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SUMÁRIO

ÍNDICE PÁGINA

INTRODUÇÃO 2

LIVRO DE JÓ 2.1

LIVRO DE SALMOS 5

LIVRO DE PROVÉRBIOS 10

ECLESIASTES 15

CÂNTICO DOS CÂNTICOS 17

LIÇÕES DOS LIVROS POÉTICOS 20

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INTRODUÇÃO

A leitura dos livros poéticos do Antigo Testamento é uma experiência


extraordinariamente gratificante. É a partir dela que somos elevados ao âmago do
coração humano e, ajoelhados diante do Divino aos pés da cruz, temos a
possibilidade de contemplar a totalidade da máxima “conhece-te a ti mesmo”.

Na condição de livros inspirados, os textos poéticos não são relatos fantasiosos


ou conjecturas vazias, mas sim tratados filosóficos repletos das mais profundas
verdades acerca da vida humana. São alimento de altíssima qualidade tanto para
a alma quanto para o intelecto.

O LIVRO DE JÓ:
O PROPÓSITO DO SOFRIMENTO
Autoria:
Há várias teorias acerca da identidade do autor do Livro de Jó. Muitos acreditam ser
o próprio Jó, outros creditam o livro a Moisés. Há ainda quem defenda que o texto foi
escrito por outras pessoas, como Salomão, Jeremias, Eliú, amigo de Jó, ou até
mesmo um anônimo.

Datação:
O livro de Jó é amplamente considerado o mais antigo de toda a Bíblia,
datando do séc. 14 a.C. por uma série de fatores, dentre os quais:
● Não há no texto menção alguma da nação de Israel, indicando que a história
narrada precede sua fundação.
● Jó é descrito fazendo sacrifícios. A partir disso, deduz-se a ausência de uma
instituição sacerdotal encarregada.
● O livro faz uso constante do termo Shaday, amplamente empregado na era
dos patriarcas.
Historicidade:
A historicidade do relato de Jó pode ser defendida se levarmos em conta os
seguintes pontos:
● A terra habitada por Jó, Uz, é uma região histórica.
● O profeta Ezequiel cita o livro de Jó de maneira histórica.
● Tiago refere-se ao livro de Jó como um relato concreto, não uma invenção
fantasiosa.

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● O modelo sociocultural descrito no livro de Jó compatível com a realidade histórica
● A idade de Jó é verossímil com a dos patriarcas.
● O apóstolo Paulo também faz referência ao livro de Jó.

Informações adicionais:
O livro de Jó possui 42 capítulos encerrando 1.070 versículos e mais de
10.000 palavras. Dos 1.070 versículos, 1066 são históricos e quatro de profecia,
sendo uma cumprida e três ainda por se cumprir. No livro são explicitados 13
mandamentos, feitas 329 perguntas e, interessantemente, nenhuma respostas é
apresentada no livro. Quanto à riqueza literária do texto, tamanha é a grandeza dos
temas abordados que há hermeneutas que propõe a tese de que o autor teve
de criar vocábulos para retratar os sentimentos do patriarca.

Esboço do livro:
1. O propósito cósmico divino do sofrimento
a. A boa reputação de Jó, atestada por Deus
b. Os diálogos entre Deus e Satanás
c. Amigos de Jó tentam consolá-lo, porém possuem uma teologia ruim
d. Os lamentos de Jó: nos quais ele não se torna pecador

2. Discursos sobre o sofrimento


a. Discursos sobre Deus
b. Discursos sobre o homem (e a má teologia dos amigos de Jó)
c. Discursos de Eliú
d. Discurso de Deus – a soberania de Deus

3. Epílogo:
a. Auto realização de Jó
b. Oração de Jó pelos amigos
c. Restauração de Jó

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A teologia do livro de Jó:

William Albright deduz em seu livro The Archeology of Palestine que o significado m
ais profundo nome de Jó seja “Onde está o Pai? Porque é para ele que devo
voltar”. De fato, a fidelidade de Jó é demonstrada pela sua submissão a Deus.

O Livro de Jó é um tratado poético-filosófico da mais alta qualidade. Nele


encontram-se em debate temas extraordinariamente complexos e profundos
como, por exemplo, a questão do sofrimento humano em vista da justiça - e
bondade - Divina.

Pode-se também encontrar em Jó a chamada Teologia da Crise, que demonstra que


a dor e o sofrimento possuem não apenas um propósito didático para o ser humano
(como a imagem do Pai que corrige o filho), mas também um significado cósmico
Divino.

Na história de Jó é evidenciada uma forte dissonância entre a teologia legalista


e retributiva dos amigos de Jó e a verdade da integridade de Jó, testemunhada e
atestada pelo próprio Deus.

O ponto central do livro é o amor a Deus pelo simples fato de Deus ser
Deus, e não por quaisquer benefícios que Ele possa conceder a seus servos.
Fica evidente em todo o texto que Deus não é um meio para um f im, mas o
próprio fim em si mesmo. Ora, uma vez que o amor do homem a Deus não
deve estar condicionado a bênçãos, as adversidades da vida, sejam elas quais
forem, não carregam motivos para abalar a nem nossa fé, nem nosso
relacionamento com Deus.

