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Título com a primeira letra e as letras iniciais de substantivos próprios

em maiúsculo, negrito e centralizado, fonte Arial tamanho 14.

Amanda Costa Alves

Resumo Expandido
(1) Trabalho executado no âmbito da disciplina de Humanização, ética e responsabilidade social.
(2) Estudante; Instituto Federal de Santa Catarina; Joinville, Santa Catarina; amanda.a16@aluno.ifsc.edu.br;

INTRODUÇÃO

Segundo Andrade (2018) o neoliberalismo surge do compartilhamento ideológico das


escolas Ordoliberais de Freiburg, Escola Austríaca, Escola de Chicago e representantes da
London School of Economics e da Manchester School, que consideravam legitima a utopia
de livre mercado e a posição contrária ao intervencionismo econômico estatal e ao
planejamento estatal centralizado.
O termo neoliberalismo, antes pejorativo, passa a caracterizar uma série de
fenômenos políticos, ideológicos e culturais. O neoliberalismo é voltado para a adaptação
dos princípios do liberalismo clássico às exigências de um Estado regulador e
assistencialista, que deveria controlar parcialmente o funcionamento do mercado. Se
tratando de uma doutrina, que defende a absoluta liberdade de mercado e uma restrição à
intervenção estatal sobre a economia, só devendo ocorrer em setores imprescindíveis e
mesmo assim em um grau mínimo (ANDRADE, 2018).
O neoliberalismo nasceu logo após a Segunda Guerra Mundial, na região da Europa
e América do Norte onde reinava o capitalismo. Foi uma veemente reação teórica e política
contra o Estado intervencionista e assistencialista. Em 1947, enquanto as bases do estado
de bem-estar social na Europa do pós-guerra estavam efetivamente sendo construídas,
Hayek convocou para uma reunião aqueles que compartilhavam de sua orientação
ideológica. A Sociedade Mont Pèlerin foi fundada, uma espécie de maçonaria neoliberal.
Seu objetivo era combater o keynesianismo e o solidarismo reinantes.
A chegada da grande crise do modelo econômico do pós-guerra em 1973, quando
todo o mundo capitalista avançado caiu em uma longa e profunda recessão, mudou tudo.
A partir de então, as ideias neoliberais começaram a ganhar terreno. Hayek e seus
companheiros argumentaram que as raízes da crise estavam localizadas no poder
excessivo e prejudicial dos sindicatos. A estagflação é um resultado direto dos legados
combinados de Keynes e Beveridge. O crescimento retornaria quando a estabilidade
monetária e os incentivos essenciais fossem restaurados. Dessa forma, uma nova e
saudável desigualdade reenergizaria as economias avançadas, diz ele. O remédio é manter
um Estado forte, sim, em sua capacidade de quebrar o poder dos sindicatos.
A hegemonia desse programa não aconteceu da noite para o dia. Demorou cerca de
uma década, a década de 1970, quando a maioria dos governos da OCDE – Organização
Europeia para o Comércio e Desenvolvimento – tentou aplicar remédios keynesianos às
crises econômicas. Em 1979, foi eleito o governo Thatcher, o primeiro regime em um país
capitalista avançado comprometido publicamente com a implementação do programa
neoliberal.
Os governos Thatcher contraíram a emissão de moeda, aumentaram as taxas de juros,
reduziram drasticamente os impostos sobre as altas rendas, aboliram os controles sobre
os fluxos financeiros. Criaram níveis massivos de desemprego, esmagaram greves,
impuseram nova legislação antissindical e cortaram gastos sociais. E, finalmente – este foi
um movimento surpreendentemente tardio – eles embarcaram em um amplo programa de
privatização, começando com a habitação pública.
Nos EUA, onde quase não havia estado de bem-estar do tipo europeu, a prioridade
neoliberal era mais competição militar com a União Soviética. Reagan também reduziu
impostos em favor dos ricos, aumentou as taxas de juros e esmagou a única greve séria de
seu governo. Mas ele decididamente não respeitou a disciplina orçamentária; pelo contrário,
lançou uma corrida armamentista sem precedentes.
Mitterrand, na França, González, na Espanha, Soares, em Portugal, Craxi, na Itália,
Papandreou, na Grécia. Todos se apresentavam como uma alternativa progressista,
baseada em movimentos operários ou populares. Foi uma tentativa de criar um equivalente
no sul da Europa do que havia sido a social-democracia do pós-guerra no norte.
Na Austrália e na Nova Zelândia, os governos trabalhistas ultrapassaram os
conservadores de direita locais com programas de neoliberalismo radical. No final da
década de 1980, a Suécia e a Áustria ainda resistiam à onda neoliberal da Europa. Mas
nos outros países da OCDE, as ideias da Mont Pèlerin Society triunfaram plenamente.
A prioridade mais imediata do neoliberalismo era deter a alta inflação da década de 1970.
No conjunto dos países da OCDE, a taxa de inflação caiu de 8,8% para 5,2%. A
deflação, por sua vez, deve ser a condição para a recuperação dos lucros. Nesse sentido,
o neoliberalismo alcançou verdadeiros sucessos.
A taxa média de desemprego nos países da OCDE, que estava em torno de 4% na
década de 1970, pelo menos dobrou na década de 1980. O grau de desigualdade – outro
objetivo extremamente importante para o neoliberalismo – aumentou significativamente nos
países da OCDE como um todo. a tributação dos salários mais altos caiu em média 20%
na década de 80.
Apesar de todas as novas condições institucionais criadas em favor do capital, a taxa
