalonar antibioticoterapia empiricamente, com piperaciclina-tazobactam 4,5g, por via endovenosa, de 6/6 horas.
B) Solicitar nova tomografia computadorizada de tórax, gasometria arterial e coleta de novos pares de hemoculturas.
C) Prescrever haloperidol 1mg VO de 12 em 12 horas. Caso a paciente apresente agitação, usar haloperidol 5mg IM.
D) Solicitar função renal, eletrólitos, hemograma, urinálise, glicose e eletrocardiograma.
E) Prescrever quetiapina 50mg VO de 8 em 8 horas. Caso a paciente apresente agitação, usar haloperidol 5mg IM.

» O autor da questão descreve uma paciente idosa, confinada em um local estranho e em tratamento de uma síndrome infecciosa
(com melhora evolutiva) que evolui com estado confusional agudo. Perceberam como o quadro é bastante sugestivo de
delirium? Apesar disso, é importante lembrar que doenças graves podem ter apresentações atípicas na população idosa, como o
simples desenvolvimento de delirium ou perdas funcionais. Quanto mais incapacitado e frágil o paciente for, maior a
probabilidade de sintomas funcionais dominarem o quadro, mesmo que a doença de base seja um IAM, pneumonia ou distúrbio
hidroeletrolítico. Dessa forma, é recomendado que, diante de um quadro desses, sejam excluídas causas orgânicas e o primeiro
passo é a realização de exames básicos laboratoriais e um eletrocardiograma.
 
Gabarito letra D.

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54 - 2020 SCMV

São condutas adequadas para pacientes etilistas em síndrome de abstinência alcoólica, EXCETO:

A) Administrar lorazepam que, além de controlar os sintomas de abstinência, reduzem a incidência de convulsões e delirium.
B) Prescrever tiamina intravenosa na dose de 100 a 200mg ao dia, para prevenir síndrome de Wernicke-Korsakof.
C) Solicitar dosagem sérica de potássio e magnésio, uma vez que estes íons, são frequentemente baixos em indivíduos com
abstinência alcoólica.
D) Prescrever betabloqueadores como o propranolol pois, ao inibirem a ativação simpática, estão associados a redução de delirium
e convulsões.

» Todas as assertivas são corretas, menos a opção D: alguns serviços utilizam bloqueadores beta-adrenérgicos (atenolol, propanolol)
e agonista alfa2-adrenérgicos (clonidina) para diminuir a taquicardia, a sudorese e oa tremores observados na síndrome de
abstinência. Não há, porém, consenso, tampouco protocolos específicos que justifiquem tal procedimento de rotina, ficando a
indicação para situações em que o clínico julgue essencial o controle de tais sinais e sintomas. De resto, o lorazepam é um dos
benzodiazepínicos de escolha na síndrome de abstinência, particularmente nos pacientes com disfunção hepática; a deficiência de
tiamina é quase regra nesses pacientes, justificando sua reposição de rotina; e por fim muitos deles apresentam depleção de
potássio e magnésio. Resposta: D.

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55 - 2020 HIS

Homem, 38 anos de idade, previamente em seguimento por epilepsia, depressão e transtorno de ansiedade generalizada, em uso
contínuo de valproato de sódio, amitriptilina e diazepam. Há 30 minutos, foi encontrado desacordado em casa, arresponsivo aos
chamados. O acompanhante refere presença de 2 cartelas de diazepam 10mg vazias (aproximadamente 15 comprimidos por
cartela) perto do paciente. Na sala de emergência: paciente sem abertura ocular ao chamado, sem resposta verbal, não localiza
estímulo doloroso, porém sem respostas patológicas, pupilas isocóricas fotorreagentes. Frequência cardíaca: 88
batimentos/minuto, frequência respiratória: 10 incursões/minuto, pressão arterial: 108 x 74 mmHg, Saturação O₂: 95%, em ar
ambiente, repouso; glicemia capilar: 88 mg/dL. Sem alterações em semiologias pulmonar, cardíaca ou abdominal. Realizada
monitorização e acesso venoso, qual deve ser a próxima conduta neste momento?

A) Realizar intubação orotraqueal.


B) Realizar carvão ativado via sonda nasogástrica.
C) Prescrever naloxone IV.
D) Prescrever flumazenil IV.
E) Realizar lavagem gástrica com soro fisiológico.

» Todo paciente com escala de coma de Glasgow menor do que 8 (equivalente à definição de coma propriamente dito) deve ser
intubado e ventilado mecanicamente para proteção de vias aéreas. Aqui, temos uma provável intoxicação exógena por
benzodiazepínicos causando coma profundo, com Glasgow de 3 (O = 1, V = 1, M = 1). Perceba que esta é a medida prioritária no
momento, já que estamos lidando com uma emergência que coloca a vida do paciente em risco, e por isso é preciso iniciar a
abordagem empregando o "ABC" da ressuscitação (vias aéreas, respiração, circulação). Feito isso, com o doente intubado,
ventilado e com acesso venoso puncionado, aí sim partiremos para o uso do antídoto dos benzodiazepínicos, o flumazenil
(naloxone é antídoto de opiode; carvão ativado não será efetivo, pois se o doente está em coma, isso significa que já houve
absorção da medicação... Lembrar que o carvão ativado serve apenas para evitar a absorção intestinal de substâncias - se a
absorção já ocorreu, a janela de oportunidade para uso do carvão ativado se fechou). Resposta: A.

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56 - 2020 SCML

Quais dos antidepressivos abaixo podem ser utilizados para o tratamento da insônia?

A) Sertralina e mirtazapina
B) Trazodona e mirtazapina
C) Sertralina e desvenlafaxina
D) Trazodona e desvenlafaxina

» Classicamente os antidepressivos que podem ser utilizados para tratamento da insônia são: tricíclicos (exemplo: amitriptilina),
moduladores da serotonina (exemplo: trazodona) e a mirtazapina (antidepressivo atípico) que em dose baixa tem grande efeito
sedativo, em doses altas isso é reduzido. Resposta letra B.

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57 - 2020 SCML

Qual dos antidepressivos abaixo é inibidor da captação da serotonina e da noradrenalina?

A) Duloxetina
B) Escitalopran
C) Mirtazapina
D) Trazodona

» Questão direta sobre os medicamentos antidepressivos. Os medicamentos inibidores da recaptação de serotonina e noradrenalina
são: duloxetina, desvenlafaxina, venlafaxina, levomilnacipran e milnacipran.
 
O escitalopram é um inibidor seletivo da recaptação de serotonina e a mirtazapina é um antidepressivo atípico. A trazodona, por
sua vez, é considerada um modulador da serotonina com efeitos mínimos sobre a recaptação da noradrenalina.
 
Gabarito letra A.

Video comentário: 250819

58 - 2020 SCMV

A Síndrome Neuroléptica Maligna (SNM) é uma emergência psiquiátrica associada ao uso, virtualmente, de qualquer bloqueador
dopaminérgico, mas principalmente ao uso de antipsicóticos típicos via parenteral. São caraterísticas típicas da SNM, EXCETO:

A) Febre alta.
B) Flacidez muscular.
C) Alteração da consciência.
D) Instabilidade autonômica.

» A síndrome neuroléptica maligna é caracterizada por estado mental alterado, rigidez muscular, hipertermia e hiperatividade
autonômica que ocorrem quando certos fármacos neurolépticos são usados. Clinicamente, essa síndrome lembra hipertermia
maligna. O diagnóstico é clínico. O tratamento é cuidado de suporte agressivo. Ou seja, ocorre hipertonia e não flacidez muscular.
Portanto, o nosso gabarito é a letra B.

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59 - 2020 CMC

O quadro de amnésia anterógrada e retrógrada com confabulação e alucinação habitualmente está relacionado com:

A) Doença de Parkinson.
B) Demência associada ao HIV.
C) Doença de Alzheimer.
D) Demência alcoólica.

» A palavra chave para responder essa questão é CONFABULAÇÃO! Confabulação são dados fantasiosos que preenchem
vazios da memória. Ou seja, a pessoa inventa história para aquilo que não se lembra, e isso é bastante característico da demência
de Korsakoff, que é causada pela deficiência de tiamina (vitamina B1), tem que como grande causa o alcoolismo.
Portanto, resposta letra D.

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60 - 2020 HASP

Os fármacos antidepressivos atuam nas sinapses monoaminérgicas, visando regular a sinalização e restabelecer a normalidade da
comunicação entre células nervosas envolvidas em situações como o controle do humor. Sobre estes fármacos é correto afirmar:

A) Os fármacos antidepressivos não seletivos atuam favorecendo a recaptação de serotonina e norepinefrina.


B) Os fármacos antidepressivos seletivos atuam inibindo a recaptação de serotonina e norepinefrina.
C) Os fármacos antidepressivos seletivos atuam favorecendo a recaptação de serotonina ou norepinefrina.
D) Os fármacos antidepressivos não-seletivos atuam inibindo a recaptação de serotonina e norepinefrina.

» Questão que pede o mecanismo de ação dos antidepressivos. Vamos lembrar que a noradrenalina e a serotonina são os dois
neurotransmissores mais envolvidos na fisiopatologia dos transtornos de humor. Os fármacos antidepressivos seletivos atuam
inibindo a recaptação desses neurotransmissores. 
 
Entre eles, o mais associado à depressão é a serotonina, por isso são tão amplamente usados os Inibidores Seletivos de
Recaptação de Serotonina (ISRSs), como a fluoxetina. Resposta: B.

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61 - 2020 HSA - GUARUJÁ

Qual a droga de escolha para tratar agitação psicomotora (delirium) em um idoso?

A) Diazepam
B) Haloperidol
C) Clonazepam
D) Mirtazapina
E) Rivastigmina

» O tratamento do delirium envolve a identificação de fatores desencadeantes ou que possam perpetuar o quadro, como infecção,
constipação, distúrbios eletrolíticos, privação do sono, uso de benzodiazepínicos, uso de dispositivos invasivos, entre outros. A
droga de escolha para controle da agitação, nos casos de delirium hiperativo, é o haloperidol. Os benzodiazepínicos, opções
descritas na questão, podem agravar o quadro de delirium.
 
Gabarito: Alternativa B.

62 - 2020 CMC

Qual dos antidepressivos abaixo pode ser utilizado para o tratamento da insônia?

A) Sertralina.
B) Mirtazapina.
C) Venlafaxina.
D) Duloxetina.

» Os antidepressivos clássicos para tratamento da insônia são: tricíclicos (exemplo: amitriptilina), mirtazapina (bloqueador
serotoninérgico e adrenérgico, que em baixas doses tem efeito sedativo) e trazodona (antidepressivo heterocíclico indicada para
manutenção e indução do sono). 
Portanto, resposta letra B

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63 - 2020 UNITAU

Mulher, branca, 25 anos, com quadro de lipotimia aos esforços, desmaio e fraqueza há 1 ano. Alimentação saudável, rica em
hortaliças e frutas, atividade física diária de 90 minutos/dia, nega etilismo, nega tabagismo e nega uso de medicação. Menarca aos
12 anos, amenorreia há 6 meses. Nega gestação. Nega antecedentes patológicos. Ao exame físico: regular estado geral, descorada
++, desidratada +, IMC: 15,9 kg/m² , PA: 90X60 mmHg, frequência cardíaca: 56 bpm. Demais sem alterações. Assinale a alternativa
CORRETA quanto à hipótese diagnóstica.

A) Hipertireoidismo primário
B) Hipotireoidismo primário
C) Transtorno de ansiedade generalizado
D) Anorexia nervosa
E) Feocromocitoma

» Vamos relembrar rapidamente as assertivas e marcar a correta:


A) Incorreta. O hipertireoidismo caracteriza-se por perda ponderal, taquicardia (paciente apresenta 56bpm), insônia e pressão
arterial (PA) divergente.
B) Incorreta. No hipotireoidismo pode haver ganho de peso (IMC da paciente é de 15,9kg/m2), queda de cabelo e PA convergente.
C) Incorreta. O transtorno de ansiedade generalizado consiste em uma preocupação excessiva e abrangente, acompanhada por
uma variedade de sintomas somáticos, que causa comprometimento significativo no funcionamento sócio-ocupacial, ou
acentuado sofrimento.
D) Correta. Perceba que a paciente em questão possui una magreza excessiva (IMC 15,9kg/m2), anemia, desidratação e
amenorreia secundária e demonstra-se extremamente preocupada em"manter-se magra” (90min de atividade por dia +
alimentação rica em hortaliças e frutas). Isso sugere um quadro de anorexia nervosa. E) Incorreta. A principal característica do
feocromocitoma são os paroxísmos na PA associados à cefaleia intensa, sudorese e palpitação.Portanto, o diagnóstico provável
para a nossa paciente em questão é a ANOREXIA NERVOSA e o nosso gabarito é a letra D.

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64 - 2020 SCMRP

Paciente chega ao pronto socorro com quadro de confusão, agitação, midríase, hipertermia, tremor, mioclonia, clonus,
hiperreflexia e hipertensão arterial sistêmica. Qual é o principal agente farmacológico responsável por esses achados?

A) Carbamato.
B) Cocaína.
C) Inibidor de recaptação da serotonina.
D) Escopolamina.

» Na intoxicação por carbamato (inibidor da acetilcolinesterase, que causa uma síndrome hipercolinérgica), espera-se a presença de
miose. Os demais comemorativos podem estar presentes (A errada). A escopolamina é um agonista colinérgico, também causando
síndrome hipercolinérgica em sua intoxicação, com quadro clínico semelhante ao da intoxicação por carbamato, isto é, haveria
miose (D errada). E aí, cocaína ou inibidor de recaptação de serotonina? O quadro clínico da intoxicação é muito parecido entre
essas duas substâncias, mas aqui sobressai um achado que fala muito mais a favor de intoxicação por inibidor de recaptação de
serotonina (síndrome hiperserotoninérgica) do que por intoxicação pela cocaína (síndrome hiperadrenérgica): a irritabilidade
neuromuscular, com hiperreflexia e mioclônus! Tais achados, na verdade, estão AUSENTES na intoxicação por cocaína... Resposta:
C.

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65 - 2020 PMF

São internados dois pacientes com história de etilismo: um com cirrose hepática avançada e o outro com hepatite alcoólica aguda.
Ambos desenvolvem agitação psicomotora por síndrome de abstinência alcoólica. Das drogas abaixo, a mais indicada neste
momento é:

A) Lorazepan;
B) Clordiazepóxido;
C) Diazepan;
D) Haloperidol.

» Os benzodiazepinicos (BZD) são as medicações de escolha para tratar a abstinência alcoólica e o delirium tremens. Em geral, BZD
de ação longa e com metabólitos ativos (por exemplo: diazepam e clordiazepóxido) sao preferidos pela sedação mais suave e
menor chance de recorrência dos sintomas de abstinência e crise convulsiva. No entanto, na presença de disfunção hepatocelular,
não rara nesses pacientes, daremos preferência à medicações de meia vida curta e sem metabólitos ativos, como o lorazepan,
evitando assim sedar demais estes pacientes. Resposta certa: A.

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66 - 2020 SCMSJC

Em doentes graves e terminais identificamos diversas vivencias emocionais desde a notícia de sua doença até o momento da
morte Estes estados foram estudados pela médica Elizabeth Kubler-Ross e foram denominados de ""Os sete estágios da agonia"" a
saber:

A) Negação; cólera; agressividade; depressão; regateio; passividade e decatexis.


B) Choque; negação; cólera; depressão; regateio; culpa e decatexis.
C) Choque; revolta; cólera; depressão; regateio; culpa e decatexis.
D) Negação; cólera; depressão; passividade; regateio; culpa e decatexis.

» Questão bastante difícil e específica sobre os estágios da morte de acordo com a escritora suíça Elizabeth Kubler-Ross, cujo
trabalho influenciou o ramo da Psicologia Médica e Cuidados Paliativos. São eles:
1) Choque;
2) Negação;
3) Raiva e esperança;
4) Negação parcial e depressão;
5) Barganha (regateio);
6) Culpa preparatória e aceitação;
7) Decatexia- processo de desinvestimento ou retirada da energia mental ou emocional das pessoas, objetos ou ideias (o oposto de
catexia) - uma espécie de apatia ou desinteresse total.
Resposta: B.

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67 - 2020 FAMEMA

Com relação ao tratamento farmacológico da dependência do cigarro, além da nicotina, são medicamentos que se mostraram
úteis e são opções terapêuticas para ajudar o paciente a se manter longe do vício:

A) desipramina, escitalopram ou valproato de sódio.


B) clonidina, amitriptilina ou fluoxetina.
C) nortriptilina, bupropiona ou vareniclina.
D) sertralina, topiramato ou naltrexona.

» Os métodos de tratamento de primeira linha para o tabagismo são a terapia de reposição de nicotina (em forma de adesivo, goma
ou pastilha) e a terapia comportamental breve em grupo. O tratamento da fissura é feito com bupropiona, mas a associação entre
terapia de reposição de nicotina e bupropiona tem resultado em um aumento da efetividade na cessação do uso do tabaco
quando comparada ao uso de bupropiona isoladamente. Temos ainda outras opções: vareniclina, clonidina e nortriptilina, sendo
essas duas últimas consideradas terapia de segunda linha. De um modo geral, a maioria das fontes recomenda ou vareniclina, ou
terapia de reposição de nicotina combinada (um patch dérmico + goma de mascar, por exemplo) como tratamento de primeira
linha. A bupropiona parece ser menos efetiva, mas pode ser a primeira opção quando preço for um problema (ela é mais barata),
em pacientes que já fizeram uso prévio dessa medicação ou quando houver depressão associada. Guardamos a nortriptilina para
pacientes que não podem usar os agentes de primeira linha ou até mesmo em associação com esses agentes.
 
Gabarito: C.

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68 - 2020 FMJ

Na identificação de pessoas sob risco de suicídio, é correto afirmar:

A) o desejo súbito de concluir afazeres pessoais alerta para o risco de suicídio.


B) enquanto o transtorno depressivo é reconhecidamente fator de risco, a esquizofrenia não está associada ao suicídio.
C) o aviso de intenção de suicidar-se configura-se, na verdade, como fator protetor para a execução do ato.
D) a ambivalência, impulsividade e rigidez são características típicas de pacientes que não costumam cometer suicídio.
E) homens que fazem ingesta regular de álcool são menos propensos a cometer suicídio do que aqueles que não o fazem.

» Segundo o manual do Ministério da Saúde “Prevenção do Suicídio”, existem alguns sinais que podemos procurar na história de
vida e no comportamento das pessoas para identificar neles o risco de suicídio. São eles: 
 - Comportamento retraído, inabilidade para se relacionar com a família e amigos, pouca rede social;
 - Doença psiquiátrica;
 - Alcoolismo;
 - Ansiedade ou pânico;
 - Mudança na personalidade, irritabilidade, pessimismo, depressão ou apatia;
 - Mudança no hábito alimentar e de sono;
 - Tentativa de suicídio anterior;
 - Odiar-se, sentimento de culpa, de se sentir sem valor ou com vergonha;
 - Uma perda importante recente - morte, divórcio, separação, etc;
 - História familiar de suicídio;
 - Desejo súbito de concluir afazeres pessoais, organizar documentos, escrever testamento, etc;
 - Sentimentos de solidão, impotência, desesperança;
 - Cartas de despedida;
 - Doença física crônica, limitante ou dolorosa;
 - Menção repetida de morte ou suicídio.
 
Sendo assim, percebemos que única alternativa correta é a letra A.

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69 - 2020 PMSO

A Intervenção Breve para abordagem do uso de álcool e outras drogas têm conquistado espaço entre profissionais de saúde.
Podemos afirmar, exceto:

A) É uma estratégia de intervenção estruturada, focal (com destaque para o problema principal) e objetiva.
B) Indivíduos que apresentam problemas graves relacionados ao uso de drogas, provavelmente, uma Intervenção Breve não será
capaz de contemplar muitos aspectos importantes, como eventuais comorbidades psiquiátricas, entre as quais depressão e
ansiedade.
C) Está relacionada à prevenção primária visando evitar a progressão do consumo e minimizar os prejuízos relacionados ao uso.
D) A intervenção breve é uma proposta para o trabalho nos serviços das diferentes redes de atenção por onde circulam os
pacientes usuários de álcool e outras drogas.
E) Refere-se a uma estratégia de atendimento com tempo limitado (de uma a três sessões), cujo foco é a mudança de
comportamento do usuário com ênfase na responsabilidade pessoal do paciente pela mudança.

» A questão foi inteiramente retirada do manual “Intervenção breve: princípios básicos e aplicação passo a passo” publicado pela
Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (SENAD). Vamos rever alguns pontos desse documento para entender o gabarito:
A intervenção breve é uma estratégia de intervenção estruturada, focal (com destaque para o problema principal) e objetiva. A
principal meta da técnica é ajudar no desenvolvimento da autonomia das pessoas, atribuindo-lhes a capacidade de assumir a
iniciativa e a responsabilidade por suas escolhas. Originalmente, foi desenvolvida a partir da necessidade de atuação precoce junto
a pessoas com histórico de uso prejudicial de álcool, incentivando-as a parar ou reduzir o consumo. Posteriormente, devido a sua
efetividade, passou também a ser aplicada em usuários de outras drogas.
Pessoas diagnosticadas como dependentes podem receber uma intervenção breve, para motivá-las a aceitar tratamento, mas
devem ser encaminhadas para serviços especializados. Em geral, esses indivíduos apresentam problemas graves relacionados ao
uso de drogas, e uma intervenção breve provavelmente não será capaz de contemplar muitos aspectos importantes, como
eventuais comorbidades psiquiátricas, entre as quais depressão e ansiedade.
Sendo assim, a intervenção breve está relacionada à prevenção secundária, tendo como objetivo identificar a presença de um
problema, motivar o indivíduo para a mudança de comportamento e sugerir estratégias para que essa mudança possa acontecer.
Gabarito letra C.