A condição de Jó também nos ensina que não é próprio do homem viver


sem sofrimentos. Mesmo na condição de servo justo e fiel, Jó é vítima de
catástrofes das mais variadas. De fato, a Bíblia nos mostra que o lamento de Jó
não lhe é imputado como pecado, visto que o choro é parte da dor. Nossa
esperança não está numa promessa de que jamais passaremos por dificuldades,
mas sim na certeza de que resistiremos a elas.

Até mesmo quando Jó anseia pela morte, ele ainda coloca Deus acima de si,
considerando Sua mão esmagadora uma bênção protetora. “Se tão somente fosse
a tendido o meu pedido, se Deus me concedesse o meu desejo, se Deus se
dispusesse a esmagar-me, a soltar a mão protetora e eliminar-me!” (Jó 6:8,9)

Mas quem é Deus para que exija a submissão dos homens? Jó responde a
isso também. Vide, por exemplo, o discurso Divino que se estende do capítulo
39 ao 40. Nele, Deus estabelece sua autoridade apelando para o fato de que Ele,
ele apenas Ele, é o Criador soberano.

Jó também deixa clara a questão da pessoalidade de Deus. No texto, Ele se


apresenta como alguém que se envolve com o homem e não uma força imóvel.

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A cristologia em Jó:

Jó sente-se desolado, mas jamais renega a Deus. Assim, sem ter a quem
recorrer, ele clama pelo mediador e, portanto, aponta m essianicamente para a
vinda de Cristo. Vide 1Tm 2:5: Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre
Deus e os homens, Cristo Jesus.

De fato, de uma forma figurada e, é claro, guardadas as devidas proporções, Jó é


uma espécie de Cristo no Velho Testamento. Ambos foram declarados justos
pelo Pai, sofreram ataques do diabo, foram acusados injustamente por aqueles
ao seu redor e julgados como indivíduos reprováveis.

Considerações finais:

Søren Kierkegaard vai dizer que o segredo do livro de Jó, a f orça vital, o ponto
central, a ideia é q ue apesar de tudo, Jó está certo. No fim das contas, a m
ensagem central do texto é a mesma de toda a Bíblia: Deus. É o foco na esperança
que há em Deus que dá forças ao homem, de forma que nem mesmo o diabo pode
atentar contra a salvação dos fiéis. É como dizia Lutero: o diabo é um cão selvagem
na coleira de Deus.

LIVRO DOS SALMOS:


ESPIRITUALIDADE E MELODIA
Sobre o título:

O título original do Livro de Salmos é Sefer Tehilim. Tehilim é um termo do


hebraico que significa Louvores. Salmos vem de Psalmoi (ψαλμοί), verbo grego
utilizado na Septuaginta que significa “tocar instrumentos de corda”. No Novo
Testamento, esse verbo é utilizado quatro vezes: Romanos 15:9, 1Coríntios
14:15, Efésios 5:19 e Tiago 5:13.

É importante notar que os “cânticos” dos Salmos não são apenas músicas ou
cantigas, mas sim orações e profundas expressões de louvor da alma.

Autoria:

Apesar do nome Salmos de Davi, há vários outros autores que contribuíram


para a coletânea de textos que forma esse livro da Bíblia. Abaixo uma lista dos
autores conhecidos:

● Davi: há 73 salmos intitulados como salmos de Davi e, posteriormente, no


novo testamento, outros dois (2 e 95) foram identificados como sendo de sua
autoria.

● Moisés: escreveu o salmo de número 90 e, segundo grande parte dos


teólogos, o salmo 91 também é de sua autoria.

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● Salomão: escreveu os salmos de número 72 e 127. Algo interessante a se notar é
que há poucos salmos de sua autoria, apesar de seu conhecimento e sabedoria.

● Asafe: autor de 12 salmos (Sl 50 e Sl 73-89), Asafe trata bastante sobre a


soberania de Deus e também sobre a prosperidade dos ímpios em relação ao justo.

● Filhos de Coré: autores de dez salmos (Sl 42, 44, 45, 47, 49, 84, 85, 87 e 88).

● Etã: autor do salmo 89.

● Ezequias: autor de 15 salmos, há vários estudiosos que atribuem os


Cânticos de Romagem (Sl 120-134) a Ezequias.

● Jeremias: há estudiosos que atribuem o salmo de número 137 a Jeremias.

● Ageu: autor do salmo 146.

● Zacarias: autor do salmo 147.

● Esdras: o salmo de número 119 é comumente atribuído a Esdras.

Além dos textos onde o autor é identificado, há uma série de salmos


considerados “órfãos” pela ausência de atribuição a um escritor.

Datação:

Os salmos foram produzidos durante cerca de 1000 anos, desde os tempos de


Moisés até o período pós-exílio. A Enciclopédia Judaica data o primeiro texto
de Moisés em aprox. 1430 a.C. Várias datas j á f oram sugeridas para os
Salmos, entre elas: o período dos Macabeus (depois descartada), a época de
Davi (1020-970 a.C.), a época de Salomão (970-921 a.C.), a época dos filhos de
Asafe e Coré (anterior ao exílio) e o época dos homens de Ezequias (700
a.C.).

É interessante notar que uma quantidade tão ampla de autores vindos dos mais
variados períodos e contextos gerar um texto não uníssono é por si só atestado da
veracidade do relato bíblico. Em cada um dos autores a mensagem doca na mesma
pessoa: o messias.

