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Sumário

1. IMPORTÂNCIA DO CÓDIGO DE ÉTICA FARMACÊUTICO ..................................... 1

1.1 Principais objetivos de um código de ética .......................................................... 1

1.2 Algumas dicas para ter conduta ética no trabalho ............................................... 2

2. ATRIBUIÇÕES DO CONSELHO FEDERAL E REGIONAL DE FARMÁCIA.............. 2

3. O PROFISSIONAL FARMACÊUTICO DE ACORDO COM O CÓDIGO DE ÉTICA... 4

4. O CÓDIGO DE ÉTICA FARMACÊUTICO ................................................................. 6

4.1 Os princípios fundamentais ................................................................................. 6

4.2 Deveres ............................................................................................................... 7

4.3 Direitos ................................................................................................................ 7

4.4 Proibições ........................................................................................................... 8

4.5 Infrações e sanções disciplinares ........................................................................ 8

4.6 As relações profissionais ..................................................................................... 9

5. LEI 13.021/2014 - DISPÕE SOBRE O EXERCÍCIO E A FISCALIZAÇÃO DAS


ATIVIDADES FARMACÊUTICAS ............................................................................... 10

5.1 Os estabelecimento farmacêuticos .................................................................... 10

6. EVOLUÇÃO DA REGULAÇÃO LEGAL DO SETOR FARMACÊUTICO NO BRASIL


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1. IMPORTÂNCIA DO CÓDIGO DE ÉTICA FARMACÊUTICO

Ética é o estudo dos juízos de apreciação que se referem à conduta humana


suscetível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente à
determinada sociedade, seja de modo absoluto.

O código de ética é um documento que busca expor os princípios e a missão de


uma determinada profissão ou empresa. Seu conteúdo deve ser pensado para atender
às necessidades que aquela categoria serve e representa.

O Código de Ética Farmacêutica contém as normas que devem ser observadas


pelos farmacêuticos e os demais inscritos nos Conselhos Regionais de Farmácia no
exercício do âmbito profissional respectivo, inclusive nas atividades relativas ao ensino,
à pesquisa e à administração de serviços de saúde, bem como quaisquer outras
atividades em que se utilize o conhecimento advindo do estudo da Farmácia, em prol
do zelo pela saúde.

Dessa forma, os profissionais farmacêuticos devem exercer sua profissão de


acordo com princípios, respeitando os valores éticos e morais, cuja transgressão poderá
resultar em sanções disciplinares por parte do CRF. Deverá atuar com respeito à vida
humana, ao meio ambiente e à liberdade de consciência, além de manter atualizados
os seus conhecimentos técnicos e científicos para aprimorar, de forma contínua, o
desempenho de sua atividade profissional.

Importante: O farmacêutico responde pelos seus atos tanto individualmente,


quanto pelos atos de terceiros que autorizar ou delegar.

Há direitos a serem reclamados, deveres que deverão ser cumpridos e ainda


proibições para a profissão Farmacêutica.

O Código de Ética proporciona oportunidade única dos indivíduos, organizados


politicamente, se autorregularem, através da imposição de padrões de conduta que lhes
garantirão plena liberdade de agir, com respeito ao próximo, portanto, sem os
constrangimentos de um controle externo, e dentro de um padrão mínimo de conduta
moral (BARROSO, 2000).

1.1 Principais objetivos de um código de ética

Especificar os princípios de uma certa instituição e/ou profissão diante da


sociedade;
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Documentar os direitos e deveres do profissional;

Dar os limites das relações que o profissional deve ter com colegas e
clientes/pacientes;

Explicar a importância de manter o sigilo profissional (essencial em muitos


casos);

Defender o respeito aos direitos humanos nas pesquisas científicas e na relação


cotidiana;

Delimitar e especificar o uso de publicidade em cada área;

Falar sobre a remuneração e os direitos trabalhistas.

1.2 Algumas dicas para ter conduta ética no trabalho

- Tenha sempre em mente a Missão, Visão e Valores da sua empresa.

- Saibam quais são as suas atribuições e responsabilidades.

- Respeite a hierarquia.

- Esteja 100% comprometido e envolvido com a missão.

- Seja assíduo e pontual.

- Trate todos com respeito (urbanidade).

- Assuma uma atitude imparcial, impessoal e com isenção.

- Exerça suas funções com zelo, competência e eficiência.

- Demonstre confiança e energia (conheça suas forças e fraquezas).

- Conheça os aspectos legais dos seus direitos e deveres.