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70 - 2020 ABC

Sra. Maria de Paula procura a Unidade acompanhada do filho William, de 18 anos. Relata que há cerca de 7 dias o filho está
agitado, com pensamentos delirantes, sai de casa sem rumo e não dorme. A mãe diz que há seis meses vem percebendo alteração
no comportamento do filho, que às vezes falava sozinho, com dificuldade de concentração, insônia e abandono da escola. Sem
história de uso de álcool ou outras drogas. Durante a consulta, William tem discurso desorganizado e fala delirante. Não há relatos
de agressões contra si próprio ou contra terceiros. Apresenta pouco suporte familiar, pois o pai o julga como vagabundo. Não
apresenta alterações no exame físico. A conduta mais adequada para este caso é:

A) Encaminhar para psicoterapia e considerar uso de antipsicótico, caso os sintomas não melhorem ou persistam por mais 3
meses.
B) Introduzir antidepressivo, discutir caso em equipe para acompanhamento regular e orientar retorno em 20 a 30 dias.
C) Explicar para a família que se trata de uma urgência psiquiátrica e encaminhar para internação hospitalar.
D) Introduzir antipsicótico, orientar familiares sobre o quadro, possíveis efeitos adversos do medicamento e para retorno breve, se
possível em 24 horas.

»
Temos na questão um paciente com psicose (perda do contato com a realidade), alucinações (percepções falsas), delírios (crenças
falsas), discurso e comportamento desorganizados, embotamento afetivo (variação emocional restrita), déficits cognitivos
(comprometimento do raciocínio e da solução de problemas) e disfunção ocupacional e social. O tratamento deve ser baseado em
antipsicóticos. É importante orientar a família que William apresenta uma doença e necessita de apoio. Não há sinais de risco
iminente para o paciente ou seus familiares. 
Gabarito letra D.
71 - 2020 HOS

Os critérios diagnósticos de episódio depressivo leve, segundo a CID-10, são

A) dois sintomas fundamentais (humor deprimido, perda de interesse e fatigabilidade) e dois sintomas acessórios como, por
exemplo, ideias de culpa e irritabilidade, autoestima e autoconfiança reduzidos, sem perda funcional.
B) dois sintomas fundamentais (humor deprimido ou ansioso, perda de interesse e fatigabilidade) e três sintomas acessórios, por
exemplo ideias de culpa e irritabilidade, autoestima e autoconfiança reduzidos, com perda funcional.
C) um sintoma fundamental (humor deprimido ou expansivo, perda de interesse e fatigabilidade) e dois sintomas acessórios como,
por exemplo, ideias de culpa e irritabilidade, autoestima e autoconfiança reduzidos, com perda funcional.
D) um sintoma fundamental (humor deprimido, perda de interesse e fatigabilidade) ou um sintoma acessório como, por exemplo,
ideias de culpa e irritabilidade, autoestima e autoconfiança aumentados.
E) um sintoma acessório (humor maníaco, perda de interesse e fatigabilidade) ou um sintoma fundamental como, por exemplo,
ideias de culpa e irritabilidade, autoestima e autoconfiança reduzidos.

» Vamos aproveitar essa questão para relembrar dos critérios diagnósticos de episódio depressivo:
Episódio leve: dois sintomas fundamentais (humor deprimido, perda de interesse e fatigabilidade) e dois sintomas acessórios
como, por exemplo, ideias de culpa e irritabilidade, autoestima e autoconfiança reduzidos, sem perda funcional.
Episódio moderado: dois sintomas fundamentais e três a quatro sintomas acessórios. 
Episódio grave: três sintomas fundamentais e quatro ou mais sintomas acessórios. 
 
Resposta: letra A.

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72 - 2020 INTO

Uma paciente do sexo feminino, 90 anos de idade, previamente hígida, é internada por sepse urinária. Durante o plantão noturno a
paciente evolui com alteração do estado mental, estando apática e com flutuação do estado mental durante o dia. Ao exame ela
apresenta-se sonolenta, mas facilmente responsiva aos estímulos verbais. Além das alterações já descrita, qual o ítem necessário
para que seja diagnosticado delirium neste caso?

A) Alteração do ciclo sono-vigília.


B) Desorientação.
C) Falta de atenção.
D) Agitação psicomotora.
E) Distúrbios sensitivos.

» Segundo o DSM 5, Delirium é definido como um distúrbio da atenção que se desenvolve um um curto espaço de tempo, associado
com alterações cognitivas (deficit de memória, desorientação, alteração da linguagem, habilidade visuoespacial ou percepção) que
não é explicado por outras desordens neurocognitivas pré-existentes, medicamentos tóxicos, abstinência e não ocorre em um
contexto de alteração do nível de consciência, como coma.
O delirium pode ser hiperativo, hipoativo ou misto, sendo este dois últimos muito mais comuns que o delirium hiperativo.
Sem dúvida a hipotenacidade é um componente fundamental para o diagnóstico de Delirium.

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73 - 2020 SEMAD

Sobre os antidepressivos é possível afirmar, exceto:

A) Os inibidores seletivos de recaptação de serotonina estão associados a disfunção sexual.


B) Os inibidores seletivos de recaptação de serotonina têm efeito antidepressivo superior aos tricíclicos.
C) Os antidepressivos tricíclicos estão associados a retenção urinária, boca seca, visão turva, sonolência e arritmias cardíacas.
D) A duloxetina e os antidepressivos tricíclicos são úteis no tratamento da dor neuropática.
E) A mirtazapina tem efeito anti-histamínico e causa sonolência.

» Os inibidores seletivos de recaptação da serotonina (ISRS) são a classe de antidepressivos mais amplamente prescrita devido,
principalmente, ao seu perfil de tolerabilidade. Quando comparada com outras classes de antidepressivos, em termos de eficácia,
não parece haver superioridade entre as drogas disponíveis. Seus principais efeitos adversos são: disfunção sexual (17%),
sonolência (17%) e ganho de peso (12%).
Os antidepressivos tricíclicos, considerados medicamentos de primeira geração, bloqueiam os receptores muscarínicos de
acetilcolina e causam efeitos anticolinérgicos, como visão turva, constipação, boca seca (que pode levar à cárie dentária) e
retenção urinária. Além disso, esses efeitos anticolinérgicos podem causar taquicardia, crise ocular em pacientes com glaucoma de
ângulo estreito, confusão e delírio.
A mirtazapina é um antidepressivo atípico e, embora não seja um inibidor de recaptação, alguns autores a consideram como um
antidepressivo serotonérgico noradrenérgico específico, porque antagoniza os receptores alfa-2 adrenérgicos pré-sinápticos e os
receptores pós-sinápticos de serotonina 5-HT2 e serotonina 5-HT3. O bloqueio dos receptores adrenérgicos aumenta a liberação
de noradrenalina e serotonina. O bloqueio dos receptores serotoninérgicos aumenta a neurotransmissão mediada pelos
receptores serotonina 5-HT1. Além disso, a mirtazapina tem uma alta afinidade pelos receptores H1 da histamina (que
provavelmente são responsáveis pelas propriedades sedativas da droga).

 
Com relação à dor neuropática, o tratamento inicial envolve antidepressivos (antidepressivos tricíclicos ou inibidores da recaptação
dupla de serotonina e norepinefrina) ou ligantes alfa 2-delta do canal de cálcio (gabapentina e pregabalina). Existe um consenso
entre as diretrizes de que os agentes de primeira linha incluem ligantes alfa 2-delta do canal de cálcio (gabapentina ou
pregabalina) ou antidepressivos tricíclicos. Os inibidores da captação de serotonina e noradrenalina (IRSN), em geral, são
identificados como agentes de segunda linha.
 
Sendo assim, a alternativa B está errada e é o gabarito da questão.

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74 - 2020 AFAMCI

Seu Cláudio, 70 anos, aposentado da lavoura, vem apresentando há seis meses tristeza, apatia, mialgia, tendência ao isolamento e
comprometimento da memória. Nunca havia manifestado tal quadro antes. Ficou viúvo há 2 anos. Com base na história acima
marque a alternativa correta:

A) Como seu Cláudio tem comprometimento da memória o diagnóstico de demência é o mais provável.
B) Deverá ser iniciada medicação que estimule sua memória.
C) Está claro que o quadro acima se trata de fibromialgia reumática.
D) Todos os idosos tendem a apresentar este quadro, pois é inerente do processo de envelhecimento.
E) No idoso, o quadro de depressão, pode cursar com comprometimento da memória.

» Situação clássica… Idoso, viúvo, com queixas possivelmente relacionadas a depressão. Como sabemos, uma das queixas
predominantes entre idosos é a perda da memória e é tão frequente que presume-se que se trate de um evento normal e
totalmente relacionado ao processo de envelhecimento. Mas não é bem assim… A perda de memória é comum, mas não deve ser
tratada como normal. Várias bibliografias inclusive relacionam como fator para a perda de memória a depressão, o humor
deprimido e a perda de interesse ou do prazer. 
Perceba que o paciente mostrado na questão tem uma tendência à tristeza, ao isolamento, fraqueza e queixas inespecíficas,
associadas ao comprometimento da memória. Todos esses sinais e sintomas podem ser reunidos no diagnóstico de depressão.
 
Resposta: LETRA E.

75 - 2020 FMC

Seu Cláudio, 70 anos, aposentado da lavoura, vem apresentando há seis meses tristeza, apatia, mialgia, tendência ao isolamento e
comprometimento da memória. Nunca havia manifestado tal quadro antes. Ficou viúvo há 2 anos. Com base na história acima
marque a alternativa correta:

A) Como seu Cláudio tem comprometimento da memória o diagnóstico de demência é o mais provável.
B) Deverá ser iniciada medicação que estimule sua memória.
C) Está claro que o quadro acima se trata de fibromialgia reumática.
D) Todos os idosos tendem a apresentar este quadro, pois é inerente do processo de envelhecimento.
E) No idoso, o quadro de depressão, pode cursar com comprometimento da memória.

» Uma das queixas predominantes entre idosos é a perda da memória e é tão frequente que presume-se que se trate de um evento
normal e inexorável do processo de envelhecimento. No entanto, a perda de memória é comum, mas não normal. O Compêndio
de Psiquiatria de Kaplan relaciona como fator para a perda de memória a depressão, o humor deprimido e a perda de interesse ou
do prazer. O idoso pode dizer que se sente triste, sem esperança ou inútil. O usuário do enunciado mostra uma tendência à
tristeza, ao isolamento, fraqueza e queixas inespecíficas, associadas ao comprometimento da memória. Todos esses sinais e
sintomas podem ser reunidos no diagnóstico de depressão. Resposta: LETRA E.
76 - 2020 AFAMCI

Seu Carlos, 76 anos, hipertenso e diabético vem apresentando a um ano ""lapsos de memória"", mudança de comportamento,
alteração do sono, certa agressividade e está muito repetitivo segundo sua esposa que também é sua cuidadora. Ao exame físico
nada de relevante foi encontrado, porém ao realizar o teste do mineexame mental seu escore foi de 15 pontos. Durante a consulta
sua esposa mostrou um exame de ressonância cerebral que mostrava uma atrofia de hipocampo. Seu Carlos não se queixava de
problemas de memória e até ria quando era perguntado sobre este assunto. Com base no relato acima, marque a alternativa
correta:

A) A esquizofrenia é o diagnóstico mais provável para o relato acima.


B) O principal fator de risco para o surgimento da demência de Alzheimer é a diabetes.
C) A redução volumétrica do hipocampo por si só não define o diagnóstico de Alzheimer.
D) Nem sempre portadores de Alzheimer terão a memória comprometida.
E) O fato do paciente não se queixar de esquecimento exclui o diagnóstico de Alzheimer.

» Temos um paciente idoso que vem apresentando sinais e sintomas típicos da doença de Alzheimer. Note que há mudanças de
comportamento, lapsos de memória, alteração do sono, agressividade e um mini exame do estado mental (MEEM) com score de
15! Aqui cabe uma revisão sobre o MEEM, que é constituído de duas partes, uma que abrange orientação, memória e atenção, com
pontuação máxima de 21 pontos e, outra que aborda habilidades específicas como nomear e compreender, com pontuação
máxima de 9 pontos, totalizando um escore de 30 pontos. Um score de 15 é considerado baixo, pois o normal é acima de 27
pontos!
Sobre esse tema, vamos responder todas as alternativas:
A) Não é possível estabelecer o diagnóstico de esquizofrenia, pois apesar das mudanças comportamentais, não há nenhum outro
sintoma característico (delírios, alucinações, fala desorganizada, ou sintomas negativos). O quadro descrito corresponde muito
melhor a demência progressiva. (INCORRETA)
B) A doença de Alzheimer tem como principal fator de risco a idade do paciente, sendo a maior parte dos casos iniciada após 65
anos.(INCORRETA)
C) É frequente que pacientes com alterações ao exame de imagem não apresentem os sinais clínicos habituais de demência,
necessários para o diagnóstico da doença. O exame de imagem por si só não confirma o diagnóstico. (CORRETA)
D) Para diagnóstico formal da Doença de Alzheimer pelo DSM V, é necessário o comprometimento da memória como critério
principal, sendo a ausência desse critério indicação de pesquisa de diagnósticos diferenciais. (INCORRETA)
E) Apesar do prejuízo da memória, é frequente que o paciente não possua conhecimento, ou insight, da própria doença, devendo
ser utilizados critérios diagnósticos objetivos para avaliação da memória. (INCORRETA)
 
Melhor opção: letra C.

77 - 2020 CSNSC

Você está de plantão e recebe um paciente trazido pelos familiares devido à confusão mental há 5 dias que o impediu de ingerir
bebida alcóolica nesse período. Apresenta-se caquético, com marcha atáxica e oftalmoplegia. Empiricamente você iniciaria:

A) Tiamina
B) Piridoxina
C) Aminoácidos
D) Ácido fólico

» A questão retrata um déficit vitamínico, mas qual? Vamos ao enunciado: história de alcoolismo e marcha atáxica, confusão mental
e oftalmoplegia. Essas manifestações neurológicas com a história de alcoolismo caracterizam a síndrome de Wernicke, causada
pela deficiência de tiamina ou vitamina B1.
Resposta letra A.

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78 - 2020 IFF

Atualmente dispomos de vários fármacos utilizados para o tratamento da depressão, os quais de uma maneira geral irão atuar em
um ou mais neurotransmissores, incluindo a dopamina, a serotonina e a noradrenalina. Assinale a alternativa que contém um
fármaco que NÃO atua no sistema serotoninérgico:

A) Duloxetina.
B) Fluvoxamina.
C) Bupropiona.
D) Venlafaxina.

» A venlafaxina e a duloxetina são inibidores da recaptação de serotonina e de norepinefrina, atuando na fenda pré-sináptica. É
digno de nota que ambas as drogas inibem mais a recaptação de serotonina do que a de norepinefrina, mas isso pode variar de
acordo com a dose. A fluvoxamina é um inibidor seletivo da recaptação da serotonina. A bupropiona é uma aminocetona
monocíclica com estrutura química parecida com a anfetamina. Alguns autores classificam essa droga como um inibidor pré-
sináptico da recaptação da dopamina e da norepinefrina, com efeito mais pronunciado na dopamina e quase nenhuma afinidade
por receptores pós-sinápticos. Qual é o fármaco, então, que não atua no sistema serotoninérgico? É a bupropiona!
 
Resposta: C.

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79 - 2020 IFF

Uma jovem de 26 anos portadora de transtorno bipolar é trazida à emergência por familiares com quadro de hiperidrose,
sialorreia, miose, hipersecreção brônquica, vômitos, cólicas e diarréia e bradicardia. O plantonista suspeitou de intoxicação por
carbamato e perguntou a família se alguém havia comprado recentemente algum raticida, sendo a resposta do pai da paciente
positiva. Assinale a alternativa que contém o motivo pelo qual o plantonista suspeitou desse tipo de intoxicação e o tratamento
recomendado para a mesma:

A) Presença de sinais e sintomas colinérgicos/atropina.


B) Presença de sinais e sintomas anticolinérgicos/atropina.
C) Presença de sinais e sintomas colinérgicos/atropina e pralidoxima.
D) Presença de sinais e sintomas anticolinérgicos/atropina e pralidoxima.

» Os carbamatos são substâncias que inibem a acetilcolinesterase, enzima que degrada a acetilcolina na fenda sináptica, de forma
REVERSÍVEL (não confunda: os organofosforados a inativam de forma irreversível). Portanto, as manifestações clínicas da
intoxicação por essa substância são típicas de uma síndrome colinérgica: sialorreia, broncoespasmo, incontinência fecal,
bradicardia, hipotensão etc. Agora, um detalhe importante: esses sintomas são decorrentes dos efeitos muscarínicos. Lembre-se
que a acetilcolina também se liga a outros receptores, chamados nicotínicos. Os efeitos esperados por esta interação são
diferentes dos que acabamos de ver: midríase, taquicardia, fasciculações, fraqueza, insuficiência respiratória (perceba que os
sintomas neurológicos são marcantes). 
E por que isso é importante? A atropina compete com a acetilcolina pelos receptores muscarínicos. Ela não possui efeito sob os
sintomas nicotínicos. Para a reversão ou melhora destes, é preciso prescrever a pralidoxima (cabe ressaltar que esta deve ser
sempre associada à atropina). 
Voltando ao caso... Perceba que o paciente tem sinais claros de uma síndrome colinérgica muscarínica! Dessa forma, a melhor
opção terapêutica é, de fato, a atropina. Resposta: (A).

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80 - 2020 SMSCG

O uso de substâncias psicoativas é um importante problema de saúde pública no Brasil. O II Levantamento Domiciliar sobre Uso de
Drogas Psicotrópicas, feito em 2005, pelo Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (CEBRID), abrangendo 108
cidades brasileiras com mais de 200 mil habitantes, identificou que o uso de qualquer droga ilícita, ao menos uma vez na vida, foi
de 22,8% da população. Considerando as orientações das políticas públicas de saúde do Brasil para o cuidado de pessoas que
fazem uso de substâncias psicoativas, a abordagem considerada adequada no cuidado a esse público pressupõe que:

A) o objetivo principal do tratamento é que a pessoa abandone o consumo da substância psicoativa


B) o tratamento farmacológico tem papel decisivo no tratamento da dependência das substâncias psicoativas
C) a internação é a principal intervenção terapêutica em pessoas que fazem uso de substâncias psicoativas e que desejam cessar o
uso
D) a discussão de formas de uso com menor risco pode ser eficiente com usuários que não desejam cessar o uso de drogas
ampliando possibilidades no acompanhamento longitudinal

» São feitas quatro afirmativas a respeito do tratamento de pacientes com uso de substâncias psicoativas:
A) Incorreta, pois o objetivo principal envolve o conceito de redução de danos, que entende todo um espectro de possibilidades,
ampliando o diálogo e facilitando o vínculo com o usuário de droga. A abstinência total é o objetivo máximo, mas nem sempre isso
é possível.
B) Incorreta, pois o tratamento farmacológico é apenas uma de muitas ferramentas que podem ser utilizadas e não possui papel
central.
C) Incorreta, pois a internação está longe de ser o objetivo principal.
D) Correta, pois dentro da estratégia de redução de danos podem ser discutidas formas de uso com menor risco, naqueles
pacientes que não desejam a cessação completa no momento da abordagem.
Resposta: D.

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81 - 2020 UERN

Um marido traz ao consultório sua esposa, 30 anos de idade. Ele afirma que há 3 semanas a esposa dorme pouco, fala mais do que
o habitual, irrita-se muito facilmente com todos, mas principalmente com ele, e faz compras em excesso nas lojas da cidade . Tem
antecedente de episódio depressivo há 3 e 2 anos. Assinale a alternativa que apresenta, corretamente, o diagnóstico desse caso.

A) Transtorno bipolar.
B) Transtorno de ansiedade.
C) Transtorno de personalidade Borderline.
D) Está saudável, chamando atenção do marido.

» Antecedente de episódios de depressão. Essa paciente tem depressão maior que é comum recorrer ou transtorno bipolar? Vamos
avaliar se existe na história algum evento maníaco. Nesse momento a paciente está sem dormir, falando muito, irritadiça,
gastando muito dinheiro... Opa! Sintomas maníacos. Segundo o CID 10, para ser bipolar o paciente precisa apresentar dois
episódios de transtorno do humor, sendo que um obrigatoriamente deve ser a mania. Já o DSM-V fala que apenas um episódio de
mania já é bipolar. Não faz diferença essa divergência na questão, pois a paciente preenche tanto o critério do CID 10, quanto o do
DSM-V para bipolar.
Resposta letra A.

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82 - 2020 EMCM

Sobre Delirium no idoso, assinale a INCORRETA:

A) O delírium hipoativo é mais comum.


B) O tratamento de primeira escolha é antipsicótico.
C) A desidratação é fator predisponente.
D) O fator predisponente mais comum de delirium no idoso é infecção.

» A forma mais comum de delirium é a mista, isto é, aquela em que o paciente alterna períodos de hiperatividade, com agitação
psicomotora (APM), e hipoatividade, com lentificação psicomotora (LPM). Um estudo mostrou que a forma mista aparece em 54,1%
das internações em UTI, enquanto a forma hipoativa representa 43,5% dos casos e a forma hiperativa "pura" somente 1,6% - A
errada. O tratamento de primeira linha consiste no controle dos fatores contribuintes, lembrando que, de um modo geral, o
delirium é uma entidade de etiopatogênese multifatorial. Os antipsicóticos não estão proibidos, porém, devem ser usados só em
caso de efetiva necessidade, pois alguns estudos mostram maior mortalidade com seu uso (B errada). Desidratação e as infecções
são dois importantes e frequentes fatores desencadeantes (C e D corretas). Questão com duas respostas possíveis, que merecia
ter sido anulada. A banca deu como gabarito a letra B.