Especificações técnicas:

Muitos Salmos possuem títulos individuais (134 deles no hebraico, 148 no


grego). Ainda que não façam parte do texto original, eles têm sua origem datada na
antiguidade. Além disso, há títulos que servem de indicativo sobre o modo como
deveriam ser cantados. Segue abaixo uma explicação dos termos mais utilizados:

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● Mizmor: vem do termo Zamar que significa cantar. No livro, 57 salmos
recebem esse título.

● Shir: significa cântico ou, mais especificamente, ode. 30 salmos carregam esse
título. Shir pode aparecer em combinação com Mizmor (Sl 46) ou Maaloh
(degraus) nos Cânticos de Rom agem (Sl 120-134).

● Maschil: um tema de significado incerto. Pode significar um poema


contemplativo, talvez de meditação. Há também a possibilidade de possuir um
significado didático, instrutivo. Há ocorrência desse termo em 13 salmos,
apresenta ensinamentos de forma melódica.

● Miktam: também de significado incerto, pode indicar algo áureo ou


dourado, também pode indicar mistério, profundo, um poema escrito ou a ideia
de expiatório, lamentação pessoal. Aparece em cerca de seis salmos.

● Tephillah: significa “oração”, mas indica algo mais complexo que uma simples
reza. O termo implica uma oração poética, racional e profunda e aparece em
cinco salmos (Sl 17, 86, 90, 102, 142).

● Tehillah: singular de Tehilim, o termo significa “louvor” e há apenas uma


ocorrência dessa epíg rafe em todo o Livro dos Salmos ( Sl 145).

● Shiggayon: também de significado incerto, pode significar “hino” ou “salmo


penitencial”. O mesmo termo aparece em Habacuque (Hc 3:1) e ocorre apenas
uma vez (Sl 7).

Tais epígrafes eram tanto direcionadas ao público geral (direcionando e identificando


o contexto do texto) quanto aos responsáveis por sua execução. Os usos dos
títulos são os seguintes:

● Descreviam o caráter do salmo

● Forneciam instruções ao mestre da música

● Indicam o uso litúrgico

● Apontam a autoria

● Contextualizam descrevendo o cenário original

Há também no texto algumas palavras técnicas para as quais alguma atenção se


faz necessária:

● Alamot: plural da palavra hebraica Almar que significa virgem, o que indica um
coral feminino ou vozes de soprano. (Sl 41:6).

● Al tashet: um termo de difícil tradução, seu significado mais próximo é “não


destruas” ou “não desperdices”. Indica ser um cântico típico da época de colheitas.

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Aqui, colheita também pode ter um significado alegórico. (Sl 57, 59 e 75).

● Jitit: acredita-se que o termo faça referência a “alguém natural de Gate” ou,
talvez, aos instrumentos típicos da região ou seu estilo musical. (Sl 81, 84 e 88).

● Higgayon: possui significado de meditação, um convite à reflexão. Implica


reflexão e racionalidade. (Sl 9, 16, 14 e 19).

● Nejnot: literalmente “instrumentos de corda”. Funciona como uma especificação


do modo como o salmo deveria ser tocado. (Sl 4, 6, 56, 60 e 66).

● Nehiloth: literalmente “instrumentos de sopro”. Semelhantemente ao exemplo


anterior, indica que o salmo deveria ser tocado com instrumentos de sopro. (Sl 5).

● Jonath-elem-rehokim: “pomba silenciosa entre os estrangeiros” ou “pomba


estrangeira nos carvalhos distantes”, esses salmos retratam um momento
complicado da vida de Davi em Gate. (Sl 56).

● Aijeleth ha-Shahar: significa “socorro da manhã”. Um grito de desespero


daqueles que clamam a Deus por socorro na hora da angústia. (Sl 22).

● Selah: expressão que indica o fechamento do texto. Possivelmente o termo

possa sinalizar uma pausa na música. Aparece cerca de 70 vezes nos salmos.

● Sheminith: expressão que designa “1/8”. Provavelmente faz referência a um


instrumento específico da época que possuía oito cordas. (Sl 6 e 12).

● Shoshannim: plural de Shushan, palavra hebraica que significa lírios do campo.

(Sl 45 e 69). Cada uma dessas especificações técnicas serve para nos dar uma
noção mais ampla e completa do contexto original no qual os salmos foram
apresentados.

Categorização:

● Salmos didáticos ou literatura sapiencial: São salmos que servem para o


ensinamento. São, essencialmente, balizadores para a vida piedosa.

● Salmos devocionais ou penitenciais: Salmos que apresentam um sentimento de


profundo arrependimento. É interessante notar que o sentimento de tristeza e
desalento do salmista aponta para o respeito e temor que ele nutre para com
o Senhor. Salmos como esses nos fazem dobrar o joelho em busca de
misericórdia na segurança de que Deus há de nos perdoar. Em bases tão
sólidas como essas, todo sofrimento acaba se revertendo em graça.

● Salmos históricos

Relatam eventos que transpareceram na história. Salmos como esses servem


de celebração da memória de um povo e das misericórdias de Deus ao longo do
tempo. Uma visão ampla da ação de Deus revela Sua integridade no cuidado de
Seu povo.

