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Ética e Cidadania
Prof. Valter Luiz Lara
Fórum de Reflexão – FR7
Modelo Cultural Brasileiro de relações éticas e políticas
29/09/2022
Nomes completos (e RAs): Daniel Edvanio O. De Sousa RA 200011735 Thais Ferreira
RA 200011514

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Ao final, para fins de registro documental da tarefa com valor avaliativo, apenas um dos
componentes da dupla ou do trio que participou do FR deve fazer o upload do arquivo no AVA
com renomeação do título seguindo o modelo abaixo com os nomes e sobrenomes de todos:

FR7_jose.santos_maria.silva_antonio.costa

Obs.: O upload deve ser feito até o limite do horário da aula: 22h35. Caso contrário, o professor
não terá como registrar presença e o valor respectivo da atividade avaliativa e o aluno ficará
com falta e nota 0,0 no Fórum.

Leia o texto abaixo com atenção para fixar as noções teóricas da 1ª parte da aula e preste
atenção nos seis traços culturais do comportamento ético-político do povo brasileiro. Em
seguida, escolha apenas um dos traços de comportamento ético-político para apresentar
um exemplo real/prático (pode ser individual, institucional, – social, empresarial, cultural ou
mesmo político) em que se verifica sua ocorrência. (Por favor, evite mencionar nomes de
pessoas físicas ou jurídicas, a não ser que sejam casos de reconhecimento público. Quando se
tratar de casos particulares que você conhece, use nomes fictícios).

Modelo Cultural Brasileiro de relações éticas e políticas

No subsistema/esfera de líderes o que existe é a concentração de poder (1). A seu


lado como seu aliado e contrapeso há o traço do personalismo (2), presente na dimensão
pessoal de nossa sociedade. O terceiro elemento que surge, articulando essas duas
dimensões e mostrando o perfil do estilo brasileiro de liderar, é o paternalismo (3).
No subsistema/esfera dos liderados os traços correspondentes são: a postura de
espectador (4), a tendência de evitar conflitos (5) e a flexibilidade da ação (6) como
adaptação às necessidades requeridas pelas circunstâncias. A postura de espectador
corresponde à dimensão formal da concentração de poder; a tendência de evitar conflitos à
dimensão pessoal do personalismo; e a flexibilidade pelo grau de afetividade, intimidade e
lealdade devidas ao patriarca da relação.

Traço 1: Concentração de poder


É o poder tradicional. A sociedade tem se valido, de forma alternativa, da força
militar tradicional e do poder racional-legal para o estabelecimento e a manutenção da
autoridade, criando, assim, uma cultura de concentração de poder baseada na
hierarquia/subordinação. “Manda quem pode, obedece quem tem juízo” reflete um
ângulo importante dessa cultura.

Traço 2: Personalismo.
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O poder exercido com forte autoridade carismática e o magnetismo presente na


pessoa do líder, por meio de seu discurso ou pelo seu poder de ligações (reações com
outras pessoas), e não por sua especialização, aparece em destaque no nosso dia-a-dia.
A rede de amigos, para não falar de parentes, é o caminho natural pelo qual trafegam as
pessoas para resolverem seus problemas e, mais uma vez, obterem os privilégios;
aquele que não tem uma família ou não consegue entrar nessa rede de amigos do líder
tem dificuldades maiores para resolver seus problemas.

Traço 3: Paternalismo.
A combinação de dois traços mencionados de concentração de poder e
personalismo, em maior ou menor grau, têm como síntese o paternalismo. Ele apresenta
duas facetas, o patriarcalismo e o patrimonialismo. Carregamos em nossa sociedade o
valor de que o patriarca tudo pode e aos membros do clã só cabe pedir e obedecer; caso
contrário, a rebeldia pode ser premiada com sua exclusão do âmbito das relações. O
patriarcalismo, a face supridora e afetiva do pai, atendendo ao que dele esperam os
membros do clã, e o patrimonialismo, a face hierárquica e absoluta, impondo com a
tradicional aceitação sua vontade a seus membros, convivem lado a lado em nossa
cultura. É nessa mistura de aspectos puramente econômicos – em que se faz uma troca
objetiva de trabalho por remuneração, com aspectos essencialmente afetivos, em que se
troca emocionalmente a dedicação e colaboração sem atritos pelos laços de intimidade
pessoal – que se desenvolve em cada um dos atores líderes e liderados. Para que não
haja conflito extremo de ruptura das relações é preciso que cada um procure atingir o
máximo de benefício com um mínimo de custo, pago nas duas espécies de moeda, uma
é afetiva, a outra, a lealdade.
Assim como nas sociedades onde o poder é distribuído de forma desigual, no
Brasil ocorre um fenômeno psicossocial de dependência continuada dos liderados pelos
líderes; realidade aceita como se fosse natural e não como produto de nossa história
econômica, social, política e cultural. Nessa linha, podemos dizer que as instituições e
organizações serão lideradas tão paternalisticamente quanto permitem seus membros. O
paternalismo existe tanto para os líderes como para os liderados, fazendo parte do
sistema de valores dos dois grupos, numa relação de interdependência.
O paternalismo, além do controle que exerce, gera uma dupla dependência: abre
caminho para uma forma eficiente de identificação e pertença ao grupo, tendo por
recompensa um maior grau de segurança proporcionado pelo grupo. Mas é verdade,
também, que o custo disso é um grau menor de liberdade e autonomia para seus
membros, se comparado com outras culturas e práticas menos paternalistas.