83 - 2020 HEDA

Mulher de 32 anos apresenta, há oito meses, crises caracterizadas por taquicardia, tontura, dor no peito, tremores, sudorese,
formigamento nas mãos, sensação de desmaio e medo de morrer, sem fatores desencadeantes e que duram cerca de 20 minutos.
Desde então, está com medo de ficar sozinha, só sai de casa acompanhada, pois teme passar mal, não consegue ficar em lugares
com muitas pessoas. Relata vários atendimentos no pronto-socorro de sua cidade, ocasiões em que não foram encontradas
alterações no exame físico e nos exames subsidiários. Os diagnósticos mais prováveis e o tratamento farmacológico inicial são:

A) transtorno de ansiedade generalizado e distimia; fluoxetina.


B) transtorno conversivo e hipocondria; clorpromazina.
C) Transtorno dissociativo e ansiedade: serrazina.
D) transtorno de pânico e agorafobia; paroxetina.
E) transtorno de somatização e agorafobia; clonazepam.

» Crises de ansiedade com manifestações adrenérgica e sensação de morte iminente que duram cerca de 20 minutos = ataque de
pânico. Vários ataques de pânico = transtorno de pânico. 
Medo de sair sozinha, pois teme passar mal = agorafobia.
Diagnóstico: transtorno de pânico + agorafobia, cujo tratamento de escolha envolve a psicoterapia e o uso de inibidores seletivos
da recaptação de serotonina (exemplo: paroxetina).
Resposta letra D.

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84 - 2020 SMSCG

Kaya, 31 anos, chega ao consultório médico pela primeira vez, mostrando-se ansiosa e angustiada. Conta que perdeu o marido,
falecido por infarto há 1 ano, e desde então está se sentindo triste, agressiva e muito agitada. Brigou no trabalho por estar
impaciente, foi demitida e, a partir daí, perdeu a vontade de fazer as tarefas de casa. Quer passar o dia na cama, alimenta-se
pouco, apresenta dificuldade para dormir e não cuida de sua aparência. Em situações de estresse, mesmo que pequenos, tem
sensação de palpitação. Durante o relato apresenta-se chorosa e diz estar chorando todos os dias e sem motivo. Em certos
momentos se acha inútil e já pensou em tirar a própria vida. O diagnóstico mais provável e o quadro clínico compatível são,
respectivamente:

A) ansiedade / preocupação excessiva, inquietação, humor deprimido, tremores, tensão muscular, irritabilidade, pensamento de
morte
B) transtorno mental comum / humor deprimido, palpitações, anedonia, insônia, sentimento de perda de valor, tristeza e agitação
psicomotora
C) luto / humor deprimido, perda de interesse, sono pertur- bado, apetite diminuído, idéias de culpa e inutilidade, idéias ou atos
autolesivos ou suicídio
D) depressão / humor deprimido, perda de interesse, sono perturbado, apetite diminuído, ideias de culpa e inutilidade, ideias ou
atos autolesivos ou suicídio

» Segundo o DSM-V, para o diagnóstico de depressão maior, o paciente deve ter 5 ou mais dos seguintes sintomas por um período
mínimo de 2 semanas e pelo menos um dos sintomas é humor deprimido ou perda do interesse ou prazer: humor deprimido,
perda de interesse e prazer, fatigabilidade aumentada, perda ou ganho significativo de peso sem estar em dieta, insônia ou
hipersonia, agitação ou retardo psicomotor, sentimento de inutilidade ou culpa excessiva ou inadequada, capacidade diminuída de
pensar ou concentrar-se, pensamentos de morte recorrentes. Os sintomas devem causar sofrimento clinicamente significativo ou
prejuízo no funcionamento social ou ocupacional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo. 
 
Respostas a uma perda significativa podem incluir sentimento de tristeza intenso, falta de apetite, insônia, entre outros,
assemelhando-se a um episódio depressivo. Embora tais sintomas possam ser entendidos ou considerados apropriados à perda, a
presença de um episódio depressivo maior também deve ser cuidadosamente considerado. No caso da questão, a paciente
apresenta humor deprimido, perda de interesse, insônia, redução do apetite, sentimento de inutilidade e pensamentos de morte.
Ou seja, o diagnóstico é de depressão maior.
 
Gabarito letra D.

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85 - 2020 SISE – SUS

Mulher de 60 anos, hígida com boa saúde, vem a consulta com uma série de queixas. Diz ter se sentido mal, com uma sensação
que não consegue definir bem. Com frequência, tem palpitações, a noite não consegue iniciar o sono. O médico após avaliação do
caso explica a paciente que o sentimento predominante em uma pessoa com ansiedade é:

A) Choro.
B) Comportamento compulsivo.
C) Apreensão.
D) nervosismo.

» Pela definição, ansiedade é um sentimento vago e desagradável de medo, apreensão, caracterizado por tensão ou desconforto
derivado de antecipação de perigo, de algo desconhecido ou estranho. Sendo assim, o sintoma predominante em quem tem
ansiedade é a apreensão. Resposta: C.
Mas vamos aproveitar a questão e relembrar que o quadro clínico é caracterizado por sintomas somáticos, cognitivos,
comportamentais, emocionais e perceptivos. 
1. Sintomas somáticos: dor torácica, palpitação, taquicardia, dispnéia, sudorese, boca seca e calafrios. 
2. Sintomas cognitivos: dificuldade de concentração, pensamentos catastróficos, hipervigilância, medo de perder o controle ou de
enlouquecer. 
3. Sintomas comportamentais: inquietude, isolamento e esquiva. 
4. Sintomas emocionais: medo, apreensão, irritabilidade e impaciência. 
 
5. Sintomas perceptivos: despersonalização, desrealização e hiperacusia, ou hiper-reatividade geral aos estímulos.

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86 - 2020 HECI

Mulher de 43 anos é levada ao pronto atendimento pelos familiares por causa de agitação psicomotora e confusão mental. É
etilista, porém está sem ingerir bebidas alcoólicas há 3 dias. Desconhece outras doenças e não faz uso de medicamentos. Ao
exame físico, PA: 180 X 100mmHg, FC 133bpm, FR 29ipm, SpO₂ 98%, Tax 39,1ºC. Está com sudorese profusa, tremor de
extremidades, desorientada no tempo e no espaço, apontando insetos voadores inexistentes, com agitação psicomotora extrema e
necessidade de contenção mecânica. Sem outras alterações ao exame físico. Considerando o caso descrito, assinale a alternativa
que apresenta CORRETAMENTE a hipótese diagnóstica dessa paciente.

A) Alucinação alcoólica.
B) Delirium tremens.
C) Síndrome de abstinência alcoólica leve.
D) Síndrome de Wernicke.

» As características clínicas da abstinência alcoólica incluem tremor das mãos, agitação, ansiedade, insônia e excesso de atividade do
sistema nervoso autônomo, causando aumento da frequência cardíaca e respiratória, sudorese e elevação da temperatura
corporal. Tais achados costumam começar em 5 a 10 horas após a redução ou interrupção da ingestão de etanol, atingindo um
pico nos próximos 2 a 3 dias. Aproximadamente 10-30% dos quadros de abstinência são acompanhados por convulsão (o Harrison
fala em uma incidência menor, presente em 2% dos casos), risco que pode aumentar na presença de outros problemas clínicos
concomitantes, mau uso de outros fármacos e uso de quantidades mais elevadas de álcool. Esses mesmos fatores de risco
também contribuem para o delirium tremens, quadro potencialmente grave marcado por delirium (confusão mental, agitação,
alucinações auditivas ou visuais e flutuação da consciência), tremor e aumento acentuado da atividade autonômica. Repare como
nossa paciente apresenta sintomas psiquiátricos compatíveis com delirium tremens e também aparenta ter um aumento
marcante do tonus adrenérgico, marcado pela hipertensão, taquicardia, taquipneia e hipertermia. A síndrome de Wernicke
também é uma complicação possível em etilistas, caracterizada classicamente nas provas por confusão mental, ataxia de marcha e
disfunção oculomotora, mas que não parece ser a melhor resposta.
 
Gabarito: B.

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87 - 2020 HEJSN

No tratamento do transtorno de ansiedade generalizada é menos indicado o uso de:

A) fluoxetina.
B) sertralina.
C) lorazepam.
D) alprazolam.
E) valproato de sódio.

» O tratamento medicamentoso da ansiedade generalizada é baseado em antidepressivos e os benzodiazepínicos podem ser


utilizados em associação. Os principais antidepressivos utilizados são os inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRS) e a
venlafaxina (um inibidor seletivo da recaptação da serotonina e da noradrenalina).
 
Considerando que a Fluoxetina e a Sertralina são antidepressivos ISRS e que o Lorazepam e o Alprazolam são benzodiazepínicos,
apenas o Valproato de sódio não faz parte da terapêutica para o transtorno de ansiedade generalizada.

 
Gabarito letra E.

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88 - 2020 PUC - RS

Adolescente masculino de 12 anos, bom aluno, foi levado à emergência depois de ser flagrado caminhando lentamente no meio da
rua em frente ao colégio, onde estudava. Diante da mãe, às lágrimas, confirmou que havia caminhado na frente de um ônibus de
propósito porque queria ser atropelado e morrer. Sofria bullying na escola nos últimos 2 anos por colegas que o chamavam de
""idiota e gordo"". Alguns amigos, quando presentes, em geral o defendiam. Pensava sobre suicídio de modo recorrente ao longo
do último ano. A mãe não tinha conhecimento de qualquer problema que o menino estivesse tendo, não o sentia deprimido e não
sabia que sofria bullying ou que estivesse se sentindo infeliz na escola. Diante desse quadro, qual é a conduta indicada?

A) Internação psiquiátrica e prescrição de lítio.


B) Internação psiquiátrica e prescrição de quetiapina.
C) Psicoterapia cognitivo-comportamental e prescrição de venlafaxina.
D) Psicoterapia cognitivo-comportamental e prescrição de quetiapina.

» O bullying é entendido como uma intimidação sistemática que se repete constantemente, que inclui violência física ou psicológica
em atos de humilhação ou discriminação, como insultos, ameaças, comentários e apelidos pejorativos. Pode levar a várias
consequências, como: depressão, baixa autoestima, isolamento e dificuldade nos relacionamentos. Mas em geral a vítima não
conta aos responsáveis por medo ou por sofrer ameaças. 
Nesse questão, vemos um adolescente que tem sofrido bullying, está com depressão e foi encontrado no meio de uma tentativa
de suicídio. Diante dessa situação, a conduta será encaminhá-lo à psicoterapia cognitivo-comportamental e a prescrição de um
antidepressivo, como a venlafaxina, que é um inibidor da recaptação de serotonina (ISRS).
 
Mas vamos ver as outras alternativas… não está indicada a internação psiquiátrica, nem a prescrição de medicações como o lítio,
que é indicado para o transtorno bipolar; ou a quetiapina, que é um antipsicótico, usado na esquizofrenia. Resposta: C.

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89 - 2020 AMS - APUCARANA

Pode indicar um sinal de intoxicação aguda por carbonato de lítio:

A) Ganho de peso.
B) Diarréia.
C) Poliúria.
D) Hipotiroidismo.

» As manifestações possíveis da intoxicação aguda por litium são: náusea, vômito, diarreia, arritmias cardíacas ao ECG (com de
repercussão clínica são raras), sintomas neurológicos como: lentificação do pensamento, ataxia, confusão mental, agitação,
excitabilidade neuromuscular (tremores, fasciculações, mioclonia), convulsões e estado epiléptico não-convulsivo.
Portanto, resposta letra B.

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90 - 2020 AMS - APUCARANA

Homem, 22 anos, é trazido ao pronto socorro após ter se envolvido em uma briga, durante a sua festa de formatura. Está agitado,
facilmente irritável e muito ansioso. Ao exame físico apresenta taquicardia, midríase e hipertensão. Frente ao quadro clínico a
hipótese diagnóstica é:

A) Abstinência por LSD.


B) Intoxicação por canabis.
C) Intoxicação por cocaína.
D) Abstinência de álcool.

» O paciente se apresenta adrenalizado, observe: taquicardia, midríase, hipertensão, ansioso..., portanto, estamos frente ao efeito
de uma droga psicoestimulante ou em abstinência de uma droga psicodepressora. Ficamos com as alternativas C ou D. Bom, como
ele estava em uma festa de formatura, não foi abstinência de álcool. Então sobra a intoxicação por cocaína. 
Por que não abstinência por LSD? LSD é uma droga perturbadora do SNC que não causa síndrome de abstinência. E para
completar, canabis também é uma droga perturbadora que não leva a manifestações adrenérgicas como a da questão.
Resposta letra C.

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91 - 2020 HOA - AC

Das alternativas, qual pode indicar intoxicação aguda por sal de lítio?

A) Ganho de peso.
B) Hipotireodismo.
C) Tremores grosseiros.
D) Poliúra.
E) Psoriase.

» O lítio pode causar uma série de efeitos indesejados em vários sistemas do organismo, mas os mais comuns são poliúria,
polidipsia, tremores de mãos, diarréia e náuseas. Devem-se pesquisar problemas dermatológicos e efeitos psicológicos, como
alterações amnésicas.
Existem efeitos colaterais precoces, como aumento de sede, poliúria e sintomas gastrintestinais, que tendem a desaparecer com o
tempo, e tardios, como tremores finos ou aumento de peso. Tremores finos de mãos podem dificultar o trabalho de alguns
pacientes e costumam melhorar com a adição de baixas doses de ß-bloqueadores. Tremores grosseiros são sugestivos de
intoxicação aguda. Observa-se um maior aumento de peso em pacientes que já tenham tendência a sobrepeso, o que pode ser
evitado com doses menores de lítio. 
 
Resposta: letra C.

92 - 2020 HOA - AC

Mulher queixa-se de incomodo nas pernas que a obriga a movê-las vigorosamente ao andar, o que rapidamente alicia os sintomas.
Esse incômodo inicia-se à noite quando se senta para descansar, mas é muito pior ao se deitar, impedindo-a de dormir. Qual o
diagnóstico?

A) Polineuropatia periférica.
B) Movimento periódico dos membros.
C) Síndrome das pernas inquietas.
D) Varizes de membros inferiores.
E) Ansiedade generalizada.

» As pessoas acometidas pela Síndrome das Pernas Inquietas relatam um irresistível movimento de membros inferiores
acompanhado de sensações de “arrastamento” das pernas. Estes sintomas causam grande dificuldade para os indivíduos
acometidos por este problema, já que esses movimentos de perna levam a despertares durante o sono, resultando assim em
diminuição do tempo em que a pessoa consegue ficar dormindo, levando à insônia, irritabilidade, cansaço mental e problemas
com o(a) acompanhante. A prevalência da SPI é de 5% na população geral. Alguns fatores podem influir no aparecimento, redução
de sintomas e freqüência da SPI, como: fadiga, ingestão de bebidas cafeinadas, e exposição ao frio em determinadas épocas do
ano.
 
Resposta: letra C.
93 - 2020 UNIRG

Paciente de 67 anos, do sexo masculino, tabagista há 52 anos, fuma cerca de 40 cigarros por dia. De acordo com o teste de
Fagerstrom, apresentou pontuação total de 6. Durante avaliação na consulta, o paciente foi orientado quanto aos malefícios do
tabagismo, sendo-lhe explicadas as possibilidades de cessar o tabagismo. O paciente sabe dos riscos do tabagismo e quer para de
fumar, mas ainda não se sente preparado. Conforme a diretriz para cessação do tabagismo, de 2008, qual é o grau de motivação
desse paciente?

A) Pré-contemplação.
B) Contemplação.
C) Preparação.
D) Ação.

» Um paciente que apresenta uma pontuação de acima de 6 no teste de Fagerström provavelmente irá desenvolver síndrome de
abstinência ao deixar de fumar, o que pode ser controlado com a terapia medicamentosa. Essa, por sua vez, é indicada para os
pacientes que estiverem motivados a parar de fumar. Nesse sentido, podemos definir alguns estágios de mudança de
comportamento que ajudam a determinar essa motivação:
 
Pré-contemplação: não há intenção de parar, nem mesmo uma crítica a respeito do conflito envolvendo o comportamento de
fumar;
 
Contemplação: há conscientização de que fumar é um problema. No entanto, há uma ambivalência quanto à perspectiva de
mudança (é o caso descrito no enunciado);
 
Preparação: o paciente aceita escolher uma estratégia para realizar a mudança de comportamento, preparando-se para parar de
fumar;
 
Ação: o paciente toma a atitude que leva a concretizar a mudança de comportamento (isso é, parar de fumar);
 
Manutenção: o paciente deve aprender estratégias para prevenir a recaída e consolidar os ganhos obtidos durante a fase de ação.
Nesse estágio, pode ocorrer a finalização do processo de mudança ou a recaída;
 
Gabarito: B.

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94 - 2020 EMCM

Mulher de 40 anos de idade chega ao setor de emergência com a seguinte queixa principal: ""Acho que tô ficando louca"". Afirma
que nos últimos três meses tem apresentado súbitos episódios de palpitações, sudorese, tremores, sensação de falta de ar, dor no
peito e sensação de que vai morrer. Afirma que o primeiro episódio ocorreu ao caminhar pela rua, sem nenhum pensamento
específico. Os episódios costumam ter duração de cerca de 15 minutos, embora a paciente tenha a sensação de durar mais. No
último mês tem tido episódios diários, algumas vezes, mais de uma vez ao dia, tendo levado a ter medo de novos episódios. Na
última semana esteve duas vezes em emergência de hospital, convencida de estar sofrendo de ataque cardíaco. Nega qualquer
outro sintoma e os resultados de exames físicos e laboratoriais estavam nos limites da normalidade. Nega uso de drogas e utiliza
álcool ocasionalmente. Seu único problema clínico é uma história de hipotireoidismo, para o qual toma levotiroxina. Sobre o
diagnóstico, marque a alternativa correta:

A) A paciente, apesar de preencher critérios cardinais para o transtorno do pânico, não preenche o critério temporal, não sendo
possível concluir por tal diagnóstico.
B) Pelo foco em preocupações somáticas da paciente, pode-se pensar, além do transtorno do pânico, em outras hipóteses
diagnósticas como o transtorno de sintomas somáticos.
C) A paciente apresenta claramente os sintomas autonômicos e cognitivos necessários para diagnosticá-la com transtorno de
pânico.
D) Doenças clínicas, como o hipotireoidismo, em nada estão relacionadas com transtornos mentais, bem como asma e infarto do
miocárdio.

» Critérios para o diagnóstico de transtorno de pânico, pelo CID-10:


Ataques recorrentes de uma ansiedade grave (ataques de pânico), que não ocorrem exclusivamente numa situação ou em
circunstâncias determinadas, mas de fato são imprevisíveis;
 
Sintomas comportam a ocorrência brutal de palpitação e dores torácicas, sensações de asfixia, tonturas e sentimentos de
irrealidade (despersonalização ou desrealização). Além disso, há frequentemente um medo secundário de morrer, perder o
autocontrole ou de ficar louco. Resposta: C.

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95 - 2020 UNIRG

Paciente de 67 anos, do sexo masculino, tabagista há 52 anos, fuma cerca de 40 cigarros por dia. De acordo com o teste de
Fagerstrom, apresentou pontuação total de 6. Durante avaliação na consulta, o paciente foi orientado quanto aos malefícios do
tabagismo, sendo-lhe explicadas as possibilidades de cessar o tabagismo. O paciente sabe dos riscos do tabagismo e quer para de
fumar, mas ainda não se sente preparado. Qual é o tratamento adequado para esse paciente?

A) Terapia comportamental cognitiva.


B) Uso de bupropiona.
C) Uso de bupropiona associado com terapia de reposição de nicotina.
D) Terapia de reposição de nicotina.

» Um paciente que apresenta uma pontuação de acima de 6 no teste de Fagerström provavelmente irá desenvolver síndrome de
abstinência ao deixar de fumar, o que pode ser controlado com a terapia medicamentosa. Essa, por sua vez, é indicada para os
pacientes que estiverem MOTIVADOS a parar de fumar. Existem alguns estágios de mudança de comportamento sobre a
interrupção do tabagismo que permitem definir essa motivação. Observe:
 
Pré-contemplação: não há intenção de parar, nem mesmo uma crítica a respeito do conflito envolvendo o comportamento de
fumar;
 
Contemplação: há conscientização de que fumar é um problema. No entanto, há uma ambivalência quanto à perspectiva de
mudança (é o caso descrito no enunciado);
 
Preparação: o paciente aceita escolher uma estratégia para realizar a mudança de comportamento, preparando-se para parar de
fumar;
 
Ação: o paciente toma a atitude que leva a concretizar a mudança de comportamento;
 
Manutenção: o paciente deve aprender estratégias para prevenir a recaída e consolidar os ganhos obtidos durante a fase de ação.
Nesse estágio, pode ocorrer a finalização do processo de mudança ou a recaída;
 
Nosso paciente até considera a possibilidade de interromper o tabagismo, mas ainda não se sente preparado. Como a terapia
farmacológica é indicada aos pacientes verdadeiramente motivados, talvez não seja a melhor estratégia para ele, até porque para
reposição de nicotina, o indivíduo não deve estar fumando. A terapia comportamental cognitiva, por outro lado, pode ser de
grande ajuda e ser o "empurrão" que o paciente precisa para parar de fumar.
 
Gabarito: A.

