Você está na página 1de 11

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

CENTRO DE ENSINO A DISTÂNCIA

A Reduplicação verbal nas línguas moçambicanas: O Caso de Ciwute

Nome: António João Mussate; Código de Estudante: 708215919

Curso: Licenciatura em Ensino de Português


Disciplina: Linguística Bantu
Turma: F.
Ano de Frequência: 2º Ano
Tutor:.

Chimoio, Agosto de 2022


Folha de Feedback
Classificação
Categoria Indicadores Padrões Pontuaçã Nota do Subtotal
o máxima tutor
 Capa 0.5

Aspectos  Índice 0.5


Estrutura organizacionais
 Introdução 0.5

 Discussão 0.5

 Conclusão 0.5

 Bibliografia 0.5

- Contextualização (Indicação
clara do problema) 1.0
Introdução
- Descrição dos objectivos 1.0

- Metodologia adequada ao
objecto do trabalho 2.0
Conteúdos

- Articulação e domínio do
discurso académico (expressão
escrita cuidada, coerência /
Análise e coesão textual) 2.0
Discussão

- Revisão bibliográfica nacional


e internacionais relevantes na
área de estudo. 2.0

- Exploração dos dados. 2.0

Conclusão - Contributos teóricos práticos 2.0

- Paginação, tipo e tamanho de


Aspectos Formatação letra, paragrafo, espaçamento 1.0
gerais entre linhas.
Normas APA 6ª Rigor e coerência das
Referência edição em citações/referências 4.0
bibliográfic citações e bibliográficas.
a bibliografia
Recomendações de melhoria:

______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
_______-____________.
Índice
Introdução..........................................................................................................................3
1. Reduplicação.................................................................................................................4
1.1. Reduplicação total......................................................................................................4
1.2. Reduplicação fossilizada............................................................................................5
1.3. Reduplicação parcial..................................................................................................6
Conclusão..........................................................................................................................8
Referências Bibliográficas.................................................................................................9
Introdução
Ciwutee ou Ciwutee, é a língua moçambicana falada na cidade e arredores de Chimoio,
província de Manica, capital da província de Manica. O Ciwute (S. 12b) faz parte do grupo
linguístico Shona (S. 10), na classificação de M. Guthrie (1967/71).

De acordo com os dados do Censo de 2007, estima-se em 259.790 o numero de falantes


de Ciwutee com idade igual ou superior a cinco anos (INE, 2010). Sendo assim, Ngunga e
Faquir (2011) imergem no mesmo diapasão de que Ciwutee é uma língua falada por mais de
259.790 pessoas. Por sua vez, Chimbutane (2012), embora não apresente um numero exacto
dos falantes de Ciwute, afirma que o numero de falantes desta língua ronda aos 22,6% da
população.

Este trabalho identifica-se mais com a classificação de Guthrie (1967), embora Doke
(1945) tenha feito o mesmo estudo de classificação deste grupo linguístico, Guthrie é mais
exaustivo na classificação apresentando as possíveis variações dentro do grupo linguístico (S.
10).

3
1. Reduplicação
A reduplicação, um processo de repetição de uma parte ou todo o tema (Ngunga, 1998),
que pode ocorrer em todas as categorias (Furtune, 1957) e posições morfológicas (Bauer,
1988, Spencer, 1991), tem sido objecto de estudo de muitos linguistas.

A reduplicação pode ser total (completa) ou parcial. É completa “quando todo o


morfema é reduplicado e parcial quando apenas uma parte é reduplicada” (Jensen, 1962,
p.28). este processo tem implicaoes semânticas diferentes conforme os diferentes materiais
lexicais envolvidos, pois dependendo da língua particular pode significar alteração,
frequência, repetição (changana); marca de pretérito (Latim); forma do plural (Kaingang);
atenuação, intensidade (Tagalog); aumentativo (Turco r Thai); diminutivo (Thai).

1.1. Reduplicação total


Na visão de (Ngunga, 1998, p.02), reduplicação total “é um processo morfológico em
que o reduplicante e a base são idênticos (a nível segmental)”. Por sua vez, (Liphola, 2000,
p.46), reitera que “é aquela em que a base e o reduplicante são totalmente idênticos”, na
língua Tewe, observa-se que há muitos verbos com essa característica de reduplicação verbal,
como se verifica nos exemplos a seguir:

i.
Rara-rara “dormir frequentemente”

Tiza-tiza “fugir frequentemente”

ii.

Kandira-kandira “atirar algo constantemente”

Nanguisa-nanguisa “observar constantemente”

Como pode se observar, os exemplos em i mostram a reduplicação verbal que ocorre


em radicais com a estrutura do tipo –CVC-; e em ii ocorre em radicais com a estrutura do tipo
–CVCVC- ou mais longa.

Verifica-se nos exemplos acima dados que a reduplicação total norma nesta língua,
encontra-se o reduplicante à negrito é repetido a nível segmental. Por ora, (Ngunga, 1998)
4
considera eu a reduplicação total é o tipo mais comum na maioria das línguas bantu e,
consequentemente, mais estudado.

Atente ao fenómeno que e observa, (Prata, 1960) vai corroborar que o intuito
fundamental desta reduplicação é mostrar a ideia de repetição, frequência e continuidade em
que a acção descrita pelo verbo ocorreu. Por isso, é possível ocorrer uma acção de
continuidade sem ser através de reduplicação. Quer dizer, entre as várias formas de expressão
de continuidade a reduplicação é apenas uma. Observem-se os exemplos que seguem no
infinitivo:

a. Kuvaira “ferver”

Kusima binzi “semear feijão”

Os exemplos acima mostram claramente uma situação em eu os verbos exprimem uma


acção de continuidade, mas não necessariamente a reduplicação dos temas verbais.