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● Salmos proféticos

Salmos proféticos evidenciam acontecimentos futuros.

● Salmos messiânicos

Salmos messiânicos apontam, como o nome sugere, para o messias até então ainda
vindouro. Nesses textos podemos encontrar descrições do ministério de Cristo
enquanto rei, sacerdote e justo sofredor.

● Salmos imprecatórios:

Salmos que evidenciam a ira justa contra o mal. O termo significa “maldizer”,
o que revela certo grau de imaturidade teológica por Jesus no Novo
Testamento. Salmos desse tipo são a expressão de indignação de homens e
mulheres levada a Deus, posta sobre o altar para que haja a possibilidade de
perdão.

Salmos no novo testamento:

O Livro de Salmos e o Livro de Isaías são os dois textos do Antigo Testamento


mais citados no Novo. De fato, Isaías é comumente conhecido como o “quinto
evangelho”. No caso dos Salmos, os trechos messiânicos projetam a imagem
daquilo que viria se concretizar com a vinda de Cristo. Dessa forma, cada
explicação neotestamentária serve como uma ampliação do significado original do
texto.

Estrutura do livro:

Esdras reuniu os Salmos e ordenou-os em 450 a.C. Os Salmos são divididos em


cinco livros:

● Livro I: contém os Salmos de número 1 a 41. Seu texto apresenta o tetragrama


judaico YHW H (que aparece cerca de 270 vezes) para fazer referência a Deus.

● Livro II: contém os Salmos de número 42 a 72. Seu texto apresenta o


termo Elohim (que aparece cerca de 164 vezes) para fazer referência a Deus.
Essa diferença de termos denota uma diferença no período e na concepção
teológica dos escritores.

● Livro III: cont ém os Salmos de número 73 a 89. Tanto o tetragrama YHWH (44
vezes) quanto o nome Elohim (57 vezes) aparecem com mais ou m enos a m esma
frequência.

● Livro IV: contém os Salmos de número 90 a 106. Aqui o tetragrama YHWH (103
vezes) é novamente predominante ao termo Elohim (19 vezes).

● Livro V: contém os Salmos de número 107 a 150. Novamente, YHWH (190


vezes) aparece mais presente que Elohim (27 vezes).

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Tamanha densidade de termos de referência a Deus não podem significar outra
coisa que não seu papel de centralidade no Livro dos Salmos. Todo salmo aponta
pra Deus.

LIVRO DE PROVÉRBIOS:
A BELEZA DA SABEDORIA
Sobre o título:

Provérbios de Salomão vêm do hebraico Mishlei (que significa exemplo,


parábola) Shlomoh. No grego, recebe o título de Paroimiai (Παροιμίαι). Há
alguns hebraístas que atribuem ao termo mshal um significado de governo ou
princípio regulador.

O texto de Provérbios foi amplamente discutido durante o Sínodo de Jâmnia.


Muitos rabinos desejavam excluí-lo das leituras públicas na sinagoga por causa
de uma aparente contradição em Pv 26:4-5 “Não respondas ao insensato
segundo a sua estultícia, para que não te f aças semelhante a ele. Ao insensato
responde segundo a sua estultícia, para que não seja ele sábio aos seus próprios
olhos.” .

Autoria:

Salomão é certamente o autor m ais influente, tendo sido ele o compilador


dos capítulos 1 a 24 e autor dos capítulos 24 a 29. Há discussões se foi ele quem de
fato escreveu esses últimos capítulos, mas sua história, bem como seu cont
exto, nos fornece uma boa margem para atribuir-lhe a autoria. Além dele há
Agu, autor do capítulo 30, e o rei Lemuel (que alguns acreditam ser um
pseudônimo de Salomão).

É dito que Salomão escreveu cerca de 3000 provérbios, mas apenas os que estão
na Bíblia chegaram até nós. Certamente isso serve para nos mostrar que não
é o acúmulo de conhecimentos que nos torna sábios.

Datação:

Acredita-se que o Livro dos Provérbios tenha sido escrito num longo intervalo
de tempo, desde 950 a.C. a cerca de 725 a.C.

Objetivos do livro:

1. Ensinar a sabedoria às novas gerações. O texto é uma enorme aula onde


o sábio passa à frente seus conhecimentos sobre a natureza, o homem e Deus.

2. Advertir os homens acerca dos riscos de se orientar a vida de acordo com os


impulsos e desejos carnais da natureza caída do ser humano.

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Estrutura literária:

O texto de Provérbios faz uso de diversos mecanismos literários para apresentar


suas ideias ao leitor. Eis abaixo alguns deles:

● Disposição em pares:

Há um pareamento de ideias onde a primeira expressa um pensamento e a segunda


suplementa, completa e amplia-o. A disposição em pares é em muito semelhante ao
princípio de Paralelismo da poesia hebraica. Ex: “O fruto do justo é árvore de vida, e
o que ganha almas é sábio” (Pv 11:30)

● Disposição em grupos:

Acontece quando o texto tece uma série de ideias acerca do mesmo tema, formando
pequenos grupos referentes ao mesmo assunto. Ex: Pv 25:2-7 (a Glória de Deus),
Pv 26:1-12 (o insensato), Pv 26:13-16 (o preguiçoso), Pv 31 (a mulher
extraordinária).