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96 - 2020 EMCM

Mulher de 40 anos de idade chega ao setor de emergência com a seguinte queixa principal: ""Acho que tô ficando louca"". Afirma
que nos últimos três meses tem apresentado súbitos episódios de palpitações, sudorese, tremores, sensação de falta de ar, dor no
peito e sensação de que vai morrer. Afirma que o primeiro episódio ocorreu ao caminhar pela rua, sem nenhum pensamento
específico. Os episódios costumam ter duração de cerca de 15 minutos, embora a paciente tenha a sensação de durar mais. No
último mês tem tido episódios diários, algumas vezes, mais de uma vez ao dia, tendo levado a ter medo de novos episódios. Na
última semana esteve duas vezes em emergência de hospital, convencida de estar sofrendo de ataque cardíaco. Nega qualquer
outro sintoma e os resultados de exames físicos e laboratoriais estavam nos limites da normalidade. Nega uso de drogas e utiliza
álcool ocasionalmente. Seu único problema clínico é uma história de hipotireoidismo, para o qual toma levotiroxina. Acerca da
conduta mais adequada, marque a alternativa correta:

A) Dentre as possibilidades de manejo medicamentoso para a condição clínica em questão, a droga que demonstra maior evidência
científica é a venlafaxina, iniciada a 75 mg/dia.
B) A psicoeducação, junto ao uso inicial de doses de 6 a 12 mg ao dia de bromazepam, estão indicadas no tratamento dos sintomas
autonômicos da paciente em questão.
C) A terapia cognitivo-comportamental auxilia no manejo clínico da paciente, pois pode ajudar a lidar com as restrições presentes
no cotidiano.
D) Dose de fluoxetina entre 60 a 80 mg ao dia, é a dose considerada terapêutica e por isso deve ser iniciada na paciente o quanto
antes.

» Essa questão traz um caso clínico típico de transtorno de pânico.


Os critérios para o seu diagnóstico, pelo CID-10, são:
Ataques recorrentes de uma ansiedade grave (ataques de pânico), que não ocorrem exclusivamente numa situação ou em
circunstâncias determinadas, mas de fato são imprevisíveis;
Os sintomas comportam a ocorrência brutal de palpitação e dores torácicas, sensações de asfixia, tonturas e sentimentos de
irrealidade (despersonalização ou desrealização). 
Além disso, há frequentemente um medo secundário de morrer, perder o autocontrole ou de ficar louco. 
O tratamento se baseia no uso de antidepressivos e na terapia cognitivo-comportamental.
 
Resposta: C.

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97 - 2020 HSJ - PR

Adolescente de 15 anos, sexo masculino, é levado à consulta por queda no rendimento escolar nos últimos meses. A mãe relata
que seu filho está irritável e irresponsável, mudou seu grupo de amigos e está descuidado com sua higiene pessoal. Era excelente
aluno, mas neste ano escolar será reprovado. Baseado na hipótese diagnóstica mais provável, que patologia pode explicar os
sintomas descritos:

A) depressão maior
B) transtorno bipolar
C) abuso de substâncias ilícitas
D) depressão persistente (distimia)
E) nenhuma das anteriores

» O abuso de substâncias ilícitas se manifesta por mudanças da personalidade, queda escolar, baixa higiene pessoal e troca de
grupo, ou seja, uma falha em realizar obrigações na escola, casa e às vezes no trabalho. A bipolaridade apresenta períodos de
comportamento maníaco, a depressão maior cursa com perda completa da atividade social e a distimia é carac-terizada por
problemas do apetite, sono e baixa auto-estima.
Resposta: letra C.

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98 - 2020 UDI

Com base nos conceitos de abordagem de saúde mental na Atenção Primária à Saúde, assinale a alternativa correta.

A) Na presença de sintomas ansiosos e sintomas somáticos inexplicados, devem-se tratar inicialmente os sintomas somáticos para
melhorar a ansiedade.
B) No exame do estado mental, deve-se avaliar a atenção, a sensopercepção, a memória, a orientação, a consciência, o
pensamento, a inteligência, a linguagem e a afetividade.
C) A saúde mental na criança não deve ser abordada na equipe da Estratégia de Saúde da Família, devendo sempre ser avaliada e
acompanhada em serviço especializado com equipe multiprofissional.
D) A abordagem ao paciente tabagista é atividade exclusiva do médico dentro da equipe de Estratégia de Saúde da Família.
E) A fuga de ideias e o pensamento vago são sinônimos para descrever as alterações do pensamento.

» A) Incorreta. Os sintomas somáticos fazem parte do espectro das manifestações da ansiedade, para melhorar o quadro, deve-se
tratar inicialmente a ansiedade em si, para consequentemente, melhorar os sintomas somáticos.
 
B) Correta. Na rotina da avaliação do estado mental, deve-se avaliar: Consciência, Atenção, Sensopercepção, Orientação, Memória,
Inteligência, Afetividade, Pensamento, Juízo Crítico, Conduta e Linguagem (mnemônica CASOMI APeJuCoL).
 
C) Incorreta. A saúde mental na criança deve ser abordada na Atenção Básica, que faz parte da Rede de Atenção Psicossocial
(RAPS).
 
D) Incorreta. Na Estratégia da Saúde da Família, são estimulados os grupos de cessação ao tabagismo, e esse programa deve ser
coordenado por dois profissionais de saúde de nível universitário. O acompanhamento não é exclusivo do médico.
 
E) Incorreta. Fuga de ideias é secundária à aceleração, na qual uma ideia se segue à outra de forma extremamente rápida,
deixando de seguir uma lógica e passando a ocorrer por assonância, é uma alteração característica da mania. No pensamento
vago, não há um empobrecimento do pensamento, e sim uma falta de clareza e precisão no raciocínio, deixando-o por vezes com
um caráter obscuro.

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99 - 2020 HEDA

Um adolescente de catorze anos de idade compareceu à consulta ambulatorial, referindo tristeza por término de namoro há duas
semanas. Além disso, relatou diminuição no rendimento escolar, há dois meses, por ter muito sono durante as aulas e dificuldade
para prestar atenção. Ao exame físico, o médico constatou lesões cicatriciais de ferimentos cortocontusos em ambos os membros
superiores. Com base nessa situação hipotética, assinale a alternativa que apresenta a conduta que não é recomendada.

A) abordar o paciente em ambiente acolhedor e estimar o risco de tentativa de suicídio


B) demonstrar compreender as emoções do paciente que motivaram suas ações e verificar transtornos psiquiátricos coexistentes.
C) determinar tipo, quantidade e gravidade das lesões e a disposição do paciente para aderir ao tratamento
D) avaliar a data da última vacinação para tétano ou aplicar reforço e checar alguns danos laboratoriais, incluindo pesquisa para
anticorpos de hepatite C
E) notificar a família, internar o paciente e iniciar tratamento específico

» Nessa questão identificamos que o adolescente apresenta alguns critérios de depressão, como: humor deprimido, capacidade
diminuída de se concentrar e hipersonia. Ao exame físico, há indícios de automutilação. Dito isso, vamos à análise das alternativas.
 
A) Correta. Abordar o paciente em ambiente acolhedor e estimar o risco de tentativa de suicídio. Sempre diante de um quadro
depressivo e/ou de automutilação, é necessária a avaliação de ideação suicida.
B) Correta. Demonstrar compreender as emoções do paciente que motivaram suas ações e verificar transtornos psiquiátricos
coexistentes. No momento da consulta, é importante o médico dizer que escutou a pessoa e está levando a experiência dela a
sério. Sempre que houver um transtorno psiquiátrico, é preciso avaliar se há coexistência de outro transtorno mental. Por
exemplo, no contexto de automutilação não suicida, é comum haver em concomitância transtorno de personalidade limítrofe, o
transtorno de personalidade antissocial, um transtorno alimentar ou abuso de substâncias. 
C) Correta. Determinar tipo, quantidade e gravidade das lesões e a disposição do paciente para aderir ao tratamento. É preciso
avaliar se alguma dessas lesões necessita de tratamento imediato. Algumas pessoas não acreditam que a automutilação é um
problema e, por isso, tendem a não procurar ou aceitar terapia.
D) Correta. Avaliar a data da última vacinação para tétano ou aplicar reforço e checar alguns dados laboratoriais, incluindo
pesquisa para anticorpos de hepatite C. Diante de um quadro de automutilação, é preciso avaliar vacinação contra tétano pela
possibilidade de ter sido usado uma gilete de barbear, por exemplo, e anticorpos contra hepatite. 
E) Incorreta. Notificar a família, internar o paciente e iniciar tratamento específico. Segundo o Conselho de Medicina… "Quando é
feito o atendimento ao adolescente - pessoa com idade entre 12 e 18 anos, ele pode estar desacompanhado, se assim o desejar,
sendo-lhe garantidos autonomia e direito ao sigilo, exceto nas situações previstas em lei e/ou que guardem risco de vida ao
paciente ou a terceiros." Nesse contexto, não é necessária a notificação à família neste momento.
 
Como a questão pede a incorreta... Resposta: E.

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100 - 2020 COC

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 1 pessoa morre por suicídio a cada 40 segundos, totalizando mais de 800.000
mortes por ano em todo o mundo. A OMS estabeleceu como meta reduzir em 10% o número de mortes por suicídio globalmente
até 2020, enfatizando que suicídio é uma causa de morte evitável. A respeito do suicídio e sua prevenção, assinale a alternativa
correta:

A) Leis que restringem o acesso a métodos letais de suicídio, como armas de fogo e pesticidas, não reduzem as taxas de suicídio
B) Perguntar ao paciente sobre ideação suicida é inadequado, pois a pergunta pode ser interpretada como incitação ao ato
C) Tentativas de suicídio repetidas no mesmo indivíduo indicam baixa probabilidade de morte por suicídio em tentativas futuras
D) Estudos do tipo autópsia psicológica evidenciam a presença de transtornos mentais em cerca de 90% das pessoas que se
suicidaram
E) Mulheres fazem uso de métodos com mais alta letalidade comparadas aos homens

» O suicido e sua prevenção tem sido tema recorrente nas provas! Vamos responder cada alternativa:A) um dos principais fatores de
risco para o suicídio é o acesso aos meios letais para praticar o ato, por exemplo proximidade a armas de fogo (policiais, soldados)
e medicações de uso controlado (médicos, enfermeiros). No campo, o acesso a pesticidas cuja ingestão pode ser letal também é
um importante fator de risco (INCORRETA)B) A pergunta sobre ideação suicida é uma das principais formas de identificação dos
pacientes com esta tendência, e não deve ser evitada sob pretexto de incitar o ato, podendo inclusive ser o marco inicial da terapia
adequada e acompanhamento intensivo (INCORRETA)C) O principal fator de risco para nova tentativa de suicídio é a existência de
tentativa prévia, sendo o risco de mortalidade maior a cada nova tentativa (INCORRETA)D) A autópsia psicológica é uma estratégia
utilizada para delinear as características psicológicas de vítimas de morte violenta. Através dessa ferramenta é possível identificar
fatores de risco para o suicídio, sendo observado que a maioria dos casos tem grande relação com doenças mentais em diversas
fases de tratamento. (CORRETA)E) Pelos mesmos motivos listados na alternativa A, os homens compõem a maioria das profissões
que envolvem proximidade com instrumentos letais, e portanto tendem a apresentar níveis de mortalidade mais elevados nas
tentativas de suicídio (INCORRETA)Gabarito letra D

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101 - 2020 HPP

Sobre o Delirium no paciente idoso, assinale a alternativa INCORRETA:

A) Uma das bases no tratamento do delirium é atuar nos seus fatores de risco, como exemplo podemos citar reduzir o ruído
noturno, reconhecer precocemente a desidratação e a mobilização precoce.
B) O diagnóstico do delirium envolve sintomas agudos, incluindo a desorientação temporo-espacial e a agitação psicomotora.
C) Alguns pacientes podem apresentar delirium hipoativo, onde a principal manifestação é a sonolência ou o torpor.
D) A primeira linha no tratamento do delirium são os Benzodiazepinicos.
E) Muitos pacientes que recebem alta ainda com quadro de delirium irão apresentar esse quadro em casa, pelos próximos 12
meses.

» O delirium é um distúrbio neuropsiquiátrico, caracterizado por alterações aguda do estado mental, gerando uim quadro de
hipotenaciada, associado a sintomas cognitivos. Pode ser hiperativo, hipoativo ou misto, sendo estes dois pultimos mais comuns e
por isso é uma condição subdiagnosticada. O paciente com delirium hipoativo em geral pode apresentar uma alteração do nível de
consciência ou apatia. O grupo de risco são pacientes idosos, com múltiplas comorbidades e em uso de medicamentos
psicotrópicos, como os benzodiazepínicos. diversos estudos já revelaram que o uso de benzodiazepínicos nesta população
aumenta a mortalidade. O tratamento é feito através de medidas modificadoras dos fatores de risco, como redução de ruidos,
tratamento de infecções, desidratação, evitar contenção e em casos de agitação pode-se usar antipsicóticos como haloperidol ou
quetiapina. Gabarito D

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102 - 2020 HOA - AC

Assinale a alternativa que responde CORRETAMENTE à pergunta abaixo. Paciente do sexo feminino, 52 anos, atendida no
ambulatório sem acompanhante, relata poliúria e fraqueza nas últimas semanas. Questionada sobre problemas de saúde e
medicações, refere que é hipertensa, em uso de atenolol e de outro medicamento ""para os nervos"" que não recorda o nome. Em
função do quadro clínico, que medicação a paciente provavelmente estaria usando?

A) Ácido valproico.
B) Amitriptilina.
C) Clonazepam.
D) Clorpromazina.
E) Lítio.

» A paciente em questão chega com um quadro de poliúria e fraqueza, sem nenhum outro sintoma de trato urinário inferior.
Perguntada (lembre-se que a pergunta sobre uso de drogas “novas” é obrigatória) refere que está em uso de medicação “para os
nervos”. 
Vamos, então, lembrar que a ocorrência e a gravidade de reações adversas com o uso do lítio estão diretamente relacionadas às
concentrações séricas dessa substância e com a resposta individual do paciente. Geralmente ocorrem com mais frequência e com
maior gravidade em concentrações mais elevadas.
Quadros de intoxicação leve ocorrem na faixa de 1,5 a 2,5mEq/L com sinais de náuseas, vômitos, fraqueza muscular, sonolência,
falta de coordenação tremores finos e diarreia; sendo estes os primeiros sinais de intoxicação pelo lítio. Intoxicação de leve a
moderada ocorre na faixa de 2,5 a 3,5mEq/L, com anorexia, vômitos mais graves, diarreia, reação distônica, sedação excessiva
ataxia, polidipsia e poliúria; e finalmente, intoxicação severa a moderada ocorre na faixa de 3 a 4 mEq/L e pode levar a coma e
morte.
 
Resposta: letra E.

103 - 2020 UESPI

Paciente mulher, 85 anos, apresentando tristeza, desânimo, insônia e falta de apetite há 30 dias. Sobre o caso exposto, assinale a
alternativa CORRETA.

A) Mirtazapina é uma boa opção terapêutica.


B) Deve-se evitar benzodiazepínicos.
C) Os efeitos terapêuticos dos antide- pressivos tricíclicos devem-se ao bloqueio da recaptação da serotonina, noradrenalina e
dopamina.
D) Apenas as alternativas a e b estão corretas.
E) As alternativas a, b e c estão corretas.

» A mirtazapina possui poucos efeitos adversos e têm ação sedativa, sendo uma boa droga para idosos com depressão e insônia.
Além disso, a mirtazapina pode aumentar o apetite e auxiliar no ganho ponderal. Letra A correta. Benzodiazepínicos não são boas
drogas para terapia antidepressiva e, além disso, devem ser evitados ao máximo em idosos pois aumentam o risco de queda. Letra
B correta. O mecanismo de ação dos antidepressivos tricíclicos em nível pré-sináptico é o bloqueio de recaptação de monoaminas,
principalmente norepinefrina e serotonina mas também, em menor proporção, da dopamina. Letra C correta. Provavelmente a
banca considerou que há inibição apenas da recaptação apenas de serotonina e noradrenalina com o uso de tricíclicos, porém
sabemos que há algum efeito na dopamina também. Sendo assim, pela equipe MEDGRUPO gabarito letra E e pela banca gabarito
letra D.

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104 - 2020 UFT

O Dia Mundial sem Tabaco (31 de maio) foi criado, em 1987, pela Organização Mundial da Saúde (OMS), para alertar sobre as
doenças e mortes evitáveis, relacionadas ao tabagismo, sendo responsável por 63% dos óbitos, relacionados às doenças crônicas
não transmissíveis (DCNT). Destes, o tabagismo é responsável por 85% das mortes, por doença pulmonar crônica (bronquite e
enfisema), 30%, por diversos tipos de câncer (pulmão, boca, laringe, faringe, esôfago, pâncreas, rim, bexiga, colo do útero,
estômago e fígado), 25%, por doença coronariana (angina e infarto) e 25%, por doenças cerebrovasculares (acidente vascular
cerebral – AVC). Sobre o exposto, assinale a alternativa CORRETA.

A) O grau de motivação, para cessação do tabagismo, é avaliado pelo Prochaska e DiClemente, sendo o Estágio Pre Contemplação,
o momento ideal para início da terapia de reposição à nicotina.
B) O grau de dependência à nicotina é avaliado pelo questionário de Fagerström, onde 6 pontos é considerado dependência
moderada.
C) A terapia de reposição de nicotina (TRN), a bupropiona e a vareniclina são consideradas de primeira linha, enquanto que a
nortriptilina e a clonidina são os fármacos de segunda linha no tratamento.
D) A Vareniclina é um agonista parcial dos receptores nicotínicos, promovendo liberação de dopamina no SNC, devendo ser
utilizada com cautela em pacientes portadores de epilepsia, convulsão febril na infância, tumor do SNC, anormalidades no EEG,
traumatismo craniano, uso de inibidor da MAO, nos últimos 15 dias.
E) O uso da Bupropiona pode estar associado a humor depressivo, à agitação e à ideação ou ao comportamento suicida, devendo
ser utilizada com cautelada em pacientes com diagnóstico prévio de depressão.

» Questão que relembrou bem as mortes por causas evitáveis relacionadas ao tabagismo. 
Letra A: Começou bem! Mas o estágio ideal para o início da terapia é o contemplativo ou estágio de preparação. INCORRETA
Letra B: O teste de Fagerstrom apresenta 6 perguntas com pontuações. Uma pontuação de 6 é considerado uma dependência
elevada. INCORRETA
Letra C: CORRETA
Letra D: Essa contraindicações citadas se relacionam a bupropiona e não a varenicilina. INCORRETA
Letra E: Essas orientações cabem a vareniclina. INCORRETA
 
Resposta: letra C.

105 - 2020 HOA - AC

Paciente do sexo feminino, 20 anos, é trazida para consulta ambulatorial por sua mãe com queixa de amenorreia há cinco meses. A
paciente faz dieta para emagrecer desde os 16 anos, pesa rigorosamente o volume de comida em seu prato a cada refeição e
frequenta academia de ginástica diariamente por pelo menos 2 horas durante os últimos três anos. Seu índice de massa corporal é
de 18kg/m². Assinale a alternativa CORRETA, que apresenta a hipótese diagnóstica mais provável.

A) Bulimia nervosa.
B) Amenorreia induzida por exercícios.
C) Transtorno obsessivo compulsivo.
D) Amenorreia primária.
E) Anorexia nervosa.

» Temos uma paciente com quadro de amenorréia secundária (há 5 meses sem menstruar) e que apresenta alguns achados típicos.
É magra (IMC de 18), só pensar em fazer dieta, pesa o prato, vive na academia… 
Certamente temos que pensar em algum distúrbio alimentar aqui. Ou anorexia ou bulimia! Mas e agora? Letra A ou letra E?
Repare que ela tem um dado muito importante no enunciado… AMENORREIA. Lembre-se que alteração endocrinológica é
característica da anorexia e não da bulimia.
 
Resposta: letra E.
106 - 2020 HPM - MG

“A cada ano, cerca de 800 mil pessoas tiram a própria vida e um número ainda maior de indivíduos tenta suicídio. Cada suicídio é
uma tragédia que afeta famílias, comunidades e países inteiros e tem efeitos duradouros sobre as pessoas deixadas para trás.
Trata-se de um grave problema de saúde pública; no entanto, os suicídios podem ser evitados em tempo oportuno, com base em
evidências e com intervenções de baixo custo. Para uma efetiva prevenção, as respostas nacionais necessitam de uma ampla
estratégia multissetorial.” – Organização Pan-Americana de Saúde/OMSBrasil. (https://www.paho.org/bra/index.php?
option=com_content&view=artic le&id=5671:folha-informativa-suicidio&Itemid= 839. Acesso em 22/09/2019.); Na visão da
psiquiatria social é CORRETO afirmar:

A) Há uma diminuição das taxas de suicídio em áreas de maior industrialização.


B) O volume de suicídios é uma boa ferramenta epidemiológica para a medida do índice de saúde mental de uma região.
C) A certeza do sofrimento como injusto e injustificável, esvaziado de caráter expiatório, está envolvida na formação pensamento
suicida.
D) Há importantes diferenças entre os fatores de risco para suicídio em países desenvolvidos e em desenvolvimento.