de acumulação não aumentou durante a década de 1980. Nos países capitalistas
avançados como um todo, os números são de um aumento anual de 5,5% na década de
60. O peso das operações puramente parasitárias teve um aumento vertiginoso nestes
anos. Mas o peso do estado de bem-estar social não diminuiu muito.
Entre as décadas de 1970 e 1980 não houve mudança – nenhuma – na taxa de
crescimento, que é muito baixa nos países da OCDE. Então, em todos esses itens, deflação,
lucros, empregos e salários, podemos dizer que o programa neoliberal se mostrou realista
e bem-sucedido. Mas, ao final, todas essas medidas foram concebidas como meios para
atingir um fim histórico.
O peso do estado de bem-estar social não diminuiu muito, apesar de todas as medidas
tomadas para conter os gastos sociais. Duas razões básicas explicam esse paradoxo: o
aumento dos gastos sociais com desemprego, que custou bilhões ao Estado, e o aumento
demográfico da população de aposentados, que levou o Estado a gastar bilhões a mais em
pensões.
Quando o capitalismo avançado voltou a entrar em profunda recessão em 1991, a
dívida pública de quase todos os países ocidentais começou a retomar dimensões
alarmantes. Nessas condições de crise muito aguda, logicamente, era de se esperar uma
forte reação contra o neoliberalismo na década de 1990. Pelo contrário, estranhamente, o
neoliberalismo ganhou uma segunda vida, pelo menos em sua pátria, a Europa.
Na Alemanha, o governo Kohl provavelmente permanecerá no poder. Na Espanha, a
direita está às portas do poder. Mas além desses sucessos eleitorais, o projeto neoliberal
continua a demonstrar uma vitalidade impressionante. A hegemonia neoliberal também se
expressa no comportamento de partidos e governos que se definem formalmente como
seus oponentes.
A vitória do Ocidente na Guerra Fria não foi o triunfo de nenhum capitalismo, mas do
tipo específico liderado e simbolizado por Reagan e Thatcher na década de 1980. No Leste,
pessoas como Balcerovicz na Polônia, Gaidar na Rússia, Klaus na República Tcheca foram
e são fiéis seguidores de Hayek e Friedman. Eles defendem e realizam privatizações muito
mais amplas e mais rápidas do que haviam sido feitas no Ocidente. Vaclav Klaus, primeiro-
ministro da República Tcheca, atacou publicamente o presidente Reagan, Allan Greenspan,
presidente do Federal Reserve Bank dos EUA.
O contínuo dinamismo do neoliberalismo como força ideológica em escala mundial é
amplamente sustentado por esse “efeito demonstração” do mundo pós-soviético. Os
neoliberais podem se gabar de que estão na vanguarda de uma gigantesca transformação
socioeconômica que durará décadas. O Chile de Pinochet iniciou seus programas da
maneira mais difícil: desregulamentação, desemprego em massa, repressão sindical,
redistribuição de renda em favor dos ricos, privatização dos bens públicos. Tudo isso
começou no Chile, quase uma década antes de Thatcher, na Inglaterra. No Chile, é claro,
a inspiração teórica da experiência de Pinochet foi mais americana do que austríaca.
O Chile foi a experiência piloto para o novo neoliberalismo dos países avançados do
Ocidente, mas a América Latina também forneceu o piloto para o Oriente pós-soviético. Na
Bolívia, no fundo da experiência, não havia necessidade de quebrar um poderoso
movimento trabalhista, como no Chile, mas de deter a hiperinflação. E o regime que adotou
o plano de Sachs não era uma ditadura, mas o herdeiro do partido populista que havia
realizado a revolução social.
Das quatro experiências viáveis desta década, podemos dizer que três registraram
impressionantes sucessos de curto prazo – México, Argentina e Peru – e uma fracassou: a
Venezuela. Menem, Carlos Andrés e Fujimori, aliás, prometeram exatamente o contrário
das políticas radicalmente antipopulistas que implementaram na década de 1990. E Salinas,
notoriamente, nem foi eleito, mas roubou as eleições com fraude.
Seria arriscado concluir que apenas regimes autoritários podem impor com sucesso
políticas neoliberais na América Latina. A Bolívia, onde todos os governos eleitos depois de
1985, tanto Paz Zamora quanto Sanchez Losada, continuaram na mesma linha, está lá
para provar o contrário. Há um equivalente funcional ao trauma da ditadura militar como
mecanismo para induzir democraticamente um povo a aceitar as mais drásticas políticas
neoliberais
A questão que fica é se o neoliberalismo encontrará mais ou menos resistência à
implementação duradoura de seus projetos na América Latina. O populismo latino-
americano – ou o trabalhadorismo – é um obstáculo mais fácil ou mais difícil para a
realização dos planos neoliberais do que a social-democracia reformista ou o comunismo?
A resposta dependerá também do destino do neoliberalismo fora da América Latina, onde
continua avançando em terras até então intocadas por sua influência.
O neoliberalismo é um corpo de doutrina coerente, autoconsciente e militante,
determinado a transformar o mundo inteiro à sua imagem. Economicamente, o
neoliberalismo falhou, não alcançando nenhuma revitalização básica do capitalismo
avançado. Socialmente, pelo contrário, alcançou muitos de seus objetivos, criando
sociedades marcadamente mais desiguais. Política e ideologicamente, alcançou um
sucesso que seus fundadores provavelmente nunca sonharam.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Sobre o liberalismo sob o nome liberalismo abrigam-se concepções que se