● Epigrama:

Epigrama é um provérbio ampliado com o âmago em duas linhas com pensamento


aforístico, onde o restante do texto é suplementar. Ex: “Filho meu, ouve o ensino de
teu pai e não deixes a instrução de tua mãe. Porque serão diadema de graça para a
tua cabeça. ” (Pv 1:8,9)

● Soneto:

Uma composição poética de 14 versos (o número em si pode variar). Começa com


um dístico expressando o tema do texto e formando dois pensamentos que serão
desenvolvidos alternadamente. Sonetos funcionam ao propósito de uma educação
bela, com princípios artísticos e poéticos.

● Monólogo dramático:

Acontece quando o autor personif ica objetos ou ideias abstratas e faz deles o
narrador do texto. Ex. “Grita na rua a Sabedoria, nas praças, levanta a voz; do alto
dos muros clama, à entrada das portas e nas cidades profere as suas palavras: Até
quando, ó néscios, amareis a necedade? E vós, escarnecedor es, desejareis o
escárnio? E vós, loucos, aborrecereis o conhecimento?” (Pv 1:20-22)

● Acróstico:

Textos acrósticos têm sua centralidade no alfabeto hebraico. Aqui, a construção de


significado do texto parte dos caracteres da língua. Essa técnica demonstra a

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importância do alfabeto de do conhecimento gramatical na cultura hebraica. Ex: O
trecho da Mulher Virtuosa (Pv 31:10-31)

Breve esboço:

1. Primeira parte:

a. O texto trabalha com o louvor e a exaltação à Sabedoria, e o reconhecimento de


seu lugar na história e na cultura (Pv 1:1-9, 18)

b. Há a apresentação da autoria por meio dos títulos do escritor, bem como


a explicitação de seus objetivos (Pv 1:1-7)

c. O texto apresenta uma forte exortação para a juventude, evidenciando seu


caráter didático.

d. O autor também discorre sobre os benefícios da sabedoria apresentando


avisos contra o comportamento imprudente e contrastando a sabedoria com a
insensatez.

2. Segunda parte:

a. Aqui há, no texto, a coleção de provérbios de Salomão

b. Essa sequência de provérbios caracteriza-se pelo emprego de antíteses e


paralelismos, ressaltando o contraste entre tipos de comportamento.

3. Terceira parte:

a. A apresentação palavra dos sábios

4. Quarta parte:

a. Provérbios de Salomão pelos escribas

b. Apêndices finais: as palavras de Agu, o rei Lemuel e o acróstico da


mulher ideal

A sabedoria em Provérbios:

É importante ressaltar que a sabedoria descrita no Livro de Provérbios não um


mero conjunto de adágios populares, mas sim um modo de viver. Na condição de
sabedoria, o texto não é algo esotérico ou confuso, mas sim um saber que consegue
ser simples apesar de sua profundidade (ou por causa dela).

Provérbios é um manual prático, um tutorial q ue aborda temas morais e filosóficos


que regem a vida cristã. Deve-se ler Provérbios da mesma forma como se
ouve atentamente a uma aula. Além disso, o livro também é poesia. É arte e beleza
que atingem a todos, inclusive o preguiçoso e o insensato.

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Quanto mais buscamos o conhecimento de Deus, mais nos aperfeiçoamos na
caminhada da fé. Aperfeiçoamento é o termo principal. Aperfeiçoar invoca a
ideia de santificar-se. O termo é o mesmo empregado em Efésios como objetivo
dos dons ministeriais.

A terminologia de Provérbios:

Provérbios utiliza-se de diversos termos para retratar t anto a sabedoria quanto à


tolice. Especificações terminológicas nos ajudam a compreender mais precisamente
qual era a ideia original do autor. Há três termos utilizados pelo autor para designar
a sabedoria:

● Chokmah: esse termo é utilizado 47 vezes no texto e carrega um significado


de discernimento moral ou prudência secular nos negócios. Faz contraponto à noção
de malandragem e sagacidade pecaminosa. Essencialmente, o t ermo designa é
uma Santa Lucidez do homem sábio.

● Gnah: possui significado de entendimento. É utilizado 53 vezes no texto e aponta


uma habilidade intelectual de discernir entre a verdade e o erro, a realidade
e ficção. Também pode indicar prudência, uma percepção dos valores de
longo alcance em contraponto ao que é momentâneo e pueril.

● Shiah: o terceiro termo utilizado em Provérbios, significa a verdadeira


sabedoria e discernimento espiritual divino da verdade. O texto deixa claro q ue
essa habilidade é fruto do Espírito Santo, e implica ordenar a vida e regê-la pelos
princípios da Glória.

É interessante perceber que essas palavras retiram da sabedoria o manto de


“intelectualismo” e a coloca como submissão a Deus. Além das palavras
utilizadas para descrever o homem sábio, o autor de Provérbios faz uso de
muitas outras para identificar aquele que desconhece a sabedoria:

● O insensato: o termo aqui não trata de uma vítima ingênua que acaba caindo na
falta de conhecimento, mas sim de uma escolha racional e deliberada de se
tornar um princípio de desunião entre as pessoas.