» Vamos analisar cada assertiva de acordo com a própria referência utilizada pela banca avaliadora:A) Incorreta. Pelo contrário, o
suicídio é maior nos países com mais alta renda e industrialização.B) Incorreta. Embora a relação entre distúrbios suicidas e
mentais (em particular, depressão e abuso de álcool) esteja bem estabelecida, vários suicídios ocorrem de forma impulsiva em
momento de crise, com um colapso na capacidade de lidar com os estresses da vida. C) Correta. O sofrimento relacionado à
religião e a crença é frequentemente encarado como forma de expiação dos pecados, fator que aumenta a aceitação dos
indivíduos e acaba por tornar-se fator de proteção contra o suicídio. Por outro lado, a ausência de caráter expiatório leva à menor
tolerabilidade do sofrimento, sendo considerado injusto, e aumentando o risco para o suicídio. 
D) Incorreta. O suicídio não ocorre apenas em países de alta renda, sendo um fenômeno em todas as regiões do mundo, e com
motivação semelhante na maioria dos lugares. Ou seja, somente a letra C encontra-se correta e portanto, é o nosso gabarito.
107 - 2020 SMS - FLORIPA

Márcia, 46 anos, trabalha como caixa de supermercado e mora em uma comunidade vulnerável de Florianópolis. Procurou a
Unidade Básica de Saúde do seu bairro e conseguiu ser consultada no mesmo dia. Durante a consulta, Márcia se queixa de
cansaço, fraqueza, sentimento de tristeza e dores pelo corpo, sintomas que já tem ocorrido há cerca de 5 meses. Recentemente,
também está com muita dificuldade para dormir, algo que tem lhe incomodado, pois sempre dormiu muito bem, e dificuldade para
se concentrar no trabalho. Quando você pergunta se ela relacionou algo aos sentimentos de tristeza, Márcia começa a chorar e
relata que está com problemas com o marido, que voltou a beber há cerca de 6 meses, depois de perder o emprego, e ela está
tendo que sustentar a casa sozinha. A única coisa que ainda lhe distrai, é quando sai para passear com o cachorro. Em relação ao
quadro depressivo de Márcia, pode-se afirmar que:

A) trata-se de um caso leve, que deve ser tratado inicialmente com intervenções como seguimento usual de suporte com equipe de
saúde, atividade física ou psicoterapia
B) é um caso moderado, onde estaria indicado tratamento farmacológico, preferencialmente com um antidepressivo tricíclico, que
ajudaria na insônia dela
C) como é um caso leve, não há necessidade de se questionar sobre suicídio, que deve ser explorado apenas nos quadros
moderados a graves
D) se ela evoluir com alucinações e delírios, os antipsicóticos estariam contraindicados, pois estes sintomas seriam decorrentes do
transtorno depressivo de base

» Segundo o CID 10, o diagnóstico de episódio depressivo leve requer a presença de pelo menos 2 ou 3 dos seguintes sintomas: 

humor deprimido, 
perda de interesse e prazer,
fatigabilidade aumentada; 
perda ou ganho significativo de peso sem estar em dieta, 
insônia ou hipersonia, 
agitação ou retardo psicomotor, 
sentimento de inutilidade ou culpa excessiva ou inadequada, 
capacidade diminuída de pensar ou concentrar-se, pensamentos de morte recorrentes. 

Nenhum sintoma deve estar presente em um grau intenso, e o indivíduo pode ter alguma dificuldade em continuar com o
trabalho do dia a dia. No entanto, os sintomas não o impedem de continuar fazendo suas atividades habituais.
 
O diagnóstico de episódio depressivo moderado é feito, da mesma forma que o depressivo leve, quando 4 ou mais sintomas
estejam presentes. Vários dos sintomas estão em um grau marcante e o paciente, geralmente, tem dificuldade em continuar com
suas atividades habituais.
 
Sendo assim, no caso da questão a paciente possui 3 sintomas dentre os citados. São eles: humor deprimido, fatigabilidade, além
de insônia e alteração do sono, sendo devidamente classificada como episódio depressivo leve! O tratamento, portanto, não inclui
medidas farmacológicas inicialmente.
Cabe ressaltar que os pacientes com episódio depressivo que cursam com sintomas psicóticos, além do tratamento de base,
podem fazer uso de antipsicóticos e até eletroconvulsoterapia (em casos reservados).
Resposta: letra A.

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108 - 2020 HOA - AC

Paciente do sexo feminino, 32 anos, procura emergência com queixa de desconforto torácico súbito, palpitações e sensação de
desmaio. Relata que ""tem a sensação de que vai morrer"" Apresenta temperatura de 36,7 ºC, pressão arterial de 145/90 mmHg;
frequência cardíaca de 104 bpm. Esta é a terceira visita recente à emergência com as mesmas queixas. Nega uso de drogas ou de
medicações de uso contínuo. A avaliação clínico-laboratorial excluiu condição cardíaca como causa dos sintomas. Assinale a
alternativa CORRETA, que apresenta, respectivamente, o diagnóstico mais provável e o tratamento farmacológico mais apropriado
para a condição.

A) Transtorno do pânico - Propranolol.


B) Transtorno do pânico - Sertralina.
C) Hipocondria - Clonazepam.
D) Reação aguda ao estresse - Clonidina.
E) Reação aguda ao estresse - Clonazepam.

» Temos um quadro bem clássico aqui! Uma paciente jovem, com queixa de desconforto torácico súbito, palpitação e SENSAÇÃO
QUE VAI MORRER, sensação de morte iminente, sensação de desmaio, sendo que é a terceira vez que vai à emergência com as
mesmas queixas! 
Essa paciente precisa de um cardiologista? 
Não! Ela precisa de um psiquiatra, pois está com transtorno do pânico, que, por se tratar de um transtorno de ansiedade, deve ser
tratado com antidepressivo, com preferência pelos ISRS pelo seu melhor perfil de tolerabilidade. 
 
Portanto, resposta: letra B.

109 - 2020 PUC - RS

Assinale a alternativa que corresponde a um sintoma especificador de transtorno depressivo com sintomas melancólicos.

A) Dificuldade de se concentrar devido a preocupações.


B) Temor de que algo terrível aconteça.
C) Sentimento de que o indivíduo possa perder o controle de si mesmo.
D) Sentimento de tristeza mais intenso pela manhã.

» As características melacólicas segundo o DSM-V são:


- perda do prazer em todas ou quase todas as atividades;
- falta de reatividade a estímulos em geral prazerosos (não se sente muito bem, mesmo temporariamente, quando acontece
alguma coisa boa);
- uma qualidade distinta de humor depressivo caracterizado por prostração profunda, desespero e/ou morosidade ou pelo
chamado humor vazio;
- depressão regularmente pior pela manhã;
- despertar muito cedo pela manhã;
- acentuada agitação ou retardo psicomotor;
- anorexia ou perda de peso significativa;
- culpa excessiva ou inadequada.
Portanto, única resposta possível, letra D.

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110 - 2020 UFT

Maria, 20 anos, chega à Unidade de Pronto Atendimento, após ser presa em flagrante, por tentativa de furto de um celular. Ao
chegar ao serviço, a equipe médica observa que ela se encontrava inquieta, agitada, com pupilas dilatadas, taquicárdica,
taquipneica e eufórica. Ao ser questionada, relata que usou a droga X, durante a maior parte dos últimos 10 meses, diz que seu
hábito, antes, custava-lhe pouco, mas que, atualmente, necessita prostituir-se para conseguir adquirir a droga, pois perdeu
emprego e já vendeu praticamente tudo o que tinha para “pagar dívidas”. Emagreceu cerca de dez quilos, nos últimos cinco meses.
Quando não está sob efeito da droga, sente fissura, sonolência, deprimida e com muito apetite. Tentou parar diversas vezes, mas,
frequentemente, volta a usar a droga assim que passa por alguma frustração ou não consegue controlar a fissura. Diante do
exposto, assinale a alternativa CORRETA que apresente hipótese diagnóstica para o quadro agudo e crônica da paciente.

A) Ao chegar à unidade de pronto atendimento, paciente estava em um quadro de síndrome de abstinência de cocaína/crack e,
pelo histórico, trata-se de um quadro de dependência química de cocaína/ crack.
B) Ao chegar à unidade de pronto atendimento, paciente estava em um quadro de intoxicação aguda de Cannabis e, pelo histórico,
trata-se de um quadro de dependência química por Cannabis.
C) Ao chegar à unidade de pronto atendimento, paciente estava em um quadro de intoxicação aguda, por cocaína/crack e, pelo
histórico, trata-se de um quadro de dependência química por cocaína/crack.
D) Ao chegar à unidade de pronto atendimento, paciente estava em um quadro de síndrome de abstinência alcoólica e, pelo
histórico, trata-se de um quadro de dependência química por álcool.
E) Ao chegar à unidade de pronto atendimento, paciente estava em um quadro de síndrome de abstinência por cocaína/crack e
pelo histórico, trata-se de um quadro de uso nocivo por cocaína/crack.

» Caso triste e que, infelizmente, ainda é tão comum nas emergências do nosso país. Temos aqui uma paciente jovem que chegou
com um quadro bem típico de inquietação, agitação, midríase, taquicardia, taquipneia e euforia após usar uma droga que já faz
uso há 10 meses! 
Que droga é essa? 
Certamente crack ou cocaína… Lembre-se que a intoxicação aguda por essas substâncias manifesta-se por euforia, agitação,
aumento da atividade adrenérgica, tremor leve de extremidadas, midríase e espasmos musculares. A euforia desencadeada
reforça e motiva, na maioria dos indivíduos, o desejo por um novo episódio de consumo. Após a intoxicação aguda, a depressão
pós-intoxicação caracteriza-se por disforia, anedonia, ansiedade, irritabilidade, fadiga, hipersonolência e, ocasionalmente,
agitação.
Os critérios para dependência de cocaína são semelhantes àqueles para as outras substâncias (desejo compulsivo de consumo,
tolerância, abstinência, etc).
 
Resposta: letra C.
111 - 2020 UFT

Senhor Mário, sexo masculino, 50 anos, casado, evangélico, 4 filhos, pedreiro é levado pela esposa para atendimento médico, na
unidade básica de saúde, com relato de que, há cerca de três semanas, vem evoluindo com quadro de tristeza, isolamento social,
faltas frequentes ao trabalho, redução do apetite e consequente perda de peso, insônia inicial, desânimo, perda da energia, choro
fácil e ideação suicida. Também parou de realizar atividades que, antes lhe davam prazer, como jogar futebol e encontrar-se com os
amigos. Relatou episódio semelhante quando era mais jovem, mas percebe os sintomas atuais de forma mais intensa. Como
fatores estressores, relata que está passando por dificuldades financeiras e que um dos filhos está usando drogas. Negou uso de
álcool ou outras drogas. Negou sintomas, como alucinações ou delírios. Como comorbidades, apresenta hipertensão arterial.
Diante do exposto, assinale a alternativa CORRETA que apresente hipótese diagnóstica para o caso do paciente.

A) Episódio depressivo grave, com sintomas psicóticos.


B) Transtorno afetivo bipolar, episódio de mania.
C) Episódio depressivo grave, sem sintomas psicóticos.
D) Transtorno de ansiedade generalizada.
E) Episódio depressivo moderado.

» Caso grave aqui de episódio depressivo. Isso a questão já nos “disse”… Agora o que ela quer saber é que tipo de episódio é esse? 
Vamos então lembrar que segundo o DSM V, para o diagnóstico de episódio depressivo grave temos que ter 5 ou mais dos
seguintes achados por, pelo menos, 2 semanas:

Humor deprimido durante a maior parte do dia. *


Diminuição acentuada do interesse ou prazer em todas ou quase todas as atividades (que antes lhe davam prazer/satisfação)
durante a maior parte do dia.*
Ganho ou perda ponderal significativo (> 5%) ou diminuição ou aumento do apetite. *
Insônia (muitas vezes insônia de manutenção do sono) ou hipersonia.*
Agitação ou atraso psicomotor observado por outros (não autorrelatado).
Fadiga ou perda de energia.*
Sentimentos de inutilidade ou culpa excessiva ou inapropriada.
Capacidade diminuída de pensar, concentrar-se ou indecisão.
Pensamentos recorrentes de morte ou suicídio, tentativa de suicídio ou um plano específico para cometer suicídio.*

Note, portanto, que temos um episódio depressivo grave (ou depressão maior). E, como sabemos, os episódios depressivos graves
são subdivididos de acordo com a presença ou ausência de sintomas psicóticos. Este não apresenta esses sintomas. 
 
Resposta: letra C.
112 - 2020 SES - GO

Quais são as desvantagens do uso de benzodiazepínicos em detrimento dos inibidores seletivos de recaptura de serotonina no
tratamento desses transtornos de ansiedade: transtorno de pânica, fobia social e transtorno de ansiedade generalizada?

A) Eficácia inferior e maior tempo para efeito.


B) Maior tempo para efeito e prejuízo cognitivo.
C) Prejuízo cognitivo e risco de dependência.
D) Risco de dependência e efeito exclusivo no alívio de crises agudas.

» Questão que nos pergunta sobre as desvantagens do uso de benzodiazepínicos ao invés de ISRS para tratar alguns transtornos de
ansiedade. Só um detalhe… Como ansiolíticos, os BZD devem ser usados por tempo limitado, entre 4-6 semanas. Pacientes com
quadros mais graves e não responsivos à terapia habitual podem prolongar o tratamento com BZD. Cuidados especiais devem ser
tomados com idosos (usar doses menores), indivíduos com histórico de abuso a fármacos psicotrópicos, e em gestantes/lactentes
uma vez que BZD passam através da placenta e para o leite materno.
Letra A e B - ERRADAS. O início de ação dos benzodiazepínicos é mais rápido que dos inibidores seletivos de recaptação da
serotonina (ISRS).
Letra C - CORRETA. Dentre os principais efeitos colaterais dos BZD, destacam-se:

Risco de sedação (efeito subjetivo mais comum dos BZD, caracterizado pela sensação de peso no corpo, sonolência, relaxamento e
alentecimento psíquico);
Depressão respiratória;
Disfunção cognitiva (déficit de memória e demência);
Risco de acidentes; 
Abuso e dependência. 

Letra D - ERRADA. No caso da necessidade de alívio da ansiedade em curto prazo, como nos casos graves, associados à insônia ou
sintomas psicossomáticos, os BZD com início lento e duração maior de ação são os mais indicados e isso é uma das vantagens da
medicação.
Resposta: letra C.
113 - 2020 HUSE

Paciente idosa, 83 anos, viúva, mãe de 6 filhos, mora só mais uma cuidadora, sempre foi autônoma e independente. Apresenta
osteoporose e glaucoma. Vai a consulta queixando-se de fadiga, passando o dia todo deitada. Relata a cuidadora que a mesma não
vem aceitando bem a dieta, vem perdendo peso e deixou de fazer as atividades costumeiras como o bordado e a ida as missas por
falta de coragem. Quando questionada se sentia tristeza, a idosa disse que não tinha razões para estar triste, mas que se sentia só
e que julgava ser inútil, sendo melhor morrer. Exame físico normal e exames laboratoriais normais:

A) O diagnóstico provável desta paciente é depressão


B) O tratamento deve associar abordagem medicamentosa com tratamento não farmacológico e buscar remissão completa dos
sintomas
C) Uma boa sugestão farmacológica é a mirtazapina para este paciente
D) O tratamento farmacológico deve considerar as contra-indicações da droga, os sintomas do paciente, iniciar com baixas dose e
tentar otimizar até doses máximas
E) Diazepan é uma ótima opção para melhorar o sono desta paciente

» Observem que a paciente da questão apresenta alguns critérios de depressão maior: (1) interesse ou prazer acentuadamente
diminuídos, (2) diminuição do apetite e perda de peso significativo sem estar em dieta, (3) fadiga ou perda de energia, (4)
sentimento de inutilidade e (5) pensamentos de morte recorrentes. Logo, esse é o diagnóstico mais provável para o caso. O
tratamento deve integrar, idealmente, a farmacoterapia com a intervenção psicoterápica. Com relação ao tratamento
farmacológico, o mais recomendado é iniciar com doses baixas e ir otimizando conforme a resposta clínica, sempre levando em
consideração os possíveis efeitos adversos na escolha do melhor antidepressivo para cada caso. Nos casos de depressão em
idosos, a mirtazapina pode ser uma boa escolha devido ao padrão reduzido de efeitos colaterais. Além disso, essa medicação pode
promover aumento do apetite e, consequentemente, do peso - o que poderia ser particularmente bom para o caso da questão.
Os benzodiazepínicos são drogas capazes de gerar efeitos sedativos e ansiolíticos porém com risco de tolerância e dependência,
além de apresentar como possíveis efeitos adversos o comprometimento do desempenho psicomotor e amnésia - logo, devemos
evitar o uso em pacientes idosos. Por isso, a trazodona costuma ser preferida para os casos de depressão com insônia, uma vez
que possui propriedades sedativas sem potencial de dependência.
À essa altura podemos imaginar que o autor da questão provavelmente queria que marcássemos a resposta incorreta (letra E)
mas, como isso não foi especificado pelo enunciado, a questão foi corretamente anulada.

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114 - 2020 SES - GO

O tratamento farmacológico da esquizofrenia, com os modernos antipsicóticos de 2ª geração,

A) tende a resultar em adequado controle dos sintomas positivos, a ter efeitos limitados nos sintomas negativos e a aumentar o
risco de mortalidade cardiovascular pelos efeitos secundários metabólicos.
B) é contraindicado a menores de 15 anos de idade, dado o potencial de essas drogas causarem ganho de peso, hiperglicemia,
hipercolesterolemia e piora cognitiva.
C) deve ser prescrito preferencialmente após tentativa malsucedida com psicoterapia cognitivo-comportamental e uso de
medicamentos inibidores seletivos de recaptação de serotonina.
D) traz menos efeitos colaterais metabólicos e mais eficácia contra os sintomas negativos e cognitivos desta doença,
revolucionando seu tratamento.

» O tratamento fundamental da esquizofrenia é o medicamentoso, e a primeira escolha são os antipsicóticos, que podem ser típicos
(de primeira geração) ou atípicos (de segunda geração), portanto, não devem ser prescritos apenas após tentativa malsucedida de
psicoterapia ou do uso de inibidores seletivos da recaptação de serotonina (C errada).
Os de segunda geração possuem mais eficácia no controle dos sintomas positivos e têm efeitos limitados nos sintomas negativos
(A correta e D errada).
 
Alguns efeitos colaterais são: elevações dos níveis de triglicérides séricos, elevações do colesterol total, diminuição de HDL
colesterol, ganho de peso, tontura e sonolência. Mas apesar disso, podem ser prescritos para crianças e adolescentes (C errada).
Resposta: A.

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115 - 2020 HEA

Numa manhã de segunda-feira você na segunda semana de sua atuação como residente de medicina de família e comunidade
entra em seu consultório Dona Maria, 25 anos, você como bom residente inicia a consulta como uma pergunta aberta para que a
paciente sinta-se confortável; ""Como posso lhe ajudar Dona Maria?"" A paciente já fragilizada pelo seu sofrimento mental começa
a lacrimejar e depois de enxugar as lágrimas discorre: ""Olha doutor, tudo começou há 1 ano atrás, quando perdi minha mãe
sabe?! E as coisas pioraram há 1 mês quando meu marido me deixou, desde então aqui aculá sinto um aperto no peito sabe?! O
coração acelera parece que vai sair pela boca dá uma falta de ar, eu queria alguma coisa pra esse sufocamento passar, preciso
seguir a vida!"" Baseado no diálogo, responda a questão: Diante as informações acima, qual seria a conduta mais adequada para a
paciente:

A) Dar seguimento com a consulta e questionar sobre a rede social da paciente, possíveis sintomas que prejudiquem a qualidade
de vida e suas atividades diárias, assim como perguntar sobre ideações e pensamentos suicidas.
B) Iniciar imediatamente tratamento medicamentoso, já que a paciente apresenta taquicardia, que é um dos sintomas clássicos de
transtorno de ansiedade generalizada.
C) Encaminhar para internação psiquiátrica visto que a paciente levou a hipótese de dificuldade de seguir a vida e isso significa que
a mesma pode estar pensando em suicídio.
D) Direcionar a paciente em questão a um CAPS (Centro de Atenção Psicossocial), pois o mesmo é o mais atualizado e indicado
dispositivo na RAPS (Rede de Atenção Psicossocial) para atender paciente com qualquer tipo de transtorno/sofrimento mental.

» Questão bem prática sobre o atendimento de uma paciente com uma série de problemas apresentados. 
O que fazer?
Letra A: Excelente. Vendo que a paciente apresenta um estado mental bastante fragilizado, vale a pena abordar a unidade familiar
e a rede social (amigos, igreja, vizinhos, outros familiares…), além de investigar até que ponto os sintomas estão afetando a sua
vida. Por fim, vale perguntar de forma direta sobre pensamentos suicidas para descartar essa importante possibilidade. CORRETA
Letra B: Calma. Tratamento medicamentoso pode até ser uma opção, mas uma boa anamnese e exame físico devem vir antes.
INCORRETA
Letra C: Não é o momento de internação psiquiátrica. Aliás, está longe desse momento… INCORRETA
Letra D: Novamente. Ainda não há qualquer indicação de encaminha essa paciente ao CAPS. INCORRETA
 
Resposta: letra A.
116 - 2020 HEA

Numa manhã de segunda-feira você na segunda semana de sua atuação como residente de medicina de família e comunidade
entra em seu consultório Dona Maria, 25 anos, você como bom residente inicia a consulta como uma pergunta aberta para que a
paciente sinta-se confortável; ""Como posso lhe ajudar Dona Maria?"" A paciente já fragilizada pelo seu sofrimento mental começa
a lacrimejar e depois de enxugar as lágrimas discorre: ""Olha doutor, tudo começou há 1 ano atrás, quando perdi minha mãe
sabe?! E as coisas pioraram há 1 mês quando meu marido me deixou, desde então aqui aculá sinto um aperto no peito sabe?! O
coração acelera parece que vai sair pela boca dá uma falta de ar, eu queria alguma coisa pra esse sufocamento passar, preciso
seguir a vida!"" Baseado no diálogo, responda a questão: Supondo que na paciente acima você diagnosticou como depressão
grave, porém a mesma está gestante, levando em conta essa nova informação, qual seria a conduta e/ou fármaco de melhor
escolha:

A) Encaminhar apenas para psicoterapia, pois nenhum fármaco é completamente seguro na gestação.
B) Ácido Valpróico, pois a paciente apresenta claras ideações suicidas e tal fármaco é comprovadamente efetivo em tais sintomas.
C) Iniciar Sertralina e agendar retorno em 15 dias para reavaliar.
D) Encaminhar para internação nos Leitos de Saúde Mental da sua cidade visto a gravidade do transtorno em questão.