2. ATRIBUIÇÕES DO CONSELHO FEDERAL E REGIONAL DE FARMÁCIA

A ideia de criação de um órgão profissional de Farmácia começou em 1936


através de reivindicações em convenções e congressos pelo País. Com apoio de líderes
do Governo, a 11 de novembro de 1960 através da Lei nº 3.820, foi criado o Conselho
Federal de Farmácia, e os Conselhos Regionais de Farmácia, sendo estes dotados de
personalidade jurídica, de direito público, com autonomia administrativa e financeira. Os
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Conselhos são destinados a zelar pelos princípios da ética e da disciplina da classe dos
que exercem qualquer atividade farmacêutica no Brasil.

Missão: O sistema CFF/CRF tem como missão a valorização do profissional


farmacêutico, visando a defesa da sociedade.

Metas e Objetivos: Promover a Assistência Farmacêutica em benefício da


sociedade, e em consonância com os direitos do cidadão.

Algumas das atribuições do Conselho Federal de Farmácia:

* Expedir resoluções, definindo ou modificando atribuições ou competência dos


profissionais de Farmácia;

* Propor as modificações que se tornarem necessárias à regulamentação do


exercício profissional;

* Ampliar o limite de competência do exercício profissional;

* Colaborar na disciplina das matérias de ciência e técnica farmacêutica, ou que


de qualquer forma digam respeito à atividade profissional;

* Organizar o Código de Deontologia Farmacêutica;

* Deliberar sobre questões oriundas do exercício de atividades afins às do


farmacêutico;

* Zelar pela saúde pública, promovendo a assistência farmacêutica.

Cabe aos conselhos regionais de Farmácia:

* Fiscalizar o exercício da profissão, registrar os farmacêuticos e habilitá-los ao


exercício profissional (conselhos regionais de Farmácia)

* Defender o âmbito profissional e esclarecer dúvidas relativas à competência do


profissional farmacêutico;

* Garantir, em suas respectivas áreas de jurisdição, que a atividade farmacêutica


seja exercida por profissionais legalmente habilitados;

* Habilitar o farmacêutico, por meio de inscrição, para o exercício legal da


profissão;
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* Manter registro sobre o local de atuação do farmacêutico junto ao mercado de


trabalho

3. O PROFISSIONAL FARMACÊUTICO DE ACORDO COM O CÓDIGO DE ÉTICA

A humanidade inteira foi fortemente impactada diante de uma pandemia


inesperada e de rápida expansão – a COVID-19 – que surpreendeu a todos,
principalmente os profissionais da área de saúde, no enfrentamento desta enfermidade
avassaladora, sendo necessário considerar algumas normas morais a serem
observadas como senso de responsabilidade.

A responsabilidade social do farmacêutico, que já era grande, agora com a


pandemia passa a ter imenso significado, neste momento angustiante da sociedade, em
todas as áreas de atuação do âmbito profissional, quer nas farmácias e drogarias, nos
laboratórios de análises clínicas, nas distribuidoras de medicamentos, nas indústrias
farmacêuticas, dentre outras.

O Código de Ética Farmacêutica já nos obriga no seu Capítulo I, Dos Direitos


Fundamentais, artigo 2º (Resolução nº 596/14, do Conselho Federal de Farmácia) a
“ATUAR COM RESPEITO À VIDA HUMANA, AO MEIO AMBIENTE E A LIBERDADE
DE CONSCIÊNCIA NAS SITUAÇÕES DE CONFLITO ENTRE A CIÊNCIA E OS
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS PREVISTOS NA CONSTITUIÇÃO
FEDERAL. Esse ditame do Código de Ética, aplica-se com muita propriedade, no que
diz respeito ao isolamento social recomendado pela OMS, pois em discurso na cúpula
extraordinária e virtual do G20, grupo de países que o Brasil faz parte, Tedros Adhanom
Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, reforçou a tese de que o isolamento social é uma
ferramenta de combate ao coronavírus e ainda ressaltou que é preciso “fazer mais”.
Disse ele: “a melhor e única forma de proteger a vida, os meios de subsistência e as
economias é parar o vírus. É a forma de achatar a curva de contaminação do novo
coronavírus”.

Preciso e marcante, o nosso regulamento ético considera, em primeiro lugar, A


VIDA HUMANA, no conflito que o isolamento social pode provocar na economia, ou
seja, prevalecendo a ciência até sobre os direitos e garantias fundamentais
constitucionais, cabendo ao Estado (Federação) determinar em caráter emergencial de
calamidade pública, “regime de guerra”, por concessão do Congresso Nacional, as
medidas econômicas alternativas para que cidadãos e empresas não sucumbam e,
após a recessão econômica tenham, pelo menos as condições mínimas, de voltar à
normalidade, como aliás já vem sendo procedido. É, portanto, obrigação ética do
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farmacêutico orientar, obedecer e recomendar acerca das regras da ciência, que


recomendam, o isolamento social, como forma de contingência do vírus e preservação
da vida humana.