● O simples ou néscio (thet): o termo carrega um significado de alguém


simples, inocente, que carece de entendimento e serve de alvo f ácil para
pilantras mal -intencionados. O texto também evidencia a tristeza da vida do
néscio que fecha o coração à Deus.

● O louco (quesil): termo que designa aqueles que odeiam o conhecimento e


desprezam a sabedoria. O tolo de Provérbios encontra seu prazer na
maldade, e o sofrimento alheio lhe é razão de divertimento. O t exto trata o
louco como um covarde que foge da verdade.

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● Escarnecedor (lits): termo atribuído ao desordeiro, alguém q ue zomba – ou
escarnece -da correção.

A relação entre Provérbios e Salmos:

Há vários pontos interessantes da relação entre o Livro dos Salmos e Provérbios


que valem a pena ser destacados:

● Ambos fazem parte do conjunto de livros poéticos: fica evidente na leitura dos dois
textos a beleza artística e poética da qual os autores fazem uso para transmitir seus
ensinamentos.

● Ambos necessitam de sabedoria: na condição de livros de sabedoria, é


indispensável ao leitor que busque compreender o texto da maneira mais profunda
possível. Não há leitura superficial proveitosa nesses textos.

● Salmos versa sobre o relacionamento do homem com Deus, isto é, algo orientado
na verticalidade. Já Provérbios trata sobre as relações dos homens com os homens,
num plano horizontal. Provérbios nos mostra que o cristão não pode cometer o erro
de tentar se isolar, uma vez que o cristianismo é uma fé comunicativa.

● O Livro de Salmos é escrito para ser dirigido a Deus, já Provérbios é


primariamente focado nos filhos dos homens. Nesse sentido, ambos funcionam
numa espécie de complementarismo, onde Salmos eleva o homem e Provérbios
compartilha a sabedoria resultante com os outros.

Considerações finais:

A mensagem do livro é, portanto, a seguinte: o controle da vida dos homens está


com Deus, e é Ele o significado de nossa existência. Portanto devemos conhecer o
Senhor.

É como disse o profeta Oséias: “Então conheçamos, e prossigamos em conhecer ao


Senhor; a sua saída, como a alva, é certa; e ele a nós virá como a chuva, como
chuva serôdia que rega a terra.” (Oséias 6:3).

ECLESIASTES:
POESIA E FILOSOFIA DE UM PREGADOR

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Título:

Terceiro livro do Ketuvim, o nome Eclesiastes vem do hebraico Qōheleṯ e do


grego Ekklēsiastēs (Ἐκκλησιαστής), significa reunir em assembleia, aquele que
reúne ou, como é tradicionalmente traduzido, o pregador (termo este que aparece
sete vezes no livro).

Autoria:

Em seu tempo, o povo de Israel foi liderado por t rês tipos de líderes
espirituais: os sacerdotes, os profetas e os sábios, dentre os quais havia
Salomão. A época de Salomão é conhecida como o início do período áureo da
literatura de sabedoria hebraica.

O autor se apresenta como filho de Davi, Rei em Jerusalém, o que aponta


para Salomão. O Talmud atribui o livro aos sábios do Rei Ezequias.

O livro de Eclesiastes é, entretanto, marcado por certas controvérsias acerca de


sua autoria: havia divergências entre as escolas rabínicas de Hillel e Shammai sobre
a inspiração do livro. Essa discussão arrastou-se por muito tempo, e esteve presente
inclusive no Sínodo de Jâmnia.

Datação:

Na condição de obra de Salomão, o t exto data de aprox. 935 a.C. Há quem


diga, entretanto, que o contexto apresentado no livro não con diz com o vivido por
Salomão, e que portanto a autoria não seria dele. Outros pontos dessa tese
são: o nome de Salomão não aparece no livro, ao contrário do que acontece
em Cantares e Provérbios; Há expressões linguísticas específicas do período do
pós-exílio no texto, e ainda vestígios de uma influência fenícia. Posicionando o texto
muito mais à frente.

Conteúdo:

Eclesiastes é um texto que trabalha muito bem a ideia do absurdo. O


pregador tece uma série de conclusões a partir de uma observação precisa da vida
como ela é, sem que o olhar esteja acorrentado por pressupostos vazios de um
otimismo tolo. De fato, este não é um livro para covardes.

O livro retrata de uma forma poética e sublime a guerra das emoções e, ao


pesar a felicidade na balança, destrói o idealismo da vida ao dizer:

“Melhor é ir à casa onde há luto do que ir a

casa onde há banquete; porque naquela se

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vê o fim de todos os homens, e os vivos o

aplicam ao seu coração.

Melhor é a mágoa do que o riso, porque a

tristeza do rosto torna melhor o coração.

O coração dos sábios está na casa do luto,

mas o coração dos tolos na casa da

alegria.”

(Eclesiastes 7:2-4)

Eclesiastes percebe a verdade de um mundo enlouquecido pelo pecado. Nesse


lugar chamado “ debaixo do Sol”, tudo é vaidade de vaidades (te rmo este
utilizado cerca de 35 vezes no texto).

O Livro de Eclesiastes é a filosofia poética e o conjunto de percepções sobre o


mundo de um velho sábio que, analisando minuciosamente a vida, chega à
conclusão que tudo é vaidade de vaidades. O pregador nos ensina a enxergar a
vida de maneira correta, limpando as lentes inebriadas do secularismo.