» Questão bem prática sobre o atendimento de uma paciente com depressão grave e que está gestante! 
O que fazer?
Bem, a indicação de tratamento da depressão maior unipolar na gestação é estabelecida conforme a gravidade do quadro
depressivo: está indicado psicoterapia em casos leves a moderados (cinco a seis sintomas depressivos e sem sinais de gravidade) e
farmacoterapia em casos graves (sete a nove sintomas depressivos), exatamente como o caso da paciente em questão. Pacientes
com sinais de gravidade, como risco de suicídio e sintomas psicóticos, inicialmente devem ser encaminhadas para emergência
psiquiátrica/internação; o que não é o caso da paciente em questão. 
E qual medicação usar? 
De um modo geral, na gestação, não há problema em se usar os serotonérgicos, que atuam na produção de serotonina, como a
fluoxetina (Prozac) e a sertralina (Zoloft).
 
Resposta: letra C.

117 - 2020 HSJ - PR

Paciente masculino de 83 anos, é internado na enfermaria para tratamento de pneumonia. Acompanhava com geriatria devido a
Déficit Cognitivo Leve. Evolui no terceiro dia de internamento com desatenção evoluindo para períodos de agitação e inversão do
ciclo sono-vigília. Sobre o diagnóstico do quadro neuropsiquiátrico, assinale a alternativa correta:

A) Acidente vascular encefálico é a causa mais provável, mesmo na ausência de déficit neurológico focal
B) O quadro de Dellirium pode ser desencadeado pela infecção e o Deficit Cognitivo Leve, além da idade, são fatores de risco.
C) A perda de atenção não é característica comum do Dellirium
D) O tratamento medicamentoso é indicado principalmente em casos de Dellirium hipoativo
E) Para melhora do quadro de Dellirium deve-se retirar os familiares do quarto e restringir o horário de visitas

» Atenção para esse tema importante! O paciente idoso que evolui durante a internação com DESATENÇÃO e FLUTUAÇÃO DA
CONSCIÊNCIA tem como diagnóstico mais provável o DELÍRUIM, principalmente na ausência de sinais que indiquem causa
neurológica pura, como alterações neurológicas focais (A e C INCORRETAS). Os principais fatores de risco, além da idade, são
infecção, déficit cognitivo pre-existente, alterações metabólicas, constipação intestinal, entre outros (B CORRETA).
Didaticamente, podemos dividir o deliruim em sua manifestação hiperativa (com agitação e possível agressividade) e hipoativa
(embotamento, pouca interação e rebaixamento da consciência). O tratamento farmacológico é utilizado não com intuito de
melhora do quadro primário, e sim para redução da agitação, quando há agitação importante no quadro hiperativo (D
INCORRETA).
O tratamento não-farmacológico que demonstra eficácia na prevenção e redução do delirium consiste em medidas como contato
próximo com familiares e visita estendida, controle da temperatura e luzes para garantir a fisiologia do ciclo sono-vigília, uso de
prótese dentária, auditiva e óculos para manutenção dos sentidos, entre outros (E INCORRETA).
Sendo assim, a única resposta correta é a letra B

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118 - 2020 UEM

Quais dos inibidores seletivos da recaptação de serotonina e noradrenalina (ISRSN) são preferenciais na dor crônica?

A) Sertralina, bupropiona.
B) Duloxetina, fluoxetina.
C) Amitriptilina, venlafaxina.
D) Venlafaxina, duloxetina.
E) Bupropiona, duloxetina.

» Boa e difícil questão! Vamos relembrar que o uso de inibidores seletivos da recaptação de serotonina e noradrenalina vem sendo
cada vez mais prevalente no manejo do paciente com dor crônica. 
Em ensaio clínico recente os doentes do grupo dos ISRSN mostraram uma probabilidade significativamente maior de obter uma
redução da dor > ou = 30% com a administração da duloxetina e uma redução da dor > ou = 50% com a duloxetina e a venlafaxina,
quando comparados com os doentes do grupo placebo (evidência de moderada a alta qualidade).
 
Resposta: letra D.

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119 - 2020 UEM

Com relação ao uso de benzodiazepínicos na Atenção Primária a Saúde, assinale a afirmativa CORRETA:

A) Seu uso deve ser evitado na gestação; na lactação doses menores são utilizadas.
B) O lorazepam tem a peculiaridade de ser o benzodiazepínico preferido para hepatopatas.
C) Zolpidem é um hipnótico não benzodiazepínico que pode ser utilizados cronicamente na insônia porque não induz tolerância e
nem abstinência.
D) Não é necessário retirar benzodiazepínicos quando um quadro de ansiedade se estabilizou no paciente, pelo baixo percentual
de efeitos colaterais que ele produz.
E) Reduções abruptas são benéficas nos pacientes que fazem uso crônico de benzodiazepínicos.

» Com relação ao uso de benzodiazepínicos (BZD):


A) Incorreta. Os benzodiazepínicos devem ser evitados durante a gestação, mas se não for possível, podem ser usados aqueles de
meia-vida mais curta (alprazolam ou lorazepam). Durante a lactação, como são detectados no leite, devem ser evitados (nem doses
menores devem ser usadas).
B) Correta. A metabolização se dá por via hepática. Quando há hepatopatia, a metabolização fica prejudicada e os BZD de longa
ação (como o diazepam) ficam com altos níveis plasmáticos. Já o lorazepam, por ser de curta ação, é metabolizado mais
facilmente. 
C) Incorreta. O zolpidem é um agente não benzodiazepínico pertencente ao grupo das imidazopiridinas. É o hipnótico de escolha
para tratamento do transtorno de insônia. O risco de dependência é baixo, mesmo com o uso prolongado. Mas a retirada súbita
pode resultar na ocorrência de sintomas de abstinência,
D) Incorreta. O uso de BZD não deve ser feito por longos períodos. Os principais efeitos colaterais são: sonolência excessiva, piora
da coordenação motora fina, piora da memória e risco de dependência.
 
E) Incorreta. Nos pacientes que fazem uso crônico de benzodiazepínicos, a suspensão deve ser feita de forma lenta e gradual.

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120 - 2020 ICEPI

Numa avaliação inicial de um quadro de delirium, qual entre os exames complementares abaixo, deve ser solicitado? MARQUE A
CORRETA:

A) Nível de vitaminas: B12, folato e tiamina.


B) Hormônios Tireoidianos: Tireoestimulante (TSH) e Tetraiodotironina (T4) livre.
C) Sorologia: VDRL e anticorpos anti HIV.
D) Painel de eletrólitos: Cálcio, magnésio e fósforo.

» Como sabemos, diversas condições podem provocar o desenvolvimento do delirium. Na maioria dos casos, a anamnese e o exame
físico irão guiar a investigação etiológica. Em grande parte dos casos, a doença é causada por distúrbios eletrolíticos/metabólicos e
por infecções. Dessa forma, é prudente solicitar o nível sérico de algumas substâncias, como sódio, potássio, magnésio, cálcio,
ureia, creatinina, entre outros. Sendo assim, a resposta correta é a opção (D). As outras alternativas citam exames importantes
para a avaliação inicial de pacientes com demência, e não delirium. Cuidado para não confundir!

121 - 2020 PUC - RS

Quanto ao tratamento farmacológico da esquizofrenia, afirma-se: I. Antes de se considerar um paciente resistente a determinada
droga, é necessário um período de 4 a 6 semanas de administração de doses adequadas do fármaco sem que exista qualquer
resposta ao tratamento. II. A clozapina, a despeito de apresentar riscos de efetivos adversos potencialmente graves (como a
agranulocitose), é reconhecida por ser um antipsicótico mais eficaz que os demais antipsicóticos típicos, particularmente em casos
refratários. III. O aparecimento de efeitos colaterais extrapiramidais (como distonias, impregnação e tremores) é indicação de
suspensão de uso de antipsicóticos típicos. Estão corretas as afirmativas

A) I e II, apenas.
B) I e III, apenas.
C) II e III, apenas.
D) I, II e III.

» Os antipsicóticos atípicos, considerados a medicação de escolha para o tratamento de esquizofrenia, podem demorar de 3 a 8
semanas para produzir algum efeito. Se não houver resposta satisfatória dos sintomas após este período, deve-se trocar por um
neuroléptico de outra classe farmacológica. Apesar de alguns trabalhos evidenciarem, de fato, que os antipsicóticos atípicos são
mais eficazes do que os típicos, a diferença definidora está na incidência reduzida de efeitos adversos com o uso dos agentes
atípicos. Neste contexto, os principais efeitos adversos são: ganho ponderal, hipotensão, sedação, sintomas anticolinérgicos,
hiperprolactinemia, sintomas extrapiramidais, efeitos cardíacos, cardiomiopatias, cataratas e disfunção sexual. Cabe ressaltar que,
diante de sintomas extrapiramidais, pode-se tentar a redução da dose para a mínima eficaz antes de realizar a suspensão/troca da
medicação.
 
Na ocasião do concurso, a equipe do MEDGRUPO elaborou recurso entendendo que poderia haver uma interpretação de que a
Clozapina, um antipsicótico atípico, faz parte do grupo dos agentes típicos ao escrever, na afirmativa II, que ela é “mais eficaz que
os demais antipsicóticos típicos”. A banca, no entanto, manteve como gabarito a letra A.

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122 - 2020 HUOL

Paciente com agitação aguda, dando entrada na UPA devido à agressividade, secundária a episódio de intoxicação alcoólica,
necessita de tratamento farmacológico para auxílio do controle dos sintomas comportamentais. A melhor opção no auxílio do
controle farmacológico dessa agitação é

A) Haloperidol intramuscular.
B) Diazepam intramuscular.
C) Diazepam intravenoso.
D) Haloperidol intravenoso.

» Num contexto  de intoxicação alcoólica aguda, é importante a classificação do quadro. 


Quando leve e moderada, não necessita de tratamento especial. 
Mas quando apresenta quadros de agitação ou agressividade, é necessário o tratamento farmacológico para auxílio do controle
dos sintomas comportamentais do paciente com o uso do haloperidol IM. Resposta: A.

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123 - 2020 HEA

Paciente ASM, analfabeta, 80 anos, avaliada na UBS do Universitário no dia de atendimento da Saúde do Idoso pela preceptora da
unidade relata antecedentes de DM, HAS, Osteoporose e Osteoartrose de joelhos. - Inventário medicamentoso: omeprazol em
jejum, Ibuprofeno 8/8 h se dor, Hidroclorotiazida 25 mg/dia, atenolol 50 mg/dia, Glibenclamida 5 mg 3 x dia Metformina 850mg 3x
dia, AAS 100mg/dia, Clonazepam 0,5mg a noite e Amitriptilina 25 mg a noite, sinvastatina20 mg, ômega 3 e , alendronato de sódio
70 mg, cálcio e vitamina D. - Queixa Principal: dor nos joelhos e dificuldade para deambulação há aproximadamente 2 anos.
Interrogatório Sintomatológico: fadiga, astenia, urgência miccional, dor no corpo tudo, rigidez articular matinal, desmotivação,
insônia, diminuição de memória recente e tonturas diárias. Realizado AGA (avaliação geriátrica ampla/Funcional - Global)
encontrando: Miniavaliação do estado mental (MEEM): 9 pontos. Escala geriátrica de depressão (EGD) 11 pontos, AIVD: 14/27
precisa de ajuda para uso de telefone, gerenciar medicamentos, finanças, preparar refeições e transporte. AVD: 2/6: + continência e
alimentação. Get up and GO: 33 segundos. Deambula com dispositivoauxiliar da marcha IMC: 23Kg/m2 CP(circunferência da
panturrilha)= 33 cm; Segundo o resultado da Avalização Funcional da paciente, que lista de problemas e ou Síndromes Geriátricas
estão presente nesta paciente no momento da avaliação, exceto:

A) Depressão, Insuficiência Cognitiva.


B) Dependência, Risco de quedas.
C) Polifarmácia, Medicamentos inapropriados.
D) Desnutrição, Imobilidade, delirium.

» Estamos diante de uma paciente com quadro clínico recheado de achados importantes para responder a questão.
A paciente apresenta:
Depressão ? Sim, no caso há alguns indícios como a desmotivação, porém apresenta uma Escala geriétrica de depressão com 11
pontos, escores maior ou igual a 5 determinam a presença de sintomas depressivos em idosos
Declínio cognitivo ? Sim, alguns indícios no caso: déficit de memória e com certeza com comprometimento em outras áreas
cognitivas, com um MEEM de 9 pontos, o ponte de corte para analfabetos são 20 pontos.
Risco de quedas? Sem dúvidas, além da dor nos joelhos e dificuldade de deambular, utiliza despositivo para auxílio e precisa de
ajuda para realizar suas atividades da vida diária. Apresenta um teste get up and go com 33 segundos ( acima de 30 os idosos
tendem a ser totalmente dependetes para muitas atividades instrumentais da vida diária)
Polifarmácia ? Sem dúvidas, com certeza apresenta uma sacola com vários medicametntos, 14 medicamentos no total. A
polifarmácia é definida com o uso de cinco ou mais medicamentos.
Faz uso de medicamentos inapropriados? Dentre os medicamentos mais utilizados pelo grupo polifarmácia, merece destaque a
identificação de cinco itens (amitriptilina, clonazepam, diazepam, fluoxetina e ibuprofeno) pertencentes à relação de
medicamentos potencialmente inapropriados para o uso em idosos.
Desnutrição? Não, sabemos que o IMC em idosos deve ser diferente em decorrência às mudanças na composição corporal ao
longo da vida, no entenato, a paciente apresente um IMC de 23 Kg/m2, peso dentro da faixa considerada padrão para esta idade e
o perímetro da panturrlha é mais sensível para avaliação da massa muscular, cuja a redução indica diminuição da força muscular.
Nos idosos, o perímetro superiora 31 indica um quadro de normalidade, abaixo deste valor é indicativo de desnutrição.
Imobilidade ? Apesar de muito dependente, ainda não apresenta. Os critérios para o diagnóstico da síndrome da imobilidade
dividem-se em maiores e menores. Entre os maiores, incluem: déficit cognitivo e contraturas múltiplas. Em relação aos critérios
menores, são encontradas: úlcera de pressão, disfagia, dupla incontinência e afasia.
Delirium? Não há nenhum dado no caso que nos leve a pensar num quadro confusional agudo.
 
Resposta: Letra D

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124 - 2020 UEL

Um motorista, 35 anos de idade, procura auxílio psiquiátrico devido a sua dificuldade em lidar com a raiva. Conta que, em várias
situações, fica agressivo verbalmente com passageiros e colegas de trabalho, já perdeu várias namoradas por ter sido
excessivamente grosseiro durante discussões e em uma ocasião ficou tão descontrolado que bateu seu carro propositalmente
após levar uma “fechada”. Tais episódios ocorreram na ausência de eventos estressores evidentes ou graves e, apesar de haver
histórico de uso abusivo de álcool, os rompantes agressivos acontecem em períodos de sobriedade. Entre os episódios de raiva, é
uma pessoa calma, gentil e amável com seus pares. Tem muitos amigos e uma vida social ativa. Arrepende-se amargamente após
os episódios de descontrole, que duram alguns minutos. Quanto ao provável diagnóstico, assinale a alternativa correta.

A) Transtorno bipolar.
B) Transtorno explosivo intermitente.
C) Transtorno de ansiedade generalizada.
D) Transtorno de personalidade antissocial.
E) Transtorno de personalidade borderline.

» O distúrbio explosivo intermitente é um dos vários distúrbios de controle de impulso, marcados por problemas no controle de
emoções e que resultam em comportamentos que violam as normas sociais e os direitos dos outros. Pacientes com distúrbio
explosivo intermitente são periodicamente incapazes de conter impulsos que resultam em agressão verbal ou física. O transtorno
explosivo intermitente é diagnosticado de acordo com os seguintes critérios presentes no DSM-5:
 • Falha no controle de impulsos que levam a explosões de comportamento;
 • O comportamento agressivo é totalmente desproporcional à provocação ou a qualquer estressor psicossocial precipitante;
 • Explosões de comportamento são impulsivas, não planejadas e/ou são uma resposta à raiva;
 • A agressão não é explicada por outro distúrbio.
 
O transtorno bipolar é marcado por episódios depressivos leves a graves intercalados com fases de normalidade e fases maníacas
ou hipocamíacas. Letra A incorreta.
O diagnóstico do transtorno de ansiedade generalizada baseia-se na presença de ansiedade ou preocupação excessiva sobre
diferentes circunstâncias da vida, por pelo menos 6 meses. Letra C incorreta.
O transtorno de personalidade antissocial é marcado por características como indiferença e insensibilidade pelos sentimentos
alheios, incapacidade de manter relacionamentos, baixa tolerância à frustração, entre outros. Letra D incorreta.
Pacientes que situam-se no limite entre a neurose e a psicose são diagnosticados com transtorno de personalidade borderline.
Letra E incorreta.
 
 Resposta certa letra B.

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125 - 2020 UEL

Paciente feminina, 55 anos de idade, é atendida por um quadro de inquietação motora com grande sensação de desconforto
subjetivo, há duas semanas. Ela refere discreto alívio ao se movimentar e é incapaz de permanecer sentada ou parada durante a
consulta. A paciente apresenta história de esquizofrenia e iniciou uso de risperidona 4 mg/dia, há três semanas. Apresenta dados
vitais inalterados. Ao exame, apresenta-se consciente, orientada, lúcida e vigil, com diversos movimentos frequentes e periódicos
de membros superiores e inferiores bilateralmente (balança pernas, mãos, esfrega-se, levanta e abaixa a perna, levanta-se e anda
de um lado a outro). Ao ser solicitada que tente interromper os movimentos, consegue fazê-lo por alguns minutos. Não há
hipertonia nem espasticidade. Com base nesse caso, assinale a alternativa que apresenta, corretamente, o provável diagnóstico.

A) Acatisia.
B) Delirium.
C) Discinesia tardia.
D) Distonia aguda.
E) Parkinsonismo medicamentoso.

» Temos uma paciente em uso de antipsicoticos por apresentar esquizofrenia apresentando um quadro de "inquietação" que a
incomoda imensamente, tanto que necessita se movimentar para alívio ao se movimentar. Tenso em vista este quadro podemos
definir como um distúbio hipercinético, o que exclui a possibilidade de parkinsonismo medicamentoso. O delirium é um distúrbio
cognitivo associada a importante hipotenacidade, que também não é vista nesta paciente. A distonia é a contração simultanea de
musculos agonistas e antagonistas levando a uma posição anômala do membro afetado, pode ser incômoda e pode haver tremor,
porém não apresenta esse padrão "inquietante". Nos sobra a discinesia tardia, um distúrbio hipercinético provocado pelo uso
excessivo de antipsicóticos, principalmente os típicos e a acatisia. A discinesia não incomoda o paciente. Na realidade ela incomoda
muito mais as pessoas que veem o paciente com aquele distúrbio. Muitas vezes, o próprio paciente não percebe o movimento
involuntário. 
Enfim, a característica inquietante do distúrbio, com alívio ao se movimentar e a história de uso de antipsicoticos, sugere o
diagnóstico de acatisia.
Gabarito A

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126 - 2020 UEL

Em relação à narcolepsia-cataplexia, assinale a alternativa correta.

A) A venlafaxina é a melhor opção para a sonolência diurna.


B) O modafinil é a medicação de escolha para a sonolência diurna.
C) O modafinil é a melhor opção para a cataplexia.
D) O metilfenidato é a medicação de escolha para a cataplexia.
E) Os antidepressivos estão contraindicados.

» Narcolepsia é o transtorno do sono caracterizado pela sonolência diurna moderada a severa com necessidade irresistível de
dormir ("invasão do sono REM"). Possui dois tipos: a tipo 1 que é a narcolepsia com cataplexia, e a tipo 2 que é a narcolepsia sem
cataplexia. O que é cataplexia? É a fraqueza muscular transitória que tem frequentemente como ponto de gatilho a intensa
emoção. 
Para sonolência diúrna temos como opção de tratamento farmacológico o modafinil (preferência) ou metilfenidato ou anfetamina.
Para cataplexia temos como opção: venlafaxina (preferência) ou fluoxetina ou antidepressivos tricíclicos. 
Portanto, resposta letra B.

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127 - 2020 HAC - PR

J.C.S, mulher, estudante, 22 anos, vem ao pronto socorro por tentativa de suicídio após ingestão oral proposital de 400 mg de
amitriptilina, um antidepressivo tricíclico com atividade anticolinérgica, há mais de 03 horas a sua chegada ao PS. Ao exame físico:
confusa, em letargia e com midríase bilateral. Seu eletrocardiograma no monitor mostra prolongamento do QRS, distúrbios de
condução A-V e bradicardia. Neste caso, a melhor opção de tratamento seria:

A) Uso de bicarbonato de sódio IV e colocação de marcapasso temporário


B) Massagem do seio carotídeo
C) Administração de amiodarona IV in bolus imediatamente
D) Uso de procainamida IV e colocação de marcapasso temporário
E) Gluconato de cálcio IV in bolus

» Paciente com tentativa de autoextermínio com uso de tricíclicos, que desenvolve alterações eletrocardiográficas compatíveis com
intoxicação pela droga. Considerando o risco de instabilidade hemodinâmica, duas medidas são recomendadas: A alcalinização
plasmática, visando inibição da ação da droga, e a estimulação cardíaca artificial temporária com marcapasso, até que haja
clearance da droga e reversão do quadro. A massagem do seio carotídeo é útil nas taquiarritmias supraventriculares, assim como
a amiodarona. O gluconato de cálcio é uma opção terapêutica aos pacientes que desenvolvem alteração eletrocardiográfica
secundária à hipercalemia.
 
Gabarito: Alternativa A.

