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MÓDULO 3

CRIANDO DEMANDA DE ANÁLISE

Um dos principais desafios que um psicanalista


encontra no processo é de manter o paciente
engajado no tratamento, isso acontece na maioria
das vezes por conta da pulsão de morte ou repetição
que visa manter o ciclo o qual o paciente está. Dessa
forma, o analista vai criar uma demanda no paciente
de querer dar continuidade a esse processo, com o
manejo da transferência. Alguns pontos devem ser
levados em consideração nesse primeiro momento:

1. Não falar sobre questões complexas;


2. Não tratar de questões sexuais polêmicas a
menos que o próprio paciente entre nesse
ponto;
3. Não falar sobre quaisquer questões
polarizadas na sociedade;
4. Não confrontar o paciente nesse primeiro
momento;
5. Não falar sobre questões que envolvam
qualquer tipo de posicionamento religioso;
6. Não fazer menções que envolvam a
psicanálise a outras práticas.

Esses seis pontos são possíveis fatores que


podem distanciar alguém que já está descrente e
desanimado do processo, a desistir da análise.

Mas como deve ser essa criação de demanda? Para


criar a demanda é necessário fazer com que o
paciente sinta interesse em saber mais e também
criar nele a esperança de que sim, o quadro dele
pode ser alterado. Isso pode ser feito através da
explicação de como a mente funciona e de como o
sintoma pode ser modificado, além de exemplos
onde um paciente conseguir ter bons resultados com
a psicanálise.
A psicanálise tem dois tipos de conceitos: aqueles
mais polêmicos que envolvem questões sexuais e
aqueles que são mais tranquilos de serem aceitos por
pessoas do senso comum. A ideia é nesse primeiro
momento não usar esses conceitos com alto teor
sexual e sim aqueles que dialogam mais com o
cotidiano, como por exemplo os mecanismos de
defesa. A projeção, por exemplo, é um mecanismo
que desperta muito interesse nas pessoas.

Tudo isso que foi mencionado até aqui, é sobre


o primeiro tempo da análise, que chamamos de
análises preliminares. No módulo 4 veremos sobre
o diagnóstico estrutural, assunto muito importante,
pois é a partir da estrutura clínica que vamos ter a
condição de escolher os caminhos que as sessões
irão seguir. É importante ressaltar que cada estrutura
terá um caminho diferente no processo terapêutico.

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