Nos atos preventivos recomendados pela OMS, o farmacêutico tem ainda


destaque, considerada a farmácia comunitária, um posto avançado de saúde, sendo
que o profissional farmacêutico responde individual ou solidariamente, ainda que por
omissão, pelos atos que praticar, autorizar ou delegar no exercício profissional. Por
outro lado, o Código de Ética Farmacêutica estabelece também, no Capítulo III – Dos
Deveres- artigo 12 (Resolução nº 596/14, do Conselho Federal de Farmácia), que o
farmacêutico deve: guardar sigilo de fato e informações que tenha conhecimento no
exercício profissional. É com grande facilidade que, comumente, estão sendo
divulgados nomes e sobrenomes de infectados e/ou vítimas do COVID-19, o que além
de ser falta ética, é uma violação da privacidade dos indivíduos envolvidos, contribuindo
muitas vezes para reforçar falsas seguranças e as formas de marginalização dos
pacientes expostos ao público como “apestados” e (possíveis) hospedeiros. A
confidencialidade dos fatos e informações obtidas no exercício profissional é primordial
para garantir os direitos fundamentais de nossos cidadãos.

Há ainda, que se cuidar com a proibição explicitada no CEF (Código de Ética


Farmacêutica), que impede ao farmacêutico divulgar informações sobre temas
farmacêuticos, de conteúdo inverídico que contrarie a legislação vigente, evitando assim
os farmacêuticos de compartilhar nas redes sociais, temas inverídicos e
sensacionalistas sobre o vírus, que possam provocar pânico e insegurança no seio da
sociedade. Lembrando aos colegas farmacêuticos, que as informações de maior
credibilidade científica são emanadas da OMS, OPAS (Organização Pan americana de
Saúde), Ministério da Saúde, FIOCRUZ (Fundação Oswaldo Cruz), CEBRIM (Centro
Brasileiro de Informação de Medicamentos), do Conselho Federal de Farmácia, contidas
ainda no WhatsApp “panorama farmacêutico”, dentre outras.

O filósofo e teólogo italiano, Roberto Massaro, acrescenta textualmente: “uma


das exigências fundamentais diante da disseminação da nova epidemia (pandemia), é
de informações claras, unívocas e cientificamente fundamentadas, oferecidas por fontes
competentes. Isso contribui para evitar reações inconscientes de pânico, instituindo
consciência, razoabilidade e moderação na opinião pública, que costuma reagir em
termos emocionais e irracionais. É bastante instintivo que, em situações de alarme
social, seja mais fácil o comprometimento dos direitos fundamentais e mais difícil que
se levantem vozes diferentes em defesa de sua proteção”.
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Desta forma é recomendável que aqueles farmacêuticos que queiram emitir


pronunciamentos acerca do assunto COVID-19, os façam de forma serena, segura,
sensata e responsável, com cunho científico, evitando o sensacionalismo, identificando-
se antes dos pronunciamentos, com no mínimo, o nome completo a função exercida, o
local de trabalho e o número de registro no CRF.

Assim, exercício profissional farmacêutico deve ser precedido dos padrões


mínimos de conduta moral, respeitando a vida humana antes de tudo, por ser atribuição
legal dos Conselhos Regionais e Federal de Farmácia, “órgãos destinados a zelar pela
fiel observância dos princípios da ética e da disciplina da classe dos que exercem
atividades profissionais farmacêuticas no País”, conforme nos obriga a Lei Federal nº
3820/60, quando cria estas Autarquias.

Miguel Leda Dourado

Farmacêutico Fiscal do CRF-MA.

4. O CÓDIGO DE ÉTICA FARMACÊUTICO

O FARMACÊUTICO É UM PROFISSIONAL DA SAÚDE, CUMPRINDO-LHE


EXECUTAR TODAS AS ATIVIDADES INERENTES AO ÂMBITO PROFISSIONAL
FARMACÊUTICO, DE MODO A CONTRIBUIR PARA A SALVAGUARDA DA SAÚDE
PÚBLICA E, AINDA, TODAS AS AÇÕES DE EDUCAÇÃO DIRIGIDAS À COMUNIDADE
NA PROMOÇÃO DA SAÚDE.