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128 - 2020 UEVA

Joana é uma jovem grávida de 26 anos que procurou a UBS para sua segunda consulta de pré-natal com a sua Médica de Família e
Comunidade, Dra. Anastásia. Está atualmente com 12 semanas de idade gestacional e apresenta-se sem qualquer queixa. Trouxe
os exames laboratoriais solicitados na primeira consulta, incluindo exame preventivo colpocitológico colhido, pela primeira vez,
antes da gestação, cujo resultado nunca havia sido analisado por nenhum profissional. Ao entrar no consultório, Dra. Anastásia
notou cheiro de cigarro vindo de Joana e decidiu abordar a questão do tabagismo durante a consulta. Joana fuma cerca de um
maço por dia desde os 23 anos de idade. Quando perguntada sobre o que a levava a fumar diariamente e sobre seus sentimentos
em relação ao uso do cigarro. Joana refere que o cigarro reduz o seu estresse. Está desempregada e o cigarro ""tem sido seu maior
companheiro durante o dia"", haja vista que seu esposo trabalha o dia todo e não tem lhe dado tanta atenção. Assim, Dra.
Anastásia, levando em consideração os sentimentos de Joana, propôs ajudá-la a cessar com o tabagismo, inclusive explicando que
o mesmo poderia ser muito prejudicial para a gravidez. Apesar disso, Joana, relatando não ter interesse em parar de fumar e
mostrou-se pouco receptiva a proposta de Anastásia. Tendo em vista que a abordagem ao tabagismo tem grau A de recomendação
de rastreamento pelo Ministério da Saúde em todos os adultos, incluindo gestantes, conclui-se que o Estágio de Mudança de
Comportamento do Modelo Transteórico (MTT) que Joana se encontra para cessação do tabagismo pode ser enquadrado em:

A) ação.
B) contemplação.
C) preparação.
D) pré-contemplação.

» Questão sobre o Modelo Transteórico de Prochaska e DiClemente, que descreve a prontidão para a mudança como estágios pelos
quais o indivíduo transita, sendo estes:
- Pré-contemplação (“I won’t”) - Não considera a possibilidade de mudar, nem se preocupa com a questão;
- Contemplação (“I might”) - Admite o problema, é ambivalente e considera adotar mudanças eventualmente;
- Preparação (“I will”) - Inicia algumas mudanças, planeja, cria condições para mudar, revisa tentativas passadas;
- Ação (“I am”) - Implementa mudanças ambientais e comportamentais, investe tempo e energia na execução da mudança;
- Manutenção (“I have”) - Processo de continuidade do trabalho iniciado com ação, para manter os ganhos e prevenir a recaída;
- Recaída - Falha na manutenção e retomada do hábito ou comportamento anterior – retorno a qualquer dos estágios anteriores.
Voltando a questão, note que a paciente não ter interesse em parar de fumar e mostrou-se pouco receptiva com a idéia
apresentada pela médica de cessar o tabagismo. 
Logo, ela está no estágio de pré-contemplação.
 
Resposta: letra D.

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129 - 2020 UEM

A síndrome de abstinência à nicotina durante a cessação do tabagismo ocorre:

A) Com pontuação na Escala de Fagerstron em 3 pontos.


B) Com pontuação na Escala de Fagerstron em 6 pontos.
C) Com pontuação na Escala de Fagerstron em 2 pontos.
D) Haverá síndrome de abstinência, independentemente da pontuação na Escala de Fagerstron.
E) A escala de Fagerstron não prevê a possibilidade da ocorrência de síndrome de abstinência.

» A avaliação do grau de dependência à nicotina é feita pelo teste de Fagerström. Uma soma acima de seis pontos indica que é
provável que o paciente desenvolva síndrome de abstinência ao deixar de fumar. O teste consiste em 6 perguntas e de acordo com
as respostas, o paciente ganha uma determinada pontuação. Observe:
 
(1) Quanto tempo após acordar você fuma seu primeiro cigarro? Nos primeiros 5 minutos (3 pontos) / De 6 a 30 minutos (2 pontos)
/ De 31 a 60 minutos (1 ponto) / Mais de 60 minutos (0);
 
(2) Você acha difícil não fumar em lugares proibidos? Sim (1 ponto) / Não (0);
 
(3) Qual o cigarro do dia que traz mais satisfação? O primeiro da manhã (1 ponto) / Os outros (0);
 
(4) Quantos cigarros você fuma por dia? Menos de 10 (0) / 11 a 20 (1 ponto) / 21 a 30 (2 pontos) / Mais de 31 (3 pontos);
 
(5) Você fuma mais frequentemente pela manhã? Sim (1 ponto) / Não (0);
 
(6) Você fuma mesmo doente, quando precisa ficar acamado a maior parte do tempo? Sim (1 ponto) / Não (0);
 
Gabarito: B.

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130 - 2020 HSJ - PR

A Lei 10.216. de 6 de abril de 2001, também conhecida como Lei da Reforma Psiquiátrica redireciona o modelo de assistência em
saúde mental no país. Assinale a alternativa correta a respeito dessa lei.

A) Contempla a possibilidade de internação involuntária.


B) Impede a realização de pesquisas científicas em hospitais psiquiátricos.
C) Desresponsabiliza o Estado da formulação de políticas de atenção à saúde mental.
D) Permite a permanência no país de unidades hospitalares de características asilares.
E) Caracteriza os períodos de internação de curta duração como períodos de isolamento do paciente.

» Vamos começar relembrando que a lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001 dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas
portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental.
Vamos, então, analisar cada opção conforme trechos da lei. 
Letra A: “A internação psiquiátrica somente será realizada mediante laudo médico circunstanciado que caracterize os seus motivos.
Parágrafo único. São considerados os seguintes tipos de internação psiquiátrica:
I - internação voluntária: aquela que se dá com o consentimento do usuário;
II - internação involuntária: aquela que se dá sem o consentimento do usuário e a pedido de terceiro; e
III - internação compulsória: aquela determinada pela Justiça.” CORRETA
Letra B: “Pesquisas científicas para fins diagnósticos ou terapêuticos não poderão ser realizadas sem o consentimento expresso do
paciente, ou de seu representante legal, e sem a devida comunicação aos conselhos profissionais competentes e ao Conselho
Nacional de Saúde.” INCORRETA
Letra C: “É responsabilidade do Estado o desenvolvimento da política de saúde mental, a assistência e a promoção de ações de
saúde aos portadores de transtornos mentais, com a devida participação da sociedade e da família, a qual será prestada em
estabelecimento de saúde mental, assim entendidas as instituições ou unidades que ofereçam assistência em saúde aos
portadores de transtornos mentais”. INCORRETA
Letra D: “É vedada a internação de pacientes portadores de transtornos mentais em instituições com características asilares”.
INCORRETA
Letra E: Não há essa menção na lei. INCORRETA
 
Resposta: letra A.

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131 - 2020 EMCM

Sr. João procura a Unidade acompanhado do filho André de 18 anos. Relata que há cerca de 3 dias o filho está agitado, com
pensamentos delirantes, não dorme e sai de casa sem rumo. O pai diz que há três meses vem percebendo alteração no
comportamento do filho que às vezes falava sozinho, com dificuldade de concentração, insônia e abandono do emprego e da
escola. Sem história de uso de álcool ou outras drogas. Durante a consulta André tem discurso desorganizado e fala delirante. Não
há relatos de agressões contra si próprio ou contra terceiros. Tem boa rede de suporte familiar. Não apresenta alterações no exame
físico. A conduta mais adequada para este caso é:

A) Introduzir antidepressivo, discutir caso em equipe para acompanhamento regular e orientar retorno em 20 a 30 dias.
B) Introduzir antipsicótico, orientar familiares sobre o quadro, possíveis efeitos adversos do medicamento e para retorno breve, se
possível em 24 horas.
C) Explicar para a família que se trata de uma urgência psiquiátrica e encaminhar para internação hospitalar.
D) Encaminhar para psicoterapia e considerar uso de antipsicótico caso os sintomas não melhorem ou persistam por mais 3 meses.

» Primeiramente, qual é o diagnóstico do caso? Discurso desorganizado, delírio, falava sozinho, afastado uso de drogas... Bom o
quadro é de um transtorno psicótico. Provável esquizofrenia, embora ainda não apresente o tempo necessário para o diagnóstico
(6 meses). Nessa situação, o tratamento deve obrigatoriamente conter um antipsicótico e se completar com psicoterapia. Não há
necessidade de internação, pois o mesmo não apresenta agressividade contra si mesmo e contra terceiros. 
Resposta letra B.

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132 - 2020 HUOL

Paciente abusador crônico de álcool apresenta-se com o seguinte discurso – “não tenho desejo de parar”. Diante da abordagem da
entrevista motivacional, o indivíduo se apresenta no estágio de mudança de

A) preparação.
B) contemplação.
C) pré-contemplação.
D) resistência.

» Questão sobre o Modelo Transteórico de Prochaska e DiClemente, que descreve a prontidão para a mudança como estágios pelos
quais o indivíduo transita, sendo estes: - Pré-contemplação (“I won’t”) - Não considera a possibilidade de mudar, nem se preocupa
com a questão; - Contemplação (“I might”) - Admite o problema, é ambivalente e considera adotar mudanças eventualmente; -
Preparação (“I will”) - Inicia algumas mudanças, planeja, cria condições para mudar, revisa tentativas passadas; - Ação (“I am”) -
Implementa mudanças ambientais e comportamentais, investe tempo e energia na execução da mudança; - Manutenção (“I have”)
- Processo de continuidade do trabalho iniciado com ação, para manter os ganhos e prevenir a recaída; - Recaída - Falha na
manutenção e retomada do hábito ou comportamento anterior – retorno a qualquer dos estágios anteriores. Voltando a questão,
perceba que o paciente não tem qualquer desejo de mudar! Logo, está no estágio de pré-contemplação. Resposta: letra C.

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133 - 2020 PMFI

M.N.S, 25 anos, o quadro teve início aos 18 anos, ano em que prestaria vestibular para Medicina. Nesta época mostrava-se muito
""estressado, nervoso"", aos poucos foi se isolando dos companheiros de classe, não conversava com ninguém. Em casa também
passou a ficar mais ensimesmado, quase não saia do seu quarto, foi deixando de se alimentar. Segundo a família, todos achavam
que era uma fase que passaria após o vestibular. Após cerca de um mês, o paciente começou a se apresentar inquieto, falava sobre
perseguição no cursinho, que havia um grupo de alunos que possuíam um chip que controlava a mente dos outros estudantes
para que fossem mal nas provas, colocando pensamentos errados em sua cabeça. Passou a falar sozinho, sempre com medo,
insone, chegou a agredir fisicamente outro aluno, dizendo que parasse com aquilo. Desde então, o paciente passou por vários
médicos e já foi internado diversas vezes. Fez uso de haloperidol 10mg/dia por cerca de 3 meses, risperidona 8mg/dia por dois
meses, olanzapina 20mg/dia por 4 meses, todos com resposta terapêutica pobre. Qual seria o melhor tratamento medicamentoso
e a hipótese diagnostica mais provável?

A) Aripiprazol, esquizofrenia residual.


B) Clozapina, esquizofrenia refratária.
C) Clozapina, esquizofrenia residual.
D) Aripiprazol, transtorno esquizoafetivo.

» Temos um caso triste de um paciente jovem apresentando sintomas psicóticos típicos de esquizofrenia! Note que os sintomas são
graves e refratários a diversos antipsicóticos em dose e tempo adequado (> 6 semanas). Isso caracterizada uma esquizofrenia
refratária. O antipsicótico mais estudado nesse contexto e com melhor taxa de resposta é a clozapina - lembrando que os doentes
em uso dessa droga devem ser acompanhados de perto devido ao elevado risco de agranulocitose. 
 
Resposta: letra B.

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134 - 2020 UEVA

Escolar com 10 anos de idade, sexo masculino, é conduzido a consulta, pois sua mãe está preocupada com as mudanças de
comportamento de seu filho, nos últimos 2 meses. Apresenta-se diariamente com dificuldade na escola, reduziu a capacidade de
concentração. Queixa-se de fadiga e perda de energia. Desinteresse em quase todas as atividades durante maior parte do dia e
indecisão. Apetite normal e às vezes aumentado. Fica mais tempo no celular. Não tinha esses sintomas anteriormente e com bom
desempenho escolar anterior. Qual é a causa mais provável desses sintomas?

A) Depressão.
B) Déficit de atenção.
C) Dificuldade global de aprendizado.
D) Síndrome da adolescência normal.

» Um menino com desinteresse pelas atividades, redução da capacidade de concentração, fadiga, perda de energia e aumento do
apetite, por mais de duas semanas… todos esses são critérios para depressão, que é o nosso diagnóstico mais provável. Resposta:
A.
Vamos aproveitar a questão para relembrarmos os outros critérios?
O DSM-5 estipula nove critérios para depressão, dos quais cinco devem estar presentes. Para o diagnóstico, é necessário que os
sintomas estejam presentes por pelo menos duas semanas, representem uma alteração em relação ao funcionamento anterior e
que um deles seja obrigatoriamente (1) humor deprimido ou (2) perda de interesse ou prazer. 
Os critérios são: 
1. Humor deprimido na maior parte do dia, quase todos os dias, conforme indicado por relato subjetivo (p. ex. sente-se triste, vazio
ou sem esperança) ou por observação feita por outra pessoa (p. ex., parece choroso) (Nota: em crianças e adolescentes, pode ser
humor irritável). 
2. Acentuada diminuição de interesse ou prazer em todas ou quase todas as atividades na maior parte do dia, quase todos os dias
(conforme indicado por relato subjetivo ou observação). 
3. Perda ou ganho significativo de peso sem estar fazendo dieta (por exemplo, mudança de mais de 5% do peso corporal em
menos de um mês) ou redução ou aumento no apetite quase todos os dias. (Nota: em crianças, considerar o insucesso em obter o
peso esperado). 
4. Insônia ou hipersonia quase diária. 
5. Agitação ou retardo psicomotor quase todos os dias. 
6. Fadiga ou perda de energia quase todos os dias. 
7. Sentimentos de inutilidade ou culpa excessiva ou inapropriada (que podem ser delirantes) quase todos os dias (não meramente
autorrecriminação ou culpa por estar doente). 
8. Capacidade diminuída para pensar ou se concentrar, ou indecisão quase todos os dias (por relato subjetivo ou observação feita
por outra pessoa). 
 
9. Pensamentos recorrentes de morte (não somente medo de morrer), ideação suicida recorrente sem um plano específico,
tentativa de suicídio ou plano específico para cometer suicídio.

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135 - 2020 PMFI

Sobre o uso de antidepressivos em pacientes com diabetes mellitus, é correto afirmar que:

A) Os ISRS tem sido associados a aumento dos níveis de glicemia.


B) Particularmente os antidepressivos imipramina e nortriptilina diminuem os níveis glicêmicos.
C) Os antidepressivos tricíclicos possuem atividade anticolinérgica e anti-histamínica e podem causar, alem de hipotensão postural
e sintomas cardiovasculares, aumento de peso e do desejo de carboidratos.
D) O uso dos antidepressivos venlafaxina e duloxetina devem ser evitados nos pacientes diabéticos.

» Pessoal, antidepressivos tricíclicos e tetracíclicos, particularmente aqueles com ação predominantemente noradrenérgica como a
imipramina, nortriptilina e maprotilina, podem inibir a liberação de insulina pelo pâncreas e causar aumento da glicemia. Por outro
lado, os inibidores seletivos de recaptura de serotonina (ISRS) têm sido associados a uma redução dos níveis de glicemia, sendo as
drogas de escolha para tratamento da depressão em diabéticos. Não há contra-indicação à venlaxafina e à duloxetina em
diabéticos. Ou seja, as opções A, B e D são incorretas.
A única correta é a opção C: o efeito anticolnérgico é clássico dos tricíclicos, causando hipotensão postural principalmente em
idosos, e pode ocorrer ganho de peso, associado ou não à preferência por carboidratos, principalmente com amitriptilina e
imipramina.

136 - 2020 PMFI

Com relação a avaliação psiquiátrica no paciente idoso, assinale a alternativa correta:

A) Na maioria das vezes a anamnese com o paciente é dispensável, devendo o avaliador ater-se mais aos dados colhidos
diretamente com o cuidador.
B) Cabe ao clínico geral ou ao geriatra investigar a existência de comorbidades clínicas, restando ao psiquiatra apenas a avaliação
do estado mental do paciente.
C) O exame neurológico é dispensável, tendo em vista que normalmente estes pacientes devem ser acompanhados,
concomitantemente, por um neurologista.
D) A entrevista deve ser realizada seguindo-se algumas precauções básicas como, por exemplo, realizá-la em ambiente tranquilo,
não apressar o paciente e dirigir-se a ele de forma clara e pausada.

» Pessoal, as opções de A a C são absurdas, trazendo afirmativas como "a anamnese com o paciente é dispensável", "restando ao
psiquiatra apenas a avaliação do estado mental do paciente" e "o exame neurológico é dispensável". Logo, por eliminação, só nos
resta a opção D, que é conceitual e correta.

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137 - 2020 HUOL

A avaliação do risco de suicídio tem se tornado uma rotina cada vez mais incentivada pelos profissionais da saúde, diante dos
benefícios que uma abordagem preventiva pode proporcionar ao cuidado da pessoa em sofrimento mental. Sobre a avaliação do
risco de suicídio, considere as afirmações abaixo. I Paciente sem histórico de tentativa prévia, apresentando ideação suicida, sem
planejamento pode ser classificado como baixo risco para suicídio. II Se um profissional falar com o paciente sobre suicídio, o
profissional está dando a ideia de suicídio à pessoa. III Quando um indivíduo mostra sinais de melhoria ou sobrevive a uma
tentativa de suicídio, está fora de risco de suicídio. IV Pessoas com fatores de risco psicossociais, como abuso físico ou sexual,
perda ou separação dos pais na infância, instabilidade familiar e ausência de apoio social, mesmo sem transtorno mentais,
apresentam risco para o suicídio. Estão corretas as afirmações

A) II e IV.
B) I e III.
C) I e IV.
D) II e III.

» Vamos avaliar as assertivas sobre o atendimento do paciente com risco de suicídio.


I) Correta. O risco para suicídio é estratificado da seguinte forma: Baixo (Paciente sem histórico de tentativa prévia, apresentando
ideação suicida, sem planejamento) , Médio (Paciente com histórico de tentativa prévia, apresentando ideação suicida frequente e
persistente, sem planejamento. Ausência de impulsividade ou abuso/dependência de álcool ou drogas) e Alto (Paciente com
histórico de tentativa prévia, apresentando ideação suicida frequente e persistente, com planejamento e acesso à forma como
planejou. Impulsividade, rigidez do propósito de se matar, abuso/dependência de álcool ou drogas são fatores agravantes).
II) Errada. O atendimento da pessoa com risco de suicídio exige cuidado na sua abordagem e o diálogo deve oferecer condições
para que as pessoas em sofrimento, familiares e cuidadores se envolvam nas decisões terapêuticas. Deve-se procurar
compreender a perspectiva do indivíduo sobre seu processo de adoecimento dentro de uma avaliação integral do sujeito, incluído
em sua família e comunidade.
III) Incorreta. Um dos períodos mais perigosos é logo após a crise, ou quando a pessoa está no hospital, na sequência de uma
tentativa. Deve-se atentar para a semana (e o mês) que se segue à alta do hospital.
IV) Correta. São fatores de risco para o suicídio: Abuso físico ou sexual; Perda ou separação dos pais na infância; Instabilidade
familiar; Ausência de apoio social; Isolamento social; Perda afetiva recente; Acontecimento estressante; Datas importantes, entre
outras.
Assim, as únicas assertivas corretas são a I e a IV. Resposta LETRA C

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138 - 2020 PMFI

Qual a alternativa abaixo contem os sinais, sintomas e o manejo correto na intoxicação por lítio?

A) Tremores grosseiros de extremidades, disartria, ataxia, diarréia e alteração do nível de consciência. Manejo: coleta de litemia
(parâmetro para acompanhamento), suspensão imediata do lítio, hidratação via endovenosa, controle de sinais vitais,
monitoramento cardíaco e respiratório.
B) Tremores grosseiros de extremidades, hiporreflexia, alteração do nível de consciência, dor abdominal e ataxia. Manejo: coleta de
litemia (parâmetro para acompanhamento), suspensão imediata do lítio, hidratação via endovenos, controle dos sinais vitais,
monitoramento cardíaco e respiratório.
C) Tremores grosseiros de extremidades, obstipação intestinal, hiporreflexia, febre, dispnéia e disartria. Manejo suspensão do lítio
para evitar virada maníaca, litemia seqüencial enquanto se realizam sessões de diálise.
D) Tremores grosseiros de extremidades, dispnéia, ataxia, febre e alteração do nível de consciência. Suspensão progressiva do lítio
para evitar virada maníaca, monitoramento cardíaco e respiratório em jejum.

» Existem relatos do uso terapêutico do lítio há mais de 150 anos. Na década de 20 foi usado como anticonvulsivante e hipnótico,
nos anos 50 passou a ser usado para as desordens maníacas e rapidamente aceito nos países europeus, entretanto só em 1970 a
Food and Drug Administration (FDA) liberou nos Estados Unidos o lítio para tratamento da mania. A partir de então, pode-se
verificar a eficiência da droga no controle do Transtorno Afetivo Bipolar, tornando-se droga de primeira escolha para tratamento
desta doença.
As complicações pelo uso do lítio conhecidas na literatura médica incluem
principalmente nefrotoxicidade (destacando-se o desenvolvimento de diabetes insipidus nefrogênico), alterações endócrinas
(hipotireidismo) e neurotoxicidade. Esta manifesta-se, geralmente, com um quadro de disartria, ataxia e tremores, diarréia, além
de confusão mental e sonolência. Estes quadros, quando graves, podem progredir para convulsões, coma e morte. 
O manejo inclui a coleta de litemia (parâmetro para acompanhamento),  a suspensão imediata do lítio, hidratação via endovenosa,
controle de sinais vitais, monitoramento cardíaco e respiratório.
 