identificam a partir de alguns princípios, mas cujos modos de operar podem variar.
Ao Estado competia viabilizar as condições para a aquisição das mesmas. O liberalismo
orientava o modo de proceder burguês.
O burguês não se reconhece apenas como superior social e moralmente aos
nobres, mas também como superior aos pobres. Dentre outros, compunham ainda o
pensamento liberal: só os proprietários podiam ocupar cargos no Estado Republicano; o
indivíduo constitui o núcleo da sociedade; em termos econômicos, o liberalismo se
caracterizava pelo direito de livre empreendimento e pelo mercado que se autorregulava.
Porém, o Estado de Bem-Estar Social também é liberal. Ou seja, o cerne das
revoluções burguesas continua vivo: a separação entre proprietários e proletariado, a
mais-valia e a apropriação desta pelos primeiros. O neoliberalismo representa a terceira
fase do liberalismo, iniciada na década de 1970. Configura-se reação dos
capitalistas às perdas de poder e renda sofridas na fase anterior.
O neoliberalismo reúne os ideais de liberdade, economia de mercado e
competitividade; persistem as trocas desiguais entre cidadãos e países; cresce a busca
por mercados desregulamentados; substituise a mão-de-obra humana por tecnologias
científicas; forma-se um contingente de desempregados; submete-se a mão-de-obra
remanescente a alta intensidade de trabalho e ao salário de fome; direitos trabalhistas são
eliminados.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O neoliberalismo sob o nome de liberalismo está abrigado concepções que se identificam


a partir de alguns princípios, mas cujas formas de operar podem variar. O cerne do
pensamento liberal era o direito à propriedade como condição necessária à manutenção
da vida e da liberdade.

REFERÊNCIAS

ANDRADE, Daniel Pereira. O que é o neoliberalismo?: a renovação do debate nas ciências sociais. A renovação
do debate nas ciências sociais. 2018. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/se/a/RyfDLystcfKXNSPTLpsCnZp/?lang=pt&format=pdf. Acesso em: 06 out. 2022

BRAZ, Marcelo. Capitalismo, crise e lutas de classes contemporâneas: questões e polêmicas. questões
e polêmicas. 2012. Disponível em: https://www.scielo.br/j/sssoc/a/LmQkRDhwSfSwpqnJZY7dhFb/?lang=pt. Acesso em:
06 out. 2022.

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