4.1 Os princípios fundamentais

O farmacêutico atuará sempre com o maior respeito à vida humana, ao meio


ambiente e à liberdade de consciência nas situações de conflito entre a ciência e os
direitos fundamentais do homem.

A dimensão ética da profissão farmacêutica é determinada, em todos os seus


atos, pelo benefício ao ser humano, à coletividade e ao meio ambiente, sem qualquer
discriminação.

Cabe ao farmacêutico zelar pelo perfeito desempenho ético da Farmácia e pelo


prestígio e bom conceito da profissão.
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O farmacêutico deve manter atualizados os seus conhecimentos técnicos e


científicos para aperfeiçoar, de forma contínua, o desempenho de sua atividade
profissional.

A profissão farmacêutica, em qualquer circunstância ou de qualquer forma, não


pode ser exercida exclusivamente com objetivo comercial.

Em seu trabalho, o farmacêutico não pode se deixar explorar por terceiros, seja
com objetivo de lucro, seja com finalidade política ou religiosa.

4.2 Deveres

A palavra dever se refere a tudo que é considerado uma obrigação.

 Comunicar os fatos que caracterizem infringência;


 Respeitar o direito de decisão do usuário sobre seu tratamento;
 Preservar os legítimos interesses da profissão e da saúde;
 Respeitar a vida;
 Contribuir para a promoção, proteção e recuperação da saúde;

4.3 Direitos

O direito é uma regalia, um privilégio, uma prerrogativa.

 Exercer a sua profissão sem qualquer discriminação;


 Exigir dos profissionais da saúde o cumprimento da legislação sanitária;
 Recusar-se a exercer a sem condições dignas de trabalho ou que
possam prejudicar o usuário;
 Opor-se a exercer a profissão ou suspender a sua atividade sem
remuneração ou condições dignas de trabalho;
 Negar-se a realizar atos farmacêuticos que sejam contrários aos ditames
da ciência, da ética e da técnica;
 Ser valorizado e respeitado;
 Ter acesso a todas as informações técnicas relacionadas ao seu local de
trabalho;
 Decidir, justificadamente, sobre o aviamento ou não de qualquer
prescrição.
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4.4 Proibições

Proibição é a ação ou efeito de proibir (não permitir); em que há impedimento;


interdição.

 Exercer simultaneamente a Medicina;


 Deixar de prestar assistência técnica efetiva ao estabelecimento com o
qual mantém vínculo profissional;
 Realizar ou participar de atos fraudulentos;
 Obstar ou dificultar a ação fiscalizadora ou desacatar as autoridades;
 Aceitar remuneração abaixo do estabelecido como o piso salarial;
 Aceitar a interferência de leigos em seus trabalhos;
 Assinar trabalho realizado por outrem;
 Submeter-se a fins meramente mercantilistas que venham a
comprometer o seu desempenho técnico, em prejuízo da sua atividade
profissional;
 Fazer declarações injuriosas, caluniosas, difamatórias ou que depreciem
o farmacêutico, a profissão ou instituições e entidades farmacêuticas, sob
qualquer forma.

4.5 Infrações e sanções disciplinares

As infrações éticas e disciplinares são classificadas em: leves, medianas e


graves, estão diretamente ligadas aos direitos, deveres e proibições previamente
expostas nesse artigo. Quanto às sanções, temos a advertência, advertência “censura”,
a multa (de 1 a 3 salários mínimos), a suspenção (de 3 a 12 meses) e a eliminação.

Exemplos de infrações

Infração leve: deixar de comunicar ao Conselho Regional de Farmácia e às


demais autoridades competentes os fatos que caracterizem infringência a este Código
e às normas que regulam o exercício das atividades farmacêuticas; exercer a profissão
farmacêutica sem condições dignas de trabalho e justa remuneração por seu
desempenho;

Infração Mediana: exercer simultaneamente a Medicina; aceitar remuneração


abaixo do estabelecido como o piso salarial oriundo de acordo, convenção coletiva ou
dissídio da categoria; receber remuneração por serviços que não tenha efetivamente
prestado;
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Infração Grave: fazer uso de documento, atestado, certidão ou declaração falsos


ou alterados; exercer atividade farmacêutica com fundamento em procedimento não
reconhecido pelo CFF; receber ou receptar mercadorias ou produtos sem
rastreabilidade de sua origem, sem nota fiscal ou em desacordo com a legislação
vigente;

4.6 As relações profissionais

O farmacêutico, perante seus colegas e demais profissionais da equipe de


saúde, deve comprometer-se a:

 Obter e conservar alto nível ético em seu meio profissional e manter


relações cordiais com a sua equipe de trabalho, prestando-lhe apoio,
assistência e solidariedade moral e profissional;
 Adotar critério justo nas suas atividades e nos pronunciamentos sobre
serviços e funções confiados anteriormente a outro farmacêutico;
 Prestar colaboração aos colegas que dela necessitem, assegurando-lhes
consideração, apoio e solidariedade que reflitam a harmonia e o prestígio
da categoria;
 Prestigiar iniciativas dos interesses da categoria;
 Empenhar-se em elevar e firmar seu próprio conceito, procurando manter
a confiança dos membros da equipe de trabalho e do público em geral;
 Limitar-se às suas atribuições no trabalho, mantendo relacionamento
harmonioso com outros profissionais, no sentido de garantir unidade de
ação na realização de atividades a que se propõe em benefício individual
e coletivo;
 Denunciar, a quem de direito, atos que contrariem os postulados éticos
da profissão.
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5. LEI 13.021/2014 - DISPÕE SOBRE O EXERCÍCIO E A FISCALIZAÇÃO DAS


ATIVIDADES FARMACÊUTICAS

Entende-se por assistência farmacêutica o conjunto de ações e de serviços que


visem a assegurar a assistência terapêutica integral e a promoção, a proteção e a
recuperação da saúde nos estabelecimentos públicos e privados que desempenhem
atividades farmacêuticas, tendo o medicamento como insumo essencial e visando ao
seu acesso e ao seu uso racional.

Farmácia é uma unidade de prestação de serviços destinada a prestar


assistência farmacêutica, assistência à saúde e orientação sanitária individual e
coletiva, na qual se processe a manipulação e/ou dispensação de medicamentos
magistrais, oficinais, farmacopeicos ou industrializados, cosméticos, insumos
farmacêuticos, produtos farmacêuticos e correlatos.

As farmácias serão classificadas segundo sua natureza como:

I - farmácia sem manipulação ou drogaria: estabelecimento de dispensação e


comércio de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos em suas
embalagens originais;

II - farmácia com manipulação: estabelecimento de manipulação de fórmulas


magistrais e oficinais, de comércio de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e
correlatos, compreendendo o de dispensação e o de atendimento privativo de unidade
hospitalar ou de qualquer outra equivalente de assistência médica.

É responsabilidade do poder público assegurar a assistência farmacêutica,


segundo os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde, de universalidade,
equidade e integralidade.

5.1 Os estabelecimento farmacêuticos

Para o funcionamento das farmácias de qualquer natureza, exigem-se a


autorização e o licenciamento da autoridade competente, além das seguintes
condições:

I - ter a presença de farmacêutico durante todo o horário de funcionamento;

II - ter localização conveniente, sob o aspecto sanitário;


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III - dispor de equipamentos necessários à conservação adequada de


imunobiológicos;

IV - contar com equipamentos e acessórios que satisfaçam aos requisitos


técnicos estabelecidos pela vigilância sanitária.

Poderão as farmácias de qualquer natureza dispor, para atendimento imediato à


população, de medicamentos, vacinas e soros que atendam o perfil epidemiológico de
sua região demográfica.

A farmácia privativa de unidade hospitalar ou similar destina-se exclusivamente


ao atendimento de seus usuários.

Aplicam-se às farmácias a que se refere o caput as mesmas exigências legais


previstas para as farmácias não privativas no que concerne a instalações,
equipamentos, direção e desempenho técnico de farmacêuticos, assim como ao registro
em Conselho Regional de Farmácia.

6. EVOLUÇÃO DA REGULAÇÃO LEGAL DO SETOR FARMACÊUTICO NO BRASIL

Como todo setor, o farmacêutico obedece a uma série de leis, algumas


específicas a ele e outras que são transversais. As leis tentam atender às necessidades
da sociedade, evoluindo junto a ela e tentando acompanhar as suas demandas.

O nosso país tem evoluído bastante na regulação deste setor, chegando a criar
novas tendências e influenciando outros países em vários continentes, como a lei que
determina a quebra de patentes de medicamentos, ou ainda, mais recentemente, a
determinação legal para controle de medicamentos através do rastreamento da cadeia
produtiva.

Apresenta-se no Quadro um resumo das principais regulações e suas


características, levando em conta a linha do tempo. Não se almeja descrever e analisar
toda a regulação que será citada, mas destacar as principais leis, decretos, portarias e
resoluções, assim como o seu objetivo geral e principais disposições.
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