Traço 4: Postura de Espectador.


Vimos que o homem brasileiro nasceu e desenvolveu-se a gosto, a um tempo de
mandonismo, de protecionismo e de dependência, que está encarnado em nossas
soluções paternalistas. Funcionamos, reflexivamente, orientados pela autoridade
externa que limita nossa consciência crítica. O que dizer, então, do povo brasileiro com
baixa qualificação, em um ambiente de grande desequilíbrio de poder, sem liberdade e
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autonomia, e com baixo senso crítico? Esse processo não pode deixar de resultar do
traço denominado postura de espectador, com suas principais vertentes de mutismo e
baixa consciência crítica e, por consequência, de baixa iniciativa, pouca capacidade de
realização por autodeterminação e de transferência de responsabilidade das dificuldades
para as lideranças. Esse processo infantil, que reforça o baixo nível de consciência
crítica, faz com que, mesmo havendo maior liberdade de atuação, não se saiba o que se
quer, faz com que não exista vontade própria. Assim, envolvido em um clima de
perplexidade, o libertado sente-se novamente forçado a conformar sua conduta às
expectativas da autoridade externa. Outra vertente do traço do espectador é a
transferência de responsabilidade. A lógica é a seguinte: se o poder não está comigo,
não estou incluído nele e não sou eu que tomo a decisão; a responsabilidade também
não é minha. Logo vou transferi-la para quem de direito, o que em nossa cultura significa
para cima na linha hierárquica. Isso se manifesta em duas outras circunstâncias, ou seja,
quando algo de errado acontece, a culpa ou o problema principal situam-se fora da
minha área de atuação e controle. Finalmente, nossa capacidade de realização por
autodeterminação é muito reduzida. Entre a “cultura do fazer”, voltada para o mundo
com a perspectiva da mudança cumulativa e para a ideia de progresso, e a “cultura do
estar ”, que foge do mundo, resiste à mudança e desconfia do progresso, seria mais
apropriado para os brasileiros a “cultura do estar fazendo”, isto é, “agindo para o
gasto”, o suficiente para a manutenção do estado atual ou, no máximo, para garantir
pequenas reformas sem avanços significativos.

Traço 5: Tendência de evitar conflitos.


A relação entre os indivíduos numa situação de alta desigualdade de poder, pode
levar a um grau igualmente alto de alienação, baixa motivação, passividade e
consequentemente pouca iniciativa. Essa mesma situação de desigualdade de poder e
forte dependência pode representar situação latente de conflito. Porém, no caso
brasileiro, esse quadro de desigualdade é enfrentado pelo expediente das relações
pessoais, mais propriamente pela lealdade a uma pessoa capaz de intermediar a relação
entre líderes e liderados. Para isso, a saída brasileira é usar soluções indiretas
(triangulações) entre os polos divergentes, mantendo, contudo, boas relações pessoais
independentemente do lugar que cada um ocupa nessa relação de poder. Vale ressaltar
que o traço “evitar conflito” é muito mais presente no sentido liderado-líder. No sentido
líder-liderado, geralmente o primeiro não teme a existência do conflito, pois a estrutura
da relação já indica que o segundo encontrará soluções indiretas, até porque nesse
sentido, o líder é o que mais tem poder e controle sobre a relação.

Traço 6: Flexibilidade na ação.


A flexibilidade é a versão moderna do processo que se convencionou como uma
estratégia de segundo grau, isto é, suscitada do formalismo, cujas características seriam
a criatividade e o pragmatismo. A flexibilidade representa uma categoria com duas
faces: de adaptabilidade e de criatividade.
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A adaptabilidade pode ser identificada não só em termos de empresas, que


demonstram agilidade enorme de se ajustarem aos vários processos internos e
externos. O conceito de adaptabilidade visto pelo lado processual, não é uma criação em
sentido puro, como a produção de algo novo. É a capacidade criativa que se exercita
dentro de determinados limites prefixados. Esse contorno restritivo é exatamente o
processo que decorre ao lado do subsistema institucional, no qual existe
reconhecimento das normas e, em função delas, resultam um ajustamento de elementos
operativos, criando apenas novos hábitos condizentes com nossa maneira de ser. Essa
flexibilidade se dá pelo fato de o formalismo vir diante da lealdade às pessoas. Se, por
um lado, existe arcabouço normativo idealizado, a ser seguido dentro do domínio
institucional, existe também uma rede de relacionamento baseado na lealdade pessoal
dentro de uma realidade social que, se acionada, vai estimular a busca de uma solução
para objetivos pessoais.

Traço escolhido “1”


Acredito ser um bom tema ainda mais dentre tudo que foi discutido em sala de
aula. E um exemplo que me vem átona sobre isso é a concentração de poder que países
como Coreia do Norte defendem e centralizam, mas isso não so neste pais em outros
como Venezuela, cuba onde se há ditadura, temos de modo claro a concentração de
poder dos militares a diferença que na Coreia do Norte é de um governante.
E nesses lugares citados (Cuba, Venezuela, Coreia do Norte) a frase dada no
traço 1 “Manda quem pode, obedece quem tem juízo” faz muita menção a como de fato
são as coisas por lá, além das questões de “regras” “ordens” a fome, desemprego em
dois deles é avassaladora! E lamentável

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