Sabe-se que a reduplicação é um processo que ocorre na copia do seguimento


antecedente, como se refere Ngunga (1998) que a reduplicação é um processo morfológico de
prefixação do reduplicante à base. Nos exemplos acima verifica-se que os reduplicantes
antecedem outros reduplicantes e as bases as outras bases, sendo que produz automaticamente
agramaticdade. Ora, conclui-se que há impossibilidade de efectuar a reduplicação nos verbos
já reduplicados ou temais verbais totalmente reduplicados.

1.2. Reduplicação fossilizada


Roraroya “enfeitiçar”

Gwandagwanda “espedaçar”

Os exemplos acima evidenciam verbos reduplicados fossilizados. Os verbos acima


reportam casos em que aparenta ocorrer uma repetição total dos temas não reduplicados
segmentalmente. Assim, nota-se que os temas reduplicados fossilizados nunca teremos um
reduplicante e uma base, encontraremos apenas um único tema a funcionar como qualquer
intem lexical da língua cuja integridade não pode ser violada.

5
De acordo com Ngunga (998) “os temas que apresentam uma reduplicação fossilizada
podem ser novamente reduplicados em conformidade com o padrão básico como se tratasse
de temas reduplicados”. Observe os exemplos que se seguem no infinitivo:

Ex:

Royaroya-royaroya “enfeitiçar frequentemente”

Gwandagwanda-gwandagwanda “espedaçar frequentemente”

Os exemplos acima mostram formas reduplicadas em que as bases são temas


reduplicados fossilizados. A estrutura apresentada acima, se fosse uma reduplicação total não
seria possível efectuar esta operação na língua, uma vez que se demonstrou que temas
totalmente reduplicados não podem ser novamente reduplicados.

1.3. Reduplicação parcial


Vale salientar que esse tipo de reduplicação é realizada partindo da raiz ou radical do
verbo, sendo que Matthews (1974) diz haver a reduplicação parcial quando uma parte da base
é reduplicada ou repetida, ou seja quando o reduplicante é prefixado, infixado ou sufixado ao
reduplicante conforme se encontre à esquerda, no meio ou à direita da raiz verbal.

A seguir apresenta-se os exemplos referentes à reduplicação parcial com verbos no


infinitivo:

1)

Gogoma “correr”

Tetenera “tremer”

Tatanha “esticar”

2)

Rekerera “perdoar”

Kutavura “carregar”

3)

6
Kurara “dormir”

Kunharara “calar”

Os exemplos em (1) mostram a reduplicação onde o constituinte repetido é a sílaba


inicial da base que a esta se prefixa (Crystal, 1987, p.326); em (2) temos também a
reduplicação parcial só que o elemento repetido está infixado à raiz verbal; em (3) o elemento
repetido não é a sílaba inicial da base, mas uma das sílabas da base no entanto, dada à
natureza destes verbos torna difícil identificar a posição real dos seus reduplicantes. Segundo
Ngunga (1998) nas línguas bantu, a reduplicação parcial é o tipo que carece de estudos
aprofundados, por ser pouco vulgar.

Se a segunda redplicacao for total, os temas parcialmente reduplicados, podem ser de


novo reduplicados, na qual o tema parcialmente reduplicado funcione como base à qual se
prefixa o reduplicante totalmente idêntico (Ngunga, 1998). Observe os exemplos que se
seguem no infinitivo:

A.

Gogoma-gogoma “correr frequentemente”

Tetemera-tetemera ‘tremer frequentemente”

Na visão de Ngunga (1998) a gramaticalidade das formas resultantes da reduplicação


total de temas parcialmente reduplicadas em (A) prova que temas verbais parcialmente
reduplicados são constituintes lexicais que devem ser considerados como todos os outros
constituintes com as mesmas restrições morfológicas que os dos verbos normalmente
reduplicados na língua.

7
Conclusão
A presente comunicação tinha o objectivo de apresentar uma descrição morfo-semântica
da reduplicação verbal em Tewe. Feita a descrição, podemos ver que a reduplicação total só
ocorre com categorias gramaticais que podem ocupar a posição nuclear do sintagma verbal e
pode ser fossilizada quando não tem as correspondentes formas não reduplicadas, nos casos
que tenha a sua semântica não é todo igual à expressa pela reduplicação total.

As raízes verbais parcialmente reduplicadas, admitem a reduplicação total, desde que a


parte reduplicada não seja novamente reduplicada devendo, depois, seguir as mesmas
restrições morfológicas que aqueles (os totalmente reduplicados).

8
Referências Bibliográficas
Chimbutane, F. (2012). Panorama linguístico de Mocambique: analise dos dados do III
Recenseamento Geral da População e Habilitação 2007. Maputo: Moçambique: INE.

Doke,C.M, (1968), Textbook of Zulu Grammar, Longmans Southern Africa (PTY). Cape
Town, Johannesburg: Limited

Fortune, G. (1957). Elements of Shona. Harare, Zimbabwe: Tourie Road Arbdennie.

Guthrie, M. (1967). Classification of the Bantu Languages. London: Pall Mall.

Liphola, M. (2000). Dependente vowel reduction in shimakonde. Ohio: Eduardo Mondlane


University and Ohio State University.

Matthews, P. (1974). Morphology: na introduction to the theory of word – struture.


Cambridge: CUP.

Ngunga, A. (1998). Invstigacao linguística como exercício de relações humanas. Maputo,


Mocambique: Universidade Eduardo Mondlane.

Você também pode gostar