O autor versa sobre tudo o que encontre debaixo do Sol, e admite em toda a
sabedoria e humildade que a vida não tem sentido fora de Deus. Não faz
sentido viver a vida por si mesma, é apenas vaidade, é correr atrás do
vento. Viver só pode fazer sentido quando se vive em Cristo. Novamente, Ele é
a solução para o problema.

A Teologia em Eclesiastes:

Eclesiastes retrata muito bem a supremacia de Deus e o abismo imensurável que


há entre Sua sabedoria e a nosso. A sabedoria humana g era a vaidade, já a
sabedoria divina vai transpassa todos os limites e estende-se para além de nossos
conhecimentos.

O livro trabalha principalmente através de contrastes entre a vida vazia do homem


tolo (carente de significado) e a alegria e propósito da vida em Deus. A vida
em Deus é repleta de sentido, todo o resto é vaidade de vaidades, é como correr
atrás do vento.

O pregador é enfático ao tratar de temas como a eternidade e o julgamento:


Eclesiastes trata a eternidade como uma certeza teológica, não mera suposição: “e
o pó volte à terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu” (Ec 12:7).

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Eclesiastes também evidencia o caráter criador de Deus: o texto f az referência
a Gênesis quando diz: “Lembra-te do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes
que venham os maus dias, e cheguem os anos dos quais dirás: não tenho neles
prazer;” (Ec 12:1).

CÂNTICO DOS CÂNTICOS:


A EXPRESSÃO PURA DO AMOR CONJUGAL

Título:

Cântico dos Cânticos do hebraico Šīr HašŠīrīm; do grego Âisma Aismátōn


(ᾎσμα ᾈσμάτων); na Vulgata, recebe o nome de Canticum Canticorum. O quarto
livro dos Ketuvim e o primeiro livro dos cinco rolos dos Megillot , Cantares foi
um dos últimos textos a serem introduzidos no Cânon devido à ausência do nome de
Deus e por seu conteúdo. O livro acabou por ser incluído ser considerado uma
alegoria sobre a relação de Deus com seu povo e pelo nome de Salomão estar
vinculado à obra.

Autoria:

O autor mais provável para o livro de Cantares é o rei Salomão. Há quem diga que
o texto foi escrito acerca de Salomão, e não sobre ele, uma vez que o escritor
emprega termos estrangeiros em sua obra.

A teoria, entretanto, não se sustenta. Salomão tinha bastante conhecimento de


línguas estrangeiras, uma vez que ele casou -se com diversas mulheres
estrangeiras. Seus muitos casamentos também conferem-no propriedade para
tratar de assuntos referentes ao amor conjugal.

Além disso, o primeiro versículo do livro atribui a autoria a Salomão, e seu


nome é referenciado 5 vezes no texto, sendo que a última citação dirige-se
diretamente ao rei. “A vinha que me pertence está ao meu dispor; tu, ó Salomão,
terás os mil ciclos, e os guardam o fruto dela, duzentos.” (Cantares 8:12).

Há ainda outros pontos que implicam a autoria de Salomão: 1 Reis 4:32 nos
mostra que ele compôs mil e cinco cânticos. O autor também demonstra
conhecimento sobre diversos tipos de plantas, animais e saberes geográficos
apontam para um autor versado em questões intelectuais. A tradição judaica
também considera Salomão como o autor, e seu estilo literário remete
assemelha-se muito ao de Eclesiastes e Provérbios.

Datação:

Cantares data de aproximadamente 900 a.C.

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Conteúdo:

Cantares enaltece de forma bela e poética o amor conjugal íntimo e puro. Há


a celebração do sexo em seu lugar legítimo, o casamento, e a espiritualidade
existente na intimidade. No fundo, o Cântico dos Cânticos é um protesto contra a
banalização do sexo Cantares é um texto que versa sobre o amor e revela a
maneira correta de relacionar-se com a amada, exaltando a pureza e beleza
de uma r elação centrada em Deus. O amor nesse texto é poético, belo e, acima
de tudo, dirigido a uma só mulher.

O livro possui um texto rico, descrevendo texturas, cheiros, sentimentos…


Uma miríade de detalhes que serve para ilustrar a diversidade de minúcias
envolvidas no amor. O elogio ao amor conjugal desfaz a noção de um sexo
banal, onde o corriqueiro e o carnal ocupam a centralidade.

Cantares também apresenta uma poesia do cotidiano, observando a beleza


que há em cada aspecto da vivência. A descrição das carícias entre os
amados demonstra o constante deslumbramento do outro na relação de
pertencimento mútuo que há entre os cônjuges.

Na condição de livro profético, o texto também serve de ilustração da relação de


Cristo com a Igreja.

Interpretação:

Há duas possíveis interpretações para o livro de Cantares:

1. Hipótese do pastor: trata o texto como uma espécie de drama q ue retrata


Sulamita, uma camponesa apaixonada por seu noivo, resistindo às investidas
amorosas de Salomão e permanecendo fiel a seu esposo.