Resposta: letra A.

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139 - 2020 PMFI

Homem de 59 anos encontra-se internado na unidade coronariana com hipótese diagnostica de angina instável e histórico de
revascularização miocárdica prévia. É feito pedido de interconsulta à psiquiatria: ""Paciente refere tratamento psiquiátrico
ambulatorial de longa data, em uso irregular das medicações, solicito avaliação e conduta"". Em paciente com patologia
cardiovasculares, é correto afirmar:

A) Os antidepressivos tricíclicos podem causar hipotensão ortostática e aumentar a frequência cardíaca, acarretando melhora da
angina.
B) Os ISRS não são considerados uma opção segura na doença cardiovascular.
C) Paroxetina e trazodona são antidepressivos que podem ser opções quando houver necessidade de sedação, mas o paciente
deverá ser monitorado para hipotensão arterial.
D) A tioridazina e a ziprazidona são os antipsicóticos típicos e atípicos, respectivamente mais seguros.

» Não se surpreendam com este tipo de pedido de parecer na futura Residência Médica de vocês! Note que o pedido foi feito em
uma linha sem qualquer explicação mais aprofundada do possível diagnóstico do paciente ou da medicação que este utilizava.
Enfim… A questão pergunta sobre a abordagem de pacientes psiquiátricos que apresentem doenças cardiovasculares. 
Letra A: Os tricíclicos estão associados a um aumento do risco cardiovascular em pacientes cardiopatas, aumentando a incidência
de arritmias ventriculares. INCORRETA
Letra B: As drogas consideradas mais seguras são os inibidores seletivos da recaptação da serotonina, como o citalopram e a
sertralina. INCORRETA
Letra C: A hipotensão é um efeito associado ao uso da trazodona e da paroxetina, devendo haver um cuidado especial no uso
dessas drogas em pacientes cardiopatas. CORRETA
Letra D: Estas drogas não são consideradas seguras para pacientes com afecções cardiovasculares. INCORRETA
 
Resposta: letra C.
140 - 2020 PMFI

Quanto ao diagnóstico do transtorno depressivo maior (TDM), é correto afirmar:

A) Para seu diagnóstico não deve haver prejuízo significante da funcionalidade.


B) Deve-se excluir transtorno afetivo bipolar, pois o tratamento da depressão unipolar difere da bipolar.
C) A presença de sintomas dolorosos, ansiedade e desesperança não são fatores de risco para pior resposta ao tratamento
antidepressivo.
D) Condições sociais e demográficas não interferem na resposta ao tratamento.

» Questão que pergunta sobre o diagnóstico de transtorno depressivo maior. 


Vamos, então, lembrar que pela DSM V, para diagnóstico de transtorno depressivo maior é necessária a presença de pelo menos 5
sintomas durante o período de duas semanas. Esses sintomas tem que ser novos, representando uma mudança em relação ao
comportamento anterior do indivíduo. Além disso, um desses sintomas tem que ser humor deprimido ou perda de interesse! Os 9
sintomas aceitos são: 

humor deprimido; 
perda de interesse; 
perda ou ganho de peso; 
insônia ou hipersonia; 
agitação ou retardo psicomotor; 
fadiga ou perda de energia; 
sentimentos de inutilidade ou culpa; 
capacidade diminuída para pensar ou se concentrar e por fim, 
pensamentos recorrentes de morte. 

Os sintomas precisam causar prejuízo clinicamente significativo no funcionamento social ou profissional do indivíduo (letra A -
INCORRETA) e o episódio não pode ser atribuível aos efeitos fisiológicos de uma substância ou a outra condição médica. É também
necessário excluir a existência de mania, transtorno bipolar ou esquizofrenia. (letra B - CORRETA) A diferenciação entre um
transtorno depressivo e o luto, pelo falecimento de um ente querido, rompimento amoroso, perda financeira ou doença
incapacitante, necessita de avaliação individualizada. A disforia no luto pode diminuir de intensidade ao longo das semanas,
ocorrendo em ondas, conhecidas como "dores do luto". Essas ondas tendem a estar associadas a pensamentos ou lembranças do
falecido. O humor deprimido é mais persistente e não está ligado a pensamentos ou preocupações específicos. No luto, a
autoestima costuma estar preservada, ao passo que na depressão os sentimentos de desvalia e aversão a si mesmo são comuns.
Se presente no luto, a ideação autodepreciativa costuma envolver a percepção de falhas em relação ao motivo do luto. Condições
sociais e demográficas certamente interferem na resposta ao tratamento. Se a pessoa mora longe da família e amigos ou em
condições de pobreza é mais provável que tenha uma pior resposta ao tratamento medicamentoso. (letra D - INCORRETA)
Sintomas dolorosos, ansiedade e desesperança são sim fatores de risco para pior resposta ao tratamento. (letra C - INCORRETA)
 
Resposta: letra B.

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141 - 2020 IPSEMG

Um dos instrumentos utilizados como screening de quadros demenciais é o Mini Exame do estado Mental (MEEM). Sobre esse
instrumento é correto afirmar:

A) Por se tratar de instrumento validado, o MEEM dispensa avaliações sequenciais.


B) O MEEM é pouco utilizado em estudos e ensaios clínicos sobre demência.
C) O MEEM tem sua pontuação por escolaridade validada para a população brasileira.
D) O MEEM é um teste diagnóstico com boa sensibilidade.

»
Vamos compreender melhor o que é o mini exame do estado mental(MEE). Ele é um teste amplamente empregado para avaliar a
função cognitiva por ser rápido (em torno de 10 minutos), de fácil aplicação, não necessitando de material específico. Ele não
substitui uma avaliação mais detalhada, pois, apesar de avaliar vários domínios (orientação espacial, temporal, memória imediata
e de evocação, cálculo, linguagem-nomeação, repetição, compreensão, escrita e cópia de desenho), não serve como teste
diagnóstico, mas sim para indicar funções que precisam ser investigadas. É um dos poucos testes validados e adaptados para a
população brasileira.
Avaliações dos resultados: Pontuação total = 30 pontos. As notas de corte sugeridas são: Analfabetos = 19.1 a 3 anos de
escolaridade = 23.4 a 7 anos de escolaridade = 24.> 7 anos de escolaridade = 28.
Escores muito baixos associados aos outros testes de função cognitiva sugerem encaminhamento para avaliação neuropsicológica
específica, sendo um bom teste de triagem.
Foi observado que a escala tem boa consistência interna e confiabilidade teste-reteste. Demonstrou-se também que o ponto de
corte 23/24 tem boa à excelente sensibilidade e especificidade para o diagnóstico de demência.
A CID-10 e DSM-IV indicam que o diagnóstico de demência baseia-se principalmente na presença de declínio da memória e de
outras funções corticais superiores como linguagem, praxia, capacidade de reconhecer e identificar objetos, abstração,
organização, capacidade de planejamento e sequenciamento. Assim, a abordagem de indivíduos com maior risco de demência
deve incluir sempre a avaliação das funções cognitivas e o MEEM é uma boa ferramenta para esse fim.
Gabarito letra C.

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142 - 2020 PMFI

Tendo em vista as 3 fases do tratamento para transtorno depressivo maior (TDM), assinale a alternativa correta:

A) É prescrito o uso da associação entre BZP e AD na fase aguda.


B) A fase de manutenção evita a recorrência de TDM e de outros transtornos mentais.
C) A fase de manutenção é indicada para pacientes com mais de dois episódios depressivos, episódios depressivos mais longos,
mais de um transtorno do eixo-I e idade avançada.
D) Nenhuma das anteriores.

» O tratamento do transtorno depressivo maior pode ser dividido em três etapas:


1- Fase aguda: O objetivo central é a eliminação dos sintomas (remissão) com retorno ao funcionamento pré-morbido e o objetivo
secundário é a diminuição dos sintomas (resposta). Deve-se realizar uma avaliação diagnóstica completa, analisando os
estressores ambientais e problemas de saúde, além da avaliação do risco de suicídio.
2- Fase de continuação: O objetivo principal é manter o progresso e evitar recaídas dentro do mesmo episódio. Deve-se consolidar
e manter a melhora obtida e avaliar, junto ao paciente, a possibilidade de ganhos adicionais (se sintomas residuais). Ao final dessa
fase, o paciente é considerado recuperado do episódio.
3- Fase de manutenção: O objetivo é evitar novos episódios. É recomendada para pacientes com alta probabilidade de recorrência.
Deve-se, portanto, manter o tratamento conforme avaliação e indicação e monitorar a adesão ao mesmo e sinais de recorrência da
doença.
 
Gabarito letra C.

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143 - 2020 IO

TDA/H (transtorno por Déficit de Atenção/Hiperatividade) é a terminologia atualmente utilizada para o diagnóstico das crianças
com problemas de atenção e comportamento hiperativos. Sobre as condições necessárias para o diagnóstico, assinale a alternativa
correta.

A) Os sintomas devem estar presentes em dois ou mais ambientes de convívio da criança.


B) O comprometimento no desempenho social, acadêmico e ocupacional não é evidência de TDA/H.
C) Os sintomas devem estar presentes depois dos 7 (sete) anos.
D) Os sintomas ocorrem durante o curso de outras doenças como esquizofrenia e distúrbios psicóticos.
E) Os sintomas surgem aos 10 (dez) anos.

» Vamos utilizar o Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais 5 edição, também conhecido como DSM V para
responder adequadamente à questão. Segundo esse manual, para o correto diagnóstico de TDA/H (Transtorno por Déficit de
Atenção/Hiperatividade), 5 critérios principais devem ser respeitados:
A. Um padrão persistente de desatenção e/ou hiperatividade-impulsividade que interfere no funcionamento e no desenvolvimento
(6 ou mais entre 9 sintomas, que persistem por pelo menos 6 meses em um grau inconsistente com o nível do desenvolvimento)
B. Vários sintomas de desatenção ou hiperatividade-impulsividade estavam presentes antes dos 12 anos de idade (C e E
INCORRETAS)
C. Vários sintomas de desatenção ou hiperatividade-impulsividade estão presentes em dois ou mais ambientes (p. ex., em casa, na
escola, no trabalho; com amigos ou parentes; em outras atividades). (A CORRETA)
D. Há evidências claras de que os sintomas interferem no funcionamento social, acadêmico ou profissional ou de que reduzem sua
qualidade. (B INCORRETA)
E. Os sintomas não ocorrem exclusivamente durante o curso de esquizofrenia ou outro transtorno psicótico e não são mais bem
explicados por outro transtorno mental (p. ex., transtorno do humor, transtorno de ansiedade, transtorno dissociativo, transtorno
da personalidade, intoxicação ou abstinência de substância). (D INCORRETA)
Portanto, percebemos que apenas a letra A encontra-se correta e assim é o nosso gabarito.

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144 - 2020 PMFI

Assinale a alternativa que não contém um fator de risco para comportamento suicida:

A) Tentativas previas de suicídio, história de depressão, transtorno mental relativo ao uso de substância psicoativa.
B) Problemas familiares, dificuldade de relacionamento, esquizofrenia.
C) Solidão, viuvez, doença dolorosa crônica.
D) Transtorno bipolar, gravidez, desemprego.

» A identificação de fatores de risco para o suicídio é de fundamental importância no tratamento de pacientes com transtorno
depressivo. Dentre eles, os mais importantes são: transtornos mentais (ansiedade, impulsividade, transtornos de humor,
transtornos afetivos, baixa auto-estima, sentimentos de desesperança e solidão, sofrimento intenso, frustrações, estresse,
esquizofrenia, e psicopatologias em geral), antecedentes familiares, sexo, idade, relações familiares, abuso de substâncias,
problemas físicos e situação social desfavorável. Considerando que os usuários com comportamento suicida tendem a procurar
auxílio nos serviços de atenção primária antes de morrer, é possível identificar a presença desse comportamento. O foco de
implementação do cuidado deve ser direcionado àqueles que se enquadram em situações de agravos que predisponham às
tentativas de suicídio.
 
Resposta letra D.

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145 - 2020 IO

Com relação ao Transtorno de Ansiedade, assinale a alternativa correta.

A) As abordagens como acupuntura, florais de Bach e fitoterápicos mostram evidências suficientes para serem recomendadas.
B) É 2 (duas) vezes mais frequente em pessoas do sexo masculino e 5 (cinco) vezes mais frequente em pessoas com histórico de
ansiedade.
C) É 2 (duas) vezes mais frequente em pessoas do sexo feminino e 10 (dez) vezes mais em indivíduos com história familiar de
ansiedade.
D) Os exames complementares são muito eficientes nos quadros de ansiedade.
E) Em relação aos psicoterápicos, não há evidências de que as diferentes modalidades são eficazes.

» Vamos analisar as assertivas em relação ao Transtorno de Ansiedade:


A) Incorreta. O tratamento com fitoterápicos, florais e terapias alternativas como acupuntura e outras formas de relaxamento não
apresentam evidências concretas de benefício nos estudos atuais, e portanto não são formalmente recomendadas.
B) Incorreta e C) Correta. Muitos dos transtornos de ansiedade se desenvolvem na infância e tendem a persistir se não forem
tratados. A maioria ocorre com mais frequência em indivíduos do sexo feminino do que no masculino (proporção de
aproximadamente 2:1), com grande predominância da história familiar entre os fatores de risco.
D) Incorreta. Muito embora o transtorno de ansiedade possa induzir a pedidos desnecessários de exames complementares
durante investigação de somatização clínica, os exames complementares não auxiliam em geral no diagnóstico, a não ser pela
exclusão de comorbidades orgânicas. 
E) Incorreta. O tratamento preconizado inclui antidepressivos como os ISRS (p. ex., escitalopram, dose inicial de 10 mg VO 1
vez/dia) e os inibidores da recaptação de serotonina e noradrenalina (ISRNs) como a venlafaxina. Sua eficácia, contudo, se inicia
após serem tomados durante pelo menos algumas semanas. Benzodiazepínicos (ansiolíticos) em doses pequenas a moderadas
também podem ser eficazes e tem efeito mais rápido, embora o uso contínuo possa levar à dependência física. Portanto, o nosso
gabarito é a letra C.

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146 - 2020 PMFI

O abuso e a dependência de álcool são os transtornos comumente relacionados ao consumo de álcool. Com relação aos padrões
de consumo e critérios diagnósticos, pode-se afirmar que:

A) O alcoolismo é uma doença crônica que compreende os seguintes sintomas: desejo incontrolável de beber, perda do controle,
dependência física e intolerância (consumo de doses cada vez menores).
B) O indivíduo que faz uso abusivo de álcool é considerado dependente.
C) A única diferença entre o abuso e a dependência é a quantidade e frequência das doses consumidas, visto que o indivíduo
dependente consome bebidas alcóolicas em quantidade e frequência superiores aos indivíduos com abuso de álcool.
D) Alem do abuso e da dependência do álcool, há outros padrões de consumo do álcool que são nocivos a saúde, como o beber
pesado e o beber pesado episódico (heavyepisodicdrinking ou bingedrinking).

» Questão sobre o consumo e a dependência do álcool. 


Letra A: Os indivíduos que fazem consumo excessivo do álcool revelam um conjunto de sintomas físicos ou psicológicos. Os
sintomas físicos manifestam-se como pequenos sinais de abstinência, que podem ser neuromusculares, caracterizados por
tremores, cãibras ou parestesias; digestivos, caracterizados por náuseas ou vômitos; neurovegetativos, por suores, taquicardia ou
hipotensão ortostática; e psíquicos, tais como: ansiedade, humor depressivo, irritabilidade, insônias ou pesadelos. A tolerância
também é sintoma latente e caracteriza-se pela resistência aos efeitos do álcool  (consumo de doses cada vez maiores).Quanto aos
sintomas psicológicos, caracterizam-se três elementos principais: a alteração do comportamento face ao álcool, a perda de
controle e o desejo intenso de consumi-lo. INCORRETA
Letra B: No que diz respeito ao termo abuso, poderia ser definido como aquela forma de consumo de substâncias em que, seja
pela sua quantidade, frequência e/ou pela própria situação do sujeito, existem consequências negativas para o consumidor ou
para o seu ambiente. Em outras palavras, o indivíduo que faz uso abusivo de álcool não é considerado dependente.  INCORRETA
Letra C: De acordo com a OMS, por meio da CID 10, para o diagnóstico de síndrome de dependência de álcool devem existir ao
menos quatro sintomas: (1) “craving” - necessidade ou urgência para beber; (2) perda do controle - uma vez que começa, não
consegue parar de beber; (3) tolerância - necessidade de beber quantidades maiores para obter o mesmo efeito e (4) dependência
física - sintomas de abstinência.
No que diz respeito ao termo abuso, poderia ser definido como aquela forma de consumo de substâncias em que, seja pela sua
quantidade, frequência e/ou pela própria situação do sujeito, existem consequências negativas para o consumidor ou para o seu
ambiente. INCORRETA
Letra D: Conceitos muito bem lembrados! CORRETA
 
Resposta: letra D.

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147 - 2020 PMFI

O uso de bebidas alcoólicas é um importante problema de saúde pública no Brasil e no mundo. De acordo com pesquisas
epidemiológicas nacionais, pode-se afirmar que:

A) O álcool é a segunda principal droga relatada com maior frequência entre universitários, ficando atrás apenas da maconha.
B) A média de idade de início do uso do álcool no Brasil é de 17-18 anos, uma vez que os jovens estão mais próximos de atingir a
maioridade estabelecida pela legislação.
C) O numero de brasileiros abstinentes (indivíduos que nunca beberam ou beberam menos de 1 vez no ano) é relativamente baixo,
uma vez que o uso de bebidas alcoólicas no Brasil é culturalmente aceita.
D) O álcool é a principal substância psicoativa consumida no Brasil, e aproximadamente 2 milhões de brasileiros apresentam
diagnóstico de abuso e mais de 600 mil apresentam diagnóstico de dependência.

» Essa questão gerou grande polêmica na época da prova! Isso por que vai de encontro ao III Levantamento Nacional sobre o uso de
drogas pela população brasileira (autores: Fundação Oswaldo Cruz, Instituto de Comunicação e Informação Científica e
Tecnológica em Saúde) publicado em agosto de 2019! 
Mas vamos analisar a questão e entender por que falamos isso..
Letra A: O álcool é a PRIMEIRA principal droga relatada com maior frequência entre universitários. INCORRETA
Letra B: A média de idade de início do uso do álcool no Brasil é de 12 anos. INCORRETA
Letra C: O numero de brasileiros abstinentes (indivíduos que nunca beberam ou beberam menos de 1 vez no ano) é relativamente
alto (cerca de 40-49% da população). INCORRETA
Letra D: Segundo o Levantamento “Grande parte dos dados considerados mais alarmantes com relação aos padrões de uso de
drogas no Brasil não estão relacionados porém às substâncias ilícitas, e sim ao álcool. Mais da metade da população brasileira de
12 a 65 anos declarou ter consumido bebida alcóolica alguma vez na vida. Cerca de 46 milhões (30,1%) informaram ter consumido
pelo menos uma dose nos 30 dias anteriores. E aproximadamente 2,3 milhões de pessoas apresentaram critérios para
dependência de álcool nos 12 meses anteriores à pesquisa”. INCORRETA
 
Logo, a questão deveria ter sido anulada. Não foi e o gabarito liberado foi a letra D.

148 - 2020 PMFI

Apesar da eficácia comprovada dos agentes serotoninérgicos no tratamento do transtorno obsessivo compulsivo, 40 a 60% dos
pacientes não apresentam resposta ou apresentam uma resposta parcial ao tratamento farmacológico de primeira linha. Qual a
alternativa correta a respeito da potencialização com antipsicóticos para os inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS)?

A) A potencialização com haloperidol é recomendada (evidências limitadas de estudo controlado).


B) Na maioria dos estudos, a melhora acontece em aproximadamente 2 semanas.
C) Essa estratégia deve ser iniciada após 6 semanas da máxima dose tolerada de um ISRS.
D) A risperidona pode gerar sintomas obsessivos-compulsivos, geralmente logo após a introdução de dose baixa (>: 1mg).

» Questão que já nos começar relembrando um dado curioso! 40-60% dos pacientes com transtorno obsessivo compulsivo não
apresentam boa resposta ao tratamento com agentes serotoninérgicos! Após, é feito um questionamento sobre a potencialização
dos ISRS com antipsicóticos. 
Bem, embora haja alguns estudos que não comprovaram eficácia na associação de antipsicóticos com os inibidores seletivos de
recaptação da serotonina (ISRS) em portadores de transtorno obsessivo-compulsivo, a maioria dos trabalhos mostra benefício,
inclusive algumas revisões sistemáticas (letra A - CORRETA). Na maioria dos estudos, a melhora surge em até um mês (letra B -
INCORRETA) e a associação do antipsicótico deve ser feita após uso do ISRS por pelo menos 12 semanas (letra C - INCORRETA).
Risperidona é o fármaco mais utilizado na associação, não estando associada à piora dos sintomas (letra D - INCORRETA). 
 
Resposta: letra A.

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149 - 2020 PMFI

Os benzodiazepínicos são amplamente utilizados no manejo da síndrome de abstinência alcóolica nas unidades de emergência
clínica/psiquiátrica. Em quadros graves, qual é a dose máxima que pode ser administrada por via oral inicialmente de lorazepam e
diazepam, respectivamente?

A) 6 e 30mg.
B) 4 e 10mg.
C) 6 e 20mg.
D) 4 e 20mg.

» Os benzodiazepínicos indicados no manejo da síndrome de abstinência alcoólica no ambiente hospitalar são: Diazepam: 10-20mg
VO a cada hora ou Clordiazepóxido: 50 - 100 mg VO a cada hora. Nos casos de hepatopatias graves: Lorazepam: 2-4 mg VO a cada
hora. Resposta: D.

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