2. Hipótese de romance e casamento com Sulamita: nesse caso, a interpretação


enxerga Salomão como o esposo do texto. Assim, o rei apaixona-se por
Sulamita e busca cortejá-la, primeiro como pastor, depois como rei que vem
coroar sua amada. Tanto pela mentalidade hebraica quanto pelo estilo literário
apresentado no texto, essa hipótese certamente é a mais provável.

Contribuições singulares:

No texto de Cantares podemos encontrar uma série de pontos interessantes:

● A exaltação do amor: o texto de Cantares demonstra a beleza e pureza


da união conjugal entre um homem e uma mulher.

● Uma mensagem para a juventude: o livro também carrega uma mensagem


de educação sexual. Há uma didática poética na maneira como o autor trata a
virgindade. Cantares ensina um amor pleno e puro. A linguagem empregada
por Salomão é poética e bela, não suja.

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Breve esboço:

1. Eventos anteriores ao casamento:

Essa parte do livro contextualiza a história. Este é um momento poético e


belo, que constrói a expectativa para o prosseguir da narrativa.

2. Dia do casamento:

Há um aumento gradativo na narrativa, que culmina na noite de núpcias: o


momento que representa o clímax da relação, uma entrega mútua e total de
um para o outro onde ambos se tornam um.

3. Eventos posteriores:

Acontece o sonho de Sulamita a canção sobre seu amado.

Relações intertextuais:

Cantares é um texto que conversa muito com os outros livros da Bíblia, e


podemos achar uma correlações entre eles:

● O Livro de Jó: a história de Jó é repleta de tristezas, perdas e crises,


mas mesmo assim ele permanece firme em seu casamento. É interessante
notar que, no fim do relato, quando Jó é restituído, sua esposa permanece a
mesma.

● O Livro de Salmos: Salmos versa muito sobre a beleza poética da


prosperidade na família e sobre as bênçãos do casamento.

● O Livro de Provérbios: o autor de Provérbios enfoca bast ante a ideia de escolher


uma mulher sábia, evitando as emboscadas da mulher não virtuosa.

● O Livro de Eclesiastes: Eclesiastes ensina é tolice e estultícia viver uma


vida desesperada em busca de coisas que jamais serão encontradas, e que o
certo é aproveitar a vida e deleitar-se na mulher amada.

● O Livro de Gênesis: aqui encontramos a introdução do casamento à humanidade.

Deus cria adão e percebe que “Não é bom que o homem esteja só” (Gn 2:18),
fazendo-o (e a partir dele) uma companheira e ajudadora.

● O Livro de Malaquias: o último versículo do último capítulo do Velho Testamento


também faz referência ao casamento quando diz: “E ele converterá o coração dos
pais aos filhos, e o coração dos filhos a seus pais; para que eu não venha, e fira a
terra com maldição.” (Mq 4:6)

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● O Livro de Mateus: o Novo Testamento, iniciado em Mateus, começa com a
genealogia de Jesus, passando por inúmeros casamentos que se estendem até a
época de Abraão.

● O Livro de Apocalipse: passando para o livro final da Bíblia Sagrada, podemos ver
o amor e o casamento retratados em Apocalipse na união cósmica do Cordeiro e
Sua Noiva, a Igreja.

Lições dos Livros Poéticos:

● A Lição de Jó: Jó nos ensina que j amais estamos distantes do olhar de Deus.
Este é um livro que nos trás conforto e esperança. Nele percebemos que o
próprio Deus é testemunha de nossas vidas, que e é Ele quem est á no controle.
Com Deus no centro de nossas vidas, a existência humana não é um
constante desespero. A segurança de se estar sob cuidado divino possibilita que
resistamos a qualquer tipo de crise que possa se levantar. Ao olhar do Senhor,
nossas vidas são como poesias que cantam Sua glória.

● A Lição dos Salmos: não há espaço na vida do homem para uma


espiritualidade desassociada da vida. O Livro dos Salmos nos mostra a mais
pura e genuína manifestação de um espírito de adoração a Deus. A adoração nos
Salmos não é mero ritualismo litúrgico ou retribuição por bênçãos e
circunstâncias favoráveis. Tanto na crise quanto na felicidade é possível –
melhor: necessário – cantar ao Senhor. Devemos cantar em todos os lugares
e a todo o tempo uma canção salvífica e vivificadora.

● A Lição de Provérbios: não é necessário um suicídio intelectual para que


abracemos a f é. Todo o livro de Provérbios é um convite ao raciocínio. Não
é preciso temer os mistérios. Provérbios também nos ensina que devemos ser
exemplos. Nossas vidas devem gerar fome e sede da Palavra entre aqueles
que nos cercam. Que sejamos como o Cristo que ensina.

● A Lição de Eclesiastes: lembra-te do teu Criador. Eclesiastes nos ensina a não


passar pela vida de olhos fechados. O texto estuda a vida em seus mais diversos
aspectos e chega a uma única conclusão: tudo é vaidade. Então tudo o que nos
resta é olhar para Deus, e percebe que Ele governa sobre tudo. A vida não faz
sentido fora de Deus, e é apenas Nele que podemos descansar o descanso do
sábio.

● A Lição de Cantares: não é digno ao homem viver sem amor. O Cântico dos
Cânticos de Salomão transpira amor em cada página. Figurada ou literalmente,
o texto versa sobre a mais pura e bela expressão de amor e afeto.

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